relatório e contas 2000
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relatório e contas 2000
EDP Distribuição RELATÓRIO E CONTAS DO EXERCÍCIO DE 2006 Sede: Rua Camilo Castelo Branco, 43 1050-044 LISBOA Capital Social: 1 024 500 000 Euros Nº de matrícula da Conservatória do Registo Comercial de Lisboa: 8 847 Nº de identificação de pessoa colectiva: 504 394 029 ÍNDICE SÍNTESE DE INDICADORES 3 MENSAGEM DO PRESIDENTE 4 ÓRGÃOS SOCIAIS 6 MACROESTRUTURA 7 ENQUADRAMENTO 10 ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO E REGULATÓRIO 10 ABERTURA DE MERCADO 11 ENQUADRAMENTO ECONÓMICO 12 PROCURA DE ENERGIA ELÉCTRICA 15 ENERGIA ELÉCTRICA E ECONOMIA 15 PROCURA POR NÍVEL DE TENSÃO E MERCADO 18 PROCURA POR TIPO DE USO 19 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA PROCURA DE ELECTRICIDADE 20 COMERCIALIZAÇÃO 22 POLÍTICA COMERCIAL 22 CLIENTES DO MERCADO REGULADO 24 COMPRA E VENDA DE ENERGIA 26 VENDAS AO MERCADO REGULADO, FACTURAÇÃO AO MERCADO LIVRE E COBRANÇA 31 DÍVIDA DE CLIENTES 33 QUALIDADE DE SERVIÇO COMERCIAL 34 CLIENTES E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA PARA O MERCADO LIVRE 36 DISTRIBUIÇÃO 38 DESENVOLVIMENTO DA REDE 38 LIGAÇÃO DE PRODUTORES EM REGIME ESPECIAL 41 INDICADORES DE UTILIZAÇÃO 42 QUALIDADE DE SERVIÇO 43 PROJECTO E CONSTRUÇÃO 46 MANUTENÇÃO 46 INVESTIGAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E SISTEMAS 47 AMBIENTE 51 1 RECURSOS HUMANOS 53 QUADRO DE PESSOAL 53 FORMAÇÃO PROFISSIONAL 54 MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO 56 PREVENÇÃO E SEGURANÇA 56 EVOLUÇÃO FINANCEIRA 59 BALANÇO 59 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 60 INVESTIMENTO 66 CONSERVAÇÃO 67 FINANCIAMENTO 68 PRINCIPAIS INDICADORES 69 CONSIDERAÇÕES FINAIS 70 PERSPECTIVAS PARA 2007 70 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 70 NOTA FINAL 71 ANEXOS 72 ANEXO AO RELATÓRIO DE GESTÃO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO DE 2006 ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOCUMENTOS DE APRECIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO EXTRACTO DA ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS ANEXO ESTATÍSTICO PRINCIPAIS ELEMENTOS ESTATÍSTICOS BALANÇO DE ENERGIA ELÉCTRICA Nº DE CLIENTES E ENERGIA DISTRIBUÍDA (MERCADO REGULADO + MERCADO LIVRE) RESUMO DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS EM SERVIÇO EM 31/12/2006 2 Síntese de indicadores PRINCIPAIS ELEMENTOS ESTATÍSTICOS Rubricas Unidades 2005 2006 Compras de energia eléctrica para o Mercado Regulado (MR) GWh 37 178 Energia eléctrica entrada para o Mercado Livre (ML) GWh 10 091 41 228 7 406 ENERGIA ELÉCTRICA ENTRADA NA REDE PÚBLICA (MR + ML) GWh 47 268 48 634 Vendas de energia eléctrica ao Mercado Regulado GWh 34 186 38 278 Energia eléctrica saída para o Mercado Livre GWh 9 621 7 161 Consumos próprios da Distribuição GWh 25 26 ENERGIA ELÉCTRICA SAÍDA DA REDE PÚBLICA (MR + ML) GWh 43 832 45 465 PERDAS (MR + ML) GWh 3 437 3 169 PROVEITOS DE VENDA DE ELECTRICIDADE a) Milhões euros 3 738 4 138 INVESTIMENTO TOTAL Milhões euros 415 346 MVA 14 467 15 069 km 62 872 63 998 14 115 INSTALAÇÕES EM SERVIÇO (final do ano) Subestações-Potência de transformação Linhas AT e MT Cabos subterrâneos AT e MT Postos de Transformação-Potência instalada Redes BT Contadores NÚMERO DE CLIENTES (final do ano) b) Nº TRABALHADORES (final do ano) a) Inclui uso de redes por parte dos clientes do Mercado Livre e exclui Desvio Tarifário. 3 km 13 465 MVA 16 279 16 955 km milhares 128 990 6 141 130 945 6 222 5 907 365 5 987 896 4 613 4 471 b) Mercado Regulado + Mercado Livre. Mensagem do Presidente A EDP Distribuição, a exemplo do passado recente, continuou a desenvolver intenso trabalho para melhorar a eficiência e eficácia do seu desempenho tendo como objectivo proporcionar aos Clientes um serviço de boa qualidade, sem descurar a criação de valor para o Accionista, tarefa de dificuldade acrescida por as actividades desenvolvidas pela Empresa estarem sujeitas ao cumprimento das regras e procedimentos, cada vez mais exigentes, definidos pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Ao longo do ano de 2006 foi publicada importante legislação específica para o sector eléctrico. Foram estabelecidos novos princípios de organização e funcionamento do Sistema Eléctrico Nacional, tendo por finalidade o incremento de um mercado livre e concorrencial de acordo com a Directiva 2003/54/CE relativa às regras comuns ao mercado interno de electricidade. Foi aprovado o novo Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS) que adoptou níveis de qualidade de serviço ainda mais exigentes. Foi ainda criado o comercializador de último recurso (CUR), entidade titular de licença de comercialização de energia eléctrica sujeita a obrigações de serviço universal, cuja actividade passa a ter separação jurídica. A qualidade de comercializador de último recurso foi atribuída à sociedade constituída pela EDP Distribuição para o efeito que iniciou a sua actividade no início de 2007. Também foi implementada a plataforma logística que permitiu a gestão do processo de mudança de comercializador dos clientes em Baixa Tensão Normal (BTN), a partir do dia 4 de Setembro, envolvendo um universo de cerca de 6 milhões de clientes. Na área técnica, produziu-se um enorme esforço, técnico e humano, de optimização na exploração e manutenção das redes o que possibilitou 4 menores níveis de investimento, sem comprometer o objectivo da continuação de uma política sustentada de melhoria da qualidade de serviço. O bom trabalho desenvolvido na área comercial permitiu cumprir todos os indicadores gerais de qualidade de serviço comercial do RQS, ultrapassando largamente o padrão fixado. Para além disso, foram adoptadas medidas destinadas a optimizar a utilização dos equipamentos para recolha de leituras e lançado um projecto-piloto de telecontagem em Baixa Tensão Normal (BTN). A reestruturação dos recursos humanos tem decorrido segundo critérios de eficiência e produtividade, tendo em atenção o factor humano, permitindo o cumprimento dos objectivos definidos em ambiente de diálogo e serenidade. Por outro lado, os índices de motivação e de preparação para a mudança dos colaboradores da Empresa aumentaram, através do alinhamento da actividade desenvolvida com os objectivos da Empresa e com reforço da formação (Projecto SOL), tendo-se constatado uma significativa melhoria no índice de satisfação dos colaboradores. Enquanto instrumentos de gestão, transversais a toda a Empresa, procurando alcançar o melhor desempenho dos colaboradores, destacam-se o projecto PROEDIS, cuja finalidade é desenhar normativas e procedimentos que maximizem a eficácia e eficiência no uso dos activos, recursos e tecnologias, e Produtividade + que procura o incremento da produtividade aliado à qualidade. Não obstante o esforço realizado os resultados líquidos ficaram abaixo dos do ano anterior. Contudo, estamos certos de ter preparado caminho para que num futuro próximo a situação se apresente bem mais favorável. 5 Órgãos Sociais Mesa da Assembleia Geral Dr. Nuno Pedro Collares Pereira Galvão Teles Presidente Dr. António José Marrachinho Soares Secretário Conselho de Administração Eng.º João José Saraiva Torres Presidente Eng.º Ângelo Manuel Melo Sarmento Administrador Eng.º Paulo Manuel Santos Pinto de Almeida Administrador Órgão de Fiscalização ROC Efectivo: KPMG & Associados - SROC, SA, representada por Dr. Jean-éric Gaign ROC Suplente: Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho 6 Macroestrutura Conselho de Administração Gabinete de Estudos e Apoio Empresarial Gabinete de Controlo de Gestão Gabinete de Regulação e Autarquias Área de Apoio ao CA Gabinete de Comunicação e Imagem Gabinete Jurídico Gabinete de Ambiente e Sustentabilidade Área de Suporte Direcção de Organização e Sistemas Direcção de Recursos Humanos Direcção de Planeamento de Rede Área de Gestão de Rede Direcção de Despacho e Condução Direcção de Normalização e Tecnologia Gabinete de Gestão da Contagem Área Comercial Direcção Comercial Gabinete de Compra de Energia Direcção de Serviços de Rede - Norte Departamento de Infraestruturas Área de Rede Grande Porto Área de Rede Minho Área de Rede Ave Sousa Área de Rede Trás-os -Montes Área de Serviços de Rede Direcção de Serviços de Rede - Centro Departamento de Infraestruturas Área de Rede Beira Litoral Área de Rede Coimbra/Lousã Área de Rede Beira Interior Área de Rede Litoral Centro Direcção de Serviços de Rede - Sul Direcção de Infraestruturas Área de Rede Grande Lisboa Área de Rede Oeste Área de Rede Vale do Tejo Área de Rede Pen. de Setúbal Área de Rede Alentejo Área de Rede Algarve Gabinete de Telecomunicações 7 Área de Apoio ao CA Área Comercial Gabinete de Estudos e Apoio Empresarial Direcção Comercial Eng.º Manuel Antunes Rodrigues da Costa Eng.º Joaquim Armando Correia Teixeira Gabinete de Controlo de Gestão Gabinete de Compra de Energia Dr. João Miguel Cardoso Matos Fernandes Eng.º Valdemar Geraldo Taborda Gabinete de Regulação e Autarquias Eng.º Carlos Alberto Ferreira Botelho Área de Serviços de Rede Gabinete de Comunicação e Imagem Direcção de Serviços de Rede-Norte Dr.ª Maria Antónia da Conceição Fonseca Eng.º António José G. Machado Vaz Gabinete Jurídico Área de Rede Grande Porto Dr.ª Maria Virgínia Bastos Santos Eng.º António Manuel Marques de Sousa Gabinete de Ambiente e Sustentabilidade Área de Rede Minho Eng.º Luís Gabriel Frazão Quintela Eng.º Mário Cunha R. Guimarães Área de Suporte Direcção de Organização e Sistemas Eng.º Fernando Leonel Ganso Barão Direcção de Recursos Humanos Dr.ª Isabel Maria Ramires Ramos Área de Gestão de Rede Direcção de Planeamento de Rede Eng.º Francisco José Barroso Mira Direcção de Despacho e Condução Eng.º Vítor Manuel Tomás das Dores Direcção de Normalização e Tecnologia Eng.º Jorge Manuel Vaz Ventura Gabinete de Gestão da Contagem Área de Rede Ave Sousa Eng.º António B. L. Santos Ferreira Área de Rede Trás-os-Montes Eng.º Carlos Alberto Bexiga Filipe Departamento de Infraestruturas Norte Eng.º José António C. Vieira de Sousa Direcção de Serviços de Rede-Centro Eng.º Fernando Leonel Ganso Barão Área de Rede Beira Litoral Eng.º João António Garcia Mendes Área de Rede Coimbra/Lousã Eng.º António José Geraldo Taborda Área de Rede Beira Interior Eng.º José António Oliveira Marmé Eng.º Carlos Alberto M. Portugal Abreu 8 Área de Rede Litoral Centro Eng.º Manuel Luciano Costa Gomes Departamento de Infraestruturas Centro Eng.º Fernando Jorge Pais Rocha Direcção de Serviços de Rede-Sul Eng.º Manuel São Miguel Oliveira Direcção de Infraestruturas Sul Eng.º José Alberto Teixeira Área de Rede Grande Lisboa Eng.º António Manuel Aires Messias Área de Rede Oeste Eng.º António João Cunha Pinheiro Área de Rede Vale do Tejo Eng.º António Oliveira Chaleira Área de Rede Península de Setúbal Eng.º António João Cunha Pinheiro Área de Rede Alentejo Eng.º Jorge Alexandre C. Silva Gouveia Área de Rede Algarve Eng.º Carlos António Monteiro Lobato Gabinete Telecomunicações Eng.