fundamentos da administração
Transcrição
fundamentos da administração
Fundamentos da Administração FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO 1 2 3 Significado da Administração ............................................................................................ 1 Da Revolução Urbana à Revolução Industrial .................................................................... 6 Taylor e Ford .................................................................................................................. 11 4 5 6 7 Fayol e a Escola do Processo de Administração ............................................................... 14 Max Weber e o Estudo da Burocracia ............................................................................. 23 Modelo Japonês de Administração ................................................................................. 28 Enfoque Comportamental .............................................................................................. 33 8 9 10 Pensamento Sistêmico.................................................................................................... 38 Planejamento Estratégico ............................................................................................... 42 Administração na Era Digital ........................................................................................... 45 Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 1 Significado da Administração1 1 1.1 Organizações Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar objetivos Pessoas Informação Conhecimento Espaço Tempo Dinheiro Instalações ORGANIZAÇÃO OBJETIVOS Ilustração 1 As organizações transformam recursos para fornecer produtos e serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus usuários e das pessoas que as criaram. Duas palavras são usadas para indicar que uma organização tem desempenho de acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que investiram: eficiência e eficácia. Eficiência é a utilização de forma econômica dos recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização de recursos, mas eficiente é a organização. Eficácia é a realização dos objetivos da organização. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização Ilustração 2 – Equipe de Fórmula 1 é eficaz. Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange 5 tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle. A administração é importante para o indivíduo, família, grupos, organizações e sociedade. PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO LIDERANÇA CONTROLE EXECUÇÃO Ilustração 3 – As principais funções do processo de gestão 1 MAXIMIANO, 2007, Cap. 1. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 2 Quantidade de recursos empregados Complexidade Administração pessoal Administração familiar Administração de Administração de Administração pequenos grupos organizações social: sociedade sociais global Ilustração 4 A razão principal para estudar o processo administrativo é seu impacto sobre o desempenho das organizações, pois a sociedade moderna é uma sociedade organizacional. 1.2 Teorias da administração As teorias da administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações. A teoria geral da organização é o conjunto dessas teorias, designadas por meio de diferentes termos: Teorias são explicações, interpretações ou proposições sobre a realidade. Um enfoque, também chamado pensamento, abordagem ou perspectiva, é um aspecto particular das organizações ou do processo administrativo, selecionado para estudo e produção de conhecimentos. Enfoque é também uma forma de interpretar as organizações e o processo administrativo. Exemplos: enfoque sistêmico, enfoque comportamental. Escola é uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque, escolheram o mesmo aspecto específico para analisar ou adoram o mesmo raciocínio. Exemplo: escola do processo administrativo. Modelo de gestão (ou de administração) é um conjunto de doutrinas e técnicas do processo administrativo. Exemplo: modelo japonês. Modelo de organização é um conjunto de características que definem organizações e a forma como são administradas. Exemplo: modelo burocrático. Uma doutrina é um princípio de conduta que contém valores, implícitos ou explícitos. Exemplo: o movimento da qualidade tem uma doutrina da satisfação do cliente. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 3 As técnicas são soluções para problemas. Exemplos: organogramas, formas de planejamento, estudos de tempos, sistemas de controle. IDEIAS ENFOQUES TEORIAS Produção de massa, preocupação com eficiência (ênfase na eficiência dos processos produtivos). Humanismo, enfoque comportamental, escola das relações humanas (ênfase nas pessoas e na condição humana). Escola da qualidade (ênfase na uniformidade, na conformidade e na adequação ao uso). 1900-1925 1925-1950 1950-1975 1975-2000 Administração científica, linha de montagem. Popularização do sistema Ford. Sistema Toyota de produção. Modelo japonês, empresa de classe mundial, Seis Sigma, redesenho de processos. Características individuais. Relações humanas, dinâmica de grupo, liderança. Administração participativa. Gestão de pessoas, qualidade de vida no trabalho, ética. Controle estatístico da qualidade. Administração da qualidade. Qualidade total, qualidade no Japão. Enfoque no processo administrativo (ênfase no papel dos gerentes e no processo de administrar organizações). Enfoque funcional da administração, políticas de negócios. Processo decisório, estruturação das grandes empresas, política de negócios, administração por objetivos. Planejamento estratégico. Teorias das organizações (ênfase no atendimento da natureza das organizações). Tipo ideal de burocracia. Teoria das organizações. Modelos de organização. Pensamento sistêmico (ênfase na compreensão de totalidade e relações entre as partes). Aplicação do pensamento sistêmico na concepção de processos produtivos, especialmente a linha de montagem. Teoria geral dos sistemas. Pensamento sistêmico influenciando todas as ideias da administração. Principais gurus. Taylor, Fayol, Weber, Shewhart. Mayo, Bertalanffy, Deming, Sloan. Ohno, Toyoda, Ishikawa, Ansoff. Sistemas de qualidade, qualidade garantida, Normas ISO. Administração de projetos, administração por processos, supply chain management, papéis e competências gerenciais. Imagens das organizações, aprendizagem organizacional. Porter, Morgan, Hammer, Mintzberg. Ilustração 5 – Principais enfoques administrativos Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 4 1.3 Administração no presente Mudanças em todos os tipos de ambientes – competitivo, tecnológico, econômico, social – levaram ao surgimento de novos conceitos e técnicas para administrar organizações. Essas inovações na teoria e na prática são chamadas novos paradigmas da administração. No campo da administração esses paradigmas são principalmente: Premissas ou hipóteses; Modelos de administração e organização; Contexto social, econômico, tecnológico, competitivo, etc. PARADIGMAS TRADICIONAIS Revolução industrial – substituição e potencialização do trabalho humano por máquinas. Classe operária numerosa, em conflito com uma classe de patrões e gerentes. Trabalhador especializado – operador de máquinas qualificado apenas para a realização de uma tarefa. Emprego e carreira estáveis. Grandes estruturas organizacionais. Ênfase na eficiência. Interesse da empresa e do acionista. PARADIGMAS DO TERCEIRO MILÊNIO Revolução digital – substituição e potencialização das funções humanas de decisão, comunicação e informação por computadores. Trabalhadores em serviços e do conhecimento e profissionais liberais mais numerosos que os operários clássicos. Grupos de trabalhadores autogeridos e polivalentes, com educação de nível superior. Desemprego, empregabilidade, economia informal, empreendedorismo. Estruturas organizacionais enxutas. Ênfase na competitividade. Ética e responsabilidade social, cidadania empresarial. ESTUDO DE CASO: AFINAL, QUEM MANDA AQUI? Recém-casado, Ricardo abandonou o emprego para iniciar uma loja de materiais esportivos em uma rua de grande movimento, de um bairro comercial de São Paulo. A empresa cresceu rapidamente. Em poucos anos, Ricardo abriu filiais da loja e comprou uma pequena malharia para fabricar seus próprios uniformes esportivos. A malharia tornou-se um negócio muito lucrativo, porque Ricardo passou a fornecer para outras lojas independentes, redes de lojas de material esportivo e diversos times. Finalmente, cerca de 10 anos depois de começar, Ricardo abandonou o comércio para se dedicar integralmente à indústria. A administração dos negócios tomava todo o seu tempo e Ricardo precisou sacrificar seus estudos, interrompendo-os no primeiro ano do curso de Economia. Seus dois filhos, Sérgio e Alberto, porém, foram educados, desde pequenos, para assumir a empresa. Desde a adolescência, foram envolvidos pelo pai nos negócios. Ambos formaram-se em Administração e Ricardo providenciou para que fizessem estágios no exterior. Cerca de 25 anos depois de ter começado, Ricardo era o proprietário de uma grande confecção de uniformes esportivos, que agora tinha um novo tipo de clientes: outros fabricantes de materiais esportivos, que dele compravam para vender com sua própria marca. Diversos outros fornecedores concorriam pelos mesmos clientes. Estabilizada, a empresa era administrada, no dia-a-dia, por Sérgio e Alberto, que se dedicavam especialmente às atividades de marketing e finanças. Ricardo concentrava-se nas decisões de produção e Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 5 escolha de produtos, além dos contatos