DE ROuIllE ET D`OS

Transcrição

DE ROuIllE ET D`OS
índice
ANTESTREIAS – O melhor e o mais recente do cinema francês
CAPTIVE de Brillante Mendoza.................................................................................................................................8
DE BON MATIN de Jean-Marc Moutout............................................................................................................. 10
DE RouillE ET D’OS de Jacques Audiard........................................................................................................ 12
ELLES de Malgoska Szumowska........................................................................................................................... 14
FragmENTS D’UNE révolution de Ana Nyma. ...................................................................................... 16
InDIGNADOS de Tony Gatlif .................................................................................................................................... 18
JE ME SUIS FAIT tout pETIT de Cécilia Rouaud ........................................................................................ 20
Journal DE FRANCE de Raymond Depardon e Claudine Nougaret............................................... 22
L’Art D’AIMER de Emmanuel Mouret. .............................................................................................................. 24
L’ExERCICE DE L’état de Pierre Schoeller. .................................................................................................... 26
La PiroguE de Moussa Touré. .............................................................................................................................. 28
LE COCHON DE GAZA de Sylvain Estibal. ......................................................................................................... 30
LE FILS DE l’autrE de Lorraine Lévy................................................................................................................. 32
ParlEZ-MOI DE VOUS de Pierre Pinaud.......................................................................................................... 34
PaulETTE de Jérôme Enrico..................................................................................................................................... 36
PoulET aux prunES de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud........................................................ 38
Présumé coupablE de Vincent Garenq....................................................................................................... 40
Sur la pistE DU Marsupilami de Alain Chabat................................................................................... 42
Toi, Moi, lES autrES de Audrey Estrougo. ................................................................................................. 44
Un HEUREUX ÉvènEMENT de Rémi Bezançon. .......................................................................................... 46
MARIA DE MEDEIROS – A Madrinha
À l’abri DE la tEMPÊTE de Camille Brottes-Beaulieu.......................................................................... 52
CapitãES DE Abril de Maria de Medeiros. .................................................................................................. 52
JE NE suis pas mort de Mehdi Ben Attia. ................................................................................................... 53
JE T’AIME... moi non plus – artistES ET critiquES de Maria de Medeiros..................... 53
Três irmãos de Teresa Villaverde. ................................................................................................................... 54
ViagEM a Portugal de Sérgio Tréfaut.......................................................................................................... 54
OliviER Assayas – Homenagem
APRÉS MAI......................................................................................................................................................................... 60
BOARDING GATE............................................................................................................................................................. 61
CARLOS. ............................................................................................................................................................................... 62
clEAN.................................................................................................................................................................................... 63
DEMONLOVER.................................................................................................................................................................. 64
DésorDRE......................................................................................................................................................................... 65
HHH PortRait DE Hou Hsiao-HsiEN............................................................................................................ 66
Irma VEP. ........................................................................................................................................................................... 67
l’EAU FROIDE................................................................................................................................................................... 68
L’HEURE D’ÉTÉ................................................................................................................................................................. 69
LES DESTINÉES SENTIMENTALES....................................................................................................................... 70
PARIS S’ÉVEILLE............................................................................................................................................................. 71
JacquES AuDIARD – Retrospectiva
DE BATTRE MON CŒUR S’EST ARRÊTÉ.......................................................................................................... 75
REGARDE LES HOMMES TOMBER..................................................................................................................... 76
SUR MES LÈVRES......................................................................................................................................................... 77
UN HÉROS TRÈS DISCRET....................................................................................................................................... 78
UN PROPHÈTE................................................................................................................................................................ 79
um GranDE Clássico – Cópia restaurada
Lola de Jacques Demy. .............................................................................................................................................. 85
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO – Para miúdos e graúdos
lE TABLEAU de Jean-François Laguionie.......................................................................................................... 92
L’îlE DE black noir de Jean-François Laguionie. .................................................................................... 93
gwEN ET lE livrE DE sablE de Jean-François Laguionie. .................................................................. 94
la planètE sauvagE de René Laloux. ........................................................................................................... 95
CoulEUR DE pEAU: MiEL de Laurent Boileau, Jung Henin. ................................................................. 96
l’APPRENTI PÈRE NoËL de Luc Vinciguerra. ................................................................................................. 97
ZARAFA de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie...................................................................................... 98
PROGRAMA PARALELO
RTP2 | SESSÕES DUPLAS. ..................................................................................................................................... 102
RTP2 | ONDA-CURTA.................................................................................................................................................. 104
CICLO Vivre Ensemble........................................................................................................................................ 106
EVENTOS
DEBATE Caminhos da incerteza................................................................................................................ 112
informações úteis.............................................................................................................................................. 116
programa sujeito a alterações - filmes legendados em português
É para mim um imenso prazer apresentar a 13ª Festa do Cinema Francês.
O
rganizada pelo Institut Français du Portugal, a Festa do Cinema Francês tem crescido gradualmente e tornou-se, hoje,
num evento marcante da vida cultural portuguesa, dando a
descobrir, a um público cada vez mais numeroso e eclético, a riqueza
e a diversidade do cinema francês, permitindo também o encontro
com prestigiados artistas franceses que vêm participar nesta grande
celebração do cinema.
A madrinha da 13ª Festa é Maria de Medeiros, formidável actriz, realizadora, cantora e figura emblemática dos laços culturais entre Portugal e a França. Não é uma coincidência o facto de Maria de Medeiros
ter sido este ano a madrinha do Pavilhão dos Cinemas do Mundo no
Festival de Cannes, ilustrando assim a dimensão internacional dessa
artista multifacetada e poliglota que estamos particularmente honrados de receber.
A inauguração no dia 4 de Outubro, na grande sala do prestigioso
Cinema São Jorge em Lisboa onde a Festa irá decorrer até 14 de Outubro, marca o início da primeira etapa de um périplo que abrange
também as cidades de Almada, Faro, Porto, Coimbra e Guimarães, a
Capital Europeia da Cultura 2012. A Festa de Cinema Francês também
terá, este ano, uma extensão nas universidades de Lisboa e de Évora,
e nas cidades de Estarreja, de Setúbal e do Seixal, com o ciclo Vivre
Ensemble. Além disso, o programa paralelo da RTP2 vai projectar oito
longas-metragens francesas no programa Sessão Dupla e uma selecção de curtas-metragens franceses no programa Onda Curta.
O mundo muda, e o cinema francês faz eco das transições que atravessam as nossas sociedades. Crise financeira, com efeitos por vezes
devastadores sobre os nossos povos, tentação de egoísmo individual
ou nacional, dissolução de valores tradicionais e das nossas referências. Essas questões são abordadas por um certo número de filmes
franceses actuais, de um ponto de vista moral, dramático, e por vezes
humorístico. Mas a programação da Festa do Cinema Francês é principalmente o reflexo da diversidade e da vitalidade do cinema francês.
Ela oferece uma ampla gama de filmes recentes, incluindo muitas an-
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| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
testreias. O público também pode descobrir a cópia restaurada, pela
Fundação Groupama Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor
pour le Patrimoine du Cinéma, de Lola, o lendário filme de Jacques
Demy com a espantosa Anouk Aimée; uma homenagem ao cosmopolita Olivier Assayas na Cinemateca Portuguesa e uma retrospectiva,
no Cinema Nimas, do realizador Jacques Audiard. Os espectadores
mais jovens não são esquecidos com o Universo da Animação que
inclui um tributo à obra inventiva e genial de Jean-François Laguionie,
premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes e nomeado
para os César em 2012 com a sua última longa-metragem Le Tableau
que vai poder ser vista em antestreia.
É para mim também uma grande alegria ver que a Festa do Cinema
Francês continua a sua ascensão, reforçando as relações cinematográficas e culturais entre os nossos países. A sua grande dimensão
deve muito ao apoio dos nossos parceiros, dos distribuidores e dos
patrocinadores que devemos particularmente agradecer.
Grande sucesso à Festa do Cinema Francês!
Pascal Teixeira da Silva
Embaixador de França em Portugal
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 3
ANTESTREIAS
o melhor e o mais recente
do cinema francês
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| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 5
Prémio do público
A
Unifrance Films, cuja missão é promover, desde há mais
recente filme de Jacques Audiard, que esteve em competição no
de 60 anos, os filmes franceses em todo o mundo, tem
último Festival de Cannes, e a quem será ainda dedicada uma
o prazer de renovar o seu apoio à Festa do Cinema Fran-
retrospectiva integral da sua obra.
cês, agora na 13ª edição e, segura do seu sucesso, participa ne-
Esta será também a ocasião para prestar homenagem a Olivier
la com todo o empenho: no ano passado, na edição precedente,
Assayas, cujo último filme, Après Mai, esteve em competição
Groupama Seguros
O público da Festa do Cinema Francês é fantástico!
De rouille et d’os
Desde que instituimos o Prémio do público, que este tem respondido massiva e
entusiasticamente ao desafio de votar no filme da sua eleição, de entre os que estão
anualmente a concurso. Com isso, tem ajudado a que esses filmes tenham tido uma
maior visibilidade aquando da sua saída em sala.
foram organizadas 148 projecções em 11 salas de todo o país
na recente Mostra de Veneza, através de uma retrospectiva na
que juntaram mais de 30 mil espectadores!
Cinemateca Portuguesa.
Este ano, o público português terá a oportunidade de descobrir
A Madrinha desta edição, Maria de Medeiros, cuja carreira ilus-
uma vintena de filmes franceses em antestreia, com uma selec-
tra a riqueza das relações entre França e Portugal, apresentará
ção cuja diversidade poderá satisfazer todos os gostos e todas
seis filmes marcantes do seu percurso como actriz e realizadora.
as idades: filmes engajados, que sondam a actualidade políti-
Esta Festa é, como sempre, exemplar graças à implicação har-
ca e social com acuidade, mas também comédias românticas
moniosa do conjunto dos artistas, dos profissionais e da embai-
e filmes para crianças se reúnem nesta programação ecléctica.
xada de França em Portugal!
Nesta 13ª edição da Festa do Cinema Francês, são dez os filmes a concurso. Estes
estão assinalados com o selo Prémio do público e esperam pelo seu voto.
Este evento, que reúne o conjunto dos profissionais portu-
Desejamos o maior prazer e emoção ao público do festival e es-
Não deixe de os ver e vote!
gueses em torno do cinema francês, decorrerá de 4 de
peramos, para lá da Festa, que o ano de 2012 seja tão bem su-
Outubro a 9 de Novembro, em seis diferentes cidades
cedido para o cinema francês em Portugal como o ano de 2011
do país. Em Lisboa, o festival encerra com a antes-
(com 46 filmes franceses distribuídos e 520 mil espectadores
treia em Portugal de De
portugueses).
rouille et d’os, o mais
Captive
Este ano, o Prémio do público, no valor de 2.500 euros é, de novo, oferecido pela
Groupama Seguros, e contempla o filme mais votado pelos espectadores da Festa
do Cinema Francês de entre os que têm já os direitos adquiridos por distribuidores
portugueses e, por isso, têm exibição garantida nas salas de cinema do país.
Elles
L’Art d’Aimer
Lo Cochon de Gaza
Parlez-moi de Vous
Dez filmes em competição para o Prémio do público:
Captive de Brillante Mendoza
Paulette
De rouille et d’os de Jacques Audiard
Elles de Malgorzata Szumowska
L’art d’aimer de Emmanuel Mouret
Poulet aux Prunes
Le Cochon de Gaza de Sylvain Estibal
Parlez-moi de vous de Pierre Pinaud
Sur la Piste du Marsupilami
Paulette de Jérôme Enrico
Poulet aux Prunes de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud
Antoine Clermont-Tonnerre
Presidente da Unifrance
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Festa do Cinema Francês 2012
Régine Hatchondo
Directora-Geral da Unifrance
Sur la Piste du Marsupilami de Alain Chabat
Un Heureux Évènement
Un Heureux Évènement de Rémi Bezançon
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 7
COM: Isabelle Huppert, Maria Isabel Lopez,
Mercedes Cabral, Joël Torre, Raymond Bagatsing,
Rustica Carpio, Ronnie Lazaro
ARGUMENTO: Brillante Mendoza, Patrick Bancarel,
Boots Agbayani Pastor
FOTOGRAFIA: Odyssey Flores
SOM: Laurent Chassaigne, Stéphane De Rocquigny,
Albert Michael Idioma, Addiss Tabong
MÚSICA ORIGINAL: Teresa Barrozo
MONTAGEM: Yves Deschamps, Gilles Fargout,
Kats Serraonµ
PRODUÇÃO: Swift Productions, ARTE France Cinéma,
Centerstage Productions, B.A. Produktion,
Studio Eight Productions
ORIGEM: França, Alemanha, Filipinas, Inglaterra
DISTRIBUICÃO EM PORTUGAL: Alambique
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Presença em festivais
Berlinale, Festival de Cinema de Berlim (2012)
Festival de Cinema de Durban (2012)
Festival de Cinema de Sidney (2012)
Festival de CPH PIX de Copenhaga (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
CAPTIVE
de Brillante Mendoza | 2012 | Drama | 2h02
LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 22h00
GUIMARÃES São Mamede • 7 NOV 21h45
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
Thérèse Bourgoine é uma voluntária francesa, que trabalha para uma ONG nas Filipinas. Ao levarem provisões para a sede da organização, Thérèse e uma colega filipina são raptadas pelo grupo muçulmano radical Abu Sayyaf,
que luta pela independência da ilha de Mindanao. São levadas, com um grupo de vinte turistas estrangeiros, para
o interior da floresta, onde ficarão num cativeiro que poderá durar dias, ou meses…
ANTESTREIAS
O realizador
Brillante Mendoza começa por trabalhar em publicidade, tornando-se um
dos nomes mais reputados do ramo nas Filipinas. Em 2005, opta pelo
cinema, com uma linguagem ficcional próxima do registo de documentário. Nesse ano apresenta a sua primeira longa-metragem, Le masseur,
premiado em Locarno, que aborda um tema ainda sensível no seu país,
a homossexualidade. No ano seguinte, realiza o documentário Manoro
(2006). Filma Slingshot, sobre a violência urbana, ou John John (2007),
dedicado às questões da adopção e da pobreza extrema. No ano seguinte, Serbis, sobre o quotidiano numa sala de cinema erótico, é premiado
em Cannes. Kinatay e Lola (ambos de 2009) são outros exemplos de um
percurso singular.
Nota de intenções do realizador
“Enquanto artistas, nós temos o dever de dar conta dos problemas que
existem no mundo que nos rodeia. Um realizador que deseje ser fiel à
realidade, e é esse o meu caso, nunca deveria tomar partido. Foi o que
tentei fazer aqui. Fui aos locais deste incidente que aconteceu em 2001
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Festa do Cinema Francês 2012
para fazer muita investigação. Pretendia testemunhos vindos das duas
partes para ser o mais possível fiel à realidade.”
Sobre o filme
“Com Captive, Mendoza tem uma abordagem puramente visceral,
deixando o trabalho intelectual para o público. Se ele não nos dá uma
compreensão mais profunda dos problemas em Mindanao, recorda-nos,
porém, que eles existem.
Jessica Zafra, in InterAksyon
“Mendoza exibe domínio da linguagem visual e calibra habilmente sequências de carnificina e atrocidade sem ponta de sensacionalismo ou
falsidade.”
Lito B. Zulueta, in Inquierer LifeStyle
Baseado num facto real nas Filipinas,
um filme que causa polémica.
COM: Jean-Pierre Darroussin, Valérie Dréville,
Xavier Beauvois, Yannick Renier, Aladin Reibel
ARGUMENTO: Jean-Marc Moutout, Olivier Gorce,
Sophie Fillières
FOTOGRAFIA: Pierric Gantelmi d’Ille
SOM: François Guillaume
MONTAGEM: Maria da Costa
PRODUÇÃO: Les Films du Losange, Need Productions,
France 2 Cinéma, Rhône-Alpes Cinéma, RTBF - Radio
Télévision Belge de la Communauté Française
ORIGEM: França, Bélgica
VENDAS INTERNACIONAIS: Les Films du Losange
ESTREIA EM FRANÇA: 05/10/2011
Presença em festivais
City of Lights, City of Angels (Col-Coa), LA (2012)
– Prémio da Crítica
Festival de Cinema BFI, Londres (2011)
Festival do Cinema Novo, Montreal (2011)
Festival de Cinema de Busan (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 19h30
LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 19h45
ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 23h00
PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 21h00
De BON MATIN
de Jean-Marc Moutout | 2011 | Drama | 1h31
Como todas as segundas-feiras, Paul Wertret chega às oito da manhã ao banco. Entra numa sala de reuniões, tira
um revólver do bolso, e abate dois dos seus superiores. Barrica-se no seu gabinete e, enquanto espera a chegada da polícia, recorda momentos da sua vida, assim como os acontecimentos que o levaram a cometer tal acto.
O realizador
ANTESTREIAS
O realizador francês Jean-Marc Moutout começa por se licenciar em Matemática Aplicada, mas acaba por estudar Realização Cinematográfica, na
Bélgica. Em 1996, apresenta a sua primeira curta-metragem, Tout doit
disparaître, a que se segue, dois anos depois, outra curta, Electrons
statiques. Des échanges en milieu tempéré (2003) e La fabrique des
sentiments (2007) foram os filmes que precederam este retrato cruel dos
bastidores da Banca, que apresenta em De bon matin.
Nota de intenções do realizador
“Uma das questões que o filme levanta é porque é que um homem passa
ao crime e ao suicídio, e outros não? O que é que faz com que, num determinado, momento se deslize? Tento estar o mais perto possível deste
homem, compreendê-lo. Vejo a engrenagem, como cai em perdição, como tem a impressão de falhar na vida, como se afunda, como se torna
obsessivo, desvitalizado, mas o enigma do gesto perdura.”
mens. Quanto a Daroussin, frágil e determinado, é profundamente comovente. Formidável.”
Pierre Vavasseur, in Le Parisien
“Crónica do desespero de um quadro superior humilhado pela sua hierarquia? Denúncia de um sistema económico selvagem e da violência de
comportamentos que ele próprio engendra? Este retrato de uma frieza
clínica sobre um funcionário destruído disseca um indivíduo enigmático,
com um passado discutível (…). A grande força de De bon matin, desempenhado por um Darroussin magnífico, resume-se nesta ideia: fundir a
sua crítica social com uma apaixonante ambiguidade moral.”
Lucie Calet, in Le Nouvel Observateur
“Toda a tristeza das ilusões perdidas, todo o desespero de uma vida desperdiçada desfila nesses momentos na voz embargada de Jean-Pierre
Darroussin. É pungente.”
Samuel Douhaire, in Télérama
Sobre o filme
“Jean-Marc Moutout dá provas, mais uma vez, de uma formidável mestria na arte de contar como o mundo empresarial pode triturar os ho-
10 ||13
13ª ªFesta
Festado
doCinema
CinemaFrancês
Francês2012
2012
Um retrato cru do mundo do trabalho.
Um Darroussin excepcional!
COM: Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts,
Armand Verdure, Bouli Lanners, Céline Sallette,
Corinne Masiero, Jean-Michel Correia
ARGUMENTO: Jacques Audiard, Thomas Bidegain,
segundo obra original de Craig Davidson
FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine
SOM: Brigitte Taillandier
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Juliette Welfling
PRODUÇÃO: Why Not Productions, Page 114, France
2 Cinéma, Les Films du Fleuve, RTBF - Radio Télévision
Belge de la Communauté Française, Lumière,
Lunanime
ORIGEM: França, Bélgica
VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams
ESTREIA EM FRANÇA: 17/05/2012
Presença em festivais
Festival de Cinema de Cannes (2012)
Festival de Cinema de Munique (2012)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 22h00
De Rouille et d’Os
de Jacques Audiard | 2012 | Drama | 1h55
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ciclo
es
jacqu
audiard
Desempregado, e com o seu filho mais novo a cargo, Ali (Matthias Schoenaerts) muda-se para Antibes, onde decide viver com a irmã e o cunhado. Um dia, na dispersão de uma confusão, conhece a bela Stéphanie (Marion Cotillard), treinadora de orcas num parque marinho, a quem deixa um cartão. Pouco tempo depois, Stéphanie sofre
um acidente e vê-se amputada das duas pernas numa cadeira de rodas. Os dois voltam a encontrar-se e iniciam
uma inusitada relação, que se estreita a olhos vistos.
Filho do realizador e argumentista Michel Audiard, Jacques Audiard nasceu no mundo do cinema. Em 1994, começa por rodar Regarde Les Hommes Tomber, filme logo galardoado com o Prémio César para Melhor Primeira Obra. Segue-se, dois anos mais tarde, Um Herói Muito Discreto,
que recebe o Prémio para Melhor Argumento em Cannes e, já em 2001,
Nos Meus Lábios, que oferece a Emmanuelle Devos o César para Melhor
Actriz. Mas é em 2005, com De Tanto Bater o Meu Coração Parou, que
Audiard firma o seu nome junto da crítica e do grande público. Em 2009,
com O Profeta, recebe o Grande Prémio do Festival de Cannes e nove
prémios César. O realizador regressa agora com De Rouille Et D’Os, de
novo seleccionado para Cannes.
Nota de intenções do realizador
“Desde o início do nosso trabalho de adaptação que nos virámos para
uma forma cinematográfica que, à falta de melhor, denominamos «expressionista», onde a força das imagens vêm servir o melodrama. (…).
Ela traz esta história de amor que é a verdadeira heroína do filme. Ela dá
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Festa do Cinema Francês 2012
conta da nobreza dos nossos personagens no meio da violência de um
mundo de catástrofe económica.”
Sobre o filme
“Um grande filme inquietante sobre um impressionante regresso à vida.”
Danielle Attali, in Le Journal du Dimanche
“Um novo retrato raivoso e brutal da condição humana que deixa o espectador vazio, trocado, exangue. KO de pé.”
Frédéric Foubert, in Première
Poderoso! Perturbador! Poético!
A emoção em estado puro, com
um par de actores em estado de graça.
Fotos: Roger Arpajou
ANTESTREIAS
O realizador
COM: Juliette Binoche, Anaïs Demoustier,
Joanna Kulig, Louis-Do de Lencquesaing,
Krystyna Janda
ARGUMENTO: Tine Byrckel, Malgoska Szumowska
FOTOGRAFIA: Michal Englert
SOM: André Rigaut
MONTAGEM: Françoise Tourmen, Jacek Drosio
PRODUÇÃO: Slot Machine, Zentropa International
Poland, Zentropa International Köln
ORIGEM: França, Alemanha, Polónia
VENDAS INTERNACIONAIS: Memento Films
International
ESTREIA EM FRANÇA: 01/02/2012
Presença em festivais
Festival de Cinema de Berlim – Berlinale (2012)
Festival de Cinema de Tribeca, Nova Iorque (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Festival de Cinema de Toronto (2012)
Prémio Étoiles D’or da imprensa cinematográfica
francesa 2012 – Étoile D’or revelação feminina
LISBOA São Jorge Sala 1 • 10 OUT 22h00
FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 25 OUT 21h00
ELLES
de Malgoska Szumowska | 2011 | Drama | 1h36
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ANTESTREIAS
Anne (Juliette Binoche), jornalista da revista Elle, prepara um artigo de fundo sobre prostituição de jovens universitárias em Paris. É dessa forma que conhece Charlotte e Alicja, e que vai tentar perceber as suas escolhas, as
suas experiências, a relação com os clientes e com os namorados. Surpreendentemente, estes encontros vão ter
consequências na sua própria vida familiar.