º António Campos Cristino 9 Enquadramento Enquadramento Legislativo e Regulatório O Decreto-Lei nº 29/2006, de 15 de Fevereiro, estabeleceu as bases da nova organização e funcionamento do sector da electricidade, remetendo para legislação complementar a concretização das bases gerais, designadamente a definição dos regimes jurídicos das actividades de produção, transporte, distribuição e comercialização de electricidade. O Decreto-Lei nº 172/2006, de 23 de Agosto, procedeu ao desenvolvimento dos princípios base estabelecidos pelo DL 29/2006. No novo quadro jurídico, as actividades de produção e comercialização são exercidas em regime de livre concorrência, mediante atribuição de licença. As actividades de transporte e distribuição são exercidas mediante a atribuição de concessões de serviço público. No âmbito da protecção dos consumidores, foi prevista a figura do comercializador de último recurso, exercendo a actividade de comercialização com obrigações de serviço universal e sujeito a regulação. A Rede Eléctrica de Serviço Público (RESP) é constituída pela Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT), Rede Nacional de Distribuição de Electricidade em alta e média tensão (RND) e as redes de distribuição em baixa tensão A EDP Distribuição exerce a actividade de operador de rede de distribuição, sendo titular da concessão para a exploração da RND. Por outro lado, é também titular de concessões de distribuição de energia eléctrica em baixa tensão no Continente através de contratos de concessão celebrados com os respectivos municípios. 10 Até final de 2006, a EDP Distribuição exerceu também a actividade de comercializador de último recurso, fornecendo a energia eléctrica a todos os consumidores que desejaram manter tarifas reguladas. Em Dezembro constituiu uma entidade jurídica independente que iniciou no princípio de 2007 a actividade de comercializador de último recurso, ficando a EDP Distribuição com a actividade de Operador de Rede de Distribuição. O Despacho nº 5255/2006, de 30 de Dezembro de 2005, publicado no Diário da República (II Série) de 8 de Março de 2006, aprovou o novo Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS) adoptando níveis de qualidade de serviço mais exigentes. Abertura de mercado O processo de liberalização do mercado da electricidade em Portugal tem sido efectuado de forma gradual, tendo começado, numa primeira fase, por incluir apenas os consumidores com maiores consumos e níveis de tensão mais elevados e sido progressivamente alargado a todos os consumidores de energia eléctrica. A partir de 4 de Setembro de 2006 concretizou-se a liberalização total, com a abertura do mercado livre aos clientes de Baixa Tensão Normal. Para que fosse possível ao cliente de BTN a escolha de fornecedor, foi necessário implementar um sistema informático que permitisse gerir os procedimentos de mudança de fornecedor aos consumidores de energia eléctrica em Portugal, com todas as garantias de transparência, segurança e fiabilidade, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. 11 Assim, em consequência do referido, foi implementada, em tempo recorde relativamente às melhores práticas internacionais, a plataforma logística que permitiu a concretização da extensão da liberalização aos clientes em BTN, envolvendo um universo de cerca de 6 milhões de clientes. Enquadramento Económico No conjunto dos países da área do Euro, assistiu-se em 2006 a um melhor desempenho económico com um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 2,6%, significativamente acima da taxa registada no ano anterior (1,4%). Em Portugal, o desempenho da economia situou-se bastante abaixo da média dos referidos parceiros comunitários. De acordo com as estimativas do Outono da Comissão Europeia, o crescimento real do Produto foi de apenas 1,2% (0,4% em 2005). Produto Interno Bruto (variações reais em 2006) 6 5 (%) 4 Área do Euro 3 2 1 0 AT BE DE DK ES FI FR GB GR IE IT LU NL PT SE Fonte: Estimativ as do Outono da Comissão Europeia O ainda modesto desempenho da economia portuguesa é explicado essencialmente pelo contributo desfavorável da formação bruta de capital fixo (-2,6%) e pelo efeito das medidas tendentes a conter a 12 despesa pública. O bom comportamento do comércio externo, particularmente das exportações cujo crescimento terá atingido cerca de 8% em 2006, permitiu atenuar estes efeitos negativos. A taxa de inflação medida pelo PIB, esteve cerca de um ponto percentual acima da média da Área do Euro, tendo o crescimento do preço implícito no Produto Interno Bruto (PIB) sido ligeiramente inferior ao do Índice de Preços no Consumidor (IPC) — 2,9% e 3,1%, respectivamente. Índices de preços Taxas de variação 6 5 (%) 4 Preço implícito no PIB - PORTUGAL 3 IPC - PORTUGAL 2 Preço implícito no PIB - Área do Euro 1 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fontes: INE e Comissão Europeia (Estimativas do Outono de 2006) A decomposição do PIB por sector de actividade económica revela um crescimento significativo na agricultura e uma ligeira melhoria na indústria, estando os serviços estagnados. 13 VALOR ACRESCENTADO POR SECTOR Taxas de variação real 25 20 15 (%) 10 5 0 -5 -10 -15 AGRICULTURA INDÚSTRIA SERVIÇOS VAB -20 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 Fontes: 1970-1977 - Estimativas baseadas nas Contas Nacionais do INE; 1978-2006 - Contas Nacionais do INE 14 2005 Procura de energia eléctrica Energia eléctrica e economia Não obstante o fraco comportamento da economia portuguesa, continuou a verificar-se um elevado nível na procura de electricidade. De facto, assistiu-se a um acréscimo no volume global de energia distribuída de 3,7%, valor muito acima da taxa de crescimento da economia. No entanto, parte deste acréscimo teve origem na alteração de critério na avaliação da energia em contadores e na recuperação de facturas, factores que explicam cerca de 0,8 pontos percentuais (p.p.) do referido crescimento. Por outro lado, o efeito associado às condições climatéricas verificadas em 2006, com temperaturas mais amenas que em 2005, contribuiu negativamente com cerca de 0,6 p.p., segundo estimativa da Redes Energéticas Nacionais (REN). Decomposição do acréscimo no Consumo de Electricidade na Rede Pública e crescimento do PIB 8 Variação do consumo de Electricidade 6 6,0 5,5 5,0 6,0 4 (%) 3,7 2,4 2 2,0 1,3 0,8 0 -0,7 1,3 0,5 Variação real do PIB -2 2001 2002 2003 2004 2005 Consumo subjacente Temperatura e dias úteis Acréscimo Inj. Cogeradores Recup.facturação 2006 Fontes: INE, REN e EDP Distribuição Também se verificou um crescimento, ainda com algum significado, na recepção de energia proveniente de Produtores em Regime Especial (PRE). No caso da cogeração, é essencialmente explicado pela 15 continuada adesão de cogeradores à opção pela venda às redes da totalidade da energia produzida nas suas instalações, na sequência da publicação da Portaria nº 399/2002, tendo este efeito, só por si, explicado um acréscimo de cerca de 0,7% p.p. nos consumos alimentados pela rede da EDP Distribuição, em detrimento de autoconsumo. Neste contexto, o crescimento subjacente do consumo ter-se-á situado em cerca de 2,8%, valor ainda assim superior à taxa de crescimento do PIB. As condições favoráveis de venda de electricidade proveniente de cogeração à Rede Eléctrica de Serviço Público estão reflectidas no preço médio de compra, que em 2006 foi de 10,8 cêntimos por kWh. 12 Preço médio de compra de electricidade a cogeradores cêntimos/ kWh 10 8 6 4 2 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 O forte acréscimo deste preço, mais de 14% ao ano no último quinquénio, contrasta com o baixo crescimento do preço médio de venda da electricidade ao Mercado Regulado (MR), cerca de 2,7% ao ano no mesmo período. A análise do gráfico seguinte permite avaliar o comportamento dos preços das diferentes formas de energia, nos últimos anos, sendo claro que os acréscimos definidos para a venda de electricidade são bastante inferiores aos verificados nas restantes fontes energéticas. 16 Preços da energia (variações nominais) Usos industriais 40 30 (%) 20 10 0 -10 -20 2001 Fuelóleo 2002 Gasóleo 2003 2004 Electricidade AT/MT (MR)* 2005 Propano a granel 2006 Gás Natural Usos domésticos 25 20 (%) 15 10 5 0 -5 -10 2001 2002 Electricidade BT (MR)* 2003 Butano * Ponderado pelas quantidades em cada ano Fontes: DGGE e EDP Distribuição 17 2004 2005 GPL Canalizado 2006 Gás Natural Procura por nível de tensão e mercado O número de clientes cresceu 1,4% em relação a 2005, tendo-se verificado que os acréscimos mais significativos tiveram lugar nos níveis de tensão mais elevada. A procura de energia eléctrica teve um acréscimo global de 3,7% em relação ao ano anterior, que foi também particularmente significativo nos níveis de tensão mais elevada. Energia eléctrica distribuída e Clientes (Mercado Regulado + Mercado Livre) Número de Clientes 2006 Total Muito Alta Tensão Alta Tensão Média Tensão B. Tensão Especial Baixa Tensão Iluminação Pública 2005 Var. 5 987 896 5 907 365 21 21 184 170 22 067 21 724 31 041 30 120 5 887 612 5 809 699 46 971 45 631 1,4% 0,0% 8,2% 1,6% 3,1% 1,3% 2,9% Electricidade Distribuída (GWh) 2006 45 439 1 435 5 459 14 413 3 498 19 235 1 399 2005 43 807 1 318 5 295 13 584 3 298 19 013 1 299 Var. 3,7% 8,9% 3,1% 6,1% 6,1% 1,2% 7,7% A estrutura do consumo de electricidade por nível de tensão pode ser observada no gráfico seguinte, onde se conclui que o peso da Baixa Tensão (BT) no total, incluindo Iluminação Pública (IP), é de 53%. Estrutura do consumo por nível de tensão - 2006 Ilum. Pública 3% MAT 3% AT 12% BT 42% MT 32% BTE 8% 18 Em relação à evolução do consumo por mercado, verifica-se em 2006 uma forte quebra de consumo no mercado livre que contraria a tendência de crescimento observada nos últimos anos. Evolução do consumo por mercado 50 45 Mercado Regulado Mercado Livre 40 35 TWh 30 25 20 15 10 5 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Procura por tipo de uso Na repartição do consumo de electricidade por sector, em 2006, o sector industrial representa 36% do total do consumo associado aos clientes do mercado regulado e do mercado livre, enquanto que o peso do sector residencial e dos serviços é de 28% e 34%, respectivamente. 19 Estrutura do consumo por sector 2006 Residencial 28% Indústria 36% Agricultura 2% Serviços 34% Distribuição regional da procura de electricidade Em 2006 registou-se, em termos globais, um crescimento de 2,3% do consumo de energia eléctrica por cliente (7589 kWh), tendo os maiores consumos sido registados nas Áreas de Rede onde existe maior concentração de indústrias. 