Relatório de Santa Catarina sobre o Camporee Sul
Transcrição
Relatório de Santa Catarina sobre o Camporee Sul
Ao Escritório Regional de Santa Catarina A/C Diretor Presidente Região de Santa Catarina Nadir Antonio Mussio Rua Álvaro Ramos, 183 - Trindade Florianópolis/SC CEP 88036-030 Florianópolis, 27 de Julho de 2015. Assunto: Relatório de Participação no V Camporee Sul Nos dias 15 a 19 de julho, aconteceu na cidade de Balsa Nova/PR, o V Camporee Sul. O mesmo foi realizado na Fazenda Thalia, um lugar muito bonito e já conhecido por sediar eventos do escotismo. Muitos chefes e dirigentes tornaram-se garotos propaganda desse grande evento, pois em 2014 havia sido realizado a Aventura Sênior Regional, que foi uma atividade muito elogiada e afinal seria comemorado o centenário do escotismo paranaense. Assim começaram as mobilizações nos grupos escoteiros catarinenses para uma forte participação dos seus membros juvenis nesse evento. Santa Catarina participou com um contingente de 250 pessoas, entre membros juvenis de 6,5 a 21 anos e adultos, sendo representados 24 grupos escoteiros, 14 Bis, Agrolândia, Alexandre Roepcke, Brusque, Continente, Costa Esmeralda, Cruzeiro do Sul, Curitibanos, Curt Hering, Desbravador, Desterro, Iguaçu, Ilha Terceira, Ilhas Guará, Ipê Amarelo, Jacoritaba, Lages, Leão do Mar, Mafeking, Navegantes, Padre Baron, Pedra Branca, Pomerano e Príncipe de Joinville. A apresentação do programa do V Camporee Sul nos colocou “água na boca”, trazendo como tema o Tropeirismo, as atividades estavam baseadas na colonização do estado paranaense, em sua cultura e gastronomia e no próprio tropeirismo, que dava nome a Insígnia do Evento, além disso, previa atividades radicais e passeios turísticos a Vila Velha, ponto turístico paranaense. Uma semana antes do evento a situação climática não estava das melhores, muitas cidades sobre fortes chuvas, com alagamentos, incluindo a formação de furacão no sudoeste paranaense, mas isso não impediu que o contingente se deslocasse, afinal todos já acamparam em situações de chuvas e já estavam preparados. A abertura do campo estava prevista para as 14hs do dia 15, quando começaram a chegar alguns grupos, ainda não estavam presente os chefes de subcampo e os que foram chegando foram tentando localizar os locais de suas patrulhas e começar a sua instalação. Os campos estavam demarcados, mas não seguiam uma ordem crescente do número de tropas, assim dificultava a localização das mesmas. Na demarcação do campo encontramos a mesa que serviria de apoio para as patrulhas prepararem seus alimentos, nela estava fixado à relação das patrulhas que compunham a tropa, mas pelos relatos dos nossos chefes isso não foi uma regra, em alguns campos não havia essa lista. UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC Na retirada do kit outros problemas surgiram, embora os nomes dos inscritos e formações das tropas foram trabalhadas três semanas antes do evento, muitos chegaram e não receberam seus kits, pois não se achavam os nomes como inscritos, tivemos ainda jovens que deveriam estar na categoria sênior e que os kits vieram do escoteiro, prontamente o erro identificado foi sanado em partes, com a substituição do lenço, já a emissão de novo crachá acabou não acontecendo até a data de nossa saída. Os grupos que chegaram cedo, logo começaram a montar suas barracas, pois no horizonte já demonstrava que a chuva estava para chegar. Para a montagem dos toldos de convivência o boletim informava que seriam entregues varas de bambus, mas não dizia a quantidade, descobrimos que eram 3 por patrulha. As patrulhas que chegaram antes e estavam sozinhas em seus campos não conseguiram montar seus toldos enquanto outra patrulha não chegasse para que pudessem pegar “seus” bambus. Isso atrapalhou e atrasou muitas patrulhas. Campo montado era hora de retirar os fogareiros. Eram dois fogareiros ligados a um botijão de gás, para cada duas patrulhas, que os jovens tiveram que transportar por mais de 700 metros. Foram identificado que as ligações dos fogareiros estavam com vazamentos, alguns chefes conseguiram solucionar o problema sem ter que recorrer à organização, outros que tiveram que recorrer não obteve um bom tempo de