Idolos de Pedra Amazonicos
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Idolos de Pedra Amazonicos
Do Século XIX ao XX : Cartas e publicações sobre os Ídolos de pedra Amazônicos (Parte 1) por João Aires da Fonseca Jr. Introdução 1924. “Santarém, 18 de dezembro de Ilmo. Snr. Dr. Carlos Estevão de Oliveira Belém. Prezado amigo. Ídolo Amazônico Foto de McEwan Barreto Neves 2001 (...) Faz três horas que fiz a minha entrada triunfal em Santarém, trazendo, de volta de Óbidos, os celebérrimos ídolos, isto é, só três dos quatro que Machado dantes possuía, pois já faltou um, e ninguém sabe que fim levou ele. Os que são os Ns. 20, 22 e 23 das Estampas Archeologicas do Museu Goeldi (VII e IX); N. 21 (Est. VIII) é o que se perdeu. Fora estes três, recebi mais um pequeno ídolo moderno dos índios do Trombetas, 7 machados de pedra e 2 rodas de fuso. Cheguei mesmo na última hora. O pobre do velho está num estado que nem se compreende mais o que ele diz; a sua demência senil progrediu espantosamente. [Assinada por Curt Unkel Nimuendajú]” (Hartmann, 2000, p. 65-66) Este poderia ser um simples trecho de uma carta de 1924, descrevendo um trabalho de arqueologia endereçada a um amigo próximo. Mas quando observamos quem a assinou e para quem ela se destinou e também ao assunto descrito, tornase necessário explicar cada linha, para abordamos um dos variados temas da arqueologia da Amazônia: os Ídolos de Pedra Amazônicos. Assinada por Curt Unkel Nimeudanjú e endereçada a Carlos Estevão, diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi no ano de 1924, este pequeno trecho relata a compra de peças arqueológicas descritas como “celebérrimos ídolos”, devido à importância que tiveram, seja pela publicação de artigos em importantes jornais, como o Jornal do Commercio (Machado, 1890, 1891, 1901b, 1902); pelos os relatórios entregue ao Museu Imperial por Barbosa Rodrigues (Rogrigues,1875a, 1875b, 1899) ou seja pelos seminários apresentados nos Congressos Internacionais dos Americanistas (Lisle du Dreneuc,1894; Goeldi, 1906). Os anos de 1923 até o ano de 1926, foi o período que Nimuendajú esteve contratado pelo Museu de Göteborg, através de seu diretor Erland Nordenskiöld, para que reunisse coleções arqueológicas que iriam compor as vitrines relativas à Amazônia. Tratava-se de pequenas peças, todas confeccionadas em rocha, com representações antropo e zoomorfas, algumas com características formais similares e outras com características únicas. A principal importância em adquiri-las era justamente devido ao seu histórico. Referências a estas peças remontam até mesmo aos cronistas do século XVI e XVII, segundo as interpretações de Rodrigues (1899) e Nordenskiöld (1930). E das hipóteses que foram levantadas para explicar sua ocorrência na Amazônia, dividiam os intelectuais, entre elas terem sido produzidas localmente (Veríssimo, 1883), ou se seriam objetos de troca e comércio com outras regiões, como a Andina e Caribenha, como propunha a maioria dos pesquisadores e de quem tratava do assunto (Rodrigues, 1875a; Netto, 1885; Lisle du Dreneuc,1894; Machado, 1890; Goeldi, 1906). Mas, antes de prosseguirmos com as descrições das cartas de Nimeudanjú, é necessário descrevermos quais foram seus referencias bibliográficos, que lhe proporcionaram suas Expedições pela Amazônia, como ele próprio escreveu, em 1927, no relatório final entregue para o Museu de Göteborg (Nimuendajú, 2001). Para a pesquisa arqueológica do século XIX, encontrar uma estatueta confeccionada em pedra com traços estilísticos que lembram culturas andinas e caribenhas, era um fato extraordinário. Foi com este tipo de material que o botânico João Barbosa Rodrigues se deparou em suas pesquisas durante os anos de 1871 e 1874. Encarregado pelo Governo Imperial para explorar os rios Tapajós, Trombetas e Jamundá, Rodrigues tinha especial interesse nesta área, pois de