12_O Barroco Tardio e sua expansão_Rococó

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12_O Barroco Tardio e sua expansão_Rococó
O BARROCO TARDIO E SUA EXPANSÃO
Algumas considerações
IGREJA DE SUPERGA - TURIM

Planejada por Juvarra, um
dos arquitetos mais
fluentes e versáteis do
século XVIII, a Igreja do
Mosteiro de Superga é
uma das mais importantes
do barroco tardio. A planta
é centrada e a igreja
pequena, mas concebida
em proporções grandiosas.
Os seus principais
elementos são o enorme
pórtico que se projeta à
frente com quatro colunas,
uma cúpula sobre um
tambor maciço, ladeada
por campanários
pontiagudos formando um
conjunto memorável
CA’ PESARO - VENEZA

O Ca’ Pesaro é um dos
palácios barrocos mais
exuberantes e bem
sucedidos de Veneza. O
exterior é simples: um
andar inferior, de aspecto
rústico, e dois outros
andares da mesma altura,
todos com sete janelas
altas com arcos de volta
inteira. O telhado é
piramidal, ao estilo
veneziano. O destaque é a
riqueza da ornamentação, a
pedra rústica do andar
inferior é entalhada de
modo excepcional. Figuras
e cabeças agrupam-se nas
entradas e circundam as
janelas. Nos andares
superiores alternam-se
colunas duplas e simples.
A EXPANSÃO DO BARROCO
Por meio de casamentos dinásticos, guerras e viagens
crescentes o barroco expandiu-se pela Europa
rapidamente, sendo o barroco bávaro uma arquitetura
profundamente sensual e prazerosa.
A EXPANSÃO DO BARROCO - ÁUSTRIA

O estilo criado por Borromini e
 Mosteiro Beneditino – Melk ( Áustria ) 1702-14. O seu
desenvolvido por Guarini alcançou a
interior é próximo à planta da Il Gésu de Vignola
Áustria e o sul da Alemanha, onde a
síntese do Gótico com o
Renascimento trouxe a inovação em
locais onde pouco havia sido
construído de novo até quase o fim do
século XVII. Dessa forma, se o traçado
de Borromini sugere, por vezes, uma
síntese de gótico e de renascimento, é
Guarini quem intensifica essa relação,
ao esclarecer em seus escritos que ele
colocava em contraste a “arquitetura
muscular” dos antigos com o efeito
oposto das igrejas góticas,
extremamente frágeis. Guarini dedicava
admiração a ambos os estilos, e sua
atitude, bem como a prática se
disseminou especialmente na Áustria e
sul da Alemanha. O barroco foi um
estilo importado, trazido por viajantes
italianos, mas os arquitetos locais
começaram a sobressair a partir de
1690, construindo para glorificar os
seus príncipes. Entre eles, Jakob
Prandtauer e o Mosteiro de Melk, na
Áustria. Nesta obra, seu arquiteto deixou
a fachada de torres gêmeas atrás da
projeção dos braços dos edifícios
monásticos, que se estendem para a
frente formando um pátio interno.
AINDA A EUROPA
CENTRAL - ÁUSTRIA

S. Carlos Borromeu ( 1716 – 1737 )

Johann Fisher von Erlach foi o primeiro
grande arquiteto austríaco do barroco
na sua fase de expansão, diretamente
ligado à tradição italiana, como mostra
o traçado para a Igreja de S. Carlo
Borromeu em Viena, que combina a
fachada da S. Agnesi de Borromini da
Piazza Navona com o pórtico do
Panteão e um par de colunas gigantes
derivadas da coluna de Trajano, em
conjunto com as torres da fachada.
Através da integração desses elementos
rígidos da arquitetura romana do período
do Império com as curvaturas flexíveis “a
la” Borromini e Guarnini, expressando a
capacidade do cristianismo de assimilar e
recriar o esplendor da Antiguidade,
como vemos ao lado na imagem. Ela é
uma combinação sem precedentes de
elementos do barroco romano com
características da Roma clássica. Os
relevos das colunas simbolizam a vitória
da fé sobre uma epidemia de 1713. A vida
do santo das Epidemias, Carlos
Borromeu, está ilustrada nos relevos.
PALÁCIO DE SCHONBRUNN – DE ERLACH EM VIENA

