DE ROuIllE ET D`OS
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DE ROuIllE ET D`OS
índice ANTESTREIAS – O melhor e o mais recente do cinema francês CAPTIVE de Brillante Mendoza.................................................................................................................................8 DE BON MATIN de Jean-Marc Moutout............................................................................................................. 10 DE RouillE ET D’OS de Jacques Audiard........................................................................................................ 12 ELLES de Malgoska Szumowska........................................................................................................................... 14 FragmENTS D’UNE révolution de Ana Nyma. ...................................................................................... 16 InDIGNADOS de Tony Gatlif .................................................................................................................................... 18 JE ME SUIS FAIT tout pETIT de Cécilia Rouaud ........................................................................................ 20 Journal DE FRANCE de Raymond Depardon e Claudine Nougaret............................................... 22 L’Art D’AIMER de Emmanuel Mouret. .............................................................................................................. 24 L’ExERCICE DE L’état de Pierre Schoeller. .................................................................................................... 26 La PiroguE de Moussa Touré. .............................................................................................................................. 28 LE COCHON DE GAZA de Sylvain Estibal. ......................................................................................................... 30 LE FILS DE l’autrE de Lorraine Lévy................................................................................................................. 32 ParlEZ-MOI DE VOUS de Pierre Pinaud.......................................................................................................... 34 PaulETTE de Jérôme Enrico..................................................................................................................................... 36 PoulET aux prunES de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud........................................................ 38 Présumé coupablE de Vincent Garenq....................................................................................................... 40 Sur la pistE DU Marsupilami de Alain Chabat................................................................................... 42 Toi, Moi, lES autrES de Audrey Estrougo. ................................................................................................. 44 Un HEUREUX ÉvènEMENT de Rémi Bezançon. .......................................................................................... 46 MARIA DE MEDEIROS – A Madrinha À l’abri DE la tEMPÊTE de Camille Brottes-Beaulieu.......................................................................... 52 CapitãES DE Abril de Maria de Medeiros. .................................................................................................. 52 JE NE suis pas mort de Mehdi Ben Attia. ................................................................................................... 53 JE T’AIME... moi non plus – artistES ET critiquES de Maria de Medeiros..................... 53 Três irmãos de Teresa Villaverde. ................................................................................................................... 54 ViagEM a Portugal de Sérgio Tréfaut.......................................................................................................... 54 OliviER Assayas – Homenagem APRÉS MAI......................................................................................................................................................................... 60 BOARDING GATE............................................................................................................................................................. 61 CARLOS. ............................................................................................................................................................................... 62 clEAN.................................................................................................................................................................................... 63 DEMONLOVER.................................................................................................................................................................. 64 DésorDRE......................................................................................................................................................................... 65 HHH PortRait DE Hou Hsiao-HsiEN............................................................................................................ 66 Irma VEP. ........................................................................................................................................................................... 67 l’EAU FROIDE................................................................................................................................................................... 68 L’HEURE D’ÉTÉ................................................................................................................................................................. 69 LES DESTINÉES SENTIMENTALES....................................................................................................................... 70 PARIS S’ÉVEILLE............................................................................................................................................................. 71 JacquES AuDIARD – Retrospectiva DE BATTRE MON CŒUR S’EST ARRÊTÉ.......................................................................................................... 75 REGARDE LES HOMMES TOMBER..................................................................................................................... 76 SUR MES LÈVRES......................................................................................................................................................... 77 UN HÉROS TRÈS DISCRET....................................................................................................................................... 78 UN PROPHÈTE................................................................................................................................................................ 79 um GranDE Clássico – Cópia restaurada Lola de Jacques Demy. .............................................................................................................................................. 85 O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO – Para miúdos e graúdos lE TABLEAU de Jean-François Laguionie.......................................................................................................... 92 L’îlE DE black noir de Jean-François Laguionie. .................................................................................... 93 gwEN ET lE livrE DE sablE de Jean-François Laguionie. .................................................................. 94 la planètE sauvagE de René Laloux. ........................................................................................................... 95 CoulEUR DE pEAU: MiEL de Laurent Boileau, Jung Henin. ................................................................. 96 l’APPRENTI PÈRE NoËL de Luc Vinciguerra. ................................................................................................. 97 ZARAFA de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie...................................................................................... 98 PROGRAMA PARALELO RTP2 | SESSÕES DUPLAS. ..................................................................................................................................... 102 RTP2 | ONDA-CURTA.................................................................................................................................................. 104 CICLO Vivre Ensemble........................................................................................................................................ 106 EVENTOS DEBATE Caminhos da incerteza................................................................................................................ 112 informações úteis.............................................................................................................................................. 116 programa sujeito a alterações - filmes legendados em português É para mim um imenso prazer apresentar a 13ª Festa do Cinema Francês. O rganizada pelo Institut Français du Portugal, a Festa do Cinema Francês tem crescido gradualmente e tornou-se, hoje, num evento marcante da vida cultural portuguesa, dando a descobrir, a um público cada vez mais numeroso e eclético, a riqueza e a diversidade do cinema francês, permitindo também o encontro com prestigiados artistas franceses que vêm participar nesta grande celebração do cinema. A madrinha da 13ª Festa é Maria de Medeiros, formidável actriz, realizadora, cantora e figura emblemática dos laços culturais entre Portugal e a França. Não é uma coincidência o facto de Maria de Medeiros ter sido este ano a madrinha do Pavilhão dos Cinemas do Mundo no Festival de Cannes, ilustrando assim a dimensão internacional dessa artista multifacetada e poliglota que estamos particularmente honrados de receber. A inauguração no dia 4 de Outubro, na grande sala do prestigioso Cinema São Jorge em Lisboa onde a Festa irá decorrer até 14 de Outubro, marca o início da primeira etapa de um périplo que abrange também as cidades de Almada, Faro, Porto, Coimbra e Guimarães, a Capital Europeia da Cultura 2012. A Festa de Cinema Francês também terá, este ano, uma extensão nas universidades de Lisboa e de Évora, e nas cidades de Estarreja, de Setúbal e do Seixal, com o ciclo Vivre Ensemble. Além disso, o programa paralelo da RTP2 vai projectar oito longas-metragens francesas no programa Sessão Dupla e uma selecção de curtas-metragens franceses no programa Onda Curta. O mundo muda, e o cinema francês faz eco das transições que atravessam as nossas sociedades. Crise financeira, com efeitos por vezes devastadores sobre os nossos povos, tentação de egoísmo individual ou nacional, dissolução de valores tradicionais e das nossas referências. Essas questões são abordadas por um certo número de filmes franceses actuais, de um ponto de vista moral, dramático, e por vezes humorístico. Mas a programação da Festa do Cinema Francês é principalmente o reflexo da diversidade e da vitalidade do cinema francês. Ela oferece uma ampla gama de filmes recentes, incluindo muitas an- 2 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 testreias. O público também pode descobrir a cópia restaurada, pela Fundação Groupama Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma, de Lola, o lendário filme de Jacques Demy com a espantosa Anouk Aimée; uma homenagem ao cosmopolita Olivier Assayas na Cinemateca Portuguesa e uma retrospectiva, no Cinema Nimas, do realizador Jacques Audiard. Os espectadores mais jovens não são esquecidos com o Universo da Animação que inclui um tributo à obra inventiva e genial de Jean-François Laguionie, premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes e nomeado para os César em 2012 com a sua última longa-metragem Le Tableau que vai poder ser vista em antestreia. É para mim também uma grande alegria ver que a Festa do Cinema Francês continua a sua ascensão, reforçando as relações cinematográficas e culturais entre os nossos países. A sua grande dimensão deve muito ao apoio dos nossos parceiros, dos distribuidores e dos patrocinadores que devemos particularmente agradecer. Grande sucesso à Festa do Cinema Francês! Pascal Teixeira da Silva Embaixador de França em Portugal 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 3 ANTESTREIAS o melhor e o mais recente do cinema francês 4 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 5 Prémio do público A Unifrance Films, cuja missão é promover, desde há mais recente filme de Jacques Audiard, que esteve em competição no de 60 anos, os filmes franceses em todo o mundo, tem último Festival de Cannes, e a quem será ainda dedicada uma o prazer de renovar o seu apoio à Festa do Cinema Fran- retrospectiva integral da sua obra. cês, agora na 13ª edição e, segura do seu sucesso, participa ne- Esta será também a ocasião para prestar homenagem a Olivier la com todo o empenho: no ano passado, na edição precedente, Assayas, cujo último filme, Après Mai, esteve em competição Groupama Seguros O público da Festa do Cinema Francês é fantástico! De rouille et d’os Desde que instituimos o Prémio do público, que este tem respondido massiva e entusiasticamente ao desafio de votar no filme da sua eleição, de entre os que estão anualmente a concurso. Com isso, tem ajudado a que esses filmes tenham tido uma maior visibilidade aquando da sua saída em sala. foram organizadas 148 projecções em 11 salas de todo o país na recente Mostra de Veneza, através de uma retrospectiva na que juntaram mais de 30 mil espectadores! Cinemateca Portuguesa. Este ano, o público português terá a oportunidade de descobrir A Madrinha desta edição, Maria de Medeiros, cuja carreira ilus- uma vintena de filmes franceses em antestreia, com uma selec- tra a riqueza das relações entre França e Portugal, apresentará ção cuja diversidade poderá satisfazer todos os gostos e todas seis filmes marcantes do seu percurso como actriz e realizadora. as idades: filmes engajados, que sondam a actualidade políti- Esta Festa é, como sempre, exemplar graças à implicação har- ca e social com acuidade, mas também comédias românticas moniosa do conjunto dos artistas, dos profissionais e da embai- e filmes para crianças se reúnem nesta programação ecléctica. xada de França em Portugal! Nesta 13ª edição da Festa do Cinema Francês, são dez os filmes a concurso. Estes estão assinalados com o selo Prémio do público e esperam pelo seu voto. Este evento, que reúne o conjunto dos profissionais portu- Desejamos o maior prazer e emoção ao público do festival e es- Não deixe de os ver e vote! gueses em torno do cinema francês, decorrerá de 4 de peramos, para lá da Festa, que o ano de 2012 seja tão bem su- Outubro a 9 de Novembro, em seis diferentes cidades cedido para o cinema francês em Portugal como o ano de 2011 do país. Em Lisboa, o festival encerra com a antes- (com 46 filmes franceses distribuídos e 520 mil espectadores treia em Portugal de De portugueses). rouille et d’os, o mais Captive Este ano, o Prémio do público, no valor de 2.500 euros é, de novo, oferecido pela Groupama Seguros, e contempla o filme mais votado pelos espectadores da Festa do Cinema Francês de entre os que têm já os direitos adquiridos por distribuidores portugueses e, por isso, têm exibição garantida nas salas de cinema do país. Elles L’Art d’Aimer Lo Cochon de Gaza Parlez-moi de Vous Dez filmes em competição para o Prémio do público: Captive de Brillante Mendoza Paulette De rouille et d’os de Jacques Audiard Elles de Malgorzata Szumowska L’art d’aimer de Emmanuel Mouret Poulet aux Prunes Le Cochon de Gaza de Sylvain Estibal Parlez-moi de vous de Pierre Pinaud Sur la Piste du Marsupilami Paulette de Jérôme Enrico Poulet aux Prunes de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud Antoine Clermont-Tonnerre Presidente da Unifrance 6 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Régine Hatchondo Directora-Geral da Unifrance Sur la Piste du Marsupilami de Alain Chabat Un Heureux Évènement Un Heureux Évènement de Rémi Bezançon 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 7 COM: Isabelle Huppert, Maria Isabel Lopez, Mercedes Cabral, Joël Torre, Raymond Bagatsing, Rustica Carpio, Ronnie Lazaro ARGUMENTO: Brillante Mendoza, Patrick Bancarel, Boots Agbayani Pastor FOTOGRAFIA: Odyssey Flores SOM: Laurent Chassaigne, Stéphane De Rocquigny, Albert Michael Idioma, Addiss Tabong MÚSICA ORIGINAL: Teresa Barrozo MONTAGEM: Yves Deschamps, Gilles Fargout, Kats Serraonµ PRODUÇÃO: Swift Productions, ARTE France Cinéma, Centerstage Productions, B.A. Produktion, Studio Eight Productions ORIGEM: França, Alemanha, Filipinas, Inglaterra DISTRIBUICÃO EM PORTUGAL: Alambique ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Presença em festivais Berlinale, Festival de Cinema de Berlim (2012) Festival de Cinema de Durban (2012) Festival de Cinema de Sidney (2012) Festival de CPH PIX de Copenhaga (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) CAPTIVE de Brillante Mendoza | 2012 | Drama | 2h02 LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 22h00 GUIMARÃES São Mamede • 7 NOV 21h45 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C Thérèse Bourgoine é uma voluntária francesa, que trabalha para uma ONG nas Filipinas. Ao levarem provisões para a sede da organização, Thérèse e uma colega filipina são raptadas pelo grupo muçulmano radical Abu Sayyaf, que luta pela independência da ilha de Mindanao. São levadas, com um grupo de vinte turistas estrangeiros, para o interior da floresta, onde ficarão num cativeiro que poderá durar dias, ou meses… ANTESTREIAS O realizador Brillante Mendoza começa por trabalhar em publicidade, tornando-se um dos nomes mais reputados do ramo nas Filipinas. Em 2005, opta pelo cinema, com uma linguagem ficcional próxima do registo de documentário. Nesse ano apresenta a sua primeira longa-metragem, Le masseur, premiado em Locarno, que aborda um tema ainda sensível no seu país, a homossexualidade. No ano seguinte, realiza o documentário Manoro (2006). Filma Slingshot, sobre a violência urbana, ou John John (2007), dedicado às questões da adopção e da pobreza extrema. No ano seguinte, Serbis, sobre o quotidiano numa sala de cinema erótico, é premiado em Cannes. Kinatay e Lola (ambos de 2009) são outros exemplos de um percurso singular. Nota de intenções do realizador “Enquanto artistas, nós temos o dever de dar conta dos problemas que existem no mundo que nos rodeia. Um realizador que deseje ser fiel à realidade, e é esse o meu caso, nunca deveria tomar partido. Foi o que tentei fazer aqui. Fui aos locais deste incidente que aconteceu em 2001 8 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 para fazer muita investigação. Pretendia testemunhos vindos das duas partes para ser o mais possível fiel à realidade.” Sobre o filme “Com Captive, Mendoza tem uma abordagem puramente visceral, deixando o trabalho intelectual para o público. Se ele não nos dá uma compreensão mais profunda dos problemas em Mindanao, recorda-nos, porém, que eles existem. Jessica Zafra, in InterAksyon “Mendoza exibe domínio da linguagem visual e calibra habilmente sequências de carnificina e atrocidade sem ponta de sensacionalismo ou falsidade.” Lito B. Zulueta, in Inquierer LifeStyle Baseado num facto real nas Filipinas, um filme que causa polémica. COM: Jean-Pierre Darroussin, Valérie Dréville, Xavier Beauvois, Yannick Renier, Aladin Reibel ARGUMENTO: Jean-Marc Moutout, Olivier Gorce, Sophie Fillières FOTOGRAFIA: Pierric Gantelmi d’Ille SOM: François Guillaume MONTAGEM: Maria da Costa PRODUÇÃO: Les Films du Losange, Need Productions, France 2 Cinéma, Rhône-Alpes Cinéma, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Les Films du Losange ESTREIA EM FRANÇA: 05/10/2011 Presença em festivais City of Lights, City of Angels (Col-Coa), LA (2012) – Prémio da Crítica Festival de Cinema BFI, Londres (2011) Festival do Cinema Novo, Montreal (2011) Festival de Cinema de Busan (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 19h30 LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 19h45 ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 23h00 PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 21h00 De BON MATIN de Jean-Marc Moutout | 2011 | Drama | 1h31 Como todas as segundas-feiras, Paul Wertret chega às oito da manhã ao banco. Entra numa sala de reuniões, tira um revólver do bolso, e abate dois dos seus superiores. Barrica-se no seu gabinete e, enquanto espera a chegada da polícia, recorda momentos da sua vida, assim como os acontecimentos que o levaram a cometer tal acto. O realizador ANTESTREIAS O realizador francês Jean-Marc Moutout começa por se licenciar em Matemática Aplicada, mas acaba por estudar Realização Cinematográfica, na Bélgica. Em 1996, apresenta a sua primeira curta-metragem, Tout doit disparaître, a que se segue, dois anos depois, outra curta, Electrons statiques. Des échanges en milieu tempéré (2003) e La fabrique des sentiments (2007) foram os filmes que precederam este retrato cruel dos bastidores da Banca, que apresenta em De bon matin. Nota de intenções do realizador “Uma das questões que o filme levanta é porque é que um homem passa ao crime e ao suicídio, e outros não? O que é que faz com que, num determinado, momento se deslize? Tento estar o mais perto possível deste homem, compreendê-lo. Vejo a engrenagem, como cai em perdição, como tem a impressão de falhar na vida, como se afunda, como se torna obsessivo, desvitalizado, mas o enigma do gesto perdura.” mens. Quanto a Daroussin, frágil e determinado, é profundamente comovente. Formidável.” Pierre Vavasseur, in Le Parisien “Crónica do desespero de um quadro superior humilhado pela sua hierarquia? Denúncia de um sistema económico selvagem e da violência de comportamentos que ele próprio engendra? Este retrato de uma frieza clínica sobre um funcionário destruído disseca um indivíduo enigmático, com um passado discutível (…). A grande força de De bon matin, desempenhado por um Darroussin magnífico, resume-se nesta ideia: fundir a sua crítica social com uma apaixonante ambiguidade moral.” Lucie Calet, in Le Nouvel Observateur “Toda a tristeza das ilusões perdidas, todo o desespero de uma vida desperdiçada desfila nesses momentos na voz embargada de Jean-Pierre Darroussin. É pungente.” Samuel Douhaire, in Télérama Sobre o filme “Jean-Marc Moutout dá provas, mais uma vez, de uma formidável mestria na arte de contar como o mundo empresarial pode triturar os ho- 10 ||13 13ª ªFesta Festado doCinema CinemaFrancês Francês2012 2012 Um retrato cru do mundo do trabalho. Um Darroussin