acordo com as informações de Carvajal (1941), eram nas margens destes rios, que poderiam ser encontrados os resquícios arqueológicos da lendária tribo das Amazonas. Em 1875, os resultados dessa expedição científica são publicados na obra Rio Tapajós: Exploração e Estudo do Vale do Amazonas, contendo cinco relatórios, com anotações sobre a fauna e flora da região; áreas de navegabilidade fluvial e diversos dados etnográficos e arqueológicos. Dentre os relatórios apresentados, o intitulado Idolo Amazônico achado no Rio Amazonas, Barbosa Rodrigues descreve uma peça arqueológica confeccionada em pedra, encontrada na região da Costa do Parú-Amoi. E sobre quem a teria fabricado, acirrados debates científicos ocorreram entre o botânico Barbosa Rodrigues e Ladislau Netto, diretor do Museu Nacional. Ladislau Netto defendia a hipótese de que esses artefatos tinham uma origem nas Américas, e que a Amazônia era receptora desses artefatos de elaborada confecção: “(...) parece que do Orenoco, do Equador, do Perú, de Nicarágua, e da Colombia foram trazidos para o valle inferior do Amazonas, zoolithos ahi achados (...), semelhantes aos das regiões meridionaes acima referidas.” (Netto, 1885, p. 512) Ou ainda que “(...) verdadeiros salteadores nomades, oriundo das regiões do occidente, houvessem roubado semelhantes preciosidades [os ídolos] dos povos mais cultos que alli [Nicarágua ou Peru] viviam”.(Op. cit. p, 510) Enquanto a Rodrigues, sua hipótese remete a origem desse material arqueológico à Ásia: “Encontrando o primeiro idolo visto na região do Muyrakytã e vendo o gráo adiantado que a sua esculptura apresentava, essa facto trouse-me a duvida si não seria antes um idolo peruano. Depois de investigações cheguei á convicção que não era da patria dos Incas e sim companheiro dos amuletos de nephrite (Rodrigues, 1899, p. 200). (...) Tendo sido eu o primeiro a me occupar, no Brazil, do estudo da nephrite, considerando uma prova indiscutivel de uma emigração asiatica e procurando outros elementos que me confirmassem a minha crença, fui o primeiro tambem a me occupar dos idolos, porque vinham, como poderoso elemento, para o esclarecimento da questão”(Op. cit. p, 201). Por que os pesquisadores do século XIX remetiam esse material arqueológico como oriundo de outras regiões, a exemplo dos Andes, do Caribe ou da Ásia? Que tipo de teoria os guiava para chegarem a estas conclusões? É nesta época, que começam a surgir críticas ao evolucionismo cultural que permitia crer que culturas, apresentando características semelhantes, como a mesma decoração em um vaso cerimonial, poderiam ter surgido simultaneamente e independentemente em lugares distintos do planeta. Se observarmos a produção científica sobre povos précolombianos na América, veremos referências a Vikings, Hebreus, Fenícios, entre outros povos que a primeira vista para o leitor moderno parecem descabidas, mas para a época havia certo fundamento. Era o início das formulações do difusionismo cultural, da ciência arqueológica no Brasil e da explicação da diversidade cultural do homem no mundo (Langer, 2000). Mas além destas teorias havia outra formulação que colocava os grupos indígenas que habitaram o baixo Amazonas como produtores destes ídolos de pedra, questionando as hipóteses vigentes e criando outras. Pelo menos foi o que tentou formular o artigo de José Veríssimo em 1883. Como Jornalista e historiador literário, José Veríssimo foi fundador e dirigente da Revista Amazônica, um dos principais veículos de divulgação de suas idéias. Em 1883 ao publicar o artigo intitulado Os idolos amazonico, com um desenho do segundo ídolo de pedra conhecido na época, ele chega às conclusões de que o peixe representado na peça era um acará-bararoá, existente somente em rios da Amazônia brasileira. Esta seria a primeira hipótese da origem autóctone dos ídolos de pedra, contrariando as hipóteses