Mordidas
Transcrição
Mordidas
Mordidas A mesma motivação que leva uma criança a morder, faz também com que elas batam. Frustradas pela não capacidade de dominar o ambiente e de manifestar claramente os desejos e as necessidades, e conscientes de que as palavras não terão a intensidade desejada, as crianças mordem e batem. Além disso, uma boa mordida sempre parece resultar numa boa reação: uma criança chorando e um adulto assustado. As crianças na faixa etária entre 1 a 2 anos, às vezes mordem até por razões mais inocentes. Para uma criança curiosa, morder pode ser apenas uma experiência, conhecer e saber o gosto das coisas, como um braço ou uma bochecha. Para uma criança afetuosa, morder pode ser uma mera questão de imitação de adultos que fazem isto brincando com a criança. Pode ser também um sinal de que ela esteja aborrecida, cansada, sofrendo uma sobrecarga de sensações, ou faminta; pode ainda ser devido à necessidade de mordiscar alguma coisa (ou alguém) para aliviar a dor causada por dentes que estejam nascendo; ou pode ser uma forma de dizer que a criança está pouco à vontade em um ambiente novo. Ou, ainda, como diversos outros comportamentos negativos, morder pode representar apenas uma forma de chamar atenção. Em geral, os pais ficam mais horrorizados quando as crianças mordem do que quando elas batem, provavelmente porque morder parece um comportamento muito primitivo, muito animalesco. No entanto, a criança que morde não é pior do que a que bate. Na verdade, as crianças quase sempre adquirem o hábito de morder entre o primeiro e o terceiro ano de vida. Para a maioria, esse hábito nunca chega a se tornar crônico; algumas mordidelas experimentais parecem saciar a compulsão. No entanto, em alguns casos, o comportamento persiste e continua gerando problemas. O educador deve estar atento a essas situações imprevisíveis, orientando sempre os pais, contornando a situação seguindo certas precauções a seguir (Eisenberg, Murkoff & Hatway, 1994): • • • • • Nunca retribua a mordida: Morder em reação a uma mordida, assim como devolver um tapa, pode criar confusão para a criança. A sua mordida diz a ela que é permitido morder alguém com quem se esteja zangada, apesar de você estar dizendo: “Não morda”. Mesmo uma única mordida que você lhe dê, para mostrar como se sente quem é mordido, não será útil, já que ela provavelmente ainda não consegue associar a própria dor com a dor que os outros sentem. Ser mordida poderá deixá-la sentida ou assustada, mas é pouco provável que a impeça de morder novamente. Mastigar para evitar mordidas: Algumas vezes a criança morde apenas porque está com fome. Antes de deixar a criança à solta numa situação de convívio social, dê-lhe uma refeição ou um lanche. Corte a mordida no nascedouro: Separe imediatamente quem morde de quem é mordido, se a criança mordida estiver chorando, console-a antes de corrigir a criança que mordeu. Não reaja com exagero, não grite, e não faça um sermão prolongado; limite-se a levar a criança para um canto e explicar-lhe com calma, mas com firmeza: “Não morda, morder machuca, você machucou quando mordeu o braço dela”. Se ela morde é porque não consegue se comunicar ajude-a a encontrar as palavras necessárias para exprimir o que sente: “Eu sei que você está zangada, mas não é certo machucar alguém porque você está zangada. Vamos procurar outra maneira de fazer essa raiva passar”. Veja as questões com seriedade: O adulto deve conter a risada quando for mordido por uma criança, mostrando que achou interessante e que é uma brincadeira. Alguns pais não conseguem deixar de rir quando são mordidos por um filho pequeno pela primeira vez. Portanto, o educador deve orientar os pais como proceder nessa situação. Não existe nada que encoraje mais o hábito de morder do que essa atitude. Evite ter dois pesos e duas medidas: Alguns pais mordem, brincando, os dedos da criança e, ocasionalmente, permitem que elas os mordisque no ombro, na bochecha, ou no braço, principalmente se isso não doer muito. Então, quando a criança morde um coleguinha, eles a censuram. O melhor é evitar qualquer confusão, proibindo qualquer tipo de mordida em pessoa. Referência: Fiel, Luciana. Creche Gestão e Prática Pedagógica. Viçosa: Aprenda Fácil, 2002. Equipe CATA VENTO.