Um fenômeno desafiador

Transcrição

Um fenômeno desafiador
Ufologia à Luz dos Fatos
Introdução
Um fenômeno
desafiador
D
escrever a Ufologia com um novo paradigma é uma proposta inovadora no
campo das idéias. Esta obra vem ampliar plataformas de estudos teóricos
e práticos através de um contexto abrangente, que envolve várias áreas do
conhecimento. Por isso, mesmo que a Ufologia possa ser apostadora do
“novo”, o seu conceito é acima de tudo utópico, esperançoso da verdade. Assim, ela
deve andar de mãos dadas com a verdade e a ética. Isso não é algo abstrato, mas muito
presente na tarefa de construir um mundo melhor. Essa tarefa é de responsabilidade
igualmente dos ditos ufólogos que se encontram em formação para exercê-la.
Este livro visa estabelecer uma relação dialética com a veracidade e a rigorosidade
da informação. Isso se impõe nos referenciais de análise que são comprometidos por
processos existenciais de uma nova postura na pesquisa e apresentação de idéias. Seus
ensaios apontam de forma pedagógica reflexões sobre Ufologia e o que se pretende
proporcionar como conhecimento a respeito. Entre os objetivos está o de incentivar
a pesquisa e principalmente a compreensão crítica do seu processo, além de assegurar
o encontro ativo do sujeito com o objeto de estudo.
Os raciocínios dedutivos e indutivos, devidamente exemplificados, permitirão
uma melhor utilização de metodologias para um sólido domínio de capacidades e
habilidades de observações. No âmago deste documento desenvolvemos uma das
modalidades específicas e mais importantes da Ufologia, que é o trabalho de campo
e vigílias, o registro dos fatos no cenário ufológico mundial. A tarefa de um ufólogo
exige múltiplas ações no campo do saber. As mais importantes são as capazes de
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Roberto Affonso Beck
provocar impactos sociais com suas informações. Espero que esta obra traga algumas
referências teóricas e práticas que possam facilitar a apropriação dos novos avanços
no campo ufológico. Que traga também conceito de pesquisa de campo e vigílias,
aqui entendidos com concepção e tomada de consciência. A compreensão pertinente
à ação requerida compreende o fazer pesquisa, o refletir e o aprender a selecionar as
informações. A reformulação de suas ações e a depuração de seus procedimentos são
diretrizes enunciadas que garantem a construção de um novo olhar ufológico.
Roberto Affonso Beck,
João Pessoa (PB), setembro de 2005
“
Não existe nenhum
caminho lógico
para descobrimento
das leis elementares.
O único caminho
é o da intuição
”
— Albert Einstein
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Ufologia à Luz dos Fatos
Capítulo 1
Ensaios e construções
históricas da Ufologia
A
busca do conhecimento ufológico é na verdade um caminho dialético e
ao mesmo tempo pragmático. Para conhecer esse assunto com o mínimo
de pressuposições são necessários dois planos, ou seja, o sensório físico e o
representativo intelectual no campo das idéias. Nesta ação, contudo, não
se confrontam fatos e nem relações que percorram e se apresentem de forma tão
evidente no campo empírico. No plano intelectual as opções são feitas pelo sujeito
conforme a razão e o juízo. Inicialmente convém lembrar que, ao propor apenas
registrar idéias é possível fixar-nos em erros cometidos pelos sujeitos na forma de
observar o fenômeno. São frutos de processos e experiências em que o papel do
ufólogo é fundamental na construção pragmática do conhecimento e do saber.
Cabem algumas perguntas para nosso diagnóstico e reflexões.
Durante muitos anos, em tempos milenares, os extraterrestres foram os responsáveis pela formação do planeta Terra e implantaram aqui os primeiros seres humanos?
Eles administravam conhecimentos e ofereciam recursos e tecnologias bem avançadas
em relação à época? Eram seres superiores que forneciam as bases científicas para todas
as civilizações? Os extraterrestres eram parceiros na construção e nos disponibilizavam
recursos, como habilidades técnicas para lidar com o cotidiano? Seriam deles o legado
desse imenso monumento cultural? Até que ponto os extraterrestres colaboraram no
campo do conhecimento para ações terrestres? E o principal questionamento que surge
nos vários setores da Ufologia contemporânea — e muitos já o aceitam, inclusive nós
— é quanto a nossa origem extraterrestre, que não é nem espiritual, como querem os
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Roberto Affonso Beck
religiosos, nem evolucionista, como deseja a ciência. A origem das raças neste nosso
planeta está em implantações realizadas por seres extraterrestres. São esses questionamentos que nos suscitam o desejo de conhecer o novo, a história verdadeira ocultada
até hoje. A matéria pesquisada possui especificidades no trato das metodologias. Desta
forma, consegue incitar um trabalho mental que sobrecarrega a eficiência do inestimável,
que é a verdadeira reflexão própria. A Ufologia proporciona à pesquisa o acesso a um
trabalho de cunho cultural e particularmente na área empírica.