com clientes grandes e tradicionais. Já não precisava, porém, dedicar-se tanto quanto antes. Tudo correu relativamente bem para Ricardo e seus concorrentes, antes da era da globalização. Quando as grandes empresas multinacionais de material esportivo chegaram ao Brasil, a competição tornou-se extremamente acirrada. Com grande poder de compra e fornecedores de baixo custo, agressivas na oferta de patrocínios para as equipes esportivas, e extremamente preocupadas com a competitividade, essas empresas passaram a moldar o mercado segundo seus interesses. Esse movimento coincidiu com a evolução da tecnologia nas fibras para tecelagem, que a empresa de Ricardo comprava de fornecedores multinacionais. Ricardo foi obrigado a fazer grandes inovações em seu parque industrial, para acompanhar a evolução da tecnologia e acompanhar os novos padrões criados pela abertura do mercado. Exigindo grandes investimentos, essas inovações obrigaram Ricardo a procurar financiamento, o que deixou a empresa em situação financeira muito delicada. No final da década de 90, uma grande parte da receita estava comprometida com o pagamento de juros. A crise econômica e a alta do dólar contribuíram para tornar a situação ainda mais difícil no mercado interno, embora tivessem facilitado a exportação, que a empresa fazia em pequena escala. Nos últimos cinco anos, as relações entre Ricardo e seus dois filhos tornaram-se muito tensas, para desalento de Alice, a mãe, e do restante da família. Vendo a empresa deteriorar-se, Sérgio e Alberto pretendem, nada mais nada menos, que o pai abandone os negócios e deixe a empresa totalmente para eles. Eles alegam que estudaram e se prepararam profissionalmente para administrar a empresa e que a época do pai já passou. Ultimamente, Ricardo está tendo sérios conflitos com os filhos por causa dessa questão. Depois de muita discussão, Alberto, o filho mais velho, convenceu Ricardo de que novos mercados poderiam ser explorados. Desenvolveu novos produtos e passou a fornecer para outros tipos de clientes, que vendem roupas de grife em shopping centers. Esse mercado parece ter grande potencial. O êxito animou Alberto, que agora acredita ter um argumento forte para discutir com o pai. Querendo evitar que o conflito se torne mais agudo, Ricardo concordou em cuidar do suprimento de matérias-primas e da produção. No entanto, não consegue deixar totalmente de se ocupar dos problemas de desenvolvimento de produtos, vendas, finanças e administração geral da empresa, que os dois filhos disputam com ele. Há pouco tempo, eles tiveram uma séria discussão por causa da proposta que os filhos fizeram, de contratar um consultor de administração. Ele anda se perguntando frequentemente: Afinal, quem deve mandar aqui? Eu, que fiz esse negócio e meus filhos nascerem e crescerem, ou eles? Eles alegam que estudaram administração e estão mais preparados do que eu para resolver os problemas da empresa. Dizem até que minha experiência não vale mais nada hoje em dia. Não quero aumentar o conflito, mas também não quero abandonar a empresa totalmente. E que história é essa de trazer um consultor? O que esse cara pode saber, sem nunca ter se envolvido nos negócios? Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 2 6 Da Revolução Urbana à Revolução Industrial2 Administração e organizações durante a revolução urbana: Surgimento das cidades e estados. Estrutura de colaboração e coordenação entre cidades-estados. Formação de uma classe de dirigentes profissionais, os reis-sacerdotes. Planejamento de longo prazo. Formação de uma classe de funcionários públicos. Administração de grandes projetos de construção. Invenção de contabilidades primitivas. Exércitos profissionais especializados. Legislação. 3000 a.C., no território do atual Iraque, desenvolveram-se as cidades da civilização suméria; sacerdores reis mandaram construir templos que se transformaram em centros de administração; surgem os primeiros livros de contabilidade gravados em placas de argila. Por volta de 3100 a.C. o Egito foi unificado; as inundações do Nilo levaram a desenvolver uma mentalidade orientada para o planejamento de longo prazo; as pirâmides destacaram as aptidões técnicas e administrativas do egípcio; em média a construção da pirâmide de Quéops envolveu a movimentação de cerca de 270 blocos de pedra de 2,5 toneladas, todos os dias, durante 23 anos; outra evidência de bom planejamento: organização militar. Cerca de 2000 a.C. os sumérios entraram em decadência e foram dominados pela Babilônia; a contabilidade em argila permanece; surge o código de Hamurábi e as primeiras regras de princípios administrativos (entrega de mercadorias mediante recibo, por exemplo). No século XXIV a.C. a China já empregava soluções inovadoras em sua administração pública – aconselhamento com assessores e delegação de autoridade para os mesmos. Por volta de 1100 a.C. criou-se um documento que, na prática, era um manual de administração pública. o Sun Tzu escreveu, no século IV a.C., a respeito de técnicas militares – A arte da guerra (há polêmicas sobre a autoria). No ano 221 a.C. a Muralha da China foi concluída – com aproximadamente 1500 km de extensão, sua construção durou cerca de 10 anos e empregou centenas de milhares de pessoas. o Confúcio – a importância das pessoas deve basear-se no mérito, que tem por base o conhecimento. Exceção: família do Imperador. 2 MAXIMIANO, 2007, Cap. 2. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 7 Grécia – século V a.C.: Democracia: Administração participativa direta. Método: Busca do conhecimento por meio de investigação sistemática e da reflexão abstrata. Executivos: Eleitos pela assembléia dos cidadãos. Estratégia: Encadeamento lógico de meios para a realização de fins. Ética: Felicidade dos cidadãos como responsabilidade fundamental dos administradores da Pólis. Qualidade: Ideal do melhor em qualquer campo de atuação. Roma – do século VIII a.C. a IV a.C.: Administradores provinciais de um império multinacional. Diversos tipos de executivos: senadores, magistrados, cônsules, imperadores. Administração de projetos de engenharia e construção. Exército profissional e especializado com uma classe de oficiais. Planejamento e controle das finanças públicas. Rede de estradas para a comunicação entre as unidades do império. Grandes empresas privadas o Autoridade formal e regras de convivência definidas legalmente. Valorização da propriedade privada. A administração financeira é um dos principais aspectos das instituições romanas sob a perspectiva da história da administração – imposto sobre propriedades, imposto individual, cobradores, contribuintes, etc. Renascimento: Valorização do ser humano, colocando no centro de todos os tipos de ação. Grandes consórcios de empresas privadas. Arsenal de Veneza, primeira fábrica a usar o sistema de linha de montagem. Administração começa a tornar-se área do conhecimento. Separação entre os papéis do empreendedor e do empregado. Invenção da contabilidade moderna. Acumulação de capital como fator de motivação. Prof. Dr. Eduardo Braga Maquiavel publica O Príncipe, primeiro manual para executivos. Surgimento da hierarquia enxuta do protestantismo. Rev. 2013 Fundamentos da Administração 8 Revolução Industrial: Substituição do artesão pelo operário especializado. Marxismo. Doutrina social da igreja. Invenção das fábricas. Darwinismo social. Crescimento das cidades, originando novas necessidades de administração pública. Surgimento dos sindicatos. Administração consolida-se como área do conhecimento. Primeiras experiências práticas com moderna administração de empresas (Soho). Fundição Soho No campo das experiências práticas, destaca-se a Fundição Soho, uma empresa constituída para fabricar a máquina a vapor de James Watt. Nesta empresa, herdada pelos filhos dos fundadores, podia-se observar, a partir de 1800, o pioneirismo de conceitos que se tornariam universais nos dois séculos seguintes: Padronização do funcionamento das máquinas, objetivando equilibrar o ritmo de fabricação. Fabricação de peças intercambiáveis. Detalhado planejamento das operações e do local de trabalho, visando alcançar otimização do espaço físico e alto grau de precisão na fabricação de produtos, com redução do esforço humano. Planejamento e controle da produção baseados em estimativas da procura por máquinas. Cronometragem e estudo de tempos e movimentos. Pagamento de incentivos salariais proporcionais à produção de peças. Entendimento de que o principal recurso da empresa era sua mão-de-obra, com a adoção de práticas como lazer remunerado, manutenção de locais de trabalho limpos, construção de casas para os operários e criação de uma sociedade de auxílio mútuo. Robert Owen e New Lanark Outra experiência prática interessante dessa época foi conduzida por Robert Owen, na Escócia. Em 1800, Owen adquiriu uma fiação em New Lanark, perto de Glasgow. Trabalhavam nessa fábrica cerca de 2.000 pessoas, inclusive 500 crianças com idade de até 5 anos. Com muita paciência e simpatia, Owen começou uma experiência em administração iluminista e paternalista, com base em sua crença em que o ser humano era produto do meio e, portanto, podia ser melhorado. Entre os benefícios que ofereceu a seus trabalhadores, estavam moradia, educação gratuita para crianças e um armazém sem fins lucrativos. A idade mínima para o trabalho foi aumentada de cinco para dez anos e o dia de trabalho foi reduzido, para toda a força de trabalho, de 14 para 12 horas. Owen também colocou em prática diversos dispositivos disciplinares: Um “monitor silencioso”, suspenso sobre os postos de trabalho, indicava o nível de desempenho dos trabalhadores. A limpeza na cidade de New Lanark era obrigatória. Foram instituídas multas para a embriaguez em público. