3 de Maio.pmd - Diocese de Beja
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3 de Maio de 2012 3 Maio 2012 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXXIV – N.º 4153 Nota Semanal António Vitalino, Bispo de Beja Desenvolvimento e trabalho 1. Desenvolvimento sustentável Entramos no mês de Maio com o dia internacional do trabalhador, um dia feriado, para lembrar as lutas dos trabalhadores e suas organizações, criadas para defender o direito a um trabalho digno com remuneração justa. Com a industrialização e o implemento do trabalho dependente, apareceu a classe operária, muitas vezes em contraposição com o patronato e o capital. A Igreja, para quem a dignidade da pessoa humana é uma prioridade a defender e promover, começou a sistematizar a sua doutrina social, baseada no evangelho e nas legítimas aspirações da pessoa. Assim foram sendo publicadas várias encíclicas ou cartas solenes dos Papas sobre a aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja, tendo em conta o desenvolvimento socioeconómico. Desde a encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, em 1891, até à Caritas in Veritate de Bento XVI, em 2009, foram publicadas muitas encíclicas sobre as problemáticas sociais, com reflexões e orientações profundas e concretas, um património importante, que, se fosse aplicado, muitas injustiças e problemas seriam evitados. Todos nos habituamos a subir o nível de vida, o que implica crescimento económico, trabalho para todos e remuneração justa. Mas a Europa, face à crise da economia global, ao desequilíbrio das contas públicas e ao crescente endividamento externo de Portugal, que se viu obrigado a pedir ajuda para evitar a bancarrota, impôs austeridade, o que veio diminuir o consumo e as receitas provenientes do imposto sobre as transacções e o trabalho, com a insolvência e mesmo falência de muitas empresas e subsequente aumento do desemprego. A comunidade europeia anunciou adopção de algumas medidas, meios e recursos para apoiar o desenvolvimento e a criação de mais emprego. Saudamos esta nova linguagem, esperando que, com realismo, sem ilusões, com a moderação a que nos habituamos, diminua o número de desempregados e encontre trabalho digno quem pode e deve trabalhar, para que nos tornemos menos dependentes e mais autónomos. Página 5 Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Para o serviço da Igreja na Diocese de Beja Um novo Sacerdote e cinco Diáconos permanentes Padre Paulo Jorge dos Reis Godinho (Paróquia de Moura) Francisco António Conceição (Paróquia de Alvito) Francisco Rosado Santos (Paróquia de Vila Nova da Baronia) Joaquim Castela Simão (Paróquia de Sines) Joel Maria Gonçalves (Paróquia de Sines) José Encarnação Inácio (Paróquia de S. Teotónio) No dia em que a Igreja celebra a festividade de S. José, operário, celestialPadroeiro da nossa Diocese, foram admitidos à Ordem de Presbítero e de Diácono seis jovens-adultos alentejanos, que se vêm juntar aos 60 sacerdotes em efectividade de funções e aos 4 diáconos permanentes ordenados em 1996, trazendo consigo uma lufada de ar fresco e a esperança de uma nova e promissora evangelização do nosso Alentejo. A cerimónia de admissão às Sagradas Ordens decorreu, no dia 1, Missões Católicas Populares no Litoral Alentejano Página 5 às 11h30, na ampla igreja do Seminário Diocesano, festivamente engalanada, perante uma grande multidão de fiéis, vindos, na maioria, das paróquias de origem dos candidatos à ordenação. De acordo com o Ritual Romano, depois da Liturgia da Palavra, realizaram-se os actos tradicionais da Ordenação: eleição dos candidatos, promessa dos Eleitos, Ladainha dos Santos, Imposição das mãos do Bispo e Presbíteros presentes, abraços e saudação do clero aos clérigos ordenados. Na homilia da Missa, o nosso Bispo, D. António Vitalino, explicitou a missão pastoral dos Sacerdotes e Diáconos, sublinhou que deviam ser, como recomenda Jesus no Evangelho, “sal da terra e luz do mundo”, manifestou a sua grande alegria pela entrega generosa destes 6 homens ao serviço de Deus e da Igreja, na nossa Diocese e fez um veemente apelo para que outros jovens ou menos jovens se entusiasmassem e dessem também o passo em ordem ao Sacerdócio. “Cristo continua hoje a chamar homens e mulheres para o serviço exclusivo da Igreja. A nossa Diocese precisa de mais padres e mais diáconos que anunciem o Evangelho da vida e testemunhem, com o seu exemplo e a sua actividade pastoral, que a Igreja Católica é sacramento de salvação e sinal palpável da presença de Deus no mundo. Vamos todos alinhar a sério na pastoral das vocações sacerdotais” disse, a concluir, o nosso bispo. No final da celebração, D. António Vitalino dirigiu ainda palavras calorosas de felicitações ao Padre Paulo Godinho, novo sacerdote, aos novos diáconos ordenados e às suas famílias pela compreensão e generosidade com que tinham acompanhado a formação destes eleitos, para lugares de muita responsabilidade na estrutura da Igreja. O nosso Bispo teve ainda uma palavra de especial gratidão para com o Reitor do Seminário de Beja, Padre João Paulo Quelhas, a quem se deve, em grande parte, o trabalho de preparação intelectual e espiritual destes ministros ordenados e a organização de todo o cerimonial na igreja do nosso Seminário. Na Missa da Ordenação estiveram presentes 60 sacerdotes e 7 diáconos. O coro litúrgico foi orientado pela maestrina Helena Almeida e ao orgão esteve Jaime Branco. Terminada a cerimónia religiosa, realizou-se no refeitório e claustros do Seminário um almoço de confraternização, mais um pretexto de saudável convívio para toda aquela comunidade cristã e para se cantar com especial carinho e entusiasmo os “parabéns a você” ao Padre Paulo e aos cinco Diáconos acolhidos em festa pela Diocese de Beja nesta memorável manhã de 1 de Maio de 2012. Alberto Batista Domingo, 6 de Maio, Dia da Mãe Dia da Mãe: Lembremo-lo! Não seja Senão dia de amor e gratidão; Dia de erguer as mãos em cada igreja E de pôr a falar o coração; Dia de rosas a colher aos molhos E de ofertá-las, a cantar, àquela Que nos traz sempre dentro dos seus olhos E por nós, noite e dia, sonha e vela E se a mãe, que foi nossa, já morreu Nem por isso deixemos de saudá-la. Então é ela que nos vê do Céu E mais que nunca a sua voz nos fala. Moreira das Neves RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 3 de Maio de 2012 Profissão Religiosa dos Irmãos Paulo e Ricardo, em Vila de Frades V Domingo da Páscoa Ano B Testemunhos dos amigos 6 de Maio de 2012 Nunca desistam dos vossos sonhos O dia amanheceu envergonhado. O sol acordou, espreguiçou-se, espalhou os seus raios dourados e iluminou o dia. E o dia ficou lindo. Andava no ar o perfume de festa. Os Irmãos Paulo e Ricardo, da Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis, tiveram a cerimónia da sua “Doação Perpétua” durante a Eucaristia, presidida pelo Senhor Bispo D. António Vitalino e concelebrada por vários Sacerdotes e Diáconos. A Igreja de S. Cucufate, em Vila de Frades, estava linda e repleta de amigos que não quiseram faltar a este testemunho de Fé, a esta entrega de Humildade e Amor a Deus. O altar estava ornamentado com flores brancas, símbolo da Pureza, da Paz e do Bem. As pessoas que responderam ao convite dos Irmãozinhos estavam emocionadas, felizes, porque dois dos nossos irmãos respondiam ao chamamento de Deus e entregavam-Lhe as suas vidas para sempre. Foi uma cerimónia muito bonita, cheia de luz e alegria. Faz-nos pensar no porquê destes jovens quererem abraçar uma vida religiosa, quando poderiam ter uma vida diferente. Mas o Amor a Jesus, a vontade de partilhar esse Amor com os outros, a Humildade, a Sinceridade de cada gesto, a Alegria daqueles corações fala mais alto, e Deus estende-lhes os braços e recebe-os como Bons Irmãozinhos, Bons Cristãos que certamente serão. O Alentejo está lindo e florido nesta época do ano. Ficou mais bonito ainda porque duas flores salpicaram de cor e juventude este tapete florido. Não faltou a chuva que também quis felicitar estes jovens Irmãos, e como diz o Povo “ cerimónia molhada, cerimónia abençoada”. Mas o sol voltou a sorrir, os passarinhos chilrearam nas árvores da avenida, e a alegria continuou num almoço partilhado fantástico. E ao final da tarde a Lua chegou e piscou os olhos ao Sol. E