20 21 Comercialização Política Comercial À semelhança dos anos anteriores, a EDP Distribuição continuou a investir de forma criteriosa em equipamentos e recursos humanos, na perspectiva de ampliar a sua relação com o Cliente, mantendo a imagem de Empresa responsável, inovadora, competente e amiga do ambiente capaz de proporcionar um serviço de excelente qualidade. A prossecução deste objectivo, associada à necessidade de reduzir os custos da actividade desenvolvida, é visível nas acções seguintes: Implementação da factura bimestral; Sensibilização dos clientes para adesão ao sistema de pagamento através dum montante fixo mensal, designado por ―Conta Certa‖, ao qual já aderiram mais de 1,5 milhões de clientes; Redução significativa do tempo de espera dos clientes nas lojas da EDP; Ainda nas lojas EDP e tendo em vista a liberalização total do mercado, foi revisitado o Sistema de Triagem adaptando-o à nova realidade; Desenvolvimento de acções visando a melhoria do atendimento especializado a clientes Institucionais (autarquias, entidades oficiais) e Grandes Empresas (bancos, utilities, etc.) através do Gestor de Cliente; Implementação, nas lojas, de 43 quiosques com ligação à Internet, tendo em vista a melhoria da satisfação dos clientes; Aumento do número de máquinas de pagamento automático de facturas, permitindo deste modo que um Cliente possa optar por só se dirigir ao atendimento da EDP para assuntos específicos; 22 Aumento do número de Agentes com Loja Virtual que permite o tratamento ―on-line‖ de um maior número de assuntos, com impacto positivo na satisfação dos clientes; Continuação do alargamento da página na Internet, com especial destaque para a renovação do site edp, com nova imagem, novo layout e diferente organização de conteúdos; No atendimento telefónico, é de relevar a implementação do projecto CTI (Computer Telephone Integration) que, ao possibilitar a integração entre o Telefone e o Sistema Comercial, permite uma rápida identificação do Cliente e do assunto a tratar, com ganhos evidentes ao nível da personalização e da redução de custos; Criação de uma nova linha de atendimento telefónico (808 53 53 53) vocacionada para o mercado livre com um IVR associado; Adopção de medidas relacionadas com a optimização da utilização dos equipamentos para a recolha de leituras (TPL’s); Lançamento do projecto-piloto de telecontagem BTN, envolvendo 120 clientes; Destaca-se ainda o esforço realizado na preparação adequada e atempada de todos os Canais de Interface com os clientes (lojas, agentes, Contact Center e site edp) ao nível da imagem, conteúdos e procedimentos de atendimento, tendo em vista uma resposta eficaz da Empresa face à nova realidade do mercado; Na sequência do processo de liberalização total do mercado e da divulgação das novas condições gerais dos contratos do Uso de Redes, foram acordados e assinados com todos Comercializadores as condições particulares daqueles contratos. 23 os Clientes do Mercado Regulado No final do mês de Dezembro de 2006, o número de clientes do mercado regulado, incluindo as Empresas do Grupo EDP, era cerca de 5 962 milhares, representando os clientes de BT 99,7% do total. Comparativamente com o ano de 2005, verifica-se um crescimento de 1,1%. No decorrer de 2006 verificou-se um regresso significativo ao mercado regulado de clientes que tinham nos anos mais recentes aderido ao mercado livre. Por outro lado, com a liberalização total do mercado, verificou-se a adesão ao mercado livre de cerca de 18 mil clientes de BTN. Estrutura em 2006 Clientes do Mercado Regulado MAT AT MT BTE BTN IP Total 2006 2005 Variação 20 182 19 955 25 118 5 869 451 46 971 16 157 16 600 22 036 5 809 699 45 631 25,0% 15,9% 20,2% 14,0% 1,0% 2,9% 5 961 697 5 894 139 1,1% MAT, AT e MT 0,3% BT 99,7% Nos últimos cinco anos observou-se o crescimento do número de clientes do mercado regulado a uma taxa média anual da ordem de 1,5%. Continua a verificar-se um crescimento diverso consoante se trate de clientes BT (1,5% ao ano) ou clientes em tensões mais elevadas (0,4%), com oscilações anuais significativas, de sinal contrário, consequência da saída e regresso de clientes entre mercados. 24 Clientes do mercado regulado por nível de tensão (milhares) 6 000 21 5 800 20 5 600 19 0,4%/ano 5 400 18 5 200 em MAT, AT e MT em BT 1,5%/ano 17 5 000 16 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A adesão dos clientes à Conta Certa tem sido significativa verificando-se, em 2006, um acréscimo superior a 22% em relação ao ano anterior. Evolução do nº de Clientes de "Conta Certa" 1800 1600 1503 1400 1230 milhares 1200 1000 985 \ 800 600 400 200 0 2004 2005 2006 O consumo médio global por cliente registou um acréscimo de 10,7%, consequência do regresso de um elevado número de consumidores de energia eléctrica ao mercado regulado, particularmente significativo na média tensão. 25 Consumo médio por cliente Mercado Regulado MWh 2006 2005 Variação 69 717 29 456 431 92 80 019 32 806 307 107 -12,9% -10,2% 40,3% -13,7% IP BTN 29 782 3 275 28 477 3 273 4,6% 0,1% Total 6 421 5 800 10,7% MAT AT MT BTE kWh Compra e Venda de Energia A energia entrada na rede destinada ao mercado regulado aumentou 10,9% em relação ao ano anterior, reflexo do regresso de um número assinalável de clientes provenientes do mercado livre. A energia recebida da REN representou 72,7% do total da energia entrada na EDP Distribuição (80,6% em 2005) e a energia recebida de Produtores em Regime Especial representou 21,3% (17,0% em 2005). A recepção de energia proveniente de aquisições na Parcela livre teve um contributo de 6,0% (2,4% em 2005). Nos últimos cinco anos a recepção de energia eléctrica no âmbito do Sistema Eléctrico Independente (SEI) registou, em termos médios, um acréscimo anual da ordem de 28%. Estrutura em 2006 Compras de energia eléctrica (GWh) 2006 2005 Variação REN PRE Parcela livre 29 980 8 787 2 461 29 961 6 314 902 0,1% 39,2% 172,7% Total 41 228 37 178 10,9% REN 72,7% Parcela livre 6,0% PRE 21,3% A figura seguinte ilustra, para o período posterior a 2001, a evolução das compras e dos fornecimentos de energia eléctrica a clientes finais (1,3% e 1,4%, respectivamente). 26 Fornecimentos a clientes finais Compras 45 000 45 000 40 000 Parcela Livre 35 000 40 000 35 000 PRE 30 000 25 000 GWh GWh 30 000 REN 20 000 25 000 15 000 15 000 10 000 10 000 5 000 5 000 0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 BT 20 000 MT MAT e AT 2001 2002 2003 2004 2005 2006 No período compreendido entre 2001 e 2006 os consumos de energia eléctrica em MAT e AT cresceram a uma taxa média anual de 9,6%, enquanto que em MT se verificou uma quebra de 5,6%, motivada pela adesão de um grande número de clientes deste nível de tensão ao mercado livre, particularmente forte a partir de 2003, que em 2006 começaram a regressar ao mercado regulado. Em BT o crescimento médio anual, naquele período, foi de 2,9%, taxa em queda acentuada, tendo atingido apenas 1,2% em 2006, devido à adesão ao mercado livre de clientes de BTN. Esta evolução tem acentuado o peso que o consumo em BT, incluindo IP, representa no total dos fornecimentos ao mercado regulado: 60% (66% em 2005). Estrutura do consumo no Mercado Regulado por nível de tensão em 2006 IP MAT 3,7% 3,6% AT 14,0% BTN 50,2% MT 22,5% BTE 6,0% 27 Na repartição do consumo, em 2006, o sector industrial representa cerca de 34% do total do consumo associado aos clientes do mercado regulado, enquanto que o peso do sector residencial e dos serviços é de 33% e 31%, respectivamente. Estrutura do consumo por sector em 2006 no Mercado Regulado Indústria 34% Residencial 33% Agricultura 2% Serviços 31% O fornecimento de 38 278 GWh a clientes do mercado regulado conduziu a 3 956 milhões de euros de proveitos (líquidos de descontos e sem IVA), valor superior ao do ano anterior em cerca de 12,5%. Estrutura dos proveitos - Mercado Regulado 2006 * Ilum. Pública MAT AT 1% 7% 3% MT 18% BTE 6% BTN 65% * Valores líquidos de descontos Ao aumento do consumo no mercado regulado (12%) correspondeu um acréscimo nos proveitos de venda de 12,5% em relação a 2005, essencialmente como consequência do acréscimo nas vendas de MT. 28 Preços médios de venda ao Mercado Regulado - 2006 14 (cêntimos/kWh) 12 10 8 6 4 2 0 MAT AT MT BTE BTN IP A alteração na estrutura de consumos, com maior peso da baixa tensão, levou a que o preço médio de venda de energia eléctrica ao mercado regulado tenha atingido 10,34 cêntimos/kWh. Considerando constante a estrutura dos consumos, observa-se a partir de 1999 uma significativa redução dos preços. No período 1999-2006 verificou-se, a preços constantes, uma diminuição média anual de cerca de 1,3% no preço médio da energia eléctrica. A diminuição dos preços é bastante mais acentuada em BT, onde os acréscimos tarifários se fizeram sentir com menor intensidade. 29 Preço de venda da electricidade ao Mercado Regulado Preços correntes 14 BT: 1,4% ano (cêntimos/kWh) 12 Global: 1,8% ano 10 8 MAT, AT e MT: 2,6% ano 6 4 2 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Preços constantes de 2006 16 (cêntimos/kWh) 14 BT: -1,6% ano 12 Global: -1,3% ano 10 MAT,AT e MT: -0,6% ano 8 6 4 2 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Considerando a estrutura dos consumos da Rede Pública em 1999 Fontes: EDP Distribuição e INE A parcela relativa às actividades desenvolvidas pela EDP Distribuição, na formação do preço médio de venda a clientes finais, tem vindo a diminuir de forma significativa, situando-se actualmente em cerca de 27% do total. 30 60% Peso da EDP Distribuição no Preço Médio de Venda no Mercado Regulado 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Vendas ao Mercado Regulado, facturação ao Mercado Livre e Cobrança Em 2006, o valor das vendas de energia eléctrica a clientes do mercado regulado atingiu o montante global de 3 956 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 12,5% relativamente ao exercício anterior. Assumem particular importância os fornecimentos de energia eléctrica em BTN, que representam uma parcela muito importante das vendas de energia eléctrica (65% do total). A aplicação do desconto de interruptibilidade previsto no Regulamento de Relações Comerciais, provocou uma redução da facturação da ordem de 42 milhões de euros. 31 Vendas de energia eléctrica ao Mercado Regulado e facturação ao Mercado Livre milhões de euros Nível de tensão 2006 2005 Variação Vendas ao Mercado Regulado MAT AT MT BTE BTN IP (Iluminação Pública) Mercado Livre (UGS+URT+URD+CR) 3956,3 56,2 259,6 708,1 252,1 2574,7 105,6 181,8 3517,1 49,7 238,7 417,3 228,4 2490,0 93,0 220,5 12,5% 13,1% 8,8% 69,7% 10,4% 3,4% 13,6% -17,5% Total (excluindo ajustamento) Ajustamento tarifário 4138,2 141,5 3737,6 28,4 10,7% 398,8% Total (incluindo ajustamento) 4279,6 3766,0 13,6% Exclui IVA Verifica-se que, comparativamente com o ano anterior, as vendas de energia eléctrica no mercado regulado aumentaram significativamente em todos os níveis de tensão, com particular destaque para a MT, observando-se um acréscimo global de 439 milhões de euros. A facturação aos clientes do mercado livre, pelo Uso da Rede de Distribuição, atingiu em 2006 cerca de 51 milhões de euros, menos 27 milhões de euros que em 2005. Para além do Uso da Rede de Distribuição, foram também facturados aos clientes do mercado livre o Uso da Rede de Transporte, o Uso Global do Sistema e a Comercialização das Redes de Distribuição. A facturação de todas estas parcelas atingiu o montante de cerca de 182 milhões de euros, excluindo o IVA, menos 39 milhões de euros que no ano anterior. No que se refere à Cobrança, apesar das acções sistemáticas desenvolvidas junto dos clientes com o objectivo da recuperação de créditos, verificou-se o agravamento da taxa de cobrança, com o índice global da cobrança das vendas de energia eléctrica ao mercado regulado a atingir apenas 97,1%. 