not talking about perfection
Transcrição
not talking about perfection
a sul | 4ª edição coreografia e interpretação coreography and interpretation Aldara Bizarro música music Nuno Rebelo iluminação lighting Daniel Worm de Assumpção tratamento de adereços 3 policommunications direcção de produção Patrícia Colunas; Jangada de Pedra, estrutura subsidiada pelo Ministério da Cultura co-produção co-production Centro Cultural de Belém – Fundação das Descobertas; re.al / João Fiadeiro em “Love Series not talking about perfection”, muito subtilmente o duo mulher pomba transportam em si as vivências e as mudanças de atitude próprias da existência e da razão face ao imprevisto e ilusório do decorrer amoroso. a exaltação do feminino propõe-se como uma ideia contínua que se desenvolve ao longo de episódios cruzados com alusões ao cenário da mitologia e dos afectos, onde a reflexão simultaneamente crua e inocente sobre o amor se vai definindo através da revelação das experiências vividas. porque a obsessão pela perfeição pode resultar num malogro ao entusiasmo criativo e ao seu desenvolvimento como revelação artística fértil, este espectáculo fundamenta-se na sua controvérsia e no universo ambíguo das relações. not talking about perfection Aldara Bizarro / Portugal a sul | 4ª edição coreografia choreography Ranjabati Sircar música music Nuno Paban Das Baul, Sam Mills desenho de luzes e figurinos costume and lighting design Ranjabati Sircar trabalho de colaboração entre cooperation work between Ranjabati Sircar (bailarina coreógrafa) (dancer choreographer) e Gilles Petit (músico francês) (French musician) desenho de luzes e figurinos costume and lighting design Ranjabati Sircar fotografia photography Jean Gros-Abadie wandering songs “bauls” eram os comediantes ambulantes de Bengala, estado indiano de onde Ranjabati é originária. as suas canções celebram a relação entre o mundo físico, o humano e o divino. o corpo é considerado a porta para atingir Deus... wandering songs “bauls” were the travelling comedians of Bengal, indian state from hence Ranjabati comes. their songs celebrate the relationship between the physical world, the human and the divine. the body is considered the gateway to God... la terre blessée baseado num poema de Rabindranath Tagore, este trabalho explora o texto, o som e o movimento. la terre blessée based on a Rabindranath Tagore's poem, this work explores the text, sound and movement. “The world today is wild with the delierium of hatred…, All creatures are crying for a new birth of thine… Oh serene, oh free, wipe away all dark stains from the heart of this earth” la terre blessée Ranjabati Sircar | Índia a sul | 4ª edição coreografia e interpretação choreography and interpretation Astad Deboo música music Yoichiro Yoshihawa coreografia e interpretação choreography and interpretation Astad Deboo música music Airt Moreira, Babatunde Olatunji, Zakir Hussain Nusrat Fatch Khan esta é a minha comunhão com a FORÇA criativa. this is my communion with the creative FORCE. Rabindranath Tagore exorta o leitor a caminhar sozinho, mas com a cabeça levantada, eu não posso senão retirar daí essa força para o meu próprio trabalho. este trabalho tem sido introduzido no mundo da dança clássica indiana onde confronto as políticas no cenário das dança e a falta de apoio do mundo corporativo. Rabindranath Tagore defies walking tall every the reader to walk alone, but with the head held high, I can't but draw that strength from there for my own work. this work has been introduced in the world of classical indian dance where I confront the policies in the dance scenario and the lack of support from the corporative world. fragment of dance is awakened Astad Deboo | Índia direcção direction Vera Mantero co-criação e interpretação co-creation and interpretation Vera Mantero, Ana Sofia Gonçalves, Margarida Mestre, Nuno Bizarro, Frans Poelstra, Christian Rizzo luzes