evandro anjos de moraes
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE EVANDRO ANJOS DE MORAES A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de autopeças para redução de custos de produção São Paulo 2009 EVANDRO ANJOS DE MORAES A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de autopeças para redução de custos de produção Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Logística com ênfase em Transportes Área de concentração: Movimentação de Materiais Orientador: Prof. Alcir das Neves Gomes São Paulo 2009 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação da Publicação Faculdade de Tecnologia da Zona Leste Moraes, Evandro Anjos de A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de autopeças para redução de custos de produção / Evandro Anjos de Moraes; orientador Alcir das Neves Gomes. São Paulo, 2009. 39p. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, 2009. 1. Movimentação de Materiais. 2. Logística - Equipamentos de manuseio. I. Gomes, Alcir das Neves, II. Trabalho de conclusão de curso. III. A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de autopeças para redução de custos de produção. Nome: MORAES, Evandro Anjos de Título: A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de auto peças para redução de custos de produção Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia da Zona Leste para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Logística com ênfase em Transportes Aprovado em:_____/_____/_____ Banca Examinadora Prof. Alcir das Neves Gomes Instituição: Fatec Zona Leste Julgamento: _______________________ Assinatura: ________________________ Prof. (a) ___________________________Instituição:_________________________ Julgamento: _______________________ Assinatura: ________________________ Prof. (a)___________________________Instituição: ________________________ Julgamento: _______________________ Assinatura: ________________________ DEDICATÓRIA A minha família e namorada, com carinho, pela compreensão e apoio no período de elaboração deste trabalho. AGRADECIMENTOS A Deus, a minha família e minha namorada Adriana, que estão sempre me apoiando. Ao professor Alcir pela orientação, boa vontade e paciência na passagem de conhecimentos. Aos meus amigos pelo compartilhamento de informações e cooperação que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Ao pessoal da empresa ArvinMeritor pela prontidão no fornecimento de dados que proporcionaram a realização do estudo de caso. A Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, sem a qual não teria a oportunidade de realizar este trabalho. "As pequenas freqüentemente, oportunidades o empreendimentos." Demóstenes início de são, grandes RESUMO MORAES, E. A. A utilização eficaz de equipamentos de movimentação interna em uma indústria de auto peças para redução de custos de produção. 2009. 39p. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2009. No atual mundo competitivo, consumidores pesquisam mais e exigem produtos de melhor qualidade a preços acessíveis. Esse fator causa disputa entre as indústrias que buscam aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir custos de produção para atender aos clientes mais exigentes. Um dos meios de reduzir estes custos é o correto dimensionamento dos equipamentos de manuseio que de forma indireta, reduzirá o tempo utilizado na fabricação de produtos, permitindo assim, melhor aproveitamento das máquinas. Este trabalho tem o objetivo de mostrar a importância da logística na redução de custos através da escolha correta de equipamentos de movimentação interna. O método utilizado é um estudo de caso em uma indústria automotiva de Osasco – São Paulo em que, após a implantação de comboios compostos por carretas em um dos trajetos de longa distância dentro da fábrica, houve grande redução de custos de movimentação. Esse resultado aumentou o interesse por estudos logísticos dentro da empresa que, pretende, de forma gradual, estender a movimentação por carretas em outras linhas de produção. Palavras-chave: Movimentação de Materiais, Equipamentos de manuseio. ABSTRACT MORAES, E. A. The Efficient Use of Internal Movement Equipments In an Auto Parts Industry For Reduction of Production Costs. 2009. 39p. Trabalho de conclusão de curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2009 In the current competitive world, consumers search more and they demand products of better quality with accessible prices. This factor cause disputes between the industries that search to increase the productivity and, at the same time, to reduce production costs to take care of the most demanding customers. One of the ways to reduce these costs is the correct sizing of the handling equipments that in the indirect form, will reduce the time used in the manufacture of products, allowing thus, better exploitation of the machines. This work has the objective to show the importance of the logistic in the reduction of costs through the correct handling equipment choice. The used method is a study of case in a automotive industry in Osasco - São Paulo where, after the implantation of convoys composites by carts in one of the long distance passages inside of the plant, had great reduction of movement and the pilers number. This result increased the interest for logistic studies of the company whom, it intends, of gradual form, to extend the movement for carts in other production lines. Key-words: Materials Movement, Handling Equipments LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Análise do tempo total na Manufatura Convencional................................20 Figura 2 - Manuseio, Movimentação e Transporte....................................................23 Figura 3 - Layout posicional.......................................................................................26 Figura 4 - Layout funcional.........................................................................................26 Figura 5 - Layout Linear.............................................................................................27 Figura 6 - Empilhadeira com contrapeso....................................................................29 Figura 7 - Empilhadeiras elétricas..............................................................................30 Figura 8 - Tipos de pontes rolantes............................................................................31 Figura 9 - Talha elétrica..............................................................................................31 Figura 10 - Exemplar de comboio..............................................................................32 Figura 11 - Carga unitizada sobre um palete.............................................................32 Figura 12 - Paletes de duas e quatro entradas..........................................................33 Figura 13 - Gaiola.......................................................................................................33 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Breve histórico da Movimentação de Materiais........................................22 Quadro 2 - Características dos movimentos e tipos de equipamentos......................28 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características dos layouts de produto e de processo.............................27 LISTA DE SIGLAS PCP - Planejamento e Controle de Produção A.C - Antes de Cristo USA - United States of America ISO - International Organization for Standardization RFID - Radio Frequency Identification GLP - Gás Liquefeito de Petróleo Kg - Kilogram SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14 2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................16 2.1 Logística ...................................................................................................16 2.2 Logística Empresarial – história e tendência ............................................17 2.3 Atividades primárias e de apoio ................................................................18 3 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS........................................................................20 3.1 A evolução na movimentação de materiais ..............................................21 3.2 Classificação de movimentação e transporte conforme atividades ..........24 3.3 Layout .......................................................................................................25 3.4 Equipamentos de Movimentação..............................................................28 4 ESTUDO DE CASO ...............................................................................................34 4.1 A movimentação na empresa ArvinMeritor ...............................................34 5 CONCLUSÕES ......................................................................................................37 REFERÊNCIAS.........................................................................................................38 14 1 INTRODUÇÃO Com o objetivo de sobreviver no mercado e atender demandas de consumidores, cada vez mais exigentes, no menor prazo possível, as indústrias, em geral, buscam superar seus concorrentes ganhando competitividade. Há algum tempo atrás, os processos de produção direcionavam-se para o atendimento das exigências da sociedade, utilizando tecnologia e modelos de gestão; já a logística não tinha a devida importância. A tecnologia contribuiu com novas funções para os produtos e as técnicas de gestão agregaram qualidade, aumentando as vantagens competitivas. O problema é que essa competitividade vinda da tecnologia e modelos de gestão é imitada pelos concorrentes e rapidamente reduz os diferenciais obtidos. Nas últimas duas décadas, a logística passou a ter mais importância e ser utilizada com estratégia para o enfoque na redução de custos e aumento da confiabilidade dos consumidores. O consumidor, no mundo atual, quer encontrar produtos e serviços de qualidade e com preços acessíveis, ele pesquisa por empresas que ofereçam tais produtos e serviços e que não o façam esperar muito tempo, e não é de seu interesse, por exemplo, saber se a indústria X tem maiores custos de produção que a indústria Y. É nesse cenário que a logística deve ter maior atenção e ser destacada para aumentar o diferencial competitivo entre as empresas. A proposta deste trabalho é mostrar a importância da logística na redução de custos através da escolha correta de equipamentos de movimentação interna, que podem gerar diferenciais na produção, aumentando, por conseqüência a competitividade. O método utilizado é um estudo de caso em uma indústria de autopeças na cidade de Osasco, no estado de São Paulo, em que, segundo os funcionários, após uma mudança de equipamentos de movimentação em um dos vários trajetos dentro da empresa, houve uma grande redução de custos antes não percebida. Na empresa estudada, o maior problema era os altos gastos com empilhadeiras e o rendimento obtido com as mesmas. 