O Palácio de Schonbrunn é mais
conhecido por ter servido de moradia
à Imperatriz Elizabeth, “Sissi”, ao
Imperador da Áustria Francisco José.
A imperatriz foi assassinada em
Genebra, em 10 de setembro de
1898, por um anarquista italiano. Mas
a história do palácio vem desde o
tempo de Leopoldo I, em 1686,
passando pelo reinado de Maria
Tereza (1749). O castelo foi sendo
ampliado ao logo dos anos.
Criaram o Jardim Zoológico (1752),
as Ruínas Romanas (1778), o
Pavilhão na Fonte Bela em 1779,
Monumento Gloriette (1775), a
Fonte de Netuno em 1780, e a Casa
das Palmeiras (Palmenhaus) em
1883. Outras alas foram criadas e foi
nesse castelo que Francisco José I
nasceu e faleceu (1830-1916).
Schonbrunn assistiu a abdicação da
coroa do último imperador austríaco,
pondo fim a monarquia nesse país.
NA ALEMANHA: NEUMANN E TIEPOLO

O Palácio Episcopal de Würzburg e o salão Kaisersaal ( 1751 ), decorado com branco, ouro e tons
pastel – a combinação preferida do barroco nos meados do século XVIII e do rococó no momento
seguinte. Elementos estruturais como colunas, pilastras e arquitraves foram reduzidos ao mínimo.
As superfícies brancas são totalmente cobertas por desenhos ornamentais irregulares, rendilhados
e ondulados. Um repertório nascido na França de 1700 e que é a marca característica do estilo
rococó, que em conjunto com o barroco alemão, se mostra combinado à tradição ilusionista a partir
do domínio da luz e da cor nos afrescos de Tiepolo no Palácio
O PALÁCIO EPISCOPAL WÜRZBURG E A KAISERSAAL / HALL
DOS IMPERADORES - BERLIM
IGREJA DE DIE WEIS - DE ZIMMERMANN

Esta Igreja apresenta o melhor traçado espacial dos meados do século XVIII. Sua
fachada é simples perto da riqueza do seu interior, indicando uma revalorização, ao
extremo, da arquitetura gótica, a qual Guarini se referira.
O BARROCO NA INGLATERRA


Na Grã-Bretanha, o barroco tornou-se
um estilo bem diferente do que se
praticava na Itália, na Áustria e na
Alemanha. A diferença fundamental era
o fato de que o Reino Unido era um
país protestante, portanto este
barroco inglês era mais discreto,
mas não menos relevante. Nesse
sentido, a nova Catedral de São Paulo
( 1675 – 1710 ), na cidade de Londres
é um exemplo interessante. Tendo a
Igreja sido realizada pelo matemático
Christofer Wren, ela possui uma
cúpula, encimando um edifício
longo, em forma de cruz e feito de
pedra portland branca. As colunas da
fachada são colocadas em pares
independentes, e as estátuas estão
colocadas em posições elevadas, S.
Paulo está acima do pórtico central,
flanqueado por S. Pedro ( esq. ) e S.
João ( dir. ). O frontão do pórtico
representa a cena da conversão de S.
Paulo ao cristianismo.
Catedral de São Paulo
CASAS DE CAMPO E EDIFÍCIOS CÍVICOS – O
BARROCO NA INGLATERRA

Wren, Hawksmoor e John
Vanbrugh ( soldado,
dramaturgo e viajante ),
projetaram uma série de
palácios, casas de campo e
edifícios cívicos. Mais
modestos e de construção
delicada, se comparados a
outras edificações barrocas
do continente. O barroco
inglês funcionava bem em
uma escala mais modesta,
como demonstram a Casa
Chettle em Dorset de
Thomas Archer, o Hospital
Real de Wren em Chelsea,
além do Mausoléu Castle
Howard em Yorkshire. Este
com uma capela, abaixo da
qual se encontra uma cripta
com abóbada circundada por
64 nichos para os mortos.