assim, com a alegria destes Irmãos regressámos a casa felizes porque o Senhor os acolheu e lhes dará a Paz para enfrentarem todas as adversidades que encontrarem pelo caminho. O meu coração estará sempre presente na vossa caminhada. Aos Irmãos Paulo e Ricardo desejo que nunca desistam dos vossos sonhos e que S. Francisco de Assis sempre vos ilumine. Bem hajam meus queridos amigos. Ju Queluz, 30 de Abril de 2012 Razões do Coração - Irmãos do Alentejo “É este o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro…” (Jo. 21, 2425) A Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis esteve em festa, celebrando jubilosamente a Doação Perpétua dos irmãos Paulo Nunes e Ricardo Borges. Fazer festa é viver em alegria por alguma razão. É celebrar um acontecimento muito importante para todos aqueles que o festejam. Fazer festa é elevar-se acima da realidade, unir o passado e o presente num mesmo abraço. Foi isto que aconteceu no dia 29 de Abril, na Eucaristia presidida pelo Senhor Bispo de Beja, D. António Vitalino Fernandes Dantas, e concelebrada por vários Sacerdotes e Diáconos na Igreja de S. Cucufate em Vila de Frades, Diocese de Beja. Uma cerimónia de um elevado ardor e feliz alegria comunitária. Digamos: uma cerimónia franciscana. Quem são estes Jovens? São membros da Fraternidade dos Irmãozinhos de S. Francisco de Assis. Simples, dedicados, devotos, entusiasmados são as palavras que melhor os caracterizam. Foi assim que eles desceram até ao Alentejo para aqui realizarem a sua vocação inspirada em S. Francisco irmão do sol e de toda a natureza. O Alentejo com as infinitas belezas e as imensas possibilidades de criação. Lugar de força e beleza, esteio de segurança e terra de Missão. No Alentejo o Irmão Paulo e o Irmão Ricardo encontraram a paisagem propícia à espiritualidade franciscana. À aprendizagem do espiritual. Além do sol temos o clima ameno durante a maior parte do ano, a planície ondulada como ondulados são os nossos sentimentos e razões, o verde das vinhas e o verde-oliva, a cor da palha e a terra lavrada, a linha do horizonte como um arco-íris deitado. E depois a mulher e o homem alentejanos discretos, delicados, subtis e contemplativos. Foi neste contexto que os irmãozinhos implantaram a sua vocação. Uma vocação de entrega e de extrema dedicação. Seja qual for a nossa opinião sobre isso, eles conseguem reunir grandes assembleias para a oração. Movimentam jovens e gente de todas as idades, exemplo disso foi a numerosa participação nesta Eucaristia em que estavam centenas de pessoas vindas de tantos lugares. Os Irmãozinhos, neste dia da sua Doação Perpetua, foram o centro das nossas atenções, porque a sua vida é uma referência que faz apelo para outros valores, outras realidades com mais vida do que a vida quotidiana em que somos obrigados a mergulhar. Um bem-haja aos Irmãozinhos pelo seu exemplo e pela sua persistência em procurar seguir os passos de S. Francisco e, através dele, o Evangelho de Jesus. Inês A maior aspiração do homem do nosso tempo é construir um mundo novo, em que a injustiça e a exploração do homem pelo homem não possam ter lugar. Este anseio corresponde, plenamente, ao desígnio de Deus: “Eis que faço novas todas as coisas”. Insere-se também no plano de libertação evangélica, que visa a destruição do pecado e de todas as suas consequências. Sendo assim, o cristão não pode ficar indiferente perante a tarefa da construção de uma humanidade nova, pois a sua colaboração é indispensável. Na verdade, o mundo novo não pode construir-se sem Deus ou contra Deus. I Leitura Actos 9, 26-31 A conservação de Saulo, que depois adoptou o nome de Paulo, é momento decisivo na história da expansão do Evangelho. Uma vez tornado discípulo de Jesus, junta-se aos que já o eram há mais tempo, não sem que estes, a princípio, mostrassem reservas a seu respeito, tal era a fama que corria acerca do perseguidor da nova religião. Mas, apesar da perseguição de certos, a Igreja ia-se edificando, pois que o Senhor Jesus era a sua pedra fundamental e o Espírito Santo a alma que a animava. Leitura dos Actos dos Apóstolos Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo. Salmo Responsarial Salmo 21 (22) Refrão: Eu Vos louvo, Senhor, na assembleia dos justos. II Leitura 1 Jo 3, 18-24 A verdade de que fala a leitura engloba a fé e o amor, que tornam o homem amigo de Deus e dão paz ao coração. E estas virtudes não são apenas atitudes que residem na intenção e boa vontade, mas princípio activo que leva a realizar as próprias obras de quem crê e ama. Assim se entra em comunhão com Deus e se vive n’Ele e Ele vive em nós. Leitura da Primeira Epístola de S. João Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos, porque cumprimos com os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu. Evangelho Jo 15, 1-8 A comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na Sagrada Escritura. Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta como a videira, e aos seus discípulos como as varas da mesma. Tal comparação sublinha a identidade de vida, que, procedendo de Jesus, vivifica os membros da sua Igreja. Não se trata apenas de união exterior mas de comunhão de vida que d’Ele nos vem Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Eu sou a verdadeira vide e mei Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sóis os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minha palavras permanecerem em Vós, pedireis o que quiserdes e servos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos. OPINIÃO 3 de Maio de 2012 Notícias de Beja – 3 Povo de profetas, sacerdotes e reis É o Povo de Deus que expressa a presença e a ação divina na cidade dos homens. Os seus membros, incorporados em Cristo, são, com Ele, profetas, sacerdotes e reis. São assim por dom de Deus e não podem furtar-se a realizar a sua missão no mundo, segundo a sua vocação de leigos, consagrados ou ministros ordenados. Profetas na família, na convivência diária, no trabalho, no lazer, na vida pública, porque sempre e em todas as ocasiões se pode e deve iluminar a vida com a luz da Palavra. O profeta não fala de si, mas daquele que o enviou, o assiste, o torna atento aos sinais, o impele a agir, o faz irmão do seu irmão e sempre reconciliador de todos, crentes e não crentes. Há défice de profetismo no Povo de Deus. Durante séculos, pensou-se que só a hierarquia exercia e podia exercer tal tarefa e, mesmo nesta, quase só o Papa. Ficou famosa a expressão “Roma falou e a causa terminou”. Certamente que a hierarquia, serviço instituído por Cristo para servir o seu Povo, a tempo inteiro, exerce a favor deste um profetismo indispensável. Serve pelas suas intervenções de ordem doutrinal e moral e como ação que garante a comunhão e a unidade na comunidade de irmãos. Em casos e circunstâncias determinadas e concretas, os cristãos devem sentir-se obrigados à aceitação e seguimento do que lhes é proposto, sem que isso anule o seu profetismo batismal. Todos os batizados gozam também do sacerdócio comum, que precede o sacerdócio dos bispos e dos presbíteros. Em tudo na vida devem prestar culto a Deus e adorá-lo como o Deus único. Este sacerdócio atualiza-se na prática dos sacramentos, dos conselhos evangélicos e das virtudes cristãs. Ele é, também, o apelo mais forte a viver rumo à perfeição da santidade. Também aqui, o desconhecimento de tal riqueza é comum na maioria dos cristãos leigos. Certamente porque ninguém os abriu para esta dimensão da sua dignidade cristã e o sentido sacerdotal de toda a sua vida, ficando aprisionados, por tradição, a práticas cultuais que foram perdendo o sentido, por via das rotinas e da falta de horizontes libertadores. Os batizados em Cristo são, ainda, reis à maneira de Cristo, que traduziu a sua realeza, por obras e palavras, ao serviço aos outros, deixando a norma para os que vivem em discipulado: “Vim para servir, não para ser servido”; “Como Eu fazei vós também”. De muitos modos se pode e deve manifestar a dimensão do serviço na comunidade. Daqueles cuja vocação só se explica e justifica como serviço permanente ao Guerras e guerrilhas do 25 Povo de Deus, a hierarquia, todos têm direito a receber testemunho, formação e estímulo para exercerem esta dimensão de servidores, como a sua realeza. A Igreja, mãe e mestra, serva e