projeto político pedagógico - COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA
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projeto político pedagógico - COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA
4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA FERRAZ ANDIRÁ – PR 2008 5 I. APRESENTAÇÃO O Colégio Estadual Barbosa Ferraz, oferta o Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries), Ensino Médio, a Educação de Jovens e Adultos (Fundamental e Médio), Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Espanhol e Francês) e Centro de Atendimento Especializado ( D.A ) Ao elaborar o Projeto Político Pedagógico reuniu-se a comunidade escolar do Colégio, professores, pais, alunos, funcionários e outros segmentos da sociedade representados no Conselho Escolar. Elaborado em sintonia com a LDB 9394/96, Diretrizes Curriculares Estaduais e demais legislação pertinente, retrata a filosofia do Colégio, sua ação pedagógica, social e administrativa fazendo uma análise de seus pontos positivos e negativos. Busca sistematizar a ação e reflexão dos acontecimentos educacionais de forma que seja subsídio fundamental para a realização dos objetivos da educação. Retrata as condições físicas, humanas e pedagógicas em que se encontra e estabelece um elo entre a situação presente e a situação desejável. Nele estão contidos, ainda, os princípios que nortearão as ações que levarão ao desenvolvimento do processo educacional. Prevê meios de medições do seu desempenho. 6 1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO 1.1 COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA FERRAZ – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CÓDIGO: 0001-0 1.2 MUNICIPIO DE ANDIRÁ CÓDIGO: 0110 1.3 DEPENDÊNCIA ADM.: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO CÓDIGO: 02 1.4 NRE DE JACAREZINHO CÓDIGO: 17 1.5 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ 1.6 ATO DE AUTORIZAÇÃO DO COLEGIO RESOLUÇÃO N º 2398 – D.O.E. de 26/05/80 1.7 ATO DE RECONHECIMENTO DO COLÉGIO RESOLUÇÃO N º 1098 – D.O.E. de 20/05/82 1.8 PARECER DO NRE DE APROVAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR Nº 047 de 21/09/04 7 1.9 DISTÂNCIA DO COLÉGIO DO NRE: 43 km 1.10 LOCALIZAÇÃO: URBANA 1.11 SITE DO COLÉGIO: www.cebarbosaferraz.com.br 1.12 E-MAIL – [email protected] 2. ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR 2.1 - Modalidades de Ensino Cursos: Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) Ensino Médio Regular Diurno Educação de Jovens e Adultos – Fundamental e Médio CELEM - Espanhol e Francês Educação Especial – Salas de Recursos. CAE – D. A 2.2 - Número de Turmas e Alunos 2.2.1- Número de turmas: 11 turmas do Ensino Fundamental 06 turmas do Ensino Médio turmas EJA – Disciplinas – Coletivo turmas EJA – Disciplinas – Individual 03 turmas – Espanhol 02 turma – Francês 02 turmas de Sala de Recursos 01 turma de Sala de Apoio a Aprendizagem 01 turma no CAE – D. A . 2.2.2 – Número de alunos: 366 alunos do Ensino Fundamental 8 222 alunos do Ensino Médio 454 alunos da EJA 67 alunos do CELEM Turma 5ª J 5ª K 5ª L 6ª M 6ª N 6ª O 7ª R 7ª P 7ª Q 8ª S 8ª T 1º U 1º V 2º X 2º W 3º Y 3º Z L.Port. Coletivo L.Port. Ensino Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ens. Fund Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio Ensino Médio EJA - Fund EJA - Fund Turno Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Manhã Noite Noite Individual Mat. Individual Mat. Coletivo Ciên - EJA - Fund EJA - Fund EJA - Fund Noite Noite Noite 50 38 90 - EJA - Médio Noite 48 Individual Geo. - Coletivo EJA - Médio Hist. - EJA - Médio Noite Noite 37 66 Individual Hist. - Coletivo Noite 35 Individual Geo. EJA - Médio Nº de alunos 33 36 35 29 33 35 38 31 32 42 43 41 41 38 37 30 33 36 46 9 E. Fís - EJA - Fund Noite 62 Individual L.Port. Coletivo EJA - Médio L.Port. EJA - Médio Noite Noite 39 37 Individual Mat. Coletivo EJA - Médio Mat. Individual EJA - Médio Geo. - EJA - Médio Noite Noite Noite 35 44 48 Individual Geo. - Coletivo EJA - Médio Hist. - EJA - Médio Noite Noite 37 66 Individual Hist. - Coletivo Noite 35 EJA - Médio 1 Ing. - Individual EJA - Médio Ing. - Coletivo EJA - Médio E. Fís - EJA - Médio Noite Noite Noite 48 35 36 Individual Bio. - Individual Bio. - Coletivo Fís. -Individual Fís. - Coletivo Quím. - Médio Médio Médio Médio Médio Noite Noite Noite Noite Noite 57 37 52 30 37 Individual Quím. - EJA - Médio Noite 34 Coletivo Artes - EJA - Médio Noite 18 Individual Sociol. EJA - Médio Noite 54 Individual Filos. Individual 1º Período 2º Período 3º Período 4º Período 1º Período Turma A Turma A Turma B Turma A EJA - Médio CELEM - Espanhol CELEM - Espanhol CELEM - Espanhol CELEM - Espanhol CELEM - Francês Sala de Apoio Sala de Recursos Sala de Recursos CAE Noite Manhã Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde Manhã Tarde Manhã 42 30 11 13 13 30 30 21 21 05 EJA EJA EJA EJA EJA - 1 2.3 – Pessoal Número de professores: 62 Número de Pedagogas: 04 Número de Funcionários de Serviços Gerais: 09 Número de Pessoal Administrativo: 09 Número de Diretor Auxiliar: 01 2.4- Turnos de Funcionamento Manhã das 7:30 horas às 12:00 horas 1ª aula 2ª aula 3ª aula Intervalo 4ª aula 5ª aula Início 7:30 8:20 9:10 10:00 10:20 11:10 às às às às às às Tarde das 13:00 horas às 17:30 horas Término 8:20 9:10 10:00 10:20 11:10 12:00 1 1ª aula 2ª aula 3ª aula Intervalo 4ª aula 5ª aula Início 13:00 13:50 14:40 15:30 15:50 16:40 às às às às às às Término 13:50 14:40 15:30 15:50 16:40 17:30 Noturno das 19:10 horas às 22:25 horas = 1ª aula 2ª aula Intervalo 3ª aula 4ª aula Início 19:10 19:55 20:40 20:55 21:40 às às às às Às Término 19:55 20:40 20:55 21:40 22:25 1 1 2.4-Objetivos Gerais I. Repensar avanços, seus a prática problemas, pedagógica, considerando, seus a indissociabilidade entre o acesso, a permanência, a qualidade e a conclusão; II. Desenvolver o potencial criativo dos alunos, despertando para uma formação globalizada desenvolvendo sua consciência crítica; III. Promover o desenvolvimento integral da personalidade do educando através da participação ativa no processo científica, educativo física, pela espiritual, formação social, intelectual, com diálogo, comunicação e descoberta de critérios de julgamento para formar a consciência crítica da realidade social, econômica e profissional e o sentido de solidariedade e de fraternidade; IV. Garantir a transmissão - assimilação da informação sistematizada e a construção do saber escolar através do conhecimento científico determinados no processo de ensino e de aprendizagem; V. Garantir a educação básica com qualidade, valorizando a experiência extra-escolar, com liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; I. Vincular o trabalho e as práticas sociais com a educação escolar; 1 II. Realizar melhorias da infra-estrutura necessária a um trabalho pedagógico de qualidade, contemplando a construção física, com adaptações adequadas às pessoas com necessidades educacionais especiais, além de espaços esportivas, para atividades recreativas, artísticas, adequando culturais, também, os equipamentos; III. Realizar avaliação interna e externa, com participação de todos os envolvidos no processo educacional, por meio de uma transparente, dinâmica democrática, entendendo que os legítima resultados e são produzidos historicamente; IV. Buscar soluções para eliminar a evasão escolar e a repetência, com acompanhamento direto aos educandos, assegurando a continuação de salas de apoio; V. Promover a melhoria do acervo bibliográfico, principalmente em relação ao Ensino Médio; VI. Permitir a reorganização do Projeto Político Pedagógico, dentro dos princípios democrático e participativo, efetivando-se, através do Conselho Escolar, Conselhos de Classe, Grêmio Estudantil e APMFs; VII. Garantir a qualidade de ensino e gradativamente melhorar o desempenho dos alunos do Ensino Médio nos sistemas de avaliação (SAEB, ENEM, AVA); VIII. Estabelecer parcerias com as Instituições de Ensino Superior para o aproveitamento dos acadêmicos das licenciaturas em estágios e para a formação continuada de professores e funcionários; IX. Avançar nas formulações teórico-metodológicas relacionadas a EJA, em todas as áreas do conhecimento, com vistas à melhoria da qualidade do processo ensino- 1 aprendizagem, fomentando sua identidade político- pedagógica; X. Garantir a oferta de Exames Supletivos adequados ao currículo proposto pela SEED; 1 II. MARCO SITUACIONAL 1. BREVE HISTÓRICO DA REALIDADE O Colégio Estadual Barbosa Ferraz – Ensino Fundamental e Médio, segue as políticas públicas para a Educação, de acordo com a LDB nº 9394/96, atendendo o Ensino Fundamental, Ensino Médio, a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Especial. O Colégio Estadual Barbosa Ferraz, enquanto instituição que tem como mantenedora o Governo do Estado do Paraná, não é diferente das demais escolas estaduais. Seguindo o programa do governo para a educação pública, procura realizar uma gestão democrática promovendo a democratização da escola pública. Incentiva os profissionais da educação pela participação nos programas de formação continuada ofertados pela SEED; organiza seu espaço escolar e a administração dos recursos financeiros oriundos da FUNDEPAR por meio do Fundo Rotativo; atende o disposto nas Diretrizes Curriculares Estaduais, bem como toda legislação pertinente emanada da Secretaria de Estado da Educação. No contexto municipal o Colégio Estadual Barbosa Ferraz participa das ações que envolvem a sociedade andiraense; atende alunos da zona urbana e rural; mantém parcerias com instituições públicas e privadas como por exemplo o atendimento realizado aos alunos pela Secretaria Municipal de Saúde, o transporte de estudantes num convênio Estado e Município a manutenção de um time de voleibol em parceria com a Santos Andirá e outros. Vale citar também que nos exames realizados pelo ENEM o Colégio tem se situado em primeiro lugar no município. 1 1.1- Caracterização do Município O município de Andirá situa-se no norte do Paraná, com área de 229 km2. Limita-se ao norte com o Estado de São Paulo, a Leste com o município de Cambará e ao Sul com o município de Bandeirantes e Barra de Jacaré e a Oeste com Itambaracá. Possui solo com fertilidade excepcional, pertencendo às terras roxas, de estrutura argilosa, coloração vermelho escura, com boa drenagem interna e permeabilidade o que favorece a agricultura uma das principais atividades econômicas do município. Os principais produtos agrícolas são: milho, soja, arroz, cana-de-açúcar, café e trigo. A atividade comercial é exercida por bares, lanchonetes, postos de serviços, mercados, mercearias, lojas de roupas e calçados, farmácias, lojas de materiais de construção, bazares, fotos, livrarias, lojas de móveis e eletrodomésticos, panificadoras. Na área industrial o destaque é a Santos Andirá, indústria moveleira que exporta para todo o país; Cooperativa Integrada, Cooperativa Corol, Cotonifício São Bernardo, Indústria de Móveis Secco, Monsanto Sementes, entre outras. A rede de ensino é formada por 06 ( seis ) escolas municipais que ofertam as primeiras séries do Ensino Fundamental e a Educação Infantil, 01 (uma ) escola estadual que oferta o Ensino Fundamental séries finais e 03 ( três ) colégios que ofertam o Ensino Fundamental séries finais e o Ensino Médio, e ainda 1 ( uma ) escola particular com a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.. 1 A saúde da população é atendida pela Sociedade Hospitalar Beneficente de Andirá , Postos de Saúde, Clínicas Médicas e Odontológicas. 1.2 -Breve Histórico do Colégio O Ginásio Estadual Barbosa Ferraz, foi fundado pela Prefeitura Municipal de Andirá, por ela administrado no ano de 1949, sendo portanto, de caráter municipal no início de sua existência. Passou a ser reconhecido e estadualizado mediante o Decreto-Lei nº 44 de 02 de dezembro de 1949. A partir do ano de 1950, este Estabelecimento vem funcionando sob égide do Estado do Paraná. Inicialmente o Estabelecimento de Ensino foi denominado Ginásio Municipal de Andirá, passando depois a Ginásio Estadual de Andirá, após ter sido estadualizado. Em decorrência do Decreto-Estadual nº 19.628 de 09 de novembro de 1955, passou a denominar-se Ginásio Estadual Barbosa Ferraz cuja denominação visa homenagear a família e pioneiros em nossa região representada prócer Antonio Barbosa Ferraz Júnior, cognominado “O Desbravador dos Sertões do Norte do Paraná”. O citado Estabelecimento de Ensino funcionou desde 1949 até 1962, prédio cedido pelo Grupo Escolar Ana Neri. 2 No ano de 1960, no governo do Sr. Moises Lupion e tendo como chefe da Secretaria de Viação e Obras Públicas, Dr. Ladislau Lachowski, iniciou-se a construção de um prédio próprio, para o Ginásio Estadual Barbosa Ferraz, que não possuía condições de continuar funcionando no prédio do Grupo Escolar Ana Neri, em conseqüência do fluxo de matrículas verificada em cada início de ano letivo. O prédio do Ginásio Estadual Barbosa Ferraz, foi inaugurado em agosto de 1962, pelo Governador do Estado do Paraná, Major Ney Braga. Em janeiro de 1973, foi elaborado e enviado ao Egrégio Conselho Estadual de Educação, para apreciação, o Plano de Implantação do Regime preconizado pela Lei-Federal nº 5.692/71, sendo que este Estabelecimento iniciou a implantação da referida Lei no ano de 1973, na 5ª série do turno diurno sendo gradativa nos anos seguintes. O Plano de Implantação do Ensino de 1º Grau foi aprovado através do Parecer nº 54/75 e homologado pela Resolução nº 329/75 de 30 de maio de 1975. Quanto ao Curso Noturno foi regido pela Lei nº 4.024/61 até o ano de 1975. Esta Lei foi extinta gradativamente. Pelo Parecer nº 114/74 de 05 de dezembro de 1974, o Conselho Estadual de Educação do Paraná, aprovou o Subprojeto II – Implantação e Expansão do Ensino Supletivo Fase II – 1º Grau do Ensino Supletivo dos Estabelecimentos Oficiais do Estado. Através da Resolução nº 60/75 de 16 de abril de 1975, da Secretaria de Educação e Cultura, foi autorizado o Curso Supletivo de 1º Grau-Fase II, a partir de 17 de fevereiro de 1975, no Ginásio Estadual Barbosa Ferraz, sendo que a implantação foi no ano de 1975 no 3º Período e para outros períodos gradativamente nos anos seguintes. 2 Pela Resolução nº 1.098/82 de 22/04/82, publicada no Diário Oficial nº 1.294 de 20/05/82, se deu o Reconhecimento dos Cursos de 1º Grau – Regular e Supletivo – Função Suplência Educação Geral – Fase II da Escola Barbosa Ferraz. Pelo Parecer nº 021/00 de 03/02/00, publicado no Diário Oficial nº 5.693 de 01/03/00 – CEM – autorização para funcionamento do Ensino Médio – EJA. Pela Resolução nº 1.507/00 de 03/05/00 – SEED – autorização de funcionamento Estabelecimento do Ensino para Médio Colégio (EJA) Estadual e mudança Barbosa do Ferraz nome – do Ensino Fundamental e Médio. Pela Resolução 427/02 (cf.ff.05) de 14/02/02 – implantação gradativa do Ensino Médio Regular, diurno. 1.3- Caracterização da Comunidade Escolar O Colégio Estadual Barbosa Ferraz situa-se no centro da sede do município e atende nos turnos: Manhã, Tarde e Noite, assim distribuídas as turmas: No turno diurno freqüentam alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio Regular na faixa etária de 10 a 18 anos. A situação sócio- econômica-cultural é muito heterogênea. São filhos de bancários, escriturários, mecânicos, professores, bóias frias, operários da construção civil, engenheiros, comerciantes, motoristas, comerciários, industriários, operários de indústrias, arrendatários, funcionários públicos, operadores de máquinas, desempregados, domésticas, etc. médicos, agricultores, dentistas, horticultores, veterinários, funcionários autônomos, da saúde, 2 A grande maioria reside na zona urbana ( centro e periferia ) mas recebe alunos também da zona rural. Dos alunos matriculados 98% são egressos de escolas públicas. A Educação de Jovens e Adultos é composta por maioria de jovens entre 14 a 18 anos, possuindo também adultos acima desta faixa etária, porém em quantidade menor. São na maioria alunos que trabalham no comércio, nas indústrias, na agricultura, na construção civil como ajudantes, nos postos de serviços, borracharias, oficinas mecânicas, nas casas de famílias, etc. 1.4- Ambientes Pedagógicos O Colégio possui 13 (treze) salas de aulas com metragem que atende ao dispositivo legal quanto ao número mínimo de alunos exigidos pela SEED. No período matutino são ocupadas 12 (doze), vespertino 05 (cinco) e noturno 10 (dez). Todas as salas funcionam de acordo com o quadro de ocupação, mas o número de alunos matriculados ultrapassa o quadro ideal, que seria 30 alunos por sala, no máximo. As salas especiais (Projeção, Educação Física, Biblioteca e Laboratório de Ciências) têm sua utilização garantida para os fins a que se destinam. O pátio de recreação atende satisfatoriamente a clientela. O espaço físico reservado às aulas de Educação Física é adequado, constando de 01(uma) quadra coberta e 01 (uma) quadra descoberta. As carteiras não são apropriadas, visto que o colégio possui alunos entre 10 e mais de 18 anos, a iluminação é boa, mas a ventilação é precária. A higiene e limpeza são satisfatórias, o maior problema relacionado a higiene estão nos sanitários que são antigos necessitando 2 de reformas urgentes (portanto não apresenta um ambiente limpo e agradável ao aluno). Quanto a utilização da biblioteca, que conta com aproximadamente 9.500 títulos, será fonte de pesquisa para o desenvolvimento do aluno e da comunidade. A quadra tem seu uso apropriado, assim como a sala de merenda acomoda adequadamente os alimentos e a cantina é boa. A sala de vídeo e laboratório de Ciências são usados como apoio aos professores para enriquecimento de suas aulas. O laboratório de Informática, fornecido ao Estabelecimento pelo Programa Paraná Digital, neste momento está sendo utilizado para preparação dos professores pra posterior utilização. 2 Os outros espaços físicos da escola são usados de acordo com suas finalidades. O Colégio possui equipamentos e materiais didáticos como TV, vídeo, aparelhos de som, retro projetor, sping light, cartazes, material de laboratório e outros que auxiliam no processo ensino - aprendizagem. 1.5- Análise dos principais problemas do Colégio Quanto ao aspecto da evasão e repetência as estatísticas de 2002 a 2004 nos mostram que o grande problema se encontra na Educação de Jovens e Adultos onde o índice de evasão é altíssimo. O processo ensino - aprendizagem tem se tornado desmotivador, principalmente para o aluno, pois o Colégio não tem acompanhado o desenvolvimento tecnológico, entrando em conflito com as novas mentalidades pulverizadas com informações via jornais, TV, DVD, vídeo games, internet enquanto que os professores continuam se utilizando, em grande parte , apenas do quadro de giz. Por outro lado, os professores admitem o distanciamento entre a teoria e prática, em partes devido a falta de instrumentos modernos para a sua prática pedagógica, pela falta de um momento de estudo e reflexão e pelo distanciamento entre professores e equipe pedagógica. 2 A hora atividade tem sido realizada de forma precária não atendendo a realização de grupos de estudos, pois, na maioria das vezes é impossível reunir mais de um professor por disciplina, visto que além da demanda não comportar, em algumas situações o professor atua em mais de um colégio o que dificulta a disponibilidade de um horário comum onde possam se reunir. Com isto o trabalho passa a ser individualizado na preparação de aulas, correção de provas e para os estudos, utilizam a sala dos professores, que apesar da direção ter procurado equipá-la, ainda faltam equipamentos e meios necessários para um bom desenvolvimento da hora atividade, pois a movimentação de entra e sai de professores tira a atenção e a concentração para a preparação das aulas e estudos necessários para sua elaboração. A gestão colegiada e democrática deixa a desejar, pois apesar de possuir institucionalizadas a APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e Reuniões de Pais (com representantes de turmas), a participação se dá apenas quando convocados e ainda com uma minoria demonstrando interesse em dar sugestões e apresentando soluções, para solucionar este problemas estamos marcando reuniões mensais envolvendo estes seguimentos e adequando de acordo com os horários disponíveis dos seus integrantes. 2 Em relação a formação inicial e continuada de professores e funcionários, quanto a inicial todos os envolvidos no processo educacional têm o mínimo exigido para o desempenho de suas funções. O problema está na formação continuada, pois faltam cursos específicos de acordo com a área de atuação ofertados pela SEED e, a época de realização dos encontros em Faxinal do Céu acaba atrapalhando as aulas, além de que os seminários beneficiam poucos ficando condicionados a sorteios. Os grupos de estudos ficam sem uma orientação adequada e com uma interpretação apenas dos integrantes ficando às vezes sem uma análise real dos textos e assuntos indicados. A Educação Especial deixa de ser a única responsável em atender educandos com necessidades especiais, servindo a partir de agora como suporte ao Sistema Regular de Ensino. Nosso Colégio não está totalmente preparado para atender esse alunado no Ensino Regular. Falta preparo aos professores, não há material didático e equipamentos adequados, a estrutura física do prédio também é inadequada. Contamos hoje, inseridos nas salas regulares, com 05 alunos (DA), não havendo o professor intérprete para atendê-los; 01 (DF) e 01 (DM), porém contam com atendimento de apoio no CAE e nas Salas de Recursos. 2 III. MARCO CONCEITUAL 1-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Colégio Barbosa Ferraz, bem como toda a Educação Básica no Estado do Paraná passa por uma reformulação curricular, partindo de uma retomada dos conteúdos disciplinares, numa perspectiva diferenciada das tendências teóricas, fundamentada na idéia de conteúdos estruturantes. Entende-se por conteúdos estruturantes, os saberes – conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados basilares e fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e/ou de suas áreas. Estes conteúdos são selecionados a partir de uma análise histórica da ciência de refer4ência e/ou da disciplina escolar. Há necessidade do envolvimento de todos os profissionais da educação e da comunidade escolar dela dependente para que haja uma mudança na qualidade de ensino. Que a escola possa oferecer aos alunos o acesso aos saberes e conteúdos que permitam o domínio de diferentes linguagens e diferentes formas de expressão e por intermédio destas, realizem a leitura de mundo e sobre a sociedade em que vivemos. Como eixos curricular estão os elementos constituintes do trabalho pedagógico, desde a concepção de mundo, de escola e de homem, a abordagem sobre ciência, conhecimento, cultura, trabalho, bem como a identificação da escola pública e sua função na sociedade. Segundo Moreira é necessário que se faça da escola um espaço de pesquisa, de construção e reconstrução do conhecimento, enfrentando os problemas econômicos, culturais e ambientais que desconhecem as fronteiras entre as nações ou entre classes sociais. Nesse sentido, o coletivo dos professores, tem o compromisso com a universalização dos bens materiais e simbólicos, o que exige a ampliação 2 do seu campo de atuação para além do conteúdo, centrando seu trabalho de ensino na pesquisa e na tomada de decisões coletivas, imprescindíveis para o fortalecimento da identidade do professor da escola pública que produz conhecimento e faz diferença na vida dos alunos. 2 O atual currículo da Educação Básica deve caminhar para uma visão do mundo que contemple a realidade do homem enquanto sujeito total. Um ser humano não fragmentando, em crise de identidade diante das rápidas transformações tecnológicas, capaz de superar limites que possibilitem a transformação do meio em que vive. O professor deixa de ser uma ilha ao interagir com os colegas, em busca de um projeto coletivo. Não há novidade na proposta, a novidade está por conta da sua efetiva atualização na escola. Isso demanda conhecimento, participação, disponibilidade, interesse profissional e compreensão do papel social da escola. A Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino deverá estar embasada nas finalidades da Educação Básica prevista na Lei e nos valores e princípios que norteiam as diretrizes curriculares. No currículo da Educação Básica, parte integrante da Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, os professores deverão observar a coerência entre os princípios apresentados em sua fundamentação com a estrutura e organização curricular. Os conhecimentos básicos e específicos, os conteúdos, as metodologias de ensino e o processo de avaliação sempre considerando os recursos disponíveis e a realidade da comunidade no qual esta inserida a escola. Para organizar o currículo, adotar-se-á como linha norteadora os princípios pedagógicos da identidade, diversidade, autonomia, interdisciplinaridade, contextualização. Para que a escola cumpra com seus objetivos é necessário compreender algumas concepções que estão implícitas no processo educacional: 3 a) Conhecimento: é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza. O conhecimento humano adquire diferentes formas: senso comum, científico, teológico e estético, pressupondo diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre o mundo e sobre o conhecimento. O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos interesses dos alunos, ele é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo portanto, objeto do trabalho do professor. O conhecimento como construção histórica é matéria prima ( objeto de estudo) do professor e do aluno, que indagando sobre o mesmo irá produzir conhecimentos, dando-lhes condições de entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que vive, permitindo ao cidadão chegar ao domínio intelectual do técnico e das formas de organização social sendo portanto capaz de criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade, a partir do domínio do conhecimento. b) Ciência: Para Andery (1980) “A ciência é uma das formas do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história. Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo em que nela interfere”. 3 A escola tem a função social de garantir o acesso de todos ao saberes científicos produzidos pela humanidade. c) Educação: É uma prática social, uma atividade específica dos homens situando-os dentro da história – ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de trabalho. “Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho” (Saviani, 1992, p. 19). d) Sociedade: Para Severino (1958), a sociedade é um agrupamento tecido diferenciadas e experiências por uma série de relações diferenciadoras. Ë configurada pelas individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da atividade humana desenvolvendo ralações, instaurando estruturas sociais, instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito específico do homem realizar sua humanidade. A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e agir social a partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica. 3 a) Tecnologia: Ferramenta que contribui para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando articular ação, teoria e prática. b) Homem: é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo suas necessidades e para além delas. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não materiais. Como sujeito de sua história, é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições existenciais, transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva. c) Cidadania: De acordo com Boff (2000, p.51) “cidadania é um processo histórico social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e passar a ser povo. Como sujeito histórico, plasmador do seu próprio destino”. 3 Angel Pino in (Boff SEVERINO A J. ZALUARA e outros 1992, p.15-25), considera que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula.” Portanto a educação como um dos principais instrumentos de formação de cidadania deve entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo sua inserção na sociedade. d) Cultura: é o resultado de toda produção humana, para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano (um mundo da cultura). Podemos considerar que do ponto de vista antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de destruir-se, a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as religiões e as formas de trabalho. e) Trabalho: é uma atividade que está na base de todas as relações humanas, condicionando e determinando a vida. É uma atividade humana intencional que envolve forma de organização, objetivando a produção dos bens necessários à vida. 3 No trabalho educativo o fazer e o pensar entrelaçam-se dialeticamente e nesta dimensão que está posto a formação do homem. j) Educação do Campo: A Educação do Campo é um projeto educacional compreendido a partir dos sujeitos que têm o campo como seu espaço de vida. Deve ser educação no e do campo, pois o povo tem o direito de ser educado no lugar onde vive e a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, vinculado a sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais superando a visão do rural como local de atraso, no qual as pessoas não precisam estudar ou basta uma educação precarizada. Busca também romper com a idéia de que se estuda para sair do campo ou que se sai do campo para estudar. O campo é um lugar onde as pessoas podem morar, trabalhar e estudar com dignidade de quem tem direito a seu lugar e sua identidade cultural. k) Gestão Democrática: a gestão democrática nas escolas passa, obrigatoriamente, pela participação coletiva dos agentes intra-escolares (comunidade) no e dos processo atores de extra-escolares planejamento e implementação de suas atividades. A realização da gestão democrática significa encontrar caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da atuação da escola, estabelecendo relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e clientela escolar. Ao longo do processo de participação, estabelecem-se situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua função pedagógica para fora, ora a comunidade influencia os destinos da escola. A maneira mais comum de assegurar a participação de todos os interessados é a instalação de um conselho escolar. O 3 Conselho garante decisões coletivas, mas sua mera instalação não garante decisões democráticas, porque os representantes escolhidos podem parciais e posições autoritárias. defender interesses A gestão democrática possibilita o desmontamento de relações de mando e submissão, fazendo surgir o sujeito coletivo, que decide, age e atua na transformação social.( CENPEC,1994). l) Avaliação: a avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão ( Luckesi, 1978). Em primeiro lugar, ela é um juízo de valor, o que significa uma afirmação qualitativa sobre um dado objeto, a partir de critérios préestabelecidos, portanto diverso do juízo de existência que se funda nas demarcações “físicas” do objeto. O objeto avaliado será tanto mais satisfatório quanto mais se aproximar do ideal estabelecido, e menos satisfatório quanto mais distante estiver da definição ideal, como protótipo ou como estágio de um processo. Em segundo lugar, esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes da realidade ( do objeto da avaliação). Portanto, o julgamento, apesar de qualitativo, não será inteiramente subjetivo. O juízo emergirá dos indicadores da realidade que delimitam a qualidade efetivamente esperada.São os “sinais” do objeto que eliciam o juízo. E, evidentemente, a seleção dos sinais que fundamentarão o juízo do valor dependerá da finalidade a que se destina o objeto a ser avaliado. Em terceiro lugar, a avaliação conduz a uma tomada de decisão. Ou seja, o julgamento de valor, por sua constituição mesma, desemboca num posicionamento de “não-indiferença”, o que significa obrigatoriamente uma tomada de posição sobre o objeto avaliado, e, uma tomada de decisão quando se trata de um processo, como é o caso da aprendizagem. A atual prática da avaliação escolar 3 estipulou como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico, como deveria ser constitutivamente. Ou seja, o julgamento de valor, que teria a função de possibilitar umas nova tomada de decisão, passa a ter a função estática de classificar o ser humano histórico num padrão definitivamente determinado. Do ponto de vista da aprendizagem escolar, poderá ser definitivamente classificado como inferior, médio ou superior. Classificações essas que são registradas e podem ser transformadas em números e, por isso, adquirem a possibilidade de serem somadas e divididas em médias. Dessa forma, o ato de avaliar não serve como pausa para pensar a prática e retornar a ela; mas sim como um meio de julgar a prática e torná-la estratificada. Torna-se necessário que a avaliação educacional, no contexto de uma pedagogia preocupada com a transformação, seja efetivamente um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade para uma tomada de decisão. Então, a avaliação estará preocupada com o objetivo maior que se tem, que é a transformação social. Nesse contexto, o elemento essencial, para que se dê à avaliação educacional escolar um rumo diverso ao vem sendo exercitado, é o resgate da sua função diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos. Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos. m) O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a Educação das Relações Étnico- Raciais -A Lei nº 10.639/03 altera o Art. 26 da Lei 9394/96, inserindo o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira como conteúdo programático nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio.O Conselho Nacional de Educação 3 institui As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira através da Res. Nº 1/04 e a Del. Nº 04/06CEE que institui Diretrizes Curriculares Normas para os Complementares referidos às conteúdos programáticos. A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, assim como de atitudes, posturas e valores que preparem os cidadãos para uma vida de fraternidade e partilha entre todos, sem barreiras estabelecidas por séculos de preconceitos, estereótipos e discriminações que fecundam o terreno para a dominação de um grupo racial sobre outro, de um povo sobre outro. O ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas e asiáticas. 3 2. FILOSOFIA E OS PRINCÍPIOS DIDÁTICO – PEDAGÓGICOS DA INSTITUIÇÃO O Colégio Estadual Barbosa Ferraz – Ensino Fundamental e Médio tem por filosofia em consonância com a LDB a formação básica do cidadão mediante cultura igualitária. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meio básico o pleno domínio da leitura, da escrita, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Tem por objetivo a interação entre equipe escolar, alunos, pais e outros agentes educativos, possibilitando assim a construção de projetos que visam a melhor e mais completa formação do aluno. A separação entre escola e comunidade fica demarcada pelas atribuições e responsabilidades e não pela realização de um projeto comum. A ampla gama de conhecimento construídos no ambiente escolar ganha sentido quando há interação contínua e permanente entre o saber escolar e os demais saberes entre o que o aluno aprende na escola e o que ele traz para a escola. 3 O Colégio terá sempre a consciência de sua responsabilidade como formadora de opinião e da necessidade de trabalhar em conjunto com a família e setores da sociedade igualmente formadores de opinião – religiões, imprensa – para gerir possíveis conflitos. Os padrões de qualidade e ensino-aprendizagem que o colégio pretende alcançar ao longo de todo o processo educativo é a formação do cidadão participativo, criativo, capaz de promover transformações na sociedade a qual está inserido. O desenvolvimento de suas habilidades, levando-os à compreensão da realidade social, dos direitos e deveres, das responsabilidades individuais e coletivas, da formação de valores e atitudes, do pensamento crítico e a compreensão dos fundamentos científico - tecnológico e dos processos produtivos, bem como o exercício da democracia com vistas na sua preparação para prosseguir nos estudos e no trabalho. . . 4 IV. MARCO OPERACIONAL 1. AÇÕES 4 OBJETIVOS METAS Garantir a vaga no estabelecimento Chamada Escolar Realizar aos alunos efetivos e egressos efetivo do estabelecimento; Atender a AÇÕES rematrícula alunos das ao escolas aluno que ofertam até 4a. séries que moram nas proximidades estabelecimento, do conforme orientações da SEED Acomodar os alunos conforme séries, Formação de turmas Realizar a matrícula do aluno da EJA Distribuir os alunos por série, turno e turnos curso pela Equipe Pedagógica com o e cursos atendendo as diferenças individuais Promover o bom relacionamento Integração entre todos auxílio dos Professores Realizar encontros e/ou entre para a troca de experiências; todos os ambiente escolar envolvidos no Promover reuniões palestras relacionamento e auto-estima. de 4 Atender a carga horária semanal Distribuição das aulas conforme grade curricular por curso, professores série e turno aos Elaboração de quadro de horários Preenchimento da demanda Elaboração de horários para alunos e Solicitação de abertura de demanda professores Agilizar e aperfeiçoar os serviços das Distribuição para e supervisão novas necessário dos Através de turmas, reuniões quando realizar a equipes: Pedagógica, Administrativa serviços existentes no Colégio distribuição dos serviços e Serviços Gerais Manter reuniões semanais com a Equipe Pedagógica e Administrativa para analisar e resolver os assuntos Em pendência Determinar e fazer cumprir com que cada membro das equipes cumpra Com as responsabilidades de sua função na escola responsabilidades com suas 4 Garantir ótima qualidade à Merenda Elaboração da Merenda Escolar Orientar e supervisionar os serviços Escolar de Merenda Escolar, aquisição, elaboração Manter o espaço escolar de forma Manutenção e Organização quanto à armazenamento, e conservação da Merenda Escolar do Distribuir, orientar e supervisionar as segura, higiênica e eficaz para o espaço físico atribuições do pessoal de Serviços desenvolvimento Gerais escolares das atividades Administrar o patrimônio escolar em conformidade com a legislação vigente, realizando pequenos reparos no prédio e equipamentos Acomodar correta e seguramente os bens, equipamentos e documentação escolar 4 Promover Comunidade a integração Escola Consolidação da gestão democrática Promover e da qualidade de ensino. reuniões com APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Participação dos eventos cívicos e Pais, Professores, Alunos, Direção e sociais da comunidade. Promoção classe de nas Equipes atividades áreas extra Pedagógicas e – Administrativas para definir as metas culturais, pedagógicas e planilhas de gastos esportivas, científicas, pedagógicas, dos recursos financeiros. literárias, artísticas e intelectuais o Criar site do Colégio. objetivo de informar a comunidade Reativação da fanfarra. sobre as ações desenvolvidas no Participar dos eventos cívicos e estabelecimento, bem como inserí-la sociais promovidos pela comunidade. no contexto escolar. Aplicação financeiros adequada Realizar atividades extra – classe dos recursos como: jogos, feiras, festivais, olimpíadas, projetos, conferências, encontros, simulados, concursos, debates fóruns, e outros eventos, informando a comunidade sobre as ações desenvolvidas no 4 Adquirir equipamentos e materiais Aquisição didático-pedagógicos para de equipamentos e Adquirir equipamentos e materiais a materiais didáticos, pedagógicos e didáticos, pedagógicos e esportivos melhoria e eficiência qualitativa do esportivos processo ensino – aprendizagem. para aprendizagem. a melhoria da como: livros, mapas, fitas cassetes, DVDs, CDs ROOM, laboratório de Informática, bolas, materiais Ciências e de de redes, cordas, aos órgãos Promover a melhoria na estrutura Ambiente seguro colchonetes e outros Solicitar junto física estabelecimento, competentes comodidade estrutura física do estabelecimento, do proporcionando e melhorias tais funcionários, aos sanitários, cobertura da quadra de documentação esportes, construção e equipamento equipamentos escolar. e como do construção refeitório, de na segurança aos alunos, professores, bem como: as instalação novos do laboratório de informática, bem como a instalação de internet. 4 Melhorar maior a aprendizagem tranqüilidade professores, equipe e para dar Diminuição os indisciplinares pedagógica dos problemas Realizar reuniões professores, periódicas pais e com equipe pedagógica a fim de buscar soluções desenvolverem seus trabalhos. para os casos de indisciplina. Adotar fichas de acompanhamento para os que os professores possam estar encaminhando pedagógica, necessitem os de à equipe alunos que orientação, tanto didática quanto disciplinar. Agilizar a informação aos pais, via telefone, mala direta e outros recursos. Distribuir e zelar pela conservação Distribuição e conservação do Livro Enumerar os livros recebidos. do Livro Didático Didático Elaborar listas por série e turmas dos alunos para entrega e recolhimento deles. 4 Administrar os recursos financeiros – Recebimento, aplicação e prestação Aquisição de material de expediente Fundo Rotativo, Complementação da de contas dos recursos oriundos do e consumo. Merenda Escolar, Dinheiro Direto na Estado, da União e da APMF, em Execução de pequenos reparos. Escola e recursos da APM conformidade com o Plano de Aplicação, após ouvir o colegiado da gestão democrática. Manter as parcerias já existentes e Realização de projetos especiais. buscar novas desenvolvimento especiais nas para de áreas culturais e artísticas. o Reunir com os órgãos e entidades colaboradoras do Colégio: APMF, projetos Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, desportivas, Santos Andirá, Prefeitura Municipal, Autarquia Municipal de Esportes a fim de manter os projetos especiais existentes e criar novos. 