Jornal Abril 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Transcrição
Jornal Abril 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl PDPL-RV Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 261 - Viçosa, MG - Abril de 2011 Apresentação da DPA Vívian Rodrigues Coelho Estudante de Medicina Veterinária O PDPL-RV promoveu no dia 19 de abril de 2011 uma palestra explicativa sobre a DPA (Dairy Partners Américas – “Parceiros em Laticínios nas Américas”), com os estagiários da primeira, segunda e terceira fase do Programa. A palestra foi ministrada pela Zootecnista e ex-estagiária do PDPL-RV, Janaina Giordani - especialista em Serviço ao Produtor de Leite Milk Sourcing – DPA Manufacturing (DPAM), e pela Médica Veterinária e trainee, Isabella Albefaro. A DPAM é responsável por gerenciar a compra, transporte e manufatura do leite, e produzir em suas fábricas leite em pó, pré-condensado, e gordura anidra de leite, comercializados para a Nestlé, Fonterra, DPA Chilled and Liquid e suas unidades. As palestrantes apresentaram o funcionamento da empresa, as divisões e funções dos seus setores, e a relação que esta estabelece com seus fornecedores e colaboradores. Além da palestra, nos dias 18, 19 e 20 de abril, Janaína e Isabella visitaram algumas propriedades do PDPL-RV, avaliando diferentes sistemas de produção, e a Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Gado de Leite (UEPE-GL/DZO/UFV), setor onde são realizadas as atividades da 1ª e 2ª fase do PDPL-RV. Dessa forma, a palestra foi uma oportunidade para os estagiários conhecerem melhor o trabalho e atuação dessa empresa, além de mostrar que o mercado precisa e tem espaço para os profissionais preparados, como exemplos de ex-estagiários do PDPL-RV que atualmente são colaboradores da DPA. Produtores de Santa Maria de Itabira e região visitam fazendas assistidas pelo PDPL-RV Rafael Gasparoni Estudante de Agronomia Fabiana Cirino dos Santos Estudante de Veterinária O PDPL-RV, no dia 16 de abril de 2011, recebeu uma visita técnica dos produtores pertencentes ao grupo do Educampo de Santa Maria do Itabira e região. Visitaram as fazendas Tum-Tum, em Guaraciaba-MG, pertencente ao Sr. Áureo Alcântara Ferreira, no período da manhã, e à tarde a Fazenda Chácara, situada em Coimbra-MG, pertencente ao Sr. José Afonso Frederico. O evento proporcionou aos produtores a troca de experiências e conhecimentos a respeito do manejo adotado nas propriedades, principalmente os índices técnicos e econômicos, e ainda as perspectivas das fazendas. A apresentação foi feita pelos estagiários com o acompanhamento dos técnicos. Houve grande participação e interesse por parte dos produtores, o que foi fundamental para a dinâmica e realização do evento, sendo, de forma geral, bastante proveitoso para todos. Dia de Campo para calouros Fabiana Cirino dos Santos Estudante de Medicina Veterinária Renata Vasconcelos Estudante de Medicina Veterinária No sábado de 2 de abril de 2011 foi realizado, na propriedade do Senhor Sérgio Maciel, situada em Coimbra-MG, o Dia de Campo, evento destinado aos estagiários recém ingressos na terceira fase do PDPL-RV. Foram abordados diversos assuntos relacionados à atividade leiteira, através de apresentações feitas por estagiários mais experientes do Programa, orientados pelos técnicos. As palestras foram sobre: - Manejo Sanitário: mostrou-se a importância de manter a saúde do rebanho através da prevenção de doenças com estratégias de vacinação e controle de endo e ecto parasitas; - Canavial, Capineira e Pasto: orientou-se sobre a produção de volumosos citando planejamento, implantação das culturas, manejo e colheita; - Milho e Sorgo: discursou-se sobre a implementação das culturas, apon- tando todas as etapas da produção e solução de problemas adversos; - Boas Práticas na Fazenda (BPF): foi explicado sobre o programa que é feito pela DPA, o qual busca implementar o conceito de produção com qualidade na fazenda, com consciência social e ecológica; - Manejo de Cria: discutiu-se assuntos sobre todo o manejo das bezerras, desde o fornecimento do colostro e cura do umbigo até o desaleitamento; - Qualidade do leite: manejo de ordenha, limpeza de equipamentos, Instrução Normativa 51, análises de CBT e CCS, e controle de mastite, foram pontos discutidos na apresentação. O objetivo principal