CARNE DE SUÍNOS
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CARNE DE SUÍNOS
SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE CARNES FRESCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO FILIADO À SUMÁRIO EDITORIAL ____________________________________________________________________________5 NOTICIÁRIO ___________________________________________________________________________6 VAREJO _______________________________________________________________________________9 São Paulo da carne _____________________________________________________________________11 A aventura de conhecer o comércio de carnes em São Paulo ___________________________________16 A loja dos sonhos ______________________________________________________________________20 Conceito religioso envolve a comercialização _______________________________________________24 O melhor do conceito do espetinho _______________________________________________________26 Conveniência alimentos _________________________________________________________________28 Max Carnes: Nova loja com filas para comprar _______________________________________________30 Freddi Carnes: Excelência e marketing para atender ao atacado ________________________________32 Carne Halal: Mais um conceito de religiosidade ______________________________________________36 Trabalhando com dois conceitos diferentes _________________________________________________38 ALIMENTO E RELIGIÃO _____________________________________________________________________40 Produtos Halal_________________________________________________________________________41 O alimento Halal _______________________________________________________________________42 Abate Bovino Judaico/Mulçumano ________________________________________________________45 NOTAS DO VAREJO _______________________________________________________________________47 Ponto forte e ponto fraco________________________________________________________________48 Dinheiro de plástico ____________________________________________________________________50 Certificação ___________________________________________________________________________52 Por que as pessoas tantas vezes adquirem produtos que não estavam em suas pretensões?_____________________________________________________54 Cuidados ao buscar uma linha de crédito___________________________________________________55 INSTITUCIONAL_______________________________________________________________________57 Parceria Iluminada _____________________________________________________________________58 Senac: 60 anos de atuação no desenvolvimento de profissionais ________________________________62 Sesc: 60 anos de uma história bem vivida___________________________________________________68 HÁBITOS ALIMENTARES________________________________________________________________75 O ritual do churrasco ___________________________________________________________________76 Hábitos alimentares ____________________________________________________________________82 BOVINOS ____________________________________________________________________________89 Boi: O rei do aproveitamento _____________________________________________________________90 Abate de bovinos ______________________________________________________________________94 O boi em pedaços______________________________________________________________________95 Divisão do boi - carcarça ________________________________________________________________96 Cortes primários _______________________________________________________________________98 A produção animal no estado de São Paulo em 2005 ________________________________________103 Pecuária em São Paulo _________________________________________________________________104 Boi tem a menor cotação desde 2002_____________________________________________________105 ANUÁRIO 2007 3 Uma revolução na pecuária _____________________________________________________________105 Crescem as exportações de carne bovina__________________________________________________106 O que é buiatria? _____________________________________________________________________107 AVES _______________________________________________________________________________109 Carne de frango ______________________________________________________________________110 Técnicas básicas de corte_______________________________________________________________112 Fatores que influenciam na maciez da carne de frango_______________________________________113 Produção mundial ____________________________________________________________________114 Os dados de hoje _____________________________________________________________________115 No Brasil do frango____________________________________________________________________118 Produção avícola mundial cresce ________________________________________________________119 SUÍNOS _____________________________________________________________________________121 Carcaça suína ________________________________________________________________________122 Carne de suínos: Exportação, Produção e Mercado Interno _______________________________124 a 127 A insensibilização influi na qualidade da carne _____________________________________________128 CORTE DE SUÍNOS __________________________________________________________________129 a 136 CARNES ESPECIAIS ___________________________________________________________________137 Caprinos e Ovinos_____________________________________________________________________138 Carne caprina: uma alternativa para o nordeste_____________________________________________139 Produtores de cordeiros em cooperativa no Paraná _________________________________________144 A cidade de São Paulo abrigou os eventos oficiais da estrutiocultura mundial em 2006 ____________145 Empresas e cooperativas lançam embutidos e processados de carne de avestruz _________________147 COURO _____________________________________________________________________________151 Exportações de couro brasileiro devem aumentar___________________________________________152 Tabelas ________________________________________________________________________154 a 159 Conscientização do manejo adequado de caprinos e ovinos para um couro saudável______________160 Couro é obtido através de dois processos principais _________________________________________162 Começa a exportação de couro de avestruz________________________________________________162 INFORMAÇÕES JURÍDICAS ____________________________________________________________163 Diversas _____________________________________________________________________________164 Vale-transporte _______________________________________________________________________166 Justa-causa __________________________________________________________________________167 Jurisprudência _______________________________________________________________________169 Terceirização: Cuidados na contratação de trabalhador temporário_____________________________171 Outros ______________________________________________________________________________173 VOCÊ SABIA? ________________________________________________________________________175 ÍNDICE REMISSIVO ______________________________________________________________183 a 189 4 SCVCFESP A satisfação DE TRABALHAR COM A CARNE Quanto à alegria e o comportamento das pessoas em relação à carne, nada mais fundamental hoje que a realização do ritual do churrasco: amizade e confraternização. Você vai encontrar nessas páginas as receitas essenciais para sua elaboração. Não todas, é evidente; sobra boa parte para a inventividade, a particularidade e singularidade de cada um. or quê? Porque contribuímos para a saúde e alimentação das pessoas. Porque o alimento cárneo, além de saudável, tem seu sabor característico que agrada e faz a felicidade dessas pessoas. Porque a carne faz parte da nossa cultura gastronômica e do hábito alimentar de todo o nosso povo. P O brasileiro é um povo que realiza com singularidade a relação entre a saúde de sua alimentação e a presença de proteínas. O velho arroz-feijão-salada-bife permanece em nossos hábitos cotidianos, apesar dos sanduíches e da alimentação fora de casa. E neste quarteto, se identifica o valor nutritivo da proteína como item fundamental, que não pode faltar. Hoje, as carnes brancas já registraram a sua importância junto aos consumidores. Salvo alguns equívocos que insistem em persistir, as carnes vermelhas passaram a ser recomendadas devido ao seu alto valor nutritivo. A carne bovina é rica em vitamina B12, importante para o metabolismo e participante da manutenção do sistema nervoso central. A falta dessa vitamina causa problemas de memória e cognição. Os ácidos con- “A carne bovina é rica em vitamina B12, importante para o metabolismo e participante da manutenção do sistema nervoso central” Manuel Henrique Farias Ramos Presidente do SCVCFESP tidos na carne bovina, conhecidos como EPA e DHA previnem doenças degenerativas como o mal de Alzheimer, além de patologias cardiovasculares, doenças epidemiológicas, entre outras. Para as crianças, a carne vermelha é essencial ao seu desenvolvimento intelectual e físico, além da presença do Ferro, elemento substancial para a vida. Para nós, que trabalhamos com um elemento tão fundamental na vida de todos, não é permitido esquecer a qualidade da carne. Este é um elemento complexo, que inclui conceitos como a maciez, suculência, sabor, coloração, frescor e tantos outros. Façamos valer o nosso conhecimento, do bom profissional que sabe identificar, até pela coloração da gordura, a observação do marmoreio e da bacia do boi, definindo a qualidade com os olhos. Só nos resta desejar a todos que por dever de ofício ou não passarem os olhos sobre as páginas deste Anuário,muitos e muitos churrascos,muitas e muitas festas comemorativas, muitos e muitos motivos para uma boa alimentação,com a presença da proteína da carne.E que vivam a alegria de saboreá-la! ANUÁRIO 2007 5 Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas “Em 2006” - segundo Manuel Henrique, “centramos nosso trabalho na aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, já aprovada pela Câmara dos Deputados, Senado e sancionada pelo presidente Lula neste final de ano. Um dos colaboradores fundamentais nessa luta é, sem dúvida nenhuma, o deputado Vicente Cândido (PT)”. Reunião na Federação do Comércio preparando apoio para a Lei O Supersimples é um regime diferenciado de tributação para as micro e pequenas empresas em relação aos tributos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Além dos benefícios tributários, o projeto prevê ainda a adoção de facilidades de acesso ao crédito, diminuição da burocracia e preferências nas licitações públicas. Esse tratamento diferenciado abrange também obrigações previdenciárias a cargo do empregador. Poderão recolher o tributo único as microempresas com receita bru- Em destaque o Deputado Vicente Cândido e Manuel Henrique Farias Ramos ta anual igual ou inferior a R$ 240 mil, assim como as empresas de Entre as emendas aprovadas está gência do novo sistema em 1º de julho de 2007 e não mais em 1º de janeiro do próximo ano. A mudança foi feita a pedido da Secretaria da Receita Federal e dos a que estabelece o início da vi- fiscos estaduais para que seja pequeno porte com receita bruta anual superior a R$ 240 mil e igual ou inferior a R$ 2,4 milhões. 6 SCVCFESP possível a implantação de um sistema específico para o controle e a fiscalização do novo regime. O novo imposto será recolhido com um único documento de ar- recadação e valerá como paga- turismo ou agências lotéricas, im- não for superior a 20% desse li- mento dos seguintes tributos: põe tributação de 6% a 17,42%. mite. Até R$ 36 mil anuais. Para Imposto sobre a Renda da Pessoa A segunda tabela, para serviços o empresário individual com re- Jurídica (IRPJ); Contribuição So- como produção cultural e artísti- ceita bruta anual no ano anterior cial Líquido ca, transporte municipal de passa- de até R$ 36 mil, o estatuto con- (CSLL); Imposto sobre Produtos geiros e escolas de línguas, terá cede outros benefícios por dois Industrializados (IPI), Contribui- alíquotas de 4,5% a 16,85%. anos, como contribuir para a Se- sobre o Lucro guridade Social com alíquota me- ção para o Financiamento da SeA terceira tabela, destinada a ser- nor (11%), dispensa de paga- viços como academias, elabora- mento do salário-educação e dis- ção de softwares e escritórios de pensa do pagamento de contri- contabilidade, apresenta alíquo- buições na demissão sem justa tas diferenciadas segundo a rela- causa e da contribuição adicional ção proporcional de profissionais sobre a remuneração do empre- O ICMS e o ISS também são contratados e a receita bruta gado. O empresário enquadrado abrangidos pelo Simples Nacional, anual. As alíquotas podem variar nessa situação também não preci- com algumas exceções. O mesmo de 4% a 13,5% nas 20 faixas de sará pagar as contribuições às en- ocorre com a contribuição para a tributação para as empresas cujo tidades privadas de serviço social Seguridade Social a cargo da pes- custo com a folha de salários se- (Sistema S). soa jurídica, que tem como exce- ja maior ou igual a 40% da recei- ções 16 tipos de serviços. ta. Para as empresas com percen- guridade Social (Cofins) e Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). tuais menores, há outros três índices Alíquotas As alíquotas, tanto para as mi- de tributação Com informações do Jornal Último Segundo (IG) (14%, 14,5% e 15%), válidos para Câmara Setorial qualquer faixa. A Câmara Setorial da Carne Bo- croempresas quanto para as de pe- A cada mês, o contribuinte deve- queno porte, variam de acordo vina do Estado de São Paulo rá somar as receitas brutas dos com 20 faixas de enquadramento prestou homenagem a Manuel últimos doze meses e verificar em da receita bruta em 12 meses e de Henrique Farias Ramos pelo seu que faixa se enquadra para pagar acordo com o tipo de empreendi- o tributo com a alíquota corres- mento. Para o comércio, a menor pondente. Se a micro ou peque- faixa, de receita bruta até R$ 120 na empresa ultrapassar, no ano mil, pagará 4% de imposto; a de início de atividades, o limite maior faixa, com receita bruta de de R$ 200 mil de receita bruta um centavo acima de R$ 2,28 mi- multiplicado pelo número de me- lhões a R$ 2,4 milhões, pagará ses em funcionamento nesse pe- 11,61%. No caso da indústria, as ríodo, ela será excluída do Sim- alíquotas variam, nas mesmas fai- ples Nacional, com efeitos re- xas, de 4,5% a 12,11%. troativos ao mês de início de “trabalho, competência e devoção em prol do desenvolvimento da cadeia da carne bovina”, nas palavras de seu presidente, Constantino Ajimasto Júnior, em 20 de setembro de 2006. suas atividades. Para o setor de serviços, o projeto institui três tabelas. A primei- O projeto permite, entretanto, ra, válida para atividades como que a retroatividade não seja creche, pré-escola, agências de aplicada se o excesso de receita Manuel Henrique e Constantino Ajismato ANUÁRIO 2007 7 TecnoCarne A preocupação do Sindicato com a atualização das informações junto ao açougue busca dar capacidade competitiva e diferencial que o supermercado não possui. Todos sabem que o perfil do consumidor mudou e que isso provoca a mudança no conceito e na estrutura do açougue, prestando serviços que a mulher trabalhando fora do lar não tem condições de executar. Essa situação prolonga a vida do Espetinho: uma forma de agregar valores à carne açougue, livrando-o de seu anunciado desaparecimento, na medida em que ele presta serviços agregando valores com o tempero e o preparo das carnes, possibilitando uma melhora na margem de lucro. A nossa participação na TecnoCarne tem esse sentido, com a realização de cursos de gastronomia com a colaboração do Senac, Visitação é ponto forte do estande na feira Antonela Bassani, da Eurfrigor, Manuel Henrique Farias Ramos, presidente do SCVCFSP e a Chef Internacional Bia Farias do Curso de Manipulação Higiênico-Sanitária de Carnes Frescas e Temperadas e outros, como repetiremos em 2007. Desta vez, vamos apresentar uma planta com possibilidade de Inspeção Estadual para um açougue com fábrica de lingüiças e embutidos. Nos encontramos lá! Veja as fotos da edição de 2005: 8 SCVCFESP Flagrantes do Curso de Gastronomia feito em parceria Sindicato-SENAC na última TecnoCarne VAREJO HÁ MUITAS MANEIRAS NO TRATO DE VENDER A CARNE. HÁ OS MODOS DE TRABALHAR A CARNE, HÁ AS VÁRIAS CARNES E HÁ CULTURAS E RELIGIÕES QUE TRATAM A CARNE DE MODO DIFERENCIADO. NUMA PALAVRA: DIVERSIDADE. É ASSIM QUE A CIDADE TRATA A VENDA DA CARNE, DE MUITOS MODOS DIFERENTES, COM SUAS MAIS DIVERSAS FACETAS. Neste Capítulo vamos aceitar o desafio de mostrar um pouco da diversidade no ato de vender a carne na cidade de São Paulo, cidade cosmopolita, centro de um universo que recebe em si outros universos. Conceitos diferentes convivem na mesma cidade, conceitos de custo, de sofisticação, de especialização, de culturas. Tudo isso você tem à disposição na cidade, para quem quiser desvendar as diferenças, para quem as diferenças formam a harmonia, para quem, enfim, quer consumir e vender o alimento carne de sua maneira, ao seu modo, com o seu rigor. Agradecimento: A Hércules Pioli Júnior, pelo start da idéia inicial deste capítulo: "conceito e preconceito". 10 SCVCFESP SÃO PAULO DA CARNE cidade que se agiganta des- do peculiaridades diferentes, ofe- povos que mais se habituaram a de a Serra da Mantiqueira, recendo comércio diferente, ser- comer este alimento. na Zona Norte até a Serra do viços diferentes, tecnologias dife- Mar, na Zona Sul, cobre uma rentes, marcados por soluções grande área com seus milhões arquitetônicas próprias e sem de habitantes e seus mais de uma unicidade. A 450 anos. As diferenças são muitas. Os bairros mais afastados carecem de muitos serviços públicos essenciais, povoados por populações mais pobres e com poder aquisitivo menor. Afastados também existem centros de excelência residencial, bairros nobres e outras cidades que se organizam em volta da Capital. Um grande centro ima- Convidamos você a uma aventura ao ler as próximas páginas. A aventura de conhecer as diferenças, de respeitá-las e de tirar de- Nestes locais estão distribuídas las as lições para um futuro me- milhares de casas de carne. Um lhor e breve. Sabemos que se res- vê o outro com certa indiferença peitássemos mais as diferenças e e até com certa distância. Alguns soubéssemos trabalhar com elas, trabalham com o conceito preço tirar proveito delas, seríamos e quantidade, outros trabalham mais unidos e talvez, mais felizes. carnes e cortes especiais, outros marcam a multiface do comércio tradicional dentro de um mesmo estabelecimento, outros traba- Conheça um pouco da cidade lham a carne de acordo com sua A cidade de São Paulo, segundo a cultura e religião. Conceitos dife- Wikipédia, “é a capital do estado rentes e diversidade que dão cal- de São Paulo, sendo a maior cida- do a uma realidade onde você de brasileira e do hemisfério Sul encontra tudo, quase sem exce- do planeta. A população recensea- A noção mais exata que se tem é ção. Este é o lado cosmopolita da da em 2000 foi de 10.434.252 que se pode passear por várias cidade em relação ao alimento habitantes; em 1º de julho de cidades dentro da mesma cidade, cárneo, nossa solução harmônica 2005, o IBGE estimava a popula- cada bairro ou região apresentan- e diversa que nos torna um dos ção em 10.927.985. A área do ginado dentro desse bosque de puro asfalto está dividido entre classes de maior poder aquisitivo e de culturas diferentes. ANUÁRIO 2007 11 município, ainda segundo o IBGE, é de 1.524 km e a sua altitude média é de 760 metros sobre o nível do mar. É considerada uma das principais cidades do Brasil, seja do ponto de vista social, econômico ou político. Sua região metropolitana tem aproximadamente 20.237.000 habitantes, o que a torna a metrópole mais populosa do Brasil e a 3ª do mundo depois de Tóquio e Cidade do México. O lema da cidade (presente em seu brasão) é a frase latina “Non Ducor, Du- co”, que em português significa “Não sou conduzido, conduzo”.” “Regiões muito próximas a São Paulo são consideradas também regiões metropolitanas do Estado, como Campinas e Santos; outras grandes cidades próximas são aglomerações urbanas em processo de metropolização, como Jundiaí, Sorocaba e São José dos Campos. O total das populações dessas áreas, somadas à da capital, o chamado Complexo Metropolitano Estendido, ultrapassam 29 milhões de habitantes, ou seja, pouco mais de 70% da população do estado inteiro.” Tecido e evolução urbanos “São Paulo possui uma miríade de tecidos urbanos, representando um modelo de desenvolvimento da mancha urbana típico de metrópoles de países em desenvolvimento: os núcleos originais da cidade apresentam-se verticalizados, caracterizados pela presença de edifícios comerciais e de serviços; e as periferias desenvolvem-se, de forma geral, com edificações de dois a quatro andares. Comparada a outras cidades ditas “globais” (como Nova Iorque ou Hong Kong), porém, São Paulo é considerada uma cidade de “edifícios baixos”. Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares, e a média entre os edifícios residenciais é de vinte.” Isto é provocado também pela evolução da arquitetura da cidade, que envolve construções de concreto armado, em vez de constuções com esqueletos de ferro como nessas outras cidades. 12 SCVCFESP DIFERENTES PADRÕES DE OCUPAÇÃO DO SOLO EM UMA MESMA REGIÃO São comuns as seguintes regiões, caracterizadas de acordo com seu tecido urbano: g Casario composto por sobrados de classe média, recuados em relação ao lote, em bairros predominantemente residenciais ou comerciais. n Periferias nas quais a legislação de ocupação do so- lo é menos respeitada, composta por sobrados ou residências térreas mas com densidade maior que o casario supracitado. g Bairros de classe média, normalmente localiza- dos em um anel periférico imediatamente seguinte ao Centro da cidade, mas não tão distantes quanto as periferias extremas, ocupados por condomínios verticais (edifícios de apartamentos isolados em meio ao lote, contendo quase 50% de espaço livre e normalmente de acesso privativo). n Regiões verticalizadas do Centro da cidade, variando bastante a relação entre a largura da rua e a altura dos edifícios. g Novas regiões verticalizadas e com edifícios mais recuados e com maior presença do automóvel (como a Nova Faria Lima e a região da Avenida Luís Carlos Berrini). n Regiões de condomí- nios fechados horizontais, de acesso restrito. g Regiões tradicionalmente caracterizadas como favelas. “A mais caracterizada mudança no perfil econômico da cidade, porém, é o chamado vetor sudoeste, área da cidade que engloba as regiões oeste e centrosul. A expressão se refere à tendência do mercado imobiliário (e das empresas em geral) em “levar” o centro da ci- “Tal heterogeneidade de tecidos, porém, não é tão previsível quanto o modelo genérico pode fazer imaginar. Algumas regiões centrais da cidade passam por intenso processo de degradação (expressão de uso eventualmente criticado por especialistas em planejamento urbano), o que incentivou a criação de novas centralidades do ponto de vista sócio-econômico. A caracterização de cada região da cidade também dade para regiões antes consideradas periféricas, seguindo em geral a direção nordeste-sudoeste, com algumas poucas exceções. Esta tendência pode ser acompanhada desde as primeiras décadas do século XX: partindo da região do Triângulo histórico (núcleo original da cidade), a centralidade sócio-econômica da cidade (que difere da centralidade geográfica) passou para a região do Centro Novo (do outro lado do Vale do Anhangabaú), e mais tarde para a região da Avenida Paulista. Nas últimas duas décadas, este processo tem levado tal centralidade principalmente para a região das avenidas Faria Lima e Berrini.” econômica dá-se o nome de cen- tro expandido.” “A constante mudança da paisagem paulistana devido às alterações tecnológicas de seus edifícios tem sido uma característica marcante da cidade, apontada por estudiosos como Benedito Lima de Toledo. Segundo Toledo, em um período de um século, entre meados de 1870 e 1970 a cidade de São Paulo foi inteiramente demolida e reconstruída no mínimo três vezes. Estes três períodos são caracterizados pelos processos construtivos típicos de suas épocas: em um primeiro momento a cidade apresentava-se como um emaranhado de construções em taipa de pilão, situação que perdurou desde o período colonial até as últimas décadas do século XIX. No início do século XX, a cidade foi rapidamente transformada e passou a apresentar-se como uma cidade de alvenaria, importando métodos de construção e arquiteturas européias. Enfim, com a necessidade de verticalização e expansão e a popularização de avanços tecnológicos, a cidade foi novamente demolida e reconstruída em concreto armado e metal, constituindo parte da paisagem atual. De cada um dos períodos anteriores restam pou- ram em áreas comerciais ou mes- “Outras áreas da cidade próximas ao centro mas fora do vetor sudoeste, como os bairros Tatuapé e Santana, também têm se desenvolvido em paralelo e se tornaram centralidades regionais. À área da cidade que compreende a centralidade geográfi- mo residenciais.” ca mais a centralidade sócio- Pinacoteca do Estado.” passou por várias mudanças ao longo do século XX. Com o deslocamento de indústrias para outras cidades ou estados, várias áreas que antes abrigavam galpões de fábricas se transforma- 14 SCVCFESP cos exemplares: algumas poucas residências bandeiristas preservadas e o Museu de Arte Sacra são os únicos resquícios da “cidade de taipa”. Da mesma maneira, da “cidade de alvenaria”, são preservados ainda edifícios como o da g SÃO PAULO FOI ELEITA POR UMA REVISTA NORTE-AMERICANA A 5º CIDADE MAIS GENTIL DO MUNDO. n A CIDADE DE SÃO PAULO HOJE TEM A SEGUNDA MAIOR FROTA DE HELICÓPTEROS DO MUNDO SÓ PERDENDO PARA NOVA YORK. g SÃO PAULO TEM O QUINTO MAIOR ZOOLÓGICO DO MUNDO. n O PIB DA CIDADE DE SÃO PAULO FOI DE 76 BILHÕES DE DÓLARES EM 2005. g O ORÇAMENTO DA CIDADE É O TERCEIRO MAIOR DO BRASIL, SÓ PERDENDO PARA O DO GOVERNO FEDERAL E DO ESTADO DE SÃO PAULO. n A CIDADE DE SÃO PAULO É CONSIDERADA DESDE 1997 A CAPITAL MUNDIAL DA GASTRONOMIA. g A RUA OSCAR FREIRE É UMA DAS OITO MAIS LUXUOSAS DO MUNDO DE ACORDO COM A “MISTERY SHOPPING INTERNATIONAL” n SÃO PAULO É UM DOS MAIORES CENTROS GERADORES DE TENDÊNCIAS EM MODA DO MUNDO g SÃO PAULO É TERCEIRA MAIOR CIDADE ITALIANA DO MUNDO n ATUALMENTE, O PRATO OFICIAL DA CIDADE É A PIZZA, COM UMA PRODUÇÃO DE CERCA DE 1 MILHÃO DE UNIDADES POR DIA, SÓ PERDENDO PARA NOVA YORK. g SÃO PAULO É MAIOR CIDADE JAPONESA FORA DO JAPÃO n SÃO PAULO É MAIOR CIDADE PORTUGUESA FORA DE PORTUGAL g SÃO PAULO É MAIOR CIDADE ESPANHOLA FORA DA ESPANHA n SÃO PAULO É TERCEIRA MAIOR CIDADE LIBANESA FORA DA LÍBANO A AVENTURA DE CONHECER O COMÉRCIO DE CARNES EM SÃO PAULO Toca o telefone, o funcionário atende, em outra mesa o proprietário faz simulações de preços, o celular toca, ele atende:“são dois e oitenta e nove”. Na outra sala, neste final de tarde na Casa de Carnes FrigoCentral, um funcionário declama preços numa interminável lista que inclui cortes, lingüiças, salsicha, frango inteiro e em pedaços. pipoca além das ofertas do dia; Gritam as marcas e os preços ao final, a frase: “Você é nosso como se eu tivesse entrado convidado para essa festa!”. numa bolsa de valores. Chamo a atenção de Nei para a proposta da reportagem, de ana- s computadores estão liga- lisar vários conceitos dentro da dos, há papéis jogados pe- diversidade existente na cidade. las escrivaninhas e continua o Ele analisa: “é necessária essa preparo do dia de amanhã nas diversidade porque você tem lojas de Sidnei dos Santos Ven- públicos diferentes dentro dela. tura, mais conhecido como Nei. Há consumidores para cada um Estão fazendo uma promoção em desses conceitos do comércio”. que a gráfica roda de um dia pa- Isso mesmo, a diversidade é o ra o outro os folhetos que serão reflexo do atendimento dado distribuídos. Falam de preços de pelo comércio varejista a uma compra e de venda das mercado- realidade diversa que compõe a rias, estes últimos sempre utili- nossa cidade. O zando da unidade nove ao final. trabalham centradas no produto carne, comercializando grandes volumes com bom preço final, mas ele alerta: “trabalhar com volume e preço final só não bas- O panfleto trará chamada de ani- Nei é proprietário de várias lojas ta. É necessário um cuidado mui- versário do FrigoCentral, com a espalhadas pela Zona Leste da ci- to grande com a qualidade na ho- distribuição de algodão doce e dade de São Paulo. Suas casas ra da compra e redobrar essa 16 SCVCFESP Produtos próprios, produção de linguiças e a geladeira cheia de cortes Na página anterior: Cortes embalados e de temperados qualidade na hora da venda, com “Quando se tem várias casas, você “onde as margens de comerciali- cuidados no trabalho com a car- atinge com mais facilidade a ques- zação são muito estreitas”. Suas ne, incluindo aí cuidados com a tão do volume e qualidade do pro- casas estão aparelhadas com in- higiene e o atendimento”. duto, mas deve buscar sempre su- formatização e as facilidades de peração com o melhor atendimen- pagamento incluem a utilização to e a higiene. Cada um deve bus- dos mais diversos meios de pa- car fazer o melhor dentro do seu gamentos, como cartões de cré- conceito de vender a carne”. dito e débito. comprado, bem recebido nas Para alimentar os açougues da re- Entre os próximos passos, a in- lojas, evoluir para cortes bem de ele fabrica suas próprias lin- ternet ocupa um lugar. “Existe realizados e com ótimo aprovei- güiças, com cinco tipos diferen- um espaço a ser explorado atra- tamento. tes incluindo a lingüiça fresca, de vés da divulgação que pode ser frango e a calabresa. Faz isso nu- feita. Estamos criando uma pági- No conceito em que trabalha, o centro de todas as preocupações é o produto carne. Portanto, esse produto deve ser bem Para cuidar da carne comercializando um volume maior, segundo ele, “é necessário girar rápido a mercadoria, com estoques mínimos: produto novo, fresco e saudável”. Além disso, “é preciso criar diferenciais estreitando o relacionamento com o cliente, criando compromissos com o consumidor. O visual das lojas é importantíssimo: deve haver identidade para cada marca”. ma extensão da loja com Serviço de Inspeção Estadual (SISP) e para buscar qualidade, já que os preços dos produtos próprios não estão abaixo dos produtos de grandes frigoríficos. Sem dúvida, mais uma busca de diferenciação dentro do mercado, fabricando para si mesmo. Para Nei, o grande concorrente hoje é o supermercado médio, na nossa que deve entrar na rede em breve”. No início, só divulgação. O que virá depois depende de resultados e da evolução que a rede pode trazer para a venda de carne. Temperados, assados e marca própria Uma das casas que visitamos trabalha com temperados. Outra casa, que seria inaugurada em breve trabalha com assados também. Para Nei, a grande dificuldade de uma rede trabalhar com temperados é procurar manter a mesma qualidade em todos os pontos de venda: “o temperado traz uma questão importante que é a agregação de valor ao produto, aumentando as margens de ço. Não trago o consumidor pelo carne bovina são provenientes ganho. Para uma rede, a dificul- temperado, mas vendo em algu- do coxão mole. Nesta casa, en- dade está no controle de todo o mas lojas”. Para quem vende o contramos também a costela processo. Como controlar a produto fresco em quantidade e temperada bovina, o frango a qualidade e ter o mesmo sabor com preço, o temperado pode passarinho e o bife a role, tem- em locais diferentes?” representar o risco de não satis- perados comercializados especi- fazer o cliente, perdendo esse ficamente naquele local. “Devemos nos especializar naquilo que fazemos bem. Algumas casas vendem carne temperada, cliente para o carro chefe que não é o temperado. Na na conta com um funcionário espe- temperado e sim pelo produto COHABI, em Artur Alvin, os cializado na produção de carne fresco, saudável e com bom pre- cortes mais comercializados de pronta para consumo. Na mira a 18 SCVCFESP que visitamos do FrigoCentral. Uma nova loja mas não busco o cliente pelo A marca Frigo Central e a fachada de uma das lojas loja Assados também estão na mira Temperados ocupam lugar na loja visitada, mas não em toda a rede Abaixo: o molho de pimenta e os temperos Mais abaixo: os cortes na vista do consumidor da agregação de valores, a busca Naquele tempo, lutando não só para atender ao cliente que quer para conquistar espaço, mas pela comodidade e praticidade. sua sobrevivência, Nei vendeu Outros produtos com a marca do FrigoCentral estão sendo produzidos. O sal grosso embalado com e sem tempero, o molho de pimenta com a marca própria e diversos temperos prontos também estão sendo comercializados. Toda a oportunidade de agregar valor deve ser aproveitada. Enfrentando o grande varejo até leite com preços mais baixos que o Pão de Açúcar. Lutou contra o poderio de fogo da grande rede que utilizava seu açougue para chamar os clientes com ofertas de preços mínimos e teve de utilizar toda a munição disponível. Cada um dos passos de um e de outro foi medido e respondido. Um desses passos foi a venda de frangos inteiros assados ao óleo de frango transformaram a resposta do então Pão de Açúcar em muita confusão. preço de R$ 1,99 pelo FrigoCen- Outros lances se repetiram até tral, um chamariz para consumi- que o respeito se estabelecesse. dores que ali compravam outros Hoje, para aproveitar ofertas de produtos cárneos, o FrigoCentral A saga de Sidnei dos Santos Ven- produtos. Sem lucro no frango, tura quando abriu sua primeira mas aproveitando a presença de conta com depósitos refrigerados loja foi marcada pela luta e a con- centenas de consumidores que que permitem a compra e estoca- corrência com um Pão de Açúcar faziam fila no quarteirão e com- gem em quantidade de produtos instalado quase em frente da loja. pravam também outros cortes de diversos ofertados pelos frigorífi- Hoje, a bandeira do supermerca- carne, o FrigoCentral chamava a cos fabricantes de embutidos e do mudou para Compre Bem. Es- atenção do concorrente, que re- processados. A logística de cada sa história foi marcada por diver- solveu dar a resposta vendendo o dia é traçada no final da tarde do sas tentativas do supermercado mesmo produto a R$ 1,98. Mas dia anterior, em clima de quem de fazer uma concorrência forte não com a mesma eficiência: lo- luta para ter na carne o centro de no setor da carne. taram-se os corredores, sujeira e seu conceito de comercialização. ANUÁRIO 2007 19 A LOJA DOS SONHOS uma casa da Rede London e comandada pelo filho de Adolfo Salva (42 anos no setor da carne), Alexandre Rodrigues Salva, que desde pequeno acompanha seu pai à frente de casas de carne. Para dar mais olhos de proprietário ao local, também a mãe de Alexandre, Silvina Rodrigues Salva acompanha o dia-a-dia do estabelecimento. O comércio idealizado desde o seu surgimento aponta para atenFachada da nova loja London, aproveitando o recuo para um estacionamento der às necessidades dos consumidores dos bairros que precisam D a Zona Leste da cidade, O planejamento do bairro anexo comprar o pão, a carne, os frios e passamos para um bairro foi feito ainda no tempo da laticínios, um café, além de ver- que começa sua verticalização na Companhia City, liderada pelos duras, massas e comidas prontas. Zona Oeste de São Paulo, uma ingleses que deram sua contri- Em alguns locais da cidade, ao la- ponta da Vila Leopoldina na Rua buição para a formação da City do dessas casas comerciais tam- Passo da Pátria, nº 1679. Uma Lapa, hoje tombado pelo Patri- bém se encontram adegas e pe- área onde as indústrias estão mônio Histórico. quenos restaurantes. ciais para populações com poder Aqui, vamos encontrar uma nova Pois bem, para marcar tudo isso aquisitivo mais alto, classes mé- experiência de comercialização, num lugar só, é preciso agregar a dia-média e média-alta. marcada pelo surgimento de mais multiface do comércio dentro de dando lugar a edifícios residen- 20 SCVCFESP um único estabelecimento. Eis padaria, rapidamente pela rotis- aqui, a nova Casa London. sirie e venda de frios e laticí- Alexandre conta que para erguer esta nova casa foram buscadas soluções profissionais de especialistas como arquitetos, mestres de confeitaria e padaria, engenheiros de alimento, especialistas na formação de adegas de vinho e cachaçaria, na formação nios, do outro lado pode adquirir verduras higienizadas, escolher cortes de carnes congelados e resfriados prontos e, enfim, As várias facetas do comércio e dos serviços num só ambiente adquirir seus produtos cárneos no açougue, que fica no fundo sem gestos forçados e com uma da loja. Ao lado dele, a adega de naturalidade de quem faz isso vinhos e a cachaçaria. sempre e sabe a sua importância para o cliente. de cardápios para restaurantes, Cada compartimento foi plane- que aliados ao conhecimento da jado para dar uma visibilidade Cada um dos espaços possui sua comercialização da carne que a sem a perda da unicidade visual presença para a formação da London detém, possibilitaram da loja. O forro cria divisões pa- qualidade da loja. É assim que no uma evolução