pobre, só o poderá ser, no sentido evangélico, pela vivência cristã de todos os seus membros. Está aqui a força do testemunho que convence e dá sentido às palavras, bem como o valor convincente às suas propostas doutrinais e morais. A recuperação, onde ainda não se fez, da consciência da Igreja de Cristo como Povo de Deus, tornase uma exigência inadiável de toda a ação pastoral. A Comunhão eclesial tem a sua fonte inesgotável na vivência trinitária, a Unidade, na fé professada em Jesus Cristo que dela fez projeto salvador, a Missão, encargo diário que toca a todos sem exceção, têm no Povo de Deus a sua expressão, a sua vivência, a sua garantia de verdade. António Marcelino Bispo emérito de Aveiro Ouvi agora o que se disse antes e no dia 25 de Abril. Ponderei as atitudes tomadas de sentido diverso, todas proclamando, a seu modo, fidelidade aos ideais da liberdade. Somos pequenos e quezilentos, arvorados em eruditos e dogmáticos. Mais presos a interesses de grupo do que a projetos a favor de todos. Vivi o 25 de Abril de 74 no Alentejo, onde já vivia há quase vinte anos. Fui entendendo os exageros de então. Os de agora não os entendo, nem os aceito. Sem se aprender a ver e aceitar o que é para todos, soltam-se, inevitavelmente, sinais redutores e egoístas, que desprezam uns e só movem alguns grupos. A mesma fonte fica espartilhada. Quem podia ajudar a entender, politicamente, a gente velha de ideias e sentimentos, bem como o sentido dos tempos novos, cede a simpatias e a teimosias e perfila-se do lado dos teimosos, alardeando fidelidade aos heróis e aos ideais de Abril… Faz falta a mística do 25 de Dezembro, Natal de Cristo, para se poder viver, em fraternidade plural, o 25 de Abril. Então, proclamou-se a paz para todos os homens de boa vontade. Agora, parece que esta espécie de homens cedeu a interesses e se tornou cada vez mais rara. A. M. Aborto repetido cresceu... em cinco anos Segundo dados disponíveis da Direção geral de saúde e do Instituto nacional de estatística, desde a entrada da nova lei do aborto, de 2007, com cobertura (ou discriminalização) até às dez semanas, podemos encontrar que: - Desde 2005, terá havido – nos números de uma associação próvida – 80 mil ‘interrupções da gravidez’ em espaços legalizados, sendo 13.500 repetições; - No entanto, outros números ‘oficiais’ apontam para estoutros dados: em 2008 verificaram-se 15 mil casos; em 2009 são reportados 34 mil situações; em 2010 houve 54 mil ‘interrupções’, sendo 4651 repetições, das quais 978 são dois ou mais abortos. - Embora se tenha verificado – ou assim se diz, mas porque não há dados oficiais credíveis, tudo poderá não passar de conjetura! – uma diminuição do (dito) aborto clandestinado, estes números teem de nos fazer refletir, bem como àqueles que tanto lutaram pela salvaguarda da vida e da (pretensa) saúde da mulher... Se olharmos esta questão pelo lado económico, quanto pode custar uma (dita) ‘interrupção voluntária da gravidez’ de forma legal e num espaço legalizado? Segundo dados, que fomos recolhendo, pode custar, em média, mil euros cada ato... Agora é só fazer as contas sobre os gastos suportados – normalmente – pelo erário público, nestes anos, por esta (pretensa) descriminalização do aborto! *** Tendo na devida conta estas informações podemos/devemos – sem qualquer intuito fundamentalista nem sequer acusatório – questionar quem defende tanto a vida e a sua qualidade, quem diz defender a mulher e a sua promoção, quem, de forma capciosa, se diz progressista (só) porque defende a morte... mesmo que com ‘qualidade’. = O aborto não terá passado a ser uma espécie de controle da natalidade em vez de ser um processo de educação para a responsabilidade dos mais novos e, sobretudo, dos mais velhos? = Para onde caminha este país que mata mais do que defende os indefesos? = Como poderemos ter uma segurança social sustentável se gastamos milhares de euros em espaços de não-vida em vez de incentivarmos a correta sexualidade e a sua sustentação? = Mesmo sem decreto não estaremos já sob a ditadura do filho único, que muitas vezes, não passa de um problema intolerável? = Com certos projetos de ‘família’ – sobretudo no (pretenso) aparelhamento de pessoas do mesmo género – não estaremos a engrossar ainda mais os números abortivos? *** Pelo que conhecemos dalgumas situações, parece que, nesta questão do aborto, se tem falado em excesso a partir da perspetiva da mulher, relegando o homem para uma instância de somenos importância. Por isso, seria útil que fossem trazidos à luz da memória – com todos os confrontos psicológicos atinentes – os traumas de homens que foram usados – direta ou inconscientemente – em situações abortivas. Conhecemos, pelo menos dois casos, já falecidos, em que a vida desses homens se tornou insuportável depois de as (ditas) namoradas terem abortados sem o seu consentimento. Quer num quer noutro dos casos, esses homens deixaram degradar a sua personalidade... até ao ponto da morte precoce. Torna-se, por isso, urgente exorcizar uns tantos fantasmas feministas ou até de outros falsos defensores da mulher, quando não a escutam por referência à dor da perda e da mágoa... para consigo mesma e para sempre. Afinal, abortar ainda é matar... mesmo que tenha sido discriminalizado! + Adenda: Engrandecimento da mãe Na proximidade ao ‘dia da mãe’ gostaria de envolver num grande preito de agradecimento e de engrandecimento todas as mães pelo muito que fizeram pelo mundo... seja no seu espaço mais próximo, seja pelas implicações mais abrangentes em maternidade: Dom de Deus, vós sois o que háde mais terno e que nos fala do divino, Indicando a fonte da vida, sois o receptáculo do amor, feito pessoa em cada filho/a, Apontais para a meta onde Deus vive e reina... eternamente. De cada momento de entrega, recebemos maior ternura, Ao longo do nosso existir somos aquilo que foi gerado em vosso seio... Mulher, filha, amiga, esposa... é, sobretudo, como mãe que a vossa tarefa é sublime: Amparai-nos em vosso regaço, nas horas de tristeza, de dúvida ou de alegria, Envolvendo-nos na confiança da maternidade ... sempre nova e em esperança! Obrigado a todas as mães que o foram e o são e perdão para todas as que ofenderam este dom de Deus. Com Maria, mãe de Jesus e nossa mãe, engrandecemos as que hãode sê-lo com consciência e em serviço à vida. António Sílvio Couto PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR 3 de Maio de 2012 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA Paolo da Col e o ensemble Odhecaton em Grândola “Do Instante ao Infinito” assinala novo marco do Festival Terras sem Sombra O Festival Terras sem Sombra continua a sua itinerância por terras do Alentejo meridional, tendo como próximo destino Grândola, vila de grandes tradições musicais. No dia 5 de Maio, pelas 21h30, a igreja matriz desta localidade (monumento religioso famoso pelos seus altares de talha e pelo seu espólio artístico) recebe um concerto singular do ensemble Odhecaton, sob a direcção do maestro Paolo da Col. “Do Instante ao Infinito” – assim se denomina o espectáculo – apresenta um insinuante percurso que vai de Carlo Gesualdo, príncipe de Venosa, a Arvo Pärt, Wolfang Rihm e Salvatore Sciarrino, ou seja, uma longa viagem entre um mestre genial da polifonia renascentista e algumas das mais belas páginas da criação contemporânea. Paolo Pinamonti, o responsável artístico do Terras sem Sombra, é conhecido pela inteligência com que põe em diálogo, de modo sensível, os grandes compositores do passado e do presente. Este concerto, um dos momentos altos do Festival, tem como pano de fundo a Paixão e Morte de Cristo, mas abre janelas para uma reflexão sobre o momento actual. Segundo José António Falcão, director do Departamento do Património da Diocese de Beja, entidade que organiza o FTSS, “Pinamonti apresenta, aqui, uma reflexão muito séria sobre o papel da crise na sociedade actual, e vê-a como uma exfoliação que nos liberta da pele velha e nos traz de novo à superfície, regenerados.” De acordo com Falcão, “as dissonâncias, cromatismos e melodias suspensas de Carlo Gesualdo introduzem-nos na dimensão antropológica da arte, são uma espécie de ponte entre a vida e a morte, que reflecte a condição humana. Pärt, por seu turno, explica-nos a modernidade dolorosa em que