Anais do SICOG
Transcrição
Anais do SICOG
ANAIS DO SIMPÓSIO – SYMPOSIUM PROCEEDINGS UNIVERSIDADE DE SOROCABA EMBRAPA RECURSOS GENÉTICOS E BIOTECNOLOGIA VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE COGUMELOS NO BRASIL VII SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE COGUMELOS COMESTÍVEIS 8TH INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON MUSHROOMS IN BRAZIL 7TH NATIONAL SYMPOSIUM ON EDIBLE MUSHROOMS ANAIS DO SIMPÓSIO – SYMPOSIUM PROCEEDINGS Editores técnicos Marli Gerenutti Denise Grotto Arailde Fontes Urben Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Universidade de Sorocaba Cidade Universitária, Professor Aldo Vannucchi 152101-7000 Sorocaba, SP Telefone: (15) 2101-7104 Fax: (15) 2101-7104 Supervisão editorial: Marli Gerenutti Denise Grotto Revisão de texto: Marli Gerenutti Denise Grotto Arailde Fontes Urben Projeto gráfico e diagramação: Entrelinhas Editorial Capa: Luiz Fernando Almeida Santos Fotos da capa: Iwao Akamatsu (Empresa Yuri Cogumelos, Brasil) e Yoshie-Takeuchi (Nagano Prefectural Forestry College, Japão) 1ª edição 1ª impressão (2015): 450 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) UNISO Simpósio Internacional sobre Cogumelos no Brasil (8. : 2015 : Sorocaba, SP). Anais do Simpósio = Symposium proceedings / 8 Simpósio Internacional sobre Cogumelos no Brasil = 8th International Symposium on Mushroooms in Brazil, 7 Simpósio Nacional sobre cogumelos comestíveis = 7th National Symposium on Edible Mushoroons ; editores técnicos, Marli Gerenutti, Denise Grotto, Arailde Fontes Urben. – Sorocaba, SP : UNISO, 2015. 274 p. : il. color. ; 21,6 cm x 27,9 cm. ISBN 978-85-61289-27-0 1. Cogumelo comestível. 2. Produção. 3. Armazenamento. 4. Meio Ambiente. I. Gerenutti, Marli. II. Grotto, Denise. III. Urben, Arailde Fontes. IV. Simpósio Nacional sobre cogumelos comestíveis, 7., 2015, Sorocaba. V. International Symposium on Mushroooms in Brazil, 8., 2015, Sorocaba. VI. National Symposium on Edible Mushoroons, 7., 2015, Sorocaba. VII. Título: Symposium proceedings. CDD 635.8 UNISO 2015 Q uando deixarmos de qualificar a nossa pesquisa por número de artigos publicados, patentes depositadas e livros editados. Quando nossa produção científica formar indivíduos mais competentes, éticos e felizes, capazes de reduzir o sofrimento e a fome das classes sociais menos favorecidas e de minimizar a dor dos enfermos, dando-nos a sensação de plenitude, então, e somente então, poderemos nos considerar cientistas comprometidos com a humanidade e o universo, trabalhando pela sociedade e pelos animais, plantas e... fungos. Marli Gerenutti COMISSÃO ORGANIZADORA COMITÊ EXECUTIVO / EXECUTIVE COMMITTEE Presidente / President Profa Dra Marli Gerenutti – Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e Coordenadora do Laboratório de Pesquisa Toxicológica (LAPETOX) da Universidade de Sorocaba. Presidente de Honra / President of Honor Profa Dra Arailde Fontes Urben – Pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Vice Presidente / Vice-President Profa Dra Maria Sylvia do Amaral Gurgel – Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos da Universidade de Sorocaba Secretaria Executiva / Executive Secretariat 1º Secretário: Edison de Souza – Empresa Brasmicel 2º Secretário: Iwao Akamatsu – Empresa Yuri Cogumelos 3º Secretário: Marylin Del Nero – Empresa Funghi & Flora 4º Secretário: Dr. Daniel Gomes – APTA – Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. 5º Secretário: Heloisa Helena Favara – Sebrae – SP Tesouraria / Treasury Fundação Dom Aguirre COMITÊ TÉCNICO-CIENTÍFICO / SCIENTIFIC AND TECHNICAL COMMITEE Coordenador / Coordinator Profa Dra Marli Gerenutti Membros / Members Profa Dra Angela Faustino Profa Dra Arailde Fontes Urben Dr. Daniel Gomes Profa Dra Denise Grotto Profa Dra Maria Sylvia do Amaral Gurgel Profa Dra Yoko Oshima-Franco Bianca Hessel Maschio Sara Rosicler Vieira Spim Apoio Técnico / Technical support Luiz Fernando Almeida Santos – Assessoria de Comunicação /Uniso Millene Sanches Matos – Assessoria de Eventos /Uniso Teresa Cristina Lima Camargo Parducci – Assessoria de Eventos/Uniso Willian Welbert da Silva – Assessoria de Comunicação / Uniso SUMÁRIO Histórico do evento.......................................................................................................................... 15 Artigos e sinopses das palestras proferidas...................................................................... 19 Resumos dos trabalhos científicos apresentados em formato de pôster........ 157 Minicurrículos dos conferencistas......................................................................................... 261 Índice remissivo de autores........................................................................................................... 271 HISTÓRICO DO EVENTO A primeira edição do Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil (I SICOG) ocorreu no período de 5 a 8 de dezembro de 2002, no Hotel Nacional em Brasília (DF) e organizado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, tendo como Presidente a Dra. Arailde Fontes Urben e Vice-Presidente, o Dr. José Manuel Cabral de Souza Dias. Nesse encontro foram apresentados 23 palestras e 29 painéis em temas de taxonomia, produção de cogumelos comestíveis e nutricêuticos, aplicação de cogumelos em tratamento de efluentes e biorremediação. Foram palestrantes convidados do exterior o Prof. Dr. Lin Zhanxi (China), Dr. Shu Ting Chang (Austrália), Prof. Dr. Nestor Curvetto (Argentina) e Dr. Nguyen Thi Son (Vietnã). Patrocínio: Embrapa. O I Simpósio Nacional sobre Produção e Aplicação de Fungos Comestíveis foi realizado na Universidade de Mogi das Cruzes, no período de 17 a 20 de setembro de 2003. Foi promovido pela Universidade de Mogi das Cruzes e pela Associação de Produtores de Cogumelos de Mogi das Cruzes, São Paulo. O II SICOG foi realizado no período de 6 a 9 de dezembro de 2004, no Hotel Nacional em Brasília (DF) e organizado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, tendo como Presidente a Dra. Arailde Fontes Urben e Vice-Presidente, a Sra. Fátima Carrão (Presidente da Associação dos Produtores de Cogumelos da Costa Oeste do Rio de Janeiro). Os conferencistas convidados do exterior foram o Prof. Dr. Lin Zhanxi (China), Prof. Dr. Lin Yuexin (China), Prof. Dr. Néstor Curvetto (Argentina), Dr. Giuseppe Venturella (Itália), Prof. Dr. Hamid Ali Hadwan (Bagdá, Iraque), Prof. Dr. Jos Buth (Holanda) e Prof. Dr. Junia Okubo (Japão). Foram proferidos 32 palestras e 30 painéis, com temas variados. Patrocínio: Embrapa, CNPq, FAPDF, SDCT, Cogumelo do Sol, Correios. Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Agronegócio. O III SICOG foi realizado no período de 14 a 16 de setembro de 2006, no Hotel Jaraguá em São Paulo (SP) e teve como Presidente o Prof. Dr. Jorge Gennari do Instituto Ricardo Veronesi em Pesquisa da Saúde e Vice-Presidente, a Prof. Dra. Erna Elizabeth Bach do Centro Universitário Nove de Julho. Foram palestrantes do exterior convidados o Prof. Li Zhanxi (China), Prof. Dr. Lin Dongmei (China), Dr. Edgardo Albertó (Argentina), Dr. Giuseppe Venturella (Itália) e Dr. Danny Lee Rinker (Canadá). Patrocínio: EMBRAPA. Apoio: CNPq, Fundação de Apoio a Pesquisa de São Paulo (FAPESP). O IV SICOG foi realizado no período de 27 a 30 de outubro de 2008, no Centro de Convenções do Intercity Hotel em Caxias do Sul (RS). O evento foi promovido pelo Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul e pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia situada em Brasília (DF). O Presidente foi o Prof. Dr. Aldo J. P. Dillon e a Presidente de Honra, a Dra. Arailde Fontes Urben. Palestrantes convidados do exterior: Dr. Arsenio Terrón Alfonso (Espanha), Dr. Néstor Curvetto (Argentina), Jos Both (Holanda), Dr. Greg Seymour (Austrália) e Dr. Artur Cavaco-Paulo (Portugal). Patrocínio: Embrapa. Apoio: CNPq e CAPES. O V SICOG foi realizado no período de 4 a 7 de maio de 2010, na UNISO/Cidade Universitária, em Sorocaba (SP). O evento foi promovido, em parceria, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e o Curso de Gastronomia da Universidade de Sorocaba (UNISO), e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia situada em Brasília (DF). A Presidente foi a Profa. Dra. Marli Gerenutti, a Vice-Presidente foi a Profa. Dra. Maria Sylvia do Amaral Gurgel e a Presidente de Honra foi a Dra. Arailde Fontes Urben. Palestrantes convidados do exterior: Danny Lee Rinker (Canadá), Dr. Edgardo Albertó (Argentina), Dr. Paul Masuda (Estados Unidos), Chan-Jun Lee (Coreia do Sul), Dr. Dra. Magda Verfaile (Bélgica), Dr. Yoshie Takeuchi (Japão) e Dr. Pyung Gyun Shin (Coreia do Sul). Patrocínio: Uniso e Embrapa. Apoio: CNPq, CAPES, Sindicato Rural de Sorocaba, Prefeitura Municipal de Sorocaba. O VI SICOG foi realizado no período de 29 de agosto a 1º de setembro de 2011, no Hotel Nacional em Brasília (DF) e organizado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e pela Sociedade de Brasileira de Fungicultura. Teve como Presidente a Dra. Arailde Fontes Urben e Vice-Presidente Edison de Souza, diretor da Brasmicel. Os Presidentes de Honra foram: Dr. Pedro Arraes, Diretor Presidente da Embrapa, Dr. Mauro Carneiro, Chefe Geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e Dr. Lin Zhanxi, Diretor do Instituto JUNCAO da Universidade Agrícola e Florestal de Fuzhou (China). Palestrantes convidados do exterior: Prof. Dr. Lin Zhanxi (China), Jos Both (Chile e Holanda), Dr. Edgardo Albertó (Argentina), Dr. Wong Sik Kong (Coreia do Sul). Patrocínio: Embrapa e SEBRAE. Apoio: Sociedade de FAPDF, CAPES, RDA, sbCTA. O VII SICOG foi realizado no período de 12 a 15 de outubro de 2013, no Hotel Tropical de Manaus (AM) e organizado pelo Instituto de Pesquisa do Amazonas (INPA) e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Teve como Presidente a Profa. Dra. Ceci Sales-Campos e Vice-Presidente a Dra. Arailde Fontes Urben. Os Presidentes de Honra foram: Dr. Greg Seymour, Presidente da Sociedade Internacional de Ciência dos Cogumelos e Gerente Geral da Sociedade Australiana de Produtores de Cogumelos, e Dra. Vera Lúcia Bononi, Diretora do Instituto de Botânica de São Paulo. Palestrantes convidados do exterior: Dr. Lin Dongmei (China), Dr. Daniel Royse (Estados Unidos), Dr. Ian Hall (Nova Zelândia), Dr. Lin Zhanxi (China), Dr. Yoshie Takeuchi (Japão), Dr. Paul Masuda (Estados Unidos), Dr. Edgardo Albertó (Argentina), Dr. John Pecchia (Estados Unidos), Dr. Matthew Grossman (Estados Unidos), Dra. Paola Andrea Zapata (Colômbia), Dra. Lillian Barros (Portugal), Dra. Isabel CFR Ferreira (Portugal). Patrocínio: Natura, Suframa, Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior. Apoio: CNPq, CAPES, FAPEAM, Secretaria do Estado – Ciência e Tecnologia, Governo do Estado do Amazonas. VIII Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil VII Simpósio Nacional Sobre Cogumelos Comestíveis 18 a 22 de agosto de 2015 – Cidade Universitária Professor Aldo Vannucchi, Universidade de Sorocaba – UNISO, Sorocaba – SP. Presidente: Profa. Dra. Marli Gerenutti Vice-Presidente: Profa. Dra. Maria Sylvia do Amaral Gurgel Presidente de Honra: Profa. Dra. Arailde Fontes Urben Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 18 ARTIGOS E SINOPSES DAS PALESTRAS PROFERIDAS PRODUCTION OF WHITE SHIMEJI (PRODUÇÃO DE SHIMEJI BRANCO)���������������������������������������������� 23 Marcos José Correia PÓS-COLHEITA DE COGUMELOS FRESCOS NO BRASIL�������������������������������������������������������������������� 29 Daniel Gomes UTILIZAÇÃO DE HIRATAKE (Pleurotus spp) NA MERENDA ESCOLAR EM CIDADE DA REGIÃO SISALEIRA DO ESTADO DA BAHIA – BRASIL���������������������������������������������������������������������������������� 32 Maria Sylvia Amaral Gurgel e Maria Yvonne Haddad Galvão Martos TÉCNICAS BIOQUÍMICAS PARA A AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA MATERNA APÓS EXPOSIÇÃO AO Lentinula edodes����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 38 Italo Frizo, Denise Grotto e Marli Gerenutti PROBLEMS AND SOLUTIONS IN THE CULTIVATION OF MUSHROOMS (Agaricus bisporus)����������������� 46 Daniel J. Royse DEVELOPMENT AND DISTRIBUTION OF NEW MUSHROOM CULTIVAR AND PRACTICAL SUCCESS OF THE CULTIVATION TECHNIQUE IN KOREA��������������������������������������������������������������������������������������������� 53 Kab-Yeul Jang, Youn-Lee Oh, Pyung-Gyun Shin, Eun-Seon Kim, Minji Oh and Won-Sik Kong THE PRODUCTION OF MATSUTAKE (Tricoloma matsutake (S.Ito et Imai) Sing.) IN JAPAN���������������� 61 Yoshie Takeuschi ESPAÑA COMO LIDER EUROPEO EN LA PRODUCCIÓN DE SETAS PLEUROTUS: CLAVES DEL ÉXITO DE CULTIVO������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 64 Maria Luisa Peña Diaz INFORMAÇÃO NUTRICIONAL DE COGUMELOS COMESTÍVEIS E MEDICINAIS EM FUNÇÃO DA LINHAGEM E DO SUBSTRATO DE CULTIVO����������������������������������������������������������������������������������������������������� 65 Meire Cristina Nogueira de Andrade BIOTECHNOLOGY: USE OF Agaricus sylvaticus IN HUMANS AND PLANTS��������������������������������������� 74 Erna Elisabeth Bach, Edgar Matias Bach Hi, Rogério Milton De Marco e Nilsa S.Y. Wadt THE QUALITY OF SPAWNING DURING MUSHROOM PRODUCTION���������������������������������������������������� 87 Kasper Moreaux COMPOSTAGEM DE Agaricus spp������������������������������������������������������������������������������������������������ 88 Paul A. Meijer PRODUÇÃO DE COGUMELOS E BIOTECNOLOGIA����������������������������������������������������������������������������� 96 Vera Lucia Ramos Bononi, Luciana Jandelli Gimenes e Ana Cristina Bolaños Rojas COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E NUTRICIONAL DE COGUMELOS COMESTÍVEIS COMERCIALIZADOS EM MANAUS���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 110 Ceci Sales-Campos e André Luiz Borborema Da Cunha Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 21 MODULAÇÃO REDOX EM CÉLULAS ENDOTELIAIS EM HIPERGLICEMIA POR EXTRATOS DE MACROFUNGOS�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������125 Gabriela Gambato, Elisa Maria Pavão, Adriana Stolfo, Roseli Claudete Fontana, Mirian Salvador e Marli Camassola OS COGUMELOS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ������������������������������������������������������������������ 129 Carmen Saez Dy Uai BIODIVERSE BACTERIA PROMOTE HEALTHY MUSHROOMS������������������������������������������������������������������ 130 Peter Oei and Guido Albert APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS PARA BIOMASSAS DO PÓS-CULTIVO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS����137 Félix Gonçalves de Siqueira, Taisa Godoy Gomes, Ana Paula Fernandes Araújo, Joice Raísa Barbosa Cunha, Carla Maísa Camelini, Diogo Keiji Nakai e Simone Mendonça COMERCIALIZAÇÃO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS������������������������������������������������������������������������ 154 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 22 PRODUCTION OF WHITE SHIMEJI (PRODUÇÃO DE SHIMEJI BRANCO) CORREIA, M.J.1 Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife/PE – Brasil. Corresponding author: [email protected] 1 ABSTRACT Species of Pleurotus genus are the mushrooms most cultivated in Southeast Asia, especially China and South Korea. Throughout the world, accounting for the total number of species of the genus, are the second most cultivated. Due to ease of handling, adaptability to the variety of climate and substrate, it is preferred by beginners producers. This study aims to address the biological aspects and the most important technological on the production of this mushroom, with a particular emphasis on white shimeji. Key words: Pleurotus, white shimeji, cultivation methods RESUMO Espécies do gênero Pleurotus são os cogumelos mais cultivados no sudeste da Ásia, notadamente na China e Coreia do Sul. No mundo inteiro, contabilizando o total de espécies do gênero, são os segundo mais cultivados. Devido à facilidade de manejo, adaptabilidade à grande variedade de substrato e clima, torna-se o preferido pelos produtores iniciantes. O presente trabalho tem como objetivo abordar os principais aspectos biológicos e tecnológicos à produção desse cogumelo, com uma ênfase particular no shimeji branco. Palavras-chave: Pleurotus, shimeji branco, métodos de cultivo INTRODUCTION Oyster mushroom is most widely cultivated mushroom in China and South Korea. It is also flourishing in almost all the mushroom growing in tropical countries, including India. The cultivation of this mushroom is very easy and it can be growing by farmer on almost all agricultural residues. However, most commonly rice straw and wheat straw is use for its cultivation. The paddy straw is more suitable for its cultivation1. The straw does not require any procession to use as substrate. Simply water soaking and disinfection either by chemicals, steam or hot water are enough to make the substrate ready for its cultivation. As per global production, it ranked third with the production of 876,000 metric ton/year, sharing 14.2 percent of total mushroom production in 1997 2. Thereafter, its production has increased in many folds. In 2003, China alone has produced 2,488,000 metric ton, which ranked first in the country and shared 24.0 percent of total Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 23 mushroom production in that country3. Not only China, in other East Asian countries also, this mushroom is widely cultivated. In South Korea, its production is highest with 61,965 metric ton/ year (based on 2003 data). In India, the mushroom is cultivated mainly in small farmer’s houses as cottage industry. However, it has gained much popularity due to its easy method of cultivation and ability to grow on various waste materials with high production efficiency. This mushroom offers good prospects of its commercialization due longer shelf-life, pleasant flavor, and excellent nutritional value. Accordingly, in certain places, its commercial cultivation has already been started4,5. Much progress has also been made on the improvement of production technology with the use of various agricultural residues, technology of cultivation and strains in many regions of the world. MUSHROOM SPECIES According Singer (1986), o genus Pleurotus belonged to Polyporaceae family along with Lentinus. Others have suggested the genus belongs to the Tricholomataceae. However, recent DNA studies place the genus Pleurotus into their own family, the Pleurotaceae. The name oyster has been given to the fungi of Pleurotus sp. on the basis of their shapes like oyster shells. These are white wood rotting fungi. In nature, the mushrooms grow on lignocellulosic materials, like dead plants, wood logs or tree stumps. The mushrooms are use as food for their delicious flavor and other culinary properties7. Several species of Pleurotus, such as Pleurotus sajor-caju, P. flabellatus, P. florida, P. ostreatus, P. citrinopileatus, P. cornucopiae, P. sapidus, P. membranaceous, P. eryngii, P. eous, P. fossulatus, P. djamor, and P. platypus are brought under artificial cultivation. Among the species, P. sajor-caju, P. flabellatus, P. sapidus, P. membraneceous, P. citrinopileatus and P. eous prefer higher temperature for their growth and can be grown in almost all tropical areas of world during different times. The rest of the species required comparatively low temperature and can be grown during winter. MORPHOLOGY OF Pleurotus ostreatus Sporophores ares usually growing in clusters on dead tree trunks or branches and rarely on living trees, wide spread in temperate zones, usually hygrophanous, gray to grayish brown, large. Pileus is stemmed at the side, 8 – 20 cm broad, shell shaped, spathulate, tong shaped or kidney shaped, gray to gray brown or slate-gray in colour, surface smooth, margin incurved. Gills are not crowded, whitish or gray, decurrent, anastomosing at the base, white, yellowish when dry, broad. Stipe is short, eccentric or lateral, 1 – 3 cm long, 0.5 – 2 cm thick, farm, sometimes hairy at the base. Flesh white, soft, spongy, 0.5 – 1.5 cm thick near the stipe. Taste and smell are pleasant. Hymenophoral trama are irregular. Basidia are 4 spored, 30 – 38 x 6 µm. Basidiospore are white, oblong, 8 – 12 µm long and 3 – 4 µm broad. Spore print is lilac8,9. SUBSTRATE PREPARATION Substrate materials: Wheat straw and paddy straw are the conventional substrate to grow this mushroom. Particularly, paddy straw is the best substrate for cultivating oyster mushrooms. However, Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 24 the other agricultural residues, such as, mustard stick, sesame residue with pod shell, pea haulms, pea pod shell, bean pod shell, maize cob and maize stalk (if fresh) as well as sawdust of saw mill supplementing with rice bran or wheat bran are more or less equally good substrate. Several species of grasses also are used in the absence of lignocellulosic agricultural wastes. In case of sawdust use as substrate, supplementation with commercial rice bran at 20 per cent of dry weight is required to obtain standard yield. The combination of different agricultural residues is also used as substrate. For example, the combination of soy bean straw and linsed straw; cotton straw, wheat straw, lentil straw and rice bran10; sugarcane bagasse and corn grits11; banana stalks, Bahia grass, coast-cross hay and bean straw12. Processing raw material substrate: Substrate like paddy straw, maize stalks, mustard sticks, residues and haulms of agricultural crops are cut into 5 – 8 cm long pieces with a hand chopper or chaff cutter. However, to save labor, the crumpled paddy straw and soft haulms may be used directly without cutting. Wheat straw is readily available as pieces after thrashing, thus, does not require any further procession. In case of maize stalks, and crop pod shells and sticks cutting is essential due to their hardness. Further, for maize stalks cutting in fresh is convenient since they become very hard and difficult to chop after drying. Sawdust collecting from saw mill is use directly without any further procession. However, in case of fresh sawdust it is kept dry in store house a year before using as mushroom substrate. Water soaking and disinfection Water soaking and disinfection of substrate are done by various ways convenient according to the available facilities. Three methods which currently used and can be done by any mushroom growers. 1. Hot water treatment: In this method substrate is water soaked for 16 – 18 hours for overnight in a cemented thank or any large container. In a next day morning, the substrate is taken out and kept draining for about 1 hour to remove excess water. After excess water removing, the moisture substrate is transferred into a large vessel and then boiled water is poured so that the substrate is fully immersed in hot water. From time to time hot water is added to maintain the temperature around 65 °C or more. The whole set is covered by a wooden plank and so maintained bay 2 hours. Periodically hot water is added to keep the temperature around 65 °C or more. The substrate is taken out for draining out for draining excess water and later spread in sun to remove excess moisture for about 1 to 2 hours. Thus, the moisture is kept 60 to 70% in substrate. The substrate treated with steam pasteurization or autoclaving at 30 p.s.i (2.11 kg/cm²) is reported to give more production. 2. Steam pasteurization: Steam pasteurization is done in a peak heating room or in a bulk chamber both facilitated with a boiler and blower. The steam coming out Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 25 from boiler pass through the substrate and finally through an overture or leakages of chamber. After 45 – 60 min of steaming substrate is taken out and sprayed out in sun for removing excess water. Another steam pasteurization method consists of filling high density polyethylene bags with substrate, put them in a pasteurization chamber and injecting steam to the substrate to 70 °C and remain at that temperature for 8 hours. After cooling, the substrate is inoculated through a hole in the center of the substrate. 3. Chemical treatment: The chemical disinfection is the easiest and fastest method to prepare the substrate. It minimizes the work and avoids power consumption required in the other methods. The chemical disinfection is the easiest and fastest method to prepare the substrate. It minimizes the work and avoids power consumption required in the other methods. Furthermore, the efficiency in the production of mushrooms on substrates treated chemically is greater than those made by other methods of treatment. In this method, a chemical solution with carbendazin (75 ppm) and formalin (500 ppm) is prepared. The substrate is immersed in that solution for about 16 – 18 hours. The solution is drained out and the substrate is spread in sun for removing excess moisture. Alternatively, the chemical disinfection is done by water soaking the substrate for 16 – 18 hours, draining out the excess water and dipping that in chemical solution for half an hour, successively. 4. Natural composting: Preparation of substrate by natural composting method consist in two phases (I and II). In phase I, wettpreviously soaked material is subjected to composting for 4 to 6 days on a concrete floor and a large enough cell, at least 2 to 3 cubic meters, to retain the heat generated by thermophilic microorganisms. Air pipes buried under the concrete floor blow air intermittently beneath the pile to supply oxygen. The phase II is carried out inside a special chamber with an aerated floor called pasteurization tunnel. Compost is pasteurized using low temperature, not over 60 °C. This kills most fungi and insect eggs without killing beneficial (fungistatic) microorganisms that have colonized compost during Phase I. In warmer areas, the pasteurization temperature should exceed 60 °C, commonly around 65 °C. For this type of process, some care is required. The quality of the raw material is important, as it should be freshly picked, and free from dirt, stains and molds. For this type of process, some care is required. The quality of the raw material is important, as it should be freshly picked, and free from dirt, stains and mold. The storage of the material is another important point. The material should be maintained until they are needed in a covered place and cemented floor. If a roof building is not available, the material should be stored in triangular shape piles, and covered with plastic sheeting. The compound quality not only depends on its chemical and microbial composition, physical characteristics are also important. The density, and content and distribution of water in the compost influencing colonization and productivity. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 26 To begin phase I, the material is shredded, soaked and stacked, as described above, and upturned every 24-48 hours for 4-6 days. Bunkers with ventilated floors may be used to speed up phase I. After this step, phase II begins by loading the pasteurization tunnel with the material of phase I. The pasteurization chamber is equipped with recirculation of hot air through the centrifugal fan, which is withdrawn from the top, above the surface of the compound, is injected below the ventilated floor to maintain temperature uniformity. Air and steam are injected through a damper and a valve, respectively, to maintain the oxygen supply and the ideal temperature. CULTIVATION ON GRASS, STRAW AND OTHER SOFT AGRICULTURAL RESIDUES The mushroom beds can be prepared in several ways, but the most common is polyethylene bags. In this method, polyethylene bags (50 x 40 cm) are drilled (holes 10 cm in diameter) with a distance of 20 cm between holes. The bags are filled with 1.5 kg of substrate in dry basis (5 kg wet substrate) and inoculated with spawn 150 g/bag. The substrate is placed inside the bag in 4 to 5 layers by pressing bay hand. Between each layer 30-40 g of spawn are spread over substrate layer. The bag is filled to 80% capacity and then closed tightly and incubated in running room in dark for 18 days. When the substrate is of small particles such as sawdust, the seed and the substrate are carefully mixed, the bags are sealed and incubated in dark at room temperature (25-28 °C). FRUIT BODY PRODUCTION After complete colonization of the substrate, cuts are made in polyethylene bag to induce fruiting by increasing oxygenation in the substrate. Water spraying is done in the morning and afternoon to develop the fruiting bodies. Fruit bodies develop within 3-4 days of bag opening. Thereafter, the mushrooms grow in the same bed for two to three times at intervals of 7-8 days. Today, the modern cultivation rooms have automatic control of humidity and temperature through sensors installed inside the cultivation room that are connected to digital devices that trigger bombs misting system and coolers according to the appropriate range temperature and humidity. Anyway, when productivity decreases enough, the mushroom bed is withdrawn into a compost for organic fertilizer preparation. HARVESTING Harvesting of mushroom is generally done at morning when the fruiting body matures which is identified by seeing the edges of the caps that start to folder or curl upwards. In case of shimeji, harvesting is done when forming a cluster with hat with a diameter smaller than 2 cm. This is done by giving a gentle twist at base of cluster. The adhering substrate particles are removed by hand picking or cutting and the mushrooms are ready for marketing or food preparation. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 27 CONCLUSIONS Although it is easier and cheaper to cultivate a minimum knowledge needed for a successful production of oyster mushroom. Care hygiene, choice of raw materials, adequate storage, growth parameters, formulation and method for substrate disinfection are the key points for a successful cultivation. REFERENCES 1. Biswas S., Singh N.P. Productivity of different species of oyster mushroom under Tripura condition. Journal of Hill Research. 2004; 17(2):74-6. 2. Chang S.T., World production of cultivated mushroom edible and medicinal mushrooms in 1997 with emphasis on Lentinula edodes (Berk.) Sing. in China. International Journal of Medicinal Mushrooms. 1999; 1:291-300. 3. Chang S.T., Development of the world mushroom industry and its roles in human health. In: Rai RD, Singh SK, Yadav MC, Tewary RP (Eds.) Mushroom Biology and Biotechnology. Solan: Mushroom Society of India. 2007, p. 1-12. 4. Prakash T.N., Tejaswini A. Prospects of mushroom cultivation in India. Proceedings of the National Symposium on Mushroom; 1991, Thiruvananthapuram, India. Indian Mushroom Society, 1991. 5. Bakakrishnan B., Nair M.C. Production and technology technology of oyster mushroom (Pleurotus sp.). In: Chada, K.I, Sharma S.R. (eds.) Advances in Horticulture. 1 ed. New Delhi: Malhota, 1995. Vol. 13, p. 109-19. 6. Singer R. The agaricales in modern taxonomy. 3 ed. Cramer, 1975. 7. Stamets P. Growing gourmet and medicinal mushrooms. 3 ed. Berkeley, CA: Ten Speed, 2000. 8. Zadrazil F. The ecoloy and industrial production of Pleurotus ostreatus, P. florida, P. cornucopiae and P. eryhgii. 1976; Mushroom Science 10(1):621-52. 9. Purkayastha R.P., Chandra A. Manual of Indian Edible Mushrooms. 1. ed. New Delhi: Today and Tomorrow, 1985 10. Kirbag S, Akyüz M, Evaluation of agricultural wastes for cultivation of Pleurotus eryhgii (D.C ex Fries) Quel. Var. ferulae Lanzi. African Journal of Biotechnology. 2008; 7(20):3660-4. 11. Moda E.M., Horei G, Spoto H.F. Edible mushroom Pleurotus sajor-caju production on washed and supplemented sugarcane bagasse. Scientia Agricola. 2005; 62(2):127-32. 12. Siqueira F.G., Martos E.T, Silva R, Dias E.S. Cultivation of Pleurotus sajor-caju on banana stalks and Bahia grass based substrates. Horticultura Brasileira. 2001; 29(2):199-4. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 28 PÓS-COLHEITA DE COGUMELOS FRESCOS NO BRASIL GOMES, D.1 Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Polo Leste Paulista (APTA), Monte Alegre do Sul/SP Autor correspondente: [email protected] 1 RESUMO A fungicultura é uma atividade em ascensão no Brasil, possui um alto valor agregado e é realizada em sua maioria por pequenos e médios produtores rurais em especial aqueles familiares. Atualmente passa por um processo de mudança de foco, saindo da produção de conserva para a produção de cogumelos frescos, produto mais saudável e saboroso. O cogumelo fresco é sensível a danos de diversas naturezas e é de extrema importância a aplicação de um conjunto de técnicas pós-colheita para cada etapa de produção. A tecnologia pós-colheita é capaz de agregar valor ao produto e garantir sua qualidade até seu consumo final. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar um conjunto de tecnologias pós-colheita para cogumelos frescos no Brasil. INTRODUÇÃO A fungicultura é uma atividade em expansão no Brasil. Em 2008, com o fim da Lei antidumping que protegia o mercado brasileiro contra o cogumelo em conserva estrangeiro1, o país passou a receber o produto importado a um preço abaixo do custo de produção nacional, obrigando o fungicultor brasileiro a mudar o foco de sua produção para o cogumelo fresco, produto diferenciado que dificilmente sofre concorrência dos importados, porém necessita de uma tecnologia de pós-colheita adequada. Apesar de haver poucas referências bibliográficas sobre as perdas na pós-colheita da produção de cogumelos no Brasil, elas existem e são de fácil constatação, visto que o nível tecnológico dos produtores em sua maioria é considerado baixo, o emprego da cadeia do frio é deficitária, e são praticamente inexistentes logísticas especializadas ao setor. Segundo a FAO (2011) as perdas na produção de frutas e hortaliças em países em desenvolvimento são da ordem de 30 a 40% dos produtos colhidos, portanto, a adoção de boas práticas na pós-colheita é uma ótima alternativa para reduzir as perdas e aumentar a qualidade dos alimentos e a rentabilidade do fungicultor. OBJETIVOS Apresentar tecnologias de pós-colheita para produção de cogumelos frescos no Brasil. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 29 MÉTODOS Para uma pós-colheita adequada, a colheita dos cogumelos deve começar com um planejamento de mão de obra e utensílios, no caso dos cogumelos que são frequentemente irrigados, o fornecimento de água deve ser cessada no dia anterior à colheita para que a quantidade intrínseca e extrínseca de água no produto seja diminuta, aumentando assim sua vida útil. Os cuidados com a higiene são fundamentais, no momento da colheita o fungicultor deve estar bem de saúde, com vestimentas apropriadas, mãos extremamente limpas, unhas aparadas e preferencialmente com luvas, pois os sais e ácidos expelidos no suor humano prejudicam a qualidade final do produto, causando marcas e escurecimento do cogumelo. O principal parâmetro para colheita dos cogumelos é a sua maturação, indicada pelo seu estádio fenológico (Figura 1): a) botão, estágio em que o píleo encontra-se fechado; b) jovem, o píleo ainda encontra-se fechado porém com exposição e/ou distensão do véu e não expondo as lamelas; c) maduro, o píleo está com o véu rompido e em estado côncavo, já com exposição das lamelas; d) chato, o píleo começa a adquirir um formato chato há o início da exposição das lamelas; e) sobremaduro, o píleo, encontra-se convexo com lamelas expostas e geralmente esporulando, sendo que a estípite dos estágios D e E geralmente se apresentam alongadas. Figura 1. Estádio fenológico genérico de cogumelos (Desenho de Carlos Francisco Monici dos Santos - Ti). Os cogumelos devem ser colhidos realizando uma leve torção do píleo e retirando-os do composto, sacos, toras ou blocos, retirando o mínimo possível de resíduos do meio de cultura. Aqueles que precisarem de um corte de toalete, não deve ser feito em demasia para que não haja perdas, e frações limpas para consumo e as sujas de descarte devem ser separadas em contentores distintos para evitar contaminações. Os cogumelos devem ser classificados por tamanho, preferencialmente já no momento da colheita e sofrerem um pré-resfriamento rápido, momento em que devem perder de 3 a 5% de massa correspondente à possível água livre no produto. Após resfriados, os cogumelos devem ser armazenados em temperatura de 0 a 3 C° em umidade de 95 a 98%3. O acondicionamento dos cogumelos pode ser feito em bandejas ou contentores de modo a limitar a perda de massa durante o armazenamento e Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 30 transporte e, acima de tudo, na comercialização, não ferindo, assim, o Código de Defesa do Consumidor4 brasileiro, que não tolera variações de massa nesse momento. RESULTADOS ESPERADOS E DISCUSSÃO O cogumelo fresco é um produto nobre tanto do ponto de vista alimentício quanto nutracêutico e possuirá uma vida útil maior que a da maioria das hortaliças, desde que tenha um tratamento pós-colheita adequado. As tecnologias pós-colheita têm o objetivo de manter por maior tempo possível as características do produto inalteradas5. Como a pós-colheita é incapaz de melhorar os cogumelos, é primordial que ele tenha sido produzido da melhor forma possível, com sanidade, ausência de ataque de insetos ou outros tipos de danos. O resultado do conjunto de ações pós-colheita deve garantirá uma maior vida útil e qualidade dos cogumelos. CONCLUSÃO A tecnologia pós-colheita é imprescindível na cadeia fungícula, ela é capaz de produzir ganhos imediatos qualitativos e quantitativos além de enquadrar legalmente os produtores nas normas de higiene, qualidade e segurança de alimentos. REFERÊNCIAS 1. Resolução nº 36 DE 18 /12 /2003, Publicada no D.O.U. de 19/12/2003, CAMEX. 2. Fao. Global food losses and food waste. Internacional Congress Save Food. Rome, 2011. 3. Suslow T. V, Cantwell, Marita. Recommendations for Maintaining Postharvest Quality, http:// postharvest.ucdavis.edu/pfvegetable/Mushrooms/ acessado em 02/03/2015. 4. Código de Defesa do Consumidor. Lei nº 8.078 de 11/09/90. Brasília, Diário Oficial da União, 1990. 5. Chitarra MIF, Chitarra AB. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. rev. e ampl. Lavras: UFLA; 2005. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 31 UTILIZAÇÃO DE HIRATAKE (Pleurotus spp) NA MERENDA ESCOLAR EM CIDADE DA REGIÃO SASILEIRA DO ESTADO DA BAHIA – BRASIL AMARAL, GURGEL M.S.1*, MARTOS, M.Y.H.G.2 Curso de Especialização Lato sensu de Controle de Qualidade em Indústria de Alimentos, Universidade de Sorocaba, 2Curso de Gastronomia, Universidade de Sorocaba Sorocaba/SP- Brasil * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos comestíveis são cultivados em uma grande variedade de resíduos agrícolas e considerados grandes transformadores desses resíduos, representando a biotransformação mais eficiente de reciclagem.1 O gênero Pleurotus spp é um dos cogumelos mais cultivados no mundo devido a sua rusticidade e alta eficiência biológica, adaptando-se bem à condição brasileira de clima tropical5. É conhecido em diferentes partes do mundo como uma classe de cogumelos de alta habilidade saprofítica por degradar resíduos lignocelulósicos como substrato.2 Esse cogumelo, muito apreciado pelo seu delicioso paladar, constitui um alimento com excelente valor nutritivo, pois, além de conter baixo teor de lipídeos, apresenta alto teor de proteínas, carboidratos, minerais e vitaminas. 3,4,5,6,7 Além dos importantes aspectos apontados anteriormente, os cogumelos Pleurotus spp requerem pequeno tempo de crescimento, comparado a outros cogumelos, seu corpo de frutificação não é muito atacado por doenças e pragas e pode ser cultivado de um modo simples e barato.8 Em todas as regiões do Brasil, observa-se que muitos alunos que frequentam escolas públicas são em sua maioria carentes, famintos e necessitados, reforçando a importância da Merenda Escolar em suas vidas.9 O desejo e a vontade dos alunos em merendar coisas diferentes daquelas que consomem diariamente em casa, na maioria das vezes, não são considerados pelos gestores da Merenda Escolar, que sempre elaboram o cardápio em função de suas percepções sobre o aluno, ou seja, criança carente, faminta, necessitada de um prato de comida, come qualquer coisa, portanto, alimentos encorpados passam a predominar nos cardápios, sobretudo a sopa.9 Considerando o valor nutricional e o aumento de consumo, na cultura ocidental, de um grande número de espécies de cogumelos além do popular “champignon”, sua inclusão na Merenda Escolar das escolas do Brasil pode contribuir muito para melhora da qualidade da alimentação de crianças em idade escolar.10 Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi elaborar preparações com o cogumelo Hiratake (Pleurotus spp) e avaliar sua aceitabilidade pelos alunos em idade escolar das escolas municipais de Araci, cidade da Região Sisaleira do Estado da Bahia e utilizada como Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 32 piloto, visando contribuir para a melhora de aporte proteico da Merenda Escolar oferecida a essas crianças. METODOLOGIA Análise sensorial A cidade piloto utilizada, Araci, na Bahia, possui escolas rurais e urbanas com infraestrura e número de alunos variáveis, atendendo às seguintes modalidades: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, atendendo atualmente 15.120 alunos, com idades que variam de 3 meses a 17 anos. A análise sensorial ou avaliação sensorial é a ciência que utiliza os sentidos humanos para avaliar as características ou os atributos de um produto, sendo uma ferramenta intensamente utilizada para auxiliar na fase de desenvolvimento de produto a fim de entender as preferências do consumidor.12 A avaliação sensorial de um produto está diretamente relacionada às características do alimento, características individuais do provador (condições fisiológicas, psicológicas, sociais e étnicas), hábitos alimentares e fatores ambientais locais. Vários métodos de análise sensorial podem ser utilizados para avaliação de um alimento, tais como: Método Sensorial Discriminativo, Método Sensorial Afetivo e Método Sensorial Descritivo. 11 No caso da análise sensorial de preparações com o cogumelo Hiratake (Pleurotus spp) optou-se por utilizar o Método Sensorial Afetivo, cujo objetivo é avaliar a aceitação e preferência dos consumidores em relação a um ou mais produtos, através de Teste de Aceitação que avalia se o consumidor gosta ou desgosta de determinado produto. Produtos avaliados Para o desenvolvimento de produtos para inserção na Merenda Escolar das escolas municipais de Araci, na Bahia, foram considerados os hábitos alimentares da região, custo e idade dos alunos. Após várias formulações e avaliações, foram selecionadas dez preparações com o cogumelo Hiratake (Pleurotus spp) que apresentaram maiores possibilidades de inserção na Merenda Escolar. As preparações selecionadas foram: almôndegas ao molho de tomate (carne moída e hiratake); baião de três (arroz, feijão e hiratake); hambúrguer especial (carne moída e hiratake); estrogonofe de frango com hiratake; macarrão à bolonhesa especial (carne moída e hiratake); panqueca de carne moída e hiratake; pastel de carne e hiratake; salada de macarrão parafuso com hiratake; sopa de legumes e hiratake, conforme apresentado na Figura 1. Os cogumelos Hiratake (Pleurotus spp) utilizados para o preparo dos pratos foram picados, branqueados, embalados e etiquetados, e conservados através de congelamento. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 33 Figura 1. Preparações com hiratake. Figura 2. Hiratake (Pleurotus spp) branqueado e congelado. A avaliação sensorial dos pratos foi realizada com 125 alunos de escolas municipais da cidade de Araci, Bahia, Processo nº 1.738/OC-BR. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise sensorial encontram-se apresentados na Figura 3. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 34 Figura 3. Análise sensorial de pratos com Hiratake (Pleurotus spp). Conforme pode ser observado na Figura 3, a maioria dos pratos avaliados sensorialmente foi muito bem aceita, com baixo índice de rejeição, com exceção da sopa de legumes com cogumelos e a salada de macarrão e cogumelos. A avaliação de aceitação e/ou rejeição foi realizada através da pesagem inicial e final dos pratos oferecidos, sendo que se considerou aceito o consumo acima de 60%, conforme a Figura 4. Figura 4. Aceitabilidade dos pratos. A análise dos motivos da rejeição da sopa de legumes com cogumelos, Figura 3, indicou que os hábitos das crianças não foram atendidos, pois elas estão acostumadas a tomar sopa fria (foi oferecida quente) e sopa com pedaços (foi oferecida batida, cremosa). Dessa forma, para melhorar a aceitação do prato, seria necessário oferecer sopa em temperatura mais amena (fria) e com pedaços. Considerando que o Hiratake apresenta um formato desconhecido pelas crianças e uma textura diferenciada, chegou-se à conclusão de que, apesar do seu valor nutricional, a oferta da sopa de legumes com cogumelos em pedaços não deve ser incluída no cardápio da Merenda Escolar. Em relação à salada de macarrão com cogumelos a aceitação e rejeição ficaram equilibradas, conforme a Figura 3, porém, a intenção do presente projeto é que a aceitação ocorra Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 35 com a maioria das crianças, portanto, chegou-se à conclusão de que esse prato também não deve ser incluído no cardápio da Merenda Escolar. Em relação aos demais pratos, observou-se uma aceitação significativa, indicando que sua inclusão no cardápio da Merenda Escolar terá sucesso na melhoria do valor proteico oferecido às crianças. Apesar da panqueca de carne e cogumelos ter tido uma excelente aceitação, existe a ressalva sobre essa preparação em virtude das dificuldades apresentadas na elaboração da massa, tanto em relação aos equipamentos existentes, como ao tempo que é necessário para seu preparo. Dessa forma, será um prato que necessita ser reavaliado para se tomar a decisão de inclusão ou não no cardápio da Merenda Escolar. Em relação aos demais pratos, devido a sua aceitação, modo de preparo e valor proteico oferecido, pode-se afirmar que devem ser incluídos no cardápio da Merenda Escolar melhorando, portanto, a qualidade da alimentação das crianças em idade escolar do município de Araci. Para melhorar a qualidade da alimentação das crianças em idade escolar do município de Araci através da inserção de cogumelos no cardápio da Merenda Escolar, é necessário oferecer um treinamento para todas as merendeiras das escolas municipais, visando capacitá -las para o manuseio e a conservação do cogumelo e preparo de pratos. No presente trabalho, as merendeiras que participaram no preparo dos pratos para degustação, relataram a impressão que tiveram sobre o produto com os seguintes comentários: “O produto não é difícil de preparar”; “Vai ser bom ter pratos diferentes no cardápio”; “Gostei bastante dos pratos”; ” Quando vamos começar a fazer estes pratos na merenda?”; Achava que ia dar muito trabalho, mas não foi assim”; “Com o tempo podemos preparar em casa?”. Essa avaliação indicou que a elaboração dos pratos com Hiratake (Pleurotus spp) não apresentou resistência por parte das merendeiras para seu preparo, resultando em grande probabilidade de sucesso a inserção desses pratos no cardápio da Merenda Escolar. CONCLUSÃO Considerando os resultados do presente trabalho, pode-se concluir: A aceitação dos pratos preparados indica que é possível incluir preparações com Hiratake (Pleurotus spp) no cardápio da Merenda Escolar, melhorando o aporte proteico da alimentação dos alunos, pois a maioria dos pratos não apresentou sinal de rejeição ou medo de experimentar o produto. Os pratos avaliados de modo geral respeitaram os hábitos alimentares da região em estudo, sendo que tanto a sopa de legumes com cogumelos como a salada de macarrão com cogumelos apresentaram alto índice de rejeição. A utilização do cogumelo não apresentou resistência e/ou dificuldade de manuseio por parte das merendeiras e é necessário ainda continuar o desenvolvimento de novos pratos elaborados com Hiratake (Pleurotus spp), visando diversificar cada vez mais o cardápio das crianças. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 36 Dessa forma, pode-se concluir que é viável a inclusão de pratos elaborados com Hiratake (Pleurotus spp) no cardápio da Merenda Escolar das escolas municipais de Araci, na Bahia, considerando a aceitação dos pratos e a facilidade de manuseio apresentado pelas merendeiras. APOIO FINANCEIRO Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – Projeto Sisal de Base Tecnológica. REFERÊNCIAS 1. Mattila P Könkö K, Eurola M, Pihlav , Jouni Astola JM , Vahteristo L, Hietaniemi V, Kumpulainen J, Valtonen M, Piironen V. Contents of vitamins, mineral elements, and phenolic compounds in cultivated mushrooms. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 49(5): 2343-2348, 2001. 2. Manzi P, Gambelli L, Marconi S, Vivanti V, Pizzoferrato L. Nutrients in edible mushrooms: an interspecies comparative study. Food Chemistry, 65(4): 477-482, 1999. 3. Breene WM. Nutritional and medicinal value of specialty mushrooms. Journal of Food Protection, 53(10): 883-894, 1990. 4. Manzi P, Pizzoferrato L, Aguzzi A. Nutritional value of mushrooms widely consumed in Italy. Food Chemistry, 73(3): 321-325, 2001. 5. Rios-Hurtado A, Torres-Torres G, Medina-Rivas MA. Caracterización bromatológica de la seta (Pleurotus sajor-caju) producida en cuatro sustratos orgánicos. Alimentaria, 40 (349): 85-89, 2003. 6. Sturion, G. L.; Oetterer, M. Composição química de cogumelos comestíveis (Pleurotus spp.) originados de cultivos em diferentes substratos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 15(2): 189-193, 1995. 7. Teixeira, L.V. Análise sensorial na indústria de alimentos. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 64(366): 12-21, 2009. 8.Banik S, Nandi R. Effect of supplementation of rice straw with biogas residual slurry manure on the yield, protein and mineral contents of oyster mushroom. Industrial Crops and Products, 20 (3): 311-319, 2004. 9. Bezerra JAB. Alimentação e escola: significados e implicações curriculares da Merenda Escolar. Revista Brasileira de Educação, 14(40): 103-115, 2009. 10. Furlani RPZ, Godoy HT. Valor nutricional de cogumelos comestíveis Nutritional value of edible mushrooms. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 27(1): 154-157, 2007. 11.Chaves JBP. Métodos de diferença em avaliação sensorial de alimentos e bebidas. Viçosa: Editora UFV, 2001. 91p. 12. Ranzani MRTC, Sturion GL. Avaliação da composição em aminoácidos de Pleurotus spp. cultivados em folha de bananeira. Archivos Latinoamericanos de Nutricion, 48 (4):339-348, 1998. 13. Zhang RH, Li X, Fadel JG. Oyster mushroom cultivation with rice and wheat straw. Bioresource Technology, 82(3): 277-284, 2002. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 37 TÉCNICAS BIOQUÍMICAS PARA A AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA MATERNA APÓS EXPOSIÇÃO AO Lentinula edodes FRIZO. I1, GROTTO. D1,2, GERENUTTI. M1,2* Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP – Brasil. Autor correspondente: Marli Gerenutti Universidade de Sorocaba Rodovia Raposo Tavares km 92,5 CEP: 18023-000, Sorocaba, São Paulo, Brasil [email protected] 1 RESUMO O emprego de cogumelos medicinais como recurso de prática generalizada na medicina popular tem aumentado acentuadamente nas últimas décadas. A utilização do Lentinula edodes cresceu significativamente e, em alguns países, é utilizado tradicionalmente por suas propriedades terapêuticas. Neste trabalho, marcadores bioquímicos e de estresse oxidativo foram avaliados para verificar a segurança da exposição ao Lentinula edodes em modelo gestação em ratas. As ratas prenhes foram divididas em: grupo controle (água), Lentinula edodes 0,4 g/kg/dia (LeI) e Lentinula edodes 0,8 g/kg/dia (LeII). Foram avaliados os parâmetros bioquímicos sanguíneos maternos ATL, AST, creatinina, ureia e estresse oxidativo. O Lentinula edodes, na menor dose, não promoveu efeitos na toxicidade materna. Entretanto, na dose de 0,8 g/kg/dia, o Lentinula edodes alterou o metabolismo hepático e foi capaz de diminuir o principal antioxidante intracelular, a glutationa. Em resumo, a avaliação bioquímica é uma ferramenta indispensável para garantir a segurança da exposição a substâncias bioativas. Palavras-Chave: Análise Bioquímica. Lentinula edodes. Toxicidade. Gestação ABSTRACT The use of medicinal mushrooms as a source of general practice in folk medicine has increased in recent decades. The use of Lentinula edodes significantly augmented, and in some countries it is traditionally used for its therapeutic properties. In this study, biochemical and oxidative stress markers were evaluated to verify the safety of Lentinula edodes exposure in pregnancy model in rats. Pregnant rats were divided in: Control group (water), Lentinula edodes at 0.4 g/kg/day (LeI), Lentinula edodes 0.8 g/kg/day (LeII). Maternal blood biochemical parameters ATL, AST, creatinine, urea and oxidative stress were evaluated. Lentinula edodes in the lowest dose did not cause maternal toxicity effects. However, in the dose of 0.8 g/kg/day, Lentinula edodes altered the hepatic metabolism and it was able to decrease Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 38 the main intracellular antioxidant, the glutathione. In summary, biochemical assessment is an important tool to guarantee the safe exposure to bioactive compounds. Key words: Biochemical Analysis. Lentinula edodes. Toxicity. Pregnancy INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, os fármacos de origem natural disponíveis comercialmente são, em maior proporção, provenientes de pesquisas científicas realizadas na China, na Coreia e no Japão, sendo que a contribuição dos países ocidentais nesse período foi bem menor. Cerca de 25% dos fármacos empregados atualmente advêm direta ou indiretamente de produtos naturais, especialmente de plantas e fungos1. Segundo Chandra2 (2011) os cogumelos exóticos têm sido muito utilizados na medicina chinesa antiga, devido a suas propriedades imunomoduladoras no tratamento e/ou na prevenção de doenças crônicas. Nos últimos anos, no Ocidente, em especial, a busca por produtos e alimentos saudáveis, como os cogumelos, vem aumentando e despertando o interesse na medicina preventiva, reforçando seu emprego mundial, como alimento funcional. Uma das mais notáveis características dos extratos derivados de cogumelos medicinais é sua habilidade de funcionar como imunoestimuladores, e algumas espécies de cogumelos têm conhecido efeito na diminuição do colesterol quando adicionado na dieta de animais experimentais3. Nesse contexto, ressaltamos a utilização tradicional do Lentinula edodes no tratamento de patologias de caráter imunológico, infecções fúngicas, gripes, resfriados, diabetes e hiperlipidemia, sendo um dos mais importantes macrofungos a entrar no domínio da biotecnologia moderna, por apresentar possíveis aplicações terapêuticas comprovadas em ensaios pré-clínicos4,5. Por outro lado, o uso milenar de cogumelos medicinais mostrou, ao longo dos anos, que determinadas espécies podem apresentar substâncias potencialmente perigosas e por essa razão devem ser utilizadas com cuidado, respeitando seus riscos toxicológicos6. Os efeitos mais preocupantes do uso indiscriminado de cogumelos medicinais sobre a gestação, os quais podem promover efeitos teratogênicos, embriotóxicos e abortivos, uma vez que, os constituintes destes cogumelos podem atravessar a placenta, gerando danos ao concepto7. Para que um produto seja recomendável como alimento e/ou medicamento, suas propriedades biológicas devem ser bem conhecidas. Entre os testes recomendados pela United States Food and Drug Administration (FDA), destacam-se aqueles de avaliação materna, aqueles relacionados às atividades mutagênicas, antimutagênicas e teratogênicas8. Assim, estudos baseados em segurança de suplementos produzidos com cogumelos, em especial ao Lentinula edodes, tornam-se cada vez mais importantes9. Esses estudos podem auxiliar tanto o produtor, quanto ao registro de um novo alimento, como podem garantir o consumo seguro pela população. Dessa forma, o objetivo do estudo foi empregar técnicas de avaliação bioquímica para avaliar a segurança da exposição materna ao Lentinula edodes. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 39 MATERIAL E MÉTODOS Obtenção da amostra seca de Lentinula edodes As amostras de cogumelo in natura foram picadas em tamanhos homogêneos no mesmo dia da coleta; foram pesados 5 kg da amostra e colocada em estufa com circulação de ar à temperatura de 50 °C, por um período de aproximadamente 24 horas, em que permaneceu até alcançar a concentração de 5 a 15% de massa seca. A amostra seca foi moída, em seguida tamisada (malha 50 e malha 60), com a finalidade de obter partículas homogêneas para ser suspendidas em água. O pó tamisado foi acondicionado em embalagens plásticas herméticas mantidas em dessecador. Animais Foram utilizados ratos Wistar, machos e fêmeas, com aproximadamente 60 dias de idade, pesando entre 160-180 gramas. Todos os animais foram adquiridos no biotério da Anilab -Animais de Laboratório Criação e Comércio Ltda, e possuíam laudo de saúde. Todos os procedimentos foram aprovados pela CEUA- UNISO sob protocolo nº 007/2012. Os animais foram mantidos no Biotério de Experimentação da Uniso, alojados em gaiolas plásticas medindo 40x60x20, com tampas metálicas. Água e ração foram fornecidas ad libitum. O peso dos animais foi registrado diariamente. Para o acasalamento, foram alojados no máximo 2 machos com 5 fêmeas, por um período noturno de 12 horas. Por meio de observações microscópicas, a indicativa do primeiro dia da prenhez foi à presença de espermatozoides no esfregaço proveniente do lavado vaginal10. Administração do cogumelo As concentrações de Lentinula edodes utilizadas para este estudo foram eleitas considerando o consumo de cogumelos na China (10 kg/70 kg/ano)11. Assim, a dose administrada aos ratos, após cálculo para 1 kg de massa corpórea e administração diária, foi de 400 mg/ kg/dia. Também testou-se uma dose maior (800 mg/kg de peso corporal do rato) a fim de garantir o estudo da segurança. Os animais, após a confirmação da prenhez, foram alojados em número de dois animais por gaiola e divididos em 3 grupos de seis animais: grupo 1 (grupo controle, recebeu água), grupo Le (0,4 g/kg/dia de Lentinula edodes) e grupo LeII (0,8 g/kg/dia de Lentinula edodes). As doses de 0,4 g/kg/dia e 0,8 g/kg/dia de Lentinula edodes foram preparadas diariamente, por diluição em solução água; a administração foi por via oral, com auxílio de agulha de gavagem. A administração diária do Lentinula edodes (os grupos LeI, LeII) foi realizada do primeiro ao vigésimo dia de prenhez, sempre às 8 horas, por via oral. No vigésimo primeiro dia de prenhez as ratas foram anestesiadas com quetamina (anestésico geral na dose de 30 mg/kg intramuscular) e o cloridrato de xilazina (relaxante muscular na dose de 6 mg/kg). Para a avaliação da toxicidade materna foram analisados os parâmetros bioquímicos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 40 Avaliação bioquímica Para a avaliação bioquímica das ratas prenhes foram analisados os seguintes parâmetros sanguíneos: estresse oxidativo, função renal e função hepática. O volume de sangue coletado por punção venosa (hepática) em seringa previamente heparinizada foi de 3 a 5 mL. Esse sangue foi imediatamente transferido para tubo com anticoagulante EDTA. Desse tubo, uma alíquota de 500 μL foi transferida para tubo tipo Eppendorf®, e armazenada em freezer a -80 ⁰C. O restante do sangue foi centrifugado em centrífuga de bancada refrigerada (10 min, 4000 rpm), o plasma foi utilizado para análises bioquímicas. Para os parâmetros de estresse oxidativo foram analisadas as concentrações de glutationa reduzida (GSH), e atividade da enzima catalase no sangue das ratas prenhes; para os parâmetros de função renal foram dosadas a creatinina e a ureia; para os parâmetros de função hepática foram dosadas as transaminases aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT). As avaliações das funções renais e hepáticas foram realizadas por kits no Equipamento Cobas C111 (Roche®). Determinação da glutationa reduzida (GSH) A determinação da GSH se deu por quantificação dos tióis totais, em leitora de placas, com detecção visível, baseada no método de Ellman12 (1959). Para isso, 150 µL do sangue das ratas foi hemolisado com 100 µL de Triton X-100 a 10% e precipitado com 100 µL de ácido tricloroacético (TCA) a 30%. As amostras foram centrifugadas a 4 °C por 10 min a 4000 rpm, e os sobrenadantes separados. Após, 50 µL de cada sobrenadante foi diluído em 900 µL de tampão fosfato e reagiu com 50 µL de 5-5-ditio-bis-2-ácido nitrobenzóico (DTNB), formando um complexo amarelo. A leitura foi realizada em seguida em Leitora Automática de Microplacas a 412 nm. Os resultados estão expressos em mol/mL sangue. Para o cálculo da concentração de GSH, foi construída a curva analítica nas concentrações entre 0,005 e 0,1 mM de glutationa reduzida, seguindo também a metodologia acima empregada12. Essa curva de calibração da GSH apresentou coeficiente de correlação de 0,9999. Determinação da atividade da catalase (CAT) A atividade da enzima catalase foi avaliada por espectrofotometria UV/VIS utilizando método de Aebi13 (1984). O método baseia-se na decomposição do H2O2 pela catalase, ao longo do tempo, monitorado a 240 nm. Para tanto, o sangue foi diluído em tampão fosfato de potássio. Após, uma alíquota de 20 μL desse sangue diluído foi misturada a 1,910 μL de tampão fosfato de potássio 50 mM (pH 7,0) e 70 μL de H2O2 foi adicionado, dando início à reação. As mudanças na absorbância foram monitoradas por cinco minutos. Uma constante de variação (κ), relacionada com a hemoglobina (Hb), auxilia na expressão dos valores da atividade no sangue (κ/gHb). Determinação da AST, da ALT, da creatinina e da ureia O plasma foi utilizado para as dosagens de transaminases ALT AST, creatinina e ureia. Todas as dosagens foram realizadas em equipamento automatizado COBAS C111 (RoSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 41 che®), por meio de kits específicos para esse equipamento: ALTL, ASTL, CREJ2 e UREAL (Roche®). O teste de ALTL (Roche®) tem como princípio a catalisação da reação entre L-alanina e 2-oxoglutarato. O piruvato formado é reduzido por NADH numa reação catalisada por lactato desidrogenase (LDH), formando L-lactato e NAD+. O ASTL na amostra catalisa a transferência de um grupo amino entre L-aspartato e 2-oxoglutarato, formando oxoloacetato e L-glutamato. O oxoloacetato com NADH na presença de malato desidrogenase (MDH), formando NAD+. A taxa de oxidação de NADH é diretamente proporcional às atividades catalíticas de ALT e AST, determinada medindo a diminuição da absorbância. Ambos os testes possuem um intervalo de medição de 200-700 U/L e o comprimento de onda utilizado é de 340/378 nm. O teste de creatinina CREJ2 (Roche®) baseia-se no método de Jaffé, através de um ensaio colorimétrico cinético. Numa solução alcalina a creatinina forma um complexo amarelo--avermelhado com picrato. A taxa de formação do corante é proporcional à concentração de creatinina na amostra. O intervalo de medição do teste é de 0,2-12,4 mg/dL e o comprimento de onda é de 512/583 nm. O princípio do teste da ureia UREL (Roche®) é cinético e baseia-se em duas reações. Primeiramente, a ureia é hidrolisada pela urease, dando origem a amônia e carbonato. Na segunda reação, o 2-oxoglutarato reage com amônia na presença de glutamato desidrogenase (GLDH) e da coenzima NADH, dando origem a L-glutamato. O NADH é oxidado a NAD, a taxa de diminuição da concentração de NADH é diretamente proporcional à concentração de ureia na amostra. O teste possui um intervalo de medição de 3,0-240 mg/dL e utiliza como comprimento de onda 340/409 nm. O COBAS C111 é um equipamento desenvolvido para laboratórios de pequeno porte, possui um rendimento de 60 a 85 testes/hora, apresenta como princípio de medição a fotometria de absorbância, utiliza doze comprimentos de onda e realiza medição monocromática e bicromática. O Cfas (Calibrator for automated systems, Roche®) foi utilizado para realizar a calibração dos reagentes; o controle de qualidade para a monitorização da exatidão e precisão dos métodos quantitativos foi realizado empregando-se, antes do início das análises, o reagente Precinorm U plus. Os reagentes dos kits foram inseridos no disco refrigerado próprio para reagentes; o segmento de cubetas foi inserido no anel interno; as amostras foram cadastradas no equipamento e o pedido foi definido. Foram colocados 300 uL de plasma no cup de amostra e o mesmo foi inserido na área de amostras, que tem capacidade de oito amostras por vez. O equipamento verifica a qualidade da cubeta, pipeta, os reagentes e as amostras, incuba e inicia as medições. Os resultados foram calculados pelo equipamento com base nos resultados de medição fotométrica que determinaram a quantidade de absorbância no fluído. Análise estatística Para a análise dos resultados foi utilizado o nível de significância entre 1 e 5%. O teste de Bartlet foi usado para avaliar a homocedasticidade (erros devem ter variância constante, Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 42 representado por valores de F) dos dados; a análise de variância Anova para dados paramétricos, seguida do teste Tukey-Kramer para comparações múltiplas em todos os experimentos realizados. Para as análises foi utilizado o programa GraphPad InStat. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segunda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comprovação da segurança no consumo de determinados alimentos e compostos ativos é uma exigência legal. O objetivo dessa exigência é reduzir os riscos associados ao consumo desses produtos, visando sempre a proteção da saúde da população14. Os protocolos para estudos da comprovação da segurança de alimentos e compostos ativos definem uma variedade de desfechos e indicadores de toxicidade. Dentre eles, incluem-se sinais clínicos, mortalidade, peso corpóreo e dos órgãos, consumo de alimento, hematologia, análise da urina, bioquímica clínica, entre outros, tais como biomarcadores validados para efeitos específicos14. Diante disso, este trabalho avaliou parâmetros da bioquímica clínica e biomarcadores de estresse oxidativo. Os resultados referentes às determinações da GSH e da CAT estão indicados na Tabela 1. Com relação à atividade da CAT, não foi observada diferença entre os grupos analisados (F= 0.8904, p≥ 0.05). A CAT é uma enzima que promove detoxificação do H2O2 (peróxido de hidrogênio) em H2O (água) e O2 (oxigênio)15. Uma vez que a atividade da CAT não se alterou após exposição ao Lentinula edodes, o cogumelo se mostrou seguro para esse parâmetro (Tabela 1). Tabela 1. A análise dos parâmetros antioxidantes CAT (catalase) e GSH (glutationa reduzida) em sangue das ratas expostas ao Lentinula edodes, durante o período de gestação. Parâmetro Grupos Controle LeI LeII CAT (k/gHb) 86,97 ± 24,36 92,69 ± 23,40 81,54 ± 26,22 GSH (µmol/mL) 0,37 ± 0,06 0,21 ± 0,04 0,17 ± 0,06* Nota: Grupos controle (água), (LeI) Lentinula edodes 0,4 g/kg/dia, (LeII) Lentinula edodes 0,8 g/kg/dia. *Comparação do grupo controle (p≤ 0.05, ANOVA, Teste de Tuckey-Kramer). Por outro lado, com relação à concentração de GSH, uma diminuição no seu nível foi observada no grupo que recebeu a maior concentração de Lentinula edodes (0,8 g/kg/dia) (Tabela 1). A GSH é o principal antioxidante intracelular, e os resultados mostraram que em concentrações elevadas um composto com potencial antioxidante, como é o caso do Lentinula edodes, pode se tornar um pró-oxidante16. Dorman e colaboradores17 afirmam que um aumento no consumo de compostos fenólicos pode, potencialmente, sobrecarregar o sistema que conduz à formação de espécies reativas de oxigénio. Além disso, esses autores ressaltam que em períodos com grande desenvolvimento celular, como na gestação, a exposição em doses excessivas de substâncias que Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 43 contenham compostos fenólicos pode promover uma maior sensibilidade celular aos efeitos deletérios do agente pró-oxidante. A Tabela 2 apresenta as dosagens bioquímicas da AST, da ALT, da creatinina e da ureia. Os resultados obtidos indicam que houve uma redução nos níveis de AST nos grupos LeI e LeII quando comparados ao grupo controle (F= 6.894, p≤ 0.001), indicando uma inibição enzimática em nível hepático. Tabela 2. Análise bioquímica dos parâmetros: transaminase alanina aminotrasnferase (ALT), transaminase aspartato aminotransferase (AST), creatinina (CREJ) e ureia (URE) realizada em sangue de ratas expostas ao Lentinula edodes durante o período de gestação. Parâmetro Grupos Controle LeI LeII AST(U/L) 105.93± 19.46 78.31± 13.56* 64.30± 12.25* ALT (U/L) 69.87 ± 2.84 68.93 ± 2,05 68.53 ± 3.88 CREJ (mg/dL) 0.32 ± 0.04 0.27 ± 0.09 0.22 ± 0.07* URE (mg/dL) 57.70± 2.25 45.18± 6.65* 47.75± 6.0* Grupos controle (água), (LeI) Lentinula edodes 0,4 g/kg/dia, (LeII) Lentinula edodes 0,8 g/ kg/dia. *Comparação do grupo controle (p ≤ 0.05, ANOVA, Teste de Tuckey-Kramer). As dosagens de creatinina mostraram-se reduzidas apenas no grupo LeII (F = 2.860, p ≤ 0.05). Por outro lado, as dosagens de ureia encontram-se reduzidas nos grupos LeI e LeII quando comparados ao grupo controle (F = 4.319, p ≤ 0.001). A normalidade dos valores da ureia e da creatinina equivale à função renal adequada. Quando os valores de ureia ou da creatinina estão elevados, podem estar diretamente relacionados ao teor de proteínas da dieta e ser indicativos de estado patológico renal18. Dessa forma, torna-se necessária uma avaliação mais completa da função renal, na tentativa de quantificar o grau de função renal existente19. Entretanto, neste estudo a situação encontrada foi de diminuição das concentrações de ureia e creatina, que, apesar de estatisticamente diferentes do grupo controle, não indicam disfunção renal. CONCLUSÃO Diante do exposto, constata-se a importância das análises bioquímicas para avaliação da toxicidade aguda, subcrônica e crônica para novos medicamentos e alimentos. Essas análises constituem, no conjunto das análises necessárias na toxicologia da reprodução, ferramentas indispensáveis para garantir a segurança da exposição a substâncias bioativas. Assim, conclui-se que o Lentinula edodes não induziu toxicidade materna na dose usualmente consumida pela população (0,4 g/kg/dia) quando toxicidades renal e hepática são avaliadas. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 44 REFERÊNCIAS 1. Yunes RA, Cechinel-filho V. In: Plantas Medicinais: sob a ótica da Química Medicinal Moderna. Breve análise histórica da química de plantas medicinais:sua importância na atual concepção de fármaco segundo os paradigmas ocidental e oriental., Chapecó 2001; 18-44. 2. Chandra L, Alexander H, Traoré D, Lucas EA, Clarke SL, Smith BJ, Lightfoot SA, Kuvibidila S. White button and shiitake mushrooms reduce the incidence and severity of collagen-induced arthritis in dilute brown non-agouti mice. J Nutr 2011; 141(1):131-6. 3. Sugui MM, Alves de Lima PL, Delmanto RD, da Eira AF, Salvadori DM F, Ribeiro LR. Antimutagenic effect of Lentinula edodes (BERK.) Pegler mushroom and possible variation among lineages. Food and Chemical Toxicology 2003; 1:555-60. 4. Bisen PS, Baghel RK, Sanodiya BS, Thakur GS, Prasad GBKS. Lentinus edodes: A Macrofungus with Pharmacological Activities. Current Medicinal Chemistry 2010; 17:2419-30. 5. Manzi P, Pizzoferrato L. Β-glucans in edible mushrooms. Food Chemistry 2000; 68:315–8. 6. Veiga Junior VF, PINTO AC, MACIEL MAM. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova 2005; 28: 519-28. 7. Gerenutti M, Grotto D. Avaliação biológica in vitro e in vivo da segurança de cogumelos medicinais. Proceedings of the 7th International Sypmisium on Mushroom in Brazil. Embrapa, Manaus, 2013. 283-291. 8. FDA (United States Food and Drug Administration). Redbook 2000 – Toxicological principles for the safety of food ingredients. Disponível em: <http://www.fda.gov>. Acesso em: 25 out. 2013. 9. Yoshioka Y, Tamesada M, Tomi H. A repeated dose 28-day oral toxicity study of extract from cultured Lentinula edodes mycelia in Wistar rat. J Toxicol Sci 2010; 35(5):785-91. 10. Damasceno DC, Kempinas WDG, Volpato GT, Consonni M, Rudge MVC, Paumgartten F J R. Anomalias Congênitas: Estudos Experimentais. Belo Horizonte: Coopmed, 2008; 102. 11. Singh M, Vijay B, Kamal S, Wakchaure GC. Mushrooms: Cultivation, Marketing and Consumption, Directorate of Mushroom Research. Indian Council of Agricultural Research, Chambaghat, Solan, 2011. 12. Ellman GL.Tissue sulfhydryl groups. Archives of Biochemistry and Biophysics1959; 82:70-7. 13.Aebi H. Catalase in vitro. Methodos in Enzymology 1984; 105:121-6. 14. AVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 15. Breusegem FV. The role of active oxygen species in plant signal transduction. Guia para Comprovação da Segurança de Alimentos e Ingredientes. Brasília/DF, 2013. 16. Skibola CF, Smith MT. Potential health impacts of excessive flavonoid intake. Free Radic Biol Med. 2000; 29(3-4):375-83. 17. Dorman HJD, Kosar M, Kahlos K, Holm Y, Hiltunen R. Antioxidant properties and composition of aqueous extracts from Mentha species, Hybrids, Varieties, and Cultivars. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington 2003; 51(16): 4563-9. 18. Rennó LN, Valadares RFD, Valadares Filho SC, Leão MI, Silva JFC, Cecon PR, Gonçalves LC, Dias HLC, Linhares RS. Concentração Plasmática de Ureia e Excreções de Ureia e Creatinina em Novilho. Rev Bras Zootec 2000; 29(4):1235-43. 19. Lote C. Principles of Renal Physiology. Edition: 5th ed. 2012. DOI 10.100.7/987-1-4614-3785-7. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 45 PROBLEMS AND SOLUTIONS IN THE CULTIVATION OF MUSHROOMS (Agaricus bisporus) ROYSE, D.J.1 316 Buckhout Laboratory, University Park, The Pennsylvania State University, PA 16803, USA Corresponding author: Daniel J. Royse Professor Emeritus of Plant Pathology and Environmental Microbiology 316 Buckhout Laboratory, University Park, The Pennsylvania State University, PA 16803, USA [email protected] 1 INTRODUCTION Mushroom production worldwide has increased at a relatively rapid rate during the last 20 years. China is the main producer of mushrooms, accounting for more than 80% of total production1. Three main genera (Agaricus, Lentinula and Pleurotus) of edible mushrooms constitute ca. 75% of the world’s supply. Mushroom growers worldwide face a multitude of problems while cultivating their crops that contribute to viability in the mushroom business. Production efficiency (cost of product sold) and sales and marketing (revenue generated), are keys that influence viability. In this review, I will address factors that influence production efficiency and sales and marketing for the three main general of mushrooms sold worldwide. In Brazil, A. bisporus is the main mushroom cultivated and accounts for approximately 80% of edible mushroom production so I will address this species only. PROBLEM: PRODUCTION EFFICIENCY Cultivation of the button mushroom is unique in many respects. It requires high capital input, has low profit margins, presents unique environmental challenges and is labor intensive. For a viable business producing this mushroom, production efficiency is key. Primary contributors to production efficiency include yields and mushroom quality, processing systems, nutrient supplementation, spawn strain and sustainable environmental stewardship. Yields and mushroom quality primarily are influenced by compost production and processing systems, amount of dry matter/m2 of production surface, nutrient supplementation, cultural practices including pest management, and spawn strain. Yields in the industry have continued to move upward as growers improve on management of these factors. For example, in the United States, yields have increased approximately 67% over a 30-year period (from 18 kg/m2 in 1984 to 30 kg/m2 in 2014)2 (Figure 1). In addition, number of growers has continued to decrease as farm size increased – especially over the last ten years (from 278 growers in 2004 to 103 in 2014; -63%)2 (Figure 2). Increased farm size allows for increased Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 46 efficiency through reduced variable costs such as raw materials, supplement, spawn, labor, transportation, energy, etc. Figure 1. Mean mushroom (Agaricus bisporus) yield (kg/m2) in the United States over a 30-year period (1984-2014). Source: USDA 1984, 1994, 2004, 20142. Figure 2. Number of growers producing Agaricus bisporus in the United States over a 30-year period (1984-2014). Source: USDA 1984, 1994, 2004, 20142. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 47 COMPOST PRODUCTION AND PROCESSING SYSTEMS Mushroom compost is produced from various combinations of straw bedded horse manure, hay, wheat straw, corn stover, corn cobs, cottonseed hulls, poultry manure, gypsum and water in a two- or three-phase process3. Production of compost in the mushroom industry has undergone major changes at many farms over the last several years. For various reasons, including environmental problems, quality, and cost, several farms in the United States and the Netherlands have opted to stop producing phase I and II compost on their farms. Some growers purchase phase I compost from suppliers and complete phase II on their farms, while other growers purchase phase II compost ready to spawn. In the USA, some growers now purchase phase III blocks ready to case once they arrive on the farm. Over the years, composting production and processing systems have tended toward bulk handling of compost with more extensive use of phase I bunkers, and phase II and III tunnels. This has reduced labor costs and improved potential productivity of prepared compost. In the Netherlands, the world’s third largest producer of button mushrooms, compost is supplied to growers by three main producers: CNC Grodstoffen4, Walkro5 and Hooymans6. In Belgium, Sterckx7 supplies mostly fully colonized compost (phase III) to growers, not only in Belgium and in the Netherlands, but also many other European countries8. They recently have acquired a Hungarian compost yard that will supply compost to Eastern European countries. NUTRIENT SUPPLEMENTATION In the early 1960’s, yield increases were observed when small amounts of whole ground seed, seed meals and other protein rich supplements were added to compost at time of spawning or casing9,10. Yield increases of up to 10% were observed when supplements were added to compost at spawning. Excessive heating and growth of competitor molds effectively limited the amount of nutrient that could be added to the compost at this stage. However, through the work of Carroll and Schisler11 this limitation was largely overcome by denaturing the nutrients with formaldehyde prior to use. Yield increases of 60% or more were obtained. Today, many commercial supplements are available for use at spawning or casing to stimulate mushroom yield. SYNTHETIC SPEED SPAWN (SSS) Until relatively recently, inoculum used to spawn mushroom compost was based on a grain carrier (usually rye or millet) first developed by J. W. Sinden in 1932. In 2009, L. F. Lambert Spawn Co. introduced a “new” type of spawn based on non-grain technology12. The spawn offers several advantages over conventional spawn including: 1) faster colonization of compost due to increased points of inoculum, 2) more manageable spawn run temperatures, 3) greater resistance to green mold disease, and 4) has a more “forgiving” nature than grain in marginal compost. Disadvantages include shorter shelf life (8 wk vs. 16 wk) and slightly higher cost. Many growers in SE Pennsylvania have found that the advantages far outweigh the disadvantages and now spawn more than 50% of their crops with SSS. SSS has a protein content three times higher than rye and millet grain and also has a reduSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 48 ced carbohydrate content relative to grain spawn13. The higher protein content allows for a more intensive mycelial colonization of the synthetic medium so it must be crumbled before it can be incorporated into the compost. Proper crumbling is crucial to successful use of the product because breaking up the spawn too fine may damage too much mycelium and thus slow the rate of growth. On the other hand, too little crumbling may leave lumps and reduce the number of points of inoculum in the compost, also slowing compost colonization. Currently, growers pass the inoculum through a hammer mill containing a 1-2 mm screen and this seems to work well. SSS may reduce spawn run times by 4-5 days (11-12 days vs. 16 days for grain spawn) so growers can save time and produce more crops per year in the same facility. Another of the main important advantages of SSS is reduced susceptibility to Trichoderma green mold disease. Data, from controlled trials, provided by L. F. Lambert Spawn Co. 201512 show that green mold expression at the end of spawn run may be reduced by more than 75% compared to millet and rye spawn. Using a blend of 35% SSS and 65% grain, green mold expression was reduced by more than half compared to 100% grain spawn. This is good news for growers who have long suffered with periodic outbreaks of Trichoderma green mold on their farms since this disease was first reported in the United States in the early 1990s. Based on the pace of adoption by growers in the U.S., Canada and Europe, it is expected that SSS will become the dominant spawn type used worldwide in the not-too-distant future. SPAWN STRAIN In the United States, growers use four major mushroom cultivars: a) smooth white hybrid, b) off-white hybrid, c) old fashioned brown and 4) hybrid brown. The white varieties dominate the industry with approximately 83% of total production. While the brown variety accounts for 17 percent of the total Agaricus volume sold, it accounts for 22% of the total Agaricus value (USDA 2014)2. Brown mushrooms typically are sold as crimini (close-veiled) and portabella (open-veiled). Brown mushrooms have become much more popular in recent years due to their enhanced flavor and extended shelf life. Owing to the increased popularity of the brown variety, scientists at Amycel, Inc. began a breeding program to improve characteristics of this variety. They targeted three traits – color and size of the cap and yield. A deep dark color was deemed desirable for consumers, so they utilized a wild strain processing exceedingly dark caps for one of the parents for hybrid development. They were able to use back crossing to one of the commercial white hybrids for increased yield potential. As a result of nearly 10 years of breeding and selection, the Amycel scientists were able to produce and select a hybrid mushroom that had a denser, darker cap with a 20% higher yield than the commercially available brown strains14. “Heirloom”, shortly after its release in 2010, came to dominate the U.S. market for brown mushrooms. The success of the Amycel effort has prompted other commercial breeding programs to redouble their efforts to develop improved genotypes for commercial use15. ENVIRONMENTAL STEWARDSHIP Environmental problems associated with composting include wharf run-off, emission Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 49 of malodorous compounds, and dust8,16. In the Netherlands, composting is a fully indoor process and all air emissions are acid-washed with hydrosulphuric acid to remove ammonia while other malodorous compounds are removed by use of a biobed8. In the USA, leachate and recycled water from the wharf is collected in basins, tanks or impoundments and is aerated to reduce odor emissions16. Some farms conduct Phase I composing under roof or in forced -aeration bunkers to minimize run-off and reduce malodorous emissions. POST-CROP MUSHROOM COMPOST (MC) MC is the material left over after the crop has been steamed off to destroy any pests that may have been present in the crop. MC has many uses and is now considered a valued product in the horticultural industry. In fact, one large company in Pennsylvania (Laurel Valley Soils near Kennett Square) has developed several products from MC that now generate substantial profits for the company17. The company now offers 15 named products in addition to custom blends of various types18. The soils division takes the MC from six associated farms, processes it, markets it, and sells it for a profit. Laurel Valley Soils has become a model company whereby it extracts a valuable food product (mushrooms) from waste agricultural raw materials, then processes that “spent” composted material into valuable soil products to complete the cycle. It shows that it really is possible to be a friend of the environment19. PROBLEM: MARKETING MUSHROOMS Growers sometimes have difficulty marketing their mushrooms. This may be due to periodic over production or competition in the marketplace for market share. Working with an experienced retailer that knows how to target and execute key merchandizing fundamentals such as assortment, pricing and promotion helps ensure that growers are receiving the best value for their product20. As the demand for retail space becomes more competitive, fact-based decisions on assortment and space for the different varieties and forms of mushrooms has become more important than ever. For example, the U.S.-based Mushroom Council (2015) has developed an “Assortment Guide Best Practices” to help growers and retailers optimize their sales and profits by tailoring their mushroom displays or sections to their unique shoppers. This guide is designed to help make more effective assortment decisions, develop more productive mushroom sections, build mushroom category market share, and enhance their competitive edge. Various other marketing tools are available to help growers and retailers increase their market share relative to other produce. These tools may be found at the U.S. Mushroom Council’s website20. It is also worth mentioning that “blendability”, i.e., combining finely chopped mushrooms with meat in recipes to lighten up burgers, tacos, meatballs and pasta sauce is an effective way to reduce calories and save on meal costs without sacrificing flavor. These and other ideas may be found at the Mushroom Council’s website20. FOOD SAFETY “Mushroom Good Agricultural Practices (MGAP) are a set of industry wide food safety Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 50 standards and procedures for growing, harvesting and shipping fresh mushrooms that growers can use to enhance and document safe mushroom growing practices.”21 MGAP, developed by the American Mushroom Institute and scientists from The Pennsylvania State University in cooperation with the United States Department of Agriculture (USDA), establishes food safety guidelines for mushroom production and certifies companies that follow them. All large U.S. mushroom producers now follow MGAP guidelines to help ensure not only safety of the food supply but also process improvement and employee training. Audits are conducted on a regular basis to ensure companies meet the industry’s exacting standards. OUTLOOK Growers face many problems that must be overcome in order for them to maintain a viable business. Production efficiency and marketing and sales are keys that determine whether or not mushroom growers are successful. Growers willing to provide the specialized management this crop requires can help ensure their own success and profitability and, at the same time, supply a healthy and nutritious product to consumers. REFERENCES 1. Royse DJ. A global perspective on the high five: Agaricus, Pleurotus, Lentinula, Auricularia & Flammulina. Proceedings of the 8th International Conference on Mushroom Biology and Mushroom Products, New Delhi, India, 2014, p. 1-6. 2. United States Department of Agriculture (USDA). Mushrooms. National Agricultural Statistics Service (NASS), Agricultural Statistics Board. 1984, 1994, 2004, 2014. 3. Royse DJ, Beelman RB. Six steps to mushroom farming. 2013. http://extension.psu.edu/plants/ vegetable-fruit/mushrooms/publications/guides/SixSteps.pdf (Accessed March 16, 2015). 4. CNC. 2015. http://www.cnc.eu/en (Accessed March 16, 2015). 5. Walkro. 2015. http://www.walkro.nl (Accessed March 16, 2015). 6. Hooymans. 2015. http://hooymanscompost.nl/en/ (Accessed March 16, 2015). 7. Sterckx. 2015. http://www.sterckx.com/en (Accessed March 16, 2015). 8. Baars J. Mushroom industry in the Netherlands – strong competitors. World Society for Mushroom Biology and Mushroom Products, Bulletin, 2012;7:1-3. http://wsmbmp.org/Bulletin_7_Content.html (Accessed March 16, 2015). 9. Schisler LC, Sinden JW. Nutrient supplementation of mushroom compost at spawning. Mush. Sci. 1962; 5:150-64. 10. Sinden JW, Schisler LC. Nutrient supplementation of mushroom compost at casing. Mush. Sci. 1962; 5:267-80. 11. Carroll, AD, Schisler LC. Delayed Release Nutrient Supplement for Mushroom Culture. Appl Environ Microbiol. 1976; 31(4): 499–503. 12. Lambert Spawn Co. Speed Spawn. 2015. http://www.lambertspawn.com/documents/ LAMB_SpeedSpawn_2013.pdf (Accessed April 3, 2015). 13. Buth J. The rapid advance of synthetic speed spawn. Mushroom Business. 2013; 57:30-1. 14. Robles CW, Lodder SC. Brown mushrooms for commercial production. US Patent 2009; Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 51 7,608,760 B2. 15. Romaine CP, Royse DJ. Biotechnology of mushroom (Agaricus bisporus) Production. In: Encyclopedia of Biotechnology in Agriculture and Food. Taylor and Francis, 2012. 16. Beyer DM, Pecchia J, Bertsch L. Mushroom substrate preparation odor-management plan. 2008. http://americanmushroom.org/wp-content/uploads/2014/05/MshrmSubstr.pdf (Accessed March 16, 2015). 17. Samp R. Bigger and better. Mushroom Business. 2015; 69:42-3. 18. Laurel Valley Soils. 2105. http://laurelvalleysoils.com/our-products/ (Accessed April 3, 2015). 19. Samp R. Friends of the environment. Mushroom Business. 2014; 65:38-9. 20. Mushroom Council. 2015. http://mushroomcouncil.org (Accessed April 20, 2015). 21. MGAP (Mushroom Good Agricultural Practices). 2015. https://sites.google.com/a/mgap. org/mgap/ (Accessed April 3, 2015). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 52 DEVELOPMENT AND DISTRIBUTION OF NEW MUSHROOM CULTIVAR AND PRACTICAL SUCCESS OF THE CULTIVATION TECHNIQUE IN KOREA KAB-YEUL JANG*1, YOUN-LEE OH 1, PYUNG-GYUN SHIN 1, EUN-SEON KIM 1, MINJI OH 1 AND WON-SIK KONG 1 Mushroom Research Division, National Institute of Horticultural & Herbal Science, RDA *Correspondent Author: Kab-Yeul Jang Mushroom Research Division, National Institute of Horticultural & Herbal Science, RDA, Chungbuk Eumseong 369-873, Republic of Korea [email protected] 1 ABSTRACT The production scale of mushroom cultivation in Korea is approximately 600 billion won, which is 1.6% of the Korean gross agricultural output. Annually, ca. 190,000 tons of mushrooms are harvested in Korea. Although the numbers of mushroom farms and cultivators are constantly decreasing, the total mushroom yields are increasing due to the large-scale cultivation facilities and automation. The recent expansion of the well-being trend causes increase in mushroom consumption in Korea: annual per capita consumption of mushroom was 3.9kg (’13) that is a little higher than European’s average. Thus the exports of mushrooms, mainly Flammulina velutipes and Pleurotus ostreatus, have been increased since the middle of 2000s. Recently, however, it is slightly reduced. However, Vietnam, Hong Kong, the United States, the Netherlands and continued to export, and the country has increased recently been exported to Australia, Canada, Southeast Asia and so on. Canned foods of Agaricus bisporus was the first exports of the Korean mushroom industry. This business has reached the peak of the sale in 1977-1978. As Korea initiated trade with China in 1980, the international prices of mushrooms were sharply fall that led to shrink the domestic markets. According to the high demand to develop new items to substitute for A. bisporus, oyster mushroom (Pleurotus ostreatus) was received the attention since it seems to suit the taste of Korean consumers. Although log cultivation technique was developed in the early 1970s for oyster mushroom, this method requires a great deal of labor. Thus we developed shelf cultivation technique which is easier to manage and allows the mass production. In this technique, the growing shelf is manly made from fermented rice straw, that is the unique P. ostreatus medium in the world, was used only in South Korea. After then, the use of cotton wastes as an additional material of medium, the productivity. Currently it is developing a standard cultivation techniques and environmental control system that can stably produce mushrooms throughout the year. The increase of oyster mushroom production may activate the domestic market and contribute to the industrial development. In addition, oyster mushroom production technology has a role in forming the basis of the development of bottle cultivation. Developed Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 53 mushroom cultivation technology using bottles made possible the mass production. In particular, bottle cultivation method using a liquid spawn can be an opportunity to export the F.velutipes and P.eryngii. In addition, the white varieties of F.velutipes were second developed in the world after Japan. We also developed the new A.bisporus cultivar “saeah” that is easy to grown in Korea. To lead the mushroom industry, we will continue to develop the cultivars with an international competitive power and to improve the cultivation techniques. Keywords: Mushroom, production, large-scale, cultivation technology INTRODUCTION Mushroom research in RDA has started in 1967, after establishment of the new “Applied Mushroom Division” in the Plant Environment Research Institute. In the beginning, development of cultivation methods using rice straws were studied together with distribution of improved strains of the button mushroom. The costs of button mushroom production were rapidly raised due the improving national economy, shortage of workers, increase of wages and the oil crisis. This caused a weak competitive position for button mushroom export and resulted in reduction of the button mushroom cultivation area. After development of cotton waste cultivation method for the oyster mushroom (Pleurotus ostreastus) this mushroom was popularized and mainly studied. Development of automated plastic bottle cultivation systems in the 1990s changed shelf cultivation to mass production. The bottle system was applied to not only oyster mushroom but also F. velutipes and P. eryngii. In this paper, we would like to introduce Korean superior varieties of mushroom and cultivation technologies to led the mushroom industry. DEVELOPMENT OF NEW MUSHROOM CULTIVAR The protoplast fusion technique of the oyster mushroom, Pleurotus ostreatus, was first commercialized in the world The oyster mushroom is one of the most favorite and commonly consumed mushrooms in Korea. After introducing at Korean market in 1989, ‘Wonhyeong’ variety was the biggest selling mushroom as beautiful appearance and set a new record price in Korean mushroom auction. Also this variety was occupied over 90% of cultivation area of oyster mushroom. Developing and distributing‘Wonhyeong’ oyster mushroom, made Korean consumers recognize that that oyster mushroom has white stipe and gray pileus. ‘Wonhyeong’ was originated from Pleurotus florida, ASI2018 and ASI2001 strain. P. florida has long stipe and cultivates at high temperature, ASI2018 strain has thick stipe and cultivates at intermediate temperature, while the ASI2001 strain has dark grey and cultivates at low temperature. ‘Wonhyeong’ was developed using UV treatment protoplast fusion among these Pleurotus spp. As a result, Wonhyeong acquired both advantages of ASI2018 and ASI2001 strains. This variety was widely distributed by farm experiment. After developing this variety, quality standard of oyster mushroom was changed in domestic marker and the oyster mushroom could not import from China, Japan and European countries. For this reason, the royalty payments cut down. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 54 And Wonhyeong-2 and Wonhyeong-3 were developed and had been distributed since 1989. And the quality trends by these oyster mushrooms made unique quality trend in Korea oyster mushroom market. Year 1982 1983 1984 1985 P. florida ASI2016 P. ostreatus ASI2016 Single spore Isolate ASI 106-6 Protoplast Single spore Isolate ASI 124-30 Protoplast UV irradiation Auxotroph 20016-28-rlb 2016-121-rib Auxotroph 2018-83-arg 2018-51-gly ser P. ostreatus ASI2001 Basidiospore UV irradiation Protoplast fusion Somatic hybrid P1-P40 Fruiting P5 Basidiospore Aucotrope recombinant P5-M43 Arg rib Prtoplastfusion Somatic hybrid P41-P78 Auxotroph 2001-19 Pro orn Wonhyeing (P72) 1985-1988 1989 1990 Fruiting test Evaluation trials of large-scale production Distribution Figure 1. Strategy for breeding of high yield and qualitative hybrids of Pleurotus ostreatus wonhyeong. The production of Wonhyeong was more 50,000 tons than other varieties of oyster mushroom. All oyster mushroom farmers make earnings total 200 billion won. The oyster mushroom has efficacy in anti-tumor, anti-HIV, control of blood pressure, treatment of cardiovasculor disorders, cholesterol content reduction, immunodulatory and prevention of dementia. It was to establish a core technology for the development of white varieties of winter mushroom, Flammulina velutipes The color of the wild type of Flammulina velutipes was brown. However, the White varieties developed in Japan spread worldwide while brown F. velutipes has lost its competitiveness. For this reason, we developed a white breed of F. velutipes second only to Japan in the world to export to foreign countries. The new F. velutipes cultivars and hybrids by crossing wild strains, Korean wild strains (Brown) x foreign wild strains (Brown), have been developed. These new white strains will save paying royalties to Japan and improve export competitiveness. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 55 Selection from 454 combination crossed between 16 wild brown strains Development of Korean native white strains Figure 2. Strategy for breeding of Korean native white variety of Flamulina velutipes. In the early 1990s, it began to increase the bottle cultivation facilities in order to grow a mushroom. Division of mushroom research at the time had a small-scale standard bottle cultivation house. A number of farmers in the country are visited to receive the cultivation practice and education. About 120 farmers after they had returned to the practice of 3-6 months for about five years. It has now become the main axis of our country bottle cultivation. Varieties of button mushroom, Agaricus bisporus, has been developed by domestic first hybridyzation Mushroom varieties were grown by the nation’s first ‘saeah’ through hybridization breeding. The main characteristic is the Silver Star Bright White stipe and cap are large and of high quality. In addition, Varieties of mushrooms ‘Saeah’ have been growing in 215 of 602 farmers in the shortest period as 35.7% penetration rate and completed contract of ordinary license. Figure 3. Morphology of Button mushroom ‘Saeah’. In addition, by using the nucleic acid analysis it has been developed a technique to determine the hybridization of monokaryon of A. bisporus. Breeding period in the development of this technology has been reduced to three years in five years. A new variety, ‘Saedo’, was made by crossing between monikaryons of ‘A175’ hybrid developed in 2010, and ASI1346-15. This variety has longer diameter of mature cap and length of stipe. The weight of fruiting Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 56 bodies harvested per surface unit (box) increased by 1.65 times. Nowadays Saedo has been widely distributed in Korean farmers (Table 1). Table 1. Morphological traits and Yield of developed varieties of Agaricus bisporus Variety Hardness Morphological traits (mm) of Pileus Yield (g/box) yield Diameter of Pileus Thick of Pileus Length of Stipe Thick of Stipe Saedo 55±8 14±2 31±7 24±3 228±42 608±128 165 Saejung 51±6 14±1 29±3 24±2 296±19 368±37.5 100 (g/mm) index Mushroom exports have been rapidly expanded after 2008, due to the increase of mass production system using bottle cultivation which have resulted in the energy savings and shortening the breeding periods. As a result, we need to make export-oriented varieties such as winter mushroom having domestic own brand, labor-saving King oyster mushroom, etc. In the efforts to breed new varieties of these mushrooms, NIHHS (National Institute of Horticultural and Herbal Science) bred a new variety of high quality oyster mushroom ‘Manchuri’ using bottle cultivation for automation and labor savings, export winter mushroom ‘Woori No.1’ with high growing adaptability, and domestic white button mushroom ‘Saejung’ of firm texture. In addition, we tested the productivity of ‘Manchuri’ (a variety of oyster mushroom) in mushroom farms and ‘Woori No.1’ (a variety of winter mushroom) was authorized as an excellent variety as the result of field experiment in Korea’s best mushroom farms. Oyster mushroom ‘Manchuri’ Button mushroom ‘Saejung’ Winter mushroom ‘Woori No.1’ Figure 4. Morphology of various Commercial mushroom varieties Due to development of the domestic mushroom varieties for domestic spread and royalties response, customized oyster mushroom was supplied at the rate of 73%(in 2010) to 90%(in 2015), button mushroom of import substitution and export white mushroom reduced payment of royalties. In summary, the proportion of domestic varieties used in mushroom cultivation (40.2% in 2011) is expected to be 50% in 2015. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 57 PRACTICAL SUCCESS OF THE CULTIVATION TECHNIQUE Shelf cultivation was developed for oyster mushroom cultivation (1974~1990) In the early 1970s, Almost Korean mushroom farms used log cultivation system. However, this method is difficult to mass produce as low productivity, and holding a lot of labor. Shelf cultivation using the straw technique is a technique that improves the some log cultivation’s shortages. Early shelf cultivation with rice straws were used fermented rice straw at outdoors and then cut to the appropriate size. This technology has contributed significantly to farm incomes and also enables high productivity with less labor. Paddy straw cultivation Cotton waste cultivation Indoor fermentation Figure 5. Shelf cultivations at different substrates in Pleurotus spp. The more evolved than cultivation technology using rice straw are cultivation method using cotton waste. In particular, inexpensive and nutrient-rich cotton waste was gained great popularity in oyster mushroom farms. Until now this cultivation with cotton waste is the most widely used in Korea. In addition shelf cultivation using the cotton waste has led to the mechanization and quantity increase. And stable cultivation was possible. For this reason, Oyster mushroom cultivation is still the most popular in Korea. In particular, the mulching method was applied mainly used for crops cultivated mushrooms. This method showed a dramatic effect, which reduces labor than conventional shelf cultivation in half (Table 2). Table 2. Comparison of labor and productivity between conventional and vinyl mulching cultivation in Pleurotus spp. P. ostreatus P. sajor-caju conventional vinyl mulching conventional vinyl mulching 15 33 1 79 Weight of a bunch (g) 117 283 2.5 225 Weight of a fruiting 9.7 body (g) 13 2.5 2.5 Yield (kg/m2) 10.2 10.8 8.0 8.0 Labor (%)* 100 48 100 36 No. of fruiting bodies *Shelf area : about 198 ㎡ Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 58 a: Conventional cultivation b: Vinyl mulching cultivation Figure 6. Fruitbodies of Pleurotus spp. at conventional and vinyl mulching cultivation. The liquid spawn for bottle cultivation was successfully applied to the field (2002-2006) A liquid spawn means the mycelium cultured in sterile aqueous medium. Liquid state and allow the mycelium to grow evenly, but may be insufficient supply of oxygen to the medium. Mycelium of F.velutipes but takes about 25 days when cultured in the sawdust spawn, when inoculated with liquid spawn is complete when 5~7 day. Liquid inoculum culture Structure of liquid culture Large scale liquid culture Figure 7. Structure of liquid culture and large scale culturing. Large-scale cultivation of P.ostreatus, F.velutipes using liquid spawn was able to offer a good quality inexpensive than mushrooms to consumers. Mushroom until the early 1990s, prices were 700-1000 won per 100g. Currently it is sold at 200 won and was able to supply more mushrooms to consumers. At the same time it is a great help in improving farmer income by improving the quality of mushrooms. Liquid spawn inoculation is possible in the higher speed than sawdust spawn. Thanks to this technique, Farmers who can produce 3000 to 10,000 bottles a day when you use sawdust spawn have been able to produce 30,000 to 200,000 bottles with a liquid spawn. The mass production system has created an opportunity to increase production to lower production costs. As a result, exports increased and P.ostreatus, F.velutipes (King oyster mushroom) has also achieved $ 50 million in annual exports. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 59 RESULTS Mushroom research in Korea nowadays focuses on analysis of mushroom genetics in combination with development of new mushroom varieties, mushroom physiology and cultivation. Further studied are environmental factors for cultivation, disease control, development and utilization of mushroom substrate resources, post-harvest management and improvement of marketable traits. Finally, the RDA manages the collection, classification, identification and preservation of mushroom resources. To keep up with the increasing application of biotechnology in agricultural research the genome project of various mushrooms and the draft of the genetic map has just been completed. A broad range of future studies based on this project is anticipated. The mushroom industry in Korea continually grows and its productivity rapidly increases through the development of new mushrooms cultivars and automated plastic bottle cultivation. Consumption of medicinal mushrooms like Ganoderma lucidum and Phellinus linteus is also increasing strongly. Recently, business of edible and medicinal mushrooms was suffering under over-production and problems in distribution. Fortunately, expansion of the mushroom export helped ease the negative effects for the mushroom industry. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 60 THE PRODUCTION OF MATSUTAKE (Tricoloma matsutake (S.Ito et Imai) Sing.) IN JAPAN YOSHIE,TAKEUCHI1 Nagano Prefectural Forestry College Correspondent author: [email protected] 1 ABSTRACT The most expensive Matsutake may be made more US$ 5,000/kg in a bad crop year in Japan. In the world, it is the expensive fungi secondly to Truffle (Tuber melanosporum Vitt., T. magnatum Pico) produced in Europe. It is known that the close species of Matsutake are distributed in South Korea, China, Tibet, Morocco, central Europe, Northern Europe and North America, and they are exported to Japan for economic reason. Although the report having succeeded in artificial cultivation sometimes appears in newspapers or weekly magazines, they are lies and so Matsutake cannot be wholly grown artificially indoors yet. As Matsutake is too much expensive, some people manage red pine (Pinus densiflora) forest in proper and they have made their living only by producing it in Japan. Keywords: Matsutake, red pine, shiro, ectomycorrhizal fungi, a fruit body, soil temperature, stimulus temperature, spore, DNA, root ECOLOGY Matsutake has no character that decays wood and fallen leaves. It is ectomycorrhizal fungi like Amanitaceae and Cortinariaceae, Boletaceae fungi, + and – spores bud nearby and by adhering to red pine’s thin root, the mycorrhiza grows and forms a shiro circle (a Matsutake colony). A shiro is not made to the surroundings of a tree, and a shiro is made with regards to roots of many trees. And so Matsutake has a relation with Pinus thunbergii and Tsuga sieboldii, T-diversifolia, Abies sachalinensis, Picea glehnii too.1,2,3 When the diameter of a shiro grows up about 50cm (4~6 years old), several fruit bodies generate for the first time. There is capability of a shiro generate most many fruit bodies at the time of about 4m diameter, growing up outside about every 10 cm every year. When the diameter becomes about 9~10cm, a shiro becomes old age and fruit bodies stop coming out from a life. Generally Matsutake shiro grows in the red pine ridge grove of the sterile land. A fruit body will take out the head on the ground in about 2 weeks after a stimulus of low temperature. A cap is opened gradually after that, and about 10 billion spores with a cap diameter of 10cm are flown and it breeds. The amount (number and size) of generating of Matsutake receives influence in annual precipitation or soil temperature change greatly like other wild fungi. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 61 Figure 1. Matsutake (Tricoloma matsutake). ECONOMIC CONDITIONS Matsutake was produced about 6.000 ton around 1950, recently about 100 ton in all Japan, but the reduction in quantity of production is small in Nagano prefecture. This is because many fine red pines remain in Nagano Prefecture. In many areas of western Japan, red pines have almost withered according to the pine wilt disease of nematode (Bursaphelenchus xylophilus) (Steiner & Buhrer Nickle). Maguro (Thunnus orientalis) tuna fish famous as sushi was US$ 2,100/kg (a record high price in 2012) in the Tokyo Tsukiji market, it is one side that Matsutake was US$ 5,300/kg (a record high price in 2009). In general the Matsutake producer price in countryside is about US$ 500~2,000/kg. Before 1950 it was cheaper than Shiitake.3,4 THE GOOD AND BAD CROP IN WEATHER CONDITION As there is much rain for growth of Matsutake it is better, but it is delicately influenced about change of soil temperature (we measure the temperature of a place 10cm below ground). In the warm area in Japan, it is known that it is the timing which the time of soil temperature falling at 19 degrees (°C), stimulates the bud of Matsutake and grows up to be a fruit body. It turns out that the stimulated temperature of 19 °C falls to 17.5 °C in forest where altitude is higher.5,6 However good moisture conditions may be, if soil temperature falls or goes up 19 °C line, it turns out that it becomes bad harvest. It is thought that it is based on the character in which are that Shiitake grown indoors is also known, and a Matsutake bud is delicately influenced of growth before and behind stimulus temperature. THE GROWTH OF SHIRO AND FRUIT BODIES PRODUCTION BY MAINTENANCE Since it cannot perform growing Matsutake fruit body artificial indoors like other fungi yet, we are devising the forest may be taken care of proper and crop yields may be made more. By managing which cut broadleaf trees and brings up red pains vigorously, the life of shiro becomes longer and the amount of crop in a shiro generation increases. In the example of a shiro of Toyooka-village in Nagano pref. a maximum of 139 fruit bodies occurred in one year, and the total of 1,392 fruit bodies occurred in 32 years (1980~2011). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 62 Although it does not become a beautiful circular about growth of a shiro, it progresses outside about 40cm in the good year of weather conditions and outside 3~4 cm in the bad year.5,7 DNA ANALYSIS OF SHIROS AND FRUIT BODIES It is known that a shiro is growing with regards to roots of many surrounding red pines so that Prof. Hougetsu report (Tokyo univ.) may also show. Since distribution of roots do not know that this also shows, red pines cannot be cut carelessly in the forest which Matsutake has generated.8,9 Analysis in the examination forest of Toyooka-village showed that all the Matsutake fruit bodies of this neighborhood (in about 0.3ha) had the near gene which have a relative relation. Moreover, since there was no relative relation when DNA of Matsutake fruit bodies which separated 15~80 km in four forest in Nagano pref. was investigated, it turned out that breeding by the spore of Matsutake takes place only nearby very much. In order to increase Matsutake shiros and to make the amount of fruit bodies generating increase, it turns out that it is important to prepare the environment of forest near the birthplace and to fly spores.8,9 REFERENCES 1. ___________Matsutake research gathering discussion party - How to make Matsutake forest. Tokyo: Soubun. 1980. 2. Ogawa M. Whether Matsutake can be produce. National forestry improvement spread association. Tokyo. 1989, 181. 3. Ogawa M. A biology of Matsutake. Tokyo: Tsukiji Shokan Publishing. 1978. 4. ___________Nagano pref. special forest products promotion party. Guidance of Matsutake production increase. III, Nagano: Nishizawa printer. 2005. 5. Takeuchi Y. Local adaptatized investigation test of Matsutake IV. Nagano pref. forestry research center Report. 2011, 27: 35-45. 6. Takeuchi Y. The index of a good and bad harvest about Matsutake production II. Central Forest Research. 2007, 55: 201-202. 7. Takeuchi Y. Development of Matsutake generating forest control method. Nagano pref. forestry research center Report. 2012, 28: 65-75. 8. Gotou S. Results of an investigation about Matsutake generating in the Kabutoyama examination forest for 30 years. Hiroshima pref. forestry technical center Report. 1999, 31: 45-55. 9. Hougetshu T. Hereditary structure of Matsutake shiros. Japan Forestry Society. 2003, 114: 41-56. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 63 ESPAÑA COMO LIDER EUROPEO EN LA PRODUCCIÓN DE SETAS PLEUROTUS: CLAVES DEL ÉXITO DE CULTIVO DÍAZ, M.L.P.1 CEO at Hongo’s Biofactory and Mushroom’s Value, Companies Applied Mushrooms Biotechnology *Correspondent author: Maria Luisa Peña Díaz Hongo’s Biofactory S.L. C/ Bebricio, Nº 53, 5ºB 26500 - Calahorra (La Rioja) [email protected] www.hongosbiofactory.com / www.mushroomsvalue.com 1 El cultivo de setas del género Pleurotus (principalmente P. ostreatus y P. pulmonarius) se inició de modo comercial en España hacia mediados de la década de los años 80. Comenzó cómo un cultivo alternativo al del champiñón (A. bisporus), lo que permitió al sector productor diversificar la producción y ofrecer una gama de productos más amplia. En el inicio la puesta en marcha del cultivo de setas Pleurotus se benefició de buena parte de las infraestructuras dedicadas al cultivo del champiñón (plantas de elaboración de substratos, locales de cultivo) y de la existencia de un equipo ya formado de técnicos y cultivadores que ya contaban con años de experiencia en el cultivo del champiñón (A.bisporus). Los rendimientos obtenidos durante los primeros años de cultivo fueron irregulares, lo que dio paso a la introducción de una serie de mejoras tecnológicas, fundamentalmente en aspectos relacionados con la mejora de la selectividad de los substratos de cultivo, y posteriormente a la construcción de nuevas instalaciones de cultivo mejoradas técnicamente. Estas mejoras ayudaron a proporcionar rendimientos más elevados y estables, dando lugar a que se registrara un crecimiento vertiginoso en la producción de setas Pleurotus. En este desarrollo espectacular también tuvo mucho que ver el esquema organizativo del sector. En estos momentos España es el primer productor europeo de setas Pleurotus y el cuarto productor de champiñón. El total de la producción de setas se concentra en dos regiones: La Rioja (40%) y Castilla La Mancha (60%, pero gran parte se cultiva sobre substratos provenientes de La Rioja). En este congreso daremos a conocer las claves del éxito del cultivo de Pleurotus en España. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 64 INFORMAÇÃO NUTRICIONAL DE COGUMELOS COMESTÍVEIS E MEDICINAIS EM FUNÇÃO DA LINHAGEM E DO SUBSTRATO DE CULTIVO ANDRADE, M.C.N.1 Laboratório de Fungos Comestíveis e Medicinais, Universidade do Sagrado Coração (USC) CEP 17011-160, Bauru/SP – Brasil. Autor correspondente: Meire Cristina Nogueira de Andrade Universidade do Sagrado Coração, USC, Laboratório de Fungos Comestíveis e Medicinais Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil, CEP 17011-160 Bauru/SP – Brasil [email protected] 1 RESUMO Apesar de sua importância e utilização na alimentação humana, no Brasil, pouco se sabe sobre a qualidade dos cogumelos comestíveis e medicinais. Assim, as informações nutricionais citadas nas embalagens comerciais contendo o produto (cogumelo), na maioria das vezes, são baseadas, principalmente, em literaturas estrangeiras, nas quais o substrato de cultivo e a linhagem fúngica são comumente diferentes das condições nacionais. Assim, o presente trabalho apresenta alguns resultados de pesquisas desenvolvidas no Módulo de Cogumelos* nos últimos anos relacionado ao valor nutricional dos principais cogumelos comestíveis e medicinais cultivados no país, sendo eles: Agaricus bisporus (Champignon), Agaricus blazei (Blazei), Lentinula edodes (Shiitake), Pleurotus ostreatus (Shimeji) e Ganoderma lucidum (Cogumelo rei). Palavras-chave: análises químicas, fungos, nutrientes. INTRODUÇÃO O valor nutritivo de um alimento é expresso comumente de acordo com a composição centesimal, ou percentual de grupos homogêneos de substâncias presentes em cem gramas do alimento, sendo eles: umidade, lipídeos, proteínas, fibras e cinzas1. Os cogumelos comestíveis constituem-se num alimento de qualidade nutricional elevada2-4 e vêm sendo apontados como uma alternativa para acrescentar a oferta de proteínas em países com alto índice de desnutrição5. No entanto, as características físico-químicas dos cogumelos variam em função da espécie, da linhagem cultivada, do processamento após colheita, do estágio de desenvolvimento do basidioma, da parte do basidioma e do substrato2,6,7. O Módulo de Cogumelos pertence à Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, SP, Brasil. * Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 65 Apesar de sua importância e utilização na alimentação humana, observa-se uma carência de estudos sobre a caracterização físico-química de linhagens de cogumelos comestíveis cultivadas em diferentes substratos. Não é raro encontrar, no Brasil, bandejas com basidiomas sendo comercializadas contendo informações nutricionais questionáveis, uma vez que nem sempre as fontes consultadas são informadas e não se sabe sequer se os dados referem-se a cogumelos cultivados no Brasil e sob quais condições8. Informações a respeito da composição nutricional de alimentos, como é o caso do teor de proteínas, lipídeos e fibras, vêm se tornando muito importantes para profissionais das áreas da saúde e de alimentos, sendo que o consumidor também tem buscado fontes naturais de vitaminas além do interesse por produtos de boa qualidade9. Assim, o presente trabalho apresenta alguns resultados de pesquisas desenvolvidas nos últimos anos no Módulo de Cogumelos, na Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, em Botucatu, São Paulo, relacionado ao valor nutricional de cogumelos comestíveis e medicinais cultivados no país. RESULTADOS E DISCUSSÃO Andrade et al., fazendo a análise nutricional de oito linhagens de Lentinula edodes (Shiitake) cultivadas em toras de Eucalyptus grandis (Tabela 1), concluíram que: as linhagens de L. edodes, assim como as partes dos basidiomas analisados, influenciaram na composição das amostras; o estípete obteve as maiores médias de fibra bruta e as menores médias de proteína bruta; o píleo obteve as maiores médias de cinzas; nos basidiomas inteiros, as maiores médias, quanto ao teor de proteína bruta, foram obtidas nas linhagens LE-95/07, LE-96/17 e LE-96/18; o maior conteúdo de fibra bruta dos basidiomas inteiros ocorreu na linhagem LE-96/13 de L. edodes e o conteúdo de lipídios do píleo e do estípete não variou entre as linhagens de L. edodes 8. De igual modo, esses pesquisadores fizeram a avaliação nutricional do cogumelo shiitake em função da linhagem e do tipo de eucalipto cultivado (Figura 1) e concluíram que as propriedades nutricionais do L. edodes (proteína bruta, extrato etéreo, cinzas e fibra bruta) demonstraram sofrer influência da interação eucalipto x fungo 10. Andrade e colaboradores, avaliando a composição nutricional de quatro linhagens de Agaricus bisporus em três formulações de compostos (Tabela 2), concluíram que o teor de proteína bruta, cinzas e fibra bruta de basidiomas variou com a linhagem de A. bisporus e com o tipo de palha utilizada na formulação do composto11. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 66 Tabela 1. Valores totais médios de proteína bruta, lipídeos, cinzas e fibra bruta das linhagens LE-95/01, LE-95/02, LE-95/07, LE-96/17, LE-96/18, LE-98/47, LE-98/55 e LE-96/13 de L. edodes cultivadas em toras de Eucalyptus grandis, em função das partes do basidioma analisado8. Partes do basidioma Linhagens Inteiro Píleo Estípete Proteína bruta (%) LE-95/01 20,33 BC a 20,03 B a 12,30 ABC b LE-95/02 20,33 BC a 19,21 C a 11,32 BC b LE-95/07 21,00 AB a 17,75 C b 10,21 C c LE-96/17 22,67 A a 23,59 A a 12,59 AB b LE-96/18 22,67 A a 23,80 A a 13,64 A b LE-98/47 20,00 BC b 21,89 AB a 11,17 BC c LE-98/55 20,00 BC a 19,97 B a 11,03 BC b LE-96/13 18,67 C b 21,64 AB a 13,00 AB c 2,06 A a 2,35 A a Lipídeos (%) LE-95/01 2,00 B a LE-95/02 2,33 AB a 2,77 A a 2,19 A a LE-95/07 2,00 B ab 2,39 A a 1,58 A b LE-96/17 2,00 B a 2,29 A a 2,25 A a LE-96/18 2,33 AB a 2,50 A a 2,30 A a LE-98/47 2,00 B b 2,80 A a 2,23 A ab LE-98/55 3,00 A a 2,51 A ab 2,14 A b LE-96/13 3,00 A a 2,06 A b 1,88 A b LE-95/01 3,10 B b 4,97 AB a 3,44 AB b LE-95/02 3,57 AB b 4,17 C a 2,54 C c LE-95/07 3,13 AB b 4,21 BC a 3,29 BC b LE-96/17 3,88 A b 4,85 ABC a 4,12 A b LE-96/18 3,51 AB b 4,11 C a 2,69 BC c LE-98/47 3,51 AB b 4,50 ABC a 2,89 BC c LE-98/55 3,00 B b 4,26 BC a 3,00 BC b LE-96/13 3,00 B b 5,15 A a 3,24 BC b Cinzas (%) Fibra bruta (%) LE-95/01 8,04 B c 9,26 CD b 16,86 C a LE-95/02 8,07 B c 11,39 AB b 14,95 D a LE-95/07 9,05 B c 11,65 A b 21,77 A a LE-96/17 9,03 B b 8,99 D b 14,36 D a LE-96/18 8,85 B c 10,27 BC b 16,69 C a LE-98/47 8,56 B c 11,28 AB b 14,35 D a LE-98/55 8,33 B c 11,87 A b 18,63 B a LE-96/13 11,44 A b 9,29 CD c 15,34 D a *Para cada variável, médias seguidas de letras maiúsculas iguais em cada coluna e minúsculas em cada linha não diferem entre si (Tukey, 5%). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 67 Tabela 2. Médias dos teores de proteína bruta, extrato etéreo, cinzas e fibra bruta das linhagens ABI-05/03, ABI-06/04, ABI-04/02 e ABI-01/01 de Agaricus bisporus em função do tipo de composto11. Palhas Linhagens Coast-cross Tifton Aveia Proteína bruta (%) ABI-05/03 36,17 B a* 34,36 A b 34,30 B b ABI06/04 32,86 C b 35,21 A a 33,69 B b ABI-04/02 37,88 A a 34,30 A c 36,28 A b ABI-01/01 29,80 D b 31,37 B a 26,78 C c Extrato etéreo (%) ABI-05/03 2,33 A a 2,05 A a 2,34 A a ABI06/04 2,36 A a 2,34 A a 2,64 A a ABI-04/02 2,36 A a 2,17 A a 3,06 A a ABI-01/01 1,90 A a 2,23 A a 2,86 A a Cinzas (%) ABI-05/03 11,39 A a 11,09 BC a 11,14 AB a ABI06/04 11,12 A ab 11,33 AB a 10,71 B b ABI-04/02 11,02 A b 11,77 A a 11,36 A ab ABI-01/01 10,31 B ab 10,60 C a 9,83 C b Fibra bruta (%) ABI-05/03 7,56 A b 7,33 A b 10,31 A a ABI06/04 6,86 A a 7,01 AB a 7,42 B a ABI-04/02 7,50 A a 7,60 A a 7,56 B a ABI-01/01 5,64 B a 6,07 B a 6,57 B a *Para cada variável, médias seguidas de letras maiúsculas iguais em cada coluna e minúsculas em cada linha não diferem entre si (Tukey, 5%). De forma semelhante, Andrade et al. (2014), estudando o efeito da irradiação gama na qualidade nutricional de A. bisporus cultivados em diferentes compostos (Figura 2), verificaram que o tipo de composto influenciou a caracterização química dos cogumelos12. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 68 Figura 1. Comparação do teor de proteína bruta (em porcentagem) de basidiomas, colhidos do 1º fluxo de produção, entre as linhagens LE-95/01 e LE-96/18 de L. edodes, quando cultivados em toras de E. saligna (SAL), E. grandis (GRA), clone 23* (C23), clone 25 (C25), clone 24 (C24), E. urophylla (URO), E. paniculata (PAN), E. citriodora (CIT) e de E. camaldulensis (CAM). Médias com letras iguais, dentro de um mesmo tipo de eucalipto, não diferem entre si (Tukey, 5%). DMS = 1,14; CV(%)= 3,1310. *Os clones 23, 24 e 25 são híbridos de E. grandis x E. urophylla. Carvalho e colaboradores, estimando a composição nutricional de duas linhagens de Ganoderma lucidum cultivadas em substratos à base de resíduos agrícolas (Tabela 3), concluíram que os cogumelos apresentaram altos teores de extrato etéreo, fibras e cinzas e baixo teor de proteínas, em todos os substratos analisados13. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 69 Tabela 3. Teor de proteína, extrato etéreo, fibra bruta e cinzas de Ganoderma lucidum cultivados em resíduos agrícolas13. Proteína Cinzas Extrato etéreo (%) Fibra bruta (%) (%) (%) Linhagens Substratos GLM 09/01 GLM 10/02 GLM 09/01 GLM 10/02 GLM 09/01 GLM 10/02 GLM 09/01 GLM 10/02 T 12,5A 12,4A 4,8A 2,9B 48,2A 48,4A 1,6A 1,4A T+20% 15,2A 13,8B 3,5B 4,9A 51,7A 51,4A 1,8A 1,7A B 11,6A 12,2A 4,7A 4,5A 48,8A 50,2A 1,3A 1,6A B+20% 13,8A 13,6A 6,7A 6,7A 48,8A 48,1A 1,8A 1,7A A 9,9A 9,3A 5,2A 5,4A 56,2A 50,7B 1,0A 0,8A A+20% 10,6B 12,5A 4,8A 4,8A 57,7A 47,8B 1,3A 1,5A EU 9,6A 8,7B 5,7A 5,8A 41,2A 38,8B 1,1A 0,8A EU+20% 11,9A 11,2B 3,1A 2,0B 50,7A 51,2A 1,5A 1,6A PF 12,3A 11,6B 4,5A 4,9A 57,3A 51,3B 1,4A 1,4A PF+20% 14,8A 12,5B 4,8A 2,7B 50,1B 54,3A 1,8A 1,2B Médias seguidas por letras iguais em cada linha e entre linhagens, em cada parâmetro nutricional, não diferenciam estatisticamente entre si (Tukey, 5%). T– palha de Tiffton sem suplementação; T+ 20% – palha de Tiffton com 20% de suplementação de farelo de trigo; B – Palha de braquiária sem suplementação; B + 20% – palha de braquiária com 20% de suplementação de farelo de trigo; A – palha de aveia sem suplementação; A + 20% – palha aveia com 20% de suplementação de farelo de trigo; EU – serragem de eucalipto sem suplementação; EU + 20% – serragem de eucalipto com 20% de suplementação de farelo de trigo; PF – palha de feijão sem suplementação; PF + 20% FT – palha de feijão com 20% de suplementação de farelo de trigo. Carvalho et al. (2012), determinando a composição química de Pleurotus ostreatus cultivado em resíduos de bananeira (Figuras 3 e 4), obtiveram os seguintes resultados: os teores de proteína bruta, cinzas, fibra de detergente ácido (FDA) e fibra de detergente neutro (FDN) variaram de acordo com o tipo de resíduo e o cultivo de bananeira; o substrato à base de folha de bananeira da variedade prata anã proporcionou as maiores médias de proteína bruta (35,4%) e cinzas (6,7%) nos basidiomas de P. ostreatus; o substrato à base de pseudocaule de bananeira da variedade prata anã proporcionou as maiores médias de FDA (31,6%) e FDN (41,9%) nos basidiomas de P. ostreatus; o teor de extrato etéreo e de fibra bruta do P. ostreatus não variou em função dos tratamentos, tendo médias de 2,45 e 11,27%, respectivamente14. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 70 Figura 2. Comparação de médias de proteína bruta presente em cogumelos de Agaricus bisporus no 1º dia de armazenamento, em função dos tipos de compostos12. Médias seguidas por letras diferentes diferenciam estatisticamente entre si (Tukey, 5%). Figura 3. Concentração de proteína bruta, %, presente nos basidiomas da linhagem 09/100 de Pleurotus ostreatus cultivada em substrato à base de resíduos de bananeira (pseudocaule, folha e pseudocaule + folha) de duas cultivares de bananeira (prata anã e caipira)14. Letras maiúsculas comparam médias dentro de uma mesma cultivar de bananeira; letras minúsculas comparam médias dentro de cada tipo de resíduo. Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si (Tukey, 5%) (Média de duas repetições). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 71 Entretanto, nem sempre a composição do substrato influencia de forma significativa na composição química do cogumelo. Sobre isso, um estudo foi realizado sobre o aproveitamento de composto exaurido no cultivo de duas linhagens de Agaricus blazei15. Os autores verificaram a composição nutricional dos cogumelos produzidos (Tabela 4) e concluíram que o tipo de substrato não comprometeu a composição nutricional dos cogumelos produzidos, ou seja, o composto à base de composto exaurido produziu cogumelos com qualidade nutricional semelhante à do composto tradicional (sem adição de composto exaurido na formulação). Tabela 4. Teor de proteína, extrato etéreo, cinzas e fibra bruta obtidos nas análises bromatológicas dos basidiomas produzidos em função das linhagens de Agaricus blazei e do tipo de composto utilizado15. Linhagem Composto Tradicional Exaurido Matéria seca (%) ABL 99/30 91,6 Ab ABL 04/49 92,18 Ab 92,79 Aa 92,77 Aa Proteína bruta (%) ABL 99/30 23,1 Ba 22,72 Ba ABL 04/49 25,21 Aa 24,46 Aa Extrato etéreo (%) ABL 99/30 0,68 Bb 1,21 Aa ABL 04/49 1,17 Aa 0,96 Bb Cinzas (%) ABL 99/30 5,98 Aa 6,46 Aa ABL 04/49 6,53 Aa 6,48 Aa ABL 99/30 8,26 Aa 8,82 Aa ABL 04/49 9,09 Aa 8,24 Aa Fibra bruta (%) *Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas dentro de uma coluna e letras minúsculas dentro de uma linha não se diferem significativamente (Tukey, 5%). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos relacionados ao valor nutricional dos cogumelos comestíveis e medicinais, no Brasil, tendem a aumentar, uma vez que a procura por alimentos que contenham elevado teor de nutrientes, como é o caso dos cogumelos, vem aumentando gradativamente a cada ano. REFERÊNCIAS 1. Silva DJ, Queiroz AC. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. Viçosa: UFV, 2002. 2. Manzi P, Aguzzi A, Pizzoferrato L. Nutritional value of mushrooms widely consumed in Italy. Food Chemistry. 2001; 73(3):321-5. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 72 3. Yang J, Lin H, Mau J. Antioxidant properties of several commercial mushrooms. Food Chemistry. 2002; 77(2):229-35. 4.Ragunathan R, Swaminathan K. Nutritional status of Pleurotus spp. grown on various agro-wastes. Food Chemistry. 2003; 80(3):371-5. 5. Chang ST, Miles PG. Edible mushrooms and their cultivation. Boca Raton: CRC Press, 1989. 6. Menezes MC. Efeito do Agaricus blazei (Murrill) ss. Heinemann no estado nutricional e na bioquímica hepática em portadores de hepatite C. Botucatu, 2005, 113p. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 7. Minhoni MTA, Andrade MCN, Zied DC, Kopytowski Filho J. Cultivo de Lentinula edodes (Berk.) Pegler – (Shiitake). 3ª edição. Botucatu: FEPAF, 2007. 8. Andrade MCN, Minhoni MTA, Zied DC. Caracterização bromatológica de oito linhagens de Lentinula edodes (Shiitake) cultivadas em toras de Eucalyptus grandis. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2008a; 28(4):793-7. doi: 10.1590/S0101-20612008000400005. 9. Furlani RPZ. Valor nutricional de cogumelos cultivados no Brasil. Campinas, 2004, 88p. Tese (Doutorado em Ciência de Alimentos), Faculdade de Engenharia de alimentos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 10. Andrade MCN, Minhoni MTA, Zied DC. Avaliação nutricional do cogumelo shiitake [Lentinula edodes (Berk.) Pegler] em função da linhagem e do tipo de eucalipto cultivado. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2008b; 28(4):916-21. doi: 10.1590/S0101-20612008000400024. 11. Andrade MCN, Zied DC, Minhoni MTA, Kopytowski Filho, J. Yield of four Agaricus bisporus strains in three compost formulations and chemical composition analyses of the mushrooms. Brazilian Journal of Microbiology. 2008c; 39:593-8. doi: 10.1590/S1517-83822008000300034. 12. Andrade MCN, Jesus JPF, Vieira FR, Viana SRF, Spoto MHF, Minhoni MTA. Effect of gamma irradiation on the nutritional quality of Agaricus bisporus strains cultivated in different composts. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 2014; 86(2):897-905. doi: 10.1590/0001-37652014109112. 13. Carvalho CSM, Sales-Campos C, Carvalho LP, Minhoni MTA, Saad ALM, Alquati GP, Andrade MCN. Cultivation and bromatological analysis of the medicinal mushroom Ganoderma lucidum (Curt.: Fr.) P. Karst cultivated in agricultural waste. African Journal of Biotechnology. 2015; 14(5):412-8. doi: 10.5897/AJB2014.14022. 14. Carvalho CSM, Aguiar LVB, Sales-Campos C, Minhoni MTA, Andrade MCN. Determinação bromatológica de Pleurotus ostreatus cultivado em resíduos de diferentes cultivares de bananeira. Interciencia. 2012; 37(8):621-6. 15. Favara GM, Sales-Campos C, Minhoni MTA, Siqueira OAAP, Andrade MCN. Use of spent compost in the cultivation of Agaricus blazei. African Journal of Biotechnology. 2014; 13(34):3473-80. doi: 10.5897/AJB2014.13978. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 73 BIOTECHNOLOGY: USE OF Agaricus sylvaticus IN HUMANS AND PLANTS BACH, E.E.1*, EMB, H.I.2, MARCO, R.M.1, WADT, N.S.Y.1 Diretoria da Saúde, Depto. Biomedicina, Uninove, R. Dr. Adolfo Pinto, 109, Barra Funda, CEP 01156-050, São Paulo – Brasil; 2Unilus, Núcleo Acadêmico em Bioquímica Experimental (NABEX), R. Batista Pereira, 265, Macuco, CEP 11015-101, Santos, São Paulo, Brasil. *Corresponding author: Erna E. Bach Diretoria da Saúde, Depto. Biomedicina, Uninove R. Dr. Adolfo Pinto, 109, Barra Funda, CEP 01156-050, São Paulo, Brasil. 1 ABSTRACT Agaricus sylvaticus or brasiliensis or blazei, presents in animal laboratory tests protective capacity against cancerous cells, diabetes control and can be used in humans for diseases control. In agricultural, in a model of barley plants, can be used as inducer of protection against a pathogen that causes leaf spot from Bipolaris sorokiniana. So, the use of mushrooms is possible in plants such as in animals, performing many protective effects. Key words: Agaricus blazei, diabetes, agricultural, induction of protection. INTRODUCTION The mushroom (macrofungi) Agaricus blazei Murril is original from Brazil (Piedade), and cultivated in foreign countries, such as Japan, China and Indonesia. Scientifically, there are 3 denominations: Agaricus sylvaticus (Schaeffer), Agaricus brasiliensis e Agaricus blazei Murrill, these being synonyms, however, in Brazil they are popularly known as Sun Mushrooms. One of the fractions used as therapeutic product has been identified as polysaccharides, showing beta-glucans forms, and may be incorporated into proteins1,2. For humans, doctors have been utilizing phytotherapics available for the population in the SUS (Public Health System), and approved by the National Health Surveillance Agency (ANVISA)3, according to the Politics of Medicinal Herbs and Phytotherapics, and also with the Integrative and Complementary Practices4,5,6,7,8,9. Phytotherapics are accepted by the population for its effects in the control of different diseases, and are easily accessed by the population. However, mushrooms are not prescribed, primary because they are not originated from plants. The study of the effect in diseases treatment and macromolecules that may be acting is responsibility of Biotechnology, considering that, the commercialization of these mushrooms has been given as nutraceutical, following the ANVISA description. ANVISA released the list of Foods and Bioactive Compounds with Functional Properties Allegations and, or, of Health and New Foods3 at one resolution, which included the beta-glucan with the following Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 74 claim: “The beta glucan (dietary fiber) assists in cholesterol absorption reduction. Its consumption must be associated with a balanced diet and healthy living habits”. It is possible to commercialize as mushrooms powder, capsule, tablet or pill, containing in the supplement facts the beta-glucan quantity, as soluble fiber, underneath the alimentary fibers3. In the present work will be described the uses of Agaricus sylvaticus both by humans and the possibility of its application in agronomy. MATERIALS AND METHODS Preparation of Agaricus sylvaticus extract and analysis A. sylvaticus was cultivated in the state of Rio Grande do Sul (Brazil), where the fruiting bodies were harvested, washed and dried. The products were milled and the dry weight varied between 7 to 10% of fresh weight. One gram of dry mushroom powder was homogenized in 40 mL of water, maintained in the fridge at 4 oC for one hour, and then filtered with Whatman no.1 filter paper completing the water volume until 40 mL. The concentrations of proteins10 and phenols11 were quantified as part of the biochemical analysis. The extract was read in a spectrophotometer (UV/light) 270-580 nm (Fentom) and then performed thin-layer chromatography on Merck silica gel 60 F254 plates. Aliquots of standard p-coumaric acid, kaempferol, chorogenic acid, salicylic acid and rutin were applied in plates and developed with butanol-acetic acid-water (BAW 4:1:5). Quantification of beta-glucan was made by method of Lever12 with beta-glucanase enzyme (Sigma). The availed extract was used by gavage in animals induced with cancerous cells obtained by chemical substance, as well when mixed with animal feed that can be used for diabetes control. The same extract was also used for evaluation of the toxicological effect on cells. For plants, dilution was performed and observed the induction of resistance against spots caused by pathogen in barley plants. The hydroethanol extract was elaborated by fractional percolation13, using dry Agaricus sylvaticus and the solvent was ethanol 70%. This extract was used in two distinct experiments: anti-inflammatory and anti-microbial. All trials using animals were submitted to the University Nove de Julho (Uninove) Ethics Committee for Animal Researchwith processes number: 34/2010 and 20/2012. Experiment animals Male Wistar rats aged four weeks and weighing 250 to 280g were obtained from the Uninove animal lodging facility. The animals were kept in polypropylene cages (two to three animals per cage) covered with metallic grids in a room maintained at 23 oC, 55 ± 10% relative humidity, and a 12 h light/dark cycle. The animals had free access to food and water for two weeks before beginning the study. After 30 days animals were anesthetized with a lethal dose of a cocktail containing ketamine (1 mg) and xylazine (5mg). Blood was collected and kidneys removed. The blood was used for biochemical analyses . Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 75 Evaluation of protective effect in rats inoculated with carcinogenic agent (pristane). For inoculation it was used the Pristane drug given its carcinogenic properties (SIGMA, 2006). Four groups of five rats were used in the experiment. The animals from two groups received an intraperitonial injection of 1mL. After an incubation of 14 days it was observed the carcinogenic action of the drug. The groups were composed as the following: Group 1: control group, received water and commercial chow; Group 2: received 1mL/day of extract by gavage; Group 3: induced carcinogenic and received 1mL/day of extract by gavage; Group 4: induced carcinogenic. Control of diabetes in rats induced by Streptozotocin Extract from one gram of mushroom powder extracted in 40 mL of cool water, was mixed with 9 g of previously crushed, sieved commercial feed, forming round pieces, and placed in a Pyrex container. All samples were dried in an oven at 60oC. The chow was then weighed and placed in the animal cages. Animals were induced to diabetes through an intraperitoneal injection of streptozotocin (50 mg/kg – Sigma) dissolving in a fresh, cold citrate buffer, pH 4.5. Twenty male Wistar rats, weighing 200-300 g, were separated in four groups as well: Group 1: normal group, animals received unaltered commercial chow; Group 2: normal group, received commercial chow with A.sylvaticus; Group 3: diabetic group that received unaltered commercial chow; Group 4: diabetic group that received commercial chow with A.sylvaticus. At the end of the experiment, the animals were anesthetized with lethal dose of ketamine (1 mg) and xylazine (5 mg) and blood was quickly collected for analysis and organs observation. In this experiment, the pancreas was removed, water washed, and fixed in a buffered 10% formalin, and histologic analysis made. The Langerhans islets were measured, the numbers and nucleus from the islets counted. CYTOTOXICITY AVALIATION Cytotoxicity was assessed through changes in cell morphology of MDBK cell line in inverted optical microscope. The aqueous extract of A. sylvaticus (120 mg/mL was dissolved in a Medium Minimum of Eagle for a final concentration of 4 mg/mL). To verify these changes, extracts were placed in a microplate of 96 holes with a confluent monolayer of cells and observation until 72 h to determine the maximum concentration non-cytotoxic (CMNC). Anti-Inflammatory activity Induction of granulomatous tissue formation. The topical effect from the hydroethanolic extract at 70% of Agaricus sylvaticusin inhibition of granulomatous tissue formation, induced by cotton pellets in rats, will be availed according the recommended methodology by Sertié14 and Wadt15. The experiment was made in six groups of five animals (male Wistar rats), weighing about 150 g, under a 12 hours fasting, with water ad libitum. Under aseptically conditions and anesthesia with ketamine/xylazine, a dorsal longitudinal incision was done in every animal and implanted, through divulsion of the subcutaSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 76 neous tissue, four hydrophilic cotton pellets, weighting about 40 mg each, in four equidistant points from the incision (close to the paws). The cotton pellets were previously sterilized by autoclaving in lots of four unities, weighting 160 mg and, immediately before the implant, were treated with an Ampicillin trihydrate 250mg/ml solution. Topical treatment Two hours after the cotton cylinders implant and during six days, the animals were topically treated, three times a day, with a A. sylvaticus extract gel at 10% in dose of 600 mg/day, dexamethasone 0.2 mg/kg/day incorporated in gel, that was used as control, being the total mass in every application 600 mg. In the sixth day, the animals were sacrificed by anesthesia excess and the granulomas removed by dissection, submitted to drying in an oven at 60 °C for 24 hours and their gross weights determined on an analytical balance; the granuloma weight was calculated as the difference between the initial and final dry weights. Antimicrobial Activity The microorganisms utilized for the antimicrobial trials were the Sthaphylococcus aureus (ATCC 6538) and Escherichia coli (ATCC 10536) bacterias, and the Candida albicans (ATCC 10231) yeast. The culture medium used for the S. aureus and E. coli was the tryptic soy agar (TSA). For Candida albicans was used the Sabouraud Agar Dextrose (SAD)16,15,17. The TSA and SAD mediums were prepared from the dehydrated medium, following the manufacturer instructions imputed in the label. From the stock cultures, the bacteria were replicated in grooves, over the surface from the inclined TSA medium, and the yeast over surface from the inclined SAD medium. The microorganisms were incubated at 30-35 °C for 24 hours. The resultant cell mass was recoiled in 9 mL of sterile physiological solution, and the obtained suspension was submitted to viable microorganism counting, by the seeding in depth technique - Pour Plate method. For this, seriated decimal dilutions until 10-6 in 9 mL of sterile physiological solution were effectuated, from the original suspension. Aliquots of 0.1 mL from the adequate bacterial suspension dilutions (around 10-4 to 10-6) and the adequate yeast suspension dilutions (around 10-3 to 10-4), were transferred to Petri plates, in duplicate and homogenized with the sample (0.1mL/plate) with 15 mL of the sterilized culture medium. After the plate incubation, during 48 hours at 30-35oC for yeast and bacteria, was effectuated the colony count. The number of Colony Forming Unities (CFU) per mL (CFU/mL) from the original suspension was determined. The microorganism inoculation (mo) was done along the culture medium. A aliquot from the young culture suspension with charge previously stipulated of S. aureus, E. coli and C. albicans was transferred for the sterile Petri plate and the medium added, used as positive control. The same microorganism concentration was inoculated in plates, and added to them the mushroom extract sample (0.1mL) and culture medium, in other plates was added ethanol 70% (0.1mL) and culture medium (solvent control). The culture medium incubation Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 77 containing microorganisms was performed at 35-37 oC for 48 hours, when effectuated the macroscopically microbial growth observation. All tests were performed in triplicate, calculated the average growth and the microbial growth inhibition percentage. Application in barley plants for control spot disease in leaves. Barley plants (Embrapa BRS-Brau) as a model plant was used. Groups of ten plants were used in each treatment. Plants were arranged in a complete randomized block design and the combination of challenger (pathogen) and protector (extract from A. sylvaticus 120 mg beta glucan) in each treatment is described below. Pathogen (Bipolaris sorokiniana) was isolated from infected barley leaves and kept on potato dextrose agar (PDA) plates. After 10 days, conidia were removed by brushing the surface of the agar and material was sustended in 5 mL of sterile water followed by filtration through gauze. Concentration was adjusted to 105 conidia/mL. Treatments was: a) control healthy plants received by spray distilled water; b) sprayed with extract from A. sylvaticus; c) infected plants; d) sprayed with extract and after 24, 48 and 72horus intervals plants was inoculated with pathogen. Plants were kept for 24h in a dew chamber at 100% RH, under fluorescent light in a 12h photoperiod and then maintained in a greenhouse for 4 days. Percentage of protection was calculated according to Bach et al18,19. Statistics The results were submitted to variance analysis, following Tukey (program Assistat 2012). RESULTS AND DISCUSSION Analysis from A. sylvaticus For biochemical analysis, extract from Agaricus was made with cool-water because molecules of protein also presented few phenols and peroxidase activity. When hot water was used more phenols were extracted and protein decreased, giving the solution a brownish coloration, corresponding to the molecules oxidation20. Extract obtained in cool-water were filtered, and obtained a clear, colorless orange extracts. The extract was firstly submitted to reading by spectrophotometer UV/light at wavelenghts 275-600nm demonstrating 3 peaks as: 1) a peak at A280 nm correlated with proteins; 2) a peak at A340nm correlated with chlorogenic acid and p-coumaric acid; 3) peaks at A500nm have not been identified. Phenols were confirmed by thin layer chromatography using BAW (Butanol-acetic acid-water 4:1:5) and results demonstrated 4 compounds at mobility: Rf 0.29, Rf 0.52, Rf=0.68 and Rf 0.88. The Rf=0.52 band was correlated with the chlorogenic acid standart and the Rf=0.88 band with p-coumaric acid and the identity of the Rf=0.29, Rf=0.68 band remains unknown (Figure 1). Biochemical analysis from powder mushrooms shown values for proteins 1.15mg, 0.96mg of phenols and 224mg of beta-glucan when extract 1g of mushrooms. So, the extract from A. sylvaticus presented proteins, phenol, beta-glucan, p-coumaric-acid, chlorogenic acid and two unknown compounds21. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 78 Figure 1 – A = Spectrophotometer absorbance readings of extract of A. sylvaticus between wavelengths 270-600 nm. A peak at A340nm correlated with chlorogenic acid and p-coumaric acid. B = Thin layer chromatography analysis of 10μL of the same extract: Rf (mobility) and area (mm2). Reagent BAW (4:1:5 organic phase), standard chlorogenic acid (Rf=0.48), and p-coumaric acid (Rf=0.88). Evaluation of protective effect in rats inoculated with carcinogenic agent (pristane) The partial results demonstrated that pristane inoculated animals had weight reduction in consequence from the reduction of chow ingestion and increased water ingestion. Animals that were inoculated with pristane, and administered the mushroom extract, did not show a significant weight increase in comparison with animals treated only with the extract. The animals that received water and chow shown a body weight above the animals with pristane, however, significantly under the weight of animals submitted to the extract treatment. This indicates that the syrup shown a nutritional effect on animals. In organs, it was possible to visualize that the pristane drug shown in control rats the tumor spots, while in those with extract treatment, nothing occurred1,20,22,23. So, the pristane drug is a carcinogenic agent, and the A.sylvaticus extract has a protective activity and is possibly an immunomodulatory activity, without producing a toxic effect in the studied animals (Figure 2). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 79 The performed biochemical analysis in blood indicated that the pristane drug had harmful effects in the hepatic function, when compared to controls. These changes in the transaminases (ALT and AST) may indicate hepatocyte lesions, where these results match with the discovered by Barbisan. Such dosages of transaminases ALT and AST were accompanied by abnormal dosage albumin (reflecting decreased hepatic synthesis capability) indicating a possible liver injury. Regarding mushroom extract toxicity, the results of the group of animals that received only the Agaricus sylvaticus (COG X) showed that did not cause any tissue damage or biochemical change in the control24. A B C D Figure 2: Aspect of the animal’s liver with 28 days. A – Control. B - Cog X. C – Pristane. D - Pristane + Cog X. Action in the induced hyperglycemia by streptozotocin in rats The diabetes induction occurred in an adequate form, increasing glycemia such as the water and chow consumption from the Diabetic and diabetic-treated. The diabetic-treated group had a significant decrease (p<0.001) in its glycemia when compared to the diabetic. The water consumption also had a significant decrease (p<0.001) between diabetic and diabetic-treated, but, the chow consumption increased (p<0.01) and the diabetic-treated group weight remained constant during the whole period. The results demonstrated that the powder AB reduced the glycemia in rats with moderate hyperglycemia induced by streptozotocin21 (Table 1). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 80 Table 1. Average glycemia measure of 20 days with 10 animals. Groups Glycemia* Standard Deviation Standard Error C/CAB D TAB 104.87a 458.1b 107.75c 13.87 75.93 11.31 2.67 11.31 19.92 *Average of 10 animals with different letters are extremely significant (P<0.0001). Different letters in columns, was statistically different. C = Control; CAB = Control treated with AB powder; D = Diabetics; TAB = Diabetics treated with AB powder. In Histopathological analysis, in both control groups (C and CA), islets of Langerhans were present with normal size and shape. The measurements demonstrated that both control groups had a similar mean area of islets and similar mean number of nuclei (410.5 µm2 and 57 nuclei per islet). The samples from the D group exhibited severe degenerative changes in the pancreatic islets, with irregular outlines and decreased nuclei in β-cells (mean islet area: 0.62 µm2; mean number of nuclei: 20) showing a significant decrease in size in comparison to control group and Agaricus group (Kruskal-Wallis test, p < 0.05). In contrast, the DA group exhibited nearly normal pancreatic islets slightly oval in shape (mean area: 254.7 µm2; mean number of nuclei: 87) (Table 2). Table 2. Area of pancreatic islet and number of nuclei in total area of 110,000 µm2 Experimental Groups C and CA D DA Mean islet area (µm2) Maximum diameter (µm2) Minimum Diameter (µm2) Mean number of nuclei per islet 410.5 0.62 254.7 1096.7 1.69 870.3 365.3 0.58 232.3 57.3* 20.0** 87.0* Legend: C – control; CA – control + A. sylvaticus; D – diabetic; DA – diabetic + A. sylvaticus. * means statistically non significant, ** statistically significant (Kruskal-Wallis test, level of significance = 0.05). Anti-inflammatory activity evaluation According to table 3, it can be seen that the gel with Agaricus sylvaticus extract 10% showed no topical anti-inflammatory activity, it may be due to polar compounds (tannins and flavonoids) present in the extract and consequently in the gel25. Flavonoids such as the tannins are hydro soluble compounds, such as the beta-glucan found in Agaricus sylvaticus, these compounds are orallyabsorbed26,27, but due to the size of the molecules may not be well absorbed via the skin, thus explaining the absence of the topical anti-inflammatory activity25. However, the gel showed a tendency anti-inflammatory perhaps indicating that at a higher concentration of extract, the gel may have a significant anti-inflammatory action. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 81 Table 3. Anti-inflammatory activity, topical administration 600 mg/day with a 10% mushroom hydroethanol extract in rats (granuloma model). Sample Nº Points Average Standard deviation 4 4 4 0.4657 0.3100 0.4268 0.01526 0.01830 0.01616 gel dexamethasone Mushroom P p<0.001*** p>0.05 ns P> 0.05 = not significant, P <0.001 = *** extremely significant, P <0.01 ** = very significant, P <0.05 * = significant. Antimicrobial activity evaluation The tested microorganisms were chosen, because are resistant and opportunistic, difficult it’s elimination, specially the Gram negative bacteria and yeast28. Evaluation was performed by comparing the results of colony forming units (CFU) with 70% ethanol, since this is the solvent extract and how it already has antimicrobial activity, this could not be ruled out. The saline solution was used as a growth control of microorganism. Tables 4, 5 and 6 show a nearly ineffective antimicrobial activity, especially for gram-negative bacteria such as E. coli 28. Table 4. Evaluation of the antimicrobial activity of A. sylvaticus hydroethanol extract at a dosage of 0.1 mL/plate, against S. aureus microorganisms. Sample Saline Ethanol 70% A.sylvaticus UFC 720 448 138 % inhibition 31% Table 5. Evaluation of the antimicrobial activity of A. sylvaticus hydroethanol extract at dosage of 0.1 mL/plate, against E. coli microorganisms Sample UFC % inhibition Saline Ethanol 70% A.sylvaticus 900 780 31 4% Table 6. Evaluation of the antimicrobial activity of A. sylvaticus hydroethanol extract at dosage of 0.1 mL/plate, against C. albicans microorganisms Sample Saline Ethanol 70% A.sylvaticus UFC 382 124 25 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil % inhibition 20% 82 According to Rampinelli29 the polysaccharides found in mushrooms have low antimicrobial activity28. The hydroethanol extract showed greater inhibition against Staphylococcus aureus, but this inhibition cannot be regarded as very effective, despite the present extract compounds, such as tannins and flavonoids, that have antimicrobial activity, but the mechanism of action of both tannins and flavonoids would be more bacteriostatic and fungistatic over bactericidal and fungicidal, justifying the low antimicrobial activity found15. Cytotoxicity evaluation Extract from A. sylvaticus show no cytotoxicity at the concentration evaluated (CMCC of 4mg/mL). Results in control cells have 100% of development and lecture in Elisa reader at 1.368. In cells treated with extract lecture presented 1.329 that gave 96.4% of development. Application in barley plants for spot disease control in leaves Induction of resistance by metabolites, chemicals or compounds of biological origin, seems to stimulate the ability of the plants to compensate the damaging effects of the pathogens on plant metabolism. Bach et al. observed that xantham gum increased b-1,3 glucanase enzymatic activity and may be used as a resistance in barley plants with 95 to 97% of protection18. Local protection against B. sorokiniana was induced in barley plants by means of extract of A. sylvaticus in time interval from 24 to 72 h. In 24h inducer-challenge interval present protection level about 50% but protection level was higher in 72 h (Table 7). Results demonstrated that extract from A. sylvaticus can induce resistance. Table 7: Local protection of barley plants against Bipolarissorokiniana using extract from A. sylvaticus Treatments % protection Infected agaricus 24h agaricus 48h 5* 50 60 60.36 28.38 23.18 agaricus 72h 90 5.08 % area leaves infected * Average protection presented in 50 leaves of barley plants. CONCLUSIONS Powdered, or extract of A. sylvaticus from the state of Rio Grande do Sul, Brazil, demonstrated complex compounds and proved hydro soluble. One gram of fungus in 40 mL of water liberated beta-glucan (224.03 mg), proteins (1.15 mg), phenols (0.96 mg), p-coumaric -acid, chlorogenic acid and non-soluble substances, such as fiber (31 mg). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 83 Extract of A. sylvaticus has protective, and possibly, immunomodulary activity by preventing cancer cells development. Results demonstrated by Mascaro21 that the administration of A. sylvaticus with the chow of diabetic rats modulates levels of cholesterol, HDL, triglycerides, blood glucose, GPT, alkaline phosphatase, iron, transferrin and urea, but does not affect the level of creatinine. Moreover, the use of this mushroom led to compensatory hyperplasia of the islet of Langerhans in the pancreas. Interestingly, norm glycemic animals exhibited no metabolic changes with the use of A. sylvaticus. The findings suggest bio modulating action that directs the metabolism toward homeostasis without altering organisms that are already in a state of equilibrium. A possible explanation for the findings with regard to metabolic control may reside in the quantity of β-glucan in this mushroom. A. sylvaticus also reduced the glycemic levels in the diabetic rats and had a stimulatory effect on pancreatic islet cells. The diabetes model chosen for this study was the use of the chemotherapeutic drug streptozotocin. STZ is selectively toxic to β-cells in pancreatic islets and eventually induces diabetes in adult rats. STZ-induced hyperglycemia has been described as a good experimental model for the study of diabetes mellitus, as its administration to rats leads to an increase in blood glucose levels. The morphological evaluation of the pancreatic islets revealed compensatory hyperplasia induced by A. sylvaticus. This finding suggests a stimulatory effect on these cells. Extract also had no cytotoxicity activity. The anti-inflammatory results of A. sylvaticus gel extract 10% topically administered were not very significant. The antimicrobial action from the extract was not very effective in the tested concentration; however, it presented 31% of S. aureus, 4% of E.coli bacteria inhibition and 20% of C. albicans yeast inhibition. In barley plants, extract protected against leaves disease (spot B.sorokiniana). So, the use of mushrooms is possible in plants such as in animals, performing many protective effects. ACKNOWLEDGMENTS This work was supported by CNPq (Grant n. 474681/2013). The authors are grateful to Firm Vitalli for sending the mushroom Agaricus sylvaticus and Noemir Antoniazzi for sending barley seeds. REFERENCES 1. Bach EE. Biotecnologia aplicada a cogumelos. In: Marli Gerenutti. Cogumelos medicinais: aspectos de cultivo e aplicações. Sorocaba: EDUNISO, 2010; ISBN: 9788574645919:11-9. 2. Bach EE, Esquerdo KF, Oliveira MBF, Reis FA, Cardoso VO, Wadt, NSY. Control of spot blotch in barley plants with fungicide and extract of leaves from Bauhinia variegata Linn. Emirates Journal of Food & Agriculture in the SILAE_EJFA Special Issue: “Wild edible plants and their traditional use”. Vol II, 2013. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde. Resolução RDC n. 2, de 07 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 17 jul. 2002. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 84 4. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS – PNPIC-SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006 (a). 5. Brasil, Decreto Lei 5813 de junho de 2006 – Política nacional de plantas medicinais e Fitoterápicos, 2006 (b). 6. Funari, CS, Ferro VO. Uso ético da biodiversidade brasileira: necessidade e oportunidade. Revista Brasileira de Farmacognosia 2005; 15: 178-82. 7. Haraguchi LMMC, Barreto O. Plantas medicinais: do curso de plantas medicinais. Coord. Haraguchi, L.M.M. C.; Barreto, O. Secretaria Municipal do verde e do Meio Ambiente. Divisão Técnica Escola Municipal de Jardinagem, 2010. ISBN 9788598140032. 248. 8. Jouad H, Haloui M, Rhiouani H, El Hilaly J, Eddouks M. Ethnobotanical survey of medicinal plants used for the treatment of diabetes, cardiac and renal diseases in the North centre region of Morocco (Fez–Boulemane). Journal of Ethnopharmacology, 2001; 77:.175-82. 9. Oliveira MJR, Simões MJS, Sassi CRR. Fitoterapia no sistema de saúde pública no estado de São Paulo, Brasil. Ver. Bras. Pl. Med. 2006; 8: 39-41. 10. Lowry OH, Rosenbrough NJ, Farr AL, Randall RJ. Protein measurement with the Folin phenol reagent. Journal Biological Chemistry.1951; 193: 265-75. 11. Swain R, Hillis WE. The phenolic constituents of Prunus domestica. I. The quantitative analysis of phenolic constituents. Journal of the Science of Food and Agriculture, 1959; 10:.63-8. 12. Lever M. A new reaction for colorimetric determination of carbohydrates. Analytical Biochemistry. 1972; 47: 273-9. 13. Farmacopéia Brasileira. 5a edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2010. 14. Sertié JAAA, Basile AC, Panizza S, Matida AK, Zelnik R. Pharmacological assay of Cordia verbenaceae. Part I. anti-inflamatory activity and toxicity of crude extract of the leaves. Planta med. 1988; 54: 7-10. 15. Wadt NSY. Estudo da variação ontogenética de princípios ativos de Leonurus sibiricus L. e suas ações farmacológicas. 2000 150f. Dissertação (doutorado em Ciências)- Faculdade de Ciências Farmacêuticas – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000. 16. Pinto TJA, Ohara MT, Kaneko TM. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. São Paulo: Atheneu, 2ed, 2003. 17. Wadt NSY, Ohara MT, Sakuda-Kaneko TM, Bacchi EM. Ação antimicrobiana de L. sibiricus L. Rev Bras.Farmacognosia. 2006; 5:167-74. 18. Bach EE, Barros BC, Kimati H. Induced resistance against Bipolaris bicolor, Bipolaris sorokiniana and Drechslera tritici-repentis in wheat leaves by xanthan gum and heat-inactivated conidial suspension, Journal Phytopathology, 2003; 151:1–8. 19. Bach EE, Florian MC, Wadt NSY, Cardoso VO, Marcondes MCL, Esquerdo K, Souza E. Vantagens dos cogumelos na alimentação. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538). Brasil. 2013; 12: 16-23. 20. Bach EE, Florian MC, Wadt NSY, Dellê H, Mascaro MB, Alves CE, Patricio GF, Cardoso VO, Pevidor LV, Marcondes MCL, Silva DV, Freitas JJG, Ferreira CM, Hipólito M, Hi BEM, Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 85 Souza E, Urben A. Biotecnologia aplicada em cogumelos: pesquisas realizadas junto a UNINOVE. Anais VI Simpósio Internacional sobre cogumelos no Brasil e V simpósio nacional de cogumelos comestíveis. 2011; 635.80981 cdd21: 147-64. 21. Mascaro MB, França CM, Esquerdo KF, Lara MAN, Wadt NSY, Bach EE. Effects of dietary supplementation with Agaricus sylvaticus Schaeffer on glycemia and cholesterol after streptozotocin-induced diabetes in rats. Evidence-based complementary and alternative medicine. 2014; Doi: 101155/2014/107629:1-10. 22. Hi BEM, Azevedo MRA, Bach EE, Ogata TRP. Efeito protetor do extrato de Agaricus sylvaticus em fígado de ratos do tipo wistar inoculado com pristane. Saúde Pública, 2008; 21: 76-9. 23. Hi BEM, Bach EE, Ogata T. Avaliação do efeito protetor de extratos do cogumelo Agaricus sylvaticus em ratos inoculados com agente carcinogênico (pristane). In: Cogumelos medicinais: aspectos de cultivo e aplicações. Marli Gerenutti, organização. Sorocaba: EDUNISO. 2010:102. 24. Barbisan LF, Miyamoto M, Scolastici C, Salvadori DM, Ribeiro LR, Eira AF, Camargo JL. Influence of aqueous extract of Agaricus blazei on rat liver toxicity induced by different doses of diethylnitrosamine. J Ethnopharmacol. 2002; 83(1-2):25-32. 25. Cruz MAS, Okamoto MKH, Wadt NSY. Avaliação farmacognóstica, antimicrobiana e a ação toxicológica do extrato de espécies de cogumelos (Agaricus). Encontro de Iniciação Científica da Uninove, São Paulo, 18 e 19 de novembro de 2005. São Paulo- Centro Universitário Nove de Julho, 2005; 20-1. 26. Behling EB, Sendão MC, Francescato HDC, Antunes LMG, Bianchi MLP. Flavonóidequercetina: aspectos gerais e ações biológicas. Alim. Nutr. 2004; 15: 285-92. 27. Pereira RJ, Cardoso MG. Vegetable secondary metabolites and antioxidants benefits. J. Biotec. Biodivers. 2012; 3: 146-52. 28. Grillo VTRS, Gonçalves TG, Campos Júnior J, Paniágua NC, Teles CBG. Incidência bacteriana e perfil de resistência a antimicrobianos em pacientes pediátricos de um hospital público de Rondônia, Brasil. Rev Ciênc Farm Básica Apl. 2013; 34:117-23. 29. Rampinelli JR, Gern RMM, Furlan AS, Wisbeck E. Avaliação da atividade antimicrobiana do caldo de cultivo e de extratos obtidos do micélio de Pleurotus ostreatu s DSM 1833. Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, Julho, 2006. 30. Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 2.ed. São Paulo: Indústria Gráfica Siqueira, 1959:1265. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 86 THE QUALITY OF SPAWNING DURING MUSHROOM PRODUCTION MOREAUX, K.*1, VERFAILLIE, M.1 Mycelia, mushroom industry Belgium *Correspondent Author: Kaper Moreaux Mycelia bvba, Veldeken 38A, 9850 Nevele, Belgium T.+32-9/2287090 F.+32-9/2288028 [email protected] – www.mycelia.be 1 Today, the highest consumption and production of edible mushrooms per capita in the world is to be found in Western Europe and the USA. But this trend is rapidly changing: new economic powers such as China, India and Brazil are quickly catching up, mainly through increasing their national production quota. In opposition to popular belief, mushroom production requires high-tech production techniques, combined with a good level of academical understanding. A stable and dependable spawning cycle is one of the principal elements that will make this commodity readily accessible for these countries and as such, so is the academical understanding of the production process. In this lecture, this process is stripped down to two main aspects, namely (i) strain quality and (ii) strain multiplication. The lecture provides a multitude of insights, both on the level of academical knowledge and practical application for the complete production chain of spawn producers, substrate producers and mushroom growers. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 87 COMPOSTAGEM DE Agaricus spp Agaricus spp COMPOSTING MEIJER, P.A.1 Corresponding author: Paul A. Meijer Funghicoltura Via Treviso 82a – signoressa di trevignano (TV) 31040, Itália home 39 0423 677153 tel/fax [email protected] 1 It is nice to remember and tell about the changes where that made with mushrooms growing through the years, the challenge of completely different materials for the fermentation process, Capgras bagasse, later the pasteurising tunnels, the growing in plastic bags and years later the blocking machine for pleurotus growing, selling bags to the chicken farmers in the neighborhood and buying back the mushrooms. In my 55 years working in this industry, I have seen many changes. I grew up in Holland,at that time there were about 150 grower. I learned growing at the biggest farm, owned by a friend of mine, seeing the C.N.C starting, the school of Pieter Vedder. When I left Holland, in 1968 for Italy, there where around 1000 farms. In Italy I started at” Funghi del Montello” a farm of 120 growing houses of 500 m2 each, as a area grower. Later I had my own farm, the first commercial wharf in Italy, selling compost to other growers and a canary with to italian partners. Mushroom culture started in France in 1600. The first preparation - fermentation, to get ready for spawning was one long step, without a pasteurising process,turning the compost many times. In the 30’s (1935) Dr Lambert introduced the pasteurisation process, giving the compost a temperature “Kill” 4 hours at 60 oC and keeping than the compost between 45 and 50 oC for several days to stimulate the microorganism to get the compost in the best conditions for spawning, free of amonium and selective. In the 60’s Dr Sindens introduced short composting: 7 days phase1 and 6 days phase 2, as well as the longer method by Riber Rasmusse that studied to find a method without fermentation, the Till substrate at the Max Planck institute of Dr Sengbush and in France under Dr.Laborde il EPS (Expres Preparation of Substrate). In the 70’s Enzo Giordani and Bruno Fransiscutti started with the first tunnel operation in Italy experimenting many differend thoughts, special floor disigns for good airiation and special machineryfor filling the tunnels. Phase 1 tunnels and phase 2 tunnels much later the phase 3 tunnels. In the beginning with trial and error, but the results where promecing. Later, with researchs, specialy from Holland, France and Australia, more information came out and fast progres was made. Information about blower capacity and pressure needed, oxigen demand, floor design and machinery was devellopt. For compost production is necessary raw materials. In each country the raw material will be different: Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 88 • USA straw/hay corncobs, chicken manur, brewers grain, coco shels, cotten shroot. Hors manure. • Brasil: sugar cane waste,corn stalks,guines grass,pangola grass straw chicken manur. wheat rye rice • China: rice straw mostly • India: wheat straw but the way of collecting by hand gives difficultys of to short materials We all have to start with making our recipes, weights and formulation calculation to levels of carbon, cellulose, hemicellulose, nitrogen, chicken manure, urea, sulfate ammonia, gypsum/chalk to pH buffer , water 4000/5000 liter for each ton of dry straw. Now that we know how much each and what kind of material we will apply, we have to find out the best and most economical way to make our compost for mushroom production. Not a easy task to achieve it is a question of BALANCE, MIXING and ask: What is our goal? Getting a good fermentation,temperature 75-83 °C; Getting the water in the materials 72-75%; Getting the best mixing possible. “homogenius”. The time needed for the best results. To day you hear about: short composting in 4-6 days in special build tunnels c,n,c. Holland. Prewet + phase 1, 3 days+9 days in tunnels in Spain; From the bales direct into the tunnels 10-16 days. Much depend on the materials and the time of the year and the turns (mixing) you want. Let I step back to tell about the old way to procedure. How did we do it befor the tunnels came in use?pre wetting our different materials? On big heaps or flat squared piles pressed with the payloaders or tracktors to get the water in the materials,then at day zero we start with the wind rows ,differend sizes because of climate and conditions. To get the compost in the the best conditions, windrows of of 1.60 x 1.80 m in Europe and in America should be 1.80 x 2.00 m. Moisture, temperature and mix well inside-outside, outside-inside, keeping the sides tight and a good chimney effect in the windrows, for the best temperature and oxygene distribution, avoiding a anaerobic core in the middel of the windrow using the compost turners with the different designs and with there specific problems. Chane and drum machines ,Choke feeds, onley drum machines (cook) All with the same purpose mixing as good as possible and bringing the moist up to 70-75% depending on the materials, climat, procestime and turn schedule adjusting and tuning for the best temperature 75 -83 °C. Moisture 70-75%,same schedule as long as 26 days with preset and 4/5 turns-Mostly on outside composting wharfs with all there problems ,rain,sun,wind snow.and many times with the neighbours for odours,fog and fires and the space needed. With de covered wharfs it was better but stil many space is needed. With the more information coming availeble obout tunnels,many problems started to be controlable and less space is needed. As I told about the open wharfs and machinery, the possibilities with tunnels are also many. Bunkers, mostly open on the top with an aerated floor. Tunnels with low pressure floors and open or closed at the ends with doors (oxygen demand 8-12 %). Tunnels with high pressure 3000 pascal and 7 m3 of air to the m2 per hour (oxygen demand 6-8 %). Tunnels with well insulated ceilings and sides blower capacity of 50m3/m2/hour and heat transfer from hot Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 89 tunnels to just filled tunnels. The average quantity of air needed for the oxygene demand is given to be 0.3 m3/ton of compost with a maximum of 7m3 per ton of compost per hour. Pre Wet systems, bales with overhead watering, mostly 3-4 days some heat is entering al ready in the bales. Bale dumping system submerging for 2-3 minutes than 24-48 hours set back 40/60 °C. Drum dumpling, in line system at 2.0-2.5meter deep, one ton straw picks up 2500-3000 liter of water. Many different ways it has to work for you! to much water is not good neader to less. Temperature can be controlled with the oxygene demand and time controlled blowers, oders can be minimal, up til 100 %, 50/ 60 % with biofilters and 98% with chimneys,ammonia exhaust eliminated with scrubbers. Let us look to some data for the tunnels for phase1 .The floor space needed for 1 ton of compost is 1 m2. At Kaolin farm in America, where I worked the last 15 years, and with their ingredients wheat straw,hay,corn cobs, cocoa shells and stomps ( the cut of the stamps of the mushrooms). We go over two bale bale breakers for hay and straw directly in the mixing line where water and pre wetted and heated supplements, coming out of special tunnels, are added.The mixing line is made of a enclosed large beld with two drum turners with kickbacks inside and one small drum for last perfect mixing. From here directly in the phase 1 tunnels ( 65m long x 6m wide x 5 m high). First fill at 4.80 m. high First mixing at 3.50 m. high Second mixing at3.00 m. high Third and fourth turns 2.70 m.high One square meter gives 1,00-1.20 ton of compost in the differend hights The total time is 15-17 days with 4 turns we ajust the time for season able differences The sistem is a low pressure system with a maximum blower capacety of 10 m3 of air for each m2 of tunnel space, regulated with time clocks,and time setting on oxigen mesurements and temperatur curve. The next mixings are done with a payloader to take the compost out,a hopper with a big drum for mixing and filling back in the tunnels with belts ,witch gives time to see and control the compost. The compost on the sides and bottom stays at a lower temperatur 40/60°C as inoculum. Cantarroeylo in Spain has closed phase 1 tunnels wel insulated for the first 3-4 days with a strong blower capacetey 60 m3/m2/hour and 120 mm water collon, which gives all the copost a even start,They also investedin the last years in a good mixing line. Champra spain, made a stainles steel copy of the line in america with a great result. For sure the first words in the phase 1 is mixing and homogeneity, for a constand compost. Start even, stay even: The next 2 turns in low pressure tunnels a 11-12 day total proces time. At most of the compost warfs that I help, we control the pH, NH3, O2 for better onderstanding during the fermentation proces,keeping a strong data collection of all product used, temperatures over 75 °C and a personal judgment of each turn,giving time in training,with as result a good and steady productionin the farm filling 17 rooms each week of 750 m2 each, with a average production of 40 kg m2 in tree breaks for the fresh market. At the end of the phase 1 we pile the compost up befor filling the phase2 tunnels for the pasteurising. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 90 Phase 2 tunnels, I think we are at the 4th-5th generation of tunnels,many differend solutions sandwich pannels,gasbeton.wood constructions Most important the sides and seilings well insulated without cool spots ,closed for vapor and amoniak to avoid condense and dripping from the sealings and amoniac infiltration from one to an other tunnel,it happened manny times in the passed. Floors:slidfloors open for 30-40% mostley used with the nets for empteying , most used in Europe. Spicket floors i Spain and Italy empteying with payloaders Walking floors ,self unloading Italy,Spain, Usa,Polen.Most all tunnels phase2 has filtered air, Blowers from 200-300 m3/m2/h.with backpressure from 2000/3000 pascal. Most attention when constructing your tunnels shoot be given to:separate walls , concrete base separated, a tunnel shoot be like a closed unit ,drip pans for exhaust air risk of infection and dripping on the compost. I like vertical exhaust openings, Chiffons (water traps) in the water pipes for cleaning control if there is always water in the pipes before starting the pasteurising,personal i like a manual valve,good closing doors.all tunnels are computer controlled in the different phases: Leveling heating, peak, cooldown, conditioning, cooldown for spawning. Leveling, to even out temperatures and calm down verry active compost not overshooting the peak at 56/58 °C for 6-8 hours, heating 1-2 °C hour. Cooldown after the peak with air at minimumof 43 °C 2-3 hour. Conditioning: temperature between 45-50 °C to stimulate the micro climat and scytalidium growth for selectivety and transformation of the amoniak. Cooldown for spawning 25-28 °C. The most important with the phase 2 is the filling of the tunnels attention to the sides where normaly more air passes,the center of the compost where more “fines “are falling and avoiding “cracks” and the both ends for densety. Do not over fill the tunnels keep an eye on the presure gage, keep the incoming air and return air in between 3-4 °C keep also an eye on the filters. When we started with the tunnels in the 70’s the we did many experiments the first tunnels we blow and suck the air through the compost to see if there was difference in temperature even to find the best way, misuring the air flow through the compost misuring the air flow with an anemometer and a riverse coon. Getting ready for spawning is all a question of hygien, doors, hallway, machinery, people, cooler box for the spawn,trucks and the loading dock,clean and desinfected. Touch samples and petridishes are a great help to keep control. Contamination is always waiting specialy Tricoderma harzianum, the use off millet spawn or speedspawn is helpfull against harzianum which is starting verry easy on starch of broken grain spawns. At Kaolin we use onley phase 2 compost and spawnrun in the groweng hauses,the most economic way for the farm, when Europe mostley use the phase 3 (spawn round) compost with there modern equiped farms. It seems all so easy,but still many mistakes can be made sumtimes underestimating the importance of critical points. Quality of starting materials, length of materials, density of the compost mixture,moisture from start on and in each stage. Having a NIR infrared analyser at side is a great help for analyzing and proces control. Even filling!!! Use extra temperature probes, analyse the chicken manure before use,keep always some over pressure on the tunnel especially at the end of the pasteurisation when under pressure is possible control filters especially in humid climates as well in cold Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 91 climates against freezing .Cross trafic of people especially at spawning,give the people in the emptying and spawning area mouth and nose masks against the actinomycetes spores in the air,clean coveralls and gloves. Comperative materials cost estimate: The purpose of this suggestion is to put a tool in your hands that will enable us to find les costly formulations and alternatives of the materials we use.now that growing is producing at a good and stable pace. I feel that we should ake no across the board changes that would jeopardize current production levels,I am advocating a step by step approach conducting trials on a systematic manner to be ready if some materials are running out or not anymore available in the quantity we need or for economic reasons. Problems over the last 20 years with compost: USA 1996 - Tricoderma infection the first infection came from Ireland. On September and November quality of the compost resulting in less quality of the mushrooms, more bacterial spot and grey decoloration probably of less nutritional uptake from the compost and evaporation problems. Less compost activity the growing houses by straw compost structure. Smokey-mold clouds of spores,imbalanced compost. Unexpected patches of a kind of pleurotus growing in the mushroom beds. Water at filling of the growing houses? Many answers came out of our own data collection sheet, resolving the problem. I like to thank all people from which I learned so much in my live as a mushroom grower. Thanks also to the research people, the experimental stations and there always interesting articles about so many bock grounds behind the processes of fermentation pasteurisation incubation and growing, the helping out specially in the difficult times of infections. Nearly each four /five years a new infection,green molds viruses, mold, bacteria, harzianum and Virus hit the growers. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 92 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 93 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 94 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 95 PRODUÇÃO DE COGUMELOS E BIOTECNOLOGIA BONONI VLR 1*, GIMENES LJ2, ROJAS ACB3 Universidade Anhanguera/Uniderp; 2Cepema – Poli – USP; 3Universidad Del Valle, Cali – Colômbia Autor correspondente: Vera Lucia Ramos Bononi Universidade Anhanguera/Uniderp 1 [email protected] RESUMO Uma atualização dos conhecimentos sobre os cogumelos comestíveis e processos biotecnológicos relacionados é apresentada. Inclui a biotecnologia aplicada ao melhoramento da produtividade e qualidade dos cogumelos comestíveis, que teve grande avanço com a biologia molecular e o sequenciamento genético, permitindo cruzamentos e transgênicos mais resistentes ao clima, a pragas e doenças. As múltiplas aplicações dos cogumelos principalmente na produção de fármacos e complementos alimentares para o homem ou animais incluindo a aquicultura, a micorrestauração pela decomposição de poluentes, a produção de flavorizantes e outros produtos químicos e mais recentemente na produção de embalagens biodegradáveis também foram consideradas. Os cogumelos medicinais são mais estudados no Brasil, e existem publicações recentes disponíveis. As aplicações em outros campos são mais restritas no Brasil, mas trabalhos após 1985 podem ser encontrados na literatura e estão aqui relacionados. Numa análise crítica, a falta de infraestrutura de laboratórios de biotecnologia brasileiros nessa área ainda é fator limitante à produção. Palavras-chave: Cogumelos comestíveis. Basidiomicetos. Enzimas lignocelulolíticas. ABSTRACT This is an update of edible mushrooms and biotechnological process. The biotechnology applied to the increase of productivity and quality of mushroom are related, showing great advance of the development of molecular biology and genetics allowing breedings and creating transgenic mushrooms towards more resistant specimens to the climate changes and to diseases and insect attacks. The multiplicity of applications of edible mushrooms can be seen mainly in the productions of medicines and food supplements for the human being, animals and aquiculture. It Includes the micorestauration by the degradation of pollutants, production of flavour products and other chemicals and more recently in the composition of “green packaging and shipping”, a biodegradating package. Medicinal mushrooms are more studied in Brazil and recent publications are easily available. The other uses of mushrooms are more restricted in Brazil, but after Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 96 1985 publications can be found. The precarious conditions of biotechnology labs in Brazil are yet the main restrictive factor to the mushroom production. Keywords: Edible mushrooms. Basidiomycetes. Lignolytic enzymes. INTRODUÇÃO A produção de cogumelos comestíveis é um processo biotecnológico, e é um exemplo da aplicação de fungos para conversão de resíduos em grande escala. Entende-se por biotecnologia o uso de seres vivos em qualquer processo produtivo. Segundo Villen1 a biotecnologia é o conjunto de conhecimentos técnicos e métodos de base científica ou prática, que permite a utilização de seres vivos como parte integrante e ativa do processo de produção industrial de bens e serviços. A comercialização e a gestão também são importantes aspectos na produção de cogumelos e biotecnologia. Assim como a produção do pão, vinho e cerveja, a produção de cogumelos comestíveis é uma aplicação direta dos fungos em biotecnologia, conhecida e usada pelo homem ainda antes da descoberta da escrita. Calcula-se que a produção de pão teve início há 12 mil anos na Mesopotâmia, praticamente junto com o cultivo de trigo e há figuras no Egito que datam de 700 a.C. mostrando o pão assando em fornos de barro. Estima-se que a produção do pão chegou à Europa em 250 a.C.2 A produção do vinho também é muito antiga, com menção na Bíblia de que Noé plantou a primeira videira3. Calcula-se que a produção do vinho teve início por volta de 7000 a.C. na Geórgia, região fronteira entre Europa e Ásia, próxima ao Mar Negro4. A cerveja é atribuída aos sumérios e babilônios em 6000 a.C., e foi produzida pelos Egípcios em 2000 a.C.5 A produção de cogumelos não é tão antiga, porém há controvérsias sobre data e origem de produção das diferentes espécies de cogumelos. Constam da literatura citações do cultivo de shiitake na China há 1.500 anos, embora o Japão também reivindique a primazia. Auricularia auricula teria sido cultivada há 1.400 anos; Agaricus bisporus em 600 d.C.; Flammulina velutipes em 800 d.C e Volvariella volvacea em 1700, todos na China. Na Europa, provavelmente foi na França que surgiu o primeiro cultivo de champignon em 1700 d.C. em cavernas, com grande desenvolvimento da cultura a partir da Segunda Guerra Mundial6,7. Estima-se que quase 7 mil espécies possuem diferentes graus de comestibilidade, porém 3 mil espécies podem ser consideradas de comestibilidade privilegiada, das quais apenas 200 tem sido cultivadas experimentalmente, sendo que aproximadamente 60 são cultivadas em escala comercial e 10, em nível industrial. Além disso, 2 mil espécies têm sido sugeridas emnível medicinal8. O valor nutricional dos cogumelos comestíveis já é bem explorado com uma revisão do conhecimento e metodologias de determinação publicada pelo Instituto Adolfo Lutz em São Paulo9. O estado nutricional de Pleurotus spp. crescendo em vários resíduos agroindustriais é detalhado por Ragunathan e Swaminathan10, e especificamente os aminoácidos de Pleurotus cultivados em folhas de bananeira foram estudados por Ranzani e Sturion11, e outras espécies como Agaricus bisporus, Lentinula edodes, Volvariella volvacea e Boletus edulis também foram estudadas em nível nutricional por Bano e Rajarathnam12. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 97 Os cogumelos comestíveis vêm sendo cultivados tradicionalmente sobre palhas de diferentes culturas, esterco ou madeira. Experimentalmente há relatos de cultivos sobre resíduos diversos como casca e borra de café, resíduos de frutas e até sobre lixo13. Experimentos ainda estão sendo feitos com o intuito de obter substratos alternativos, como podemos citar o uso de bagaço de uva Isabel na produção de Pleurotus sajor-caju por fermentação sólida14. O consumo de cogumelos se dá principalmente fresco, em conserva ou seco. Aspectos da tecnologia de cultivo foram revistos15 para fins industriais, os cogumelos têm sido cultivados em culturas submersas, em fermentadores, para obtenção de micélio ou “pellets” com múltiplas aplicações16. Novas espécies de cogumelos estão sendo cultivadas experimentalmente como Morchella rufobrunnea e Antrodia cinnamomea em 2014 no Taiwan e Tricholoma matsutake no Japão em 2015, entretanto até o momento a produção é pequena e sem expressão econômica17. Em 2014 a empresa portuguesa Mycotrend anunciou na internet a produção de trufas negras, ganhando um prêmio de empreendedorismo. A empresa vende as mudas das árvores micorrizadas com o cogumelo e produz também Lactarius deliciosus associado a pinheiros18. O grande avanço em biotecnologia teve por base a biologia molecular com a elucidação do genoma de Agaricus bisporus no Instituto de Biotecnologia do Alabama19. No Brasil ainda são poucas as publicações sobre a biologia molecular de cogumelos comestíveis, embora haja algumas em taxonomia de espécies de Pleurotus, sobre a variabilidade genética de Lentinula edodes e marcadores genéticos (RAPD) em diferentes condições ambientais20. Na internet há inúmeras citações sobre o tema cogumelos comestíveis e biotecnologia, sendo 38.800 em português e 493 mil em inglês. Elas incluem trabalhos científicos, propagandas de empresas que trabalham com biotecnologia, venda de produtos e até uma rede internacional, a “Mushroom Biotechnology network”. USO DE BIOTECNOLOGIA PARA AUMENTAR A PRODUÇÃO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS A biotecnologia tem sido utilizada para aumentar e melhorar a produção de cogumelos comestíveis no Brasil e em todo o mundo. Pelo uso da biologia molecular foi possível aumentar a capacidade de algumas linhagens de cogumelos na degradação da lignina que resultaram numa produção mais eficiente de cogumelos, como é o caso em Singapura e na Suécia, onde conseguiram encurtar o tempo de produção do shiitake21. Segundo Martinez-Carrera6, o isolamento e cruzamento de cogumelos comestíveis com espécies nativas vêm sendo utilizados para a obtenção de linhagens mais tolerantes a altas temperaturas e a pragas e doenças. A partir da biologia molecular foi possível a manutenção de linhagens nativas de Pleurotus ostreatus com diversidade genética, assim como tem permitido um aumento de produtividade e a produção de cogumelos de diversas colorações. Os estudos também contribuem para o conhecimento da fisiologia dos cogumelos pós-colheita levando à maior durabilidade do produto. A melhoria de linhagens de cogumelos comestíveis tem sido feita por: seleção; por hibridização utilizando auxotróficos e marcadores de resistência, assim como por fusão de Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 98 protoplastos22. A otimização da técnica de eletroforese de campo pulsante (PFGE) permitiu a separação de cromossomos de fungos e a determinação do cariótipo dos cogumelos comestíveis, usando o agente transformante que é o sistema Agrobacterium. Hoje já existem 115 genes codificados e estudos estão sendo feitos visando o aumento de produtividade e a resistência a doenças e melhorias na qualidade dos cogumelos23. Ganoderma lucidum, Lentinula edodes e Pleurotus ostreatus têm sido produzidos em forma de “pellets” em culturas submersas, quando mantêm as mesmas propriedades químicas e são então disponibilizados para processos biotecnológicos16. Na área de equipamentos no Brasil, Augusto Ferreira da Eira24 criou um esterilizador cilíndrico com 2,5 m de altura que gira na horizontal para tratar 1,5 tonelada de composto. O equipamento trabalha a 120 °C e foi desenvolvido com apoio da Fapesp. É mais dinâmico do que uma autoclave ou câmara de esterilização, porque tem movimentos giratórios, permitindo, portanto ,que todo o composto entre em contato com o vapor quente, promovendo um processo mais uniforme. O procedimento demora 3 horas sob vapor e mais 3 horas para o esfriamento, reduzindo de forma significante o tempo usual de esterilização ou pasteurização, que normalmente é de 7 a 15 dias. O esterilizador tem ainda um tipo de parafuso que permite a inoculação direta, sem necessidade de retirar o composto da câmara, diminuindo as contaminações. A maioria dos micélios disponíveis no Brasil para a produção comercial de cogumelos é produzida em laboratórios de biotecnologia em universidades, como a Universidade Paranaense (Unipar) ou por particulares, como a Brasmicel, cujo lema é a “biotecnologia a serviço da produtividade”. Apesar dos nomes estimulantes, os laboratórios brasileiros enfrentam problemas de infraestrutura e lutam para superar a precariedade das instalações e de recursos humanos. Quedas de energia elétrica, falta de água, auxílio de pessoal treinado e de recursos permanentes tornam o trabalho difícil e não garantem a manutenção de linhagens por longos períodos de tempo, com a qualidade dos produtos. Um bom exemplo é a dificuldade da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no Campus de Botucatu, Módulo de Cogumelos Comestíveis, em manter funcionando seus projetos. OUTROS PROCESSOS BIOTECNOLÓGICOS ENVOLVENDO COGUMELOS COMESTÍVEIS Produção de fármacos ou complementos alimentares Na área farmacêutica há um grande desenvolvimento de pesquisas usando basidiomicetos produtores de polissacarídeos e glicoproteínas, principalmente na China e no Japão25. Os cogumelos podem ser utilizados diretamente como alimentos em tratamentos médicos ou metabólitos e também ser extraídos do basidioma, ou do micélio, produzido em culturas submersas. Desde 1960, estudos sobre esses polissacarídeos com atividades imunofarmacológicas vêm sendo realizados. Chang26 calculou que cogumelos com propriedades medicinais ou tônicas movimentaram 1,2 bilhão de dólares no ano de 1991. A maioria dos polissacarídeos produzidos por basidiomicetos com atividade antitumoral são Beta 1-3 glucanos com ramificações beta 1-6. Esses polissacarídeos aumentam a resposta imunológica dos organismos e possuem efeito antitumoral e hipoglicêmico por ativação dos macrófagos, dos linfócitos T citotóxicos e seus produtos de secreção25. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 99 Dentre as espécies de fungos estudadas destaca-se o Lentinula edodes, que produz lentinano, que é um polissacarídeo Beta 1-3 glucano com ramificações beta 1-6 glucopiranose. Esse polissacarídeo aumenta as defesas do organismo contra vários tipos de tumores, previne a oncogênese química e viral e inibe a metástase tumoral. O lentinano e suas formas sulfatadas inibem também o HIV, impedindo a replicação viral e a fusão celular27,28,29. Outro cogumelo que se tornou conhecido popularmente como Cogumelo do Sol ou Cogumelo Medicinal por apresentar características anticancerígenas foi o Agaricus blazei30,31. Ainda há muitas controvérsias em relação ao nome científico, entretanto o cogumelo brasileiro é comumente referido como A. blazei Murril (sensu Heinemann) e mais recentemente foi aceito como A. subrufescens (Wasser et al.) ou mesmo A. brasiliensis. A partir de estudos moleculares há um forte caso de coespecificidade dos cogumelos brasileiros com A. subrufescens. Com base nos estudos do tipo e outros dados, a recente lectotipificação de A. subrufescens é aceita32. Trabalhos sobre esse cogumelo medicinal ou nutracêutico têm sido muito estudados no Brasil e revisões recentes podem ser encontradas em Gerenutti33, Gerenutti & Grotto34 e Gerenutti et al.35 Grifola frondosa e Hericium erinaceum também são espécies comestíveis que foram estudadas por Kubo36; Kubo & Nanba37 e Stamets22, que mostraram suas capacidades de redução de colesterol no sangue, ação anticancerígena, redução da pressão sanguínea e ação antidiabética. Algumas espécies do gênero Tremella mostraram efeito tônico38. Tricholoma lobayense também mostrou ação anticancerígena e espécies de Volvariella apresentaram efeitos cardiotônicos39,40, Flammulina velutipes38 é outro cogumelo comestível que possui a capacidade de reduzir a taxa de colesterol no sangue. Segundo Stamets22, até aquela data, já haviam sido verificadas cerca de 400 espécies de basidiomicetos com efeitos medicinais, mas provavelmente serão encontradas ainda muito mais espécies quando mais estudos forem realizados. Estudos de Fan23 citaram que são conhecidas 651 espécies de cogumelos que contêm polissacarídeos imunoestimulantes e agentes antimicrobianos e antivirais. Mutantes transgênicos estão sendo produzidos e novos compostos como hidroquinonas sesquiterpenoides, esteroides, ácido oxálico, triterpenos, ligninas solúveis em água, polissacarídeos sulfatados e polissacarídeos ligados a proteínas estão sendo observados. No Brasil a produção de exopolissacarídeos a partir de Pleurotus cultivado em vinhaça foi tema de dissertação de mestrado41. Os cogumelos comestíveis possuem lecitinas, glicoproteínas que provocam a aglutinação de células, participam do sistema de defesa e dificultam a metástase. Essas lecitinas de cogumelos apresentam atividade antiproliferativa de células tumorosas e virais e são imunoestimulantes com grandes perspectivas de aplicação na medicina42. Os cogumelos comestíveis também vêm sendo estudados como imunomoduladores43 direcionados ao enriquecimento de ração animal e à aquicultura44. São produzidos em fermentadores, em culturas submersas e o produto final é rico em lecitinas, terpenoides, proteínas e polissacarídeos. Uma fábrica de biotecnologia na China, a Hangzou Mushroom Biotechnology, vende diversos produtos provenientes de cogumelos comestíveis e anuncia via internet a venda de produtos, tais como: extrato de beta glucan de Pleurotus ostreatus; extrato de Ganoderma; Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 100 polissacarídeos de Shiitake; extrato de Agaricus blazei; esporos de Ganoderma lucidum; extrato de Inonotus obliquos; extrato de Hericium erinaceum; polissacarídeos de Phellinus e polissacarídeos de Auricularia auricula. Enzimas de cogumelos comestíveis Desde os anos 1980 foram publicados vários trabalhos sobre enzimas de cogumelos comestíveis e suas diversas aplicações. Essas espécies de cogumelos produzem enzimas lacases e manganês peroxidases que degradam completamente diversos corantes, tratam efluentes e outros resíduos sólidos45. Surgiram, então, muitos estudos visando conhecer e aumentar a produção de enzimas a partir de cogumelos comestíveis, tendo em vista o potencial de aplicações práticas. Ball & Jackson46 e Singh42 verificaram a possibilidade de recuperar e utilizar enzimas ligninolíticas de compostos usados e esgotados para a produção de cogumelos comestíveis, nessa perspectiva foi obtido um aumento de produção de lacases por Pleurotus sajor-caju utilizando como indutor 2.5-xilidina47. Cohen e colaboradores48 estudaram o potencial de aplicações de espécies do gênero Pleurotus e a atividade de enzimas lignolíticas de Lentinus edodes para degradação de resíduos de diferentes composições químicas. Elisashvili49, Flores50 e Duran & Esposito51 mostraram a possibilidade de Lentinula edodes ser utilizada em métodos alternativos de tratamento de efluentes provenientes da indústria de polpa e celulose resultantes da indústria papeleira, dependendo da adição de manganês no meio. Os taninos ocorrem em várias partes de muitos vegetais e a tanase caracteriza-se por ser uma enzima extracelular, produzida na presença de ácido tânico por leveduras e bactérias. Essa enzima tem vasta aplicação na indústria de alimentos, sucos, cervejas, cosméticos, produtos farmacêuticos e na indústria química. Seu uso mais conhecido é na produção de ácido gálico, em chás instantâneos, na estabilização da cor do vinho, na fabricação de refrigerantes à base de café, no processo de tratamento do couro e no tratamento de efluentes da indústria do couro6,52. Em 2003, Sobal53 e Pinto54 concluíram que há a liberação de tanases por espécies de Pleurotus, Ganoderma e Lentinula edodes em cultura sólida em substrato de polpa e resíduos de café. Pinto54 cita também a presença de pectinases por Lentinula edodes, quando crescido sobre substrato constituído de resíduos de frutas. O potencial de Agaricus bisporus para a produção de tirosinases vem sendo estudado, inclusive no Brasil55,56 visando sua aplicação como aditivos de alimentos ou ainda para a detecção de compostos fenólicos em esgoto. A tirosinase é a enzima-chave no processo de melanogênese ou processo de formação do pigmento melanina na pele humana. Silva57 em sua dissertação de mestrado pela ESALQ/USP estudou a expressão de enzimas de Pleurotus spp. na descoloração do corante azul índigo. Conforme nota da internet em 2014, Peter Romaine da Pennsylvania State University vem trabalhando com cruzamentos e produção de transgênicos de A.bisporus para incrementar a produção de enzimas com fins industriais. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 101 Cogumelos crus, em solução, têm sido utilizados para aumentar a eficiência de biocombustíveis na Alemanha. Diversas espécies de fungos comestíveis produzem lacases e a produção dessa enzima por Trametes versicolor foi estudada por Fernandez-Fueyo58. Cogumelos comestíveis como flavorizantes Sopas, molhos para salada e comidas congeladas têm recebido aroma de Morchella, Trufa, Porcini e outros cogumelos comestíveis usados sob a forma de extrato líquido ou em pó. O aroma de cogumelo cru é dado por alcoóis e compostos carbonil, e o aroma de cogumelo cozido é dado por carboidratos e aminoácidos ou pelo composto volátil 1-octeno-3-ol 59. Os cogumelos comestíveis também têm sido estudados como agentes da degradação de poluentes desde 1985. A micorestauração é definida como o uso de fungos em processos de microfiltração da água e de resíduos tóxicos ou persistentes no ambiente, a utilização de micorrizas em reflorestamentos e o uso de cogumelos no controle de insetos22. A maioria dos processos biotecnológicos utilizando basidiomicetos visa o aproveitamento de seus produtos metabólitos como enzimas e polissacarídeos. As enzimas responsáveis pela degradação de substratos lignocelulolíticos para a produção de cogumelos comestíveis são as mesmas relacionadas aos processos de biodegradação de compostos xenobióticos, o que permite a biorremediação de solos contaminados e o tratamento de efluentes tóxicos das indústrias papeleira e têxtil25. Inicialmente, verificou-se que basidiomicetos são capazes de degradar corantes poliméricos utilizados na indústria têxtil. Entre os comestíveis foram estudados Pleurotus ostreatus, que degrada poli-B e o corante Azul Brilhante de Remazol R (RBBR)60,61,62, e Pleurotus sajor-caju, que descolora o índigo63. Alguns basidiomicetos foram capazes de reduzir a cor e remover compostos orgânicos dos efluentes de branqueamento da polpa de celulose. Dentre os comestíveis, encontram-se Lentinula edodes e Pleurotus ostreatoroseus, que também promoveram a redução de fenóis do meio64,45. Alguns cogumelos comestíveis são conhecidos como agentes capazes de degradar xenobióticos, e a Lentinula edodes é capaz de degradar pentaclorofenol65 e Pleurotus ostreatus mostrou capacidade de degradar pireno, antraceno, fluoreno e dibenzotiofeno66. O uso de cogumelos comestíveis também é conhecido para a degradação de polifenóis e para a produção de tanases a partir de taninos de muitos vegetais, conforme anteriormente já citado6. No Brasil o Conselho de Informações sobre Biotecnologia67 publicou o uso de espécies de Pleurotus para degradar o poluente atrazina (inseticida). Pleurotus sapidus foi utilizado para a bioconversão do monoterpeno d-limoneno68 com baixa taxa de conversão. O monoterpeno d-limoneno é um composto que ocorre na casca da laranja. Tem ação antimicrobiana e diversas aplicações na indústria de alimentação animal, fabricação de produtos químicos, de tintas, cosméticos, resinas adesivas, solventes e garrafas plásticas ou como agente desengordurante. Para os seres humanos o d-limoneno pode ser irritante para a pele, olhos e membranas, e causar náuseas, vômitos e levar a um colapso circulatório. É considerado pela Agência de Proteção Ambiental Americana como biodegradável, mas é comprovadamente problemático em altas concentrações. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 102 Em 2012 Pleurotus pulmonarius mostrou ser capaz de degradar o inseticida endosulfan e o fungicida clorotaloenil, ambos pesticidas organoclorados69. Além de biodegradação de poluentes, Pleurotus ostreatus promove o tratamento de efluentes e a biossorção de azul de metileno70. Muito recentemente, Katharina Unger da Universidade de Uthrech, na Áustria, postou um vídeo no Youtube mostrando uma máquina para utilizar os basidiomicetos Pleurotus ostreatus e Schizophyllum commune na degradação de plástico. Essa tecnologia amplia perspectivas de utilização de cogumelos comestíveis na recuperação ambiental. Na cidade de São Paulo cerca de 27% dos resíduos que chegam aos aterros sanitários são plásticos. De modo geral todos os estudos já realizados mostram o potencial dos basidiomicetos em biorrecuperação ambiental, mas os resultados ainda se referem ao trabalho em laboratório, com condições controladas. Muito mais pesquisas são necessárias para a utilização prática dos cogumelos com eficiência. Cogumelo comestível como embalagem Um produto chamado Biobase foi desenvolvido a partir de micélio de Pleurotus, papel e palha de arroz. Esse produto tem sido utilizado pela Dell para embalar computadores e acessórios em substituição ao plástico de bolhas. É uma embalagem para produtos delicados e tem como grande vantagem ser biodegradável. A propaganda fala em “Green packaging & shipping”71. PROBLEMAS E PERSPECTIVAS DA BIOTECNOLOGIA ENVOLVENDO COGUMELOS COMESTÍVEIS A melhor revisão do estágio de desenvolvimento da biotecnologia relacionada à produção de cogumelos comestíveis na América Latina foi feita por Martinez-Carrera6. Seus dados mostram que o México detinha 58,6% da produção, seguido pelo Chile com 17,6% e em terceiro lugar o Brasil com 10,5% da produção. Provavelmente a situação atual continue muito semelhante, embora muitos trabalhos de pesquisas estejam sendo feitos em outros países da América. A principal dificuldade apontada naquela época pelo autor foi o despreparo dos produtores para competir num mercado globalizado, em que países orientais, com mão de obra mais barata e sem direitos trabalhistas comercializam cogumelos a preços abaixo do custo nacional. Ainda naquela revisão os pontos positivos considerados foram o sucesso na adaptação da tecnologia oriental e europeia às condições climáticas da América Latina, a introdução do produto nos mercados internos e o treinamento de produtores. Ao longo dos anos os produtores vêm constantemente absorvendo a tecnologia disponível e se tornando mais eficientes. Pequenos produtores nem sempre conseguem acompanhar as inovações e a competição e saem do mercado. O consumo é crescente absorvendo toda a produção do mercado interno. A competição com o produto importado da Ásia é difícil, uma vez que direitos trabalhistas e inflação tornam a mão de obra mais cara no Brasil. A popularização do champignon ocorreu em meados dos anos 1990 quando houve uma maior adaptação dos cogumelos às condições climáticas brasileiras e, consequentemente, com o aumento da produção, passou a ser usado em pratos menos elaborados, como pizzas e saladas, em restaurantes menos sofisticados. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 103 Por volta dos anos 1980, a produção de cogumelos teve uma ascendência, com a chegada dos imigrantes chineses ao estado de São Paulo que se concentraram na região de Mogi das Cruzes e iniciaram a produção de champignons em larga escala. A partir daí, com o maior interesse de proprietários de sítios e pequenas propriedades rurais em fazer o local se tornar rentável e movidos pela carência do mercado interno, eles começaram a produção comercial do produto. De acordo com dados da Associação Nacional de Produtores de Cogumelos (ANPC)72, atualmente são produzidas aproximadamente 10 mil toneladas de cogumelos por ano e a região de Mogi das Cruzes representa 80% de toda a produção nacional. Toda a produção nacional é absorvida pelo mercado interno, porém ainda há uma demanda do produto que é completada pela importação de cogumelos chineses. Em 2008, a importação de champignon da China cresceu 12 vezes e 70% do consumo nacional é oriundo do país asiático, sendo que o produto chega ao Brasil com um valor muito inferior, tornando-se uma concorrência desleal e deixando o país em desvantagem. Como o cogumelo importado chega ao mercado pré-cozido, muitos produtores nacionais começaram a incentivar o consumo de cogumelos frescos para escapar dessa concorrência difícil72. A rentabilidade é boa, mas alguns cuidados devem ser estabelecidos na colheita, no armazenamento e na rapidez de entrega ao destino final. Atualmente a produção de cogumelos comestíveis no Brasil não se restringe apenas ao champignon, mas os consumidores já apreciam também o Shiitake, Shimeji, Portobello e Pleurotus rosa. A produção desses cogumelos ainda é pequena e realizada apenas por alguns produtores. A falta de tecnologias aplicadas e específicas é também um grande problema para os pequenos produtores, que muitas vezes se aventuram em iniciar a produção e têm de desistir em pouco tempo. O cenário de perspectivas na área é próspero, porém baseado em muitas lutas por melhores condições de mercado para os produtores nacionais. Desde a década de 1990, quando a produção de champignon nacional começou a ter um impulso, nota-se que os problemas são os mesmos, como a falta de tecnologias modernas no cultivo, assistência técnica especializada aos produtores e amparo do governo federal em estabelecer normas nas importações de cogumelos chineses, amparando e valorizando o produto nacional. A manutenção do banco de germoplasma foi considerado em 2002 o principal desafio dos produtores. Até agora esse desafio permanece sem solução e, embora centros de tecnologia voltados para a multiplicação e conservação de germoplasma existam em universidades públicas ou de propriedade de pequenos empresários particulares, a situação é ainda precária com riscos de perda de linhagens e sem garantia de depósito confiável. Não há recursos materiais e humanos permanentes e de qualidade. Grandes produtores mantêm ligação com centros norte-americanos ou europeus para adquirir novas linhagens. CONCLUSÃO O uso de cogumelos comestíveis em outros campos da biotecnologia ainda é muito limitado embora muitos trabalhos científicos já tenham mostrado o potencial e a tecnologia Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 104 disponíveis. Fora da alimentação, a aplicação mais usual e que gera melhor renda é a produção de cogumelos para fins medicinais ou nutracêuticos, com o consumo de Agaricus blazei ou A. brasiliensis. A aplicação industrial para a fabricação de enzimas e outros produtos químicos de interesse econômico ou ainda na biorremediação carece de mais pesquisas visando o aumento de escala de produção e o controle de condições ambientais. REFERÊNCIAS 1. Villen RA. Biotecnolgia – Histórico e Tendências. Centro Universitário Inst. Mauá de Tecnologia. 2014. Disponível em http://www.hottopos.com/regeq10/rafael.htm. Acesso em 10/02/2015. 2. Ferreira ABH. Guia do Estudante - Aventuras na História: seis mil anos de pão, a importância do pão para a humanidade. Editora Abril. 2009. Disponível em: http://guiadoestudante.abril. com.br/aventuras-historia/seis-mil-anos-pao-importancia-pao-humanidade-680769.shtml. 3. Bíblia Sagrada. Imprensa Bíblica Brasileira. Rio de Janeiro (RJ); 1993. Gênesis 9:20. 4. Pesquisadores descobrem lugar de origem da viticultura. Revista Adega. 13 de dezembro de 2012. Disponível em: http://revistaadega.uol.com.br/Edicoes/0/Artigo275067-1.asp. 5. Homsey IS. A History of Beer and Brewering. Royal Society of Chemistry. London. ISBN 978-0-85404-630-0, DOI 10.1039/9781847550026; 2003. 6. Martinez-Carrera D. Current development of mushroom biotechnology in Latin America. Micologia Aplicada International. 2002; 14(2): 61-74. 7. Chang ST. Training Manual on Mushroom cultivation. International Society for Mushroom Science. 2012. Disponível em: http://www.unapcaem.org/publication/TM-Mushroom.pdf. 8. Chang ST, Miles PG. Mushrooms: Cultivation, Nutritional Value, Medicinal Effect, and Environmental Impact (Second Edition). CRC Press. Boca Raton. 2004; 451. 9. Forlani RPZ, Godoy HT. Valor nutricional de cogumelos comestíveis: uma revisão. Revista do Instituo Adolpho Lutz. 2005; 64(2):149-54. 10. Ragunathan R, Swaminathan K. Nutritional status of Pleurotus spp. grow on various agro-wastes. Food Chem. 2003; 80: 371-5. 11. Ranzani MRTC, Sturion GL. Avaliação da composição de Pleurotus spp. cultivados em folha de bananeira. Archivos Latinoamericanos de Nutrición. 1998; 16:339-48. 12. Bano Z, Rajarathnam S. Pleurotus mushrooms as a nutritious food. In: Chang ST, Quimio TH. Tropical mushrooms: Biological nature and cultivation methods. Hong Kong: The Chinese University Press. 1982:363-76. 13. Santos JR. Potencial de biodegradação de resíduos por Pleurotus spp. Dissertação de Mestrado, ESALQ/USP. 2014. 14. Rettore V, Giovanni RN, Paz MF. Influência de luz na produção do cogumelo hiboukitake em bagaço de uva. Evidência: biotecnologia e alimentos. 2011; 11(2):29-36. 15. Herrera OM. Produção, economicidade e parâmetros energéticos do cogumelo Agaricus blazei: um enfoque de cadeia produtiva. Tese de doutorado. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas. 2001:192. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 105 16. Petre M, Teodorescu A, Tuluca E, Bejan C, Andronescu A. Biotechnology of mushroom pellets producing by controlled submerged fermentation. Tomanian Biotechnological Letters. 2010; 15(2). 17. Masaphiy S. Biotechnology of Morel Mushrooms: sucessfull fruiting body formation and development in a soiless system. Biotechnol Lett. 2010; 32(10):1523-7. 18. Oliveira AL. Empresa incubada na católica produz uma das trufas mais caras do mundo. 2014. Acesso em 17/02/2015. Disponível em http://informacao.canalsuperior.pt/ noticia/17117#anchor. 19. Stoop JMH, Modibroek H. Advances in genetic analysis and biotechnology of the cultivated button mushroom Agaricus bisporus. Applied Microbiology and Biotechnology. 1999; 52: 474-83. 20. Sayuri-Maki C, França-Teixeira F, Paiva E, Paccola-Meirelles LD. Analyses of genetic variability in Lentinula edodes through mycelia responses to different abiotic conditions and PAPD molecular markers. Brazilian Journal of Microbiology. 2001; 32:170-5. 21. Ohga S, Kitamoto Y. O futuro da produção de cogumelos e biotecnologia. Food Rev. Int. 1997; 13(3):461-9. 22. Stamets P. Mycelium running: How Mushroom can help save the world. Ten speed press, Berkeley and Toronto. 2005: 574. 23. Fan L, Pan H, Soccol AT, Pandey A, Soccol CR. Advances in mushroom research. Food Technol. Biotechnol. 2006; 44(3):303–11. 24. Ereno D. Esterilização Dinâmica. Revista FAPESP. 2008; Ed. 52. 2-4. 25. Matheus DR, Okino L. Utilização de basidiomicetos em processos biotecnológicos. In Bononi VLR, Grandi RAP. Zigomicetos, Basidiomicetos e Deuteromicetos. São Paulo: Instituto de Botânica. 1998:107-39. 26. Chang ST. Mushroom biology: the impact on mushroom production and mushroom products. In Mushroom Biology and Mushrooms Products. Chang ST, Buswell JA, Chiu SW. The Chinese University Press. 1993:3-20. 27. Chihara G. Immunopharmacology of Lentinam, a polysaccharide isolated from Lentinus edodes: its application as a host defense potentiator. International Journal of Oriental Medicine. 1992; 17(2):57-77. 28. Mizuno T, Wasa T, Ito H, Suzuki C, Ukai N. Antitumor-active polysaccharides isolated from the fruiting, body of Hericicum erinaceum, an edible and medical mushroom called “yamabushitake” or “houtou”. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry. 1992; 56(2):347–8. 29. Jong SC, Birmingham JM. Medicinal and therapeutic value of the shiitake mushroom. Adv. Appl. Microbiol. 1993; 39:153-84. 30. Mizuno T, Hagiwara T, Nakamura T, Ito H, Sumiya T, Asukara A. Antitumor activity and some properties of water-soluble polyssaccharides from “himematsutake” the fruiting body of Agaricus blazei Murril. Agriculture and Biological Chemistry: 1990a; 54(11):2889-896. 31. Mizuno T, Inagaki R, Kanao T, Hagiwara T, Nakamura T, Ito H, Shimura K, Sumiya T, Asukara A. Antitumor activity and some properties of water-insoluble hetero-glycans from “himematsutake” the fruiting body of Agaricus blazei Murril. Agriculture and Biological Chemistry. 1990b; 54(11):2897-905. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 106 32. Kerrigan RW. Agaricus subrufescens, a cultivated edible and medicinal mushroom, and its synonyms. Mycologia. 2005; 97(1):12-24. 33. Gerenutti M. Cogumelos medicinais: aspectos de cultivo e aplicações. 1a ed. Sorocaba. Eduniso. 2010. 34. Gerenutti M, Grotto D. Avaliação Biológica in vitro e in vivo de segurança de cogumelos medicinais. In Campos - Sales C, Abreu RLS, Viánez BF, Urben AF. Org. VII Simpósio Internacional sobre cogumelos no Brasil e VI Simpósio Nacional sobre cogumelos comestíveis. 1a Ed. Brasília: EMBRAPA. 2013:283-91. 35. Gerenutti M, Tribuiani N, Oliveira BR, Rosa-Castro RM, Frizo I, Oshima-Franco Y, Grotto D. Safety assestment of Agaricus brasiliensis in the during rat pregnancy. International Journal of Medicinal Mushrooms. 2014; 16:519-28. 36. Kubo K, Ohdaira Y, Nanba H, Yukiguni MC. Therapeutic effect of Maitake mushroom for diabetes mellitus. In: I International Conference on Mushroom Biology and Mushroom Products.1993:151. 37. Kubo K, Nanba H. Anti-diabetic mechanism of Maitake (Gripola frondosa). In: Mushroom Biology and Mushroom Products. Royse DJ. ed. Pensylvania State University Press. 1996:215-22. 38. Miles PG, Chang ST. Mushroom Biology - concise basics and current developments. Singapure, World Scientific Publishing. 1997:194. 39. Liu F, Ooi VE, Chang ST. Anti-tumor components of the culture filtrates from Tricholoma sp. World Journal of Microbiology and Biotechnology. 1995; 11: 486-90. 40. Liu F, Ooi VE, Liu WK, Chang ST. Immunomodulation and antitumor activity of polysaccharide - protein complex from the culture filtrates of a local edible mushroom, Tricholoma lobayense. General Pharmacology. 1996; 27(4):621-4. 41. Wadt LC. Cultivo de Pleurotus spp em vinhaça à produção de biomassa e exopolissacarídeos. Piracicaba, 2008. 72. Dissertação de Mestrado em ciências. Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de são Paulo. 42. Singh RS, Bhari R, Kaur HP. Mushroom lectins: Current states and future perspectives. Critical Reviews in Biotechnology 2010; 30(2):99-126. 43. El Enshasy HA, Haiti-Kaul R. Mushroom immunonodulators: unique molecules with unlimited applications. Trends in biotechnology. 2013; 31(12):668-77. 44. Sartori BS, Pompeu GB, Souza G, Ferreira LF, Messias TG, Monteiro RTR. Pleurotus biomass production on vinasse and its potential use for aquaculture feed. Mycology. 2014. 45. Santos AZ. Tratamento de efluentes de indústria de celulose e papel com fungo filamentoso lignocelulósic. Maringá, 1997, 86. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Maringá. 46. Ball AS, Jackson AM. The recovery of lignocellulose-degrading enzymes from spent mushroom compost. Bioresource Technology, Barking. 1995; 54(3):311-4. 47. Soden DM, Dobson ADW. Differential regulation of laccase gene expression in Pleurotus sajor-caju. Microbiology. 2001; 147:1755-63. 48. Cohen R, Persky L, Hadar Y. Biotechnological applications and potetial of wood-degrading mushrooms of genus Pleurotus. Appl. Microbiol. Biotechnol. 2002; 58:582-94. 49. Elisashvili V, Penninckx M, Kachlishvili E, Tsiklauri N, Metreveli E, Kharziani T, Kvesitadze G. Lentinus edodes and Pleurotus species lignocellulolytic enzymes activity in subSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 107 merged and solid-state fermentation of lignocellulosic wastes of diVerent composition. Bioresource Technology. 2008; 99:457–62. 50. Flores LRF, Introvini LR, Trindade JLF. Análise da fermentação realizada por Pleurotus spp em resíduos agroindustriais da região dos campos gerais. VI Semana da Tecnologia de alimentos. Universidade Tecnológica do Paraná, Campus de Ponta Grossa. 2008; 2(24):1-7. 51. Durant LR. Biodegradação de monoterpenos. In Melo, I. S. & Azevedo, J. L. de. Microbiologia Ambiental. Embrapa Meio Ambiente. 2008: 419-48. 52. Battestin V, Matsuda LK, Macedo GA. Fontes e aplicações de taninos e tanases em alimentos. Slim Nutr. 2004; 15(1):63-72. 53. Sobal M, Martinez-Carrera D, Rio B, Roussos S. Screening of edible mushrooms for polyphenol degradation and tannase production form coffee pulp and coffee husk. In Soccol CR, Pandey A, Augur C. Ed. New Horizonz in Biotechnology. Kluwer Academic Publishers Ird. ed. Dordrecht. 2003. 54. Pinto GAA. Produção de tanase por Aspergillus niger. Tese de doutorado. UFRJ, Rio de Janeiro. 2003:213. 55. Faria R, Moore VR, Amazonas MALA, Krieger N, Mitchell DA. The biotechnological potencial of mushroom tyrosinases. Food Technology and Biotechnology. 2007 45:287-94. 56. Zaidi KU, Ali AS, Ali SA. Purification and characterization of melanogenic enzyme tyrosinase from button mushroom. Enzyme Research. 2014, ID. 120739. 57. Silva GM. Expressão de enzimas de Pleurotus spp e descoloração do corante azul índigo. 2014. Dissertação de Mestrado, ESALQ/USP. 58. Fernandez-Fueyo E, Ruiz-Duenãs FJ, Martinez MJ, Romero A, Hammel KE, Medrano FJ, Martinez AT. Ligninolytic peroxidase genes in the oyster mushroom genome: heterologous expression, molecular structure, catalytic and stability properties, and lignin-degrading ability. Biotechnology for Biofuls. 2014;7(2). 59. Litchfield JH. Morel mushroom mycelium as a food flavoring material. Food Technology. 2014; 9: 289-304. 60. Platt MW, Hadar Y, Chet I. The decolorization of the polymeric dye poly-blue (polyvinylamine sulfonate)-anthraquinone by lignin degrading fungi. Appl. Microbiol. Biotechnol. 1985; 21:394-6. 61. Vyas BRM, Molitoris HP. Involvement of an extracellular H2O2 - dependent ligninolytic activity of the white rot fungus Pleurotus ostreatus in the decolorization of remazol brilliant blue R. Applied and Environmental Microbiology 1995; 61(11):3919-27. 62. Shin KS, Oh IK, Kim CJ. Production and purification of remazol brilliant blue R decolorizing peroxidase from the culture filtrate of Pleurotus ostreatus. Applied and Environmental Microbiology. 1997; 58(8):2397-401. 63. Balan DSL. Biodegradação e toxicidade de efluentes têxteis: corante índigo. Rio Claro, 1998, 130. Tese de Doutorado. Universidade Estadual Paulista. 64. Esposito E, Canhos VP, Durán N. Screening of lignin-degrading fungi for removal of color from kraft mill wastewater with no additional extra carbon-source. Biotechnology Letters. 1991; 13:571-6. 65. Okeke BC, Smith JE, Patterson A, Watson-Craik IA. Influence of environmental parameters on pentachlorophenol biotransformation in soil by Lentinula edodes and Phanerochaete chrysosporium. Applied Microbiology and Biotechnology. 1996; 45: 263-6. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 108 66. Bezallet L, Hadar Y, Fu PP, Freeman JJ, Cermglia CE. Initial oxidation products in the metabolism of pyrene, anthracene, fluorene and dibenzothiophene by the fungus Pleurotus ostreatus. Applied and Environmental Microbiology. 1996; 62(7):2554-9. 67. Conselho de Informações sobre biotecnologia. Biotecnologia pode contribuir para a recuperação de áreas poluídas. Biotech. 2004; 2(4). 68. Duran N, Esposito E. Potential applications of oxidative enzymes and phenoloxidase-like compounds in wastewater and soil treatment: a review. Applied Catalysis B: Environmental. 2000; 28( 3-4):83-99. 69. Sanchez JE. Spent mushroom substrate for degrading organochlorine pesticides endosulfan and chlorothalonil. Mushroom Biotechnology and Bioengineering. University of Pitesti. Ed. CD Press. 2012; 9:185-94. 70. Zhou Q, Gong W, Yuan X, Li Y, Chen S, Xu N. Biosorption of Methylene Blue from aqueous nsolution on spent cottonseed hyull substrate for Pleurotus ostreatus cultivation. Desalination and Water Treatment. 2012; 29:502-6. 71. Petre M, Berovic M. Mushroom Biotechnology and Bioengineering. CD Publishing House. 2012:204. 72. Associação Nacional de Produtores de Cogumelos. Produtores brasileiros de cogumelos enfrentam forte concorrência com produto chinês. 2013. Acesso em 09/04/2015. Disponível em http://www.anpc.org.br/index.php/informacoes/139-produtores-brasileiros-de-cogumelos-enfrentam-forte-concorrencia-com-produto-chines. 73. Fan L, Pan H, Soccol AT, Pandey A, Soccol CR. Advances in Mushroom research in the last decade. Food Technology and Biotecnology. 2013:303-11. 74. Frizo I, Viana SRF, Gerenutti M. Lentinula edodes (shiitake): doseameto de glucana e de compostos fenólicos. In Oliveira Junior JM, Lopes LC, Oshima-Franco L. Org. Avanços na Fronteira do Conhecimento em Ciências Farmacêuticas. 1a ed. Sorocaba: Eduniso: 2014; 1:45-49. 75. Hinnesh S. Producing high quality mushrooms using Biotechnogical Techniques. Agricultura. Ghana FRO, Moure VR, Amazonas MALA, Krieger N, Mitchell DA. 2007. The biotechnological potential of mushroom tyrosinases. Food Technol. Biotechnol. 2013; 45(3):287-94. 76. Frizo I, Pickler TB, Grotto D, Gerenutti M. Alterations in the reproductive performance of the female rats and felotoxicity of Lentinus edodes (shiitake). Reproductive toxicology. 2014; 48:25. 77. Petre V, Petre M. Biotechnology for controlled cultivation of edible mushrooms trough submerged fermentation of fruit wastes. AgroLife Scientific Journal. 2013; 2(1): 117-20. 78. Petre M, Berovic M. Mushroom Biotechnology and Bioengeneering. CD Press Publishing House. 2012:204. 79. Pleh MW, Hadar Y, Chei I. The decolorization of the polymeric dye poly-blue (polyvinylamine sulfonate-anthroquinone) by lignin degrading fungi. Applied Microbiology and Biotechnology. 1985; 21:349-96. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 109 COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E NUTRICIONAL DE COGUMELOS COMESTÍVEIS COMERCIALIZADOS EM MANAUS (AM) SALES, C. C.1*, CUNHA, A.L.B.2 Laboratório de Cultivo de Fungos Comestíveis, Coordenação de Tecnologia e Inovação, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). 2Doutorado em Agronomia Tropical, Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Autor correspondente: [email protected] 1 RESUMO Avaliou-se o valor nutricional de cogumelos comercializados na forma in natura na cidade de Manaus (AM), adquiridos no comércio local. O estudo baseou-se em uma pesquisa de mercado atendendo aos critérios de espécie e origem dos cogumelos: hiratake (Pleurotus ostreatus) (estado do Amazonas); shiitake A (Lentinula edodes) (Distrito Federal); shiitake B (Lentinula edodes) (São Paulo); shimeji A (Pleurotus ostreatus) (Distrito Federal) e shimeji B (Pleurotus ostreatus) (São Paulo). Foram analisadas as propriedades físico-químicas (nitrogênio total, sólidos solúveis, pH, atividade água, carbono) e composição centesimal (lipídios, umidade, cinzas, carboidratos, fibras e proteínas). Os valores de pH e atividade de água variaram entre 5,68 e 6,66% e 0,23 a 0,36 respectivamente. O conteúdo de nitrogênio total e de proteína foi maior no hiratake (3,53% e 15,45%, respectivamente). Os valores de lipídios encontrados foram baixos (2,56 a 3,78%). A umidade do cogumelo fresco variou de 89,66 a 91,49%, valores normais para esse tipo de alimento, enquanto no desidratado ficou abaixo de 11,34%, considerado ótimo para conservação. Shimeji B obteve o melhor teor de cinzas (8,65%). Os percentuais de fibras encontrados foram 11,98, 17,93, 12,76, 34,79 e 19,17% para hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B, respectivamente. Os valores de carboidratos totais foram de 63,13, 65,94, 66,85, 66,04 e 63,84% para hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B, respectivamente. Conclui-se que os cogumelos comercializados na cidade de Manaus são alimentos com ótimos teores de proteínas, fibra bruta e carboidratos, além do baixo conteúdo de lipídeos. Palavras-chave: Fungos comestíveis; Nutrição; Alimentos. ABSTRACT The nutritional value of fresh mushrooms commercialized in the city of Manaus-AM, purchased at local businesses, was evaluated. The study was based on market analysis taking into account the criteria of species and origin of mushrooms: hiratake (Pleurotus ostreatus) (Amazonas); shiitake A (Lentinula edodes) (Distrito Federal); shiitake B (Lentinula edodes) (São Paulo); shimeji A (Pleurotus ostreatus) (Distrito Federal); shimeji B (Pleurotus ostreaSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 110 tus) (São Paulo). Physical and chemical properties (total nitrogen, soluble solids, pH, water activity, carbon) and centesimal composition (lipids, moisture, ash, carbohydrates, fibers and proteins) were analyzed. The values of pH and water activity ranged from 5.68 to 6.66% and 0.23 to 0.36 respectively. The total nitrogen and protein contents were higher in hiratake (3.53% and 15.45%, respectively). The values of lipids found were low (2.56 to 3.78%). The moisture of the fresh mushroom ranged from 89.66 to 91.49%, normal values for this food, while the moisture of dehydrated mushroom stayed below 11.34%, considered excellent for conservation. The best ash content (8.65%) was obtained from Shimeji B. The percentages of fibers found were 11.98, 17.93, 12.76, 34.79 and 19.17% for hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A and shimeji B, respectively. The total carbohydrate values were 63.13, 65.94, 66.85, 66.04 and 63.84% for hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B, respectively. It is concluded that the mushrooms commercialized in the city of Manaus have excellent levels of protein, gross fiber and carbohydrates, as well as, low lipid content. Keywords: Edible mushrooms; Nutrition; Food. INTRODUÇÃO A crescente busca por novas fontes alternativas de alimentos que possam elevar a qualidade da nutrição humana é um dos fatores que vem ganhando destaque atualmente. Nesse contexto, o cogumelo como alimento já é conhecido e faz parte da tradição de muitas culturas orientais, que utilizam as suas propriedades medicinais, nutricionais e funcionais. Vários autores destacam suas qualidades nutricionais principalmente por se tratar de um alimento de fonte proteica1,2. Segundo Furlani & Godoy3, além de possuírem alto teor proteico, eles são fontes de minerais e fibras alimentares. Podem ser considerados ainda fontes de vitaminas B1, B2, niacina, biotina e vitamina C4. A importância nutricional está ligada à sua composição. São fontes de aminoácidos, contendo todos os essenciais e alguns não essenciais. São considerados excelentes alimentos, contendo minerais como cálcio, potássio, iodo, fósforo e vitaminas, entre elas tiamina, riboflavina, niacina, e ácido ascórbico, além de outras relacionadas do complexo B2,5-7. O valor nutricional dos cogumelos é variável em função da espécie, da linhagem cultivada, do processamento após colheita, do estágio de desenvolvimento do basidioma e do tipo de substrato de cultivo utilizado2, 8-10. No Brasil, a produção está aumentando a cada dia, assim como o consumo está se tornando cada vez mais comum entre a população. Segundo Furlani & Godoy11, tal fato se dá pela maior divulgação de seu valor nutritivo e medicinal e por seu preço ter se tornado mais acessível à população. Dentre os fatores responsáveis pelo aumento do consumo, Sales-Campos2 relata que, além desses fatores, a divulgação dos conhecimentos sobre as propriedades nutracêuticas dos cogumelos contribuiu para tal crescimento, bem como o domínio de tecnologia de cultivo. O fato de que cada espécie de cogumelo pode apresentar característica nutricional diferenciada e que pode ser altamente rico em propriedades alimentícias é necessário à elaboração de estudos que possam descobrir e promover suas qualidades para que possam Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 111 ser mais acessíveis em mercados onde esse alimento ainda não tem tradição. Portanto, é de fundamental importância a caracterização da composição nutricional dos cogumelos comercializados na cidade Manaus (AM), por meio de análises físico-químicas e da composição centesimal, determinando, assim, o real valor nutricional que cada espécie pode oferecer a seus consumidores. OBJETIVOS Estudar o valor nutricional de cogumelos comestíveis comercializados na cidade de Manaus (AM), por meio da caracterização físico-química e composição nutricional. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no laboratório de Cultivo de Fungos Comestíveis do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no laboratório da Central Analítica da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O trabalho foi dividido em duas etapas: a primeira consistiu na elaboração de uma pesquisa de mercado e a segunda na realização das análises físico-químicas e composição nutricional dos cogumelos. Pesquisa de mercado e coleta dos cogumelos A pesquisa foi realizada nos meses de novembro de 2010 a janeiro de 2011, por meio de visitas e coleta de informações sobre a comercialização de cogumelos na forma in natura e desidratado. Foram visitados os diferentes mercados, supermercados, temakerias, restaurantes e outros estabelecimentos que comercializam ou promovem o consumo de cogumelos na cidade de Manaus. Com base nessa pesquisa foi realizada a escolha dos cogumelos para análise da composição físico-química e nutricional dos cogumelos na forma in natura A aquisição dos cogumelos foi feita através da compra e doação dos cogumelos na rede de supermercados e mercados de Manaus (AM). Secagem e preparação das amostras As amostras foram secas em estufa de circulação a 55 °C, e foram posteriormente pulverizadas em moinho de faca tipo Willey (Figura 1) e acondicionadas em depósitos plásticos (separadas por espécie de cogumelo). Foram retiradas alíquotas de cada cogumelo para as análises físico-químicas e composição centesimal. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 112 Figura 1. Secagem das amostras em estufa de circulação forçada (A) e trituração do material em Moinho tipo faca Willey (B). Análises físico-químicas dos cogumelos Determinação do pH A determinação do pH foi realizada utilizando-se um potenciômetro, previamente calibrado com tampão 7 e 4, obedecendo a metodologia recomendada pela A.O.A.C.12. Foram realizadas três repetições por amostra (3g). A leitura foi determinada em potenciômetro digital modelo Tecnal. Determinação do carbono orgânico O carbono orgânico foi determinado pelo método Walkley Black, segundo Mendonça et al. . 13 Determinação de nitrogênio total Para a análise do nitrogênio total foi utilizado o método Kjedahl, envolvendo três etapas: digestão, destilação e titulação. As amostras foram digeridas com ácido sulfúrico até conversão em sulfato de amônia: [(NH4)2SO4]. Após esse processo, foi feita a destilação do nitrogênio, em meio básico (NaOH 60%), seguida da titulação com ácido sulfúrico 0,02N. Os resultados foram expressos em (%) de nitrogênio e, consequentemente, a quantidade de proteína que a mesma contém12, 14. Determinação de sólidos solúveis Para medir os sólidos solúveis contidos na matéria-prima foi utilizado o fundamento da refratometria. Os resultados são expressos em grau Brix, como sólidos solúveis presentes nesses materiais. As amostras foram homogeneizadas e diluídas em um pouco de água destilada desprezando-se partículas grandes, conforme modificação de Sales-Campos2. Duas gotas foram transferidas para o prisma do refratômetro, e lidas nas escalas em grau Brix15 (Figura 2). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 113 Figura 2. Determinação de sólidos solúveis com utilização do refratômetro Atividade de água A atividade de água (Aa) nos cogumelos (obtida da biomassa seca) foi determinada utilizando-se um analisador de atividade de água, modelo Pawkit. A determinação dessa variável é essencial para conhecer o crescimento e a atividade de microrganismo e reações hidrolíticas, com relação ao tempo de deterioração de alimentos e sua conservação2, 16. Análises da composição centesimal dos cogumelos Determinação da proteína total Para a conversão do nitrogênio em proteína, utilizou-se o fator de 4,38, indicado para cogumelos2,3,17. Logo, a determinação do valor de proteínas neste trabalho dá-se pela fórmula: Proteína %: N% x 4,38 Determinação de lipídios A determinação de lipídios foi feita pelo método Bligh & Dyer, onde se pesou 3 g (amostra com teor de gordura abaixo de 20%) de amostra finamente moída e homogeneizada15. Determinação do conteúdo de umidade e massa seca O conteúdo de umidade das amostras foi determinado pelo método de dessecação em estufa a 105 °C, até massa constante2. O material foi levado para a estufa e resfriado em dessecador à temperatura ambiente e posteriormente pesado até massa constante. A umidade foi expressa em %, pela fórmula: M1 – M2 U% = x100 M1 U= Percentual de umidade M1 = Massa inicial da amostra M2 = Massa final da amostra A matéria seca foi calculada como MS% = 100 – U. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 114 Determinação de cinzas Na determinação de cinzas, usou-se o método de incineração em mufla, segundo A.O.A.C.12. O material foi incinerado, até a obtenção de cinza-claro, durante 4 horas a 550 °C. Após esse tempo, as amostras foram esfriadas em dessecador e pesadas. A quantificação de cinzas foi obtida pela fórmula: % C = N x 100 PA % cinza= N/P x 100, onde N é o peso da amostra final (peso da cinza) e P o peso da amostra inicial (amostra seca). Determinação dos carboidratos totais Foram calculados por diferença (100 – umidade, proteína, lipídios e cinzas), incluindo a fração fibra. O resultado é dado em termos percentuais18,19. Determinação dos carboidratos disponíveis Foram calculados por diferença, onde se exclui a fração fibra (100 – gramas totais de umidade, proteína, lipídios, cinzas e fibra)18,19. Determinação de fibras totais O conteúdo de fibra total foi determinado pelo método Weende12, que se constitui de uma digestão em meio ácido (ácido sulfúrico 1,25%), seguida de uma digestão em meio alcalino (NaOH 1,25%). As amostras foram desengorduradas, pesadas em torno de 1 g em triplicatas. Todas as amostras foram adaptadas a um sistema de determinador de fibras da Tecnal. Os resultados foram expressos em gramas de fibra total por 100 gramas de amostras. Análises estatísticas Os dados obtidos foram submetidos a análises de variância utilizando o programa SISVAR 5.1, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pesquisa de mercado: Cogumelos no comércio de Manaus-AM Foram encontradas basicamente quatro espécies de cogumelos: shiitake (Lentinula edodes), shimeji e hiratake (Pleorotus spp) e porcini (Boletus edulis). Os comercializados de forma in natura e analisados neste trabalho foram identificados da seguinte forma: Cogumelo hiratake (Pleurotus ostreatus) – (Produtor do Amazonas); Cogumelo shiitake A (Lentinula edodes) – (Produtor do Distrito Federal); Cogumelo shiitake B (Lentinula edodes) – (Produtor de São Paulo); Cogumelo shimeji A (Pleurotus ostreatus) – (Produtor do Distrito Federal); Cogumelo shimeji B (Pleurotus ostreatus) – (Produtor de São Paulo). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 115 A comercialização desses cogumelos em Manaus dá-se principalmente na forma in natura, enquanto para cogumelos desidratados foram constatados que são poucos os estabelecimentos que possuem esse tipo de produto. Logo, são aqueles que atendem uma faixa da população que pode pagar por um valor mais alto quando comparado com o cogumelo na forma in natura. Esses estabelecimentos são caracterizados também por atenderem a cultura oriental, a qual possui preferência por esse tipo de alimento em qualquer de suas formas. Os cogumelos comercializados na cidade de Manaus em sua maioria são procedentes de grandes centros de comercialização como São Paulo. O Distrito Federal, apesar de não ser um grande centro de produção, vem tomando espaço na distribuição para Manaus. Apenas o cogumelo hiratake é oriundo de produção regional. Os cogumelos na forma in natura são oriundos do estado de São Paulo e são representados por fornecedores que em sua maioria compram os cogumelos que são comercializados por produtores na Ceagesp. Para os cogumelos na forma desidratada, boa parte também é procedente de fornecedores do estado de São Paulo e a outra grande parte é oriunda de países orientais como a China e Japão. Esta, por sua vez, não vem direto para Manaus, geralmente passa por um fornecedor específico de alimentos até chegar a seu destino final. Análises físico-químicas dos cogumelos A tabela 1 apresenta os resultados das análises físico-químicas: potencial de hidrogênio (pH), atividade de água (Aa), sólidos solúveis (°Brix) Carbono e nitrogênio dos cogumelos comercializados na cidade de Manaus-AM. Tabela 1. Valores médios das análises físico-químicas, pH, nitrogênio (N), Atividade de água (Aa) e sólidos solúveis dos cogumelos comercializados na cidade de Manaus (AM). Amostras hiratake shiitake A shiitake B shimeji A shimeji B pH 6,06 a 6,04 b 6,03 c 5,77 d 5,45 e Aa 0,36 a 0,23 c 0,23 c 0,23 c 0,33 b Sólidos Solúveis (Brix) 1,64 b 0,80 c 1,70 b 2,70 a 2,97 a C (%) N (%) C/N (%) 35,67 ab (0,06) 3,53 a 10,12 bc 36,27 ab (0,09) 2,87 c 12,62 b 40,28 a (0,20) 2,60 d 15,45 a 30,45 b (0,31) 3,13 b 9,72 c 28,86 b (0,02) 3,15 b 9,16 c Valores entre parênteses são referentes ao desvio-padrão. Valores assinalados com a mesma letra na mesma coluna não diferem significativamente (p < 0,05), segundo teste de Tukey. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 116 Potencial hidrogeniônico (pH) O resultados obtidos para o pH mostraram que os cogumelos hiratake, shiitake A e shiitake B obtiveram resultados muito similares ficando com o pH em torno de 6,03 a 6,05, mostrando uma pequena variação entre esses cogumelos, os quais possuem origens diferentes e espécies diferentes, já que, por sua vez, o cogumelo hiratake é um Pleurotus ostreatus, enquanto os demais são cogumelos da espécie Lentinula edodes. A origem e a espécie foram um fator que não causou influência na alteração do pH desses alimentos no presente estudo. Sales-Campos2, trabalhando com Pleurotus ostreatus em diversos resíduos agroindustriais, encontrou variação de pH entre 6,25 a 6,48. Moda20 detectou resultados que caracterizaram os cogumelos do gênero Pleurotus como alimentos neutros. O valor médio obtido em seu estudo foi de 6,3. Os valores obtidos pelos cogumelos shimeji A (5,77) e principalmente o shimeji B (5,45) no presente trabalho estão abaixo da variação dos demais cogumelos, os quais nessa variável são caracterizados como alimentos com pH mais baixo que os demais. Atividade de água Em relação à variável atividade de água (Aa), esta foi realizada em relação ao cogumelo seco em estufa. As cinco amostras de cogumelos analisadas obtiveram resultados satisfatórios (0,23 a 0,36), pois valores de atividade da água próximos ou menores que 0,60 proporcionam baixo ou nulo crescimento microbiano2,16. Isso influencia positivamente nos aspectos de conservação e no aumento da vida de prateleira, assim como a escolha de embalagens que possibilitem melhor armazenamento. Ocorreu diferença significativa entre os cogumelos shiitake A, shiitake B e shimeji A, que obtiveram os melhores resultados, pois, quanto menor a atividade de água, menor a possibilidade de proliferação microbiana e maior tempo de conservação, quando comparado com os cogumelos hiratake e shimeji B, que, mesmo pela proximidade dos valores e por estarem na faixa ideal, apresentaram resultados mais elevados. Sólidos solúveis Os teores de sólidos solúveis, que correspondem aos açúcares, ácidos orgânicos e vitaminas hidrossolúveis2, variaram de 0,80 a 2,97 ᵒBrix (tabela 1). Tais valores foram considerados baixos, comparado com o trabalho de Sales-Campos2, em que a autora obteve variação de 1,64 a 5,64 ᵒBrix, cultivando cogumelos da espécie Pleurotus ostreatus em diferentes resíduos agroindustriais da Amazônia. Os resultados de Moda20 para esse cogumelo apresentaram menor variação e foram superiores a esse estudo, obtendo valores médios de 4,10 a 5,37 ᵒBrix com cogumelos armazenados com diferentes níveis de radiação gama. A diferença de valores e os baixos resultados podem estar ligados a fatores como diferentes espécies, mas principalmente devido ao modo em que chegam às prateleiras dos supermercados, varejos e etc. As más condições de pós-colheita, armazenamento e transporte fazem com que o cogumelo perca umidade diminuindo, assim, a concentração de sólidos solúveis e, com o passar do tempo, tornando-se menos atrativo quanto ao aspecto nutricional. Tais condições desfavorecem a comercialização, uma vez que o objetivo é a alimentação Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 117 humana, e essa variável (sólidos solúveis), como já citada anteriormente, é indicativo de vitaminas importantes às diversas funções do organismo humano. Carbono Os valores de carbono para os cogumelos estudados obtiveram grande variação (28,86% a 40,28%) (tabela 1). O cogumelo shiitake B (Lentinula edodes) obteve maior teor de C (40,28%). Shimeji A e B obtiveram valores semelhantes estatisticamente, não diferindo de hiratake, os quais são Pleurotus spp. Embora o shiitake B tenha apresentado valor superior (40,28%), este não diferiu de shitake A (ambos Lentinula), que, por sua vez, é semelhante ao hiratake. Nitrogênio total O conteúdo de nitrogênio foi superior no cogumelo hiratake (3,53%) Pleurotus ostreatus produzido no estado do Amazonas (tabela 2). Os cogumelos shimeji A e B com os valores de N respectivamente de 3,13 e 3,15% apresentaram valores similares ao hiratake, pois são da mesma espécie (Pleurotus ostreatus). Seus cultivos são de origem da região centro-oeste (shimeji A – Distrito Federal) e sudeste (shimeji B – São Paulo), locais onde o cultivo de cogumelos já é estabelecido. Porém, mesmo apresentando valores similares ao hiratake, estatisticamente tiveram desempenho menor do que este, mas superiores aos demais cogumelos da espécie Lentinula edodes (shiitake A e B). Resultados semelhantes foram encontrados no trabalho de Bonatti et al.21 ao estudarem duas espécies do gênero Pleurotus cultivadas em resíduos de palha de bananeira (3,70 e 3,85%). Sales-Campos2, com a mesma espécie na região amazônica, obteve resultados superiores (3,68 a 4,83%), utilizando substratos de cultivo a partir de serragens. Os cogumelos shiitake A e B apresentaram conteúdo de nitrogênio inferior em comparação aos demais estudados (2,87 e 2,60% respectivamente), os quais são oriundos da mesma espécie (Lentinula edodes) e do mesmo fornecedor dos cogumelos shimeji A e B respectivamente. A variação pode estar relacionada não só com a espécie, mas também com o substrato, linhagem e tipo de cultivo, como relatado por Sales-Campos et al.22,23 e Andrade24. Relação C/N Os cogumelos em geral possuem uma baixa relação C/N devido ao elevado teor de nitrogênio, diminuindo, assim, o valor da relação. Os valores de C:N para os cogumelos hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B são respectivamente 10,12; 12, 62; 15,45; 9,72, e 9,16%, conforme pode ser observado na tabela 1. Os resultados para Pleurotus spp neste estudo foram próximos aos de Pleurotus ostreatus oriundos da Amazônia (com variação de 7,51 a 13,69%) cultivados em diferentes substratos no estudo de Sales-Campos2. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 118 Análises de composição nutricional dos cogumelos expressos pela composição centesimal A tabela 2 apresenta os resultados das análises de composição centesimal, proteínas, lipídios, umidade (em base fresca e saca), cinzas, matéria seca (MS), fibra total e carboidratos totais dos cogumelos comercializados na cidade de Manaus (AM). Proteína Os maiores teores de N e proteínas encontrados foram para o cogumelo hiratake (15,45%) da espécie Pleurotus ostreatus, oriundo de produção na Amazônia (tabela 2). Os cogumelos shimeji A e B, os quais também são da espécie Pleurotus ostreatus, são de diferentes fornecedores, apresentaram resultados semelhantes em proteína (13,72 e 13,79% respectivamente). A variação do teor de proteínas nos cogumelos ocorre devido à diferença entre espécies, bem como ao substrato de cultivo utilizado2. Ragunathan & Swaminathan25 obtiveram resultados superiores a este trabalho (31,4, 36,2, 44,3 e 38,3%) quando utilizaram resíduo de cultivo de algodão, palha de sorgo, palha de milho e mistura de substrato respectivamente no cultivo de P. sajor-caju. Guo et al.26 analisaram as espécies P. djamor, P.ferulae, P. nebrodensis e P. sapidus, e encontraram valores médios de proteína bruta de 15,6, 30,3, 27,7, e 12,3%, respectivamente. Rampinelli27 obteve resultados médios para P. djamor de 20,50% no primeiro fluxo de cultivo e 19,77% no segundo fluxo. Shashirekha et al.28, trabalhando com P. sajor-caju, obtiveram resultados de 20,0 e 32,0% de proteína, quando cultivaram os cogumelos em substrato palha de arroz e palha de arroz suplementado com pó de semente de algodão respectivamente. Para os cogumelos shiitake A e B, ambos Lentinula edodes, os resultados também foram muito próximos em relação aos encontrados na literatura6,29. Porém trabalhos de Furlani & Godoy11 encontraram para essa espécie teores de 22% de proteína, ficando superior aos encontrados neste trabalho. O teor de proteína desses cogumelos, quando comparados a outros alimentos, ainda está atrás de alimentos como leguminosas (20 a 45%), porém próximos de alimentos como as carnes (14 a 20%), mas igualando-se com cereais (7 a 14%). Quando comparado com o leite (3 a 4%), obtém resultados superiores. Os diferentes resultados encontrados por diversos autores demostram que existe uma grande variabilidade nos teores de proteína entre as diferentes espécies de cogumelo e também dentro da mesma espécie. Ademais, os cogumelos do atual estudo são cultivados em diversas regiões do país. Os resultados podem ser explicados por diversos fatores, dentre eles: a escolha da espécie de cogumelo, linhagens, tipo de substrato utilizado, grau de maturação do cogumelo, tipo de armazenamento e processo de conservação3. Lipídeos Os valores de lipídeos encontrados nesses cogumelos foram relativamente baixos (2,56 a 3,78%), sendo que o cogumelo shiitake B obteve o maior resultado, não diferindo estatistiSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 119 camente de shiitake A e hiratake. Os menores valores encontrados foram para o shimeji A e B (2,56 e 2,97%) respectivamente. Tabela 2. Composição centesimal dos cogumelos comercializados na cidade de Manaus (AM). Amostras Proteínas (N x 4,38) (%) Umidade (%) Lipídios (%) Fresco Desidratado Cinzas (%) 15,45 a (0,05) 3,46 ab (0,23) 89,66 b (0,03) 10,58 b (0,07) 7,38 b shiitake A 12,59 c (0,15) 3,53 a (0,27) 91,49 a (0,13) 11,34 a shiitake B 11,40 d (0,16) 3,78 a (0,06) 91,17 a shimeji A 13,72 b (0,70) 2,56 b shimeji B 13,79 b (0,17) 2,97 ab hiratake Fibra Total (%) Carboidratos Totais (%) Carboidratos Disponíveis (%) 10,34 a (2,73) 11,98 b 63,13 b 51,16 ab (0,00) 6,55 c 8,51 b (1,35) 17,93 b 65,94 a 48,00 ab (0,05) 11,13 a (0,19) 6,83 c 8,83 b (0,52) 12,76 b 66,85 a 54,16 a (0,67) 89,87 b (0,78) 10,04 c (0,05) 7,63 b 10,13 a (4,09) 34,79 a 66,04 a 29,00 c (0,09) 91,27 a (0,02) 10,74 b (0,04) 8,65 a 8,93 b (4,29) 19,17 b 63,84 b 44,54 b MS (%) MS = Matéria Seca. Valores entre parênteses são referentes ao desvio-padrão. Valores assinalados com a mesma letra na mesma coluna não diferem significativamente (p < 0,05), segundo teste de Tukey. Evidencia-se aqui os pontos positivos para o Pleurotus spp., pois, além de possuírem baixos teores de lipídios, são constituídos em sua maioria por ácidos graxos insaturados como ácido linoleico e oleico, proporcionando maior valor nutricional quando comparado com as gorduras de origem animal20. Os resultados observados no atual estudo corroboram com os encontrados por Sales-Campos2, que, trabalhando com a mesma espécie, encontrou resultados de 1,27 a 2,14%, evidenciando o baixo conteúdo de lipídios. Geralmente os cogumelos possuem baixos valores de lipídios estabelecendo uma faixa de 1,1 a 8,3% em base seca2,29, o que está de acordo com os valores encontrados no presente trabalho. Furlani & Godoy11, ao analisarem o teor de lipídio de Lentinula edodes, encontraram valor médio de 4,4% em base seca, sendo inferior aos dados de Chang & Miles29, que obtiveram resultados entre 4,9 a 8,0% de lipídios. Estudos de Nappi et al.1 mostram que a composição dos lipídios dos cogumelos em sua maioria é formada por ácidos graxos insaturados, os quais desempenham papel fundamentação para aumento do valor nutricional, sendo benéficos na alimentação. Umidade e matéria seca O cogumelo fresco detém um grande percentual de umidade podendo atingir mais de 90% . Neste trabalho os cogumelos variaram seu percentual de umidade entre 89,66 a 91,49%. 20 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 120 Os valores de umidade do cogumelo desidratado variaram de 10,04 a 11,34% e esses baixos valores comprovam que a baixa quantidade de água quando desidratado promove melhores condições de conservação e armazenamento por um maior período de tempo. O cogumelo shimeji A obteve o menor valor percentual de matéria seca dentre os cogumelos estudados. O percentual de matéria seca dos cogumelos foi maior no cogumelo hiratake seguido estatisticamente pelo cogumelo shimeji A, o qual depende muito do teor de umidade do cogumelo fresco, que neste trabalho foi de 89,66%. A variação ficou entre 8,51 a 10,34% para os cogumelos neste presente estudo. Cinzas O conteúdo de cinzas dos cogumelos variou de 6,55 a 8,65%, valores satisfatórios, que indicam o alto teor de minerais presentes nesses alimentos, pois os cogumelos em geral são fontes de minerais como potássio, fósforo, magnésio e cálcio. Das três amostras de Pleurotus ostreatus (hiratake, shimeji A e B), a última obteve o maior resultado (8,65%), destacando-se estatisticamente dos demais. Esses resultados foram superiores aos de Bonatti et al.30 Trabalhando com Pleurotus sajor-caju, os autores obtiveram resultados entre 5,14 e 5,59% em substrato de cultivo palha de arroz e palha da folha de bananeira. Por outro lado, foram similares aos de Sales-Campos2 na faixa de 6,10 a 8,97%, com o Pleurotus ostreatus, bem como aos de Ragunathan & Swaminathan25, que obtiveram teores de cinzas entre 5,4 a 8,4% em diferentes substratos de resíduos agroindustriais. Os cogumelos da espécie Lentinula edodes (shiitake A e B) apresentaram respectivamente valores inferiores (6,55 e 6,83) quando comparados com os demais. Tais valores foram superiores aos encontrados por Andrade8, que obteve variação de 2 a 5%, trabalhando com Lentinula edodes cultivado em diferentes toras de Eucalyptus. Fibra bruta Os percentuais de fibras encontrados nos cogumelos hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B foram respectivamente 11,98, 17,93, 12,76, 34,79 e 19,17%. Esses resultados estão dentro da faixa encontrada por Sales-Campos2 (18,89 – 31,30%) e por Sturion & Oetterer31 (9,9 – 23,5%) e acima dos resultados encontrados por Bonatti et al.30, que encontraram valores menores (7,6 – 9,6%). A variação encontrada no atual estudo para as mesmas espécies pode ser inferida pela influência de diversos fatores como espécie, linhagem, substrato e outros, que acabam resultando em composições diferentes para os cogumelos estudados2,24. O cogumelo shimeji A obteve o maior teor de fibra total, destacando-se entre os demais. Seus resultados foram similares aos de Furlani & Godoy11, que trabalharam com os cogumelos shiitake, shimeji e champignon e obtiveram valores médios de 34%. Carboidratos totais e disponíveis Os valores de carboidratos totais foram de 63,13; 65,94; 66,85; 66,04 e 63,84% respectivamente para os cogumelos hiratake, shiitake A, shiitake B, shimeji A e shimeji B, os quais Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 121 condizem com os encontrados na literatura internacional para cogumelos como o shimeji e o shiitake11, 23,29. Os cogumelos da espécie Lentinula edodes podem variar sua composição de carboidratos entre 67,5 a 78%, em matéria seca32,33. No trabalho de Mattila et al.34, o resultado médio encontrado para essa espécie foi de 69%, superando os dos cogumelos que estão sendo comercializados na cidade de Manaus. Para o cogumelo Pleurotus ostreatus, resultados comumente encontrados ficam na faixa de 46,6% podendo chegar até 81,8%33. Sales-Campos et al.23, cultivando Pleurotus ostreatus da Amazônia em diversos resíduos madeireiros e agroindustriais, encontraram variação de 57,71 a 67,52% desses carboidratos. Os resultados de carboidratos disponíveis (metabolizáveis) variaram de 29 a 54,16%. O motivo da grande variação deu-se em função do cogumelo shimeji A, que diferiu estatisticamente dos demais. Tal variação ocorreu devido à grande quantidade de fibra encontrada nesse cogumelo, a qual é exclusa no cálculo de carboidratos disponíveis. Kim et al.35 estudaram cinco espécies de cogumelos medicinais e cinco comestíveis. Os autores apontam concentração média total de carboidratos para os cogumelos comestíveis de 66,68 mg.g-1. O resultado foi superior aos dos cogumelos medicinais que ficaram com teor de 26,65 mg.g-1. Dentre os cogumelos estudados estavam as espécies L. edodes e P. ostreatus, as quais o autor considerou alimentos de alto valor nutritivo. CONCLUSÕES Os cogumelos comercializados na cidade de Manaus (AM) na forma in natura são Pleurotus spp (shimeji, hiratake) e Lentinula edodes (shiitake). Os desidratados são: Pleurotus sp. (shimeji), Lentinula edodes (shiitake) e Boletus edulis (porcini); Os cogumelos vendidos no mercado local são na maioria cultivados no estado de São Paulo, havendo apenas um produtor do Amazonas. O elevado valor dos cogumelos, assim como o desconhecimento da importância nutricional dos mesmos, são fatores que contribuem para o consumo limitado na capital. Os cogumelos comestíveis comercializados na cidade de Manaus (AM) e analisados no presente estudo apresentaram importância nutricional, constituídos principalmente de proteínas, carboidratos, fibras, além de possuírem baixos teores de lipídeos. ACKNOWLEDGMENTS The authors thank the institutions INPA and UFAM by the infrastructure and CAPES, CNPq and FAPEAM for the financial support that allowed to perform this work. REFERÊNCIAS 1. Nappi BP, Ziliotto CH, Rabello G, Gonzaga V, Moretto E, Cruz RCB. Composição do lipídio presente na biomassa produzida pelos cogumelos comestíveis Pleurotus ostreatus, Lentinula edodes e Auricularia auricula-judae em soro de leite. B. Ceppa. Curitiba. 1999, 17: 93-99. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 122 2. Sales-Campos C. Aproveitamento de resíduos madeireiros e da agroindústria regional para o cultivo de fungos comestíveis de ocorrência na região amazônica. Tese (Doutorado em Biotecnologia), Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas. 2008: 197. 3. Furlani RPZ, Godoy HT. Valor nutricional de cogumelos comestíveis: uma revisão. Rev Inst Adolfo Lutz. 2005, 64 (2):149-154. 4 Breene WM. Nutritional and medicinal value of specialty mushrooms. J Food Prot 1990, 53(10): 883-94. 5. Molena O. O moderno cultivo de cogumelos. São Paulo: Nobel. 1986: 170. 6. Miles PG, Chang ST. Mushroom biology: concise basics and current developments. Singapore: World Scientific. 1997: 194. 7. Bononi VL, Capelari M, Maziero R, Trufem SFBS. Cultivo de cogumelos comestíveis. São Paulo: Ícone. 1999, 2: 206. 8. Andrade MCN. Crescimento micelial, produção e características bromatológicas do shiitake em função de linhagens e de propriedades físicas e químicas de espécies e clones de eucalipto. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura)- Faculdade de Ciências Agronômica. Universidade Estadual Paulista. Botucatu. 2007:195. 9 Menezes M.C. Efeito do Agaricus blazei (Murrill) ss. Heinemann no estado nutricional e na bioquímica hepática em portadores de hepatite Dissertação - (Mestrado), Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista. Botucatu, 2005. 113p 10. Minhoni MTA. et al. Cultivo de Lentinula edodes (Berk.) Pegler – (shiitake). 3 ed. Botucatu: FEPAF. 2007. 11. Furlani IRPZ, Godoy HT. Valor nutricional de cogumelos comestíveis. Ciência Tecnologia de Alimentos. Campinas, 27(1): 787-792. 12. Association of official analytical chemists. Official Methods of Analysis of AOAC. 16 rev AOAC International. 3 ed. Gaithersburg. 1997. 13. Mendonça ES, Matos ES. Matéria orgânica do solo: Métodos de analises. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. 2005: 107. 14. Malavolta E, Vitti GC, Oliveira SA. Avaliação do Estado Nutricional das Plantas: Princípios e Aplicações. Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato. Piracicaba. 1989, 2001. 15. Carvalho HH, Jong E V, Bello RM, Souza RB, Terra MF. Alimentos: Métodos físicos e químicos de análise. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul. 2002:165. 16. Eira AF. Cultivo do cogumelo medicinal Agaricus blazei (Murril) ss. Heinemann ou Agaricus brasiliensis (Wasser et al.). Aprenda Fácil Editora. Viçosa, Minas Gerais. 2003: 395. 17. Chang ST, Miles PG. Edible Mushrooms and their Cultivation. CRC Press, Boca Raton, FL., 1989. 18. Latinfoods. Tabla de Composicion de Alimentos de América Latina. [11 dez. 2011]. Disponível em: http://www.fao.org/LAmerica/grupo.htm. 2002 19. Nepa – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela de Composição de Alimentos/NEPA-UNICAMP. Campinas, São Paulo. 2006: 105. 20. Moda EM. Aumento da vida útil de cogumelos Pleurotus sajor-caju in natura com aplicação de radiação gama. Tese (Doutorado – Programa de Pós-graduação em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo. PiraciSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 123 caba. 2008: 105p. 21. Bonatt M, Karnopp P, Soares HM, Furlan SA. Estudo da composição de cogumelos das espécies Pleurotus ostreatus e Pleurotus sajor-caju cultivados em palha de bananeira. Revista Saúde e Ambiente / Health and Environment Journal. 2003, 4(1). 22 Sales-Campos C, Oliveira LA, Araujo LM, Varejão MJC, Andrade MCN. Composição mineral de uma linhagem de Pleurotus ostreatus cultivadaem resíduos madeireiros e agroindustriais da região amazônica. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas. 2009, 29(4): 868-872. 23. Sales-campos C, Araujo LM, Minhoni MTA, Andrade MCN. Physiochemical analysis and centesimal composition of Pleurotus ostreatus mushroom grown in residues from the Amazon. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas. 2011, 31 (2): 456-461. 24 Andrade MCN, Minhoni MTA, Zied DC. Caracterização bromatológica de oito linhagens de Lentinula edodes (shiitake) cultivadas em toras de Eucalyptus grandis. Ciênc. Tecnol. Aliment. 2008, 28(4): 793-797. 25. Ragunathan R, Swaminathan K. Nutritional status of Pleurotus spp. grown on various agro-wastes. Food Chemistry. London. 2003, 80: 371-375. 26. Guo LQ, Lin JY, Lin JF. Non-volatile components of several novel species of edible fungi in China. Food Chemistry. London. 2007, 100: 643-649. 27 Rampinelli JR. Produção de Pleurotus djamor e avaliação do seu potencial nutricional. Dissertação de mestrado (Mestre em Engenharia de Alimentos). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianopolis. 2009: 124. 28 Shashirekha MN, Rajarathnam S, Bano Z. Effects of supplementing rice straw growth substrate with cotton seeds on the analytical characteristics of the mushroom, Pleurotus florida (Block & Tsao). Food Chemistry. 2002, 92: 255- 259. 29 Chang ST. Produção de cogumelos comestíveis cultivados na China Com Ênfase em Lentinula edodes. 2001. Disponível em: http://www.isms.biz/articles/production-of-cultivated-edible-mushroom-nc-107-12-1/. Acesso: 23 dez. 2011. 30 Bonatti M, Karnopp P, Soares HM, Furlan SA. Evaluation of Pleurotus ostreatus and Pleurotus sajorcaju nutritional characteridtics when cultivated in different lignocellulosic wastes. Food Chemistry. 2004, 88: 425-428. 31. Sturion GL, Oetterer M. Composição química de cogumelos comestíveis (Pleurotus spp) originados de cultivo em diferentes substratos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas. 1995, 15(2): 189-193. 32. Crisan SV, Sands A. A nutritional value: In: CHANG, S. T.; HAYES, W.A. (Eds). In: The biology and cultivation of edible mushroom. Academic Press. New York. 1978: 137-168. 33. Bano ZA, Rajarathnam S. Pleurotus mushrooms. Part II. Chemical composition, preservation, ad role and human food. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 1988, 27( 2): 87-158. 34. Mattila P, Salo-Vaananem P, Konko K, Aro H, Jalava T. Basic Composition and Amino Acid Contents of Mushrooms Cultivated in Finland. Food Chemistry. 2002, 50: 6419-6422. 35. Kim MY, Chung M, Lee SJ, Ahn, JK, Kim EH, Kim M J, Kim SL, Moon HI, RO HM, Kang EY, Seo SH, Song HK. Comparison of free amino acid, carbohydrates concentrations in Korean edible and medicinal mushrooms. Food Chemistry. 2009, 113: 386–393. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 124 MODULAÇÃO REDOX EM CÉLULAS ENDOTELIAIS EM HIPERGLICEMIA POR EXTRATOS DE MACROFUNGOS GAMBATO, G.1,2, PAVÃO, E.M.1, STOLFO, A.1, FONTANA, R.C.2, SALVADOR, M.1, CAMASSOLA , M.2* Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes, Instituto de Biotecnologia, 2Laboratório de Enzimas e Biomassas, Instituto de Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul/RS Autor correspondente: Marli Camassola Universidade de Caxias do Sul (UCS) CEP 95070-560, Caxias do Sul RS – Brasil [email protected] 1 ABSTRACT Diabetes mellitus (DM) is a chronic disease for which the prevalence has risen to epidemic proportions worldwide. Is characterized by elevated blood sugar levels. There is growing evidence that excess generation of reactive oxygen species due to hyperglycemia, causes oxidative stress in a variety of tissues. Endothelial dysfunction underlies both micro- and macrovascular complications of diabetes. Studies have shown modulation of the hyperglycemic state by mushroom extracts. Pleurotus albidus is an edible mushroom recent described, for that do not have biological redox studies. Therefore, the aim of this study was to evaluate the redox modulation of EA.hy926 endothelial cells exposed to hyperglycemic condition by phenolic extract of Pleurotus albidus. It was observed that the dry extract obtained have significate phenolic (742.80±0.26 mg% of gallic acid equivalent) and flavonoid (471.25±1.25 mg% of quercetin equivalent) content. This agreement with 2,2-Diphenyl-1-picrylhydrazyl (IC50 = 21.62±1.02 mg of extract) and 2,2′-Azino-bis(3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonic acid) (12.47±0.16 mg of extract) radical scavenger. The antioxidant enzymes superoxide dismutase and catalase were reduced in high glucose (35mM) EA.hy926 treated cells while the electron transport chain complex I presented five times activity than normal glucose cells. It was observed reduction in complex I activity when the cells were treated with high glucose and Pleurotus dry extract. Significate lipid and protein damage was observed in high glucose cells than normal glucose. This oxidative damage was normalize when the extract was add. From this, it is observed that phenolic extract of Pleurotus albidus present promising antioxidant activity through modulation mitochondrial redox state. Palavras-chave: Diabetes mellitus, células endoteliais, Pleurotus albidus INTRODUÇÃO O Diabete Mellitus (DM) é uma doença de importância crescente na saúde pública. Sua incidência e prevalência estão avançando de forma assustadora1. Calcula-se que, entre Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 125 os anos de 2013 e 2035, a prevalência de DM apresente um aumento de 55% em todo o mundo2. Alimentos funcionais e dietas ricas em nutrientes têm mostrado eficácia na redução dos níveis de glicemia plasmática e controle do diabetes3. Estudos mostram que extratos obtidos de cogumelos apresentam ação potencial na modulação do estado hiperglicêmico4 além de apresentarem importante atividade antioxidante5. Algumas espécies do gênero Pleurotus foram avaliadas quanto a sua atividade antidiabética. Trata-se de um gênero versátil, com um grande número de espécies comestíveis que crescem em diferentes condições ambientais e substratos6. O P. albidus é uma das espécies recentemente isoladas na mata atlântica gaúcha para a qual ainda os estudos são escassos7. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade antioxidante e antidiabética do extrato de P. albidus em células endoteliais hiperglicêmicas. METODOLOGIA O extrato hidroalcoólico a 10% (p/v) foi preparado a partir do P. albidus seco cultivado em serragem. Após a sua obtenção, foi concentrado em rota vapor e em seguida liofilizado. Para o extrato obtido foi avaliada a atividade antioxidante in vitro mediante a capacidade de varredura dos radicais DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) e ABTS•+ (2,2’-azinobis-3-etilbenzotiazolina-6-sulfonico). Quantificou-se o teor de polifenóis pelo método de Folin-Ciocalteu e flavonoides totais pela reação com cloreto de alumínio. Também foi avaliada a composição nutricional do cogumelo seco. As células endoteliais EA.hy926 foram submetidas ao tratamento por 5 dias com 35 mM de glicose e glicose associada com o extrato obtido. Após esse período foi avaliado o efeito do extrato na modulação dos parâmetros oxidativos celulares (atividade de superóxido dismutase (Sod) e catalase (Cat), Tbars, Proteínas Carboniladas, Complexo I). RESULTADOS E DISCUSSÃO O extrato seco obtido apresentou rendimento de 25,31%. Nesse extrato foram quantificados 742,80 ± 0,26 mg% de polifenóis equivalentes a ácido gálico sendo que deste total 63% correspondem a flavonoides (471,25 ± 1,25 mg% de flavonoides equivalentes a quercetina). Observou-se que o mesmo apresentou importante atividade antioxidante mediante varredura dos radicais DPPH e ABTS•+. Foram necessários 21,62 ± 1,02 mg de extrato para inibir 50% do radical DPPH e 12,47 ± 0,16 mg para inibir 50% do radical ABTS•+. Quanto à análise nutricional do cogumelo seco, observou-se um conteúdo elevado de fibras 42,20 ± 0,10 % e proteínas 21,82 ± 0,12% característico para cogumelos comestíveis8. Não foram observadas modificações significativas na viabilidade das células após 5 dias de exposição à glicose 35mM ou a glicose em associação aos extratos (0,1μg/mL e 1μg/mL). Proteínas e lipídeos são alvos de espécies reativas formadas durante a hiperglicemia9. Para as células tratadas apenas com glicose 35mM os níveis de danos a proteínas (5,84 ± 0,30 nmol de DNPH/mg de proteína) e a lipídeos (0,44 ± 0,07 nmol de TMP/mg de proteína) mostraram-se aumentados comparado ao controle (0,83 ± 0,03 nmol de DNPH/mg de proteína e 0,44 ± 0,07 nmol de TMP/ mg de proteína respectivamente). Esses níveis foram significativamente reduzidos quando o exSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 126 trato de P. albidus foi adicionado com a glicose. A atividade das enzimas Sod e Cat mostraram-se significativamente diminuídas nas células tratadas apenas com glicose 35 mM. Mostrando que há uma necessidade em dismutar os radicais superóxido e peróxido de hidrogênio formados durante a oxidação da glicose. Essas espécies reativas são comumente encontradas em níveis elevados durante o DM não tratado devido ao aumento da atividade do complexo I10. As células expostas a glicose 35mM apresentaram atividade de complexo I cinco vezes maior comparadas às células controle, e, mediante a adição do extrato, a atividade apresentou-se significativamente diminuída. A maior fonte de espécies reativas é a mitocôndria, mais precisamente na cadeia de transporte de elétrons11. Assim, a diminuição da atividade dessa enzima possibilita a redução das espécies reativas formadas e, portanto, permite um retardo na progressão do estresse oxidativo decorrente do estado hiperglicêmico. A partir dos resultados expostos, verifica-se que o extrato obtido do P. albidus além de ser rico em compostos fenólicos também apresenta importante atividade antioxidante in vitro bem como na modulação do estado redox de células endoteliais EA.hy926. REFERÊNCIAS 1. Bandeira SDM, Guedes GDS, Fonseca, LJS Da, Pires AS, Gelain DP, Moreira, JCF, Rabelo LA, Vasconcelos SML, Goulart MOF. Characterization of blood oxidative stress in type 2 diabetes mellitus patients: Increase in lipid peroxidation and SOD activity. Oxidative Medicine and Cellular Longevity. 2012; 2012:819310. doi: 10.1155/2012/819310. 2. International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas. Brussels, 2013. 3. Qiu L, Wu X, Chau JFL, Szeto IYY, Tam WY, Guo Z, Chung SK, Oates PJ, Chung SSM, Yang JY. Aldose reductase regulates hepatic peroxisome proliferator-activated receptor alpha phosphorylation and activity to impact lipid homeostasis. The Journal of Biological Chemistry. 2008; 283:17175–83. 4. Gray AM, Flatt PR. Insulin-releasing and insulin-like activity of Agaricus campestris (mushroom). Journal of Endocrinology. 1998; 157:259–66. 5. Mao Y, Mao J, Meng X. Extraction optimization and bioactivity of exopolysaccharides from Agaricus bisporus. Carbohydrate polymers. 2013; 15:1602–7. 6. Lechner BE, Albertó E. Search for new naturally occurring strains of Pleurotus to improve yields: Pleurotus albidus as a novel proposed species for mushroom production. Revista iberoamericana de micología. 2011; 28: 148–54. 7. Rosa LO. Levantamento de Macrofungos (filo Basidiomycota, subfilo Agaricomycotina) do Nordeste do Rio Grande do Sul e Avalaiaçao do seu Potencial Lignolítico. Universidade de Caxias do Sul, 2013. 8. Wang X-M, Zhang J, Wu L-H, Zhao Y-L, Li T, Li J-Q, Wang Y-Z, Liu H-G. A mini-review of chemical composition and nutritional value of edible wild-grown mushroom from China. Food and Chemical. 2014; 151:279–85. 9. Rains JL, Jain SK. Oxidative stress, insulin signaling, and diabetes. Free Radicals in Biology and Medicine. 2011; 50:567–75. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 127 10. Rochette L, Zeller M, Cottin Y, Vergely C. Diabetes, oxidative stress and therapeutic strategies. Biochimica et Biophysica Acta. 2014; 1840:2709-29. 11. Nishikawa T, Edelstein D, Du XL, Yamagishi S, Matsumura T, Kaneda Y, Yorek M.A, Beebe D, Oates PJ, Hammes HP, Giardino I, Brownlee M. Normalizing mitochondrial superoxide production blocks three pathways of hyperglycaemic damage. Nature. 2000; 404:787–90. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 128 OS COGUMELOS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA UAI, C. S. D.1 The True Buddha School, Seattle, EUA Autor correpondente: Carmen Saez Dy Uai (Shangai) [email protected] 1 Desde muito cedo sempre tive a sorte de ir ao encontro de bons mestres e boas fontes de conhecimento. Durante a minha formação em Medicina Tradicional Chinesa tive o privilégio de conhecer inúmeros recursos para o reestabelecimento do equilíbrio e da saúde das pessoas. A medicina tradicional chinesa foi criada, ao contrário da medicina moderna, para que as pessoas não fiquem doentes. A medicina moderna é sintomática e a tradicional chinesa é profilática. A medicina tradicional chinesa baseia-se no respeito à natureza, às estações do ano e à natureza do ser humano em harmonia com o meio ambiente. No Ocidente, procuramos no verão alimentos e condições mais Yin e, no inverno, ao contrário, mais Yang. Passamos a época mais quente comendo coisas mais frias como sorvete, saladas e frutas. Quando chega o frio, ou seja, “muda o tempo”, as pessoas ficam resfriadas porque o organismo não foi preparado para a chegada do frio. No Oriente, antes da chegada do frio já se começa a “esquentar” (Yangzar) o organismo para que o frio o encontre aquecido. Comemos, então, gengibre e pimenta, equilibrando com os alimentos gelados e frios e, assim, não ficamos doentes. Os chineses acreditam que tudo que existe no universo é feito de cinco elementos. A madeira gera o fogo que faz as cinzas criando a terra, que sedimentando cria os metais e as rochas, de onde brota a água, que, por sua vez, gera a madeira. Essa linguagem é simbólica como tudo na medicina chinesa. O Yin e o Yang são duas forças opostas, Yin é o lado flexível e frio e Yang é o lado forte, quente e dinâmico. A alimentação adequada deve ser baseada no equilíbrio dos elementos Yin e Yang. Sobre os cogumelos, uma das minhas melhores descobertas foram os restaurantes-farmácia, que são lugares onde são servidas refeições após uma consulta médica. Nos restaurantes-farmácia tive os primeiros contatos com o uso medicinal de cogumelos na alimentação. Durante 15 anos, após minha a formação, estive em consultórios em São Paulo aplicando agulhas, moxas, ventosas e ensinando as pessoas a se alimentar para ter uma vida mais saudável, equilibrando Yin e Yang. Depois de andar por diversas partes do mundo, adotei o hábito de comer cogumelos e atualmente sei que há inúmeros países, especialmente no Oriente Médio e na Ásia, onde são servidos diversos tipos de cogumelos nos suntuosos cafés da manha dos hotéis. Isso tem um porquê e durante minha palestra explicarei com mais detalhes, e principalmente com mais tempo, para que possamos trocar informações sobre o tema, no qual tenho especial interesse. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 129 BIODIVERSE BACTERIA PROMOTE HEALTHY MUSHROOMS OEI, P.1, ALBERT, G.2 Eco Consult Foundation, Huntum 51B, 1102 JD Amsterdam, The Netherlands [email protected]; Pilzforum, Volxheimerstr. 4, 55546 Hackenheim, Germany, [email protected] *Corresponding author: [email protected] 1 2 ABSTRACT A new view on pest and disease management has been researched since 2010. The basic research question was: can we control the micro flora in the casing soil for white button mushrooms in such a way, that the casing soil inhibits the development of unwanted organisms? The method was first tested on recycled casing soils: specially selected microbes were added to decompose mushroom pieces, which were left in the soil. The microbes were tested for their antagonistic properties against four major mushroom diseases: Trichoderma spp. (Green moulds), Verticillium fungicola (Dry bubble), and bacterial blotch, caused by several strains of Pseudomonas spp. A group of different bacterial strains have been selected from several hundreds of strains and been tested both in vitro and in vivo. The results against bacterial blotch were clear and convincing, with 80% reduction of the problem. Some strains inhibit Dry bubble contamination too, however, when the concentration of Verticillium spores is too high, the infection will still occur. Keywords. Agaricus bisporus, casing soil, biodiversity, pest control, peat, biological disease control, Trichoderma spp. (Green moulds), Verticillium fungicola (Dry bubble), Dactylium dendroides (Cobweb mould), bacterial blotch. INTRODUCTION What happens to a freshly plowed field, if a farmer would do nothing with it? It will be fully overgrown with weeds within a short period. The void is quickly filled. A similar case is found in white button mushrooms. Mushrooms of the species Agaricus bisporus need a casing soil for their fructification. The best types of casing soil contain mainly peat, mixed with an alkaline ingredient to obtain a pH of around 7. Fresh peat has a pH of 4 and a very limited amount of microbes are present. As soon as the pH is raised, a large number of micro organisms can thrive in the soil. Up to now, no attempts have been made to control the spontaneous colonisation of the casing soil by adding carefully selected micro organisms. The monoculture of white button mushroom cultivation invites unwelcome guests. Current agriculture systems mainly focus on optimising monoculture crops. From the perspective of pests and diseases, a monoculture offers unlimited food. Hygiene on a mushroom Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 130 farm is very important in pest management, as organic debris contaminated with an unwanted fungus can wreak havoc on the whole farm. A biodiverse casing soil may contribute to a healthy crop as the present micro organisms protect the mushrooms. PESTS AND DISEASES IN MUSHROOM CULTIVATION The main diseases in Agaricus bisporus cultivation are: Green moulds: Trichoderma spp. Different strains of Trichoderma harzianum and T. aggressivum can infect the compost and spoil complete crops. The infection usually takes place during spawn run. Smaller infections cause inferior quality of the mushrooms. Bacterial blotch Discoloration of Agaricus bisporus caused by pathogenic pseudomonads, the so-called blotch diseases, is well documented. Pseudomonas tolaasii contamination results in sunken, dark brown lesions; Pseudomonas reactans causes mild dark purple to light brown discoloration and a slight surface depression that becomes deeper and darker with age; while the pale yellowish red discoloration that develops into a reddish ginger-colored discoloration (ginger blotch disease) is characteristic of Pseudomonas gingeri (Godfrey et al. 2001). Many growers feel that they manage to control bacterial blotch as long they are able to control the cultivation parameters well. After spraying the mushrooms, sufficient ventilations should dry the surface of the mushrooms. However, even at the most advanced farms, humid summer days pose a capacity problem to the climate systems and sometimes up to 90% of the crop will be lost to bacterial blotch. Dry bubble (Verticillium fungicola) Dry bubble disease is the biggest problem in the Dutch mushroom cultivation business. It is estimated that 2,5 - 5% of the crop is lost due to this disease, thus causing 7,5 to 15 million Euro damage. It causes diminished fruit body formation and misshapen mushrooms which cannot be sold. Dry bubble mould can develop in compost and mixes with the fungal mycelia of the white button mushroom. It rapidly spreads when present in the first flush if not removed directly. The mould is spread by spores, which are rather sticky. Mushroom phorids and sciarids are important transmitters of this disease. People may also spread the mould because the sticky spores attach themselves to their hands and the knives used for cutting mushrooms. Spores can also enter the growing room environment by air when doors are opened for filling or emptying the growing rooms. This is becoming a bigger problem as few white button mushroom growers in The Netherlands cookout the compost, they only steam the empty cells. Cobweb mould Hypomyces rosellus (Cladobotryum dendroides, Dactylium dendroides) The common name Cobweb mold is very striking as the fast growing radial mycelium resembles a white cobweb. It will colonize all mushrooms on its path. The contaminated Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 131 mushrooms are covered with white and fluffy mold mycelium, start to brown and rot. The mycelium gradually thickens and forms a think layer of mold. Later on the mycelium may turn reddish-purple in color, and can change to yellow. The spores are easily spread by wind and or watering the beds. Pickers can easily spread the disease if they touch the mycelium, as it will stick tot heir hands and clothes. DESIGN OF THE EXPERIMENTS Selection of bacteria For the first round of experiments with Trichoderma and bacterial blotch, 53 sources were used to isolate Bacillus subtilis, among these sources was a package of the Japanese fermented bean ‘natto’, the rest of the sources were different composts and soils. Later on, for Verticillium research, several hundreds of isolates were made from Verticillium infected strawberry patches and soils. In 2015 more species were added to screen, as the Cooperation with a large scale producer of bacteria started. Figure 1. The isolated strains were grown out on agar plates, which contained amylose; in this way the amylase producing isolates could be identified. These were then tested for their antagonistic properties against Trichoderma. Figure 2. Heavily infected white button mushrooms were the source of bacterial blotch inducing Pseudomonas species. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 132 SUMMARY OF THE RESULTS Trichoderma antagonism Out of the 135 selected bacterial strains which showed amylase activity, 9 scored similar to a commercial standard isolate. 27 strains showed weak and 7 strains medium suppression of Trichoderma. The 9 strains were identified: 7 belonged to Bacillus subtilis, the two remaining strains were Bacillus flexus and B. licheniformis. An important conclusion is that the identity and properties of the strains matter most, an identification to the species level is not sufficient. Many Bacillus species have no antagonistic effect at all. Bacterial blotch A clear reduction in the number of infected mushrooms was found, both in vivo as on a large commercial scale. The laboratory results indicate that a higher biodiversity of the selected micro organisms resulted in a higher reduction of bacterial blotch. Table 1. The effect of several different Bacillus-strains on the number of contaminated mushrooms. The most effective treatments in yellow. Contamination rate Efficacy compared to treatment 13 with pseudomonas and 52% contamination. PFB 1 - 1 26% 51% PFB 2 - 4 13% 74% PFB 2 - 5 15% 72% PFB 3 - 13 20% 61% PFB 4 - 5 17% 68% PFB 4 - 6 19% 63% PFB 4 - 10 18% 66% PFB 4 - 11 19% 63% PFB 5 - 1 28% 46% PFB Na 12% 78% PFB XY Intern 11% 79% Control, water without bacteria 0% 100% Control, only contaminating Pseudomonas mix 52% 0% Control B. subtilis mix 10% 81% Applications On mushroom farms, the bacteria performed better than in the laboratory. During a very humid and hot summer, bacterial blotches posed big problems on farms with mechanical harvesting. Although the laboratory results predict that the best time of treatment with bacteria is directly after casing, 80% reduction of bacterial blotching was seen when the antagonistic bacteria where sprayed on the pins of the second flush. A quantity of 20 ml of bacterial solution with 10*8 of CFU (colony forming units) was used. Later however, experiments with a liquid solution showed little results after 4 months of storage at room temperature of the bacterial solution. The concentration of CFU’s had Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 133 decreased with 98,6%. Therefore, for future use of the bacteria, another form of the bacteria had to be sought. Results against Verticillium. Figure 3. The selection procedure for antagonistic strains. The left picture shows a Petri dish with 7 Pseudomonas strains. The whole plate is then inoculated with spores of four different strains of Verticillium. The Pseudomonas strain in the middle has an antagonistic effect on the development of Verticillium. The right picture clearly shows that the growth pattern of the Pseudomonas matches the growth inhibition of Verticillium, as the Pseudomonas have fluorescent properties under UV flight. In vivo experiments on white button mushrooms In the second phase of this research the most virulent strains were tested in the growing room facilities of the laboratory of Pilzforum. The goal was to show whether the selected bacteria could have a positive effect on in vivo situations. The mushrooms for these experiments were grown in crates on 4 kg of spawn run compost from CNC. The casing soil was contaminated with different concentrations of Verticillium spores. Each crate contained a section with and without the contaminated casing soil, in order to make an evaluation per individual crate possible. Each treatment was repeated four times. At the end of the second flush, the amount of sellable mushrooms was compared. Top 3. Antagonistic bacteria against Verticillium 1. 1. 1. P. carica papayae 600 B. subtillis 2 I 5 Pseudomonas putida 530 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil Loss reduction 37% 31% 22% 134 Furthermore, three B. subtilis strains and three different Pseudomonas strains have an antagonistic effect on Verticillium infections if the spore concentration of Verticilium does not exceed 10.000-50.000 Verticillium sporen per ml. Heavy infections with more than 50.000 Verticillium spores per ml could not be controlled with antagonistic bacteria added at a concentration of 20 ml of a 10*8 CFU.The selected strains did not show negative effects on the mushrooms or the yield. Treated mushrooms were significantly whiter than no treated mushrooms. DISCUSSION Interestingly, the mixture of different strains (labelled PF) had a better blotch suppressing effect compared to the standard isolate. The standard isolate strain was selected as it is antagonistic against Trichoderma; the selected strains in the PF mixture had similar antagonistic properties but seem to suppress bacterial blotching better than the single standard isolate strain. This is an indication that the hypothesis that a carefully selected group of micro organism can have positive effect on the health of the mushrooms. Efficacy against Dactylium dendroides (Cobweb mould) Mycogone perniciosa (Wet bubble disease) and Pseudomonas gingeri (ginger coloured bacterial blotch) will be tested in 2015. There is a limit to antagonistic control: crops heavily infected with Verticillium showed no improvement when beneficial bacteria were added. CONCLUSIONS 1. Nine strains of Bacillus subtilis have been discovered, that show at least the same antagonistic effect on Trichoderma as a commercially sold strain. 2. Adding the mix of different strains to mushroom cultures showed no negative effect, both on a commercial scale and in the laboratory. 3. Bacterial blotch can be significantly (80%) be reduced with a mixture of antagonistic bacteria. 4. A number of strains have been found to have an antagonistic effect on Dry bubble, as long as the infection pressure is not too high. 5. The results clearly show that adding beneficial bacteria had a positive effect on the quality of the mushrooms. ACKNOWLEDGMENTS The Productschap Tuinbouw (Horticulture Board) and Rabobank provided the necessary funds for desk research and small scale experiments. Gerard Sikes, director of Gesitrans and Sikes Champignons, provided the opportunity to develop new equipment for the separation of Spent Mushroom Compost and new ways to utilise both casing soil and compost. Mr. Sikes contributed by experimenting on a large scale with the bacteria. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 135 REFERENCES Chittihunsa T et al. Screening of Bacillus spp. suppressing the infection of Trichoderma sp. in mushroom cultivation (J). KMITL Sci Tech J 2007; 7(1):81-88 Jordan SN. Exploring uses for Spent Mushroom Substrate. All Ireland Mushroom Conference Proceedings and Abstracts, Monaghan, 2011 Godfrey SA, Harrow SA, Marshall JW, Klena JD. Characterization by 16S rRNA Sequence Analysis of Pseudomonads Causing Blotch Disease of Cultivated Agaricus bisporus, A Appl Environ Microbiol 2001;67(9):4316-23. Oei P. Mushroom Cultivation. 3rd Edition (M). Backhuys Publishers, Leiden, The Netherlands, 2003. Oei P. Experimenten met champost verwerking (J, in Dutch). Paddestoelen, nr. 1, February 2009, Reed Business. Oei P. First SMC separator, (J) . Mushroom Business 50, December 2011. Global Roel Media. Oei P. Biodiversiteit in de praktijk (in Dutch). Productschap Tuinbouw Report 14341, March 2012. Oei P, Albert G. Effect van geselecteerde Bacillus – stammen op bacterievlekken door Pseudomonas spp. bij de champignon (in Dutch), Productschap Tuinbouw report, 2012. Royse D J, Sanchez JE, Beelman RB, Davidson J. Re-supplementing and re-casing mushroom (Agaricus bisporus) compost for a second crop (J). World J Microbiol Biotechnol 2008; 24(3):319-325. Sultana N, Ghaffar A. Effect of fungicides, microbial antagonists and oilcakes in the control of Fusarium solani, the cause of seed rot, seedling and root infection of bottle gourd, bitter gourd and cucumber. Pak J Bot. 2010;42(4): 2921-2934. Wuest PJ, Levanon D, Hadar Y. Environmental, Agricultural and Industrial Uses for Spent Mushroom Substrate from Mushroom Farms. In: Proceedings from Spent Mushroom Substrate Symposium, 1994. Philadelphia, PA. American Mushroom Institute Publication, 1995. 156 pp. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 136 APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS PARA BIOMASSAS DO PÓS-CULTIVO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS (BIOTECHNOLOGICAL APPLICATION FOR SPENT MUSHROOM SUBSTRATE – SMS) SIQUEIRA, F.G.1*, GOMES, T.G.2, ARAÚJO, A.P.F.3, CUNHA, J.R.B.4, CAMELINI, C.M.1, NAKAI, D.K.1, MENDONÇA. S.1. Embrapa Agroenergia, Brasília/DF – Brasil; 2Universidade de Brasília, Programa de pós-graduação em Biologia Molecular, Brasília/DF – Brasil; 3Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, Gurupi/TO – Brasil; 4Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola, Lavras/MG – Brasil 1 *Autor correspondente: Félix Gonçalves de Siqueira Embrapa Agroenergia - Parque Estação Biológica - Av. W3 Norte (final) Brasília, DF, CEP 70770901 / Phone: 55 (61) 3448-2324. E-mail: [email protected] ABSTRACT This review had as general objective to indicate possible biotechnological applications to the by-product generated after the harvest of edible mushrooms, known as Spent Mushroom Substrate (SMS). SMS could be understood as plant and microbial biomass discarded and not used by mushroom farm. Nowadays, several initiatives have searched add value to agro-industrial waste in the most different sectors, in order to reduce social and environmental impacts, adding economic value in the production chains. SMS is a by-product which features biological and chemical characteristics that make it potential for biotechnological applications in areas such as: enzyme production, supplemental feed, bioremediation, biofuels (second generation ethanol, biodiesel and biogas), thermochemical (pyrolysis) and bioactive (polysaccharides, immuno-modulating proteins), among others. Keywords: Edible mushrooms; Spent Mushroom Substrate; Bioactive; Integration of production chains; Biotechnological applications. INTRODUÇÃO O cultivo de cogumelos comestíveis no Brasil só ganhou força nos últimos 20 anos, e está em franca expansão graças à descoberta de suas propriedades medicinais e culinárias. O sudeste brasileiro é a região de maior consumo e produção dessa fonte de alimento, devido à influência direta de imigrantes asiáticos. Os cogumelos dos gêneros Pleurotus e Agaricus são os mais consumidos pelos brasileiros, como também os mais produzidos mundialmente1 . A China é o maior produtor de cogumelos comestíveis, cerca de 70% do total da produção mundial2, seguida por outros países asiáticos como o Japão e a Coreia do Sul. A Europa também é um grande mercado consumidor e produtor, sendo França, Holanda e Espanha Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 137 países de referência nesse mercado. No continente americano, os Estados Unidos e o Canadá são países que se destacam quanto ao consumo e produção de cogumelos, principalmente em relação ao Agaricus bisporus (Champignon de Paris). Vários resíduos lignocelulósicos são usados para o cultivo de cogumelos comestíveis, oriundos principalmente de resíduos agroindustriais, como palha de arroz, forrageiras (capins), madeira (troncos, serragens e cascas, de espécies como eucalipto). A propagação desses macrofungos (basidiomicetos e algumas espécies de ascomicetos) na natureza está diretamente relacionada com a decomposição das macromoléculas presentes na parede celular vegetal, composta principalmente, por celulose, hemicelulose e lignina, como também das proteínas e lipídios encontrados sobre serapilheiras, troncos e solos ricos em matéria orgânica. O ciclo de vida dos macrofungos ocorre em duas fases: vegetativa (propagação micelial) e reprodutiva (formação dos corpos de frutificação). O tempo de cada uma destas fases na fungicultura de cogumelos comestíveis pode variar entre as espécies ou até mesmo entre linhagens, condições nutricionais e ambientais (temperatura, umidade, luminosidade e trocas gasosas). O cultivo de cogumelos é realizado por meio de formulações de substratos lignocelulósicos enriquecidos ou não com sais minerais, dependendo de cada espécie. Os processos de preparo dos substratos/formulações podem ser distintos de acordo com a tecnologia empregada. No entanto, independentemente da forma de cultivo, após a colheita dos cogumelos é gerado um subproduto, que é um misto de biomassa microbiana (micélio fúngico) e biomassa vegetal. Essa biomassa vegetal (substratos para o cultivo) é parcialmente degradada ou descontruída por ações enzimáticas dos macrofungos. Este subproduto é denominado em inglês de Spent Mushroom Substrate (SMS), que poderia ser traduzido livremente como a biomassa residual do pós-cultivo dos cogumelos comestíveis. O SMS é um material rico em carboidratos (celulose, hemicelulose e hexoses/pentoses solúveis), proteínas microbianas, enzimas e bioativos, que poderiam ser explorados comercialmente, interagindo assim com outras atividades agroindustriais e biotecnológicas. Normalmente, esse material tem sido descartado em lixões ou ainda subutilizado, como camada de cobertura orgânica de solos. No entanto, com a temática global de aproveitamento e reciclagem das matérias-primas oriundas de processos agroindustriais, o SMS vem ganhando atenção nos países que geram grandes quantidades desta matéria orgânica. A produtividade média entre os cultivos de diferentes tipos de cogumelos é de cerca de 20%, podendo variar de acordo com a espécie e/ou tipo de tecnologia empregada pelo fungicultor. A produtividade é calculada em relação à massa de cogumelos frescos colhidos, dividida pela massa úmida dos substratos lignocelósicos, multiplicado por 100 (percentual). Assim, para cada 1 kg de cogumelo fresco produzido são gerados 5 kg de SMS3,4. Na China, uma agroindústria mediana de produção de cogumelos comestíveis, descarta cerca de 24 t de SMS por mês5, enquanto que na Irlanda e Países Baixos, o volume gerado deste subproduto é cerca de 254 e 800 mil t/ano, respectivamente6,7. O elevado volume dessa matéria orgânica, gerado após a colheita dos cogumelos, tem causado um problema na gestão desse subproduto em países com costumes e práticas de cultivo. O SMS antes de ser descartado, em alguns países com legislações ambientais mais rigorosas, passa por uma etapa de esterilização ou pasteurização, o que encarece ainda mais o Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 138 processo. Estima-se que o custo de descarte do SMS nos Estados Unidos chegue a 7 milhões de dólares anualmente8. Mesmo passando pela etapa de esterilização, o acúmulo desse pós-cultivo pode acarretar problemas ambientais, como lixiviação de nitratos e fósforo que causam a eutrofização em recursos hídricos e questões de saúde pública, uma vez que resíduos orgânicos atraem vários insetos4,8,9. A reciclagem desse material seria a alternativa mais adequada em termos econômicos e ambientais. Atualmente, o destino mais comum para esse subproduto está na queima dessa matéria para gerar energia elétrica nas próprias fazendas ou agroindústrias fungicultoras, ou na produção de adubo orgânico. Porém, ainda não há uma utilização adequada e que agregue valor econômico significativo ao SMS4. O SMS possui características biológicas e químicas que o torna um subproduto com potencial para aplicação biotecnológica, em áreas como: produção enzimática, suplementação animal, biorremediação, produção de biocombustíveis (etanol de segunda geração, biodiesel e biogás), termoquímica (pirólise) e bioativos (polissacarídeos, proteínas imuno-moduladoras), dentre outras. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi apresentar possíveis aplicações biotecnológicas do SMS conforme pode ser observado na Figura 1. Figura 1. Potencial de aplicação do Spent mushroom substrate (SMS) em diversos segmentos industriais. Fonte: Elaborado pelos autores. PRODUÇÃO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS NO BRASIL A produção de cogumelos no Brasil vem crescendo a cada ano e o Estado de São Paulo continua sendo a referência Nacional para Fungicultura. As regiões paulistas que se destacam neste cenário são Mogi das Cruzes, Bragança Paulista e Sorocaba (Figura 2). A região de Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 139 Sorocaba, no ano de 2007 apresentou uma área destinada para cultivo de cogumelos comestíveis de 10,2 ha e produção anual de 35,2 t, de acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola10. Esta região foi a que mais cresceu nos últimos anos em área de produção e produtividade, chegando em 2014 com 20,4 ha e 3.721 t, respectivamente (Figura 2). Figura 2. Produção de cogumelos comestíveis frescos nas três principais regiões paulistas entre os anos de 2013 e 201410. No Brasil, a produção de cogumelos comestíveis, geralmente, é feita por pequenos produtores rurais que utilizam mão-de-obra familiar e tecnologia rudimentar que foram passadas de geração em geração, colônias japonesas, por exemplo, ou por aprendizado em cursos técnicos ministrados por universidades, institutos de pesquisas e empresas particulares. Algumas empresas brasileiras situadas principalmente nas três principais regiões paulistas apresentadas na Figura 2 vêm buscando a implementação de sistemas de tecnologias automatizados e com maior controle de qualidade na produção de cogumelos, como Pleurotus sp (Shimeji) e L. edodes (Shiitake). A implementação destas tecnologias estão sendo feitas por capacitação técnica em países com tradição em sistemas de cultivos, como o Japão e a Holanda. Este movimento tem surtido efeito no mercado da fungicultura, com surgimento de mais produtores nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e no Distrito Federal. Os fungicultores brasileiros ainda não se atentaram ao potencial econômico do SMS, por serem escassas as informações sobre o que fazer com este material. No Distrito Federal, por exemplo, duas empresas de pequeno porte aplicam o SMS como camada de cobertura de solo, na própria propriedade ou cedendo o material para produtores de hortaliças da mesma região. Em São Paulo, na região de Mogi das Cruzes, uma única empresa que gera por ano mais de 500 t de SMS vende-o ao preço simbólico de R$ 6,50 por m3, para produtores de hortaliças (Informações cedidas pela Empresa à Embrapa Agroenergia). Levando-se em conta os dados da produção de cogumelos frescos da região de Sorocaba em 2014 (Figura 2), a quantidade de SMS gerado pode ter sido superior a 18 mil toneladas neste período. Este subproduto poderia ser outra fonte de receita para os fungicultores, desde que as pesquisas científicas que investigam o potencial do SMS apontem os produtos que podem ser gerados a partir deste material. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 140 APLICAÇÃO DE SMS COMO INSUMO PARA RAÇÃO ANIMAL O interesse na adição de subprodutos agrícolas na dieta de animais tem aumentado, reduzindo os custos da alimentação para monogástricos e poligástricos. Normalmente, os subprodutos lignocelulósicos de processos agroindustriais são materiais ricos em fibras (celulose e hemicelulose) e dessa forma é possível dar uma destinação adequada a possíveis passivos ambientais. Nesse contexto, o SMS torna-se uma opção atrativa11. Os macrofungos quando cultivados em fontes lignocelulósicas oriundas de subprodutos agroindustriais, podem melhorar a qualidade nutricional do chamado volumoso (fibras). O enriquecimento proteico da biomassa vegetal é decorrente da liberação de proteínas do metabolismo do fungo durante o processo de crescimento micelial12. A degradação da lignina aumenta as frações celulósicas e hemicelulósicas, parcialmente descontruídas, facilitando a digestibilidade deste material por parte de animais, monogástricos principalmente. Além dessas propriedades o SMS ainda contém grandes quantidades de açúcares disponíveis, polissacarídeos e enzimas extracelulares que podem auxiliar no ganho de peso dos animais. Chu et al13 avaliaram a adição de SMS de P. eryngii no ganho de peso e na viabilidade econômica na dieta de porcos. O SMS usado continha resíduo fibroso (palha de milho), proteico (farelo de soja) e foram suplementados com 0,1% de probióticos (Lactobacillus plantarium, Enterococcus faecium, Saccharomyces cerevisae) e 0,8% de celulases. Antes de serem destinados a alimentação suína o SMS passou por uma etapa de fermentação que durou nove dias em temperatura ambiente. Segundo os autores, essa etapa de fermentação anaeróbia aumenta a palatibilidade e nutrientes disponíveis no SMS, além de estender o tempo de armazenamento do mesmo. Os animais que tinham 120 dias de idade foram alimentados durante 56 dias com ração controle e ração suplementadas com SMS (20%, 50% e 80%). Os porcos alimentados somente com a ração controle obtiveram maior ganho de peso e crescimento em relação aos animais alimentados com adição de SMS. Em contrapartida, a adição de SMS aumentou a quantidade de proteína disponível e melhorou a qualidade da carcaça dos animais alimentados. O acréscimo de 80% de SMS de P. eryngii diminuiu em 14% o custo da ração total por quilo de ganho de peso corporal quando comparado com os custos da ração controle. Kim et al14 realizaram experimentos com novilhos da raça Hanwoo e avaliaram a influência da suplementação com SMS de P. eryngii na dieta diária desses animais, na fase de crescimento e na etapa de engorda. Os animais alimentados com suplementação de 50% de SMS apresentaram melhores resultados de consumo diário, ganho de peso final e de carcaça, em relação ao grupo controle. De acordo com os autores, o SMS poderia substituir de forma eficiente às matérias-primas volumosas (fibras) usadas na alimentação de ruminantes, como palha de arroz comumente usado em países asiáticos, e ainda diminuir os custos com aditivos microbianos usados na alimentação de gados de corte. A rápida deterioração e perda das qualidades nutricionais no SMS talvez seja o maior obstáculo da destinação desse resíduo na alimentação animal. Visando obter uma alternativa viável para este problema, Kim et al15 utilizaram cepas de bactérias lácticas para prolongar o tempo de armazenamento de SMS de P. ostreatus. Uma mistura (mix) contendo os probióticos Pediococcus acidilactia CAM1, Pediococcus acidilactici Pa175 e L. plantarum Lp177 foi inoculado no SMS, Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 141 avaliando-se a variação da acidez (pH) na fermentação por 17 dias. O SMS controle (sem adição de micro-organismos externos) manteve seu pH em torno 6,58, enquanto que no SMS inoculado com bactérias lácteas o pH ficou entre 4,04- 4,25. Valores de pH ácidos impedem o crescimento excessivo de contaminantes, principalmente bactérias putrefativas, favorecendo assim o crescimento de bactérias probióticas. A adição desses micro-organismos prolongou o tempo de armazenamento do SMS fermentado, que se manteve estável durante o período de avaliação e sem apresentar sintomas de deterioração, tais como: mau cheiro, mudança de cor e as alterações da microbiota. Kim et al15 também relataram que o SMS de P. ostreatus fermentado com as bactérias lácticas, foi adicionado na dieta de bezerros, durante 30 dias. O ganho de peso, consumo diário e crescimento apresentou melhores resultados para os bezerros alimentados com suplementação de 10% de SMS em relação ao grupo controle. Azevedo16 realizou um experimento com 500 pintinhos de um dia de vida, da linhagem Cobb 50, fornecendo-os cinco variações de rações, para avaliar o desempenho das aves e altura das vilosidades do jejuno. O resultado de modo geral foi que 0,5% de SMS na ração teve melhor resposta para desempenho e vilosidades. Alguns estudos relatam a capacidade da massa micelial de certos macrofungos em combater doenças em cobaias como hipertensão, colesterol, diabetes, ação anti-inflamatória, antimicrobiana e propriedades anticancerígenas e imunomoduladores17,18. Essas propriedades medicinais são atribuídas a polissacarídeos como β-glucanas, proteoglucanas, glutamina, compostos proteicos e ergosterol presentes na parede celular desses fungos19. Com o objetivo de avaliar e detectar a presença desses polissacarídeos no SMS, Park et al20 adicionaram porcentagens de 15 e 25% de SMS de P. eryngii na dieta de cervos da espécie Cervus elaphus canadensis, e analisaram as propriedades hematológicas e bioquímicas do sangue desses animais, alimentados durante 80 dias. De acordo com os dados apresentados pelos autores, a inclusão de 15% e 20% de SMS aumentou em 14% a concentração de colesterol HDL em comparação com a dieta controle. O colesterol HDL age eliminando os depósitos de gordura no interior das artérias. Porém não houve alteração no colesterol total, triglicerídeos, colesterol LDL nas três dietas. A concentração de ferro no soro sanguíneo do grupo alimentado com 20% de SMS foi superior em relação ao grupo controle e o grupo alimentado com 15% de SMS. A inclusão de SMS não afetou as concentrações de cálcio, fósforo, sódio e potássio, bem como a concentração de hormônio de crescimento IGF-I. Os grupos alimentados com adição de SMS apresentaram níveis de monócitos superiores ao grupo controle. Os autores correlacionam esse aumento com a concentração de β-glucana presente no SMS de P. eryngii (19,9%), inferindo que a inclusão desta biomassa microbiana na dieta de animais podem ter efeitos moduladores sobre o sistema imunológico. APLICAÇÃO DE SMS NA AGRICULTURA Os biofertilizantes são comumente usados para aumentar a produtividade da cultura e evitar a perda de fosforo (P) solúvel, macronutriente indispensável para o desenvolvimento adequado das plantas. Micro-organimos solubilizantes de fósforo são usados para converter o “P” insolúvel em “P” solúvel21,22. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 142 O SMS foi usado como substrato para o cultivo de Pichia farinose, micro-organismo solubilizante de fósforo. Após 10 dias de fermentação nesse substrato, o biofertilizante produzido melhorou significativamente o crescimento de soja, demonstrando um grande potencial em aplicação agrícola de SMS22. O SMS de Agaricus subrufescens demonstrou grande potencial para promover o crescimento de alface (Lactuca sativa). A produção de alface e a concentração proteica foram superiores no grupo tratado com SMS, em relação aos grupos controle e cultivado com adubo químico NPK23. Teixeira24 avaliou a produção de mudas de três cultivares de morangueiro (Fragaria spp.) no sistema de cultivo protegido em três diferentes substratos, utilizando sistema de túneis plásticos. O SMS foi uma das variáveis de substratos avaliados. Segundo o autor os resultados indicaram que o SMS apresentou o maior desempenho para produção das três variedades de mudas de morangueiro avaliadas. O SMS de A. subrufescens foi utilizado como substrato para produção de mudas de tomateiro (Solanum lycopersicum)25. A justificativa para este estudo, de acordo com o autor, se baseou na premissa de que a biomassa pós-cultivo do cogumelo do sol (A. subrufescens) torna-se fonte de contaminação para os próximos cultivos e que este material recebeu substâncias provenientes do metabolismo do fungo, além de ser uma excelente matéria orgânica. As conclusões deste estudo apontaram que o SMS mostrou ser uma boa alternativa como substrato para produção de mudas de tomate. O autor esclarece que mesmo que o SMS tenha proporcionado avaliações inferiores ao composto comercial em relação às mudas, os mesmos tratamentos apresentaram maiores produtividades em relação à quantidade de frutos de tomate em campo. APLICAÇÃO DE SMS EM PROCESSOS DE BIORREMEDIAÇÃO Atualmente o grande foco nas pesquisas envolvendo os macrofungos, conhecidos como fungos de podridão branca (inglês, White-rot Fungi ou WRF), podendo ser comestíveis ou não, está voltado para as principais enzimas oxidativas secretadas pelos micro-organismos, tais como lacases e manganês peroxidase (MnP). Estas enzimas têm sido aplicadas em processos de deslignificação da biomassa vegetal (pré-tratamento biológico da biomassa); processos de biorremediação, que inclui a utilização na remoção de substâncias xenobióticas em efluentes líquidos e resíduos sólidos/solos e, biomarcadores para avaliação da contaminação ambiental26. As enzimas responsáveis pela degradação da lignina e abertura dos anéis fenólicos, são predominantemente as lignina peroxidase (LiP), manganês peroxidase (MnP) e lacases27,28. As enzimas lignolíticas comumente encontradas nos WRF são as lacases e manganês peroxidase (MnP), poucas espécies possuem a capacidade de produção de lignina peroxidase (LiP)29. O SMS contêm várias enzimas, principalmente as oxidativas, uma vez que os macrofungos são grandes produtores dessas enzimas. O fenol e demais compostos fenólicos são reconhecidos como uma das principais causas de contaminação do solo e águas subterrâneas em áreas industrializadas, resíduos de Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 143 refinarias de petróleo, indústrias cerâmicas, fábricas de resinas e plásticos, têm sido reportados como fontes de contaminação. O fenol é altamente irritante para a pele, olhos e mucosas, após inalação de curto prazo ou contato dérmico. É considerado muito tóxico ao ser humano na exposição oral, com uma dose letal estimada em cerca de 70 mg/kg para adultos30,31. KOSHY e colaboradores32 testaram a capacidade de biodegradação desse composto por SMS de Pleurotus ostreatus, e relatam que obtiveram uma redução de 48% do fenol com SMS de 35 dias, e 45% com SMS de 56 dias, após 24h de incubação. Os cogumelos foram colhidos no 18° e 21° dias de cultivo. Os autores observaram que a atividade máxima de lacases e LiP aconteceu somente após a colheita. LiP apresentaram atividade máxima em 56 dias de cultivo (0,2U / mg), e atividade lacase máxima em 35 dias (0,5 U / mg). Estudos realizados por Lim et al33 mostraram a capacidade de degradação de corantes da indústria têxtil por extrato enzimático extraídos de SMS de P. eryngii, P. ostreatus e P. cornucopiae. O extrato enzimático de P. ostreatus apresentou atividades significativas para amilase, celulase, xilanase, enquanto que no extrato de P. eryngii as maiores atividades foram de lacase e FPase. Os corantes sintéticos foram completamente degradados em 120 min, quando expostos aos extratos enzimáticos do SMS de P. eryngii. APLICAÇÃO DE SMS NA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS Biogás A utilização de fungos na produção de biogás se dá principalmente como etapa de pré-tratamento de biomassas lignocelulósicas. Diversas espécies (Ceriporiopsis subvermispora, Auricularia auricula-judae, Trichoderma reesei, Ischnoderma resinosum, Fomitella fraxinea etc.) são utilizadas para este propósito devido às suas enzimas (peroxidases e lacases) responsáveis por romper ou hidrolisar as ligações da matriz de lignina34. A celulose é uma biomolécula com maior recalcitrância ao pré-tratamento fúngico. Assim, ao degradar a lignina e a hemicelulose, os fungos tornam a celulose mais disponível ao processo de digestão anaeróbia. O pré-tratamento fúngico é capaz, não somente, de melhorar o rendimento de metano de biomassas susceptíveis, mas também de permitir a digestão anaeróbia de determinadas biomassas que são totalmente recalcitrantes a este processo35. Esse tipo de pré-tratamento biológico para aumento de rendimentos de biogás é pesquisado há décadas. Bisaria et al36 relataram em seus estudos em Nova Deli (Índia) um aumento de mais de 50% no rendimento de biogás na digestão anaeróbia de palha de arroz e também de Cyamopsis tetragonoloba após o tratamento com Pleurotus spp. Bisaria et al37 também submeteram à digestão anaeróbia diversos tipos de palhas, bagaços e folhas de diferentes biomassas (Oryza sativa,Triticum aestivum, Saccharum officinarum, Cyamopsis tetragonoloba, Pennisetum typhoideum, Saccharum munja, Zea mays e Sorghum vulgate) utilizadas na produção de Pleurotus sajor-caju. Como resultado obteve-se rendimentos superiores de metano do substrato tratado em comparação ao não tratado, variando de 21 a 38% de aumento. O resultado foi relacionado à maior susceptibilidade e a uma melhor relação C/N do material pós-tratado. Lin et al38 avaliaram a digestão anaeróbica em estado sólido de SMS, palha de trigo e resíduos de jardinagem e suas misturas, em diferentes proporções. Foi constatado que o SMS Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 144 é altamente degradável, o que levou a inibição da fermentação devido ao acúmulo de ácidos graxos voláteis e decréscimo do pH. A inibição foi contornada pela co-digestão de SMS com resíduos de jardinagem ou palha de trigo. A digestão de SMS/resíduos de jardinagem proporcionou um rendimento de metano de 194 l/kg, o que foi 16 e 2 vezes maior que somente a digestão de SMS e resíduos de jardinagem, respectivamente. Já a digestão de SMS/palha de trigo proporcionou um rendimento de metano de 269 l/kg, o que foi 23 vezes maior que a digestão somente de SMS e comparável ao de palha de trigo. De modo análogo Ngueyn e Fricke39 avaliaram a co-digestão de esterco suíno com SMS em bateladas anaeróbias e experimentos semi-contínuos. Os resultados mostraram que a utilização de até 75% de SMS no lugar do esterco suíno, não provoca alteração significativa de volume de biogás produzido. Em média, foi produziu 4,1 L/dia durante 90 dias, com concentração de metano ao redor de 60%. Assim, os autores afirmam que o SMS possui capacidade de ser processado anaerobicamente para fins energéticos. Alguns resultados contraditórios aos descritos anteriormente foram reportados pelo SGC – Swedish Gas Technology Centre – Rapport40. Em estudo objetivando a avaliação do impacto do pré-tratamento biológico no potencial de produção de metano a partir de palha, o SGC concluiu que o pré-tratamento com fungos Pleurotus spp. não afetou significativamente o potencial de produção de metano a partir das palhas e, pré-tratamentos mais longos acabariam por reduzir o potencial delas. Ao contrário de alguns resultados descritos na literatura, neste estudo houve um maior potencial de geração de metano do substrato antes da produção de cogumelos do que após a produção de cogumelos. Segundo os autores, isso poderia estar relacionado à eficiência de degradação dos inóculos utilizados no teste de potencial de metano, na seleção do esterco ou no material utilizado na co-digestão da palha. Outra fonte comum de substrato para produção de cogumelos são as biomassas florestais, que são responsáveis por suprir a maior parte da energia considerada renovável no mundo. A produção de biogás através da fermentação em estado sólido de biomassas florestais, normalmente, gera baixos rendimentos de metano e baixos níveis de degradação de sólidos. Yunqin et al41 propuseram um processo integrado de pré-tratamento de biomassa pelo cultivo de L. edodes e digestão anaeróbica em estado sólido. Como resultado obteve-se rendimentos de metano entre 133 e 160 l/kg durante 62 dias, o que foi 50% maior que o do processo sem pré-tratamento. O nível de degradação total de sólidos do processo integrado aumentou 8 vezes em relação ao processo sem pré-tratamento. Além de estudos experimentais, já é possível encontrar na literatura estudos sobre modelagem matemática do impacto desse tipo de pré-tratamento biológico em processos de digestão anaeróbia. Xiao-Shuang et al42 desenvolveram um modelo matemático para prever a produção de metano e o pH durante a co-digestão de esterco e SMS sob diferentes tempos de retenção. Os resultados mostraram que o modelo é suficientemente capaz de predizer, no estado estacionário, a produção de metano e o pH nos tempos de retenção de 12, 20 e 28 dias. De maneira geral, a aplicação do SMS na produção de biogás é comprovadamente factível e eficiente. Assim trata-se de uma alternativa interessante para os produtores de cogumelos, pois agrega valor ao gerar um insumo energético a partir de um resíduo e aumenta a eficiência ambiental da cadeia de produção. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 145 Bietanol de Segunda Geração (Etanol 2G) Em 2013, no VII Simpósio Internacional de Cogumelos (VII SICOG, Manaus, AM, Brasil), Siqueira e colaboradores43 apresentaram uma proposta da possível integração entre a fabricação de etanol de segunda geração (celulósico) e a cadeia produtiva de cogumelos no Brasil. O Estado de São Paulo foi escolhido como o melhor cenário para discutir esta integração por ser referência na produção de cana-de-açúcar (etanol, açúcar e bagaço) e também de cogumelos comestíveis. O uso de bagaço, palha e vinhaça na produção de composto para cultivo de cogumelos nos arredores das usinas sucroenergéticas das Mesorregiões Paulistas, poderá fortalecer a integração entre os dois setores, gerando benefícios mútuos. A fungicultura se beneficiaria pela possibilidade de usar as matérias-primas básicas para formulação dos substratos, enquanto que a usina ou empresa integradora (biorefinaria) faria usufruto do SMS, biomassa lignocelulósica pré-tratada biologicamente, minimizando custos para geração do etanol celulósico (etanol 2G). Assim o SMS, produzido à base de bagaço e palha de cana, suplementado com vinhaça, serviria de base para produção de xarope de açúcares fermentescíveis, na usina, como também de fonte de produção de enzimas microbianas, como lacases, celulases e hemicelulases, produzidas pelos cogumelos e comunidade microbiana presente na biomassa vegetal nas diferentes fases de cultivo. Segundo Balan et al44, com a integração de unidades produtoras de cogumelos comestíveis e a indústria de combustível, formar-se-ia uma biorrefinaria, que ajudaria a gerar tanto alimentos e biocombustível, beneficiando a economia rural. Este grupo de pesquisa utilizou a palha de arroz como biomassa lignocelulósica com potencial para geração de químicos e biocombustíveis no cenário de uma biorrefinaria. Nesse contexto, P. ostreatus foi cultivado em palha de arroz, gerando o SMS após a colheita dos cogumelos. O SMS foi pré-tratado por ação físico-quimica (Amonia Fiber Expansion – AFEX). Os resultados mostraram ganhos significativos na conversão de celulose e hemicelulose utilizando o SMS, quando comparados com as biomassas não tratadas ou apenas com o tratamento AFEX. O modelo proposto por Balan et al44 tem ganhado força nos Estados Unidos, Canadá, Europa e principalmente em países asiáticos, como a China, junto à cadeia produtiva do arroz. Isso também seria possível no Brasil, considerando-se o sistema arrozeiro no Rio Grande do Sul. Dada a diversidade de produção de biomassa no Brasil, seria possível difundir o cultivo de vários gêneros de cogumelos, apropriados para as diferentes regiões. Entretanto, pela facilidade de aproveitamento de um sistema já bem estabelecido, a integração do setor sucroenergético e da fungicultura representaria vantagens competitivas para ambos os setores. Phan e Sabaratnam4 apresentaram uma revisão sobre o potencial uso de SMS para obtenção de enzimas degradadoras de parede celular vegetal. Estes autores relataram que o SMS tem menos lignina devido ao processo de digestão por enzimas extracelulares (lacase, lignina peroxidase, manganês peroxidase) durante a produção de cogumelo, promovendo assim a deslignificação da biomassa vegetal, ou seja, um mérito para a produção de biocombustíveis. Assim, quanto menor o teor de lignina, maior será o teor de nitrogênio e cinzas, facilitando a fermentação dos açúcares solúveis pelas leveduras, que podem ser inibidas por compostos fenólicos oriundos da lignina, no processo de obtenção de etanol 2G que utiliza Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 146 pré-tratamentos físicos, por exemplo. Estes autores afirmam ainda que o SMS de empresas especializadas em produção de cogumelos comerciais é um ativo para geração de etanol. Outros trabalhos corroboram com a expectativa para uso de SMS como fonte de bioetanol, como foi o estudo realizado por Asada et al45, que demonstraram que o SMS de L. edodes pré-tratado por explosão a vapor, e então submetido simultaneamente a sacarificação e fermentação, apresentou um rendimento teórico de 87,6% de etanol. Feldman et al46 após estudarem a destoxificação de 5-Hidroximetilfurfural (HMF) por enzimas lignolíticas aryl-alcool oxidase e dehidrogenase de P. ostreatus, sugeriram que este macrofungo pode ser potencialmente integrado como parte do processo de pré-tratamento físico-químico de biomassas vegetais utilizadas na obtenção de etanol 2G. A integração poderia ser pelo uso direto do fungo ou suas enzimas, pela mineração de pool de genes a ser expressos de forma heteróloga em leveduras, ou por outros micro-organismos produtores de biocombustíveis. Biodiesel: enzimas de macrofungos (SMS) e integração com ração animal Pesquisadores da Embrapa Agroenergia, Brasília, têm trabalhado com a potencial integração entre a cadeia produtiva de biodiesel e a produção de cogumelos comestíveis, tendo o viés da destoxificação de tortas oleaginosas (tóxicas), assim após a colheita dos cogumelos o SMS serviria de insumo para rações animais. A torta/farelo destas oleaginosas, no entanto, possuem compostos tóxicos/antinutricionais que limitam sua utilização para ração animal, como ocorre com a soja, matéria-prima principal de obtenção de biodiesel no Brasil. No caso do pinhão-manso, diversos estudos com animais, ruminantes (bovinos e caprinos) ou não (camundongos, ratos, frangos, peixe, humanos), demonstraram que as sementes são tóxicas, e dependendo da dose podem levar os animais à morte em poucos dias. Mesmo após a extração do óleo, a torta permanece rica em compostos tóxicos extremamente termoestáveis, os ésteres de forbol. Já a utilização do farelo de algodão na alimentação animal é limitada devido ao gossipol, substância química que causa efeitos negativos no crescimento, reprodução e desempenho de animais que a consome. Diversas estratégias químicas ou biológicas têm sido abordadas na tentativa de resolver este problema, no entanto algumas destas estratégias são inviáveis economicamente, ou então resolvem parcialmente o problema da toxidade, o que possibilita apenas a mistura de um percentual muito baixo da torta “destoxificada” na ração animal. Os macrofungos têm sido utilizados em diversas ações de biorremediações e destoxificação. Neste sentido, o grupo de pesquisa da Embrapa Agroenergia iniciou o cultivo de macrofungos em substratos contendo tortas de pinhão-manso e caroço de algodão, e tem alcançado resultados promissores na destoxificação das referidas tortas (dados não publicados). Teoricamente, os macrofungos durante o crescimento produzem enzimas que poderiam agir auxiliando na destoxificação destes coprodutos, além de enriquecer nutricionalmente o mesmo, pois são capazes de digerir parcialmente o material fibroso e aumentar o teor proteico. Este trabalho vislumbra a sustentabilidade econômica-social e ambiental do processo, que busca a integração regional de diferentes cadeias produtivas (biodiesel, alimentos e agropecuária). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 147 Outra ação que a Embrapa Agroenergia está desenvolvendo com macrofungos na cadeia produtiva de oleaginosas (biodiesel) é a busca de lipases que possam ser utilizadas nos processos de bioesterificação dos óleos brutos em biodiesel. A justificativa para este trabalho está baseada na importância das lipases no processo de transesterificação de óleos em biodiesel, e, pela pouca quantidade de trabalhos relatados sobre a produção deste grupo enzimático por macrofungos47-49. Bancerz e Ginalska50 identificaram a aprodução de lipases por basidiomiceto Bjerkandera adusta. Outro relato de lipases em basidiomicetos foi dado por Shu et al51, que estudaram a espécie Antrodia cinnamonea. Krupodorova et al52 realizaram uma triagem de seis atividades de enzimas extracelulares que poderiam estar presentes em macrofungos. Estes autores encontraram atividades de lipase em 26 espécies de macrofungos, demostrando assim a habilidade destes micro-organismos em utilizar os lipídios como fonte de carbono. As espécies que demostraram maior intensidade de cor e quantidade de resíduo, de acordo com teste realizado, foram Crinipellus schevczenkovi e Ganoderma lucidum. Uma lipase de Schizophyllum commune ITSL04 foi imobilizada para produção de FAMEs (inglês, Fatty Acid Methyl Ester) de microalgas produtoras de óleosl53. Segundo estes autores, a melhor condição de transesterificação testada apresentou rendimento de aproximadamente 94% de FAMEs, depois de 24 horas de processo. Também informaram que a lipase imobilizada manteve a atividade acima de 90% após quatro ciclos de uso, concluindo que esta enzima imobilizada da forma que foi testada exibe potencial aplicação industrial. Este mesmo grupo de pesquisa relataram em outra publicação, Singh et al54, que haviam purificado uma lipase termo-alcalotolerante produzida por este basidiomiceto, utilizando sementes de Leucena sp., como fonte de carbono. SMS em outras aplicações tecnológicas e biotecnológicas Cogumelos têm sido utilizados como alimentos e medicamentos por milhares de anos. Devido ao baixo teor de gordura e ausência de colesterol, muitos cogumelos são excelentes fontes de proteínas e polissacarídeos. Existem várias proteínas de cogumelos com atividades biológicas interessantes, como lectinas, proteínas imunomoduladoras fúngicas (inglês, FIP), ribossomo inativação de proteínas (RIP), ribonucleases, lacases, e outras proteínas, que se tornaram fontes populares de antitumoral naturais, antivirais, antimicrobianos, antioxidantes, e agentes imunomoduladores55. Zhu et al22 isolaram e purificaram de SMS, após três ciclos de colheita de L. edodes, um polissacarídeo solúvel em água inicialmente denominado de PL. Para avaliar atividade antibacteriana desse polissacarídeo foi realizado o teste de concentração inibitória mínima (MIC) contra Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Sarcina lutea. A atividade antibacteriana contra E. coli foi mais efetiva (MIC-12,5 g/mL), enquanto contra Staphylococcus aureus e Sarcina lutea as concentrações inibitórias mínimas foram de 25 e 100 g/mL, respectivamente. Os resultados obtidos nesse trabalho indicam que esse polissacárido, isolado de SMS, possui potencial para ser usado no retardo da deterioração de alimentos, na prevenção de intoxicação alimentar e aplicações farmacêuticas. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 148 Além dessas biomoléculas, os SMS também podem ser usados como matéria-prima para produção em massa de micro-organismos, como Bacillus thuringiensis, por fermentação em estado sólido. Wu et al56, exploraram um método de baixo custo para a produção em massa de B. thuringiensis utilizando quatro combinações de meios com base em SMS e conseguiram atingir um custo de produção de aproximadamente US$ 0,075/Kg. As condições de fermentação utilizadas no experimento foram otimizadas para uma temperatura de 32°C, pH 6, teor de humidade a 50%, com proporção de material peneirado do SMS para o material inicial de 1:3, e um volume de inoculo de 0,5 mL. Sua produção foi considerada de média a ótima e foi registrada uma alta toxicidade e persistência de larvicida no produto, demonstrando que o uso do SMS pode ser eficiente e econômico para a produção industrial em larga escala de biopesticidas à base de B. thuringiensis. SMS também mostrou potencial para ser usado na vermicompostagem, principalmente na produção de Lumbricus rubellus57. Velasco et al58 mostraram ser possível a adição de até 17% de SMS na argila para produção de tijolos. Segundo os autores, esse nível de adição é segura, e ainda relatam que os tijolos produzidos a partir da adição de SMS reduzem em 10% a transmissão térmica equivalente quando comparados aos tijolos tradicionais, proporcionando um isolamento térmico mais eficiente nas construções, o que resulta uma economia de energia importante. CONSIDERAÇÕES FINAIS O SMS possui inúmeras aplicações tecnológicas e biotecnológicas que estão sendo exploradas por pesquisadores em diferentes países. O grande foco está na destinação desse resíduo como ração animal. Dados literários aqui apresentados corroboram o grande potencial nutricional desse resíduo, além de melhorarem aspectos fisiológicos dos mesmos. A geração de biocombustíveis oriunda de SMS do sistema produtivo tem sido explorado com afinco, visualizando a diminuição de processos de pré-tratamentos e/ou minimizando processos e custos subsequentes com enzimas, por exemplo, no caso de etanol de segunda geração. Esses resíduos (subprodutos) também podem ser aplicados na descontaminação de solos e águas contaminadas, produção enzimática, produção de bioativos e de biofertilizantes. Existem diversas possibilidades viáveis de se agregar valor ao SMS, no entanto, a destinação deste material irá depender de estudos sobre todas essas vias, considerando-se as regiões do mundo que possuem o costume de consumir cogumelos comestíveis e atraindo outras para o potencial da fungicultura como fonte alternativa de obtenção de alimentos. REFERÊNCIAS 1. Dias ES. Mushroom cultivation in Brazil: challenges and potential for growth. Ciência e Agrotecnologia. 2010; 34:795-803. 2. Food And Agriculture Organization Of The United Nations (FAO): [citado em 2015 fev. 23]. Disponível em: http://faostat3.fao.org/browse/Q/*/E. 3. Li Y. Present development situation and tendency of edible mushroom industry in China. In: 18th Congress of the International Society for Mushroom Science. 2012 3-9; Beijing, China. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 149 4. Phan CW, Sabaratnam V. Potential uses of spent mushroom substrate and its associated lignocellulosic enzymes. Applied Microbiology and Biotechnology. 2012; 96: 863–873. 5. Singh AD, Vikineswary S, Abdullah N, Sekaran M. Enzymes from spent mushroom substrate of Pleurotus sajor-caju for the decolourisation and detoxification of textile dyes. World Journal of Microbiology and Biotechnology. 2011; 27: 535–545. 6. Barry J, Doyle O, Grant J, Grogan H. Supplementary of spent mushroom substrate (SMS) to improve the structure and productivity as a casing material. In: 18th Congress of the International Society for Mushroom Science. 2012 735–742; Beijing, China. 7. Oei P, Albert G. Recycling casing soil. In: 18th Congress of the International Society for Mushroom Science. 2012 757–765; Beijing, China. 8. Kapu NUS, Manning M, Hurley TB, Voigt J, Cosgrove DJ, Romaine CP. Surfactant-assisted pretreatment and enzymatic hydrolysis of spent mushroom compost for the production of sugars. Bioresource Technology. 2012; 114: 399–405. 9. Finney KN, Ryu C, Sharifi VN, Swithenbank J. The reuse of spent mushroom compost and coal tailings for energy recovery: comparison of thermal treatment technologies. Bioresource Technology. 2009; 100: 310–315. 10. Instituto de Economia Agrícola – IEA: [citado em: 2015 mar. 9]. Disponível em: www.iea. sp.gov.br/out/index.php. 11. Koutrotsios G, Mountzouris KC, Chatzipavlidis I, Zervaki GI. Bioconversion of lignocellulosic residues by Agrocybe cylindracea and Pleurotus ostreatus mushroom fungi – Assessment of their effect on the final product and spent substrate properties. Food Chemistry. 2014; 161: 127–135. 12. Belewu MA, Belewu KY. Cultivation of mushroom (Volvariella volvaceae) on banana leaves. African Journal of Biotechnology. 2005; 4: 1401-1403. 13. Chu GM, Ha JW, Song YM. Effects of substitution of fermented king mushroom byproducts diet on the growth performance, carcass traits and economics of fattening pigs. Journal of Animal Science and Technology. 2013; 55: 273-280. 14. Kim YI, Lee YH, Kim KH, Kim L, Oh YK, Moon YH, Kwak WS. Effects of supplementing microbially-fermented spent mushroom substrates on growth performance and carcass characteristics of hanwoo steers (a field study), Journal of Animal Science. 2012; 25(11): 1575-1581. 15. Kim MK, Lee H G, Park JA, Kang SK, Choi YJ. Recycling of fermented sawdust-based oyster mushroom spent substrate as a feed supplement for postweaning calves. Journal of Animal Science. 2011; 24(4): 493 – 499. 16. Azevedo RS. Caracterização físico-química e microbiológica no processo da compostagem na produção do cogumelo Agaricus brasiliensis e a utilização do composto de Pleurotus sp. na suplementação de ração de frango de corte. Tese de doutorado em Ciências dos Alimentos. Brasil: Universidade Federal de Lavras, 2014. 17. Guillamon E, Garcia-Lafuente A, Lozano M, D’arrigo M, Rostagno MA, Villare A, Martínez JA. Edible mushrooms: Role in the prevention of cardiovascular diseases. Fitoterapia. 2010; 81: 715-723. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 150 18. Wolff ERS, Wisbeck E, Silveira MLL, Gern RMM, Pinho MSL, Furlan SA. Antimicrobial and antineoplasic activity of Pleurotus ostreatus, Applied Biochemistry and Biotechnology. 2008; 151(2-3): 402–412. 19. Poli FV. Efeito De Diferentes Extratos de Pleurotus djamor e Pleurotus sajor-caju Sobre Células Vero e Células De Sarcoma 180. Joinville, Universidade da Região de Joinville, 2013, p. 105. 20. Park JH, Kim SW, Do YJ, Kim H, Ko YG, Yang BS, Shin D, Cho YM. Spent Mushroom Substrate Influences Elk (Cervus Elaphus Canadensis) Hematological and Serum Biochemical Parameters. Journal of Animal Science. 2012; 25(3): 320-324. 21. Ogbo FC. Conversion of cassava wastes for biofertilizer production using phosphate solubilizing fungi. Bioresource Technology. 2010; 101: 4120–4124. 22. Zhu H, Sheng K, Yan E, Qiao J, Lv F. Extraction, purification and antibacterial activities of a polysaccharide from spent mushroom substrate. International Journal of Biological Macromolecules. 2012; 50: 840–843. 23. Ribas LCC, De Mendonça M.M, Camelini CM, Soares CHL. Use of spent mushroom substrates from Agaricus subrufescens (syn. A. blazei, A. brasiliensis) and Lentinula edodes productions in the enrichment of a soil-based potting media for lettuce (Lactuca sativa) cultivation: Growth promotion and soil bioremediation. Bioresourse technology. 2009; 100(20): 4750-4757. 24. Teixeira CP. Produção de mudas e frutos de morangueiro em diferentes sistemas de cultivo. Brasil: Universidade Federal de Lavras, 2011. 25. Lopes RPX. Produção de mudas e frutos de tomateiro a partir de composto pós-cultivo do cogumelo Agaricus subrufescens. Dissertação de mestrado em Microbiologia Agrícola. Brasil: Universidade Federal de Lavras, 2014. 26. Mougin C, Kollmann A, Jolivalt C. Enhanced production of laccases by the fungus Trametes versicolor by the addition of xenobiotics. Biotechnology Letters. 2002; 24:139–142. 27. Norhaslida R, Halisa R, Lakarima L, Daniala MI, Lowa JC, Naimahb MS. Chemical alteration of banana pseudostems by white rot fungi. Biomass and Bioenergy. 2014; 61: 206–210. 28. Sánchez C. Lignocellulosic residues: biodegradation and bioconversion by fungi. Biotechnology Advances. 2009; 27: 185-194. 29. Maciel GM, Bracht A, Souza CGM, Costa AM, Peralta RM. Fundamentals, diversity and application of white-rot fungi. In: Silva AP, Sol M (eds) Fungi: types, environmental impact and role in disease. Nova Science Publishers; 2012 409-457, New York. 30. Michałowicz J, Duda W. Phenols – Sources and Toxicity (Review). Polish Journal of Environmental Studies. 2007; 16(6): 347-362. 31. Das BC, Sinha P, Banik KMSD, Das M. Studies on removal of Phenol from contaminated water source by microbial route using Bacillus cereus. International journal of current research and academic review. 2014; 2(1): 179-184. 32. Koshy J, Chandran N, Nambisan P. Biodegradation of phenol using spent substrate of pleurotus sp. World journal of pharmacy and pharmaceutical sciences. 2012; 1(2): 656-661. 33. Lim SH, Lee YH, Kang HW. Efficient recovery of lignocellulolytic enzymes of spent mushSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 151 room compost from oyster mushrooms, Pleurotus spp., and potential use in dye decolorization. Mycobiology. 2012; 41(4): 214-220. 34. Chunlan M, Yongzhong F, Xiaojiao W, Guangxin R. Review on research achievements of biogas from anaerobic digestion. Renewable and Sustainable Energy Reviews. 2015; 45: 540555. 35. Yi Z, Jia Z, Fuqing X, Yebo L.Pretreatment of lignocellulosic biomass for enhanced biogas production. Progress in Energy and Combustion Science. 2014; 42: 35-53. 36. Bisaria R, Madan M, Mukhopadhyay SN. Production of Biogas from Residues From Mushroom Cultivation. Biotechnology Letters. 1983; 5(12): 811-812. 37. Bisaria R, Vasudevan P, Bisaria VS. Utilization of spent agro-residues from mushroom cultivation for biogas production. Applied Microbiology and Biotechnology. 1990; 33: 607-609. 38. Lin Y, Ge X, Li Y. Solid-state anaerobic co-digestion of spent mushroom substrate with yard trimmings and wheat straw for biogas production. Bioresource Technology. 2014; 169: 468-474. 39. Nguyen VCN, Fricke K. Energy recovery from anaerobic co-digestion with pig manure and spent mushroom compost in the Mekong Delta. Journal of Vietnamese Environment. 2012; 3(1): 4-9. 40. Sgc – Swedish Gas Technology Centre. Fungal pretreatment of straw for enhanced biogas yield. Rapport. 2013; 279. 41. Yunqin L, Xumeng G, Zhe L, Yebo L. Integration of Shiitake cultivation and solid-state anaerobic digestion for utilization of woody biomass. Bioresource Technology. 2015; 182: 128135. 42. Xiao-Shuang S, Xian-Zheng Y, Yu-Ping W, Shu-Juan Z, Yan-Ling Q, Rong-Bo G, Li-Sheng W. Modeling of the methane production and pH value during the anaerobic co-digestion of dairy manure and spent mushroom substrate. Chemical Engineering Journal. 2014; 244: 258263. 43. Siqueira FG, Brasil BSAF, Miranda CHB, Dias ES. Potencial integração entre a fabricação de etanol celulósico e a cadeia produtiva de cogumelos no Brasil. VII SIMPOSIO INTERNACIONAL SOBRE COGUMELOS NO BRASIL (SICOG). Manaus, 2013. 44. Balan V, Sousa LD, Chundawat SPS, Vismeh R, Jones AD, Dale BE. Mushroom spent straw: a potential substrate for an ethanol-based biorefinery. Journal of Industrial Microbiology & Biotechnology. 2008; 35: 293-301. 45. Asada C, Asakawa A, Sasaki C, Nakamura Y. Characterization of the steam-exploded spent Shiitake mushroom medium and its efficient conversion to ethanol. Bioresource Technology. 2011; 102: 10052-10056. 46. Feldman D, Kowbel DJ, Glass NL, Yarden O, Hadar Y. Detoxification of 5-hydroxymethylfurfural by the Pleurotus ostreatus lignolytic enzymes aryl alcohol oxidase and dehydrogenase. Biotechnology for Briofuels. 2015; 8:63. 47. Goud MJP, Suryam A, Lakshmipathi V, Charya MAS. Extracellular hydrolytic enzyme profiles of certain South Indian basidiomycetes. African Journal of Biotechnology. 2009; 8: 354-360. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 152 48. Verma N, Thakur S, Bhatt AK. Microbial lipases: industrial applications and properties (a review). International Research Journal of Biological Sciences. 2012; 1(8): 88-92. 49. Thakur S. Lipases, its sources, properties and applications: a review. International Journal of Scientific & Engineering Research. 2012; 3(7): 1-29. 50. Bancerz R, Ginalska G. A novel thermostable lipase from Basidiomycete Bjerkandera adusta R 95: characterization and esterification studies. Journal of Industrial Microbiology and Biotechnology. 2007; 34(8): 553-560. 51. Shu Ch.-H, Xu Ch.-J, Lin G.-Ch. Purification and partial characterization of a lipase from Antrodia cinnamomea. Process Biochemistry. 2006; 41: 734-738. 52. Krupodorova T, Ivanova T, Barshteyn V. Screening of extracelular enzymatic activity of macrofungi. Journal of Microbiology, Biotechnology and Food Sciences. 2014. 53. Singh J, Singh MK, Kumar M, Thakur IS. Immobilized lipase from Schizophyllum commune ISTL04 for the production of fatty acids methyl esters from cyanobacterial oil. Bioresource Technology. 2015. 54. Singh MK, Singh J, Kumar M, Thakur IS. Novel lipase from basidiomycetes Schizophyllum commune ISTL04, produced by solid state fermentation of Leucaena leucocephala seeds. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic. 2014; 110: 92-99. 55. Xu X, Yan H, Chen J, Zhang X. Bioactive proteins from mushrooms. Biotechnology Advances. 2011; 29: 667-674. 56. Wu S, Lan Y, Huang D, Peng Y, Huang Z, Xu L, Gelbic I, Lejarazu RC, Guan X, Zhang L, Zou S. Use of Spent Mushroom Substrate for Production of Bacillus thuringiensis by Solid -State Fermentation. Journal of Economic Entomology. 2014; 107(1): 137-143. 57. Bakar A, Mahmood N, Teixeira-Da-Silva J, Abdullah N, Jamaludin A. Vermicomposting of sewage sludge by Lumbricus rubellus using spent mushroom compost as feed material: Effect on concentration of heavy metals. Biotechnology and Bioprocess Engineering. 2011; 16: 1036-1043. 58. Velasco PM, Ortiz MPM, Giro MAM, Castelló MCJ, Velasco LM. Development of better insulation bricks by adding mushroom compost wastes. Energy and Buildings. 2014; 80: 1722. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 153 COMERCIALIZAÇÃO DE COGUMELOS COMESTÍVEIS FIGUEIREDO, G.J.B.1* Casa da Agricultura de Caraguatatuba Regional de Pindamonhangaba Coordenadoria de Assistência Técnica Integral Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Autor correspondente: Gilberto Job Borges De Figueiredo Coordenadoria de Assistência Técnica Integral Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo *Autor correspondente: [email protected] 1 A comercialização de cogumelos comestíveis no Brasil ainda é relativamente pequena frente ao tamanho da nossa população. Os principais cogumelos comercializados no Brasil são: Champignon de Paris (Agaricus bisporus) que corresponde a boa parte do que é comercializado, o Shiitake (Lentinula edodes) e o Shimeji (Pleurotus sp). Aqui, os cogumelos ainda são comercializados como produtos nobres, com alto valor comercial. Porém alguns cogumelos como o “Champinhon de Paris” e o “Shimeji” vêm aos poucos se popularizando e ficando mais acessíveis. Mesmo assim, uma comercialização feita de forma correta é o grande trunfo do produtor de cogumelos. É preciso estar atento a alguns itens como: Listar investimentos iniciais, definir impostos que incidirão sobre o empreendimento, calcular a depreciação dos bens, estimar a demanda e o faturamento, Calcular os custos e preço de venda e elaborar um balanço de resultados e calcular o tempo de retorno do capital investido. A colheita deve ser feita no momento correto e de forma que garanta uma boa higienização do produto, bem como é fundamental realizar a seleção e classificação do produto, atendendo as especificações do mercado consumidor. Deve-se levar em consideração aspectos como tamanho, tipo, forma, cor e ponto de colheita, sempre de forma a atender as exigências e solicitações do mercado consumidor a ser atendido. O produtor precisa ficar atento a embalagem, que deve valorizar o produto, com a identificação adequada e que atenda a legislação como a rotulagem e identificação, ser higiênica e conservar adequadamente o produto, além de ser prática. A embalagem irá ditar o tempo de permanencia na prateleira no ponto de venda, bem como a resistencia ao transporte e o atendimento as exigências do mercado externo e interno. Não basta o produto ser bom, ele tem que parecer bom! Esta afirmação, nos leva a conscientização de para comercializar bem e obter um bom valor de venda é fundamental que o produtor adote estratégias de markentig, que como já diria “Teodore Levit”, nada mais é do que “conquistar e manter clientes”. Assim, ficar atento ao produto, existência de uma marca, preço adequado ao publico, distribuição de maneira uniforme, e promoção quando for necessário, pode ser a diferença entre ter lucro ou não nesSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 154 ta cadeia produtiva. Hoje existe diversos canais de distribuição como a venda direta, feiras livres, varejões, supermercados, hotéis, restaurantes e lanchonetes, cozinhas industriais e novos canais. A comercialização deve ser voltada ao mercado, sendo que quem faz a escolha é o consumidor e por isso as novidades devem ser trabalhadas e não pode haver descontinuidade de fornecimento. Os cogumelos devem ser constantemente promovidos e divulgados, pois o lucro na atividade irá acontecer no medio a longo prazo e somente assim poderemos aumentar o consumo no país e com isso, melhorar as vendas e o crescimento da cadeia como um todo. Um produtor informado sobre os pontos que envolvem a comercialização, preços praticados, condições de mercado, consumo, padronização e embalagem tem maiores possibilidades de vender melhor seu produto, conseguindo lucros maiores. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 155 RESUMOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS APRESENTADOS EM FORMATO DE PÔSTER PÔSTER 1. AÇÃO BIOLÓGICA DE CAMOMILA CULTIVADA COM FUNGOS������������������������������������������ 165 Mariane Cristina Mendes, Aline Ratuchne e Sandriele Aparecida Noriler Orientadora: Herta Stutz Dalla Santa PÔSTER 2. APROVEITAMENTO DE PALHA DE FEIJÃO PARA A PRODUÇÃO DE COMPOSTO UTILIZANDO DIFERENTES LINHAGENS DE Agaricus bisporus�������������������������������������������������������������������������� 167 Beatriz Lívero Carvalho, Fernanda Aparecida Dourado e Gustavo de Souza Tolardo Orientador: Diego Cunha Zied PÔSTER 3. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE ABACAXI (Ananas sp) NO CULTIVO IN VITRO DE Lentinula edodes����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 169 Nuriely de Sá Teixeira, Vanessa Costa Alves Galúcio, Adriana da Silva Nunes e Gabriellen Yasmine de Oliveira Pedreno Orientadora: Ceci Sales-Campos PÔSTER 4. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DO GANODERMA LUCIDUM EM CULTURAS DE Pseudomonas aeruginosa E Staphylococcus aureus���������������������������������������������������������������������������������������� 171 Bruna Amabili Dezzotti e Jeniffer Cristina Vicente Mourão Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 5. AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO COGUMELO Agaricus sylvaticus��������������������������� 173 Raquel Bragante Gritte, Brunna Tavares Baptista, Keisy Menezes da Silva, Edgar Matias Bach Hi e Fabiana Gaspar Gonzalez, Orientadora: Erna Elisabeth Bach PÔSTER 6. AVALIAÇÃO DE CAMUNDONGOS INDUZIDOS A DIABETES POR DIETA HIPERGLICIDICA E TRATAMENTO COM EXOPOLISSACARÍDEO DE Tremella fuciformis������������������������������������������������������ 174 Mariana Yuri Soares Motoshima, Juliana Rodrigues Nascimento, Jorge Augusto da Silva Junior, Aldrim Sayuri Kubo Campanha, Victor Mendes de Brito e Keisy Menezes da Silva Orientadora: Erna Elisabeth Bach PÔSTER 7. AVALIAÇÃO DO COGUMELO SHIITAKE (Lentinula edodes) SOBRE O BLOQUEIO NEUROMUSCULAR IN VITRO DA SERPENTE Bothrops jararacussu����������������������������������������������������������������� 176 Natália Tribuiani, José Carlos Cogo e Marli Gerenutti Orientadora: Yoko Oshima-Franco PÔSTER 8. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE Ganoderma lucidum QUANDO INCORPORADO EM GEL DE FIBROÍNA���������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 178 Ameris Leticia Foramiglio, Leticia Favara Laurino, Norberto Aranha e Denise Grotto Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 9. BETA-GLUCANA ISOLADA DO MICÉLIO DO COGUMELO MEDICINAL Grifola frondosa (“MAITAKE”)������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 180 Estefânia Viano da Silva, Marcelo Iacomini e Luciano Morais Lião Orientadora: Elaine Rosechrer Carbonero Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 159 PÔSTER 10. BOAS PRÁTICAS, PÓS-COLHEITA E AGREGAÇÃO DE VALOR A PRODUÇÃO FUNGÍCOLA DE PEQUENOS PRODUTORES JUQUITIBA/SP������������������������������������������������������������������������������������ 182 Sthefany Rodrigues Fernandes Viana Orientadoras: Meire Cristina Nogueira de Andrade e Marli Gerenutti PÔSTER 11. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ DE Lentinulas edodes������������������������������� 184 Thais Francine Ribeiro Alves, Márcia de Araújo Rebelo e Denise Grotto Orientador: Marco Vinicius Chaud PÔSTER 12. CASCA DE COCO VERDE COMO MATÉRIA-PRIMA PARA O CULTIVO DE Pleurotus spp��� 186 Antony Enis Virgínio Machado, Ana Paula Fernandes Araújo, Arailde Fontes Urben, Cristiane Vieira Helm, Ana Maria Costa, Carla Maísa Camelini e Simone Mendonça Orientador: Félix Gonçalves de Siqueira PÔSTER 13. CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE Ganoderma lucidum EM CÉLULAS NIH/3T3 AVALIADOS EM DILUIÇÕES SERIADAS���������������������������������������������������������������������������������������� 188 Carolina Komendir Carvalho, Leticia Favara Laurino e Angela Faustino Jozala Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 14. CORRIDA MICELIAL DE PLEUROTUS OSTREATUS, TESTANDO EFICIÊNCIA DE SEMENTES ARMAZENADAS POR 60 DIAS EM TEMPERATURA AMBIENTE E SOB REFRIGERAÇÃO��������������������� 190 Jéssica Marmentini, Danieli Ballmann Groff, Sandriele Aparecida Noriler e Júlia Marina Cadore Orientadora: Herta Stutz Dalla Santa PÔSTER 15. CRESCIMENTO IN VITRO DE COGUMELO Lentinulas edodes EM PSEUDOCAULE DE BANEIRA��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 192 Gabriellen Yasmine de Oliveira Pedreno, , Adriana da Silva Nunes, Vanessa Costa Alves Galúcio e Nuriely de Sá Teixeira, Orientadora: Ceci Sales-Campos PÔSTER 16. CRESCIMENTO MICELIAL DE Agaricus brasiliensis EM GRÃOS DE AVEIA�������������������� 194 Aline Ratuchne, Sandriele Aparecida Noriler, Waldir Eduardo Simioni Pereira e Mariane Cristina Mendes Orientadora: Herta Stutz Dalla Santa PÔSTER 17. CRESCIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus EM SUBSTRATO A BASE DE DIFERENTES COMBINAÇÕES DE RESÍDUO DE SISAL��������������������������������������������������������������������� 196 Cristiano Oliveira do Carmo, Rafael Mota da Silva, Ana Paula Araujo de Souza, Marcos de Souza Rodrigues Orientadora: Ana Cristina Fermino Soares PÔSTER 18. CRESCIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus EM SUBSTRATO À BASE DE RESÍDUOS DE SISAL E CACAU��������������������������������������������������������������������������������������������������� 198 Cristiano Oliveira do Carmo e Rafael Mota da Silva Orientadora: Ana Cristina Fermino Soares Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 160 PÔSTER 19. CRESCIMENTO MICELIAL DO Pleurotus ostreatus E Lentinus edodes EM RESÍDUOS AGRÍCOLA DE CACAU����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 200 Rafael Mota da Silva, Cristiano Oliveira do Carmo e Carlos Arthur Silva dos Santos, Orientadora: Ana Cristina Fermino Soares PÔSTER 20. DESENVOLVIMENTO E ESTUDO DA ESTABILIDADE DE GÉIS À BASE DE EXTRATOS HIDROGLICÓLICOS DE Lentinulas edodes COM POTENCIAL PARA TRATAMENTO DA HERPES LABIAL�������� 202 Marcia de Araújo Rebelo, Thais Francine Ribeiro Alves e Denise Grotto Orientador: Marco Vinicius Chaud PÔSTER 21. EFEITO ANTI-HIPERGLICEMIANTE DO EXTRATO AQUOSO DE Agaricus sylvaticus SCHAEFFER EM RATOS DIABÉTICOS DO TIPO 1�������������������������������������������������������������������������������������� 204 Raquel Bragante Gritte, Brunna Tavares Baptista, Bianca Ferreira de Maria, Bianca Demar Nascimento, Hanna Pereira Moreno, Vitoria Ramos Jayme, Erna Elisabeth Bach, Fabiana Gaspar Gonzalez. Mauricio Pereira Gouvinhas, José Marcelino Antônio Orientador: Edgar Matias Bach Hi PÔSTER 22.EFEITO DO CONGELAMENTO NA PRODUÇÃO DE ENZIMAS DE INTERESSE INDUSTRIAL POR Pleurotus ostreatus CULTIVADOS EM CASCAS DE CAFÉ�������������������������������������������������������������� 206 Márcio Walluce Pinheiro Rocha de Santana, Félix Gonçalves de Siqueira, Taísa Gomes Godoy, Thaís Danielle Duarte Santana, Clemente Batista Soares Neto, Katia dos Santos Morais, Bruna dos Santos Menezes, Alexandra de Souza e Lucas Magalhães Alcântara Orientadora: Patrícia Lopes Leal PÔSTER 23.EFEITO DO SHIITAKE (Lentinulas edodes) SOBRE O PERFIL GLICÊMICO DE RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERCALÓRICA������������������������������������������������������������������������������������������� 208 Fernanda Gomes Leite, Bruna Giovana Correa Chrispim de Oliveira, Sara Rosicler Vieira Spim Orientadora: Denise Grotto PÔSTER 24. EFEITO PROTETOR DO Lentinulas edodes (SHIITAKE) SOBRE A EXPOSIÇÃO MATERNO-FETAL AO METOTREXATO��������������������������������������������������������������������������������������������������������� 210 Ítalo Frizo, Thaisa Borim Picker, Marcia de Araújo Rebelo Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 25. EFEITOS DA INGESTÃO DE Lentinulas edodes (SHIITAKE) SOBRE PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS EM RATOS COM DIETA HIPERCALÓRICA������������������������������������������������������������������������ 212 Sara Rosicler Vieira Spim, Bruna Giovana Correa Chrispim de Oliveira e Fernanda Gomes Leite Orientadora: Denise Grotto PÔSTER 26. EFICIÊNCIA BIOLÓGICA E PRODUTIVIDADE DE DUAS LINHAGENS DO Pleurotus ostreatus var. florida CULTIVADOS EM SUBSTRATOS PREPARADOS COM DIFERENTES TEMPOS DE COMPOSTAGEM E POR ESTERILIZAÇÃO������������������������������������������������������������������������������������������������������ 214 André Ricardo Zanon, João Paulo Furlan de Jesus, Dennis Ryuiti Nakacima e Meire Cristina Nogueira de Andrade Orientadora: Marli Teixeira de Almeida Minhoni Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 161 PÔSTER 27. FITASES, PROTEASES E LACASES PRODUZIDAS POR BASIDIOMICETOS EM CULTIVO SUBMERSO COM TORTAS DE PINHÃO-MANSO OU CAROÇO DE ALGODÃO COMO FONTE DE CARBONO���� 216 Thaís Danielle Duarte Santana, Pérola de Oliveira Magalhães, Simone Mendonça, Ana Paula Fernandes Araújo, Taísa Gomes Godoy, Antony Enis Virgínio Machado, Araildes Fontes Urben, Cristiane Vieira Helm, Ana Maria Costa e Carla Maísa Camelini Orientador: Félix Gonçalves de Siqueira PÔSTER 28. IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO DE LINHAGENS PARA A PRODUÇÃO DE Pleurotus ostreatus EM Brachiaria sp��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 218 Amanda Souza Calixto da Silva, Juliane Cristina Miranda e Marcos José Correia Orientadora: Dejanira de Francechi de Angelis PÔSTER 29. INCORPORAÇÃO DOS EXTRATOS DE Ganoderma lucidum EM MEMBRANAS DE NANOCELULOSE BACTERIANA��������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 220 Giovana Sabadim, Marcia Nascimento Peres e Angela Faustino Jozala Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 30. INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE SERRAGEM NA PRODUTIVIDADE DO COGUMELO ENOKITAKE (Flammulina velutipes)������������������������������������������������������������������������������������������� 222 Tatiane Ferreira Pires Moreira e Mariana Carvalho Dias de Mello Orientador: Iwao Akamatsu PÔSTER 31. INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA SEMENTE PRODUZIDA EM SUBSTRATO ALTERNATIVO NO CRECIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus����������������������������������������������� 223 Danieli Ballmann Groff, Waldir Eduardo Simioni Pereira, Jéssica Marmentini e Sandriele Aparecida Noriler Orientador: Durinézio José de Almeida PÔSTER 32. INFLUÊNCIA DOS DIAS DE ARMAZENAMENTO NA PRODUTIVIDADE DO COGUMELO Pleurotus ostreatus UTILIZANDO SEMENTES DE SUBSTRATO ALTERNATIVO������������������������������������������� 225 Júlia Marina Cadore, David Chacón Alvarez, Danieli Ballmann Groff e Jéssica Marmentini Orientadora: Herta Stutz Dalla Santa PÔSTER 33. IRRIGAÇÃO DA CAMADA DE COBERTURA DE Agaricus subrufescens COM SOLUÇÃO NUTRITIVA PREPARADA COM O COMPOSTO COLONIZADO���������������������������������������������������������������� 227 Gustavo de Souza Tolardo, Fernanda Aparecida Dourado, Matheus Rodrigo Iossi e Beatriz Lívero Carvalho Orientador: Diego Cunha Zied PÔSTER 34. PERFIL GLICÊMICO DE CAMUNDONGOS DIABÉTICOS ALIMENTADOS COM Agaricus blazei ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 229 Ana Paula Fernandes Araújo, Taísa Godoy Gomes, Carlos Fernando S. Andrade e Eleuza R. Machado Orientadores: Félix Gonçalves de Siqueira e Simone Mendonça PÔSTER 35. PODA DE ÁRVORES E DE GRAMÍNEAS COMO SUBSTRATO BASE PARA O CULTIVO DE Ganoderma lucidum��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 231 Guilherme Polidoro Alquati, Olívia Gomes Martins, Otavio Augusto Alves Pessotto Siqueira e André Luiz Merthan Saad Orientadora: Meire Cristina Nogueira de Andrade Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 162 PÔSTER 36. PRODUTIVIDADE DE Pleurotus ostreatus INOCULADO COM SEMENTE ARMAZENADA SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE TEMPERATURAS����������������������������������������������������������������������������� 233 Waldir Eduardo Simioni Pereira, Danieli Ballmann Groff, Aline Ratuchne e Sandriele Aparecida Noriler Orientadora: Herta Stutz Dalla Santa PÔSTER 37. PRODUTIVIDADE, MASSA MÉDIA E NÚMERO DE COGUMELOS DO GÊNERO Agaricus bisporus EM COMPOSTO À BASE DE GRAMÍNEA��������������������������������������������������������������������������������� 235 Fernanda Aparecida Dourado, Matheus Rodrigo Iossi e Beatriz Lívero Carvalho Orientador: Diego Cunha Zied PÔSTER 38. RENDIMENTO DE COLHEITA MANUAL DO CHAMPIGNON DE PARIS NO LESTE PAULISTA�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 237 Patrícia Helena Nogueira Turco, Sílvia Regina de Toledo Valentini e Daniele de Fátima Ferreira de Lima Orientador: Daniel Gomes. PÔSTER 39. REVISÃO CRÍTICA DE MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DO Agaricus blazei��������������������������������������������������������������������������������������������������������� 239 Antonio Ademar Poles Junior, Bianca Hessel Maschio e Sara Rosicler Vieira Spim Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 40. TAXA RESPIRATÓRIA, PERDA DE MASSA E ESCURECIMENTO EM COGUMELOS PARIS (Agaricus bisporus) PROCESSADOS MINIMAMENTE�������������������������������������������������������������������� 241 Karina Miguel, Daniel Gomes e Ilana Urbano Bron Orientadora: Sílvia Regina de Toledo Valentini PÔSTER 41. USO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DO Ganoderma lucidum�������������������������� 243 André Luiz Merthan Saad, Otavio Augusto Alves Pessotto Siqueira, Sthefany Rodrigues Fernandes Viana Orientadora: Meire Cristina Nogueira de Andrade PÔSTER 42. USO MEDICINAL DE COGUMELOS: AVANÇOS CIENTÍFICOS E SUA CORRELAÇÃO COM A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA���������������������������������������������������������������������������������������������������������� 245 André Luís Pereira da Silva e Diego Rodrigues Favaro Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 43. UTILIZAÇÃO DE COMPOSTO EXAURIDO EM NOVOS CICLOS DE CULTIVO DE Pleurotus ostreatus��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 247 Otavio Augusto Pessotto Alves Siqueira, André Luiz Merthan Saad, André Ricardo Zanon, Dennis Ryuiti Nakacima e Emerson Tokuda Martos Orientadora: Meire Cristina Nogueira de Andrade PÔSTER 44. UTILIZAÇÃO DE TURFA DE MUSGO SPHAGNUM COMO CAMADA DE COBERTURA NO CULTIVO DE A. bisporus����������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 249 Matheus Rodrigo Iossi, Fernando Luiz Nunes Moura Dau e João Ailton Gílio Júnior Orientador: Diego Cunha Zied Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 163 PÔSTER 45. UTILIZAÇÃO DO HERBAL MEDICINES COMPENDIUM – HMC PARA O AUXILIO NA GARANTIA DE QUALIDADE DE DERIVADOS DO Ganoderma lucidum PRODUZIDOS DE ACORDO COM A FARMACOPEIA BRASILEIRA����������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 251 Natacha Cristina Monteiro Fernandes, Marina de Campos, Carolina Komendir Carvalho e Thaisa Borim Picker Orientadora: Marli Gerenutti PÔSTER 46. DESENVOLVIMENTO DE HAMBÚRGUER VEGETARIANO A BASE DE COGUMELOS DO GÊNERO Pleurotus E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES SENSORIAIS����������������������������������������������������������� 253 João Paulo Furlan de Jesus, Denis Ryuiti Nakacima, André Ricardo Zanon, Lidia Carolina Meira Arneiro Furlan de Jesus e Rogério Lopes Vieites Orientadora: Meire Cristina Nogueira de Andrade. PÔSTER 47. CUSTO DE PRODUÇÃO E RENTABILIDADE DO COGUMELO “CHAMPIGNON DE PARIS” NO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO - ESTUDO DE CASO������������������������������������������������������������������������ 260 Daniel Gomes e Malimiria Norico Otami Orientadora: Patricia Helena Nogueira Turco Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 164 PÔSTER 1. AÇÃO BIOLÓGICA DE CAMOMILA CULTIVADA COM FUNGOS MENDES, M.C.1*, RATUCHNE, A.1, NORILER, S.A.1, DALLA SANTA, H.S.2 Departamento de Biologia, 2Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual Do Centro-Oeste, Unicentro, Guarapuava/PR. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A maior parte dos estudos sobre os benefícios dos cogumelos para a saúde humana enfoca suas propriedades de estímulo imunológico. Ganoderma lucidum, um basidiomiceto com propriedades medicinais, ocupa lugar de destaque na tradicional medicina chinesa que o prescreve para uma série de enfermidades como hepatite, hipertensão, diabetes, úlceras e câncer gástrico. Pleorotus ostreatus é um grupo de cogumelos com alto valor nutricional, possuindo diversas propriedades terapêuticas e aplicações biotecnológicas. Devido à crescente demanda pelo uso de ingredientes naturais, os extratos de plantas estão cada vez mais em foco, como uma excelente alternativa para substituir os antioxidantes e antimicrobianos sintéticos. A camomila (Matricaria chamomilla) é uma planta que possui propriedades medicinais. OBJETIVOS Considerando o expressivo uso de cogumelos medicinais como arsenal terapêutico, o presente trabalho teve como objetivo cultivar os fungos G. lucidum e P. ostreatus em substrato a base de camomila e avaliar o possível crescimento desses cogumelos por dosagem do ergosterol. MÉTODOS O procedimento foi realizado separadamente para cada fungo. O meio de cultivo foi preparado em Erlenmeyers contendo água destilada com 5% (p/v) de flores da camomila moídas; chá de camomila sem flores, foram esterilizados a 121 °C por 15 minutos em autoclave. Esses meios foram inoculados com 10 mL da suspensão de inóculo e incubados a 25 °C a 120 rpm por 7 dias. O ensaio foi realizado em triplicata. O crescimento dos fungos foi avaliado de forma indireta pela dosagem de ergosterol no meio de cultivo. As análises de extração e dosagem de ergosterol foram feitas em triplicata. RESULTADOS O fungo G. lucidum teve maior crescimento na camomila quando comparado com o fungo P. ostreatus. Onde o G. lucidum inoculado com chá apresentou ±4,01 e quando inocuSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 165 lado com camomila moída apresentou ±4,86. Já o P. ostreatus inoculado no chá ±3,71 e inoculado na camomila moída ±3,2. CONCLUSÃO Com base nesses dados pode-se concluir que o G. lucidum consegue desenvolver-se bem no meio com camomila mesmo este não contendo lignina que é um dos componentes essenciais para seu crescimento, segundo a literatura. Também foi observado que esse fungo teve melhor crescimento em meio contendo camomila quando comparado com o meio Padrão (sintético), que apresentou ±6,42. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 166 PÔSTER 2. APROVEITAMENTO DE PALHA DE FEIJÃO PARA A PRODUÇÃO DE COMPOSTO UTILIZANDO DIFERENTES LINHAGENS DE AGARICUS BISPORUS CARVALHO, B.L.1, DOURADO, F.A.1, TOLARDO, G.S.1, ZIED, D.C.1* Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Dracena, Dracena/SP. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cultivo do cogumelo comestível Agaricus biporus, popularmente denominado “champignon”, se apresenta como uma atividade bastante promissora. A utilização de composto para o cultivo da espécie, além de ser ecologicamente viável, também deve apresentar vantagens como: período de compostagem curto, disponibilidade durante todas as épocas do ano e valor econômico reduzido. O presente estudo foi utilizado composto à base de palha de feijão, inoculado com 10 diferentes linhagens de Agaricus biporus. OBJETIVO O trabalho tem por objetivo avaliar a produtividade, massa média e número de cogumelos produzidos, com 10 espécies de Agaricus bisporus, utilizando composto à base de palha de feijão. MÉTODOS Para a execução do trabalho, foram utilizadas 10 diferentes tipos de linhagem de Agaricus bisporus, as quais as linhagens eram ABI 07/06, F-420, F-584, F-679, FF82, F-571, ABI 07/07, ABI 06/05, FF85, ABI 04/02. Para o cultivo do cogumelo, foi utilizado composto formulado a base de palha de feijão e bagaço de cana como material volumoso, adicionados de uréia, super fosfato simples, calcário e gesso. A camada de cobertura utilizada foi uma mistura de 75% de solo + 25% de carvão. O desenho experimental constou de um fatorial simples com 10 tratamentos, cada um com 6 repetições. Os resultados obtidos de produtividade, número e massa média de cogumelos foram submetidos ao Teste Tukey ao nível de 5%. RESULTADOS Após submetidos ao Teste Tukey, observou-se que a produtividade não obteve diferenças significativas, entretanto a linhagem ABI 06/05 obteve a maior produtividade (23,95%) e a linhagem FF82 a menor produtividade (12,23%). Já os resultados de massa média e número de cogumelos, obtiveram diferenças significativas. No número de cogumelos, a linhagem F-420 se diferenciou das demais, tendo um resultado de 378, enquanto as linhagens F-584, FF82 e ABI 07/07, tiveram menores resultados como 169,17; 116,50 e Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 167 137,17, respectivamente. Em massa média de cogumelo, as linhagens que se destacaram das demais foram ABI 06/05 e ABI 04/02, com valores de 11,98 g e 11,77 g, respectivamente. Já a linhagem F-420 apresentou menor massa média de cogumelos, com valor de 5,58 g. CONCLUSÃO As linhagens ABI 06/05 e ABI 04/02 apresentaram os melhores resultados de produtividade, número e massa média de cogumelos, se diferenciando das demais linhagens estudadas. A utilização de composto à base de palha de feijão é uma alternativa viável para os produtores de A. bisporus. APOIO Universidade Estadual Paulista (UNESP) / Pró-Reitoria de Extensão (PROEX). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 168 PÔSTER 3. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE ABACAXI (Ananas SP.) NO CULTIVO IN VITRO DE Lentinula edodes TEIXEIRA, N.S.1*, GALUCIO, V.C.A.2, NUNES, A.S.2, PEDRENO, G.Y.O.3, SALES-CAMPOS, C.4 Curso de Graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas, Parintins/AM; 2,3Curso de doutorado em Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas, Parintins/AM; 3Curso de Graduação em Ciências Biológicas; Universidade do Estado do Amazonas; 4Departamento CPPF, INPA, Manaus/AM. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cultivo de cogumelos comestíveis é um processo biotecnológico que requer o uso de um substrato adequado e que seja economicamente viável, sendo o aproveitamento de resíduos localmente abundantes com baixo ou nenhum valor comercial, uma alternativa para gerar produto de valor agregado (Acta. Scientiarum. Agronomy 29:23, 2007). Um dos resíduos que tem sido descartado no município de Parintins, são oriundos do processamento do Abacaxi (Ananas sp.) para a obtenção de polpa de fruta pela fábrica “Parintins Polpas” instalada na cidade, que anualmente destina ao aterro sanitário municipal cerca de 3 toneladas de resíduo desta fruta (casca e coroa). Fungos lignocelulolíticos como o Lentinula edodes são capazes de degradar diferentes tipos de resíduos a fim de obter nutrientes essenciais para o seu crescimento (Inst. Biol 73:303, 2006). Poucos trabalhos relatam o uso de resíduos agroindustriais oriundo do processamento de frutas como substrato para cultivo de cogumelos comestíveis (Simp. Nac. de Biotec. 16, 2007). Porém, para evitar desperdícios, o cultivo in vitro é importante para avaliar a viabilidade do resíduo e da linhagem fúngica utilizada. OBJETIVOS Avaliar a viabilidade de aproveitamento de resíduos de Abacaxi (Ananas sp.) para o cultivo de cogumelo comestível e verificar o crescimento de Lentinula edodes em meio de cultura formulado a partir destes resíduos. MÉTODOS Verificou-se o crescimento micelial de Lentinula edodes, em meios de cultura elaborados à base de cada resíduo de Abacaxi (Coroa e Casca), Carbonato de Cálcio (CaCO3), suplementados com farelo de milho (FM), pela técnica de infusão adaptada por SALES-CAMPOS (Tese. Universidade Federal do Amazonas, 197p. 2008), sendo usado como controle meio de cultura contendo o resíduo, dextrose e ágar (RDA), com cinco repetições para cada tratamento. Discos de 10 mm de diâmetro, da linhagem Led 36/13 (micoteca do laboratório de Fungos Comestíveis – INPA), foram inoculados no centro das placas de Petri contendo meio Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 169 de cultura. As culturas foram incubadas em estufa BOD à temperatura de 25 °C. A mensuração foi realizada a cada 24 horas até o fechamento da placa, com auxílio de régua milimetrada, na base de cada placa de Petri, em duas direções perpendiculares. RESULTADOS As culturas apresentaram crescimento a partir do terceiro dia após a inoculação em todos os tratamentos. Tendo variação no tempo de crescimento em dias até o preenchimento da placa, sendo para a Coroa de Abacaxi, de 16 a 17 dias (RDA) e 16 a 18 dias (RFM) e para Casca de Abacaxi, de 08 a 09 dias (RDA) e 10 a 11 dias (RFM), porém não foram diferentes estatisticamente. A média aritmética de crescimento observada foi de 2,31 cm (RDA) e 2,17 cm (RFM) para a Coroa de Abacaxi e 2,46 cm (RDA) e 2,36 cm (RFM) para a Casca de Abacaxi, sendo que ao nível de 5% de significância não foi evidenciada diferença estatística entre os tratamentos (somente resíduo e farelo de milho) e entre os resíduos utilizados. Qualitativamente, observou-se um crescimento mais adensado nas culturas em meio à base de coroa de Abacaxi. Os resultados foram avaliados pela análise de variância e as diferenças entre as médias determinadas pelo teste de Tukey (p≤0,05), programa Biostat 5.0. CONCLUSÃO Os resultados encontrados demonstraram que a utilização dos resíduos de Abacaxi, casca e coroa, podem ser uma opção para substituir resíduos tradicionais no cultivo de Lentinula edodes, com um bom crescimento micelial, tornando-se uma alternativa viável e ecologicamente correta. APOIO FINANCEIRO Programa Capes/Pró–Amazônia – Biodiversidade e Sustentabilidade, com o projeto: Macromicetos Amazônicos: conhecendo a sua diversidade e avaliando os seus potenciais biotecnológicos de modo sustentável. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 170 PÔSTER 4. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DO Ganoderma lucidum EM CULTURAS DE Pseudomonas aeruginosa E Staphylococcus aureus DEZZOTTI, B.A.1*, MOURÃO, J.C.V.1, GERENUTTI, M.1,2,3 Curso de Farmácia, 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos são fungos da divisão Basidiomycota que podem apresentar características nutritivas e medicinais, fato este, que os tornam importante fonte de estudos por parte de pesquisadores no mundo inteiro. O Ganoderma lucidum (G. lucidum) é tradicional na medicina chinesa que o prescreve para uma série de enfermidades como diabetes, úlceras, câncer gástrico, entre outras. Jong e Birmingham constataram no G. lucidum, atividade antibiótica, antiviral de relevância para este trabalho. O meio de cultura Agar Mueller-Hinton (AMH) é utilizado em testes de susceptibilidade antimicrobiana através do método de difusão em disco. Embora este meio de cultura seja geralmente confiável para testes de sensibilidade, os resultados obtidos podem, em algumas ocasiões, variar significativamente. OBJETIVO Avaliar a atividade antimicrobiana do extrato aquoso e do extrato hidroalcoólico do Ganoderma lucidum sobre Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, em meio de cultura Agar Mueller-Hinton. MÉTODOS Os corpos de frutificação do Ganoderma lucidum, amostras comerciais, foram desidratados em estufa com circulação e renovação de ar quente (40 oC, 72 horas) e o material seco foi submetido à moagem em moinho de facas e martelos. Preparação de extratos: (a) extrato aquoso: obtido por decocção, onde 25 g de pó moído de Ganoderma lucidum, na proporção de 50 g/L (m/v), foi aquecida até a temperatura de 100 °C e mantida durante um período de 5 horas, seguida de filtração simples; este filtrado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporção de 1:10 (m/v). (b) extrato hidroalcóolico: extração por percolação simples, o cogumelo moído foi acondicionado em um recipiente cônico (percolador), através do qual se passou o líquido extrator (etanol 70%, na quantidade mínima de 10 vezes a massa empregada), a 30 gotas por minuto, até o esgotamento do pó; o percolado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporção de 1:10 (m/v). As concentrações estudadas foram: 500 µg/mL, 400 µg/mL, 300 µg/mL, 200 µg/ mL e 100 µg/mL. Obtenção das placas: As placas de petri foram desengorduradas e esterilizadas em autoclave junto com o meio de cultura AMH e demais vidrarias. O meio de cultura foi Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 171 adicionado nas placas, o qual se gelatinizou em torno de uma hora. As bactérias (Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus) foram inoculadas nas placas com swab, onde foram adicionados os discos embebedados dos extratos. Foram realizadas as leituras de 24, 48 e 72 horas após o procedimento. RESULTADOS Nos experimentos realizados com os dois extratos de Ganoderma lucidum não foi observada ação antimicrobiana em nenhuma das concentrações utilizadas. CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos, não se pode afirmar que os extratos apresentam ação antimicrobiana nas bactérias Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus em nenhuma das concentrações utilizadas. APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo: 01.10.0659.00 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 172 PÔSTER 5. AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DO COGUMELO Agaricus sylvaticus GRITTE, R.B.1, BAPTISTA, B.T.1, SILVA, K.M.2, HI, E.M.B.3, GONZALEZ, F.G.4, BACH, E.E.5* Curso de Biomedicina, Unilus, Santos/SP; 2Curso de Biomedicina, Uninove; 3Cursos de Biomedicina e Medicina, Unilus-Nabex; 4Cursos de Biomedicina, Enfermagem, Radiologia e Medicina, Unilus-NAFT, 5Departamento de Saúde, Curso Biomedicina, Uninove/SP. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO No Brasil, Agaricus sylvaticus, popularmente denominado como Cogumelo do sol, tem sido usado como nutricêutico. Suas funções terapêuticas são, na maioria, atribuídas aos polissacarídeos beta-glucanas, podendo estas se encontrar incorporadas às proteínas. OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho foi avaliar a citotoxicidade in vitro desse cogumelo. Os testes em culturas celulares são os mais empregados para a determinação da citotoxicidade de extratos. MÉTODOS A avaliação da citotoxicidade foi por intermédio das alterações da morfologia celular da linhagem celular MDBK em microscópio óptico invertido. O extrato foi preparado com a quantidade de 1 g do cogumelo triturado em 40 mL de água, apresentando 120 mg de beta glucana. O extrato foi dissolvido em Meio de Cultura Eagle Mínimo para uma concentração final de 4 mg/mL. Para verificar a alteração, diluições do extrato foram transferidas para uma microplaca de 96 orifícios com uma monocamada confluente de células e então observadas até 72 h para determinar a concentração máxima não citotóxica (CMNC). RESULTADOS Os resultados demonstraram que células controles apresentaram 100% de leitura no espectrofotômetro Elisa Reader dando resposta de leitura de Abs 1,368. Nas células tratadas com o extrato apresentou leitura de 1,329, formalizando 96,4% de desenvolvimento. A diferença mínima de 4,6% indica que nenhuma citotoxicidade foi encontrada, quando avaliada concentração de 4 mg/mL. CONCLUSÃO Por conclusão é importante a determinação prévia da toxicidade de materiais para subsidiar estudos posteriores in vivo ou in vitro. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 173 PÔSTER 6. AVALIAÇÃO DE CAMUNDONGOS INDUZIDOS A DIABETES POR DIETA HIPERGLICIDICA E TRATAMENTO COM EXOPOLISSACARÍDEO DE Tremella fuciformis MOTOSHIMA, M.Y.S.1, NASCIMENTO, J.R.1, SILVA JUNIOR, J.A.1, CAMPANHA, A.S.K.1, BRITO, V.M.1, SILVA, K.M.1, BACH, E.E.2* Curso Biomedicina, Uninove; 2Departamento de Saúde, Uninove, São Paulo/SP. Autor correspondente: [email protected] 1 * INTRODUÇÃO O fungo Tremella fuciformis Berk apresenta a cor do micélio de branco a amarelado e o cogumelo tem sido conhecido como “snow fungus” apresentando a cor de branco a amarelado com aspecto gelatinoso sendo difícil o desenvolvimento em estufas. Como tem sido difícil a sua cultura, foi cultivado o fungo em meio de cultura sólido contendo semente de sorgo e, após 20 dias, extraído o exopolissacarídeo (EPS) da superfície e submetido a precipitação com álcool para uma semi-purificação. OBJETIVO O objetivo do presente trabalho foi analisar o efeito do EPS em camundongos induzidos a diabetes mellitus tipo 2 com dieta hiperglicídica. MÉTODOS Os animais foram divididos em seis grupos sendo: Grupo I: camundongo normais; Grupo II: camundongo induzidos ao diabetes; Grupo III: camundongo normais e recebendo por via oral (gavagem) 1 mmol do EPS/dia; Grupo IV: camundongo normais e recebendo por via oral (gavagem) 2mmol do EPS/dia; Grupo V: camundongo induzidos ao diabetes, e recebendo por via oral (gavagem) 1 mmol do EPS/dia; Grupo VI: camundongo induzidos ao diabetes, e recebendo por via oral (gavagem) 2 mmol do EPS/dia. Após 90 dias de dieta hiperglicídica com resultado positivo de diabetes, iniciou-se o tratamento com EPS por 60 dias. Os animais foram avaliados no período do tratamento mediante peso e glicemia. RESULTADOS Os resultados indicaram que animais com diabetes tiveram o peso reduzido quando comparado com grupo normal e tratados (com diferença significativa na estatística). Entre animais tratados com 1mmol e 2mmol de EPS, o resultado foi semelhante no peso isto é não teve diferença significativa. Em relação a glicemia, animais diabéticos apresentaram variação de 149 a 241g/dL, tendo esse aumento ocorrido no intervalo de tempo de 60 dias. Os animais controles no mesmo período apresentaram variação de 90 a 100mg/dL, enquanto que, Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 174 animais submetidos a diabetes e tratamento com EPS apresentaram decréscimo no período chegando a 98g/dL no final. CONCLUSÃO Por conclusão o EPS do fungo foi benéfico para controlar a diabetes tipo 2, com ação hipoglicemiante. APOIO FINANCEIRO CNPq (Processo 474681/2013). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 175 PÔSTER 7. AVALIAÇÃO DO COGUMELO SHIITAKE (Lentinula edodes) SOBRE O BLOQUEIO NEUROMUSCULAR IN VITRO DA SERPENTE Bothrops jararacussu TRIBUIANI, N.1,2,3, COGO, J.C.4, GERENUTTI, M.1,3 OSHIMA-FRANCO, Y.1,2,3* Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas; 2Laboratório de Junção Neuromuscular; 4Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/ SP; 3Serpentário do Centro de Estudo da Natureza, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos/SP. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os acidentes ofídicos são importantes problemas de Saúde Pública, especialmente em países tropicais, por conta da alta frequência com que ocorrem e pela significativa letalidade. Sendo complexa a produção do soro antiofídico e por poder causar alergias ao paciente, é de grande importância a investigação com novas possibilidades de tratamento. O cogumelo Lentinula edodes, popularmente shiitake (Stk), tem em sua composição a lentinana que mostrou uma atividade contra tumores e em animais foi efetivo contra as infecções causadas pelas bactérias E. coli, P. aeuruginosa e K. pneumoniae. No presente estudo foi avaliado a atividade antiofídica do Stk sobre a preparação nervo frênico-diafragma de camundongos. OBJETIVOS Este trabalho teve como objetivos determinar a curva dose resposta do stk, bem como avaliar sua capacidade neutralizante contra o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bothrops jararacussu (V.Bjssu). MÉTODOS As amostras de cogumelo in natura foram picadas e secas em estufa com circulação de ar (50 °C, por 24 horas), o material seco foi moído em moinho de facas até a obtenção de partículas homogêneas. O extrato hidroalcoólico Lentinula edodes foi obtido por processo de percolação com etanol 70%, até completo esgotamento, após maceração prévia por 24 horas (velocidade de 33 gotas/min), por 5 dias. O extrato obtido foi concentrado em rotavapor e liofilizado. O V.Bjssu liofilizado foi doado pelo Prof. Dr. JC Cogo, da UNIVAP, SJ dos Campos, SP. Os camundongos swiss foram adquiridos no Biotério da Anilab em Paulínia (SP) e ambientados em gaiolas, com livre consumo de ração e água no Biotério da UNISO. O projeto foi realizado segundo CEUA-ULBRA (protocolo 2010-11P). A preparação nervo-frênico diafragma (NFD) foi obtida de camundongos anestesiados com halotano e sacrificados por exsanguinação dos vasos cervicais e realizada segundo a técnica de Bülbring (1946) adaptado para camundongos. Após estabilização, foi realiSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 176 zada adição de uma das seguintes: Tyrode para controle da solução; 0,2; 0,5; 1 e 2 mg/ mL de Stk para a curva de dose resposta; 40 μg/mL de V.Bjssu para controle do veneno e 40 μg/mL de V.Bjssu + 2 mg/mL de Stk, previamente incubado por 30 minutos, para o ensaio de neutralização. Os resultados foram analisados estatisticamente e expressos como média + erro padrão. A significância das diferenças observadas foi determinada pelo teste t-student, com valor p< 0,05. RESULTADOS Para o ensaio da curva dose resposta do extrato de shiitake foi utilizado as concentração de 0,2; 0,5; 1 e 2 mg/mL, não foi observado nenhuma alteração da resposta contrátil em nenhuma das concentrações. Para a escolha da concentração para o ensaio da neutralização foi feita com a maior concentração (2mg/mL) que não foi observado nenhum dano à preparação. Após escolha da concentração para os ensaios de neutralização, foram realizados ensaios controle de V.Bjssu, concomitantemente aos de neutralização, para verificação das condições e qualidades do veneno e também no uso dos cálculos para ambos os ensaios. O VBjssu causou o bloqueio gradativo até a paralisação completa da resposta contrátil, quando adicionado solução do shitake mais o veneno, houve uma proteção parcial, estatisticamente significante. CONCLUSÃO Conclui-se que, apesar da ligeira proteção, o extrato do cogumelo shiitake não protegeu totalmente contra o bloqueio na junção neuromuscular in vitro induzido pelo V.Bjssu nas concentrações estudadas. APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo: 01.10.0659.00, CAPES/PROSUP Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 177 PÔSTER 8. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE Ganoderma lucidum QUANDO INCORPORADO EM GEL DE FIBROÍNA FORAMIGLIO, A.L.1*, LAURINO, L.F.2, ARANHA, N.3, GROTTO, D.1,2,3, GERENUTTI, M.1,2 Curso de Farmácia; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); 3Programa de Pós-Graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Entre várias fontes de antioxidantes naturais, os cogumelos têm papel de destaque. A capacidade antioxidante nos seres humanos reflete o equilíbrio dinâmico entre as condições de defesa antioxidantes e, as condições pró-oxidantes. Falhas nesse equilíbrio resultam em doenças e envelhecimento acelerado. A fibroína, derivada da seda de Bombyx mori, é um material único, e tem recentemente chamado a atenção de cientistas por suas características como força, brilho, biocompatibilidade e ritmo lento de degradação invivo. Desse modo, possui capacidade de abrir à indústria farmacêutica um potencial de implantação através de vias de administração antes desafiadoras. OBJETIVOS Avaliar a capacidade antioxidante de extratos aquoso e hidroalcoólico de Ganoderma lucidum tanto em solução quanto incorporados no gel de fibroína obtida a partir de casulos de Bombyx mori. MÉTODOS Dos corpos de frutificação do Ganoderma lucidum, devidamente desidratados e moídos, realizaram-se os métodos de extração por percolação simples e decocção para obtenção dos extratos hidroalcoólico e aquoso, respectivamente. As concentrações estudadas foram de 50, 40, 30, 20 e 10 mg/mL. A fibroína foi previamente extraída, e diluída na proporção de 1:1 em água purificada. Incorporou-se 1 mL de cada extrato em 4 mL de gel de fibroína, homogeneizando com auxílio de caneta ultrassônica. As amostras de gel foram armazenadas a 4 oC, e foram avaliadas nos tempos de 15 e 30 dias de incorporação. O potencial antioxidante foi avaliado de acordo com a capacidade do extrato em sequestrar o radical DPPH (solução etanólica 70% 0,1 mM). As análises foram realizadas por espectrofotometria. A capacidade antioxidante, expressa como percentual de inibição, foi calculada pela equação: inibição (%) = (abs controle – abs teste)/ abs controle x 100. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 178 RESULTADOS Com relação às soluções aquosas e hidroalcoólicas de Ganoderma lucidum, a menor concentração (10 mg/mL) foi aquela que apresentou maior capacidade antioxidante ao longo do tempo de 60 min. Por outro lado, 15 dias pós-incorporação, quando incorporadas ao gel de fibroína, as soluções aquosas e hidroalcoólicas de Ganoderma lucidum apresentaram maior capacidade antioxidante nas maiores concentrações (40 e 50 mg/mL). Mais ainda, pôde-se observar que quando as incorporações são comparadas entre si, a solução hidroalcoólica apresentou expressivo aumento dessa atividade antioxidante. Trinta dias após a incorporação, houve uma grande variação da capacidade antioxidante entre as concentrações analisadas. Dessa forma não foi possível definir a melhor concentração tanto para ambos os géis. Entretanto, um resultado importante encontrado foi de que o tempo de 60 minutos de análise demostrou maior potencial antioxidante. Além disso, a capacidade antioxidante em 30 dias aumentou quando comparada ao tempo de 15 dias de incorporação. CONCLUSÃO As soluções dos extratos aquoso e hidroalcoólico do Ganoderma lucidum possuem maior atividade antioxidante em concentrações menores. O contrário foi observado na incorporação das soluções em gel de fibroína em 15 dias pós-incorporação, em que as maiores concentrações de ambos os extratos obtiveram maior atividade antioxidante. As análises realizadas no tempo de 30 pós-incorporação corroboraram a possibilidade de utilização do gel de fibroína incorporado com Ganoderma lucidum em cosmetologia, pelo tempo prolongado de contato com a pele, já que as mesmas demonstraram que a atividade antioxidante foi maior no tempo de 60 minutos. APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo 01.10.0659.00; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) processo 2013/05765-5. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 179 PÔSTER 9. BETA-GLUCANA ISOLADA DO MICÉLIO DO COGUMELO MEDICINAL Grifola frondosa (“MAITAKE”) SILVA, E.V.1*, IACOMINI, M.2, LIÃO, L.M.1, CARBONERO, E.R.3 Instituto de Química, Universidade Federal de Goiás, Goiânia/GO, Brasil; 2Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, Brasil; 3Departamento de Química, Universidade Federal de Goiás, Catalão/GO, Brasil. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos comestíveis têm sido utilizados como fonte nutricional e medicinal devido à presença de moléculas bioativas como os polissacarídeos. Na busca por estas moléculas, vários cogumelos têm sido estudados e a partir destes foram isolados polímeros distintos. No entanto, os homopolímeros formados apenas por glucose, ou seja, as glucanas, são os mais estudados devido suas propriedades biológicas. Dentre os polissacarídeos isolados de Grifola frondosa a ß-glucana (1,3) e (1,6) denominada grifolana vem sendo comercializada, principalmente em forma de cápsula em países como China e Japão devido sua ação imunomoduladora. OBJETIVOS Caracterizar quimicamente os polissacarídeos isolados do micélio, obtido por cultivo em substrato lignocelulósico, a fim de verificar se o micélio pode ser aproveitado, pois uma elevada quantidade é descartada pelos produtores. MÉTODOS O micélio de Grifola frondosa (mseca: 229,4 g) foi submetido a extrações aquosas (10 e 96 C) e alcalinas (KOH, 96 oC), originando as frações CW, HW e K, respectivamente. As frações polissacarídicas obtidas da extração alcalina foram purificadas utilizando métodos como congelamento/degelo, precipitação com solução de Fehling e diálise. A caracterização estrutural foi realizada através de métodos químicos de derivatização como acetilação, metilação e degradação controlada de Smith e técnicas analíticas de RMN e CG-EM. o RESULTADOS Os extratos polissacarídicos brutos foram analisados quanto à composição monossacarídica, a fração alcalina K-GfM (96 oC) apresentou ser constituída por xilose (19,0%), manose (37,2%) e glucose (39,0%). Este extrato após purificação originou a fração denominada MRSF2K-GfM, está foi caracterizada quimicamente apresentando ser constituída apenas Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 180 por glucose, ou seja, glucana. Os resultados de metilação mostraram os derivados, correspondentes aos terminais não redutores de Glcp (2,3,4,6-Me4Glc, 23,4%) e às unidades de Glcp 3-O- (2,4,6-Me3Glc, 48,8%) e 3,6-di-O-substituídas (2,4-Me2Glc, 27,8%) da cadeia principal, contendo em média 1 substituição a cada 3 unidades da cadeia principal. Os espectros de RMN-13C apresentaram sinais na região anomérica (C-1) dos terminais não redutores ß-D-Glcp (d 103,4) e às unidades de ß-Glcp 3-O- e 3,6-di-O-substituídas (d 103,0). Os sinais em d 86,7, d 86,3, d 86,2, d 86,0 e aquele em d 70,2 sugerem a presença de ligações glicosídicas do tipo (1,3) e (1,6). Através da degradação controlada de Smith confirmou-se a cadeia principal do polímero, sendo detectado apenas o derivado 2,4,6-Me3Glc correspondente às unidades de ß-Glcp-(1,3)-ligadas. CONCLUSÃO As ß-glucanas (1,3) e (1,6) têm sido descritas para este fungo, tanto do basidioma quanto do micélio (cultivo líquido), e algumas delas tem sido comercializadas devido aos seus efeitos terapêuticos. Desta maneira, o micélio obtido por cultivo em substratos lignocelulósico é uma fonte promissora destas moléculas bioativas. APOIO FINANCEIRO CAPES e CNPq. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 181 PÔSTER 10. BOAS PRÁTICAS, PÓS-COLHEITA E AGREGAÇÃO DE VALOR A PRODUÇÃO FUNGÍCOLA DE PEQUENOS PRODUTORES JUQUITIBA/SP VIANA, S.R.F.1,2*, GERENUTTI, M.2,3, ANDRADE, M.C.1 Departamento da Energia na Agricultura, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu/SP; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A produção de cogumelos comestíveis é uma atividade que agrega valor na renda mensal de pequenos produtores rurais e pode ser implantada a um baixo custo. Porém este cultivo necessita de métodos e conhecimentos específicos para cada cultura, além de dedicação e intensa mão de obra. Juquitiba é uma cidade que contém condições climáticas adequadas ao cultivo de cogumelos comestíveis, favorecendo-a na agricultura familiar. OBJETIVOS Agregar valor e aumentar a vida útil dos cogumelos nas prateleiras, de 06 pequenos produtores da cidade de Juquitiba/SP. MÉTODOS A consultoria foi solicitada por um pequeno grupo de produtores fungícolas de Juquitiba/SP. Eles buscavam auxílio tecnológico em uma fase de transição de cultivo de shiitake em toras para cultivo em blocos axênicos. E junto ao Sebrae-SP, o módulo de cogumelos (Unesp/FCA, Botucatu, SP) acompanhou durante 6 meses os pequenos produtores. No início foi realizado o levantamento de dados sobre: estrutura, processos utilizados, qualificação de mão de obra utilizada, boas práticas, participação na renda familiar e contaminações. Nas demais visitas, as solicitações de melhorias eram fiscalizadas, discutidas e implantadas nas propriedades, de acordo com a necessidade e possibilidade de cada produtor. Ao final da consultoria foi realizado um relatório completo com todos os questionários, coletas de dados, fotos de antes e depois, soluções a cada problema identificado e entregue a cada produtor de forma individual. RESULTADOS Ao final das consultorias foi desenvolvida uma metodologia de linguagem mais padronizada entre os produtores, conferindo-lhes maior domínio em suas discussões e tomadas de decisões. Estabelece-se regras de higiene na colheita e no armazenamento dos cogumelos, demostrando que desta forma o cogumelo tem maior vida útil, sendo mais valorizado Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 182 e melhor remunerado no mercado. Sobre ganhos sociais pode-se indicar maior segurança e melhoria das condições de trabalho. CONCLUSÃO Foi possível concluir um impacto positivo causado nos produtores através da utilização dos conhecimentos transmitidos, incluindo assim a biologia dos fungos, controle de pragas, higiene e boas práticas, e mercado. Através da consultoria os produtores obtiveram suporte para diminuição do risco de seus negócios e um aumento de produtividade. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 183 PÔSTER 11. CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO PÓ DE Lentinulas edodes ALVES, T.F.R.1, REBELO, M.A.1, GROTO, D.2, CHAUD, M.V.1 LaBUS Laboratório de Biomateriais e Nanotecnologia da Universidade de Sorocaba; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cogumelo Lentinula edodes (shiitake), tem sido utilizado como alimento, bem como, na medicina popular, devido às suas propriedades terapêuticas. De acordo com as características físico-químicas do pó, considerando sua biodisponibilidade, é possível propor uma formulação adequada para veiculação deste agente terapêutico. Para tanto, é necessário a caracterização do pó de Lentinula edodes para veiculação na forma farmacêutica de cápsulas para administração por via oral. OBJETIVOS Caracterizar o pó de Lentinula edodes quanto as suas características físico- química para futuros estudos de encapsulação do pó para administração por via oral. MÉTODOS Primeiramente, o L. edodes foi seco em estufa e moído até obtenção de pó fino e homogêneo. A granulometria do pó de L. edodes foi realizada por tamisação manual. O pó selecionado para as análises posteriores foi o que apresentou maior percentual de massa retida num determinado tamanho de abertura de malha. As propriedades de fluxo (ângulo de repouso, densidade aparente, densidade forçada, índice de Carr e Fator Hausner), tamanho de partícula (utilizando analisador de partículas), perda por dessecação, potencial hidrogeniônico, capacidade de retenção de água (CRA), capacidade de retenção de óleo (CRO) e índice de solubilidade em água (ISA) foram avaliadas. As análises de espectroscopia de infravermelho (FTIR) e calorimetria exploratória diferencial (DSC) foram realizadas para o pó bruto e o pó selecionado (S150), para comparação. RESULTADOS A menor e a maior massa retida de pó ocorreram nos tamises de abertura de malha 300 e 150 µm (5,75 e 51,73%), respectivamente, caracterizando o pó como semi fino. As propriedades de fluxo apresentadas pelo pó retido na malha de 150 µm (S150) foram ângulo de repouso de 52,43°, densidade aparente e densidade forçada de 0,16 e 0,3 g.ml-1, respectivamente, índice de compactação de 46,67% e fator de Hausner de 1,88. Os resultados da determinação de Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 184 perda por dessecação, valor de pH e diâmetro das partículas que compõem o pó S150 foram de 10,00 ± 0,18%, 6,60 ± 0,03 e 1235,16 ± 155,14 nm, respectivamente. Os resultados para CRA, CRO e ISA foram de 0,19 g.g-1, 4,0 g.mL-1 e 38%, respectivamente. A análise de FTIR do pó selecionado (S150) e do pó bruto apresentaram picos característicos que indicam a presença do grupamento OH, C-H, C=O e a presença da piranose do resíduo glicosil e grupamento típico da ß -configuração da molécula de açúcar, presente em ambas as amostras. A análise das curvas de DSC mostrou eventos exotérmicos correspondentes à degradação e carbonização do pó bruto e do pó S150. Um evento endotérmico observado na região de 140 oC é indicativo de um estado de transição vítrea (Tg). A entalpia do sistema foi de -3,64 e -2,79 J/g, respectivamente, para pó bruto e pó S150. CONCLUSÃO Os resultados de caracterização para o pó seco de Lentinula edodes mostram ser promissores para o desenvolvimento de uma formulação que permita sua veiculação na forma farmacêutica de cápsulas, para administração por via oral, utilizando excipientes adequados de acordo com as características apresentadas visando garantir a biodisponibilidade do agente terapêutico. APOIO FINANCEIRO FAPESP 2011/21219-5 e 2013/05765-5, PROSUP/CAPES, Brasil e FINEP 01.13.0286-00. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 185 PÔSTER 12. CASCA DE COCO VERDE COMO MATÉRIA-PRIMA PARA O CULTIVO DE Pleurotus spp MACHADO, A.E.V.¹, ARAÚJO, A.P.F.2, URBEN, A.F.3, HELM, C.V.4, COSTA, A.M.5, CAMELINI, C.M.6, MENDONÇA, S.6, SIQUEIRA, F.G.6* ¹Curso de Agronomia, Faculdade Integradas UPIS, Brasília/DF, 2Curso de Pós-graduação em Biotecnologia, Universidade Federal Do Tocantins, Gurupi/TO, 3Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília/DF, 4Embrapa Florestas, Colombo/PR, 5Embrapa Cerrados, Brasília/DF, 6 Embrapa Agroenergia, Brasília/DF. *Autor correspondente: [email protected] INTRODUÇÃO O agronegócio que envolve a produção e comercialização do coco verde tem grande importância no cenário brasileiro, principalmente nas regiões costeiras do Nordeste gerando divisas, empregos, renda e alimentação. O aumento da produção passou a ser uma tendência natural, causando uma consequente elevação na geração de resíduos sólidos (cascas). O resíduo relevante da produção do coco verde, a casca, representa cerca de 80% do peso bruto do fruto. A venda de água de coco verde ocorre de forma dispersa em áreas urbanas como bares, restaurantes, supermercados, pontos de praia, entre outros. O Distrito Federal, por exemplo, é um grande consumidor de água de coco verde in natura, principalmente próximo às feiras, praças e terminais rodoviários. O alto consumo deste alimento tem gerado grande quantidade de cascas e engaços (cachos) de coco verde, tendo como destino o lixo urbano e aterros sanitários. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho foi determinar a eficiência biológica e a produtividade de P. ostreatus (PO), P. pulmonarius (PP) e P. albidus em uma formulação de cultivo contendo casca de coco verde (CCV) e casca de maracujá (CMP) como matérias-primas. MÉTODOS A formulação do cultivo das três linhagens de Pleurotus foi preparada utilizando a metodologia axênica (autoclavagem). Deste modo, o meio de cultivo foi preparado com 40% CCV; 40% CMP, 20% FTG (Farelo de Trigo). A casca de coco verde foi triturada em conjunto com a casca de maracujá em equipamento especifico para trituração de casca de coco, bastante difundido no mercado. Após a trituração dos materiais, os componentes da formulação foram misturados em equipamento industrial (tipo betoneira), acrescido de água até atingir a umidade de aproximadamente 65%. Após homogeneização das misturas dos materiais, o formulado foi envazado em sacolas de cultivo de cogumelos, 10 repetições para cada espécie Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 186 de Pleurotus, com aproximadamente 1,5 kg (massa úmida), que foram esterilizados por autoclavagem (1 atm de pressão/1 hora). A inoculação foi feita com 1% de massa micelial fúngica, cultivado em arroz com casca, em relação ao volume de cada sacola. A colonização ocorreu em sala escura, sem controle de temperatura, umidade e ventilação. A frutificação foi induzida após 35 dias de inoculação, após o surgimento dos primórdios, com controle de umidade (80 a 90%) e temperatura (25 a 30ºC), na sala de cultivo. RESULTADOS O P. albidus não apresentou colonização nas condições testadas. P. pulmonarius apresentou produtividade de 18% e eficiência biológica (EB) de 51%. P. ostreatus apresentou os melhores resultados para produtividade e EB quando comparados com os demais macrofungos, com valores de 26% e 75%, respectivamente. A colheita foi realizada em dois momentos no período de 20 dias de frutificação para os macrofungos que colonizaram e frutificaram. CONCLUSÃO As considerações finais estão relacionadas à potencialidade da casca de coco verde para produção dos P. pulmonarius e P. ostreatus, quando misturados às fontes lignocelulósicas com a casca de maracujá (var. pérola do cerrado). Este trabalho ainda está em desenvolvimento visando obtenção de formulações com outras fontes lignocelulósicas. Além da produção de cogumelos, tem-se como objetivo o uso da biomassa pós-cultivo (Inglês, Spent Mushroom Substrate ou SMS) na elaboração de meios de cultivo para germinação de mudas de maracujazeiro e morangueiro, culturas de importância no Distrito Federal. APOIO FINANCEIRO CNPq (Processo 404786/2013-8). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 187 PÔSTER 13. CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE Ganoderma lucidum EM CÉLULAS NIH/3T3 AVALIADOS EM DILUIÇÕES SERIADAS CARVALHO, C.K.1*, LAURINO, L.F.2, JOZALA, A.F.1, GERENUTTI, M.1 Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP, 2Universidade Federal de Alfenas, Alfenas/MG. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O fungo Ganoderma lucidum (Reishi) é utilizado para o tratamento de diversas patologias devido aos seus compostos bioativos que possuem propriedades farmacológicas. Dessa forma os fungos são interessantes para a indústria farmacêutica no desenvolvimento de medicamentos, assim a avaliação da citotoxicidade se torna crucial para saber o seu potencial tóxico em nível celular garantindo sua utilização medicinal de forma segura. OBJETIVOS Avaliar a citotoxicidade dos extratos aquoso e hidroalcóolico de Ganoderma lucidum em células NIH/3T3. MÉTODOS Os corpos de frutificação do Ganoderma lucidum, amostras comerciais, foram desidratados em estufa com circulação e renovação de ar quente (40 oC, 72 horas) e o material seco foi submetido à moagem em moinho de facas e martelos. Preparação de extratos: (a) extrato aquoso: obtido por decocção, onde 25 g de pó moído de Ganoderma lucidum, na proporção de 50 g/L (m/v), foi aquecida até a temperatura de 100 °C e mantida durante um período de 5 horas, seguida de filtração simples; este filtrado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporção de 1:10 (m/v). (b) extrato hidroalcóolico: extração por percolação simples, o cogumelo moído foi acondicionado em um recipiente cônico (percolador), através do qual se passou o líquido extrator (etanol 70%, na quantidade mínima de 10 vezes a massa empregada), a 30 gotas por minuto, até o esgotamento do pó; o percolado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporção de 1:10 (m/v). As diluições seriadas dos extratos foram 100%, 50%, 25%, 12,5% e 6% para o teste nas células NIH/3T3, as quais utilizaram meio de cultura DMEM. O ensaio calorimétrico com MTS foi realizado em leitor de Elisa, no comprimento de onda de 490 nm, após 24, 48 e 72 duas horas de exposição. RESULTADOS E CONCLUSÃO Os resultados obtidos até o presente momento indicam baixa toxicidade dos extratos avaliados nas diluições seriadas empregadas. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 188 APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo: 01.10.0659.00, PNPD/CAPES Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 189 PÔSTER 14. CORRIDA MICELIAL DE Pleurotus ostreatus, TESTANDO EFICIÊNCIA DE SEMENTES ARMAZENADAS POR 60 DIAS EM TEMPERATURA AMBIENTE E SOB REFRIGERAÇÃO MARMENTINI, J.1*, GROFF, D.B.1, DALLA SANTA, H.S.1, NORILER, S.A.1, CADORE, J.M.2 Departamento de Ciências Biológicas; 2Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual do Centro-Oeste Unicentro, Guarapuava/PR * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Cogumelos do gênero Pleurotus são ricos em fibras, proteínas, carboidratos, mineiras e vitaminas, possuindo alto valor nutricional e propriedades terapêuticas preventivas e/ou curativas. O consumo de cogumelos tem crescido nas últimas décadas no Brasil em função da busca por alimentos mais saudáveis. OBJETIVOS O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de 60 dias de armazenamento em diferentes temperaturas de sementes produzidas em grãos de trigo, sobre a velocidade do crescimento micelial do cogumelo Pleurotus ostreatus. MÉTODOS Os grãos de trigo utilizados na produção da semente foram previamente umedecidos por 12 h em água fria, escoados, fervidos por 15 min e adicionado 1% de calcário para ajuste do pH, então foram distribuídos em pacotes plásticos vedados com espuma sendo esterilizado por 45 minutos à 121 °C. Em seguida cada pacote recebeu cinco pedaços de 5 mm2 de BDA com o micélio (oriundo de placas de Petri). Após a colonização completa, metade dos pacotes foi armazenado a temperatura ambiente (Tratamento A) e outra metade sob refrigeração (4 oC) (Tratamento R), por 60 dias. O substrato utilizado foi o feno, umedecido por 4 horas em água e calcário até ajuste do pH a 7,0. Em seguida o substrato foi escorrido e embalado na proporção de 400 g por pacote de polipropileno e pasteurizados por 5 horas a 80 oC. A inoculação foi feita com duas colheres das sementes colonizadas com micélio de Pleurotus ostreatus. As medições da corrida micelial foram feitas com uso de três fitas de 14 cm em cada pacote, para anotação diária até completa colonização do substrato. Os pacotes ficaram incubados a 25 °C, no escuro (n = 3). RESULTADOS O crescimento micelial na palha foi semelhante entre os dois tratamentos, com valores de 0,66 cm/dia e ±de 0,03 para o A e de 0,67 cm/dia e ±de 0,04 para R. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 190 CONCLUSÃO Conclui-se pelos resultados obtidos que a temperatura de armazenamento das sementes por 60 dias a 4 oC ou em temperatura ambiente, não influenciou na velocidade de crescimento micelial na palha do cogumelos Pleurotus ostreatus. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 191 PÔSTER 15. CRESCIMENTO IN VITRO DE COGUMELO Lentinula edodes EM PSEUDOCAULE DE BANANEIRA PEDRENO, G.Y.O.1*, NUNES, A.S.2, GALUCIO, V.C.A.2, TEIXEIRA, N.S.2, SALES-CAMPOS, C.3 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; 2UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS, Parintins/AM; 3INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DO AMAZONAS, Manaus/AM. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O Brasil é atualmente um dos principais produtores de banana do mundo, ocorrendo grande geração de quantidade de resíduos provenientes dessa atividade. Após a colheita, três tipos de resíduos são gerados: pseudocaule, folhas e engaço, os quais permanecem no campo para decomposição natural. O aproveitamento desse resíduo como insumo na produção de um bem ou a sua transformação em commodity, além de permitir a redução da poluição ambiental, pode agregar valor à cultura da banana que tem enfrentado nos últimos anos grandes desafios gerados pela oscilação do produto no mercado nacional GONÇALVES FILHO (Tese. Universidade da Região de Joinville, 11 p. 2011). O aproveitamento de resíduos da agroindústria tem recebido destaque devido ser fonte rica em nutrientes e podendo ser aplicados em processos biotecnológicos com fungos. Uma alternativa para a utilização destes resíduos seria a utilização como substrato em processos microbiológicos aplicados, como a produção de cogumelos comestíveis. Assim, Lentinula edodes é um cogumelo comestível que pode ser cultivado em diferentes substratos ligninocelulósicos, entretanto, a composição do substrato, influencia diretamente sua produtividade. OBJETIVO Avaliar a viabilidade de aproveitamento de resíduo de bananeiras na formulação de meio de cultura alternativo para o crescimento micelial do fungo Lentinula edodes. METODOS A linhagem do fungo Lentinula edodes (LED 36/13) foi acessada da micoteca do laboratório de Fungos Comestíveis do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA. Os meios de cultura foram preparados com os pseudocaules de bananeiras triturados, secos e autoclavados das variedades Thap-maeo (PSTM), Prata-Anã (PSPA) e Pacovã (PSPV), suplementados com Farelo de Trigo (FT) e Carbonato de Cálcio (CaCO3), pela técnica da infusão adaptado por SALES-CAMPOS (Tese. Universidade Federal do Amazonas, 197p. 2008), utilizando como controle meio de cultura contendo o resíduo, dextrose e ágar (RDA). As placas foram incubadas em estufa BOD em temperaturas de 25 e 30 °C até preenchimento da placa. Para análise estatística dos dados foi utilizado o software BioEstat 7.0. O delineamento exSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 192 perimental foi inteiramente casualizado com fatorial 3x1 (variedades de bananeira x tipo de resíduo, com cinco repetições para cada tratamento). RESULTADOS A maior média descritiva observada para LED 36/13 à 25°C ocorreu em meio a base de pseudocaule de Pacovã com 2,79 cm, seguido de Thap-maeo com 2,57 cm, e 2,46 cm em meio suplementado com resíduo de Prata-anã, ressaltando que o fungo alcançou o diâmetro da placa em 14 dias de incubação. O grupo controle apresentou médias de crescimento aproximadas de seus respectivos tratamentos, não evidenciando diferença estatística ao nível de 95% de probabilidade entre tratamento e controle. No que diz respeito ao crescimento a 30 °C, a maior média de crescimento observada foi em meio suplementado com resíduo de Prata-anã (2,69 cm), seguido do crescimento com resíduo de Pacovã (2,24 cm) e Thap-maeo (2,11cm) respectivamente, destacando-se que nesta temperatura o tempo para o preenchimento da placa foi maior (20 dias). Ao nível de 5% de significância não foram observadas diferenças estatísticas entre tratamentos e controles nas temperaturas testadas nos diferentes meios de cultivo. CONCLUSÃO Os resíduos de pseudocaules das variedades de bananeira estudadas apresentaram potencial para elaboração de meio de cultura alternativo para o crescimento do cogumelo Lentinula edodes. APOIO FINANCEIRO Programa Capes/Pró–Amazônia – Biodiversidade e Sustentabilidade, com o projeto: Macromicetos Amazônicos: conhecendo a sua diversidade e avaliando os seus potenciais biotecnológicos de modo sustentável. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 193 PÔSTER 16. CRESCIMENTO MICELIAL DE Agaricus brasiliensis EM GRÃOS DE AVEIA RATUCHNE, A.1*, NORILER, S.A.1, DALLA SANTA, H.S.2, PEREIRA, W.E.S.1, MENDES, M.C.1 Departamento de Biologia; 2Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro, Guarapuava/PR. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos são, em geral, alimentos de alto valor nutricional, com baixo teor de carboidratos e de gorduras, Várias espécies comestíveis têm atraído o interesse de pesquisadores por suas propriedades não apenas nutritivas, mas potencialmente medicinais. A aveia é cultivada em larga escala no sul do Brasil devido a sua adaptação ao clima e pode ser usada na alimentação tanto de homens quanto de animais. OBJETIVOS O objetivo deste estudo foi avaliar o crescimento do fungo Agaricus brasiliensis em grão de aveia por cultivo submerso. MÉTODOS O meio de cultivo foi preparado em Erlenmeyers com 100 mL de água destilada conforme planificação experimental 23 com repetição no ponto central. As variáveis independentes foram concentração de aveia (1 e 5%), de K2HPO4 (0,1, e 1 mg.L-1) e MgSO4 (0,1 e 1,5 mg.L-1) e a variável dependente foi a concentração de ergosterol, o que resultou em 10 ensaios. Após isso o meio foi esterilizado a 121 °C por 15 minutos em autoclave, inoculado com 10 mL de suspensão de inóculo do fungo e posterior incubação a 25 °C a 120 rpm por 7 dias. Depois deste período o cultivo foi filtrado separando o micélio da solução submersa na qual o cogumelo se encontrava. A avaliação do crescimento fúngico foi feita pela dosagem de ergosterol no meio. RESULTADOS Pelos resultados obtidos neste estudo verificou-se que os teores dos minerais K, Mg testados, bem como, a quantidade de grãos de aveia para o cultivo líquido de Agaricus brasiliensis não interferiram no crescimento do fungo, isso pode ser devido ao fato de que a aveia é rica nutricionalmente e possui os componentes necessários para o desenvolvimento do micélio. CONCLUSÃO Dessa forma, nas condições testadas, não existe a necessidade de adição dos minerais K e Mg para aumentar o crescimento desse fungo em grãos de aveia por cultivo submerSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 194 so. A aveia pode ser usada para produção de micélio por cultivo submerso do cogumelo e obtenção assim um produto fermentado com presença de moléculas antitumorais como o ergosterol, este processo e produto está sendo protegido por pedido de patente na INTEG (UNICENTRO). APOIO Fundação Araucária pelo bolsa concedida. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 195 PÔSTER 17. CRESCIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus EM SUBSTRATO À BASE DE DIFERENTES COMBINAÇÕES DE RESÍDUO DE SISAL CARMO, C.O.1*, SILVA, R.M.1, SOUZA, A.P.A.1, RODRIGUES, M.S.1, SOARES, A.C.F.1 Centro de Ciência Agrárias, Ambientais e Biológica, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Cruz das Almas/BA. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A espécie Pleurotus ostreatus é um cogumelo comestível, que produz na sua fase sexuada, estruturas macroscópicas de alto valor nutricional, além de possuírem propriedades medicinais. Este fungo cresce bem em diferentes resíduos agrícolas e industriais. OBJETIVOS O presente trabalho teve como objetivo, avaliar in vitro o crescimento micelial de P. ostreatus em substrato composto por diferentes resíduos gerados do processo de desfibramento do sisal (Agave sisalana Perrine ex Engelm) e do beneficiamento da fibra. MÉTODOS O estudo foi realizado no Laboratórios de Microbiologia Agrícola da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB. Foi utilizado o isolado de P. ostreatus Plo 02, cedido pelo Laboratório de Associações Micorrízicas do Departamento de Microbiologia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, MG. Foram avaliadas diferentes proporções de resíduo seco do desfibramento da folha de sisal e do resíduo do processamento da fibra seca (conhecido como pó de batedeira), nas proporções de 90/10; 80/20; 70/30; 60/40; 50/50 g:g, respectivamente. O pó da batedeira e o resíduo da folha foram lavados durante 1h em água corrente e tratados com uma solução de 0,5% de cal hidratado, por imersão por um período de 12 horas. Em seguido estes foram misturados e foram adicionados 5% de farelo de trigo e 3% de carvão moído. Foram utilizados tubos de ensaio especiais (22 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro), sendo colocado o substrato no fundo do tubo até atingir 14 cm de comprimento. Os tubos contendo o substrato foram esterilizados em autoclave por 30 minutos, a 121 oC. Em seguida o substrato foi inoculado com um disco de micélio do fungo, sendo este colocado na superfície do substrato e os tubos foram incubados a temperatura de 28 °C. As avaliações da colonização do substrato pelo fungos ocorreram em intervalos de dois dias, por meio da medição com régua do crescimento do fungo no substrato, visualizado pela coloração branca do micélio. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com oito repetições. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 196 RESULTADOS Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de regressão, utilizando o programa estatístico Sisvar. As combinações 90% de resíduo de sisal (RS) e 10% de pó de batedeira (PB) e 80% de RS e 20% de PB, proporcionaram maior capacidade de colonização e velocidade de crescimento micelial do fungo, com uma taxa média de crescimento linear diário de 0,51 e 0,52 cm.dia-1, respectivamente. A combinação 50% de RS e 50% de PB proporcionou o menor desenvolvimento do fungo, com uma taxa média de crescimento linear diária de 0,39 cm.dia-1. CONCLUSÃO O substrato a base de resíduo de sisal nas concentrações 90 e 80% de resíduo de sisal e 10 e 20% de pó de batedeira é o mais indicado para o crescimento micelial de P. ostreatus, proporcionando um rápido desenvolvimento do fungo. APOIO FINANCEIRO Capes, pela concessão da bolsa de estudo, Fundação de amparo à pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, pelo financiamento de reagentes e equipamentos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 197 PÔSTER 18. CRESCIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus EM SUBSTRATO À BASE DE RESÍDUOS DE SISAL E CACAU SOARES, A.C.F.1*, CARMO, C.O.1, SILVA, R.M.1 Centro de Ciência Agrárias, Ambientais e Biológica, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB/BA. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A produção dos cogumelos comestíveis vem crescendo em escala industrial, devido ao seu alto valor nutricional e medicinal, contribuindo para uma dieta saudável, rica em vitaminas, minerais e proteínas. A espécie Pleurotus ostreatus possui um complexo de enzimas hidrolíticas, que possibilita a colonização de uma grande variedade de resíduos lignocelulósicos e a utilização de uma grande variedade de substratos compostos por resíduos agrícolas e industriais. OBJETIVOS O objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento micelial vertical do P. ostreatus em resíduos do processamento do sisal e do cacau. MÉTODOS O semiárido da Bahia é responsável por 94% de toda a produção de sisal no Brasil e 96% da planta é descartado na forma de resíduos sólidos e líquidos. A região produtora de cacau da Bahia também tem demonstrado interesse no aproveitamento do resíduo da cultura cacaueira para a produção de cogumelos. Este estudo foi realizado no Laboratório de Microbiologia Agrícola da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, UFRB. O isolado de P. ostreatus Plo 02 foi cedido pelo Laboratório de Associações Micorrízicas do Departamento de Microbiologia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, MG. Foram avaliados os substratos S1 - resíduo seco do desfibramento das folhas de sisal e película de amêndoa de cacau e S2 - casca de cacau e película de amêndoa de cacau, ambos nas proporções de: C1 - 90/10; C2 - 80/20; C3 - 70/30; C4 - 60/40 e C5 - 50/50 (g/g). O resíduo da folha de sisal foi lavado durante 1h em água corrente e tratado com uma solução de 0,5% de cal hidratado, por imersão por um período de 12 horas. Em seguida os resíduos foram misturados e receberam 3% de carvão moído. Foram utilizados tubos de ensaio especiais (22 cm de comprimento e 3 cm de diâmetro), sendo colocado o substrato no fundo do tubo até atingir 14 cm de comprimento. Os tubos contendo o substrato foram esterilizados em autoclave por 30 minutos, a 121 °C. Em seguida, os substratos foram inoculados com um disco de micélio do fungo, na superfície, e os tubos foram incubados a temperatura de 28 °C por 17 dias. As avaliações do crescimenSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 198 to micelial no substrato pelo P. ostreatus ocorreram a cada dois dias, por meio da medição com régua, visualizado pela coloração branca do micélio. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com oito repetições. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste Scott-Knott, utilizando o programa estatístico SISVAR. RESULTADOS Na avaliação do crescimento micelial do P. ostreatus, o substrato S1, na proporção C5, promoveu o crescimento micelial significativamente superior, em comparação as outras proporções, com 6,73 cm, em comprimento, do substrato colonizado, seguido das proporções C4 e C2, com 5,6 e 5,1 cm. Estes diferiram das proporções C3 e C1, que apresentaram, respectivamente, 2,6 e 2,2 cm de crescimento micelial no substrato. Com o substrato S2, as proporções C1 e C3 proporcionaram o crescimento micelial de 12,3 e 11,6 cm de comprimento ao longo do substrato, diferindo significativamente das concentrações C2, C4 e C5 que apresentaram 11,2; 10,2 e 10,8 cm de crescimento, respectivamente. O substrato S2 mostrou-se superior ao S1 para o crescimento de P. ostreatus, com colonização eficiente desse substrato. Na avaliação de taxa de crescimento micelial vertical diário, as concentrações C1 e C3 do substrato S2 apresentaram as maiores taxas de 0,725 e 0,683 cm.dia-1. CONCLUSÃO O substrato S1, a base de resíduos de cacau e as proporções C1 e C3, são o mais indicados para o cultivo de P. ostreatus. APOIO FINANCEIRO Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior – CAPES, pela concessão da bolsa de estudo e Fundação de amparo à pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, pelo financiamento de reagentes e equipamentos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 199 PÔSTER 19. CRESCIMENTO MICELIAL DO Pleurotus ostreatus E Lentinus edodes EM RESÍDUOS AGRÍCOLAS DE CACAU SILVA, R.M.1*, CARMO,C.O 1., SANTOS, C.A.S.1, SOARES, A.C.F.1 Centro de Ciências Agrarias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Cruz das Almas/BA. * Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A maioria dos cogumelos comestíveis, explorados comercialmente, pertence à ordem Agaricales, sendo as principais espécies: Agaricus blazei (cogumelo do sol), Agaricus bisporus (champignon de Paris), Lentinula edodes (shiitake) e Pleurotus spp. Espécies de Agaricales colonizam uma grande variedade de substratos, incluindo resíduos agrícolas e industriais. A utilização destes resíduos para a produção de cogumelos pode ser uma alternativa para a geração de renda e alimento com elevado teor proteico. OBJETIVOS O objetivo desse trabalho foi avaliar o crescimento micelial de P. ostreatus e L. edodes, in vitro, em substrato constituído por diferentes concentrações de resíduos da casca de cacau e pelicula da amêndoa de cacau. MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Cruz das Almas, Ba. Foram avaliadas as linhages PLO 02 de P. ostreatus e UFV 73 de L. edodes, cedidas pela Universidade Federal de Viçosa-MG. Os fungos foram repicados para meio batata-dextrose-ágar (BDA) e incubados a 28 °C por 7 dias. Os substratos utilizados foram casca de cacau e película de amêndoa de cacau (Theobroma cacao L) nas proporções de 90/10; 80/20; 70/30; 60/40 e 50/50 (v/v), correspondendo aos tratamentos T1, T2, T3, T4 e T5, mais o BDA sem adição de resíduos como controle positivo. Para preparo do meio de cultura, 200 g do resíduo (nas diferentes proporções de casca do fruto de cacau e película da amêndoa de cacau), acrescidos de 6 g de carvão moído, foram fervidos em 1 L de água destilada por 20 minutos. Em seguida, a mistura foi filtrada em filtro de papel para café, o volume da suspensão líquida foi completado para 1 L, foram adicionadas 15 g de ágar e o pH foi ajustado para 6. O meio foi esterilizado em autoclave por 20 min a 121 °C e vertido em placas de Petri esterilizadas. Discos de micélio de P. ostreatus ou L. edodes foram posicionados no centro das placas de Petri com meio agar-substrato e estas foram incubadas a 25±1 °C. O crescimento micelial radial foi medido com régua, a cada 24h em duas direções ortogonais (2 diâmetros). A primeira leitura foi realizada após 48h de incubação. A Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 200 avaliação foi finalizada quando o primeiro micélio de um dos tratamentos atingiu a borda da placa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão, utilizando-se o programa estatístico SISVAR. RESULTADOS Os melhores substratos para o crescimento micelial in vitro de P. ostreatus foram dos tratamentos T2, T3, T4 e T5 com os valores respectivamente de 7,29; 8,21; 8,20 e 8,01cm, quando comparadas ao controle BDA e T1 que apresentaram os diâmetros de 7,59 e 7,09cm. Na avaliação do crescimento micelial do L. edodes, os tratamentos T2, T3, T4 e T5 com os diâmetros de 9,0; 9,0; 9,0 e 9,0 mostraram-se superiores ao T1 e ao controle com BDA, com 6,8 e 7,79cm respectivamente. Os cogumelos P. ostreatus e L. edodes apresentaram uma rápido crescimento micelial com as taxas de crescimento respectivamente de 1,3 e 1,5 cm/dia. CONCLUSÃO Estes resultados indicam o potencial destes resíduos para a produção de cogumelo ostra e Shiitake, podendo se constituir numa alternativa de aproveitamento desses resíduos para a produção de um alimento de elevado valor nutricional e medicinal, e geração de renda para a região cacaueira da Bahia. APOIO FINANCEIRO FAPESB, CAPES e CNPq pela concessão da bolsa e financiamento do projeto. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 201 PÔSTER 20. DESENVOLVIMENTO E ESTUDO DA ESTABILIDADE DE GÉIS À BASE DE EXTRATOS HIDROGLICÓLICOS DE Lentinula edodes COM POTENCIAL PARA TRATAMENTO DA HERPES LABIAL REBELO, M.A.1, ALVES, T.F.R.1, GROTO, D.2, CHAUD, M.V.1 LaBUS Laboratório de Biomateriais e Nanotecnologia da Universidade de Sorocaba; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Lentinula edodes, conhecido popularmente como shiitake, é um cogumelo com diversas propriedades terapêuticas. Estudos recentes demonstraram que extratos aquosos, metanólicos e etanólicos do L. edodes possuem ação inibitória contra o Vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1), responsável pelo aparecimento de infecções primárias que se manifestam como herpes labiais. OBJETIVO Desenvolver e avaliar a estabilidade de gel hidrogelatinoso de L. edodes preparado com diferentes extratos hidroglicólicos. MÉTODOS O L. edodes foi seco em estufa e moído até obtenção de pó fino e homogêneo. A granulometria do pó foi realizada por tamisação manual. Os extratos hidroglicólicos de propilenogicol (ePGL) e glicerina (eGL) a 70% (v/v) foram obtidos por maceração estática, durante 5 dias a 25 oC ± 1, do pó de L. edodes. O rendimento dos extratos foi determinado por volumetria. O valor de pH dos extratos ePGL e eGL foi determinado em peagômetro digital. Os aspectos organolépticos dos extratos ePGL e eGL foram avaliados pelas características de cor e odor. A base em gel das formulações foi preparada com hidroxipropilmetilcelulose 3% (m/v) contendo 0,1% de metilparabeno. As formulações BPGL, BGL, SPGL e SGL foram obtidas, respectivamente, pela incorporação de 5% de propilenoglicol 70% (v/v), glicerina 70% (v/v), extrato ePGL e eGL. Os grupamentos químicos do pó L. edodes, extratos ePGL e ePGL e géis SPGL e SGL foram avaliados por espectroscopia infravermelho (FTIR). As formulações BPGL, BGL, SPGL e SGL foram armazenados em condições distintas de temperatura, sendo 5 oC (geladeira), 25 oC (ambiente) e 45 oC (estufa). Nos tempos 0, 7 e 15 dias a estabilidade dos géis foi avaliada pelos aspectos organolépticos, valor de pH, ocorrência de separação de fases e viscosidade. A análise da separação de fases foi realizada por centrifugação. A viscosidade foi determinada em viscosímetro rotacional. A estabilidade dos géis será avaliada ainda nos tempo 30 e 60 dias. Resultados Parciais: O pó do L. edodes foi classificado como pó semi fino. O rendimento dos extratos ePGL e eGL foi de 88%. Os valores Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 202 de pH foram de 5,9 (ePGL) e 6,7 (eGL). Os extratos ePGL e eGL apresentaram coloração amarelada e odor característico do shitake, porém o extrato ePGL tinha aspecto turvo e presença de substâncias insolúveis. Os espectros obtidos por FTIR do pó L. edodes, ePGL, eGL, SPGL e SGL mostraram a presença dos picos característicos dos grupamentos químicos OH, C=O, resíduo glicosil e ß-configuração. O pico característico do grupamento C-O estava presente somente no pó L.edodes, eGL e SGL. Os resultados da análise de estabilidade dos géis BPGL, BGL, SPGL e SGL mostraram que não houve mudança de cor e odor. A variação de pH permaneceu inferior a 10% para todas as formulações. A viscosidade foi decrescente para todas as formulações nas diferentes condições de temperatura de armazenamento, sendo que a formulação SPGL apresentou uma diminuição acentuada da viscosidade (0: 10593 cP e 15: 494 cP) quando armazenada a 25 oC. CONCLUSÃO A presença dos mesmos grupamentos nos extratos hidroglicólicos e nas formulações que foram evidenciados no pó do L. edodes sugere a presença das substâncias ativas do shiitake. As formulações apresentaram boa estabilidade nas análises de cor, odor, separação de fases e pH, mas a viscosidade decrescente sugere que a formulação precisa ser reavaliada. APOIO FINANCEIRO FAPESP 2011/21219-5 e 2013/05765-5, PROSUP/CAPES e FINEP 01.13.0286-00. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 203 PÔSTER 21. EFEITO ANTI-HIPERGLICEMIANTE DO EXTRATO AQUOSO DE Agaricus sylvaticus Schaeffer EM RATOS DIABÉTICOS DO TIPO 1 GRITTE, R.B.1, BAPTISTA, B.T.1; MARIA, B.F.1, NASCIMENTO, B.D.2, MORENO, H.P.2, JAYME, V.R.2, BACH, E.E.3, GONZALEZ, F.G.4, GOUVINHAS, M.P.5, ANTÔNIO, J.M.6, HI,E.M.B.6 Curso de Biomedicina, Unilus, Santos/SP; 2Curso de Medicina UNILUS, Santos/SP; 3Curso Bioedicina, Departamento de Saúde, Uninove, São Paulo/SP; 4Cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Radiologia e Medicina, Unilus-NAFT Santos/SP; 5Cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina, Unilus-NAHC, Santos/SP; 6Cursos de Biomedicina e Medicina, Unilus-NABEX, Santos/SP * E-mail: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Agaricus sylvaticus (Schaeffer), Agaricus blazei (Murril) e Agaricus brasiliensis são fungos similares, conhecidos como “cogumelo do sol”, usados como complemento nutricional e que apresentam um efeito anti-hiperglicêmico. OBJETIVOS Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho, foi avaliar a ação do extrato de Agaricus sylvaticus em ratos induzidos ao diabetes tipo 1 por estreptozotocina. MÉTODOS O extrato aquoso do fungo (Vitalli Cogumelos®) foi preparada com 1 g do pó do cogumelo extraído com 40mL de água gelada. Ratos machos Wistar, com peso entre 250 a 280g oriundos do biotério da UNILUS foram separados em 3 grupos de 5 animais em cada, Controle Sadio (alimentado com ração comercial); DM1 – Diabético Tipo 1 (ração comercial e induzidos ao diabetes por estreptozotocina 60mg/Kg); DM1 Agaricus – Diabético Tipo 1 tratado com A. sylvaticus (ração comercial, induzidos ao diabetes com estreptozotocina e recebendo 1 mL de extrato de A. sylvaticus por gavagem V.O.). Por 30 dias, 2 vezes por semana, os ratos tiveram sua glicemia aferida pelo aparelho One Touch II®. Os resultados foram analisados utilizando-se a média, o desvio padrão e a análise de variância (ANOVA) com auxílio do software GraphPad Instat-3. A significância estatística foi verificada pelo teste Dunnett e considerada aceitável quando p≤0.05. RESULTADOS Após os 30 dias de tratamento, a glicemia média dos ratos do grupo DM1 foi de 519 mg/dl, enquanto o Controle Sadio foi de 90 mg/dl e o grupo DM1 Agaricus foi de 235 mg/dl. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 204 CONCLUSÃO Desta forma, conclui-se que o extrato do fungo administrado por gavagem produziu uma redução da hiperglicemia nos ratos DM1, evidenciando o efeito anti-hiperglicêmico do mesmo. APOIO FINANCEIRO CNPq (Processo 474681/2013) Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 205 PÔSTER 22. EFEITO DO CONGELAMENTO NA PRODUÇÃO DE ENZIMAS DE INTERESSE INDUSTRIAL POR Pleurotus ostreatus CULTIVADOS EM CASCAS DE CAFÉ SANTANA, M.W.P.R.1, GODOY, T.G.2, LEAL, P.L.1*, SIQUEIRA, F.G.3, SANTANA, T.D.D.1, NETO, C.B.S.2, MORAIS, K.S.4, MENEZES, B.S.4, SOUSA, A.4, ALCANTARA, L.M.1 Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus Anísio Teixeira, Universidade Federal da Bahia; Programa de Pós-graduação em Biologia Molecular, Universidade de Brasília; 3Embrapa Agroe nergia, Brasília/DF; 4Pós-graduação em Biociências, Universidade Federal da Bahia. * Autor correspondente: [email protected] 1 2 INTRODUÇÃO A partir do tratamento dos frutos do café, são gerados dois importantes resíduos: a polpa, no tratamento por via úmida, e a casca, na via seca. Cerca de 80% do café produzido no Brasil é proveniente da via seca. Centros biotecnológicos têm demostrado interesse nos mais diversos tipos de resíduos, a fim de avaliar a potencialidade dos mesmos como fonte de biomassa lignocelulósica. Neste sentido, o aproveitamento de resíduos agroindustriais, como os da cultura cafeeira, para a produção de holocelulases e ligninases por fungos filamentosos, torna-se uma alternativa viável na redução dos custos de produção de enzimas capazes degradar materiais lignocelulósicos. Entretanto, um grande problema na produção de enzimas é a sua inativação. Fatores como altas temperaturas, ausência de substrato, pH, forças hidrodinâmicas e proteases, podem causar a desativação enzimática. Em temperatura ambiente algumas proteínas podem ser degradadas por proteases em poucos minutos. O congelamento das enzimas é, então, utilizado como forma de armazenamento das mesmas por períodos curtos, variando de um dia a uma semana. OBJETIVO O principal objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção das enzimas degradadoras da parede celular vegetal como: i) FPase, ii) pectinase, iii) mananase, iv) xilanase, v) lacase (Lac) e MnP por P. Ostreatus cultivado em fermentação submersa contendo cascas de café como substrato. Além disso, objetivou-se analisar o efeito do congelamento sobre a atividade das holocelulases presentes nos extratos enzimáticos brutos obtidos após fermentação. MÉTODOS P. ostreatus foi cultivado em Erlenmeyer de 1L por fermentação submersa (10% casca de café) durante 15 dias a 25 °C, sem agitação. Após o termino do tempo de cultivo, foram retiradas alíquotas de 10 mL e submetidas à centrifugação (10.000 rpm, por 5 min, a 4 oC) para obtenção dos extratos enzimáticos brutos. Parte destes extratos foi, imediatamente, utilizada Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 206 para a avaliação das atividades enzimáticas. Outra parte dos extratos obtidos foi submetida ao congelamento a -20 °C e somente após 3 dias, foram utilizados para quantificação enzimática de FPases, Avicelase, Xilanase, Pectinase, Mananase, Lacase e MnP. RESULTADOS Após 15 dias de fermentação, foram detectadas as atividades de pectinase (1,1 UI.mL-1), mananase (0,75 UI.mL-1), Fpase (0,03 UI.mL-1), avicelase (0,01 UI.mL-1), lacase (25,2 UI.L-1) e Manganês peroxidase (24,9 UI.L-1), em extrato bruto não congelado. O congelamento do extrato enzimático bruto proporcionou a perda de atividade de todas enzimas, em pelo menos 90%. CONCLUSÃO A casca de café é uma fonte de carbono promissora para processos fermentativos visando a obtenção de enzimas ligninolíticas e possui potencial de aplicação biotecnológico. O congelamento do extrato enzimático bruto acarretou a perda de atividade de todas enzimas. APOIO FINANCEIRO FAPESB, UFBA. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 207 PÔSTER 23. EFEITO DO SHIITAKE (Lentinula edodes) SOBRE O PERFIL GLICÊMICO DE RATOS ALIMENTADOS COM DIETA HIPERCALÓRICA LEITE, F.G.1,2*, OLIVEIRA, B.G.C.C.1,2, SPIM, S.R.V.2,3, GROTTO, D.1,2,3 Curso de Farmácia, 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Atualmente, há uma crescente demanda por alimentos industrializados e fast foods. Assim, respostas inflamatórias do tecido adiposo e índices cada vez maiores de doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão, hiperlipidemia e hiperglicemia tem sido reportados. Com a intenção de reverter este quadro de desordem metabólica, as pessoas têm buscado alimentos com propriedades funcionais tais como o chá verde, chia, linhaça e outros. O cogumelo Lentinula edodes (Shiitake) tem se destacado como alimento nutricêutico por ter baixo teor de gordura, alta concentração de fibras e proteínas, ser fonte de vitaminas, minerais, e apresentar propriedades anti-tumorais, anti-neoplásicas e imunomoduladoras. Porém, alguns estudos reportados na literatura utilizam uma concentração alta de Shiitake, não correspondem ao real consumo humano. OBJETIVOS Analisar o efeito do Shiitake sobre os níveis de glicose e frutosamina em ratos, alimentados durante 30 dias com dieta hipercalórica. METODOLOGIA O Shiitake foi seco em estufa a 38 ± 2 °C, e moído até obtenção de pó fino e homogêneo. Foram utilizados 18 ratos machos Wistar, com 45 dias aproximadamente, divididos em três grupos (n=6 ratos/grupo): l - Controle (dieta normal); II – Dieta rica em gordura (60%); III – Dieta rica em gordura + Shiitake (100 mg/Kg) aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA - Uniso) sob nº 008/2012. Os animais foram alimentados com a dieta e água à vontade e o Shiitake em pó foi diluído em água e dado aos animais, via gavagem, por 30 dias. Ao final do experimento, urina e sangue foram coletados. Para a determinação de glicose urinária e sanguínea, utilizou-se kit comercial Glicose monoreagente (Bioclin®); para frutosamina sanguínea utilizou-se kit comercial Fructosamina AA (Wiener lab®). As análises seguiram protocolos experimentais dos fabricantes. Os produtos finais das reações foram lidos em espectrofotômetro (Lambda 35, PerkinElmer®), comprimento de onda de 505 e 530 nm, respectivamente. Os dados foram expresSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 208 sos como média ± desvio padrão, utilizando o teste estatístico de Duncan, onde valores de p < 0,05 foram considerados significantes. RESULTADOS Com relação à concentração da glicose urinária, o grupo III (12,15 ± 4,9 mg/dL) apresentou diminuição significativa comparado ao grupo I (19,07 ± 3,1 mg/dL), porém não mostrou diferença significativa do grupo II (18,03 ± 4,6 mg/dL). Na glicose sanguínea, o grupo III (194,6 ± 51,6 mg/dL) apresentou significativa diminuição comparado ao grupo II (286,9 ± 90,1 mg/dL), porém não mostrou diferença relevante do grupo I (252,8 ± 52,1 mg/dL). As concentrações de frutosamina não apresentaram diferenças significantes nos três grupos experimentais (204 ± 48, 249 ± 82 e 191 ± 71 mg/dL nos grupos I, II e III, respectivamente). CONCLUSÃO A dose utilizada do Shiitake (100 mg/kg), coerente ao consumo humano, apresentou efeitos hipoglicêmicos , reduzindo tanto a concentração de glicose urinária quanto a sanguínea. A frutosanima age como memória glicêmica (de duas ou três semanas) na corrente sanguínea; assim, pode não ter havido tempo suficiente para variação em sua concentração entre os grupos, e deste modo não apresentaram diferença estatisticamente significante. APOIO FINANCEIRO FAPESP (2013/05765-5), FINEP (01.10.0659.00), CAPES/PROSUP e Programa de Iniciação Científica da Uniso. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 209 PÔSTER 24. EFEITO PROTETOR DO Lentinula edodes (SHIITAKE) SOBRE A EXPOSIÇÃO MATERNO-FETAL AO METOTREXATO FRIZO, I.1,2*, PICKLER, T.B.1,2, REBELO, M.A.1, GERENUTTI, M.1,2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O metotrexato (MTX) é amplamente utilizado por períodos prolongados para o tratamento de patologias relacionadas ao sistema imunológico. Em baixas doses, apresenta alguma atividade imunossupressora e possui características de antagonista competitivo do ácido fólico, inibindo a síntese de DNA e a reprodução celular. O MTX é um teratogênico potente quando utilizado em doses elevadas para o tratamento do câncer ou para a interrupção da gravidez ectópica. A exposição a produtos naturais durante o processo de gestação é responsável por cerca de 1% dos problemas que envolvem o feto com relação a malformações. Estudos baseados em segurança de suplementos alimentares produzidos com cogumelos são de grande relevância. O emprego de cogumelos medicinais como recurso de prática generalizada na medicina popular e tem aumentado acentuadamente nas últimas décadas. Ao se garantir a segurança da utilização do Lentinula edodes durante a gestação, o mesmo poderá ser utilizado com adjuvante na exposição a agentes supostamente deletérios durante o período crítico do desenvolvimento do concepto, como é o caso do metotrexato (MTX). OBJETIVO Avaliar o efeito protetor do Lentinula edodes sobre uma droga imussupressora (metotrexato) em modelo gestação em ratos Wistar. METODOLOGIA Todos os procedimentos foram aprovados pela CEUA- UNISO sob protocolo nº 007/2012. As amostras de cogumelo in natura foram picadas e secas em estufa com circulação de ar (50 °C, por 24 horas); o material seco foi moído em moinho de facas até a obtenção de partículas homogêneas. Após a confirmação de prenhes, foram utilizados os seguintes tratamentos, durante 20 dias de gestação: MTX: metotrexato 0,20 mg/kg/dia; SIMTX: Lentinula edodes 0,4 g/kg/dia + metotrexato 0,20 mg/kg/dia; SIIMTX: Lentinula edodes 0,8 g/kg/ dia + metotrexato 0,20 mg/kg/dia. Foram avaliados os parâmetros bioquímicos sanguíneos maternos (ATL, AST, creatinina, ureia e estresse oxidativo); os parâmetros de capacidade reprodutiva (perdas pré-implantação e perdas pós-implantação); os parâmetros morfológiSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 210 cos fetais (avaliação óssea e visceral). Para a análise dos resultados foi utilizado o nível de significância entre 1 e 5%. A análise de variância Anova foi empregada para dados paramétricos, seguida do teste Tukey-Kramer para comparações múltiplas em todos os experimentos realizados. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para comparações não paramétricas, em porcentagens. RESULTADOS Os resultados obtidos indicam que a amostra de Lentinula edodes utilizada encontrou-se dentro dos parâmetros descritos na literatura (0,53 g beta-glucanas por 100 g de cogumelo; compostos fenólicos: 2,4 mg GAE/g). Tanto o MTX, como as associações (SIMTX SIIMTX) não promoveram efeitos de toxicidade materna, entretanto em todos os tratamentos observou-se efeito fetotóxico. O Lentinula edodes apresentou um efeito importante sobre a capacidade reprodutiva das ratas durante o período de pré-implantação, sendo que este reverteu os efeitos deletérios promovidos pelo MTX nesta fase. CONCLUSÃO Pode-se concluir que a utilização do Lentinula e dodes como protetor na exposição ao metotrexato deve ser considerada para se evitar abortos espontâneos, entretanto, por apresentar efeitos fetotóxicos, suas doses devem ser claramente definidas. APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo: 01.10.0659.00; PROSUP/CAPES. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 211 PÔSTER 25. EFEITOS DA INGESTÃO DE Lentinula edodes (SHIITAKE) SOBRE PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS EM RATOS COM DIETA HIPERCALÓRICA SPIM, S.R.V.1,3*, OLIVEIRA, B.G.C.C.2,3, LEITE, F.G.2,3, GROTTO, D.1,2,3 Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, 2Curso de Farmácia, 3Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A obesidade configura hoje o principal problema de saúde em muitos países. Embora os fatores ambientais e genéticos desempenhem um papel importante na obesidade, os hábitos também contribuem de forma significativa para a etiologia. Estudos têm demonstrado que a resistência insulínica e a gordura abdominal poderiam estimular a proliferação de eritroblastos e consequentemente o número de células vermelhas. Diversos recursos terapêuticos têm sido empregados para o tratamento da obesidade, destacando-se os nutracêuticos. Os cogumelos comestíveis, e em especial neste estudo o Lentinula edodes (Shiitake), são alimentos altamente nutritivos. O Shiitake é rico em proteínas, possui baixo teor lipídico, e é fonte de vitaminas e minerais. Vários efeitos já foram atribuídos ao Shiitake, dentre eles antitumoral, antiviral, anti-hipertensivo e anti-hipercolesterolêmicos; entretanto, muitos estudos são in vitro ou ainda com uma concentração alta de Shiitake, o que não corresponde ao real consumo humano. OBJETIVOS Analisar o efeito da ingestão de Shiitake sobre os parâmetros hematológicos em ratos com dieta hipercalórica. MÉTODOS O Shiitake foi seco em estufa a 38 ± 2°C, e moído até obtenção de pó fino e homogêneo. Foram utilizados 18 ratos machos Wistar, com 45 dias aproximadamente, divididos em três grupos (n=6 ratos/grupo): l - Controle (dieta normal); II – Dieta rica em gordura (60%); III – Dieta rica em gordura + Shiitake (100 mg/Kg) aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA - Uniso) sob nº 008/2012. Os animais foram alimentados com a dieta e água à vontade e Shiitake em pó diluído em água, via gavagem, por 30 dias. O sangue foi coletado ao final do experimento para determinação dos seguintes parâmetros hematológicos: Leucócitos (WBC), Contagem Total de Eritrócitos (RBC), Hemoglobina (HGB), Hematócrito (HTC), Volume Corpuscular Médio (MCV), Hemoglobina Corpuscular Média (MCH), Concentração de Hemoglobina Globular Média (MCHC) e Plaquetas (PLQ). Para as análises foi Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 212 utilizado um contador automatizado Sysmex Xs1000i-Roche®, e os dados foram expressos com média ± desvio padrão utilizando o teste estatístico de Duncan, onde valores de p< 0,05 foram considerados significantes. RESULTADOS No grupo III a contagem de WBC (7,6 ± 2 103/µL) apresentou diferença significativa comparada ao grupo I (5,6 ± 0,9 103/µL), porém não apresentou diferença do grupo II (6,5 ± 0,5 103/µL). A concentração de MCHC no grupo ll (32,8 ± 0,2 g/dL) mostrou-se aumentada quando comparada ao grupo l (32,2 ± 0,6 g/dL), mas não se mostrou diferente do grupo III (32,5 ± 0,5 g/dL). O resultado de RBC, HGB, HCT, MCV, MCH e PLT não apresentaram diferenças significantes entre os três grupos experimentais. CONCLUSÃO Verificou-se que no período de exposição proposto não houve tempo suficiente para desordens inflamatórias de grande proporção que pudessem afetar as células sanguíneas. As células leucocitárias são responsáveis pela defesa e imunidade do organismo. Neste estudo, o grupo que recebeu dieta hipercalórica e Shiitake apresentou aumento dessas células, fato que pode ser atribuído aos efeitos moduladores imunológicos do Shiitake. APOIO FINANCEIRO FAPESP (2013/05765-5), FINEP (01.10.0659.00), CAPES/PROSUP e Programa de Iniciação Científica da Uniso. PÔSTER 26. EFICIÊNCIA BIOLÓGICA E PRODUTIVIDADE DE DUAS Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 213 PÔESTER 26. EFICIÊNCIA BIOLÓGICA E PRODUTIVIDADE DE DUAS LINHAGES DO Pleurotus ostreatus var. florida CULTIVADOS EM SUBSTRATOS PREPARADOS COM DIFERENTES TEMPOS DE COMPOSTAGEM E POR ESTERILIZAÇÃO ZANON, A.R.1*, JESUS, J.P.F.1, NAKACIMA, D.R.1, ANDRADE, M.C.N.1, MINHONI, M.T.A.1 Módulo de Cogumelos, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O Pleurotus ostreatus var. Florida é um dos cogumelos em expansão no mercado brasileiro. O método mais utilizado no preparo do substrato de cultivo envolve uma compostagem curta com posterior pasteurização a vapor e condicionamento. Há também, mas em menor escala, o uso de substrato esterilizado, o qual é chamado de axênico. No entanto, há necessidade de pesquisas que busquem as melhores maneiras de se conduzir estas etapas da produção de cogumelos, para que se tenham resultados mais satisfatórios. Pesquisas estas que englobam também testes com diferentes linhagens. OBJETIVOS E MÉTODOS Para avaliar a influência de três períodos diferentes de compostagem (6, 4 e 2 dias) e da esterilização (121 °C a 1atm por 2 horas) do composto, sobre os parâmetros de produção do cogumelo (eficiência biológica e produtividade), foi realizado um experimento no Módulo de Cogumelos da Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, constando com 8 tratamentos, com 25 repetições cada, divididos em 2 grupos: pasteurizado (T1 a T6) x axênico (T7 e T8). Para isso foi utilizado um tipo de composto à base de palha de cana-de-açúcar suplementada com farelo de trigo (C/N inicial de 66/1), e duas linhagens do P. ostreatus var. Flórida: POS 09/101 (módulo de cogumelos, Botucatu/SP) e POS 13/001 (comércio da cidade de Cabreúva/SP). Os compostos preparados por compostagem foram primeiramente umedecidos durante 3 dias e, posteriormente ao período de compostagem, foram pasteurizados em container tipo Dalsem Mushroom® (60 -/+ 2 oC durante 8 horas e condicionamento de 72 horas à 48 -/+ 2 oC). Ao final do condicionamento procedeu-se a inoculação misturando-se 2% de semente em relação ao peso úmido do composto (8 kg). Para o composto axênico, a palha foi triturada, homogeneizada com o farelo, gesso, calcário e água, e colocada em sacos tipo PEAD dotados de filtro, com 1 kg de substrato cada, os quais, após esterilização, foram inoculados com 2% de semente. Foi realizado teste ANOVA, seguido do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, com fatorial 4 x 2 (4 compostos x 2 linhagens) através do programa de estatística Sisvar 5.0. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 214 RESULTADOS Os tratamentos T2 e T4, obtidos por diferentes tempos de Fase I (6 e 4 dias) com uso da linhagem POS 09/101 apresentaram os melhores resultados de eficiência biológica (T2 = 108,91% e T4 = 102,49%) e produtividade (T2 = 26,22% e T4 = 25,72%). Os tratamentos T7 e T8, obtidos por via asséptica, apresentaram resultados menos satisfatórios de eficiência biológica (T7 = 77,36% e T8 = 82,81%) e produtividade (T7 = 22,02% e T8 = 23,34%) quando comparados aos resultados obtidos pelo tratamento T2. CONCLUSÃO Portanto, o tempo de Fase I e as vias de preparo do composto (axênico x pasteurizado) influenciaram a eficiência biológica e a produtividade da linhagem POS 09/101, fato não observado, contudo, na linhagem POS 13/001. Entre os compostos submetidos à pasteurização a linhagem POS 09/101 obteve melhor eficiência biológica e produtividade, em relação à linhagem POS 13/001, nos compostos preparados com 6 e 4 dias de compostagem. APOIO CAPES. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 215 PÔSTER 27. FITASES, PROTEASES E LACASES PRODUZIDAS POR BASIDIOMICETOS EM CULTIVO SUBMERSO COM TORTAS DE PINHÃO-MANSO OU CAROÇO DE ALGODÃO COMO FONTE DE CARBONO SANTANA, T.D.D.1, MAGALHÃES, P.O.B.1, SIQUEIRA, F.G.2, MENDONÇA, S.2, FERNANDES, 2 A.P.A. , GODOY, T.G.2, MACHADO, A.E.V.2, COSTA, C.M.C.2, URBEN, A.F.3, HELM, C.V.4, COSTA, A.M.5 Universidade de Brasília/DF, Brasil; 2Embrapa Agroenergia, Brasília/DF, Brasil; 3Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília/DF; 4Embrapa Florestas, Colombo/PR; 5Embrapa Cerrados, Brasília/DF. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Aproveitar os potenciais regionais para produção de biocombustíveis tanto a partir de fontes já conhecidas, como o caroço de algodão, quanto de culturas potenciais, como a do pinhão-manso é um grande desafio. Utilizar os resíduos destas cadeias é chave para tornar suas produções economicamente viáveis. Uma vez que na produção de ração animal há uma busca constante por ingredientes alimentares podemos utilizar os resíduos da extração de óleos na cadeia de ração animal. Todavia, os resíduos da extração de óleos dessas fontes, possuem algumas limitações e apenas com melhorias podem ser usados. Assim o uso de enzimas exógenas pode viabilizar este processo, estas podem ser obtidas de micro-organismos, como é o caso dos macrofungos. OBJETIVOS Avaliar as atividades de enzimas de basidiomicetos quando cultivados de forma submersa contendo fontes de carbono tortas de pinhão-manso ou de caroço de algodão. MÉTODOS Os cultivos foram realizados com macrofungos Pleurotus pulmonarius e Picnonosporus sanguineus da coleção de microrganismos da Embrapa Agroenergia. Estes foram cultivados em meio de cultura com 5 g de torta de caroço de algodão ou torta de pinhão-manso, acrescido de 95 mL de água destilada. Após a esterilização foram inoculados o micélio dos respectivos macrofungos, que foram então dispostos em estufas ventiladas. As triplicatas foram avaliadas com 7 e 14 dias de cultivos. As atividades enzimáticas para protease, fitase e lacase foram realizadas a partir dos extratos brutos utilizando as respectivas metodologias estabelecidas. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 216 RESULTADOS As duas linhagens testadas desenvolveram-se em ambos os meios de cultivo. Foram observados melhores resultados de atividade enzimática em P. sanguineus crescidos em torta de caroço de algodão, enquanto para P. pulmonarius o melhor meio foi a torta de pinhão -manso. Os extratos brutos obtidos de P. sanguineus apresentaram 121,2 e 213,0 U.ml-1 de atividade de protease, em 7 e 14 dias, respectivamente. Enquanto que para fitase os valores foram de 3,3 e 4,2 U.ml-1 em 7 e 14 dias. Nestes as atividades de lacases para foram de 1,1 e 41,1 U.ml-1 em 7 e 14 dias. Todavia, os extratos brutos de P. pulmonarius apresentaram 40,3 e 92,6 U.ml-1 de atividade de protease, em 7 e 14 dias, respectivamente. Enquanto a de fitase, foram de 1,1 e 1,8 U.ml-1 em 7 e 14 dias. Nestes, as lacases observadas foram de 36,7 5 e 29,0 U.ml-1 em 7 e 14 dias. CONCLUSÃO Os extratos brutos enzimáticos apresentam atividades para lacases, fitases e proteases promissoras para aplicações biotecnológicas, quando cultivados em tortas de caroço de algodão e pinhão-manso. APOIO FINANCEIRO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) processo 404786/2013-8. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 217 PÔSTER 28. IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO DE LINHAGENS PARA A PRODUÇÃO DE Pleurotus ostreatus EM Brachiaria sp. SILVA, A.S.C.1*, MIRANDA, J.C.1, FRANCO, C.A.F.2, CORREIA, M.J.3, ANGELIS, D.F.1 Departamento de Bioquímica e Microbiologia, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro/SP, 2Empresa Arabella; 3Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A produção mundial de cogumelos sofreu um crescimento de 20 vezes nos últimos anos. Anualmente são produzidas mais de, 1,5 milhões de toneladas, sendo que esta atividade é dominada por países asiáticos. O ciclo curto de cultivo, a produtividade relativamente alta e a necessidade de pouco espaço, aliada às estratégias simples de manipulação e de baixo custo, são fatores muito atrativos para induzir os produtores para o cultivo de cogumelos, entre eles o Pleurotus ostreatus, comumente conhecido como shimeji ou cogumelo ostra. O sucesso no cultivo de P. ostreatus está diretamente ligado às condições ambientais empregadas. Fatores como luminosidade, temperatura, características culturais de linhagens, qualidade física e nutricional do substrato permitirão melhor bioconversão do substrato, que concorre para induzir produtividade e valor nutricional aos cogumelos (basidiocarpos). OBJETIVOS Avaliar a produtividade, eficiência biológica e volume de massa fresca de duas linhagens de P. ostreatus, cultivadas em estufas de cultivo semi adiabáticas. MÉTODOS O experimento foi conduzido em estufas de cultivo localizadas no Município de Mogi Guaçu. Foram testadas duas linhagens de P. ostreatus, L1 e L2, gentilmente cedidas pela empresa Funghi e Flora. Realizou-se a fase I da compostagem empregando-se Brachiaria sp. em área com piso de concreto, na qual ocorreram revolvimento e o umedecimento do material. Esta fase teve duração de seis dias. Após este procedimento, transferiu-se o material para o túnel de pasteurização (fase II), que teve a duração de seis dias. Ao final da fase II, deixou-se o material esfriar até a temperatura de 25 – 30 oC e inoculou-se manualmente, acondicionando-se o substrato inoculado em sacos plásticos pretos de material reciclado. O delineamento experimental, inteiramente casualizado, constou de 12 repetições, sendo cada embalagem uma unidade experimental. Ao final da inoculação, os sacos continham 8 kg cada, sendo a quantidade inóculo equivalente a 1% da massa de substrato. Em seguida, os sacos foram lacrados e levados à estufa, onde Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 218 ficaram incubados até completa colonização do substrato. Foram acompanhados dois fluxos de produção, tendo cada fluxo duração de 30 dias. RESULTADOS Para as linhagens L1 e L2, a formação de primórdios ocorreu 11 e 16 dias após inoculação, respectivamente. A primeira colheita ocorreu três dias após a formação de primórdios. L1 apresentou produtividade de 14,16% e eficiência biológica de 70,14%, e L2, produtividade de 15,78% e eficiência biológica de 78,18%. L2 produziu maior valor de massa fresca em relação a L1, porém foi mais tardia na formação de primórdios quando comparada a L1. A maior produtividade absoluta para ambas as linhagens ocorreu nos primeiros 40 dias de ciclo. CONCLUSÃO A partir desse trabalho, pôde-se inferir a importância da seleção de linhagens em relação a uma dada formulação de substrato utilizada em escala comercial, quando os parâmetros de produtividade e duração têm influência direta no custo de produção e rendimento econômico para os cultivadores. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 219 PÔSTER 29. INCORPORAÇÃO DOS EXTRATOS DE Ganoderma lucidum EM MEMBRANAS DE NANOCELULOSE BACTERIANA SABADIM, G.1,2*, PERES, N.M.1,2, JOZALA, A.F.1,2,3, GERENUTTI, M.1,2,3 Curso de Farmácia; 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO As queimaduras representam lesão tecidual em decorrência à exposição a agentes químicos, físicos ou radioativos. Estas lesões, em relação a sua extensão e ao dano tecidual, podem ser divididas em: primeiro, segundo, e terceiro graus. As queimaduras de segundo grau podem ser caracterizadas como de espessura parcial, pois lesam parcialmente a derme e mantém os anexos epidérmicos, facilitando o tratamento sem intervenção cirúrgica. O tratamento da lesão envolve a troca de curativos, em períodos entre 12 e 36 horas, dependendo da extensão da lesão, utilizando-se substâncias para a limpeza, seguida da aplicação do medicamento de escolha. A exposição do local lesionado ao ambiente amplia a probabilidade de infecção. A investigação de novas substâncias derivadas de produtos naturais e suas aplicações como alternativa em tratamento de queimaduras está em constante crescimento nas diversas áreas de pesquisa. Portanto a incorporação de substancias derivadas do cogumelo Ganoderma lucidum (Curtis) P. Karst em membranas de nanocelulose bacteriana podem ser de grande aplicabilidade nos processos de recuperação destas lesões cutâneas. O Ganoderma lucidum também chamado de Linghzi ou Reishi é um dos cogumelos mais conhecidos, e tem sido utilizado para fins terapêuticos que promovem a melhora na saúde e longevidade na China, Japão e outros países asiáticos. OBJETIVOS Incorporar o extrato aquoso e o extrato hidroalcoólico de Ganoderma lucidum em membranas de celulose bacteriana a fim de avaliar sua compatibilidade com esta forma farmacêutica. MÉTODOS Os corpos de frutificação do Ganoderma lucidum foram desidratados em estufa com circulação e renovação de ar quente (40 oC, 72 horas) e o material seco foi submetido à moagem em moinho de facas e martelos. Preparação de extratos: (a) extrato aquoso: obtido por decocção, onde 50 g de pó moído de Ganoderma lucidum, na proporção de 50 g/L (m/v), foi aquecida até a temperatura de 100 °C e mantida durante um período de 5 horas, seguida de filtração simples; este filtrado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 220 ção de 1:10 (m/v). (b) extrato hidroalcóolico: extração por percolação simples, o cogumelo moído foi acondicionado em um recipiente cônico (percolador), através do qual se passou o líquido extrator (etanol 70%, na quantidade mínima de 10 vezes a massa empregada), a 30 gotas por minuto, até o esgotamento do pó; o percolado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até a proporção de 1:10 (m/v). As membranas de celulose bacteriana, foram submersas nos extratos aquoso e hidroalcoólico e deixados a 25 oC sob 100 rpm (American Lab Incubadora Refrigerada AL 140), durante 24 horas para incorporação; após esse período, as membranas incorporadas foram colocadas solução tampão com pH 6,0 e deixadas em estufa a 36 oC por 24 e 48 horas, para avaliação da liberação dos extratos. RESULTADOS Os resultados preliminares obtidos nos ensaios de incorporação indicam capacidade de retenção dos extratos de Ganoderma lucidum nas membranas de celulose bacteriana e um sistema de liberação promissor que facilita a adesão ao tratamento. CONCLUSÃO Estudos futuros devem ser realizados para avaliar a aplicabilidade das membranas de celulose bacteriana incorporadas com Ganoderma lucidum em lesões. APOIO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo 01.10.0659.00; PNPD/CAPES. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 221 PÔSTER 30. INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE SERRAGEM NA PRODUTIVIDADE DO COGUMELO Enokitake (Flammulina velutipes) MOREIRA, T.F.P.1*, MELLO, M.C.D.1 Empresa Yuri Cogumelos, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cultivo de cogumelos comestíveis é desenvolvido em diferentes países com a utilização de diversos substratos de origem florestal disponíveis localmente. O cogumelo Enokitake (Flammulina velutipes) é originário do Japão e tem como o seu principal substrato a serragem de carvalho (Quercus spp.). No Brasil, o resíduo florestal mais abundante é o eucalipto (Eucalyptus spp.), destacando-se o país como um dos maiores produtores desse gênero. OBJETIVOS O presente trabalho teve por objetivo avaliar a produtividade e tempo de colheita do cogumelo Enokitake utilizando como substrato serragem de eucalipto e carvalho. MÉTODOS A linhagem testada foi inoculada em placas de Petri contendo meio específico para fungos (PDA - Potato Dextrose Agar), incubada em estufa a temperatura de 25 oC e o desenvolvimento foi acompanhado até atingirem a cobertura total da placa. O experimento foi montado em 3 tratamentos com 10 repetições cada: Controle T1 (77% carvalho), T2 (77% eucalipto) e T3 (40% carvalho e 37% eucalipto). Todos os tratamentos foram acrescidos de farelo de trigo (10%), farelo de milho (10%) e carvão (3%), umidade 60% e pH 6,5. Após o preparo as misturas foram envasadas, esterilizadas a 121 oC e receberam 5% de inóculo. Foram submetidos à temperatura de 18 oC com ciclo de luz artificial até total colonização. A indução foi feita com a retirada do estroma e absorção de água, a temperatura foi reduzida entre 12 e 14 oC, com UR de 90 a 95%, na ausência de luz. Na formação dos primeiros primórdios a temperatura foi ajustada entre 8 e 10 oC e UR de 85 a 95%, quando estes atingiram 2 a 3 cm de altura foi colocado em volta da borda da embalagem uma haste de plástico com 10 cm de altura, que teve a função de aumentar as estipes dos cogumelos. RESULTADOS E CONCLUSÃO O T1 Controle apresentou maior produtividade e menor tempo de colheita, seguido do T3, podendo-se concluir que as formulações contendo serragem de carvalho influenciam diretamente na produtividade do cogumelo Enokitake. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 222 PÔSTER 31. INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA SEMENTE PRODUZIDA EM SUBSTRATO ALTERNATIVO NO CRESCIMENTO MICELIAL DE Pleurotus ostreatus GROFF, D.B.1*, PEREIRA, W.E.S.1, MARMENTINI, J.1, NORILER, S.A.1, ALMEIDA, D.J.2 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro, 2Faculdade Campo Real, Guarapuava/PR. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos do gênero Pleurotus sp. possuem um elevado valor nutricional, propriedades terapêuticas e aplicações biotecnológicas. A semente utilizada para a produção de cogumelos é um dos itens mais caros para o produtor, por vezes os produtores não encontram local de compra nas redondezas e por conta disso acabam comprando uma quantidade acima da medida necessária. OBJETIVOS Com base nesse contexto o presente trabalho teve como objetivo avaliar se diferentes períodos de armazenamento (0, 45 e 105 dias) da semente de Pleurotus ostreatus produzida em substrato alternativo afetaria ou não na velocidade de crescimento micelial. MÉTODOS A cepa do Pleurotus ostreatus foi mantida em tubos de ensaio contendo PDA com repique a cada trimestre. A semente foi feita com a mistura de borra de café e terra, 1:1 e adicionado água para umedecer (este substrato está protegido por patente), colocada em três pacotes de polipropileno e amarrado uma espuma na boca, esterilizado por 45 minutos a 121 °C, em seguida para cada pacote foi inserido cinco pedaços de 1 cm² de micélio oriundo da placa de petri e incubado no escuro a 25 °C por 20 dias. Após a completa colonização o pacote 1 foi utilizado como inoculante do 1º experimento de crescimento micelial feito logo no dia seguinte, o 2 foi armazenado e usado após 45 dias para o 2º experimento e o 3 armazenado por 105 dias e usado para fazer o 3º experimento , ambos guardados a temperatura ambiente. O substrato utilizado para produção foi o feno, este foi umedecido em água com 1% de calcário e após 12 horas escoado. Em seguida o substrato foi embalado na proporção de 400 g por pacote de polipropileno e pasteurizados por 5 horas a 80 oC. Cada experimento foi feito em quadruplicada. Tanto para o 1º, 2º e 3º experimentos a inoculação foi feita com duas colheres de semente, em cada pacote foi posto três fitas de 13 cm para auxiliar na medição do crescimento micelial, feito a cada dois dias até completa colonização do substrato. Os pacotes ficaram incubados a 25 oC, no escuro. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 223 RESULTADOS O 1º experimento teve uma média de crescimento micelial de 0,74 cm/dia com ±0,06; o 2º experimento teve uma média de crescimento de 0,77 cm/dia e ±0,08 e o 3º experimento teve como crescimento micelial 0,66 cm/dia e ±0,04. CONCLUSÃO Os resultados demonstram que o tempo de armazenamento em até 105 dias da semente de Pleurotus ostreatus, produzida em substrato a base de borra de café, não afeta significativamente na velocidade de crescimento micelial podendo ser utilizada para a produção e sendo o armazenamento uma medida viável quando necessária. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 224 PÔSTER 32. INFLUÊNCIA DOS DIAS DE ARMAZENAMENTO NA PRODUTIVIDADE DO COGUMELO Pleurotus ostreatus UTILIZANDO SEMENTES DE SUBSTRATO ALTERNATIVO CADORE, J.M.1*, DALLA SANTA, H.S.1, ALVAREZ, D.C.1, GROFF, D.B.1, MARMENTINI, J.1 Laboratório de Bioprocessos em Cogumelos do Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Guarapuava/PR. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos comestíveis e/ou medicinais são muito estudados devido às suas propriedades nutritivas aliadas ao seu grande potencial medicinal. Os cogumelos do gênero Pleurotus sp. são ricos em proteínas, fibras, carboidratos, vitaminas, aminoácidos essenciais e não essenciais, além de minerais, como cálcio, potássio, iodo e fósforo, representando uma ótima alternativa de nutrição. OBJETIVOS Este estudo tem o objetivo de verificar a influência dos dias de incubação da semente de P. ostreatus na produtividade do cogumelo. MÉTODOS As sementes foram produzidas utilizando como substrato a borra café que foi distribuído em pacotes plásticos vedados com espuma sendo esterilizado por 45 minutos a 121 °C. Cada pacote recebeu 5 pedaços de 5 mm2 de BDA com o micélio (oriundo das Placas de Petri) e foram incubados sob refrigeração para a completa colonização micelial do substrato, quando os pacotes completaram 45 e 60 dias de incubação, foram inoculadas em azevém. O azevém foi umedecido por 4 horas em água com calcário até ajustar o pH para 7,0 e suplementado com 10% de farelo de trigo. Em seguida o substrato foi embalado na proporção de 150 g de massa seca/pacote de polipropileno. Os pacotes serão esterilizados por 40 min por duas vezes, com intervalo de 24 h, a 121 oC. A inoculação foi realizada com duas colheres de sementes colonizadas com micélio de P. ostreatus, incubados a 25 °C, no escuro durante 30 dias (ou o tempo necessário) para a completa colonização micelial do substrato. O experimento foi realizado em quadruplicata para as sementes armazenadas durante 45 e 60 dias sob refrigeração. Após a completa colonização do micélio nos pacotes com azevém, estes foram encaminhados a estufa úmida (80%) e permaneceram nesta por 60 dias até o substrato ficar exaurido, durante este período foram realizadas colheitas diárias anotando-se o peso dos cogumelos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 225 RESULTADOS Verificou-se a produtividade de 25,60 ± 4,78% para os pacotes de azevém inoculados com semente com o tempo de incubação de 45 dias e de 22,74 ± 3 ,99% para as que passaram por 60 dias de incubação. CONCLUSÃO Constatou-se assim que o tempo de incubação da semente influência na produtividade final, quanto antes a semente for utilizada melhor o seu rendimento. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 226 PÔSTER 33. IRRIGAÇÃO DA CAMADA DE COBERTURA DE Agaricus subrufescens COM SOLUÇÃO NUTRITIVA PREPARADA COM O COMPOSTO COLONIZADO TOLARDO, G.S.1, DOURADO, F.A.1, IOSSI, M.R.1, CARVALHO, B.L.1, ZIED, D.C.1* Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus de Dracena, Dracena/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A espécie A. subrufescens vem sendo cultivada em pequena escala no Brasil e no mundo. Deste modo, pouca tecnologia de cultivo se tem estabelecida para aumentar os valores de produtividade deste cogumelo, reduzindo o período de produção e os valores econômicos dos fungicultores. Sabe-se que a aplicação de suplementos em cultivos de outras espécies de cogumelos já está bem definida, principalmente a que se aplica na forma sólida junto ao composto. Estes suplementos são utilizados com intuito de aumentar a disponibilidade de proteína e outros nutrientes ao micélio fúngico do cogumelo. OBJETIVOS Avaliar a aplicação de solução nutritiva na camada de cobertura, para aumentar a produtividade e precocidade de A. subrufescens. MÉTODOS Foi preparada uma solução contento 5 kg de composto colonizado de A. subrufescens e cinco litros de água, o qual permaneceu em repouso por 24 horas. A partir desta solução foram feitos quatro tratamentos, os quais foram aplicados após 15 dias na cobertura do composto. O tratamento um constou de uma aplicação de 320 ml da solução pura por repetição. O tratamento dois constou de uma aplicação de 160 ml da solução pura por repetição. O tratamento 3 constou de uma aplicação de 80 ml da solução pura por repetição. Finalmente o tratamento 4 serviu como testemunha, a qual constou de uma aplicação de 160 ml da solução pura por repetição, entretanto esterilizada. Cada tratamento possuía 5 repetições, representada por uma caixa plástica contendo 10 quilos de composto. O período de produção do experimento foi de 83 dias. Os resultados obtidos de produtividade, número e massa média de cogumelos foram submetidos ao Teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS Os resultados de produção, número e massa média de cogumelos não foram afetados significativamente pelos tratamentos aplicados ao teste Tukey a 5% de probabilidade. A proSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 227 dução variou entre 6,18 a 8,96 g de cogumelos colhidos por caixa; o número de cogumelos entre 28 a 45 unidades por caixa e finalmente a massa média de cogumelos entre 19,16 a 22,51 g por cogumelo. CONCLUSÃO Conclui-se que irrigar a camada de cobertura com solução nutritiva de composto colonizado não apresentou aumentos significativos na produtividade, número e massa média de cogumelos. APOIO Universidade Estadual Paulista (Unesp) / Pró-Reitoria de Extensão (Proex). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 228 PÔSTER 34. PERFIL GLICÊMICO DE CAMUNDONGOS DIABÉTICOS ALIMENTADOS COM Agaricus blazei ARAÚJO, A.P.F.1, GOMES, T.G.1, ANDRADE,C.F.S.2, MACHADO, E.R.2, SIQUEIRA, F.G.3*, MENDONÇA, S.3* Pós-graduação em Biotecnologia, Universidade Federal do Tocantins, Gurupi/TO, Brasil, 2Universidade Anhanguera de Brasília, DF, Brasil, 3Embrapa Agroenergia, Brasília, DF, Brasil. *Autor correspondente: [email protected] e [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos são fungos filamentosos, pertencentes à classe dos basidiomicetos. Alguns deles são tóxicos e/ou alucinógenos, todavia, outros possuem propriedades farmacológicas e nutricionais. São no geral ricos em proteínas e todos os aminoácidos essenciais, minerais, vitaminas e fibras, sendo as principais dentre elas as beta-glucanas. Estudos confirmam o uso do cogumelo Agaricus blazei para prevenção do colesterol, arterosclerose, hepatite, câncer, diabetes e úlceras. O enfoque do presente trabalho está relacionado ao Diabete mellitus I (DMI), um distúrbio no metabolismo dos carboidratos e lipídeos que implica na má fabricação e/ou utilização do hormônio insulina pelo corpo levando a hiperglicemia e inúmeros desconfortos secundários como insuficiência renal e cardíaca. OBJETIVO O objetivo geral do projeto foi verificar o efeito do consumo do cogumelo Agaricus blazei em camundongos Balb/c portadores da doença metabólica DMI e identificar possíveis relações favoráveis que levariam a melhorias significativas no quadro clínico dos animais diabéticos. MÉTODOS Para atingir esse objetivo, foram utilizados camundongos Balb/c saudáveis oriundos do Biotério Central da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-RB) com idade de 45 dias, pesando entre 30 e 40 g. Foi induzido o diabetes pelo uso do medicamento Aloxano monohidratado 2% (Sigma-Aldrich, código A-7413) diluída em solução salina 0,9%, na concentração de 60 mg/kg, a administração do medicamento se deu por via intravenosa. Foram considerados diabéticos aqueles que após uma semana da injeção permaneciam com glicemia >200mg/dl. Antes do tratamento, os animais permaneceram em jejum de 12 horas. Após a indução, foram divididos em seis grupos distintos, sendo o primeiro, controle negativo (G1), composto por animais saudáveis, não submetidos à injeção de Aloxano monohidratado. O segundo, controle positivo (G2), com animais diabéticos que, no entanto não recebiam qualquer tipo de tratamento. O terceiro (G3) com animais diabéticos que faziam uso do traSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 229 tamento convencional para a síndrome (1U de insulina em períodos de 48 horas). O quarto (G4) composto por animais diabéticos tratados com a farinha do cogumelo A. blazei diluída em água na concentração de 3 g/kg do animal e administrada via gavagem, enquanto o quinto grupo (G5) composto por animais diabéticos tratados com 3 g/kg farinha do cogumelo A. blazei diluída em gelatina. O sexto grupo (G6) foi tratado com o hormônio insulina (1U) e dieta com o cogumelo diluído na gelatina. RESULTADOS E CONCLUSÃO Os animais diabéticos antes do tratamento apresentaram sinais como disúria, poliúria, perda de peso e alterações na pelagem se comparados aos animais do G1, sinais típicos da Diabetes. Os participantes foram avaliados com intervalo de dois dias com o exame de glicemia por método de glicosímetro digital, sendo a coleta realizada por pique na cauda de cada animal. A eutanásia se deu por overdose de xilazina e ketamina. Foram contados os leucócitos totais em Câmara de Neubauer e contagem diferencial foi realizada por análises de esfregaços finos de sangue corados por método de Panótico. Os resultados mostraram que houve melhora tanto do estado físico, quanto metabólico dos animais, tendo diminuição significativa do perfil glicêmico dos grupos tratados. O trabalho foi devidamente submetido e aprovado pela comissão de ética no uso animal (CEUA) sob UnBDOC n.º 110439/2013. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 230 PÔSTER 35. PODA DE ÁRVORES E DE GRAMÍNEAS COMO SUBSTRATO BASE PARA O CULTIVO DE Ganoderma lucidum ALQUATI, G.P.1, MARTINS, O.G.1*, SIQUEIRA, O.A.A.P.1, SAAD, A.L.M.1, ANDRADE, M.C.N.1 Laboratório de Fungos Comestíveis e Medicinais, Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Um dos fatores determinantes para o cultivo do Ganoderma lucidum é a seleção de matérias primas para a formulação de substratos, onde materiais adequados, tanto biologicamente como economicamente, são essenciais para o sucesso do cultivo. No município de Bauru, SP, há uma grande quantidade de resíduos orgânicos que poderiam ser utilizados para tal finalidade, os quais são gerados mensalmente e destinados ao aterro sanitário municipal, comprometendo a capacidade volumétrica do aterro e sua vida útil. Além do aspecto ambiental, a utilização de resíduos para a formulação de substratos para o cultivo de cogumelos tem por finalidade minimizar os custos de produção, proporcionando uma opção viável, de baixo custo e de fácil acesso. OBJETIVOS Avaliar a viabilidade de uso de poda de árvores e de gramíneas para o cultivo do G. lucidum. Para isso foram mensuradas a massa de basidiomas frescos, a perda de matéria orgânica e a eficiência biológica do G. lucidum, produzidos em seis formulações de substratos, sendo um tradicional (à base de serragem de eucalipto) e cinco à base de podas de árvores e de gramíneas coletadas em vias públicas de Bauru/SP. MÉTODOS Os resíduos de poda de gramíneas e de árvores utilizados na composição dos tratamentos experimentais foram respectivamente fornecidos pela EMDURB e SEMMA de Bauru, SP. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 6 x 2, correspondente a seis tipos de substratos S1 = 100% poda de árvore (PA); S2 = 100% poda de gramíneas (PG); S3 = 75% PA + 25% PG; S4 = 50% PA + 50% PG; S5 = 25% PA + 75% PG e ST = 100% Serragem de eucalipto (testemunha) e duas linhagens de G. lucidum (GLM-09/01 e GLM-10/02) , cada qual com 7 repetições (bloco de substrato – 600g), totalizando 84 unidades experimentais. No total foram realizadas quatro colheitas. Foram avaliadas a massa de basidiomas frescos (MBF), perda de matéria orgânica (PMO) e eficiência biológica (EB) e os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 231 RESULTADOS Houve interação significativa para os fatores linhagem x substrato para a variável PMO, onde se verificou que para a linhagem GLM-10/02 de G. lucidum o ST obteve o melhor desempenho de PMO (31,1%). Já para a linhagem GLM-09/01 o substrato S4 obteve juntamente com o ST as maiores médias (24,9 e 26,4%, respectivamente). Em relação à comparação das linhagens entre si dentro de cada substrato testado, apenas os substratos S2 e S4 obtiveram diferenças de médias entre as linhagens, e nesse caso a linhagem GLM-09/01 obteve os melhores desempenhos. Sobre a MBF e EB não houve interação significativa entre os fatores linhagem x substrato, sendo que apenas para a variável substrato foi significativa e, tanto MBF como para a EB os melhores desempenhos foram obtidos pelo ST, sendo a média de MBF de 88,5g e EB de 36%. CONCLUSÃO As podas de árvores e de gramíneas apresentam potencial de utilização para o cultivo do G. lucidum, porém a serragem de eucalipto é a mais recomendada dentro dos parâmetros avaliados na presente pesquisa. APOIO FINANCEIRO USC. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 232 PÔSTER 36. PRODUTIVIDADE DE Pleurotus ostreatus INOCULADO COM SEMENTE ARMAZENADA SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE TEMPERATURAS PEREIRA, W.E.S.1*, GROFF, D.B.1, RATUCHNE, A.1, NORILER, S.A.1, DALLA-SANTA, H.S.2 Departamento de Biologia, 2Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual do Centro Oeste, Unicentro. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos possuem grande potencial de produção no Brasil, dentre eles encontra-se o cogumelo Pleurotus ostreatus, principalmente por ser um excelente decompositor de resíduos agroindustriais, como os resíduos de serrarias. A produção de cogumelos é influenciada por características como a colonização e formação de micélio vigoroso, tipo e porcentagem da semente, etc. OBJETIVO O objetivo desse trabalho foi verificar a diferença de produtividade de Pleurotus ostreatus inoculados com sementes produzidas em grãos de trigo, armazenadas por 45 dias em temperatura ambiente e sob refrigeração. MÉTODOS Os grãos de trigo utilizados na produção da semente foram previamente umedecidos por 12 h em água fria, escoados, fervidos por 15 min e adicionado 1% de calcário para ajuste do pH, então foram distribuídos em pacotes plásticos vedados com espuma sendo esterilizado por 45 minutos à 121 oC. Em seguida cada pacote recebeu cinco pedaços de 5 mm2 de BDA com o micélio (oriundo de Placas de Petri). Após a colonização completa, metade dos pacotes foi armazenado a temperatura ambiente (tratamento A) e outra metade sob refrigeração (4 oC) (tratamento R), por 45 dias. O substrato utilizado para produção foi o feno, que foi umedecido em água com 1% de calcário e após 12 horas, escoado. Em seguida o substrato foi embalado na proporção de 400 g por pacote de polipropileno e pasteurizados por 5 horas a 80 oC. Cada experimento foi feito em quintuplicata. A inoculação foi feita com duas colheres de semente miceliada. Os pacotes ficaram incubados a 25 oC, no escuro, e após 30 dias ou até que ficassem totalmente miceliados foram levados a estufa de cultivo com umidade controlada à 85%. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 233 RESULTADOS E CONCLUSÃO Verificou-se produtividade de 14,82 ± 5,01% para os pacotes inoculados com semente armazenada em refrigeração e de 22,05 ± 4,00% para os pacotes inoculados com semente armazenada em temperatura ambiente, portanto conclui-se que o ambiente de armazenamento da semente de cogumelo influencia na produtividade. APOIO FINANCEIRO Fundação Araucária. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 234 PÔSTER 37. PRODUTIVIDADE, MASSA MÉDIA E NÚMERO DE COGUMELOS DO GÊNERO Agaricus bisporus EM COMPOSTO À BASE DE GRAMÍNEA DOURADO, F.A.1, IOSSI, M.R.1, CARVALHO, B.L.1, ZIED, D.C.1* Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus de Dracena, Dracena/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cultivo comercial de cogumelos comestíveis e medicinais pode utilizar uma ampla variedade de compostos residuais (serragem, palhada, bagaço de cana-de-açúcar, borra de café, gramíneas, etc.) a fim de garantir a sustentabilidade da produção, na utilização do resíduo disponível na região. O proposto trabalho fez uso do composto de gramínea para realizar o cultivo de dez diferentes linhagens de Agaricus bisporus. OBJETIVOS O seguinte trabalho tem por objetivo avaliar a produtividade, massa média e número de cogumelos de 10 diferentes espécies de Agaricus bisporus cultivados no Estado de São Paulo, utilizando composto à base de gramínea (Brachiaria sp.). MÉTODOS Foram utilizadas dez diferentes linhagens de Agaricus bisporus, as quais estão depositadas na micoteca do Módulo de Cogumelos, da Faculdade de Ciências Agronômicas (UNESP/ Câmpus de Botucatu) com as seguintes codificações: ABI 07/06, F-420, F-584, F-679, FF82, F-571, ABI 07/07, ABI 06/05, FF85, ABI 04/02. O composto utilizado foi formulado tendo como base a palha de Brachiaria sp. e bagaço de cana como material volumoso, adicionados de uréia, super fosfato simples, calcário e gesso. A camada de cobertura utilizada foi uma mistura de 75% de solo + 25% de carvão. O desenho experimental constou de um fatorial simples com 10 tratamentos, cada um com 6 repetições. Os resultados obtidos de produtividade, número e massa média de cogumelos foram submetidos ao Teste Tukey ao nível de 5%. RESULTADOS Os resultados obtidos de produtividade, massa média e número de cogumelos foram significativos ao nível de 5% do Teste Tukey. As linhagens que obtiveram maiores resultados de produtividade foram: ABI 07/06, F-420, FF82, ABI 06/05 e ABI 04/02; enquanto as linhagens que obtiveram menores resultados foram: F-584 e F-679. Com relação ao número de coSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 235 gumelos, a melhor linhagem foi F-420, e menores resultados em todas as demais. O resultado de massa média foi maior na linhagem ABI 07/07 e menor em F-420. CONCLUSÃO Conclui-se que para o cultivo de A. bisporus no Estado de São Paulo recomenda-se a utilização das linhagens ABI 07/06, F-420 e ABI 04/02 devido às suas características agronômicas positivas quanto à produtividade, massa e número de cogumelos. APOIO Universidade Estadual Paulista (UNESP) / Pró-Reitoria de Extensão (PROEX). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 236 PÔSTER 38. RENDIMENTO DE COLHEITA MANUAL DO CHAMPIGNON DE PARIS NO LESTE PAULISTA GOMES, D.1*, TURCO, P.H.N.1, VALENTINI, S.R. de T.2, LIMA, D.F.F.3 Agência Paulista de Tecnologia Dos Agronegócios (APTA) Polo Leste Paulista, Monte Alegre do Sul, SP; 2Apta Centro de Ecofisiologia e Biofísica do Instituto Agronômico de Campinas; 3Curso de Engenharia Agronômica, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O Champignon de Paris (Agaricus bisporus) é o principal cogumelo produzido no Brasil, e seu cultivo é realizado por pequenos e médios produtores rurais. A baixa tecnologia utilizada aliada a falta de informação faz com que seja corrente a baixa produtividade do fungo. Dentre as principais atividades no cultivo, a colheita sem duvidada é uma das mais onerosas, pois os cogumelos são colhidos manualmente, em grande numero e volume, dentro de um curto intervalo de tempo, pois caso contrário, se abrem e perdem seu valor comercial. A colheita é realizada apanhando o cogumelo pelo “chapéu” (píleo) com o polegar e indicador, torcendo-o num movimento de meia volta, sendo desprendido da terra de cobertura, depois de colhido o cogumelo sofre um corte em sua parte basal realizado com uma lamina afiada que tem a intenção de retirar o “pé” (estipe) do cogumelo, parte suja com resquícios do composto. Esta parte basal retirada constitui uma fração considerável do cogumelo e caso o corte seja demasiado afeta o rendimento da colheita e consequentemente a quantidade final de cogumelo. OBJETIVOS O objetivo do experimento foi estimar o rendimento do cogumelo após a colheita e a perda em massa que representa o corte da parte basal do cogumelo Champignon de Paris. MÉTODOS A avaliação consistiu em colher cuidadosamente uma porção de aproximadamente 5 quilos de cogumelos, e posteriormente através de um corte com uma lamina afiada retirar o pé do cogumelo separando a parte limpa (comestível) da suja (“pé” do cogumelo com resquícios de terra de cultivo, não comestível), pesando ambas as partes em balança Ohaus com precisão de 0,001 gr para as avaliações de rendimento da colheita. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 237 RESULTADOS O experimento foi realizado em 6 propriedades com 8 trabalhadores rurais do Grupo de Produtores de Cogumelos Frescos de Pinhalzinho e Região (GPCOPI) em dois municípios do Leste Paulista, Bragança Paulista e Pinhalzinho/São Paulo, tradicionais produtores de cogumelos Champignon de Paris , nos dias 10, 11 e 15 de julho de 2014. Foram colhidos 7,21; 7,48; 6,88; 8,92; 6,54; 6,57; 6,27 e 7,2 kg de cogumelos pelos trabalhadores 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, e 8 respectivamente, e após a retirada do pezinho resultaram em 5,21; 5,77; 5,18; 7,33; 5,37; 5,39; 4,97 e 6,11 kg de cogumelos limpos, sem a parte basal. A perda média expressa em porcentagem de massa da fração dos pés representou 21,16% do cogumelo colhido com desvio padrão de 3,42 e coeficiente de variação de 16% entre os trabalhadores. O trabalhador mais eficiente proporcionou um rendimento de colheita de 82,17% enquanto o pior de 72,26%, na colheita, o tipo de terra de cobertura, o excesso de irrigação e a maturidade dos cogumelos foram fatores limitantes para um maior rendimento na colheita. CONCLUSÃO Galpões de produção com limitado controle de ambiência, tratos culturais inadequados e colheita mal feita contribuem para as baixas taxas de conversão entre composto e cogumelo no Brasil. Estudos complementares devem ser realizados para aproveitar o “pé” dos cogumelos descartados, pois representam uma quantidade considerável de material orgânico que é eliminada indevidamente. APOIO Produtores de Cogumelos Frescos de Pinhalzinho e Região (GPCOPI) Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 238 PÔSTER 39. REVISÃO CRÍTICA DE MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DO Agaricus blazei POLES, J.R.A,A,1*, MASCHIO, B.H.1, SPIM, S.R.V.1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, 2 Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP *Autor Correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O Agaricus blazei, popularmente conhecido como “Cogumelo do Sol”, tem sido amplamente estudado, pois acredita-se que possua uma importante ação imunomodulatória e antitumoral. Testes realizados em in vitro, apontam resultados satisfatórios e promissores para este cogumelo, que é nativo do Brasil e tem despertado a atenção de todo o mundo. Os testes in vitro, em especial, os estudos com culturas celulares, são métodos confiáveis e podem ser utilizados com sucesso, uma vez, que são em sua maioria, reprodutíveis, sensíveis e uma opção alternativa ao uso demasiado de animais na pesquisa científica. Considerando tal importância, diversos trabalhos foram publicados nos últimos anos demonstrando a relevância deste cogumelo através de ensaios de segurança, eficácia e terapêutica. OBJETIVOS Realizou-se uma revisão bibliográfica, cujo objetivo foi identificar, avaliar e quantificar métodos alternativos como cultura de células in vitro, pontuando-se a eficácia e segurança do Agaricus blazei. MÉTODOS Foi realizada uma análise crítica de artigos científicos utilizando como descritores: [Agaricus blazei], [in vitro] e [cell culture] nas bases de dados eletrônicas: Pubmed, Lilacs e Scielo. Também se pesquisou o termo Agaricus brasiliensis por se tratar de uma sinonímia do Agaricus blazei. RESULTADOS Foram encontrados no total 381 artigos com a palavra-chave Agaricus blazei ou Agaricus brasiliense. Desse montante, ao se cruzar o nome científico do cogumelo com os descritores [in vitro] e [cell culture], resultou-se em 86 publicações relevantes ao estudo, que foram selecionadas e avaliadas conforme o método (in vitro ou in vivo), tipos de culturas celulares e efeitos farmacológicos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 239 CONCLUSÃO O número de artigos encontrados que utilizam técnicas in vitro para a pesquisa com o cogumelo Agaricus blazei, não se mostrou tão expressivo. Entretanto, observou-se uma ascensão na busca por métodos alternativos para demonstrar a segurança e eficácia desse cogumelo. APOIO FINANCEIRO PROSUP/CAPES – Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 240 PÔSTER 40. TAXA RESPIRATÓRIA, PERDA DE MASSA E ESCURECIMENTO EM COGUMELOS PARIS (Agaricus bisporus) PROCESSADOS MINIMAMENTE VALENTINI, S.R.T.1*, MIGUEL, K.1, GOMES, D.2, BRON, I.U.1 Instituto Agronômico de Campinas, Campinas/SP; 2Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Polo Leste Paulista (APTA), Monte Alegre do Sul/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Os cogumelos são altamente perecíveis e com curta vida-de-prateleira; os sinais de deterioração manifestam-se pela desidratação, escurecimento enzimático, contaminação por microrganismos, alterações no sabor e no aroma, resultando na perda da qualidade e do valor comercial. OBJETIVOS Os objetivos desse trabalho foram quantificar a taxa respiratória, a perda de massa e o escurecimento de cogumelos Paris inteiros e fatiados armazenados a 25 oC,15 oC e 5 oC. MÉTODOS Cogumelos Paris cultivados em Pinhalzinho foram colhidos no segundo fluxo e transportados para o Laboratório de Fisiologia Vegetal do Instituto Agronômico de Campinas. Os cogumelos foram separados em 2 lotes, o primeiro com cogumelos inteiros e o segundo, cortados em fatias de 3 mm. Para a determinação da taxa respiratória foi usado o sistema estático, a 5 oC, 15 oC e 25 oC e 85% de umidade relativa, com 5 repetições por temperatura. As análises da concentração de CO2 foram feitas em analisador de gases Dansensor Combicheck. A perda de massa foi determinada pela pesagem diária e cálculo da diferença entre peso final e inicial. A medição de cor foi feita com colorímetro Minolta e calculado o Browning Index(BI), pela equação BI=100(x-0,31)/0,17;onde x=(a*+1,75L*)/(5,645L*+a*-3,012b*). O delineamento experimental foi Fatorial 3 temperaturas x 2 cogumelos inteiros e fatiados x 4 épocas de análise. Os resultados foram submetidos à análise de variância e comparação de médias pelo teste Tukey a 5%, programa SISVAR. RESULTADOS E DISCUSSÃO A duração do ensaio a 25 oC foi de 48 horas enquanto a 15 oC e 5 oC foi de 66 horas, em função da perda de qualidade dos cogumelos. Houve efeito significativo da temperatura sobre a taxa respiratória dos cogumelos, expressa em mg CO2.kg-1.h-1. A maior produção de CO2 ocorreu a 25 oC (valores médios de 218,22 para cogumelos inteiros e 267,69 para os Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 241 fatiados) e apresentou redução a 15oC (valores médios de 105,03 para cogumelos inteiros e 114,79 para os fatiados) e 5 oC (valores médios de 32,25 para cogumelos inteiros e 33,41 para os fatiados). Verificou-se maior taxa respiratória nos cogumelos fatiados a 25 oC comparativamente aos inteiros. Houve efeito significativo da temperatura sobre a perda de massa; valores médios maiores foram observados a 25 oC (16,5% para cogumelos inteiros e 20,5% para os fatiados) e os menores a 5 oC (11,6% para os inteiros e 14,7% para os fatiados). A perda de massa dos cogumelos a 15 oC apresentou valores intermediários (14,5% para os inteiros e 18,1% para os fatiados). O valor médio inicial de BI dos cogumelos inteiros foi 30,2 e dos fatiados 31,4. Houve escurecimento dos cogumelos inteiros e fatiados em todas as temperaturas, os valores máximos a 25 oC, 15 oC e 5 oC foram 38,77, 36,32 e 41,65, respectivamente. CONCLUSÃO Não houve diferença significativa do BI entre os cogumelos inteiros e fatiados, indicando que a refrigeração não foi suficiente para reduzir o escurecimento enzimático, devendo ser associada ao uso de antioxidantes e de atmosfera modificada. APOIO CNPq; Associação de Produtores Rurais e Artesãos de Pinhalzinho (APRAPI) Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 242 PÔSTER 41. USO DE RESÍDUOS AGRÍCOLAS NO CULTIVO DO Ganoderma lucidum SAAD, A.L.M.1*, SIQUEIRA, O.A.A.P.1, VIANA, S.R.F.2, ANDRADE, M.C.N.1 Laboratório de Fungos Comestíveis e Medicinais, Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP; Módulo de Cogumelos, Universidade Estadual Paulista, Botucatu/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 2 INTRODUÇÃO Para o preparo de substratos de cultivo de cogumelos comestíveis, processos biotecnológicos procuram métodos de utilização de resíduos lignocelulósicos que são descartados no meio ambiente. Dessa forma, a utilização de resíduos agrícolas como serragens, palhas, folhas e bagaços na produção de cogumelos visam diminuir os impactos ambientais ocasionados pelos mesmos e gerar produtos de valor agregado a partir de subprodutos de baixo ou nenhum custo. O desenvolvimento de vários cogumelos, incluindo Ganoderma lucidum, tem ocorrido em culturas sólidas, usando como substrato, gramíneas, grãos de cereais, serragem ou madeira, sendo o tempo de cultivo variável, dependendo da linhagem, substrato de cultivo e fatores bióticos e abióticos. Assim, analisar a potencialidade de resíduos agrícolas no cultivo do G. lucidum é uma forma de potencializar o uso deste material. OBJETIVOS Testar a viabilidade de resíduos agrícolas para o cultivo do G. lucidum produzidos em oito formulações de substratos. MÉTODOS O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 8 tratamentos correspondente a diferentes tipos de substratos: 1-Palha de Cana (PC), 2-Palha de Milho (PM), 3-Casca de Arroz (CA), 4-Capim Coast-cross (CC), 5-Serragem de Eucalipto (SE), 6-Serragem de Eucalipto + Palha de Cana de açúcar (SE+PC), 7-Serragem de Eucalipto + Casca de Arroz (SE+CA), 8-Serragem de Eucalipto + Capim Coast-Cross (SE+CC), cada qual com 10 repetições (pacotes de 700 g de substrato), totalizando 80 unidades experimentais. Todos os substratos foram suplementados com 18% de farelo de trigo e 2% de calcário calcítico e a umidade ajustada para 60%. Em seguida, os pacotes foram submetidos ao processo de esterilização a 121°C durante 4 horas para depois serem inoculados com a linhagem GLM-10/02 de G. lucidum. Depois de colonizados, os pacotes foram transferidos para uma estufa rústica pequena, feita de arcos de bambu, coberto com plástico transparente. A avaliação da produtividade foi feita através da massa de basidiomas frescos (MBF), massa de basidiomas secos (MBS), número de basidiomas (NB), perda de matéria orgânica (PMO) e eficiência biológica (EB) e Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 243 os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). RESULTADOS A média da EB variou de 54,88% para serragem de eucalipto suplementado com o capim coast-cross, como sendo a mais alta e 28,67% para a serragem de eucalipto suplementado com a casca de arroz, a mais baixa. Porém, todos obtiveram resultados satisfatórios e não diferem estatisticamente entre si. O mesmo comportamento ocorreu para as variáveis MBF e MBS. Já os substratos que proporcionaram o maior NB foram os tratamentos à base de capim coast-cross e o de serragem suplementado com o capim coast-cross com médias de 8,3 g a 8,5 g, respectivamente. Finalmente a maior PMO foi a do tratamento de serragem de eucalipto com a palha de cana de açúcar que foi de 52,79%. CONCLUSÃO Todos os tratamentos foram satisfatórios apresentando um grande potencial de conversão de biomassa fúngica. APOIO FINANCEIRO USC. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 244 PÔSTER 42. USO MEDICINAL DE COGUMELOS: AVANÇOS CIENTÍFICOS E SUA CORRELAÇÃO COM A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SILVA ALP1*, FAVARO DR1, GERENUTTI M1,2,3 Curso de Farmácia, 2Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, 3Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox), Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Inicialmente os cogumelos foram classificados por Linnaeu e figuravam entre as plantas inferiores na Divisão Thallophyta. Mais tarde, outros pesquisadores concluíram que os cogumelos, assim como outros fungos, possuíam características peculiares e distintas dos grupos de plantas, desta forma criou-se o Reino Fungi. No Brasil, o consumo de cogumelos comestíveis vem crescendo a cada dia devido à disseminação de informações sobre sua importância nutritiva. Este crescimento está resultando na popularização do produto, no aumento de sua oferta no mercado, tornando seu acesso mais fácil. Os principais cogumelos cultivados hoje no Brasil são o Agaricus bisporus Lange (champignon), o Lentinula edodes Berk. (shiitake) e outros cogumelos do gênero Pleurotus. OBJETIVOS Estudar o uso medicinal de cogumelos no Brasil, os avanços científicos no segmento e as condições legais para sua consolidação. Analisar a evolução da legislação relacionada a cogumelos no Brasil e verificar o emprego dos cogumelos frente ao que a legislação brasileira prevê. MÉTODOS Revisão integrativa da literatura que seguiu as etapas preconizadas: formulação do tema, estabelecimento de critérios de estudo, definições das informações extraídas dos estudos selecionados, avaliação dos estudos e apresentação dos resultados. A busca por legislação foi realizada no Portal www.brasil.gov.br. RESULTADOS Foram encontrados seis documentos referentes à normatização do uso de cogumelos no Brasil, que datam entre 1969 e 2013. Estes documentos são compostos por Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA; Informes Técnicos da GGALI (Gerencia Geral de Alimentos, ANVISA); e Decreto Lei. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 245 CONCLUSÃO Conclui-se através da pesquisa realizada, que a legislação brasileira ainda é restrita no que se refere ao uso de cogumelos como medicamentos, embora exista alguma normatização sobre seu uso como alimento. Este fato reforça a necessidade de novos dispositivos legais brasileiros, especialmente quando se considera o volume de publicações científicas e monografias internacionais que descrevem as propriedades farmacológicas dos cogumelos para tratar diversas doenças. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 246 PÔSTER 43. UTILIZAÇÃO DE COMPOSTO EXAURIDO EM NOVOS CICLOS DE CULTIVO DE Pleurotus ostreatus SIQUEIRA, O.A.A.P.1*, SAAD, A.L.M.1, ZANON, A.R.2, NAKACIMA, D.R.2, MARTOS, E.T.3, ANDRADE, M.C.N.1 Laboratório de Fungos Comestíveis e Medicinais, Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP; 2Módulo de Cogumelos, Universidade Estadual Paulista, Botucatu/SP; 3Faculdade de Americana, Americana/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Com o advento do álcool de segunda geração, o bagaço da cana-de-açúcar, uma das principais matérias primas utilizadas na compostagem para o cultivo de cogumelos no estado de São Paulo, vem a cada dia tornando-se mais escasso no mercado. Outro problema comum é o destino correto do composto exaurido de forma a evitar danos ambientais. Diversos materiais vêm sendo utilizados no preparo do composto para o cultivo de P. ostreatus, porém, pouco se sabe a respeito da reutilização destes materiais em novos ciclos de cultivo. Assim, com os resultados do presente estudo, espera-se obter uma destinação nobre para tal resíduo (produção de cogumelos) e ainda diminuir o acúmulo deste material no meio ambiente. OBJETIVOS Avaliar a massa de basidiomas frescos, a perda de matéria orgânica e a eficiência biológica do P. ostreatus, produzidos em quatro formulações de compostos, sendo um tradicional e três à base de composto exaurido. MÉTODOS Foram testadas três formulações de compostos, à base de exaurido em diferentes proporções (C2=26%, C3=45% e C4=64%), os quais foram comparados a um composto tradicional (C1) (Sem adição de composto exaurido) para o cultivo da linhagem POS-09/101 de P. ostreatus. A compostagem foi realizada em barracão aberto, as palhas de cana foram umedecidas para cerca de 75% de umidade média e reviradas a cada dois dias, por um período total de seis dias. O composto passou por processo de pasteurização (8 horas a 62 oC ± 2 oC) e condicionamento (4 dias a 48 oC ± 2 oC). A inoculação do composto com o P. ostreatus foi realizada de forma manual. A proporção de inoculo que foi utilizada é de 40 g Kg-1 de massa fresca do composto. A incubação foi feita, durante 30 dias condicionados a uma temperatura média de 25 oC e umidade relativa entre 55 e 70%. Após, foi realizada diariamente a colheita e pesagem dos cogumelos, que ocorreu durante 60 dias. A avaliação da produtividade foi feita através da massa de basidiomas frescos, perda de matéria orgânica (PMO) e eficiência biológica Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 247 (EB) e os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). RESULTADOS Os resultados médios de perda de matéria orgânica dos compostos C2 (42,9%), C3 (20,1%) e C4 (3,9%) foram inferiores aos do composto tradicional (sem adição de composto exaurido) (54,2%). O mesmo comportamento foi observado em à eficiência biológica, onde os compostos C2, C3 e C4 (66%; 41,6% e 7,2%, respectivamente) inferiores às do composto tradicional (95,5%). No entanto, em relação à massa de basidiomas frescos, verificou-se que a média do C2 (1690,9 g) não diferiu estatisticamente à do C1 (1833,7g), tendo então ambos os melhores desempenhos relativos. CONCLUSÃO O composto exaurido apresenta potencial de reutilização em novos ciclos de cultivo, e até certo ponto quantitativo, sem influenciar na produção. APOIO FINANCEIRO CNPq. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 248 PÔSTER 44. UTILIZAÇÃO DE TURFA DE MUSGO Sphagnum COMO CAMADA DE COBERTURA NO CULTIVO DE A. bisporus IOSSI, M.R.1, DAU, F.L.N.M.1, GÍLIO JUNIOR, J.A.1, ZIED, D.C.1* Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Dracena, Dracena/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO O cultivo comercial de Agaricus é uma importante fonte de renda para pequenos e grandes produtores. Diversos materiais vêm sendo utilizados como camada de cobertura, com o objetivo de se aumentar a produtividade, reduzir o ciclo de cultivo e melhorar os aspectos físicos, químicos e microbiológicos dos cogumelos cultivados. No Brasil a utilização de solo mineral como cobertura, vem sendo substituído de maneira gradual por diversas turfas de diferentes origens. OBJETIVOS Avaliar o comportamento agronômico de Agaricus bisporus submetidos utilização de turfa de musgo (Sphagnum), juntamente com a aplicação de técnica “ruffling”. MÉTODOS O experimento foi realizado em estufa plástica no período do inverno. O composto comercial foi inoculado com a linhagem ABI 07/06 e após 16 dias adicionados das seguintes coberturas: 1) 100% turfa; 2) 75% turfa + 25% solo; 3) 50% turfa + 50% solo; 4) 25% turfa + 75% solo; 5) 100% solo e 6) 75% solo + 25% carvão. Após 7 dias a cobertura aplicou-se em metade dos tratamentos a técnica do “ruffling”. O período de colheita durou 37 dias. O desenho experimental constou de um fatorial duplo (6 coberturas vs 2 ruffling), totalizando 12 tratamentos. Os resultados obtidos de produtividade, número e massa média de cogumelos foram submetidos ao Teste Tukey ao nível de 5%. RESULTADOS A única variável avaliada que foi significativamente diferente foi o número de cogumelos colhidos. A produtividade e massa média dos cogumelos não sofreram influência em função dos tratamentos aplicados. Dentre os dois fatores estudados a porcentagem de turfa influenciou o número de cogumelos, diferentemente da técnica “ruffling” que não afetou esta variável analisada. O maior número de cogumelos colhidos foi utilizando a cobertura composta de 75% de solo + 25% de carvão; por outro lado o menor número Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 249 de cogumelos colhidos foram nas coberturas compostas de 100% turfa e 50% turfa + 50% solo. CONCLUSÃO A utilização de turfa de musgo influencia diretamente a característica física dos cogumelos produzidos. Ressalta-se ainda que apesar de não significativa a utilização de 100% turfa e da não aplicação da técnica “ruffling”, a produtividade de A. bisporus é aumentada em relação aos demais tratamentos estudados. APOIO Universidade Estadual Paulista (UNESP) / Pró-Reitoria de Extensão (PROEX). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 250 PÔSTER 45. UTILIZAÇÃO DO HERBAL MEDICINES COMPENDIUM – HMC PARA O AUXILIO NA GARANTIA DE QUALIDADE DE DERIVADOS DO Ganoderma lucidum PRODUZIDOS DE ACORDO COM A FARMACOPEIA BRASILEIRA FERNANDES, N.C.M.1,2*, CAMPOS, M.1,2, CARVALHO, C.K.2, PICKER, T.B.2,3, GERENUTTI, M.1,2,3 Curso de Farmácia, 2Laboratório de Pesquisa Toxicológica (Lapetox); 3Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade de Sorocaba, Sorocaba/SP. *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Devido à grande importância das normas públicas que possam auxiliar na garantia da qualidade dos componentes de medicamentos fitoterápicos, bem como possibilitar os registros destes medicamentos de origem natural, a U.S. Pharmacopeial Convention (USP), lançou o Herbal Medicines Compendium – HMC. Em janeiro de 2014, passaram a integrar este Compendium, as monografias sobre os principais derivados do cogumelo Ganoderma lucidum. Estas monografias trazem a padronização dos perfis cromatográficos em HPLC e CCD de polissacarídeos e ácidos triterpênicos do corpo de frutificação deste cogumelo, na forma pó e forma de extratos secos. OBJETIVOS Comparar os perfis cromatográficos em HPLC dos extratos aquoso e hidroalcoólico do Ganoderma lucidum, produzidos de acordo com a Farmacopeia Brasileira, com o perfil cromatográfico padronizado para este cogumelo no HMC. MÉTODOS Os corpos de frutificação do Ganoderma lucidum, amostras comerciais, foram desidratados em estufa com circulação e renovação de ar quente (40 oC, 72 horas) e o material seco foi submetido à moagem em moinho de facas e martelos. Preparação de extratos: (a) extrato aquoso: obtido por decocção, onde 25 g de pó moído de Ganoderma lucidum, na proporção de 50 g/L (m/v), foi aquecida até a temperatura de 100 °C e mantida durante um período de 5 horas, seguida de filtração simples; este filtrado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até as proporções de 1:10 (m/v) e de 1:1 (m/v). (b) extrato hidroalcóolico: extração por percolação simples, o cogumelo moído foi acondicionado em um recipiente cônico (percolador), através do qual se passou o líquido extrator (etanol 70%, na quantidade mínima de 10 vezes a massa empregada), a 30 gotas por minuto, até o esgotamento do pó; o percolado foi concentrado em sistema de rotaevaporação, até as proporções de 1:10 (m/v) e de 1:1 (m/v). Segundo padrão HMC: Análise de polissacarídeos: temperatura da coluna: 35 oC, fluxo: 1,0 mL/min, volume de injeção: 10µm (+20µm), Solução A : tampão fosfórico 0,05M - pH 6, SoSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 251 lução B: acetonitrila, detector 250 UV, T: 60 minutos. Análise de triterpenos: temperatura da coluna: 25 oC, fluxo: 0,4 mL/min, volume de injeção: 5µm (+20µm), Solução A: ácido fosfórico 0,075%, solução B : acetonitrila, detector 257 UV, T: 55 minutos. RESULTADOS A avaliação cromatográfica de derivados de Ganoderma lucidum indicou reprodução dos perfis descritos no HMC para polissacarídeos: (a) extrato aquoso (ácido glicurônico, glicose e frutose) e extrato hidroalcoólico (ácido glicurônico, manose e frutose); ácidos triterpênicos: para ambos dois derivados (ácidos ganodéricos A, B e C e ácido ganoderenico C) CONCLUSÃO A reprodução dos perfis cromatográficos utilizando-se derivados de amostra comercial de Ganoderma lucidum produzidos de acordo com a Farmacopeia Brasileira, apresentou baixa reprodutibilidade. Novos ensaios deverão ser realizados com outras amostras comerciais deste cogumelo. APOIO FINANCEIRO Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) processo 01.10.0659.00. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 252 PÔSTER 46. DESENVOLVIMENTO DE HAMBÚRGUER VEGETARIANO À BASE DE COGUMELOS DO GÊNERO Pleurotus E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES SENSORIAIS de JESUS, J.P.F.1*, NAKACIMA, D.R.1, ZANON, A.R.1, de JESUS, L.C.M.A.F.1, VIEITES, R.L.1, de ANDRADE, M.C.N.1 1 Módulo de Cogumelos, Universidade Estadual Paulista, Unesp – FCA/Botucatu. * Autor correspondente: [email protected] INTRODUÇÃO O alto consumo de alimentos em geral e proteínas com base animal, especialmente a carne, tem sido identificada como um dos temas mais relevantes a serem tratados sobre a opinião dos consumidores ocidentais em relação a uma dieta mais sustentável. Recentemente, vários estudos feitos por consumidores têm sido publicados em relação à escolha de alimentos e consumo ecológico, incluindo as dietas vegetarianas e a ingestão de alimentos mais sustentáveis. Como alternativa sustentável de consumo, os cogumelos apresentam um alto percentual de proteína de fácil digestibilidade e uma boa capacidade de equivalência com a textura da carne animal, possibilitando introduzi-los em diversas receitas da cozinha tradicional, desta forma, iniciá-los na alimentação de maneira agradável. Além de possuírem um sabor diferenciado natural pertencem ao grupo de alimentos com valor nutritivo excepcionalmente rico em proteínas vegetais, vitaminas, minerais e quitina, enquanto possuem baixas calorias e gorduras. As características gastronômicas e organolépticas específicas dos cogumelos e a necessidade de uma dieta bem equilibrada em todo o mundo levou à um aumento no consumo. OBJETIVOS Os objetivos do trabalho foram desenvolver um produto similar ao hambúrguer convencional, à base de cogumelos frescos do gênero Pleurotus: P. florida, P. ostreatoreseos e P. sapidus; e avaliar e comparar sensorialmente a aceitabilidade do produto, a intenção de compra e ordenar a preferência em relação a dois hambúrgueres, de soja e carne bovina, existentes no mercado. MATERIAL E MÉTODOS Matéria-prima Para confeccionar os hambúrgueres, exceto para os cogumelos, os demais ingredientes utilizados foram adquiridos nos mercados locais no Município de Botucatu, SP. Os hambúrgueres de soja e carne também foram comprados nos mercados locais. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 253 Hambúrguer alternativo de cogumelos (HAC) Basidiomas frescos de P. florida (shimeji branco), P. sapidus (cogumelo ostra) e P. ostreatoroseus (cogumelo salmão) após 1 dia de colheita e refrigerados a 4 °C foram cedidos pela Empresa Life Fungicultura e Horticultura Orgânicos Ltda (LIFE). Após aquisição os cogumelos foram armazenados em refrigerador, sob temperatura de 4-6 oC, previamente para confecção dos hambúrgueres. Os demais ingredientes utilizados para confecção foram: cenoura, azeite extra virgem, ovo em pó pasteurizado desidratado, gergelim preto, sal marinho e mix de pimentas preta, branca e vermelha moídas. Os ingredientes foram armazenados quando necessário sob refrigeração, nas mesmas condições dos cogumelos. Hambúrguer alternativo de soja (HAS) Após a compra os HAS foram armazenados em freezer doméstico, sob temperatura de -18 ± 2 °C, até o momento da análise sensorial. Este produto, diferente dos hambúrgueres convencionais de soja, é empanado com farinha de rosca e possui sabor orégano. Os ingredientes utilizados descritos segundo o fabricante foram: soja, farinha de trigo, água, orégano, sal e farinha de rosca. Hambúrguer de carne bovina (HCB) Após a compra os HCB foram armazenados em freezer doméstico, sob temperatura de -18 ± 2 °C, até o momento da análise sensorial. Os ingredientes utilizados no hambúrguer descritos segundo o fabricante foram: Carne bovina, água, gordura bovina, proteína de soja, cebola, sal, estabilizante: tripolifosfato de sódio (INS 451i), realçador de sabor: glutamato monossódico (INS 621), corantes naturais: caramelo IV (INS 150 d), vermelho de beterraba (INS 162) e carmim de cochonilha (INS 120), antioxidante: eritorbato de sódio (INS 316). Formulação do HAC Para o desenvolvimento das formulações do HAC foram realizados testes para estabalecer quais as proporções ideais de cogumelos e os demais ingredientes que poderiam ser utilizados para tornar o produto o mais similar possível de um hambúrguer convencional. Após obter a misturada ideal avaliada pela equipe, foram realizados outros testes para definir a quantidade de tempero ideal, sal e pimentas, além da quantidade de azeite para evitar o uso de óleo de soja durante o preparo do produto para o consumidor final. Após os testes iniciais, os ingredientes utilizados na formulação final estão apresentados na Tabela 1. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 254 Tabela 1. Formulação final desenvolvida do hambúrguer à base dos cogumelos (HAC). Formulação Peso (g) % Cogumelo shimeji 1.230 23 Cogumelo salmão 1.230 23 Cogumelo funghi 1.230 23 Cenoura 550 10 Sal marinho 50 1 Gergelim preto 70 1 Clara de ovo em pó pasteurizada desidratada 170 3 Azeite 750 14 TOTAL 5.265 100 Processamento dos hambúrgueres O preparo das formulações dos hambúrgueres seguiu a seguinte ordem: triturar os cogumelos frescos e a cenoura em processador de alimentos em particulas de 5 a 10 mm; pesagem da matéria-prima; mistura de todos os ingredientes; divisão da massa obtida em porções de 100 g; moldagem na forma específica para hambúrguer (Figura 1); acondicionamento em embalagens plásticas de filme plástico e armazenamento em freezer com temperatura inferior a -18 °C até o momento das análises. Figura 1. Processamento do Hambúrguer Alternativo de Cogumelo (HAC). A- Cogumelo salmão “Pleurotus ostreatoreseus”; B- Cogumelo funghi “P. sapidus”; C- Cogumelo shimeji; D- Receita homogeneizada; E e F- Fragmentação em unidades e moldagem respectivamente; G- Unidade moldada pronta para armazenamento; H e F- preparo dos hambúrgueres e aferição da temperatura de cocção. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 255 Para a realização das análises sensoriais, os hambúrgueres congelados foram grelhados durante tempos previamente determinados (Tabela 2) em cada superfície para maior conservação do “suco”, em chapa previamente aquecida e, exceto para os HAC, foi untada com pequena quantidade de óleo vegetal de soja. Para a análise sensorial as amostras foram embaladas em papel alumínio e mantidas em estufa a 60 oC até o momento da análise. Tabela 2. Temperatura e tempo de cocção empregado nos tratamentos mediante análise sensorial. * Tratamentos Frigideira 1ª face 2ª face T inicial (°C) T de fritura Tempo de T de fritura Tempo de (°C) fritura (°C) fritura HAC 90 65 ±5 5’ 70 ±5 3’ HCB 90 65 ±5 3’ 65 ±5 3’ HAC 90 80 ±5 3’ 90 ±5 3’ HAC: Hambúrguer alternativo de cogumelo; HCB: hambúrguer convencional de carne; HAS: hambúrguer alternativo de soja. * TESTE DE ACEITABILIDADE O teste de avaliação sensorial foi realizado nas dependências do Laboratório de Nutrição e Dietética do Instituto de Biologia, da UNESP-Botucatu seguindo protocolo fornecido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Os julgadores foram recrutados através de convite verbal e também por escrito em função da disponibilidade e interesse em participar dos testes. Para a avaliação foram recrutados 100 consumidores de hambúrgueres dentre estudantes e funcionários do Instituto de Biologia da UNESP-Botucatu, sem restrições quanto ao sexo, idade e frequência de consumo, das classes sociais A/B/C, segundo o Critério Padrão de Classificação Econômica Brasil 2013. Em todos os testes, foi oferecida água refrigerada para todos os julgadores com o intuito de enxaguarem a boca entre as avaliações para neutralizar o paladar através da limpeza das papilas gustativas. O objetivo da análise sensorial foi caracterizar as diferenças entre os hambúrguers comparando aleatoriamente as amostras sendo avaliadas quanto à aceitabilidade do produto de modo global por meio de escala hedônica de nove pontos (9 = gostei muitíssimo, 5 = não gostei nem desgostei e 1 = desgostei muitíssimo) e quanto à intenção de compra (5 = certamente compraria, 3 = tenho dúvidas se compraria ou não, 1 = jamais compraria)1,2. Além da análise de aceitabilidade, foi aplicada a metodologia CATA (Check All That Apply)3, traduzido como: “indique as palavras que melhor descrevam o produto”. Ao final, foi solicitado que o provador ordenasse as amostras em relação à preferência, sendo 1 para a melhor formulação, 2 indiferente e 3 para a pior formulação. Além das questões relacionadas à avaliação dos produtos, os provadores responderam a questões sobre hábitos de consumo de produtos que substituem a carne na alimentação. As amostras foram avaliadas em uma sessão de forma monádica sequencial segundo um deSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 256 lineamento de blocos completos balanceados e apresentados com códigos de três números aleatórios, servidas à temperatura de 60°C em pratos com garfos e facas descartáveis. O teste foi conduzido em mesas com 2 avaliadores com uso de fichas e canetas esferográficas para coleta e análise dos dados. ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados relativos à aceitabilidade das amostras foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey para comparação de médias, ao CATA foram avaliados por análise multivariada, à intenção de compra pelo chi quadrado e à ordenação por Friedman e Fisher’s. RESULTADOS Caracterização do grupo de consumidores recrutado para o teste Um grupo de 100 provadores de hambúrgueres, constituído de 41 homens e 59 mulheres, avaliou as amostras. As características do grupo, quanto à faixa etária, estão apresentadas na Figura 2. Figura 2. Faixa etária de 100 consumidores recrutados para avaliação das amostras. A frequência de consumo de produtos alternativos a carne também foi avaliada no grupo, bem como o consumo de cogumelos. Os resultados estão apresentados na Figura 3. Figura 3. Frequência de consumo de produtos alternativos a carne (a) e cogumelos (b). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 257 TESTES SENSORIAIS Os resultados obtidos no teste das amostras com consumidor estão na Tabela 3. Tabela 3. Resultados obtidos no teste para avaliação das amostras acondicionadas em PET/Al/PE ao longo do tempo quanto à aceitabilidade de modo global, e em particular quanto à aparência, aroma, sabor e sabor que ficou na boca com uso da escala hedônica*. AMOSTRAS DE HAMBÚRGUER AVALIADAS 110 HCB 286 HAS 351 HAC Maneira geral* 7,4 (2,1) a Intenção de Negativa (%) 12 compra** Indiferente (%) 7 Positiva (%) 81 5,8 (1,9) b 42 29 29 7,8 (1,7) a 9 10 81 1DMS (5,49) # Ordenação*** 176 a 274 b 152 a 2DMS (27,7) HCB: Hambúrguer de carne bovina; HAS: hambúrguer alternativo de soja; HAC: hambúrguer alternativo de cogumelo. Resultado expresso como *média (desvio-padrão), **porcentagem de citações e ***somatória de 100 avaliações por amostra. DMS: Diferença mínima significativa ao nível de erro de 5% (1=Teste de Tukey e 2=Teste de Fisher’s). Para cada atributo (linha), valores seguidos de letras iguais não diferem estatisticamente entre si ao nível de erro de 5%. # variável independente segundo o teste de qui-quadrado entre esta amostra e as demais. Quanto à aceitabilidade de maneira geral, as médias obtidas para as amostras de hambúrguer de carne bovina (HCB) e hambúrguer alternativo de cogumelo (HAC) obtiveram médias entre o que corresponde à “gostei” e “gostei muito” na escala utilizada, sendo que ambas não diferiram entre si e foram mais aceitas do que a amostra hambúrguer alternativo de soja (HAS), com média próxima de “gostei pouco”. Quanto à intenção de compra, de modo similar ao teste de aceitabilidade, as amostras de HCB e HAC obtiveram 81% de citações positivas e entre 12 e 9% de citações negativas, ambas não diferem entre si e diferem da amostra HAS que obteve 29% de citações positivas e 42% de citações negativas. Quanto à ordenação, as amostras de HCB e HAC não diferiram entre si quanto à preferência e foram preferidas em relação à amostra de sojaburguer. O resultado da avaliação feita pelo método CATA é apresentado por meio da análise de correspondência e frequência de citações. As duas primeiras dimensões explicaram 100% da variação no conjunto de dados. O HCB foi caracterizado por ter cor escura, cor boa, bem passado, bem temperado, sabor de carne acentuado, saboroso, macio e agradável por mais de 40% dos consumidores. O HAS foi caracterizado por ter cor clara, liso, pouco sal, falta de sabor e macio. O HAC por cor boa, ao ponto, rugoso, bem temperado, com sabor de cogumelo, saboroso, macio e agradável. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 258 CONCLUSÃO O hambúerguer alternativo de cogumelos é um produto inovador e apresenta boa aceitabilidade dentro do mercado consumidor tanto vegetariano como carnívoro, em substituição aos hamburgueres de carne e soja. REFERÊNCIAS 1. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 14141: Escalas utilizadas em análise sensorial de alimentos e bebidas. Rio de Janeiro, 1998. 3p. 2. Meilgaard M, Civille GV, Carr BT. Sensory evaluation techniques. 4th edition, Boca Raton : CRC Press, 2006, 448p. 3. Ares G, Barreiro C, Deliza R, Giménez A, Gámbaro A. Application of a check-all-that-apply question to the development of chocolate milk desserts. Journal of Sensory Studies. 2010; 25:67–86. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 259 PÔSTER 47. CUSTO DE PRODUÇÃO E RENTABILIDADE DO COGUMELO “CHAMPIGNON DE PARIS”, NO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO – ESTUDO DE CASO TURCO, P.H.N.1*, GOMES, D.1, OTANI, M. N.2 Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios Polo Leste Paulista (APTA/SAA), 2Instituto de Economia Agrícola (IEA/APTA/SAA), Monte Alegre do Sul/SP *Autor correspondente: [email protected] 1 INTRODUÇÃO Cogumelos ou fungos são Basidiomicetos há século conhecidos por diversos povos do Mundo como alimento. No Brasil, o cultivo é realizado por pequenos e médios produtores e o principal cogumelo produzido é o Champignon de Paris (Agaricus Bisporus). Com o aumento do consumo, muitos produtores estão começando a produzir. E o conhecimento do seu custo de produção é muito importante para as tomadas de decisão. O objetivo do estudo foi analisar o custo operacional de produção do cogumelo Paris e sua rentabilidade econômica. MÉTODOS Trata-se, essa pesquisa, de um estudo de caso, cuja matriz de coeficientes técnicos refere-se aos dados de um produtor tradicional do município de Pinhalzinho no Estado de São Paulo. A estrutura do custo de produção utilizada foi a do custo operacional, proposta por Matsunaga et al, (1976), utilizada pelo IEA. Esta estrutura leva em consideração os desembolsos efetivos realizados pelo produtor durante todo o processo de produção do cogumelo, englobando despesas com mão de obra, insumos e, comercialização. A fim de se analisar a rentabilidade em relação ao custo total de produção, acrescentaram-se aos custos operacionais as despesas com os custos fixos (MARTIN et al., 1994). RESULTADOS A estrutura do galpão é simples mais funcional, o produtor não tem maiores dificuldades na produção, os compostos são adquiridos por uma empresa, e as entregas dos sacos de 15 kg do composto são agendadas, o cuidado com a limpeza do galpão é fundamental para que não haja problemas com contaminação o que é feito com todo cuidado pelo produtor. O ciclo total de produção de cogumelo é de 70 dias, com isso os produtores podem repetir os ciclos de 4 a 5 vezes por ano. O custo operacional efetivo (COE), que engloba as despesas com mão de obra, material consumido, totaliza R$11.155,20 para a produção de 1.500kg de cogumelo in natura em 500 sacos de composto por ciclo. O custo operacional total de um ciclo fica em R$13.400,20, o item mais dispendioso e o composto que é responsável por 36,94% dos gastos seguido de horas trabalhadas com 14,97%. O índice de rentabilidade do cultivo de cogumelo Paris no produtor estudado foi favorável, considerando que obteve uma produção de 1.500 kg de cogumelo fresco em um ciclo, em um galpão de 50 m². A receita bruta foi de R$22.500,00. A margem bruta, após cobrir as despesas com COE e COT, apresenta um percentual de 40,26%. O índice de lucratividade que corresponde à relação entre lucro operacional e a receita bruta, em porcentagem foi de 40,44%. Para cobrir as despesas realizadas durante o ciclo produtivo e obter o ponto de nivelamento o produtor tem que produzir 893 kg de cogumelo. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 260 MINICURRÍCULOS DOS CONFERENCISTAS ARAILDE FONTES URBEN Pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Brasília. Tem experiência na área de Fitopatologia, com ênfase em Micologia, atuando principalmente nos seguintes temas: fungos fitopatogênicos, fungos exóticos, fungos comestíveis e medicinais (macromicetos). CARMEN SAEZ DY UAI Especialista em Medicina Tradicional Chinesa e tem formação em Bioenergética Reichiana. É Mestra em Teoria da Abrangência pelo Instituto Solaris e há 23 anos estuda Feng Shui junto à Escola de Budismo Real do Grande Mestre Lian Sheng (The True Buddha School, sediada em Seattle, EUA). Possui trabalhos realizados em diversas partes do mundo (Alemanha, Finlândia, Suécia, Holanda, República Tcheca, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Fidji, China, Índia, Paquistão e Emirados Árabes) além de ter participado de ações voluntárias pelo interior de São Paulo praticando a Medicina Tradicional Chinesa. CECI SALES CAMPOS Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Tecnologia de Preservação, Tratabilidade da Madeira e Cultivo de Cogumelos Comestíveis, atuando principalmente nos seguintes temas: Biodegradação e Preservação da Madeira, Cultivo de Cogumelos Comestíveis em Resíduos Madeireiros e Agroindustriais, Bioconversão de Resíduos Lignocelulósicos como Substratos Alternativos para o Cultivo de Cogumelos. DANIEL GOMES Engenheiro Agrônomo, Doutor em Engenharia Agrícola atuando como pesquisador na APTA- Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em pós-colheita de frutas e hortaliças, fungicultura, vitivinicultura e tecnologia da cachaça. DANIEL J. ROYSE A seasoned professor in plant pathology with research emphasis in mushroom science and technology. Specialties: Production efficiency of cultivated mushrooms, mushroom quality, integrated crop management. Associate Professor, Assistant Professor, and Instructor, Plant Pathology, Penn State University (February 1978 – June 1992). Professor, Plant Pathology, Penn State University (July 1992 – July 2012). His research program is directed toward improving the production efficiency and quality of edible mushrooms to help minimize production costs and maximize farm profits. Professor Emeritus, Plant Pathology and Environmental Microbiology. The Pennsylvania State University – USA (July 2012 – Present) University Park, PA. Research and development of cultivated mushrooms. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 263 DENISE GROTTO Docente permanente da Universidade de Sorocaba, atuando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - Mestrado Acadêmico - e no Programa de Pós-Graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais - Mestrado Profissionalizante. Pesquisadora no Laboratório de Pesquisa Toxicológica – Lapetox Uniso - tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Análise Toxicológica, atuando principalmente nos seguintes temas: estresse oxidativo, antioxidantes, nutracêutico (dentre eles os cogumelos comestíveis), toxicidade e essencialidade de elementos químicos, toxicologia de alimentos, segurança alimentar, toxicologia ambiental. EDISON DE SOUZA Proprietário da Brasmicel Biotecnologia, Localizada da cidade Suzano, São Paulo, com as atividades de: produção de Micélio, cogumelos comestíveis, manutenção de linhagens, fornecimento de linhagens de cogumelos comestíveis para pesquisas de mestrado e doutorado. Consultor de Assistência Técnica a Produtores de Cogumelos quanto ao Cultivo de Agaricus bisporus, Agaricus blazei, Pleurotus e Lentinula edodes. ERNA ELISABETH BACH Pesquisadora Aposentada pela Secretaria da Agricultura de São Paulo - Instituto Biológico. Desde a aposentadoria, atua como Professora do Centro Universitário Nove de Julho - UNINOVE. Tem experiência na área de Bioquímica, com ênfase em Biotecnologia. Dentre outros projetos de pesquisa, destaca-se o estudo de extratos de produtos naturais (dentre eles de cogumelos) no controle da glicemia, ação anti-inflamatória e cicatrizante. FÉLIX GONÇALVES SIQUEIRA Pesquisador da Embrapa Agroenergia (Brasília, Distrito Federal), no Laboratório de Processos Bioquímicos (LPB), na área de Processos Fermentativos e Enzimáticos. Tem experiência na área de Microbiologia, Enzimologia, Purificação de Proteinas, Biotecnologia enzimática para produção de bioetanol de segunda geração ou lignocelulósico, como também na bioprospecção de fungos filamentosos com potencial biotecnológico. Na área de bioquímica e enzimologia, destaca-se a purificação e caracterização de enzimas hidrolíticas oriundas de microrganismos degradadores de parede celular, como celulases e hemicelulases. Está executando projetos que tem como objetivo a obtenção de enzimas desconstrutoras da parede celular vegetal por fungos filamentosos (holocelulases), utilizando biomassas lignocelulósicas como fonte de carbono, como também obtenção de celulases de algas geneticamente modificadas. Também participa de projeto que utiliza biomassas algais para extração de biomoléculas de interesse industrial, e, projeto que faz uso de fungos de podridão branca (white-rot fungi) como agente de tratamento (biológico - enzimas oxi-redutases) de biomassas oriundas do processo de extração de óleos para biodiesel. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 264 GILBERTO JOB BORGES DE FIGUEIREDO Especialista em Cultivo em Ambiente Protegido, Cultivo de Cogumelos Comestíveis e Tecnologia de Processamento e Qualidade de Produtos . Atuou como gerente de compras do Grupo Pão Americana - Kinoko Prods Alimenticios, um dos maiores compradores e envasadores de Cogumelos Champinhon no Brasil. Atualmente desenvolve projetos na Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI de Caraguatatuba (Casa da Agricultura) HELOISA HELENA FAVARA Consultora de projetos de agronegócios do Sebrae-SP. Atua em projetos sobre a agroecologia como fonte de renda, legislação, bioprodutos, turismo rural, compras governamentais, além de projetos agroecológicos no turismo rural. Presta assistência ao produtor rural, para que este tenha contato com novas formas de aperfeiçoar a sua produção, de fazer da sua propriedade um bom negócio. JOS BUTH Following the Mushroom school in Horst Holland. 1970 – 1979: Working on a Dutch Mushroom farm as grower. 1979 – 1984: Working as grower in Germany on a Mushroom farm for fresh Mushrooms including phase II and III Tunnels. 1984 – 1992: Working in Holland as grower on a Research Mushroom farm for mechanical harvesting including phase II and III Tunnels. 1992 – 1994 Working for a Dutch Turnkey company in Austria and Germany for Tunnel processing for Bio refuse and carbidges refuse in Tunnels (Aerobe micro live processing). 1994 – 1996 Working as grower/ consultant for Mushroom farms in Switzerland and Denmark. 1996 – 1999 Working as general manager for a big Dutch Mushroom farm for canning Mushrooms (50000 m2) including phase II and III Tunnels and including indoor composting (phase I) (Name Company Prochamp). 1999 – 2002 Working for the same family on a big Mushroom farm including phase II and III Tunnels with especial job: starting up indoor farm for own compost productions (phase I). 2002 – 2009 Working for C point (Several years as Director from C point) as adviser for Mushroom and compost farms all around the World. With specialist of compost productions (Indoor and outdoor) Customers: USA, Spain, Denmark, Switzerland, Austria, Holland, Brazil, Oman, Australia, Russia, Belgium, Germany, and Chile. 2010: Personal adviser for a Big Mushroom farm in Chile (including phase I, II and III) with still many customers all around the World. KAB-YEUL JANG Educational Background: Thesis for M.S.: Study on Physiological characteristic and cultivation of Pleurotus cystidiosus. Thesis for Ph.D: Studies on Physiological Characteristics and Environmental Function of Indigenous and Introduced Ligno-degrading Basidiomycota. Employment Record (From Recent): Div. of applied microbiology, National Institute of Agricultural Science & Techonology, RDA (Researcher -Cultivation &Breeding). Div. of Mushroom research, National Institute of Horticultural and Herbal Science, RDA (Senior researcher –Breeding). Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 265 KASPER MOREAUX A representative of Mycelia Mushroom Spawn Laboratory, in Nevele, Belgium. Mycelia is a professional spawn production company with more than 30 years of experience. The company is also a training center for spawn and substrate producers worldwide. Mycelia researchers develop breathing bags for mycelium multiplication together with their sister company saco2 (www.saco2.com), they work on spawn and substrate mixture improvement, strain stability control, edible spawn, bulk mixing technics, solid and liquid state fermentation and organic antibiotics/fungicides. Mª LUISA PEÑA DIAZ Marisa Peña is CEO at Hongo’s Biofactory and Mushroom’s Value, She has extensive theoretical knowledge, ample practice experience and a global and comprehensive insight in the field of mushroom cultivation. Their scientific and research qualities are also worth mentioning. During their professional career, they have worked in the private sector and in the scope of science and research. Marisa Peña has worked as a research project Manager in the sector’s Technological Centre in La Rioja and as a technical Secretary of the Professional Association of mushroom growers of La Rioja, Navarra and Aragon in Spain. She has worked and advised important companies both in La Rioja and in the rest of Spain. In the same way, it has carried out international consultancy in this field and participated in research projects with mushrooms. MARCELO CANFRAN SIMÕES Fundou a empresa Cogumelos Amazônia Biotecnologia e desenvolveu sua produção focada no cultivo, processamento e vendas do cogumelo comestível e medicinal Agaricus blazei. Nascido em uma família dedicada à medicina, sentiu, ainda jovem, a dor da perda de entes queridos quando o câncer ainda não estava em evidência. Encantou-se com os fungos quando descobriu, através de cursos e práticas vivenciais no campus da UFSC, os potenciais medicinais e nutricionais dos cogumelos. Com imensa vontade de se tornar um agente na prevenção e combate do câncer e desenvolver a atividade de fungicultura no Brasil, tem se dedicado profundamente ao estudo e compreensão do universo microbiológico desde que iniciou suas atividades, como produtor de cogumelos comestíveis e medicinais, em 2005. Desde então vem prestando apoio a inúmeras pesquisas científicas e ao desenvolvimento de novos produtos através de uma sólida parceria com a EMBRAPA, ajudando na divulgação dos fungos pelo país e proferindo palestras nos cursos anuais de cultivo de cogumelos desenvolvidos pela entidade. MARCOS JOSÉ CORREIA Professor adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Micologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Cultivo de champignon; cultivo axênico e com substrato pasteurizado de shiitake e Pleurotus; desenvolvimento de sistemas de mistura e pasteurização de substrato para cultivo Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 266 de cogumelos. Atualmente, tem desenvolvido projetos e construção de equipamentos para mistura e empacotamento de substrato em escala comercial, caldeiras para pasteurização e sistemas de controle de temperatura e controle de ambiência em estufas de cultivo. MARIA ÂNGELA LOPES DE ALMEIDA AMAZONAS É pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, atuando no Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia (1977 - 1979), Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho, Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul (1980 1994), e Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, Colombo, Paraná (a partir de 1995). Tem experiência nas áreas de Microbiologia e Bioquímica, com ênfase em leveduras e fungos filamentosos. Atuando principalmente nos seguintes temas: isolamento, conservação in vitro e seleção de leveduras para vinificação; otimização de cultivo de leveduras por fermentação submersa; produção, extração e purificação de enzimas; estabilidade enzimática e análise de estrutura de proteínas; isolamento, conservação in vitro e caracterização de macrofungos para usos diversos; cogumelos comestíveis e medicinais. MARIA APARECIDA LOPES DA COSTA Professora Adjunta da Universidade de Sorocaba e Professora convidada da Faculdade Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Bromatologia, em Microbiologia de Alimentos, Bioquímica da Nutrição, Ciência e Tecnologia de Alimentos e Química de Macromoléculas. MARIA SYLVIA AMARAL GURGEL Professora titular da Universidade de Sorocaba. Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Avaliação e Controle de Qualidade de Alimentos, atuando principalmente nos seguintes temas: hotelaria, gastronomia, turismo, restaurante e hotelaria hospitalar. Coordenadora atual dos cursos de especialização Lato Sensu; Controle de Qualidade em Indústria de Alimentos e Docência e Práticas Gastronômicas. MARLI CAMASSOLA Pesquisadora do Laboratório de Enzimas e Biomassa da Universidade de Caxias do Sul (UCS), RS. É membro do quadro de professores permanentes do programa em pós-graduação em Biotecnologia e Engenharia de Processos e Tecnologias. Tem experiência nas áreas de Fisiologia de micro-organismos, Bioquímica, com ênfase em processos bioquímicos, atuando principalmente nos seguintes temas: produção e caracterização de enzimas hidrolíticas e fenol oxidases, hidrólise de lignocelulósicos e fermentações, além de experiência em Enobiotecnologia, Microbiologia industrial e Análises microbiológicas e físico-química de alimentos. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 267 MARLI GERENUTTI É docente permanente da Universidade de Sorocaba, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - Nível Mestrado. Possui experiência na área de Desenvolvimento de Projetos e de Gestão Universitária. Coordena o Laboratório de Pesquisas Toxicológicas, Lapetox-Uniso, atua na área de desenvolvimento e avaliação de substâncias bioativas, com as linhas de pesquisa Toxicologia da Reprodução e do Desenvolvimento e Avaliação Pré-clínica de Produtos Naturais, entre eles os cogumelos medicinais e comestíveis. MARLI TEIXEIRA DE ALMEIDA MINHONI Professora adjunta da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) de Botucatu, SP. Atua em Microbiologia. É Coordenadora do Módulo de Cogumelos da FCA. Líder de Grupo de Pesquisa CNPq: Inovações Tecnológicas nos Cultivos de Cogumelos Comestíveis. Dentre seus projetos de pesquisa, destaca-se o cesenvolvimento tecnológico de cultivo de fungos comestíveis de ocorrência na Amazônia brasileira e consequente melhoria socioeconômica. MEIRE CRISTINA NOGUEIRA DE ANDRADE É docente permanente da Universidade do Sagrado Coração (USC), e colaborador da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, e da Universidade Federal do Amazonas, UFAM. Tem experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Tecnologia de Cultivo de Cogumelos Comestíveis, Aproveitamento de resíduos na conversão de energia e produtividade de fungos comestíveis. PAUL ALEXANDER MEIJER He started on the biggest farm in Holland owned by a friend and later as representative of Sinden – Hauser spawn working in Belgian and Holland nine years of experience. After he left to Italy working on the biggest farm (Funghi del Montello) as an area manager. After a few years he left and started with two friends a consulting office “Derks international consulting”. In this time they brought in Italy the first pleurotus growing on an artificial substrate and growing in bags on the system from Kuhn out Austria and giving out a monthly newspaper. In 1971 he started with two Italian partners “Grotte di Costozza” growing of button mushrooms in bags in caves. And they grower-out to two modern farms a Warf and their first tunnel operation selling bags and blocks to other growers. In1979 he sold out understated consulting again. First in America at Oxford Royal in Kelton for three years and later continuing all over the world, India, Spain tree compost warfs, China tree big farms, Yougoslavia and the last 14 years at Kaolin mushrooms in Amerika Kennet Square. Setting up there phase 1 and phase 2 from 1996 to 2010. PETER OEI Director Innovation horticulture. Chairman - ECO Consult (1993 – Present) - ECO Consult develops mushroom technology in cooperation with research partners and sells niche proSimpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 268 ducts like bags with filters. Current projects are: disease prevention by adding specific microorganisms to the casing soil and conversion of waste streams to feed by mycelium. ECO holds the international patent for recycling casing soil from the mushroom sector. SHIRLEY APARECIDA GARCIA BERBARI Pesquisadora científica do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: palmito, tecnologia, acidificação, processamento e vida-de-prateleira. VERA LUCIA RAMOS BONONI Diretora do Instituto de Botânica de São Paulo e professora colaboradora da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. Tem experiência em gestão ambiental e na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, atuando principalmente nos seguintes temas: basidiomicetos, biodiversidade, aphyllophorales, biotecnologia, atividade ligninolitica, biorremediação. YOSHIE TAKEUCHI Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Shinshu de Nagano, Japão, em 1985. Ingresso como pesquisador de diversos tipos de cogumelos entre eles, Shiitake e Matsutake no Nagano Pref. Forestry and Forest Products Research Institute em 1987. Orientação de estagiários de diversos países como Finlândia, Mongólia, Quênia, Brasil, Coréia do Sul e China, a partir de 1995. Orientador de Iwao Akamatsu, estagiário enviado pela JICA-Japan International Cooperation Agency, em 1999. Ingresso como professor na Universidade da Província de Nagano em 2014. Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil 269 ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES ÍNDICE REMISSIVO AKAMATSU, Iwao, 222 ALBERT, Guido , 130 ALCÂNTARA, Lucas Magalhães, 206 ALMEIDA, Durinézio José de, 223 ALQUATI, Guilherme Polidoro, 231 ALVAREZ, David Chacón, 225 ALVES, Thais Francine Ribeiro, 184 ANDRADE, Carlos Fernando S., 229 ANDRADE, Meire Cristina Nogueira de, 182, 214, 231, 243, 247, 253 ANGELIS, Dejanira de Francechi de, 218 ANTÔNIO, José Marcelino, 204 ARANHA, Norberto, 178 ARAÚJO, Ana Paula Fernandes, 137, 186, 216, 229 BACH, Erna Elisabeth, 74, 173, 174, 204, 264 BAPTISTA, Brunna Tavares, 173, 204 BERBARI, Shirley Aparecida Garcia, 269 BONONI, Vera Lucia Ramos , 96, 269 BRITO, Victor Mendes de, 174 BRON, Ilana Urbano, 241 BUTH, Joris, 265 CADORE, Júlia Marina, 190, 225 CAMASSOLA, Marli, 125, 268 CAMELINI, Carla Maísa, 137, 186, 216 CAMPANHA, Aldrim Sayuri Kubo, 174 CAMPOS, Marina de, 251 CARBONERO, Elaine Rosechrer, 180 CARMO, Cristiano Oliveira do, 196, 200 CARVALHO, Beatriz Lívero, 167, 227, 235 CARVALHO, Carolina Komendir , 188, 251 CHAUD, Marco Vinicius, 184, 202 COGO, José Carlos, 176 CORREIA, Marcos José, 218, 267, 23 COSTA, Ana Maria, 186, 216 CUNHA, Joice Raísa Barbosa, 137 DALLA SANTA, Herta Stutz, 165, 190, 194, 225, 233 DAU, Fernando Luiz Nunes Moura, 249 DE JESUS, João Paulo Furlan, 214, 253 DE MARCO, Rogério Milton , 74 DEZZOTTI, Bruna Amabili, 171 DIAZ, Maria Luisa Peña, 64 DOURADO, Fernanda Aparecida, 167, 227, 235 FAVARO, Diego Rodrigues, 245 FERNANDES, Natacha Cristina Monteiro, 251 FIGUEIREDO, Gilberto Job Borges de, 154, 265 FONTANA, Roseli Claudete, 125 FORAMIGLIO, Ameris Leticia, 178 FRIZO, Italo, 38, 210 GALÚCIO, Vanessa Costa Alves, 169, 192 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil GAMBATO, Gabriela, 125 GERENUTTI, Marli, 38, 171, 176, 178, 182, 188, 210, 220, 239, 245, 251, 268 GÍLIO JÚNIOR, João Ailton, 249 GIMENES, Luciana Jandelli, 96 GOMES, Daniel, 29, 237, 241, 263, 260 GOMES, Taisa Godoy, 137, 229 GONZALEZ, Fabiana Gaspar, 173, 204 GOUVINHAS, Mauricio Pereira, 204 GRITTE, Raquel Bragante, 173, 204 GROFF, Danieli Ballmann, 190, 223, 225, 233 GROTTO, Denise, 38, 178, 184, 202, 208, 212, 264 GURGEL, Maria Sylvia Amaral , 32, 268 HELM, Cristiane Vieira, 186, 216 HI, Edgar Matias Bach, 74, 173 , 204 IACOMINI, Marcelo, 180 IOSSI, Matheus Rodrigo, 227, 235, 249 JANG, Kab-Yeul, 53, 266 JAYME, Vitoria Ramos, 204 JESUS, Lidia Carolina Meira Arneiro Furlan de, 253 JOZALA, Angela Faustino, 188, 220 KIM, Eun-Seon, 53 KONG, Won-Sik, 53 LAURINO, Leticia Favara, 178, 188 LEAL, Patrícia Lopes, 206 LEITE, Fernanda Gomes, 208, 212 LIÃO, Luciano Morais, 180 LIMA, Daniele de Fátima Ferreira de, 237 MACHADO, Antony Enis Virgínio, 186, 216 MACHADO, Eleuza R., 229 MAGALHÃES, Pérola de Oliveira, 216 MARIA, Bianca Ferreira d, 204 MARMENTINI, Jéssica, 190, 223, 225 MARTINS, Olívia Gomes, 231 MARTOS, Emerson Tokuda, 247 MARTOS, Maria Yvonne Haddad Galvão, 32 MASCHIO, Bianca Hessel, 239 MEIJER, Paul A., 88 MELLO, Mariana Carvalho Dias de, 222 MENDES, Mariane Cristina, 165, 194 MENDONÇA, Simone, 186, 216, 229 MENEZES, Bruna dos Santos, 206 MIGUEL, Karina, 241 MINHONI, Marli Teixeira de Almeida, 214, 268 MIRANDA, Juliane Cristina, 218 MORAIS, Katia dos Santos, 206 MOREAUX, Kasper, 87, 266 MOREIRA, Tatiane Ferreira Pires, 222 MORENO, Hanna Pereira, 204 273 MOTOSHIMA, Mariana Yuri Soares, 174 MOURÃO, Jeniffer Cristina Vicente, 171 NAKACIMA, Dennis Ryuiti, 241, 247 NAKAI, Diogo Keiji , 137 NASCIMENTO, Bianca Demar, 204 NASCIMENTO, Juliana Rodrigues, 174 NORILER, Sandriele Aparecida, 165, 190, 194, 223, 233 NUNES, Adriana da Silva, 169, 192 OEI, Peter, 130, 269 OH, Minji, 53 OH, Youn-Lee, 53 OLIVEIRA, Bruna Giovana Correa Chrispim de, 208, 212 OSHIMA-FRANCO, Yoko, 176 OTAMI, Malimiria Norico, 260 PAVÃO, Elisa Maria, 125 PEDRENO, Gabriellen Yasmine de Oliveira, 169, 192 PEREIRA, Waldir Eduardo Simioni, 194, 223, 233 PERES, Marcia Nascimento, 220 PICKER, Thaisa Borim, 210, 251 POLES JUNIOR, Antonio Ademar, 239 RATUCHNE, Aline, 165, 194, 233 REBELO, Marcia de Araújo, 184, 202, 210 RODRIGUES, Marcos de Souza, 196 ROJAS, Ana Cristina Bolaños, 96 ROYSE, Daniel J., 46, 263 SAAD, André Luiz Merthan, 231, 243, 247 SABADIM, Giovana, 220 SALES-CAMPOS, Ceci, 110, 111, 113, 117-18, 121-22, 169, 192 SALVADOR, Mirian, 125 Simpósio Internacional de Cogumelos no Brasil SANTANA, Márcio Walluce Pinheiro Rocha de, 206 SANTANA, Thaís Danielle Duarte, 206, 216 SANTOS, Carlos Arthur Silva dos, 200 SHIN, Pyung-Gyun, 53 SILVA JUNIOR, Jorge Augusto da, 174 SILVA, Amanda Souza Calixto da, 218 SILVA, André Luís Pereira da, 245 SILVA, Estefânia Viano da, 180 SILVA, Keisy Menezes da, 173, 174 SILVA, Rafael Mota da, 196, 198, 200 SIMÕES, Marcelo Canfran, 267 SIQUEIRA, Félix Gonçalves de, 137, 186, 206, 216, 229 SIQUEIRA, Otavio Augusto Pessotto Alves, 247 SOARES NETO, Clemente Batista, 206 SOARES, Ana Cristina Fermino, 196, 198, 200 SOUZA, Alexandra de, 206 SOUZA, Ana Paula Araujo de, 196 SPIM, Sara Rosicler Vieira, 208, 212, 239 STOLFO, Adriana, 125 TAKEUSCHI, Yoshie, 61 TEIXEIRA, Nuriely de Sá, 169, 192 TOLARDO, Gustavo de Souza, 167, 227 TRIBUIANI, Natália, 176 TURCO, Patrícia Helena Nogueira, 237, 260 UAI, Carmen Saez Dy, 129, 263 URBEN, Arailde Fontes, 186, 263 VALENTINI, Sílvia Regina de Toledo, 237, 241 VIANA, Sthefany Rodrigues Fernandes, 182, 243 VIEITES, Rogério Lopes, 253 WADT, Nilsa S.Y., 74 ZANON, André Ricardo, 214, 247, 253 ZIED, Diego Cunha, 167, 227, 235, 249 274 Impressão e acabamento Embrapa Informação Tecnológica