do Dia de Campo foi permitir um nivelamento aos novos estagiários e o aprofundamento nesses temas de grande importância dentro de uma propriedade leiteira, com participação nas atividades e esclarecimento de dúvidas, possibilitando assim, uma maior formação e desempenho desses futuros profissionais no campo. Profissionais da Argélia visitam fazendas assistidas pelo PDPL-RV Emílio Alves Fonseca Estudante de Agronomia Visita à propriedade Santa Edwiges Os desafios e os paradigmas da sustentabilidade no sistema de produção de leite Renan Valadares Estudante de Zootecnia O PDPL-RV organizou uma palestra para os estagiários sobre os desafios e paradigmas da sustentabilidade da produção de leite, com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos estudantes. A palestra foi ministrada pelo exestagiário e Eng. Agrônomo Daniel Carneiro de Abreu, Mestre em nutrição de ruminantes e doutorando pelo Departamento de Zootecnia/ UFV. Foram discutidos na apresentação temas variados como: a sustentabilidade e a bovinocultura; aplicação da análise de Benchmarking; mercado de lácteos; competição e estratégia no mercado, e o estudo de caso de uma fazenda de leite orgânico nos EUA. A palestra foi muito importante para os estagiários, pois possibilitou o conhecimento sobre produção de leite sustentável, custo de produção por região, exportação de leite, entre outros, que ajudaram a ampliar a visão e formação profissional dos alunos. No dia 26 de abril, algumas fazendas assistidas pelo PDPLRV, receberam a visita de um grupo de profissionais do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da Argélia (INRAA), especialistas capacitados em técnicas de gestão da água para o gado. O grupo teve a oportunidade de conhecer a propriedade do Sr. Geraldo Aleixo, onde puderam ver a realidade de uma propriedade cuja mão-de-obra utilizada é familiar, com a utilização de cana-de-açúcar como alternativa de volumoso para o período da seca, e capim elefante para a época das águas. Também visitaram a propriedade de Antônio Maria, José Afonso e Sérgio Maciel. Esse foi um processo de grande valia para todos, conseguindo fazer um intercâmbio de conhecimentos sobre diferentes sistemas de produção. Estação sobre milho e sorgo Dicas do zootecnista: Com o milho em alta, farelo de trigo torna-se uma boa opção p.2 Cria de fêmeas leiteiras em abrigos contínuos Milho safrinha: Cultura de risco ou opção? Qualidade do leite: Os vilões da mastite p.2 p.2 p.4 Cria de fêmeas leiteiras em abrigos contínuos Thiago Francisco Rodrigues Estudante de Zootecnia Rafael A. S. P. Gasparoni Estudante de Agronomia O sucesso na atividade leiteira tem início com uma boa criação das fêmeas leiteiras, principalmente durante a fase de aleitamento. É imprescindível criar esses animais de forma eficiente, a um custo reduzido e sem esquecer que se trata de um investimento para o futuro, porque o melhoramento genético depende de uma rápida substituição das vacas mais velhas por animais jovens e com potencial produtivo elevado. De um modo geral, a instalação para bezerras em aleitamento, deve ser simples e funcional; apresentar dimensões corretas visando o conforto animal; favorecer a entrada de Jornal da Produção de Leite Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa Publicação editada sob a responsabilidade do Coordenador do PDPL-RV: Prof. Sebastião Teixeira Gomes Jornalista Responsável: José Paulo Martins (MG-02333-JP) Redação: Christiano Nascif Zootecnista Marcus Vinícius C. Moreira Médico Veterinário André Navarro Médico Veterinário Thiago Camacho Rodrigues Engenheiro Agrônomo Diagramação e coordenação gráfica: Camila Caetano Impressão: Suprema Gráfica e Editora (32) 3551 2546 Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes Subsolo/ Campus da UFV Cep: 36570-000 Viçosa - MG Telefax: (31) 3899 5250 E-mail: [email protected] www.pdpl.ufv.br Twitter: @PDPLRV 2 raios solares; proteger contra correntes de ar frio; e não acumular umidade. Todas estas medidas evitam altas taxas de mortalidade, fato corriqueiro nessa fase de criação. Diante disso, uma das alternativas bem difundidas entre os produtores do PDPL-RV, e utilizada pelo produtor Áureo de Alcântara Ferreira, proprietário da fazenda Tum-Tum, é o bezerreiro contínuo. Os resultados obtidos na propriedade são bastante satisfatórios, começando