Diapositivo 1
Transcrição
Fenómenos supergénicos Meteorização Serra da Freita Geodinâmica Externa ou Supergénese trata de fenómenos ocorrentes na parte externa do ciclo geoquímico da Litosfera, afectados sobretudo pela energia do Sol. Sedimentogénese Alteração das rochas - Meteorização Erosão Transporte Sedimentação Morfogénese Formação de modelados Pedogénese Biogénese Formação de solos Desenvolvimento da vida Diagénese Formação de rochas sedimentares coerentes Formação de Rochas sedimentares Sedimentogénese Vamos analisar os diversos processos envolvidos ! METEORIZAÇÃO Rochas magmáticas Rochas Sedimentares SiO2 59,1 58,0 Al2O3 15,3 13,4 Fe2O3 3,1 3,5 FeO 3,8 2,1 MgO 3,5 2,6 CaO 5,1 5,9 Na2O 3,8 1,1 K2O 3,1 2,8 TiO2 1,1 0,6 H2O 1,2 3,2 SO2 - 0,5 CO2 - 1,7 Composições químicas médias Uma tabela para reflectir! Oxidação Hidratação Acções Bioquimiogénicas Solubilidade Será que os minerais têm um comportamento idêntico face à meteorização? SUSCEPTIBILIDADE À ALTERAÇÃO Rochas diferentes, submetidas aos mesmos ambientes climáticos, reagem de forma diferenciada FACTORES QUE AFECTAM A SUSCEPTIBILIDADE DOS MINERAIS À ALTERAÇÃO Tipo de ligações estruturais Covalente – elevada estabilidade Iónica – maior vulnerabilidade face a vários fenómenos Potencial de ionização Os catiões mono e bivalentes (Na+, K+, Ca2+, Mg2+,Fe2+) são mais solúveis Oxidação espontânea do Ferro ferroso (Fe2+) Os minerais ferromagnesianos são mais afectados Potencial iónico (Z/r) Controla o comportamento na água (ver Quadro seguinte) Energia de formação Maior energia de formação => Maior a estabilidade do mineral Quando beberem uma de água mineral reparem na composição química do rótulo! Influência do Potencial Iónico no comportamento dos iões na água FACTORES QUE AFECTAM A SUSCEPTIBILIDADE DOS MINERAIS À ALTERAÇÃO Comportamento da sílica e da alumina na água Controlado pelo pH e pela temperatura Comportamento dos silicatos na hidrólise As unidades estruturais são destruídas diferenciadamente Os tetraedros SiO4 são os grupos mais resistentes Séries de Goldich Goldich (1938). Ordenação dos minerais das rochas ígneas de acordo com a sua maior ou menor resistência à meteorização + resistentes à alteração → SÉRIES DE GOLDICH olivina plagioclase (Ca,Na) augite (piroxena) horneblenda (anfíbola) plagioclase (Na,Ca) biotite plagioclase (Na) feldspato potássico moscovite quartzo Séries idênticas à de Bowen mas com sentido completamente distinto PORQUÊ? Rochas Ígneas Rochas Ígneas (minerais primários) Mineralogia Rochas Sedimentares Resistatos Hidrolisatos Oxidatos Precipitatos Evaporatos Rochas Sedimentares (resistatos + minerais de neoformação) Sedimentogénese Diagénese Meteorização ou Alteração das rochas Compactação e Desidratação Erosão e Transporte de sedimentos Cimentação Recristalização Sedimentação Rochas móveis Rochas consolidadas Sedimentos ou detritos Sedimentos detríticos ou clastos Dimensões muito variadas, desde partículas muito pequenas até grandes blocos rochosos, resultam da alteração de rochas preexistentes Sedimentos de origem química Resultam da precipitação de substâncias dissolvidas na água Sedimentos biogénicos Compostos por restos de seres vivos como os esqueletos ou conchas de animais, ou fragmentos de plantas Meteorização ou Alteração de rochas Fenómeno determinante para a formação de sedimentos Conjunto de processos que levam à alteração química e/ou física das características iniciais das rochas, levando à sua destruição Agentes de meteorização Água, Vento, as Mudanças de Temperatura e a Acção dos Seres Vivos Agentes de meteorização física - fragmentação Agentes de meteorização química - alteração química Agentes de meteorização bioquímica – alteração bioquímica Tudo na dependência do Clima Controlo morfoclimático da alteração A precipitação e a temperatura condicionam bastante a alteração bioquímica Solo gelado ártico Controlo morfoclimático da alteração 1- regiões polares 2- regiões desérticas 3- Zonas frias 4- regiões intertropicais húmidas 5- regiões tropicais sub-húmidas 6- regiões tropicais secas e temperadas Meteorização física ou mecânica Meteorização física ou mecânica Conduz à FRAGMENTAÇÃO DAS ROCHAS EM PEDAÇOS cada vez mais pequenos, sem que ocorra alteração mineralógica das rochas Predomina em zonas do globo geladas e desérticas (água frequentemente congelada) Acção da água e do vento As acções do gelo e do calor Acção dos seres vivos Crescimento de minerais (sais) Descompressão superficial das rochas Processos Acção da água e do vento Acção da água e do vento A água é o factor de alteração das rochas mais importante Alternância de períodos de seca com períodos de forte humidade originam aumentos de volume ou retracções