4 Promover estudos e incentivar a Formação Continuada Buscar parcerias junto às Instituições participação de Professores, Equipes de Ensino Superior para fornecer Pedagógica cursos, e Administrativa e encontros, debates, palestras, Funcionários com vistas à Formação seminários, grupos de Continuada estudos a fim de proporcionar a Formação Continuada e a melhoria da prática educacional a todos os envolvidos no processo. Incentivar a participação do pessoal nos cursos ofertados pela SEED. 4 Minimizar índices de evasão e Realizar repetência reuniões com pais dos alunos com maiores dificuldades e professores problemas a e fim fazer de as detectar devidas correções. Buscar novas formas de avaliação e recuperação e fazer constar no Regimento Escolar. Valorizar e reconhecer a identidade, Implantação das Executar com rapidez e eficiência o Projeto FICA Comigo. Diretrizes Realizar reuniões a fim de organizar história e cultura dos afro-brasileiros, Curriculares para a Educação das os indígenas, européias e asiáticas. conteúdos em todas as Relações Étnico-Raciais e Para o disciplinas; Ensino de História e Cultura Afro- Incentivar educadores participarem Brasileira e Africana, conforme Del. dos grupos de estudos e/ou seminários, simpósios, conferências Nº 04/06 – CEE. ou outras formas de capacitação ofertadas pela SEED. 5 2. VIAS DE RELACIONAMENTO COM A COMUNIDADE 5 Um dos princípios básicos da Filosofia e da Política Educacional do Colégio é o relacionamento EscolaComunidade. Esse procedimento no Colégio já é de longa data, nascido das necessidades da comunidade e da própria escola, por exemplo: das participações de campanhas, de movimentos sociais, das reivindicações, de projetos especiais e outros. Normalmente ao final de cada bimestre acontece a reunião com os pais dos alunos, onde além de se colocarem a par do progresso educacional dos filhos, tomam conhecimento também dos acontecimentos e resultados obtidos pela escola. Essas reuniões acontecem também extraordinariamente conforme as necessidades detectadas, sejam de caráter pedagógico, ou financeiro, bem como por festividades ou projetos especiais. Além das reuniões o Colégio se utiliza da Tribuna Andiraense, jornal oficial do município, Jornal de Andirá, da Rádio Cultura de Andirá – AM, Rádio Timburi FM e da Rádio FM 97,5, que estão sempre de portas abertas à Administração do Estabelecimento para a divulgação de fatos importantes, de avisos, convocações e outros. Junto ao quadro de pessoal as normas de convivência adotada é a do bom relacionamento entre si e com a comunidade; o aperfeiçoamento profissional e estudantil; a responsabilidade; o respeito; a cooperação; a adoção de regras e o cumprimento do disposto no Regimento Escolar e a toda legislação pertinente. Quanto aos problemas disciplinares o Colégio adota o sistema do diálogo com alunos, pais e quando o caso requer, busca a intervenção do Conselho Tutelar, realiza palestras com autoridades e instituições religiosas. O Colégio realiza parcerias com a Prefeitura Municipal ao desenvolver treinamentos desportivos numa tentativa de minimizar os problemas indisciplinares. 5 3. ORGANIZAÇÃO DAS FUNÇÕES 3.1- Gestão Democrática Conselho Escolar Órgão máximo de direção; colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal; tem por finalidade promover a articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os setores da Escola, a fim de garantir a eficiência e a qualidade do seu funcionamento. Constituição Presidente: Marcio Briganti Membros: 1- Equipe Pedagógica: Titular: Tereza Lourenço Taconi Suplente: Sirlei Maria De Freitas Aguiar 2- Corpo Docente: Titular: Zoraya L Silva Dalossi Picelli Suplente: Marcia Regina Garcia Funcionários Administrativos: Titular: Valdirene Socorro Pereira Suplente: Conceição Aparecida Cacita 4- Funcionários de Serviços Gerais: Titular: Marcia Ap Caetano Nestare Suplente: Ana Maria Proença 5 - Corpo Discente: 5 Titular: Paulo Henrique Alves Suplente: Ana Luiza de Oliveira 6- Pais de Alunos: Titular: Ricardo Aparecido Ramos Simoni Suplente: Claudia de Lima Guiciardi 7 - Grêmio Estudantil: Titular: Bruna Roberta Diniz Alves Suplente: Mariany Cristhyani Coleti 8 - Movimentos Organizados da Sociedade - APMF: Titular: Carlos Alberto Rabito Suplente: Sandra de F. Ferreira Pereira Equipe de Direção Diretor: Marcio Briganti Direção Auxiliar: Sirlei Maria de Freitas Aguiar À Equipe de Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de garantir o alcance dos objetivos educacionais do Estabelecimento de Ensino, definidos no Projeto Político-Pedagógico. Órgão Complementar Associação de Pais, Mestres e Funcionários A A.P.M.F do Colégio Estadual Barbosa Ferraz, pessoa jurídica de direito privado, é um órgão de relacionamento e representação dos Pais de alunos, Professores e Especialistas da Educação do Estabelecimento, não tendo caráter político - partidário, segregatício ou religioso e nem fins lucrativos. 5 Tem como objetivos: - Prestar assistência ao Educando; - Promover a integração Família – Escola - Comunidade; - Contribuir para uma melhor adequação dos conteúdos dos Planos Curriculares; - Contribuir para a conservação e adequação do ambiente escolar, material didático e permanente; - Participar junto com a Direção e outros órgãos de projetos de Normas e Diretrizes disciplinares e - Dar apoio e cooperar com as autoridades de Ensino nas eleições para Direção da Escola. A Diretoria para o biênio 2007-2008 é composta por: Presidente: Carlos Alberto Rabito Vice-Presidente: Áurea Aparecida Del Padre Biuso Secretária Geral: Silvia Renata Picelli 1ª Secretária: Maria regina da Rocha Silva Tesoureira: Ângela Aparecida Spadacini Silva 2ª Tesoureira: Sandra de Fátima Ferreira Pereira Diretora Social:Marilda Fiorazze Diretora Cultural: Tereza Lourenço Taconi Assessoria Técnica: Marcio Briganti Danila Fioraze de Campos Sirlei Maria de Freitas Aguiar Maria Carmem Del Padre Trabaquini Valdirene do Socorro Pereira dos Santos Conselho Deliberativo e Fiscal: Zoraya Lúcia da S. D. Picelli 5 João Menotti Gomes Madalena de Barros Milani Shirley Aparecida de Oliveira Renata Biancardi do Amaral Tereza Aparecida Alves Campos Adilson Roberto Pavan Cléia de Fátima Ranucci teodoro Grêmio Estudantil 5 O Grêmio Estudantil tem por objetivos: I. Representar condignamente o corpo discente; II. Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos do Colégio; III. incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros; IV. Promover a cooperação entre administradores, funcionários, professores e alunos no trabalho escolar buscando seus aprimoramentos; V. Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educacional com outras instituições de caráter educacional, assim como a filiação às entidades gerais UMES (União Municipal dos estudantes Secundaristas), UPES ( União Paranaense dos Estudantes Secundaristas), UBES ( União Brasileira dos Estudantes Secundaristas); VI. Lutar pela democracia permanente no Colégio, através do direito de participação nos fóruns internos de deliberação do Colégio. A organização, o funcionamento e as atividades do Grêmio serão estabelecidas em seu Estatuto. O Colégio não se responsabilizará pelas dívidas ou outros compromissos assumidos pelo Grêmio. A realização de qualquer evento do Grêmio nas dependências do Colégio deverá ser precedida de autorização do Conselho Escolar. 5 Quando da realização de qualquer evento ou reunião no interior do Colégio, o Grêmio será responsável pela manutenção da limpeza, da ordem e por qualquer dano ao patrimônio ou material do Colégio. A Direção escolherá um Conselheiro dentre os profissionais da Educação do Colégio, para supervisionar, acompanhar e colaborar com as atividades do Grêmio. Diretoria – 2007 Presidente: Renata Rivolli Pereira Vice-Presidente: Amanda Patrícia Pereira Mitrovini Secretária Geral: Nathany Isabelle Bernardino 1º Secretário: Ronaldo Regis Fávero Bonesso Tesoureira Geral: Mariany Cristiani Coleti 1ª Tesoureira: Natalia Gonzaga Diretor Social: Leonardo Augusto dos Santos Diretora de Cultura: Nathalia Almeida Prado Bonacin Diretor de Imprensa: Tiago Ferreira Lima Diretor de Esportes: Guilherme Augusto da Silva Dir. de Saúde e M. Ambiente: Luiz Gustavo da S. Batista 5 Conselho de Classe É um órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do Estabelecimento de Ensino, tendo por objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação professor-aluno e os procedimentos adequados a cada caso. O Conselho de Classe será constituído por 01 (um) representante da Direção, 01 (um) representante da Equipe Pedagógica, 01 (um) representante da Secretaria, por todos os Professores que atuam na mesma classe, por 01 (um) aluno representante da turma no Ensino Médio e na EJA e por 01 (um) Pai representante da turma no Ensino Fundamental. §1º Os representantes dos alunos e dos Pais de alunos serão escolhidos através de votação entre seus pares. §2º O Conselho elegerá 01 Professor da turma para ser o Coordenador, cujas atribuições serão: I. Representar a turma em suas solicitações de melhoria no processo educacional; II. Acompanhar o desenvolvimento do aluno com dificuldades de aprendizagem, principalmente aqueles que no ano anterior foram aprovados pelo Conselho, propondo à Equipe Pedagógica as medidas necessárias; III. Convocar reuniões extraordinárias da turma para resolver problemas de aprendizagem e/ou disciplinares; IV. É responsável pela reunião bimestral com os pais; V. Realizar o Pré-Conselho com os alunos; VI. Nomear o relator dos Pré-Conselhos e dos Conselhos de Classe que relatará em Ata, todas as decisões tomadas. 5 §3º Atribuições do Pré-Conselho: I. Realizar auto avaliação com turma; II. Indicar os problemas e sugerir medidas para solucionálos. Haverá tantos Conselhos de Classe como quantas turmas existirem no estabelecimento. a) Periodicidade no Ensino Regular: Durante o ano letivo deverão ser realizados no mínimo 04 (quatro) Conselhos de Classe ordinários e tantos quantos forem necessários em caráter extraordinário, a saber: O 1º, o 2º e o 3º Conselhos realizados ao final de cada bimestre, quando os professores deverão apresentar resultados descritivos das avaliações realizadas no bimestre, inclusive nota. Com base nos dados apresentados pelos próprios professores e relatórios dos Pré-Conselhos, e indicações sobre o desempenho de cada aluno, a equipe escolar, após análise, tomará as providências cabíveis: -comunicado aos pais da situação; -encaminhamento necessário dos alunos; - atendimento ou apoio aos professores. O 4º Conselho – também chamado de Conselho Final, realizado ao final do 4 º bimestre, quando deverão decidir sobre a aprovação ou reprovação de alunos. O julgamento do Conselho Final deverá: I. Basear-se em indicadores de melhoria ou não do aproveitamento do aluno após os estudos de recuperação; II. Considerar se o aluno está em condições de prosseguir os estudos na série seguinte; III. Poderá ser aprovado no Conselho de Classe, o aluno que necessitar para a sua aprovação 50% das disciplinas de sua Grade Curricular, a saber: -. Uma disciplina: Média Final igual ou superior a 4,5 (quatro vírgula cinco); 6 -. Duas disciplinas: Média Final igual ou superior a 4,5 (quatro vírgula cinco) em uma das disciplinas e igual ou superior a 5,0 (cinco vírgula zero) na outra; -. Três disciplinas: Média Final igual ou superior 5,0 (cinco vírgula zero), em duas das disciplinas e igual ou superior a 5,5 (cinco vírgula cinco) na outra; -. Quatro ou cinco disciplinas: Média Final igual ou superior a 5,0 (cinco vírgula zero) em uma das disciplinas e igual ou superior a 5,5 (cinco vírgula cinco) nas demais disciplinas. 3.2. DEMAIS FUNÇÕES Equipe Pedagógica Professores Pedagogos e Coordenação da Educação de Jovens e Adultos. 6 Compete à Equipe Pedagógica: Subsidiar a Direção na definição do Calendário Escolar; organização das classes; implementação dos programas de ensino e projetos pedagógicas; rendimento do trabalho escolar; Plano Anual do Estabelecimento de Ensino e outros. Orientar e acompanhar o Corpo Docente na implementação dos programas de ensino e projetos pedagógicos; os planos de recuperação; seleção de livros didáticos; adaptação de estudos; currículos, rendimento escolar e outros; Orientar a Biblioteca escolar, para a garantia de seu espaço pedagógico. Corpo Docente Compete ao Corpo Docente: Juntamente com a Equipe Pedagógica, elaborar o Currículo Pleno; escolher os livros didáticos; elaborar planos de recuperação e processos de avaliação escolar; Desenvolver as atividades em sala de aula; participar de reuniões, encontros, grupos de estudos, seminários; assegurar que ocorra a apreensão do conhecimento sem distinção de cor, raça, sexo, religião e classe social; manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas, alunos e pais de alunos. Participar de reuniões com toda comunidade escolar, bem como participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico do colégio. 6 Biblioteca Constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição de toda Comunidade Escolar. Equipe Administrativa É o setor que serve de suporte ao funcionamento de todos os setores do Estabelecimento de Ensino, proporcionando condições para que os mesmos cumpram suas reais funções. É composta por Secretária, Assistentes Administrativos, Auxiliares de Biblioteca e Auxiliares de Mecanografia. Participar de reuniões com toda comunidade escolar, bem como participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico do colégio. Secretaria É o setor que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração escolar e correspondência do Estabelecimento. Serviços Gerais 6 Têm a seu encargo o serviço de limpeza, manutenção, preservação, segurança e merenda escolar do Estabelecimento e é composto por: serventes, merendeiras, vigia e inspetores de alunos. Participar de reuniões com toda comunidade escolar, bem como participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico do colégio. 3.3- REGIMENTO ESCOLAR O Regimento Escolar aprovado pelo Parecer 140/00 NRE/SEF e homologado pelo Ato Administrativo 195/00, compõe-se de 161 artigos, distribuídos em títulos assim dispostos: Título I Das Disposições Preliminares; Título II Da Gestão Escolar; Título III Da Organização e Regime Didático; Título IV Dos Direitos, Deveres, Proibições e Sanções da Comunidade Título V Escolar; Das Disposições Gerais e Transitórias. 3.4- O Livro Didático O Livro Didático será escolhido pelos professores e Equipe Pedagógica sob a Supervisão da Direção na época determinada pelo MEC/PNLD. Deverá atender ao currículo escolar e ser reaproveitável. Servirá de material de apoio a alunos e professores não tendo como função principal delimitar os conteúdos, mas, será antes, um elemento enriquecedor. 6 3.5- Plano de Formação Continuada para os Professores e Funcionários - Reuniões periódicas para troca de experiências e grupos de estudos; - Realização de cursos em parceria com empresas, editoras, Universidades, APMF, Prefeitura e outros; - Participação nos cursos ofertados pela SEED. - Promover o aperfeiçoamento e capacitação; - Proporcionar a melhoria na qualidade de ensino; - Viabilizar a valorização profissional; Objetivos - Atender o disposto na Deliberação 04/06 – CEE quanto às Diretrizes Curriculares para a Educação Étnico- Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Responsabilidade e pessoas envolvidas - Equipe técnico - pedagógica; - Direção. Tempo No decorrer do ano letivo, sem prejuízo da carga horária para o aluno. Espaço Escolas, clubes e outros. Recursos Materiais 6 Sala de projeção; televisão; vídeo; apostilas; retro-projetor; projetor de slides; deliberações. 3.6- Plano de Avaliação - Levantar dados para a avaliação do trabalho da escola através de reuniões internas com a comunidade escolar, usando questionário e/ou “caixa de sugestões”. (semestralmente); - Utilização das avaliações realizadas pela SEED, MEC/SAEB, para diagnosticar as dificuldades encontradas no processo de ensino aprendizagem, com a finalidade de reestruturar a metodologia utilizada; - Realização de avaliações iniciais diagnósticas dos pré-requisitos essenciais para o desenvolvimento dos conteúdos a serem trabalhados no período letivo; - Realização de avaliações finais por série, para verificar a aquisição de conhecimentos dos conteúdos trabalhados no período letivo; - Informar a comunidade escolar a respeito dos resultados obtidos pela escola através de reuniões, jornal escolar, imprensa e outros meios de comunicação; - Elaboração de um plano de aplicação de recursos financeiros, bem como a sua divulgação com avaliações semestrais das metas atingidas. - A avaliação dos docentes e funcionários obedecerão às normas estabelecidas pela SEED. 6 3.7- Organização da Sala de Aula Este Estabelecimento de Ensino optou pela organização por séries anuais, com base na idade, na competência e outros critérios, com a finalidade de desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania, fornecer-lhes meios para progredir em estudos posteriores e contribuir para que os jovens consolidem e aprofundem conhecimentos anteriormente adquiridos visando uma maior compreensão das ciências, das artes, das letras e de outras manifestações culturais, preservando sempre o caráter unitário da Lei. As salas de aulas serão formadas obedecendo-se os critérios estabelecidos nas orientações da SEED. A Gestão do tempo obedecerá aos princípios da LDB 9394/96, Matriz Curricular e demais normas pertinentes. 6 3.9 Atividades Escolares em Geral e as Ações Didático-Pedagógicas a serem Desenvolvidas durante o Tempo Escolar O Colégio Estadual Barbosa Ferraz – Ensino Fundamental e Médio realiza suas atividades escolares baseadas na Matriz Curricular e no Calendário Escolar. Alguns Projetos especiais são elaborados com vistas a ampliar o conhecimento e/ou reforçar a formação integral do educando. Para o ano letivo de 2006 este Estabelecimento de Ensino, desenvolverá projetos especiais os quais envolverão todas as disciplinas e séries. Serão priorizados Projetos estabelecidos pela SEED como: Jogos Colegiais, FERA, Com Ciência, Pré Vida e outros. Não serão permitidos projetos que envolvam parte do alunado de determinada série, que cause prejuízo às aulas. Os Projetos Especiais que envolvam apenas parte dos alunos de séries determinadas só poderão ser desenvolvidos em horário contrário das aulas normais. Os Projetos que envolvam a saída do aluno das dependências do Colégio devem ser autorizados previamente pela Direção e com a autorização por escrito dos pais ou responsáveis pelo aluno menor de idade. Também serão desenvolvidos pequenos projetos em sala de aulas pelos professores. Os projetos especiais contam com a parceria da comunidade, pais de alunos, APMF, Grêmio Estudantil e Conselho Escolar. 6 Data Comemorativa Tiradentes – 21/04 Tipo de Atividade Abordar Temas como: Periodicidade Finalidades 1 Semana Incutir no jovem a Descobrimento do Brasil – Cidadania; consciência de seus deveres 22/04 Conscientização dos direitos e deveres e diretos. do cidadão; Descobrir e incentivar as Ética e cidadania; Idealismo; lideranças, Corrupção; conscientes do seu papel na Lideranças; sociedade Independência e Soberania Nacional; altivos e independentes. Serão trabalhados cartazes, em debates, forma tornando-os como cidadãos de: pesquisas, entrevistas, vídeos de filmes ligados ao assunto. Jogos Interséries – 24 a Jogos em todas as modalidades, por 1 semana Desenvolver 28/04 convivência e socialização turma entre os alunos. regras de 6 Projeto FERA do Colégio – Apresentação de: 1 semana 03 a 07/07 Peças teatrais auto-estima, Jograis lhes o espírito de iniciativa, Músicas estimulando- criatividade, sentido de E outras apresentações culturais e mérito senso de artísticas Temas a responsabilidade. Recuperar em cada jovem a Danças Dia do Estudante – 11/08 Promover nos alunos a sua serem Atividades: abordados: Gravidez 2 Semanas Palestras; sua auto-estima e senso de na Vídeos; adolescência; Pesquisas; DST; Teatros; Drogas; Danças; Alcoolismo; Entrevistas; Prostituição; Videoquê; Violência no lar. Período e responsabilidade.. livre: fantasia, música. 7 Semana da Pátria Preleções e poesias; 1 Semana Despertar o civismo como Hasteamento da Bandeira e Hinos; cidadãos conscientes Homenagens; seus atos; Pesquisas e cartazes; Valorização Desfile Cívico; cada um na comunidade. do papel de de Cultos religiosos; Projeto Com Ciência Colégio – 25 a 29/09 Concurso de desenho. do Apresentação de trabalhos nas diversas 1 semana áreas do currículo Desenvolver a criatividade e o espírito investigativo nos alunos. 71 3.10- Avaliação, Classificação, Reclassificação, Promoção e Dependência A avaliação deve ser entendida como um aspecto de ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, diagnosticando seus resultados e atribuindolhes valor. A avaliação não se restringe ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno, é compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. A avaliação será diagnóstica, somativa, qualitativa, formativa, contínua, permanente e cumulativa, levando em consideração as atividades críticas a capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a memorização. Os resultados obtidos no processo de Avaliação servirão de Parâmetros para análise, reflexão e aperfeiçoamento de todo o processo, incidindo sobre a diversidade de aspectos que integram o desenvolvimento do ser humano nas suas 3 dimensões: cognitivo, relacional - social e afetivo emocional. Nesse momento é que o professor vai se informar sobre o que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo, para a partir daí, estruturar sua programação, definindo os conteúdos e o nível de profundidade em que devem ser abordadas. Será avaliado todo conhecimento adquirido pelo aluno para que ele possa ingressar na série seguinte. Essa avaliação será contínua, tendo caráter promocional e diagnóstica, tendo em vista o crescimento do educando para uma visão crítica, leitura do mundo, tomada de decisões frente à sua realidade e capacidade de interação e transformação. 72 Através da observação o professor poderá saber se houve ou não aprendizado. Ela deve característica principal ser o feita a todo comportamento momento, desse aluno tendo como perante as atividades do dia-a-dia. Para que a avaliação seja realizada de forma adequada tem que se levar em conta as estratégias cognitivas e meta cognitivas do aluno. Uma forma de se observar se há uma aprendizagem consensual em sala de aula, seria os alunos realizarem as atividades propostas pelo professor adequadamente e individualmente. A avaliação será bimestral sendo promovido para a série seguinte o aluno, que obtiver média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) à carga horária anual. O Estabelecimento utilizará como procedimentos do processo avaliativo: avaliações orais e escritas, atividades individuais ou em grupos, relatórios, entrevistas, apresentação de trabalhos, debates, pesquisas e outros recursos que o professor achar necessário. O aluno será avaliado: - 70 % da nota através de provas; - 30 % da nota através de pesquisas, atividades extra-classe, atividades realizadas em sala de aula escritas ou orais,etc. Não serão arredondadas as médias bimestrais; O Colégio ofertará uma nova oportunidade para a realização das provas, ao aluno que perder a prova marcada pelo professor, em caso de doença comprovada por Atestado Médico, por luto ou por falta justificada pelos responsáveis junto à Equipe Pedagógica, cuja prova o aluno ou seu responsável deverá requerê-la formalmente, dentro de 72h, (setenta e duas horas) após a realização da prova marcada normalmente pelo professor da sala, junto à equipe pedagógica, que marcará data e horário para a sua aplicação. 73 A recuperação para a compreensão dos conteúdos, direcionadas aos alunos com dificuldades de aprendizagem, será feita paralelamente em sala de aula pelo professor e fora do horário, ou monitoria realizada com alunos em estágio mais adiantado, com pesquisas, grupos de estudos com a apresentação de relatórios e com a realização de atividades extra-classe propostas pelo professor. A cada conteúdo trabalhado deve haver a preocupação de se fazer uma reflexão com o que foi trabalhado, observando os resultados da avaliação para reformular e aperfeiçoar os meios e os métodos de ensino, se preciso for, a fim de que o aluno supere suas dificuldades. O aluno com aproveitamento insuficiente, ficará submetido à realização das atividades indicadas e acompanhadas pelo professor da disciplina. Depois de cumpridas as propostas de Estudos de Recuperação de Conteúdos e as avaliações bimestrais, para a recuperação da nota, o aluno poderá ser submetido à avaliação especifica a critério do professor. Na Recuperação de Estudos, o professor deverá considerar a aprendizagem do aluno no decorrer do processo e para aferição da nota, entre a nota da Avaliação e da Recuperação, prevalecerá sempre a maior. 74 Os processos de classificação e reclassificação serão operacionalizados pela equipe técnico - pedagógica do Estabelecimento e representantes do Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho, que com o colegiado de professores procederão à avaliação dos alunos que pretendem a inserção na série compatível com a idade, experiência e desempenho, adquiridos por meios formais ou informais. Para a realização da avaliação dos alunos para fins de classificação ou reclassificação serão observadas a Deliberação nº 09/01 –CEE e Instrução Normativa 06/02. O Estabelecimento não adotará o Regime de Progressão Parcial, porém criará condições de atender aos alunos oriundos de Estabelecimentos que o ofertem. 3.11- Calendário Escolar Conforme a LDB, o calendário garantirá 800 horas e 200 dias letivos. Será garantido também as férias escolares 30 dias consecutivos no mês de janeiro e o restante dividido entre julho, dezembro e fevereiro. Feriado municipal e recessos serão adequados de acordo com as orientações emanadas da SEED. O planejamento será realizado pelo professor no início dos semestres letivos. As reuniões técnico - pedagógicas bem como as reuniões de pais, acontecerão ordinariamente bimestralmente em horário e dias extras ao calendário escolar, sem reduzir o número de horas letivas previstas em lei, ou extraordinariamente a qualquer momento que se fizer necessário. 75 VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PALMA Fº, João Cardoso. Discutindo uma Concepção Curricular para o Ensino Médio PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a Rede Pública Estadual de Ensino PARANÁ/SEED. Identidade do Ensino Médio – versão preliminar. 2006 PARANÁ/SEED. Diretrizes para o Ensino Fundamental a Rede Pública Estadual de Ensino – versão preliminar. 2006 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Ensino e avaliação: uma relação intrínseca à organização do trabalho pedagógico.In:Didática: o ensino e suas relações. Ilma P.A / org. Campinas,SP: Papirus,1996 MARTINS, R.B. Educação para a cidadania: o projeto político-pedagógico como elemento articulador.In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro; Escola: espaço do projeto político-pedagógico. Campinas,SP:Papirus,1998. VEIGA, Ilma Passos Alencastro; Projeto político-pedagógico: novas trilhas para a escola. Campinas, SP:Papirus. PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção de currículos inclusivos. Documento preliminar. PARANÁ/SEED. Inclusão e diversidade: reflexões para a construção do projeto político-pedagógico. LUCKESI, Cipriano C; Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo,Cortez Editora. GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola – princípios e propostas. São Paulo, Cortez Editora. CENPEC. Gestão, compromisso de todos. São Paulo. CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO – Deliberação nº 04/06. Curitiba,Pr. 76 MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO – Diretrizes Curriculares Nacionais – Brasília,DF. 77 V. PROPOSTA PEDAGÓGICA 1. APRESENTAÇÃO O Colégio Estadual Barbosa Ferraz – Ensino Fundamental e Médio, oferta parte da Educação Básica: o Ensino Fundamental (séries finais) e o Ensino Médio. Para a elaboração da Proposta Pedagógica do estabelecimento (parte integrante do Projeto Político Pedagógico) foram realizados vários encontros, além das capacitações descentralizadas ofertadas pela SEED, a fim de estudarem os textos e Diretrizes Curriculares da Educação Básica para as Escolas Públicas do Paraná (versão preliminar). Houve uma grande preocupação com o atendimento à diversidade social, econômica e cultural, que é particularmente significativa neste estabelecimento. Procurou-se adotar encaminhamentos pedagógicos que contemplem todos os alunos no processo de ensino e de aprendizagem, com o objetivo de não dar continuidade a uma política educacional excludente, em que a manutenção das desigualdades social tem marcado muito a vida de nossos alunos. Para os que não tiveram acesso à escolarização em idade própria, o estabelecimento, de acordo com a política da SEED, oferta a Educação de Jovens e Adultos. Esta modalidade, que atende alunostrabalhadores, tem como objetivos a formação humana e o acesso à cultura geral para que esses sujeitos tenham condições de participar política e produtivamente das relações sociais. Em relação aos alunos com necessidades educativas especiais houve a preocupação em atendê-los, tanto realizando a inclusão nas salas regulares, bem como a criação do Centro de Atendimento Especializado – D.A. e Salas de Recursos e de Apoio a Aprendizagem. Procurou-se proporcionar um ensino diferenciado, através da flexibilização e adaptação curricular, planejamento específico e atendimento especializado, visando à preservação da dignidade, o fortalecimento da identidade social e o 78 exercício da cidadania de cada um dos envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. 2. ENSINO FUNDAMENTAL De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº. 9394/96, o Ensino Fundamental será organizado em séries com os seguintes objetivos: ─ O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; ─ A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade; ─ O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; ─ O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Ao elaborar a Proposta Curricular para o Ensino Fundamental teve como referência as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental da Rede Pública do Estado do Paraná, organizadas em séries e por disciplina objetivando o zelo pela aprendizagem dos alunos. No que se refere às disciplinas da Base Nacional Comum e Língua Estrangeira, conforme as Diretrizes apresentam uma organização que privilegia o tratamento disciplinar dos conteúdos, organizados a partir dos conteúdos estruturantes. Os conteúdos estruturantes são saberes – 79 conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os diferentes campos de estudo das disciplinas escolares. São basilares e fundamentais para a compreensão do objeto de estudo e/ou de suas áreas, selecionados a partir de uma análise histórica da ciência de referência e/ou disciplina escolar. A fundamentação teórica – metodológica e avaliativa subsidiará cada professor para o redimensionamento de sua proposta curricular, com vistas a assegurar a todos os alunos o acesso e a aprendizagem de conhecimentos científico-tecnológicos, filosóficos, sociais, culturais e históricos que contribuam para o seu desenvolvimento integral. Serão considerados temas sociais essenciais como: gravidez na adolescência, transmissíveis, uso Aids, indevido de problemas drogas, doenças ambientais, o sexualmente desenvolvimento tecnológico, preconceitos e discriminações e outros. 3. ENSINO MÉDIO Ao longo da história, o Ensino Médio esteve voltado para dois extremos: preparar o aluno para o trabalho ou para dar continuidade aos estudos, contribuindo para a manutenção da sociedade Entretanto, torna-se necessário rever tal quadro de dualidade. vigente. 80 A duplicidade de demanda continuará existindo porque a idade de conclusão do ensino fundamental coincide com a definição de um projeto de vida, fortemente determinado pelas condições econômicas da família e, em menor grau, pelas características pessoais. Entre os que podem custear uma carreira educacional mais longa esse projeto abrigará um percurso que posterga o desafio da sobrevivência material para depois do curso superior. Entre aqueles que precisam arcar com sua subsistência precocemente ele demandará a inserção no mercado de trabalho logo após a conclusão do ensino obrigatório, durante o ensino médio ou imediatamente depois deste último. Vale lembrar, no entanto que, mesmo nesses casos, o percurso educacional pode não excluir, necessariamente, a continuidade dos estudos. Ao contrário, para muitos, o trabalho se situa no projeto de vida como uma estratégia para tornar sustentável financeiramente um percurso educacional mais ambicioso. E em qualquer de suas variantes, o futuro do jovem e da jovem deste final de século será sempre um projeto em aberto, podendo incluir períodos de aprendizagem – de nível superior ou não – intercalado com experiências de trabalho produtivo de diferentes naturezas, além das escolhas relacionadas à sua vida pessoal: constituir família, participar da comunidade, eleger princípios de consumo, de cultura e lazer, de orientação política, entre outros. A condução autônoma desse projeto de vida reclama uma escola média de sólida formação geral. Para a elaboração de tal proposta, devemos refletir sobre os interesses de nossos alunos, o que eles devem saber que conhecimento é importante e essencial, o que estes pretendem ser e quais os interesses fazem com que tal conhecimento esteja no currículo e não no outro. Assim, para a nossa Proposta Curricular de Ensino Médio, consideramos como ideal no processo de escolarização de tal nível, um 81 ensino que leve em conta o contexto da comunidade na qual estamos inseridos e, dentro desse contexto, sua cultura, o conteúdo sistematizado pelo homem até o momento e as tecnologias necessárias para se entrar no mercado de trabalho. Porém, um currículo que envolva a dimensão científica, artística e filosófica, pretendendo um sujeito crítico, capaz de compreender seu tempo histórico e nele agir com consciência vai além da proposta curricular da escola, pois envolve questões socioeconômicas, cuja solução vai além de suas competências. Assim, torna-se necessária uma grande reestruturação, que a nosso ver, primeiramente passa pela questão econômica e social, mas a escola não deve esperar parada e inerte por tal acontecimento. Precisamos de condições ideais de trabalho para alcançar nossos objetivos. Neste contexto o currículo da Educação Básica deve estar atento para contribuir com a totalidade do ser humano abordando concepções científicas do mundo cultural, moral, ético, físico e natural proporcionando condições para sua aplicabilidade além de também, buscar aspectos ligados à proteção ambiental, gestão de qualidade utilizando estratégias multidisciplinares visto que, o ser humano se relaciona, age e interage numa constante reflexão através de ação e interação a fim de transformálos e conseqüentemente atingir um mundo melhor. 4. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 82 A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. 5. SALAS DE RECURSOS De acordo com a Instrução nº. 05/04; LDBEN nº. 9394/96, Parecer nº. 17/01, Resolução nº. 02/01 do CNE e Deliberação nº. 02/03 do CEE/PR foram estabelecidos os critérios para o funcionamento das Salas de Recursos de 5ª a 8ª séries na área de Deficiência Mental e Distúrbios de Aprendizagem, para alunos egressos da Educação Especial ou que apresentem problemas de aprendizagem com atraso acadêmico significativo, que necessitam de apoio especializado complementar. Os alunos serão avaliados no Ensino Regular, pelo Professor da disciplina, professor especializado e equipe técnica pedagógica da Escola, com assessoramento de uma equipe multiprofissional (externa) e equipe do NRE e/ou SME, quando necessário e deverá enfocar conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática das séries iniciais, além das áreas do desenvolvimento. Terá seu funcionamento em turno contrário, com o máximo de 30 alunos e atendimento por intermédio de cronograma, preferencialmente por faixa etária. Para atuar na Sala de Recursos o professor deverá ter especialização em cursos de Pós-Graduação na área específica ou Licenciatura Plena com habilitação em Educação especial. O trabalho a ser desenvolvido deverá partir dos interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem específicas de cada aluno. Oferecer subsídios pedagógicos e contribuir para a aprendizagem dos conteúdos na Classe Comum observando as áreas de desenvolvimento – cognitiva, motora, sócio-afetiva e emocional, - de forma a subsidiar os 83 conceitos defasados com metodologias e estratégias diferenciadas, no processo de aprendizagem, para atingir o currículo da Classe Comum. 6. SALAS DE APOIO De acordo com a Resolução nº. 208/04 e tendo em vista o disposto na LDBEN 9394/96, o Parecer nº. 04/98 – CNE/CEB e a Deliberação nº. 007/99 foi criada a Sala de Apoio à Aprendizagem tendo em vista o número de alunos de 5ª séries que não estão lendo, escrevendo ou calculando, estendendo o tempo escolar, contemplando as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Terá seu funcionamento em horário contrário ao qual está matriculado. Para atender a Sala de Apoio o professor deverá ser habilitado nas disciplinas supracitadas e ter preferencialmente experiência em docência de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental. O Professor deverá assumir o compromisso de desenvolver um trabalho diferenciado, buscando metodologias que atendam as diferenças individuais dos alunos e contribuam decisivamente para a superação das dificuldades de aprendizagem nas 4 horas – aulas semanais – para cada uma das disciplinas ofertadas, necessariamente em aulas geminadas. O encaminhamento para a Sala de Apoio, bem como sua dispensa dela, é feito pelos professores regentes, assessorados pela equipe pedagógica do Colégio, através de avaliação diagnóstica. O professor regente da sala e a equipe pedagógica planejarão as atividades a serem desenvolvidas em conjunto com o professor da Sala de Apoio. A Avaliação deverá ser diagnóstica, processual e descritiva. Cabe a equipe pedagógica articular planejamento do professor. 7 - CENTRO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO – CAE– D. A. e acompanhar o 84 O Decreto Federal nº. 5.626/2006 regulamenta a Lei nº. 10.436/2002, que oficializa a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, em cumprimento aos objetivos da atual política pública educacional, de oferta e atendimento educacional especializado ao alunado com necessidades educacionais especiais. O CAE – no Colégio Estadual Barbosa Ferraz – EFM, busca concretizar o sonho de uma escola plural, aberta e flexível atendendo as diferenças e a diversidade cultural e social de seu alunado, desenvolvendo um trabalho compartilhado e comprometido em desenvolvendo as capacidades acadêmicas, cognitivas, afetivas, emocionais e sociais. Após ter sido detectada a dificuldade de comunicação pelos professores, a equipe pedagógica encaminha o aluno para uma triagem que deverá ser realizada por profissionais capacitados, e então ele é encaminhado ao CAE que lhe possibilitará o acesso, a permanência e o desenvolvimento de suas aptidões e a apreensão do conhecimento estabelecido no currículo. Para atuar no CAE, o profissional deve ter especialização na área de educação especial, desenvolver atividades relacionadas ao ensino e difusão da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – bem como atender às necessidades e aspectos sócio-culturais da deficiência auditiva na comunidade escolar. 85 VI. DIRETRIZES CURRICULARES 1. Educação Especial A LDB 9394/96 trouxe algumas inovações para a Educação Especial, com direito de inclusão escolar para alunos com necessidades educacionais especiais, como por exemplo, a legislação da Educação Infantil, incluindo a criança deficiente nessa etapa escolar. A flexibilização curricular deverá respeitar as diferenças, considerando que nenhuma intervenção poderá ser descontextualizada da realidade do aluno. Ao contrário do que imagina a maioria dos educadores, as ações de flexibilização e adequações curriculares, não são desenvolvidas apenas pelos professores em sala de aula, podendo seu universo ser pulverizado através de: ─ Projeto Político Pedagógico da Escola; ─ Sistema de Ensino (Secretarias Municipais ou Estaduais de Educação); ─ Planejamento do Professor. E Também, colocar em prática o ponto mais acessível e problemático do currículo: o equilíbrio harmônico entre o que é comum e o que é individual. O processo de flexibilização curricular, diante do desafio da inclusão, possui aspectos positivos, principalmente em relação ao papel da direção e equipe técnico-pedagógica, que tem base no apoio e suporte técnico, buscando formação continuada, com vistas à interação, na sua totalidade. No tocante aos professores, existe a pré-disposição para o trabalho com inclusão, com paradoxo negativo, verificado principalmente na falta de metodologia diferenciada. 86 Metodologia A nova metodologia tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio implica em desenvolver as capacidades da clientela escolar. Considerando suas características, onde o aluno é sujeito ativo no processo aprendizagem, e onde os métodos e conteúdos devem ser assumidos como papel central e é por meio deles que os propósitos da escola são operacionalizados, desenvolvendo a criatividade e implicando em nova postura por parte do Professor e toda a Equipe Pedagógica. Para o aluno alcançar o aprendizado, escola e professores de todas as disciplinas das Áreas do conhecimento precisam analisar os conteúdos, fazendo com que os alunos desenvolvam suas capacidades, permitindolhes se comunicar, situar-se em seu grupo, debater sua compreensão, aprender a respeitar e a fazer-se respeitar; dando ao aluno oportunidade de construir modelos explicativos, linhas de argumentação e instrumentos de verificação de contradições, criando situações em que o aluno é instigado ou desafiado a participar e questionar; valorizando as atividades coletivas que propiciem a discussão e a elaboração conjunta de idéias e de práticas; desenvolvendo atividades lúdicas, no qual o aluno deve se sentir desafiado pelo jogo do conhecimento e não somente pelos outros participantes. Fará parte do currículo a História e Cultura “Afro Brasileira, interdisciplinar buscando a superação de todo e qualquer tipo de discriminação e exclusão social, valorizando a cada indivíduo e todos os grupos que compõem a sociedade brasileira”. 87 Os professores para atingirem a real aprendizagem, pode se valer das seguintes estratégias: Projetos partindo da realidade, visando a interdisciplinaridade, atividades em grupo, debates, livros, televisão, vídeos, jornais, calculadoras, experiências, excursões, palestras, exposições, painéis, aulas práticas, aulas expositivas, momento de diálogo, do exercício da criatividade, do trabalho coletivo de elaboração do conhecimento, textos que propiciem a reflexão e pesquisas bibliográficas e de campo. 88 2. DISCIPLINA: ARTE – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral Na educação o ensino da arte amplia o repertorio cultural do aluno a partir dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizados, aproximando-o do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações. Para tanto, é necessário, no processo de ensino aprendizagem. o desenvolvimento de uma práxis de ensino de Arte, como a articulação entre a aspecto teórico e metodológico proposto para essa disciplina. Nessa proposta pretende-se que os alunos possam criar formas singulares de pensamentos, aprender e expandir suas potencialidades criativas. A partir das concepções da Arte e de seu ensino, estas diretrizes consideram alguns campos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do objeto de estudo dessa disciplina. O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objeto artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos. O pensamento, a sensibilidade e a percepção articulam-se numa organização que expressa esses pensamentos e sentimentos, sob a forma de representações artísticas como, por exemplo, palavras na poesia, sons melódicos na música; expressões corporais na dança, no teatro; cores, linhas e formas nas artes visuais. O conhecimento artístico está relacionado com o fazer e com o processo criativo. Considera desde o imaginário, a elaboração e a formulação do objeto artístico até o contato com o público. Durante esse processo, as formas resultantes das sínteses emocionais e cognitivas expressão saberes específicos a partir da experiênciação com materiais, com técnicas e com os elementos básicos constitutivos das Artes Visuais, da Dança, da Música e do Teatro. 