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 9 Foi instituído o toque de recolher durante o inverno. Com sua experiência, Owen provou que: Era mais vantajoso trabalhar em New Lanark que em outros lugares. Os trabalhadores podiam ser motivados por um “toque” humanista. O impacto sobre o desempenho do negócio foi altamente positivo. A qualidade do fio de algodão melhorou continuamente. A empresa produziu um alto nível de lucro para Owen e seus sócios, permitindo-lhe financiar folgadamente sua utopia. No campo da experiência prática, Owen antecipou muitas conclusões que a experiência de Hawthorne e a escola de relações humanas viriam a ampliar e explicitar. ESTUDO DE CASO: CONSELHOS DE JETRO A época é o século XIV antes de Cristo. Liderados por Moisés, cerca de 600.000 hebreus saíram do Egito e estão indo em direção à Terra Prometida já faz algum tempo. Ontem, houve uma batalha contra os amalequitas. Moisés está muito cansado, porque teve que ficar o tempo todo em cima de uma colina, segurando o cajado no alto, para que os hebreus vencessem a batalha. Ainda bem que Aarão e Hur estavam lá para ajudá-lo, segurando seus braços. Hoje, Moisés está recebendo a visita de Jetro, seu sogro. Não tem muito tempo para falar com ele, pois fica de manhã até a tarde recebendo pessoas do povo, que ficam numa fila aparentemente interminável. Aliás, Moisés quase não tem tempo para mais nada. Jetro observa que Moisés resolve todos os problemas que lhe são trazidos pelas pessoas. Bem no final da tarde, Jetro leva Moisés até o alto da colina, onde podem conversar sem ser incomodados. – Moisés – pergunta Jetro –, por que você tem que ficar julgando pessoalmente todos esses casos que lhe são trazidos? O que querem todas essas pessoas? – Bem, Jetro, as pessoas querem ouvir de mim a interpretação da vontade e das leis de Deus. – Desse jeito, você fica sem tempo para cuidar das questões realmente importantes. Por que você não manda outros fazer esse serviço? Já pensou se todo mundo quiser falar com você? – Ora, Jetro, esse é o meu serviço. E depois, já imaginou se outros fizerem algo errado? – Isso não deve preocupá-lo, Moisés. Escolha pessoas competentes e crie um sistema hierárquico. Forme grupos de 10 assistentes para falar diretamente com o povo. Para cada 10 grupos de 10 assistentes, designe um feitor. Ele será responsável pela análise dos casos que os assistentes não souberem resolver. Para cada grupo de 10 feitores, indique um supervisor. Esse será o chefe de 100. O supervisor resolverá os problemas que os feitores não souberem resolver. Finalmente, para cada grupo de 10 supervisores, indique um chefe, o chefe de 1.000. Ele resolverá os problemas que os supervisores não souberem resolver. Assim, você só terá que se ocupar com os problemas que os chefes de 1.000 não conseguirem solucionar. Isso vai deixar tempo para que você cuide do que é realmente o trabalho de um líder. – Jetro, quem diz que eles serão capazes de resolver problemas? – Moisés, treine esse pessoal. Ensine-lhes a lei e dê-lhes as diretrizes para aplicá-las. Faça-os responsáveis. Avise a todos que, de agora em diante, eles deverão ser procurados. Aprenda a delegar, Moisés. – E como fazer a escolha? – Procure alguns que você sabe que não são mais competentes. Peça ao povo que eleja outros e forme a equipe dessa maneira. – Jetro, seguirei seu conselho, mas ainda tenho receios. E se eles não aceitarem essas responsabilidades? Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 10 – Ora, Moisés, você conversa com Deus de vez em quando, ou pelo menos é o que você diz. Ele saberá aconselhá-lo melhor. No dia seguinte, Jetro, o primeiro consultor de executivos da História voltou para casa. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 11 ESCOLA CLÁSSICA Taylor e Ford3 3 Primeira Fase Ataque ao problema dos salários; Estudo sistemático do tempo; Definição de tempos padrão; Sistema de administração de tarefas. Segunda Fase Ampliação de escopo, da tarefa para a administração; Definição de princípios de administração do trabalho. Terceira Fase Consolidação dos princípios; Proposição de divisão de autoridade e responsabilidades dentro da empresa; Distinção entre técnicas e princípios. Princípios da Administração Científica 3 Seleção e Treinamento de Pessoal Salários altos e custos baixos de produção Identificação da melhor maneira de executar tarefas Cooperação entre administração e trabalhadores MAXIMIANO, 2007, Cap. 3. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 12 Movimento da Administração Científica Taylor Gilbreth Princípios da administração científica Gantt Estudo de movimentos e da fadiga Psicologia aplicada Munsterberg Gráfico de Gantt Treinamento profissionalizante Psicologia industrial Princípios da Produção em Massa Peças Padronizadas Máquinas especializadas Sistema universal de fabricação e calibragem Controle de qualidade Simplificação das peças Simplificação do processo produtivo Trabalhador Especializado Uma única tarefa ou pequeno número de tarefas Posição fixa dentro de uma sequência de tarefas O trabalho vem até o trabalhador As peças e máquinas ficam no posto de trabalho Administração Superior Administração por Objetivos Funções Centrais de Finanças, Marketing, etc. Divisões (Unidades de Negócios) Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 13 Taylor, Ford e Sloan Administração Científica Ênfase na eficiência do processo e na economia de recursos Organização da General Motors Sistema Ford de Produção Linha de montagem móvel Especialização do trabalhador Sistema produtivo administrado de forma sistêmica Verticalização (controle de todos os fornecimentos) Um produto para todos Um produto para cada tipo de cliente Divisões autônomas (unidade de negócios) para cada produto Administração central define objetivos e cobra resultados ESTUDO DE CASO: TAYLOR RESOLVE UM PROBLEMA O ano é 1898. A Bethehem Steel vendeu 80 mil toneladas de ferro em lingotes. Agora, é preciso carregar vagões com lingotes, que estão amontoados em pequenas pilhas ao ar livre. Essa operação deve ser executada manualmente. Os operários contratados para essa gigantesca tarefa começaram movimentando 12,5 toneladas por dia, o melhor que se pode conseguir. Chamado para estudar a eficiência do processo, Frederick Taylor chegou decidido a aplicar a administração científica. Adotou uma combinação de pagamento elevado, proporcional à quantidade movimentada, seleção dos melhores trabalhadores e orientação para realizar a tarefa. Taylor, porém, percebeu que os trabalhadores iriam começar correndo, para ganhar bastante e rapidamente ficariam exaustos, sendo obrigados a interromper o trabalho muito antes de terminá-lo. Taylor, então, descobriu que homens de físico adequado conseguiriam aumentar a quantidade de toneladas movimentadas, com total segurança, desde que os supervisores os obrigassem a descansar a intervalos freqüentes. Em resumo, descobriu que, para produzir o melhor resultado possível, um trabalhador que ele considerava de primeira classe, carregando lingotes que pesavam cerca de 45 quilos, deveria trabalhar apenas 43% do tempo. A ciência de carregar lingotes de ferro, desse modo, primeiro consistia em escolher o homem apropriado e, segundo, em obrigá-lo a descansar a intervalos que se havia descoberto serem os mais eficientes, após cuidadosa investigação. Como conseqüência da intervenção de Taylor, os homens passaram a movimentar, em média, 47,5 toneladas por dia. Esse resultado ele conseguiu não por meio do estudo de tempos e movimentos, mas da maximização do dispêndio da energia muscular. E assim, Frederick Taylor demonstrou que os níveis mais altos de produtividade resultariam da utilização eficiente da energia: trabalhar menos produz mais. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 14 4 Fayol e a Escola do Processo de Administração4 Funções da empresa segundo Fayol Empresa Função de Administração Planejamento Função Comercial Organização Função Financeira Comando Função de Segurança Coordenação Função de Contabilidade Controle Função Técnica Visão panorâmica da administração contemporânea Processo 4 Significado Planejamento Decisões sobre objetivos e recursos necessários para realizá-los. Organização Decisões sobre a divisão de autoridade, responsabilidades e recursos para realizar tarefas e objetivos. Execução Decisões de execução de planos. Direção, coordenação e autogestão são estratégias de execução. Controle Decisões de assegurar a realização dos objetivos. MAXIMIANO, 2007, Cap. 4. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 15 Processo de planejamento Dados de Entrada Informações Modelos e técnicas de planejamento Ameaças e oportunidades Projeções Decisões que afetam o futuro Etc Processo de Planejamento Elaboração de Planos Análise e interpretação dos dados de empresa Criação e análise de alternativas Decisões Objetivos Recursos Meios de controle Três componentes de um plano Recursos Objetivos Meios de Controle Plano XYZ A forma e o conteúdo dos planos variam de uma organização para outra Classificação dos planos segundo sua permanência Planos Permanentes Planos Singulares Políticas Cronogramas Procedimentos Calendários Missão e outros objetivos permanentes Orçamentos Projetos Cronograma (gráfico de Gantt) é um tipo de plano operacional Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração Eventos 16 Semanas 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Fase 1 - Preparação 1.1 - Escolha do local 1.2 - Escolha do tamanho 1.3 - Escolha do sistema de filtro 1.4 - Desenho do projeto Fase 2 - Montagem 2.1 - Confecção do móvel 2.2 - Confecção do vidro 2.3 - Compra de materiais / equip. 