Artigo - Guiaoffshore
Transcrição
Artigo - Guiaoffshore
Guia completo das áreas de Petróleo, Gás, Indústria Naval, Petroquímica e Bioenergia O DESAFIO DE CONCILIAR CRESCIMENTO ACELERADO COM MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA Oportunidades para capacitação profissional + Fórmula para o sucesso nas empresas + Trabalhar no exterior: o sonho que pode virar pesadelo Sumário 2 Oportunidades para capacitação profissional 5 A energia move o mundo. E ela está cada vez mais cara. O petróleo é uma das commodities que mais se valoriza a cada dia. Há cinco anos o intercâmbio comercial no mundo, protagonizado sobretudo pela China, cresce a números inimagináveis, pressionando ainda mais o consumo de toda cadeia dos insumos energéticos. Com isso, gira a roda da fortuna e a fila anda. A correlação de petróleo caro e demanda crescente por si só explica a viabilização de qualquer investimento tanto na cadeia de energia fóssil como na de biocombustíveis. Resultado: a execução de vários projetos simultâneos exige cada vez mais mão-de-obra com formação técnica, universitária e de alta especialização. A demanda, em escala acelerada, ocorre no Brasil e no exterior. Neste contexto, é mais que lógico o surgimento da revista Cursos & Carreiras, com foco na formação e capacitação da mão-de-obra para a cadeia petrolífera e afins. Leia esta revista com os olhos de quem procura uma luz ou uma fonte de inspiração, tanto para quem pretende entrar na indústria, como também para aqueles que já participam dela, mas desejam ampliar seus horizontes profissionais. Informamos nesta primeira edição sobre as profissões com maior demanda na Petrobras e na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Este projeto deve gerar mais de 200 mil empregos diretos e indiretos em escala nacional durante os cinco anos de obra e após sua entrada em operação, prevista para 2012. O investimento é estimado em torno de US$ 8 bilhões. Para quem deseja ingressar na indústria, explicamos a forma de atuação do Prominp, programa do governo federal que busca formar profissionais nos níveis básico, médio, técnico e superior. A meta mais recente do programa prevê a qualificação de 112 mil profissionais até o fim de 2009. Experientes profissionais das áreas de direito, de meio ambiente e de engenharia mostram o caminho das pedras em depoimentos exclusivos sobre as opções no mercado de trabalho em seus respectivos segmentos nesta indústria bilionária. Para aqueles que procuram especialização, em nível de graduação, mestrado e doutorado, entrevistamos Florival Carvalho, Superintendente de Planejamento e Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ele detalha o Programa de Recursos Humanos (PRH), criado e administrado pela agência, mas com execução sob a responsabilidade de várias instituições de ensino do país. Publicamos também um artigo com uma série de dicas para os que desejam buscar melhor sorte no exterior. São sugestões valiosas para se livrar de armadilhas contratuais e evitar situações constrangedoras, quando se está trabalhando fora do país. Boa leitura! Marco Antonio Monteiro Editor Gargalo na área de dutos 6 Um diferencial competitivo no mercado 9 O desafio de conciliar crescimento acelerado com mão-de-obra qualificada 12 Incentivo à excelência profissional 15 Artigo - O Mercado de Trabalho e as Novas Oportunidades de Formação de Recursos Humanos e pesquisa 16 Diversidade aliada à qualidade 17 Entrevista - Fórmula para o sucesso profissional 19 Trabalhar no exterior: o sonho que pode virar pesadelo 21 Artigo - As oportunidades para advogados na indústria do petróleo 22 Artigo - Desafios e conquistas dos profissionais de engenharia 23 Artigo - Como encarar uma entrevista de trabalho? 24 Cursos a serem ministrados nos próximos meses Cursos & Carreiras Redação: Marco Antonio Monteiro (editor) Thais Fernandes (Repórter) e Marilia Jannuzzi (Pesquisa). Colaboradores (Análises e Artigos): Antonio Augusto Reis, Custódio dos Santos, Marilda Rosado de Sá Ribeiro, Reynaldo Barros, Rosangela Grigoletto e Silvio Celestino, Roberto Roche. Arte e Diagramação: Lourenço Maciel Arte/anúncio: Marina Lazzarotto Publicidade & Marketing: Virginia Guinancio ([email protected]) Telefone da redação: (21) 2538-1326 - Email da redação: [email protected] A revista Cursos & Carreiras é uma publicação da empresa MCM Comunicação Ltda, proprietária do portal Gui@offshore (www.guiaoffshore.com.br). Endereço: Rua Bambina, 134 bl.1 / 305 - Botafogo - Rio de Janeiro (RJ) CEP: 22251-050. A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte endereço: http://www.guiaoffshore.com.br/revistac&c.pdf. Cursos & Carreiras Responsabilidade social Oportunidades para capacitação profissional Prominp, Programa do Governo Federal, busca formar mão-de-obra para executar projetos da indústria do petróleo e gás natural Thais Fernandes O grande volume de investimentos previstos pela indústria do petróleo e gás natural e os empreendimentos decorrentes desse aquecimento no setor exigirão do mercado uma extensa massa de profissionais qualificados para executar esses projetos. Para transformar a expansão do setor em oportunidades para os trabalhadores brasileiros, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) implementa iniciativas de capacitação e inserção profissionais. O Prominp foi instituído em 2003 pelo Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), visando aumentar a participação da indústria nacional de bens e serviços em projetos de óleo e gás natural no Brasil e no exterior. Seu principal desafio é identificar e implantar ações de forma a capacitar a indústria nacional para atender as demandas das operadoras do setor de petróleo e gás natural e torná-la competitiva para ser potencial exportadora de bens e serviços para o mercado internacional. Diante desses objetivos, foram criadas três áreas de atuação: a frente de capacitação tecnológica, 2 que inclui ações junto aos fornecedores, para substituir as importações; a frente de capacitação industrial, que visa melhorar a infra-estrutura da indústria do setor; e a frente de capacitação de pessoas, cujas iniciativas integram o Plano Nacional de Qualificação Profissional. Esse plano de qualificação profissional surgiu da constatação de que haveria um salto nos investimentos no setor de petróleo e gás natural no país e a demanda de pessoal requerida pelos empreendimentos planejados não seria atendida. Dados do estudo ‘Demanda e Perfil dos Trabalhadores Formais no Brasil em 2007’, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), confirmam a falta de profissionais capacitados para o setor. A pesquisa revela que a indústria química e petroquímica tem o maior déficit de trabalhadores qualificados, cerca de 25,3 mil. O cenário de aumento da demanda é corroborado pela previsão de investimentos divulgada pela Petrobras. Em 2003, a empresa planejou aplicar U$ 49 bilhões em cinco anos. Em 2007, a previsão de investimentos anunciada para o período de 2008 a 2012 foi de U$ 112 bilhões. Para que esses empreendimentos sejam feitos no Brasil – de forma a gerar emprego e renda –, e no volume e no prazo necessários, o mercado exige não apenas a qualificação de trabalhadores, mas também a formação de uma quantidade de profissionais muito maior do que a existente, especialmente em certas regiões do país, onde a carência é maior. Foto Ailton Mendonça Turma Pintor Industrial: aula ministrada no Senai Tijuca, Zona Norte do Rio Cursos & Carreiras Diagnóstico da carência de mão-deobra Para identificar as áreas em que haveria necessidade de mão-deobra, o Prominp desenvolveu, a partir de 2004, um diagnóstico do setor. Com base na carteira de investimento das empresas, que foi traduzida em empreendimentos, e na disponibilidade de profissionais especializados no mercado na época, foram identificadas 175 categorias profissionais consideradas críticas para o setor. Entre essas categorias, 39 são de nível básico, 50 de nível médio, 11 de nível técnico, 45 de nível superior e 30 de nível inspetor. A mais recente atualização desse diagnóstico aponta a necessidade de qualificação de cerca de 112 mil profissionais até o final de 2009. Cerca de 70% da demanda se concentra no nível básico. As categorias de nível básico incluem soldador, lixador, encanador etc. As de nível médio e técnico abrangem profissionais para trabalhar nas áreas de mecânica, engenharia elétrica, segurança do trabalho, entre outras. As carreiras mais ligadas à engenharia são as requisitadas no nível superior. O nível inspetor é semelhante ao técnico, com a diferença de que o profissional, além de ser um especialista em determinada área, deve fazer uma prova de capacitação para estar apto a fornecer laudos sobre a qualidade do trabalho desenvolvido e sua conformidade com as normas técnicas. Como há poucos profissionais com essa qualificação, os salários são diferenciados. Segundo a coordenação executiva do Prominp, essas categorias profissionais críticas são as que o mercado não conseguiria abastecer por conta própria. Nesse salto inicial, seria necessário um esforço adicional, com a mobilização de escolas técnicas, universidades e outras instituições de ensino. Mas a idéia é que, no futuro, as próprias empresas consigam capacitar seus profissionais. O Plano Nacional de Qualificação Profissional do Prominp prevê a realização de cerca de 950 cursos diferentes, com um total de aproximadamente 6.300 turmas, em 71 instituições de ensino de diferentes características – de forma a abranger as várias etapas da educação profissional –, espalhadas por 17 estados, escolhidos em função dos locais onde ocorrerão os projetos planejados para o setor de petróleo e gás natural. Os cursos têm duração de dois meses para o nível básico, três ou quatro meses para os níveis médio, técnico e inspetor, e nove meses, nos moldes de uma pós-graduação lato sensu, para o nível superior. (Confira no quadro abaixo a distribuição do número de cursos e vagas por estado) Estado Cursos Turmas Vagas AL 11 25 448 AM 23 61 1.088 BA 72 308 5.380 CE 15 65 1.040 ES 76 264 4.687 MG 60 299 5.110 MS 7 12 234 PB 9 11 204 PE 31 338 5.865 PR 59 541 9.578 RJ 168 1.340 25.545 RN 43 132 2.252 RO 7 7 112 RS 63 244 4.318 SC 18 45 765 SE 10 32 552 SP 236 1.461 26.321 Não definido 45 1.143 19.126 Total 953 6.328 112.625 Cursos & Carreiras Os cursos são estruturados, em nível nacional, pelas instituições de ensino – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Centros de Educação Tecnológica (Cefets), universidades federais e estaduais, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e, em alguns casos, a Pontifícia Universidade Católica (PUC) – e depois executado por elas em cada estado. A criação e manutenção da infra-estrutura (laboratórios etc.) e a capacitação de professores para o curso também ficam a cargo das instituições. Os módulos de ensino são preparados com base no perfil profissional exigido pelo mercado, obtido por meio de consulta às empresas do setor. No caso dos naval, fabricantes de máquinas e equipamentos etc.). Ciclos de qualificação O plano de qualificação é implementado em ciclos (cinco, no total). A cada