para “inovar com ra cada um dos lances onde o café, segundo Alexandre, “você conhecimento e qualidade, sem- cliente avança para o fundo da saboreia grãos premiados na Eu- pre zelando pelo valor dos pro- loja, criando como uma divisão ropa plantados na Região da Mo- dutos e serviços”. dos ambientes. giana, aqui no estado de São Ao entrar na loja, você pode Enquanto o consumidor avança, Paulo. No restaurante são servi- deixar o carro parado em um pe- os funcionários travam o conta- dos almoços com três tipos de queno recuo utilizado para esta- to pelo comprimento, como que pratos diferentes que incluem cionamento, recebe uma coman- lhe dando as boas vindas a cada peixes, carne bovina e suína, da e avança primeiro pelo café, parte da loja. O atendimento, aves, risotos e massas. A adega depois pelo pequeno restauran- tão desejado pelo comércio se foi formada com 250 rótulos de te, em seguida pela confeitaria e faz presente de forma agradável, vinhos e está sendo ampliada pa- ANUÁRIO 2007 21 Acima: A adega de vinhos Ao lado: Os produtos da confeitaria, da padaria e as carnes ra incluir mais cem rótulos no- e o cupim, muito apreciados; na presença do consumidor, e me- vos. De quebra, você pode con- mas os assados contam também lhor, para o consumidor ver, pois sumir ainda alguns rótulos de com o gosto muito particular da as mesas estão colocadas perpen- cervejas importadas e nacionais. churrasqueira a carvão, que valo- diculares ao ponto de vista do A cachaçaria possui cerca de cem riza os pratos. comprador. Esta forma de trabalhar, dando oportunidade ao clien- títulos a sua disposição. Na conUma marca da inovação dessa lo- te de observar os cortes está calca- produção de chocolates finos, ja é a padaria industrial, com o da no fato de que o cliente quer doces e elaborados finos. Cada desenvolvimento e a produção ver a carne sendo cortada na sua parte da loja conta com um co- de pães especiais como o pão in- frente e isso para esse cliente dife- mando profissional, como o de tegral e o pão light. A padaria e rencia o atendimento, como mos- um mestre confeiteiro”. confeitaria têm seu espaço de tram pesquisas realizadas pelo Ital produção industrial no pavimen- (Instituto de Tecnologia de Ali- A rotisseria tem um forno combi- to superior. Ao lado da cachaça- mentos), da cidade de Campinas. nado, para a produção de comi- ria, você tem os utensílios para das prontas e assados. Este tipo churrasco, como mais uma forma de equipamento pode produzir de agregar outros produtos. Desenvolvendo a presença na cidade a outros pratos como massas e Enfim, a carne da London, onde As casas da rede London estão risotos sem que o cheiro de um você encontra os melhores cortes presentes nos Jardins, em Alpha- alimento passe para o outro, pre- de bovino, os cortes embalados de ville e agora na Vila Leopoldina. servando o suco da carne e sua leitão temperado, peixes, avestruz, Em cada estabelecimento, uma es- hidratação. Entre as carnes pre- medalhões de salmão, galeto re- tratégia é traçada para a satisfação paradas estão o frango recheado cheado, ou cortes feitos na hora e dos consumidores de cada bairro. feitaria, a diferenciação se dá na carnes de diferentes tipos, junto 22 SCVCFESP Silvina e Alexandre Salva É assim que em determinados lo- Ainda, os clientes de fim de se- cais, a entrega em domicílio repre- mana de bairros de classe média tros produtos próprios para esse senta grande quantidade da carne alta fazem o consumo da carne fim, como o carvão protegido comercializada. Em outros, o for- para churrasco, em dias ensolara- por embalagens plásticas, que necimento para hotéis, hospitais e dos marcados pela venda de cor- conserva sua qualidade e evita restaurantes compõem o centro de tes específicos para esse tipo de deixar suas marcas nos bancos sua comercialização. consumo e pela procura de ou- traseiros dos automóveis. Entre as diferenças que formam o cenário da venda de carnes na cidade de São Paulo, existem também os conceitos que envolvem a religiosidade. Na casa Livenn Kosher Today, estabelecida na Rua Padre João Manuel, nº 730, região dos Jardins, são comercializados cortes de carne para a comunidade judaica de acordo com os conceitos que envolvem a sua crença religiosa. CONCEITO RELIGIOSO ENVOLVE A COMERCIALIZAÇÃO N ão são poucas as diferenciações que marcam a comercia- lização no Livenn, como em outras redes especializadas na comercialização da carne kosher existentes em São Paulo. Correndo o risco de uma simplificação, podemos dizer que a religião judaica não permite o consumo da carne de porco, nem tão pouco da carne bovina proveniente do traseiro. Os animais devem ser abatidos seguindo Um exemplo: se o caminhão onde a carne é transportada for aberto por qualquer motivo entre o frigorífico e a loja, sem a presença desse fiscal religioso, esta carne não poderá mais ser vendida para a comunidade judaica. Todos esses procedimentos devem ser respeitados, pois fazem parte integrante de uma cultura que vem dos tempos antigos aos dias de hoje, parte integrante da religião de um povo. procedimentos de um código religioso, transportados e trabalhados com a presença de um fiscal religioso presente durante a realização dos cortes no frigorífico utilizado para o trabalho das carcaças que vêm do interior, instalado em Ribeirão Pires, aqui na Grande São Paulo e na separação desses cortes na loja. Fachada da casa Livenn Kosher Today O abate é realizado com a presença de um rabino e seus auxiliares que seguem o ritual à risca. O animal deve morrer na degola, sem o atordoamento realizado pelo adotado abate humanitário, pois o equipamento de ar comprimido vai causar a coagulação de sangue em seu cérebro, o que torna a carne imprópria para o consumo pela comunidade judaica. Coágulos são indesejáveis, considerados como impurezas. Como os cortes são do dianteiro, seu aproveitamento é valorizado em quantidade e qualidade. No Livenn, são comercializados cerca de 25 cortes do dianteiro bovino, incluindo até um corte chamado picanha original, que é utilizado para a confecção de churrascos e cortes conhecidos como o peixinho, o acém, o bife paris, as costelas com osso e sem osso, aliado a cortes menos conhecidos como o goulash e o lomito. A carne processada também pode ser encontrada, fabricada do dianteiro bovino. São salames, copas, salsichas, costela defumada, lingüiças calabresa, fresca, gaúcha, charque, chouriço, kafta e até uma mortadela, todos muito saborosos e condimentados. A comercialização avança para cortes de aves e seus frios e embutidos. Todos com a produção controlada dentro de padrões e normas muito especiais. As embalagens são primordiais para o controle religioso. Selos e lacres das congregações religiosas fazem parte integrante da embalagem, impressas em plásticos utilizados em máquinas a vácuo ou nos lacres de fita adesiva, asseguram o processo de obtenção dos cortes e sua manipulação. A classificação de pureza da carne é realizada no frigorífico, quando o rabino enche os pulmões do animal abatido para verificar a presença de impurezas. Se esse pulmão A fiscal religiosa junto à gerente Maria Alejandra de Barros Ao lado: As carnes embaladas; a exposição e os embutidos estiver totalmente livre de doenças pulmonares e furos no pulmão, a classificação da carne será kosher. Beit Yossef é uma classificação superior da carne, quando a inspeção do animal encontrou todos os fatores positivos. Atendendo a cidade e outros pontos do Brasil A comunidade judaica se espalha concentrada em determinados bairros de São Paulo. Há concentrações significativas nos Jardins, no Morumbi, em Moema, na Vila Mariana, em Higienópolis e no Bom Retiro. Para atendimento a esses clientes o Livenn possui entrega em domicílio e instalou uma nova loja em Higienópolis. Uma outra loja, também na região do bairro de Higienópolis, faz vendas por atacado, atendendo a outras cidades e estados em que a comunidade judaica se organiza para consumir a carne Kosher. A administração e implantação dessas lojas é de responsabilidade do Banco Safra, juntamente com uma comissão formada por seis empresários da comunidade e tem como intuito popularizar a carne kosher. Trata-se de uma loja moderna, que conta com atendimento especializado e um lay out simples e agradável. A escolha pelos tons de vermelho, do mais claro ao mais escuro, faz do ambiente e do planejamento visual uma marca do estabelecimento. Toda a orientação para a escolha dos cortes é feita de maneira profissional, existe uma sala de preparação separada por vidro do ambiente onde está localizado o varejo. A gerência comercial está sob o comando de Maria Alejandra Barros e a inspeção religiosa é presente a todo o momento, como não poderia deixar de ser. Os preços de comercialização da carne kosher são altos. Um corte de peixinho, por exemplo, muito apreciado por poder ir ao forno para assar, não sai por menos de três vezes mais que o preço de sua comercialização no mercado da carne comum. ANUÁRIO 2007 25 O MELHOR CONCEITO DO ESPETINHO O Empório da Carne é um grupo ligado à fabricação, venda e restaurantes de espetinhos na cidade de São Paulo. Tudo começou em 1998, na garagem de uma residência do bairro da Aclimação, com a instalação de um comércio para quem apreciava o sabor da carne assada na churrasqueira com a praticidade e o porcionamento permitidos pelo espetinho. Embalados a vácuo, com bom preço e qualidade, logo foram conquistando espaços com encomendas para viagens e prestação de serviços em festas familiares e de empresas. O espaço ficou pequeno e logo um novo endereço surgiu, com o Empório da Carne 1, na Rua Heitor Peixoto, nº 143, uma esquina com a Rua Paulo Orozimbo. Um estabelecimento comercial de venda de carne que tinha uma característica: reunir os amigos e clientes que se envolviam em papo e degustações de espetinhos e cachaças, oferecidas como cortesia da casa. Em 2001, com a construção de um quiosque de 26 SCVCFESP piaçava, foram distribuídas mesas, cadeiras e nascia o sistema de venda de espetinhos assados e servidos na tábua. Hoje, o sucesso desse tipo de comercialização se tornou popularizado no bairro, a concorrência gerada pelas boas idéias e iniciativas criou novos espaços onde se procura copiar o que é feito, mas o Empório da Carne firmouse como pioneiro e abriu um novo espaço, o Empório da Carne 2, localizado na Avenida Eng. Luiz Gomes Cardim Sangiardi, nº 701, também na Aclimação. São mais de 30 tipos de espetinhos servidos em um ambiente interiorano, com música ambiente e um sistema de serviço eficiente com a cerveja sempre, sempre na temperatura certa, além dos mais de 20 rótulos de cachaças. Sucesso e novo estabelecimento. Desta vez para a produção em escala de espetinhos, um frigorífico com Serviços de Inspeção Estadual na cidade de Irapuã, o Empório da Carne 3, com a preocupação estratégica de manter o padrão de qualidade e a garantia de fornecimento. Agora, a oferta se diferencia com o aumento no leque de produtos, como com a produção de lingüiças de condimentação variada (pimenta, erva-doce, etc). Neste momento em que o negócio avança para um melhor rendimento, a estratégia passa a ser a volta ao comércio de carnes, com uma loja especializada em churrascos, para servir a quem gosta de se divertir com a festa gastronômica de preparar carnes na churrasqueira, com a inauguração do Empório da Carne 4, esquina da Basílio da Cunha com Paulo Orozimbo, no mesmo bairro. O novo espaço pretende ser uma loja acolhedora, com atendimento personalizado, oferecendo os produtos cárneos do Empório da Carne, além de churrasqueiras, grelhas, tábuas, bebidas e serviços para festas. Ricardo da Silva Prates está há 8 anos no ramo da carne. Ele é o proprietário das lojas do Empó- rio da Carne. Para atender aos consumidores trabalha com uma grande variedade de espetinhos, entre os quais o de carne bovina, peito e coxa de frango, costela suína, pernil suíno e picanha suína. As lingüiças vêm com e sem pimenta, não faltam os espetos de coração de frango, tulipa e drumet, além do espetinho de peito de frango empanado. Para incrementar, espetinhos de pão de alho, de legumes como o de berinjela com queijo, quiabo com bacon e jiló com ervas finas. Tudo servido com a possibilidade de saborear saladas como rúcula, agrião, tomate e alface americana, colocadas dentro do mesmo padrão, com um espeto enfiado por cima, como se fosse um espetinho e a preço único. Sobremesa: banana com leite condensado e canela. Na hora da conta somam-se os espetos de madeira e pronto. Gerenciando de forma avançada Na nova loja, a preocupação é servir a carne com o selo de qualidade do Empório da Carne, oferecendo garantia ao seu consumidor. Abrindo o leque, tem- Acima e ao lado: Os dois restaurantes Na página anterior: Os espetinhos e temperos para carnes peros, cachaças, bebidas de todos os tipos e acompanhamentos que podem resultar num bom churrasco. O espetinho é uma das formas de se agregar valor à carne, oferecendo um produto macio, suculento, gostoso, de cor agradável e de fácil preparo. No caso de Ricardo, a experiência deu tão certa que hoje ele conta com quatro estabelecimentos voltados para a mesma atividade. De olho no futuro, Ricardo preparou uma equipe de pessoas que o auxiliam a prestar todos os serviços, na loja, nos restaurantes e no frigorífico. Ele valoriza esta mão-de-obra e sabe da importância do envolvimento dos funcionários com a empresa. O resultado pode ser admirado quando o consumidor aprecia as carnes em qualquer dos dois restaurantes ou visita a loja para compra de carnes ou utensílios. O atendimento é sempre muito bem feito, os clientes são reconhecidos, deixados à vontade dentro de seu espaço e a eles se dá toda a atenção na hora da comercialização dos produtos. ANUÁRIO 2007 27 CONVENIÊNCIA DE ALIMENTOS Apenas a quatro quadras de um hipermercado Extra, em plena Zona Leste, a loja Conveniência de Alimentos diferencia serviços e produtos fora do espaço das grandes avenidas, caracterizando-se como uma loja típica de bairro, mas solidificando um conceito através da criatividade e diferenciação. J osé Henrique Soares e sua irmã Sandra Regina Soares são os proprietários desta casa instalada na Rua Dona Aurora Guimarães, nº 174, na Penha. Ele conta que nasceu no açougue: “vivi desde criança numa casa de meu pai aqui mesmo neste bairro, para ser mais exato na esquina acima de onde estamos instalados. Por isso mesmo, até hoje uma parte das pessoas que aqui vêm para comprar me conhecem pelo nome, interferem diretamente na confecção e criação dos produtos, trocam opiniões e dão sugestões de como querem consumir os alimentos”. Esta vivência no bairro e a solução encontrada pela família na composição da loja deram origem ao conceito desenvolvido por José Henrique. Trata-se de uma lo- 28 SCVCFESP ja com uma padaria nos fundos e o açougue na frente, com o trabalho na carne desenvolvido através de temperados e pré-fatiados numa grande extensão do movimento dos produtos cárneos. Para continuar a descrição do estabelecimento, devemos incluir uma grande churrasqueira à porta, a presença de congelados ao lado do açougue na frente, onde se comercializam carnes e outros produtos manipulados como salgadinhos produzidos artesanalmente. Entre os congelados e a padaria, um minimercado com centenas de itens. Somada a área de manipulação de carne e a parte industrial da padaria, são 330 m2 de espaços dedicados à comercialização. O lay out da loja para quem está acostumado a freqüentar lojas de áreas da cidade mais ricas ou está acostumado a consumir seus produtos diante de propostas mais simples, não impressiona. A primeira vista, parece uma grande desarrumação. Mas o fato é que José Henrique e sua irmã desenvolveram uma proposta capaz de dar evolução ao antigo açougue instalado há tempos no bairro. E trabalha agregando valores com delivery, com assados (lombo recheado, frango na brasa, frango recheado, costela no bafo, lagarto, joelho, espetos misto, de alcatra, de picanha, de maminha e a costelinha de porco) com temperados (bife a rolê, lagarto recheado, maminha recheada, lombo recheado, medalhão de frango, medalhão de filé mignon, bife à milanesa, filé de frango à milanesa, costelinha de porco temperada, coxas de frango tempera- das, sobrecoxas e coxinha da asa temperadas, além da confecção de almôndegas), com massas, doces, salgados, bolos, tortas, saladas prontas e com itens necessários para a dona de casa desse bairro que não tem a necessidade de se deslocar dali para outros lugares em busca do alimento cotidiano. A multiface do comércio está presente, marcada pela evolução. do, mas finalmente estancado com a última parcela paga. Conta José Henrique que “o financiamento de que se fala tanto, ficou nas propagandas da televisão. Até conseguir estancar a sangria gerada pelo leasing trabalhava das 4 horas da manhã, fazendo o pão e depois desenvolvendo outros trabalhos até às 21 horas. Hoje, só faço o pão na folga dos funcionários, mas a independência foi difícil”. Crédito para todos “Perto de 50% da clientela vem de fora, atrás dos temperados, assados e dos produtos da padaria. Meu conceito é a transparência e a qualidade e quem dá a avaliação dos erros é o próprio cliente. De outro lado, procuro atender aqui aquilo que o consumidor quer comprar e não aquilo que ele quer pagar”. Na história dessa casa, um fato impressiona logo: a falta de créditos para quem quer construir, reformar ou desenvolver novas propostas dentro do setor. Todos os equipamentos foram comprados através de leasing, o que provocou um preço final absur- Acima: os espetinhos. Ao lado: José Henrique; o balcão da padaria; a fachada do estabelecimento e abaixo: pães, bolos, os salgadinhos e a carne embalada MAX CARNES: Inaugurada em 4 de maio de 2006, a nova loja da rede Max Carnes da Av. Cupecê desenvolve com todo o rigor o conceito de lojas que trabalham com preços e grandes volumes de carne. NOVA LOJA COM FILAS I naugurada em 04 de maio deste ano, a nova loja da rede Max Carnes da Av. Cupecê, nº 2.830 desenvolve com todo o rigor o conceito de lojas que trabalham com preços e grandes volumes de carne. No lay out, espaço para vender os pertences para feijoada erguido antes dos caixas e marcado pela solução decorativa, com um pequeno telhado insinuando sua separação do resto do açougue; antes e ao lado, a comercialização de bolachas nordestinas, na busca por atender ao tipo de consumidor marcante no bairro. Rodrigo dos Santos Leite é um dos gerentes e nos conduz ao conhecimento da comercialização dentro do estabelecimento. Enquanto nos atende, atende também pela busca da qualidade aos consumidores que procuram por cortes a seu gosto, querem a carne desta ou daquela forma. A todos dá atenção, como que aprimorando o atendimento, fazendo uma ponte entre o consumidor e o atendente, ou ainda resolvendo ele mesmo a reivindicação do cliente, como na troca de um corte de osso buco realizada ali mesmo, na hora. A loja conta com outros produtos como massas, frios, espeti- 30 SCVCFESP PARA COMPRAR tes mais vendidos, para o dianteiro bovino são o acém com osso, a costela gaúcha e o miolo do acém; assim como para o traseiro bovino estão o contra filé, a alcatra e a carne para churrasco. Um dos cortes específicos realizados na casa, o bife paris é feito do sete da paleta, como pode ser observado na foto. nhos e empanados, trabalhando ainda com poucos produtos temperados como a costela bovina temperada, o bife a rolê e o lagarto recheado. Os espetinhos também são ali produzidos, agregando valor à carne e podem ser encontrados dos tipos: bovino, lingüiça, frango, coração de frango. “Todos esses produtos estão sendo bem aceitos pelos consumidores”, salienta Rodrigo. A fachada do estabelecimento marca o trecho da Av. Cupecê em que está instalada a Max Carnes, dando uma visibilidade grande e comunicando rápida e corretamente a mensagem. Na porta, não poderia faltar o tapete vermelho com o logotipo da casa. Na inauguração, foi realizada uma promoção com sorteio e cupons. A cada compra, o consumidor ganha cupons que são co- Esquerda: A fachada e as filas No alto: Os pertences para feijoada Direita: Os bifes em cortes e o balcão com a vitrine alta locados numa urna. Os prêmios são; uma geladeira duplex e um televisor 29”. O sorteio foi realizado no dia 04 de junho, um mês após a inauguração. Também foram realizadas divulgações com carros de som e panfletagem nos pontos mais densos do bairro. Trabalho correto e qualidade Para Rodrigo, “não existe segredo no que nós estamos fazendo. A loja está sendo um sucesso porque trabalhamos corretamente, procurando atender ao consumidor com qualidade, bom atendimento e correção”. O estabelecimento está informatizado, gerando controle de estoques, preços e produtos, Os cor- No momento em que a reportagem foi feita a loja contava com 25 empregados. No entanto, como é natural nos casos de inaugurações, este número deveria cair nos próximos meses, com alguns funcionários deixando a casa depois de um período de experiência. “O tripé em que está montado o conceito de comercialização da Max Carnes é higiene, qualidade (dos cortes e da manipulação) e bom atendimento”, salienta Rodrigo. Desde 1977 a Freddi Carnes trabalha atendendo o consumidor da cidade de São Paulo. FREDDI CARNES Excelência e marketing para atender ao atacado D esde 1977 a Freddi Carnes bi para Moema, ambos na Zona tirão, em um futuro breve, até Sul da cidade e com aspectos mesmo a construção de uma co- comuns como a crescente verti- zinha com sala de preparação, calização e sofisticação de con- para o ensino do corte da carne sumo, com moradores que inte- ligado à gastronomia. Isto mes- gram as classes A e B da popu- mo, se o futuro do açougue po- lação, com muitos estabeleci- de estar ligado ao desenvolvi- mentos ligados à alimentação, mento da culinária, com a pre- como restaurantes e hotéis. sença de temperados, pré-fatia- trabalha atendendo o con- dos, pratos prontos e assados, sumidor da cidade de São Paulo. Na Av. Lavandisca, nº 665 as no- Recentemente, a loja mudou seu vas instalações da loja inaugurada endereço do Bairro do Itaim Bi- em 1º de maio deste ano permi- aqui ele encontra toda a facilidade para permitir os avanços. A loja tem seu atendimento voltado em 96% para a venda no atacado, com um pequeno movimento ligado ao varejo. Para atender hotéis, restaurantes, bifês, escolas e lanchonetes, Hélio Renato Freddi conta que montou um telemarketing receptivo e ativo e uma pequena frota que conta com duas peruas devidamente adesivadas com a marca e motocicleta com isolante térmico, para entregas de carne. Renato afirma: “tenho orgulho de ser açougueiro, a loja O novo endereço conta com três pavimentos. No andar térreo, está localizada a loja do varejo, com um balcão de corte voltado diretamente para a visualização do consumidor e um primeiro espaço ligado à produção, separado por um vidro transparente. Neste pavimento, também há uma sala para a preparação de carne moída, com refrigeração adequada e homogeinizador (carne homogeinizada, como nos supermercados). No segundo andar está localizada outra sala de preparação e os estoques, assim como o refeitório dos funcionários. É neste andar que será implantada a cozinha, equipada com forno combinado para a preparação de assados e aulas de cortes de carne. No terceiro pavimento, os escritórios. O planejamento, moderno e tecnologicamente correto, permite até mesmo a obtenção do SISP, que está em andamento. A escolha pelos tons de pintura externa em pasteis dá um ar de prazer ao consumidor que olha de fora para dentro, tornando a loja convidativa. Acima e na página ao lado a fachada da loja Ao lado abaixo um pequeno espaço para o atendimento ao varejo Diferenciação e preocupação com a saúde do consumidor não é uma grife nem pensa em de- Para conquistar a clientela e traba- senvolver esse trabalho. Nossa lhar com excelência, um dos pas- melhor propaganda, com muito sos de Renato foi valorizar a mão- O estabelecimento consta do de-obra que o cerca. “Nosso fun- Guia de Compras do Jornal Folha cionário mais novo está a mais de de São Paulo, editado pelo crítico gosto, ainda é o boca a boca, que multiplica nossos serviços. Nossa família está no setor da carne há 7 anos conosco e gosto de pensar que temos 44 famílias de pessoas de gastronomia Josimar Mello, como um dos endereços indispensáveis da cidade de São Paulo. muito tempo, desde o trabalho de que trabalham aqui na Freddi Car- meu pai e hoje tenho meu irmão nes e que dependem dos ganhos Para Renato, “a agregação de valo- aqui trabalhando comigo”. salariais obtidos na casa”. res existe para ser utilizada de to- ANUÁRIO 2007 33 A sala de preparação, o tempero, as carnes limpas e embaladas das as formas. As empresas liga- perfeita, para seu aproveitamento rando saladas em restaurantes. das ao setor de varejo da carne total nas cozinhas dos estabeleci- Depois, em Londres, esteve du- devem lançar mão de toda a forma mentos que compram essa carne, rante um ano trabalhando como de agregação para sua sobrevivên- como também dos consumidores Souce Chef de restaurantes italia- cia no mercado. Se você não dife- que a levam para casa. Segundo nos. renciar seus produtos, não sobre- Renato, que hoje é um dos dire- viverá na sociedade moderna e tores do nosso Sindicato, “nossa Quando voltou ao Brasil, mon- globalizada”. função é atender o mercado de tou um açougue no Bairro do alimentos com preocupação com Morumbi, enquanto o pai e o ir- a saúde das pessoas e aplicando mão estavam no Itaim Bibi. De- todos os cuidados da higiene. pois de alguns anos, fechou seu Devemos perseguir a prática da estabelecimento no Morumbi e boa alimentação e ela nos trará o se concentrou nos negócios da ganho financeiro”. Pois é, nunca família na casa do Itaim. Segundo ele, “no supermercado as pessoas estão esperando praticidade para suas compras. Em diversos pontos da cidade, nem preços elas olham. Temos que incluir a praticidade ao nosso modo em nossos estabelecimentos. ao contrário, pois esse contrário é impossível, contraditório. Se eu não fizer isso, eu não vendo”. O tripé do conceito de trabalho dentro do Freddi Carnes é “praticidade, qualidade e preço A especialização e experiência profissional levaram Renato a Formação e experiência profissional planejar cada detalhe de sua casa comercial, inovando nas formas de trabalhar com a carne e utili- honesto. A esses três primeiros Renato Freddi cursou Adminis- zando cada um dos detalhes que lemas, acrescentamos a agrega- tração de Empresas em 1979. lhe são permitidos para agregar ção de valores nos cortes e um Depois disso, realizou uma pós- valor à sua forma de trabalhar. É trabalho de porcionamento espe- graduação em Varejo na Universi- cializado”. dade de Roma. Como bolsista, Para obter uma excelente mercadoria o Freddi compra qualidade esteve também no instituto Sapienza, na Casa Dante Alighieri. assim com o tempero utilizado pelo Freddi Carnes, oferecido como brinde ao consumidor que lá compra suas carnes, como você e trabalha com qualidade, ofere- Em Paris, capital francesa, ele tra- pode ver na foto (com direito a cendo carne com a apresentação balhou durante três meses prepa- embalagem a vácuo). 34 SCVCFESP que conheça as palavras do Alcorão pode realizar o abate, desde que domine as técnicas, para favorecer uma morte digna do animal”. No caso de Ali, ele mesmo muitas vezes promove esses abates, nos mostra a faca e explica que a incisão deve ser feita de modo rápido e certeiro, cortando o pescoço do animal a ser abatido e atingindo órgãos que vão permitir uma morte rápida (veja Kafta mais adiante o processo Halal). A presença de 1,5 milhões de CARNE HALAL muçulmanos no Brasil parece estar chamando a atenção de parte da indústria, já que na casa encontramos o selo Halal em frios Mais um conceito de religiosidade produzidos pela Ceratti. A agregação de valores à carne está presente também ao estabelecimen- a Zona Leste da cidade, um brasileiros em colocar essa carne to que fornece a Kafta em espeti- pequeno comércio despon- no mercado interno, por falta de nhos, prato tão apreciado pela ta como fornecedor de carne pa- uma logística”. De forma inde- comunidade árabe. ra a população muçulmana resi- pendente, o Centro de Divulga- dente em São Paulo e região. O ção do Islam, com sede na cida- consumida por brasileiros sem Grupo Al Hilal fica localizado no de de São Bernardo do Campo, nenhum problema”. Esta questão Bairro do Tatuapé, à Rua Mário desenvolveu um Grupo de Abate foi levantada também no Centro de Assis Moura Júnior, nº 18, Halal também com a missão de de Divulgação do Islan, onde ob- uma travessa da Rua Serra do Ja- atender à comunidade. tivemos informação de que as leis N pi, altura do nº 1.400. Igualdades e diferenças estão Ali adianta que “a carne pode ser antigas, que regiam os abates, eram muito parecidas entre ju- O estabelecimento é muito sim- presentes entre judeus e muçul- ples, mas ali se concentra parte manos. Ambos não consomem a da distribuição de carne Halal carne de porco, mas o muçulma- que vai para famílias localizadas no se alimenta de todas as partes até mesmo em outras cidades. do boi, incluindo o traseiro. O Ali El Khatib é o proprietário da animal também deve morrer na casa. Ele nos explica que, “apesar degola, sem o atordoamento ge- da grande quantidade de carne rado pelo abate humanitário oci- Existem cortes específicos reali- Halal abatida no Brasil (grande dental, mas necessariamente não zados para a comunidade, como exportador para a comunidade é uma autoridade religiosa que a carne que faz parte de um pra- muçulmana no exterior), não promove este abate. Nos explica to libanês denominado Chaur- existe interesse dos frigoríficos Ali que “qualquer muçulmano ma. “Dependendo do gosto do 36 SCVCFESP deus, cristãos e muçulmanos e se permitia o consumo da carne entre pessoas de uma religião e de outra (na época os cristãos também abatiam os animais através da degola). cliente, se ele quer a carne mais micílio na sua esmagadora maio- magra ou mais gorda, utiliza-se ria. Equipado com uma perua fri- do coxão mole ou do contra filé, gorificada ele criou o disk-halal, cortado em forma de filetes, co- uma entrega programada que mo se fosse para o preparo de procura atender da melhor forma um strogonofe, apenas com a di- aos muçulmanos de São Paulo e ferença de que deve ter o com- até de outras cidades. Depois desse primeiro momento, primento de um bife inteiro”. Atendendo à comunidade internacional e desenvolvendo mercado A origem dos muçulmanos árabes no Brasil No Centro de Divulgação do Islam, obtivemos informações sobre Muitos navios com tripulações de muçulmanos já foram atendidos pelo Grupo Al Hilal. Nesses Ali Ahmad Saif, do Grupo de Abate Halal de São Bernardo do Campo a origem da imigração para o Brasil dos muçulmanos e árabes (não a vinda dos escravos negros, muitos deles de nações em parte muçulmanas, como os bantos. Mas a grande maioria dos imigrantes veio mesmo foi a partir do inicio do século XX e são conhecidos como turcos porque vieram do confundir as duas coisas: uma é a Cham. Explica-se: há cinco regiões etnia, outra é a religião; assim, mulçumanas no oriente: a região existem árabes que são cristãos, do Iraque e Kwait; a região da Ilha como existem muçulmanos que Árabe (Península da Arábia Saudi- não são árabes). O primeiro mo- ta); a região ocidental; o Egito e a mento foi o momento inicial da região da Grande Síria, ou o A responsabilidade se perpetua história do Brasil, com a chegada Cham, onde havia um conjunto de na cadeia produtiva para a obten- de navegadores com muita proba- culturas que reunia os povos de ção da certificação. Segundo as bilidade de terem sido encontra- vários países hoje conhecidos, in- leis muçulmanas, quem será pe- dos pelos portugueses entre os clusive a Turquia, mas que também nalizado por vender a carne não muçulmanos e árabes, já que eles incluem o Líbano, a Jordânia e ou- Halal é aquele que mentiu dentro eram responsáveis pela navegação tros. “Somos turcos por causa do da cadeia de produção, nunca que existia naquela época nos ma- Império Turco-Otomano, que per- aquele que consumiu o alimento. res do mediterrâneo. durou até 1.929”. casos, os pedidos vêm da cidade portuária de Santos, no litoral. Ali nos conta que já abasteceu navios da Indonésia, Jordânia e Argélia, entre outros. Ali explica: “a este último, Alá perdoará”. A comercialização Halal está começando. Suas regras são antigas, contando com mais de 1.400 anos de história, mas o esforço dos grupos no Brasil é novo. Será possível, em breve, que haja carnes embaladas e com certificação religiosa nos supermercados e açougues das principais cidades. O trabalho desenvolvido por Ali é voltado para a entrega em do- ANUÁRIO 2007 37 TRABALHANDO COM DOIS CONCEITOS DIFERENTES J orge Paulino Camisa Nova é proprietário de várias casas presentes nos bairros de Santo Amaro, Campo Limpo, como também uma loja no Morumbi Sul. Ele está há 42 anos no setor, 38 anos como proprietário de açougues. Entre os dois conceitos com que trabalha, estão os açougues que têm como centro das atenções um maior volume e a questão do preço e, de outro lado, a loja do Morumbi Sul, onde se desenvolve, dentro do conceito que tem a carne em primeiro plano, a venda de cortes temperados e de carne maturada, dentro de um pequeno shopping a céu aberto e que conta com 32 lojas. trabalhar perfeitamente os dois conceitos, das duas maneiras. Mas é preciso ter em mente que o açougue mudou muito: hoje o cliente é diferente, muito exigente, sabe o que quer e exige qualidade dos produtos. A situação hoje não é a da busca do consumidor pela carne, mas se inverteu com a busca do cliente pelo açougue. O consumidor é disputado pelos grandes concorrentes que são as redes de super e hipermercados. Os próprios frigoríficos viraram concorrentes e estão entregando a carne em peças, em pequenas quantidades, para os restaurantes e o comércio que antes, eram clientes do açougue”. Segundo ele nos conta, numa cidade como São Paulo, “dá para Na casa do Shopping Morumbi Sul, a Brangus Carnes e Frios, 38 SCVCFESP que já foi inaugurada há 18 anos, atende à classe A e média A do Bairro do Morumbi Sul: “os cortes são diferenciados, as carnes são diferentes, trabalhamos com um número grande de temperados e com carne maturada de alta qualidade. Esse consumidor não tem tempo para ir ao fogão preparar sua comida, exige a praticidade e a comodidade que têm de estar presentes na diferenciação que criamos para os produtos. Aqui, o tripé se baseia em carnes selecionadas, qualidade e comodidade”. Mas não se pense que no outro conceito, que envolve mais a quantidade e o preço, não existe a busca pela qualidade. “Apesar deste cliente estar procurando pelo preço, ele exige qualidade. A qualidade da carne, dos cortes, do estabelecimento, da correção no trabalho. Há até alguns clientes que compram nas duas casas e reclamam das duas, uma pelo preço e outra pela qualidade”. “Nos dois conceitos, é importante observar o bom atendimento, a valorização da mão-de-obra e a qualidade dos produtos”. Com o objetivo de agregar valores aos produtos, ele está produzindo espetinhos que têm uma saída muito boa. Os cortes mais comercializados no Brangus, são os cortes do alcatra, pela ordem: picanha, fraldinha e baby beef. Já entre os temperados mais comercializados estão as coxas de frango desossadas, o lagarto rechea- do, o frango inteiro desossado e recheado e as costelas de bovino e suíno temperadas. Os embalados, assim como a carne maturada, são desenvolvidos ali mesmo, com controle de qualidade e a garantia de que a satisfação do cliente será atendida. Na página ao lado: A fachada da loja Acima: Jorge Camisa Nova Ao lado: Funcionário na sala de preparação ALIMENTO E RELIGIÃO TRATAMOS DA VENDA DOS PRODUTOS CÁRNEOS EM ESTABELECIMENTOS DE VAREJO LIGADOS A DUAS RELIGIÕES NA REGIÃO DE SÃO PAULO. NADA MELHOR DO QUE CONHECER AGORA QUAIS AS REGRAS QUE ESSAS RELIGIÕES TÊM PARA OBTER E CERTIFICAR SEUS PRODUTOS. A religião muçulmana desenvolveu regras para a obtenção e certificação dos produtos Halal no Brasil e no Mundo. Aqui, através do Centro de Divulgação do Islam para a América Latina, conhecemos as regras Produtos Halal A para a obtenção dos alimentos religião muçulmana desen- produtos Halal, garantindo e su- crescimento da comunidade islâ- volveu regras para a obten- prindo mão-de-obra especializa- mica através de atividades em ção e certificação dos produtos da para o processo de produção conjunto com instituições islâmi- Halal no Brasil e no Mundo. deste tipo de alimento, tornan- cas e assessorar empresas inte- Aqui, através do Centro de Di- do-os saudáveis e lícitos para o ressadas em operar no mercado vulgação do Islam para a Améri- consumo dos muçulmanos e ca Latina, conhecemos as regras não-muçulmanos no mundo. do mundo islâmico. para a obtenção dos alimentos Para isso, o CDI precisa alcançar Os grupos de abate Halal estão divulgadas pelo Grupo de Abate a qualidade e excelência na pro- localizados nos seguintes países e Halal, cujo objetivo é beneficiar dução Halal e contribuir com o continentes: g Canadá g Europa n USA g Ásia n África g Brasil n Austrália ANUÁRIO 2007 41 Mercado Halal e os produtos de qualidade MERCADO O mercado de produtos certifi- Tradicionalmente, a maioria cados Halal é imenso. Ele inclui desses produtos são alimen- 1,3 bilhões de muçulmanos no tos. Os consumidores usual- mundo, em 112 países e mui- mente o associam com inspe- tos outros não-muçulmanos ções de componentes e ingre- que escolheram se alimentarem dientes de alimentos, forma de produtos certificados com de estocagem e observação esta qualidade. restrita das normas de higiene Segundo dados do CDI, existem 9 milhões de muçulmanos e procedimentos sanitários do produtor. aproximadamente vivendo na Apenas na área de alimentos América do Norte, 20 milhões Halal existe um mercado esti- na Europa, 300 milhões na mado em 150 bilhões de dóla- África, 200 milhões no Orien- res. A demanda por este tipo de te Médio, 800 milhões na Ásia alimento está aumentando entre e 3 milhões na América Latina. os muçulmanos devido à natu- O mercado global de produtos Halal tem valor estimado de 2,1 trilhões de dólares. Os produtos em potencial para este mercado incluem alimentos, farmacêuticos, cosméticos, produtos em couro, assim como serviços. reza compulsória de consumir apenas este tipo de alimento. A procura pela Certificação Halal, que atesta a segurança e qualidade do processo de produção, também tem aumentado consideravelmente. É esperado que o consumo de Aqui no Brasil, pelo que pude- produtos cresça consideravel- mos apurar, existe um mercado mente com o crescimento da potencial de 1,5 milhões de população islâmica no mundo. muçulmanos, espalhados entre Atualmente, o maior consumi- muitos estados da Federação, dor de produtos Halal é o su- mas com grande concentração deste e oeste da Ásia. em São Paulo e sua região. O ALIMENTO HALAL O QUE SÃO AS IMPUREZAS (NAJS)? De acordo com a Lei Islâmica, impurezas (Najs) significa: 1. Coisas não permitidas, tais como: porcos e seus derivados, sangue e carniça; 2. Alimentos que contém substâncias consideradas ilícitas; 3. Alimentos que tiveram contato direto com substâncias ilícitas; 4. Quaisquer substâncias expelidas do corpo dos animais ou seres humanos, tais como: urina, fezes, sangue, vômito, pus, esperma e etc.. 5. Carniça ou qualquer animal que não tenha sido morto de acordo com a Lei Islâmica. O QUE É ALIMENTO HALAL? A palavra Halal no idioma árabe significa lícito, permissível. São os produtos julgados consumíveis pelos muçulmanos e pela jurisprudência islâmica. O termo significa alimento produzido sob a supervisão da Lei Islâmica Shariah e que segue as seguintes condições: 1. O alimento e seus ingredientes não devem conter partes ou produtos de animais ilícitos ao consumo do muçulmano, como descrito pela Lei Islâmica, ou produtos de animais que não foram mortos de acordo com ela; 2. Os alimentos não devem con- Método de Limpeza Dibagh, de ter nada considerado impuro acordo com o que é recomenda- (Najs) de acordo com a Lei Is- do pela Lei Islâmica para limpeza lâmica; do Najs 3. Os alimentos não podem ter sidos preparados, processa- Mughallazah: dos ou manufaturados usando As impurezas invisíveis chamadas equipamentos sujos de impu- de ‘Ainiah ou invisíveis chamadas rezas (Najs), de acordo com a de Hukmiah, para que sejam lim- Lei Islâmica; pas deve ser feito os seguintes procedimentos: QUAIS SÃO OS TRÊS TIPOS DE IMPUREZAS? 