Diário Económico | Lanidor reforça presença na moda
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Diário Económico | Lanidor reforça presença na moda
A8 ID: 37158610 26-08-2011 Tiragem: 19667 Pág: 24 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,63 x 31,79 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3 Lanidor reforça presença na moda com compra da Quebramar A empresa portuguesa está a ganhar dimensão num momento de crise para concorrer com as marcas internacionais instaladas em Portugal. Sónia Santos Pereira [email protected] O grupo Lanidor – que explora as lojas das marcas Lanidor, Globe, Casa Batalha e Companhia do Campo –, vai reforçar a sua presença no mundo da moda portuguesa com a aquisição de 31% da Quebramar. “Vamos tomar uma posição minoritária na Quebramar, de 31%, e vamos participar activamente na gestão”, revelou Filipe Amaro, administrador do grupo português, ao Diário Económico. Já este ano, o grupo liderado por João Pedro Xavier comprou a marca de sapatos Pablo Fuster. A operação, cujo valor não foi revelado, ocorre num período de grandes dificuldades para as marcas portuguesas. A retracção do consumo é uma realidade, a que se vão juntar mais medidas de austeridade e uma época de Natal, onde se espera uma forte contracção nas compras. Gonçalo Esteves, presidente executivo e fundador da Quebramar, defende, por isso, a necessidade de “união de várias empresas de retalho para fazer face à diminuição do consumo”. Filipe Amaro afirma também que “outras marcas são bem vindas”. O negócio será concretizado agora em Setembro, com a Lanidor a comprar a sua participação aos actuais dois sócios da Quebramar – o grupo Regojo (que explora a Massimo Dutti) e Gonçalo Esteves. Estes dois accionistas vão manter-se na empresa que detém a marca Quebramar, a Terra Mítica, mas com uma redução nas suas posições. O grupo Regojo é actualmente o sócio maioritário da Quebramar, que tem uma rede de 42 lojas, quatro delas em Espanha. Filipe Amaro explica que esta operação tem como estratégia “a concentração de marcas nacionais e a obtenção de sinergias com o objectivo de trabalhar melhor”. Outro dos pressupostos desta união é “potenciar o desenvolvimento da produção nacional, diminuindo a importação”, acrescentou. A Lanidor acaba de fechar as compras de Primavera/Verão 2012 e reduziu em 50% a importa- Gonçalo Esteves Presidente da Quebramar “Na mesma rua do centro comercial, as marcas portuguesas concorrem com as melhores do mundo, é a Zara, a H&M, a Promod.” QUEBRAMAR: DOS CATÁLOGOS ÀS LOJAS Final da década de 80 A marca Quebramar estreia-se no mercado nacional com uma linha de roupa informal vendida através de catálogo. 1999 Gonçalo Esteves, um dos sócios fundadores da Quebramar, unese a José Regojo e é criada a empresa Terra Mítica para gerir e expandir a marca Quebramar no país e no exterior. 2003 Já com presença nos principais ‘shoppings’ portugueses, a Quebramar lança-se em terras espanholas. Em 2003, abre duas lojas em Espanha. 2011 A Quebramar explora uma rede de 42 lojas, quatro das quais em Espanha. Em 2010, facturou 24 milhões de euros. ção de vestuário. “Nas actuais circunstâncias da economia portuguesa, queremos reforçar a produção nacional”, frisou. Gonçalo Esteves confirmou ao Diário Económico estar em negociações com a Lanidor, mas que “ainda não estão fechadas”. O gestor da Quebramar defendeu a “união das marcas numa fase em que as vendas não vão ajudar ao desenvolvimento das companhias” e também para “fazer face à concorrência externa”. Como salientou Gonçalo Esteves, “na mesma rua do centro comercial, as marcas portuguesas concorrem com as melhores do mundo, é a Zara, a H&M, a Promod”. E reforçou: “Os líderes mundiais estão aqui todos”. Gonçalo Esteves adianta que a “Quebramar e a Lanidor ou outro grupo de retalho estão a estudar a possibilidade de ganhar sinergias com a partilha de serviços, como o ‘sourcing’, distribuição, marketing e comunicação, programas de fidelização, aquisição de áreas comerciais”. Para o gestor, “a dimensão ajuda muito, as negociações são mais fáceis ao nível das compras e na expansão internacional, que é a maior sinergia que se pode tirar”. A Quebramar facturou cerca de 24 milhões de euros no ano passado, uma quebra na ordem dos 5% face a 2009, e os lucros ficaram “à tona da água”. Gonçalo Esteves prevê que a marca atinja o mesmo volume de vendas este ano. No entanto, admite ter “muito receio do último trimestre, que tem um peso significativo nas vendas”. Como salientou, “vai haver uma retracção no Natal e