15 Caso a empresa não estudasse melhorias em seu transporte interno, poderia ficar estagnada e ser ultrapassada pelas concorrentes que estão sempre buscando melhorias de processos. Este trabalho está dividido em 4 capítulos e a parte de conclusão conforme segue: Capitulo 1 - Uma breve apresentação da pesquisa, objetivo do trabalho e como o texto foi organizado. Capitulo 2 - Apresenta uma revisão de literatura sobre logística e suas atividades primárias e de apoio. Capítulo 3 – Abordagem sobre movimentação de materiais para base teórica da pesquisa. Capítulo 4 – Estudo de caso descrevendo o problema de transporte interno da indústria metalúrgica ArvinMeritor em Osasco – SP e uma solução adotada pela empresa para o mesmo. Após o capítulo 4, segue a conclusão sobre a importância da logística na geração de diferencial competitivo através da escolha certa de um equipamento de movimentação. 16 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Logística Hoje, quando trata-se de logística, pode-se até pensar que o assunto é novo, mas na realidade estuda-se esse tema há muito tempo. Para Bussinger (2008), a logística existe desde a antiguidade. Os líderes militares já utilizavam essa ciência nas guerras para abastecimento das tropas. Na logística empresarial estão envolvidas todas as atividades de armazenagem e movimentação que contribuem para que um produto chegue ao local e tempo certo. Desde a extração da matéria-prima até o consumidor final e é de grande importância para o sucesso das empresas. Segundo Pozo (2004 p.13), “a Logística é vital para o sucesso de uma organização. Ela é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das empresas [...]”. Nas guerras antigas, muitas vezes era necessário a movimentação de tropas, equipamentos e suprimentos em grandes distâncias. Assim, não se avançava sem que houvesse estudos e planejamento afim de que os objetivos fossem alcançados. Em um mundo de alta competitividade, tanto as empresas como o ambiente vem passando por grandes transformações, neste meio envolve-se a logística que está sempre em evolução na busca de aumento de eficiência e redução de custos. Para Faria (2005, p.2) “[...] a logística está constantemente em ação, primando pela compreensão do tempo, que é um fator crítico de sucesso na busca de vantagem competitiva, pois não pára em nenhum momento [...]”. Hoje, na era do Comércio Eletrônico, com o avanço da tecnologia de informação, a agilidade e a flexibilidade foram transformados em fatores críticos de sucesso para a sobrevivência da empresa. É importante que as mesmas tenham uma gama de produtos diversificados, e possam personalizá-los se necessário para atender aos desejos dos clientes. A Logística, operando com a diversidade, quando bem gerenciada, pode tornar-se um recurso estratégico para obter vantagem competitiva, tanto pela 17 possibilidade de oferecer um melhor nível de serviço ao cliente, quanto pela redução dos Custos Logísticos. Na busca de custos minimizados, os gestores de logística utilizam técnicas de logística Integrada que geram informações específicas. A função desses profissionais é buscar caminhos para eliminar desperdícios, reduzir custos e otimizar resultados. Faria, (2005 p. 69), menciona que: Custos são gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos no processo produtivo. Poderíamos considerar como custo a depreciação das empilhadeiras (ativos logísticos) assim como a mão de obra do pessoal envolvido na função de armazenagem de matéria prima. 2.2 Logística Empresarial – história e tendência A Logística Empresarial é uma visão adotada pelas empresas na busca por melhorias de seus meios de administração, visando melhor rentabilidade nos processos para atendimento do mercado e clientes. Isto tudo é obtido através de foco em setores que antes não eram tão valorizados: A armazenagem e movimentação e também a informação sobre os fluxos de mercadorias. Este campo está em grande expansão e promete grandes resultados para as organizações. Até os anos 50, os mercados eram locais, tranqüilos e restritos, a preocupação com a total satisfação do cliente e o nível de serviço não existiam. A administração de atividades-chave das empresas era fragmentada, sendo que o Marketing controlava a distribuição; a área industrial comandava o planejamento e controle de produção (PCP); a administração tinha a responsabilidade pelos estoques; o processamento de pedidos era controlado por vendas e compras sob o comando de finanças. Como havia essa divisão, também existia conflitos entre as áreas e o cliente não tinha o devido foco, enfraquecendo, também, o ganho de vantagem competitiva. Muitos dos conceitos logísticos utilizados hoje tiveram seu ponto de partida na Segunda Guerra Mundial através das atividades logísticas militares. Segundo Pozo (2004 p.16), “As forças armadas da América foram os primeiros a utilizar esse conceito de logística, na Segunda Guerra Mundial, e com muito sucesso”. 18 Dos anos 50, até os anos 70, houve um grande avanço da teoria e a prática da logística empresarial e as novidades do pensamento administrativo foram mais bem aceitas. Pozo (2004, p.16) afirma que: Após os anos 50, até meados dos anos 70 [...] O ambiente estava propício para as novidades que surgiam no pensamento administrativo. [...] as companhias prestavam muito mais atenção à compra e venda do que à distribuição física. ‘A distribuição física era muitas vezes subestimada e colocada de lado como algo de pouca importância’.