vivemos, com uma nota de esperança. Rihm vai até aos abismos da angústia, da interrogação mais profunda sobre o destino – introduz a crise como fase necessária para a leitura do mistério vital. Esta viagem da obscuridade para a luz termina com Sciarrino, numa síntese, o encontro final entre o ser e o não-ser, em que tudo se torna subitamente claro, legível, harmonioso.” “Tenebræ” (trevas) é o nome da cerimónia litúrgica celebrada nas últimas três noites da Semana Santa. Nesta celebração, a igreja encontrava-se apenas iluminada por velas, que iam sendo apagadas após cada leitura, até ao mergulho total na obscuridade, momento Ensemble Odhecaton supremo de introspecção. Serão as notas do príncipe de Venosa, Carlo Gesualdo da Venosa, que irão dar vida a esta encenação, numa obra escrita em 1611, composta por 9 responsórios. Passados quatro séculos, o tema permanece nas “Sieben PassionsTexte”, peças compostas entre 2001 e 2006 por Wolfgang Rihm, um dos mais importantes compositores alemães da actualidade. “Tenebræ factæ sunt” e “Tristis est anima mea” descrevem, de modo muito sensorial, os últimos momentos de Cristo na cruz. “Responsorio delle tenebre”, criado em 2001 pelo compositor italiano Salvatore Sciarrino, é uma peça onde “a perfeição imaculada (cantochão) é afectada pela imperfeição humana (música abstracta) “, como explicou Filipe Carvalheiro. Da Estónia até ao Alentejo viaja ainda a música de Arvo Pärt, com “De Profundis” (1980) e “Summa” (1977), na verdade um Credo a que o compositor mudou o nome para evitar problemas com o regime soviético. As trevas e a luz interpretadas por músicos de excepção Fundado em 1998, o ensemble Odhecaton tomou o nome de Harmonice Musices Odhecaton, o primeiro livro de música impresso (Ottaviano Petrucci, Veneza, 1501). Sob a direcção de Paolo da Col, realizou uma entrada gloriosa no universo da polifonia do Renascimento, alcançando o reconhecimento da crítica, traduzido em alguns dos mais prestigiosos prémios discográficos, por ter iniciado uma nova atitude interpretativa no domínio da execução polifónica. O seu repertório começou por incidir, primordialmente, por obras de compositores italia- nos, flamengos, espanhóis e portugueses dos séculos XV e XVI. A partir de 2008, o grupo focou igualmente a atenção na música sacra de Palestrina, Gesualdo da Venosa e Claudio Monteverdi, além de autores contemporâneos como Sciarrino, Scelsi, Pärt e Rihm. Levou também aos palcos Amfiparnaso, de Orazio Vecchi, com o actor Enrico Bonavera, numa cenografia de Lele Luzzati. Odhecaton reúne algumas das melhores vozes masculinas italianas especializadas na interpretação da música renascentista e barroca. Conta igualmente com a colaboração de notáveis instrumentistas nestes repertórios, como Bruce Dickey e o Concerto Palatino, Gabriele Cassone, Liuwe Tamminga, Paolo Pandolfo, Jakob Lindberg e La Reverdie. Já actuou nos principais festivais europeus e gravou programas dedicados à música de Nicolas Gombert, Heinrich Isaac, Francisco de Peñalosa (Bongiovanni), Josquin Desprez (Assai), Loyset Compère e Masters de Picardie (Ramée). Entre os prémios obtidos pelos seus registos discográficos destacam-se os seguintes: Diapason d’or (Diapason) e Choc (Le Monde de la Musique), por De Passione, de Desprez; Cd of the Year 2003 (Goldberg), por La Spagna, de Isaac; Diapason d’or, por O gente brunette e Missa Papæ Marcelli de Palestrina. Cantor, organista, maestro e musicólogo, Paolo da Col realizou os seus estudos musicais em Bolonha, privilegiando o repertório musical do Renascimento e do Barroco. Durante cerca de vinte anos foi membro de numerosos ensembles vocais italianos, entre os quais a Cappella di S. Petronio, de Bolonha, e Istitutioni Harmoniche. Em 1998 Maestro Paolo da Col assumiu a direcção artística de Odecathon, a par de outros grupos vocais e instrumentais especializados no repertório barroco. É professor no Conservatorio “Giuseppe Tartini” de Trieste. Com Luigi Ferdinando Tagliavini, dirige a revista L’Organo. Colabora assiduamente com o Giornale della Musica e outras publicações periódicas no âmbito musical. Coordena o catálogo musical da editora Arnaldo Forni, de Bolonha. Tem assumido a direcção de edições de música instrumental e de inventários de fundos musicais, a par da actividade como investigador e publicista nos domínios da música vocal renascentista e pré-clássica. Preservar um tesouro português: o sobreiro Músicos e espectadores do Terras sem Sombra vão unir esforços com a comunidade de Grândola para a salvaguarda de um bem colectivo do maior significado ambiental, económico e social, o sobreiro. No âmbito do programa de preservação desenvolvido pelo festival, a manhã do dia 6 será dedicada a uma acção de sensibilização para a defesa do sobreiro. A iniciativa começa às 10h30, na Herdade das Barradas da Serra, e é realizada em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, o município, o WWFWorld Wild Fund for Nature e duas ONG que promoveram a classificação do sobreiro como símbolo nacional – as associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza. Com a presença da Ministra da Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, que se junta, como voluntária, aos alunos da Eco-Escola das Ameiras e aos demais participantes nesta iniciativa aberta, vão realizarse actividades como a colocação, nos sobreiros, de ninhos construídos com canudos de cortiça virgem; a verificação das caixas-ninho instaladas em 2011 pelos participantes no Terras Sem Sombra; a exploração da biodiversidade do montado (flora e fauna), sem esquecer os cursos de água da serra de Grândola; e o apadrinhamento de novas árvores. Tudo isto envolve, ainda, o resgate de uma parcela um pouco esquecida do mundo rural, incluindo as profissões associadas à extracção da cortiça e à exploração dos outros recursos do montado, como a pastorícia, a caça, a colheita de cogumelos ou o agro-turismo. Um trecho da serra de Grândola (Herdade das Barradas da Serra) DIOCESE 3 de Maio de 2012 Notícias de Beja – 5 Junto ao mar, em Missão Nota Semanal Desenvolvimento e trabalho 1. Desenvolvimento sustentável Entramos no mês de Maio com o dia internacional do trabalhador, um dia feriado, para lembrar as lutas dos trabalhadores e suas organizações, criadas para defender o direito a um trabalho digno com remuneração justa. Com a industrialização e o implemento do trabalho dependente, apareceu a classe operária, muitas vezes em contraposição com o patronato e o capital. A Igreja, para quem a dignidade da pessoa humana é uma prioridade a defender e promover, começou a sistematizar a sua doutrina social, baseada no evangelho e nas legítimas aspirações da pessoa. Assim foram sendo publicadas várias encíclicas ou cartas solenes dos Papas sobre a aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja, tendo em conta o desenvolvimento socioeconómico. Desde a encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, em 1891, até à Caritas in Veritate de Bento XVI, em 2009, foram publicadas muitas encíclicas sobre as problemáticas sociais, com reflexões e orientações profundas e concretas, um património importante, que, se fosse aplicado, muitas injustiças e problemas seriam evitados. Todos nos habituamos a subir o nível de vida, o que implica crescimento económico, trabalho para todos e remuneração justa. Mas a Europa, face à crise da economia global, ao desequilíbrio das contas públicas e ao crescente endividamento externo de Portugal, que se viu obrigado a pedir ajuda para evitar a bancarrota, impôs austeridade, o que veio diminuir o consumo e as receitas provenientes do imposto sobre as transacções e o trabalho, com a insolvência e mesmo falência de muitas empresas e subsequente aumento do desemprego. O trabalho é um direito da pessoa e faz parte da realização da sua dignidade. A evolução económica e o desemprego estão a desumanizar a nossa sociedade. Temos de encontrar outras politicas de desenvolvimento socioeconómico, que criem emprego, postos de trabalho. De contrário, estamos a fomentar uma sociedade injusta, porque priva muitas pessoas dos seus direitos fundamentais, O desenvolvimento económico não é ilimitado, mas tem de ser sustentável em todas as dimensões, no respeito pela dignidade da pessoa, pela ecologia e pelo bem comum. 