1. Lavar sete vezes, sendo uma Mughallazah: 2. A primeira deve ser feita le- delas com areia; Isso é considerado como o tipo vando em conta a retirada mais severo de impureza Najs, completa das impurezas, sen- tais como, cães, porcos, fluídos do assim, as seguintes podem corporais, fezes e urina. ser feitas sem mais detalhes; 3. A areia utilizada deve ser o D) Aves de rapina; MICRORGANISMOS suficiente para ser notada apenas. E) Pragas, tais como, ratos, centopéias, escorpiões e outros Todos os tipos de cogumelos e animais similares; microrganismos (bactérias, algas Mutawassitah: Isso é considerado como impureza média, tais como: e fungos) e seus produtos e/ou F) Animais os quais são proibi- derivados são Halal, exceto aque- dos de matar, tais como: Abe- les que são venenosos, tóxicos e lhas e Pica-paus; prejudiciais à saúde. Vômito, pus, sangue, álcool, carniça, fezes e urina. COGUMELOS E G) Criaturas consideradas repulsivas, tais como: moscas, Mukhaffafah: mosquitos e etc... NATURAIS Isso é considerado como uma forma branda de impureza Najs. A única impureza desta categoria MINERAIS E QUÍMICAS Todos os tipos de minerais e quí2. Animais Aquáticos é a urina da criança (masculino) micas naturais são Halal, exceto aqueles que são venenosos, tóxi- até 2 anos de idade, desde que São aqueles animais que vivem na não tenha consumido nenhum ti- água e não conseguem fora dela, po de comida a não ser o leite como por exemplo, os peixes. materno; Todos os animais aquáticos são lícitos com exceção dos venenosos ou que causem malefícios à cos e prejudiciais à saúde. BEBIDAS Todos os tipos de água e bebidas ANIMAL saúde. Animais que vivem na Os animais são divididos em água e no solo, tais como: croco- duas categorias: terrestres e dilo, tartarugas e sapos, não são ciais à saúde, como as bebidas aquáticos. lícitos para o consumo. alcoólicas. 1. Animais Terrestres são Halal, exceto aquelas que são venenosos, tóxicas e prejudi- Existem algumas escolas islâmicas que definem que certos tipos Todos os animais terrestres são de peixes não são lícitos. Para lícitos para o consumo exceto os evitar qualquer dúvida, o CDI seguintes: aconselha que o Certificado Halal A) Animais que não foram mor- seja solicitado para todos os pro- Qualquer alimento ou bebida tos como recomendado pela dutos, mesmo os que têm como produzida com material genetica- Lei Islâmica; base o peixe. MODIFICADOS (AGM) mente modificado, provenientes de animais ilícitos para o consumo islâmico não são Halal. B) Porcos, cães e seus congêneres; ALIMENTOS GENETICAMENTE PLANTAS Produtos venenosos provenien- C) Animais que tenham caninos Todos os produtos derivados de tes de plantas e animais aquáticos longos que os utilizam para plantas e vegetais e seus deriva- das quais as toxinas tenham sido matar suas presas, tais como: dos são lícitos, exceto aqueles eliminadas durante o processo de tigres, ursos, elefantes, gatos, que são venenosos ou causam produção do alimento são Halal macacos; malefícios a saúde. pela Lei Islâmica. 44 SCVCFESP O ritual do abate judaico/mulçumano pode ser considerado como uma questão religiosa, como de fato é. Mas se quisermos entendê-lo devemos procurar o seu sentido cultural e moral. ABATE BOVINO JUDAICO/MULÇUMANO g A incisão deve ser executada sem interrupção. O movimento será contínuo até que todas as partes vitais tenham sido secionadas. Qualquer interrupção, voluntária ou não, torna o abate inadequado (Shehiyyah). Verificação de Facas: A faca não pode ter nenhuma imperfeição. O exame é feito passando-se suavemente a unha no fio da lâmina O abate judaico tem suas regras estabelecidas pelo grande patriarca Moisés e divul- gadas pelo Talmud de geração em geração. Inicia-se pela preparação chamada de Kosher, não se permite marretadas na cabeça do animal, a insensibilização dá-se com a secção dos grandes vasos do pescoço, exigindo grande habilidade profissional, inclusive com facas devidamente afiadas para esse fim. Antes, porém, da incisão o shohet coloca uma das mãos sobre a cabeça do animal e reza em hebraico dando início ao rito que se segue. O shohet é um magarefe religioso com longo aprendizado nas academias de estudos rabínicos. Ao proceder o Kosher, evitando a crueldade, o animal deve sangrar completamente; pois, segundo Moisés, no sangue está a alma do ser vivo. A lei mosaica considera a cinco pontos fundamentais que devem ser rigorosamente observados: n O corte é feito calmamente, sem movimentos bruscos ou afobação, porém rapidamente, com o deslizamento da faca no sentido de vai-e-vem, uma única vez. A intenção é de assegurar a ação rápida e precisa no momento da incisão (Darasah). g Não deve haver perfuração da pele, ou seja, a faca não pode penetrar sob o tecido subcutâneo do pescoço. O corte deve ser livre e aberto, não perdendo de vista a faca em qualquer momento (Haladah). É permitido o escoamento do sangue que, ao drenar o.cérebro, torna o bovino imediatamente inconsciente. n A incisão deve ser feita sempre em um determinado ponto do pescoço, sobre a traquéia, caudalmente a cartilagem cricóide e a laringe. Não deve ser executada sobre a laringe e nem sobre os volumosos músculos localizados logo abaixo da garganta (ikkui). g Não pode haver dilacerações, mas sim um corte limpo (Hagra-ma). Por essa razão a faca é examinada antes e depois da operação, para garantir que o fio de sua lâmina esteja perfeito. Se houver qualquer anormalidade na lâmina, o animal será excluído, para o consumo dos judeus. Fonte: Revista da Carne Abate mulçumano também exige um corte preciso na veia jugular para insensibilizar o animal ao atingir as artérias carótidas. Aqui o abate é chamado de Halal; o qual deverá ser exercido por um mulçumano praticante que também reza em nome de Alá, voltado para Meca, onde existe a Kaba, considerada o centro espiritual mulçumano. (E o ritual continua) Revisão Interna de Pulmões: O rabino apalpa a circunferência dos pulmões a fim de verificar a existência de aderências entre a pleura e o diafragma. Identifica os pontos no papel com desenho. Revisão Externa de Pulmões O rabino que faz a verificação externa do pulmão examina as aderências apontadas na revisão interna (desenho) e define o status do animal: Kosher ou não. Revisão Externa de Pulmões No detalhe, a aderência. Identificação de Carcaças: Rabino identifica carcaças para diferenciar entre as Kosher e as desclassificadas. Se por um lado, os judeus recorrem ao Pentateuco para fundamentar o ritual do abate; por outro lado os mulçumanos apelam ao Alcorão, que segundo consta foi revelado ao profeta Maomé por Alá, desde o século VI de nossa era. Que lição podemos tirar desses rituais? O respeito pelo animal que vai nos alimentar, a humildade perante a natureza que nos dá a vida. Termos a compreensão de que somos parte integrante do universo; e, não seu senhor. Só com essa consciência poderemos fazer valer o Protocolo de Proteção e Bem-Estar Animal datado de 1997 e anexado ao tratado que estabeleceu a comunidade Européia (Europa, 2005). Este protocolo reconhece os animais com “seres conscientes”. Não esqueçamos que o Brasil já dispõe de legislação específica; principalmente, com o advento da Lei nº 9.605, de 12/02/1998, chamada Lei dos Crimes Ambientais - LCA, a qual estabelece que maus tratos em animais passaram a se enquadrarem como crimes. Conclusão: Os rituais de abate judaico/mulçumano anteciparam o que a ciência veio a comprovar, os animais devem ser tratados com valores éticos, morais e não como simples objeto de lucro. Se aprendermos isso, certamente passaremos a respeitar mais o ser humano. Se o capitalismo qual um rei Midas, tudo que toca vira mercadoria, protestamos para que os seres sejam seres e não coisas. Manuel Henrique Farias Ramos NOTAS DO VAREJO ANUÁRIO 2007 47 Muitos empresários não sabem definir com certeza seus pontos fortes e fracos PONTO FORTE E PONTO FRACO P esquisas realizadas na área do comércio dão conta de • ausência de obrigações fixas • envolvimento da mão-de-obra pontos fortes e fracos. Isso é um problema, já que saber identificar os pontos fortes pode fornecer impulso para uma trajetória de • possibilidades de negócios futuros • boa situação financeira dos clientes • parcerias com fornecedores sucesso. Para algumas empresas, o ponto forte pode ser o lança- sário para fazer o marketing das vendas, administrar o negócio, que muitos empresários não sabem definir com certeza seus quanto ao conhecimento neces- cuidar da seleção de pessoal, cuidar das compras, planejar o visual, inventar ou modificar o lay out das lojas? O pequeno empresário é responsável por áreas que exigem co- Como está seu negócio? mento de um produto numa área nhecimento e dedicação de leitura, cursos e capacitação. em que não haja concorrência, Seu produto ou serviço é diferen- para outras a venda a preços mais ciado? baixos. Outros encontrarão seu A concorrência é tão grande que ponto forte oferecendo um pro- não é possível descobrir nichos duto de qualidade superior. Qual de mercado? o seu caso? Sua localização é adequada? Como andam as marcas próprias nos supermercados? Até o final do ano, o Pão de Açúcar pretende elevar a participação nas vendas com suas marcas pró- Exemplos de Pontos Fortes: Conhecimento prias de 12 para 15%. No Carre- • capacidade financeira Muitos empresários levam seu 10 para 12%, do ano passado negócio na base da intuição e do até agora. No Wall Mart, a parti- talento, sem dúvida fundamen- cipação desses produtos é igual a tais para sua evolução. Mas, e do Carrefour. • capacidade de oferecer crédito • ausência de dívidas 48 SCVCFESP four, a participação já subiu de Diversificar produtos exige cuidados CREDIBILIDADE E DIFERENCIAL 1 • Veja se há espaço na concor- O referencial humano da loja po- rência e estude o que você po- de estar no proprietário, no ge- de fazer melhor para conquis- rente ou no atendente, mas o fa- tar a clientela. to é que ele existe para o consu- • Procure saber se seus clientes querem novas opções de produtos ou apenas desejam um preço menor. midor. Por isso, aquele que atende, que ouve, que troca opiniões e informações, discute os preços • Se a diversificação que você so acompanhar a evolução de CREDIBILIDADE E DIFERENCIAL 2 cada um deles separadamente. É preciso entender o cliente, se com muitos produtos, é preci- aproximar dele. O atendimento • Sempre que possível, aproveite estruturas, máquinas, pes- tem que evoluir para a competência no trato com o consumidor. soal e matéria-prima quando for diversificar. O QUE DIZ A LEI • Área de preparação de alimen- SEBRAE CRIA NOVO SERVIÇO DE APOIO Com o pé no desenvolvimento tos deve ser higienizada quantas vezes forem necessárias e tecnológico, o Sebrae criou novos serviços de apoio para esti- preparo deve ser impermeável, mular a competitividade. Trata-se lisa, isenta de frestas e sem ru- do Programa Sebrae de Consul- gosidades. • As pessoas que manipulam alimentos devem usar cabelos As linhas de apoio são: • Diagnóstico Empresarial presos, protegidos por redes e do fumar, cantar, assobiar, espirrar, cuspir, tossir, comer ou • Suporte Empresarial • Aperfeiçoamento Tecnológico mexer em dinheiro. • Os produtos saneantes devem estar regularizados no Ministé- • Inovação Tecnológica Primeiro ponto para o cadastro: nome, endereço e telefone do cliente. Adicionais: tipo de consumidor: paga com cheque, cartão de débito, crédito, dinheiro ou tíquete? Quantas pessoas são alimentadas em sua família? Na ficha, se utilizar fichas, o histórico de compras com os respectivos gastos. Com essas informações você pode implantar um serviço de delivery, pode planejar promoções, lançamento de produtos e fazer novas compras. não devem usar barba. • Na manipulação não é permiti- • Suporte Tecnológico Empresas informatizadas podem agilizar melhor os cadastros. O computador não é uma ferramenta utilizada só para controlar os estoques e a mão-de-obra. Pode e deve ser utilizado para o planejamento das promoções e ampliação dos negócios. após o expediente. • A superfície dos móveis para o toria Tecnológica, ou SebraeTEC. O cadastro é uma importante ferramenta para as vendas, permite identificar oportunidades a partir das informações dos clientes. e obtém as facilidades, será o reflexo da loja. está implantando for radical, FAÇA O CADASTRO DOS SEUS CLIENTES Se você conseguir fazer um cadastro com o e-mail dos seus clientes, pode enviar informações sobre promoções e ofertas para ele. Regiões verticalizadas são ótimas para esse tipo de desenvolvimento. rio da Saúde. ANUÁRIO 2007 49 DINHEIRO DE PLÁSTICO 1 As famílias brasileiras já responderá por 12%. Os car- to. Hoje, são 69 milhões de compram 20% de seus tões de crédito, restritos às cartões de crédito no Brasil, produtos com dinheiro classes A e B, estarão dissemi- 174 milhões de débito e 101 de plástico, ou seja, cartões de nados nas classes C e D. milhões de cartões de lojas. 1 5 3 3 6 6 4 4 débito, crédito ou cartões de Quanto aos cartões de lojas, lojas. Há programas de contro- serão produtos que estarão le de informática que permitem franqueados por pequenos e que a sua loja faça também o médios comerciantes. seu cartão de cliente preferencial. A previsão é de que em Ao negociar a taxa de 10 anos os cartões atinjam administração que você 35% dos meios de pagamen- vai pagar, considere que to. A fonte do estudo é a As- o custo no mercado varia entre sociação das Empresas de Car- 2 e 2,6% para os cartões de tões de Crédito e Serviços. O débito; e, 3 a 4% nos cartões Banco Central realiza gestões de crédito. 5 Sinésio Correia de Melo é comerciante de carne de frangos nas feiras livres de São Paulo. Possui dois caminhões e percorre seis feiras. Para ele, “o cliente gasta mais, além de ser uma forma garantida de recebimento”. Cerca de 20% do movimento é feito com os cartões. com essas empresas para diminuir o percentual pago pelos estabelecimentos, dentro da Os cartões surgiram nos lógica de que um setor que Estados Unidos na déca- cresce deve procurar beneficiar da de 50 e chegaram ao toda a economia. 2 2 Brasil seis anos depois. Desde essa época não pararam mais de crescer, muito embora nas Em 2015, o cartão de últimas décadas, com a infor- débito, que hoje repre- matização bancária têm alcan- senta 8% das vendas, çado maior nível de crescimen- A principal desvantagem dos cartões é que a operação é realizada à vista, enquanto que o recebimento é feito entre 30 e 35 dias. A opção de antecipação da receita existe, mas são cobradas taxas adicionais. É preciso colocar na ponta do lápis, além da taxa de administração, o custo do aluguel mensal das máquinas. CLASSES C, D E E DETÊM METADE DA RENDA Esses brasileiros representam 85% da população, nada menos do que 162 milhões de pessoas. Mesmo com orçamento apertado, pois a renda mensal de 59% dessas famílias é inferior a R$ 1.200,00, esse mesmo universo movimenta a quantia de R$ 500 bilhões anuais (dados do IBGE). NÚMEROS DO CONSUMO DAS CLASSES C, D E E • 77% têm geladeira e MARINANDO A CARNE linha telefônica; • 99% têm televisão; • 91% dispõem de gás de cozinha; • 34% da classe C têm telefone celular; • 18% das classes D e E têm telefone celular. ESSES BRASILEIROS CONSOMEM • 81% do volume total do açúcar; Acrescentando líquidos adicionados a ingredientes como sal e polifosfatos, beneficiando a textura e reduzindo a perda de peso provocada pela cocção. Pode ser vantajosa, especialmente, para cortes de segunda, como a paleta. MERCADO NORTEAMERICANO: EMBALAGENS O sistema tradicional de cortes inteiros a vácuo perdeu espaço para as bandejas no mercado norte-americano. De 2002 a 2004, os cortes porcionados em bandejas aumentaram sua oferta em 11%, passando de 49 a 60%. Is- • 67% dos refrigerantes; • 78% do volume de colônias; • 73% do mercado de pró-xampus. MERCADO NORTE-AMERICANO: MARINADOS, PREPARADOS E COZIDOS A expectativa nos EUA é a de que o mercado de carnes preparadas, cozidas e marinadas, que represen- to porque a carne moída ofereci- tam praticidade e comodi- da naquele mercado encontra-se dade aos consumidores acondicionada em bandejas. Mas cresça mais que o mercado atenção: a bandeja é mais utiliza- da carne fresca, passando da para aves (95%) do que para de US$ 11 para US$ 50 a carne bovina (23%) milhões, de 1998 e 2008. ANUÁRIO 2007 51 MARKETING DA DANFOSS DO BRASIL VAI MUDAR Antonio Prieto Regina vai deixar a direção do marketing da Danfoss do Brasil, depois de vários anos à frente do departamento. Seu destino: os Estados Unidos. Dificuldade: nenhuma, pois que o seu trabalho é de Primeiro Mundo. Em seu lugar assume Edmar Comenalli de Andrade, que acompanhou Antonio Prieto em sua jornada na Danfoss. O ENDEREÇO ELETRÔNICO COMO FORMA DE DIVULGAÇÃO Enviar e-mails para quem não quer recebê-los é uma prática que pode gerar ponto negativo para sua empresa. É preciso primeiro separar os clientes que querem receber em suas caixas de entrada as informações que você quer mandar. O conteúdo deve ser claro e direto, as mensagens devem ser curtas, simpáticas e objetivas, e o mais importante: devem conter o item de exclusão da lista. CERTIFICAÇÃO Com o Código de Defesa do Consumidor, o consumidor, antes agente passivo, passou a ter acesso a informações sobre processos, benefícios a até sobre os malefícios dos produtos que consome. Ao se tornar mais consciente de seus direitos, passou de coadjuvante a protagonista no processo de compra. Iniciativa do poder público em resposta aos anseios da sociedade brasileira, o Procon foi criado para dar suporte ao direito do consumidor. Na esteira desse avanço, o Inmetro, órgão E-MAIL: FORMA BARATA DE DIVULGAÇÃO A mensagem eletrônica é uma das formas mais baratas de divulgação, mas segundo o consultor do Sebrae-SP, Gustavo Carrer “é preciso ter em men- oficial de normas regulatórias, ganhou maior dimensão. Por outro lado, para não perder terreno, as empresas passaram a encarar o consumidor como merecedor de toda a atenção - os serviços de atendimentos ao cliente (SACs) foram ampliados e a postura socialmente responsável virou commodity no mundo dos negócios. O mercado de testes e de certificação de produtos passou a ser mais valorizado e o consumidor passou a contar com uma série de selos, rótulos e explicações que te que a internet ainda é uma ferramen- identificam desde a procedência das matérias-primas até o pra- ta disponível para uma parcela pequena zo de validade dos produtos. da população”. Por isso mesmo, utilize a ferramenta não como única forma de divulgação, mas como mais uma forma. CUIDADOS AO BUSCAR UMA LINHA DE CRÉDITO Buscar uma linha de crédito é to? As respostas a essas per- muito mais do que assumir guntas nos permitirão avaliar um financiamento bancário. melhor a situação. Trata-se de uma decisão de investimento de extrema importância para a sua empresa. Em princípio, financiamento é uma forma positiva para você crescer, mas antes é preciso fazer uma avaliação. rá que o financiamento deverá trazer benefícios, porque Feita essa primeira avaliação, o permitirá à empresa expandir próximo passo é realizar exa- as vendas com lucros. Nesse mes mais profundos. E preciso caso, é recomendável buscar saber se o nosso produto gera uma linha de crédito de in- lucro o suficiente para que te- vestimento. nhamos capacidade de assumir um empréstimo bancário, ou Por fim, resta saber qual o me- O primeiro passo na busca de seja, para verificar se temos lhor tratamento ou linha de um financiamento é fazer um capacidade de pagar o finan- crédito a buscar. Bancos públi- diagnóstico. É necessário en- ciamento. cos como Banco do Brasil, Cai- tender as causas ou os moti- Na seqüência, com o diagnósti- vos que levam a empresa a es- Caixa oferecem linhas crédito co pronto, partimos para a to- sa situação. vantajosas em termos de taxas mada de decisão. Em muitos ca- e carências. Para mais esclare- sos, o diagnóstico revelará que cimentos sobre esse assunto uma linha de financiamento só visite o nosso portal, www.se- aumentará os custos e não gera- braesp.com.br, ou procure o rá o resultado esperado, pois o escritório regional do Sebrae- Assim como ocorre numa consulta médica, algumas perguntas precisam ser respondidas de antemão: Como estão as vendas? Elas estão crescendo ou estão em queda? Como está a estrutura de custos? Ela é xa Econômica Federal e Nossa problema pode estar nos produ- SP mais próximo. tos oferecidos ou no volume insuficiente de vendas. compatível com o meu fatura- E mais: a origem do mal-estar Alecsandro Araújo de Souza mento atual? A concorrência pode, também, estar no “se- Consultor de Orientação está muito acirrada? Como es- dentarismo” ou acomodação. Empresarial do Sebrae-SP tá a aceitação do meu produ- Em outras situações, mostra- [email protected] POR QUE AS PESSOAS TANTAS VEZES ADQUIREM PRODUTOS QUE NÃO ESTAVAM EM SUAS PRETENSÕES? Entender o consumidor já é ta- hora de tomar decisões sobre refa complexa. Entretanto, en- como gastar o dinheiro. “Ten- tender o que se passa por sua demos a ser emocionais”, lem- cabeça nos poucos segundos bra o publicitário Ricardo Mi- de que geralmente dispõe para gliano, da Cia. Ativadora de decidir uma compra é ainda Notícias e membro do Popai de impulso. mais desafiador para os espe- Brasil. Na opinião do psiquia- cialistas em comportamento tra brasileiro, William Coilier, Nem sempre o humano. Como explicar, por comprar compulsivamente tem exemplo, que as mulheres, tão a ver com as mudanças do ciosas do controle das despe- mundo moderno, tão diferente sas do lar, geralmente resistem de antes, quando tudo, até menos diante de uma vitrine? conquistar uma mulher, exigia Profissionais de marketing ar- sacrifícios ou muito esforço. riscam palpites e são unânimes “Hoje acabou esse trabalho e em afirmar que o ambiente de entraram o desejo e a gratifica- loja é fator determinante para ção”, acredita. Na compra por planejam até os odores tornar um produto irresistível impulso, o indivíduo descarre- aos olhos do consumidor. ga um lado de prazer que não é que o consumidor Apontam preciosos pontos co- mais possível de ser obtido mo visual, degustação, decora- frente às exigências culturais ção, propaganda, preço, expo- do momento. A compra envolve situações psicológicas, planejamento é o item fundamental de uma compra pelo consumidor. As grandes redes vai sentir sição, cartazes com letras grandes, cores vivas etc. O psicólogo e matemático Daniel Kahne- Provocando os sentidos man levou o Prêmio Nobel de “Uma frase do guru hindu Os- Economia em 2002 ao provar ho traduz muito bem os consu- que não somos racionais na midores de hoje: ‘Sou uma pessoa de gostos simples, apenas gostoso momento de degustação gosto do melhor de tudo’”, des- de um determinado queijo ofere- taca Ricardo Migliano. À medida cido por um atendente? Momen- que os produtos e serviços se to- tos assim, de simpatia e gentile- mam commodities, as experiên- za, criam um relacionamento cias de compra são o que impor- mais dócil e com menos defesas. pelo aspecto saudável; eventos íntimos que acontecem Olfato — É o mais manipulável, pela cor, suculência. em resposta aos estímulos. pois os odores se fixam no cére- A carne atrai tam mais. São, por definição, bro humano deforma extremaVisão — Como diz Gian Luigi Buitoni, ex-Presidente da FerrariNorth América, tudo começa no design. O desenho do produto deve ser emocional, capaz de interpretar os sonhos. Assada: pelo cheiro mente duradoura. Eles são armazenados sob a forma de emoções ligadas ao contexto no qual marcaram a memória do consu- imbatível que abre nossos apetites midor. Se este senti-los novamente, reviverá a experiência de Audição — Um estudo mostra referência. Um supermercado como as mensagens do consumo difundiu cheiro de café nos cor- são subliminares. Num mercado, redores e aumentou a venda da eram vendidas quatro marcas de categoria em 50%. vinhos alemães e quatro de franceses por preços similares. A Tato — O aviso de “por favor, venda do alemão era maior quan- não toque” não cabe para os se- do tocava a música de Oktober- tores têxtil, cosmético, movelei- fest e a de francês crescia quando ro, brinquedos e muitos outros. a melodia era francesa. O tato torna-se um meio adicio- Paladar — Quantas vezes você se lembra de ter resistido àquele nal de persuasão para a compra. Fonte: Comércio e Serviços Faça valer todos os sentidos do consumidor. Utilizar o tempero como riqueza de paladar aos olhos do consumidor é um caminho INSTITUCIONAL AS ENTIDADES LIGADAS AO COMÉRCIO: SESC E SENAC ESTÃO COMEMORANDO 60 ANOS. MAIS: A FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO FIRMOU ACORDO COM A ELETROPAULO PARA ECONOMIA DE ENERGIA. VEJA AQUI E AGORA O QUE ESSAS ENTIDADES PROMOVEM PARA VOCÊ. Os custos com energia elétrica estão entre os que mais pesam no bolso do comerciante, em especial aqueles que trabalham com produtos que necessitam de refrigeração Parceria Iluminada constante. Uma das formas para reduzir este gasto é atacar diretamente o desperdício e utilizar racionalmente este recurso. Com o objetivo de auxiliar os empresários do comércio, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FECOMERCIO) assinou, no dia 4 de dezembro, um protocolo com a AES Eletropaulo. A iniciativa permitirá aos sindicatos que solicitem à concessionária uma análise acerca do potencial de economia de energia elétrica dentro do seu setor de atuação. O primeiro passo será o desenvolvimento de um projeto de eficiência energética para o edifício-sede da Fecomercio, na Bela Vista. 58 SCVCFESP A parceria prevê ainda a cria- Abram Szajman e Eduardo Bernini: ção de um Programa de análise do potencial econômico e amplitude Treinamento e Capacitação em legislação e contratação de energia, e também a disseminação de nas informações elevarão a redução dos custos com energia. informações sobre os serviços de infra-estrutura elétrica disponíveis aos associados da entidade. mercado que visam à redução de O diretor-presidente da AES Ele- custos com energia. O nível de tropaulo, Eduardo José Bernini, informação cresceu muito nos úl- reforça que combater o desperdí- timos anos, como resposta à ne- cio de energia é importante, tan- cessidade de se fazer frente às to para poupar recursos naturais exigências do momento mais crí- e proteger o meio ambiente dos Para o presidente da Fecomercio, tico do racionamento. Entretan- impactos causados pela constru- Abram Szajman, trata-se de uma to, poderia ser ainda maior, con- ção de uma usina geradora. Per- oportunidade de os comerciantes siderando-se que a informação é mite ao consumidor e à socieda- paulistas ampliarem o contato hoje um fator decisivo para o su- de liberar recursos para suas ou- com as opções existentes no cesso das empresas, afirma. tras prioridades. Para o cliente Para participar, é fundamental que o sindicato filiado esteja localizado dentro da área de atendimento da AES Eletropaulo (ver mapa abaixo). ANUÁRIO 2007 59 Manuel Henrique: “Um programa fundamental” corporativo, industrial, comercial ou de serviços, trata-se de uma oportunidade para se modernizar e ser mais competitivo, explica o diretor-presidente da AES Eletro- AES Eletropaulo paulo, Eduardo José Bernini. Os clientes empresariais representam aproximadamente 32% do faturamento da companhia e 28% do consumo. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo, Manuel Henrique Farias Ramos, recebeu a iniciativa com bastante otimismo e já mostrou interesse em desenvolver projetos específicos para o segmento em que atua. Os açougues, peixarias e avícolas têm um consumo de energia muito elevado em razão do uso intensivo de equipamentos de refrigeração. Por isso, é fundamental o desenvolvimento de um programa que atenda às características deste comerciante, defende Farias Ramos. 60 SCVCFESP A empresa distribui energia elétrica para 24 municípios da região metropolitana de São Paulo incluindo a capital que, juntos, abrigam uma população de 16,2 milhões de habitantes (8,8% da população do país). A área de concessão atendida abrange 4.526 km e concentra a região socioeconômica mais importante do país com 5,3 milhões de unidades consumidoras. Em faturamento, a AES Eletropaulo é a maior distribuidora de energia elétrica do Brasil. Em 2005, os clientes cativos consumiram 31,63 mil GWh (gigawatt/hora), o que correspondeu a 35% do consumo estadual e a 9,4% do nacional. No mesmo período, a AES Eletropaulo registrou uma receita líquida de R$ 8,3 bilhões, valor 12,2% maior que os R$ 7,4 bilhões verificados em 2004. Área de Concessão 2 14 17 22 1 9 13 3 10 22 22 23 24 4 20 6 18 12 5 15 22 16 8 19 21 7 11 1 - Barueri 2 - Cajamar 3 - Carapicuíba 4 - Cotia 5 - Diadema 6 - Embu 7 - Embu-Guaçu 8 - Itapecerica da Serra 9 - Itapevi 10 - Jandira 11 - Juquitiba 12 - Mauá 13 - Osasco 14 - Pirapora do Bom Jesus 15 - Ribeirão Pires 16 - Rio Grande da Serra 17 - Santana de Parnaíba 18 - Santo André 19 - São Bernardo do Campo 20 - São Caetano do Sul 21 - São Lourenço da Serra 22 - São Paulo 23 - Taboão da Serra 24 - Vargem Grande Paulista SENAC Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro durante realização do evento Casa Aberta. Fotógrafo Eduardo Viana, 2004 (acima) e Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro. Detalhe do Prédio da Gastronomia. Fotógrafo Marcos Alves, 2004 60 ANOS DE atuação no desenvolvimento DE profissionais Inovação em metodologia de ensino é característica presente na história da instituição ção Nacional do Comércio criou, em parceria com o governo federal, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O objetivo era profissionalizar e capacitar jovens e adultos para o trabalho no comércio, setor que precisava de mão-de-obra especializada. O Senac São Paulo completa, No primeiro ano de funcionamen- em 2006, seis décadas de ati- to, em 1946, o Senac São Paulo vidades dedicadas à transformação de pessoas por meio do conhecimento. Ao longo desses anos, a ins- construiu quatro unidades que forLuiz Francisco de Assis Salgado Diretor Regional do SENACSP tituição desenvolveu propostas mavam comerciários, arquivistas e tesoureiros. Com uma iniciativa pioneira, a instituição criou em educacionais inovadoras com o ob- 1947 a Universidade do Ar, a pri- jetivo de preparar profissionais pa- meira ação educacional via rádio ra vencer desafios e exigências do dão e Águas de São Pedro. Fazem mercado de trabalho. Anualmente, parte da infra-estrutura do com- 210 mil pessoas participam de wor- plexo educacional bibliotecas com kshops, cursos livres e técnicos, de mais de 90 mil títulos entre livros, graduação, pós-graduação e exten- periódicos, mapas, CD-ROMs, CDs, Ambientes pedagógicos, como a são universitária. DVDs e fitas VHS, laboratórios de loja e o escritório-modelo, criados informática, gastronomia, geopro- nos anos 40 e 50, foram estrutura- Hoje, a instituição conta com a Editora Senac São Paulo, a Rede SescSenac de Televisão, 60 unidades de ensino e o Centro Universitário cessamento, enologia e governança, além de centros de convenções e ginásio esportivo. do país, com 91 mil pessoas beneficiadas pelo programa durante os quinze anos de atividade. dos para que os alunos simulassem o dia-a-dia do futuro trabalho. Nesses locais, os estudantes Senac, que reúne os campi Santo A história da instituição teve início aprendiam técnicas de vendas e Amaro (São Paulo), Campos do Jor- há 60 anos, quando a Confedera- de atendimento ao público, unin- ANUÁRIO 2007 63 Curso de Balconista desenvolvido na empresa Rádio Assumpção, 1953 Escola Senac Paiva Meira em São José do do a prática profissional ao co- A Escola de Artes Fotográficas, nhando a tendência do mercado nhecimento teórico. inaugurada em 1966, marcou a de trabalho, que apresentava uma área de Comunicação e Artes. Os demanda por profissionais mais Na década de 50, o Senac São Pau- cursos oferecidos nos anos seguin- especializados. Tecnologia em Ho- lo iniciou a oferta de cursos sob tes deram subsídio para desenvol- telaria foi o primeiro de uma série medida para empresas, adequan- ver a primeira graduação em foto- de títulos em áreas como adminis- do seus programas educacionais a grafia da América Latina, em 1998. tração e negócios, comunicação e cada uma delas. Hoje, o núcleo de Posteriormente, as Unidades Mó- artes, desenvolvimento social, de- atendimento corporativo da insti- veis de Formação e Treinamento sign, empreendedorismo, gastro- tuição conta com mais de 7 mil circularam pelo interior do Estado nomia, tecnologia da informação, empresas parceiras. Na década se- de São Paulo com programas pro- meio ambiente, moda, saúde, turis- guinte, a educação profissionali- fissionalizantes. No ano em que foi mo, hotelaria, lazer e eventos. zante deixou de ser restrita às pes- lançado, em 1973, o projeto aten- soas que pretendiam trabalhar no comércio e à formação de jovens deu a 111 cidades e contou com a participação de 34 mil pessoas. Parcerias com empresas e instituições educacionais do exterior proporcionam aos alunos a vivência aprendizes e passou a ser ofereci- O primeiro curso superior foi im- de diferentes métodos de ensino. da a toda a população. plementado em 1989, acompa- Com a técnica de modelagem em 64 SCVCFESP ENTREVISTA LUIZ FRANCISCO DE ASSIS SALGADO “Qualificação e atualização profissional ampliam competitividade e impulsionam o sucesso do empreendimento” Gestão, atendimento, marketing, logística, tecnologia da informação. Várias frentes de competências, além do saber técnico específico do negócio de carnes, desempenham papel crítico no sucesso de um empreendimento em nossa área. O Senac São Paulo, tradicional organização parRio Preto, 1949. Sem identificação de fotógrafo. ceira na qualificação de pessoas e empreendimentos no setor de comércio e serviços, possui um busto desenvolvida pela Esmod In- amplo leque de possibilidades ternacional, tradicional escola fran- de formação e especialização. cesa de moda, os estudantes com- Fomos ouvir seu Diretor Regio- põem suas criações em peças que nal no Estado de São Paulo, Luiz lembram o corpo humano. Com- Francisco de Assis Salgado, para panhias como Microsoft, Furukawa conhecer suas indicações de e Cisco contribuem com a elabora- cursos e serviços dirigidos para ção de cursos, certificações e labo- as empresas do nosso sindicato. ratórios para a área de tecnologia da informação. Como