ARTIGO ACTA e Free Internet Act Até onde vai a liberdade na
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ARTIGO ACTA e Free Internet Act Até onde vai a liberdade na
1 ACTA E FREE INTERNET ACT: ATÉ ONDE VAI A LIBERDADE NA INTERNET? Rosemary Alves Braga Tamires Adriana Bastos Chaves Danilo Martins de Souza Resumo Através de uma leitura do acordo internacional Anti-Counterfeiting Trade Agreement (ACTA) e dos projetos de lei Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect Intellectual Property Act (PIPA), foi analisado como estes restringem a liberdade na internet e quais as consequências para a comunidade usuária. Com base nessa análise, comprovar-se-a que os que propõem o ACTA não estão interessados apenas em limitar a acesso, mas que também, acima de tudo, possuem interesses econômicos na aprovação das leis. Por outro lado, foi verificada, também, a lei Freedom of Internet Act, um movimento contrário a algum tipo de restrição de liberdade, a qual busca uma abordagem equilibrada de lidar com violação de direitos autorais na Internet. Propostas como o Free Internet Act são produzidas por comunidades envolvidas com a liberdade individual e não com a finalidade de interesses econômicos de alguns. Palavras chaves: PIPA, SOPA, ACTA, Free Internet Act. 1. Introdução Liberdade de expressão Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos sendo, assim, o suporte vital de qualquer tipo de democracia. A democracia depende de uma sociedade civil educada e bem informada, cujo acesso à informação lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública da sua sociedade, podendo criticar as suas autoridades sem estarem sujeitos a algum tipo de censura ou represália. Quando se discute sobre “liberdade” nos dias atuais, verifica-se que esta seja imprescindível à construção de todo Estado Democrático. Grupos politicamente minoritários, como as mulheres, idosos e homossexuais, tentam defender os seus interesses utilizando dessa “liberdade” para alcançarem seus objetivos, pois a expressão de ideias contribui para a formação de uma opinião pública transparente [1,2]. 2 Tal “liberdade” foi ameaçada com a criação dos projetos de lei americanos, o Stop Online Piracy Act (SOPA) e o Protect Intellectual Property Act (PIPA), os quais visam combater a pirataria na internet. Propostas foram realizadas por emissoras de TV, gravadoras de músicas, estúdios de cinema e editoras de livros, que se sentem lesadas pela a livre distribuição de filmes e músicas na web, principalmente em servidores internacionais. Empresas de tecnologia como Google, Facebook, Wikipedia, Craigslist, WordPress, entre outros, também são contra estes projetos de lei, alegando que, caso aprovados, eles teriam menos liberdade da internet e concederão poderes em excesso para quem quiser tirar os endereços do ar, prejudicando o funcionamento da web em todo o mundo [3]. No Brasil, sites brasileiros como os do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) também exibiram mensagens em protesto contra os projetos de lei. No Twitter, o cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil escreveu: "Acho muito bom que nos juntemos contra os projetos do Congresso americano que caso aprovados, podem significar um caminho sem volta para um fechamento da Internet" [4]. Dessa forma, qualquer tentativa de censura à liberdade de expressão demonstra que é impossível construir uma sociedade democrática, sem que os direitos dos cidadãos sejam preservados. Assim, somente com o pleno exercício da liberdade de expressão - um direito de todo cidadão - é que a população pode concretizar os princípios dos Direitos Humanos. Liberdade na internet As tentativas de restringir os “poderes” dos usuários foram respondidas com o protesto ou blecaute de grande repercussão realizado em 18 de janeiro de 2012. Os congressistas americanos, Lamar Smith e Harry Reid, responsáveis por votar nas propostas de lei SOPA e PIPA, perceberam o quanto elas são rejeitadas depois que grandes empresas da web se mobilizaram para protestar contra elas. Essa mobilização parece ter dado resultado, pois tanto a