seremos afectados por isso, mas agora estamos todos preparados”. Por isso, no que toca a resultados líquidos para este ano, “não podemos ter grandes expectativas”. Gonçalo Esteves tem já uma parceria com o grupo Lanidor na Casa Batalha. A marca de bijutaria, que responde por uma rede de 13 lojas, é detida a 49% por uma empresa da família de Gonçalo Esteves. Além deste negócio, a Quebramar integrou em Abril passado o centro comercial virtual da Lanidor, o 2bstyle.net. ■ Regojo concentra-se na MD e imobiliário O grupo Regojo está actualmente mais centrado na exploração da rede de lojas Massimo Dutti e no desenvolvimento de projectos imobiliários. O grupo liderado por José Regojo detém uma rede de 46 lojas Massimo Dutti no país e no seu portdfólio de marcas estão ainda a Friday’s Project, a Dimoda, a Nike Women, Throttleman e Red Oak. No fim do ano passado, o grupo inaugurou o seu primeiro projecto imobiliário, o centro comercial Liberdade Street Fashion, em Braga, um investimento de 35 milhões de euros. Em carteira, tem um projecto para construir um ‘outlet’ de marcas de luxo em Oeiras, em parceria com um grupo internacional. O grupo Regojo facturou no ano passado 123 milhões de euros, 60% dos quais obtidos com a rede de lojas Massimo Dutti. Nos últimos 12 meses, João Pedro Xavier, presidente executivo da Lanidor, comprou a Companhia do Campo, a Pablo Fuster e agora a Quebramar. ID: 37158610 26-08-2011 Tiragem: 19667 Pág: 25 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 26,62 x 31,17 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Bruno Barbosa Um império que vai controlar seis marcas A Lanidor mantém ainda planos nas áreas do turismo e lazer. João Pedro Xavier é o rosto por detrás do grupo Lanidor. Um pequeno império de moda, que integra já cinco marcas – Lanidor, Globe, Casa Batalha, Companhia do Campo e Pablo Fuster, e brevemente a Quebramar – e caminha para a liderança do sector em Portugal. A disputa faz-se com o grupo Regojo (explora a Massimo Dutti, entre outras insígnias) e a Sacoor. E não é só pelo mercado nacional que João Pedro Xavier quer ficar. O grupo Lanidor explora já uma rede de mais de 218 lojas (dados de 2010), onde se inclui os espaços da empresa de decoração e móveis Companhia do Campo, adquirida no ano passado. O projecto, que tem raízes em Arrancada do Vouga (Águeda), iniciou-se com a marca para vestuário de senhora Lanidor, que entretanto já se estendeu também à roupa para criança e a conceitos como a restauração e spa. A Lanidor Woman é a marca mais representativa do grupo em número de lojas (tem 119 espaços), em vendas (respondeu por 53,7 milhões de euros dos 79,2 milhões facturados com a Lanidor, Globe e Casa Batalha no ano passado) e é a grande aposta na internacionalização. No ano passado, a marca portuguesa marcava presença em mais de dez mercados, num universo de 30 lojas. Mas João Pedro Xavier, presidente executivo e accionista da empresa 100% familiar, quer apostar também na internacionalização da Casa Batalha e no regresso da marca Globe (insígnia de origem espanhola adquirida em 2006) ao mercado vizinho. Ainda no ano passado, o grupo abriu uma loja Globe na Moraleja, em Madrid, depois de vários revezes por que passou a internacionalização da Lanidor em Espanha. Mas, apesar de alguns insucessos que marcaram a entrada do grupo em Espanha e que, em 2009, se concretizaram no fecho de mais de uma dezena de lojas, a Lanidor continua a acreditar no mercado vizinho. Uma das intenções do grupo – ainda não realizada – é a aquisição de uma nova marca de vestuário espanhola, dentro da es- tratégia de internacionalizar com dimensão. Por cá, o grupo também não tem parado. Este ano, já adquiriu a marca de calçado Pablo Fuster e anunciou a intenção de abrir uma rede de 20 lojas, quis comprar e viabilizar a Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, sem sucesso, e agora prepara-se para tomar uma posição na Quebramar. Em carteira, tem também a construção do LA Hotel, projecto de hotel-boutique na Avenida da Liberdade, Lisboa. Este pequeno império está a ser construído há pouco mais de uma década, quando João Pedro Xavier assumiu o negócio.Refira-se que no total o grupo Lanidor facturou 82,6 milhões de euros no ano passado (integra todas as marcas e negócios, incluindo a loja ‘online’). ■ S.S.P. José Regojo CEO do grupo Regojo O grupo Regojo é o accionista maioritário da Quebramar, onde entrou a convite do fundador da marca para apoiar com o seu ‘know how’ a expansão da insígnia.
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