MÚSICA NO PARQUE

Transcrição

MÚSICA NO PARQUE
O Coro Anima Mea corporiza um projecto musical que pretende divulgar o património da música vocal polifónica, em particular da
música portuguesa e ibérica dos séculos XVI ao XVIII.
Na sua intervenção cultural procura privilegiar públicos com menos
oportunidades de contacto com a música coral desta época, promovendo concertos comentados com uma intenção pedagógica que
visa despertar o gosto pela música e contribuir para o enriquecimento cultural dos cidadãos.
É constituído por 18 elementos residentes na área do Grande Porto, e
integra igualmente intérpretes de órgão e flauta.
The Anima Mea Choir has a musical project that intends to make the
vocal polyphonic music known, particularly the Portuguese and Iberian music from the 16th to the 18th centuries.
It privileges the public with less opportunities of contact with the
choral music from this period, promoting concerts with pedagogical
characteristics; therefore it aims to develop the taste for music and
contributes for the cultural awareness of the citizens.
It is formed by 18 elements living in the area of Porto, and it also
integrates organ and flute players.
DIRECÇÃO
CORO
Francisco Melo
sopranos
MÚSICA NO PARQUE
DIÁLOGOS COM A NATUREZA
Music in the Park – Dialogues with Nature
Argentina Nunes; Elisa Soares; Fátima Alves; Helena
INSTRUMENTOS
David; Inês Marques; Maria Eugénia Moreira
flautas de bisel
contraltos
Francisco Portugal e Joana Gomes
Graça Silva; Isabel Costa; Rosário David
percussão
tenores
Argentina Nunes e Francisco
José Graça Rocha; Manuel Gomes; Sesinando Osório
Portugal
baixos
António Santos; Francisco Portugal; José António
Coutinho; José Manuel Lima; José Portugal
Parque Biológico de Gaia, 22 de Junho de 2007, 21 horas
Coro Anima Mea
Música no Parque - Diálogos com a Natureza
Programa
Hoje, para ilustrarmos a diferença entre o ruído e o som, falamos do ‘ruído da cidade’ e dos
‘sons da natureza’. Digamos que é algo injusto para a cidade, porque ela também tem (tinha?)
os seus sons característicos: dos pregões das vendedeiras no mercado, do vendedor de cautelas nas ruas da baixa, dos sinos das igrejas. Mesmo alguns destes sons urbanos se vão perdendo no escape duma motorizada ou no barulho de uma escavadora mecânica.
Mas, de facto, a Natureza é pródiga em sons e nós pouco atentos a eles: o som da água do ribeiro a correr ligeira, do vento que agita as folhas das árvores, do canto das aves, do ladrar do
cão ou do zurrar do burro. E em todas as épocas o homem tentou imitar os sons da Natureza e
com eles fazer música.
À procura de algum equilíbrio e descompressão e de convívio com os outros e com a natureza,
anuncia-se um pequeno concerto em que o Coro Anima Mea apresenta músicas renascentistas dos séc. XV/XVI, algumas das quais inspiradas ainda no ambiente trovadoresco medieval.
Com vozes, flautas e percussão, as poesias falam-nos dos amores da linda pastora, do perfume do mês de Maio, das vozes dos animais, do medo do pastor pelo lobo, do som do eco, mas
também da festa rija da comida e bebida fartas.
Numa noite de pirilampos, que o Parque Biológico de Gaia leva à cena, todos os anos, pelo São
João.
1. Verdes Prados, Amores primaveris [Green Meadows, Spring Loves]
• Venid a sospirar al verde prado
Cancioneiro de Elvas (c. 1520)
[Come and sigh at the green field]
Music in the Park – Dialogues with Nature
Nowadays, to illustrate the difference between noise and sound, we speak about the ‘noise of
the city’ and the ‘sounds of nature’. Let’s say, this is unfair for the city, because it also has (or
used to have?) its characteristic sounds: the cry of the saleswoman in the market, the seller of
the lottery tickets in the streets, the church bells. Nowadays some of those urban sounds are
disappearing in a motorbike exhaust or in the noise of an excavator.
Actually, Nature is fertile in sounds, and we pay so little attention to them: the sound of a
stream water running fast, the tree leaves swaying in the wind, the singing of the birds, the
barking of the dogs or the braying of the donkeys. And at all times man has tried to imitate the
sounds of nature and make music with them.
Looking for some balance and tranquillity and having in mind the contact with others and with
nature, we announce a small concert of the Anima Mea Choir. We present Renaissance pieces of
music from the 15th/16th centuries, some of them being inspired in the medieval period. With
voices, flutes and percussion, poetry tell us about the love affairs of the lovely shepherdess,
the perfumes of May, the voices of animals, the fear of the wolf from the shepherd, the sound
of echo, but also the feast of abundant food and drink.
At a fireflies’ night, witch the ‘Parque Biológico de Gaia’ performs, every year, by the end of
June (or S. John festivity).
• Ce mois de mai
[This month of May]
2. Campo e Cidade [Country and City]
• A la villa voy
[I’m going to town]
• Porque me não vês, Joana
[Why don’t you see me, Joana]
3. Sons da Natureza [Sounds of Nature]
• Riu riu chiu
• Ola, o che bon echo
[Hello, what a nice echo]
4. Vozes de Animais [Animal Voices]
• Music for a bird
Clément Janequin (c.1480-1558)
Cancioneiro de Elvas (c. 1520)
Cancioneiro de Elvas (c. 1520)
Cancioneiro de Uppsala (1556)
Orlande de Lassus (1532-94)
Hans-Martin Linde (n.1930)
• El grillo
[The cricket]
Josquin des Prés (c.1440-1521)
• Contrapunto bestiale a la mente
[Animal counterpoint in the mind]
Adriano Banchieri (1568-1634)
5. Há Festa na Aldeia [Party at the village]
• Hoy comamos y bebamos
[Let’s eat and drink]
• Quand je bois du vin clairet (Tourdion)
[When I drink claret wine]
Anónimo séc. XVI
Anónimo séc. XVI