Edição PDF - Gazeta Rural

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Edição PDF - Gazeta Rural
Director: José Luís Araújo
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B
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Fe
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N.º 261
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15 de Dezembro de 2015
|
Preço 2,00 Euros
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2016:
Em clima de…novidades
"Plantar e cuidar para colher"
www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF
Sumário
04 Feira Gastronómica do Porco distingue-se pela
“aposta na qualidade e na genuinidade”
06 ‘Saborearte’ deu o mote à Feira do Fumeiro de
Montalegre
08 No Sabugal presépio com 700 metros quadrados
é atracção natalícia
09 Ovibeja abre inscrições para o Concurso
Internacional de Azeites Virgem Extra
10 Viseu terá em 2017 um “grande evento” virado
para o sector primário
14 Adega de Silgueiros vai lançar novos vinhos
monovarietais
15 2015 foi um ano “positivo” para a UDACA
16 Adega de Penalva apresenta um novo Espumante
Reserva
17 Cinco mil pessoas participaram nos Vinhos de
inverno em Viseu
18 Região do Douro dispõe de Manual Técnico para
Protecção do Solo em Viticultura de Montanha
19 Sustentabilidade ambiental é uma aposta dos
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produtores da Região do Tejo
20 Confederação dos Agricultores de Portugal lança
“CAP Mercado de Agricultores”
22 Sever do Vouga homenageou pioneiros do mirtilo
em Portugal
25 Projecto para produzir e exportar pistácio visa
facturação de seis milhões em 5 anos
26 Fórum em S. Comba Dão discutiu estratégias e
oportunidades para o sector florestal
29 Tecnologia oferece soluções para reaproveitar
resíduos dos lagares de azeite
30 Investigadores do Porto descobrem antídoto
contra cogumelo venenoso mortal
31 Estudo da UTAD revela vantagens do uso de urina
de vaca na fertilização agrícola
33 Produtores de castanha unem-se para combater
vespa do castanheiro
35 Alterações climáticas vão afectar seriamente o
trabalho no futuro
36 Licínio Pina foi reeleito presidente do CAE do
Crédito Agrícola
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hotelaria e restauração no concelho, já que os restaurantes
ficam bem compostos, o que nos permite dizer que o volume
económico gerado à volta da Feira Gastronómica do Porco vai
muito para além daquilo que é comercializado na Feira.
Ao mesmo tempo, a Feira Gastronómica do Porco funciona
também como uma “montra” dos nossos produtos, abrindo
portas para que os nossos agricultores possam rentabilizar
economicamente o seu trabalho com vendas ao longo de todo
o ano e não apenas durante os dias da Feira.
Sublinha o presidente da Câmara de Boticas
Feira Gastronómica do Porco distingue-se
pela “aposta na qualidade e genuinidade”
O município de Boticas abre, de 8 a 10 de Janeiro de 2016,
o ciclo de eventos dedicados ao fumeiro, com a realização da
XVIII Feira Gastronómica do Porco, certame que teve um primeiro momento, para abrir o apetite, na Saborearte, certame
que decorreu no início de Dezembro no edifício da Alfandega
do Porto, promovido em conjunto com o município de Montalegre.
No lançamento do evento, à Gazeta Rural, o presidente da
Câmara de Boticas diz que a Feira Gastronómica do Porco “é
já um evento de referência na região”, com um volume negócios directos na ordem dos 450 mil euros. Fernando Queiroga
diz que na edição de 2016 espera contar com cerca de “70 mil
visitantes”.
Gazeta Rural (GR): O que representou a participação na Saborearte para Boticas e como é que essa
participação se pode reflectir na Feira Gastronómica
do Porco?
Fernando Queiroga (FQ): A participação na Saborearte
teve como principal objectivo promover a XVIII Feira Gastronómica do Porco junto de um potencial público que poderá visitar
o certame. Mas, acima de tudo, tratou-se de levar os nossos
produtos a um espaço diferente, dando a conhecer um pouco
da gastronomia do concelho e do melhor que se faz nestas terras de Barroso. Esta acção poderá não ter um impacto directo
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na nossa Feira, mas foi mais um passo positivo na divulgação e
na construção da notoriedade destes produtos, bem como da
gastronomia de reconhecida qualidade que a nossa terra tem
para oferecer.
Importa, sobretudo, dar a conhecer a todos a qualidade dos
produtos da nossa terra e as nossas potencialidades, levando
as pessoas a querer visitar o nosso Concelho e a procurar descobrir um pouco melhor tudo o que temos para oferecer.
GR: A Feira abre o ciclo de eventos ligados ao fumeiro. Que perspectiva tem para a mesma?
FQ: A Feira Gastronómica do Porco é já um evento de referência na região, que conseguiu consolidar-se ao longo das
suas edições e que tem garantido um número de visitantes
cada vez maior, que em 2016 estimamos possam chegar aos
70 mil.
É um evento sobretudo de promoção e divulgação dos nossos produtos tradicionais, que tem também presente a vertente económica. Calculamos que este certame gerará um volume
de negócios directos na ordem dos 450 mil euros, resultantes
da venda de aproximadamente 40 toneladas de fumeiro, o que
é já bastante significativo e representa um importante complemento económico para os nossos agricultores.
Paralelamente, nestes dias o grande número de pessoas que
nos visitam permite que haja um grande acréscimo ao nível da
GR: Há algum destaque especial nesta feira, em relação às anteriores?
FQ: Este certame não se resume apenas à venda de fumeiro.
É muito mais do que isso, já que tem um enfoque muito virado para a vertente gastronómica, o que é conseguido com a
presença dos restaurantes, as “Tasquinhas” como gostamos
de lhes chamar, presentes dentro do recinto e que servem refeições durante os três dias do certame, sendo possível degustar “in loco” os pratos da gastronomia tradicional que giram
em torno da carne de porco e dos enchidos, como o cozido à
barrosã, o arroz de costelinhas de vinho e alho, as assaduras,
entre outros.
A conjugação destes factores permite que o visitante possa
degustar os nossos produtos tradicionais e que depois possa
adquirir alguns deles para levar para casa, tendo ainda ao seu
dispor stands de artesanato e de outros produtos de consumo
alimentar, como o pão, o folar, o mel, entre outros.
Este ano procuraremos imprimir uma nova imagem à Feira, sobretudo através da utilização de novos stands e de uma
disposição diferente dos mesmos, inovando um pouco relativamente às últimas edições, onde praticamente não houve
alterações. São pequenos aspectos que contribuirão para um
espaço “renovado” e mais atractivo e que darão ainda mais
destaque aos produtos, que são os verdadeiros “reis” desta
Feira.
GR: Como sente os produtores de fumeiro da região,
depois de tudo o que se passou no Verão passado?
FQ: Houve uma grande confusão à volta de um produto de
uma marca específica, que se generalizou erradamente a todo
um sector. Estamos atentos, mas sinceramente não estamos
preocupados que isso possa afectar a nossa feira, até porque
na Feira Gastronómica do Porco estão apenas presentes produtos confeccionados de forma tradicional e não produzidos
industrialmente.
A aposta na qualidade e na genuinidade dos produtos é o
que nos distingue. Quem nos visita sabe perfeitamente que só
vai encontrar o que de melhor temos para oferecer, com todas
as garantias de qualidade. O processo de acompanhamento
por parte dos nossos serviços médico-veterinários de todas
as fases de produção do fumeiro mantém-se, sendo garantia
de que tudo é produzido dentro das mais rigorosas normas de
higiene e qualidade.
Ao mesmo tempo, a entrada de produtos no recinto da Feira
tem de passar pelo controlo de qualidade, que garante que só
o fumeiro e os derivados do porco que obedecem a todas as
normas exigíveis é que podem ser vendidos no certame, dando
garantias da sua qualidade.
GR: Como vê, hoje, o sector primário do concelho e
o que representa para o concelho?
FQ: O sector primário é muito representativo no concelho de
Boticas e continua a ser o que representa a maior ocupação da
nossa população. Nos últimos anos tem conhecido um grande
impulso, com muita gente a regressar à terra e muitos jovens
a desenvolverem projectos agrícolas e a estabelecerem-se
como jovens agricultores. São projectos ligados, sobretudo, à
pecuária, nomeadamente à produção de gado bovino e suíno.
A Feira do Porco tem funcionado, em boa medida, como
um estímulo a que haja cada vez mais pessoas a dedicarem-se à criação de porcos e, consequentemente, à produção de
fumeiro pelos métodos tradicionais, já que vêem futuro nesta
actividade e boas oportunidades de comercializarem os seus
produtos, sendo, por isso, uma actividade bastante atractiva.
Têm surgido vários pedidos para instalação de cozinhas de
vendas directas, o que nos faz acreditar que a continuidade da
tradição, associada à inegável qualidade dos produtos, está
assegurada, dando ainda mais sentido à realização desta Feira,
bem como de outras similares.
Os nossos agricultores têm capacidade e conhecimento
para produzir em qualidade, mas necessitam de mecanismos
que lhes garantam a venda do seu produto, o que este género
de certames faz na perfeição.
Web: www.ruralturismo.net | E-mail: [email protected]
Telef./Fax: 276 415 486
5460-304 Boticas – Trás-os-Montes
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apontam para Montalegre, que no fundo é a sua capital. Porém, o Barroso é Montalegre e Boticas. Aliás, temos uma parceria com o município de Boticas no Ecomuseu de Barroso, que
é a grande montra ou grande janela da entrada no território.
Portanto, se temos essa parceria para algo intrinsecamente
forte e tão cheio de identidade, todo o resto tem necessariamente também de ser partilhado, na forma como as pessoas
vivem o seu dia-a-dia e as amizades que se criam, tudo isso faz
com que esta identidade se reforce e possa derivar para outros contextos, como aconteceu nesta aposta do fumeiro, mas
também na carne barrosã.
Há um conjunto de coisas que são do Barroso, um território
vastíssimo que abrange os dois concelhos. Podemos avançar
para iniciativas conjuntas, as mais diversas, e vamos naturalmente faze-lo, porque enquanto autarcas, de um e de outro
lado, estamos sem complexos, sem disputas e sem egocentrismos, pois estamos conscientes de que o futuro faz-se irmanando-nos todos e até alargando o espaço para, no âmbito da
CIM, começarmos a dar maior visibilidade à região e tratar as
coisas desse modo. Esse é o futuro, pois sozinhos não vamos
a lado nenhum.
Decorreu no Edifício da Alfandega do Porto
‘Saborearte’ deu o mote
à Feira do Fumeiro de Montalegre
Um dos maiores eventos gastronómico do norte do país vai
decorrer de 21 a 24 de Janeiro de 2016. A Feira do Fumeiro de
Montalegre comemora as bodas de prata, tendo o primeiro
acto decorrido no início de Dezembro no Edifício da Alfandega
do Porto, com uma mostra de produtos do Barroso, numa iniciativa conjunta dos municípios de Montalegre e Boticas.
Este foi, aliás, foi o mote da conversa da Gazeta Rural com
Orlando Alves. O presidente da Câmara de Montalegre defende
a união da região do Barroso na promoção dos seus produtos,
apostando em marcas, ou marca, com notoriedade nacional.
O autarca é muito crítico em relação ao que tem sido feito no
nosso mundo rural, afirmando mesmo que “atravessámos 40
anos de democracia a destruir muito da nossa identidade e do
nosso futuro”.
Gazeta Rural (GR): O Saborearte foi um bom lançamento
para a Feira do Fumeiro de Montalegre?
Orlando Alves (OA): Sim, esta foi a primeira etapa. Nós temos
a obrigação de pagar o esforço que os produtores de Montalegre fazem aprimorando-se na confecção destes produtos de
qualidade, que ajudaram a fazer o nome da terra. Temos esta
obrigação, desenvolvendo uma grande campanha de divulgação, porque as pessoas que criaram os seus animais e transformaram as carnes, estão a espera de realizar o dinheiro com
que irão passar o resto do ano. Portanto, neste aspecto não
nos retraímos a fazer este esforço financeiro, dentro dos critérios estabelecidos e com a selectividade que se impõe, para
que os muitos milhares de pessoas que gostam do fumeiro, de
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Montalegre, e que já elegeram Montalegre como a “Rainha do
Fumeiro”, temos a obrigação de fazer esse esforço para que
possam ir cada vez em maior número. Isso tem-se verificado e
estou convencido que na edição de 2016 vamos ter novamente uma rica feira.
GR: Uma feira que, há muito, extravasou as fronteiras da região?
OA: A Feira de Montalegre já ultrapassou todos os parâmetros e todos os desafios, como o mau tempo, a neve, a chuva
ou a crise económica e financeira. Todos esses constrangimentos já foram superados. Só temos que nos convencer de
que temos um produto de excelência e que não precisamos de
gastar muito dinheiro na comercialização porque são as pessoas que vão a Montalegre comprá-lo. Portanto, isto tem que
ser acarinhado de todas as formas, é isso que nos cabe fazer e
são essas as atribuições do município.
GR: O Barroso é, como disse, um território vasto com produtos variados e de altíssima qualidade, como o fumeiro, o mel, a
carne e outros. ‘Barroso’ pode ser a marca/chapéu para todos
esses produtos?