resposta, atrasando a cocção da primeira refeição que era macarrão com carne moída, um pepino para a salada e um pacote de suco. Em muitas patrulhas as porções distribuídas não foram suficientes, onde alguns chefes se privaram de alimentar-se com a patrulha para “sobrar” mais para os jovens, estes tiveram que buscar outro meio de alimentação ou utilizando o restaurante ou de seus “contrabandos”. Recebi o relato de três patrulhas que chegaram mais tarde ao campo e já não havia mais fogões disponíveis. Então veio a fraternidade escoteira, diferente do divulgado na nota de sextafeira, com as outras patrulhas fornecendo suas cozinhas para o preparo da alimentação, pois esse problema só seria solucionado no dia seguinte. A abertura ocorreu no palco central onde comportava a todos, porém o som não ajudava quase não se entendia o que se falava ao microfone, tanto que quando foi solicitado para avisar aos integrantes de Santa Catarina para fazermos uma foto do contingente, poucos apareceram, a grande maioria nem conseguiu ouvir. Logo após começou a festa que foi até pouco mais das 23h30minh. A chefia sênior chamou a todos para um jogo noturno, reunimos os seniores e guias, mais de 400 jovens e sem um microfone os chefes tentavam passar as instruções do jogo, que não foi nada empolgante para o ramo. No dia seguinte começaram as atividades dos módulos, a noite uma forte chuva começou por volta das 19hs parando apenas próximo às 12hs do dia seguinte, que culminaram na decisão de retorno de muitos grupos escoteiros, algumas patrulhas tinham condições de permanecer na atividade, porém devido à logística de transporte tiveram que acatar a decisão dos demais. Antes da partida do meu grupo do V Camporee percorri os campos escoteiros e sênior tentando identificar UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC quais grupos de Santa Catarina iriam permanecer devido à proximidade do almoço os subcampos estavam vazios, uma vez que a alimentação estava sendo preparada na tenda dos pioneiros e alguns estavam no próprio restaurante. Consegui identificar que apenas o GE Costa Esmeralda permaneceria no acampamento. No relato abaixo compilo as informações recebidas dos chefes de outros grupos quanto à organização do V Camporee Sul. KIT DO V CAMPOREE SUL O Kit veio composto com crachá, fita para o crachá, gorro, lenço de ramo, distintivo do evento, caderneta do jovem e um cartão que avisava dos desafios através do Instagram. A qualidade do material era muito boa, a inovação do gorro foi excelente e de grande uso pelos jovens no acampamento. Os jovens sentiram falta da caneca, que normalmente faz parte dos enxovais de acampamentos. Foram relatados alguns problemas nas distribuições dos kits, onde alguns chefes não receberam, pois não constavam seus nomes na relação. Outro problema que houve foi de jovens que foram inscritos como sêniors e seus kits vieram como escoteiro, mesmo tendo seguido as orientações do Escritório Regional PR para a troca de seção no SIGUE, o problema foi rapidamente sanado com a troca dos lenços, porém os crachás até na sexta-feira não havíamos recebido. ALIMENTAÇÃO Tivemos muitos relatos de pouca alimentação distribuída e demora nessa distribuição. Vários chefes deixaram de se alimentar com as patrulhas fazendo sobrar à alimentação para os jovens. Café de quinta-feira: A surpresa quando recebemos pó de café, leite em pó, pães, presunto e queijo, margarina e doce. Fazer café em pó em um acampamento tenho certeza que foram poucos os que conseguiram, muitos haviam levado só alguns utensílios para cozinhar evitando carregamento de material, sem falar que os jovens preferem muito mais um achocolatado. A margarina e o doce foram distribuídos em potes lacrados e seria para acompanhar os outros 2 dias. Almoço de quinta-feira: Os que saíram para atividade fora do campo receberam um kit alimentação de 1 tangerina (algumas já estragadas, não dando o número de 1 por jovem), 2 sanduíches (um de presunto/queijo/alface e outro de cenoura e pasta de frango) e um pacote de suco por patrulha para preparo, porém as patrulhas estavam fora do campo e na maioria dos casos não havia água próximo e nem mesmo recipiente para dissolver o suco. A entrega desses