defendidas por Ladislau Netto e Barbosa Rodrigues: “(...) seja qual for a procedencia do artista que os creou [os dois ídolos de pedra] e da gente que em suas virtudes acreditava, pertencem ambos ao Amazonas porque, si a onça ou a tartaruga[referência à estatueta encontrada por Barbosa(1875)] se encontram fora do grande rio o peixe acará-bararoá é- cuido euesclusivo d’elle.” (Veríssimo, 1883, p. 39) Veríssimo observa que os dois furos existentes na peça, semelhantes aos furos existentes na peça que Barbosa (1875) havia encontrado, seriam algumas das principais características desses artefatos: provavelmente eram fixados em cordas ou hastes para serem levados na proa de embarcações, a fim de dar boa sorte nas pescarias; ou durante as caçadas, para que estas fossem bem sucedidas ou ainda levadas durante as guerras para desempenhar o mesmo fim. Tal dedução, tanto de Veríssimo quanto de Barbosa Rodrigues, foram baseadas nos relatos dos viajantes do século XVII e XVIII. O relato do padre jesuíta Christobal de Acuña, que acompanhou a viagem de Pedro Teixeira de Quito a Belém do Pará em 1639, descreve os indígenas do rio Trombetas e Tapajós, usando ídolos feitos em pedra e madeira. Esta seria a descrição histórica das peças arqueológicas que Rodrigues e Veríssimo haviam encontrado, dando a elas a terminologia de ídolos, conforme a descrição de Christobal de Acuña: “Adoran ídolos que fabrican com sus manos, attribuyndo a unos el poder sobre las aguas, y asi les ponen un pescado em la mano; a otros por valedores em sus batallas. Dizen qye estos Dioses baixaron del cielo para companarlos y hacerlos bien; no usan de alguna cerimonia para adorarlos, mas antes los tienen olvidados en un rincon para hasta el tiempo que los han menester; y asi quando han de ir a la guerra, llevan en la prôa de las canoas el ídolo en quien tienen puestas las esperanças de la victoria, y quando salen a hacer sus pesquerias echan mano de aquel, a quien tienen entregado el dominio de las aguas; pero ní um ni otros fien tanto, que no reconozcan pueden aver otro mayor.”(Acuña, 1641 In: Rodrigues, 1899, p. 198) Semelhante descrição é feita pelo Pe. João Daniel (1975, p. 237-238) que escreve sobre um missionário da missão Tapajós, na vila de Santarém em 1750: “(...) os índios também idolatravam em ídolos, e que com muita dificuldade largavam os ritos, e costumes dos seus avuengos(...)”, e quando o missionário pediu para que os índios os trouxessem, estes trouxeram cinco pedras “(...) todas [tendo] sua dedicação, e denominação com alguma figura, que denotava o para que serviam(...), a que presidia casamentos,(...) outra, a quem imploravam o bom sucesso dos partos.” Mas referente às idéias levantadas por Veríssimo, principalmente sobre a confecção local destas peças, logo seriam revisadas. Barbosa Rodrigues escreve em 1889 o livro O Muirakytã e os Idolos symbolicos (reimpresso e revisado em 1899), reafirmando a origem desses artefatos como exteriores à Amazônia. Essa obra tornou-se referência no estudo dos Muiraquitãs, contas e ídolos amazônicos. Nela foram reunidas todas as informações e iconografias de todos os ídolos de pedra conhecidos na época. Barbosa Rodrigues apresenta-os em estampas coloridas e traça comparações buscando alguma semelhança com objetos ou representações pictóricas de outros sítios arqueológicos existentes na América ou na Ásia. Aliás, esta seria a principal intenção do Muyraquitã e os ídolos Symbólicos, reafirmar a teoria de migração asiática para explicar os povos indígenas da Amazônia.