Outono de 2008 - Sociedade Portuguesa de Estatística
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Outono de 2008 - Sociedade Portuguesa de Estatística
Boletim Publicação semestral Outono de 2008 Processos Estocásticos Séries temporais e decisão dinâmica Nazaré Mendes Lopes ....................................................................... 26 Processos estocásticos aplicados às finanças João Nicolau ...................................................................................... 35 Algumas noções de dependência positiva Paulo Eduardo Oliveira ..................................................................... 43 Processos estocásticos em dinâmica de estrutura de engenharia Paula Milheiro Oliveira .................................................................... 53 Equações diferenciais estocásticas e aplicações biológicas Carlos A. Braumann .......................................................................... 61 Editorial ............................................................... 1 Mensagem do Presidente ...................................... 2 Notícias ................................................................ 3 Episódios na História da Estatística ................... 11 SPE e a Comunidade ............................................ 13 Ciência Estatística • Artigos Científicos Publicados ................ 70 • Livros ...................................................... 70 • Teses de Doutoramento ............................ 71 • Prémios Estatístico Júnior 2008 ............... 72 Este Boletim tem o apoio da Informação Editorial Endereço: Sociedade Portuguesa de Estatística. Campo Grande. Bloco C6. Piso 4. 1749-016 Lisboa. Portugal. Telefone: +351.217500120 e-mail: [email protected] URL: http://www.spestatistica.pt ISSN: 1646-5903 Depósito Legal: 249102/06 Tiragem: 1000 exemplares Execução Gráfica e Impressão: Gráfica Sobreirense Editor: Fernando Rosado, [email protected] Novas Edições SPE Edições SPE ições SPE NovasNovas Edições SPE Título: Séries temporais. Modelações lineares e não lineares. 2ª edição, revista e aumentada. Autoras: Esmeralda Gonçalves e Nazaré Mendes Lopes Editora: Sociedade Portuguesa de Estatística 2008 Modelações lineares e não lineares. 2ª edição, revista e aumentada. ulo: SériesAno: temporais. otoras: lineares. 2ª edição, revista eeaumentada. ISBN: 978-972-8890-16-2 Esmeralda Gonçalves Nazaré Mendes Lopes Título: Séries temporais. Modelações lineares e não lineares. 2ª edição, revista aumentada. Séries e Temporais Lopes Páginas: xxiv+298 itora: Sociedade Portuguesa de Estatística Autoras: Esmeralda Gonçalves e Nazaré Mendes Lopes o: 2008 Custo 10 Euros Editora: Sociedade Portuguesa de Estatística BN: 978-972-8890-16-2 Ano: 2008 Os interessados podem adquirir esta nova edição no INE e brevemente em algumas livrarias. ginas: xxiv+298 ISBN: 978-972-8890-16-2 sto 10 Euros Páginas: xxiv+298 Custo 10 Euros Os interessados podem adquirir esta nova edição no INE e brevemente em algumas livrarias. Esmeralda Gonçalves Nazaré Mendes Lopes Modelações lineares e não lineares DA SPE Sobre aslivrarias. “Segundas Edições dos livros dos mini - cursos" ão no INE eNOTA brevemente em–algumas Os interessados podem adquirir esta nova edição no INE e brevemente em algumas livrarias. Os manuais que a Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE) tem vindo a editar anualmente para suporte do mini-curso que decorre no início de cada congresso Anual da SPE têm sido muito solicitados, quer por docentes dos ensinos universitário e TA DA SPEpolitécnico – Sobre aspara “Segundas Ediçõescomo dos livros mini - de cursos" serem usados textosdos de apoio várias unidades curriculares de estudos graduados e pós-graduados, mini - cursos" quer por investigadores teóricos e aplicados para apoio ao seu trabalho de investigação, quer ainda por estatísticos DA SPE – Sobre as Edições dosvindo livrosados mini - cursos" para suporte do mini-curso que manuais queNOTA a Sociedade Portuguesa de“Segundas Estatística (SPE) tem editar anualmente profissionais para utilização no exercício da sua actividade. Temos mesmo tido solicitações provenientes de outros países tem no vindo adeeditar anualmente para suporte do mini-curso que orre início delíngua cada congresso Anual da SPE têm sido muito solicitados, quer docentes dos e sobram dos portuguesa ou de colegas estrangeiros que entendem oporportuguês. Os ensinos poucos universitário exemplares que manuais quedocentes a Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE) tem vindo a editar graduados anualmentee para suporte do mini-curso que muito solicitados, quer por dos ensinos universitário e técnico paraOs serem usados como textos de apoio de várias unidades curriculares de estudos pós-graduados, Congressos rapidamente se têm esgotado, pelo que a Direcção da SPE sentiu a necessidade de proceder a segundas edições decorre noteóricos início deecada congresso Anual daaoSPE têm sido muito solicitados, quer porainda docentes ensinos universitário e s unidades curriculares estudos graduados e pós-graduados, por investigadores para seu trabalho de para investigação, quer pordedos estatísticos para melhordeservir a aplicados comunidade. Éapoio também a oportunidade os autores, escolhidos entre os mais reputados politécnico para serem usados como textos de apoio de várias unidades curriculares de estudos graduados e pós-graduados, oissionais seu trabalho de investigação, quer ainda por área, estatísticos para utilização no exercício sua actividade. Temos mesmo tido de outrosedição países especialistas nacionais da da respectiva poderem corrigir assolicitações inevitáveis provenientes gralhas da primeira e introduzirem quer por investigadores teóricos e aplicados para apoio ao seu trabalho de investigação, quer ainda por estatísticos Temos mesmo tidoou solicitações outros países justificadas. íngua portuguesa de colegas estrangeirosde que entendem o português.O Os poucos exemplares que sobram algumas melhorias e provenientes actualizações que considerem Instituto Nacional de Estatística (INE)dos é uma instituição profissionais paraesgotado, utilizaçãopelo no exercício da sua Temos mesmo tido solicitações provenientes de outros países ndem português. Os poucos que sobram dos gressoso rapidamente setemos têm a Direcção daactividade. SPEe que, sentiunos a necessidade detem proceder a segundas edições com a qual tidoexemplares intensa e que frutuosa colaboração últimos anos, impresso os manuais dos mini-cursos. O de língua portuguesa ou de colegas estrangeiros queosentendem o português. Os poucos exemplares que sobram dos o melhor da SPE servir sentiu a necessidade de proceder a segundas edições comunidade. É também a oportunidade para autores, escolhidos de entre os mais reputados INE aceitou ser nosso parceiro nesta iniciativa editorial, encarregando-se da impressão e distribuição destas segundas Congressos rapidamente se têm esgotado, pelo que a Direcção da SPE sentiu a necessidade de a segundas edições ade para os autores,da entre os reputados cialistas nacionais respectiva poderem as inevitáveis gralhas da primeira edição e proceder introduzirem edições, o escolhidos que nos dá de a área, garantia demais um corrigir fácil acesso por parte dos interessados. Estamos muito gratos ao INE por mais esta parae melhor servir a comunidade. Éintroduzirem também aOoportunidade para de os Estatística autores, escolhidos de instituição entre os mais reputados r as melhorias inevitáveis gralhas da primeira edição e mas actualizações que considerem justificadas. Instituto Nacional (INE) é uma valiosa colaboração. Note-se que se trata de manuais sobre temas especializados que dificilmente poderiam ser editados especialistas nacionais respectiva poderem corrigir as inevitáveis da primeira ediçãoO e introduzirem as. O Instituto Nacional de (INE) é umaeárea, instituição a qual temos intensa eEstatística frutuosada colaboração que, nos anos, tem impresso osgralhas manuais portido editoras comerciais (ou só poderiam sê-lo aúltimos um custo unitário elevado), uma vez dos que mini-cursos. o público a que se dirigem é algumas melhorias e actualizações que considerem justificadas. O Instituto Nacional de Estatística (INE) é uma instituição os últimos anos, temparceiro impresso os manuais mini-cursos. O autores, que aceitou serrelativamente nosso nesta iniciativa editorial, encarregando-se daprescindem impressão dos e distribuição destas segundas limitado. Graças àdos generosidade dos seus direitos de autor, ao formato de bolso comdá a qual temosde tido intensa e frutuosa colaboração e que, nos últimos anos, tem impresso os manuais dos mini-cursos. O ncarregando-se eum distribuição destas segundas ões, o que nos a impressão garantia fácil acesso por parte dos de interessados. muito mais esta (que,daalém de cómodo, permite menores custos produção) Estamos e ao facto de agratos SPE ao e oINE INEporapoiarem estas edições, é INE aceitou ser nosso parceiro nesta iniciativa editorial, encarregando-se da impressão e distribuição destas segundas doscolaboração. interessados. Estamos muito gratos aomanuais INE porsobre mais esta moderados. osa Note-se que se trata temas especializados dificilmente editados possível elas chegarem ao de leitor a preços muito Comque esta iniciativa, poderiam a SPE e ser o INE põem ao dispor da edições, o(ou quesónos dá a garantia umser fácil acesso parte dos interessados. Estamos gratos ao INE mais esta temas especializados dificilmente poderiam editados editoras comerciais poderiam adeum custo unitáriopor elevado), uma vez que público amuito queestatísticas se dirigem é porem comunidade académica e sê-lo da comunidade estatística e dos utilizadores de ometodologias textos língua valiosauma colaboração. Note-se que seautores, trata deque manuais sobre dos temas especializados que ao dificilmente poderiam ser editados unitário elevado), vez que o público a que se dirigem é ivamente limitado. Graças à generosidade dos prescindem seus direitos de autor, formato de bolso portuguesa de elevada qualidade científica e pedagógica cobrindo temas importantes e actuais das Probabilidades e da por dos editoras comerciais (oucustos sóaopoderiam sê-lo a eum unitário elevado), vez queestas o público a que é ue prescindem seus direitos de funcionar autor, formato de bolso , além de cómodo, permite menores de produção) ao custo factopara de ao SPE o INEuma apoiarem é seedirigem Estatística, que podem como manuais escolares ensinoe superior e como apoio àedições, investigação à prática relativamente limitado. Graças à generosidade dos autores, que prescindem dos seus direitos de autor, aoda formato de bolso ão) ao facto de a SPE e o INE apoiarem estas edições, é ívele elas chegarem ao leitor a preços muito moderados. Com esta iniciativa, a SPE e o INE põem ao dispor profissional. Esta é a primeira das segundas edições que nos propomos disponibilizar. Não houve para isso qualquer razão (que, aléme de menores custos de produção)metodologias e ao facto deestatísticas a SPE e o INE apoiarem estas edições, é s. Com esta iniciativa, SPE o permite INEde, põem dispor unidade académica daa cómodo, comunidade estatística dos utilizadores em língua especial, a não ser oe facto logo ao a eseguir àdadecisão dadeDirecção da SPE de lançar textos esta iniciativa, terem, por mera possível elas chegarem ao leitor a preços muito moderados. Com esta iniciativa, a SPE e o INE põem ao dispor da utilizadores de metodologias estatísticas textos em cobrindo língua uguesa de elevada qualidade científica e pedagógica temas importantes e actuais Probabilidades e da coincidência, as autoras solicitado autorização para lançarem uma segunda ediçãodas da obra (esgotada há já algum tempo), comunidade académica e da comunidade estatística e dos utilizadores de metodologias estatísticas textos em língua brindo que temas importantes e actuais das anos Probabilidades e da tística, podem como manuais escolares oeensino superior como apoio à investigação e à no prática que aliásfuncionar têm usado há vários nas suas para aulas daí colhido umae preciosa experiência muito útil trabalho de revisão. portuguesa de elevada qualidade científica e pedagógica cobrindo temas importantes e actuais das Probabilidades e da ara o ensino superior e como à investigação àedição prática issional. Esta é a primeira dasapoio segundas edições quee nos propomos disponibilizar. paraisso issolhes qualquer razão Prontamente aceitaram que essa segunda fosse também editada Não pela houve SPE. Por estamos gratos, bem como Estatística, que podem funcionar como manuais escolares para o ensino superior e como apoio à investigação e à prática propomos disponibilizar. Não houve para isso qualquer razão cial, a nãopela ser osuafacto de, logo seguir à decisão da servido Direcção SPE para de lançar esta iniciativa, mera decorrentes da paciência já aque, tendo esta obra de da cobaia esta iniciativa, houveterem, algunspor atrasos profissional. Esta éesta aautorização primeira dasterem, segundas edições que nos edição propomos disponibilizar. Não para isso qualquer razão Direcção as da SPE desolicitado lançar por mera cidência, autoras lançarem uma segunda daTrata-se, obra (esgotada há jáhouve algum tempo), necessidade de definir einiciativa, acordarpara questões organizativas e processuais. naturalmente, de uma importante obra que especial, a da nãoobra ser (esgotada o facto de, logo a seguir àuma decisão da Direcção da muito SPE de lançar esta iniciativa, terem, por mera maliás umatêm segunda edição há já algum tempo), usado há vários anos nas suas aulas e daí colhido preciosa experiência útil no trabalho de revisão. nos orgulhamos de editar e que esperamos possa ser muito útil ao leitor. coincidência, as autoras solicitado autorização para lançarem uma Por segunda edição da obra (esgotada há já algum tempo), do uma preciosa experiência muito útil no trabalho de revisão. ntamente aceitaram que essa segunda edição fosse também editada pela SPE. isso lhes estamos gratos, bem como que aliás têm usado há vários anos nasdesuas aulas e daíesta colhido uma preciosa experiência muito útil no trabalho de revisão. msua editada pela SPE. Portendo isso lhes estamos gratos, bem como paciência já que, esta obra servido cobaia para iniciativa, houve alguns atrasos decorrentes da O Presidente da SPE Prontamente aceitaram que essa segunda edição fosse também editada pela SPE. Por isso lhes estamos gratos, como aia para de estadefinir iniciativa, houve alguns organizativas atrasos decorrentes da essidade e acordar questões e processuais. Trata-se, naturalmente, de uma importante obraCarlos que A. bem Braumann pela sua paciência já que, tendo esta obra servido de cobaia para esta iniciativa, houve alguns atrasos decorrentes da cessuais. Trata-se, naturalmente, de uma importante orgulhamos de editar e que esperamos possa ser muitoobra útil que ao leitor. necessidade de definir e acordar questões organizativas e processuais. Trata-se, naturalmente, de uma importante obra que l ao leitor. nos orgulhamos de editar e que esperamos possa ser muito útil ao leitor. O Presidente da SPE O Presidente da SPE Carlos A. Braumann O Presidente da SPE Carlos A. Braumann Carlos A. Braumann 2ª edição Sociedade Portuguesa de Estatística Editorial … em crescimento sustentado… … em crescimento sustentado… Com o incentivo da comunidade, o Boletim SPE tem crescido… e esse avanço tem produzido, como Com o incentivo da comunidade, tem crescido… e esse produzido, como principal consequência, o aumentoodoBoletim númeroSPE de páginas – mais em uns eavanço menos tem em outros! principal consequência, aumentoum donovo número de páginas mais em e menos em outros! Este Boletim de Outonoofornece record para o –número deuns páginas. O anterior formato com Este Boletimprincipalmente de Outono fornece um novodo record o número páginas. aumentar O anterioroformato dobragem, a gramagem papelpara utilizado, nãodepermitia númerocom de dobragem, principalmente a gramagem do papel utilizado, não permitia aumentar o número de páginas. Foi aproveitada esta edição para criar um novo modelo com capa mais rija e diferente das páginas. Foi aproveitada esta edição para criar uma um novo modelo com capa maisnarijapágina e diferente das restantes páginas. Salientando a capa fez-se pequena alteração gráfica de rosto. restantes páginas. Salientando a capa fez-se uma pequena alteração gráfica na página de rosto. Esperamos que seja do agrado dos leitores. Esperamos que seja do aagrado Pouco a pouco, passo passodos comleitores. nova imagem - maior mas não “mais gordo”, com mais espaço, Poucomais a pouco, passo a passo com novaé imagem - maior masdas nãocontribuições “mais gordo”, mais espaço, com oportunidades de divulgação, mais fácil a gestão doscom especialistas dos com mais oportunidades mais diversos campos. de divulgação, é mais fácil a gestão das contribuições dos especialistas dos mais diversos campos. Sempre com o interesse primeiro de divulgação da Ciência Estatística! Sempre com o interesse primeiro de divulgação da Ciência Estatística! O modelo editorial, usado na fase mais recente do Boletim SPE, tem vivido com as seguintes secções, modelo editorial, do usado na fase mais recente SPE, tem vivido com as seguintes secções,e aOsaber: Mensagem Presidente, Notícias, SPEdoe Boletim a Comunidade, Tema Central, Ciência Estatística aum saber: Mensagem do Presidente, Notícias, SPE e a Comunidade, Tema Central, Ciência Estatística espaço do editor. Em cada edição de Primavera ou Outono - conforme os casos e a oportunidade eum espaço do editor. Em cadacom edição de Primavera Outono os casos e a oportunidade temos divulgado os Prémios, apoio, instituídosou pela SPE: o- conforme Prémio SPE e os Prémios Estatísticotemos divulgado apoio,cada instituídos SPE: o Prémio SPE e os Prémios Júnior. Além de os umPrémios, espaço com noticioso, ediçãopela junta contribuições relevantes - comEstatístico os textos Júnior. Além de um espaço noticioso, cada“mais edição junta contribuições relevantes -Pretende-se com os textos científicos do tema central e com os escritos ligeiros” de SPE e a Comunidade. que científicos temamais central e com os escritos especializados “mais ligeiros” de SPE ebaste, a Comunidade. Pretende-se que estes sejamdo da ampla divulgação, quanto mas muito abrangentes; estes sejam da mais ampla edivulgação, especialmente pelas aplicações os campos especializados diversificados dequanto outras baste, ciênciasmas commuito quem abrangentes; se partilha a especialmenteestatística. pelas aplicações e os campos diversificados de outras ciências com quem se partilha a investigação investigação estatística. O papel usado até à presente edição limitava o aumento do número de páginas devido à sua espessura usado atédificuldade à presente na edição limitavaTambém, o aumento do número de páginas à suano espessura eO apapel consequente dobragem. a capa e o miolo estavamdevido impressos mesmo etipo a consequente dificuldade na dobragem. Também, a capa e o miolo estavam impressos no mesmo de papel. A capa desta edição passa a ser mais grossa e assim, com facilidade, podemos aumentar de papel. A capa desta edição a ser mais grossa e assim, com facilidade, podemos aumentar otipo número de páginas sempre que apassa respectiva edição o exija. É o caso deste Boletim de Outono que onão número de páginas sempre que a respectiva edição o exija. É o caso deste Boletim de Outono que caberia nas possíveis cinquenta e seis páginas do anterior formato. não caberia nase possíveis seis páginas do Mantemos anterior formato. Aproveitámos mudámoscinquenta o aspectoegráfico da capa. o cabeçalho inalterado com o logótipo Aproveitámos e mudámos o aspecto da capa. Mantemos o cabeçalho inalterado com o logótipo oficial da Sociedade Portuguesa de gráfico Estatística. A restante informação de capa será apresentada por oficial daem Sociedade Portuguesa Estatística. de capa será apresentada por contraste caixas com fundo de de uma das cores A do restante logótipoinformação da SPE. contraste em caixas com fundo de uma das corescontribuições do logótipo da A solicitação dos leitores e autores de algumas temSPE. estimulado o crescimento sustentado solicitação dos leitores e autores de algumas contribuições tem estimulado crescimento sustentado aAque temos assistido. A partir da presente edição, esta publicação da SPE dáomais um pequeno passo a que temos assistido. A partir da presente edição, esta publicação da SPE dá mais um pequeno passo afirmando-se como Boletim! afirmando-se como Boletim! Porque, na alteração executada, apenas “transferimos” matéria prima do miolo para a capa, o Porque, na noalteração executada, apenas “transferimos” do miolo a capa, acréscimo orçamento da edição, correspondente ao matéria aumentoprima do número de para páginas não oé acréscimo no orçamento da edição, correspondente ao aumento do número de páginas não é significativo e o custo da expedição não é alterado pois o escalão da taxa de correios será o mesmo. significativo e o custo da expedição não é alterado pois o escalão da taxa de correios será o mesmo. A partir desta edição, com mais espaço, há maior incentivo à publicação… A partir partir desta desta edição, edição, com com mais há maior(ainda incentivo à publicação… A mais espaço, espaço, partilhe mais)!... A partir desta edição, com mais espaço, partilhe (ainda mais)!... Um crescimento natural com o apoio daqueles que desejam ver bem cumprida a missão da SPE. Um crescimento naturale, com o apoio que desejam de verpublicação bem cumprida a missão da SPE.a Alargamos horizontes também, comdaqueles maior possibilidade poderemos aumentar Alargamosdahorizontes e, também, comsustentado maior possibilidade de publicação temática edição. Este crescimento será, basicamente, usado poderemos pela secçãoaumentar SPE e a temática da edição. Este crescimento sustentado será, basicamente, usado pela secção SPE e a Comunidade. Comunidade. Uma palavra final de agradecimento à Direcção da SPE pelo incondicional apoio para esta nova Uma palavra de proposta. agradecimento à Direcção da SPE pelo incondicional apoio para esta nova caminhada quefinal lhe foi caminhada que lhe foi proposta. O Boletim Primavera de 2009 abordará o tema Investigação (em) Estatística. O Boletim Primavera de 2009 abordará o tema Investigação (em) Estatística. Caros Colegas: Caros Colegas: Caros Colegas: Caros Colegas: Realizou-se em Vila Real, de 1 a 4 de Outubro de 2008, o nosso XVI Congresso Anual. Voltámos Caros Colegas: Realizou-se Vila Real, a 4ano de de Outubro de que 2008, o nosso XVI Congresso Voltámos assim à data em habitual depoisde de11um 2007 em o nosso Congresso decorreuAnual. em Agosto para Realizou-se em Vila Real, de a 4 de Outubro de 2008, o nosso XVI Congresso Anual. Voltámos assim à data em habitual depois de1um ano de 2007 em que odo nosso Congresso decorreuAnual. em Agosto para Realizou-se Vila Real, de a 4 de Outubro de 2008, o nosso XVI Congresso Voltámos proporcionar uma melhor articulação com a 56ª Sessão International Statistical Institute, que se assim à data em habitual depois de1um ano de 2007 em que odo nosso Congresso decorreuAnual. em Agosto para Realizou-se Vila Real, de a 4 de Outubro de 2008, o nosso XVI Congresso Voltámos proporcionar uma melhor articulação com a 56ª Sessão International Statistical Institute, que se assim à data habitual depois de um ano de 2007 em que o nosso Congresso decorreu em Agosto para realizou em Lisboa imediatamente aano seguir. A56ª Comissão Organizadora doStatistical XVI Congresso, presidida proporcionar uma melhor articulação com a Sessão do International Institute, que se assim à data habitual depois de um de 2007 em que o nosso Congresso decorreu em Agosto para realizou emColega Lisboa imediatamente aestá seguir. A56ª Comissão Organizadora doStatistical XVI do Congresso, presidida proporcionar uma melhor articulação com a Sessão do International Institute, que se pela nossa Irene Oliveira, de parabéns pelo indiscutível sucesso Congresso e pelo realizou emColega Lisboa imediatamente aestá seguir. A56ª Comissão Organizadora doStatistical XVI do Congresso, presidida proporcionar uma melhor articulação com aparabéns Sessão do International Institute, que se pela nossa Irene Oliveira, de pelo indiscutível sucesso Congresso e pelo realizou em Lisboa imediatamente a seguir. A Comissão Organizadora do XVI Congresso, presidida excelente trabalho organizativo, como dede parabéns estão a Organizadora instituição anfitriã, a Universidade dee Tráspela nossa Colega Irene Oliveira, está parabéns pelo indiscutível sucesso do Congresso pelo realizou em Lisboa imediatamente a seguir. A Comissão do XVI Congresso, presidida excelente organizativo, como parabéns estão a instituição anfitriã, Universidade pela nossatrabalho Irene os Oliveira, estáde parabéns pelo indiscutível sucesso do Congresso e Tráspelo os-Montes eColega Alto Douro, membros dade Comissão Executiva e Científica, osaapresidentes dasde sessões excelente trabalho organizativo, como de parabéns estão a instituição anfitriã, Universidade de pela nossa Colega Irene Oliveira, está de parabéns pelo indiscutível sucesso do Congresso e Tráspelo os-Montes e Alto Douro, os membros da Comissão Executiva e Científica, os presidentes das sessões excelente trabalho organizativo, como de parabéns estão a instituição anfitriã, a Universidade de Trásde trabalho, os oradores convidados, os parabéns autores das comunicações (em número record) das e todos os os-Montes e Alto Douro, os membros da Comissão Executiva e Científica, os presidentes sessões excelente trabalho organizativo, como de estão a instituição anfitriã, a Universidade de Trásde trabalho,e Alto osTodos oradores convidados, os Comissão autores dasExecutiva comunicações (em número record) das eestatística todos os os-Montes Douro, os membros da e Científica, os presidentes sessões participantes. deram um contributo importante para a festa anual da comunidade de trabalho,e Alto osTodos oradores convidados, os Comissão autores dasExecutiva comunicações (em número record) das eestatística todos os os-Montes Douro, os membros da e Científica, os presidentes sessões participantes. deram um contributo importante para a festa anual da comunidade de trabalho, osTodos oradores convidados, os autores das comunicações (em número record) eestatística todos os nacional. participantes. deram um contributo importante para a festa anual da comunidade de trabalho, osTodos oradores convidados, os autores das comunicações (em número record) e todos os nacional. participantes. deram um contributo importante para a um festa anual da comunidade Durante o XVITodos Congresso, saíram as Actas do XV Congresso, registo bem revelador da estatística qualidade nacional. participantes. deram um contributo importante para a festa anual da comunidade Durante o XVI Congresso, saíram as portugueses Actas do XVemCongresso, um registo bem reveladorOrganizadora da estatística qualidade nacional. eDurante relevância do labor dos estatísticos 2007. Está de parabéns a Comissão o XVI Congresso, saíram as portugueses Actas do XVemCongresso, um registo bem reveladorOrganizadora da qualidade enacional. relevância do labor dos estatísticos 2007. Está de parabéns a Comissão Durante o XVI Congresso, saíram as portugueses Actas do XVem Congresso, registo bem revelador da qualidade Congresso, do ISCTE, presidida pela nossa Colega Manuela que concluiu assim edeste relevância do labor dos estatísticos 2007. Estáum deMagalhães parabéns a Hill, Comissão Organizadora Durante o XVI Congresso, saíram as Actas do XV Congresso, um registo bem revelador da qualidade deste Congresso, do ISCTE, presidida pela nossa Colega Manuela Magalhães Hill, que concluiu assim relevância do labor dos estatísticos portugueses em 2007. Está de parabéns a Comissão Organizadora aedeste missão que tão brilhantemente desempenhou. Congresso, do ISCTE, presidida pela nossa em Colega Manuela Magalhães Hill, que concluiu assim relevância do labor dos estatísticos portugueses 2007. Está de parabéns a Comissão Organizadora aedeste missão que tão brilhantemente desempenhou. Congresso, do ISCTE, presidida pela nossa Colega Manuela Magalhães Hill, investigador que concluiuque assim O Prémio SPE 2008 premiou mais uma vez um trabalho científico de um jovem se adeste missão que tão brilhantemente desempenhou. Congresso, do ISCTE, presidida pela nossa Colega Manuela Magalhães Hill, que concluiu assim O Prémio SPE 2008 premiou mais uma vez um trabalho científico de um jovem investigador que se aOmissão que tão brilhantemente desempenhou. destacou pela sua qualidade e que foi apresentado no XVI Congresso. Também no XVI Congresso Prémioque SPE 2008 premiouemais umaapresentado vez um trabalho científico de um jovem investigador que se aOmissão tão brilhantemente desempenhou. destacou pela sua qualidade que foi no XVI Congresso. Também no XVI Congresso Prémiode SPE 2008 premiouEstatístico umaapresentado vez uma trabalho científico deum um jovem investigador que se tivemos novo osqualidade Prémios Júnior, quenoseXVI candidataram número record trabalhos destacou pela sua emais que foi Congresso. Também no XVIde Congresso O Prémiode SPE 2008 premiouEstatístico mais umaapresentado vez uma trabalho científico deum um jovem investigador que se tivemos novo os Prémios Júnior, que se candidataram número record de trabalhos destacou pela sua qualidade e que foi no XVI Congresso. Também no XVI Congresso escolares dos ensinos básico e secundário, com a coordenação do Colega Russell Alpízar-Jara e da tivemos de novo os Prémios Estatístico Júnior, a que se candidataram um número record de trabalhos destacou pela suaosqualidade ee que foi apresentado noseXVI Congresso. Também no XVIdeCongresso escolares dos ensinos básico secundário, com a coordenação do Colega Russell Alpízar-Jara e da tivemos de novo Prémios Estatístico Júnior, a que candidataram um número record trabalhos Comissão Especializada de Educação eJúnior, o apoio dacoordenação Porto Editora. É uma forma de incentivarmos o escolares dos ensinos básico e secundário, com a do Colega Russell Alpízar-Jara e da tivemos de novo os Prémios Estatístico a que se candidataram um número record de trabalhos Comissão Especializada de Educação e o apoio dacoordenação Porto Editora. É uma forma deAlpízar-Jara incentivarmos oo escolares dos ensinos básico e secundário, com a do Colega Russell e da gosto pela Estatística na juventude portuguesa. Aos candidatos e aos júris de ambos os prémios, Comissão Especializada de Educação e o apoio dacoordenação Porto Editora. É uma forma deAlpízar-Jara incentivarmos escolares dos ensinos básico e secundário, com a do Colega Russell e da gosto pela Estatística na juventude portuguesa. Aos candidatos e aos júris de ambos os prémios, o Comissão Educação e o apoio Aos da Porto Editora. É uma de incentivarmos nosso agradecimento. gosto pela Especializada Estatística na de juventude portuguesa. candidatos e aos júrisforma de ambos os prémios, ooo Comissão Especializada de Educação e o apoio da Porto Editora. É uma forma de incentivarmos nosso agradecimento. gosto pela Estatística na juventude portuguesa. Aos candidatos e aos júris de ambos os prémios, o nosso agradecimento. gosto pela Estatística na juventude portuguesa. Aos candidatos e aos júris de ambos os prémios, o nosso agradecimento. E é altura de vos convidar para o XVII Congresso. A Faculdade de Ciências e Tecnologia da nosso agradecimento. E é altura deNova vos convidar o XVIIe Congresso. Faculdade de Ciências pelo e Tecnologia da Universidade de Lisboapara é a anfitriã a ComissãoA Organizadora é presidida Colega João E é altura de vos convidar para o XVII Congresso. A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa é Colega a anfitriã e Congresso. a Comissão Organizadora é presidida pelo Colega João E é altura de vos convidar para o XVII A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Tiago Mexia. Já estive com o Manuel Esquível, que coordena esta matéria na Comissão Universidade de Lisboa é Colega a anfitriã e Congresso. a Comissão é presidida pelo Colega João E é altura deNova vosestive convidar para o XVII AOrganizadora Faculdade de Ciências e Tecnologia da Tiago Mexia. Já com o Manuel Esquível, que coordena esta matéria na Comissão Universidade Nova de Lisboa é a anfitriã e a Comissão Organizadora é presidida pelo Colega João Organizadora, aJávisitar possíveis locais para a Comissão sua realização, faltando, porém, ainda acertar alguns Tiago Mexia. estive com o Colega Manuel Esquível, que coordena esta matéria na Comissão Universidade Nova de Lisboa é a anfitriã e a Organizadora é presidida pelo Colega João Organizadora, aJávisitar locais sua realização, ainda acertar alguns Tiago Mexia. estive possíveis com o Colega Manuel Esquível, que faltando, coordenaporém, esta matéria na Comissão pormenores importantes. Brevemente vospara dareiaa notícias do local escolhido. Organizadora, aJávisitar possíveis locais para sua realização, faltando, porém, ainda acertar alguns Tiago Mexia. estive com o Colega Manuel Esquível, que coordena esta matéria na Comissão pormenores importantes. Brevemente vos darei notícias do local escolhido. Organizadora, a visitar possíveis locais para a notícias sua realização, faltando, porém, ainda acertar alguns pormenores importantes. Brevemente vos darei do local escolhido. Organizadora, a visitar possíveis locais sua realização, faltando, porém, ainda acertar alguns pormenores importantes. Brevemente vospara dareiano notícias doum local escolhido. Em Agosto de 2008, realizou-se em Portugal, Porto, evento internacional muito importante, o pormenores importantes. Brevemente vos darei no notícias doum local escolhido. Em Agosto de 2008, realizou-se em Portugal, Porto, evento internacional muito importante, o COMPSTAT 2008. Mais uma prova do reconhecimento pela comunidade internacional do trabalho Em Agosto de 2008, realizou-se em Portugal, no Porto, um evento internacional muito importante, o COMPSTAT 2008. Mais uma prova do da reconhecimento pela comunidade internacional do trabalho Em Agosto de 2008, realizou-se em Portugal, no Porto, um evento internacional muito importante, o dos investigadores portugueses na área Estatística. A Comissão Organizadora foi presidida pela COMPSTAT 2008. Mais uma prova do da reconhecimento pela comunidade internacional do trabalho Em Agosto de 2008, realizou-se em Portugal, no Porto, um evento internacional muito importante, o dos investigadores portugueses na área Estatística. A Comissão Organizadora foi presidida pela COMPSTAT 2008. Mais euma prova do da reconhecimento pela comunidade internacional do trabalho Colega Maria Paula Brito o seu trabalho mereceu os maiores encómios dos participantes, como pude dos investigadores portugueses na área Estatística. A Comissão Organizadora foi presidida pela COMPSTAT 2008. Mais euma prova do da reconhecimento comunidade do trabalho Colega Maria Paulaportugueses Brito o seu trabalho mereceu os maiores dos internacional participantes, como pude dos investigadores na área Estatística. Adepela Comissão Organizadora foi deste presidida pela constatar pessoalmente. AeSPE, como não podia deixar ser,encómios foi um dos apoiantes relevante Colega Maria Paula Brito o seu trabalho mereceu os maiores encómios dos participantes, como pude dos investigadores portugueses na área da Estatística. A Comissão Organizadora foi presidida pela constatar pessoalmente. A SPE, como não podia deixar de ser, foi um dos apoiantes deste relevante Colega Maria Paula BritoAeSPE, o seucomo trabalho mereceu os maiores encómios dos apoiantes participantes, como pude evento. constatar pessoalmente. não podia deixar de ser, foi um dos deste relevante Colega Maria Paula BritoAeSPE, o seucomo trabalho os maiores dos apoiantes participantes, pude evento. constatar pessoalmente. nãomereceu podia deixar de ser,encómios foi um dos destecomo relevante evento. constatar pessoalmente. A SPE, como não podia deixar de ser, foi um dos apoiantes deste relevante evento. Tenho a enviar-vos notícias do que se vai passando, agora de uma forma mais organizada para evento.vindo Tenho vindo a enviar-vos notícias do que se vai passando, agoraodecaso, umaqueria forma salientar mais organizada para não bombardear os Colegas com sucessivos e-mails. Em todo que o nosso Tenho vindo a enviar-vos notícias do que se vai passando, agora de uma forma mais organizada para não bombardear osversão Colegas com sucessivos e-mails. Em todo ocooperação caso, queria salientar quePor o nosso Tenho vindo a enviar-vos notícias do que se vai passando, agora de uma forma mais organizada para “site” já tem uma inglesa, com o objectivo de facilitar a internacional. outro não bombardear osversão Colegas com sucessivos e-mails. Em todo ocooperação caso, queria salientar quePor o nosso Tenho vindo a enviar-vos notícias do que se vai passando, agora de uma forma mais organizada para “site” já tem uma inglesa, com o objectivo de facilitar a internacional. outro não bombardear osversão Colegas comSPE-CIM, sucessivos e-mails. Em todotinha ocooperação caso, queriainternacional. quePor o enosso lado, prosseguiram os Encontros cujo arranque vos anunciado osalientar ano passado, saiu, “site” já tem uma inglesa, com o objectivo de facilitar a outro não bombardear os Colegas com sucessivos e-mails. Em todo o caso, queria salientar que o nosso lado, prosseguiram os Encontros SPE-CIM, cujo arranque vos tinha anunciado o dos ano mini passado, saiu, “site” já tem uma inglesa, comdas o objectivo de facilitar a cooperação internacional. Poree outro numa parceria comversão o INE, a primeira segundas edições revistas dos manuais cursos que lado, prosseguiram os Encontros SPE-CIM, cujo arranque vos tinha anunciado o dos ano mini passado, saiu, “site” já tem uma versão inglesa, com o objectivo de facilitar a cooperação internacional. Por outro numa parceria com o INE, a primeira das segundas edições revistas dos manuais cursos que lado, prosseguiram os Encontros SPE-CIM, cujo arranque vos tinha anunciado o ano passado, e saiu, estavam esgotados, de que encontram notícia numa das páginas deste Boletim. numa parceria com de o INE, a primeira das segundas edições revistas dos manuaiso dos mini cursos que lado, prosseguiram os Encontros SPE-CIM, cujo arranque vos tinha anunciado ano passado, e saiu, estavam esgotados, que encontram notícia numa das páginas deste Boletim. numa parceria com de o INE, a primeira notícia das segundas edições revistas dos manuais dos mini cursos que estavam esgotados, que encontram numa das páginas deste Boletim. numa parceria com de o INE, a primeira notícia das segundas edições revistas dos manuais dos mini cursos que estavam esgotados, que encontram numa das páginas desteGeral, Boletim. Certamente sabem que os actuais membros da Mesa da Assembleia da Direcção e do Conselho estavam esgotados, de que encontram notíciadanuma das páginas desteGeral, Boletim. Certamente sabem que os actuais membros Mesa da Assembleia da Direcção e do Fiscal, se recandidataram para o triénio 2009-2011, tendo a votaçãoGeral, dos sócios decorrido noConselho dia 3 de Certamente sabem que os actuais membros da Mesa da Assembleia da Direcção e do Conselho Fiscal, se durante recandidataram para oem triénio 2009-2011, tendo apor votação dos sócios decorrido noos diasócios 3 de Certamente sabem que os actuais membros da Mesa da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Outubro, o Congresso Vila Real, e também correspondência. Quiseram Fiscal, se durante recandidataram para oem triénio 2009-2011, tendo apor votação dos sócios decorrido noos diasócios 3 de Certamente sabem que os actuais membros da Mesa da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Outubro, o Congresso Vila Real, e também correspondência. Quiseram Fiscal, se durante recandidataram paravotação oem triénio 2009-2011, tendo apor votação dos131 sócios decorrido noosFoi diasócios 3com de honrar-nos com a expressiva de 129 votos a favor num total de votos registados. Outubro, o Congresso Vila Real, e também correspondência. Quiseram Fiscal, se recandidataram para o triénio 2009-2011, tendo a votação dos sócios decorrido no dia 3 de honrar-nos com a expressiva votação de 129 votos a favor num total de 131 votos registados. Foi com Outubro, durante o Congresso em Vila Real, e vossa também por correspondência. Quiseram osFoisócios satisfação que constatámos continuar a merecer a confiança, o que nos dá redobrado ânimo para, honrar-nos com a expressiva votação de 129 votos a favor num total de 131 votos registados. com Outubro, durante o Congresso em Vila Real, também por correspondência. Quiseram osFoisócios satisfação que constatámos continuar ademerecer ae vossa confiança, o que nos votos dá redobrado ânimo para, honrar-nos com a expressiva votação 129 votos a favor total de 131 registados. com com a vossa indispensável colaboração, continuarmos a num trabalhar no próximo triénio, tendo como satisfação que constatámos continuar a merecer a vossa confiança, o que nos dá redobrado ânimo para, honrar-nos com a expressiva votação de 129 votos a favor num total de 131 votos registados. Foi com com a vossa indispensável colaboração, continuarmos a trabalhar no próximo triénio, tendo como satisfação que constatámos continuar a merecer a vossa confiança, o que nos dá redobrado ânimo para, principais objectivos consolidar as iniciativas em curso e lançar novas iniciativas que estão na forja em com a vossa indispensável colaboração, continuarmos a trabalhar no próximo triénio, tendo como satisfação que indispensável constatámos continuar a merecer vossa econfiança, o que nos dá redobrado ânimo para, principais objectivos consolidar as iniciativas ema curso lançar novas iniciativas que estãotendo na forja em com a vossa colaboração, continuarmos a trabalhar no próximo triénio, como prol da comunidade estatística. principais objectivos consolidar as iniciativas em curso e alançar novasno iniciativas que estãotendo na forja em com a vossa indispensável colaboração, continuarmos trabalhar próximo triénio, como prol da comunidade estatística. principais objectivosestatística. consolidar as iniciativas em curso e lançar novas iniciativas que estão na forja em prol da comunidade principais objectivosestatística. consolidar as iniciativas em curso e lançar novas iniciativas que estão na forja em prol da comunidade Saudações cordiais prol da comunidade Saudações cordiais estatística. Saudações cordiais Saudações cordiais Saudações cordiais Mensagem do Presidente 2 Boletim SPE Passeio Aleatório1 pelo dia-a-dia do XVI Congresso Anual da SPE Notícias Nas margens do Rio Corgo, um dos afluentes do Douro, a bonita cidade de Vila Real hospedou, este ano e pela primeira vez, um congresso que já conta com 16 anos de história. Esta cidade, capital de distrito • XVIhoje Congresso SPE pertencente à antiga província de Trás-os-Montes, uma das mais importantes províncias vinícolas do país, foi fundada em 1289 por D.Dinis que na época a apelidou de “Pobra” (povoação) de Vila Real de Panóias. Por aqui passaram nomes como Nicolau Nasoni, famoso arquitecto italiano, interveniente na edificação de um dos mais belos exemplos de arquitectura barroca em Portugal – a Casa de Mateus. O nosso ilustre romancista Camilo Castelo Branco viveu, de 1839 a 1841, na pequena aldeia de Vilarinho de Samardã uma freguesia deste concelho. Numa época em que tanto se fala de “Magalhães” não podia deixar de mencionar que, segundo a tradição, o navegador Fernão de Magalhães terá nascido na casa dos Pereiras, em Sabrosa, no último quartel do século XVI Para os menos apreciadores de história resta-me referir que o contemporâneo Miguel Torga, médico e escritor, nasceu neste distrito em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa e destacar, de entre as figuras mediáticas dos nossos dias, Simão Sabrosa, actualmente futebolista do Atlético de Madrid, que aqui nasceu e Pedro Passos Coelho, actualmente Presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, que aqui estudou no Liceu Nacional Camilo Castelo Branco. Com a colaboração do Departamento de Matemática da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Sociedade Portuguesa de Estatística organizou assim em Vila Real o seu congresso 1 anual queAleatório constitui um evento fundamental a nível nacional em Probabilidades e Estatística e suas Passeio aplicações. Um à Comissão Organizadora Local, constituída por Irene Oliveira, Elisete pelo dia-a-dia do bem XVI haja Congresso Anual da SPE Correia, Fátima Ferreira e Sandra Dias. Apresentados Vila um Realdos e osafluentes organizadores deste congresso, inicio odemeu passeio Nas margens adocidade Rio de Corgo, do Douro, a bonita cidade Vila Real por mais um congresso que,primeira por interesses pessoais e porque nãojáser fã decom álcool, de aleatório só teve o hospedou, este ano e pela vez, um congresso conta 16 anos de história. Esta título. hoje capital de distrito pertencente à antiga província de Trás-os-Montes, uma das mais cidade, importantes províncias vinícolas do país, foi fundada em 1289 por D.Dinis que na época a apelidou de Primeiro(povoação) dia: 1 de Outubro de 2008 “Pobra” de Vila Real de Panóias. Por aqui passaram nomes como Nicolau Nasoni, famoso Como vemitaliano, sendo hábito nestes congressos o primeiro foi belos reservado quasedeinteiramente miniarquitecto interveniente na edificação de um dosdiamais exemplos arquitecturaaobarroca curso cuja preparação e dinamização, este ano, esteve a cargo de Lucília Carvalho da Faculdade em Portugal – a Casa de Mateus. O nosso ilustre romancista Camilo Castelo Branco viveu, de 1839dea Ciências Universidade Lisboa. Este curso, deuma Análise de Dados teve como 1841, na da pequena aldeia dedeVilarinho de Samardã freguesia deste Espaciais, concelho. Numa épocaobjectivo em que descrever e modelar dados que resultam de observações de fenómenos dependentes da sua localização tanto se fala de “Magalhães” não podia deixar de mencionar que, segundo a tradição, o navegador no espaço, os dados espaciais. Foram conceitos básicos enoosúltimo modelos mais do simples mais Fernão de Magalhães terá nascido na introduzidos casa dos Pereiras, em Sabrosa, quartel séculoe XVI aplicados a estes dados, particular destaque foireferir dado que às múltiplas aplicações práticas. Esta grandee Para os menos apreciadores de história