caderno de resumos da jornada heidegger
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caderno de resumos da jornada heidegger
ISSN 2317-7411 CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER VOLUME 1, 2009 Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Caicó – RN CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER VOLUME 1, 2009 ISSN 2317-7411 Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Caicó – RN UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Reitor Milton Marques de Medeiros Vice-reitor Aécio Cândido de Sousa Pró-reitor de Administração Francisco Severino Neto Pró-reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis Joana D'arc Lacerda Alves Felipe Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Pedro Fernandes Ribeiro Neto Pró-reitor de Ensino de Graduação João Batista Xavier Pró-reitor de Extensão Francisco Vanderlei de Lima Diretora do Campus do Seridó Maria Reilta Dantas Cirino Coordenador do Curso de Filosofia José Francisco das Chagas Souza Coordenador do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Dax Moraes CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Editor responsável Dax Moraes (UERN) Corpo Editorial Dax Moraes (UERN) Edgar Lyra Netto (PUC-Rio) Fernando Antonio Soares Fragozo (UFRJ) Ligia Saramago (PUC-Rio) Marcia Sá Cavalcante Schuback (Södertörns Högskola – Suécia) Marco Antônio Casanova (UERJ) Paulo César Duque Estrada (PUC-Rio) Róbson Ramos dos Reis (UFSM) Rodrigo Ribeiro Alves Neto (UFRN) Rossano Pecoraro (PUC-Rio) Revisão e Editoração Eletrônica Dax Moraes Contatos Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN Curso de Filosofia A/C Dax Moraes Rua André Sales, nº 667, Paulo VI - Caicó-RN - CEP: 59300-000 Telefax: (0xx84) 3421-6513 [email protected] SUMÁRIO Apresentação 7 Um delinear do (in)autêntico em Heidegger Osvaldo Ferreira de Andrade Filho 9 Metafísica e técnica em Heidegger Cícero Leilton Leite Bezerra 10 Técnica: a ordenação da penúria Lindoaldo Vieira Campos Júnior 12 A luz de outro sol, outro abismo Luiz Fernando Fontes-Teixeira 14 O sentido de habitar em Martin Heidegger Lis Helena Aschermann Keuchegerian 15 Nós, os observadores: análise de “A volta” em Heidegger Alan Marinho Lopes 16 “O sacrifício” Alfredo Henrique de Oliveira Marques 17 Da ontologia à antropotécnica: Sloterdijk e Heidegger Lucas Fortunato Rêgo de Medeiros 18 Uma introdução à filosofia de Nancy Mangabeira Verônica Cibele do Nascimento 19 Heidegger e a metafísica Marcello Henrique Medeiros de Paiva 20 Uma introdução à questão do nada em Nishitani Keiji Amanda Sayonara Fernandes Prazeres 21 O quem da cotidianidade e a serenidade em Martin Heidegger Amanda Viana de Sousa 22 Apresentação Com este pequeno volume, temos a satisfação de registrar os resumos de trabalhos apresentados sob a forma de comunicação na I Jornada Heidegger, ocorrida no dia 20 de maio de 2009, na cidade de Caicó, sertão do Seridó, Estado do Rio Grande do Norte. A publicação de um Caderno de resumos da Jornada Heidegger objetiva documentar as pesquisas expostas por estudantes de graduação e pós-graduação em Filosofia tanto da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus do Seridó, quanto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cuja participação se mostrou bastante expressiva quantitativa e qualitativamente no sentido do estabelecimento de um diálogo entre as duas instituições, germe da constituição da linha de pesquisa Metafísica e Existência, também chamada NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência, pertencente ao Grupo de Pesquisa Filosofia e Educação, por mim liderado. Cabe aqui o agradecimento a todos aqueles que tornaram possível a Jornada Heidegger, com especial destaque para seus participantes e membros do Corpo Editorial, e honrosa menção ao Prof. Dr. Oscar Federico Bauchwitz, da UFRN, cujo apoio foi decisivo para a magnitude tomada pelo Congresso. Dax Moraes Organizador Um delinear do (in)autêntico em Heidegger Osvaldo Ferreira de Andrade Filho A problemática deste trabalho parte de certa perspectiva do Da-sein apresentada por Martin Heidegger na sua obra Sein und Zeit (1927). O que me cabe questionar aqui é esse modo de ser do homem que o lança a todo tempo no impessoal. Trarei como base principal para o meu texto o