por um ganho de peso de 530 g/dia com a dieta baseada em: 2 litros de leite pela manhã e à tarde; concentrado com 18% de proteína bruta oferecida à vontade; pasto de braquiária como volumoso; além de água fresca e de boa qualidade. Dessa forma, o índice de enfermidades é baixo graças ao manejo facilitado pelo abrigo e ao calendário sanitário seguido pelo produtor. Neste sistema, os animais são pre- sos a vergalhões esticados próximos aos cochos de água e concentrado, a cobertura é feita com telas do tipo sombrite, com malha de 70% de sombra e as laterais são abertas. Os dejetos não se acumulam, tornando desnecessário mudar o animal várias vezes de lugar, o que pode ser uma opção indicada quando não se dispõe de área extensa. Em termos construtivos podem-se adotar as seguintes dimensões para confecção dos abrigos contínuos: 1,5 m de largura, 12 m de comprimento, com estacas colocadas a cada 3 m (gasto total de 10 estacas) e 1,6 m de altura. Os vergalhões, onde as bezerras ficarão acorrentadas, devem ser dispostos ao centro do corredor formado pelas estacas, estas sustentarão o sombrite e os cochos de água e concentrado. Quanto aos custos, estes variam de acordo com os materiais empregados, em média 60 reais por animal alojado. Tais custos se tornam atraentes quando comparados aos valores médios dos abrigos individuais, tipo casinha, de 145 reais. O importante é ter em mente que não existe uma instalação que possa servir como modelo ideal. Adotando os princípios de higiene, conforto térmico, alimentação, ausência de umidade e lotações adequadas, a implementação de diferentes tecnologias torna-se viável, tendo como objetivo sempre a produção de bezerras sadias e com baixo custo. Abrigos contínuos que são utilizados na fazenda Tum-Tum Dicas do zootecnista: Com o milho em alta, farelo de trigo torna-se uma boa opção Bruno Moura Estudante de Zootecnia Cerca de 30% dos custos nas propriedades leiteiras são provenientes de gastos com concentrados. Com o milho em alta os gastos podem ser ainda maiores, visto que, na maioria das vezes, ele é um dos componentes principais. Desta forma, cabe aos produtores e técnicos procurar alternativas viáveis. Neste sentido, o farelo de trigo é uma boa opção disponível na maioria das regiões do Brasil. A utilização do farelo de trigo proporciona além da diminuição nos gastos com concentrado, algumas outras vantagens: - aumento de proteína degradável no rúmen, sendo esta de melhor qualidade e maior absorção pelas vacas, podendo levar ao aumento da produção de leite; - melhora na reprodução, pois o farelo de trigo é rico em selênio (micro mineral de grande importância para a reprodução); - maior teor de fibra (em vacas de alta produção com dieta rica em concentrados, ajuda a evitar a acidose metabólica que pode causar queda na produção e até morte do animal); - menor custo por kg de proteína bruta quando comparado ao milho: Custo/Kg de PB do farelo de trigo na matéria natural: R$ 4,40 Custo/Kg de PB do milho na matéria natural: R$ 7,11 *Preço do milho – R$/Kg: 0,64 *Preço do farelo de trigo – R$/kg: 0,66 Em virtude das boas vantagens citadas acima, substituir parte do milho pelo farelo de trigo pode ser uma boa estratégia para os produtores de leite, obtendo ganhos tanto reprodutivos quanto produtivos, desde que a dieta seja bem balanceada. Milho safrinha: cultura de risco ou opção? Vinícius Ferreira Estudante de Agronomia Sílvio Quintão Braga Estudante de Veterinária O plantio de milho safrinha tem apresentado um crescimento expressivo no Brasil, em área e produtividade. Na nossa região essa tecnologia possibilita o uso mais racional da terra em um período ocioso do ano, bem como proporciona a produção de um volumoso de qualidade. Cultivado normalmente sem irrigação, no período de janeiro a março, possui potencial produtivo menor quando comparado à safra, em virtude de menores precipitações, baixas temperaturas e baixa radiação solar na fase final do ciclo da cultura, o que exige um bom planejamento e aplicação de tecnologias que reduzam os riscos e garantam a produtividade. As lavouras devem ser implantadas, preferencialmente, em áreas de boa fertilidade, com necessidades de aplicação de fertilizantes em doses suficientes para a reposição das quantidades exportadas na safra e recomenda-se efetuar o plantio em solo