A realizadorA
Sobre o filme
A realizadora polaca Malgoska Szumowska foi logo bem recebida com as
suas primeiras curtas-metragens, Le Silence (1998), que foi premiada em
vários festivais, e Ascension, que foi apresentado, em 1999, no Festival
de Cannes. Paralelamente, realizou alguns documentários, e a sua primeira longa-metragem, Happy Man (2000), recebeu o Prémio Especial do
Festival de Salónica. Seguiram-se a longa Ono (2004) e 33 scenes from
life (2008), tendo esta recebido o Leopardo de Prata do Festival de Locarno. Após a incursão pela vida de duas jovens prostitutas em Elles,
Malgoska Szumowska está a preparar o seu próximo filme, Nowhere.
“A realizadora polaca Malgoska Szumowska atira-se ao tema já batido
da prostituição com uma surpreendente desenvoltura. Pela sua forma de
filmar, a realizadora encontra a intensidade do cinema «directo».”
Nota de intenções da realizadora
“Pensei logo na Juliette. A sua interpretação em Caché, de Michael Haneke, tinha-me impressionado de tal forma, que eu não podia imaginar
nenhuma outra actriz para contracenar em Elles. Enviámos-lhe o argumento e, assim que nos encontrámos, soube que o projecto iria avante.
O tema interessava-lhe e tínhamos a mesma visão das coisas.”
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Festa do Cinema Francês 2012
Frédéric Strauss, in Télérama
“Entre a fraqueza de uns e a cobardia de outros, o filme tem o condão de
tornar as mulheres em heroínas. E, ainda para mais, fá-lo cultivando uma
certa incorrecção política.”
Jacques Mandelbaum, in Le Monde
Um ácido retrato da prostituição e da
incomunicabilidade na sociedade actual.
PRODUÇÃO: Mille et Une Films
ORIGEM: França, Irão
VENDAS INTERNACIONAIS: AndanaFilms
Presença em festivais
Cinéma du Réel (2011) – Prémio Marcorelles e
Menção Especial do Júri Jovem
Millenium (2012) – Prémio do Parlamento Europeu
para Melhor Mensagem sobre Democracia
Forumdoc.bh (2011) – Prémio para Melhor Filme
DokLeipzig (2011) – Prémio Democracia
DocLisboa (2011)
Étonnants Voyageurs (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 19h30
LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 19h45
Fragments d’une révolution
de Ana Nyma (sob pseudónimo) | 2011 | Documentário | 55’
As eleições presidenciais de 12 de Junho de 2009 no Irão ficaram marcadas por uma gigantesca fraude eleitoral,
que permitiu a recondução do candidato Ahmadinejad. Mas, esse foi só o início de semanas de intensa contestação política, que até o regime dos aiatolas teve dificuldade em sufocar. Imagens dos motins e da repressão,
recolhidas por câmaras digitais e telemóveis, foram rompendo clandestinamente a censura. Este filme é uma
montagem contundente de parte desse material.
ANTESTREIAS
Nota de intenções do realizador
“A ideia de realizar um filme nasceu no meio dos acontecimentos. A
quente. É uma forma de não sermos simples espectadores, simples consumidores de imagens, e de encontrar um lugar activo, mesmo que modesto, no meio deste movimento de contestação. Tratava-se, também,
de participar na difusão destas imagens e destas palavras vindas do
Irão, esperando que tal sirva como contributo para o movimento.”
“A realizadora prefere permanecer anónima – sob o pseudónimo de Ana
Nyma –, sublinhando logo à partida os riscos: este filme coloca questões de vida e de morte, nomeadamente para a sua família no Irão. O
filme não revela nada de estrondoso, mas sacode por esse nada, pela
sua sobriedade silenciosa. Não há voz off, nem música, apenas imagens
em bruto, filmadas por manifestantes aquando dos motins de Junho a
Dezembro de 2009.”
in Télérama
Sobre o filme
“O filme está, ao mesmo tempo, próximo e longe do seu objecto, e faz
dessa separação dolorosa, um combustível para a escrita. É assinado
por uma mulher, cineasta e iraniana, o que é uma, mais do que suficiente, tripla identidade para a anónima Ana Nyma.”
in Libération
16 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Imagens clandestinas
que retratam um Irão em explosão.
COM: Betty, Fiona Monbet, Isabel Vendrell Cortès,
Norig, Nawel, Ben Kraiem, Eric Gonzalez Herrero,
Karine Gonzales, Maud Verdier, Aurélien Le Guerinel
ARGUMENTO: Tony Gatlif, livremente inspirado em
«Indignai-vos» de Stéphane Hessel
FOTOGRAFIA: Colin Houben, Sébastien Saadoun
SOM: Philippe Welsh, Pierre Bompy
MÚSICA ORIGINAL: Delphine Mantoulet,
Valentin Dahmani
MONTAGEM: Stéphanie Pédelacq
PRODUÇÃO: Princes Production, Eurowide Film
Production, Hérodiade, Rhône-Alpes Cinéma
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Les Films du Losange
ESTREIA EM FRANÇA: 07/03/2012
Presença em festivais
Berlinale – Festival de Cinema de Berlim (2012)
New Era International Festival, Wroclaw (2012)
CPH PIX, Copenhaga (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 23h00
ALMADA Fórum R. Correia • 12 OUT 23h00
LISBOA Inst. français Port • 13 OUT 16h45
FARO Teatro Mun. Faro • 18 OUT 21h30
PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 18h30
COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 23h30
Indignados
de Tony Gatlif | 2012 | Documentário | 1h30
ANTESTREIAS
Partindo do manifesto “Indignai-vos”, enorme sucesso de vendas, em 2010, do velho resistente anti-fascista
Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas
Portas do Sol, em Madrid. Relembrando os inumeros jovens em luta contra as políticas de austeridade, e a cupidez do capitalismo financeiro, o realizador constroi uma narrativa que recolhe, e expõe, histórias e preocupações
contemporâneas.
o realizador
Sobre o filme
Tony Gatlif é o celebrado realizador francês, de etnia cigana, que se foi
libertando dos filmes que, ao longo da sua carreira de quase 40 anos,
celebram a cultura e os dramas do seu povo. Se Princes (1982), Latcho
Drom (1993), Gadjo Dilo (1997), Vengo (2000) ou Exils (2004) foram
filmes que partiam ou chegavam a aldeias ciganas, com prémios nos mais
importantes festivais de cinema europeus, Gatlif regressa agora com este
panorama de uma Europa indignada face a uma política de austeridade
que parece não ter fim, apresentado pela mão de uma imigrante africana
indocumentada.
“Este filme poético, recheado de referências às obras empenhadas de
Godard e de Chris Marker, tem o mérito de ir para lá da digressão oportunista ou da simples reportagem.”
Nota de intenções do realizador
“Quando li «Indignai-vos!», senti exactamente o mesmo que Stéphane
Hessel: a necessidade de uma verdadeira insurreição pacífica, para retomar as suas palavras. Parecia-me importante colocar no centro do filme
esta personagem de jovem rapariga africana. Para mim, era necessário
tomar o ponto de vista de uma imigrante clandestina, que condensasse
o conjunto dos indesejáveis na Europa.”
18 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Alexis Campion, in Le Journal du Dimanche
“Tony Gatlif continua a ser um cineasta. E quando é bom, é diabolicamente bom. (…) Pensamos, sobretudo, que assina aqui um dos seus
melhores filmes.”
Christophe Carrière, in L’Express
Um filme que revela
a força e o poder da indignação,
capaz de ocupar as praças
das principais cidades europeias…
COM: Denis Ménochet, Vanessa Paradis, Léa Drucker,
Laurent Lucas, Laurent Capelluto
ARGUMENTO: Cécilia Rouaud
FOTOGRAFIA: Renaud Chassaing
SOM: Laurent Poirier
MÚSICA ORIGINAL: JP Nataf
MONTAGEM: Fabrice Rouaud
PRODUÇÃO: Origami Films, Studio 37,
France 2 Cinéma
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Kinology
ESTREIA EM FRANÇA: 11/07/2012
LISBOA São Jorge Sala 1 • 6 OUT 22h00
LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 22h00
LISBOA Inst. français Port • 8 OUT 21h45
ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 21h00
FARO Teatro Mun. Faro • 21 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 21h00
Je me suis fait tout petit
de Cécilia Rouaud | 2011 | Comédia | 1h36
De repente, tudo muda para Yvan: a mulher deixa-o para ir viver para a Tailândia, e as filhas preferem viver com a
tia. Deprimido e decidido a mudar de vida, pondera deixar Paris pela Bretanha.
Mas, inesperadamente, tropeça numa mulher bonita, e exótica, e num filho que não é seu, para se aventurar num
plano de vida que nunca tinha imaginado.
Je me suis fait tout petit é a primeira longa-metragem de Cécilia Rouaud, que, anteriormente, tinha trabalhado como assistente de realização
em filmes de Cédric Klapisch, como Ma part du gâteau (2011), e de Patrick Poubel, como Human Bomb (2007). Antes disso, tinha apresentado,
em 2003, a sua primeira curta-metragem, Lapin integral.
Nota de intenções da realizadora
“É muito corrente nas pessoas da minha geração e bem sintomático da
evolução da sociedade: temos, ao mesmo tempo, a liberdade de poder
mudar de parceiro, de escolher, e a responsabilidade das nossas escolhas, que nem sempre são fáceis. É um tema que eu tinha vontade de
aprofundar.”
Sobre o filme
“A alquimia entre Denis Ménochet e Vanessa Paradis nos papéis principais dá, dessa forma, um charme incrível ao filme.”
in StudioCinélive
20 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
“A encenação transforma os seus defeitos numa sucessão de pequenos
achados de escrita, de ritmo e de interpretação. (…) Prodigioso de carisma e de virilidade frágil, Ménochet impõe a sua estatura num papel
principal atípico.”
Bernard Achour, in Première
“Não encontramos outra expressão a não ser «pequeno milagre» para
descrever a graça que, pouco a pouco, abençoa a história deste anti-herói depressivo e grosseiro (Denis Ménochet, o que de melhor aconteceu
ao cinema francês desde Tahar Rahim).”
Bernard Achour, in TéléCinéObs
Devido às escolhas dos que o rodeiam,
Yvan vê-se obrigado a mudar
o seu próprio conceito de família.
Fotos: Carole Bethuel
ANTESTREIAS
A realizadora
ARGUMENTO: Claudine Nougaret,
Raymond Depardon
FOTOGRAFIA: Raymond Depardon
SOM: Claudine Nougaret, Guillaume Sciama,
Yolande Decarsin
MONTAGEM: Simon Jacquet
PRODUÇÃO: Palmeraie et Désert, France 2 Cinéma
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch
ESTREIA EM FRANÇA: 13/06/2012
Presença em festivais
Festival de Cannes (2012) – Sessão Especial
LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 22h00
LISBOA Inst. français Port • 12 OUT 21h45
ALMADA Fórum R. Correia • 10 OUT 21h30
FARO Teatro Mun. Faro • 21 OUT 19h30
PORTO Rivoli Teatro • 26 OUT 18h30
COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 23h30
Journal de France
de Raymond Depardon e Claudine Nougaret | 2012 | Documentário | 1h40
ANTESTREIAS
Um dos mais importantes fotógrafos e expoentes do cinema documental francês, Raymond Depardon, abriu os
baús e recuperou imagens que foi acumulando desde os anos 50, do século passado. Entre história e memória,
surgem imagens de França e do resto do mundo, numa inebriante viagem no tempo.
o realizador
Sobre o filme
Começou pelo fotojornalismo, mas sempre se interessou pela imagem em
movimento. Questionando o papel e a importância da imagem, Raymond
Depardon saltou entre a fotografia e o cinema documental, mas também
experimentou o cinema de ficção e as instalações em museus. Em 2010,
apresentou, na Biblioteca Nacional francesa, mais de três mil fotografias
que foi recolhendo numa volta a França, que durou seis anos. Claudine
Nougaret trabalha com Depardon, já há 25 anos, e juntos apresentaram
filmes como Urgences (1987), La Captive du désert (1989), Délits flagrants (1995), Paris (1997) ou La Vie moderne (2007).
“Journal de France traça um inventário dos actos de resistência e de
empenhamento que caracterizam todos os seres humanos com que Depardon se cruzou.”
Nota de intenções do realizador
“Visitei locais muito diferentes onde, por vezes, a história não tem nada
em comum de uma aldeia para a outra. Esta distância que me impus,
técnica e formalmente, permitiu-me passar ao largo das especificidades
regionalistas, e tentar tecer uma unidade: a da nossa história quotidiana
comum.”
22 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Pierre Eisenreich, in Positif
“Para quem conheça mal o trabalho destes dois (...), Journal de France
oferece uma magnífica introdução a uma obra única e plural que não
tem equivalente.”
Jean-Baptiste Morain, in Les Inrockuptibles
De imagem em imagem,
até à apresentação
de um possível Diário de França
da última metade do século.
COM: Ariane Ascaride, Elodie Navarre, François Cluzet,
Frédérique Bel, Pascale Arbillot, Gaspard Ulliel,
Judith Godrèche, Julie Depardieu, Laurent Stocker
ARGUMENTO: Emmanuel Mouret
FOTOGRAFIA: Laurent Desmet
SOM: Maxime Gavaudan
MÚSICA ORIGINAL: Frédéric Norel
MONTAGEM: Martial Salomon
PRODUÇÃO: Moby Dick Films, Partizan Films
ORIGEM: França
DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Presença em festivais
City of Lights, City of Angels (Col-Coa), LA (2012)
Festival de Cinema de Cleveland (2012)
Festival de Cinema de Gotemburgo (2012)
Festival BFI de Cinema de Londres (2011)
Festival de Cinema de Locarno (2011)
Festival de Filmes do Mundo de Montreal (2011)
Cinémed – Festival Mediterrânico Montpellier (2012)
L’Art d’aimer
De Emmanuel Mouret | 2010 | Comédia | 1h25
LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 22h00
ALMADA Fórum R. Correia • 12 OUT 21h00
FARO Teatro Mun. Faro • 16 OUT 21h30
PORTO Rivoli Teatro • 26 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 23h30
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
No momento em que nos apaixonamos, nesse instante preciso, produz-se em nós uma música muito especial. Ela
é diferente para cada um, e pode revelar acontecimentos inesperados...
ANTESTREIAS
O realizador
Tendo-se licenciado em realização cinematográfica na Femis (Paris), Emmanuel Mouret viu, de imediato, o seu filme de final de curso, a média-metragem Promène-toi donc tout nu! (1998), ter exibição comercial.
Influenciado por Rohmer, Sacha Guitry e Woody Allen, Mouret apresenta filmes delicados e complexos, onde frequentemente contracena. Foi
esse o caso de Laissons Lucie faire (2000). Os seus filmes seguintes,
Vénus et Fleur (2004) e Changement d’adresse (2006), foram apresentados em Cannes, ao passo que, Un baiser s’il vous plaît (2007)
foi seleccionado para ser apresentado na Mostra de Veneza desse ano.
Estes três filmes foram apresentados em diferentes edições da Festa do
Cinema Francês. Fais-moi plaisir! (2009) é uma nova incursão, de carácter mais burlesco, pelas questões do amor e da paixão. Em L’ Art
d’aimer, apresenta um conjunto de histórias, onde convida actores tão
conhecidos como François Cluzet, Julie Depardieu, Ariane Ascaride ou
Gaspard Ulliel.
Nota de intenções do realizador
“Em L’art d’aimer, cada situação interroga a problemática do desejo
e propõe o exame de um caso de consciência. As minhas personagens
24 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
pretendem ser livres e desejam saciar os seus desejos na maior transparência. Isso diverte-me e fascina-me. Permite-me, sobretudo, interrogar
os nossos usos actuais e também, como se não fosse nada, colocar algumas questões morais.”
Sobre o filme
“Mouret desmonta ideias feitas sobre a sexualidade e o sentimento
amoroso para, aí, redescobrir incansavelmente a sua natureza e intensidade, com uma espécie de sobressalto cómico.”
Isabelle Zribi, in Cahiers du Cinéma
“Mouret está menos à vontade no melodrama puro (…) mas quando entrança comicidade sentimental, estratégias amorosas retorcidas e diálogos bem esculpidos, atinge um inegável charme.”
Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles
Uma comédia hilariante e original
sobre a complexa arte de amar.
COM: Olivier Gourmet, Michel Blanc, Zabou Breitman,
Laurent Stocker, Sylvain Deblé
ARGUMENTO: Pierre Schoeller
FOTOGRAFIA: Julien Hirsch
SOM: Olivier Hespel
MÚSICA ORIGINAL: Philippe Schoeller
MONTAGEM: Laurence Briaud
PRODUÇÃO: Archipel 35, Les Films du Fleuve,
France 3 Cinéma, RTBF - Radio Télévision Belge de la
Communauté Française, Belgacom
ORIGEM: França, Bélgica
VENDAS INTERNACIONAIS: Doc & Film International
ESTREIA EM FRANÇA: 26/10/2011
Presença em festivais
Prémios César (2012) – Melhor Argumento,
Melhor Actor Secundário (Michel Blanc), Melhor Som
Festival de Cannes (2011) – Prémio FIPRESCI
Festival de Cinema de Durban (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Festival de Cinema de Hamburgo (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 22h00
ALMADA Fórum R. Correia • 14 OUT 21h00
FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 21h30
PORTO Rivoli Teatro • 24 OUT 21h00
COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 21h00
GUIMARÃES São Mamede • 9 NOV 21h45
L’Exercice de L’état
De Pierre Schoeller | 2010 | Comédia Dramática | 1h52
Acordado, a meio da noite, para reagir face a um terrível acidente rodoviário, o ministro dos Transportes vê-se
envolvido em intrigas de gabinete e lutas de poder. de repente, tudo se encadeia num ambiente cada vez mais
complexo e hostil.
Pierre Schoeller realizou a sua primeira curta-metragem, Deux Amis, em
1996, e, dez anos mais tarde, apresentou o telefilme Zéro défaut. Mas
foi com a primeira longa-metragem, Versailles (2008), que a sua carreira cinematográfica começou verdadeiramente. Este filme atraiu a atenção da crítica, sendo seleccionado para o Festival de Cannes desse ano e
nomeado para o Prémio César de Melhor Primeiro Filme. Com L’Exercice
de L’État, Schoeller apresenta uma incursão pelos bastidores do poder,
que entra por caminhos diferentes do habitual.
Nota de intenções do realizador
“À partida, pretendia deixar de lado a conquista do poder e as questões
da política partidária, a dança dos egos, as lutas intestinas, os sound-bytes… para me concentrar na prática do poder, do Estado, através daqueles que o encarnam e que a ele se entregam.”
Sobre o filme
“É a primeira vez que um filme mostra o funcionamento do poder com
uma tal preocupação de realismo.”
Christophe Carrière, in L’Express
26 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
“Tudo é inventado e, no entanto, tudo soa verdadeiro no seio deste
pequeno círculo de governantes em constante ebulição. (…) Quanto à
interpretação, Gourmet, Blanc e Breitman são impressionantes, e o filme
emociona, mantendo-se violento e apaixonante, mesmo nos momentos
mais complexos.”
Isabelle Danel, in Première
“Entre golpes baixos e concessões, acompanhamos as vicissitudes da
função ministerial. Um filme contundente e apaixonante. Votamos a favor!”
Frédéric Strauss, in Télérama
As altas esferas, o exercício do poder,
a ambição e a intriga.
Fotos: Jerome Prebois
ANTESTREIAS
O realizador
com: Souleymane Seye Ndiaye, Laïty Fall,
Malamine Dramé, Balla Diarra, Salif “Jean” Diallo,
Babacar Oualy, Mame Astou Diallo, Saikou Lô,
Ngalgou Diop, Limamou Ndiaye, Diodio Ndiaye,
Moamed Fall, Bachirou Diakhaté, Moctar Diop
ARGUMENTO: David Bouchet, Éric Névé
FOTOGRAFIA: Thomas Letellier
SOM: Martin Boissau, Agnès Ravez,
Antoine Baudouin, Thierry Delor
MÚSICA ORIGINAL: Prince Ibrahima Ndour
MONTAGEM: Josie Miljevic
PRODUÇÃO: Les Chauves-Souris, Arte France Cinéma,
Appaloosa Films, Studio 37, Astou Films
ORIGEM: França, Senegal
VENDAS INTERNACIONAIS: Memento Films
International
ESTREIA EM FRANÇA: A estrear
Presença em festivais
Festival de Cinema de Cannes (2012)
– Un Certain Regard
Festival de Cinema de Sydney (2012)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 19h30
GUIMARÃES São Mamede • 8 NOV 21h45
La Pirogue
De Moussa Touré | 2012 | Drama | 1h27
reia
antestDIAL
MUN
Numa aldeia de pescadores da zona de Dakar (Senegal), uma piroga parte rumo às Canárias (Espanha) com vinte
e nove homens e uma mulher, comandados por Baye Laye. Os dias sucedem-se entre peripécias várias e múltiplas formas de ocupar o tempo, numa tão longa viagem... Conseguirão eles chegar ao seu destino, naquela frágil
piroga?
ANTESTREIAS
O realizador
Moussa Touré, realizador senegalês, apresentou, em 1987, a sua primeira curta-metragem, Baram, o mesmo ano em que fundou a produtora
Les Films du Crocodile. Cinco anos mais tarde, surgiu a primeira longa-metragem Toubab Bi, que foi premiada em diversos festivais. Em 1998,
regressou com aquele que seria um enorme sucesso de público, em todo
o continente africano, Tgv. Alargando ainda mais a sua intervenção no
cinema africano, começou a organizar, em 2002, o festival Moussa Invite,
dedicado ao cinema documental da região e foi realizando, ao longo dos
anos, documentários como Nosaltres (2006), ou Les Yeux Grands Ouverts (2008). Com La Pirogue, regressa à ficção e apresenta uma épica
tentativa de alcançar a Europa.
Nota de intenções do realizador
“O filme parte de uma constatação muito simples e evidente: no Senegal, cada família conta com, pelo menos, um dos seus membros que
embarcou numa piroga para tentar a sorte na Europa. Um dia descobri
que o meu mecânico, um rapaz novo, também tentou esta aventura. Ele
28 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
foi a bordo de uma piroga, mas, dois meses mais tarde, foi reconduzido
ao país.”
Sobre o filme
“Um bom domínio do argumento, uma realização sóbria e actores inspirados… O único filme africano deste 65º festival [de Cannes] honra o
seu continente.”
Pierre-Yves Grenu, in France Télévisions
“Um filme senegalês sobre a tragédia da imigração clandestina.”
Thierry Chèze, in L’Express
Uma piroga pelo mar adentro,
trinta pessoas com o mesmo sonho:
chegar a uma Europa,
que se fecha cada vez mais.
COM: Sasson Gabai, Baya Belal, Myriam Tekaïa,
Andrew Galea, Bashir Wakil, Gassan Abbas,
Khaled Riani, Khalifa Natour
ARGUMENTO: Sylvain Estibal
FOTOGRAFIA: Romain Winding
SOM: Dirk Bombey, Gert Janssen, Mathieu Cox
MÚSICA ORIGINAL: Aqualactica, Boogie Balagan
MONTAGEM: Damien Keyeux
PRODUÇÃO: Marilyn Productions, Studiocanal,
Rhamsa Productions, Saga Film, Barry Films
ORIGEM: França, Alemanha, Bélgica
DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Presença em festivais
César do Cinema Francês (2012)
– Prémio Melhor Primeiro Filme
Festival de Cinema de Munique (2012)
Festival de Cinema de Pinamar (2012)
Festival de Cinema de Tóquio (2011)
– Prémio do Público
LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 19h30
ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 23h00
PORTO Rivoli Teatro • 25 OUT 18h30
COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 23h30
Le Cochon de Gaza
De Sylvain Estibal | 2010 | Comédia | 1h38
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ANTESTREIAS
Quando Jaffar, um pescador palestiniano, regressa da faina, na sequência de uma tempestade, o inesperado
acontece... às redes do seu barco vai parar um porco, caído de um grande cargueiro. Jaffar tem de livrar-se deste animal impuro e, de preferência, ganhar algo com isso. Na cidade de Gaza, cercada pelas tropas israelitas e
governada por militantes islamitas, tal não parece nada fácil! Um Charlot a tentar livrar-se de um porco, numa
aventura recambolesca...