kits também chegou atrasada e numa única tropa faltaram mais de 15 sanduíches, onde a organização saiu às pressas para comprar pão fatiado e presunto, mesmo assim não atendendo a todos os jovens e novamente os escotistas abriram mão do seu almoço para que sobrasse aos jovens. Para os que ficaram no campo pareciam que estariam melhor, mas não, receberam charque para fazer um carreteiro e feijão pré-cozido, porém este charque não estava dessalgado, resultado em pouco tempo era impossível de preparar uma boa alimentação da forma correta, com o dessalgue da carne e o resultado foi catastrófico, uma refeição UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC muito salgada. Outro problema surgiu, como os chefes não acompanhavam as patrulhas, os que ficaram para ajudar em outras bases ficaram sem kit alimentação. Alguns chefes foram até a organização e a mesma informou que eles teriam que comer com as patrulhas que estavam no campo, mas como? Um chefe conhece a comida que a sua patrulha prepara e está seguro quanto a ela, mas ir se alimentar com outra patrulha que não conhece e já vendo que em duas refeições a comida não era suficiente, obrigou a nossos chefes protestarem na organização sugerindo até que lhes fossem dado um kit alimentação para preparo pelos próprios chefes, só então diante desse impasse a organização concedeu a esses chefes a alimentação no restaurante. À noite o problema aconteceu com os chefes que tinham que se deslocar para o módulo jornada, não puderam se alimentar com as patrulhas já que as mesmas tiveram pouco tempo para o preparo, mais uma vez o fato do chefe não estar com a sua patrulha atrapalhou, pois alguns chefes eram do Subcampo Guartelá, que recebeu a alimentação depois e não participaria a noite da jornada. O Subcampo Vila Velha recebeu a alimentação antes prevendo a saída para a jornada, então os chefes que foram participar desse módulo e eram do subcampo Vila Velha conseguiram se alimentar os do subcampo Guartelá não, apenas no retorno da jornada. Tentando agilizar nessa noite foi distribuído frango, arroz, milho verde e suco. Café de sexta-feira: Devido as fortes chuvas na noite, alguns toldos/cozinhas já não existiam mais, os que ainda permaneciam era impossível de transitar, pois em alguns pontos a água chegava até 15 cm, mudanças de local de preparo para a tenda dos pioneiros, cada um se virou da forma que podia. Almoço de sexta-feira: Alguns grupos já haviam deixado o campo, o Distrito Escoteiro Grande Florianópolis optou por almoçar na estrada já no retorno, alguns grupos se alimentaram no restaurante, pois seus ônibus demorariam a chegar. CLIMA Todos entendemos que o fato das chuvas não se pode controlar, ainda mais em um evento que é programado com certa antecedência. Porém algumas medidas poderiam estar na previsão como um plano “B” e infelizmente não ocorreu. O único ponto que poderia servir de abrigo no momento da tempestade era a arena central e não comportaria a todos, caso precisassem ser realmente alojados, além do mais o terreno vertia água. As pessoas que ali se alojaram na noite do temporal dormiram ou no palco do evento ou nos paletes colocados. Aliás, esse foi talvez o melhor investimento feito. Alguns lugares só podíamos transitar por cima deles. Definitivamente a chuva foi apenas a cereja do bolo, para que os grupos tomassem a decisão de retorno antecipada. BANHEIROS Os banheiros eram ótimos e eram constantemente limpos e tinham o material reposto. A distância do campo foi algo ruim. Mais uma vez aqui se teve a decisão certa de cercar os containers com os paletes. A dificuldade ficou por conta dos banheiros para banho onde poucos UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC apresentavam portas ocasionando grande filas para a utilização destes. A falta de água na quarta-feira deixou os jovens embarrados e molhados por quase 3 horas, além de deixar outros sem a opção de banho e gerou a insegurança, para os chefes, para a realização de um jogo noturno no campo escoteiro. STAFFS E MÓDULOS A Região do Paraná optou por um sistema diferente, onde não havia inscrição para staffs. Todos os chefes tinham ciência de que ajudariam no desenvolvimento das atividades. Porém a realidade