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Clipping Nacional de Educação Sexta-feira, 23 de Maio de 2014 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.cpitare.com.br 23/05/14 OPINIÃO 00 Teresa Costa d’Amaral Direito à igualdade Pessoas cegas, surdas, cadeirantes ou com deficiência intelectual não conseguem emprego Certamente no início da democracia em Atenas, quando foi pela primeira vez enunciado o princípio da igualdade perante a lei, já se pensava assim, mas por escrito mesmo Aristóteles, no século IV antes de Cristo, nos deixou a ideia de que “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade”. A questão de direito à igualdade é essencial no que se refere às pessoas com deficiência, mas ainda está por construir no Brasil. O Estado brasileiro — os poderes executivos em seus diversos níveis — precisa entender que garantir acessibilidade é tornar possível o exercício do direito à igualdade. Sem acessibilidade, em seu conceito mais amplo, teremos pessoas com deficiência impedidas de viver com autonomia na cidade. Cadeirantes que não conseguem pegar um ônibus porque a plataforma de acesso, quando existe, não funciona. Surdos sem intérprete de Libras, a Língua Brasileira de Sinais, nas escolas ou faculdades. Cegos que não podem usar um elevador com autonomia porque o elevador já tem seus números em braille, mas não dispõe de áudio ligado para identificar o andar em que parou. Pessoas cegas, surdas, cadeirantes ou com deficiência intelectual não conseguem emprego porque as empresas, quando obrigadas a contratá-las, sempre escolhem pessoas com deficiência “leve”. A Lei de Cotas nunca foi levada a sério: nem pelas empresas — que não olham para a competência, mas sim para a deficiência — nem pelo governo, que nunca exigiu seu cumprimento. Não me conformo com o fato de as ações judiciais do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) receberem sempre um não dos representantes dos poderes executivos. Não entendo o porquê. São sempre ações para garantir igualdade. Governos existem para proteger o cidadão, governos não são feitos para protegerem seus próprios interesses. E quando não cumprem uma determinação da Justiça, como no caso da acessibilidade para pessoas com deficiência em nossas quatro ações civis públicas, estão definitivamente acabando com a igualdade, que é a razão de existir da democracia. O legislador já nos deu o direito, o Brasil tem a legislação mais inclusiva das Américas, a Justiça já confirmou esse direito, mas o Poder Executivo se entende com legitimidade para não efetivar esse direito. O Brasil é um país democrático? A rampa, o elevador, o banheiro acessível, o instrutor de Libras, o programa de computador ou o ensino em braille, a escola inclusiva de qualidade e a reserva de vagas para o emprego nada mais são do que a normalização da vida da pessoa com deficiência. E devem existir dentro do princípio de que é esse tratamento desigual que constrói igualdade. O olhar dos governos sobre a pessoa com deficiência em todo o Brasil precisa mudar. Os poderes executivos precisam ser construtores de democracia e igualdade, e não defensores da máquina do Estado. Pessoas com deficiência são cidadãs, não pedem favor, mas exigem direitos. Teresa Costa d’Amaral é superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência 23/05/14 00 O PAÍS Cresce chance de 2º turno Continua Continuação 23/05/14 Continua Continuação 23/05/14 23/05/14 00 O PAÍS 23/05/14 00 O PAÍS Dilma sobe entre os mais ricos, e Aécio melhora junto aos pobres 23/05/14 00 O PAÍS 23/05/14 00 RIO 23/05/14 00 RIO 23/05/14 00 SOCIEDADE Enem: a um dia do fim, inscrições batem recorde do ano passado Continua Continuação 23/05/14 23/05/14 A2 EDITORIAL Cotas e conveniências Projeto que reserva 20% de vagas em concursos públicos federais a "pretos" e "pardos" gera problemas e contraria princípio da meritocracia Num gesto populista