(Langer, 2000, p. 151) Desta forma, a hipótese levantada por Veríssimo sobre a representação do acará-bararoá, era na verdade um tipo de piranha, encontrada em vários rios da América e, portanto o objeto poderia ter sido confeccionado no Peru, Colômbia ou Nicarágua. Além do mais, Barbosa Rodrigues afirma não existir próximo de Óbidos, afloramentos rochosos que pudessem ter sido utilizados pelos indígenas locais para confeccionar a peça (Rodrigues, 1899). Mas, além de tentar associar os idolos symbolicos à Ásia, o autor também levanta a hipótese de que sejam oriundos de regiões da América, em especial da Nicarágua. O livro de referência de Barbosa Rodrigues sobre esta hipótese é o de Bancroft, The native races of the Pacifc states of the North America, também citado por Netto (1885). As semelhanças consideradas por Barbosa Rodrigues entre o material da Amazônia brasileira e o da Nicarágua podem ser observadas nos desenhos de Bancroft reproduzidas no O Muirakytã e os Idolos symbolicos. De certa forma, os argumentos de Rodrigues eram cabíveis e aceitos pela comunidade científica, pois como teoria do século XIX, os ídolos de pedra não eram oriundos da Amazônia, e sim de regiões fronteiriças. Conforme novos sítios arqueológicos iam sendo encontrados na Colômbia, Venezuela e Nicarágua, novas teorias explicavam a presença dos ídolos de pedra na Amazônia, especialmente nos anos de 1900 quando são intensificados os estudos arqueológicos na América. Outro autor citado por Barbosa Rodrigues, é o Pe. Lisle du Dreneuc, conservador do Museu de Nantes na França no período de 1882-1924. Dreneuc, no ano de 1889, escreveu a monografia intitulada Nouvelles découvertes d’idoles de l’Amazones, descrevendo dois ídolos de pedra que ele recebeu do Padre Augusto João Maria Cullerre, vigário da paróquia de Óbidos, provavelmente na década de 1880. Segundo Rodrigues, o conservador de Nantes apresenta dois ídolos de pesca, que, semelhantes ou não ao acará-bararoá descrito por Veríssimo (1883), pelo menos tiveram a mesma função, a de se obter boa sorte nas pescarias. E foi justamente com este título, Les idoles de pêche du Brésil, que Lisle du Dreneuc (1894) apresentou estas peças arqueológicas no IX Congresso Internacional dos Americanistas, realizado no ano de 1892 em Huelva, Espanha. Infelizmente não foi publicado um artigo detalhado do seminário, mas provavelmente esta foi a primeira vez que o tema foi discutido em uma reunião científica internacional. O IX Congresso Internacional dos Americanistas não seria a única vez em que a comunidade científica se ocuparia deste assunto, conforme novas descobertas aconteciam e mais peças arqueológicas enquadravam-se no padrão que estabelecia a área do baixo rio Amazonas, do rio Trombetas e do rio Tapajós, como portadora de civilizações avançadas, o tema voltaria a ser discutido pelos Americanistas. Mas antes destes Congressos, no que se refere às novas descobertas de peças arqueológicas, Barbosa Rodrigues, ainda no livro de 1899, faz referência ao nome de Manoel Francisco Machado. Conhecido como Barão de Solimões, Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra e Senador pelo Estado do Amazonas no período de 1890 a 1900, Francisco Machado tinha grande interesse pelos estudos da arqueologia. O que lhe proporcionou a coleção de quatro ídolos de pedra amazônicos ao longo dos anos de 1890 e 1902. Procurando sempre divulgar os artefatos arqueológicos que conseguia, Machado publicou comentários e descrições das peças em periódicos de circulação regional, como o Cidade de Óbidos no Pará, e também em periódicos de circulação nacional, como o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Este último jornal, fundado em 1827, era um importante veículo de comunicação, tanto no Império quanto na República brasileira, onde as notícias sobre arqueologia exerciam especial interesse no público leitor, composto em sua maior parte por homens da ciência, políticos e barões e, em menor parte, da população em geral (Langer, 2000). Neste jornal, assim como em outros que circulavam na época, havia espaço para intelectuais divulgarem suas hipóteses e conclusões científicas, reportagens como as de Rodrigues (1875a) e Francisco Machado