O Pedro e o Lobo

Transcrição

O Pedro e o Lobo
Trabalho Individual
Sessão de Leitura da História “O Pedro e o Lobo”
Destinatários – Alunos com idades entre os cinco, seis anos a
frequentar o Ensino Pré-Escolar pela terceira vez.
Local da Sessão de leitura – Sala do Ensino Pré-Escolar, área
do tapete.
Material a utilizar:
 Fantoches de dedo com as personagens da história,
apresentadas à medida que a história se vai desenrolando.
 Gravador com CD de sons de instrumentos musicais de Sérgio
Prokofiev:
- Som de violino para representar o personagem Pedro.
- Som de violoncelo para representar o avô.
- Som de flauta para representar o passarinho
- Som de oboé para representar o pato.
- Som de clarinete para representar o gato.
- Som de clavicórdios para representar o lobo.
- Som de timbales e bombos para representar os caçadores.
Posição do Contador e dos Ouvintes – Educadora e alunos
sentados à volta do tapete. Ao lado da Educadora, o gravador
com o CD (gravado anteriormente com os sons e espaços de
silêncio necessários à história), pronto a ser ligado, e uma caixa
onde estão guardados os fantoches de dedo.
Início da Sessão – A Educadora começa por fazer uma
sensibilização à história, contando que esta seria sobre um menino
que desobedeceu ao avô e quase,… quase ia tendo problemas. Só
que, como era um menino que gostava de solucionar problemas,
encontrou a solução. Então a história começa assim:
“ Era uma vez um menino chamado Pedro (pausa para ouvir o
som do Pedro ao mesmo tempo que surge da caixa o fantoche do
Pedro). O Pedro vivia numa casa junto a um lindo prado verde. A
seguir ao prado havia uma floresta sombria. E no meio da floresta
vivia um (pausa com suspense) lobo esfomeado (dito com uma voz
mais grave e ouvindo-se o som do lobo).
O Pedro morava com o avô, que lhe tinha dito para ele nunca sair
do jardim de casa (som do avô e aparece o fantoche do avô).
-Porquê? – Perguntou o Pedro (uma voz aguda, ao mesmo tempo
que se ouve o som do Pedro. E os fantoches de dedo estão virados
um para o outro).
- Porque na floresta há um lobo esfomeado. Pode sair da floresta e
comer-te!- disse o avô. (voz grave, som do avô)
O Pedro espreitou por cima do muro do jardim. O prado parecia
tão bonito! (entoação de espanto).
Um passarinho vermelho voou para uma árvore. (som do
passarinho, ao mesmo tempo que aparece o fantoche do
passarinho, e o do avô é guardado na caixa- ficam o fantoche do
Pedro e do Passarinho)
- Olá Pedro!- disse o passarinho. (voz ainda mais aguda que a do
Pedro) – Por que não vens aqui para o prado?
Então o Pedro subiu ao muro do jardim, e foi. (som do Pedro).
No meio do prado verde havia um charco. Um pato passou pelo
Pedro, saltou para o charco e afastou-se a nadar. (som do pato, ao
mesmo tempo que aparece o fantoche do pato, ficando o pato e o
passarinho numa mão da Educadora e o Pedro na outra mão, que
são movimentados alternadamente de acordo com quem fala).
O passarinho vermelho desceu a voar até junto do pato.
- Anda cá!- disse ele.- Que maneira de andar tão esquisita! Porque
não voas como eu? (voz em tom trocista).
- Não quero voar como tu- disse o pato.- E porque não nadas como
eu? (voz em tom altivo).
Estavam os dois muito zangados um com o outro e faziam grande
algazarra. (Som alternado do passarinho e do pato).
De repente, (voz em tom de suspense) o Pedro viu um gato a
rastejar na direção deles (som do gato, ao mesmo tempo que surge
o fantoche do gato na mão da Educadora que segurava o Pedro).
- Cuidado!- gritou o Pedro (voz sobressaltada).
Imediatamente o passarinho vermelho voou para o alto da árvore
e o pato nadou para o meio do charco.
O gato viu que, se quisesse comer, tinha de esperar um bom bocado
(som do gato).
Afastou-se da árvore com desdém.
Nesse instante, o avô do Pedro veio ao jardim (som do avô, ao
mesmo tempo que os fantoches do pato, do gato e do passarinho
são guardados e surge de novo o fantoche do avô).
Olhou para o outro lado do muro e viu o Pedro no meio do prado.
Ficou muito zangado.
- Volta imediatamente. Eu disse-te que não fosses para o prado –
disse o avô (voz em tom zangado).
Então o Pedro subiu o muro e voltou para o jardim ao pé do avô
(som do Pedro, e desaparecem os fantoches do Pedro e do avô).
Nisto, o lobo (voz grave e expressão assustada) saiu da floresta
(som do lobo, ao mesmo tempo que aparece o fantoche do lobo).
Viu o passarinho vermelho, o pato e o gato (aparecem os fantoches
destes animais). Tinha tanta fome que quis comer todos (com a
mão que segurava o lobo, a Educadora mexe-a na direção da
outra mão onde estão os outros animais).
O gato trepou pela árvore até ao cimo onde estava poisado o
passarinho vermelho.
