pragas domésticas - a casa do mago das letras
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pragas domésticas - a casa do mago das letras
PRAGAS DOMÉSTICAS L P Baçan Direitos exclusivos para língua portuguesa: Copyright © 2014 L P Baçan Reprodução e divulgação proibidas sem expressa autorização do autor. Londrina — PR — Brasil 2014 ÍNDICE Introdução As Pragas Urbanas Como Prevenir Pragas Domésticas Aranha Barata Cupim Formiga Lagarta Mosca Mosquito Percevejo Pombo Pulga Rato Traça INTRODUÇÃO Os insetos surgiram na terra há centenas de milhões de anos, quando a flora era rica e não tinham dificuldade para alimentar-se. Tudo nascia e crescia naturalmente. O homem ainda não havia surgido, portanto não existiam plantas cultivadas. Como todas as espécies na face da terra, com o decorrer das eras geológicas, muitas espécies de insetos desapareceram, enquanto que outras evoluíram, adaptandose às novas condições, tudo em perfeito equilíbrio com as leis da natureza: insetos comiam plantas e outros insetos, pássaros comiam insetos, animais maiores comiam os pássaros e assim por diante. Isso prosseguiu durante milhões e milhões de anos até o surgimento do homem, quando começou uma nova era não apenas para os insetos e outras pragas agrícolas, mas para toda a humanidade. No início, o homem obtinha sua alimentação da caça praticada com armas rudimentares. Com o tempo, o homem aprendeu a cultivar a terra e, então, o problema começou. Para plantar, era preciso abrir clareiras, limpar áreas, queimar e proteger sua lavoura contra a vegetação que teimava em retomar o terreno perdido e os insetos, privados de suas fontes de alimentação e locais de reprodução. Começava aí uma batalha que se tornaria constante. O que havia de mais importante na natureza havia sido quebrado: o equilíbrio. Os insetos se voltaram para as plantas cultivadas, tornando-se aptos a atacá-las e a destruílas indistintamente, propiciando ambiente favorável à expansão de muitas doenças vegetais até então pouco danosas. Esse período não apenas marcou o início de uma guerra constante entre o homem e os insetos, mas fez com que certos animais, expulsos de seu habitat pelas derrubadas e queimadas, buscassem mais tarde refúgio nas terras cultivadas em busca do alimento que, outrora, era natural e fácil. Isso ocorreu particularmente com os roedores, pássaros granívoros, cobras, serpentes, aracnídeos e outros, que passaram a atacar os animais criados pelo homem. AS PRAGAS URBANAS Quando uma determinada espécie vive uma situação em que alimentação farta combina-se com ausência de predadores naturais, reproduz-se livremente, aumentando em número de uma forma descontrolada. Os centros urbanos produzem refugos dos mais diversos tipos, principalmente os orgânicos, favorecendo o crescimento desordenado das espécies nocivas, aumentando os riscos para a saúde das pessoas e de seus animais. Para tentar quebrar esse ciclo, o homem tem utilizado, ao longo do tempo, meios de ataque que têm conseguido muitas vezes manter essa relação em um equilíbrio precário. Não raras vezes, os meios empregados para combater as pragas acabam se revelando agentes de um desequilíbrio maior pelo poder de agressão ao meio ambiente, como é o caso de certos inseticidas e herbicidas. Um exemplo clássico desse produto é o DDT, de alto poder tóxico, capaz de provocar danos graves à saúde. A princípio usado indiscriminadamente, o DDT, que deu origem ao termo dedetização como sinônimo de desinsetização, hoje se encontra banido do mercado em muitas nações pelo mundo todo. Seus riscos e seus danos eram maiores que os benefícios proporcionados. Esse produto começou a ser utilizado na década de 60. Pertencente ao grupo dos produtos organoclorados, foi largamente utilizado. Impregnava e permanecia no ambiente por um longo tempo, garantindo a desaparecimento dos insetos por até um ano. Em seu lugar, passaram a ser utilizados produtos chamados piretróides, formulados a partir do piretro, um inseticida extraído do crisântemo. Sua permanência é menor no meio ambiente e, em consequência, o prazo de ação é proporcional a isso. Assim, apesar de toda a tecnologia do homem, ainda é impossível falar-se na erradicação de qualquer praga. Ratos, cupins e insetos em geral disseminam-se por vias tão diversas que podem ser eventualmente controlados, mas jamais exterminados. Grandes empresas, condomínios e centros habitacionais estão aprendendo a utilizar um controle integrado de pragas que contrariam o que é constantemente apregoado nas campanhas publicitárias das empresas fornecedoras de inseticidas e raticidas, que enfatizam a ideia de que o produto químico elimina radicalmente as pragas. Este conceito acabou enraizado e confunde o consumidor. A ideia do controle pode ser mais bem entendida quando se lembra da prática que se disseminou na agricultura, a partir da década de 50, de manejar as pragas, valendo-se de técnicas, produtos químicos e produtos da natureza. A ideia é integrar todos os meios disponíveis de combate às pragas de maneira racional, de forma a causar o mínimo de transtornos para o homem, animais e alimentos. É importante, inclusive, nesse ponto, frisar algo que deve ser muito bem observado por todo aquele que se dispuser a combater qualquer tipo de praga. Os produtos específicos para a agricultura devem ser utilizados unicamente para fins agrícolas. Jamais deverão ser usados em habitações ou ambientes urbanos. Seu poder tóxico é muito elevado e, além disso, empregam-se em sua formulação solventes que emprestam um cheiro excessivamente forte ao ambiente, inadequado ao ser humano e animais domésticos em geral. Um controle integrado de pragas deve ser constituído não apenas da utilização de substâncias químicas nas áreas de risco, mas também da remoção frequente de resíduos nas áreas de alta probabilidade de infestação. Um detalhe que deve ser entendido, quando se trata de controle de pragas, é que a proliferação delas ocorre quando alguns fatores fundamentais se juntam concorrendo para isso. Todo ser precisa de água, calor, alimento e abrigo para viver e proliferar. Quando se quebra esse conjunto de fatores, se ganha pontos importantes na batalha contra as pragas. COMO PREVENIR AS PRAGAS DOMÉSTICAS Considerando que os modernos produtos exterminam ou expulsam temporariamente as pragas, mas não evitam uma nova infestação, é bastante claro que não basta somente utilizar um inseticida, quando se quer combater qualquer tipo de inseto ou animais nocivos. Uma vez que fatores devem concorrer para a proliferação desses incômodos seres, são necessárias providências que dificultem sua invasão, permanência e proliferação. Para se entender a necessidade desses cuidados, basta rever um cálculo assustador feito por C. F. Hodge, em 1911. Segundo ele, se um único par de moscas procriasse durante a primavera e o verão e todos os seus descendentes sobrevivessem, teríamos no fim do verão cerca de 191.010.000.000.000.000.000 moscas, quantidade suficiente para cobrir a superfície terrestre com uma camada de 14,3 metros. Algumas medidas podem e devem ser adotadas em qualquer residência sem maiores custos ou dificuldades. Vejamos quais são elas Portas, Janelas e Esgotos Estas são áreas extremamente vulneráveis a baratas e moscas. As janelas e portas devem ser protegidas com tela. Nos Estados Unidos, e isso pode ser visto em qualquer filme norte-americano, todas as casas têm uma porta de tela, além da porta normal. Isso permite que, no verão ou nos dias quentes, a porta principal fique aberta, mas impede a entrada de qualquer tipo de inseto. Outra prática que está se tornando muito comum, principalmente em chácaras ou residências afastadas dos centros habitacionais, são as armadilhas luminosas que atraem e fulminam insetos voadores de qualquer espécie. Nos tratamento dos esgotos, é recomendado o uso de inseticidas apropriados, manutenção dos ralos e limpeza constante. A nebulização é uma das técnicas mais recomendadas, mas isso deve ser feito de preferência por um profissional. A Luz Insetos alados diurnos ou noturnos são atraídos por emissões de luz branca, fluorescente ou mercúrio, por isso é recomendável trocar a iluminação externa de mercúrio por lâmpadas de vapor de sódio que não atraem insetos. É comum em certas residências ainda hoje observar-se lâmpadas instaladas acima das portas, prática que deve ser evitada, pois provoca uma concentração de insetos ali, facilitando sua entrada na casa. Abrigo Insetos buscam abrigo para pôr seus ovos. Eliminar os pontos de postura é uma forma eficiente de evitar a proliferação. Se for usada tela nas portas e janelas, dificilmente haverá problemas com uma infestação por parte de moscas. O mesmo já não se pode dizer em relação às baratas, que são resistentes e escondem-se facilmente. Elas procuram abrigo em fendas, rachaduras, azulejos quebrados ou mal assentados, sob pias, dentro de motores, na tubulação elétrica, em forros, nas divisórias, nos revestimentos de madeira, nas portas, atrás das molduras de alumínio e milhares de outros esconderijos. Seu combate exige manutenção cuidadosa e inspeção periódica de todos os seus prováveis esconderijos. Frestas devem ser seladas com massa vedante ou silicone e azulejos quebrados devem ser trocados assim que forem detectados. Esse cuidado evita também problemas com ratos, aranhas e escorpiões. A Higiene A manutenção da higiene em qualquer habitação é fator preponderante para a saúde familiar. Sujeira e lixo acumulados são atrativos para insetos e animais daninhos como os ratos, transmissores de doenças. Armários, quadros na parede, guarda-comida, despensas, móveis, objetos decorativos, tudo deve ser periodicamente verificado e limpo de forma a impedir que se formem neles ambientes propícios às infestações. A Defesa Natural A busca por produtos naturais de combate às pragas tem consumido anos de estudos e observações. Sabe-se que os insetos respondem a estímulos e influências, tais como cor, cheiro, luz, umidade, movimento e forma. Em função disso, podem ser atraídos ou repelidos por um ou vários destes estímulos. Sua resposta costuma ser involuntária e pode ser até de autodestruição. Um exemplo disso é a atração que uma chama exerce sobre as mariposas. Os insetos utilizam diversos estímulos para se comunicar entre si. Exemplos disso são a dança das abelhas indicando a localização e direção da fonte do pólen, usando cheiro e movimento, e a trilha aromática depositada pelas formigas durante sua busca por comida. Em ambos os casos o cheiro é produzido por substâncias químicas naturais chamadas feromônios, que são substâncias químicas ou misturas de substâncias liberadas por um inseto que provocam uma resposta em outro inseto da mesma espécie. Estudos avançados na análise química levaram à identificação e à produção de feromônios semelhantes àqueles produzidos pela natureza. Esses feromônios podem se tornar uma arma eficiente a ser usada pelo homem nessa guerra que já dura milhares de anos. Muitas práticas poderão ser adotadas a partir dessa descoberta. Entre elas destacam-se: 1ª - atrair insetos para pontos onde possam ser identificados, contados e eventualmente exterminados. 