32 Evolução do rácio Cobrança / Vendas ao Mercado Regulado Sector de actividade 2006 Estado e Organismos Oficiais Autarquias Locais Sector Empresarial e Particulares TOTAL 2005 Variação 94,6% 101,5% -6,9% 100,5% 101,6% -1,1% 96,9% 99,6% -2,7% 97,1% 99,8% -2,7% Dívida de Clientes A dívida de clientes que no final de 2006 ascendia a 729,9 milhões de euros, dos quais 389,7 milhões de euros são dívida corrente, evidencia uma variação de 16,9% em relação ao ano anterior. Esta variação reflecte, essencialmente, o aumento das vendas BTN, devido a regularizações de clientes de ―Conta Certa‖ (100 milhões de euros) consequência de atrasos na facturação recuperados apenas em Dezembro e à dívida dos comercializadores (25 milhões de euros) que, por razões técnicas relacionadas com o processo de mudança de fornecedor, não têm efectuado pagamentos. A relação entre a dívida de clientes e as vendas de energia eléctrica é cerca de 18%. Dívida de Clientes do Mercado Regulado milhões de euros Sector de actividade 2006 2005 Variação Estado e Organismos Oficiais 26,7 20,8 28,4% Autarquias Locais 220,9 226,5 -2,5% Sector Empresarial e Particulares 482,3 377,0 27,9% 729,9 624,3 16,9% TOTAL Dívida existente em 31/12 de cada ano 33 A dívida do Estado e Organismos Oficiais e das Autarquias Locais manteve-se ao nível do ano anterior. A dívida das Empresas e Particulares registou um agravamento aproximado de 105 milhões de euros (+27,9%) pelas razões acima referidas. Estrutura das dívidas de clientes do Mercado Regulado em 2006 Estado e Org. Oficiais 4% Autarquias Locais 30% Sector Empresarial e Particulares 66% Qualidade de Serviço Comercial No âmbito da qualidade de serviço prestado aos clientes, a EDP Distribuição continuou progressivamente o a adoptar cumprimento dos medidas para objectivos fixados melhorar para o desempenho na actividade comercial da rede de distribuição. Em consequência dos esforços realizados pela Empresa em 2006 verificou-se um crescimento sustentado da qualidade do serviço prestado aos clientes, na actividade comercial da rede de distribuição de energia eléctrica, visível no cumprimento dos Indicadores Gerais de Qualidade de Serviço Comercial do Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS): Orçamentação de ramais e chegadas BT até 20 dias úteis Execução de ramais e chegadas BT até 20 dias úteis Ligação de clientes BT até 2 dias úteis 34 Atendimento nas lojas até 20 minutos Atendimento telefónico até 60 segundos Reposição por interrupção acidental até 4 horas Reclamações apreciadas e respondidas até 15 dias úteis Pedidos de informação, até 15 dias úteis. Leitura de contadores BT, se forem tomadas em conta as Normas Complementares do Regulamento da Qualidade de Serviço, que consideram que ―não são consideradas para efeito de cálculo do indicador relativo à leitura do contador as situações de segunda habitação em que o contador não se encontra disponível ao distribuidor‖. Indicadores Gerais de Qualidade de Serviço Comercial - 2006 Orçamentos de ramais e chegadas BT (até 20 dias úteis) % de clientes com reposição de serv iços 100% até 4 horas (na sequência de 95% Execução de ramais e chegadas BT (até interrupções de fornecimento 90% 20 dias úteis) acidentais) 85% 80% Pedidos informação por escrito (resposta até 15 dias úteis) 75% 70% Ligações à rede BT (até 2 dias úteis) Aendimento telefónico centralizado (até Leitura de contadores (pelo menos 1 60 seg.espera) leitura / ano para clientes BT) Atendimento em centros de Padrão 2006 atendimento (até 20 min.espera) Ainda com o objectivo de melhorar a qualidade do serviço prestado, foram adoptadas medidas relacionadas com a optimização da utilização dos equipamentos para a recolha de leituras (TPL’s) e lançado um projecto-piloto de telecontagem em BTN envolvendo 120 clientes. 35 Na sequência do processo de liberalização total do mercado e da divulgação das novas condições gerais dos contratos do Uso de Redes, foram acordados e assinados com todos os Comercializadores as condições particulares daqueles contratos. Clientes e distribuição de energia para o Mercado Livre Com a liberalização de todos os segmentos de clientes verificou-se um aumento significativo do número de clientes (98%) no mercado livre reflexo da passagem de clientes de BTN para este mercado já que nos restantes níveis de tensão, particularmente na Baixa Tensão Especial (BTE) e na MT, houve um regresso ao mercado regulado. Clientes do Mercado Livre 2006 MAT AT MT BTE BTN Total 2005 Variação 1 2 2 112 5 923 18 161 5 13 5 124 8 084 0 - 4 - 11 - 3 012 - 2 161 18 161 26 199 13 226 12 973 Neste contexto, a energia saída das redes de distribuição para o mercado livre caiu mais de 25% em relação ao ano anterior, com forte quebra nos consumos em MT. Energia saída das redes de distribuição para o Mercado Livre (GWh) 2006 2005 Variação MAT AT MT BTE BT 41 98 5820 1190 13 37 144 8 489 951 0 8,7% -31,7% -31,4% 25,1% - Total 7 161 9 621 -25,6% 36 No mercado livre o consumo médio por cliente teve um decréscimo de 62% em relação ao ano anterior, consequência da saída de um número significativo de clientes de MT que consomem mais do que os clientes de BTN que passaram para o mercado livre. Consumo médio por cliente - Mercado Livre 1000 800 727 MWh 600 400 273 200 0 2006 2005 Os trânsitos de energia para o mercado livre conduziram a 58 milhões de euros de proveitos, correspondentes ao Uso da Rede de Distribuição (URD) e Comercialização das Redes de Distribuição (CR), sendo a quase totalidade relativa ao uso da rede de MT. A este valor acresce ainda o montante de 124 milhões de euros relativos ao Uso Geral do Sistema (UGS) e ao Uso da Rede de Transporte (URT) facturados pela EDP Distribuição e entregues à concessionária da Rede Nacional de Transporte (REN). Trânsitos de energia para o Mercado Livre Nível de Energia saída Tensão (GWh) Proveitos (mil euros) Preço médio (cênt./kWh) MAT AT MT BTE BT 41 98 5 820 1 190 13 541 1 340 133 590 45 614 762 1,33 1,36 2,30 3,83 5,92 Total 7 161 181 848 2,54 37 Distribuição Desenvolvimento da Rede A aplicação de critérios mais exigentes na análise de investimentos, associada a um grande esforço de optimização na exploração e manutenção das redes, possibilitou uma redução significativa do investimento na rede de distribuição, mantendo-se o objectivo de progressiva melhoria da qualidade de serviço prestada aos clientes. O desenvolvimento remodelação de da rede subestações foi e marcado linhas de pela AT/MT construção e postos e de transformação, reforçando a resposta ao aumento das cargas que transitam na rede e melhorando a fiabilidade do sistema com consequência na qualidade do serviço prestado. Ao nível da rede de Baixa Tensão efectuou-se um esforço adicional para recuperação de algumas redes mais antigas. A remodelação de subestações teve como finalidade a actualização dos equipamentos, com elevação do patamar tecnológico, permitindo um melhor desempenho. Na modificação e substituição de linhas existe a preocupação adicional de melhorar o aspecto ambiental dos locais de passagem procurando-se, sempre que possível, substituir troços aéreos por troços subterrâneos. São de assinalar as dificuldades na obtenção de terrenos adequados à construção de subestações destinadas à alimentação dos principais centros urbanos, resultado da crescente urbanização dos solos. 38 Resumo das instalações e equipamentos em serviço situação no final do ano Rubrica 2006 2005 Variação Subestações Nº de subestações Nº de transformadores Potência instalada (MVA) 383 680 15 069 382 672 14 467 0,3% 1,2% 4,2% Linhas (incluindo ramais, em km) Aéreas 78 113 63 998 76 337 62 872 2,3% AT (60/132 kV) MT (6/10/15/30 kV) 7 877 56 121 7 632 55 240 14 115 13 465 433 13 682 420 13 045 4,8% 3,2% 4,9% 58 513 16 955 56 720 16 279 3,2% 4,2% 130 945 101 537 29 408 128 990 100 380 28 610 1,5% 1,2% 2,8% 6 221 917 25 850 6 196 067 6 141 386 25 493 6 115 893 1,3% 1,4% 1,3% Cabos Subterrâneos AT (60/132 kV) MT (6/10/15/30 kV) Postos de Transformação Unidades Potência instalada (MVA) Redes BT (km) Aéreas Subterrâneas Contadores (Unidades) AT e MT BT e BTE 1,8% 3,2% 1,6% Durante o ano, com a optimização das subestações já existentes e com a entrada em serviço de outras, a potência instalada aumentou 602 MVA. A reconfiguração da rede de Alta Tensão, bem como a alimentação das novas subestações levou a que, no final de 2006, estivessem em exploração mais 258 km de linhas a 60 kV (245 km de linhas aéreas e 13 km de cabos subterrâneos). Também no final do ano, em termos de realizações na rede de Média Tensão, estavam em serviço mais 881 km de linhas aéreas e 637 km de cabos subterrâneos. Relativamente à rede de Baixa Tensão, foram adicionados mais 1 157 km de linhas aéreas e 798 km de redes subterrâneas. 39 Com o acréscimo de 1 793 unidades em relação ao ano anterior, a potência instalada em postos de transformação aumentou 676 MVA. Em continuação das acções desenvolvidas em anos anteriores, e aproveitando o novo enquadramento regulatório sobre a propriedade dos sistemas de comunicação para telecontagem, decorreu em 2006 a instalação massiva de modems GSM nos equipamentos de medição de clientes de Média Tensão. Esta iniciativa previa colocar, até ao final de 2006, mais 10 000 clientes em telecontagem. O objectivo foi alcançado, existindo no final de 2006 mais de 18 mil equipamentos com esta funcionalidade activa, dos quais 25% com tecnologia PSTN e 75% com tecnologia GSM. Está prevista, até ao final do 1º semestre de 2007, a colocação em telecontagem dos equipamentos dos restantes clientes MT, cessando desta forma o recurso a leituras manuais. No âmbito dos sistemas de informação foi especificado e lançado concurso para aquisição de um sistema de Gestão de Activos. Este sistema permitirá melhorar a gestão do parque de equipamentos associados à contagem BT, MT e AT incluindo contagens de instalações de produção (PRE) e subestações de distribuição. Com a implementação deste novo sistema irá optimizar-se: a) o planeamento do ciclo de vida útil dos equipamentos; b) o investimento em novas tecnologias; c) os custos de instalação e manutenção de equipamentos; d) o serviço de contagem e de dados de contagem às empresas e ao mercado. No âmbito da contagem de clientes de Baixa Tensão, intensificou-se a coordenação de acções de formação em novas tecnologias de contagem nomeadamente ao nível dos equipamentos estáticos a introduzir extensivamente na rede, a partir de 2007. Complementarmente, está em desenvolvimento a produção de um equipamento portátil tipo PDA para distribuição pelas equipas no terreno, que permite diálogo com 40 todos os contadores (com componentes estáticos) para efeitos de parametrização ou de recolha de leituras. No âmbito da telecontagem em BT foram aprofundados os conhecimentos sobre o estado da arte em utilities europeias e americanas, e evoluiu-se na criação de condições para estudar as tecnologias disponíveis e acompanhar a sua evolução. Neste âmbito, houve participações activas em fóruns internacionais. Ligação de Produtores em Regime Especial Desafio importante à actividade de distribuição durante o ano de 2006 foi o elevado número de pedidos de ligação de novos produtores independentes à rede da EDP Distribuição, ao abrigo de legislação específica. A ligação de produtores independentes coloca problemas, quer a nível de alterações de potência e de local, quer ainda a nível de prazos de execução. Por outro lado, os Produtores em Regime Especial (PRE), efectivamente ligados, conduzem a um maior nível de exigência na exploração das redes. No decurso de 2006 foram ligadas 53 novas instalações de PRE, às quais corresponde uma potência instalada de 503 MVA, essencialmente associada a instalações eólicas (416 MVA). O gráfico seguinte mostra a evolução da ligação à rede de distribuição de energia eléctrica dos PRE, destacando-se o crescimento da potência instalada na produção de energia de tipo eólico, bem como a importante dimensão da potência instalada para produção de energia de origem térmica e hídrica. 