excepcional! COM: Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts, Armand Verdure, Bouli Lanners, Céline Sallette, Corinne Masiero, Jean-Michel Correia ARGUMENTO: Jacques Audiard, Thomas Bidegain, segundo obra original de Craig Davidson FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine SOM: Brigitte Taillandier MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Juliette Welfling PRODUÇÃO: Why Not Productions, Page 114, France 2 Cinéma, Les Films du Fleuve, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française, Lumière, Lunanime ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams ESTREIA EM FRANÇA: 17/05/2012 Presença em festivais Festival de Cinema de Cannes (2012) Festival de Cinema de Munique (2012) LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 22h00 De Rouille et d’Os de Jacques Audiard | 2012 | Drama | 1h55 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ciclo es jacqu audiard Desempregado, e com o seu filho mais novo a cargo, Ali (Matthias Schoenaerts) muda-se para Antibes, onde decide viver com a irmã e o cunhado. Um dia, na dispersão de uma confusão, conhece a bela Stéphanie (Marion Cotillard), treinadora de orcas num parque marinho, a quem deixa um cartão. Pouco tempo depois, Stéphanie sofre um acidente e vê-se amputada das duas pernas numa cadeira de rodas. Os dois voltam a encontrar-se e iniciam uma inusitada relação, que se estreita a olhos vistos. Filho do realizador e argumentista Michel Audiard, Jacques Audiard nasceu no mundo do cinema. Em 1994, começa por rodar Regarde Les Hommes Tomber, filme logo galardoado com o Prémio César para Melhor Primeira Obra. Segue-se, dois anos mais tarde, Um Herói Muito Discreto, que recebe o Prémio para Melhor Argumento em Cannes e, já em 2001, Nos Meus Lábios, que oferece a Emmanuelle Devos o César para Melhor Actriz. Mas é em 2005, com De Tanto Bater o Meu Coração Parou, que Audiard firma o seu nome junto da crítica e do grande público. Em 2009, com O Profeta, recebe o Grande Prémio do Festival de Cannes e nove prémios César. O realizador regressa agora com De Rouille Et D’Os, de novo seleccionado para Cannes. Nota de intenções do realizador “Desde o início do nosso trabalho de adaptação que nos virámos para uma forma cinematográfica que, à falta de melhor, denominamos «expressionista», onde a força das imagens vêm servir o melodrama. (…). Ela traz esta história de amor que é a verdadeira heroína do filme. Ela dá 12 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 conta da nobreza dos nossos personagens no meio da violência de um mundo de catástrofe económica.” Sobre o filme “Um grande filme inquietante sobre um impressionante regresso à vida.” Danielle Attali, in Le Journal du Dimanche “Um novo retrato raivoso e brutal da condição humana que deixa o espectador vazio, trocado, exangue. KO de pé.” Frédéric Foubert, in Première Poderoso! Perturbador! Poético! A emoção em estado puro, com um par de actores em estado de graça. Fotos: Roger Arpajou ANTESTREIAS O realizador COM: Juliette Binoche, Anaïs Demoustier, Joanna Kulig, Louis-Do de Lencquesaing, Krystyna Janda ARGUMENTO: Tine Byrckel, Malgoska Szumowska FOTOGRAFIA: Michal Englert SOM: André Rigaut MONTAGEM: Françoise Tourmen, Jacek Drosio PRODUÇÃO: Slot Machine, Zentropa International Poland, Zentropa International Köln ORIGEM: França, Alemanha, Polónia VENDAS INTERNACIONAIS: Memento Films International ESTREIA EM FRANÇA: 01/02/2012 Presença em festivais Festival de Cinema de Berlim – Berlinale (2012) Festival de Cinema de Tribeca, Nova Iorque (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) Festival de Cinema de Toronto (2012) Prémio Étoiles D’or da imprensa cinematográfica francesa 2012 – Étoile D’or revelação feminina LISBOA São Jorge Sala 1 • 10 OUT 22h00 FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 25 OUT 21h00 ELLES de Malgoska Szumowska | 2011 | Drama | 1h36 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ANTESTREIAS Anne (Juliette Binoche), jornalista da revista Elle, prepara um artigo de fundo sobre prostituição de jovens universitárias em Paris. É dessa forma que conhece Charlotte e Alicja, e que vai tentar perceber as suas escolhas, as suas experiências, a relação com os clientes e com os namorados. Surpreendentemente, estes encontros vão ter consequências na sua própria vida familiar. A realizadorA Sobre o filme A realizadora polaca Malgoska Szumowska foi logo bem recebida com as suas primeiras curtas-metragens, Le Silence (1998), que foi premiada em vários festivais, e Ascension, que foi apresentado, em 1999, no Festival de Cannes. Paralelamente, realizou alguns documentários, e a sua primeira longa-metragem, Happy Man (2000), recebeu o Prémio Especial do Festival de Salónica. Seguiram-se a longa Ono (2004) e 33 scenes from life (2008), tendo esta recebido o Leopardo de Prata do Festival de Locarno. Após a incursão pela vida de duas jovens prostitutas em Elles, Malgoska Szumowska está a preparar o seu próximo filme, Nowhere. “A realizadora polaca Malgoska Szumowska atira-se ao tema já batido da prostituição com uma surpreendente desenvoltura. Pela sua forma de filmar, a realizadora encontra a intensidade do cinema «directo».” Nota de intenções da realizadora “Pensei logo na Juliette. A sua interpretação em Caché, de Michael Haneke, tinha-me impressionado de tal forma, que eu não podia imaginar nenhuma outra actriz para contracenar em Elles. Enviámos-lhe o argumento e, assim que nos encontrámos, soube que o projecto iria avante. O tema interessava-lhe e tínhamos a mesma visão das coisas.” 14 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Frédéric Strauss, in Télérama “Entre a fraqueza de uns e a cobardia de outros, o filme tem o condão de tornar as mulheres em heroínas. E, ainda para mais, fá-lo cultivando uma certa incorrecção política.” Jacques Mandelbaum, in Le Monde Um ácido retrato da prostituição e da incomunicabilidade na sociedade actual. PRODUÇÃO: Mille et Une Films ORIGEM: França, Irão VENDAS INTERNACIONAIS: AndanaFilms Presença em festivais Cinéma du Réel (2011) – Prémio Marcorelles e Menção Especial do Júri Jovem Millenium (2012) – Prémio do Parlamento Europeu para Melhor Mensagem sobre Democracia Forumdoc.bh (2011) – Prémio para Melhor Filme DokLeipzig (2011) – Prémio Democracia DocLisboa (2011) Étonnants Voyageurs (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 19h30 LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 19h45 Fragments d’une révolution de Ana Nyma (sob pseudónimo) | 2011 | Documentário | 55’ As eleições presidenciais de 12 de Junho de 2009 no Irão ficaram marcadas por uma gigantesca fraude eleitoral, que permitiu a recondução do candidato Ahmadinejad. Mas, esse foi só o início de semanas de intensa contestação política, que até o regime dos aiatolas teve dificuldade em sufocar. Imagens dos motins e da repressão, recolhidas por câmaras digitais e telemóveis, foram rompendo clandestinamente a censura. Este filme é uma montagem contundente de parte desse material. ANTESTREIAS Nota de intenções do realizador “A ideia de realizar um filme nasceu no meio dos acontecimentos. A quente. É uma forma de não sermos simples espectadores, simples consumidores de imagens, e de encontrar um lugar activo, mesmo que modesto, no meio deste movimento de contestação. Tratava-se, também, de participar na difusão destas imagens e destas palavras vindas do Irão, esperando que tal sirva como contributo para o movimento.” “A realizadora prefere permanecer anónima – sob o pseudónimo de Ana Nyma –, sublinhando logo à partida os riscos: este filme coloca questões de vida e de morte, nomeadamente para a sua família no Irão. O filme não revela nada de estrondoso, mas sacode por esse nada, pela sua sobriedade silenciosa. Não há voz off, nem música, apenas imagens em bruto, filmadas por manifestantes aquando dos motins de Junho a Dezembro de 2009.” in Télérama Sobre o filme “O filme está, ao mesmo tempo, próximo e longe do seu objecto, e faz dessa separação dolorosa, um combustível para a escrita. É assinado por uma mulher, cineasta e iraniana, o que é uma, mais do que suficiente, tripla identidade para a anónima Ana Nyma.” in Libération 16 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Imagens clandestinas que retratam um Irão em explosão. COM: Betty, Fiona Monbet, Isabel Vendrell Cortès, Norig, Nawel, Ben Kraiem, Eric Gonzalez Herrero, Karine Gonzales, Maud Verdier, Aurélien Le Guerinel ARGUMENTO: Tony Gatlif, livremente inspirado em «Indignai-vos» de Stéphane Hessel FOTOGRAFIA: Colin Houben, Sébastien Saadoun SOM: Philippe Welsh, Pierre Bompy MÚSICA ORIGINAL: Delphine Mantoulet, Valentin Dahmani MONTAGEM: Stéphanie Pédelacq PRODUÇÃO: Princes Production, Eurowide Film Production, Hérodiade, Rhône-Alpes Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Les Films du Losange ESTREIA EM FRANÇA: 07/03/2012 Presença em festivais Berlinale – Festival de Cinema de Berlim (2012) New Era International Festival, Wroclaw (2012) CPH PIX, Copenhaga (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 23h00 ALMADA Fórum R. Correia • 12 OUT 23h00 LISBOA Inst. français Port • 13 OUT 16h45 FARO Teatro Mun. Faro • 18 OUT 21h30 PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 18h30 COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 23h30 Indignados de Tony Gatlif | 2012 | Documentário | 1h30 ANTESTREIAS Partindo do manifesto “Indignai-vos”, enorme sucesso de vendas, em 2010, do velho resistente anti-fascista Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas Portas do Sol, em Madrid. Relembrando os inumeros jovens em luta contra as políticas de austeridade, e a cupidez do capitalismo financeiro, o realizador constroi uma narrativa que recolhe, e expõe, histórias e preocupações contemporâneas. o realizador Sobre o filme Tony Gatlif é o celebrado realizador francês, de etnia cigana, que se foi libertando dos filmes que, ao longo da sua carreira de quase 40 anos, celebram a cultura e os dramas do seu povo. Se Princes (1982), Latcho Drom (1993), Gadjo Dilo (1997), Vengo (2000) ou Exils (2004) foram filmes que partiam ou chegavam a aldeias ciganas, com prémios nos mais importantes festivais de cinema europeus, Gatlif regressa agora com este panorama de uma Europa indignada face a uma política de austeridade que parece não ter fim, apresentado pela mão de uma imigrante africana indocumentada. “Este filme poético, recheado de referências às obras empenhadas de Godard e de Chris Marker, tem o mérito de ir para lá da digressão oportunista ou da simples reportagem.” Nota de intenções do realizador “Quando li «Indignai-vos!», senti exactamente o mesmo que Stéphane Hessel: a necessidade de uma verdadeira insurreição pacífica, para retomar as suas palavras. Parecia-me importante colocar no centro do filme esta personagem de jovem rapariga africana. Para mim, era necessário tomar o ponto de vista de uma imigrante clandestina, que condensasse o conjunto dos indesejáveis na Europa.” 18 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Alexis Campion, in Le Journal du Dimanche “Tony Gatlif continua a ser um cineasta. E quando é bom, é diabolicamente bom. (…) Pensamos, sobretudo, que assina aqui um dos seus melhores filmes.” Christophe Carrière, in L’Express Um filme que revela a força e o poder da indignação, capaz de ocupar as praças das principais cidades europeias… COM: Denis Ménochet, Vanessa Paradis, Léa Drucker, Laurent Lucas, Laurent Capelluto ARGUMENTO: Cécilia Rouaud FOTOGRAFIA: Renaud Chassaing SOM: Laurent Poirier MÚSICA ORIGINAL: JP Nataf MONTAGEM: Fabrice Rouaud PRODUÇÃO: Origami Films, Studio 37, France 2 Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Kinology ESTREIA EM FRANÇA: 11/07/2012 LISBOA São Jorge Sala 1 • 6 OUT 22h00 LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 22h00 LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 21h45 ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 21h00 FARO Teatro Mun. Faro • 21 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 21h00 Je me suis fait tout petit de Cécilia Rouaud | 2011 | Comédia | 1h36 De repente, tudo muda para Yvan: a mulher deixa-o para ir viver para a Tailândia, e as filhas preferem viver com a tia. Deprimido e decidido a mudar de vida, pondera deixar Paris pela Bretanha. Mas, inesperadamente, tropeça numa mulher bonita, e exótica, e num filho que não é seu, para se aventurar num plano de vida que nunca tinha imaginado. Je me suis fait tout petit é a primeira longa-metragem de Cécilia Rouaud, que, anteriormente, tinha trabalhado como assistente de realização em filmes de Cédric Klapisch, como Ma part du gâteau (2011), e de Patrick Poubel, como Human Bomb (2007). Antes disso, tinha apresentado, em 2003, a sua primeira curta-metragem, Lapin integral. Nota de intenções da realizadora “É muito corrente nas pessoas da minha geração e bem sintomático da evolução da sociedade: temos, ao mesmo tempo, a liberdade de poder mudar de parceiro, de escolher, e a responsabilidade das nossas escolhas, que nem sempre são fáceis. É um tema que eu tinha vontade de aprofundar.” Sobre o filme “A alquimia entre Denis Ménochet e Vanessa Paradis nos papéis principais dá, dessa forma, um charme incrível ao filme.” in StudioCinélive 20 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 “A encenação transforma os seus defeitos numa sucessão de pequenos achados de escrita, de ritmo e de interpretação. (…) Prodigioso de carisma e de virilidade frágil, Ménochet impõe a sua estatura num papel principal atípico.” Bernard Achour, in Première “Não encontramos outra expressão a não ser «pequeno milagre» para descrever a graça que, pouco a pouco, abençoa a história deste anti-herói depressivo e grosseiro (Denis Ménochet, o que de melhor aconteceu ao cinema francês desde Tahar Rahim).” Bernard Achour, in TéléCinéObs Devido às escolhas dos que o rodeiam, Yvan vê-se obrigado a mudar o seu próprio conceito de família. Fotos: Carole Bethuel ANTESTREIAS A realizadora ARGUMENTO: Claudine Nougaret, Raymond Depardon FOTOGRAFIA: Raymond Depardon SOM: Claudine Nougaret, Guillaume Sciama, Yolande Decarsin MONTAGEM: Simon Jacquet PRODUÇÃO: Palmeraie et Désert, France 2 Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch ESTREIA EM FRANÇA: 13/06/2012 Presença em festivais Festival de Cannes (2012) – Sessão Especial LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 22h00 LISBOA Inst. français Port • 12 OUT 21h45 ALMADA Fórum R. Correia • 10 OUT 21h30 FARO Teatro Mun. Faro • 21 OUT 19h30 PORTO Rivoli Teatro • 26 OUT 18h30 COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 23h30 Journal de France de Raymond Depardon e Claudine Nougaret | 2012 | Documentário | 1h40 ANTESTREIAS Um dos mais importantes fotógrafos e expoentes do cinema documental francês, Raymond Depardon, abriu os baús e recuperou imagens que foi acumulando desde os anos 50, do século passado. Entre história e memória, surgem imagens de França e do resto do mundo, numa inebriante viagem no tempo. o realizador Sobre o filme Começou pelo fotojornalismo, mas sempre se interessou pela imagem em movimento. Questionando o papel e a importância da imagem, Raymond Depardon saltou entre a fotografia e o cinema documental, mas também experimentou o cinema de ficção e as instalações em museus. Em 2010, apresentou, na Biblioteca Nacional francesa, mais de três mil fotografias que foi recolhendo numa volta a França, que durou seis anos. Claudine Nougaret trabalha com Depardon, já há 25 anos, e juntos apresentaram filmes como Urgences (1987), La Captive du désert (1989), Délits flagrants (1995), Paris (1997) ou La Vie moderne (2007). “Journal de France traça um inventário dos actos de resistência e de empenhamento que caracterizam todos os seres humanos com que Depardon se cruzou.” Nota de intenções do realizador “Visitei locais muito diferentes onde, por vezes, a história não tem nada em comum de uma aldeia para a outra. Esta distância que me impus, técnica e formalmente, permitiu-me passar ao largo das especificidades regionalistas, e tentar tecer uma unidade: a da nossa história quotidiana comum.” 22 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Pierre Eisenreich, in Positif “Para quem conheça mal o trabalho destes dois (...), Journal de France oferece uma magnífica introdução a uma obra única e plural que não tem equivalente.” Jean-Baptiste Morain, in Les Inrockuptibles De imagem em imagem, até à apresentação de um possível Diário de França da última metade do século. COM: Ariane Ascaride, Elodie Navarre, François Cluzet, Frédérique Bel, Pascale Arbillot, Gaspard Ulliel, Judith Godrèche, Julie Depardieu, Laurent Stocker ARGUMENTO: Emmanuel Mouret FOTOGRAFIA: Laurent Desmet SOM: Maxime Gavaudan MÚSICA ORIGINAL: Frédéric Norel MONTAGEM: Martial Salomon PRODUÇÃO: Moby Dick Films, Partizan Films ORIGEM: França DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Presença em festivais City of Lights, City of Angels (Col-Coa), LA (2012) Festival de Cinema de Cleveland (2012) Festival de Cinema de Gotemburgo (2012) Festival BFI de Cinema de Londres (2011) Festival de Cinema de Locarno (2011) Festival de Filmes do Mundo de Montreal (2011) Cinémed – Festival Mediterrânico Montpellier (2012) L’Art d’aimer De Emmanuel Mouret | 2010 | Comédia | 1h25 LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 22h00 ALMADA Fórum R. Correia • 12 OUT 21h00 FARO Teatro Mun. Faro • 16 OUT 21h30 PORTO Rivoli Teatro • 26 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 23h30 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C No momento em que nos apaixonamos, nesse instante preciso, produz-se em nós uma música muito especial. Ela é diferente para cada um, e pode revelar acontecimentos inesperados... ANTESTREIAS O realizador Tendo-se licenciado em realização cinematográfica na Femis (Paris), Emmanuel Mouret viu, de imediato, o seu filme de final de curso, a média-metragem Promène-toi donc tout nu! (1998), ter exibição comercial. Influenciado por Rohmer, Sacha Guitry e Woody Allen, Mouret apresenta filmes delicados e complexos, onde frequentemente contracena. Foi esse o caso de Laissons Lucie faire (2000). Os seus filmes seguintes, Vénus et Fleur (2004) e Changement d’adresse (2006), foram apresentados em Cannes, ao passo que, Un baiser s’il vous plaît (2007) foi seleccionado para ser apresentado na Mostra de Veneza desse ano. Estes três filmes foram apresentados em diferentes edições da Festa do Cinema Francês. Fais-moi plaisir! (2009) é uma nova incursão, de carácter mais burlesco, pelas questões do amor e da paixão. Em L’ Art d’aimer, apresenta um conjunto de histórias, onde convida actores tão conhecidos como François Cluzet, Julie Depardieu, Ariane Ascaride ou Gaspard Ulliel. Nota de intenções do realizador “Em L’art d’aimer, cada situação interroga a problemática do desejo e propõe o exame de um caso de consciência. As minhas personagens 24 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 pretendem ser livres e desejam saciar os seus desejos na maior transparência. Isso diverte-me e fascina-me. Permite-me, sobretudo, interrogar os nossos usos actuais e também, como se não fosse nada, colocar algumas questões morais.” Sobre o filme “Mouret desmonta ideias feitas sobre a sexualidade e o sentimento amoroso para, aí, redescobrir incansavelmente a sua natureza e intensidade, com uma espécie de sobressalto cómico.” Isabelle Zribi, in Cahiers du Cinéma “Mouret está menos à vontade no melodrama puro (…) mas quando entrança comicidade sentimental, estratégias amorosas retorcidas e diálogos bem esculpidos, atinge um inegável charme.” Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles Uma comédia hilariante e original sobre a complexa arte de amar. COM: Olivier Gourmet, Michel Blanc, Zabou Breitman, Laurent Stocker, Sylvain Deblé ARGUMENTO: Pierre Schoeller FOTOGRAFIA: Julien Hirsch SOM: Olivier Hespel MÚSICA ORIGINAL: Philippe Schoeller MONTAGEM: Laurence Briaud PRODUÇÃO: Archipel 35, Les Films du Fleuve, France 3 Cinéma, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française, Belgacom ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Doc & Film International ESTREIA EM FRANÇA: 26/10/2011 Presença em festivais Prémios César (2012) – Melhor Argumento, Melhor Actor Secundário (Michel Blanc), Melhor Som Festival de Cannes (2011) – Prémio FIPRESCI Festival de Cinema de Durban (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) Festival de Cinema de Hamburgo (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 22h00 ALMADA Fórum R. Correia • 14 OUT 21h00 FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 21h30 PORTO Rivoli Teatro • 24 OUT 21h00 COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 21h00 GUIMARÃES São Mamede • 9 NOV 21h45 L’Exercice de L’état De Pierre Schoeller | 2010 | Comédia Dramática | 1h52 Acordado, a meio da noite, para reagir face a um terrível acidente rodoviário, o ministro dos Transportes vê-se envolvido em intrigas de gabinete e lutas de poder. de repente, tudo se encadeia num ambiente cada vez mais complexo e hostil. Pierre Schoeller realizou a sua primeira curta-metragem, Deux Amis, em 1996, e, dez anos mais tarde, apresentou o telefilme Zéro défaut. Mas foi com a primeira longa-metragem, Versailles (2008), que a sua carreira cinematográfica começou verdadeiramente. Este filme atraiu a atenção da crítica, sendo seleccionado para o Festival de Cannes desse ano e nomeado para o Prémio César de Melhor Primeiro Filme. Com L’Exercice de L’État, Schoeller apresenta uma incursão pelos bastidores do poder, que entra por caminhos diferentes do habitual. Nota de intenções do realizador “À partida, pretendia deixar de lado a conquista do poder e as questões da política partidária, a dança dos egos, as lutas intestinas, os sound-bytes… para me concentrar na prática do poder, do Estado, através daqueles que o encarnam e que a ele se entregam.” Sobre o filme “É a primeira vez que um filme mostra o funcionamento do poder com uma tal preocupação de realismo.” Christophe Carrière, in L’Express 26 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 “Tudo é inventado e, no entanto, tudo soa verdadeiro no seio deste pequeno círculo de governantes em constante ebulição. (…) Quanto à interpretação, Gourmet, Blanc e Breitman são impressionantes, e o filme emociona, mantendo-se violento e apaixonante, mesmo nos momentos mais complexos.” Isabelle Danel, in Première “Entre golpes baixos e concessões, acompanhamos as vicissitudes da função ministerial. Um filme contundente e apaixonante. Votamos a favor!” Frédéric Strauss, in Télérama As altas esferas, o exercício do poder, a ambição e a intriga. Fotos: Jerome Prebois ANTESTREIAS O realizador com: Souleymane Seye Ndiaye, Laïty Fall, Malamine Dramé, Balla Diarra, Salif “Jean” Diallo, Babacar Oualy, Mame Astou Diallo, Saikou Lô, Ngalgou Diop, Limamou Ndiaye, Diodio Ndiaye, Moamed Fall, Bachirou Diakhaté, Moctar Diop ARGUMENTO: David Bouchet, Éric Névé FOTOGRAFIA: Thomas Letellier SOM: Martin Boissau, Agnès Ravez, Antoine Baudouin, Thierry Delor MÚSICA ORIGINAL: Prince Ibrahima Ndour MONTAGEM: Josie Miljevic PRODUÇÃO: Les Chauves-Souris, Arte France Cinéma, Appaloosa Films, Studio 37, Astou Films ORIGEM: França, Senegal VENDAS INTERNACIONAIS: Memento Films International ESTREIA EM FRANÇA: A estrear Presença em festivais Festival de Cinema de Cannes (2012) – Un Certain Regard Festival de Cinema de Sydney (2012) LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 19h30 GUIMARÃES São Mamede • 8 NOV 21h45 La Pirogue De Moussa Touré | 2012 | Drama | 1h27 reia antestDIAL MUN Numa aldeia de pescadores da zona de Dakar (Senegal), uma piroga parte rumo às Canárias (Espanha) com vinte e nove homens e uma mulher, comandados por Baye Laye. Os dias sucedem-se entre peripécias várias e múltiplas formas de ocupar o tempo, numa tão longa viagem... Conseguirão eles chegar ao seu destino, naquela frágil piroga? ANTESTREIAS O realizador Moussa Touré, realizador senegalês, apresentou, em 1987, a sua primeira curta-metragem, Baram, o mesmo ano em que fundou a produtora Les Films du Crocodile. Cinco anos mais tarde, surgiu a primeira longa-metragem Toubab Bi, que foi premiada em diversos festivais. Em 1998, regressou com aquele que seria um enorme sucesso de público, em todo o continente africano, Tgv. Alargando ainda mais a sua intervenção no cinema africano, começou a organizar, em 2002, o festival Moussa Invite, dedicado ao cinema documental da região e foi realizando, ao longo dos anos, documentários como Nosaltres (2006), ou Les Yeux Grands Ouverts (2008). Com La Pirogue, regressa à ficção e apresenta uma épica tentativa de alcançar a Europa. Nota de intenções do realizador “O filme parte de uma constatação muito simples e evidente: no Senegal, cada família conta com, pelo menos, um dos seus membros que embarcou numa piroga para tentar a sorte na Europa. Um dia descobri que o meu mecânico, um rapaz novo, também tentou esta aventura. Ele 28 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 foi a bordo de uma piroga, mas, dois meses mais tarde, foi reconduzido ao país.” Sobre o filme “Um bom domínio do argumento, uma realização sóbria e actores inspirados… O único filme africano deste 65º festival [de Cannes] honra o seu continente.” Pierre-Yves Grenu, in France Télévisions “Um filme senegalês sobre a tragédia da imigração clandestina.” Thierry Chèze, in L’Express Uma piroga pelo mar adentro, trinta pessoas com o mesmo sonho: chegar a uma Europa, que se fecha cada vez mais. COM: Sasson Gabai, Baya Belal, Myriam Tekaïa, Andrew Galea, Bashir Wakil, Gassan Abbas, Khaled Riani, Khalifa Natour ARGUMENTO: Sylvain Estibal FOTOGRAFIA: Romain Winding SOM: Dirk Bombey, Gert Janssen, Mathieu Cox MÚSICA ORIGINAL: Aqualactica, Boogie Balagan MONTAGEM: Damien Keyeux PRODUÇÃO: Marilyn Productions, Studiocanal, Rhamsa Productions, Saga Film, Barry Films ORIGEM: França, Alemanha, Bélgica DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Presença em festivais César do Cinema Francês (2012) – Prémio Melhor Primeiro Filme Festival de Cinema de Munique (2012) Festival de Cinema de Pinamar (2012) Festival de Cinema de Tóquio (2011) – Prémio do Público LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 19h30 ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 23h00 PORTO Rivoli Teatro • 25 OUT 18h30 COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 23h30 Le Cochon de Gaza De Sylvain Estibal | 2010 | Comédia | 1h38 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ANTESTREIAS Quando Jaffar, um pescador palestiniano, regressa da faina, na sequência de uma tempestade, o inesperado acontece... às redes do seu barco vai parar um porco, caído de um grande cargueiro. Jaffar tem de livrar-se deste animal impuro e, de preferência, ganhar algo com isso. Na cidade de Gaza, cercada pelas tropas israelitas e governada por militantes islamitas, tal não parece nada fácil! Um Charlot a tentar livrar-se de um porco, numa aventura recambolesca... O realizador Sobre o filme Sylvain Estibal é correspondente da agência France Presse, no Uruguai. É, desde Montevideu, que tem escrito, nos últimos 15 anos, vários livros de viagens, sobretudo sobre os desertos. Um deles, “Le dernier vol de Lancaster”, está na origem do filme Le Dernier vol, de Karim Dridi, apresentado na 12ª edição da Festa do Cinema Francês. Le Cochon de Gaza é a sua estreia na realização de longas-metragens e surpreende pelo enredo e pela prestação dos actores. “O filme de Sylvain Estibal é uma fábula poética e burlesca que evita o empenhamento político, enquanto denuncia uma situação absurda. É como uma mensagem de paz, uma garrafa atirada ao mar. Sasson Gabay é profundamente comovente e o seu porco — impecável a prestação do animal! — torna-se a ligação ideal entre as duas comunidades.” Nota de intenções do realizador “É, antes de mais, um grito de raiva cómica. A vontade de mudar as coisas, de dar uma lufada de ar fresco, fazer os dois lados rirem-se, tanto o israelita como o palestiniano, mostrando o absurdo da situação, abordando-a sob um ângulo humano e burlesco, sem agressividade, mas sem poupar quem quer que seja. (...) O que no filme une as duas comunidades é a comum rejeição do porco.” 30 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Anthony Palou, in Le Figaroscope “Adivinharam: Le cochon de Gaza é um OVNI burlesco. Terão tanto prazer a descobrir esta farsa política como a contá-la e a partilhá-la com os vossos amigos. Neste porco tudo se aproveita.” Guillaume Lorrain, in Le Point Uma delirante e astuciosa comédia sobre um animal impuro, numa cidade cercada. COM: Emmanuelle Devos, Jules Sitruk, Mehdi Dehbi, Pascal Elbé, Areen Omari, Bruno Podalydès ARGUMENTO: Nathalie Saugeon, Lorraine Lévy, Noam Fitoussi FOTOGRAFIA: Emmanuel Soyer SOM: Jean-Paul Bernard MÚSICA ORIGINAL: Dhafer Youssef MONTAGEM: Sylvie Gadmer PRODUÇÃO: Rapsodie Production, Cité Films ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Cité Films ESTREIA EM FRANÇA: 28/03/2012 Presença em festivais Fondation Diane et Lucien Barrière – Prémio Cinéma 2012 LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 21h00 LISBOA Inst. français Port • 9 OUT 21h45 FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 19h30 PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 21h00 Le Fils de l’autre de Lorraine Lévy | 2012 | Drama | 1h45 Ao entrar para o exército israelita, Joseph descobre que não é filho biológico dos pais, e que foi trocado à nascença por Yacine, aquando de um bombardeamento que atingiu a maternidade onde nasceu. Joseph parte à procura desse outro rapaz, filho de uma família palestiniana, desencadeando um profundo revirar de identidades e convicções nos membros das duas famílias. ANTESTREIAS A realizadora Argumentista e realizadora de cinema e televisão, Lorraine Lévy, é também dramaturga e encenadora de teatro. Em cinema, realizou os filmes La Première fois que j’ai eu 20 ans (2005) e Mes amis, mes amours (2008). Com Le Fils de l’autre, apresenta uma inesperada leitura do conflito israelo-palestiniano e um hino à paz entre os povos. Nota de intenções da realizadora “Foi a primeira vez que recebi pelo correio um projecto que me apaixonou imediatamente. Disse para comigo: «É uma história para mim.» Isto porque está em relação directa com as minhas próprias obsessões: que lugar podemos ocupar na nossa própria vida e na dos outros, que ligação mantemos com a infância, com a filiação...” Sobre o filme “Um filme à flor da pele, à flor dos sentidos. E provavelmente, porque não, um filme que nos torna melhores.” Pierre Vavasseur, Le Parisien 32 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 “Um filme humanista, verdadeira apologia da paz, desempenhado por excelentes actores.” Françoise Delbecq, in Elle “Tantos temas sensíveis, abordados com justeza, pela realizadora Lorraine Lévy, que observa como uma entomologista o comportamento de duas famílias, entre Telavive e Gaza.” Jean-Luc Wachthausen, in Le Figaro A busca da identidade e a descoberta do outro, numa verdadeira exaltação da paz. COM: Karin Viard, Nicolas Duvauchelle, Nadia Barentin, Patrick Fierry, Catherine Hosmalin, Jean-Noël Brouté, Dani, François Bureloup, Elise Otzenberger, Adèle Bonduelle, Ariane Pirie ARGUMENTO: Pierre Pinaud FOTOGRAFIA: Guillaume Deffontaines SOM: Lucien Balibar MÚSICA ORIGINAL: Maïdi Roth MONTAGEM: Valérie Deseine, Nathalie Hubert PRODUÇÃO: Estrella Productions, Bonne Pioche Cinéma ORIGEM: França DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Foto: Martin Caraux Presença em festivais Festival de Cinema de Durban (2012) Parlez-moi de Vous de Pierre Pinaud | 2011 | Comédia Dramática | 1h29 LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 22h00 ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 21h00 FARO Teatro Mun. Faro • 19 OUT 21h30 PORTO Rivoli Teatro • 25 OUT 21h30 COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 21h00 TIÇÃO COMPE DO Está no ar PRÉMIO O C I L PÚB Enquanto animadora de um programa de rádio de grande sucesso, Mélina é uma das vozes mais conhecidas de França. No seu fórum nocturno, ajuda, com bom humor e impertinência, a resolver os problemas afectivos e sexuais dos seus ouvintes, mas, na vida real, mantém o anonimato e a sua vida é muito mais solitária do que se poderia pensar. ANTESTREIAS O realizador Pierre Pinaud viu a sua primeira curta-metragem, Gelée Précoce (2000), ser premiada em diversos festivais de cinema. No ano seguinte, apresentou o documentário Domaine Interdit, já sobre as questões do anonimato e da imagem. Sucedem-se várias curtas: Fonctions Annexes (2002), Submersible (2004) e Les Miettes (2008), galardoada com o Prémio César para Melhor Curta-Metragem. Esta nova reflexão sobre o direito à imagem, Parlez-moi de Vous, é a sua primeira longa-metragem. Nota de intenções do realizador “O meu objectivo era falar de uma personagem incapaz de amar e que se lança numa busca pelo amor perdido em toda a sua dimensão emocional, sem, no entanto, cair num pathos dramático ou na complacência. Fui naturalmente levado a fazer com que as coisas importantes deslizassem para a comédia.” Sobre o filme “Pierre Pinaud assina uma primeira longa-metragem que tem o charme 34 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 de uma comédia romântica e a profundidade de uma reflexão sobre a resiliência, esse caminho pejado de escolhos.” in TéléCinéObs “Diálogos tensos como cordas sensíveis, situações fortes, ou mesmo extremas, fazem com que este filme seja mais do que simples divertimento.“ Alain Spira, in Paris-Match “Neste seu primeiro filme, Pierre Pinaud faz prova de uma real singularidade na paisagem cinematográfica do hexágono. Nos antípodas da comédia pura e dura e do drama intimista, Parlez-moi de Vous privilegia o humor subtil, o pudor e a delicadeza...” Olivier de Bruyn, in Le Point A história de uma mulher que tarda em ouvir-se. COM: Bernadette Lafont, Carmen Maura, Dominique Lavanant, Françoise Bertin ARGUMENTO: Jérôme Enrico FOTOGRAFIA: Bruno Privat SOM: Jean-Luc Rault-Cheynet MONTAGEM: Antoine Vareille PRODUÇÃO: Légende, Gaumont ORIGEM: França DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear LISBOA São Jorge Sala 1 • 4 OUT 21h00 Paulette de Jérôme Enrico | 2012 | Comédia | TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C reia antestDIAL MUN ANTESTREIAS Paulette vive sozinha num bairro de habitação social e recebe uma magra reforma, com a qual tem dificuldade em chegar ao fim do mês. Uma noite, dá-se conta dos estranhos negócios que decorrem no seu prédio. É aí que decide lançar-se na venda de haxixe e, como em tempos foi uma reputada pasteleira, vai encontrar formas originais de começar uma nova carreira! O realizador Nota de intenções do realizador Filho do realizador Robert Enrico, Jérôme Enrico entra no mundo do ci-nema como actor num papel secundário no filme Un peu, beaucoup, passionnément (1971). Mais tarde, trabalha como assistente de realizador no início dos anos 80, altura em que realiza duas curtas-metragens: Le rat noir d’Amérique (1981) e La dernière image (1983). Foi assistente de realização em filmes assinados pelo seu pai, mas também de La reine Margot (1993), de Patrice Chereau ou ainda Prêt-à-porter (1994), de Robert Altman. Apresentou a sua primeira longa-metragem, L’origine du monde, no ano 2000, com Roschdy Zem e Angela Molina, e surpreende agora com Paulette e esta curiosa decisão de uma idosa que tenta arranjar uma saída para as suas dificuldades económicas. “Com esta comédia social à inglesa, na senda de The Full Monty, tentámos movimentarmo-nos em cenários muito realistas, mantendo sempre a poesia da ideia base. Esta surgiu de um fait-divers relatado na imprensa: a história de uma mulher de 75 anos que vivia na região de Paris, que estava farta de não poder comprar um bife, e que começa a organizar um esquema de venda de haxixe em casa. E que assim melhora o seu pé-de-meia.” 36 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Uma comédia desmedida, com quatro actrizes de peso. COM: Mathieu Amalric, Édouard Baer, Maria de Medeiros, Golshifteh Farahani, Éric Caravaca, Chiara Mastroianni, Mathis Bour, Enna Balland ARGUMENTO: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud FOTOGRAFIA: Christophe Beaucarne SOM: Gilles Laurent MÚSICA ORIGINAL: Olivier Bernet MONTAGEM: Stéphane Roche PRODUÇÃO: Celluloid Dreams Productions, Studio 37, Le Pacte, Lorette Productions, Arte France Cinéma ORIGEM: França, Alemanha VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams ESTREIA EM FRANÇA: 26/10/2011 Presença em festivais Mostra de Cinema de Veneza (2011) Festival de Cinema de Abu Dabi (2011) – Prémio para Melhor Filme Narrativo Festival de Cinema de São Francisco (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) Festival de Cinema de Salónica (2012) LISBOA São Jorge Sala 1 • 13 OUT 22h00 Poulet aux prunes de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud | 2011 | Drama | 1h31 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ANTESTREIAS Quando, em 1958, o famoso violinista Nasser Ali Khan (Mathieu Amalric) perde o seu violino, perde também toda a vontade de viver. Enquanto imagina mil formas de morrer, o músico iraniano vai recordando a sua infância e as voltas que a vida dá, até que se lembra de um amor antigo, e do início do seu gosto pela música. OS realizadorES Sobre o filme Nascida no Irão, Marjane Satrapi estudou em Viena, autora de banda desenhada, com livros editados por todo o mundo, e contou a história dos primeiros anos da sua vida em Persepolis (quatro álbuns de BD e um filme realizado em parceria com Vincent Paronnaud). Poulet aux prunes começou também por ser um álbum de BD, inspirado na vida de um tio de Satrapi, mas o filme conta com personagens de carne e osso como Mathieu Amalric, Maria de Medeiros e Chiara Mastroianni. Vincent Paronnaud também vem do mundo da BD underground e lançou-se no cinema de animação, em 2001, com Villemolle 81. “Deste destino que, contas feitas, é amargo, nasce um conto encantador, pitoresco, cintilante, que casa sátira e melodrama, nostalgia e sarcasmo. Este poulet aux prunes é uma maravilha.” Nota de intenções doS realizadorES “O mais interessante num projecto artístico é poder superar um desafio, fazer coisas que ainda não fizemos, que não sabemos fazer. De facto, nós queríamos um filme que casasse diferentes modos de narração, diferentes formas de fazer... Divertimo-nos muito a passar da paródia a uma sitcom para um melodrama italiano, passando por um filme fantástico ou um piscar de olhos a Méliès.” 38 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Marie-Noelle Tranchant, in Le Figaroscope “Uma receita muito pessoal, ao mesmo tempo revigorante e ligeira, doce e condimentada, amarga e terna.” Danièle Heymann, in Marianne “Quem gostar do espírito das fábulas persas, vai adorar este conto das mil e uma vidas.” Alain Riou, in TéléCinéObs Música e vida entrelaçadas no tapete de um conto persa dos anos 50. COM: Philippe Torreton, Wladimir Yordanoff, Noémie Lvovsky, Raphaël Ferret, Michèle Goddet, Farida Ouchani, Olivier Claverie ARGUMENTO: Vincent Garenq segundo a obra original de Alain Marécaux, “Chronique de mon erreur judiciaire” FOTOGRAFIA: Renaud Chassaing SOM: Pascal Jasmes MONTAGEM: Dorian Rigal-Ansous PRODUÇÃO: Nord-Ouest Films, France 3 Cinéma, Artémis Productions ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Films Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 07/09/2011 Presença em festivais Festival de Cinema de Istambul (2012) Festival de Cinema de São Francisco (2012) Festival de Cinema de Gotemburgo (2012) Festival BFI de Cinema de Londres (2011) Festival de Cinema de Salónica (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 10 OUT 19h30 LISBOA Inst. français Port • 11 OUT 21h45 COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 23h30 Présumé coupable de Vincent Garenq | 2010 | Drama | 1h42 O realizador Sobre o filme Antes de se lançar na realização de longas-metragens, em 2007, com a apresentação de Comme les autres, Vincent Garenq realizou duas curtas e várias séries televisivas. A primeira destas foi Sous le soleil (1996), e a mais recente foi Ma vie à la ferme (2005). Présumé coupable é a sua segunda longa-metragem, onde o realizador apresenta a versão de Alain Marécaux, vítima de um erro judicial no âmbito de um caso de pedofilia, em França. “Edificante, por vezes insuportável, sempre revoltante, o filme gela-nos o sangue.” Nota de intenções do realizador “Vincent Garenq coloca-se o mais perto possível da sua personagem, da sua incompreensão e dos seus medos, e apresenta uma crónica da interminável descida aos infernos: as rusgas degradantes, o opróbrio, a família destruída…” “No início de um novo projecto de filme, coloco sempre a questão da sua necessidade. Devo dizer que quando descobri o diário escrito por Alain Marécaux na prisão, não equacionei de imediato a sua urgência. Mas, ao longo dessa leitura, não parei de me indignar, de chorar, de empalidecer, nunca poderia imaginar que uma história destas fosse possível em França, e no entanto…” 40 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Fabrice Leclerc, in Studio CinéLive “Vincent Garenq filma de forma sóbria o que é escandaloso. Torreton presta justiça, através da sua notável prestação, a Alain Marécaux.” in Journal du Dimanche in L’Express Um grave erro judicial. A descida aos infernos de um homem inocente. Fotos: Jean-Claude Lother ANTESTREIAS Baseado na história verídica de Alain Marécaux, em 2001, um casal é acusado de praticar horríveis actos de pedofilia - que nunca cometeu – e pelos quais ambos são imediatamente presos. O sistema judicial francês, a imprensa e a opinião pública alimentam um terrível, e injusto, erro que arrasa a vida de Alain e da sua família. COM: Alain Chabat, Jamel Debbouze, Frédéric Testot, Géraldine Nakache, Lambert Wilson, Patrick Timsit ARGUMENTO: Alain Chabat, Jeremy Doner, segundo a obra original de André Franquin FOTOGRAFIA: Laurent Dailland SOM: Pierre Excoffier, Jean Goudier, Samy Bardet, François Fayard, Thierry Lebon MÚSICA ORIGINAL: Bruno Coulais MONTAGEM: Maryline Monthieux PRODUÇÃO: Chez Wam, Pathé Films, TF1 Films Production, Scope Pictures ORIGEM: França, Bélgica DISTRIBUICÃO: ZON Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear LISBOA São Jorge Sala 1 • 6 OUT 17h00 LISBOA Inst. français Port • 9 OUT 19h45 PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 18h30 COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 21h00 Sur la piste du Marsupilami de Alain Chabat | 2012 | Comédia | 1h45 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ANTESTREIAS O destemido repórter Dan Geraldo (Alain Chabat) chega à Palômbia, sem saber o que o espera. Acompanhado pelo seu guia Pablito (Jamel Debbouze), encontra um botânico diabólico, um ditador, piranhas esfomeadas, uma tribo indígena... e, sobretudo, o mítico Marsupilami, um animal destravado e saltitão, que vive misteriosamente no meio da selva. O realizador Sobre o filme Alain Chabat passa pela televisão, no final dos anos 80, e faz parte do célebre trio humorístico francês Les Nuls que se estrearam no cinema, com o filme La cité de la peur (1994). Continua a sua carreira de actor a solo em Gazon Maudit, filme de Josiane Balasko do mesmo ano. Em 1997, realiza a sua primeira longa-metragem, Didier, e entra ainda em Le Goût des autres (2000) de Agnès Jaoui. Misturando o cinema, a banda desenhada e o humor, filma Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre (2002) e dá a voz a vários dos filmes da série Shrek. Em 2012, apresenta Sur la piste du Marsupilami. “Este Marsupilami dirige-se essencialmente às crianças. Elas vão adorar este bicharoco. Tudo transpira a comédia naïf, espírito BD e gags amalucados.” Danielle Attali, in Le Journal du Dimanche “Este filme de aventuras é construído em torno do Marsupilami e concebido como homenagem a Franquin. Reencontramos o tom terno e brincalhão do desenhador, o seu humor inocente e a sua deliciosa Palômbia, um concentrado de imagens sobre a América Latina.” Florence Colombani, in Le Point Nota de intenções do realizador “O meu encontro com o Marsupilami deu-se por volta dos dez anos, graças aos álbuns de banda desenhada concebidos por Franquin. (…) Hoje em dia, ainda fico admirado com a sua modernidade, tanto a nível do desenho como dos textos. Quando era miúdo, tinha um Marsupilami de borracha, mas sonhava em ter um verdadeiro como amigo. Sobretudo, quando um miúdo maior me batia no recreio.” 