2ª - atrair uma determinada espécie, levando-a para um lugar onde não cause danos. 3ª - levar uma determinada espécie a um ponto onde sua proliferação possa ser controlada por seus predadores naturais. 4ª - impedir ou interromper o acasalamento entre espécies nocivas. A grande vantagem no uso dos feromônios é que eles são individuais, específicos para cada espécie, enquanto que os inseticidas comuns matam todas as espécies, inclusive os predadores naturais, pois não são seletivos. O feromônio, no entanto, pode atrair para uma armadilha fatal apenas uma determinada espécie, sem possibilidade de afetar qualquer outra. Com certeza será uma importante arma a ser utilizada nessa guerra que já dura tanto tempo. Embora os insetos sejam as pragas domésticas mais comuns e incômodas, não se deve esquecer que outras ameaças rodeiam o homem, trazendo doenças e problemas específicos: ratos, pombos e aranhas, por exemplo, têm provocado muitas e doenças e tirado a tranquilidade de muitas famílias. Prevenir essas pragas todas não é apenas uma necessidade, é uma questão de sobrevivência. Veja quais são elas e o que pode ser feito para proteger seu lar e sua família contra essas ameaças sempre constantes. ARANHA Ecológica e politicamente correto falando, a aranha é um animal benéfico ao homem, importante no controle de pragas, pois se alimenta de insetos. Já foram catalogadas aproximadamente 30.000 espécies de aranhas. A aversão a elas vem muito mais de sua aparência assustadora do que de sua periculosidade. A maioria das espécies não é perigosa para o homem, mas isso não significa que se deva permitir ou contribuir para sua proliferação dentro das residências. Algumas delas como a aranha marrom, de hábitos domésticos, podem causar terríveis danos. De modo geral, a presença da aranha indica também a presença de suas presas. O instrumento utilizado pelas aranhas para apanhar suas presas é a teia, tecida com a ajuda de órgãos especializados chamados de fiandeiras. Os fios entram em contato com o ar e dão origem a um único fio leve e fino. Se observarmos o corpo de uma aranha, veremos que possui os chamados pelos tácteis, que permitem que perceba a presença da vítima em sua teia. Ao capturar um inseto, a aranha descarrega nele uma dose de seu veneno, sem matá- lo, depois o envolve em uma bolsa de seda e o armazena para uma próxima refeição. A aranha usa seus ferrões, ou quelíceras, para apanhar e segurar a presa, liberando nela uma grande quantidade de sucos digestivos. Isso dissolve os órgãos internos do inseto, permitindo que suas entranhas sejam sugadas. Apesar de algumas poucas espécies perigosas, a aranha é útil para o equilíbrio ecológico, sendo um importante degrau na cadeia alimentar. Sem ela, os prejuízos ao homem causados pelos insetos seriam muito maiores. Aranhas venenosas Segundos os técnicos do Instituto Butantã do Brasil, dos milhares de espécies existentes no Brasil, poucas oferecem perigo ao homem. No entanto, algumas espécies podem provocar envenenamento, com acidentes eventualmente fatais principalmente em crianças. São elas: A Armadeira - Phoneutria sp As aranhas armadeiras possuem cor cinza ou castanho escuro e pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos ferrões, os pelos são vermelhos. Quando adultas, chegam a atingir até 17 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo tem de 4 a 5 cm. Não fazem teias. São errantes e solitárias, podendo ser encontradas em lugares escuros, vegetação e cachos de bananas, por exemplo. Podem entrar por debaixo das portas das residências, escondendo-se dentro de calçados. Geralmente à noite saem para caçar. São muito agressivas e assumem postura ameaçadora, armando o bote, de onde vem seu nome. São comuns os acidentes, podendo ser graves para crianças menores de sete anos. O sintoma predominante é uma dor intensa no local da picada. O tratamento em geral consiste de aplicação local de anestésico e, em casos graves, de aplicação do soro antiaracnídico. Aranha Marrom - Loxosceles sp. Esta aranha possui cor amarelada, sem manchas. Chega a atingir de 3 a 4 cm, incluindo as pernas. O corpo atinge de 1 a 2 cm. Os pelos são poucos, curtos, quase invisíveis. Vivem em teias irregulares semelhantes a um lençol de algodão, construídas em tijolos, telhas, tocos de bambu, barrancos, cantos de parede, garagens, geralmente lugares escuros. Não são agressivas e os acidentes são raros, porém geralmente graves. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico ou antiloxoscélico. Aranha de grama - Lycosa sp. A aranha de grama possui cor acinzentada ou marrom, com pelos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Atinge até cinco cm de comprimento incluindo as pernas. O corpo atinge de 2 a 3 cm. Vive em gramados e residências. Os acidentes são frequentes, porém não são graves, não necessitando de tratamento com soro. Caranguejeiras As caranguejeiras são aranhas geralmente grandes, com pelos compridos nas pernas e no abdômen. Embora sejam muito temidas, os acidentes com elas são raros e sem gravidade e por isso não se produz soro contra seu veneno. Viúva Negra - Latrodectus sp. A viúva negra possui cor preta, com manchas vermelhas no abdômen e às vezes nas pernas. São aranhas pequenas: a fêmea tem de 2,5 a 3 cm (o corpo com 1 a 1,5 cm) e o macho é de 3 a 4 vezes menor. Vivem em teias que constroem sob a vegetação rasteira, em arbustos, plantas de praia, barrancos e em lugares escuros. Conhecem-se no Brasil apenas alguns acidentes de pequena e média gravidade, não se produzindo soro contra as espécies brasileiras. O Tratamento As aranhas que constroem teias aéreas de forma geométrica (circular, triangular, etc.), como as espécies de Nephila e outras, não oferecem perigo, mesmo quando são de tamanho grande. Não há muito com que se preocupar com sua picada. Nos acidentes por aranhas que provocam dor intensa, espremer ou sugar o local da picada é de pouca eficácia. O melhor é o tratamento sintomático, à base de anestésicos e analgésicos, a menos que o acidentado seja menor de sete anos. Nesses casos, recomenda-se que se consulte de imediato um Posto de Saúde, levando, sempre que possível, o animal que causou a picada para facilitar o diagnóstico e propiciar o tratamento correto. Controle e Prevenção Algumas medidas podem e devem ser adotadas para evitar acidentes com aranhas. Entre elas, recomendam-se: 1ª - manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios, não acumulando entulho e lixo doméstico. 2ª - aparar a grama dos jardins e recolher as folhas caídas. Evitar formar montes e deixar expostos ao tempo. 3ª - vedar soleiras de portas com saquinhos de areia ou friso de borracha. 4ª - colocar telas nas janelas. 5ª - vedar ralos de pia, de tanque e de chão com tela ou válvula apropriada. 6ª - colocar o lixo em sacos plásticos. Se usar latões ou outros recipientes, mantê-los fechados para evitar o aparecimento de baratas, moscas e outros insetos que são o alimento predileto das aranhas. 7ª - examinar roupas, calçados, toalhas e roupas de cama antes de usá-los. 8ª - andar calçado e usar luvas de raspa de couro ao trabalhar com material de construção, lenha, lixo, etc. 9ª - inspecionar frequentemente quadros pendurados nas paredes, atrás dos móveis, cortinas e outros objetos de decoração. O Uso de Inseticidas Para eliminar ou evitar aranhas, o uso constante de inseticidas não tem se mostrado a melhor solução. Essa prática esbarra no alto custo dos produtos, tendo em vista a área a ser coberta. Além disso, essas aplicações têm efeito temporário e podem provocar intoxicações em seres humanos e animais domésticos. O melhor a fazer é coletar as aranhas e remover o material acumulado onde estavam alojados, prevenindo novas infestações. O Instituto Butantã de São Paulo instrui sobre como fazer isso e ainda troca espécies coletadas por soro. Seguindo as medidas recomendadas acima, seguramente as chances de um acidente com elas passam a ser muito remotas. BARATA Uma das pragas urbanas mais nojentas e asquerosas de todas e, sem dúvida, a barata. Suas espécies danificam mercadorias e alimentos, tecido, papel, contribuindo para a transmissão de doenças. Segundo os estudiosos, as baratas existem na face da terra há cerca de 350 milhões de anos, tendo surgido no período Carbonífero. Naquele tempo, existiam em grande número e eram gigantescas. Com a evolução e por serem ativas à noite desenvolveram fototropismo negativo, preferindo a escuridão à luz. Além disso, evitam a presença das pessoas. Assim, à noite elas se sentem à vontade para passear pela casa à caça de alimentos expostos, caminhando sobre pratos, copos, talheres, bandejas, panelas, mesas, camas e armários, espalhando bactérias que serão ingeridas no dia seguinte pelas pessoas que usarão esses utensílios. Durante o dia, escondem-se satisfeitas com o passeio noturno. Se a proliferação desses insetos estiver fora de controle, porém, será fácil vê-las também durante o dia. Isso significa que a infestação é grande e que a praga tende a fugir ao controle, exigindo medidas drásticas para isso. Há espécies de baratas predominantes em nosso meio. A Periplaneta Americana, a Periplaneta Australasiae, a Blatta Orientalis e a Blattella Germanica. As três primeira são as maiores e medem de 2 a 4 cm de comprimento. São mais arredias e vivem em ambientes amplos. Entre essas espécies estão as voadoras que proliferam nos esgotos, nas canaletas de cabos, nas caixas de inspeção, nas galerias de águas pluviais e nas tubulações elétricas. Podem ser encontradas também em áreas pouco frequentadas, como depósitos em geral. A Blatella Germanica é a menor das espécies, mas uma das mais problemáticas por ser altamente prolífica. Mede no máximo 2 cm de comprimento na sua forma adulta e um milímetro como ninfa. Escondem-se nos lugares mais acanhados e podem passar facilmente despercebidas. São encontradas em azulejos quebrados, batentes de portas, armários de madeira, vãos e cavidades em geral, motores de equipamentos de cozinha, atrás e debaixo de pias e balcões, de móveis e em qualquer fresta disponível na casa. Origem das Baratas Segundo os estudiosos do assunto, a barata é originária da África e de lá se espalharam pela Europa a bordo dos navios fenícios. Na semelhança climática entre o Brasil e a África, encontraram aqui todas as condições para sua sobrevivência e proliferação. Daqui, nos navios que levavam nossas riquezas, viajaram pela Europa, adaptando- se às novas regiões e climas. Com suas parentes