Ômega 3
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Ômega 3
Atualização em Nutracêuticos 1 Ômega 3 A suplementação com EPA e DHA, componentes do Ômega 3, reduz o cálcio urinário e os níveis de oxalato, além de proporcionar o aumento da excreção citrato urinário1. O ácido eicosapentanoico (EPA) é uma alternativa eficaz na prevenção da formação de pedras de cálcio, apresentando melhores resultados durante o período de tratamento2. O tratamento com Phyllanthus niruri (quebra-pedra) é muito eficaz na redução dos níveis de cálcio urinário em pacientes hipercalciúricos, prevenindo a formação de pedras3. Estudos & Atualidades 2 Estudo de coorte avalia a administração dos ácidos graxos do Ômega 3 - ácido eicosapentanoico (EPA) e ácido docosahexanoico (DHA) - em pacientes com pedra hipercalciúrica1. Neste estudo, 29 pacientes, com cálcio urinário alto e com pedras de cálcio tratados apenas com suplementação oral de óleo de peixe seguiram o seguinte protocolo: Acompanhamento de 24 horas através da coleta de urina após iniciar o tratamento com Ômega 3 e também foram realizadas coletas de urina nos meses 3,6 e 12. As coletas de urina foram analisadas através da Litholink Laboratory Report System e de acordo com as seguintes características: volume, cálcio, oxalato, citrato, ácido úrico, sódio, potássio, magnésio, fosfato, creatinina, amônia, cloreto, sulfato e supersaturação de cálcio oxalato. Uma dieta suplementar com alimentos rico em fitatos, como as sementes e grãos, foi recomendado para os pacientes que apresentavam hipercalciúria1. Resultados: Na suplementação com Ômega 3 os níveis de cálcio urinário baixaram em 15 pacientes (52%). A média do cálcio urinário baixou significativamente desde o início do tratamento e sete pacientes que apresentavam hipercalciúria passaram à normalidade; Nos pacientes que fizeram suplementação de Ômega 3, a excreção de oxalato urinário diminuiu em 10 pessoas (34%). A média do oxalato urinário diminui significativamente desde o início do tratamento; A suplementação de Ômega 3 proporcionou aumento do citrato urinário em 18 pacientes (62%) desde o início do tratamento; Com a suplementação de Ômega 3 houve aumento do volume urinário em 19 pacientes (66%); O sódio urinário diminuiu em 16 pacientes (55%) que faziam a suplementação com Ômega 3; A supersaturação de cálcio oxalato apresentou diminuição significativa em 11 pacientes (38%) desde que iniciaram suplementação com Ômega 3; Supersaturação de cálcio fosfato apresentou decréscimo em 11 pacientes (38%) desde que iniciaram a suplementação de Ômega 3. ELETRÓLITOS DA URINA VALORES NA BASELINE VALORES NO (MEDIA±DESVIO PADRÃO) ACOMPANHAMENTO VALOR DE P Excreção de cálcio (mg/d) 329,27±96,23 247,47±84,53 P=0,01 Excreção de oxalato (mg/d) 45,40±9,90 32,90±8,21 P=0,01 Citrato urinário (mg/d) 731,67±279,09 940,22±437,54 P=0,01 Volume da urina (l) 1,84±0,70 2,83±0,75 P=0,01 pH da urina 6,37±0,51 6,39±0,48 P=0,79 Sódio da urina (mmol/d) 244,75±83,68 158,69±64,03 P=0,01 Supersaturação de cálcio oxalato 9,73±4,48 3,68±1,76 P=0,01 Supersaturação de cálcio fosfato 2,90±1,38 1,91±1,28 P=0,01 VARIÁVEL A suplementação com óleo de peixe, que possui em sua composição o Ômega 3 e que contém os ácidos graxos EPA e DHA, possibilita a redução do cálcio urinário, redução dos níveis de oxalato e também proporciona a melhora do citrato urinário1. 