2.4 - Instalação dos equipamentos 2.5 - Decoração do aquário Fase 3 - Manuteção 3.1 - Preparação e adição da água 3.2 - Estabilização da água 3.3 - Monitoramento da água 3.4 - Aquisição dos habitantes 3.5 - Troca parcial da água 3.6 - Limpeza e manutenção Orçamento é um tipo de plano operacional Itens de Custo Mão-de-obra Serviços de terceiros Equipamentos Material de consumo Diversos Total 2006 1.260.000,00 2.200.000,00 825.000,00 675.000,00 25.000,00 4.985.000,00 2007 2.600.000,00 4.400.000,00 982.000,00 686.000,00 25.000,00 8.693.000,00 2008 3.250.000,00 2.825.000,00 327.000,00 25.000,00 6.427.000,00 Total 7.110.000,00 9.425.000,00 1.807.000,00 1.688.000,00 75.000,00 20.105.000,00 Processo de organização Dados de Entrada Processo de Organização Planos Recursos Modelos e técnicas de organização Condicionantes da estrutura organizacional (recursos humanos, ambiente, estratégia, tecnologia) Prof. Dr. Eduardo Braga Análise e interpretação dos dados de entrada Criação e análise de alternativas Estrutura Organizacional Divisão do trabalho Autoridade e hierarquia Sistema de comunicação Escolha da estrutura organizacional Rev. 2013 Fundamentos da Administração 17 Organograma e seu significado Autoridade e hierarquia (cadeia de comando) Linhas de Comunicação Unidades de trabalho (cargos e departamentos) Divisão horizontal do trabalho Tipos de autoriadade formal Autoridade de Linha Assessoria Diretoria Geral Assessoria e Comunicação Recursos Humanos Autoridade Funcional Assessoria Jurídica Produção Fábrica Qualidade Autoridade Funcional Organograma com o modelo funcional de departamentalização Administração Geral Industrial Marketing Finanças Logística Recursos Humanos Produção Vendas Administração Financeira Compras Pessoal Manutenção Promoção Crédito Armazéns Serviços Gerais Engenharia Pesquisa Tesouraria Distribuição Segurança Utilidades Assistência Técnica Contabilidade Prof. Dr. Eduardo Braga Benefícios Rev. 2013 Fundamentos da Administração 18 Organograma com o modelo geográfico de departamentalização Administração Geral Serviços Centrais Europa América Latina América do Norte Ásia Pesquisa e Desenv. Marketing Marketing Marketing Marketing Finanças Produção Produção Produção Produção Marketing Finanças Finanças Finanças Finanças Legal Recursos Humanos Recursos Humanos Recursos Humanos Recursos Humanos Organograma departamentalizado por produto de uma empresa fabricante de grandes equipamentos Diretoria Setores Centrais Equipamentos de Geração de Energia Sistemas e Equipamentos de Transporte Equipamentos para Iluminação Finanças Recursos Humanos Relações Corporativas Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 19 Organograma departamentalizado por cliente de uma agência de propaganda Administração Geral Serviços Centrais Atendimentos Finanças Empresa X Recursos Humanos Banco W Serviços Gerias Lojas Y Criação e Produção Político Z Estrutura organizacional de uma empresa de consultoria, com 2 projetos Administração Geral Coordenação Central de Projetos Sistemas de Informação Consultoria Auditoria Serviços Gerais Finanças Pessoas Pessoas Pessoas Recursos Humanos Serviços Gerais Gerente do Projeto A Sistemas de Informação Consultoria Auditoria Equipe do Projeto A Gerente do Projeto B Sistemas de Informação Consultoria Auditoria Equipe do Projeto B Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 20 Processo de execução Planejamento e Organização Processo de Execução Resultados Aquisição e mobilização de recursos Atividades realizadas Fornecimento de produtos, serviços e ideias Realização de atividades Autogestão e outras formas de administração participativa são estratégias para o processo de execução O processo de controle é o complemento dos processos de planejamento e execução Processo de Controle Dados de Entrada para Controle Processo de Execução Processo de Planejamento Resultados Informações sobre objetivos Informações sobre resultados Ação Corretiva ou de Reforço Comparação de resultados com objetivos Decisão Objetivos Padrões de Controle Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 21 Exemplo de gráfico de controle que compara custos previstos com realizados Valores acumulados 400 350 300 Previsão (orçamento) Despesas realizadas 250 200 150 Jan Fev Mar Abr Mês ESTUDO DE CASO: TELELATINA A Telelatina é uma empresa de grande porte, que fabrica equipamentos de comunicações para grandes corporações e agências governamentais. A vantagem competitiva da Telelatina sempre foi a qualidade de seus produtos. No entanto, seus preços são mais altos que os da concorrência e seus prazos de entrega de encomendas são mais dilatados. Por causa disso, a Telelatina vem perdendo clientes para a concorrência há algum tempo. Sua diretoria achou que havia chegado o momento de fazer algo. A diretoria decidiu aprimorar os métodos e processos de trabalho na área de projeto e montagem de equipamentos, onde estavam os maiores problemas. Uma empresa americana de consultoria foi contratada para realizar esse projeto. Os objetivos eram estudar os processos e propor aprimoramentos, em um período de seis meses. Outros seis meses seriam necessários para a implantação dos aprimoramentos. A empresa de consultoria propôs uma metodologia participativa para realizar o projeto. A Telelatina deveria indicar um grupo de “funcionários jovens e de alto potencial”, que trabalhariam com a equipe de consultores. Eles deveriam ser treinados para atuar como consultores internos e seriam responsáveis pela implantação do projeto. A diretoria concordou. Depois da assinatura do contrato, a consultoria começou solicitando que a Telelatina indicasse o grupo de consultores internos. Formou-se então um grupo de funcionários com cerca de um ano da casa, em sua maioria trainees e gerentes júnior. Esse grupo foi treinado e posto em campo, orientados pela consultoria, com a missão de estudar e propor aprimoramentos para os processos de desenvolvimento e fabricação de grandes equipamentos. Alguns meses depois, o grupo tinha resultados para apresentar. Suas recomendações foram discutidas na diretoria, após passar por revisão da consultoria, e aprovada para implantação. Quando começaram as reuniões e entrevistas para implantação, os integrantes do grupo perceberam que a mudança não seria tão fácil de realizar como havia parecido. A reação dos funcionários (engenheiros e técnicos de montagem) era, de forma geral, negativa. Dizia um: – Se essa modificação que vocês estão propondo for feita, a qualidade ficará comprometida. Dizia outro: – Isso é impossível do ponto de vista técnico. Essa etapa não pode ser encurtada. Vocês não conhecem o processo direito. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 22 Acrescentava um terceiro: – Então foi para isso que vocês estiveram aqui antes? Se eu soubesse, teria dado outras informações que vocês não souberam pedir. Suas recomendações não vão dar certo. Vocês negligenciaram fatores importantes. Depois de seis meses o projeto estava em um impasse. O prazo de contrato com a empresa de consultoria havia terminado. A diretoria da Telelatina reclamava que havia comprado um projeto de aprimoramento e que esse objetivo não havia sido cumprido. A empresa de consultoria alegava que a sua responsabilidade havia terminado com o treinamento dos consultores internos. Se eles não conseguiam implantar os aprimoramentos, não era mais problema dela. Se a Telelatina quisesse uma solução, deveria contratar um novo projeto. Numa reunião, o presidente da Telelatina e os diretores trocaram as seguintes ideias: – Querem saber, nós deveríamos ter conversado mais antes. Não consigo entender. Seguimos à risca os princípios da boa administração e os conselhos da consultoria. Por que não deu certo? Temos um grupo de funcionários que começou altamente motivado. Agora, eles estão frustrados, porque não conseguem implantar nada. – Será que os técnicos resolveram sabotar o trabalho? Será que é uma questão de cultura conservadora? – Será que não confiamos demais na consultoria? Me pareceram tão pretensiosos... – Realmente, não sei o que aconteceu. – Mais difícil eu acho o que fazer daqui para frente. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 23 5 Max Weber e o Estudo da Burocracia5 Uma organização é um sistema que procura realizar objetivos. Objetivos Organização Pessoas Informação Conhecimento Espaço Tempo Dinheiro Instalações Principais contribuições ao estudo das organizações: Autor Max Weber Amitai Etzioni Blau e Scott Principais idéias Tipo ideal de burocracia Tipologia das organizações com base nos tipos de poder Tipologia das organizações com base nos tipos de beneficiários Charles Perrow, Robert K. Merton e Disfunções organizacionais William Roth Modelos mecanicista e orgânico de Burns e Stalker organização Principais características do tipo ideal de burocracia, segundo Weber: Formalidade Impessoalidade Profissionalismo 5 As burocracias são essencialmente sistemas de normas. A figura da autoridade é definida pela lei, que tem como objetivo a racionalidade da coerência entre meios e fins. As pessoas são ocupantes de cargos ou posições formais. Alguns dos cargos são de figuras de autoridade. A obediência é devida aos cargos, não aos ocupantes. Todas as pessoas seguem a lei. As burocracias são formadas por funcionários. Como fruto de sua participação, os funcionários obtêm os meios para sua subsistência. As burocracias operam como sistemas de subsistência para os funcionários. MAXIMIANO, 2007, Cap. 5. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 24 Tipologia de poder; obediência e organização, segundo Etzioni: Tipo de Poder Tipo de Contrato Psicológico Poder Coercitivo: baseia-se em punições. Alienatório: obediência mecânica. Poder Manipulativo: baseiase em recompensas. Calculista: obediência interesseira. Poder Normativo: baseia-se em crenças e símbolos. Moral: disciplina interior. Tipo de Organização Coercitiva: objetivo é controlar o comportamento. Utilitária: objetivo é obter resultados por meio de barganha com os funcionários. Normativa: objetivo é realizar missão ou tarefa em que os participantes acreditam. Tipos puros de poder e estrutura dupla de obediência: PODER COERCITIVO Organizações de combate Empresas que ocupam escravos PODER NORMATIVO PODER UTILITÁRIO Organizações sindicais Classificação das organizações, segundo o tipo de beneficiário: Beneficiário Exemplo Os próprios membros da organização. Clubes, associações, cooperativas. Os proprietários ou dirigentes. Empresas de forma geral. Clientes. Hospitais, agências sociais, universidades. Sociedade em geral. Organizações do Estado e do governo. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 25 Panorama das disfunções organizacionais, segundo diferentes autores: Disfunção Características Particularismo Defender dentro da organização os interesses de grupos extremos, por motivos de convicção, amizade ou interesse material. Ex.: fazer “panelinhas” com colegas da mesma escola. Satisfação de interesses pessoais Defender interesses pessoais dentro da organização. Ex.: contratar parentes, fazer negócios com empresas da família. Excesso de regras Multiplicidade de regras e exigências para a obtenção de determinado serviço. Ex.: firma reconhecida. Hierarquia e Individualismo Mecanismo A hierarquia divide responsabilidades e atravanca o processo decisório. Realça vaidades e estimula disputa pelo poder. Ex.: hierarquia das grandes empresas e das corporações militares. Burocracias são sistemas de cargos limitados, que colocam pessoas em situações alienantes. Ex.: Cargos de escritório, montadores de peças. Dois modelos de organização: Tipos ideal de Weber, burocracias, sistemas mecanicistas de Burns e Stalker, sistema 1 de Likert. Dependentes de Regras Organizações flexíveis, com redefinição contínua de tarefas e organogramas de pouca utilidade, adequadas a condições ambientais dinâmicas. Modelos de Organizações Organizações hierarquizadas, burocráticas, especializadas e adequadas a condições ambientais estáveis. Dependentes de Pessoas Pós-burocracias, Ad-hocracias, modelo orgânico de Burns e Stalker, sistema 4 de Likert. ESTUDO DE CASO: CRIATIVIDADE VERSUS REGULAMENTAÇÃO NA 3M Em seus 100 anos de existência, a companhia americana 3M confiou em uma fórmula segura de crescimento: contratar cientistas de primeira linha, fornecer a cada um deles grande verba e dar-lhes tempo para fazer o que quiserem. Essa política sempre foi uma das chaves do sucesso da empresa. Desde lixas, fitas adesivas, fitas magnéticas e papéis adesivos temporariamente permanentes até isolantes e produtos de alta tecnologia, seus produtos trouxeram-lhe a reputação de uma das grandes inovadoras. Essa capacidade de inovação reflete-se na estrutura de suas receitas. No ano 2000, a 3M gerou 5,6 bilhões de dólares de receitas de vendas com produtos que não existiam quatro anos antes. Esse número corresponde a exatamente um terço de sua receita total de vendas desse ano. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 26 McNERNEY ASSUME A 3M No começo do ano de 2001, W. James McNerney assumiu os cargos de presidente do conselho de administração e presidente executivo da 3M. Trazido da General Electric, McNerney foi o primeiro executivo de fora a assumir a direção da empresa, complanos ambiciosos de redução de custos e aumento do faturamento. A partir de 2002, em 10 anos ou menos, a 3M deveria duplicar o desempenho recorde de 2000. No passado, 15 anos haviam sido necessários para realizar esse feito. Depois de demitir 6000 pessoas em 2001, McNerney planejava cortar outras 2,5 vagas em 2002 e reduzir despesas em $ 1 bilhão. As vendas do grupo haviam caído no último trimestre de 2001, embora o lucro líquido tivesse crescido. O desempenho global das vendas e dos lucros, no entanto, havia diminuído desde a chegada de McNerney. A receita de vendas havia caído mais velozmente do que em qualquer outro período dos últimos 30 anos. A unidade de produtos de saúde da 3M vinha crescendo rapidamente, mas as vendas de telecomunicações caíram muito. Para atingir suas metas de aumentar as vendas anuais em 11% e os lucros operacionais em 12%, quase o dobro da taxa da última década, a 3M deveria realizar uma série de aquisições de porte razoável e envolver-se profundamente no setor de serviços. No entanto, como diversas companhias haviam descoberto, as compras de empresas nem sempre compensam. Além disso, a 3M tinha pouca experiência em fazer negócios além da compra de nichos. Mais ainda, o catálogo de produtos de baixo valor da 3M não se prestava ao desenvolvimento de serviços afins. GESTÃO DA EFICIÊNCIA Baseando-se em cortes de custos e melhorias de eficiência, a 3M havia conseguido transitar eficazmente durante 2001. Algumas semanas depois de assumir a direção da empresa, ele anunciou a demissão de 5 mil dos 75 mil empregados da 3M. Ele também instituiu um programa de economia na gestão de processos. Por exemplo: a 3M perdia $ 1 milhão por ano porque seu produto cerâmico, usado em trabalhos dentários, às vezes rachava. Uma reavaliação mostrou que o material não tinha sido curado de maneira apropriada e o problema foi resolvido. A 3M também começou a fazer compras globais combinadas, para obter preços mais baixos. Essas medidas tiveram o efeito de conseguir confiança na gestão de McNerney. Em plena recessão, a empresa tivera bom desempenho. Os resultados financeiros atestavam sua capacidade. A 3M havia acumulado quase $ 400 milhões em caixa em setembro de 2001, um avanço de 45% em relação ao começo do ano. Analistas do mercado estavam otimistas com os planos de longo prazo de McNerney, embora considerassem que sua implementação não seria fácil. GESTÃO A INOVAÇÃO A história de inovação de sucesso certamente havia impressionado McNerney, mas parecia insuficiente para implementar seus planos. Ele dizia que, mesmo com um orçamento de $ 1 bilhão e 7 mil funcionários, o laboratório de pesquisa e desenvolvimento da 3M não seria capaz de gerar o crescimento pretendido. As estratégias de McNerney corriam o risco de sufocar a elogiada criatividade da 3M. Ele e sua equipe executiva já estavam definindo onde os dólares de pesquisa e desenvolvimento deveriam ser gastos e estabelecendo padrões uniformes de desempenho para toda a 3M. Isso ia contra a tradição da empresa de dar liberdade aos chefes de unidades de negócios. Os veteranos da 3M, de forma geral, apoiavam McNerney, admitindo que nem sempre o dinheiro havia sido gasto com sabedoria. O novo chefe dizia que entendia a necessidade de equilíbrio: Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 27 – Minha tarefa é conseguir escala num ambiente empresarial em rápida transformação. Se eu acabar matando esse espírito empresarial, terei fracassado. E, no entanto, ele iria precisar de toda a energia criativa que a 3M pudesse arregimentar para recuperar o crescimento quando a recessão terminasse. Muitos analistas do mercado acreditavam que a 3M poderia crescer um ponto percentual apenas aumentando a eficiência na criação e no lançamento de produtos. Esse processo, segundo McNerney, deveria produzir resultados com os lançamentos de 2002. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 6 28 Modelo Japonês de Administração6 Um contraste entre ideias ocidentais e orientais: Ideias Ocidentais Linha de montagem móvel, com trabalhadores especializados. Verticalização, controle de todas as fontes de fornecimentos, administração de estoques, mentalidade just in case. Tamanho é documento. Ideias Orientais Grupos de trabalho autogerenciados. Máquinas e equipamentos dedicados. Produção flexível. Parcerias com fornecedores dedicados, produção enxuta, mentalidade just in time . Guerra ao desperdício. Estruturas organizacionais divisionalizadas Administração enxuta, empresa enxuta. e hierárquicas. Controle da qualidade. Círculos da qualidade, aprimoramento Alto luxo e alto preço. Alta qualidade e baixo preço. Ford, General Motors, General Electric. Toyota, Mitsubishi, Nissan. Origens do modelo japonês de administração: Modelo Japonês de Administração Shewhart Deming Sistema Toyota de Produção Ford Taylor e outros da Administração Científica 6 Cultura Japonesa orientada para o trabalho de grupo e a economia de recursos MAXIMIANO, 2007, Cap. 9. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 29 Elementos do sistema Toyota de produção: Qualidade Produtividade Sistema Toyota Participação Desperdícios e agregação de valor: Espera. Transporte. Deslocamentos. Perdas inevitáveis. Ineficiências Inevitáveis Fabricação de quantidade maior que o Refugos. Tempo perdido em consertar erros. Estoque. Desperdícios Realização de operações e atividades de transformação estritamente ligadas ao produto ou serviço. Atividades que agregam valor ao produto ou serviço. Três estratégias para eliminar desperdícios: Eliminação de desperdícios Racionalização da Força de Trabalho Just in Time Produção Flexível Três princípios para fabricar com qualidade: Fabricação com qualidade Fazer certo da primeira vez Prof. Dr. Eduardo Braga Corrigir causas fundamentais dos erros Utilizar círculos da qualidade Rev. 2013 Fundamentos da Administração 30 Princípios de Pareto ilustrado: Causas Efeitos Poucas Causas Significativas 20 % das causas 80% dos efeitos Muitas Causas Insignificantes 80% das causas 20% dos efeitos Tabela de defeitos e prejuízos: Defeitos Prejuízos Montagem Pintura Parte elétrica Forração Acessórios Rodas Pneus Total Participação Acumulada 50% 75% 88% 94% 97% 99% 100% Participação 450.000,00 225.000,00 117.000,00 54.000,00 27.000,00 18.000,00 9.000,00 900.000,00 50% 25% 13% 6% 3% 2% 1% 100% Importância 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º Gráfico de Pareto feito com base na tabela anterior; a parte A do gráfico indica a menor parcela dos problemas e a maior parcela dos prejuízos. 