daquelas regiões, retornaram mais tarde nos móveis e utensílios dos imigrantes e nas mercadorias importadas. As baratas entram em sua casa de diversas maneiras: através dos canos elétricos, das canalizações das águas pluviais, dos esgotos, pelas frestas das portas, janelas e paredes. Isso ocorre porque as baratas se movimentam muito. Numa noite, chegam a andar alguns quilômetros, enquanto que as espécies voadoras podem se mover com maior facilidade ainda. A espécie mais móvel é a Periplaneta Americana e os esgotos são sua via preferida. De lá elas se deslocam para todos os lugares onde haja alimento ou outro atrativo. Outra forma de infestação muito comum é através das caixas de papelão ou de madeira usadas no transporte de alimentos, onde as baratas se escondem ou colam seus ovos. Um único ovo pode dar origem a quarenta e oito baratinhas. Roupas e outras bugigangas, ainda que em menor escala, podem levar e trazer baratas de sua casa ou para sua casa. A Reprodução O padrão de desenvolvimento das baratas é conhecido como metabólico, ou seja, através de metamorfoses. Nascem de ovos acomodados dentro de uma bolsa chamada ooteca e cada espécie vai produzir um número diferente de descendentes. Nessa etapa, calor e umidade são importantes para a eclosão dos ovos e a presença de água e alimento serão fundamentais no seu desenvolvimento. Após a eclosão, surgem pequenas ninfas que chegam a passar por seis ou sete estágios de mutação até atingirem a fase adulta. A cada passagem de uma fase para outra, elas perdem o esqueleto externo ou casca e, durante um período de aproximadamente vinte e quatro horas, permanecem com uma aparência esbranquiçada até que o novo esqueleto enrijeça. Após completar as diversas fases e chegar à fase adulta, as baratas estão prontas para iniciar um novo clico reprodutivo. As Baratas são altamente prolíficas. A Blattella Germanica é a mais prolífica de todas. Uma única cápsula pode conter 48 ninfas, que amadurecem em um mês no máximo. Uma fêmea pode produzir em torno de 400.000 descendentes em um ano. Outro detalhe importante é que as baratas podem reproduzir-se partogeneticamente. Ovos postos por fêmeas que não tiveram contato com o macho da espécie produzem novas gerações unicamente de fêmeas. Confundida normalmente com filhotes por ser menor que as outras espécies, a Blatella Germanica é a inimiga número um das residências por ter grande resistência a alguns inseticidas e serem difíceis de combater. Habita as áreas de guarda ou manipulação de alimentos como cozinhas, guarda-comidas e despensas. Os Perigos Um dos males iniciais das baratas é que elas podem morder. Em locais de grande infestação e escassez de alimento, elas saem durante a noite à procura de comida, podendo roer cílios, unhas, ferimentos expostos e lábios de crianças e adultos indefesos. Ao fazer isso e em seus passeios noturnos, espalham doenças na forma de bactérias. A rede de esgotos é abrigo ideal para as baratas. Ali elas encontram alimento, abrigo, água e calor. Além disso, rede de esgotos é a grande via de comunicação desses insetos com o mundo exterior através de uma série de saídas, invadindo novas áreas em busca de novos alimentos e novas condições de sobrevivência. Movendo-se de um lugar para outro, percorrem locais propícios à multiplicação de bactérias, espalhando-as indiscriminadamente. Em pesquisas realizadas, foram encontrados coliformes na maioria das baratas examinadas. A espécie Blatella Germanica é normalmente portadora de Escherichia coli, o que indica que tiveram contato com material fecal humano ou passearam por sobre materiais contaminados com fezes humanas. Baixos níveis de salmonella foram encontrados nas espécies Blatta Orientalis e Periplaneta Americana. Na Blattella Germanica foram encontrados médios a altos níveis de staphylococcus. Outra ameaça representada pela barata é o medo e a repulsa que provoca nas pessoas, desencadeando reações histéricas, mexendo com o subconsciente e com a imaginação de cada um. Esse medo pode assumir uma dimensão de neurose semelhante a uma fobia. Segundo estudiosos do assunto, a barata simboliza tudo que o indivíduo abomina. Como a linguagem mental utiliza símbolos, a barata representa tudo o que é nojento, repulsivo e odioso na mente humana, muito embora essa nada tenha a ver com a sua periculosidade. Uma descoberta nos Estados Unidos provou que mais um provável fator desencadeante de crises alérgicas, inclusive da asma alérgica, é a barata, capaz de irromper no organismo dos mais sensíveis essas crises. São por demais conhecidas as reações alérgicas provocadas por picadas de insetos como vespas, pulgas, abelhas e mosquitos. As reações variam de um pequeno inchaço na pele até a morte, dependendo da gravidade e intensidade do ataque, mas em fevereiro de 1964, os especialistas americanos Dr. Harry S. Bernton e Dr. Halla Brown apresentaram uma tese para a Academia Americana de Alergia mostrando pela primeira vez o potencial alergênico das Baratas. Estudos posteriores, feitos por outros estudiosos descobertas. igualmente comprovaram essas Como Eliminar Dentro do conceito apresentado no capítulo inicial de controle integrado de pragas, diversas práticas devem ser levadas a cabo para se conseguir resultados positivos nessa guerra: 1ª - Higienização. O sucesso desse controle depende, inicialmente, de manter uma perfeita e total higienização das residências, interna e externamente, com a constante remoção de restos de alimento, lixo e materiais que possam servir de abrigo às baratas, principalmente caixas de papelão. 2ª - Cuidados Antipragas Cuidados simples como a colocação de telas em portas e janelas e os cuidados com azulejos, ralos e frestas impedem em muito a entrada dessas pragas. 3ª - Armadilhas Biológicas No caso das baratas, armadilhas adesivas têm-se mostrado eficientes, especialmente aquelas dotadas de dispositivo de atração que aumenta a sua eficiência. Esse tipo de armadilha pode ser encontrado em lojas especializadas, acompanhada das instruções de uso. Utilizam atualmente os feromônios específicos da barata, atraindo esses insetos que são mortos por produtos químicos apropriados. Outra alternativa combina o uso feromônio com armadilhas adesivas que atraem e aprisionam os insetos. 4ª - A Flambagem A flambagem rápida no interior de móveis também é recomendada pelos bons resultados. Para fazê-la, use uma mecha de algodão embebida em álcool e presa a um pedaço de arame. Passe sob e no interior dos móveis, tomando todo o cuidado para não tocar a madeira nem aproximar a chama de materiais de fácil combustão. 5ª - Bórax Usar bórax em pó, misturado a algum tipo de alimento, também dá grande resultados. 6ª - Inseticidas e Produtos Químicos Se optar pelo uso de produtos químicos, deixe o trabalho todo a cargo de um profissional ou de uma empresa especializada, que saberá a melhor maneira de fazê-lo e como fazê-lo para não provocar danos maiores do que a própria infestação. 7ª - Iscas Outra ferramenta de combate a essa praga, usada por profissionais, é uma isca à base de hidrametilnona, que pode ser usada com a presença de pessoas e animais no ambiente, pois não libera odores ou emanações tóxicas, sendo aplicada com um revólver aplicador calibrável. CUPIM Existem cerca de 2.750 espécies de cupins no planeta, 500 delas localizadas na região Neotropical. Essa praga vem causando o maior transtorno no meio urbano, provocando prejuízos de ordem econômica fora e dentro das casas. Com o desequilíbrio ecológico e a ausência de seus predadores naturais, sua reprodução tem sido muito grande, principalmente durante o verão. Sua fonte alimentar básica são os materiais celulósicos e lignocelulósicos sob diferentes formas, representados pela madeira viva ou morta, raízes, sementes e outros. As espécies mais comuns são o Coptotermes havilandi, ou cupim subterrâneo, e o Criptotermes brevis, o cupim de madeira seca. Apesar de terem como alimento a madeira e seus derivados, são sociedades diferentes em termos de aperfeiçoamento. Os cupins de madeira seca vivem e alimentam-se única e exclusivamente em madeira com pouca umidade. Sua presença pode ser notada pelo pó granulado, constituído de fezes e restos de madeira roída, que os operários jogam para fora do cupinzeiro. Internamente, o cupinzeiro de madeira seca é limpo, podendo-se observar as escavações feitas pelos operários. Reúnem-se em pequenas sociedades escondidas atrás de uma película de madeira que mantém o micro clima e evita a entrada da luz dentro. Os cupins subterrâneos constituem-se em grupos sociais extremamente organizados e são muito determinados. Constroem o cupinzeiro no solo, próximo de fontes de celulose como árvores, arbustos, árvores mortas, troncos e outras. Precisam de umidade e formam uma verdadeira cidade cuja população pode chegar a 200.000 insetos. Altamente organizados em termos de sociedade, dividem as tarefas da colônia entre as diversas castas. Os operários executam a maioria das tarefas e são os mais prejudiciais e que mais danos causam. Os soldados defendem a colônia contra os predadores, não comem madeira e são alimentados pelos operários. Tanto os soldados quanto os operários são cegos. Na primavera, os insetos adultos alados, os reprodutores, saem do cupinzeiro num voo nupcial. É a única oportunidade de serem vistos fora de seu habitat. Cada casal de cupins procura um novo local, onde iniciará um novo cupinzeiro. A fêmea escolhe o lugar e o macho a acompanha. Ali passarão a ser o rei e rainha, reproduzindo por um período aproximado de quinze anos. O Ataque A umidade é importante para a alimentação dos cupins de solo. Preferem madeira com alto teor de umidade, uma vez que esta favorece o desenvolvimento de fungos que servirão de alimento. A celulose é o alimento dos cupins, que possuem em seus intestinos organismos microscópicos e unicelulares chamados de protozoários, encarregados de digerir a celulose ingerida. Os cupins penetram na madeira por frestas e juntas, sempre em casais, e levam anos para desenvolver a colônia, expandindo-a do interior para o exterior. Quando são detectados, o ataque já se encontra num estágio avançado, acarretando prejuízos em instalações elétricas, dutos e fundações prediais. À procura de sua comida, os vão estragando e destruindo tudo que os separa da fonte de alimento, construindo túneis fortes e bem estruturados, subterrâneos ou aéreos, que vão servir de estrada para dar passagem à força destruidora de milhares de operários famintos. Em seu avanço, atravessam pequenas rachaduras em concreto, alojam-se em tubulações onde passam cabos elétricos e furam a proteção dos cabos, causando curtos-circuitos, explosões e incêndios. Passeiam dentro das paredes pelo interior dos furos dos tijolos até alcançar um batente de porta, de janela e até mesmo a moldura de um quadro