Ficaram ali os dois à espera do que iria acontecer (a Educadora
levanta o braço com os animais, simulando a subida à árvore e
acaba por deixar o gato e o pássaro na caixa, continuando a
simulação de fugida, com o pato).
O pato fugiu do charco e deitou a correr (som do pato). Corria o
mais depressa que podia, mas o lobo esfomeado corria ainda mais
depressa (som do lobo).
Deitou-lhe o dente… (pausa e expressão de suspense) e… comeu-o…
(desaparece o pato dentro do caixote).
Então o lobo pôs-se a andar à volta da árvore onde o gato e o
passarinho vermelho estavam empoleirados (aparecem numa mão
o gato e o passarinho e na outra o lobo).
Cheio de fome, olhava para eles lá em cima (voz grave com tom de
suspense).
O gato e o passarinho estavam assustadíssimos (expressão
assustada).
O Pedro, que via tudo do seu jardim, arranjou uma corda muito
comprida. Depois, trepou ao muro do jardim (som do Pedro ao
mesmo tempo que reaparece o fantoche do Pedro e desaparece o
do gato).
- Voa à roda da cabeça do lobo!- gritou ao passarinho vermelho. –
Entontece-o! Mas afasta-te da boca dele (voz dando ordem).
O passarinho vermelho pôs-se a voar à roda da cabeça do lobo
(som do passarinho).
O lobo, cheio de fome, tentava apanhar o passarinho vermelho,
mas dali a pouco ficou tonto (som do lobo).
O Pedro subiu à árvore grande. Depois deixou cair a corda e (voz
com suspense) apanhou o lobo pelo rabo.
O lobo dava pulos enormes, a tentar soltar-se (continua o som do
lobo).
Mas o Pedro segurava a corda, e dizia:
- Não te deixo fugir (voz em tom vitorioso).
Nessa altura, o avô saiu para o jardim e viu o Pedro empoleirado
na árvore (som do avô, reaparecendo o fantoche do avô e
desaparecendo o do passarinho).
- Que estás a fazer? – Gritou ele (voz severa e aflita).
- Apanhei o lobo! Veja! – Disse o Pedro (voz aguda muito contente).
De repente, apareceram no prado, uns caçadores (som dos
caçadores ao mesmo tempo que aparecem dois fantoches dos
caçadores).
Andavam à procura do lobo (voz com entoação de segredo).
- Está aqui – disse o Pedro. – Por favor, levem-no, para eu poder
brincar no prado (voz com entoação de súplica).
E assim, os caçadores levaram o lobo para outra floresta muito
longe do Pedro, do avô, do gato e do passarinho vermelho (som dos
caçadores, desaparecendo os caçadores, o lobo e o avô).
Nunca mais o viram (voz de alívio).
E o avô do Pedro deixou-o ir brincar para o prado bonito com o
passarinho vermelho e o gato (reaparecem os fantoches do gato e
do passarinho - som do Pedro, do passarinho e do gato,
alternadamente e diminuindo gradualmente de volume até deixar
de se ouvir).
O final da história deve coincidir com a hora do intervalo, pois
como estiveram algum tempo sentados na mesma posição, convém
saírem para o recreio e fazerem um pouco de exercício físico,
antes de estarem de novo com mais um tempo de concentração
para a exploração da história.
Quando regressarem do intervalo, voltam a sentar-se todos à volta
do tapete. A Educadora terá entretanto colocado num placard,
uma folha de papel cenário onde todos irão construir a história
em imagens. A Educadora começa por perguntar o que acharam
da história ouvida antes do intervalo. Após auscultar algumas
opiniões, pergunta quem era a personagem principal. A primeira
criança a responder, ou a que a Educadora escolher, desenhará o
Pedro na folha de Papel. E assim por diante até estarem todas as
personagens desenhadas. Depois parte-se para o cenário da
história. Onde se passa? O que lá havia?
E assim teríamos um cartaz com o registo da história, à qual
poderíamos sempre voltar. Se a história ainda fosse tema de
conversa nos dias seguintes poderíamos por exemplo envolver a
família do seguinte modo: como na história havia uma atitude
negativa (a desobediência do Pedro), pedia-se às crianças que
perguntassem em casa qual tinha sido até ao momento a atitude
deles que tivesse desagradado mais aos pais e, pelo oposto, qual a
atitude de cada criança que tivesse agradado mais aos pais.
Depois seria elaborado na sala um painel de atitudes corretas
(escritas a verde) e de atitudes erradas (escritas a vermelho).
Muitas outras atividades poderiam ser realizadas. Uma história
apenas daria para explorar imensos temas em áreas de Conteúdos
tão diferentes, desde a Expressão Oral, Expressão Verbal,
Expressão Escrita, Expressão Musical, Expressão Plástica,
Expressão Dramática, Expressão Físico-motora, Conhecimento do
Mundo e Formação Pessoal e Social. Seria difícil esgotar os temas
a trabalhar…
Este trabalho foi elaborado no âmbito da Ação de Formação “Ler
em Família: Viagens partilhadas (com a escola?)” pela formanda
nº: 2442 - Maria das Dores Freitas Cerqueira de Sousa Simas