3 de Maio.pmd - Diocese de Beja

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3 de Maio.pmd - Diocese de Beja
3 de Maio de 2012
3
Maio
2012
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXXIV – N.º 4153
Nota Semanal
António Vitalino, Bispo de Beja
Desenvolvimento
e trabalho
1. Desenvolvimento sustentável
Entramos no mês de Maio com o
dia internacional do trabalhador, um
dia feriado, para lembrar as lutas
dos trabalhadores e suas organizações, criadas para defender o
direito a um trabalho digno com
remuneração justa. Com a industrialização e o implemento do
trabalho dependente, apareceu a
classe operária, muitas vezes em
contraposição com o patronato e o
capital.
A Igreja, para quem a dignidade da
pessoa humana é uma prioridade a
defender e promover, começou a
sistematizar a sua doutrina social,
baseada no evangelho e nas legítimas aspirações da pessoa. Assim
foram sendo publicadas várias
encíclicas ou cartas solenes dos
Papas sobre a aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja,
tendo em conta o desenvolvimento
socioeconómico. Desde a encíclica
Rerum Novarum do Papa Leão XIII,
em 1891, até à Caritas in Veritate
de Bento XVI, em 2009, foram
publicadas muitas encíclicas sobre
as problemáticas sociais, com
reflexões e orientações profundas
e concretas, um património importante, que, se fosse aplicado,
muitas injustiças e problemas
seriam evitados.
Todos nos habituamos a subir o
nível de vida, o que implica crescimento económico, trabalho para
todos e remuneração justa. Mas a
Europa, face à crise da economia
global, ao desequilíbrio das contas
públicas e ao crescente endividamento externo de Portugal, que se
viu obrigado a pedir ajuda para
evitar a bancarrota, impôs austeridade, o que veio diminuir o
consumo e as receitas provenientes do imposto sobre as transacções e o trabalho, com a insolvência
e mesmo falência de muitas empresas e subsequente aumento do
desemprego.
A comunidade europeia anunciou
adopção de algumas medidas,
meios e recursos para apoiar o
desenvolvimento e a criação de
mais emprego. Saudamos esta nova
linguagem, esperando que, com
realismo, sem ilusões, com a moderação a que nos habituamos, diminua o número de desempregados e
encontre trabalho digno quem pode
e deve trabalhar, para que nos
tornemos menos dependentes e
mais autónomos.
Página 5
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Para o serviço da Igreja na Diocese de Beja
Um novo Sacerdote
e cinco Diáconos permanentes
Padre Paulo Jorge dos
Reis Godinho
(Paróquia de Moura)
Francisco António Conceição
(Paróquia de Alvito)
Francisco Rosado Santos
(Paróquia de
Vila Nova da Baronia)
Joaquim Castela Simão
(Paróquia de Sines)
Joel Maria Gonçalves
(Paróquia de Sines)
José Encarnação Inácio
(Paróquia de S. Teotónio)
No dia em que a Igreja celebra a
festividade de S. José, operário,
celestialPadroeiro da nossa Diocese, foram admitidos à Ordem de
Presbítero e de Diácono seis jovens-adultos alentejanos, que se
vêm juntar aos 60 sacerdotes em
efectividade de funções e aos 4
diáconos permanentes ordenados
em 1996, trazendo consigo uma
lufada de ar fresco e a esperança
de uma nova e promissora evangelização do nosso Alentejo.
A cerimónia de admissão às Sagradas Ordens decorreu, no dia 1,
Missões
Católicas
Populares no
Litoral
Alentejano
Página 5
às 11h30, na ampla igreja do Seminário Diocesano, festivamente
engalanada, perante uma grande
multidão de fiéis, vindos, na maioria, das paróquias de origem dos
candidatos à ordenação.
De acordo com o Ritual Romano,
depois da Liturgia da Palavra,
realizaram-se os actos tradicionais
da Ordenação: eleição dos candidatos, promessa dos Eleitos, Ladainha dos Santos, Imposição das
mãos do Bispo e Presbíteros presentes, abraços e saudação do
clero aos clérigos ordenados.
Na homilia da Missa, o nosso
Bispo, D. António Vitalino, explicitou a missão pastoral dos Sacerdotes e Diáconos, sublinhou que
deviam ser, como recomenda Jesus
no Evangelho, “sal da terra e luz do
mundo”, manifestou a sua grande
alegria pela entrega generosa
destes 6 homens ao serviço de
Deus e da Igreja, na nossa Diocese
e fez um veemente apelo para que
outros jovens ou menos jovens se
entusiasmassem e dessem também
o passo em ordem ao Sacerdócio.
“Cristo continua hoje a chamar
homens e mulheres para o serviço
exclusivo da Igreja. A nossa Diocese precisa de mais padres e mais
diáconos que anunciem o Evangelho da vida e testemunhem, com
o seu exemplo e a sua actividade
pastoral, que a Igreja Católica é
sacramento de salvação e sinal
palpável da presença de Deus no
mundo.
Vamos todos alinhar a sério na
pastoral das vocações sacerdotais”
disse, a concluir, o nosso bispo.
No final da celebração, D. António
Vitalino dirigiu ainda palavras
calorosas de felicitações ao Padre
Paulo Godinho, novo sacerdote,
aos novos diáconos ordenados e
às suas famílias pela compreensão
e generosidade com que tinham
acompanhado a formação destes
eleitos, para lugares de muita
responsabilidade na estrutura da
Igreja.
O nosso Bispo teve ainda uma
palavra de especial gratidão para
com o Reitor do Seminário de Beja,
Padre João Paulo Quelhas, a quem
se deve, em grande parte, o trabalho
de preparação intelectual e espiritual destes ministros ordenados
e a organização de todo o cerimonial na igreja do nosso
Seminário.
Na Missa da Ordenação estiveram
presentes 60 sacerdotes e 7 diáconos. O coro litúrgico foi orientado pela maestrina Helena Almeida
e ao orgão esteve Jaime Branco.
Terminada a cerimónia religiosa,
realizou-se no refeitório e claustros
do Seminário um almoço de confraternização, mais um pretexto de
saudável convívio para toda aquela
comunidade cristã e para se cantar
com especial carinho e entusiasmo
os “parabéns a você” ao Padre
Paulo e aos cinco Diáconos acolhidos em festa pela Diocese de
Beja nesta memorável manhã de 1
de Maio de 2012.
Alberto Batista
Domingo, 6 de Maio, Dia da Mãe
Dia da Mãe: Lembremo-lo! Não seja
Senão dia de amor e gratidão;
Dia de erguer as mãos em cada igreja
E de pôr a falar o coração;
Dia de rosas a colher aos molhos
E de ofertá-las, a cantar, àquela
Que nos traz sempre dentro dos seus olhos
E por nós, noite e dia, sonha e vela
E se a mãe, que foi nossa, já morreu
Nem por isso deixemos de saudá-la.
Então é ela que nos vê do Céu
E mais que nunca a sua voz nos fala.
Moreira das Neves
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
3 de Maio de 2012
Profissão Religiosa dos Irmãos Paulo
e Ricardo, em Vila de Frades
V Domingo da
Páscoa
Ano B
Testemunhos dos amigos
6 de Maio de 2012
Nunca desistam dos vossos sonhos
O dia amanheceu envergonhado. O
sol acordou, espreguiçou-se, espalhou os seus raios dourados e
iluminou o dia. E o dia ficou lindo.
Andava no ar o perfume de festa.
Os Irmãos Paulo e Ricardo, da
Fraternidade dos Irmãozinhos de S.
Francisco de Assis, tiveram a
cerimónia da sua “Doação Perpétua” durante a Eucaristia, presidida pelo Senhor Bispo D. António
Vitalino e concelebrada por vários
Sacerdotes e Diáconos.
A Igreja de S. Cucufate, em Vila de
Frades, estava linda e repleta de
amigos que não quiseram faltar a
este testemunho de Fé, a esta
entrega de Humildade e Amor a
Deus.
O altar estava ornamentado com
flores brancas, símbolo da Pureza,
da Paz e do Bem. As pessoas que
responderam ao convite dos Irmãozinhos estavam emocionadas,
felizes, porque dois dos nossos
irmãos respondiam ao chamamento
de Deus e entregavam-Lhe as suas
vidas para sempre.
Foi uma cerimónia muito bonita,
cheia de luz e alegria. Faz-nos
pensar no porquê destes jovens
quererem abraçar uma vida religiosa, quando poderiam ter uma
vida diferente. Mas o Amor a Jesus,
a vontade de partilhar esse Amor
com os outros, a Humildade, a
Sinceridade de cada gesto, a Alegria daqueles corações fala mais
alto, e Deus estende-lhes os braços
e recebe-os como Bons Irmãozinhos, Bons Cristãos que certamente serão.
O Alentejo está lindo e florido nesta
época do ano. Ficou mais bonito
ainda porque duas flores salpicaram
de cor e juventude este tapete
florido.
Não faltou a chuva que também
quis felicitar estes jovens Irmãos, e
como diz o Povo “ cerimónia molhada, cerimónia abençoada”.
Mas o sol voltou a sorrir, os
passarinhos chilrearam nas árvores
da avenida, e a alegria continuou
num almoço partilhado fantástico.