pendurado na parede. Uma das formas mais comuns de infestação ocorre durante a fase de construção de um prédio, quando entre um e outro andar, nos vãos ocos, vão sendo depositados restos de madeira usada e infestada de cupins. Após o término da construção, começam a surgir focos em diversos pontos, como tomadas elétricas, vãos de azulejos, pontos de luz. Se não forem tomadas medidas rápidas, eles se alastrarão e os prejuízos serão cada vez maiores. Para prevenir isso, é preciso examinar cuidadosamente a madeira que está sendo utilizada na construção. Como Eliminar O cupim é uma praga silenciosa e oculta. Apenas um casal entra em numa casa, instala-se e a partir daí passa a reproduzir e destruir com uma organização e uma determinação a toda prova. Como já foi dito anteriormente, a melhor maneira é a prevenção. Cuidados especiais devem ser tomados na primavera, quando ocorrem as revoadas. Nessa época, é importante ficar atento para evitar que entrem na casa. Telas em portas e janelas são fundamentais. Além disso, verificar o jardim constantemente à procura de novos ninhos é uma providência recomendada. É preciso que se fique atento também aos móveis da casa. Ao escolher um móvel novo, examine cuidadosamente. Se ele estiver em um depósito, observe a existência de restos característicos no piso. Uma vez instalado e tendo em vista a vasta rede de túneis que escavam, a destruição dos cupins é muito difícil. Em algumas ocorrências, a aplicação de querosene pode dar resultado, mas é recomendável a injeção de fortes doses de veneno na madeira infestada. Como isso é algo perigoso e pode pôr em risco pessoas e animais domésticos, é importante recorrer ao Serviço Sanitário local ou a uma empresa especializada. O combate à espécie subterrânea é feito por meio de perfurações e posterior injeção de produtos especialmente elaborados para esse fim. Devem ser tratados o madeiramento fixo da casa, sancas de gesso, azulejos, pisos, jardins, conduítes, tubulações hidráulicas e outros locais que apresentem focos da praga. Além disso, pode-se fazer o encharcamento de jardins ou realizar um tratamento de barreira química, recomendado principalmente em aterros de construções. Já o combate à espécie de madeira seca deve feito em focos localizados através de perfurações e posterior injeção, pincelamento e pulverização de produtos apropriados. ESCORPIÃO Muito embora sua presença não ocorra uniformemente nas regiões urbanas, uma das pragas mais assustadoras e que oferece um risco mais eminente para a saúde é o escorpião, principalmente quando suas vítimas são as crianças. Esse animal é um predador e infesta locais onde se encontram suas presas preferidas. Ataca para se defender e sua picada pode ser mortal, dependendo da vítima e da qualidade do socorro prestado. Esta não é uma ameaça encontrada num apartamento ou numa casa de um centro urbanizado, mas nem por isso se deva tratá-la com indiferença. São frequentes os relatos de invasões destas criaturas responsáveis por muitos acidentes. Os escorpiões estão classificados entre os artrópodes e são uma das espécies mais antigas de que se tem notícia. Já foram encontrados fósseis datados do período Siluriano (compreendido entre 443 milhões e 700 mil e 416 milhões de anos atrás). Nesse tempo, os escorpiões eram aquáticos. As espécies terrestres foram aparecer no período Carbonífero (compreendido entre 359 milhões e 245 milhões de anos atrás), atingindo entre 44 e 86 centímetros de comprimento. Já foram classificadas cerca de 2.000 espécies, encontradas principalmente em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil há duas espécies muito importantes do ponto de vista do risco que oferecem à saúde: o Tiyus bahiensis e o Tiyus serrulatus ou escorpião papo amarelo. Geograficamente, os escorpiões podem ser encontrados em todas as regiões a partir da Bahia até o Rio Grande do Sul. Ambas as espécies citadas apresentam hábitos domiciliares e podem ser facilmente encontrados em gramados, vãos de cupinzeiros, sob pedras e madeiras e em montes de lenha onde ficam alojados durante o dia. Quando chega a noite, saem em busca de alimento e suas presas prediletas são insetos, baratas, grilos, larvas de besouro e aranhas. É um animal predador por excelência. Apesar de ter a visão pouco desenvolvida, localiza suas presas através dos pelos sensoriais extremamente sensíveis ao menor movimento do ar. Tanto um como outro podem causar graves acidentes ao homem. As crianças, por serem mais sensíveis, são as que mais sofrem com esses ataques, mas há relatos de adultos que vieram a falecer em decorrência de picadas de escorpiões. Os sintomas principais dessa picada são uma dor intensa no local atingido, além de um efeito excitativo do sistema nervoso central e vegetativo com suor e taquicardia. Após essa etapa, ocorre uma fase depressiva com prostração geral, dificuldade de respiração, cegueira e morte por asfixia. Em regiões como Minas Gerais, principalmente em Belo Horizonte, têm sido detectadas gigantescas populações desses animais, que são de difícil combate, tendo em vista que seus esconderijos preferidos são de difícil acesso, aliado ao fato de serem dotados de um alto senso de defesa e sobrevivência. Habitam galerias de esgoto onde caçam baratas principalmente. Como Eliminar O combate ao escorpião pode ser feito através da aplicação de defensivos apropriados e por educação sanitária, forma mais eficiente e duradoura que requer, no entanto, altos investimentos. Como são predadores por natureza, eliminar suas presas e fontes de alimentação é o melhor caminho para mantê-los afastados de sua residência. Além dessa providência, outras mais podem ser adotadas, como as seguintes: 1ª - evitar armazenar entulhos, madeiras, lixo e detritos em geral que possam servir de esconderijos. Pedras, tijolos, telhas e tábuas no quintal podem esconder essa terrível ameaça. 2ª - terrenos baldios devem ser sempre limpos; evitando entulhos, velharias e madeiramento antigo. 3ª - Manter o lixo doméstico acondicionado em recipientes com tampas. devidamente 4ª - Manter o jardim sempre bem cuidado, com a grama bem rente, procurando evitar que se espalhem trepadeiras e folhagens muito fechadas ao redor da casa. 5ª - vedar as soleiras das portas especialmente ao anoitecer. 6ª - sacudir roupas e calçados antes de vesti-los. 7ª - jamais colocar a mão em tocas ou buracos que possam servir de abrigo para escorpiões. 8ª - evitar andar descalço em áreas de risco. 9ª - manter alguns animais predadores naturais dos escorpiões como galinhas de angola, patos e outros. 10ª - manter a casa livre de insetos, principalmente de baratas, prato principal da refeição dos escorpiões. 11ª - usar inseticidas recomendados e liberados para esse fim, procurando atingir apenas os focos para não contaminar toda a área. FORMIGA A família das Formicidae existe há mais de 70 milhões de anos e engloba mais de 6.000 espécies distribuídas por todo mundo, principalmente nas regiões quentes e úmidas. As formigas eram, originalmente, pragas agrícolas. Com o crescimento das cidades e consequente invasão e destruição das florestas, acabaram transformando-se também em pragas urbanas. Insetos altamente sociais, as espécies urbanas são agentes de transmissão de infecções hospitalares e razão de incômodo e desconforto nas residências. As formigas, assim como os cupins, dividem-se em várias colônias. Apresentando características e hábitos próprios, essa praga urbana reproduz-se com incrível rapidez e subsiste com todo tipo de alimento que encontra. Ocupam desde frestas de paredes, onde percorrem longas distâncias para buscar alimentos, até terminais de computadores, aparelhos eletrônicos e até equipamentos médico-hospitalares. Onde houver alguma forma de alimento, ali elas poderão se instalar e proliferar. O uso de inseticidas é uma forma de combatê-las, mas a cada dia que passa elas se fortalecem geneticamente, criando resistência aos princípios ativos que antes surtiam efeito. Vivem em colônias tipicamente compostas por uma fêmea rainha, suas filhas operárias e quase sempre estéreis, ovos, larvas e pupas. Na primavera, nascem os machos e fêmeas férteis, todos filhos da rainha. Abandonam logo a colônia para realizar o voo nupcial, quando as fêmeas são fertilizadas e os machos morrem. Essas fêmeas vão procurar abrigo na terra ou em fendas nas árvores, onde se instalarão e passarão a pôr ovos e a cuidar deles, formando uma nova colônia. O Perigo O grande perigo das formigas domésticas é a transmissão de doenças em geral, além do risco de um ataque quando inadvertidamente alguém pisa em um de seus ninhos. Acidentes graves ocorrem normalmente com crianças brincando em jardins. O ataque maciço de uma colônia de formigas pode provocar uma anafilaxia, que é uma reação exagerada do organismo a uma proteína a ele estranha, ou a outro tipo de substância, no caso as substâncias segregadas pelos ferrões das formigas. As Subfamílias A família das formigas divide-se em cinco subfamílias, a saber: Ponerinae São as formigas maiores e mais antigas, atingindo até 30 milímetros. Suas comunidades são pouco numerosas, constituindo-se de pequenos ninhos escavados no solo. Alimentam-se de insetos e são conhecidas como formigascaçadoras. Dorylinae Essas formigas permanecem pouco tempo em seus ninhos, abandonando-os para realizar longas marchas em coluna à procura de alimento. São agressivas e carnívoras, conhecidas como formigas de correição. Myrmicinae Esta é a mais vasta e mais variada das subfamílias, tendo como representante mais conhecida a formiga saúva. Uma de suas características marcantes é o fato de as formigas operárias terem um ferrão capaz de lançar um líquido venenoso, de odor desagradável, com altos níveis de ácido fórmico. Dolichoderinae Fazem seus ninhos na terra e apresentam a peculiaridade de ter mais de uma rainha. São carnívoras, com uma predileção toda especial por alimentos açucarados. Apesar de terem um ferrão reduzido, expelem um veneno bastante tóxico chamado iridomicina. Formicinae Estas são consideradas as formigas mais evoluídas e as segunda em número. Uma de suas características e ter algumas espécies que fazem seus ninhos nas árvores. Também têm predileção por alimentos açucarados. Como Eliminar A formiga é uma das grandes inimiga das donas de casa, que recorrem a soluções caseiras para evitar o ataque aos pratos de comida e aos alimentos em geral, principalmente o açúcar. Uma delas é pôr os recipientes dentro de vasilhas com água ou colocar vasilhas com desinfetantes nos pés dos guarda-comidas. A limpeza rigorosa, o fechamento de todas as frestas, a água fervente e o uso de um inseticida diminuem a intensidade do ataque. Outros muito empregados são o querosene ou o ácido bórico misturado com açúcar em partes iguais. O uso indiscriminado de inseticidas, porém, pode