semestre, a demanda dos próximos seis meses é avaliada para que os cursos se ajustem às necessidades do mercado em função dos empreendimentos previstos. O primeiro ciclo foi realizado em 2006 em dez estados e ofereceu 11.040 vagas distribuídas por todos os níveis. No mesmo ano, houve um ciclo complementar, com 1.905 vagas no Rio Grande do Sul. Em 2007, o segundo ciclo ofereceu 22.748 vagas para todos os níveis em 14 A carência de profissionais se distribui desde a fase de projetos até a de construção de plataformas, incluindo também os setores de transporte marítimo, gasodutos, refinarias e plantas petroquímicas. cursos direcionados a inspetores, as instituições que credenciam esses profissionais foram ouvidas para a elaboração do curso, na tentativa de diminuir o percentual de reprovação na prova de certificação, que é de 70%. Coordenado pelo MME, o plano de qualificação do Prominp tem como membros de seu comitê diretivo a Petrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e o Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). Participam do comitê executivo do Plano, além dessas instituições, as associações de classe dos setores envolvidos (petróleo e gás natural, 4 estados. Até o fim de 2007, cerca de 25 mil pessoas já haviam sido treinadas e ainda existiam cursos em andamento. O terceiro ciclo está planejado para o início de 2008, o quarto para o segundo semestre de 2008 e o quinto para o primeiro semestre de 2009. Segundo a coordenação executiva do Prominp, atualmente todas as áreas da cadeia do petróleo estão aquecidas, especialmente a de abastecimento, seguida pela de exploração e produção. A carência de profissionais se distribui desde a fase de projetos até a de construção de plataformas, incluindo também os setores de transporte marítimo, gasodutos, refinarias e plantas petroquímicas. Para o terceiro ciclo de qualificação, as maiores demandas são em categorias de nível básico (soldador de tubulação, soldador de estrutura, soldador de pipeline, encanador, lixador, caldeireiro e pintor) e médio (eletricista montador e eletricista de força e controle). Diante dos investimentos em fontes de energia renováveis, o Prominp vai começar a realizar também um diagnóstico desse setor, para identificar os empreendimentos previstos, as regiões do país onde serão instalados, a oferta atual de profissionais e a carência de qualificação de mão-de-obra. As vagas do Prominp são preenchidas por meio de seleção pública, com pré-requisitos para cada categoria. Além do curso gratuito – oferecido para todos os selecionados –, os profissionais desempregados recebem uma bolsaauxílio durante o período de aulas. O valor da bolsa é de R$ 300 para alunos do nível básico, R$ 600 para alunos dos níveis médio, técnico e inspetor e R$ 900 para alunos do nível superior. Para o nível inspetor, a prova de certificação também é paga pelo Programa. Para a qualificação de 112 mil profissionais nos cinco ciclos previstos, o Prominp vai investir um total de R$ 304 milhões, valor que pode aumentar em função da ampliação dos investimentos. A maior parte dos recursos do Prominp (90%) vem da Petrobrás e destina-se ao pagamento das bolsas e de cursos. O restante é originário do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e do Fundo Setorial CTPetro (que recebe parte dos royalties da indústria do petróleo) e é usado para custear os cursos de nível básico e superior, respectivamente. Cursos & Carreiras Formação e Capacitação Um diferencial competitivo no mercado Cursos da Coppe/UFRJ combinam disciplinas teóricas e práticas para atividades offshore Atualmente, o Labeco oferece quatro cursos de pós-graduação: Pós-graduação em Sistemas Offshore (MSO), Pós-graduação em Segurança Aplicada a Projetos de Exploração e Produção (Sapep), Pós-graduação em Engenharia de Máquinas Navais e Offshore (EMO) Thaís Fernandes e Pós-graduação em Engenharia de Em uma área que necessita certificado de conclusão, emitido Sistemas Flutuantes Offshore empregar tecnologias cada vez mais pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra (ESFO). Segundo Márcia Almeida, avançadas e com demanda de Pós-graduação e Pesquisa de coordenadora adjunta do Labeco, o crescente por profissionais Engenharia (Coppe/UFRJ), o aluno grande diferencial dos cursos é seu qualificados, a capacitação e o deve ter freqüência igual ou corpo docente, composto tanto por aperfeiçoamento constantes do superior a 85% e aproveitamento professores universitários quanto pessoal são fundamentais para a acadêmico satisfatório nos diversos por profissionais que atuam no inserção e o progresso no mercado critérios de avaliação, além de mercado, o que permite apresentar de trabalho. Pensando nessa apresentar uma monografia. Os aos alunos as técnicas mais necessidade contínua de formação formandos com melhor modernas em uso pela indústria de recursos humanos na área de desempenho são convidados a offshore. O contato com a prática petróleo e gás, o Laboratório de fazer o mestrado na Coppe. profissional é reforçado por visitas Educação Continuada Offshore (Labeco), da Universidade Federal Divulgação Labeco/UFRJ do Rio de Janeiro (UFRJ), oferece cursos de pós-graduação e extensão que apresentam, de forma abrangente, conhecimentos associados aos diversos segmentos que compõem a atividade offshore. Os cursos de pós-graduação, todos na modalidade lato sensu, são voltados para profissionais com nível superior que queiram atuar na elaboração de projetos de unidades marítimas e terrestres de exploração e produção de petróleo. O programa compreende uma carga horária de 360 horas, distribuída em 36 disciplinas cursadas ao longo de 13 meses, com aulas sempre aos sábados. Para obter o 6 Os cursos de pós-graduação, todos na modalidade lato sensu, são voltados para profissionais com nível superior que queiram atuar na elaboração de projetos de unidades marítimas e terrestres de exploração e produção de petróleo. Cursos & Carreiras técnicas a plataformas, quando instalações submarinas e flutuantes oferecendo conhecimentos técnicos disponíveis, e a outras instalações. e os aspectos econômicos, e normativos, bem como uma visão O curso MSO apresenta aos alunos regulatórios e de segurança do prática dos procedimentos de uma visão geral dos problemas de setor. “Esse é um dos cursos mais segurança empregados nos engenharia comumente encontrados reconhecidos no mercado. Os projetos. Em 2008, o curso será no setor offshore, desde as alunos são contratados antes reservado aos profissionais atividades de prospecção e mesmo de terminarem as aulas”, encaminhados pelo Programa de perfuração até a produção de conta Márcia Almeida. Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural petróleo e gás, com ênfase nas operações em águas profundas e Segurança: item fundamental (Prominp). no estudo de casos específicos da Diante de uma demanda da O EMO é um curso que fornece costa brasileira, como as bacias de Petrobras para desenvolver mais a conhecimentos básicos de Campos e de Santos e o delta do segurança de suas unidades engenharia de máquinas navais e rio Amazonas. Além de tratar dos flutuantes, foi criado o curso offshore, voltados para o projeto e aspectos práticos da engenharia Sapep. O curso aborda tanto os a análise de sistemas flutuantes offshore em relação ao ambiente aspectos de segurança envolvidos com foco nas atividades de oceânico, o programa aborda os no planejamento e construção das exploração e produção de petróleo principais componentes e unidades marítimas e terrestres, offshore. equipamentos usados em quanto no seu funcionamento, O curso ESFO também se originou Divulgação Labeco/UFRJ O Laboceano simula de forma realista as principais características do ambiente oceânico. É equipado com sofisticados sistemas geradores de ondas multidirecionais. 7 Cursos & Carreiras de uma demanda da Petrobras por offshore, que já avançam para profissionais especializados em áreas de até 3000 m de engenharia naval, cuja oferta no profundidade. mercado é pequena. O programa Para estudantes, graduados e coloca o profissional em contato profissionais que queiram ingressar com as técnicas atuais de ou progredir nesse promissor dimensionamento e avaliação do mercado da indústria offshore, o comportamento de estruturas no Labeco oferece dois cursos de mar. Segundo José Marcio extensão, com duração de quatro Vasconcellos, coordenador sábados cada um, em que o nível executivo do Labeco, o grande de escolaridade exigido é o ensino diferencial desse curso é a médio. Os alunos que concluem existência de uma disciplina prática esses cursos com freqüência igual realizada no Laboratório de ou superior a 85% e desempenho Tecnologia Oceânica (Laboceano), acadêmico satisfatório recebem da Coppe, onde os alunos podem certificado de conclusão emitido propor atividades experimentais e pela Escola de Engenharia da UFRJ. "Muitas empresas do setor têm oferecido o curso a funcionários que não são da área, como advogados e jornalistas, como forma de nivelar o conhecimento sobre as atividades da empresa" avaliar os resultados. Os alunos de Sucesso de público outros cursos fazem uma visita O curso de extensão de Exploração técnica ao Laboceano, para e Produção de Petróleo no Mar conhecer suas potencialidades. oferece uma visão geral sobre os O Laboceano é o tanque mais principais aspectos dos diversos profundo do mundo capaz de segmentos que compõem o setor simular de forma realista as offshore. Márcia Almeida conta que principais características do esse curso foi um sucesso já na sua ambiente oceânico. Inaugurado em primeira turma, no fim de 2006: abril de 2003, o tanque tem 15 m recebeu mais de 200 inscrições de profundidade e um poço central para 50 vagas. Segundo ela, muitas com 10 m adicionais e é equipado empresas do setor têm oferecido o com sofisticados sistemas curso a funcionários que não são geradores de ondas da área, como advogados e multidirecionais. Essa estrutura jornalistas, como forma de nivelar o permite a realização de ensaios de conhecimento sobre as atividades modelos de equipamentos usados da empresa. nas atividades de exploração e Já o curso de extensão de Segurança em Unidades de produção de petróleo e gás 8 Produção de Petróleo no Mar tem como objetivo mostrar e aprofundar conhecimentos relativos à segurança nos processos e projetos de unidades marítimas de exploração e produção de petróleo, bem como ressaltar a importância desse item para a indústria do setor. Com a perspectiva de aumento nas atividades exploratórias, devido à descoberta de novos campos e jazidas, o Labeco deve lançar, em 2008, um outro tipo de curso, com uma carga horária intermediária – entre 80 e 120 horas – na área de perfuração e completação de poços. O pré-requisito mínimo para freqüentar esse curso será ter o diploma de engenheiro. Segundo Márcia Almeida, os cursos do Labeco têm excelente aceitação no mercado. “A maioria das empresas nos procuram para oferecer oportunidades de emprego e nós fazemos essa intermediação”, diz. “Temos notícias de empresas que só contratam profissionais com os nossos cursos, o que mostra que estamos no caminho certo”, completa