41 Evolução da ligação de PRE's à Rede de Distribuição 4000 Potência instalada em MVA 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 2004 Eólico 2005 Cogeração Hídrico 2006 RSU Outros resíduos Outros Indicadores de Utilização O esforço continuado de optimização da rede é patente na evolução verificada nos indicadores de utilização dos activos. A utilização da rede MT situou-se nos 576 MWh/km, cerca de 1,1% acima do valor verificado no ano anterior, e a da rede BT foi 197 MWh/km, o que se traduziu num acréscimo de 3,2% relativamente à utilização verificada em 2005. Utilização da rede de BT 600 200 580 190 MWh/km MWh/km Utilização da rede de MT 560 540 520 170 160 500 2001 180 150 2002 2003 2004 2005 2006 42 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A evolução da utilização das subestações e dos postos de transformação da rede de distribuição, no último quinquénio, está evidenciada a seguir e reflecte o esforço no investimento em níveis de tensão superiores visando uma melhor qualidade de serviço. Utilização dos Postos de Transformação Utilização das Subestações (Consumo MT + BT / Potência Instalada) 2600 1500 1450 MWh / MVA MWh / MVA 2550 2500 2450 1400 1350 1300 2400 2001 (Consumo BT / Potência Instalada) 2002 2003 2004 2005 2006 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Qualidade de Serviço O Regulamento de Qualidade de Serviço (RQS) estabelece padrões mínimos de qualidade e as compensações em caso de incumprimento, definindo os mecanismos adequados de actuação e de monitorização. A qualidade de serviço técnica da EDP Distribuição, em Portugal, na vertente continuidade de serviço, medida pelo indicador TIEPI MT (Tempo de Interrupção Equivalente da Potência Instalada em Média Tensão) tem evoluído favoravelmente de forma sustentada nos últimos anos. Em 2006, registou-se um aumento de 0,8%, excluindo os efeitos extraordinários resultantes do Deslastre Frequencimétrico ocorrido na Europa em 4 de Novembro, do temporal que assolou o País no dia 24 de Novembro e dos incêndios, passando de 175 para 176 minutos. 43 Evolução do tempo de interrupção equivalente da potência instalada em MT (TIEPI MT) (inclui efeitos extraordinários) 500 efeitos extraordinários minutos 400 300 200 100 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 No entanto, ao nível do TIEPI MT interno (aquele em que a acção da Empresa pode ter influência), houve uma melhoria significativa de 12%, passando de 142 minutos em 2005 para 125 minutos em 2006. Igualmente, os restantes indicadores gerais da qualidade de serviço técnica, frequência média (SAIFI) e duração média (SAIDI) de interrupções do sistema, das redes MT e BT da EDP Distribuição, acompanharam a evolução do TIEPI MT. Apesar das condições climatéricas fortemente adversas que se fizeram sentir ao longo do ano, o esforço continuado desenvolvido ao nível das obras de investimento e de manutenção realizado nos últimos anos e a acção conjugada de um conjunto alargado de iniciativas de carácter técnico e organizativo iniciado há três anos, fizeram com que o desempenho apresentado pela rede fosse aceitável. Do conjunto de iniciativas que têm sido desenvolvidas destacam-se o Programa de Melhoria da Qualidade de Serviço Técnico, que intervém sobre os activos físicos e os sistemas para melhorar a qualidade do serviço prestado aos clientes, nomeadamente a redução do tempo de 44 interrupção equivalente, e os Projectos PROEDIS e Produtividade +, que têm mobilizado a quase totalidade dos colaboradores da área técnica na procura e implementação das melhores práticas e soluções para ultrapassar, com eficiência e eficácia, os principais problemas e estrangulamentos detectados, quer a nível técnico quer organizativo. As regiões do País que registam níveis de qualidade de serviço inferiores têm vindo a ser objecto de planos específicos de melhoria, constituídos por acções de manutenção, reforço e de remodelação que incidem sobre as redes que as servem, com resultados muito positivos. A qualidade e a continuidade da onda de tensão (QCT) da rede da EDP Distribuição foram avaliadas em 2006 através da execução do Plano de Monitorização da QCT conforme previsto no RQS. Nas monitorizações efectuadas privilegiou-se a observação prolongada e concentrada em determinadas zonas, metodologia iniciada em 2004, em detrimento da generalizada e de curta duração efectuada até 2003, com o objectivo de caracterizar a qualidade da onda de tensão em zonas em que se verifica uma maior concentração de certo tipo de indústria ou actividade económica, designadamente, de fabrico de componentes de micro-electrónica, semicondutores, vidreira e nas que utilizem igualmente equipamento electrónico de tecnologia avançada, no controlo dos seus processos de laboração. Este Plano desenvolveu-se de acordo com o previsto, com monitorizações em 219 instalações, das quais 6 em contínuo durante todo o ano e 213 por períodos de 3 meses, o que representou um número total de 512 640 horas de monitorização da QCT das nossas instalações e redes. Com esta orientação foi consolidado o conhecimento da QCT das redes tendo em vista assegurar a todos os clientes um fornecimento de energia eléctrica com elevados padrões de qualidade. 45 Projecto e Construção A actividade de projecto e construção de novas instalações da rede de distribuição manteve-se a um ritmo significativo para fazer face aos objectivos de melhoria da qualidade de serviço e de satisfação do aumento dos consumos previsíveis a curto e médio prazo. Foram igualmente realizados trabalhos de ampliação e remodelação, com diversos graus de intervenção, em instalações já existentes, procurando evitar problemas de obsolescência e melhorar as condições de exploração. Continuou a política de uniformização construtiva das novas instalações, tendo-se recorrido, sempre que possível, à execução de subestações, respeitando o projecto-tipo, com os reconhecidos ganhos associados. Os projectos em zonas condicionadas, como sejam os casos em que se verifique uma forte densidade populacional, impuseram soluções específicas. As actividades de construção de linhas aéreas, tiveram o objectivo de promover a alimentação das novas subestações, de permitir a ligação quer de novos clientes quer de Produtores em Regime Especial e de aumentar a fiabilidade da rede, de forma a melhorar a qualidade de serviço em termos de continuidade. Manutenção A Empresa continuou a desenvolver a actividade de manutenção e conservação, norteada pelos objectivos definidos, procurando desta forma contribuir significativamente para a melhoria sustentada da qualidade do serviço prestado, bem como do adequado funcionamento das instalações em serviço, garantindo os melhores índices de disponibilidade e eficácia dos activos técnicos, assim como o prolongamento da sua vida útil. 46 No sentido de antecipar problemas foi feito um esforço assinalável na aplicação de recursos, técnicos e organizativos, na área da manutenção preventiva. Investigação, Desenvolvimento e Sistemas O desenvolvimento de Sistemas na EDP Distribuição encontrando-se alinhado com o Modelo de Gestão das Tecnologias de Informação do Grupo EDP foca-se na detecção de oportunidades, identificação de necessidades e gestão da informação colocada nos sistemas. Obedecendo a uma estratégia concertada de melhoria e disponibilização progressiva de informação, na sequência da conclusão, em 2005, do levantamento do cadastro das redes eléctricas de alta e média tensão, em 2006, prosseguiu o levantamento da rede BT nas zonas consideradas prioritárias. A exploração do inventário georeferenciado de infraestruturas (eléctricas e de telecomunicações), constituindo um activo estratégico da empresa, é suportada no Sistema de Informação Técnica (SIT), com cobertura nacional, permitindo uma utilização descentralizada e assegurando a integração com as componentes aplicacionais. Complementarmente, o e-SIT (―Browser‖ via intranet) permite a consulta simplificada ao inventário tendo, em 2006, sido acrescentadas funcionalidades para actualização da rede BT. Existe ainda o SIT-Móvel (utilizando ―Pen Computers‖) que permite a recolha e actualização do inventário, no terreno, tendo sido alvo de alguma melhorias com vista ao reforço da integração com os sistemas utilizadores da informação. Relativamente ao Programa para a Melhoria da Qualidade de Serviço Técnico (PMQST) que visa assegurar a progressiva entrada em produção dos sistemas mais directamente ligados à condução de redes: 47 Preparou-se a entrada em ambiente de produção do novo sistema de gestão de incidentes, PowerOn (Projecto RedeActiva), integrado sobre o SIT. Sobre o Sistema de Comunicação de Incidentes (SCI), cujo objectivo é consolidar o acréscimo de eficiência da interligação operacional do sistema de gestão de incidentes (SGI) com as equipas no terreno, concretizou-se em 2006 a expansão a todas as Áreas de Rede (com excepção da ARGL). Iniciou-se o trabalho de ligação do SCI ao novo sistema de gestão de incidentes PowerOn, tendo-se, ainda, apoiado o desenvolvimento da ligação dos eventos SCADA MT ao SCI. Sustentando a disponibilização atempada da informação, durante 2006, continuou um forte incremento na utilização do sistema DM-SIT (―Design Manager‖), permitindo a gestão de todo o ciclo de informação (planeamento, projecto, construção e exploração), com recurso ao conceito de obra, e disponibilizando funcionalidades de apoio ao projecto técnico, com destaque para o cálculo de linhas aéreas. Ainda com o enfoque na progressiva partilha de informação, foi revista a especificação e efectuados testes da integração do SIT com o sistema de planeamento e optimização (dPlan), aplicação baseada em computação evolucionária e optimização, que encontra a decisão óptima para redes de distribuição considerando investimento, perdas, fiabilidade, padrões de configuração, análise de tensões e correntes. Efectuado o arranque, desenvolvimento e testes do Sistema de Contabilidade Ambiental (SCA) que visa a satisfação dos requisitos da Directriz Contabilística nº 29, para matérias ambientais que adopta a recomendação da Comissão Europeia de 30 de Maio de 2001, respeitante ao reconhecimento, mensuração e divulgação de matérias ambientais nas contas anuais e no relatório de gestão de sociedades (publicada a 13 de Junho de 2001 no Jornal Oficial das Comunidades). 