lighting design Cathy Olive adereços props toda a equipa com o apoio de Teresa Montalvão e Vítor Sá Machado figurinos toda a equipa com o apoio de Christian Rizzo fotografia photography Henrique Delgado produção executiva EIRA/Delphine Goater co-produção Fundação Calouste Gulbenkian/Serviço ACARTE, Fórum Dança, EIRA, Lisboa (subsidiada pelo Ministério da Cultura), DeVIR, associação de actividades culturais, Loulé (subsidiada pelo Ministério da cultura), Rencontres Choreographiques Internationales de Seine St. Denis, Mousonturm, Frankfurt a sul | 4ª edição a cultura está em erosão. o espírito está em erosão. estão os dois a desfazer-se. estão a desaparecer. o espírito pode entreter-se com coisas ricas ou pode entreter-se com coisas pobres. o espírito é uma criatura muito ávida de ocupação, precisa de se ocupar constantemente, o espírito deve ser o único pedaço de nós que ficou criança e que precisa de estar sempre entretido com qualquer coisa. se dissermos a coisa assim a palavra entretenimento torna-se muito menos pecaminosa. enquanto me entretenho com o Glenn Gould e as suas Variações Goldberg eu não morro e nada morre à minha volta. Necessitamos das artes para não morrermos. As artes falam connosco, as artes dizem-nos coisas, não se calam. Não se calam, não nos deixam no silêncio, não nos deixam naquele silêncio em que se morre de tédio, aquele silêncio das casas, aquele silêncio das casas onde não há livros e uma pessoa anda de assoalhada para assoalhada cheia de fome de livros. casas burguesas, muitas vezes, onde não falta dinheiro para pôr as paredes a falar mas onde o espírito já deve ter morrido, porque os mortos não precisam de se entreter. Os mortos não precisam que falem com eles, não precisam que lhes contem nada, não precisam de fazer uma leitura das coisas, ou precisamente não querem fazer leitura nenhuma das coisas, não se querem ler nem se querem saber. É sempre duro apercebermo-nos de que estamos mortos. Os mortos endinheirados. vejo as artes como um resíduo, aquilo que resta de uma série de coisas que o ser humano gosta de fazer, e precisa de fazer, para manter o seu espírito num determinado ponto de possibilidade.Talvez não só de possibilidade como de interesse. Um ponto em que é possível e interessante existir. Estas coisas que mantêm o espírito nesse ponto são coisas que algures, não sei se no tempo ou no espaço, estão espalhadas pela vida das pessoas, estão espalhadas pela existência em geral, e que aqui, ou agora, se confinaram a determinados locais, a determinados objectos, últimos redutos dessas coisas. o ser humano precisa de não estar sempre no quotidiano, precisa de sair do quotidiano e entrar noutros níveis, noutra sensação do mundo. precisa de fazer coisas não produtivas, sair da lógica da produção, ter objectivos diferentes desses. precisa de voltar a saber que não há só um caminho entorpecedor e mecânico, que a vida é mais subtil do que isso, mais rica de redes e fios de sentidos e sensações, de linhas que se cruzam e que baralham e iluminam. é preciso reconhecer essas coisas, assinalá-las, sublinhá-las, não só através do discurso mas também com o corpo, em acções, associando sentidos e elementos, virando de vez em quando as coisas ao contrário, desorganizando e reorganizando. é preciso olear o espírito, olear o ser. é preciso também pensar com o corpo, deixar o corpo falar, pobre corpo. é preciso sair de dentro do porta-moedas e entrar na associação, no delírio, na sujidade (é muito importante não termos medo da sujidade), na "acoplagem", acoplagem de elementos ao nosso corpo, acoplagem de sentidos ao nosso corpo, ou acoplagem de objectos e sentidos entre si, é preciso entrar na transformação, é preciso não esquecer que há uma coisa que se chama êxtase, é preciso entrar no êxtase, na contemplação, na calma, nos sentidos do corpo, no corpo, na poesia, em visões, no espanto, no assombro, no gozo, no inconsciente, na perda, no