nos materiais rochosos - tensões que levam à fracturação e consequente desagregação do material rochoso Acção mecânica provocada pelo embate das gotas da chuva sobre as rochas, também é causadora de meteorização As águas correntes podem, também, transportar detritos que ao colidirem com as rochas aceleram a sua fragmentação A força exercida pelo vento, bem como as partículas que transporta, aceleram o desgaste e a fragmentação das rochas. Acção do gelo, gelivação ou crioclastia Acção do gelo, gelivação ou crioclastia Quando a temperatura diminui, a água que penetra nos interstícios e poros existentes nas rochas pode congelar Quando passa ao estado sólido, a água aumenta de volume e expande-se, provocando um aumento de pressão O aumento de pressão provoca o alargamento das fissuras já existentes ou a formação de novas fissuras, contribuindo para uma maior fragmentação das rochas Acção do calor ou termoclastia Acção do calor ou termoclastia As variações de temperatura conduzem a variações do volume das rochas Os minerais (diferentes coeficientes de dilatação), manifestam comportamentos diversos quando são sujeitos a determinadas condições de temperatura Nos desertos, onde a oscilação térmica diária é muito elevada, as variações muito bruscas de temperatura implicam variações do volume das rochas O aumento da temperatura provoca a dilatação do material rochoso, o seu arrefecimento provoca a contracção, a alternância destes dois fenómenos causa grande fracturação nas rochas e consequentemente desagregação de fragmentos Actividade biológica Acções biofísicas …e bioquímicas! Actividade biológica Variadíssimas acções dos seres desagregação e fragmentação das rochas vivos provocam a Sementes que germinam em fendas das rochas, originam plantas com raízes que ao crescerem, vão abrir cada vez mais as fendas das rochas, contribuindo para a separação dos blocos O balançear das árvores provoca um alargamento das fendas Escavação animal de tocas e galerias favorecendo a desagregação das rochas O peso e o pisoteio dos animais sobre as rochas (animais de grande porte ou em grandes grupos) contribuem para a fragmentação das rochas Crescimento de sais ou haloclastia Crescimento de sais ou haloclastia Em certas zonas, a água existente nos poros das rochas pode conter sais dissolvidos que podem precipitar Quando ocorre precipitação, os minerais iniciam o seu crescimento, num espaço pequeno, e exercem forças expansivas que contribuem para a desagregação das rochas Este fenómeno é frequente nas zonas costeiras aquando da formação dos cristais de halite Descompressão Descompressão As rochas formadas em profundidade são aliviadas da carga suprajacente quando afloram à superfície - descompressão As partes expostas das rochas expandem-se, enquanto que as partes profundas continuam sob pressão A expansão gera fracturas - diaclases - paralelas à superfície que favorecem a desagregação dos maciços rochosos O alívio de pressão pode provocar o aparecimento de camadas concêntricas de capas, como acontece na disjunção esferoidal, ou a formação de colunas espaçadas por fendas, como se verifica na disjunção colunar do basalto. Em ambos os casos, as rochas ficam mais vulneráveis à acção dos agentes de meteorização. Diaclasamento em rocha calcária Trabalho de Campo Meteorização química Meteorização química Conduz à alteração da composição química e mineralógica das rochas Os minerais são destruídos e transformados em novos produtos químicos ou formam estruturas mais estáveis nas novas condições Minerais de precipitação química - calcite e a halite; Silicatos (ex. feldspato) transformam-se em minerais argilosos A acção é tanto maior quanto maior for o estado de desagregação física das rochas É mais frequente em regiões quentes e húmidas. A temperatura afecta bastante a velocidade e a dinâmica das reacções químicas, bem como a água e o ar atmosférico Principais reacções envolvidas Meteorização química Dissolução Hidratação/Desidratação Hidrólise Oxidação/Redução Dissolução Reacção dos minerais com a água ou com um ácido. Ocorre quebra de ligações químicas entre os diferentes iões e os iões livres ficam dissolvidos na solução. A halite é um mineral muito solúvel, quando está em contacto com a água dissolve-se originando água salgada, com iões de cloro e de sódio dissolvidos. A reacção é: NaCI + H2O → Na+ + CIA calcite presente nas rochas calcárias reage facilmente com água acidificada, devido ao dióxido de carbono atmosférico, formando produtos solúveis. Esta reacção de alteração e destruição química dos calcários designa-se carbonatação e traduz-se pela seguinte reacção: CaCO3 Carbonato de cálcio + H2CO3 ácido carbónico → Ca2+ + ião cálcio 2(HCO3-) ião hidrogenocarbonato Hidratação/Desidratação Processo de meteorização que envolve a combinação química de minerais com a água (hidratação) ou a sua remoção (desidratação) Quando se verifica hidratação ocorre, também, um aumento de volume que facilita a desintegração das rochas por acção da hidrólise Fe2O3 + 3H2O → 2Fe(OH)3 hidratação da hematite leva à formação de limonite CaSO4 . 