O realizador
Sobre o filme
Sylvain Estibal é correspondente da agência France Presse, no Uruguai.
É, desde Montevideu, que tem escrito, nos últimos 15 anos, vários livros de viagens, sobretudo sobre os desertos. Um deles, “Le dernier vol
de Lancaster”, está na origem do filme Le Dernier vol, de Karim Dridi,
apresentado na 12ª edição da Festa do Cinema Francês. Le Cochon de
Gaza é a sua estreia na realização de longas-metragens e surpreende
pelo enredo e pela prestação dos actores.
“O filme de Sylvain Estibal é uma fábula poética e burlesca que evita
o empenhamento político, enquanto denuncia uma situação absurda. É
como uma mensagem de paz, uma garrafa atirada ao mar. Sasson Gabay
é profundamente comovente e o seu porco — impecável a prestação do
animal! — torna-se a ligação ideal entre as duas comunidades.”
Nota de intenções do realizador
“É, antes de mais, um grito de raiva cómica. A vontade de mudar as coisas, de dar uma lufada de ar fresco, fazer os dois lados rirem-se, tanto o israelita como o palestiniano, mostrando o absurdo da situação,
abordando-a sob um ângulo humano e burlesco, sem agressividade,
mas sem poupar quem quer que seja. (...) O que no filme une as duas
comunidades é a comum rejeição do porco.”
30 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Anthony Palou, in Le Figaroscope
“Adivinharam: Le cochon de Gaza é um OVNI burlesco. Terão tanto prazer a descobrir esta farsa política como a contá-la e a partilhá-la com os
vossos amigos. Neste porco tudo se aproveita.”
Guillaume Lorrain, in Le Point
Uma delirante e astuciosa comédia
sobre um animal impuro,
numa cidade cercada.
COM: Emmanuelle Devos, Jules Sitruk, Mehdi Dehbi,
Pascal Elbé, Areen Omari, Bruno Podalydès
ARGUMENTO: Nathalie Saugeon, Lorraine Lévy,
Noam Fitoussi
FOTOGRAFIA: Emmanuel Soyer
SOM: Jean-Paul Bernard
MÚSICA ORIGINAL: Dhafer Youssef
MONTAGEM: Sylvie Gadmer
PRODUÇÃO: Rapsodie Production, Cité Films
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Cité Films
ESTREIA EM FRANÇA: 28/03/2012
Presença em festivais
Fondation Diane et Lucien Barrière
– Prémio Cinéma 2012
LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 21h00
LISBOA Inst. français Port • 9 OUT 21h45
FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 19h30
PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 21h00
Le Fils de l’autre
de Lorraine Lévy | 2012 | Drama | 1h45
Ao entrar para o exército israelita, Joseph descobre que não é filho biológico dos pais, e que foi trocado à nascença por Yacine, aquando de um bombardeamento que atingiu a maternidade onde nasceu. Joseph parte à procura
desse outro rapaz, filho de uma família palestiniana, desencadeando um profundo revirar de identidades e convicções nos membros das duas famílias.
ANTESTREIAS
A realizadora
Argumentista e realizadora de cinema e televisão, Lorraine Lévy, é também dramaturga e encenadora de teatro. Em cinema, realizou os filmes
La Première fois que j’ai eu 20 ans (2005) e Mes amis, mes amours
(2008). Com Le Fils de l’autre, apresenta uma inesperada leitura do
conflito israelo-palestiniano e um hino à paz entre os povos.
Nota de intenções da realizadora
“Foi a primeira vez que recebi pelo correio um projecto que me apaixonou imediatamente. Disse para comigo: «É uma história para mim.»
Isto porque está em relação directa com as minhas próprias obsessões:
que lugar podemos ocupar na nossa própria vida e na dos outros, que
ligação mantemos com a infância, com a filiação...”
Sobre o filme
“Um filme à flor da pele, à flor dos sentidos. E provavelmente, porque
não, um filme que nos torna melhores.”
Pierre Vavasseur, Le Parisien
32 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
“Um filme humanista, verdadeira apologia da paz, desempenhado por
excelentes actores.”
Françoise Delbecq, in Elle
“Tantos temas sensíveis, abordados com justeza, pela realizadora Lorraine Lévy, que observa como uma entomologista o comportamento de
duas famílias, entre Telavive e Gaza.”
Jean-Luc Wachthausen, in Le Figaro
A busca da identidade
e a descoberta do outro,
numa verdadeira exaltação da paz.
COM: Karin Viard, Nicolas Duvauchelle,
Nadia Barentin, Patrick Fierry, Catherine Hosmalin,
Jean-Noël Brouté, Dani, François Bureloup,
Elise Otzenberger, Adèle Bonduelle, Ariane Pirie
ARGUMENTO: Pierre Pinaud
FOTOGRAFIA: Guillaume Deffontaines
SOM: Lucien Balibar
MÚSICA ORIGINAL: Maïdi Roth
MONTAGEM: Valérie Deseine, Nathalie Hubert
PRODUÇÃO: Estrella Productions,
Bonne Pioche Cinéma
ORIGEM: França
DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Foto: Martin Caraux
Presença em festivais
Festival de Cinema de Durban (2012)
Parlez-moi de Vous
de Pierre Pinaud | 2011 | Comédia Dramática | 1h29
LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 22h00
ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 21h00
FARO Teatro Mun. Faro • 19 OUT 21h30
PORTO Rivoli Teatro • 25 OUT 21h30
COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 21h00
TIÇÃO
COMPE
DO
Está no ar PRÉMIO O
C
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L
PÚB
Enquanto animadora de um programa de rádio de grande sucesso, Mélina é uma das vozes mais conhecidas de
França. No seu fórum nocturno, ajuda, com bom humor e impertinência, a resolver os problemas afectivos e sexuais dos seus ouvintes, mas, na vida real, mantém o anonimato e a sua vida é muito mais solitária do que se
poderia pensar.
ANTESTREIAS
O realizador
Pierre Pinaud viu a sua primeira curta-metragem, Gelée Précoce (2000),
ser premiada em diversos festivais de cinema. No ano seguinte, apresentou o documentário Domaine Interdit, já sobre as questões do anonimato e da imagem. Sucedem-se várias curtas: Fonctions Annexes
(2002), Submersible (2004) e Les Miettes (2008), galardoada com o
Prémio César para Melhor Curta-Metragem. Esta nova reflexão sobre o
direito à imagem, Parlez-moi de Vous, é a sua primeira longa-metragem.
Nota de intenções do realizador
“O meu objectivo era falar de uma personagem incapaz de amar e que se
lança numa busca pelo amor perdido em toda a sua dimensão emocional, sem, no entanto, cair num pathos dramático ou na complacência. Fui
naturalmente levado a fazer com que as coisas importantes deslizassem
para a comédia.”
Sobre o filme
“Pierre Pinaud assina uma primeira longa-metragem que tem o charme
34 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
de uma comédia romântica e a profundidade de uma reflexão sobre a
resiliência, esse caminho pejado de escolhos.”
in TéléCinéObs
“Diálogos tensos como cordas sensíveis, situações fortes, ou mesmo
extremas, fazem com que este filme seja mais do que simples divertimento.“
Alain Spira, in Paris-Match
“Neste seu primeiro filme, Pierre Pinaud faz prova de uma real singularidade na paisagem cinematográfica do hexágono. Nos antípodas da
comédia pura e dura e do drama intimista, Parlez-moi de Vous privilegia
o humor subtil, o pudor e a delicadeza...”
Olivier de Bruyn, in Le Point
A história de uma mulher
que tarda em ouvir-se.
COM: Bernadette Lafont, Carmen Maura,
Dominique Lavanant, Françoise Bertin
ARGUMENTO: Jérôme Enrico
FOTOGRAFIA: Bruno Privat
SOM: Jean-Luc Rault-Cheynet
MONTAGEM: Antoine Vareille
PRODUÇÃO: Légende, Gaumont
ORIGEM: França
DISTRIBUICÃO: Zon Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
LISBOA São Jorge Sala 1 • 4 OUT 21h00
Paulette
de Jérôme Enrico | 2012 | Comédia |
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
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L
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reia
antestDIAL
MUN
ANTESTREIAS
Paulette vive sozinha num bairro de habitação social e recebe uma magra reforma, com a qual tem dificuldade
em chegar ao fim do mês. Uma noite, dá-se conta dos estranhos negócios que decorrem no seu prédio. É aí que
decide lançar-se na venda de haxixe e, como em tempos foi uma reputada pasteleira, vai encontrar formas originais de começar uma nova carreira!
O realizador
Nota de intenções do realizador
Filho do realizador Robert Enrico, Jérôme Enrico entra no mundo do ci-nema como actor num papel secundário no filme Un peu, beaucoup,
passionnément (1971). Mais tarde, trabalha como assistente de realizador no início dos anos 80, altura em que realiza duas curtas-metragens:
Le rat noir d’Amérique (1981) e La dernière image (1983). Foi assistente de realização em filmes assinados pelo seu pai, mas também de
La reine Margot (1993), de Patrice Chereau ou ainda Prêt-à-porter
(1994), de Robert Altman.
Apresentou a sua primeira longa-metragem, L’origine du monde, no
ano 2000, com Roschdy Zem e Angela Molina, e surpreende agora com
Paulette e esta curiosa decisão de uma idosa que tenta arranjar uma
saída para as suas dificuldades económicas.
“Com esta comédia social à inglesa, na senda de The Full Monty, tentámos movimentarmo-nos em cenários muito realistas, mantendo sempre
a poesia da ideia base. Esta surgiu de um fait-divers relatado na imprensa: a história de uma mulher de 75 anos que vivia na região de Paris, que
estava farta de não poder comprar um bife, e que começa a organizar
um esquema de venda de haxixe em casa. E que assim melhora o seu
pé-de-meia.”
36 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Uma comédia desmedida,
com quatro actrizes de peso.
COM: Mathieu Amalric, Édouard Baer,
Maria de Medeiros, Golshifteh Farahani, Éric Caravaca,
Chiara Mastroianni, Mathis Bour, Enna Balland
ARGUMENTO: Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud
FOTOGRAFIA: Christophe Beaucarne
SOM: Gilles Laurent
MÚSICA ORIGINAL: Olivier Bernet
MONTAGEM: Stéphane Roche
PRODUÇÃO: Celluloid Dreams Productions, Studio 37,
Le Pacte, Lorette Productions, Arte France Cinéma
ORIGEM: França, Alemanha
VENDAS INTERNACIONAIS: Celluloid Dreams
ESTREIA EM FRANÇA: 26/10/2011
Presença em festivais
Mostra de Cinema de Veneza (2011)
Festival de Cinema de Abu Dabi (2011)
– Prémio para Melhor Filme Narrativo
Festival de Cinema de São Francisco (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Festival de Cinema de Salónica (2012)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 13 OUT 22h00
Poulet aux prunes
de Marjane Satrapi, Vincent Paronnaud | 2011 | Drama | 1h31
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ANTESTREIAS
Quando, em 1958, o famoso violinista Nasser Ali Khan (Mathieu Amalric) perde o seu violino, perde também toda
a vontade de viver. Enquanto imagina mil formas de morrer, o músico iraniano vai recordando a sua infância e as
voltas que a vida dá, até que se lembra de um amor antigo, e do início do seu gosto pela música.
OS realizadorES
Sobre o filme
Nascida no Irão, Marjane Satrapi estudou em Viena, autora de banda
desenhada, com livros editados por todo o mundo, e contou a história
dos primeiros anos da sua vida em Persepolis (quatro álbuns de BD
e um filme realizado em parceria com Vincent Paronnaud). Poulet aux
prunes começou também por ser um álbum de BD, inspirado na vida de
um tio de Satrapi, mas o filme conta com personagens de carne e osso
como Mathieu Amalric, Maria de Medeiros e Chiara Mastroianni. Vincent
Paronnaud também vem do mundo da BD underground e lançou-se no
cinema de animação, em 2001, com Villemolle 81.
“Deste destino que, contas feitas, é amargo, nasce um conto encantador, pitoresco, cintilante, que casa sátira e melodrama, nostalgia e sarcasmo. Este poulet aux prunes é uma maravilha.”
Nota de intenções doS realizadorES
“O mais interessante num projecto artístico é poder superar um desafio,
fazer coisas que ainda não fizemos, que não sabemos fazer. De facto,
nós queríamos um filme que casasse diferentes modos de narração, diferentes formas de fazer... Divertimo-nos muito a passar da paródia a
uma sitcom para um melodrama italiano, passando por um filme fantástico ou um piscar de olhos a Méliès.”
38 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Marie-Noelle Tranchant, in Le Figaroscope
“Uma receita muito pessoal, ao mesmo tempo revigorante e ligeira, doce
e condimentada, amarga e terna.”
Danièle Heymann, in Marianne
“Quem gostar do espírito das fábulas persas, vai adorar este conto das
mil e uma vidas.”
Alain Riou, in TéléCinéObs
Música e vida entrelaçadas no tapete
de um conto persa dos anos 50.
COM: Philippe Torreton, Wladimir Yordanoff,
Noémie Lvovsky, Raphaël Ferret, Michèle Goddet,
Farida Ouchani, Olivier Claverie
ARGUMENTO: Vincent Garenq segundo a obra
original de Alain Marécaux, “Chronique de mon erreur
judiciaire”
FOTOGRAFIA: Renaud Chassaing
SOM: Pascal Jasmes
MONTAGEM: Dorian Rigal-Ansous
PRODUÇÃO: Nord-Ouest Films, France 3 Cinéma,
Artémis Productions
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Films Distribution
ESTREIA EM FRANÇA: 07/09/2011
Presença em festivais
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Festival de Cinema de São Francisco (2012)
Festival de Cinema de Gotemburgo (2012)
Festival BFI de Cinema de Londres (2011)
Festival de Cinema de Salónica (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 10 OUT 19h30
LISBOA Inst. français Port • 11 OUT 21h45
COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 23h30
Présumé coupable
de Vincent Garenq | 2010 | Drama | 1h42
O realizador
Sobre o filme
Antes de se lançar na realização de longas-metragens, em 2007, com
a apresentação de Comme les autres, Vincent Garenq realizou duas
curtas e várias séries televisivas. A primeira destas foi Sous le soleil
(1996), e a mais recente foi Ma vie à la ferme (2005). Présumé coupable é a sua segunda longa-metragem, onde o realizador apresenta a
versão de Alain Marécaux, vítima de um erro judicial no âmbito de um
caso de pedofilia, em França.
“Edificante, por vezes insuportável, sempre revoltante, o filme gela-nos
o sangue.”
Nota de intenções do realizador
“Vincent Garenq coloca-se o mais perto possível da sua personagem,
da sua incompreensão e dos seus medos, e apresenta uma crónica da
interminável descida aos infernos: as rusgas degradantes, o opróbrio,
a família destruída…”
“No início de um novo projecto de filme, coloco sempre a questão da sua
necessidade. Devo dizer que quando descobri o diário escrito por Alain
Marécaux na prisão, não equacionei de imediato a sua urgência. Mas, ao
longo dessa leitura, não parei de me indignar, de chorar, de empalidecer,
nunca poderia imaginar que uma história destas fosse possível em França, e no entanto…”
40 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Fabrice Leclerc, in Studio CinéLive
“Vincent Garenq filma de forma sóbria o que é escandaloso. Torreton
presta justiça, através da sua notável prestação, a Alain Marécaux.”
in Journal du Dimanche
in L’Express
Um grave erro judicial. A descida aos infernos
de um homem inocente.
Fotos: Jean-Claude Lother
ANTESTREIAS
Baseado na história verídica de Alain Marécaux, em 2001, um casal é acusado de praticar horríveis actos de pedofilia - que nunca cometeu – e pelos quais ambos são imediatamente presos. O sistema judicial francês, a imprensa e a opinião pública alimentam um terrível, e injusto, erro que arrasa a vida de Alain e da sua família.
COM: Alain Chabat, Jamel Debbouze, Frédéric Testot,
Géraldine Nakache, Lambert Wilson, Patrick Timsit
ARGUMENTO: Alain Chabat, Jeremy Doner, segundo
a obra original de André Franquin FOTOGRAFIA: Laurent Dailland
SOM: Pierre Excoffier, Jean Goudier, Samy Bardet,
François Fayard, Thierry Lebon
MÚSICA ORIGINAL: Bruno Coulais
MONTAGEM: Maryline Monthieux
PRODUÇÃO: Chez Wam, Pathé Films, TF1 Films
Production, Scope Pictures
ORIGEM: França, Bélgica
DISTRIBUICÃO: ZON Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
LISBOA São Jorge Sala 1 • 6 OUT 17h00
LISBOA Inst. français Port • 9 OUT 19h45
PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 18h30
COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 21h00
Sur la piste du Marsupilami
de Alain Chabat | 2012 | Comédia | 1h45
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ANTESTREIAS
O destemido repórter Dan Geraldo (Alain Chabat) chega à Palômbia, sem saber o que o espera. Acompanhado
pelo seu guia Pablito (Jamel Debbouze), encontra um botânico diabólico, um ditador, piranhas esfomeadas, uma
tribo indígena... e, sobretudo, o mítico Marsupilami, um animal destravado e saltitão, que vive misteriosamente
no meio da selva.
O realizador
Sobre o filme
Alain Chabat passa pela televisão, no final dos anos 80, e faz parte do
célebre trio humorístico francês Les Nuls que se estrearam no cinema,
com o filme La cité de la peur (1994). Continua a sua carreira de actor
a solo em Gazon Maudit, filme de Josiane Balasko do mesmo ano. Em
1997, realiza a sua primeira longa-metragem, Didier, e entra ainda em
Le Goût des autres (2000) de Agnès Jaoui. Misturando o cinema, a banda desenhada e o humor, filma Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre
(2002) e dá a voz a vários dos filmes da série Shrek. Em 2012, apresenta
Sur la piste du Marsupilami.
“Este Marsupilami dirige-se essencialmente às crianças. Elas vão adorar
este bicharoco. Tudo transpira a comédia naïf, espírito BD e gags amalucados.”
Danielle Attali, in Le Journal du Dimanche
“Este filme de aventuras é construído em torno do Marsupilami e concebido como homenagem a Franquin. Reencontramos o tom terno e brincalhão do desenhador, o seu humor inocente e a sua deliciosa Palômbia,
um concentrado de imagens sobre a América Latina.”
Florence Colombani, in Le Point
Nota de intenções do realizador
“O meu encontro com o Marsupilami deu-se por volta dos dez anos, graças aos álbuns de banda desenhada concebidos por Franquin. (…) Hoje
em dia, ainda fico admirado com a sua modernidade, tanto a nível do
desenho como dos textos. Quando era miúdo, tinha um Marsupilami de
borracha, mas sonhava em ter um verdadeiro como amigo. Sobretudo,
quando um miúdo maior me batia no recreio.”
42 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
As aventuras de um jornalista
no meio da incrível selva da Palômbia...
COM: Leïla Bekhti, Benjamin Siksou, Cécile Cassel,
Marie-sohna Conde, Abel Jafri, Chantal Lauby,
Cheïna Correa Lafaure
ARGUMENTO: Audrey Estrougo, Juliette Sales,
Aline Mehouel
FOTOGRAFIA: Guillaume Schiffman
SOM: Cyril Moisson
MÚSICA ORIGINAL: Baptiste Charvet
MONTAGEM: Sophie Reine
PRODUÇÃO: Fidélité Films, Wild Bunch, Mars films,
France 2 Cinéma
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch
ESTREIA EM FRANÇA: 23/02/2011
Presença em festivais
Mostra - Festival internacional de São Paulo (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 8 OUT 19h30
LISBOA Inst. français Port • 10 OUT 19h45
FARO Teatro Mun. Faro • 19 OUT 19h30
COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 18h00
Toi, Moi, les autres
de Audrey Estrougo | 2010 | Musical, Comédia Romântica | 1h30
Gabriel é um jovem, pouco ambicioso, de uma família rica parisiense. Por sua vez, Leila, uma estudante de Direito, de origem árabe, vive entre uma luta desenfreada na defesa de imigrantes ilegais, e um irmão com tendência
a envolver-se em confusões. É no dia em que Gabriel quase atropela o irmão de Leila, que se dá o choque entre
dois mundos diferentes e o início de uma fogosa história de amor, que vai colidir com a realidade.
ANTESTREIAS
A realizadorA
Audrey Estrougo, na sua primeira longa-metragem, Regarde-moi (2007),
utilizou uma realidade que conhece bem para retratar os problemas de
exclusão social, e as dificuldades económicas, que se vivem nos subúrbios parisienses. Uma estreia marcada pela coragem de uma jovem realizadora, que reaparece agora com Toi, moi, les autres, uma inesperada
comédia musical, que se vai debater com a situação da imigração ilegal
em França.
Nota de intenções dA realizadorA
“Estávamos todos de acordo no facto de se tratar de uma comédia musical assumida. Já tínhamos uma história do tipo Romeu e Julieta mas eu
queria dar-lhe mais profundidade, incluindo aspectos que me são caros,
como o tema da imigração ilegal.
Sobre o filme
“Se o argumento é algo simples, não escondemos o nosso prazer em
seguir – trauteando as canções do filme – a história de amor de Gabriel
44 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
e Leila, uma piscadela de olhos a Romeo e Julieta. A banda sonora deste
musical à francesa é formidável.”
Alain Grasset, in Le Parisien
“Apesar da falta de sentido de alguns dos números musicais, a ausência
de cinismo do filme acaba por ser tão tocante como uma canção de amor.
E não era esse o objectivo?”
Julien Welter, in L’Express
Uma ritmada comédia musical
com uma inesperada história de amor!
COM: Louise Bourgoin, Pio Marmaï, Josiane Balasko,
Thierry Frémont, Anaïs, Daphné Burki, Firmine Richard
ARGUMENTO: Vanessa Portal, Rémi Bezançon
(segundo livro de Eliette Abecassis)
FOTOGRAFIA: Antoine Monod
SOM: Marc Engels, Olivier Walczak, Emmanuel Croset
MÚSICA ORIGINAL: Sinclair
MONTAGEM: Sophie Reine
PRODUÇÃO: Mandarin Cinéma, Gaumont, France 2
Cinéma, Scope Pictures, RTBF - Radio Télévision Belge
de la Communauté Française
ORIGEM: França, Bélgica
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Zon/Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Presença em festivais
City of Lights, City of Angels, Los Angeles (2012)
CPH PIX, Copenhaga (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Festival de Cinema de Toronto (2011)
Golden Horse – Festival de Cinema de Taipé (2011)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 22h00
LISBOA Inst. français Port • 12 OUT 18h45
FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 19h30
COIMBRA T.A.G.V. • 27 OUT 23h30
Un Heureux Évènement
De Rémi Bezançon | 2010 | Comédia | 1h47
TIÇÃO
COMPE
O DO
PRÉMI O
I
L
PÚB C
ANTESTREIAS
Adaptado de um romance de Eliette Abecassis, Un Heureux Événement é uma visão íntima de uma maternidade
sem tabus.