E ao final da tarde a Lua chegou e
piscou os olhos ao Sol. E assim,
com a alegria destes Irmãos regressámos a casa felizes porque o
Senhor os acolheu e lhes dará a Paz
para enfrentarem todas as adversidades que encontrarem pelo
caminho.
O meu coração estará sempre
presente na vossa caminhada.
Aos Irmãos Paulo e Ricardo desejo
que nunca desistam dos vossos
sonhos e que S. Francisco de Assis
sempre vos ilumine.
Bem hajam meus queridos amigos.
Ju
Queluz, 30 de Abril de 2012
Razões do Coração - Irmãos do Alentejo
“É este o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu;
e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro…” (Jo. 21, 2425)
A Fraternidade dos Irmãozinhos de
S. Francisco de Assis esteve em
festa, celebrando jubilosamente a
Doação Perpétua dos irmãos Paulo
Nunes e Ricardo Borges. Fazer
festa é viver em alegria por alguma
razão. É celebrar um acontecimento
muito importante para todos aqueles que o festejam. Fazer festa é
elevar-se acima da realidade, unir o
passado e o presente num mesmo
abraço. Foi isto que aconteceu no
dia 29 de Abril, na Eucaristia
presidida pelo Senhor Bispo de
Beja, D. António Vitalino Fernandes Dantas, e concelebrada por
vários Sacerdotes e Diáconos na
Igreja de S. Cucufate em Vila de
Frades, Diocese de Beja. Uma
cerimónia de um elevado ardor e
feliz alegria comunitária. Digamos:
uma cerimónia franciscana.
Quem são estes Jovens?
São membros da Fraternidade dos
Irmãozinhos de S. Francisco de
Assis. Simples, dedicados, devotos, entusiasmados são as palavras que melhor os caracterizam. Foi
assim que eles desceram até ao
Alentejo para aqui realizarem a sua
vocação inspirada em S. Francisco
irmão do sol e de toda a natureza. O
Alentejo com as infinitas belezas e
as imensas possibilidades de
criação. Lugar de força e beleza,
esteio de segurança e terra de
Missão.
No Alentejo o Irmão Paulo e o Irmão
Ricardo encontraram a paisagem
propícia à espiritualidade franciscana. À aprendizagem do espiritual. Além do sol temos o clima
ameno durante a maior parte do ano,
a planície ondulada como ondulados são os nossos sentimentos e
razões, o verde das vinhas e o
verde-oliva, a cor da palha e a terra
lavrada, a linha do horizonte como
um arco-íris deitado. E depois a
mulher e o homem alentejanos
discretos, delicados, subtis e
contemplativos.
Foi neste contexto que os irmãozinhos implantaram a sua vocação.
Uma vocação de entrega e de
extrema dedicação. Seja qual for a
nossa opinião sobre isso, eles
conseguem reunir grandes assembleias para a oração. Movimentam
jovens e gente de todas as idades,
exemplo disso foi a numerosa
participação nesta Eucaristia em
que estavam centenas de pessoas
vindas de tantos lugares.
Os Irmãozinhos, neste dia da sua
Doação Perpetua, foram o centro
das nossas atenções, porque a sua
vida é uma referência que faz apelo
para outros valores, outras realidades com mais vida do que a vida
quotidiana em que somos obrigados a mergulhar.
Um bem-haja aos Irmãozinhos pelo
seu exemplo e pela sua persistência
em procurar seguir os passos de S.
Francisco e, através dele, o Evangelho de Jesus.
Inês
A maior aspiração do homem do nosso tempo é construir um mundo novo, em
que a injustiça e a exploração do homem pelo homem não possam ter lugar.
Este anseio corresponde, plenamente, ao desígnio de Deus: “Eis que faço novas
todas as coisas”. Insere-se também no plano de libertação evangélica, que visa
a destruição do pecado e de todas as suas consequências. Sendo assim, o
cristão não pode ficar indiferente perante a tarefa da construção de uma
humanidade nova, pois a sua colaboração é indispensável. Na verdade, o
mundo novo não pode construir-se sem Deus ou contra Deus.
I Leitura
Actos 9, 26-31
A conservação de Saulo, que depois adoptou o nome de Paulo, é momento
decisivo na história da expansão do Evangelho. Uma vez tornado discípulo de
Jesus, junta-se aos que já o eram há mais tempo, não sem que estes, a princípio,
mostrassem reservas a seu respeito, tal era a fama que corria acerca do
perseguidor da nova religião. Mas, apesar da perseguição de certos, a Igreja
ia-se edificando, pois que o Senhor Jesus era a sua pedra fundamental e o
Espírito Santo a alma que a animava.
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas
todos o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha
visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com
firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém e
falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os
helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos
levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja
gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no
temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.
Salmo Responsarial
Salmo 21 (22)
Refrão: Eu Vos louvo, Senhor, na assembleia dos justos.
II Leitura
1 Jo 3, 18-24
A verdade de que fala a leitura engloba a fé e o amor, que tornam o homem
amigo de Deus e dão paz ao coração. E estas virtudes não são apenas atitudes
que residem na intenção e boa vontade, mas princípio activo que leva a
realizar as próprias obras de quem crê e ama. Assim se entra em comunhão
com Deus e se vive n’Ele e Ele vive em nós.
Leitura da Primeira Epístola de S. João
Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em
verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o
nosso coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é
maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração
não nos acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o
que Lhe pedirmos, porque cumprimos com os seus mandamentos e fazemos o
que Lhe é agradável. É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho,
Jesus Cristo, e amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa
os seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que
permanece em nós pelo Espírito que nos concedeu.
Evangelho
Jo 15, 1-8
A comparação entre o povo de Deus e a vinha é tradicional na
Sagrada Escritura. Mas aqui é o próprio Jesus que Se apresenta
como a videira, e aos seus discípulos como as varas da mesma. Tal
comparação sublinha a identidade de vida, que, procedendo de Jesus,
vivifica os membros da sua Igreja. Não se trata apenas de união
exterior mas de comunhão de vida que d’Ele nos vem
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Eu sou a verdadeira
vide e mei Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e
não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais
fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode
dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também
vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sóis os
ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto,
porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim,
será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos,
lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as
minha palavras permanecerem em Vós, pedireis o que quiserdes e servos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos
tornareis meus discípulos.
OPINIÃO
3 de Maio de 2012
Notícias de Beja – 3
Povo de profetas, sacerdotes e reis
É o Povo de Deus que expressa a
presença e a ação divina na cidade
dos homens. Os seus membros,
incorporados em Cristo, são, com
Ele, profetas, sacerdotes e reis.
São assim por dom de Deus e não
podem furtar-se a realizar a sua
missão no mundo, segundo a sua
vocação de leigos, consagrados
ou
ministros
ordenados.
Profetas na família, na convivência diária, no trabalho, no lazer,
na vida pública, porque sempre e
em todas as ocasiões se pode e
deve iluminar a vida com a luz da
Palavra. O profeta não fala de si,
mas daquele que o enviou, o
assiste, o torna atento aos sinais,
o impele a agir, o faz irmão do seu
irmão e sempre reconciliador de
todos, crentes e não crentes.
Há défice de profetismo no Povo
de Deus. Durante séculos, pensou-se que só a hierarquia exercia
e podia exercer tal tarefa e, mesmo
nesta, quase só o Papa. Ficou
famosa a expressão “Roma falou
e a causa terminou”. Certamente
que a hierarquia, serviço instituído por Cristo para servir o seu
Povo, a tempo inteiro, exerce a
favor deste um profetismo indispensável. Serve pelas suas intervenções de ordem doutrinal e
moral e como ação que garante a
comunhão e a unidade na comunidade de irmãos. Em casos e
circunstâncias determinadas e
concretas, os cristãos devem
sentir-se obrigados à aceitação e
seguimento do que lhes é proposto, sem que isso anule o seu
profetismo batismal.
Todos os batizados gozam também do sacerdócio comum, que
precede o sacerdócio dos bispos
e dos presbíteros. Em tudo na
vida devem prestar culto a Deus
e adorá-lo como o Deus único.
Este sacerdócio atualiza-se na
prática dos sacramentos, dos
conselhos evangélicos e das
virtudes cristãs. Ele é, também, o
apelo mais forte a viver rumo à
perfeição da santidade.
Também aqui, o desconhecimento
de tal riqueza é comum na maioria
dos cristãos leigos. Certamente
porque ninguém os abriu para
esta dimensão da sua dignidade
cristã e o sentido sacerdotal de
toda a sua vida, ficando aprisionados, por tradição, a práticas
cultuais que foram perdendo o
sentido, por via das rotinas e da
falta de horizontes libertadores.
Os batizados em Cristo são,
ainda, reis à maneira de Cristo,
que traduziu a sua realeza, por
obras e palavras, ao serviço aos
outros, deixando a norma para os
que vivem em discipulado: “Vim
para servir, não para ser servido”;
“Como Eu fazei vós também”. De
muitos modos se pode e deve
manifestar a dimensão do serviço
na comunidade. Daqueles cuja
vocação só se explica e justifica
como serviço permanente ao
Guerras e guerrilhas do 25
Povo de Deus, a hierarquia, todos
têm direito a receber testemunho,
formação e estímulo para exercerem esta dimensão de servidores, como a sua realeza.