48 Em 2006 consolidou-se o Programa ―Produtividade+‖, através da sua expansão a toda a área geográfica. O foco deste programa, no que concerne à perspectiva de Gestão de Operações, visa salvaguardar 3 princípios fundamentais: Minimizar a carga de trabalho associada à geração de informação; Centralizar a informação de gestão; Assegurar uma rastreabilidade objectiva. O sistema de informação suporte ao Produtividade+ foi avaliado durante 2006 na vertente da normalização definida pela DSI. Como resultado foi elaborada a especificação que permitirá o desenvolvimento de um sistema conforme as definições DSI – projecto SGPD. Procedeu-se durante 2006 aos trabalhos de análise, definição e arranque do projecto de mobilidade WFM-GME. Este projecto visa dotar a Empresa de maior eficiência e eficácia no processo de planeamento, transmissão, coordenação e actualização dos trabalhos efectuados no terreno. São objectivos do WFM-GME: Congregar e atribuir todas as tarefas provenientes dos diferentes sistemas: POn/SGI; SAP/PM; SAP/ IS_U; Atribuir rapidamente tarefas, às equipas no terreno; Saber o estado de cada atribuição; Conhecer o posicionamento no terreno de cada equipa; Actualizar sistemas sem redundância de carregamento; Alterar rápida e automaticamente, as atribuições no caso de emergência; Qualidade de serviço prestado aos clientes; Produtividade das equipas e respectivos colaboradores; Redução de custos dos prestadores de serviços externos; 49 Resposta às necessidades de encaminhamento de informação de e para o terreno; Qualidade e actualidade da informação recolhida directamente no terreno; Eficácia empresarial; Retorno do investimento. Complementarmente foi lançado na EDP Distribuição o projecto de "Gestão de Projectos" que visa implementar uma ferramenta de gestão de projectos que assegure, através de um sistema em rede, o conhecimento da carteira de projectos em curso na EDP Distribuição bem como o controlo dos custos, tempos e recursos, além de possibilitar a avaliação dos desvios ao planeado e a optimização de recursos. Por contrato de prestação de serviços no modelo BPO (Business Process Outsourcing) foi adoptada a ferramenta iBPMS Process Architect (gestão de processos). O iBPMS Process Architect permite a estruturação da hierarquia de processos e sub-processos e os respectivos conteúdos tais como scorecards, especificações, modelos, procedimentos, instruções de trabalho, etc. e a gestão da mudança (pedidos de informação, oportunidades de melhoria, não conformidades, planos e acções e acompanhamento de processos). Assegura uma atmosfera sem fronteiras que garante: Aos Gestores dos Processos, monitorização dos processos, visão integral da arquitectura de negócio e conhecimento Aos Colaboradores, conhecimento, objectivos claros, normalização, interoperabilidade e participação na inovação. 50 Ambiente A Empresa desenvolveu, em 2006, um conjunto de acções no sentido de dar continuidade à melhoria do processo de gestão e promoção da qualidade ambiental, tendo por base os princípios e objectivos definidos na Política de Ambiente e Princípios de Sustentabilidade do Grupo EDP. Na EDP Distribuição salientam-se como principais as seguintes acções: Implementação do modelo organizativo para a função Ambiente e Sustentabilidade na Empresa que compreende, ao nível central, um Gabinete de Ambiente e Sustentabilidade (GBAS), uma Sustentabilidade Comissão e, ao de nível Gestão das de unidades Ambiente e operacionais, Comissões de Gestão de Ambiente e Sustentabilidade, e Elementos de Ligação para os temas de Ambiente; Arranque da primeira fase da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental na Empresa, denominada Diagnóstico Ambiental; Arranque dos trabalhos de caracterização das instalações eléctricas tipo adstritas à distribuição de energia eléctrica no âmbito dos Campos Electromagnéticos (CEM) – definição de objectivos e início dos trabalhos de campo; Melhoramento das condições de recepção, centralização e parqueamento de materiais levantados na rede, potenciais resíduos da actividade da distribuição de energia eléctrica. Neste âmbito inclui-se, para além da realização de obras de adequação das instalações dos armazéns centrais, a criação dos Centros Logísticos de Ambiente (CLA), que são espaços cuja localização junto de algumas Áreas de Rede foi já definida em 2006, e que reunirão as condições necessárias ao cumprimento dos referidos objectivos. 51 Continuação dos estudos e procedimentos previstos no âmbito do Protocolo Avifauna II relativos à minimização dos impactos resultantes da interacção entre as linhas de alta e média tensão e a avifauna. Este Protocolo foi estabelecido entre a EDP Distribuição, o Instituto de Conservação da Natureza (ICN), a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação Nacional para a Conservação da Natureza (QUERCUS); Realização da Operação Cegonha Branca 2006, cujos objectivos são a melhoria da qualidade de serviço e a simultânea protecção das cegonhas que nidificam sobre os apoios da rede de distribuição, situação crítica para a segurança das aves e para o serviço da rede; Inventariação de equipamento com hexafluoreto de enxofre (SF6) e processo de aquisição de equipamentos de controlo e minimização de emissões de SF6; Eliminação de equipamento com policlorobifenilos (PCB) e despistagem e identificação de equipamentos para reparação ou em fim de vida por parte dos nossos armazéns. Paralelamente, finalizou-se o processo de planeamento e preparação da despistagem e identificação de equipamentos antigos, em operação na rede, que possam estar contaminados com PCB; Finalização de um Manual de Formação em Ambiente e implementação de um programa de formação sistemática dos colaboradores da Empresa no Sustentabilidade. 52 âmbito de Ambiente e Recursos Humanos Quadro de Pessoal O número de colaboradores colocados na EDP Distribuição, em 31 de Dezembro de 2006, era de 4657 dos quais se encontravam 117 requisitados pela Holding e 69 com vínculo laboral à Empresa suspenso por razões diversas. Prestavam serviço efectivo na EDP Distribuição 4471 colaboradores, dos quais 4455 pertenciam ao quadro permanente e 16 eram contratados a termo. No decorrer do ano verificaram-se 272 saídas e 130 entradas. Evolução de efectivos Rubrica Quadro Permanente Activo Contratados a Termo Total 31.12.2005 Movimento em 2006 Entradas Saídas Saldo 31.12.2006 Variação % 4 568 45 122 8 235 37 - 113 - 29 4 455 16 -2,5 -64,4 4 613 130 272 - 142 4 471 -3,1 A distribuição por categoria profissional pode ser observada no quadro seguinte. Colaboradores por categoria profissional Estrutura 2006 Profissionais Qualificados 53% em 31 de Dezembro de 2006 Categoria profissional Dirigentes Quadros Superiores Quadros Médios Chefias Secção Profissionais Alt. Qualificados Profissionais Qualificados Profissionais Especializados TOTAL Número de colaboradores 65 611 26 67 1 201 2 359 142 Profissionais Altamente Qualificados 27% 4 471 Q.Médios e Ch. Secção 2% Dirigentes e Quadros Superiores 15% Profissionais Especializ. 3% Em 2006, a EDP Distribuição prosseguiu a estratégia de adequação dos recursos humanos às necessidades da sua actividade, através da 53 formação profissional e da Política de Gestão Eficiente de Recursos Humanos, nomeadamente com o Programa de Ajustamento de Efectivos (PAE), tendo-se efectuado 135 movimentações internas. O número de clientes da EDP Distribuição por trabalhador, um dos indicadores utilizados para medição da produtividade nas redes de distribuição de energia eléctrica, tem evoluído de forma muito positiva, conforme se observa no gráfico seguinte, apresentando, no final de 2006, o valor de 1 339 clientes por trabalhador. O indicador relativo à energia distribuída por trabalhador regista também uma evolução muito positiva, tendo duplicado no último quinquénio, atingindo o valor de 10,2 GWh em 2006. GWh/Trabalhador Nº de clientes por trabalhador 1500 12 11,7% ano 1250 1000 8 750 6 500 4 250 2 0 2001 15,2% ano 10 0 2002 2003 2004 2005 2006 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Formação Profissional O Plano de Formação de 2006 reflectiu, no essencial, as orientações estratégicas definidas pelo Conselho de Administração, continuando o esforço de valorização técnica e pessoal dos colaboradores. Os objectivos estratégicos que o Plano de Formação procurou atingir foram os seguintes: Melhoria da Capacidade de Gestão – reforço das competências das chefias, através de programas de formação em Gestão e Liderança, procurando posicionar o esforço na orientação para resultados, relevando a necessidade de adoptar medidas de gestão conducentes a 54 uma redução dos custos operacionais e ao aumento da motivação e satisfação dos colaboradores, no respeito pelo código de ética e dos princípios de desenvolvimento sustentável. Merecem particular destaque as acções de coaching desenvolvidas no âmbito do ―Programa Arquimedes‖, a divulgação do Código de Conduta do Operador da Rede de Distribuição e o Projecto SOL (Serviço Operador Liberalização) momento de partilha e mobilização de todos os colaboradores para os desafios da liberalização do mercado de electricidade. Melhoria da Capacidade Técnica – formação contínua na área do planeamento, projecto, construção, condução e manutenção da rede, potenciadoras de um melhor desempenho no terreno, reforçando a eficiência operacional e a qualidade de serviço. Reforço da cultura de segurança e gestão do risco – numa perspectiva pro-activa de construir um sistema dinâmico de melhoria contínua de prevenção e redução de todo o tipo de acidentes, particularmente os de origem eléctrica, merecendo destaque as acções de divulgação do Regulamento de Consignações. Aos 23 190 participantes envolvidos correspondeu uma taxa de participação de 519% (número de acções de formação em relação ao número de activos). A taxa de ocupação em formação foi de 1,7% (número de horas de formação em relação ao número teórico de horas trabalhadas por colaborador). A participação por área de formação, no ano de 2006, foi a seguinte: 55 Sistemas de Outras Liderança Informação 1,7% 3,8% Desenv . Cultura Empresarial 8,2% 17,6% Sustentáv el Desenv . Pessoal 13,9% 2,0% Gestão Qualidade 5,1% 12,0% Prev enção e Segurança Redes 2,1% 33,6% Motivação e Satisfação Ao longo do ano foi preocupação constante aumentar a motivação e a satisfação dos