Mausoléu Castle Howard
CHETTLE HOUSE E O HOSPITAL REAL
O BARROCO NO FRANÇA: VERSALHES

Os franceses adotaram a
arquitetura renascentista à medida
em que o poder da Monarquia
aumentava de uma maneira sem
precedentes durante o Reinado de
Luís XIV, o “Rei Sol” ( 1643 – 1715
). O absolutismo francês pedia o
tipo de arquitetura romana,
grandiosa. Mas Versalhes ( 1661 –
1756 ) foi algo diferente. Um
palácio colossal situado em uma
paisagem infinita, e com seu
famoso salão dos espelhos. Além
dos pares de colunas coríntias
dispostas repetidamente na
fachada com frontão, tornou-se
marca de boa parte da
arquitetura clássica francesa ao
longo do século XVIII. Além de
enormes jardins que se estendem
pela parte externa do Palácio. Foi o
arquiteto Jules Mansard quem
ampliou a fachada, e acrescentou a
galeria de espelhos com 70 m de
comprimento e a suntuosa capela
real no início do século XVIII.
CARACTERÍSTICA DO BARROCO EM VERSAILLES

As características barrocas, ainda que
não oficialmente reconhecidas, podem
ser compreendidas no esforço de
utilizar o trabalho combinado de
arquitetos, escultores, pintores e
artífices na criação de conjuntos de um
esplendor jamais atingido. Subordinar
todas as artes a um único fim – no
caso a glorificação de Luís XIV – já
era um conceito do barroco. Lebrun,
o pintor a quem coube a
superintendência de todos os projetos
artísticos do monarca, serviu-se
livremente das reminiscências de
Roma. O Salão de Guerra do Palácio
parece próximo à Capela Cornaro.
Le Vau desenhou o plano da fachada
do jardim, e com Jules Mansard,
como já dito, o projeto sofreu
grande ampliação, com o Salão de
Guerra em uma das extremidades e
o Salão de Paz na outra.
OS SALÕES DE GUERRA E DE PAZ - VERSAILLES
TETO DA GALERIA DOS ESPELHOS E CAPELA REAL
A IGREJA DOS INVÁLIDOS

Assim como Versalhes,
os Inválidos, a igreja do
complexo construído por
Luís XIV para os
soldados veteranos, foi
projetada para
impressionar. O seu traço
mais importante é a
fachada dominada por
uma enorme cúpula
encimada por uma
lanterna dourada que
se ergue a 106 m do
solo. Na parte inferior
há colunas duplas. A
seção central da
fachada, que abrange os
dois pisos, é sustentada
por enormes colunas
encimadas por um
frontão grandioso.
A PLACE VENDÔME

A Place Vendôme marca um momento fundamental em que o planejamento urbano francês do final
do século XVII pretende apresentar os espaços públicos de forma retangular, totalmente uniforme,
rodeado de fachadas harmoniosas com gigantescas pilastras. Ao centro ergue-se a coluna de
Napoleão, que originalmente ostentava uma estátua de Luís XIV em seu cavalo.
ROCOCÓ : 1730 - 1780
França, Irlanda, Espanha, Portugal e Brasil
A Alemanha e o ápice do Rococó
O SURGIMENTO DO ROCOCÓ NA FRANÇA

O rococó – termo que deriva
de rocaille ( tendência
decorativa francesa para
mexilhões e conchas de
gesso invertidas ) surgiu na
corte do Rei Luís XIV. O
primeiro exemplo existente
foi um quarto decorado
com uma delicada fantasia
de pássaros, macacos,
máscaras e outros pelo
pintor Claude Audran no
Château de la Menagerie
para a noiva de treze anos
de um dos netos do Rei Sol.
Isto ocorreu em 1690, mas o
estilo só se firmou realmente
anos depois, nos salões,
régios ou não, de Paris no
século XVIII. Marcado por
montes de gesso decorativo
e dourado, além de e
espelhos por toda a parte.
AS RESIDÊNCIAS URBANAS DA NOBREZA - HÔTELS

Place des Vosges, com nove
casas de cada lado, de
arquitetura intacta há 400 anos.