OA: É uma marca para muita coisa e até pode servir para fusões, que não vale a pena aqui ensaiar, mas o nosso futuro vai
ter que necessariamente passar por aí. O Barroso é uma marca poderosa, com charme, mas, por exemplo, se analisarmos a
marca Montalegre, esta tem um peso comercial maior do que a
marca Barroso. E se pensarmos em presunto de Barroso, presunto de Montalegre ou presunto de Chaves, este último tem
um peso muito maior no mercado nacional, o que significa que
podemos todos acomodarmos debaixo dessa marca e Montalegre nada tem a perder se iniciar a comercialização debaixo
dessa marca. Nem Montalegre, nem Boticas.
É, porventura, um dos primeiros passos que em conjunto podemos dar, para que a região do Alto Tâmega, que também não
tem peso nenhum, possa ser mais conhecida. Fala-se em Alto
Tâmega e Baixo Tâmega e ninguém sabe onde isso fica, mas se
falarmos na região de Chaves todos sabe onde é. Temos que
abandonar esses preconceitos, esses complexos, e pensar que
o futuro faz-se abrindo as fronteiras do nosso próprio coração.
GR: Um olhar pelo sector primário do concelho ou da região?
OA: O sector primário caiu demasiado fundo e sair de lá não
é fácil. A verdade é que em Montalegre estamos a fazer aquilo
que é devido. Gastamos mais de um milhão de euros do nosso
orçamento a apoiar estas iniciativas e a investir no sector primário.
Sou daqueles que penso, e digo, que ninguém pode perspectivar que há futuro quando viramos costas a nós mesmos,
quando viramos costas aos recursos que temos. Os nossos recursos podem ser pobres, mas aqui há duas gerações as pessoas viviam, se calhar, com mais alegria do que a que temos
hoje. Havia mais pobreza, é verdade, mas havia esperança, havia uma ligação forte à terra e as pessoas não se sentiam tão
enjeitadas pela Pátria como hoje acontece.
Não tendo nós petróleo, nem diamantes, nem ouro, do que
vamos viver? A soberania alimentar é o primeiro passo para
que as demais soberanias se desenvolvam e se implantem em
Portugal, para que possamos sair deste estado descrença, em
que sentimos que toda a gente vive, e que reforçam esta minha
ideia de que atravessámos 40 anos de democracia a destruir
muito da nossa identidade e do nosso futuro.
É verdade que temos muita coisa boa que o 25 de Abril e a
entrada na União Europeia nos trouxeram. É uma verdade indiscutível, mas se calhar trocaria muitas das estradas desnecessárias que temos em Portugal por um bocado de esperança
que é preciso transmitir ao nosso povo e por um bocadinho de
perspectivação de um futuro feito no convívio entre a família e
os amigos, entre os amigos de uma terra que se chama ‘Aldeia’,
de um espaço comunitário que se chama ‘Aldeia’ e que criminosamente está em via de extinção.
GR: Esta aposta numa mostra no Edifício de Alfandega?
OA: Este é um espaço magnífico, que as pessoas da cidade
do Porto conhecem bem. É o segundo ano que aqui estamos,
mas a avalização é positiva, num ano em que partilhámos o
espaço e as despesas com Boticas. Vamos depois fazer a avaliação final.
GR: Este tipo de organização conjunta pode ser um passo
para promover a região do Barroso no seu conjunto?
OA: Quando se fala da região do Barroso, todos os focos
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Prazo termina a 26 de Fevereiro
Ovibeja abre inscrições
para o Concurso
Internacional de Azeites
Pode ser visitado até ao dia 11 de Janeiro
A organização da XXXIII Ovibeja já está a receber amostras para o VI Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra
– Prémio Ovibeja. Com uma posição de destaque no ranking
dos melhores concursos do mundo, este é aberto a todos os
interessados, nacionais e internacionais, que reúnam os requisitos inscritos no Regulamento. As categorias a escrutínio são
Frutado Maduro, Frutado Verde Ligeiro, Frutado Verde Médio e
Frutado Intenso. O prazo para inscrição de amostras termina
no dia 26 de Fevereiro.
O Concurso Internacional - Prémio Ovibeja caracteriza-se
pelo rigor das normas, (a par do mais importante do mundo
– o Concurso Mário Solinas, organizado pelo COI - Conselho
Oleícola Internacional). Entre os procedimentos obrigatórios,
destaca-se a autenticação das amostras por uma entidade
idónea, o uso de recipiente de vidro escuro, sem rótulo e com
sistema de abertura inviolável, o uso de um código de identificação anónimo, sendo ainda classificado através de uma análise química e de uma análise organolética feita por um painel
de prova reconhecido pelo COI.
O júri internacional é constituído por alguns dos mais destacados peritos dos principais países produtores, mas participam
igualmente peritos de outros países essencialmente consumidores, como os Estados Unidos da América, o Japão e a Alemanha, entre outros.
A organização do Concurso Internacional de Azeite Virgem
Extra – Prémio Ovibeja pertence à ACOS – Associação de Agricultores do Sul em conjunto com a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal. A entrega dos Prémios aos vencedores vai ser feita a 23 de Abril, no decorrer da XXXIII Ovibeja.
Presépio com 700 metros quadrados
é atracção natalícia no Sabugal
A Câmara do Sabugal instalou um presépio de grandes dimensões no centro da cidade, numa área com cerca de 700
metros quadrados, que é motivo de atracção turística e que
deixa os habitantes orgulhosos.
Na recriação do presépio de Belém a autarquia utilizou cerca
de 500 toneladas de troncos de castanheiros, heras e musgos,
entre outros materiais recolhidos na Natureza. “Este é o terceiro ano consecutivo que apostamos em fazer uma representação do presépio de Belém com uma forma única e genuína,
indo buscar à Natureza aquilo que é nosso, que são os nossos
castanheiros, os nossos troncos, o nosso material endógeno,
tudo aquilo que nos representa, porque estamos numa zona
rural”, afirmou Delfina Leal, vice-presidente da Câmara do Sabugal.
Segundo a responsável, o presépio que foi instalado no Largo da Fonte, no centro da cidade, que será o maior do género
a nível nacional, é também “um elemento de desenvolvimento
e de atracção” de visitantes para o concelho situado junto da
fronteira com Espanha. A autarca disse que a execução do projecto representou custos “reduzidos” porque praticamente só
foi utilizada mão-de-obra dos funcionários municipais.
Laura Alves, técnica responsável pelos espaços verdes do
município do Sabugal, que coordenou os trabalhos, contou
que a instalação levou cerca de três semanas a executar e envolveu “onze pessoas em permanência”. Quanto ao trabalho
final, disse que “está muito bem conseguido”, ficou “giríssimo”
e surpreende os visitantes que percorrem o espaço, uma vez
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que “o conceito é que o próprio visitante faça parte do presépio” e acabe por ser um figurante.
O presépio contém cerca de uma centena de figuras em cerâmica que a autarquia foi adquirindo ano após ano, atendendo ao aumento da área ocupada, que em 2014 foi de cerca de
300 metros quadrados, indicou Laura Alves.
O recinto natalício, que pode ser visitado até ao dia 11 de Janeiro, agrada a miúdos e a graúdos e deixa os habitantes do
Sabugal orgulhosos. A moradora Isabel Pires disse tratar-se
de “uma óptima iniciativa” para dinamizar aquele concelho
do distrito da Guarda. “É uma coisa nova, está muito bonito
e aconselho toda a gente para o vir visitar, porque realmente
está mesmo muito, muito bonito”, afirmou.
O pequeno João Queiroz, de 04 anos, não encontrou o Pai
Natal, mas gostou do que viu: “o Jesus, a Maria, o José, o burro, a vaca, as ovelhas e os anjos”. Já o habitante José Peixoto
achou o espaço “muito bonito” e afiançou que no distrito não
há “uma coisa igual”. “É um orgulho para o Sabugal”, disse o
homem, que espera que a autarquia continue com a iniciativa
nos próximos anos.
A construção será desmontada após a quadra natalícia, mas
a vice-presidente da autarquia admite a possibilidade de o
município “transformar o Sabugal num presépio permanente”.
“Talvez fosse mais um motivo de atracção” a juntar a outros
que já existem no concelho, disse Delfina Leal, observando que
“ele [o presépio] insere-se perfeitamente dentro daquilo que é
a ruralidade” local.
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de que mais rapidamente pode ter o seu desenvolvimento é a
agricultura. No fundo, o que pretendemos é usar o sector primário como instrumento de fixação de pessoas, mas também a
criação de riqueza para o território.
15 de Dezembro
didaturas
a da Cruz
GR: No início da década de 90, no primeiro mandado
do seu antecessor, Viseu teve um grande evento virado
para o Mundo Rural, que foi reiterado em 2008. Para
além da Feira de S. Mateus, Viseu vai ter algum certame mais abrangente, em torno dos nossos produtos
endógenos, ou estes ficam disseminados noutros eventos que a Câmara organiza?
AAH: Há especializações diferentes. Vamos ter o calendário
de eventos ligados ao vinho, os Tons da Primavera, vamos incrementar a Festa das Vindimas e os Vinhos de Inverno, com o
figurino que já formatámos. São três eventos que Viseu e o País
reconhecem, que iremos promover mais fora de portas e que
têm como foco o vinho. Nos Vinhos de Inverno introduzimos o
Festival Literário; na Festa das Vindimas temos a Meia Maratona do Dão, um evento marcante do ponto de vista nacional, e
no Tons da Primavera o Street’Art, que este ano lançámos. No
fundo acoplamos a vertente cultural aos vinhos e estabilizamos estes eventos. Por outro lado, a Feira de S. Mateus cada
vez se tem vindo a assumir, tendo o Dão como seu enfoque
principal e o seu vinho oficial. Na edição de 2017 vamos dar
uma grande importância ao artesanato e aos produtores locais. Haverá um espaço na Feira muito virado para esta vertente, onde se continue a estimular a promoção do vinho do
Dão e provas vinhos.
Falta claramente um evento especializado. Esta é uma região agrícola e, de facto, há muitos anos realizou-se um grande
evento. No calendário que definimos com os nossos parceiros,
está previsto que em 2017 se realize um grande evento, que já
está a ser preparado, para fazer a sua primeira edição numa
lógica bastante profissional. Viseu vai ter uma feira virada para
o sector primário, que não se irá chamar como a anterior, até
porque hoje pede-se um nome mais apelativo.
Adiantou António Almeida Henriques
Viseu terá em 2017 um “grande evento”
virado para o sector primário
Viseu vai ter, em 2017, uma feira virada para o sector primário, “um evento especializado”, que está a ser preparado desde
o ano passado. A garantia foi dada por António Almeida Henriques em entrevista à Gazeta Rural.
O presidente da Câmara pretende que Viseu “assuma com
orgulho a sua condição de concelho agrícola”, garantindo o
reforço da aposta de Viseu como Cidade Vinhateira, mas também o investimento nas freguesias rurais de forma a criar condições para a fixação de pessoas. António Almeida Henriques
adiantou ainda que na edição de 2017 da Feira de S. Mateus
“vamos dar uma grande importância ao artesanato e aos produtores locais”.
Gazeta Rural (GR): 2015 foi o ano de afirmação de
Viseu como uma cidade que aposta no sector primário?
António Almeida Henriques (AAH): Viseu assumiu-se
claramente como uma Cidade Vinhateira, nesta aposta que a
autarquia fez desde há dois anos, uma vez que o vinho é um
dos produtos endógenos de maior valia desta região.
Tendo Viseu 2500 anos de história e podendo emprestar
esta carga histórica a um vinho de qualidade, com é o Dão, era
um desperdício não fazer o encontro destas duas realidades.
Houve uma clara assunção para este mandato de que Viseu
devia assumir a sua qualidade de Cidade Vinhateira e que o
deve fazer 365 dias por ano.
Fizemos uma aposta de três eventos anuais, bem como na
Feira de S. Mateus, mas a intenção é que o vinho do Dão tenha
um lugar de destaque, bem como todo o tipo de actividades
ligadas ao sector primário. Este ano consolidámos a aposta na
agropecuária, espelhada no protocolo que celebrámos com a
Associação de Criadores de Gado da Beira Alta e com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), para prestarmos
apoio ao sector, mas também à agricultura.
Foi também durante este ano que consolidámos os Planos de
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Desenvolvimento Locais nas freguesias, em que puxámos, em
cada uma delas, pelos produtos da terra que ali se produzem,
numas a floresta, noutras a agro-pecuária, noutras a vertente
agrícola em geral. No fundo, o que pretendemos, é que Viseu
assuma com orgulho a sua condição de concelho agrícola.
GR: Essa viragem para as freguesias foi importante
no sentido se estimular as pessoas, uma vez que temos
hoje um mercado mais activo?
AAH: A agricultura, de uma forma geral, está a desenvolver-se em Portugal com pessoas mais qualificadas e que estão a
ver o sector com outros olhos. O vinho é disso exemplo. Mas há
outros sectores, como a fruticultura, que deu um grande salto,
mas também na área dos cogumelos, dos pequenos frutos e
outros.
Porém, não é por acaso que, quando atribuímos pelouros,
Viseu inovou a nível nacional, ao designarmos um vereador das
Freguesias e do Desenvolvimento Rural, no caso o Eng.º João
Paulo Gouveia. Isto diz a forma que damos à vertente agrícola e mesmo a assunção do programa Viseu Rural nas suas diversas vertentes, que foi discutido com os diferentes parceiros
e com objectivos que vão desde a especialização, passando
pela criação de uma rede de incubadoras, em especial nas freguesias de mais baixa densidade, e até na fixação de pessoas
nestes territórios.