2H2O → CaSO4 + 2H2O desidratação do gesso para formar anidrite Hidrólise Corresponde à substituição dos catiões da estrutura de um mineral pelos iões de hidrogénio Os iões H+ e OH- podem resultar da dissociação da água ou de um ácido Esta reacção de substituição iónica forma novos e diferentes minerais ou pode levar à total desintegração do mineral original A olivina e a piroxena são totalmente desintegradas Olivina Piroxena Mg2SiO4 + 4H+ → 2Mg2+ + H4SiO4 CaMgSi2O6 + 4H+ +2H2O → Ca2+ + Mg2+ + 2H4SiO4 Hidrólise Os minerais como os feldspatos, decompõem-se parcialmente, produzindo sílica dissolvida e minerais de argila, neste caso, a caulinite. Esta reacção denomina-se caulinização 2KAlSi3O8 + H2CO3 + H2O → K2CO3 + Al2Si2O5(OH)4 + 4SiO2 (feldspato) ( caulinite) ZONAS DE HIDRÓLISE EM FUNÇÃO DO CLIMA Alitização ou de bauxitização e de ferralitização A sílica e as bases são removidas, concentra-se a alumina e os óxidos de ferro – bauxitos - Regiões Tropicais Húmidas Monosialitização ou da caulinização e lateritização As bases são removidas e parte da sílica também – forma-se caulinite – Regiões Tropicais Sub-húmidas Bissialitização e, em parte, de arenização Fraca remoção da sílica e retenção parcial dos catiões básicos (Na, K, Ca) – ilite, clorite, esmectites – Regiões Temperadas, Estépicas e Sub-áridas Controlo morfoclimático da alteração Rególito Rocha sã “bed rock” Oxidação/Redução As reacções de oxidação/redução estão ligadas entre si, não ocorrendo uma sem que ocorra a outra. São reacções que se devem acção do oxigénio A oxidação é o processo pelo qual um átomo ou ião perde electrões. A redução é o processo que leva ao ganho de electrões Transformação do ferro em ferrugem é o resultado deste tipo de reacções O Fe2+ é transformado em Fe3+ 4Fe0 + O2 → 2Fe2O3 Outros exemplos de reacções de oxidação/redução são a transformação da pirite em hematite e da piroxena em limonite. 4FeS2 + 3 O2 → 2Fe2O3 + 8S (pirite) (hematite) Meteorização bioquímica Meteorização bioquímica Os seres vivos intervêm no processo de decomposição dos minerais, levando à sua alteração química. Através do metabolismo produzem fluidos e ácidos que, quando contactam com as rochas e com os minerais, provocam a sua alteração química. A acção química do guano dos pombos é particularmente agressiva nas rochas calcárias. Por exemplo, os líquenes elaboram substâncias que atacam as rochas facilitando a sua desagregação; alguns animais, como certos bivalves, produzem substâncias corrosivas que utilizam para abrir fendas nas rochas Poluição antrópica Muitas das reacções químicas referidas anteriormente sobre as rochas, ou sobre os materiais artificiais, são enormemente potenciadas pelas acções antrópicas, traduzidas pela libertação de diversos tipos de produtos (gasosos, fluidos ou sólidos), altamente agressivos e poluentes, no ambiente natural. Veja-se o impacto do enorme derrame de petróleo a partir de uma plataforma petrolífera afundada no mês de Abril de 2010, atingindo a costa do EUA.
Documentos relacionados
Principais etapas da formação das rochas sedimentares
diferentes tipos de rochas: sedimentares, metamórficas e
magmáticas, que se interrelacionam de forma dinâmica.
O estudo dos agentes geológicos externos integra
responsáveis pela susceptibilidade destas rochas aos agentes de alteração e de erosão. Nos basaltos estas
diaclases dão origem à formação de disjunção colunar ou prismática, mundialmente conhecidas...
INTRODUÇÃO No granito da praia de Lavadores ( V. N. de Gaia) é
térmicas leva a uma grande fracturação das rochas com
consequente formação de materiais soltos.
O vento é um agente que actua preferencialmente em regiões
áridas, sem vegetação onde as partículas d...
MINERAIS E ROCHAS OS MINERAIS São elementos
Os minerais específicos numa rocha, ou seja aqueles que determinam a classificação desta,
variam muito. Alguns minerais, como o quartzo, a mica ou o talco apresentam uma vasta
distribuição geográfi...
rochas sedementary
Químicos (decomposição)
hidrólise;
hidratação;
oxidação;
carbonatação;
ação química dos organismos e dos materiais orgânicos.
Soluções - Areal Editores
rochas, porque provocam a dilatação e
contracção dos materiais; F – As ravinas
são estruturas que se forma por acção erosiva da água.
5.1. a) A água contribui para a meteorização física das rochas ...