A Igreja, mãe e mestra, serva e
pobre, só o poderá ser, no sentido evangélico, pela vivência
cristã de todos os seus membros.
Está aqui a força do testemunho
que convence e dá sentido às
palavras, bem como o valor
convincente às suas propostas
doutrinais e morais.
A recuperação, onde ainda não se
fez, da consciência da Igreja de
Cristo como Povo de Deus, tornase uma exigência inadiável de toda
a ação pastoral. A Comunhão
eclesial tem a sua fonte inesgotável
na vivência trinitária, a Unidade, na
fé professada em Jesus Cristo que
dela fez projeto salvador, a Missão,
encargo diário que toca a todos
sem exceção, têm no Povo de Deus
a sua expressão, a sua vivência, a
sua garantia de verdade.
António Marcelino
Bispo emérito de Aveiro
Ouvi agora o que se disse antes
e no dia 25 de Abril. Ponderei as
atitudes tomadas de sentido
diverso, todas proclamando, a
seu modo, fidelidade aos ideais
da liberdade. Somos pequenos e
quezilentos, arvorados em eruditos e dogmáticos. Mais presos a
interesses de grupo do que a
projetos a favor de todos. Vivi o
25 de Abril de 74 no Alentejo,
onde já vivia há quase vinte anos.
Fui entendendo os exageros de
então. Os de agora não os entendo, nem os aceito. Sem se aprender a ver e aceitar o que é para
todos, soltam-se, inevitavelmente, sinais redutores e egoístas,
que desprezam uns e só movem
alguns grupos. A mesma fonte fica
espartilhada. Quem podia ajudar a
entender, politicamente, a gente
velha de ideias e sentimentos, bem
como o sentido dos tempos novos,
cede a simpatias e a teimosias e
perfila-se do lado dos teimosos,
alardeando fidelidade aos heróis e
aos ideais de Abril…
Faz falta a mística do 25 de
Dezembro, Natal de Cristo, para
se poder viver, em fraternidade
plural, o 25 de Abril. Então,
proclamou-se a paz para todos os
homens de boa vontade. Agora,
parece que esta espécie de homens cedeu a interesses e se
tornou cada vez mais rara.
A. M.
Aborto repetido cresceu... em cinco anos
Segundo dados disponíveis da
Direção geral de saúde e do
Instituto nacional de estatística,
desde a entrada da nova lei do
aborto, de 2007, com cobertura
(ou discriminalização) até às dez
semanas, podemos encontrar
que:
- Desde 2005, terá havido – nos
números de uma associação próvida – 80 mil ‘interrupções da
gravidez’ em espaços legalizados,
sendo 13.500 repetições;
- No entanto, outros números
‘oficiais’ apontam para estoutros
dados: em 2008 verificaram-se 15
mil casos; em 2009 são reportados
34 mil situações; em 2010 houve
54 mil ‘interrupções’, sendo 4651
repetições, das quais 978 são
dois ou mais abortos.
- Embora se tenha verificado – ou
assim se diz, mas porque não há
dados oficiais credíveis, tudo
poderá não passar de conjetura!
– uma diminuição do (dito) aborto
clandestinado, estes números
teem de nos fazer refletir, bem
como àqueles que tanto lutaram
pela salvaguarda da vida e da
(pretensa) saúde da mulher...
Se olharmos esta questão pelo
lado económico, quanto pode
custar uma (dita) ‘interrupção
voluntária da gravidez’ de forma
legal e num espaço legalizado?
Segundo dados, que fomos recolhendo, pode custar, em média,
mil euros cada ato... Agora é só
fazer as contas sobre os gastos
suportados – normalmente – pelo
erário público, nestes anos, por
esta (pretensa) descriminalização
do aborto!
***
Tendo na devida conta estas
informações podemos/devemos
– sem qualquer intuito fundamentalista nem sequer acusatório
– questionar quem defende tanto
a vida e a sua qualidade, quem
diz defender a mulher e a sua promoção, quem, de forma capciosa,
se diz progressista (só) porque
defende a morte... mesmo que
com ‘qualidade’.
= O aborto não terá passado a ser
uma espécie de controle da natalidade em vez de ser um processo
de educação para a responsabilidade dos mais novos e,
sobretudo, dos mais velhos?
= Para onde caminha este país
que mata mais do que defende os
indefesos?
= Como poderemos ter uma segurança social sustentável se gastamos milhares de euros em
espaços de não-vida em vez de
incentivarmos a correta sexualidade e a sua sustentação?
= Mesmo sem decreto não estaremos já sob a ditadura do filho
único, que muitas vezes, não passa
de um problema intolerável?
= Com certos projetos de ‘família’
– sobretudo no (pretenso) aparelhamento de pessoas do mesmo
género – não estaremos a engrossar ainda mais os números
abortivos?
***
Pelo que conhecemos dalgumas
situações, parece que, nesta
questão do aborto, se tem falado
em excesso a partir da perspetiva
da mulher, relegando o homem
para uma instância de somenos
importância. Por isso, seria útil
que fossem trazidos à luz da
memória – com todos os confrontos psicológicos atinentes –
os traumas de homens que foram
usados – direta ou inconscientemente – em situações
abortivas.
Conhecemos, pelo menos dois
casos, já falecidos, em que a vida
desses homens se tornou insuportável depois de as (ditas)
namoradas terem abortados sem
o seu consentimento. Quer num
quer noutro dos casos, esses
homens deixaram degradar a sua
personalidade... até ao ponto da
morte precoce.
Torna-se, por isso, urgente exorcizar uns tantos fantasmas feministas ou até de outros falsos
defensores da mulher, quando
não a escutam por referência à dor
da perda e da mágoa... para
consigo mesma e para sempre.
Afinal, abortar ainda é matar... mesmo
que tenha sido discriminalizado!
+ Adenda:
Engrandecimento da mãe
Na proximidade ao ‘dia da mãe’
gostaria de envolver num grande
preito de agradecimento e de
engrandecimento todas as mães
pelo muito que fizeram pelo
mundo... seja no seu espaço mais
próximo, seja pelas implicações
mais
abrangentes
em
maternidade:
Dom de Deus, vós sois o que háde mais terno e que nos fala do
divino,
Indicando a fonte da vida, sois o
receptáculo do amor, feito pessoa
em cada filho/a,
Apontais para a meta onde Deus
vive e reina... eternamente.
De cada momento de entrega,
recebemos maior ternura,
Ao longo do nosso existir somos
aquilo que foi gerado em vosso
seio...
Mulher, filha, amiga, esposa... é,
sobretudo, como mãe que a vossa
tarefa é sublime:
Amparai-nos em vosso regaço,
nas horas de tristeza, de dúvida
ou de alegria,
Envolvendo-nos na confiança da
maternidade ... sempre nova e em
esperança!
Obrigado a todas as mães que o
foram e o são e perdão para todas
as que ofenderam este dom de
Deus.
Com Maria, mãe de Jesus e nossa
mãe, engrandecemos as que hãode sê-lo com consciência e em
serviço à vida.
António Sílvio Couto
PATRIMÓNIO
4 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
3 de Maio de 2012
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
Paolo da Col e o ensemble Odhecaton em Grândola
“Do Instante ao Infinito” assinala novo marco
do Festival Terras sem Sombra
O Festival Terras sem Sombra
continua a sua itinerância por terras
do Alentejo meridional, tendo
como próximo destino Grândola,
vila de grandes tradições musicais.
No dia 5 de Maio, pelas 21h30, a
igreja matriz desta localidade (monumento religioso famoso pelos
seus altares de talha e pelo seu
espólio artístico) recebe um concerto singular do ensemble Odhecaton, sob a direcção do maestro
Paolo da Col. “Do Instante ao
Infinito” – assim se denomina o
espectáculo – apresenta um insinuante percurso que vai de Carlo
Gesualdo, príncipe de Venosa, a
Arvo Pärt, Wolfang Rihm e Salvatore Sciarrino, ou seja, uma longa
viagem entre um mestre genial da
polifonia renascentista e algumas
das mais belas páginas da criação
contemporânea.
Paolo Pinamonti, o responsável
artístico do Terras sem Sombra, é
conhecido pela inteligência com
que põe em diálogo, de modo
sensível, os grandes compositores
do passado e do presente. Este
concerto, um dos momentos altos
do Festival, tem como pano de
fundo a Paixão e Morte de Cristo,
mas abre janelas para uma reflexão
sobre o momento actual. Segundo
José António Falcão, director do
Departamento do Património da
Diocese de Beja, entidade que
organiza o FTSS, “Pinamonti
apresenta, aqui, uma reflexão muito
séria sobre o papel da crise na
sociedade actual, e vê-a como uma
exfoliação que nos liberta da pele
velha e nos traz de novo à superfície,
regenerados.”