colaboradores, alinhando as suas actividades com os objectivos da Empresa, com recurso a mais formação e a uma cada vez maior identificação entre colaborador e empresa. O inquérito efectuado em 2006 a todos os colaboradores, para aferir da sua motivação e satisfação, permitiu concluir que a taxa de respostas foi claramente superior à do ano anterior e o índice de satisfação evoluiu também favoravelmente. Prevenção e Segurança As actividades orientadas para a prevenção dos acidentes e doenças profissionais seguiram as linhas de orientação da Política de Segurança da EDP e mantiveram-se estruturadas em torno dos vectores-chave definidos no ano transacto, nomeadamente, do combate à sinistralidade laboral, da prevenção de riscos profissionais e da gestão da segurança nas obras. Preconizou-se o aumento da consciência de segurança, mediante a participação de colaboradores com actividades afins, na análise dos acidentes e em acções de formação em segurança, tendo-se realizado 56 1 acção de formação e-learning sobre Prevenção do Risco Eléctrico que envolveu 35 participantes, 85 acções de formação e sensibilização presenciais que envolveram 875 participantes e 331 acções de sensibilização de curta-duração que envolveram 1 868 participantes, 861 colaboradores internos e 1 007 colaboradores de prestadores de serviços externos. Ainda ao nível da formação/sensibilização em segurança, foram realizadas acções em contexto real de trabalho, nomeadamente, 18 acções sobre ―Instrução e treino na utilização de equipamentos e ferramentas‖, envolvendo 103 colaboradores, e 26 acções de ―Acompanhamento de equipas‖, envolvendo 42 colaboradores. A implementação do Regulamento de Consignações das Redes de Distribuição AT, MT e BT, na versão revista e homologada em 2005, implicou a realização de 93 ―Workshop‖, envolvendo 3 338 participantes, dos quais 2 623 colaboradores internos e 715 colaboradores de prestadores de serviços externos. Para avaliação do sistema de gestão da segurança e dos riscos profissionais e promoção de acções correctivas de forma pro-activa, realizaram-se 3 450 auditorias de segurança das quais 1 962 incidiram sobre trabalhos executados por meios próprios e por prestadores de serviços externos, 1 445 incidiram sobre as instalações da rede de distribuição e 43 sobre instalações do tipo administrativo. No que respeita à coordenação de segurança em obra, aplicada aos estaleiros temporários ou móveis com intervenção de duas ou mais empresas, pugnou-se pelo exercício da cooperação entre os diversos intervenientes nas obras e pela normalização do respectivo exercício, visando promover, de forma sustentada e com equidade, a melhoria das condições de trabalho durante a fase de obra. 57 Durante 2006, foram objecto de coordenação de segurança 149 obras de grande dimensão e significativo número de pequenas obras associadas à Empreitada Contínua, distribuída por 19 áreas geográficas. Relativamente à sinistralidade com colaboradores internos, há a registar, pelo segundo ano consecutivo, a ausência de acidentes mortais e a ocorrência de 47 acidentes, com baixa, em serviço e 10 acidentes, com baixa, ―in itinere‖, que foram objecto de análise e proposta de medidas tendentes a evitar situações semelhantes. Os valores dos índices de incidência e frequência representaram em 2006, respectivamente, 10,3 acidentes por mil trabalhadores e 6,2 acidentes por milhão de horas trabalhadas. O índice de gravidade registado foi de 537 dias perdidos por milhão de horas trabalhadas, ficando o de gravidade total com um registo de 730 dias perdidos devido à inclusão de 2 incapacidades permanentes parciais. Acidentes em serviço e Índice de incidência Acidentes/1 000 colaboradores 100 Acidentes em serviço 16 Acidentes em serviço 14 12 80 10 60 8 6 40 4 20 2 0 Acidentes / 1000 colaboradores 120 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Na sinistralidade com prestadores de serviços externos, há a registar a ocorrência de 43 acidentes, dos quais 2 foram mortais, ambos de origem eléctrica. 58 Evolução Financeira Balanço A evolução da situação patrimonial foi a seguinte: milhões de euros 2006 RUBRICA ACTIVO Imobilizado Circulante Acréscimos e diferimentos 2005 Variação 4 642 1 461 697 4 577 1 247 455 1,4% 17,2% 53,2% Total CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO CAPITAL PRÓPRIO PASSIVO A médio e longo prazo A curto prazo Acréscimos e diferimentos 6 800 6 279 8,3% 1 431 5 370 1 730 1 628 2 012 1 526 4 753 1 637 1 344 1 772 -6,2% 13,0% 5,6% 21,2% 13,5% Total 6 800 6 279 8,3% No Activo, que cresceu 8,3% em relação ao ano anterior, destaca-se no Circulante a regularização da dívida da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, o acréscimo dos créditos sobre Clientes e o défice tarifário. O aumento dos acréscimos e diferimentos deve-se essencialmente à evolução da Conta Certa, da energia em contadores e do diferimento de impostos. Por outro lado, há a registar o decréscimo do Capital Próprio devido a distribuição de dividendos e à quebra verificada no lucro líquido e o aumento do Passivo em 13%. O aumento verificado no passivo de médio e longo prazo deve-se essencialmente ao reforço das provisões; na evolução do passivo de curto prazo destaca-se o acréscimo da dívida financeira à Holding em cerca de 330 milhões de euros. O aumento observado nos acréscimos e diferimentos deve-se ao acréscimo dos subsídios ao investimento, da Conta Certa e do passivo por impostos diferidos. Uma análise mais detalhada pode ser realizada no Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados que integra este documento. 59 Demonstração de Resultados A evolução dos custos e proveitos em 2006 foi a seguinte: Demonstração de resultados milhões de euros 2006 2005 Variação + = + + + + Vendas de electricidade * Compras de electricidade Margem Bruta Prestação de serviços Trabalhos para a própria empresa Reversões de amortizações Outros proveitos operacionais 4 280 3 027 1 253 21 168 10 102 3 766 2 580 1 186 29 188 41 99 13,6% 17,3% 5,6% -26,8% -10,8% -76,1% 3,9% = - Proveitos Operacionais Líquidos Consumo de materiais Fornecimentos e serviços externos Pessoal Amortização de imobilizado Ajustamento de dívidas a receber Provisões Rendas das concessões Outros custos operacionais 1 554 97 301 340 355 16 161 211 29 1 542 119 313 338 349 9 75 201 43 0,7% -18,5% -3,8% 0,4% 1,7% 73,6% 113,4% 5,0% -34,0% 1 509 1 448 4,2% 45 - 58 63 95 - 35 23 -52,4% 66,4% 174,3% 50 83 -39,5% = Custos Operacionais Líquidos Resultados Operacionais + Resultados Financeiros + Resultados Extraordinários = Resultados antes de impostos * Inclui ajustamento tarifário As vendas de electricidade apresentaram um crescimento de 13,6% relativamente a 2005, verificando-se no entanto um acréscimo superior a 17% nas compras de electricidade. Como consequência, a margem bruta apresentou um aumento de 5,6% traduzindo o acréscimo verificado nos proveitos permitidos estabelecidos pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Neste contexto, a margem bruta unitária, a preços constantes, continuou a sua trajectória descendente, tendo evidenciado, no último quinquénio, uma redução de 29%. 60 Margem bruta unitária Preços constantes de 2006 6 cêntimos/kWh 5 4 3 2 1 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A rubrica ―vendas de electricidade‖, num total de 4 280 milhões de euros, inclui os valores relativos ao Uso e Comercialização das Redes de Distribuição pelos clientes do SENV, bem como as parcelas relativas ao Uso Global do Sistema e ao Uso da Rede de Transporte pelos mesmos clientes, no valor de 182 milhões de euros. O valor das vendas encontra-se, também, afectado pelos ajustamentos resultantes da aplicação do Regulamento Tarifário no valor de 142 milhões de euros. O ajustamento tarifário relativo a 2006 é de cerca de 242 milhões de euros a acrescer aos proveitos de EDP Distribuição. Este valor é explicado essencialmente pelo défice tarifário próximo de 125 milhões de euros relativo a proveitos permitidos à EDP Distribuição que não foram repercutidos nas tarifas de Baixa Tensão para limitar o seu crescimento. Uma diferente composição da oferta de energia face ao estimado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, com menores entregas por parte dos produtores em regime especial (PRE), e maior quantidade de energia adquirida como Parcela Livre, conduzem a ajustamentos a receber dos clientes. Por outro lado, a procura de energia eléctrica no 61 Mercado Regulado foi superior ao previsto, o que conduz a um ajustamento a devolver aos clientes. Ao valor do ajustamento de 2006 foram deduzidas as parcelas dos ajustamentos contabilizados em 2004 (6 milhões de euros) e 2005 (- 107 milhões de euros), que ainda não tinham sido regularizadas e induziram agora uma diminuição nos proveitos de 2006 de cerca de 101 milhões de euros, tendo-se, assim, um acréscimo global na margem bruta do exercício em análise de cerca de 67 milhões de euros. As compras de energia eléctrica ascenderam a 3 027 milhões de euros e incluem os valores relativos ao Uso Global do Sistema e ao Uso da Rede de Transporte por parte dos clientes do Mercado Livre. Os trabalhos para a própria empresa, que representam cerca de 4% do total dos proveitos operacionais, apresentaram uma quebra perto de 11% em relação a 2005. Quanto aos restantes proveitos operacionais há a destacar o valor dos Subsídios ao Investimento, superior a 82 milhões de euros, dos quais 67 milhões de euros são Comparticipações Financeiras. No gráfico seguinte pode observar-se a estrutura dos custos operacionais relativa aos anos de 2005 e 2006. 62 Custos Operacionais (exclui compras de electricidade) 100% 3% 5% 80% 25% 60% 14% 40% 22% 20% 23% 23% 8% 6% 2005 2006 0% 2% 11% 25% 14% 20% Consumo de Materiais Encargos com Pessoal Fornec. Serv. Externos Rendas Concessões Amortizações Provisões Outros Custos Operac. Excluindo as compras de electricidade, assiste-se a decréscimos de cerca de 19% no Consumo de Materiais destinados a investimento, de 4% nos Fornecimentos e Serviços Externos, essencialmente por redução dos fornecimentos internos ao Grupo, e de 34% nos Outros Custos Operacionais que, em 2006, incluem uma amortização do activo regulatório de cerca de 24 milhões de euros (38 milhões de euros em 2005). Por outro lado, verifica-se um acréscimo considerável nas provisões para outros riscos e encargos que mais do que duplicam, nas amortizações que cresceram cerca de 2% e nas rendas das concessões que aumentaram 5% em relação ao ano anterior. Os custos com pessoal tiveram um pequeno acréscimo de 0,4%. A comparação dos Proveitos com os Custos Operacionais permite concluir que os Resultados Operacionais apresentam um valor inferior ao do ano anterior em 52%. 