não foi essa. Na quarta-feira a chefia sênior teve uma primeira reunião para a apresentação de em qual módulo cada chefe iria cooperar. Os chefes foram divididos em três módulos: IMMA, Jornada e Desafio Tropeiro. Após uma breve apresentação do coordenador do ramo, os chefes responsáveis por cada módulo se apresentaram e foram lendo os nomes dos chefes que trabalhariam em cada um dos módulos. Foi feita uma rápida explicação de como funcionaria o módulo da IMMA, porém nenhum material foi distribuído, ficando os responsáveis em distribuir as chefias ainda a noite para que pudessem iniciar no dia seguinte. No módulo Jornada a mesma coisa, com um agravante na primeira reunião tinham 27 escotistas, no dia seguinte para as maiores explicações e divisões de tarefas aparecerão apenas 12. Como não recebi relato do outro módulo, creio que os escotistas de SC ficaram divididos nesses dois. O Módulo IMMA, a ideia era de fazer uma explanação de como montar um projeto, apresentando as partes fundamentais para a criação e depois os jovens fariam a parte da execução de um projeto. O módulo subdividia-se em vários temas, alguns foram trabalhar na recuperação de um jardim de uma escola, outros na jardinagem de um parque mas a grande maioria ficou concentrada na realização de um senso na cidade de Balsa Nova e por fim outros na distribuição de panfletos sobre dengue e doenças sexualmente transmissíveis. Parecia que o objetivo maior dessa atividade era bom, mas no dia seguinte tudo mudou, descobriu-se que os ônibus que fariam o transporte teriam que estar de volta ao campo às 15h30min, dessa forma inverteram a ordem das atividades começando com os jovens em campo e depois no retorno faríamos a explanação sobre a elaboração do projeto. O resultado foi que o primeiro ônibus da atividade retornou às 14h30min e o último às 17hs, ou seja, nesse intervalo até reunir o subcampo os jovens ficaram mais de duas horas dispersos e ociosos. Quando chegou o último ônibus a coordenadora quis reunir todos para a explicação do projeto, mas não foi possível, nem mesmo os escotistas estavam por ali, ficaram apenas 5 para atender a um grupo de mais de 70 seniores/guias. O resultado foi frustrante para os jovens, e a atividade em nada foi condizente com o tema do ramo “DESAFIO”. O Módulo da Jornada Noturna, já enfrentou problemas com a baixa das chefias pois de acordo com os programadores da atividade os chefes que atuariam nessas bases ficariam quase que 48hs em atividade, com dois pernoites fora do campo, com certeza esse foi o grande motivo da baixa de escotistas entre a primeira e a segunda reunião. O UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC coordenador foi questionado por vários chefes sobre infraestrutura, trajeto, planilhas, bases e demais informações o chefe responsável ou não sabia responder com certeza ou avisava que as informações iriam ser repassadas novamente no dia seguinte com maior exatidão. Foram distribuídas as cartas prego para cada chefe e esclarecido várias das dúvidas do dia anterior, mas mesmo assim os escotistas não tinham a divisão de tarefas nem um mapa do trajeto da Jornada, com isso os escotistas de SC, Robert do GE Continente e Reno do Ilhas Guará, se disponibilizaram a organizar os chefes presentes em turnos de serviço e quem ficaria nas bases. Somente depois de 1h de reunião que os chefes concordaram com suas funções e deram seguimento a atividade da Jornada, pois logo às 14h, metade da equipe sairia em direção à base final da Jornada. O Módulo começou com o Subcampo Vila Velha, saíram às 20hs com cartas cifradas em Morse e uma carta para caso de emergência, que depois se descobriu que também estava cifrada em Morse. Enquanto eles ainda saiam do campo em direção à jornada a chuva começou a cair, a organização sabia que a previsão era de chuva forte e mesmo assim a atividade ocorreu. Ninguém da equipe de escotistas tomou conhecimento do trajeto da jornada, nem sequer tinham um mapa para localização. Os escotistas foram alocados em pontos de controle, mas eram bem distantes um dos outros e não havia um carro de apoio patrulhando nem comunicação entre os pontos, o que resultou em duas patrulhas de jovens perdidos que foram resgatados