resta-me o contemporâneo Miguel Torga, médico aplicabilidade estatística espacial fazia prever elevado número participantes que assistiram escritor, nasceudaneste distrito em Sãojá Martinho de oAnta, concelho dede Sabrosa e destacar, de entre asa este curso. figuras mediáticas dos nossos dias, Simão Sabrosa, actualmente futebolista do Atlético de Madrid, que Terminado era Coelho, chegadaactualmente a hora da Sessão de Abertura do Congresso. Nasdepalavras do aqui nasceuoe mini-curso Pedro Passos Presidente da Assembleia Municipal Vila Real, Presidente da Câmara, do Reitor da Camilo Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro, da Coordenadora que aqui estudou no Liceu Nacional CastelodeBranco. do Departamento de Matemática, do Presidente SPE e da da Presidente da Comissão Organizadorae Com a colaboração do Departamento de da Matemática Universidade de Trás-os-Montes Local ouvimos boas vindas e os votos uma agradável e profícua comcongresso o orador Alto Douro, a as Sociedade Portuguesa dede Estatística organizou assimestadia. em VilaSeguiu-se, Real o seu convidado Daniel Gianola (Universidade de Winconsin-Madison, USA), a primeira das cinco anual que constitui um evento fundamental a nível nacional em Probabilidades e Estatísticasessões e suas plenárias que aqui assistir. Organizadora Em bom inglês e sobconstituída o olhar atento de Ivette Gomes que aplicações.a Um bem pudemos haja à Comissão Local, por Irene Oliveira, Elisete presidiu à sessão ouvimos falar de “Nonparametric and machine learning procedures for genomeCorreia, Fátima Ferreira e Sandra Dias. enabledApresentados prediction of agenetic for Real quantitative traits”. cidadevalue de Vila e os organizadores deste congresso, inicio o meu passeio A dia que jáque, se avistava longo fomos recebidos nosser Paços Concelho para o tradicional porterminar mais umumcongresso por interesses pessoais e por não fã dedoálcool, de aleatório só teve o “Porto título. de Honra”, gentilmente oferecido pela Câmara Municipal de Vila Real. Segundo Primeiro dia: dia: 21 de de Outubro Outubro de de 2008 2008 O convite, desde já agradeço, para presidir logo pela à sessãoquase Extremos I direccionou de Como vem que sendo hábito nestes congressos o primeiro diamanhã foi reservado inteiramente ao miniimediato o meu “passeio” neste dia que acordou solarengo. Em paralelo decorriam as restantes quatro curso cuja preparação e dinamização, este ano, esteve a cargo de Lucília Carvalho da Faculdade de sessões orais desteEste diacurso, – Séries Temporais I, Ensino da Estatística, Ciênciasde da comunicações Universidade de Lisboa. de Análise de Dados Espaciais, teve comoProcessos objectivo Estocásticos e Estatística Aplicada à Saúde e Epidemiologia. descrever e modelar dados que resultam de observações de fenómenos dependentes da sua localização no espaço, os dados espaciais. Foram introduzidos conceitos básicos e os modelos mais simples e mais 1 aplicados estes dados, particular destaque foi sai dado às taberna múltiplas aplicações práticas. Esta grandea “Imagine-sea um fulano, já muito tocado pelo álcool, que de uma e procura o caminho para casa. Ao chegar cada esquina, o sujeito está tão toldado que a sua escolha de direcção é perfeitamente aleatória. Virará para a direita aplicabilidade da estatística espacial já fazia prever o elevado número de participantes que assistiramoua para esquerda, seguirá em frente ou voltará para trás por motivos que ninguém entende, muito menos ele próprio. A sua este acurso. escolha é perfeitamente aleatória, como se fosse atirando moedas ao ar para decidir o caminho.” Em, Nuno Crato. (2007). Terminado o mini-curso era chegada a hora da Sessão de Abertura do Congresso. Nas palavras do Passeio Aleatório pela Ciência do dia-a-dia. Editora Gradiva. Presidente da Câmara, do Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Coordenadora do Departamento de Matemática, do Presidente da SPE e da Presidente da Comissão Organizadora Local ouvimos O u t oasn boas o d vindas e 2 0e0os8 votos de uma agradável e profícua estadia. Seguiu-se, com o orador3 curso cuja preparação e dinamização, este ano, esteve a cargo de Lucília Carvalho da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Este curso, de Análise de Dados Espaciais, teve como objectivo descrever e modelar dados que resultam de observações de fenómenos dependentes da sua localização no espaço, os dados espaciais. Foram introduzidos conceitos básicos e os modelos mais simples e mais aplicados a estes dados, particular destaque foi dado às múltiplas aplicações práticas. Esta grande aplicabilidade da estatística espacial já fazia prever o elevado número de participantes que assistiram a este curso. Terminado o mini-curso era chegada a hora da Sessão de Abertura do Congresso. Nas palavras do Presidente da Câmara, do Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, da Coordenadora do Departamento de Matemática, do Presidente da SPE e da Presidente da Comissão Organizadora Local ouvimos as boas vindas e os votos de uma agradável e profícua estadia. Seguiu-se, com o orador convidado Daniel Gianola (Universidade de Winconsin-Madison, USA), a primeira das cinco sessões plenárias a que aqui pudemos assistir. Em bom inglês e sob o olhar atento de Ivette Gomes que presidiu à sessão ouvimos falar de “Nonparametric and machine learning procedures for genomeenabled prediction of genetic value for quantitative traits”. A terminar um dia que já se avistava longo fomos recebidos nos Paços do Concelho para o tradicional “Porto de Honra”, gentilmente oferecido pela Câmara Municipal de Vila Real. Segundo dia: 2 de Outubro de 2008 O convite, que desde já agradeço, para presidir logo pela manhã à sessão Extremos I direccionou de imediato o meu “passeio” neste dia que acordou solarengo. Em paralelo decorriam as restantes quatro sessões de comunicações orais deste dia – Séries Temporais I, Ensino da Estatística, Processos Estocásticos e Estatística Aplicada à Saúde e Epidemiologia. Terminadas as sessões de comunicações orais seguiu-se uma sessão de posters e posteriormente a 1 sessão plenária sobre jáDados categorizados quadro produto de multinomiais: umaa “Imagine-se um fulano, muito tocado pelo álcool,com que omissão sai de umanum taberna e procura o caminho para casa. Ao chegar cada esquina, o sujeito está tão toldado que a sua escolha de direcção é perfeitamente aleatória. Virará para a direita ou panorâmica de métodos de análise. Esta sessão plenária foi proferida por Carlos Daniel Paulino (IST, para a esquerda, seguirá em frente ou voltará para trás por motivos que ninguém entende, muito menos ele próprio. A sua Universidade Técnica de Lisboa) e presidida por João Tiago Mexia. escolha é perfeitamente aleatória, como se fosse atirando moedas ao ar para decidir o caminho.” Em, Nuno Crato. (2007). Para aqueles que ainda não se cansaram de me ouvir falar de passeios chegou a hora de vos falar do Passeio Aleatório pela Ciência do dia-a-dia. Editora Gradiva. verdadeiro passeio, o Passeio do Congresso. Com uma temperatura que mais fazia lembrar um dia de Verão partimos rumo à Régua para um magnífico cruzeiro pelo Douro abordo do Pirata Azul. Rodeados de uma paisagem de vinhedos em socalcos de rara beleza, navegámos da Régua ao Pinhão onde a eclusa da Barragem de Bagaúste se destacou como o “momento alto” do percurso. Terminámos o passeio na Quinta do Seixo, com cerca de 100 hectares, onde, no meio de muito mistério e sensualidade, aprendemos um pouco mais sobre a conhecida marca de vinhos Sandeman. A prova de vinhos do Porto desta marca quase tornou o passeio aleatório, contudo a descida íngreme e sinuosa que nos esperava obrigou-nos a manter todos os sentidos bem despertos. Terceiro dia: 3 de Outubro de 2008 Não podia passar por este terceiro dia de congresso sem falar na comunicação Modelos geradores de memória longa no controlo motor, proferida por Ana Diniz, que abriu a sessão Séries Temporais II. Trata-se de um trabalho conjunto com João Barreiros e Nuno Crato, inspirador do título deste texto e que me ensinou, entre outras coisas, que não preciso de me preocupar com o facto de nos congressos da SPE ser sempre oferecido a todos os oradores monóxido di-hidrogénico. Em jeito de agradecimento pela inspiração aqui lhe presto a minha singela homenagem. Após as quatro sessões paralelas que integraram, no total, dezanove comunicações orais em quatro grande áreas – Séries Temporais, Estatística Multivariada, Regressão Logística e Aplicações à Genética – ainda houve tempo para mais uma sessão de posters antes da primeira sessão plenária do dia. Esta sessão plenária, presidida por Russel Alpizar-Jara, esteve a cargo de Geert Molenbergs (Universidade de Hasselt, Bélgica) e teve por título “Every missing not at random model for incomplete data – has got a missing at random counterpart with equal fit”. O início da tarde ficou marcado pela segunda sessão plenária do dia, que teve como oradora convidada a Manuela Neves (ISA, Universidade Técnica de Lisboa) que nos falou de Métodos semi-paramétricos e não paramétricos em modelação e estimação. A presidir esteve João Branco. Seguiram-se mais duas sessões de comunicações orais e uma sessão de posters. A primeira destas sessões de comunicações orais, com as sessões paralelas Aplicações Sócio-económicas, Amostragem, Estatística Espacial e Inferência Estatística I, teve um total de quinze apresentações. A segunda contemplou apenas dez comunicações orais nas áreas de Estatística e Aplicações, Estudo de Populações Animais, Inferência Estatística e Regressão e Aplicações. A tarde terminou com a fotografia do congresso tirada este ano em dois locais distintos, primeiro em frente ao hotel onde se realizou o congresso (Hotel Miracorgo) e depois no terraço com vista sobre o 4 Boletim SPE Rio Corgo. A noite prolongou-se com o sempre desejado jantar do congresso que decorreu na Quinta Inferência Estatística I, teve um total de quinze apresentações. A segunda contemplou apenas dez comunicações orais nas áreas de Estatística e Aplicações, Estudo de Populações Animais, Inferência Estatística e Regressão e Aplicações. A tarde terminou com a fotografia do congresso tirada este ano em dois locais distintos, primeiro em frente ao hotel onde se realizou o congresso (Hotel Miracorgo) e depois no terraço com vista sobre o Rio Corgo. A noite prolongou-se com o sempre desejado jantar do congresso que decorreu na Quinta de Santo António e onde as cerca de 170 pessoas que estiveram presentes puderam desfrutar da boa comida transmontana e ainda dar um pézinho de dança ao som de cantigas tradicionais portuguesas. Quarto e último dia: 4 de Outubro de 2008 O último dia de congresso iniciou-se com vinte e três comunicações orais divididas por cinco sessões – Aplicações Financeiras, Controlo de Qualidade, Estatística e Aplicações II, Extremos II e Estatística Bayesiana. Com dezoito dos setenta e cinco posters apresentados neste congresso terminaram as sessões de posters com que fomos presenteados ao longo de três dias. Tendo já ganho o Prémio SPE aguardo sempre com grande entusiasmo a revelação de cada novo vencedor. Este ano o prémio foi atribuído a Nuno Sepúlveda (Instituto Gulbenkian da Ciência) pelo seu trabalho Abordagem por penetrâncias alélicas: uma nova modelação em Genética. Aqui ficam os meus sinceros parabéns. Na última sessão plenária deste congresso, presidida por Carlos Braumann, Ian Maclean (Business Statistics Users Group, Reino Unido) falou-nos da importância da Estatística na sociedade com a sua comunicação intitulada “Statistics in the Service of Society”. O congresso terminou com a Sessão de Encerramento onde Carlos Braumann entregou o Prémio Estatístico Júnior 2008 e agradeceu a presença de todos bem como o empenho e excelente trabalho da Comissão Organizadora Local. Para o ano o Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa convida-nos, a mais um passeio, nos dias 30 de Setembro a 3 de Outubro de 2009 em Sesimbra (quase certamente), pela estatística que por cá se faz. Apareçam e até lá muitos e bons passeios (mais ou menos aleatórios consoante os gostos)! Ana Paula André Martins (Departamento de Matemática, UBI) Outono de 2008 5 Para o triénio 2009-2011 Para oCandidatura triénio 2009-2011 Candidatura Mesa da Assembleia Geral Candidatura Mesa da Assembleia Geral Candidatura Mesa da SPE Assembleia Geral • Eleições na o (UTL triénio 2009-11 Presidente: Joãopara Branco - Instituto Superior Técnico) Mesa da Assembleia Geral Presidente: João Maria BrancoCarmo (UTL Miranda - InstitutoGuedes Superior Primeiro Vogal: (U.Técnico) Porto - Faculdade Ciências) Mesa da Assembleia Geral Presidente: João Branco (UTL Instituto Superior Técnico) Primeiro Vogal: Maria Carmo Miranda Guedes (U. Porto - Faculdade Ciências) Segundo Vogal: Paulo Infante (U. Évora) Mesa da Assembleia Geral Presidente: João Paulo Branco (UTL (U. - Instituto Superior Primeiro Vogal: Maria Carmo Miranda (U.Técnico) Porto - Faculdade Ciências) Segundo Vogal: Infante Évora)Guedes Presidente: João Paulo BrancoInfante (UTL (U. - Instituto Superior Primeiro Vogal: Maria Carmo Miranda Guedes (U.Técnico) Porto - Faculdade Ciências) Segundo Vogal: Évora) Presidente: João Branco (UTL Instituto Superior Técnico) Primeiro Vogal: Paulo MariaInfante Carmo (U. Miranda Segundo Vogal: Évora)Guedes (U. Porto - Faculdade Ciências) Direcção Vogal: Primeiro Vogal: Paulo MariaInfante Carmo (U. Miranda Guedes (U. Porto - Faculdade Ciências) Segundo Direcção Vogal: Paulo Infante (U. Évora) Segundo Évora) Direcção Presidente: Carlos Braumann (U. Évora) Direcção Presidente: CarlosPaula Braumann (U. Évora) Vice-Presidente: Brito (U.Porto – Faculdade de Economia) Direcção Presidente: Carlos Braumann (U. Évora) Vice-Presidente: Paula Brito (U.Porto –(U.Lisboa Faculdade–de Economia) Secretário: Luísa Canto e Castro Faculdade de Ciências) Direcção Presidente: CarlosPaula Braumann (U.Loura Évora) Vice-Presidente: Brito (U.Porto – Faculdade de Economia) Secretário: Luísa Canto e Castro Loura (U.Lisboa – Faculdade de Ciências) Secretário-Adjunto: Russell Alpizar-Jara (U. Évora) Presidente: Carlos Braumann (U. Évora) Vice-Presidente: Paula Brito (U.Porto – Faculdade de Economia) Secretário: Luísa Canto e Castro Loura (U.Lisboa – Faculdade de Ciências) Secretário-Adjunto: RussellSouto Alpizar-Jara (U. Évora) Tesoureiro:Luísa MariaPaula Manuela Miranda ( U. Aveiro) Presidente: Carlos Braumann (U.Loura Évora) Vice-Presidente: Brito (U.Porto – Faculdade de Economia) Secretário: Canto e Castro (U.Lisboa – Faculdade de Ciências) Secretário-Adjunto: Russell Alpizar-Jara (U. Évora) Tesoureiro: MariaPaula Manuela Souto Miranda ( U. Aveiro) Vice-Presidente: Brito (U.Porto –(U.Lisboa Faculdade de Economia) Secretário: Luísa Canto e Castro Loura – Faculdade de Ciências) Secretário-Adjunto: Russell Alpizar-Jara (U. Évora) Tesoureiro:Luísa MariaCanto Manuela SoutoLoura Miranda ( U. Aveiro) Secretário: e Castro (U.Lisboa – Faculdade de Ciências) Secretário-Adjunto: RussellSouto Alpizar-Jara Évora) Tesoureiro: Maria Manuela Miranda(U. ( U. Aveiro) Conselho Fiscal Secretário-Adjunto: Russell Alpizar-Jara (U. Évora) Tesoureiro: Maria Manuela Souto Miranda ( U. Aveiro) Conselho Fiscal Tesoureiro: Maria Manuela Souto Miranda ( U. Aveiro) Conselho Fiscal Presidente: Maria Manuela Neves Figueiredo (UTL – Instituto Superior Agronomia) Conselho Fiscal Presidente: Maria Rodrigues Manuela Neves Figueiredo (UTL – de Instituto Superior Agronomia) Secretário: Paulo (U. Algarve – Faculdade Economia) Conselho Fiscal Presidente: Maria Manuela Neves Figueiredo (UTL – Instituto Superior Agronomia) Secretário: Paulo Rodrigues (U. Algarve – Faculdade de Economia) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de(UTL Estatística) Conselho Fiscal Presidente: Maria Manuela Neves Figueiredo – Instituto Superior Agronomia) Secretário: Paulo Rodrigues (U. Algarve – Faculdade de Economia) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de Estatística) Presidente: Maria Manuela Neves Figueiredo (UTL – Instituto Superior Agronomia) Secretário: Paulo Rodrigues (U. Algarve – Faculdade de Economia) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de(UTL Estatística) Presidente: Maria Manuela Neves Figueiredo – Instituto Superior Agronomia) Secretário: Paulo Rodrigues (U. Algarve – Faculdade de Economia) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de Estatística) Secretário: Paulo Rodrigues (U. Algarve – Faculdade de Economia) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de Estatística) Relator: Carlos Marcelo (Instituto Nacional de Estatística) 6 Boletim SPE • Um marco, 25 anos! Um marco, há 25há anos! O acontecimento em notícia foi ponto de partida em muitos projectos científicos e é, sem dúvida, uma referência na história da consolidação da Estatística em Portugal. A reunião científica que se enaltece congregou em Portugal todos os “extremófilos” mundiais e abriu muitos e novos horizontes. Com o propósito de obter uma perspectiva completa sobre o campo de investigação “Estatística de Extremos e Aplicações” decorreu, de 31 de Agosto a 14 de Setembro de 1983, no Hotel Golf - Mar do Vimeiro um Curso Avançado no âmbito do NATO Advanced Study Institute. Com Direcção de J. Tiago de Oliveira e sendo co-directores M. Ivette Gomes e Feridun Turkman, aquele foi um acontecimento científico do maior relevo para a história da Estatística e dos Estatísticos portugueses. “Atrevo-me hoje a dizer que a organização deste encontro de duas semanas, com os dois fins de semana incluídos e repletos de programa social, embora me tivesse traumatizado de tal modo que só a partir de 1999 me atrevi a organizar outras conferências, constitui o marco de lançamento daquilo que penso poder considerar-se a “Escola de Extremos” em Portugal.” (Ivette Gomes in Boletim SPE. Primavera de 2007, p. 37) Como memorial, foi editado por J. Tiago de Oliveira o livro de Actas - Statistical Extremes and Applications - NATO Advanced Science Institute, Series C, pela editora D. Reidel, em 1984. “The purpose of the NATO – ASI “Statistical Extremes and Applications” was to obtain a complete perspective of the field, also with a series of promising directions of research and some recent results” escreveu Tiago de Oliveira no prefácio das referidas actas (disponíveis em bibliotecas universitárias). Fernando Rosado • Professora Fátima: Notícia Professora Fátima: A Sócia nº 1A Sócia n.º 1 A nossa sócia nº 1, Professora Maria de Fátima Fontes de Sousa, festejou no passado mês de Julho, o seu 80º aniversário. Durante o jantar comemorativo, organizado por iniciativa do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, a Sociedade Portuguesa de Estatística prestoulhe uma pequena homenagem e salientou o seu importante contributo para o desenvolvimento da Estatística em Portugal. Maria de Fátima Fontes de Sousa licenciouse em Matemática, fez toda a sua carreira universitária na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e foi Professora Catedrática do Departamento de Estatística e Investigação Operacional até 1998. Embora jubilada, manteve a sua permanência no Centro de Estatística e Aplicações como directora da linha de investigação em “Análise e Planeamento de Experiências” Luísa Loura Outono de 2008 7 • Prémios “Estatístico Prémios “Estatístico JúniorJúnior 2008” 2008” A atribuição de prémios “Estatístico Júnior 2008” é promovida pela Sociedade Portuguesa de Estatística, com o apoio da Porto Editora, e tem como objectivo estimular e desenvolver o interesse dos alunos do ensino básico e secundário pelas áreas da probabilidade e estatística. Ao apelo para submissão de trabalhos correspondeu uma adesão bastante elevada, tendo sido recebidos 21 trabalhos na categoria Ensino Básico, envolvendo um total de 57 alunos, e 15 na categoria Ensino Secundário, envolvendo um total de 39 alunos. A cerimónia de entrega dos Prémios Estatístico Júnior 2008, conforme estipulado no Regulamento, decorreu na Sessão de Encerramento do XVI Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estatística, no dia 4 de Outubro de 2008, às 13horas, no Auditório Miguel Torga nas instalações do Hotel Miracorgo em Vila Real. Informa-se ainda que neste ano houve um trabalho do Ensino Básico, com nível compatível à atribuição de um 1º lugar, mas este foi desqualificado porque a equipa foi composta por mais de 3 alunos, violando assim o ponto número 3 do Regulamento. O Júri foi constituído pelos professores: Doutora Maria Eugénia Graça Martins (Presidente) e Doutora Luísa Canto e Castro de Loura do Departamento de Estatística e Investigação Operacional da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Doutor Russell Alpizar-Jara do Departamento de Matemática da Universidade de Évora. No final deste Boletim são apresentados os premiados. A Direcção • Criação ou não da Região Ibérica da Sociedade Int. de Biometria Criação ou não da Região Ibérica da Sociedade Internacional de Biometria No Boletim de Outono de 2007 publicou-se um texto sobre a questão Sim ou não à criação da Região Ibérica da Sociedade Internacional de Biometria, que foi igualmente distribuído por correio electrónico aos sócios da SPE. Nele se apelava para a participação do maior número possível de utilizadores de Estatística, sobretudo no campo da Biometria, numa sondagem electrónica visando indagar a extensão do interesse na criação de tal Região Ibérica e na associação através dela à International Biometric Society. Estamos agora em condições de informar que esta iniciativa não conseguiu mobilizar a comunidade a que era dirigida já que o número de respostas recebidas foi claramente inexpressivo relativamente ao dos investigadores que se sabe trabalharem frequentemente na metodologia estatística aplicada à Biometria, ainda que tivessem correspondido esmagadoramente a posições inequivocamente afirmativas. Não havendo uma alteração substancial desta situação de apatia e aparente desinteresse, não creio pessoalmente que se justifique avançar para uma superior forma de organização dos biostatísticos ibéricos que envolva num plano de representatividade mais equilibrado a comunidade portuguesa. E é pena que se perca esta oportunidade de contribuir decisivamente para impulsionar e conferir uma maior visibilidade à Biostatística que se faz em Portugal. Carlos Daniel Paulino Novo glossário inglês-português de termos estatísticos 8 Boletim SPE Novo glossário inglês-português de termos estatísticos • Novo glossário inglês - português de termos estatísticos O glossário estatístico inglês-português da autoria de comissões criadas no seio da SPE e ABE, e que foi enviado em Julho de 2007 para o ISI, encontra-se disponível no sítio deste no endereço http://isi.cbs.nl/glossary/index.htm. Os vocábulos de uso exclusivo no Brasil estão aí assinalados com a indicação (bra). Em consonância com o que se refere no texto sobre esta matéria publicado no Boletim de Outono de 2007, deu-se início à etapa de elaboração de um glossário estatístico mais abrangente. A parte portuguesa da equipa de trabalho (CENE) passou a ser constituída por Carlos Daniel Paulino, João Branco, Dinis Pestana e Alfredo Reis. Nunca é demais realçar a crucial importância de que se reveste este trabalho para o mundo lusófono e para a promoção internacional da língua portuguesa no que diz respeito a esse domínio do conhecimento. Nesse sentido, desafiamos uma vez mais todos os colegas a contribuírem com as suas sugestões, mormente associadas com o vocabulário estatístico da respectiva área de trabalho, para este utilíssimo instrumento de consulta e de harmonização da comunicação estatística em português. Carlos Daniel Paulino • WEAA2008 - Workshop em Estimação de Abundância Animal WEAA2008 - Workshop em Estimação da Abundância Animal Realizou-se na Universidade de Évora, de 7 a 9 de Julho de 2008, o Workshop em Estimação da Abundância Animal. Este evento, de carácter interdisciplinar, foi patrocinado pelo Centro Internacional de Matemática (CIM) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Contou também com o apoio em espécie e subsídios de outras entidades do sector público e privado. O workshop contou com a presença de ilustres instrutores convidados, cientistas de reconhecido prestigio internacional nesta área de investigação: os professores Kenneth H. Pollock e Theodore R. Simons, da North Carolina State University, Raleigh, North Carolina, E. U. A., e o professor JeanDominique Lebreton, do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), CEFE, França. Teve como principal objectivo estreitar a lacuna existente entre a teoria da estimação estatística de populações animais e as suas aplicações, tendo por isso como publico alvo investigadores e estudantes interessados na estimação de parâmetros demográficos de populações naturais e/ou humanas evasivas. Originalmente destinado a uma lotação limitada de 30 inscrições, o workshop foi alargado a um total de 40 participantes dado o interesse manifestado. Contou com participantes provenientes do sector académico, governamental e de consultores no sector privado. A maior parte dos participantes eram de Portugal mas também houve participantes provenientes do Brasil, Espanha, Itália e do Reino Unido. Para mais informações: http://www.eventos.uevora.pt/~weaa A Comissão Organizadora Russell Alpizar-Jara, Anabela Afonso e João Filipe Monteiro. Centro de Investigação em Matemática e Aplicações (CIMA) e Departamento de Matemática da Universidade de Évora Outono de 2008 9 • COMPSTAT’ 2008 A conferência COMPSTAT’2008, International Conference on Computational Statistics, teve este ano lugar no Porto de 24 a 29 de Agosto, tendo sido organizada localmente pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. COMPSTAT é uma iniciativa da European Regional Section of the International Association for Statistical Computing (IASC), uma secção do International Statistical Institute (ISI), COMPSTAT’2008 foi a sua 18ª edição. Trata-se de uma das mais importantes conferências a nível mundial na área de Estatística Computacional, certamente a mais importante a nível europeu, reunindo algumas centenas de participantes quer do mundo académico quer de diferentes actividades onde a Estatística Computacional tem aplicação, permitindo a divulgação de trabalhos nas vertentes teórica e aplicada, incentivando a interdisciplinaridade, as trocas de experiências e a cooperação futura. COMPSTAT’2008 foi a sua primeira edição em Portugal, tendo contado com cerca de 360 participantes, oriundos de 34 países dos 5 continentes. Foram Keynote Speakers, honrando a conferência com a sua participação, os Prof. Peter Hall (Dep. of Mathematics and Statistics, The University of Melbourne, Austrália), Prof. Heikki Mannila (Dep. of Computer Science, Faculty of Science, University of Helsinki, Finlândia) e Prof. Timo Teräsvirta (School of Economics and Management, University of Aarhus, Dinamarca). Tiveram lugar dois tutoriais, a saber: “Computational Methods in Finance” por James Gentle (Dep. of Computational and Data Sciences, George Mason University, EUA), e “Creating R Packages” por Friedrich Leisch (Institut für Statistik, LudwigMaximilians-Universität, München, Alemanha), que despertaram muito interesse e contaram com uma assinalável audiência. A conferência teve ainda Sessões Convidadas em variadíssimas áreas, assim como Contributed Sessions, sob a forma oral e de poster. O livro de Proceedings, publicado pela Physica-Verlag Springer reúne os artigos dos Keynote Speakers e dos oradores nas Sessões Convidadas, incluindo um CDRom com os artigos submetidos livremente que foram aceites após revisão. De realçar ainda a homenagem ao Prof. Norbert Victor (Presidente do IASC no período 1991-1993) cuja acção foi fundamental para a criação e desenvolvimento da secção europeia (ERS) do IASC e para a adopção de COMPSTAT como sua conferência oficial. Norbert Victor seria o primeiro Chairman da ERS, aquando da sua criação pelo Conselho do IASC em 1978. O Programa Social foi concebido para dar a conhecer aos participantes um pouco mais da cidade do Porto e da sua cultura, permitindo encontros informais … e a necessária descontracção após as sessões de trabalho. Assim, no domingo, dia 24, os participantes foram convidados para um Ice Breaker nas belíssimas instalações da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, onde puderam apreciar um copo de Vinho Verde com uma bela vista sobre o rio Douro. Na Segunda-feira, dia 25, teve lugar o Cocktail do Congresso, na Praia da Luz, ao pôr do Sol… que cremos ficará na memória de todos… e que terminou com dança ao som de músicas dos 60’s e 70’s. O Instituto dos Vinhos do Porto e Douro ofereceu uma prova de Vinhos do Porto na 3ª feira, que contou com a presença de cerca de 80 participantes, que assim tiveram oportunidade de aprender alguns segredos sobre o precioso néctar. Terça-feira foi ainda o dia em que os participantes visitaram a Casa da Música para um concerto pelo agrupamento Camerata Senza Misura, que tocou obras de Rossini, Carlos Azevedo e Beethoven. Quarta-feira já pedia um pouco de descanso… e da parte da tarde subimos o Rio Douro de barco, passando a barragem de Crestuma-Lever. A metereologia não nos deixou ficar mal… e foi um momento de agradável descontracção e abundante reportagem fotográfica. Finalmente, no dia 28 reunimo-nos para jantar no restaurante das Caves Taylor’s, tendo havido ainda a oportunidade de uma visita às caves para os interessados. A noite terminou com música e dança para os mais activos, tendo os restantes desfrutado da vista nocturna sobre a cidade do Porto a partir do terraço… a noite estava belíssima. Na sessão de encerramento do Congresso foram atribuídos três prémios a trabalhos apresentados por jovens investigadores; os laureados foram: Michiel Debruyne - "The Stahel-Donoho Outlyingness in a Reproducing Kernel Hilbert Space"; Paulo Canas Rodrigues e Miguel de Carvalho - "Monitoring Calibration of the Singular Spectrum Analysis Method" e Morgan Seston - "A Simple Algorithm to Recognize Robinsonian Dissimilarities". E sexta-feira foi o dia das despedidas… até Paris em Agosto de 2010. E sexta-feira foi o dia das despedidas… até Paris em Agosto de 2010. A Comissão Organizadora Local agradece a todos os que de alguma forma contribuíram para a A Comissão Organizadora Local agradece a todos os que de alguma forma realização de COMPSTAT’2008, enviando daqui um abraço a todos os connosco participaram na realização de COMPSTAT’2008, enviando daqui um abraço a todos os conno Conferência. Para mais informações, fotografias, etc., não deixe de visitar o website da Conferência, Conferência. Para mais informações, fotografias, etc., não deixe de visitar o web www.fep.up.pt/compstat08/. www.fep.up.pt/compstat08/. Paula Brito Paula Brito 10 Boletim SPE Episódios na História da Estatística • Rodolpho Guimarães (1904) RODOLPHO GUIMARÃES (1904) Rodolfo Ferreira Dias Guimarães (1866–1918), professor da Escola do Exército de Lisboa (actual Academia Militar), célebre pela sua investigação em História da Matemática, nomeadamente pela edição de um catálogo das obras de Matemática publicadas por autores portugueses durante o século XIX e pela divulgação da obra de Pedro Nunes (1502–1578), publica em 1904 um riquíssimo opúsculo intitulado Noções sobre Cálculo das Probabilidades, Theoria dos Erros e Méthodo dos Mínimos Quadrados, que contém os principais resultados, existentes na época, nesta área. Este tratado corresponde ao volume 223 da colecção Bibliotheca do Povo e das Escolas, uma colecção assinalável, destinada quer ao mercado português quer ao brasileiro, em cuja capa se declara: “Cada volume abrange 64 paginas, de composição cheia, edição estereotypada, — e fórma um tratado elementar completo n’algum ramo de sciencias, artes ou industrias, um florilegio litterario, ou um aggregado de conhecimentos uteis e indispensaveis, expostos por fórma succinta e concisa, mas clara, despretenciosa, popular, ao alcance de todas as intelligencias”. Correspondendo a tal apresentação, esta extensa colecção de livros de pequeno formato (11cm×17cm) abordava os mais diversos assuntos, tais como a Matemática (nas suas distintas áreas, como por exemplo, em 1910, Geometria e trigonometria espherica, do autor agora em referência), a Física, a Química, a História, a Geografia, a Filosofia, a Religião, a Meteorologia, a Gramática, a Arte, a Anatomia, a Culinária, o Cultivo, a Ginástica, até a Hygiene da Habitação. Na obra acima referida, Rodolfo Guimarães, após uma breve resenha histórica do Cálculo das Probabilidades, aponta a definição clássica de probabilidade, baseada na equipossibilidade, através da qual deduz as principais propriedades da Probabilidade, tais como os Teoremas da Probabilidade Composta, da Probabilidade Total, de Bayes, entre outros. Define a esperança matemática em jogos de azar, com a qual analisa o paradoxo de S. Petersburgo, e apresenta a esperança moral de Nicolau Bernoulli. Demonstra o Teorema de Jacob Bernoulli (Lei [Fraca] dos Grandes Números) e o Teorema Limite Central (de Moivre–Laplace), ambos restritos a provas de Bernoulli com igual probabilidade, referindo a generalização de Poisson para provas com probabilidades de sucesso distintas, publicada em 1837. Não examina, no entanto, os casos gerais, obtidos pela escola russa de probabilidade, tanto as generalizações da Lei dos Grandes Números de Chebycheff, de 1867, e de Markoff, de 1900, que não se restringem a provas de Bernoulli mas impõem condições aos momentos da distribuição, como ainda o Teorema Limite Central de âmbito geral demonstrado por Lyapounov em 1901, resultados que, aliás, estão ausentes nas publicações ocidentais até à obra de Castelnuovo, que só aparece em 1919. O autor dedica uma boa parte desta obra à Teoria dos Erros, expondo as hipóteses subjacentes aos erros para que sejam caracterizados pela Lei de Gauss e verificando experimentalmente este resultado na medição de ângulos. O estudo termina com a exposição do Método dos Mínimos Quadrados. Ao lermos este volume inserido nesta colecção popular, ao alcance de todas as intelligencias, concluímos que, certamente, os intelectos da época seriam deveras brilhantes. Rui Santos Escola Superior de Tecnologia e Gestão − Instituto Politécnico de Leiria Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa Outono de 2008 11 • José de Sousa Pinto (1913) JOSÉ DE SOUSA PINTO (1913) José Freire de Sousa Pinto (1855–1911), professor da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, debate a utilização do Cálculo das Probabilidade na modelação dos fenómenos casuais, numa construção póstuma e inacabada, mas deveras rica, publicada nos Annaes Scientificos da Academia Polytecnica do Porto em 1913 (disponível no Fundo Antigo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto — http://www.fc.up.pt/fa). Nesta obra, intitulada Noções de Cálculo das Probabilidades para o Estabelecimento das Bases da Estatística, o autor começa por expor o processo de construção do conhecimento em qualquer ciência, concluindo que o avanço do conhecimento advém da combinação entre a observação do fenómeno e o raciocínio teórico. Deste modo, qualquer teoria decorre da observação dum fenómeno, sendo essa teoria inicialmente uma aproximação. Depois é observado uma vez mais o fenómeno. Esta nova observação servirá para testar a primeira teoria formada, que é confirmada ou aperfeiçoada com o novo conhecimento proveniente da nova observação, ou mesmo alterada, caso a teoria inicial venha a ser considerada errónea. É nesta cadeia sucessiva de duplo esforço, observação e raciocínio, que o conhecimento científico avança no sentido do esclarecimento completo do fenómeno, onde a teoria formalizada acontecerá de certeza sempre que o fenómeno ocorra. José de Sousa Pinto considera que existem, contudo, alguns fenómenos que não podem ser totalmente teorizados, isto é, que não podem “passar à categoria de certeza”, pois correspondem a fenómenos casuais. O autor destaca então dois tipos de probabilidades: as “probabilidades aleatórias”, quando a equipossibilidade é evidente e, por este motivo, pode ser utilizada a definição clássica de probabilidade de Laplace, as quais, “apesar do superior desenvolvimento da sua analyse, representam um meio restricto, artificial e como quasi separado do campo scientifico”, sendo a sua utilidade restrita quase unicamente aos jogos de azar; as “probabilidades dos fenómenos”, onde é através da realização repetida do fenómeno, supondo invariabilidade deste, que o valor das probabilidades associadas são determinadas, pois, se um fenómeno tiver, por exemplo, dois resultados possíveis, A e B, a sua repetição continuada deverá mostrar a sua relação teleológica, como se ao acontecimento A estivessem associados α resultados favoráveis e ao acontecimento B estivessem β e, à medida que vamos observando o fenómeno, o rácio entre o número de vezes que ocorre A e o número de vezes que ocorre B tenderá a manifestar a relação α/β — Lei Teleológica de Wronski ou Lei Empírica do Acaso. Desta forma, José de Sousa Pinto considera claramente que as Leis de Bernoulli são o instrumento certo para determinar as probabilidades quando não é aplicável a definição clássica de probabilidade e, por conseguinte, a elas, bem como às “mathematicas philosophicas de WRONSKI”, se deve a importância da Estatística como a ciência que determina as probabilidades associadas aos fenómenos casuais, tornando, desta forma, “as Probabilidades num fecundo recurso scientífico”. Será justo salientar, por conseguinte, a riqueza da construção filosófica para a determinação das probabilidades e sua fundamentação com recurso à inversa das Leis de Bernoulli efectuada por José de Sousa Pinto em 1913, numa das poucas obras Portuguesas dedicadas ao Cálculo das Probabilidades e à Estatística na época. Rui Santos Escola Superior de Tecnologia e Gestão − Instituto Politécnico de Leiria Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa 12 Boletim SPE SPE e a Comunidade Para uma melhor compreensão da Gestão como Ciência PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA GESTÃO COMO CIÊNCIA António Teixeira ([email protected]), Álvaro Rosa ([email protected]) e Nelson António ([email protected]) IBS (ISCTE Business School), UNIDE 1. Introdução Um dos aspectos que os investigadores e práticos da gestão se confrontam é a necessidade de integrar num todo coerente as contribuições provenientes de diversas disciplinas científicas com grau de exactidão diferente, onde se incluem tanto componentes duras como moles. Quer na vertente prática quer na teórica da gestão, análises abrangentes devem estar associadas a uma capacidade integradora das diversas disciplinas sem contudo perder de vista as suas características diferentes. Claro que a gestão é um corpo multifacetado que não se limita à fronteira da ciência. No entanto, este artigo debruçar-se-á apenas sobre a componente científica da gestão, abordando como exemplo a forma de conciliar a estatística com as ciências comportamentais. Como Deming (1986) refere, as observações empíricas devem ser sempre analisadas à luz de uma teoria. Esta integração multidisciplinar também não deve decorrer à revelia de uma matriz teórica que neste caso se deve referir ao critério de cientificidade. Neste artigo, tendo em contas as limitações de espaço, abordamos um leque nuclear de concepções de demarcação do campo da ciência, de forma a clarificar as bases de um modelo integrador para a gestão (para mais detalhes ver Teixeira et al., 2007). 2. Critérios de demarcação Com o advento do Iluminismo, o pensamento científico assumiu uma posição predominante, tendo-se assistido no século XIX a uma etapa marcante na crença nas possibilidades da ciência. Alguns pensadores consideram exagerada esta atitude. Fiolhais et al. (2008) afirmam a este respeito que “O cientismo manifesta-se na ideia de que ou temos provas científicas, ou nada podemos ter que seja racional. … Mas esta não é uma posição razoável. Provar cientificamente algo, ou logicamente, ou matematicamente, é apenas uma das maneiras que temos de argumentar a favor de ideias ou decisões ou compromissos”, considerando que racionalidade é mais vasta. Diga-se aliás que o próprio termo é por vezes empregue com sentido pejorativo (Bauer, 1992), considerando inclusivamente Jarroson (1992) que o mesmo se encontrava nos antípodas do espírito científico. Esta tendência levou a que se procurasse a definição de critérios de demarcação entre a ciência e a não ciência, para distinguir o conhecimento científico do metafísico, de forma a erradicar este último do edifício científico em construção. Vejamos quais foram as etapas relevantes para o âmbito da nossa análise da evolução destes critérios de demarcação. 2.1 – O verificacionismo Embora a teoria do conhecimento e a filosofia das ciências venham de períodos anteriores, a primeira situação relevante para a nossa análise diz respeito ao positivismo lógico representado pelo Círculo de Viena, tendo alguns dos seus membros apresentado o Modelo Hipotético-Dedutivo. Esta corrente utilizou a abordagem cartesiana e evoluiu para o empirismo lógico unificador da ciência e pretendendo protegê-la da metafísica. Estas perspectivas assumem uma abordagem acumulacionista do desenvolvimento das ciências, na qual cada geração de cientistas, recebe a visão anterior e trabalha a partir dela para alargar as fronteiras da ciência, dentro do mesmo quadro geral de princípios metodológicos. O critério de demarcação presente no positivismo lógico centra-se na significação das proposições, considerando com sentido, as que podem ser verificadas recorrendo à análise lógica regressiva, até aos enunciados de base, remetendo para a categoria das sem sentido, as que têm carácter metafísico, 13 O uportanto, t o n o dpassíveis e 2 0 0 8de verificação. Assim, para o positivismo lógico, o critério de não sendo na qual cada geração de cientistas, recebe a visão anterior e trabalha a partir dela para alargar as fronteiras da ciência, dentro do mesmo quadro geral de princípios metodológicos. O critério de demarcação presente no positivismo lógico centra-se na significação das proposições, considerando com sentido, as que podem ser verificadas recorrendo à análise lógica regressiva, até aos enunciados de base, remetendo para a categoria das sem sentido, as que têm carácter metafísico, não sendo portanto, passíveis de verificação. Assim, para o positivismo lógico, o critério de demarcação entre o científico e o metafísico, é o verificacionismo. 1 2.2 – O falsificacionismo Popper (1934) seguiu um caminho diferente, adoptando como critério de demarcação a falsificabilidade. Ao contrário dos positivistas, Popper não estava interessado na exclusão das propostas tradicionais da filosofia do campo do que faz sentido. Ele estava apenas interessado em excluí-las do âmbito da área científica. A teoria de Popper constituiu um passo que veio revolucionar a visão do processo científico. Enquanto que anteriormente o processo era tido como acumulacionista e sem descontinuidades, com os horizontes da ciência sendo sucessivamente alargados a partir das contribuições anteriores (the received view). Popper introduziu uma perspectiva revolucionária em que cada novo passo passa pela rejeição do que anteriormente era aceite, ao mesmo tempo que a nova teoria explica igualmente, embora por outra forma ou por um caso particular, os factos explicados pela teoria que se abandona. Popper considera que todas as teorias são contextuais e só devem ser adoptadas enquanto a sua falsidade não estiver provada, utilizando o termo corroboração como sinónimo de insucesso numa tentativa de falsificação, o que não significa aceitação. Assim, uma determinada teoria não tem necessariamente que reflectir uma verdade científica absoluta, mas apenas uma forma de lidar com a realidade, partindo da sua observação e encontrando explicações dentro das limitações do desenvolvimento científico e tecnológico existente no contexto em que a teoria é elaborada, sendo no fundo um raciocínio de gestão da ignorância. Uma teoria ou afirmação só será científica se a sua falsificabilidade for possível a partir dos resultados de observações empíricas embora, nalguns casos, devido a limitações de vária ordem, nomeadamente de cariz tecnológico, essa falsificação possa ser apenas possível teoricamente, pelo menos a curto prazo. Embora Popper não se refira a Sir Ronald Fisher (1890-1962), Jerzy Neyman (1894-1981) e E.S. Pearson (1895-1980) na sua obra, estes desenvolveram na altura a teoria da inferência estatística (Blankenship e Petersen, 1999) que reflecte de uma forma perfeita o espírito do falsificacionismo: “Fisher tinha lançado as fundações de uma teoria geral para tirar conclusões dos dados estatísticos. Neyman e Pearson reformularam parte da teoria numa forma que era mais fácil de compreender, porque seguia regras matemáticas simples”. Na boa tradição popperiana, a proposição sujeita a teste é assumida, o que não é o mesmo que aceite como verdadeira, a menos que se encontre evidência estatística que aponte para a sua falsidade. A hipótese nula, representando a proposição assumida antes do teste, nunca é validada pelo teste e geralmente é formulada como o contrário do que se quer provar. Desta forma dá-se o benefício da dúvida ao status quo. Ou é rejeitada ou continua a ser utilizada, mas como uma verdade transitória e contextual de carácter probabilístico que se mantém apenas enquanto não se obtêm indícios apontando para a sua falsidade (Ackerman, 1976): “Muitos estatísticos falam livremente sobre aceitar e rejeitar hipóteses com base em regras metodológicas (incluindo a dimensão de diversos parâmetros); Popper só pode falar em rejeição de hipóteses na inferência estatística”. Assim, a teoria de Popper não contempla a existência de verdades absolutas, sendo estas tidas por transitórias e probabilísticas e vistas como uma correspondência com factos, num caminho que, de falsificação em falsificação, se percorre um processo iterativo de aproximação a uma verdade inatingível, no que Miller (1994) chama de conjecturas e refutações, vendo a diferença entre o verificacionismo e o falsificacionismo como algo de semelhante a dois regimes diferentes de admissão de estudantes para o acesso ao ensino universitário. No primeiro caso há um exame de admissão para entrar na universidade que certifica que o estudante tem as características exigidas (verificacionismo), no segundo, todos os estudantes são admitidos e vão sendo expulsos do sistema à medida que se prove não serem capazes (falsificacionismo) Relativamente ao paralelismo entre a obra de Popper e o que viria mais tarde a ser conhecido por inferência estatística, Blaug (1992) refere: “A filosofia da ciência de Popper teria sido muito melhor compreendida, e estaria hoje muito menos rodeada pelas más interpretações que ainda abundam na literatura derivada, se ele tivesse logo feito expressa referência à teoria da inferência estatística de Neyman – Pearson … Aí está o sentido principal da teoria de Neyman – Pearson e, quando posta desta maneira, torna-se imediatamente óbvio que o princípio da falsificabilidade requer normas 14 Boletim SPE 2 compreendida, e estaria hoje muito menos rodeada pelas más interpretações que ainda abundam na literatura derivada, se ele tivesse logo feito expressa referência à teoria da inferência estatística de Neyman – Pearson … Aí estáoperacionalidade. o sentido principalA da teoria da de Neyman – Pearson e, de quando posta– metodológicas que lhe dêem omissão exploração da teoria Neyman desta maneira, torna-se imediatamente óbvio que o princípio da falsificabilidade requer normas Pearson, e particularmente sua aparente relutância em a da mencionar, devem então ser registadas– metodológicas que lhe dêema operacionalidade. A omissão exploração da teoria de Neyman metodológicas que lhe dêem operacionalidade. A omissão da exploração da teoria de Neyman como um daqueles mistérios ainsolúveis da história das ideias”. Pearson, e particularmente sua aparente relutância em a mencionar, devem então ser registadas– Pearson, e particularmente a sua aparente relutância em a mencionar, devem então ser registadas como um daqueles mistérios insolúveis da história das ideias”. como umabordagem daqueles mistérios insolúveis da história das ideias”. 