2. Economia amiga do trabalhador Felizmente, a comunidade europeia parece estar a acordar e a dar sinais de mudança de rumo. Na crise aprendemos a viver mais sobriamente, moderando o consumo de alguns bens supérfluos, artigos da moda, luxos, etc. E é bom que assim continuemos. As empresas ligadas a estes sectores estão a ressentirse e a despedir trabalhadores. Mas parece que outras empresas começam a aparecer, mais voltadas para a exportação e produção de bens essenciais. A criatividade em tempo de crise é notável. É necessário descobrir fontes alternativas de riqueza e novos postos de trabalho. A comunidade europeia anunciou adopção de algumas medidas, meios e recursos para apoiar o desenvolvimento e a criação de mais emprego. Saudamos esta nova linguagem, esperando que, com realismo, sem ilusões, com a moderação a que nos habituamos, diminua o número de desempregados e encontre trabalho digno quem pode e deve trabalhar, para que nos tornemos menos dependentes e mais autónomos. Ao entrar no mês de Maio, tradicionalmente dedicado a Maria e às mães, confio a Nossa Senhora este anseio, para que nenhuma mãe veja os seus filhos sofrer a fome e a falta de trabalho. † António Vitalino, Bispo de Beja Peregrinação a Tuy e Pontevedra do Movimento da Mensagem de Fátima Realizou-se de 12 a 15 de Abril mais uma peregrinação a Tuy , Pontevedra e visita a Santiago de Compostela, organizada pelo Secretariado Diocesano de Beja do Movimento da Mensagem de Fátima , apoiada pelo Secretariado Nacional. Constitui uma das acções previstas no Programa anual no Campo Apostólico das Peregrinações e proporciona aos mensageiros uma ocasião rica de vivência do espírito da Mensagem da Senhora e o contacto físico com os locais onde essa Mensagem continuou a ser transmitida por Nossa Senhora à vidente Irmã Lúcia. Foram quarenta os mensageiros que de alguns Secretariados Paroquiais se juntaram acompanhados pelo Assistente Diocesano, Pe Mário Capa e pela responsável pelo sector das Peregrinações Iria Santos, para fazerem um trajecto que teve a primeira etapa em Fátima onde se juntou a nós o Sr. Padre Manuel Antunes, Assistente Nacional do M.M.F. Junto de Nª Srª , onde a Mãe do Céu se manifestou aos Pastorinhos, iniciámos o caminho que nos levaria até ao local das últimas manifestações – Pontevedra. Uma outra etapa fez-nos passar por Balasar para visita ao Santuário da Beata Alexandrina e percebermos o paralelismo que existe, nalguns aspectos concretos, entre a Mensagem de Balasar e a Mensagem de Fátima. Atingimos Tuy para mais uma vivência espiritual na capela do Convento das Irmãs Doroteias onde a Irmã Lúcia viveu. Momento intenso de oração com adoração ao Santíssimo Sacramento. Finalmente Pontevedra, o objectivo principal da Peregrinação e aí vivermos no local, em espírito de oração , a aparição onde Nª Srª pediu à Lúcia a devoção dos primeiros sábados e a consagração ao Imaculado Coração de Maria. A ida a Santiago de Compostela para visita à magnífica Catedral e ao túmulo do Apóstolo é sempre uma romagem obrigatória nesta Peregrinação que faz crescer nos mensageiros o espírito da Mensagem de Fátima e consolida a fé. Pe Mário Capa, assistente Cónego Álvaro Soares em Beja Vindo de Vila Nova de Milfontes, onde foi pároco e assistente religioso do Colégio local, durante 37 anos, fixou residência em Beja, na Casa Episcopal, desde o dia 1 de Maio, o Cónego Álvaro Mendes Soares, nomeado secretário particular do nosso Bispo e arquivista da Diocese. Para além das longas e verdejantes planícies, a Diocese de Beja estendese até ao mar. Foi nesta área de sol e trabalho que aconteceu a Missão Popular, mais concretamente, em Azenha do Mar e Malavado, ambas pertencentes à Paróquia de S. Teotónio. Após vários meses de preparação dos Animadores, a 15 de Abril, domingo da Divina Misericórdia, deu-se o envio da Equipa Missionária, bem como das imagens de Nossa Senhora de Fátima e do Rosário e foram acolhidas pelas populações, com alegria e oração. Estas duas localidades não têm igreja ou capela. Foi numa garagem e numa sala da comissão de moradores, cedidas para o efeito, que as comunidades se reuniram e celebraram a sua fé. Azenha do Mar, vive da pesca e de algum turismo e é uma aldeia pequena, bastante concentrada, pois todos são vizinhos; Malavado, é mais interior, com campos extensos, vive da agricultura e as casas estão mais espalhadas. Aqui, mensalmente, celebra-se a Eucaristia, no balneário do campo de futebol; na Azenha, não há memória de qualquer serviço religioso, embora haja uma catequista que, em sua casa, vai ensinando os mais pequenos a conhecer o caminho de Jesus. Depois do “porta a porta”, nos contactos com as pessoas, e da preparação dos locais onde permaneceram as imagens, deu-se início à semana das comunidades e da visita aos doentes. À noite, as pessoas acorriam às casas ou espaços de reunião e, em ambiente de festa e de reflexão, foram acolhendo os temas que, os Animadores, foram partilhando e desenvolvendo. O pároco, P. Abílio, e o P. Agostinho, por sua vez, visitavam os grupos que, à luz da Palavra de Deus, iam descobrindo as maravilhas de um Deus que é Pai, que nos deu o Seu Filho, que nos faz uma só família, a Igreja, de quem Maria é Mãe. Aos poucos, como os discípulos de Emaús, os corações foram aquecendo e descobrindo Aquele que ressuscitou e está vivo. Vários foram aqueles que adquiriram a Bíblia. A oração diária – Laudes ou Vésperas, com Exposição do Santíssimo – feita na Comunidade de S. Teotónio, também ajudou a preparar o terreno e a rasgar caminhos. As comunidades foram crescendo e o ambiente foi de acolhimento, de alegria e de empenho. Chegou o dia da Procissão de Velas. Na Azenha, foi novidade total, mas a motivação e participação parecia de quem já havia feito, muitas vezes, esta experiência. Foi lindo ver as crianças, as mães e os pescadores a rezar e a cantar à Senhora do Mar. O mesmo cenário se viveu no Malavado, embora aqui, anualmente, já se faça a procissão da Senhora das Missões. O dia de domingo, foi o encontro das comunidades. Todos, com cartazes e cânticos se reuniram e partilharam o resultado da vivência dos grupos que se reuniram durante a semana. Foi a primeira vez que foi celebrada Eucaristia naqueles espaços, transformados em pequenas catedrais. “Um só coração e uma só alma” foi tónica comum e refrão repetido, quer no canto, quer na vontade de continuar as reuniões de reflexão. Entrava-se na segunda semana. Os temas, aliados aos sinais, davam o mote para uma reflexão simples e para manter o clima de festa. O pastor diocesano, foi recebido na Azenha do Mar, onde visitou doentes, abençoou os barcos de pesca e seus ocupantes e conviveu com as famílias. À noite, presidiu á celebração das famílias, onde houve momentos dedicados aos casais presentes e aos seus filhos. Rezou com todos e em sinal de festa entregou às mães, uma flor. No dia seguinte, depois de ter celebrado Eucaristia no Centro de Dia na Zambujeira do Mar, dirigiuse ao Malavado, foi ao encontro dos doentes, passou pelas casas onde decorreram os encontros das comunidades e partilhou a refeição com a população. À hora prevista, falou aos presentes, sobre a família, seus desafios e dificuldades. Num lado e no outro, os temas “Deus fala-nos”, “Creio na Igreja”, “Creio no Espírito Santo” completaram as celebrações da segunda semana. A mensagem exposta foi transmitida pelo canto adequado, pelos sinais usados e pela doutrina apoiada na Palavra de Deus e nos ensinamentos da Igreja. No final de cada celebração era visível a alegria das pessoas, o desejo de continuar, a importância destes momentos. Por fim, em celebração mariana, nos dois lugares de Missão, fez-se o encerramento, com a entrega da Medalha Milagrosa. De seguida, as comunidades acompanharam, em cortejo automóvel, as imagens até à igreja matriz de S. Teotónio, onde um grande grupo de fiéis as acolheu. Todos se uniram em prevê e acompanharam a Velada dos Escuteiros que preparou as promessas do dia seguinte. A missão terminou, no sábado, com a realização do 2º Encontro Diocesano de Formação de Animadores e com a celebração do Sacramento da Confirmação. Foi uma celebração inter-paroquial com crismandos de S. Teotónio, Odemira e Sines. Foi um tempo de graça, de Pentecostes, de encontro com o Bom Pastor, que cuida do seu rebanho e nos impele a fazer como Ele faz! P. Agostinho Sousa DIOCESE 6 – Notícias de Beja 3 de Maio de 2012 Paróquia de Aljustrel nas celebrações do 25 de Abril Da Mensagem do Papa Bento XVI Amados irmãos e irmãs, Ao aproximar-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2012, desejo partilhar convosco algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da comunicação que, apesar de ser muito importante, às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado. O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena. É no silêncio, por exemplo, que se identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo enquanto sinais que manifestam a pessoa. No silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que encontram, precisamente nele, uma forma particularmente in- tensa de expressão. Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços. Quando as mensagens e a informação são abundantes, torna-se essencial o silêncio para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório. Uma reflexão profunda ajuda-nos a descobrir a relação existente entre acontecimentos que, à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons. O Pároco de Aljustrel, Pe. Paulo do Carmo, a convite da Assembleia Municipal de Aljustrel, juntamente com as instituições concelhias, participou nas comemorações do dia 25 de Abril. Depois de escutado o Hino Nacional e hasteada a Bandeira, procedeu-se a Assembleia Municipal evocativa da efeméride, com a intervenção de todas as forças politicas com assento na Assembleia Municipal, e dos respetivos presidentes da Assembleia e Camara Municipal. A seguir foi realizada uma homenagem aos ex-combatentes do Ultramar, com o toque do silêncio e colocação de uma coroa de flores junto à placa evocativa no Largo com o mesmo nome. Momento de alguma emoção, porque recordados todos aqueles que perderam a vida ao serviço da Pátria. O almoço que se seguiu, possibilitou o convívio entre os ex-combatentes, suas famílias e convidados. O Grupo Coral dos Mineiros de Aljustrel, esteve presente com os tradicionais cantares alusivos à data, e, em jeito de compromisso, ficou já pensado como irá decorrer o mesmo encontro, no próximo ano, ficando agendado entre a Camara Municipal e a Paróquia, a celebração da Eucaristia e a inauguração de um monumento a todos os Aljustrelenses que perderam a vida em combate. Um projeto a concretizar por parte da Autarquia, cuja obra ficará a cargo de um escultor da terra. É sempre bom recordarmos os momentos que um dia marcaram e continuam a marcar a nossa história, independentemente das ideologias e do rumo que cada um defenda em relação ao futuro. É sempre bom louvar, rezar e fazer memória daqueles que partiram. É sempre bom pedir a força de Deus para os que ficaram, pedir a força de Deus para a nossa sociedade, sobretudo pedir aos homens, particularmente aos homens da politica, do saber, da economia, que nunca se esqueçam de determinados valores, essenciais para a construção de uma sociedade melhor, a solidariedade, a verdade, a honestidade, o bem comum, e nunca será de mais recordar, a fé e a comunhão com a Igreja Católica, com todos os seus valores, que brotam do Evangelho, e que estiveram na origem desta velha e nova Europa, porque, como alguém disse nestes dias de comemorações do 25 de Abril, na casa da Democracia, a Assembleia da Republica, “somos uma velha nação católica”. Paulo do Carmo Encontro sobre a Eucaristia In memoriam… O dinheiro e o Reino de Deus Ao presidir à missa exequial de Maria José Cardoso (Aparício) em Alvôco da Serra, no dia 15 do passado mês de Março, em representação do Bispo de Beja, o Cónego Domingos Pereira sublinhou a maneira comprometida com que a falecida viveu a sua vocação baptismal. Revelou que havendo necessidade pastoral de um membro do presbitério de Beja ir estudar para Roma e não havendo dinheiro disponível, a Maria José fundou uma bolsa de estudo para o efeito, com a condição de tudo ficar em segredo. Noutra ocasião, estranhando eu que alguém nos convidasse, a ela e mim , para padrinhos de casamento, reveloume que lhe tinha pago as propinas do curso e não só. Muitos estudantes, sobretudo da Guiné, sujeitos a restrições e a dificuldades várias de ordem financeira, puderam prosseguir os seus estudos graças ao seu cuidado e ajuda efectiva. Todos os primeiros ordenados, ou quando havia qualquer aumento, era a sua soma entregue à Igreja da sua terra ou a alguma instituição eclesial de Beja. O “Datashou”, e mesa de projectar, o mobiliário compatível com a idade do 1º e 2º ano da catequese, o material didático permanente e outros equipamentos da Paróquia do Carmo (S. João Baptista), devem-se ao seu zelo durante os 49 anos em que foi Catequista. Foi significativa a sua participação na construção do Centro Paroquial. O seu óbulo no ofertório de cada domingo era sempre uma “nota”. E quando se deu conta que não havia fundo de maneio para as obras em curso, na Paróquia, adiantou 20. 000,00 euros para o efeito sem qualquer encargo para esta. A sua maneira de estar e agir, bebeu-a no Evangelho: “Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça e tudo o mais se vos dará por acréscimo” (Mt. 6,33). Tinha bem presente o sentido teológico da doutrina social da Igreja. Os bens da criação são de Deus e para todos. Não somos seus donos mas seus administradores. Seguia o princípio da aliança baptismal : Deus toma conta de mim e das minhas coisas, eu tomo conta das coisas de Deus. Escrevo isto com algum pudor, porque a Maria José tudo fazia em segredo e com grande discreção. Faço-o, não para enaltecer os mortos mas para acordar os vivos para a missão e obrigação de anunciar e investir tempo, vida, dinheiro e bens na construção do reino de Deus , hoje, aqui agora. Isto não é supletivo, mas identificativo do ser e agir cristão. António Aparício Realizou-se no passado dia 21 de Abril, um Encontro sobre a Eucaristia para as crianças que comungaram pela primeira vez no ano passado e também para as que o vão fazer este ano. Reunimo-nos 40 crianças e 7 catequistas, das paróquias do Salvador, Santiago Maior e de Vila de Frades, no Centro Pastoral de Beja. Foi um dia muito bem passado e muito proveitoso para todos os presentes: Começámos por fazer o acolhimento das crianças, a distribuição dos crachás com indicação dos respectivos grupos, e a oração da manhã. Em seguida iniciámos as actividades, em pequenos grupos, orientados pelos catequistas. Estas actividades ou trabalhos foram muito importantes para as crianças, pois serviram para elas entenderem melhor o que acontece em cada parte da Eucaristia e assim poderem vivenciar melhor cada momento. Tivemos actividades diversas, desde uma leitura retirada de um dos Evangelhos, passando pela divisão de um chocolate, até ir à rua fazer entrevistas e levar a Palavra de Jesus aos outros. Por volta das 13 horas almoçámos, partilhando o que cada um tinha levado e, em seguida, fomos animar com cânticos um grupo de Doentes e Idosos que se encontravam também eles no Seminário a realizar um encontro. De tarde teve lugar um plenário, onde cada grupo pôde descrever a sua experiência em duas das actividades da manhã. Por fim, fomos todos a pé até à Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo onde encerrámos o nosso dia com um momento de Adoração ao Santíssimo. Dêmos graças a Deus por todos os presentes, e pelos que, por vários motivos não o puderam fazer, não esquecendo a organização do encontro que esteve a cargo da equipa do Departamento de Catequese. Jóca, Catequista da paróquia do Salvador DIOCESE 3 de Maio de 2012 Notícias de Beja – 7 2º Encontro de Formação de Animadores de Missões Decorreu, em S. Teotónio, o 2º Encontro Diocesano de Formação de Animadores. Marcaram presença de três dezenas: Sabóia, Grândola, Colos e Santa Luzia, Cercal do Alentejo e de S. Teotónio, estas últimas acompanhadas pelos respectivos párocos. A realização da assembleia diocesana da Cáritas e outras programações familiares ou paroquiais, privaram alguns animadores de participarem. O tema de estudo foi orientado pelo Provincial dos Padres Vicentinos, P. Álvaro Cunha, que desenvolveu, em três módulos, a Carta dos Bispos Portugueses “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”. De forma simples, incisiva