100% 90% 94% 100% 88% 80% A 70% Prejuízos 99% 97% B 75% C 60% 50% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Montagem Pintura Parte elétrica Forração Acessórios Rodas Pneus Causas Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 31 Exemplo do diagrama de Ishikawa ou diagrama “espinha de peixe”: Check in Equipamentos Atendentes desinformados Aviões velhos e mal conservados Overbooking Pouco espaço para os passageiros Por que ocorre este problema? Bagagem extraviada Reclamações dos passageiros da Air Pindorama Comida ruim Atrasos constantes Outras causas Serviços Evolução e universalização do modelo japonês: Sistema Toyota de Produção Modelo Japonês de Administração Acréscimos e Modificações no Ocidente Modelo Universal de Administração Competitiva Outros Ingredientes ISO 9000, Modelo Europeu da Qualidade etc. ESTUDO DE CASO: OHNO-SAN VAI AO SUPERMERCADO Por volta de 1950, a economia japonesa estava debilitada. A Toyota tinha um programa de produção de menos de 1.000 carros por mês. Se fabricasse mais, não conseguiria vendê-los. Bem diferente da situação no final dos anos 80, quando a Toyota fabricava 1.000 carros em poucos minutos. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 32 Em 1956, Taiichi Ohno, criador do sistema Toyota de produção, foi aos Estados Unidos visitar fábricas de automóvel. “Finalmente”, ele escreveu, “pude realizar o desejo de conhecer um supermercado de perto.” Ohno conhecia o supermercado por referência e já havia observado que é a loja onde, em geral, se compra de acordo com a necessidade. Do supermercado, Ohno havia tirado a ideia de enxergar cada processo de uma linha de produção como uma espécie de loja que fornece peças para o processo seguinte. No entanto, a linha como um todo é administrada do fim para o começo. O processo seguinte (cliente) vai ao processo anterior (supermercado) para obter as peças necessárias (mercadorias) na hora certa e na quantidade necessária. O processo anterior imediatamente produz a quantidade que acabou de sair (reposição de mercadoria nas prateleiras). Escreveu ele mais tarde: – Nós esperávamos que essa ideia nos ajudasse a realizar o objetivo do just-in-time, de fabricar apenas o necessário. Em 1953, de fato aplicamos o sistema em nossa oficina de máquina da fábrica principal. Para fazer funcionar o sistema do supermercado, usamos pedaços de papel em que escrevíamos informações sobre o trabalho a ser realizado. Nós chamávamos isso de kanban. – O kanban, um cartão envelopado em plástico, tornou-se a ferramenta que faz funcionar o sistema Toyota. – Suponham que levássemos o kanban ao supermercado. Como funcionaria? As mercadorias compradas pelos clientes passam pelo caixa. Cartões contendo informações sobre essas mercadorias seriam então enviadas ao departamento de compras. Com essa informação, as mercadorias que saíram seriam imediatamente repostas. Esses cartões correspondem ao kanban de retirada do sistema Toyota. No supermercado, as mercadorias expostas correspondem ao estoque da fábrica. Se o supermercado tivesse sua fábrica de mercadorias, enviaria para ela um kanban de produção. Com as informações deste kanban, a fábrica produziria as mercadorias para repor as que tivessem sido vendidas. Nos anos 80, quando funcionários da Daihatsu procuraram a Toyota para aprender seus métodos de eficiência, Ohno recomendou-lhes que fabricassem apenas o necessário. – Mas não é melhor ideia continuar produzindo, enquanto houver tempo e materiais? – perguntou um dos visitantes. – Acho que não – respondeu Ohno. – Façam apenas o que for necessário. Pode ser que vocês fiquem com materiais sobrando, mas a empresa não ganha nada se fizer 120 itens quando precisa apenas de 100. Se você precisa de 100, faça apenas 100. Ohno também recomendou que o ritmo de trabalho fosse calibrado para que a produção dos 100 itens ocupasse o dia todo. – A fórmula básica da Toyota, de fazer o que for necessário, apenas na quantidade necessária, no momento necessário, tem outro elemento: tão eficientemente quanto possível. Ou seja, gastando o mínimo. Há muitas formas de gastar o mínimo para produzir. Uma delas é produzir apenas 100 se você precisa apenas de 100, mesmo que você possa produzir 110 antes do final do expediente. Continuou Ohno: – A parte mais difícil do sistema Toyota de produção é aprender a fazer os 100 itens gastando o mínimo. Para isso, todos devem aprender o just-in-time. Se a prioridade for dada apenas para a minimização dos gastos, pode-se obter diversos resultados indesejáveis. Porém, se esse objetivo for negligenciado, o produto poderá custar terrivelmente caro. Essa ideia tem seus adversários. Eles dizem que não se deve restringir a produção. É melhor tentar reduzir os preços por meio da produção em massa. Ou então, se você tiver cinco trabalhadores disponíveis, é melhor fazer 200 itens ao invés de 100. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 33 7 Enfoque Comportamental7 Para quem adota a perspectiva comportamental, o importante em uma organização é o sistema social. A produção robotizada, que ilustra o sistema técnico das organizações, contrasta com o sistema social, formado por pessoas e sua condição humana. Raízes do enfoque comportamental Enfoque Comportamental Movimento pelo bem estar dos trabalhadores Sindicatos Pensamento Humanista na Escola Clássica Psicologia Industrial Utopias Estudo do Fator Humano no Papel dos Gerentes Marxismo Estudo da Dinâmica de Grupo e da Liderança Doutrina Social da Igreja Experimento de Hawthorne Sindicatos. Utopias: Fundição Soho e Robert Owen, em New Lanark (Cap. 2). Marxismo: o fim da pobreza pela comunização de todos os bens. Doutrina social da igreja: o marco inicial é a encíclica de 1891, Rerum Novarum, do Papa Leão XIII. Com o subtítulo Sobre a condição dos trabalhadores, a encíclica rejeita as teses socialistas. No entanto, assume uma posição clara a favor da justiça social. 7 MAXIMIANO, 2007, Cap. 10. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 34 Alguns pontos da encíclica Rerum Novarum: Em sua grande maioria, os pobres vivem em condições miseráveis e degradantes, que eles não merecem. Depois que as velhas guildas profissionais foram destruídas no século XVIII, e nenhuma proteção para os trabalhadores ficou em seu lugar, e assim que as instituições públicas e a legislação deixaram de lado o ensino religioso tradicional, a presente era (século XIX) deixou os trabalhadores, cada um por si e sem defesa, à mercê de empregadores desumanos. Além disso, o processo de produção, assim como o comércio em todas as áreas, ficou sob o poder de uns poucos, de forma que pouquíssimas pessoas imensamente ricas assumiram o domínio de inumeráveis trabalhadores sem posses. O corpo da prática do ensino da religião, de que a igreja é guardiã, consegue conciliar e unir os ricos e os pobres convocando essas duas classes da sociedade para o cumprimento de seus deveres mútuos. Entre esses deveres, compete aos pobres e trabalhadores: desempenhar integral e conscientemente todo trabalho que tiver sido voluntariamente acordado; não estragar a propriedade nem ferir a pessoa do empregador; não recorrer à violência nem a distúrbios; não se associar com homens perigosos que ardilosamente exageram as esperanças e fazem grandes promessas. Por outro lado, compete aos ricos e empregadores: os trabalhadores não devem ser tratados como escravos; a justiça exige que a dignidade de sua personalidade humana seja respeitada. O trabalho lucrativo não é vergonhoso para o homem, mas motivo de respeito, já que lhe fornece os meios para sustentar sua vida. Contudo, é vergonhoso e desumano tratar as pessoas como coisas que se usam para lucrar, bem como não lhes dar mais valor do que elas merecem. Da mesma forma, é desejável que os interesses religiosos e o bem-estar espiritual dos trabalhadores recebam a devida consideração. Pensamento humanista na escola clássica: Henry Gantt, casal Gilbreth, Oliver Sheldon, Mary Parker Follett, Psicologia industrial: ocupou-se basicamente dos problemas de seleção e treinamento de pessoal. Estudo do fator humano no papel dos gerentes: Chester Barnard (1886-1961) foi um dos pioneiros na explicação do papel do comportamento humano no desempenho das organizações – princípio de esforço e recompensa, o papel dos grupos informais, etc. Dinâmica de grupo e liderança: Kurt Lewin é considerado o pai da dinâmica de grupo. Experimento de Hawthorne: um dos eventos mais importantes na história do enfoque comportamental na administração é o chamado experimento de Hawthorne. Revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos, apesar do objetivo original era explicar a influência do ambiente de trabalho sobre a produtividade dos trabalhadores. O experimento foi realizado entre 1927 e 1933 e depois ampliado até 1947, orientado pelo professor Elton Mayo. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 35 Principais conclusões de Elton Mayo: Efeito Hawthorne A qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos trabalhadores influencia fortemente seu desempenho. Bom tratamento por parte da administração, reforçando o sentido de grupo, produz bom desempenho. O efeito positivo do tratamento da administração sobre o desempenho humano ficou conhecido como efeito Hawthorne, por causa do nome do experimento. Lealdade ao Grupo O sistema social formado pelos grupos determina o resultado do indivíduo, que pode ser mais leal ao grupo do que à administração. Alguns grupos não atingem os níveis de produção esperados pela administração, porque há entre seus membros uma espécie de acordo que define uma quantidade “correta”, que é menor, a ser produzida. Assim, o efeito Hawthorne não funciona em todos os casos. Esforço Coletivo Por causa da influência do sistema social sobre o desempenho individual, a administração deve entender o comportamento dos grupos e fortalecer as relações com os grupos, em vez de tratar os indivíduos como seres isolados. À responsabilidade de administração é desenvolver as bases para o trabalho em equipe, o autogoverno e a cooperação. Conceito de Autoridade O supervisor de primeira linha deve ser não um controlador, mas um intermediário entre a administração superior e os grupos de trabalho. O conceito de autoridade deve basear-se não na coerção, mas na cooperação e na coordenação. O tema central da escola das relações humanas no trabalho é o comportamento coletivo nas organizações, ou seja, o entendimento e administração dos indivíduos como integrantes de grupos de trabalho. Progressivamente, a este tema central agregam-se outras ideias que viriam a compor o conjunto dos temas do enfoque comportamental. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 36 As ciências comportamentais e seus focos: Psicologia Sociologia Psicologia Social Aprendizagem Personalidade Liderança Motivação Processo de tomar decisões Seleção de pessoal Stress e qualidade de vida Dinâmica de grupo Teoria das organizações Poder Conflito Comportamento dos grandes grupos Dinâmica de grupo Liderança Processo de decisão em pequenos grupos Mudança de atitudes Antropologia Cultura organizacional Ambiente organizacional Ciência Poder Conflito Política Relações entre organizações e poderes Política Indivíduo Grupo Organização e Sistema A organização informal, oculta, é maior que a formal. Prof. Dr. Eduardo Braga Objetivos Tecnologia Estrutura Competências Equipamentos Normas de conduta Grupos informais Cultura organizacional Sentimentos e clima organizacional Conflito e cooperação Poder e política Ética e valores Rev. 2013 Fundamentos da Administração 37 ESTUDO DE CASO: ELTON MAYO FAZ UMAS PERGUNTAS Estamos no final da década de 20 e você faz parte da equipe do professor Elton Mayo, de Harvard. Ele está no momento analisando um problema curioso. Um grupo foi organizado na Universidade para estudar o efeito das variações no ambiente físico de trabalho sobre a produtividade. O estudo foi realizado na fábrica Hawthorne da Western Electric, situada na cidade de Cicero, Illinois. Esta fábrica é a principal fornecedora de equipamentos (aparelhos de telefone, estações, cabos, etc) para a Bell System, empresa que tem o monopólio da telefonia nos Estados Unidos. Cerca de 30.000 pessoas trabalham na fábrica. O estudo começou com a aplicação de métodos da psicologia experimental, introduzidos nos Estados Unidos pelo professor alemão Hugo Munsterberg. Inicialmente, o objetivo era descobrir se a produtividade seria, de algum modo, afetada por alterações da iluminação do ambiente de trabalho. Para isso, foram organizados dois grupos de moças, um experimental e um de controle, trabalhando na montagem de componentes para a fabricação de telefones. As modificações na iluminação seriam feitas apenas no grupo experimental. Quando os pesquisadores aumentaram a luz no grupo experimental, verificaram que a produção aumentava nos dois grupos. Para consternação dos pesquisadores, eles diminuíram a quantidade de luz no grupo experimental e a produção também aumentou nos dois grupos! Em seguida, os pesquisadores ofereceram benefícios: lanches e intervalos de descanso. A produção continuou aumentando. Finalmente, todos os benefícios foram retirados, com a expectativa de que a produção cairia. Para desalento de todos, a produção chegou a uma quantidade espantosa para os padrões habituais daqueles grupos. A única coisa que os pesquisadores conseguiram demonstrar era a ausência de qualquer correlação simples e direta entre os fatores que eles estavam manipulando (iluminação e benefícios) e a produtividade (peças produzidas). A produção aumentava sistematicamente, qualquer que fosse a modificação introduzida pelos pesquisadores, inclusive aquelas que presumivelmente deveriam diminuir os resultados do grupo. Ninguém estava entendendo nada. Os pesquisadores, então, concluíram que as causas das variações no desempenho das moças só poderiam estar no comportamento humano. Aparentemente, as moças, por alguma razão desconhecida, estavam fazendo o que imaginavam que os pesquisadores desejavam que elas fizessem. Ou seja, elas estavam colaborando com a equipe e a empresa. Mas, seria essa a conclusão correta? E, se fosse, qual o motivo? Foi então que a equipe resolveu chamar o professor Elton Mayo, australiano radicado nos Estados Unidos, para ajudar a explicar o que estava acontecendo. Elton Mayo chamou você. E agora, enquanto dirige seu Ford Modelo T, indo para a primeira reunião com a equipe, você pensa nas perguntas que o professor pediu para você considerar. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 8 38 Pensamento Sistêmico8 Causas Problemas, situações e eventos Efeitos Um aeroporto é mais que uma organização singular. É a síntese da complexidade organizacional: Uma fábrica é um sistema de produção que faz parte de um sistema-empresa (Foto: Lamborghini): Um sistema utiliza recursos do ambiente e devolve-os na forma de entradas para outros sistemas: Entradas SISTEMA AMBIENTE Saídas Um exemplo de aplicação do pensamento sistêmico. Informações, criatividade e outros fatores (como a disponibilidade de recursos ou a influência de um grupo) são entradas de um sistema de raciocínio que produz decisões. 8 MAXIMIANO, 2007, Cap. 14. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 39 CRIATIVIDADE Análise das informações Produção de alternativas INFORMAÇÕES DECISÕES Análise e avaliação das alternativas OUTROS FATORES Uma empresa é um sistema de sistemas interligados: SISTEMA DE PRODUÇÃO MATERIAIS E COMPONENTES SISTEMA DE FORNECIMENTOS PRODUTOS E SERVIÇOS SISTEMA DE VENDAS E DISTRIBUIÇÃO $ $ PRODUTOS E SERVIÇOS $ $ SISTEMA FINANCEIRO MERCADOS E CLIENTES $ GOVERNO, ACIONISTAS O ciclo de feedback traz de volta para o sistema uma parte da energia, das informações ou dos resultados que ele produziu. O feedback reforça ou modifica o comportamento do sistema. Os sistemas de avaliação nas escolas são um exemplo de ciclo de realimentação, que influencia o comportamento dos estudantes. SISTEMA FEEDBACK (REALIMENTAÇÃO) Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 40 Principais teorias associadas ao moderno enfoque sistêmico: Teoria Autor Gestalt Wertheimer Cibernética Wiener Teoria Geral Von dos Sistemas Bertalanffy Principais idéias · O todo é maior que a soma das partes · As propriedades das partes são definidas pelo todo a que pertencem. · A informação é a base do controle dos sistemas. · O autocontrole de um sistema depende de informações sobre seu objetivo e sobre seu próprio desempenho. · O desempenho de qualquer componente depende do sistema em que se insere. · É necessário usar uma abordagem holística ou sistêmica em que se insere. Exemplos de ideias associadas ao pensamento sistêmico ou que usam seus princípios: Pensamento Sistêmico Abordagem Situacional Mudança Organizacional Reengenharia e Redesenho de Processos Administração da Qualidade Total Administração Estratégica Nas organizações, existem pelo menos três sistemas. Você pode enxergar outros, porque os sistemas são construções cognitivas: SISTEMA SOCIAL Pessoas, grupos, sentimentos, emoções, etc SISTEMA TECNOLÓGICO SISTEMA ESTRUTURAL Máquinas, equipamentos, conhecimentos Autoridade, hierarquia, normas, regulamentos Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 41 Para analisar, entender e administrar sistemas, é preciso focalizar quatro componentes principais: OBJETIVOS CONTROLE ANÁLISE E PLANEJAMENTO DE SISTEMAS COMPONENTES PROCESSO Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 9 42 Planejamento Estratégico9 Definições de estratégia, segundo diversos autores: Autor Palavras Chave Mintzberg Futuro. Decisão. Resultados. Programação. Ansoff Negócio Atual. Tendências. Decisão. Concorrência. Produtos e serviços. Pascale Seleção de oportunidade. Produtos e serviços. Investimento de recursos. Objetivos. Chandler Metas e objetivos de longo prazo. Cursos de ação. Alocação de recursos. Hampton Vantagens da empresa em relação aos desafios do ambiente. Adaptação da empresa ao ambiente. Em todas as definições de estratégia, sempre está presente a necessidade de definir objetivos em sintonia com as ameaças e oportunidades do ambiente. Administração estratégica é a disciplina que trata do planejamento, implementação, execução e controle (acompanhamento e avaliação) da estratégia. Quatro níveis de aplicação dos conceitos e técnicas de administração estratégica: 9 Estratégia de Ramo ou Unidade de Negócios Estratégia Funcional Estratégia Operativa (Planejamento operacional) Empresas com negócios ou operações singulares Grandes corporações diversificadas com muitas unidades de negócios Estratégia Corporativa Plano estratégico exige Análise Interna e Análise do Ambiente Externo. MAXIMIANO, 2007, Cap. 14. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 43 Forças competitivas de um ramo de negócios: Concorrentes Potenciais Ameaça de entrada de novos concorrentes Fornecedores Poder de barganha Rivalidade entre Concorrentes Compradores Poder de barganha Ameaça de substituição Substitutos Principais vantagens competitivas de algumas organizações e produtos: Vantagem Competitiva Exemplo 1. Qualidade de projeto, do produto e de serviço. Mercedes-Benz, Volkswagen, Boeing, Rede Globo, Bic. 2. Eficiência e baixo custo das operações e dos recursos. Empresas japonesas que usam o modelo de produção e administração enxuta. 3. Liderança na inovação. Microsoft, Banco 24 Horas. 4. Disponibilidade e desenho da assistência técnica (serviço pósvenda) Volkswagen, Xerox. 5. Relações pessoais com consumidores. Lojistas, empresas e microempresários em geral; negócios que operam o sistema de venda de porta em porta. 6. Propriedades ou controle de matérias-primas de alto custo ou escassa. Vale do Rio Doce, Petrobrás, cartel do cimento. 7. Disponibilidade de capital. Bancos, fundos de pensão. 8. Controle do mercado Petrobrás, Telefônica, cartel do cimento, Microsoft. 9. Aceitação pelo consumidor da marca da empresa. Nestlé, Johnson & Johnson, Açúcar União, Coca-Cola, Gillette, Disney. 10. Conveniência e disponibilidade do produto (eficácia do sistema de Açúcar União, Nestlé, Gillette. distribuição). 11. Preço baixo. Carros populares, camelôs. 12. Preço alto. Mercedes-Benz, primeira classe em aviões. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 44 O ciclo da administração estratégica recomeça com a implementação e o controle da execução dos planos: Preparação do Plano Estratégico Prof. Dr. Eduardo Braga Implementação do Plano Estratégico Acompanhamento e Controle da Execução Rev. 2013 Fundamentos da Administração 45 10 Administração na Era Digital10 Processo – conjunto ou sequência de atividades interligadas. Os processos cruzam as fronteiras das áreas funcionais, que são administradas como departamentos isolados. Presidência Vendas Produção Compras Finanças RH Desenvolvimento de Produtos Geração e Processamento de Pedidos Atendimento de Clientes e Fornecedores Tipos de Processos – podem ser Centrais, que estão ligados à atividade fim, ou de Apoio, como Financeiro, Contábil, RH, Jurídico, Compras, Tecnologia da Informação. Administração de Processos – é feita por equipes multidisciplinares, formadas por representantes das diferentes áreas envolvidas. Aprimoramento de Processos: REENGENHARIA 10 1 – Identificar necessidades do cliente e objetivos do processo a ser redesenhado. 2 – Mapear e medir o processo atual. 5 – Redesenhar o processo. 6 – Implementar novo processo e monitorar resultados 3 – Analisar e modificar o processo atual. 4 – Fazer benchmarking para identificar alternativas. MAXIMIANO, 2007, Cap. 21. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 46 SEIS SIGMA () 1 – Define Definir com precisão o escopo do projeto. 2 – Measure Identificar a localização ou foco do problema. 3 – Analyse Identificar as causas de cada problema prioritário. 4 – Improve Implementar soluções para cada problema prioritário. 5 – Control Garantir resultados no longo prazo. De acordo com Maximiano (2007, p. 465): A expressão Six Sigma foi originalmente introduzida pela Motorola no início da década de 1980 para designar seu programa de excelência em qualidade. A expressão Six Sigma está associada a um nível estatístico de capacidade de processos que proporciona um desempenho de qualidade superior, com índice de 3,4 partes por milhão (PPM) de produtos defeituosos (ou defeitos). Benchmarking – técnica que consiste em fazer comparações e procurar imitar as organizações, concorrentes ou não, do mesmo ramo de negócios ou de outros, que tenham práticas exemplares de administração. Etapas: Planejamento – definição das melhores práticas a serem copiadas. Análise – Coleta, estudo e interpretação dos dados do benchmark. Integração – Definição das modificações. Ação – Implementação. Maturidade – Aprimoramento. Tecnologia da informação: Evolução da tecnologia da informação. Organizações virtuais. Redes virtuais de colaboração. Trabalhadores virtuais. REFERÊNCIA MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 47 QUESTÕES PARA REFLEXÃO CAPÍTULO 1 1. Quais as causas principais do conflito entre Ricardo e seus filhos? 2. Quem deve “mandar” na empresa? 3. Qual o peso relativo da experiência e da educação formal, no processo de administrar a empresa? 4. Você acha que um consultor é necessário? Qual papel teria um consultor? Como convenceria Ricardo da necessidade de um consultor? 5. Quais as conseqüências previsíveis de Ricardo continuar administrando a empresa? 6. 7. 8. 9. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Quais as conseqüências previsíveis de os filhos ficarem com a empresa? Quais as conseqüências previsíveis de não haver um acordo entre as duas partes? Você conhece casos semelhantes a este? Em caso afirmativo, qual foi o desfecho? CAPÍTULO 2 Em essência, o que Jetro recomendou a Moisés? Quais as condições para que as recomendações de Jetro funcionem? Você concorda com as recomendações de Jetro ou tem alternativas? Você acha que algumas pessoas recusariam a responsabilidade de auxiliar Moisés? O que você proporia para persuadir os quem recusassem? Ou você ficaria somente com os que aceitassem? Em sua opinião, a recomendação continua atual? Trinta e três séculos já se passaram desde aquela tarde na colina do deserto. Muitos executivos ainda não sabem, não conseguem ou não querem delegar. Por quê? CAPÍTULO 3 1. Que aconteceria se Taylor não obrigasse os homens a descansar? Você acha que eles se esgotariam e sua produtividade diminuiria como Taylor previu? 2. De forma geral, qual a conseqüência do trabalho duro e ininterrupto? 3. O que Taylor comprovou com esta experiência? 4. Você acha que trabalhar menos produz mais em qualquer situação? Você recomendaria isso a seus auxiliares? 5. Você conhece outras situações em que as pessoas precisam descansar para poder realizar uma tarefa? 6. Em sua opinião, por que algumas pessoas trabalham demais: necessidade, excesso de trabalho, falta de método, compulsão, vontade de agradar o chefe, recompensa elevada ou outro motivo? 7. Você acha que, de forma geral, as pessoas que trabalham com inteligência não precisam trabalhar muito para alcançar bons resultados? CAPÍTULO 4 1. Quais os principais problemas deste caso, no que diz respeito ao processo administrativo? Avalie a qualidade dos processos de planejamento, organização, execução e controle da mudança que a Telelatina fez. Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013 Fundamentos da Administração 48 2. Qual sua sugestão para resolver o problema agora? Esboce um plano, com objetivos e formas de controle, organização da equipe e etapas de execução. 3. Você conhece casos parecidos em que tenha havido problemas por causa de falhas no processo de planejar, organizar, executar e controlar? Qual o desfecho? Escolha um caso para relatar a seus colegas. 4. Faça uma síntese, com base em sua experiência e neste estudo de caso, sobre “os fatores críticos de sucesso no processo de administração”. CAPÍTULO 5 1. De que forma a inovação encaixa-se nos planos do novo presidente para a empresa? 2. Em sua opinião, qual modelo de organização o novo presidente encontrou ao chegar na 3M? Qual o modelo de organização o novo presidente estava pretendendo implantar? Até que ponto esse modelo era adequado para o tipo de ambiente em que a 3M atua? 3. Gastar o dinheiro dedicado à inovação nem sempre com sabedoria pode ser o resultado de algum tipo de disfunção organizacional? Identifique a disfunção, se for o caso, ou indique outra possibilidade. 4. Se você trabalhasse na área de inovação da 3M, como reagiria à política do novo presidente? Faça um resumo das opiniões de seus colegas de grupo. 5. Se você trabalhasse em uma área como finanças, recursos humanos, produção ou tecnologia da informação da 3M, como reagiria à política do novo presidente? Faça um resumo das opiniões de seus colegas de grupo. 6. Você preferiria trabalhar na área de inovação da 3M ou em outra área? Justifique sua resposta. Faça um resumo das preferências e justificativas de seus colegas de grupo. 7. Em resumo, qual o impacto previsível dos planos do novo presidente sobre a capacidade de inovação da empresa? CAPÍTULO 6 1. Qual a relação entre o funcionamento do supermercado e o sistema Toyota de produção? 2. Quais as diferenças entre o sistema Toyota de produção e o sistema tradicional? 3. Quais as vantagens de fabricar apenas o necessário? Há desvantagens? 4. Considere os argumentos dos adversários do sistema Toyota. Você concorda? Se tivesse que escolher entre o sistema Toyota e seus adversários, qual escolheria? Por que? 5. Você já viu o pátio de uma fábrica de veículos em períodos de recessão? Se o diretor da fábrica lhe mostrasse o pátio cheio de veículos não vendidos e lhe pedisse uma solução, o que você recomendaria? 6. Quais os resultados indesejáveis de se pensar apenas na minimização dos gastos? 7. Quais os resultados indesejáveis de não se pensar na minimização dos gastos? 8. Quais as diferenças e semelhanças entre as proposições de Taiichi Ohno e Frederick Winslow Taylor? CAPÍTULO 7 1. Que hipóteses você consideraria para explicar porque as moças agiram de modo contrário ao esperado pelos pesquisadores? Ou seja, que razões poderiam tê-las levado a aumentar, ao invés de diminuir sua produção, conforme os benefícios fossem retirados? 2. Você acha que qualquer grupo de trabalhadores teria agido da mesma forma? 3. Que estratégia você sugere para descobrir o que aconteceu? Prof. Dr. Eduardo Braga Rev. 2013