esvaziamento, no desprendimento, na queda, é preciso tirar os sapatos, é preciso deitarmonos no chão, é preciso entrarmos na imaginação, nas histórias, no pensamento, nas palavras, no humor, no pensamento, nas palavras, no humor, no pensamento, na relação com os outros. nós precisamos muito disto, precisamos muito disto tudo, e estamos a ter muito pouco disto e é por isso que como disse no início, o espírito está em erosão, a cultura está em erosão e nós às vezes estamos muito tristes ou temos a sensação que a vida desapareceu de cá de dentro. a queda de um ego Vera Mantero | Portugal a sul | 4ª edição ausência interpretação interpretation Graça Reis, Miguel Sermão, Jiska Morgenthal, José Laginha, Sónia Mendes, Rosário Serrasqueiro, Julieta Caetano, Ivo Laginha (a criança) (the child) concepção conception José Laginha convidados guests Luísa Brandão (cantora lírica) (opera singer) banda sonora soundtrack excertos de várias obras clips from several works montagem montage Luís Guerreiro figurinos e elementos cénicos costume design and scenic elements José Laginha assistente assistant Sónia Mendes desenho de luz lighting design Eugénia Calado, José laginha fotografia photography Fernando Mendes direcção de produção production direction Julieta Caetano produção executiva executive production DeVIR agradecimentos thanks Teatro Nacional de São Carlos, Comuna Teatro de Pesquisa, Ginásio dos Espanhóis, Luís Francês, Ivone Coelho, Idália Caetano, Zé Paulo Ruas a inebriante perspectiva do repouso José Laginha / Portugal 36 a sul | 4ª edição coreografia e interpretação choreography and interpretation Vishwakant Singha balancing the spot moving with the chair exploration on the ground level Vishwakant Singha / Índia a sul | 4ª edição coreografia choreography John Martin, Mallika Sarabhai interpretação interpretation Mallika Sarabhai, bharat Bariya Aksay Ramenshchandra Patel, Dinesh Kumar Shaik (músico) (musician), K. Jayan (músico) (musician) a violência está em toda a parte, a violência ainda é tabu. temos que lidar com ela mas temos medo do seu poder, temos medo do que pode implicar. as crianças que mataram Jamie Bulger podiam ser as suas, os vizinhos que mataram vizinhos nos distúrbios de Bombaim eram profissionais respeitáveis, o seu advogado, médico, o seu director. temos medo de perguntar. através dos tempos, através das culturas, os artistas encontraram uma forma, uma “persona” que nos pode acordar, que pode dizer o indizível e apontar o dedo para onde não nos atrevemos a olhar. o Vidushaka do Teatro Sanskrit, o Louco de Shakespeare, o Rangalo de Bhavai, o Palhaço, Jester e o satírico cabaret Compere, desempenharam todos o seu papel com uma liberdade encontrada atrás das suas máscaras. em “V for…” a personagem principal é uma nova encarnação desta personagem: actual, ousado, satírico saltitando fora e dentro das personagens que representam a faceta obscura da nossa sociedade e de nós mesmos. violence is everywhere, violence is still taboo. we have to deal with it but we fear its power, we fear what it may imply. the children who killed Jamie Bulger might have been yours, the neighbours that killed neighbours in the Bombay riots were respectable professionals, your lawyer, doctor, and your director. We are afraid to ask. through time, through cultures, artists have found a way, a “persona” which can awaken us, which may speak the unspeakable and point a finger to where we dare not look. Vidushaka in Sanskrit Theatre, Shakespeare's Fool, Bhavai's Rangalo, the Clown, Jester and the satirical cabaret Compere, have all played their parts with a freedom found behind their masks. in “V for…” the main character is a new version of this character: contemporary, bold, satirical, and hopping in and out of characters that represent the dark side of our society and of ourselves. V for... Mallika Sarabhai / Índia
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