por policiais sem que a organização tivesse o conhecimento. As 22hs os escotistas Cesar Kolbe e Fabille foram ao restaurante a procura dos seus jovens. Encontraram algumas patrulhas que abortaram a jornada por intervenção dos seus chefes e encontraram outros escotistas a procura dos seus jovens. As 22h30min encontraram o Presidente da Região do Paraná determinando que a jornada fosse abortada e que os jovens retornassem a fazenda. A última patrulha a chegar ao campo cruzou o portão às 03h00min da manhã. Muitos já não tinham mais seus campos em condições e alguns foram para o restaurante e outros para a arena central. No Ramo escoteiro a desorganização também foi visível, na Aldeia Regional de Desenvolvimento haviam lobos e escoteiros realizando as mesmas atividades e ao mesmo tempo. No jogo pebolim humano não havia sequer uma bola para o início, onde o Escotista João Calçada disse ter improvisado com material retirado do lixo e fita adesiva, fato que pode ser comprovado verificando as fotos do evento. Já o módulo “Pia“ estava organizado com atividades atraentes e os jovens gostaram. O Escotista Cesar Kolbe ficou encarregado de montar uma base ao estilo “touro mecânico”, ao chegar ao local indicado constatou que não haviam materiais, após muito tempo conseguiram alguns, mas que não eram os ideais. Como bom escoteiro fez seu melhor possível, que não foi o suficiente após a base ter sido totalmente improvisada sem o material apropriado após a terceira patrulha a base já não tinha mais condições de uso, sendo improvisado um jogo de cabo de guerra para entreter os outros jovens. UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC No jogo noturno do ramo escoteiro os escotistas se reuniram e não deixaram seus jovens participar com medo que os mesmos se sujassem e não tivesse água novamente para o banho, fato que havia ocorrido com os pioneiros no dia anterior e também por protesto contra a má organização das bases. No Ramo Pioneiro foi ainda mais sério, os chefes foram reunidos as 07h40min da manhã de quinta-feira e souberam que tinham que “preparar e aplicar” atividades para o dia todo sem nem receberem ao menos material e serem pegos totalmente desprevenidos. Um dos escotistas após insistir muito em material recebeu um pacote de balas para aplicar à dinâmica. No segundo dia por conta das chuvas o passeio turístico dos pioneiros foi cancelado. No Ramo Lobo, percebia-se uma grande esforço para garantir a integridade das crianças, mas novamente sem perspectivas, foram colocados para ver filmes e entretê-los. Os deslocamentos com as crianças estava inviável e os locais de atividades estavam inutilizados. Na primeira noite 90 lobos ficaram acantonados. INFRAESTRUTURA Embora o lugar fosse maravilhoso pudemos perceber muitas falhas graves na infraestrutura. Nos kits que recebemos continha um cartão avisando das missões no Instagram, onde os jovens deveriam ficar “antenados” e quem melhor cumprisse a missão receberia prêmios. O que não se contava é que embora houvesse sinal de celular das operadoras, não havia sinal de Wifi disponível e nem mesmo tomadas para o carregamento das baterias. Nem mesmo as lonas que eram disponibilizadas para os chefes de subcampo não continham luz e nem tomadas. Muitos chefes perderam as comunicações com os familiares já no primeiro dia. As únicas tomadas disponíveis estavam no restaurante, e era fácil encontrar tomadas com até 10 “T” (benjamim) ligando vários aparelhos. Os subcampos poderiam ter recebido algumas valetas nas demarcações o que aliviariam o encharcamento e poderiam deixar as barracas e campos em melhor situação. Por foto, vimos que após a debandada dos grupos, os que permaneceram acabaram fazendo isso em volta de suas barracas. Existia apenas uma arena e com a previsão de chuvas esse era o único local que poderia receber as pessoas para um caso de emergência, mas não comportava a todos. Seria necessário pelo menos mais uma do mesmo tamanho. Percebemos que não existiam materiais sobressalentes para qualquer eventualidade e nem mesmo foram providenciados no caso das chuvas a exemplo do que ocorreu no Jamboree Nacional, quando a chuva pegou várias pessoas de surpresa, quando a organização distribuiu lonas