De acordo com Falcão, “as dissonâncias, cromatismos e melodias
suspensas de Carlo Gesualdo
introduzem-nos na dimensão antropológica da arte, são uma espécie
de ponte entre a vida e a morte, que
reflecte a condição humana. Pärt,
por seu turno, explica-nos a modernidade dolorosa em que vivemos,
com uma nota de esperança. Rihm
vai até aos abismos da angústia,
da interrogação mais profunda
sobre o destino – introduz a crise
como fase necessária para a leitura
do mistério vital. Esta viagem da
obscuridade para a luz termina com
Sciarrino, numa síntese, o encontro
final entre o ser e o não-ser, em que
tudo se torna subitamente claro,
legível, harmonioso.”
“Tenebræ” (trevas) é o nome da
cerimónia litúrgica celebrada nas
últimas três noites da Semana
Santa. Nesta celebração, a igreja
encontrava-se apenas iluminada
por velas, que iam sendo apagadas
após cada leitura, até ao mergulho
total na obscuridade, momento
Ensemble Odhecaton
supremo de introspecção. Serão as
notas do príncipe de Venosa, Carlo
Gesualdo da Venosa, que irão dar
vida a esta encenação, numa obra
escrita em 1611, composta por 9
responsórios.
Passados quatro séculos, o tema
permanece nas “Sieben PassionsTexte”, peças compostas entre
2001 e 2006 por Wolfgang Rihm, um
dos mais importantes compositores
alemães da actualidade. “Tenebræ
factæ sunt” e “Tristis est anima
mea” descrevem, de modo muito
sensorial, os últimos momentos de
Cristo na cruz.
“Responsorio delle tenebre”, criado em 2001 pelo compositor italiano
Salvatore Sciarrino, é uma peça
onde “a perfeição imaculada (cantochão) é afectada pela imperfeição
humana (música abstracta) “, como
explicou Filipe Carvalheiro.
Da Estónia até ao Alentejo viaja
ainda a música de Arvo Pärt, com
“De Profundis” (1980) e “Summa”
(1977), na verdade um Credo a que
o compositor mudou o nome para
evitar problemas com o regime
soviético.
As trevas e a luz interpretadas
por músicos de excepção
Fundado em 1998, o ensemble
Odhecaton tomou o nome de Harmonice Musices Odhecaton, o
primeiro livro de música impresso
(Ottaviano Petrucci, Veneza, 1501).
Sob a direcção de Paolo da Col,
realizou uma entrada gloriosa no
universo da polifonia do Renascimento, alcançando o reconhecimento da crítica, traduzido em
alguns dos mais prestigiosos
prémios discográficos, por ter
iniciado uma nova atitude interpretativa no domínio da execução
polifónica. O seu repertório começou por incidir, primordialmente,
por obras de compositores italia-
nos, flamengos, espanhóis e portugueses dos séculos XV e XVI. A
partir de 2008, o grupo focou
igualmente a atenção na música
sacra de Palestrina, Gesualdo da
Venosa e Claudio Monteverdi, além
de autores contemporâneos como
Sciarrino, Scelsi, Pärt e Rihm. Levou
também aos palcos Amfiparnaso,
de Orazio Vecchi, com o actor
Enrico Bonavera, numa cenografia
de Lele Luzzati.
Odhecaton reúne algumas das
melhores vozes masculinas italianas especializadas na interpretação da música renascentista e
barroca. Conta igualmente com a
colaboração de notáveis instrumentistas nestes repertórios, como
Bruce Dickey e o Concerto Palatino, Gabriele Cassone, Liuwe
Tamminga, Paolo Pandolfo, Jakob
Lindberg e La Reverdie. Já actuou
nos principais festivais europeus e
gravou programas dedicados à
música de Nicolas Gombert, Heinrich Isaac, Francisco de Peñalosa
(Bongiovanni), Josquin Desprez
(Assai), Loyset Compère e Masters
de Picardie (Ramée). Entre os
prémios obtidos pelos seus registos discográficos destacam-se os
seguintes: Diapason d’or (Diapason) e Choc (Le Monde de la
Musique), por De Passione, de
Desprez; Cd of the Year 2003
(Goldberg), por La Spagna, de
Isaac; Diapason d’or, por O gente
brunette e Missa Papæ Marcelli
de Palestrina.
Cantor, organista, maestro e musicólogo, Paolo da Col realizou os
seus estudos musicais em Bolonha,
privilegiando o repertório musical
do Renascimento e do Barroco.
Durante cerca de vinte anos foi
membro de numerosos ensembles
vocais italianos, entre os quais a
Cappella di S. Petronio, de Bolonha,
e Istitutioni Harmoniche. Em 1998
Maestro Paolo da Col
assumiu a direcção artística de
Odecathon, a par de outros grupos
vocais e instrumentais especializados no repertório barroco. É
professor no Conservatorio “Giuseppe Tartini” de Trieste. Com Luigi
Ferdinando Tagliavini, dirige a
revista L’Organo. Colabora assiduamente com o Giornale della
Musica e outras publicações periódicas no âmbito musical. Coordena
o catálogo musical da editora
Arnaldo Forni, de Bolonha. Tem
assumido a direcção de edições de
música instrumental e de inventários de fundos musicais, a par da
actividade como investigador e
publicista nos domínios da música
vocal renascentista e pré-clássica.
Preservar um tesouro português:
o sobreiro
Músicos e espectadores do Terras
sem Sombra vão unir esforços com
a comunidade de Grândola para a
salvaguarda de um bem colectivo
do maior significado ambiental,
económico e social, o sobreiro. No
âmbito do programa de preservação desenvolvido pelo festival,
a manhã do dia 6 será dedicada a
uma acção de sensibilização para a
defesa do sobreiro. A iniciativa
começa às 10h30, na Herdade das
Barradas da Serra, e é realizada em
parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, o município, o WWFWorld Wild Fund for Nature e duas
ONG que promoveram a classificação do sobreiro como símbolo
nacional – as associações Árvores
de Portugal e Transumância e
Natureza.
Com a presença da Ministra da
Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção
Cristas, que se junta, como voluntária, aos alunos da Eco-Escola das
Ameiras e aos demais participantes
nesta iniciativa aberta, vão realizarse actividades como a colocação,
nos sobreiros, de ninhos construídos com canudos de cortiça virgem; a verificação das caixas-ninho
instaladas em 2011 pelos participantes no Terras Sem Sombra; a
exploração da biodiversidade do
montado (flora e fauna), sem esquecer os cursos de água da serra
de Grândola; e o apadrinhamento
de novas árvores. Tudo isto envolve, ainda, o resgate de uma
parcela um pouco esquecida do
mundo rural, incluindo as profissões associadas à extracção da
cortiça e à exploração dos outros
recursos do montado, como a
pastorícia, a caça, a colheita de
cogumelos ou o agro-turismo.
Um trecho da serra de Grândola (Herdade das Barradas da Serra)
DIOCESE
3 de Maio de 2012
Notícias de Beja – 5
Junto ao mar, em Missão
Nota Semanal
Desenvolvimento e trabalho
1. Desenvolvimento sustentável
Entramos no mês de Maio com o
dia internacional do trabalhador, um
dia feriado, para lembrar as lutas
dos trabalhadores e suas organizações, criadas para defender o
direito a um trabalho digno com
remuneração justa. Com a industrialização e o implemento do
trabalho dependente, apareceu a
classe operária, muitas vezes em
contraposição com o patronato e o
capital.
A Igreja, para quem a dignidade da
pessoa humana é uma prioridade a
defender e promover, começou a
sistematizar a sua doutrina social,
baseada no evangelho e nas legítimas aspirações da pessoa. Assim
foram sendo publicadas várias
encíclicas ou cartas solenes dos
Papas sobre a aplicação dos princípios da doutrina social da Igreja,
tendo em conta o desenvolvimento
socioeconómico. Desde a encíclica
Rerum Novarum do Papa Leão XIII,
em 1891, até à Caritas in Veritate
de Bento XVI, em 2009, foram
publicadas muitas encíclicas sobre
as problemáticas sociais, com
reflexões e orientações profundas
e concretas, um património importante, que, se fosse aplicado,
muitas injustiças e problemas
seriam evitados.
Todos nos habituamos a subir o
nível de vida, o que implica crescimento económico, trabalho para
todos e remuneração justa. Mas a
Europa, face à crise da economia
global, ao desequilíbrio das contas
públicas e ao crescente endividamento externo de Portugal, que se
viu obrigado a pedir ajuda para
evitar a bancarrota, impôs austeridade, o que veio diminuir o
consumo e as receitas provenientes do imposto sobre as transacções e o trabalho, com a insolvência
e mesmo falência de muitas empresas e subsequente aumento do
desemprego.
O trabalho é um direito da pessoa e
faz parte da realização da sua
dignidade. A evolução económica
e o desemprego estão a desumanizar a nossa sociedade. Temos de
encontrar outras politicas de desenvolvimento socioeconómico,
que criem emprego, postos de
trabalho. De contrário, estamos a
fomentar uma sociedade injusta,
porque priva muitas pessoas dos
seus direitos fundamentais, O
desenvolvimento económico não é
ilimitado, mas tem de ser sustentável em todas as dimensões, no
respeito pela dignidade da pessoa,
pela ecologia e pelo bem comum.