2.3 – A paradigmática 2 O de paradigma, tal como foi definido por Thomas Khun (1962) constitui um instrumento 2.3conceito – A abordagem paradigmática 2.3 – A abordagem paradigmática privilegiado apoiar otalrelacionamento procurado. ComKhun este (1962) conceito, Khun um produziu uma O conceito depara paradigma, como foi definido por Thomas constitui instrumento O conceito de paradigma, como definido Thomas Khun constitui instrumento perspectiva convencional sobre a foi natureza dapor ciência, ligando-a à actividade científica. Esta privilegiado para apoiar otal relacionamento procurado. Com este (1962) conceito, Khun um produziu uma privilegiado para apoiar o relacionamento procurado. Com este conceito, Khun produziu uma perspectiva considera o paradigma sendo da um ciência, conjunto ligando-a de ideias convencionalmente aceite pelos convencional sobre acomo natureza à actividade científica. Esta perspectiva convencional sobre acomo natureza da ligando-a à actividade científica. Esta que exercemconsidera a sua actividade na resolução de problemas concretos, puzzles na sua terminologia. perspectiva o paradigma sendo um ciência, conjunto de ideias convencionalmente aceite pelos perspectiva considera o paradigma como sendo um conjunto de ideias convencionalmente aceite pelos Desta forma, aa sua adopção de uma teórica não decorre do resultado de uma discussão que exercem actividade na determinada resolução dematriz problemas concretos, puzzles na sua terminologia. que exercem a sua actividade na resolução de problemas concretos, puzzles na sua terminologia. dos méritos de de várias de forma masresultado sim da sua aceitação para Desta forma,relativos a adopção umaalternativas determinadamedidos matriz teórica nãoabstracta, decorre do de uma discussão Desta forma, a adopção de uma determinada matriz teórica não decorre do resultado de uma discussão servir de base à actividade conduzida nos períodos de aplicação do que Khun chama de ciência dos méritos relativos de várias alternativas medidos de forma abstracta, mas sim da sua aceitação para dos méritos relativos de várias alternativas forma abstracta, sim da chama sua aceitação parae normal, seja, quais não são questionados osdeprincípios de base convencionalmente servir deoubase à nos actividade conduzida nosmedidos períodos de aplicação do mas que Khun deaceites ciência servir de base à actividade conduzida nos períodos de aplicação do que Khun chama de ciência utilizadosouà seja, margem de quaisquer referentes a méritos avaliados de formae normal, nos quais não são considerações questionados os princípios de base relativos convencionalmente aceites normal, ou seja, nos quais não são questionados os princípios de base convencionalmente aceites abstracta contextual. utilizadose ànão margem de quaisquer considerações referentes a méritos relativos avaliados de formae utilizados à margem de quaisqueré considerações referentes méritos relativos avaliados forma Esta característica convencional largamente aceite, o quea não exclui a existência de de posições abstracta e não contextual. abstracta e não contextual. dissidentes, mais frequentes e naturais nos meiosaceite, ligadosoàsque ciências duras. No entanto, pode afirmarEsta característica convencional é largamente não exclui a existência de posições Esta convencional é largamente aceite, oàsque não exclui a existência de posições se quecaracterística emerge dafrequentes literatura um largo apoio às teses de Kuhn. Há mesmo de pode outras ordens dissidentes, mais e naturais nos meios ligados ciências duras.seguidores No entanto, afirmardissidentes, mais frequentes e naturais nos meios ligados às ciências duras. No entanto, pode afirmarde ideias, nomeadamente de Popper, em última análise, ter se que emerge da literaturado umfalsificacionismo largo apoio às teses de Kuhn.que Há consideram, mesmo seguidores de outras ordens se emerge da literatura umfalsificacionismo largo apoio às teses de Kuhn. Há consideram, mesmo de(Fuller, outras ordens vencido o lado errado, quando se encara como critério de vitória o grau seguidores de aceitação 2003). de que ideias, nomeadamente do de Popper, que em última análise, ter de ideias, nomeadamente do falsificacionismo de Popper, que consideram, em última análise, ter Assim, adoptando uma perspectiva pragmática que, como veremos, é um dos principais pontos de vencido o lado errado, quando se encara como critério de vitória o grau de aceitação (Fuller, 2003). vencido o lado errado, quando se encara como critério de vitória o grau de aceitação (Fuller, 2003). partida a formação das ideias que presidemque, à gestão qualidade, iremos o paradigma Assim, para adoptando uma perspectiva pragmática comodaveremos, é um dos adoptar principais pontos de Assim, adoptando uma perspectiva pragmática que, como veremos, é um dos principais pontos de como instrumento de análise da evolução do corpo científico no âmbito da gestão das organizações. partida para a formação das ideias que presidem à gestão da qualidade, iremos adoptar o paradigma partida para a formação das ideias que presidem àcientífico gestão da adoptar o paradigma Vejamos portanto como se pode reflectir abordagem paradigmática da evolução da ciência da como instrumento de análise da evolução doesta corpo noqualidade, âmbito dairemos gestão das organizações. como instrumento de análise da evolução do corpo científico no âmbito da gestão das organizações. gestão ao aspecto concreto em análise, começando por identificar quais os paradigmas da gestão Vejamos portanto como se pode reflectir esta abordagem paradigmática da evolução da ciência da Vejamos portanto como se pode reflectir esta abordagem paradigmática da evolução da ciência da surgidos sua fase científica. A Figura 1 ilustra por esta identificar evolução, quais sendo os de paradigmas referir que da a mesma gestão aonaaspecto concreto em análise, começando gestão gestão ao aspecto concreto em análise, começando por identificar quais os paradigmas da gestão contempla as fases marcantes, independentemente datas em que de ocorreram. Os efeitos da surgidos naapenas sua fase científica. A Figura 1 ilustra esta das evolução, sendo referir que a mesma surgidos na sua fase científica. A Figura 1 ilustra esta evolução, sendo de referir que a mesma . evolução encontram-se na Figura das 2 que mostra perspectivas contemplaparadigmática apenas as fases marcantes, ilustrados independentemente datas em as quediferentes ocorreram. Os efeitosdos da contempla apenas fases marcantes, independentemente datas em as que ocorreram. Os efeitosdos da seguidores do novoasparadigmas e dos que se mantêm dentrodas fronteiras do anterior. perspectivas evolução paradigmática encontram-se ilustrados na Figura 2das que mostra diferentes evolução paradigmática encontram-se ilustrados na Figura 2 que mostra as diferentes perspectivas dos seguidores do novo paradigmas e dos que se mantêm dentro das fronteiras do anterior. seguidores do novo paradigmas e dos que se mantêm dentro das fronteiras do anterior. Figura 1 – Os paradigmas da gestão Figura 1 – Os paradigmas da gestão Figura 1 – Os paradigmas da gestão Figura 2 – Desenvolvimento dos paradigmas Figura 2 – Desenvolvimento dos paradigmas Figura 2 – Desenvolvimento dos paradigmas 3 3 3 O u t oAs n ocinco d esituações 2 0 0 8ilustradas correspondem a (Teixeira et al., 2008): 15 As cinco situações ilustradas correspondem a (Teixeira et al., 2008): 1. Paradigma inicial – Esta situação caracteriza-se pela existência de um núcleo de valores aceite que preside à actividade normal de gestão. Existem ainda camadas periféricas de valores, cada vez mais confinados a uma dimensão instrumental à medida que são mais periféricos. Cada vez são mais uma consequência e não uma causa, um servidor e não um amo. 2. Relações núcleo-periferia e periferia-núcleo - As setas que se acrescentaram nesta fase são de dois tipos. O primeiro, respeitante às setas direccionadas no sentido núcleo-periferia ilustra o facto de que as camadas periféricas correspondem a concretizações mais específicas e concretas dos valores nucleares. O segundo tipo corresponde às setas em sentido contrário e significam que qualquer elemento de uma camada periférica deve ser analisado em cada caso concreto tendo em atenção os valores nucleares de onde provém. Por outro lado, o feedback recebido da aplicação das ferramentas deve ser analisado constantemente para verificar se as ideias nucleares mantêm a sua capacidade geradora de soluções que resolvam efectivamente os problemas que vão surgindo. 3. Movimentos resultantes da aceitação de um novo paradigma – Esta fase mostra que os paradigmas concorrem entre si por um posicionamento no núcleo do corpo teórico aceite. Assim, a aceitação do novo paradigma terá como consequência a substituição do núcleo, o que por sua vez provocará uma migração para posições mais periféricas dos valores base e instrumentos respeitantes ao paradigma objecto de substituição. 4. Situação após a aceitação de um novo paradigma – Esta fase ilustra de forma simplificada e esquemática o resultado do rearranjo do corpo teórico após a aceitação de um novo paradigma. A zona interior corresponde à posição nuclear do novo paradigma e a exterior resulta da migração para a periferia dos elementos do paradigma anterior, que não se extinguem, transformam-se. 5. Perspectiva dos aderentes ao novo paradigma – Os aderentes ao novo paradigma ganham um novo conjunto de ideias de ordem superior no sentido de permitirem a compreensão e interpretação de situações para as quais o paradigma anterior se mostrara insuficiente. No entanto, mantêm a perspectivação resultante do paradigma anterior que se mantém perfeitamente válida para determinada gama de situações. A teoria de que a terra não é plana não invalida muitas aplicações concretas delineadas a partir da consideração em contrário, aplicando-se o mesmo à consideração da sua esfericidade perfeita. 6. Perspectiva dos não aderentes ao novo paradigma – Esta situação retrata esquematicamente um resultado de uma não adesão ao novo paradigma. Enquanto a envolvente é caracterizada por um amplo campo de actuação, os não aderentes correm o risco de ficar com uma perspectiva mais restrita do que se passa à sua volta e das regras do jogo, não possuindo variedade e profundidade conceptuais para interpretarem as situações que excederam os limites da sua perspectiva. Em termos paradigmáticos passa-se o ilustrado na Figura 3. O desenvolvimento da envolvente é de forma que a mesma se encontra em permanente expansão, tendo como consequência o aparecimento de novos tipos de situação para os quais o paradigma até então aceite não fornece as respostas adequadas. Figura 3 – Redução do domínio de aplicação do paradigma alvo de substituição 4 3. Conclusões Um modelo integrador da componente científica da gestão estão, representadas na gestão, o falsificacionismo que se encontra no âmago da estatística inferencial tal como encarada por Fisher e Neyma-Pearson, não preenche estes requisitos. O modelo terá então que ser construído com base na perspectiva paradigmática. No entanto, esta não possui a componente metodológica essencial à vertente quantitativa. Uma via integradora de ambas as perpspectivas passa pelo que chamamos de caminho intermédio de Lakatos, os programas de investigação científica. Sem abandonar as concepções de Popper, Lakatos assume posições que respondem a algumas das críticas do campo paradigmático em relação ao falsificacionismo, robustecendo e aproximando as duas perpspectivas. Esta posição é vista de formas diversas conforme as convicções dos observadores, havendo quem considere que está mais próximo de Popper e quem entenda que está mais próximo de Kuhn. A este respeito, Silva (1998), por exemplo, considera: “O contributo de Imre Lakatos para a filosofia da ciência permite-nos uma reflexão permanente, tanto sobre a leitura de Karl Popper, como sobre a de Thomas Kuhn: apesar do seu autor o apresentar como mais próximo de uma proposta popperiana melhorada e mais contrastante com a contribuição kuhniana”. As limitações de espaço não nos permitem abordar o pensamento de Lakatos, deixando tal para outra ocasião. Será assim de adoptar a perspectiva paradigmática associada aos projectos de investigação como uma 16 B o l emetodológica t i m S P E do que a ponte para componentes que, caracterizadas por uma vertente mais filosofia da ciência permite-nos uma reflexão permanente, tanto sobre a leitura de Karl Popper, como sobre a de Thomas Kuhn: apesar do seu autor o apresentar como mais próximo de uma proposta popperiana melhorada e mais contrastante com a contribuição kuhniana”. As limitações de espaço não nos permitem abordar o pensamento de Lakatos, deixando tal para outra ocasião. Será assim de adoptar a perspectiva paradigmática associada aos projectos de investigação como uma ponte para componentes que, caracterizadas por uma vertente mais metodológica do que a providenciada pelo paradigma, essencialmente estrutural e descritiva, exijam uma abordagem metodológica. Esta situação encontra-se espelhada na Figura 4. Figura 4 – Estrutura e metodologia no modelo a adoptar 4. Bibliografia Ackerman, R. J. (1976), The Philosophy of Karl Popper, Massachusetts: University of Massachusetts Press. Bauer, H. (1992). Scientific Literacy and the Myth of the Scientific Method, University of Illinois Press. Blankenship, B. e P. Peterson (1999). “W. Edwards Deming’s Mentor and Others who Made a Significant Impact on his Views During the 1920s and 1930s”, Journal of Management History, Vol. 5, No. 8, pp. 454-465. Blaug, M. 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Teixeira, A, e N.António (2008). “Qualidade e estratégia”, TMQ – Gestão da Qualidade, 2008, Lisboa: Sílabo (a publicar). Outono de 2008 17 5 Estimação da abundância animal e de populações humanas móveis Estimação da abundância animal e de populações humanas móveis Estimação da abundância animal e de populações humanas móveis Russell Alpizar-Jara, Anabela Afonso e João Filipe Monteiro Russell Alpizar-Jara, e João Filipe Monteiro {alpizar,Anabela aafonso,Afonso jfgm}@uevora.pt RussellCentro Alpizar-Jara, Anabela Afonso e João Filipe Monteiro {alpizar, aafonso, jfgm}@uevora.pt de Investigação em Matemática e Aplicações {alpizar, aafonso, jfgm}@uevora.pt Centro de Investigação emde Matemática e Aplicações Departamento Matemática Centro de Investigação em Matemática Departamento de Matemática Universidade de Évora e Aplicações Departamento de de Matemática Universidade Évora Universidade de Évora 1. Introdução 1. Introdução 1. Introdução O tema “Estimação da Abundância Animal”, apesar de aparentemente limitado e restrito a uma área de O tema “Estimação da Abundância apesar de limitado e restrito a uma áreaeste de conhecimento, é muito vasto e com Animal”, grande potencial deaparentemente aplicação. Neste texto vamos desenvolver O tema “Estimação da Abundância Animal”, apesar de aparentemente limitado e restrito a uma áreaeste de conhecimento, é muito vasto e com grande potencial de aplicação. Neste texto vamos desenvolver tema enfatizando a sua relevância para a gestão das populações biológicas e para a tomada de decisões conhecimento, é muito e compara grande potencial de aplicação. Neste texto vamos desenvolver este tema enfatizando a sua vasto relevância a gestão dasacesso populações e para a tomada de decisões referentes a populações humanas que são de difícil devidobiológicas ao seu carácter evasivo. tema enfatizando a sua relevância para a gestão das populações biológicas e para a tomada de decisões referentes a populações humanas que são de difícil acesso devido ao seu carácter evasivo. referentes a populações humanas que são de difícil acesso devido ao seu carácter evasivo. A estimação da abundância de populações animais e do número de pessoas de algumas populações A estimação da abundância de populações animais e do número pessoas de algumas populações humanas móveis é um tema bastante relevante na sociedade actual.dePor exemplo, para a definição de A estimação da abundância de populações animais e do número dePor pessoas de algumas populações humanas móveis é um tema bastante relevante na sociedade actual. exemplo, para a definição de quotas de pesca é de extrema importância uma correcta estimação da abundância de pescado, de forma humanas móveis é um tema bastante relevante na sociedade actual. Por exemplo, para a definição de quotas é deou extrema pescado, forma a evitardea pesca extinção a sobreimportância abundânciauma de correcta algumas estimação espécies; da nasabundância políticas dedeSaúde sãode precisas quotas de pesca é de extrema importância uma correcta estimação da abundância de pescado, de forma aestimativas evitar a extinção sobre abundância de algumas espécies; nascrónicas políticas Saúde sãode precisas das taxasoudea incidência e prevalência de certas doenças emdepopulações difícil aestimativas evitar a extinção ou a sobre abundância de algumas espécies; nas políticas de Saúde são precisas das taxas de incidência e prevalência de certas doenças crónicas em populações de difícil acesso. Na secção 6 referimos vários exemplos em diversas áreas de aplicação. estimativas das taxas de incidência prevalência certas áreas doenças crónicas em populações de difícil acesso. Na secção 6 referimos várioseexemplos emde diversas de aplicação. acesso. Na secção 6 referimos vários exemplos em diversas áreas de aplicação. Recentemente decorreu na Universidade de Évora o CIM – Workshop em Estimação da Abundância Recentemente decorreu Universidade de Évora o CIM –desta Workshop em Estimação Abundância Animal. Julgamos que na este foi o primeiro workshop, natureza, a decorrerdaem território Recentemente decorreu na Universidade de Évora o CIM –desta Workshop em Estimação daem Abundância Animal. Julgamos que este foi o primeiro workshop, natureza, a decorrer território Português, pelo menos durante a última década. O principal objectivo foi o de trazer à comunidade Animal. Julgamos que este foi o primeiro workshop, desta natureza, a decorrer em território Português, pelo menosum durante última década. Oespecialistas principal objectivo foi o depara trazer à comunidade científica portuguesa elencoa de reconhecidos internacionais leccionar alguns Português, pelo menos durante a última década. O principal objectivo foi o de trazer à comunidade científica um elenco reconhecidos especialistas para leccionar alguns tópicos deportuguesa interesse nesta área dedeinvestigação, divulgar algum internacionais trabalho recente e apontar linhas de científica portuguesa um elenco de reconhecidos especialistas internacionais para leccionar alguns tópicos de interesse nesta área de investigação, divulgar algum trabalho recente e apontar linhas investigação e desenvolvimento futuro (ver na secção Notícias neste volume e mais detalhes sobrede o tópicos de interesse nesta área de investigação, divulgar algum trabalho recente e apontar linhas de investigação e desenvolvimento futuro (ver na secção Notícias volume e mais sobrefoi o workshop em http://www.eventos.uevora.pt/~weaa). Pode-se neste considerar que estedetalhes objectivo investigação e desenvolvimento futuro (ver na secção Notícias neste volume e mais detalhes sobre o workshop dada em ahttp://www.eventos.uevora.pt/~weaa). considerar que este foi alcançado excelente adesão verificada. Outro dosPode-se objectivos deste workshop era aobjectivo constituição workshop em http://www.eventos.uevora.pt/~weaa). Pode-se considerar que este objectivo foi alcançado dada agrupo excelente adesão interessado verificada. Outro dos objectivos edeste workshop era a constituição de um pequeno de trabalho no desenvolvimento aplicação de técnicas nesta área alcançado dada a excelente adesão verificada. Outro dos objectivos deste workshop era a constituição de um pequeno grupo de trabalho interessado no desenvolvimento e aplicação de técnicas nesta área de investigação. Também aqui a iniciativa foi bem sucedida, visto que foram vários os participantes de um pequeno grupo de trabalho interessado no desenvolvimento eque aplicação de técnicas nesta área de investigação. Também aqui a iniciativa foi bem sucedida, visto foram vários os participantes que se mostraram interessados em pertencer a esse grupo de trabalho, estando já a ser agendados de investigação. Também aqui aem iniciativa foi abem sucedida, que foram vários que se mostraram pertencer esseneste grupoworkshop devisto trabalho, estando já aosserparticipantes alguns encontros. interessados Os principais tópicos tratados foram os métodos deagendados capturaque se mostraram interessados em pertencer a esse grupo de trabalho, estando já a ser agendados alguns encontros. Os principais tópicos tratados neste workshop foram os métodos de captura-a recaptura e extensões no âmbito dos modelos de estados múltiplos. Também foi abordada alguns encontros. Os principais tópicos tratados de neste workshop foram Também os métodos de captura-a recaptura e extensões no âmbito dos modelos estados múltiplos. foi abordada amostragem por distâncias, onde foi dada uma atenção especial à amostragem por pontos. recaptura e por extensões no onde âmbito dos uma modelos de especial estados àmúltiplos. Também foi abordada a amostragem distâncias, foi dada atenção amostragem por pontos. amostragem por distâncias, onde foi dada uma atenção especial à amostragem por pontos. Nos últimos anos têm-se verificado grandes desenvolvimentos tanto na amostragem por distâncias Nos anos têm-se verificado grandes tanto na amostragem por biológicas distâncias comoúltimos nos modelos de estados múltiplos e aindadesenvolvimentos na amostragem adaptativa para populações Nos últimos anos têm-se verificado grandes desenvolvimentos tanto na amostragem por biológicas distâncias como nos modelos de estados múltiplos e ainda na amostragem adaptativa para populações e/ou evasivas. No entanto, neste artigo vamos centrar a nossa discussão apenas nos modelos de como nos modelos de estadosneste múltiplos e vamos ainda na amostragem adaptativa para populações biológicas e/ou evasivas. No em entanto, a nossa discussão modelos de captura-recaptura, particular nosartigo modelos paracentrar populações fechadas, vistoapenas serem nos os que têm tido e/ou evasivas. No entanto, neste artigo vamos centrar a nossa discussão apenas nos modelos de captura-recaptura, em particular nos modelos para populações fechadas, visto serem os que têm tido uma maior aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento. Referiremos também vários captura-recaptura, em particular modelosáreas para populações fechadas,Referiremos visto serem os que têm tido uma maior deaplicação maisnos do conhecimento. também vários contributos colegas enas alunos quediversas colaboraram connosco e a quem desde já agradecemos. Muitas uma maior aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento. Referiremos também vários contributos de colegaspodem e alunos colaboraram connosco e a quemnas desde já agradecemos. Muitas destas contribuições ser que consultadas nos artigos publicados Actas da SPE dos últimos contributos de colegaspodem e alunos que colaboraram connosco e a quemnas desde já agradecemos. Muitas destas contribuições ser consultadas nos artigos publicados Actas da SPE dos últimos congressos anuais. A nossa intenção não é fazer aqui uma revisão exaustiva destes métodos de destas contribuiçõesApodem consultadas publicados nas Actas dadestes SPE dos últimos congressos nossa ser intenção não é nos fazerartigos aqui uma revisão métodos de amostragemanuais. mas sim indicar alguns desenvolvimentos recentes na área eexaustiva a possibilidade de utilização congressos anuais. A nossa intenção não é fazer aqui uma revisão exaustiva destes métodos de amostragem mas sim indicar alguns desenvolvimentos recentes na área e a possibilidade de utilização e difusão na sociedade portuguesa por parte da comunidade científica. amostragem mas sim indicar alguns recentes na área e a possibilidade de utilização e difusão na sociedade portuguesa pordesenvolvimentos parte da comunidade científica. e difusão na sociedade portuguesa por parte da comunidade científica. 2. Breve revisão histórica 2. Breve revisão histórica 2. Breve revisão histórica Os modelos de captura-recaptura têm uma grande importância histórica. O modelo mais simples, que Os captura-recaptura têm de uma grande importância O modelo que hojemodelos em dia édeconhecido por modelo Lincoln-Petersen, está histórica. na base dos modelosmais que simples, proliferaram Os modelos deconhecido captura-recaptura têm de uma grande importância histórica. O modelo mais simples, que hoje em dia é por modelo Lincoln-Petersen, está na base dos modelos que proliferaram muito rapidamente no século XX. Os primeiros desenvolvimentos teóricos remontam ao tempo de hoje em dia é conhecido por modeloOsdeprimeiros Lincoln-Petersen, está na base dos modelos que proliferaram muito no século teóricos remontam tempo de Laplacerapidamente (1786), quando tentouXX. estimar o tamanhodesenvolvimentos da população francesa com base nosaoregistos do muito rapidamente no século XX. Os primeiros desenvolvimentos teóricos remontam ao tempo de número de nascimentos e do número de habitantes nos centros suburbanos nos arredores de Paris. Pouco mais de 100 anos depois, Petersen (1896) introduz algumas ideias na área da pesca e formaliza 18 B o l e tDe i mforma S P independente, E um modelo ao estudar a migração de peixes do Mar Alemão para “Limfjord”. Laplace (1786), quando tentou estimar o tamanho da população francesa com base nos registos do Laplace (1786), quando etentou estimardeo habitantes tamanho danos população francesa com nos registos do número de nascimentos do número centros suburbanos nosbase arredores de Paris. Laplace (1786), quando tentou estimar o tamanho da população francesa com base nos registos do número de nascimentos etentou do número deo(1896) habitantes centros nosbase de Paris. Pouco mais de 100 anos depois, Petersen introduz algumassuburbanos ideias nacom área daarredores pesca formaliza Laplace (1786), quando estimar tamanho danos população francesa nos eregistos do número de nascimentos e do número de habitantes nos centros suburbanos nos arredores de Paris. Pouco mais de 100 anos depois, Petersen (1896) introduz algumas ideias na área da pesca e formaliza um modelo ao estudar a migração de peixes do Mar Alemão para “Limfjord”. De forma independente, número de nascimentos e do número de habitantes nos centros suburbanos nos arredores de Paris. Laplace (1786), quando tentou estimar tamanho da população nos eregistos do Pouco mais de 100 anos depois, Peterseno(1896) introduz algumas francesa ideias nacom área base da pesca formaliza um modelo ao estudar aosmigração de peixes do Mar Alemão para “Limfjord”. De forma independente, Lincoln (1930) propõe mesmos princípios para estimar o tamanho da população de patos silvestres Pouco mais de 100 anos depois, Petersen (1896) introduz algumas ideias na área da pesca e formaliza número de nascimentos e do número de habitantes nos centros suburbanos nos arredores de Paris. um modelo ao estudar a migração de peixes do Mar Alemão para “Limfjord”. De forma independente, Lincoln (1930) propõe mesmos princípios para estimar oa tamanho da primeiras população de patos silvestres nos Estados Unidos daaos América. Apesar de se atribuírem Laplace as ideias relativas aos um modelo ao estudar de peixes do Mar Alemão para “Limfjord”. De da forma independente, Pouco mais de 100 anos depois, Petersen (1896) introduz algumas ideias na área pesca e formaliza Lincoln (1930) propõe osmigração mesmos princípios para estimar o tamanho da população de patos silvestres nos Estados Unidos daaos América. Apesar de do se atribuírem Laplace as primeiras ideias relativas aos actuais desenvolvimentos de captura-recaptura, temestimar sido documentado o eminente britânico John Lincoln (1930) propõe mesmos princípios para oaa tamanho daque população de patos silvestres um modelo ao estudar migração de peixes Mar Alemão para “Limfjord”. De forma independente, nos Estados Unidos da América. Apesar de se atribuírem Laplace as primeiras ideias relativas aos actuais desenvolvimentos de captura-recaptura, tem sido documentado que o eminente britânico John Graunt já tinha usado ideias semelhantes para estimar a população de Londres, baseando-se em dados nos Estados Unidos da América. Apesar de se atribuírem a Laplace as primeiras ideias relativas aos Lincoln (1930) propõe os mesmos princípios para estimar o tamanho da população de patos silvestres actuais desenvolvimentos de captura-recaptura, tem sido documentado que o eminente britânico John Graunt já tinha usado ideias semelhantes para estimar a população de Londres, baseando-se em dados publicados na sua obra, Natural and Political Observations: Made upon the Bills of Mortality de 1662 actuais desenvolvimentos de semelhantes captura-recaptura, tem sido documentado que o eminente John nos Estados Unidos América. Apesar para de seestimar atribuírem a Laplace primeiras ideiasbritânico relativas aos Graunt já tinha usadodaideias a população de as Londres, baseando-se em dados publicados na sua obra, Natural and Political Observations: Made upon the Bills of Mortality de 1662 (Amstrup et al. 2005). Graunt já tinha usado ideias semelhantes para estimar a população de Londres, baseando-se em dados actuais desenvolvimentos de captura-recaptura, tem sido documentado eminente britânico John publicados na sua obra, Natural and Political Observations: Made uponque the oBills of Mortality de 1662 (Amstrup etnaal.sua 2005). publicados obra, Natural and Political Observations: Made upon the Bills of Mortality de 1662 Graunt já tinha usado ideias semelhantes para estimar a população de Londres, baseando-se em dados (Amstrup et al. 2005). Os modelos desua captura-recaptura têmPolitical sido classificados em dois grupos, dependendo do1662 tipo (Amstrup etnaal. 2005). publicados obra, Natural and Observations: Madegrandes upon the Bills of Mortality de Os modelos de captura-recaptura têm sido classificados em dois grandes grupos, dependendo do tipo de população: fechada (Otis et al. 1978 e White et al. 1982) ou aberta (Pollock et al. 1990 e Lebreton (Amstrup et al. Os modelos de 2005). captura-recaptura têm sido classificados em dois grandes grupos, dependendo do tipo de população: fechada (Otisque et al. 1978sido e White et al. 1982) ou aberta etsedependendo al. 1990 e constante Lebreton et al. 1992).de Considera-se a população é fechada quando ograndes seu (Pollock tamanho mantém Os modelos captura-recaptura classificados em dois grupos, do tipo de população: fechada (Otis et al. têm 1978 e White et al. 1982) ou aberta (Pollock et al. 1990 e Lebreton et al. 1992). Considera-se que a população é fechada quando o seu tamanho se mantém constante durante o período de amostragem e não existem saídas (mortes ou emigração) nem entradas de população: fechada (Otis et al. 1978 e White et al. 1982) ou aberta (Pollock et al. 1990 e Lebreton Os modelos captura-recaptura sido classificados em doisograndes grupos,sedependendo do tipo et al. 1992).de Considera-se que a têm população é fechada quando seu tamanho mantém constante durante o período de(Otis amostragem e enão existem saídas (mortes ou emigração) neme constante entradas (nascimentos ou imigração) naal. população. Caso contrário diz-se que (Pollock a população é1990 aberta. Pollock et al. 1992). Considera-se que a população é fechada quando o seu tamanho se mantém de população: fechada et 1978 White et al. 1982) ou aberta et al. Lebreton durante o período de amostragem e não existem saídas (mortes ou emigração) nem entradas (nascimentos ou na apopulação. contrário diz-se que tamanho a população é aberta. Pollock (1982) propõe umimigração) desenho robusto quee permite combinar modelos populações abertas. durante o período de amostragem nãoCaso saídas (mortes emigração) nem econstante entradas et al. 1992). Considera-se que população éexistem fechada quando o para seu se fechadas mantém (nascimentos ou imigração) na população. Caso contrário diz-se que ou a população é aberta. Pollock (1982) propõe um desenho robusto que permite combinar modelos para populações fechadas e abertas. (nascimentos ou na população. contrário diz-se que populações a população é aberta. Pollock durante o período de amostragem nãoCaso existem saídas (mortes ou emigração) nem e entradas (1982) propõe umimigração) desenho robusto quee permite combinar modelos para fechadas abertas. Ao longo dos anos, estes modelos continuaram a ser muito utilizados na área das ciências biológicas (1982) propõe um desenho robusto que permite combinar modelos para populações fechadas e abertas. (nascimentos ou imigração) na população. Caso contrário diz-se que a população é aberta. Pollock Ao longo dos anos, estestambém modelos a seràsmuito utilizados na áreapor dasexemplo ciências biológicas mas a sua aplicabilidade foipermite expandindo populações humanas, das (1982) propõe um desenho robustosecontinuaram que combinar modelos para populações fechadasna e área abertas. Ao longo dos anos, estes modelos continuaram a ser muito utilizados na área das ciências biológicas mas a suamédicas aplicabilidade também foi expandindo populações humanas, por na área and das ciências epidemiologia ("International Working Group forárea Disease Monitoring Ao anos,e estes modelosse a seràs utilizados na dasexemplo ciências biológicas maslongo a sua dos aplicabilidade também secontinuaram foi expandindo àsmuito populações humanas, por exemplo na área das ciências médicas e epidemiologia ("International Working Group for Disease Monitoring and Forecasting" 1995ab). Seber (1982) faz referência à aplicação de captura-recaptura a problemas de mas a sua aplicabilidade também se foi expandindo às populações humanas, por exemplo na área das Ao longomédicas dos anos,e estes modelos continuaram a ser Working muito utilizados das ciências biológicas ciências epidemiologia ("International Group na forárea Disease Monitoring and Forecasting" 1995ab). Seber (1982) fazexpandindo referência à aplicação de humanas, captura-recaptura a problemas de edição demédicas texto, correcção de programas informáticos, controlo de qualidade e emexemplo geral a na populações ciências e epidemiologia ("International Group for Disease Monitoring mas a sua aplicabilidade também se foi populações por área and das Forecasting" 1995ab). Seber (1982) faz referência ààsWorking aplicação de captura-recaptura a problemas de edição de texto, correcção de programas informáticos, controlo de qualidade e em geral a populações evasivas. Forecasting" 1995ab). Seber (1982) faz referência à aplicação de captura-recaptura a problemas de ciências médicas e epidemiologia ("International Working Group for Disease Monitoring and edição de texto, correcção de programas informáticos, controlo de qualidade e em geral a populações evasivas. edição de texto, correcção de programas controlo de e em geral a populações Forecasting" 1995ab). Seber (1982) faz informáticos, referência à aplicação de qualidade captura-recaptura a problemas de evasivas. evasivas. edição de texto, correcção de programas informáticos, controlo de qualidade e em geral a populações 3. O estimador de Lincoln-Petersen evasivas. 3. O estimador de Lincoln-Petersen 3. O estimador de Lincoln-Petersen A dede captura-captura mais simples consiste em recolher (capturar) uma amostra inicial 3. experiência O estimador Lincoln-Petersen A dede captura-captura mais consiste umamisturem amostra com iniciala com que são marcados e simples devolvidos à áreaemderecolher estudo (capturar) para que se 1 animais, 3. experiência Onestimador Lincoln-Petersen A experiência de captura-captura mais simples consiste em recolher (capturar) uma amostra inicial com n animais, que são marcados e devolvidos à área de estudo para que se misturem com população de N – n animais não marcados. Posteriormente, retira-se uma nova amostra, de n animais, A experiência de que captura-captura mais consiste umamisturem amostra inicialaa 1 2 com n11 animais, são marcados e simples devolvidos à áreaemderecolher estudo (capturar) para que se com população de Nde – ncaptura-captura nãoamostra marcados. Posteriormente, nova amostra, de n2jáanimais, da população. Nesta segunda verificaremos queemretira-se mrecolher dos uma n2(capturar) animais capturados forama com n1 animais, são marcados e simples devolvidos à área de para que se com 1 animais 2 estudo A experiência mais consiste umamisturem amostra inicial população de N – nque 1 animais não marcados. Posteriormente, retira-se uma nova amostra, de n2 animais, da população. Nesta segunda amostra verificaremos que m dos n animais capturados já foram previamente marcados (recapturas). Se considerarmos que a população é fechada, que os animais população de N – n animais não marcados. Posteriormente, retira-se uma nova amostra, de n animais, 1 2 com compopulação. n1 animais, que são marcados e devolvidos à área que capturados se misturem da Nesta segunda amostra verificaremos que de m22 estudo dos n22 para animais já forama previamente (recapturas). Se verificaremos considerarmos queretira-se a população é fechada, animais dentro de cada amostra têm não igual probabilidade de captura (homogeneidade), que asque marcas não se da população. segunda amostra que dos uma n2 animais capturados foram população de marcados N Nesta – n1 animais marcados. Posteriormente, nova amostra, de os n2jáanimais, previamente marcados (recapturas). Se considerarmos que ma2 população é fechada, que os animais dentro de cada amostra têm igual probabilidade de captura (homogeneidade), que as marcas não se perdem nem são contadas mais do que uma vez pelo observador e que os indivíduos marcados e não previamente marcados (recapturas). Se considerarmos que a população é fechada, que os animais da população. segunda amostra verificaremos que m(homogeneidade), capturados já não foram 2 dos n2 animais que dentro de cada Nesta amostra têm igual probabilidade de captura as marcas se perdem nem são contadas mais domisturados, que vez pelo observador e que os indivíduos marcados e não marcados estavam aleatoriamente então que a proporção de animais dentro cada amostra têm igual de esperamos captura que asque marcas não se previamente marcados (recapturas). Seuma considerarmos que (homogeneidade), a população fechada, osmarcados animais perdemde nem são contadas mais do probabilidade que uma vez pelo observador e que os éindivíduos marcados e não marcados estavam aleatoriamente misturados, então esperamos que a proporção de animais marcados na segunda amostra seja semelhante à proporção de animais marcados na população total, ou seja perdem nem são contadas mais do que uma vez pelo observador e que os indivíduos marcados e não dentro de estavam cada amostra têm igual misturados, probabilidade de esperamos captura (homogeneidade), as marcas não se marcados aleatoriamente então que a proporçãoque de animais marcados na segunda amostra seja semelhante à proporção animais marcados na população total, ou seja m2de nesperamos marcados estavam aleatoriamente misturados, então que a proporção de animais marcados perdem nem são contadas mais do que uma vez pelo observador e que os indivíduos marcados 1 na segunda amostra seja semelhante à proporção de≈animais marcados na população total, ou seja e não . m n na segunda amostra seja semelhante à proporção de animais marcados população ou seja marcados estavam aleatoriamente misturados, então esperamos que a na proporção de total, animais marcados 1 n22 ≈ nN m 2 1 . . ≈ m n na segunda amostra seja semelhante à proporção de animais marcados na população total, ou seja n N 2 1 Desta relação resulta o conhecido estimador de Lincoln-Petersen: n22 ≈ N . m Desta relação resulta o conhecido estimador de Lincoln-Petersen: n1n2n22 ≈ nN1 . Desta relação resulta o conhecido estimador Lincoln-Petersen: Nˆ = de n.2 N nde Desta relação resulta o conhecido estimador 1 n22Lincoln-Petersen: m ˆ Nˆ = n1n2 . Nˆ = nde . métodos de estimação e está na base de diversos Desta relação resulta conhecido 1 n22Lincoln-Petersen: Este estimador podeoser obtido estimador por diferentes N= m . m 2 n n m Este estimador pode ser No obtido por apesar diferentes métodos de estimação e está na base de diversos 1 2 modelos probabilísticos. entanto, de a mesma forma analítica, a interpretação Nˆ = 2 . apresentar Este estimador pode ser obtido por diferentes métodos de estimação e está na base de diversos modelos probabilísticos. entanto, a mesma analítica, a interpretação mde pode variar com pode os pressupostos elaborados (Alpizar-Jara Jorge eforma Alpizar-Jara Este estimador ser No obtido por apesar diferentes métodos2000, de estimação e está na 2006). base de diversos 2 apresentar modelos probabilísticos. No entanto, apesar de apresentar a mesma forma analítica, a interpretação pode variar com os pressupostos elaborados (Alpizar-Jara 2000, Jorge e Alpizar-Jara 2006). modelos probabilísticos. No entanto, apesar de apresentar a mesma forma analítica, a interpretação Este estimador ser obtidoelaborados por diferentes métodos2000, de estimação e está na 2006). base de diversos pode variar com pode os pressupostos (Alpizar-Jara Jorge e Alpizar-Jara Na figura 1 com apresenta-se um bastante ilustrativo dos captura-recaptura, disponível pode variar os pressupostos elaborados 2000, Jorge ede Alpizar-Jara 2006). modelos probabilísticos. No desafio entanto, apesar(Alpizar-Jara de apresentar amodelos mesma forma analítica, a interpretação Na figura 1 apresenta-se um desafio bastante ilustrativo dos modelos de captura-recaptura, na página de internet Figure This! . Este espaço foi criado pela National Council of Teachers of pode variar1 com os pressupostos elaborados 2000, Jorge edeAlpizar-Jara 2006). disponível Na figura apresenta-se um desafio bastante(Alpizar-Jara ilustrativo dos modelos captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This! . Este espaço foi criado pela National Council of Teachers of Mathematics, nos Estadosum Unidos da bastante América,ilustrativo em cooperação com outras entidades, para envolver os Na figura 1 apresenta-se desafio dos modelos de captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This!. Este espaço foi criado pela National Council of Teachers of Mathematics, nos Estados Unidos em cooperação com outras entidades, envolver os estudantes eapresenta-se as suas famílias emdadesafios matemáticos que podem resolvidos em casa. Estes na internet Figure This! . América, Este espaço foi criado pela National Councilpara of Teachers of Na página figura 1de desafio dos modelos desercaptura-recaptura, disponível Mathematics, nos Estadosum Unidos da bastante América,ilustrativo em cooperação com outras entidades, para envolver os estudantes e as suas famílias em desafios matemáticos que podem ser resolvidos em casa. Estes divertidos desafios são cuidadosamente escolhidos, de alta qualidade e apelam à utilidade da Mathematics, nos Estados Unidos em cooperação com outras envolver os na página de internet Figure This! . América, Este espaço foi criado National Councilpara of Teachers of estudantes e as suas famílias emdadesafios matemáticos que pela podem ser entidades, resolvidos em casa. Estes divertidos desafios são cuidadosamente escolhidos, de alta qualidade e apelam à utilidade da matemática na resolução de problemas da vida real. estudantes e as suas famílias em desafios matemáticos que podem ser resolvidos em casa. Estes Mathematics, nos Estados Unidos da América, em cooperação outras entidades, envolver da os divertidos desafios são cuidadosamente escolhidos, de altacom qualidade e apelam para à utilidade matemática naasresolução de problemas da vida real. divertidos desafios são cuidadosamente escolhidos, de alta qualidade e apelam à utilidade da estudantes e suas famílias em desafios matemáticos que podem ser resolvidos em casa. Estes matemática na resolução de problemas da vida real. matemática na resolução problemas da vida real. divertidos desafios são de cuidadosamente escolhidos, de alta qualidade e apelam à utilidade da matemática na resolução de problemas da vida real. Outono de 2008 19 Figura 1: Desafio 52 – Captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This! Figura 1: Desafio 52 – Captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This! (http://www.figurethis.org/challenges/c52/challenge.htm). Figura 1: Desafio 52 – Captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This! (http://www.figurethis.org/challenges/c52/challenge.htm). ( http://www.figurethis.org/challenges/c52/challenge.htm). Figura 1: Desafio 52 – Captura-recaptura, disponível na página de internet Figure This! (http://www.figurethis.org/challenges/c52/challenge.htm). 