O realizador
Sobre o filme
Tendo começado por escrever o argumento de Vendues, um filme de
2004 sobre o destino de sete mulheres da Europa de Leste, Rémi Bezançon passou à realização, em 2005, apresentando Vie En L’Air. Três
anos mais tarde, seguiu-se Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie, a crónica de momentos muito diferentes da vida de uma mesma família, um
filme que Rémi Bezançon veio apresentar na 10ª Festa do Cinema, com
sala cheia e um debate muito participado. Ao regressar com Un Heureux
événement, Bézançon mostra uma inesperada visão dos meses seguintes ao nascimento de uma bébé. Já em 2012, teve um enorme sucesso ao
apostar no cinema de animação com Zarafa, filme também apresentado
nesta edição da Festa do Cinema Francês.
“Uma encenação resolutamente moderna que mantém uma marca de
classicismo. (…) Louise Bourgoin, pela sua parte, eleva-se a um novo patamar e surge definitivamente como actriz, e das melhores.”
Nota de intenções do realizador
“Há realmente duas partes bem distintas no meu filme: antes e depois
do parto. O fantasma e a realidade de um feliz acontecimento. Com uma
barreira no meio e uma passagem entre os dois, o parto. A primeira parte
é muito onírica, entramos na subjectividade de Barbara, o que ela sente,
o que imagina, esse sonho de um amor perfeito, esse idealismo da maternidade. (…) Com a chegada da bebé, a cortina fantasmática rasga-se
de forma abrupta e o caos que é a vida real retoma o seu lugar.”
46 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Christophe Narbonne, in Première
“Entre maternidade idealizada e a trivialidade do quotidiano, esta comédia saltita de forma elegante entre a descrição da vida de um pai e de
uma mãe normais que se amam e que amam a sua filha sem conseguirem adaptar-se à mudança que altera a sua existência.
Caroline Vié, in 20 Minutes
“Rémi Bezançon agarra o assunto sem rodeios e dirige com mão de mestre os excelentes actores Pio Marmai e Louise Bourgoin. Uma bela lição
de empenhamento, que vale mais que qualquer curso de preparação
para o parto.”
Nathalie Dupuis, in Elle
Entre a ilusão e a realidade,
uma bébé reclama o seu lugar no mundo!
MARIA DE
MEDEIROS
a madrinha
48
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 49
MARIA DE MEDEIROS
Madrinha da 13ª Festa
D
epois de Sandrine Bonnaire, e de Carole Bou-
Continuando sempre a representar, Maria de Medeiros pas-
quet, nos anos precedentes, Maria de Medeiros
sa, no ano 2000, para o outro lado da câmara e apresenta
será a madrinha da 13ª edição da Festa do Ci-
Capitães de Abril, uma original reconstituição da madruga-
nema Francês.
da libertadora de Abril de 1974, prelúdio da revolução por-
Com uma carreira de actriz, realizadora e cantora dividida
entre Paris e Lisboa, poucas pessoas poderiam assumir, tão
bem como ela, o espírito deste festival. Acresce que, neste,
como nos últimos anos, Maria de Medeiros é presença constante na secção de filmes em ante-estreia, como é o caso,
nesta edição, de Poulet aux Prunes, da iraniana Marjane
t’aime Moi non plus, documentário de 2004, que discute
a relação de amor/ódio, unindo realizadores de cinema e
críticos, é outro dos filmes que realizou, e ambos integram
o ciclo proposto. Este termina com Viagem a Portugal,
de Sérgio Tréfaut (2010), uma denúncia das condições de
acolhimento de imigrantes em Portugal, e dois dos filmes
franceses mais recentes em que contracena: À l’abri de la
Tendo vivido a infância na Áustria até ao 25 de Abril de 1974,
Tempête e Je ne suis pas Mort, de Camille Brottes-Beaulieu
Maria de Medeiros cresce em Lisboa e, mais tarde, estuda
e de Ben Attia, respectivamente.
Filosofia, assim como Teatro, em Paris. A sua entrada como
actriz no mundo do cinema dá-se pela mão de João César
Monteiro, em Silvestre (1982). Mas é anos mais tarde, primeiro com Henry e June (1990), de Philip Kaufman, depois
com A Divina Comédia, de Manoel de Oliveira (1991), ou
Pulp Fiction, de Quentin Tarantino (1994), que começa a
granjear uma carreira internacional. O reconhecimento chegaria ainda nesse ano de 1994 com a densidade de Três Ir-
Além do cinema e do teatro, com uma carreira de actriz e de
encenadora, prosseguida sobretudo em palcos franceses,
Maria de Medeiros faz também uma incursão no mundo da
música e contando com dois discos gravados, A Little More Blue, disco de 2007, composto por versões de temas da
grandiosa música popular brasileira, e Penínsulas e Continentes, de 2010.
mãos, filme de Teresa Villaverde que lhe valeu o prémio para
Melhor Actriz no Festival de Veneza e que será apresentado
no ciclo de seis filmes que seleccionou.
50
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 51
maria de medeiros
MARIA DE MEDEIROS
Satrapi e de Vincent Paronnaud.
tuguesa, que foi seleccionada para o Festival de Cannes. Je
Je ne suis pas mort
de Camille Brottes-Beaulieu | 2010 | Drama | 1h17
de Mehdi Ben Attia | 2012 | Drama | 1h30
COM: Judith Magre, Maria de Medeiros, Jean-Claude Leguay, Vincent Deniard
ARGUMENTO: Camille Brottes-Beaulieu, Marcel Beaulieu
COM: Mehdi Dehbi, Maria de Medeiros, Emmanuel Salinger, Driss Ramdi,
Judith Davis, Laurent Bateau, Albert Delpy, Slimane Dazi, Nicolas Maury,
Salim Kechiouche, Alain Azerot, Dimitri Storoge
ARGUMENTO: Mehdi Ben Attia
Começa uma nova noite de deambulação para Léo e Valentine,
um homem e uma mulher sem-abrigo. Léo nunca cresceu e Valentine, uma antiga e esquecida vedeta de cinema dos tempos
da Nouvelle Vague, tomou-o a cargo de uma forma cruel e exacerbada.
Um retrato de um singular casal que, nas suas diferenças e desequilíbrios, se apoia mutuamente…
LISBOA São Jorge Sala 3 • 14 OUT 20h30
GUIMARÃES São Mamede • 5 NOV 21h45
Capitães de Abril
de Maria de Medeiros | 2000 | Drama | 2h04
MARIA DE MEDEIROS
Em Portugal, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, uma canção desencadeia um golpe de Estado militar que irá derrubar o
regime ditatorial, terminar com a guerra colonial e mudar a face
do país.
Embalados pela voz de Zeca Afonso, as tropas revoltosas comandadas por Salgueiro Maia tomam os quartéis e, nas horas seguintes, o povo tomará as ruas. A revolução portuguesa distingue-se pelo seu carácter aventureiro, pacífico e lírico.
LISBOA São Jorge Sala 3 • 12 OUT 20h30
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| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
Um professor, Richard, e um aluno ambicioso, Yacine, corre entre
as aulas de Ciência Política, os biscates, a namorada, as preocupações familiares e a militância política. Richard, que vai ser condecorado no palácio do Eliseu, convida Yacine a acompanhá-lo e
tenta arranjar-lhe um estágio, mas os acontecimentos sucedem-se… E afinal quem é que morre, Richard ou Yacine?
LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 19h30
LISBOA Inst. français Port • 10 OUT 21h45
FARO Teatro Mun. Faro • 18 OUT 19h30
Je t’aime... moi non plus
- artistes et critiques
de Maria de Medeiros | 2004 | Documentário | 1h22
COM: Michel Ciment, Wim Wenders, Ken Loach, Pedro Almodovar,
Woody Allen, Jean-Michel Frodon, Samuel Blumenfeld
ARGUMENTO: Maria de Medeiros
Um documentário composto de entrevistas sobre as relações,
por vezes tumultuosas, e nada cordiais, entre realizadores de cinema e críticos. As diferenças entre o fazer e o reflectir sobre o
que foi feito, numa dialéctica que pode ser cruel, mas que também pode ser proveitosa para cineastas e actores, composta de
elogios e de frases assassinas, que ajudam a ditar a sorte de um
filme. Uma relação de encontro, desejo, sedução…
LISBOA São Jorge Sala 3 • 13 OUT 20h30
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 53
MARIA DE MEDEIROS
COM: Stefano Accorsi, Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida, Frédéric Pierrot,
Fele Martínez, Manuel João Vieira, Marcantónio Del Carlo, Emmanuel Salinger,
Rita Durão, Manuel Manquiña
ARGUMENTO: Ève Deboise e Maria de Medeiros
Foto: Michaël Crotto/Mercredi Films
À l’abri de la tempête
Três irmãos
de Teresa Villaverde | 1994 | Drama | 1h48
COM: Maria de Medeiros, Marcello Urghege, Laura del Sol, Mireille Perrier,
Evgeni Sidihin, Olimpia Carlisi, Fernando Reis Júnior, Luís Miguel Cintra
ARGUMENTO: Teresa Villaverde
Maria é o centro desta história. Tem vinte anos, mas não consegue comportar-se como a maioria das pessoas da sua idade.
Quase nunca diz o que pensa, nem pede o que quer. Quase nunca diz a verdade, embora nunca minta. Mata e não diz que matou.
Sofre e não diz que sofreu. Não quer estar sozinha, mas não pede
companhia. Ama, mas não sabe quem ama. Nasceu em Lisboa, e
nunca foi, nem irá, a outra cidade. Maria quer estar sempre com
os seus irmãos, mas não pode, porque o mundo não foi organizado assim.
LISBOA São Jorge Sala 3 • 11 OUT 20h30
Viagem a Portugal
de Sérgio Tréfaut | 2011 | Drama | 1h14
MARIA DE MEDEIROS
COM: Maria de Medeiros, Isabel Ruth, Makena Diop, Rebeca Close,
João Pedro Bénard, Pedro Pacheco, José Wallenstein
ARGUMENTO: Sérgio Tréfaut
Viagem a Portugal é um filme político sobre os procedimentos
de controlo de estrangeiros nos aeroportos europeus, e sobre
o tratamento desumano, que é aceite como prática comum nos
dias de hoje. Maria, uma médica ucraniana, aterra no aeroporto
de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os
passageiros do seu avião, Maria é a única a ser detida e interrogada pela polícia de estrangeiros e fronteiras. A situação transforma-se num pesadelo quando a polícia percebe que o homem
que espera Maria no aeroporto é senegalês. Imigração ilegal?
Tráfico humano? Tudo é possível.
Viagem a Portugal é um filme inspirado numa história real.
LISBOA São Jorge Sala 3 • 10 OUT 20h30
LISBOA Inst. français Port • 11 OUT 21h45
COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 21h00
54 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Olivier
Assayas
homenagem
56
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 57
OLIVIER ASSAYAS
Homenagem
No âmbito da 13ª Festa do Cinema Francês, em colaboração com o
Instituto Francês de Portugal.
D
epois de surgir no panorama do cinema francês em
sobre a nossa experiência de vida”. Treze anos antes, Assayas
meados dos anos 80, com Désordre, Olivier Assayas
declarara a mesma coisa numa entrevista: “O que me interessa
firmou-se como um dos realizadores europeus mais co-
no cinema não é o cinema em si, mas aquilo que o cinema, como
nhecidos, e reconhecidos, da sua geração. Entre longas-metragens de ficção e documentários, realizou vinte e seis filmes à da-
A homenagem que a 13ª Festa do Cinema Francês e a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema prestam a Olivier Assayas
O seu filme mais recente, Après Mai, foi estreado no passado
compreende onze títulos, que proporcionam uma visão panorâ-
mês de Setembro no Festival de Veneza, onde foi muito bem re-
mica da sua obra. Poderemos ver o seu primeiro filme e a sua
cebido. Embora tenha formação de cinéfilo (escreveu um livro
obra mais recente, mas também um documentário sobre o cine-
sobre Kenneth Anger, foi apreciador e conhecedor do cinema asi-
asta de Taiwan Hou Hsiao-Hsen, diversos filmes dos anos 90 e do
ático de artes marciais, muito antes deste cinema ter reconheci-
período 2000-2007, que ilustram a variedade, e a qualidade, do
mento crítico em França), Assayas prolonga a tradição narrativa
seu trabalho. E também apresentaremos uma raridade: a versão
do moderno cinema francês sem fazer referências ao cinema do
longa (num total de cinco horas e meia), feita para a televisão,
passado, mas enriquecendo a sua narrativa com personagens
de Carlos, o filme de Assayas sobre o mais célebre terrorista
que reflectem os tempos que vivem. E estes tempos são de mu-
de finais do século XX. Assayas realizou, simultaneamente, uma
dança. A este propósito, Olivier Assayas declarou num debate
versão para o cinema, que teve distribuição em Portugal. Pode-
público, no Walker Arts Center, em 2010: “Muitos realizadores
remos ver de uma só vez, em três sessões separadas, a totalida-
da minha geração, e até de gerações depois da minha, estavam
de deste monumento cinematográfico.
preocupados em fazer filmes que parecessem filmes e que fos-
Fotografia cortesia: Xavier Lahache
sem sentidos como filmes e foram alimentados pela sua experi-
58
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
ência de filmes. Isto é uma coisa que sempre me aterrorizou. Pa-
António Rodrigues
Cinemateca Portuguesa
ra mim, os filmes não devem ser sobre outros filmes. Devem ser
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 59
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
ta de hoje, sem nunca ter atravessado períodos de inactividade.
ferramenta exploratória, apanha nas suas redes”.
COM: Clément Métayer, Lola Creton, Félix Armand
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Éric Gautier
SOM: Nicolas Cantin
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Mk2, France 2 Cinéma, Vortex
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Mk2
ESTREIA EM FRANÇA: 14/11/2012
COM: Asia Argento, Michael Madsen, Kelly Lin,
Carl Ng, Michael Madsen, Alex Descas,
Joana Preiss, Kim Gordon
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Yorick Le Saux
SOM: Daniel Sobrino
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Margo Films
ORIGEM: França, Luxemburgo
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 24/04/2008
Presença em festivais
Festival de Cannes – Selecção Oficial Fora de
Competição (2007)
BAFICI – Festival de Cinema Independente de Buenos
Aires (2007)
Festival de Cinema de Estocolmo (2007)
Festival de Cinema de Ljubljana (2007)
APRÉS MAI
BOARDING GATE Porta de Embarque
de Olivier Assayas | 2012 | Drama | 1h24
de Olivier Assayas | 2007 | Policial | 1h45
Deambulações de um aluno do secundário, na efervescência política e artística do início dos anos 70, mas ainda
com a ressaca do Maio de 68 por perto. Gilles e os seus camaradas, divididos entre o empenhamento político, aspirações de carácter pessoal e diferentes aventuras amorosas, vão de Paris a Roma e, depois, a Londres à procura
de formas de conciliar estas três dimensões.
Sandra é uma ex-prostituta a precisar de dinheiro e trabalho. Miles é o seu ex-amante, um empresário outrora
abastado. O esperado seria uma reaproximação, de trabalho e lazer, mas isso não é o que Sandra pretendia, nem
o que Miles lhe pode oferecer. Os planos dela passam pela China e é lá que, inevitavelmente, reencontra Miles
e conhece o casal Lester e Sue, que lhe promete garantias de futuro. Mas nem tudo será assim tão simples, e os
sentimentos, e intenções de Sandra, permanecem um mistério até ao fim.
o realizador
o realizador
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
Nota de intenções do realizador
“Cresci e fui adolescente nos anos 70, altura em que tínhamos fé numa revolução que viria e a convicção de que essa revolução chegaria e
faríamos parte dela. Fui constituído pela ideia de que o indivíduo tinha
uma possibilidade de mudar o mundo, e de que a nossa geração tinha
a possibilidade de mudar o mundo sem trair os seus ideais, nem trair a
60 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
relação com a poesia. Em França, a relação com a revolução está profundamente ligada à relação com a poesia. E isso é qualquer coisa que se
perdeu, que hoje já não existe.”
Sobre o filme
“E pronto, já temos o nosso Leão de Ouro! Pelo menos o nosso Leão
virtual e pessoal, Après mai de Olivier Assayas era muito esperado. Ele
encheu-nos as medidas.”
Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles
“Com Après Mai, Olivier Assayas leva à competição de Veneza um belo
fresco autobiográfico que nos conduz de França a Itália e a Londres, e
nos faz reviver com justeza e inteligência o tempo da sua adolescência:
os anos 70”.
Marie-Noëlle Tranchant, in Le Figaro
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
Nota de intenções do realizador
“Depois de Demonlover e Clean, quis fazer um filme ao género francês,
focado na vida provinciana. Contudo, o projecto encontrou várias complicações ao nível financeiro. Um sinal dos tempos. Enquanto esperava
para ver se o meu filme francês ia acontecer ou não, decidi escrever e
filmar rapidamente outro projecto. Porque não fazer uma espécie de
filme de série B em inglês? Porque não acompanhar a nova ordem das
coisas, em termos de financiamento, e construir um filme série B? Parco orçamento e rodagem rápida, mas todos os benefícios da completa
liberdade criativa.”
Sobre o filme
“Assayas consegue dizer mais sobre o que é ser humano — ter desejos,
medos, estar só — do que muitos realizadores conseguem numa vida.
(…) O que Boarding Gate fez foi reafirmar Asia Argento como um dos
seres mais fascinantes do cinema contemporâneo.”
Manohla Dargis, in New York Times
“Assayas mistura os géneros cinematográficos para assinar um fascinante retrato da mulher actual, reforçado por uma imagem realista da
megalópole de Hong Kong.”
in Première
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 61
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
Presença em festivais
Festival de Cinema de Toronto (2012)
Mostra de Veneza (2012)
COM: Édgar Ramírez, Alexander Scheer,
Alejandro Arroyo, Fadi Abi Samra, Ahmad Kaabour,
Talal El-Jordi, Juana Acosta, Nora Von Waldstatten,
Christoph Bach
ARGUMENTO: Olivier Assayas, Dan Franck,
Daniel Leconte
FOTOGRAFIA: Denis Lenoir, Yorick Le Saux
SOM: Nicolas Cantin, Nicolas Moreau
MONTAGEM: Luc Barnier, Marion Monnier
PRODUÇÃO: Film en stock, Egoli Tossell Film AG,
Canal+, Arte France
ORIGEM: França, Alemanha
VENDAS INTERNACIONAIS: Studiocanal
ESTREIA EM FRANÇA: 07/07/2010
COM: Maggie Cheung, Nick Nolte, Béatrice Dalle,
Jeanne Balibar, Don McKellar, Laetitia Spigarelli,
Martha Henry, Rémi Martin
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Éric Gautier
SOM: Guillaume Sciama, Daniel Sobrino
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Elizabeth Films, Arte France Cinéma
ORIGEM: França, Inglaterra, Canadá
VENDAS INTERNACIONAIS: The Works
ESTREIA EM FRANÇA: 01/09/2004
Presença em festivais
Festival de Cannes – Prémio Melhor Actriz (2004)
Festival de Cinema de Melbourne (2005)
Festival de Cinema de Roterdão (2005)
Festival de Cinema de Viena (2004)
CARLOS
clean
de Olivier Assayas | 2010 | Drama | 5h30
de Olivier Assayas | 2003 | Drama | 1h40
Envolvendo-se na luta armada nos anos 70, Carlos, em nome de fortes convicções extremistas de esquerda, dá
início a um movimento revolucionário que, para além das acções da sua organização, se estende a missões encomendadas por diversos serviços secretos. Manipulador, mas também manipulado, o “Chacal” vai-se refugiando
em várias capitais até acabar por ser detido, no Sudão, em 1994, depois de ser expulso da Síria.
Lee morre de overdose e Emily é presa por posse de drogas. No decorrer dos acontecimentos, perde a custódia
do filho para os avós paternos. É libertada, seis meses mais tarde, e está decidida a deixar a droga e a recuperar
o filho, mas vê-se a braços com duas lutas difíceis: contra o vício e contra os fãs do marido, nome importante do
rock dos anos 80, que a acusam da sua destruição.
o realizador
Sobre o filme
o realizador
Sobre o filme
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“A partir da história verídica de Carlos, «O Chacal», o francês Olivier Assayas assina um épico de câmara, nervoso e urgente, sobre uma década
ainda hoje mal compreendida.”
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Um filme tão bonito, tão simples, tão honesto...”
Jorge Mourinha, in Público
“Uma verdadeira lição de cinema que, ainda por cima, é muito bem
interpretada.”
Julien Welter, in L’Express
Jean-Michel Frodon, in Les Cahiers du Cinéma
“Clean não seria tão bonito e comovente se não fosse, a cada instante,
fruto de uma reflexão sobre o que deve ser mostrado ou escamoteado
do percurso incerto de Émily.”
Louis Guichard, in Télérama
“Mas as melhores cenas (…) são com Nolte, em pose cansada, sábia e
sofrida. (...) Assayas oferece ao cinema americano um actor «reconfigurado». É um belo presente.”
Luís Miguel Oliveira, in Público
Nota de intenções do realizador
Nota de intenções do realizador
“[A versão longa do filme] representa muito simplesmente uma outra
declinação, vital, indispensável, sem a qual a identidade do projecto, a
sua verdade, não se teria podido revelar. Este formato faz parte do seu
código genético, não é nem uma redução nem uma adaptação.”
“No início do filme, tinha vontade de construir uma situação que se enquadrasse na mitologia do rock, sem receio de assumir o lado quase de
arquétipo. Fundamentalmente, temos a digressão caótica, o típico clube
de rock, a droga, a autodestruição e também o romantismo de tudo isso...”
62
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 63
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
Presença em festivais
César 2011 para Melhor Actor Revelação (Edgar
Ramirez)
Festival de Cannes (2010)
IndieLisboa (2011)
Festival de São Petersburgo (2011)
Festival de Belgrado (2011)
Festival de Viena (2011)
Festival de Abu Dabi (2011)
COM: Wadeck Stanczak, Ann-Gisel Glass,
Lucas Belvaux, Rémi Martin, Corinne Dacla,
Etienne Chicot
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Denis Lenoir
SOM: Philippe Senechal, Gérard Lamps
MÚSICA ORIGINAL: Gabriel Yared
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Forum Productions International
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Mercure Distribution
ESTREIA EM FRANÇA: 12/11/1986
Presença em festivais
Festival de Cannes (2002)
Festival de Cinema de Estocolmo (2002)
Festival de Cinema de Melbourne (2003)
Festival de Cinema de Banguecoque (2005)
Presença em festivais
Festival de Veneza (1986) – Prémio da Crítica
Internacional
Demonlover
Désordre
de Olivier Assayas | 2001 | Drama | 2h09
de Olivier Assayas | 1986 | Drama | 1h30
Volf Group é uma multinacional prestes a adquirir a TokyoAnime e a sua pornografia hentaï em 3D. No mundo frenético e concorrencial da pornografia online, duas companhias estão dispostas a tudo para conseguir os direitos
exclusivos de distribuição. Diane, funcionária dos quadros da Volf, é contratada pela Mangatronics para impedir
qualquer negociação com a Demonlover. Até que percebe que do outro lado a espionagem também existe e com
meios mais violentos, que vão da chantagem ao assassinato…
Os três membros de uma banda de garagem resolvem assaltar uma loja de instrumentos. As coisas correm mal
e o dono da loja acaba por ser morto. Embora ninguém suspeite deles, os acontecimentos daquela noite abalam
a amizade dos jovens e o desejado concerto em Londres resulta num fiasco total. Entretanto, as mentiras e os
ciúmes instalam-se…
o realizador
o realizador
Sobre o filme
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Em sintonia com as suas personagens, com as quais ele partilha uma
paixão desapontada (o rock) e uma idade (os vinte), Assayas exprime-se
através do ângulo das sensações, mais do que pelo da reflexão. As suas
[dos protagonistas] emoções à flor da pele tocam-nos com uma força
exacerbada através do lirismo da encenação.”
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes.
Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do
Conde.
porâneo. (…)Gosto de um cinema que não tenha medo, que não hesite
em ser franco, brutal e mesmo ordinário.”