e com prováveis consequências negativas para o país, o Congresso aprovou projeto de lei que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais, incluindo os de autarquias, fundações e estatais, como a Petrobras. Consta que a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionará a proposta em breve. Apresentado pelo governo, o texto não esconde seu viés militante. Marginaliza os conceitos "pretos" e "pardos", tradicionalmente utilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e consagrados na lei que fixa cotas em universidades federais, e usa, em seu lugar, o genérico "negros". O termo é enganoso. Resultante da soma de pretos (7,6% da população, segundo o Censo 2010) e pardos (43,1%), escamoteia o fato de que estes últimos não são nem "negros" nem "brancos". O aspecto mais problemático vem a seguir. Como de costume nesses casos, o critério de elegibilidade às vagas reservadas é a autodeclaração; só que, a fim de coibir fraudes, o projeto determina que serão eliminados aqueles que prestarem declarações falsas. Ou seja, pretende-se instaurar uma espécie de tribunal racial apto a julgar se os candidatos "negros" são mesmo pretos ou pardos. A proposta é das mais infelizes. Já não seria pouco lembrar que inexistem definições jurídicas ou científicas do que sejam negros, pardos e brancos. Num país miscigenado como o Brasil, a busca por fronteiras étnicas mais cria problemas do que os resolve. Introduz um odioso fator de cisão social. Não se ignora o racismo presente na sociedade brasileira; qualquer cruzamento dos dados de raça com indicadores de sucesso socioeconômico o evidencia. É um despropósito, porém, combater esse tipo de desigualdade realçando diferenças calcadas na cor da pele --justamente o que se quer superar. Se há boas razões para tentar compensar desvantagens relacionadas à condição social --e esta Folha reconhece os méritos das cotas sociais--, não faz sentido privar pobres brancos desse benefício. Mesmo os que defendem ações afirmativas baseadas em origem étnica, entretanto, têm dificuldades para estender a lógica das universidades aos postos de trabalho. Trata-se, na educação, de melhorar as possibilidades competitivas, inclusive de empregos, daqueles prejudicados pela origem familiar. Em particular no serviço público, a meta da autoridade que faz a seleção deve ser a de recrutar o candidato -seja qual for a cor de sua pele-- mais capaz, que possa oferecer o melhor serviço ao cidadão que paga seu salário. O princípio da meritocracia, nesses casos, não pode ser enfraquecido; muito menos a título de satisfazer conveniências políticas e eleitorais. 23/05/14 TENDÊNCIAS & DEBATES A3 Uma questão de gestão ANDREA CALABI A crise das universidades decorre de suas próprias decisões, adotadas de forma independente. O governo simplesmente repassa valores Ao contrário do que afirma exreitor João Grandino Rodas, em seu artigo "O orçamento da USP", publicado pela Folha na quarta-feira (21), a crise da universidade não se deve ao modelo de financiamento. Dados recentes mostram que não houve diminuição de arrecadação de ICMS no Estado de São Paulo. Em uma escala mais longa, verifica-se que entre 2007 e 2013 a receita de ICMS cresceu 83% em termos nominais, ou seja, 31% em termos reais, descontada a inflação. A receita obtida pela arrecadação do imposto no ano passado foi de R$ 119 bilhões, 6,4% maior do que em 2012, incluindo os programas de parcelamentos. A vinculação de recursos do ICMS às universidades paulistas nasceu com um decreto de 1989, com o percentual de 8,4%. Em 1993, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) paulista determinou a destinação de 9% da quota-parte estadual do imposto às universidades, valor majorado para 9,57% na LDO de 1995 e mantido desde então, de forma que os repasses acompanham a evolução do ICMS. O governador Geraldo Alckmin comandou o absoluto respeito ao repasse imediato