[...] Além das novas ondas de migrações populacionais, os mercados demandavam maior variedade e qualidade das mercadorias ofertadas. Os produtos proliferaram aos milhares, e os automóveis eram oferecidos nas mais variadas cores, tamanhos e potências. Nos anos 70, os fatores que afetaram a economia mundial proporcionaram desenvolvimento de ações administrativas para enfrentar a era de mercado em andamento. Segundo Pozo (2004) a Logística é considerada perfeita quando há integração da administração de materiais e distribuição física dos produtos com plena satisfação do cliente e dos acionistas. 2.3 Atividades primárias e de apoio Atividades primárias As atividades primárias são as fundamentais para execução dos serviços logísticos, elas que geram maiores custos ou são essenciais para cumprimento das tarefas, são elas: • Transportes – essencial para movimentação da matéria-prima e produtos, sem os quais nenhuma operação trabalha; • Manutenção de estoques – os estoques agem como amortecedores entre oferta e demanda e são responsáveis por um ou dois terços dos custos logísticos; • Processamento de pedidos – é o início do processo de movimentação, é crítico para atendimento de prazos. Conforme Pozo (2004, p. 22): “Essas três atividades são fundamentais para que possamos cumprir a missão da organização”. 19 Atividades de apoio As atividades de apoio dão suporte ao desempenho das atividades primárias, são responsáveis por manter clientes e dar retorno aos acionistas, são elas: • Armazenagem – administra os espaços para manter materiais, podem ser internos ou externos, nos clientes; • Manuseio de materiais – envolve a movimentação interna de matériaprima ou produtos acabados no estoque; • Embalagem – na logística, tem a função de proteger os produtos e facilitar a movimentação dos mesmos; • Suprimentos – responsável pela disponibilidade dos produtos, obtida através fornecedores, quantidades e programação das compras; • Planejamento – disponibiliza informações para a produção na quantidade certa e por quem deve ser feita, permite o cumprimento de prazos; • Sistema de informação – são as informações de custo e métodos que auxiliam no planejamento para cumprimento de prazos e melhoria da administração. Uma das atividades de apoio citadas acima, de grande importância para o rendimento da produção e que será estudada adiante é a movimentação ou manuseio de materiais, que é o foco deste trabalho. 20 3 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS Em uma indústria, para que exista um processo produtivo através da transformação da matéria-prima, é necessário que pelo menos um dos meios de produção de movimento, o homem, a máquina ou o material a ser modificado. Na maior parte das empresas, é o material que se movimenta, exceto alguns casos especiais. Segundo Moura (2005, p.5), Na maioria dos processos industriais, o material é o elemento que predomina na movimentação. Em casos especiais, como na construção de aviões, equipamentos pesados, etc., homem e máquina convergem para o material, que permanece parado durante as etapas de manufatura. No geral, o objetivo das indústrias é vencer o desafio de produzir itens de ótima qualidade com o menor custo possível. Segundo Moura (2005, p.5) “Nenhuma tecnologia está mais alinhada para vencer este desafio do que a movimentação de materiais”. Toda vez que um material é movimentado, é acrescido um custo na produção e este será repassado ao cliente que paga o preço final. Muitas vezes, principalmente nas indústrias metalúrgicas, a movimentação não é vista com grande importância, e a atenção especial fica concentrada nas máquinas que trabalham na fabricação das peças. Figura 1 - Análise do tempo total na Manufatura Convencional. Fonte: Moura (2005, p.6) 21 Conforme as dimensões das peças aumentam, torna-se mais difícil sua movimentação, isto obriga a indústria a mecanizar o processo, abandonando os trabalhos manuais no transporte interno entre as linhas de produção. Mas como a movimentação teve início? 3.1 A evolução na movimentação de materiais O homem sempre estudou meios de locomover-se e também de transportar materiais para sua sobrevivência na melhor forma possível, para isso desenvolveu dispositivos que visavam aplicar esforços cada vez menores. Para Moura (2005) O homem começou com a aplicação da alavanca, da roda, das polias e do plano inclinado – para tornar seu trabalho de levantar, movimentar de um lugar para o outro e carregar mais fácil, rápido e seguro. Há registros muito antigos de movimentação de materiais, provavelmente os primeiros estão no Antigo Egito e referem-se ao transporte de blocos de pedra e estátuas. Sobre as obras egípcias, Moura (2005, p. 8) constata que: A construção de pirâmides e edifícios, a mineração, o movimento de pedras para as estátuas, o transporte de água para as obras, a construção de navios e o embarque de cargas forçaram o desenvolvimento de guindastes, roldanas, carrinhos de mão e mecanismos similares. Com o crescimento dos sistemas de manufatura, o homem foi, cada vez mais, desenvolvendo equipamentos de manuseio para reduzir os esforços físicos e aumentar a produtividade, pois a força humana e a animal foram tornando-se insuficientes. Desse modo, reduz-se a mão de obra, o que influi no custo do produto. A tabela na página seguinte mostra um pequeno resumo da evolução na movimentação de materiais. 