José Marcio. No Labeco, o profissional ainda aprende a fazer seu currículo e como se comportar em uma entrevista. “Também incentivamos todos a aprender inglês, que, nessa área, é tão importante quanto a pós-graduação”, ressalta Márcia. E acrescenta: “Como atualmente é difícil encontrar profissionais com experiência no setor, o mercado prefere a boa formação.” As inscrições podem ser feitas pelo site www.oceanica.ufrj.br/LABECO, ou pelos telefones 2562-8715, 25628738 e 2562-8742. Os cursos custam em torno de R$ 600. Cursos & Carreiras Início das aulas no Centro de Integração do Comperj. Mercado de trabalho aquecido nacional, oriundo da Bacia de superior. As vagas desses cursos Entre os empreendimentos da Campos. serão preenchidas por meio de Petrobras que aquecerão ainda Para atender a demanda de processo seletivo. mais o mercado de trabalho no profissionais necessários para a Até a plena operação do setor de petróleo e gás natural, fase de construção e montagem, a Comperj, serão realizados cinco está a construção do Complexo Petrobras criou o Centro de ciclos de qualificação. O primeiro Petroquímico do Rio de Janeiro Integração do Comperj, que irá ciclo já está em andamento e (Comperj), que deve gerar mais de qualificar a mão-de-obra dos inclui 150 turmas nas categorias 200 mil empregos diretos e municípios do entorno do de pedreiro, encanador predial, indiretos em escala nacional empreendimento (Itaboraí, São eletricista predial, armador de durante os cinco anos de obra e Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, ferro, carpinteiro de forma e após sua entrada em operação, Casimiro de Abreu, Guapimirim, pintor predial. São 500 alunos prevista para 2012. Com Niterói, Maricá, Magé, Rio Bonito, por categoria, totalizando três mil investimento estimado em torno de Silva Jardim e Tanguá). vagas. US$ 8,38 bilhões, o Comperj será Segundo o coordenador-executivo “Até fevereiro de 2008, 200 construído em uma área de 45 do Centro de Integração do alunos se formaram nas milhões de metros quadrados Comperj, Jacy Miranda, serão categorias de eletricista predial, localizada no município de Itaboraí capacitados cerca de 30 mil encanador predial, pedreiro e (RJ) e tem como principal objetivo profissionais na região de pintor predial nos municípios de aumentar a produção nacional de influência do Complexo, em mais Niterói e São Gonçalo”, conta produtos petroquímicos, com o de 60 tipos de cursos gratuitos, Miranda. Outros 720 alunos estão processamento de cerca de 150 mil sendo 82% de nível básico, 17% de em aula nos municípios de barris por dia de óleo pesado nível técnico e 1% de nível Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, 10 Cursos & Carreiras Banco de imagens Petrobras desenvolvimento das competências de seu pessoal. Atualmente, a Universidade Petrobras é composta por cinco escolas, nas áreas de exploração e produção, abastecimento, gás e energia, engenharia e tecnologias e gestão e negócios. Além disso, conta com coordenações exclusivas para a área internacional e para programas de formação. Os empregados das empresas do Sistema Petrobras no Brasil e no exterior são treinados em cursos de aperfeiçoamento, seminários, congressos, pós-graduações lato e Jacy Miranga: 30 mil profissionais serão capacitados na região de influência do Comperj, em mais de 60 tipos de cursos gratuitos stricto sensu e cursos de formação para novos empregados Magé, Maricá, Niterói e São será fornecido às empresas que (destinados a profissionais de nível Gonçalo. Ao longo do primeiro construírem o Complexo. “De superior recém-admitidos, que ciclo, que deve se encerrar em qualquer forma, após o curso, eles passam até um ano aprimorando outubro de 2008, haverá ainda a já serão fortes candidatos a suas competências técnicas e realização de turmas em Casimiro empregos em diversas empresas, adquirindo conhecimentos sobre a de Abreu, Guapimirim, Rio Bonito, incluindo as indústrias de 3ª Petrobras e a indústria de Silva Jardim e Tanguá. geração que devem se instalar no petróleo). O processo seletivo desse primeiro entorno do Comperj”, avalia o A infra-estrutura física da ciclo ficou a cargo da Fundação coordenador. Ele ressalta que Universidade Petrobras (salas, Cesgranrio. Quase 21 mil mais de 20 alunos formados nas equipamentos etc.) está distribuída candidatos disputaram as três mil primeiras turmas foram nos campi Rio/São Paulo e vagas oferecidas. A capacitação contratados como pedreiros e Salvador/Taquipe (Bahia). Há ainda dos profissionais está sendo feita carpinteiros pela empresa um campus virtual, que se dedica pelo Serviço Nacional de responsável pela construção do ao ensino à distância e desenvolve Aprendizagem Industrial do Rio de próprio prédio do Centro de soluções educacionais a partir de Janeiro (Senai-RJ). As instituições Integração em São Gonçalo. diversos suportes multimídia. Em 2007, a Petrobras inaugurou a de ensino responsáveis pela execução dos cursos do Centro de Foco na qualificação Escola de Educação Profissional de Integração do Comperj serão A capacitação sempre foi uma das Nível Técnico, que tem como escolhidas a cada ciclo de prioridades da Petrobras. A público-alvo 75% do quadro de qualificação. empresa é uma das que mais empregados da companhia. Assim, Segundo Miranda, os alunos investem na qualificação de seus a empresa busca o formados pelo Centro de empregados. Um exemplo dessa desenvolvimento integral do Integração podem ou não trabalhar orientação é a Universidade profissional, de forma a atender as no Comperj. Seus currículos farão Petrobras, órgão da companhia necessidades e complexidades do voltado para o treinamento e o trabalho. parte de um banco de dados que 11 Cursos & Carreiras Especialização Incentivo à excelência profissional Programa da ANP investe na formação de recursos humanos de alto nível em diversas instituições de ensino do Brasil Thaís Fernandes O setor de petróleo e gás natural tem experimentado amplo crescimento e as previsões são de que os empreendimentos e investimentos na área continuem em expansão, impulsionados pelas novas descobertas de campos petrolíferos. Para garantir o desenvolvimento e o crescimento do setor, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) desenvolve atividades de apoio à formação de recursos humanos que atendam à demanda dessa indústria. Os esforços da ANP nesse sentido começaram em 1999, quando foi criado o Programa de Recursos Humanos da ANP (PRH-ANP), com o objetivo de incentivar a formação de mão-de-obra especializada, em resposta à expansão da indústria do petróleo e do gás natural ocorrida em 1997, após a abertura do setor à iniciativa privada. Atualmente as iniciativas são voltadas Divulgação/ANP Florival Carvalho: Geologia, processos e administração são as áreas onde há maior demanda por profissionais principalmente aos profissionais de nível superior. A implementação do PRH-ANP tem como base a inclusão, no currículo de diversas instituições de ensino, de disciplinas de graduação, mestrado e doutorado 12 específicas para atender às necessidades da indústria de petróleo, gás natural e biocombustíveis. A administração do Programa fica a cargo da ANP, enquanto sua execução é de responsabilidade das instituições de ensino. Segundo Florival Carvalho, Superintendente de Planejamento e Pesquisa da ANP, as tendências do setor de petróleo e gás natural e o perfil profissional demandado pelo mercado são definidos por meio de consulta às empresas do ramo. Para concretizar as parcerias com as instituições de ensino, foram publicados, desde 1999, três editais públicos, que selecionaram 36 programas propostos por 23 instituições de ensino de 13 estados diferentes. (Ver tabela ) Segundo Carvalho, o país carece de profissionais em todos os campos da indústria do petróleo, mas as áreas de geologia, processos e administração são as mais apoiadas pelo PRH-ANP, pois é onde existe maior demanda. Ele ressalta que o Programa abrange diversas carreiras, como química, geologia, engenharia química, engenharia mecânica, direito e administração. “O perfil profissional é o mais diversificado. O que se quer é formar profissionais que possam atuar nas mais variadas áreas da cadeia do petróleo e com capacidade de resolver problemas”, destaca. Carvalho diz que o PRH permite que o profissional termine a graduação com um bom entendimento do setor de petróleo e gás natural e pronto para se inserir no mercado. Ele lembra que o mercado valoriza o profissional que tem qualificação específica. “Um estudante de engenharia, por exemplo, pode sair da universidade com um salário de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Um engenheiro com 10 a 15 anos de experiência chega a ganhar entre R$ 10 e R$ 15 mil.” Cursos & Carreiras Bolsas e auxílios Os 36 programas do PRH recebem da ANP bolsas de estudo (de iniciação científica, mestrado e doutorado), uma bolsa para o coordenador do programa (que deve ser um professor da universidade) e outra para um professor-visitante (profissional do mercado, para agregar conhecimento prático), além de uma taxa de bancada em dinheiro (para gastos específicos que não se enquadrem na classificação de bolsa de estudo). A definição dos bolsistas é feita pela universidade, de forma que a seleção para o PRH-ANP seja integrada aos processos seletivos dos demais programas da instituição. (O valor das bolsas pode ser consultado no quadro abaixo) Tipos de bolsa Graduação Mestrado Doutorado (até aprovação do exame de qualificação) Doutorado (realização do trabalho para elaboração da tese) Coordenação PRH-ANP/MCT Pesquisador - Visitante Valor mensal R$ 450,00 R$ 1.100,00 R$ 1.300,00 R$ 1.800,00 R$ 1.200,00 R$ 5.200,00 Segundo Carvalho, até hoje já foram concedidas 4.586 bolsas de nível superior. Somente para o período entre dezembro de 2007 e outubro de 2008, a ANP liberou R$ 27 milhões, dos quais R$ 17 milhões já foram repassados. Esse valor, somado ao volume de recursos liberados desde 1999, totaliza um investimento de R$ 139 milhões. Esses recursos são direcionados ao PRHANP pelo Fundo Setorial CT-Petro, que gerencia parte dos royalties pagos pela indústria do petróleo. A distribuição de bolsas entre os diversos programas é feita anualmente com base nos resultados de uma avaliação sobre o desempenho de cada programa. A ANP avalia a produção científica do programa, sua interação com a indústria e sua administração e depois gera um ranking. “Quanto melhor a classificação do programa, mais bolsas ele recebe no ano seguinte”, explica Carvalho. Para 2008, a ANP prevê um aumento no PRH, para incorporar novas universidades e programas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a participação das instituições tem sido pequena. Além disso, a Agência pretende criar um banco de reserva de programas, para substituir aqueles que tiverem avaliação negativa durante alguns anos. Ainda para este ano, há planos de estender os benefícios para o ensino médio e formar parcerias com Centros Federais Tecnológicos (Cefets) e outras instituições do mesmo nível. “Estamos trabalhando para que, até o final de 2008, tenhamos um programa específico para atender a demanda