ser mais perigoso do que as próprias formigas. Aspergir inseticida pela casa toda sem nenhum critério pode afetar os moradores da residência, animais domésticos e principalmente as crianças. Vistoriar constantemente o jardim e os espaços ao redor da casa, procurando descobrir a existência de ninhos que possam vir a ser um perigo potencial às crianças e animais domésticos. Além dessas medidas, há outra solução caseira que utiliza, se necessário, uma quantidade muito pequena de inseticida caseiro, resolvendo o problema de forma definitiva. Basta seguir as seguintes etapas: Primeira Etapa: Observe o trajeto feito pelas formigas, qual é o alimento preferido delas e de onde elas estão vindo. Para isso, coloque um pouco de alimento sobre a pia e observe. Descobrirá que as espécies urbanas de formigas vivem aninhadas dentro das fissuras nas paredes, entre azulejos, entre armários e paredes e quaisquer outros lugares seguros e próximos de comida. Segunda Etapa: Ao observar o movimento das formigas, você descobrirá que elas andam sempre em trilhas simétricas, simplesmente porque elas seguem a trilha de feromônios liberada pelos líderes da colônia. Em alguns casos, você observará diversas trilhas, tomando diversas direções. Faça marcas na parede, mapeando os locais de origem dessas colunas para mais tarde nelas aplicar um inseticida adequado. Terceira Etapa: Pegue uma vasilha com água e sabão e com uma esponja embebida nesta mistura remova as formigas. Vá repetindo o processo até removê-las completamente e não surgirem outras. Quarta Etapa: Pegue um aerossol doméstico, de preferência um cuja fórmula contenha um piretróide como a tetramicina, a resmetrina, a permetrina, a aletrina ou a bioaletrina e aplique dentro das cavidades mapeadas e de onde saíam as formigas. Aplique uma boa quantidade, tomando cuidado para que sejam injetados somente dentro das cavidades. Se preferir, use uma seringa descartável para este tratamento, usando um inseticida em lata. Repita a operação mais vez se voltar a observar o movimento de formigas. LAGARTA Algumas pragas urbanas são particularmente incômodas, não pelos malefícios que podem provocar diretamente ao homem, mas pelos incômodos, aborrecimentos e irritação que ocasionam. Quem já plantou uma muda de palmeira com todo carinho, cultivou-a e cuidou dela por um longo tempo até que atingisse seu majestoso porte corre o risco de passar por um dissabor inesperado e devastador. Acostumado a observar a beleza dessa planta, com certeza ficará consternado e mortificado ao perceber que, repentinamente, o ataque impiedoso das lagartas simplesmente reduziu sua bela palmeira a um esqueleto patético e sem beleza. Com certeza foi vítima das Brassolis sophorae ou das Brassolis astyra astyra. Essas espécies são insetos de metamorfose completa. Isso quer dizer que da borboleta adulta saem ovos e deles saem larvas ou lagartas; da lagarta sai a pupa e dela ocorre a grande transformação em borboleta adulta. A infestação ocorre quando uma fêmea deposita seus ovos em grupos de cem a cento e cinquenta na parte inferior das folhas. Esses ovos permanecem em incubação durante vinte e cinco dias aproximadamente. As lagartas que eclodem desses ovos são gregárias, formando grandes grupos que se reúnem em um ninho tecido com seda produzida por elas mesmas. Essa seda impermeabiliza o ninho e elas ficam tranquilas, enroladas e protegidas nas folhas da palmeira. Para se ter uma ideia do tamanho desses grupos, basta imaginar que os ninhos chegam a atingir quarenta centímetros de comprimento por dez de largura. Cada ninho possui em sua parte inferior um pequeno orifício por onde são eliminadas as fezes. Para um observador atento, esse é o sinal característico da presença dessa praga voraz e inesperada. Ao observar a existência de um aglomerado de fezes junto ao tronco de uma palmeira, tome logo as providências necessárias. Caso contrário ela será devorada pela praga. As lagartas têm hábito noturno e só saem do ninho à noite para fugir aos predadores, pássaros principalmente. Permanecem como larvas em torno de cento e cinquenta dias e medem cerca de oitenta milímetros de comprimento. Após esse tempo, abandonam a palmeira e procuram outro lugar onde permanecerão como pupas por cerca de vinte dias. Fazendo os cálculos, temos que seu ciclo biológico é de cerca de duzentos dias. Como Eliminar Existem diversas formas de combater essa praga, inclusive com produtos ecológicos, que não afetam o meio ambiente. Tendo em vista, porém, as dificuldades de se localizar a praga, considerando que uma palmeira pode atingir uma altura razoável, é recomendável, nesse caso, que um especialista seja consultado. Ao aplicar um inseticida num ponto como o alto de uma palmeira, é preciso que se tenha o equipamento adequado e se saiba como fazê-lo de forma a não afetar vizinhos, principalmente crianças e animais domésticos ao redor. MOSCA A mosca é, com certeza, o inseto mais comum e nojento que aflige os lares e o homem. Nasce e vive na imundice, pousando sobre excrementos, pus, animais mortos e passeando depois livremente sobre os alimentos e sobre o corpo humano. Certas moscas chegam a desovar nas cavidades naturais do homem e animais ou em ferimentos, ocasionando bicheiras que trazem perturbações gravíssimas. Outras têm uma fase intermediária da vida que pode se desenvolver no interior dos tecidos subcutâneos. São conhecidos como bernes. As moscas domésticas são agentes causadores de doenças como o cólera, a febre tifoide, a tuberculose, diarreia infantil, vermes intestinais, cólera, disenteria bacilar e poliomielite. As espécies mais conhecidas são a Musca domestica e a Stomix calcitrans. Essa praga não é exclusivamente urbana, pois no campo também é fonte de problemas e prejuízos, contaminando alimentos e provocando danos na avicultura, pecuária de leite e suinocultura. Hábitos As moscas são encontradas normalmente em locais onde haja algum tipo de matéria orgânica em fermentação. É nesses locais que liberam seus ovos. Sendo por demais prolíficos, não acompanham a evolução de seus filhotes, mas cuidam em oferecer aos recém-nascidos condições de sobrevivência. Assim, instintivamente escolhem materiais que sirvam de alimentação às futuras larvas como lixo, esterco, restos de vegetais e animais em decomposição, fezes de animais ou humanas. Ao fazer isso, torna-se uma terrível ameaça ao homem, pois micro-organismos grudam-se a suas patas e pelos, acompanhando-as em seus voos e pousos futuros. Além de perigosas, as moscas são irritantes e por vezes parecem zombar de quem as persegue ou tenta matá-las. Aguardam a aproximação de seu atacante armado com um mata-moscas, com um chinelo ou com uma revista enrolada e, no último momento, quando o golpe é desencadeado, ela escapa. A explicação para isso é simples. As moscas possuem um sistema de visão muito especial. Sua visão é composta de centenas de minúsculos olhos que lhes dão uma visão de quase 360 graus. Graças a essa visão privilegiada, percebe a aproximação ou o movimento, escapando a tempo. Os insetos não se alimentam da mesma maneira. Alguns são dotados de um aparelho bucal mastigador que arranca pedaços do alimento. Outros já possuem um aparelho com ação semelhante à de uma seringa, sugando o sangue de animais e de pessoas. A mosca doméstica, no entanto, tem um tubo com uma membrana esponjosa na ponta. Quem assistiu ao filme "A Mosca" certamente se lembra da maneira como o homem-mosca se alimentava, liberando sucos digestivos sobre o alimento, dissolvendo-o e sugando-o depois. Antes de comer, ela literalmente vomita sobre o alimento, depois usa seu tubo para sugar a comida liquefeita. A Reprodução O ciclo de vida das moscas é bastante rápido, diretamente proporcional às altas temperaturas e a presença de umidade. Esse ciclo é chamado de holometabólico, porque ela passa por algumas fases até chegar à forma adulta. Esse inseto já começa sua vida produzindo ovos, cerca de 120 ovos a cada postura. Durante sua vida irá repetir essa postura cinco ou seis vezes em média. Estudos desse ciclo biológico revelam que um simples casal de moscas, em quatro meses, é capaz de produzir 191.000.000.000.000.000.000 descendentes, considerando- se que todos os seus filhotes e os filhotes de seus filhotes sobrevivam. Os ovos eclodem num prazo de dez a vinte e quatro horas, dependendo das condições de calor e umidade. Desses ovos surgem pequenas larvas brancas que alcançam seu tamanho ideal em cerca de cinco dias. Após esse tempo, a larva procura um ambiente fresco e seco para pupar, de preferência debaixo de folhas, capim, terra fofa ou outro ambiente apropriado. Ali tomam a forma de uma pequena cápsula oval clara que vai escurecendo à medida que o processo de transformação vai evoluindo. No interior da cápsula, a mosca toma sua forma adulta. Após o período pupal, ela se livra da cápsula com a ajuda de uma membrana que possui no alto da cabeça. Através de movimentos repetidos de vai e vem, força a saída e ganha a liberdade para iniciar seu próprio novo ciclo. Desde a postura do ovo até a fase final, uma semana em média decorreu. O Grande Perigo De todos os males provocados pela mosca, um dos mais presentes e ameaçadores é o cólera, que vem se propagando por todo o planeta. No Brasil, a propagação iniciou-se no norte do país, avançando em direção ao sul. A doença é provocada pela bactéria chamada Vibrio Cholerae (Vibrião Colérico), descoberto por Koch em 1884 na Índia. Quando um alimento ou água contaminados são ingeridos, o vibrião aloja-se nas paredes do intestino delgado, liberando toxinas suficientes que forçam as células intestinais a expelir água e sais minerais sob a forma de diarreias e vômitos, desidratando o doente e exigindo sua reidratação A transmissão, por seu turno, ocorre através da ingestão de água contaminada com as fezes ou vômitos de pacientes, pelas fezes de portadores ou pela ingestão de alimentos poluídos por água contaminada. Essa transmissão pode também ser feita pelas mãos sujas de doentes, frutos do mar mal cozidos e provenientes de águas poluídas, legumes mal lavados e moscas. A doença inicia-se com uma forma branda de diarreia, dores abdominais e mal-estar. Nos casos mais graves, o início é súbito com diarreia aquosa. As fezes, muito fluídas, apresentam uma cor amarelo esverdeada e um odor de peixe, mas sem a presença de muco ou sangue. Não há febre, mas podem ocorrer cãibras musculares. Apesar de ser muito grave, a doença pode ser facilmente curada se for diagnosticada a tempo. Normalmente o tratamento envolve soro para a reidratação e combate ao bacilo com antibióticos prescritos pelo médico. Fatores climáticos, falta de hábitos de higiene, inexistência de uma infraestrutura sanitária e presença de insetos facilitam a disseminação da doença que geralmente infesta pessoas de baixa renda, vivendo em regiões de risco. Para transmitir o cólera, a mosca pousa em locais onde o vibrião esteja presente. O vírus prende-se às patas e pelos do corpo da mosca. Ao pousar em outros pontos, a mosca vai liberando os micro-organismos patogênicos adquiridos, deixando-os em alimentos, louças, talheres e outros utensílios. As pessoas, quando ingerem esses alimentos ou fazem uso dos utensílios acabam adquirindo a doença. O mesmo processo ocorre na transmissão das demais doenças, o que significa que uma mesma mosca pode transmitir mais de um problema. Prevenindo as Doenças A melhor maneira de evitar as doenças transmitidas pelas moscas é a prevenção e toda família tem que se empenhar em seguir medidas higiênicas e profiláticas, a saber: 1ª - caso não disponham de água tratada, colocar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% em 1 litro de água, meia hora antes de usar ou beber. Esse produto normalmente é distribuído pelos centros de saúde. Uma alternativa para esse tratamento é ferver a água por no mínimo cinco minutos antes de usar. 2ª - ferver o leite antes de usá-lo. 3ª - cozinhar bem os alimentos, principalmente frutos do mar, peixes, aves e carnes. 