das parcelas devidas às universidades. No ano passado, foram transferidos R$ 8,30 bilhões. A USP recebeu R$ 4,36 bilhões, a Unesp R$ 2,03 bilhões, e a Unicamp R$ 1,91 bilhão. Nesse sentido, o "quadro de dificuldades" a que o ex-reitor se refere deve-se mais à gestão dos recursos por parte do corpo diretivo das universidades do que ao volume dos repasses. Dados da Evolução de Receitas e Despesas da USP, disponíveis no site da instituição, mostram que em 2013 a universidade gastou além da conta: recebeu R$ 4,36 bilhões e gastou R$ 5,37 bilhões. No início de 2013, a USP tinha R$ 3,3 bilhões em caixa e, ao final desse ano, esse valor caiu para R$ 2,7 bilhões. Os presidentes das Associações de Docentes da USP, Unicamp e Unesp faltam com a verdade no artigo "A conta que não fecha", publicado pela Folha no mesmo dia, ao se referirem aos programas de parcelamento de débitos como "artimanhas governamentais" que resultam em "desfalques inaceitáveis". Apenas o Programa Especial de Parcelamento do ICMS de 2013 rendeu nesse ano aos cofres do Estado R$ 6,3 bilhões. Parte dessa arrecadação adicional foi parar no caixa das universidades --R$ 106 milhões apenas na USP. A acusação de que o Estado não repassa os juros cobrados sobre a arrecadação do ICMS atrasado e em programas especiais de parcelamento não possui o menor embasamento legal. A LDO lhes destina 9,57% do ICMS, e não das receitas adicionais associadas à cobrança do tributo em atraso. Surpreende o ataque à Nota Fiscal Paulista, principalmente porque os cidadãos, ao solicitá-la, contribuem para formalizar as operações comerciais do ICMS, combater a sonegação do imposto e aumentar a arrecadação, base dos repasses às universidades. Ao pleitear que as devoluções aos consumidores não devessem ser subtraídas da base de cálculo dos repasses, os autores mostram desconhecimento da lei que instituiu o programa. A atual crise que enfrentam as universidades estaduais decorre de suas próprias decisões, adotadas de forma independente. O governo do Estado simplesmente repassa valores para que elas administrem. Continua Continuação 23/05/14 Em São Paulo, a Constituição Estadual determina que 30% das receitas tributárias sejam destinadas às despesas com educação, percentual superior ao exigido pela Constituição Federal, que é 25%. São Paulo cumpre sistematicamente a regra, fiscalizada com rigor pelo Tribunal de Contas do Estado. Dos 30% das receitas, os R$ 8,30 bilhões correspondentes às três universidades atendem a um quadro de 60 mil servidores ativos e inativos. Os R$ 22,20 bilhões restantes vinculados à educação servem a uma rede de 510 mil servidores, incluindo os 240 mil professores ativos da rede estadual. São 180 mil alunos das três universidades e 4,3 milhões de alunos no nível fundamental, médio e do ensino técnico. O ICMS é a maior fonte de recursos do Estado de São Paulo. As três universidades paulistas recebem do Tesouro estadual uma alta proporção daquele que é seu mais importante tributo, o que reflete o comprometimento do governo do Estado de São Paulo com o ensino superior. ANDREA CALABI, 68, é secretário da Fazenda do Estado de São Paulo 23/05/14 PODER 00 Custo da Copa equivale a um mês de gastos com educação A COPA COMO ELA É Despesa equivale ao custo de Belo Monte, maior obra financiada pelo governo Intervenções custarão R$ 4,5 bi a mais que o previsto originalmente; conta dos estádios sobe 36%, para R$ 8 bi GUSTAVO PATU DIMMI AMORA FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA Mesmo mais altos hoje do que o previsto inicialmente, os investimentos para a Copa representam parcela diminuta dos orçamentos públicos. Alvos frequentes das manifestações de rua, os gastos e os empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras com a Copa somam R$ 25,8 bilhões, segundo as previsões oficiais. A comparação deve ser relativizada porque haverá retorno, no futuro, de