2. Economia amiga do trabalhador
Felizmente, a comunidade europeia
parece estar a acordar e a dar sinais
de mudança de rumo. Na crise
aprendemos a viver mais sobriamente, moderando o consumo de
alguns bens supérfluos, artigos da
moda, luxos, etc. E é bom que assim
continuemos. As empresas ligadas
a estes sectores estão a ressentirse e a despedir trabalhadores. Mas
parece que outras empresas começam a aparecer, mais voltadas para
a exportação e produção de bens
essenciais. A criatividade em tempo
de crise é notável. É necessário
descobrir fontes alternativas de
riqueza e novos postos de trabalho.
A comunidade europeia anunciou
adopção de algumas medidas,
meios e recursos para apoiar o
desenvolvimento e a criação de
mais emprego. Saudamos esta nova
linguagem, esperando que, com
realismo, sem ilusões, com a moderação a que nos habituamos, diminua o número de desempregados e
encontre trabalho digno quem pode
e deve trabalhar, para que nos
tornemos menos dependentes e
mais autónomos.
Ao entrar no mês de Maio, tradicionalmente dedicado a Maria e às
mães, confio a Nossa Senhora este
anseio, para que nenhuma mãe veja
os seus filhos sofrer a fome e a falta
de trabalho.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Peregrinação a Tuy e Pontevedra
do Movimento da Mensagem de Fátima
Realizou-se de 12 a 15 de Abril mais
uma peregrinação a Tuy , Pontevedra e visita a Santiago de Compostela, organizada pelo Secretariado
Diocesano de Beja do Movimento
da Mensagem de Fátima , apoiada
pelo Secretariado Nacional.
Constitui uma das acções previstas
no Programa anual no Campo Apostólico das Peregrinações e proporciona aos mensageiros uma ocasião
rica de vivência do espírito da
Mensagem da Senhora e o contacto
físico com os locais onde essa
Mensagem continuou a ser transmitida por Nossa Senhora à vidente
Irmã Lúcia.
Foram quarenta os mensageiros que
de alguns Secretariados Paroquiais
se juntaram acompanhados pelo
Assistente Diocesano, Pe Mário
Capa e pela responsável pelo sector
das Peregrinações Iria Santos, para
fazerem um trajecto que teve a
primeira etapa em Fátima onde se
juntou a nós o Sr. Padre Manuel
Antunes, Assistente Nacional do
M.M.F. Junto de Nª Srª , onde a Mãe
do Céu se manifestou aos Pastorinhos, iniciámos o caminho que nos
levaria até ao local das últimas
manifestações – Pontevedra. Uma
outra etapa fez-nos passar por
Balasar para visita ao Santuário da
Beata Alexandrina e percebermos o
paralelismo que existe, nalguns
aspectos concretos, entre a Mensagem de Balasar e a Mensagem de
Fátima.
Atingimos Tuy para mais uma
vivência espiritual na capela do
Convento das Irmãs Doroteias onde
a Irmã Lúcia viveu. Momento intenso
de oração com adoração ao Santíssimo Sacramento. Finalmente Pontevedra, o objectivo principal da
Peregrinação e aí vivermos no local,
em espírito de oração , a aparição
onde Nª Srª pediu à Lúcia a devoção
dos primeiros sábados e a consagração ao Imaculado Coração de Maria.
A ida a Santiago de Compostela para
visita à magnífica Catedral e ao
túmulo do Apóstolo é sempre uma
romagem obrigatória nesta Peregrinação que faz crescer nos mensageiros o espírito da Mensagem de
Fátima e consolida a fé.
Pe Mário Capa, assistente
Cónego Álvaro Soares em Beja
Vindo de Vila Nova de Milfontes, onde foi pároco e assistente religioso do Colégio local, durante 37 anos,
fixou residência em Beja, na Casa Episcopal, desde o dia 1 de Maio, o Cónego Álvaro Mendes Soares,
nomeado secretário particular do nosso Bispo e arquivista da Diocese.
Para além das longas e verdejantes
planícies, a Diocese de Beja estendese até ao mar. Foi nesta área de sol e
trabalho que aconteceu a Missão Popular, mais concretamente, em Azenha
do Mar e Malavado, ambas pertencentes à Paróquia de S. Teotónio.
Após vários meses de preparação
dos Animadores, a 15 de Abril,
domingo da Divina Misericórdia,
deu-se o envio da Equipa Missionária, bem como das imagens de
Nossa Senhora de Fátima e do
Rosário e foram acolhidas pelas
populações, com alegria e oração.
Estas duas localidades não têm igreja
ou capela. Foi numa garagem e numa
sala da comissão de moradores,
cedidas para o efeito, que as comunidades se reuniram e celebraram a sua
fé. Azenha do Mar, vive da pesca e
de algum turismo e é uma aldeia
pequena, bastante concentrada, pois
todos são vizinhos; Malavado, é
mais interior, com campos extensos,
vive da agricultura e as casas estão
mais espalhadas. Aqui, mensalmente, celebra-se a Eucaristia, no balneário do campo de futebol; na Azenha,
não há memória de qualquer serviço
religioso, embora haja uma catequista
que, em sua casa, vai ensinando os
mais pequenos a conhecer o caminho
de Jesus.
Depois do “porta a porta”, nos
contactos com as pessoas, e da
preparação dos locais onde permaneceram as imagens, deu-se início à
semana das comunidades e da visita
aos doentes. À noite, as pessoas
acorriam às casas ou espaços de
reunião e, em ambiente de festa e de
reflexão, foram acolhendo os temas
que, os Animadores, foram partilhando e desenvolvendo. O pároco, P.
Abílio, e o P. Agostinho, por sua vez,
visitavam os grupos que, à luz da
Palavra de Deus, iam descobrindo as
maravilhas de um Deus que é Pai, que
nos deu o Seu Filho, que nos faz uma
só família, a Igreja, de quem Maria é
Mãe. Aos poucos, como os discípulos
de Emaús, os corações foram aquecendo e descobrindo Aquele que
ressuscitou e está vivo. Vários foram
aqueles que adquiriram a Bíblia.
A oração diária – Laudes ou Vésperas, com Exposição do Santíssimo
– feita na Comunidade de S. Teotónio,
também ajudou a preparar o terreno
e a rasgar caminhos. As comunidades foram crescendo e o ambiente
foi de acolhimento, de alegria e de
empenho.
Chegou o dia da Procissão de Velas.
Na Azenha, foi novidade total, mas a
motivação e participação parecia de
quem já havia feito, muitas vezes,
esta experiência. Foi lindo ver as
crianças, as mães e os pescadores a
rezar e a cantar à Senhora do Mar. O
mesmo cenário se viveu no Malavado, embora aqui, anualmente, já
se faça a procissão da Senhora das
Missões.
O dia de domingo, foi o encontro das
comunidades. Todos, com cartazes
e cânticos se reuniram e partilharam
o resultado da vivência dos grupos
que se reuniram durante a semana.
Foi a primeira vez que foi celebrada
Eucaristia naqueles espaços, transformados em pequenas catedrais.
“Um só coração e uma só alma” foi
tónica comum e refrão repetido, quer
no canto, quer na vontade de
continuar as reuniões de reflexão.
Entrava-se na segunda semana. Os
temas, aliados aos sinais, davam o
mote para uma reflexão simples e para
manter o clima de festa. O pastor
diocesano, foi recebido na Azenha
do Mar, onde visitou doentes,
abençoou os barcos de pesca e seus
ocupantes e conviveu com as famílias. À noite, presidiu á celebração
das famílias, onde houve momentos
dedicados aos casais presentes e
aos seus filhos. Rezou com todos e
em sinal de festa entregou às mães,
uma flor. No dia seguinte, depois de
ter celebrado Eucaristia no Centro
de Dia na Zambujeira do Mar, dirigiuse ao Malavado, foi ao encontro dos
doentes, passou pelas casas onde
decorreram os encontros das comunidades e partilhou a refeição com a
população. À hora prevista, falou aos
presentes, sobre a família, seus
desafios e dificuldades.
Num lado e no outro, os temas
“Deus fala-nos”, “Creio na Igreja”,
“Creio no Espírito Santo” completaram as celebrações da segunda
semana. A mensagem exposta foi
transmitida pelo canto adequado,
pelos sinais usados e pela doutrina
apoiada na Palavra de Deus e nos
ensinamentos da Igreja. No final de
cada celebração era visível a alegria
das pessoas, o desejo de continuar,
a importância destes momentos.
Por fim, em celebração mariana, nos
dois lugares de Missão, fez-se o
encerramento, com a entrega da
Medalha Milagrosa. De seguida, as
comunidades acompanharam, em
cortejo automóvel, as imagens até à
igreja matriz de S. Teotónio, onde um
grande grupo de fiéis as acolheu. Todos
se uniram em prevê e acompanharam a
Velada dos Escuteiros que preparou
as promessas do dia seguinte.
A missão terminou, no sábado, com
a realização do 2º Encontro Diocesano de Formação de Animadores e
com a celebração do Sacramento da
Confirmação. Foi uma celebração
inter-paroquial com crismandos de
S. Teotónio, Odemira e Sines. Foi um
tempo de graça, de Pentecostes, de
encontro com o Bom Pastor, que
cuida do seu rebanho e nos impele a
fazer como Ele faz!