O desenvolvimento de suas capacidades de observação passa pela formação
das idéias. Apesar dos fatos soarem de modo estranho ao mundo social e cultural do
cotidiano, por outra infinidade de razões suscitam muitas dúvidas. A Ufologia tem
como princípio a aquisição de conhecimentos de outros mundos e ao que tudo indica
já existem nações ditas de primeiro mundo que estão realizando isso, o contato com
seres de outras paragens celestiais, tendo como o principal objetivo o conhecimento
para o enriquecimento do homem terrestre. Por outro lado, procuram estabelecer as
conexões entre tecnologias que irão regular estes saberes humanos. O resultado desse
processo é a transmissão e a assimilação de conhecimentos científicos e sociais, além
de habilidades de outras inteligências. É neste enfoque, nesta realidade suprapessoal
que consiste o objeto de estudo da Ufologia.
Mas há um lado negro que torna a pesquisa ufológica um terreno minado,
cheio de surpresas e decepções causadas por ações preocupantes de alguns ufólogos, o que ameaça constantemente o trabalho de pessoas comprometidas com
a verdadeira Ufologia. É um mundo de idéias que hoje muitas vezes vem sendo
impulsionado por forças estranhas, como certos grupos que se intitulam os donos
da verdade e até outros que se dizem contatados por seres extradimensionais e
extraterrestres. Tudo isso por conta de suas ambições, “estrelismos”, pseudolideranças e desejo frenético do ganho fácil, que quase sempre lhes dá bons resultados
porque, infelizmente, existem milhares de pessoas carentes e mal-informadas
geralmente sem uma base religiosa concreta e de caráter titubeante que se deixam
levar por enganosas promessas de salvação e avistamentos de seres ou suas naves.
Tais experiências nunca se realizam, mas são atrativos para que esses incautos
caiam em suas armadilhas e até se tornem verdadeiros fanáticos.
São esses, entre outros tantos, os tais a quem se referiu o mestre Jesus: “São
cegos que conduzem cegos. Cairão todos nas profundezas abismais”. Acaba a Ufologia
sendo rebaixada, massificada e diminuída por tais pessoas, muitas das quais nem
sequer tiram o traseiro das poltronas de seus escritórios para realizar pesquisas
de campo e vigílias, vivendo à cata de ocorrências relevantes com o objetivo de
se projetarem na mídia como “pesquisadores do acontecimento”. Muitos desses
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Ufologia à Luz dos Fatos
nunca viram um verdadeiro disco voador, nem uma “luzinha” diferente, como
dizem alguns, situação compensada pela ação de outros, verdadeiros batalhadores
que também, apesar de nunca terem visto nada, realizam obras relevantes para o
meio ufológico e para o público em geral. Quase sempre têm prejuízo financeiro
e até são agredidos por invejosos e mistificadores.
O pior é que a mídia, de uma forma quase geral, costuma não saber distinguilos e vemos, com certa amargura, esses tais mistificadores, verdadeiros enganadores do
povo, serem prestigiados e promovidos como se fossem missionários ou embaixadores
de extraterrestres. Essa tragédia vem se intensificando em grupos místicos e científicos,
que de científicos mesmo nada têm. Tal estudo exige mais intelectuais de atitudes
críticas e equilibradas e menos chefes de “gangues ufológicas”, menos sonhadores
e mais gente pé-no-chão. Em ações de dominação, exploração, autoritarismo ou
fanatismo muitas vezes é adotado um eu que não pertence ao seu autor. Quanto
mais adota tal procedimento, mais é possível perceber a propagação do sentimento
comum de expurgá-la, apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo.
Este é o momento que vive a Ufologia. Vive essa transição que já não satisfaz
ao pesquisador crítico e inteligente. Na atualidade, toda relação de domínio, agressão ou exploração do sentimento alheio, violenta. Daí catalogarmos esses radicais
como desumanizadores do homem. Posições irracionalmente sectárias devem e
vão ser expurgadas de nosso meio. Ufologia é um novo clima cultural, que começa
a se formar com um grande número de instituições equilibradas, formadas por
pessoas inteligentes e cultas que estão se sobrepondo aqueles e que já começam a
se integrar com matizes até então despercebidas. Estão ganhando espaço graças a
seu trabalho silencioso, eficiente e permanente, e tal é o clima de esperança em que
nasce um paradigma, sob o impacto de uma crescente curiosidade, que implica em
uma participação do povo em geral, o mais interessado nesse processo histórico,
e em seus resultados, que vai aos poucos deixando a idéia de que a Ufologia é
constituída por idéias exóticas de um bando de alucinados.