4. Modelação da heterogeneidade nas probabilidades de captura 4. Modelação da heterogeneidade nas probabilidades de captura 4. Modelação da heterogeneidade nas probabilidades de captura O pressuposto de homogeneidade das probabilidades de captura é muitas vezes violado, devido a 4. Modelação daentre heterogeneidade nasprobabilidades probabilidades captura O pressuposto de homogeneidade das dedecaptura é muitas vezes violado, devido a factores externos diferentes momentos de amostragem (t = variação temporal), a características O pressuposto de homogeneidade das probabilidades de captura é muitas vezes violado, devido a factores externos entre diferentes momentos de amostragem (t = variação temporal), a características dos indivíduos (h = heterogeneidade), ou àde forma como (tos= variação indivíduos reagem a às armadilhas factores externos entre diferentes momentos amostragem temporal), características O probabilidades detipo captura éhappy” muitasouvezes devido dos=pressuposto indivíduos de(hhomogeneidade = onde heterogeneidade), ou à efeitos forma docomo os indivíduos reagem às De armadilhas (b comportamento) se podemdas observar “trap “trapviolado, shy”. forma aa dos indivíduos (h = heterogeneidade), ou à forma como os indivíduos reagem às armadilhas factores externos entreonde diferentes momentos amostragem = variação temporal), a características (b = comportamento) se podem observarde efeitos do tipo (t“trap happy” ouque “trap shy”. Deestas forma incorporar estas componentes na modelação, foram propostos oito modelos combinam trêsaa (b = comportamento) onde se podem observar efeitos docomo tipo “trap happy” ouque “trap shy”. De forma dos indivíduos (h = heterogeneidade), ou à forma os indivíduos reagem às armadilhas incorporar estas componentes na modelação, foram propostos oito modelos combinam estas fontes de variação, que se podem apresentar numa estrutura hierárquica, comoque se ilustra na Figura 2.três O incorporar estas componentes na modelação, foram propostos oito modelos combinam estas três (b = comportamento) onde se podem observar efeitos do tipo “trap happy” ou “trap shy”. De forma fontes de variação, que se podem apresentar numa estrutura hierárquica, como se ilustra na Figura 2. Oa modelo as podem três fontes de variação em simultâneo e o modelo nulo M0 assume que as tbh considera fontes deM variação, que se apresentar numa estrutura hierárquica, comoque se ilustra na Figura 2.três O incorporar estas componentes na modelação, foram propostos oito modelos combinam estas modelo M considera as três fontes de variação em simultâneo e o modelo nulo M assume que as tbh 0 probabilidades de captura são constantes. A selecção de modelos é habitualmente efectuada através de modelodeMvariação, as podem trêsconstantes. fontes de variação simultâneo o modelo nulo M0 assume que as tbh considera fontes que numa se apresentar numa em estrutura hierárquica, se ilustra na Figura O probabilidades de captura são A selecção de modelos éehabitualmente efectuada através um critério baseado função discriminante multivariada que como considera vários testes2.de de probabilidades de captura são constantes. A selecção de modelos é habitualmente efectuada através de modelo Mtbh econsidera as três fontes de variação em simultâneo e oque modelo nulo Mvários assume que de as 0no um critério baseado numa discriminante multivariada testes ajustamento a validação dos função modelos ajustados. Este procedimento estáconsidera disponível software, de um critério baseado numa função discriminante multivariada que considera vários testes de probabilidades de captura são constantes. A selecção de modelos é habitualmente efectuada através de ajustamento livre, e a validação dos(Otis modelos Esteetprocedimento disponível no software, distribuição CAPTURE et al.ajustados. 1978 e White al. 1982). está ajustamento ebaseado a validação dos(Otis modelos ajustados. Este estáconsidera disponívelvários no software, de um critério livre, numa função discriminante multivariada testes de distribuição CAPTURE et al. 1978 e White etprocedimento al. 1982). que distribuição livre, CAPTURE (Otis et al. 1978 e White et al. 1982). ajustamento e a validação dos modelos ajustados. Este procedimento está disponível no software, de distribuição livre, CAPTURE (Otis et al. 1978 e White et al. 1982). Figura 2: Estrutura hierárquica dos modelos usuais para tratar a heterogeneidade nos problemas de captura (adaptada de Figura 2: Estrutura hierárquica dos modelos usuaisWhite para tratar heterogeneidade nos problemas de captura (adaptada de et al.a1982). Figura 2: Estrutura hierárquica dos modelos usuaisWhite para tratar heterogeneidade nos problemas de captura (adaptada de et al.a1982). White et al. 1982). Figura 2: Estrutura hierárquica dos implementadas modelos usuais para tratar a heterogeneidade nos problemas de captura (adaptada de e Mais recentemente, têm sido extensões dos oito modelos originalmente propostos White et al. 1982). Mais recentemente, têm sido implementadas extensões dos oito modelos originalmente propostos várias abordagens de estimação em softwares de livre acesso como MARK (Cooch e White 2002). e Mais sido implementadas extensões dos como oito modelos originalmente váriasrecentemente, abordagens detêm estimação em softwares de livre acesso MARK (Cooch e Whitepropostos 2002). e várias abordagens detêm estimação em softwares de livre acesso como MARK (Cooch e White 2002). e Mais recentemente, sido implementadas modelos Nestes modelos para populações fechadas, aextensões estimaçãodos de oito parâmetros éoriginalmente habitualmentepropostos feita com várias abordagens dede estimação empor softwares livre acessodecomo MARK e White 2002). Nestes modelos para populações fechadas, adeestimação parâmetros é(Cooch habitualmente feita com recurso ao método estimação máxima verosimilhança e também com alguns métodos não Nestes modelos para populações fechadas, a estimação de parâmetros é habitualmente feita com recurso ao método de estimação por máxima verosimilhança e também com alguns métodos não paramétricos. Uma de formulação da funçãoverosimilhança de máxima verosimilhança para os modelos para recurso ao método estimaçãogeral por máxima e tambémé com alguns métodos não Nestes modelos para populações fechadas, a estimação de parâmetros habitualmente feita com paramétricos. Uma formulação geral da função de máxima verosimilhança para os modelos para populações fechadas é dada por: paramétricos. Uma de formulação funçãoverosimilhança de máxima verosimilhança os modelos recurso ao fechadas método estimação porNda máxima e também compara alguns métodos para não populações é dada por: geral k 1− xij xij populações fechadas é dada por: paramétricos. Uma formulaçãoL (geral da função verosimilhança para os ⋅) = ∏∏ pij (1 −depij máxima (1) modelos para ) i =1 j =1 populações fechadas é dada por: onde N representa o total de indivíduos na população em estudo, k o B número 20 o l e t de i mcapturas, S P E xij = 1 se o animal i é capturado no instante j, e x = 0 caso contrário, e p representa a probabilidade do animal i ( ) ∏∏ i =1 j =1 ( ) ij 1− xij ij L ( ⋅) = ∏∏ i =1 j =1 pij (1 − pij ) i =1 ijx (1) j =1 onde N representa o total de indivíduos na população em estudo, k o número de capturas, xij = 1 se o onde o total de indivíduos população em estudo, k o número de capturas, do xij animal = 1 se oi animalN irepresenta é capturado no instante j, e xij =na 0 caso contrário, e pij representa a probabilidade onde N irepresenta o total de indivíduos na população em estudo, k o número de capturas, do xij animal = 1 se oi animal é capturado no instante j, e x = 0 caso contrário, e p representa a probabilidade ij ij ser capturado no instante j, i = 1, …, N, e j = 1, …, k, i. e. para os diferentes modelos: animal i é capturado no instante xij =e j0=caso contrário, e pijosrepresenta probabilidade do animal i ser capturado no instante j, i = 1, j,…,e N, 1, …, k, i. e. para diferentesamodelos: ser capturado no instante j, i = 1, …, N, e j = 1, …, k, i. e. para os diferentes modelos: − M0: pij = p, ∀i, j − M pij = pp,, ∀ j 0:: p − M ∀i, t : pij = − M = pp,j, ∀ i,ii j 0: p ij = − M ∀ t : pij = pj , ∀j, p ∩ F(p), onde F é a função de distribuição de p − M h: p ij = p i, ∀i i − M t : pij = pj , ∀j, p ∩ F(p), onde F é a função de distribuição de p − M h: pij = pi para a i primeira captura, p = c para as recapturas − M b: pij = p , ∀j, p ∩ F(p), onde F é aijfunção de distribuição de p − M h: pij = pi para a i primeira captura, p = c para as recapturas − M b :p ij − M captura,pijpij==c cpara recapturas bh: p ij==pppara i para a primeiracaptura, i para − M asas recapturas b :p ij = p paraa aprimeira ij − M primeira captura,do pij efeitos = ci para as recapturas bh: p ij = ϕ i θ , assume combinação − M t e h multiplicativos th : pij = pi para j − M a primeira captura, p = c para as recapturas bh ij i ij i − M ϕ θj, assume combinação t eash recapturas multiplicativos th:: p ij = − M pji para a primeira captura, do pij efeitos = cj para tb: p ij = − M p = ϕ θ , assume combinação do efeitos t e h multiplicativos th: pij = p i para j − M cjcpara asasrecapturas tb : p ij = pj paraa aprimeira − M primeiracaptura, captura,ppijpij= recapturas. tbh ij= p ijpara a primeira ij para − M : p == cjcpara asasrecapturas ij = pj para a primeiracaptura, ij − Mtb : p captura, p = para recapturas. tbh ij ij ij ij − Mtbh: pij = pij para a primeira captura, pij = cij para as recapturas. Os parâmetros destes modelos são o tamanho da população, N, e as probabilidades de captura, pij. Os parâmetros destesnúmero modelosdesão o tamanhoemda alguns população, N, e as probabilidades de captura, (1) pij. Devido ao elevado parâmetros modelos, a função de verosimilhança Os parâmetros destes modelos são o tamanho da população, N, e as probabilidades de captura, pij. Devido elevado número de parâmetros em alguns modelos, função de verosimilhança (1) apresentaaoproblemas de identificabilidade e estimação se não forem aconsideradas algumas restrições. Devido ao elevado número de parâmetros em alguns modelos, a função de verosimilhança (1) apresenta problemas de identificabilidade e estimação forempropõem consideradas algumasalternativos restrições. Autores como Burnham e Overton (1978) e Chao etseal.não (1992) estimadores apresenta problemas de identificabilidade e estimação se não forem consideradas algumas restrições. Autores como Burnham Overton (1978) e Chao et problemas. al. (1992) propõem estimadores alternativos baseados em métodos não eparamétricos para evitar estes Autores como Burnham e Overton (1978) e Chao et al. (1992) propõem estimadores alternativos baseados em métodos não paramétricos para evitar estes problemas. baseados em métodos não paramétricos para evitar estes problemas. Os primeiros desenvolvimentos do modelo Mh foram considerados por Burnham e Overton (1978), Os primeiros doomodelo considerados pordas Burnham e Overton (1978),e h foram que derivaramdesenvolvimentos um estimador para tamanhoMda população em função frequências de capturas Os primeiros desenvolvimentos doomodelo Mda considerados pordas Burnham e Overton (1978), h foram que derivaram um estimador para tamanho população em função frequências de capturas utilizaram o método Jackknife para corrigir o enviesamento. Mais tarde, Cormack (1989) tentoue que derivaram um estimador para o tamanho população em função das frequências de capturas utilizaram o método Jackknife corrigir da oheterogeneidade enviesamento. Mais tarde, Cormack (1989) tentoue estimar os parâmetros do modelopara que considera nas probabilidades de captura através utilizaram o método Jackknife para corrigir o enviesamento. Mais tarde, Cormack (1989) tentou estimar os parâmetros do e, modelo considera heterogeneidade probabilidades captura através de modelos loglineares mais que recentemente, Pledger (2000),nas baseando-se nos de desenvolvimentos estimar os parâmetros do e, modelo que considera heterogeneidade nas probabilidades captura através de modelos loglineares maise Pollock recentemente, (2000), baseando-se nos de desenvolvimentos anteriormente feitos por Norris (1996) Pledger em modelos de misturas, introduziu heterogeneidade de modelos loglineares e, mais recentemente, Pledger (2000), baseando-se nos desenvolvimentos anteriormente feitosdepor Norrisutilizando e Pollocko(1996) misturas, introduziu heterogeneidade nas probabilidades captura métodoem demodelos máxima de verosimilhança não paramétrica. Vários anteriormente feitos por Norris e Pollock (1996) em modelos de misturas, introduziu heterogeneidade nas probabilidades de captura utilizando o método de máxima verosimilhança não paramétrica. Vários estimadores dos modelos tipo Mt foram desenvolvidos por Chao (1989) e mais tarde generalizados nas probabilidades de captura utilizando odesenvolvidos método de máxima verosimilhança não paramétrica. Vários estimadores dos modelos tipo M foram por Chao (1989) e mais tarde generalizados t para o modelo Mth (Chao et al., 1992). Huggins (1989, 1991) propôs a técnica de regressão logística estimadores dosMmodelos tipo M1992). desenvolvidos por Chao (1989) e mais generalizados t foramHuggins para modelar o modelo (1989, 1991) propôs técnica detarde regressão logística th (Chao et al., para heterogeneidade nas probabilidades de captura através de acovariáveis observáveis. para o modelo M (Chao et al., 1992). Huggins (1989, 1991) propôs a técnica de regressão logística th para modelar heterogeneidade nas probabilidades de captura através de covariáveis observáveis. para modelar heterogeneidade nas probabilidades de captura através de covariáveis observáveis. A inferência bayesiana tem sido utilizada nos modelos Mt que permitem apenas a variação das A inferência bayesiana tem sido de utilizada nos modelos Mt 1981) que permitem a variação das probabilidades entre os momentos amostragens (Castledine, ou quandoapenas se aborda o problema A inferência bayesiana tem sido de utilizada nos modelos Mt 1981) que permitem apenas a variação das probabilidades entre os momentos amostragens (Castledine, ou quando se aborda o problema da heterogeneidade nos modelos Mh (Basu e Ebrahimi, 2001). Ghosh e Norris (2005) desenvolveram probabilidades entrenos os momentos amostragens (Castledine, 1981) ou quando(2005) se aborda o problema da modelos Mde Ebrahimi, 2001). e Norris desenvolveram h (Basu ebayesiana umheterogeneidade modelo Mbh utilizando uma abordagem onde as Ghosh probabilidades de captura não variam da heterogeneidade nos modelos M (Basu e Ebrahimi, 2001). Ghosh e Norris (2005) desenvolveram h um Mbh mas utilizando bayesiana onde easdependem probabilidades de captura variamà commodelo o tempo, variamuma de abordagem indivíduo para indivíduo da reacção dos não mesmos um modelo M utilizando uma abordagem bayesiana onde as probabilidades de captura não variamà bh com o tempo, mas variam de indivíduo para indivíduo e dependem da reacção dos mesmos armadilha. com o tempo, mas variam de indivíduo para indivíduo e dependem da reacção dos mesmos à armadilha. armadilha. 5. Algumas áreas de aplicação 5. Algumas áreas de aplicação 5. Algumas áreas de aplicação Seguidamente, chamamos à atenção do leitor para uma variedade de aplicações, dando particular Seguidamente, chamamos à atenção do leitor para(populações uma variedade de aplicações, particular ênfase às aplicações nas áreas da Biologia/Ecologia animais, dinâmica dedando populações e de Seguidamente, chamamos à atenção do leitor para(populações uma variedade de aplicações, dando particular ênfase às aplicações nas áreas da Biologia/Ecologia animais, dinâmica de populações e dee comunidades), Ciências Médicas e da Saúde (Epidemiologia, doenças crónicas), Ciências Sociais ênfase às aplicações nas áreas da Biologia/Ecologia (populações animais, dinâmica de populações e de comunidades), Ciências Médicas e da Saúde (Epidemiologia, doenças crónicas), Ciências Sociais Demografia (subcontagem de minorias em censos de população, imigrantes ilegais, os sem abrigo,e comunidades), Ciências Médicas e da Saúde (Epidemiologia, doenças crónicas), Ciências Sociais Demografia (subcontagem de minorias emdecensos de população, ilegais, os sem abrigo,e toxicodependência, prostituição), Controlo Qualidade e inspecçãoimigrantes de softwares. Demografia (subcontagem de minorias emdecensos de população, ilegais, os sem abrigo, toxicodependência, prostituição), Controlo Qualidade e inspecçãoimigrantes de softwares. toxicodependência, prostituição), Controlo de Qualidade e inspecção de softwares. 5.1 Ciências Biológicas 5.1 Ciências Biológicas 5.1 Ciências Biológicas Nas Ciências Biológicas, os modelos de captura-recaptura continuam ser aplicados numa grande Nas Ciências Biológicas, os modelos de captura-recaptura ser aplicados grande variedade de grupos taxonómicos: mamíferos, peixes, avescontinuam entre outros, e tambémnuma em plantas. Nas Ciências Biológicas, os modelos de captura-recaptura continuam ser aplicados numa grande variedade de grupos taxonómicos: mamíferos, peixes, aves entre outros, também em plantas. Algumas contribuições importantes podem ser consultadas em Brownie et al. e(1985), Burnham et al. variedade de grupos taxonómicos: mamíferos, peixes, aves entre outros, e também em plantas. Algumas contribuições importantes ser consultadas em um Brownie al. (1985), Burnhamdestes et al. (1987) e Nichols et al. (1992). Mais podem recentemente, tem havido grandeetinteresse na utilidade Algumas contribuições importantes podem ser consultadas em Brownie et al. (1985), Burnham et al. (1987) e Nichols et al. (1992). Maisderecentemente, tem havido grande interesse na utilidade destes modelos na estimação da riqueza espécies (Nichols et al. um 1998). Neste contexto, N representa o (1987) e Nichols et al. (1992). Mais recentemente, tem havido um grande interesse na utilidade destes modelos na estimação da riqueza de espécies (Nichols et al. 1998). Neste contexto, N representa o número denaespécies (riqueza de espécies - o parâmetro e pNeste a probabilidade ij representa modelos estimação da riqueza de espécies (Nicholsdeetinteresse) al. 1998). contexto, N representadao espécie i estar presente na quadrícula j, i = 1,..., N, e j = 1, ..., t. O pressuposto de igualdade na probabilidade de detecção entre as espécies restringe fortemente a utilidade dos modelos M0, Mt, Mb, e Mtb. No entanto, a violação deste pressuposto é permitida no modelo Mh e nos modelos que consideram variações nas probabilidades de detecção entre as espécies (Alpizar-Jara e Nichols 2002). 5.2 Outono de 2008 Ciências Médicas 21 probabilidade de detecção entredeste as espécies restringe fortemente a utilidade dos M0, Mt, Mque b, e M a violação pressuposto permitida no Mhmodelos e nos modelos tb. No i entanto, consideram variações nas probabilidades de detecção entre e de Nichols 2002). espécie estar presente na quadrícula j, restringe i = 1,...,éé N, e jas = espécies 1, ..., t.modelo O(Alpizar-Jara pressuposto igualdade probabilidade de detecção entre as espécies fortemente a utilidade dos modelos M , M , M e 0 t b,na M . No entanto, a violação deste pressuposto permitida no modelo M e nos modelos que tb h consideram variações nas probabilidades de detecção entre as espécies (Alpizar-Jara e Nichols 2002). probabilidade de detecção entre as espécies restringe fortemente a utilidade dos modelos M , M , M , 0 t b e Mtb. No entanto, a violação deste pressuposto é entre permitida no modelo Mh e nos modelos que consideram variações nas probabilidades de detecção as espécies (Alpizar-Jara e Nichols 2002). 5.2 Ciências Médicas Mtb. No entanto, a nas violação deste pressuposto é entre permitida no modelo Mh e enos modelos que consideram variações probabilidades de detecção as espécies (Alpizar-Jara Nichols 2002). 5.2 Ciências Médicas consideram variações nas probabilidades de detecção entre as espécies (Alpizar-Jara e Nichols 2002). 5.2 Ciências Médicas Como referimos na nota histórica, nas últimas décadas os métodos de captura-recaptura têm sido 5.2 Ciências Médicas Como referimos na notaemhistórica, nas últimas têm esido amplamente utilizados Epidemiologia paradécadas estimar ose métodos corrigir de as captura-recaptura taxas de incidência de 5.2 Ciências Médicas Como referimos na nota histórica, nas últimas décadas os métodos de captura-recaptura têm esido amplamente utilizados em Epidemiologia para estimar e corrigir as taxas de incidência de prevalência de certas doenças (McCarty al. 1993; Roberts Scragg 1994). Uma das vantagens Como referimos na nota nas etúltimas décadas oseemétodos de têm desta amplamente utilizados emhistórica, Epidemiologia para estimar corrigir1994). as captura-recaptura taxas de incidência esido de prevalência de certas doenças (McCarty et al. 1993; Roberts e Scragg Uma das vantagens desta metodologia é que permite evitar nas contagens exaustivas emétodos onerosasas de pessoas afectadas, que Como referimos na nota histórica, últimas décadas os de captura-recaptura têm sido amplamente utilizados em Epidemiologia para estimar e corrigir taxas de incidência e de prevalência deécertas doenças (McCarty et al. 1993; Roberts ee Scragg 1994). Uma das vantagens desta metodologia quedisponíveis. permite evitar contagens exaustivas onerosas detaxas pessoas afectadas, que dificilmente estão É possível obter estimativas baseando-nos na existência de listagens amplamente utilizados em Epidemiologia para estimar e corrigir as de incidência e de prevalência de certas doenças (McCarty et al. 1993; Roberts e Scragg 1994). Uma das vantagens desta metodologia é quedisponíveis. permite evitar contagens exaustivas ebaseando-nos onerosas denapessoas afectadas, que dificilmente estão Ésobreposições possível obter estimativas existência de al. listagens incompletas e considerando as das pessoas nas listas respectivas (Lee et 2001, prevalência de certas doenças (McCarty et al. 1993; Roberts e Scragg 1994). Uma das vantagens desta metodologia estão é quedisponíveis. permite evitar contagens exaustivas baseando-nos onerosas denapessoas afectadas, que dificilmente Ésobreposições possível obterdas estimativas existência de al. listagens incompletas e2003). considerando asevitar pessoas listas respectivas (Leeafectadas, et Alpizar-Jara Apermite dependência entre as amostras é umnas facto neste tipo de aplicações, o2001, que metodologia é que contagens exaustivas e onerosas de pessoas que dificilmente estão disponíveis. É possível obter estimativas baseando-nos na existência de listagens incompletas e2003). considerando as sobreposições das pessoas nas listas respectivas (Lee et al. o2001, Alpizar-Jara A dependência entre as amostras é um facto neste tipo de aplicações, que geralmente traduz em estimativas enviesadas. Uma formanas de listas abordar o problema da dependência dificilmenteseeestão disponíveis. possível obter estimativas na existência listagens incompletas considerando as Ésobreposições das pessoas respectivas (Lee etdeal. Alpizar-Jara 2003). Aemdependência entre as amostras é umbaseando-nos facto neste tipo de aplicações, o2001, que geralmente se traduz estimativas enviesadas. Uma forma de abordar o1989). problema da dependência entre várias amostras é mediante o uso dos modelos log-lineares (Cormack incompletas e considerando as sobreposições das pessoas nas listas respectivas (Lee et al. 2001, Alpizar-Jara 2003). A dependência entre as amostras é um facto neste tipo de aplicações, o que geralmente traduz éem estimativas enviesadas. Uma forma de(Cormack abordar o1989). problema da dependência entre várias se amostras mediante o usoentre dos modelos log-lineares Alpizar-Jara 2003). A dependência as amostras é um facto neste tipo de aplicações, o que geralmente se traduz em estimativas enviesadas. Uma forma de abordar o problema da dependência entre várias amostras é mediante o uso dos modelos log-lineares (Cormack 1989). 5.3 Ciências Sociais geralmente se traduz em estimativas enviesadas. Uma forma de abordar o problema da dependência entre várias amostras é mediante o uso dos modelos log-lineares (Cormack 1989). 5.3 Sociaisé mediante o uso dos modelos log-lineares (Cormack 1989). entre Ciências várias amostras 5.3 Ciências Sociais Nas sociais são vários os artigos publicados com aplicação dos modelos de captura-recaptura 5.3 ciências Ciências Sociais Nas ciências sociais são vários os artigos como publicados aplicaçãodo dosnúmero modelos captura-recaptura em bastante sensíveis da sociedade sejam:com a estimação dosdesem abrigo (Fisher 5.3 áreas Ciências Sociais Nas ciências sociais são vários os artigos como publicados com aplicaçãodo dosnúmero modelos desem captura-recaptura em áreas bastante sensíveis da sociedade sejam: a estimação dos abrigo (Fisher et al. 1994), prostitutas (Kruse et al. 2003) e toxicodependentes (Domingo-Salvany et al. 1995). Tal Nas ciências sociais são vários os artigos como publicados aplicaçãodo dosnúmero modelos captura-recaptura emal. áreas bastante sensíveis da sociedade sejam:com a estimação dosdesem abrigo (Fisher et 1994), prostitutas (Kruse et al. 2003) e toxicodependentes (Domingo-Salvany et al. 1995). Tal como na Epidemiologia, as estimativas deste tipo de populações móveis baseiam-se, de um modo Nas ciências sociais são(Kruse vários os al. artigos publicados aplicação modelos captura-recaptura em áreas bastante sensíveis da sociedade como sejam:com a estimação dodos número dosdesem abrigo (Fisher et al. 1994), prostitutas et 2003) e toxicodependentes (Domingo-Salvany et al. 1995). Tal como na Epidemiologia, as da estimativas deste tipo de apopulações móveis baseiam-se, de um modo geral, em bases de sensíveis amostragem de al. registos incompletos, onde as listas são dependentes entre si.(Fisher Silva emal.áreas bastante sociedade como sejam: estimação do número dos sem abrigo et 1994), prostitutas (Kruse et 2003) e toxicodependentes (Domingo-Salvany et al. 1995). Tal como na Epidemiologia, as estimativas deste tipo de populações móveis baseiam-se, de um modo geral, em bases de amostragem de registos incompletos, onde as listas são dependentes entre si. Silva et al. (2007) mostram um exemplo de aplicação para avaliar o efeito da violação do pressuposto de et al. 1994), prostitutas (Kruse et al. 2003) e toxicodependentes (Domingo-Salvany et al. 1995). Tal como na Epidemiologia, as estimativas deste tipo de populações móveis baseiam-se, entre de um geral, em bases de amostragem de registos incompletos, onde as listas são dependentes si. modo Silva et al. (2007) mostram um exemplo de aplicação para avaliar o efeito da violação do pressuposto de independência baseados noastrabalho de Domingo-Salvany et al.as(1995). como na bases Epidemiologia, estimativas deste tipo deavaliar populações móveis baseiam-se, de um geral, em de amostragem de registos incompletos, onde listas são dependentes entre si. modo Silva et al. (2007) mostram um exemplo de Domingo-Salvany aplicação para o(1995). efeito da violação do pressuposto de independência baseados no trabalho de et al. geral, em bases de amostragem de registos incompletos, onde as listas são dependentes entre si. Silva et al. (2007) mostram um exemplo de aplicação para avaliar o efeito da violação do pressuposto de independência baseados no trabalho de Domingo-Salvany et al. (1995). Em Demografia, por exemplo, os modelos de captura recaptura têm sido utilizados, o nome de et al. (2007) mostram um exemplo deDomingo-Salvany aplicação para avaliar efeito da violação do sob pressuposto de independência baseados no trabalho de et al. o(1995). Em Demografia, pormúltiplo, exemplo, os modelos de dos captura recaptura têm sidopor utilizados, sob odenome de sistemas de registo para a de correcção censos deal.população subcontagens grupos independência baseados no trabalho Domingo-Salvany et (1995). Em Demografia, pormúltiplo, exemplo,para os modelos de dos captura recaptura têm sidopor utilizados, sob odenome de sistemas de registo a para correcção censos de população subcontagens grupos minoritários (Chao Tsay 1998) a estimação do número de imigrantes ilegaissob (Jandl 2004). Em Demografia, poremúltiplo, exemplo, os emodelos de dos captura recaptura têm sidopor utilizados, odenome de sistemas de registo para a correcção censos de população subcontagens grupos minoritários (Chao e Tsay 1998)extensa emodelos paralista a estimação dorecaptura número de imigrantes ilegais (Jandl 2004). Fienberg (1992) apresenta uma de referências bibliográficas sobre o uso de modelos de Em Demografia, por exemplo, os de captura têm sido utilizados, sob o nome de sistemas de registo para ea para correcção dos censos de população por subcontagens de grupos minoritários (Chao emúltiplo, Tsay uma 1998) a estimação do número de imigrantes ilegais (Jandl 2004). Fienberg (1992) apresenta extensa lista de referências bibliográficas sobre o uso de modelos de captura-recaptura aplicados à subcontagem nos censos da população e Pollock et al. (1994) utilizam sistemas (1992) de registo para correcção censos de população por subcontagens de 2004). grupos minoritários (Chao emúltiplo, Tsay uma 1998) eapara a estimação do número de imigrantes Fienberg apresenta extensa lista de dos referências bibliográficas sobre oilegais uso de(Jandl modelos de captura-recaptura aplicados àdimensão subcontagem nos censos da número população eimigrantes Pollock et al. incompletas. (1994) utilizam estes modelos para estimar a duma população baseados em registos de listas minoritários (Chao e Tsay 1998) e para a estimação do de ilegais (Jandl 2004). Fienberg (1992) apresenta uma extensa listanos de censos referências bibliográficas sobre et o uso de modelos de captura-recaptura aplicados à subcontagem da população e Pollock al. (1994) utilizam estes modelos paraapresenta estimar auma dimensão duma população baseados em registos de listas incompletas. Fienberg (1992) extensa lista de referências bibliográficas sobre o uso de modelos captura-recaptura aplicados à subcontagem nos censos da população e Pollock et al. (1994) utilizam estes modelos para estimar a dimensão duma população baseados em registos de listas incompletas. de 5.4 Controlopara de aplicados Qualidade esubcontagem inspecção de nos softwares captura-recaptura censos baseados da população e Pollock et al.incompletas. (1994) utilizam estes modelos estimar a àdimensão duma população em registos de listas 5.4 Controlopara de Qualidade e inspecção de softwares estes modelos estimar a dimensão duma população baseados em registos de listas incompletas. 5.4 Controlo de Qualidade e inspecção de softwares Muitas empresas se dedicam ao desenvolvimento 5.4 Controlo deque Qualidade e inspecção de softwares de software para a manipulação de dados (de Muitas empresasdeque se dedicam aoe desenvolvimento software a manipulação de dados (de contas bancárias, registos médicos, dos Ministérios Justiça, porpara exemplo) estão preocupadas em 5.4 Controlo Qualidade e inspecção de softwaresdede Muitas empresas que se dedicam ao desenvolvimento de software para a manipulação de dados (de contas bancárias, registos médicos, e dos Ministérios de Justiça, por exemplo) estão preocupadas em garantir o sigilo dos dados pessoaisaoe,desenvolvimento habitualmente, investem elevadas quantias com esse Muitas empresas que se dedicam software a manipulação de propósito. dados (de contas bancárias, registos médicos, ee,dos Ministérios investem dedeJustiça, porpara exemplo) estão preocupadas em garantir o sigilo dos dados pessoais habitualmente, elevadas quantias com esse propósito. Uma das principais ameaças no aoetratamento dessasdebases de por dados são asestão falhas no dados software Muitas empresas que se dedicam desenvolvimento de software para a manipulação de (de contas bancárias, registos médicos, dos Ministérios Justiça, exemplo) preocupadas em garantir o sigilo dos dados pessoais e, habitualmente, investem elevadas quantias com esse propósito. Uma das principais ameaças no tratamento dessas bases de dados são as falhas no software disponibilizado (Schofield 2007). Ose, de captura-recaptura têmexemplo) sido utilizados na detecção de contasdas bancárias, registos médicos, emodelos dos Ministérios debases Justiça, por preocupadas em garantir o sigilo dos dados pessoais habitualmente, investem quantias com esse propósito. Uma principais ameaças noOstratamento deelevadas dados sãoutilizados asestão falhas no software disponibilizado (Schofield 2007). modelos dedessas captura-recaptura têm2004). sido na detecção de erros em aplicações de inspecção de software (Peterson et al. Os modelos propostos garantir o sigilo dos dados pessoais e, habitualmente, investem elevadas quantias com esse propósito. Uma das principais ameaças bases de dados sãoutilizados as falhasnano software disponibilizado (Schofield 2007).noOstratamento modelos dedessas captura-recaptura têm2004). sido detecção de erros em aplicações de inspecção de software (Peterson et al. Os modelos propostos consideram a heterogeneidade nas probabilidades debases detecção das sido falhas as diferenças nas Uma em das aplicações principais ameaças de al. dados sãoutilizados ase modelos falhas software disponibilizado (Schofield 2007).no Ostratamento modelos dedessas captura-recaptura têm na no detecção de erros de inspecção de software (Peterson et 2004). Os propostos consideram a de heterogeneidade probabilidades de detecção das sido falhas e as diferenças nas probabilidades detecção entre nas inspectores. Vários autores têm questionado a utilidade dos modelos disponibilizado (Schofield 2007). Os modelos de captura-recaptura têm utilizados na detecção de erros em aplicações de inspecção de software (Peterson et al. 2004). Os modelos propostos consideram a de heterogeneidade nas probabilidades de detecção das falhasa utilidade e as diferenças nas probabilidades detecção entre inspectores. Vários autores têm questionado dos modelos do tipo M , mas Alpizar-Jara et al. (2008) argumentam que estes modelos também podem ser úteis erros em aplicações de inspecção de software (Peterson et al. 2004). Os modelos propostos b a heterogeneidade nas probabilidades de detecção das falhas e as diferenças nas consideram probabilidades deAlpizar-Jara detecção entre inspectores. Vários autores têm questionado a utilidade dos ser modelos do tipo Mde et al. (2008) argumentam estes modelos também úteis b, mas neste tipo aplicações dadoentre que énas provável que, em autores algumas situações, intercomunicação entre consideram a de heterogeneidade probabilidades de que detecção das exista falhas e as podem diferenças nas probabilidades detecção inspectores. Vários têm questionado a utilidade dos modelos do tipo M , mas Alpizar-Jara et al. (2008) argumentam que estes modelos também podem ser úteis b aplicações dado que é provável que, em algumas situações, exista intercomunicação entre neste tipo de os inspectores sobre as características das falhas detectadas. probabilidades de detecção entre inspectores. Vários autores têm questionado a utilidade dos modelos do tipo Mde Alpizar-Jara et al. (2008) argumentam que estes modelos podem ser entre úteis b, mas neste tipo aplicações dado que é provável que,detectadas. em algumas situações, existatambém intercomunicação os inspectores sobre as características das falhas do tipo M Alpizar-Jara et al. (2008) argumentam que estes modelos também podem ser úteis b, mas neste tipo de aplicações dado que é provável que, em algumas situações, exista intercomunicação entre os inspectores sobre as características das falhas detectadas. 6. Algumas reflexões e possibilidades de trabalho futuro neste tipo de aplicações dado que é provável que, em algumas situações, exista intercomunicação entre os inspectores sobre as características das falhas detectadas. 6. Algumas reflexões possibilidades trabalho futuro os inspectores sobre as ecaracterísticas dasdefalhas detectadas. 6. Algumas reflexões e possibilidades de trabalho futuro Apesar da crescente utilização desta metodologia diversas áreas de conhecimento, os modelos 6. Algumas reflexões e possibilidades de trabalhonas futuro Apesar da crescente utilização desta metodologia nas diversas áreas deAssim, conhecimento, os fazer modelos devem ser cuidadosamente avaliados em função dos seus pressupostos. gostávamos um 6. Algumas reflexões e possibilidades de trabalho futuro Apesar da cuidadosamente crescente utilização desta em metodologia nas diversas áreas deAssim, conhecimento, os fazer modelos devem ser avaliados função dos seus pressupostos. gostávamos um apelo comunidade para ter em atenção não sódiversas o potencial dosdemétodos de captura-recaptura Apesarà ser da cuidadosamente crescentecientífica utilização desta metodologia nas áreas conhecimento, os fazer modelos devem avaliados em função dos seus pressupostos. Assim, gostávamos um apelo à comunidade científica para ter em atenção não só o potencial dos métodos de captura-recaptura nas várias áreas de aplicação, masdesta também as limitações associadas às aplicações concretas.os fazer Apesar da crescente utilização metodologia nas diversas áreas de conhecimento, modelos devem ser cuidadosamente avaliados em função dos seus pressupostos. Assim, gostávamos um apelo à comunidade científicamas paratambém ter em atenção não sóassociadas o potencialàsdos métodosconcretas. de captura-recaptura nas várias áreas de referir aplicação, as limitações aplicações devem ser cuidadosamente avaliados função dos seus pressupostos. Assim, gostávamos fazer um Devemos também que os avanços nestas técnicas de amostragem têm sido acompanhados dos apelo à comunidade científica para ter em atenção não só o potencial dos métodos de captura-recaptura nas várias áreas de aplicação, mas também as limitações associadas às aplicações concretas. apelo à comunidade científica para ter em atenção não só o potencial dos métodos de captura-recaptura principais desenvolvimentos noutras metodologias estatísticas sejam asconcretas. análises de dados nas várias áreas de aplicação, mas também as limitações associadascomo às aplicações nas várias áreas de aplicação, mas também as limitações associadas às aplicações concretas. categorizados (regressão logística e modelos log-lineares), os critérios de selecção de modelos, a modelação da heterogeneidade, a estatística espacial, os modelos para erros de medição, a mistura de distribuições, a estimação não paramétrica, os métodos de re-amostragem e a inferência bayesiana. Assim, esperamos também que este texto sirva de motivação para que investigadores interessados nestas metodologias possam procurar elos de ligação entre as diversas áreas de interesse. Na estimação de populações biológicas os métodos de captura-recaptura, amostragem por distâncias, 22 Boletim SPE modelos multi-estados e a combinação destes têm tido um papel relevante. A combinação dos métodos Assim, esperamos também este elos textodesirva de entre motivação para áreas que investigadores nestas metodologias possam que procurar ligação as diversas de interesse. interessados nestas metodologias possam procurar elos de ligação entre as diversas áreas de interesse. Na estimação de populações biológicas os métodos de captura-recaptura, amostragem por distâncias, Na estimação de populações biológicasdestes os métodos captura-recaptura, amostragem por distâncias, modelos multi-estados e a combinação têm tidodeum papel relevante. A combinação dos métodos modelos multi-estados e a combinação destes têm tido um papel relevante. A combinação dos métodos de amostragem existentes permite também o desenvolvimento de novos modelos. Por exemplo, nas de amostragem existentes permite da também o desenvolvimento novos modelos. Por exemplo, nas populações evasivas a combinação amostragem por distânciasdecom a amostragem adaptativa é cada populações evasivas a combinação por 2006). distâncias comúltimos a amostragem adaptativa é cadao vez mais uma realidade (Afonsoda eamostragem Alpizar-Jara Nos anos tem-se notado vez mais uma realidade (Afonso e quer Alpizar-Jara 2006). Nosporúltimos anos tem-seet notado desenvolvimento de modelos espaciais para a amostragem distâncias (Hedley al. 2004)o desenvolvimento de modelos espaciais quer para a amostragem distâncias (Hedley et al. 2004) quer para os modelos de captura-recaptura (Borchers et al., 2008).por A combinação da amostragem por quer para os modelos de captura-recaptura (Borchers et al., 2008). A combinação da amostragem distâncias com os modelos de captura-recapatura (Alpizar-Jara e Pollock, 1996, 1999; Borchers etpor al. distâncias com os modelos de captura-recapatura (Alpizar-Jara e Pollock, 1996, 1999; et 1al.e 1998; Monteiro e Alpizar-Jara 2006) permitem lidar com a violação do pressuposto de Borchers que g(0) = 1998; e Alpizar-Jara 2006) lidardacom violação do pressuposto de que g(0) 1e estimarMonteiro o valor de g(0). Nas Actas dospermitem Congressos SPEa encontram-se outras contribuições na=área estimar o valor de Nas Actas dos Congressos da(2001), SPE encontram-se contribuições na áreae da amostragem porg(0). distâncias de Alpizar-Jara et al. Marques e outras Buckland (2005), Rendas da amostragem por edistâncias Alpizar-Jara et al. (2001), Marques e Buckland (2005), Rendas e Alpizar-Jara (2005) Afonso e de Alpizar-Jara (2007, 2008). Alpizar-Jara (2005) e Afonso e Alpizar-Jara (2007, 2008). Finalmente, sugerimos a leitura do artigo de revisão de Schwarz e Seber (1999) sobre o Finalmente, sugerimos a leitura do artigo de revisão de Schwarz Seber (1999) sobre desenvolvimento de modelos e métodos de estimação da abundância animal ee também de alguns livroso desenvolvimento modelos e métodos como de estimação daetabundância e também de alguns livros de referência nestadeárea de investigação Amstrup al. (2005), animal Buckland et al. (2001), Williams de referência et al. (2002). nesta área de investigação como Amstrup et al. (2005), Buckland et al. (2001), Williams et al. (2002). 7. Referências bibliográficas 7. Referências bibliográficas Afonso, A. e Alpizar-Jara, R. (2006). Amostragem por distâncias adaptativa: combinação de transectos lineares com pontuais. Em: Ciência – Actas do Congresso Anualpor da Sociedade Portuguesa combinação de Estatísticade(Canto, L. C.,lineares Martins,com E. G., Rocha,Em: C., Afonso, Estatística A. e Alpizar-Jara, R. XIII (2006). Amostragem distâncias adaptativa: transectos pontuais. Oliveira, M. F., Leal, M. M. e Rosado, F. eds.), Edições SPE, Lisboa, p. 163-172. Ciência Estatística – Actas do XIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estatística (Canto, L. C., Martins, E. G., Rocha, C., Oliveira, M. F., Leal, M. M. e Rosado, F. eds.), Edições SPE, Lisboa, p. 163-172. Afonso, A. e Alpizar-Jara, R. (2007). Estimação em amostragem por distâncias com distribuições espaciais não homogéneas. 