Sobre o filme
“Um casting saboroso e uma encenação estilizada, servida por uma luz
sedutora e uma música cativante, que conferem imediatamente a este
thriller um clima misterioso e gelado.”
in Studio Magazine
“A última investida de Olivier Assayas podia ser confundida com um
thriller pseudo-moderno. Mas não é, pelo contrário, um difícil, desafiante e intrigante filme-arte.”
Glenn Kenny, in Première
Nota de intenções do realizador
“Depois de ter feito um filme histórico, eu precisava de voltar a questões
muito modernas. Pensei no que me estimulava mais no cinema dos dias
de hoje. Comecei a questionar-me sobre os novos desafios da narrativa
cinematográfica, a forma como esta pode dar conta do mundo contem-
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Festa do Cinema Francês 2012
Erwan Desbois, in Écran Large
Nota de intenções do realizador
“Num primeiro filme não estamos muito conscientes do que fazemos,
agimos por instinto. Pensei que o filme tivesse aspectos desajeitados
mas, na verdade, fiquei muito surpreendido. Digamos que, com este recuo, acho que o filme é muito sólido. Reencontrei um filme que tem uma
forte identidade.“
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 65
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
COM: Charles Berling, Chloe Sevigny, Connie Nielsen,
Gina Gershon, Dominique Reymond, Jean-Baptiste
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Denis Lenoir
SOM: Philippe Richard
MÚSICA ORIGINAL: Sonic Youth
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Elizabeth Films, M6 Films, TPS Star,
Cofimage Production, Citizen Films
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Wild Bunch
ESTREIA EM FRANÇA: 06/11/2002
DEPOIMENTOS DE: Chu Tien-Wen, Wu Nien-Jen, Chen
Kuo-Fu, Tu Du-Che, Kao She, Lin Giang
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Eric Gautier
SOM: Tu Du-Che
MONTAGEM: Marie Lecoeur
PRODUÇÃO: AMIP – Audiovisuel Multimédia
International Production, La Sept-Arte, INA – Institut
National de l’Audiovisuel, Chinese Public Television,
Hsu Hsiao-Ming Films Corporation, Arc Light Films
ORIGEM: França
ESTREIA EM FRANÇA: 15/12/1999
COM: Maggie Cheung, Jean-Pierre Léaud,
Nathalie Richard, Antoine Basler, Nathalie Boutefeu,
Alex Descas, Dominique Faysse, Bernard Nissile,
Arsinée Khanjian
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Éric Gautier
SOM: Philippe Richard
MÚSICA ORIGINAL: Serge Gainsbourg, Ry Cooder
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Dacia Films
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Pyramide International
ESTREIA EM FRANÇA: 13/11/1996
HHH Portait de Hou Hsiao-Hsien
Irma Vep
de Olivier Assayas | 1996 | Documentário | 1h31
de Olivier Assayas | 1996 | Drama | 1h38
Enquanto crítico de cinema, no início dos anos 80, Olivier Assayas mostrou, muitas vezes, a sua admiração por
Hou Hsiao-Hsien e pelo trabalho do principal realizador do novo cinema taiwanês. Com este documentário, o
realizador francês apresenta um comovente road-movie biográfico, percorrendo os locais de infância de Hsiao-Hsien.
A grande estrela do cinema asiático, a chinesa Maggie Cheung, chega a Paris para interpretar o papel de Irma
Vep num remake da célebre série de dez episódios Vampires, realizada por Louis Feuillade, entre 1915 e 1916.
René Vidal, o realizador que retoma o clássico, acredita que Cheung é a única actriz digna de voltar a dar vida a
este papel. Mas Maggie não percebe uma palavra de francês e as peripécias sucedem-se durante as filmagens.
o realizador
Sobre o filme
o realizador
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Olivier Assayas demonstra na perfeição até que ponto é excitante descobrir um cineasta mal conhecido.”
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes.
Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do
Conde.
Nota de intenções do realizador
Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur
“Foi, acima de tudo, a personalidade e o cinema de Hou Hsiao-Hsien que
me seduziram: desde o primeiro filme que vi dele, que fiquei impressionado pela verdade áspera da sua inspiração, pela autenticidade das
suas imagens, onde eu encontrava ecos do que admiro em Pialat.”
66 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Claire Clouzot, in L’Evénément du Jeudi
“A arte do retrato é infinitamente delicada e Assayas, que assina com
este o seu primeiro documentário, desenvencilha-se com todo o mérito.”
Jacques Mandelbaum, in Le Monde
“Assayas desempenha com humildade o papel de revelador de um realizador que, ele próprio, já tinha contribuído amplamente para dar a
conhecer, quando era crítico dos Cahiers. Apaixonante.”
Nota de intenções do realizador
do, com questões de modernidade e de sincronismo entre os diferentes
países que o praticam.”
Sobre o filme
“Já vimos muitos filmes que dão conta de filmagens. Mas filmes que reflictam a magia do cinema e que, ao mesmo tempo, o desmistifiquem
são mais raros. Irma Vep aventura-se de uma forma muito liberta, desenvolta, satírica e resolutamente poética.”
Jacques Morice, in Télérama
“O que o filme consegue com uma elegância bastante divertida é a evocação de um mundo que é dos mais esquivos ao cinema: o próprio mundo do cinema.”
Olivier Séguret, in Libération
“Digamos que Irma Vep é, sobretudo, uma reflexão simultaneamente horizontal e vertical sobre o cinema, como uma espécie de cruz. Este filme
trata da história do cinema de forma horizontal (o seu desenvolvimento
no tempo) e vertical, como uma arte difundida pela superfície do mun-
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 67
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
Presença em festivais
Festival de Cannes (1996)
Festival de Cinema do Mundo, Montreal (1996)
COM: Juliette Binoche, Alice De Lencquesaing,
Charles Berling, Jérémie Rénier, Dominique Reymond,
Edith Scob, Emile Berling
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Éric Gautier
SOM: Nicolas Cantin, Olivier Goinard
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Mk2, France 3 Cinéma
ORIGEM: França
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 12/03/2009
Presença em festivais
Festival de Cinema de San Sebastian (2008)
Festa do Cinema de Roma (2008)
Festival de Cinema de Nova Iorque (2008)
Festival de Cinema de Toronto (2008)
l’EAU FROIDE
L’HEURE D’ÉTÉ Tempos de Verão
de Olivier Assayas | 1994 | Drama | 1h32
de Olivier Assayas | 2006 | Drama | 1h40
No início dos anos 70, Gilles e Christine vivem uma adolescência revoltada. Quando são apanhados a roubar discos, ela acaba por ser internada num hospital psiquiátrico, a pedido do pai. Consegue fugir, e vai ter com Gilles a
uma festa organizada numa casa abandonada. Entre músicas de Leonard Cohen e Bob Dylan e a poesia de Allen
Ginsberg, os dois decidem ir viver para uma comunidade.
É Verão. Na casa de campo, Frédéric, Adrienne, Jérémie e as crianças, reúnem-se para festejar os 75 anos da sua
mãe, Hélène Berthier. Esta, toda a sua vida preservou a excepcional obra do seu tio, o pintor do século XIX Paul
Berthier. Com o desaparecimento repentino de Hélène, os três irmãos serão obrigados a revisitar as suas memórias de infância, e a decidir o destino de uma soberba herança familiar.
o realizador
Sobre o filme
o realizador
Sobre o filme
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Dos constrangimentos nasce um filme com um argumento simples e
linear, onde reencontramos como que um concentrado do «estilo Assayas». (…) Em poucos planos, Assayas apresenta o seu décor de subúrbio parisiense e traça o retrato de duas famílias destroçadas com cenas
duras e secas.”
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Raros são os filmes que levam a este ponto a questão da passagem
do tempo. Mais raros ainda, são aqueles em que a luz é tão importante
como as palavras (…)”
Nota de intenções do realizador
“O que me comoveu particularmente na rodagem deste filme é que eu
reconstituí mesmo um mundo, as sombras e uma ambiência, que eram
as da minha adolescência.”
68 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Bernard Génin, in Télérama
“Assayas é um alquimista da imagem como Rimbaud era do verbo.”
in Le Figaro
“O seu talento para a realização foi à época saudado com entusiasmo,
nomeadamente em L’Eau Froide, que completa o seu retrato musicado
da juventude e na qual dirige a jovem Virginie Ledoyen.”
in Le Nouvel Observateur
Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur
“Olivier Assayas está de volta com um filme magnífico: Tempos de
Verão é uma delicada crónica familiar e um conciso retrato social.”
João Lopes, in Diário de Notícias
Nota de intenções do realizador
“Eu sinto que, antes de Tempos de Verão, nunca tinha feito um filme
sobre a família. Os Destinos Sentimentais é um filme adaptado de um
livro de Jacques Chardonne. É mais o mundo dele que o meu. É mais a
época dele do que a nossa. Com o Tempos de Verão fui capaz de falar
sobre a relação entre irmãos e irmãs dos tempos de hoje.”
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 69
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
COM: Virginie Ledoyen, Cyprien Fouquet,
László Szabó, Jean-Pierre Darroussin,
Dominique Faysse, Smaïl Mekki
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Denis Lenoir
SOM: Hervé Chauvel, William Flageollet,
Michel Klochendler
MÚSICA ORIGINAL: Leonard Cohen, Alice Cooper,
Creedence Clearwater Revival, Donovan, Bob Dylan,
Uriah Heep, Janis Joplin, Nico, Roxy Music
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: IMA Productions, Ima Films
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Polygram Film
International
ESTREIA EM FRANÇA: 06/07/1994
COM: Judith Godrèche, Jean-Pierre Léaud, Thomas
Langmann, Martin Lamotte, Ounie Lecomte, Antoine
Basler, Sacha Boselli, Eric Daviron, Michèle Foucher
ARGUMENTO: Olivier Assayas
FOTOGRAFIA: Denis Lenoir
SOM: Jean-Claude Laureux
MÚSICA ORIGINAL: John Cale
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Christian Bourgois Production, Erre
Cinematografica, Arena Films, Investimage 3
ORIGEM: França, Itália
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM FRANÇA: 29/05/1992
Presença em festivais
Festival de Cannes (2000)
Festival de Cinema de Toronto (2000)
Festival de Cinema de Mar del Plata (2000)
Presença em festivais
Prémio Jean Vigo (1992)
Les Destinées Sentimentales Os Destinos Sentimentais
PARIS S’ÉVEILLE paris desperta
de Olivier Assayas | 1999 | Drama | 3h00
de Olivier Assayas | 1991 | Drama | 1h35
Em plena I Guerra Mundial, Pauline e Jean conhecem-se num baile. Ela tem apenas vinte anos e Jean é um pastor
protestante, pai de família, que vive resignado no seu casamento com Nathalie. Apesar da pressão da sociedade
que os rodeia, os seus destinos estão inevitavelmente ligados. Num mundo em transição nos costumes e na indústria, marcado pela tumultuosa guerra de 1914, apenas este amor se manterá intocável.
Ao fim de seis meses estrada fora, Adrien, de dezanove anos, retorna a Paris. Subitamente, aparece em casa do
seu pai, Clément, que não via há quatro anos. Este vive agora com Louise, uma jovem rapariga que ambiciona cegamente o sucesso. Na sequência de uma discussão, Louise abandona Clément e encontra abrigo junto de Adrien.
o realizador
Sobre o filme
o realizador
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes. Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do Conde.
“Gosta-se destes Destinos porque eles encontram-se sempre na fronteira entre grande espectáculo e intimidade.”
Antes de se afirmar como realizador, Olivier Assayas foi crítico dos
Cahiers du Cinéma, assinou um livro de entrevistas com Ingmar Bergman e escreveu vários argumentos, nomeadamente para André Téchiné.
Em 1986, apresentou Désordre, filme que foi premiado em Veneza. Com
L’Eau froide (1994) e Irma Vep (1996), passou a ser presença constante
do Festival de Cannes. Os Destinos Sentimentais, Demonlover e Clean
são outros dos filmes que realizou. A Hora de Verão e Carlos – que
inclui esta versão de série televisiva e uma longa-metragem – foram dois
dos seus projectos mais recentes.
Assayas foi recentemente homenageado no Festival Curtas de Vila do
Conde.
Nota de intenções do realizador
“O que me seduziu no livro é que Chardonne consegue uma coisa única:
dar conta da circulação entre o público e o privado. Entre o íntimo e o
mundo. A descrição da vida de um casal, isto é, o amor inscrito no tempo, a forma como o amor num casal se transforma segundo os períodos
da vida, se reformula.”
70 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Pierre Vavasseur, Le Parisien
“Olivier Assayas deixa o seu território habitual e lança-se no grande
retrato histórico, com roupas e cenários retro, adaptando um romance
de Jacques Chardonne. Entre melodrama austero e saga familiar em
surdina, Os Destinos Sentimentais seduz pela elegância sóbria e pelo
seu talento em evitar as armadilhas do género cinematográfico.”
Serge Kaganski, in Les Inrockuptibles
Nota de intenções do realizador
“No meu entender, toda a forma de arte, qualquer que ela seja, tem quase um dever de subversão, de apontar o que é doloroso no sistema social. É, mais do que nunca, essencial ter fé em coisas pessoais (...). Foi o
sentido que quis dar ao meu filme. Louise e Adrien procuram o seu lugar
numa sociedade que não tem ideologia, nem religião, e, de certa forma,
não tem valores morais.”
Sobre o filme
“Com a câmara ao nível dos rostos, que preenchem o espaço com uma
tremenda expressividade, feita de paixão e de desencanto, e favorecida
pelo notável desempenho dos pares protagonistas, Paris Desperta é,
ainda, sem o ostentar, um retrato preciso, realista e cruel de uma negra
realidade social que envolve os jovens da Europa ocidental dos nossos
dias.
João Antunes, in Diário de Notícias
“A difícil relação entre um pai inviável (Jean-Pierre Léaud) e um filho
pronto a fazer todos os disparates (Thomas Langmann), após muitos
anos de separação. Entre eles, a frescura, a saúde, a honestidade e o
sentido dramático de Judith Godrèche: uma actriz soberba.”
in Le Figaro
OLIVIER ASSAYAS
OLIVIER ASSAYAS
COM: Charles Berling, Emmanuelle Béart,
Isabelle Huppert
ARGUMENTO: Jacques Fieschi, Olivier Assayas
segundo a obra original de Jacques Chardonne
FOTOGRAFIA: Eric Gautier
SOM: Jean-Claude Laureux
MONTAGEM: Luc Barnier
PRODUÇÃO: Arena Films, TF1 Films Productions,
CAB Productions (Lausana), TSR - Télévision Suisse
Romande (Genebra)
ORIGEM: França, Suíça
VENDAS INTERNACIONAIS: Pathé Distribution
ESTREIA EM FRANÇA: 12/07/2000
Jacques Audiard
retrospectiva
72 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 73
COM: Romain Duris, Niels Arestrup, Linh Dan Phan,
Aure Atika, Jonathan Zaccaï, Gilles Cohen,
Emmanuelle Devos, Anton Yakovlev
ARGUMENTO: Jacques Audiard, Tonino Benacquista
segundo o filme Fingers de James Toback
FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine
SOM: Brigitte Taillandier
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Juliette Welfling
PRODUÇÃO: Why Not Productions, SEDIF,
France 3 Cinéma
ORIGEM: França
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 18/08/2005
JACQUES
AUDIARD
Presença em festivais
Prémios César 2006 para Melhor Filme,
Melhor Realizador, Melhor Actor Secundário
Melhor Actriz Revelação, Melhor Música,
Melhor Fotografia e Melhor Montagem
Prémios Lumiére 2006 para Melhor Filme e
Melhor Actor
Berlinale, Festival de Berlim (2006)
– Prémio Melhor Música
Retrospectiva
O
Espaço Nimas associa-se à celebração do cinema francês
através de uma retrospectiva da obra de Jacques Audiard, o
realizador de De Rouille et d’os (o filme de Encerramento
da edição deste ano da Festa) e um dos cineastas mais elogiados da
actualidade.
A década seguinte marcou uma nova e decisiva etapa no percurso
cinematográfico de Audiard. Em 1994 estreia-se nos cinemas franceses a sua primeira longa-metragem, Regarde les Hommes Tomber,
protagonizada por Jean-Louis Trintignant, Jean Yanne e Matthieu
Kassovitz. Os elogios à obra fizeram-se sentir de imediato, nomeadamente junto da crítica francesa, que reconheceu no filme uma subtil
revisitação da herança do policial francês e acabou por conquistar
três Prémios César, incluindo o de Melhor Primeiro Filme.
Audiard voltou à realização dois anos após o sucesso da sua estreia,
com Un Héros Très Discret, premiado no Festival de Cannes com o
galardão de Melhor Argumento (co-escrito pelo cineasta) e foi nomeado para seis Prémios César, incluindo o de Melhor Realizador.
Foram precisos mais cinco anos para que Jacques Audiard regressasse com uma nova obra, Sur mes Lèvres. Uma vez mais, o filme
foi celebrado de forma unânime pela crítica, que valorizou a sua “in-
74
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
DE BATTRE MON CŒUR S’EST ARRÊTÉ
De filme em filme, Jacques Audiard foi firmando de forma soberba
o seu lugar singular na cinematografia francesa. Com a sua quarta
longa-metragem, De Battre mon cœur s’est Arrêté, arrecadou não
só oito Prémios César (incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador),
como também um Urso de Prata no Festival de Berlim e o Prémio BAFTA para Melhor Filme Estrangeiro.
de Jacques Audiard | 2004 | Drama | 1h47
Un Prophète marcou mais um ponto alto na carreira de Audiard,
enquanto realizador. O filme conquistou o Grande Prémio do Júri no
Festival de Cannes, foi nomeado como Melhor Filme Estrangeiro para
os Oscars e para os Globos de Ouro, tendo ainda vencido o BAFTA
nessa mesma categoria. Foi também o grande vencedor dos Prémios
César, arrecadando nove galardões, incluindo Melhor Filme, Melhor
Realizador e Melhor Argumento Original.
o realizador
Já este ano, o cineasta francês apresentou no último Festival de Cannes o seu último filme, De Rouille et d’os, protagonizado por Marion
Cotillard e Matthias Schoenærts. Para além dos aplausos da crítica
internacional presente e no mais importante festival do mundo, a
obra entusiamou também o público francês, que acorreu em larga
escada às salas de cinema para o descobrir.
De Tanto Bater o Meu Coração Parou
Tom tem 28 anos e está destinado a seguir as pegadas do pai no mundo, às vezes brutal, do imobiliário. Mas um
encontro inesperado leva-o a acreditar que pode tornar-se, à semelhança da mãe, pianista. Para tal, prepara-se
para uma audição com uma virtuosa pianista chinesa. Ela não fala francês, por isso a música é a única forma de
comunicação.
(vide pág. 74)
“Uma ambição admirável, uma energia impressionante e uma extravagância avassaladora.”
Pascal Mérigeau, in Le Nouvel Observateur
Nota de intenções do realizador
“Claro que foi um filme que me marcou quando o vi, na altura da estreia.
Mas, sem dúvida, também porque é um filme que é difícil rever, que é
pouco exibido e que, por estas razões, tinha criado um mistério suplementar à sua volta. Fingers é um pouco a cauda do cometa do cinema
independente americano dos anos 70. (…) Por todos os seus temas aparentes e subterrâneos: o pai, a mãe, a filiação, a reforma de uma vida de
trabalho, o preço dos actos, a passagem à idade adulta...”
“De Tanto Bater o meu Coração Parou é a concretização mais eloquente e mais lírica, nas quatro longas-metragens de Audiard (...) É um filme
que se perde e se descobre, que opta e que inflecte, à velocidade da
impaciência, da desordem ou da inconsciência de Tom (Romain Duris).”
Vasco Câmara, in Público
Sobre o filme
“Seguramente um dos mais belos filmes deste Verão de 2005 – e também um dos melhores do ano... (...) É um objecto cinematográfico de
riquíssima elaboração dramatúrgica.”
João Lopes, in Diário de Notícias
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 75
JACQUES AUDIARD
JACQUES AUDIARD
Filho do aclamado cineasta Michel Audiard, começou por afirmar-se
primeiro em nome próprio no cinema como argumentista. Réveillon
chez Bob, Sac de noueds, Poussière d’ange e Baxter foram alguns
dos filmes cujo guião Jacques Audiard assinou nos anos 80.
LISBOA Espaço Nimas • 13 OUT 21h30
tensidade rara no cinema francês” (Jean-Michel Frodon, Le Monde).
Nomeado para nove Prémios César, venceu em três categorias, incluindo Melhor Argumento e Melhor Actriz.
COM: Jean Yanne, Jean-Louis Trintignant,
Mathieu Kassovitz, Bulle Ogier, Yvon Back, Marc Citti,
Roger Mollien, Christine Pascal, Yves Verhoeven
ARGUMENTO: Jacques Audiard, Alain Le Henry
segundo a obra original de Teri White
FOTOGRAFIA: Gérard Stérin
SOM: Dominique Gaborieau, François Waledisch
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Monique Dartonne, Juliette Welfling
PRODUÇÃO: Bloody Mary Productions, Canal +,
CEC - Centre Européen Cinématographique RhôneAlpes, France 3 Cinéma
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: FTD International Cinéma
ESTREIA EM FRANÇA: 31/08/1994
COM: Vincent Cassel, Emmanuelle Devos,
Olivier Gourmet, Olivier Perrier, Olivia Bonamy,
Bernard Alane, Céline Samie, David Saracino
ARGUMENTO: Jacques Audiard, Tonino Benacquista
FOTOGRAFIA: Mathieu Vadepied
SOM: Marc-Antoine Beldent
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Juliette Welfling
PRODUÇÃO: SEDIF, Ciné B, Pathé Image Production,
France 2 Cinéma
ORIGEM: França
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 16/05/2003
Presença em festivais
Prémio César do Cinema Francês para Melhor Actriz,
Melhor Argumento e Melhor Som (2002)
Berlinale, Festival de Cinema de Berlim (2002)
Festival de Cinema do Cairo (2002)
Festival de Cinema de Toronto (2002)
Presença em festivais
Prémios César do Cinema Francês
– Melhor Primeiro Filme, Melhor Actor Revelação
e Melhor Montagem
Festival de Cannes, Semana da Crítica (1994)
LISBOA Espaço Nimas • 13 OUT 18h30
REGARDE LES HOMMES TOMBER
SUR MES LÈVRES Nos Meus Lábios
de Jacques Audiard | 1993 | Drama | 1h50
de Jacques Audiard | 2001 | Drama | 1h55
Quando Mickey, um jovem polícia, é alvejado em serviço e entra em coma, Simon decide abandonar tudo para ir
à procura dos criminosos que dispararam contra o seu amigo.
Carla é secretária numa imobiliária e tem um problema de audição. Extremamente dedicada ao serviço, mas mal
paga, vive uma vida solitária e frustrada. Tudo muda quando Paul, um ex-recluso de 25 anos, é contratado para
a ajudar na empresa. Os dois procuram reiventar-se e reintegrar-se na sociedade, construindo uma história de
amor improvável, cheia de tensão e mistérios.
o realizador
“Jacques Audiard desarma com brilhantismo todas as armadilhas deste
falso policial sobre um universo masculino autárcico e desesperado,
incarnado por três gerações de actores impressionantes (entre os quais
um Kassovitz verdadeiramente talentoso).”
o realizador
Serge Chauvin, in Les Inrockuptibles
“Eu e o meu co-argumentista, Tonino Benacquista, queríamos fazer um
filme de série B, muito carregado do ponto de vista do argumento, como
todos os filmes que admiramos, onde a situação inicial não pára de gerar
acontecimentos. Queríamos uma história a transbordar de peripécias.