tratando da descoberta de curiosos ídolos de pedra na Amazônia. Nos artigos que o Senador Machado publicou, nos dias 18 de novembro de 1890 e 6 de março de 1891, lê-se a descrição dos dois primeiros ídolos de pedra que ele consegue obter. Foram Encontrados no lago Sapucuá, próximo ao rio Trombetas, ou seja, na área já definida por Rodrigues (1875b) como àquela ocupada pela lendária tribo das Amazonas. Estas não seriam as únicas descobertas feitas pelo Barão de Solimões. Em 1901, nos dias 28 de novembro e 11 de dezembro, Machado descreve no Jornal do Commercio, uma terceira peça confeccionada em pedra, que devido à semelhança estilística com as outras que guardava, também foi chamada de ídolo amazônico, e um ano depois, em 22 de maio, publica mais uma notícia com o título: Novo Ídolo Amazônico. Seria com este o quarto ídolo pré-histórico que tinha em mãos, todos estes oriundos dos rios Trombetas e Tapajós. Do Século XIX ao XX: Cartas e publicações sobre os Ídolos de pedra Amazônicos (Parte 2) por João Aires da Fonseca Jr. O interessante nos artigos e nas correspondências de Machado, como já comentado anteriormente, são as opiniões e hipóteses que o círculo de intelectuais da época, formado por Barbosa Rodrigues, Ladislau Netto, Dreneuc, entre outros, discutiam sobre a origem dessas peças. A leitura destes artigos permite verificar o pensamento e as especulações científicas produzidas em fins do século XIX para a Amazônia, algumas delas também emitidas por pessoas fora deste círculo de intelectuais, como as do vigário da cidade de Óbidos, Pe. João Augusto Maria Cullerre, que em carta endereçada a Machado, escreve: “A semelhança que offerecem as esculpturas amazonicas com as de Pensacola e lago de Nicaragua, identificando o pensamento de dois povos muito distante, vem provar, como diz o Dr. Barbosa Rodrigues, que o povo de Pensacola veio ao Amazonas, conforme tambem pensa o Sr. de Lisle de Dreneuc, sábio archeologo e conservador do museu de Nantes, o qual em seu opusculo sobre – idolos Amazonicos- mostra-se nesse particular de acordo com o Dr. Barbosa Rodrigues, o que bastante me alegrou.” (Cullerre em carta para Machado In: Machado, 1891) Das quatro peças que Francisco Machado possuía, Rodrigues (1899) analisou duas, descobertas em 1890 e 1891; e as demais, publicadas nos anos de 1901 e 1902, ainda inéditas em trabalhos científicos, foram reproduzidas em gesso e fotografadas, por iniciativa do diretor do Museu Paraense, que havia tomado conhecimento delas através das correspondências mantidas com Francisco Machado (1901a), e da leitura dos jornais da época. O objetivo de Goeldi era expor as réplicas no Museu Paraense e apresentar as estampas fotográficas no Congresso Internacional dos Americanistas na Europa, divulgando em apresentações científicas as peças arqueológicas que seu amigo Manoel Francisco Machado possuía (Goeldi, 1906). Foi desta forma, que no XIV Congresso Internacional dos Americanistas, em Stuttgart na Alemanha, com o título Urnas funerárias de povos indígenas extintos e curiosos ídolos de barro e pedra da região amazônica - título original do alemão: Altindianische Begräbnisurnen und merkwürdige Tonund Steinidole aus der Amazonas-Region – que Emílio Goeldi apresentou as peças pertencentes a Manoel Francisco Machado. Goeldi (1906) associa estas peças arqueológicas aos monólitos e colunas de pedra da América Central. Conforme iam aumentando o número de pesquisas arqueológicas no Novo Mundo, e os resultados sendo divulgados em publicações e Congressos científicos (como os de Dreneuc e Goeldi no Congresso dos Americanistas), as correlações dos ídolos de pedra amazônicos com sítios arqueológicos da Colômbia, Nicarágua e Peru, ganhavam fundamento dentro da lógica difusionista. Exemplo disso são as pesquisas realizadas em 1914 pelo diretor do Museu Etnográfico de Berlim, o Dr. Preuss, na Colômbia, em