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Departamento de Matemática, Matemática, F.C.T.U.C. 1 Introdução A necessidade de tomar decisões e efectuar análises sobre fenómenos ou sistemas que evoluem de forma aleatória ao longo do tempo são características comuns a muitas das questões que preocupam especialistas de áreas transversais da sociedade actual como a economia e as finanças, a gestão, a tecnologia e a biotecnologia ou a sociologia. Geralmente, a tomada de decisões baseia-se em modelos matemáticos temporais construídos de forma a ter em conta o maior número de características empíricas observadas nos resultados dos fenómenos em estudo. A análise empírica retrospectiva do fenómeno, olhando em particular para os resultados do mesmo sob diferentes pressupostos, é essencial ao desenvolvimento da investigação no domínio da modelação estocástica. Mais, tal como os fenómenos em estudo, esta modelação tem carácter dinâmico. Nenhum modelo é definitivo. A escolha correcta de um modelo decorre, usualmente, da comparação, validada com uma certa confiança, entre as propriedades empíricas dos resultados e as propriedades teóricas de vários modelos de resposta possível. Para além disso, análises empíricas mais profundas de tais fenómenos permitem constatar novas características não tidas em conta nos modelos inicialmente considerados e, assim, procurar uma outra classe que lhes responda. O carácter não determinista de tais fenómenos justifica a sua inclusão no domínio geral das Probabilidades e Estatística ou, mais particularmente, dos Processos Estocásticos. De facto, o estudo destes processos apresenta, relativamente à Teoria Básica das Probabilidades, o aspecto inovador de desenvolver modelos matemáticos para fenómenos aleatórios dinâmicos, isto é, cuja dependência do tempo (ou de outro eventual parâmetro) tem um papel preponderante. Assim, a probabilidade aparece não no sentido de cada resultado de uma experiência aleatória determinar uma única observação, um único número por exemplo, mas sim o comportamento de algum sistema ao longo de uma sequência ou intervalo de tempo. Fazendo o contraponto com a Estatística Clássica, onde o dado fundamental é uma família (quando muito numerável) de variáveis aleatórias independentes, realçar-se-á o carácter dinâmico deste modelo estocástico através da dependência, habitualmente existente, entre as variáveis que o definem. De facto, a hipótese de independência das observações não tem agora qualquer sentido: estamos perante variáveis que já se observavam no passado, que podemos observar no futuro e cujas conclusões dependem de um segmento de observações entre dois instantes conhecidos, a que chamamos trajectória do processo. Podemos definir matematicamente esta situação identificando um processo estocástico com uma família de variáveis aleatórias, ( X t , t ∈ T ), dependentes de um parâmetro t (em geral o tempo), todas definidas sobre um mesmo espaço de probabilidade (Ω, , P ) , o que nos permite fazer intervir o acaso da forma axiomatizada habitual. Nas situações em estudo no presente texto esta dependência é temporal e o espaço dos tempos, T, é discreto, usualmente N ou Z , o que conduz à designação natural de tais processos como séries temporais ou cronológicas. A construção de um modelo adequado, que permita descrever e interpretar a evolução da série, é fundamental para a resolução dos diferentes problemas que se põem na análise das séries temporais. Existem vários tipos de modelos que distinguimos entre teóricos e empírico-teóricos. Os modelos teóricos estão associados a fenómenos aleatórios cuja descrição permite equacionar matematicamente a sua evolução. Destes, podem referir-se, em particular, os caminhos aleatórios, os processos de ramificação ou os processos de nascimento e morte. Quanto aos modelos empírico26 Boletim SPE teóricos, objecto essencial deste estudo, diremos que são modelos teóricos criados para descrever o teóricos, objectoevolutivo essencial de deste quereais. são modelos teóricos criados descrever o comportamento um estudo, conjuntodiremos de dados Destes, destacamos comopara particularmente comportamento evolutivo de um conjunto de dados reais. Destes, destacamos como particularmente importantes os modelos auto-projectivos, isto é, genericamente, aqueles em que o processo em cada importantes os modelos auto-projectivos, isto é,e genericamente, aquelesaleatória. em que oProcura-se processo em instante é função dos seus valores passados de uma perturbação que cada tais instante é função dos seus valores passados e de uma perturbação aleatória. Procura-se que tais modelos verifiquem teoricamente as características empíricas dos dados a representar. Há, assim, uma modelos verifiquem teoricamente as características empíricas dos dados a representar. Há, assim, uma dialéctica entre o teórico e o empírico em permanente desenvolvimento. À medida que vamos dialéctica entre o teórico e responder o empírico permanente desenvolvimento. À medida quedados vamosa conseguindo, teoricamente, aosemfactos empíricos conhecidos sobre o tipo de conseguindo, teoricamente, responder aos factos empíricos conhecidos sobre o tipo de dados descrever, aumenta a necessidade de prosseguir estudos sobre tal tipo de dados que permitama descrever, aumenta a necessidade de prosseguir estudos sobre tal tipo de dados que permitam identificar novas características comportamentais. identificar novas características comportamentais. Um aspecto essencial ligado à análise de dados temporais tem a ver com a impossibilidade de Um aspecto à análise de dados temporais tem a Nomeadamente, ver com a impossibilidade de representar umaessencial evoluçãoligado totalmente anárquica da série de dados. a presença de representar uma evolução totalmente anárquica da série de dados. Nomeadamente, a presença de valores aberrantes ou de características sazonais na série em análise pode conduzir a modelos valores aberrantes ou deAssim, características série em análise pode conduzir a modelos matemáticos incorrectos. impõe-se sazonais um prévionaprocedimento de filtragem que elimine factores matemáticos incorrectos. Assim, impõe-se um prévio procedimento de filtragem que elimine factores alheios à evolução da própria série e a transforme numa outra com propriedades de estabilidade no alheios à evolução da própria série e a transforme numa outra com propriedades de estabilidade no tempo, isto é, verificando as chamadas propriedades de estacionaridade. tempo, isto é, verificando as lineares chamadas de estacionaridade. Recorrendo aos modelos depropriedades séries temporais e à sua limitação para descrever determinado Recorrendo aos modelos lineares de séries temporais e à sua limitação descrever determinado tipo de dados, em particular os de natureza financeira, procuraremos ilustrarpara as questões genericamente tipo de dados, particular os de natureza financeira, procuraremos ilustrar as questões genericamente referidas nesta em introdução. referidas nesta introdução. 2 Modelos auto-projectivos de séries temporais 2 Modelos auto-projectivos de séries temporais Os modelos auto-projectivos constituem uma das principais aproximações matemáticas da análise modelos auto-projectivos constituem uma das aproximações da éanálise de Os séries temporais com objectivo de previsão. A principais ideia básica subjacente amatemáticas tais modelos a de de séries uma temporais com matemática objectivo deque, previsão. básica subjacente a tais modelosa história é a de encontrar formulação a menosAdeideia um certo erro, gere aproximadamente encontrar umada formulação que,suas a menos de um certopadrão. erro, gere a história de evolução série e matemática reproduza as características Emaproximadamente comparação com outras de evolução da série e reproduza as suas características padrão. Em comparação com outras metodologias, esta apresenta a enorme vantagem de usar apenas, na obtenção de previsões, informação metodologias, estaque apresenta a enorme vantagem de usar apenas, na obtenção desubjacentes previsões, informação associada à série pretendemos prever e não informação contida em séries que se crê associada à série que pretendemos prever e não informação contida em séries subjacentes que se crêe influenciarem o comportamento da série original. É assim uma técnica mais parcimoniosa influenciarem comportamento série original. É assim uma técnica mais parcimoniosa e particularmenteoútil para previsões adacurto e médio prazo. particularmente útil para previsões a curto e médio prazo. Um processo estocástico ( X t , t ∈ T ) verifica um modelo auto-projectivo se é função dos seus Um processo estocástico ( X t , t ∈ T ) verifica um modelo auto-projectivo se é função dos seus valores passados e de um processo centrado e não correlacionado, (ε t , t ∈ T ) , habitualmente designado valores passados e de um processo centrado e não correlacionado, (ε t , t ∈ T ) , habitualmente designado processo de erro, isto é, processo de erro, isto é, X t = f ( X t −1 , X t − 2 ,..., ε t ), para todo t ∈ T , X t = f ( X t −1 , X t − 2 ,..., ε t ), para todo t ∈ T , com f uma função mensurável dependente de um certo número de parâmetros desconhecidos. com f uma função mensurável dependente de um certo número de parâmetros desconhecidos. Após a construção ou definição do modelo, há que estimar os parâmetros envolvidos nessa Após a construção ou definição do modelo, há que estimar os parâmetros nessaa definição. A validação do modelo estimado por um procedimento de teste estatísticoenvolvidos que comprove definição. A validação do modelo estimado por um procedimento de teste estatístico que comprove sua adequação aos dados observados é indispensável à correcta utilização do mesmo em estudosa sua adequaçãodesignadamente aos dados observados é indispensável à correcta utilização do mesmo em estudos subsequentes, de previsão. subsequentes, designadamente de previsão. Estes estudos serão tanto mais fiáveis quanto mais regular for, no tempo, a função que descreve a Estes tanto maisforfiáveis quantodemais regularO for, no tempo, a função descreve aé série em estudos estudo eserão quanto menor o horizonte previsão. interesse de tratar séries que estacionárias série estudo e quanto menor for o horizonte de previsão. O interesse de tratar séries estacionárias é assimem evidente. assim evidente. Até ao início dos anos 80 estes estudos foram dominados pelos modelos lineares, com particular Até ao dos anos 80 para estesos estudos foram dominados pelos modelos lineares, comsituando-se particular ênfase, no início caso estacionário, modelos ARMA (auto-regressivos/médias móveis), ênfase, no caso estacionário, para os modelos ARMA (auto-regressivos/médias móveis), situando-se nos anos 70, e na sequência do aparecimento do livro de Box e Jenkins (1970, ed. revista 1976), a nos anos na seu sequência do aparecimento do livro retida de Boxpara e Jenkins (1970, ed. revista 1976), oa época de 70, ouroe do desenvolvimento. A formulação estes modelos permite exprimir época de ouro do seu desenvolvimento. A formulação retida para estes modelos permite exprimir valor presente da série como função linear dos seus valores passados e dos valores presente e passadoso valor da série como função dos seus passados e dos valores presente de umpresente ruído que se interpreta como linear a inovação da valores série. Mais precisamente, diz-se que ume passados processo de um ruído que se interpreta como a inovação da série. Mais precisamente, diz-se processoa estocástico real ( X t , t ∈ Z ) segue um modelo ARMA de ordens p e q , ARMA( p,que q ) , um se verifica estocástico real ( X t , t ∈ Z ) segue um modelo ARMA de ordens p e q , ARMA( p, q ) , se verifica a seguinte equação de recorrência, seguinte equação de recorrência, X t − ϕ1 X t −1 − ... − ϕ p X t − p = ε t − θ1ε t −1 − ... − θ q ε t − q , X t − ϕ1 X t −1 − ... − ϕ p X t − p = ε t − θ1ε t −1 − ... − θ q ε t − q , onde (ϕ i )1≤i≤ p e (θ i )1≤i≤q são constantes reais e ε = (ε t , t ∈ Z ) é um processo de erro de variância constante. Em algumas séries temporais a hipótese de estacionaridade não é fácil de aceitar, designadamente quando é notória a presença de uma tendência de crescimento ou decréscimo. A tendência poderá ser 27 t o numo simples d e 2 0procedimento 08 eliminadaO u com de diferenciação, isto é, poderá ser já aceitável aquela onde (ϕ i )1≤i≤ p e (θ i )1≤i≤q são constantes reais e ε = (ε t , t ∈ Z ) é um processo de erro de variância constante. Em algumas séries temporais a hipótese de estacionaridade não é fácil de aceitar, designadamente quando é notória a presença de uma tendência de crescimento ou decréscimo. A tendência poderá ser eliminada com um simples procedimento de diferenciação, isto é, poderá ser já aceitável aquela hipótese para a série das diferenças Yt = X t − X t −1 = (1 − L ) X t onde ( ϕ ) e ( θ ) são constantes reais e ε = (ε t , td∈, Z ) éé,um ou, maisi geralmente, isto paraprocesso de erro de variância i 1para 1≤i ≤ p ≤i ≤ q a série das diferenças de ordem d constante. Yt = (1 − L ) X t , d ∈ N, Em algumas séries temporais a hipótese de estacionaridade não é fácil de aceitar, designadamente onde L é o operador tal que Lk X t = X t −k . quando é notória a presença de uma tendência de crescimento ou decréscimo. A tendência poderá ser A modelação ARMA estacionária será então aplicada àisto nova (Yt ,ser t ∈ Zjá) .aceitável aquela eliminada com um simples procedimento de agora diferenciação, é, série poderá hipótese para adeste série modo das diferenças Alargamos a classe dos modelos ARMA à os chamados modelos ARIMA ( p, d , q ) (a = X t objectivo − X t −1 = (1essencial − L ) X t é transformar uma série com certas letra I provém da palavra integrated)Y, t cujo características não estacionárias numa estacionária. Nota-se prática, não é habitual ir além das ou, mais geralmente, para a série das diferenças de ordem d ,que, isto na é, para d diferenças de ordem 1 ou 2 . Yt = (1 − L ) X t , d ∈ N, Outro aspecto a ter em conta na modelação estacionária de séries temporais tem que ver com a k onde L é o operador tal que L X = X . eliminação dos, eventualmente existentes, t t − k perfis sazonais; por exemplo, para certas séries mensais os dados relativos a um mesmo mês em diferentes anos têm tendência situar-se análoga em A modelação ARMA estacionária será então agora aplicada à novaa série (Yt , tde∈ maneira Z) . relação à média anual. A fim de contornar este problema, e Jenkinsmodelos introduziram uma Alargamos deste modo a classe dos modelos ARMA à Box os chamados ARIMA ( pclasse , d , q ) de (a modelos, generalização dos anteriores, capazes de ter em conta tais sazonalidades. Tais modelos são letra I provém da palavra integrated), cujo objectivo essencial é transformar uma série com certas denominados SARIMA (a letra S decorre do termo sazonal). O princípio subjacente a esta modelação características não estacionárias numa estacionária. Nota-se que, na prática, não é habitual ir além das tem a ver com a aplicação da modelação ARIMA ao modelo inicial após a eliminação neste da diferenças de ordem 1 ou 2 . sazonalidade. Por exemplo, se designarmos por S o período correspondente à sazonalidade da série Outro aspecto a ter em conta na modelação estacionária de séries temporais tem que ver com a inicial ( X t , tdos, ∈ Z )eventualmente , a simples consideração sériesazonais; transformada eliminação existentes, da perfis por exemplo, para certas séries mensais os Z t =anos X t −têm X t −Stendência a situar-se de maneira análoga em dados relativos a um mesmo mês em diferentes relação à média anual. A fim de contornar este problema, e Jenkins introduziram umaaplicada classe dea poderá já conduzir a uma série sem sazonalidade. A estaBox nova série poderá ser agora modelos, dos anteriores, capazes de ter em conta tais sazonalidades. Tais modelos são modelaçãogeneralização ARIMA . denominados SARIMA (a letra S decorre do termo sazonal). O princípio subjacente a esta modelação a ver com de a aplicação da da modelação ARIMA ao modelo inicial após a eliminação neste da 3temIdentificação um modelo família ARIMA sazonalidade. Por exemplo, se designarmos por S o período correspondente à sazonalidade da série A identificação, em termos práticos, do modelo ou modelos que podem ajustar-se a determinado inicial ( X t , t ∈ Z ) , a simples consideração da série transformada conjunto de dados baseia-se sobretudo na análise das funções de autocorrelação e de autocorrelação Z t =comparação X t − X t −S com as correspondentes funções teóricas, empíricas, associadas à série observada, e sua quando existem, paraatais modelos. poderá já conduzir uma série sem sazonalidade. A esta nova série poderá ser agora aplicada a De facto,ARIMA a família modelação . dos modelos ARMA estacionários é caracterizada à ordem 2 , isto é, através dos resumos de 2ª ordem, pelas correspondentes funções de autocorrelação e de autocorrelação parcial. este aspecto com os da modelos de ordem p , isto é, ARMA( p, 0) , para os 3Ilustremos Identificação de um modelo famíliaauto-regressivos ARIMA quais os dois teoremas de caracterização seguir ou enunciados são podem de importância no A identificação, em termos práticos, do amodelo modelos que ajustar-sefundamental a determinado procedimento prático de identificação. conjunto de dados baseia-se sobretudo na análise das funções de autocorrelação e de autocorrelação empíricas, à série observada, e sua comparação comprocesso as correspondentes teóricas, Teorema 1associadas Uma condição necessária e suficiente para que um estacionáriofunções (1) centrado X quando existem, para tais modelos. admita uma representação auto-regressiva ( AR ) é que as autocorrelações, ρ (h ), h ≥ 0, se escrevam De combinações facto, a família modelos ARMA estacionários é caracterizada à ordem 2 , isto é, através dos como de dos funções exponenciais de h, da forma resumos de 2ª ordem, pelas correspondentes p∗funções de autocorrelação e de autocorrelação parcial. 1 Ilustremos este aspecto com os modelos ordem p , isto é, ARMA( p,p 0) , para os ρ (h auto-regressivos ) = ∑ única Aj , A de ∈C . 1 he só j se todas as raízes do polinómio 1 − ∑ ϕ x i são de Um modelo AR ( p ) admite uma solução estacionária se i (z jenunciados ) =1 quais os dois teoremas de caracterização a j seguir são de importância fundamental no i =1 procedimento prático de identificação. módulos diferentes de 1 . Se (e só se) tais raízes são de módulos superiores a 1 podemos interpretar ε como o processo de inovação (isto é, ε tosécondição não correlacionado Xpara à data ). processo estacionário z j são com as raízes dodepolinómio Φ( L) = 1 − ϕ − ... − ϕ p LXp . Nota-se valores Teorema 1 que Uma necessária eo passado suficiente quetauto-regressivo um (11)Lcentrado Assim, uma se arepresentação representaçãoauto-regressiva é tal que tais( AR raízes sãoasde módulos maiores 1 escrevam então as admita ) é que autocorrelações, ρ (h ),doh ≥que 0, se autocorrelações do modelo tendem para zero de modo exponencial. p Teorema 2 Uma condição necessária e suficiente para que um processo estacionário centrado 1 i admita Um modelo AR ( p ) admite uma solução estacionária única se e só se todas as raízes do polinómio 1 − ∑ ϕ i x são de uma representação AR é que a sucessão das autocorrelações parciais se anule a partir de i =1 uma certa ordem. Tal ordem ordem datais representação auto-regressiva. módulos diferentes de é1a . Se (e só se) raízes são de módulos superiores a 1 podemos interpretar ε como o processo de inovação (isto é, ε t é não correlacionado com o passado de X à data t ). Assim, se as sucessivas autocorrelações empíricas da série observada apresentam um decréscimo exponencial e as correspondentes autocorrelações parciais empíricas são significativamente nulas a 28 o l emodelo t i m auto-regressivo SPE partir de certa ordem, a representação do fenómeno em estudo porBum é Assim, se a representação é tal que tais raízes são de módulos maiores do que 1 então as autocorrelações do modelo tendem para zero de modo exponencial. Teorema 2 Uma condição necessária e suficiente para que um processo estacionário centrado admita uma representação AR é que a sucessão das autocorrelações parciais se anule a partir de uma certa ordem. Tal ordem é a ordem da representação auto-regressiva. Assim, se as sucessivas autocorrelações empíricas da série observada apresentam um decréscimo exponencial e as correspondentes autocorrelações parciais empíricas são significativamente nulas a partir de certa ordem, a representação do fenómeno em estudo por um modelo auto-regressivo é bastante verosímil. Se o processo que gerou a série de observações é descrito por um modelo ARIMA então, dada a sua não estacionaridade, não existe função de autocorrelação. No entanto, sendo processos de 2ª ordem, existe sempre a correlação entre X t e X t + h , que se prova tender para 1 quando t tende para + ∞. Assim, se as autocorrelações empíricas da série observada permanecem próximas de 1 para um número suficientemente grande de instantes (por exemplo, se o seu decréscimo, para instantes positivos, é lento), é natural diferenciar a série a fim de a tornar estacionária. O número de vezes, d , que devemos diferenciar é obtido aplicando o critério anterior às sucessivas séries diferenciadas, tantas vezes quantas as necessárias. A detecção de factores sazonais também é feita com o recurso ao comportamento das autocorrelações e autocorrelações parciais empíricas. Neste caso, se estamos em presença de uma sazonalidade de período S , tais funções tomam valores grandes, em módulo, para os índices múltiplos de S . 4 Processo de erro na modelação de séries financeiras A evolução dos modelos anteriormente considerados está limitada a uma formulação linear pelo que se torna evidente o carácter restritivo do seu campo de aplicação, quando pretendemos obter bons ajustamentos para certos sistemas reais. Além disso, não tendo tais modelos qualquer outro tipo de especificação, por exemplo informação sobre a evolução no tempo dos seus momentos condicionais, revelam-se, em particular, insuficientes para o tratamento de certos problemas financeiros e monetários (índices da bolsa de valores, taxas de juro e de câmbio, inflação...) nos quais a variabilidade instantânea (ou volatilidade) das séries de valores associados depende de modo significativo do passado. Este problema revela-se nos resíduos da estimação de tais séries por modelos do tipo ARIMA quando, havendo compatibilidade entre as funções de correlação e de correlação parcial da série de dados e as de um tal modelo linear, a estimação resultante conduz a um resíduo com características diferentes das de um ruído branco clássico. Os ruídos brancos clássicos são em geral considerados independentes ou mesmo Gaussianos, não sendo formulada qualquer hipótese sobre a forma como evolui no tempo a sua variabilidade instantânea que, como já foi referido, em dados de natureza financeira depende de modo significativo do passado. Esta característica, reconhecida pelo menos desde Mandelbrot (1963) que, sobre dados relativos à inflação e a taxas de juros, afirmou ...large changes tend to be followed by large changes of either sign - and small changes tend to be followed by small changes..., é também constatada por Friedman que, na sua Nobel Lecture (1977), considera que as mais altas taxas de inflação estão geralmente associadas à sua maior variabilidade e, presumivelmente, a uma maior incerteza sobre as taxas futuras. Este tipo de séries apresenta também características de não normalidade. De facto, as observações, não correlacionadas ao longo do tempo, são em geral bem descritas por uma distribuição simétrica, unimodal e com caudas mais pesadas do que a normal (leptocúrtica). Tais constatações empíricas levam Robert Engle a propor, em 1982, uma classe de modelos para séries temporais, com características de processos de erro, que prevêem uma evolução no tempo da respectiva variância condicional. Tais modelos, ditos com heteroscedasticidade condicional autoregressiva de ordem q ( ARCH (q ) ), definem a variância condicional ao passado do processo no instante t (volatilidade) como uma função linear dos quadrados dos valores do processo anteriores àquele instante t . As trajectórias destes processos, que revelam um comportamento compatível com a observação de Mandelbrot, bem como a análise das respectivas distribuições empíricas, ilustram bem a sua adequação a tal tipo de dados. Nas figuras 29 O u t oabaixo n o dtais e aspectos 2 0 0 8 são ilustrados quer com a trajectória de 1000 observações de uma 2 2 2 instante t (volatilidade) como uma função linear dos quadrados dos valores do processo anteriores àquele instante t . As trajectórias destes processos, que revelam um comportamento compatível com a observação de Mandelbrot, bem como a análise das respectivas distribuições empíricas, ilustram bem a sua adequação a tal tipo de dados. Nas figuras abaixo tais aspectos são ilustrados quer com a trajectória de 1000 observações de uma série gerada de acordo com o modelo ARCH (1) verificando E ε t2 ε t −1 = 0.3 + 0.7ε t2−1 (2) quer com a ( ) correspondente análise estatística empírica, que inclui, em particular, um teste à normalidade da sua lei. Friedman que, na sua Nobel Lecture (1977), considera que as mais altas taxas de inflação estão geralmente associadas à sua maior variabilidade e, presumivelmente, a uma maior incerteza sobre as 8 taxas futuras. 6 Este tipo de séries apresenta também características de não normalidade. De facto, as observações, 4 não correlacionadas ao longo do tempo, são em geral bem descritas por uma distribuição simétrica, 2 unimodal e com caudas mais pesadas do que a normal (leptocúrtica). 0 Tais constatações empíricas levam Robert Engle a propor, em 1982, uma classe de modelos para -2 séries temporais, com características de processos de erro, que prevêem uma evolução no tempo da respectiva variância condicional.-4 Tais modelos, ditos com heteroscedasticidade condicional autoregressiva de ordem q ( ARCH (-6q ) ), definem a variância condicional ao passado do processo no -8 função250 linear 500 dos quadrados dos valores do processo anteriores instante t (volatilidade) como uma 750 1000 àquele instante t . ARCH(1) As trajectórias destes processos, que revelam um comportamento compatível com a observação de Mandelbrot, bem como a análise das respectivas distribuições empíricas, ilustram bem a sua adequação a tal tipo de dados. 250 Nas figuras abaixo tais aspectos são ilustrados quer com a trajectória de 1000 observações de uma Série : AR C H(1) Amo stra: 1000 obs . 2 série gerada de 200 acordo com o modelo ARCH (1) verificando E ε t ε t −1 = 0.3 + 0.7ε t2−1 (2) quer com a Mé dia: -0.002 307 ( ) Me dian a: 0. 0107 73 Má ximo: 6.21 6783 Mín imo: -6. 5522 30 De sv io p adrão :1.01 4642 Simetria :-0.17 5610 Cu rtos e: 9.1 6986 7 (>3) Esta tística de Jarq ue-Bera : 159 1.275 p-va lor: 0 .000 000 (menor valor do nív el de sig . que le va à re j. d a n ormal.) correspondente análise estatística empírica, que inclui, em particular, um teste à normalidade da sua 150 lei. 100 8 50 6 4 0 -6 -4 -2 20 2 4 6 0 -2 Na tentativa de encontrar formulações mais adequadas para a variabilidade instantânea surgiram -4 inúmeras generalizações e extensões dos modelos ARCH , que podemos incluir numa classe geral de -6 2 Designa-se de por erro ε t acondicionalmente σ -álgebra gerada-8por (ε t , ε t −1 ,...) , i.e., ε( CH ε t , ε ta−1seguinte ,...). processos heteroscedásticos definição: t = σ) (com 250 500 750 1000 ARCH(1) Definição Diz-se que ε = (ε t , t ∈ Z ) segue um modelo condicionalmente heteroscedástico de ordens p e q , CH ( p, q ) , se 250 E (ε t ε t −1 ) = 0 e V (ε t ε t −1 ) = ht = H (ε t −1 ,..., ε t − q , ht −1 ,..., ht − p ), Série : AR C H(1) onde H é uma função real definida sobre R p+ q , estritamente e Borel - mensurável. Amo stra: 1000positiva obs . 200 Mé dia: -0.002 307 Me dian a: 0. 0107 73 Má ximo: 6.21 6783 Mín imo: -6. 5522 30 De sv io p adrão :1.01 4642 Simetria :-0.17 5610 Cu rtos e: 9.1 6986 7 (>3) Esta tística de Jarq ue-Bera : 159 1.275 p-va lor: 0 .000 000 (menor valor do nív el de sig . que le va à re j. d a n ormal.) Observe-se que, é solução de um modelo CH ( p, q ) todo o processo ε da forma ε t = ht Z t , com 150 ht = H (ε t −1 ,..., ε t100 − q , ht −1 ,..., ht − p ) = G (ε t −1 , ε t − 2 ,...), sendo G uma função real, estritamente positiva e mensurável, e (Z t , t ∈ Z ) 50 uma sucessão de variáveis aleatórias reais (v.a.r.) independentes e identicamente distribuídas, centradas e reduzidas e tais que Z t é independente de ε t −1 . 0 Algumas características interessantes destes modelos podem ser de imediato obtidas como -6 -4 -2 0 2 4 6 consequência da definição anterior e reforçam a sua boa adequação a dados financeiros. De facto, a condição E (ε t ε t −1 ) = 0, que pode interpretar-se como uma condição de ortogonalidade ao passado do processo, permite-nos concluir ainda a ortogonalidade e a inexistência de correlações condicionais a qualquer passado do processo. Além disso, tais processos verificam propriedades de ruído branco (não 2 necessariamente relativamente e )são Designa-se por ε t homoscedástico) a σ -álgebra gerada por (ε t , ε t −1 ,...) , ài.e.,leiε condicional . ruídos brancos, no sentido t = σ (ε t , ε t −1 ,... clássico, desde que sejam estacionários. Permitem também modelar inovações não Gaussianas, sendo, em particular, leptocúrticos. 30 Boletim SPE consequência da definição anterior e reforçam a sua boa adequação a dados financeiros. De facto, a condição E (ε t ε t −1 ) = 0, que pode interpretar-se como uma condição de ortogonalidade ao passado do processo, permite-nos concluir ainda a ortogonalidade e a inexistência de correlações condicionais a qualquer passado do processo. Além disso, tais processos verificam propriedades de ruído branco (não necessariamente homoscedástico) relativamente à lei condicional e são ruídos brancos, no sentido clássico, desde que sejam estacionários. Permitem também modelar inovações não Gaussianas, sendo, em particular, leptocúrticos. A especificação da forma funcional H conduz à obtenção das múltiplas classes de modelos que, desde os já referidos processos ARCH de Engle, têm surgido na literatura, e que permitem ter em conta outras características particulares eventualmente presentes nas séries reais a modelar. Os processos GARCH e GTARCH parecem-nos representar classes de modelos de grande utilidade prática e com características suficientemente diferenciadas. Os modelos ARCH generalizados de ordens p e q , GARCH ( p, q ), introduzidos por Bollerslev em 1986 , são a generalização mais natural dos ARCH (ou GARCH (0, q ) ) e a sua variância q p i =1 j =1 condicional é dada por ht = α 0 + ∑ α i ε t2−i + ∑ β j ht − j , onde α 0 > 0,α i ≥ 0, i = 1,..., q, e β j ≥ 0, j = 1,..., p. Com esta formulação procurou-se ir ao encontro de uma dinâmica auto-regressiva/média móvel para o quadrado do processo e assim minimizar a ordem de atrasos associada à dinâmica, simplesmente auto-regressiva, presente no quadrado de um processo ARCH . Esta classe de modelos apresenta uma importante limitação, resultante da formulação quadrática retida para a expressão da variância condicional. Com efeito, a influência dos valores passados do processo na variabilidade instantânea da série não tem em conta os seus sinais, mas apenas os seus valores absolutos. Ora, em particular no caso das séries financeiras, surgem frequentemente assimetrias na variabilidade; por exemplo, a variabilidade é em geral maior depois de um decréscimo do que após um acréscimo de igual valor absoluto. Os modelos threshold ARCH ( ARCH com limiares), introduzidos em Zakoian (1990), permitem modelar assimetrias na variabilidade tendo em conta, de modo distinto, a influência de valores simétricos do processo subjacente. Em Rabemananjara e Zakoian (1993) surge uma generalização destes, os modelos GTARCH ( ARCH com limiares generalizados), onde, seguindo a ideia de Bollerslev, se introduziu uma dinâmica endógena na variância condicional por forma a minimizar a já referida ordem de atrasos e consequente perda de informação. A variância condicional de tais processos GTARCH ( p, q ) é definida pela função 2 com α 0 > 0, α i , + ≥ 0, α i , − q q p ht = α 0 + ∑ α i , + ε t+−i − ∑ α i , − ε t−−i + ∑ β j ht − j , i =1 i =1 j =1 ≥ 0, i = 1,..., q, e β j ≥ 0, j = 1,..., p. Se p = 0 , encontramos os já referidos modelos TARCH de ordem q . O estudo das propriedades de estacionaridade destes modelos é fundamental para averiguar da sua correcta adequação a dados estacionários ou tornados estacionários. Podemos desde já afirmar que para todos estes modelos existem soluções estacionárias únicas. A análise da estacionaridade fraca foi inicialmente desenvolvida a partir das formulações lineares que foram obtidas para certas funções do processo e do estudo correspondente para modelos lineares. Ora, a determinação destas funções, muito simples no caso dos modelos GARCH , complica-se enormemente quando passamos a modelos com limiares não tendo sido mesmo encontradas no caso dos modelos com limiares generalizados. Tal facto, levou à descoberta de uma outra metodologia que permitiu resolver, em simultâneo, a estacionaridade forte e fraca bem como a ergodicidade de tais modelos. Tal metodologia baseia-se fundamentalmente na obtenção de uma representação Markoviana multivariada do tipo auto-regressivo com coeficientes aleatórios para uma função vectorial do processo ε da qual se deduz a solução estacionária para ε . Nomeadamente, são obtidas condições necessárias e suficientes de estacionaridade forte e fraca para processos ε , seguindo modelos GTARCH ( p, q ), solução da anteriormente referida equação do tipo ε t = ht Z t . Além disso, sob as mesmas condições, tais modelos são ergódicos. Constata-se ainda que todo o modelo fracamente estacionário é fortemente estacionário, isto é, a condição de existência de momentos de 2ª ordem é mais exigente que a de 31 O u t o da n olei.d e 2 0 0 8 estacionaridade ε da qual se deduz a solução estacionária para ε . Nomeadamente, são obtidas condições necessárias e suficientes de estacionaridade forte e fraca para processos ε , seguindo modelos GTARCH ( p, q ), solução da anteriormente referida equação do tipo ε t = ht Z t . Além disso, sob as mesmas condições, tais modelos são ergódicos. Constata-se ainda que todo o modelo fracamente estacionário é fortemente estacionário, isto é, a condição de existência de momentos de 2ª ordem é mais exigente que a de estacionaridade da lei. Em particular, no caso de um modelo TARCH (1) condicionalmente Gaussiano, isto é, tal que ht = α 0 + α 1, + ε t+−1 − α 1, − ε t−−1 , com (Z t , t ∈ Z ) ruído branco Gaussiano, se as v.a.r. At = α 1, + Z t+ − α 1, − Z t− são tais que E (ln At ) existe e é estritamente negativa então existe uma solução forte e fracamente estacionária única, que também é ergódica desde que α 12,+ + α 12,− < 2 . No entanto, basta que α 1, + α 1, − < 12 exp(− Ψ ( 12 ) ) ≅ 3.5619... , para que tal solução exista e seja fortemente estacionária e ergódica. Nota-se que o estudo é desenvolvido a partir da representação Markoviana de coeficientes aleatórios, facilmente dedutível, ht = α 0 + At −1 ht −1 . Estudos teóricos que permitam identificar propriedades para estes modelos compatíveis com novas constatações empíricas sobre os dados a modelar continuam a ser preocupação dos investigadores nestes domínios. Em 1986, ao estudar várias séries de retornos financeiros, Taylor observou que, na maior parte delas, a autocorrelação empírica dos retornos em valor absoluto é maior do que a autocorrelação empírica do quadrado de tais retornos. Outros estudos, de que citamos por exemplo Granger e Ding (1995) e Granger et al (2000), permitiram também observar a presença de tal relação empírica noutras séries de retornos reais. Assim, perante a já destacada boa adequação dos modelos condicionalmente heteroscedásticos às series financeiras, impôs-se analisar esta propriedade teórica para tais processos. Mais precisamente, têm-se vindo a desenvolver estudos que permitam concluir sobre a validade da relação, conhecida por propriedade de Taylor, corr ( ε t , ε t −1 ) > corr ε t2 , ε t2−1 , ( ) quando ε = (ε t , t ∈ Z ) segue um modelo condicionalmente heteroscedástico. Podemos afirmar que estes estudos estão ainda em fase muito inicial e têm sido sobretudo baseados em simulações. De facto, as expressões teóricas daquelas autocorrelações só foram conhecidas, e apenas para alguns modelos, a partir do trabalho de He e Teräsvirta (1999) e, além disso, o grau de complexidade que apresentam limita fortemente o seu desenvolvimento. Tanto quanto é do nosso conhecimento, os estudos teóricos sobre esta propriedade estavam, até há pouco, circunscritos ao já referido trabalho de He e Teräsvirta e garantiam apenas a existência de um subconjunto de modelos ARCH (1) de valor absoluto, isto é, modelos TARCH (1) em que α 1, + = α 1, − , verificando a propriedade de Taylor. Recentemente, esta propriedade foi estabelecida em Gonçalves, Leite e Mendes Lopes (2007) na classe geral dos modelos TARCH (1) , sendo explicitamente exibida a região de valores dos parâmetros a que correspondem modelos verificando tal propriedade. Em particular, se o modelo é um TARCH (1) condicionalmente Gaussiano, uma discretização do conjunto de parametrizações que verificam a propriedade de Taylor está representada pelos círculos a preto na figura abaixo. Em resumo, a investigação desenvolvida sobre a propriedade de Taylor permite-nos afirmar que esta não é uma característica comum aos modelos condicionalmente heteroscedásticos. Revela, no entanto, que ela poderá estar presente em subconjuntos de parametrizações de todas as classes de modelos deste tipo. É nossa convicção que o estudo deste problema tem muito ainda a revelar. Em particular, os estudos que desenvolvemos permitem conjecturar que a verificação desta propriedade está muito ligada à cauda da distribuição parente do processo estacionário e sobre a qual tem 32 B opapel l e t relevante i m S P Ea distribuição esta não é uma característica comum aos modelos condicionalmente heteroscedásticos. Revela, no entanto, que ela poderá estar presente em subconjuntos de parametrizações de todas as classes de modelos deste tipo. É nossa convicção que o estudo deste problema tem muito ainda a revelar. Em particular, os estudos que desenvolvemos permitem conjecturar que a verificação desta propriedade está muito ligada à cauda da distribuição parente do processo estacionário e sobre a qual tem papel relevante a distribuição do processo gerador, (Z t , t ∈ Z ) , acima referido. 5 Em jeito de conclusão No desenvolvimento deste artigo procuramos realçar a importância da dialéctica que é indispensável estabelecer entre o comportamento empírico das séries a descrever e as propriedades teóricas dos modelos a adequar ou a definir. De facto, fica patente não só a importância de procurar, na classe dos modelos conhecidos, aqueles que em cada momento conjugam propriedades teóricas próximas das correspondentes propriedades empíricas dos dados, mas também quão fundamental é, para a criação de novos modelos, a detecção de outros comportamentos empíricos não tidos em conta nos já existentes. A dinâmica do processo de ajustamento de um modelo estocástico a uma série de dados observada é também particularmente evidente quando tomamos como referência a já clássica metodologia de BoxJenkins associada à classe dos modelos lineares gerais do tipo SARIMA . De facto, partindo do comportamento das funções de autocorrelação e autocorrelação parcial empíricas da série de dados a ajustar, procuramos o modelo naquela classe que melhor a representa. A aceitação de um tal modelo não é, no entanto, tácita, passando por um controlo de qualidade, por meio de testes estatísticos, que avaliarão, em particular, se o resíduo resultante de uma tal modelação tem propriedades de processo de erro. Caso tal não aconteça, a procura anterior volta ao início mantendo-se esta dinâmica até que uma tal condição mínima seja verificada. Este processo ganha obviamente um maior dinamismo com o aparecimento de novos modelos, designadamente com os processos de erro condicionalmente heteroscedásticos. Não basta agora verificar se o resíduo resultante é um processo de erro pois sabemos que, por exemplo em dados de natureza financeira, pode estar presente uma volatilidade instantânea que os modelos lineares não conseguem incorporar. Há então a possibilidade de, recorrendo de novo a um teste estatístico, questionar a significância da presença de tal volatilidade ou heteroscedasticidade condicional. Confirmada a sua presença, é o recurso à metodologia de BoxJenkins, agora aplicada aos modelos lineares associados a certas funções do processo de erro (por exemplo, ao quadrado do resíduo no caso GARCH ), que nos irá conduzir ao modelo mais adequado. Claro que, em qualquer caso, o que temos sempre é uma resposta que tendo muito para ser boa será certamente, no mínimo, aceitável. Em conclusão, um modelo estocástico para um certo fenómeno é apenas uma representação matemática aceite desse mesmo fenómeno e não uma sua caracterização. Captar as características essenciais dos dados a representar é muitas vezes o mais importante e indispensável, não necessariamente para chegar a uma boa previsão pontual mas, sobretudo, para deduzir sobre o fenómeno em causa um bom intervalo de previsão. O desenvolvimento teórico e prático dos assuntos sintetizados neste texto pode, por exemplo, ser encontrado em Gonçalves e Mendes-Lopes (2008). 6 Bibliografia Bollerslev, T. (1986) Generalized autoregressive conditional heteroscedasticity, Journal of Econometrics, 37, 307-327. Droesbeke, J., B. Fichet et Ph. Tassi (1989) Séries Chronologiques - Théorie et pratique des modèles ARIMA, Economica, Paris. Engle, R. (1982) Autoregressive conditional heteroscedasticity with estimates of the variance of the U.K. inflation, Econometrica, 50, 987-1008. Gonçalves, E. e N. Mendes-Lopes (2008) Séries temporais - Modelações lineares e não lineares, Ed. da Sociedade Portuguesa de Estatística, Lisboa. Gonçalves, E., J. Leite e N. Mendes-Lopes (2007) Taylor property in the threshold ARCH models, Proceedings of the 56th ISI Session, Lisboa (http://www.isi2007.com.pt/isi2007/). Gouriéroux, Ch. et A. Monfort (1990) Séries Temporelles et Modèles Dynamiques, Economica, Paris. Gouriéroux, Ch. et A. Monfort (1992) Modèles ARCH et applications financières, Economica, Paris. Granger, C.W.J. and Z. Ding (1995) Some properties of absolute return: an alternative measure of risk, Annales d'Économie et de Statistique, 40, 67-95. 33 Granger,OC.W.J., u t o n oS. dSpear e 2 and 0 0 8Z. Ding (2000) Stylized facts on the temporal and distributional Proceedings of the 56th ISI Session, Lisboa (http://www.isi2007.com.pt/isi2007/). Gouriéroux, Ch. et A. Monfort (1990) Séries Temporelles et Modèles Dynamiques, Economica, Paris. Gouriéroux, Ch. et A. Monfort (1992) Modèles ARCH et applications financières, Economica, Paris. Granger, C.W.J. and Z. Ding (1995) Some properties of absolute return: an alternative measure of risk, Annales d'Économie et de Statistique, 40, 67-95. Granger, C.W.J., S. Spear and Z. Ding (2000) Stylized facts on the temporal and distributional properties of absolute return: an update, Proceedings of the Hong Kong International Workshop on Statistics and Finance: An Interface (GChan, W., W. Li and H. Tong, eds.), 97-120, Imperial College Press. He, C. and T. Teräsvirta (1999) Properties of moments of a family of GARCH processes, Journal of Econometrics, 92, 173-192. Murteira, B., D. Muller, e K. F. Turkman (1993) Análise das sucessões cronológicas, McGraw-Hill, Lisboa. Rabemananjara, R. and J.M. Zakoian (1993) Threshold ARCH models and asymmetries in volatility, Journal of Applied Econometrics, 8, 31-49. Taylor, S. (1986) Modelling Financial Time Series, Wiley. 34 Boletim SPE João Nicolau, [email protected] Instituto Superior de Economia e Gestão/Universidade Técnica de Lisboa Processos estocásticos aplicados às finanças Processos estocásticos aplicados às finanças João Nicolau, Nicolau, [email protected] [email protected] João Instituto Superior dedeEconomia / Universidade Técnica Lisboa Instituto Superior EconomiaeeGestão Gestão/Universidade Técnica de de Lisboa Introdução Este artigo foca a ligação entre os processos estocásticos e as finanças. Concretamente, a) procura-se explicar o forte crescimento dos processos estocásticos ligados às finanças, b) exemplificam-se algumas ligações entre a teoria financeira e os processos estocásticos, c) argumenta-se que a área Introdução financeira tem contribuído para o desenvolvimento da teoria dos processos estocásticos e, finalmente, d) faz-se uma breve nota sobre o ensino das séries temporais financeiras e disciplinas afins.Bachelier, um matemático Francês na viragem do século XX, é visto por muitos como o fundador da moderna Este artigo foca a ligaçãoNaentre processos estocásticos e as finanças. Concretamente, Matemática Financeira. sua os tese de doutoramento (“Teoria da Especulação”) lançaa)asprocura-se bases do 1 explicar o forte crescimento dos processos estocásticos ligados às finanças, b) exemplificam-se movimento Browniano como modelo do comportamento das cotações em bolsa e usa esse modelo algumas ligações teoria financeira e os processos c) argumenta-se que a área para avaliar opçõesentre sobrea acções. Historicamente, é um dos estocásticos, primeiros trabalhos a usar explicitamente financeira tem contribuído para o desenvolvimento da teoria dos processos estocásticos e, finalmente, processos estocásticos no âmbito das finanças. Passado mais de um século sobre a “Teoria da d) faz-se uma breve notadizer sobre o ensino das séries temporais em financeiras e disciplinas afins.Bachelier, Especulação”, pode-se que os processos estocásticos, tempo discreto e contínuo, estão na um matemático Francês na viragem do século XX, é visto por muitos como o fundador moderna base da economia financeira, por uma razão simples: tempo, risco e incerteza são osdaelementos Matemática Na sua tese de doutoramento (“Teoria da Especulação”) lança as bases do centrais que Financeira. influenciam 1 o comportamento dos agentes económicos e dos mercados financeiros em movimento Browniano como modelodadoteoria comportamento geral e, por essa via são indissociáveis financeira. das cotações em bolsa e usa esse modelo para avaliar opções sobre acções. Historicamente, é um dos primeiros trabalhos a usar explicitamente processos no âmbitoem dasgeral, finanças. Passadoe tem maissido deaplicada um século sobretodos a “Teoria da A área dos estocásticos processos estocásticos, é vastíssima, em quase os ramos Especulação”, pode-se dizer que os processos estocásticos, em tempo discreto e contínuo, estão na da ciência e da tecnologia. Neste artigo detenho-me apenas sobre os desenvolvimentos recentes que base da economia financeira, por uma razão simples: tempo,têm risco incerteza são os elementos têm ocorrido no âmbito das finanças. Estes desenvolvimentos sidoe muito significativos e, como centrais que influenciam o comportamento dos agentes económicos e dos mercados financeiros em resultado, têm aparecido disciplinas novas, como por exemplo, Econometria Financeira, Séries geral e, por Financeiras, essa via são indissociáveis da teoria financeira. Temporais Finanças Computacionais (a Matemática Financeira, como disciplina, é mais antiga e deve a sua projecção e visibilidade fundamentalmente aos trabalhos de Fisher Black, Eugene A área Harry dos processos estocásticos, em geral, é vastíssima, e temoutros). sido aplicada em quase todos os ramos Fama, Markowitz, Robert Merton, Myron Scholes, entre da ciência e da tecnologia. Neste artigo detenho-me apenas sobre os desenvolvimentos recentes que têm ocorrido no âmbito das finanças. Estes desenvolvimentos têm sido muito significativos e, como resultado, têm aparecidodos disciplinas como no porâmbito exemplo, Econometria Financeira, Séries Forte Desenvolvimento Processosnovas, Estocásticos das Finanças Temporais Financeiras, Finanças Computacionais (a Matemática Financeira, como disciplina, é mais antiga e deve a sua projecção e visibilidade fundamentalmente aos trabalhos de Fisher Black, Eugene É incontestável o crescimento dosScholes, processos estocásticos Fama, Harry Markowitz, Robertextraordinário Merton, Myron entre outros). ligados às finanças. Nenhuma outra área da economia se desenvolveu tão rapidamente nos últimos anos como a dos processos estocásticos aplicados a problemas financeiros. Procurarei a seguir, de forma muito breve, avançar 2 Forte Desenvolvimento com algumas explicações.dos Processos Estocásticos no âmbito das Finanças 1. Tem-se assistido em muitos países, sobretudo desde a década de 60/70, a uma liberalização e É incontestável o crescimento extraordinário dos financeiros processos estocásticos ligados às Como finanças. Nenhumao globalização progressiva dos mercados e não financeiros. resultado, 1 Bachelier explorou as ideias do teorema do limite central e, assumindo que o ruído de mercado não possuía memória, deduziu que outra área da economia desenvolveu tão rapidamente últimostambém anos como a dos processos sistema financeirosecresceu exponencialmente. Mas nos aumentou de complexidade (na os incrementos dos preços deviam ser independentes e ter distribuição normal. estocásticos aplicados Procurarei a seguir, de forma etc.). muito Esta breve,crescente avançar relação entre aosproblemas agentes, financeiros. na diversidade produtos financeiros, complexidade do sistema financeiro, foi acompanhada pelo desenvolvimento de métodos com algumas explicações. quantitativos adequados à natureza das transacções financeiras e dos instrumentos financeiros criados. Estes métodos têm sido desenvolvidos nas universidades e, sobretudo, nas grandes instituições financeiras. Na indústria financeira são bem conhecidos os quants (ou quantitative 1 Bachelier explorou asTratam-se ideias do teorema do limite central assumindo que o ruído de mercadoque não possuía memória, analysts). de indivíduos come, forte formação matemática se dedicam aos deduziu que os incrementos dos preços deviam ser independentes e ter distribuição normal. problemas financeiros de base quantitativa. Uma característica singular destes métodos quantitativos é o de se basearem em grande parte em processos estocásticos porque o risco e a incerteza 35 O u t o nestão o dpresentes e 2 0 0em 8 todos os mercados financeiros. complexidade do sistema financeiro, foi acompanhada pelo desenvolvimento de métodos quantitativos adequados à natureza das transacções financeiras e dos instrumentos financeiros criados. Estes métodos têm sido desenvolvidos nas universidades e, sobretudo, nas grandes instituições financeiras. Na indústria financeira são bem conhecidos os quants (ou 2 quantitative analysts). Tratam-se de indivíduos com forte formação matemática que se dedicam aos 1. Tem-se assistido em muitos países, sobretudo desde década de 60/70, a umadestes liberalização problemas financeiros de base quantitativa. Uma acaracterística singular métodose globalização dos mercados financeiros e não financeiros. quantitativos éprogressiva o de se basearem em grande parte em processos estocásticosComo porqueresultado, o risco e oa sistema cresceu Mas aumentou também de complexidade (na incertezafinanceiro estão presentes emexponencialmente. todos os mercados financeiros. relação entre os agentes, na diversidade produtos financeiros, etc.). Esta crescente 2. complexidade Assistiram-se também a progressos significativos na desenvolvimento modelação quantitativa dos do sistema financeiro, muito foi acompanhada pelo de métodos mercados financeiros. destaquefinanceiras autores como Black, financeiros John Cox, quantitativos adequadosMerecem à naturezaespecial das transacções e dosFisher instrumentos Eugene Fama, John Lintner, Harry Markowitz, Robert Merton, Franco Modigliani, Merton criados. Estes métodos têm sido desenvolvidos nas universidades e, sobretudo, nas grandes Miller, Stephen Ross, Paul Samuelson, Myron são Scholes, William Sharpe, Rober entre instituições financeiras. Na indústria financeira bem conhecidos os quants (ou Engle, quantitative outros, cujas contribuições lançaram as fundações da moderna análise financeira quantitativa. analysts). Tratam-se de indivíduos com forte formação matemática que se dedicam aos Todas as principais contribuições os processos estocásticos, porque problemas financeiros de base envolveram quantitativa.explicitamente Uma característica singular destes métodos (como já argumentámos) o risco e a incerteza, presentes em todos os mercados financeiros, quantitativos é o de se basearem em grande parte em processos estocásticos porque o risconão ea podem serestão dissociados dasem finanças. incerteza presentes todos os mercados financeiros. 