início da primeira parte da obra Sein und Zeit quando Heidegger apresenta o conceito ser-si mesmo cotidiano e o impessoal. Resgatarei ainda algumas noções apresentadas na sua obra Sobre o humanismo (1947) e no seu texto “A questão da técnica” (1953), tais como tais: o homem pastor do ser; a ec-sistência do homem; o homem vizinho do ser; a Gestell. Palavras-chave: Impessoal; ser-aí; humanismo. Graduando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CNPq. Metafísica e técnica em Heidegger Cícero Leilton Leite Bezerra Segundo Martin Heidegger, a metafísica é entendida como determinação do sentido a partir do ser daquele ente que faz as perguntas e formula as respostas, isto é, do homem, reafirmando o caráter primário e privilegiado da ontologia. Esta mesma metafísica se identifica no pensamento heideggeriano como história do esquecimento do Ser, ao preferir o ente, encobrindo o Ser. Assim, só pensamos o Ser do ente. Temos, então, um abandono do Ser característico do ente que tem lugar no predomínio do próprio ente. O maior desvio consiste no fato da história da metafísica passar a conhecer o Ser pelo seu ente, ou seja, o Ser-do-ente. Assim, o Ser não é mais pensado em sua essência desveladora, ou seja, não é pensado em sua verdade. Então, o homem só está interessado pelo que está em sua frente, estando preso ao ente que é o que é na sua frente, passando a perguntar o que é o Ser para responder o que é o ente. Com todo esse encobrimento causado pela metafísica temos vários problemas, como o próprio domínio técnico e a apreensão da linguagem pela lógica. Com isso, como conseguimos falar de uma linguagem originária onde o ser seja pensado? Somente por meio de uma superação da metafísica, que é também uma libertação da interpretação técnica. Por isso, é importante para Heidegger a superação da metafísica, o que não significa eliminar a metafísica, mas resgatar o pensamento originário que está esquecido. Nesse resgate o pensamento dos Mestrando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES. 11 pré-socráticos ocupa um lugar privilegiado, sendo identificados como pensadores do ser e não como filósofos. O pensamento chegou ao fim quando se afastou de seu elemento fundamental "também os nomes 'lógica, ética e física' só surgiram quando o pensamento originário chegou ao fim". O elemento é aquilo que possibilita o pensamento ser pensado. Quando o pensamento sai do seu elemento, ele chega ao fim, o qual é compensado com a valoração da técnica. Portanto, a filosofia vai se transformando aos poucos numa técnica. Palavras-chave: Técnica; metafísica; pensamento. Caderno de Resumos da Jornada Heidegger Técnica: a ordenação da penúria Lindoaldo Vieira Campos Júnior Intenta-se apresentar a natureza e a relevância do problema da técnica na obra do filósofo Martin Heidegger, mormente no que respeita às reflexões desenvolvidas na assim denominada segunda fase de seu pensamento. Com esse desiderato, serão trazidas à consideração questões fundamentais para a compreensão da essência da posição técnica (Gestell) e da insuspeita periculosidade do projeto científico da modernidade, que se caracteriza pela vontade de vontade, a exploração organizada do ente, que, ao interpelá-lo a desvendar o real não na ótica da pro-dução, “emergência na presença do produto” (Christian Dubois), mas como fundo disponível (Bestand), termina por se constituir como o perigo supremo para o homem, que se vê englobado nesse processo como algo meramente constanteado, disponível, numa imanência desprovida de sentido, “niilismo vertiginoso” que corresponde ao “abandono longe do ser”, ou à ordenação da penúria, na expressão de Alain Boutot. A seguir, em conclusão, serão expostas as considerações de Heidegger acerca da possibilidade de uma viragem reflexiva sobre a técnica, conduzida em caminho diverso do pensamento calculante, isto é, em um caminho pautado pelo pensamento meditante, através do qual é possível evidenciar - e, desse modo -, afrontar o perigo extremo da técnica, pois apesar dele, mas nele, "cresce o que salva" (Hölderlin). Trata-se de garantir o homem da constanteação, de desvencilhá-lo das miragens de cientificidade da técnica para que Graduando em Filosofia na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus do Seridó. 