já corrigido antes do plantio da cultura de verão, uma vez que não há tempo para a correção do solo com calcário antes do plantio da safrinha. Outro ponto a ser observado é em relação ao plantio de híbridos mais precoces na safrinha, justificados pelo provável déficit hídrico no final do ciclo da cultura e principalmente por uma alta defensividade às principais doenças. Pela mesma razão, o estande de plantas recomendado normalmente é cerca de 20% menor do que na safra normal e deve-se adotar um espaçamento mais reduzido. O controle de pragas e principalmente de doenças deve ser maior na safrinha porque os problemas ocasionados geralmente são mais sérios, enquanto o controle de plantas daninhas normalmente é mais fácil. O produtor Sérgio H. V. Maciel, da Fazenda Oásis em Coimbra-MG, realizou o plantio do milho safrinha no final de janeiro. Foi utilizado um híbrido transgênico de segunda geração com indicação para safrinha, resistente à lagarta do cartucho, considerada a maior praga da cultura, à lagarta da espiga e à broca do colmo. A lavoura passou por um veranico que comprometeu em partes a germinação e o desenvolvimento pleno da cultura. O espaçamento utilizado no plantio foi de 0,8 metros entre linha, com população final de 62500 plantas por hectare e com produtividade esperada de 40ton/ha, o que deverá ser atingido em função do bom desenvolvimento da lavoura. Com o intuito de melhorar as condições gerais do solo e complementar a alimentação volumosa na forma de pastejo, é plantada na mesma área, em sucessão ao milho, a cultura de aveia preta. Portanto, a experiência com a safrinha na Fazenda Oásis foi uma alternativa de sucesso para o complemento da silagem no planejamento de volumosos da propriedade. Plantio de milho safrinha na propriedade do Sr. Ségio H. V. Maciel Momento do Produtor: Rosival Ananias de Toledo Thiago Francisco Batista Teixeira Estudante de Agronomia Bruno Andrade Ricardo Estudante de Zootecnia A fazenda São Matheus está situada no município de Paula Cândido, na região da zona da mata mineira. Há décadas pertence à família de Rosival Ananias de Toledo, no passado administrada por seu pai, um entusiasta com a pecuária leiteira. A tradição familiar se estendeu até Rosival, que há 10 anos passou a administrá-la, mas, por residir em Ouro Branco-MG, o dia a dia da propriedade é gerenciado por seu irmão Maninho. No entanto, em fevereiro 2010, a participação do produtor passou a ser mais intensa, sendo realizadas visitas mais constantes. Com o intuito de crescimento e sentindo a necessidade de assistência técnica e gerencial, o produtor procurou o PDPL-RV, iniciando no Programa em agosto de 2010. A propriedade possui 148 hectares com relevo levemente acidentado, áreas predominantemente de baixadas e boa disponibilidade de água. Devido a estas características, o sistema de produção a pasto faz parte do perfil da propriedade e do interesse do produtor. A totalidade é destinada à pecuária leiteira, sendo 7,5 ha destinados ao plantio de milho silagem; 5 ha de pastejo rotacionado com brachiaria decumbens e cultivar mulato; 104 ha de brachiaria decumbens em pastos maiores; 0,8 ha de cana-de-açúcar; 0,7 ha de capineira cultivar Cameron, e aproximadamente 30 ha de mata nativa. As áreas de pastejo rotacionado e capineira foram implantadas no final de 2010, já com a orientação do PDPL-RV, o que possibilitou um melhor aproveitamento das áreas da fazenda, flexibilidade no fornecimento de volumosos aos animais, e diferentes estratégias de manejo. O rebanho da propriedade é formado por animais remanescentes da própria fazenda e recentes compras realizadas pelo produtor. O grau de sangue é variado, sendo utilizados dois touros (Gir leiteiro e Holandês) nas coberturas das vacas e novilhas. A utilização da inseminação artificial vem sendo estudada, a fim de acelerar o ganho genético. Atualmente, possui 48 vacas, sendo 29 em lactação, de um rebanho total de 104 animais. A produção média é de 330 l/dia, gerando uma média de 11,4 l/vl. As vacas em lactação são divididas em 2 lotes. As de maior produção têm acesso aos piquetes adubados, e as de menores ficam nos pastos maiores. As demais categorias aproveitam as extensas áreas da propriedade recebendo no cocho suplementação mineral. Com a chegada do período de seca as vacas de maior produção recebem