3. progresso informático suas vertentes hardware e software sido muito importante dos em 2. O Assistiram-se também anasprogressos muito significativos na tem modelação quantitativa todas as áreas da estatística. Muitas das técnicas e métodos propostos últimos mercados financeiros. Merecem especial destaque autores estatísticos como Fisher Black, nos John Cox, anos teriam sido complemente irrelevantes e, certamente, condenados ao esquecimento sem os Eugene Fama, John Lintner, Harry Markowitz, Robert Merton, Franco Modigliani, Merton recursos informáticos Naturalmente, este argumento o desenvolvimento Miller, Stephen Ross, existentes. Paul Samuelson, Myron Scholes, William justifica Sharpe, Rober Engle, entre dos métodos estatísticos em geral, mas é particularmente válido no âmbito das séries temporais outros, cujas contribuições lançaram as fundações da moderna análise financeira quantitativa. financeiras. Todas as principais contribuições envolveram explicitamente os processos estocásticos, porque (como já argumentámos) o risco e a incerteza, presentes em todos os mercados financeiros, não 4. Outro factor relevante para o desenvolvimento dos processos estocásticos no âmbito das podem ser dissociados das finanças. finanças é a grande oferta de séries financeiras. Nenhuma outra área da economia dispõe de e variadas séries temporais como a área financeira. É possível, hoje em dia, obter sem 3. tantas O progresso informático nas suas vertentes hardware e software tem sido muito importante em custos séries financeiras longas com periodicidades extremamente elevadas (e.g. observações todas as áreas da estatística. Muitas das técnicas e métodos estatísticos propostos nos últimos diárias e intradiárias) praticamente isentas de erros de observação. Poraoexemplo, o website anos teriam sido complemente irrelevantes e, certamente, condenados esquecimento sem da os Yahoo Finance fornece, a título gratuito, centenas de milhares de cotações nacionais recursos informáticos existentes. Naturalmente, este argumento justifica o desenvolvimentoe estrangeiras periodicidade diária, ou mensal. É possível também, a baixo custo, dos métodos com estatísticos em geral, mas semanal é particularmente válido no âmbito das séries temporais adquirir bases de dados de cotações tick-by-tick de títulos de acções, taxas de câmbio e taxas de financeiras. juro compostas por milhões de observações. Esta disponibilidade de dados permite ao 4. Outro factor validar, relevante para o desenvolvimento dos processos no âmbitonovas das investigador confirmar e experimentar novas técnicas e estocásticos métodos e descobrir finanças é a grande oferta de séries financeiras. Nenhuma outra área da economia dispõe de regularidades empíricas. tantas e variadas séries temporais como a área financeira. É possível, hoje em dia, obter sem custos séries financeiras longas com periodicidades extremamente elevadas (e.g. observações diárias e intradiárias) praticamente isentas de erros de observação. Por exemplo, o website da Yahoo Finance fornece, a título gratuito, centenas de milhares de cotações nacionais e A Teoria Financeira e os Processos Estocásticos estrangeiras com periodicidade diária, semanal ou mensal. É possível também, a baixo custo, adquirir bases de dados de cotações tick-by-tick de títulos de acções, taxas de câmbio e taxas de jurode compostas por milhões de Temporais observações. Esta disponibilidade de dados permite ao O objecto estudo pertinente em Séries Financeiras (STF) e áreas afins (e.g. Econometria investigador confirmar e experimentar novas (poderá técnicas ser, e métodos e descobrir novas Financeira) é o preçovalidar, financeiro observado ao longo do tempo por exemplo, 3 uma cotação 2 regularidades empíricas. de uma acção, um índice bolsista, uma taxa de câmbio, uma taxa de juro, etc.) . Este preço poderá depois ser convertido em rendibilidade ou retorno caso se trabalhe em tempo discreto. Quase sempre 2 Maispreço geralmente, o preço no poderá representar o valor a que um intermediário financeiro informa disposto a pagar pela este é estudado quadro de uma teoria financeira. Esta interligação entre estar finanças e os compra de um determinado activo, opção ou futuro, o valor a que um intermediário financeiro informa estar disposto a receber processos estocásticos é ilustrada a seguir. pela venda de um determinado activo, opção ou futuro, o valor final da transacção, o valor definido num mercado de futuros, entre A Teoria Financeira e os Processos Estocásticos outros. 1. Uma das aplicações mais importantes da teoria dos processos estocásticos às finanças é a que respeita à determinação do preço justo ou prémio de uma opção. Uma opção call europeia confere ao seu detentorem o direito, mas não aFinanceiras obrigação, (STF) de comprar activo exemplo O objecto de estudo pertinente Séries Temporais e áreasum afins (e.g.(por Econometria uma éacção cotada na bolsa) na data ao delongo expiração do contrato porpor umexemplo, preço K uma previamente Financeira) o preço financeiro observado do tempo (poderáT,ser, cotação 2tempo e pode ser fixado. A cotação do activo evolui estocasticamente ao longo do de uma acção, um índice bolsista, uma taxa de câmbio, uma taxa de juro, etc.) . Este preço poderá genericamente caracterizado como um processo estocástico definido num 2 Mais geralmente, poderá representar o valor a que uméintermediário financeiro informa estar a pagar espaço deo preço probabilidades (onde o espaço amostral, podendo serdisposto identificado pela compra de um determinado activo, opção ou futuro, o valor a que um intermediário financeiro informa como o conjunto de todos os cenários de mercado, é a álgebra- dos subconjuntos de estar eP disposto a receber pela venda de um determinado activo, opção ou futuro, o valor final da transacção, o valor definido é a medida deentre probabilidade). No instante T o detentor da opção pode comprar o activo pelo num mercado de futuros, outros. preço K, previamente estabelecido, e vender imediatamente por , supondo obviamente que . Se o detentor da opção não exerce o direito de compra. Desta forma a receita 36 Boletim SPE confere ao seu detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar um activo (por exemplo uma acção cotada na bolsa) na data de expiração do contrato T, por um preço K previamente fixado. A cotação do activo evolui estocasticamente ao longo do tempo e pode ser genericamente caracterizado como um processo estocástico definido num espaço de probabilidades (onde é o espaço amostral, podendo ser identificado como o conjunto de todos os cenários de mercado, é a álgebra- dos subconjuntos de e P é a medida de probabilidade). No instante T o detentor da opção pode comprar o activo pelo preço K, previamente estabelecido, e vender imediatamente por , supondo obviamente que . Se o detentor da opção não exerce o direito de compra. Desta forma a receita (payoff) é . Nestas circunstâncias, qual o valor justo do prémio da opção no momento ? Naturalmente, o valor depende crucialmente do processo estocástico . Fisher Black e Myron Scholes, assumindo um movimento Browniano geométrico, deduziram uma fórmula matemática para o prémio da opção. Esta fórmula, simples e extremamente útil ainda nos dias de hoje, é considerada por muitos economistas como uma das maiores realizações da teoria financeira. 2. A volatilidade é um tópico fundamental em finanças. O conceito de volatilidade está presente na gestão do risco, na afectação e selecção de activos, na valorização e hedging das opções e derivados e em muitas outras operações e estratégias financeiras (no exemplo anterior, o parâmetro mais importante que condiciona o valor é, precisamente, a volatilidade do processo ). A área da modelação e da previsão da volatilidade assenta, naturalmente, em processos estocásticos. A literatura é muita vasta nesta área, e inclui variadíssimos modelos em tempo discreto (e.g. modelos ARCH e modelos de volatilidade estocástica) e em tempo contínuo (e.g. processos de difusão univariados com coeficiente de difusão não constante e processos de difusão de segunda ordem de volatilidade estocástica). 3. A gestão do risco consiste, grosso modo, em identificar as fontes de risco e em medir, controlar e gerir esse mesmo risco. Nesta área, um conceito fundamental é o Value at Risk ou VaR (como é usualmente conhecido na literatura). O VaR representa a perda que pode ocorrer num lapso de tempo determinado, com uma certa probabilidade , supondo que o portfolio não é gerido durante o período de análise. Em termos probabilísticos, o VaR é o quantil de ordem da distribuição teórica de ganhos e perdas. Estes ganhos e perdas evoluem ao longo do tempo e, portanto, são susceptíveis de serem modelados através de processos estocásticos. 4. Uma discussão já longa na literatura debate a eficiência dos mercados financeiros. O mercado de capitais diz-se eficiente se os preços dos produtos financeiros reflectirem toda a informação disponível. Quando é libertada uma informação relevante (por exemplo, um anúncio de distribuição de dividendos de valor superior ao esperado, um anúncio de fusões ou aquisições, etc.) num mercado eficiente os agentes reagem imediatamente comprando ou vendendo de acordo com a informação e os preços ajustam-se imediatamente. Se o mercado é eficiente o preço ajusta-se rapidamente e não há oportunidades para a realização de rendibilidades anormais. Neste caso, o retorno não é previsível e, portanto, deverá ser não autocorrelacionado. Naturalmente esta discussão faz-se no âmbito de um modelo probabilístico de processos 4 estocásticos. 5. Um problema importante em finanças é o da selecção e constituição de portfolios de acordo com o princípio geral da obtenção da máxima rendibilidade com a menor volatilidade (risco) possível. Existem várias abordagens para obter a rendibilidade e a volatilidade mas a mais conveniente e adequada diz respeito às previsões (temporais) de rendibilidade e volatilidades associadas aos activos que constituem o portfolio. Com efeito, a decisão sobre constituição de portfolio dependerá da rendibilidade e da volatilidade futura dos activos financeiros que constituem o portfolio. Trata-se, portanto, de um problema de previsão que deve ser tratado, naturalmente, no âmbito dos processos estocásticos. As Finanças e o Desenvolvimento da Teoria dos Processos Estocásticos Outono de 2008 37 As Finanças e o Desenvolvimento da Teoria dos Processos Estocásticos 4 5. Um problema importante em finanças é o da selecção e constituição de portfolios de acordo Os exemplos no ponto anteriordailustram forte ligação com entrea as finanças e a teoria dos com o discutidos princípio geral da obtenção máximaa rendibilidade menor volatilidade (risco) processos estocásticos. No entanto, a teoria financeira não se tem limitado a aplicar métodos possível. Existem várias abordagens para obter a rendibilidade e a volatilidade mas a maise procedimentos já estabelecidos dos às processos estocásticos. também expandido a análise conveniente e adequada na dizteoria respeito previsões (temporais)Tem de rendibilidade e volatilidades dos processos estocásticos, quer propondo novos modelos ou processos estocásticos quer propondo associadas aos activos que constituem o portfolio. Com efeito, a decisão sobre constituição de novas metodologias de estimação e inferência. Para este tópico alguns exemplos. que portfolio dependerá da rendibilidade e da ilustrar volatilidade futuratomam-se dos activos financeiros constituem o portfolio. Trata-se, portanto, de um problema de previsão que deve ser tratado, 1. Como referimos anteriormente, a volatilidade é uma das variáveis mais importante em naturalmente, no âmbito dos processos estocásticos. finanças. A questão é como medir, estimar e prever a volatilidade. O modelo ARCH (Autoregressive Conditional Heteroskedasticity), devido a Robert Engle, é um produto das séries temporais financeiras. O modelo, definido em tempo discreto, propõe uma especificação dinâmica para a variância condicional de um processo estocástico. A estimação do modelo, As Finanças e o Desenvolvimento da Teoria Processos Estocásticos normalmente realizada no quadro da dos estimação de máxima verosimilhança, permite medir, estimar e prever a volatilidade. Não é exagero dizer-se que têm sido produzidos centenas de artigos sobre estas questões. Muitos destes artigos têm refinado a abordagem ARCH, por Os exemplos discutidos noespecificações ponto anterioralternativas ilustram a eforte ligação entre as finançasase propriedades a teoria dos exemplo, propondo testes estatísticos, discutindo processos estocásticos.dosNoestimadores entanto, a eteoria não modelos se tem limitado a aplicarbaseados métodosem e assimptóticas testes,financeira etc. Outros de volatilidade, procedimentos já estabelecidos na teoria dos processos estocásticos. Tem também expandido a análise pressupostos alternativos, têm sido propostos, sendo, provavelmente o mais importante, o dos processos querestocástica. propondo novos modelos envolvem ou processos estocásticos propondo3 modeloestocásticos, de volatilidade Estes modelos questões difíceisquer de estimação novas metodologias e inferência. Para ilustrar tomam-se alguns exemplos. que também de têmestimação sido tratados por investigadores da este áreatópico das finanças. 1. referimosnosanteriormente, a volatilidade é uma naturalmente, das variáveisdemais importante 2. Como As transacções mercados financeiros não ocorrem, forma espaçada. em Se finanças. A questão é como medir, estimar e prever a volatilidade. O modelo ARCH registarmos todas as alterações do preço de um activo, obtemos, para mercados (Autoregressive Heteroskedasticity), devido a Robert Engle, frequência é um produto suficientemente Conditional líquidos, uma sucessão de observações, de altíssima ondedaso séries temporais financeiras. O modelo, definido em tempo discreto, propõe uma especificação intervalo entre observações consecutivas pode ser encarado como um processo estocástico, dinâmica condicional de um processo estocástico. A estimação do modelo, susceptívelpara de aservariância modelado. Na área das Séries Temporais Financeiras vários modelos têm normalmente realizada no quadro da estimação de máxima verosimilhança, permite medir, sido propostos para modelarem o intervalo entre observações, sendo talvez o mais relevante o estimar prever a volatilidade. Não é exagero dizer-se que têm sido produzidos centenas de modelo eautoregressive conditional duration. artigos sobre estas questões. Muitos destes artigos têm refinado a abordagem ARCH, por 3. exemplo, Processospropondo estocásticos em tempo alternativas contínuo, especialmente processos de difusão tem sido especificações e testes estatísticos, discutindo as propriedades largamente empregues em finanças. Todavia, todos os modelos envolvem parâmetros ou assimptóticas dos estimadores e testes, etc. Outros modelos de volatilidade, baseados em funções desconhecidas que têm devem estimados sendo, a partir provavelmente de observações odiscretas do processo. pressupostos alternativos, sidoserpropostos, mais importante, o A inferência estatística é, pois, crucial em todas as aplicações, particularmente em finanças. modelo de volatilidade estocástica. Estes modelos envolvem questões difíceis de estimação3 Sob também certas condições gerais, opor método da máxima verosimilhança que têm sido tratados investigadores da área das finanças.para processos de difusão baseados em observações discretas apresenta as habituais boas propriedades (consistência, 2. As transacções nos mercados financeiros nãodos ocorrem, naturalmente, de forma espaçada. Se eficiência e distribuição assimptótica normal estimadores). Infelizmente, as5 densidades de registarmos todas as alterações do preço de um activo, obtemos, para mercados transição necessárias para construir a função de verosimilhança são geralmente desconhecidas. suficientemente líquidos, uma sucessão alternativas de observações, de propostas, altíssima muitas frequência o Nestas circunstâncias, várias abordagens têm sido delasonde vindas intervalo entre observações consecutivas pode ser encarado como um processo estocástico, da área das finanças. A título de exemplo, citam-se as seguintes abordagens: método dos 3 Nestes susceptível modelos a volatilidade é uma variável não dependenteFinanceiras de um erro aleatório, o que impede de ser modelado. Nalatente, área dasobservável, Séries Temporais vários de modelos têma utilização momentos generalizados baseados no operador infinitesimal; função martingala estimação; dos métodos habituais de estimação. sido propostosdapara modelarem ovia intervalo entre sendo talvez o mais relevantevia o aproximação verosimilhança expansão de observações, Hermite; aproximação da verosimilhança modelo autoregressive conditional duration. aproximação numérica da equação progressiva de Kolmogorov; aproximação da verosimilhança via simulação; métodos Bayesianos; métodos baseados em modelos auxiliares 3. Processos estocásticos em tempo contínuo, especialmente processos de difusão tem sido (inferência indirecta e método dos momentos eficientes). largamente empregues em finanças. Todavia, todos os modelos envolvem parâmetros ou desconhecidas que devemdaser estimados a partirtêm de observações doem processo. 4. funções Os investigadores matemáticos área das finanças expandido osdiscretas modelos tempo A inferência estatística é, pois, crucial em todas as aplicações, particularmente em finanças. contínuo, focando sobretudo o caso em que o coeficiente de difusão da equação dos preços é Sob certas através condições gerais, o método máxima verosimilhança para processos deprocesso difusão modelado de uma outra equaçãodadiferencial estocástica, governada por outro baseados observações correlacionado discretas apresenta habituaisdeboas propriedades de Wiener,emeventualmente com oasprocesso Wiener associado à(consistência, equação dos eficiência e distribuição assimptótica normal dos estimadores). Infelizmente, as densidades preços. Este tipo de modelos é adequado para modelar preços de activos onde se suspeite quedea transição necessárias para construir a função de verosimilhança são geralmente volatilidade dos preços é ela também uma função estocástica. Ainda na área da desconhecidas. modelação dos preços, tem sido dada especial atenção aos processos de difusão com saltos de Poisson, por se entender que estes modelos se adequam aos processos sujeitos a alterações bruscas da 3 Nestes modelos a volatilidade é uma variável latente, não observável, dependente de um erro aleatório, o que impede a trajectória, devido, por exemplo, a crashes bolsistas ou ataques especulativos súbitos. Estes utilização dos métodos habituais de estimação. modelos têm sido aplicados no apreçamento das opções e na estimação e previsão da volatilidade. 38 Boletim SPE preços. Este tipo de modelos é adequado para modelar preços de activos onde se suspeite que a volatilidade dos preços é ela também uma função estocástica. Ainda na área da modelação dos preços, tem sido dada especial atenção aos processos de difusão com saltos de Poisson, por se entender que estes modelos se adequam aos processos sujeitos a alterações bruscas da trajectória, devido, por exemplo, a crashes bolsistas ou ataques especulativos súbitos. Estes modelos têm sido aplicados no apreçamento das opções e na estimação e previsão da volatilidade. 5. Como referimos, nenhuma outra área da economia dispõe de tantas e variadas séries temporais como a área financeira. É possível obter sem custos, séries financeiras longas com periodicidades extremamente altas (por exemplo, de segundo a segundo). A disponibilidade destas novas séries mostrou novas regularidades empíricas e lançou as bases da teoria da microestrutura de mercado. Em particular foi revelado a existência de um ruído de mercado impossível de detectar com frequência de amostragem inferior. Esta questão tem sido discutida no âmbito da realized volatility que é uma medida da volatilidade baseada na variação quadrática de uma semimartingala. 6. Importantes contribuições têm também surgido no âmbito dos processos estocásticos não lineares na média em tempo discreto (nota: interpretamos modelos não lineares na média quando a média condicional é uma função não linear dos seus argumentos). Estas contribuições têm incidido sobretudo nos modelos do tipo regime-switching. Estes tipos de modelos adequam-se, por exemplo, em situações onde existem alterações bruscas e inesperadas nas trajectórias dos processos (e.g., ataques especulativos, crashes bolsistas, anúncios públicos de medidas do governo, eventos políticos e, em geral, eventos extraordinários não antecipados) ou onde existem alterações da dinâmica do processo sem alterações bruscas nas trajectórias. Para este tipo de fenómenos, têm sido discutidos dois tipos de modelos: 1) modelos onde a mudança de regime é função de uma variável observável, como por exemplo, os modelos com variáveis impulso, os modelos limiares ou threshold AR (TAR), os modelos onde os coeficientes associados às componentes AR são funções não lineares dos valores passados (STAR, smoothed transition AR), entre outros; 2) modelos onde a mudança de regime não é observada, incluindo-se, nesta classe, os modelos onde os regimes são independentes entre si (como, por exemplo, os modelos simple switching ou de Bernoulli) e os modelos onde existe dependência entre os regimes (como por exemplo, os modelos Markov-Switching). 7. A área da estimação não paramétrica tem estado também muito activa em finanças. Em certos casos, a teoria e os dados são insuficientes para especificar parametricamente o modelo de interesse. Nestes casos considera-se uma abordagem não paramétrica. No âmbito dos modelos de difusão, tem sido particularmente estudada a estimação dos coeficientes infinitesimais (tendência e difusão) e das densidades de transição e estacionárias (quando existam). Estas estimativas têm sido empregues para testar a especificação paramétrica de vários modelos. 6 coeficientes Outras aplicações incluem, por exemplo, o estudo da homogeneidade dos 6 (concretamente, serão os coeficientes infinitesimais dependentes apenas do estado do processo ou, ee do ou, eventualmente, eventualmente, dependem dependem também também do do tempo?) tempo?) do apreçamento apreçamento das das opções opções (concretamente estuda-se se o preço das opções é consistente com os seus valores teóricos, (concretamente estuda-se se o preço das opções é consistente com os seus valores teóricos, baseados baseados em em modelos modelos paramétricos). paramétricos). Muitos Muitos outros outros exemplos exemplos poderiam poderiam ser ser acrescentados acrescentados (por (por exemplo, exemplo, na na teoria teoria dos dos valores valores extremos extremos para para modelar modelar cenários cenários de de risco risco ee valores valores em em perda, perda, redes redes neuronais, neuronais, etc.). etc.). O O Ensino Ensino das das Séries Séries Temporais Temporais Financeiras Financeiras ee disciplinas disciplinas Afins Afins Dada Dada aa importância importância dos dos processos processos estocásticos estocásticos no no âmbito âmbito das das finanças, finanças, éé pois pois natural natural que que oo ensino ensino oo das séries temporais financeiras e disciplinas afins (econometria financeira, métodos de previsão das séries temporais financeiras e disciplinas afins (econometria financeira, métodos de previsão para para finanças, finanças, etc.) etc.) estejam estejam já já firmemente firmemente presentes presentes nas nas principais principais faculdades faculdades de de economia, economia, gestão gestão ee finanças finanças do do mundo, mundo, em em todos todos os os níveis níveis do do ensino ensino superior superior (licenciatura, (licenciatura, mestrado mestrado ee doutoramento). doutoramento). Uma Uma breve breve consulta consulta na na Internet Internet mostra mostra que que centenas centenas de de universidades universidades em em todo todo oo mundo mundo oferecem oferecem Séries Séries Temporais Temporais Financeiras, Financeiras, Econometria Econometria Financeira Financeira ou ou Matemática Matemática Financeira. Financeira. Apresenta-se Apresenta-se aa seguir seguir uma uma lista lista de de algumas algumas universidades universidades que que leccionam leccionam aa unidade unidade curricular curricular Financial Financial Econometrics: Econometrics: Harvard Harvard University, University, EUA; EUA; London London School School of of Economics, Economics, Reino Reino Unido; Unido; School School of of Economics and Business Administration University of Navarre, Espanha; University of Washington, Economics University of Navarre, Espanha; University of Washington, 39 O uand t o Business n o dEUA; e Administration 2 0Aarhus 0 8 School Seattle, Washington, of Business, Dinamarca; New York Stern School of Uma breve consulta na Internet mostra que centenas de universidades em todo o mundo oferecem Séries Temporais Financeiras, Econometria Financeira ou Matemática Financeira. Apresenta-se a seguir uma lista de algumas universidades que leccionam a unidade curricular Financial 6 Econometrics: Harvard University, EUA; London School of Economics, Reino Unido; School of Economics and Business Administration University of Navarre, Espanha; University of Washington, eventualmente, também do tempo?) e doNew apreçamento opções Seattle, ou, Washington, EUA; dependem Aarhus School of Business, Dinamarca; York Sterndas School of (concretamente estuda-se se oSwansea, preço dasReino opções é consistente com os seus valores teóricos, Business, EUA; University of Wales Unido; Macquarie University, Austrália. Entre baseados em modelos paramétricos). nós várias universidades oferecem também unidades curriculares na área de ligação entre as finanças e os processos estocásticos. No ISEG/UTL (Instituto Superior de Economia e Gestão) têm sido Muitos outrosasexemplos poderiam ser acrescentados (por exemplo, Financeira na teoria dos(licenciatura), valores extremosSéries para leccionadas seguintes unidades curriculares: Econometria modelar cenários risco e valores em perda, redes neuronais, etc.). para Finanças (mestrado); na Temporais para de Finanças (mestrado) e Métodos de Previsão Universidade Nova de Economia, Introduction to Financial Econometrics (mestrado); no ISCTE (Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa), Métodos e Estudos Empíricos em O Ensino das Séries Temporais Financeiras e disciplinas Afins Finanças (Doutoramento); na Faculdade de Economia da Universidade de Algarve, Econometria Financeira (MBA); na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Análise de Séries Financeiras (mestrado). Dada a importância dos processos estocásticos no âmbito das finanças, é pois natural que o ensino o das séries temporais financeiras e disciplinas afins (econometria financeira, métodos de previsão para finanças, etc.) estejam já firmemente presentes nas principais faculdades de economia, gestão e finanças do mundo, em todos os níveis do ensino superior (licenciatura, mestrado e doutoramento). 4 Uma breve consulta na Internet mostra que centenas de universidades em todo o mundo oferecem Bibliografia Séries Temporais Financeiras, Econometria Financeira ou Matemática Financeira. Apresenta-se a seguir uma lista de algumas universidades que leccionam a unidade curricular Financial Econometrics: Harvard University, EUA; London School Economics, Unido;Securities”, School of Aït-Sahalia, Y., (1996), “Nonparametric Princing of ofInterest Rate Reino Derivative Economics and64, Business Administration University of Navarre, Espanha; University of Washington, Econometrica, 527-560. Seattle, Washington, EUA; Aarhus School of Business, Dinamarca; New York Stern School of Aït-Sahalia, Y., University (2002), “Maximum Likelihood Estimation of Discretely SampledAustrália. Diffusions: A Business, EUA; of Wales Swansea, Reino Unido; Macquarie University, Entre Closed-form Approximation Approach.” Econometrica, 70(1), 223-262. nós várias universidades oferecem também unidades curriculares na área de ligação entre as finanças e os processos estocásticos. No ISEG/UTL (Instituto Superior de Economia e Gestão) têm sido Amin, K. e V. Ng, (1993), “Option Valuation with Systematic Stochastic Volatility”, Journal of leccionadas as seguintes unidades curriculares: Econometria Financeira (licenciatura), Séries Finance, 48(3), 881-910. Temporais para Finanças (mestrado) e Métodos de Previsão para Finanças (mestrado); na Universidade Nova de Economia, Financial Econometrics (mestrado); no ISCTE Andersen, T.G., T. Bollerslev, F.X. Introduction Diebold e H.toEbens, (2001), “The distribution of realized stock (Instituto SuperiorJournal das Ciências do Trabalho e 61, da Empresa), Métodos e Estudos Empíricos em return volatility”, of Financial Economics, 43-76. Finanças (Doutoramento); na Faculdade de Economia da Universidade de Algarve, Econometria 7 Bachelier, L., (1900),na Théorie de la Spéculation, Mathématique, Financeira (MBA); Faculdade de Economiathèse da de Universidade de Paris. Coimbra, Análise de Séries Financeiras (mestrado). Barndorff-Nielsen, O.E. e N. Shephard, (2006), “Econometrics of testing for jumps in financial economics using bipower variation”, Journal of Financial Econometrics, 4, 1-30. 4 Lista necessariamente incompleta de artigos muito relevantes na área dos processos estocásticos em finanças. Inclui também Bibby, e M. Sorensen, algumas B., publicações do autor na(1995), área dos“Martingale processos comEstimation aplicações àsFunction finanças. for Discretely Observed Diffusion 4 Bibliografia Process”, Bernoulli, 1, 17-39. Black, F., e M. Scholes, (1973), “The Pricing of Options and Corporate Liabilities, Journal of Political Aït-Sahalia,81,Y., (1996), “Nonparametric Princing of Interest Rate Derivative Securities”, Economy”, pp. 637-654. Econometrica, 64, 527-560. Bollerslev, T., (1986), “Generalized autoregressive conditional heteroscedasticity”, Journal of Aït-Sahalia, Y., Econometrics 31, (2002), 307-327.“Maximum Likelihood Estimation of Discretely Sampled Diffusions: A Closed-form Approximation Approach.” Econometrica, 70(1), 223-262. Bollerslev, T., R.Y. Chou e K.F. Kroner, (1992), “ARCH modeling in finance: a review of the theory Amin, K. e V. Ng, (1993), “Option Valuation with Systematic Stochastic Volatility”, Journal of and empirical evidence”, Journal of Econometrics, 52, 5-59. 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Engle, R., (2001), “GARCH101: The Use of ARCH/GARCH Models in Applied Econometrics”, 40 Journal of Economic Perspectives, 15, 157-168 Boletim SPE Likelihood”, Journal of Econometrics, 64, 375-400. Duffie, D., (1988), Security Markets : Stochastic Models, Academic Press. Engle, R., (1982), “Autoregressive Conditional Heteroscedasticity with Estimates of the Variance of United Kingdom Inflation”, Econometrica, 50, 987-1008. Engle, R., (2001), “GARCH101: The Use of ARCH/GARCH Models in Applied Econometrics”, Journal of Economic Perspectives, 15, 157-168 Engle, R., e J. Russell, (1998), “ Autoregressive Conditional Duration: A New Model for Irregularly Spaced Transaction Data”, Econometrica 66. Eraker, B., (2001), “MCMC Analysis of Diffusion Models With Application to Finance”, Journal of Business & Economic Statistics, 19, 177-191. Fama, E., (1976), “Forward Rates as Predictors of Future Spot Rates”, Journal of Financial Economics, 361-77. Gallant A., e G. 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Foram introduzidas várias noções deste tipo, tentando responder às necessidades de controlo da dependência que surgiam em diversos contextos. A ideia base subjacente às noções de mistura é simples: há um parâmetro que descreve a distância a que se encontram as variáveis dentro da famı́lia considerada e exige-se que quanto mais afastadas as variáveis estiverem menos dependentes estão serão. No essencial, o que distingue as diferentes noções de mistura é a forma como se mede o grau de dependência. Sendo conhecidos diversos parâmetros que podem dar indicações sobre a independência, facilmente se imagina que as noções de mistura se podem multiplicar. Existe uma vasta literatura sobre a utilização de noções de mistura em modelos probabilı́sticos, estabelecendo relações entre as diversas noções, quando isso é possı́vel. As noções de dependência positiva pretendem controlar o grau de dependência deixando cair esta ideia de distância entre variáveis aleatórias. É, por isso, uma noção de dependência mais global traduzindo um comportamento do conjunto de variáveis aleatórias, independente da ordenação destas. As primeiras referências a dependência positiva surgem em Lehman (1966) e depois, na sua forma mais definitiva, conhecida como associação, em Esary, Proschan, Walkup (1967). Os conceitos de dependência positiva atraı́ram pouca atenção dos probabilistas e estatı́sticos durante bastantes anos: Barlow, Porschan (1975), que utilizam a dependência positiva para tirar partido das suas propriedades por transformações monótonas para estudar modelos em fiabilidade e análise de sobrevivência, é das poucas referências que se encontram. O tema só volta a aparecer com as contribuições de Newman (1980, 1984), Newman, Wright (1981) que abordam os problemas clássicos de teoremas centrais limites. Em Joag-Dev, Proschan (1983) introduzem-se condições de dependência negativa, que acabaram por só atrair alguma atenção ainda mais tarde na literatura. Posteriormente, Lindqvist (1988) e Evans (1990) estendem os conceitos a espaços abstractos colocando em evidência algumas subtilezas deste género de dependência. Em paralelo a esta literatura o conceito de associação desenvolve-se de forma completamente independente em fı́sica matemática, onde é conhecido como desigualdades FKG (Fortuin, Kasteleyn, Ginibre (1971)), com aplicações à teoria da percolação e modelos de Ising, por exemplo. A partir do inı́cio dos anos 1990 o interesse por dependência positiva cresce aparecendo então contribuições que estabelecem de forma mais completa o estudo dos teoremas limites clássicos e se estendem progressivamente a questões de velocidades de convergência ou grandes desvios. 2 Associação e primeiras propriedades A primeira noção de dependência positiva surge em Lehman 1966. Definição 2.1 (Lehamn (1966)) Duas variáveis aleatórias X1 e X2 dizem-se positivamente dependentes se P(X1 > x, X2 > y) − P(X1 > x)P(X2 > y) ≥ 0, ∀x, y ∈ R. É imediato verificar que podemos substituir o sinal “>” por “≤”. A ideia consistia em tirar partido da representação seguinte para variáveis de quadrado integrável, conhecida como Lemma de Hoeffding, Cov(X1 , X2 ) = P(X1 > x, X2 > y) − P(X1 > x)P(X2 > y) dx dy. (1) 43 Outono de 2008 É imediato verificar que podemos substituir o sinal “>” por “≤”. A ideia consistia em tirar partido da representação seguinte para variáveis de quadrado integrável, conhecida como Lemma de Hoeffding, Cov(X1 , X2 ) = P(X1 > x, X2 > y) − P(X1 > x)P(X2 > y) dx dy. (1) Por exemplo, é imediato que o seguinte resultado se verifica. 1 Proposição 2.2 Sejam X1 e X2 variáveis aleatórias de quadrado integrável positivamente dependentes. Estas variáveis são independentes se e só se Cov(X1 , X2 ) = 0. A noção seguinte acabou por se revelar mais útil para o estudo de resultados limites. Definição 2.3 (Esary, Proschan, Walkup (1967)) Um conjunto de variáveis aleatórias X1 , . . . , Xn diz-se (positivamente) associado se dadas duas quaisquer funções f, g : Rn −→ R crescentes coordenada a coordenada se tiver Cov f (X1 , . . . , Xn ), g(X1 , . . . , Xn ) ≥ 0, (2) sempre que esta covariância exista. Uma sucessão de variáveis aleatórias Xk , k ≥ 1, diz-se (positivamente) associada se, para todo o n ∈ N, X1 , . . . , Xn é um conjunto (positivamente) associado de variáveis aleatórias. É óbvio que a propriedade de associação de variáveis aleatórias não se altera se operarmos uma permutação das variáveis. Note-se ainda que se define associação de conjuntos de variáveis aleatórias reais, utilizando funções reais crescentes. Esta noção depende, portanto, da estrutura de ordem dos reais, o que torna sua generalização a espaços mais abstractos delicada. Antes de apresentar alguns exemplos, vejamos uma simplificação desta definição à custa do Lema de Hoeffding (1). De facto, dadas duas funções f e g, podemos escrever Cov f (X1 , . . . , Xn ), g(X1 , . . . , Xn ) = Cov I{f (X1 ,...,Xn )>s} , I{g(X1 ,...,Xn )>t} ds dt, onde IA representa a função indicatriz do conjunto A. Note-se que, para s e t fixos, γs (X1 , . . . , Xn ) = I{f (X1 ,...,Xn )>s} e δt (X1 , . . . , Xn ) = I{g(X1 ,...,Xn )>t} são crescentes coordenada a coordenada. Teorema 2.4 X1 , . . . , Xn são associadas se e só se, para todas as funções γ e δ crescentes coordenada a coordenada e tomando valores em {0, 1}, Cov γ(X1 , . . . , Xn ), δ(X1 , . . . , Xn ) ≥ 0. Utilizando esta caracterização podemos agora deduzir o seguinte resultado. Proposição 2.5 Uma variável aleatória X é associada consigo mesma. A verificação desta proposição recorre ao Teorema 2.4 e ao facto das funções reais nele consideradas serem da forma I[s,+∞) , pelo que duas destas funções são ordenáveis. Uma vez efectuada esta observação, o resultado é imediato. Caso pretendêssemos estender a noção definindo uma famı́lia de vectores aleatórios de dimensão k associados deverı́amos considerar funções definidas em Rk ×· · ·×Rk crescentes em cada uma das suas n coordenadas, isto é, crescentes enquanto função definida em Rk . Se o Teorema 2.4 continua válido, já que apenas depende da representação integral da covariância, a forma das funções crescentes não permite a sua ordenação completa não se podendo, portanto, repetir a argumentação anterior. Isto é, um vector aleatório não é necessariamente associado consigo mesmo. Decorrem agora da Proposição 2.5 as propriedades seguintes. Teorema 2.6 Se dois conjuntos de variáveis associadas são independentes um do outro, a sua união é um conjunto de variáveis associadas. Se as variáveis X1 , . . . , Xn são associadas e f1 , . . . , fk são funções reais definidas em Rn todas crescentes (ou todas decrescentes), então as variáveis aleatórias f1 (X1 , . . . , Xn ), . . ., fk (X1 , . . . , Xn ) são associadas. Estamos agora em condições de apresentar de forma mais simples alguns exemplos de variáveis 44 Boletim SPE aleatórias associadas. Se as variáveis X1 , . . . , Xn são associadas e f1 , . . . , fk são funções reais definidas em R todas crescentes (ou todas decrescentes), então as variáveis aleatórias f1 (X1 , . . . , Xn ), . . ., fk (X1 , . . . , Xn ) são associadas. Estamos agora em condições de apresentar de forma mais simples alguns exemplos de variáveis aleatórias associadas. Exemplo 2.7 Considerem-se variáveis aleatórias X2n , n ≥ 1, e fixe-se um natural m > 1. Definam-se Yi = max(Xi , . . . , Xi+m ). Como o conjunto Y1 , . . . , Yk é obtido por transformações crescentes de X1 , . . . , Xk+m , segue-se que a famı́lia Yn , n ≥ 1, é associada. Exemplo 2.8 Se considerarmos um modelo auto-regressivo Xn = ki=1 ci Xn−i em que os coeficientes c1 , . . . , ck > 0, então a sucessão Xn , n ≥ 1, é associada. Exemplo 2.9 Sejam X1 , . . . , Xn variáveis associadas e, para k = 1, . . . , n, Sk = X1 + · · · + Xk . Atendendo ao teorema anterior segue-se que S1 , . . . , Sn são associadas. Analogamente, as estatı́sticas de ordem X1:n , . . . , Xn:n são associadas. Para o justificar basta invocar o Teorema 2.6. (Note-se que isto inclui o caso em que as variáveis iniciais são independentes.) Um exemplo importante foi demonstrado em Pitt (1982). Proposição 2.10 Seja X = (X1 , . . . , Xn ) um vector aleatório de dimensão n gaussiano. Se, para todos os i, j = 1, . . . , n, Cov(Xi , Xj ) ≥ 0 então as variáveis X1 , . . . , Xn são associadas. A demonstração exige uma caracterização alternativa de associação, reduzindo a famı́lia de funções crescentes para as quais é necessário verificar (2) àquelas com derivadas parciais contı́nuas e limitadas. Os exemplos anteriores exploram a segunda parte do Teorema 2.6. Este implica que sempre que se operem transformações com o mesmo sentido de monotonia sobre variáveis independentes, obtemos uma famı́lia de variáveis associadas. É, portanto, natural que este conceito de independência apareça em modelos de fiabilidade ou análise de sobrevivência, como é explorado em Barlow, Proschan (1975). Escolhendo convenientemente mais uma famı́lia de funções crescentes que caracteriza a associação, mostra-se que esta forma de dependência é preservada pela convergência en distribuição. Teorema 2.11 (Esary, Proschan, Walkup (1967)) Sejam, para cada k, Xk,1 , . . . , Xk,n variáveis associadas tais que o vector (Xk,1 , . . . , Xk,n ) converge em distribuição (quando k → +∞) para (X1 , . . . , Xn ). Então as variáveis X1 , . . . , Xn são associadas. Para terminar esta apresentação de resultados básicos, faz-se agora referência um pouco mais detalhada à questão da estrutura de ordem do espaço em que as variáveis tomam valores, já abordada após a Proposição 2.5. Seja E um espaço métrico separável e completo no qual está definida uma estrutura de ordem parcial “≤”. Um conjunto A ⊂ E diz-se crescente se sempre que x ∈ A e x ≤ y então também y ∈ A. O espaço E diz-se totalmente ordenado se dados x, y ∈ E se tiver que x ≤ y ou y ≤ x. Evidentemente, se E = Rn com a ordenação lexicográfica habitual, o espaço não é totalmente ordenado. Consideremos variáveis aleatórias Xn que assumem valores em E. Para efectuar a extensão da noção de associação necessitamos de definir o que se entende por função ou conjunto crescente em E. Definição 2.12 Dado um espaço métrico separável e completo parcialmente ordenado, 1. uma variável aleatória com valores em E diz-se associada se, dados dois conjuntos crescentes C1 , C2 ⊂ E, se tiver P(X ∈ C1 ∩ C2 ) ≥ P(X ∈ C1 )P(X ∈ C2 ); 2. uma sucessão de variáveis aleatórias Xk , k ≥ 1, com valores em E diz-se associada se, para todo o n ∈ N, dados C1 , . . . , Cn ⊂ E crescentes, se tiver P(X1 ∈ C1 , · · · , Xn ∈ Cn ) ≥ P(X1 ∈ C1 ) · · · P(Xn ∈ Cn ). Como se vê, a estrutura de ordem do espaço E e forma de a estender ao produto cartesiano E n é essencial para a caracterização da associação. Pode-se agora mostrar que as propriedades básicas referidas atrás, no que diz respeito à transformação por funções crescentes se mantêm válidas. Isto é, se efectuarmos transformações crescentes sobre variáveis associadas continuamos com uma famı́lia de variáveis O uNot oentanto, n o d há e uma 2 0 0diferença 8 associadas. fundamental no que respeita à extensão da Proposição 2.5. 