Daí considerarmos que o seu estudo não pode ser feito com “intransitividade da consciência” [Característica da imersão do povo, da sua atitude reflexa, não
crítica, do seu incompromisso com a existência], que é a passagem de um estado para
outro na prática da pesquisa ufológica. É o que o sociólogo Fernando de Azevedo
chamou de “limitadas sobre si mesmo”. É a imagem em que se situam além de
sua esfera física. A transitividade é a forma de ver o resultado das modificações de
nossa visão, em ver as coisas, os fenômenos etc. Cada página desta obra marca um
momento de pausa para o leitor refletir e organizar uma reação esperada. É com
base nessa dialética que pensamos as pesquisas ufológicas.
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Roberto Affonso Beck
Utopias do conhecimento
Não estou convencido ainda de ações ou pensamentos que aparecem e que
abordam questões ufológicas. Em tais conjuntos de pensamentos residem algumas
utopias comportamentais do homem. E com este espírito crítico e pragmático é que
vejo a ética, dentro da Ufologia, não ser devidamente respeitada por muitos ufólogos
tidos como os “papas” do assunto. Porém, independentemente deste estado de coisas,
a psicologia da Gestalt [Termo intraduzível do alemão utilizado para abarcar a teoria
da percepção visual baseada na psicologia da forma] pode ajudar na interpretação
dos fenômenos. Porque uma gestalt é uma forma de ver o irredutível. Formulada
no final do século XIX na Alemanha e Áustria, a teoria afirma que não se pode ter
conhecimento do todo através das partes, e sim das partes através do todo. Que os
conjuntos possuem leis próprias e estas regem seus elementos, e não o contrário,
como se pensava antes. E que só através da percepção da totalidade é que o cérebro
pode de fato perceber, decodificar e assimilar uma imagem ou um conceito. Muitas
vezes recorremos às teorias para um melhor domínio da matéria e da sensibilidade
crítica do conteúdo visto. A capacidade do ufólogo selecionar a informação correta
é um requisito para atingir seus objetivos.
No mundo da Ufologia podemos argumentar que sonhar é trazer o conhecimento específico para o campo da pesquisa de uma realidade. O desenvolvimento do
juízo moral nos fala exatamente de novas transformações por que passa o planeta Terra.
Uma nova reorganização se faz neste novo milênio. No meio dos novos ufólogos surge
um debate que apela a uma nova postura e certa coerência no pensamento dos jovens.
Este pensamento é como um gestor das verdadeiras dinâmicas de emancipação de uma
nova pesquisa que tenta postular a validade ufológica. Vejo que novos vanguardeiros
surgem nesse campo de pesquisas e que serão eles os futuros herdeiros para legitimar
posições e, quem sabe, futuras doutrinas que deverão compactuar para que a Ufologia
se torne reconhecida, enfim, como uma ciência social.
A Ufologia será então aberta às novas transformações que se darão no mundo futuro e provocará a reorganização do mundo científico, que ressurgirá como
uma refundamentação de conhecimentos e de princípios científicos. Terá ainda
um papel de essencial importância ao conduzir a humanidade a novos processos
de libertação religiosa e mística que acabarão reeditando paradigmas sob a luz de
novas realidades. Esses aspectos enraizados na tradição ufológica muitas vezes não
permitem avançar sobre mudanças de realidades e redefinir-se neste mundo. Cabe
a nós buscar bases científicas específicas, que se fazem necessárias para se formar
mentalidades com paradigmas e condições emancipadas.
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Ufologia à Luz dos Fatos
A Simbiogênese [Teoria da Evolução oposta à Seleção Natural, de Charles Darwin,
que se baseia na cooperação, em vez da competição] e suas bases teóricas são auxiliadas
por outras disciplinas como a física, a mecânica, a biologia, a astrofísica, a sociologia,
a matemática e outras áreas do conhecimento humano. Poderíamos ainda afirmar
que suas práticas não sobreviveriam sem as pesquisas de campo e vigílias insistentes e
permanentes, nas quais as informações surgem de maneira abundante, embora jamais
definitivas. Tudo indica que os tais personagens que nos visitam não estão muito interessados em satisfazer nossas naturais curiosidades a respeito dos mesmos. Isso sem
mencionarmos, por enquanto, o estranho e incompreensível acobertamento que vem
sendo adotado pelos governos sabedores dessa grande realidade em nível mundial.
No seu reconhecimento como cientificidade insisto em afirmar que a Ufologia
caminha para novas compreensões e os verdadeiros ufólogos terão muito que descobrir nas formulações de suas leis e doutrinas. Surge então a questão de sua própria
competência entendida como domínio dos conteúdos, dos métodos e das técnicas
aplicadas. Sendo entendida, também, como domínio das probabilidades de fazer
pesquisa, a formação de cada ufólogo. Essa é uma exigência plenamente justificável
na pesquisa ufológica: a vigília e o trabalho de campo não podem compactuar com
a mediocridade, com o superficialismo, com o estrelismo e os egos exacerbados de
alguns. Há que se realizar um trabalho para o todo e não para o indivíduo. E é por
isso que vemos muitos ufólogos desistindo no meio da caminhada.