Hoje é assumido, e basta olhar para o recente programa que
apresentámos para a área dos transportes, - no Mobilidade
Urbana de Viseu (MUV) -, que uma das fortes componentes é
o reforço das linhas para as diferentes freguesias, mas também
o transporte ‘a pedido’ em seis freguesias rurais, como Cavernães, S. Pedro de France, Barreiros/Cepões, Ribafeita, Calde e
Cota. Por outro lado, uma descriminação claramente positiva
para estimular os casais a fixarem-se nestes territórios. É preciso que estes territórios se povoem e, à partida, a activida-
GR: Numa apresentação da Feira de S. Mateus, foi
dito que Viseu iria ter esse grande evento que teria
lugar em Maio. Mantem-se esse mês?
AAH: O Viseu Rural, que é o nosso instrumento político para
actuação nas freguesias rurais, já contempla esse grande
evento, que está a ser preparado desde o ano passado, com o
objectivo de começar em 2017 e depois ter uma periodicidade
de dois em dois anos.
GR: Tem chegado à Câmara propostas de investimento no sector agroindustrial?
AAH: Sim. Terminámos o PDM, designadamente o Plano
para
as Florestas que está concluído
e aprovado.
PUBLICAÇÃO_JORNAL_PRODUÇÃO.pdf
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21/12/15
12:06Tivemos pre-
ocupações ao nível do ordenamento do território, para estarmos em condições de acolher empresários do sector agrícola.
Temos tido alguns projectos na área da agricultura, coincidentemente nas freguesias de mais baixa densidade populacional, também na pecuária e na avicultura têm vindo a
aparecer algumas intenções de investimento. Diria que se nota
alguma procura de investimento no sector primário.
GR: No âmbito da aposta nas freguesias rurais, há
mais gente a regressar à terra?
AAH: Esse é o nosso grande desafio. Temos um problema
global no país, que não é exclusivo de Viseu, apesar de termos
tido capacidade para crescer nos últimos 20 anos, mas não
deixamos de ter um problema de envelhecimento e de desertificação, que é comum a dois terços do país. Só há uma maneira
de conseguirmos travar este movimento, que é criar condições
para a fixação de pessoas.
É claro que não deixamos de ter políticas para as pessoas
mais idosas que vivem nesses territórios, e para isso temos o
programa Viseu Sénior, que envolve cerca de 3000 pessoas,
mas também temos que olhar para os mais jovens, daí a preocupação que temos com as escolas. Ainda recentemente visitei algumas escolas nos meios rurais que foram remodeladas.
Este é um indicador que queremos dar aos pais, que podem
deixar os seus filhos nas freguesias onde residem, porque as
escolas têm tão boas condições como as da cidade. Tudo isto,
também para dar indicações às pessoas que têm condições
para se fixarem no meio rural. Que podem recuperar a casa de
família, porque têm apoios para a sua reabilitação, num estímulo à fixação, bem como uma descriminação fiscal positiva
para implantar um sistema que seja mais benéfico, quer do
ponto de vista de taxas, quer de impostos, numa aposta clara
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do Município de Viseu para que as pessoas se possam instalar
nas freguesias rurais, onde têm boa qualidade de vida e onde
podem criar a sua própria actividade.
Para além disso, queremos estimular a pequena agricultura, de venda directa, para que as pessoas possam reforçar o
seu rendimento mensal, quando trabalham noutra área. Temos procurado dinamizar alguns Mercados de Lavradores, não
só no Mercado 2 de Maio, mas também nas freguesias, bem
como a atenção que damos ao Mercado Municipal, para que
as pessoas possam ganhar cada vez mais o hábito de comprar
directamente aos produtores. Há, naturalmente, uma estratégia global, dos vários parceiros, para valorização do sector
primário.
GR: O que mudou nestes dois anos, uma vez que herdou um legado importante?
AAH: Há, sobretudo, uma nova atitude. Quando definimos
três eixos de prioridade para a intervenção autárquica, um deles a área social, onde o meio rural tem sido um grande beneficiário.
O segundo é a área do investimento. É interessante verificar
que a Academia Visabeira vai ficar localizada na freguesia de
Coutos de Viseu, um território menos urbano. A captação de
investimento que temos vindo a conseguir para o Parque do
Mundão terá influência muito positiva nas freguesias à volta do
mesmo, num dos eixos onde temos menor fixação de pessoas.
Por exemplo, vamos desenvolver os Parques de Lordosa e do
Campo, que permitem que as freguesias que estão na direcção
de Lamego beneficiem com isso. O facto de avançarmos para
a segunda fase do Parque de Santos Evos são indicações muito
positivas que mostram não só a autarquia a puxar pelo investimento, mas também pelas próprias freguesias. Isto está dentro
do eixo do desenvolvimento económico.
Temos procurado que a captação de investimento não se focalize em torno da cidade, mas que se vá disseminando, como
por exemplo o investimento da Pampilar, na freguesia de Povolide, que permitiu a recuperação da antiga Pextrafil e que
em breve vai ser inaugurada uma nova fase de investimento,
de mais de 4 milhões de euros, com a criação de mais de 80
postos de trabalho. Tudo são indicadores positivos deste novo
ciclo, com uma atenção especial para as freguesias, no âmbito
da coesão territorial, na lógica de levar o Rossio às Aldeias e
trazer as Aldeias ao Rossio, uma forma eufemística de dizer que
há que dar condições de desenvolvimento iguais às freguesias
rurais, face às urbanas. Desse ponto de vista há uma clara dinâmica de rede no sector primário. A assunção de Viseu como
Cidade Vinhateira é já uma conquista, em dois anos, com seis
eventos. Diria que andámos a uma velocidade muito acelerada. Hoje o País olha para nós como Cidade Vinhateira e isso
tem reflexos na economia, na promoção do território, desta
Cidade/Região como gosto de lhe chamar, e também do ponto
de vista da captação de investimentos, de pessoas e de turistas. Diria, que fizemos um caminho interessante, promissor e de
consolidação futura nestes dois anos.
GR: Depois de Viseu Cidade Vinhateira, temos nesta
quadra Viseu Cidade Natal?
AAH: Quando falamos de Viseu Cidade Vinhateira temos
que dizer que é uma cidade que alberga uma Região Demarcada que contribui com um volume significativo para a exportações e para a economia do país. Aliás, estou convicto de que o
Dão será a região da moda na próxima década.
A assunção de Viseu Natal Sonho Tradicional é mais um cartaz inserido num conjunto de evento ao longo do ano, em que
Viseu se assume como uma cidade de cultura e de eventos.
Nesta época importa criar um ambiente favorável para quem
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Início dos festejos já em Janeiro 2016
Carnaval de Ovar
lança em 2016
a “Farrapada”
para pôr o público a desfilar
nos visita, que tem acontecido em elevado número, mas também para estimular e ajudar a recuperar o nosso comércio tradicional, para que faça mais negócio, dentro da estratégia de
revitalização do Centro Histórico.
GR: Uma mensagem de fim de ano, mas também o que
espera de 2016?
AAH: Esta cidade tem, entre várias coisas, um grande potencial, que são as pessoas e é para elas que trabalhamos nos
diferentes domínios. Penso que Viseu tem capacidade para se
afirmar ainda mais como a grande cidade do interior do País,
mas também com mais potencialidade de crescimento, fora do
eixo do litoral, nesta perspectiva de cidade/região, na fixação
de pessoas e captação de investimento.
O voto que deixo para 2016 é que seja o ano de consolidação de um conjunto de políticas que lançamos aos longo destes dois anos e que isso permita puxar pela economia, porque
só se conseguem fixar pessoas em territórios que criem valor.
Essa é a nossa aposta.
Dentro dos três eixos de priorização que temos para o município, a economia é um dos principais, sempre com o objectivo de
potenciar nos diferentes domínios Viseu como a melhor cidade
para se viver, um lema que escolhemos para a nossa cidade, que
cria uma grande responsabilidade para o Município, que assumimos, de pôr a qualidade de vida acima de tudo, que é importante
para quem cá vive, mas também a melhor cidade para investir,
mas também queremos ser a melhor cidade para visitar.
A edição de 2016 do Carnaval de Ovar tem como principal novidade
a “Farrapada”, um “desfile espontâneo” nocturno em que o público
será o protagonista e exibirá as suas próprias fantasias num percurso
pelo centro da cidade.
A participação pode ser decidida “por impulso” só na noite do
evento, a 5 de Fevereiro, mas o vereador que coordena o Entrudo
Vareiro explicou que a inscrição prévia na iniciativa é recomendada,
“não só para se poder antecipar melhor o desfile, mas também porque
os primeiros 1.000 inscritos terão direito a brindes”.
Alexandre Rosas garante que “nunca se fez nada na cidade nestes
moldes” e que o desfile será assim “uma forma de abrir o Carnaval de
Ovar a todo o país, permitindo que gente de diferentes regiões possa
participar da festa com um desfile próprio”.
Outra novidade em 2016 é que, após o ambicionado regresso do
desfile das escolas de samba ao centro da cidade, esse corso volta
agora à Avenida Sá Carneiro, “que apresenta claramente melhores
condições de segurança e de comodidade logística” para o efeito.
A decisão foi, aliás, aprovada “em absoluto e por unanimidade” de
todas as escolas envolvidas, como realça o vereador. Pelas mesmas
razões regressa igualmente às origens a estrutura do Espaço Tenda,
que, mais vocacionado para concertos e actuações de DJ, deixa a
praça da Câmara Municipal e regressa ao largo da Biblioteca.
Também o Baile de Máscaras realizado pela primeira vez em 2015
mudará agora de cenário, mas neste caso sobretudo por questões de
décor, deixando a Escola de Artes e Ofícios para se instalar “no espaço do mítico Café Progresso”, fundado em 1949.
O que não regista alterações é a abertura oficial do Carnaval no
largo da Câmara, que na noite de 16 de Janeiro acolhe uma parada
de gigantones e ainda o espectáculo que o encenador britânico Tim
Steiner está a preparar para o efeito com a comunidade local. O mesmo acontecerá com a Chegada do Rei, que se mantém na tarde de 24
de Janeiro apesar de esse ser dia de eleições para a Presidência da
República. “Todas as mesas de voto da união de freguesias do centro
da cidade estão concentradas na mesma escola e o percurso até essa
localização não vai ser perturbado pelo cortejo”, garante Alexandre
Rosas.
Símbolo de qualidade
Quinta das Marias
Oliveira do Conde - 3430-364 Carregal do Sal - T 93 580 70 31
Símbolo de qual
Quinta das Marias
Oliveira do Conde - 3430-364 Carregal do S
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Durante o ano de 2016
Adega de Silgueiros
vai lançar novos vinhos
monovarietais
A Adega de Silgueiros tem vindo a consolidar a sua posição, especialmente no mercado interno, num ano em
que deu mais um passo na exportação, estando agora no
Brasil e na China, embora o valor das mesmas represente pouco no total da facturação da Cooperativa, que na
última vindima recebeu cerca de oito milhões de quilos
de uvas. A adega termina 2015 com o mesmo valor de
vendas do ano anterior.
Com investimentos em curso, de modo a melhorar as
condições de laboração e armazenamento, a Adega de
Silgueiros vai apostar em novos vinhos, nomeadamente
monovarietais, em resultado da aposta e no desafio lançado aos associados para a produção e uvas de qualidade, de que resultaram vinhos excepcionais. Assim, durante o próximo ano, sob a marca ‘Morgado de Silgueiros’,
deverão chegar um Encruzado, um Alfrocheiro e um Touriga Nacional, para além da restante gama da Adega.
Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Adega diz que a Cooperativa irá estar mais presente em concursos, apresentando vinhos de qualidade. Fernando Figueiredo está apostado em manter o rumo, procurando
remunerar cada vez melhor os associados.
Gazeta Rural (GR): A Adega de Silgueiros mantem a
aposta no mercado nacional?
Fernando Figueiredo (FF): Sim. A aposta no mercado nacional já vem de há alguns anos, mas demos mais um passo
no mercado internacional. Estamos no Brasil e iniciámos este
ano a exportação para a China, mas o mercado externo ainda
representa muito pouco. Apostamos na UDACA para que, para
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todo o setor cooperativo cumpra esse papel.
No mercado nacional temos uma imagem muito positiva,
que queremos preservar, mas vamos apostar em novos produtos debaixo da mesma marca, o “Morgado de Silgueiros”,
nomeadamente monovarietais Encruzado, Alfrocheiro e Touriga Nacional. Não aparecemos muito nos concursos, e talvez
tenhamos descuidado esta questão, sabendo que temos “provavelmente os melhores vinhos do Dão”.
Em 2016 vamos, com certeza, aparecer mais nos concursos,
uma vez que fizemos selecção de uvas para podermos fazer
um “up-grade” da qualidade percepcionada dos nossos vinhos. Não fazemos como consta que fazem alguns “players”
que apenas produzem a quantidades mínimas para ganhar
concurso. Temos, naquelas castas, no mínimo 20 mil litros de
vinhos de grande qualidade, pelo que é natural que a Adega de
Silgueiros passe também a ser uma Adega ganhadora de prémios com a notoriedade reconhecida e que bem merece. Por
esta forma queremos também provar que o setor cooperativo
não é hoje aquilo que muita gente teima em fazer crer.