89 O conhecimento contextualizado envolve o contexto histórico (político, econômico e sócio-cultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos explícitos e implícitos, possibilitando um aprofundamento na investigação desse objeto. Norteada pelo conjunto desses campos conceituais, a construção do conhecimento em arte se efetiva na inter-relação de saberes que se concretizam na experiência estética por meio da percepção, da análise, da criação/produção especificidades, e da esses contextualização campos histórica, conceituais são apesar de suas interdependentes e articulados entre si, abrangem todos os aspectos do objeto de estudo. Para o Ensino Fundamental as formas de relação da arte com a sociedade serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da arte com a sociedade serão tratadas numa dimensão ampliada, enfatizando a associação da arte com a cultura e da arte com a linguagem. Dessa forma, o aluno da educação básica terá acesso ao conhecimento presente nessas diferentes formas de relação da arte com a sociedade, e acordo com a proximidade das mesmas com o seu universo. Objetivos Gerais - Possibilitar ao aluno a percepção e a compreensão do saber estético e a construção de novos saberes artísticos por meio da alfabetização estética, da compreensão dos elementos formais, intelectuais e vivenciais, por meio de uma relação entre o fazer e a leitura destes e dos diversos fazeres, inseridos no tempo e no espaço. - Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos diversos em arte (artes visuais, danças, musica, teatro) de modo que os utilize nos trabalhos pessoais identificando-os e interpretando-os na apreciação e contextualização cultural de modo a utilizá-los na leitura do dia a dia. 90 Conteúdos A disciplina de Arte no Ensino Fundamental contempla as linguagens das artes visuais, da dança, da música e a do teatro e os conteúdos estruturais selecionados por essa disciplina vem constituir a base para a prática pedagógica. Esses conteúdos serão desenvolvidos visando atender todos os alunos, levando-se em conta sua limitações e necessidades de encaminhamento especiais. Elementos básicos das artes visuais: Imagem: representações simbólicas de uma idéia percebida de forma sensorial. a) forma e configuração visível do conteúdo, delimitação do espaço visual: Suporte: tamanho, espaço, materiais; Espacialidade: leitura de imagens bidimensionais e tridimensionais, compreendendo ponto, linha, figura/fundo e simetria; Texturas: próprias e produzidas. Movimento: ritmo e equilíbrio. b) Luz: radiação magnética que provoca uma sensação visual. Sombra: intensidade; Cor: pigmentos (teoria da cor); Composição; figurativa e abstrata. Produções/manifestações artísticas das artes visuais: - Imagens Bidimensionais (desenhos, pinturas, propaganda visual, murais, cartazes, gravuras, mosaicos, texturas composições, caricaturas, design, colagens, poesias, leitura e releitura de obras artísticas, etc.). Imagens Tridimensionais (maquetes, dobraduras, esculturas, etc.) 91 Dança: Elementos básicos da linguagem da dança e Produções de manifestações artísticas da dança: Movimento: ação corporal articulada no tempo e no espaço. A dança como manifestação cultural; Dança folclórica. Composições coreográficas; Improvisações coreográficas. Música: Elementos básicos da linguagem da Música e produções artísticas: Som; Ritmo; Melodia; Harmonia; Instrumentos musicais (analise de diferentes instrumentos musicais); Audição de diferentes estilos musicais; Canto: músicas folclóricas e populares; Teatro: 1- Elementos básicos da linguagem do teatro: Personagem. Organização dramática a partir de: Expressões gestuais; mímica, jogos dramáticos, fantoches, músicas, poesia; Temas folclóricos (lendas brasileiras). Apreciação Artística - Arte rupestre, arte indígena, arte africana, e arte paranaense. - Arte na consolidação da sociedade brasileira. 92 - Arte moderna. Ensino Médio Áreas Elementos Formais Conteúdos Estruturantes Composição Movimentos e Períodos Conteúdos Específicos 93 Ponto Figurativa Arte Pré-histórica Linha Abstrata Arte no Egito Antigo Superfície Figura/fundo Arte Grego-Romana Textura Bidimensional/tridim Arte Pré-Colombiana nas Artes Volume ensional Américas Visuais Luz Semelhanças Arte Ocidental Cor Contrastes Arte Africana Ritmo visual Arte Medieval Gêneros Renascimento Barroco Altura Técnicas Ritmo Duração Melodia Timbre Harmonia Intensida Intervalo melódico de Intervalo harmônico Densidad Tonal e Modal Musica Gêneros Técnicas Teatro Personag Improvisação Representação em: Sonoplastia/iluminçã Expressõ o/ce- es nografia/figurino/car Corporais acte- , vocais, rização/maquiagem/ gestuais adereços e faciais. Jogos teatrais Ação Roteiro Espaço Enredo cênico Gêneros Moviment Técnicas Ponto de apoio Neoclassicismo Romantismo Realismo Impressionismo Expressionismo Fauvismo Cubismo Abstracionismo Dadaísmo Surrealismo Op- Art Pop- Art Teatro pobre Teatro do oprimido Musical serial Musica eletrônica Rap, funk, techo Musica minimalista Arte engajada Hip hop Dança moderna Vanguardas artísticas o corporal Salto e queda Arte brasileira Tempo Arte paranaense Rotação 94 Metodologia A abordagem dos conteúdos (conhecimentos) não deve ser feita somente com aulas teóricas e sim estar contido no sentir e perceber e no trabalho artístico, pois o conhecimento em arte se efetiva somente quando os três elementos são trabalhados. Cabe ao professor possibilitar aos alunos o acesso às obras de arte para que os mesmos possam familiarizar-se com as diversas formas de produção da arte. Este eixo também envolve a leitura dos objetos da natureza e da cultura em uma dimensão estética. A prática artística (trabalho criador) é a expressão privilegiada do aluno, é o momento do exercício da imaginação e da criação. A arte não pode ser aprendida como forma abstrata, o processo de produção do aluno acontece quando ele interioriza e se familiariza com os processos artísticas r humaniza os sentidos. A partir desses encaminhamentos metodológicos, o aluno organizará conceitos considerados essenciais para que possa gradualmente entender as produções artísticas no tempo e no espaço, percebendo-se sujeito de sua realidade humano-social numa percepção exigente, critica e criativa. Nas Artes Visuais, o professor explorará as visualidades em formato bidimensionais, tridimensionais e virtuais, podendo trabalhar as características especificas contidas na estrutura, na cor, nas formas e na disposição desses elementos no espaço. Em dança, o principal elemento básico a ser estudado é o movimento. Na Linguagem Musical, há que se priorizar no tratamento da linguagem a simples percepção e memorização dos sons percebidos no cotidiano, a escuta consciente e as distribuições dos sons numa estrutura musical. Na linguagem Teatral será explorado na aprendizagem, o conhecimento por meio do ato de dramatizar. 95 Os saberes específicos em arte, das diferentes linguagens artísticas, objetivam viabilizar a integração deste ás manifestações e produções artístico-culturais, entendendo os alunos como sujeitos que constroem e são construídos historicamente. Critérios de Avaliação A avaliação na disciplina de Arte proposta pela diretriz curricular é diagnóstica e processual. A avaliação em arte deverá levar em conta as relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em arte e a sua realidade, evidenciada tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva desenvolvidas a partir desses saberes. Deve ser compreendida como elemento integrador entre a aprendizagem e o ensino. A sistematização da avaliação se dará na observação e registro dos caminhos percorridos pelo aluno em seu processo de aprendizagem, acompanhando os avanços e dificuldades percebidos em suas criações/produções. A avaliação do aproveitamento escolar incidirá sobre o desempenho do aluno em várias situações de aprendizagem, utilizando instrumentos diversificados e em varias oportunidades deve ser um processo continuo, envolvendo não apenas os conhecimentos adquiridos, mas também Omo instrumento de reflexão das ações das partes envolvidas. Bibliografia Apostila de Arte do curso Nobel. Apostilas do positivo. Séries: 5ª a 8ª do Ensino Fundamental e 1ª a 3ª do Ensino Médio. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 96 BRASIL, Lei de diretrizes e base da educação nacional. Brasília: 1996. Enciclopédias Barsa e Delta Larousse. FISCHER, Ernest. A Necessidade da arte. GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. MARCHESI, Isaias Jr.. Atividades de educação artística. Vol 1, 2, 3, 4. MELO, Everaldo e outros. Integrando as artes. Vol 1, 2, 3,4. O Mundo da Arte. O Mundo dos Museus. OLIVEIRA, Magali Guedes. Hoje é dia de arte. Vol 1, 2, 3, 4. OSTROWER, Fayga. Criatividade e processo de criação. ___________. Universos da ate. SEED. Apostilas da EJA, editadas pelo Governo do Estado do Paraná. _____. Livro didático do ensino médio: arte. Secretaria da Educação. VASCONCELLOS, Telma e NOGUEIRA, Leonardo. Reviver nossa arte. Vol 1, 2, 3, 4. YAJIMA, Eiji. Plástica: educação artística. Vol 1, 2, 3, 4. PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares para as Escolas Públicas do Paraná, Arte, versão preliminar. 97 3. DISCIPLINA: CIÊNCIAS – ENSINO FUNDAMENTAL Apresentação Geral Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos à as volta e aprender com eles, a ciência já estava presente, embora não apresentasse o caráter sistematizador do conhecimento. Buscando sempre satisfazer suas necessidades cotidianas, em um determinado período de sua evolução, a partir das observações que fazia da natureza, aperfeiçoou técnicas fabricou instrumentos, aprendeu a armazenar o excesso de suas produções, etc. Assim, aprendeu a formular teorias, crenças e valores. Durante toda a história, processos importantes marcaram o pensamento da humanidade e em conseqüência, a ciência. Marcas que tanto foram positivas como negativas, uma vez que o desenvolvimento tecnológico movido pelos avanços da ciência ou vice-versa determina e é determinado por relações de poder implícitas. Resultado de uma construção humana coletiva, o conhecimento científico, tem suas aplicações, é falível, intencional e está diretamente relacionado com o avanço da tecnologia e com as relações sociais e está, portanto em permanente transformação. Dessa forma não existem neutralidade e objetividade absolutas e as afirmações científicas precisam ser vistas como provisórias e nunca aceitas como completas ou definitivas. Quando analisamos a educação e o currículo de Ciências, em cada momento histórico, percebemos que o seu desenvolvimento seguiu uma trajetória de acordo com os interesses políticos, econômicos e sociais de cada período, 98 determinando assim várias mudanças de foco do processo de ensino e de aprendizagem. As Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental – DCCEF – (versão preliminar-2008) obstáculos conceituais apontam para provenientes superação do de chamado “conhecimentos prévios” (LORENCINI JÚNIOR, 2000), ou seja, aquele conhecimento adquirido pelo aluno fora da escola através das vivências, experiências e interações que estabelece no seu dia-a-dia. Dessa forma, espera-se que o ensino de Ciências promova: (...) a superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos, rompendo obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições de se estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais; de saber utilizar uma linguagem que permita comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos conceitos científicos algo significativo no seu cotidiano. (DCCEF- VERSÃO PRELIMINAR, 2008, p.25). Apontam também para a superação de estratégias de ensino que “privilegiam atividades de estímulo, resposta, reforço positivo, objetivos operacionais e instrução programada” (MOREIRA, apud DCCEF, 2008) e defendem a adoção de estratégias que possibilitem a aprendizagem significativa, que implica, porém em que o aluno atribua um significado pessoal aos conteúdos já elaborados e culturalmente já existentes. Para que isso ocorra é preciso que ele estabeleça relações não arbitrárias (mediadas pelo professor) entre os conhecimentos que ele já possui e os conteúdos específicos que ele deve aprender. Para Ausubel (apud MOREIRA, 2006, p.153), a aprendizagem significativa “é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto especificamente relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo (...)”. 99 Assim, a aprendizagem significativa só ocorrerá quando o aluno possuir uma estrutura de conhecimento específica – para Ausubel, (apud MOREIRA) o subsunçor - que servirá de “ancoradouro” para a nova informação. Assim, o subsunçor permite ao aluno atribuir significado a nova informação, dessa forma haverá interação e não uma simples associação entre a estrutura de conhecimento específica e a nova informação, característica da aprendizagem significativa. Ausubel (apud MOREIRA, 2006) considera ainda como condição para a aprendizagem significativa, o uso de material potencialmente significativo. Para ele isso ocorre quando o conteúdo a ser aprendido, a nova informação, é relacionável ou incorporável à estrutura cognitiva do aluno, isso pressupõe, no entanto, a existência de subsunçores adequados. Porém, Ausubel (apud MOREIRA, 2006) também defende a necessidade de que o aluno manifeste disposição para a aprendizagem significativa, ou seja, é necessário que a intenção do aluno vá além de apenas memorizar o conteúdo, o que tornaria mecânicos, tanto a aprendizagem como o seu produto. É preciso atentar, portanto que a aprendizagem não ocorrerá se o aluno não estiver disposto a aprender, mas também que se o material não for potencialmente significativo, mesmo que o aluno esteja disposto a aprender, a aprendizagem não será significativa. Dessa forma, a construção de significados pelo aluno, necessária à uma aprendizagem significativa é (...) o resultado de uma complexa rede de interações composta por no mínimo três elementos: o estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor de Ciências como mediador do processo ensino aprendizagem. O estudante, nesse processo de construção de conhecimento é visto como responsável final pela aprendizagem ao atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos escolares. O professor determina as estratégias que possibilitam um maior ou menor grau de generalização e especificidade dos significados construídos. É também, do professor, a responsabilidade por orientar e direcionar tal processo de construção. (DCC – versão preliminar, 2008, p. 26) 10 A importância da mediação no processo de atribuição de significados e construção de conhecimento é defendida principalmente por Vygotsky (1998). A perspectiva vygotskyana admite a influência do meio social no processo de interiorização, o indivíduo reconstrói o significado exterior em interior, através de uma mediação explícita ou implícita, carregada de significados sociais e históricos. Assim as informações que chegam ao indivíduo não são absorvidas diretamente do meio. Elas são sempre intermediadas pelas pessoas que o rodeiam. Da mesma forma o indivíduo não reage como um espelho apenas refletindo o que aprende. As informações intermediadas são reelaboradas numa espécie de linguagem interna, que caracteriza a aprendizagem. Nenhum conhecimento é então construído pelo indivíduo sozinho, mas sim em parceria com os outros, que são os mediadores. É através dessa aprendizagem adquirida nas relações com os outros que construímos os conhecimentos que permitem o desenvolvimento mental. Portanto para Vygotsky (1998) a aprendizagem precede o desenvolvimento e os dois processos são interdependentes. Vygotsky ainda distingue dois níveis de desenvolvimento: 1 - Desenvolvimento efetivo: caracterizado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. 2 - Desenvolvimento potencial: caracterizado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. Para Vygotsky o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem ocorrem através de saltos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal – ZDP, que definiu como “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes” (l998, 10 p. 112). Em outras palavras a ZDP é o que separa a pessoa de um desenvolvimento que está próximo mais ainda não foi atingido. Nessa perspectiva deve-se levar em consideração a necessidade de mediação entre os diferentes níveis de desenvolvimento, e, para tanto, na escola o professor e os colegas mais experientes podem ser esses possíveis mediadores. As Diretrizes Curriculares de Ciências (versão preliminar -2008) propõem: “trabalhar com os conteúdos científicos escolares e as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais, considerando a Zona de desenvolvimento proximal” (...), (...) com atenção ao limite superior da zona de desenvolvimento proximal, em processo de interação social (DCCEF – versão preliminar, 2008, p. 27). Nesse processo, o professor de Ciências “é o participante que já internalizou significados socialmente compartilhados para os materiais educativos do currículo e procura fazer com que o aprendiz também venha a compartilhá-los” (MOREIRA, apud DCC – versão preliminar, 2008, p. 25) OBJETIVOS GERAIS O processo de ensino e aprendizagem de Ciências deverá fornecer subsídios ao aluno para que ele seja capaz de: • Compreender que a Ciência não é um conjunto de conhecimentos definitivamente estabelecidos, mas que se modificam ao longo do tempo e que são construídos pela cooperação dos membros de toda uma comunidade de pesquisadores; • Compreender os conceitos científicos básicos de modo que possa entender melhor os fenômenos, sobretudo aqueles relacionados ao cotidiano e acompanhar as descobertas científicas divulgadas pelos meios de comunicação, avaliando os aspectos éticos dessas descobertas; • Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente transformador do mundo em que 10 vive e onde se relaciona de maneira essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente; • Reconhecer as relações entre o conhecimento científico, a tecnologia e a sociedade, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, podendo assim posicionar-se de maneira crítica, responsável, construtiva e ética frente às produções tecnológicas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e do homem; • Utilizar conceitos científicos básicos para formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas da realidade social; • Colocar em prática conceitos e procedimentos desenvolvidos no aprendizado escolar, agindo como sujeito transformador da sociedade onde vive, seja através da suas próprias atitudes ou da cobrança perante as autoridades governamentais; • Conhecer o próprio corpo e dele cuidar valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. CONTEÚDOS As Diretrizes Curriculares de Ciências para Ensino Fundamental organiza os vários saberes que constituem essa disciplina em cinco conteúdos estruturantes: Astronomia, Matéria, Sistemas biológicos, Energia e Biodiversidade. A proposta desse documento, é que professor: (...) trabalhe com os cinco Conteúdos Estruturantes em todas as séries, a partir da seleção de conteúdos específicos que sejam adequados ao nível de desenvolvimento cognitivo do estudante. Para o trabalho pedagógico, o professor deverá manter o necessário rigor conceitual (não banalização do conhecimento científico) e adotar uma linguagem adequada à série, além de problematizar os conteúdos a partir das realidades regionais e considerar os limites 10 e possibilidades dos livros didáticos de ciências (DCC – versão preliminar, 2008, p. 29). De acordo com essas orientações o Currículo de Ciências ficou assim definido: 5ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ASTRONOMIA 1. Aspectos históricos 2. Universo 2.1. Sistema Solar 2.1.1. Considerações básicas: sol, planetas, satélites 2.2.Galáxias e Constelações 3. Planeta Terra 3.1.Movimentos: considerações básicas 3.2.Esferas Inorgânicas 3.2.1. Atmosfera: o ar em volta da Terra 3.2.2. Litosfera CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA 1. Estrutura da Matéria: considerações básicas 1.1. Átomo 1.2. Elementos Químicos 1.3. Molécula 2. Ciclos biogeoquímicos 2.1. Nitrogênio 2.2. Carbono 2.3. Oxigênio CONTEÚDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLÓGICOS 1. Características dos Seres Vivos 2. Células: aspectos básicos 3. Vírus Sistema imunológico 4. 5. 6. 7. 8. Moneras Protista Fungos Invertebrados Doenças relacionadas aos seres vivos 10 CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ENERGIA 1. Sol: fonte primária de energia CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIODIVERSIDADE 1. Classificação dos Seres vivos 2. Diversidade dos Animais 3. Ecologia 3.1. Fatores bióticos e abióticos 3.2. Fotossíntese 3.3. Cadeia e teia alimentar 6ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ASTRONOMIA 1. Sistema Solar 1.1. Abordagem básica e geral das condições físicas e químicas do Sol 1.2. Condições físico-químicas dos planetas 2. Planeta Terra 2.1. Esferas Inorgânicas 2.1.1. A hidrosfera CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA 1. Estrutura da matéria 1.1. Substância e mistura: considerações básicas 1.2. Corpo e objeto 1.3. Fenômenos físicos e químicos 2. Propriedades da Matéria: 2.1. Propriedades Gerais 2.2. Propriedades específicas 3. Fases da matéria e mudanças de fase CONTEÚDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLÓGICOS 1. As plantas 10 2. Animais vertebrados CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ENERGIA 1. Introdução ao estudo da energia 1.1. Formas de energia 1.2. Transformação de energia 1.3. Conservação de energia CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIODIVERSIDADE 1. Ecologia 1.1. O ambiente dos seres vivos – aspectos gerais 2. Ecossistemas 2.1. Terrestre 2.2. Marinha 2.3. Águas Continentais 3. Relações ecológicas 3.1. Relações harmônicas 3.2. Relações desarmônicas 7ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ASTRONOMIA 1. Planeta Terra 1.1. Posição da terra no Sistema Solar 1.2. Movimento de translação 1.2.1. Aquecimento: radiações 1.2.2. Estações do ano e duração dos dias e das noites 1.3. Relação entre os movimentos da Terra e da Lua: marés CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA 1. Substância e mistura 1.1. Classificação das substâncias químicas 1.2. Tipos de mistura 1.3. Métodos de separação CONTEÚDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLÓGICOS 1. Níveis de organização do organismo humano 1.1. Célula 1.1.2. Aspectos morfofisiológicos básicos 1.1.3. Composição química 1.1.4. Diferenças entre célula animal e vegetal 10 1.2. Tecidos, órgãos e sistemas 2. Funções Vitais 2.1. Nutrição 2.1.1. Digestão 2.1.2. Circulação 2.1.3 Respiração 2.2. Relação 2.2.1. Locomoção 1. Doenças relacionadas aos seres vivos CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ENERGIA 1. Obtenção transformação da energia dos nutrientes 2. Transferência de energia entre sistemas: calor 2.1. Calor e temperatura 2.2. Transferência de calor 2.3. Dilatação térmica CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIODIVERSIDADE 1. O ser humano e o ambiente 1.1. Ação do ser humano nos biomas 1.1.1. Degradação ambiental 8ª SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ASTRONOMIA 1. Dinâmica do Universo e Teoria da Gravitação Universal 2. Astronáutica 2.1. Desenvolvimento 2.2. Aplicações CONTEÚDO ESTRUTURANTE: MATÉRIA 1. Estrutura do átomo 2. Elemento Químico 3. Classificação dos elementos químicos CONTEÚDO ESTRUTURANTE: SISTEMAS BIOLÓGICOS 1. Funções Vitais 1.1. Relação 1.1.1. Órgãos do sentido 1.2. Coordenação 10 1.2.1. Coordenação nervosa 1.2.2. Coordenação endócrina 2. Função de Conservação da Espécie 2.1. Reprodução 2.1.1. Aspectos gerais 2.1.2. Desenvolvimento embrionário 2.2. Hereditariedade 3. Doenças relacionadas aos seres vivos CONTEÚDO ESTRUTURANTE: ENERGIA 1. Ondas mecânicas e eletromagnéticas 1.1. Ondas 1.2. Som 1.3. Luz CONTEÚDO ESTRUTURANTE: BIODIVERSIDADE 1. Teoria da Evolução 2. Ação do ser humano nos biomas 2.1. Comprometimento do meio ambiente 2.2. Alterações no Planeta 2.3. Degradação ambiental 3. Poluição e Saúde 3.1. Efeitos biológicos da poluição 3.2. Medidas antipoluentes 3.3. O futuro do planeta OBSERVAÇÃO As temáticas de História e Cultura Afro-brasileira e Africana previstas trabalhadas ao na longo Lei 9.394 das de quatro 20/12/1996 séries do serão Ensino Fundamental. METODOLOGIA Propõem-se nessas Diretrizes, que o ensino de Ciências ocorra: (...) por meio de uma integração conceitual que estabeleça relações entre os conceitos científicos escolares de diferentes Conteúdos Estruturantes da 10 disciplina (relações conceituais; entre eles e os conceitos das diferentes disciplinas do Ensino Fundamental (relações interdisciplinares); entre os conteúdos científicos escolares e o processo de produção do conhecimento científico (relações contextuais) (DCCEF- versão preliminar, 2008, p. 29). (...) para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociadas em áreas de conhecimento físico, químico ou biológico, que estabeleçam relações interdisciplinares com vistas a contribuir para o entendimento de conceitos envolvidos e do objeto de estudo de Ciências e, sejam abordados envolvendo contextos tecnológicos, social, cultural, ético, político, entre outros que envolvem. (DCCEF – versão preliminar, 2008, p.33) Dessa forma o encaminhamento metodológico para o ensino da disciplina de Ciências deve “propiciar a integração dos conceitos científicos e valorizar o pluralismo metodológico”, (DCC – versão preliminar, 2008, p. 32), ou seja, não pode ficar restrito a um único método. Deve ainda, o professor de Ciências ao selecionar a estratégia a ser utilizada, levar em consideração o nível cognitivo dos alunos. Algumas possibilidades de encaminhamentos possíveis são: • Problematização da realidade; • Contextualização; • Interdisciplinaridade; • Pesquisa bibliográfica; • Leitura científica; • Observação; • Atividade experimental; • Recursos instrucionais: mapas conceituais, mapas de relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros; • Entrevistas; • Trabalho de campo; 10 • Jogos e simulações; • Visitas a locais e entidades; • Palestras; • Debates; • Seminários; • Projetos individuais e em grupos; • Atividades coletivas envolvendo música, desenho, poesia, livros de literatura, jogos didáticos, dramatizações, história em quadrinhos, painéis, murais, exposições e feiras, entre outras. Para o desenvolvimento das atividades, poderão ser utilizados: • DVD’s, CDs; • CD-ROM’s educativos; • Softwares livres; • Revistas e jornais; • Transparências; • Material de laboratório; • Cartazes; • Livros didático e para-didáticos; • TV pen drive CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO De acordo com o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, a avaliação deve ser contínua e cumulativa, em relação à aprendizagem do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. No texto das DCCEF (versão preliminar-2008, p. 41), “a ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois pode propiciar um momento de interação e construção de significados, no qual o estudante também pode aprender”. Ainda, segundo esse documento: (...) a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, 11 nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias provocativas que envolvem diferentes recursos pedagógicos e instrucionais. É fundamental que se valorize o que se chama de ‘erro’, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de diversos instrumentos de ensino e avaliação (DCCEF – versão preliminar, 2008, p. 42) A avaliação se dará ao longo de processo de ensino e aprendizagem, de forma sistemática. Os critérios utilizados no processo avaliativo levarão em consideração os seguintes aspectos: • O conhecimento que os alunos possuem sobre os conteúdos, a prática social desses alunos; • A capacidade do aluno em confrontar seus conhecimentos prévios com os conteúdos específicos e de relacioná-los no seu cotidiano; • O quanto o aluno compreende a necessária relação entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos trabalhados nos conhecimentos específicos; • Em que medida o aluno consegue relacionar aspectos sociais, políticos, econômicos e éticos envolvidos na relação ciência, tecnologia e sociedade e que está presente nos conteúdos específicos; • A capacidade de o aluno compreender o quanto os conhecimentos científicos abordados nos conteúdos específicos se aplicam à sua prática social. BIBLIOGRAFIA AUSUBEL, D. P. Educational psycohology: a cognitive view. (2ª Ed) Nova York, Holt Rinehart and Winston, 1978 apud MOREIRA. M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006 Diretrizes Curriculares de Ciência para o Ensino Fundamental – Versão preliminar - 2008 LORENCINI JR, A. O Professor e as perguntas na construção do discurso reflexivo em sala de aula. Dissertação de doutorado. Faculdade de Educação da USP, 2000. 11 VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. 4. DISCIPLINA: BIOLOGIA – ENSINO MÉDIO Apresentação Geral A Biologia , como uma Ciência , ao longo da história da humanidade, vem construindo modelos para tentar explicar e compreender o fenômeno VIDA. Com isto, estuda os seres vivos quanto: sua origem, classificação e distribuição; mecanismos de funcionamento; evolução das espécies, e , manipulação do material genético pelo homem. A proposta é apresentar a Biologia a partir da concepção de Ciência como construção humana, buscando na História e na filosofia da Ciência a fundamentação necessária para a construção do pensamento biológico. O conhecimento cresce em ritmo acelerado na área biológica, faz-se necessário que o educador além de estar em constante atualização conceitual dê ênfase a relação entre o conteúdo e a vida prática do aluno; ciência então é uma construção e não uma repetição histórica e filosófica 11 de conteúdos, isto é, os conhecimentos de Biologia no ensino médio não representam o resultado da apreensão contemplativa da natureza em si, mas os modelos teóricos elaborados pelo homem ( paradigmas teóricos), que representam o esforço para entender , explicar , utilizar e manipular os recursos naturais. Objetivos Gerais - Adquirir os conhecimento específicos em Biologia, permitindo ampliar e reformular seus conceitos e seu vocabulário científico para poder Ter pleno entendimento dos termos científicos usados com frequência em nossa vida, como: DNA, clonagem, genoma, efeito estufa, transgênicos, tornando assim o nosso ensino construtivo, agrotóxicos, mata-ciliar, lixo urbano, células-tronco, etc. - Desenvolver o pensamento biológico de forma a permitir a reflexão sobre a origem , o significado, a estrutura orgânica e as relações do objeto de estudo das discilplina ( vida) - Perceber e avaliar a importância do desenvolvimento da Biologia, ao longo do tempo, observando a evolução da cura de determinadas doenças como o câncer, antes sem esperança, e o empenho dos cientistas para a cura de outras, a prevenção para determinadas doenças com o uso da vacina, outro conhecimento importante são as propriedades terapêuticas das plantas. - Transferir os conhecimentos adquiridos em biologia para a vida diária visando a melhoria da qualidade de vida e a manutenção de sua propriedade existência: exigindo dos governantes respeito à saúde pública, melhoria na produção de alimentos, como também de utensílios em geral. 11 - Conscientizar os alunos sobre o respeito que se deve Ter a toda espécie de vida, ao planeta, enfatizando o conhecimento de assuntos de assuntos como: o Meio Ambiente, Ecologia, Ecossistema, Desmatamentos, a conservação da flora, etc. - Capacitar para a uma leitura mais crítica do mundo, momento histórico em que vivemos, sentindo-se parte dele e com o compromisso de transformá-lo para o seu próprio bem estar e de quem a rodeia. Conteúdo Geral (Estruturantes) Organização dos Seres Vivos Justificativa ─ Utilizar estes temas como instrumentos para que a aprendizagem tenha significado. Esses conceitos devem ser trabalhados durante todo o Ensino Médio, sendo articulado com outros assuntos; ─ A Classificação dos seres vivos é uma tentativa de compreender toda a diversidade biológica, agrupando e categorizando as espécies extintas e existentes; ─ O estudo dos organismos possibilita a compreensão da vida com manifestação de sistemas organizados e integrados em constante interação com o ambiente físico-químico. Mecanismos Biológicos Justificativa 11 ─ Estes temas privilegiam o estudo o estudo dos mecanismos que explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos funcionam; ─ É importante possibilitar situações de aprendizagem a partir das vivências dos alunos, compreendendo o papel de todos os sistemas existentes no corpo humano, como, o sistema imunológico, que age na defesa contra agentes invasores; ─ O propósito é compreender a construção de conceitos científicos na Biologia. Biodiversidade Justificativa ─ Este tema possibilitará ao aluno compreender o sistema complexo de conhecimentos biológicos, interagindo num processo integrado, envolvendo a variabilidade genética, a diversidade dos seres vivos, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e com a natureza; ─ O estudo das características biológicas dos diversos povos é de suma importância, pois possibilita ao aluno conhecer melhor a cultura afro-brasileira. Implicações dos Avanços Biológicos no Fenômeno Vida Justificativa Este contexto possibilita ao aluno observar os avanços da genética molecular, as biotecnologias aplicadas, aspectos bioéticos dos avanços biotecnológicos, como: fertilização em vitro, células-tronco, clonagem, eutanásia, entre outros. 11 A Ciência e a Tecnologia são conhecimentos que interferem no contexto da humanidade. Todo cidadão tem o direito em saber as novas tecnologias e como elas irão afetar a sua vida. Metodologia A Biologia, assim como todas as ciências nasce do homem, portanto é um produto social. Desta maneira o ensino de Biologia deve se valer da própria prática social como ponto de partida para o aprendizado, levantando os conhecimentos prévios dos alunos. Em seguida, o professor problematizará o assunto, levando o aluno a perceber que precisa ir além do que já tem e provocá-lo a isso. Depois desse momento , o professor fornecerá os instrumentos para que o aluno faça essa transposição ,que poderão ser os mais diversos( pesquisas, visitas, simulações, etc..). Na catarse, o professor volta a problematização e vai obserrvar se o aluno consegue dar conta de responde-la. Por fim, todo aprendizado deve ter um retorno à prática social, onde o aluno vai devolver o que aprendeu ao seu grupo de convívio. 5-Critérios de Avaliação A avaliação é um dos aspectos que devem favorecer uma reflexão crítica do processo de ensino e de aprendizagem, assim , a avaliação em Biologia, deve ser utilizada como um instrumento de aprendizagem que permite fornecer um feedback adequado para promover o avanço dos alunos. A avaliação é um instrumento reflexivo, que permite ao professor e ao aluno um conjunto de ações pedagógicas para a superação de dificuldades. A partir desses pressupostos, a avaliação em Biologia se valerá dos mais diversos instrumentos( trabalhos, pesquisas, debates, 11 dissertações) que permitam ao aluno perceber suas dificuldades e ao professor apontar caminhos para superá- las. Bibliografia BRASIL. Diretrizes curriculares de biologia para o ensino médio. SEED. Diretrizes curriculares de biologia preliminar. Paraná: 2006. _____. Livro didático público. Paraná: 2006. – versão 11 5. DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral A Educação Física componente curricular pretende articular e refletir sobre as necessidades atuais de ensino buscando superar a visão fragmentada de homem, aliando os valores culturais aos conhecimentos sistematizados, procurando proporcionar ao educando um senso crítico e participativo, tomando consciência e entendimento do corpo e sua complexidade, tornando possível uma abordagem mais ampla no campo biológico, antropológico, sociológico, filosófico e político das práticas corporais. Tem como objeto de estudo no Ensino Fundamental a cultura escolar atuando na corporalidade e do Ensino Médio a cultura corporal e os seus indicativos para fundamento geral o materialismo histórico. Os conteúdos estruturantes do Ensino Fundamental a “ Expressividade Corporal” e do Ensino Médio a Ginástica, Esporte, Dança, Lutas e Jogos. Objetivos Gerais Educação Física enquanto disciplina tem como objetivo valorizar e oportunizar as manifestações corporais a partir de diferentes possibilidades de expressão, proporcionando aos educandos uma prática escolar voltada para a busca da autonomia, a partir do reconhecimento consciente de cada indivíduo. Permitir a interação, o conhecimento, à partilha de experiências que viabilizem a reflexão e a inserção crítica no mundo. Favorecer a vivência social humana, oportunizando uma maior valorização das diferentes culturas. Promover a humanização das relações sociais. 11 Conteúdos Ensino Fundamental: Conteúdo Estruturante: ─ Expressividade corporal Conteúdos Específicos: ─ Manifestações esportivas; ─ Manifestações ginásticas; ─ Brincadeira, brinquedo e jogos; ─ Manifestações estético-corporais na dança e no teatro. ENSINO MÉDIO Conteúdos Estruturantes: ─ Ginástica; ─ Esporte; ─ Dança; ─ Lutas; ─ Jogos. Conteúdos Específicos: ─ Ginástica; ─ Esporte; ─ Dança; ─ Lutas; ─ Jogos. Metodologia 11 Os conteúdos de Educação Física do ensino fundamental, do médio e da EJA são praticamente os mesmos, o que muda é a metodologia. No ensino fundamental pretende-se por meio das práticas corporais, através do esporte, da dança, da ginástica, dos jogos brinquedos e brincadeiras, irem além da dimensão motriz, levando em conta as várias experiências; manifestações pelo corpo, de alegria, raiva, dor, violência, preconceito, sexualidade, etc. O tratamento dado na 7º e 8º série terá maior amplitude, complexidade e aprofundamento. O ensino médio tem como base à concepção crítico- superadora sendo abordados segundo o principio da complexidade crescente, onde um mesmo conteúdo pode ser discutido tanto na primeira como na terceira série, mudando, portanto, o grau de complexidade que possivelmente o professor irá apresentar, estabelecendo diferenças de entendimento e de relações entre o conteúdo e possíveis elementos articuladores. A proposta para a organização metodológica da EJA deve levar em consideração a cultura, haja visto que dela emanam todas as manifestações humanas, entre elas, o trabalho e o tempo. Portanto, é necessário manter o foco na diversidade cultural, percebendo, compartilhando e sistematizando as experiências vividas pela comunidade escolar, estabelecendo relações a partir do conhecimento que esta detém para a (re) construção de seus saberes. Deve-se buscar permanentemente o conhecimento que dialogue, de forma dinâmica e histórica. Organizar um modelo próprio para esta modalidade de ensino de Educação Básica, que propicie condições adequadas, permitindo a satisfação das necessidades de aprendizagem dos educandos e suas especificidades, tendo em vista que a seleção de conteúdos e as respectivas metodologias para o seu desenvolvimento representem um ato político, pedagógico e social, tendo como referencia a realidade na qual onde educandos e educadores estão inseridos onde os educandos percebam que o conhecimento tem a ver com o seu contexto de vida e que é repleto de significação. 12 Critérios de Avaliação A avaliação da disciplina de Educação Física deve buscar uma coerência entre a concepção defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e aprendizagem. Deve estar vinculado ao Projeto Político Pedagógico da escola, com critérios estabelecidos de forma clara sendo diagnóstica, cumulativa, continua e formativa. Cabe ao professor a partir da avaliação diagnóstica, planejar e propor encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas. Será um processo contínuo, permanente e cumulativo, possibilitando assim que os alunos reflitam e se posicionem criticamente com o intuito de construir uma suposta relação com o mundo. Bibliografia BRASIL. Diretrizes curriculares para o ensino fundamental. Brasília: 2006. ______. Diretrizes curriculares para o ensino médio. Brasília: 2006. SEED. Diretrizes curriculares para a educação de jovens e adultos. Paraná: 2006. 12 6. DISCIPLINA: ENSINO RELIGIOSO – ENSINO FUNDAMENTAL Apresentação Geral O apresentar Histórico marcos da disciplina importantes na de Ensino constituição Religioso deste pretende componente curricular, tendo em vista a definição de diretrizes curriculares que orientem a sua implementação nas escolas da rede pública estadual. O ensino Religioso era, tradicionalmente, o ensino da Religião católica romana, Religião oficial do império conforme determinava a constituição de1824. Após a proclamação da República o ensino passou a ser laico, público, gratuito e obrigatório, rejeitando, portanto, a hegemonia católica que exercia até o monopólio do ensino. A partir da Constituição de 1934, o Ensino Religioso passou a ser como disciplina na escola pública, porem, com matricula facultativa. Na década de 1960, surgiram debates, retomando a questão da liberdade religiosa. Nesse contesto, o Ensino Religioso perdeu sua função catequética, passou a ser intensamente questionado. Porém, as aulas continuavam a ser ministradas por professores leigos e voluntários. Nessas condições, a identidade do ensino religioso como disciplina escolar foi muito fragilizada. Na LDB 4024/61, o Ensino Religioso deve ser matricula facultativa, sem ônus para o poder público. No regime militar foi expresso pela Lei nº 5692/71, cita que “o ensino religioso de matricula facultativa constituirá disciplina dos horários normais dos estabelecimentos oficiais de 1º e 2º graus”. O Ensino Religioso na LDB 9394/96, no artigo 33, adota o principio de que o ensino religioso é parte integrante essencial na formação do ser humano como pessoa e cidadão, sendo de responsabilidade do Estado a sua educação pública. O que busca hoje o Ensino Religioso é a inserção dos conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos das suas paisagens e símbolos sem perder de vista as relações culturais, sociais, políticas econômicas de que são impregnadas. 12 Assim, o currículo deve subsidiar os alunos na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre interferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado. Objetivos Gerais ─ Ampliar a abordagem curricular no que se refere à diversidade religiosa: ─ Resgate do sagrado busca explicitar a experiência que perpassa as diferentes culturas expressas tanto nas religiões mais sedimentares como em outras manifestações mais recentes; ─ Analisar e compreender o sagrado como cerne da experiência religiosa do cotidiano que o contextualiza no universo cultural. ─ Ensinar e aperfeiçoar nos alunos o conjunto de normas que empregam para desenvolver as faculdades éticas e morais do educando; ─ Transmitir aos alunos maneiras do indivíduo se comportar através dos bons hábitos, com responsabilidade que lhe cabem para que sejam cidadãos conscientes no futuro promovendo a compreensão, a tolerância, à amizade a e paz entre todos. Conteúdos Estruturantes: Símbolo, Textos Sagrados e Paisagem Religiosa SÍMBOLO ─ A cultura, de modo geral, se sustenta por meio dos símbolos que são criações humanas e que possuem a função básica de comunicar idéias.; 12 ─ Os símbolos são partes essenciais da vida humana, todo humano se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas. TEXTOS SAGRADOS ─ Eles abrangem as comunicações expressas nas pinturas de corpos, paredes, vitrais, danças e outros. Enfim abordam diferentes formas de linguagem alem daquelas escritas ou transmitidas pela forma oral e escrita entre outras; ─ Assim, o que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que se transmite uma mensagem vinda do ente sagrado ou ainda favorece uma aproximação entre os adeptos e o sagrado. PAISAGEM RELIGIOSA ─ Entende-se como paisagem religiosa o lugar ou os espaços geográficos que remetem as experiências do sagrado. O homem consagra certos espaços por que necessita viver e conviver, ele precisa locomover-se num mundo sagrado, que passam a assumir significados diversos. Transformando-se num lugar especialmente simbólico, que resulta das crenças existentes entre tradições religiosas. 