parte da proposta para oferecer aos seus alunos a prática profissional, atualmente a instituição congrega dois hotéis-escola: o Anuário 2006 — A programação do Senac São Paulo contempla cursos para o segmento de gem de um amplo portfólio de cursos e também de instalações especiais, que estão nos colocando em situação destacada no mercado educacional. Especificamente na área de açougue, podemos apontar o curso de Manipulação Higiênico-Sanitária de Carnes Frescas e Temperadas, que atende às necessidades de informação para o dia-a-dia no cumprimento da legislação sanitária específica. Outro curso, o Tempero para Carnes: um diferencial para o seu negócio, ensina técnicas de marinação e de condimentação, além das orientações mais adequadas para se conservar e higienizar o produto. Embora não seja específico como os anteriores, cito ainda o curso de Higiene na Manipulação de Alimentos, que é adaptável às atividades desenvolvidas no ambiente de açougues. açougue? Grande Hotel Senac Campos do Salgado — Nossa organização Anuário 2006 — E na área de Jordão e o Grande Hotel Senac São vem dando ênfase especial à área de gastronomia, com a monta- gestão, que tipo de cursos existem na programação do Senac Pedro. A experiência adquirida du- rante os estágios pedagógicos supervisionados permite que estudantes de turismo, hotelaria e gastronomia realizem atividades características de unidades hoteleiras de grande porte. Personagens importantes para a II Feira de Informação Profissional no município de Osasco, realizada pela Unidade Móvel de Formação e Treinamento, 1978 atuação do Senac São Paulo deixaram seus nomes registrados na história da instituição. O chefe francês Paul Bocuse, mentor da renovação São Paulo para atender ao segmento de açougues? sultoria, assessoria e treinamento para clientes empresariais. em 1977, para ensinar técnicas de culinária aos alunos de hotelaria. Salgado — Podemos sugerir alguns títulos que se ajustam às da cozinha francesa, veio ao Brasil, Em 1998, o renomado estilista es- necessidades também desses Anuário 2006 — Em que unida- panhol Paco Rabanne participou estabelecimentos. Entre eles es- des do Senac São Paulo podem da Senac Esmod International tão os de Gestão de Empresas ser encontrados esses cursos? Meeting para debater o futuro da Familiares, Negociação em Com- Salgado — Na capital, há duas pras, Logística de Armazenagem unidades em que esses cursos e Distribuição, Administração de são oferecidos: a Francisco Mata- Empresas Comerciais e, ainda, o indústria da moda junto com Glória Kalil e outras personalidades do segmento. razzo e a Penha. Mas essa progra- Em seu aniversário de 60 anos, a mação estende-se também para instituição reafirma seu compro- unidades do interior. Para quem misso de oferecer educação com quiser saber mais, indicamos o qualidade. “Ao analisarmos o pas- acesso ao portal Senac na Inter- sado, podemos ver que estamos net, pelo endereço www.sp. no caminho correto para a exce- senac.br, ou o contato pelo tele- lência em técnicas de ensino. A Outra possibilidade, é os interes- fone 0800-883-2000. Por meio inovação em metodologias educa- sados entrarem em contato dire- dessas duas alternativas, é possí- cionais, tendo como foco a quali- to com o Atendimento Corporati- vel saber não apenas em que dade do conteúdo transmitido, é o vo. Esse serviço, presente em to- unidade o curso acontece, mas nosso principal objetivo”, diz Maria das as unidades do Senac São também datas, horários e deta- Pilar Tohá Farré, gerente de Marke- Paulo, apresenta soluções de con- lhes do currículo de cada um. ting e Relações Institucionais. de Atendimento ao Cliente. Para esses cursos, bem como para os citados anteriormente, os requisitos são que os alunos tenham no mínimo 16 anos e estejam cursando o ensino fundamental. Carreta de Moda & Beleza e Viatura da Unidade Móvel de Formação e Treinamento, anos 80 Aula Magna do curso superior Tecnologia em Hotelaria, 1989 Inauguração do Grande Hotel Campos do Jordão, 1998 Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro. Fotógrafo Marcos Alves, 2004 SESC SESC Santo André (acima) e SESC Santos 60 ANOS DE UMA HISTÓRIA BEM VIVIDA N para a “saúde” ou para uma extensa existência institucional? ão é muito fácil para uma instituição brasileira chegar aos sessenta anos. Acredito que A história do SESC e demais entidades dos chamados S, pode nos ajudar a entender, em parte, a necessária versatilidade para manter o fôlego institucional e a capacidade de adaptação aos diferentes momentos da realidade. seja mais fácil, hoje, às pessoas de boa saúde, do que às instituições no Brasil. Aliás, envelhecer, com os avanços da medicina é, sem dúvida, uma das grandes conquistas do século XX. Nem é preciso lembrar, depois de tantas histórias ouvidas, que há menos de cem anos ultrapassar os 40 anos, diante de moléstias e epidemias sem Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do SESCSP cura nem prevenção, era sorte. Agora, quanto às instituições e empresas, podemos dizer que há avanços e retrocessos na vitalidade de seus percursos. É que o panorama das oscilações econômicas, mudanças sociais e políticas, comparado ao das moléstias e das epidemias do passado, nunca encontrou avanços tão definitivos e semelhantes aos conquistados pela ciência médica. Contudo, é inegável que o mundo transformou-se radicalmente no século XX, também como decorrência das mais diversas oscilações. Já, com relação a idade das instituições, em especial, na Europa é possível encontrarmos instituições com 150, 200 ou 300 anos, O SESC teve origem, em 1946, num contexto brasileiro que requeria transformações, como o que originou o pacto firmado entre empregadores e o Estado, expresso pela Carta da Paz Social. Além disso, o pós 2ª guerra no Brasil contribuía para o avanço industrial e para mudanças no planejamento econômico e político administrativo, orientações concebidas pelo Plano Salte. apesar de todo o flagelo gerado por duas guerras mundiais. Mas, então, do que é que depende a longevidade de empresas e instituições, de modo geral, no Brasil? Qual é o perfil ideal de transformação e adaptação, elementar A natureza do compromisso entre empregadores e empregados previa uma obra educativa para o desenvolvimento das forças produtivas e a elevação do padrão de vida do brasileiro. Afinal, entre os problemas a serem superados, ANUÁRIO 2007 69 apareciam: a incipiente qualificação de mão-de-obra para a indústria e o comércio, a precária assistência à saúde, ao lazer e ao desenvolvimento dos trabalhadores, e a necessidade de uma relação menos conflituosa entre patrões e empregados, por meio de contratos satisfatórios para ambas as partes. Nessa origem, então, o SESC atendia basicamente por meio de programas de educação sanitária e nutricional, e das refeições oferecidas a baixo custo por seus restaurantes populares. Todos os demais serviços criados, como maternidades e ambulatórios de atenção materno-infantil, davam ênfase às necessidades elementares do trabalhador do comércio e seus familiares. Os Centros de Atividades, primeiro modelo para ações educativas, ofereciam ainda, serviços odontológicos e atividades de educação em economia doméstica, cuidados pessoais e espaços para recreação infantil. Como se pode ver, a primeira etapa de funcionamento do SESC está marcada por uma política de assistência, de acordo com as pro- 70 SCVCFESP EDUCAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO O SESC São Paulo diversificou e expandiu sua atuação ao longo de décadas. Nos anos 1960 sua ação esteve concentrada no interior do Estado, por meio das Unidades Móveis de Educação e Orientação Social – UNIMOS. Para ampliar e tornar permanente esse atendimento, construiu e instalou 31 Unidades (Capital, Grande São Paulo, Interior e Litoral) que atendem e transformam a vida, para melhor, de milhares de pessoas, diariamente. postas da época, de melhorar as condições de vida do trabalhador, que não eram nada boas. É bom lembrar que a industrialização brasileira no final dos anos 1940 dependia de condições de especialização no trabalho, bem dife- rentes dos padrões anteriores das primeiras décadas do século XX, contra as quais insurgiram-se os movimentos operários. As necessidades de reflexão e prática em Serviço Social, já, estavam presentes no projeto de modernização do trabalho, o que facilitava a difusão de modelos de atuação como os do SESC. Além disso, a expansão da indústria e os modos de vida urbanos eram tendências que se expandiam, ainda mais, com a chegada das multinacionais, como: General Motors, Bayer, Colgate-Palmolive, Ford, entre outras. No caminho das mesmas multinacionais também vieram e aqui se estabeleceram, a partir dos anos 1950, algumas agências de publicidade e propaganda como:Thompson, Standard Propaganda, McCan Erikson, Interamericana, recursos importantes na formação de nossa sociedade de consumo e nas mudanças de comportamento que adviriam dos novos processos da industrialização brasileira. INCLUSÃO SOCIAL O atendimento do SESC promove o acesso ao lazer, à cultura e à diversas interações sociais, o que, de outro modo, não possibilitaria a participação de trabalhadores e comunidade em processos educativos de auto-formação e de desenvolvimento de talentos e potencialidades pessoais, com tamanha qualidade. expansão de suas bases, decorrentes de instabilidade econômica, o que tornavam frágeis os investimentos do capital internacional. Com isso, sucessivos ajustes nos anos 50 e 60 foram feitos como garantia para a credibilidade e o equilíbrio econômico. Nesse amplo reformismo do Governo Federal, a Previdência Social acabou absorvendo diversas instituições privadas com serviços médico-ambulatoriais e hospitalares, Mas, por outro lado, embora o país estivesse em fase de industrialização, havia entraves para a medida que ordenou uma transformação do SESC, fazendo surgir uma nova estrutura de atendi- mento, que manteve os restaurantes como serviço ao trabalhador e não mais como serviço de combate à desnutrição, bem como os Centros de Atividades Sociais, que passaram a ser centros de cultura e esporte. Diante dessas mudanças, o SESC em São Paulo diversificou e expandiu sua atuação por meio da criação de equipes móveis de educação e orientação social, que percorreram inúmeras cidades paulistas, durante anos e, de modo gradativo, por meio da construção e instalação de unidades, ANUÁRIO 2007 71 ampliando sua capacidade de atendimento, até chegar, hoje, aos 31 Centros que atendem milhares de pessoas semanalmente. A história mais recente do SESC em São Paulo, digamos, as duas últimas décadas, reforçaram a importância de nossa ação cultural e socioeducativa junto ao público. É certo que o SESC contribuiu para a história da sociedade brasileira nos últimos sessenta anos, mas, até mais que isso, procurou atender expectativas e mesmo antecipar, com seus inovadores modelos de ação , o que era importante em cultura, arte, desenvolvimento físico, educação e saúde, dignificando a condição de cidadania, o desenvolvimento de talentos e potencialidades, para tornar melhor a vida de todos os que pudesse alcançar. A entidade é dinâmica. Dinâmica no sentido do movimento, dinâmica na forma de acompanhar os anseios de seu público e dinâmica porque sempre priorizou a dimensão educativa como meta de qualidade no atendimento de trabalhadores e da comunidade. E é com fôlego sempre renovado que tem atravessado décadas, a serviço do interesse público e da cidadania. Assim como outras instituições que conseguiram chegar aos sessenta anos de idade, o SESC é hoje um exemplo de bom resultado institucional. Curiosamente observada por instituições de outros países, como experiência bem sucedida, o SESC é constantemente indagado sobre suas características. O SESC é uma entidade que 72 SCVCFESP Sesc Bertioga Sesc Itaquera Sesc Santo André CIDADANIA Como instituição voltada ao atendimento social, o SESC inovou ao propor modelos de ação diferenciados, o que têm contribuído para fortalecer e dignificar a cidadania, enquanto ética e exercício de toda a sociedade. Os modelos inovadores podem ser identificados, por exemplo, nos Programas com a Terceira Idade, no Programa Mesa Brasil SESC São Paulo, entre outros. SESC Curumim teve origem na iniciativa privada e continua a ser mantida por empresários, que mantém o compromisso social e educativo na pro- Projeto DANÇA COMUNIDADE/SESC Terceira Idade moção de benefícios e suas decorrências positivas para a qualidade de vida do público. Agora, para que o futuro seja longevo e igualmente promissor é bom pensarmos que, embora o novo Estatuto da Pequena e Média Empresa, recentemente aprovado, seja uma boa iniciativa, contém, ao mesmo tempo, medidas desastrosas à contribuição que tem garantido a existência do SESC e, consequentemente, medidas desastrosas para o futuro de milhões de pessoas atendidas, com muita coerência e responsabilidade, em todo o Brasil. Programa MESA BRASIL SESC São Paulo ANUÁRIO 2007 73 HÁBITOS ALIMENTARES É NECESSÁRIO DISCUTIR AS INFORMAÇÕES A RESPEITO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DAS PESSOAS, POIS ESSES HÁBITOS TERÃO INFLUÊNCIA NA VIDA SAUDÁVEL OU NÃO QUE CADA UM DESENVOLVE NO SEU COTIDIANO. A CARNE, TÃO PRESENTE NA ALIMENTAÇÃO DO BRASILEIRO, CUJO CONSUMO SEGUNDO DADOS OBTIDOS, AO SOMAREM-SE OS MAIS DIVERSOS TIPOS DE CARNES CONSUMIDAS, PODE CHEGAR A MAIS DE 80 KG PER CAPITA AO ANO, É PARTE ESSENCIAL DO SEU HÁBITO ALIMENTAR. O RITUAL DO CHURRASCO A forma mais radical de consumir a carne e a mais utili- zada hoje pelos paulistas e paulistanos é sem dúvida o churrasco. De tão disseminada entre nós, essa forma de consumir a carne ganhou espaço até mesmo na arquitetura da cidade onde os edifícios de apartamentos têm espaços reservados para churrasqueiras, com direito a quiosques, mesas e cadeiras. Há prédios onde se desenvolvem churrasqueiras individuais por apartamento, com a canalização do ar planejada na planta do arquiteto e que permite o escoamento da fumaça Chácaras, sítios, casas de campo classe média ou de pobres, espa- (aqui, o churrasco faz parte da e de praia têm seus espaços dedi- ços para uma churrasqueira são estrutura do arranha-céu). Quan- cados ao ritual do churrasco, co- desejados. Lá estão elas, de alve- do não é assim, a família e os mo também muitas residências na naria, com tijolos refratários, em- amigos podem reunir-se no apar- cidade inteira. Em locais planeja- butidas nas paredes dos quintais, tamento e lançar mão de churras- dos onde há desenvolvimento ou ainda como equipamentos de queiras elétricas onde a gordura horizontal, como em Alphaville, cai num recipiente com água para Tamboré, região dos municípios não invadir o apartamento e os próximos a Cotia, ao largo das O churrasco é uma refeição que espaços de vizinhos. represas, bairros de ricos, de envolve tempo de preparo, de- 76 SCVCFESP metal em todos os tamanhos e numa grande diversidade. senvolvimento e um longo perío- uma gama de carnes diferentes, já do de degustação. Permite, por cortadas e preparadas, sem a ne- isso mesmo, que as pessoas se cessidade de muita louça para la- reúnam durante um bom período var, estão disponíveis os espeti- para a troca de idéias, a conver- nhos. Para quem gosta de sabo- sa, o papo, a cerveja (campeã ab- rear a carne em lascas ou em pe- soluta no acompanhamento do daços maiores (dependendo do ritual), mas também o vinho, os corte), não tem medo de arrega- destilados e os refrigerantes, su- çar as mangas e trabalhar um tan- cos e líquidos que vão intercalar to mais na churrasqueira, as car- com a carne os sabores desse dia. nes em pedaços, peças inteiras e Não se trata da macarronada que grande variedade. Para consumi- a “nona” preparava solitária ou dores com poucas pessoas envol- com a ajuda das mulheres para vidas, a possibilidade de assar que depois os homens se juntas- uma única peça inteira. Mas para sem apenas na hora de comer. O todos, senhores, a possibilidade churrasco reúne, de uma vez só, ampla das saladas mais diversas homens, mulheres e crianças no que vão acompanhar a carne e fa- mesmo tempo e no mesmo espa- cilitar a digestão, avançando na ço tendo à frente dos espetos e qualidade alimentar para que o da churrasqueira muitas vezes a ritual do churrasco obtenha um habilidade masculina de lidar grande espectro de vitaminas e com a carne. É isso mesmo, mui- fibras, necessárias para comple- tas vezes o churrasco permite a mentar a proteína, os ácidos gra- integração do homem ao preparo xos e os aminoácidos essenciais do alimento do dia. que farão parte da refeição. Para quem gosta de rapidez e não A salada e a cidade de São Paulo quer suar muito, além de obter estão intimamente ligadas. No passado, quando os almoços começaram a ser servidos na cidade, os agentes da Prefeitura exigiram a salada, para o acompanhamento do bife e do arroz feijão. Quando o estudante da cidade de Bauru inventou o nosso sanduíche mais tradicional, no Ponto Chic no Largo do Paissandu, fez sua criação segundo uma cartilha da Secretaria da Saúde que afirmava que uma refeição deveria conter proteínas (queijos derretidos e rosbife), carboidratos (pão) e vitaminas (pepinos e tomates): eis o bauru do Ponto Chic. Para que o ato de comer o churrasco seja um ato de boa saúde alimentar, os especialistas confirmam que as partes queimadas da ANUÁRIO 2007 77 carne devem ser retiradas no pra- Receita para um churrasco de 12 a 16 pessoas to ou no ato de se servirem as carnes para cada um. Essas partes Churrasco é, antes de mais na- podem conter substâncias cance- da, uma degustação de carnes. rígenas. Por isso mesmo, o cuida- Portanto, em qualquer ambien- do no preparo deve incluir uma te, em casa, no campo ou na boa distância do carvão: cerca de praia, enquanto os convidados 15 cm entre a grelha e a brasa. A vão chegando, os que já lá es- pressa não deve influir no sentido tão podem ir apreciando, com calma, cada um dos cortes escolhidos. Para uma degustação completa, para doze a dezesseis pessoas, podem ser preparadas as seguintes peças: de não esperar o fogo baixar para colocar a carne: churrasco se assa na brasa e não no fogo. O modo de assar depende de gostos de variadas pessoas e muitas vezes esses gostos variam dentro do mesmo ritual: carne ao ponto ou bem passada. O bom churrasqueiro é aquele que detém tecnologia para satisfazer aos diferentes pedidos de quem vai alimentar. Atenção: a carne ao ponto não é carne crua. Nós sabemos que o fogo, a frigideira, o ato de assar, como também o ato de grelhar as carnes no churrasco impede com a ação do calor a presença de microorganismos que podem ser nocivos à saúde. O fogo e a carne devem ser amigos um do outro, tanto no sentido de não queimar as carnes, como no sentido de aplicar-lhe calor suficiente para determinar a falência de microorganismos prejudiciais à saúde. Aqui, cabe lembrar que o suco da carne deve ser preservado, mesmo com a carne bem passada que não tem nada a ver com carne ressecada. Uma boa dica pode ser a de molhar a carne com um maço de salsa imbuído de água com sal. Mas o tempo junto à brasa é básico e deve ser calculado. 78 SCVCFESP g Duas picanhas de aproximadamente 1,2 a 1,5 kg (atenção que peças com peso superior a esse, certamente conterão partes do coxão duro): n Uma maminha (entre 0,7 e 1,2 kg); g Uma fraldinha (entre 1,0 e 1,4 kg); n Um miolo de alcatra (entre 1,2 e 1,5 kg); g Um contrafilé (entre 1,0 e 1,5 kg); n Um entrecôte (entre 1,0 e 1,5 kg). Após o preparo do fogo, normalmente, coloca-se as peças da maminha e fraldinha para assar em distância média, como explicado mais adiante. Os cortes dos grelhados - picanha, contrafilé e alcatra - são preparados e cortados em bifes de mais ou menos 1,5 a 2,0 cm, no sentido transversal às fibras. Aliás, vale observar que esse sentido do corte é de importância fundamental. Na seqüência do ritual, entre um e outro drinque, prepara-se um grelhado do miolo da alcatra, seguido do contrafilé, observada a divisão deste no contra do lombo e contra da costela, e da picanha. Cortam-se os bifes em nacos, na forma de “aperitivos”. São servidos no palito para o beliscar introdutório da degustação propriamente dita. Temperos Basta o sal grosso, que de grosso deve ter só o nome. Você pode refiná-lo com o uso de uma centrífuga doméstica, levando-o a uma frigideira levemente aquecida para deixálo bem seco. Não esqueça de guardá-lo em sacos de papel, evitando os plásticos da embalagem original. da própria faca, o que sobrou do sal por cima da costela. Com exceção do assado-de-tira ou ponta-de-agulha, a qual pode (e deve) ser assada inteira, muito cuidado com o excesso de sal. Na costela podese exagerar um pouco, por causa da cobertura natural de Nos grelhados, o sal deve ser colocado em “ticos” e espalhados sobre a lâmina de carne, no momento que você levá-la à grelha. Evite sempre e de todas as formas o sal iodado ou de cozinha. gordura. Mas na hora de cortar e servir, retire, com ajuda Carnes e Cuidados Fraldinha: E uma carne rija de Contrafilé: De ótimo sabor, apurado sabor, que necessita ser também deve ser grelhado. assada à meia altura. Deve ser servida ao ponto. Picanha: A preferida dos brasileiros, dispensa comentários so- Ponta-de-agulha: Carne rija, bre maciez e sabor. devendo ser assada lentamente (cinco a seis horas) a 50 ou 60 Quanto ao sal: Os argentinos usam um sal grosso moído, bem seco, que pode ser preparado Importante com uma centrífuga de cozinha. sempre para baixo. O assado de Para um bom churrasco é neces- Quanto à forma de grelhar: tira é uma “janela” da ponta de sário observar alguns itens com Preferir as grelhas de canaletas e agulha, muito apreciado na Ar- muito cuidado: nunca virar o corte mais do que cm da brasa. A parte dos ossos gentina e Uruguai. Quanto ao fogo: Se for fácil uma vez de cada lado. Também jamais usar o espeto, porque pe- Maminha: Muito saborosa e obter lenha, deve-se preferi-las, macia, devendo, assim como a porque, além de dar sabor espe- fraldinha, ser assada lentamente e duas desvantagens. A primeira é cial ao churrasco (principalmente a perda do suco pelo furo do es- para os assados), fornece calor peto e a segunda, a necessidade por muito mais tempo. Se for de servir a picanha toda, de uma carvão, cuidar para não deixar as só vez. De outra forma, o recur- Alcatra: olho e miolo de alcatra labaredas tomarem conta da so é fazer cortes em suas bordas (baby beef). De sabor acentuado, churrasqueira, a fim de evitar o e voltá-la ao fogo, mas com gran- deve ser cortada em bifes grossos inconveniente de jogar água e de perda de sabor. Equivale a fi- antes de ir para a grelha. passar cinzas para a carne. car requentando o café. servida cortada em fatias finas (tipo roast beef) ao ponto ou levemente mal passada. ça inteira na churrasqueira tem ANUÁRIO 2007 79 Para uma boa alcatra g O miolo da alcatra tem cerca de 1,5 kg. Você sente se ele está macio ao apalpar a carne. n Tempere com sal para churrasco, meio termo entre sal grosso e fino. g Faça bifes de cerca de 4,5 cm de altura e grelhe em fogo alto por 10 minutos. A carne deve ficar ao ponto ou mal-passada. n Se quiser usar o espeto, lembre-se de dividir o miolo em dois e furar no sentido do comprimento. Fonte: Serviço de Informação da Carne Corte a corte 1 - Cupim (nas raças zebuínas) 11 - Rabo 12 - Músculo traseiro 2 - Acém 13 - Patinho 3 - Bife ancho (ou contrafilé 14 - Maminha de costela ou noix) 15 - Fraldinha 4 - Contrafilé de lombo (ou bife angosto) 5 - Filé mignon (lomo ou tenderloin) 6 - Picanha (tapa de cuadril ou cap of rump) 16 - Costela (ou asado de tira ou rib) 17 - Ponta de AgJha 18 - Miolo da Palea 19 - Raquete 80 SCVCFESP 7 - Miolo do alcatra (corazón de cuadril ou eye of rump) 20 - Peixinho 8 - Coxão duro 21 - Pescoço 9 - Coxão mole 22 - Peito 10 - Lagarto 23 - Músculo dianteiro Receita para um big churrasco A quantidade ideal de carne ne- güiça fresca por pessoa, 200 g de cessária para um churrasco é costelinha suína ou de coxinha de 400g por pessoa para adultos. E asa de frango (é preciso conside- o que garante a nutricionista e in- rar o peso do osso) e 200 g de tegrante do comitê técnico do carne bovina, que pode ser pica- SIC (Serviço de Informação da nha, cupim, fraldinha, contra-filé, Carne) Licínia de Campos. Po- bisteca, costela ponta de agulha rém, ela ressalta que esta é a ou costela (nestes casos, aumen- quantidade ideal se a carne for o te a quantidade comprada por foco principal do churrasco. “Se causa do osso). Somando, temos houver um bufê de saladas, as 400 g de carne por pessoa. pessoas terão menos apetite para as carnes”. Se o caso for uma encomenda pa- Acompanhamentos para churrasco: Vinagrete: o picadinho de tomate, cebola e cheiro verde, é um acompanhamento versátil nas mesas de churrasco: pode ser servido junto com a carne, funciona como molho para a salada, combina com a lingüiça bem assada e até serve como recheio do pão francês. Farofa: Licínia recomenda que se faça uma farofa simples, com manteiga e cebola, para que seu sabor não interfira nos outros pratos. ra um churrasco maior, com 250 Saladas: três tipos de salada são su- Para as carnes, pode-se calcular participantes, Licínia recomenda da seguinte forma: 100 g de lin- que se calcule da seguinte forma: ficientes para um churrasco de médio porte. A nutricionista do SIC sugere um mix de folhas verdes; uma receita com carboidrato, como uma salada com batatas e uma terceira versão que combine legumes crus ou cozidos, folhas, tomate, queijo, etc. Itens necessários: g 75 kg de carne n 25 kg de lingüiça g 250 garfos n 250 pratos g 375 copos plásticos g 125 litros de refrigerante n 3,5 kg de sal grosso n 750 pães Para o churrasqueiro: g 25 quilos de farofa temperada n 19 pacotes de guardanapos g 26 panos de prato n 250 facas g 11 sacos de carvão n 27 facas g 27 garfos n 128 pratos HÁBITOS ALIMENTARES Depois do arroz e o feijão, a carne bovina e o frango são os alimentos mais consumidos. O horário das principais refeições dura menos de meia hora. ALMOÇO Arroz Feijão 96% 94% Carne Bovina Frango Salada Macarrão Legumes Ovos Peixe 69% 42% 30% 24% 18% 14% 12% Carne Bovina Frango Salada Macarrão Legumes Ovos 51% 32% 24% 17% 15% 13% 12% JANTAR Arroz Feijão 74% 68% Fonte: Revista Veja, 7 junho, 2006. O tempo médio de cada refeição Café da manhã Lanche da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Lanche da noite 14 11 26 13 26 13 12 12 12 12 12 12 min 9 min 3 6 9 min 3 6 9 min 3 6 9 min 3 6 9 min 3 6 9 3 6 Obs.: Pesquisa realizada pelo Instituto Toledo e Associados, em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing ESPM. Peixe Tranforme a gordura em saúde n Manteiga ou margarina? Manteiga é rica em gorduras saturadas; a margarina, em trans. Na dúvida, fique com as margarinas light, supercremosas. g Não reaproveite os óleos para fritura. Segundo os nutricionistas, esse reaproveitamento estimula a produção de acroleína, substância tóxica que aumenta o colesterol. Aliás, evite frituras - e só ceda à tentação se estiver dentro do peso. n Tempere saladas com óleo de soja, granola ou azeite de oliva, mas com moderação, porque também engorda: a medida ideal é uma colher de chá para um prato grande de salada. g Retire a pele do frango e to- RAIO-X DA GORDURA TRANS S egundo os nutricionistas, a de tablete talvez seja o alimento tal gordura trans nada mais é mais rico em gordura trans - e do uma variação da velha conhe- normalmente é usada em rechei- cida gordura vegetal hidrogena- os de bolachas, em salgadinhos, da, que tem larga utilização nos tortas e bolos (frituras também produtos industrializados. A gor- podem ter trans, dependendo da a gordura aparente das carnes antes de cozinhar. São as dura trans começou a ser usada do modo de preparo). Quanto em larga escala; nos anos 80, pa- mais dura a margarina, maior a principais fontes de gorduras sa- ra dar mais gosto, melhorar a concentração de gordura trans. turadas, sempre ruins. consistência e até aumentar o A gordura trans pode ser mais prazo de validade de alguns ali- prejudicial do que a saturada, mentos. Ela é obtida depois que pois, apesar de aparentemente os óleos vegetais são submetidos inocente, altera o metabolismo a um procedimento químico cha- lipídico, podendo elevar os ní- Evite a todo custo: mado hidrogenação. veis de LDL-colesterol de forma g salgadinhos No processo de hidrogenação, é em gordura animal provocando adicionado hidrogênio em óleos riscos semelhantes de desenvol- vegetais e estes se solidificam. vimento de doenças cardiovas- O resultado é uma gordura mais culares. Um recente estudo ho- grossa, que foi balizada com o landês afirmou que a escolha de prefixo latino “trans” porque, um suculento bife é mais indica- nesse processo, há um movi- da do que a de um prato de ba- mento bastante radical no inte- tatas fritas ou de pastéis, pois a rior da estrutura molecular da gordura saturada pode ser mes- gordura. A margarina em forma mo mais saudável. n Cozinhe em panelas antiaderentes. n massa folhada g bolos recheados prontos n pipoca de microondas g margarinas duras n batatas fritas g maionese industrializada n cookies mais intensa que uma dieta rica Ortorexia A preocupação excessiva com a alimentação saudável já ganhou até um nome: ortorexia Ortorexia: em grego, orthos significa “correio” e orexis, “apetite”. Os ortoréxicos exibem uma preocupação exagerada com a seleção e o preparo dos alimentos. O receio de ganhar peso, aqui, não é o fator determinante. O que incomoda os ortoréxicos é a sensação de estar inundando o organismo com substâncias tóxicas, impuras e perigosas. LINGÜIÇAS U m dos embutidos mais con- seios e especificações requeridos sumidos pelos brasileiros, pelos consumidores. que obteve um crescimento de mais de 40% deste 1997, são as linguiças, que se classificam em frescais, cozidas, secas, curadas e/ou maturadas. Sua designação corresponde à característica de acordo com a apresentação de venda, como: Lingüiça de Carne Bovina, Lingüiça de Carne Suína, Lingüiça de Lombo Suíno, Lingüiça de Lombo e Pernil Suíno, Lingüiça Toscana, Lingüiça de Carne de Peru, Lingüiça de Peru, Lingüiça de Carne de Frango, Lingüiça Mista, Lingüiça Tipo Calabresa, Lingüiça Tipo Portuguesa e outras. Com a exigência do mercado, o setor de industrialização enquadra-se na obtenção de produtos que atendam às exigências, an- 86 SCVCFESP A qualidade de um produto é avaliada segundo a percepção e valorização de suas características, confiabilidade, segurança, tradição e experiência anterior. Para produzir lingüiças, assim como todos os embutidos, com a qualidade desejada, é fundamental que tenhamos conhecimento amplo das condições gerais de tudo que envolve e exige o processo, incluindo as matérias-primas, os ingredientes, as condições dos equipamentos, o tipo de embalagem, armazenagem, distribuição, qualidade de mãode-obra, conhecimento das condições dos produtos de vendas, bem como conhecer seus fornecedores, entre outros. SISTEMA DE REFEIÇÃO: “Vale refeição” A primeira experiência com o sistema de refeição-convênio que se têm notícia ocorreu na Inglaterra entre 1949 e início dos anos 1950. As preocupações com a alimentação no local de trabalho afloravam e especialmente na Inglaterra havia esforços no sentido de reconstrução do país em razão dos nefastos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Empresas industriais já adotavam refeitórios nas suas dependências. A alimentação do trabalhador era considerada como um fator estratégico naquele cenário. Havia problemas, entretanto, para certas empresas que não dispunham de local para instalação de refeitórios, principalmente aquelas localizadas em áreas urbanas. O conceito de um “voucher” que pudesse ser aceito em restaurantes comerciais passou a se constituir numa resposta a essas dificuldades. Nascia, assim, o sistema de refeição-convênio dentro do espírito de um médico inglês, Dr. Winchendron, que teve o intuito de facilitar o almoço dos seus funcionários, imaginou um “voucher” para ser utilizado nos restaurantes próximos de sua clínica que concordassem em recebê-los. ATEND E TODO MOS BRASIL A idéia prosperou e se expandiu pelo mundo. Atravessou o Canal da Mancha no final dos anos 1950 e início dos anos 1960. Empresas francesas especializadas em refeições coletivas adotaram o sistema que passou a se constituir em solução adequada para atendimento de trabalhadores dos grandes centros urbanos. O governo francês passou a estimular a sua aplicação conferindo o caráter de vantagem social e aplicando exonerações de ordem fiscal às empresas que viessem adotar tal sistema para beneficiar os seus funcionários com acesso à alimentação. Obs.: Chegou ao Brasil em 1976. Fone: (011) 5522-4366 - Fax: (011) 5687-1486 BANDEIRANTES REFRIGERAÇÃO COMERCIAL LTDA. Rua Carlos Gomes, 690 - Sto. Amaro - SP - CEP 04743-050 E-mail: [email protected] Home-page: bandeirantesrefrigeracao.com.br BOVINOS VAMOS FAZER AS CONTAS PARA SABER QUAL É A MARGEM DE LUCRO QUE DESEJAMOS EM NOSSO COMÉRCIO DE CARNES. AQUI, VOCÊ TEM INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA ANALISAR O RENDIMENTO DAS CARCAÇAS BOVINAS. BOI O Rei do aproveitamento 90 SCVCFESP Q uando o povo diz que, do Tudo começa pelo esterco deixado boi, a única coisa que não no curral, empregado como adubo se aproveita é o berro, está cer- ou biogás. Já na sala de matança, tíssimo. “O boi de corte não é durante a sangria, feita para abater feito só de bifes”, dizem os espe- o boi, são recolhidos quilos de cialistas. O veterinário Pedro Fe- sangue, empregado como fertili- lício, autor de um estudo sobre zante, na fabricação de cola, espu- os rendimentos do boi, seguiu o mante para extintor de incêndio e processo de abate do frigorífico e produção de farinha de sangue. O “desmontou” no papel um boi plasma sanguíneo, é aproveitado de 468 quilos e avaliou todos os em embutidos, vacinas e a abulmi- seus rendimentos. na, usada no curtimento do couro. Tirando, dos 468 quilos, 80 qui- Depois de permanecer por alguns los referentes ao emagrecimento minutos sobre a “calha de san- do animal durante transporte da gria”, o animal segue para a esfo- fazenda ao frigorífico, ao stress la, a “desmontagem” do boi. Ela durante a espera para o abate, e começa com a remoção do couro. à matéria verde que ainda está no Depois, as patas são destacadas: seu estômago e não será aprovei- as dianteiras viram mocotó co- tada, os 388 quilos restantes sig- mestível; das traseiras, extrai-se o nificam lucro para o pecuarista, óleo de mocotó, um lubrificante se ele souber tudo o que um boi para delicadas máquinas e tam- pode oferecer. bém para a preparação do couro. Já os metacarpianos e metatar- omaso e abomaso. O primeiro a gordura. Segundo os especialis- cianos das patas transformam-se rende 4,5 quilos e, com ele, se tas, as carcaças desossadas ren- em “canelas serradas”, que for- prepara a popular “dobradinha”. derão 250 quilos de carne, dis- necem uma gelatina para sorve- O omaso é exportado para a Chi- tribuídos entre traseiro, dianteiro tes e filmes para raio X. Dos ten- na, onde é consumido como ali- e pontas de agulha, e 18 quilos dões das patas retira-se o colá- mento. Já do abomaso remove-se de gordura. geno e o restante segue para a a mucosa, da qual se extrai a re- graxaria, para fabricação de fari- nina, o “coalho” para laticínios. nha de carne e osso. O fígado, o coração é até o ba- Os cascos e o chifre servem para ço são vendidos como alimento. a preparação de “farinha de cas- Este último inclusive serve para cos e chifre”, ótimo fertilizante e tratamento de doenças sanguí- útil também na fabricação de lí- neas e linfáticas e como alimen- quidos para extintores. to para cães e gatos. Dos pul- O próximo passo é a retirada do couro, que, verde, rende 37 quilos por animal. O couro chega a valer entre 5% e 6% do va- mões e do pâncreas extraem-se elementos para a indústria farmacêutica, inclusive para tratamento do diabetes. lor de mercado da arroba do As tripas vão para a indústria de boi. É utilizado principalmente embutidos, e delas até acordoa- na indústria de calçados, rou- mento de raquetes de tênis é pas, malas e bolsas. possível fazer, e também o “cat- Em seguida à remoção do couro, a cabeça do boi é destacada e renderá, após a desossa, 2,6 quilos de carne, destinada à prepara- gut”, fio utilizado em suturas cirúrgicas. O boi abastece a indústria de pincéis, fabricados com pelos das orelhas e da cauda. ção de carne em conserva e em- Já os fabricantes de sabão e sabo- butidos. Da glândula hipófise ex- nete adquirem o sebo industrial, traem-se hormônios, transforma- obtido através da fusão de gor- dos em medicamentos. A cabeça duras. Parte dele é composto pe- também fornece o miolo e a lín- la glicerina, usada inclusive em gua, comestíveis. explosivos. A bucharia do frigorífico separa Finalmente, o boi fornece seus os estômagos: rúmen-retículo, artigos mais populares: a carne e Fonte - Jornal “O Estado de São Paulo” Suplemento Agrícola 06/05/92. SUBPRODUTOS Gelatina: mercado mundial movimenta US$ 3 bilhões subprodutos gerados também pelos açougues. Não é à toa, já que as matérias primas retiradas O Brasil exporta 25 mil toneladas anuais de gelatina, mas o aumento da sua participação no mercado mundial depende da rastreabilidade que deve ser implantada nos curtumes. É de lá que sai a matéria prima para sua fabricação. Segundo Maurício do sebo bovino servem para diversas