GR: Mas esse é um trabalho que tem vindo a ser feito
há alguns anos e de forma sustentada?
FF: Naturalmente que sim. Estamos muito satisfeitos com o
trabalho, notável, que os nossos associados têm feito e pensamos que temos vindo a remunerá-los quer em valor quer em
prazo, de forma bem positiva, se comparada regionalmente e
até a nível nacional. Não receio de o afirmar convictamente.
Isso faz com que os nossos associados apostem na qualidade, porque esta é paga, de acordo como o tipo e a qualidade
da casta, o que nos permitiu crescer bastante. Em 2015, e não
conhecendo o que outras empresas da região receberam, tivemos uma produção de oito milhões de quilos, o que nos permite estar nos primeiros lugares, não só em quantidade, mas
também em qualidade.
Deixe-me dizer que a quantidade de ‘Tintas Diversas’, ou
seja uvas de associados que não separam castas, corresponde
a menos de 2%, sem falar das ‘Mistas’, castas brancas e tintas, sem separação que são residuais, e foram cerca de 300 kg,
porque ‘somos obrigados’ a receber essas uvas de associados,
que não gostam de as deixar nas videiras.
As uvas entregues na Adega vão separadas por casta e são
pagas de acordo com a qualidade que apresentam. Mantemos
esta aposta, que tem vindo a dar frutos, estamos em três grandes superfícies nacionais, conseguimos exportar, ainda que
pouco, e 2015 vai terminar com o mesmo valor de vendas do
ano anterior.
Fizemos, também, uma aposta na imagem, com a colocação
de dois “outdoors” na A1, principalmente na zona onde estamos mais bem implantados, que é a norte do Mondego.
Por isso aguardem por 2016 e sejam surpreendidos!
Diz Fernando Figueiredo
2015 foi um ano “positivo” para a UDACA
O ano que está prestes a terminar foi “positivo” para a União
das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA), segundo adiantou o
seu presidente à Gazeta Rural. Para Fernando Figueiredo, 2015
“foi acima de tudo um ano de consolidação”, mas “não tão bom
como projectámos”.
A crise que afectou alguns países, nomeadamente os mais
dependentes do petróleo, fez com que a política comercial da
UDACA se tivesse virado para outros mercados. Para o presidente
da UDACA, o vinho do Dão, depois de algum marasmo, “voltou a
estar na moda” e em 2016 “é capaz de dar um salto muito mais
interessante”.
Gazeta Rural (GR): Como foi o ano de 2015 para a
UDACA?
Fernando Figueiredo (FF): Foi um ano de consolidação do
negócio. Não foi tão bom como projectámos, dado que não nos
interessa vender em quantidade, mas sim em qualidade e com
margens que cubram os custos de exploração, e que nos dê a
possibilidade de cumprir com o serviço da dívida que ainda temos
e que nos permita efetuar algum investimento absolutamente necessário.
Ainda assim, podemos afirmar que o ano vai terminar de forma
muito positiva e isto em muito se deve a uma equipa excepcional
que a UDACA tem. Pensamos também que tendo sido a colheita
de 2015 das Adegas Cooperativas Associadas excepcionalmente
boa em quantidade e em qualidade, a UDACA poderá enfrentar o
próximo ano de forma mais folgada em termos do seu abastecimento em todos escalões de qualidade. Podemos considerar que
o encerramento do ano de 2015, apesar dos constrangimentos
que tivemos, foi positivo!
GR: Este foi o ano de consolidação da aposta internacional da UDACA?
FF: Diria que foi a consolidação dos mercados onde já estávamos, apesar de alguns terem problemas estruturais na sua
economia, nalguns casos por questões sociais, noutros por
questões políticas e outros ainda por razões meramente económicas, devido à queda dos preços do petróleo. Porém, e apesar
de tudo isso, conseguimos abrir outros mercados, como Polónia
e Singapura, que queremos consolidar, e está tudo bem encaminhado para entrarmos noutros países que, para já, estamos a
trabalhar, sendo que aqui, como diz o povo, ‘o segredo é a alma
do negócio’.
GR: Pelas razões que referiu, como antecipa 2016?
FF: No mercado nacional, o que se tem vindo a notar é que
o Dão está na moda. Depois de muitos anos de “pasmaceira”,
em que o vinho do Dão foi ultrapassado, pela esquerda e pela
direita por outras regiões, é de realçar o que se tem vindo a fazer
na promoção do Dão, e esse trabalho cabe, em primeiro lugar, à
CVR Dão.
A garantia de qualidade transmitida pela Certificação dos
nossos vinhos, aliada à promoção da marca Dão, conseguiu recuperar alguma notoriedade perdida, facilitando a entrada dos
vinhos em diversos pontos de venda, onde o Dão estava praticamente ostracizado. Eventos realizados em Lisboa, no Porto e
na própria cidade de Viseu, publicidade através de “outdoors”
na A1 e publicidade na rádio nacional, promovendo o Dão e as
suas características únicas, são fatores importantíssimos para
“voltar a página” dos maus anos passados. Acredito, por isso,
que em 2016, no mercado nacional, o Dão é capaz de dar um
salto interessante.
No mercado internacional, sabemos que é uma ‘bola de cristal’
pura. Isto é: sabemos os problemas que existem a nível europeu,
nomeadamente na questão do crescimento económico que é
praticamente zero, no problema de instabilidade criada pelo terrorismo e pela entrada de refugiados, não são fatores positivos
para estarmos descansados quanto ao mercado europeu.
Olhando para outros continentes, em especial nalguns países
com economias emergentes e com capacidade de importação,
sabemos que, com a queda do preço do petróleo, países que
assentavam a sua economia neste recurso estão a passar por
imensas dificuldades e pode afetar-nos bastante no futuro.
Por isso, estamos a procurar outros mercados, cuja economia
não depende de um recurso, em países que estão numa boa fase
de desenvolvimento e crescimento, nomeadamente na América
do Sul e Central, alguns países asiáticos e do oriente longínquo.
Posso adiantar-lhe que o nosso director comercial e de marketing, Bruno Cardoso, irá acompanhar o Comissário Europeu da
Agricultura a um dos países que nos interessa, representando os
vinhos nacionais, o que para nós é uma grande honra, abrindo-nos outros caminhos. Queremos que em 2016, “consolidar
e expandir”, com os pés bem assentes na terra, sejam as duas
“palavras-chave” do nosso plano.
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Haverá mais novidades em 2016
Adega de Penalva apresenta
um novo Espumante Reserva
anos que vínhamos a necessitar de melhorar e ampliar as instalações e vieram na melhor altura, pois a colheita de 2015 foi
muito boa.
Recebemos todas as uvas dos nossos associados e não esgotámos a capacidade da Adega. Estamos satisfeitos com a
quantidade e qualidade das uvas, bem como as novas instalações. Tudo isto conjugado, auguramos um bom ano de 2016.
GR: O ano de 2015 também foi bom, no reconhecimento da qualidade dos vinhos da Adega?
JFC: O ano de 2015 foi todo bom, até para a venda dos vinhos da colheita de 2014 e de outras anteriores. Foi um dos
melhores dos últimos anos. Esperamos que 2016 seja igual.
Os vinhos da última vindima são bons, o que nos dá alento para um bom ano de 2016. Sabemos que quando os vinhos
não são tão bons, temos que os procurar escoar, mas estamos
muito satisfeitos com a qualidade dos vinhos da vindima de
2015 e não devemos ter grandes problemas nas vendas. Aliás,
os nossos clientes já estão habituados à qualidade dos nossos
vinhos, pelo vão continuar a procurar-nos como tem acontecido até aqui.
A Adega de Penalva lança neste final de 2015 um
novo espumante, Reserva, com uma nova garrafa e
imagem. À Gazeta Rural, o presidente da Cooperativa, José Frias Clemente, promete mais novidades no
próximo ano.
A colheita de 2015 foi boa em quantidade e qualidade. A Adega de Penalva recebeu cerca de sete
milhões de quilos de uvas, com destaque para a
qualidade dos vinhos que o presidente da Adega diz
“serem os melhores dos últimos 10 anos”.
Gazeta Rural (GR): Foi um bom ano de 2015 para a
Adega de Penalva?
José Frias Clemente (JFC): Foi um bom ano para a Adega de Penalva e para a região, com vinhos de grande qualidade. Foi uma boa vindima, quer em quantidade e qualidade, pois
as condições climatéricas foram propícias e sem chuva.
Recebemos cerca de 7,3 milhões de quilos de uvas, o que
representa um aumento de cerca de 40% em relação a 2014,
especialmente nos vinhos brancos, que têm tido grande procura, e onde tivemos um aumento significativo. Contudo, o que
conta é a qualidade dos vinhos, superior em relação às últimas
colheitas. Alguns técnicos dizem que é a melhor colheita dos
últimos 10 anos. A quem arrisque a dizer que é mesmo a melhor
dos últimos 20. Eu fico pelos últimos 10 anos.
GR: Com as novas instalações já em funcionamento?
JFC: As novas instalações vieram ajudar em tudo e em especial a melhorar a qualidade dos nossos vinhos. Desde há uns
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GR: Há alguma novidade para este final de ano?
JFC: Vamos lançar um Espumante Reserva. Tínhamos um
espumante de qualidade mas não era Reserva. O novo espumante tem uma garrafa diferente e com uma nova imagem.
Este é a novidade de fim de ano, mas teremos mais em 2016.
GR: Vão reformular o portefólio?
JFC: Vamos reformular parte do portefólio, se bem que o
mesmo está adequado para o mercado, mas há algumas coisas que queremos ‘limar’. É que, cada vez mais, a imagem conta
muito.
Felizmente a Adega tem tido bons prémios bons ao longo do
ano. No concurso da CVR Dão tivemos duas medalhas de ouro
e duas de prata. No Vinho Engarrafados tivemos uma medalha
de ouro e uma de prata. Os prémios comprovam a qualidade
dos nossos vinhos.
GR: Como está a aposta na internacionalização?
JFC: É uma aposta que temos reforçado e já exportamos vinhos para vários países, e pensávamos aumentar, mas o estado de algumas economias, nomeadamente Angola e Brasil, fez
com que algumas encomendas, de volume significativo, estejam suspensas. A China é outro mercado que já esteve melhor
que agora.
GR: Isso obriga à procura de novos mercados?
JFC: Vamos ver como a economia naqueles países vai evoluir, mas naturalmente que temos que procurar novos mercados, pois a exportação é muito importante. Para a quantidade
de uvas que recebemos dos nossos associados temos que exportar e vender mais ainda. Temos que tentar evitar a venda
de vinho a granel, porque não são uma mais-valia nem para a
Adega nem para os associados.
Evento regressará no próximo ano
Cinco mil pessoas participaram
nos “Vinhos de inverno” em Viseu
Cinco mil pessoas participaram no segundo salão “Vinhos de
inverno” de Viseu, que este ano incluiu a novidade do festival
literário “Tinto no branco”. Segundo a Câmara de Viseu, que
organizou o evento, o saldo dos três dias foi “muito positivo
e prometedor”, tendo acorrido cinco mil pessoas ao Solar do
Vinho do Dão, “cerca de metade das quais de fora de Viseu”,
incluindo visitantes do Porto, Coimbra e Salamanca (Espanha),
por exemplo.
“A participação nos ‘Vinhos de inverno’ e no primeiro festival
literário de Viseu excedeu as nossas melhores expectativas”,
admitiu o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques.
O autarca garantiu que o festival “Tinto no branco” regressará no próximo ano, novamente associado aos Vinhos de inverno, por considerar que “esta ligação entre os vinhos do Dão,
a literatura e Aquilino Ribeiro é uma aposta ganha”.
Durante os três dias, o Solar do Vinho do Dão acolheu 25 escritores, quase 30 empresas vinícolas e mais de uma dezena de
operadores do sector agroalimentar. Afonso Cruz, Rui Cardoso
Martins, Fernando Dacosta, Patrícia Reis, Manuel da Silva Ramos, Deana Barroqueiro, Francisco José Viegas, Bruno Vieira
Amaral, a cubana Karla Suarez e os viseenses João Luís Oliva e
António Gil foram alguns dos escritores participantes.
Na opinião do escritor Manuel Silva Ramos, o “Tinto no branco”, está “para durar porque, pela primeira vez em Portugal, um
festival literário une um
produto da terra à imortal
literatura”.
O presidente da Câmara de Viseu destacou o
impacto turístico e económico da programação
dos últimos três dias.
“Matou-se o mito de que
o inverno não pode ser
uma temporada atractiva
e cultural em Viseu. Somos a cidade vinhateira
do Dão e um destino cultural 365 dias por ano”,
considerou.
O município pretende
agora afirmar Viseu e os
vinhos do Dão com a “exportação” deste conceito
de eventos em cidades
com públicos-alvo, como
o Porto e Salamanca.
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Companhia das Lezírias, Falua e Alorna são alguns exemplos
Sustentabilidade ambiental é uma aposta
dos produtores da Região do Tejo
No início de 2015
Quinta do Currais comemora 15 anos
e lança “Talabara“
A Quinta dos Currais, situada entre as Serras da Estrela e da
Gardunha, tem vindo a afirmar-se como um produtor vinhos de
referência da Beira Interior. Vai comemorar 15 anos, com o lançamento no início de 2016 com “Talabara“, um topo de gama,
que, como referiu Maria de Fátima Tomás à Gazeta Rural, é “uma
homenagem à região onde nasceu”.