Esteticamente, procurámos o realismo, ancorar socialmente o enredo,
mas também tentámos um afastamento estilístico desse realismo.”
(vide pág. 74)
Nota de intenções do realizador
“Um filme difícil de fazer, difícil de terminar. Tudo foi duro. Eu nem sabia
se ele fazia sentido, se era inteligível. E aí, então, a Semana da Crítica de
Cannes seleccionou-o... Aí tu pensas «bem, afinal consegui!»”
Sobre o filme
“Regarde les hommes tomber é um filme que podemos ouvir, da mesma forma que o vemos. Isto porque Jacques Audiard é um contador. Ele
organiza a sua trama com malícia, faz com que as vozes e as caras se
correspondam. Audiard serve-se desta história construída, desta montagem hábil, deste trabalho com um formidável trio de actores, em suma,
desta «solidez» que por vezes faz falta ao cinema francês, para dar, a
cada plano, um sentimento de imprevisibilidade.”
Claude-Marie Trémois, in Télérama
76 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
(vide pág. 74)
Nota de intenções do realizador
Sobre o filme
“Filme magnífico. (...) Incrível argumento, a partir de um história bastante original, a escrita fílmica de Audiard flui com uma eficácia e justeza
que tornam o filme um objecto que devia ser analisado nas escolas de
cinema.”
“É bonito. Muito bonito. Filmado de perto como Audiard sabe fazê-lo:
uma nuca, um braço, mãos... É um cinema de um observador obcecado.
O estilo foi instaurado com Regarde les hommes tomber, confirmado
com Um Herói Muito Discreto e refinado com o presente Nos Meus
Lábios. (...) Emmanuelle Devos transpira sensualidade, Vincent Cassel é
irresistível e a história supera a imagem.”
Christophe Carrière, in Première
“É assim que um cineasta como Jacques Audiard (para além de raro,
confirma que é singular) reinventa a história do par. É uma reinvenção
táctil, porque a descoberta que aqui fazem os corpos é um jogo cinematográfico amoroso, é uma experiência de labor sensual e artesanal: da
fisicalidade dos actores e personagens.”
Luís Miguel Oliveira, in Público
António Cabrita, in Expresso
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 77
JACQUES AUDIARD
JACQUES AUDIARD
LISBOA Espaço Nimas • 11 OUT 21h30
COM: Mathieu Kassovitz, Anouk Grinberg,
Sandrine Kiberlain, Albert Dupontel, Nadia Barentin
ARGUMENTO: Alain Le Henry, Jacques Audiard
segundo a obra original de Jean-François Deniau
FOTOGRAFIA: Jean-Marc Fabre
SOM: Jean-Pierre Duret
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Juliette Welfling
PRODUÇÃO: Alicéleo, Initial Productions, M6 Films,
Lumière International, France 3 Cinéma
ORIGEM: França
DISTRIBUIÇÃO EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 11/09/1998
COM: Tahar Rahim, Niels Arestrup, Adel Bencherif,
Reda Kateb, Hichem Yacoubi, Jean-Philippe Ricci,
Gilles Cohen, Antoine Basler, Leïla Bekhti
ARGUMENTO: Thomas Bidegain, Jacques Audiard
segundo a obra original de Abdel Raouf Dafri e
Nicolas Peufaillit
FOTOGRAFIA: Stéphane Fontaine
SOM: Brigitte Taillandier, Francis Wargnier,
Jean-Paul Hurier, Marc Doisne
MÚSICA ORIGINAL: Alexandre Desplat
MONTAGEM: Juliette Welfling
PRODUÇÃO: Why Not Productions, Chic Films,
Page 114, France 2 Cinéma, UGC Images,
Bim Distribuzione, Celluloid Dreams
ORIGEM: França
DISTRIBUIDOR EM PORTUGAL: Atalanta Filmes
ESTREIA EM PORTUGAL: 31/12/2009
Presença em festivais
Festival de Cinema de Cannes (1996)
– Prémio Melhor Argumento
Festival de Filmes do Mundo de Montreal (1996)
Presença em festivais
Prémios César (2010) – Melhor Filme, Melhor Actor,
Melhor Actriz Revelação, Melhor Actor Secundário,
Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor
Cenário, Melhor Fotografia e Melhor Montagem
Prémios BAFTA (2010) – Melhor Filme Estrangeiro
Prémios Louis-Delluc (2009) – Melhor Filme Francês
Festival de Cannes (2009) – Grande Prémio
Estoril Film Festival (2009)
UN HÉROS TRÈS DISCRET Um Herói Muito Discreto
UN PROPHÈTE Um Profeta
de Jacques Audiard | 1995 | Drama | 1h45
de Jacques Audiard | 2008 | Drama | 2h34
Aproximando-se o fim da segunda Guerra Mundial, Albert, jovem oriundo de uma família que colaborou com um
ocupante nazi, parte para Paris e reinventa a sua história pessoal. Todos parecem acreditar que ele foi um heróico
resistente à ocupação, digno de admiração e respeito, mas só o tempo o poderá desmascarar...
Condenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena não sabe ler nem escrever. Ao chegar à prisão, completamente só, com um aspecto mais jovem e frágil que os outros reclusos, é encurralado pelo líder do gang corso, que
domina a prisão, e lhe dá uma série de «missões» para levar a cabo. Mas Malik é corajoso e perspicaz, ousando
levar a cabo, secretamente, os seus próprios planos.
o realizador
o realizador
(vide pág. 74)
Nota de intenções do realizador
“Para mim, é um romance de aprendizagem, a história de um miúdo que
passa à idade adulta. Alguém que não teve uma vida comum e que tenta
construir uma de forma acelerada. Tem que inventar tudo, trabalhando
e aprendendo e é por isso que é admirado: ele é um trabalhador. Não
tem muita inteligência, não tem muita coragem, nem sentido moral mas,
finalmente, e de uma forma algo retorcida, ele vai adquirir um pouco de
tudo isto.”
Sobre o filme
“Através das aventuras de um usurpador medíocre, Jacques Audiard metaforiza o mito gaulista da França resistente. Representação mental do
imediato pós-guerra, Um Herói Muito Discreto dá conta das ambiguidades dessa época.”
“Neste filme onde a «reconstituição histórica» é deliberadamente minimalista, Jacques Audiard não denuncia nada nem ninguém. Ele contenta-se em apagar, como se nada fosse, o que resta das mitologias truncadas
sobre essa altura. (…) Sob a aparência de um «pequeno filme» esconde-se muita impertinência. E nos antípodas das reconstituições que pretendem contar a verdade, Audiard empurra o seu improvável herói para
a mais total verosimilhança.”
Jean-Claude Loiseau, in Télérama
LISBOA Espaço Nimas • 12 OUT 21h30
(vide pág. 74)
“Esta mistura de classicismo e de extravagância era, desde há muito
tempo, a marca dos filmes de Audiard. Aqui, a sua mestria seduz e subjuga.”
Nota de intenções do realizador
Pierre Murat, in Télérama
“Nós pretendíamos construir heróis a partir de figuras que não conhecemos, que não têm representação iconográfica no mundo do cinema,
como os árabes, por exemplo. Ora, nós queríamos fazer um verdadeiro
filme de género, um pouco à maneira dos westerns que mostraram caras
que não eram conhecidas e que as transformaram em heróis.”
Sobre o filme
“Filme de prisão, filme de máfia, filme sobre a paisagem social francesa
contemporânea, mas, antes disto, um filme sobre a aprendizagem. (…)
Se Audiard quis acabar em ambiguidade, acabou em beleza.”
Luís Miguel Oliveira, in Público
Samuel Blumenfeld, in Les Inrockuptibles
78 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 79
JACQUES AUDIARD
JACQUES AUDIARD
LISBOA Espaço Nimas • 14 OUT 16h00
JACQUES AUDIARD
80 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 81
um Grande
Clássico
cópia restaurada
82 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 83
UM GRANDE CLÁSSICO
Cópia Restaurada
Restaurar um filme é colocar uma obra ao abrigo dos estragos do tempo, mas é,
também, voltar a dar-lhe vida e partilhá-la com o mais vasto público possível.
R
Com a combinação de operações fotoquímicas e digitais, tudo isto se
torna possível… na condição de se saber parar a tempo, de forma a
não alterar a obra original. E pensar sempre nesta dupla finalidade:
restaurar e preservar os elementos originais no seu formato inicial, isto é, a película, a fim de lhes assegurar a melhor conservação possível
num local adaptado, mas também restaurar para mostrar o filme ao
maior número de pessoas.
É por todas essas razões que um restauro é, necessariamente, o fruto
de um trabalho colectivo, que permite pôr em marcha um projecto colossal, assumindo sempre as dúvidas e as interrogações, que também
dão sabor a esta experiência.
Foi nesse espírito que, desde há quatro anos, a Fondation Groupama
Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor pour le Patrimoine du
Cinéma, as duas únicas fundações em França que agem no domínio
Séverine Wemaere
Delegada Geral da Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma
do cinema, decidiram associar-se e levar juntas a cabo projectos de
restauro do património mundial do cinema. Depois de Tati, Etaix e Méliès, em 2012, as duas fundações restauraram três filmes:
Documenteur (1980), filme de Agnès Varda; Lola (1960), primeira
longa-metragem de Jacques Demy; e Tell Me Lies (1968), um filme
inédito de Peter Brook sobre a guerra do Vietname.
É o filme Lola que será apresentado no âmbito da Festa do Cinema
Francês de 2012, e nós temos prazer em, mais uma vez, partilhar com
o público português os tesouros que tivemos a cargo.
Estes três restauros, levados a cabo em 2012, ilustram bem o tipo
de trabalho que nós desenvolvemos para salvaguardar o património
cinematográfico mundial, com base numa declaração de qualidade
comum. Nós impomo-nos obrigações que cobrem todas as fases que
ter um filme a cargo comporta, tanto no restauro do filme, como na
sua difusão.
Uma vez terminado o restauro, tem que de ser feito todo o trabalho
de programação e de promoção dos filmes, e o que este faz parte integrante da nossa missão, tal como a concebemos. Para cada filme inventamos uma abordagem diferente, a fim de aproximar o mais vasto
público possível e de o convidar a descobrir uma obra.
Temos todo o prazer em ver a Festa do Cinema Francês prosseguir com
entusiasmo a secção dedicada aos filmes de património, criada no
ano passado, e com a qual ficamos felizes e honrados de contribuir.
Lola
GUIMARÃES São Mamede • 4 NOV 21h45
Lola, bailarina de cabaret, cria um rapaz cujo pai, Michel, se foi embora, já há sete anos. Ela espera-o, ela canta, dança e, eventualmente, ama os marinheiros que passam. Roland Cassard, amigo de
infância reencontrado por acaso, fica muito apaixonado por ela. Mas ela ainda espera por Michel…
Jacques Demy | 1961 | França | Ficção | 1h25
35 mm | Preto e branco | Som mono | Scope
com: Anouk Aimée (Lola), Marc Michel (Roland), Alan Scott (Frankie),
Jacques Harden (Michel), Elina Labourdette (Mme Desnoyers)
produção: Georges de Beauregard e Carlo Ponti (1961) para Rome-Paris Films
argumento: Jacques Demy | fotografia: Raoul Coutard | música: Michel Legrand
montagem: Anne-Marie Cotret | cenários e guarda-roupa: Bernard Evein
Lola é a primeira longa-metragem de Jacques Demy, rodada em Nantes, durante o Verão de 1960. Voltamos a encontrar a personagem de
Lola em Los Angeles, em Model Shop, filme realizado em 1969. Tendo o negativo original de Lola sido destruído num incêndio, um novo internegativo foi feito no ano 2000 com a ajuda dos Arquivos Franceses de Cinema, a partir de uma cópia encontrada no Instituto Britânico de Cinema.
O fabrico deste novo internegativo foi supervisionado por Agnès Varda, com o apoio de Raoul Coutard, operador de câmara chefe em Lola. Em
Gilles Duval
Delegado Geral da Fondation Groupama Gan pour le Cinéma
2012, um restauro completo foi lançado por Ciné Tamaris, Fondation Groupama Gan pour le Cinéma e a Fondation Technicolor pour le Patrimoine
du Cinéma. O filme pôde ainda beneficiar de um restauro digital de imagem, e de som, que lhe devolve todo o esplendor original. «Feitas as contas ao estado de deterioramento do filme, pareceu-nos indispensável que as nossas fundações lançassem um programa de restauro completo
Restaurado em 2012 por Ciné-Tamaris, Fondation Groupama Gan pour le Cinéma
e Fondation Technicolor pour le Patrimoine du Cinéma.
desta obra, graças às tecnologias digitais de hoje em dia, e com a exigência de um regresso ao suporte película, o único que pode garantir a
conservação duradoura dos elementos restaurados», declaram Gilles Duval, administrador-delegado da Fondation Groupama Gan e Séverine
Wemaere, administradora-delegada da Fondation Technicolor. «Desta forma, Lola dispõe de elementos de difusão digital de alta definição, mas
também de suportes prateados restaurados que, conservados no seio de um arquivo, são a garantia da perenidade do nosso trabalho.»
84 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 85
O grande clássico
O grande clássico
estaurar um filme é um acto singular que consiste em voltar
a dar vida a uma obra importante, conhecida ou esquecida,
sem, no entanto, trair a vontade do autor. O exercício é difícil e apaixonante, sendo, antes de tudo, uma lição de humildade. Ele
impõe que nos imiscuamos com delicadeza na vida e no trabalho do
autor, para tentarmos compreender as suas intenções e dúvidas, as
suas dificuldades e alegrias. Folhear os diários de rodagem, as suas
notas, a sua correspondência, as suas fotografias… É todo um percurso para compreender o filme, antes e durante o restauro: identificar
bem a montagem original, retomar a iluminação ou o grão utilizados
à época, redescobrir o som ou, ainda, localizar algumas imperfeições.
O UNIVERSO
da ANIMAÇÃO
grandes clássicos
para miúdos e graúdos
88
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 89
Ciclo
Jean-françois
O Universo da Animação
Para miúdos e graúdos
Aventura, poesia, emoção, diversão e muitas histórias para contar depois.
Sete filmes, sete histórias fabulosas, um universo animado maravilhoso, inteligente e pleno de aventura, emoção e poesia. Filmes em
antestreia para pequenos e grandes e três verdadeiras pérolas de
Jean-François Laguionie, com uma carta branca ao realizador.
Premiado com a palma de ouro no festival de Cannes em 1978, Jean-François Laguionie, apresenta no seu percurso enquanto realizador,
um trabalho minucioso e delicado, utilizando, por vezes, a técnica do
papel recortado e animado directamente sob a câmara, o que faz com
o que seu traço, suave e expressivo, seja tão característico do autor.
O encontro de Laguionie com Paul Grimault terá sido especial e determinante para o decorrer dos seu trabalho. Foi no atelier de Grimault
que Jean-François Laguionie realizou as suas 3 primeiras curtas-metragens. Em 1979, fundou o seu próprio estúdio, La Fabrique, com
uma pequena equipa de autores realizadores de curtas de renome,
para embarcar na grande aventura de uma primeira longa-metragem
90 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
Gwen, et le livre de sable...
Afastou-se da realização durante uns tempos mas regressou com
mais duas longas: Le Château des Singes, primeiro filme para crianças, em 1999, e L’île de Black Mor em 2004.
Este ano, apresenta Le Tableau, que, através de uma multiplicidade
de cores e uma maravilhosa diversidade de cenários, evoca o racismo
e as desigualdades sociais, através das várias personagens de uma
pintura, que evolui do esquiço ao quadro final.
Mas há mais! Vamos poder deliciar-nos com a doçura de Zarafa, a
incrível história da primeira girafa a pisar solo francês, entrar no
mundo de Laurent e Jung, com Couleur de Peau: Miel, num retrato
autobiográfico cheio de emoção, humor e poesia, e, ainda, viajar pelo
fantástico país do Pai Natal, com L’Apprenti Père Noel!
C
omecei o meu trabalho como realizador de filmes de animação quando era muito novo, na altura em que estava a
acabar o curso de desenho e cenografia teatral.
Nessa altura conheci Paul Grimault, com quem trabalhei uma dezena de anos, e que me iria ajudar a criar as minhas primeiras curtas-metragens. A influência desse enorme artista foi determinante. Julgo
que se tratava mais de poesia e de humanismo, do que de técnica…
Por esses anos (1960/1980), o cinema de animação francês (Colombat, Laloux, Kamler...) tinha encontrado a sua forma de expressão artística, colocando-se resolutamente afastado do cinema americano.
Nós estávamos mais próximos do cinema da Europa central, onde o
conto satírico e a poesia da imagem eram, e continuam a ser, essenciais. Os filmes de animação podiam, finalmente, dirigir-se tanto a
adultos quanto a crianças e, embora Walt Disney continuasse a ser
tão popular, La Planète sauvage de René Laloux e Roland Topor con-
seguiu ser premiado no festival de Cannes.
Hoje em dia, a animação continua a ser um meio de expressão de
uma riqueza incomparável.
Passámos a dominar as técnicas digitais, pude recentemente utilizá-las sem ter medo de ver as imagens a perderem a alma, e tendo eu
passado ao formato da longa-metragem em 1984, mantive-me um
artesão. O estúdio La Fabrique permitiu-me conservar este método
de trabalho. Desta forma, o filme é criação de toda uma equipa. Uma
espécie de pequeno navio destinado a encontrar os espectadores,
crianças ou adultos, onde quer que eles estejam e, se a emoção do
filme for sincera, a tocá-los da mesma forma, seja qual for a sua cultura. Uma linguagem universal, uma verdadeira forma de partilha…
Jean-François Laguionie
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 91
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
LAGUIONIE
VOZES DE: Jessica Monceau, Adrien Larmande,
Thierry Jahn, Julien Bouanich, Céline Ronte
ARGUMENTO: Anik Le Ray
MÚSICA ORIGINAL: Pascal Le Pennec
MONTAGEM: Emmanuel de Miranda
PRODUÇÃO: Blue Spirit Animation, Be-FILMS,
France 3 Cinéma, RTBF, Blue Spirit Studio, Sinematik,
Rezo Productions, uFilm
ORIGEM: França, Bélgica
VENDAS INTERNACIONAIS: Gebeka Films
ESTREIA EM FRANÇA: 23/11/2011
VOZES DE: Taric Mehani, Agathe Schumacher,
Jean-Paul Roussillon, Jean-François Derec,
Yanecko Romba, Michel Robin, Frédéric Cerdal
ARGUMENTO: Jean-François Laguionie, Anik Le Ray
MÚSICA ORIGINAL: Christophe Héral
MONTAGEM: Pascal Pachard
PRODUÇÃO: Les Films du Triangle, La Fabrique
Production, Celluloid Dreams
ORIGEM: França
DISTRIBUIÇÃO: Gebeka Films
ESTREIA EM FRANÇA: 11/02/2004
Presença em festivais
Festival de Cinema de Animação de Annecy (2012)
Festival de Cinema de Cabourg (2012)
Festival de Cinema de Transilvania (2012)
Festival de Cinema de Seattle (2012)
Festival de Cinema de Istambul (2012)
Presença em festivais
Festival de Cinema de Xangai (2004)
Cannes – Mercado do Filme (2004)
LISBOA São Jorge Sala 3 • 13 OUT 15h00
PORTO Rivoli Teatro • 23 OUT 14h30
COIMBRA T.A.G.V. • 28 OUT 15h30
LISBOA São Jorge Sala 1 • 12 OUT 10h30
LISBOA São Jorge Sala 1 • 14 OUT 15h00
FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 15h00
PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 10h00
PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 15h30
COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 10h30
GUIMARÃES São Mamede • 6 NOV 14h30
ciclo
lE TABLEAU
ciclo
L’île de black noir
de Jean-François Laguionie | 2003 | Animação | 1h25 | M/6 | versão original legendada em português
Jean-François
Laguionie
2/3
Um pintor deixa um quadro por acabar, mas a sua criação ganha vida própria. Nos domínios do castelo, vivem três
categorias de figuras: os “todo-pintados”, os “inacabados” e os “esquissos”. Os primeiros julgam-se superiores,
expulsam as outras personagens e escravizam os esquissos. Um jovem todo-pintado, que namora uma inacabada, e defende a abolição das diferenças, resolve partir com um amigo de cada categoria em busca do pintor. De
quadro em quadro, o pequeno grupo parte para uma grande aventura...
Em 1803, um rapaz de 15 anos foge do orfanato. Embora desconheça o seu verdadeiro nome, é tratado por Kid e
tem como única riqueza um mapa da ilha do tesouro, retirado do livro do célebre pirata, Black Mor. Com outros
dois rapazes, parte para o outro lado do Oceano Atlântico, num barco roubado ao cabo-de-mar, em busca da sua
ilha do tesouro. Mas nem tudo se passa como nos livros de piratas...
O REALIZADOR
O REALIZADOR
Veterano do cinema de animação francês, Jean-François Laguionie
realizou as primeiras curtas-metragens na segunda metade dos anos 60.
Em 1978, recebeu a Palma de Ouro para curtas-metragens do Festival
de Cannes, com La Traversée de Atlantique à la rame. Por essa altura,
fundou a produtora La Fabrique e começou a adaptar ao cinema os
romances que ele próprio escreveu. As suas longas-metragens, muito
espaçadas no tempo, resultam de um trabalho de paciência e dedicação:
Gwen, le livre de sable (1985), Le Château des singes (1999) e L’Ile
de Black Mor (2003). Com Le Tableau, de 2011, Laguionie apresenta
uma nova aposta: a animação de pinturas a óleo num filme com uma
mensagem anti-racista e contra as desigualdades sociais.
Nota de intenções do realizador
“As aventuras de um pintor com a sua criação são um tema simultaneamente demasiado maravilhoso e demasiado profundo para podermos
brincar a misturar imagens por simples prazer. A minha principal intenção é tornar esta incrível aventura em algo perfeitamente credível num
92 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
filme para todas as idades.”
Sobre o filme
“Utilizando as telas como terreno de aventuras, Le Tableau convida os
mais novos a ir além da pura e simples representação. Só por isso, a
descoberta desta maravilha revela-se indispensável.”
Philippe Jambet, in Première
“O cineasta retoma e amplifica, aqui, a denúncia do racismo e das desigualdades sociais. Quanto à busca do esquivo e misterioso pintor, ela
prende o espectador num vertiginoso quadro dentro do próprio quadro.”
Vide pág. 90 - Filme “Le Tableau”
“L’Ile de Black Mor prova que a aventura não é necessariamente ofegante, que ela pode embarcar os espectadores sem recorrer à brutalidade
dos engajadores nos portos, preferindo antes as armas da fantasia.”
Nota de intenções do realizador
Thomas Sotinel, in Monde
“A história foi inicialmente escrita sob a forma de romance, colocando
nela todos os sonhos de aventuras marítimas que me perseguiam desde os 13 anos, e que não me abandonaram. Esses sonhos referiam-se,
sobretudo, a Conrad ou a Stevenson (em particular a David Balfour, que
era a minha personagem preferida). O périplo deste miúdo pelos mares,
e as suas aventuras, colocam-no, a cada momento, face a verdadeiros
problemas de adolescentes, íntimos e secretos.”
Cécile Mury, in Télérama
Sobre o filme
“A história de Jean-François Laguionie é antes de tudo uma fantasia,
um delírio marítimo. (…)Tudo aqui é bonito e carinhoso: os céus que se
movem, o balanço dos juncos no areal, o sopro do vento nas velas do
«Fortuna»...”
