José Márcio Corrêa Ayres José Márcio Corrêa Ayres nasceu em

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José Márcio Corrêa Ayres José Márcio Corrêa Ayres nasceu em
José Márcio Corrêa Ayres
José Márcio Corrêa Ayres nasceu em Belém no dia 21 de fevereiro de 1954, filho de
Manoel e Iza Ayres. Em 1976, formou-se biólogo pela Universidade de São Paulo
(USP). Em 1981, iniciou o Mestrado em Socioecologia dos Primatas, no Instituto de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), quando começou a orientar sua carreira para a gestão
de unidades de conservação. Doutorou-se em Primatologia pela Universidade de
Cambridge (Inglaterra), em 1986, com a tese "Os Uacaris Brancos e a Floresta
Amazônica Inundada".
O interesse pelo uacari branco (Cacajao calvus calvus) foi reforçado quando Ayres,
então com 19 anos, visitou um zôo alemão, durante um curso de férias. Essa espécie,
encontrada na região do médio rio Solimões, no Amazonas, de pelugem branca e cara
vermelha, foi descrita pela primeira vez pelo cientista Henry Walter Bates em meados
do século XIX. Ainda aos 20 anos, Ayres foi contratado como administrador do
zoológico de Ribeirão Preto (SP).
Foi também professor-adjunto do New York Consortium for Evolutionary Primatology,
empreendimento de várias universidades americanas, do Museu Americano de
História Natural e da Wildlife Conservation Society. As ações e os resultados
alcançados por José Márcio na conservação e manejo da biodiversidade renderam ao
biólogo o reconhecimento internacional na área da Biologia da Conservação.
O cientista participou dos principais conselhos nacionais de conservação da
biodiversidade, e era membro de importantes associações científicas, (IUCN, ABC,
NYZS, WCS). Seu trabalho como conservacionista foi o que lhe rendeu mais prêmios:
UNESCO, SCB (Society for Conservation Biology), Rolex, WWF-Internacional,
instituições nacionais e internacionais que o reconheceram e homenagearam pela
relevância de seu trabalho para a conservação da Amazônia Brasileira.
Redigiu a primeira proposta, aceita pelo Governo do Estado do Amazonas em 1991,
criando naquela unidade federativa a Estação Ecológica Mamirauá (EEM), localizada
entre as confluências dos rios Solimões e Japurá e o Auati-Paranã, com uma área
total de 1.124.000 hectares. Em 1993, a EEM foi reconhecida pela "Convenção
Ramsar", passando a integrar uma relação de áreas úmidas de importância e
interesse mundial. A iniciativa de criação da EEM foi apoiada por pesquisadores do
Museu Emílio Goeldi (PA), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto
Nacional de Pesquisas Amazônicas.
A EEM foi transformada na primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
do Brasil em 1996, também por iniciativa de Márcio Ayres e dos pesquisadores que o
apoiavam. Eles também projetaram um grande corredor ecológico, sugerindo outra
RDS - a de Amanã - com 2,5 milhões de hectares, unida ao Parque Nacional do Jaú. A
RDS Amanã foi criada em 1998. Completou-se, assim, um bloco de 5,7 milhões de
hectares, a maior área florestal protegida do mundo.
Ayres teve os títulos de pesquisador, cientista, biólogo, primatologista, ambientalista e
Doutor em ecologia. Dedicou-se, durante a vida inteira (cerca de 30 anos), ao
desenvolvimento sustentável da Amazônia. Idealizou o Projeto Mamirauá, que mais
tarde foi incorporado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).
Faleceu em 2003, vítima de câncer de pulmão.
Linha do tempo
21 de fevereiro de 1954
Nasce, em Belém, José Márcio Corrêa Ayres, filho de Iza e Manoel Ayres.
1964-1970
Estuda o curso primário no Colégio Suíço-brasileiro e, em seguida, no Colégio de
Aplicação da Universidade Federal do Pará.