Mas, apesar desses, a Ufologia caminha para uma nova consciência social,
qual seja, a de se colocar como referência os fatos verdadeiros e caminhar devidamente amparada pela ciência, construindo desta forma, uma nova consciência
social capaz de mobilizar toda a humanidade não só para uma atuação concreta,
mas também para o compromisso de construir novos saberes. Assim será possível
libertar o ser humano desses grilhões de ignorância que nos foram impostos ao
longo de centenas de anos de obscurantismo e de interesses mesquinhos de toda
ordem, inclusive de ordem religiosa que hoje não passam, aos que têm olhos para
ver, de verdadeiros vendilhões de templos modernos, de verdadeiras indústrias
de captação do vil metal e formadoras da ignorância e de fanatismos. Grandes e
pequenas religiões, grandes negócios, essa é a triste realidade.
Esta transição frente à descoberta e à entrada de um novo conhecimento, de
um novo sistema, geralmente provoca o que a psicologia chama de ecosinesias ou
ecopraxias [Vigotsky, Piaget e Wallon], em que a ausência do modelo torna a verdade
inquestionável. É nessa concepção que surge o medo frente ao novo. Tais opções
determinam como o ufólogo vai conduzir suas investigações. Seu entendimento
sobre o objeto estudado é quase clássico e torna-se nítida a observação e confusão
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Roberto Affonso Beck
sincrética desse sujeito. Este drama relacional, sujeito e objeto, é que para Henri
Wallon constitui a explicação das coisas. Alguns ufólogos então passam por um
sincretismo em egocentração às explicações autocentradas, contrapondo-se a outras tendências. Trata-se do egoísmo autocentrado ao transmitir para outros idéias
controversas e confusas a respeito de um fenômeno real e pesquisado por outrem.
Daí a explicação é estabelecer-se às condições de necessidades dos fatos.
Para Wallon, explicar é determinar condições de existência. Entendimento que
abarca os mais variados tipos de relações, tais como: espaciais, temporais, modais, dinâmicas,
além dos causais strictu sensu. Este sincretismo do sujeito com o objeto da pesquisa e da
teoria é que forma a experiência e também define a Ufologia, que consiste em atividades
pragmáticas, tratando-se então de mais um ideal, um procedimento de ações realizados
na pesquisa em questão que podemos deduzir deste trabalho, enquanto pesquisas de
campo e vigílias. Pressupõe um mínimo de sistematização do acompanhamento para
obter compreensão dos conteúdos anotados e observados.
A partir de tais raciocínios e depois de muito pensar, além de atender às solicitações de alguns amigos, é que resolvi escrever este livro. A partir do próximo capítulo
passarei a relatar somente algumas das centenas de realizações de pesquisas de campo e
vigílias por mim realizadas, com o objetivo de propiciar ao leitor condições adequadas
para avaliar todo o seu conteúdo e se assenhorear de algumas situações durante a realização das mesmas. Situações às vezes muito sérias, até hilariantes, em que somente o
ufólogo que arregaça as mangas e vai para a luta pode vivenciar. Vamos aos fatos.
A história da Ufologia em Brasília
Para falar de Ufologia em Brasília não podemos deixar de mencionar algumas ocorrências próximas à capital. No Estado de Goiás, bem próximo à divisa
com a capital federal, também aconteceram casos significativos. Entre eles foram
registrados fatos importantes na Fazenda Vale do Rio do Ouro, antiga Chapadinha, onde para lá seguiam caravanas de pesquisadores e curiosos de Brasília.
No fim dos anos 60 e início da década de 70 [1968 e 1975] se intensificaram os
fenômenos luminosos relacionados às atividades de sondas ufológicas na região, do
qual faremos um resumo mais adiante. Entretanto, desde o início da construção
da nova capital já se ouvia falar de avistamentos de estranhos objetos metálicos
durante o dia e luminosos à noite, circulares, esféricos etc. Porém, os mesmos não
só foram vistos pelos candangos, como também por outros pioneiros que vieram
trabalhar nos diversos campos de atividades da gigantesca obra. Comentava-se, na
época, que o próprio presidente Juscelino Kubitschek teria visto um desses objetos
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Fotos cortesia do Autor
Ufologia à Luz dos Fatos
Padre Raimundo e três de suas fotos do objeto no Núcleo Bandeirantes. Na época, foram tidas como verdadeiras e que se tratavam do mesmo objeto observado
por dezenas de pessoas, inclusive pelo presidente da Novacap. Será?
sobrevoando a região. E desse período têm-se como verdadeiras as fotos realizadas
por um certo padre, professor do Colégio Dom Bosco, em outubro de 1959, no
Núcleo Bandeirantes, chamado Raimundo Nascimento Teixeira.