Isabelle Fajardo, in Télérama
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 93
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
de Jean-François Laguionie | 2011 | Animação | 1h16 | M/6 | versão original legendada em português
Jean-François
Laguionie
1/3
VOZES de: Michel Robin, Lorella Di Cicco, Armand
Babel, Raymond Jourdan, Saïd Amadis, Bertrand
Bautheac, Jacques Bouvier
ARGUMENTO: Jean-Paul Gaspari,
Jean-François Laguionie
SOM: Henri Gruel, Serge Guillemin
MÚSICA ORIGINAL: Pierre Alrand
MONTAGEM: Hélène Arnal
PRODUÇÃO: Les Films de la Demoiselle, Les Films A2
ORIGEM: França
VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont
ESTREIA EM FRANÇA: 06/02/1985
VOZES DE: Jennifer Drake, Eric Baugin, Sylvie Lenoir,
Jean Topart
ARGUMENTO: René Laloux, Roland Topor,
segundo obra original de Stefan Wul
FOTOGRAFIA: Lubomir Rejthar, Boris Baromykin
SOM: Jean Guérin, Robert Pouret
MÚSICA ORIGINAL: Alain Goraguer
MONTAGEM: Hélène Arnal, Marta Látalová
PRODUÇÃO: O.R.T.F., Argos Films, Ceskoslovens
Filmexport, Films Armorial
ORIGEM: França, Checoslováquia
VENDAS INTERNACIONAIS: Roissy Films
ESTREIA EM FRANÇA: 06/12/1973
Presença em festivais
Festival de Cinema de Animação de Annecy (1985)
– Prémio da Crítica
Festival de Cinema de Los Angeles (1985)
– Prémio de Longa-Metragem
Presença em festivais
Festival de Cannes (1973) – Prémio Especial
LISBOA São Jorge Sala 1 • 7 OUT 17h00
ALMADA Fórum R. Correia • 14 OUT 16h00
PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 14h30
COIMBRA T.A.G.V. • 26 OUT 10h30
LISBOA São Jorge Sala 3 • 7 OUT 11h30
ALMADA Fórum R. Correia • 13 OUT 16h00
PORTO Rivoli Teatro • 23 OUT 10h00
COIMBRA T.A.G.V. • 29 OUT 10h30
ciclo
gwen et le livre de sable
la planète sauvage O Planeta Selvagem
carta branca a
Jean-François
Laguionie
de René Laloux | 1973 | Animação | 1h20 | M/8 | versão original legendada em português
Após um acidente nuclear, o mundo fica coberto de dunas de areia. Uma tribo de sobreviventes, comandada pela
anciã Roseline, vive num deserto, refugiando-se no fundo de um poço. Volta e meia, surgem objectos gigantescos
que um ser misterioso, o “Makou”, despeja pelas redondezas, como malas, relógios ou telefones. A tribo acolhe
uma rapariga, Gwen, que se torna amiga do filho de Roseline. De repente, este desaparece e Gwen parte com Roseline à procura dele…
O planeta Vgam é habitado pelo povo Draag, seres humanóides com doze metros de altura que vivem numa sociedade altamente desenvolvida, repartindo o seu tempo entre o lazer e a meditação. Os Draags adoptaram uns seres minúsculos, os Oms, que podem ter como animaizinhos de estimação. Os problemas começam quando Tiwa,
filha de um chefe Draag, adopta um pequeno Om, a que vai chamar Terr, e resolve começar a fazer os trabalhos
de casa com ele…
O REALIZADOR
O REALIZADOR
Sobre o filme
René Laloux (1929-2004) foi desenhador, pintor, marionetista e escritor.
Realizador autodidacta, Laloux revolucionou o cinema de animação francês apresentando, em 1972, a primeira longa-metragem para um público
não infantil, o futurista e visionário La Planète sauvage. Antes tinha realizado as curtas Les Escargots e Les Temps morts (1964/65). Sempre
no mundo do cinema fantástico, Laloux realizou, ainda, Les Maîtres du
temps (1982) e Gandahar (1986). O seu último filme foi a curta Comment Wang Fo fut sauvè (1987).
“Ao vermos La Planète sauvage, esquecemos todas as técnicas e mergulhamos num verdadeiro universo lírico onde tudo tem o seu movimento próprio, o seu estilo autónomo, a sua maravilhosa fantasia.”
Vide pág. 90 - Filme “Le Tableau”
Nota de intenções do realizador
“Para pôr de pé Gwen et le livre de sable, a minha primeira longa-metragem, começámos por ser seis a trabalhar e eu tive logo a impressão
de estar a mudar de ofício, de passar dos desenhos animados para o
cinema, que é uma verdadeira criação colectiva.”
Sobre o filme
“Um filme de animação subtil e insólito com esplêndidos desenhos pintados a guache.”
in Première
“Em Gwen, há que saudar a extrema beleza plástica, o excelente trabalho de animação, o talento de Jean-François Laguionie em fazer surgir,
aos nossos olhos, um universo com um imaginário muito forte.”
“Laguionie sempre recusou a facilidade das graçolas infantis e dos lugares-comuns caricaturais aos quais os desenhos animados, por via da
sua estilização, se prestam tão facilmente. O tom de Gwen é sério, nessa
espécie de passeio expressionista e surrealista que prolonga o que o seu
autor disse anteriormente, com talento e convicção, sobre a dificuldade
de amar e de viver.”
Jean d’Yvoire, in Jeune Cinéma
Jacques Doniol-Valcroze, in L’Express
“O que tem de admirável, além da música e da realização perfeita de René Laloux, é o génio de Topor, cujos desenhos revelam uma imaginação
e uma capacidade de invenção extraordinárias.”
Michel Duran, in Le Canard Enchaîné
Nota de intenções do realizador
“Stefan Wul é um dos raros autores de ficção-científica que permite
uma forma de adaptação em desenhos animados, ele tem ideias
dramatúrgicas muito bonitas e um universo passível de ser expresso
graficamente.”
in Cahiers du Cinéma
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Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 95
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
de Jean-François Laguionie | 1984 | Animação | 1h10 | M/10 | versão original legendada em português
Jean-François
Laguionie
3/3
ARGUMENTO: Laurent Boileau, Jung Henin
FOTOGRAFIA: Rémon Fromont
SOM: Dan Van Bever
MONTAGEM: Ewin Ryckaert
MÚSICA ORIGINAL: Siegfried Canto
PRODUÇÃO: Mosaïque Films, France 3 Cinéma,
Artémis Productions, RTBF - Radio Télévision Belge de
la Communauté Française, Panda Media,
Nadasdy Film, Belgacom, RTS-Radio Télévision Suisse
ORIGEM: França, Bélgica
VENDAS INTERNACIONAIS: Wide Management
ESTREIA EM FRANÇA: 06/06/2012
VOZES de: Line Renaud, Julie Gayet,
Isabelle Mergault, Jean Pierre Marielle,
Lorànt Deutsch, Bruno Salomone, Pierre François
Martin-Laval, Didier Brice
ARGUMENTO: Alexandre Révérend
MÚSICA ORIGINAL: Nerida Tyson-Chew
MONTAGEM: Céline Kélépikis
PRODUÇÃO: Gaumont, Avrill Stark Entertainment
ORIGEM: França, Austrália
VENDAS INTERNACIONAIS: Gaumont
ESTREIA EM FRANÇA: 24/11/2010
Presença em festivais
Festival de Cinema de Animação de Annecy (2011)
Presença em festivais
Festival de Cinema de Bruxelas (2012)
Festival de Animação de Annecy (2012)
LISBOA São Jorge Sala 1 • 9 OUT 10h30
LISBOA São Jorge Sala 3 • 14 OUT 11h30
FARO Teatro Mun. Faro • 17 OUT 15h00
PORTO Biblioteca A.G. • 22 OUT 10h00
PORTO Rivoli Teatro • 27 OUT 15h30
COIMBRA T.A.G.V. • 30 OUT 10h30
GUIMARÃES São Mamede • 6 NOV 14h30
Couleur de peau: Miel
l’APPRENTI PÈRE NoËL
de Laurent Boileau, Jung Henin | 2012 | Documentário, Animação | 1h15 | M/6 | versão original legendada em português
de Luc Vinciguerra | 2010 | Animação | 1h20 | M/4 | versão original legendada em português
Após a guerra da Coreia, cerca de 200 mil crianças coreanas foram enviadas para diferentes países do mundo.
Jung foi acolhido por uma família belga, em 1971. Numa mistura de imagens de animação e documentário, Jung
adapta uma banda desenhada da sua autoria onde conta, com humor e emoção, momentos chave da sua vida: o
orfanato na Coreia, a chegada à Bélgica, a vida familiar...
O Pai Natal não se quer reformar mas o regulamento é muito claro: ele vai ter de escolher um aprendiz e prepará-lo durante 15 anos para assumir essas nobres funções. O escolhido terá de se chamar Nicolas, ser órfão e ter um
coração puro. Na Austrália, vive um menino que corresponde a estes critérios... No entanto, sofre de vertigens
e tem uma enorme falta de confiança. Irá o Pai Natal aceitar a ideia de ser substituído e ajudar o seu aprendiz?
oS realizadores
o realizador
Sobre o filme
L’Apprenti Père Noël é a primeira longa-metragem de Luc Vinciguerra,
mas a sua carreira de realizador não começou aqui: ele foi responsável
pela série televisiva com o mesmo nome e, também, realizou a série de
animação Zombie Hôtel (2006), premiada em diversos festivais, como o
de Annecy. Anteriormente, tinha sido co-realizador de vários programas
de animação para televisão e argumentista da série Martin Matin, também transmitida em Portugal.
“Uma animação que reiventa a lenda do Pai Natal.”
Ao crescer na Bégica, Jung Henin estudou Latim e Matemática e, mais
tarde, Ilustração, e, em 1987, começa a desenhar para as revistas Spirou
e Tintin. Em 1991, edita o seu primeiro livro, em quatro tomos, «Yasuda», a que se seguem várias outras bandas-desenhadas de tom oriental.
«Couleur de Peau: Miel», editado em 2007, é o primeiro álbum de uma
nova trilogia.
Laurent Boileau trabalhou durante vários anos como operador de câmara em documentários para televisão e, em 1999, estreia-se na realização com a série L’éducation en Questions, seguida, em 2003, por
Un Collège Pas Comme les Autres. Posteriormente, realiza vários documentários sobre o mundo da Banda-Desenhada, entre os quais Les
Artisans de L’imaginaire (2004). O filme Couleur de Peau: Miel junta
assim a paixão de ambos pela BD e pelo cinema de animação.
Nota de intenções do realizador
“Enquanto grande leitor de bandas-desenhadas e de romaces gráficos,
eu só conhecia os trabalhos de Jung com um pendor asiático. Em 2007,
96 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
fui seduzido por «Couleur de Peau: Miel». Com um olhar distanciado e
um tom muitas vezes irónico, Jung relê aí a sua própria vida e interroga-se sobre o seu passado, as suas raízes e o seu estatuto como adoptado.
A adopção remete para diversas noções complexas: identidade, desenraizamento, família, ausência, abandono, destino, diferença.”
Sobre o filme
“Uma história rica em emoção, em humor e em poesia que dirige tanto
aos mais pequenos, como aos mais velhos.“
Christophe Narbonne, in Première
“O desenho, mistura harmoniosa de 2D e de 3D, iluminado por cores
quentes, convém perfeitamente à textura de recordação e de sonho.”
Cécile Mury, in Télérama
“Uma autobiografia pungente e além disso audaciosa, que dá cor a imagens de arquivo e de documentários.”
in Studio CinéLive
“Por detrás da aventura, encontra-se uma bonita mensagem sobre a
transmissão de valores e a vontade de fazer o bem.”
Corinne Renou-Nativel, in La Croix
Nota de intenções do realizador
“Mesmo sendo um filme que se destina prioritariamente às crianças, a
história também aborda temas que podem fazer sentido aos mais velhos. Trata-se da relação pais/filhos, avós/netos. À volta da aventura
desta criança, que procura o seu lugar no mundo e que parte em busca
de um destino, também se fala de um Pai Natal que é um homem à beira
da reforma, e que tem medo disso. Todas as personagens têm dúvidas,
todas têm que fazer escolhas e as suas trajectórias desenham a intriga.”
in Studio CinéLive
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 97
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
LISBOA São Jorge Sala 1 • 5 OUT 17h00
LISBOA São Jorge Sala 1 • 11 OUT 10h30
VOZES DE: Simon Abkarian, Thierry Frémont, FrançoisXavier Demaison, Ronit Elkabetz, Déborah François,
Fellag, Vernon Dobtcheff, Roger Dumas
ARGUMENTO: Rémi Bezançon, Alexandre Abela, com
Jean-François Halin e Vanessa Portal
SOM: Bruno Seznec
MÚSICA ORIGINAL: Laurent Perez Del Mar
MONTAGEM: Sophie Reine
PRODUÇÃO: Prima Linea Productions, Pathé Films,
France 3 Cinéma, Chaocorp, Scope Pictures
ORIGEM: França, Bélgica
DISTRIBUICÃO: Lusomundo
ESTREIA EM PORTUGAL: A estrear
Presença em festivais
Festival de Cinema de Animação de Annecy (2012)
Festival de Cinema de Berlim, Berlinale (2012)
City of Lights, City of Angels, Los Angeles (2012)
LISBOA São Jorge Sala 3 • 6 OUT 11h30
ALMADA Fórum R. Correia • 11 OUT 15h00
FARO Teatro Mun. Faro • 20 OUT 15h00
PORTO Rivoli Teatro • 28 OUT 15h30
COIMBRA T.A.G.V. • 31 OUT 10h30
GUIMARÃES São Mamede • 8 NOV 14h30
ZARAFA
O UNIVERSO DA ANIMAÇÃO
de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie | 2012 | Animação | 1h18 | M/6 | versão original legendada em português
Um ancião africano conta às crianças que o rodeiam uma antiga história. Livremente inspirado na verdadeira história da girafa oferecida pelo Paxá do Egipto ao Rei de França em 1827, o filme conta a odisseia de Zarafa, uma
girafa capturada, e as tentativas de um menino de dez anos, Maki, para levar Zarafa de volta ao Sudão.
Os REALIZADORes
Nota de intenções dos realizadores
Jean-Christophe Lie foi assistente de animação nos estúdios Walt Disney
de Montreuil, nos anos 90, e participou em filmes como O corcunda
de Notre-Dame, Hercule ou Tarzan. Em 2003 colaborou no grande sucesso que foi Belleville Rendez-Vous, assim como em Kirikou et les
bêtes sauvages, entre outros filmes. Em 2011 apresentou a sua primeira curta-metragem, L´Homme à la gordini, que foi premiada em Annecy.
A odisseia de Zarafa é a sua estreia na longa-metragem.
Tendo começado por escrever o argumento de Vendues, um filme de
2004 sobre o destino de sete mulheres da Europa de Leste, Rémi Bezançon passou à realização em 2005 apresentando Vie En L’Air. Três anos
mais tarde, seguiu-se Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie, a crónica de
momentos muito diferentes da vida de uma mesma família. Regressa em
2010 com Un Heureux événement, filme também apresentado nesta
edição da Festa do Cinema Francês. Com Zarafa ganha um enorme sucesso ao apostar no cinema de animação.
“Fiquei logo apaixonado. Vi ali uma espécie de road-movie gráfico. A
travessia do deserto fez-me pensar em Lawrence da Arábia. Todas as
imagens surgiram com clareza. Depois de me ter encontrado com Rémi,
fiquei tranquilizado pela sua experiência como realizador. E ainda para
mais o projecto era original.”
98
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
Sobre o filme
“Os realizadores enriquecem a sua obra ao trabalharem o ritmo da trama, a finura do traço, o calor das cores e o humor saboroso. Não há nenhuma necessidade de óculos especiais para apreciar o seu charme.”
in Ouest France
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 99
PROGRAMA
PARALELO
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 101
RTP2 | SESSÕES DUPLAS
Todo o mês de Outubro, na RTP2, vai ser dedicado ao Cinema francês. Outubro é o mês da Festa do Cinema Francês
e a RTP2 propõe, em cada uma das Sessões Duplas, alguns dos realizadores mais emblemáticos da cinematografia
francesa.
SÁBADO, 6 de outubro, a partir das 22h40
SÁBADO, 20 de outubro, a partir das 22h40 > A fraternidade não mora aqui
LE GAMIN AU VÉLO O MIÚDO DA BICICLETA
MONSIEUR BATIGNOLE o senhor Batignol
REALIZAÇÃO: Jean-Pierre e Luc Dardenne
COM: Cécile de France, Thomas Doret, Fabrizio Rongione
França | 2011 | 1h27 | Maiores de 12
REALIZAÇÃO: Gérard Jugnot
COM: Gérard Jugnot, Jules Sitruk, Michèle Garcia
França | 2001 | 1h40 | Maiores de 12
Cyril, de quase 12 anos, tem um único plano: encontrar o pai, que o deixou temporariamente num orfanato. Por acaso,
conhece Samantha, uma cabeleireira que aceita acolhê-lo aos fins de semana.
Paris, no ano de 1942, está ocupada pelo exército alemão. O senhor Batignole, um homem tímido, começa a trabalhar para o exército nazi graças à acção de Jean-Pierre, noivo da sua filha. Jean-Pierre tornou-se um colaboracionista
pronto a denunciar judeus. Quando a família Bernstein é presa, a sua casa é cedida a Batignole. Este decide dar uma
festa de agradecimento aos nazis. No decorrer da festa, o jovem Simon Bernstein, que havia escapado aos nazis,
regressa para se juntar à sua família.
O outro lado da guerra, o lado no qual os colaboracionistas se movem e ganham com o comportamento de ajuda
ao invasor.
BLUE AZUL
Le Gamin au Vélo
Monsieur Batignole
REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski
COM: Juliette Binoche, Benoît Régent, Florence Pernel
França/Polónia/Suíça | 1993 | 1h40 | Maiores de 12
Julie perde o marido, um famoso compositor, e a filha de ambos num trágico acidente de carro. A partir desse momento, Julie vai tentar viver sem compromissos, tristezas, ou amor para nunca mais se “magoar”. Tenta uma espécie de
suicídio espiritual, afastando-se da vida e do mundo que a rodeia, vivendo completamente independente, anónima
e só numa cidade como Paris.
Blue é o primeiro filme de uma trilogia do realizador Kieslowski sobre a sociedade contemporânea francesa e o seu
mote: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O tema do filme, a liberdade, é manifestado por Julie, quando ela tenta
viver uma nova vida, depois da morte do marido e da filha.
ROUGE VERMELHO
REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski
COM: Iréne Jacob, Jean-Louis Trintignant, Frédérique Feder
França/Polónia/Suíça | 1994 | 1h39 | Maiores de 12 - Filme de qualidade
Blue
Rouge
SÁBADO, 13 de outubro, a partir das 22h40 > Maio de 68 e a igualdade
Terceiro e último filme da trilogia de Kieslowski, sobre a história de Valentine, uma jovem modelo que vive em Genebra. Um dia, Valentine conhece um juiz reformado que espia a vida dos seus vizinhos através das chamadas telefónicas. Não o faz por dinheiro, mas sim para alimentar o seu cinismo.
Vermelho é essencialmente uma história acerca do relacionamento entre pessoas, tendo como pano de fundo o
desafio da fraternidade.
REALIZAÇÃO: Bernardo Bertolucci
COM: Michael Pitt, Eva Green, Louis Garrel
França | 2003 | 1h55 | Maiores de 16 - Filme de qualidade
SÁBADO, 27 de outubro, a partir das 22h40 > A fraternidade não mora aqui (cont.)
Paris, Maio de 1968. Isabelle e o seu irmão Theo conhecem Matthew, um jovem estudante americano que está na
cidade. Aproveitando a ausência dos pais, os dois jovens convidam o americano a ficar no apartamento deles. Aqui
criam as suas próprias regras e experimentam a força das emoções e da sexualidade, alimentada, ainda mais, pela
paixão comum pelo cinema. Ao mesmo tempo, a cidade de Paris vive um momento tumultuoso.
Bernardo Bertolucci presta aqui uma homenagem à cidade de Paris, ao cinema francês (nomeadamente a Jules et Jim
de François Truffaut) e ao espírito de Maio de 68.
REALIZAÇÃO: Christophe Honoré
COM: Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni, Ludvine Sagnier
França | 2011 | 2h15 | Maiores de 16
LES BIEN-AIMÉES OS BEM-AMADOS
Dreamers
Les Bien-Aimées
BLANC BRANCO
UNE VIEILLE MAÎTRESSE A ÚLTIMA AMANTE
REALIZAÇÃO: Krzystof Kieslowski
COM: Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy, Januzs Gajos, Jerzy Sthur
França/Polónia/Suíça | 1993 | 1h31 | Maiores de 12
Segundo filme da trilogia do famoso realizador Kieslowski sobre a sociedade francesa actual, tendo agora como tema
principal a igualdade, Branco conta a história de Karol, um imigrante polaco que casa com uma bela francesa, Dominique, e vai trabalhar para Paris como cabeleireiro. Karol ama a sua mulher com paixão, mas esta quer divorciar-se
dele, alegando a sua inabilidade para consumar o casamento. Forçado a ir pedir para as ruas, e em riscos de voltar
para a Polónia, Karol jura vingar-se.
102 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
De Paris, nos anos 60, até Londres, nos nossos dias: Madeleine e a filha Vera deambulam pelas suas vidas e pelas
dos homens que amam. O amor pode ser luminoso e amargo, feliz e doloroso. Mas será capaz de resistir à passagem
do tempo?
REALIZAÇÃO: Catherine Breillat
COM: Asia Argento, Fu’ad Ait Aattou, Roxane Mesquida
França | 2007 | 1h54 | Maiores de 16
Na mundana Paris do século XIX, só se fala no casamento do jovem libertino Ryno de Marigny com a bela e pura Hermangarde, uma jovem aristocrata. Os dois amam-se, mas as más-línguas insinuam que Ryno não vai conseguir romper um antigo romance com a cortesã Vellin.
Blanc
Une Vieille Maîtresse
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 103
PROGRAMA PARALELO
PROGRAMA PARALELO
DREAMERS OS SONHADORES
RTP2 | ONDA-CURTA
Um programa de JOÃO GARÇÃO BORGES
7 de outubro Na terra… mais perto do céu…!
[R]
JEAN-LUC PERSÉCUTÉ JEAN-LUC PERSEGUIDO
França | 2011 | 12 min. 30 seg. | REALIZAÇÃO: Julie Rembauville e Nicolas Bianco-Levrin
França | 2010 | 45 min. | REALIZAÇÃO: Emmanuel Laborie | COM: Guillaume Delaunay, Alice Carel
Jean-Luc vive na montanha. Ele ama Christine mas ela ama outro homem, que vive no bosque. Uma adaptação
do romance de Charles-Ferdinand Ramuz, escrito em 1928.
História de um ser humano simples, perseguido pelas vicissitudes do amor, pelas agruras da vida e pelo fatalismo que invade a alma e martiriza o corpo.
Este filme, simultaneamente austero e exuberante, rodado nos Pirinéus sem qualquer diálogo e num estilo lírico puramente visual, mostra o seu percurso, as suas relações com a Natureza, os outros homens e finalmente
a sua queda, de um modo directo e violento, como o pulsar de uma grande paixão. Na banda sonora, a música
de Arvo Pärt.
Num mundo dominado pela letra R, não é fácil falar ou pensar sem restrições.
Os edifícios são em forma de R e a linguagem consiste apenas no uso de uma só letra. Nesta sociedade de pensamento único, uma criança que ouse imaginar outras letras encontra numerosas resistências. Um filme sobre
a liberdade de expressão.
LA PART DE FRANCK a parte de franck
França | 2011 | 28 min. 50 seg. | REALIZAÇÃO: Dominique Baumard
Jean-Luc Persecuté
[R]
14 de outubro Harry Langdon & Frank Capra…!