42 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 As aventuras de um jornalista no meio da incrível selva da Palômbia... COM: Leïla Bekhti, Benjamin Siksou, Cécile Cassel, Marie-sohna Conde, Abel Jafri, Chantal Lauby, Cheïna Correa Lafaure ARGUMENTO: Audrey Estrougo, Juliette Sales, Aline Mehouel FOTOGRAFIA: Guillaume Schiffman SOM: Cyril Moisson MÚSICA ORIGINAL: Baptiste Charvet MONTAGEM: Sophie Reine PRODUÇÃO: Fidélité Films, Wild Bunch, Mars films, France 2 Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch ESTREIA EM FRANÇA: 23/02/2011 Presença em festivais Mostra - Festival internacional de São Paulo (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 19h30 LISBOA Inst. français Port • 10 OUT 19h45 FARO Teatro Mun. Faro • 19 OUT 19h30 COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 18h00 Toi, Moi, les autres de Audrey Estrougo | 2010 | Musical, Comédia Romântica | 1h30 Gabriel é um jovem, pouco ambicioso, de uma família rica parisiense. Por sua vez, Leila, uma estudante de Direito, de origem árabe, vive entre uma luta desenfreada na defesa de imigrantes ilegais, e um irmão com tendência a envolver-se em confusões. É no dia em que Gabriel quase atropela o irmão de Leila, que se dá o choque entre dois mundos diferentes e o início de uma fogosa história de amor, que vai colidir com a realidade. ANTESTREIAS A realizadorA Audrey Estrougo, na sua primeira longa-metragem, Regarde-moi (2007), utilizou uma realidade que conhece bem para retratar os problemas de exclusão social, e as dificuldades económicas, que se vivem nos subúrbios parisienses. Uma estreia marcada pela coragem de uma jovem realizadora, que reaparece agora com Toi, moi, les autres, uma inesperada comédia musical, que se vai debater com a situação da imigração ilegal em França. Nota de intenções dA realizadorA “Estávamos todos de acordo no facto de se tratar de uma comédia musical assumida. Já tínhamos uma história do tipo Romeu e Julieta mas eu queria dar-lhe mais profundidade, incluindo aspectos que me são caros, como o tema da imigração ilegal. Sobre o filme “Se o argumento é algo simples, não escondemos o nosso prazer em seguir – trauteando as canções do filme – a história de amor de Gabriel 44 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 e Leila, uma piscadela de olhos a Romeo e Julieta. A banda sonora deste musical à francesa é formidável.” Alain Grasset, in Le Parisien “Apesar da falta de sentido de alguns dos números musicais, a ausência de cinismo do filme acaba por ser tão tocante como uma canção de amor. E não era esse o objectivo?” Julien Welter, in L’Express Uma ritmada comédia musical com uma inesperada história de amor! COM: Louise Bourgoin, Pio Marmaï, Josiane Balasko, Thierry Frémont, Anaïs, Daphné Burki, Firmine Richard ARGUMENTO: Vanessa Portal, Rémi Bezançon (segundo livro de Eliette Abecassis) FOTOGRAFIA: Antoine Monod SOM: Marc Engels, Olivier Walczak, Emmanuel Croset MÚSICA ORIGINAL: Sinclair MONTAGEM: Sophie Reine PRODUÇÃO: Mandarin Cinéma, Gaumont, France 2 Cinéma, Scope Pictures, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française ORIGEM: França, Bélgica DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Zon/Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Presença em festivais City of Lights, City of Angels, Los Angeles (2012) CPH PIX, Copenhaga (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) Festival de Cinema de Toronto (2011) Golden Horse – Festival de Cinema de Taipé (2011) LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 22h00 LISBOA Inst. français Port • 12 OUT 18h45 FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 19h30 COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 23h30 Un Heureux Évènement De Rémi Bezançon | 2010 | Comédia | 1h47 TIÇÃO COMPE O DO PRÉMI O I L PÚB C ANTESTREIAS Adaptado de um romance de Eliette Abecassis, Un Heureux Événement é uma visão íntima de uma maternidade sem tabus. O realizador Sobre o filme Tendo começado por escrever o argumento de Vendues, um filme de 2004 sobre o destino de sete mulheres da Europa de Leste, Rémi Bezançon passou à realização, em 2005, apresentando Vie En L’Air. Três anos mais tarde, seguiu-se Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie, a crónica de momentos muito diferentes da vida de uma mesma família, um filme que Rémi Bezançon veio apresentar na 10ª Festa do Cinema, com sala cheia e um debate muito participado. Ao regressar com Un Heureux événement, Bézançon mostra uma inesperada visão dos meses seguintes ao nascimento de uma bébé. Já em 2012, teve um enorme sucesso ao apostar no cinema de animação com Zarafa, filme também apresentado nesta edição da Festa do Cinema Francês. “Uma encenação resolutamente moderna que mantém uma marca de classicismo. (…) Louise Bourgoin, pela sua parte, eleva-se a um novo patamar e surge definitivamente como actriz, e das melhores.” Nota de intenções do realizador “Há realmente duas partes bem distintas no meu filme: antes e depois do parto. O fantasma e a realidade de um feliz acontecimento. Com uma barreira no meio e uma passagem entre os dois, o parto. A primeira parte é muito onírica, entramos na subjectividade de Barbara, o que ela sente, o que imagina, esse sonho de um amor perfeito, esse idealismo da maternidade. (…) Com a chegada da bebé, a cortina fantasmática rasga-se de forma abrupta e o caos que é a vida real retoma o seu lugar.” 46 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Christophe Narbonne, in Première “Entre maternidade idealizada e a trivialidade do quotidiano, esta comédia saltita de forma elegante entre a descrição da vida de um pai e de uma mãe normais que se amam e que amam a sua filha sem conseguirem adaptar-se à mudança que altera a sua existência. Caroline Vié, in 20 Minutes “Rémi Bezançon agarra o assunto sem rodeios e dirige com mão de mestre os excelentes actores Pio Marmai e Louise Bourgoin. Uma bela lição de empenhamento, que vale mais que qualquer curso de preparação para o parto.” Nathalie Dupuis, in Elle Entre a ilusão e a realidade, uma bébé reclama o seu lugar no mundo! MARIA DE MEDEIROS a madrinha 48 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 49 MARIA DE MEDEIROS Madrinha da 13ª Festa D epois de Sandrine Bonnaire, e de Carole Bou- Continuando sempre a representar, Maria de Medeiros pas- quet, nos anos precedentes, Maria de Medeiros sa, no ano 2000, para o outro lado da câmara e apresenta será a madrinha da 13ª edição da Festa do Ci- Capitães de Abril, uma original reconstituição da madruga- nema Francês. da libertadora de Abril de 1974, prelúdio da revolução por- Com uma carreira de actriz, realizadora e cantora dividida entre Paris e Lisboa, poucas pessoas poderiam assumir, tão bem como ela, o espírito deste festival. Acresce que, neste, como nos últimos anos, Maria de Medeiros é presença constante na secção de filmes em ante-estreia, como é o caso, nesta edição, de Poulet aux Prunes, da iraniana Marjane t’aime Moi non plus, documentário de 2004, que discute a relação de amor/ódio, unindo realizadores de cinema e críticos, é outro dos filmes que realizou, e ambos integram o ciclo proposto. Este termina com Viagem a Portugal, de Sérgio Tréfaut (2010), uma denúncia das condições de acolhimento de imigrantes em Portugal, e dois dos filmes franceses mais recentes em que contracena: À l’abri de la Tendo vivido a infância na Áustria até ao 25 de Abril de 1974, Tempête e Je ne suis pas Mort, de Camille Brottes-Beaulieu Maria de Medeiros cresce em Lisboa e, mais tarde, estuda e de Ben Attia, respectivamente. Filosofia, assim como Teatro, em Paris. A sua entrada como actriz no mundo do cinema dá-se pela mão de João César Monteiro, em Silvestre (1982). Mas é anos mais tarde, primeiro com Henry e June (1990), de Philip Kaufman, depois com A Divina Comédia, de Manoel de Oliveira (1991), ou Pulp Fiction, de Quentin Tarantino (1994), que começa a granjear uma carreira internacional. O reconhecimento chegaria ainda nesse ano de 1994 com a densidade de Três Ir- Além do cinema e do teatro, com uma carreira de actriz e de encenadora, prosseguida sobretudo em palcos franceses, Maria de Medeiros faz também uma incursão no mundo da música e contando com dois discos gravados, A Little More Blue, disco de 2007, composto por versões de temas da grandiosa música popular brasileira, e Penínsulas e Continentes, de 2010. mãos, filme de Teresa Villaverde que lhe valeu o prémio para Melhor Actriz no Festival de Veneza e que será apresentado no ciclo de seis filmes que seleccionou. 50 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 51 maria de medeiros MARIA DE MEDEIROS Satrapi e de Vincent Paronnaud. tuguesa, que foi seleccionada para o Festival de Cannes. Je Je ne suis pas mort de Camille Brottes-Beaulieu | 2010 | Drama | 1h17 de Mehdi Ben Attia | 2012 | Drama | 1h30 COM: Judith Magre, Maria de Medeiros, Jean-Claude Leguay, Vincent Deniard ARGUMENTO: Camille Brottes-Beaulieu, Marcel Beaulieu COM: Mehdi Dehbi, Maria de Medeiros, Emmanuel Salinger, Driss Ramdi, Judith Davis, Laurent Bateau, Albert Delpy, Slimane Dazi, Nicolas Maury, Salim Kechiouche, Alain Azerot, Dimitri Storoge ARGUMENTO: Mehdi Ben Attia Começa uma nova noite de deambulação para Léo e Valentine, um homem e uma mulher sem-abrigo. Léo nunca cresceu e Valentine, uma antiga e esquecida vedeta de cinema dos tempos da Nouvelle Vague, tomou-o a cargo de uma forma cruel e exacerbada. Um retrato de um singular casal que, nas suas diferenças e desequilíbrios, se apoia mutuamente… LISBOA São Jorge Sala 3 • 14 OUT 20h30 GUIMARÃES São Mamede • 5 NOV 21h45 Capitães de Abril de Maria de Medeiros | 2000 | Drama | 2h04 MARIA DE MEDEIROS Em Portugal, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, uma canção desencadeia um golpe de Estado militar que irá derrubar o regime ditatorial, terminar com a guerra colonial e mudar a face do país. Embalados pela voz de Zeca Afonso, as tropas revoltosas comandadas por Salgueiro Maia tomam os quartéis e, nas horas seguintes, o povo tomará as ruas. A revolução portuguesa distingue-se pelo seu carácter aventureiro, pacífico e lírico. LISBOA São Jorge Sala 3 • 12 OUT 20h30 52 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Um professor, Richard, e um aluno ambicioso, Yacine, corre entre as aulas de Ciência Política, os biscates, a namorada, as preocupações familiares e a militância política. Richard, que vai ser condecorado no palácio do Eliseu, convida Yacine a acompanhá-lo e tenta arranjar-lhe um estágio, mas os acontecimentos sucedem-se… E afinal quem é que morre, Richard ou Yacine? LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 19h30 LISBOA Inst. français Port • 10 OUT 21h45 FARO Teatro Mun. Faro • 18 OUT 19h30 Je t’aime... moi non plus - artistes et critiques de Maria de Medeiros | 2004 | Documentário | 1h22 COM: Michel Ciment, Wim Wenders, Ken Loach, Pedro Almodovar, Woody Allen, Jean-Michel Frodon, Samuel Blumenfeld ARGUMENTO: Maria de Medeiros Um documentário composto de entrevistas sobre as relações, por vezes tumultuosas, e nada cordiais, entre realizadores de cinema e críticos. As diferenças entre o fazer e o reflectir sobre o que foi feito, numa dialéctica que pode ser cruel, mas que também pode ser proveitosa para cineastas e actores, composta de elogios e de frases assassinas, que ajudam a ditar a sorte de um filme. Uma relação de encontro, desejo, sedução… LISBOA São Jorge Sala 3 • 13 OUT 20h30 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 53 MARIA DE MEDEIROS COM: Stefano Accorsi, Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida, Frédéric Pierrot, Fele Martínez, Manuel João Vieira, Marcantónio Del Carlo, Emmanuel Salinger, Rita Durão, Manuel Manquiña ARGUMENTO: Ève Deboise e Maria de Medeiros Foto: Michaël Crotto/Mercredi Films À l’abri de la tempête Três irmãos de Teresa Villaverde | 1994 | Drama | 1h48 COM: Maria de Medeiros, Marcello Urghege, Laura del Sol, Mireille Perrier, Evgeni Sidihin, Olimpia Carlisi, Fernando Reis Júnior, Luís Miguel Cintra ARGUMENTO: Teresa Villaverde Maria é o centro desta história. Tem vinte anos, mas não consegue comportar-se como a maioria das pessoas da sua idade. Quase nunca diz o que pensa, nem pede o que quer. Quase nunca diz a verdade, embora nunca minta. Mata e não diz que matou. Sofre e não diz que sofreu. Não quer estar sozinha, mas não pede companhia. Ama, mas não sabe quem ama. Nasceu em Lisboa, e nunca foi, nem irá, a outra cidade. Maria quer estar sempre com os seus irmãos, mas não pode, porque o mundo não foi organizado assim. LISBOA São Jorge Sala 3 • 11 OUT 20h30 Viagem a Portugal de Sérgio Tréfaut | 2011 | Drama | 1h14 MARIA DE MEDEIROS COM: Maria de Medeiros, Isabel Ruth, Makena Diop, Rebeca Close, João Pedro Bénard, Pedro Pacheco, José Wallenstein ARGUMENTO: Sérgio Tréfaut Viagem a Portugal é um filme político sobre os procedimentos de controlo de estrangeiros nos aeroportos europeus, e sobre o tratamento desumano, que é aceite como prática comum nos dias de hoje. Maria, uma médica ucraniana, aterra no aeroporto de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os passageiros do seu avião, Maria é a única a ser detida e interrogada pela polícia de estrangeiros e fronteiras. A situação transforma-se num pesadelo quando a polícia percebe que o homem que espera Maria no aeroporto é senegalês. Imigração ilegal? Tráfico humano? Tudo é possível. Viagem a Portugal é um filme inspirado numa história real. LISBOA São Jorge Sala 3 • 10 OUT 20h30 LISBOA Inst. français Port • 11 OUT 21h45 COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 21h00 54 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Olivier Assayas homenagem 56 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 57 OLIVIER ASSAYAS Homenagem No âmbito da 13ª Festa do Cinema Francês, em colaboração com o Instituto Francês de Portugal. D epois de surgir no panorama do cinema francês em sobre a nossa experiência de vida”. Treze anos antes, Assayas meados dos anos 80, com Désordre, Olivier Assayas declarara a mesma coisa numa entrevista: “O que me interessa firmou-se como um dos realizadores europeus mais co- no cinema não é o cinema em si, mas aquilo que o cinema, como nhecidos, e reconhecidos, da sua geração. Entre longas-metragens de ficção e documentários, realizou vinte e seis filmes à da- A homenagem que a 13ª Festa do Cinema Francês e a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema prestam a Olivier Assayas O seu filme mais recente, Après Mai, foi estreado no passado compreende onze títulos, que proporcionam uma visão panorâ- mês de Setembro no Festival de Veneza, onde foi muito bem re- mica da sua obra. Poderemos ver o seu primeiro filme e a sua cebido. Embora tenha formação de cinéfilo (escreveu um livro obra mais recente, mas também um documentário sobre o cine- sobre Kenneth Anger, foi apreciador e conhecedor do cinema asi- asta de Taiwan Hou Hsiao-Hsen, diversos filmes dos anos 90 e do ático de artes marciais, muito antes deste cinema ter reconheci- período 2000-2007, que ilustram a variedade, e a qualidade, do mento crítico em França), Assayas prolonga a tradição narrativa seu trabalho. E também apresentaremos uma raridade: a versão do moderno cinema francês sem fazer referências ao cinema do longa (num total de cinco horas e meia), feita para a televisão, passado, mas enriquecendo a sua narrativa com personagens de Carlos, o filme de Assayas sobre o mais célebre terrorista que reflectem os tempos que vivem. E estes tempos são de mu- de finais do século XX. Assayas realizou, simultaneamente, uma dança. A este propósito, Olivier Assayas declarou num debate versão para o cinema, que teve distribuição em Portugal. Pode- público, no Walker Arts Center, em 2010: “Muitos realizadores remos ver de uma só vez, em três sessões separadas, a totalida- da minha geração, e até de gerações depois da minha, estavam de deste monumento cinematográfico. preocupados em fazer filmes que parecessem filmes e que fos- Fotografia cortesia: Xavier Lahache sem sentidos como filmes e foram alimentados pela sua experi- 58 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 ência de filmes. Isto é uma coisa que sempre me aterrorizou. Pa- António Rodrigues Cinemateca Portuguesa ra mim, os filmes não devem ser sobre outros filmes. Devem ser 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 59 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS ta de hoje, sem nunca ter atravessado períodos de inactividade. ferramenta exploratória, apanha nas suas redes”. COM: Clément Métayer, Lola Creton, Félix Armand ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Éric Gautier SOM: Nicolas Cantin MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Mk2, France 2 Cinéma, Vortex ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Mk2 ESTREIA EM FRANÇA: 14/11/2012 COM: Asia Argento, Michael Madsen, Kelly Lin, Carl Ng, Michael Madsen, Alex Descas, Joana Preiss, Kim Gordon ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Yorick Le Saux SOM: Daniel Sobrino MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Margo Films ORIGEM: França, Luxemburgo DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 24/04/2008 Presença em festivais Festival de Cannes – Selecção Oficial Fora de Competição (2007) BAFICI – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires (2007) Festival de Cinema de Estocolmo (2007) Festival de Cinema de Ljubljana (2007) APRÉS MAI BOARDING GATE Porta de Embarque de Olivier Assayas | 2012 | Drama | 1h24 de Olivier Assayas | 2007 | Policial | 1h45 Deambulações de um aluno do secundário, na efervescência política e artística do início dos anos 70, mas ainda com a ressaca do Maio de 68 por perto. Gilles e os seus camaradas, divididos entre o empenhamento político, aspirações de carácter pessoal e diferentes aventuras amorosas, vão de Paris a Roma e, depois, a Londres à procura de formas de conciliar estas três dimensões. Sandra é uma ex-prostituta a precisar de dinheiro e trabalho. Miles é o seu ex-amante, um empresário outrora abastado. O esperado seria uma reaproximação, de trabalho e lazer, mas isso não é o que Sandra pretendia, nem o que Miles lhe pode oferecer. Os planos dela passam pela China e é lá que, inevitavelmente, reencontra Miles e conhece o casal Lester e Sue, que lhe promete garantias de futuro. Mas nem tudo será assim tão simples, e os sentimentos, e intenções de Sandra, permanecem um mistério até ao fim. o realizador o realizador Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. Nota de intenções do realizador “Cresci e fui adolescente nos anos 70, altura em que tínhamos fé numa revolução que viria e a convicção de que essa revolução chegaria e faríamos parte dela. Fui constituído pela ideia de que o indivíduo tinha uma possibilidade de mudar o mundo, e de que a nossa geração tinha a possibilidade de mudar o mundo sem trair os seus ideais, nem trair a 60 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 relação com a poesia. Em França, a relação com a revolução está profundamente ligada à relação com a poesia. E isso é qualquer coisa que se perdeu, que hoje já não existe.” Sobre o filme “E pronto, já temos o nosso Leão de Ouro! Pelo menos o nosso Leão virtual e pessoal, Après mai de Olivier Assayas era muito esperado. Ele encheu-nos as medidas.” Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles “Com Après Mai, Olivier Assayas leva à competição de Veneza um belo fresco autobiográfico que nos conduz de França a Itália e a Londres, e nos faz reviver com justeza e inteligência o tempo da sua adolescência: os anos 70”. Marie-Noëlle Tranchant, in Le Figaro Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. Nota de intenções do realizador “Depois de Demonlover e Clean, quis fazer um filme ao género francês, focado na vida provinciana. Contudo, o projecto encontrou várias complicações ao nível financeiro. Um sinal dos tempos. Enquanto esperava para ver se o meu filme francês ia acontecer ou não, decidi escrever e filmar rapidamente outro projecto. Porque não fazer uma espécie de filme de série B em inglês? Porque não acompanhar a nova ordem das coisas, em termos de financiamento, e construir um filme série B? Parco orçamento e rodagem rápida, mas todos os benefícios da completa liberdade criativa.” Sobre o filme “Assayas consegue dizer mais sobre o que é ser humano — ter desejos, medos, estar só — do que muitos realizadores conseguem numa vida. (…) O que Boarding Gate fez foi reafirmar Asia Argento como um dos seres mais fascinantes do cinema contemporâneo.” Manohla Dargis, in New York Times “Assayas mistura os géneros cinematográficos para assinar um fascinante retrato da mulher actual, reforçado por uma imagem realista da megalópole de Hong Kong.” in Première 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 61 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS Presença em festivais Festival de Cinema de Toronto (2012) Mostra de Veneza (2012) COM: Édgar Ramírez, Alexander Scheer, Alejandro Arroyo, Fadi Abi Samra, Ahmad Kaabour, Talal El-Jordi, Juana Acosta, Nora Von Waldstatten, Christoph Bach ARGUMENTO: Olivier Assayas, Dan Franck, Daniel Leconte FOTOGRAFIA: Denis Lenoir, Yorick Le Saux SOM: Nicolas Cantin, Nicolas Moreau MONTAGEM: Luc Barnier, Marion Monnier PRODUÇÃO: Film en stock, Egoli Tossell Film AG, Canal+, Arte France ORIGEM: França, Alemanha VENDAS INTERNACIONAIS: Studiocanal ESTREIA EM FRANÇA: 07/07/2010 COM: Maggie Cheung, Nick Nolte, Béatrice Dalle, Jeanne Balibar, Don McKellar, Laetitia Spigarelli, Martha Henry, Rémi Martin ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Éric Gautier SOM: Guillaume Sciama, Daniel Sobrino MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Elizabeth Films, Arte France Cinéma ORIGEM: França, Inglaterra, Canadá VENDAS INTERNACIONAIS: The Works ESTREIA EM FRANÇA: 01/09/2004 Presença em festivais Festival de Cannes – Prémio Melhor Actriz (2004) Festival de Cinema de Melbourne (2005) Festival de Cinema de Roterdão (2005) Festival de Cinema de Viena (2004) CARLOS clean de Olivier Assayas | 2010 | Drama | 5h30 de Olivier Assayas | 2003 | Drama | 1h40 Envolvendo-se na luta armada nos anos 70, Carlos, em nome de fortes convicções extremistas de esquerda, dá início a um movimento revolucionário que, para além das acções da sua organização, se estende a missões encomendadas por diversos serviços secretos. Manipulador, mas também manipulado, o “Chacal” vai-se refugiando em várias capitais até acabar por ser detido, no Sudão, em 1994, depois de ser expulso da Síria. Lee morre de overdose e Emily é presa por posse de drogas. No decorrer dos acontecimentos, perde a custódia do filho para os avós paternos. É libertada, seis meses mais tarde, e está decidida a deixar a droga e a recuperar o filho, mas vê-se a braços com duas lutas difíceis: contra o vício e contra os fãs do marido, nome importante do rock dos anos 80, que a acusam da sua destruição. o realizador Sobre o filme o realizador Sobre o filme Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “A partir da história verídica de Carlos, «O Chacal», o francês Olivier Assayas assina um épico de câmara, nervoso e urgente, sobre uma década ainda hoje mal compreendida.” Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Um filme tão bonito, tão simples, tão honesto...” Jorge Mourinha, in Público “Uma verdadeira lição de cinema que, ainda por cima, é muito bem interpretada.” Julien Welter, in L’Express Jean-Michel Frodon, in Les Cahiers du Cinéma “Clean não seria tão bonito e comovente se não fosse, a cada instante, fruto de uma reflexão sobre o que deve ser mostrado ou escamoteado do percurso incerto de Émily.” Louis Guichard, in Télérama “Mas as melhores cenas (…) são com Nolte, em pose cansada, sábia e sofrida. (...) Assayas oferece ao cinema americano um actor «reconfigurado». É um belo presente.” Luís Miguel Oliveira, in Público Nota de intenções do realizador Nota de intenções do realizador “[A versão longa do filme] representa muito simplesmente uma outra declinação, vital, indispensável, sem a qual a identidade do projecto, a sua verdade, não se teria podido revelar. Este formato faz parte do seu código genético, não é nem uma redução nem uma adaptação.” “No início do filme, tinha vontade de construir uma situação que se enquadrasse na mitologia do rock, sem receio de assumir o lado quase de arquétipo. Fundamentalmente, temos a digressão caótica, o típico clube de rock, a droga, a autodestruição e também o romantismo de tudo isso...” 62 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 63 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS Presença em festivais César 2011 para Melhor Actor Revelação (Edgar Ramirez) Festival de Cannes (2010) IndieLisboa (2011) Festival de São Petersburgo (2011) Festival de Belgrado (2011) Festival de Viena (2011) Festival de Abu Dabi (2011) COM: Wadeck Stanczak, Ann-Gisel Glass, Lucas Belvaux, Rémi Martin, Corinne Dacla, Etienne Chicot ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Denis Lenoir SOM: Philippe Senechal, Gérard Lamps MÚSICA ORIGINAL: Gabriel Yared MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Forum Productions International ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Mercure Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 12/11/1986 Presença em festivais Festival de Cannes (2002) Festival de Cinema de Estocolmo (2002) Festival de Cinema de Melbourne (2003) Festival de Cinema de Banguecoque (2005) Presença em festivais Festival de Veneza (1986) – Prémio da Crítica Internacional Demonlover Désordre de Olivier Assayas | 2001 | Drama | 2h09 de Olivier Assayas | 1986 | Drama | 1h30 Volf Group é uma multinacional prestes a adquirir a TokyoAnime e a sua pornografia hentaï em 3D. No mundo frenético e concorrencial da pornografia online, duas companhias estão dispostas a tudo para conseguir os direitos exclusivos de distribuição. Diane, funcionária dos quadros da Volf, é contratada pela Mangatronics para impedir qualquer negociação com a Demonlover. Até que percebe que do outro lado a espionagem também existe e com meios mais violentos, que vão da chantagem ao assassinato… Os três membros de uma banda de garagem resolvem assaltar uma loja de instrumentos. As coisas correm mal e o dono da loja acaba por ser morto. Embora ninguém suspeite deles, os acontecimentos daquela noite abalam a amizade dos jovens e o desejado concerto em Londres resulta num fiasco total. Entretanto, as mentiras e os ciúmes instalam-se… o realizador o realizador Sobre o filme Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Em sintonia com as suas personagens, com as quais ele partilha uma paixão desapontada (o rock) e uma idade (os vinte), Assayas exprime-se através do ângulo das sensações, mais do que pelo da reflexão. As suas [dos protagonistas] emoções à flor da pele tocam-nos com uma força exacerbada através do lirismo da encenação.” Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. porâneo. (…)Gosto de um cinema que não tenha medo, que não hesite em ser franco, brutal e mesmo ordinário.” Sobre o filme “Um casting saboroso e uma encenação estilizada, servida por uma luz sedutora e uma música cativante, que conferem imediatamente a este thriller um clima misterioso e gelado.” in Studio Magazine “A última investida de Olivier Assayas podia ser confundida com um thriller pseudo-moderno. Mas não é, pelo contrário, um difícil, desafiante e intrigante filme-arte.” Glenn Kenny, in Première Nota de intenções do realizador “Depois de ter feito um filme histórico, eu precisava de voltar a questões muito modernas. Pensei no que me estimulava mais no cinema dos dias de hoje. Comecei a questionar-me sobre os novos desafios da narrativa cinematográfica, a forma como esta pode dar conta do mundo contem- 64 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Erwan Desbois, in Écran Large Nota de intenções do realizador “Num primeiro filme não estamos muito conscientes do que fazemos, agimos por instinto. Pensei que o filme tivesse aspectos desajeitados mas, na verdade, fiquei muito surpreendido. Digamos que, com este recuo, acho que o filme é muito sólido. Reencontrei um filme que tem uma forte identidade.“ 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 65 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS COM: Charles Berling, Chloe Sevigny, Connie Nielsen, Gina Gershon, Dominique Reymond, Jean-Baptiste ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Denis Lenoir SOM: Philippe Richard MÚSICA ORIGINAL: Sonic Youth MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Elizabeth Films, M6 Films, TPS Star, Cofimage Production, Citizen Films ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch ESTREIA EM FRANÇA: 06/11/2002 DEPOIMENTOS DE: Chu Tien-Wen, Wu Nien-Jen, Chen Kuo-Fu, Tu Du-Che, Kao She, Lin Giang ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Eric Gautier SOM: Tu Du-Che MONTAGEM: Marie Lecoeur PRODUÇÃO: AMIP – Audiovisuel Multimédia International Production, La Sept-Arte, INA – Institut National de l’Audiovisuel, Chinese Public Television, Hsu Hsiao-Ming Films Corporation, Arc Light Films ORIGEM: França ESTREIA EM FRANÇA: 15/12/1999 COM: Maggie Cheung, Jean-Pierre Léaud, Nathalie Richard, Antoine Basler, Nathalie Boutefeu, Alex Descas, Dominique Faysse, Bernard Nissile, Arsinée Khanjian ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Éric Gautier SOM: Philippe Richard MÚSICA ORIGINAL: Serge Gainsbourg, Ry Cooder MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Dacia Films ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Pyramide International ESTREIA EM FRANÇA: 13/11/1996 HHH Portait de Hou Hsiao-Hsien Irma Vep de Olivier Assayas | 1996 | Documentário | 1h31 de Olivier Assayas | 1996 | Drama | 1h38 Enquanto crítico de cinema, no início dos anos 80, Olivier Assayas mostrou, muitas vezes, a sua admiração por Hou Hsiao-Hsien e pelo trabalho do principal realizador do novo cinema taiwanês. Com este documentário, o realizador francês apresenta um comovente road-movie biográfico, percorrendo os locais de infância de Hsiao-Hsien. A grande estrela do cinema asiático, a chinesa Maggie Cheung, chega a Paris para interpretar o papel de Irma Vep num remake da célebre série de dez episódios Vampires, realizada por Louis Feuillade, entre 1915 e 1916. René Vidal, o realizador que retoma o clássico, acredita que Cheung é a única actriz digna de voltar a dar vida a este papel. Mas Maggie não percebe uma palavra de francês e as peripécias sucedem-se durante as filmagens. o realizador Sobre o filme o realizador Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Olivier Assayas demonstra na perfeição até que ponto é excitante descobrir um cineasta mal conhecido.” Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. Nota de intenções do realizador Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur “Foi, acima de tudo, a personalidade e o cinema de Hou Hsiao-Hsien que me seduziram: desde o primeiro filme que vi dele, que fiquei impressionado pela verdade áspera da sua inspiração, pela autenticidade das suas imagens, onde eu encontrava ecos do que admiro em Pialat.” 66 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Claire Clouzot, in L’Evénément du Jeudi “A arte do retrato é infinitamente delicada e Assayas, que assina com este o seu primeiro documentário, desenvencilha-se com todo o mérito.” Jacques Mandelbaum, in Le Monde “Assayas desempenha com humildade o papel de revelador de um realizador que, ele próprio, já tinha contribuído amplamente para dar a conhecer, quando era crítico dos Cahiers. Apaixonante.” Nota de intenções do realizador do, com questões de modernidade e de sincronismo entre os diferentes países que o praticam.” Sobre o filme “Já vimos muitos filmes que dão conta de filmagens. Mas filmes que reflictam a magia do cinema e que, ao mesmo tempo, o desmistifiquem são mais raros. Irma Vep aventura-se de uma forma muito liberta, desenvolta, satírica e resolutamente poética.” Jacques Morice, in Télérama “O que o filme consegue com uma elegância bastante divertida é a evocação de um mundo que é dos mais esquivos ao cinema: o próprio mundo do cinema.” Olivier Séguret, in Libération “Digamos que Irma Vep é, sobretudo, uma reflexão simultaneamente horizontal e vertical sobre o cinema, como uma espécie de cruz. Este filme trata da história do cinema de forma horizontal (o seu desenvolvimento no tempo) e vertical, como uma arte difundida pela superfície do mun- 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 67 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS Presença em festivais Festival de Cannes (1996) Festival de Cinema do Mundo, Montreal (1996) COM: Juliette Binoche, Alice De Lencquesaing, Charles Berling, Jérémie Rénier, Dominique Reymond, Edith Scob, Emile Berling ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Éric Gautier SOM: Nicolas Cantin, Olivier Goinard MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Mk2, France 3 Cinéma ORIGEM: França DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 12/03/2009 Presença em festivais Festival de Cinema de San Sebastian (2008) Festa do Cinema de Roma (2008) Festival de Cinema de Nova Iorque (2008) Festival de Cinema de Toronto (2008) l’EAU FROIDE L’HEURE D’ÉTÉ Tempos de Verão de Olivier Assayas | 1994 | Drama | 1h32 de Olivier Assayas | 2006 | Drama | 1h40 No início dos anos 70, Gilles e Christine vivem uma adolescência revoltada. Quando são apanhados a roubar discos, ela acaba por ser internada num hospital psiquiátrico, a pedido do pai. Consegue fugir, e vai ter com Gilles a uma festa organizada numa casa abandonada. Entre músicas de Leonard Cohen e Bob Dylan e a poesia de Allen Ginsberg, os dois decidem ir viver para uma comunidade. É Verão. Na casa de campo, Frédéric, Adrienne, Jérémie e as crianças, reúnem-se para festejar os 75 anos da sua mãe, Hélène Berthier. Esta, toda a sua vida preservou a excepcional obra do seu tio, o pintor do século XIX Paul Berthier. Com o desaparecimento repentino de Hélène, os três irmãos serão obrigados a revisitar as suas memórias de infância, e a decidir o destino de uma soberba herança familiar. o realizador Sobre o filme o realizador Sobre o filme Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Dos constrangimentos nasce um filme com um argumento simples e linear, onde reencontramos como que um concentrado do «estilo Assayas». (…) Em poucos planos, Assayas apresenta o seu décor de subúrbio parisiense e traça o retrato de duas famílias destroçadas com cenas duras e secas.” Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Raros são os filmes que levam a este ponto a questão da passagem do tempo. Mais raros ainda, são aqueles em que a luz é tão importante como as palavras (…)” Nota de intenções do realizador “O que me comoveu particularmente na rodagem deste filme é que eu reconstituí mesmo um mundo, as sombras e uma ambiência, que eram as da minha adolescência.” 68 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Bernard Génin, in Télérama “Assayas é um alquimista da imagem como Rimbaud era do verbo.” in Le Figaro “O seu talento para a realização foi à época saudado com entusiasmo, nomeadamente em L’Eau Froide, que completa o seu retrato musicado da juventude e na qual dirige a jovem Virginie Ledoyen.” in Le Nouvel Observateur Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur “Olivier Assayas está de volta com um filme magnífico: Tempos de Verão é uma delicada crónica familiar e um conciso retrato social.” João Lopes, in Diário de Notícias Nota de intenções do realizador “Eu sinto que, antes de Tempos de Verão, nunca tinha feito um filme sobre a família. Os Destinos Sentimentais é um filme adaptado de um livro de Jacques Chardonne. É mais o mundo dele que o meu. É mais a época dele do que a nossa. Com o Tempos de Verão fui capaz de falar sobre a relação entre irmãos e irmãs dos tempos de hoje.” 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 69 OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS COM: Virginie Ledoyen, Cyprien Fouquet, László Szabó, Jean-Pierre Darroussin, Dominique Faysse, Smaïl Mekki ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Denis Lenoir SOM: Hervé Chauvel, William Flageollet, Michel Klochendler MÚSICA ORIGINAL: Leonard Cohen, Alice Cooper, Creedence Clearwater Revival, Donovan, Bob Dylan, Uriah Heep, Janis Joplin, Nico, Roxy Music MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: IMA Productions, Ima Films ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Polygram Film International ESTREIA EM FRANÇA: 06/07/1994 COM: Judith Godrèche, Jean-Pierre Léaud, Thomas Langmann, Martin Lamotte, Ounie Lecomte, Antoine Basler, Sacha Boselli, Eric Daviron, Michèle Foucher ARGUMENTO: Olivier Assayas FOTOGRAFIA: Denis Lenoir SOM: Jean-Claude Laureux MÚSICA ORIGINAL: John Cale MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Christian Bourgois Production, Erre Cinematografica, Arena Films, Investimage 3 ORIGEM: França, Itália DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM FRANÇA: 29/05/1992 Presença em festivais Festival de Cannes (2000) Festival de Cinema de Toronto (2000) Festival de Cinema de Mar del Plata (2000) Presença em festivais Prémio Jean Vigo (1992) Les Destinées Sentimentales Os Destinos Sentimentais PARIS S’ÉVEILLE paris desperta de Olivier Assayas | 1999 | Drama | 3h00 de Olivier Assayas | 1991 | Drama | 1h35 Em plena I Guerra Mundial, Pauline e Jean conhecem-se num baile. Ela tem apenas vinte anos e Jean é um pastor protestante, pai de família, que vive resignado no seu casamento com Nathalie. Apesar da pressão da sociedade que os rodeia, os seus destinos estão inevitavelmente ligados. Num mundo em transição nos costumes e na indústria, marcado pela tumultuosa guerra de 1914, apenas este amor se manterá intocável. Ao fim de seis meses estrada fora, Adrien, de dezanove anos, retorna a Paris. Subitamente, aparece em casa do seu pai, Clément, que não via há quatro anos. Este vive agora com Louise, uma jovem rapariga que ambiciona cegamente o sucesso. Na sequência de uma discussão, Louise abandona Clément e encontra abrigo junto de Adrien. o realizador Sobre o filme o realizador Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. “Gosta-se destes Destinos porque eles encontram-se sempre na fronteira entre grande espectáculo e intimidade.” Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné. Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde. Nota de intenções do realizador “O que me seduziu no livro é que Chardonne consegue uma coisa única: dar conta da circulação entre o público e o privado. Entre o íntimo e o mundo. A descrição da vida de um casal, isto é, o amor inscrito no tempo, a forma como o amor num casal se transforma segundo os períodos da vida, se reformula.” 70 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Pierre Vavasseur, Le Parisien “Olivier Assayas deixa o seu território habitual e lança-se no grande retrato histórico, com roupas e cenários retro, adaptando um romance de Jacques Chardonne. Entre melodrama austero e saga familiar em surdina, Os Destinos Sentimentais seduz pela elegância sóbria e pelo seu talento em evitar as armadilhas do género cinematográfico.” Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles Nota de intenções do realizador “No meu entender, toda a forma de arte, qualquer que ela seja, tem quase um dever de subversão, de apontar o que é doloroso no sistema social. É, mais do que nunca, essencial ter fé em coisas pessoais (...). Foi o sentido que quis dar ao meu filme. Louise e Adrien procuram o seu lugar numa sociedade que não tem ideologia, nem religião, e, de certa forma, não tem valores morais.” Sobre o filme “Com a câmara ao nível dos rostos, que preenchem o espaço com uma tremenda expressividade, feita de paixão e de desencanto, e favorecida pelo notável desempenho dos pares protagonistas, Paris Desperta é, ainda, sem o ostentar, um retrato preciso, realista e cruel de uma negra realidade social que envolve os jovens da Europa ocidental dos nossos dias. João Antunes, in Diário de Notícias “A difícil relação entre um pai inviável (Jean-Pierre Léaud) e um filho pronto a fazer todos os disparates (Thomas Langmann), após muitos anos de separação. Entre eles, a frescura, a saúde, a honestidade e o sentido dramático de Judith Godrèche: uma actriz soberba.” in Le Figaro OLIVIER ASSAYAS OLIVIER ASSAYAS COM: Charles Berling, Emmanuelle Béart, Isabelle Huppert ARGUMENTO: Jacques Fieschi, Olivier Assayas segundo a obra original de Jacques Chardonne FOTOGRAFIA: Eric Gautier SOM: Jean-Claude Laureux MONTAGEM: Luc Barnier PRODUÇÃO: Arena Films, TF1 Films Productions, CAB Productions (Lausana), TSR - Télévision Suisse Romande (Genebra) ORIGEM: França, Suíça VENDAS INTERNACIONAIS: Pathé Distribution ESTREIA EM FRANÇA: 12/07/2000 Jacques Audiard retrospectiva 72 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 73 COM: Romain Duris, Niels Arestrup, Linh Dan Phan, Aure Atika, Jonathan Zaccaï, Gilles Cohen, Emmanuelle Devos, Anton Yakovlev ARGUMENTO: Jacques Audiard, Tonino Benacquista segundo o filme Fingers de James Toback FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine SOM: Brigitte Taillandier MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Juliette Welfling PRODUÇÃO: Why Not Productions, SEDIF, France 3 Cinéma ORIGEM: França DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 18/08/2005 JACQUES AUDIARD Presença em festivais Prémios César 2006 para Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor Secundário Melhor Actriz Revelação, Melhor Música, Melhor Fotografia e Melhor Montagem Prémios Lumiére 2006 para Melhor Filme e Melhor Actor Berlinale, Festival de Berlim (2006) – Prémio Melhor Música Retrospectiva O Espaço Nimas associa-se à celebração do cinema francês através de uma retrospectiva da obra de Jacques Audiard, o realizador de De Rouille et d’os (o filme de Encerramento da edição deste ano da Festa) e um dos cineastas mais elogiados da actualidade. A década seguinte marcou uma nova e decisiva etapa no percurso cinematográfico de Audiard. Em 1994 estreia-se nos cinemas franceses a sua primeira longa-metragem, Regarde les Hommes Tomber, protagonizada por Jean-Louis Trintignant, Jean Yanne e Matthieu Kassovitz. Os elogios à obra fizeram-se sentir de imediato, nomeadamente junto da crítica francesa, que reconheceu no filme uma subtil revisitação da herança do policial francês e acabou por conquistar três Prémios César, incluindo o de Melhor Primeiro Filme. Audiard voltou à realização dois anos após o sucesso da sua estreia, com Un Héros Très Discret, premiado no Festival de Cannes com o galardão de Melhor Argumento (co-escrito pelo cineasta) e foi nomeado para seis Prémios César, incluindo o de Melhor Realizador. Foram precisos mais cinco anos para que Jacques Audiard regressasse com uma nova obra, Sur mes Lèvres. Uma vez mais, o filme foi celebrado de forma unânime pela crítica, que valorizou a sua “in- 74 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 DE BATTRE MON CŒUR S’EST ARRÊTÉ De filme em filme, Jacques Audiard foi firmando de forma soberba o seu lugar singular na cinematografia francesa. Com a sua quarta longa-metragem, De Battre mon cœur s’est Arrêté, arrecadou não só oito Prémios César (incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador), como também um Urso de Prata no Festival de Berlim e o Prémio BAFTA para Melhor Filme Estrangeiro. de Jacques Audiard | 2004 | Drama | 1h47 Un Prophète marcou mais um ponto alto na carreira de Audiard, enquanto realizador. O filme conquistou o Grande Prémio do Júri no Festival de Cannes, foi nomeado como Melhor Filme Estrangeiro para os Oscars e para os Globos de Ouro, tendo ainda vencido o BAFTA nessa mesma categoria. Foi também o grande vencedor dos Prémios César, arrecadando nove galardões, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original. o realizador Já este ano, o cineasta francês apresentou no último Festival de Cannes o seu último filme, De Rouille et d’os, protagonizado por Marion Cotillard e Matthias Schoenærts. Para além dos aplausos da crítica internacional presente e no mais importante festival do mundo, a obra entusiamou também o público francês, que acorreu em larga escada às salas de cinema para o descobrir. De Tanto Bater o Meu Coração Parou Tom tem 28 anos e está destinado a seguir as pegadas do pai no mundo, às vezes brutal, do imobiliário. Mas um encontro inesperado leva-o a acreditar que pode tornar-se, à semelhança da mãe, pianista. Para tal, prepara-se para uma audição com uma virtuosa pianista chinesa. Ela não fala francês, por isso a música é a única forma de comunicação. (vide pág. 74) “Uma ambição admirável, uma energia impressionante e uma extravagância avassaladora.” Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur Nota de intenções do realizador “Claro que foi um filme que me marcou quando o vi, na altura da estreia. Mas, sem dúvida, também porque é um filme que é difícil rever, que é pouco exibido e que, por estas razões, tinha criado um mistério suplementar à sua volta. Fingers é um pouco a cauda do cometa do cinema independente americano dos anos 70. (…) Por todos os seus temas aparentes e subterrâneos: o pai, a mãe, a filiação, a reforma de uma vida de trabalho, o preço dos actos, a passagem à idade adulta...” “De Tanto Bater o meu Coração Parou é a concretização mais eloquente e mais lírica, nas quatro longas-metragens de Audiard (...) É um filme que se perde e se descobre, que opta e que inflecte, à velocidade da impaciência, da desordem ou da inconsciência de Tom (Romain Duris).” Vasco Câmara, in Público Sobre o filme “Seguramente um dos mais belos filmes deste Verão de 2005 – e também um dos melhores do ano... (...) É um objecto cinematográfico de riquíssima elaboração dramatúrgica.” João Lopes, in Diário de Notícias 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 75 JACQUES AUDIARD JACQUES AUDIARD Filho do aclamado cineasta Michel Audiard, começou por afirmar-se primeiro em nome próprio no cinema como argumentista. Réveillon chez Bob, Sac de noueds, Poussière d’ange e Baxter foram alguns dos filmes cujo guião Jacques Audiard assinou nos anos 80. LISBOA Espaço Nimas • 13 OUT 21h30 tensidade rara no cinema francês” (Jean-Michel Frodon, Le Monde). Nomeado para nove Prémios César, venceu em três categorias, incluindo Melhor Argumento e Melhor Actriz. COM: Jean Yanne, Jean-Louis Trintignant, Mathieu Kassovitz, Bulle Ogier, Yvon Back, Marc Citti, Roger Mollien, Christine Pascal, Yves Verhoeven ARGUMENTO: Jacques Audiard, Alain Le Henry segundo a obra original de Teri White FOTOGRAFIA: Gérard Stérin SOM: Dominique Gaborieau, François Waledisch MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Monique Dartonne, Juliette Welfling PRODUÇÃO: Bloody Mary Productions, Canal +, CEC - Centre Européen Cinématographique RhôneAlpes, France 3 Cinéma ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: FTD International Cinéma ESTREIA EM FRANÇA: 31/08/1994 COM: Vincent Cassel, Emmanuelle Devos, Olivier Gourmet, Olivier Perrier, Olivia Bonamy, Bernard Alane, Céline Samie, David Saracino ARGUMENTO: Jacques Audiard, Tonino Benacquista FOTOGRAFIA: Mathieu Vadepied SOM: Marc-Antoine Beldent MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Juliette Welfling PRODUÇÃO: SEDIF, Ciné B, Pathé Image Production, France 2 Cinéma ORIGEM: França DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 16/05/2003 Presença em festivais Prémio César do Cinema Francês para Melhor Actriz, Melhor Argumento e Melhor Som (2002) Berlinale, Festival de Cinema de Berlim (2002) Festival de Cinema do Cairo (2002) Festival de Cinema de Toronto (2002) Presença em festivais Prémios César do Cinema Francês – Melhor Primeiro Filme, Melhor Actor Revelação e Melhor Montagem Festival de Cannes, Semana da Crítica (1994) LISBOA Espaço Nimas • 13 OUT 18h30 REGARDE LES HOMMES TOMBER SUR MES LÈVRES Nos Meus Lábios de Jacques Audiard | 1993 | Drama | 1h50 de Jacques Audiard | 2001 | Drama | 1h55 Quando Mickey, um jovem polícia, é alvejado em serviço e entra em coma, Simon decide abandonar tudo para ir à procura dos criminosos que dispararam contra o seu amigo. Carla é secretária numa imobiliária e tem um problema de audição. Extremamente dedicada ao serviço, mas mal paga, vive uma vida solitária e frustrada. Tudo muda quando Paul, um ex-recluso de 25 anos, é contratado para a ajudar na empresa. Os dois procuram reiventar-se e reintegrar-se na sociedade, construindo uma história de amor improvável, cheia de tensão e mistérios. o realizador “Jacques Audiard desarma com brilhantismo todas as armadilhas deste falso policial sobre um universo masculino autárcico e desesperado, incarnado por três gerações de actores impressionantes (entre os quais um Kassovitz verdadeiramente talentoso).” o realizador Serge Chauvin, in Les Inrockuptibles “Eu e o meu co-argumentista, Tonino Benacquista, queríamos fazer um filme de série B, muito carregado do ponto de vista do argumento, como todos os filmes que admiramos, onde a situação inicial não pára de gerar acontecimentos. Queríamos uma história a transbordar de peripécias. Esteticamente, procurámos o realismo, ancorar socialmente o enredo, mas também tentámos um afastamento estilístico desse realismo.” (vide pág. 74) Nota de intenções do realizador “Um filme difícil de fazer, difícil de terminar. Tudo foi duro. Eu nem sabia se ele fazia sentido, se era inteligível. E aí, então, a Semana da Crítica de Cannes seleccionou-o... Aí tu pensas «bem, afinal consegui!»” Sobre o filme “Regarde les hommes tomber é um filme que podemos ouvir, da mesma forma que o vemos. Isto porque Jacques Audiard é um contador. Ele organiza a sua trama com malícia, faz com que as vozes e as caras se correspondam. Audiard serve-se desta história construída, desta montagem hábil, deste trabalho com um formidável trio de actores, em suma, desta «solidez» que por vezes faz falta ao cinema francês, para dar, a cada plano, um sentimento de imprevisibilidade.” Claude-Marie Trémois, in Télérama 76 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 (vide pág. 74) Nota de intenções do realizador Sobre o filme “Filme magnífico. (...) Incrível argumento, a partir de um história bastante original, a escrita fílmica de Audiard flui com uma eficácia e justeza que tornam o filme um objecto que devia ser analisado nas escolas de cinema.” “É bonito. Muito bonito. Filmado de perto como Audiard sabe fazê-lo: uma nuca, um braço, mãos... É um cinema de um observador obcecado. O estilo foi instaurado com Regarde les hommes tomber, confirmado com Um Herói Muito Discreto e refinado com o presente Nos Meus Lábios. (...) Emmanuelle Devos transpira sensualidade, Vincent Cassel é irresistível e a história supera a imagem.” Christophe Carrière, in Première “É assim que um cineasta como Jacques Audiard (para além de raro, confirma que é singular) reinventa a história do par. É uma reinvenção táctil, porque a descoberta que aqui fazem os corpos é um jogo cinematográfico amoroso, é uma experiência de labor sensual e artesanal: da fisicalidade dos actores e personagens.” Luís Miguel Oliveira, in Público António Cabrita, in Expresso 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 77 JACQUES AUDIARD JACQUES AUDIARD LISBOA Espaço Nimas • 11 OUT 21h30 COM: Mathieu Kassovitz, Anouk Grinberg, Sandrine Kiberlain, Albert Dupontel, Nadia Barentin ARGUMENTO: Alain Le Henry, Jacques Audiard segundo a obra original de Jean-François Deniau FOTOGRAFIA: Jean-Marc Fabre SOM: Jean-Pierre Duret MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Juliette Welfling PRODUÇÃO: Alicéleo, Initial Productions, M6 Films, Lumière International, France 3 Cinéma ORIGEM: França DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 11/09/1998 COM: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif, Reda Kateb, Hichem Yacoubi, Jean-Philippe Ricci, Gilles Cohen, Antoine Basler, Leïla Bekhti ARGUMENTO: Thomas Bidegain, Jacques Audiard segundo a obra original de Abdel Raouf Dafri e Nicolas Peufaillit FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine SOM: Brigitte Taillandier, Francis Wargnier, Jean-Paul Hurier, Marc Doisne MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat MONTAGEM: Juliette Welfling PRODUÇÃO: Why Not Productions, Chic Films, Page 114, France 2 Cinéma, UGC Images, Bim Distribuzione, Celluloid Dreams ORIGEM: França DISTRIBUIDOR EM PORTUGAL: Atalanta Filmes ESTREIA EM PORTUGAL: 31/12/2009 Presença em festivais Festival de Cinema de Cannes (1996) – Prémio Melhor Argumento Festival de Filmes do Mundo de Montreal (1996) Presença em festivais Prémios César (2010) – Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Actriz Revelação, Melhor Actor Secundário, Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Cenário, Melhor Fotografia e Melhor Montagem Prémios BAFTA (2010) – Melhor Filme Estrangeiro Prémios Louis-Delluc (2009) – Melhor Filme Francês Festival de Cannes (2009) – Grande Prémio Estoril Film Festival (2009) UN HÉROS TRÈS DISCRET Um Herói Muito Discreto UN PROPHÈTE Um Profeta de Jacques Audiard | 1995 | Drama | 1h45 de Jacques Audiard | 2008 | Drama | 2h34 Aproximando-se o fim da segunda Guerra Mundial, Albert, jovem oriundo de uma família que colaborou com um ocupante nazi, parte para Paris e reinventa a sua história pessoal. Todos parecem acreditar que ele foi um heróico resistente à ocupação, digno de admiração e respeito, mas só o tempo o poderá desmascarar... Condenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena não sabe ler nem escrever. Ao chegar à prisão, completamente só, com um aspecto mais jovem e frágil que os outros reclusos, é encurralado pelo líder do gang corso, que domina a prisão, e lhe dá uma série de «missões» para levar a cabo. Mas Malik é corajoso e perspicaz, ousando levar a cabo, secretamente, os seus próprios planos. o realizador o realizador (vide pág. 74) Nota de intenções do realizador “Para mim, é um romance de aprendizagem, a história de um miúdo que passa à idade adulta. Alguém que não teve uma vida comum e que tenta construir uma de forma acelerada. Tem que inventar tudo, trabalhando e aprendendo e é por isso que é admirado: ele é um trabalhador. Não tem muita inteligência, não tem muita coragem, nem sentido moral mas, finalmente, e de uma forma algo retorcida, ele vai adquirir um pouco de tudo isto.” Sobre o filme “Através das aventuras de um usurpador medíocre, Jacques Audiard metaforiza o mito gaulista da França resistente. Representação mental do imediato pós-guerra, Um Herói Muito Discreto dá conta das ambiguidades dessa época.” “Neste filme onde a «reconstituição histórica» é deliberadamente minimalista, Jacques Audiard não denuncia nada nem ninguém. Ele contenta-se em apagar, como se nada fosse, o que resta das mitologias truncadas sobre essa altura. (…) Sob a aparência de um «pequeno filme» esconde-se muita impertinência. E nos antípodas das reconstituições que pretendem contar a verdade, Audiard empurra o seu improvável herói para a mais total verosimilhança.” Jean-Claude Loiseau, in Télérama LISBOA Espaço Nimas • 12 OUT 21h30 (vide pág. 74) “Esta mistura de classicismo e de extravagância era, desde há muito tempo, a marca dos filmes de Audiard. Aqui, a sua mestria seduz e subjuga.” Nota de intenções do realizador Pierre Murat, in Télérama “Nós pretendíamos construir heróis a partir de figuras que não conhecemos, que não têm representação iconográfica no mundo do cinema, como os árabes, por exemplo. Ora, nós queríamos fazer um verdadeiro filme de género, um pouco à maneira dos westerns que mostraram caras que não eram conhecidas e que as transformaram em heróis.” Sobre o filme “Filme de prisão, filme de máfia, filme sobre a paisagem social francesa contemporânea, mas, antes disto, um filme sobre a aprendizagem. (…) Se Audiard quis acabar em ambiguidade, acabou em beleza.” Luís Miguel Oliveira, in Público Samuel Blumenfeld, in Les Inrockuptibles 78 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 79 JACQUES AUDIARD JACQUES AUDIARD LISBOA Espaço Nimas • 14 OUT 16h00 JACQUES AUDIARD 80 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 81 um Grande Clássico cópia restaurada 82 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 83 UM GRANDE CLÁSSICO Cópia Restaurada Restaurar um filme é colocar uma obra ao abrigo dos estragos do tempo, mas é, também, voltar a dar-lhe vida e partilhá-la com o mais vasto público possível. R Com a combinação de operações fotoquímicas e digitais, tudo isto se torna possível… na condição de se saber parar a tempo, de forma a não alterar a obra original. E pensar sempre nesta dupla finalidade: restaurar e preservar os elementos originais no seu formato inicial, isto é, a película, a fim de lhes assegurar a melhor conservação possível num local adaptado, mas também restaurar para mostrar o filme ao maior número de pessoas. É por todas essas razões que um restauro é, necessariamente, o fruto de um trabalho colectivo, que permite pôr em marcha um projecto colossal, assumindo sempre as dúvidas e as interrogações, que também dão sabor a esta experiência. Foi nesse espírito que, desde há quatro anos, a Fondation Groupama Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma, as duas únicas fundações em França que agem no domínio Séverine Wemaere Delegada Geral da Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma do cinema, decidiram associar-se e levar juntas a cabo projectos de restauro do património mundial do cinema. Depois de Tati, Etaix e Méliès, em 2012, as duas fundações restauraram três filmes: Documenteur (1980), filme de Agnès Varda; Lola (1960), primeira longa-metragem de Jacques Demy; e Tell Me Lies (1968), um filme inédito de Peter Brook sobre a guerra do Vietname. É o filme Lola que será apresentado no âmbito da Festa do Cinema Francês de 2012, e nós temos prazer em, mais uma vez, partilhar com o público português os tesouros que tivemos a cargo. Estes três restauros, levados a cabo em 2012, ilustram bem o tipo de trabalho que nós desenvolvemos para salvaguardar o património cinematográfico mundial, com base numa declaração de qualidade comum. Nós impomo-nos obrigações que cobrem todas as fases que ter um filme a cargo comporta, tanto no restauro do filme, como na sua difusão. Uma vez terminado o restauro, tem que de ser feito todo o trabalho de programação e de promoção dos filmes, e o que este faz parte integrante da nossa missão, tal como a concebemos. Para cada filme inventamos uma abordagem diferente, a fim de aproximar o mais vasto público possível e de o convidar a descobrir uma obra. Temos todo o prazer em ver a Festa do Cinema Francês prosseguir com entusiasmo a secção dedicada aos filmes de património, criada no ano passado, e com a qual ficamos felizes e honrados de contribuir. Lola GUIMARÃES São Mamede • 4 NOV 21h45 Lola, bailarina de cabaret, cria um rapaz cujo pai, Michel, se foi embora, já há sete anos. Ela espera-o, ela canta, dança e, eventualmente, ama os marinheiros que passam. Roland Cassard, amigo de infância reencontrado por acaso, fica muito apaixonado por ela. Mas ela ainda espera por Michel… Jacques Demy | 1961 | França | Ficção | 1h25 35 mm | Preto e branco | Som mono | Scope com: Anouk Aimée (Lola), Marc Michel (Roland), Alan Scott (Frankie), Jacques Harden (Michel), Elina Labourdette (Mme Desnoyers) produção: Georges de Beauregard e Carlo Ponti (1961) para Rome-Paris Films argumento: Jacques Demy | fotografia: Raoul Coutard | música: Michel Legrand montagem: Anne-Marie Cotret | cenários e guarda-roupa: Bernard Evein Lola é a primeira longa-metragem de Jacques Demy, rodada em Nantes, durante o Verão de 1960. Voltamos a encontrar a personagem de Lola em Los Angeles, em Model Shop, filme realizado em 1969. Tendo o negativo original de Lola sido destruído num incêndio, um novo internegativo foi feito no ano 2000 com a ajuda dos Arquivos Franceses de Cinema, a partir de uma cópia encontrada no Instituto Britânico de Cinema. O fabrico deste novo internegativo foi supervisionado por Agnès Varda, com o apoio de Raoul Coutard, operador de câmara chefe em Lola. Em Gilles Duval Delegado Geral da Fondation Groupama Gan pour le Cinéma 2012, um restauro completo foi lançado por Ciné Tamaris, Fondation Groupama Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma. O filme pôde ainda beneficiar de um restauro digital de imagem, e de som, que lhe devolve todo o esplendor original. «Feitas as contas ao estado de deterioramento do filme, pareceu-nos indispensável que as nossas fundações lançassem um programa de restauro completo Restaurado em 2012 por Ciné-Tamaris, Fondation Groupama Gan pour le Cinéma e Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma. desta obra, graças às tecnologias digitais de hoje em dia, e com a exigência de um regresso ao suporte película, o único que pode garantir a conservação duradoura dos elementos restaurados», declaram Gilles Duval, administrador-delegado da Fondation Groupama Gan e Séverine Wemaere, administradora-delegada da Fondation Technicolor. «Desta forma, Lola dispõe de elementos de difusão digital de alta definição, mas também de suportes prateados restaurados que, conservados no seio de um arquivo, são a garantia da perenidade do nosso trabalho.» 84 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 85 O grande clássico O grande clássico estaurar um filme é um acto singular que consiste em voltar a dar vida a uma obra importante, conhecida ou esquecida, sem, no entanto, trair a vontade do autor. O exercício é difícil e apaixonante, sendo, antes de tudo, uma lição de humildade. Ele impõe que nos imiscuamos com delicadeza na vida e no trabalho do autor, para tentarmos compreender as suas intenções e dúvidas, as suas dificuldades e alegrias. Folhear os diários de rodagem, as suas notas, a sua correspondência, as suas fotografias… É todo um percurso para compreender o filme, antes e durante o restauro: identificar bem a montagem original, retomar a iluminação ou o grão utilizados à época, redescobrir o som ou, ainda, localizar algumas imperfeições. O UNIVERSO da ANIMAÇÃO grandes clássicos para miúdos e graúdos 88 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 89 Ciclo Jean-françois O Universo da Animação Para miúdos e graúdos Aventura, poesia, emoção, diversão e muitas histórias para contar depois. Sete filmes, sete histórias fabulosas, um universo animado maravilhoso, inteligente e pleno de aventura, emoção e poesia. Filmes em antestreia para pequenos e grandes e três verdadeiras pérolas de Jean-François Laguionie, com uma carta branca ao realizador. Premiado com a palma de ouro no festival de Cannes em 1978, Jean-François Laguionie, apresenta no seu percurso enquanto realizador, um trabalho minucioso e delicado, utilizando, por vezes, a técnica do papel recortado e animado directamente sob a câmara, o que faz com o que seu traço, suave e expressivo, seja tão característico do autor. O encontro de Laguionie com Paul Grimault terá sido especial e determinante para o decorrer dos seu trabalho. Foi no atelier de Grimault que Jean-François Laguionie realizou as suas 3 primeiras curtas-metragens. Em 1979, fundou o seu próprio estúdio, La Fabrique, com uma pequena equipa de autores realizadores de curtas de renome, para embarcar na grande aventura de uma primeira longa-metragem 90 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Gwen, et le livre de sable... Afastou-se da realização durante uns tempos mas regressou com mais duas longas: Le Château des Singes, primeiro filme para crianças, em 1999, e L’île de Black Mor em 2004. Este ano, apresenta Le Tableau, que, através de uma multiplicidade de cores e uma maravilhosa diversidade de cenários, evoca o racismo e as desigualdades sociais, através das várias personagens de uma pintura, que evolui do esquiço ao quadro final. Mas há mais! Vamos poder deliciar-nos com a doçura de Zarafa, a incrível história da primeira girafa a pisar solo francês, entrar no mundo de Laurent e Jung, com Couleur de Peau: Miel, num retrato autobiográfico cheio de emoção, humor e poesia, e, ainda, viajar pelo fantástico país do Pai Natal, com L’Apprenti Père Noel! C omecei o meu trabalho como realizador de filmes de animação quando era muito novo, na altura em que estava a acabar o curso de desenho e cenografia teatral. Nessa altura conheci Paul Grimault, com quem trabalhei uma dezena de anos, e que me iria ajudar a criar as minhas primeiras curtas-metragens. A influência desse enorme artista foi determinante. Julgo que se tratava mais de poesia e de humanismo, do que de técnica… Por esses anos (1960/1980), o cinema de animação francês (Colombat, Laloux, Kamler...) tinha encontrado a sua forma de expressão artística, colocando-se resolutamente afastado do cinema americano. Nós estávamos mais próximos do cinema da Europa central, onde o conto satírico e a poesia da imagem eram, e continuam a ser, essenciais. Os filmes de animação podiam, finalmente, dirigir-se tanto a adultos quanto a crianças e, embora Walt Disney continuasse a ser tão popular, La Planète sauvage de René Laloux e Roland Topor con- seguiu ser premiado no festival de Cannes. Hoje em dia, a animação continua a ser um meio de expressão de uma riqueza incomparável. Passámos a dominar as técnicas digitais, pude recentemente utilizá-las sem ter medo de ver as imagens a perderem a alma, e tendo eu passado ao formato da longa-metragem em 1984, mantive-me um artesão. O estúdio La Fabrique permitiu-me conservar este método de trabalho. Desta forma, o filme é criação de toda uma equipa. Uma espécie de pequeno navio destinado a encontrar os espectadores, crianças ou adultos, onde quer que eles estejam e, se a emoção do filme for sincera, a tocá-los da mesma forma, seja qual for a sua cultura. Uma linguagem universal, uma verdadeira forma de partilha… Jean-François Laguionie 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 91 O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO LAGUIONIE VOZES DE: Jessica Monceau, Adrien Larmande, Thierry Jahn, Julien Bouanich, Céline Ronte ARGUMENTO: Anik Le Ray MÚSICA ORIGINAL: Pascal Le Pennec MONTAGEM: Emmanuel de Miranda PRODUÇÃO: Blue Spirit Animation, Be-FILMS, France 3 Cinéma, RTBF, Blue Spirit Studio, Sinematik, Rezo Productions, uFilm ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Gebeka Films ESTREIA EM FRANÇA: 23/11/2011 VOZES DE: Taric Mehani, Agathe Schumacher, Jean-Paul Roussillon, Jean-François Derec, Yanecko Romba, Michel Robin, Frédéric Cerdal ARGUMENTO: Jean-François Laguionie, Anik Le Ray MÚSICA ORIGINAL: Christophe Héral MONTAGEM: Pascal Pachard PRODUÇÃO: Les Films du Triangle, La Fabrique Production, Celluloid Dreams ORIGEM: França DISTRIBUIÇÃO: Gebeka Films ESTREIA EM FRANÇA: 11/02/2004 Presença em festivais Festival de Cinema de Animação de Annecy (2012) Festival de Cinema de Cabourg (2012) Festival de Cinema de Transilvania (2012) Festival de Cinema de Seattle (2012) Festival de Cinema de Istambul (2012) Presença em festivais Festival de Cinema de Xangai (2004) Cannes – Mercado do Filme (2004) LISBOA São Jorge Sala 3 • 13 OUT 15h00 PORTO Rivoli Teatro • 23 OUT 14h30 COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 15h30 LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 10h30 LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 15h00 FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 15h00 PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 10h00 PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 15h30 COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 10h30 GUIMARÃES São Mamede • 6 NOV 14h30 ciclo lE TABLEAU ciclo L’île de black noir de Jean-François Laguionie | 2003 | Animação | 1h25 | M/6 | versão original legendada em português Jean-François Laguionie 2/3 Um pintor deixa um quadro por acabar, mas a sua criação ganha vida própria. Nos domínios do castelo, vivem três categorias de figuras: os “todo-pintados”, os “inacabados” e os “esquissos”. Os primeiros julgam-se superiores, expulsam as outras personagens e escravizam os esquissos. Um jovem todo-pintado, que namora uma inacabada, e defende a abolição das diferenças, resolve partir com um amigo de cada categoria em busca do pintor. De quadro em quadro, o pequeno grupo parte para uma grande aventura... Em 1803, um rapaz de 15 anos foge do orfanato. Embora desconheça o seu verdadeiro nome, é tratado por Kid e tem como única riqueza um mapa da ilha do tesouro, retirado do livro do célebre pirata, Black Mor. Com outros dois rapazes, parte para o outro lado do Oceano Atlântico, num barco roubado ao cabo-de-mar, em busca da sua ilha do tesouro. Mas nem tudo se passa como nos livros de piratas... O REALIZADOR O REALIZADOR Veterano do cinema de animação francês, Jean-François Laguionie