P. Agostinho Sousa
DIOCESE
6 – Notícias de Beja
3 de Maio de 2012
Paróquia de Aljustrel
nas celebrações do 25 de Abril
Da Mensagem do Papa Bento XVI
Amados irmãos e irmãs,
Ao aproximar-se o Dia Mundial
das Comunicações Sociais de
2012, desejo partilhar convosco
algumas reflexões sobre um aspecto do processo humano da
comunicação que, apesar de ser
muito importante, às vezes fica
esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo. Trata-se da relação entre silêncio e
palavra: dois momentos da comunicação que se devem equilibrar,
alternar e integrar entre si para se
obter um diálogo autêntico e uma
união profunda entre as pessoas.
Quando palavra e silêncio se
excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque
provoca um certo aturdimento ou,
no caso contrário, cria um clima de
indiferença; quando, porém se
integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado.
O silêncio é parte integrante da
comunicação e, sem ele, não há
palavras densas de conteúdo. No
silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos,
nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com
maior clareza o que queremos
dizer ou aquilo que ouvimos do
outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à
outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a
nós não ficarmos presos, por
falta da adequada confrontação,
às nossas palavras e ideias.
Deste modo abre-se um espaço
de escuta recíproca e torna-se
possível uma relação humana
mais plena. É no silêncio, por
exemplo, que se identificam os
momentos mais autênticos da
comunicação entre aqueles que
se amam: o gesto, a expressão do
rosto, o corpo enquanto sinais
que manifestam a pessoa. No
silêncio, falam a alegria, as preocupações, o sofrimento, que
encontram, precisamente nele,
uma forma particularmente in-
tensa de expressão. Por isso, do
silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que
faz apelo à sensibilidade e àquela
capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a
natureza dos laços. Quando as
mensagens e a informação são
abundantes, torna-se essencial o
silêncio para discernir o que é
importante daquilo que é inútil ou
acessório. Uma reflexão profunda
ajuda-nos a descobrir a relação
existente entre acontecimentos
que, à primeira vista, pareciam
não ter ligação entre si, a avaliar
e analisar as mensagens; e isto
faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e
pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico.
Por isso é necessário criar um
ambiente propício, quase uma
espécie de «ecossistema» capaz
de equilibrar silêncio, palavra,
imagens e sons.
O Pároco de Aljustrel, Pe. Paulo do Carmo, a convite da Assembleia
Municipal de Aljustrel, juntamente com as instituições concelhias,
participou nas comemorações do dia 25 de Abril. Depois de escutado o
Hino Nacional e hasteada a Bandeira, procedeu-se a Assembleia Municipal
evocativa da efeméride, com a intervenção de todas as forças politicas
com assento na Assembleia Municipal, e dos respetivos presidentes da
Assembleia e Camara Municipal. A seguir foi realizada uma homenagem
aos ex-combatentes do Ultramar, com o toque do silêncio e colocação de
uma coroa de flores junto à placa evocativa no Largo com o mesmo nome.
Momento de alguma emoção, porque recordados todos aqueles que
perderam a vida ao serviço da Pátria. O almoço que se seguiu, possibilitou
o convívio entre os ex-combatentes, suas famílias e convidados. O Grupo
Coral dos Mineiros de Aljustrel, esteve presente com os tradicionais
cantares alusivos à data, e, em jeito de compromisso, ficou já pensado
como irá decorrer o mesmo encontro, no próximo ano, ficando agendado
entre a Camara Municipal e a Paróquia, a celebração da Eucaristia e a
inauguração de um monumento a todos os Aljustrelenses que perderam a
vida em combate. Um projeto a concretizar por parte da Autarquia, cuja
obra ficará a cargo de um escultor da terra.
É sempre bom recordarmos os momentos que um dia marcaram e continuam
a marcar a nossa história, independentemente das ideologias e do rumo que
cada um defenda em relação ao futuro. É sempre bom louvar, rezar e fazer
memória daqueles que partiram. É sempre bom pedir a força de Deus para os
que ficaram, pedir a força de Deus para a nossa sociedade, sobretudo pedir
aos homens, particularmente aos homens da politica, do saber, da economia,
que nunca se esqueçam de determinados valores, essenciais para a construção
de uma sociedade melhor, a solidariedade, a verdade, a honestidade, o bem
comum, e nunca será de mais recordar, a fé e a comunhão com a Igreja Católica,
com todos os seus valores, que brotam do Evangelho, e que estiveram na
origem desta velha e nova Europa, porque, como alguém disse nestes dias de
comemorações do 25 de Abril, na casa da Democracia, a Assembleia da
Republica, “somos uma velha nação católica”.
Paulo do Carmo
Encontro sobre a Eucaristia
In memoriam…
O dinheiro e o Reino de Deus
Ao presidir à missa exequial de
Maria José Cardoso (Aparício) em
Alvôco da Serra, no dia 15 do
passado mês de Março, em representação do Bispo de Beja, o
Cónego Domingos Pereira sublinhou a maneira comprometida com
que a falecida viveu a sua vocação
baptismal. Revelou que havendo
necessidade pastoral de um membro do presbitério de Beja ir
estudar para Roma e não havendo
dinheiro disponível, a Maria José
fundou uma bolsa de estudo para
o efeito, com a condição de tudo
ficar em segredo. Noutra ocasião,
estranhando eu que alguém nos
convidasse, a ela e mim , para
padrinhos de casamento, reveloume que lhe tinha pago as propinas
do curso e não só.
Muitos estudantes, sobretudo da
Guiné, sujeitos a restrições e a
dificuldades várias de ordem financeira, puderam prosseguir os seus
estudos graças ao seu cuidado e
ajuda efectiva.
Todos os primeiros ordenados, ou
quando havia qualquer aumento,
era a sua soma entregue à Igreja da
sua terra ou a alguma instituição
eclesial de Beja.
O “Datashou”, e mesa de projectar,
o mobiliário compatível com a
idade do 1º e 2º ano da catequese,
o material didático permanente e
outros equipamentos da Paróquia
do Carmo (S. João Baptista),
devem-se ao seu zelo durante os
49 anos em que foi Catequista. Foi
significativa a sua participação na
construção do Centro Paroquial. O
seu óbulo no ofertório de cada
domingo era sempre uma “nota”. E
quando se deu conta que não havia
fundo de maneio para as obras em
curso, na Paróquia, adiantou 20.
000,00 euros para o efeito sem
qualquer encargo para esta.
A sua maneira de estar e agir,
bebeu-a no Evangelho: “Procurai
primeiro o Reino de Deus e a sua
Justiça e tudo o mais se vos dará
por acréscimo” (Mt. 6,33). Tinha
bem presente o sentido teológico
da doutrina social da Igreja. Os
bens da criação são de Deus e para
todos. Não somos seus donos mas
seus administradores. Seguia o
princípio da aliança baptismal :
Deus toma conta de mim e das
minhas coisas, eu tomo conta das
coisas de Deus.
Escrevo isto com algum pudor,
porque a Maria José tudo fazia em
segredo e com grande discreção.
Faço-o, não para enaltecer os
mortos mas para acordar os vivos
para a missão e obrigação de
anunciar e investir tempo, vida,
dinheiro e bens na construção do
reino de Deus , hoje, aqui agora.
Isto não é supletivo, mas identificativo do ser e agir cristão.
António Aparício
Realizou-se no passado dia 21 de
Abril, um Encontro sobre a Eucaristia para as crianças que comungaram pela primeira vez no ano
passado e também para as que o
vão fazer este ano.
Reunimo-nos 40 crianças e 7 catequistas, das paróquias do Salvador,
Santiago Maior e de Vila de Frades,
no Centro Pastoral de Beja. Foi um
dia muito bem passado e muito
proveitoso para todos os presentes:
Começámos por fazer o acolhimento das crianças, a distribuição
dos crachás com indicação dos
respectivos grupos, e a oração da
manhã. Em seguida iniciámos as
actividades, em pequenos grupos,
orientados pelos catequistas.
Estas actividades ou trabalhos
foram muito importantes para as
crianças, pois serviram para elas
entenderem melhor o que acontece
em cada parte da Eucaristia e assim
poderem vivenciar melhor cada
momento. Tivemos actividades
diversas, desde uma leitura retirada
de um dos Evangelhos, passando
pela divisão de um chocolate, até ir
à rua fazer entrevistas e levar a
Palavra de Jesus aos outros.
Por volta das 13 horas almoçámos,
partilhando o que cada um tinha
levado e, em seguida, fomos animar
com cânticos um grupo de Doentes e Idosos que se encontravam
também eles no Seminário a realizar
um encontro.
De tarde teve lugar um plenário,
onde cada grupo pôde descrever a
sua experiência em duas das actividades da manhã.
Por fim, fomos todos a pé até à
Igreja de Nossa Senhora do Monte
Carmelo onde encerrámos o nosso
dia com um momento de Adoração
ao Santíssimo.
Dêmos graças a Deus por todos os
presentes, e pelos que, por vários
motivos não o puderam fazer, não
esquecendo a organização do encontro que esteve a cargo da equipa
do Departamento de Catequese.