uma área conhecida como complexo arqueológico de San Agustín. Dos resultados obtidos nessas pesquisas, Preuss publicou em 1929 o livro Arte Monumental Pré-histórica, Escavações feitas no Alto Magdalena e San Agustín (Colômbia): Comparação arqueológica com as manifestações artísticas das demais civilizações americana. Preuss registrou detalhadamente conjuntos de estátuas com dimensões monumentais que estavam dispostas em frente ou em cima de lápides funerárias, observando serem estas estatuetas a principal característica cultural de San Agustín, muitas delas possuíam um detalhe estilísticos de representação de um animal nas costas de um homem, ou de dois animais como se fossem um simbiose, o que ele denominou de segundo yo. Para Press, esta região de San Agustín seria o centro difusor deste tipo de cultura, e as demais ocorrências no restante da América, teriam partido da Colômbia. Desta forma Preuss estabelece áreas culturais periféricas, que compreendem o Peru, Equador, Nicarágua e o baixoAmazonas no Brasil, como sendo influenciadas, através do comércio ou da conquista de territórios, pelos grupos indígenas de San Agustín. As hipóteses levantadas pelo diretor do Museu de Berlim ganharam importância dentro das discussões arqueológicas no XXIII Congresso Internacional dos Americanistas, realizado em 1928 em Nova York. No que se refere ao baixoAmazonas, Preuss argumenta que “(...) considerando el aislamiento en que se encuentran en que se hallan tales representaciones del ‘segundo yo’[referência à representações de um animal nas costas de um homem], y lo extraodinarias que son, creo que no será posible suponer que hayan podido nacer independientemente de influencias extrañas, a pesar de que no corresponden la una com la outra en las particularidades. Debemos suponer que lãs mismas relaciones existen entre estas e las pequeñas y exóticas figuras de piedra que se hallaron en la región del bajo rio Trombetas, un afluente septentrional del Amazonas” (Preuss, 1974, p. 203) Mas finalmente chegamos à década de 1920, quando Curt Nimuendajú é enviado à Amazônia para coletar os já celebérrimos ídolos de pedra. Não há dúvida de que a bibliografia já citadas neste artigo, faziam parte das leituras de Nimuendajú, isso fica bastante claro no trecho da carta descrita no início deste artigo, e em uma das cartas enviada a Nordenskiöld, datada de 21 de abril de 1923, Santarém-Pa: “A terra preta em Cariacá produziu bons achados. Cariaça é uma pequena vila as margens de um estreito lago que conecta o rio Amazonas e o rio Tapajós. Durante minha curta permanência nesta vila, eu coletei alguns artefatos arqueológicos da superfície e quando eu estava deixando a vila, Joaquim Motta, o homem que me hospedou, saiu e foi para próximo do engenho perto de sua casa. Lá ele remexeu em uma pilha de lixo e trouxe um vil e sujo pedaço de pedra(...). Era um ídolo extremamente bonito mas lamentavelmente fragmentado feito em uma pedra verde. Ele tinha a forma de uma figura humana agachada tendo as mãos sobre as orelhas, com um pássaro apresando-o por trás e por cima. A cabeça do pássaro foi quebrada e em toda a peça há arranhões feitos por alguma ferramenta. Se minhas informações estiverem corretas, esse é o décimo ídolo já encontrado. Barboza Rodrigues em seu trabalho O’Muyrakytã (1889), desenhou e descreveu seis deles. Mais três foram descritos pelo Goeldi (1904) no Congress of Americanists em Stuttgart fotografando-os, juntamente com um mencionado por Barboza Rodrigues, para as suas não publicadas pranchas arqueológicas (Goeldi MS). Todos esses ídolos conhecidos ate hoje foram feitos em steatite e serpentina; o que eu encontrei é o primeiro e único feito de nephrite (jade?)” (Nimuendajú, 1923 In: Rydén, s/d; Stenborg,2004) Na mesma época em que Nimuendajú escrevia essa carta para Nordenskiöld na Suécia, outro amigo seu, brasileiro, também