Segunda esta responsável pela Quinta do Currais, a empresa exporta 50% da sua produção, mas salienta que “o mercado
nacional está a absorver bem todo o produto que destinamos a
este sector”.
Gazeta Rural (GR): Há lançamento de novos vinhos
para breve?
Maria de Fátima Tomás (MFT): Não houve, nos últimos
tempos, lançamentos de novos vinhos da “Quinta dos Currais”.
Continua a estar disponível no mercado a referência “Quinta dos
Currais” com nas variedades Branco Síria, Branco Colheita Seleccionada, Tinto e Tinto Reserva.
Em relação a novos lançamentos, temos programado a apresentação de um novo vinho já na entrada ano de 2016, para
marcar os 15 anos de actividade da Quinta dos Currais. Vai ser o
nosso novo topo de gama e o nome será “Talabara“ em homenagem à região onde nasceu.
GR: Quinta dos Currais é marca única na empresa?
MFT: Foi uma opção não termos várias marcas. Os vinhos
continuam com muito boa receptividade tanto a nível dos consumidores como da crítica, o que se traduz, no primeiro caso,
num bom volume de vendas e, no segundo caso, nos prémios
que vamos ganhando todos os anos.
GR: O que diferencia os vinhos desta região?
MFT: Os nossos vinhos reflectem as características da região
onde são produzidos. As nossas vinhas estão situadas no vale
entre as Serras da Estrela e da Gardunha, numa zona de solos
xistosos com afloramentos de quartzo. Beneficiam de tempera18
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turas muito frias de Inverno e muito quentes no Verão. Tudo isto
contribui para vinhos exuberantes, muito aromáticos e com boa
acidez.
GR: Como foi a vindima de 2015?
MFT: A vindima deste ano foi excelente, tanto a nível da
quantidade como da qualidade, e, pelo que sei, com muito bons
resultados em todo o país. Desde 2011 que não se alcançavam
estes resultados.
Desde um sistema de energia solar fotovoltaico a um projecto que visa reduzir ou até mesmo eliminar o uso de pesticidas
e herbicidas químicos, passando pela importância das abelhas
na saúde do meio ambiente, os produtores da região dos Vinhos do Tejo são um exemplo de sustentabilidade ambiental.
A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) orgulha-se de afirmar que os seus produtores são um exemplo de práticas de sustentabilidade ambiental, pois têm vindo a apostar
em medidas concretas que visam incorporar os princípios do
desenvolvimento sustentável nas suas actividades. Entre estes
produtores encontram-se a Companhia das Lezírias, a Falua e
a Quinta da Alorna.
Exemplos concretos destas práticas de sustentabilidade ambiental são o facto da Companhia das Lezírias ter hoje uma das
áreas florestais e de protecção ecológica mais importantes no
país. Como tal, as vinhas têm uma relação muito forte com a
biodiversidade natural existente e é por isso que a aquela empresa criou um projecto designado ABC 2020, que pretende
promover e garantir a sustentabilidade ambiental, assegurando ainda a competitividade e a criação de valor no sector do
vinho. As iniciais ABC representam “+Ambiente”, “+Biodiversidade” e “-Carbono”. Este projecto inclui medidas como reduzir
ou eliminar o uso de pesticidas e herbicidas químicos; minimizar o consumo de energia e promover o uso de formas de energia renovável; reduzir as emissões de carbono e compensar as
emissões inevitáveis.
Também a Falua Sociedade de Vinhos é um exemplo nesta
área, já que tem vindo a apostar cada vez mais numa estratégia de sustentabilidade. Sendo um dos primeiros projectos de
autoconsumo de electricidade instalado numa adega em Portugal, o sistema de energia solar fotovoltaico da Falua permite
uma redução de 38,9 toneladas de CO2, equivalente à plantação de uma floresta com a dimensão aproximada de oito estádios de futebol. Este sistema não só reforça a importância do
investimento na energia solar, um recurso natural de grande
potencial no nosso país, como também melhora a autonomia
energética, o que favorece o meio ambiente.
A Quinta da Alorna, por sua vez, é acompanhada por empresas especializadas na área do ambiente. Através deste
apoio implementou uma série de medidas que tem como meta
diminuir o seu impacto ambiental, como por exemplo fazer
uma utilização eficiente de água, gerindo melhor este recurso, ou colocar populações apícolas junto a produções horto-industriais, tendo em conta o papel fundamental das abelhas
na polinização, bem como o facto de estes insectos serem um
importante indicador de saúde ambiental. A Quinta da Alorna está envolvida ainda em várias campanhas de reciclagem
de rolhas de cortiça e desde 2010 plantou 600ha de pinheiro
manso, o que fomenta as sinergias de sebes corta-vento e diminui o efeito da erosão.
A CVR Tejo e os seus produtores assumem assim e cada vez
mais um compromisso ambicioso e concreto que planeia salvaguardar o ambiente e assim contribuir para um planeta mais
sustentável.
GR: Como vai o mercado para os vinhos da região?
A exportação continua a ser uma boa aposta?
MFT: Neste ponto posso apenas responder pela “Quinta dos
Currais”. Vendemos cerca de 50% da nossa produção para o
exterior e 50% para o mercado interno. Em ambos os casos as
vendas têm-se mantido consistentes, tanto no caso dos brancos como dos tintos. Não sei se a exportação será “a melhor
aposta”. Claro que será sempre uma boa aposta uma vez que
torna os nossos vinhos e a nossa região conhecida noutros países. No entanto, o mercado nacional está a absorver bem todo
o produto que destinamos a este sector. No campo da exportação, já temos também vários mercados com algum grau de consolidação e que escoam todo o produto que enviamos.
GR: Até onde pode ir a Beira Interior, enquanto região produtora?
MFT: Penso que a Beira Interior é uma região com um enorme
potencial em todas as suas vertentes: excelente gastronomia,
vinhos fantásticos, óptima hotelaria, história riquíssima, actividades turísticas para todos os gostos. Na verdade, uma região a
descobrir tanto por estrangeiros como por portugueses.
Quinta dos Currais
6230-145 Capinha
Telef.: (+351) 21 385 70 97 / 91 422 46 95 / 275 941 620
http://www.quintadoscurrais.com/
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Decorrerá mensalmente em praças emblemáticas da capital
Confederação dos Agricultores de Portugal
lançou “CAP Mercado de Agricultores”
Em Dezembro de 2015, a Confederação dos Agricultores de
Portugal (CAP) assinou um protocolo com a Câmara de Lisboa para a organização do “CAP Mercado de Agricultores”,
um evento que decorrerá mensalmente em praças emblemáticas da capital, com grande afluxo de residentes e turistas.
Único no conceito, o “CAP Mercado de Agricultores” pretende, em primeiro lugar, divulgar as empresas com produções agrícolas tradicionais, de todo o País, fazendo-as chegar ao grande público e, em segundo lugar, dar a conhecer
aos consumidores portugueses, residentes na capital, um
vasto número de produtos tradicionais de excelente qualidade. O objectivo do é fazer chegar ao grande público “o melhor
que a terra nos dá”, contribuindo para a divulgação, estímulo
e sustentabilidade de produções tradicionais que, muitas vezes, pela sua reduzida dimensão, têm dificuldade em penetrar
no circuito comercial das grandes redes de distribuição. A
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generalidade dos produtos apresentados no Mercado é produzida com admirável persistência, engenho e criatividade,
representando verdadeiros exemplos de empreendedorismo
e dedicação.
Para Luis Mira, secretário-geral da CAP, “com esta acção
procurámos elevar o patamar destes Mercados e, por isso,
criámos um espaço com uma imagem moderna e apelativa,
consentânea com uma agricultura moderna, inovadora e focada no futuro”. “Para colocar num outro nível o conceito que
habitualmente temos dos mercados tradicionais, a CAP criou
um espaço com uma imagem moderna e apelativa, com o objectivo de transmitir a mensagem: uma agricultura moderna,
inovadora e focada no futuro”, acrescenta.
A primeira edição decorreu de 17 a 20 de Dezembro, na
Praça dos Restauradores, em Lisboa, alguns dos melhores
produtos que a terra nos dá.
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cias nos concelhos de Sever
do Vouga e Trancoso no sentido de determinar se possuíam
as condições indicadas para a
produção do mirtilo, vindo a
constatar-se que o concelho
de Sever do Vouga reunia as
condições ideais que, associadas às características do solo
e do microclima, permitiam a
produção precoce do mirtilo.
A primeira experiência-piloto ocorreu em terrenos da
Fundação Bernardo Barbosa
de Quadros, uma IPSS localizada na freguesia de Rocas
do Vouga. Pouco depois eram
11 os produtores que se aventuraram nessa nova cultura,
passando a 42 nos anos seguintes.
Actualmente a cultura do
mirtilo está espalhada de Norte a Sul do país. No concelho
de Sever do Vouga contam-se
algumas centenas de produtores e o mirtilo e os produtos
a ele associados representam
um peso importante para a
economia local e para o orçamento de muitas famílias.
Gala encheu o Centro das Artes e do Espectáculo
Câmara de Sever do Vouga homenageou
pioneiros do mirtilo em Portugal
A Câmara de Sever do Vouga homenageou o mirtilo e tudo
o que este fruto representa para aquele concelho. Na Gala do
Mirtilo foram recordados os pioneiros que há 25 anos se lançaram esta cultura em Portugal, mais concretamente no concelho de Sever do Vouga.
Na festa, que encheu o Centro das Artes e do Espectáculo, a Câmara de Sever do Vouga não deixou passar em claro
uma data simbólica, e quis reconhecer quem, em Dezembro de
1990, se lançou na aventura de produzir um fruto que à época
era totalmente desconhecido em Portugal.
Um dos pioneiros foi Manuel Silva, à data colaborador da
Fundação Bernardo Barbosa de Quadros, instituição que cedeu os terrenos para as primeiras plantações de mirtilos, que
relatou todo a história de implantação do mirtilo em Sever do
Vouga, as dificuldades sentidas no início e como foram ultrapassadas, o que fez com que se alterasse o panorama agrícola
do concelho desde então.
Também Juvenal Costa, fundador e primeiro presidente da
Mirtilusa, recordou o processo que levou à constituição desta sociedade de produtores e como era feito o escoamento
do mirtilo nos primórdios da sua produção em Portugal. João
Carlos Pinho, presidente da AGRIMAG, e Sofia Freitas, ex22
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-coordenadora da Agim, deram o seu testemunho quanto à
evolução da cultura do mirtilo no concelho de Sever do Vouga ao longo dos anos, destacando vários projetos associados
à cultura deste pequeno fruto, com destaque para a Feira do
Mirtilo e o registo da marca “Sever do Vouga Capital do Mirtilo”.
O panorama atual da cultura do mirtilo foi transmitido por Paulo Machado e José Sousa, presidentes da Fundação Bernardo
Barbosa de Quadros e Mirtilusa, respectivamente.
Por seu lado, o presidente da Câmara, António Coutinho, reconheceu que o mirtilo transformou a face do concelho e é o
principal responsável pela divulgação de Sever do Vouga no
país e no estrangeiro e deixou palavras de incentivo aos atuais
e novos agricultores que venham a investir nesta área. Por fim,
pessoas e instituições que deram o seu testemunho nesta gala
foram homenageadas com a atribuição de uma medalha comemorativa dos 25 anos do mirtilo em Sever do Vouga.
Mirtilo “chegou” a Sever do Vouga em 1990
O mirtilo foi introduzido em Portugal, no concelho de Sever
do Vouga, em Dezembro de 1990 pela mão de técnicos holandeses da Fundação Lockorn. Nesse ano foram feitas experiênwww.gazetarural.com
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Para produção de Queijo Serra da Estrela DOP
Primeira queijaria tradicional
de Mangualde vai nascer em 2016
Em 2016 vai nascer em Mangualde a primeira queijaria tradicional do concelho. A nova unidade terá a designação de Queijaria Vale da Estrela e, numa primeira fase, vai criar 20 postos de
trabalho sendo uma alavanca para a economia local.
O presidente da Câmara de Mangualde está “satisfeito pelo
concelho ter sido o escolhido para tal empreendimento”, reforçando que “é um importante investimento para o município, que
vai trazer emprego e riqueza para a economia da região”. Para
João Azevedo, ‘é necessário estarmos atentos a estes investimentos, criando as condições necessárias para que escolham
o nosso concelho” salienta. O autarca acrescenta ainda que
“também para os produtores da região, este investimento representa uma mais-valia”, pois “vai enriquecer o ciclo do leite em
todo o seu processo: produção, transformação e venda”.
A nova unidade, com cerca de 750 metros quadrados, vai
produzir regularmente Queijo Serra da Estrela DOP (Denominação de Origem Protegida). O modelo da unidade vai incluir uma
mezzanine, que permite que seja visível do exterior o fabrico do
queijo, por forma a promover as visitas por parte de escolas e
atrair o turismo. O investimento de cerca de 1.200.000 euros é
do empresário e antigo ministro, o mangualdense Jorge Coelho.
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Numa iniciativa da Espaço Visual - Consultores de Engenharia Agronómica
Projecto para produzir e exportar pistácio
visa facturação de seis milhões em cinco anos
Um novo projecto empresarial quer pôr o Interior de Portugal a produzir e exportar pistácio com a promessa de gerar uma
“actividade de uns largos milhões de euros” nas regiões mais deprimidas. A iniciativa é da Espaço Visual, a empresa que potenciou outros negócios no país na área agrícola como o do mirtilo, e que aposta agora em toda faixa Interior, desde Bragança
a Beja, para promover a produção em larga escala de pistácio
como fruteira”.
