Final Fantasy X foi o título de estréia da série para o Playstation 2, e

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Final Fantasy X foi o título de estréia da série para o Playstation 2, e
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Dom, 22 de Agosto de 2010 22:39
Final
Fantasy X foi o título de estréia da série para
o Playstation 2, e um dos
mais aguardados de toda a série e
também da história dos games. Lançado em 2001,
foi um dos jogos mais vendidos na estréia da história.
O enredo é centrado na personagem Tidus, um
garoto ingênuo e despreocupado que
vê tudo em sua vida
cair pelos ares ao ser sugado por uma entidade chamada Sin, e
transportado
para (julga ele) 1000 anos na frente, para outro mundo. Lá
tudo é
diferente, a religião, as pessoas, os lugares
e costumes. Aos poucos Tidus vai
aprendendo a viver neste novo mundo
e descobre que Sin é uma ameaça que deve
ser destruída.
Ele aparece e reaparece a cada 10 anos, onde um summoner
(invocador) é destinado
a derrotá-lo. Quando derrotado
ele revive e outro summoner deve derrotá-lo, num ciclo
sem
fim. A summoner desta vez é Yuna, e Tidus entra no grupo para
ajudá-la.
Aí a trama se desenvolve numa grande complexidade
e emoção, num dos melhores
enredos já vistos
na história dos games.
Agora lançado para um console de 128 bits,
obviamente a qualidade gráfica aumentou
muito, permitindo cenários
belíssimos com diversos efeitos em 3D. É fato que hoje
os gráficos de Final Fantasy X estão bem ultrapassados,
mas é inegável que ainda
hoje são extremamente
belos, num show de cores e efeitos lindos. Os gráficos
realmente
são de encher os olhos, e até hoje não perderam
seu charme.
Mas a inclusão marcante foram os diálogos
agora dublados, com vozes reais. Não
chega a ser um trabalho
de grandes dubladores e o sincronismo labial é deplorável,
mas foi um marco para a época e para a série. Quase
todas as falas do jogo são
dubladas, o que dá um ar
muito mais cinemático ao jogo.
Uma coisa inovadora de Final Fantasy X foi o novo
save, onde agora você também
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recupera seu HP e MP além
de salvar o jogo. Vários jogos da atualidade agora usam
esse
mesmo sistema, como Kingdom Hearts e o próprio Final Fantasy
XII. Não
foi uma revolução, mas algo notável.
A trilha sonora dispensa comentários. Como
em todo grande Final Fantasy, a trilha
sonora é linda e impecável.
Último trabalho do mestre Nobuo Uematsu para a série,
o cara continua provando que não é um compositor barato.
As músicas são
extremamente emotivas e lindas, como
“To Zanarkand” e “Auron’s Theme”, calmas
como as músicas tema da maioria das cidades, animadas como
na música tema
das batalhas até muito animadas com o
rock pesado de “Otherworld”, uma novidade
que foi mais
do que sucedida. Sem esquecer dos clássicos Prelude e Fanfare
(em versão remix), a trilha sonora de Final Fantasy X mantém
a qualidade e tem
músicas das mais belas até um rock,
garantindo seu lugar como um dos melhores sons
da história
da série.
Agora entrando para o jogo em si: o sistema de batalhas
continua sendo em turnos,
mas com muitas novidades. Como sempre andamos
pelo cenário e a tela explode,
como todos nós já
estamos acostumados (e com raiva. Em Final Fantasy x a coisa
piora
um pouco, pois o barulho e a mudança de tela é mais
brusca e
barulhenta, como um vidro quebrando). Agora na batalha, foi
extinto o ATB (Active
Time Battle), aquela barrinha que determinava
a ação dos seus personagens, e entra o
CTB (Conditional
Time Battle), onde cada personagem em sua vez de agir, onde ele
pode
atacar, curar-se, reviver e proteger o grupo, usar magias, itens,
etc. Uma
nova opção foi adicionada, que é a troca
de armas e armaduras durante a batalha,
apertando o direcional para
a direita. Porém isso é bastante inútil. Para
fugir
das batalhas agora selecionamos “escape”, no mesmo
menu da troca, e agora
obviamente escapam um por vez. Se apenas um
escapar e os outros morrerem não
ocorrerá game over,
e você receberá experiência equivalente ao quanto
de
ações você fez.