e sintética, foi explicando a raiz, as bases, os conteúdos e as propostas deste documento importante. O diálogo e a partilha foram intercalando a exposição e levando a conclusões sérias e concretas. Percorrendo todos os números da Carta, foi lançando questões sobre o modo de evangelizar, de ser igreja, de viver e testemunhar a fé. Foi passado um powerpoint com os acontecimentos e vivências da Missão (Azenha do Mar e Malavado), tendo alguns membros da equipa missionários e animadores dado um testemunho da sua participação activa neste momento muito especial para aquelas povoações. Pelo Centro Diocesano Missionário foram dados a conhecer algumas das suas prioridades: formação de animadores para a missão e na pósmissão; preparação, realização e revitalização das Missões Populares; viver o Outubro miss ionário, com seis vigílias de oração (uma em cada arciprestado); aderir à proposta da Obra Pontifícia das Missão, implementando, nestes próximos cinco anos, a Infância Missionária. Também foi apresentada uma proposta para se ser “colaborador da missão vicentina”, pela oração pelas missões, pela participação efectiva na Missão ou pela ajuda material para as missões. São formas diferentes de “estar no caminho da missão”, de dar as mãos pela causa do Reino. A oração da manhã e da tarde foi animada pelas Irmãs Espiritanas da Zambujeira do Mar. o Senhor Bispo, presidiu às Vésperas e encerrou os trabalhos desta jornada, agradecendo a participação de todos, definindo como prioridade diocesana a Missão e a formação dos seus agentes e dando pistas para uma presença laical forte na acção das paróquias, colocando como exemplo o modo de agir do Bom Pastor. Ficou agendado o 3º Encontro Diocesano de Formação para Animadores, para o Cercal do Alentejo, dia 26 de Maio, das 10h00 às 17h00, no salão da Casa do Povo. Os trabalhos desse dia têm como tema “A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, a exortação apostólica de Bento XVI, após o Sínodo sobre a Palavra. Será mais um momento de formação e enriquecimento pessoal e pata o bem da comunidade. Excursão a Fátima Dias 9 e 10 de Junho, participando no programa da peregrinação das crianças. Inscrições na Redação do “Notícias de Beja” (Senhor Cardoso). Preço: viagem e alojamento: 57 euros. Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 Centro Diocesano Missionário Coro Juvenil do Carmo em Alvôco da Serra Nos dias 14 e 15 de Abril, o Coro Juvenil do Carmo realizou o seu passeio anual que este ano teve como principal destino, Alvôco da Serra. Esta visita à terra natal do nosso pároco, Cónego Aparício, estava prometida desde que se celebraram as suas Bodas de Ouro sacerdotais. Depois de vários contratempos e adiamentos, finalmente concretizámos o nosso objectivo. Partimos no sábado, bem cedo e debaixo de um clima pouco propício a passeios, em direcção à Serra da Estrela. Ao chegarmos, apanhámos um grande nevão que tinha cortado os acessos à Torre e nos obrigou a mudar o trajecto. Mesmo assim, pudemos disfrutar da neve, e foi uma alegria… Durante a tarde, pudemos disfrutar de uma fantástica visita guiada ao Museu do Pão, em Seia. O jantar e dormida foram na Casa de S. José onde fomos muito bem recebidos, desde as instalações às refeições, esteve tudo muito bem. SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA No domingo, dia 15, rumámos em direcção a Alvôco para celebrarmos a missa onde os cânticos estiveram a nosso cargo. O almoço foi confeccionado por gente da terra e o carinho com que nos receberam ficará na nossa recordação. Obrigado também ao sr. João Belarmino, pelas lembranças que distribuiu aos cantores. Era um dia especial pois fazia um mês que a Maria José, irmã do Sr. Con. Aparício, tinha sido sepultada e na véspera tinha sido o seu aniversário natalício. Depois de almoço dirigimo-nos ao cemitério para lhe prestar mais uma homenagem, ela que tanto deu à nossa paróquia e à nossa catequese. Esta viagem fica na memória de todos pelas magníficas paisagens que pudemos vislumbrar, obra das mãos de Deus. Ali, parecia que estávamos mais perto do céu. São momentos como este que fortalecem um grupo e criam elos mais fortes entre nós. Obrigada a todos os que partilharam esta experiência e prometemos repetir a iniciativa. Sinos Órgãos Clássicos Viscount | Rodgers | Roland Relógios de Torre Lampadários Electrónicos de Madeira e Metal Máquinas de contagem de Dinheiro Fabricantes e distribuidores em exclusividade para Portugal e Espanha Rua Cidade do Porto - Ferreiros - 4705-084 Braga Telefone 253 605 770 | Fax 253 605 779 www.jeronimobraga.com.pt | [email protected] Helena Almeida 3 Maio Movimento da Mensagem de Fátima Encontro de Doentes e Idosos De acordo com o plano do Ano Pastoral 2011/2012 “Sector de doentes” realizou-se no Seminário, a 21 de Abril passado, o respectivo encontro. O Programa a cargo do Secretariado Interparoquial de Beja, constou do seguinte:De manhã: acolhimento, ensaio de cânticos e reflexão, seguida de Eucaristia e almoço. De tarde: nos corredores do Seminário, devido à chuva, recitação do rosário durante a procissão com o andor da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Estiveram presentes cerca de 95 mensageiros dos seguintes secretariados: Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo, Vila Alva, Ervidel, Serpa e Albernôa. Agradecemos a ótima ajuda do Seminário e Cewntro Pastoral de Beja. O secretariado está também muito grato e satisfeito com o trabalho, o interesse, a organização e colaboração dos senhores Padres Alves e Carvalho a quem deixamos aqui o nosso muito obrigado. Gertrudes Peres, Presidente do Secretariado Interparoquial de Beja P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 27 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2012 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 3 de Maio de 2012 Bom entendimento entre a Igreja e o Estado nos feriados O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou hoje o “bom entendimento” entre a Secretaria de Estado do Vaticano e o Governo português na questão da eliminação dos feriados religiosos, remetendo para o Executivo a responsabilidade desta decisão. “O Governo sabe que o que nós preferíamos é que não se mexesse nisso, mas nós regemo-nos por uma Concordata, não estamos completamente livres nessa negociação”, referiu D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na conferência de imprensa final da assembleia plenária deste organismo, que decorreu em Fátima desde segunda-feira. Falando numa decisão “muito ponderada”, o patriarca de Lisboa confessou que a diminuição dos feriados religiosos “preocupa” os bispos e que as festas em questão “têm um grande impacto popular”. “Pode significar [a supressão de feriados], a pouco a pouco, a perda das referências religiosas católicas na vida social portuguesa”, assinalou D. José Policarpo. O presidente da CEP declarou que “não houve pressão” sobre a Igreja, por parte do Governo, e que se tem mantido um “diálogo cordial”. Este responsável sublinhou, por outro lado, que a negociação sobre os feriados civis em que se assinalam festas religiosas “está prevista na Concordata” e que o assunto “está a ser tratado nas instâncias próprias”, num clima de “confidencialidade”. “Espero que tenhamos uma resposta brevemente”, prosseguiu. D. José Policarpo sustentou que este não é “o âmbito próprio da Igreja”, que tem festas religiosas, mas “dada a tradição e a importância da comunidade católica portuguesa”, algumas dessas festas foram realçadas com feriados civis. Sobre as duas datas em análise, o presidente da CEP adiantou que a eliminação do feriado do Corpo de Deus é “pacífica”, explicando, no entanto, que “só são deslocáveis para o domingo seguinte as festas cristológicas”, o que não acontece com o 15 de agosto (Assunção de Nossa Senhora) ou o 1 de novembro (Todos os Santos). “A única alternativa é mantermos a festa religiosa, mesmo sem feriado civil”, prosseguiu. Para D. José Policarpo, o debate “nasceu cedo demais”, dado que a posição da Conferência Episcopal não deveria ter-se tornado pública. “As negociações formais, neste momento, têm um mês”, precisou. O cardeal-patriarca confirmou que a CEP manifestou à Santa Sé “o desejo” de que a eventual eliminação do feriado do Corpo de Deus “só se aplicasse” em 