45 Como se vê, a estrutura de ordem do espaço E e forma de a estender ao produto cartesiano E n é essencial para a caracterização da associação. Pode-se agora mostrar que as propriedades básicas referidas atrás, no que diz respeito à transformação por funções crescentes se mantêm válidas. Isto é, se efectuarmos transformações crescentes sobre variáveis associadas continuamos com uma famı́lia de variáveis associadas. No entanto, há uma diferença fundamental no que respeita à extensão da Proposição 2.5. Proposição 2.13 (Lindqvist (1988)) Uma variável com valores num espaço métrico separável e completo parcialmente ordenado é associada consigo mesma se e só se existe um subconjunto mensurável 3 totalmente ordenado A ∈ E tal que P(X ∈ A) = 1. Em particular, as variáveis aleatórias sobre E serão associadas com elas próprias se e só se E for um espaço totalmente ordenado. Este resultado de associação deixa claro o papel que tem a estrutura de ordenação na caracterização da associação. Por exemplo, se alterarmos a representação de uma famı́lia de variáveis aleatórias, passando por um espaço distinto do inicial, isso poderá ter consequências sobre a eventual associação da famı́lia em estudo. Este comportamento não se observa ao manipular as noções de mistura. Um exemplo do que se descreve acontece na utilização de processos pontuais. Exemplo 2.14 Considere-se uma famı́lia de variáveis aleatórias X1 , . . . , Xn e definam-se as medidas de Dirac δX1 , . . . , δXn (massas pontuais nos pontos definidos pelas variáveis aleatórias). Esta famı́lia de medidas de Dirac define um conjunto de variáveis aleatórias com valores no espaço do processos pontuais discretos N = {µ medida sobre R : µ(A) ∈ N, A boreliano de R}. Este conjunto é evidentemente apenas parcialmente ordenado. Um elemento µ ∈ N é representável na forma µ = k δxk ,onde xk ∈ R não são necessariamente distintos. Se designarmos por suporte de µ, supp(µ) = {x1 , . . . , xk , . . .} o conjunto de pontos em que se concentram as massas pontuais, podemos definir µ1 ≤ µ2 ⇔ supp(µ1 ) ⊂ supp(µ2 ) (note-se que esta relação de ordem não tem em conta a grandeza da massas pontuais). Esta relação de ordem é apenas parcial: não é possı́vel ordenar elementos de N cujos suportes não verifiquem uma relação de inclusão. Assim, o facto da famı́lia de variáveis aleatórias reais X1 , . . . , Xn ser associada não significa que a famı́lia de processos pontuais δX1 , . . . , δXn seja associada, e vice-versa. Para mais resultados sobre as questões topológicas e de ordenação e suas influências na noção de associação reenvia-se o leitor para Lindqvist (1988). 3 Associação e desigualdades O estudo de resultados limites depende, normalmente, do estabelecimento de desigualdade adequadas para o controlo de momentos de somas ou de desigualdades que permitam limitar alguma noção de distância ao que observarı́amos no caso de estudarmos sucessões independentes. Esta última aproximação foi a utilizada para estabelecer versões do Teorema Limite Central, nas suas versões clássica e funcional. As desigualdades sobre momentos de somas surgiram um pouco mais tarde e têm-se tornado mais populares nos últimos anos na caracterização de velocidades de convergência. As primeiras desigualdades demonstradas diziam respeito a majorações de probabilidades de cauda, veja-se Esary, Proschan, Walkup (1967) e Lebowitz (1972). A desigualdade mais importante para o estudo da convergência em distribuição controla a distância entre distribuições conjuntas e distribuições produto, que corresponderiam ao caso independente. Teorema 3.1 (Newman (1980)) Sejam X1 , . . . , Xn variáveis aleatórias independentes de quadrado integrável. Então, dados t1 , . . . , tn ∈ R, n 1 |tj tk | Cov(Xj , Xk ), (3) ϕXj (tj ) ≤ ϕ(X1 ,...,Xn ) (t1 , . . . , tn ) − 2 j=1 j=k onde ϕ representa a função caracterı́stica do vector ou variável em ı́ndice. A demonstração deste resultado é surpreendentemente simples. Uma vez verificada para o caso de duas variáveis, o que se reduz a uma integração por partes, uma argumentação por indução permite obter a majoração enunciada. De acordo com (3), a estrutura de covariâncias descreve por completo o comportamento de variáveis associadas, pelo menos no que à convergência em distribuição diz respeito. 46 B o l e tcomo i m So Papresentado E Esta desigualdade está na base de resultados do tipo Teorema Limite Central, no onde ϕ representa a função caracterı́stica do vector ou variável em ı́ndice. A demonstração deste resultado é surpreendentemente simples. Uma vez verificada para o caso de duas variáveis, o que se reduz a uma integração por partes, uma argumentação por indução permite obter a majoração enunciada. De acordo com (3), a estrutura de covariâncias descreve por completo o comportamento de variáveis associadas, pelo menos no que à convergência em distribuição diz respeito. Esta desigualdade está na base de resultados do tipo Teorema Limite Central, como o apresentado no Teorema 4.1. Só em Birkel (1988) aparecem as primeiras desigualdades para momentos de somas de variáveis associadas. Assume agora um papel central o controlo de 4 u(n) = Cov(Xj , Xk ). j:|k−j|≥n Teorema 3.2 (Birkel (1988)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis aleatórias centradas e associadas. Designemos por Sn = X1 + · · · + Xn . Se supn≥1 E(|Xn |s ) < +∞, s > 2 e u(n) = O(n−ρ ), ρ > 0, então existe r ∈ (2, s) tal que supm≥0 E(|Sm+n − Sm |r ) ≤ Bnr/2 , onde B é independente de n. Esta desigualdade do tipo Rosenthal foi estendida em Shao, Yu (1996), aligeirando as hipóteses, nomeadamente sobre a velocidade de convergência de u(n). O seu enunciado é complexo e um pouco técnico, pelo que não o incluiremos neste texto. A condição sobre u(n) significa que os termos da matriz de covariâncias que estão longe da diagonal principal são negligenciáveis. O controlo adequado do decrescimento de u(n) tornou-se num instrumento comum no estudo de resultados limites. Importantes para o estudo das velocidades de convergência em leis dos grandes números, que permitem o tratamento da convergência de estimadores estatı́sticos, por exemplo, são as desigualdades maximais e as exponenciais do tipo Bernstein. A não negatividade das covariâncias permite utilizar um argumento simples de indução para mostrar uma desigualdade maximal de ordem 2. Teorema 3.3 (Newman, Wright (1981)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis aleatórias centradas, de quadrado integrável e associadas. Designemos Sn = X1 + · · · + Xn e Mn = max(S1 , . . . , Sn ). Então E(Mn2 ) ≤ Var(Sn ) = E(Sn2 ). Em consequência 2 Var(Sn ) . ε2 Isto é, a desigualdade de Kolmogorov para variáveis independentes continua válida, a menos do factor 2. A extensão a desigualdades maximais de ordem superior, tentando a analogia ao caso independente, não parece simples. De facto, o argumento indutivo utilizado na decomposição das variâncias deixa de funcionar já que faz aparecer momentos de todas as ordens inferiores e, em particular as de ordem par não são controláveis, à custa da associação, já que não definem funções crescentes das variáveis originais. Foi necessário esperar até Ioannides, Roussas (1999) para que fosse provada uma desigualdade do tipo Bernstein. Esta versão assumia que as variáveis eram estacionárias e uniformemente limitadas e utilizava na demonstração um argumento indutivo para analisar momentos exponenciais das somas parciais. A limitação das variáveis era justificada pelo contexto em que a questão era analisada, já que se tratava do estudo de estimadores do tipo núcleo em que as expressões intervenientes eram, de facto, uniformemente limitadas. A extensão ao caso geral, sob estacionaridade, foi demonstrada em Oliveira (2005), simplificando ainda a técnica de demonstração ao substituir o argumento indutivo pela utilização de uma variante da desigualdade (3). P (max(|S1 | , . . . , |Sn |) ≥ ε) ≤ Teorema 3.4 (Oliveira (2005)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis centradas, estritamente estacionárias e associadas tais que, para algum α > 0, 1/2 ∞ αn log n log n exp Cov(X1 , Xj ) ≤ C0 < ∞, (4) pn c2n 2pn j=p +2 n onde pn < n 2 e cn convergem para +∞. Suponhamos que √ αpn log n 1/2 cn , εn = 9 2 n e que existe δ > α tal que sup|t|≤δ E(etX1 ) ≤ Mδ < +∞. Então, para n suficientemente grande, O u t o nn o d e 2 0 0 8 2 47 √ εn = 9 2 αpn log n n 1/2 cn , e que existe δ > α tal que sup|t|≤δ E(etX1 ) ≤ Mδ < +∞. Então, para n suficientemente grande, n 1 4 2Mδ n2 P Xi − E(Xi ) > ε ≤ 2(1 + C0 ) + 3 exp (−α log n) . 3 n α 9α p log n n i=1 (5) As condições do tipo (4) são, para variáveis estacionárias, equivalentes às condições sobre u(n) já referidas atrás. Portanto, o essencial continua a ser5 um controlo adequado sobre o decrescimento das covariâncias. É de realçar que (4) impõe um decrescimento rápido das covariâncias já que são estas que têm que compensar o crescimento deo termo exponencial que aparece como factor. 4 Convergência em distribuição O primeiro Teorema Limite Central para variáveis associadas demonstra-se utilizando a desigualdade (3), comparando com o que acontece no caso de variáveis independentes. Teorema 4.1 (Newman (1980)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis aleatórias centradas de quadrado integrável associadas e estritamente estacionárias tais que 2 σ = Var(X1 ) + 2 ∞ Cov(X1 , Xj ) < +∞. j=2 Então 1 √ σ n n j=1 Xj converge em distribuição para uma variável com distribuição N (0, 1). Este resultado foi estendido por Cox, Grimmett (1984) para variáveis com momentos de ordem 3 finitos, deixando cair a estacionaridade estrita, e impondo u(n) −→ 0. Em Birkel (1993) encontramos versões do Teorema Limite Central assumindo apenas a existência de momentos de ordem 2 e, em Oliveira, Suquet (1996), o controlo das covariâncias é um pouco mais flexı́vel, permitindo a existência de algumas covariâncias significativamente grandes perto da diagonal principal (o enunciado é demasiado técnico para caber neste artigo). Estes resultados têm sempre versões funcionais, essencialmente sob as mesmas condições, que podem ser encontrados em Newman, Wright (1981) ou Birkel (1993). No que respeita à velocidade de convergência para o Teorema Limite Central, o primeiro resultado do tipo Berry-Esséen, majorando uniformemente a distância entre as funções de distribuição, foi demonstrado em Wood (1983) assumindo a estacionaridade da sucessão. A expressão para a velocidade é complicada, mas sempre mais lenta do que n1/5 . Esta velocidade é provada adaptando a demonstração clássica de Berry-Esséen. Um controlo mais preciso do decrescimento de u(n) permite obter uma melhor velocidade de convergência. Teorema 4.2 (Birkel (1988)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis centradas e associadas, Sn = X1 + · · · + Xn e σn2 = E(Sn2 ). Suponhamos que −λn u(n) = O(e ), λ > 0, σn2 > 0, inf n≥1 n sup E(|Xn |3 ) < ∞. n≥1 Então existe uma constante B, independente de n ≥ 1, tal que 1 2 sup P Sn ≤ x − Φ(x) ≤ Bn−1/2 log2 n, σn x∈R onde Φ representa a função de distribuição de uma variável com distribuição N (0, 1). A demonstração baseia-se numa variante da desigualdade (3) que permite uma adaptação da técnica habitual para provar a desigualdade de Berry-Esséen. No mesmo artigo se mostra que podemos substituir o termo log2 n por log n no majorante, caso existam momentos de ordem superior a 3. Noutra direcção, Suquet (1995) obtém um majorante substituindo a distância uniforme por uma distância do tipo L2 entre as funções de distribuição. 48 Boletim SPE A demonstração baseia-se numa variante da desigualdade (3) que permite uma adaptação da técnica habitual para provar a desigualdade de Berry-Esséen. No mesmo artigo se mostra que podemos substituir o termo log2 n por log n no majorante, caso existam momentos de ordem superior a 3. Noutra direcção, Suquet (1995) obtém um majorante substituindo a distância uniforme por uma distância do tipo L2 entre as funções de distribuição. 5 Processos empı́ricos Dada uma sucessão de variáveis aleatórias associadas e com distribuição uniforme no intervalo [0, 1], tem interesse estatı́stico o comportamento da sucessão 6 de funções n √ 1 ξn (t) = n I[Xi ,1] (t) − t , t ∈ [0, 1]. n i=1 Como é bem sabido, basta estudar estas funções para variáveis uniformes, já que o caso geral se obtém por transformação pela função de distribuição das variáveis. O comportamento limite destas funções intervém na caracterização assimptótica de testes de hipóteses, daı́ a motivação estatı́stica para o estudo. A convergência em distribuição desta sucessão sob a hipótese de associação aparece em Yu (1993). Teorema 5.1 (Yu (1993)) Sejam Xn , n ≥ 1 variáveis com distribuição uniforme em [0, 1], estacionárias e associadas, tais que para algum a > 0, +∞ 13 n 2 +a Cov(X1 , Xn ) < +∞ (6) n=2 então a sucessão ξn converge em distribuição no espaço D(0, 1), das funções contı́nuas à direita e com limites à esquerda, para um processo gaussiano centrado e com covariância Γ(s, t) = s ∧ t − st + 2 +∞ k=2 P(X1 ≤ s, Xk ≤ t) − st . O interesse nesta convergência provém das transformações que é possı́vel operar, mantendo a convergência em distribuição. De facto, a topologia habitual em D[0, 1] é suficientemente forte para tornar contı́nuas uma famı́lia de operadores bastante alargada, contendo, por exemplo, transformações como supt∈[0,1] ξn (t) (veja-se Billingsley (1968)), utilizadas em alguns testes de hipóteses não paramétricos. A velocidade de decrescimento das covariâncias exigida pelo resultado anterior é grande. De facto, tem que acontecer que Cov(X1 , Xn ) = O(n−r ), com r > 7.5. Como habitualmente no espaço D[0, 1] a maior parte do esforço é passada a mostrar a compacidade da sucessão por forma a garantir a existência do limite. Este resultado foi sucessivamente melhorado, baixando a velocidade de decrescimento exigida às covariâncias para Cov(X1 , Xn ) = O(n−r ), com r > 4, em Louhichi (2000). Tendo em atenção que vários dos referidos testes não necessitam da transformações contı́nuas num espaço com topologia tão forte, a convergência do processo empı́rico foi estudada nos espaços Lp [0, 1]. Por exemplo, os testes de Anderson-Darling apenas necessitam da convergência do processo empı́rico relativamente à topologia do espaço L2 . Como seria de esperar, a caracterização da compacidade da sucessão fica substancialmente facilitada. Teorema 5.2 (Oliveira, Suquet (1998)) Nas condições do Teorema 5.1 o processo empı́rico converge em distribuição no espaço Lp [0, 1] desde que Cov(X1 , Xn ) = 0(n−r ), com r > 3p . 2 Nota-se nas condições para a convergência do processo empı́rico uma maior exigência quanto ao decrescimento das covariâncias relativamente às condições para a resultados do tipo limite central. Uma boa parte da explicação para esta diferença deve-se à necessidade de, no estudo do processo empı́rico, controlar covariâncias entre variáveis do tipo I{Xn ≤s} . A tradução deste controlo para covariâncias entre as variáveis originais faz-se à custa da desigualdade seguinte, válida para variáveis associadas (veja-se Roussas (1995) para os detalhes) Cov I{X0 ≤s} , I{Xn ≤t} ≤ BCov1/3 (X0 , Xn ). Outono de 2008 49 controlar covariâncias entre variáveis do tipo I{Xn ≤s} . A tradução deste controlo para covariâncias entre as variáveis originais faz-se à custa da desigualdade seguinte, válida para variáveis associadas (veja-se Roussas (1995) para os detalhes) Cov I{X0 ≤s} , I{Xn ≤t} ≤ BCov1/3 (X0 , Xn ). 6 Leis dos grandes números 7 Os primeiros resultados do tipo leis dos grandes números aparecem em Newman (1984) e Birkel (1998a). Teorema 6.1 A lei forte dos grandes números é válida se • (Newman (1984)) as variáveis são associadas, estacionárias e n1 ni=1 Cov(X1 , Xn ) −→ 0; 1 • (Birkel (1988a)) as variáveis são associadas e ∞ i=1 n2 Cov(Xn , Sn ) < ∞. As demonstrações utilizam o controlo das covariâncias através de u(n), definido atrás, ou utilizando desigualdades para momentos de somas de variáveis no caso de Birkel (1988a). As abordagens não permitem contudo caracterizações de velocidades de convergência. Só com o aparecimento de desigualdades exponenciais para variáveis associadas se obtiveram as primeiras caracterizações de velocidades de convergência em leis dos grandes números. Estas passam pela condição (4) o que obriga a decrescimento geométrico das covariâncias. Teorema 6.2 (Ioannides, Roussas (1999)) Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis aleatórias limitadas, centradas e associadas tais que Cov(X1 , Xn ) = ρ0 ρn , onde ρ0 > 0 e ρ ∈ (0, 1). Então n1 (X1 + · · · + Xn ) −→ 0 2/3 quase certamente com velocidade de convergência de ordem logn1/3 n . Este resultado é uma consequência directa da versão do Teorema 3.4 provada em Ioannides, Roussas (1999). Neste mesmo artigo se mostra que caso Cov(X1 , Xn ) = c0 n−a , com a > 0, então utilizando (4) não é possı́vel deduzir uma velocidade de convergência para a lei dos grandes números. No caso de decrescimento geométrico, a velocidade foi sendo melhorada, à custa da utilização de versões optimizadas para o efeito das desigualdades exponenciais, como em Sung (2007), até obter a velocidade 2 log2 n (loglog n)1/2 n em Xing, Yang (2008) e log em Henriques, Oliveira (2008). n1/2 n1/2 Mais recentemente obtiveram-se caracterizações para as velocidades de convergência utilizando desigualdades maximais. Teorema 6.3 Sejam Xn , n ≥ 1, variáveis centradas, e associadas. • (Yang, Su, Yu (2008)) Suponhamos que as variáveis aleatórias são de quadrado integrável e ∞ 1/2 u (2i ) < ∞, então n1 (X1 + · · · + Xn ) −→ 0 com velocidade de convergência da ordem i=1 log1/2 n (loglog n)δ/2 , n1/2 onde δ > 1. • (Henriques, Oliveira (2008)) Suponhamos que as variáveis aleatórias são estacionárias, E(X1r ) < ∞, para algum r > 4, u(n) ≤ c n−1 e E(Xi Xj |σ(X1 , . . . , Xi )) ≥ 0, para todos os i < j. Então 1/4+δ 1 (X1 + · · · + Xn ) −→ 0 com velocidade de convergência da ordem (lognn)1/2 , onde δ > 0. n A segunda velocidade de convergência é ligeiramente melhor que a primeira, embora à custa de condições um pouco mais restritivas. A condição sobre as esperanças condicionais pode ser interpretada como uma espécie de dependência positiva condicional. Vale a pena referir que os modelos introduzidos no Exemplo 2.7 satisfazem esta condição. A primeira destas velocidades de convergência é menos exigente e parece ter sido o primeiro resultado deste tipo baseado em desigualdades maximais. Referências [1] Barlow, R., Proschan, F. (1975). Statistical Theory of Reliability and Life Testing: Probability Models. Holt, Rinehart and Winston, New York. [2] Billingsley, P. (1968). Convergence of probability measures. John Wiley & Sons, Inc., New York50 London-Sydney. Boletim SPE [1] Barlow, R., Proschan, F. (1975). Statistical Theory of Reliability and Life Testing: Probability Models. 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Fields 95, 357–370. 52 Boletim SPE Processos estocásticos em dinâmica de estruturas de Processos estocásticos em dinâmica de estruturas de engenharia engenharia Paula Milheiro Oliveira, [email protected] CEC, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto 1 Introdução Em estudos sobre o comportamento dinâmico de estruturas na engenharia civil e mecânica, considera-se habitualmente fontes de aleatoriedade ou incerteza, que se repartem em 3 tipos: (a) a aleatoridade devida a causas naturais ou operacionais; (b) a incerteza sobre as propriedades mecânicas dos materiais utilizados na construção; (c) as incertezas sobre os modelos matemáticos adoptados quer para a resposta da estrutura quer para a resistência dos mecanismos estruturais. Para produzir conhecimento de modo a reduzir a variabilidade que resulta destas incertezas são realizadas simulações e, sobretudo, testes sobre as próprias estruturas ou modelos físicos (à escala reduzida) destas estruturas. Os testes que se realizam para estudar o comportamento de uma estrutura podem ser de vários tipos. Os testes em que se simulam condições várias de funcionamento real envolvem a reprodução de meios aleatórios, nomeadamente acções de ventos, cargas devidas ao movimento dos veículos no caso das pontes ou do funcionamento de máquinas pesadas no caso de instalações industriais e, nomeadamente, a acção de sismos, entre outras acções. Podemos distinguir dois tipos de acções: acções de natureza ambiental (como o vento, a temperatura, a humidade, os sismos, as ondas do mar) e acções de natureza operacional (como as cargas a que estão sujeitas). É aqui que aparecem de imediato os primeiros processos estocásticos, logo à entrada. Na teoria de sistemas diríamos que são o input do sistema. No contexto da engenharia de estruturas preferem chamar-lhes excitação. Na sua forma mais simples estes processos podem surgir como ruído branco gaussiano. Significa isto, portanto, que um dos testes a que se sujeita uma estrutura, quando se pretende estudar a sua dinâmica, é um teste em que se simula uma excitação de entrada segundo um ruído branco gaussiano. Este teste, muitas vezes realizado em laboratório sobre modelos físicos, permite observar e avaliar respostas da estrutura e algo que interessa especialmente aos engenheiros de estruturas, que é estimar parâmetros que descrevem a estrutura. São exemplo destes parâmetros os chamados modos de vibração, que não são mais do que transformações dos parâmetros do modelo matemático que descreve o comportamento dinâmico da estrutura. Um dos aspectos que interessa também ao engenheiro de estruturas é a análise de indicadores de degradação da estrutura. Podemos distinguir vários tópicos que nos permitem clarificar áreas de conhecimento e áreas de trabalho para quem pretende investigar ou simplesmente articular saberes, a um nível avançado, no campo da dinâmica de estruturas: é, primeiro que tudo, necessário conhecer ou desenvolver modelos de excitação e de resposta adequados à situação concreta em estudo; é necessário conhecer e adaptar métodos existentes de simulação da resposta; é necessário ser capaz de aplicar, e sobretudo desenvolver, métodos de estimação de parâmetros e de estado e, finalmente, podemos ainda encontrar-nos perante problemas de controlo da estrutura, para os quais é necessário explorar técnicas de controlo estocástico. 2 Modelos para a excitação Pode dizer-se que acções como o vento, os sismos ou as ondas do mar são duplamente aleatórios, no sentido em que a sua ocorrência é estocástica no tempo mas também as trajectórias que caracterizam Outono de 2008 53 Figura 1: Registo do terramoto El Centro (Imperial Valley, EUA, costa do Pacífico). A aceleração foi medida na base do edifício El Centro Terminal Substation e está representada em cm/s2 . estas acções exibem padrões aleatórios. Acções como a temperatura, a humidade ou as cargas a que a estrutura está sujeita na sua operação são mais naturalmente vistas como processos contínuos no tempo. Ao longo das últimas décadas, estas acções têm vindo a ser examinadas na engenharia estrutural sobretudo do ponto de vista estocástico. Naturalmente que encontramos quer processos estocásticos estacionários quer não estacionários, talvez com uma maior predominância destes últimos. Os registos sísmicos, por exemplo, permitem-nos dizer que as acções sísmicas são processos estocásticos hoje reconhecidos como fortemente não estacionários (e.g. Figura 1), devido a diferenças entre frequências e tempos de chegada das suas ondas componentes. Podem ser modelados de duas formas distintas: (a) processos estocásticos não estacionários unicamente em amplitude (resultam da transformação de um processo estacionário através de uma função determinística do tempo, na prática estimada com base nos registos sísmicos); (b) processos estocásticos com uma densidade espectral de potência evolutiva (como resultado de diferentes velocidades e energias das diversas ondas que compõem o movimento e de múltiplas reflecções, refracções e difracções). No primeiro caso, temos modelos da forma: At = ξ(t)Mt onde At representa a aceleração do solo no instante t, ξ(t) é a função de modelação (determinística) e {Mt }t é um processo estocástico gaussiano estacionário. São muito usados os modelos de Shinozuka– –Sato (1967), em que ξ(t) é da forma 1 ξ(t) = (e−at − e−bt ) , c Aming–Ang (1966): 54 t t1 , t ≤ t1 ξ(t) = 1, t1 ≤ t ≤ t2 , e−c(t−t2 ) , t ≤ t 2 Boletim SPE e Yeh–Wen (1990): ξ(t) = � at −b e−ct , d + th em que a, b, c, d, h, t1 e t2 são parâmetros, cujos valores são atribuidos com base em argumentos de natureza física ou em registos, perante cada situação concreta. No segundo caso, temos modelos muito variados, dos quais destacamos o modelo de Yeh–Wen (1990): At = ξ(t)Mk(t) , n(t) agora com k(t) = ṅ(t , onde n(t) é uma função polinomial que pretende representar a acumulação de s) passagens por 0 no registo sísmico e ts o instante em que as fortes movimentações do solo ocorrem (Figura 2). Outros modelos podem ser encontrados em Priestley (1981), Grigoriu et al. (1988), Spanos et al. (1992), Fan–Ahmadi (1990), Kameda–Nojima (1988), Faravelli (1988) e Carli (1992, 1995), entre outros. Figura 2: Registo do terramoto de 1971 na Baía de São Francisco (EUA). A aceleração foi medida em San Fernando e está representada em cm/s2 . 3 Modelos para a resposta A dinâmica de uma estrutura com comportamento linear e N graus de liberdade1 , pode ser modelada pelo seguinte sistema diferencial estocástico no sentido de Ito (Clough e Penzien, 1993): � (1) (2) dxt = xt dt , (1) (2) (2) (1) dxt = M −1 (−Cxt − Kxt )dt + M −1 dWt (1) (2) em que xt e xt são vectores de deslocamento e velocidade, respectivamente, M é a matriz de massa da estrutura, C a sua matriz de amortecimento viscoso, K a sua matriz de rigidez e {Wt }t é o processo estocático que modela a excitação externa a que está sujeita a estrutura. No entanto, nem todas as estruturas apresentam um comportamento linear, encontrando-se por exemplo modelos da forma (Wen, 1973): (1) (2) dx = xt dt� � t(2) (2) (1) dxt = M −1 −Cxt − αKxt − (1 − α)Kzt dt + M −1 dWt , (2) � � dz = Ax(2) − β|x(2) | |z |n−1 z − γ x(2) |z |n dt t t t t t t t 1 Se se tratar da estrutura muito elementar como uma estrutura porticada, os N graus de liberdade corresponderão a N pisos. Em estruturas mais complexas como edifícios, cada piso, só por si, corresponderá a vários graus de liberdade. Outono de 2008 55 em que {zt }t é um processo estocástico habitualmente designado por componente histerética do sistema, α é um coeficiente relacionado com a rigidez pós-cedência e A , n , β e γ são parâmetros que caracterizam o tamanho e forma dos ciclos de histeresis, que são estocásticos. Nos modelos (1) e (2) o tempo é considerado como contínuo. No entanto as medições da resposta da estrutura são de facto obtidas em instantes discretos. Pode haver conveniência em que o modelo da estrutura seja também descrito em tempo discreto. Os defensores desta abordagem usam modelos em espaço de estados e por vezes modelos ARMA, que provêm de uma formulação prévia da dinâmica da estrutura via Elementos Finitos (ver, por exemplo, Peeters–Ventura, 2003). Um exemplo desta abordagem consiste no modelo seguinte, que respeita a uma estrutura em mastro (Figura 3): Xk = FXk−1 + GUk . (3) Figura 3: Exemplo de uma estrutura em mastro. A estrutura é composta por 9 nós ligados por barras, dos quais os 3 primeiros estão ligados ao solo, e sofre o efeito de uma acção aleatória, representada pelo processos estocástico {Uk }k , em todos os seus nós, quer na direcção horizontal quer na vertical, de forma independente. F é uma matriz 18 × 18 construída a partir das matrizes de massa, de amortecimento e de rigidez. G é uma matriz construída a partir da matriz de massa, de uma matriz 18 × 12 consistindo de zeros e uns nas posições apropriadas e de uma matriz nula. {Xk }k é um processo estocástico vectorial de dimensão 18, cujas coordenadas representam deslocamentos e velocidades no instante tk . Nos modelos ARMA são as acelerações nos nós da estrutura que são modeladas. É muito comum encontrarmos aplicações práticas em que a dimensão dos processos estocásticos envolvidos é elevada, colocando-nos perante problemas computacionais consideráveis. 4 Simulação da excitação e da resposta Os métodos de simulação da resposta são muitas vezes usados para análise da estrutura, uma vez que a simulação de um grande número de trajectórias no tempo permite efectuar resumos, com valor estatístico, úteis para o engenheiro. Dependendo do tipo de modelo adoptado para a excitação e para a dinâmica da estrutura encontramos métodos adequados à simulação da excitação e da resposta. Sempre que se parte de um modelo em tempo contínuo há, naturalmente, que o discretizar primeiro. É assim que aparecem métodos já nossos conhecidos da discretização de equações diferenciais estocásticas a serem usados neste 56 Boletim SPE contexto, como por exemplo, os esquemas de Euler, Milshtein e Runge-Kutta estocástico (Milstein, 1995; Kloeden–Platen, 1999; Tocino–Ardanuy, 2002) mas aparecem também novos métodos, como o esquema de Newmark estocástico (Roy–Dash, 2005; Zhang et al., 1999), que explora particularidades dos processos estocásticos envolvidos na modelação da estrutura vibratória, procurando fazer intervir no procedimento de discretização parâmetros com significado físico, que são cuidadosamente calibrados segundo a aplicação a que se destinam. 5 Estimação de parâmetros No caso das estruturas com comportamento linear, são de particular importância para os engenheiros de estruturas os chamados parâmetros modais. Nestes casos admite-se que a estrutura está sujeita a uma excitação do tipo ruído branco, da qual não se observa a trajectória. No exemplo de uma torre como a estrutura citada na Secção 3 (equação (3) e Figura 3), os parâmetros modais são alguns dos valores próprios da matriz F, matriz esta que é desconhecida e que teremos de estimar. Mais uma vez, dependendo do tipo de modelo adoptado para a dinâmica da estrutura, teremos diferentes métodos de estimação. São muito populares, pela qualidade que demonstraram em aplicações práticas, os chamados métodos de sub-espaço (Van Overschee–De Moor, 1996; Ljung, 1999). De entre os métodos baseados no espectro da resposta destaca-se o método Peak-Picking, pela sua simplicidade (Bendat–Piersol, 1993). A ideia chave deste método reside na estimação das frequências próprias da estrutura (valores próprios da matriz de deriva na equação (1)) através dos picos da representação espectral. O Método de Máxima Verosimilhança tem também sido usado para estimar parâmetros de modelos no domínio da frequência (Guillaume et al., 1998). 6 Estimação de estado Este problema está de facto, muitas vezes, relacionado com o anterior, uma vez que alguns dos métodos de estimação de parâmetros incorporam uma fase de estimação de estado. Na formulação de problemas de estimação do estado de uma estrutura, ou da resposta de uma estrutura, ao modelo de dinâmica da estrutura, do tipo dos apresentados na Secção 3, é acrescentado um modelo para as observações obtidas dos sensores: yk = DXk + vk , onde D é uma matriz que especifica a localização dos sensores e {vk }k é um processo estocástico que representa o ruído de medição (ou erro de medida). Embora seja menos comum2 , o modelo das observações também pode ser escrito em tempo contínuo: dYt = DXt + dVt e podemos, embora mais raramente, encontrar-nos perante modelos de observação não lineares. A estimação do estado, Xk (ou Xtk , nos modelos contínuos), faz-se sobre a σ-álgebra das observações até ao instante tk , da qual dispomos de uma trajectória, resultante da recolha das observações dos sensores ao longo do tempo. O problema de estimação de estado pode ser resolvido de forma óptima pelo Filtro de Kalman, se o modelo for linear, e de forma sub-óptima, sob determinadas condições, pelo Filtro de Kalman 2 Também porque será menos realista. Outono de 2008 57 Estendido (EKF), se o modelo for não linear (Ljung, 1999). Outros métodos aproximados como o Filtro de Partículas (Ching et al., 2006; Tang–Sato, 2005) podem ser também usados, com vantagens em termos computacionais e com menos restrições do que o EKF. 7 Controlo da estrutura Os problemas de controlo da estrutura são talvez aqueles em que o investimento do esforço de investigação é mais recente. Porque as excitações a que uma estrutura está habitualmente sujeita no meio em que está inserida se comportam como processos estocásticos, o controlo terá de ter em conta um comportamento estocástico, devendo por isso ser entendido como um controlo estocástico também. Quando falamos em controlo estocástico estamos a falar em acções (processos estocásticos) que são provocadas pelo controlador (equipamento de controlo), ao longo do tempo, para levar a estrutura a um determinado estado desejado, geralmente um estado que garante estabilidade e outras condições optimizadas de funcionamento (ver, por exemplo, Ikhouane–Rodellar, 2007). 8 Comentários finais Em muitos domínios, modelos estocásticos representando uma dinâmica complexa são necessários para descrever processos que se desenvolvem no tempo de forma aleatória, exibindo interacções no tempo que se tornam fundamentais para um verdadeiro conhecimento do fenómeno em estudo e algumas vezes apresentando ainda interacções com outros processos. Muitas vezes a premência do estudo vem da necessidade de adequirir alguma previsibilidade sobre o comportamento do sistema. Exemplos concretos de processos estocásticos deste tipo encontram-se na dinâmica das estruturas da engenharia da construção (ver, por exemplo, Muscolino, 2001). As elevadas velocidades permitidas pelos computadores dos nossos dias não fizeram mais do que tornar o uso de modelos estocásticos bastante sofisticados cada vez mais praticáveis, ao mesmo tempo que desenvolvimentos importantes na teoria das probabilidades, em particular na área do cálculo estocástico, foram explorados por estatísticos e outros profissionais apenas numa sua pequena extensão, no desenvolvimento de métodos estatísticos para processos estocásticos. Há pois muito espaço para contribuições de jovens investigadores e para equipas que se queiram dedicar a estes aspectos dos processos estocásticos e da estatística. O comportamento dinâmico de estruturas deixa desafios vários para quem sobre esses problemas se queira debruçar. BIBLIOGRAFIA Bendat, J.S. and Piersol, A.G. (1993). 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The stochastic Newmark algorithm for random analysis of multi-degreeof-freedom non-linear systems, Computers and Structures, 70, 557–568. 60 Boletim SPE Equações diferenciais estocásticas e aplicações biológicas Equações diferenciais estocásticas e aplicações biológicas Carlos A. Braumann, [email protected] Carlos A. Braumann, [email protected] Departamento de Matemática e Centro de Investigação em em Matemática Matemática e Aplicações Aplicações Universidade de de Évora Évora Universidade 1. Introdução O objectivo deste texto é dar uma panorâmica de algumas das principais aplicações biológicas das equações diferenciais estocásticas. É bem sabido que as equações diferenciais ordinárias (EDO) têm uma longa tradição e grande sucesso como modelos matemáticos do comportamento de fenómenos dinâmicos nas mais variadas áreas da Ciência e da Tecnologia. De facto, é por vezes mais fácil descrever regras de comportamento da taxa de variação (derivada) de uma variável temporal (regras que podem envolver essa variável e/ou outras variáveis com as quais interage) do que descrever directamente as regras de evolução da própria variável. Obtém-se assim uma EDO que, por integração, permite obter o comportamento da variável de interesse e fazer previsões sobre a sua evolução futura. No caso de uma só variável X(t) teremos um modelo da forma dX (t ) = f (t , X (t )) ou dX (t ) = f (t , X (t ))dt dt (1) com uma condição inicial X(0)=X0. A extensão a várias variáveis é relativamente simples, trabalhandose com um vector de variáveis e usando também um vector de funções em vez de uma função escalar f. Para não complicar a notação, consideraremos aqui o caso unidimensional. Raramente, porém conseguimos introduzir nesses modelos todas as variáveis intervenientes, quer por desconhecimento de factores que podem afectar o fenómeno dinâmico em causa, quer por impossibilidade de os medir ou prever, quer ainda porque o seu efeito é menos relevante (ainda que não despiciendo para certos objectivos) para justificar o investimento necessário à sua inclusão detalhada. É, pois, natural, que esses factores sejam agrupados numa única variável temporal cujo comportamento é necessariamente aleatório, isto é, um processo estocástico, processo esse que se deve incluir como um termo adicional que perturba a dinâmica determinística dos factores intervenientes explicitamente considerados no modelo. Tão natural como o tratamento probabilístico que usamos para descrever o resultado do lançamento de uma moeda ao ar em vez de pretendermos introduzir de forma determinística as diversas forças resultantes da gravidade e da forma exacta como posicionamos e movimentamos a mão ao lançar a moeda e ao recolhê-la. Se admitirmos que esses factores agrupados são em número elevado, natural será que, usando e quiçá abusando do teorema do limite central, o seu efeito cumulativo possa ser aproximadamente descrito por um processo estocástico gaussiano. Normalmente, é mais fácil considerar o efeito acumulado dessas perturbações entre o instante 0 e o instante t. Se admitirmos que as perturbações que actuam num intervalo de tempo são aproximadamente independentes das que actuam noutros intervalos de tempo que se lhe não sobreponham, então é natural que o efeito acumulado das perturbações seja um processo com incrementos independentes. E se admitirmos que as perturbações, aproximadamente independentes entre si, ocorrem com uma frequência relativamente uniforme e têm efeitos que se adicionam, então é razoável supor que o seu número é aproximadamente proporcional ao intervalo de tempo a que nos reportamos e, portanto, a variância do seu efeito acumulado num certo intervalo de tempo é proporcional à duração desse intervalo. Mesmo que a proporcionalidade não seja correcta e a “constante” de proporcionalidade seja afinal variável, podemos incorporar essa variabilidade num factor multiplicativo que represente a variação do desvio-padrão com as variáveis consideradas no Outono de 2008 61 modelo e/ou com o tempo, e, nesse caso, nada impede escolher para o processo perturbador de base (a ser depois multiplicado por aquele factor) uma constante de proporcionalidade unitária. Disto tudo resulta que, admitindo no limite a continuidade temporal das perturbações (também é possível considerar perturbações descontínuas mas disso não falaremos aqui), podemos usar como efeito acumulado (entre 0 e t) de base o processo de Wiener padrão W(t) (único que conjuga as propriedades de ser contínuo, gaussiano, ter incrementos independentes e os seus incrementos terem variância proporcional, no caso padrão com constante de proporcionalidade unitária, ao comprimento do intervalo). Claro que, num intervalo infinitesimal dt, o efeito das perturbações de base referentes a esse intervalo será dW(t) e, se representarmos por g(t,X(t)) o desvio-padrão das perturbações, obtemos a equação diferencial estocástica (EDE) dX (t ) = f (t , X (t ))dt + g (t , X (t ))dW (t ) , (2) com a mesma condição inicial X(0)=X0 (como o valor inicial pode ser desconhecido, nada impede que X0 seja uma variável aleatória, desde que seja independente de W(t)). Note-se que podemos generalizar, sem dificuldades, ao caso de várias variáveis e vários processos de Wiener. Também podemos generalizar, embora disso não tratemos aqui, ao caso de processos com saltos. Naturalmente, pressupõe-se um espaço de probabilidade subjacente (Ω,P) e, representando por ω∈Ω o “acaso”, convém lembrar que W(t) é um processo estocástico, isto é depende do tempo e do acaso, pelo que rigorosamente deveríamos escrever (mas não o fazemos habitualmente) W(t,ω). Podemos pensar que um ω concreto representa um estado concreto da natureza que determina os valores concretos (ao longo de toda a história do processo) dos factores perturbadores do nosso fenómeno; então Ω representará o conjunto de todos os possíveis estados da natureza, a qual “escolhe ao acaso” um deles de acordo com a lei de probabilidade P. Para t fixo, temos uma variável aleatória (função mensurável-do acaso). Para ω fixo, W(t,ω) representa uma função do tempo (uma trajectória ou realização do processo) que descreve a evolução do efeito acumulado (entre 0 e t) das perturbações de base quando o estado da natureza é ω. Claro que, a diferentes estados da natureza, podem corresponder trajectórias diferentes. Também X0=X0(ω) pode depender do estado da natureza e, obviamente a solução da EDE, se existir, também depende do estado da natureza, isto é, X(t)=X(t,ω) também é um processo estocástico. Claro que agora, as previsões futuras dos valores de X(t) são de natureza probabilística, já que, para t fixo, X(t) é uma variável aleatória. Natural é que as EDE tenham um campo de aplicação muito vasto, correspondente no essencial ao campo de aplicação das EDO, já que haverá quase sempre factores perturbadores não explicitamente considerados na EDO. Mas é óbvio que só valerá a pena usar EDE se esses factores perturbadores provocarem alterações relevantes relativamente aos resultados que se obteria usando EDO, como sucede frequentemente nos fenómenos biológicos. Convém ter em atenção, porém, que, mesmo para g pequenas, os resultados podem ser quantitativamente e até qualitativamente muito diferentes dos resultados obtidos trabalhando com EDO e valores médios de variáveis ou parâmetros. Mas o campo de aplicação das EDE é, de facto, mais vasto do que o das EDO já que há situações em que os factores aleatórios assumem um papel fundamental. É o caso de muitas aplicações financeiras (bolsas, futuros, opções, etc.), da sismologia ou das telecomunicações, em que modelos baseados em EDO seriam inúteis. 2. Breve introdução às equações diferenciais estocásticas Naturalmente, entende-se por solução da EDE (2), a solução X(t)=X(t,ω) da correspondente equação integral t t 0 0 X (t ) = X 0 + ∫ f ( s, X ( s ))ds + ∫ g ( s, X ( s ))dw( s ) . 62 (3) Boletim SPE Sob condições de regularidade adequadas, para cada trajectória ω fixa, o primeiro integral pode ser interpretado como um vulgar integral de Riemann. Porém, o segundo integral não pode ser interpretado como integral de Riemann-Stieltjes porque o processo integrador W(t) tem variação ilimitada para quase todas as trajectórias, pelo que o limite das somas de Riemann-Stieltjes para uma sucessão de decomposições (com diâmetro convergente para zero) do intervalo de integração depende da escolha dos pontos intermédios onde é calculada a função integranda g(s,X(s)). Se fizermos a escolha (não-antecipativa) dos pontos iniciais de cada subintervalo (a escolha em que a dinâmica presente não é afectada pelas perturbações aleatórias futuras), temos o integral de Itô, que tem excelentes propriedades probabilísticas mas não segue as regras usuais de cálculo Tal obriga a um novo cálculo, o cálculo estocástico de Itô. Aqui usa-se a convergência em média quadrática (convergência L2 com respeito a ω) para a obtenção do limite das somas de Riemann-Stieltjes, embora, ao generalizar a uma classe mais vasta de funções integrandas, se possa substituir essa convergência por uma convergência em probabilidade. Há outros integrais correspondentes a outras escolhas ou combinações de escolhas dos pontos intermédios, sendo o mais popular deles o integral de Stratonovich que, não tendo tão boas propriedades probabilísticas, segue as regras usuais de cálculo. Como é natural, as EDE de Itô e de Stratonovich com idênticas funções f e g, têm em geral soluções diferentes. Aliás, a EDE de Itô dX=fdt+gdW é equivalente à (tem a mesma solução da) EDE de Stratonovich (S) dX=f*dt+gdW (o “(S)” é para assinalar que se usa o cálculo de Stratonovich) em que f*=f−(1/4)∂g2/∂x. Em qualquer dos cálculos, as funções f e g devem satisfazer certas condições de regularidade para se poder garantir a existência e unicidade de solução da EDE; felizmente, com condições de regularidade adequadas, a solução é um processo de difusão que satisfaz as equações de Kolmogorov e, portanto, é um processo de Markov. Se a EDE for autónoma (f(t,x)=f(x) e g(t,x)=g(x)), a solução é mesmo um processo de difusão homogéneo. Mais pormenores podem ver-se nos livros, como Braumann (2005) ou Øksendal (2003) ou ainda, para uma versão resumida, em Braumann (1998). Devo referir que tem havido uma certa controvérsia na literatura sobre qual dos cálculos, Itô ou Stratonovich, é mais adequado em cada tipo de aplicações, uma vez que eles dão resultados que, até do ponto de vista qualitativo, são aparentemente diferentes. Por exemplo, em certos modelos de crescimento populacional e em certas condições, um cálculo prevê que a população se extingue com probabilidade um e o outro que a probabilidade de extinção é nula. Braumann (2007a,b,c), ilustrando com modelos de crescimento populacional e de pesca, resolve a controvérsia mostrando que a razão da aparente discrepância de resultados resulta da suposição implícita feita na literatura de que f(t,x) (taxa “média” de crescimento) tem o mesmo significado para os dois cálculos. Isso é falso pois f(t,x) representa médias diferentes da taxa de crescimento. Para uma classe muito ampla de modelos usados em crescimento populacional, representa a taxa média aritmética para o cálculo de Itô e a taxa média geométrica para o cálculo de Stratonovich. Se atendermos às diferenças entre as médias, os resultados coincidem. A moral da história é que temos de ter cuidado ao escolher a função f(t,x). Por exemplo, no caso referido, se usarmos o cálculo de Itô, devemos naturalmente escolher para f(t,x) a expressão correcta para a taxa média aritmética de crescimento. Se, porém, usarmos o cálculo de Stratonovich, devemos escolher a expressão correcta para a taxa média geométrica de crescimento. Se tivermos esse cuidado elementar, os dois cálculos dão resultados totalmente coincidentes. Daremos agora alguns exemplos ilustrativos da variedade de aplicações biológicas, na esperança de atrair alguns futuros investigadores numa área que está em intensa actividade. Escusado será dizer que muitos progressos teóricos que têm sido feitos no estudo das EDE têm sido suscitados por questões que surgem nas aplicações. 