3 Estudos & Atualidades Estudo avalia o efeito do EPA (ácido eicosapentanoico) na prevenção da recorrência da nefrolitíase 2. Neste estudo, 29 pacientes, fizeram uso de uma solução altamente purificada de EPA de acordo com o seguinte protocolo: Solução saturada de EPA 1800mg / dia durante 36 meses Foi observada nos pacientes a recorrência de pedras urinárias pelo período de 8 anos (antes, durante e depois da medicação). Foram analisados os efeitos da administração do EPA em comparação com o período anterior e posterior a administração. Resultados: O tratamento com EPA mostrou que as taxas de incidência da nefrolitíase significativamente menores (p=0,05); No período anterior ao tratamento com EPA verificou-se maior taxa de incidência de nefrolitíase comparado ao período de suplementação; O período posterior ao tratamento com EPA demonstrou maior taxa de incidência de nefrolitíase comparado ao período de suplementação. Índice (vezes ao ano) Índice de nefrolitíase (vezes ao ano) antes, durante e depois do tratamento com EPA 0,25 0,2283 A administração do ácido eicosapentanoico é eficaz na prevenção da formação de cálculos renais de cálcio, sendo uma excelente alternativa na terapia profilática2. 0,1742 0,2 0,15 0,0693 0,1 A suplementação prolongada dos ácidos graxos do Ômega 3 (EPA e DHA) pode beneficiar os pacientes “formadores de pedras” pois, observa-se que há diminuição da formação de pedras nestes indivíduos3. 0,05 0 Antes Durante Depois Propostas Terapêuticas Cápsulas de Ômega 3 Cápsulas de Ômega 3...............................500mg1 Administrar uma a três cápsulas ao dia. Tablete de chocolate com Ômega 3 Ômega 3 ................................................1200mg1 Tablete de chocolate qsp.....................1 unidade Administrar uma unidade ao dia. Óleo de Peixe Óleo de peixe..................................................10ml 2 Administrar 10ml na refeição junto com a salada. O Ômega 3 está disponível no mercado na forma de cápsulas oleosas de 500mg e 1000mg, ficando a critério do médico o ajuste da dosagem de acordo com a forma disponível. Cada 1g de óleo de peixe contem 300mg de Ômega 3 que contem EPA e DHA, nas concentrações de 180mg e 120mg, respectivamente. 4 Estudos & Atualidades Estudo randomizado avalia a eficácia de Phyllanthus niruri (quebra-pedra) na normalização dos níveis elevados de cálcio urinário em pacientes “formadores de pedra”4. Estudo avalia, através de parâmetros bioquímicos da urina durante 24horas, o efeito do Phyllanthus niruri, em 69 pacientes, de acordo com o seguinte protocolo: Grupo 2 (n=36) Grupo 1 (n=33) Placebo Phyllanthus niruri 450mg Neste estudo, os ratos foram divididos em seis grupos: três vezes ao dia por três meses extrato liofilizado, três vezes ao dia por três meses O cálcio, ácido úrico, citrato, magnésio, oxalato, sódio e potássio no sangue foram determinados no início e no final do trat amento. Uma análise de subgrupo foi realizada nos pacientes de acordo com a presença de anormalidades metabólicas (hipercalciúria, hiperuricosúria, hiperoxalúria e hipomagnesiúria. Todos os pacientes apresentavam no mínimo uma pedra renal. Resultados: Os pacientes hipercalciúricos tratados com Phyllanthus niruri apresentaram redução significativa do cálcio urinário; O tratamento com Phyllanthus niruri apresenta efeito potencial benéfico na hipercalciúria (aumento na absorção de cálcio), que é um importante fator de risco na formação de pedras. Cálcio urinário (mg/24h) antes e depois do uso de Phyllanthus niruri em pacientes não hipercalciúricos Antes Cálcio urinário (mg/24h) antes e depois do uso de Phyllanthus niruri em pacientes hipercalciúricos Antes Após Após O Phyllanthus niruri atua na