Mesmo em um sistema de turnos o esquema mudou bastante,
com o CTB as batalhas
ficaram bem mais estratégicas e se você
acha isso um ponto bom terá muita diversão.
Mas as novidades
não acabam por aí: as batalhas se tornaram bem mais
dinâmicas com a inclusão de um sistema de troca de personagens,
apertando L1 você
pode trocar o personagem selecionado por outro
que esteja fora da batalha. Isso
adicionou ainda mais estratégia
e um grande dinamismo nas batalhas. Mesmo num
sistema de turnos muitas
novidades vieram e a batalha mudou muito.
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Agora os limit breakers (ou trance, ou desperation
attacks) agora se chamam
overdrives, são basicamente a mesma
coisa, uma barra que se enche, e você aperta o
direcional para
a esquerda para usar os ataques. A novidade é que, assim como
em Final Fantasy VIII, eles são quase todos interativos, o
que torna os overdrives
mais interessantes.
Fora da batalha, foi extinto o level. Sim, você não ouvirá
mais o característico “trim!”
de level up, agora
quem vai evoluir será seu ap.
Sim, ap. Agora a experiência é o ap,
que é ganho nas batalhas de acordo com suas
ações.
Uma ação já garante ap para o personagem, desde
que não morra.
Quem não foi usado ou não fez
nada não ganha nada. Esse ap é usado para andar
casas
na sphere grid, um tipo de tabuleiro onde estão todas as habilidades
e
stats que seus personagens poderão usar e aprender. Para
aprender as habilidades ou
melhorar seus atributos você precisa
de spheres, e cada habilidade ou stat tem sua
específica. Por
exemplo, power spheres melhoram seus stats de HP, força e defesa,
e ability spheres acionam habilidades a serem usadas. Cada personagem
tem
um caminho próprio a seguir, mas você pode desviar
e aprender habilidades dos
outros. Seria mais interessante se cada
um tivesse seu próprio caminho, pois é bizarro
você
ver um black mage tirar dano máximo com um ataque físico...
Mas
mesmo com isso a sphere grid é um sistema interessante
e divertido.
Essas foram as principais novidades no sistema de
Final Fantasy X, mas ainda há
outras: agora o equipamento seu
é reduzido a armas e armaduras, sim, nada mais de
escudo, arma,
bracelete, acessório etc...
Isso pode ser considerado um aspecto ruim devido ao
menor grau de mudanças e
equipamentos diferentes, se não
fosse a entrada do novo sistema de customização.
Com
esses sistema você pode agora adicionar novas habilidades em
espaços
vazios de seu equipamento (cada arma pode ter até
4 espaços, preenchidos ou
vazios), usando certos itens. É
um sistema muito bem bolado e que permite muitas
combinações
diferentes, o que vai fazer você ficar um bom tempo no menu
do
jogo planejando seu equipamento.
Os summons, que já atenderam pelo nome de GFs
e eidolons, agora são chamados de
aeons. Você invocará
os velhos conhecidos como Shiva, Ifrit e Bahamut, e invocará
novos monstrengos como Ixion, Valefor, Yojimbo, Anima e Magus Sisters.
A
principal mudança é que agora você não
apenas assistirá a animação deles, mas vai
controlá-los.
Sim, você vai controla-los. A partir daí ele será
seu único
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personagem na batalha até que mate todos os
inimigos, morra ou seja tirado. Isso com
certeza deixou os summons
mais interessantes de usar. Tem outras opções como
escudo
e uma abertura de defesa. Mas e os velhos hell fire e diamond dust?
E
o inesquecível mega flare? Sim, eles estão presentes,
os aeons tem uma barra de
overdrive como a sua, que quando enchida
aciona seus ataques especiais, que agora
são ainda mais lindos
e enchem a tela com excepcionais animações.
Todas essas mudanças conquistaram a maioria,
todos não largaram o jogo do começo
ao fim, vidrados
pela magia do jogo. Mas ninguém é perfeito, assim como
Final
Fantasy X.
A principal reclamação feita até
hoje pelos jogadores é a extrema linearidade do jogo.