22 Pré-história 3.500 A.C. 1.500 A.C. 450 A.C. 30 A.C. 1436 1500 1700 1780 1796 1860 1860 1880 1906 1913 1914 1920 1930 1946 1950 1960 1966 1970 1980 1988 1992 1994 1996 1998 2000 2005 Alavanca, plano inclinado, rodas, polias, etc. 1° carri nho que se conhece (museu do Egito). Egito - armazéns para 7 anos de abundância e 7 anos de escassez, Movimentação de 2.300.000 blocos para a construção da pirâmide de Queops. Fluxos na escrita "A Arquitetura", por Marcus Eitrubius Pollio. Os venezianos estabelecem uma linha (1° linha) de m ontagem para a construção de navios. 0 livro "De Re Metallica", de G. Agricola, mostra: carrinho de mão, veículos de tração para minas, sarilho, bombas de sucção, moinhos de água. Josiah Wedgewwod (Inglaterra) aplica a movimentação mecânica na produção de louças de porcelana. Oliver Evans (USA) cria seu moinho de farinha "automático" próximo à Philadelphia (Relatado no livro: "The Young Mill Wright and Miller's Guide", publicado em 1795). Bolton e Walf (Inglaterra) criam os guindastes giratórios e aparelhos de elevação. Bolton & Wright instalam a 1a ponte rolante. São introduzidos os primeiros transportadores contínuos para granéis Taylor estuda os movimentos (manuseios) nos postos de trabalho. Primeira empilhadeira motorizada. Henry Ford introduz a linha de montagem progressiva Ford introduz a padronização de embalagens Era da "Produção em Linha". Uso de paletes, empilhadeiras manuais, empilhadeiras motorizadas, moto trilhos, etc. Introdução da aplicação da carga unitizada na indústria e no comércio. Cantoneiras metálicas e perfuradas para estanterias Era da Mecanização. Os problemas de Movimentação de Materiais são equacionados pela aplicação do equipamento. Computadores e automatização se tornam um meio de controle da atividade de Movimentação de Materiais. Transelevadores em armazenagem automática. Evolução para Logística Integrada. Just-in-Time/Qualidade Total Globalização./ISO 9000 Tecnologia da Informação ISO 14000 - Logística Reversa Condomínios e Consórcios Modulares Comércio Eletrônico Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento RFID - Identificação por Radiofreqüência Quadro 1 - Breve histórico da Movimentação de Materiais Fonte: Moura (2005, p.7) A movimentação de materiais é comum a todos os tipos de empresas e está relacionada com o transporte, a armazenagem e a distribuição de matérias-primas e produtos acabados. Só se obtém o máximo de economia se o produto for observado 23 desde a sua movimentação na origem até sua preparação na expedição. Lembrando-se que movimentação inclui espaço, tempo, e mão-de-obra. Há algumas diferenças entre transportes e operações de movimentação, no geral, transportes são movimentos de longa distância, entre origem e fábrica ou entre fábrica e destino. Já para transportes internos, estes são os que levam materiais entre as linhas de produção, assim, torna-se necessário ao homem deslocar-se entre setores caminhando ou com ajuda de veículos ou máquinas de transporte. O manuseio de material efetua-se dentro do alcance das mãos, não sendo necessário o deslocamento do local. Para Moura (2005, p. 19), é válida a analogia: Manuseio: Arranjo físico no posto de trabalho ou células: posição do operador [...] distâncias em cm. Movimentação: Arranjo físico da fábrica [...] distâncias em m. Transporte: Localização de fábricas e armazéns. Vencer distâncias em km. Figura 2 – Manuseio, Movimentação e Transporte Fonte: Moura (2005, p.19) 24 3.2 Classificação de movimentação e transporte conforme atividades A movimentação e o transporte são classificados conforme as atividades: • Granel – utiliza métodos e equipamentos para toda tipo de produto a granel, gases, líquidos e sólidos. • Cargas unitárias – cargas em recipientes de paredes rígidas ou individuais. • Embalagem – são técnicas usadas no recipiente, para auxílio no manuseio e armazenagem. • Armazenamento – corresponde ao recebimento, empilhamento ou alojamento em prateleiras. • Vias de transporte – carregamento, fixação da carga, desembarque de materiais por diferentes meios, portos, ferrovias ou rodovias. • Análise de dados – envolve o estudo de aspectos de movimentação como mapas, disposição física do equipamento, organização, segurança, visando a eficiência do transporte. O custo final dos produtos sofre grande influencia da movimentação de materiais. Conforme Dias (1993, p.200) “O acréscimo no custo do produto proporcionalhe maior valor, mas, no caso da movimentação, esta não contribui em nada [...]” Se a movimentação fosse separada dos outros processos, a redução dos percursos utilizados já seria a solução ideal para redução de custos, mas poderia haver ociosidade e diminuição de desempenho em outros setores. Segundo Dias (1993, p.200) [...] porém, esta solução simplista pode acarretar ociosidade de homens e equipamentos em determinadas estações de trabalho, anulando por completo o objetivo, com reflexos negativos na linha de produção, ou seja, aumento de custos e redução de lucros. Um sistema de movimentação deve ser planejado para atender alguns requisitos essenciais para as empresas em geral, como redução de custos, aumento 25 da capacidade produtiva, melhor distribuição da armazenagem e condições de trabalho. Leis da Movimentação São algumas regras práticas que devem ser seguidas para obtenção de bons resultados. Para Francischini e Gurgel (2004, p.212): Para se manter eficiente, um sistema de movimentação de materiais deve seguir algumas “leis”, dentro das suas possibilidades. São elas: a) Obediência ao fluxo das operações; b) Mínima distância; c) Mínima manipulação; Segurança e satisfação; e) Padronização; f) Flexibilidade; g) Máxima utilização do equipamento; h) Máxima utilização da gravidade; i) Método do espaço disponível; j) Método alternativo; l) Menor custo total. 