Imagine “emprestar” suas pernas a crianças e adolescentes com
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Imagine “emprestar” suas pernas a crianças e adolescentes com
I magine “emprestar” suas pernas a crianças e adolescentes com deficiência para que eles possam sentir a emoção de cruzar a linha de chegada de uma grande prova? É exatamente isso o que propõe o projeto social Pernas de Aluguel, ligado à Casa da Criança Paralítica de Campinas. Segundo o coordenador do projeto em Campinas, João Marcelo Eleotério, o programa, sem fins lucrativos, tem como foco promover a integração social e oferecer diversão aos cadeirantes e também aos corredores. “O objetivo é proporcionar às pessoas com deficiência uma verdadeira inclusão por meio da corrida de rua e oferecer aos atletas voluntários a oportunidade de transformar a linha de chegada em algo mais do que especial”, diz Eleotério. Para ele, a responsabilidade e a logística são os maiores desafios, mas o resultado é bastante recompensador. “Ver o sorriso e a satisfação de cada pessoa com deficiência se divertindo durante a corrida e cruzar a linha de chegada é extremamente gratificante. A reação do público a cada prova nos faz pensar que estamos na direção certa. Inclusão já”, completa. A iniciativa completou seu primeiro aniversário no domingo passado, durante a Corrida e Caminhada Mais Vida Boldrini, na Praça Arautos da Paz, no Taquaral. E com motivos para comemorar. Nesse período, o número de triciclos mais do que dobrou – passou de três para sete. A causa também conquistou mais corredores e já soma 225 voluntários, 30% a mais do que no início. “Os corredores são voluntários que conduzem triciclos com as pessoas com deficiência física por toda a extensão das corridas de rua. Eles se revezam a cada quilômetro para que todos tenham a sensação de empurrar alguém tão especial”, conta. A atividade engloba crianças e jovens com paralisia cerebral de leve a severa, autistas, crianças com Síndrome de Down ou outras deficiências físicas ou mentais. Apesar do crescimento do Pernas de Aluguel, ainda há uma longa lista de espera com cerca de 80 crianças e adolescentes com vontade de participar das corridas. “Crescer não é a nossa meta. O que realmente queremos e precisamos é de corredores dispostos a emprestar suas pernas”, diz o coordenador. Os interessados em ajudar podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo Whatsapp (19) 99924-8636. Metrópole – Como surgiu a ideia do Pernas de Aluguel? João Marcelo Eleotério – Inspirados na dupla Dick Hoyt e Rick Hoyt, conhecidos como Team Hoyt (o pai corre e faz triatlo com o filho tetraplégico), damos a oportunidade para cadeirantes sentirem a mesma emoção que essa dupla sente há anos. Nossa diferença é que damos essa oportunidade aos cadeirantes que não têm a sorte de ter pais corredores ou não têm condições de possuir um triciclo para a corrida. Qual é o objetivo social do projeto? É proporcionar às pessoas com deficiência uma verdadeira inclusão por meio da corrida de rua e oferecer aos atletas voluntários a oportunidade de transformar a linha de chegada em algo mais do que especial. Como se sente ao realizar um trabalho como esse? A responsabilidade e a logística são os maiores desafios, mas ver o sorriso e a satisfação de cada pessoa com deficiência se divertindo durante a corrida e cruzar a linha de chegada é extremamente gratificante. A reação do público a cada prova nos faz pensar que estamos na direção certa. Inclusão já! Qualquer corredor pode participar? Sim, qualquer pessoa que consiga correr pelo menos cinco quilômetros e esteja cadastrada em nosso site (www. pernasdealuguel.com.br) pode participar. Não precisa ter experiência, basta ter vontade. Os corredores são voluntários que conduzem triciclos com as pessoas com deficiência física por toda a extensão das corridas de rua. Eles se revezam a cada quilômetro para que todos tenham a sensação de empurrar alguém tão especial. Quantas crianças e jovens são beneficiados? Temos sete triciclos, mas algumas crianças e adolescentes possuem seu próprio triciclo. Então, temos de dez a 12 crianças participando de cada prova. A atividade engloba crianças e jovens com paralisia cerebral de leve a severa, autistas, crianças com Síndrome de Down ou com outras deficiências físicas ou mentais. Como é possível ajudar? No momento, o que realmente precisamos é de pernas. Precisamos de mais voluntários corredores para empurrar nossas crianças e adolescentes. Para ajudar, basta acessar o site e fazer a inscrição. Até onde o senhor acredita que esse projeto pode crescer? Crescer não é a nossa meta. O que realmente queremos e precisamos é de corredores dispostos a emprestarem suas pernas. Que mensagem deixaria para a sociedade? A mensagem seria para os pais, os voluntários e as instituições para que tenham um olhar solidário em relação a essas pessoas que são tão necessitadas de carinho, auxílio e oportunidades. São eles que fazem um papel importante no bem-estar social e individual de cada uma delas. n campinas 29/5/16 metrópole 7