excreção urinária dos promotores e inibidores da litogênese em pacientes formadores de pedra e induz relaxamento uretal 4. Propostas Terapêuticas Cápsulas com Phyllanthus niruri Phyllanthus niruri.....................................500mg Administrar uma cápsula ao dia. O Phyllanthus niruri tem em sua composição triterpenos que inibem a toxicidade induzida pelo cálcio oxalato assim como reduz excreção de constituintes formadores de pedra4. Infusão de Phyllanthus niruri Phyllanthus niruri rasura.......................1,5-4,5g5 Adicionar à rasura da planta um copo d’água fervente e deixar sob infusão por 10 minutos. Consumir em seguida. O Phyllanthus niruri pode potencializar a ação de fármacos antidiabéticos, anti-hipertensivos, betabloqueadores e diuréticos5. 5 Propriedades e Mecanismo de Ação Propriedades A nefrolitíase é uma doença multifatorial, resultado das interações entre fatores ambientais, predisposição genética e desordens metabólicas. Alto nível de cálcio na urina é uma das anormalidades mais frequentemente encontrada em pacientes com pedras urinárias1. Ômega 3 Suplementação de óleo de peixe que contém Ômega 3 e seus ácidos graxos poli-insaturados EPA e DHA tem impacto positivo sobre a saúde. EPA é um ingrediente do óleo de peixe que tem ação protetora contra a nefrolitíase. EPA compete com a AA da ciclo-oxigenase, resultando na formação de menos metabólitos de AA, em particular PGE2. Essa modulação de excreção de cálcio através da alteração do metabolismo da prostaglandina tem efeito de proteção relacionado ao risco de pedras urinárias 1. Phyllanthus niruri Phyllanthus niruri é uma planta medicinal usada há anos no Brasil para tratar o cálculo urinário. Os alcaloides desta planta apresentam atividade antiespamódica, que esta relacionada com o relaxamento do músculo liso, mais evidenciado no trato urinário, que pode facilitar a eliminação dos cálculos urinários3. O Phyllanthus niruri tem ação de bloquear a formação de cristais de cálcio oxalato e a formação de pedras na ÁCIDOS GRAXOS urolitíase6. INSATURADOS ESSENCIAIS SATURADOS NÃO ESSENCIAIS Ômega 3 Ômega 6 Ômega 3 Ácido alfa linoleico Ácido linoleico EPA e DHA Ômega 6 GLA NÃO ESSENCIAIS Ômega 9 Ácido oleico Ácido butírico Ácido palmitoleico Ácido Esteárico Literatura Consultada 1. 2. 3. 4. 5. 6. Ortiz-Alvarado O, Miyaoka R, Kriedberg C, Leavitt DA, Moeding A, Stessman M, Monga M. Omega-3 fatty acids eicosapentaenoic acid and docosahexaenoic acid in the management of hypercalciuric stone formers.Urology. 2012 Feb;79(2):282-6 Yasui T, Suzuki S, Itoh Y, Tozawa K, Tokudome S, Kohri K. Eicosapentaenoic acid has a preventive effect on the recurrence of nephrolithiasis. Urol Int. 2008;81(2):135-8. Siener R, Jansen B, Watzer B, Hesse A. Effect of n-3 fatty acid supplementation on urinary risk factors for calcium oxalate stone formation. J Urol. 2011 Feb;185(2):719-24. Nishiura JL, Campos AH, Boim MA, Heilberg IP, Schor N. Phyllanthus niruri normalizes elevated urinary calcium levels in calcium stone forming (CSF) patients. Urol Res. 2004 Oct;32(5):362-6. Taylor L. Technical Data Report CHANCA PIEDRA “Stone Breaker” (Phyllanthus niruri). Herbal Secrets of the Rainforest, 2nd edition. Published and copyrighted by Sage Press, Inc., 2003. Asare GA, Bugyei K, Sittie A, Yahaya ES, Gyan B, Adjei S, Addo P, Wiredu EK, Adjei DN, Nyarko AK. Genotoxicity, cytotoxicity and toxicological evaluation of whole plant extracts of the medicinal plant Phyllanthus niruri (Phyllanthaceae). Genet Mol Res. 2012 Jan 13;11(1):100-11.