Parte 3 - Cursinho TRIU
Transcrição
Parte 3 - Cursinho TRIU
Geografia – Ásia (Parte 3) Índia: A Índia localiza-se na península Indo-Gangética, onde os focos de civilização datam de 3000 a.C. O vale do rio Indo foi conquistado pelos arianos (1550 a.C.), cuja sociedade baseava-se em um sistema de castas chamado hinduísmo. No final do século XV, foi colonizada no sul pelos portugueses, com a fundação de feitorias. No século XVII, foi ocupada pelos franceses e, em 1690, os ingleses fundaram Calcutá e depois Nadai e Bombaim. Mapa político da Índia O subcontinente indiano torna-se independente do domínio britânico em 1947, dividindo-se em dois Estados: a Índia (com maioria religiosa Hinduísta) e o Paquistão (com maioria Muçulmana), que por sua vez, foi dividido em Oriental e Ocidental. Desde o final da década de 1940, Índia e Paquistão disputam a região da Caxemira. Durante a década de 1950, os mesmos apresentam políticas exteriores discordantes. A Índia assumiu um papel relevante no movimento dos Países Não-Alinhados, se mostrando contrário à Londres e, posteriormente, a Washington. Em 1965, a Caxemira volta a ser o foco de um conflito armado entre Índia e Paquistão. A China declarou seu apoio ao Paquistão e a ex-URSS alinhou-se à Índia. Um acordo de paz foi assinado em 1966. Em 1971 tem inicio a Guerra Civil no Paquistão, com o movimento separatista da população Bengali, no Paquistão Oriental. Apesar de Muçulmanos, como os demais paquistaneses, os bengalis constituíam uma população distinta. A intervenção da Índia nas guerras assegura a independência do Paquistão Oriental-Bangladesh. Outro conflito importante ocorreu em 1984, entre indianos e Sikhs, pela disputa da rica província do Punjab. Os Sikhs, minoria étnico-religiosa que vive no Punjab, desejam a separação da província da Índia. Outros conflitos nessa área ocorreram ao longo dos anos 90 e ainda são frequentes. Fronteira entre Índia e Paquistão, destaque para a região da Caxemira. Hinduísmo/Brahmanismo: É uma das mais antigas religiões do mundo. O sistema de castas é a base do Hinduísmo. Define-se casta como uma camada social hereditária, cujos membros pertencem à mesma raça, etnia, profissão e religião e praticam a endogamia, ou seja, o casamento só ocorre com pessoas da mesma casta. O Brahmanismo ensina que a prática da bondade, do amor ao próximo e da tolerância podem assegurar a salvação. Admite a existência da alma e sua reencarnação em outro corpo (humano ou outro animal), segundo a justiça divina. É por essa razão que os Brâhmanes não matam animais, nem comem a carne de seus rebanhos bovinos. A Questão da Caxemira: É uma questão grave e de extrema importância na geopolítica regional do sul asiático. Situado no norte da Índia, junto à fronteira com a China e o Afeganistão, a Caxemira é um território estratégico que dá acesso à Ásia Central. Em 1948, quando da independência do Paquistão (que se separava da Índia), o governo indiano, aproveitando uma indecisão dos líderes locais da região, invadiu com o exército e anexou a região de Jammu-Caxemira. O recém-instalado governo paquistanês protestou, mas não teve condições de reagir. Entretanto, prometeu represália e nunca reconheceu a anexação, desejando o território de volta. Grande parte da população Caxemire não aceita esta situação, pois sendo de maioria muçulmana, deseja a independência ou o retorno ao Paquistão. Os dois países já guerrearam em três ocasiões desde 1948 e a situação é tensa nas montanhas do Himalaia, que circundam o Vale da Caxemira. O grande perigo que envolve esta disputa é a possibilidade do uso de artefatos nucleares que os dois países desenvolveram ao longo dos últimos anos. Uma guerra nuclear seria um desastre incomensurável, numa região que possui uma das maiores concentrações populacionais do mundo. Clima de conflito na região da Caxemira. Japão: o Japão é a sociedade que mais rapidamente vem sofrendo mudanças no mundo atual. O povo japonês tem mostrado, no curso de sua história, uma facilidade sem igual para assimilar e adaptar novas ideias em seu meio cultural. Esta atividade decorre de aspectos históricos e geográficos do Japão, que fizeram dos japoneses um povo excepcionalmente homogêneo. Durante séculos os japoneses estiveram isolados do resto do mundo, em seu arquipélago, desenvolvendo instituições, costumes e características que lhes proporcionam um acentuado espírito de identidade e de propósitos comuns. O território japonês abrange 3.400 ilhas de diferentes tamanhos que perfazem um total de 377.743 km². De todas estas