SOPA quanto a PIPA foram arquivadas indefinidamente [5]. Porém, uma ameaça mais insidiosa está se espalhando de maneira menos barulhenta: é o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), que pretende 3 implementar propostas semelhantes às da SOPA e PIPA no mundo inteiro. O ACTA, no entanto, é um acordo internacional o qual estipula duras regras sobre direitos autorais, e se preocupa apenas com os detentores de copyright, cujos abusos não serão coibidos. Há pouco que usuários e consumidores podem fazer contra ele, e não só na internet: o foco do ACTA é a pirataria digital, mas cobre também a pirataria física. Surgem muitas polêmicas em torno do ACTA e a pricipal delas é a falta de privacidade, porque a chamada “restrição” irá monitorar todos os acessos a fim de evitar piratarias. Em seu ponto mais controverso, o ACTA explica o que provedores de acesso e a polícia devem fazer para “prevenir” e impedir a pirataria, envolvendo até mesmo desconexão forçada de quem piratear pela terceira vez. Isto, obviamente, significa que seu provedor teria que monitorar tudo o que você faz na internet. Lá se vão a privacidade e a liberdade na rede. Repercussão social e consequências A mobilização e impacto por todos estes protestos têm afetado a todos em grande escala nacional e internacional - de todas as classes - os que compartem os mesmos interesses e usam a internet como meio de comunicação, diversão, estudo, trabalho e entretenimento falam a mesma língua, não há divisões, compartilham a mesmas ideias: estão dispostos a enfrentar e protestar pelos mesmos direitos e interesses. Os fatos indicam que não é necessário esperar a aprovação de projetos de lei ou acordos internacionais que tentem combater a pirataria para saber a repercussão social e as consequências que estas causarão. Tem-se como exemplo a censura de um dos maiores sites acessados para baixa de arquivos, o Megaupload, o qual foi fechado por agentes federais norte-americanos sob a acusação de repetidamente violar direitos autorais e promover a pirataria em massa [6]. Somente o fechamento de um site importante como Megauplouad causou tamanho protesto e consequências a milhares de usuários, mas, a questão é que estão ligadas consequências mais graves como, por exemplo, a censura e a perda da liberdade de expressão, derrubada de uma quantidade gigantesca de sites, fim 4 do acesso à informação uniforme e igual para todos os usuários, desaparecimento de informações, conhecimento e diversidade cultural, possível destruição de motores de busca (Google) e redes sociais ( Facebook e Twitter), entre outras. [7]. 3. Conclusão Em suma, a Liberdade na Internet se trata de um tema que além de polêmico é grave e delicado. Esses projetos que tentam restringir os direitos dos usuários e dos sites tomam proporções gigantescas e podem acarretar problemas irreversíveis. A internet tornou-se o meio de comunicação mais importante e através dele avançamos de uma maneira surpreendentemente positiva, assumindo um papel de extrema importância para a sociedade mundial. Assim sendo, deve-se apoiar completamente todo tipo de manifestação contra projetos e leis que tentem limitar o uso da internet porque não se pode permitir que uma minoria economicamente engajada aniquile os interesses da maior parte da população. 4. Referências Bibliográficas [1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_express%C3%A3o [2] http://www.universopolicial.com/2009/01/redacao-tema-liberdade-deexpressao.html [3] http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/01/entenda-o-projeto-de-lei-dos-euaque-motiva-protestos-de-sites.html [4] http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/01/wikipedia-volta-ao-ar-aposprotesto-contra-leis-antipirataria-nos-eua.html [5] http://tecnoblog.net/89029/sopa-pipa-arquivadas/ [6] http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/megaupload-vaivoltar-maior,-melhor,-mais-rapido-e-de-graca,-afirma-fundador?fb_action_ids=414 [7] http://blyme-yaoi.com/main/2012/01/16/sopapipa-por-que-nos-vamos-nos-opor-aesses-abusos/
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