realizou as primeiras curtas-metragens na segunda metade dos anos 60. Em 1978, recebeu a Palma de Ouro para curtas-metragens do Festival de Cannes, com La Traversée de Atlantique à la rame. Por essa altura, fundou a produtora La Fabrique e começou a adaptar ao cinema os romances que ele próprio escreveu. As suas longas-metragens, muito espaçadas no tempo, resultam de um trabalho de paciência e dedicação: Gwen, le livre de sable (1985), Le Château des singes (1999) e L’Ile de Black Mor (2003). Com Le Tableau, de 2011, Laguionie apresenta uma nova aposta: a animação de pinturas a óleo num filme com uma mensagem anti-racista e contra as desigualdades sociais. Nota de intenções do realizador “As aventuras de um pintor com a sua criação são um tema simultaneamente demasiado maravilhoso e demasiado profundo para podermos brincar a misturar imagens por simples prazer. A minha principal intenção é tornar esta incrível aventura em algo perfeitamente credível num 92 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 filme para todas as idades.” Sobre o filme “Utilizando as telas como terreno de aventuras, Le Tableau convida os mais novos a ir além da pura e simples representação. Só por isso, a descoberta desta maravilha revela-se indispensável.” Philippe Jambet, in Première “O cineasta retoma e amplifica, aqui, a denúncia do racismo e das desigualdades sociais. Quanto à busca do esquivo e misterioso pintor, ela prende o espectador num vertiginoso quadro dentro do próprio quadro.” Vide pág. 90 - Filme “Le Tableau” “L’Ile de Black Mor prova que a aventura não é necessariamente ofegante, que ela pode embarcar os espectadores sem recorrer à brutalidade dos engajadores nos portos, preferindo antes as armas da fantasia.” Nota de intenções do realizador Thomas Sotinel, in Monde “A história foi inicialmente escrita sob a forma de romance, colocando nela todos os sonhos de aventuras marítimas que me perseguiam desde os 13 anos, e que não me abandonaram. Esses sonhos referiam-se, sobretudo, a Conrad ou a Stevenson (em particular a David Balfour, que era a minha personagem preferida). O périplo deste miúdo pelos mares, e as suas aventuras, colocam-no, a cada momento, face a verdadeiros problemas de adolescentes, íntimos e secretos.” Cécile Mury, in Télérama Sobre o filme “A história de Jean-François Laguionie é antes de tudo uma fantasia, um delírio marítimo. (…)Tudo aqui é bonito e carinhoso: os céus que se movem, o balanço dos juncos no areal, o sopro do vento nas velas do «Fortuna»...” Isabelle Fajardo, in Télérama 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 93 O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO de Jean-François Laguionie | 2011 | Animação | 1h16 | M/6 | versão original legendada em português Jean-François Laguionie 1/3 VOZES de: Michel Robin, Lorella Di Cicco, Armand Babel, Raymond Jourdan, Saïd Amadis, Bertrand Bautheac, Jacques Bouvier ARGUMENTO: Jean-Paul Gaspari, Jean-François Laguionie SOM: Henri Gruel, Serge Guillemin MÚSICA ORIGINAL: Pierre Alrand MONTAGEM: Hélène Arnal PRODUÇÃO: Les Films de la Demoiselle, Les Films A2 ORIGEM: França VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont ESTREIA EM FRANÇA: 06/02/1985 VOZES DE: Jennifer Drake, Eric Baugin, Sylvie Lenoir, Jean Topart ARGUMENTO: René Laloux, Roland Topor, segundo obra original de Stefan Wul FOTOGRAFIA: Lubomir Rejthar, Boris Baromykin SOM: Jean Guérin, Robert Pouret MÚSICA ORIGINAL: Alain Goraguer MONTAGEM: Hélène Arnal, Marta Látalová PRODUÇÃO: O.R.T.F., Argos Films, Ceskoslovens Filmexport, Films Armorial ORIGEM: França, Checoslováquia VENDAS INTERNACIONAIS: Roissy Films ESTREIA EM FRANÇA: 06/12/1973 Presença em festivais Festival de Cinema de Animação de Annecy (1985) – Prémio da Crítica Festival de Cinema de Los Angeles (1985) – Prémio de Longa-Metragem Presença em festivais Festival de Cannes (1973) – Prémio Especial LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 17h00 ALMADA Fórum R. Correia • 14 OUT 16h00 PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 14h30 COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 10h30 LISBOA São Jorge Sala 3 • 7 OUT 11h30 ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 16h00 PORTO Rivoli Teatro • 23 OUT 10h00 COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 10h30 ciclo gwen et le livre de sable la planète sauvage O Planeta Selvagem carta branca a Jean-François Laguionie de René Laloux | 1973 | Animação | 1h20 | M/8 | versão original legendada em português Após um acidente nuclear, o mundo fica coberto de dunas de areia. Uma tribo de sobreviventes, comandada pela anciã Roseline, vive num deserto, refugiando-se no fundo de um poço. Volta e meia, surgem objectos gigantescos que um ser misterioso, o “Makou”, despeja pelas redondezas, como malas, relógios ou telefones. A tribo acolhe uma rapariga, Gwen, que se torna amiga do filho de Roseline. De repente, este desaparece e Gwen parte com Roseline à procura dele… O planeta Vgam é habitado pelo povo Draag, seres humanóides com doze metros de altura que vivem numa sociedade altamente desenvolvida, repartindo o seu tempo entre o lazer e a meditação. Os Draags adoptaram uns seres minúsculos, os Oms, que podem ter como animaizinhos de estimação. Os problemas começam quando Tiwa, filha de um chefe Draag, adopta um pequeno Om, a que vai chamar Terr, e resolve começar a fazer os trabalhos de casa com ele… O REALIZADOR O REALIZADOR Sobre o filme René Laloux (1929-2004) foi desenhador, pintor, marionetista e escritor. Realizador autodidacta, Laloux revolucionou o cinema de animação francês apresentando, em 1972, a primeira longa-metragem para um público não infantil, o futurista e visionário La Planète sauvage. Antes tinha realizado as curtas Les Escargots e Les Temps morts (1964/65). Sempre no mundo do cinema fantástico, Laloux realizou, ainda, Les Maîtres du temps (1982) e Gandahar (1986). O seu último filme foi a curta Comment Wang Fo fut sauvè (1987). “Ao vermos La Planète sauvage, esquecemos todas as técnicas e mergulhamos num verdadeiro universo lírico onde tudo tem o seu movimento próprio, o seu estilo autónomo, a sua maravilhosa fantasia.” Vide pág. 90 - Filme “Le Tableau” Nota de intenções do realizador “Para pôr de pé Gwen et le livre de sable, a minha primeira longa-metragem, começámos por ser seis a trabalhar e eu tive logo a impressão de estar a mudar de ofício, de passar dos desenhos animados para o cinema, que é uma verdadeira criação colectiva.” Sobre o filme “Um filme de animação subtil e insólito com esplêndidos desenhos pintados a guache.” in Première “Em Gwen, há que saudar a extrema beleza plástica, o excelente trabalho de animação, o talento de Jean-François Laguionie em fazer surgir, aos nossos olhos, um universo com um imaginário muito forte.” “Laguionie sempre recusou a facilidade das graçolas infantis e dos lugares-comuns caricaturais aos quais os desenhos animados, por via da sua estilização, se prestam tão facilmente. O tom de Gwen é sério, nessa espécie de passeio expressionista e surrealista que prolonga o que o seu autor disse anteriormente, com talento e convicção, sobre a dificuldade de amar e de viver.” Jean d’Yvoire, in Jeune Cinéma Jacques Doniol-Valcroze, in L’Express “O que tem de admirável, além da música e da realização perfeita de René Laloux, é o génio de Topor, cujos desenhos revelam uma imaginação e uma capacidade de invenção extraordinárias.” Michel Duran, in Le Canard Enchaîné Nota de intenções do realizador “Stefan Wul é um dos raros autores de ficção-científica que permite uma forma de adaptação em desenhos animados, ele tem ideias dramatúrgicas muito bonitas e um universo passível de ser expresso graficamente.” in Cahiers du Cinéma 94 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 95 O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO de Jean-François Laguionie | 1984 | Animação | 1h10 | M/10 | versão original legendada em português Jean-François Laguionie 3/3 ARGUMENTO: Laurent Boileau, Jung Henin FOTOGRAFIA: Rémon Fromont SOM: Dan Van Bever MONTAGEM: Ewin Ryckaert MÚSICA ORIGINAL: Siegfried Canto PRODUÇÃO: Mosaïque Films, France 3 Cinéma, Artémis Productions, RTBF - Radio Télévision Belge de la Communauté Française, Panda Media, Nadasdy Film, Belgacom, RTS-Radio Télévision Suisse ORIGEM: França, Bélgica VENDAS INTERNACIONAIS: Wide Management ESTREIA EM FRANÇA: 06/06/2012 VOZES de: Line Renaud, Julie Gayet, Isabelle Mergault, Jean Pierre Marielle, Lorànt Deutsch, Bruno Salomone, Pierre François Martin-Laval, Didier Brice ARGUMENTO: Alexandre Révérend MÚSICA ORIGINAL: Nerida Tyson-Chew MONTAGEM: Céline Kélépikis PRODUÇÃO: Gaumont, Avrill Stark Entertainment ORIGEM: França, Austrália VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont ESTREIA EM FRANÇA: 24/11/2010 Presença em festivais Festival de Cinema de Animação de Annecy (2011) Presença em festivais Festival de Cinema de Bruxelas (2012) Festival de Animação de Annecy (2012) LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 10h30 LISBOA São Jorge Sala 3 • 14 OUT 11h30 FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 15h00 PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 10h00 PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 15h30 COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 10h30 GUIMARÃES São Mamede • 6 NOV 14h30 Couleur de peau: Miel l’APPRENTI PÈRE NoËL de Laurent Boileau, Jung Henin | 2012 | Documentário, Animação | 1h15 | M/6 | versão original legendada em português de Luc Vinciguerra | 2010 | Animação | 1h20 | M/4 | versão original legendada em português Após a guerra da Coreia, cerca de 200 mil crianças coreanas foram enviadas para diferentes países do mundo. Jung foi acolhido por uma família belga, em 1971. Numa mistura de imagens de animação e documentário, Jung adapta uma banda desenhada da sua autoria onde conta, com humor e emoção, momentos chave da sua vida: o orfanato na Coreia, a chegada à Bélgica, a vida familiar... O Pai Natal não se quer reformar mas o regulamento é muito claro: ele vai ter de escolher um aprendiz e prepará-lo durante 15 anos para assumir essas nobres funções. O escolhido terá de se chamar Nicolas, ser órfão e ter um coração puro. Na Austrália, vive um menino que corresponde a estes critérios... No entanto, sofre de vertigens e tem uma enorme falta de confiança. Irá o Pai Natal aceitar a ideia de ser substituído e ajudar o seu aprendiz? oS realizadores o realizador Sobre o filme L’Apprenti Père Noël é a primeira longa-metragem de Luc Vinciguerra, mas a sua carreira de realizador não começou aqui: ele foi responsável pela série televisiva com o mesmo nome e, também, realizou a série de animação Zombie Hôtel (2006), premiada em diversos festivais, como o de Annecy. Anteriormente, tinha sido co-realizador de vários programas de animação para televisão e argumentista da série Martin Matin, também transmitida em Portugal. “Uma animação que reiventa a lenda do Pai Natal.” Ao crescer na Bégica, Jung Henin estudou Latim e Matemática e, mais tarde, Ilustração, e, em 1987, começa a desenhar para as revistas Spirou e Tintin. Em 1991, edita o seu primeiro livro, em quatro tomos, «Yasuda», a que se seguem várias outras bandas-desenhadas de tom oriental. «Couleur de Peau: Miel», editado em 2007, é o primeiro álbum de uma nova trilogia. Laurent Boileau trabalhou durante vários anos como operador de câmara em documentários para televisão e, em 1999, estreia-se na realização com a série L’éducation en Questions, seguida, em 2003, por Un Collège Pas Comme les Autres. Posteriormente, realiza vários documentários sobre o mundo da Banda-Desenhada, entre os quais Les Artisans de L’imaginaire (2004). O filme Couleur de Peau: Miel junta assim a paixão de ambos pela BD e pelo cinema de animação. Nota de intenções do realizador “Enquanto grande leitor de bandas-desenhadas e de romaces gráficos, eu só conhecia os trabalhos de Jung com um pendor asiático. Em 2007, 96 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 fui seduzido por «Couleur de Peau: Miel». Com um olhar distanciado e um tom muitas vezes irónico, Jung relê aí a sua própria vida e interroga-se sobre o seu passado, as suas raízes e o seu estatuto como adoptado. A adopção remete para diversas noções complexas: identidade, desenraizamento, família, ausência, abandono, destino, diferença.” Sobre o filme “Uma história rica em emoção, em humor e em poesia que dirige tanto aos mais pequenos, como aos mais velhos.“ Christophe Narbonne, in Première “O desenho, mistura harmoniosa de 2D e de 3D, iluminado por cores quentes, convém perfeitamente à textura de recordação e de sonho.” Cécile Mury, in Télérama “Uma autobiografia pungente e além disso audaciosa, que dá cor a imagens de arquivo e de documentários.” in Studio CinéLive “Por detrás da aventura, encontra-se uma bonita mensagem sobre a transmissão de valores e a vontade de fazer o bem.” Corinne Renou-Nativel, in La Croix Nota de intenções do realizador “Mesmo sendo um filme que se destina prioritariamente às crianças, a história também aborda temas que podem fazer sentido aos mais velhos. Trata-se da relação pais/filhos, avós/netos. À volta da aventura desta criança, que procura o seu lugar no mundo e que parte em busca de um destino, também se fala de um Pai Natal que é um homem à beira da reforma, e que tem medo disso. Todas as personagens têm dúvidas, todas têm que fazer escolhas e as suas trajectórias desenham a intriga.” in Studio CinéLive 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 97 O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 17h00 LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 10h30 VOZES DE: Simon Abkarian, Thierry Frémont, FrançoisXavier Demaison, Ronit Elkabetz, Déborah François, Fellag, Vernon Dobtcheff, Roger Dumas ARGUMENTO: Rémi Bezançon, Alexandre Abela, com Jean-François Halin e Vanessa Portal SOM: Bruno Seznec MÚSICA ORIGINAL: Laurent Perez Del Mar MONTAGEM: Sophie Reine PRODUÇÃO: Prima Linea Productions, Pathé Films, France 3 Cinéma, Chaocorp, Scope Pictures ORIGEM: França, Bélgica DISTRIBUICÃO: Lusomundo ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear Presença em festivais Festival de Cinema de Animação de Annecy (2012) Festival de Cinema de Berlim, Berlinale (2012) City of Lights, City of Angels, Los Angeles (2012) LISBOA São Jorge Sala 3 • 6 OUT 11h30 ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 15h00 FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 15h00 PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 15h30 COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 10h30 GUIMARÃES São Mamede • 8 NOV 14h30 ZARAFA O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie | 2012 | Animação | 1h18 | M/6 | versão original legendada em português Um ancião africano conta às crianças que o rodeiam uma antiga história. Livremente inspirado na verdadeira história da girafa oferecida pelo Paxá do Egipto ao Rei de França em 1827, o filme conta a odisseia de Zarafa, uma girafa capturada, e as tentativas de um menino de dez anos, Maki, para levar Zarafa de volta ao Sudão. Os REALIZADORes Nota de intenções dos realizadores Jean-Christophe Lie foi assistente de animação nos estúdios Walt Disney de Montreuil, nos anos 90, e participou em filmes como O corcunda de Notre-Dame, Hercule ou Tarzan. Em 2003 colaborou no grande sucesso que foi Belleville Rendez-Vous, assim como em Kirikou et les bêtes sauvages, entre outros filmes. Em 2011 apresentou a sua primeira curta-metragem, L´Homme à la gordini, que foi premiada em Annecy. A odisseia de Zarafa é a sua estreia na longa-metragem. Tendo começado por escrever o argumento de Vendues, um filme de 2004 sobre o destino de sete mulheres da Europa de Leste, Rémi Bezançon passou à realização em 2005 apresentando Vie En L’Air. Três anos mais tarde, seguiu-se Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie, a crónica de momentos muito diferentes da vida de uma mesma família. Regressa em 2010 com Un Heureux événement, filme também apresentado nesta edição da Festa do Cinema Francês. Com Zarafa ganha um enorme sucesso ao apostar no cinema de animação. “Fiquei logo apaixonado. Vi ali uma espécie de road-movie gráfico. A travessia do deserto fez-me pensar em Lawrence da Arábia. Todas as imagens surgiram com clareza. Depois de me ter encontrado com Rémi, fiquei tranquilizado pela sua experiência como realizador. E ainda para mais o projecto era original.” 98 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Sobre o filme “Os realizadores enriquecem a sua obra ao trabalharem o ritmo da trama, a finura do traço, o calor das cores e o humor saboroso. Não há nenhuma necessidade de óculos especiais para apreciar o seu charme.” in Ouest France 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 99 PROGRAMA PARALELO 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 101 RTP2 | SESSÕES DUPLAS Todo o mês de Outubro, na RTP2, vai ser dedicado ao Cinema francês. Outubro é o mês da Festa do Cinema Francês e a RTP2 propõe, em cada uma das Sessões Duplas, alguns dos realizadores mais emblemáticos da cinematografia francesa. SÁBADO, 6 de outubro, a partir das 22h40 SÁBADO, 20 de outubro, a partir das 22h40 > A fraternidade não mora aqui LE GAMIN AU VÉLO O MIÚDO DA BICICLETA MONSIEUR BATIGNOLE o senhor Batignol REALIZAÇÃO: Jean-Pierre e Luc Dardenne COM: Cécile de France, Thomas Doret, Fabrizio Rongione França | 2011 | 1h27 | Maiores de 12 REALIZAÇÃO: Gérard Jugnot COM: Gérard Jugnot, Jules Sitruk, Michèle Garcia França | 2001 | 1h40 | Maiores de 12 Cyril, de quase 12 anos, tem um único plano: encontrar o pai, que o deixou temporariamente num orfanato. Por acaso, conhece Samantha, uma cabeleireira que aceita acolhê-lo aos fins de semana. Paris, no ano de 1942, está ocupada pelo exército alemão. O senhor Batignole, um homem tímido, começa a trabalhar para o exército nazi graças à acção de Jean-Pierre, noivo da sua filha. Jean-Pierre tornou-se um colaboracionista pronto a denunciar judeus. Quando a família Bernstein é presa, a sua casa é cedida a Batignole. Este decide dar uma festa de agradecimento aos nazis. No decorrer da festa, o jovem Simon Bernstein, que havia escapado aos nazis, regressa para se juntar à sua família. O outro lado da guerra, o lado no qual os colaboracionistas se movem e ganham com o comportamento de ajuda ao invasor. BLUE AZUL Le Gamin au Vélo Monsieur Batignole REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski COM: Juliette Binoche, Benoît Régent, Florence Pernel França/Polónia/Suíça | 1993 | 1h40 | Maiores de 12 Julie perde o marido, um famoso compositor, e a filha de ambos num trágico acidente de carro. A partir desse momento, Julie vai tentar viver sem compromissos, tristezas, ou amor para nunca mais se “magoar”. Tenta uma espécie de suicídio espiritual, afastando-se da vida e do mundo que a rodeia, vivendo completamente independente, anónima e só numa cidade como Paris. Blue é o primeiro filme de uma trilogia do realizador Kieslowski sobre a sociedade contemporânea francesa e o seu mote: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O tema do filme, a liberdade, é manifestado por Julie, quando ela tenta viver uma nova vida, depois da morte do marido e da filha. ROUGE VERMELHO REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski COM: Iréne Jacob, Jean-Louis Trintignant, Frédérique Feder França/Polónia/Suíça | 1994 | 1h39 | Maiores de 12 - Filme de qualidade Blue Rouge SÁBADO, 13 de outubro, a partir das 22h40 > Maio de 68 e a igualdade Terceiro e último filme da trilogia de Kieslowski, sobre a história de Valentine, uma jovem modelo que vive em Genebra. Um dia, Valentine conhece um juiz reformado que espia a vida dos seus vizinhos através das chamadas telefónicas. Não o faz por dinheiro, mas sim para alimentar o seu cinismo. Vermelho é essencialmente uma história acerca do relacionamento entre pessoas, tendo como pano de fundo o desafio da fraternidade. REALIZAÇÃO: Bernardo Bertolucci COM: Michael Pitt, Eva Green, Louis Garrel França | 2003 | 1h55 | Maiores de 16 - Filme de qualidade SÁBADO, 27 de outubro, a partir das 22h40 > A fraternidade não mora aqui (cont.) Paris, Maio de 1968. Isabelle e o seu irmão Theo conhecem Matthew, um jovem estudante americano que está na cidade. Aproveitando a ausência dos pais, os dois jovens convidam o americano a ficar no apartamento deles. Aqui criam as suas próprias regras e experimentam a força das emoções e da sexualidade, alimentada, ainda mais, pela paixão comum pelo cinema. Ao mesmo tempo, a cidade de Paris vive um momento tumultuoso. Bernardo Bertolucci presta aqui uma homenagem à cidade de Paris, ao cinema francês (nomeadamente a Jules et Jim de François Truffaut) e ao espírito de Maio de 68. REALIZAÇÃO: Christophe Honoré COM: Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni, Ludvine Sagnier França | 2011 | 2h15 | Maiores de 16 LES BIEN-AIMÉES OS BEM-AMADOS Dreamers Les Bien-Aimées BLANC BRANCO UNE VIEILLE MAÎTRESSE A ÚLTIMA AMANTE REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski COM: Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Januzs Gajos, Jerzy Sthur França/Polónia/Suíça | 1993 | 1h31 | Maiores de 12 Segundo filme da trilogia do famoso realizador Kieslowski sobre a sociedade francesa actual, tendo agora como tema principal a igualdade, Branco conta a história de Karol, um imigrante polaco que casa com uma bela francesa, Dominique, e vai trabalhar para Paris como cabeleireiro. Karol ama a sua mulher com paixão, mas esta quer divorciar-se dele, alegando a sua inabilidade para consumar o casamento. Forçado a ir pedir para as ruas, e em riscos de voltar para a Polónia, Karol jura vingar-se. 102 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 De Paris, nos anos 60, até Londres, nos nossos dias: Madeleine e a filha Vera deambulam pelas suas vidas e pelas dos homens que amam. O amor pode ser luminoso e amargo, feliz e doloroso. Mas será capaz de resistir à passagem do tempo? REALIZAÇÃO: Catherine Breillat COM: Asia Argento, Fu’ad Ait Aattou, Roxane Mesquida França | 2007 | 1h54 | Maiores de 16 Na mundana Paris do século XIX, só se fala no casamento do jovem libertino Ryno de Marigny com a bela e pura Hermangarde, uma jovem aristocrata. Os dois amam-se, mas as más-línguas insinuam que Ryno não vai conseguir romper um antigo romance com a cortesã Vellin. Blanc Une Vieille Maîtresse 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 103 PROGRAMA PARALELO PROGRAMA PARALELO DREAMERS OS SONHADORES RTP2 | ONDA-CURTA Um programa de JOÃO GARÇÃO BORGES 7 de outubro Na terra… mais perto do céu…! [R] JEAN-LUC PERSÉCUTÉ JEAN-LUC PERSEGUIDO França | 2011 | 12 min. 30 seg. | REALIZAÇÃO: Julie Rembauville e Nicolas Bianco-Levrin França | 2010 | 45 min. | REALIZAÇÃO: Emmanuel Laborie | COM: Guillaume Delaunay, Alice Carel Jean-Luc vive na montanha. Ele ama Christine mas ela ama outro homem, que vive no bosque. Uma adaptação do romance de Charles-Ferdinand Ramuz, escrito em 1928. História de um ser humano simples, perseguido pelas vicissitudes do amor, pelas agruras da vida e pelo fatalismo que invade a alma e martiriza o corpo. Este filme, simultaneamente austero e exuberante, rodado nos Pirinéus sem qualquer diálogo e num estilo lírico puramente visual, mostra o seu percurso, as suas relações com a Natureza, os outros homens e finalmente a sua queda, de um modo directo e violento, como o pulsar de uma grande paixão. Na banda sonora, a música de Arvo Pärt. Num mundo dominado pela letra R, não é fácil falar ou pensar sem restrições. Os edifícios são em forma de R e a linguagem consiste apenas no uso de uma só letra. Nesta sociedade de pensamento único, uma criança que ouse imaginar outras letras encontra numerosas resistências. Um filme sobre a liberdade de expressão. LA PART DE FRANCK a parte de franck França | 2011 | 28 min. 50 seg. | REALIZAÇÃO: Dominique Baumard Jean-Luc Persecuté [R] 14 de outubro Harry Langdon & Frank Capra…! BABIOLES Dois homens procuram abrir um negócio para poder rolar, literalmente, sobre rodas. Para os devidos efeitos, Malik avança com dinheiro para a compra de uma carrinha, uma daquelas que serve de restaurante, neste caso, para vender pizzas. Entretanto, Franck consegue pagar a parte que devia ao sócio, mas em vez de fechar o assunto, antes pelo contrário, Malik começa a desconfiar sobre a natureza do dinheiro recebido. Em 2011, recebeu um dos Prémios RTP2 Onda-Curta no Circuito Off Venice, parte integrante da Biennale que organiza o Festival de Veneza. França/Holanda | 2012 | 5 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray Depois da exibição do episódio piloto, premiado pelo Onda-Curta, no Festival Tous Courts de Aix-en-Provence (França), foi aguardada com alguma expectativa a continuidade anunciada e materializada, agora, na série com o mesmo nome. Neste caso, a espera não foi em vão e aqui estão os primeiros cinco episódios de uma série de 13 que o Onda-Curta irá exibir ao longo das próximas semanas. No essencial, nestes episódios, sem diálogos mas com muitos sons, pensados para a família num sentido lato da palavra, voltamos ao encontro das pequeninas personagens que circulam nas nossas cidades, sem que os humanos notem a sua presença e essa aparente contradição despoleta alguns gags absolutamente geniais sobre o nosso quotidiano comum. É caso para dizer, cuidado…não estamos sós…! 