13 possa dizer, simultaneamente, sim e não aos objetos técnicos e, com isso, se "reconduzir na direção da essência, a fim de fazê-la aparecer, pela primeira vez, do modo que lhe é próprio", o que o filósofo designa por Gelassenheit, serenidade. Palavras-chave: Técnica; constanteação; serenidade. Caderno de Resumos da Jornada Heidegger A luz de outro sol, outro abismo Luiz Fernando Fontes-Teixeira À luz de outro sol, outro abismo. Assim se dá a relação que se pretende abordar na presente comunicação, qual seja, entre Heidegger e o Oriente. Essa relação se dá, dentro do pensamento de Heidegger, através do Diálogo da língua entre um japonês e um inquiridor, e dentro da recepção oriental da filosofia heideggeriana através das leituras japonesas. A meditação final que se busca é a de experienciar o vazio de uma saga silenciosa em direção ao inefável. Palavras-chave: Heidegger; Oriente; silêncio. Mestrando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES. O sentido de habitar em Martin Heidegger Lis Helena Aschermann Keuchegerian Do termo “construir” é possível subtrair dois sentidos: edificar e cultivar. Tomando como exemplo para reflexão a construção, definição e uso de uma ponte, Heidegger pensa o sentido do habitar e do construir e em que medida este último pertence ao primeiro. O presente trabalho faz uma análise da relação entre produção, construção, sentido e utilidade a partir de seu ensaio “Construir, habitar, pensar”. Ao trazer a reflexão para duas formas de habitações diferentes - os prédios habitacionais e a casa camponesa com seu antigo modo de construção -, o filósofo nos diz que não é este último modo de edificar que deve ser resgatado, mas o "de-morar-se", modo segundo o qual somos homens sobre esta terra. Palavras-chave: Produção; construção; habitar. Mestranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES. Nós, os observadores: análise de “A volta” em Heidegger Alan Marinho Lopes O conhecido pensador Martin Heidegger em "A volta" aborda uma questão pertinente e decisiva para compreender-se o âmago e os meandros de uma estrutura de pensamento que ganhou forças graças ao advento da modernidade e da aplicação prática das ciências naturais. Esse advento é a técnica moderna e, para designar sua essência, Heidegger se vale da expressão alemã Gestell, termo de difícil tradução, mas que normalmente é colocado como uma composição ou disposição. A Gestell se desdobra como o controle suserano do homem em meio à totalidade do ente que se apresenta instalado mediante a tal cadência e as diretrizes desse saber. O ente, para Heidegger, é algo disposto ante à técnica que modifica tudo ao seu redor, calculando, antecipando, medindo e realizando suas empresas mediante uma idéia de envio que o pensador alemão apresenta como sendo o destino do homem mesmo. Segundo ele, nós somos os destinatários desse envio do ser, e o desdobramento da Gestell, em sua essência, constitui um perigo que ameaça a terra, pensada dentro do arcabouço da técnica como mero planeta fornecedor de recursos para suas explorações naturais. Assim, não podemos retirar da técnica o apelo do ser, pois esta é desde já a marca do homem na contemporaneidade. Palavras-chave: Ser; olhada; ontologia. Mestrando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CNPq. “O sacrifício” Alfredo Henrique de Oliveira Marques Há uma grande desolação: o perigo do homem não mais ser homem. O que mais convoca a humanidade do homem em sua aparição principesca senão o perigo que ameaça sua própria existência? Essa é a vereda que nos encaminhamos desde a tentativa de reflexão da proveniência essencial do nosso próprio tempo. Para tal, pretendemos ter como referência de pensamento o filme O sacrifício, de Andrei Tarkovskij (1932-1986), e alguns escritos de Martin Heidegger (1889-1976). Palavras-chave: Ontologia; arte; técnica. Graduando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Da ontologia à antropotécnica: Sloterdijk e Heidegger Lucas Fortunato Rêgo de Medeiros Pretende-se abordar neste ensaio, intitulado “Da ontologia à antropotécnica”, como o pensador Sloterdijk se relaciona com o pensamento essencial de Heidegger ao questionar a definição humanista do homem e propor a noção de antropotécnica. Para isso, inicia-se expondo a concepção que Heidegger