por técnicos em petróleo”, conta Carvalho. A formação de recursos humanos para o setor de biocombustíveis também vai ganhar incentivo extra em 2008, com a abertura de pelo menos dois novos programas, cuja definição aguarda a elaboração de edital. Cada programa receberá inicialmente cinco bolsas de iniciação científica, três de mestrado e uma de doutorado, além das bolsas para os professores e da taxa de bancada. “Já definimos que haverá pelo menos uma universidade do Centro-oeste, pois a região tem potencial para ser grande produtora de biocombustíveis”, afirma Carvalho. Além disso, existe uma exigência legal de que 40% dos recursos do PRH sejam aplicados nas regiões Norte, Nordeste e Centrooeste. Segundo Carvalho, os programas no setor de biocombustíveis serão voltados para a área de processos, análise e logística e devem ser direcionados a engenheiros químicos, engenheiros de produção, químicos, entre outros profissionais. O foco principal será o álcool e o biodiesel. “Embora a produção tradicional de álcool seja consolidada no país, temos alguma carência no campo das novas rotas tecnológicas, que usam novos processos e novas leveduras”, diz. Com relação ao biodiesel, é necessário formar profissionais que implantem e consolidem os processos experimentais já existentes. “Trata-se de uma área atrativa em termos de emprego e remuneração”, destaca. A ANP pretende criar um grande programa de formação de recursos humanos para atingir os novos horizontes a que se dirige o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Para concretizar esse objetivo, a Agência vai promover este ano um debate com toda a cadeia produtiva para vislumbrar as carências do setor, com foco não apenas no ensino superior, mas também no nível técnico. “Se não atendermos essa demanda, o país não vai crescer por falta de recursos humanos”, alerta Carvalho. Vagas na ANP Em fevereiro passado, a ANP iniciou processo de concurso público com oferta de 325 vagas na Agência. As vagas são para cargos de nível superior e técnico 13 Cursos & Carreiras com remunerações entre R$ 2.122,09 e R$ 6.044,26. Serão 243 vagas para nível superior, assim divididas: a) Especialista em Geologia e Geofísica do Petróleo e Gás Natural (11) - especialidades: Geologia (6), Geofísica (5). b) Especialista em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural (147) especialidades: Direito (8), Economia (10), Engenharia 1 (17), Engenharia 2 (24), Geociências (12), Geral 1 (20), Geral 2 (45), Meio Ambiente (1) e Química (10). c) Analista Administrativo (85) - especialidades: geral (63), ciências contábeis (5), comunicação social (6), arquivologia (6), biblioteconomia (5). As vagas para nível intermediário são um total de 82, assim divididas: a) Técnico em Regulação de Petróleo e Derivados, Álcool Combustível e Gás Natural (35) especialidades: Técnico em Contabilidade (2), Técnico 01 02 03 04 05 06 07 08 09 14 Instituição UFRJ UFRJ UFRJ USP UNESP UFPA PUC-RIO UFBA UFSC UF RJ RJ RJ SP SP PA RJ BA SC 10 11 12 13 14 15 16 17 UTFPR UFF UFRGS UFRJ UFRN UNICAMP UNIFEI UERJ PR RJ RS RJ RN SP MG RJ 18 19 20 21 UFRJ USP UENF UFRJ RJ SP RJ RJ 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 UFRN UNIFACS UFPR UFCG UFPE FURG UFPE UFES UFRN UFC RN BA PR PB PE RS PE ES RN CE 32 33 34 IMPA UERJ UFSC RJ RJ SC 35 36 UFRJ UFRN RJ RN em Instrumentação (2), Técnico em Mecânica (6), Técnico em Química (8) e Geral (17). b) Técnico Administrativo (47). Os aprovados irão trabalhar na sede da ANP no Rio de Janeiro e nos escritórios em São Paulo (SP), Salvador (BA) e Brasília (DF). A maioria das vagas é para o Rio de Janeiro. Das 243 vagas para nível superior, 194 são para o Rio, 27 para Brasília, 12 para São Paulo e 10 para Salvador. Das 82 vagas para nível intermediário, 43 são para trabalhar na sede da Agência, 32 para Brasília, 2 para Salvador e 5 para São Paulo. Cumprindo a legislação será destinado um percentual de 8% das vagas, um total de 27, para candidatos com deficiência que concorrem igualmente com os demais candidatos. Confira os 36 programas de nível superior participantes do PRH-ANP: Título do Programa Químico de Petróleo Formação de Profissionais de Engenharia Civil para o Setor de Petróleo e Gás Sistemas Oceânicos e Tecnologia Submarina para Exploração de Petróleo e Gás em Águas Profundas Programa Interunidades de Pós-Graduação em Energia Geologia e Ciências Ambientais Aplicadas ao Setor Petróleo e Gás Geofísica Aplicada à Exploração e Desenvolvimento de Reservatórios de Petróleo e Gás Programa Interdepartamental em Petróleo e Gás Programa de Pós-Graduação e Graduação em Geofísica e Geologia para o Setor Petróleo e Gás Formação de Recursos Humanos em Engenharias Mecânica e Química com Ênfase em Petróleo e Gás (MECPETRO) Planejamento e Otimização de Processos (Petro) químicos e de Gás Natural Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geofísica Marinha Geologia de Petróleo Programa EQ-ANP Engenharia de Processos em Plantas de Petróleo e Gás Natural Ciências e Engenharia dos Recursos Naturais de Óleo e Gás Engenharia da Energia e do Petróleo Formação de Profissionais Qualificados em Análise de Bacia Aplicada à Exploração de Petróleo e Gás Natural Capacitação de Recursos Humanos em Geologia do Petróleo Engenharia com Ênfase em Petróleo da EPUSP Programa de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo Programa de Ensino: Economia, Planejamento Energético e Engenharia de Produção na Indústria do Petróleo Programa de Formação em Geologia, Geofísica e Informática no Setor Petróleo e Gás na UFRN Programa de Formação Profissional para a Indústria de Petróleo e Gás Natural Programa Interdisciplinar em Engenharia de Petróleo e Gás Natural Programa Interdepartamental de Tecnologia em Petróleo e Gás Formação de Recursos Humanos para o Setor Petróleo e Gás em Geociências e Engenharia Civil Estudos Ambientais em Áreas de Atuação da Indústria do Petróleo Engenharia do Processamento Químico do Petróleo Programa Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo em Petróleo e Gás Programa Multidisciplinar em Petróleo e Gás Programa Institucional de Formação de Recursos Humanos em Engenharia e Ciências do Petróleo e Gás Natural Pós-Graduação em Matemática - Computação Científica Aplicada à Indústria do Petróleo Direito do Petróleo Formação de Engenheiros nas Áreas de Automação, Controle e Instrumentação para a Indústria do Petróleo e Gás Integridade Estrutural em Instalações da Indústria do Petróleo Programa de Recursos Humanos em Direito do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Cursos & Carreiras Artigo O Mercado de Trabalho e as Novas Oportunidades de Formação de Recursos Humanos e pesquisa * Marilda Rosado de Sá Ribeiro A flexibilização do monopólio da exploração e produção de petróleo e gás pela União possibilitou a entrada de novos investidores na indústria petrolífera brasileira. A abertura dinamizou as atividades, além de proporcionar o crescimento do setor. Dados obtidos junto à ANP nos revelam que houve um aumento de 75% na produção de hidrocarbonetos e de 60% das reservas provadas, desde a implementação do novo modelo institucional, em 1998. Da tímida participação de 3,36% que tinha no PIB brasileiro em 1997, o segmento passou à expressiva participação de quase 10% no ano de 2007. Ao longo das rodadas de licitações para a outorga e concessão de blocos para a exploração e produção de petróleo e gás, vários fatores, como a lisura do processo, a atratividade das áreas e a estabilidade política, têm tornado o Brasil um novo e promissor mercado produtor para as empresas de E&P 1 . O sucesso da Nona Rodada de Licitações, realizada em novembro de 2007, foi inegável, apesar dos sobressaltos ocasionados pela retirada de áreas às vésperas do leilão. Sobressaiu entre os resultados o número de empresas: foram 66 empresas habilitadas, dentre elas, 20 novos entrantes. Atuam no país 60 grupos econômicos, em 530 concessões vigentes, sendo 21 referentes aos contratos celebrados para as áreas com acumulações marginais 2 . Segundo a Lei 9478/97 e o edital de Licitações, uma empresa só poderá assinar um contrato de concessão se criar uma empresa com sede e administração no Brasil. Cada nova empresa petrolífera traz para o mercado novas oportunidades de negócios para as empresas fornecedoras de bens e serviços voltados para a atividade, e também gera empregos diretos em toda a cadeia produtiva. Advogados, administradores, economistas, engenheiros, geólogos, técnicos e outros profissionais são todos de extrema importância para a indústria. Em contrapartida, o crescimento industrial pode não ser acompanhado pela formação de recursos humanos especializados e suficientes às suas necessidades. Prevendo tal dificuldade, a própria Lei do Petróleo, em seus artigos 49 e 50, reserva uma parcela dos royalties e o Contrato de Concessão, na cláusula 24, determina que campos de grande rentabilidade (os que devem participação especial) destinem 1% da receita bruta para o investimento em programas de formação de tecnologia e mão-de-obra voltadas para a indústria. A arrecadação dos royalties é calculada e dividida em diferentes proporções. A parcela que não exceder 5% será deduzida com base na Lei 7.990/89 e o Decreto nº 01/91, já a parcela a ser deduzida entre 5% e 10% tem como base legal a lei 9478/97 e o Decreto nº 2.705/98. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) receberá 25%, conforme disposto no artigo 49, inciso I, alínea d e inciso II, alínea f, para investir em programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico, com o apoio técnico da ANP, em cumprimento do disposto no inciso X do art. 8º da Lei do Petróleo. A Agência Nacional do Petróleo administra os recursos acima mencionados, por meio de dois programas, o Programa de Recursos Humanos – PRH e o Programa de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. O PRH-ANP, lançado em 1999, atualmente administra o funcionamento de 36 programas em 23 universidades, distribuídas por 13 estados da Federação em diferentes áreas do conhecimento, abrangendo tanto a parte técnica como o planejamento e a regulação do setor. Foram investidos até o ano de 2007 quase R$ 150 milhões nos programas mantidos pela ANP, em parceria com o MCT. Alguns programas, como o PRH-33, da Faculdade de Direito da UERJ, vieram atender a uma antiga demanda: a formação de especialistas da área jurídica. Ao longo de sua existência foram elaboradas 37 monografias sobre temas de interesse da indústria do petróleo nas diversas disciplinas e 9 trabalhos entre dissertações de estrado e teses de doutorado. No âmbito do PRH-33 nasceu um centro de pesquisas voltado para o Direito e negócios de petróleo e gás, o Centro de Estudos Avançados e Pesquisa em Direito do Petróleo (CEDPETRO). Atualmente, o centro de estudos realiza ou apóia cursos de especialização, seminários, congressos, e lançou a Revista Brasileira de Direito do Petróleo - RBDP. Já o Programa de Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento tem investimentos oriundos dos campos que pagam participação especial. Segundo dados da Superintendência de Participações Governamentais – SPG, até o ano de 2005 foram arrecadados R$ 1.751.208.635,64 para a formação de recursos humanos e tecnologia. Em 2005 foi regulamentada, através da Resolução ANP 33/05, a utilização dos valores advindos da cláusula de investimentos em P&D. Seguindo as disposições do regulamento, metade da verba pode ser utilizada em projetos diretamente contratados pela empresa, a outra metade será distribuída para projetos de instituições cadastradas pela Agência. Mas a formação de recursos humanos especializados não é desafio apenas da ANP. No âmbito federal, o Programa Nacional de Mobilização da Indústria do Petróleo (Prominp) desenvolve um Plano de Qualificação Profissional, que contou com a aplicação por parte da Petrobras, de cerca de R$ 157 milhões em projetos de capacitação profissional do Ministério das Minas e Energia. Há ainda a previsão de que a empresa invista ao todo R$ 228 milhões na formação e capacitação de 70 mil trabalhadores em 40 entidades diversas e, em todos os níveis de instrução, sendo voltada principalmente para a área de produção do setor de E&P. A Petrobras, um dos players mais importantes do mercado, também cresceu significativamente nos últimos anos. Em 1998 o lucro líquido da empresa foi de R$1,4 bilhão, o qual foi aumentando a cada ano até chegar ao patamar de R$ 25,9 bilhões no ano de 2006. Para atingir suas metas, a Petrobras aumentou e fortaleceu seu corpo técnico. Além de vários concursos promovidos pela empresa nos últimos dez anos houve um investimento maciço em treinamento, destacando-se a criação de uma Universidade Corporativa e o incremento de convênios com diversas universidades do país. Outra promessa para a geração de empregos é a criação do complexo petroquímico do Rio de Janeiro: a empresa estima a criação de 210 mil empregos diretos e indiretos e tem a previsão de início das operações em 2012 (dados da empresa). A abertura do mercado, o crescimento da indústria e o investimento na formação de recursos humanos, sem dúvida, demonstram quão promissor é o mercado de trabalho do setor de óleo e gás. * Doutora em direito Internacional pela USP, Professora Adjunta de Direito Internacional privado na UERJ. Sócia do Dória, Jacobina e Rosado Advogados Associados. Colaborou na elaboração deste artigo Maria Angélica Araújo de Medeiros. 1 São as empresas que fazem a exploração e produção de petróleo e gás natural. 2 Dados retirados do SIGEP em 24 de janeiro de 2008 15 Cursos & Carreiras Especialização & Capacitação Diversidade aliada à qualidade IBP oferece mais de 130 cursos certificados pelo selo ISO 9001 Diversidade, qualidade e experiência. Estão são as principais marcas dos mais de 130 cursos oferecidos pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), e ministrados por profissionais tarimbados e com ampla experiência em seu campo de atuação. A qualidade dos cursos tem a garantia e a chancela da certificação ISO 9001:2000, concedida pelo Bureau Veritas, em janeiro deste ano. A grade de cursos do IBP, que completou 50 anos de existência em 2007, seguramente não possui similar nas instituções de ensino do país, que trabalham com conteúdo focado nos diferentes segmentos da indústria petrolífera. São cursos de curta e longa duração; cursos de extensão, de pósgraduação Lato sensu. Podem ser cursos teóricos, com aulas práticas e até cursos fechados, criados exclusivamente para atender a demanda de uma determinada empresa ou segmento. As áreas a que atendem também são variadas: petróleo, gás e combustíveis; logística, petroquímica, SMS, Engenharia, Equipamentos e Manutenção, Direito Tributário, Direito e Negócios de Petróleo entre outros. “Mais de 90% dos cursos são de curta e longa duração”, conta Renata Ribeiro, Gerente de Cursos do IBP. Os cursos de curta duração têm carga horária de 16 a 40 horas. Geralmente, duram uma semana - de segunda a sexta - no horário de 8h às 17h30. "Esses cursos são realizados geralmente em salas reservadas em hotéis. São cursos de atualização para pessoas com nível superior, mas com linguagem bem prática", conta Renata. O IBP também oferece cursos teóricos, 16 combinados com aulas práticas em instalações de empresas, como engarrafadoras de GLP, refinarias etc. Bom exemplo são os cursos ligados à área de Dutos e Inspeção, realizados nas instalações do Centro de Tecnologia em Dutos,localizado em Campos Elíseos, no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A diversidade de cursos do IBP é concebida por comissões técnicas e setoriais, compostas por mais de mil executivos, que representam empresas associadas à instituição. "Eles acompanham as novidades e as demandas do mercado. Além deles, os próprios colaboradores do IBP trazem novas sugestões, que são submetidas ao crivo da comissão", frisa Renata. Exemplo destas novidades é o Curso Biodiesel - Tecnologia, Regulação e Investimentos, a ser realizado nos dias 30 e 31 de outubro no Rio de Janeiro. "Esse curso traça um panorama da indústria. Mas ainda não tem aulas práticas". Outro segmento em que o IBP tem atuado fortemente é o relacionado a campos maduros. Renata conta que nas regiões Norte e Nordeste, onde há uma concentração maior de atividades exploratórias onshore, o IBP se antecipou ao mercado e tem incentivado programas de treinamento focados na exploração petrolífera por pequenos produtores. O curso Produção de Petróleo - Campos Maduros terá 16 horas de carga horária e ocorrerá na Bahia, nos dias 4 e 5 de agosto próximo. Ensino com experiência Os cursos de pós-graduação lato sensu são oferecidos pelo IBP em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Têm carga horária média em torno de 390 horas. As aulas são ministradas nas dependências do IBP, no Centro do Rio, duas vezes por semana à noite e um sábado por mês. Um dos destaques dos cursos de pósgraduação é o de Direito e Negócios do Petróleo, Gás e Energia, coordenadora pela experiente Dra. Marilda Rosado de Sá, advogada, autora de livros e ex assessora jurídica da Petrobras Internacional e Diretora de Assuntos Jurídicos da Repsol YPF Brasil, e exSuperintendente de Promoção de Licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Outro curso de pós-graduação em parceria com a UERJ é o de Engenharia do Processamento Petroquímico, coordenado pelo prof. Rodrigo Azevedo dos Reis. Nova turma será formada em maio próximo e terá carga horária de 450 horas. Na linha de cursos de extensão, o destaque é o de Gestão nos Negócios de Exploração e Produção de Petróleo e Gás, sob a coordenação do diretor da ANP Newton Monteiro. As aulas são semanais, das 18h15 às 21h15, e são ministradas nas instalações do IBP no Centro, do Rio. Entre os cursos de extensão, Renata também destaca o curso de Georeferenciamento Tratamento de Dados na Exploração de Petróleo. O curso é coordenador peolo prof. Paulo Buarque, da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip). Renata informa que todos os cursos de curta duração e de extensão recebem certificados emitidos pelo IBP, e são reconhecidos pela indústria do setor. Já os cursos oferecidos em parceria com a UERJ, ressalta Renata, têm os certificados emitidos e chancelados pela própria universidade. Renata garante ainda que "está em curso junto ao MEC o processo de credenciamento dos cursos de pós-graduação lato sensu, oferecidos pelo IBP". 17 Cursos & Carreiras Entrevista Silvio Celestino Fórmula para o sucesso profissional Especialista em Coaching de líderes aponta preparo contínuo e visão de futuro como ferramentas para o executivo se destacar no competitivo mercado de trabalho do setor petrolífero Marco Antonio Monteiro Como é de conhecimento de todos, a indústria petrolífera passa por um momento de efervescência. A partir de 1997, após quase meio século de domínio absoluto da Petrobras, que formava seus próprios funcionários, o mercado se abriu e passou a quebrar seguidas barreiras. Hoje, embora ainda de forma errática, somos praticamente auto-suficientes em petróleo. Produzimos no país mais de 60% das embarcações e plataformas. Mas a indústria sofre com a mão-de-obra desqualificada, porque simplesmente não tem pessoal técnico ou de nível superior em quantidade necessária para a demanda das empresas. O pano de fundo de tudo isso é o barril de petróleo na casa dos 100 dólares, contra 40 dólares em média até 2004/2005. Resultado: as empresas disputam a tapa funcionários de alto nível. Muitas vezes, trazem do exterior profissionais para tocar projetos bilionários no país. Surgem então as seguintes dúvidas: Como deve se comportar um executivo de alto nível, já empregado ou em busca de emprego num mercado com este perfil? É aconselhável fazer leilão salarial ou trocar de empresa na primeira boa proposta que surgir? As respostas a essas perguntas foram dadas pelo consultor paulista Silvio Celestino, especializado em Marketing Pessoal e no Desenvolvimento de Executivos com Foco Estratégico. Celestino alerta que em setores como o petrolífero o planejamento profissional tem de ser de longo prazo. "Portanto, a empresa deverá escolher profissionais com quem possam contar neste período maior. São aqueles que demonstram persistência, estabilidade e visão de futuro", frisa o consultor nesta entrevista exclusiva à revista Cursos & Carreiras. C&C: Como deve se comportar um profissional já empregado num mercado como o petrolífero, globalizado e com crescimento acelerado? Celestino: Todo empregado em uma indústria em forte crescimento e globalizada deve preocupar-se com seu preparo contínuo em direção a tornar-se um profissional de classe internacional. A razão para isto é que como os resultados devem ser obtidos com velocidade crescente as empresas irão buscar o recurso necessário para fazê-lo acontecer. Inclusive, profissionais do exterior. Portanto, mesmo com o mercado aquecido na sua área de atuação a pessoa deve atualizar-se continuamente, buscar novos conhecimentos e analisar com cuidado as oportunidades na empresa em que atua e ao redor do mundo. Entretanto, deve fazê-lo com muita ética e com visão de longo prazo. Ou seja, deve buscar empresas cujos princípios, valores e propósitos estejam alinhados com os seus. A todo momento o que nós vendemos uns aos outros é a nossa credibilidade, sendo assim, o aprimoramento contínuo, a avaliação apropriada das oportunidades ao redor do mundo e a conduta ética devem ser as balizas para nossas escolhas. C&C: Como deve se comportar um profissional desempregado neste caso? Celestino: Todo profissional desempregado deve olhar ao seu redor e verificar se o desemprego está ocorrendo somente com ele ou na sua área de atuação. Às vezes mesmo que o mercado em que atuamos esteja bem a nossa atividade específica na área pode estar em declínio. Devemos observar também se há algum aspecto de nosso comportamento que está dificultando a nossa recolocação. Neste caso a melhor forma de descobrir é pedindo um feedback de pessoas que trabalharam conosco e fazer os ajustes necessários por mais desafiadores que pareçam. Verificar também se algum aspecto importante na nossa formação está ausente. Por exemplo uma língua estrangeira ou um certificado em algum processo específico. Lembre-se que se o mercado