ilhas, quatro se destacam pela dimensão e pelo número de habitantes, correspondendo a 97% do território japonês: Honshu228.000 km² Hokkaido78.000 km² Kyushu36.000 km² Shikoku18.000 km² Grande parte do território japonês é de origem recente, isto é, data do Período Terciário, portanto muito montanhoso com cumes pontiagudos. No Período Terciário, o Japão estava unido ao continente e no início do Período Quaternário, separou-se totalmente do continente asiático. O arquipélago japonês constitui uma das grandes regiões vulcânicas do globo terrestre, fazendo parte do Círculo de Fogo do Pacífico, sujeito a terremotos e maremotos. Possui cerca de 192 vulcões, sendo40 em atividade. O mais famoso e mais alto é o Monte Fuji Yama (3.776m de altitude). É um vulcão extinto, que teve sua última erupção em 1707. A forma de relevo predominante é a montanha. Aproximadamente ¾ da área do arquipélago japonês possui um relevo montanhoso, de caráter vulcânico. As planícies, que representam pouco do território japonês, aparecem nas bordas litorâneas e, algumas, encravadas entre as montanhas. As planícies são intensamente aproveitadas para o desenvolvimento da agricultura. Elas estão concentradas nas ilhas de Honshu, e nelas estão também as maiores cidades do Japão: Tokyo, Osaka, Yokohama, Nagoya, Kyoto, entre outras. Mapa do relevo japonês. A posição insular, as correntes marítimas frias e quentes e as massas de ar frias e quentes influenciam fortemente o clima do arquipélago japonês. Uma corrente marítima é quente e procede do sul do Japão (Filipinas): Corrente Kuro Shivo; A outra é fria e procede do norte do Japão, da Península Kamtchatka, na Sibéria: Corrente Oya Shivo. O encontro destas correntes favorece a vida marinha, fazendo do Japão um país de grande produção pesqueira. As massas de ar frio provenientes do norte provocam invernos rigorosos com precipitações de neve. As massas de ar quente que procedem do sul provocam chuvas abundantes e verões quentes. Devido a tais influências, notamos que o Japão tem um clima variado: frio ao norte, tropical ao sul; temperado oceânico e subtropical na maior parte do território japonês Quanto à hidrografia, o Japão tem uma área diminuta, pequena largura e predominância de montanhas, fazendo com que os rios sejam curtos e acidentados, formando numerosas cascatas. São típicos os rios de montanha, aproveitados para a produção de energia elétrica e irrigação de arrozais. Os principais são: Ishikari (na ilha Hokkaido) Shinano (na ilha Honshu) Tone (na ilha Honshu) Além disso, existem vários lagos de origem vulcânica que se encontram junto às montanhas. Apesar de sua pequena extensão territorial (377.748 km²), o Japão é um dos países mais populosos do mundo, com uma densidade demográfica bem elevada: 377 hab/km². A população japonesa, do tipo Mongólica (os ‘amarelos’: coreanos, chineses, mongóis), concentra-se, sobretudo, na área litorânea, principalmente nas planícies de Tokyo, Nagoya e Osaka, atingindo até 1.200 hab/km². A distribuição demográfica é, portanto, muito irregular. A população é predominantemente adulta, com 68% de habitantes com idade de 15 a 64 anos. Os jovens com menos de 15 anos representam 16% assim como os idosos. O processo de envelhecimento da população tem provocado a ausência de mão de obra para serviços pesados o que tem levado ao país grande contingente de imigrantes, inclusive brasileiros. A expectativa de vida do japonês é de 78 anos para os homens e 73 para as mulheres, em média. Os japoneses são essencialmente urbanos. Mais de 70% de sua população vive nas cidades, que apresentam impressionante ritmo de crescimento e alta densidade demográfica, como já vimos anteriormente. Sua rede urbana é, pois, muito desenvolvida. Na faixa compreendida entre Tokyo e o porto de Yokohama, ocorre um dos maiores aglomerados do mundo, a megalópole Tokyo-Osaka. A cidade mais importante é Tokyo, capital do país e também o maior centro administrativo, comercial, industrial e estudantil, com cerca de 12 milhões de habitantes na região metropolitana. A instrução escolar regular é gratuita e obrigatória dos 6 os 18 anos de idade, a alfabetização do país é uma das mais altas do mundo, com 98% da população alfabetizada. Além disso, o Japão conta com mais de 1000 universidades. Após a segunda guerra mundial, o Japão preparou-se para uma reestruturação nacional. Os Estados Unidos investiram grandes capitais na recuperação do Japão que, contando com uma capacidade de trabalho imensa, conseguiu, em poucos anos, colocar o país entre as maiores