O padre Raimundo conta que estava andando pelo Núcleo Bandeirantes, em
outubro de 1959, quando viu uma multidão que observava no céu azul e com poucas nuvens. Eram cerca de 10h00 e um estranho objeto se movimentava e parava no
espaço. Entre as pessoas que observavam o fenômeno estava um aluno de Raimundo,
com uma pequena máquina fotográfica, do tipo caixote. Com ela o padre fez seis fotos
daquele que chamou de disco voador, destacando que no meio daquela gente também
se encontrava o então presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil (Novacap), o doutor Israel Pinheiro. Dias depois, encontrando-se com Pinheiro
na Novacap, Raimundo mostrou e deu ao presidente as três melhores fotos, ficando
apenas com os negativos. O padre resolveu então encaminhar o material a um primo,
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Roberto Affonso Beck
que trabalhava na Marinha Brasileira no Rio de Janeiro, justamente no serviço de
análises de fotografias. Passaram-se alguns meses sem que o militar enviasse notícias.
Foi então, quando um professor do Colégio Dom Bosco fez Raimundo atentar para
a importância daquelas fotos, pela documentação do ocorrido, bem como seu valor
histórico e científico, que o padre despertou para essa realidade e imediatamente
solicitou ao tal primo que remetesse os negativos de volta.
Pouco tempo depois recebeu o material com outras fotos reveladas, entretanto sem nenhum laudo técnico, como se não tivessem dado muita importância
às imagens nem ao fato, ocorrência essa que nos parece um princípio de acobertamento, já por demais conhecido de todos nós ufólogos, pela sistematicidade de
ocorrências semelhantes ao longo de todos esses anos. Conheci pessoalmente o
padre na residência do também professor Maurício Panisset, o qual me confirmou
toda essa história, acrescentando que anos depois jogou fora, tanto os negativos
como as fotografias reveladas, e que não desejava mais saber de tal assunto, em que
pese uma entrevista a jornal da cidade haver dito que o universo poderia abrigar
sim outros tipos de seres inteligentes e que o próprio Jesus houvera dito que “na
casa de meu Pai existem muitas moradas”, em uma afirmação bem clara a respeito
e que não poderia haver outra interpretação que não esta.
Na ocasião, foram publicadas as fotos que em uma análise bastante superficial
e mesmo que não sejamos experts em fotografias, nos parece tratar-se de três coisas
completamente diferentes, a não ser que o tal objeto voador não identificado, ou disco
voador como queria o padre, tivesse tido a capacidade de se modificar estruturalmente
em pleno ar. Já ouvimos falar de casos semelhantes em que naves desconhecidas mudam de forma em tais circunstâncias ou seriam essas fotos uma grande mistificação?
O leitor pode estar se perguntando: “Logo de cara esse camarada coloca dúvidas em
um fato ocorrido em 1959. Caso famoso e presenciado por muitas pessoas! E o título do
livro fala em Ufologia à luz dos fatos. Isso parece estranho”. Exatamente.
É desta forma que pretendo levar até o fim nossas abordagens: bem
transparentes e verdadeiras, cabendo a cada um aceitá-las ou não, tirando daí
suas conclusões definitivas a respeito do assunto. A não ser, é claro, que você seja
um desses ufólogos fracassados que desistiram de pesquisar o assunto no meio
da estrada. A pesquisa ufológica é para quem já tem certeza da coisa, mas deseja
que outros fiquem sabendo de tal realidade e procura provas para apresentá-las
aos leigos. O fato de não serem aceitas por alguns não nos impede de continuar
a busca, porque sabemos que certas pessoas são capazes de contestar a realidade
mesmo se um disco voador pousasse em suas cabeças. Certamente diriam que
estavam tendo alucinação ou sendo vítimas de alguma projeção mental coletiva,
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Fotos cortesia do Autor
Ufologia à Luz dos Fatos
Na primeira foto, o objeto visto pelo repórter fotográfico Pascoal de dentro da
sala, pela janela com o vidro rachado no canto inferior direito. Na segunda imagem,
o mesmo ampliado. A autenticidade foi atestada por especialistas
essas bobagens dessa parapsicologia materialista que todos já conhecem. Com
esses tais não vale perder tempo, muito menos com certos crentes que dizem que
é coisa do inimigo, capeta, demônio, satanás, chifrudo etc.
Caso Candangolândia
O senhor Aclayr Pascoal, repórter fotográfico, trabalhava à noite no escritório
da Polícia Federal situado na cidade de Candangolândia, por coincidência bem perto
do Núcleo Bandeirantes. Eram cerca de 20h00 quando, da sala em que se encontrava,
pôde avistar um objeto de forma arredondada com uma cúpula e todo iluminado de
uma cor branco-intensa. Imediatamente fez algumas fotos das quais se destaca a que
vai publicada e única fornecida, não se sabendo nada a respeito das outras. Evidentemente que as fotos, uma normal e a mesma ampliada, são antigas e, como não
poderia deixar de ser, estão um pouco danificadas.