4ª - lavar as mãos com água e sabão após ir ao sanitário, durante o manuseio de alimentos e antes das refeições. 5ª - evitar o consumo de alimentos que não se apresentem em boas condições de higiene. 6ª - após lavar bem os alimentos crus, verduras e frutas, colocá-los de molho em um litro de água com uma colher de água sanitária por no mínimo meia hora. 7ª - lavar e secar bem pratos, panelas, talheres e outros utensílios de mesa e cozinha. Como Eliminar Eliminar as moscas é um trabalho que parece impossível, uma vez que é impraticável usar inseticidas o tempo todo. Além disso, a aplicações diárias de inseticidas leva a um sério agravante. Moscas são altamente suscetíveis e resistentes a inseticidas, adaptando-se rapidamente às novas substâncias. A única forma plausível de combate é o manejo integrado, englobando ações ambientais, físicas, biológicas, químicas e de higiene. O controle é antes de tudo uma atividade relacionada à limpeza e higienização com a remoção de focos através da limpeza profunda. É preciso ter em mente, porém, que as moscas não proliferam apenas na sujeira. Elas proliferam em materiais em fermentação. Resíduos umedecidos dentro de uma vasilha esquecida são um ponto de criação de moscas para o qual nem sempre se presta muita atenção. Além da higiene, devem ser usadas barreiras como telas em portas e janelas. De nada adianta colocar telas nas janelas e não nas portas, assim como não adiantam as telas se não forem bem cuidadas, já que se rasgam com relativa facilidade. Outra opção para o combate de moscas são as armadilhas. A primeira dela é uma armadilha colante, muito prática e que funciona muito bem na prática. É instalada nas janelas de vidro, onde as moscas permanecem a maior parte do tempo. Devem ser trocadas com certa frequência e são descartáveis. As armadilhas luminosas são outra opção. Seu funcionamento é simples. A armadilha atrai os insetos irradiando uma luz ultravioleta visível somente por eles, porém invisível e absolutamente inofensiva para as pessoas e animais. O inseto é atraído para dentro da armadilha e lá sofre uma descarga elétrica, caindo dentro de um reservatório cuja limpeza é rápida e fácil. Em outros modelos, ao invés da descarga elétrica, os animais são aprisionados em placas de cola. Há uma grande variedade de estilos e tamanhos dessas armadilhas, próprios para cada ambiente. Há modelos para paredes horizontais, para cantos, portáteis e para serem penduradas no teto. É importante observar que essas armadilhas, quando utilizadas para controlar moscas, devem permanecer a no máximo um metro do chão. Outra recomendação é não colocá-la muito próximo de portas para não atrair insetos de fora para dentro. No mais, basta seguir as recomendações do fabricante para obter sucesso. Outra providência recomendada é evitar a formação de montes de lixo, latas de lixo abertas, alimentos descobertos ou restos de alimentos na pia ou fogão. Manter tudo sempre limpo é essencial. Nos casos mais graves, pode-se fazer um tratamento com micropulverização através de nebulizadores e atomizadores ou com a colocação de atrativos à base de feromônios em locais estratégicos. Para esse tipo de trabalho, é recomendável consultar um profissional especializado ou uma empresa do ramo. Domesticamente, a desinfecção dos ralos e a limpeza da cozinha e banheiro com creolina afugentam as moscas. MOSQUITO Os mosquitos são popularmente chamados pernilongos, que tanto perturbam o sono e causam dano à pele das pessoas. Desovam nas águas paradas, tanques, poças e beiras de rios. Desses ovos saem as larvas que depois de outra metamorfose passam ao estado adulto. Na sociedade dos mosquitos, os machos são marginalizados. Somente a fêmea é que tem direito a uma refeição de sangue, enquanto que os machos vivem de sucos vegetais. A função dos machos é fertilizar as fêmeas uma única vez e morrer em sete dias. As fêmeas, por outro lado, vivem mais, de quarenta a cinquenta dias. Os mosquitos, assim como as moscas, são altamente prolíficos, isto é, possuem uma enorme capacidade de reprodução. Uma fêmea chega a produzir de cinquenta a quinhentos ovos por postura. Para se ter uma ideia do que isso representa, basta fazer o cálculo: uma fêmea chega a ter dez posturas durante seu período de vida. Se tiver em média duzentos e cinquenta ovos por postura, apenas uma delas pode dar origem a vinte e cinco milhões de descendentes. Para uma fêmea alimentar seus filhotes, ingere nada mais nada menos do que duas vezes e meia o seu peso por refeição. Comparando-a com o homem, isso equivale a duzentos quilos de comida numa só refeição. O Ciclo Biológico Após a fecundação, a fêmea coloca os ovos soltos em águas limpas. Esses ovos têm a particularidade de serem extremamente resistentes, podendo ficar até um ano, quando as circunstâncias não lhes são favoráveis, sem perder a capacidade de eclosão que somente ocorrerá quando o ovo entrar em contato com a água. Os ovos dão origem a larvas ou martelinhos como são popularmente conhecidas, sempre muito agitadas, movendose sinuosamente dentro da água e alimentando-se de material orgânico depositado. Sua visualização é relativamente fácil, podendo ser identificadas a olho nu. Após um período que varia de cinco a dez dias ocorre uma nova mudança, dessa vez para a fase pupal. Nessa fase, o mosquito não se alimenta e transforma-se num ser adulto, emergindo do casulo pupal para reiniciar o ciclo biológico. Todo esse ciclo dura cerca de quatorze dias e machos e fêmeas já estão sexualmente maduros vinte e quatro horas após o nascimento. Após ser fecundada pelo macho, a fêmea procura uma fonte de sangue que poderá ser o homem ou um animal doméstico. Após essa primeira refeição, ela está pronta para iniciar a postura dos ovos. As Variedades Há uma grande variedade de espécies de mosquitos, embora o principal tormento na cidade seja causado pelo Culex pipiens, o pernilongo comum. Além dessa existem outras espécies de mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor da febre amarela e da dengue, como também o Anopheles gambiae, transmissor da malária e da leishmaniose. Os anolefíneos são os transmissores da malária, popularmente chamada de maleita, que se caracteriza por acessos febris intensos. Esse mosquito dissemina a maleita ao picar um maleitoso e em seguida uma pessoa saudável. Esses ataques são feitos predominantemente no crepúsculo, tanto matutino como vespertino. Esse mosquito transmissor da malária diferencia-se dos pernilongos comuns, estes do grupo de culicíneos, por vários caracteres. A maneira mais fácil de identificá-los é observá-los. O inseto transmissor, quando adulto e pousado, forma um ângulo de quase noventa graus com o plano em que se apoia, enquanto o pernilongo comum conserva-se paralelo ou encostado. Stegomia fasciata é outra espécie de mosquito e transmite a febre amarela. Possui certos caracteres semelhantes aos do pernilongo comum, diferenciando-se por uma mancha branca no dorso em forma de lira. A espécie de mosquito mais comum é a dos pernilongos ou cúlex, que são essencialmente hematófagos, isto é, alimentam-se de sangue. É considerado inofensivo, mas em contrapartida é muito incômodo. Uma das maiores preocupações no momento, em termos de ameaças provocadas por mosquitos, é com o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. É curioso observar, no entanto, que uma fêmea infectada com o vírus da dengue não produz descendentes igualmente infectados. Estes só se tornarão portadores da doença ao picarem um indivíduo contaminado. A dengue é também conhecida como febre quebraossos por causa de seus sintomas mais característicos: calafrios acompanhados de muitas dores pelo corpo, cabeça e articulações, febre, prostração e erupções na pele. O ciclo da infestação acontece da seguinte forma. Após o indivíduo ter sido contaminado, a doença permanece incubada em seu organismo por um prazo de três até quinze dias. O período de convalescença é lento, exigindo repouso e boa alimentação. Uma medida importante a ser observada é manter o paciente isolado para não se tornar um infectante e contribuir para a disseminação da doença. A transmissão da dengue não acontece por contato direto com indivíduos infectados. Sem o mosquito não há infecção. Após picar uma pessoa contaminada pelo vírus da dengue, num prazo de cerca de dez dias o mosquito passa a ser infectante, apto para disseminar a doença e assim permanece durante toda a sua vida. O vírus encontra no organismo do mosquito adulto condições para multiplicar-se, alojando-se nas glândulas salivares do inseto que, ao picar um indivíduo sadio, introduz nele uma substância anticoagulante que contém o vírus. A única forma de combater a doença é combater o mosquito portador e transmissor do vírus com a ajuda de inseticidas e da colaboração ativa de toda população ameaçada, adotando medidas de caráter preventivo e educativo. Os inseticidas são uma excelente arma no combate das fases alada e aquática, mas devem ser utilizados de tal forma a não colocar em risco a população. São usados contra os mosquitos adultos na forma de fog ou nebulizações nas horas de maior atividade do mosquito, que é durante o dia. As larvas precisam ser combatidas nos criadouros naturais com a ajuda de larvicidas pulverizados. Os criadouros mais comuns são pneus ao ar livre, oficinas de desmanche de carros, terrenos baldios com entulho que propicie a formação de poças, tambores e caixas d’água destampados, calhas obstruídas, bebedouros de animais, latas e garrafas vazias, vasos de flores e recipientes em cemitérios. Devidamente conscientizada, a população pode contribuir decisivamente para o