BABIOLES
Dois homens procuram abrir um negócio para poder rolar, literalmente, sobre rodas. Para os devidos efeitos,
Malik avança com dinheiro para a compra de uma carrinha, uma daquelas que serve de restaurante, neste caso,
para vender pizzas. Entretanto, Franck consegue pagar a parte que devia ao sócio, mas em vez de fechar o assunto, antes pelo contrário, Malik começa a desconfiar sobre a natureza do dinheiro recebido.
Em 2011, recebeu um dos Prémios RTP2 Onda-Curta no Circuito Off Venice, parte integrante da Biennale que
organiza o Festival de Veneza.
França/Holanda | 2012 | 5 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray
Depois da exibição do episódio piloto, premiado pelo Onda-Curta, no Festival Tous Courts de Aix-en-Provence
(França), foi aguardada com alguma expectativa a continuidade anunciada e materializada, agora, na série com
o mesmo nome. Neste caso, a espera não foi em vão e aqui estão os primeiros cinco episódios de uma série de
13 que o Onda-Curta irá exibir ao longo das próximas semanas.
No essencial, nestes episódios, sem diálogos mas com muitos sons, pensados para a família num sentido lato da
palavra, voltamos ao encontro das pequeninas personagens que circulam nas nossas cidades, sem que os humanos notem a sua presença e essa aparente contradição despoleta alguns gags absolutamente geniais sobre
o nosso quotidiano comum. É caso para dizer, cuidado…não estamos sós…!
28 de outubro Um génio entre gigantes!
BABIOLES
Babioles
La Part de Franck
LA MEILLEURE FAÇON DE TRACER A MELHOR MANEIRA DE TRACER
França | 2010 | 11 min. 45 seg. | REALIZAÇÃO: L’Amicale du Réel
Nesta curta moldada pela linguagem da reportagem, os protagonistas procuram literalmente a vertigem do movimento através dos mais improváveis circuitos urbanos para dar corpo ao seu modo de ser e estar, seja no bairro, na cidade ou no mundo, simultaneamente fechado e aberto, que os rodeia.
Movimento, velocidade... para que vos quero...?
505g
04 de NOVEMbro Uma viagem muito especial! Restaurada... e a cores!
505g
La Meilleure Façon de Tracer
BABIOLES
França/Holanda | 2012 | 5 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray
Mais uma divertida e, por vezes, muito corrosiva incursão no pequeno mundo das criaturas que invadem as nossas vidas sem que demos por elas… a não ser aqui no Onda-Curta…!
LE VOYAGE DANS LA LUNE VIAGEM À LUA
Babioles
The Extraordinary Voyage
Elvis de Nazareth
Le Voyage Dans la Lune
França-Palestina | 2011 | 16 min. | REALIZAÇÃO: Rani Masalha
Hamoudy, um menino sem eira nem beira habitante da cidade palestiniana de Nazareth, encontra um cantor
amador, Khalil, um homem maduro mas completamente obcecado pela figura de Elvis Presley, ao ponto de afirmar que o seu Oud foi-lhe oferecido pelo próprio rei do Rock’Roll. Um dia, o rapaz rouba-lhe o instrumento e
procura vendê-lo. Entretanto, descobre que o Oud não vale nada e que Khalil não passa de um mentiroso. Mas o
mito Elvis Presley... será que vai desaparecer ou sobreviver...?
Em 2012, recebeu no Festival de Cannes, o Prémio RTP2 Onda-Curta, atribuído em parceria com a Unifrance.
104 | 13ª
Festa do Cinema Francês 2012
França | 2011 | 1h04 | REALIZAÇÃO: Serge Bromberg e Eric Lange
Este documentário acompanha a fascinante viagem do clássico de Georges Méliès, Le Voyage Dans la Lune,
através do século XX e o início do actual milénio. Desde os primórdios da sua produção, em 1902, passando por
1993, ano em que se deu a redescoberta de uma cópia desta obra num suporte de nitrato, colorida fotograma a
fotograma, até ao momento da estreia da versão restaurada no Festival de Cannes, em 2011.
Documentário com depoimentos, entre outros, de Costa Gavras, Michel Gondry, Martin Scorsese, Jean-Pierre
Jeunet e, o recentemente oscarizado, Michel Hazanavicius.
21 de outubro
ELVIS DE NAZARETH
THE EXTRAORDINARY VOYAGE UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA
França | 1902 | 16 min. | REALIZAÇÃO: Georges Méliès | versão colorida
Uma das primeiras experiências de ficção científica com recurso a técnicas inovadoras para a época, como a
sobreposição, a fusão e a exposição múltipla de imagens. Inspirado em livros de Jules Verne e de H. G. Wells, o
filme conta a história de um pequeno grupo de cientistas que desembarca na Lua.
Em 1993, foi descoberta em Barcelona uma cópia muito degradada. Na subsequente recuperação do material fílmico, mais do que um restauro imagem a imagem dos seus 13.375 fotogramas, foi realizada uma autêntica ressurreição deste conhecido e de certo modo desconhecido clássico da Sétima Arte. Martin Scorsese terá ficado
encantado com o que viu e utilizou algumas imagens no seu filme, Hugo. Esta versão restaurada foi apresentada
no Festival de Cannes de 2011 com uma banda sonora encomendada ao grupo francês Air.
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 105
PROGRAMA PARALELO
PROGRAMA PARALELO
França | 2012 | 9 min. 55 s. | REALIZAÇÃO: JérémyAzencott
No decurso de um rotineiro negócio de compra e venda de cocaína, o cliente pouco a pouco procura estabelecer
uma relação amorosa com a meia-irmã do dealer. Esta aparece em casa de forma inesperada, sem saber quais
as atividades ilícitas que por ali se praticam.
Em 2012, recebeu o décimo Prix Unifrance du Court-Métrage atribuído no Festival de Cannes, deliberação do
Júri constituído por representantes do Canal+ (Polónia), Canal+ (Espanha), Be TV (Bélgica) e RTP2 Onda-Curta
(Portugal).
França/Holanda | 2012 | 3 x 2 min. | REALIZAÇÃO: Mathieu Auvray
CICLO VIVRE ENSEMBLE
Ciclo de Cinema dedicado à discriminação
Entrada gratuita em todas as sessões
LES LIP, L’IMAGINATION AU POUVOIR!
SAMIA
DE: Christina Rouaud | 2007 | Documentário | 1h58
DE: Philippe Faucon | 2000 | Drama | 1h09
COM: Linda Benahouda, Mohamed Chaouch, Nadia El Koutei, Kheira Oualhaci
A aventura começa a 17 de Abril de 1973, na fábrica de relógios LIP, em Palente, na periferia de Besançon. Outrora uma empresa próspera, a LIP encontrava-se, então, nas mãos de novos proprietários
que apresentavam um plano de despedimentos dramático para os operários, como única saída para
a empresa. A resistência organizada pelos trabalhadores deu origem a um movimento de luta incrível,
que durou vários anos, mobilizou multidões em França e na Europa, multiplicou as acções ilegais sem
ceder a tentação da violência, apoiando-se na democracia directa e numa imaginação incandescente!
E a pratica da autogestão afirmou-se como alternativa, utilizando o mote: “É possível: nós produzimos,
nós vendemos, nós pagamos.”
07 OUT 17h00 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
07 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
10 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
20 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal
08 NOV 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
Samia tem quinze anos e vive nos arredores de Marselha. De origem argelina, é a sexta, de uma família de oito crianças. Enquanto algumas das suas irmãs tentam vencer nos estudos, Samia continua
com insucesso escolar e é orientada contra sua vontade, para uma aprendizagem técnica. Em casa,
ela sufoca sobre o peso de uma moral feita de crenças e de proibições, que respeita, mas nas quais
já não acredita...
Les LIP, L’imagination au Pouvoir!
Samia
DE: Julie Lopes-Curval | 2005 | Comédia Dramática | 1h34
COM: Marion Cotillard, Julie Depardieu, Jonathan Zaccaii, Eric Berger
Redactora de fotonovelas para a revista “Toi et Moi”, Ariane tende a transpor para elas a sua vida amorosa e a da irmã Lena. Mas a sua vida não é um romance: Ariane está presa a Farid, que não se interessa
por ela e Lina está entediada com o namorado.
DE: Lea Fehner | 2009 | Ficção | 2h00
COM: Farida Rahouadj, Reda Kateb, Pauline Etienne, Marc barbé, Vincent Rottiers
WESH, WESH, QU’EST-CE QUI SE PASSE?
DE: Rabeh Ameur Zaïmesche | 2001 | Drama | 1h23
COM: Rabah Ameur-Zaïmesche, Ahmed Hammoudi, Mambi Keita, Brahim Ameur-Zaïmeche
Qu’un Seul Tienne et les Autres Suivront
Toi et Moi
QUAND TU DESCENDRAS DU CIEL
DE: Eric Guirado | 2001 | Drama | 1h39
COM: Benoît Giros, Serge Riaboukine, Jean-François Gallotte, Anne Goesens, Valérie Moreau
> Rua Visconde Valdemouro, 3860-389 Estarreja Tel.: 234 811 300
Évora - Auditório do Colégio Mateus de Aranda
07 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
08 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
11 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
11 OUT 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
16 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal
Festa do Cinema Francês 2012
06 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
10 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
12 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
17 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal
18 OUT 21h30 h> Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
Estarreja - Cine-Teatro de Estarreja
> Rua do Raimundo, 7000-661 Évora Tel.: 266 760 260
Lisboa - Reitoria da Universidade de Lisboa
> Alameda da Universidade, 1649-004 Lisboa Tel.: 217 967 624/210 113 400
Seixal - Fórum Cultural do Seixal
> Quinta dos Franceses, 2840-499 Seixal Tel.: 915 635 090/210 976 103
Quand Tu Descendras du Ciel
106 | 13ª
Após uma pena de prisão, Kamel está de regresso à «Cité des Bosquets», um bairro social de Seine-Saint-Denis. Ele tenta, com o apoio da família, reintegrar-se no mundo do trabalho. Mas torna-se testemunha impotente da ruptura social da «cité»...
Fim de Novembro, Jérome, que mantém com dificuldade a exploração agrícola da família, deixa a sua
mãe e o campo para procurar emprego na cidade. Acaba por encontrar um trabalho nos serviços técnicos da Câmara Municipal: ajuda Lucien, de 40 anos, empregado municipal, a colocar os efeitos luminosos para as festas de fim de ano. Mas, a Câmara Municipal vai, dentro em breve, aplicar resoluções
contra a mendicidade e Jérôme descobre que La Chigole, um mendigo com quem travou amizade, vai
ser atingido por elas.
04 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
10 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
14 OUT 17h00 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
18 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal
25 OUT 21h30 h> Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
Wesh, Wesh, qu’est-ce qui se Passe?
Setúbal - Auditório Municipal Charlot
> Rua Dr. António Manuel Gamito, 11 - 2900-056 Setúbal Tel.: 265 522 446
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 107
PROGRAMA PARALELO
PROGRAMA PARALELO
Stéphane, Zohra e Laure andam pelas ruas da mesma cidade, mas não se conhecem. Stéphane, um
trintão perdido no mundo, recebe uma proposta que pode mudar a sua vida, mas a que custo? Zohra
deixou a Argélia, à procura de uma resposta para a morte do seu filho, assassinado em França. Laure
vive o seu primeiro amor por um jovem rebelde, com fervor e inocência, até o dia em que este é preso.
Nada preveria que os três se iriam encontrar, um dia, no parlatório da prisão.
05 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
09 OUT 18h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
14 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
19 OUT 21h30 >h Auditório Municipal do Seixal Seixal
02 NOV 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
04 OUT 21h30 >h Auditório do Colégio Mateus de Aranda Évora
05 OUT 21h30 >h Cine-Teatro de Estarreja Estarreja
09 OUT 16h30 >h Reitoria da Universidade de Lisboa Lisboa
09 OUT 21h30 >h Auditório Municipal Charlot Setúbal
13 OUT 21h30 h> Auditório Municipal do Seixal Seixal
TOI ET MOI
QU’UN SEUL TIENNE ET LES AUTRES SUIVRONT
108
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 109
EVENTO
110
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 111
Os caminhos da
incerteza
debate ::: sábado 13 de Outubro ::: Institut Français du Portugal
O Institut Français du Portugal tem o prazer de apresentar dois documentários seguidos de
uma mesa redonda intitulada Os caminhos da incerteza, com a presença dos realizadores e
convidados especiais.
15h00 – Indignados de Tony Gatlif duração: 1h30
16h45 – Portugal, os caminhos da incerteza de François Manceaux duração: 52’
17h45 – Mesa Redonda Os caminhos da incerteza
Os filmes:
indignados
Tony Gatlif
Tony Gatlif é o celebrado realizador francês, de etnia cigana, que se foi libertando
dos filmes que, ao longo da sua carreira de quase 40 anos, celebram a cultura
e os dramas do seu povo. Se Princes (1982), Latcho Drom (1993), Gadjo Dilo
(1997), Vengo (2000) ou Exils (2004) foram filmes que partiam ou chegavam a
aldeias ciganas, com prémios nos mais importantes festivais de cinema europeus, Gatlif regressa agora com este panorama de uma Europa indignada face a
uma política de austeridade, que parece não ter fim, apresentado pela mão de
uma imigrante africana indocumentada.
de Tony Gatlif duração: 1h30
Partindo do manifesto Indignai-vos, enorme sucesso de vendas, em 2010, do velho resistente
anti-fascista Stéphane Hessel, Tony Gatlif revisita o movimento de ocupação de praças e lugares públicos desencadeado nas Portas do Sol, em Madrid.
François Manceaux
Relembrando os inúmeros jovens em luta contra as políticas de austeridade e a cupidez do
capitalismo financeiro, o realizador constrói uma narrativa que recolhe e expõe histórias e
preocupações contemporâneas.
François Manceaux cria, em 1982, a sua própria produtora PMA/Com Unimage
com uma linha editorial privilegia filmes de temática sociocultural.
portugal, os caminhos da incerteza
de François Manceaux duração: 52’
EVENTO
Esta experimentação portuguesa é hoje, mais do que nunca, actual, e pode ver-se como uma
realidade premonitória do futuro do modelo social e económico europeu.
112
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
EVENTO
Filmado ao longo dos anos 2010 e 2011, este documentário analisa o processo do laboratório
de austeridade imposto pelo jogo da finança mundial.
Durante os 12 anos que se seguem, Manceaux produz cerca de 60 fimes, e realiza
uma dezena de documentários destinados à televisão, assim que a produções
publicitárias e institucionais. Em 2007, realiza a longa-metragem de cinema documentário Quand la vigne dort e a curta-metragem Remonter le temps. É
nesta altura que o realizador começa a trabalhar entre Paris e Lisboa, em quatro
filmes, documentários e ficções. Pietro, artiste cinématique, curta-metragem
documental rodada em Portugal, recebe, recebe, em 2012, o prémio de Melhor
Filme Métiers d’art. Em 2011, realiza o documentário Portugal: la voie de
l’incertitude e está neste momento em fase de montagem de um novo filme
intitulado Eu amo-te muito....
Ao longo do seu percurso, François Manceaux trabalhou com vários artistas de
peso, entre os quais Marguerite Duras e Robert Bresson.
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 113
agradecimentos
Adilson Auxiliador
Agnès Nordmann
Alexandra Quinta
Ana Cristina Silva
Ana David
Ana Luísa Cândido
Ana Paula Botelho
Ana Saraiva
Anastacia Ribas
Antoine Blanchys Ferreira
Antoine Clermont-Tonnerre
António Ferreira de Sousa
António Galvão Luvas
António Rodrigues
António Santos
Béatrice Dupasquier
Bernard Despomaderes
Bryan de Carvalho
Bruno Calvão
Camille Brottes Beaulieu
Carla Martins
Carla Soeima
Carla Veludo
Catarina Carvalho
Catarina Vasconcelos
Christine Houard
Cláudia Craveiro
Cláudia Rodrigues
Custódia Domingues
Delphine Martin
Delphine de Dianous
Diogo Cerqueira
Dominique Hoff
Dora Nobre
Elisabeth de Paiva e Pona
Elsa Shifano
Fabíola Lebre
Fátima Raña
Fernanda Silva
Fernando Bessa
Filipa Sá
114
| 13ª Festa do Cinema Francês 2012
Francisco Barbosa
Francisco Motta Veiga
Frederico Batista
Gilles Duval
Gisèle Magalhães
Graça Marques
Guilherme Moreira
Hugo Lopes
Inês Penalva
Irene Valente
Isabel Cadre
Isabel Pereira
Isabel Tadeu
Jacqueline Ferreira
Jacques Mer
Jeanne François
Joana Jesus
Joana São Miguel
João Fontes
João Lopes
João Rodrigues
João Pedro Bénard
João Quintanilha
Laurent Zenier
Laurentina Pereira
Leonor Santos
Luís Apolinário
Luís da Silva Sarmento Soares
Luís Gameiro
Luís Morais
Luís Nascimento
Luís Miguel Oliveira
Luís Salvado
Luis Vilhena
Luisa Sousa Ávila
Madalena Lampreia
Manuel Catita
Manuel Mendonça
Manuela Gonçalves
Maria Sobral
Maria Tavares
Maria Dolores Iglesias
Maria João Bettencourt
Maria João Costa
Maria João Seixas
Maria Teresa Ré
Maria de Medeiros
Marie France Carrondo
Marion Mistichelli
Marina Uva
Marisa Costa
Marta Castanheira
Marta Fernandes
Marta Raposo
Mathilde Caillol
Mehdi Ben Attia
Miguel Clarinha
Miguel Honrado
Nathalie Julia
Nadir Bensmaïl
Nuno Gonçalves
Odette Albuquerque
Olivier Establet
Olivier Mencucci
Patricia Barata
Paula Teixeira
Paula Neves Vertic
Paulo Braga
Paulo Branco
Pedro Borges
Pedro Marques
Pedro Menezes
Pedro Moreira
Pénelope Clarinha
Raquel Antunes
Raquel Matos Cardoso Sequeira
Regina Branco
Régine Hatchondo
Rui Machado
Sara Moreira
Sérgio Tréfaut
Séverine Wemaere
Silvia Bastos
Sónia Pantaleão
Stéphanie Pardete
Susana Joaquim
Sylvie Tixidre
Tiago Nunes
Vilma Santos
Vincent Van de Winckel
Viriato Passarinho
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 115
informações úteis
Salas 13ª Festa do Cinema Francês 2011
PORTO
Preço das sessões: 3,50 Euros (* excepto Espaço Nimas e Cinemateca)
Preço reduzidos: ‹ 25 anos, › 65 anos: 3,00 Euros (*Excepto Cinemateca)
Preço sessões O Universo da Animação: 1,00 Euro (válido para crianças e acompanhantes)
Cartão válido para 5 entradas: 15,00 Euros
Cartão válido para 10 entradas: 25,00 Euros
‹ Auditório da Fundação Serralves (Inauguração)
Rua D. João de Castro, 210 4150-417 Porto
Tel.: 226 156 500
‹ Rivoli Teatro Municipal
Preço do Catálogo: 2,00 Euros (*excepto Almada)
CINEMA SÃO JORGE
AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO SERRALVES
LISBOA
‹ Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett
‹ Cinema São Jorge
Rua de Entrequintas, 268 4050-239 Porto
Tel.: 226 081 000
Bilhetes à venda no local
Av. da Liberdade, 175 1250-141 Lisboa Metro: Avenida
Tel.: 213 103 402/00 Email: [email protected]
Local de venda: Bilheteira do cinema, FNAC, Lojas ABREU e em ticketline.sapo.pt
GUIMARÃES
‹ Institut français du Portugal
‹ Espaço Nimas
Avenida 5 de Outubro, 42B 1050 Lisboa Metro: Saldanha
Tel.: 213 574 362
*Preço: 4,00 Euros Bilhetes à venda no local
ESPAÇO NIMAS
ALMADA
‹ Fórum Municipal Romeu Correia | Auditório Fernando Lopes-Graça
Praça da Liberdade 2800-648 Almada
Tel.: 212 724 923/27 Email: [email protected]
*Catálogo gratuito
AUDITÓRIO FERNANDO LOPES-GRAÇA
Festa do Cinema Francês 2012
Rua Dr. José Sampaio, 17-25 4810-275 Guimarães
Tel.: 253 547 028 email: [email protected]
Bilhetes à venda no local
FARO
‹ Teatro Municipal de Faro
TEATRO MUNICIPAL DE FARO
Estrada Nacional 125 km 103 8000-126 Faro
Bilheteira: 289 888 110 Informações: Alliance Française do Algarve Tel.: 289 828 881
Bilhetes à venda no local
COIMBRA
Foto: Pedro Medeiros
CINEMATECA PORTUGUESA
INFO
Rua Barata Salgueiro, 39 1269-059 Lisboa Metro: Marquês de Pombal
Tel.: 213 596 200
*Preço: 3,00 Euros
*Estudantes, portadores de cartão jovem, › 65 anos e reformados: 2,00 Euros
*Amigos da Cinemateca, estudantes de cinema: 1,25 Euros
Bilhetes à venda no local
CINEMA SÃO MAMEDE
INFO
‹ Cinemateca Portuguesa
116 | 13ª
‹ Cinema São Mamede
Av. Luís Bívar, 91 1050-143 Lisboa Metro: Saldanha, São Sebastião
Tel.: 213 111 400 Email: [email protected]
Bilhetes à venda no local
INSTITUT FRANÇAIS DU PORTUGAL
Praça D. João I 4000-295 Porto
Tel.: 222 058 351 Bilheteira: 222 034 121 email: [email protected]
Bilhetes à venda no local
‹ Teatro Académico de Gil Vicente
TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE
Praça da República 3000-343 Coimbra
Tel.: 239 855 630 Email: [email protected] [email protected]
Informações: Alliance Française de Coimbra Tel.: 239 701 252
Bilhetes à venda no local
13ª Festa do Cinema Francês 2012 | 117
Parceiros
Patrocinadores
Transportadora Oficial
Restaurante Oficial
Parceiros Institucionais
Parceiros Media
Rádio Oficial
Jornal Oficial
Parceria Estratégica
Apoios Divulgação
Co-Produção
Um Evento
apoios à programação
13
a
Directora do Institut français du Portugal
Direcção
Coordenação de Programação e Convidados
Coordenação das Parcerias e Produção executiva
Assessoria de Imprensa
Estagiária Imprensa
Coordenação das Parcerias de Divulgação e Comunicação
Gestão de cópias e Secretariado
Técnico Audiovisual e Coordenação das sessões escolares
Coordenação Almada
Coordenação Porto
Coordenação Guimarães - Alliance Française de Guimarães/Braga
Coordenação Faro - Alliance Française do Algarve
Coordenação Coimbra - Alliance Française de Coimbra
Imagem gráfica
Grafismo e paginação do catálogo
Conteúdos do catálogo
Revisão de conteúdos do catálogo
Impressão do catálogo
Spot
Conteúdos vídeo
Site internet www.festadocinemafrances.com
FESTA DO
CINEMA
FRANCÊS
Sophie Laszlo
Jean-Chrétien Sibertin Blanc [a partir de Setembro 2012]
Elsa Cornevin [até Setembro 2012]
Sara Abrantes
Joana Reis [a partir de Agosto 2012]
Sofia Bénard [até Agosto 2012]
Margarida A. Silva
Joana Sousa
Andrea Amâncio
Jocelyne Fonseca
José Neves
Manuel Mendonça
Bernard Despomadères
António Santos
Jacques Mer e Aurélie Quintanilha
Marion Mistichelli
Maud Téphany
António Afonso e Rita Carmo [www.espantaespiritosdesign.com]
Pedro Cerejo
Margarida Pinto
Textype
Victor Hugo Sintra
Pedro Gancho
Maud Téphany [www.maudtefhany.com]