está em ascensão no mundo todo o profissional será comparado aos de outros países, portanto deve observar se suas competências estão no mesmo nível daqueles com quem irá competir. Caso negativo, fazer os cursos ou atualizações necessárias em seu currículo. Ao comparar as opções disponíveis, verificar a empresa Cursos & Carreiras que, dentro de uma faixa salarial que considera apropriada, possuem propósitos, princípios e valores semelhantes aos seus. C&C: Fazer leilão salarial é aconselhável ou não? Celestino: Leilão salarial somente é aconselhável se o profissional tiver desenvolvida sua habilidade na condução de negociações. Neste caso solicitar auxílio externo de um consultor em RH ou um coach é apropriado para que sua postura seja adequada e evite situações que possam causar danos à sua imagem. Sua credibilidade é o mais importante patrimônio, portanto em uma negociação salarial a sua postura deve transparecer a opção por sua carreira e o desejo de ingressar na empresa. Se o interesse por um ganho financeiro maior sobrepor-se a estes dois fatores passará a mensagem de que poderá sair da empresa na primeira oferta de um concorrente. Isto fará com que seja declinado do convite de emprego e manchar sua imagem a longo prazo. Evite que isto aconteça comportando-se de forma ética e conduzindo com elegância e respeito a negociação nos seus aspectos financeiros. C&C: É possível ser considerado um profissional bemsucedido no mercado trocando de camisa a cada dois anos? Celestino: O sucesso de um profissional está atrelado à sua conduta alinhada com valores, princípios e propósitos elevados. Caso estas mudanças a cada 2 anos estejam sendo conduzidas de forma apropriada sua boa imagem pode manter-se perante o mercado. Entretanto, algumas características denunciam se o profissional está de fato evoluindo ou apenas focado no seu ganho salarial. A maior evidência de que há evolução real é observar se ele está sempre passando para um cargo de nível hierárquico superior e com maiores responsabilidades no desenvolvimento de pessoas. Se a mudança é para um mesmo cargo em empresas diferentes e somente com maiores salários é uma indicação que pode ser interpretada como tratar-se de alguém com pouca capacidade de assumir compromissos de longo prazo e desenvolver vínculos. Além disso em setores como o petrolífero o planejamento é de longo prazo e portanto a empresa deve escolher profissionais com quem possam contar neste período maior. São aqueles que demonstrem persistência, estabilidade e visão de futuro, características pouco prováveis em alguém que muda de camisa a cada dois anos. C&C: Mas não tem um momento que queima o filme do profissional? Celestino: Sim, caso o processo seja conduzido de forma inapropriada. Ou seja, se pautado somente pelo aumento salarial e na mesma função. É evidente que o profissional é livre para mudar de empresa na freqüência que desejar e conforme as oportunidades surgirem. Entretanto, deve 18 lembrar-se que há conseqüências para cada um de seus atos. Se as mudanças são exclusivamente salarial e o mantém no mesmo cargo, pode ser que a longo prazo acabe caindo em uma armadilha: com o tempo estará com idade onde suas competências gerenciais e de desenvolvimento de pessoas serão mais relevantes que as técnicas. Portanto, só mudar de empresa e ter salário mais alto indicam apenas que o profissional sabe aproveitar oportunidades, mas são insuficientes como indicativos de sua maturidade e evolução. C&C: O que o senhor recomenda como princípio básico para o sucesso profissional a longo prazo, neste contexto atual da indústria petrolífera? Celestino: Em um momento de lucratividade elevada e crescimento como o que atravessa a indústria petrolífera, o sucesso de longo prazo está no desenvolvimento de competências que permitam ao profissional assumir responsabilidades cada vez maiores. Isto significa ser capaz de gerir pessoas e desenvolvê-las. Afinal, as empresas somente poderão existir em um tamanho maior no futuro se houver profissionais treinados e formados para apoiar sua operação. Como indivíduo deve fortalecer sua alfabetização financeira. Ou seja, aproveitar os bons ventos para aprender a investir e criar sua riqueza pessoal de forma a reduzir sua exposição a períodos onde o mercado em que atua esteja em declínio e principalmente ter uma vida confortável e segura a longo prazo. Além disso, deve aprimorar-se continuamente e ficar atento a notícias, à legislação, ao mercado e a tudo que possa indicar mudança de rumos da indústria petrolífera. Observar também que em um mundo globalizado as oportunidades de trabalho ocorrerão em qualquer lugar. Portanto, além de tornar-se um profissional de classe internacional e adquirir cultura geral, sua capacidade de relacionar-se com pessoas de outras origens será uma competência a se exercitar ao longo dos anos que virão. É nela que nós, brasileiros, temos um diferencial imbatível. Silvio Celestino é autor do livro "Conversa de Elevador uma fórmula para o sucesso". É formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (São Paulo) e vice-presidente da Federação Internacional de Coaches, Chapter - São Paulo. Atua como coach de líderes e consultor em Marketing pessoal e estratégico em empresas nacionais e multinacionais. É diretor da Enlevo Marketing Studio, empresa de consultoria especialidade no desenvolvimento de executivos com foco estratégico. É membro da Internacional Coach Federation, dos Estados Unidos. Possuiu certificado em Customer Experience Management (CEM+) pela ShaunSmith+Co (Inglaterra) e participação em vários cursos de desenvolvimento pessoal no Brasil e nos Estados Unidos, pela Landmark Education. Email: [email protected] Cursos & Carreiras Emprego Trabalhar no exterior: o sonho que pode virar pesadelo Engenheiro dá sugestões para evitar situações constrangedoras para quem decide trabalhar fora do país O engenheiro especialista em tubulação Custódio dos Santos, que trabalha atualmente para Technip, em Angola, criou uma série de dicas e sugestões para o profissional da indústria de óleo e gás, que pretenda trabalhar no exterior. As dicas são excelentes para ser livrar de possíveis armadilhas contratuais e evitar situações constrangedoras quando se está trabalhando fora do país. A primeira, e talvez a mais importante dica antes de arrumar as malas e partir para um novo desafio: leia com muita atenção o seu contrato de trabalho. Ele será vital para garantir tranqüilidade no dia-a-dia da sua vida pessoal e, por extensão, profissional. Quando se vai trabalhar no exterior, legalmente para o Brasil, tem de se pagar o Carne Leão (27.5%) do Imposto de Renda. Somente após completar um ano Trabalho Qual o horário de trabalho? Quantas horas normais? Caso se ultrapasse, como será tratado? em folga ou dinheiro? Se em dinheiro, qual o valor da hora extra. O trabalho a ser executado será em conjunto com o pessoal nativo? Em que língua será o relacionamento de saida do pais é que se pode dar diário? entrada na Receita Federal para Terei de formar algum pessoal nativo? A empresa tem um bom material de pesquisa (normas, catálogos, etc..) algumas perguntas devem ser feitas ao contratante, independente do Pais em que se vai trabalhar. As perguntas a seguir não têm a pretensão de ser um guia, porém é bom saber o que perguntar ao futuro empregador antes de se assinar um contrato. - O pagamento vai ser depositado no Brasil em Real ou no exterior em Dólar? Caso seja depositado no exterior, para enviar o dinheiro usufruir da condição de “não residente”, e ficar livre da declaração do Imposto de Renda. 19 Cursos & Carreiras no local de trabalho?Tenho de levar alguma coisa? -Vai ser aberta uma conta bancária offshore para a minha manutenção diária? Qual será o valor mínimo para minha manutenção? Qual o valor máximo, em US$ ou Euros, que pode se retirar do Pais? - Como é o custo de vida do Pais? Para se ter uma idéia, em Luanda Angola uma refeição sai por U$ 20, no SOYO, cidade ao norte de Angola, refeição US$ 26,00, café da manhã US$ 15.00. Moradia A manutenção da casa é por conta da empresa? Tem internet na casa? Telefone local? Qual a distância da moradia ao local de trabalho? Quanto tempo? Comunicação Tem internet no escritório? Telefone local? Microcomputador? Será dado telefone móvel para os funcionários? Via direta ou cartão? Se for cartão, qual o valor? Segurança Como é o sistema de segurança para os funcionários da empresa? Será feita uma palestra sobre o assunto? Em caso de acidente, inclusive seqüestro, como é a cobertura do seguro? Visto O trâmite de visto de trabalho normalmente é por conta da empresa contratante junto ao Departamento de Migração do governo local. 20 Quanto tempo demora? Quais são os documentos necessários? É necessário o aval do Ministério de Relações Exteriores do Brasil nos meus documentos? É necessário algum documento juramentado? Quem vai pagar tudo isso? No Pais para onde vou, posso andar com o passaporte original ou com o xerox carimbado? Impostos Nos contratos offshore que tenho conhecimento, salário é depositado em conta offshore livre de taxas. No caso abaixo, o funcionário terá de pagar impostos ao governo local. A perguntá será: Quem vai tratar desse assunto junto ao governo local? O funcionário contratado terá o comprovante de pagamento do imposto? Como faço em relação ao meu imposto de renda? Pode ser negociado outra forma de contrato? Passagem Posso redirecionar o itinerário, caso o valor da passagem seja o mesmo? Na mobilização e desmobilização, tenho direito a quantos quilos de bagagem? A empresa vai pagar o excesso? Costumes Tem alguma coisa que é comum no Brasil e que no País para onde vou é crime ou pode causar mal estar? Terei ajuda de custo (living allowance)? Quanto será o valor da ajuda de custo para alimentação? Está incluso moradia? Família (filhos) A empresa pagará a escola das crianças? Qual é o periodo escolar? Brasileiro ou Europeu? O transporte escolar é por conta da empresa? O certificado escolar para ser válido no exterior tem obrigatoriamente de ter o carimbo do Ministério de Relações Exteriores do Brasil? Esposa A esposa pode obter o visto de trabalho no País? A esposa terá transporte da empresa para compras no supermercado e outros afazeres doméstico? Seguro Saúde Qual a cobertura do seguro saúde? Tem cláusula de repatriamento ? Quem paga os remédios em caso de doença? Caso leve a familia, qual a extensão do seguro? Contato Local Assim que chegar ao País, procure a Embaixada do Brasil e deixe seu nome e endereço. Documentos Nunca deixe seu passaporte com ninguém, guarde-o como se fosse ouro. Dica final: Quando se vai para o exterior não se deixa nada para depois, você não sabe quando volta e se volta. Custódio dos Santos [email protected] Cursos & Carreiras Artigo As oportunidades para advogados na indústria do petróleo Antonio Augusto Reis* Desde os primeiros poços perfurados no Brasil na década de 30, passando pela criação e flexibilização do sistema de monopólio estatal (estabelecido em 1953 com a criação da Petrobras e flexibilizado com a promulgação da Constituição de 1988 e a edição da Lei nº 9.478, em 1997), e após