para amenizar os problemas. Área de lavação de louças era muito pequena e mal dava conta para um subcampo sênior, o que resultou em muitas louças sem serem lavadas ou ocasionando filas de até 45 minutos. Os acessos aos subcampos, arena central e até mesmo aos pontos de encontro ficavam constantemente alagados. Para a arena central foi construído um trilho de paletes com a ajuda dos sêniors, que foram UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC convocados para o serviço, o mesmo foi feito pela organização em torno dos banheiros. A base do rapel era por serviço terceirizado, mas as patrulhas que chegaram ao primeiro dia não conseguiram passar todas, ou seja, não foi dimensionado para comportar o número de inscritos no evento. Não havia um plano “B” para a realização de atividades no caso de chuvas. O ponto positivo ficou pela disponibilização de mesas e cadeiras para as patrulhas, onde nos momentos de chuva possibilitou que algumas se reunissem embaixo dos toldos, fazendo um grande momento de integração com as outras patrulhas do campo. ORGANIZADORES Estavam fora de sintonia, constantemente as informações passadas não tinham um consenso geral, sendo muitas vezes essa informação passada erroneamente gerando transtornos. Os chefes de subcampos foram nomeados em cima da hora e muitos foram se apresentar apenas no segundo dia. Quando retirei meu kit na secretaria fiz a minha apresentação como coordenador da Região de Santa Catarina, e perguntei se haveria alguma reunião com os demais coordenadores, ninguém soube responder. O único momento em que vieram atrás foi já na sexta-feira pela manhã quando uma pessoa passou pelos subcampos com um megafone convocando para uma reunião geral, quando cheguei a tal reunião já estava encerrando, sendo marcada uma nova para as 9 horas. Ficou claro que os organizadores esperaram para ver quem realmente ficaria no campo para então correr atrás de alguma forma de ajudar. Nesse meio tempo tentei reunir o máximo de representantes para uma reunião às 08h30min na base do campo sênior, percorri os campos escoteiros e sênior, alguns chefes tentei contato pelo whatsapp, e fui pedindo para outros me ajudarem na divulgação. Quando cheguei para a reunião na tenda do campo sênior estava alagada, ficamos em baixo do toldo acessando a mesma pela parte traseira. Ali tomei conhecimento que os GE Príncipe de Joinville, Brusque, Leões do Mar, Jacoritaba e 14 Bis já estavam se aprontando para deixar o campo, o que correspondia a 118 pessoas, quase metade do nosso contingente. Nessa reunião o Distrito Escoteiro Grande Florianópolis decidiu retornar mesmo com alguns chefes querendo permanecer, onde foram mais 70 pessoas e outros grupos também tomaram a mesma decisão. O único GE que tomei conhecimento que permaneceria no campo era o Costa Esmeralda e alguns pioneiros a pedido da organização. Não consegui contato com o representante do GE Mafeking. Assim podemos dizer que o contingente de Santa Catarina retornou quase em sua totalidade. Quando retornei para a nova reunião que aconteceria às 9hs vi as mesmas pessoas sentadas e não se via nenhum movimento, para mim ficou claro que foi a melhor decisão que tomamos. E se as atividades aconteceram nos dias posteriores foi só porque houve uma redução absurda de membros juvenis, o que fica muito mais fácil de administrar. UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC ENFERMARIA Foi o ponto positivo do acampamento, principalmente no retorno da jornada sênior onde o número de atendimentos deve ter batido recordes. Novamente a organização aqui foi falha, duas semanas antes do evento vimos notícias nas redes sociais de que precisavam de enfermeiros para o Camporee. Eu presenciei o fato que uma pessoa se inscreveu como staff-enfermeiro e foi parar trabalhando na segurança. ATIVIDADES APÓS O RETORNO DOS GRUPOS O G.E. Costa Esmeralda resolveu permanecer em campo, pois estavam em 1 escotista e 3 guias, e seu acampamento não foi atingido. Estavam com roupas secas e reserva monetária para realizar as refeições no restaurante. Ficaram felizes que as atividades retornaram com o sol. CONCLUSÕES Após o relato acima solicitamos que a Região de Santa Catarina, tome as devidas providências