silagem de milho e as demais cana-de-açúcar corrigida (na proporção de 9:1, ou seja, 9 partes de uréia e uma de sulfato de amônio). A suplementação com concentrado é feita ao longo do ano, sendo oferecida parte no canzil, durante as duas ordenhas, e o restante junto ao volumoso. Esse manejo varia de acordo com a dieta oferecida. O mesmo é misturado na propriedade durante todo o ano, com intuito de redução nos custos. O fornecimento do concentrado às vacas segue arraçoamento mensal passado pelos estagiários, mediante o controle leiteiro, escore corporal e dias em lactação. As bezerras são criadas de forma coletiva, recebendo concentrado à vontade, e 4 litros de leite por dia até ocorrer o desaleitamento de forma abrupta, aos 90 dias. Além disso, o produtor cumpre o calendário sanitário indicado pelo PDPL-RV. A qualidade do leite está dentro dos padrões da Instrução Normativa 51, apresentando na análise do leite de março 2011 contagem de células somáticas 662mil/ml e contagem bacteriana total 174mil ufc/ml. Também houve um avanço significativo com a aquisição de um tanque de expansão, que permite um resfriamento correto do leite dentro dos padrões ideais, além de otimizar a mão de obra, que gastava uma hora e meia para levar a produção até um tanque comunitário. A ordenha é do tipo balde ao pé, e foi expandida recentemente de 2 para 4 conjuntos, visando agilidade nesta etapa tão importante da atividade. Já para 2011 será intensificado o uso das pastagens e implantação de 3 ha de cana-de-açúcar, além da aquisição e descarte de animais. Apesar do curto tempo de trabalho junto ao PDPL-RV, a fazenda já demonstra avanços significativos, aumentando assim o entusiasmo do produtor com a atividade leiteira. 2010 (antes do PDPL-RV) 2012 (meta) Produção (l/dia) 200 500 Produção/vaca em lactação (l/vl/dia) 6,45 14,3 Eficiência da mão de obra (l/dh) 50 143 Indicadores Produtor junto ao lote de novilhas Área com capim elefante Vacas recebendo suplementação volumosa 3 As 10 Maiores produções do mês de março de 2011 RECEITA Requeijão cremoso Produtor 1 Antônio Maria da Silva 2 Davi Carvalho 3 Município Produção Cajuri 112.901 Senador Firmino 60.381 José Afonso Frederico Coimbra 50.683 4 Marco Túlio Kfouri Oratórios 48.710 Ingredientes: 1 litro de leite 1 colher de sopa de margarina 3 colheres de sopa de vinagre Sal a gosto 5 Hermann Müller Visc. do Rio Branco 40.809 6 Paulo Frederico Araponga 31.000 7 Cristiano José da Silva Lana Piranga 27.590 Mode de preparo: 1- Ferva o leite 2- Separe 2 dedos do leite fervido em um copo tipo americano 3- No restante do leite acrescente as 3 colheres de vinagre e misture bem. O leite, vai talhar, depois de talhado tire todo o líquido e coloque a massa no liquidificador. 4- Acrescente o leite que separou, a margarina e o sal, bata por alguns minutos 5- Depois é só levar à geladeira e pronto. 8 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 23.209 9 Danilo de Castro Ervália 22.378 10 Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 18.606 Fonte: http://tudogostoso.uol.com.br Qualidade do leite: Os vilões da mastite Bruno Gonçalves Caixeta Estudante de Medicina Veterinária A mastite é causada em grande parte dos casos por microrganismos, como as bactérias e os fungos, sendo que as bactérias se destacam como os principais agentes etiológicos. Cada grupo de microrganismo possui características específicas que geram diferentes sintomas, dessa maneira podem ser reconhecidos associando o caso com as características de cada grupo. Uma ferramenta pouco explorada pelos produtores e técnicos, que pode ajudar a aumentar as taxas de cura no rebanho é a coleta de amostras para realização de cultura bacteriana e antibiograma. Com os resultados em mãos as ações de controle poderão ser mais eficientes e o tratamento direcionado a um tipo específico de bactéria, utilizando o medicamento mais eficiente para a propriedade, fugindo do tratamento às escuras. Bactérias causadoras de mastite contagiosa ( que podem estar localizadas nas mãos do ordenhador, nos utensílios de ordenha, no canal do teto, ou na pele do teto e úbere): - Staphylococcus aureus: as infecções apresentam-se normalmente na forma subclínica, possui grande capacidade de invasão na glândula mamária e forma abscessos que dificultam o acesso dos medicamentos e por isso