Psicologia Ecológica_Behaviour Settings_I
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Psicologia Ecológica_Behaviour Settings_I
Comportamento Humano e Ambiente A Psicologia Ecológica e a Teoria dos Behavior Settings Os ambientes humanos como geografia de comportamentos Fernando B. B. Oliveira 21 de Março de 2012 Plano da aula 1. Preliminares – As explicações do comportamento em psicologia – Interaccionismo ou a interação Pessoa-Ambiente 2. A Psicologia Ecológica e a Ciência Eco-comportamental – A origem e desenvolvimento – Teoria dos Behavior Settings – Behavior Settings Survey 3. Estudos de CHA 2012 (preparação) (Pausa) 4. Prática e Desenvolvimentos da Teoria dos BSs [email protected] [email protected] De onde vem o comportamento? Quais as causas fundamentais? 3 tipos de explicação psicológica do comportamento • Personalogia (ou “disposicionismo”) • Situacionismo • Interaccionismo Personalogia ou “disposicionismo” • Explica o comportamento como resultado exclusivo de “disposições” psicológicas estáveis: traços de personalidade, atitudes, disposições cognitivas, etc. • Ignora o contributo da situação para o comportamento individual (“Erro fundamental de atribuição”) • Partilha os mecanismos cognitivos da “psicologia espontânea” ou ingénua: • inferência de traços psicológicos a partir dos comportamentos observados. Situacionismo • Explica o comportamento individual como o resultado causal das condições situacionais. • Desvaloriza a influência das diferenças psicológicas individuais • e.g., estudos de Latané e colaboradores (1968, 1969) e Darley & Latané (1973) Etapas da Personalogia ao Interaccionismo • Durante a primeira metade do século XX a perspectiva personalogista foi dominante. • Estudos extensos e dispendiosos procuraram documentar empiricamente o poder das “disposições” psicológicas estáveis para predizer os comportamentos em diferentes situações. • Newcomb (1929) – traço extroversão • Hartshorne & May (1928) – traço honestidade • Mas sem resultados aparentes… Acreditava-se tratar-se de uma falha metodológica. • Mischel (1968) e Peterson (1968) fazem duas revisões de literatura independentes e colocam em evidencia o baixo poder predictivo dos traços de personalidade. • Pela primeira vez é sugerido que a explicação não está no erro de medida ou falhas metodológicas Mischel (1968) : Os resultados expressam apenas que as diferenças individuais não são a principal causa da variabilidade do comportamento individual através das situações. • Estes artigos dão origem à abordagem situacionista e à defesa do “poder da situação” na predição do comportamento. • Iniciou-se um debate polémico sobre a importância relativa dos factores diferenciais e situacionais para explicar o comportamento. • A polémica evoluiu até ao final dos anos 80. Em meados de 90 personalogistas e situationistas tinham produzido resultados empíricos e argumentos suficientemente consistentes para afirmar as suas posições • O Interaccionismo, sem ser um conceito novo, acomodou ambas as posições extremas, numa abordagem complementar e integradora mais satisfatória. Abordagem Interaccionista Pessoa Ambiente/situação Necessidades Condições físicas Condições Percepção situacional psicossociais Características psicológicas estáveis Comportamento Origens históricas do Interaccionismo • Parsons (1909) enuncia a premissa fundamental da psicologia da pessoaambiente que viria a ser desenvolvida mais tarde desenvolvida dentro do enquadramento interaccionista. • Kantor (1924) sugere que a unidade de estudo da psicologia deverá ser o individuo em interacção com os contextos de comportamento. Isto é, o C = f(P, A). • Koffa (1935) propõe a distinção entre Ambiente geográfico e Ambiente Comportamental-psicológico; (i.é., como o indivíduo percepciona o ambiente geográfico) • A partir da década de 1930, com o trabalho de Kurt Lewin (1935, 1951), a Psicologia Ecológica começa a emergir como um domínio separado. • Roger Barker e colaboradores, desenvolvem um trabalho seminal e estruturante para a Psicologia Ecológica, entre as décadas de 40 e 70. – A unidade de estudo deverá ser o “ambiente natural” (ecológico). – Criação da Teoria dos Behavior Settings. Outros contributos teóricos posteriores desenvolvem-se e podem posicionar-se ao longo de dois eixos: ambiente (subjectivo-objectivo) pessoa (individual-grupo). Interaccionismo clássico (Lewin) Psicologia Ecológica (Barker e colab.) Individuo X Ambiente percebido Individuo X Ambiente real