tem acerca da técnica e do humanismo, e a influência de Jünger nessa problemática tratada pelo filósofo da Floresta Negra. Em seguida, ao tratar da questão do ser e a diferença ontológica, é apresentado o peculiar tratamento que Sloterdijk dá à questão do ser, ao articular a história do ser a uma espécie de arqueologia da linguagem ou uma genealogia da clareira, trazendo para o primeiro plano certas intuições de Nietzsche acerca dos primórdios da espécie humana e o que chamou de moralidade dos costumes. Para concluir, é desenvolvido o pensamento de Sloterdijk sobre o que ele nomeou uma ontoantropologia, apresentado na obra La domestication de l’être: pour un éclaircissement de la clarière, o que torna possível pensar uma história maquínica do ser sob o viés duplamente complexo da antropologia e da ontologia. Palavras-chave: Técnica; antropotécnica; ontoantropologia. Mestrando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES. Uma introdução à filosofia de Nancy Mangabeira Verônica Cibele do Nascimento A presente pesquisa objetiva realizar uma introdução ao pensamento de Nancy Mangabeira, através, principalmente, de sua obra O encantamento do humano, tendo como problemática norteadora a ausência do pensar no mundo da técnica moderna, que nos permite traçar de forma breve alguns temas heideggerianos resgatados pela filósofa. Palavras-chave: Pensamento; técnica; ecologia. Graduanda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Heidegger e a metafísica Marcello Henrique Medeiros de Paiva O trabalho tem como pretensão o estudo a respeito do texto “Que é Metafísica?” (1929), de Martin Heidegger (18891976), lição proferida em sua primeira aula defronte ao corpo docente e discente da Universidade de Friburgo; posteriormente foram acrescentado à preleção um Posfácio (1943) e uma Introdução (1949). O pequeno texto não trata de uma reflexão sobre a metafísica, tão pouco de uma disciplina da filosofia, mas sim, discorre acerca de uma questão metafísica, na qual a resposta a esta pergunta se dará com a diferença ontológica, entre ser e ente, um retorno ao fundamento da metafísica, o qual ela mesma ignora. Não é uma crítica à metafísica e, sim, uma desconstrução. Assim, só um pensamento que a supere responderá a esta pergunta. Palavras-chave: Metafísica; ser-aí; verdade do ser. Graduando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Uma introdução à questão do nada em Nishitani Keiji Amanda Sayonara Fernandes Prazeres A investigação orbita em torno da questão do nada em Nishitani Keiji (1900-1990), filósofo japonês que faz parte da chamada Escola de Kioto e que teve seu pensamento influenciado diretamente por M. Heidegger tendo em vista que mantiveram a relação aluno-professor por dois anos. A pesquisa tem como objetivo fazer uma introdução à idéia de nada em Nishitani e sua relação com o ser e o não-ser, sem esquecer a ligação com a mística oriental. Palavras-chave: Nada; ser; mística oriental. Graduanda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CNPq. O quem da cotidianidade e a serenidade em Martin Heidegger Amanda Viana de Sousa Heidegger é um pensador que pretende realizar a retomada da problemática do ser e da refundação da ontologia. Nesse sentido, em Ser e tempo (1927), com vistas à questão sobre o sentido do ser, Heidegger parte de uma analítica existencial dentro de uma hermenêutica da facticidade para nos encaminhar a um olhar fenomenológico do ente privilegiado, o Dasein. Daí, ele questiona: quem é o Dasein na cotidianidade? No horizonte da investigação do “quem”, podemos pensar numa continuidade no pensamento de Heidegger com o texto Serenidade (1959): diante dos riscos do império da técnica, um desvelamento histórico do Ser dado pelo impessoal, qual é o pensamento que nos convoca a chegar à propriedade de nosso próprio ser? Desse modo, a presente comunicação tem por finalidade identificar os enlaces entre o modo de ser da cotidianidade, o impessoal, e a serenidade enquanto atitude que permite a persistência do homem em manter-se na origem da própria essência e a permanecer à pertença da região, no aberto que o rodeia. Palavras-chave: Dasein; impessoal; serenidade. Mestranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES.
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