financiamentos. O Corinthians, por exemplo, terá de devolver os recursos que custearam o Itaquerão. Além disso, os gastos da Copa começaram a ser feitos há sete anos --concentrados nos últimos três. gastos restantes são, na maior parte, com projetos de transporte urbano, aeroportos e portos. Isso não quer dizer que as cifras sejam corriqueiras: num país em que os governos privilegiam a área social e têm pouca sobra para investir, são raros os projetos que mobilizam tantos recursos. As variações mais expressivas estão nos aeroportos, cujo valor total estimado chega a R$ 6,2 bilhões, numa expansão de R$ 1,7 bilhão -R$ 900 milhões só em Guarulhos. Na lista dos grandes empreendimentos, a Copa custará o triplo do que se planeja gastar na controversa transposição do rio São Francisco, exclusivamente em verbas do Orçamento federal. O valor equivale a, por exemplo, 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões. Como os números ainda devem ser atualizados, é provável que se aproximem mais dos R$ 30 bilhões da usina de Belo Monte (PA), a maior obra de infraestrutura financiada pelo governo Dilma Rousseff. Em outras palavras, é o suficiente para custear aproximadamente um mês de gastos públicos com a área. No pacote da Copa, as despesas mais questionadas têm sido os R$ 8 bilhões destinados aos estádios. Os Esse conjunto de obras de infraestrutura custará ao menos R$ 4,5 bilhões acima das previsões iniciais, segundo levantamento feito pela Folha. No caso dos estádios, o custo total calculado de início era de R$ 5,9 bilhões. De lá para cá, a conta subiu 36%. O maior exemplo é o Mané Garrincha (Brasília), que foi de R$ 745 milhões para R$ 1,4 bilhão. O Tribunal de Contas (DF) apontou irregularidades, contestadas pelo governo. Os gastos atuais desconsideram 11 obras retiradas da lista, mas que seguem sendo tocadas com verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A retirada ocorreu porque as obras não ficariam prontas a tempo. 23/05/14 00 COTIDIANO Após USP, docentes e servidores da Unicamp decidem parar por reajuste Trabalhadores das universidades estaduais pedem negociação com reitores sobre aumento Dirigentes querem adiar discussão; professores param na terça (27) e servidores, a partir desta sexta (23) DE CAMPINAS DE SÃO PAULO A greve de trabalhadores das universidades públicas paulistas ganhou ontem (22/5) a adesão de professores e funcionários da Unicamp, que decidiram parar por tempo indeterminado. Os docentes da universidade de Campinas (a 93 km de São Paulo) vão cruzar os braços na próxima terça (27), e os demais trabalhadores param a partir desta sexta (23). As duas categorias são contra a decisão dos reitores das três universidades estaduais de São Paulo de não conceder reajuste salarial à categoria neste momento. Na USP, funcionários e docentes já haviam aprovado uma paralisação total das atividades a partir de terça. Na Unesp, onde assembleias estão sendo feitas separadamente nos 23 campi, o movimento ganhou a adesão de professores de sete unidades --como Bauru e Marília-e funcionários de dez. De acordo com o coordenador do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp), João Raimundo Mendonça de Souza, 51, o objetivo da paralisação é mostrar que "os reitores precisam voltar à mesa de negociações e apresentar uma proposta que reponha as perdas salariais". Cerca de 500 funcionários e cem professores participaram das assembleias na Unicamp. Para o STU, a adesão deve ser de 70% dos servidores --com exceção da área de saúde da universidade. A Unicamp possui hoje 2.042 docentes e 7.818 servidores, além de 34.533 alunos de graduação e pós-graduação. IMPASSE A data-base para o reajuste é maio, mas o Cruesp (entidade que representa os reitores) afirma que os gastos com a folha de pagamento estão acima do aceitável. Os dirigentes dizem que só poderão negociar a partir de setembro, após reavaliar os repasses que as universidades receberão do ICMS. Em nota, a reitoria da Unicamp informou que reitera as informações do Cruesp. Segundo a assessoria da universidade, o conselho de reitores "agendou reuniões mensais de acompanhamento da arrecadação do ICMS para avaliar a situação orçamentário-financeira". A última greve dos docentes da Unicamp foi em 2009, quando a PM entrou no campus da USP. Os servidores pararam em 2010, por reajuste. 