3.3 Layout Definições de Layout Há algumas definições para layout, segue abaixo uma parte delas por alguns autores: Segundo Dias (1993, p.137): Definido de maneira simples, como sendo o arranjo de homens, máquinas e materiais, o layout é a integração do fluxo típico de materiais, da operação dos equipamentos de movimentação, combinados com as características que conferem maior produtividade ao elemento humano [...] Para Oliverio (1985), o layout é um estudo sistemático que procura uma combinação ótima das instalações industriais para melhoria da produção, dentro de um espaço disponível. E, segundo o autor Matos (1998), layout é a disposição física do equipamento industrial, incluindo espaço para movimentação, armazenamento, equipamentos e pessoal. 26 A movimentação também é afetada pelo Layout. Deve-se, portanto, organizar as linhas de produção de modo a facilitar a movimentação eliminando movimentos desnecessários. Tal assunto é de grande importância, pois, segundo Francischini e Gurgel (2004), todas as organizações possuem equipes treinadas para estudar layout e em casos específicos, até firmas especializadas trabalham na implantação. Tipos de Layout Segundo Matos (1998), São três os tipos básicos de layout. Mas variações podem ser feitas de acordo com as necessidades. Segue abaixo, os três tipos básicos: Layout Posicional – O material fica em local fixo, geralmente quando é grande ou complexo. Segundo Oliverio (1985, p.174) “Este era o tipo principal de arranjo quando o artesanato ainda era predominante nas atividades industriais”. Figura 3 – Layout Posicional Fonte: Oliverio (1985, p.174) Layout Funcional – Agrupam-se no mesmo local todas as operações semelhantes de um mesmo tipo de processo. Por exemplo, área de furadeiras, área de prensas, área de fresadoras. Este tipo de arranjo é indicado quando a variedade de produtos é grande ou a demanda é intermitente. Furadeiras 1 Prensas 2 Tornos 3 Pintura 4 Figura 4 – Layout Funcional Fonte: Adaptado de Oliverio (1985) 27 Layout Linear – O material se movimenta seguindo uma linha de operações seqüenciais. Indicado para grandes quantidades de peças e demanda estável. Para Francischini e Gurgel (2004), algumas situações influenciam na mudança de layout, entre elas a Modificação do produto, Variação na demanda, índice de acidentes e redução de custos. Furadeira Produto Torno Fresadora Lixadeira Produto Produto Produto Figura 5 – Layout linear Fonte: Adaptado de Oliverio (1985) Segue abaixo as principais características do layout linear e funcional. Tabela 1 – Características dos layouts de produto e de processo Fonte: Dias (1993, p.141) 28 3.4 Equipamentos de Movimentação Tão importantes quanto o layout, os equipamentos de movimentação são os itens que proporcionam agilidade, além de melhores condições para os operadores no manuseio e transporte interno das empresas. Devem ser dimensionados corretamente para obtenção do máximo de desempenho de suas funções que, consequentemente contribuirão para o aumento da produtividade. Segundo Dias (1993, p.204), “A classificação normalmente adotada para os equipamentos de movimentação e transporte situa-os em grupos bastante amplos, de acordo com uma generalização geométrica e funcional”. CARACTERISTICAS DOS MOVIMENTOS Programação repetitiva Roteiro Programação aleatória Fluxo contínuo de materiais Freqüência de Fluxo intermitente de materiais movimentação Distâncias percorridas Distancias curtas e freqüentes Distancias longas e sistemáticas Empilhadeiras, paleteiros Comboios tracionados por tratores industriais Interno Empilhadeiras elétricas que evitam a contaminação das mercadorias e dos operários Externo Tratores movidos a GLP ou diesel Horizontal Tratores industriais, correias, correntes Vertical Manual Motorizado Elevadores de carga Paleteiros Empilhadeiras e tratores industriais Ambiente fabril Direção do fluxo Acionamento EQUIPAMENTOS Monovias ou manipuladores Empilhadeiras, paleteiros Correia transportadora, correntes Tratores para movimento horizontal Quadro 2 – Características dos movimentos e tipos de equipamentos. Fonte: Francischini e Gurgel (2004, p.227). Tipos de equipamentos mais utilizados. São vários os equipamentos para movimentação de materiais, cada um com sua finalidade (tipos de roteiro, freqüência de uso, distâncias a serem percorridas, ambiente de operação) e necessidades de energia. Alguns fatores devem ser considerados para a escolha do melhor item de movimentação. Deve-se observar o tipo de piso (características de resistência e 29 conservação), as medidas dos corredores e passagens, o pé direito (altura máxima para utilização de equipamentos de elevação dentro do prédio), a adequação quanto aos tipos de combustíveis em locais fechados, possibilidades de acidentes, e energias a serem utilizadas. Também é importante avaliar o investimento necessário, custos da operação, tempo envolvido, expectativa de vida dos equipamentos e de manutenção dos mesmos. Os equipamentos envolvidos no estudo deste trabalho são as empilhadeiras com contrapeso, pontes rolantes com talhas elétricas de capacidade 500 kg e comboios compostos por carretas e rebocadores. Empilhadeiras São veículos dotados de garfos para elevação de cargas para empilhamento e transporte de curtas a médias distâncias. Segundo Dias (1993, p.228): Os modelos de empilhadeiras podem ter tantas características quanto as exigências de cada material a ser movimentado, mas podem ser divididos em três classes fundamentais: frontais de contrapeso, frontais que equilibram a carga dentro de sua própria base e empilhadeiras laterais [...] De todas a mais conhecida é a frontal de contrapeso. Esse tipo de máquina apanha as cargas de frente e se reequilibra por meio do contrapeso, localizado na parte traseira[...]