era informado de suas explorações e descobertas na Amazônia. Este amigo era Carlos Estevão de Oliveira, que mais tarde em 1939, publica A cerâmica de Santarém, onde informa sobre o ídolo de pedra encontrado em Cariacá por Nimuendajú. Junto a este eminente pesquisador, que nos anos de 1930-1945 foi Diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Curt Nimuendajú teve o apoio e amizade para desenvolver suas pesquisas. Como comenta Hartmann (2000), em fins de 1913, Curt Nimuendajú estabeleceu-se em Belém dando início, no ano seguinte, às suas pesquisas no Norte do País. Radicado em Belém, não seria muito difícil fazer contato com Carlos Estevão de Oliveira devido aos interesses comuns nos estudos de antropologia e arqueologia, especialmente na área da Amazônia. Exemplo deste contato são as noventa cartas enviadas por Nimuendajú a Carlos Estevão de Oliveira entre os anos de 1923 e 1942, onde são descritas suas experiências em campo: do convívio com variados povos indígenas, da aquisição de coleções para serem vendidas a museus europeus e brasileiros, da falta de recursos para a pesquisa entre outras coisas. Em 1940, Nimuendajú foi chamado para o Museu Goeldi, para assumir a Seção de Etnologia a pedido de seu amigo Carlos Estevão. No ano seguinte, ele administra um curso de Etnologia indígena (Nunes Pereira, 1946; Barreto, 1992). Entre os participantes estava Maria de Lourdes Jovita, funcionária da Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites (PCDL), que um pequeno acervo de materiais etnográficos e arqueológicos, dentre os quais, existe um dos ídolos de pedra com as mesmas características dos demais, encontrado nas cabeceiras do Lago Camixá no Rio Trombetas. Trata-se uma peça, feita em uma rocha de cor amarronzada, representando de maneira estilística um formato de uma cobra com traços do rosto humano. Durante o curso ela perguntou a Nimuendajú sobre o valor dessas peças: “É muito difícil avaliar o preço ou estipular o limite a ser pago por uma dessas peças cuja preciosidade é muito superior à do muirakitã, devido ao pequeno número até hoje encontrado e que pode ser contado sem ser necessário utilizar os dez dedos das mãos.” (Jovita, 1948). É nesse período também, que o etnólogo Barbosa de Faria, integrante da Comissão Demarcadora de Limites chefiada pelo General Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), nos anos de 1928 e 1929, escreve o relatório intitulado A cerâmica da tribo Uaboí, dos rios Trombetas e Jamundá (1946). Neste relatório Faria descreve um vaso com representações antropo e zoomorfas, confeccionado com uma “pasta rija e cinza, semelhante às peças encontradas pelo Barão de Solimões, Manoel Fancisco Machado”. No entanto Faria não classifica a peça como um ídolo de pedra, somente mais tarde com os trabalhos realizados por Heloisa Torres (1940) e Gastão Cruls (1942) esta peça passa a ser considerada como este conceito. Após 1946, os registros bibliográficos da ocorrência destes ídolos amazônicos praticamente cessam, pelo menos de acordo com o levantamento neste artigo. A exceção está em uma carta, datada de 30 de agosto de 1945, descrevendo a única peça pertencente ao Museu Paraense Emílio Goeldi, encontrada nas proximidades do Lago Jacaré em Santarém (Jovita, 1948). Mas de forma geral, existe pouca documentação sobre estas peças após 1946. Infelizmente temos um quadro comum nos acervos de Instituições de pesquisa neste período: a falta de documentos relativos às origens das peças, quem as coletou e demais informações. Geralmente existe uma classificação de área geográfica muito extensa, como rio Amazonas ou baixo Amazonas. Desta forma, existem hoje em dia em acervos de museus, como os do Museu de Arqueologia e Etnologia; do Instituto Geográfico e Histórico da Amazônia; do Museu de História Natural da UFMG e do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, peças