Jóca,
Catequista da paróquia do Salvador
DIOCESE
3 de Maio de 2012
Notícias de Beja – 7
2º Encontro de Formação de Animadores de Missões
Decorreu, em S. Teotónio, o 2º
Encontro Diocesano de Formação de
Animadores. Marcaram presença de
três dezenas: Sabóia, Grândola, Colos
e Santa Luzia, Cercal do Alentejo e
de S. Teotónio, estas últimas acompanhadas pelos respectivos párocos. A realização da assembleia
diocesana da Cáritas e outras
programações familiares ou paroquiais, privaram alguns animadores
de participarem.
O tema de estudo foi orientado pelo
Provincial dos Padres Vicentinos, P.
Álvaro Cunha, que desenvolveu, em
três módulos, a Carta dos Bispos
Portugueses “Para um rosto missionário da Igreja em Portugal”. De
forma simples, incisiva e sintética, foi
explicando a raiz, as bases, os
conteúdos e as propostas deste
documento importante. O diálogo e
a partilha foram intercalando a
exposição e levando a conclusões
sérias e concretas. Percorrendo
todos os números da Carta, foi
lançando questões sobre o modo de
evangelizar, de ser igreja, de viver e
testemunhar a fé.
Foi passado um powerpoint com os
acontecimentos e vivências da
Missão (Azenha do Mar e Malavado), tendo alguns membros da
equipa missionários e animadores
dado um testemunho da sua participação activa neste momento muito
especial para aquelas povoações.
Pelo Centro Diocesano Missionário
foram dados a conhecer algumas das
suas prioridades: formação de
animadores para a missão e na pósmissão; preparação, realização e
revitalização das Missões Populares;
viver o Outubro miss ionário, com
seis vigílias de oração (uma em cada
arciprestado); aderir à proposta da
Obra Pontifícia das Missão, implementando, nestes próximos cinco
anos, a Infância Missionária.
Também foi apresentada uma proposta para se ser “colaborador da
missão vicentina”, pela oração pelas
missões, pela participação efectiva
na Missão ou pela ajuda material
para as missões. São formas diferentes de “estar no caminho da
missão”, de dar as mãos pela causa
do Reino.
A oração da manhã e da tarde foi
animada pelas Irmãs Espiritanas da
Zambujeira do Mar. o Senhor Bispo,
presidiu às Vésperas e encerrou os
trabalhos desta jornada, agradecendo a participação de todos,
definindo como prioridade diocesana a Missão e a formação dos seus
agentes e dando pistas para uma
presença laical forte na acção das
paróquias, colocando como exemplo
o modo de agir do Bom Pastor.
Ficou agendado o 3º Encontro
Diocesano de Formação para Animadores, para o Cercal do Alentejo,
dia 26 de Maio, das 10h00 às 17h00,
no salão da Casa do Povo. Os
trabalhos desse dia têm como tema
“A Palavra de Deus na vida e na
missão da Igreja”, a exortação
apostólica de Bento XVI, após o
Sínodo sobre a Palavra. Será mais
um momento de formação e enriquecimento pessoal e pata o bem da
comunidade.
Excursão a Fátima
Dias 9 e 10 de Junho, participando no programa da
peregrinação das crianças.
Inscrições na Redação do “Notícias de Beja” (Senhor
Cardoso).
Preço: viagem e alojamento: 57 euros.
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175
Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486
Quartas-Feiras
Cardio Luxor
Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338
Centro Diocesano Missionário
Coro Juvenil do Carmo em Alvôco da Serra
Nos dias 14 e 15 de Abril, o Coro
Juvenil do Carmo realizou o seu
passeio anual que este ano teve
como principal destino, Alvôco da
Serra. Esta visita à terra natal do
nosso pároco, Cónego Aparício,
estava prometida desde que se
celebraram as suas Bodas de Ouro
sacerdotais. Depois de vários
contratempos e adiamentos, finalmente concretizámos o nosso
objectivo.
Partimos no sábado, bem cedo e
debaixo de um clima pouco propício
a passeios, em direcção à Serra da
Estrela. Ao chegarmos, apanhámos
um grande nevão que tinha cortado
os acessos à Torre e nos obrigou a
mudar o trajecto. Mesmo assim,
pudemos disfrutar da neve, e foi
uma alegria…
Durante a tarde, pudemos disfrutar
de uma fantástica visita guiada ao
Museu do Pão, em Seia. O jantar e
dormida foram na Casa de S. José
onde fomos muito bem recebidos,
desde as instalações às refeições,
esteve tudo muito bem.
SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO
& FILHOS, LDA
No domingo, dia 15, rumámos em
direcção a Alvôco para celebrarmos
a missa onde os cânticos estiveram
a nosso cargo. O almoço foi confeccionado por gente da terra e o
carinho com que nos receberam
ficará na nossa recordação. Obrigado também ao sr. João Belarmino,
pelas lembranças que distribuiu
aos cantores. Era um dia especial
pois fazia um mês que a Maria José,
irmã do Sr. Con. Aparício, tinha sido
sepultada e na véspera tinha sido
o seu aniversário natalício. Depois
de almoço dirigimo-nos ao cemitério para lhe prestar mais uma
homenagem, ela que tanto deu à
nossa paróquia e à nossa
catequese.
Esta viagem fica na memória de
todos pelas magníficas paisagens
que pudemos vislumbrar, obra das
mãos de Deus. Ali, parecia que
estávamos mais perto do céu.
São momentos como este que
fortalecem um grupo e criam elos
mais fortes entre nós. Obrigada a
todos os que partilharam esta
experiência e prometemos repetir a
iniciativa.
Sinos
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Helena Almeida
3
Maio
Movimento da Mensagem de Fátima
Encontro de Doentes e Idosos
De acordo com o plano do Ano Pastoral 2011/2012 “Sector de doentes” realizou-se no Seminário, a 21 de
Abril passado, o respectivo encontro. O Programa a
cargo do Secretariado Interparoquial de Beja, constou
do seguinte:De manhã: acolhimento, ensaio de cânticos
e reflexão, seguida de Eucaristia e almoço.
De tarde: nos corredores do Seminário, devido à chuva,
recitação do rosário durante a procissão com o andor
da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Estiveram presentes cerca de 95 mensageiros dos
seguintes secretariados: Beja, Cuba, Ferreira do
Alentejo, Vila Alva, Ervidel, Serpa e Albernôa.
Agradecemos a ótima ajuda do Seminário e Cewntro
Pastoral de Beja.
O secretariado está também muito grato e satisfeito com
o trabalho, o interesse, a organização e colaboração
dos senhores Padres Alves e Carvalho a quem deixamos
aqui o nosso muito obrigado.
Gertrudes Peres,
Presidente do Secretariado Interparoquial de Beja
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Editado em
Portugal
Tiragem
3.000
ÚLTIMA PÁGINA
3 de Maio de 2012
Bom entendimento
entre a Igreja
e o Estado nos feriados
O cardeal-patriarca de Lisboa
sublinhou hoje o “bom entendimento” entre a Secretaria de Estado
do Vaticano e o Governo português
na questão da eliminação dos
feriados religiosos, remetendo para
o Executivo a responsabilidade
desta decisão.
“O Governo sabe que o que nós
preferíamos é que não se mexesse
nisso, mas nós regemo-nos por uma
Concordata, não estamos completamente livres nessa negociação”,
referiu D. José Policarpo, presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), na conferência de
imprensa final da assembleia plenária deste organismo, que decorreu em Fátima desde segunda-feira.
Falando numa decisão “muito
ponderada”, o patriarca de Lisboa
confessou que a diminuição dos
feriados religiosos “preocupa” os
bispos e que as festas em questão
“têm um grande impacto popular”.
“Pode significar [a supressão de
feriados], a pouco a pouco, a perda
das referências religiosas católicas
na vida social portuguesa”, assinalou D. José Policarpo.
O presidente da CEP declarou que
“não houve pressão” sobre a Igreja,
por parte do Governo, e que se tem
mantido um “diálogo cordial”.
Este responsável sublinhou, por
outro lado, que a negociação sobre
os feriados civis em que se assinalam festas religiosas “está prevista na Concordata” e que o
assunto “está a ser tratado nas
instâncias próprias”, num clima de
“confidencialidade”.
“Espero que tenhamos uma resposta brevemente”, prosseguiu.
D. José Policarpo sustentou que
este não é “o âmbito próprio da
Igreja”, que tem festas religiosas,
mas “dada a tradição e a importância da comunidade católica
portuguesa”, algumas dessas festas foram realçadas com feriados
civis.
Sobre as duas datas em análise, o
presidente da CEP adiantou que a
eliminação do feriado do Corpo de
Deus é “pacífica”, explicando, no
entanto, que “só são deslocáveis
para o domingo seguinte as festas
cristológicas”, o que não acontece
com o 15 de agosto (Assunção de
Nossa Senhora) ou o 1 de novembro
(Todos os Santos).
“A única alternativa é mantermos a
festa religiosa, mesmo sem feriado
civil”, prosseguiu.
Para D. José Policarpo, o debate
“nasceu cedo demais”, dado que a
posição da Conferência Episcopal
não deveria ter-se tornado pública.
“As negociações formais, neste
momento, têm um mês”, precisou.