causam infecções de longa duração com baixas taxas de cura; - Streptococcus agalactiae: causa na maioria dos casos infecção subclínica, os casos geralmente são leves e se isolado na cultura bacteriana poderá ser realizada blitz terapia com elevadas taxas de cura inclusive nos casos subclínicos; - Corynebacterium bovis: presente no interior da glândula mamária e no ducto do teto, tem como principal modo de transmissão o momento da ordenha. Altas incidências no rebanho indicam deficiência no manejo pós ordenha. Os casos geralmente são leves e subclínicos. Bactérias causadoras de mastite ambiental, que estão disseminadas no ambiente da vaca: - Grupos dos coliformes: Escherichia coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., e dos Streptococci ambientais formados principalmente por Streptococcus uberis e Streptococcus dysgalactiae levam à ocorrência de casos clínicos agudos que colocam em risco a vida do animal, exigem terapia mais pesada e também altas taxas de perda do teto afetado. O risco desse tipo de infecção aumenta no pré e pós-parto imediato. Outros Microrganismos causadores de mastite: - Leveduras e fungos: não apresentam grande significado em termos de mastite do rebanho, porém, a comprovação de um caso deve servir de alerta, pois, a transmissão ocorre quando o tratamento não é feito de forma adequada e também pelo fato de que o tratamento com antibióticos não é recomendado nesse caso; - Prototheca sp., Pseudomonas sp., Micoplasmas, Arcanobacterium sp., e Nocardia sp.: os animais afetados podem apresentar mastite subclínica ou clínica (aguda ou crônica) prevalecendo os casos clínicos crônicos, onde se observam alterações no leite e na consistência do quarto afetado. Possuem alta resistência aos medicamentos comumente utilizados no tratamento de mastite, as medidas de controle envolvem a segregação e descarte dos animais infectados para eliminar o agente do rebanho. A taxa de sucesso no controle da mastite passa por vários pontos e o primeiro deles é conhecer o “vilão” que está presente no rebanho através da cultura do leite dos animais infectados. Com base nessas informações serão traçados os objetivos que poderão ser: tratamento quando a resposta for adequada durante a lactação ou no período seco, ou eliminação do agente do rebanho quando o tratamento não for viável. As 10 Maiores produtividades do mês de março de 2011 Produtor Produtividade Produtividade Município por vacas em por vaca total Cajuri 24,78 19,58 1 Antônio Maria da Silva 2 Áureo de Alcântara Guaraciaba 17,78 16,84 3 Ozanan Luiz Moreira Ubá 19,36 14,26 4 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 18,72 12,91 5 José Geraldo Lisboa Paula Cândido 14,21 12,85 6 José Afonso Frederico Coimbra 15,42 12,48 7 João Bosco Diogo Porto Firme 17,63 11,99 8 Cléber Luís de Oliveira Divinésia 12,26 11,49 9 Cristiano José da Silva Lana Piranga 12,71 10,85 10 Marco Túlio Kfouri Oratórios 15,40 10,69 10 Melhores leites em CCS do mês de março de 2011 Produtor 1 José Araújo Mafia 2 Município Produção Amparo do Serra 170 Renato Santana Saraiva Porto Firme 183 3 Áureo de Alcântara Guaraciaba 187 4 Felipe Neri Teixeiras 188 5 Agenor Américo da Silva Neto Teixeiras 217 6 Vicente de Paula Viçosa 234 7 Antônio Saraiva da Silva Porto Firme 256 8 José Vicente V. de Barros Porto Firme 262 9 Luciano Sampaio Teixeiras 312 10 Davi Carvalho Senador Firmino 318 10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de março de 2011 Produtor 1 Vicente de Paula 2 Município Produção Viçosa 18 Áureo de Alcântara Guaraciaba 23 3 João Bosco Diogo Porto Firme 25 4 Edmar Lopes Canaã 36 5 Renato Alves Pedra do Anta 59 6 Alvimar Sérgio de Carvalho Teixeiras 62 7 Célio de Oliveira Coelho Porto Firme 63 8 Cristiano José da Silva Lana Piranga 69 9 Wilma Lúcia de Paiva Pedra do Anta 74 10 José Vicente de Barros Porto Firme 79 4
Documentos relacionados
Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa, onde o professor, evidenciando muita experiência e didática, simulou a aplicabilidade dos diferentes métodos de contenção citados na parte teórica...
Leia maisTreinamento de MDO: Curso de IA
ha, alcançando uma média de 57 ton/ha de silagem e média de 9000 kg de grãos. Os gastos referentes à aplicação do fungicida são inferiores a 2,5% do custo total de produção do milho, o que é equiva...
Leia mais