5ª série - O Ensino Religioso na escola pública - Respeito à diversidade religiosa - Lugares sagrados - Textos orais e escritos sagrados - Organizações religiosas 12 6ª série - O universo simbólico religioso -Ritos: tradições, manifestações religiosas, transformações presentes - Festas religiosas - Vida e morte: tradições/manifestações religiosas e suas relações com o sagrado. Metodologia Ao analisar o quadro apresentado faz-se necessário à superação de modelos lineares e fragmentado de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitem uma análise mais complexa da sociedade. Assim o ensino de aprendizagem visa a construção e a produção de conhecimento e que, por conseqüência, se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da duvida – real ou metódica – do confronto de idéias de informações discordante e, também, da exposição competente de conteúdos formalizados. No âmbito escolar as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser tratado nas aulas de ensino religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que delas decorem e as constituem. As diferenças culturais são abordadas, de modo a ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente, e que, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais. Por fim destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e as suas manifestações são significativos para todos os alunos durante o processo de escolarização, por propiciarem subsídios para compreensão de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade. 12 Critérios de Avaliação Retomada de algumas lacunas identificadas no processo de apropriação dos conteúdos pelos alunos, para aquisição de elementos visando redirecionar os níveis de aprofundamento a serem adotados em relação aos conteúdos que irá desenvolver posteriormente superando preconceito, de toda forma de proselitismo e discriminação de qualquer expressão do sagrado. A disciplina é facultativa, não será necessária a apresentação denotas para aprovação, porém serão feitos trabalhos e apresentações para averiguações da participação compromissada para o aprimoramento dos conhecimentos. Bibliografia ASSINTEC. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2ª ed. 1998. CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimológico nova fronteira da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2 ed. 1997. Documentos da SEED. ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes. 1992. REVISTA. As grandes religiões do mundo. São Paulo: Ed. Paulinas. PARANÁ. Diretrizes Curriculares para as escolas públicas do Paraná, Ensino Religioso – versão preliminar,SEED. 12 7. DISCIPLINA: FÍSICA – ENSINO MÉDIO Apresentação Geral Entende-se que o ensino da Física deve enfatizar fenômenos físicos com redução da ênfase na formulação Matemática, sem perder a consistência teórica, vendo a importância da compreensão da evolução dos sistemas físicos, e suas aplicações na sociedade contemporânea. Qualificando temas da Física Moderna, lembrando que a física é uma ciência em processo de construção. A Física tem como objetivo de estudo o universo, em toda a sua complexidade. Por isso a disciplina de Física propõe aos estudantes o estudo da natureza que permite elaborar modelos de evolução cósmica, investigar os mistérios do mundo microscópico das partículas que compõe a matéria, ao mesmo tempo permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos materiais, produtos e tecnologias. Objetivos Gerais Compreender conceitos, leis, teorias e modelos mais importantes da Física, desenvolver habilidades para medir e quantificar os parâmetros relevantes, sua evolução histórica que permitam uma visão global dos processos que ocorrem na natureza presentes no seu dia-a-dia (tanto pessoal quanto profissional), proporcionando uma formação científica básica que condiz com sua realidade social. Conteúdos Estruturantes MOVIMENTOS ─ Quantidade de movimento (momentum) e inércia ─ A conservação do momentum ─ Variação da quantidade de movimento e impulso: 2a. Lei de Newton 12 ─ Conceito de equilíbrio e 3a. Lei de Newton ─ Potência Movimentos retilíneos e curvilíneos ─ Gravitação Universal ─ A energia e o principio da conservação da energia ─ Sistemas oscilatórios: movimentos periódicos, oscilações num sistema de massa mola, ondulatória, acústica. ─ Movimentos dos fluídos: propriedades físicas da matéria, estados de agregação, viscosidade dos fluídos, comportamento de superfícies e as interações mecânicas. ─ Introdução aos sistemas caóticos. TERMODINÂMICA ─ Leis da Termodinâmica: Lei Zero da Termodinâmica, equilíbrio térmico, propriedades termométricas, medidas de temperatura; ─ 1a. Lei da Termodinâmica: máquinas térmicas, á idéia de entropia, processos irreversíveis/reversíveis; ─ 3a. Lei da Termodinâmica: as hipóteses da sua formulação, o comportamento da matéria nas proximidades do zero absoluto; ─ A idéia da Termodinâmica desenvolvidas no âmbito da Mecânica Quântica e da Mecânica Estatística. A quantização da energia no contexto da Termodinâmica. ELETROMAGNETISMO ─ Conceitos de carga elétrica e pólos magnéticos; 12 ─ As Leis de Maxwell: Lei de Coulomb, Lei de Gauss, Lei de Faraday, Lei de Ampére e Lei de Lenz; ─ Campos elétrico e magnético, as linhas de campo; ─ Força elétrica e magnética, Força de Lorentz; ─ Circuitos elétricos e magnéticos: elementos do circuito, fontes de energia num circuito; ─ As ondas eletromagnéticas: a luz como onda eletromagnética; ─ Propriedades da luz como onda e como partícula: A Dualidade onda-partícula; Óptica Física e Geométrica. A dualidade da matéria; ─ As interações eletromagnéticas, a estrutura da matéria. Justificativa Os conteúdos abordados nesta proposta têm como finalidade fazer com que o aluno compreenda que a produção do conhecimento cientifico é parte da cultura humana. Toda a tecnologia tem grande importância no conhecimento de Física e faz parte do cotidiano do aluno. Por isso, é importante buscar-se o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da ciência e da tecnologia as diversas transformações culturais, sociais e econômicas. Abordar o uso da história da ciência pode ajudar os professores a encontrar estruturas das concepções espontâneas de seus alunos. O conhecimento passado, as idéias e suas relações econômicas e sociais podem ajudar a entender a ciência como parte da realidade que se relaciona com outras atividades humanas e transformar a Física em algo 12 compreensível, fazendo uma ponte entre as idéias espontâneas e o conhecimento científico. Metodologia Uma das grandes dificuldades na transferência do conhecimento é a metodologia, que é um conjunto de procedimentos para facilitar a ação do professor. Portanto, não se trata de elaborar novas listas de tópicos de conteúdo, mas sim dar ênfase a novas dimensões buscando trabalhar a interdisciplinaridade assumindo que a Física é uma ciência em produção, um objeto humano construído e produzido nas relações sociais. O processo de ensino aprendizagem deve partir do conhecimento prévio trazido pelos estudantes. A experimentação no ensino da Física é importante se entendida como uma metodologia de ensino que contribui para fazer a ligação entre a teoria e a prática. O saber matemático não pode ser um pré-requisito para ensinar Física. É preciso localizar os conteúdos a serem trabalhados num contexto social, econômico, cultural e histórico tudo isso usando a interdisciplinaridade. Critérios de Avaliação Se o objeto é garantir o objetivo de estudo da Física, então ao avaliar deve-se considerar a apropriação do conteúdo pelos estudantes. Considerar o progresso dos estudantes quanto aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das idéias e a não neutralidade da ciência. 13 Deve-se buscar sempre, uma avaliação do processo de aprendizagem como um todo, não só para verificar o aprendizado, mas para a partir dela, o professor encontrar subsídios para intervir. Bibliografia BRASIL. Diretrizes curriculares de física para o ensino médio – versão preliminar. Brasília: 2006. 13 8. DISCIPLINA: GEOGRAFIA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral Estudar a Geografia é uma forma de compreender o mundo em que vivemos. O campo de preocupação em Geografia é o espaço da sociedade humana, em que homens e mulheres vivem e ao mesmo tempo, produzem modificações que (re) constroem permanentemente. Até a década de 1970 a Geografia era ensinada seguindo a tendência tradicional, sem reflexão a cerca da sociedade, do espaço, dos meios, enfim, uma disciplina meramente decorativa onde se enumeravam nomes de países, capitais e os diversos acidentes geográficos. Isso também se deve ao momento político que vivíamos. No final da década de 1970, descontentes com a situação política, social e educacional do país, os intelectuais da área iniciaram um movimento de renovação conhecido como Geografia Crítica, adotando o materialismo histórico e dialético para os estudos geográficos e para o ensino de Geografia. Nesse momento já era consenso que a Geografia escolar deveria mudar, passando posteriormente pela reformulação de currículos, discussões sobre eles, sua aprovação e implementação. Seguindo esta tendência, em 1990 o Estado do Paraná propõe uma ruptura com a Geografia Tradicional, com a publicação do Currículo Básico para a Escola Pública. Nesta década, surgem a LDB e os PCNs, balizando as formações curriculares a nível nacional. Neste contexto, a partir de 2003 começaram a ser construídas as Diretrizes Curriculares para nortear a prática pedagógica dos professores de Geografia e das demais disciplinas curriculares no Paraná. Assim, nesta diretriz, assume-se a retomada do trabalho pedagógico por meio de teorias críticas da educação e da Geografia, sem ortodoxias. É no espaço geográfico que se realizam as manifestações da natureza e as atividades humanas. Para nos posicionar inteligentemente diante desse espaço temos de conhecê-lo bem. Há muito tempo o homem vem transformando o espaço natural em seu benefício. Assim os 13 problemas da Geografia, não dizem respeito apenas aos geógrafos, mas, longe disso, referem-se a todos os cidadãos. Ser cidadão na nossa época significa antes de tudo estar integrado criticamente na sociedade, participando ativamente de suas transformações. Para isso, devemos refletir sobre o nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até o planetário, pois a Geografia, por meio das teorias críticas, é um instrumento indispensável para empreendermos essa reflexão, que deve ser a base de nossa atuação no mundo. Objetivos Gerais ─ Ampliar a consciência espacial e o raciocínio geográfico a partir do aprofundamento das reflexões acerca dos conteúdos desenvolvidos em sala; ─ Formar e fortalecer valores sociais e democráticos, valores de respeito um ao outro em seus diversos aspectos, sejam eles culturais, religiosos, políticos socioeconômicos e outros; ─ Análise da Geografia (relações espaço-temporais e relações Compreender a organização sócioespacial e refletir sobre ela a partir das categorias sociedade-natureza); ─ Formar conceitos geográficos. Conteúdos Os conteúdos específicos serão desenvolvidos de acordo com os conteúdos estruturantes apresentados para a disciplina Geografia, que são: A Dimensão Econômica da Produção do/no Espaço; Geopolítica; Dimensão Sócio-ambiental e Dimensão Cultural e Demográfica. Ensino Fundamental 13 A Dimensão Econômica da Produção do/no Espaço Tal conteúdo estruturante tem relação direta com os demais conteúdos estruturantes, pois ao reproduzir seus meios de subsistência, as diferentes sociedades transformação transformam envolvem relações o de meio e poder, tais processos padrões de culturais e tecnológicos, afetando em diversos níveis o espaço. As lógicas das relações de produção capitalistas englobam questões sócio-ambientais, políticas, econômicas e culturais, que se materializam na construção do espaço geográfico. Seguem alguns conteúdos específicos que poderão ser abordados neste conteúdo estruturante, podendo esta, ser ampliada: ─ Os setores de economia; ─ Sistemas de circulação de mercadorias, pessoas, capitais informações; ─ Sistemas de produção industrial; ─ Agroindústria; ─ Globalização; ─ Acordos e blocos comerciais; ─ Economia e desigualdade social; ─ Dependência Tecnológica. Dimensão Sócio-ambiental Neste conteúdo estruturante, propõe-se reflexões sobre a lógica das relações sociedade-capital-natureza, colocando-se como questões centrais à produção do espaço geográfico e as necessidades criadas pelas diferentes sociedades que culminam na exploração de diversos recursos naturais para satisfazê-las nessa sociedade capitalista e os reflexos desta transformação que se evidenciam na paisagem. Dentre os conteúdos propostos, sugere-se: ─ As eras geológicas; 13 ─ Os movimentos da Terra no Universo e suas influências (Rotação e Translação); ─ As Rochas e Minerais; ─ O ambiente urbano e rural; ─ Movimentos sócio-ambientais; ─ Classificação, fenômenos atmosféricos e mudanças climáticas; ─ Rios e bacias hidrográficas; ─ Sistemas de energia; ─ Circulação e poluição atmosférica; ─ Desmatamento; ─ Chuva ácida; ─ Buraco na Camada de Ozônio; ─ Efeito Estufa (Aquecimento Global); ─ Ocupação de áreas irregulares; ─ Desigualdade social e problemas ambientais; Geopolítica Neste conteúdo estruturante aborda-se as relações de poder e domínio sobre os territórios; as diversas instâncias e instituições, oficiais ou não, que governam os diferentes territórios, que deverão transitar nas diversas escalas (micro a macro); o papel do Estado e das forças políticas não estatais (ONGs, narcotráfico, crime organizado etc.) e as relações de fronteiras orientadas por motivos econômicos, culturais e sociais. Assim, propõem-se os seguintes conteúdos específicos, que poderão ser ampliados: ─ Blocos econômicos; ─ Formação dos Estados Nacionais; ─ Globalização; ─ Desigualdade dos países: Norte x Sul; ─ Recursos Energéticos; ─ Guerra Fria; 13 ─ Conflitos Mundiais; ─ Políticas Ambientais; ─ Órgãos Internacionais; ─ Neoliberalismo; ─ Biopirataria; ─ Meio Ambiente e Desenvolvimento; ─ Estado, Nação e Território; ─ Movimentos Sociais; ─ Terrorismo; ─ Narcotráfico. Dinâmica Cultural e Demográfica Vivemos em um mundo dinâmico, heterogêneo, complexo e desigual, resultado da mobilidade e do avanço do meio técnico-científicoinformacional que proporciona mais velocidade aos deslocamentos de indivíduos, capitais, instituições e informações. Nestes conteúdos estruturantes, deverão ser analisadas as informações que imprimem marcas nos territórios, produzem e reproduzem territorialidades e as relações político e econômicas que influenciam nessa dinâmica. Neste momento, as questões demográficas da constituição do espaço geográfico são centrais, bem como as constituições regionais, que se diferenciam em função, dentre outras, das especificidades culturais. Neste conteúdo estruturante, propõe-se os seguintes conteúdos específicos: ─ O êxodo rural; ─ Urbanização e favelização; ─ Fatores e tipos de migração e imigração e suas influências no Espaço Geográfico; ─ Histórias das migrações mundiais; ─ Estrutura etária; ─ Formações e conflito étnico-religiosos e raciais; 13 ─ Consumo e consumismo; ─ Movimentos sociais; ─ Meios de comunicação; ─ Estudo dos Gêneros (masculino, feminino, entre outros); A identidade nacional e processo de globalização. ─ Tanto os Conteúdos Estruturantes como os Conteúdos Específicos, serão trabalhados em todas as séries do Ensino Fundamental, devendo ser retomados sempre que houver necessidade. Ensino Médio No Ensino Médio serão trabalhados todos os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos propostos para o Ensino Fundamental, mas os conteúdos específicos serão retomados num nível maior de complexidade e profundidade que no Ensino Fundamental, pois se subentende que os alunos já tenham um conhecimento prévio, em função das séries já cursadas. Cultura Afro-Brasileira As diversas nações africanas que foram trazidas ao Brasil tiveram papel primordial no desenvolvimento econômico, social e cultural de nossa sociedade, influenciando na produção e na transformação do espaço geográfico. Assim, a cultura afro-brasileira será trabalhada em todos os conteúdos estruturantes, possibilitarem. Metodologia sempre que os conteúdos específicos 13 Para desenvolver os conteúdos específicos, propõe-se que sejam trabalhados de forma crítica e dinâmica, abordando-os a partir do enfoque de cada Conteúdo Estruturante, possibilitando ao aluno compreender os diversos desdobramentos que um mesmo conteúdo específico pode sofrer. Durante o processo o professor deve estar atento para a formação de conceitos geográficos básicos (região, paisagem, espaço, lugar, território, sociedade), utilizando para tal, todos os recursos disponíveis (aula de campo, recursos audiovisuais, cartografia e outros). Critérios de Avaliação A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional determina a avaliação formativa, que é desenvolvida no processo de ensino- aprendizagem, devendo ser diagnóstica e contínua, considerando que os alunos possuem ritmos e processos de aprendizagem diferenciados, apontando assim, as dificuldades, possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo tempo. Atualmente valoriza-se a análise e formulação de conceitos geográficos como: território, lugar, região, paisagem e outros, o que dá uma nova dimensão ao ensino de Geografia, pois as análises espaciais são feitas enfocando tais conceitos e sua construção pelos alunos, ou seja, procurando estimular a reflexão. Assim, procura-se refletir sobre a realidade, a sociedade e a dinâmica do espaço que está sendo analisado, ou seja, ao qual pertence tal realidade. No processo avaliativo, a avaliação formal e somativa não será abandonada, mas junto a esta serão considerados aspectos que levem à reflexão crítica. Bibliografia LDP - Geografia / vários autores. Curitiba: SEED – PR, 2006. 13 SEED-PR. Diretrizes Curriculares de Geografia – Ensino Fundamental e Médio. SEED - PR, 2006. CASTELLAR, S. e MAESTRO, V. Geografia ( 5ª a 8ª série). SP: Quinteto Editorial, 2002. ADAS, M. e ADAS, S. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. SP: Moderna, 1998. SENE, E. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. SP: Scipione, 1998. 9. DISCIPLINA: HISTÓRIA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral A disciplina de História para o Ensino Fundamental e Médio tem como objetivo e ponto de partida uma reflexão sobre os princípios que determinam a construção da História como Ciência, bem como sobre os temas, objetivos e métodos essenciais da concepção tradicional do ensino da disciplina. A consciência histórica é a constituição do sentido da experiência no tempo, através da narrativa histórica, significando que o passado é compreendido em relação ao processo de constituição das experiências sociais, culturais e políticas, no domínio próprio do conhecimento histórico, esta compreensão passa a ter uma função de 13 orientação temporal na cultura contemporânea. Buscando assim, analisar as implicações das opções teórico-metodológicas para o ensino da História na formação e compreensão dos fatos históricos no cotidiano das atuais civilizações. Ela abrange fatores econômicos, sociais e políticos com estudos históricos como: o cotidiano, a visão dos vencidos, a situação da mulher, a mentalidade dos grupos sociais. Servindo de ponto de partida para que os alunos se exercitam o senso crítico e desenvolvam uma perspectiva conscientizadora. O aluno precisa ter conhecimento adquirido da história do seu país e da região em que vive, tornando-se um cidadão crítico construtivo, analisando as relações de trabalho, cultura e poder dentro da evolução da periodicidade histórica, fazendo uma ponte com o passado e o presente. Estudar História é adquirir consciência do mundo. Consciência do que fomos para transformar o que somos. Objetivos Gerais Estudar os processos históricos relativos às ações e às relações humanas praticadas no tempo, o sentido que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não consciência dessas ações, no que se refere ao modo de agir, pensar ou raciocinar, de representar, de imaginar, de instituir, enfim, de relacionar social, cultural e politicamente. Entender as relações dos seres humanos com os fenômenos naturais como: condições geográficas, físicas, biológica de uma determinada época e local, a partir das ações humanas. Compreender que um acontecimento histórico está relacionado a uma complexidade causal. Formar uma consciência histórica dos sujeitos a levá-los a entender que existem várias explicações e/ou interpretações para um determinado fato, alguns mais válidos historicamente do que outros. Perceber suas diferenças sociais e culturais, compreendendo sua sociedade e sua própria história. 14 Problematizar situações que levem em conta a diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem abandonar o conhecimento histórico. Esclarecer que a consciência histórica é inerente à condição humana em toda sua diversidade das práticas culturais dos sujeitos, sem abandonar o conhecimento histórico. Valorizar os diferentes sujeitos históricos através de investigação e sistematização de análises sobre o passado, possibilitando uma reflexão e superação de uma visão limitada dos fatos. Levar o aluno a levantar hipóteses e a pesquisar, tendo consciência de que são sujeitos da história, tornando-se críticos e participativos. Propiciar reflexões sobre conceitos específicos da área: tempo, espaço, cotidiano, cultura, sociedade, civilização, tecnologia, trabalho, economia, poder e classes sociais. Valorizar a democracia como regime político e modo de viver em que se reconhece e respeita os direitos fundamentais do ser humano. 14 5ª Série Conteúdos Estruturantes: Das Origens do Homem Ao Século XVI - Diferentes Trajetórias, Diferentes Culturas: Conteúdos Específicos Produção do Conteúdos Complementares conhecimento histórico: - A humanidade e a história: - O historiador e a produção do De onde viemos, quem somos, como sabemos? conhecimento histórico; - Tempo, temporalidade; - Fontes, documentos; - Patrimônio material e História com imaterial; - Pesquisa. Articulação da outras áreas do conhecimento: - Arqueologia, antropologia, paleontologia, geografia, sociologia, etnologia e outras; - Pré-história. Arqueologia no Brasil: Surgimento, desenvolvimento da - Lagoa Santa: Luzia (MG); - Serra da Capivara (PI); - Sambaquis (PR). humanidade e grandes migrações: - Paraná: Ameríndios Kaingang, Xokleng. A chegada América: surgimento do As primeiras civilizações na África, Europa e Ásia: do território brasileiro; - do homem na América. Povos indígenas no Brasil e no - Teorias Guarani, dos Xetá Europeus - Egito; - Hebreus, gregos, romanos. e na Península Ibérica nos séculos XVI e XV: cultura, sociedade e política: 14 - - Grandes navegações América descobrimentos); Astecas); (Des) encontros entre - Resistência e dominação; - Escravização; - Catequização. Formação da sociedade brasileira e americana: Os primeiros trinta anos do Reconquista do território; - Religiões: Organização cristianismo e islamismo. Os reinos e sociedades africanas - político(capitanias Manifestações Organização social (família patriarcal e escravismo); Escravidão de indígenas africanos; - Economia Songai, Benin, - Comércio; - Organização de-açúcar e minérios); - Invasões francesas; - Invasões holandesas. cana- Congo, (Zimbabwe) e político- administrativas; - Manifestações culturais; - Organização social; - Uso de tecnologias: engenho de açúcar, a batea, construção civil. (pau-brasil, Ifé, outros; culturais (sagrada e profana); - e judaísmo, Monomotapa hereditárias, sesmarias); - Maias e os contatos com a Europa: administrativa - (Incas, - Brasil; - As primeiras civilizações na (inovações técnicas e grandes culturas; - - Diáspora Africana. 14 6ª Série Conteúdos Estruturantes: Das Contestações A Ordem Colonial Ao Processo de Independência do Brasil – Século XVII Ao XIX: Conteúdos Específicos Expansão e Conteúdos Complementares consolidação do território: - Missões; - Bandeiras; - Renascimento; - Reforma e contra-reforma. - Invasões estrangeiras. Colonização do território “paranaense”: - Economia; - Organização social; - Manifestações culturais; - Organização político- administrativa. Movimento de contestação: - Independência das treze - Quilombos (BR e PR); colônias inglesas da América - Irmandades: do Norte; - manifestações religiosas-sincretismo; - Diáspora Africana; Revoltas nacionalistas: - Revolução francesa: . Inconfidência mineira; . Comuna de Paria. . Conjuração baiana; . Revolta da cachaça; . Revolta do maneta; . Guerra dos mascates. Chegada da família real ao Invasão napoleônica na Península 14 Brasil: Ibérica. - De colônia a Reino Unido; - Missões artístico-científicas; - Biblioteca nacional; - Banco do Brasil; - Urbanização da capital; - Imprensa régia. O processo de independência do Brasil: O processo de Independência das Américas: - Governo de D. Pedro I; - Constituição outorgada de - Haiti; - Colônias espanholas. 1824; - Unidade territorial; - Manutenção da estrutura social; - Confederação do Equador; - Província cisplatina; - Haitianismo; - Revoltas regenciais: Maitês, Sabinada, Balaiada, Caganagem, Farroupilha. 7ª Série Conteúdos Estruturantes: Pensando A Nacionalidade: Do Século XIX Ao XX – A Construção do Ideário de Nação no Brasil: Conteúdos Específicos A construção da nação: Conteúdos Complementares Revolução Industrial e relações - de trabalho (XIX e XX): Governo de D. Pedro II; 14 - Criação do IHGB; - Ludismo; - Lei de Terras, Lei de Euzébio de - Socialismo; Queiroz – 1850; - Anarquismo. - Início d imigração européia; Relacionar: Taylorismo, Fordismo, - Definição do território; - Movimento Toyotismo. abolicionista e emancipacionista; - A Guerra do Paraguai. Emancipação política do Paraná (1853): - Formação da classe operária no Paraná. - Economia; - Organização social; - Manifestações culturais; - Organização político- administrativa; - Migrações: internas (escravizados, homens libertos livres pobres) e e externas (europeus); - Os povos indígenas e a política O de terras. processo de abolição da Colonização da África e da Ásia; escravidão: - Legislação; Cultura Afro-Brasileira. - Resistência à negociação; - Discursos: . abolição; . imigração – Senador Vergueiro. - Branqueamento e miscigenação (Oliveira Vianna, Nina Rodrigues, Euclides da Cunha, Brasil; Silvio Romero, Sarmiento no na 14 Argentina). Os primeiros anos da República: - Idéias positivas; - Imigração asiática; - Oligarquia, Questão - coronelismo Movimentos na América Latina: Revolução Mexicana. e clientelismo; - agrária Primeira Guerra Mundial; de contestação: campo e cidade; Revolução Russa. - Movimentos messiânicos; - Revolta da vacina e urbanização do Rio de Janeiro; - Movimento operário: anarquismo e comunismo; - Paraná: . Guerra do Contestado; . Greve de 1917 – Curitiba; . Paranismo: regionalista movimento – Romário, Martins, Zaco Paraná, Langue de Morretes, João Turim. 8ª Série Conteúdos Estruturantes: Repensando a Nacionalidade Brasileira: Do Século XX ao XXI – Elementos Constitutivos Contemporaneidade: Conteúdos Específicos A semana dos 22 e o repensar da nacionalidade: - Economia; Organização social; Conteúdos Complementares Crise de 29. da 14 - Organização político- administrativa; - Manifestações culturais; - Coluna Prestes. A “Revolução” de 30 e o período Vargas (1930 a 1945): - Leis trabalhistas; - Voto feminino; - Ordem e Ascensão dos Regimes totalitários na Europa. Movimentos disciplina populares na no América latina. trabalho; - Mídia e divulgação do regime; - Criação do SPHAN, IBGE; - Futebol e carnaval; - Contestações à ordem; - Integralismo; - Participação do Brasil na II Guerra Mundial. Populismo no Brasil e na América Latina: Cárdeas – México; - Perón – Argentina; - Vargas, JK, Jânio Quadros e Guerra Fria. João Goulart – Brasil. Construção do Paraná Moderno: Governo de Moysés, Manoel Lupion, Ribas, Bento Munhoz da Rocha Neto e Ney Braga; - Frentes Independência das colônias afrobrasileiras. - - II Guerra Mundial. de colonização do Estado, criação da estrutura administrativa: Copel, Banestado, Sanepar, Codepar; - Movimentos culturais; - Movimentos sociais no campo Guerra Fria. 14 e na cidade: ex: revolta dos colonos década de 50 – sudoeste; - Os Xetás. O regime militar no Paraná e no Brasil: - na América Latina: Repressão e censura, ideológico dos meios uso - Política d boa vizinhança; de - Revolução Cubatana; - 11 de setembro na Chile e a comunicação; - Guerra Fria e os Regimes Militares O uso ideológico do futebol na década de 70 (o deposição de Salvador Aliente; - tricampeonato, a criação da liga nacional – campeonato Cinema novo; - Teatro; - Itaipu, Sete aos meios de comunicação; - brasileiro); - Censura O uso ideológico do futebol na década de 70; Quedas e A Copa da Argentina – 1976. a questão da terra. Movimentos de contestação no Movimentos de contestação no Brasil: Mundo: - Resistência armada; - Maio de 68 – França; - Tropicalismo; - Movimento negro; - Jovem guarda; - Movimento Hippie; - Novo sindicalismo; - Movimento Homossexual; - Movimento estudantil. - Movimento feminista; - Movimento Punk; - Movimento ambiental. Paraná no contexto atual: Fim da Bipolarização mundial: Redemocratização: - Desintegração do socialista; - Constituição de 1988; - Movimentos populares rurais - Neoliberalismo; e urbanos: MST (Movimento - Globalização; Sem Terra), MNLM (Movimento - 11 de setembro os EUA. bloco 14 Nacional de Luta pela Moradia), CUT (Central Única dos Trabalhadores). África e América latina no contexto Marcha atual. Zumbi dos Palmares, etc.; - Mercosul; - Alca. O Brasil no contexto atual: - A comemoração anos do Brasil”: dos “500 análise e reflexão. Conteúdo Estruturante – Ensino Médio Os conteúdos estruturantes são: - Relações de trabalho; - Relações de poder; - Relações culturais. 4- Justificativa A História é um conhecimento construído socialmente, que tem como objeto de estudo os processos históricos construídos pelas ações e pelas relações humanas (atividades, experiências ou trabalhos humanos, entre outros aspectos), praticadas no tempo. Para isso é necessário fazer uso de um método científico específico pautado na análise e na interpretação de documentos deixados pelos sujeitos históricos do passado (fontes, provas ou evidências). São estes elementos 15 que permitem a compreensão dos processos históricos e possibilitam a construção de uma narrativa histórica (interpretações e explicações). Sendo assim, a História pode ser entendida como uma interpretação dos processos históricos do passado e não só como uma descrição dos fatos, como acontecia no século XIX. Estes conteúdos estruturam os dois campos de investigação do conhecimento histórico de modo que estão presentes em todas as ações humanas e em todos os períodos históricos, são interligados entre si e permitem uma análise ampla dessas ações humanas, portanto não sendo trabalhados de forma seriada, mas sim interligados entre si e permitindo a busca do entendimento da totalidade das ações humanas. A articulação desses conteúdos são possíveis a partir das categorias de análise espaço e tempo, as quais permitem a conexão para se compreender essas reações. Metodologia Desenvolver os conteúdos específicos, propondo que sejam trabalhados de forma crítica e dinâmica, abordando-os a partir do enfoque de cada conteúdo estruturante, possiblitando ao aluno compreender os diversos desdobramentos de um mesmo conteúdo específico escolar. Os conceitos estruturadores da História, além de expressarem o arcabouço da prática da tradição historiográfica, são os pontos nucleares a partir dos quais se definem as habilidades a serem conquistadas por meio do ensino de História. Critérios de Avaliação ─ A avaliação proposta por este documento tem como objetivo superar a avaliação classificatória; ─ O professor deve acompanhar o processo de ensino aprendizagem, percebendo o quanto cada 15 educando vem se desenvolvendo no conhecimento histórico dos fatos; ─ A avaliação será diagnóstica, contínua e somativa; ─ O aluno será avaliado considerado seu desenvolvimento de suas atividades diárias; ─ A avaliação do Ensino de História deve conter três aspectos importantes: a apropriação de conceitos históricos; aprendizado dos conteúdos gerais e específicos. Esses três aspectos são entendidos como complementares e indissociáveis. Para tanto o professor deve se utilizar diferentes atividades como: leitura, interpretação e análise de textos historiográficos, mapas, documentos históricos, produção de narrativas históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos históricos, apresentação de seminários, etc.; Bibliografia BRASIL. Diretrizes curriculares de história para o ensino fundamental. COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Brasil. São Paulo: Saraiva. 1997. PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação fundamental da rede de educação básica do estado do Paraná: história. Paraná, SEED. 2004. PEDRO, Antônio. História da Civilização Ocidental Integrada, Geral e do Brasil. 1997. PILETTI, Nelson. História do Brasil. São Paulo: Ática. 1996. 15 10. DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA/LITERATURA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral A concepção de Língua como prática que se efetiva nas diferentes instâncias, acorda-se que o objeto de estudo da disciplina é a 15 Língua e o Conteúdo Estruturante de Língua Portuguesa e Literatura é o discurso enquanto prática social (leitura, escrita e oralidade). Considerese, ainda, a perspectiva do multiletramento nas práticas a serem adotadas nesta disciplina, tendo em vista o papel de suporte para todo o conhecimento exercido pela língua materna. Sendo assim, a ação pedagógica referente à língua precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes contextos e situações. O ensino de Língua Portuguesa, portanto, torna-se a âncora de outras disciplinas, pois melhora a competência comunicativa do educando, ampliando seu domínio de uso das linguagens verbais e não verbais. Objetivos Gerais • Dominar a Língua com estreita relação, com possibilidades de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo. Produz conhecimento e saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, bem como ser capaz de interpretar diferentes textos e produzir textos eficazes nas mais variadas situações. • Ler e compreender as diferentes linguagens: oral e escrita, concebendo a gramática como um momento de reflexão sobre a linguagem, abrindo espaço para os alunos serem operadores textuais. E a literatura como potencializadora de uma prática diferenciada com os conteúdos estruturantes elencados (oralidade, leitura e escrita) constituindo um forte influxo capaz de fazer aprimorar o pensamento, trazendo sabor ao saber. • Expressar-se em diferentes maneiras linguagem adequada a cada ambiente; e situações, usando a 15 • Conhecer e respeitar as variedades lingüísticas do português falado; • Saber distinguir e compreender o que dizem diferentes gêneros de texto; • Entender que a leitura pode ser uma fonte de informação, de prazer e de conhecimento; • Ser capaz de identificar os pontos mais relevantes de um texto, organizar notas (produção de textos) sobre este texto, fazer resumos, índices, esquemas, análises literária e lingüística; • Identificar e analisar criticamente os usos da língua (gramática normativa) enquanto instrumento de divulgação de valores e conhecimentos específicos para a formação do cidadão. Conteúdos Gerais Na abordagem dos conteúdos de todas as séries o professor levará em consideração os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, considerando o nível de complexidade de cada conteúdo, em função das possibilidades de compreensão do educando nos diferentes momentos do seu processo de aprendizagem. a) Oralidade: São atividades sistemáticas de fala, escuta e reflexão sobre a língua que devem acontecer no interior de atividades significativas tais como: Textos literários: Canção e textos dramáticos. Textos de imprensa: Notícia, entrevista radiofônica e televisiva, debate e depoimento. 15 Texto de divulgação científica: Exposição, debate, relato de experiência científica. Textos da ordem do relatar: Histórias em família, experiências vividas, diários, testemunhos, autobiografia, notícia curta, etc. Textos argumentativos: Exposição e debate. Textos instrucionais ou prescritivos: Instruções, regras em geral, receitas, normas. a.1. Conteúdos decorrentes da Produção Oral em função da reflexão e do uso: A Prática da Análise Lingüística na Oralidade • Materialidade fônica dos textos poéticos • Reconhecimento das diferentes possibilidades de uso da língua • Recursos lingüísticos próprios da oralidade • As variedades lingüísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e à escrita. • Aspectos formais e estruturais do texto b) Leitura: São atividades sistemáticas de leitura superficial e profunda de textos dos mais variados gêneros (curtos e longos) que devem acontecer no interior de atividades significativas, tais como: Textos literários: Canção, textos dramáticos, romance, crônica, conto, poema, contos de fada e fábula Textos lúdicos: 15 Adivinhas, parlendas, quadrinhas, cantigas Textos de narrativa gráfico-visual: Histórias em quadrinho, tiras e cartum Textos de imprensa: Notícia, entrevista, textos informativos e de opinião, classificados, anúncios, folhetos, entre outros. Textos midiáticos: Textos publicitários, chats, e-mails, mensagens de telefone Texto de divulgação científica: Verbetes de dicionário e enciclopédia, relatos de experiência científica. Textos da ordem do relatar: Histórias em família, experiências vividas, diários, testemunhos, autobiografias, etc. Textos da ordem da correspondência: Cartas familiares, correspondências comerciais, bilhetes, convites Textos argumentativos: Textos de opinião, editoriais Textos instrucionais ou prescritivos Instruções, regras em geral, receitas, normas, leis e estatutos. b.1. Conteúdos decorrentes da Leitura em função da reflexão e do uso: A Prática da Análise Lingüística 15 • Organização interlocutores, do plano assunto, textual: fonte, conteúdo papéis veiculado, sociais possíveis representados, intencionalidade e valor estético. • Diferentes vozes presentes no texto • Reconhecimento e importância dos elementos coesivos e marcadores de discurso para a progressão textual, encadeamento das idéias e para a coerência do texto, incluindo o estudo, a análise e a importância contextual de conteúdos gramaticais na organização do texto: b.1.1. A importância e função das Conjunções no conjunto do texto e seus efeitos de sentido • Expressividade dos nomes e função referencial no texto (substantivos, adjetivos, advérbios) e efeitos de sentido. • O uso do artigo como recurso referencial e expressivo em função da intencionalidade do conteúdo textual • Papel sintático e estilístico dos pronomes na organização, retomada e seqüenciação do texto. • Valor sintático e estilístico dos tempos verbais em função dos propósitos do texto, estilo composicional e natureza do genêro discursivo. • Relações semânticas que as preposições e os numerais estabelecem no texto. • A pontuação como recurso sintático e estilístico em função dos efeitos de sentido, entonação e ritmo, intenção, significação e objetivos do texto. 15 c) Produção Escrita: São atividades sistemáticas de produção de textos dos mais variados gêneros que devem acontecer no interior de atividades significativas, tais como: Textos literários: Canções, textos dramáticos, poemas, textos narrativos, etc. Textos de narrativa gráfico-visual: Histórias em quadrinho Textos de imprensa: Notícias, entrevistas, textos informativos e de opinião, classificados, anúncios, folhetos, entre outros. Textos midiáticos: Textos publicitários, chats, e-mails, mensagens de telefone Texto de divulgação científica: Relatos de experiências científicas c.1. Conteúdos decorrentes da escrita em função da reflexão e do uso: A Prática da Análise Lingüística As questões gramaticais na produção textual serão trabalhadas de acordo com as necessidades dos alunos, para que estes consigam melhorar sua capacidade comunicativa e interagir com o outro eficientemente e de todas as formas possíveis dentro de uma sociedade letrada. 