enfrentar duas graves crises internacionais nos anos 70, a indústria do petróleo segue contrariando aqueles que há muito já proclamam o iminente esgotamento das reservas mundiais. Estas continuam crescendo e gerando oportunidades de trabalho no Brasil e no mundo. Basta lembrar que somente no final de 2007 e início deste ano a Petrobras anunciou as descobertas das promissoras jazidas nas áreas de Tupi e Júpiter, na chamada camada pré-sal da Bacia de Santos, as quais, segundo expectativa do próprio Governo Federal, podem colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais de óleo e gás, podendo alcançar inclusive a condição de grande exportador. O cenário mundial, em que o preço do barril de petróleo chega aos US$ 100, viabiliza a exploração de campos com maior custo de desenvolvimento (como aqueles na camada do pré-sal), garantindo-se, assim, a manutenção do crescimento da indústria no Brasil. Este contexto impulsiona as atividades de toda a cadeia de produção de petróleo e seus derivados, do que decorre uma demanda natural por mão-de-obra qualificada para fazer face às expectativas de crescimento. Além das inúmeras oportunidades profissionais que gera no âmbito das ciências exatas e biológicas, também na área jurídica há uma aquecida demanda por profissionais preparados para lidar com as questões específicas que afetam a indústria do petróleo. Assim como ocorre com outras atividades empresariais, a indústria do petróleo gera uma demanda por profissionais nas áreas tradicionais do Direito, tais como comercial, civil, tributária e trabalhista. Mesmo nestes casos, um conhecimento técnico mínimo e o entendimento específico sobre as questões jurídicas que afetam a indústria são requisitos fundamentais para a contratação de profissionais. Na área comercial, por exemplo, o advogado deve estar apto a lidar, não só com as questões gerais associadas ao dia-a-dia de uma empresa, mas principalmente com sofisticadas operações como as de formação de contratos de parceria para participação em leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e para a operação conjunta das atividades de exploração e produção (Joint Bidding Agreement – JBA e Joint Operation Agreements – JOA) e os contratos de transferência dos direitos de exploração e produção de óleo e gás (Farm in/out). A forte regulação estatal do setor e o grande potencial poluidor da atividade fazem surgir, ainda, uma demanda específica por profissionais especializados em áreas menos tradicionais como Direito Regulatório e Ambiental. Na área ambiental, por exemplo, é interessante notar como o histórico da evolução da legislação de proteção do meio ambiente no Brasil vem fazendo crescer a busca por profissionais especializados, tanto de formação técnica quanto jurídica. As atividades de exploração e produção têm por característica marcante a rigidez locacional (ou seja, não se escolhe onde estarão as grandes jazidas), não sendo possível, portanto, “optar” por locais “menos sensíveis” do ponto de vista ambiental para desenvolvê-las. Ademais, sabe-se que os impactos negativos das atividades de óleo e gás podem ser significativos (a despeito dos vários impactos positivos da atividade). Não por outras razões, a legislação ambiental aplicável ao setor vem constantemente evoluindo, desde a total ausência de regulação no início da atividade no Brasil até chegar aos dias de hoje com normas específicas para regular desde a atividade de sísmica (upstream), as etapas de refino e transporte (midstream) e, até mesmo, os postos de revenda de combustíveis ao consumidor final (downstream). Veja-se, por exemplo, que atualmente quase todas as atividades incluídas na cadeia de produção de óleo e gás estão sujeitas a prévio processo de licenciamento ambiental (em regra conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA - quando se trata de exploração offshore e pelos órgãos ambientais dos Estados nos casos de exploração onshore). Além disso, o profissional desta área lidará com procedimentos como os de auditoria ambiental, que são obrigatórias no caso da indústria do petróleo. A especialização dos profissionais é ainda fundamental para auxiliar as empresas na interação estratégica com os diversos stakeholders da indústria, inclusive as comunidades locais (ex: pescadores) e as Organizações Não Governamentais que atuam no setor (ONGs). A edição da Lei de Crimes Ambientais em 1998 e o estabelecimento de pesadas multas na legislação ambiental (que podem chegar a R$ 50 milhões para os casos mais significativos de poluição), somados à Antonio Augusto Reis crescente atuação dos Ministérios Públicos Federal e dos Estados fazem, também, com que o conhecimento aprofundado da legislação no que se refere à responsabilidade ambiental seja um diferencial para os profissionais que pretendam atuar na indústria do petróleo. Se, de um lado, há uma crescente demanda por profissionais nestas áreas, por outro, existe também uma grande competição por vagas, em razão do que uma formação profissional e acadêmica sólida é fundamental para aqueles que pretendem brigar pelas melhores posições no mercado. Já há algum tempo, o mercado de formação acadêmica está atento à demanda criada por essa área e diversas instituições de ensino superior já criaram programas de extensão e especialização voltados para profissionais que trabalham ou desejam ingressar no setor de petróleo. Tais cursos, muitas vezes, combinam disciplinas jurídicas com outras que visam fornecer ao advogado atuando nesta área um entendimento básico sobre as principais questões técnicas relacionadas às atividades dessa indústria. É importante que o interessado procure cursos em que os instrutores possuam, além de boa formação acadêmica, uma significativa experiência prática no setor. Além disso, considerando que a experiência profissional será decisiva no futuro daqueles que pretendem trabalhar nesta área, é muito importante aproveitar também todas as oportunidades de trabalho, ainda que sejam simples estágios acadêmicos. * Antonio Augusto Reis Mestre em Direito Ambiental pela Pace University Law School, NY - Associado da área de Direito Ambiental de Tauil, Chequer e Mello associada a Thompson & Knight LL.P. 21 Cursos & Carreiras Artigo Desafios e conquistas dos profissionais de engenharia Reynaldo Barros* O Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) tem atribuições que perpassam o dia-a-dia de toda a sociedade. Em benefício dos profissionais, esse compromisso abrange a luta pelo pagamento do salário mínimo profissional, a garantia de emprego e a vigilância sobre o exercício ilegal da profissão. Perante a população do estado do Rio de Janeiro, o conselho tem outras obrigações, como propor soluções para o crescimento desordenado das cidades, a preservação do meio ambiente, a acessibilidade dos deficientes físicos e um sem número de ações que assegurem melhor qualidade de vida. Após mais de 20 anos de estagnação, o mercado de trabalho para os profissionais do sistema se mostra acolhedor. O boom imobiliário, as obras do PAC, os novos campos de petróleo e gás descobertos pela Petrobras prenunciam muitos empregos. Neste momento, a responsabilidade do CreaRJ se multiplica, pois a fiscalização do exercício legal da profissão se faz ainda mais necessária. Como já fizemos anteriormente, não podemos permitir que profissionais estrangeiros venham tomar o lugar de trabalhadores brasileiros. Ainda mais quando isso é feito sem o devido registro no sistema. Realizamos fiscalizações em diversas empresas e fazemos campanhas educativas para que se reconheça o valor do profissional brasileiro. Outra questão que requer atenção e vigilância é o acobertamento, que ocorre quando um leigo desenvolve um projeto e “compra” a assinatura de um engenheiro a fim de legitimar o empreendimento. A prática representa um alto grau de risco para as construções e coloca em jogo a vida de pessoas inocentes. Para tentar diminuir a ocorrência desta ilegalidade, o Crea-RJ luta pela aprovação, na Câmara dos 22 Deputados, do Projeto de Lei 6.699/2002, que transforma o exercício ilegal das profissões abrangidas pelo conselho em crime punível com penas de prisão por até dois anos. Ao endurecer a punição, a proposta representa uma importante barreira para conter o avanço de maus profissionais. Outro dispositivo criado pelo conselho para proteger o profissional é o Atestado de Conformidade Profissional. Para receber o certificado, empresas devem atender a alguns requisitos, como o pagamento do salário mínimo profissional determinado pela Lei 4950/66 e a emissão de Anotações de Responsabilidade Técnicas (ART). A ART é um mecanismo de proteção tanto dos profissionais como da sociedade. O Crea-RJ exige que toda obra tenha um engenheiro responsável e isso deve ser determinado na ART, antes mesmo que a obra se inicie. Através da ART, um profissional fica obrigado a responder pela obra. Além de resultar em projetos mais seguros, a ART permite que, em caso de acidentes, o responsável seja identificado e pague por seus erros. Para auxiliar estudantes e profissionais que buscam maior qualificação para o mercado de trabalho, item que está em evidência neste novo cenário de oportunidades, principalmente em setores como a construção civil e offshore, o Crea-RJ disponibiliza o Progredir. Mais de 10 mil profissionais e estudantes já participaram do programa de capacitação, que organiza palestras técnicas, cursos de curta duração e cursos on line para esse público. O objetivo é atender às demandas diferenciadas de cada região do Estado, principalmente no que diz respeito à inovação tecnológica. Por falar em tecnologia, o conselho acaba de lançar em seu site um novo banco de empregos virtual. A nova ferramenta funciona como uma vitrine, em que o profissional pode expor seu Reynaldo Barros currículo e, ainda, incluir o portfólio de seus trabalhos já realizados, detalhar experiências na área e disponibilizar fotos, vídeos, artigos e podcasts para demonstrar suas competências. A idéia é facilitar ainda mais a interação entre os profissionais e empresas do setor, qualificando os processos de seleção realizados em todo o país. Diante da população, o Crea-RJ firma-se como órgão fiscalizador de obras, defensor do meio ambiente e fomentador de soluções para a desordem urbana. Mais do que um representante de determinadas categorias, tornou-se uma entidade com visão macro dos problemas do estado, oferecendo seus conhecimentos e experiências na tentativa de minimizar as dificuldades inerentes ao seu campo de ação. Ao incentivar a participação de seus profissionais na elaboração de políticas públicas de urbanismo, colabora para a melhoria da qualidade de vida dos fluminenses. Daqui pra frente, outros desafios se pronunciarão, mas, certamente, o caminho adotado até agora - da transparência e do diálogo - será sempre o mais acertado e o único capaz de atrair novas conquistas para os que são representados pelo órgão. * Reynaldo Barros é presidente licenciado do Crea-RJ Cursos & Carreiras Artigo Como encarar uma entrevista de emprego? Rosangela Grigoletto* A realidade é que não existe uma ‘receita’ para enfrentar