63 No gráfico seguinte pode observar-se a evolução dos resultados operacionais, essencialmente condicionados pela evolução dos proveitos permitidos à EDP Distribuição. Resultados operacionais 250 milhões de euros 200 150 100 50 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Nota: Valores de 2002 e 2003 corrigidos, com transferência de 17,9 milhões de euros de prov eitos de 2003 para 2002 (parte do ajustamento tarifário de 2002 apenas especializado em 2003) Analisando a evolução dos custos de exploração (OPEX), definidos como o somatório do consumo de materiais, dos encargos com pessoal e dos FSE, excluindo os trabalhos para a própria empresa, por unidade de energia saída das redes para consumos na Rede Pública, verifica-se, a preços constantes, uma quebra ao longo do período em análise de 6% ao ano entre 2001 e 2006, situando-se neste último ano em 1,25 cêntimos por kWh, a preços de 2006, facto que reflecte um forte aumento da produtividade da empresa neste período. 64 DECOMPOSIÇÃO DOS CUSTOS UNITÁRIOS OPEX/ENERGIA (preços constantes 2006) cêntimos €/kWh (preços de 2006) 2,0 1,71 1,51 1,38 1,5 1,36 cêntimos/kWh 1,46 1,25 1,0 0,5 0,0 2001 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2002 Materiais diversos Pessoal OPEX 2003 2004 2005 2006 FSE Trabalhos p/ própria empresa O quadro que se segue ilustra o impacto da evolução dos custos e proveitos no Valor Acrescentado e nos Resultados da Empresa. Conta de Resultados milhões de euros 2006 Vendas de electricidade Outras vendas e prestações de serviços Trabalhos para a própria empresa (a) Proveitos Inerentes ao Valor Acrescentado Compras de electricidade Consumo de materiais diversos Fornecimentos e serviços externos (b) Impostos Indirectos Consumos Intermédios Variação (-) 3 766 32 177 3 975 2 580 119 311 1 3 011 13,6% -24,1% -12,2% 12,2% 17,3% -18,5% -3,9% 2,6% 13,7% (=) (-) (-) (+) (=) (-) (+) (+) (+) (-) (=) (-) (-) (-) (=) 1 036 304 239 99 592 71 13 12 0 15 532 355 7 136 35 964 307 243 95 509 54 19 11 - 25 18 441 349 - 32 60 65 7,4% -1,1% -2,0% 4,0% 16,5% 31,1% -33,2% 13,0% -101,9% -14,4% 20,5% 1,7% -79,4% 127,2% -46,4% (+) Valor Acrescentado Bruto Despesas com o pessoal (b) Outros encargos de exploração Outros proveitos de exploração Excedente Bruto de Exploração Despesas financeiras Receitas financeiras Imputação de despesas financeiras a TPE Resultados extraordinários (b) Estimativa de IRC Meios Libertos Líquidos (Cash-Flow) Amortizações Ajustamentos - reversões de dívidas a receber Provisões (líquidas) Resultado Líquido 2005 4 280 24 156 4 459 3 027 97 299 1 3 424 (a) Sem encargos financeiros imputados a investimento (b) Expurgados das regularizações de provisões, incluindo PAR, não consideradas nos resultados operacionais Assistiu-se em 2006 a um acréscimo de cerca de 7,4% do Valor Acrescentado Bruto (VAB). Com efeito, não obstante o acréscimo dos proveitos em 2006 (12,2%), motivado pelo aumento das vendas de 65 electricidade (13,6%), ter sido semelhante ao apresentado nos consumos intermédios (13,7%), como consequência do forte aumento na compra de electricidade (17,3%), aligeirado com a quebra nos Materiais Diversos (-18,5%) e nos Fornecimentos e Serviços Externos (-3,9%), o VAB teve um acréscimo apreciável. Estes efeitos conduziram a um resultado líquido de 34,7 milhões de euros, verificando-se uma quebra de 46% em relação ao ano anterior. Investimento A evolução do investimento a custos técnicos (excluindo encargos financeiros) pode ser observada no gráfico seguinte: Investimento a Custos Técnicos (preços correntes) 450 400 Outros milhões de euros 350 300 BT 250 200 150 100 AT e MT 50 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A aplicação de critérios cada vez mais exigentes na análise de investimentos, associada a um grande esforço de optimização na exploração e manutenção das redes, possibilitou uma redução do investimento em 2006, sem comprometer o objectivo da continuação de uma política sustentada de melhoria da qualidade de serviço. Assim, o investimento em AT e MT foi inferior ao do ano anterior em cerca de 16,5%, tendo esta quebra maior significado em subestações, linhas 66 aéreas e equipamento de contagem e medida. Em BT o nível de investimento foi inferior em cerca de 16,9% ao do ano anterior, destacando-se maior redução nas redes subterrâneas, contadores e iluminação pública. Conforme se apresenta no quadro seguinte, durante o exercício de 2006 o investimento atingiu, a custos totais, 346 milhões de euros, incluindo 12 milhões de euros de encargos financeiros intercalares. Investimento a custos totais milhares de euros Rubrica Específico 2006 2005 Variação 321 342 393 459 -18,3% Alta Tensão Média Tensão Baixa Tensão Iluminação Pública Outros 84 112 87 545 117 662 16 413 15 610 104 987 100 591 136 490 24 935 26 456 -19,9% -13,0% -13,8% -34,2% -41,0% Não específico 12 802 11 100 15,3% 2 863 9 940 3 652 7 448 -21,6% 33,4% Investimento a custos técnicos Encargos Financeiros 334 145 12 234 404 559 10 829 -17,4% 13,0% Investimento a custos totais 346 379 415 388 -16,6% Sistemas informáticos Outros As comparticipações financeiras atingiram o montante de 67 milhões de euros, o que representa 20% do investimento específico a custos técnicos, tendo-se registado um decréscimo de 15,5% relativamente ao valor das comparticipações no ano anterior. Conservação Os custos totais de conservação no ano 2006 foram de 138 milhões de euros (mais 3,7% que em 2005), correspondendo 59% a redes de BT. 67 Estrutura em 2006 Conservação milhares de euros Rubrica 2 006 2 005 Variação AT 16 225 14 838 9,3% MT 37 699 36 114 4,4% BT 81 500 79 257 2,8% 2 655 2 946 -9,9% 138 078 133 155 3,7% Outros Total Outros 2% AT 12% MT 27% BT 59% Considerando o imobilizado específico, os custos totais de manutenção em 2006 atingiram 23,06 € por cliente e 3,04 € por MWh entregue pelas redes de distribuição. Financiamento A evolução da dívida da EDP Distribuição em 2006, integralmente constituída pelos débitos à Holding, é mostrada no quadro seguinte: milhões de euros Dívida Saldo inicial Saldo final Médio e Longo Prazo 778 49,9% 778 41,0% Curto Prazo 781 50,1% 1 120 59,0% 1 559 100,0% 1 898 100,0% Total Em 2006 manteve-se o valor da dívida a médio e longo prazo tendo a dívida de curto prazo aumentado 339 milhões de euros. Os encargos com a dívida totalizaram cerca de 70 milhões de euros, valor superior em 32% ao do ano anterior. No final de 2006 as Disponibilidades em Caixa e Bancos totalizavam um saldo de 16,9 milhões de euros. Os compromissos da empresa para com o Accionista e o Estado encontram-se integralmente satisfeitos. 68 Principais Indicadores A análise da rendibilidade e da estrutura financeira da EDP Distribuição pode ser feita através do conjunto de indicadores constante no quadro seguinte: INDICADORES 2006 2005 2,4 4,2 0,7 1,5 0,8 1,7 63,3 60,5 21,0 24,3 58,1 52,8 0,8 0,9 1,6 1,1 68,1 69,1 1,3 1,3 38 29 2,3 2,1 227,1 202,7 943,8 798,7 Rendibilidade dos Capitais Próprios Resultado Líquido / Capital Próprio (%) Rendibilidade Económica Resultado Operacional / Activo Total (%) Rendibilidade das vendas Resultado Líquido / Vendas (%) Rotação do Activo Total Vendas/Activo ( %) Autonomia Financeira Capital Próprio / Activo Total ( %) Liquidez Geral Activo Circulante (*) / Passivo de Curto Prazo (%) Estrutura Financeira Capital Próprio / Passivo de Médio e Longo Prazo Capacidade de Autofinanciamento Cash Flow / Investimento a Custos Técnicos Cobertura do Imobilizado Capitais Permanentes / Activo Imobilizado (%) Solvabilidade Total Activo / Passivo Prazo Médio de Recebimentos (dias) Taxa de Cobertura das Existências Existências/Consumos x12 VAB por trabalhador (milhares de euros) VAB/Efectivos Médios (**) Vendas por trabalhador (milhares de euros) Vendas/Efectivos Médios(**) (*) Deduzido dos Créditos de MLP (**) Sem os efectivos requisitados pela Holding A análise do quadro permite destacar que a rendibilidade dos capitais próprios foi inferior à do ano anterior. A produtividade tem aumentado com acréscimos da ordem de 12% no Valor Acrescentado Bruto (VAB) por trabalhador e de 18% nas Vendas por trabalhador (a preços correntes), em relação ao ano anterior. 69 Considerações Finais Perspectivas para 2007 Com a publicação do DL 29/2006, complementado pelo DL 172/2006, ficam estabelecidas as novas leis de base do sector eléctrico, revogando-se o regime consagrado na legislação de 1995 e, procedendo-se simultaneamente à transposição para o ordenamento jurídico português da Directiva nº 2003/54/CE. A figura de "Comercializador de Ultimo Recurso" (CUR), prevista na Directiva, foi também enquadrada na ordem jurídica interna, tendo sido atribuída à EDP Distribuição a obrigação de criar uma entidade autónoma para desempenhar aquela actividade. Nestes termos, o Conselho de Administração da EDP Distribuição deliberou constituir, no dia 15 de Dezembro de 2006, a sociedade anónima denominada por EDP Serviço Universal, S.A. A partir do dia 1 de Janeiro de 2007, a EDP Distribuição centrou-se na operação de redes e passou a actividade de venda de electricidade para a nova empresa EDP Serviço Universal, que vai assegurar a continuidade do fornecimento de energia eléctrica aos consumidores no regime de tarifa regulada. Este facto acentuará a exigência de melhor desempenho das redes, prevendo-se que o ano de 2007 seja mais um ano de intenso trabalho, cuja resposta será dada pelo empenho e dedicação dos colaboradores para continuar o esforço de melhoria da qualidade do serviço prestado, com menor nível de custos operacionais, tornando a Empresa mais competitiva e criadora de valor para o Accionista. Não existe conhecimento da ocorrência, à data da elaboração deste relatório, de outros factos ou acontecimentos relevantes. Proposta de Aplicação de Resultados Nos termos do artigo 66º do Código das Sociedades Comerciais e do artigo 27º dos Estatutos da EDP Distribuição – Energia, o Conselho de 70 Administração propõe que o resultado líquido do exercício de 2006, no valor de 34 702 325,91 euros, tenha a seguinte aplicação: Reserva legal 1 735 116,30 Regularização da antecipação de lucros pagos em 2006 Bónus aos Colaboradores 25 000 000,00 7 950 000,00 Resultados Transitados 17 209,61 Resultado Líquido de 2006 34 702 325,91 Nota Final O Conselho de Administração agradece a todos os colaboradores a forma empenhada como apoiaram a Empresa na resposta eficaz às exigências que o mercado tem colocado. O Conselho manifesta particular apreço ao Revisor Oficial de Contas pela inteira disponibilidade demonstrada. Lisboa, 20 de Fevereiro de 2007 O Conselho de Administração João José Saraiva Torres Ângelo Manuel Melo Sarmento Paulo Manuel Santos Pinto de Almeida 71 Anexos Anexo ao Relatório de Gestão Demonstrações Financeiras Balanço em 31 de Dezembro de 2006 Demonstração dos Resultados do Exercício de 2006 Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados Demonstração dos Resultados por Funções Demonstração dos Fluxos de Caixa Documentos de Apreciação e Certificação Certificação Legal de Contas Relatório e Parecer do Fiscal Único Extracto da Acta da Assembleia Geral de Accionistas Anexo Estatístico Principais Elementos Estatísticos Balanço de Energia Eléctrica Nº de Clientes e Energia Distribuída (Mercado Regulado + Mercado Livre) Resumo das Instalações e Equipamentos em Serviço em 31/12/2006 72