2013. O artigo terceiro da Concordata de 2004, assinada entre Portugal e a Santa Sé, indica que os dias “festivos católicos”, além dos domingos, “são definidos por acordo nos termos do artigo 28”. Este, por seu lado, prevê que o conteúdo do acordo diplomático “pode ser desenvolvido por acordos celebrados entre as autoridades competentes da Igreja Católica e da República Portuguesa”. Crise O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje que a hierarquia católica vai evitar qualquer intervenção direta em “questões de natureza política” perante a crise que atinge o país. “Há outra maneira de nós intervirmos, que não é assim, em público”, disse D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em conferência de imprensa, após a assembleia plenária deste organismo, que decorreu em Fátima. Este responsável sublinhou o “volume” e a “eficácia” da resposta dada pela Igreja Católica, no terreno, face às dificuldades criadas pelo agravamento da crise económica. A CEP aprovou hoje nova proposta de «Observatório Social da Igreja» que, segundo o cardeal-patriarca, pretende promover um conhecimento da “situação de facto” e levar a uma intervenção “preventiva” e não apenas “corretiva”. O comunicado final da assembleia plenária revela o observatório “consiste num sistema de informação, a desenvolver gradualmente, que permita um diagnóstico, o mais atualizado possível, sobre a oferta e a procura de serviços sociais por parte das organizações ligadas à Igreja Católica em Portugal”. O obetivo é “tornar mais ágil e eficaz a resposta aos problemas sociais”, contando com a colaboração da Universidade Católica, União das Misericórdias Portuguesas, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e Núcleo de Observação Social da Cáritas Portuguesa, em parceria com a Sociedade de São Vicente de Paulo. Durante a assembleia, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, sublinhou que “face ao agudizar da situação social e às dificuldades por que passam as Instituições”, há “necessidade de uma maior responsabilização dos católicos e das comunidades cristãs”. Deste Mundo e do Outro Para a história do Dia da Mãe Segundo alguns historiadores, o Dia da Mãe provém das festividades que se realizavam na Grécia antiga, na estação da Primavera, para homenagearem Rhea, a Mãe dos Deuses. Também na antiga Roma se homenageavam as mães em determinado dia do mês de Junho, conduzindoas ao templo onde eram coroadas de rosas. Mais tarde no século XVII, a Inglaterra popularizou o “Domingo da Mãe” nos dias que antecediam o Domingo de Páscoa, como homenagem a todas as mães da Inglaterra, sendo mesmo concedido um dia de folga, para que se celebrasse este dia em plenitude. Também o Cristianismo instituiu a festa da “Igreja Mãe” verdadeira força espiritual para a protecção da humanidade. Nos começos do século XX a norte americana Anna Jarvis, profundamente abalada pela morte da mãe, empreendeu uma campanha para generalizar nos Estados Unidos o Dia da Mãe, uma vez que este já era celebrado em Boston e no Kentucky, para que todos os filhos viessem a testemunhar o amor devido a suas mães. Tendo tido êxito os esforços de Anna Jarvis, pôde esta honrar a sua mãe no dia 10 de Maio de 1908. Para esta cerimónia foram utilizados cravos vermelhos, flor favorita da mãe de Anna, e desde então os cravos vermelhos converteram-se no símbolo das mães em vida e os cravos brancos viriam a ser o símbolo das mães que já partiram. A primeira proclamação do Dia da Mãe deu-se três anos depois instituída pelo Governador do estado de Virgínia. E assim o Dia da Mãe foi pouco a pouco comemorado em todas as partes do mundo, desde o México, Canadá, Japão, Continente Africano e América do Sul. Em Dezembro de 1912 foi criada a Associação do Dia Internacional da Mãe, generalizada depois por todo o mundo. Em Portugal o Dia da Mãe, em tempos passados, comemorou-se no dia 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal. No tempo presente o Dia da Mãe passou a ser comemorado no primeiro domingo de Maio de cada ano. A Igreja em Portugal Como já foi amplamente noticiado, embora nem sempre com muita fidelidade, a Universidade Católica Portuguesa fez um inquérito a cerca de 4 mil pessoas, sobre a sua posição quanto à religião. De acordo com os dados publicados, cerca de 80% dos inquiridos declararam-se católicos, seguindose os não crentes (9,6%), os crentes sem religião (4,6%), protestantes (incluindo evangélicos) (2,3%) e outros cristãos (1,4%), Testemunhas de Jeová (1,3) e crentes de outras religiões (0,7%). A sondagem abrangeu cidadãos portugueses com 15 anos ou mais, distribuídos por regiões rurais, semiurbanas e urbanas, divididos por cinco regiões: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. E, como era de esperar, o Norte e o Centro do país tem uma relação muito mais forte com a Igreja Católica do que o Sul. Segundo os números da referida sondagem, quase metade (49,1%) dos que se assumiram como católicos dizem participar na missa pelo menos uma vez por mês e 34,6% dos católicos revelaram participar na missa todos os domingos e dias santos, apresentados neste inquérito em duas categorias: ‘católico observante’ (participação na missa todos os domingos e dias santos; mais de uma vez por semana), com 23,6%, e ‘militante’ (prática observante com pertença a um movimento ou actividade na paróquia), com 11% do total. É também interessante o número dos que dizem rezar todos os dias (um terço dos inquiridos) e dos que rezam em alguns dias da semana chega a 59,7% do total. Também cerca de metade das respostas admitem que “sem a Igreja Católica, em Portugal, haveria mais pobreza” e dois terços acreditam que “sem a Igreja Católica, em Portugal, muitos (idosos, doentes) ficariam mais sós”. Da mesma forma, 76% dos inquiridos admitem que “sem a Igreja Católica, em Portugal, muitos não encontrariam um sentido para a vida” e 69% consideram que “muitos morreriam sem esperança”. Padre Peter Stilwell reitor da Universidade de Macau O padre Peter Stilwell, actual vicereitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), tomou posse, no dia 3 do cargo de reitor da Universidade de S. José (USJ), em Macau, depois de ter sido convidado para o cargo pelo patriarca de Lisboa, por sugestão do bispo de Macau, José Lai Hung-seng. Peter Stilwell, 65 anos, que já foi director da Faculdade de Teologia da UCP, foi chamado após a de- missão, por razões pessoais, do anterior reitor, Ruben Cabral, especializado em educação, e que iniciara em Setembro um terceiro mandato. Em Macau há várias instituições universitárias e o Governo chinês acaba de ceder mais territórios à Região Administrativa Especial para a Universidade de Macau. Por isso, Stilwell acredita que só com qualidade a USJ se poderá distinguir. Macau não é novidade para o novo reitor. Stilwell já esteve no território várias vezes, nos últimos anos, participando em iniciativas académicas, debates e conferências da USJ. Responsável pelo diálogo interreligioso no patriarcado de Lisboa desde há anos, a sua sensibilidade para o diálogo com outras culturas e religiões também terá pesado no convite, que foi feito nos primeiros dias de Abril, em plena Semana Santa. A USJ nasceu da evolução do Instituto Inter-Universitário, criado em 1996 pela diocese de Macau e pela UCP. Há três anos, o próprio Governo chinês pediu à universidade católica de Macau que criasse uma faculdade de Teologia. Actualmente, na USJ há cursos nas áreas de psicologia, educação, estudos políticos, design e arquitectura, além de teologia. O novo reitor diz que as neurociências estão em projecto. A USJ tem 1800 alunos, mas a ideia é chegar a 2000. E há 78 docentes, além de várias dezenas de professores convidados a dar aulas esporadicamente. Bom humor No quarto - Filha, enganaste-te! Puseste o cinto antes da saia... - Não, mãe, isto não é o cinto; é a minha nova minissaia. * O médico Depois de visitar um doente, o doutor diz: - Descanse, meu amigo. Amanhã virei de novo. Vou visitar outro paciente e assim mato dois coelhos de uma só cajadada. * No Texas Um português entra num casino. Senta-se ao lado de um fulano de fato impecável e sorriso irónico. Educadíssimo, o indivíduo apresenta-se: - Bond, James Bond. Responde-lhe imediatamente o português: - Gusto, Au Gusto A.B.