1970-1971
Participa do Intercâmbio cultural em Michigan, nos Estados Unidos, em companhia de
seu irmão, Manoel Ayres Júnior.
1972
Inicia o curso superior em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Pará, mas
transfere-se para a Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto.
1973-1976
Realiza estudos e pesquisas acadêmicas no Departamento de Genética da USP.
1974 a 1975
Administrador do Jardim Zoológico de Ribeirão Preto.
1976
Gradua-se em Biologia.
1977
Assistente de pesquisas o Departamento se Ecologia do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. Inicia o curso de mestrado em Ecologia
pelo Inpa e Universidade Federal do Amazonas. Inicia pesquisas sobre os cuxiús no
Aripuanã (MT) e Manaus.
1978
Recebe diploma de Honra e Mérito do Inpa. Torna-se membro do Comitê de Avaliação
do Projeto de Dinâmica de Fragmentos Florestais do Smithsonian Institution, WWF.
1981
Conclui o curso de mestrado.
1982
É bolsista do Inpa na Universidade de Cambridge (Inglaterra), com apoio do CNPq,
para realizar o curso de doutorado.
Recebe o Overseas Research Studentship Award (ORS) das Universidades de Reino
Unido.
1983
Solicita ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) o fechamento do
lago Mamirauá para o desenvolvimento de pesquisa na área.
Inicia pesquisa sobre o macaco uacari-branco na região do lago Mamirauá. As viagens
são realizadas no barco gaivota.
Descobre um novo macaco-de-cheiro: Saimiri vanzolinii.
1984
Solicita oficialmente à Secretaria do Meio Abiente (Sema) a criação da estação
Ecológica Mamirauá.
1985
Recebe novamente o Overseas Research Studentship Award das Universidades do
Reino Unido.
Eleito membro de Linnean Society, Londres.
1986
Conclui o doutorado em Sociologia dos Primatas.
É contratado como pesquisador (cientista sênior e pesquisador associado) do
Departamento de Zoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA).
1987
Leciona no 5º Curso de Especialização em Primatologia, pela Universidade de Brasília
e Sociedade Brasileira do Primatologia.
1988
Leciona as disciplinas "Tópicos Especiais em Primatologia" e "Biologia da
Conservação", no Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, no convênio
entre o Museu Goeldi e a UFPA.
Torna-se membro da diretoria do Grupo de Especialistas dos Primatas da União
Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).
1989
Inicia o curso de pós-doutorado na Universidade de Caribe.
Integra a Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN para a América Latina e
Caribe.
1990
É criada a Estação Ecológica Mamirauá por meio do decreto nº 12.836, de 9 de março
de 1990, do governo do Estado do Amazonas, localizada na confluência dos rios
Solimões e Japurá, e o Auati-Paranã, em área total de 1 milhão 124 mil hectares.
Ingressa na Wildlife Conservation Society (WCS) como pesquisador associado.
1991
É eleito membro associado da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Representa o Brasil no Man and Biosphere Program (MaB), da Unesco.
É titular da Diretoria de Ecossistemas (Dierc) do Ibama.
Preside a Comissão Internacional para Conservação da Arara Azul.
1992
Recebe Medalha de ouro concedida pelo Wold Wide Fund for Nature (WWF).
Assume a coordenação do Programa Brasileiro da WCS.
Torna-se titular da Cátedra Carter para Ecologia da Floresta Tropical, concedida pela
WCS.
É professor adjunto do New York Consortium for Evolutionary Primatology (NYCEP),
Columbia University, American Museum of Natural History, NY.
É fundada a Sociedade Civil Mamirauá.
É delegado oficial do Brasil na Rio 92.
1993
É eleito membro titular da ABC.
É reconhecida a Estação Ecológica Mamirauá pela Convenção Rasmar.
Integra o Conselho Técnico Científico do Inpa.
1995
Recebe a Medalha Augusto Rushi de Coservação, da Academia Brasileira de
Ciências.
Torna-se membro do Conselho Deliberativo do Funbio, no Rio de Janeiro.