Os negativos foram analisados por especialistas na época da ocorrência,
chegando-se a conclusão que eram autênticos — não se tratava de luminárias nem de
poste na rua nem de dentro do escritório, reflexo, tampouco raspagem de negativo,
manchas químicas etc. Parece que realmente se tratava de um UFO. Ao longo dos
42 anos em que tivemos a satisfação e honra de viver em Brasília — desde setembro
de 1960, até 30 de novembro de 2002, quando mudamos para João Pessoa (PB) —
tomamos conhecimento de inúmeros casos relativos a tais aparições, chegando-se
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Cortesia do Autor
Roberto Affonso Beck
Os prédios recém construidos da SQS 108. Mais atrás, os da SQS 308, em
construção. Vendo-se os dois prédios na frente dos quais passou o objeto no
Eixão Sul [Da direita para a esquerda]
a afirmar tratar-se de “uma cidade predestinada e altamente mística, a tal ponto de
ser ‘escolhida’ pelos espaciais, físicos e extrafísicos de todo gênero de evolução para suas
constantes visitas”. Daí o motivo do grande número de observações de objetos ou
luzes percorrendo o espaço aéreo. Claro que, assim como ocorre na capital federal,
o fenômeno acontece também em outras cidades, capitais ou não, e em muitas
delas com muito mais intensidade. Basta observar os fatos, quase que permanentes,
no interior da Bahia, de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e de
maneira mais contundente nas regiões Norte e demais estados do Nordeste. Isso sem
entrarmos em considerações a respeito da casuística internacional.
Brasília é uma cidade plana que propicia a visualização freqüente de tais
objetos. São 360º de céu aberto proporcionando uma visão total de seu espaço
aéreo, dependendo do local em que se esteja. Mas daí a afirmar-se que é a mais visitada, predestinada e outras tantas afirmativas do gênero chega a ser temeroso. Isso
acertado, vamos narrar alguns acontecimentos que estudamos e vivenciamos como
pesquisador de campo e assíduo “vigiliador” [Que faz vigílias] ao longo desses anos
no planalto central.
Corria o mês de fevereiro de 1961. Minha prima Waldyra Nogueira Lopes,
funcionária do Ministério da Agricultura, casada com Abel Lopes São João, fotógrafo
dos Diários Associados, morava no apartamento 404, bloco 08 da SQS 108. Ela estava
apreensiva, à janela, porque sua filha, Ângela Maria Nogueira Lopes, ainda não havia
voltado de uma festinha de aniversário do outro lado do Eixão Sul, em frente na SQS
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Cortesia do Autor
Ufologia à Luz dos Fatos
Ângela e o autor na época da ocorrência. Notamos ao fundo, na altura do
meu ombro direito, o prédio em que moravam e de onde foi avistado o objeto.
Vêem-se ainda os postes por cima dos quais passou o disco voador
208. Era meia-noite e do local em que estava podia vislumbrar, à sua esquerda, boa parte
da larga avenida, deserta àquela hora, com seus postes da Companhia de Eletricidade
de Brasília (CEB), altos e em forma de arcos, em cujas extremidades havia lâmpadas de
neon que iluminavam bem a via pública. O silêncio era comum naquela hora da noite
e raramente se ouvia a voz de alguns transeuntes retornando aos seus lares.
Objeto discóide sobrevoa Eixo Sul
Abel estava dormindo já há algum tempo e Waldyra naquela expectativa sem
fim, quando para sua surpresa aconteceu algo que a deixou deveras estupefata, tremendo
de susto. Vindo do seu lado esquerdo, um pouco acima dos postes de iluminação, a não
mais que 15 m de altura, um objeto de cor prateada, sem nenhuma luminescência, de
forma discóide, de uns 10 m de diâmetro por uns 4 m de altura e com uma pequena
cúpula (domo) em cima — sobre sua parte central. Muito devagar e silenciosamente
ele vinha sobrevoando o Eixo Rodoviário Sul.
Excitada, minha prima chamou aos gritos o marido: “Abel! Acorda. Vem ver o disco
voador! Abel acorda! Traz a máquina!” Quando ele acordou e correu para a janela, o objeto
já havia sumido além do espaço seguinte (vazio) e posterior ao prédio que fica em frente
ao bloco 08, onde moravam. O objetivo seguiu em direção ao fim da avenida, não sendo
mais visto. Ângela chegou uns 10 minutos depois da ocorrência e após ter sido perguntada
disse que não vira nada. Eu trabalhava naquela época na antiga Agência Central da Caixa
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Roberto Affonso Beck
Econômica Federal (CEF), na rua da igrejinha, bem em frente à quadra onde eles moravam,
e tão logo a agência abriu Waldyra e Abel apareceram para me contar o ocorrido na noite
anterior. Cabe salientar aqui que Waldyra era completamente cética quanto à possibilidade
de existência desses objetos e muito menos quanto à vida extraterrestre. Depois dessa data
passou a não só acreditar, mas a ter certeza! E sempre que me via não parava de comentar
sobre o ocorrido. Tal fato marcou muito sua vida, é claro!