sucesso da campanha, reduzindo ou eliminando o maior número possível desses criadouros, o que resulta numa redução proporcional da quantidade de inseticida a ser usado. Para ser efetiva, essa ação não deve, porém, se restringir aos meses em que o Aedes está mais ativo, mas perdurar ao longo do ano todo. Recentemente, uma alarmante notícia provocou temor em todo o mundo com a discussão sobre a participação ou não dos insetos na transmissão da AIDS. Por volta de 1986, surgiram as primeiras especulações a respeito. Cientistas do Instituto Pasteur detectaram o vírus da AIDS em amostras de baratas, carrapatos e mosquitos coletados no Zaire e na República Central Africana. Esta alarmante descoberta deixou em polvorosa as autoridades de saúde, principalmente nos países originários da doença. Depois de muita polêmica a respeito, a conclusão mais atualizada é de que não existem evidências concretas de que os mosquitos contribuam para a transmissão da AIDS. O que se sabe é que o vírus permanece no organismo do mosquito por cerca de três dias, mas não se multiplica como no caso da malária por exemplo. A preocupação, no entanto, ainda existe e continuam os estudos em relação a insetos sugadores como percevejos, carrapatos e piolhos na transmissão da AIDS. Como Eliminar A dificuldade de se eliminar os mosquitos é a mesma que se enfrenta em relação às moscas. Exageradamente prolíficos, esses insetos encontram nas casas amplas condições para sua reprodução. Seu combate exige campanhas sistêmicas com engajamento total da população, pois basta um só foco numa casa para que a infestação retorne após algum tempo. A urbanização desenfreada tem provocado o desmatamento, principalmente das matas ciliares e o assoreamento dos rios, expulsando os predadores naturais dos mosquitos que não encontram empecilhos para seu livre desenvolvimento. Apenas com obras de infraestrutura urbana, canalização de rios, limpeza de margens, manutenção constante da rede de esgotos, cuidados de higiene e preservação da população e outras medidas conjuntas se poderá manter sob controle essa praga. Para exterminá-los, emprega-se a petrolização das águas paradas onde se desenvolvem as larvas, derramando querosene nelas. Isso, porém, deve ser feito com cuidado e critério, pois a medida pode vir a poluir rios e lagos no futuro. Outro meio de grande alcance é a drenagem dos terrenos alagadiços. No lar, as medidas mais simples e eficazes continuam sendo o uso de tela nas janelas e porta, cortinado nos leitos, inseticidas inofensivos ao homem, repelentes elétricos e outros que amenizam o problema, mas não exterminam a praga. PERCEVEJO Percevejo é a designação comum aos insetos da ordem dos hemípteros cujas asas anteriores são metade córneas e metade membranosas (hemiélitros), tendo um aparelho bucal sugador. Dividem-se em fitófagos, hematófagos e predadores. Atualmente se conhecem mais de 22.000 espécies dele. Os percevejos, como as pulgas, alimentam-se do sangue do homem. São insetos de corpo achatado, escuro, com seis patas no corpo e, por serem desprovidos de asas, não voam. Seus ovos são como pérolas, parecidos com os das pulgas. Só picam à noite, quando a vitima dorme, e habitam de preferência as camas. Suas picadas causam coceira e podem irritar a pele, causando feridas e inflamações. É sinal evidente da maior falta de asseio e podem ser transmissores de terríveis moléstias. Como Eliminar: Examinar a casa, especialmente as camas, pois de preferência alojam-se nas gretas do soalho ou na junção do lastro de arame com o estrado. Preferem no colchão as costuras e pontos. Os colchões e travesseiros infestados devem ser queimados. Para limpar a casa, pega-se um maçarico ou uma mecha de algodão umedecido em álcool, põe-se fogo e passa-se por toda ela. No entanto em alguns casos dá resultado fazer pulverizações com um inseticida especialmente recomendado para esse fim ou simplesmente passar bastante querosene com um pincel. Além destas medidas, também é indicado calafetar o quarto ou queimar enxofre ou formol até saturar o ambiente, deixando-o fechado doze horas, para depois ventilar. É conveniente repetir esta operação durante um mês todas as semanas. POMBO O pombo doméstico (Columbia livia) é originário da Europa e da Ásia onde vivia nas regiões rochosas. Trazidos durante a colonização, disseminaram rapidamente, encontrando abrigo em beirais de janelas, telhados e na maioria das construções feitas pelo homem. São encontrados também nas regiões produtoras de grãos, tornando-se uma praga para a agricultura e para a indústria de armazenamento e processamento de alimentos. Outra espécie igualmente prejudicial para a agricultura e para o homem é a pomba rola, designação comum a várias espécies de aves columbiformes da família dos columbídeos, gênero Columbia Spix, Columbigallina Boie, e suas espécies e subespécies. Alimentam-se de sementes de gramíneas e outras plantas herbáceas. O seu estômago, em geral, contém bastante areia que auxilia a triturar os alimentos. O pombo é monogâmico e chega a viver até vinte anos. Escolhem seus parceiros e permanecem com eles até o fim de sua vida. A fêmea coloca em média dois ovos por mês e o casal chega a criar até dez filhotes por ano. Quando o clima é propício, procriam continuamente. Por esse motivo, nas regiões quentes as populações de pombos são muito mais numerosas. Após a cópula, o macho escolhe o local para a construção do ninho. Depois de pronto, chocam juntos os ovos. A fêmea fica no ninho do final da tarde até a manhã do outro dia e durante o dia, o macho assume seu lugar. Os filhotes surgem após dezoito dias da postura e são alimentados com um líquido branco regurgitado pelos pais, chamado de leite de pombo. Esse líquido vai se tornando mais espesso à medida que os filhotes crescem. Após quatro semanas, estão maduros e prontos para deixar o ninho. Devido às características de seus ancestrais, os pombos adaptam-se em qualquer lugar que lhes proporcione segurança e abrigo para eles e para sua prole. Estabelecem pontos de observações nos locais mais elevados das construções como telhados, parapeitos, tesouras abaixo de telhados, em vigas de galpões, em luminárias, em estruturas de ar condicionado e em qualquer outra estrutura da construção onde tenham uma vista bem ampla da região. Segundo estudos realizados, pombos possuem um alto grau de inteligência. Estão constantemente à procura de três componentes: água, alimento abundante e abrigo. Quando se alojam em um determinado lugar, certamente estes três componentes estão presentes. Como voam em grupos, estão constantemente à procura de alimento e têm até a capacidade de reconhecer determinada pessoa que tem o hábito de lhes oferecer alimento, algo muito comum nas praças públicas. O Perigo Apesar de ser o símbolo da Paz, o pombo é considerado praga urbana devido a sua característica nefasta de ser hospedeiros de diversos microrganismos. Depositados em suas fezes, esses micro-organismos são particularmente danosos, o que levanta a questão da necessidade de combate dessa praga. O assunto é polêmico e tem gerado muita discussão. De um lado as autoridades médicas, agricultores e industriais prejudicados e, de outro, os ecologistas e defensores do meio ambiente. A imagem do pombo além de estar relacionada com a paz, liga-se à religiosidade e a tudo que diz respeito à pureza e bondade. É um animal dócil, que se habitua facilmente com o homem. Em praças públicas, as pessoas alimentam essas aves. As crianças ficam encantadas quando os pombos vêm comer direto em suas mãos. A imagem é realmente encantadora, mas o perigo existe. Em primeiro lugar, os pombos estão fora de seu habitat natural. Em segundo lugar, não há predadores que possam controlar seu número, mas pessoas que os alimentam e estimulam a sua proliferação que pode atingir níveis capazes de pôr em risco a sanidade das pessoas, dos alimentos e do meio ambiente. As Doenças Há inúmeros estudos sobre a transmissão de doenças e parasitas ao homem e animais domésticos através de pombos e outras aves domésticas. Essa transmissão pode ser através de esporos, ectoparasitas, contaminação fecal, por contato com tecidos infectados, através do contato com vetores como os mosquitos e moscas. Das diversas doenças trazidas por aves, incluindo os pombos, temos a hitosplasmose, transmitida através de esporos oriundos de terrenos contaminados por fezes de pombos e outras aves. O agente é o fungo Histoplasma capsulatum que se desenvolve em ambientes aquecidos e úmidos. As fezes de aves acumuladas são o local ideal para este fungo se desenvolver. Sendo muito leves, os esporos são transportados pelo vento e acabam sendo inalados por pessoas ou animais. A doença causa febre, anormalidades sanguíneas, lesões nos pulmões, pele, olhos, boca, garganta e outros órgãos. Outra doença é a Toxoplasmose, cujo agente é um protozoário ou verme microscópico chamado de Toxoplasma gondii. A Toxoplamose é uma zoonose muito frequente em animais e aves. Normalmente o gato é o hospedeiro definitivo em que o parasita se reproduz, enquanto que o homem e outros animais são chamados de hospedeiros intermediários. A transmissão pode ser através da inalação de parasitas ou de sua ingestão em carne e leite contaminados, pela picada de insetos hematófagos e por inalação de fezes secas de aves. A Toxoplasmose é uma infecção considerada benigna, porém extremamente perigosa para gestantes, pois causa anomalias no feto. Pode também afetar a retina e levar à cegueira parcial ou total. Num indivíduo com seu sistema imunológico afetado, o parasita chega a instalar-se no cérebro, levando ao óbito. A Criptocose é uma doença sistêmica causada por um fungo, o Criptococcus neoformans, associada aos pombos e outras aves. O fungo desenvolve-se rapidamente nas fezes desses animais, permanecendo ativos em fezes antigas e ressecadas. Nos seres humanos já foram identificados dois tipos de Criptocose. A primeira é a forma cutânea, que provoca erupções na pele ou úlceras com nódulos abaixo da pele. A segunda é a forma generalizada. Começa com uma infecção nos pulmões, depois se alastra para outros órgãos, atacando principalmente o sistema nervoso central. Esta forma é muito grave e pode levar ao óbito. Como Eliminar Obviamente ninguém sairá matando indiscriminadamente pombos e pombas-rolas, até porque estaria incorrendo num crime ecológico. O melhor a fazer é manter esses animais longe de sua residência e, para isso, há algumas técnicas que podem e devem ser utilizadas. Inicialmente, se você tem ninhos de pombos e de outras aves no telhado de sua casa, elimine-os, tapando frestas e buracos por onde eles possam entrar. Limpe o local cuidadosamente. Ao fazer isso, não se esqueça de usar uma máscara adequada para não inalar a poeira das fezes ressecadas. Nas casas especializadas podem ser