. Os pneus de empilhadeiras podem ser do tipo comum, com ar comprimido, ou de borracha maciça, para áreas com objetos cortantes. Figura 6 – Empilhadeira com contrapeso Fonte: Dias (1993, p.228) 30 Há empilhadeiras elétricas, manuais, à gasolina, GLP e diesel, estas ultimas exigem ambientes abertos. No caso de ambientes fechados, deve haver boa ventilação. A maior parte das empilhadeiras industriais tem elevação de 5 metros e, para os equipamentos de 2500 kg, deve haver espaço nos corredores de aproximadamente 3,70 m para manobras. As empilhadeiras elétricas são mais adequadas para uso em ambientes fechados, pois não poluem como as movidas com motores a explosão (gasolina, GLP, diesel, álcool). Figura 7 – Empilhadeiras elétricas Fonte: Dias (1993, p.230) Alguns fatores devem ser observados para aquisição de empilhadeiras, como tipo de carga, peso, dimensões, ciclo de movimentação, tipo de terreno e se há rampas. 31 Lembrando-se que qualquer que seja a fonte de energia, elétrica ou motores à explosão, deve-se seguir todos os procedimentos de segurança adotados nos locais de operação para o devido reabastecimento. Pontes Rolantes. As pontes rolantes são máquinas utilizadas para o levantamento de cargas, não são tão flexíveis quanto as empilhadeiras, pois sua área de operação é mais limitada. Normalmente são dotadas de vigas apoiadas sobre trilhos e uma talha elétrica, pneumática ou manual que corre pendurada nas mesmas. Sua capacidade de levantamento varia muito (de 250kg a 300 toneladas), depende do tipo de local de uso e qual a necessidade de carga e elevação. Figura 8 – Pontes rolantes Fonte: http://www.demagcranes.com.br Figura 9 – Talha elétrica Fonte: http://www.demagcranes.com.br 32 Comboios Com o intuito de carregar mais material e em distâncias maiores, as empresas tem a alternativa de utilização de carretas rebocadas por veículos como rebocadores elétricos ou mesmo movidos a combustão, como algumas empilhadeiras. Assim, faz-se necessário menor numero de veículos motorizados, menor numero de operadores e consequentemente trará maior segurança e rendimento para a operação e as pessoas. Figura 10 – Exemplar de comboio Fonte: Francischini e Gurgel (2004, p.228) Equip. de unitização Para um melhor aproveitamento e facilidade de manuseio, é feito, sempre que possível, um agrupamento do material para que ocupe o mínimo de espaço possível. Segundo Francischini e Gurgel (2004, p.235), “Unitização de cargas é a arrumação de pequenos volumes em unidades maiores padronizadas, para que possam ser mecanicamente movimentadas”. Figura 11 - Carga unitizada sobre um palete Fonte: Dias (1993, p.166) 33 Paletes Paletes são plataformas feitas em madeira ou outro material como plástico, alumínio, aço ou papelão e tem o objetivo de facilitar o manuseio de cargas unitizadas ou armazena-las temporariamente. A movimentação de um palete geralmente é feita por uma empilhadeira ou paleteira quando estas inserem seus garfos em aberturas apropriadas. Uma das medidas mais utilizadas é 1,00 x 1,20m. Figura 12 – Paletes de duas e quatro entradas Fonte: Dias (1993, p.167) Gaiolas Mais um modo de unitização baseado no palete, as gaiolas possuem colunas metálicas com telas nas laterais que permitem maior controle de segurança de empilhamento e contenção do material. Figura 13 - Gaiola Fonte: Franscischini e Gurgel (2004, p.237) 34 4 ESTUDO DE CASO 4.1 A movimentação na empresa ArvinMeritor A ArvinMeritor é uma empresa multinacional que nasceu da fusão, em 2000, de duas companhias com linhas de produtos complementares, forte presença na indústria automobilística mundial e tradição tecnológica de quase cem anos: a Arvin Industries, Inc. e a Meritor Automotive, Inc. Fornecedor global de sistemas automotivos integrados, módulos e componentes, com sede em Troy, Michigan, nos Estados Unidos, a empresa emprega 19 mil pessoas em 24 países. No Brasil, a empresa está presente diretamente em complexos automotivos das principais montadoras. Há uma fábrica em Osasco, na região da grande São Paulo, e outra planta na cidade de Limeira, no interior do estado. A planta de Limeira produz componentes como rodas, escapamentos e levantadores de vidros para veículos de passeio. A unidade de Osasco, foco desta pesquisa, produz eixos dianteiros e traseiros para caminhões, ônibus e veículos fora de estrada como tratores. O layout de produção empregado é do tipo misto, com linhas de usinagem e tratamento térmico de peças no tipo funcional que fornecem engrenagens para as linhas de montagem do tipo linear. O assunto a ser tratado surgiu da necessidade de reduzir custos no transporte de engrenagens e componentes diversos em um corredor de cerca de 250 metros entre dois galpões da fábrica. O transporte interno empregava um grande número de empilhadeiras para realizar a mesma função e as mesmas retornavam quase sempre vazias, e isso, além de não agregar valor ao produto, ainda implicava em maiores riscos de acidentes e de poluição, pois algumas das máquinas eram movidas a gás liquefeito de petróleo - GLP. Surgiu duas questões: A empresa está operando com os equipamentos de movimentação adequados? É possível a utilização de meios mais eficientes e que proporcionem menores custos e riscos? 