O Eixão Sul e Norte, como se convencionou chamar, são as “asas do avião”,
já que Brasília tem o formato de uma aeronave. Naqueles tempos quase não havia
movimento de veículos por ali, principalmente tarde da noite. Quem morasse na região
certamente estaria dormindo, com exceção de alguma mãe à espera de alguma filha
vinda de alguma festinha de aniversário. E se Ângela tivesse saído do aniversário 10
minutos antes teria levado o maior susto do mundo, pois tão logo Abel se levantou,
não passaram cinco minutos, ela chegou. Ouvíamos relatos semelhantes de vez em
quando nas rodinhas de amigos nos poucos barzinhos que existiam, principalmente
na W-3 Sul, época em que eu era apenas um curioso sobre o assunto.
Corria a década de 60 quando, já residindo em Brasília desde setembro, iniciamos nossa trajetória com algumas realizações no campo espírita, ao idealizarmos a
fundação da Comunhão Espírita de Brasília (CEB), em 16 de janeiro de 1961, e que,
após colocarmos um anúncio em jornal daquela cidade, conseguimos reunir cerca 30
pessoas na residência do amigo Benoni Baptista Braga, na W-3 Sul, antiga quadra 34,
casa 44, onde concretizamos nosso sonho. Estava fundada a CEB. Devidamente registrada, mudamos para os altos da Casa do Barata, a convite do senhor Mário de Araújo
Carvalho, proprietário daquela empresa, ainda em 1961, e daí para conseguirmos um
terreno na L-2 Sul para a construção da sede definitiva foi um pulo.
Meu “batismo” em Brasília
Foram seis anos de dedicação à doutrina em todos os sentidos, deixando,
inclusive, nossos estudos para trás. Em 1965 a primeira fase da construção já tinha
terminado e havia alguns meses nossas reuniões de estudos aconteciam às segundas e
sextas-feiras, das 20h00 às 22h00. Foi em uma dessas oportunidades, em julho desse
mesmo ano que, ao sairmos da reunião de estudos, eu e minha então noiva Jerônima
vimos bem em frente ao prédio da CEB — na altura da SQS 206, a sede da CEB
era na 606 Sul L-2 — um objeto luminoso de cor alaranjada e maior que o planeta
Júpiter, completamente parado sobre aquela quadra. Fomos para o ponto de ônibus,
pois eu tinha que deixar minha noiva em sua residência e depois voltar para meu
apartamento na 412 Sul, e aquela bola de luz estranha permanecia lá, no mesmo local,
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Cortesia do Autor
ç
Ufologia à Luz dos Fatos
Foto feita em 1960. O autor morava no apartamento assinalado, de onde se podia
visualizar o Eixão Sul mais acima à esquerda, que não aparece na foto. Brasília
sempre foi palco de acontecimentos relacionados a aparições de UFOs
e durante boa parte do trajeto do ônibus continuei olhando para aquilo no céu até
onde não deu mais para ver. Deixei Jerônima e voltei o mais rápido que pude para
o local inicial, mas ao chegar o objeto já não estava mais. Ainda moravam comigo
alguns colegas da Caixa Econômica Federal de Brasília, era uma espécie de república,
com os quais comentei o fato e acabei sendo alvo de uma tremenda gozação.
Fui dormir ainda meio decepcionado comigo mesmo, pois, raciocinando com
mais calma, cheguei a conclusão que não deveria ter entrado no ônibus sem antes conferir todo o desenrolar daquele acontecimento. Havia na época um programa na rádio
Brasília FM chamado Os Cobras da Notícia, que eu costumava escutar às 07h30, e qual
não foi a minha surpresa na manhã seguinte quando os locutores anunciavam: “Brasília
novamente assiste às evoluções de um UFO. O objeto ficou cerca de 20 minutos parado acima
da SQS 206 ontem à noite. Eram cerca de 22h20 e mais ou menos às 22h40 disparou em
altíssima velocidade em direção sul, por cima do Lago Paranoá”. E seguiram narrando sobre
pessoas que tinham visto e telefonemas recebidos durante o avistamento.
Os gozadores, que também estavam na escuta, ficaram calados. E eu rindo à toa.
Tão logo ficou pronta a primeira fase da CEB achei por bem entregar o cargo de eterno
secretário e casei com Jerônima em janeiro de 1967. Tanto eu quanto ela retornamos
aos nossos estudos há muito tempo parados. Aquele acontecimento foi uma espécie
de “batismo” para minha iniciação em pesquisas de campo e vigílias, que só viriam a se
intensificar logo após haver conhecido uma das figuras mais proeminentes da área, o
general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, então presidente da Associação El Morya,
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Cortesia do Autor
Roberto Affonso Beck
Shopping Pátio Brasil, em Brasília, onde os membros da Entidade Brasileira
de Estudos Extraterrestres (EBE-ET) realizaram a 1ª Expoufo, em 2002, e a
2ª Expoufo, em agosto de 2003, ambas com muito sucesso
na sede da qual, em setembro de 1968, iniciou-se nosso relacionamento, infelizmente
interrompido em conseqüência de seu desenlace em 05 de março de 1996. Perda irreparável até os dias atuais para a Ufologia Brasileira e Internacional, dada a sua elevada
formação científica aliada à magnífica sabedoria espírita e teosófica, constituindo-se dessa
forma em verdadeiro exemplo para todos os estudiosos e pesquisadores da casuística
ufológica, bem como dos fenômenos parapsicológicos.