abaixo: • Solicitar uma retratação pública da Região do Paraná em relação à nota postada no site www.escoteirospr.org.br bem como na rede social do evento, onde entre outras palavras alega que os que deixaram o V Camporee Sul, não exerceram a fraternidade escoteira, não bastasse isso, enquanto os grupos deslocavam-se para suas cidades de origem foram postadas fotos das atividades do dia anterior, quinta-feira, e que não retratavam a real situação do campo no momento da decisão dos grupos voltarem. As postagens prosseguiram nos dias posteriores em tom sarcástico com os jovens com placas com o escrito “Mãe to Bem” e outras em que os jovens abusavam do uso de protetor solar, deixando os pais com dubiedade da decisão tomada por escotistas e dirigentes de grupos. • Restituição de 50% do valor de inscrição ou ao menos o valor da alimentação do almoço de sexta-feira até o café da manhã de domingo, para cada participante. • Exigir a prestação de contas do evento com ampla divulgação aos grupos escoteiros de Santa Catarina. • Solicitar esclarecimentos ao boato que corria no campo em que primeira equipe organizadora havia abandonado a programação do evento. • Solicitar o envio da “Insígnia do Tropeiro” aos grupos que não retiraram com a organização antes do retorno. • Solicitar esclarecimentos a falta de material e organização dos módulos, que não corresponderam com o programa divulgado, ocasionando a desmotivação de jovens e a falta de respeito pelos recursos financeiros do próximo, indo contra ao nono artigo de nossa lei. • Salientamos que todos os adultos voluntários participantes tentaram fazer o seu melhor possível, mas nitidamente ficou claro que a forma escolhida pela UEB-PR, em substituição as inscrições de STAFF, não funcionou. Os escotistas que eram para auxiliar na UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC “aplicação” das bases, acabaram tornando-se responsáveis pela sua aplicação, sem estarem preparados para tal. • Descumprimento das regras de segurança estabelecida nas normas da União dos Escoteiros do Brasil e Princípios, Organização e Regra. • Após as respostas pela Região do Paraná, solicitamos uma posição formal da Região de Santa Catarina e como os grupos devem proceder para repassar as informações aos pais. • Que os grupos escoteiros proporcionem aos membros juvenis e adultos instruções de montagem de barracas, toldos e preparo de mochilas para que estejam preparados para enfrentar situações como esta. Muitas barracas foram afetadas por não serem próprias para resistirem a chuvas, montagem de forma errônea e falta de lonas, mesmo com todas as previsões. • Que possamos viver sempre em espírito escoteiro e que possamos sempre lembrar que somos VOLUNTÁRIOS, que por mais catastrófica que tenha sido a situação não adianta descontar em uma pessoa que está ali fazendo o seu melhor possível, muitas vezes esgotada e recebendo ofensas que não deveriam ser dirigidas a ela. Mas que temos sim todo o direito de realizar as reclamações formais pelos meios legais. • Que em 2018 possamos fazer o nosso melhor possível, aprender com esses erros, e que nossos voluntários tenham o entusiasmo de participar e organizar um Belo VI Camporee Sul, bem planejado e organizado. Sendo estas as considerações a serem feitas e esclarecidas acerca do V Camporee Sul, coloco-me a disposição para qualquer dúvida que tenha restado. Agradeço a Região de Santa Catarina e aos escotistas pelo voto de confiança. ________________________________ Diego Roth Rocha Faria Coordenador do Contingente de Santa Catarina UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL Distrito Escoteiro Grande Florianópolis [email protected] Florianópolis, SC
Documentos relacionados
100 anos de escotismo em Santa Catarina
Escola Nova (Neue Schule) de Blumenau, fundou o primeiro grupo escoteiro do sul do Brasil. O registro no estado ocorreu após três anos da existência do movimento escoteiro no país e apenas seis ano...
Leia maisCamping do PHMMLO - Regimento Osorio
técnicas especiais (transposição de cursos D'água e obstáculos). Para tal foi montado com toda a segurança nas proximidades da Pousada Ana Joaquina um pista de cordas, mobiliando-se cada obstáculo ...
Leia mais