1996
Recebe a Ordem Nacional do Mérito Científico do Brasil, na classe Grã-Cruz.
É promulgada, em 12 de julho, a lei de criação do modelo de Reserva de
Desenvolvimento Sustentável (RDS), modificando a unidade de conservação de
Mamirauá.
É lançado o Plano de Manejo para Mamirauá.
Representa o Brasil na Convenção de Rasmar das áreas úmidas de importância
mundial.
Representa o Brasil o Tratado de Cooperação Amazônica, Uso da vida silvestres
amazônica, em Paramaribo.
Coordena o projeto Corredores Ecológicos para o Banco Mundial/PPG-7, Ibama, no
programa Parques e reservas.
Torna-se membro conselheiro da Comissão de Ecologia e Limnologia do CNPq.
1997
Assume a vice-presidência da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN.
1998
É criada a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, vinculada a Mamirauá.
É membro do Comitê de Seleção da Medalha Augusto Ruschi da ABC.
1999
Cria um novo projeto de conservação na área do Pantanal do Mato-Grosso do Sul.
É criado o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).
2000
Concedido o Prêmio Von Martius para o Instituto Mamirauá, na categoria Nature,
concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.
É considerado pelo King Baudouin Foundation, da Bélgica, uma das personalidades
que dignificam a espécie humana.
2001
Sai para Mamirauá o prêmio da Unesco na categoria Ciência e Meio Ambiente.
É assinado o contrato de gestão do IDSM com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
2002
Realiza exposição de fotografias de Mamirauá e Amanã ao lado do artista norteamericano Dietrich lan Lafferty, em Nova Iorque.
Ganha o prêmio da Sociedade de Biologia da Conservação.
Recebe o Rolex Awards for Enterprise em Tóquio.
2003
Morre em 7 de março, no Hospital Monte Sinai, em Nova Iorque.
É enterrado em Belém no dia 13 de março.
É criado o Prêmio Jovens Naturalistas José Márcio Ayres, concedido pelo Museu
Paraense Emílio Goeldi e Conservation Internacional.
Recebe postumamente, em abril, o Prêmio Frederico de Menezes Veiga, da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Recebe, em maio, a medalha Gaspar Viana post mortem e diploma de honra e mérito
da Câmara Municipal de Belém.
Registra-se o reconhecimento do Corredor Central da Amazônia como Sítio do
Patrimônio Natural da Humanidade, concedido pala Unesco.
É homenageado no Prêmio Super Ecologia da revista Superinteressante.
2004
É inaugurada a nova sede do Instituto Mamirauá, em Tefé.
2005
Realiza-se a inauguração, no Mangal das Garças, em Belém, do borboletário Reserva
José Márcio Ayres.
2006
É inaugurado, na sede do Instituto Mamirauá, o prédio José Márcio Ayres.
Inaugura-se, o bairro do Tapanã, em Belém, a Escola Estadual da Ensino
Fundamental e Médio Professor José Márcio Ayres.
É realizada sessão especial em homenagem a José Márcio Ayres na Conferência
Internacional "Conservação e Desenvolvimento na Várzea: aprendendo com o
passado, construindo o futuro", em Manaus (AM).
2008
Inaugura-se o Memorial Márcio Ayres e o prédio de pesquisa da IDSM, na sede, em
Tefé.
É inaugurada a Escola de Educação Profissional José Márcio Ayres, vinculada ao
centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam).
É anunciada a descoberta de uacari-do-aracá, o Cacajao ayresii, pelo antropólogo
brasileiro Jean-Phillipe Boubli, em homenagem a Márcio Ayres.
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Memorial Márcio Ayres
Em 2008, foi inaugurado na sede do Instituto Mamirauá, em Tefé, o Memorial Márcio
Ayres, construído com recursos da família Ayres. O memorial mostra o histórico das
transformações alcançadas pelo biólogo que dedicou-se ao desenvolvimento
sustentável da Amazônia. O espaço reúne fotos, livros, equipamentos, entre outros.