Brasília sempre foi palco de acontecimentos relacionados a aparições de
UFOs. Bem antes de sua fundação já se tinha notícia de que os primeiros construtores e operários costumavam ver naquelas noites estranhas bolas de fogo de cores
variadas, que paravam no céu ou atravessavam a cidade em construção. Diziam que
até o presidente Juscelino Kubitschek teria visto um desses objetos sobrevoando a
região. A data de 12 de outubro de 1968, aprovada em Assembléia do Conselho
de Fundadores da Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET), ficou
sendo como a de fundação do órgão, embora seu registro oficial tenha ocorrido
somente em 20 de dezembro de 1995, no Cartório Marcelo Ribas, 1º Ofício
de Registro Civil das Pessoas Naturais e Jurídicas, sob o número 3.390, livro A,
folha 6. No referido dia foi elaborado o primeiro relatório de pesquisas de campo
e vigílias do grupo, então constituído pelas seguintes pessoas: Roberto Affonso
Beck, economista, Luiz Gonzaga de Macedo Filho, jornalista, doutor Cláudio
Costa, oftalmologista, coronel da Aeronáutica Jacob Zweiter, Sérgio Alejamovitz,
funcionário público, Gina Tamanini, dona de casa, John Batteman, engenheiro
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Cortesia do Autor
Ufologia à Luz dos Fatos
Uma das primeiras diretorias da EBE-ET. Da esquerda para direita: Luiz Cláudio Matias de Souza, Roberto Affonso Beck, Sidney Matias de Souza Thiago
Ticchetti e Gerson Matias de Souza. A equipe prometia
norte-americano, Sebastião Gonçalves Mucury, economista, Djalma Corrêa de
Oliveira, funcionário público e general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa.
Na ocasião todos foram à Fazenda Vale do Rio do Ouro, antiga Chapadinha,
de propriedade do senhor Wilson Plácido de Gusmão, onde realmente pôde-se
constatar a presença de pequenas bolas de luzes que se deslocavam, ora junto ao
chão, ora acima das copas das árvores e morros ali existentes.
História da EBE-ET: um sonho realizado
A partir daquela data, as mesmas pessoas e outras tantas se revezavam nas
pesquisas naquela localidade, chegando por vezes a uma freqüência de três vezes por
semana e um segundo relatório só foi feito seis meses depois, deixando portanto
de ser registradas cerca de 70 pesquisas de campo e vigílias realizadas somente por
mim e alguns desses acompanhantes. Devido a esta “falha” começamos a fazer
relatórios gravados em fitas k-7, mesmo que nada de importante acontecesse em
nossas idas ao local das ocorrências, chegando em meados de 1986 ao número de
864 delas. No mesmo ano resolvemos não mais gravar se algo de importante não
tivesse acontecido. Várias vigílias ainda foram realizadas pelo grupo, cujos relatórios
foram interrompidos naquela época, calculando-se hoje que já passem de 1.000.
Além das pesquisas na Fazenda Vale do Rio do Ouro, selecionamos mais 11 locais
no Distrito Federal, que passaram a ser freqüentados por nosso grupo.
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Roberto Affonso Beck
Na capital federal estão a seguir. Alfa 1: Km 19 da BR-251, hoje km 64
— um dos locais mais ricos em fenômenos luminosos depois da Fazenda Vale do
Rio do Ouro. Alfa 2: “Estrada do Disco Voador” entre Novo Gama e Luziânia,
onde um casal foi perseguido por uma sonda durante meia hora. Alfa 3: Fazenda
Jairí, km 45 da estrada Brasília a Belo Horizonte. Alfa 4: Km 22 da BR-251. Alfa
5: Sobradinho, depois da fábrica de cimento. Alfa 6: Estrada DF-15, caminho
do Núcleo Rural do Rio Preto, a 10 km do Plano Piloto. Alfa 7: Campo de Aeromodelismo — estrada do Posto Colorado, até entroncamento para o município
de Padre Bernardes. Alfa 8: Mesma estrada perto das antenas da Rádio Nacional,
ponto mais alto de Brasília. Alfa 9: Ainda a mesma estrada, no entroncamento
para Brazlândia. Alfa 10: Luziânia, km 35 da estrada que vai para Vianópolis. Alfa
11: Cocalzinho (GO) nos Pirineus. Outros locais também foram pesquisados fora
do Distrito Federal, tais como Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso (GO),
Chapada Diamantina (BA), Mucugê (BA), Vianópolis (GO), Alexânia (GO),
Paraúna (GO), Cristalina (GO), Catalão (GO), Leopoldo Bulhões (GO) etc.
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