indústrias, principalmente para a fabricação de sabão. Grandes frigoríficos, detentores dessa rica matéria-prima, estão entrando no mercado de higiene pessoal e material de limpeza. Deconto, veterinário da empresa O sebo também pode ser utiliza- Gelita, líder no mercado de ge- do na queima de caldeiras, co- latinas, “o couro tem que ser mo combustível para gerar va- encaminhado do frigorífico para por. Estudos também mostram o curtume como produto co- sua possível utilização na fabri- mestível, e este último deve ser cação de biocombustíveis como relacionado no MAPA. Para is- o biodiesel. so, são necessárias condições sanitárias como armazenagem adequada, uniformização e uso de equipamentos de proteção industrial, além de condições de higiene para os funcionários”. A Gelita tem 24 fornecedores com procedimentos controlados e mais onze curtumes em processo de certificação. Sebo: destinação para um sem número de produtos Há também uma grande soma de utilizados na indústria, como o ácido oléico, o ácido esteárico, a glicerina e os ácidos graxos. Ácido oléico: base para indústria alimentícia e farmacêutica O ácido oléico obtido como um dos subprodutos do boi é utilizado na indústria alimentícia para a fabricação de chicletes e gomas de mascar. Na indústria farma- ga de longos anos no mercado de cêutica, ele tem papel de impor- SCVCFESP Ácido esteárico: indústria de higiene pessoal, cosméticos e indústria plástica O ácido esteárico é utilizado na fabricação de sabonetes e como integrante de fórmulas de cremes e cosméticos ligados à indústria da beleza. Na indústria do plástico, ele é utilizado para a fabricação dos tubos de PVC. subprodutos do sebo que são A destinação do sebo é uma bri- 92 tância como elemento da fórmula para fabricação das cápsulas de medicamentos. Ácidos graxos Os ácidos graxos retirados do sebo são utilizados na fabricação dos componentes do emulsificante do asfalto, como também na indústria da borracha, para realizar sua síntese. Glicerina: indústria alimentícia e cosmética A glicerina é utilizada na indústria alimentícia para a fabricação de chocolates e sorvetes. Na in- boi, sendo que 50% do sangue é dústria cosmética, faz parte das drenado nas sangrias. É uma fon- fórmulas de sabões líquidos e te protéica barata com excelentes solventes, tintas e na fabricação propriedades funcionais e alto de resinas. valor nutritivo. Plasma bovino As discussões sobre as possibili- Berro ainda é sub utilizado dades da utilização do plasma O berro do boi já faz parte da bovino são várias. Um dos seus utilização dos subprodutos desse subprodutos é utilizado na for- animal valorizado, nas músicas mulação de extintores de incên- sertanejas, aberturas de progra- dio. Há estudos que comprovam sua eficácia na utilização na indústria da alimentação, como parte da formulação de embutidos em forma de pó. Tradicional- mas de rádio, televisão, rodeios e shows realizados no Brasil inteiro. No entanto, apesar das formas de aproveitamento do berro mente, também se utiliza o plas- terem evoluído significativamen- ma no preparo de análogos de te, se comparada à grande oferta carne, como na fabricação de existente do berro no campo po- chouriços e embutidos. O plasma demos considerar que ele é ainda representa 6% do peso total do sub utilizado. ABATE DE BOVINOS Fluxograma de abate e processamento de bovinos: Currais Crematório Banho Abates Couros Pelos 1/2 Carcaça Ossos Sangue Miudezas Câmara de resfriamento Limpeza Cortes congelados Classificação Congelado Desossas Carne Descartes Ossos Digestores Cortes especiais Cozida e congelada Conserva Farinha e sangue seco Produto congelado 94 SCVCFESP Caldo Extrato de carne Produto enlatado O BOI EM PEDAÇOS Boi gordo na fazenda 468kg 100% Couro, mocotós, bucho, etc. 65kg 13,9% Conteúdo do bucho e das tripas 37kg 7,9% Boi gordo na entrada do frigorífico 440kg 94% Couro aparado 33,0kg Bucho alvejado 4,5kg Buchinho 2,0kg Canelinha 0,9kg Nervo ABC 0,9kg Casco e chifre 1,1kg Mucosa da tripa 1,4kg Bilis 0,4kg Medula 0,2kg Crina 40g Bexiga 1 unidade Tripas 1 conjunto Quebras - nos currais 10kg - na matança 5kg 3,2% 15kg Carne industrial ou de matança 7,3kg 1,6% Carne de cabeça Sangria Fraldinha Lombinho Outros 2,6kg 1,8kg 1,2kg 0,8kg 0,9kg Sangue, ossos e gorduras para graxaria 29kg 10,2% Farinha de sangue 2kg Farinha de carne e ossos 11kg Sebo 16kg Carcaça quente 255kg 54,5% Miúdos e glândulas 12,9kg 2,8% Fígado Coração Língua Rabo Miolo Rins Pulmão Pâncreas Tireóide Adrenais Hipófise 5,0kg 1,4kg 1,2kg 1,4kg 0,4kg 0,7kg 2,4kg 32g 32g 25g 2g Carcaça resfriada 250kg 100% Ponta de Agulha 2 x 17,5 = 35kg 14% Carne 28,0kg Gordura 1,4kg Ossos 5,6kg Traseiro especial 2 x 60 = 120kg 48% Filé Contrafilé Alcatra Coxão mole Coxão duro Patinho Lagarto Capa e aba Músculo Retalhos Gordura Ossos 4,4kg 14,4kg 11,6kg 16,4kg 11,0kg 10,0kg 4,6kg 3,6kg 7,6kg 6,0kg 9,4kg 21,0kg (corte sem osso, aparado) Dianteiro 2 x 47,5 = 95kg 38% Acém 15,0kg Pescoço 12,8kg Cupim 2,4kg Peito 10,8kg Paleta 19,2kg Músculo 5,8kg Retalhos 3,2kg Gordura 7,8kg Ossos 18,0kg (corte sem osso, aparado) DIVISÃO DO BOI CARCAÇA 21 9 1 2 10 8 20 7 11 18 3 4 6 19 5 12 14 13 16 17 Figura 1: cortes de novilho 96 SCVCFESP 15 Quarto dianteiro Quarto traseiro Quarto traseiro Quarto traseiro 1 Pescoço 5 Fraldinha 10 Capa de filé 15 Lagarto 2 Acém 6 Ponta de agulha 11 Alcatra 17 Músculo 3 Peito 7 Filé mignon 12 Patinho 18 Aba de Filé (vazio) 4 Braço / Paleta 8 Filé de costela 13 Coxão duro 19 Maminha 16 Músculo 9 Contrafilé ou filé de lombo 14 Coxão mole 20 Picanha 21 Cupim Vista de trás Vista de trás Coxão mole Coxão Filé mignon Alcatra Costela Lombo Dianteiro Peito Acém e pescoço Figura 2: Carcaça bovina traseiro e dianteiro CORTES PRIMÁRIOS Rendimento médio dos diversos tipos de Carne Bovina Resumo de alguns trabalhos realizados com animais de boa qualidade, cujo peso limpo frio variou de 232 a 235 kg. Divisão (corte) das carcaças 1 - Traseiros curtos ou especiais com 8 costelas 2 - Pontas de Agulha 3 - Dianteiros com 5 costelas Nº 1-2 Traseiros curtos ou especiais com 114,500 quilos % sobre a carcaça 49,21% Coxão mole, sem osso Coxão duro com garrão, sem osso Patinho, sem osso Lagarto, sem osso Alcatra, sem osso Lombo (filé), sem osso Filé Mignon, sem osso Aba do filé, sem osso Capa do filé, sem osso Retalhos de carne, sem osso Ossos e cartilagens Sebo, nervos e peles Quebra Kgs 16.600 17.920 10.440 4.700 10.440 15.740 4.240 3.920 2.080 2.400 19.960 5.480 580 % 14,50 15,64 9,12 4,10 9,12 13,75 3,70 3,42 1,82 2,10 17,44 4,78 0,51 Total 114.500 100,00 Nº 2-2 Pontas de Agulhas com 30 quilos (% sobre a carcaça 12,90%) Vazio Agulha ou costelas, sem osso Ossos da costela Sebo Quebra de peso Kgs 5.700 17.940 4.140 2.140 0.080 % 19,00 59,80 13,80 7,13 0,27 Total 30.000 100,00 Nº 3-2 Dianteiros com 88.160 quilos (% sobre a carcaça 37,89%) Paleta com garrão, sem osso Peito, sem osso Acém e pescoço, sem osso Retalhos de carne, sem osso Ossos Sebo, nervos e peles Quebra Kgs 25.340 14.340 26.000 1.120 17.560 3.340 0,460 % 28,75 16,27 29,49 1,26 19,92 3,79 0,52 Total 88.160 100,00 A 27,52% Como calcular o preço de venda da carne bovina Diante das dificuldades já conhecidas da maioria dos comerciantes para calcular os preços de venda dos vários cortes de carne, pode-se recorrer ao uso de percentuais pre-estabelecidos. Assim, para obter uma margem bruta entre 20 a 25% sobre a venda de carnes no varejo, podem-se usar os dados aqui apresentados. O exemplo prático do uso desses percentuais obedece à seguinte regra: n Preço do traseiro vezes o percentual, somado ao preço de compra, resultando no preço de venda final. Traseiro: US$ 1,5 x 85% + custo = US$ 2,78 ou 1,5 x 185 = US$ 2,78 Assim, se tivermos o quilo do traseiro custando 1,5 dólar, o preço de venda será de 2,78 dólares. B 21,69% C 3,37% C’ 9,53% E 22,73% D 15,16% E Devemos observar que se trata de uma simulação para cálculo e não de uma sugestão de preços, os quais devem obedecer às regras concorrenciais de mercado. Rendimento médio dos diversos tipos de carne bovina Resumo de alguns trabalhos realizados com animais de boa qualidade, cujo peso limpo variou de 232 a 235 kg. Divisão (corte) das carcaças A. Traseiros curtos ou especiais com 8 costelas B. Dianteiros com 5 costelas C. Pontas de agulha Corte A B A-B - C C C-C - A-B-C-C – D E - D-E - Coxão Filé e alcatra Traseiro curto ou especial (8 costelas) vazio Costelas Ponta de agulha Traseiro largo ou comum (8 costelas) Paleta Acém Dianteiro Figura 1: Corte Quadro Demonstrativo Peso dos Traseiros x Preço de Custo 114,500 kg x US$ 1,50 = US$ 171,75 Apuração do rendimento bruto, ou seja, preço de venda sobre a quantidade de kg = US$ 229,35 Portanto Vendas Compras Lucro Bruto US$ 229,35 US$ 171,75 US$ 57,60 (ou 25,11% sobre a venda) A. Traseiros curtos ou especiais com 8 costelas (cálculo sobre a estimativa de preço de US$ 1,50 por kg) Tipos de carnes Índice aplicado Filé mignon Contrafilé Alcatra Lagarto Coxão mole Patinho Coxão duro Músculo Aba de filé Capa Retalhos Total Bruto 2,20 1,85 1,85 1,80 1,75 1,75 1,70 1,20 1,20 1,20 1,20 = = = = = = = = = = = Preço de venda em US$ Quant. Em kg 3,30 2,78 2,78 2,70 2,63 2,63 2,55 1,80 1,80 1,80 1,80 4,240 15,740 10,860 4,700 16,600 10,020 15,100 2,820 3,920 2,080 2,400 x x x x x x x x x x x Apuração em US$ = 13,99 = 43,76 = 30,19 = 12,69 = 43,66 = 26,35 = 38,51 = 5,08 = 7,06 = 3,74 = 4,32 US$ 229,35 Quadro Demonstrativo Peso dos Dianteiros x Preço de Custo 88,160 kg x US$ 1,00 = US$ 88,16 Apuração do rendimento bruto, ou seja, preço de venda sobre a quantidade de kg = US$ 112,51 Portanto 100 SCVCFESP Vendas Compras Lucro Bruto US$ 112,51 US$ 88,16 US$ 24,35 (ou 21,64% sobre a venda) B. Dianteiro com 5 costelas (cálculo sobre a estimativa de preço de US$ 1,00 por kg) Tipos de carnes Índice aplicado Preço de venda em US$ Quant. Em kg Paleta 1,70 = 1,70 x 23,140 = 39,34 Acém 1,70 = 1,70 x 26,000 = 44,20 Peito 1,65 = 1,65 x 14,340 = 23,66 Músculo 1,60 = 1,60 x 2,200 = 3,52 Retalhos 1,60 = 1,60 x 1,120 = 1,79 Total Bruto Apuração em US$ US$ 112,51 C. Pontas de agulha Kg % Vazio 5,700 19,00 Agulha ou Costela sem osso 17,940 59,80 Ossos da costela 4,140 13,80 Sebo 2,140 7,13 Quebra de peso 0,080 0,27 Total 30,000 100,00 SÃO PAULO O ESTADO DE SÃO PAULO É UM GRANDE PRODUTOR DE ALIMENTOS. VEJA OS DADOS A PRODUÇÃO ANIMAL NO ESTADO DE SÃO PAULO EM 2005 A área total de pastagem no Estado apresentou ligeira queda (0,93%) em 2005 em relação ao ano anterior, para 10,07 milhões de hectares. Também o rebanho bovino teve pequena redução (0,81%), para 13,66 milhões de cabeças. É o que mostra levantamento preliminar IEA/CATI da produção animal paulista. O número de bovinos de corte caiu 0,90%, para 7,34 milhões de cabeças, alterando a tendência dos anos anteriores. Em 2005, deverão ser enviadas 5,01 milhões de cabeças para abate (mais 1,35% em relação a 2004), representando oferta de 78,21 milhões de arrobas. PECUÁRIA EM SÃO PAULO Área de Pastagem, Estado de São Paulo, 2000 a 2005 (em hectare) Ano Pasto natural Pasto cultivado Área ∆% Área ∆% 2000 1.706.641 - 8.515.086 2001 1.588.717 -6,91 2002 1.581.873 2003 Capim para semente Total Área ∆% Área - 100.302 - 10.322.029 8.706.730 2,25 52.905 -47,25 10.348.352 0,26 -0,43 8.527.596 -2,06 42.988 -18,74 10.152.457 -1,89 1.582.037 0,01 8.525.503 -0,02 52.345 21,77 10.159.885 0,07 2004 1.539.831 -2,67 8.565.213 0,47 62.989 20,33 10.168.033 0,08 20051 1.623.826 5,45 8.384.368 -2,11 65.517 4,01 10.073.715 -0,93 1 ∆% Previsão do levantamento de junho de 2005. Fonte: Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/04. São Paulo: IEA, 2001/05. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de jun. 2005. Número de Bovinos por Categoria, Estado de São Paulo, 2000 a 2005 (em cabeças) Ano Corte Leite Misto Total Número de animais ∆% Número de animais ∆% Número de animais ∆% Número de animais ∆% 2000 6.781.873 - 1.717.415 - 4.437.169 - 12.936.457 - 2001 6.923.837 2,09 1.705.832 -0,67 4.524.980 1,98 13.154.649 1,69 2002 7.287.819 5,26 1.687.384 -1,08 4.678.407 3,39 13.653.610 3,79 2003 7.327.507 0,54 1.664.235 -1,37 4.773.030 2,02 13.764.772 0,81 2004 7.407.364 1,09 1.642.203 -1,32 4.724.346 -1,02 13.773.913 0,07 20051 7.340.720 -0,90 1.651.463 0,56 4.669.904 -1,15 13.662.087 -0,81 104 SCVCFESP BOI TEM A MENOR COTAÇÃO DESDE 2002 61,30 61,99 61,65 60,36 59,34 58,23 59,69 57,72 57,02 57,43 55,63 54,77 52,61 53,02 49,04 Jul/2002 Jan/2003 (31/06/2006) era a cotação m édia da arroba no Estado de São Paulo, segundo pesquisa da Folha – a m enor cotação desde agosto de 2002 Jul Jan/2003 Jul Jan/2003 50,11 * Até o dia 27 Fonte:Folha Jul UMA REVOLUÇÃO NA PECUÁRIA E m 1999, o rebanho bovino brasileiro tomou- Países que adotam a tecnologia se o maior do mundo. Em 2003, o Brasil Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Chi- passou a liderar as exportações de carne. Esses na, e México. resultados foram alcançados graças à enorme área disponível para pastagens e às melhorias trazidas Produção nacional com esse sêmen pelas inovações tecnológicas. A última novidade 10 000 bezerros em 2005. A previsão para este desse setor é o sêmen sexado, que os maiores ano é de 12 000. criadores do Brasil passaram a usar nas inseminações artificiais. Com ele, é possível escolher pre- Quem mais usa viamente o sexo da cria. 60% da demanda vem de produtores de leite e O que é sêmen sexado Um tipo de sêmen usado em inseminação artificial que contém material genético para formar apenas machos ou fêmeas. Como se escolhe o sexo 40% dos de carne, que optam por machos. Impacto da tecnologia Em 2011, metade das inseminações artificiais será feita com sêmen sexado, o que significa 2,2 milhões de bezerros. Uma máquina chamada citômetro de fluxo separa os espermatozóides mais leves (que geram bois) Mais tecnologia, mais produtividade, preços mais dos mais pesados (que geram vacas). baixos. ANUÁRIO 2007 105 CRESCEM AS EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA Nem mesmo a febre aftosa foi capaz de afetar a expansão re- VOLUME RECEITA Em milhões de toneladas* Em US$ bilhões corde das exportações brasileiras de carne bovina em 2005. O país exportou o volume recorde de 2,391 milhões de toneladas de carne bovina no ano passado, o que representa um aumento de 18% na comparação com 2004. A receita cresceu 22%, para US$ 3,149 bilhões também recorde. Com esses resultados, o Brasil mantém o posto de maior país exportador de carne bovina do planeta, em volume. Em relação à receita, o país deve ocupar o segundo lugar, de acordo com a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne). 3,149 2,391 2,025 2004 2,573 2005 2004 2005 RÚSSIA É O MAIOR COMPRADOR Exportações brasileiras de carne bovina “in natura”, por países, em US$ milhões 1º 2º 3º 4º 5º Rússia Egito Holanda Reino Unido Itália 2004 239,1 161,9 213,9 123,0 135,0 2005 555,3 252,7 191,5 181,7 152,7 * Exportações classificadas como equivalente-carcaça. Fonte: Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne). O que é Buiatria? Elias Jorge Facury Filho Professor da EV-UFMG e presidente da ABMG B uiatria é uma especialidade (pastor) e o medicus pecuarius da medicina veterinária que (médico de bovinos) tivessem se dedica a saúde e produção de conhecimentos de curae bovum Hélio Martins de Aquino Neto ruminantes domésticos. O termo (cura de bovinos), porém eviden- Médico veterinário residente da Clínica de Ruminantes da UFMG. deriva do grego, onde “bui” sig- temente, estes tinham pouca ex- nifica bovinos e “iatrus”, trata- periência na origem e tratamento mento. A clínica buiátrica é, des- efetivo das doenças. Maria Izabel Carneiro Ferreira ta forma, um segmento da buia- Doutoranda na EV-UFMG. e tratamento das enfermidades Deborah Alves Ferreira dos ruminantes domésticos. A Deborah Alves Ferreira, Doutoranda na EV-UFMG. motivação para se possuir o co- tria que se dedica ao diagnóstico nhecimento sobre as doenças dos bovinos e seu tratamento começou paralelamente com a sua utilização como animais domésticos. As primeiras informações sobre o tema na Europa encontram-se nos petróglifos da idade do bronze, na Escandinávia e na Itália. Entre os anos de 800 e 1700 grandes e repetidas epidemias dizimaram a população bovina na Europa Central, deixando atrás de si a fome e a pobreza. O cuidado com o gado enfermo estava a cargo da classe mais humilde da sociedade, como camponeses, criadores de gado, pastores e vaqueiros. As experiências adquiridas no tratamento dos animais doentes eram inscritas algumas vezes nos “livros de casa”, e es- Na Idade Antiga, povos como os tas anotações encontraram pos- egípcios, israelitas, cartagineses, teriormente seu lugar no “alma- gregos e romanos eram muito naque dos lavradores”. Além desenvolvidos no manejo dos destes, eram comuns os trata- grandes ruminantes, dominando mentos empíricos, dominados técnicas de contenção, descarna, nesta época pela superstição e fe- inspeção para sacrifícios religio- tichismo próprios da Idade Mé- sos, além do conhecimento de dia. Assim, era habitual o uso de uma série de enfermidades e di- amuletos, fogos e sacrifícios de versos tratamentos para as mes- animais para afugentar o malefí- mas. Exigia-se que o bubulcus cio das bruxas. ANUÁRIO 2007 107 Devido à insuficiente capacidade Nas últimas décadas, os conheci- dos “médicos de vacas”, que se mentos sobre as enfermidades dos ocupavam muitas vezes à margem bovinos ampliaram-se e aprofun- da sua própria profissão, depois da daram-se bastante. Logo que a guerra dos 30 anos, utilizou-se de ciência e a prática ocuparam-se forma crescente o serviço de vete- com as epidemias importantes rinários para ensinar aos lavradores desta espécie, sobretudo pelas a forma de combater diversas epi- perdas que originavam, desenvol- demias, em especial a peste bovina. veu-se o exame clínico, adaptado A necessidade de veterinários me- aos grandes ruminantes. Em 1962 lhor instruídos em sua especialida- foi criada a Associação Mundial de fazia-se cada vez mais imperati- de Buiatria, com o objetivo princi- va, principalmente devido à disse- pal de integrar e propagar os co- minação da peste bovina. Desta nhecimentos práticos e científicos forma criaram-se os institutos de veterinária. Alguns deles se dedicaram desde o princípio, a ensinar as enfermidades dos bovinos como, por exemplo, as situadas em Toulouse na França e Berna na Suíça. de manejo, produção e controle de doenças nos rebanhos, incrementando, desta forma, o ensino e o desenvolvimento da buiatria no mundo. Devido às dificuldades econômicas, No Brasil, a fundação da Associa- falta de estábulos adequados e aos ção Brasileira de Buiatria ocorreu problemas de transporte o número em 21 de agosto de 1980, nas de- de bovinos doentes que se interna- pendências da Faculdade de Medi- vam nestes institutos era reduzido. cina Veterinária e Zootecnia da Com o surgimento das máquinas e desenvolvimento de veículos motorizados, o cavalo foi perdendo sua importância na primeira metade do USR. No ano seguinte, esta entidade filiou-se à Associação Mundial de Buiatria e promoveu o l Congresso Brasileiro de Buiatria. século XX, enquanto que o bovino, Após esta fase inicial, a Associa- cujos aumentaram ção Brasileira de Buiatria teve ape- consideravelmente nos últimos 200 nas uma discreta atuação, até que anos, passou a ocupar o primeiro em Junho de 1996, durante o lugar. De forma simultânea desapa- Congresso Brasileiro de Medicina reciam os problemas econômicos e Veterinária, decidiu-se iniciar os de transporte para a internação de trabalhos de reestruturação da en- bovinos doentes. Assim, instala- tidade. Pouco tempo depois come- ram-se clínicas especiais para esta çaram a surgir as associações esta- espécie, entre outras, em 1912 em duais de buiatria, como as dos es- Viena, em 1925 em Hannover e em tados de São Paulo, Rio de Janei- 1927 em Estocolmo, impulsionan- ro, Pernambuco, Bahia, Ceará, Pa- do desta forma a investigação e o rá e Amapá, Mato Grosso, Mato desenvolvimento da buiatria. Grosso do Sul e Paraná. rendimentos AVES O RENDIMENTO QUE O PEQUENO COMERCIANTE DE CARNES VAI OBTER COM A CARNE DE FRANGO, COMO EM OUTRAS CARNES, DEVE SER PLANEJADO. NESTE CAPÍTULO, VOCÊ OBTÉM INFORMAÇÕES QUE O AJUDARÃO A COMERCIALIZAR O FRANGO. CARNE DE FRANGO Para calcular o T radicionalmente as aves eram co- mento integral do produto e aperfei- mercializadas vivas. Dado o cons- çoa as condições de comercialização. tante crescimento da produção, o co- preço você deve mércio passou a fornecer aves abatidas ter em mente inteiras, primeiro apenas frescas, depois também resfriadas ou congeladas. quanto de pele e osso faz parte de cada corte de frango blema de calcular adequadamente os preços de cada carne e, assim, garantir a devida rentabilidade dessa forma Num estágio mais adiantado a oferta de comercialização. Para tanto, é ne- diversificou e o consumidor já podia cessário saber o rendimento real dos adquirir apenas as partes de sua pre- vários cortes e a proporção que há ferência. A comercialização incluiu a em cada parte entre carne, pele e os- atividade de corte - fornecendo sepa- so. O peito, por exemplo, representa radamente pernas, coxas, peitos, quase 30% do peso total da carcaça, asas e pescoços - e de desossa, que sendo 60% em carne e 40% em pele levou à venda de filés (de perna, co- e osso. Todavia, a perna e a coxa, em- xa e peito). bora tenham menos peso (19% do Devido à intensificação do comércio de pedaços de frango, também a padronização do corte de carnes de aves tornou-se imprescindível para os 110 SCVCFESP A padronização, porém, cria o pro- total da carcaça), permitem uma margem de aproveitamento maior do que o peito, pois 62% são constituídos de carne. açougues. Tal como ocorre com a car- A tabela esclarece bem a diferença de ne bovina, ela favorece o aproveita- rendimento entre os diversos cortes. Rendimento dos vários cortes da carcaça (em relação ao peso da carcaça eviscerada) Cortes % da carcaça % do peso total do corte carne pele osso Perna 7,9 Coxa 11,2 62,6 16,6 20,8 Asa 3,1 40,2 32,1 27,6 Coxa pequena 2,7 42,4 17,5 40,2 Peito 27,4 59,7 20,4 19,1 Dorso 18,7 32,7 26,7 36,6 Gordura 3,6 O frango ganhou espaço entre as carnes mais consumidas hoje, a carne de aves faz parte dos cardápios de todas as classes sociais Técnicas Básicas de Corte O corte é a operação manual de retalhamento de aves em pedaços padronizados, de modo a evitar qualquer desperdício no aproveitamento da carne colocada à venda. Nesse processo, retiram-se apenas as partes não-comestíveis, enquanto os miúdos são deixados à parte. AII. Separação do pescoço: A. Processo de Execução AI. Retirada das vísceras: g faça uma incisão na parte superior do pescoço; n introduza, pela incisão do n use faca adequada g corte na junção da espinha dorsal. do pescoço não deve ser cortada. AIII. Separação da cabeça do pescoço. n introduza o dedo indicador e médio deslocando as vís- AIV. Retirada dos nervos das ceras; pernas: g puxe as vísceras pela incisão inferior e corte os intestinos rente ao corpo da ave. 112 SCVCFESP AV. Separação das pernas das coxas, cortando aproximadamen- descole o esôfago e os pul- g faça uma incisão no ânus; Obs.: Este passo é mais indicado para perus. Obs.: A pele que for desligada pescoço, o dedo indicador e mões; g puxe os sete nervos de cada perna, um por um. n faça uma incisão desde os dedos da ave até a junção com a coxa; te um centímetro abaixo da junção da perna com a coxa. AVI. Lavagem da ave: n coloque-a sob a ação de água fria; g esfregue com as mãos as partes interna e externa. Fatores que influem na maciez da carne de frango1 Você está enviando ao mercado aumento de gordura intramuscu- O período de resfriamento míni- uma carne macia? A resposta po- lar reduz a aspereza do músculo. mo em que ocorre a maioria do de variar de acordo com o produto que você está remetendo e O consenso é de que as aves que a forma como se encontra. Os se debatem muito durante o aba- abatedouros que vendem aves in- te têm suas carnes menos macias. teiras geralmente têm poucos O escaldamento tem certo efeito problemas, mas aqueles que comercializam carne de aves desossadas são mais conscientes dos na maciez da carne. Demonstrou-se que o tempo de escalda- amaciamento nas carcaças dos frangos de corte é de duas a três horas depois do abate. Neste período, 20% das carcaças não alcançaram a maciez máxima. Para que a maciez chegue ao ponto máximo, deve haver, também, mento e a temperatura da água tensão aplicada às fibras durante estão em razão inversa da ma- o tempo todo; caso contrário, ha- ciez, pois cozinham a parte ex- verá o encurtamento irreversível terna do músculo e determinam (dureza). Quando fracionam-se O músculo é composto de três o encurtamento irreversível da prematuramente as carcaças ou tipos de fibras que têm funções fibra muscular. desossam-se muito rapidamente, problemas de maciez. A maneira de abate de aves poderá influir no tempo para atingir a maciez. específicas. O conjunto de fibras que tem efeito maior sobre a ma- O tempo de resfriamento tem in- ciez é chamado de “miofibrila”. fluência primária na maciez, embora não seja totalmente com- Podem influir na maciez: a linha- preendido o seu mecanismo. A gem ou marca comercial, a ma- decomposição química e enzimá- neira de criação, principalmente tica das miofibrilas têm uma atua- no período de acabamento, a quantidade de gordura do mús- ção amaciante. Ao mesmo tem- existe a possibilidade de que não se consiga um bom amaciamento. Esses fatores, unidos a um período de armazenamento inadequado, podem ser motivo das queixas dos consumidores sobre a dureza do produto desossado. po, há uma tendência do múscu- Muita pesquisa ainda deve ser lo em reter mais água, o que de- feita no campo da genética, mé- termina um produto mais ácido. todos e equipamentos de abate, Tem-se relacionado a acidez com tempo de armazenamento, etc., A gordura da ave tem pouca im- a maciez, mas isto apresenta cer- para que alcancemos a maciez portância, a não ser a de que o tas dúvidas. desejada. culo e a docilidade do tipo de ave. Tais fatores podem estabelecer diferenças. 1 Texto condensado de Charles Wabeck, da Universidade de Maryland, extraído da Revista do Talho, nº 10. Produção Mundial A REVISTA DO TALHO PUBLICAVA NA DÉCADA DOS ANOS 90: Em 1991 a produção mundial de ção Brasileira dos Exportadores carne de frango situou-se em tor- de Frango - ABEF, alcançando em no de 25,3 milhões, 3% supe- 1992 o montante de 370 mil to- rior à do ano anterior. De acordo neladas, 19% superior às expor- com previsões do USDA, em tações de 1991 que foram de 1992 a produção cresceu 3%, 310 mil toneladas anuais estando previstos aumentos nas produções dos principais expor- Por outro lado, a CEE incluiu o tadores, como: frango na lista dos produtos que Estados Unidos (4%), França (1%) e Tailândia (89%). serão beneficiados pelo acordo de comércio com esta Comunidade. Isto possibilitou a recupe- Esses aumentos na produção de- ração de “performances” ante- verão ser principalmente absorvi- riores na exportação de frango dos pelo mercado exterior, nota- para países como a Alemanha. damente para o Japão, Arábia Além disso, o Mercado Comum Saudita e Hong Kong. do Sul (Mercosul) vem se apreO Brasil é o segundo maior exportador mundial de aves e o maior exportador de frango para o Oriente Médio. Este comércio iniciou-se a cerca de 20 anos, com volumes da ordem de 1.000 toneladas/mês. Atualmente, 14 mil toneladas/mês são exporta- missor, com crescimento significativo principalmente no comércio com a Argentina. Este novo mercado vem determinando o ajuste na atuação de pequenos abatedouros avícolas de São Pau- dos, sendo que deste total 7 mil lo, aos moldes dos grandes gru- toneladas/mês pos do setor. destinam-se à Arábia Saudita. 114 SCVCFESP sentando como um mercado pro- A receita cambial atingiu em As exportações brasileiras de car- 1992 o volume recorde de US$ ne de frango, como um todo, 443 milhões, 13% acima da re- continuam, segundo a Associa- ceita do ano anterior.” OS DADOS DE HOJE: EXPORTAÇÕES RECORDES E RECEITA CAMBIAL EM 2005, AS EXPORTAÇÕES DE CARNE DE FRANGO SOMARAM 2,845 MILHÕES DE TONELADAS E A RECEITA CAMBIAL ATINGIU US$ 3,508 BILHÕES. ISSO OCASIONOU UM NOVO RECORDE HISTÓRICO E CONSOLIDOU A LIDERANÇA DO BRASIL NAS EXPORTAÇÕES DE CARNE DE FRANGO Comparativo das exportações de carne de frango 2005/2004 (em US$ mil) Total 2005 2004 198.428 230.450 256.825 259.892 279.971 296.466 319.038 337.927 331.576 351.818 287.940 358.217 164.631 196.485 208.684 168.343 228.286 255.381 231.935 252.665 211.338 227.668 204.489 244.975 20,53 17,29 23,07 54,38 22,64 16,09 37,55 33,75 56,89 54,53 40,81 46,23 Jan. Fev. Março Abril Maio Junho Julho Ago. Set. Out. Nov. Dez. 3.508.548 2.594.882 35,21 Total LAVADOR DE BOTAS COM DOSIFICADOR DE SABÃO % 2005 2004 187.916 215.646 231.871 232.916 239.144 244.421 261.558 265.442 255.028 259.764 206.589 245.650 161.123 188.376 187.836 142.676 209.419 241.746 209.323 256.515 213.761 223.616 202.464 232.841 16,63 14,48 23,44 63,25 14,19 1,11 24,95 3,48 19,31 16,17 2,04 5,50 2.845.945 2.469.696 15,23 LAVATÓRIOS % ESTERILIZADORES DE FACAS MESAS, CARROS, TANQUES, EQUIPAMENTOS EM AÇO INOX Estrada do Sapopemba, 6955 Km 40,5 - Bairro 4º Divisão CEP 09401-970 - Ribeirão Pires - SP Fone/Fax: (0xx11) 4823-0192 - 4823-0227 E-mail: [email protected] Fonte: Abef/UBA Jan. Fev. Março Abril Maio Junho Julho Ago. Set. Out. Nov. Dez. (em t) EXPORTAÇÕES DE FRANGOS 2005 INTEIROS CORTES INDUSTRIALIZADOS RECEITA US$ 1,087 bilhão US$ 2,236 bilhões US$ 184,3 milhões VOLUME 1,044 milhão de ton 1,717 milhão de ton 83,9 mil ton Com um total de 2,8 milhões de toneladas e receita de US$ 3,5 bilhões em 2005, o Brasil manteve-se em primeiro lugar entre os maiores exportadores do mundo. Melhor: estamos vendendo mais cortes que frango inteiro, o que gera uma receita maior. TOTAL RECEITA US$ 3,5 bilhões VOLUME 2,8 milhões ton Fonte: Abef/UBA EXPORTAÇÕES O plantel de São Paulo O plantel paulista de aves para postura cresceu 5,29%, para 40,99 milhões de cabeças. A produção de aves para corte aumentou menos (1,01%), para 155,65 milhões de cabeças. 116 SCVCFESP E CONSUMO INTERNO O Brasil é o maior exportador de frango do mundo, com US$ 3,5 bilhões ganhos em 2005. A previsão inicial da UBA é de que a média do consumo por habitante no Brasil este ano chegue a 37 ou 38 quilos, saindo da média de 35,5 quilos em 2005. A estimativa para 2006 deve ser alcançada em função do crescimento natural do consumo do produto que vem ocorrendo nos últimos anos. Produção Paulista Produção paulista de aves para corte, os números apontam para a existência de um plantel de 155,65 milhões de cabeças, 1,01% superior ao existente em 2004. Os abates estão previstos em 556,73 milhões de cabeças, equivalendo a uma oferta de 1,18 milhão de toneladas de frango em peso vivo. PRODUÇÃO DE AVES PARA CORTE, ESTADO DE SÃO PAULO, 2000/ 2005 ANO REBANHO CABEÇA ∆% 2000 2001 2002 2003 2004 20051 126.585.716 153.083.662 142.704.786 152.077.698 154.092.095 155.656.071 – 20,93 -6,78 6,57 1,32 1,01 ANO ENVIADAS AO ABATE ∆% CABEÇA 2000 2001 2002 2003 2004 20051 469.716.993 617.308.322 504.288.751 496.969.314 529.243.676 556.732.852 ANO PRODUÇÃO DE CARNE ∆% TONELADAS 2000 2001 2002 2003 2004 20051 999.898 1.243.836 1.029.458 1.052.958 1.124.518 1.179.747 – 31,42 -18,31 -1,45 6,49 5,19 – 24,40 -17,24 2,28 6,80 4,91 1 Previsão do levantamento de junho de 2005. Fonte: Informações Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/04. São Paulo: IEA, 2001/05. (Ser. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de jun. 2005. No Brasil do Frango dos, reestruturados ou não (GODOY FILHO, 1997). Os produtos empanados apresentam vantagens quanto ao aspecto, sabor e textura agradáveis ao consumidor (CORREIA, 1997). Dentre esses produtos, o de maior popularidade é o empanado de frango, que pode ser preparado rapidamente, além de apresentar uma aparência atrativa (CTC/ ITAL, 2005). Com o desenvolvimento de novas tecnologias e estratégias de marketing, estes produtos tiveram seu consumo aumentado consideravelmente, de modo que deixaram de ser fabricados artesanalmente em pequena escala para serem produzidos em escala industrial, o que pode A carne é considerada um ali- frango aumentou, em média, se verificar em grandes redes de mento nobre para o homem 300% no período de 1989 a fast-food, além de várias indús- pela qualidade das proteínas e, 2004. A evolução da tendência trias de processamento cárneo principalmente, pela presença de de consumo de carnes brancas (GODOY FILHO, 1997). Segun- ácidos graxos essenciais (RUIZ et está vinculada a vários fatores: do o Mapa (2005), entende-se al., 2005). A produção de carne redução de custos na obtenção por empanado o produto cárneo de aves no mundo cresceu consi- da matéria-prima; pequena osci- industrializado, obtido a partir de deravelmente nas duas últimas lação de preços no varejo; níveis carnes de diferentes espécies de décadas. De acordo com o Minis- mais baixos de colesterol; e ofer- animais de açougue, acrescido de tério da Agricultura, Pecuária e tas cada vez maiores de produtos ingredientes, moldado ou não, e Abastecimento (Mapa) (2005), derivados, como presuntos, lin- revestido de cobertura apropria- a produção brasileira de carne de güiças, hambúrgueres e empana- da que o caracterize. 