Nada
de world map e sidequests paralelas (pelo menos antes de conseguir
a
airship). O que você verá é estrada, estrada
e mais estrada, passando por uma
cidadezinha aqui e ali. Nada de parar
e explorar grandes cidades como Esthar, Junon
ou Alexandria, ou comprar
vários itens e equipamentos pro seus personagens, e falar
com
todos as pessoas. Isso ainda existe, obviamente, mas em bem menos
freqüência e grandiosidade. Você encontrará
algum pequeno comerciante na cidade
(na maioria apenas 1 deles), poucas
pessoas, poucas casas. Esqueça passar um bom
tempo andando
aqui e ali pelas ruas de uma grande cidade. E sem world map, não
há sidequests. Elas apenas podem ser feitas no final do jogo,
com a obtenção da
airship. E o pior é que você
não passará voando pelos ares com uma Highwind ou
Ragnarok,
você apenas selecionará num menu o local que deseja estar
e
estará lá. A extrema linearidade do jogo foi bastante
reclamada e certamente é
lamentável.
Isso tirou muitas características básicas
da série, como sempre ter grandes e mágicas
cidades,
sempre ter um world map, sidequest acessíveis já no
meio ou começo
do jogo, veículos etc. Fora os personagens
que deixaram de ser bem estilosos e
complexos, para serem pessoas
com um figurino não muito criativo, sempre muito
colorido e
comum, com uma personalidade simples. Tidus não é o
pior
protagonista da série (alguém consegue vencer o
Vaan?), mas deixou muito a desejar,
sendo um cara bobão e sem
muitos pensamentos e personalidade.
Pelo menos as velhas galinhas amarelas estão
aqui, os nossos queridos chocobos.
Mas nada de andar com eles pelo
mundo afora, ou até voar e nadar com eles, aqui
você
o controlará só em algumas partes em terra firme mesmo.
O minigame
clássico de chocobos está de volta, mas com
uma diversão bem reduzida.
4/6
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Falando em minigames, o principal deles é o
chamado blitzball, um esporte que junta
futebol com handebol, em um
campo aquático. É divisor de opiniões, uns acham
super legal e outros acham a coisa mais ridícula já
feita, mas isso só jogando para
você saber.
Quanto aos minigames menores, poderíamos chamá-los de
bigchatices, devido a
grande dificuldade e pouca criatividade desses.
Você vai passar muito tempo no tédio
desviando de 200
raios ou caçando borboletas. Mais um ponto negativo no jogo.
As sidequests estão aí. Longas e difíceis,
os mais aplicados que anseiam ter 100% no
jogo passarão centenas
de horas para evoluir seus personagens ao máximo e fazer os
extras. Em Final Fantasy X é possível tirar até
99 999 de dano!
As quests são difíceis e longas, mas
não são legais a ponto de empolgar. Não são
uma chatice, mas não são muito criativas. A principal
sidequest do jogo é feita na
chamada monster arena, onde você
capturará bichos de todo o mundo e batalhará
com espécies
mais poderosas. Não chega a ser algo chato ou fácil,
mas não
empolga. Temos outras quests menores como obter as
melhores armas e aeons
secretos, mas a maior parte do tempo você
passará na monster arena. Exceto se
estiver jogando a versão
internacional:
A versão internacional é uma versão
estendida de Final Fantasy X, agora com
legendas e escrita em japonês
se você desejar. Mas a principal adição são
os
dark aeons, versões muito mais poderosas que os aeons originais,
que serão chefes
adicionais extremamente difíceis. Alem
disso tem o chefe opcional supremo, Penance,
disponível após
derrotar todos os dark aeons. Uma nova sphere grid também foi
feita, com novas habilidades. Outras coisas foram adicionadas, mas
nada muito
relevante. Quem gosta de Final Fantasy X é recomendado
a versão Internacional.
Diante de todas essas novidades aliadas com um excepcional
enredo e música e todas
as ausências significativas e
perda de muitas coisas que amamos em Final Fantasy,
Final Fantasy
X se torna um divisor de opiniões. Muitos amam, apreciam a
música e o enredo jogando e se divertindo do começo
ao fim, e alguns se dispõem a
passar centenas de horas a conseguir
tudo. Do outro lado, não conseguem apreciar o
fato de não
passar um tempo explorando cidades, explorando o mundo, e não
ter personagens tão legais assim.
5/6
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Dom, 22 de Agosto de 2010 22:39
Mas o fato é que Final Fantasy X é excepcionalmente
competente, provando ser um
dos melhores RPGs do Playstation 2 e um
dos Final Fantasies mais marcantes e bem
feitos. Se você gosta
de Final Fantasy. Não deve deixar passar em branco Final
Fantasy
X, mesmo que no final acabe se decepcionando.
6/6