resumo - Entrelugares
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resumo - Entrelugares
A TRAJETÓRIA DA MEMÓRIA E DO ESQUECIMENTO NA NARRATIVA FEMININA NA OBRA “O OUTRO PÉ DA SEREIA” DE MIA COUTO RESUMO Na obra “O outro pé da Sereia”, escrita por Mia Couto, encontram-se narrativas que perpassam problemáticas que deslizam sob o campo da memória e do esquecimento. O objetivo principal deste ensaio é pensar estas questões, tendo como direcionamento as falas de duas personagens principais: Mwadia Malunga e Dona Constança. Elas são como faróis que iluminam, além destas conjecturas, outras relativas ao processo de descolonização portuguesa na África, principalmente em Moçambique. Elas movimentam sentidos para que se possa entender uma questão importante para o nosso tempo – por que esquecemos tanto? O autor, indo do ano de 1560 a 2002, movimenta de forma oportuna o Tempo, que segue sua finalidade de forma descontínua e trafega numa vontade poética de “denunciar” o processo de descaracterização dos costumes e das condições de vida da população africana, indo na contramão dos estereótipos sobre colonizado e colonizador. Ele elabora uma trama narrativa em que o binarismo é trocado pela perspectiva dos micro-cortes, das linhas de fuga, dos movimentos silenciosos dos sentimentos, que mostram que os sinais do processo de desenraizamento, provocado por longos períodos de colonização, são sentidos de forma pessoal, íntima e aberta ao movimento de lembrar e esquecer. Palavras-chave: Memória; esquecimento; descolonização LA TRAYECTORIA DE LA MEMORIA Y DEL OLVIDO EN LA NARRATIVA FEMENINA DE LA OBRA EL OUTRO PIE DE LA SIRENA DE MIA COUTO RESUMEN En la obra "El otro pie de la Sirena", escrita por Mia Couto, se encuentran narrativas que perpasan problemáticas que deslizan bajo el campo de la memoria y del olvido. El Objetivo principal de este ensayo es pensar estas cuestiones, teniendo como direccionamiento las hablas de dos personajes principales: Mwadia Malunga y Doña Constanza. Son como faros que iluminan, además de estas conjeturas, otras relativas al proceso de descolonización portuguesa en África, principalmente en Mozambique. Ellas mueven sentidos para que se pueda entender una cuestión importante para nuestro tiempo - ¿por qué olvidamos tanto? Yendo del año 1560 a 2002 el autor mueve de forma oportuna el Tiempo, que sigue su finalidad de forma discontinua y transita por una voluntad poética de "denunciar" el proceso de descaracterización de las costumbres y de las condiciones de vida de la población africana, yendo a contramano de los estereotipos sobre colonizado y colonizador. Elabora una trama narrativa donde el binarismo es cambiado por la perspectiva de los micro-cortes, de las líneas de fuga, de los movimientos silenciosos de los sentimientos, que muestran que las señales del proceso de desenraizamento, provocado por largos períodos de colonización, son sentidos de forma personal, íntima y abierta al movimiento del recordar y olvidar. Palabras-clave: Memoria; olvido; descolonización THE COURSE OF MEMORY AND OBLIVION IN THE FEMININE NARRATIVE WITHIN MIA COUTOS´S WORK THE OTHER FOOT OF THE MERMAID ABSTRACT In the workmanship the Other foot of the Mermaid, written by Mia Couto, there are narrative permeated by problematics that slide on the field of memory and oblivion. The main objective of this essay is to think about these questions, by focusing the dialogues of two main characters: Mwadi Malunga and Lady Constança. They are the lighthouses that illuminate, beyond these assumptions, other relating to the process of Portuguese decolonization in Africa, mainly in Mozambique. They put into motion meanings that make us understand an important question for our time - why do we forget so much? Going from 1560 to 2002 the author puts into motion Time in a opportune form , following its purpose in a discontinuous way and passing through a poetical will "to denounce" the process of distortion of the customs and the conditions of life of the African population, by going against stereotypes attached to colonized and colonizer. He elaborates a narrative where the binary terms are replaced by the perspective of the micro-cuts, of the lines of escape, the quiet movements of the feelings that show that the signs of the process of derooting, provoked by the long periods of colonization, are felt in a personal and intimate form, open to the movement of remembrance and oblivion. Keywords: Memory; oblivion; decolonization