Depois da morte de Luís XIV,
muitos nobres decidiram não
mais voltar aos seus châteaus
e continuar morando em Paris,
onde construíram elegantes
residências, conhecidas como
hôtels. Como os terrenos da
cidade eram geralmente
pequenos e irregulares, não
oferecendo grandes
oportunidades para exteriores
grandiosos, de modo que a
disposição e a decoração
das salas logo se tornou a
preocupação principal dos
arquitetos. Neste momento,
os “projetos para residências
particulares” ganharam nova
importância, para além das
encomendas advindas do
Estado. Em resposta às novas
necessidades, os arquitetos
franceses criaram o estilo
rococó, ou o estilo Luís XV.
A EXCENTRICIDADE DO ROCOCÓ FRANCÊS

O nome rococó é adequado, 
embora tenha sido dado
como caricatura de rocaille,
que era um eco do barroco
italiano que designava a
alegre decoração de grutas
com conchas e pedras
irregulares. O rococó
corresponde a um requinte
em tom menos sóbrio do
barroco curvilíneo e “elástico”
de Borromini e de Guarini, por
isso combinava-se bem com
a arquitetura barroca tardia da
Áustria e da Alemanha. Na
verdade, o rococó não foi
um estilo exatamente
arquitetônico. Foi uma
espécie de barroco
exercido com um toque
alegre, excêntrico e
exagerado nos detalhes.
A casa chinesa - pavilhão no estilo Chinoiserie. Este
estilo consiste numa mistura do rococó com
elementos da arquitetura Oriental ( 1755 – 1764 )
PRINCIPAIS ELEMENTOS DO ROCOCÓ

Portanto, em sua melhor
expressão, o rococó foi um
movimento que acrescentou
leveza e graça à arquitetura
clássica. Externamente, sua
melhor expressão aparece no
desenho de extravagantes
torres de Igrejas e Palácios,
além das grutas feéricas
espalhadas pelos parques
ajardinados das mansões
rurais. Os seus principais
elementos foram os espelhos
decorados, muitos deles
colocados em galerias, os
trabalhos em estuque, os
tons pastéis, brancos e
dourados, como dito, e nas
fachadas o excesso de
torreões, pináculos e
estátuas, muitas delas de
alegres querubins.

Palácio Sans Souci - França
O ÁPICE DO ROCOCÓ NA ARQUITETURA BÁVARA (
RETORNANDO À ALEMANHA BARROCA )

Salão dos espelhos, Pavilhão de
Amalienburg / Munique 1734-9
de François de Cuvilliés

Na decoração dos exteriores
do estilo rococó, utilizavam-se
comumente motivos
ornamentais para rodear
portas e janelas, nas paredes
e tetos. Geralmente de
madeira ou estuque, os
motivos rococó típicos
incluem ornatos em C e S,
conchas, flores, samambaias e
formas coralinas. Dessa forma,
o espírito do rococó é
exemplificado nos vários ramos
das artes decorativas. Não era
incomum pintores e escultores
produzirem desenhos para
tapeçarias e porcelana. Vale
ressaltar que na Alemanha, o
rococó foi utilizado de forma
exagerada nos interiores das
Igrejas, como na Igreja Abacial
de Johann Fischer von Erlach de
1737, ou a
ABADIA DE OTTOBEUREN DE FISCHER – 1737.
O ZWINGER EM DRESDEN - ALEMANHA

O Zwinger é um edifício único na
Europa, um complexo que associa
jardim, teatro e galeria de arte. No
entanto, seu objetivo como lugar de
entretenimento da nobreza é claro: é um
edifício elaborado a partir da mistura de
Barroco tardio e Rococó emergente,
em que a arquitetura e a escultura se
combinam e se fundem. O Zwinger foi
construído para um príncipe abrigar a
sua coleção de arte e acolher festivais
de teatro. Feito pelo arquiteto Daniel
Pöppelmann, que denominou-o como
“arena romana”. Foi grande a sua
influência para o desenvolvimento do
rococó, tanto na arquitetura eclesiástica
quanto na secular. A planta do Zwinger é
simples: um grande jardim quase
quadrado, com curvas em abside (ala
de um edifício que se projeta para
fora de forma semi-cilíndrica ou
poliédrica e em que o remate superior
é geralmente uma semi-cúpula ou
abóbada ) em cada extremidade,
abrigando pavilhões de dois andares
que também serviam de entrada. Os
pavilhões são repletos de
exuberantes esculturas decorativas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEXTO E IMAGENS
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http://arquitetofala.blogspot.com.br/2011/12/arquitetura-barroca-erococo.html
http://www.istoe.com.br/reportagens/5942_NA+CORTE+DO+REI+SOL