118 SCVCFESP Produção avícola mundial cresce Após avaliar as tendências de de 4% de crescimento, durante a principal carne negociada inter- produção, exportação e consu- o período analisado. nacionalmente, respondendo por 40% das exportações do setor. mo per capita de carnes, a Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) prevê um Frango: principal carne do comércio internacional aumento de 6,5% na produção de aves, a organização calcula que alcance, mundialmente, a de aves em 2005, quando com- No referente às exportações, a parado a 2003, de modo a tota- FAO estima, para as carnes aví- lizar 81,4 milhões de toneladas colas, expansão bienal inferior a e representar 31% de todas as 2,5%, o que significa um incre- sumo per capita de carnes avíco- carnes produzidas. O índice de mento menor em comparação ao las, elas representarão 31% da expansão previsto se assemelha das carnes suína (+11,9%), bo- média consumida, índice supera- ao das carnes ovinas e caprinas, vina (+9,8%) e ovina/caprina do pela carne suína (39% do to- além de ser superior aos das car- (+14,29%). Ainda assim, as tal), mas superior ao de carne nes suína e bovina: pouco mais carnes avícolas continuarão como bovina (24%). Bom e barato Com tecnologia de plantio direto e duas safras por ano (safrinha), os custos de produção de alimentos para frangos e suínos são muito inferiores aos dos produtores europeus que importam milho e soja para alimentar seus animais. Porém, não basta ser competitivo, é preciso se apresentar como fornecedor confiável. Custo de Abate Custo de Produção -10% 1.4 1.2 Euros/kg carcaça Já quanto ao consumo per capita -40% 1 0.8 0.6 0.4 0.2 0 UE USA Brasil média de 12,8 kg, quase 5% a mais quando comparado a 2003. A se confirmar esse con- SUÍNOS NOS CAPÍTULOS ANTERIORES, TRABALHAMOS O RENDIMENTO DA CARNE DE BOI E DE FRANGO. AGORA, VAMOS VER COMO PLANEJAR O NOSSO TRABALHO COM A CARNE DE SUÍNOS. CARCAÇA SUÍNA N ão há necessidade de adqui- d. Remoção do dianteiro: para gordura é deixada no pernil, rir equipamentos caros e so- separar da barriga e lombo, removendo-se apenas uma fisticados para trabalhar com a localizar a segunda costela e porção do couro através de carne suína. Para efetuar os cortes serrar através de seu centro. um corte oblíquo efetuado na da carcaça são considerados básicos uma faca, um cutelo, um espe- e. Separação da barriga e carré: região mais grossa do pernil. a parte remanescente, após a h. Remoção do toucinho do to e um serrote. Essa é uma rela- remoção do pernil e do dian- carré: iniciar esta operação ção de procedimentos simples, teiro, é separada em barriga e na região correspondente ao através dos quais se prepara a car- carré através de um corte re- dianteiro, cortando e levan- caça para a venda no varejo: to, iniciado próximo à extre- tando o toucinho que está midade do filezinho e esten- sobre o músculo do lombo, dendo-se em direção à pri- tomando o cuidado de não meira costela, logo abaixo da cortá-lo. a. Remoção do pé traseiro: pela junta do jarrete, posicionando a serra perpendicularmente ao comprimento do pé. b. Remoção do pernil: serrar o pernil, perpendicularmente ao curvatura da coluna vertebral no dianteiro. f. Separação do rabo e gordura da área pélvica do pernil: o comprimento do lado da car- rabo e o osso da coluna verte- caça, no arco pélvico que cor- bral são removidos do pernil, responde à curvatura da colu- e a gordura localizada na par- na vertebral. te interna superior (região c. Remoção do pé dianteiro: serrar através da junta do jar- pélvica) é removida bem junto à parte cárnea. rete, formando um ângulo re- g. Remoção do couro do pernil: to com o comprimento do pé. a maior parte do couro e da 122 SCVCFESP i. Carré: o excesso de gordura que restou sobre o carré pode ser removido, deixando apenas uma camada de gordura. j. Remoção dos ossos do pescoço no dianteiro: são removidos por um corte efetuado junto à sua parte inferior, prosseguindo lateralmente em direção à coluna vertebral. A seguir, levantá-los e efetuar sua remoção cortando ao redor. k. Remoção do couro, gordura e n. Paleta com o couro parcial- carne do dianteiro: a superfí- mente retirado: cortar o cou- cie do dianteiro é igualada, ro juntamente com uma cama- aparando-a na região de jun- da de gordura, na região su- ção com o jarrete. l. Remoção da papada: através perior da paleta. próximo à região inferior da costela. r. Separação das extremidades da barriga: inicialmente, posicionar a barriga com o couro o. Remoção da gordura da co- voltado para cima e pressionar pa: através de um corte bem para obter uma superfície pla- próximo à parte cárnea, pro- na. A seguir, remover a extre- região mais baixa do couro, curando levantar a camada midade inferior por um corte onde a orelha foi retirada. cortada para facilitar o corte. de um corte paralelo àquele que separa os dianteiros do lado da carcaça, bem atrás da paralelo àquele efetuado para separar a barriga do carré. m. Separação da paleta e copa: p. Copa: o excesso de gordura o dianteiro pode ser dividido deve ser removido, deixando em paleta e copa através de apenas uma delgada camada um corte perpendicular ao la- sobre a copa. Rendimento Os Cálculos que se apresentam a seguir são importantes para a ob- do da carcaça, que deve iniciar aproximadamente quatro cen- q. Remoção da costela: através tenção de uma margem de ganho tímetros abaixo do osso da de um corte paralelo à barri- correta para quem trabalha as omoplata. ga, procurando mante-lo bem carcaças de suínos. l. Cálculo do Preço da Carne Suína no Varejo A exemplo do que se de- Toucinho 0,73% = índice 1,73 monstrou para as margens Banha de comercialização da car- Paleta Costelinha Lombo Bisteca Pernil 0,73% 183% 220% = = = índice 1,73 índice 2,83 índice 3,20 220% 220% 195% = = = índice 3,20 índice 3,20 índice 2,95 ne bovina,foi feito um estudo para a obtenção de uma margem de lucro hipotético para a venda de carne suína. Inicialmente foram estabe- A seguir estabeleceu-se o percentual do peso de cada tipo de carne em uma carcaça de 35 kg: lecidos percentuais para cada tipo de carne em uma carcaça de suíno, com o objetivo de alcançar o lucro bruto de 35% sobre a venda. Para tanto, foram aplicados os seguintes índices sobre o preço de custo da carcaça: Toucinho Banha Paleta Costelinha Lombo Bisteca Pernil Pés Cabeça Quebra TOTAL 24,50% 2,00% 12,50% 9,50% 8,50% 11,50% 23,00% 2,50% 5,00% 1,00% 100,00 = = = = = = = = = = = 8,60 kg 0,70 kg 4,40 kg 3,45 kg 2,95 kg 4,00 kg 8,00 kg 0,80 kg 1,75 kg 0,35 kg 35,00 KG l. Carcaça de suíno de 35 kg (cálculo em dólares: estimativa de custo por kg de US$ 1,30) Cortes de carnes Índice sobre preço de custo Preço de venda em US$ Quant. em kg Toucinho Banha Paleta Costelinha Lombo-Carré Bisteca Pernil Pés Cabeça 1,73 1,73 2,83 3,20 3,20 3,20 2,95 1,73 (unidade) 0,95 0,95 2.38 2,90 2,90 2,90 2,50 0,85 0,63 0,73 0,73 1,83 2,20 2,20 2,20 1,95 0,73 = = = = = = = = = Total Bruto Apurado pelas Vendas x x x x x x x x x Apuração em US$ = = = = = = = = = 8,21 0,61 10,59 10,00 8,41 11,60 20,00 0,68 0,63 US$ 70,73 l. Carcaça de suíno de 35 kg x Preço de custo (35,00 kg x US$ 1,30 = US$ 45,54) Portanto: Apuração pelas vendas = Custo pela compra = Lucro bruto = US$ 70,73 US$ 45,54 US$ 25,19 (ou 35% sobre a venda) CARNE DE SUÍNOS: Exportação, Produção e Mercado Interno VENDAS DE CARNE SUÍNA TERÃO PEQUENO CRESCIMENTO Em 2006, espera-se que o consumo desta proteína animal pelo brasileiro acompanhe o crescimento populacional, de 1,4% A suinocultura brasileira não pá- maior produtor e exportador A receita obtida pelo Brasil com mundial de carne suína. O plan- exportação de carne suína bateu tei suinícola do Brasil é compos- recorde histórico e terminou to por cerca de 33 milhões de ca- 2005 com total de US$ 1,167 bi- beças e estima-se que aproxima- lhão. Em 2004, o país conquistou damente 700 mil pessoas em US$ 776 milhões. Segundo ba- nosso país dependam da cadeia lanço divulgado pela Associação produtiva da suinocultura para Brasileira da Indústria Produtora e viver. Não à toa, o valor da ca- Exportadora de Carne Suína (Abi- deia produtiva da suinocultura é pecs), o Brasil exportou 625.075 estimado em US$ 1,6 bilhões. toneladas para cerca de 70 países ra de crescer. Desde 1990, a par- O ano de 2005 foi excelente pa- ticipação de nosso país no cená- ra o setor, que teve receitas de rio mundial tem aumentado cada exportação 50,36% maiores, vez mais e hoje somos o quarto com relação aos dados de 2004. nos doze meses do ano passado, um aumento de 22,62% na comparação com 2004. Fonte: Rev. Frigorífico São Paulo CARNE SUÍNA 2000-2005 – Balanço da oferta e demanda (Mil t) A previsão do efetivo de suínos no Estado é da ordem de 1,52 milhão de cabeças, com aumento de 4,34% em relação ao estimado em 2004 (abaixo). Os abates deverão totalizar 1,52 milhão de cabeças, resultando em produção de 144,62 mil toneladas de carne, com acréscimo da ordem de 4,25% em relação ao ano anterior. Tal resultado pode ser atribuído ao aumento do preço da carne suína, que mesmo com a ligeira queda no número de suínos enviados ao abate (-1,47%) em relação ao ano anterior mostrou crescimento da produção de carne e do plantel de matrizes. Situação Produção Importação Suprim. Interno Exportação Cons. Interno Kg Per Capita 2000 2.556 5 2.561 135 2.426 14,3 2001 2.730 2 2.732 260 2.472 14,4 2002 2.872 2 2.874 476 2.398 13,8 2003 2.696 1 2.697 491 2.206 12,5 2004 2.620 1 2.621 508 2.113 11,8 2005 2.708 1 2.709 625 2.084 11,5 Fonte: Abipecs, Sips, Sindicarne - SC, Sindicarne-PR, Abcs, Emprapa. Produção brasileira de carne suína – 2002 a 2005 Estados RS SC PR SP MG MS MT GO Outros Brasil Milhões de 2002 5,87 8,56 6,22 2,79 4,42 1,22 1,77 1,56 5,25 37,66 Cabeças 2003 5,68 7,91 5,80 2,49 3,34 1,19 1,70 1,64 4,70 34,46 2004 5,39 7,47 5,28 2,41 3,20 1,18 1,70 1,72 4,62 32,98 2005 5,77 7,93 5,41 2,42 3,67 1,18 1,80 1,86 4,05 34,10 Var % (05/04) 7,17 6,17 2,46 0,13 14,71 0,48 5,91 8,20 -12,36 3,42 Fonte: Abipecs, Sips, Sindicarne - SC, Sindicarne-PR, Abcs, Emprapa. Número de suínos, Estado de São Paulo, 2000 a 2005 Ano Rebanho atual cabeças ∆% Enviado ao abate cabeças ∆% Produção de carne tonelada ∆% 2000 1.555.301 - 1.483.967 133.531 2001 1.684.335 8,30 1.670.258 12,55 149.167 11,71 99,16 2002 1.378.263 -18,17 1.485.624 -11,05 137.104 -8,09 107,79 2003 1.353.992 -1,76 1.499.802 0,95 133.675 -2,50 110,77 2004 1.454,069 7,39 1.537.786 2,53 138.729 3,78 105,76 20051 1.517.105 4,34 1.515.173 -1,47 144.620 4,25 99,87 1 - - Taxa de abate (%) 95,41 Previsão do levantamento de junho de 2005. Fonte: Informações Fonte: Estatísticas da Agricultura: Anuário IEA, 2000/04. São Paulo: IEA, 2001/05. (Sér. inf. estat. agric.) e Levantamento IEA/CATI de jun. 2005. O CRESCIMENTO DAS EXPORTAÇÕES DA CARNE DE PORCO Até 1999, o Brasil só produzia carne de porco para o consumo interno. No ano seguinte, o porco perdeu espaço para o frango e a demanda caiu. O país passou, então, a exportar o produto. Desde então, o Brasil se tornou o quarto maior exportador de carne suína. O brasileiro reduziu o consumo de carne de porco... ...mas as exportações anuais do produto explodiram 14 quilos 12 quilos 1,2 bilhão por habitante por habitante por ano por ano de dólares 170 000 dólares 2000 2005 -14% 2000 2005 +600% Fonte: Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) A produção nacional de carne suína, aumentou 3,4% de modo a atingir mais de 2,7 milhões de toneladas – 29 mil toneladas a mais em relação ao ano anterior (2004). Principais destinos da carne suína brasileira em 2005 Países US$ Mil Países Ton Participação Rússia 805.387 68,96 Rússia 404.739 64,75 HongKong 83.760 7,17 HongKong 60.902 9,74 Ucrânia 34.094 2,92 Ucrânia 21.968 3,51 Cingapura 33.646 2,88 África do Sul 18.077 2,89 Argentina 33.387 2,86 Argentina 17.288 2,77 África do Sul 30.617 2,62 Cingapura 16.659 2,67 Moldávia 14.904 1,28 Moldávia 8.071 1,29 Albânia 13.847 1,19 Albânia 7.885 1,26 Casaquistão 13.335 1,14 Uruguai 7.421 1,19 Uruguai 12.040 1,03 Casaquistão 6.623 1,06 Outros 92.892 7,95 Outro 55.443 8,87 TOTAL 1.167.909 100,00 625.075 100,00 Fonte: Abipecs. Participação TOTAL Produção brasileira de carne suína 2002 a 2005 2002 a 2005 Estados Mil Toneladas (equivalentes carcaças) 2002 2003 2004 2005 Var % (05/04) RS 461,74 446,76 431,04 459,08 6,50 SC 687,92 640,83 630,20 658,38 4,47 PR 497,28 461,28 427,96 441,19 3,09 SP 206,35 196,75 190,73 190,99 0,13 MG 318,05 263,81 252,51 284,15 12,53 MS 90,02 94,40 93,14 93,58 0,48 MT 130,94 134,13 134,31 145,85 8,59 GO 118,56 129,95 135,96 152,70 12,31 Outros 361,18 329,49 324,10 281,98 -13,00 2.872,03 2.697,20 2.619,95 2.707,89 3,36 Brasil Fonte: Abipecs, Sips, Sindicarne - SC, Sindicarne-PR, Abcs, Emprapa. CARNE SUÍNA Em 2004, a produção mundial de carne suína foi cerca de 100 milhões de toneladas, superando as suas maiores concorrentes, isto é, a de frango e a de bovino (respectivamente, 67,7 e 58,7 milhões de toneladas). Nos últimos dez anos, apresentou um crescimento anual médio de 2,7%, perdendo apenas para o cresci- Mundialmente, o consumo de carne suína está em primeiro lugar com 15,9 kg/hab/ano, seguido pela carne de aves com 12,2 kg/hab/ano e pela bovina com 9,7 kg/hab/ano, totalizando, junto a outras carnes, um consumo mundial de 40,5 kg/hab/ano. mento da carne de frango (5,6%) e ultrapassando, em muito, o da carne bovina (1 %). Dentre os grandes produtores mundiais de carne suína estão a China, União Européia e Estados Unidos, cujo consumo per capita/ano é de, respectivamente, 36,1 kg; 43,7 kg; e 30,6 kg (ANUALPEC, 2005). ANUÁRIO 2007 127 A insensibilização é uma das etapas do processo de abate de suínos compulsória por lei na maioria dos países desenvolvidos A INSENSIBILIZAÇÃO INFLUI NA QUALIDADE DA CARNE A insensibilização é uma das da carne (TROE-GER&WOL- 5,8) e temperatura muscular fi- etapas do processo de abate TERSDORF, 1989). siológica alta (38ºC) aos 45 mi- de suínos, compulsória por lei na maioria dos países desenvolvidos (WERNBERG, 1980) e que consiste na instantânea e completa inconsciência do animal (WALL, 1978). No Brasil, a insensibilização também é legislada e sua apli- Quando o animal é insensibilizado, ocorre uma súbita secreção de catecolaminas a partir da medula da glândula supra-renal, ativada pelo sistema nervoso simpá- nutos post mortem pode caracterizar o desenvolvimento de uma carne pálida, flácida e exudativa, uma anomalia denominada de PSE (YANG et al., 1984). tico. A quantidade desses hor- BARTON & NIELSEN (1981) re- mônios na corrente sanguínea es- lataram que a predisposição ge- cação faz-se presente na maioria tá diretamente correlacionada nética, a quantidade de energia dos grandes abatedouros. com a intensidade do estresse muscular no momento do abate e Injúria mecânica do cérebro, pas- (WEIKER et al, 1984). As cate- um fator de desencadeamento colaminas ativam sistemas enzi- (desconhecido pelos autores) máticos, provocando um aumen- precedem o desenvolvimento da to na degradação da glicose mus- carne PSE. Entretanto, no caso da cular a ácido lático, que ocasiona carne DFD (escura, firme e resse- a queda do pH dos músculos pe- cada) é necessário apenas uma la ausência da circulação do san- condição, ou seja, que o animal gue após a morte do animal. apresente baixa energia muscular sagem da corrente elétrica através do cérebro e inalação do dióxido de carbono são métodos aprovados para insensibilizar suínos (OVERSTREER et al., 1975). A importância da aplicação desses métodos está relacionada com o estresse produzido no ani- A ocorrência da combinação de mal, que pode afetar a qualidade um pH muscular baixo (pH < 128 SCVCFESP no momento do abate. Fonte: Suinocultura Industrial nº 03/2006 CORTES DE SUÍNOS CORTES DE SUÍNOS Você acompanha a seguir os cortes de suínos realizados no entreposto de carnes Daniela, aqui na cidade de São Paulo. São duas formas diferentes para retirarem-se os cortes. 2 3 Dianteiro miolo Dianteiro externo com couro Secção para retirada do pernil 1 Começa a desossa 4 5 Carré sem barriga com costela miolo 8 Pernil externa 7 Retirada do pé 6 Carré sem barriga com costela externo 10 9 Pernil sem pé externa Retirada do couro do pernil 14 11 Pernil sem couro externo Pururuca 13 12 Pururuca interno Pernil inteiro sem couro 15 Paleta com couro externa 16 Paleta interna 17 Retirada do couro da paleta 19 Paleta sem couro interna 18 Paleta sem couro externa 21 20 Copa dianteiro externo Costela dianteiro interno 24 22 23 Separação da copa do carré dianteiro Costela dianteiro interno 25 Costela dianteiro externo As duas peças separadas 26 27 Barriga interno Barriga externo Separação do lombo e do carré 28 Retirada do couro 32 29 30 Carré interno 31 33 Carré sem couro Carré externo com couro As duas peças 34 35 Lombo interno 37 36 Lombo externo sem couro Começamos cortes no lombo 38 39 40 Os cortes para obtenção das bistecas Lombo com filé mignon 41 Filé mignon As bistecas 42 Dessossando 44 45 43 46 48 Picanha suína interna 47 Picanha suína externa Couro e banha para o toucinho vista longitudinal 50 Começa a retirada do couro e banha 49 Vista lateral 51 Continua a retirada Dobrado Couro da barriga, rico em carne 52 53 54 55 56 Separação da paleta e do carré Começamos de novo 57 Carré interno 59 Lateral interna 58 60 Carré externo 61 Retirada do pé traseiro para obtenção do pernil 62 63 Com esse corte o carré se estende por inteiro 64 O lombo é limpo e fatiado Começa o trabalho para obter o prime ribe 65 Visto de baixo e de cima 67 66 Deixam-se os ossos da parte lateral 68 O prime ribe está pronto 71 70 69 Vista lateral Vista longitudinal Dentro da embalagem AGRADECIMENTO Ao sr. Arlindo Verdadeiro, proprietário do entreposto Daniela e aos funcionários que participaram da obtenção dos cortes de suínos Antônio de Jesus Marino, Paulo Roberto Editore, Arlindo Verdadeiro, proprietário da Daniela, Antônio Bandeira Martins, sócio do entreposto e Claudemar Carlos de Oliveira Manuel Gonçalves, chefe do clã da Daniela e Maria de Fátima Martins, sua filha CARNES ESPECIAIS AS CARNES DE CORDEIRO, CABRITO, AVESTRUZ E OUTROS ANIMAIS OCUPAM UMA POSIÇÃO DE DESTAQUE DENTRO DO CONSUMO DE CARNES, QUER NOS RESTAURANTES, QUER NOS EMPÓRIOS ESPECIALIZADOS, OU AINDA NAS GÔNDOLAS DAS PRINCIPAIS REDES DE SUPERMERCADOS. SÃO ALTERNATIVAS IMPORTANTES ÀS CARNES DE BOI, FRANGO, PORCO E PEIXE, MAIS DIFUNDIDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA. POR ISSO MESMO, PODEM SE TORNAR OBJETO DE AÇÕES PONTUAIS PARA A DIVERSIFICAÇÃO DENTRO DO ESTABELECIMENTO. Caprinos e Ovinos No Estado de São Paulo o tamanho entre a oferta e o mercado de carne de caprinos e ovinos gera um déficit de 3 milhões de matrizes. Os produtores se organizam em eventos como a Feinco, feira da cadeia produtiva de caprinos e ovinos. A produção está aumentando. O rebanho paulista passou de 64,9 mil cabeças de caprinos em 1996 para 82,1 mil cabeças em 2005, com incremento de 26,5%. Para os ovinos, em 1996 existiam 257,4 mil cabeças enquanto que em 2005 o rebanho era de 324,7 mil, com incremento de 26,1%. No Brasil, os caprinos representam 10 milhões de cabeças, apenas 0,82% do rebanho nacional de animais, calculado em 1,2 bilhões de cabeças. Seu desenvolvimento se dá prioritariamente no Nordeste, com a produção voltada para o autoconsumo. Veja matéria publicada na Seção Tec Mais da Revista Frigorífico, de autoria da pesquisadora Marta Suely Madruga. Carne caprina: uma alternativa para o nordeste Marta Suely Madruga Doutora em Ciência de Alimentos pela Universidade de Reading, Inglaterra O caprino por sua rusticida- no nordeste, devido aos baixos de, prolificidade, baixa exi- índices de produtividade em de- gência nutricional e poder de corrência da inexistência de uma adaptação a condições climáticas raça ou tipo especializado para variáveis, tem se difundido nas corte e ao baixo nível tecnológi- diferentes regiões do mundo, co utilizado nos sistemas de pro- produzindo carne de aceitação dução. Como conseqüência, es- universal, apresentando-se desta tes animais têm questionada efi- forma como uma fonte alimentar ciência quanto à sua taxa de cres- protéica com um grande poten- cimento, rendimento e qualidade cial a ser explorado. da carcaça, embora se saiba com base nos trabalhos de Souza No nordeste brasileiro, a necessi- (1999) (a); Souza Neto (1987); dade de incorporação das terras Kasprzykowski (1982), que é marginais ao processo produtivo possível assegurar a estes rumi- tem indicado a caprinocultura co- nantes uma condição explorató- mo uma de suas melhores alterna- ria mais racional. tivas econômicas, por ser fonte de produção de proteína de alto valor biológico através da carne e do leite, além de possibilitar o Carne caprina: situação mercadológica e aspectos qualitativos aproveitamento de seus subprodutos, principalmente a pele (Ca- A produção de carne caprina no valcanti e Silva, 1988). O plantel Brasil é destinada predominante- desta região é bastante significati- mente ao mercado local dos muni- vo, uma vez que concentra cerca cípios interioranos onde se explo- de 90% da população caprina nacional (FAO, 1994). ram este tipo de atividade (Moreira et ai, 1998). No nordeste, é expressivo o volume da carne des- Apesar destes aspectos favorá- tinada ao autoconsumo, enquanto veis, o potencial de exploração que tem menor significado a da carne caprina, entretanto, ain- quantidade de animais que se des- da é baixo no Brasil e em especial tinam ao consumo da população ANUÁRIO 2007 139 das capitais e principais cidades uso de embalagem, o que expres- (Cavalcanti e Silva, 1988). sa a baixa qualidade dos produ- Este fato pode ser ilustrado segundo pesquisas realizadas pelo SEBRAE/CE (1998) e por Moreira et ai (1998), que indicaram índices de consumo per capita anual da carne de caprino em 1997, de 0,375 kg/ano na cidade de Fortaleza, e de 11,37 e 10,81 kg/ano nas cidades de Pe- Fotos do Frigorífico da Agrosavana, especialista na carne de cordeiros 140 SCVCFESP tos em termos de higiene. Em estudos do circuito de comercialização de carnes de caprinos no eixo Petrolina-Juazeiro, verificouse a inexistência de inspeção no local de venda deste produto nestas cidades, fazendo-se necessário que as autoridades sanitárias atuem mais nesse setor pa- trolina/PE e Juazeiro/ BA, respec- ra o bem do consumidor (Morei- tivamente. ra et ai, 1998). Zapata et ai (1995) afirmaram Os produtos do abate caprino que o nível de consumo no nor- compreendem: a) carcaça que se deste pode ser classificado como comercializa inteira ou em ban- baixo em decorrência da baixa das, que corresponde a 45-55 % qualidade do produto oferecido, do peso vivo, apresentando um que é resultado de deficientes peso médio de 12,5 a 14 kg, e critérios de seleção para o abate, da qual são realizados cortes que estocagem e comercialização das variam a cada região, embora carnes e do baixo nível de higie- predomine os que são obtidos o ne nas operações de abate e co- pernil, lombo, paleta, serrote, mercialização, tendo verificado costela e pescoço; b) as vísceras, que no comércio varejista de For- coração, fígado, rins, etc., que al- taleza 48,48% da carne caprina é cançam 12 %, e que são bastan- fornecida ao consumidor sem o te apreciados na zona rural. O Cortes de cordeiro e embutidos Ao lado carré ribe e acima os animais sangue em geral é desperdiçado, ção à carne/músculo, situa-se ge- e quando consumido, o é mistu- ralmente na faixa de 45 e 52 % rado às vísceras, em pratos típi- do peso do animal vivo, podendo cos da cozinha regional, a exem- alcançar taxas de 66 a 68 %. Es- plo do “picado” e da “buchada”. tas taxas de rendimento resultam Por se tratar de animais de pequeno porte, a carcaça caprina apresenta-se como pequena, magra e pouco compacta, porém do fato de que o desenvolvimento de gordura na carcaça caprina ocorre muito tardiamente, não alcançando níveis apreciáveis até que porções de músculos e gorduras variam muito com o peso, a raça e a idade do caprino (Kirton, 1970; Gaili et ai 1972; Naudé e Vender 1977; Naudé e Hofmevr 1981; Madruga et ai, que o peso do animal atinja 40 1999c). Kg ou mais. Segundo Naudé medida que ocorre ganho de pe- Diversos trabalhos têm apresen- (1981); Devendra so. Glimp (1995) reportou que, tado a carne caprina como carac- (1983); Mowlem (1988); Babi- quando comparados com outros teristicamente uma carne de bai- ker et al (1990), as carcaças de animais domésticos, os caprinos xo teor de gordura, apresentando diferentes raças caprinas tendem geralmente baixa em média teores que variam de 2 a apresentar menor teor de gor- produção de carcaça, mas com al- a 9 %. Em pesquisa com caprinos dura que as de ovinos e bovinos. to conteúdo de carne e baixo do Brejo Paraibano, Madruga et Mowlem (1988) relatou que teor de gordura. Segundo Wilkin- ai (1999)(a) relataram um teor cortes de carne caprina apresen- son e Stark (1987), o rendimen- médio de 2,84 % de gordura. taram teores de gordura inferio- to de carcaças caprinas, em rela- Alguns autores têm evidenciado res aos encontrados em cortes tem-se observado que esta aumenta, tornando-se compacta à apresentam e Hofmeyr e Burns ANUÁRIO 2007 141 semelhantes de bovinos (50-65 mente, caprinos depositam maio- ção de caprinos pobre em gordu- %) e ovinos (42-59 %), embora res teores em sua cavidade abdo- ra reduziu o teor total de ácidos estes apresentassem conteúdo minal e vísceras, que correspon- graxos saturados. Park et al protéico semelhantes. Naudé e dem de 50-60 % do teor total (1991); Hofmeyr (1981) em sua revisão de gordura, com uma distribui- (1993) demonstraram que ór- de carne caprina citaram que a ção balanceada da gordura intra e gãos (fígado, coração, rins) de camada de gordura das carcaças inter-muscular. A gordura dos ca- caprinos das raças Alpina e An- caprinas situava-se em torno de prinos é bastante rica em ácidos glo Nubiano apresentaram signi- 2,3 mm, enquanto a de carcaças graxos insaturados, situando-se ficativamente maior conteúdo de ovinas era de 5,4-5,9 mm, sendo em torno de 40 % do total de ácidos graxos poliinsaturados que em geral ovinos depositavam ácidos graxos (Kowaie e Kesava, que músculos longissimus dorsi e 3,5 vezes mais gorduras subcutâ- 1995, Madruga et al, 1999e). bíceps femoris. nea e intramuscular que caprinos. Park e Washington Para Devendra e Burns (1983); O efeito da castração na carne A distribuição de gordura na car- Gaili et ai (1972) o teor de gor- caprina não está muito claro, caça e órgãos de caprinos difere dura em carcaças caprinas é afe- uma vez que esta pode afetar tan- bastante das de outras espécies, tado por fatores como castração, to o crescimento do animal quan- como, por exemplo, de ovinos. idade e sexo, tendo o tipo de ali- do a composição físico-química Em caprinos a camada subcutâ- mentação como o fator limitante da carcaça. Diversos trabalhos nea é caracteristicamente muito mais importante. Kesava et ai têm sido realizados envolvendo o fina, sendo que, proporcional- (1995) reportaram que alimenta- efeito da castração nos caprinos. 142 SCVCFESP Naudé e Hofmeyr (1981) defen- nas, pesquisas têm evidenciado animais velhos, com uma tendên- dem a tese de que os caprinos que o abate de caprinos com cia geral de aumento de gordura machos devem ser preferencial- idade mais avançada tem favore- com a idade associado a uma re- mente castrados, para que pos- cido o rendimento das carcaças, dução nos teores de umidade e sam produzir carcaças maiores e sem que se comprometa a quali- proteínas. Em outro trabalho mais pesadas, considerando que dade da carne caprina (Madru- comparando caprinos e ovinos animais não castrados, quando ga, 1999). com diferentes idades de abate atingem idade sexual adulta (5 aos 6 ou 9 meses), reduzem a taxa de crescimento e podem até mesmo perder peso. Norman (1985) citou que a castração geralmente reduz a idade em que a gordura se deposita na carcaça e que caprinos castrados podem produzir carcaças com pontuação de 1-2% maior do que os não castrados, principalmente quan- Após investigar a influência da idade de abate (175, 220, 310 dias) na qualidade sensorial e va- tes pesquisadores observaram que os cabritos apresentaram lor nutritivo de caprinos mestiços menos gordura, mais umidade e das raças SRD X Saanen, Bristish proteínas (Gaili e Ali, 1985). Alpina e Anglo Nubiano, do Bre- Gonzaiez et ai (1983), Owen et jo Paraibano, Madruga et al ai (1983) reportaram que o aba- (1999) concluíram que o abate de animais mais velhos, isto é, com 310 dias, resultou em ganho nos parâmetros químicos do a castração ocorre antes dos 6 (composição centesimal e mine- meses. Madruga et ai (1999b) ral) investigados. Moura (1998), reportaram que carne caprina de por sua vez, avaliando caprinos animais castrados continha maio- sem raça definida (SRD), criados res percentuais de gordura, cin- em regime semi-intensivo com zas, ferro e cálcio e menores teo- idade entre 110 e 280 dias, nas res de proteína e água, quando faixas de peso entre 20 e 31,9 comparada com carne de animais kg, observou que nas faixas de não castrados. peso estudadas, estes parâmetros Owen et al (1983); Kansal et al (cabritos, jovens e adultos), es- não foram alterados. te de caprinos “Criolio”, machos castrados pesando 24 kg ao invés de 8 kg, não apresentou nenhum efeito negativo nas qualidades físicas (cor, perda de água, resistência ao corte) e químicas (composição centesimal, colágeno, pH) investigadas. Eles recomendaram que os caprinos não devem ser abatidos até que atinjam peso de 24 kg, para que produzam maior rendimento de carne e vísceras. Diversos fatores afetam o gosto e (1982) encontraram que capri- Anteriormente, Kamble et ai nos machos castrados desenvol- (1989), investigando o efeito da o aroma (“flavour”) da carne ca- veram carcaças maiores, mais pe- idade de abate (6 a 14 meses) prina, no entanto as informações sadas e com maior teor de gordu- em caprinos nativos da África coletadas são insuficientes para ra do que machos não castrados. (Osmanabadi), declararam que que possamos entender melhor o Kumar et al (1983) encontraram não existe praticamente nenhuma sabor característico deste produto. que a castração não produziu ne- vantagem em se abater caprinos nhum efeito significante nas pro- com idade inferior a 10 meses, o priedades físico-químicas da car- que resultaria em um pequeno ne caprina, porém melhorou suas aumento no peso da carcaça e propriedades organolépticas. numa redução na percentagem de Considerando que, no nordeste músculos. Em pesquisas utilizando-se degustadores em painéis sensoriais na análise da carne caprina, uma das observações mais constantes tem sido a ausência de sabor frequentemente associada com a fal- brasileiro, o abate ocorre princi- Gaili et ai (1972) observaram ta de maciez e suculência, levando palmente quando os animais es- que animais jovens apresentaram a uma impressão geral desfavorá- tão com idade de 8 a 12 sema- maiores conteúdos de cinzas que vel sobre este produto. ANUÁRIO 2007 143 É sabido, pelo gosto popular, que nos animais mais velhos. Por ou- chos não castrados. Wong et ai carne caprina de animal macho tro lado, Gaili et ai (1972); Kir- (1975) propuseram que certos adulto apresenta um aroma forte, ton (1970) reportaram a ausên- ácidos graxos com cadeia ramifi- distinto e desagradável, caracteri- cia de aroma “caprino” em carne cadas com grupo metil, presente zado como “caprino”, porém evi- caprina de animais machos co- na gordura subcutânea dos capri- dências científicas que justifiquem mercializados livremente. nos, seriam os componentes diretamente este aroma são inconclusivas. responsáveis pelo Madruga et ai (1999) observa- odor “caprino”, e confirmaram Louca et ai (1977) relataram a ram que a castração teve pouca esta hipótese através de análise presença de aroma “caprino” ca- influência nas qualidades organo- sensorial, na qual o odor “capri- racterístico em carne de animais lépticas da carne caprina, sendo no” foi relacionado com a pre- inteiros e com idade de abate que animais jovens abatidos aos sença do ácido 4-metil octanói- igual ou superior aos 7 meses e 175 dias apresentaram carne de co. Posteriormente, Ha e Lindsay ausência deste aroma em animais melhor qualidade sensorial, no (1991) relacionaram este aroma que se refere aos atributos de com os componentes fenólicos aparência, suculência e maciez. isolados do tecido adiposo da castrados com a mesma faixa de idade. Kumar et ai (1983) também observaram a presença des- carne caprina. Madruga et ai te aroma em caprinos inteiros e Existe uma grande evidência de (1999d) observaram que em ca- castrados com idade superior a 2 que certos ácidos graxos de ca- prinos castrados os percentuais meses. Madruga et ai (1999d) deia ramificada sejam os respon- de ácidos graxos insaturados fo- reportaram que o aroma “capri- sáveis pelo aroma característico ram superiores aos ácidos graxos no” apresentou-se mais intenso da carne caprina de animais ma- saturados. PRODUTORES DE CORDEIROS EM COOPERATIVA NO PARANÁ S ão 31 produtores de cordei- no, “há produção e consumo. O ros do Paraná e de São Paulo maior problema do setor é oferecer que se reuniram numa cooperativa, produtos de qualidade e com cons- a Coopercapanna Carnes Nobres, tância. Grande parte do abate é fei- oficializada durante realização da to sem a inspeção sanitária. A coo- 46º Exposição Agropecuária e In- perativa vai centralizar os abates dustrial de Londrina. A cooperati- com licença de inspeção”. Serão va integra o Programa Estadual de 31 produtores com um plantel que Estruturação da Cadeia Produtiva soma perto de 5 mil matrizes. de Caprinos e Ovinos. Segundo o presidente da Coo- Segundo a coordenadora executiva percapanna, o médico veterinário do programa, Maria de Paula Iaco- Ricardo Luca, “muita gente tem 144 SCVCFESP preconceito contra a carne de cordeiro porque consome animais abatidos fora dos padrões”. Para garantir esses padrões, foi estabelecido o abate com um peso de carcaças entre 13 e 20 quilos. Além disso, esse abate acontecerá com no máximo 8 meses, o que mantém a característica original do alimento. A CIDADE DE SÃO PAULO ABRIGOU OS EVENTOS OFICIAIS DA ESTRUTIOCULTURA MUNDIAL EM 2006 A capital paulista foi sede de de Avestruzes do Brasil, como já 26 a 28 de outubro, dos é de tradição, e a AEPE. O pas- três mais referenciados e conhe- so seguinte, pela comissão orga- cidos eventos, que anualmente nizadora de ambas as associa- reúnem estrutiocultores e todos ções foi escolha e visitação dos os setores dedicados à criação hotéis paulistanos com infra-es- de avestruz. A conquista em trutura para atender, confortavel- reunir, pela primeira vez, os três mente, pelo menos 400 conferen- eventos, que aconteceram, si- cistas, além de visitantes das feiras multaneamente, em uma mesma comerciais. Isso porque o mega- localidade, foi de uma das enti- evento reuniu de uma só vez, o res e mais reconhecidos eventos dades que também passa a ser Woc 2006 o único Congresso do segmento e além de inovado- uma das promotoras do evento Oficial e Mundial da Estrutiocul- ra é acima de tudo democrática. da AEPE, Associação dos Em- tura, o VI AmericAvestruz e o VII “Com esta atitude e depois das Congresso Brasileiro da Estrutio- eleições vencidas pelo Estado de cultura e o III Workshop Paulista São Paulo, através da Capital, da Estrutiocultura, anualmente para sediar os eventos, todos promovido pela AEPE. Pode-se juntos, queremos somar mais somar a eles, um quarto evento, participação dos criadores, pe- inteiramente técnico-científico, quenos, anunciada a partir da primeira reu- promovido e apoiado pela asso- criando oportunidades para um nião de trabalho entre as duas en- ciação científica mais importante e fácil acesso a todos, com um tidades promotoras do evento, de reconhecimento internacional único investimento em prol da ACAB Associação dos Criadores dentro da avicultura industrial. troca de experiências, integra- preendedores Paulistas da Estrutiocultura, que representa mais de 600 criadores reunidos no Estado brasileiro, também líder na criação de avestruz. A data definida para o evento foi De acordo com o presidente da AEPE, Júlio Cabrino, esta ocasião é a oportunidade do ano de 2006 em reunir todos os maio- médios e grandes, ANUÁRIO 2007 145 ção, qualificação e profissiona- no setor com relação aos avanços localizados no Estado. Este even- lismo ao setor e afins”. na produção, industrialização e to representou a grande oportu- comercialização de produtos deri- nidade de mostrar os produtos da A idéia teve tudo para dar certo. vados, inserção no mercado atra- estrutiocultura brasileira no Con- Isso porque o Estado de São Pau- vés de diversas iniciativas estraté- gresso, inclusive junto às perso- lo, líder na criação e no volume gicas e de marketing, exportação nalidades e conferencistas inter- de aves na estrutiocultura nacio- da carne e couro a partir de cria- nacionais convidados pelas duas nal, na data dos eventos apresen- dores e da indústria, parcerias e entidades promotoras, que fize- tou outras inúmeras conquistas novos frigoríficos e abatedouros ram parte da programação. Informações de interesse Foi durante o XII World Ostrisch Congress (WOC), em Madri, na Espanha, em outubro de 2005, que a ACAB e demais participantes brasileiros do evento tiveram conhecimento de que o Brasil seria a sede da edição 2006 do evento internacional. O feito foi conquistado através da campanha de divulgação da atividade brasileira e apresentação dos dados e trabalhos científicos produzidos em nosso País. Já a escolha para a cidade sede do Americavestruz, como é de praxe todos os anos, foi definida após a apresentação das cidades candidatas na edição 2005 do Congresso Brasileiro. A maior parte das Associações - entidades de representatividade no segmento, distribuídas por todos os estados e filiadas a ACAB, optou pela cidade de São Paulo. Durante a edição 2006 da feira Gula & Design Boa Mesa Gourmet, que aconteceu em 10 de agosto último, no Jockey Club de São Paulo/ SP, a Avestro S/A ofereceu um coquetel para convidados e imprensa do setor de gastronomia e realizou o pré-lançamento oficial da mortadela de carne de avestruz Avestro By Ceratti EMPRESAS E COOPERATIVAS LANÇAM EMBUTIDOS E PROCESSADOS DE CARNE DE AVESTRUZ O evento contou com a pre- mortadela é bastante saborosa e produto já fatiado. Cada porção sença de Mário Ceratti, di- suave”, ele conclui. O Gerente de 50 gramas do produto ofere- retor do Frigorífico Ceratti, re- Nacional do Serviço ao Profissio- ce ao consumidor apenas 90 ca- presentantes do Convetion & Vi- nal da Nestlé Foodservices, Raul lorias e esta mesma quantidade sitors Bureau e de cerca de 200 Concer, também presenciou o de mortadela contém 0% de gor- convidados, que prestigiaram o evento. “Ao ser degustada a im- duras trans. “A mortadela já po- produto no Espaço Bohemia, pressão que a mortadela transmi- de ser encontrada à venda no com serviços do restaurante O te é de um produto compacto e Mercado Municipal Paulistano, Leopolldo. A mortadela foi ofe- menos gorduroso. Avalio como em casas de comercialização de recida para degustação em diver- uma mortadela que se encaixa mortadela, várias padarias por sas apresentações, como cana- muito bem como alternativa para toda SP, além da Casa Santa Luzia pés, fatiado, em cubos, entre ou- saladas e sanduíches, pois possui e Rede Pão de Açúcar”, ressalta tros. Os comentários proferidos um sabor excelente, além de não o diretor de marketing da Aves- deixar nada a desejar em compa- tro, Cláudio Costa. eram unânimes: um produto saboroso, leve e de qualidade. “A ração com outras mortadelas de qualidade”. O Boa Mesa do provei a mortadela é sua leve- A mortadela Avestro by Ceratti O evento gastronômico Boa Me- za, sendo facilmente introduzida está sendo produzida em duas sa foi lançado em 1995 e tem por em lanches no café da manhã”, versões, no formato tradicional objetivo divulgar a cultura gastro- comenta o personal chef João Be- “bola”, com peso aproximado de nômica, reunindo profissionais e lezia. “Pelo fato de ser um pro- 2,5kg e, também, em embalagens entusiastas neste assunto. O duto a base de carne de ave, a a vácuo contendo 150 gramas do evento é considerado, por seus primeira coisa que percebi quan- ANUÁRIO 2007 147 “Com muito bom senso, e utilizando a alavanca do intercooperativismo, conseguimos formar dentro do modelo cooperativista, o maior grupo de estrutiocultura industrial do Brasil. Escolhe- Avistruz lança linha completa de produtos na Fispal 2006 A marca Avistruz chega ao merorganizadores, como o melhor do cado, mostrando grande diversi- setor gastronômico da América dade e qualidade de seus produ- Latina, sendo comparado com um tos: cortes marinados, carpaccio, “paraíso” para os gourmets. hambúrguer, kibe, mortadela, e calabresa. Este ano, o Boa Mesa aconteceu mos a Fispal 2006 como vitrine para lançamento de nossos produtos, dado o seu histórico e prestígio em lançamentos de novas marcas e produtos no segmento alimentício” Produtos Lançados A Avistruz disponibilizou ao público da Fispal Food Service, que pela primeira vez no Jockey Club A Avistruz é a mais nova agente do de SP e foi realizado através de mercado alimentício no segmento uma parceria com a Revista Gula, de carnes nobres de avestruz, au- sendo entitulado “Gula & Design mentando a disponibilidade de Boa Mesa Gourmet”. Os 35 am- carne de avestruz no país. O Gru- bientes que compõem o evento po Avistruz Brasil, é o detentor da dade que facilita a vida do consu- foram assinados por grandes no- marca Avistruz, sendo formado midor que não sabe como prepa- mes do design brasileiro como por um pool de 11 cooperativas rar a carne de avestruz, uma vez João Mansur, Bya Barros, Ana de avestruz, que se uniram e juntas que o mesmo já vem previamen- Lucia Siciliano, Marina Linhares, representam cerca de 15 % do te temperado, e pronto para ser LéoShehtman, Ângela Tasca, De- plantel Nacional, segundo Luis assado e servido, recomendan- nise Barreto, José Roberto Mo- Robson Muniz, diretor presidente do-se apenas, utilizar um fio de reira do Valle, entre outros. do Grupo Avistruz Brasil. azeite para facilitar o preparo, 148 SCVCFESP ocorreu de 17 a 20 de Julho, em São Paulo (SP), cerca de 300 kg de carne de avestruz, nas mais diversas apresentações. Foi degustado o filé marinado, uma novi- visto que este corte é um dos Tanto o Hambúrguer, quanto o feira gastronômica, e a tônica dos mais magros do avestruz. Kibe, são produzidos em parceria comentários sobre a carne de com o Frigorífico Alimenta, que avestruz, sempre recaíram na se especializou no processamen- comparação do sabor da mesma, to destes produtos, e também es- ao da carne vermelha, sendo po- tão com sua marca própria, a Fi- rém, bem mais leve e suave. A Mortadela Avistruz, produzida em parceria pelo tradicional Frigorífico Marba, foi apresentada na forma de pequenas peças promocionais de 200 gramas, que eram brindadas ao público. “ Só ne Burguer, utilizando a carne de avestruz. “ A carne de avestruz é um produto que se vende, uma vez que de mortadela, produzimos 170 A Calabresa Avistruz é completa- seja experimentada, e sem dúvida kg para ser degustado na Feira”, mente artesanal, utilizando ervas afirmou Marco Ortega, diretor será de rápida aculturação no finas e vinho branco seco, uma Industrial do Grupo Avistruz Bra- verdadeira iguaria culinária pro- sil. “ Nosso intuito, é mostrar duzida pela Salesmar, que encan- que a carne de avestruz, atende tou a todos que a degustaram no todas as possibilidades de prepa- estande da Avistruz. rações cárneas, semelhantes a Brasil, desde que cada vez mais, ações promocionais como esta, se reproduzam por todo o País” , comentou Marco Ortega, fazendo referência à farta degustação, das carnes vermelhas, com a van- De acordo com os diretores da e ao sucesso de aceitação dos tagem de ser extremamente sau- empresa, foram realizadas cerca produtos Avistruz na Fispal Food dável”, afirma Ortega. de 6.300 degustações durante a Service 2006. O Hambúrguer Avistruz, sem sombra de dúvida fez enorme sucesso no público mais jovem, e foi uma das vedetes nas demonstrações culinárias do espaço Show Gourmet. Fabiano Bueno, Chefe de Cozinha, e também coordenador do Cook Center da HOTEC (Faculdade de Hotelaria e Turismo de São Paulo), apresentou um prato sugestivo para o cardápio das crianças: Hambúrguer Avistruz, batatas fritas, e salada dinamarquesa, que fez grande sucesso no evento. O Kibe Avistruz, também foi aprovado pelos visitantes, sendo disponibilizado em um tamanho menor, mostrando-se um aperitivo perfeito para acompanhar uma boa cerveja, e jogar conversa fora com os amigos. COURO O BRASIL É UM DOS PRINCIPAIS EXPORTADORES DE COURO E UM FORNECEDOR QUE TEM CAPACIDADE PARA AUMENTAR SUA PRODUÇÃO RUMO AOS MERCADOS MUNDIAIS. AQUI, A INDÚSTRIA SE PREPARA PARA AUMENTAR ESSA PARTICIPAÇÃO E CRIA UM PROGRAMA DE EXPORTAÇÃO BATIZADO DE BRAZILIAN LEATHER. EXPORTAÇÕES DE COURO BRASILEIRO DEVEM AUMENTAR O Centro das Indústrias de de couros do país, de US$ 1,5 De fato, o desempenho das expor- Curtumes Brasil bilhão apurados em 2005 para tações do setor atesta o sucesso da (CICB), com apoio da Agência US$ 2,4 bilhões até 2008, em iniciativa. Os embarques de couros de Promoção de Exportações e um negócio em que a cadeia até setembro somaram US$ 1,51 Investimentos (Apex-Brasil), es- coureiro-calçadista movimenta bilhão – receita 32% superior a tá abrindo espaços para a partici- mais de US$ 44 bilhões no mun- igual período de 2005 – , deven- pação do couro brasileiro no do, segundo dados da ONU de do totalizar US$ 1,8 bilhão no mercado internacional, em espe- 2001. ano, com embarques ao redor de do cial nos segmentos de maior valor agregado. Por meio do Programa Brasileiro para Expansão “O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de cou- 35 milhões de peças, segundo cálculos da entidade. ros, e uma abordagem comercial Uma das principais estratégias de mais agressiva, por meio do pro- ação é o apoio às empresas do grama Brazilian Leather, respalda setor para participar em feiras, o esforço de abrir mercados para mostras e exposições internacio- os produtos acabados, gerar di- nais, promovendo maior visibili- visas para o País e criar novos dade dos produtos brasileiros e postos de trabalho”, afirma o proporcionando a oportunidade O objetivo estratégico do pro- presidente do CICB, Umberto de contato e de negócios diretos grama é aumentar os embarques Cilião Sacchelli. com grandes importadores. da Exportação de Couro, também denominado Brazilian Leather, as duas entidades reforçam e viabilizam a presença de empresas nacionais em feiras e exposições internacionais. 