José Martino, gerente da empresa, adianta que quer arrancar
em Janeiro com as primeiras plantações e ir captando interessados com a perspectiva de chegar em “dois anos a mais de 3.000
hectares e seis milhões de facturação, em cinco anos, de uma
cultura praticamente inexistentes em Portugal”.
Para o efeito foi constituída a primeira empresa/organização
de produtores de pistácio, em Portugal, que, além da comercialização e distribuição, dará assistência técnica aos associados.
José Martino afirmou que o escoamento da produção está assegurado para exportação na União Europeia, “onde a procura
supera em muito a oferta”, estimando-se que “para suprir as necessidades dos mercados” desta zona “será necessário plantar
mais 120 mil hectares.
A empresa de consultadora dedica-se à procura de novas
oportunidades de negócio para a agricultura e foi assim que
surgiu o pistácio com “um a vantagem que é uma actividade que
se desenvolve em regiões muito frias de inverno e muito quentes
de verão, o que remete para o Interior de Portugal”.
Os frutos secos estão na moda, sobretudo pelos benefícios
para a saúde e a oferta internacional não é muito elevada, pelo
que José Martino concluiu que “para estas terras que estão nos
distritos muito deprimidos, economicamente é uma oportunidade importante de fazer gerar actividade de uns largos milhões
de euros”.
Em plena produção, o pistácio garantirá “um rendimento superior a 10 mil euros por hectare”, como indicou, realçando que
“não há muitas actividades na agricultura que se aproximem
desta cultura em regadio”.
O projecto está a ser apresentado a potenciais interessados,
desde Novembro, e a empresa que o vai desenvolver, a Fruystach, terá escritórios na Beira Interior, a região onde vai fazer as
primeiras plantações de seis hectares. O responsável afirmou
que “a receptividade é grande” ao projecto e caberá à empresa
analisar as manifestações de interesse com uma avaliação do
potencial dos solos e do clima para a cultura “porque o objectivo
é colocar a cultura nos sítios certos e não por todo o lado”.
A adesão tem custos assim como as plantações que podem
rondar em média “23 a 25 mil euros” por hectare candidatáveis
a fundos comunitários, sendo que a nova empresa apoiará todo
o processo, desde o projecto ao escoamento da produção, e os
produtores passam a ser accionistas.
José Martino indicou que já testou este modelo nos pequenos
frutos com uma empresa, há quatro anos, que começou com
quatro produtores e hoje tem 120 accionistas, com sede em
Guimarães. O responsável explicou que nos projectos que tem
desenvolvido visita os principais países produtores para “perceber o que estão a fazer e de que forma é que as tecnologias mais
avançadas podem ser utilizadas”. “Isto permite-nos queimar
etapas no processo evolutivo da cultura, ou seja permite-nos
fazer bem quase logo à primeira, com ajustamentos mínimos, e
a proposta que fazemos para o pistácio também tem em conta
isso”, afiançou.
As plantações serão feitas, como disse, “com sistemas que
garantam um alto potencial produtivo, com alta qualidade e
também o mais cedo possível” ou seja que a entrada em produção seja antecipada.
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Para desenvolver o sector primário
Bolsa de Terras
pode avançar
em Santa Comba Dão
Em Santa Comba Dão
Fórum discutiu estratégias e oportunidades
para o sector florestal
Numa iniciativa da Câmara de Santa Comba Dão e da ADICES – Associação de Desenvolvimento Local, decorreu na
Casa da Cultura um fórum florestal em que foram apresentadas algumas estratégias e oportunidades de valorização
florestal e agrícola do concelho.
O presidente da Câmara de Santa Comba Dão, à Gazeta
Rural, destacou a importância deste fórum no sentido de dinamizar o sector florestal e agrícola, mas também na definição de uma estratégia para o sector primário, que pode passar pela criação de uma Bola de Terras. Leonel José Gouveia
defende que num concelho de minifúndio, mas onde existem
terrenos abandonados com alguma dimensão, este pode ser
um passo para a sua valorização.
Gazeta Rural (GR): Quais os objectivos da realização deste
fórum?
Leonel José Gouveia (LJG): Este fórum teve como objectivo
fundamental dinamizar, do ponto de vista florestal e agrícola, a nossa região, tendo em conta as candidaturas a fundos
comunitários e também a especificidade do nosso território,
em que a propriedade está muito dividida, onde existem algumas dificuldades na questão do cadastro, até em grandes
áreas, cuja identificação às vezes é difícil saber. Pretendemos
também sensibilizar os nossos produtores e agricultores para
estas temáticas.
A experiência que temos, no que diz respeito ao anterior
quadro comunitário, é que houve pouco aproveitamento das
medidas que estavam disponíveis. Daí que, o objectivo deste fórum vai no sentido de, por um lado, dar a conhecer as
medidas que estão previstas de apoios comunitários para o
desenvolvimento florestal e agrícola, por outro lado também
dar a conhecer casos de sucesso, com a presença de associações e entidades públicas e privadas, que nos deram o seu
testemunho e, ao mesmo tempo, motivar os nossos jovens,
agricultores ou não. É que hoje a agricultura também está
muito relacionada com gestão e é tão importante saber fazer
como saber gerir bem.
GR: Santa Comba Dão está numa zona de transição, entre
o pinheiro manso de Carregal do Sal e o eucalipto na zona
de Mortágua. O que pode aproveitar a floresta desta região?
LJG: É verdade. Estamos aqui entre duas realidades completamente distintas, o eucalipto que é, no fundo, o petróleo
de Mortágua e o pinheiro bravo em Carregal do Sal, num processo que já tem alguns anos e que já começa a ter algum reflexo no nosso concelho, dado que é uma fileira que começa
a ser bastante rentável.
Acho que temos que aprender com estas duas experiências. Penso que, apesar de estarmos numa fase um pouca
atrasada, também nos permitirá aproveitar as boas experiências dos dois lados e não termos no nosso concelho uma
cultura intensiva de um ou de outro produto, mas criarmos
áreas que permitam ter diversificação do ponto de vista da
produção e também da exploração comercial.
A dinamização de alguns espaços rurais pode começar com
a sua integração numa Bolsa de Terras, um assunto que tem
dado que falar, mas que tem dado resultados positivos em zonas onde já foi implantado. O presidente da Câmara de Santa
Comba Dão, apostado em criar uma estratégia para o sector
primário do concelho, adiantou que o processo pode avançar, depois de uma reunião tida há cerca de um ano.
No Fórum Florestal de Santa Comba Dão, José Martino, da
Espaço Visual – empresa de consultoria agrícola, deixou alguns dados que sustenta de importantes para o desenvolvimento do sector primário no concelho. “O município lançou-
GR: Tem-se falado muito da Bolsa de Terras. Num concelho
de minifúndio, o que se pode fazer?
LJG: Já há cerca de um ano abordamos esta questão, com
o apoio da Adices, mais virada para os agentes autárquicos,
presidentes e elementos das juntas de freguesias. Neste Fórum voltámos a abordar esta questão, embora de modo diferente. Pensamos que é possível desenvolver a Bolsa de Terras
no nosso concelho, na medida em que existem propriedades,
algumas com dimensão e abandonadas, que poderão ser
valorizadas se vierem a ser integradas numa bolsa de terras.
Penso que será também uma oportunidade para muitos proprietários, mas dependerá muito do modo como conseguirmos levar este projecto por diante.
GR: Desde a construção da Barragem da Aguieira que o clima nesta zona ficou diferente. O que se produz hoje no concelho?
LJG: Santa Comba Dão já foi uma região mais vinícola do
que é hoje. Com a Barragem da Aguieira ficamos com um microclima diferente, pouco propício para a vinha. Por isso estamos à procura de culturas alternativas e não temos, neste
momento, uma cultura específica da nossa região. Estamos
a trabalhar no sentido de criarmos algo que nos ajude a desenvolver o território, bebendo um pouco daquilo que são as
experiências dos concelhos vizinhos.
Morada
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Tel. (+351) 275 752 275 | Fax (+351) 275 753 770
Coordenadas
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-me o desafio para​vir expor algumas ideias do que se pode
fazer através de um plano de desenvolvimento rural para o
concelho que faça desenvolver a agricultura​ e o mundo rural”, referiu José Martino. Para este especialista é necessário
começar por “fazer o levantamento das potencialidades dos
solos, do clima e dos players que já estão no terreno, que
tem sucesso na agricultura e na comercialização”, sustentando depois a necessidade de “elaborar planos de negócios
e actividades que se possam desenvolver neste território”.
Para o efeito, acrescenta José Martino, “é necessário saber
se há terra disponível, e aí entra a Bolsa de Terras, no sentido
de quem não tem vocação, ou não tem tempo para explorar a
terra, a coloque à disposição de quem tenha e se possa integrar nesta estratégica”.
Logo que o município de Santa Comba Dão lançar a Bolsa
de Terras e houver interessados “certamente serão visitados
pela equipa técnica e serão avaliadas as rendas e as condições de funcionamento da bolsa”, referiu José Martino.
Lat. 40.150203
| Long. -7.498547
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Investigador da UTAD desenvolveu o projecto BioCombus
Tecnologia oferece soluções para
reaproveitar resíduos dos lagares de azeite
A indústria do azeite dispõe actualmente de soluções tecnológicas para reaproveitamento de praticamente todos os
resíduos, que podem ser usados para produção de biomassa
e até as folhas das oliveiras podem ser canalizadas para a alimentação animal.
João Claro, investigador da Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro (UTAD), disse que o sector do azeite sofreu uma
grande evolução nas últimas décadas e a tecnologia dá hoje
resposta para praticamente todos os resíduos, mas ressalvou
que algumas das soluções “são ainda muito caras”.
Da produção de azeite resultam o bagaço de azeitona, os
caroços, as folhas e as águas ruças, que são um “problema ambiental muito complexo”, pois têm uma carga poluente 200 a
400 vezes superior ao do esgoto doméstico. Em média, a campanha de azeitona no país produz águas ruças equivalentes ao
esgoto de 2,5 milhões de pessoas. Existem vários processos de
tratamento, desde os menos onerosos, como lagoas de retenção e evaporação, a outros mais caros como os de tratamento
biológico, térmico e físico-químico.
De acordo com o investigador, neste momento a maior parte
dos resíduos estão a ser encaminhados para a indústria da refinaria, que retira o azeite remanescente dos bagaços húmidos
para a produção de óleo de bagaço e o restante é usado para
queima.
Com vista a dar uma solução mais global a estes resíduos,
João Claro desenvolveu o projecto BioCombus que aproveita
os subprodutos das colheitas de azeitona e os transforma em
biomassa, que poderá ser utilizada como combustível sólido
para caldeiras domésticas.
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O protótipo deste projecto foi instalado na Cooperativa dos
Olivicultores de Murça, onde está agora a ser feito o aumento
da escala para produção industrial. “Esta é uma solução que
há 50 anos é perseguida pelos investigadores dos países mediterrânicos. É uma solução global porque estamos a fazer um
tratamento para cumprir a lei e além disso estamos a criar uma
mais-valia comercial”, salientou o investigador.
Uma equipa de investigadores da UTAD tem vindo a desenvolver trabalhos que visam a valorização da folha da oliveira
na alimentação animal. Segundo o investigador responsável
pelo projecto, Miguel Rodrigues, os resultados obtidos até ao
momento indiciam “um forte potencial de aplicação em dietas
para coelhos e ruminantes”.
João Claro está também a desenvolver um sistema para o
tratamento de efluentes dos lagares, como as águas que resultam da lavagem da azeitona, que recorre à energia solar.
“Pode afirmar-se que esta actividade, nos últimos anos, tem
vindo a ser mais amiga do ambiente, atendendo a vários factores preponderantes, designadamente uma maior preocupação
na localização destas instalações em zonas industriais, legislação mais exigente e evolução tecnológica dos equipamentos”,
concluiu Manuel Cardoso, da Direcção Regional de Agricultura
e Pescas do Norte (DRAPN).
Em 1994 estavam em laboração em Trás-os-Montes e Alto
Douro 243 lagares, tendo entretanto algumas destas unidades encerrado devido às exigências da União Europeia relativamente ao licenciamento e às novas exigências ambientais.
Actualmente estão em funcionamento cerca de 134 lagares de
azeite em toda a área da DRAPN.
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A polimixina B encontra-se disponível nas farmácias hospitalares
Investigadores do Porto descobrem antídoto
contra cogumelo venenoso mortal
Um antídoto para as intoxicações por uma espécie de cogumelos venenosos foi descoberto por investigadores da Universidade do Porto que conseguiram uma sobrevivência de 100%
em animais de laboratório, revelou o orientador do estudo
científico.
A espécie de cogumelos estudada, “Amanita phalloides”,
“também conhecida como chapéu da morte”, é abundante
em Portugal e tem sido responsável por 90 a 95% das mortes por ingestão de cogumelos silvestres venenosos, para os
quais até agora não existia antídoto eficaz, mas investigadores
portugueses descobriram um antídoto e acabam de publicar o
artigo científico na revista da área de Toxicologia “Archives of
Toxicology”.