O cardeal-patriarca confirmou que
a CEP manifestou à Santa Sé “o
desejo” de que a eventual eliminação do feriado do Corpo de Deus
“só se aplicasse” em 2013.
O artigo terceiro da Concordata de
2004, assinada entre Portugal e a
Santa Sé, indica que os dias “festivos católicos”, além dos domingos, “são definidos por acordo nos
termos do artigo 28”.
Este, por seu lado, prevê que o
conteúdo do acordo diplomático
“pode ser desenvolvido por acordos celebrados entre as autoridades competentes da Igreja Católica e da República Portuguesa”.
Crise
O cardeal-patriarca de Lisboa
afirmou hoje que a hierarquia
católica vai evitar qualquer intervenção direta em “questões de
natureza política” perante a crise
que atinge o país.
“Há outra maneira de nós intervirmos, que não é assim, em público”,
disse D. José Policarpo, presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em conferência de
imprensa, após a assembleia plenária deste organismo, que decorreu em Fátima.
Este responsável sublinhou o
“volume” e a “eficácia” da resposta
dada pela Igreja Católica, no terreno, face às dificuldades criadas pelo
agravamento da crise económica.
A CEP aprovou hoje nova proposta
de «Observatório Social da Igreja»
que, segundo o cardeal-patriarca,
pretende promover um conhecimento da “situação de facto” e
levar a uma intervenção “preventiva” e não apenas “corretiva”.
O comunicado final da assembleia
plenária revela o observatório
“consiste num sistema de informação, a desenvolver gradualmente, que permita um diagnóstico,
o mais atualizado possível, sobre a
oferta e a procura de serviços sociais
por parte das organizações ligadas à
Igreja Católica em Portugal”.
O obetivo é “tornar mais ágil e
eficaz a resposta aos problemas
sociais”, contando com a colaboração da Universidade Católica,
União das Misericórdias Portuguesas, Conferência dos Institutos
Religiosos de Portugal e Núcleo de
Observação Social da Cáritas
Portuguesa, em parceria com a
Sociedade de São Vicente de Paulo.
Durante a assembleia, o presidente
da Comissão Episcopal da Pastoral
Social e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, sublinhou que “face ao
agudizar da situação social e às dificuldades por que passam as Instituições”, há “necessidade de uma
maior responsabilização dos católicos e das comunidades cristãs”.
Deste
Mundo
e do
Outro
Para a história
do Dia da Mãe
Segundo alguns historiadores, o
Dia da Mãe provém das festividades que se realizavam na Grécia
antiga, na estação da Primavera,
para homenagearem Rhea, a Mãe
dos Deuses.
Também na antiga Roma se homenageavam as mães em determinado
dia do mês de Junho, conduzindoas ao templo onde eram coroadas
de rosas.
Mais tarde no século XVII, a
Inglaterra popularizou o “Domingo
da Mãe” nos dias que antecediam
o Domingo de Páscoa, como homenagem a todas as mães da Inglaterra, sendo mesmo concedido um
dia de folga, para que se celebrasse
este dia em plenitude.
Também o Cristianismo instituiu a
festa da “Igreja Mãe” verdadeira
força espiritual para a protecção da
humanidade.
Nos começos do século XX a norte
americana Anna Jarvis, profundamente abalada pela morte da mãe,
empreendeu uma campanha para
generalizar nos Estados Unidos o
Dia da Mãe, uma vez que este já era
celebrado em Boston e no Kentucky, para que todos os filhos
viessem a testemunhar o amor
devido a suas mães.
Tendo tido êxito os esforços de
Anna Jarvis, pôde esta honrar a sua
mãe no dia 10 de Maio de 1908. Para
esta cerimónia foram utilizados
cravos vermelhos, flor favorita da
mãe de Anna, e desde então os
cravos vermelhos converteram-se
no símbolo das mães em vida e os
cravos brancos viriam a ser o
símbolo das mães que já partiram.
A primeira proclamação do Dia da
Mãe deu-se três anos depois instituída pelo Governador do estado
de Virgínia. E assim o Dia da Mãe
foi pouco a pouco comemorado em
todas as partes do mundo, desde o
México, Canadá, Japão, Continente
Africano e América do Sul.
Em Dezembro de 1912 foi criada a
Associação do Dia Internacional da
Mãe, generalizada depois por todo
o mundo.
Em Portugal o Dia da Mãe, em
tempos passados, comemorou-se
no dia 8 de Dezembro, dia da
Imaculada Conceição, Padroeira de
Portugal. No tempo presente o Dia
da Mãe passou a ser comemorado
no primeiro domingo de Maio de
cada ano.
A Igreja em Portugal
Como já foi amplamente noticiado,
embora nem sempre com muita
fidelidade, a Universidade Católica
Portuguesa fez um inquérito a cerca
de 4 mil pessoas, sobre a sua
posição quanto à religião.
De acordo com os dados publicados, cerca de 80% dos inquiridos
declararam-se católicos, seguindose os não crentes (9,6%), os crentes
sem religião (4,6%), protestantes
(incluindo evangélicos) (2,3%) e
outros cristãos (1,4%), Testemunhas de Jeová (1,3) e crentes de
outras religiões (0,7%). A sondagem abrangeu cidadãos portugueses com 15 anos ou mais,
distribuídos por regiões rurais,
semiurbanas e urbanas, divididos
por cinco regiões: Norte, Centro,
Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e
Algarve.
E, como era de esperar, o Norte e o
Centro do país tem uma relação
muito mais forte com a Igreja
Católica do que o Sul.
Segundo os números da referida
sondagem, quase metade (49,1%)
dos que se assumiram como católicos dizem participar na missa pelo
menos uma vez por mês e 34,6%
dos católicos revelaram participar
na missa todos os domingos e dias
santos, apresentados neste inquérito em duas categorias: ‘católico observante’ (participação na
missa todos os domingos e dias
santos; mais de uma vez por semana), com 23,6%, e ‘militante’
(prática observante com pertença
a um movimento ou actividade na
paróquia), com 11% do total. É
também interessante o número dos
que dizem rezar todos os dias (um
terço dos inquiridos) e dos que
rezam em alguns dias da semana
chega a 59,7% do total.
Também cerca de metade das
respostas admitem que “sem a
Igreja Católica, em Portugal, haveria mais pobreza” e dois terços
acreditam que “sem a Igreja Católica, em Portugal, muitos (idosos,
doentes) ficariam mais sós”. Da
mesma forma, 76% dos inquiridos
admitem que “sem a Igreja Católica,
em Portugal, muitos não encontrariam um sentido para a vida” e
69% consideram que “muitos
morreriam sem esperança”.
Padre Peter Stilwell
reitor da Universidade
de Macau
O padre Peter Stilwell, actual vicereitor da Universidade Católica
Portuguesa (UCP), tomou posse, no
dia 3 do cargo de reitor da Universidade de S. José (USJ), em
Macau, depois de ter sido convidado para o cargo pelo patriarca de
Lisboa, por sugestão do bispo de
Macau, José Lai Hung-seng.
Peter Stilwell, 65 anos, que já foi
director da Faculdade de Teologia
da UCP, foi chamado após a de-
missão, por razões pessoais, do
anterior reitor, Ruben Cabral, especializado em educação, e que iniciara
em Setembro um terceiro mandato.
Em Macau há várias instituições
universitárias e o Governo chinês
acaba de ceder mais territórios à
Região Administrativa Especial para
a Universidade de Macau. Por isso,
Stilwell acredita que só com qualidade a USJ se poderá distinguir.
Macau não é novidade para o novo
reitor. Stilwell já esteve no território
várias vezes, nos últimos anos,
participando em iniciativas académicas, debates e conferências da
USJ. Responsável pelo diálogo interreligioso no patriarcado de Lisboa
desde há anos, a sua sensibilidade
para o diálogo com outras culturas e
religiões também terá pesado no
convite, que foi feito nos primeiros
dias de Abril, em plena Semana Santa.
A USJ nasceu da evolução do
Instituto Inter-Universitário, criado
em 1996 pela diocese de Macau e
pela UCP. Há três anos, o próprio
Governo chinês pediu à universidade católica de Macau que criasse
uma faculdade de Teologia.
Actualmente, na USJ há cursos nas
áreas de psicologia, educação,
estudos políticos, design e arquitectura, além de teologia. O novo reitor
diz que as neurociências estão em
projecto. A USJ tem 1800 alunos, mas
a ideia é chegar a 2000. E há 78
docentes, além de várias dezenas de
professores convidados a dar aulas
esporadicamente.
Bom humor
No quarto
- Filha, enganaste-te! Puseste o
cinto antes da saia...
- Não, mãe, isto não é o cinto; é a
minha nova minissaia.
*
O médico
Depois de visitar um doente, o
doutor diz:
- Descanse, meu amigo. Amanhã
virei de novo. Vou visitar outro
paciente e assim mato dois coelhos
de uma só cajadada.
*
No Texas
Um português entra num casino.
Senta-se ao lado de um fulano de
fato impecável e sorriso irónico.
Educadíssimo, o indivíduo
apresenta-se:
- Bond, James Bond.
Responde-lhe imediatamente o
português:
- Gusto, Au Gusto
A.B.