X:\My Documents\Nutricao\Trans.

Transcrição

X:\My Documents\Nutricao\Trans.
Clínica Harmonia
®
Av. Liberdade, Nº 245, 5ºD 1250-143 Lisboa . Tel. 21 3554680 .
Fax: 21 3554583 . [email protected] . www.clinicaharmonia.pt
Novembro 2004
Vol.1, nº 3
Gordura trans: uma gordura perigosa
Hidrogenação
Gordura trans
A hidrogenação é um processo
em que os óleos vegetais são
convertidos em gorduras
sólidas por adição de átomos
de hidrogénio, permitindo um
aumento do tempo de
prateleira do produto assim
como o adquirir de um sabor
mais agradável.
É em parte devido à gordura
hidrogenada, por exemplo, que
as bolachas têm uma data de
validade extensa e que
permanecem crocantes por
muito mais tempo.
Como a gordura trans dura
mais tempo sem se tornar
rançosa encontra-se em cerca
de 40% dos produtos de
supermercado.
Mas o organismo humano não
necessita deste tipo de gordura
artificial, ou melhor, o seu
consumo pode até ser
prejudicial à saúde.
Curiosidade
A FDA (Food and Drug
Administration) nos Estados
Unidos decretou que, a partir de
2006, a informação do teor em
gordura trans na rotulagem dos
produtos alimentares será
obrigatória, dando a hipótese
ao consumidor de evitar
produtos ricos em gordura
transformada. A FDA baseou
esta decisão num relatório do
Institute of Medicine que
descobriu uma relação, entre a
ingestão de gordura trans e o
aumento de risco de doença
cardíaca.
N
os anos 50 a indústria alimentar, com o objectivo de
encontrar uma alternativa para reduzir a utilização de
gorduras saturadas (nomeadamente da manteiga), cria
a gordura trans.
A gordura trans é criada através de um processo chamado
hidrogenação, e por isso é também denominada de gordura
hidrogenada.
Fontes
A gordura trans está presente naturalmente em alimentos como
a carne, manteiga e leite, mas a maior parte da ingestão que
fazemos provém de alimentos industriais.
A gordura trans encontra-se sobretudo na comida tipo fast food,
na comida pré-confeccionada, batatas fritas e alimentos
folhados, bolachas, margarinas e cremes de barrar, molhos
para saladas, bolos industriais, pipocas para confeccionar no
microondas e outros.
Um estudo realizado em Harvard revelou que uma ingestão
diária de gorduras hidrogenadas correspondente a 3% das
calorias total ingeridas (aproximadamente 7g de gorduras
trans) implica um aumento de risco de doenças
cardiovasculares de 50%.
As doenças cardiovasculares já são responsavéis por um terço
das mortes mundiais, segundo dados do último relatório da
Organização Mundial de Saúde (OMS).
Alimento
Gordura trans (g)
1 empada de galinha
8
1 pacote grande de batatas fritas
7
6 panados de peixe
5
1 waffle
4
1 dose pequena de pipocas (cinema)
3,5
1 fatia de tarte de maçã
3
2 bolachas caseiras de chocolate
3
Tabela retirada do artigo “O inimigo escondido” Men’s Health 2004
É melhor a manteiga ou a margarina?
Estratégias de protecção
Estudos sobre o potencial efeito das
gorduras trans no aumento dos níveis de
colesterol tem sido alvo de interesse por
parte dos consumidores que pretendem
saber qual então será a melhor opção: o
consumo da margarina ou da manteiga?.
Até a indústria alimentar estabelecer regras para os
rótulos conterem informação sobre a quantidade da
gordura trans, aprenda a evitá-la e melhore as suas
escolhas alimentares:
Os estudos mostram que o uso de
margarina pode reduzir o colesterol “mau”
(LDL) quando comparada com a
manteiga. Mas também mostram que a
gordura trans presente na margarina
pode aumentar o colesterol “mau” (LDL)
e reduzir o colesterol “bom” (HDL) quando
comparada com gorduras naturais como
o azeite.
Recomendações da
American Heart Association
A manteiga é rica em gordura saturada e
colesterol, por isso é altamente
aterogénica, o que significa que contribui
para a formação de colesterol e outras
substâncias nas paredes das artérias.
A maior parte das margarinas são feitas
de gordura vegetal e não fornecem
colesterol. E quanto mais líquidas forem
(em tubo ou em forma líquida) menos
hidrogenadas são e menos gordura trans
possuem.
Assim recomenda-se:
• Usar preferencialmente gorduras
naturais não hidrogenadas como é o caso
do azeite;
• Procurar alimentos processados feitos
à base de gordura não hidrogenada;
• Usar margarina em substituição da
manteiga mas escolher margarinas
menos sólidas ou consistentes (líquidas
ou pastosas).
•
Seja um consumidor inteligente e procure evitar
os produtos alimentares que contenham
gordura hidrogenada ou parcialmente
hidrogenada na sua lista de ingredientes;
•
Limite o consumo de gordura saturada,
proveniente de alimentos como a manteiga,
natas, queijos gordos, carne vermelha, óleo de
palma e coco.
•
Procure comprar sobretudo alimentos frescos
e pouco processados;
•
Aprenda a cozinhar em casa, saiba que
refeições já preparadas podem até ser bastante
saborosas mas não são uma escolha saudável;
•
Utilize o azeite como principal gordura no
tempero e confecção de alimentos. Evite
submeter a gordura a temperaturas altas durante
um longo período de tempo e adicione à gordura
ao lume, sempre que possível, alimentos como
cebola, alho, tomate, pimento e outros;
•
Coma mais fruta e legumes, pois este tipo de
alimentos não são submetidos a processamentos
industriais e mantêm ainda um alto teor de
vitaminas e minerais.
Gorduras saudáveis: Quais?
As chamadas gorduras monoinsaturadas como o
azeite e as gorduras polinsaturadas provenientes dos
óleos de cereais (milho, girassol, soja) e do peixe
são consideradas benéficas quando consumidas com
moderação.
O azeite deve ser a sua gordura de eleição.
Evidências científicas
Em estudos clínicos a gordura trans ou hidrogenada provoca um aumento dos níveis de colesterol
“mau” (LDL) e uma redução dos níveis de colesterol “bom” (HDL) quando usada em vez de óleos
naturais e não transformados. Estas alterações podem aumentar o risco de doença cardíaca.
O consumo de gorduras trans está relacionado com um aumento do colesterol LDL, o que nos
indica a importância da promoção de dietas com baixos teores de gordura trans para manter um
perfil lipídico adequado (American Society for Clinical Nutrition, vol.78, nº3, 370-375, 2003).