35 A partir de então, após estudos de custo realizados pela empresa (dados não divulgados), iniciou-se a primeira etapa de adequação dos sistemas com a implantação de três comboios em que 3 empilhadeiras rebocam duas carretas bidirecionais cada e que suportam cargas de três toneladas (cada carreta) utilizando pneus de borracha maciços. A distância entre os locais de armazenamento e o destino, no trajeto mais utilizado, ou seja, entre um galpão de armazenagem e as linhas de montagem é superior a 200 m, percurso longo para a operação com empilhadeiras, que eram em maior quantidade e precisavam de várias viagens. Segundo a empresa, em quatro meses foi possível reaver o investimento nos equipamentos. Segue dados: Carretas adquiridas = 6 Medidas de cada carreta = largura 1,20 x comprimento 2,40 x altura 0,50 m Custo unitário = R$16.000,00 Investimento total em carretas = R$96.000,00. (R$16.000,00 x 6 unidades com retorno do investimento em 4 meses - 120 dias) Empilhadeiras envolvidas no trajeto: Antes da implantação = 15 máquinas (maiores custos de aluguel e manutenção) Após implantação dos comboios = 3 empilhadeiras Custo mensal médio por empilhadeira = R$2.000,00 (incluídos aluguel da empilhadeira e manutenção) Em 4 meses, 15 empilhadeiras tinham o seguinte custo: 15 x R$2.000,00 x 4 = R$120.000,00 E após a implantação dos comboios: 3 x R$2.000,00 x 4 = R$24.000,00 O aproveitamento de espaço nas carretas bidirecionais permitiu que, cada uma, eliminasse 2 empilhadeiras no trajeto. Permitindo, assim, melhor 36 aproveitamento dos equipamentos e redução da necessidade de operadores e de emissão de poluentes, já que as máquinas eram movidas a gás GLP. Conforme já informado, esta foi a primeira fase de melhoria nos sistemas de manuseio e movimentação de materiais. A empresa pretende, de forma gradual, eliminar o transporte interno por empilhadeiras em outros setores de produção. A meta é utilizar o capital melhor aproveitado em rebocadores elétricos que percorrerão caminhos menores dentro da fábrica com postos de coleta e abastecimento auxiliados por talhas elétricas. As mesmas terão suportes especiais para o levantamento de gaiolas, dispensando, assim, o uso de paletes de madeiras e máquinas maiores. 37 5 CONCLUSÕES No mundo atual, não basta apenas o investimento em modelos de gestão da qualidade e tecnologia do produto, pois esses investimentos também são feitos pelos concorrentes. É possível concluir, após uma abordagem teórica e com pequenas mudanças implantadas na empresa estudada, que, a logística está sendo o diferencial necessário para melhorar a competitividade através de menores custos de produção que são proporcionados pela escolha de equipamentos que auxiliam na movimentação. No estudo de caso, foi relatado que, mesmo com as melhorias ainda não concluídas (a empresa em estudo está adequando os sistemas de movimentação de forma gradual), já foi possível notar, de forma clara, as reduções de custos. Pois, em um período curto, o capital investido em equipamentos retornou, permitindo assim, investimentos em outros setores e reforma de algumas empilhadeiras e dispositivos auxiliares de movimentação dentro da planta. Com essas adequações a empresa está obtendo êxito na redução de custos e ganho de competitividade, fatores cada vez mais importantes, tendo em vista a atual crise econômica. Resumindo-se, atualmente a logística está sendo melhor aproveitada e, mostra-se fundamental o seu estudo e implantação correta para um rendimento satisfatório que permita o crescimento e a melhoria contínua entre as empresas, além de que, dimensionar os equipamentos conforme as necessidades dos itens a serem movimentados é crucial e pode ser o diferencial entre uma empresa e outra. 38 REFERÊNCIAS BUSSINGER, Vera. O que é Logística? Ecommerceorg, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.e-commerce.org.br/artigos/logistica.php>. Acesso em 25 de Setembro de 2009. DEMAG CRANES E COMPONENTES. Pontes rolantes. Cotia, 2009. Disponível em: <http://www.demagcranes.com.br/Products/Product_groups/Cranes/index.jsp>. Acesso em 26 de Outubro de 2009. DIAS, Marco A. P. Administração de Materiais: Uma abordagem Logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993. FARIA, A. C; COSTA, M. F. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC) Balanced Scorecard (BSC) Valor Econômico Agregado (EVA). 1. ed. São Paulo: Atlas, 2005. FRANCISCHINI P. G; GURGEL, F. A. Administração de Materiais e do Patrimônio. 1. reimpr. Da 1. ed. 2002. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. MATOS, Antonio C. Layout. Empresário Online. São Paulo, 18 de Novembro de 1998. Disponível em: <http://www.empresario.com.br/artigos/artigos_html/artigo_170699_a.html>. Acesso em 18 de Outubro de 2009. MOURA, Reinaldo A. Sistemas e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de Materiais. 5. ed. São Paulo: IMAM, 2005. OLIVERIO, José L. Projeto de Fábrica: Produtos processos e instalações industriais. São Paulo: IBLC, 1985. POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. ___________________________________________________________________ *De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023