3. Aplicações em dinâmica de populações Esta é área em que mais tenho trabalhado. Agora X(t) representa o tamanho (número de indivíduos, biomassa ou densidade) da população (de animais, plantas ou bactérias) no instante t. dX (t ) / dt pode depender do No caso determinístico, a taxa de crescimento per capita r = X (t ) tamanho da população x e do instante t [r=r(t,x)]. Admitindo um ambiente estável, podemos supor um Outono de 2008 63 modelo autónomo em que r=r(x), podendo, se os recursos forem ilimitados, a função ser constante; mas, geralmente, os recursos são limitados pelo que os recursos disponíveis per capita tendem a diminuir quando a população aumenta, o que provoca que r(x) seja estritamente decrescente. Vários modelos com esta propriedade têm sido propostos, tais como o modelo logístico r(x)=r(1–x/K) ou o modelo de Gompertz r(x)= r ln(K/x), onde K (capacidade de sustento do meio) é, caso r>0 and K>0, a população de equilíbrio estável para a qual o tamanho da população converge quando t→+∞. Se o ambiente estiver sujeito a flutuações aleatórias, em vez de o crescimento per capita no dX (t ) intervalo infinitesimal dt ser descrito pelo modelo determinístico = r ( X (t ))dt , teremos, X (t ) supondo que, em termos cumulativos, as flutuações aleatórias são impulsionadas por um processo de Wiener W(t) que afecta directamente o crescimento per capita, a EDE dX (t ) = r ( X (t ))dt + σ ( X (t ))dW (t ) , X (t ) (4) onde σ(x) mede a intensidade do efeito dessas flutuações no crescimento per capita (os modelos propostos na literatura consideram habitualmente σ(x) constante ou proporcional a r(x)). Na literatura, os artigos consideram modelos específicos correspondendo a casos particulares das funções r(x) e σ(x). Entre os artigos pioneiros mais relevantes contam-se Levins (1969), May (1973), Capocelli e Ricciardi (1974), Goel e Richter-Dyn (1974), Kiester e Barakat (1974), Tuckwell (1974), Roughgarden (1975), mas muitos outros se seguiram. Dado que as propriedades deduzidas poderiam ser específicas dos modelos considerados, havia interesse em obter propriedades que fossem robustas relativamente ao modelo. Tinham particular interesse nas propriedades relativas a haver ou não extinção da população e, em caso negativo, existir uma densidade estacionária, isto é, uma distribuição de equilíbrio com densidade para a qual convergisse a distribuição de probabilidade do tamanho da população quando t→+∞. Em Braumann (1999b) considera-se, para σ(x) constante, o caso geral de r(x): (0,+∞)→(−∞,+∞) ser uma função arbitrária de classe C1, satisfazendo, contudo, algumas hipóteses biologicamente realistas como ser estritamente decrescente, verificar r(+∞)<0 (o que significa que os recursos não permitem sustentar uma população demasiado grande) e R(0+)=0 com R(x)=r(x)x (população sem imigração). Foi possível mostrar que, se r(0+)<0, a extinção ocorre com probabilidade um e que, se r(0+)>0, a extinção tem probabilidade nula de ocorrer e existe uma densidade estacionária. Em Braumann (2001c) generalizase para o caso de σ(x) arbitrária, desde que sempre positiva e satisfazendo algumas condições técnicas pouco restritivas. Na realidade, quando falámos de extinção, referíamo-nos a termos população nula ou a convergir para zero. Mas, se pensarmos o que significa uma população de, por exemplo, 0,4 indivíduos (não esquecer que a variável de estado X é contínua no modelo mas não na realidade), talvez seja preferível adoptar como critério mais realista de extinção, a população alguma vez atingir um tamanho a>0 com a<X0, embora pequeno, isto é, fixarmos um limiar absorvente de extinção a. Interessa, então determinar a probabilidade de ocorrer esta extinção realista e a distribuição do tempo de extinção, aspectos que tem interessantes aplicações na gestão de espécies em perigo. Estas matérias podem ser vistas em, por exemplo, Braumann (1995), Lange, Engen e Sæther (2003) e Carlos e Braumann (2005, 2006). Claro que também se pode estudar a probabilidade de atingir um limite elevado b>X0 e a distribuição do tempo para o atingir, o que, além de ser relevante em termos de preservação de espécies, também é importante para a prevenção de surtos de pragas agrícolas. Uma outra aplicação é em espécies sujeitas a capturas (pesca, caça, florestação), em que, aos modelos anteriormente considerados, se acrescenta a mortalidade provocada pelas capturas: dX (t ) = r ( X (t ))dt − h(t )dt + σ ( X (t ))dW (t ) , X (t ) (5) onde h(t) é a esforço de captura (esforço de pesca, etc.) e h(t)X(t) é a taxa de capturas (por unidade de tempo). Claro que h(t) pode, em geral ser controlado pelos operadores da exploração (definindo assim 64 Boletim SPE uma política de capturas) e têm aparecido vários artigos, usando técnicas de controlo óptimo estocástico, para, relativamente a modelos específicos de r(x) e σ(x), determinar a política de capturas que optimiza uma função objectivo, usualmente o valor esperado do lucro (a preços constantes, isto é afectando o lucro com uma taxa de depreciação) acumulado num certo horizonte temporal. Veja-se, por exemplo, Lungu e Øksendal (1997), Alvarez e Shepp (1997) e Alvarez (2000). Estas políticas, ao contrário do que sucede nos modelos determinísticos, são inaplicáveis porque implicam uma rápida alternância entre parar as capturas e capturar ao maior ritmo possível. Os trabalhos pioneiros de Beddington e May (1977), Gleit (1978) e May et al. (1978) optaram antes por considerar modelos em que o esforço de pesca é determinado exclusivamente pelo tamanho da população explorada h(t)=H(X(t)) (um exemplo especial é o de esforço constante, situação em que as capturas são proporcionais à população existente), caso em que é possível, em certas condições, obter densidades estacionárias, isto é, um equilíbrio estocástico sustentável. Estudaram o comportamento dos modelos para r(x), h(x) e σ(x) específicos, tal como também fez Braumann (1985, 1993), onde se procuraram, dentro de certa classe de políticas, as que optimizassem as capturas esperadas num regime sustentável e sem extinção. O estudo para modelos gerais (com algumas restrições biologicamente razoáveis), em termos de extinção e de existência de densidade estacionária, foi feito em Braumann (1999, 2001a, 2002). Em Braumann (2001b) estudam-se modelos que combinam dois tipos de políticas (as de quota constante e as esforço constante). Sobre os problemas estatísticos de estimação (quer dos parâmetros de r(x) e σ(x) e, se houver capturas, de h(x), quer da estimação não-paramétrica destas funções), de escolha de modelos e de previsão de tamanhos futuros da população, muito haveria a dizer, mas optamos por não o fazer aqui por limitações de espaço, apesar da serem fundamentais para a aplicação dos modelos. Só queremos referir que normalmente dispomos apenas de observações de uma única trajectória do processo (não é geralmente viável ter repetições, em condições idênticas, de populações em crescimento) e que, mesmo nessa trajectória, as observações são feitas (por vezes com erro) num número finito de instantes 0=t0<t1<t2<...<tn. Naturalmente que só alguma forma de ergodicidade (da solução ou de um processo relacionado com a solução) permite de alguma maneira usar certas “médias” temporais (ao longo da única trajectória) em substituição das médias de conjunto (médias ao longo do conjunto das trajectórias) de que não podemos dispor. Obviamente que as observações não são variáveis aleatórias independentes mas, como a solução da EDE é (sob condições de regularidade adequadas) um processo de Markov, a verosimilhança pode obter-se multiplicando as densidades de transição entre instantes de observação consecutivos. Sucede, porém, que é frequente não se conseguir obter uma expressão explícita para as densidades de transição, tendo que se usar aproximações adequadas ou técnicas alternativas. A consistência dos estimadores é muitas difícil de comprovar e exige normalmente que o número de observações tenda para infinito e o espaçamento entre elas tenda para zero, além de uma ligação entre as velocidades de convergência destas duas grandezas. Estas dificuldades têm vindo a ser engenhosa e gradualmente ultrapassadas. 4. Aplicações ao crescimento individual Uma área recente de trabalho é a da utilização de EDE para modelar o crescimento de um indivíduo (animal ou planta) desde o nascimento até à maturidade (em termos de peso, volume, comprimento ou outra medida de tamanho), quando esse crescimento é influenciado por variações aleatórias no ambiente em que o indivíduo cresce. Seja X(t) o tamanho do indivíduo no instante t. Os modelos determinísticos mais utilizados podem geralmente escrever-se na forma dY (t ) = β (α − Y (t ))dt , onde Y(t)=h(X(t)), com h(x) função de classe C1 estritamente crescente. Por exemplo, o modelo de Mitscherlich corresponde a h(x)=x, o de Bertalanffy-Richards a h(x)=xc (com c>0) e o de Gompertz a h(x)=ln x. Note-se que A=h–1(α) é o tamanho assintótico que o animal atinge na maturidade. No caso estocástico podemos adoptar a classe de modelos baseada no modelo de Ornstein-Uhlenbeck (que nasceu na Física para descrever o movimento browniano de uma partícula) dY (t ) = β (α − Y (t ))dt + σdW (t ) , Outono de 2008 (6) 65 passando A=h–1(α) a ser o tamanho assintótico médio. O caso particular do modelo de BertalanffyRichards foi aplicado crescimento de árvores em Garcia (1983). Estranhamente este tipo de modelos não tem sido muito pouco utilizado, preferindo os que trabalham com estes dados usar modelos de regressão, que são adequados para erros de observação, mas que são totalmente inadequados para alterações provocadas por flutuações ambientais. De facto, os modelos de regressão tomam, como base de previsão do tamanho futuro, o tamanho da curva determinística, mesmo que muito diferente do tamanho actual do indivíduo, enquanto os modelos baseados em EDE partem do tamanho actual. Isso impede a situação pouco realista dos modelos de regressão, que, por não terem memória, prevêem, por exemplo, elevada probabilidade de recuperações milagrosas e quase instantâneas do peso de animais muito magros. A classe geral de modelos foi estudada em Filipe, Braumann e Roquete (2007a,b) e Filipe e Braumann (2007, 2008), com aplicação a dados de bovinos mertolengos. Foi também tratado, no caso de termos vários animais (várias trajectórias) o caso mais complexo em que se admite que α pode variar de animal para animal (pois não são geneticamente idênticos), pelo que se pode considerar também uma variável aleatória. Os problemas de estimação e de previsão (para uma ou várias trajectórias e, neste último caso, para α comum a todos os animais ou para α aleatório) foram também tratados. Uma quantidade de particular interesse é o tempo necessário para que o animal atinja um determinado tamanho L adequado pata a sua venda no mercado. Claro que estes resultados têm implicações interessantes na optimização financeira de explorações pecuárias ou silvícolas, por exemplo. 5. Aplicações demográficas Um correcto conhecimento das taxas de mortalidade é essencial para o planeamento dos sistemas de segurança social (pensões e fundos de reforma) e para a gestão de carteiras de seguros de vida ou de planos de poupança reforma. Em Portugal, recentes alterações legislativas incorporam já no cálculo das pensões um factor de sustentabilidade que tem em conta precisamente as alterações da esperança de vida da população. De facto, a redução das taxas de mortalidade que se tem vindo a observar graças aos progressos sociais e à evolução da Medicina, tem provocado o aumento da esperança de vida. Consequentemente, a utilização de taxas de mortalidade correntes, sem prever a sua actualização futura, pode dar origem a subavaliações dos encargos futuros da segurança social ou de instituições financeiras com o pagamento de pensões e de responsabilidades assumidas com planos de poupança reforma. Já no que se refere a seguros de vida, a consequência será a sobreavaliação dos encargos. Há várias maneiras de modelar a evolução das taxas de mortalidade, sendo correntes os modelos determinísticos. Na verdade, porém, a evolução temporal das taxas de mortalidade, está sujeita a perturbações aleatórias decorrentes de problemas de saúde pública imprevistos (como, por exemplo, epidemias ou alterações climáticas), evolução não determinística dos progressos médicos, alterações económicas e sociais que afectam os riscos de morte, etc. Faz, pois, todo o sentido que as taxas de mortalidade evoluam de acordo com uma certa tendência essencialmente determinística, a que se sobrepõem alterações aleatórias, pelo que podem ser descritas por equações diferenciais estocásticas apropriadas, normalmente mais gerais do que as aqui descritas, incluindo a possibilidade de saltos (para descrever possíveis evoluções abruptas das condições de vida). Mas é de notar que há que combinar esta fonte de aleatoriedade ambiental que afecta as taxas de mortalidade com a aleatoriedade demográfica em que, mesmo para taxas fixas, que devem interpretar-se como probabilidades de morte para cada grupo etário, a mortalidade efectivamente observada num ano resulta da amostragem realizada sobre o grupo (de pensionistas ou de segurados) em estudo (cada indivíduo do grupo tem certa probabilidade de morrer nesse ano, contando para a mortalidade observada se morrer e não contando em caso contrário). Os riscos financeiros decorrentes do efeito demográfico, que tem a natureza de erro amostral, podem ser reduzidos aumentando a amostra, isto é, o tamanho do grupo. Já os riscos decorrentes da variabilidade ambiental, pelo contrário, ficam ampliados pelo aumento do tamanho do grupo. Um problema ainda em aberto é como fazer a cobertura do risco, já que, apesar de se usarem modelos de EDE relativamente semelhantes aos usados para os produtos financeiros 66 Boletim SPE transaccionados no mercado, não se dispõe de instrumentos semelhantes de cobertura e avaliação do risco. Por outro lado, não se prevê que seja fácil a criação e aceitação pública de produtos financeiros derivados baseados na evolução das taxas de mortalidade. Em Bravo e Braumann (2007) pode ver-se o enquadramento e resultados gerais deste estudo, mas, para uma análise detalhada de vários modelos e uma aplicação à realidade portuguesa, deve consultar-se Bravo (2007). Uma outra alternativa é supor que as taxas de mortalidade evoluem de acordo com modelos essencialmente determinísticos mas em que os parâmetros sofrem perturbações aleatórias, isto é, são processos estocásticos cuja evolução é descrita por equações diferenciais estocásticas. 6. Outras aplicações biológicas Naturalmente, os modelos de crescimento populacional podem aplicar-se, usando EDE em dimensão superior a um, a conjuntos de populações interactuantes. Um exemplo interessante é a do estudo de um sistema presa-predador feito por Rudnicki (2003). Uma outra aplicação interessante refere-se à epidemiologia, onde o clássico modelo determinístico SIR que estuda a evolução do número de susceptíveis (S(t)), infectados (I(t)) e recuperados (R(t)) tem uma versão estocástica em forma de EDE tridimensionais (mas na verdade vivendo num espaço a duas dimensões porque S(t)+I(t)+R(t) é o tamanho, considerado fixo neste modelo, da população). Veja-se Tornatore e Buccellato (2007). Uma aplicação que tem já uma tradição antiga e um corpo de literatura extenso é o do estudo do comportamento eléctrico dos neurónios. Os chamados modelos neuronais que descrevem a evolução do potencial X(t) da membrana do neurónio são intrinsecamente estocásticos, já que são bastante imprevisíveis os impulsos eléctricos recebidos pelas ligações a múltiplos outros neurónios. Normalmente considera-se que, quando X(t) atinge um determinado limiar S>X0, o neurónio dispara transmitindo sinais a outros neurónios e reduzindo o seu potencial a X0. Até disparar, a dinâmica de X(t) é descrita por uma equação diferencial estocástica, sendo o modelo de Ornstein-Uhlenbeck talvez o mais popular. Uma variável com particular interesse é o tempo até disparar, cuja distribuição e momentos têm sido muito estudados para este e outros modelos alternativos. Pode encontrar uma boa abordagem no livro de Ricciardi (1977). Como o comportamento dos disparos é um pouco mais complexo do que aqui se descreveu, a literatura está cheia de refinamentos que colocam problemas teóricos muito interessantes. As aplicações em genética de populações são também importantes, usando processos de difusão como boas aproximações à evolução das frequências génicas quando se incorporam os efeitos da deriva genética (variação amostral das frequências). Estes estudos têm importantes implicações no estudo das teorias de evolução das espécies e na datação da origem de espécies e de colonizações de populações. A apresentação em forma de processo de difusão, que é mais tradicional na literatura especializada desta área, é equivalente à utilização de EDE, pois, em condições de regularidade adequadas, as soluções de EDE são processos de difusão e vice-versa. Um clássico é o livro de Crow e Kimura (1970). Mas a lista de aplicações é bastante mais vasta e inclui a análise de modelos imunológicos e fisiológicos, como, por exemplo, os modelos de evolução da concentração de insulina e glucose (e de outros químicos que com eles interagem), que têm muita importância para determinar o melhor doseamento da administração da insulina em diabéticos e para o desenvolvimento em curso de sistemas automáticos de administração de insulina. Veja-se, por exemplo, Picchini et al. (2006). E é melhor parar por aqui, deixando de fora várias outras aplicações também interessantes, para além daquelas de que ninguém ainda se lembrou e que o leitor poderá vir a descobrir. Agradecimentos O autor é membro do CIMA-U.E., centro de investigação financiado pelo Programa de Financiamento Plurianual da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Os resultados reportados sobre modelos de crescimento individual foram desenvolvidos no âmbito do projecto PTDC/MAT/64297/2006, financiado pela FCT. 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On extreme value abalysis of a spatial process. Revstat 6:1, 71-81. Martins, A., Ferreira, H. and Pereira, L. (2008). Multidimensional outlier-proneness of dependent data and the extremal index. Statistical Methodology 5, 72-82. Neves, C. and Fraga Alves, M.I. (2008). Testing extreme value conditions - an overview and recent approaches. Revstat 6:1, 83-100. • Livros Título: Séries temporais. Modelações lineares e não lineares. 2ª edição, revista e aumentada. Autoras: Esmeralda Gonçalves e Nazaré Mendes Lopes Ano: 2008 Editora: Sociedade Portuguesa de Estatística Título: Análise de Dados Espaciais Autoras: M. Lucília Carvalho e Isabel C. Natário Editora: Sociedade Portuguesa de Estatística Ano: 2008 Título: Estatística - da teoria à prática. Actas do XV Congresso Anual da SPE. Editores: M. M. Hill, M. A. Ferreira, J. G. Dias, M. F. Salgueiro, H. Carvalho, P. Vicente e C. Braumann. Ano: 2008 Editora: Sociedade Portuguesa de Estatística 70 Boletim SPE • Teses de Doutoramento Título: O Papel de Distribuições Condicionalmente Especificadas em Estatística Bayesiana Autora: Elisete Correia, [email protected] Orientadora: Maria Antónia Amaral Turkman Na minha tese, tendo como motivação os trabalhos de Arnold, Castillo e Sarabia (1997) sobre a especificação da distribuição conjunta de vectores aleatórios bidimensionais através das distribuições condicionadas e os trabalhos de Berger e Bernardo (1974) sobre a especificação de distribuições a priori de referência, comparamos as distribuições a posteriori marginais para um parâmetro de interesse, obtidas por estes métodos e pelo método de Jeffreys. Consideramos diferentes modelos e diferentes parâmetros de interesse, nomeadamente, razão de dispersões, razão de médias e razão de proporções. Argumentando que a eliciação a priori deve ser feita sobre o parâmetro de interesse e não sobre os parâmetros iniciais indexadores do modelo, comparamos os resultados obtidos para a distribuição a posteriori marginal do parâmetro de interesse, quando esses dois tipos de eliciação são considerados. Na sequência do nosso estudo encontramos várias distribuições que, tanto quanto sabemos, não costumam ser mencionadas na literatura. Estão neste caso a distribuição a posteriori marginal resultante da razão de duas distribuições normais independentes com parâmetros distintos, isto é não identicamente distribuídas, a distribuição a posteriori marginal resultante da razão de duas distribuições Student não centrais independentes, não identicamente distribuídas, a distribuição a posteriori marginal resultante da razão de betas independentes com ambos os parâmetros distintos e a distribuição a posteriori condicional para o parâmetro perturbador, cujo núcleo é o da função integranda da representação integral da função hipergeométrica. Surgiram ainda versões ponderadas de certas distribuições (normal e Student) com função de ponderação |x|. Elisete Correia Título: Estabilidade em Análise Conjunta de Regressões e Condução Dinâmica de Planos de Melhoramento Autor: Amílcar Manuel do Rosário Oliveira, [email protected] Orientador: João Tiago Mexia A minha tese incide sobre a análise conjunta de regressões, ACR, técnica que tem sido utilizada na análise conjunta de ensaios para a avaliação e comparação de cultivares. Inicialmente a técnica foi utilizada para ensaios sempre com os mesmos cultivares, sendo posteriormente estendida à condução de planos de melhoramento. A aplicação da técnica consistia até agora, no ajustamento de regressões lineares da produção numa variável não observável, designada por índice ambiental, que mede a capacidade produtiva. Neste estudo procedeu-se à extensão da aplicação da técnica ACR, na medida em que passamos duma análise clássica – na qual se tem apenas em atenção a produção de cada cultivar - para o caso alargado em que se considera o valor económico. Foi usada a técnica da quase-normalidade multiplicativa, onde através das simulações efectuadas foi possível concluir que o produto de duas variáveis normais independentes, uma das quais com baixo coeficiente de variação, é aproximadamente normal. Estes resultados permitiram tirar conclusões importantes tendo em vista a aplicação prática. É estabelecida a aplicação da técnica da ACR completada, considerando-se a informação adicional. A técnica desenvolvida foi aplicada ao plano português de melhoramento de aveia (1984-2004). Amílcar Oliveira Outono de 2008 71 PRÉMIOS “ESTATÍSTICO JÚNIOR 2008” Prémios “Estatístico Júnior 2008” Trabalho classificado em 1º lugar (Ensino Secundário) Título: Exames Nacionais do 9º ano Autoria: Mariana Pinto Marques, Marta Isabel Nunes Vieira Fernandes e Rui Tavares Godinho Estabelecimento de Ensino: Escola Secundária do Entroncamento Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Dulce Marina Bugalho Monteiro Trabalhos classificados em 2º lugar (ex æquo) (Ensino Secundário) Título: Como melhorar a educação nos próximos anos Autoria: Vanda Catarina Ribeiro Gameiro, Ana Catarina Morgado e Cátia Sofia Guedes Pinto Estabelecimento de Ensino: Escola Secundária do Entroncamento Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Dulce Marina Bugalho Monteiro Título: Caracterização sócio-económica dos alunos desta escola Autoria: Ricardo Simões e Vítor Pereira Estabelecimento de Ensino: Escola EB/S Padre Martins Capela, Terras de Bouro Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Patrícia Alexandra da Silva Ribeiro Sampaio Trabalho classificado em 3º lugar (Ensino Secundário) Título: Aplicando a distribuição bidimensional – Estudo da relação entre a CIF e a CE na disciplina de Matemática A do 12º Ano Autoria: Duarte José Baptista Pereira Alves e Dinis Cambraia Lopes Sarmento Pereira Estabelecimento de Ensino: Escola Secundária Carlos Amarante-Braga Ano de Escolaridade: 11º Ano Professor orientador: Tomé António Mendes Torres Trabalho classificado em 2º lugar (Ensino Básico) Título: Hábitos alimentares dos alunos de 9º ano da Escola Artur Gonçalves Autoria: Inês Oliveira Pedro dos Santos, Leonor Oliveira Pedro e Ana Beatriz Correia Lopes Estabelecimento de Ensino: Escola Artur Gonçalves, Torres Novas Ano de Escolaridade: 7º Ano Professor orientador: Teresa de Jesus Poço Isabel Trabalho classificado em 3º lugar (Ensino Básico) Título: Segurança na nossa Escola Autoria: Catarina Mafalda Correia da Costa e Verónica Panea Estabelecimento de Ensino: Escola Básica Integrada da Mexilhoeira Grande Ano de Escolaridade: 8º Ano Professor orientador: Clara Maria Lourenço Marquês 72 Boletim SPE Prémios “Estatístico Júnior 2008” PRÉMIOS “ESTATÍSTICO JÚNIOR 2008” Trabalho classificado em 1º lugar (Ensino Secundário) Título: Exames Nacionais do 9º ano Autoria: Mariana Pinto Marques, Marta Isabel Nunes Vieira Fernandes e Rui Tavares Godinho EstabelecimentoEXAMES de Ensino: Escola Secundária do Entroncamento NACIONAIS DE 9º ANO Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Dulce Marina Bugalho Monteiro Trabalhos classificados em 2º lugar (ex æquo) (Ensino Secundário) Título: Como melhorar a educação nos próximos anos Autoria: Vanda Catarina Ribeiro Gameiro, Ana Catarina Morgado e Cátia Sofia Guedes Pinto Estabelecimento de Ensino: Escola Secundária do Entroncamento Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Dulce Marina Bugalho Monteiro MATEMÁTICA Título: Caracterização sócio-económica dos alunos desta escola Autoria: Ricardo Simões e Vítor Pereira Estabelecimento de Ensino: Escola EB/S Padre Martins Capela, Terras de Bouro Ano de Escolaridade: 10º Ano Professor orientador: Patrícia Alexandra da Silva Ribeiro Sampaio Trabalho classificado em 3º lugar (Ensino Secundário) 6- Achas que durante o ano foste bem preparado? 40 35 35 Título: Aplicando a distribuição bidimensional – Estudo da relação entre a CIF e a CE na disciplina de Matemática A do 12º Ano Autoria: Duarte José Baptista Pereira Alves e Dinis Cambraia Lopes Sarmento Pereira Estabelecimento de Ensino: Escola Secundária Carlos Amarante-Braga Ano de Escolaridade: 11º Ano PORTUGUESA Professor orientador: LÍNGUA Tomé António Mendes Torres 30 25 20 15 9 10 5 0 Sim Não Trabalho classificado em 2º lugar (Ensino Básico) Título: Hábitos alimentares dos alunos de 9º ano da Escola Artur Gonçalves Autoria: Inês Oliveira Pedro dos Santos, Leonor Oliveira Pedro e Ana Beatriz Correia Lopes Estabelecimento de Ensino: Escola Artur Gonçalves, Torres Novas Ano de Escolaridade: 7º Ano Professor orientador: Teresa de Jesus Poço Isabel Trabalho classificado em 3º lugar (Ensino Básico) Título: Segurança na nossa Escola Autoria: Catarina Mafalda Correia da Costa e Verónica Panea Língua Portuguesa/Matemática Estabelecimento de Ensino: Escola Básica Integrada da Mexilhoeira Grande Ano de Escolaridade: 8º Ano Professor orientador: Clara Maria Lourenço Marquês Abordagem por penetrâncias alélicas: uma nova modelação estatística para a análise de fenótipos binários complexos1 Nuno Sepúlveda, [email protected] Instituto Gulbenkian de Ciência e CEAUL Abordagem por penetrâncias alélicas: uma nova modelação estatística para aa Abordagem por penetrâncias alélicas: uma nova modelação para 1 estatística Abordagem por penetrâncias alélicas: uma nova modelação estatística para a e Fenótipos binários complexos sãodeo fenótipos resultado de uma rede intrincada1 de factores genéticos análise binários complexos 1 análise de fenótipos binários complexos análisedecorre de fenótipos binários ambientais. Desta complexidade a incerteza na expressão fenotípica estatística para qualquer genótipo, Abordagem por penetrâncias alélicas: uma novacomplexos modelação para a 1 suscitando a consideraçãoanálise da probabilidade de um indivíduo manifestar o fenótipo dado o seu de fenótipos binários complexos genótipo, que na literaturaNuno genética é conhecida por penetrância. Diversos modelos lineares Sepúlveda, [email protected] Nuno Sepúlveda, [email protected] Nuno Sepúlveda, [email protected] generalizados têm sido propostos para Gulbenkian dissecar geneticamente tipo de fenótipos. Em geral, estes Instituto de Ciência ee este CEAUL Instituto Gulbenkian de Ciência CEAUL Instituto Gulbenkian de Ciência e CEAUL modelos pressupõem uma escala conveniente para a penetrância e efeitos lineares dos genes em Nuno Sepúlveda, [email protected] estudo, seguindo de perto a filosofia dos populares modelos lineares paradea factores análise de fenótipos Fenótipos binários complexos são oo Gulbenkian resultado de uma rede intrincada genéticos ee Instituto de Ciência e CEAUL Fenótipos binários complexos são resultado de uma rede intrincada de factores genéticos Fenótipos binários complexos são o resultado de uma rede intrincada de factores genéticos e quantitativos. Contudo, estes modelos apresentam algumas lacunas em termos de interpretação ambientais. Desta complexidade decorre a incerteza na expressão fenotípica para qualquer genótipo, ambientais. Desta complexidade decorre aa incerteza na expressão fenotípica para qualquer genótipo, ambientais. Desta complexidade decorre incerteza na expressão fenotípica para qualquer genótipo, genética: (i) os alelos que conferem o fenótipo não são explicitamente especificados nos modelos; (ii) suscitando aa consideração da probabilidade de um indivíduo manifestar oo fenótipo oo seu Fenótipos binários complexos são o resultado de uma rede intrincada de factores dado genéticos e suscitando consideração da probabilidade de um indivíduo manifestar dado suscitando a de consideração darecessividade probabilidade dedecorre um por indivíduo manifestar o fenótipo fenótipo dado o seu seu agenótipo, modelação dominância e não de uma concepção biológica desses conceitos; que na literatura genética é conhecida penetrância. Diversos modelos lineares ambientais. Desta complexidade decorre a incerteza na expressão fenotípica para qualquer genótipo, genótipo, que na literatura genética éé conhecida por Diversos modelos lineares genótipo, quetêm na literatura genética conhecida por apenetrância. penetrância. Diversos modelos lineares (iii) a escolha da escala para penetrância obedece critérios estatísticos do que biológicos, generalizados sido propostos para dissecar este tipo de fenótipos. Em geral, suscitando a consideração daa probabilidade degeneticamente um mais indivíduo manifestar o fenótipo dado oestes seu generalizados têm sido propostos para dissecar geneticamente este tipo de fenótipos. Em geral, estes generalizados têm sidouma propostos para dissecar geneticamente esteostipo de fenótipos. Em geral, estes nomeadamente, o bom ajustamento de um modelo aos dados; (iv) modelos não permitem por siem só modelos pressupõem escala conveniente para a penetrância e efeitos lineares dos genes genótipo, que na literatura genética é conhecida por penetrância. Diversos modelos lineares modelos pressupõem uma conveniente para aa penetrância ee efeitos lineares dos genes em modelosmecanismos pressupõem uma escala escala conveniente paraa herança penetrância efeitos lineares dos genes em extrair genéticos que possam explicar do fenótipo. Tais deficiências justificam estudo, seguindo de perto a filosofia dos populares modelos lineares para a análise de fenótipos generalizados têm de sido propostos para dissecar geneticamente este tipo de fenótipos. Emdegeral, estes estudo, seguindo aa filosofia dos populares modelos lineares para aa análise fenótipos estudo, seguindo de perto perto filosofia dos populares modelos lineares em para de fenótipos aquantitativos. necessidade premente de desenvolver novos modelos mais apropriados para a análise análise de genes em Contudo, estes modelos apresentam lacunas termos de interpretação modelos pressupõem uma escala conveniente para aalgumas penetrância e efeitos lineares dos quantitativos. Contudo, estes modelos apresentam algumas lacunas em termos de interpretação quantitativos. Contudo, estes modelos apresentam algumas em termos deinterpretação binários complexos lacunas genética: (i) os alelos que conferem oo fenótipo não são explicitamente especificados nos modelos; (ii) estudo, seguindo de[1]. perto a filosofia dos populares modelos lineares para a análise de fenótipos genética: (i) os alelos que conferem fenótipo não são explicitamente especificados nos modelos; (ii) genética: (i) os alelos que conferem o fenótipo não são explicitamente especificados nos modelos; (ii) Tentando suprir as deficiências enumeradas acima, propõe-se a lacunas abordagem por penetrâncias alélicas aaquantitativos. modelação de dominância ee recessividade não decorre de uma concepção desses conceitos; Contudo, estes modelos apresentam algumas embiológica termos de interpretação modelação de dominância recessividade não decorre de uma concepção biológica desses conceitos; apara modelação de penetrância dominância e recessividade não decorre de[2,3]. uma concepção biológica desses conceitos; em experimentais Nesta nova modelação, admite-se que (iii) aamodelar escolha escala aapopulações penetrância obedece aa critérios estatísticos do que biológicos, genética: (i) osada alelos quepara conferem o fenótipo não sãomais explicitamente especificados nos modelos; (ii) (iii) escolha da escala para penetrância obedece mais critérios estatísticos do que biológicos, (iii) a escolha da escala para a penetrância obedece mais a critérios estatísticos do que biológicos, os alelos do genótipo têm uma probabilidade de se expressarem ao nível do fenótipo. Deste modo, nomeadamente, o bom ajustamento de um modelo aos dados; (iv) os modelos não permitem por si só a modelação de dominância e recessividade não decorre de uma(iv) concepção biológica desses conceitos; nomeadamente, oo bom ajustamento de modelo aos dados; os modelos não permitem por nomeadamente, bom ajustamento de um umser modelo aos dados; (iv) os modelos não permitem por si si só só vários modelos de acção genética podem facilmente obtidos por diferentes condições de expressão extrair mecanismos genéticos que possam explicar a herança do fenótipo. Tais deficiências justificam (iii) a escolha da escala para a penetrância obedece mais a critérios estatísticos do que biológicos, extrair mecanismos genéticos que possam explicar aa herança do fenótipo. Tais deficiências justificam extrair mecanismos genéticos que possam explicar herança do fenótipo. Tais deficiências justificam alélica. Neste trabalho revêem-se os modelos de penetrância alélica propostos para fenótipos binários aanomeadamente, necessidade premente de desenvolver novos modelos mais apropriados para aa análise de fenótipos o bom ajustamento de um modelo aos dados; (iv) os modelos não permitem por si só necessidade premente de novos modelos mais apropriados para análise de fenótipos acomplexos, necessidade premente de desenvolver desenvolver novos modelos mais apropriados para a análise de fenótipos nomeadamente, os modelos de dominância e recessividade para a acção de um gene, e os binários complexos [1]. extrair mecanismos genéticos que possam explicar a herança do fenótipo. Tais deficiências justificam binários complexos [1]. binários complexos [1]. modelos de acção independente, inibitória e cumulativa para dois genes. A sua análise estatística Tentando suprir as deficiências enumeradas acima, propõe-se aa abordagem por alélicas a necessidade premente de desenvolver novos modelos mais apropriados para apenetrâncias análise de fenótipos Tentando suprir as deficiências enumeradas acima, propõe-se abordagem por penetrâncias alélicas Tentando suprir as deficiências enumeradas acima, propõe-se a abordagem por penetrâncias alélicas processa-se segundo métodos bayesianos, não só por serem teoricamente coerentes e permitirem a para modelar a penetrância em populações experimentais [2,3]. Nesta nova modelação, admite-se que penetrância binários complexos [1]. para modelar a em populações experimentais [2,3]. Nesta nova modelação, admite-se que paraalelos modelar a penetrância em populações experimentais [2,3]. Nesta nova do modelação, admite-se que incorporação de informação a priori, mas também por estarem a tornar-se cada vez mais acessíveis os do genótipo têm uma probabilidade de se expressarem ao nível fenótipo. Deste modo, Tentando suprir as deficiências enumeradas acima, propõe-se a abordagem porfenótipo. penetrâncias alélicas os alelos do têm uma de se expressarem ao nível do Deste modo, deDois aplicação os do genótipo genótipo têm uma probabilidade probabilidade de seapresentados: expressarem aodiferentes nível do condições fenótipo. Deste modo, aosalelos geneticistas. exemplos de são um referente à acção do haplótipo vários modelos acção genética podem ser facilmente obtidos por de expressão para modelar a penetrância em populações experimentais [2,3]. Nesta nova modelação, admite-se que vários modelos de acção genética podem ser facilmente obtidos por diferentes condições de expressão vários modelos de acção genética podem ser facilmente obtidos por imunoglobulinas diferentes condições de expressão [HLA-B8,SC01,DR3] na herança genética das deficiências de D e G4 numa alélica. Neste trabalho revêem-se os modelos de penetrância alélica propostos para fenótipos binários os alelosNeste do genótipo têm uma probabilidade depenetrância se expressarem nível do para fenótipo. Destebinários modo, alélica. trabalho revêem-se os modelos de alélicaaopropostos fenótipos alélica. Neste trabalho os modelos de penetrância propostos parada fenótipos binários população caucasiana, erevêem-se um outro relacionado com a acção dealélica dois no controlo susceptibilidade complexos, nomeadamente, os modelos de eeobtidos recessividade para aa acção de um ee os vários modelos de acção genética podem serdominância facilmente porloci diferentes condições de gene, expressão complexos, nomeadamente, os modelos de dominância recessividade para acção de um gene, complexos, nomeadamente, os modelos demurganhos. dominância e recessividade para aAacção de um gene, e os os àalélica. infecção por Listeria monocytogenes em modelos de acção independente, inibitória e cumulativa para dois genes. sua análise estatística Neste trabalho revêem-se os modelos de penetrância alélica propostos para fenótipos binários modelos de acção inibitória ee cumulativa para dois genes. A sua análise estatística independente, modelos de acção independente, inibitória cumulativa para dois genes. A sua análise estatística processa-se segundo métodos não só por serem teoricamente permitirem complexos, nomeadamente, os bayesianos, modelos de dominância e recessividade para coerentes a acção deee um gene, e osaa processa-se segundo métodos não por serem teoricamente coerentes processa-se segundo métodosa bayesianos, bayesianos, não só só por serem teoricamente coerentes e permitirem permitirem a Referências: incorporação de informação priori, mas também por estarem a tornar-se cada vez mais acessíveis modelos de acção independente, inibitória e cumulativa para dois genes. cada A suavez análise estatística incorporação de informação aa priori, mas também por estarem aa tornar-se mais acessíveis incorporação de informação priori, mas também por estarem tornar-se cada vez mais acessíveis [1] Cordell, H., Todd, J., Hill, N., Lord, C., Lyons, P., Peterson, L., Wicker, L. and Clayton, D. (2001). aos geneticistas. Dois exemplos de aplicação apresentados: um referente àà acção do haplótipo processa-se segundo métodos bayesianos, não são só por serem teoricamente coerentes e permitirem a aos Dois exemplos de aplicação são apresentados: um referente do haplótipo aos geneticistas. geneticistas. Dois exemplos de aplicaçãodas sãoadeficiências apresentados: um referente àofacção acção do haplótipo Statistical Modeling of Interlocus Interactions in Complex Disease: Rejection the Multiplicative [HLA-B8,SC01,DR3] na herança genética de imunoglobulinas D e G4 numa incorporação de informação a priori, mas também por estarem a tornar-se cada vez mais acessíveis [HLA-B8,SC01,DR3] na genética das deficiências de imunoglobulinas D [HLA-B8,SC01,DR3] naumherança herança genética das deficiências de loci imunoglobulinas D ee G4 G4 numa numa Model of Epistasis in Type Ioutro Diabetes. Genetics 158:357-367. população caucasiana, eeexemplos relacionado com aaapresentados: acção de dois no controlo da susceptibilidade aos geneticistas. Dois de aplicação são um referente à acção do haplótipo população caucasiana, um outro relacionado com acção de dois loci no controlo da susceptibilidade população caucasiana, e um outro relacionado com a acção de dois loci no controlo da susceptibilidade [2] Sepúlveda, N. (2004). Modelosgenética estatísticos para a acção de conjunta de dois loci fenótipos àà[HLA-B8,SC01,DR3] infecção por Listeria monocytogenes em murganhos. na herança das deficiências D em e G4 numa por monocytogenes em murganhos. imunoglobulinas Superior à infecção infecção por Listeria Listeria monocytogenes em murganhos. binários complexos. Tese de Mestrado, Departamento de Matemática, Instituto Técnico. população caucasiana, e um outro relacionado com a acção de dois loci no controlo da susceptibilidade [3] Sepúlveda, N., Paulino, C. D., Carneiro, J. and Penha-Gonçalves, C. (2007). Allelic penetrance Referências: à infecção por Listeria monocytogenes em murganhos. Referências: Referências: approach as H., a tool to model two-locus interaction inP., complex binary traits. Heredity 99:173-184. [1] Cordell, Todd, J., Hill, N., Lord, C., Lyons, Peterson, L., Wicker, L. and Clayton, D. (2001). [1] Cordell, H., Todd, J., Hill, N., Lord, C., Lyons, P., Peterson, L., Wicker, L. and Clayton, D. (2001). [1] Cordell, H., Todd, J., Hill, N., Lord, C., Lyons, P., Peterson, L., Wicker, L. and Clayton, D. (2001). Statistical Modeling Interlocus in aa Complex Disease: of the Multiplicative of Interactions Rejection Referências: Statistical Modeling of Interlocus Interactions in Complex Disease: Rejection of the Multiplicative Nuno Sepúlveda, galardoado com o prémio SPE 2008, licenciou-se em Matemática Aplicada e Computação (ramo de Statistical Modeling of Interlocus Interactions in158:357-367. a Complex Disease: Rejection of the Multiplicative Model of Epistasis in Type II Diabetes. Genetics [1] Cordell, H., Todd, J.,pelo Hill, N., Lord, C., Técnico. Lyons, P., Peterson, L., Wicker, L. pela and mesma Clayton, D. (2001). Model of Epistasis in Type Diabetes. Genetics 158:357-367. Probabilidades e Estatística) Instituto Superior Mestre em Matemática Aplicada instituição sob Model of Epistasis in(2004). Type I Modelos Diabetes. estatísticos Genetics 158:357-367. [2] Sepúlveda, N. aa acção conjunta de dois em fenótiposa Statistical Modeling of Interlocus apara Complex Rejection of loci the Multiplicative [2] Sepúlveda, N. (2004). Modelos estatísticos para acção conjunta de dois loci em supervisão do Professor Doutor Carlos Interactions Daniel Paulino,inencontra-se no Disease: Instituto Gulbenkian de Ciência a fenótipos terminar o [2] Sepúlveda, N. (2004). Modelos estatísticos para aMatemática, acção conjunta de dois loci Técnico. emconvidado fenótipos binários complexos. Tese de Mestrado, Departamento de Instituto Superior doutoramento em Ciências Biológicas, sob a orientação do Professor Doutor Jorge Carneiro. É docente na Model of Epistasis in Type I Diabetes. Genetics 158:357-367. binários complexos. Tese de Mestrado, Departamento de Instituto Superior Técnico. binários complexos. Tese de Mestrado, Departamento de Matemática, Matemática, Instituto Superior Técnico. [3] Sepúlveda, N., Paulino, C. D., Carneiro, J. and Penha-Gonçalves, C. (2007). Allelic penetrance Escola Superior de Saúde Egas Moniz e no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz . [2] Sepúlveda, Sepúlveda, N. Paulino, (2004). Modelos estatísticos paraPenha-Gonçalves, a acção conjunta de dois Allelic loci em fenótipos [3] N., C. J. C. (2007). [3] Sepúlveda, N., Paulino, C. D., D., Carneiro, Carneiro, J. and and Penha-Gonçalves, C.Heredity (2007). 99:173-184. Allelic penetrance penetrance approach as aa tool to model two-locus interaction in complex binary traits. binários complexos. Tese de Mestrado, Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico. approach as tool to model two-locus interaction in complex binary traits. Heredity 99:173-184. approach as a tool to model two-locus interaction in complex binary traits. Heredity 99:173-184. [3] Sepúlveda, N., Paulino, C. D., Carneiro, J. and Penha-Gonçalves, C. (2007). Allelic penetrance Nuno Sepúlveda, galardoado com o prémio SPE 2008, licenciou-se em Matemática Aplicada e Computação (ramo de Nuno Sepúlveda, galardoado com o prémiointeraction SPE 2008, licenciou-se em Matemática Aplicada e Computação (ramo de approach as a tool to model two-locus inMestre complex binary traits. Heredity 99:173-184. Probabilidades e Estatística) pelo Instituto Superior em em Matemática Aplicada pelaemesma instituição sobdea Nuno Sepúlveda, galardoado com o prémio SPE Técnico. 2008, licenciou-se Matemática Aplicada Computação (ramo Probabilidades e Estatística) pelo Instituto Superior Técnico. Mestre em Matemática Aplicada pela mesma instituição sob a supervisão do Professor Doutor Carlos Daniel Paulino, encontra-se Instituto Aplicada Gulbenkian Ciência a terminar Probabilidades e Estatística) pelo Instituto Superior Técnico. Mestre emno Matemática pelademesma instituição sob oa supervisão do Professor Doutor Carlos Daniel Paulino, encontra-se no Instituto Gulbenkian Ciência a terminar o Nuno Sepúlveda, galardoado com o prémio 2008, do licenciou-se em Matemática Aplicadade (ramo na de doutoramento Ciências Biológicas, sob a SPE orientação Professorno Doutor Jorge Carneiro. Ée Computação docente convidado supervisão do em Professor Doutor Carlos Daniel Paulino, encontra-se Instituto Gulbenkian de Ciência a terminar o doutoramento em Ciências Biológicas, sob a orientação doMestre Professor Doutor Jorge Carneiro. Émesma docente convidado naa Probabilidades e Estatística) pelo Instituto Superior Técnico. em Matemática Aplicada pela instituição sob doutoramento Biológicas, sobInstituto a orientação do de Professor Jorge Escola Superiorem de Ciências Saúde Egas Moniz e no Superior CiênciasDoutor da Saúde EgasCarneiro. Moniz. É docente convidado na Escola Superior de Saúde Doutor Egas Moniz e noDaniel Instituto Superior de Ciências Saúde Egas Moniz. de Ciência a terminar o supervisão do Professor Carlos Paulino, encontra-se noda Gulbenkian Escola Superior de Saúde Egas Moniz e no Instituto Superior de Ciências daInstituto Saúde Egas Moniz. doutoramento em Ciências Biológicas, sob a orientação do Professor Doutor Jorge Carneiro. É docente convidado na 1 Trabalho financiado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Bolsa de Escola Superior de Saúde Egas Moniz e no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz . Doutoramento SFRH/BD/19810).