arqueológicas praticamente sem registro algum relativo de onde foram encontradas ou de quando entraram nestas Instituições. Mas de certa forma, elas ainda nos permitem análises através das características formais, do tipo de matéria-prima, das representações iconográficas e de associações com as demais peças descritas como ídolos amazônicos (Ribeiro & Velthem, 1992). Conclusão Atualmente o Museu Paraense Emílio Goeldi, possui um programa de Salvamento Arqueológico em Porto Trombetas , sob coordenação de Guapindaia (2003). Certamente serão novos dados sobre a antiga ocupação de populações indígenas da área, contribuindo com novos dados arqueológicos para uma região que apesar de ter um histórico de pesquisa desde fins do século XIX ainda possui poucas investigações. Com os resultados das escavações e surveys, será possível termos alguma referência sobre quais tipos de matéria-prima estes grupos indígenas manipulavam; se existe algum vestígio de produção, seja em tortuais de fuso, em lâminas de machados ou em núcleos e lascas, que possa nos apontar para um provável processo de produção local e manipulação da mesma matéria-prima com a qual foram feitos os Ídolos de Pedra Amazônicos. Como até hoje em dia, ainda não possível analisar estas peças in loco, associadas com outros vestígios e estratos arqueológicos, ainda permanecemos com a mesma questão posta por Rodrigues (1875a), Netto (1885) e Veríssimo (1883): seriam peças de troca, produzidas em áreas adjacentes ao baixo Amazonas, ou foram peças que fizeram parte do aparato tecnológico e cultural dos grupos indígenas descritos por Carvajal e Pe. João Daniel? Se utilizarmos a hipótese de Figueiredo (1982), sobre a primeira estatueta encontrada por Rodrigues, estaríamos diante de um bom exemplar de peças de troca (trade-piece) que tiveram como destino esta região do baixo Amazonas. Seus argumentos ainda fazem sentido pelo simples fato de não termos um registro completo que apresente as cadeias de operação, desde a aquisição de matériaprima até à forma final das estatuetas, e também por estas peças não representarem semelhanças formais e estilísticas, representadas nos objetos cerâmicos da conhecida cultura Tapajônica e Kondurí. Talvez o principal entrave para a análise arqueológica sobre estas estatuetas atualmente, seja a intensa prática de comércio ilegal nesta região de Santarém, Óbidos e Oriximiná. Por estarmos lhe dando com peças pequenas, raras e de forte apelo estético, somando-se a isso a falta de incentivos à educação patrimonial, existe um alto lucro na vendas destas peças. Como exemplo, o Museu Goeldi ainda conseguiu obter em 2001 algumas fotos de um acervo particular na cidade de Oriximiná, mas infelizmente não foi possível fazer uma análise mais detalhada porque as peças já tinham sido vendidas, ou deslocadas para outro lugar. Dentre as peças, uma delas apresentava as mesmas características das demais apresentadas neste artigo: confeccionada em pedra, dois furos paralelos, estilização zoomorfa, e demais características como o formato retangular da boca do animal representado. Este é o quadro que atualmente possuímos sobre este tema na história da arqueologia amazônica, que apesar de tão antiga, ainda temos muitas questões para responder a seu respeito. Mas certamente ilustra uma parte da diversidade cultural que compunha as representações simbólicas destes grupos indígenas, oriundas da época em “(...) que se do ar deixassem cair uma agulha, há de dar em cabeça de índio e não no solo alto.” (Descrição do Padre Alonso de Rojas sobre a grande quantidade de índios às margens do rio Amazonas em 1639). (Rojas, 1941). Bibliografia BARRETO, Mauro Vianna. História da pesquisa arqueológica no museu paraense Emílio Goeldi. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi – série Antropologia. 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