“Descobriu-se pela primeira vez uma substância (polimixina
B) que pode funcionar como antídoto (antiveneno) para as intoxicações por um dos cogumelos silvestres mais venenosos e
letais da natureza, que é designado por ‘Amanita phaloides’”,
explicou Félix Dias Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e orientador do estudo científico elaborado no âmbito da tese de doutoramento
de Juliana Garcia.
Segundo o especialista, com a ajuda de computadores, os
investigadores simularam a acoplagem a uma enzima que é
inibida pelas toxinas dos cogumelos venenosos e que é responsável pela transcrição do nosso código genético (DNA).
A inibição dessa enzima vai originar um “bloqueio da síntese
das proteínas e as células afectadas morrem. “Posteriormente
conseguimos demonstrar, com um trabalho em animais de laboratório, que com essa substância, seleccionada através dos
estudos a nível do computador, a sobrevivência era de 100%
em animais que de outra forma, ao serem expostos a esta toxina, morriam ao final de cinco dias”, revelou Félix Dias Carvalho, acreditando que com este trabalho se vai conseguir levar
a “esperança às pessoas que consomem os cogumelos venenosos de uma forma acidental”. O “aumento da sobrevivência
nestes casos é crucial quer a nível social, quer a nível dos custos associados ao tratamento hospitalar”, admite.
A importância desta descoberta deve-se à urgência de
“combater as toxinas presentes nestes cogumelos, que afectam directamente o fígado e rins das pessoas intoxicadas”, ex30
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plicou Félix Dias Carvalho. O passo seguinte é verificar que esta
substância funciona também nas intoxicações em humanos”,
disse o professor, relembrando que neste momento o que dados obtidos referem-se apenas a ambiente laboratorial e em
animais.
O professor e investigador da Faculdade de Farmácia considera que o” interessante neste trabalho é que se trata de
uma substância que já existe na terapêutica, é um antibiótico, e que existe nos hospitais, podendo ser aplicado para além
da terapêutica que já está instituída, não tendo que substituir
terapêutica nenhuma. “Pode ser adicionada à terapêutica já
existente e, portanto, não trará riscos adicionais às vítimas de
intoxicação e será mais uma esperança que se traz para os intoxicados que de outra forma, na maior parte dos casos acabam por necessitar de um transplante hepático ou no caso de
não haver resposta atempada, levará à morte do doente”.
Questionado sobre se tem dados das mortes relacionadas
com envenenamento de cogumelos, o especialista disse que
em Portugal, e crê que a nível mundial também, existem “poucos dados de epidemiologia sobre este tipo de intoxicações”.
“São vários os casos que nós vamos ouvindo, principalmente a
nível da comunicação social, mas que depois não se reflectem
numa estatística que se possa confiar”, considerou.
A investigação iniciou-se há cerca de quatro anos e ainda
não está finalizada, porque, segundo o explicador, “Há ainda
bastante trabalho pela frente” que tem se ser realizado”, designadamente administrar o antídoto em ambiente laboratorial e
em animais, mas numa altura tardia, em que a intoxicação já
está bem profunda e onde já existam “danos bastante acentuados, para simular melhor ainda a realidade clínica”.
Os investigadores acreditam que a descoberta será aplicada
na clínica “dentro de muito pouco tempo”. “A divulgação a nível
nacional e internacional permitirá a utilização deste fármaco
associado à terapêutica que está instituída presentemente nas
intoxicações, que se mostra pouco eficaz. “A polimixina B já se
encontra disponível nas farmácias hospitalares, podendo ser
colmatada rapidamente a falta de alternativas eficazes numa
intoxicação com elevada mortalidade e morbilidade”, referiu,
por seu turno, Vera Costa, investigadora também envolvida
neste estudo.
A maioria do sector agroalimentar
Cerca de 250 produtos
com marca Açores em menos de um ano
Cerca de 250 produtos, a esmagadora maioria do sector
agroalimentar, ostentam já a marca Açores, criada há quase
um ano para associar “os atributos mais distintivos” do arquipélago à produção regional, disse hoje o vice-presidente do
executivo açoriano.
“Neste momento estão já registados como produtos aderentes à marca Açores 251 produtos, sendo que uma parte
significativa deles corresponde à área dos frescos, nomeadamente carnes, enchidos, peixe, frutas e legumes, com 81
produtos”, afirmou Sérgio Ávila. Na lista surgem também 94
produtos de mercearia, lacticínios (45), bebidas (24) e artesanato, esta última actividade com sete produtos.
Segundo o governante, a marca é transversal a todos os
produtos que se considerava terem potencialidade para possuir a distinção. “Neste momento, a grande conclusão que tiramos é que temos uma enorme diversidade de produtos que
potenciam aquilo que são os factores produtivos regionais
endógenos”, declarou.
Para Sérgio Ávila, o facto de os produtos com marca Açores
serem em grande parte do sector agroalimentar revela que
este é o que “tem grande potencialidade de produção e exportação”.
O responsável adiantou que, após a fase de regulamentação da marca e de aprovação de candidaturas - que permanecem abertas -, segue-se o lançamento de uma campanha
nacional de promoção “para que também esses produtos
possam ter uma mais-valia acrescida em termos de penetração em mercados fora do mercado regional”.
O objectivo da campanha é oferecer aos consumidores
“uma maior incorporação de conhecimento do que são os
princípios da marca, da sua existência e que possam nas suas
decisões de consumo valorizar os produtos que têm marca
Açores”, acrescentou.
Questionado se ainda existe potencial de crescimento para
o número de produtos com a marca Açores, Sérgio Ávila responde afirmativamente, justificando com a criação de novos
produtos. “Assistimos nos últimos tempos a uma criatividade
por parte dos nossos empresários de criar novos produtos
que tenham uma marca que se identifique com a região e,
portanto, existe ainda um enorme potencial de crescimento,
desde que utilizem os produtos endógenos da região”, salientou.
A 30 de Janeiro o Governo dos Açores lançou esta marca
da região, baseada na natureza, para poder ser utilizada por
entidades públicas e privadas para certificação e promoção
dos seus produtos.
Com o slogan “Açores: certificado pela natureza”, a marca
destina-se a produtos tradicionais, incluindo o turismo, que
se diferenciem “por serem originários de uma região com uma
pegada ecológica de elevado valor ambiental”.
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Organismo e produtores de castanha unem-se para combater a praga
Plano de acção nacional contra a vespa
do castanheiro foi assinado em Lamego
A Associação Nacional da Castanha - Refcast, com sede em
Vila Real - e cerca de 30 municípios vão unir esforços no combate à vespa do castanheiro através da luta biológica, que terá
que ser implementada na Primavera de 2016. O plano de acção
nacional contra a vespa das galhas do castanheiro foi assinado em Lamego, na presença de representantes de dezenas de
entidades, nomeadamente da Associação Portuguesa da Castanha - RefCast, instituições de inovação e desenvolvimento e
municípios.
Não excluindo outras alternativas, a luta biológica tem sido
até ao momento o processo mais eficaz no controlo desta praga, que pode destruir nas regiões afectadas até 80 por cento
da produção da castanha, e que foi detectada no nosso país
pela primeira vez em Maio de 2014.
Tendo como observadores as direcções regionais de agricultura e pescas do Norte e Centro, a colaboração de todos
os agentes da fileira da castanha é considerada imprescindível
para combater esta praga. A implementação de medidas que
visam o controlo da vespa das galhas do castanheiro culminou
com a realização das primeiras largadas experimentais do parasita “Torymus Sinensis” que se alimenta das larvas da vespa
nas zonas onde tecnicamente esta opção foi recomendada.
O primeiro foco de infestação desta praga foi detectado no
final de Abril na região transmontana, um ano depois de ter sido
encontrada primeira vez em Portugal, no Minho. “Foi uma má
surpresa. A área da expansão da vespa é maior do que aquilo que pensávamos e surpreendentemente já se encontraram
focos bastante desenvolvidos não só em castanheiros jovens,
mas também em castanheiros adultos”, afirmou José Gomes
Laranjo, presidente da Refcast e investigador da Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Segundo o responsável, esta praga já se alastrou a cerca de
200 freguesias de 29 concelhos.
Devido à importância que a produção de castanha repre32
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senta para a economia transmontana, tem-se assistido a uma
grande mobilização na luta contra a vespa que, à semelhança
do que já aconteceu em outros países europeus, pode eliminar
até 80% da produção nos próximos anos.
Agora, de acordo com José Gomes Laranjo, é necessário garantir a luta biológica, a única que tem sido eficaz no combate
à praga e que terá de ser implementada na primavera de 2016.
A luta biológica consiste na largada de parasitóides, insectos
que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa. Por exemplo, realizar 200 largadas
custa entre cerca de 50 a 60 mil euros. Só que, as encomendas
têm de ser feitas agora em Dezembro e é preciso, segundo José
Gomes Laranjo, assegurar o pacote financeiro necessário.
Aos municípios vai ser pedida ajuda para acompanhar o problema relacionado com a vespa do castanheiro e financiamento que possa assegurar esta luta “que é preciso levar a efeito”.
Em 2015, os custos foram assumidos pelo Ministério da Agricultura e o Instituto Politécnico de Bragança, mas, segundo o
investigador, até este momento o ministério ainda não assegurou o pacote financeiro completo e é, por isso, necessário
encontrar alternativas.
Após a detecção da praga foi criada uma comissão de acompanhamento a nível nacional, que junta vários organismos do
Estado, instituições de ensino superior e também a Refcast e
são os técnicos desta comissão que definem, em função dos
focos encontrados em cada concelho, o número de largadas
que é recomendável fazer.
Em 2016, o número de largadas deverá ser determinado em
função dos resultados de monitorização que decorrem no terreno. Manuel Cardoso, director da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, presente na cerimónia, sublinhou
que os municípios, no âmbito deste processo, são um elo fundamental na promoção do desenvolvimento regional e defesa
das populações.
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Concluíram investigadores da Universidade de Aveiro
Alterações climáticas ameaçam
terrenos agrícolas do Baixo Vouga
Os terrenos agrícolas do Baixo Vouga estão em risco devido
à lenta reacção das autoridades ao impacto das alterações climáticas, concluíram investigadores da Universidade de Aveiro
(UA) no âmbito de um estudo europeu.
Em risco estão 4.600 hectares de férteis terrenos agrícolas
ameaçados de progressiva salinização devido à acentuada subida das marés e às constantes inundações, que destroem diques e colheitas, cortam acessos e isolam populações e explorações agrícolas.
No estudo, feito em articulação com outras instituições europeias, os investigadores do Departamento de Materiais e Cerâmica da UA alertam para a “inacção” das autoridades e dizem
que a resistência em adoptar medidas concretas para integrar
as alterações climáticas nas políticas actuais torna ainda mais
complicado o combate à intrusão salina superficial.
Segundo um projecto de conclusões, os investigadores apontam como principais problemas “a gestão, nem sempre adequada, da Ria de Aveiro, os conflitos entre entidades e a falta de
apoio aos agricultores para lidarem com as inundações fluviais
e com a intrusão salina superficial”.
Território de grande valor agrícola e ambiental, o Baixo Vouga
Lagunar (BVL) reparte-se entre os concelhos de Aveiro, Estarreja e Albergaria-a-Velha, estimando-se que ali existam cerca
de quatro mil explorações agrícolas, integradas num ecossistema rico e variado que é suporte de várias espécies, muitas delas
protegidas.
A progressiva subida das marés, que muitos acreditam estar
associada ao fenómeno do aquecimento global, e as sazonais
inundações na área do BVL têm levado à destruição de centenas de hectares de terrenos agrícolas, pondo em risco colheitas,
gado (cavalos e bovinos são criados à solta nas ilhas do Vouga)
e populações.
Recorrentemente são tornadas públicas queixas de agricultores, autarcas e agentes políticos que reclamam o início das
obras destinadas à conclusão do sistema primário de defesa
contra marés, um programa de sustentabilidade que visa impedir a intrusão de água salgada, e que deverá ser seguido por um
plano de expansão da zona agrícola e pela criação de um sistema eficaz de comunicações.
O bloco do Baixo Vouga Lagunar foi um dos três casos de es-
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tudo do projecto europeu ADAPT-MED, em que investigadores
da UA participaram e que partiu da pergunta: “Estão as actuais
tomadas de decisão ajustadas à internalização da adaptação
no processo de elaboração de políticas?”.
O ADAPT-MED pretendeu identificar os principais factores
que afectam a capacidade de “internalizar” a adaptação às
alterações climáticas em zonas costeiras mediterrâneas, no
processo de tomada de decisão. Nomeadamente, salientam os
investigadores, “procurou-se analisar, recorrendo a processos
participativos com os atores-chave, a forma como o processo
de adaptação às alterações climáticas se relaciona, e poderá
relacionar, com os mecanismos de planeamento e gestão do
território e de prevenção do risco”.
Durante o processo participativo dos atores-chave, foi reconhecido que não existem ainda medidas concretas para integrar
as alterações climáticas nas políticas atuais, nem para evitar os
impactes de outros problemas ambientais, como a intrusão salina superficial.
Os principais obstáculos apontados, perante a inacção aos
problemas apontados, foram a gestão, nem sempre adequada,
da Ria de Aveiro, os conflitos entre entidades e a falta de apoio
aos agricultores para lidarem com as inundações fluviais e com
a intrusão salina superficial.