testes e a conseqüente entrevista de emprego, o candidato pode tomar alguns cuidados com aspectos que certamente serão avaliados pelas organizações, sendo um dos principais a insegurança. Geralmente, os testes seguem três etapas. Saiba ouvir, não interrompa seu interlocutor; Evite respostas fechadas: “sim” ou “não”; Demonstre otimismo; Se o entrevistador der um tom muito informal à conversa não entre na dele; também não seja formal demais para não diminuir a naturalidade. Muitos nem imaginam, mas ao entrar em contato para A contratação de um novo funcionário gera expectativa avisar sobre o envio de um teste on-line, o avaliador já tanto para a empresa, quanto para o candidato. Não é só o está atento às atitudes e ao comportamento do candidato. entrevistador que deve perguntar, o entrevistado também. Nas etapas seguintes, o pretendente à vaga passa pela Se derem oportunidade e as questões não foram incluídas avaliação do responsável pelo recrutamento e do superior na própria entrevista, é claro. hierárquico. É difícil um processo seletivo que não tenha Algumas indagações são pertinentes: uma entrevista. Por melhor que tenham sido os testes, o recrutador precisa da avaliação ‘cara Quais serão suas responsabilidades? a cara’. Realizada individualmente ou Qual o nível hierárquico para o qual em grupo, esse teste não é um bichoresponderá? de-sete-cabeças como muitos O melhor é ser natural, pois Quando será o início do trabalho? imaginam. É apenas o momento em não há técnica que a As condições da contratação (salário, que o candidato precisa ter convicção substitua, porém, existem jornada de trabalho e benefícios). das suas capacidades para transmitialguns segredos para projetar las de forma segura ao avaliador, ou Não esqueça “nunca” que as uma imagem positiva melhor, precisa convencer o outro informações de seu currículo serão sobre características e capacidades de checadas, portanto, não invente! si próprio. Antes, durante e depois da entrevista O melhor é começar pela naturalidade, pois não há técnica que a substitua. Para isso, existem segredos que podem ser usados para aprimorá-la e que ajudam a projetar uma imagem positiva. Alguns deles são básicos, como chegar com antecedência, escolher uma roupa adequada e confortável, mantendo seu estilo pessoal, claro, que sem exageros, pois antes da primeira fala o entrevistador irá observá-lo e sua aparência fará parte da análise. Abaixo, alguns outros: ele é o guia da empresa para conhecê-lo. Certamente, no decorrer do processo as informações serão confirmadas. A maior parte do tempo de uma entrevista é composta de perguntas e respostas, esteja pronto para as mais usuais: Por que você se acha capaz de assumir o cargo? Baseado em quais de suas experiências você se acha capaz de trabalhar conosco? Nunca subestime a influência das primeiras impressões; Qual ou quais de suas habilidades podem ajudar no crescimento da empresa? Chegue com antecedência; Fale um pouco sobre você? Leve um currículo atualizado; Por que você aceitaria esse cargo? Pesquise mais informações sobre a empresa; Uma entrevista bem elaborada pode durar até uma hora. Esteja preparado para esse tempo, não demonstre impaciência, não fique olhando o relógio. Agüente firme e sucesso! Procure saber detalhes sobre o cargo pretendido. No decorrer da entrevista: Cumprimente o entrevistador com firmeza. Sorria! Converse olhando nos olhos; Mantenha o tom da voz adequado; Incline-se na direção de seu interlocutor; Mantenha suas mãos paradas, apenas gesticule quando for falar; *Rosangela Grigoletto é professora de Redação e Português Empresarial do Programa Cead – Cursos Especiais de Aprimoramento e Desenvolvimento, mantido pela Contmatic Phoenix, empresa desenvolvedora de softwares administrativos e contábeis. 23 Cursos & Carreiras Artigo A indústria do petróleo e o profissional do meio ambiente P.DSc. Roberto Roche* [email protected] O efeito das atividades humanas sobre o meio ambiente aumentou significativamente a partir do início da Revolução Industrial, no final do século XVIII. Desde este período até os dias atuais, o impacto das atividades industriais, dos grandes aglomerados urbanos e da expansão da agricultura sobre a biosfera só cresce. A maior preocupação com o meio ambiente exerceu um grande impacto sobre as atividades empresariais, principalmente na indústria do petróleo. A partir de meados da década de 1980, a maioria dos países criou leis ambientais ou tornou as existentes mais restritivas, regulando as atividades industriais e comerciais, no que concerne a seus impactos sobre o solo, a água e o ar. Para garantir o cumprimento da legislação, surgiram órgãos ambientais nos diversos níveis governamentais. Paralelamente, houve um aumento exponencial no número de ONGs (organizações não-governamentais), atuando de maneira crítica em relação às atividades dos governos e das empresas. Para completar este quadro, acrescente-se a maior conscientização, com o surgimento da imprensa especializada e pela maior importância dada ao tema por veículos de comunicação de massa. Essas mudanças, se devem principalmente à alta competitividade associadas às exigências das leis ambientais , que com maciço apoio popular imprimiram uma velocidade muito mais acelerada ao mercado, afetando significativamente as empresas, em todos os setores da economia. No caso da industria do petróleo , com relação ao meio ambiente, muita 24 degradação e impactos foram gerados. Atualmente, para se manter no mercado, as empresas precisam contratar profissionais cada vez mais qualificados e especializados de diversos setores e com a preocupação do meio ambiente em foco. Um curso de pós-graduação ou MBA e falar inglês fluentemente são requisitos fundamentais para uma boa colocação na área petrolífera. É notório o aumento do número de empresas estrangeiras se instalando no Brasil e a oferta do profissional de meio ambiente com os requisitos mencionados acima são escassos. É nítido também o aumento do valor de remuneração para este profissional. A grande maioria das empresas vem enfrentando dificuldades na relação com os órgãos ambientais em face à necessidade de se cumprir exigências da área e observa-se a falta de profissional qualificado para lidar com essa nova realidade, particularmente no que se refere aos cuidados do meio ambiente. Vários projetos de adequação ou licenciamento não estão indo adiante por falta deste profissional qualificado. É fato que o bem mais precioso de uma corporação é o conhecimento, sendo o grande diferencial competitivo. Ou seja, a economia atual está baseada no capital intelectual, no qual as pessoas é que fazem a diferença. Conhecimentos específicos na área ambiental são características que o mercado tem exigido dos seus profissionais. O profissional que a industria do petróleo atual requer deve saber e praticar a Gestão Ambiental, que têm como princípios: a Qualidade;, Segurança ,Saúde e Meio ambiente - Roberto Roche para que efetivamente se atinja o Desenvolvimento Sustentável. Este tem que proporcionar à sua empresa vantagens competitivas como: redução de custos, em função da economia de recursos naturais e diminuição da geração de resíduos; possibilidades de conquistar mercados restritos que exijam certificações ambientais; redução das indenizações por responsabilidade civil, e danos ambientais e atendimento às legislações inerentes ao meio ambiente Qualquer que seja a sua área de trabalho, o profissional da indústria do petróleo deve conhecer o que é a Gestão Ambiental. Deverá saber que a gestão visa ordenar as atividades do dia-a-dia, para que tenham com meta principal o menor impacto possível sobre o meio ambiente, e que a empresa tenha seus projetos aprovados e não venha sofrer conseqüências por infringir a legislação ambiental. * Pós -Doutor em Avaliação de Impactos Químicos UCLA-USA, PhDBioquímica Ambiental, Universidade Católica de Los Angeles-USA; MBA em Gestão Ambiental, Universidade de Harvard - USA; Mestre em Química Ambiental, Universidade do Texas A&MUSA; Ex-Conselheiro do CONAMA ; Auditor Líder Sênior e Perito Ambiental como colaborador junto ao Ministério Público; Membro da Comissão de Certificação Técnica Ambiental-ABNT e Consultor para a PDVSA, DNP, ELLOPUMA, Record Engenharia, Navegação Cunha, União Transporte. Cursos & Carreiras Confira a seleção de cursos a serem ministrados em diferentes locais do país nos próximos meses Instituição Abende Cursos Técnicos, Extensão, Graduação e Pós-graduação Curso Básico de Ensaios Não Destrutivos e Técnicas Preditivas de END e Manutenção / Sistemas de Gestão Integrados com ênfase na área de END DLA Tecnologia do Processo de Soldagem; Supervisor Técnico de Tubulações, SMS e Instrumentação; Habilitação de Cargas Perigosas Escola Politécnica da USP Graduação e Pós em Engenharia Naval e Oceânica Instituto Brasileiro de Petróleo Pós em Engenharia de Petróleo - Ênfase Construção de Poços Especialização em Engenharia de Instrumentação Industrial Faculdade do Centro Leste Pós-graduação em Engenharia de Petróleo e Engª de gás natural (ES) Informações para contato website (11) 5586-3199 [email protected] www.abende.org.br/ (21) 2224-0474 [email protected] Tel. (11) 3091-5350 (21) 2112-9021 / 2112-9034 [email protected] Vitória (27) 3328-2828 www.dla.com.br www.pnv.poli.usp.br/pnv/index.htm www.ibp.org.br/loja www.ucl.br/ MBA Gestão de Negócios em Petróleo e Gás FGV-Niterói MBA em Gestão de Negócios da Indústria Naval e Offshore Niterói (21) 3302-2203 Funcefet-Rio (ESFO) Engenharia de Equipamentos On e OffShore Rio de Janeiro: (21) 2567-7895 / 2264-8847 Macaé: (22) 2762-9887 / 8823-5621 Pós-graduação Lato Sensu em Negócios de Petróleo, Gás e Biocombustíveis São Paulo (11) 3732-3500 / 3732-3535 - email [email protected] Fundação Instituto de Administração (FIA) Puc Rio (CCE) Instituto de Energia PUC-Rio Sindmar / Centro de Simulação Aquaviária Pós-Gradução Lato Sensu Engenharia de Petróleo Pós -Graduação Lato Sensu Engenharia de Processo Teinamento em Simulador de Sistemas de Posicionamento Dinâmico de Embarcações / Gerenciamento de Passadiço / Apoio Marítimo Pós em Sistemas Offshore / Pós Segurança UFRJ/ Coppe - Politécnica e Aplicada a Projetos de E&P / Pós em Laboratório de Educação Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Continuada Offshore Curso de Extensão - Exploração e Produção Offshore de Petróleo no Mar Ulbra (RS) Graduação Engenharia de Petróleo Universidade Estácio de Sá Pós em Gestão de Petróleo e Gás Universidade Veiga de Almeida Processos Gerenciais em Petróleo e Gás USP Ribeirão Preto - dept. Química Curso de Extensão de Biodiesel - Micro Usinas Gestão em Petróleo e Gás www.capital-h.com.br www.funcefet-rio.com.br/ www.fia.com.br 0800 9709556 www.engenhariadepetroleo.com www.cce.puc-rio.br (21) 3125-7600 http://www.aquaviarios.com.br/ Tel. (21) 2562-8715, 2562-8738 e 2562-8742 www.oceanica.ufrj.br/labeco Canoas (51) 3477-9100 / [email protected] www.ulbra.br/graduacao/eng_petroleo.htm telefone (21) 3231-0000 www.estacio.br/posgraduacao/ cursos/engenharia/pet_gas.asp Rio (21) 2574-8888 www.uva.br/ (16) 3602-3743 / [email protected] www.ffclrp.usp.br/ 25