152 SCVCFESP Como resultado desta estratégia, nada menos do que 66 indústrias curtidoras marcaram presença em seis feiras internacionais realizadas este ano: India International Leather Fair, em Chennai, Índia; Asia Pacific Leather Fair, em Hong Kong; Shoes & Leather, em Gungzhou, China; All China Leather Exibition, em Xangai, China; Le Cuir a Paris, em Paris, França, e Lineapelle, em Bolonha, Itália. Outro esforço realizado pelo CICB, em parceria com a ApexBrasil e com a Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul, foi o Projeto Comprador, cujo objetivo é estreitar o intercâmbio comercial cenário internacional e abre a entre os curtumes nacionais e oportunidade os importadores. O projeto, maior número de empresas pas- “O Brasil é um dos maiores realizado durante a 30ª Fimec se a atuar no mercado externo, produtores e exportadores (Feira internacional de couros) contribuindo para a balança co- e a 7ª Courovisão (maior mos- mercial do País”, diz o presi- tra de tendências do setor cou- dente do CICB, Umberto Sac- comercial mais agressiva, Novo chelli. O CICB representa as por meio do programa Hamburgo (RS), trouxe empre- 800 empresas que atuam na sas dos Estados Unidos, Vietnã, produção e processamento de Coréia do Sul, Índia e de vários couros espalhadas em todo o respalda o esforço de países da América do Sul, para território nacional, empregam abrir mercados para conhecer o parque industrial 44,7 mil pessoas e movimen- coureiro-calçadista. tam cerca de US$ 2,5 bilhões. reiro-calçadista), em “Com iniciativas dessa natureza, o couro nacional reafirma a posição de liderança do Brasil no para que um de couros, e uma abordagem Brazilian Leather, os produtos acabados, As informações são da assesso- gerar divisas para o ria de imprensa do CICB. País e criar novos postos Fonte: Agrolink de trabalho” ANUÁRIO 2007 153 Exportações mensais totais de couros e peles - 2004 e 2005 US$1,00 FOB MÊS 2004 2005 VARIAÇÃO Janeiro 84.074.945 97.449.804 15,9% Fevereiro 90.527.453 101.471.017 12,1% Março 122.120.897 122,187.437 0,1% Abril 102.328.292 113.099.501 10,5% Maio 114.602.898 120.655.231 5,3% Junho 116.414.958 120.653.255 3,6% Julho 102.566.795 106.650.291 4,0% Agosto 121.155.291 135.312.293 11,7% Setembro 110.489,800 121.855.923 10,3% Outubro 110.581.112 110.926.696 0,3% 1.074.862.441 1.150.261.448 7,0% Novembro Dezembro Total FONTE: SECEX/MDIC e CICB Exportações mensais totais de couros e peles - 2004 e 2005 US$1,00 FOB MÊS 2004 2005 VARIAÇÃO Janeiro 9.198.640 11.582.435 25,9% Fevereiro 9.118.527 8.246.948 -9,6% Março 12.755.529 11.244.399 -11,8% Abril 13.165.063 12,668.486 -3,8% Maio 13.844.037 13.710.894 -1,0% Junho 15.390.218 11.858.733 -22,9% Julho 15.576.240 9.407.892 -39,6% Agosto 15.950.324 11.183.634 -29,9% Setembro 12.983.490 8.205.284 -36,8% Outubro 16.247.076 8.432.610 -48,1% 134.229.144 106.541.315 -20,6% Novembro Dezembro Total FONTE: SECEX/MDIC e CICB Evolução mensal das exportações de couros bovinos Wet Blue em 2004 e 2005 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Nº COUROS 2004 US$ N° COUROS 2005 US$ Preço Médio Preço Médio 1.270.501 1.401.909 1.635.650 1.302.559 1.422.600 1.469.765 1.157.067 1.450.152 1.327.426 1.219.165 34.071.188 34.746.750 47.020.962 35.002.492 41.359.975 42.596.166 31.699.356 45.485.084 41.329.668 36.711.883 26,82 24,79 28,75 26,87 29,07 28,98 27,40 31,37 31,14 30,11 1.028.805 1.043.598 1.436.956 1.252.401 1.452.135 1.390.250 1.190.887 1.563.819 1.379.856 1.340.614 28.846.252 29.411.472 39.875.533 34.525.642 38.932.316 39.107.620 30.137.870 40.532.991 36.483.350 33.909.810 28,04 28,18 27,75 27,57 26,81 28,13 25,31 25,92 26,44 25,29 13.656.794 390.023.524 28,56 13.079.321 351.762.856 26,89 Novembro Dezembro TOTAL Variação 2004/5005 (%) N° COUROS US$ Preço Médio Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL -19,0% -25,6% -12,1% -3,9% 2,1% -5,4% 2,9% 7,8% 3,9% 10,0% -15,3% -15,4% -15,2% -1,4% -5,9% -8,2% -4,9% -10,9% -11,7% -7,6% 4,6% 13,7% -3,5% 2,6% -7,8% -2,9% -7,6% -17,4% -15,1% -16,0% -4,2% -9,8% -5,8% FONTE : SECEX/MDIC e CICB Evolução mensal das exportações de couros bovinos Acabados em 2004 e 2005 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL Nº COUROS 2004 US$ N° COUROS 2005 US$ Preço Médio Preço Médio 488.190 569.740 695.431 642.186 692.119 710.197 704.314 699.456 608.333 618.987 35.978.840 41.859.368 55.439.687 49.831.921 54.264.099 55.907.699 53.463.895 53.658.314 46.277.431 50.195.118 73,70 73,47 79,72 77,60 78,40 78,72 75,91 76,71 76,07 81,09 588.374 641.714 780.123 724.527 715.171 719.868 620.578 738.633 713.724 635.703 47.520.012 47.692.808 59.394.238 56.593.214 57.481.054 55.904.586 48.995.322 58.416.335 54.654.204 49.434.421 80,76 74,32 76,13 78,11 80,37 77,66 78,95 79,09 76,58 77,76 6.428.953 496.876.372 77,29 6.878.415 536.086.194 77,94 Variação 2004/2005 (%) N° COUROS US$ Preço Médio Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL 20,5% 12,6% 12,2% 12,8% 3,3% 1,4% -11,9% 5,6% 17,3% 2,7% 32,1% 13,9% 7,1% 13,6% 5,9% 0,0% -8,4% 8,9% 18,1% -1,5% 9,6% 1,2% -4,5% 0,7% 2,5% -1,3% 4,0% 3,1% 0,7% -4,1% 7,0% 7,9% 0,8% FONTE : SECEX/MDIC e CICB Evolução mensal das exportações de couros bovinos Crust em 2004 e 2005 Nº COUROS 2004 US$ Preço Médio N° COUROS 158.676 162.325 236.554 183.726 231.282 214.172 212.597 11.472.770 11.509.820 15.981.752 12.976.453 15.756.055 14.425.146 14.057.385 72,30 70,91 67,56 70,63 68,12 67,35 66,12 231.087 279.857 240.593 225.764 268.607 279.136 337.773 Agosto 211.103 15.480.886 73,33 Setembro 238.759 17.425.641 72,98 Outubro Novembro Dezembro 250.376 18.435.912 2.099.570 147.521.820 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Total 2005 US$ Preço Médio 15.160.512 18.487.815 16.822.089 14.963.452 18.094.708 19.293.439 22.226.116 65,61 66,06 69,92 66,28 67,36 69,12 65,80 398.395 26.541.251 66,62 328.184 21.648.344 65,96 73,63 330.514 20.497.582 62,02 70,26 2.919.910 193.735.308 66,35 Variação 2004/2005 (%) N° COUROS US$ Preço Médio Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 45,6% 72,4% 1,7% 22,9% 16,1% 30,3% 58,9% 88,7% 37,5% 32,0% 32,1% 60,6% 5,3% 15,3% 14,8% 33,7% 58,1% 71,4% 24,2% 11,2% -9,3% -6,8% 3,5% -6,2% -1,1% 2,6% -0,5% -9,2% -9,6% -15,8% TOTAL 39,1% 31,3% -5,6% FONTE : SECEX/MDIC e CICB Evolução mensal das exportações de couros bovinos Salgados em 2004 e 2005 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL N° COUROS 2004 US$ Preço Médio N° COUROS 15.234 18.193 17.394 16.185 11.177 21.947 20.470 19.875 15.502 7.223 130.400 124.366 186.569 173.564 101.039 202.703 319.212 166.609 201.284 69.683 8,56 6,84 10,73 10,72 9,04 9,24 15,59 8,38 12,98 9,65 12.841 10.592 18.271 15.029 12.580 18.718 24.035 27.079 33.622 33.608 328.361 270.287 555.609 351.757 305.341 275.988 356.490 517.378 673.968 588.799 25,57 25,52 30,41 23,41 24,27 14,74 14,83 19,11 20,05 17,52 163.200 1.675.429 10,27 206.375 4.223.978 20,47 Variação 2004/2005 (%) N° COUROS US$ Preço Médio Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL -15,7% -41,8% 5,0% -7,1% 12,6% -14,7% 17,4% 36,2% 116,9% 365,3% 151,8% 117,3% 197,8% 102,7% 202,2% 36,2% 11,7% 210,5% 234,8% 745,0% 198,7% 273,3% 183,5% 118,3% 168,5% 59,6% -4,9% 127,9% 54,4% 81,6% 26,5% 152,1% 99,4% FONTE : SECEX/MDIC e CICB 2005 US$ Preço Médio Exportações de couro bovino - Jan a Out de 2005 Couro 2004 2005 Variação 2005/2004(%) N° Couros Salgado US$ N° Couros US$ Nº Couros US$ 163.200 1.675.429 206.375 4.223.978 26,5% 152,1% 13.658.794 390.023.524 13.079.321 351.762.856 -4,2% -9,8% Crust 2.099.570 147.521.820 2.919.910 193.735.308 39,1% 31,3% Acabado 6.428.953 496.876.372 6.878.415 536.086.194 7,0% 7,9% 22.350.517 1.036.097.145 23.084.021 1.085.808.336 3,3% 4,8% Wet Blue TOTAL FONTE: SECEX/MDIC e CICB Principais destinos das exportações de couros e peles - Jan a Out 2005 País 2004 2005 Participaçao Variação (US$ 1,00 FOB) (US$ 1,00 FOB) em 2005 (%) 2005/2004(%) Itália 298.314.739 269.780.668 23,45% -10% China 165.541.345 206.271.017 17,93% 25% Hong Kong 187.978.128 189.976.301 16,52% 1% EUA 92.956.359 127.579.232 11,09% 37% Coreia do Sul 17.666.980 32.161.301 2,80% 82% Malásia 27.096.503 28.070.746 2,44% 4% Portugal 31.259.271 26.596.037 2,31% -15% Canadá 25.621.355 25.968.324 2,26% 1% Taiwan 29.133.799 25.774.848 2,24% -12% Países Baixos 18.000.381 25.523.142 2,22% 42% Sub-Total 893.568.860 957.701.616 83,26% 7% Demais 181.293.581 192.559.832 16,74% 6% TOTAL 1.074.862.441 1.150.261.448 100,00% 7% FONTE: SECEX/MDIC e CICB Conscientização do manejo adequado de caprinos e ovinos para um couro saudável Carlos Runge Gerente de Produção Cortume Runge Ltda. [email protected] [email protected] O Brasil pouco lucra com os te, além dos furos devido a esfolas couros bovinos, caprinos e incorretas, também a má conserva- ovinos e não consegue competir ção da pele após o abate. com o mercado externo porque não produz material de boa qualidade. Mas não só estes problemas têm enfrentado os curtumes em geral. Por incrível que pareça, muitos Estima-se que a produção anual pequenos produtores de capri- brasileira alcance 21 milhões de nos e ovinos acabam jogando fo- unidades, com a necessidade de ra ou enterrando seus couros, al- importar 80% de suas necessida- guns por falta de orientação, ou- des. Cerca de 70% deste couro tros por acharem que salgar o apresenta algum tipo de defeito. couro é uma despesa; sendo que Em comparação aos Estados Uni- na verdade, por mínima que seja dos, o Brasil perde anualmente a quantidade de peles, já seria cerca de U$ 505,02 milhões na rentável repassar ao curtume. produção de couro. Atualmente temos passado aos O problema começa no campo, produtores próximos ao Cortu- com os parasitas (carrapato, ber- me Runge, localizado no ABC ne, mosca-do-chifre, etc); no ma- Paulista, Estado de São Paulo, as nejo inadequado como a utilização orientações necessárias. Muitas de ferrões, arames farpados que, vezes, realizamos até a compra sem dúvida, causam danos irrepa- em conjunto do sal para estoca- ráveis no couro do animal. Outro gem, fazendo com que o valor do problema são as sucessivas marca- quilo do sal caia e se torne mais ções com os mais variados tama- vantajoso para o produtor e o nhos e em regiões nobres do ani- curtume. Desta maneira procura- mal que, apesar de facilitarem a li- mos garantir aos criadores que da com os animais, danificam as aquele produto que anteriormen- peles. Associados a estes, têm-se te era jogado fora, seja na verda- as incisões ocorridas no transpor- de um produto comercializável. Couro de avestruz com manchas escuras avermelhadas provenientes de ação bacteriana Couro de avestruz com furos de abate Todas as etapas de conservação dos com parasitas e processos e uma boa esfola têm que ser de marcação do animal que não muito bem aplicadas para que o agridam o couro. Assim, tanto o couro chegue ao curtume em criador como o curtume terão condições de tratamento, mas um rendimento muito mais favo- não podemos esquecer que ou- rável e uma qualidade muito tros requisitos são necessários maior no produto final, fazendo para a obtenção de uma ótima com que o Brasil tenha uma ma- matéria - prima, com um manejo téria-prima muito mais qualifica- adequado do animal como men- da e o criador com um retorno cionado acima, de preferência li- garantido na hora de repassar o vre de arames farpados, cuida- couro salgado. Adquira o seu Anuário do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Por apenas R$ 20,00 Praça da República, 180 – 6º andar – CEP 01045-000 – São Paulo (SP) Tel.: (011) 3231-3113 – Fax: (011) 3255-2371 COURO É OBTIDO ATRAVÉS DE DOIS PROCESSOS PRINCIPAIS O couro pode ser processado no indústrias químicas, que são os curtume através de um processo produtores de insumos básicos que não agride o meio-ambiente. para o tratamento do couro”, Também pode ser processado segundo o boletim Couro em com a utilização de produtos quí- Notícia, do Centro das Indús- micos. Esses dois processos vão trias de Curtume do Brasil resultar em produtos diferentes (CICB). para diferentes demandas que existem no mercado. Enquanto o mercado discute a moda ou a exigência da indústria transformadora do couro em As informações dão conta de que “as indústrias (químicas) investiram no desenvolvimento de tecnologias limpas”. Existe um produto acabado, a indústria do programa denominado “Atuação couro procura fazer avanços pa- Responsável”, lançado ainda no ra uma produção “ambiental- ano de 1992, “que tem como mente correta, com a evolução base a melhoria continua nas de programas de qualidade cer- áreas de segurança, saúde e tificada e graças a avanços das meio-ambiente”. COMEÇA A EXPORTAÇÃO DE COURO DE AVESTRUZ As empresas do setor de estrutiocultura estão realizando várias exportações de couro de avestruz. Um grande volume foi exportado pela empresa Avestro, que enviou para a Coréia 12 mil peles salgadas. O couro de avestruz alcança valores altos no mercado internacional, mas o acabamento em fase inicial, como pele salgada, não gera emprego e renda da melhor forma para o País. informações jurídicas ABRIMOS AGORA UM ESPAÇO PARA QUE VOCÊ POSSA PESQUISAR SOBRE AS ÁREAS JURÍDICAS QUE MAIS INTERESSAM À MICRO E PEQUENA EMPRESA. NAS PRÓXIMAS PÁGINAS VOCÊ TEM TRATADOS OS ASSUNTOS COMO PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS, JURISPRUDÊNCIA TRABALHISTA E FISCAL QUE O AJUDAM A CUIDAR MELHOR DO SEU NEGÓCIO. Coordenação Dra. Fabiana de Lima Farias Ramos CHEQUES FRAUDADOS Corregedoria veda apontamento de protesto Em razão do grande aumento, nos últimos anos de fraudes e adulterações em cheques, sem o conhecimento e a participação dos correntistas, a Corregedoria editou o Provimento n 06/2006 30 anos; n Documentos sujeitos à fiscali- zação do INSS, PIS/PASEP e 31.01.1990, da Circular 2.313, de 26.05.1993, da Circular 2.655, de 18.01.1996, COMPE 96/45, e da Circular 3.050, de 02.08.2001, do Banco Cen- vedando o apontamento desse los não tenham circulado por tipo de título quando tiver sido meio de endosso, nem estejam devolvido pelo estabelecimento garantidos por aval. A íntegra do bancário sacado por motivo de parecer está disponível no site furto, roubo ou extravio das fo- do Colégio Notarial (www.nota- lhas ou dos talonários, ou por rialnet.com.br). chas de registro de empregados: indeterminado; n RAIS: 5 anos; g IPI, IRPJ, ITR, II e ISS: 5 anos; g Termo de rescisão do contrato n ICMS: depende da legislação de trabalho, aviso prévio e pe- de cada Estado e do Distrito dido de demissão: 2 anos; Federal. A regra geral é de 5 anos; dos e Desempregados: 3 anos; g Documentos Fiscais e Livros g Livros de atas da CIPA, livros Contábeis e Fiscais para fins de inspeção do trabalho, con- de Fiscalização do PIS/Pasep, trato de trabalho e livros ou fi- Cofins, CSLL: 10 anos. 164 SCVCFESP 35, da Resolução 1,682, de tral do Brasil, desde que os títu- salário-educação: 10 anos; n Cadastro Geral de Emprega- números 20, 25, 28, 30 e (Diário Oficial de 10 de abril) Por quanto tempo devo guardar os livros e os documentos contábeis? g Documentos sujeitos ao FGTS: fraude, nos casos dos motivos Trabalho pago na hora do almoço não integra salário Empregado que faz apenas meia hora de almoço, quando a lei determina interva- Embolsar moedas de troco é justa causa para demissão O caixa que se apropria de moe- Em sua defesa, a empresa infor- das de troco pode ser demitido mou que o desvio de troco foi por justa causa. Com esse enten- descoberto depois que o freguês dimento, do TRT da 2a Região, pediu a contagem das moedas no manteve a dispensa por justa caixa operado pelo funcionário. lo de uma hora, tem direito a receber causa de um ex-empregado do pelos 30 minutos extras por dia de tra- Atacadão Distribuição Comércio balho, a título de indenização. O enten- e Indústria, de São Paulo. dimento é do TST, que negou pedido para que a remuneração pelo intervalo de refeição integre o salário para cálculo das demais verbas trabalhistas. O trabalhador entrou com processo na Justiça do Trabalho de São Paulo alegando que o ataca- Com a contabilidade, foi descoberta a diferença no valor reclamado pelo cliente. Testemunhas ouvidas no processo confirmaram a acusação da empresa. Inconformado com a sentença da primeira instância, que rejeitou dista não tinha provas de que ele seu pedido, o reclamante apelou De acordo com o parágrafo 4 do artigo desviara troco de um cliente, ao TRT da 2a Região, insistindo na 71 da CLT, quando o trabalhador não motivo que justificou sua dispen- ausência de provas, mas foi man- usufrui do horário de descanso e refei- sa. Ele pediu pagamento de ver- tida a dispensa por justa causa do bas e indenizações trabalhistas. ex-empregado do atacadista. ção, o empregador é obrigado a remunerar o período com “acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho”. Por isso, o TST entendeu que os intervalos de descanso não são computados na duração do trabalho e que a natureza jurídica da remuneração pelo repouso é Qual o conceito de operações a consumidor e prestações a usuário final? indenizatória, com intuito de proteger o Entende-se por operações a sobre Circulação de Mercado- trabalhador dos riscos à sua higidez consumidor aquelas realizadas rias e sobre Prestação de Servi- mental e física, não se destinando à com não-contribuintes do Im- ços -ICMS ou as que não este- contraprestação direta pelo trabalho posto sobre Circulação de realizado naquele intervalo. jam vinculadas a operações Mercadorias e sobre Prestação ou prestações subseqüentes de Serviços - ICMS ou aquelas de comercialização, industriali- em que as mercadorias não de- zação ou prestação de serviço. vam ser objeto de comercializa- Fundamento ção ou industrialização pelo legal: Lei nº 12.186, de 5/1/2006. destinatário. E por prestações de serviços a Dúvidas? usuário final as realizadas para www.sebraesp.com.br/faleco- não-contribuintes do Imposto nosco ANUÁRIO 2007 165 VALE-TRANSPORTE V ale-transporte é o benefício locomoção senão o transporte que o empregador antecipa coletivo para se dirigirem ao ao trabalhador para utilização trabalho. Trabalhando o recla- efetiva em despesa de deslocamento residência-trabalho e viceversa. O empregador que forne- o pedido de vale-transporte cer meios de transporte próprios carece de amparo legal (Acór- aos seus empregados fica dispen- dão da 7a Turma do TRT da 2a sado do fornecimento do vale- Região - RO 02950320974). transporte. Caso o meio de transporte não cubra integral- n Vale-transporte – Horário de mente o deslocamento do em- Almoço. Não está o emprega- pregado, a empresa deverá forne- dor legalmente obrigado a cer a diferença. conceder vale-transporte para O trabalhador que utilizar seu o empregado ir e voltar no próprio veículo para trabalhar horário de almoço, destinado não terá direito ao referido vale. a repouso e alimentação, mas Quanto ao trabalhador que se desloca para almoçar em sua resi- apenas para o deslocamento residência trabalho e vice-ver- dência, não se justifica o direito a sa, teor do art. l da Lei nº esse benefício. O deslocamento 7.418/85”. (Acórdão da 10a para fazer as refeições na própria Turma do TRT da 2a Região - residência é uma opção do em- RO 2004021203). pregado, não podendo significar ônus para o empregador. Conhe- g É indevido o vale-transporte ça, a esse respeito, algumas deci- quando o empregado utiliza- sões do TRT da 166 SCVCFESP mante com condução própria, 2a Região: se de veículo próprio para seu g Vale-transporte – Este benefí- deslocamento. (Acórdão da cio é devido aos trabalhadores 9a Turma do TRT da 2a Região que não tem outros meios de - RO 02950133732). A dispensa do empregado poderá ocorrer com ou sem justa causa. Sem justa causa o empregado recebe todos os direitos trabalhistas. Com justa causa o empregado recebe somente os dias trabalhados e as férias vencidas, mais um terço. O Tribunal Superior do Trabalho entende que o empregado dispensado por justa causa não goza do benefício das férias proporcionais. JUSTA-CAUSA A justa causa é caracterizada por todo ato grave pratica- do pelo empregado, que leva o empregador à conclusão de que e) desídia no desempenho das respectivas funções; A aplicação da dispensa por justa f) embriaguez habitual ou em serviço; não existe mais condições de mantê-lo na empresa. As hipóteses que configuram justa causa para rescisão do contrato de trabalho, enumeradas pelo art. 482 da CLT, são as seguintes: Punição imediata g) violação de segredo da empresa; causa não é tão simples como se possa imaginar, porque a lei não explica quando e como ela deve ocorrer. O Judiciário tem entendido que o ato deve ser imediato h) ato de indisciplina ou de insubordinação; em relação à falta cometida. Entre a falta e a punição não deve haver i) abandono de emprego; um período longo. j) ato lesivo da honra ou da boa Se a empresa tomou conheci- fama praticado no serviço mento do fato, a punição deve contra qualquer pessoa, ou ser imediata. Mas a punição po- ofensas físicas, nas mesmas de demandar até mais de um ano, c) negociação habitual por conta condições, salvo em caso de se a empresa só tomou conheci- própria ou alheia sem permis- legítima defesa, própria ou de mento do fato nessa oportunida- são do empregador e quando outrem; de. Se a empresa já tinha conhe- a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas o empregado, ou for prejudi- contra o empregador e supe- cial ao serviço; riores hierárquicos, salvo em d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. cimento, deixou o tempo correr e posteriormente resolveu aplicar a punição, os juizes têm entendido que o fato não é tão grave e não merece a aplicação da justa causa. A demora facilita o entendimento de que o empregador já perdoou o empregado. Reproduzimos a seguir um acórdão no qual o TRT ANUÁRIO 2007 167 da 2a Região considera injusta a ou gestos agressivos fere a ci- “Condenação criminal do em- dispensa por justa causa: vilidade mínima que o homem pregado, passada em julgado, deve à mulher, principalmente se cumprida em regime aber- em ambientes sociais de dinâ- to. Condenado o empregado mica rotineira e obrigatória. É na ação penal por ato tipifica- que nestes ambientes (traba- do como crime. Porém, a lho, clube etc.) o constrangi- cumprir a pena em regime mento moral provocado e aberto, não há que se falar em maior, por não poder a vítima impossibilidade material da desvencilhar-se definitivamen- continuação do contrato de excesso de rigor, salvo em se tra- te do agressor.” (Acórdão da trabalho. Cumpre ao reclama- tando de ato de especial gravidade 1a Turma do TRT da 3a Região do provar que, mesmo assim, (Acórdão da 7a Turma da TRT da - RO 2.211/94). “Punição: excesso de rigor. Despedida injusta. Empregado com ótimo passado funcional, agindo indisciplinadamente pela primeira vez, enseja a gradação da pena (advertência ou mesmo suspensão), nunca a aplicação da penalidade máxima, sob pena de gerar V Região - RO 02930001644).” essa impossibilidade estaria configurada. Justa causa não g Mau procedimento acolhida.” (Acórdão da 1a Elencamos e comentamos a se- Atitude irregular do emprega- Turma do TRT da 2a Região - guir algumas hipóteses de justa do, incompatível com as re- RO 02940153595). causa, ilustradas por decisões gras sociais. Exemplo: “Viola- dos tribunais: ção de correspondência. Justa Supõe o desempenho da fun- g causa para despedir. Incidên- ção com negligência, má von- cia do art. 482, letra “b”. A tade, displicência, desleixo, teriais da empresa, falsificação violação, pela empregada, de desinteresse ou relaxamento. de documentos e outras formas correspondência interna da Exemplos: “É desidioso o em- de desonestidade. Exemplo: empresa contendo informa- pregado que não se preocupa “Improbidade. Atestado médi- ções confidenciais configura em manter o emprego, dei- co falso. O reclamante entre- mau procedimento, autorizan- xando de cumprir sua princi- gou ao empregador atestado do a sua despedida com justa pal obrigação, a de compare- médico falso. Logo, deve ser causa, pois tal comportamen- dispensado por justa causa, to quebra a confiança que de- Improbidade Ocorre quando há furto de ma- não fazendo jus a verbas resci- ve existir entre o empregador sórias.” (Acórdão da 3a Turma e empregado, inviabilizando a do TRT da 2a Região - RO continuação do vínculo em- 20010449544). n pregatício.” (Acórdão da 3a g Desídia cer ao trabalho, não obstante reiteradas advertências.” (Acórdão da da 2a 6a Turma do TRT Região - RO 02002930066550). “Constitui desídia suficiente para caracterizar a justa causa para o Incontinência de conduta Turma do TRT da 11a Região - despedimento do empregado Ocorre em casos de assédio RO 0024/93). a queda acentuada e sem jus- sexual, atos libidinosos ou atitudes pornográficas no local n Condenação criminal tificativa de sua produtividade, quando comprovado que de trabalho. Exemplo: “Assé- É motivo para justa causa se o seu desinteresse pelo serviço dio sexual - Tipificação como empregado tiver sido conde- decorria de sua intenção de incontinência de conduta - nado criminalmente, com sen- vir a forçar sua demissão pelo Requisitos - O assédio sexual tença transitada em julgado. empregador.” (Acórdão da grosseiro, rude e desrespeito- Exemplo de justa causa não 12a Turma do TRT da 1a Re- so, concretizado em palavras configurada: gião - RO 7.307/95) 168 SCVCFESP n Embriaguez intervalo para almoço, ingere propriedade desta.” (Acórdão Se o empregado se embriaga bebida alcoólica, com mode- da 2a Turma do TRT da 8a Re- de maneira contumaz, preju- ração e apenas como acompa- gião - RO 4.827/94). dicando com isso o seu servi- nhamento da refeição. Não ço, configura-se a justa causa, configura justa causa para a o que ocorre mesmo quando dispensa do empregado a in- a embriaguez não é habitual, gestão de cerveja, comprova- mas acontece no local de tra- damente fora do período de balho. Exemplo: “A falta, pa- trabalho”. (Acórdão da 2a ra ser considerada grave, tem Turma do TRT da 3a Região - que ter força para soterrar o RO 13.129/95). elemento que une as partes g n Insubordinação Não cumprimento de ordens pessoais de serviço ou não cumprimento de ordens da chefia. Exemplo: “Ato de insubordinação. Configuração Restando provado nos autos a ocorrência do ato de insubor- Indisciplina dinação (entrega de mercado- pela reiteração ou por ato Configura-se pelo descumpri- ria em local diverso constante único. Ao comparecer em- mento de ordens gerais de da nota fiscal) por parte do briagado para trabalhar, o serviço, tais como as contidas reclamante, é de ser reconhe- motorista de ônibus comete em regulamento interno da cida a validade da despedida falta grave, ainda que seja a empresa, circulares e avisos. por justa causa realizada pela primeira vez.” (Acórdão da Exemplo: “Indisciplina. Co- empresa, com fulcro no art. 1a Região mete ato de indisciplina o mo- 482, h, da CLT”. (Acórdão da - RO 04.168/91). Exemplo torista de caminhão que, des- 20a Turma do Tribunal Regio- de justa causa não configura- cumprindo norma da empre- nal do Trabalho da 2a Regido da: “Se o empregado, no seu sa, dá carona no veículo de - RO 2183/99). no contrato de trabalho, seja Turma do TRT da 3a JURISPRUDÊNCIA Com o objetivo subsidiar as empresas e ampliar a jurisprudência na g Ato de improbidade n Constitui ato de improbidade Incontinência de conduta ou mau procedimento o empregado requerer e rece- O autor desrespeitou seus su- ber vale-transporte quando ia periores e colegas, proferindo aplicação da justa causa, trabalhar de motocicleta. O ato palavras de baixo calão, cau- selecionamos alguns desonesto do reclamante abala sando o rompimento da rela- a confiança existente na relação ção de confiança existente en- acórdãos recentes da 2a e de emprego, além de fazer com tre as partes e o bom ambien- 15a Região dos Tribunais que o empregador tenha de pa- te de trabalho necessário ao Regionais do Trabalho gar parte do vale-transporte. desenvolvimento das ativida- (Acórdão da TRT da 2a 10a Turma do des da empresa, justificando a Região - RO aplicação da pena máxima por 02458-2002-471-02-00-2 - mau procedimento. (Acórdão publicado em 16/11/04); da 3a Turma do TRT da 2a Re- ANUÁRIO 2007 169 gião - RO 12999-2003-902- põe-se ao empregador o ônus neste país, no sentido de que 02-00-6, da prova. (Acórdão da 8a Tur- houvesse a exclusão da embria- ma do TRT da 2a Região - RO guez patológica do rol das jus- 01829-2002-076-02-00-8, tas causas (artigo 482, alínea publicado em 24/05/05); “f”, da CLT). Votação unâni- publicado em 23/09/03); g n Condenação criminal Mandado de Segurança Sobrestamento do feito até resolução do processo g me. Acórdão do TRT da 2a Re- Viola direito líquido e certo Embriaguez Doença - Falta grave não caracterizada do impetrante decisão que de- Não obstante a velha (e boa) termina o sobrestamento da CLT ainda mantenha em sua reclamação trabalhista até so- redação - artigo 482, alínea lução definitiva da ação penal. “f ”, a anacrônica referência à Decisão nesse sentido viola os falta grave da “embriaguez ha- Violação de segredo Improbidade - Repasse de informações sigilosas à empresa concorrente princípios da celeridade e da bitual ou em serviço”, tanto a Caracterização - Ciente a au- concentração do processo la- doutrina como a jurisprudên- tora da necessidade de sigilo boral, o qual tem pressupos- cia, em face da evolução das das informações a que tinha tos distintos do processo pe- pesquisas no campo das ciên- nal. Melhor explicando: con- cias médicas, têm entendido denação ou absolvição no cri- que o empregado que sofre da me não representam automa- doença do alcoolismo, catalo- ticamente condenação ou ab- gada no Código Internacional solvição na esfera trabalhista. de Doenças com a nomencla- Segurança que se concede. tura de “síndrome de depen- (Acórdão do TRT da 2a Re- dência do álcool” (CID-303), gião - Mandado de Segurança não pode ser sancionado com 10899-2003-000-02-00-9 - a despedida por justa causa. publicado em 15/05/04); (Acórdão da 4a Turma do TRT da 2a Região -RO 00095- Abandono de Emprego - Configuração Ônus da prova Exigência da presença de dois 2001-031-02-00-8, publicado em 03/12/04); n gião - RO 00239-2002-09715-00-8, publicado em 23/07/04; g acesso em virtude do cargo ocupado, com a advertência expressa acerca das conseqüências advindas de um possível descumprimento de seus termos, caracteriza a justa causa o repasse destas informações a diretor de empresa concorrente. Nesse sentido, irrelevante a comprovação de efetivo prejuízo em decorrência da conduta desonesta praticada, pois a gravidade dos atos deduzidos é de tal monta que extermina qualquer vestí- Embriaguez habitual ou em serviço - Configuração gio de confiança na emprega- elementos: um, de ordem objetiva, guarda pertinência com Não obstante a Organização possibilidade da continuidade a materialidade do ato - au- Mundial de Saúde e o Código do pacto laboral, em face da sência injustificada ao serviço Internacional de Doenças (CID) ausência da fidúcia, reputan- no prazo de 30 dias (Súm. reconheçam o alcoolismo como do-se válida a rescisão contra- 32, TST); outro de ordem ob- doença, o certo é que, por um tual por justa causa da empre- jetiva, com vínculo na inten- lado, o INSS não admite afasta- gada. (Acórdão do TRT da cionalidade de não mais com- mento por alcoolismo e, por 15a Região - RO 02972- parecer - fator psicológico. Ti- outro lado, não houve modifi- 2001-046-15-00-3, publica- pificada como falta grave, im- cação na lei trabalhista vigente do em 28/11/03). 