O projecto ADAPT-MED foi promovido por várias entidades
em Portugal - Universidade de Aveiro e Instituto Universitário de
Lisboa (ISCTE) -, França - ACTeon e o Instituto para a Investigação Geológica - e na Grécia - Universidade Nacional Capodistriana de Atenas. Adicionalmente, o projecto contou, desde
o seu início, com a participação de diversos atores-chave em
cada um dos casos de estudo.
No caso concreto do Baixo Vouga Lagunar, colaboraram activamente no projecto instituições da administração central e
regional (Administração do Porto de Aveiro, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Direcção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, municípios, juntas de
freguesia, associações de utilizadores, entidades não-governamentais, empresas privadas e cidadãos comuns). Colaboraram
ainda utilizadores do Baixo Vouga Lagunar, como agricultores,
produtores de gado e população local, e alunos da Universidade
de Aveiro residentes nos concelhos abrangidos pelo BVL.
Alerta relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Alterações climáticas vão afectar
seriamente o trabalho no futuro
Um pouco por todo o mundo, as comunidades estão cada
vez mais vulneráveis às alterações climáticas, sendo necessário investir na criação de “trabalho sustentável”, alerta um
relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A vulnerabilidade das comunidades às alterações climáticas é cada vez mais evidente, “com cerca de 1,3 mil milhões de
pessoas a viver em terras frágeis” e vários milhões de pessoas
afectadas por desastres naturais, assinala o documento.
Sublinhando que “as alterações climáticas, associadas a
um aumento médio da temperatura global, têm conduzido
a mudanças nos padrões de precipitação, aumento do nível
das águas e uma maior frequência de fenómenos climáticos
extremos”, o relatório do PNUD inclui um ranking dos países
mais afectados por desastres naturais entre 2005 e 2012.
Naquele período, a Somália registou a maior percentagem
média anual de pessoas afectadas, com 12,1% da sua população, seguindo-se Santa Lúcia, nas Caraíbas, com 11,5%, as
Filipinas, com 10,6%, o Níger, com 9,7%, e o Djibuti, com 8,8%.
De acordo com o relatório, o impacto das alterações climáticas no desenvolvimento humano vai implicar “mudanças
que afectarão seriamente o trabalho e as condições em que
as pessoas -- sobretudo os pobres -- laboram”.
“Na bacia do baixo Mekong, no sudeste asiático - ocupada
por comunidades agrárias e ribeirinhas - as alterações climáticas vão afectar a existência e os modos de vida de mais
de 42 milhões de pessoas”, exemplificam os autores do texto, acrescentando que, globalmente, são esperadas “grandes
mudanças nas culturas, aumento da mortalidade do gado,
declínio no rendimento da aquacultura e maior incidência de
doenças”.
Na vertente ambiental, o relatório do PNUD incide ainda na
criação de “trabalhos sustentáveis” que, segundo os analistas, devem substituir algumas profissões associadas a danos
ambientais e com um baixo potencial de desenvolvimento
humano. O trabalho sustentável pode ter lugar em economias
desenvolvidas e em desenvolvimento e assemelha-se aos
designados “empregos verdes”, ou seja, a “qualquer trabalho
decente que contribua para preservar ou restaurar a qualidade do ambiente, seja na agricultura, indústria, serviços ou
função pública”, esclarece o relatório, salientando que, existem, porém, dois aspectos que os distinguem.
Ao contrário dos “empregos verdes”, o “trabalho sustentável” não tem, necessariamente, de ser realizado para “ganhar
a vida”, pelo que abrange “os esforços de voluntários, artistas, activistas e outros”. Em segundo lugar, ele encerra em si
um imperativo de “avanço do desenvolvimento humano”.
Para os autores do documento, esta modalidade laboral vai
implicar três aspectos: a extinção de alguns trabalhos, tendo
aqueles que a eles se dedicavam de “encontrar outras ocupações”; a transformação de outros, mediante “uma combinação de investimento em novas tecnologias e em actualização
da formação profissional e das competências”; e a criação
de novas profissões, “beneficiando tanto a sustentabilidade
como o desenvolvimento humano”.
A ideia de extinção de determinadas profissões pode soar
alarmante, mas os autores do relatório revelam que o processo já está em curso em vários pontos do planeta, com o encerramento de 167 minas de carvão até 2016 no Reino Unido,
afectando 222.000 trabalhadores, ou a reestruturação do
sector florestal na China, em curso até 2017 e que vai afectar
400 empresas e 100.000 trabalhadores.
Em contrapartida, áreas relacionadas com o ambiente podem absorver milhares de trabalhadores, caso do sector das
energias renováveis, que, em 2014, empregava um número
estimado de 7,7 milhões de pessoas directa e indirectamente,
com a energia solar fotovoltaica como a maior empregadora,
com 2,5 milhões de postos de trabalho.
No ano passado, os dez países com a mais elevada taxa de
emprego no sector das energias renováveis foram a China, o
Brasil, os Estados Unidos, a Índia, a Alemanha, a Indonésia, o
Japão, a França, o Bangladesh e a Colômbia.
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Única lista a sufrágio obteve 93,3% dos votos
Licínio Pina foi
reeleito presidente
do CAE do Crédito Agrícola
op
ini
ão
Um novo ciclo
para a floresta em Portugal
Lista dos Órgãos Sociais da Caixa Central:
Mesa da Assembleia Geral
Presidente: Nuno Carlos Ferreira Carrilho (CCAM Terras de Viriato)
Vice-presidente: Josué Cândido Ferreira dos Santos (CCAM de Ferreira
do Alentejo)
Secretário: Carlos Alberto Samora Bitoque Vargas Mogo, (CCAM de São
Bartolomeu de Messines e São Marcos da Serra)
Conselho Consultivo
Aprovada com 93,3% dos votos em Assembleia Geral, a única
lista para os Órgãos Sociais da Caixa Central de Crédito Agrícola
Mútuo, encabeçada no Conselho de Administração Executivo
por Licínio Pina, deverá tomar posse a 29 de Dezembro.
Eleitos para o triénio 2016-2018, os novos Órgãos Sociais da
Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo têm Nuno Carrilho na
presidência da Mesa da Assembleia Geral; Carlos Courelas preside ao Conselho Geral e de Supervisão, enquanto Licínio Pina
preside ao Conselho Consultivo e Conselho de Administração
Executivo (CAE). Licínio Pina, que agora foi reconduzido no cargo, está ligado ao Crédito Agrícola há mais de 30 anos, nos últimos três como presidente do CAE da Caixa Central.
O Crédito Agrícola é uma instituição financeira sólida, que se
destaca no panorama nacional (a revista britânica The Banker
considerou este ano o CA como o terceiro banco mais sólido
a operar em Portugal, sendo o primeiro de capitais exclusivamente nacionais). Composto por 82 Caixas de Crédito Agrícola
Mútuo e Caixa Central que, em conjunto, detêm a terceira maior
rede, com 675 Agências, o Crédito Agrícola distingue-se pela
proximidade às comunidades onde se insere.
Além da actividade bancária, o Grupo Crédito Agrícola actua
também na área seguradora - ramo Vida e Não Vida -, gestão
de activos, consultadoria, tecnologia e sistemas de informação.
Hélio José de Lemos Rosa (CCAM de Alenquer)
José Luís Tirapicos Nunes (CCAM do Alentejo Central)
José Lopes Gonçalves Barbosa (CCAM do Alto Cávado e Basto)
Normando António Gil Xarepe (CCAM de Estremoz, Monforte e Arronches)
António Germano Fernandes de Sá e Abreu (CCAM do Médio Ave)
João Nascimento Canas Guerra (CCAM do Nordeste Alentejano)
António Francisco Coelho Pinheiro (CCAM de Paredes)
José Manuel Guerreiro Estiveira Gonçalves (CCAM de Silves)
Francisco Eduardo das Neves Rebelo (CCAM do Vale do Távora e Douro)
Conselho Geral e de Supervisão
Presidente: Carlos Alberto Courelas (CCAM de Pombal)
Francisco Amâncio de Oliveira Macedo (CCAM dos Açores)
Orlando José Matos Felicíssimo (CCAM de Aljustrel e Almodôvar)
António João Mota Cachulo da Trindade (CCAM do Baixo Mondego)
Afonso de Sousa Marto (CCAM da Batalha)
Alcino Pinto dos Santos Sanfins (CCAM do Douro, Corgo e Tâmega)
José Gonçalves Correia da Silva (CCAM do Noroeste)
Artur Teixeira de Faria (CCAM de Terras do Sousa, Ave, Basto e Tâmega)
Magda Cristina Batista Antunes Santolini (CCAM da Zona do Pinhal)
Conselho de Administração Executivo
Presidente: Licínio Manuel Prata Pina
Vogal: Renato Manuel Ferreira Feitor
Vogal: José Fernando Maia Alexandre
Vogal: Sérgio Manuel Raposo Frade
Vogal: Ana Paula Raposo Ramos Freitas
Ano XI - N.º 261
Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.
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Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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O XXI Governo Constitucional, liderado por
António Costa, reinscreveu a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural
no elenco governativo. Extinta em Outubro de
2014, durante o consulado de Assunção Cristas
no Ministério da Agricultura, a floresta está de
volta à agenda política e em boa hora!
Esta é uma boa notícia para o sector florestal,
que tem a chefiar a equipa ministerial da Agricultura um político com currículo, com provas
dadas em Portugal e em Bruxelas. Capoulas
Santos configura, no contexto político actual,
uma escolha que garante estabilidade e confiança junto dos agentes do sector e que deixa
esperança no lançamento de um novo ciclo na
política florestal em Portugal.
António Costa havia afirmado em Março, na
celebração do Dia Internacional da Floresta, que Portugal precisa de uma
“Reforma Estrutural do Sector Florestal”. Pois bem, é esse compromisso que
encontramos nas linhas orientadoras do Programa de Governo, em que a floresta assume protagonismo na perspectiva da valorização do território nacional.
Nesse quadro, a valorização dos recursos florestais, cujas orientações fundamentais compreendem o reforço do ordenamento florestal e da produtividade das principais fileiras silvo-industriais, o apoio à melhoria das organizações de produtores e da gestão interprofissional, bem como a primazia
da protecção da floresta face aos incêndios e aos agentes bióticos nocivos, a
dinamização ambiental e económica dos espaços florestais sob a gestão do
Estado, o estímulo para a certificação dos processos produtivos e a promoção da floresta de uso múltiplo (nomeadamente dos sistemas agrossilvopastoris e da floresta de montanha), são linhas de força da acção governativa
para o Sector Florestal inscritas no Programa do XXI Governo Constitucional.
Perante tal premissa, são muitos e complexos os desafios que esperam a
equipa de Capoulas Santos, depois de 4 anos sem um rumo definido para a
política florestal – revitalizar a Administração Florestal, desbloquear o Cadastro Florestal, rever os PROF, fomentar as ZIF e o movimento associativo
florestal, investir nos Baldios, promover a certificação florestal e robustecer
a fileira florestal constituem, assim, desafios estruturantes para o futuro do
sector florestal em Portugal.
Também a operacionalização dos incentivos financeiros do PDR 2020 e do
Fundo Florestal Permanente constitui um desafio exigente e, por ventura, este
será a primeira “prova de fogo” do Ministério de Capoulas Santos.
Uma palavra final para Amândio Torres: um engenheiro silvicultor conhecedor do sector e da administração florestal, é o novo titular da Pasta das
Florestas no Governo Socialista. Fruto do seu percurso profissional e político,
é uma pessoa capaz de ir ao cerne das questões florestais e de ser bem-sucedido nessa demanda de concretizar a Reforma do Sector Florestal, a bem
da afirmação do potencial do principal recurso natural renovável do nosso
Pais, a FLORESTA!
Miguel Galante
(Eng. Florestal)
Anunciou o Ministério da Agricultura
Criado gabinete de crise
para acompanhar leite e suinicultura
O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, criou um gabinete de crise para encontrar
soluções para os problemas dos sectores do leite e da suinicultura, anunciou o ministério
num comunicado.
A estrutura integra a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e deve
incluir igualmente representantes da produção e da indústria. O objectivo, segundo o ministro, é “gerir equilíbrios na relação entre os diferentes elementos da cadeia que liga os produtores aos consumidores, designadamente entre os sectores da produção, transformação e
distribuição, através de um processo de diálogo constante e consistente”.
Capoulas Santos esteve em Bruxelas onde se reuniu com o comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, e anunciou apoios comunitários à armazenagem privada de carne de
porco já a partir de 4 de Janeiro.
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Sedeado em Vinhó, no concelho de Gouveia
Grupo Madre de Água
comemorou terceiro aniversário
O Grupo Madre de Água, sedeado em Vinhó, no concelho de
Gouveia comemorou no início deste mês de Dezembro o seu
terceiro aniversário.
Foi num ambiente intimista e elegante que os seus convidados assistiram ao lançamento promocional dos seus produtos,
como queijos, requeijão, vinhos, compotas e azeite, através da
apresentação e degustação dos mesmos, que já se encontram
disponíveis no mercado.
Num evento memorável, o Grupo Madre de Água conquistou
os presentes com afabilidade, presenteando-os com um showcooking efetuado pelo Chef António Baptista, conseguindo
captar as mais variadas atenções, culminando, com o lançamento de “lanternas de sonho”, desejando assim boa sorte e
prosperidade para o projecto Madre de Água.
A festa visou agradecer a todos os que contribuem para o
sucesso do projecto Madre de Água.
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