15 No entanto, alguns conteúdos serão privilegiados na prática da escrita, visto que, são importantes para a boa construção de qualquer gênero textual. São conteúdos relacionados à norma padrão em função do aprimoramento das praticas discursivas, tendo em vista o uso e o principio da regularidade: concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, acentuação, crase, ortografia, pontuação, tempos verbais, elementos de coesão e coerência na constituição textual, incluindo os conteúdos relacionados aos aspectos semânticos e léxicos: sinônimos, antônimos, polissemia, nominalizacões, heteronímia. d) Literatura: Uma nova perspectiva de trabalho com o texto literário seria o que poderíamos chamar de perspectiva rizomática: o rizoma é uma raiz subterrânea que se prolonga horizontalmente (ex: gengibre). O rizoma sugere um movimento que leva à libertação do pensamento em relação à linha do tempo. Um movimento mais preocupado em fazer mapas de leituras do que enfeixá-las em gavetas imobilizadas na história. O professor estimulará as conexões entre um ponto e outro, a serem realizadas pelos alunos, e estabelecerá, ele mesmo, suas conexões a partir dos textos apresentados pelos alunos, produzidos por eles ou não. Ao trabalhar com os textos selecionados por ele mesmo, o professor estimulará as relações dos textos escolhidos com o contexto presente. No entanto, além das leituras e discussões de obras literárias de autores nacionais e internacionais das mais variadas épocas, já que desejamos desenvolver o pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, trabalharemos também as classes literárias, no Ensino Médio, bem como a literatura afro-brasileira e africana, pois nosso colégio tem por objetivo a formação completa do cidadão. d.1. Conteúdo de Literatura no Ensino Médio: 16 • Literatura: arte pela arte • Estilos de época • Tipos de gêneros • Trovadorismo • Humanismo • Gil Vicente • Classicismo • Camões Lírico • Literatura formativa e informativa no Brasil Colônia • Barroco • Gregório de Matos • Arcadismo • Bocage • Gonzaga • Romantismo • Almeida Garret • Camilo Castelo Branco • Gonçalves Dias • Álvares de Azevedo • Castro Alves • Manuel Antônio de Almeida • José de Alencar • Realismo-naturalismo • Machado de Assis • Raul Pompéia • Aluísio de Azevedo • Parnasianismo • Alberto de Oliveira • Raimundo Correia • Olavo Bilac • Simbolismo • Cruz e Souza • Alphonsus de Guimaraens 16 • A vanguarda Européia • O pré-modernismo • A semana de arte moderna • Modernismo no Brasil: 1ª fase • Modernismo no Brasil: 2ª fase • Modernismo: 3ª fase • Tendências de literatura brasileira contemporânea • Modernismo em Portugal • Escritores Paranaenses, e de origem africana. Metodologia A disciplina de Língua Portuguesa e Literatura deve ser orientada por práticas de oralidade, leitura e escrita, vivenciando experiências com a língua em uso, concretizadas em atividades de leitura, produção de textos e reflexões com e sobre a língua, norteada por uma concepção teórica que dê a língua em permanente constituição na interação entre sujeitos histórica e socialmente situados. A Língua Portuguesa/Literatura pressupõe metodologias e estratégias ativas e diversificadas, compreendendo trabalhos individuais e coletivos, atividades expositivas do professor e do aluno. Empregando recursos audiovisuais, a utilização do laboratório de informática, como complemento do trabalho, pesquisas na biblioteca, leitura extraclasse (práticas com leitura oral e análise de textos), seminários, exercícios de fixação, aula de recuperação paralela e avaliações através da oralidade e desenvolvimento de projetos. Esta proposta deverá propor uma abertura do campo das práticas de ensino, assim convocam os professores à ação contínua de escritura e reescritura de textos, não limitando as práticas docentes. Critérios de Avaliação 16 A avaliação constitui uma das etapas do processo ensino e aprendizagem para realizar diagnósticos relativos ao desenvolvimento e ao desempenho dos alunos e professor na prática lingüística, portanto deve detectar os avanços e as dificuldades dos alunos na apropriação do conhecimento, considerando os três eixos do ensino de Língua Portuguesa: oralidade, leitura e escrita. O processo avaliativo será, então, coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos. Será uma avaliação formativa, na sua condição de contínua e diagnóstica e o professor exercera a função de mediador da aprendizagem valorizando a interação. Na oralidade a avaliação será em função da adequação do discurso/texto aos diferentes interlocutores e situações, num debate, seminário, troca informal de idéias, entrevistas, contação de histórias e de suas próprias falas, mais ou menos formais, tendo em vista o resultado esperado. Na leitura levar em consideração a compreensão do texto lido, o sentido construído pelo texto, sua reflexão e sua resposta ao texto, observando as diferenças de leituras de mundo e repertório de experiências dos alunos. Quanto a escrita a avaliação deverá determinar a adequação do texto escrito e as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. Será também avaliado os aspectos textuais e gramaticais. Bibliografia ABAURRE, Luiza, PONTARA, Marcela Nogueira, FADEL, Tatiana. Português: língua e literatura. 16 AMARAL, Emília, LEITE, Mauro Ferreira do, SILVA, Ricardo. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação. BRASIL. Diretrizes curriculares de língua portuguesa para o ensino médio - fase preliminar. Brasília. 2006. FARACO, Carlos Alberto. Português: língua e cultura. FERREIRA, Mauro. Entre palavras. Edição Renovada. www. neteducação.com.br Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Fun damental e Médio - Versão preliminar.SEED/PR. 16 1 1 . DISCIPLINA: MATEMÁTICA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Apresentação Geral A história da matemática nos revela que os povos das antigas civilizações já desenvolviam conhecimentos matemáticos que compõem a Matemática que se conhece hoje. No Brasil, ministrava-se um ensino de caráter técnico com objetivo de preparar os estudantes para as academias militares, influenciados pelos acontecimentos políticos que ocorriam na Europa. O início da Modernização do ensino da matemática no país aconteceu num contexto de mudanças que promoviam a expansão da indústria nacional, do desenvolvimento da agricultura, aumento da população nos centros urbanos. Assim idéias reformadoras do Ensino da Matemática se inseriram nas discussões pelo movimento da Escola Nova, que propunha um ensino orientado por uma concepção Empírico-ativista que pressupunha a valorização dos processos de aprendizagem e o envolvimento dos estudantes em atividades de pesquisa, atividades lúdicas, resolução de problemas, jogos e experimentos. Outras tendências influenciaram o Ensino da Matemática em nosso país e muitas delas ainda a fundamentam até hoje. Fiorentini (1995) destacou as tendências: Formalista Clássica, formalista Moderna, Tecnicista, Construtivista, Sócio-etnocultural, histórico-crítica. Até o final dos anos 1950 prevaleceu a Tendência Formalista Clássica, onde a aprendizagem era centrada no professor e no seu papel transmissor e expositor do conteúdo, o ensino era livresco e conteudista e a aprendizagem era a memorização. Após 1950 observa-se a tendência Formalista Moderna que valoriza os desenvolvimentos lógicos estruturais das idéias matemáticas. Em 1964 oficializou-se a Tendência Pedagógica Tecnicista cujo objetivo era a preparação do individuo para ser útil e ser sistema, não se centrava no professor ou estudante, mas nos objetivos instrucionais e nas técnicas de ensino. 16 A partir das décadas de 1960 e 1970, se estabeleceu a tendência Construtivista, onde o conhecimento matemático resultava de ações interativas e reflexivas dos estudantes no ambiente ou atividades pedagógicas. Essa Tendência dava ênfase ao processo e não ao produto do conhecimento. Com a ineficiência do Movimento Modernista surgiu a Tendência Sócio-etnocultural que valorizou aspectos sócios-culturais, a relação professor-aluno era dialógica, privilegiava a troca de conhecimentos entre ambos. A tendência histórico-critica concebia a Matemática como saber vivo, dinâmico, atendendo as necessidades sociais e teóricas. A ação do Professor era articular o processo de ensino e da aprendizagem. A Educação Matemática é o campo de estudos que possibilita, ao professor de Matemática, fundamentar-se teoricamente e metodologicamente para o exercício docente. É uma área que engloba inúmeros saberes, na qual, apenas, o conhecimento da Matemática e a experiência de magistério não garantem competência a qualquer profissional que nela trabalhe. Nesse contexto, a Educação Matemática configurou-se como campo de Estudo de modo que os professores encontraram fundamentação teórica metodológica para direcionar sua prática docente. Quanto ao objeto de estudo da Educação Matemática, ainda encontra-se em processo de construção, mas, pode-se dizer que ele está centrado na prática pedagógica da Matemática, de forma a envolver-se com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático. Pela construção Histórica do objeto matemático é possível identificar e organizar alguns campos do conhecimento matemáticos que são os conteúdos estruturantes. A seleção desses conteúdos e a abordagem dos mesmos são pontos que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar. Esses conteúdos foram selecionados a partir de uma análise histórica, fundamental para a compreensão do processo ensino e aprendizagem em Matemática. 16 Por fim cabe a matemática apresentar ao aluno o conhecimento de novas informações e instrumentos necessários para que seja possível a ele continuar aprendendo. Saber aprender é a aperfeiçoando-se ao longo da vida. condição básica para prosseguir 16 Objetivos Gerais Desenvolver a Educação Matemática enquanto campo de investigação e de produção de conhecimento. Fazer com que o estudante compreenda e se ─ aproprie da própria matemática concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos, algoritmos, etc.; Fazer ─ com que o estudante construa por intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes de natureza diversa, visando formação integral do ser humano e, particularmente, do cidadão, isto é, do homem público; Contribuir para que o estudante tenha condições ─ de constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriações de linguagem adequadas; Ser capaz de criticar questões sociais, questões ─ raciais, políticas, econômicas e históricas, a partir do conhecimento matemático; Analisar dados estatísticos e relacionados à ─ composição da população brasileira, por cor, renda e escolaridade no país e no município. Conteúdos A postura metodológica das Diretrizes permite que se fundamente a prática docente os conteúdos estruturantes. Os conteúdos estruturantes não são herméticos e de difícil compreensão, tem articulação entre os conhecimentos presentes em cada conteúdo, os conceitos podem ser tratados em diferentes momentos e, quando possível nas situações de aprendizagem podem ser retomados e aprofundados. 16 ENSINO FUNDAMENTAL No ensino fundamental os conteúdos estão organizados de uma forma didática. O trabalho na sala de aula se dará de modo articulado. Para o Ensino Fundamental os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos são: ─ Números, Operações e Álgebra; ─ Sistemas de Numeração Decimal e não decimal; ─ Números naturais e suas representações; ─ Conjuntos numéricos (naturais, racionais, reais, inteiros e irracionais); ─ As seis operações e suas inversa (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação); ─ Transformações de números fracionários (na forma de razão/quociente) em números decimais; ─ Adição, subtração, multiplicação e divisão de frações por meio de equivalência; ─ Juros e porcentagens nos seus diferentes processos de cálculo (razão, proporção, frações e decimais); ─ As noções de variável e incógnita e a possibilidade de cálculo a partir da substituição de letras por valores numéricos; ─ Noções de proporcionalidade: fração, razão, proporção, semelhança e diferença; ─ Grandezas diretamente e inversamente proporcionais; ─ Equações, inequações e sistemas de equações de 1º e 2º graus; ─ Polinômios e os casos notáveis; ─ Produtos notáveis; ─ Ângulos; 16 ─ Fatoração; ─ Cálculo do número de diagonais de um polígono; ─ Expressões numéricas; ─ Funções Trigonometria no triângulo retângulo. ─ Organização do sistema métrico decimal e do Medidas sistema monetário; ─ Transformações de unidades de medidas de massa, capacidade, comprimento e tempo; ─ Perímetro, área, volume, unidades correspondentes e aplicações na resolução de problemas algébricos; ─ Capacidade e volume de suas relações; ─ Ângulos e arcos – unidade, fracionamento e cálculo; ─ Triângulo retângulo: Relações Métricas e Teorema de Pitágoras; ─ Triângulos quaisquer; ─ Poliedros regulares e suas relações métricas. Geometria ─ Elementos de geometria euclidiana e noções de geometria não euclidiana; ─ Classificação e nomenclatura dos sólidos geométricos e figuras planas; ─ Construções e representações no espaço e no plano; ─ Planificação de sólidos geométricos; ─ Padrões entre bases, faces e arestas de pirâmides e prismas; ─ Condições de paralelismo e perpendicularidade; 17 Definição e construção do baricentro, ortocentro, ─ incentro e circuncentro; Desenho ─ geométrico com uso da régua e compasso; Classificação de poliedros e corpos redondos, ─ polígonos e círculos. ─ Ângulos, polígonos e circunferências; ─ Classificação de triângulos; ─ Representação cartesiana e confecção de gráficos; Estudo de polígonos encontrados a partir de ─ prismas e pirâmides; Interpretação ─ geométrica de equações. Inequações e sistemas de equações; Representação ─ geométrica dos produtos notáveis; ─ Estudo dos poliedros de Platão; ─ Construção de Polígonos inscritos em circunferências; TRATAMENTO ─ Círculo e cilindro; ─ Noções de geometria espacial; DA INFORMAÇÃO ─ Coleta, organização e descrição de dados; ─ Leitura e interpretação e representação de dados por meio de tabelas, listas, diagramas, quadros e gráficos; ─ Gráficos de barras, colunas, linhas poligonais, setores e de curvas e histogramas; ─ Noções de probabilidade; ─ Médias, moda e mediana. 17 ENSINO MÉDIO A postura metodológica das diretrizes permite que se organize um trabalho escolar que expresse a articulação entre os conteúdos específicos que pertençam a conteúdos diferentes e que a significações seja reforçada na construção de novas relações. Para o Ensino Médio os conteúdos estruturantes e seus desdobramentos são: NÚMEROS E ÁLGEBRA ─ Conjuntos dos números reais e noções de números complexos; ─ Matrizes; ─ Determinantes; ─ Sistemas lineares; ─ Polinômios. ─ Função Afim; ─ Função Quadrática; ─ Função exponencial; ─ Função Logarítmica; ─ Função Trigonométrica; ─ Função Modular; ─ Progressão aritmética e progressão Geométrica. ─ Geometria plana; ─ Geometria espacial; ─ Geometria analítica; ─ Noções básicas de geometria não euclidiana; ─ Tratamento da Informação; ─ Análise combinatória; FUNÇÕES GEOMETRIAS 17 ─ Binômio de Newton; ─ Probabilidades; ─ Estatística; ─ Matemática financeira. Metodologia Nesta fase de seu desenvolvimento, o jovem está apto a vivenciar uma estimulante capacidade de movimentação no mundo das idéias. A matemática, por lidar com processo da abstração humana, assume papel destacado enquanto experiência do pensar. A clareza, o encantamento das idéias e uma abordagem artística trazem autoconfiança, organização mental e veneração. A motivação e o sentido de se estudar cada tópico tem relação direta com fenômenos de interesse real, e a distribuição dos conteúdos fundamenta-se num estudo antropológico. A prática pedagógica de matemática encontra-se nas Tendências temáticas e metodológicas, apontamentos para o exercício da prática docente. Seguem-se considerações sobre as tendências metodológicas como fonte de busca pela Educação Matemática: ─ Resolução de Problemas: a partir da resolução de problemas o aluno terá oportunidade de aplicar os conhecimentos já adquiridos em novas situações, buscando várias alternativas; ─ Etnomatemática: permite o exercício da crítica e a análise da realidade. O aluno é capaz de reconhecer e registrar questões de relevância social que produz conhecimento, investigação e seu enfoque relacionam-se com o ambiente do indivíduo; ─ História da Matemática: conhecer a matemática que se encontra em construção, como exemplo orientador na elaboração de atividades e 17 situações problemas, resultando em um aprendizado significativo e não só em exercícios padronizados; Modelagem Matemática: consiste através de ─ situações diferenciadas problemas com os transformarem problemas os matemáticos, resolve-los e interpretá-los na linguagem do mundo real; Mídias ─ Tecnológicas: utilizar-se tecnológicos ampliando observação e as de recursos possibilidades investigação, permitindo de o confronto entre a prática e a teoria, valorizando a produção de conhecimentos. Os conteúdos matemáticos podem transitar por todas as tendências como fonte de busca para as abordagens metodológicas. Critérios de Avaliação A avaliação deve ser uma orientação para o professor na condução d sua prática docente, contemplando diversos momentos do processo ensino aprendizagem, pois devem ser vistos integrados na prática docente e jamais como instrumentos para reprovar e reter alunos na construção de seus conhecimentos teóricos e práticos. A avaliação deve ser tratada como estratégia de ensino e terá encaminhamentos diversos como: observação e intervenção, revisão de noções e subjetividade, trabalhos individuais e em grupos, pesquisas, tarefas orientadas. Também buscar diversos métodos avaliativos, forma escritas e orais e demonstrativas, incluindo manipuláveis como computador e calculadora. Bibliografia o uso de materiais 17 BRASIL. Diretrizes curriculares de matemática para o ensino fundamental – versão preliminar. Brasília: 2006. ______. Diretrizes curriculares de matemática para o ensino médio – versão preliminar. Brasília: 2006. 12. DISCIPLINA: QUÍMICA – ENSINO MÉDIO Apresentação Geral Quando se fala em Química, não podemos nos esquecer de todo o seu desenvolvimento ao longo dos séculos, desde as necessidades das antigas civilizações, o domínio do fogo, os alquimistas com a realização de experimentos, até os grandes avanços industriais, alimentícios, tecnológicos. A Química está relacionada às necessidades básicas dos seres humanos (alimentação, saúde, vestuário, moradia, lazer, etc.) como também está presente em todo o processo de desenvolvimento das civilizações, e por isso é uma disciplina de grande importância no currículo escolar. O desenvolvimento da Química através das descobertas e de novos conhecimentos faz com que a vida no planeta seja transformada e também com que algumas maneiras de viver sejam modificadas. Isso faz com que o ensino-aprendizagem nessa disciplina oferte condições para que o aluno possa ampliar as oportunidades de acesso ao conhecimento científico e com isso aumentar sua participação social na comunidade refletindo criticamente sobre o período histórico atual. Reflexão que não pode deixar de lado que, todo conhecimento está em constante transformação por causa das necessidades humanas. Objetivo Geral A disciplina de Química tem por objetivo: 17 ─ Formar um aluno conhecimentos que se científicos construção/reconstrução dos aproprie dos através da significados dos conceitos químicos para que assim ele seja capaz de refletir criticamente sobre o período histórico atual de modo que esses conhecimentos possibilitem o entendimento do mundo e a sua interação com ele. Conteúdos Estruturantes: Matéria e sua natureza - Estrutura da Matéria: histórico; partículas atômicas; estrutura atômica; distribuição eletrônica; tabela periódica. - Substâncias: classificação. Misturas (soluções) e métodos de separação. - Fenômenos Químicos e Físicos (Termoquímica e Equilíbrio Químico). - Ligações Químicas. - Funções Químicas (reconhecimento). - Radioatividade (Isótopos). - Estrutura da Matéria: cálculos químicos e tabela periódica ( massa atômica – M.A. e massa molecular – M.M.). - Substâncias: reações químicas; soluções; fenômenos químicos. - Funções Químicas: fórmulas químicas e nomenclatura. - Radioatividade: emissões de partículas; fusão e fissão nuclear; meia-vida. - Radioatividade: relações com o cotidiano. Conteúdos Estruturantes: Química Sintética - Estrutura da Matéria: o átomo de Carbono. - Química do Carbono: átomo de Carbono (família, período e ligação química). - Substâncias: funções orgânicas – oxigenadas e nitrogenadas. - Tabela Periódica: haletos orgânicos; localização. - Ligações Químicas: ligação química do carbono. - Funções Químicas: ácidos carboxílicos e seus derivados. - Funções Oxigenadas. - Polímeros. 17 - Funções Nitrogenadas. - Isomeria. Conteúdos Estruturantes: Biogeoquímica - Soluções. - Termoquímica. - Cinética Química. - Equilíbrio Químico. - Equilíbrio Químico: Tautomeria. 17 Metodologia O processo de ensino-aprendizagem, na disciplina de Química, deve ter como ponto de partida o conhecimento prévio dos alunos, conhecimento este que pode ser de concepções alternativas ou de concepções espontâneas. Será a partir desse conhecimento prévio do aluno que será trabalhado uma concepção científica (conhecimento científico) que é o saber socialmente construído e sistematizado. Atividades de experimentação, no laboratório ou dentro da sala de aula, desenvolvem nos alunos uma reflexão sobre a teoria e a prática, favorecendo a discussão, a interpretação dos fenômenos químicos e a troca de informações entre os alunos participantes da aula. A leitura de textos e a apreciação de filmes no ensino de Química servem como instrumento de mediação na sala de aula (aluno/aluno e aluno/professor), levando as novas reflexões e discussões. Critérios de Avaliação O processo de avaliação no ensino de Química será de forma processual e formativa (conhecimento prévio do aluno para o conhecimento científico), sendo assim um processo também diagnóstico e de continuidade (dia-a-dia). O principal critério de avaliação, em Química, é a formação de conceitos científicos. Para isso, serão usadas várias formas de expressão dos alunos como instrumentos de avaliação do processo de ensinoaprendizagem: ─ Leitura e interpretação de textos; ─ Produção de textos; ─ Leitura e interpretação da Tabela Periódica; ─ Pesquisas bibliográficas; ─ Relatórios de aulas em laboratório; ─ Apresentação de seminários; ─ Provas escritas (objetivas e/ou discursivas). 17 17 Bibliografia COVRE. Química total. São Paulo: Editora FTD. DIVERSOS. Química & Sociedade. Pequis (Projeto de Ensino de Química e Sociedade). Editora Nova Geração. REIS, Martha. Química integral: ensino médio. São Paulo: Editora FTD. SARDELLA. Química. série novo ensino médio. São Paulo: Editora Ática. SEED. Diretrizes curriculares de química para o ensino médio – versão preliminar. Paraná: 2006 _____. Livro didático público: química. Paraná: 2006. 18 13. DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA Apresentação Geral A língua estrangeira é a interação entre o desenvolvimento e a aprendizagem, onde todos tenham acesso a novas informações, possibilitando ver e entender o mundo e de construir novos significados, pois, na medida em que aproximamos de uma outra língua e de outra cultura, seremos capazes de elaborar nossa própria identidade. Ela é também oportunizadora do desenvolvimento do pensamento crítico e do crescimento sócio-político-humano, como modo de interação entre a cultura do outro e a própria cultura. As aulas de Língua Estrangeira deve se constituir num mecanismo para a inclusão social, visto que toda língua é uma construção histórica e cultural em constante transformação. Como princípio social e dinâmico, a língua não se limita a uma visão sistêmica e estrutural do código lingüístico: é heterogênea, ideológica e opaca. Repleta de sentidos a ela conferidos por nossas culturas e sociedades, a língua organiza e determina as possibilidades de percepção do mundo e estabelece entendimentos possíveis. Portanto, língua e cultura são indissociáveis, dando oportunidade para que cada cidadão possa ler escrever, falar e compreender a língua que esteja aprendendo. Objetivos Gerais ─ Oportunizar a compreensão e produção de textos variados e enunciados na língua Estrangeira possibilitando uma melhor visão de mundo. ─ Contemplar as relações com a cultura, a ideologia, o sujeito e a identidade. ─ Analisar as questões da nova ordem global, suas implicações e que desenvolvam uma consciência crítica a respeito do papel das línguas na sociedade. 18 Propiciar ─ por meio do estudo da Língua Estrangeira reflexões sobre a língua materna, diferenças culturais, valores de cidadania e identidade. Conteúdo estruturante – Discurso - Leitura - Oralidade - Escrita Os conteúdos não devem ser isolados e sim trabalhados com que eles se dialoguem e relacionem-se continuamente com os outros, para que seja significativo, através de textos orais, escritos, visuais que estimulem a entrar no universo da Língua Estrangeira. No decorrer do ensino médio trabalharemos de forma mais aprofundada, conforme as séries, com as práticas de leitura, escrita, fala e compreensão auditiva, podendo até enfatizar um ou outro, mas dependendo do contexto social que estiverem inseridos. Metodologia O trabalho com a língua estrangeira em sala de aula, partirá sempre do texto, já que este se apresenta como um princípio gerador de unidades temáticas e de desenvolvimento das práticas lingüísticodiscursivas. O aluno deverá ser levado a compreender o enunciado dentro do contexto estabelecido. Para tanto o professor deverá apontar as particularidades sociais, político-ideológicas e sócio-programáticos em que tal situação acontece, mostrando que uma cultura não é necessariamente melhor nem pior que outra, mas diferente. Compreender que as formas lingüísticas não são sempre idênticas, mas flexíveis e variando de acordo com a situação em que ocorre e do indivíduo – suas ideologias e valores. A leitura de diferentes gêneros literários, bem como o publicitário serão trabalhados numa abordagem comunicativa abrangente, enfocando o 18 discurso oral e escrito através de pesquisas, diálogos situacionais, leitura, discussão, compreensão e interpretação de textos; integrando todas as práticas discursivas nesse processo. O conhecimento formal da gramática deve estar subordinado ao conhecimento discursivo, ou seja, reflexões gramaticais devem ser decorrentes de necessidades específicas dos alunos, a fim de que se expressem ou construam sentidos com o texto. Critérios de Avaliação A avaliação será realizada de forma dinâmica e progressiva nos aspectos lingüísticos, discursivos, sócio-programáticos e culturais, através da exploração da leitura, escrita e oralidade. Deverá considerar as diferentes aptidões dos alunos e não apenas o gramatical, devendo ainda subsidiar a revisão do processo de ensino e de aprendizagem para a verificação de ajustes necessários à construção do conhecimento e como elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa. A avaliação será contínua, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Bibliografia LEFFA, VILSON J.. Metodologia do ensino de línguas. In BOHN, H.I.; VANDRESEN, P. .– Tópicos em lingüística aplicada: o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis: Ed da UFSC, p. 211 – 236. 1988. LIBERATO, WUILSON. Compact english book – inglês ensino médio. São Paulo: FTD, vol. Único. 1988. SARMENTO, S., MULLER, V. (orgs). O Ensino do Inglês como Língua Estrangeira: estudo e reflexões. Porto Alegre: APIRS. 2004. SEED. Diretrizes curriculares da rede pública da Educação Básica do estado do Paraná- Língua Estrangeira Moderna – versão preliminar. Paraná: 2006. SEED. Livro Público Didático - LEM 18 Consultas realizadas nos sites: www.portalpositivo.com.br www.wikipedia.org. 18 14. DISCIPLINA: FILOSOFIA – ENSINO MÉDIO Apresentação Geral A filosofia caracteriza-se pôr ser uma busca incessante do sentido último das coisas, um saber universal, tendo como finalidade o aprender através da investigação o significado da existência humana em seus diferentes aspectos: religioso, artístico, conhecimento da político, histórico, buscando o ação humana, da transformação dos princípios do saber e do agir, das mudanças da forma do real ou dos seres. A filosofia se reduz ao estudo de certos problemas que não caem sob a alçada das Ciências. Estes problemas podem ser tratados de duas maneiras: sintética ou analiticamente. Pelo método sintético constrói-se um sistema, um corpo de explicações. Foi pelo método explicativo sintético que se fizeram e se fazem todos os sistemas filosóficos do passado e do presente. Pelo método analítico ou pelo instrumental da análise lógica desce-se ao mais íntimo dos problemas, das relações de linguagem, do significado dos termos, para examinar a coerência, o rigor do texto ou da linguagem. A filosofia se volta reflexiva e criticamente para os fundamentos do conhecimento e da ação. A Diretriz Curricular de Filosofia foi construída tendo como referência a história da Filosofia e seu ensino. Constituída como pensamento há mais de 2600 anos, a história da Filosofia traz consigo o problema de seu ensino.Esse problema 18 já estava presente no embate entre o pensamento de Platão e as teses dos sofistas. A preocupação maior com a demarcação de metodologias para o ensino de Filosofia,assunto bastante debatido na história da disciplina, é garantir que os métodos de ensino não lhe deturpem o conteúdo. A idéia de que em certos conteúdos filosóficos não existem verdades absolutas e definitivas,é tese freqüentemente defendida por filósofos,se, levada para o ensino,será inevitável o estranhamento que a ausência de conclusões provocará nos estudantes.Essa é uma característica da Filosofia que,como lição preliminar a qualquer conteúdo filosófico,deve ser muito bem compreendida. Isso não significa que a Filosofia seja um conhecimento cujo trabalho termine tão logo a Ciência encontre resposta eficaz para um determinado problema.Embora tratem dos mesmos problemas,a abordagem filosófica é diferente.A Filosofia se ocupa de questões cujas respostas estão longe de se obter pela Ciência. A Filosofia como um componente curricular do Ensino Médio,ao mesmo tempo que vem ao encontro da cidadania,apresenta-se,porém, como um desafio,pois a satisfação dessa necessidade e a oferta de um ensino de qualidade só são possíveis se forem estabelecidas condições adequadas para sua presença como disciplina, implicando a garantia de recursos materiais e humanos,levando o aluno a questionar seus conceitos e categorias de pensamento.O educando auxiliado pela Filosofia deve buscar :sentido,razões e finalidades da sua vida social.Para tanto,deve exercitar a capacidade de questionamento,superação da visão fragmentada de mundo,articulando ordenadamente seu pensamento a fim de buscar compreensão para a sua realidade. Esta diretriz de Filosofia faz a opção pelo trabalho com conteúdos estruturantes: mito e filosofia, teoria do conhecimento, ética, filosofia política, estética e filosofia da ciência, tomados como conhecimentos basilares,que se estruturam ao longo da história da Filosofia e de seu ensino,em épocas,contextos e sociedades diferentes,e 18 que,tendo em vista o estudante do Ensino Médio,ganham especial sentido e significado político,social e educacional. Dada a amplitude da Filosofia com seus conteúdos, sua história,seus filósofos e a, ainda limitada, oferta de aulas na matriz curricular, fazem-se necessários recortes -conteúdos estruturantes, sem que, entretanto, se cogite esgotar seus conhecimentos. Objetivos Gerais Os conteúdos estruturantes devem: -Ser trabalhados na perspectivas dos estudantes; -Propiciar o entendimento das estruturas lógicas e argumentativas,o cuidado com a precisão dos enunciados e com o encadeamento e clareza da idéias e a busca da superação do caráter fragmentário do conhecimento; -Pensar filosoficamente para,acima de tudo,conseguir construir espaços de problematização compartilhados com os alunos,a fim de articular os problemas da vida atual com as respostas e formulações da história da Filosofia e com a elaboração de conceitos; -Ter uma especificidade que se concretiza na relação do aluno com os problemas suscitados; -Assegurar ao estudante a experiência do “específico” da atividade filosófica; -Ensinar a pensar filosoficamente, a organizar perguntas num problema filosófico,a ler e escrever filosoficamente;a investigar e dialogar filosoficamente.a avaliar filosoficamente,a criar saídas filosóficas para o problema investigado; -Buscar soluções nos textos filosóficos investigação,enfim no trabalho à criação de conceitos. Conteúdos Estruturantes por meio da 18 Conteúdos estruturantes são conhecimentos que se constituíram historicamente, em contextos e sociedades diferentes, e que não dêem ser entendidos como isolados entre si, sem comunicação. Eles são dimensões da realidade que dialogam continuamente entre si, com as ciências, com a arte, com a história, enfim, com as demais disciplinas e que neste momento ganham sentido e significado político, social e educacional, voltado para o aluno do Ensino Médio. Mito e Filosofia ─ A compreensão histórica de como surgiu o pensamento racional, conceitual entre os gregos foi decisiva no desenvolvimento da cultura da civilização ocidental. Entender a conquista da autonomia da racionalidade diante do mito marca o advento de uma etapa fundamental do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções cientificas produzidas ao longo da história; ─ O conhecimento de como isso se deu e quais foram às condições que permitiram a relação do pensamento mítico com o pensamento racional elucida uma das questões fundamentais para a compreensão das grandes linhas de força que dominam todas as nossas tradições culturais. Teoria do Conhecimento ─ Além de evidenciar para o aluno os limites do conhecimento, possibilita-lhe a teoria perceber do fatores conhecimento históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas há seu tempo. 18 Ética ─ Devem-se explicitar para o aluno do Ensino Médio, conceitos sobre a Ética a partir da busca dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas, chamando a atenção do aluno para os novos desafios da reflexão ética na vida moderna, quando enfrentamos, por exemplo, a contradição entre projeto de construção de sociedades livres e democráticas e crescimento dos fundamentalismos religiosos e do pragmatismo político que visa à reordenação dos espaços privados e públicos. Filosofia Política ─ A Filosofia Política busca discutir as relações de poder e compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. No Ensino Médio, a Filosofia Política tem por objetivo problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade e liberdade, dentre outros, de modo que se atenda ao dispositivo da LDB preparando o aluno para uma ação política efetiva. Filosofia da Ciência ─ Este conteúdo específico da Filosofia nos mostra que o conhecimento científico é provisório, jamais acabado ou definitivo, sempre tributário de fundamentos ideológicos, econômicos políticos e históricos. religiosos, 18 ─ No contexto do Ensino médio, portanto, importa estudar a Filosofia da Ciência na perspectiva do conhecimento científico, tendo em mente o progresso da Ciência e a Bioética que se encontra mais próxima do aluno. Estética ─ Aos estudantes do Ensino Médio, a Estética possibilita-lhes compreender a apreensão da realidade pela sensibilidade, perceber que o conhecimento atividade não é apenas intelectual, imaginação, da contribuem para críticos e criativos. intuição a mas e resultado da também da fruição, que da constituição de sujeitos 19 Metodologia A Filosofia deve muito ao caráter cognitivo pois se desenvolve por etapas.Por isso,o trabalho com os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos específicos se dará em quatro momentos:a sensibilização (filmes,músicas,atividades literárias,etc),levando o aluno a se interessar e o despertar pelo problema),a problematização ( apresentar os conceitos sem tirar de foco a realidade,o presente do aluno),a investigação (fazer textos filosóficos escolhidos, fragmentados:Platão,Santo Agostinho, Maquiavel,Kant,Rosseau,etc) e a criação e a recriação de conceitos,construindo conhecimentos através dos fragmentos;. O ensino de Filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida,por isso é importante que na busca de resolução do problema haja preocupação também com uma análise da atualidade,com uma abordagem contemporânea que remeta o aluno a sua própria realidade.O texto filosófico que ajudou os filósofos a entender e analisar filosoficamente o problema em questão será trazido para o presente com o objetivo de fazer entender o que ocorre hoje e como podemos,a partir da Filosofia,entender os problemas de nossa sociedade. Critérios de Avaliação Ao avaliar, o professor deve ter profundo respeito pelas posições do aluno, mesmo que não concorde com elas, pois o que está em jogo é a capacidade dele de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que deve ser levado em consideração é a atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. É relevante avaliar a capacidade do aluno de Ensino Médio de trabalhar e criar conceitos: qual conceito trabalhou e criou; qual discurso tinha antes e qual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação de 19 Filosofia tem início já com a sensibilização, coletando o que o aluno pensava antes e o que pensa após o estudo.Com isso é possível entender a avaliação como um processo que se dá no processo e não como um momento separado, visto em si mesmo. Bibliografia CHAUI, Marilena. Filosofando. São Paulo: Ática. 1998. REALE, G.; ANTISERI, D. história da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus. 2003. SEED. Diretriz curricular de filosofia para o ensino médio – versão preliminar. Paraná: 2006. 19 15. DISCIPLINA: SOCIOLOGIA – ENSINO MÉDIO Apresentação Geral A Sociologia é uma ciência que estuda o conjunto de fenômenos, instituições sociais (grupos), poderes, relações de força que se manifestam pelo fato de os homens viverem em sociedade. Constitui-se em um conjunto de conhecimentos sistemáticos baseados na observação, na análise e na pesquisa objetiva dos fatos. 19 A sociologia processo de socialização e as instituições sociais; cultura e indústria cultural; trabalho, produção e classes sociais;. poder, política e ideologia; direitos, cidadania e movimentos sociais , tem o papel histórico que vai muito além da leitura e explicações teóricas da sociedade.não cabem mais as explicações e compreensões das normas sociais e institucionais,para melhor adequação social ou mesmo para a mera crítica social,mas sim a desconstrução e a desnaturalização do social no sentido de sua transformação.É tarefa inadiável da escola e da Sociologia a formação de novos valores, de uma nova ética e de novas práticas sociais que apontem para a possibilidade de construção de novas relações sociais.Por isso, o objeto de estudo da disciplina são as relações sociais decorrentes das mudanças estruturais impostas pela formação do modo de produção capitalista,as quais devem ser estudadas em sua especificidade e historicidade.Hoje,embora já consolidado o sistema capitalista não cessa a sua dinâmica,assumindo inéditas formas de produção,distribuição e opressão,o que implica em novas formas de olhar,compreender e atuar socialmente. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas,descontruindo pré noções e pré conceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e ações políticas direcionadas à transformação social. Objetivo Geral Os conteúdos e temas propostos pela disciplina, a Sociologia particularmente pode: -Contribuir para capacitar o indivíduo a compreender a realidade social em que vive e a participar ativamente de sua transformação; -Levar o conhecimento e a explicação da sociedade através da compreensão das diversas formas pelas quais os seres humanos vivem em grupos; 19 -Fazer parte e procurar explicar a sociedade capitalista como forma de organização social; -Confirmar o princípio de que não existe neutralidade científica,ao menos nas análises do social; -Contemplar diferentes linhas interpretativas,a análise sociológica da categoria trabalho na contemporaneidade; -Problematizar o lugar da mulher,do negro,do índio,na sociedade trabalhista; -Garantir ao aluno a compreensão crítica das mudanças ocorridas no processo histórico brasileiro,a partir do binômio trabalhoemprego; -Questionar a existência de verdades absolutas,sejam elas na compreensão comum do cotidiano,ou na construção da ciência. Conteúdos Estruturantes Justificativa: Os conteúdos estruturantes propostos são representativos dos grandes campos do saber, da cultura. e. do conhecimento universal e devem ser compreendidos a partir da práxis pedagógica como construção histórica. O Surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas - O surgimento da Sociologia - As teorias sociológicas na compreensão do presente - A produção sociológica brasileira - Instituições Sociais 1- A Instituição Escolar 2- A Instituição Religiosa 3- A Instituição Familiar 19 - Cultura e Indústria Cultural 1- Cultura ou culturas:uma contribuição antropológica 2- Diversidade Cultural Brasileira 3- Cultura:criação ou apropriação? - Trabalho,Produção e Classes Sociais 1- O processo de trabalho e a desigualdade social 2- Globalização - Poder,Política e Ideologia 1- Ideologia 2- Formação do Estado Moderno - Direito,Cidadania e Movimentos Sociais 1- Movimentos Sociais 2- Movimentos Agrários no Brasil 3- Movimento Estudantil PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO ─ E AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS A socialização, ou inserção/construção/transmissão seja, de a valores, normas e regras capazes de desenvolver a vida em sociedades constituem-se no processo que possibilita a compreensão das diferentes formas de organização social. A vida em sociedade exige que seus membros conheçam e internalizem as expectativas de comportamentos estabelecidos pelos valores, normas e regras presentes nela. Isso se dá instituições fundamentalmente sociais, as quais através estão das sempre 19 vinculadas às situações econômicas, políticas e culturais das sociedades situadas no tempo e no espaço. CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL É importante problematizar para o aluno de ─ Ensino Médio o conceito de cultura e suas derivações, para que ele perceba que não existem culturas superiores ou inferiores, mas temos grupos que são diferentes e que tem uma apropriação distinta de mesmos aspectos de constituição de vida como a família, o trabalho, o lazer, a religião, etc. Assim, poderão questionar que a dominação cultural de algumas sociedades “naturalmente” impõe sobre outras, não é apenas nessa instância, mas que ela parte de outro foco, muito mais econômico do que cultural, ou seja, bastante diversificada. TRABALHO, PRODUÇÃO ─ E CLASSES SOCIAIS Cabe a educação escolar, através da apropriação do conhecimento sistematizado, garantir ao aluno de Ensino médio a compreensão crítica das mudanças ocorridas no processo histórico brasileiro, a partir do binômio trabalho-emprego, problematizando que o emprego passa pela precarização e não pela estabilidade, ampliando o quadro de exclusão. Buscando-se, então, a partir daí, entender como se tem organizado e estruturado tanto a esfera formal quanto a informal do trabalho, na realidade dos alunos. 19 PODER, POLÍTICA E IDEOLOGIA É importante que o aluno do Ensino Médio reflita ─ e compreenda a problematização a respeito de constituição de poder, pois, este não se constitui por si só, mas possuem uma estratégia, um discurso e Constituindo, uma forma portanto, para em se sua legitimar. forma de efetivação, embutida a ideologia que e manifesta a partir de práticas políticas. DIREITOS, CIDADANIA ─ E MOVIMENTOS SOCIAIS Na análise da questão dos direitos, deve-se considerar que esses foram sendo inscritos nas leis, lentamente, ou foram conquistados pela pressão dos que não tinham direitos, sejam civis, políticos ou sociais que definem a cidadania, ou seja, a possibilidade de sermos indivíduos atuantes com direitos e deveres. Sendo que, os direitos só se tornam plenos, elementos da cidadania, se forem exercidos no cotidiano das ações das pessoas. Por isso, a vinculação dessa temática com os movimentos sociais. Estes têm sua existência vinculada à criação de novos direitos ou no sentido de fazer valer os que já estão inscritos na lei. Metodologia As Diretrizes Curriculares sugerem que a disciplina seja iniciada, á título de introdução, com uma breve contextualização da 19 construção histórica da Sociologia e, das teorias sociológicas fundamentais, as quais devem ser constantemente retomadas, numa perspectiva crítica, no sentido de fundamentar teoricamente os conteúdos específicos. No ensino de Sociologia é fundamental a utilização de múltiplos instrumentos metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos. Aprender a pensar sobre a sociedade em que vivemos e a agir nas diversas instâncias sociais, implica antes de tudo numa atitude ativa e participativa. O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que coloquem o aluno como sujeito do seu aprendizado, não importa que o encaminhamento seja a leitura, o debate, a pesquisa de campo ou, a análise de filmes, imagens ou charges, mas importa que o aluno esteja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. Critérios de Avaliação O processo de avaliação específico do ensino da Sociologia deve perpassar todas as atividades relacionadas à disciplina, ser pensada e elaborada de forma transparente e coletiva, ou seja, seus critérios devem ser discutidos por todos os envolvidos pela disciplina. A apreensão de alguns conceitos básicos da ciência articulados com a prática social, a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente, a clareza e coerência na exposição das idéias, seja no texto oral ou escrito, são alguns critérios possíveis de serem classificados no decorrer do ano letivo. Bibliografia ARNS, Dom Paulo. Brasil nunca mais. Petrópolis: Vozes. 