potências do mundo. O Japão, apesar de possuir apenas 16% de seu território apropriado para as práticas agrícolas, graças ao uso de técnicas modernas, de equipamentos motorizados e de fertilizantes, consegue retirar de seu solo grandes colheitas. A pesca e a agricultura atendem a 4/5 das necessidades alimentares do Japão. O Japão é um dos maiores produtores de arroz do mundo. Entretanto, devido ao elevado consumo do produto, é necessário importar arroz. Cultivam-se também chá, algodão, soja, cana de açúcar e trigo. A pecuária é pouco difundida, apesar de altamente produtiva, obriga a importação de carne e laticínios da Austrália, Nova Zelândia e EUA. Ocupando mais de 600.000 pessoas, a pesca industrial do Japão é praticada em todos os oceanos do mundo, constituindo importante fonte de renda e base alimentar, e fundamenta-se nos navios-indústria. É um grande país pesqueiro do mundo. Tecnologicamente, é considerado o mais desenvolvido. Promove a criação de peixes em viveiros, a piscicultura, para o progresso da atividade, e a reprodução de algumas espécies em risco de extinção. A cobertura vegetal (floresta de coníferas) do país permite a exploração de madeira, para a construção e o fornecimento de energia, e da polpa, para a fabricação de papel. Quanto ao extrativismo mineral, o Japão possui escassos recursos, precisando importar matérias-primas necessárias ao desenvolvimento da atividade industrial. Importa minério de ferro (91%), petróleo (100%), carvão (72%), cobre (82%), níquel (100%) e bauxita (100%). Os rios curtos e encachoeirados permitem o aproveitamento da energia elétrica para processos de industrialização do país. Este potencial está praticamente esgotado. A recente industrialização japonesa ocorreu no pós-guerra e, em menos de dez anos e em ¼ de século, o Japão colocou-se entre as grandes potências do mundo. Os fatores desta industrialização foram: Financiamento Estadunidense; Mão de obra numerosa, barata e de elevada qualidade técnica; Ressurgimento dos grandes monopólios; Expansão do mercado interno; Produção em elevada escala, visando a exportação; Aperfeiçoamento tecnológico. No Japão destacam-se as indústrias têxteis, siderúrgicas, metalúrgicas, automobilísticas, construção naval e eletro-eletrônica. Para o desenvolvimento de seu comércio interno e externo, o Japão possui quase todos os meios de transporte bastante desenvolvidos. No setor rodoviário, o país conta com 1 milhão de km de estradas de rodagem, destacando-se as vias expressas. A rede ferroviária é uma das mais modernas do mundo, destaca-se a linha Tokaido, com o trem superexpresso chegando a 210 km/h. Ao lado do excelente serviço ferroviário, o Japão dispõe de um eficiente sistema de metrô, o segundo mais movimentado do mundo, atrás apenas do metrô de Moscou, na Rússia. Para um país constituído por ilhas a navegação marítima, tanto a costeira quanto a de longo curso, é de importância vital para seu desenvolvimento. Possui a segunda frota mercante do mundo e a primeira em construção naval. Os dois principais portos são o de Yokohama e Kobe. Tigres Asiáticos: Os quatro tigres asiáticos são criação da história recente: Hong Kong (território dependente do Reino Unido que retornou ao poder da China em 1997); Cingapura (cidade-estado criada em 1955); Taiwan (ilha-província que permaneceu com economia capitalista, após a tomada do poder socialista na China Continental em 1949); e a Coréia do Sul, produto da divisão da península coreana em 1945. Nos quatro casos, a dimensão mais reduzida do setor agrário, o estado de segurança nacional (ou uma eficaz e discreta administração colonial em Hong Kong), a estratégia fundada nas zonas francas e o investimento internacional aliado à tradição educativa e cultural que se conjugaram para criar as revoluções industriais e comerciais mais rápidas da história. A partir da década de 70, os Tigres Asiáticos passaram a apresentar um crescimento econômico e uma participação no mercado mundial cada vez maiores. Tal processo deveu-se: À posição estratégica dessas nações em relação ao expansionismo socialista, o que atraiu a atenção do governo americano com injeção de capitais; Nos anos 70, a aplicação de capitais japoneses pelas multinacionais; A atuação dos governos locais, por meio de órgãos de planejamento (educação, incentivos fiscais); À exploração de mão de obra barata. É importante lembrar que tal processo se estendeu também a outra nações do sudeste asiático, como Tailândia, Indonésia, Malásia, Camboja e Vietnã fazendo surgir os Novos Tigres Asiáticos.