encontrados produtos para repelir essa praga, impedindo seu pouso ou permanência, como um gel repelente e redes de proteção. Esses produtos devem ser colocados em pontos estratégicos para impedir o pouso nas estruturas mais expostas da casa. As redes são recomendadas para impedir que os pombos invadam a construção através de orifícios como lajes, janelas e fendas, evitando assim que eles se abriguem e se reproduzam no interior da casa. A utilização dessas e de qualquer outra medida para combater ou afastar pombos e outras aves devem ser feitas sob orientação técnica adequada, de forma a não causar prejuízos a esses animais, protegidas por lei. PULGA Pulga é a designação comum aos insetos sifonápteros ou suctórios, ápteros, de corpo comprimido, com pernas muito desenvolvidas, apropriadas para o salto, e que se alimentam de sangue dos vertebrados de sangue quente. A pulga doméstica, Pulex irritans, é um ectoparasito de cães, gatos e ratos, sendo veículo de inúmeras infecções, entre as quais se destaca a peste bubônica, causada pela Pasteurella pestis. A infestação ocorre quando pulgas instalam-se no corpo de um rato contaminado. Uma vez morto o rato pestoso, a pulga agora contaminada abandona-lhe o corpo e passa a picar o homem, que assim contrai a peste. À medida que se alastra, a praga passa a ser considerada uma epidemia. A pulga é um inseto incômodo que, nas residências, vive do sangue do homem, do cão e do gato. Sua picada causa ardor e coceira e dá sempre a impressão de pouca higiene na casa onde são encontradas, já que vivem de preferência nos animais domésticos como o cão e o gato, na poeira, tapetes, camas, móveis acolchoados, rodapés, frestas de soalho e outros locais escondidos. Existem cerca de mil espécies de pulgas e centenas delas no Brasil. Vivem aproximadamente quinhentos dias, período em que uma fêmea normal pode pôr cerca de três mil ovos. Como Eliminar Em residências não basta apenas combater as pulgas no seu animal de estimação. Há a necessidade de um tratamento conjunto. Pulverizações e injeções com produtos recomendados, em locais específicos como carpetes, tapetes, jardins, frestas de paredes e pisos. O trabalho de combate deve ser iniciado com o asseio rigoroso do lar. Não basta varrer o chão, mas é preciso limpá-lo com um pano úmido com creolina. Além da água fervente que mata a pulga e seus ovos, o emprego de quaisquer preparados a base de rotenona concorrem para sua extinção. O mais enérgico inimigo das pulgas é a conhecida erva-de-santa-maria, que deve ser colocada debaixo dos colchões, tapetes, dentro dos móveis estofados e pelos cantos. Seu cheiro particular, devido a seu princípio essencial, é tão repulsivo para as pulgas que as impede de se criarem ou de permanecerem no ambiente. Para esse fim, no interior, é muito comum o seu emprego sob a forma de vassoura improvisada. RATO Ratos são animais notáveis na facilidade que têm de adaptar-se ao nosso meio e ao nosso tipo de vida. Há indicações de que as principais espécies desses animais originaram-se na Ásia e espalharam-se inicialmente na Europa. Chaucer e Shakespeare, escritores ingleses, mencionam em suas obras a epidemia de peste negra que assolou a Europa durante a Idade Média, provocada pela espécie Rattus Rattus. A peste matou vinte e cinco milhões de europeus no século XIV e outros onze milhões na Ásia entre 1898 e 1923. Durante a conquista das Américas por europeus, os ratos foram trazidos nos navios e aqui encontraram todas as condições para uma fácil adaptação e disseminação. À medida que as cidades eram erguidas e a agricultura florescia, os ratos encontravam cada vez mais alimento, abrigo e nenhum controle. Como pragas da agricultura, ratos destroem anualmente cerca de vinte por cento de toda a produção de grãos do mundo. Para se ter uma ideia do seu potencial destrutivo e contaminador, um rato pode liberar 300.000 pelos, 6 litros de urina e 25.000 címbalas, as fezes, a cada ano. Camundongos consomem cerca de dois quilos de alimento e liberam 36.000 címbalas por ano. Assim, um número pequeno de roedores pode contaminar uma quantidade muito grande de alimento. Estudos indicam que os camundongos contaminam certa de dez vezes mais alimentos do que consomem. Esse potencial reprodutivo pode estar além de nossa própria compreensão, pois um único casal de camundongos pode gerar pelo menos outros quinhentos durante um ano. Causando grandes prejuízos à lavoura, os ratos passaram a viver sistematicamente nos centros urbanos, contaminando e destruindo tudo o que surge a sua frente. Contribuem para isso seus dentes incisivos que crescem continuamente à razão de 0,3 a 0,4 mm por dia, exigindo que roam continuamente. Qualquer material está sujeito a seus ataques, pois este animal consegue exercer uma pressão de 500 kg/cm² ao morder. Os dentes incisivos inferiores possuem uma dureza superior ao aço, daí serem frequentes os danos causados na rede elétrica. Extremamente habilidosos, esses roedores conseguem sobreviver à perseguição constante que sofrem dos homens. Suas colônias variam em número de componentes de acordo com a disponibilidade de alimentos, sendo que a escassez gera canibalismo. Em contrapartida, a fartura provoca o surgimento de novas colônias no mesmo local a partir das crias da colônia anterior. Como proteção, ratos de uma mesma colônia não se alimentam todos ao mesmo tempo do mesmo produto. Enquanto uns comem, os outros observam. Animais prolíficos, os ratos são capazes de gerar de três a seis ninhadas por ano com uma média de quinze filhotes por vez. A fêmea está pronta para procriar aos quatro meses de idade. Possuem hábitos noturnos e transmitem perigosas doenças de importância na saúde pública, além de causar prejuízos econômicos. Muitas vezes, a preocupação é pequena com esses animais, pois apenas um ou dois são vistos correndo daqui para lá à noite. No entanto, um cálculo simples pode dar a exata dimensão da infestação e da ameaça que paira sobre seu lar. Para cada rato visto à noite, há outros dez escondidos. Assim, dois ou três camundongos indicam uma população de vinte a trinta indivíduos. Principais doenças transmitidas pelos roedores: Leptospirose, Salmonelose, Raiva e Aftosa. Estudos estão sendo realizados e pesquisas apontam o rato como transmissor do Hanta Vírus, causador de uma doença que provoca hemorragia e causa a morte do ser humano em poucos dias. É uma das mais terríveis espécies de vírus, com uma capacidade tão destruidora que vem causando grandes preocupações nas autoridades sanitárias. Principais Espécies No Brasil, as espécies mais comuns e que convivem conosco são os camundongos, os ratos de esgoto e os ratos de telhado. O rato de esgoto, conhecido também como ratazana, adapta-se facilmente em qualquer ambiente, procriando-se rapidamente. Uma fêmea reproduz até dez vezes por ano e pode ter de oito a vinte filhotes por vez. Esses filhotes, por sua vez, após quatro meses já estarão aptos a reproduziremse também. O popular camundongo, que de inocente nada tem, é um grande destruidor de tudo que é comestível desde cereais e frutas até carne em decomposição. Muitas vezes, chegam a disputar o mesmo alimento entre si. Os ratos de telhado são também pragas terríveis nos meios urbanos e rurais, trazendo consigo doenças e provocando grandes prejuízos financeiros aos estabelecimentos. Como Eliminar Os egípcios foram os primeiros a utilizar um raticida extraído de uma espécie de cebola vermelha. Esse mesmo veneno foi usado em tempos modernos durante muito tempo. Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram novos produtos raticidas, todos muito perigosos para o homem e animais domésticos, como o Antu, o Fósforo, o Monofluoracetato de Sódio, conhecido como 1080, o Fluoracetamida, chamado também de 1081, a Estricnina, o Sulfato de Tálio e o Fosfeto de Zinco. Em 1958, surgiu no mercado o Warfarin, um produto anticoagulante que parecia ser a solução ideal, mas isso durou pouco. Os ratos desenvolviam resistência ao produto. O fator resistência estimulou as pesquisas e três bases raticidas foram descobertas: o Difenacoun, o Bromadiolone e o Brodifacoum. Esses raticidas de segunda geração mostraram-se mais eficazes do que tudo utilizado anteriormente. São comercializados em forma peletizada e numa mistura de grãos com uma formulação parafinada apropriada para áreas úmidas. Como se tratam de produtos tóxicos, é recomendável que sejam aplicados por pessoa ou empresa especializadas. Uma alternativa caseira, além da velha e conhecida ratoeira, são as armadilhas de cola que funcionam quando o rato pisa sobre uma camada de cola e fica preso. A partir daí ele pode morrer de uma parada cardíaca em razão do susto ou sufocado numa vasilha com água. Finalmente, a higiene e os cuidados para manter alimentos fora do alcance dos ratos são um complemento ao combate a essa praga que, como todas elas, precisa de elementos essenciais para viver: alimento, água e abrigo. TRAÇA Traça é a designação comum aos insetos tisanuros, especialmente os da família dos lepismatídeos, cujas espécies Acrotelsa collaris e Ctenolepisma ciliata são comuns no Rio de Janeiro. Tem como sinônimos lepisma e traça dos livros e são conhecidas também como traça de tapetes, traça tecelã e traça comum. Muito parecidas tanto na aparência quanto nos hábitos, esses insetos causam danos a cereais estocados e também em frutas desidratadas, em couros, livros, no ambiente doméstico e em tecidos e forrações. A rigor, são as larvas de lepidópteros, quase todas de origem europeia, e que atacam roupas de lã, tapetes, artigos de crina, peles e chifres. A espécie Tineola biselliella Humm é caseira e a que produz maiores estragos. Sua larva vive em casinhas chatas, abertas nas extremidades, deslocando-se sobre as paredes. A mariposa tem de doze a dezesseis milímetros de comprimento. Reproduzem-se com a participação dos dois sexos ou por partenogênese, que é o desenvolvimento de óvulos sem fecundação. As larvas possuem um aparelho bucal triturador com mandíbulas robustas, permitindo-lhes devorar seus alimentos facilmente. Durante o período larval, chegam a mudar de pele de quatro a cinco vezes. As pupas são chamadas de crisálidas, construindo casulos onde realizam a transformação final na forma de mariposas. Como Eliminar As casas que são muito sujeitas a traças devem ser vasculhadas seguidamente a fim de matar os insetos adultos já em forma de borboletinhas e exterminar os casulos onde as larvas se abrigam. O uso de um inseticida adequado, naftalina, gasolina e pimenta-do-reino em grão, evita que aumentem. Nos livros são muito comuns os estragos feitos por elas, sendo a gasolina o melhor preparado para exterminálas. Na estocagem de alimentos, exigem habilidade dos controladores de infestações por se alojarem no meio deles, dificultando assim o tratamento químico.