28 de outubro Um génio entre gigantes! BABIOLES Babioles La Part de Franck LA MEILLEURE FAÇON DE TRACER A MELHOR MANEIRA DE TRACER França | 2010 | 11 min. 45 seg. | REALIZAÇÃO: L’Amicale du Réel Nesta curta moldada pela linguagem da reportagem, os protagonistas procuram literalmente a vertigem do movimento através dos mais improváveis circuitos urbanos para dar corpo ao seu modo de ser e estar, seja no bairro, na cidade ou no mundo, simultaneamente fechado e aberto, que os rodeia. Movimento, velocidade... para que vos quero...? 505g 04 de NOVEMbro Uma viagem muito especial! Restaurada... e a cores! 505g La Meilleure Façon de Tracer BABIOLES França/Holanda | 2012 | 5 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray Mais uma divertida e, por vezes, muito corrosiva incursão no pequeno mundo das criaturas que invadem as nossas vidas sem que demos por elas… a não ser aqui no Onda-Curta…! LE VOYAGE DANS LA LUNE VIAGEM À LUA Babioles The Extraordinary Voyage Elvis de Nazareth Le Voyage Dans la Lune França-Palestina | 2011 | 16 min. | REALIZAÇÃO: Rani Masalha Hamoudy, um menino sem eira nem beira habitante da cidade palestiniana de Nazareth, encontra um cantor amador, Khalil, um homem maduro mas completamente obcecado pela figura de Elvis Presley, ao ponto de afirmar que o seu Oud foi-lhe oferecido pelo próprio rei do Rock’Roll. Um dia, o rapaz rouba-lhe o instrumento e procura vendê-lo. Entretanto, descobre que o Oud não vale nada e que Khalil não passa de um mentiroso. Mas o mito Elvis Presley... será que vai desaparecer ou sobreviver...? Em 2012, recebeu no Festival de Cannes, o Prémio RTP2 Onda-Curta, atribuído em parceria com a Unifrance. 104 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 França | 2011 | 1h04 | REALIZAÇÃO: Serge Bromberg e Eric Lange Este documentário acompanha a fascinante viagem do clássico de Georges Méliès, Le Voyage Dans la Lune, através do século XX e o início do actual milénio. Desde os primórdios da sua produção, em 1902, passando por 1993, ano em que se deu a redescoberta de uma cópia desta obra num suporte de nitrato, colorida fotograma a fotograma, até ao momento da estreia da versão restaurada no Festival de Cannes, em 2011. Documentário com depoimentos, entre outros, de Costa Gavras, Michel Gondry, Martin Scorsese, Jean-Pierre Jeunet e, o recentemente oscarizado, Michel Hazanavicius. 21 de outubro ELVIS DE NAZARETH THE EXTRAORDINARY VOYAGE UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA França | 1902 | 16 min. | REALIZAÇÃO: Georges Méliès | versão colorida Uma das primeiras experiências de ficção científica com recurso a técnicas inovadoras para a época, como a sobreposição, a fusão e a exposição múltipla de imagens. Inspirado em livros de Jules Verne e de H. G. Wells, o filme conta a história de um pequeno grupo de cientistas que desembarca na Lua. Em 1993, foi descoberta em Barcelona uma cópia muito degradada. Na subsequente recuperação do material fílmico, mais do que um restauro imagem a imagem dos seus 13.375 fotogramas, foi realizada uma autêntica ressurreição deste conhecido e de certo modo desconhecido clássico da Sétima Arte. Martin Scorsese terá ficado encantado com o que viu e utilizou algumas imagens no seu filme, Hugo. Esta versão restaurada foi apresentada no Festival de Cannes de 2011 com uma banda sonora encomendada ao grupo francês Air. 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 105 PROGRAMA PARALELO PROGRAMA PARALELO França | 2012 | 9 min. 55 s. | REALIZAÇÃO: JérémyAzencott No decurso de um rotineiro negócio de compra e venda de cocaína, o cliente pouco a pouco procura estabelecer uma relação amorosa com a meia-irmã do dealer. Esta aparece em casa de forma inesperada, sem saber quais as atividades ilícitas que por ali se praticam. Em 2012, recebeu o décimo Prix Unifrance du Court-Métrage atribuído no Festival de Cannes, deliberação do Júri constituído por representantes do Canal+ (Polónia), Canal+ (Espanha), Be TV (Bélgica) e RTP2 Onda-Curta (Portugal). França/Holanda | 2012 | 3 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray CICLO VIVRE ENSEMBLE Ciclo de Cinema dedicado à discriminação Entrada gratuita em todas as sessões LES LIP, L’IMAGINATION AU POUVOIR! SAMIA DE: Christina Rouaud | 2007 | Documentário | 1h58 DE: Philippe Faucon | 2000 | Drama | 1h09 COM: Linda Benahouda, Mohamed Chaouch, Nadia El Koutei, Kheira Oualhaci A aventura começa a 17 de Abril de 1973, na fábrica de relógios LIP, em Palente, na periferia de Besançon. Outrora uma empresa próspera, a LIP encontrava-se, então, nas mãos de novos proprietários que apresentavam um plano de despedimentos dramático para os operários, como única saída para a empresa. A resistência organizada pelos trabalhadores deu origem a um movimento de luta incrível, que durou vários anos, mobilizou multidões em França e na Europa, multiplicou as acções ilegais sem ceder a tentação da violência, apoiando-se na democracia directa e numa imaginação incandescente! E a pratica da autogestão afirmou-se como alternativa, utilizando o mote: “É possível: nós produzimos, nós vendemos, nós pagamos.” 07 OUT 17h00 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 07 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 10 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 20 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal 08 NOV 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora Samia tem quinze anos e vive nos arredores de Marselha. De origem argelina, é a sexta, de uma família de oito crianças. Enquanto algumas das suas irmãs tentam vencer nos estudos, Samia continua com insucesso escolar e é orientada contra sua vontade, para uma aprendizagem técnica. Em casa, ela sufoca sobre o peso de uma moral feita de crenças e de proibições, que respeita, mas nas quais já não acredita... Les LIP, L’imagination au Pouvoir! Samia DE: Julie Lopes-Curval | 2005 | Comédia Dramática | 1h34 COM: Marion Cotillard, Julie Depardieu, Jonathan Zaccaii, Eric Berger Redactora de fotonovelas para a revista “Toi et Moi”, Ariane tende a transpor para elas a sua vida amorosa e a da irmã Lena. Mas a sua vida não é um romance: Ariane está presa a Farid, que não se interessa por ela e Lina está entediada com o namorado. DE: Lea Fehner | 2009 | Ficção | 2h00 COM: Farida Rahouadj, Reda Kateb, Pauline Etienne, Marc barbé, Vincent Rottiers WESH, WESH, QU’EST-CE QUI SE PASSE? DE: Rabeh Ameur Zaïmesche | 2001 | Drama | 1h23 COM: Rabah Ameur-Zaïmesche, Ahmed Hammoudi, Mambi Keita, Brahim Ameur-Zaïmeche Qu’un Seul Tienne et les Autres Suivront Toi et Moi QUAND TU DESCENDRAS DU CIEL DE: Eric Guirado | 2001 | Drama | 1h39 COM: Benoît Giros, Serge Riaboukine, Jean-François Gallotte, Anne Goesens, Valérie Moreau > Rua Visconde Valdemouro, 3860-389 Estarreja Tel.: 234 811 300 Évora - Auditório do Colégio Mateus de Aranda 07 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 08 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 11 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 11 OUT 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora 16 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal Festa do Cinema Francês 2012 06 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 10 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 12 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 17 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal 18 OUT 21h30 h> Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora Estarreja - Cine-Teatro de Estarreja > Rua do Raimundo, 7000-661 Évora Tel.: 266 760 260 Lisboa - Reitoria da Universidade de Lisboa > Alameda da Universidade, 1649-004 Lisboa Tel.: 217 967 624/210 113 400 Seixal - Fórum Cultural do Seixal > Quinta dos Franceses, 2840-499 Seixal Tel.: 915 635 090/210 976 103 Quand Tu Descendras du Ciel 106 | 13ª Após uma pena de prisão, Kamel está de regresso à «Cité des Bosquets», um bairro social de Seine-Saint-Denis. Ele tenta, com o apoio da família, reintegrar-se no mundo do trabalho. Mas torna-se testemunha impotente da ruptura social da «cité»... Fim de Novembro, Jérome, que mantém com dificuldade a exploração agrícola da família, deixa a sua mãe e o campo para procurar emprego na cidade. Acaba por encontrar um trabalho nos serviços técnicos da Câmara Municipal: ajuda Lucien, de 40 anos, empregado municipal, a colocar os efeitos luminosos para as festas de fim de ano. Mas, a Câmara Municipal vai, dentro em breve, aplicar resoluções contra a mendicidade e Jérôme descobre que La Chigole, um mendigo com quem travou amizade, vai ser atingido por elas. 04 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 10 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 14 OUT 17h00 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 18 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal 25 OUT 21h30 h> Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora Wesh, Wesh, qu’est-ce qui se Passe? Setúbal - Auditório Municipal Charlot > Rua Dr. António Manuel Gamito, 11 - 2900-056 Setúbal Tel.: 265 522 446 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 107 PROGRAMA PARALELO PROGRAMA PARALELO Stéphane, Zohra e Laure andam pelas ruas da mesma cidade, mas não se conhecem. Stéphane, um trintão perdido no mundo, recebe uma proposta que pode mudar a sua vida, mas a que custo? Zohra deixou a Argélia, à procura de uma resposta para a morte do seu filho, assassinado em França. Laure vive o seu primeiro amor por um jovem rebelde, com fervor e inocência, até o dia em que este é preso. Nada preveria que os três se iriam encontrar, um dia, no parlatório da prisão. 05 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 09 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 14 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 19 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal 02 NOV 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora 04 OUT 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora 05 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja 09 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa 09 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal 13 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal TOI ET MOI QU’UN SEUL TIENNE ET LES AUTRES SUIVRONT 108 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 109 EVENTO 110 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 111 Os caminhos da incerteza debate ::: sábado 13 de Outubro ::: Institut Français du Portugal O Institut Français du Portugal tem o prazer de apresentar dois documentários seguidos de uma mesa redonda intitulada Os caminhos da incerteza, com a presença dos realizadores e convidados especiais. 15h00 – Indignados de Tony Gatlif duração: 1h30 16h45 – Portugal, os caminhos da incerteza de François Manceaux duração: 52’ 17h45 – Mesa Redonda Os caminhos da incerteza Os filmes: indignados Tony Gatlif Tony Gatlif é o celebrado realizador francês, de etnia cigana, que se foi libertando dos filmes que, ao longo da sua carreira de quase 40 anos, celebram a cultura e os dramas do seu povo. Se Princes (1982), Latcho Drom (1993), Gadjo Dilo (1997), Vengo (2000) ou Exils (2004) foram filmes que partiam ou chegavam a aldeias ciganas, com prémios nos mais importantes festivais de cinema europeus, Gatlif regressa agora com este panorama de uma Europa indignada face a uma política de austeridade, que parece não ter fim, apresentado pela mão de uma imigrante africana indocumentada. de Tony Gatlif duração: 1h30 Partindo do manifesto Indignai-vos, enorme sucesso de vendas, em 2010, do velho resistente anti-fascista Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas Portas do Sol, em Madrid. François Manceaux Relembrando os inúmeros jovens em luta contra as políticas de austeridade e a cupidez do capitalismo financeiro, o realizador constrói uma narrativa que recolhe e expõe histórias e preocupações contemporâneas. François Manceaux cria, em 1982, a sua própria produtora PMA/Com Unimage com uma linha editorial privilegia filmes de temática sociocultural. portugal, os caminhos da incerteza de François Manceaux duração: 52’ EVENTO Esta experimentação portuguesa é hoje, mais do que nunca, actual, e pode ver-se como uma realidade premonitória do futuro do modelo social e económico europeu. 112 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 EVENTO Filmado ao longo dos anos 2010 e 2011, este documentário analisa o processo do laboratório de austeridade imposto pelo jogo da finança mundial. Durante os 12 anos que se seguem, Manceaux produz cerca de 60 fimes, e realiza uma dezena de documentários destinados à televisão, assim que a produções publicitárias e institucionais. Em 2007, realiza a longa-metragem de cinema documentário Quand la vigne dort e a curta-metragem Remonter le temps. É nesta altura que o realizador começa a trabalhar entre Paris e Lisboa, em quatro filmes, documentários e ficções. Pietro, artiste cinématique, curta-metragem documental rodada em Portugal, recebe, recebe, em 2012, o prémio de Melhor Filme Métiers d’art. Em 2011, realiza o documentário Portugal: la voie de l’incertitude e está neste momento em fase de montagem de um novo filme intitulado Eu amo-te muito.... Ao longo do seu percurso, François Manceaux trabalhou com vários artistas de peso, entre os quais Marguerite Duras e Robert Bresson. 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 113 agradecimentos Adilson Auxiliador Agnès Nordmann Alexandra Quinta Ana Cristina Silva Ana David Ana Luísa Cândido Ana Paula Botelho Ana Saraiva Anastacia Ribas Antoine Blanchys Ferreira Antoine Clermont-Tonnerre António Ferreira de Sousa António Galvão Luvas António Rodrigues António Santos Béatrice Dupasquier Bernard Despomaderes Bryan de Carvalho Bruno Calvão Camille Brottes Beaulieu Carla Martins Carla Soeima Carla Veludo Catarina Carvalho Catarina Vasconcelos Christine Houard Cláudia Craveiro Cláudia Rodrigues Custódia Domingues Delphine Martin Delphine de Dianous Diogo Cerqueira Dominique Hoff Dora Nobre Elisabeth de Paiva e Pona Elsa Shifano Fabíola Lebre Fátima Raña Fernanda Silva Fernando Bessa Filipa Sá 114 | 13ª Festa do Cinema Francês 2012 Francisco Barbosa Francisco Motta Veiga Frederico Batista Gilles Duval Gisèle Magalhães Graça Marques Guilherme Moreira Hugo Lopes Inês Penalva Irene Valente Isabel Cadre Isabel Pereira Isabel Tadeu Jacqueline Ferreira Jacques Mer Jeanne François Joana Jesus Joana São Miguel João Fontes João Lopes João Rodrigues João Pedro Bénard João Quintanilha Laurent Zenier Laurentina Pereira Leonor Santos Luís Apolinário Luís da Silva Sarmento Soares Luís Gameiro Luís Morais Luís Nascimento Luís Miguel Oliveira Luís Salvado Luis Vilhena Luisa Sousa Ávila Madalena Lampreia Manuel Catita Manuel Mendonça Manuela Gonçalves Maria Sobral Maria Tavares Maria Dolores Iglesias Maria João Bettencourt Maria João Costa Maria João Seixas Maria Teresa Ré Maria de Medeiros Marie France Carrondo Marion Mistichelli Marina Uva Marisa Costa Marta Castanheira Marta Fernandes Marta Raposo Mathilde Caillol Mehdi Ben Attia Miguel Clarinha Miguel Honrado Nathalie Julia Nadir Bensmaïl Nuno Gonçalves Odette Albuquerque Olivier Establet Olivier Mencucci Patricia Barata Paula Teixeira Paula Neves Vertic Paulo Braga Paulo Branco Pedro Borges Pedro Marques Pedro Menezes Pedro Moreira Pénelope Clarinha Raquel Antunes Raquel Matos Cardoso Sequeira Regina Branco Régine Hatchondo Rui Machado Sara Moreira Sérgio Tréfaut Séverine Wemaere Silvia Bastos Sónia Pantaleão Stéphanie Pardete Susana Joaquim Sylvie Tixidre Tiago Nunes Vilma Santos Vincent Van de Winckel Viriato Passarinho 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 115 informações úteis Salas 13ª Festa do Cinema Francês 2011 PORTO Preço das sessões: 3,50 Euros (* excepto Espaço Nimas e Cinemateca) Preço reduzidos: ‹ 25 anos, › 65 anos: 3,00 Euros (*Excepto Cinemateca) Preço sessões O Universo da Animação: 1,00 Euro (válido para crianças e acompanhantes) Cartão válido para 5 entradas: 15,00 Euros Cartão válido para 10 entradas: 25,00 Euros ‹ Auditório da Fundação Serralves (Inauguração) Rua D. João de Castro, 210 4150-417 Porto Tel.: 226 156 500 ‹ Rivoli Teatro Municipal Preço do Catálogo: 2,00 Euros (*excepto Almada) CINEMA SÃO JORGE AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO SERRALVES LISBOA ‹ Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett ‹ Cinema São Jorge Rua de Entrequintas, 268 4050-239 Porto Tel.: 226 081 000 Bilhetes à venda no local Av. da Liberdade, 175 1250-141 Lisboa Metro: Avenida Tel.: 213 103 402/00 Email: [email protected] Local de venda: Bilheteira do cinema, FNAC, Lojas ABREU e em ticketline.sapo.pt GUIMARÃES ‹ Institut français du Portugal ‹ Espaço Nimas Avenida 5 de Outubro, 42B 1050 Lisboa Metro: Saldanha Tel.: 213 574 362 *Preço: 4,00 Euros Bilhetes à venda no local ESPAÇO NIMAS ALMADA ‹ Fórum Municipal Romeu Correia | Auditório Fernando Lopes-Graça Praça da Liberdade 2800-648 Almada Tel.: 212 724 923/27 Email: [email protected] *Catálogo gratuito AUDITÓRIO FERNANDO LOPES-GRAÇA Festa do Cinema Francês 2012 Rua Dr. José Sampaio, 17-25 4810-275 Guimarães Tel.: 253 547 028 email: [email protected] Bilhetes à venda no local FARO ‹ Teatro Municipal de Faro TEATRO MUNICIPAL DE FARO Estrada Nacional 125 km 103 8000-126 Faro Bilheteira: 289 888 110 Informações: Alliance Française do Algarve Tel.: 289 828 881 Bilhetes à venda no local COIMBRA Foto: Pedro Medeiros CINEMATECA PORTUGUESA INFO Rua Barata Salgueiro, 39 1269-059 Lisboa Metro: Marquês de Pombal Tel.: 213 596 200 *Preço: 3,00 Euros *Estudantes, portadores de cartão jovem, › 65 anos e reformados: 2,00 Euros *Amigos da Cinemateca, estudantes de cinema: 1,25 Euros Bilhetes à venda no local CINEMA SÃO MAMEDE INFO ‹ Cinemateca Portuguesa 116 | 13ª ‹ Cinema São Mamede Av. Luís Bívar, 91 1050-143 Lisboa Metro: Saldanha, São Sebastião Tel.: 213 111 400 Email: [email protected] Bilhetes à venda no local INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL Praça D. João I 4000-295 Porto Tel.: 222 058 351 Bilheteira: 222 034 121 email: [email protected] Bilhetes à venda no local ‹ Teatro Académico de Gil Vicente TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE Praça da República 3000-343 Coimbra Tel.: 239 855 630 Email: [email protected] [email protected] Informações: Alliance Française de Coimbra Tel.: 239 701 252 Bilhetes à venda no local 13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 117 Parceiros Patrocinadores Transportadora Oficial Restaurante Oficial Parceiros Institucionais Parceiros Media Rádio Oficial Jornal Oficial Parceria Estratégica Apoios Divulgação Co-Produção Um Evento apoios à programação 13 a Directora do Institut français du Portugal Direcção Coordenação de Programação e Convidados Coordenação das Parcerias e Produção executiva Assessoria de Imprensa Estagiária Imprensa Coordenação das Parcerias de Divulgação e Comunicação Gestão de cópias e Secretariado Técnico Audiovisual e Coordenação das sessões escolares Coordenação Almada Coordenação Porto Coordenação Guimarães - Alliance Française de Guimarães/Braga Coordenação Faro - Alliance Française do Algarve Coordenação Coimbra - Alliance Française de Coimbra Imagem gráfica Grafismo e paginação do catálogo Conteúdos do catálogo Revisão de conteúdos do catálogo Impressão do catálogo Spot Conteúdos vídeo Site internet www.festadocinemafrances.com FESTA DO CINEMA FRANCÊS Sophie Laszlo Jean-Chrétien Sibertin Blanc [a partir de Setembro 2012] Elsa Cornevin [até Setembro 2012] Sara Abrantes Joana Reis [a partir de Agosto 2012] Sofia Bénard [até Agosto 2012] Margarida A. Silva Joana Sousa Andrea Amâncio Jocelyne Fonseca José Neves Manuel Mendonça Bernard Despomadères António Santos Jacques Mer e Aurélie Quintanilha Marion Mistichelli Maud Téphany António Afonso e Rita Carmo [www.espantaespiritosdesign.com] Pedro Cerejo Margarida Pinto Textype Victor Hugo Sintra Pedro Gancho Maud Téphany [www.maudtefhany.com]