1985. BRANDÃO, C. R.. O que é educação. São Paulo: Brasiliense. 1982. CHAUI, M. S. Sociología. São Paulo: Brasiliense. 1980. ______. Convite á filosofia. São Paulo: Ática. 1998. 19 FOUCAULT, M.. Vigiar e punir: nascimento da prisão. trd. Ligia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes. 1983. FREIRE, P.. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1980. HOBSBAWN, E.. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras. 1995. SEED. Diretrizes curriculares de sociologia para o ensino médio. Paraná: 2006. 3. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 1 - FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO A Lei das diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN Nº 9394/96, em seu Artigo 37, prescreve que “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. É característica desta modalidade de ensino a diversidade do perfil dos educandos, com relação à idade, ao nível de escolarização em que se encontram, à situação socioeconômica e cultural, às ocupações e a motivação pela qual procuram a escola. A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos – trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do 20 desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Desta forma, coerente com estas finalidades e objetivos, o papel fundamental da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino, é fornecer subsídios para que os mesmos tornam-se ativos, críticos, criativos e democráticos. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos trabalhadores possam: aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada históricos. de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio- 20 1.1 HISTÓRICO O Colégio Estadual Barbosa Ferraz – EFM sito a Travessa Nestor Carlos Cunha S/N, no município de Andirá, Estado do Paraná, mantido pelo poder público Estadual, nos termos da legislação em vigor. Oferta o Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) e a Educação de Jovens e Adultos (Fundamental e Médio Presencial) e a partir deste segundo semestre, cessação gradativa e implantação para janeiro de 2006 da EJA Fundamental semipresencial. Tem por finalidade, atendendo ao disposto nas Constituições Federal e Estadual, bem como na Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Tem como função básica o repensar da prática pedagógica, seus avanços, seus problemas no sentido de democratizar o acesso e garantir a permanência do aluno, investindo para que a escola seja de boa qualidade. Historicamente, a educação dos diferentes grupos sociais de trabalhadores objetivou habita-los técnica, social e ideologicamente para o trabalho, tratando a função social da Educação de forma controlada para responder às necessidades de produção. Para superar esta relação direta da educação com a demanda de trabalho é fundamental compreender o sentido do processo educacional na vida destes educandos – trabalhadores que não tiveram acesso ou continuidade da escolarização na denominada idade própria, uma estrutura flexível, capaz de contemplar inovações que tenham conteúdos significativos. 20 1.2 PERFIL DO EDUCANDO Os jovens, adultos e idosos que procuram a EJA têm a necessidade de escolarização formal, seja pelas necessidades pessoais, seja pelas exigências do mundo de trabalho. São aqueles que em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, político e ou cultuais e devido o ingresso prematuro no mundo do trabalho, a evasão ou repetência escolar e fatores alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma bagagem de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização dos saberes. Essas experiências de vida são significativas ao processo educacional e são consideradas para a elaboração do currículo escolar, que se configura numa forma diferenciada de ensino-aprendizagem. Há pessoas idosas que buscam a escola para desenvolvimento ou ampliação de seus conhecimentos, bem como oportunidades de convivência. São pessoas que possuem uma temporalidade específica no processo de aprendizagem. Há também grande número de mulheres freqüentando a EJA. O Colégio atende a clientela da cidade e do campo. 20 1.3 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus assegurando-lhes estudos no oportunidades Ensino Fundamental apropriadas, ou Médio, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como: - pesquisa e problematização na produção do conhecimento; - desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar; - registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, permitindo ilustrações, a textos sistematização individuais e e coletivos), socialização dos conhecimentos; - vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural. Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e atividades. Tanto no atendimento individual como no coletivo, os educandos receberão um Guia de Estudos. Nesse sentido, a escolarização, em todas as disciplinas, será organizada de forma coletiva e individual, ficando a critério do educando escolher a maneira que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e outras individualmente. 20 Organização Coletiva Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-educando e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando. A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido. Organização Individual A organização individual destina-se, preferencialmente, àqueles que têm não possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento, turma organizada coletivamente para sua inserção . Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados. 20 1.4 NÍVEL DE ENSINO 1.4.1 Ensino Fundamental – Fase II Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meio, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio. 1.4.2 Ensino Médio O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica. 1.5 Educação Especial A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas especiais,inserindo estes no conjunto de educandos da organização coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso, a permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos. Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de 20 atendimento educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de: - deficiências mental, física/neuromotora, visual e auditiva; - condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; e - superdotação/altas habilidades. É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos. (CARVALHO, 2001.) Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências mas, também, de condições sócio-culturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar. Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à igualdade com eqüidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades. 1.6 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria. 1.7 FREQÜÊNCIA 20 A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) da carga horária prevista para cada disciplina e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula. 1.8 EXAMES SUPLETIVOS Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação de Jovens e Adultos. 1.9 CONSELHO ESCOLAR O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal com o objetivo de estabelecer o Projeto Político Pedagógico do Colégio, critérios relativos a sua ação, organização, funcionamento e relacionamento com a comunidade, nos limites da legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes e política educacional traçadas pela Secretaria de Estado da Educação. O Conselho Escolar tem como finalidade promover a articulação entre os vários segmentos organizados da sociedade e os setores da escola, a fim de garantir eficiência e qualidade do seu funcionamento. O Conselho Escolar será constituído pelas seguintes categorias: a) Presidente – diretor do Colégio; b) Representante da Equipe Pedagógica; c) Representante da Equipe Administrativa; d) Representante da Equipe dos professores atuantes em sala de aula, por grau e modalidade; 20 e) Representante dos alunos por grau e modalidade de ensino; f) Representante dos pais ou responsáveis por alunos regularmente matriculados por grau e modalidade de ensino. Poderão participar do órgão colegiado de direção, representantes dos segmentos sociais organizados comprometidos com o Colégio, assegurando-se que sua representação não ultrapassa 1/5 (um quinto) do colegiado. Os membros do Conselho Escolar, bem como seus suplentes, serão escolhidos por seus pares. O aluno representante do conselho Escolar da modalidade EJA ao participar deste repassará as decisões tomadas aos demais. 1.10MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação de Jovens e Adultos – DEJA, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material básico. Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar outros recursos didáticos. 1.11BIBLIOTECA ESCOLAR A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição de toda a comunidade escolar. A Biblioteca ficará a cargo de funcionários do quadro administrativo ou de profissional qualificado de acordo com a legislação em vigor, quando houver disponibilidade. A Biblioteca possui regulamento próprio, onde estão explicitados: sua organização, funcionamento e atribuições do responsável. Funciona nos três períodos e atende aos alunos da EJA. A responsável pela biblioteca orienta os que precisam de pesquisas, trabalhos. Ajuda a procurar os materiais necessários, principalmente os da EJA que são os que mais encontram dificuldades para realizar trabalhos na Biblioteca. 20 1.12LABORATÓRIO Possuímos apenas Laboratório de Ciências o qual é muito utilizado pelos professores. Os alunos são levados até ele para aulas práticas onde observamos grande interesse e melhor aprendizado através de experiências e aulas concretas. Os alunos da EJA bem como os demais utilizam se das instalações e dos recursos materiais existentes no Colégio, necessários ao seu desempenho nas atividades escolares. 1.13 RECURSOS TECNOLÓGICOS A utilização dos recursos tecnológico é muito aplicado nas aulas pelos professores da EJA. Uso de transparências aulas em sala de vídeo com conteúdos relacionados à matéria. Aula com música e demais atividades que se aplicam a estes recursos. COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA FERRAZ – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004) A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e 21 produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual permanentemente, os educandos-trabalhadores refletir criticamente; agir possam: com aprender responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportarse de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos. Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça; c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo; Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica que considera e valoriza a produção humana ao longo da história. A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade 21 de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana. É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características. E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná: I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; III. Os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sóciohistórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros; IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social; 21 V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento. Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber: I. Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem; II. Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios educandos; III. O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; IV. Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho; V. Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e democráticos; Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu 21 público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógico-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos. 3 – INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino Fundamental – Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos. 4 – MATRIZ CURRICULAR 4.1. Ensino Fundamental – Fase II MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA 21 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Barbosa Ferraz - EFM ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Andirá NRE: Jacarezinho ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2006 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS Total de Horas Total de horas/aula LÍNGUA PORTUGUESA ARTES LEM - INGLÊS EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS HISTÓRIA GEOGRAFIA ENSINO RELIGIOSO* 226 54 160 54 226 160 160 160 272 64 192 64 272 192 192 192 TOTAL 1200 1440 DISCIPLINAS Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA FERRAZ – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 21 4.2. Ensino Médio MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual Barbosa Ferraz - EFM ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Andirá................ NRE: Jacarezinho ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2006 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 H/A ou 1200 HORAS DISCIPLINAS L. PORTUGUESA E LITERATURA LEM – INGLÊS ARTE FILOSOFIA SOCIOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA QUÍMICA FÍSICA BIOLOGIA HISTÓRIA GEOGRAFIA TOTAL Total de Horas Total de horas/aula 174 208 106 54 54 54 54 174 106 106 106 106 106 128 64 64 64 64 208 128 128 128 128 128 1200 1440 Total de Carga Horária do Curso 1200 horas ou 1440 h/a 21 5 – CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS “A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural.” (FREIRE, 2005. p. 209. Grifos nossos) A Concepção, Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos, a seguir apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva, envolvendo os professores da rede pública estadual das diversas áreas do conhecimento, nos cursos de formação continuada promovidas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. 5.1. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio A) DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA Concepção do Ensino de Língua Portuguesa Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais. Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando-o para produção de seu 21 próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais. O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a linguagem como interação. VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e da relação linguagempensamento. Por isso, propõe que se estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados. Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada sujeito. As idéias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que a prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo. As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros. 21 Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica, historicamente, três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana. A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação social. A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a unidade semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência lingüística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica ou formal”. Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito à coesão. Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases” (VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativo por meio dos fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos. Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, 21 tais como o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato e, conseqüentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo. O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia “interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros. A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas lingüísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”. O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta. 22 Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua. Encaminhamentos Metodológicos A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na realidade, de modo a privilegiar a relação teoriaprática, na busca da apreensão das diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e produção textual. A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis. Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais. Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades 22 lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto. Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se destina o texto. Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão. Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador. Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem como para as práticas de linguagem , foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os diferentes saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem. A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu planejamento. O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-aprendizagem indica os 22 conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos. Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Variedades lingüísticas Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros. Funções da linguagem. Linguagem verbal e não-verbal. Gêneros textuais ou discursivos Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.) Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros. Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógico-discursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, idéia central, seqüência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros. Discurso direto e indireto. Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc. Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação. Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título , legibilidade, aceitabilidade, entre outros. Ambigüidade como recurso de construção do texto. 22 Ambigüidade como problema de construção do texto. Informações explícitas, implícitas e intertextualidade. Relações entre imagem e texto. Elementos Gramaticais na construção do texto Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-e-vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros. Emprego da crase na construção do texto. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto. Sujeito e predicado na construção do texto. Vozes do verbo na construção do texto. Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto. Aposto e vocativo na construção do texto. Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na construção do texto. Concordância verbal e nominal na construção do texto. Colocação pronominal na construção do texto. Figuras de linguagem na construção do texto. Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição. Para o Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de Literatura: Arte literária e as outras artes. História e literatura. Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem. 22 Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo brasileiro (literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Parnasianismo, Romantismo, Simbolismo, Realismo vanguarda e Naturalismo, européias, Pré- Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo. Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano. Referências BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004. FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001. MARCUSCHI, Luiz antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005. VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. B) DISCIPLINA: EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E ARTE 22 Concepção do Ensino de Educação Artística e Arte Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira (1792-1800) – Reforma Pombalina - o ensino da Arte tornou-se irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma de Desenho Geométrico. Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de educação pública de massa. No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música. O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro. Esse breve passeio pela história nos dá uma idéia dos conceitos que permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo 22 desde um caráter religioso, com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no Brasil até o início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro. Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos educandos e das educandas. Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a idéia é que se busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma formação omnilateral,1 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14). Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade que não é alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares outras vozes que estão presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e a educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas. A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa 1 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que o homem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas, as artes, a sociologia, e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor. 22 expressão artística é concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques 2: “Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, na escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.” A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de transmissão e recepção de idéias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz). Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar. Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade. É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem. Linguagem artística. 2 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005. 22 Encaminhamentos Metodológicos O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula. Arte e Estética Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986) A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”. Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma reflexão sobre a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a manipulação dos elementos da linguagem artística, 22 presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação Artística e Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 30) Arte e Identidade É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise? O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2- consciência da persistência da própria identidade, 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra, 4conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la. A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico, fazer (se) reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da linguagem artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropológicas e psicológicas. 23 Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das idéias que as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística. Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que: Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de consciente e forma crítica, significativa, poderemos ou ser seja, relacional, massacrados pela pasteurização de idéias estéticas. A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão próximos da vida concreta do educando, produzindo aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se propõe. Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades, compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva. Arte e Sociedade ... concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, 23 o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153) A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais. A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem com o trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros. Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda. No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista as concepções de mundo e de sociedade que 23 queremos construir e vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social” (Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31). Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de estudo terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda. Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado “validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente pelas seguintes perguntas: 1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura, Trabalho e Tempo?; 2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e Sociedade e Arte e Estética? 3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É flexível? 4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos e educandas da EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc)? Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102): 23 1. Textos – Repertórios. 2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina). 3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada linguagem artística (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte educando e da educanda dos conteúdos propostos na célula de aula. Artes Visuais a) Forma Composição, Experimentação (como os elementos da linguagem visual se articulam?); Suportes (onde está proposta a idéia imagética?); Espacialidade – bidimensionais e tridimensionais (como está projetada, composta ou representada no espaço?); Texturas / acabamentos (como se apresenta?); Movimento: dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam, ritmo?). b) Luz Decomposição da luz branca; Cor /pigmento / percepção da cor 23 Tons Valores / classificação das cores; Sombras e luz; Contraste. Música a) distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/ melodia). b) distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/ harmonia), c) qualidades do som e suas variações: - intensidade (dinâmica) - duração (pulsação/ ritmo) - altura (grave/ agudo) - timbre (fonte sonora/ instrumentação) d) estruturas musicais (organização e articulação elementos da linguagem musical/ forma musical). Teatro a) Elementos dramáticos: - a personagem: agente da ação; - enredo: como desdobramento de acontecimentos, desenvolvidos pela personagem; - espaço cênico: local onde se desenvolve a ação cênica. b) Signos da Representação Teatral: - da personagem: - visuais: figurinos, adereços, gestual; - sonoros: fala (entonação) - do espaço cênico: visuais: cenário, adereços de cena, iluminação; sonoros: sonoplastia; c) Gêneros Teatrais: dos 23 - Tragédia e suas características: a fatalidade, o sofrimento, o pesar; - Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco; - Drama e suas características: o conflito. Dança Elementos do Movimento: - corpo: articulações, superfícies, membros, tronco, quadril, cabeça. - espaço: kinesfera (amplitudes), progressões espaciais, tensões espaciais, projeções espaciais, orientação espacial, forma. - ações: torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, cair, expandir, recolher, saltar. - dinâmicas: peso, espaço, tempo, fluência. - relacionamentos. Referências CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002 CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002. FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993. 23 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998. _____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 _________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997. SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35-55 SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995. SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986. 23 C) DISCIPLINA: LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS Concepção do Ensino de Lingua Estrangeira Moderna (LEM) Inglês A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005) É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria. A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira. Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, 23 medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais, música pop e propaganda. Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em situações de comunicação (oral e escrita)”.(PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as implicações político-ideológicas. Encaminhamentos Metodológicos O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensino-aprendizagem. Há que se pensar que ao ensinar uma LEM devese buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos. Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir. Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e compreensão auditiva – 23 não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos específicos. Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde. Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta, principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vêm prontos na linguagem. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características, o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto. 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos, narrações, correspondência, receitas, descrições, bulas de poesias, remédios, tiras, folders, outdoors, placas de sinalização, etc. Identificação da idéia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressa em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. 24 Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc 1.1. Foco lingüístico Substantivos. Adjetivos. Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos. Verbo to be e there to be. (afirmativa, interrogativa e negativa). Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular de verbos mais comuns) e futuro com will. Imperativo: afirmativa e negativa Preposições (in, on, at, from, to…) Advérbios de tempo, lugar e freqüência. 1.2. Vocabulário básico Saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias da semana, meses do ano, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos, condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot, cool, warm), partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal). Ensino Médio 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) Identificação informativos, de diferentes narrações, correspondência, receitas, gêneros textuais descrições, bulas outdoors, placas de sinalização, etc. de tais poesias, remédios, como: tiras, folders, 24 Identificação da idéia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressa em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos, etc...) 1.1. Foco Lingüístico Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativas, interrogativas e negativas. Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos) Verbos Modais: Can, may, could, should, must. Substantivos contáveis e incontáveis. Some, any, no e derivados. 1.2. Vocabulário O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo. Referências PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005. GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. D) DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA 24 Concepção do Ensino de Educação Física Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento. Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa. Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como: (...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram. A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir das 24 atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes culturas. Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensino-aprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano. Encaminhamentos Metodológicos A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesma por fatores, normalmente, alheia a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária, mas a diversidade sócio-cultural dos mesmos. Se considerarmos que os educandos freqüentadores dessa modalidade de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à 24 realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades. Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação paradoxal de se da relacionar incompatibilidade a Educação Física quase com adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades como as “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento corporal humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato sua adequabilidade será mínima. Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino. Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e adultos: Quem são os alunos da EJA? Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos? Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do 24 conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo1. É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na prática pedagógica do educador, expressando idéias e ações relacionadas a: seqüenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do processo ensinoaprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das conseqüências do processo ensino-aprendizagem), conforme representados na figura 1: Seqüenciação Tempo Cultura Comprometiment o Trabalho Avaliação Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica. A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28), deve estar voltado para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez. 1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar). Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica. 24 O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região. Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino, sejam de caráter presencial ou semipresencial. Os conteúdos que apresentamos – constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em função do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador. Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física (BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo, buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no desempenho e da eficiência, e conseqüentemente na exclusão do educando . O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos alunos. Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço conjunto de professores e alunos através de situações concretas e significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a possibilidade de construção 24 pelo educando dos seus conceitos, atitudes e procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de conhecimentos. Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma aprendizagem social regida por uma organização política e social. O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de expressão. A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que: o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de 24 vida. Isso torna-se essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade. A avaliação deverá, portanto compreender formas tais como: a linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que educando idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento. Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apóie em um diálogo constante. É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um 24 autoconhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos propostos. Organização dos Conteúdos Ensino Fundamental e Médio Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34). Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem: A relação entre o conhecimento social e escolar do educando; A identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição das praticas educativas; Ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento; As diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na formação do educando; As múltiplas interações entre os diferentes saberes; Articulação entre teoria, prática e realidade social; Atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo. Baseado na perspectiva dos educadores propomos a articulação do trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer. 25 Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de, pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão histórico-política e social. O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social tema da cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua resignificação, e sua adaptação à realidade que a prática cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo. Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais. O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta. A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento, conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história, sua cultura, como manifestação 25 de vida, por meio de um processo continuo de integração e relacionamento social. O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social. Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino. Conteúdos Ensino Fundamental e Ensino Médio Definição de saúde. SAÚDE (Ensino Fundamental ) Atividade física na produção de saúde. Sedentarismo. Postura. Anabolizantes e suas conseqüências. Controle de freqüência cardíaca. Definição de saúde. Obesidade. Stresse. SAÚDE (Ensino Médio) Hábitos alimentares. LER e DORT. Ergonomia. Corpo do trabalhador e seus sacrifícios. Controle de freqüência cardíaca. Envelhecer com saúde. Definições de esporte. ESPORTES (Ensino Fundamental e Médio) História e origem. Princípios básicos (fundamentos). Táticas e regras. Esporte como fenômeno global. Atividades práticas. Ficaram definidos 25 Definição de jogo. Aspectos históricos sociais. JOGOS (Ensino Fundamental e Médio) GINÁSTICA (Ensino Fundamental e Médio) DANÇA (Ensino Fundamental e Médio) LAZER (Ensino Fundamental e Médio) Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos intelectivos, jogos de dramatização e jogos pré-desportivos. Diferentes manifestações culturais. - Atividades práticas. História e origem. Tipos de ginástica: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica laboral e ginástica de academia. Princípios básicos. Atividades práticas. História e origem Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de salão, danças criativas. Expressão corporal/atividades rítmicas. Danças da cultura local. Atividades práticas. - Definição de lazer. Aproveitamento do tempo livre. Lazer e benefícios para saúde. - Referências BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002 COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997. COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. CORBIN, C.B. The field of Physical Education: common goals, not common roles. JOPERD, Reston, p.79-87, 1993. FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A . J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. LOVISOLO, H. Educação Física: a arte da mediação. 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Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, e ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual (is) o educando aprende; aquisição do conhecimento. Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a partir da década de 60 do século passado. O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno. 25 Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole. Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna: “A professora pergunta: Por que 2 + 3 = 3 + 2 ? Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar. Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta. A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ? Novamente os alunos se apressam a responder: 9 e 1 são 10 e mais um é 11. Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2, 9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] . Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa.(PETRONZELLI, 2002, pp.40-1) Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo 25 plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos matemáticos sócio- históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a matemática. Na atual proposta pedagógica para a EJA, procurase a interação entre o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material de existência humana e as manifestações teórico-metodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida. Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem a chegar até determinados proporcionando conceitos, no ou processo seja, de o educador estará ensino-aprendizagem a 25 reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza. O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade. Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias matemáticas e sociais. Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais. Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática. Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos 25 conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções conceitos elementares, científicos, conceitos fazendo o espontâneos, educando em dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas. A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos. Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural. A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”: Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que 26 garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos) Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar. É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática. Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente. Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam restabelecidos, visto 26 que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso fazse necessário repensar o ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo. Encaminhamento Metodológico Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento. As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática. É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico. Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Nessa perspectiva, a. 26 Contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27). De determinados forma conceitos equivocada, fundamentais a na abordagem construção de do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo. Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27). O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem. No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles: 26 . a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente. . os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto aos educandos. . a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes. . articularem as diferentes singularidade e possibilidades totalidade no dos alunos processo de elaboração do conhecimento. Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar. Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensino-aprendizagem de Matemática sejam permeados pela (os): História da Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimuladas a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo. Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. São 26 eles: números e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular. Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma articulada. Esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos. É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado. Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador quantitativos e fazer qualitativos observações da sistemáticas apreensão do de aspectos conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social. É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os 26 obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem. O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento matemático. No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores: - Considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema; - Resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado-se de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático. - Erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático. Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria escola. Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como um todo. 26 Organização dos Conteúdos Ensino Fundamental Números e Operações Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação. Conjuntos numéricos: abordagem histórica. Algoritmos e operações. Raciocínio Proporcional. Porcentagem. Grandezas diretas e inversamente proporcionais. Regra de três. Juros simples e composto. Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas. Potenciação e radiciação. Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem algébrica e vice-versa. Operações com monômios e polinômios. Equações de 1º e 2º graus. Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis. Cálculo Mental e Estimativa. Geometria Conceitos de: direção e sentido; paralelismo e perpendicularismo. Reconhecimento dos sólidos (faces, arestas e vértices). Classificação dos sólidos (poliedros e corpos redondos). 26 Conceituação dos poliedros. Identificar poliedros e polígonos: cubo – quadrado. paralelepípedo – retângulo. pirâmide – triângulo. Trabalhando a relação de figuras espaciais e percepção espacial. Noção de planificação (espaço para o plano). Planificação – construção das figuras espaciais (plano para o espaço). Identificar - faces, arestas e vértices. Identificar figuras planas. Classificação dos polígonos. Ângulos - construção Soma dos ângulos internos de um polígono. Classificação de triângulo quanto aos lados e ângulos. Ampliação e redução de figuras (percepção e criatividade). Ângulos notáveis (articulado com simetria e a construção de gráficos de setores). Relações entre figuras espaciais e planas. Decomposição e composição de figuras. Congruência e semelhança: triângulos. Simetria (conceitos/aplicações). Teorema de Tales. Teorema de Pitágoras. Medidas figuras planas, 26 Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal uso das medidas de tempo e conversões de Temperatura (Corporal e Climática). Sistema Monetário e sua relação com SND. Conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, euro, pesquisa de mercado. Medidas de: - ângulos. - comprimento. - superfície. - capacidade. - volume. Razão entre áreas de figuras semelhantes. Perímetro e área de figuras planas. Cálculo de volume de alguns sólidos geométricos. Medidas de Massa. Tratamento de Informação Probabilidade: experimentos e situações-problema. Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de dados. Medidas de posição. Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem. Porcentagem, linguagem gráfica quantitativa. Ensino Médio Números e Álgebra Organização dos Campos Numéricos. com análise 26 Razão e Proporção. Regra de três simples e composta. Possibilidade de diferentes escritas numéricas envolvendo as relações entre as operações: Números decimais em forma de potência de 10, notação científica e potências de expoente negativo. Radicais em forma de potência. A potenciação e a exponenciação. Propriedades da potenciação. A linguagem algébrica: fórmulas matemáticas e as identidades matemáticas. Decodificação, codificação e verificação de equações de 1º e 2º graus. Sistema de Equações (com duas variáveis). Funções Função afim. Função quadrática. Seqüências. Progressão Aritmética. Progressão Geométrica. Noções de: - Matrizes; - Determinantes; - Sistemas Lineares (3x3). Geometria e Trigonometria Relações entre formas: - espaciais e planas; - planas e espaciais. Representação operações. geométrica dos números e 27 Geometria Espacial e Plana: - Relações entre quadriláteros quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e perpendicularismo. - Congruência e semelhança das figuras. - Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos. - Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência. - Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa. - Sólidos geométricos: representação, planificação classificação. - Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera. - Cálculo de volumes e capacidades. Geometria Analítica: - o ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta) - a reta (distância entre retas) - a circunferência. Trigonometria: Ângulos, processo de triangulação, triângulo retângulo, semelhança de triângulos. As razões trigonométricas e o triângulo retângulo. Leis do seno e coseno. Tangente como a razão entre o seno e o coseno. Construção de tabelas de senos, cosenos e tangentes de ângulos. Cálculos de perímetros e áreas de polígonos regulares pela trigonometria. Ciclo Trigonométrico – Trigonometria da 1ª volta. Gráfico de funções trigonométricas. e 27 Tratamento de Informação Estatística: - Gráficos e tabelas - Medidas e tendência central - Polígonos de freqüência - Aplicações - Análise de dados - Sistematização da contagem: - Princípio multiplicativo; - Análise Combinatória; - Probabilidade: - Probabilidade de um evento; - União e intersecção de eventos; - Probabilidade condicional - Relação entre probabilidade e estatística Noções de Matemática Financeira: - Porcentagem; - Juro composto; - Tabela Price (aplicação e construção). Referencias Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. da educação BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 27 BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado) PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimneto matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p. F) DISCIPLINA: CIÊNCIAS NATURAIS Concepção do Ensino de Ciências 27 A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto escolar. Para tanto, deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás, planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar, mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe, portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade. 27 Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências, que se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que neles se apresentam. Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se conhece. Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos. O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo, agindo e interagindo com o sistema. Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciência-tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69). É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e 27 processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida. O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o muno do trabalho e com outras dimensões do meio social. As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131). Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. Encaminhamentos Metodológicos Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do 27 educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando. que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; as experiências dos educandos no mundo do trabalho; a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico; as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas 27 para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e 27 práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as situações-problemas e da busca por mais conhecimentos. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. 27 O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da idéia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo. Organização dos Conteúdos É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando 28 apresentar os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla: Universo. Sistema Solar. Planeta Terra. Matéria e Energia. Materiais, Átomos e Moléculas. Ligações, Transformações e Reações Químicas. Tipos de Energia, Movimentos, Leis de Newton. Calor, Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo. Água, Ar e Solo. Desequilíbrios Ambientais. Biosfera. Ecossistemas. Seres Vivos. Organismo Humano. Saúde e Qualidade de vida. Biotecnologia. Ciência, Tecnologia e Sociedade. 28 Referências BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996. CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990. _____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. _____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985. CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994. _____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995. _____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.) Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. .A.; PERNAMBUCO, M. A. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. GASPAR, Alberto. Experiências de Fundamental. São Paulo: Ática, 2003. Ciências para o Ensino GIL-PEREZ, D. & CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez. HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São Paulo: Instituto de Física, 1989. KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987. OLIVEIRA, Renato José de. A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. 28 SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2001. SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989. G) DISCIPLINA: BIOLOGIA Concepção do Ensino de Biologia A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto escolar. 28 Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”. Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada a seu momento histórico.” As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que 28 durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida. Encaminhamentos Metodológicos O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. 28 Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino Médio – SEED-PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”. As Diretrizes, ainda, consideram que para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem. Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas”. Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos 28 científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando. Que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; As experiências dos educandos no mundo do trabalho; A necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica; As relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-adia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26) “. As dúvidas são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. 28 Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. 28 Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. 28 Partindo da idéia de que a metodologia deve estar respeitando o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram origem à sua exclusão do processo educativo. Conteúdos – Biologia Ensino Médio A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná-SEED – PR. É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena. Segundo as Diretrizes, 29 estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico.Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina. Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática. As sugestões de conteúdos básicas estão descritos a seguir: ORGANIZAÇÃO E BIODIVERSIDAD DISTRIBUIÇÃO E DOS SERES VIVOS PROCESSO DE MODIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS IMPLICAÇÕES DOS AVANÇOS BIOLÓGICOS NO CONTEXTO DA VIDA Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos Conteúdos básicos, descrita a seguir: Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia. Organização e distribuição dos seres vivos O estudo acerca da organização dos seres vivos, iniciou-se com as observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza. Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie 29 von Leewenhoeck, o mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da Tecnologia. A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares. Como exemplos desta influência tem-se o estudo da anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII. No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este processo nas plantas. Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255) ... a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser a base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina. Biodiversidade A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas cavernas e 29 também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C. A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal. Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação. Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos. Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de grandes desafios diante do progresso científico O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de espécimes, mas entendendo que a observação e sistematização do observado é uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação (KRASILCHIK,2004) Processo de modificação dos seres vivos e na taxionomia. 29 No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a estrutura celular, e os primeiros micoorganismos, inicialmente denominados animáculos, foram observados (ROSSI, 2001). Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida, colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração Espontânea. Diferentes idéias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação. No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de eliminar doenças geneticamente transmitidas. A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científica é função importante da própria sociedade. 29 Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002) Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela. É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas. A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186) Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral” e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas. 29 Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as conseqüências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995). Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004). Referências BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19 BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI,R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras,1998. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. _____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília, 2004. BERNARDES,J.A .& FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S.B. da & GUERRA,A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. CARRETRO, Mario. Construir y enseñar las ciencias experimentales. Aique Grupo Editor. Argentina. FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004. KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. _____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. KUENZER,A . Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. 29 MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004. MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES,M. A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores associados, 1993, p.20-28. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004). SIDEKUM,A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm H) DISCIPLINA: FÍSICA Concepção do Ensino da Física Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseia-se na Fundamentação Teórico-Metodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná-SEED – PR. O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2). Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que 29 permite compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas. Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7) Nessa perspectiva, "... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, 29 sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento" (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138). Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o estudante ... a ter uma idéia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes idéias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42). Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico" (ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio. Também parece haver um consenso entre os professores em torno da idéia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a 29 importância dessa consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum ... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25) Assim, ... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra) Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das idéias científicas” (PONCZEK, 2002, p. 22). Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo. Alem disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em 30 muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo. Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e entendendo que ... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101-102) Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensinoaprendizagem em Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência. Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente, derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente. Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas idéias, sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma 30 metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta idéia remete aos estudos das concepções espontâneas ou idéias alternativas dos sujeitos: (...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de idéias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2) O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica. Assim, espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica. Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233). Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a 30 ... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31) Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a contribuição para a formação dos sujeitos através das ... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79) Encaminhamento Metodológico Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda, acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina. Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os educandos tornem-se passivos em sala de aula. É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador. 30 Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, seqüenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8) A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos. (...), não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40) Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar e as possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam: A abordagem da Física enquanto construção humana No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o 30 conhecimento enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico, assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações tecnológicas na contemporaneidade. A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que idéias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7) O papel da experimentação no ensino de Física O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78). O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do sujeito com um dado conhecimento, sendo, portanto subjetiva. Seu potencial didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376) O cuidado com os conceitos e definições em Física O educando traz idéias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas idéias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do 30 conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários. Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às idéias de conceitos espontâneos. Tais idéias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcedental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22) O cotidiano dos alunos/contextualização O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas no processo da aprendizagem. Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d) O papel do erro na construção do conhecimento Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar. É essencial valorizar os 30 acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. O incentivo à pesquisa e a problematização É importante incentivar os educandos para que ampliem seus conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de resultados. Para tanto, será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13) A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade.(...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física, porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser analisado. Os recursos da informática no ensino da Física O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo de entendimento sobre as tecnologias usuais e como utilizar-se desta ferramenta para ampliar os conhecimentos. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula 30 Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas. A utilização do material de apoio O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras alternativas de ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto. Conteúdos de Física – Ensino Médio Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens significativas aos educandos da EJA. Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também ... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a idéia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140) Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à 30 vida dos educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir. Introdução À Física Campo de estudo e atuação da Física. História da Física. A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas. Mecânica Movimento retilíneos. Movimentos curvilíneos. Movimento circular uniforme. Queda-livre. Os Princípios da Mecânica (Leis de Newton). Energia. Trabalho. Potência. Impulso e quantidade de movimento. A Gravitação Universal. A Hidrostática. FÍSICA TÉRMICA Fenômenos térmicos. O calor e a temperatura. O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases. As mudanças de estado físico da matéria. Trocas de calor. Transmissão de calor. 30 Comportamento térmico dos gases. As Leis da Termodinâmica. Ondulatória Fenômenos ondulatórios. Ondas mecânicas e eletromagnéticas. Natureza ondulatória e quântica da luz. Óptica Fenômenos luminosos. Princípios da Óptica Geométrica. Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz. Lentes e instrumentos ópticos de observação. Espelhos. A óptica e o olho humano. Eletricidade E Magnetismo Fenômenos elétricos e magnéticos. Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade. A Lei de Coulomb. O campo elétrico. Potencial elétrico. A corrente elétrica. Geradores e circuitos elétricos. O campo magnético. Indução magnética. Energia Energia e suas transformações. Fontes e tipos de energia. Energia, meio ambiente e os potenciais energéticos do Brasil. A energia elétrica nas residências. Referências ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.18-46. ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época) 31 AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA, Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d. BARROS, Henrique Lins.In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. DEMO, Pedro. Educar Associados, 1997. pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2. MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005. OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/ou/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101-107. RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 25-29/ janeiro, 1993. Autores 31 RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45. ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de las Ciencias. Vol.4, nº 1, 2005. SEED-PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto digitalizado. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 20-28. PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a 3.html. Acesso em 09/06/2005. I) DISCIPLINA: QUÍMICA Concepção do Ensino de Química A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12), o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos. 31 Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive. A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes. Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a partir da Química como ciência. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás, planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe, portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e conforme MALDANER (2000, p.196), compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas 31 dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida. Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, para DELIZOICOV |et.al.| (2002, p.34), a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sóciohistoricamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido. Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. Encaminhamento Metodológico Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta pedagógica de ensino para a disciplina de Química Médio Regular, no Ensino faz-se necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as 31 Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica. Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa seria partir da seqüência: “fenômeno– problematização–representação-explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor, episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184) Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8) Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico. Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a 31 construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.” Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe causar problemas. Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-adia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o contextualização sem reduzir os desafio consiste em realizar esta conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências 31 históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco significativa. É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50), o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos. Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dados e informações. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que 31 é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos pré-vestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo. Conteúdos de Química – Ensino Médio O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos. Matéria e substâncias Reações Químicas Funções Orgânicas e Inorgânicas Ligações Químicas 31 Ligações entre as moléculas Tabela periódica e periodicidade Estrutura atômica Estequiometria Estudo dos Gases Radioatividade Propriedades coligativas Eletroquímica Equilíbrio Químico Soluções Termoquímica É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais. A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que possam ser trabalhados, independentemente da seqüência usual presente nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver metodologias que visem evitar a fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina. Na perspectiva que se propõe, a avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo coerente com os 31 objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61) Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química, estabelecendo uma perspectiva de torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso. Referências BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. 32 RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. J) DISCIPLINA: HISTÓRIA Concepção do Ensino de História A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. Hoje, por exemplo a História busca os diversos aspectos que compõem a realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que precisava ser legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função legitimar a identidade nacional. Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem recente. 32 A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos: econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. O homem/mulher como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês, dos problemas, das idéias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres. Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças. É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico. É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que possam concordar ou discordar de 32 um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história. Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias, capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos têm um papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da sociedade e do mundo em que vivem. Encaminhamentos Metodológicos De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu mundo. No mundo contemporâneo um constante (re) pensar sobre a cultura escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas. Para isso, propõe-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretende-se com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens. Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões através dos conteúdos socialmente 32 significativos relacionados ao contexto político e social, reconhecendo a pluralidade étnica e culturais onde esses sujeitos estão inseridos. Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987). É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino-aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral. Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articula-se às temáticas que por sua vez articula-se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa concepção, refere-se ao tempo histórico. Os conteúdos selecionados foram organizados em quatro temas plurais no Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania. É importante que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo. A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentados, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica 32 local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico. Transformar imprescindível os conteúdos em “situações problemas” é para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação. É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria realidade. Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História na busca da autonomia e da cidadania. Organização Dos Conteúdos Ensino Fundamental e Médio EIXOS ORIENTADORES TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL 32 CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem um sujeito histórico, atuação do sujeito históricomemória. PRODUÇÃO conceito de DO ciência CONHECIMENTO histórica, como HISTÓRICO: o historiador reconstrói a história? IDENTI DADE CULTUR AL diferentes temporalidades, fontes históricas, patrimônio cultural, a origem do homem e o começo dos tempos. ENCONTRO ENTRE DIFERENTES CULTURAS: o Paraná no Século XV, ocupação do espaço paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias, dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense. CULTUR A TRABA LHO TEMPO TERRA E PROPRIE DADE NOS DIFEREN TES PERÍOD OS HISTÓRI COS O ESTADO E AS DIFERENTES MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA: Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista. CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: Capitanias hereditárias, sesmarias, reduções, engenhos, rendeiros/meeiros Quilombos, comunidades indígenas, leis de terras, imigração européia. TENTATIVAS DE REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL REPÚBLICA: Plano de metas, reforma de base, ditadura militar, proposta de Tancredo Neves, a questão da terra nos governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. CONFLITOS AGRÁRIOS PELA TERRA NO BRASIL: Canudos, Contestado, ligas camponesas, demarcação das terras indígenas, luta dos povos da floresta, movimento dos trabalhadores rurais sem terra. ESTADO NEOLIBERAL: origem, emprego, flexibilização dos direitos sociais, neoliberalismo no Brasil . ESTADO DITATORIAL E TOTALITARIO: ditadura militar no Brasil, ditadura na América espanhola, princípios fundamentais do totalitarismo, contexto da Segunda Guerra. ESTADO POPULISTA: o populismo no Brasil e na América espanhola. 32 EIXOS ORIENTADORES TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO 32 DIVERSI DADE CULTUR AL CULTUR A TRABA LHO TEMPO RELAÇÕ ES DE PODER E MOVIME NTOS SOCIAIS MUNDO DO TRABAL HO E CIDADA NIA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem/mulher como sujeitos históricos, formação da identidade e alteridade, História local. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: história como ciência, natureza e cultura, diferentes temporalidades, fontes históricas, as primeiras civilizações, patrimônio cultural. DIFERENTES CULTURAS: dominação e resistência na formação da sociedade brasileira, o mundo árabe, a cosmovisão africana., cultura oriental, os diversos Brasis. A RELAÇÃO COLONIZADOR/COLONIZADO NA AMÉRICA: dominio cultural e político europeu, assimilação e aculturação. HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS: trabalho escravo, Formas de resistência, movimentos abolicionistas, guerra de secessão. LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO: Estado liberal clássico, as idéias iluministas, a partilha do mundo, Primeira Guerra Mundial. SÉCULO XX MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS: formação dos estados totalitarios, o mundo em guerra, descolonização afro-asiática, movimentos sociais no pós-guerra, conflitos culturais na América espanhola. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: emancipação política das colônias americanas, a construção do estado brasileiro, o período republicano. LUTAS PELA POSSE DA TERRA: conflitos agrários pela posse da terra no Brasil e na América espanhola, conflito árabe-israelense. CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, Revoluções burguesas e Iluminismo, Apartheid, o leste europeu, sociedade árabe, sociedade chinesa. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO SÉCULO XXI: movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988, a paz no mundo, desigualdade social. MUNDO DO TRABALHO: flexibilização do emprego, trabalho escravo e infantil, relação capital e trabalho, movimentos sindicais, a tecnologia no mundo globalizado. 32 Referências BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: EuropaAmérica, 1997. CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986. DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff, FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987. KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992. K) DISCIPLINA: GEOGRAFIA Concepção do Ensino da Geografia Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo a transformação no espaço planetária, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia. Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia? Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram obrigados a memorizar 32 listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia. Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos. Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima (calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre). Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-lhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo. Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a circulação no território. Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”. Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino de 33 Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial. A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si”. Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina-se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”. Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse 33 sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”. Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível. Torna-se urgente assim, romper com a compartimentalização do conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional. Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”. O ensino de Geografia comprometida com as mudanças sociais revela as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re) pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde se revelam as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos. Encaminhamentos Metodológicos Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem sido assentada em aulas 33 expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe. É preciso que o eduque se perceba enquanto sujeito, como produto e ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas omissões. É importantes que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983 p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários. A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido. Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e relações e 33 construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar: 1- Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade? 2- Quais mudanças foram provocadas por sua instalação? 3- Qual a sua importância para o município, estado, país? 4- Qual sua importância para a população? 5- Por que ela se instalou nessa região? 6- Como é seu processo produtivo? 7- Quais impactos vem causando no ambiente? Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é necessária uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade. A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento. Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico é fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de Geografia, em três grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza. Esses eixos estabelecem relações entre si e permitem a compreensão da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da migração campo-cidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona a estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si. 33 O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza articulam-se as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa maneira, os conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas interrelações, rompendo-se com a compartimentalização e com a linearidade do conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do espaço pelas sociedades. Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de mundo. Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como parte integrante do processo ensino- aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica. A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar diversas linguagens. Os objetos da avaliação no ensino de Geografia são os três eixos mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-se-á da descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise para a compreensão das transformações que se processam no espaço e na maneira como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido. Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia-a-dia, possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da 33 aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena. Conteúdos de Geografia Ensino Fundamental e Médio Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos. Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando. 33 EIXOS TEMÁTI CA CONTEÚDOS 33 ESPAÇ O RELAÇÕS SOCIAIS NATUREZA RELAÇÃ O CIDADE– CAMPO ORGANIZAÇÃO SOCIOESPACIAL CIDADANIA DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide etária, padrão de vida, movimentos migratórios,. ATIVIDADES ECONÔMICAS: cadeias produtivas, redes de distribuição, transporte e comunicação, espaço agrícola, fontes de energia, comércio, indústria, turismo, circuitos produtivos, Divisão Internacional do Trabalho, flexibilização do trabalho, economia solidária. POLÍTICAS PÚBLICAS: agricultura familiar reforma agrária, assistência social, educação, meio ambiente, habitação, cultura, saúde. URBANIZAÇÃO: expansão urbana, infraestrutura, plano diretor urbano. AGRÁRIA: estrutura fundiária, modernização do campo, conflitos no campo, agricultura familiar, políticas agrárias. GEOPOLÍTICA: organização socioespacial, fronteira, estado, nação, território, territorialidade. REPRESENTAÇÃO SOCIOESPACIAL: Planeta Terra, localização espacial, orientação, coordenadas geográficas, cartografia. QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: degradação ambiental, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida. 33 Referências CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999. CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. 33 L) DISCIPLINA: SOCIOLOGIA Concepção do Ensino de Sociologia Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a busca da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para sua consolidação como ciência. O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicações para os fenômenos sociais com os quais conviviam. As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram transformadas neste processo. O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de trabalho, traz em seu bojo questões econômicas/culturais que precisam de respostas. Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e posicionamentos políticos. Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, este autor buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao progresso. Émile Durkheim (1858-1917) irá utilizar-se de conceitos de Comte na elaboração e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só faz sentido se :” compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente de manifestações individuais, exerce sobre cada ser 34 humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste processo. Em Max Weber(1864-1920) a orientação vai num outro sentido, para ele o indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações individuais. Para ele “compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.(SEED, 2006, p.22). A sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade, rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(...) prover os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições – conduta de vida e conhecimento especializados – necessárias para realizar suas funções de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22). Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818-1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral - que a história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais.(SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou 34 Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam. É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma. Encaminhamento Metodológico No ensino da Sociologia propõe-se que sejam redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais. É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os conteúdos específicos deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculado ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre outras coisas. Neste sentido, destacam-se os conteúdos específicos da disciplina não precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma seqüencial, do primeiro ao último conteúdo listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de uma “amarração” com os demais. Sugere-se, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida contextualização do surgimento da 34 Sociologia, bem como a apresentação de suas principais teorias na análise/compreensão da realidade. No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas á transformação social. Organização dos Conteúdos 1-Conteúdo estruturante: O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas. Conteúdos específicos: Modernidade(Renascimento; Reforma Protestante; Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial). Desenvolvimento das Ciências; Senso comum e Conhecimento científico; Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx; Produção Sociológica Brasileira. 2- Conteúdo estruturante: O processo de socialização e as instituições 34 sociais. Conteúdos específicos: Instituições familiares; Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições políticas, dentre outras. 3 - Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural. Conteúdos específicos: Conceitos antropológicos de cultura; Diversidade cultural; Relativismo; Etnocentrismo; Identidade; Sociedade de consumo; Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular; Questões de gênero e outras minorias. 4 - Conteúdo Estruturante: Trabalho, produção e classes sociais; Conteúdos específicos: Salário e lucro; Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural; Subemprego e informalidade; Terceirização; Voluntariado e cooperativismo; Empreendedorismo; Agronegócios; Empregabilidade e produtividade; Capital humano; Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho; Economia solidária; 34 Flexibilização; Neoliberalismo; Reforma agrária; Reforma sindical; Toyotismo, Fordismo; Estatização e privatização; Parcerias público-privadas; Relações de mercado, entre muitos outros. 5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia Conteúdos específicos: Estado Moderno; Tipos de Estados; Conceito de poder; Conceito de dominação; Conceito de Política; Conceito de ideologia. 6- Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais. Conteúdos específicos: Conceito moderno de direito; Conceito de movimento social; Cidadania; Movimentos sociais urbanos; Movimentos sociais rurais; Movimentos sociais conservadores. Avaliação A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos 34 utilizados nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva marcada pela autonomia do educando. Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva, ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando. Referências ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de sociologia:pequena introdução ao estudo da sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981. COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. GIDDENS, A . Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN, M. G. (Org.) Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. 14 LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2006. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. 34 M) DISCIPLINA: FILOSOFIA Concepção do Ensino de Filosofia Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidade desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processos de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo. As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe que este ensino seja um espaço para criação de 34 conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula. Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos. Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20). Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos. Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, ressignificar e criar conceitos. Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos. O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos. O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na relação com o educando com os problemas suscitados, com 34 a busca de soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo. Encaminhamento Metodológico Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a criação de conceitos. Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização. Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala. Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão. A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma 34 abordagem contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade. Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito nas idéias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico. É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar. Conteúdos Estruturantes As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz curricular. Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que, desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. 1. Mito E Filosofia 35 O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet. 1.1 Conteúdos Específicos 1.1.1 O nascimento da Filosofia; 1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega; 1.1.3 O mito a origem de todas as coisas; 1.1.4 Mito e razão filosófica; 1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico; 1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico; 1.1.7 Ciência e senso comum. 2. Teoria do Conhecimento Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell. 35 2.1 Conteúdos Específicos 2.1.1 O problema do conhecimento; 2.1.2 Fundamentos do conhecimento; 2.1.3 Filosofia e método; 2.1.4 Racionalismo; 2.1.5 Empirismo; 2.1.6 Ceticismo; 2.1.7 Essência da política; 2.1.8 Política e poder; 2.1.9 Política e violência; 2.1.10 Política e liberdade subjetiva; 2.1.11 Política e sociabilidade; 2.1.12 Formas de governo; 2.1.13 Liberdade Política; 2.1.14 Crise da política contemporânea; 2.1.15 A função do político na contemporâneidade. 3. Ética Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca. 3.1 Conteúdo Específico 35 3.1.1 Ética e moral; 3.1.2 Concepções éticas; 3.1.3 O que é liberdade?; 3.1.4 Liberdade e autonomia; 3.1.5 Liberdade e determinismo; 3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento; 3.1.7 Autoridade e autoritarismo; 3.1.8 Responsabilidade e liberdade; 3.1.9 Questões de gênero; 3.1.10 Diversidade e sociedade. 4. Filosofia Política Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo. Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire. 4.1. Conteúdos Específicos: 4.1.1 O preconceito contra política; 4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política; 4.1.3 Nascimento da democracia; 4.1.4 Ética e Política; 4.1.5 Concepção liberal e Política; 4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo. 5. Estética 35 Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl, Paul Valéry. 5.1 Conteúdos Específicos 5.1.1 Pensar a beleza; 5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?; 5.1.3 Concepções de estética; 5.1.4 Concepções de Arte; 5.1.5 Arte como conhecimento; 5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte; 5.1.7 Arte e Política; 5.1.8 Crítica do gosto; 5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança; 5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas. 6. Filosofia Da Ciência É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendê-las. 35 Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer. 6.1 Conteúdos Específicos: 6.1.1 O que é Ciência; 6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência; 6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência; 6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica; 6.1.5 Tendências da Bioética; 6.1.6 Bioética e Aborto; 6.1.7 Bioética e experiência Genética. Avaliação Do Ensino Da Filosofia Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação no processo de ensinoaprendizagem, pela qualidade com que educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta Langón (2003, p. 94): 35 Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil. Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos: Q ual conceito trabalhou e criou/recriou; Q ual discurso tinha antes; Q ual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si mesma. Referência ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. 35 CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992. KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 35 N) DISCIPLINA: ENSINO RELIGIOSO Fundamental – Fase II Concepção do Ensino de |Ensino religioso “Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento profético, que é também utópico, implica a denúncia de como estamos vivendo e o anúncio de como poderíamos viver.” “É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que as distintas maneiras de por em prática estes enfoques facilitem e estimulem a ativa participação e expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997). Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, a disciplina de Ensino Religioso está pautada no entendimento do conhecimento constituído sobre as diversas tradições e organizações religiosas, o qual deve dimensionar o respeito na interrelação entre as diferentes manifestações e crenças religiosas. Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, pautou-se na necessidade de superação de uma situação historicamente constituída, que se perfazia no ensino do catolicismo, o qual expressava a proximidade desde o Império com a Igreja Católica. Depois, com o advento da República, a nova constituição separou o Estado da Igreja e o ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de religião foi mantida nos currículos escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro. Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em 35 conseqüência, desde a época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de Ensino Religioso. Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola. Os debates em torno da sua permanência como disciplina escolar têm sido intensos e a busca de explicações que justificam as novas configurações da disciplina não se restringem ao contexto brasileiro. Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo enfoque para o Ensino Religioso: _ o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado não confessional, laico e que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa; _ o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento, devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da educação e da comunicação, e _ o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda reviravolta nas concepções, em especial no séc. XIX, que atinge seu ápice na célebre expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900): “Deus está morto”, metáfora do autor para dizer que sociedade não é capaz de crer numa ordenação cósmica transcendente e imanente. Isto conduz a uma repulsa aos valores absolutos e também ao questionamento em qualquer valor ditado por uma ordem superior, visto que o homem é um ser pensante, logo criador. Para Nietzsche, esta posição subjetiva leva a sociedade ao niilismo, à decadência moralreligiosa vinculada à manutenção de um local reservado ao princípio transcendente e imanente, o qual vem sendo destruído pela sociedade. Mesmo que aparentemente contraditório ao que se interpõem nos dias de hoje – uma sociedade racional e tecnologicamente equipada –, há uma necessidade social de retorno à busca de explicações no sagrado. Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, já que as limitações da racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já apontados e estudados por autores como o filósofo 35 alemão Edmund Husserl (1859-1938), com a obra A Crise das Ciências Européias, e o filósofo austríaco Ludwig Joham Wittgenstein (1889-1951) com seus escritos a respeito do entendimento da linguagem que circunda o homem e o mundo. Foram críticas sobre a redutibilidade dos saberes do mundo à linguagem científica e a sua pretensa superioridade em relação às demais formas de conhecimento e expressão. Assim, faz-se necessário superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a disciplina de Ensino Religioso e para toda a escola. Desta forma, o processo de ensino e de aprendizagem proposto para este documento, visa à construção e produção do conhecimento que se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do confronto de idéias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de conteúdos formalizados. Opõe-se a um modelo educacional que centra o ensino tão-somente na transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as possibilidades de participação do educando e não respeita a diversidade religiosa. Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do Ensino Religioso, expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de escolarização, diante das demandas sociaiscontemporâneas que exigem a compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito religioso entre os países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade. Nesse contexto, está a escola e nela o currículo do Ensino Religioso, historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese e que permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão. 36 Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar: - a necessária superação das tradicionais aulas de religião; - a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos; - as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas das diversas formas de religiosidade. Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status de disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos escolares, da produção de referenciais didáticopedagógicos e científicos, bem como da formação dos educadores. No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar, ainda persistem dúvidas quanto aos conteúdos a serem tratados na escola; portanto, vale destacar que para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crença. No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são abordadas para ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, historicamente e, portanto, são marcadas por aspectos construída econômicos, políticos e sociais. Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o conhecimento, sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional. Em outras palavras, pode-se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso na escola pública 36 não pode ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as Igrejas (COSTELLA, 2004, pp. 97-107). Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso, esta Proposta Curricular tem como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar os educandos, por meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado. Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas manifestações são significativos para todos os educandos no processo de escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade. Objeto de Estudo do Ensino Religioso O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o sagrado, o qual é interpretado dentro das Diretrizes Curriculares como foco do fenômeno religioso por contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta concepção favorece uma abordagem ampla de conteúdos específicos da disciplina. Tais conteúdos privilegiam o estudo das diferentes manifestações do sagrado e possibilitam sua análise e compreensão como o cerne da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes grupos sociais. As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura, ou seja, sua apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As religiões se apresentam como modalidades do sagrado que 36 se revelam em processos históricos e em espaços marcados por representações da necessidade humana de se convergir em uma unidade sociocultural. Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de mundo e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano. Por isso, o sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a permitir uma análise mais complexa de sua presença nas diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem ser assim estabelecidas: Paisagem Religiosa: refere-se à materialidade fenomênica do sagrado, apreendida por meio dos sentidos. É a exterioridade do sagrado e sua concretude constituindo o os espaços sagrados. Símbolo: é a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o sagrado, pelos seus predicados, reconhecendo sua lógica simbólica. É entendido como sistema simbólico e projeção comunicativa cultural. Texto Sagrado: é a tradição e a natureza assumida do sagrado como fenômeno. Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos. Sentimento Religioso: é o seu caráter transcendente e imanente não racional. É a experiência do sagrado em si, a qual escapa à razão conceitual em sua essência e é reconhecida por seus efeitos. Trata-se do que qualifica uma sintonia entre o sentimento religioso e o fenômeno sagrado. A partir do objeto de estudo, busca-se superar as tradicionais aulas de religião e entender esta disciplina escolar como processo pedagógico, cujo objetivo é o conhecimento: o entendimento sobre os cultos (culturas) e sobre o sagrado, de uma forma que a diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato, efetive-se. Encaminhamentos Metodológicos 36 Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso para Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas, métodos, conteúdos ou materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar das ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas pelo educador da disciplina poderão fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural dos educandos. É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e Adultos, cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação, buscando junto a ele, elementos oriundos de experiências vividas, que façam parte de seu contexto social. Dessa maneira, o educando deixa de ser um “depósito de informações” e passa a ressignificar conhecimentos anteriormente adquiridos. Também, faz-se necessário superar práticas que tradicionalmente têm marcado o currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculando-as das aulas de religião, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos conteúdos selecionados, ou, ainda, em relação ao encaminhamento metodológico adotado pelo educador. Assim, um dos encaminhamentos propostos para este documento é a abordagem dos conteúdos de Ensino Religioso, cujo objeto de estudo é o sagrado, conceito discutido nos fundamentos teóricometodológicos das Diretrizes Curriculares da disciplina e a base a partir da qual serão tratados todos os demais conteúdos. Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos da disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais áreas do conhecimento. Pode-se citar, por exemplo, que os espaços sagrados também constituem conteúdos de geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a esses espaços pelos adeptos desta ou daquela religião serão tratados de forma mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino Religioso, cujo foco é o sagrado. 36 A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo de formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados, o conjunto de conteúdos específicos a serem observados pelo educador no Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas manifestações do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os quais poderão ser enriquecidos pelo educador, desde que contribuam conhecimento religioso, para a construir, para favorecer a analisar e formação socializar integral o dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente. Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas aulas de Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a religiosa, é a adequada ao universo escolar. Da mesma forma deve-se levar em consideração que na educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas também devem ser adequadas a realidade dos educandos. Organização dos Conteúdos Estruturantes Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações que se estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem tratadas pelo Ensino Religioso, ressalta-se a necessidade de definir como conteúdos estruturantes desta disciplina referenciais que incluam nos conteúdos escolares a pluralidade das tradições religiosas. Dessa forma, os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso. Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o sagrado, os conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são: 36 _ a paisagem religiosa; _ o símbolo; _ o texto sagrado. Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser entendidos isoladamente; antes, são referências que se relacionam intensamente para a compreensão do objeto de estudo em questão e se apresentam como orientadores para a definição dos conteúdos escolares. A relação do sagrado com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada conforme o seguinte esquema: Paisagem Religiosa Por paisagem religiosa define-se a combinação de elementos culturais e naturais que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas experiências anteriores remetem a uma gama de representações sobre o transcendente e o imanente. Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado se manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural; sempre está carregada de um valor sagrado. A idéia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra determinados lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado. Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação concreta, física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação preestabelecida entre ações e práticas. Nessa simbologia, não podem ser ignorados o imaginário e os estereótipos de cada civilização, impregnados de seus valores, identidade etc. Muitas pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o sentido de sagrado, para manifestar a sua fé. Com esse lugar definido, entre outras atividades, organizam ritos, festas, homenagens em prol desse objeto. Paisagem Religiosa Texto Sagrado Símbolo 36 Sagrado Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para unir-se ao sagrado, os lugares se transformam num universo especialmente simbólico, resultante das crenças existentes nas tradições religiosas. A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído historicamente, em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a paisagem sagrada é uma imagem socialmente construída, de maneira que é preciso compreendê-la corretamente para entender tal aspecto do estudo do sagrado. Símbolo A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se sustentam em determinados símbolos religiosos. Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes religiões no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma notação matemática, entre tantos outros. De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações humanas cuja função é comunicar idéias. Os símbolos são parte essencial da vida humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas. Ao abranger a linguagem do sagrado, os símbolos são a base da comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo misterioso dos deuses, deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres supra-sensíveis que habitam o território do inefável. O símbolo é um elemento importante porque para o estudo do sagrado também o é. 36 Texto Sagrado Os textos sagrados expressam idéias e são meios de dar viabilidade à disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada, pinturas sacras, textos orais e escritos, entre outras. Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas buscam criar mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a assegurar que os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos às novas gerações e novos adeptos. Tais ensinamentos podem ser retomados em momentos coletivos e individuais para responder a impasses do cotidiano e para orientar a conduta de seus seguidores. Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as orações, a doutrina, a história, que constituem sedimento no substrato social de seus seguidores e lhes orientam as práticas. O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre os adeptos e o sagrado. A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser modificada conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às demandas do tempo presente. Pode, também, sofrer alterações causadas pelas diversas interpretações secundárias, diferentes do texto original. Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação atribuem às práticas religiosas o caráter 36 sagrado e em que medida orientam ou estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações da morte e da vida. Conteúdos Específicos Os conteúdos específicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como referência os conteúdos estruturantes, já apresentados. No caso do Ensino Religioso, o sagrado é o objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos específicos estará sempre a ele relacionado. Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o educador enfatizará as implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a sua visão do mundo, atitudes, produções escritas, posições político-ideológicas, etc. A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos. Por sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da discussão dos espaços físicos identificados como sagrados. Posteriormente, o educador tratará de espaços sagrados pouco conhecidos entre os educandos, como por exemplo: mesquitas, sinagogas, rios, montanhas, entre outros. Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já conhecidos pelos educandos, que então terão mais elementos para analisar as configurações e significados dos espaços sagrados que lhes são familiares. Tal organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme o quadro apresentado a seguir: Paisagem Religiosa Símbolo Texto Sagrado Respeito à diversidade 36 religiosa Lugares sagrados Textos sagrados orais e escritos Organizações religiosas Universo simbólico religioso Ritos Festas religiosas Vida e morte Conteúdos Estruturantes Conteúdos Específicos O Ensino Religioso Na Escola Pública Ao iniciar o processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso, faz-se necessário esclarecer os educandos acerca de algumas questões importantes, quais sejam: _ as orientações legais; _ os objetivos; _ as principais diferenças entre aulas de Religião e Ensino Religioso como disciplina Escolar. Respeito à Diversidade Religiosa Reconhecer os grupos sociais em sua diversidade cultural é um dado de realidade que deve ser sempre trabalhado em sala de aula, de modo que também é interessante que o educador apresente aos educandos alguns instrumentos legais que buscam assegurar a liberdade religiosa. Os principais são: 37 _ Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira: respeito à liberdade religiosa; _ Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão; _ Direito à liberdade de reunião e associação pacíficas; _ Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado. Lugares Sagrados No processo pedagógico, educador e educandos podem caracterizar lugares e templos sagrados, quais sejam: lugares de peregrinação, de reverência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais. Destacam-se: _ lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras etc.; _ lugares construídos: templos, cidades sagradas etc. Textos sagrados orais e escritos São ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas religiosas, expressos na literatura oral e escrita, como em cantos, narrativas, poemas, orações etc. Os exemplos a serem apontados incluem: vedas (hinduísmo), escrituras bahá´ís, fé Bahá’I, tradições orais africanas, afro-brasileiras e ameríndias, Alcorão (islamismo), etc. Organizações Religiosas 37 As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo institucionalizado. Serão tratadas como conteúdos, sob a ênfase das principais características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado. Poderão ser destacados: _ os fundadores e/ou líderes religiosos; _ as estruturas hierárquicas. Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais, estão: o budismo (Sidarta Gautama), o cristianismo (Cristo), confucionismo (Confúcio), o espiritismo (Allan Kardec), o taoísmo (Lao Tsé), etc. Universo Simbólico Religioso Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos podem ser trabalhados conforme os seguintes aspectos: _ dos ritos; _ dos mitos; _ do cotidiano. Entre os exemplos a serem apontados, estão: a arquitetura religiosa, os mantras, os paramentos, os objetos, etc. Ritos São celebrações das tradições e manifestações religiosas, formadas por um conjunto de rituais. Podem ser compreendidas como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior; servem à memória e à preservação da identidade de diferentes tradições e manifestações religiosas, e podem remeter a possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas. Destacam-se: 37 _ os ritos de passagem; _ os mortuários; _ os propiciatórios, entre outros. Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o candomblé, o kiki (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de colheita etc. Festas religiosas São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Entre eles, destacam-se: _ peregrinações; _ festas familiares; _ festas nos templos; _ datas comemorativas. Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado (budista), Ramadã (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (afrobrasileira), Pessach (judaica), Natal (cristã). Vida e morte As respostas elaboradas para a vida além da morte nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; a reencarnação; a ressurreição – ação de voltar à vida; al ém da morte: ancestralidade, vida dos antepassados, espíritos dos antepassados que se tornam presentes, e outras. 37 AVALIAÇÃO A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo, diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de ensino-aprendizagem. Para Luckesi (2000), a avaliação daaprendizagem, é um recurso pedagógico sutil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida. Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso,faz-se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo caráter facultativo da matrícula na disciplina. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador aimplementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo educando e pela classe, tendo comoparâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos bem como a realidade e aexperiência de vida de cada educando. Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que o auxiliem a registrar o quanto o educando e a turma se apropriaram ou têm se apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer que o que se busca com o processo avaliativo é identificar em que medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do sagrado pelos educandos. Da mesma forma deve-se procurar perceber o quanto o conteúdo ministrado possui significado no cotidiano dos educandos. 37 Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado ode ser observado pelo educador em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Pode-se avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua; aceita as diferenças e, principalmente, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade de cada grupo social; emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado. Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações,o educador terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processode ensino e aprendizagem, retomando as lacunas identificadas no processo deapropriação dos conteúdos pelos educandos, bem como terá elementos paradimensionar os níveis de aprofundamento a serem adotados em relação aosconteúdos que irá desenvolver posteriormente. Nessa perspectiva, o educador de Ensino Religioso terá também, a partir doprocesso avaliativo dos educandos, indicativos importantes para realizar a sua auto-avaliação que orientará a continuidade do trabalho ou a imediata reorganização daquilo que já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de diretrizes. É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está num processo recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares. Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que impliquem na reprovação ou aprovação dos educandos, estas diretrizes orientam que o educador proceda ao registro formal do processo avaliativo, adotando instrumentos que permitam à escola, ao educando, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina. 37 Com essa prática, os educandos, especificamente, terão a oportunidade de retomar os conteúdos, como também poderão perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes possibilita conhecer e compreender melhor a diversidade cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à cultura. Referências CISALPIANO, M. Religiões. São Paulo: Scipione, 1994. COSGROVE, D. A geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHl, Z. Paisagem, Tempo e Cultura. 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Componente Curricular. In: JUNQUEIRA, S. R. A.; WAGNER, R. Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.p. 119. 37 OTTO, R. O Sagrado. Lisboa: Edições 70, 1992. PEDRO, A. de. Dicionário de Termos Religiosos e Afins. Aparecida do Norte: Santuário, 1993. ROHMANN, C.. O Livro das Idéias: pensadores, teorias e conceitos que formam nossa visão de mundo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. SACHS, W. Dicionário do Desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes, 2000. WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994. 37 6 – PROCESSOS PROMOÇÃO DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E 6.1. Concepção de Avaliação A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta. A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios: • investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; • contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; • sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; • abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando; 37 • permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempoescola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensino-aprendizagem. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos. É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas, será analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica. 6.2. Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; b) para fins de promoção e certificação, serão registradas 02 (duas) a corresponderão 06 às (seis) notas provas por disciplina, individuais que escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, 38 durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar. Na disciplina de Ensino religioso, as avaliações realizadas no decorrer do processo ensino – aprendizagem não terão registro de nota para fins de promoção, c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); d) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e3 freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual; e) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); f) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; g) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. 6.3. Recuperação de Estudos A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, 38 considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 6.4. Aproveitamento de Estudos O realizados aluno com poderá êxito requerer equivalente às aproveitamento disciplinas de ofertadas estudos neste Estabelecimento Escolar, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos. 6.5. Classificação e Reclassificação Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar. 38 7 – REGIME ESCOLAR O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos do estabelecimento de ensino e com expressa autorização do Departamento de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação. As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular. Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades comunidades indígenas, sócio-educativas, de no trabalhadores sistema rurais prisional, em temporários, de moradores em comunidades de difícil acesso, dentre outros. 7.1 Organização Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º 02 e 04/98-CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE e Deliberação nº 06/06 - CEE, para o Ensino Médio. 38 7.2 Formas de Atendimento A educação neste Estabelecimento Escolar é ofertada de forma presencial coletiva e individual, dependendo da condição e disponibilidade de tempo do educando. 7.2.1 - Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio No Ensino Fundamental – Fase I considerar-se-á 100% da carga horária total estabelecida. 7.3 Matrícula Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos: a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente; b) será exigida comprovação de escolaridade anterior; c) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora; d) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente; e) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina ou de exames supletivos, apresentando comprovação de conclusão da mesma; f) o educando que solicitar matrícula por transferência, oriundo do processo de escolarização formal/escolar, cuja organização de ensino é diferente da ofertada neste estabelecimento, que não comprovar conclusão de 38 disciplina(s), deverá ser matriculado para cursar 100% (cem por cento) da carga horária total da disciplina, podendo após ter cumprido 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária total da disciplina, participar do processo de reclassificação, definidos no Regimento Escolar; g) os jovens, adultos e idosos, que não participaram do processo de escolarização formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, cuja organização de ensino é diferente da ofertada neste Estabelecimento, não comprovando conclusão de disciplina(s), poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos neste regimento escolar; h) os educandos inseridos no processo de escolarização formal/escolar, recebidos por transferência, deverão realizar matrícula inicial em até quatro disciplinas, podendo participar dos processos de reclassificação – após cursado 25% da carga horária total de cada disciplina; i) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos,aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo da desistência não tenha ultrapassado 02 ( dois) anos, a partir da data de matrícula inicial; j) o educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer a matrícula inicial na disciplina, podendo participar de processo de classificação. No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, 38 • regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas. O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos: a organização dos cursos; • o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar; • a dinâmica de atendimento ao educando; • a duração e a carga horária das disciplinas; • os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos; • o material de apoio didático; • as sugestões bibliográficas para consulta; • a avaliação; • outras informações necessárias. 7.4 Material Didático O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos pedagógicos do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos. 7.5 Avaliação a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente; b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e 38 também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar; d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero),em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual. f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; g) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; i) educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. 7.6 Recuperação De Estudos 38 A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 7.7 Aproveitamento de Estudos, Classificação e Reclassificação Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente. 7.8 Área de Atuação As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas mantenedora. descentralizadas, desde que autorizadas pela 38 8 – RECURSOS HUMANOS 8.1. Atribuições dos Recursos Humanos De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos, cujas funções se encontram descritas no Regimento Escolar.. 9 – PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as 38 fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na Rede Estadual.” (SEED, 2004, p.11) Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública de qualidade. Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva implementação das mudanças necessárias. Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a reelaboração e a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização. A avaliação institucional, vinculada a esta proposta pedagógico-curricular, abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s. A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para avaliar e reavaliar as 39 políticas desenvolvidas, principalmente aquelas relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica. Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.” (SEED, 2005, p.44), esta avaliação institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas. Os instrumentos da avaliação institucional, serão produzidos em regime de colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para fins de conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógico-curricular será efetuada por meio de instrução própria da SEED. Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”, “cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de 39 educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED, 2005, p.17) Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos. 39 III. CONCLUSÃO A Proposta Pedagógica deste Estabelecimento de Ensino, elaborada com a participação de toda comunidade escolar, contém as ações necessárias para o sucesso do processo de ensino e de aprendizagem e os anseios de todos os segmentos envolvidos. Para que sejam alcançadas as metas que ela contém é fundamental o envolvimento de todos. 39 Parecer do Conselho Escolar O Conselho Escolar é de Parecer Favorável à aprovação do Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino para o ano letivo de 2007. Conselheiros Márcio Briganti Tereza Taconi Lourenço Valdirene do Socorro Pereira Márcia Aparecida Caetano Nestare Ricardo Aparecido Ramos Simoni Benedita Ap. de F. da Silva Camargo Zoraya Lúcia da Silva Dalossi Picelli Bruna Roberta Diniz Alves Paulo Henrique Alves Assinaturas 39 VII. CONCLUSÃO O Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino, elaborado com a participação de toda comunidade escolar, contém as ações necessárias para o sucesso do processo de ensino e de aprendizagem e os anseios de todos os segmentos envolvidos e a Proposta Pedagógica. Para que sejam alcançadas as metas que ela contém é fundamental o envolvimento de todos. 39 Parecer do Conselho Escolar O Conselho Escolar é de Parecer Favorável à aprovação do Projeto Político Pedagógico deste Estabelecimento de Ensino para o ano letivo de 2007. Conselheiros Márcio Briganti Tereza Taconi Lourenço Valdirene do Socorro Pereira Márcia Aparecida Caetano Nestare Ricardo Aparecido Ramos Simoni Benedita Ap. de F. da Silva Camargo Zoraya Lúcia da Silva Dalossi Picelli Bruna Roberta Diniz Alves Paulo Henrique Alves Assinaturas