170 SCVCFESP da. Vislumbra-se, assim, a im- TERCEIRIZAÇÃO Cuidados na contratação de trabalhador temporário Sandra Regina Bruno Tiorentíni Consultora Jurídica [email protected] O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa ou agência de trabalho, que o coloca para prestar serviços a uma outra empresa tomadora, com a finalidade de atender à necessidade transitória de substituição de empregado regular ou a acréscimo extraordinário de serviços. irá lhe prestar serviços está devidamente registrado. A falta de cumprimento dos requisitos previstos em lei poderá acarretar o risco de solidariedade, ou seja, se a empresa ou agência de trabalho temporário não cumprir com o que determina a legislação trabalhista, a empresa contratante será responsá- Assim, o empresário que preten- vel pelo pagamento dos direitos de contratar empregados tempo- previstos na CLT. Faça um contra- rários para atender às necessida- to de prestação de serviços por des transitórias de sua empresa, escrito. como por exemplo: o aumento de demanda em decorrência das festas de final de ano, deverá proceder à contratação por meio de empresa de trabalho temporário, devidamente constituída e que cumpra as determinações da Lei n 6.019/74. Entre as vantagens desse tipo de contratação, está a de não representar despesas com recrutamento e seleção de empregados; em caso de falta, o empregado é substituído imediatamente; no término do contrato não será devido o Aviso Prévio, nem a multa É importante verificar se o capital do FGTS, por se tratar de contra- social está de acordo com a Lei, to de trabalho por prazo determi- ou seja, capital de R$ 150 mil; se nado (prazo máximo de 90 dias). a empresa está devidamente re- A CLT prevê outras alternativas gistrada na Delegacia Regional do legais de contratação por prazo Trabalho; e se o empregado que determinado. ANUÁRIO 2007 171 Veja o que escreve o Dr. Ricardo Nacim Saad sobre o mesmo assunto Dr. Ricardo Nacim Saad O TST aprovou nova Súmula, das fundações públicas, das em- de n 331 e com o seguinte presa públicas e das sociedades teor: “I. A contratação de traba- de economia mista desde que ha- lhadores por empresa interposta jam participado da relação pro- é ilegal, formando-se o vínculo cessual e constem também do Tí- diretamente com o tomador dos tulo Executivo Judicial (Art. 71, serviços, salvo no caso de traba- da Lei nº 8666/93)”. lho temporário (Lei nº 6.019 de 03.01.74). II.... III. Não forma Anote-se que o tomador de ser- vínculo de emprego com o toma- viços, conforme entendimento dor, a contratação de serviços de esposado por meio dessa referida vigilância de súmula, responde subsidiaria- 02.06.83), de conservação e mente pelo não cumprimento das limpeza, bem como a de serviços obrigações trabalhistas por parte especializados ligados a ativida- da empresa prestadora do serviço de-meio do tomador, desde que em relação aos seus empregados. (Lei nº 7102 inexistente a pessoalidade e subordinação direta. IV. O inadim- A responsabilidade de que nos plemento das obrigações traba- fala a Súmula de n 331 “é o ti- lhistas por parte do empregador, po de responsabilidade de cará- implica na Responsabilidade Sub- ter secundário usada para com- sidiária do tomador dos serviços pletar, para reforçar a garantia quanto àquelas obrigações, inclu- principal, quando esta se mostra sive quanto aos órgãos da admi- insuficiente para o cumprimento nistração direta, das autarquias, da obrigação”. Senac - Serviço Nacional so mantido ou reconhecido pelos de Aprendizagem Comer- Serviços Nacionais de Aprendiza- Cancelada a exigência de apresentação de Certidão de Nascimento para o recebimento do Salário-Família pago pela Previdência cial preparou um Manual de gem, Escolas Técnicas de Educa- Os segurados da Previdência Orientações no intuito de escla- ção e entidades sem fins lucrati- Social não precisarão mais apre- recer as empresas a respeito da vos que tenham por objetivo a as- sentar a Certidão de Nascimen- aprendizagem na esfera do co- sistência ao adolescente e a edu- to do filho ou a documentação mércio e serviços. Um dos tópi- cação profissional. A Medida Pro- relativa ao tutelado ou enteado, cos principais é: visória nº 251, de 14.06.2005, na hora do requerimento do Sa- instituiu o Projeto Escola de Fábri- lário-Família pago pelo INSS. A ca e ampliou a idade do aprendiz, liberação da apresentação dos que pode ser pessoa maior de 14 documentos está na Instrução e menor de 24 anos de idade. Normativa 2 INSS, publicada no O MENOR APRENDIZ O Conceito de aprendiz - Aprendiz é o empregado com idade entre 14 anos completos e 18 anos incompletos sujeito à formação DOU de 18-10-2005. Essa de- técnico-profissional do oficio ou Mais informações pelo telefone: ocupação, a que se refere o art. 0800 707 1027 ou no site os trabalhadores com carteira 428 da CLT, matriculado em cur- www.sp.senac.br assinada. terminação é válida apenas para COMO REGISTRAR PATENTES? O pedido de concessão de patente deve ser feito ao Requerimento — pode ser ob- À invenção para fins de patente tido na página do INPI; precisa enquadrar-se numa das se- Instituto Nacional de Relatório descritivo — uma Propriedade Industrial descrição detalhada do produto ou (INPI), órgão do Ministério da Indústria e Comércio. processo que se quer patentear; Reivindicações — delimita as guintes naturezas e modalidades: 1) Privilégio de Invenção: A invenção deve ser novidade e ter aplicação industrial; particularidades do invento; Desenhos - se for necessário; O pedido deve conter: 2) Modelo de Utilidade: Nova forma ou disposição envol- Resumo — descrever corretamente o objeto. A validade de uma patente está vendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional do objeto. limitada ao país que a concede. Para fins de proteger uma inven- Informe-se, consulte o Insti - ção em outro país o inventor de- tuto Nacional de Propriedade ve requerer a patente junto ao Industrial INPI pelo site país de interesse. http://www.inpi.gov.br VOCÊ SABIA? A INFORMAÇÃO DIVERSA E IMPORTANTE SOBRE CARNES, NOTAS DE PRODUÇÃO, EXPORTAÇÃO, CONSUMO, SAÚDE E GERAL, VOCÊ LÊ AQUI, AGORA, NESTA SEÇÃO. VACA JAPONESA Japão confirma caso de vaca louca em 2001 Autoridades japonesas relataram o primeiro caso de vaca louca em rebanhos criados especificamente para o abate, informou a agência de notícias Kyodo, citando o ministério da Saúde do país. VACA JAPONESA CONSEQUÊNCIA O Japão confirmou seu 23º caso da enfermidade em uma vaca leiteira de 5 anos não-destinada ao abate. Após a confirmação do primeiro caso de vaca louca, o Japão começou a testar todo o gado domés- SUÍNOS tico destinado ao mercado de abate e proibiu o uso de material nas rações que poderia transmitir a doença. GRIPE AVIÁRIA g Foi divulgado em Cingapura, no início O consumo mundial de carne suína, altamente expressivo, chega a 70 kg per capita em alguns países da Europa, enquanto a média mundial anual é de 15 kg (ABCS, 2006). No ano de 2004, a produção do Brasil foi de 2,679 milhões de toneladas, ranqueando-se como quarto maior produtor do mundo. Deste total, 81% foram consumidos no mercado in- Universidade de Hokkaido no Japão, terno, sendo 30% in natura e 70% na forma industrializada, totalizando 13 kg per capita. Os 19% restantes tiveram como que o vírus responsável pela gripe aviá- destino o mercado internacional (ABIPECS, 2004). de maio, pelo cientista Hiroshi Kida, da ria tem ao menos 144 variantes com potencial para causar uma pandemia Há 100 anos global desta doença. “É perigoso concentrarmos nosso foco apenas no H5N1. Este vírus, responsável por 113 Os porcos eram abatidos aos 5 anos, quando atingiam Hoje 60 QUILOS. Os porcos são abatidos aos 6 meses, quando chegam a pesar 100 QUILOS. mortes em todo o mundo, é apenas uma das 144 variantes que representam uma ameaça à saúde.” n Em encontro dos membros do conselho do Distrito Federal Central - região abrangida pela Grande Moscou! - o chefe dos serviços de saúde pública russa e diretor do órgão federal responsável pela defesa dos direitos do consumidor e pelo bem-estar humano, Gennady Onishchenko, afirmou que a Rússia já perdeu quase metade de suas criações de aves domésticas por causa da Influenza Aviária. BACTÉRIAS O corpo humano é habitado por 100 trilhões de bactérias, de pelo menos 500 espécies diferentes. Em situações normais, elas não fazem mal nenhum. Ao contrário, boa parte delas é essencial à saúde do homem, numa associação simbiótica perfeita. Alguns micróbios, por exemplo, são importantes para a síntese de proteínas, vitaminas e sais minerais. É o equilíbrio entre bactérias e seres humanos. No entanto, este equilíbrio é muito instável. Qualquer mudança, por mais ínfima que seja, é capaz de transformar parasitas do bem em ameaças mortais. PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA O valor da produção agrope- R$158,3 bilhões corresponde a cuária (VPA) do Brasil foi um aumento de 33,5% em rela- estimado em R$158,3 bilhões ção a 2002. Esse resultado se de- (moeda corrente) em 2003. O ve tanto ao incremento da produ- Estado de São Paulo ocupa a lide- ção, principalmente de grãos, co- rança, com renda de R$ 24 bilhões (participação de 15,2% no valor total), seguido do Paraná (14,2%). No terceiro lugar, aparece o Rio Grande do Sul, com mo soja e milho, quanto à elevação dos preços de muitos itens. Pena a nova face que se apresenta para a agricultura, com culturas campeãs de exportação, como a soja, apresentando declínio da área plantada e quebras de produção. Até o momento (2005) o ano de 2003 (ano-safra 2002/03) regis- 13,8% do VPA nacional, e Minas trou a maior produção de grãos Gerais fica na quarta posição, no Brasil, graças às condições cli- com 10,2%. máticas favoráveis e ao maior uso de tecnologia pêlos produtores. O valor da produção agropecuária (VPA) do Brasil em 2003, de Fonte: I.E. Fev. 2006 COURO DE JACARÉ O s produtores de couro de jaca- isso, vamos aumentar a qualidade valeram o Prêmio Lançamento da ré no Pantanal que operam de em toda a cadeia produtiva, agre- Fimec 2006 para o curtume Arte forma sustentada, ganharam novo gando valor ao produto e facilitan- da Pele, de Estância Velha (RS). A incentivo: o projeto Animais Silves- do as condições para sua comercia- cada mês, o Arte em Peles exporta tres - Jacarés do Pantanal, uma par- lização”, explica Cynthia Justino, cerca de 500 peles de jacaré prin- ceria firmada entre o Sebrae, o Iba- coordenadora do projeto. cipalmente para Itália e França, ma, o Senai, autoridades e produtores e curtumes. O acordo prevê investimentos de aproximadamente R$ 1 milhão até 2008, para a ampliação e qualificação da atividade. O projeto pretende apoiar a am- vendendo outras 60 peles para o A região produtora compreendida né é a segunda maior exportadora O couro do jacaré é muito procu- couro de jacaré do mundo, só per- rado produtores da moda country, dendo para um país, a Colômbia, que absorvem cerca de 80% da que produz 600 mil peles por ano. produção mundial. Sua procura, aos poucos, está aumentando no pliação dos planteis em cativeiro dos 72 mil animais para 185 mil, estimular o consumo de carne de mercado interno. pelos municípios de Cáceres e Poco- Qualidade premiada Brasil, já que as peças são bonitas, duráveis e nunca saem de moda”, jacaré e capacitar criadores e cura- A qualidade do curtimento de pe- diz o proprietário do Arte da Pele, dores para aperfeiçoar as técnicas les de jacaré do Pantanal e os aca- o biólogo e técnico químico Luiz de manejo e de curtimento. “Com bamentos empregados no processo Estevão Rondini. NEM TUDO SÃO FLORES: CALÇADISTAS PROTESTAM EM BRASÍLIA Os manifestantes, que realizaram uma marcha desde a Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, encaminharam um conjunto de propostas que vão da Modificação no DNA faz com que a carne desses suínos produza ômega-3, o ácido graxo que faz bem ao coração e previne o câncer concessão de linhas de crédito e Muita gente come carne de porco até medidas tributárias para mini- com uma dorzinha na consciên- mizar a crise no setor. cia, os médicos vivem alardeando De acordo com cálculos de manifestantes, cerca de 20 mil trabalha- M PORQUINHOS LIGHT que, por ser rica em gorduras saturadas, ela eleva o colesterol e representa um perigo para o co- ais de 1.200 trabalhado- dores da indústria calçadista foram res da indústria calçadista demitidos nos últimos meses, afe- do Rio Grande do Sul realizaram tando, por meio de um “efeito cas- possível que a carne de porco uma manifestação de protesto no cata”, outros 20 mil a 30 mil em- deixe a lista de vilões da saúde dia 10 de maio, em Brasília, rei- pregados da cadeia produtiva do para figurar na das dietas saudá- vindicando medidas para atenuar setor, como trabalhadores de em- veis. Uma equipe formada por a crise que o setor atravessa. presas de tintas, solas e cadarços. cientistas de várias universidades ração. Num futuro próximo, é americanas apresentou a primeira ninhada de porquinhos light, ge- BRASIL BATE RECORDE NA EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA EM 2005 A Rússia foi o país que mais importou carne brasileira in natura. Em 2005, os russos foram responsáveis pela compra de 433 mil toneladas de carne in natura, o que gerou uma receita cambial de US$ 525 milhões. O Egito aparece em se- gundo lugar com US$ 252 milhões, seguido da Holanda (US$ 191 milhões). Reino Unido (US$ 181 milhões) e Itália (US$ 152 milhões). Em 2005, o Brasil exportou 2,3 milhões de toneladas (equivalente carcaça) para mais de 150 países, contra 2 milhões de toneladas 178 SCVCFESP (equivalente carcaça) no ano anterior, o que representa um aumento de 18% de um ano para o outro. Com relação à carne industrializada, os Estados Unidos mantiveram a liderança. Os norte-americanos compraram do Brasil, em 2005, US$ 205 milhões; seguidos do Reino Unido (US$ 130 milhões), Venezuela (US$ 47 milhões) e Itália (US$ 31 milhões). neticamente modificados para produzir no organismo níveis elevados de ômega-3. Esse ácido graxo tomou-se uma das estrelas da alimentação nos últimos anos porque, segundo pesquisas, diminui os riscos de doenças cardíacas e de câncer. Sua fonte mais rica são os peixes gordurosos como o salmão, o atum e a sardinha. Nos porcos comuns, 15% da gordura é composta de outro ácido graxo, o ômega-6, e apenas 1% de ômega-3, muito mais saudável. Nos porcos modificados, a taxa de ômega-3 sobe para 8%. Fonte: Rev. Veja, 05/04/06 FRIBOI INTENSIFICA ABATE DE ANIMAIS ORGÂNICOS O Grupo JBS-Friboi espera dobrar o abate de bois orgânicos neste ano pa- ra 1.500 cabeças por mês. Embora pouco representativo – responde por menos de 0,5% do abate total do grupo –, o segmento orgânico apresenta remuneração com valores de 10% a 15% maiores em relação ao produto convencional. “Apostamos neste nicho porque acreditamos que ele é o mercado de amanhã”, diz Zanone Campos, diretor de industrializados do grupo, que no ano passado faturou R$ 4,2 bilhões. Criados a pasto tratado com adubos orgânicos e livre de agroquímicos, os bois orgânicos são vacinados contra doenças como a febre aftosa, mas as demais enfermidades são tratadas com homeopatia. O transporte até o abatedouro é feito em caminhões próprios e a linha de abate precisa ser higienizada antes do início do abate. Todo o processo é certificado pelo Instituto Biodinâmico (IBD). Rastreabilidade na exportação da carne C om a necessidade de atender cação da origem e do destino dos aos requisitos do mercado produtos alimentícios para garan- externo quanto à garantia da se- tir sua rastreabilidade, a GS1 gurança alimentar e da rastreabi- Brasil, entidade multissetorial, lidade da carne, os exportadores sem fins lucrativos, tem assesso- brasileiros têm se adequado para rado as empresas exportadoras identificar seus produtos e unida- na estruturação das informações des logísticas, em especial nas operações de venda ao mercado Pobres lá e cá Hoje, nos Estados Unidos, 37 milhões de pessoas são consideradas pobres, vivendo com menos de um dólar por dia, de acordo com critérios da ONU. No ano passado, mais 1,1 milhão de americanos caíram para baixo da linha de pobreza. É o equivalente a uma grande cidade, como Dallas. No Brasil, a população abaixo da linha de pobreza, hoje, é de 40 milhões de brasileiros, obedecendo aos mesmos critérios de classificação das Nações Unidas. A diferença é que a população dos Estados Unidos está, hoje, em 296 milhões de habitantes e a do Brasil, apenas ultrapassou 180 milhões. necessárias para que se utilize a simbologia GTIN 128. europeu. Devido à Regulamenta- Mais informações: ção EC 178/02, que entrou em 0800-1100789 vigor em 2005 e exige a identifi- www.gs1brasil.org.br ANUÁRIO 2007 179 EM QUEDA CARNE E OUTROS ALIMENTOS FICARAM MAIS BARATOS Só entre janeiro e abril deste ano, três produtos freqüentes na dieta do brasileiro tiveram seu preço reduzido. Nos três primeiros anos do governo petista, a inflação acumulada chegou a quase 25%, mas os alimentos subiram apenas 9% - o que tem uma repercussão notável no orçamento de famílias menos abastadas. CAFÉ -4,8% AGORA ARROZ -5,2% CARNE -6,3% ANTES 2006 1996 2001 Hoje, com o mínimo cotado em 350 reais, compram-se*: Em maio de 1996, o salário mínimo pago na época, de 112 REAIS, comprava os seguintes produtos alimentícios: Cinco anos mais tarde, em maio de 2001, o salário mínimo era 180 REAIS e comprava: 8 kg de CARNE 6,5 kg de CARNE 7 kg de CARNE 20 litros de LEITE 11 litros de LEITE 13,5 litros de LEITE 10 kg de FEIJÃO 6,5 kg de FEIJÃO 7 kg de FEIJÃO 17,5 kg de ARROZ 7 kg de ARROZ 10,5 kg de ARROZ 16 kg de BATATA 8 kg de BATATA 9,5 kg de BATATA 16,5 kg de TOMATE 11 kg de TOMATE 13 kg de TOMATE 10 kg de PÃO 7 kg de PÃO 8 kg de PÃO 2 kg de CAFÉ 1 kg de CAFÉ 1,5 kg de CAFÉ 17,5 dúzias de BANANA 9,5 dúzias de BANANA 12 dúzias de BANANA 10 litros de ÓLEO 3,5 litros de ÓLEO 6 litros de ÓLEO * Para 2006, tomou-se o mês de abril como referência. Em 1996 e 2001, os preços usados foram os praticados em maio de cada ano na cidade de São Paulo. Em todos os casos, os preços foram levantados pelo Dieese. Fonte: Rev. Veja, 31/05/2006 180 SCVCFESP Governo ajuda pecuaristas Atendendo ao pedido da Federa- produtores de Mundo Novo, Ja- go em operações de saída de ga- ção de Agricultura e Pecuária de porã e Eldorado terão incentivos do para abate e deverá ser liqui- Mato Grosso do Sul (Famasul), o de R$ 25 para o boi gordo e R$ dado no momento de entrega aos governo sul-mato-grossense reduziu a carga tributária dos cinco municípios atingidos pela aftosa em outubro do ano passado. Os 16 para fêmeas. O valor será pa- frigoríficos. BRASIL DEVE EXPORTAR MAIS CARNE EM 2006 As previsões de exportação para o setor pecuário são boas para 2006. De acordo com estimativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), em 2006, os embarques de carne bovina deverão crescer 15 %, chegando a uma receita de US$ 3,62 bilhões e volume de 2,5 milhões de toneladas. Apesar da aftosa. ABATES OFICIAIS NO RS CRESCERAM EM 2005 O número de abates oficiais no Rio Grande do Sul (RS) aumentou 15% no ano passado em comparação a 2004. O registro vem do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), que aponta um incremento de até 80% no ano passado em relação a 2002. AUSTRÁLIA AUMENTA EXPORTAÇÕES DE CARNE A indústria australiana de carne bovina, que detém melhores preços do que a nossa no mercado internacional, deve ter mais um bom ano pela frente, sustentado pela firme demanda nos principais mercados, segundo projeção feita pela consultoria Meat & Livestock Austrália Lida (MLA). As exportações de carne desossada foram estimadas pela consultoria em 920 mil toneladas, um aumento de 1,2% sobre 2005. FRIBOI INVESTE Um dos maiores exportadores de carnes da América Latina, o frigorífico Friboi, assinou, no fim de março, um protocolo de intenções com o governo do Rio Grande do Sul para a instalação de uma unidade em São Borja, a 583 km de Porto Alegre. Segundo Hermes Ribeiro, diretor da Coordenadoria do Agronegócio e Agroindústria, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado, o projeto deverá começar a ser desenvolvido ainda este ano. ANUÁRIO 2007 181 ÍNDICE REMISSIVO 1997 Condições mínimas para os estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal para consumo humano Modelo de Quadros para Afixação SUÍNOS - Suinocultura no Brasil / Cadeia Produtiva da Carne Suí- Obrigações do comércio para na no Estado de São Paulo / Flu- 1997 xograma da Cadeia Produtiva de Carne Suína no Estado de São Como Navegar na internet? Paulo / Rebanho Suíno Paulista / Composição Racial do Rebanho / Plantas Entreposto de Carnes Vinho: Veja como combiná-lo Estimativas da Distribuição do Re- com alimentos banho Suinícola e da Produção por Divisão Regional Agrícola, Es- Embalagem Plantas Espetinho e Fábrica de Conservas Industrialização Capa: As fotos da capa do Anuá- tado de São Paulo, 1994 / Estru- rio 1997, foram realizadas nas tura de Abate e Processamento / lojas do Shopping do Churrasco, Distribuição dos Matadouros-Fri- Casa de Carnes Guimarães, Fri- goríficos sob Inspeção Federal carnes, Special Cuts; todas loca- por Divisão Regional Agrícola, Es- lizadas na Grande São Paulo. tado de São Paulo, 1994 / Fluxograma de Abate e Processamento Receitas para Fabricação de Salsichas, Mortadela e Linguiça de Suínos, no Estado de São Paulo / Distribuição e Consumo Minimercado 1998 AVES - Frango de Corte / Partici- Plantas Entreposto de Carnes Padronização de Cortes de Carne Bovina Lucros Dados Estatísticos Padronização de Cortes de Carnes de Aves Planta Micro Abatedouro de Aves Padronização de Cortes de Carne Suína O Ritual do Churrasco Legislação 184 SCVCFESP pação por Estados na Produção BOVINOS - Perspectiva para a de Frangos / Associação Paulista Carne Bovina no Mercado Glo- de Avicultura - Brasil 1996: Par- balizado / Tendência do Consu- ticipação no Alojamento de Pin- mo / O Boi em Pedaços / Fluxo- tos de Corte / Associação Paulis- grama de Abate e Processamento ta de Avicultura Brasil Consumo de Bovinos, Estado de São Paulo de Carnes / Fluxograma da Pro- / Produção de Carne Bovina no dução de Frango de Corte / Aba- Estado de São Paulo / Estimativas te de Frangos em São Paulo / Dis- da Distribuição do Rebanho Bovi- tribuição Regional e Capacidade no e da Produção por Divisão Re- dos Frigoríficos Paulistas sob Ins- gional Agrícola, Estado de São peção Federal / Abatedouros Paulo, 1994 / Estrutura de Abate Paulistas sob Inspeção Estadual / no Estado de São Paulo / Insensi- Varejo / Participação dos Tipos bilização no Abate de Bovinos / de Varejo nas Vendas de Alimen- A Carne desossada e a Portaria tos (3) e nas Vendas Totais do Nº 304 / Cadeia Produtiva de Varejo (4), Brasil / Participação Carne Bovina / Ambiente Institu- Percentual dos Equipamentos Va- cional / Conselho Nacional de rejistas na Venda de Frango / Pecuária de Corte CNPC Ovos / Participação Percentual dos Equipamentos Varejistas na OBRIGAÇÕES - Departamento pos de Carne Bovina / Cãlculo Venda de Ovos / Fluxograma da Jurídico do Preço da Carne Suína no Varejo / Suinocultura no Brasil / Cadeia Produtiva do Ovo no EsAÇOUCIA - Você quer sair da Cadeia Produtiva da Carne Suína Crise? / Investir na Qualidade no Estado de São Paulo / Cortes ENTREVISTAS - Pequena Empre- para Vencer Desafios / Padroniza- de Frango / Frango de Corte / sa e Sistema Tributário / Atuação ção e AçouCia Participação por Estados na Pro- tado de São Paulo dução de Frangos do Ministério Público Sobre Produtos de Origem Animal DEBATES - Tecnologia para a OPINIÃO - Como se Fabrica um Clandestino / Mercado e Repres- NOVA CASA DE CARNES E A são / Questão Socioeconomica REDE AÇOUCIA - A Nova Casa Produção do Superprecoce / Pro- de Carnes / Algumas Sugestões dução e Mercado de Carnes / para Montar Uma Casa de Car- Participação do Brasil na Produ- 1999 ção e Exportação / Desempenho lesterol / Piemontes CONSUMIDOR - Distúrbios de Alimentação / O Transporte de Carnes Frigorificadas / FIPE Revela Novos Hábitos Alimentares / Embalagem / Automação Comercial Gerais para Ser Bem Sucedido / Atendimento / Mudou o Perfil das Carnes Durante os últimos 10 anos / Carnes com menos co- nes / Equipamentos / Condições do Cliente / Comunicação / Da ANÁLISE DE MERCADO - Brasil Razão à Emoção / Higiene / em Relação ao Mundo / Locali- Apresentação / Conservação e zação e Concorrência / Perfil do Refrigeração de Carnes e Emba- Consumidor de Carnes / Ten- lagens / Embalagens / s Cortes dência do Consumo / Fipe Reve- da Carne Bovina / Conceituações la Novos Hábitos Alimentares / Gerais / Quarto Dianteiro / O Perfil Atual do Comércio Va- Quarto Traseiro / Desossa do rejista / Cadeia Produtiva Bovina Quarto Dianteiro Bovino / De- / Pesquisa sossa do Quarto Traseiro Bovino DICAS - Como amaciar e amole- / Como Cortar a Carne na Prepa- cer carnes / O perigo dos raios / ABERTURA Fuga de Energia Elétrica / Coleta PASSO A PASSO - Procedimen- Seletiva / Geladeira / Conserva- to Padrão / Do Simples ao Esta- LEGISLAÇÃO - Código Sanitário ção do Banheiro dual / Simples Federal para o do Estado / Lei Estadual nº 8.208 DO NEGÓCIO ração / A Picanha Comércio / Registro no SISP / de 30 de Dezembro de 1992 / VÁRIAS - Pecuária / Selo vai cer- Condições Técnicas SISP / Breve Código Sanitário Municipal de tificar qualidades de açougues / Histórico do SISP Alimentos / Quadro de Avisos / Porto diz que o Público não acei- A Legislação Trabalhista / Código ta os anabolizantes / Exportação / PERSPECTIVAS DE LUCROS - de Defesa do Consumidor / Segu- Missão Japonesa vem investigar Orçamento de Equipamentos e rança e Saúde Ocupacional / Al- Microempresas Acessórios / Simulações de Lu- gumas das Normas Regulamenta- cro / Como Calcular o Preço de doras / Conceitos / Acidentes / RECEITAS - Fígado à Mexicana / Venda da Carne Bovina / Rendi- Procedimentos Legais / Medidas Língua com Purê de Batatas mento Médio dos Diversos Ti- ou Equipamentos de Proteção ANUÁRIO 2007 185 Coletiva / Equipamentos de Pro- na Holanda / Normalização e MERCADO E ORGANIZAÇÃO teção Individual / Obrigações dos Conscientização / Novos conceitos - II Encontro dos Produtores de Empregados / Atividades e opera- / Problemas das Micros e peque- Novilho Precoce / CNC - MPEs ções Insalubres / Programa de nas empresas / Pesquisa / O açou- Quem são? Controle Médico / Cartilha sobre gueiro pensou e o Supermercadis- a Portaria nº 304 / Portaria nº ta fez.... / Decreto nº 45.248 304, de 22/04/96 / Portaria nº CORTES Embalados / Carnes de Aves / Carnes Suínos e Outras 89, de 15/07/96 / Portaria nº CORTES - Brasileiros / Holande- 90, de 15/07/96 / Portaria nº ses / Argentinos / Chilenos / 145, de 01/09/98 Uruguaios DICAS VÁRIAS - Churrasco / Informática / Internet / Vitelo / Portaria nº FORNECEDORES - Fornecedores 304 e 145 / Carne Bovina: sua de Equipamentos / Informações importância na alimentação Carnes / Carnes de Peixes / Espetinhos / Temperado BOVINOS - Pecuária de Corte / Nelore AVES - Mercado Brasileiro de Frango / ano 2000 / Recomenda- Gerais: Feiras, Eventos e Serviços / Telefones e Códigos Especiais BOVINOS - O poder do agrone- ções para quem Compra e Quem de Serviço gócio / O Brasil vencendo a febre Vende / Alerta ao Consumidor aftosa SUINOS - Rebanho Brasileiro NOTÍCIAS - Reforma Tributária / Eleições na FCESP / Eleições no SUÍNOS Suinocultura no Brasil Sindicato / Fundação da Rede PEIXES - História e Produção / Açoucia / Registros / Moderniza- AVES - Avicultura / A Favor dos Alguns Cortes de Pescado do ção da Cadeia Produtiva Ovina / Ovos - Colesterol Sea House / Avaliação da pesca Rede Açoucia Escolhe seu Primei- Extrativa ro Fornecedor / O Abuso dos LEGISLAÇÃO - A Responsabili- Grandes Supermercados / Semi- dade dos Bancos na Abertura de nário: Portaria Ministerial nº 145 Contas Correntes / Conciliação / Erradicar a Aftosa Prévia 2000 ENDEREÇOS IMPORTANTES VAREJO - Varejo de carnes avan- de Cordeiro / Caprinocultura / Avestruz NOTICIÁRIO 2001 çado / Entrevista com Dr. Júlio Cé- CARNES ESPECIAIS - Consumo SAÚDE - O Infarto Segundo as Regiões / Febre Aftosa / Saúde em Risco JURÍDICO - Legislação / Tabelio- sar Augusto Pompei / Comerciali- natos, suas atribuições legais e zação de carnes na Holanda / En- funções trevista com Daniel Wouters / A VAREJO - Varejo, o tempero e a rede Keurlager de açougues holan- embalagem / Opinião / Consu- deses / A formação de açogueiros midor 186 SCVCFESP CNPC Avaliação / Embrapa NOTICIÁRIO 2002 VAREJO - Arte do Tempero/ Renovar e Administrar/ Pechinchas Lucrativas/ De volta à mercearia e ao açougue/ Etqueta no Varejo/ Embalegem/ Alimentos orgânicos crescem no mercado/ Como se tornar um produtor orgânico certificado? / Como melhorar o atendimento do Sindicato junto a sua categoria?/ CONSUMO - Churrasco com reconhecimento mundial / Sindicato Pesquisa Tendência do Mercado de Carnes / BOVINOS - Mercado/ Mega Projeto da Embrapa estuda viabilidade do boi construído / Abate e Tecnologia / Rastreabilidade/ A importância da carne na alimentação/ Transporte/ Composição do Preço da arroba do boi/ Vacina contra aftosa não deixará marcas no gado/ Carne clandestina pode matar/CNPC PECUÁRIA 2001/ Recordes Mundiais/ Comportamento da Pecuária Bovina no Brasil/ Exportações/ Sugestões e Observações/ Abate Kosher - Judaico/ Qual o potencial da China? / Qual o consumo de carne em São Paulo?/Produção Paulista de Bovinos (2001) / A vaca mais cara do mundo/ Acougueiros profissão hereditária/ Prioridade à saúde do nossos rebanhos/ COURO - História do Couro/ carne suína/ O Comércio na dé- Potencial/ Tributação / Polêmica/ cada de 90 / Antibióticos podem Calçados X estofamentos/ gerar nova barreira não - tarifária/ O mito da carne de frango/ Mini SUINO - Brasil das suinocultu- Enciclopédia. ras/ Unidade Móvel / Qualidade da carne suína/ 2003 AVES - Produção de carne de frango bate recordes / Entrevista / Ovo é saudável / Matrizes de NOTICIÁRIO Corte/ Frango: o menor custo de produção do mundo/ Mercado VAREJO Interno Bonzinho / As Marcas da Carne / - Supermercado PESCADO - Peixe é caro / Balan- Novan Lei permite o Comércio ça do pescado já é favorável ao de Carnes Temperadas / Grandes Brasil/ Pesca no mundo/ Redes passam a disputar espaços com financeiras / Pequeno varejo CARNES ESPECIAIS - Cordeiro / cria um novo modelo de cresci- Vitelo/ Produção do vitelo de mento Combate à Inadimplência carne branca e carne rosa/ Javali: / Para ser um Grande Vendedor / escala para produção em cativei- Prezado Companheiro / ro de carne de caça/ História e São Pauto cumpre sua missão Senac Consumo/ Avestruz/ Congresso Mundial e Brasileiro de Estrutio- CORTES - Cortes Bovinos / cultura/ Abate de Avestruzes Sindicato realiza cursos Gastronomia 2003 JURÍDICO - Flexibilização / Horas extras/ Banco de horas/ Descanso semanal/ Renovação do contrato de locação/ Alckmin reduz ICMS para espetinhos de carne/ Avestruz sob responsabilidade do Mapa/ Uma história de sucessos / Veja como ficou e como ter acesso ao financiamento: OPINIÃO: Pecuária, uma demonstração de competência/ Atualização sobre os níveis de colesterol, gordura e calorias da CNPC - Grandes Exportadores de Proteína / Vencendo a Barreira da Aftosa / História da Campanha Nacional de Combate à Febre Aftosa / Diagnóstico das Exportações para o Setor de Carnes / Japão: O Grande Destino da Carne Norte-Americana / Exportações Brasileiras em 2002: Recorde Absoluto / Rastreabilidade Obrigatória para Exportação / Mercado Mundial: Previsões de Queda na Produção / Mercado ANUÁRIO 2007 187 Interno e Produção / Pecuária Bovina: 20 anos de evolução / Na Outra Ponta da Cadeia / Genoma vai melhorar o gado Nelore / Informações Úteis: Atenção Pecuaristas / Agronegócio COURO - Desenvolvimento da Indústria do Couro / Cadeia Produtiva do Couro / A boa notícia / O couro e o agronegócio / Peles de animais / Cuidados que se deve tomar para garantir uma vida longa à roupa de couro / As valiosas peles de avestruz e ema SUÍNOS - 2002: um grande ano para as exportações de suínos / Mercado Interno AVES 31% do Comércio Mundial / Rastreabilidade para as Aves / Indústria e Meio Ambiente / Mundo / Perspectivas para a Avicultura Brasileira CARNES ESPECIAIS - Ovinocaprinocultura / O Ovo do Avetruz / Cortes PEIXES - O Peixe na Era do Consumidor SAÚDE - Saúde e Alimentação / A Brucelose / Vilão dentro de casa / Dicas para uma alimentação balanceada em sódio e sal MOSAICO IMPRENSA - Produtores rurais vão ter renda mínima / Agrishow 188 SCVCFESP prioriza pequeno produtor / Orgânicos / Exportação é tema da feira de gado zebu / UE proíbe entrada de viajantes com derivados de carne / Boi Gordo / Brasil faz primeira venda de carne bovina à China / Crescem exportações de suínos nos Estados Unidos / Pesquisa demonstra preferência dos consumidores / Desossa de carne bovina a quente permite rápida separação de cortes nobres / Entidades analisam riscos à segurança nos EUA / Fazenda Maverick Ranch lança carne moída Certified / BeefAngus / Bioterrorismo pode afetar exportações / Cuidado com a Alça / Fugir do trivial, a receita para os açougues / Pecurista do Paraguai investe no Brasil / Americanos buscam terra para comprar no Brasil / Programa educacional da ABAG FISCALIZAÇÃO 2004 VAREJO - Conhecimento, qualidade, capacitação, cooperação /A fachada da loja / Decifra-me ou esqueça / Quais as cores que devemos utilizar na fachada e na loja? / O cheiro de carne / Em busca da qualidade / Informática: uma ferramenta fabulosa / Lojas de vizinhança e marca própria / Mão-de-obra: fundamental para o sucesso do pequeno comércio / Veja a força do Estado de São Paulo / O pequeno comércio requer uma relação com o cliente / Mesa São Paulo tem agora caráter nacional CNPC - O maior rebanho comercial do planeta e o maior expor- LEGISLAÇÃO - Novo Código tador / País exporta genética bo- Civil e as empresas / Convenção vina / A fronteira avança para o Coletiva de Trabalho / Banco de Pará / Palavra de Ministro / Pe- Horas / Código de Defesa do cuária Bovina: uma revolução de Consumidor / Código Sanitário apenas 20 anos / negativo fica do Estado / Portaria nº 304, de por conta da renda do pecuarista 22 de Abril de 1996 / Você sabe / Pecuaristas Questionam Lucro / o que é Conciliação Prévia? / Soja / Pecuária / Ações contra af- Decreto nº 45.248, de 28 de tosa devem ser reforçadas no setembro de 2000, 17/07/2003 Norte e Nordeste Diário Oficial do Estado de SP do dia 29 de setembro de 2000 / COURO - Couro e Mercado Ex- Diário Oficial do Estado de SP - terno / Brasil perde US$ 1 Bi / Volume 111 - Número 243 São Ano por defeitos no couro Paulo, quinta-feira, 27 de dezembro de 2001 IMPRENSA 2005 SUÍNOS - Recuperação de preços ajuda mercado de suínos / PEIXE - Camarão de cativeiro: de longe o mais produtivo / Aqüicultura: a revolução do peixe/Ostras em Santa Catarina / Novas Ameaças: peixes híbridos Exportações / Matérias, publicadas em 2003 NOTICIÁRIO AVES - Frango tem queda no MICROEMPRESA - O que é mi- consumo / Exportações / Frango cro e empresa de pequeno porte deve tomar o lugar do boi no - MPE? / Legislação (CADE) e mercado / Peru / Em 2004, cria- Concentração / Imprensa / Ações dores reduzem o abate/Aumento do Sindicato/Fecomércio / Micro da renda e de consumo / Cruza- e pequeno empreendedor: o mentos com o galo índio de bri- principal agente do desenvolvi- ga e galinhas caipiras mento CARNES ESPECIAIS - Carneiro / REFORMA SINDICAL - Um bre- Consumo e Abate / Obstáculos ve histórico da Reforma Sindical / para Evento: a Ovinocultura / Uma alternativa à Padronização de um sistema de Reforma Sindical em 26 de abril cortes da carcaça ovina / A Carne de 2005 / A Fecomércio e a Re- de Avestruz começa ocupar seu forma Sindical / A Fecomércio e a lugar no mercado / Búfalo: co- Reforma Sindical / Sindicato - mendo como se fosse boi Breve relato / Em defesa da Unicidade Sindical / Contribuição PESCADO - Aquacultura: potencial começa a se revelar / Brasil é acusado de dumping / Espécies nativas / Tilápia: espécie gerou US$50 milhões em 2002 SAÚDE - Riscos e Barreiras / Foco Sindical BOVINOS - Tecnologia, ração e confinamento / A questão da aftosa / Exportações mundiais de carnes caem COURO - Sapatos / Couros / de aftosa no Pará / Influenza Aviá- Programa Brasileiro da Qualidade ria: o risco são as aves migrató- do Couro / Gelatina: Brasil é o rias / Lara quer identificar vírus / maior celeiro fornecedor de gela- Encontros da ABCZ defendem tina de pele bovina qualidade da carne bovina AVES - Aves: na liderança munLEGISLAÇÃO - Portaria 2.535/ dial / H5N1 ameaça o ocidente CARNES ESPECIAIS - Avestruz: Brasil já é quarto produtor mundial / Maior empreendimento do avestruz em cheque / Cordeiro: importação tem que dar conta do mercado / Búfalos: sucesso da mussarela LEGISLAÇÃO - Legislação / Como se faz a homologação da rescisão do contrato de trabalho / Jurisprudência IMPRENSA - Curtas / Lições Americanas para se vender mais carne bovina/Banco Mundial doará US$ 500 milhões para plano contra gripe / 6º Congresso Brasileiro das Raçãs Zebuínas / Febre aftosa / Sanidade x Mercado / Como escolher o carvão / Fogo no relógio / Produção pecuária do Estado de São Paulo / A contribuição social do idoso NECESSIDADE HUMANA DO ALIMENTO CÁRNEO - Ácidos graxos essenciais (precursores) em carnes / Mitos e Realidades da Importância da Carne Bovina / Carne bovina e performance nos exercícios / Importância da gordura para a qualidade da carne 03-SMS.G / Carta de Bertioga / A Instrução Normativa nº 9 trata da SUÍNOS - Problema para os suí- Classificação de Carcaças nos: concentração de compradores TECNOCARNE 2005 - Espetinho Modelo ANUÁRIO 2007 189 Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo Praça da República, 180 - 6º andar – São Paulo (SP) Tel.: (011) 3231-3113 – Fax: (011) 3255-2371 CEP 01045-000 RPM Editora Rua Sen. Roberto Simonsen, 709 – S.C.S. – SP Telefax: (011) 4221-4840 Conselho Editorial Manuel Henrique Farias Ramos, Rubens Belloto Portella e Vandoraide Alice Dias [secretária] Projeto Gráfico Eron Silva Editoração Eletrônica Mônica Campello Rangel Rodrigues Ilustrações Fernando Roberto Dias da Costa Fotos das Casas de Carne Nilton Silva Departamento Jurídico Dra. Fabiana Lima Farias Ramos Consultor Contábil Pedro Fernandes da Costa Filho Dezembro/2006