23/05/14 00 Assembleia da rede estadual será no dia 30 E MAIS... Nesse dia, os professores estaduais vão votar se entram em greve --eles querem ampliação do reajuste de 7% previsto para julho. Segundo o site da Secretaria estadual da Educação, os profissionais recebem R$2.257,84 e passariam, com o ajuste prometido pelo governo, a ganhar R$2.415,89 --valor 42% superior ao piso nacional da categoria, de R$1.697. COTIDIANO 23/05/14 00 Alta em repasse custaria R$ 2 bi a cofres do Estado DE SÃO PAULO O aumento no repasse do ICMS reivindicado pelos sindicatos de USP, Unesp e Unicamp significaria um custo de mais de R$ 2 bilhões aos cofres do Estado, levando-se em conta os valores de 2014 --neste ano, serão R$ 9,95 bilhões; em 2013, foram R$ 8,3 bilhões. Professores e servidores, que entram em greve unificada a partir de terça (27) por reajuste salarial de 9,78%, defendem que a quota do imposto destinada às universidades passe dos atuais 9,57% para 11,6%. O aumento, dizem, arcaria com a despesa. Procurado, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não informou se existe a possibilidade do aumento da quota. Segundo a Folha apurou, é bastante improvável que ele aumente o índice. COTIDIANO 23/05/14 00 COTIDIANO Professores municipais decidem nesta sexta se continuam greve Movimento chega ao 30º dia; docentes pedem a incorporação de bônus de 15,38% ao salário Prefeitura diz que não tem recursos para atender a reivindicação neste ano, mas que pode negociar em 2015 DE SÃO PAULO Os professores da rede municipal de São Paulo farão nesta sexta-feira (23) nova assembleia para decidir se a categoria seguirá na greve, que já chega ao 30º dia. A assembleia está marcada para as 14h no Viaduto do Chá, no centro da cidade. A principal reivindicação dos docentes é a incorporação ao salário-base do bônus de 15,38% que a gestão Fernando Haddad (PT) concedeu a quem ganha o piso. Com o benefício, o salário inicial chegou a R$ 3.000 para uma jornada de 40 horas. Ao dar o adicional por meio de bônus, a prefeitura excluiu do benefício aposentados e demais profissionais que já ganhavam acima do mínimo. Cerca de 25 mil dos 80 mil servidores ativos recebem o piso, diz a prefeitura. O governo afirma que restringiu o aumento porque já havia concedido neste ano uma incorporação de 13,43% a todos os 110 mil profissionais ativos e aposentados da educação, exigência imposta por lei aprovada pela Câmara na gestão Kassab (PSD). A prefeitura afirma não ter recursos para fazer a incorporação do bônus de 15,38% neste ano, mas promete reavaliar a situação em 2015. Ainda segundo a prefeitura, o bônus foi concedido aos professores que ganham o piso porque seus rendimentos não aumentaram com a incorporação aprovada pela Câmara em 2011. A medida abrangeu um valor que já era pago por meio de um bônus a quem ganhava o piso até então. Assim, os demais profissionais passaram a receber o equivalente a esse bônus. Os que já recebiam o piso, porém, não tiveram nenhum ganho. Eles se beneficiariam só quando mudassem de patamar ou se aposentassem. O Sinpeem, principal sindicato dos professores municipais, deverá defender, na assembleia desta sextafeira, a manutenção da greve. 23/05/14 ASSEMBLEIA PROFESSORES 00 DE Docentes municipais decidem se mantêm greve O QUE PEDEM OS PROFESSORES 15,38% de bônus para todos os servidores O QUE A PREFEITURA OFERECE 15,38% de bônus para profissionais que ganham o piso salarial 25 mil professores ganharam o bônus de 15,38% R$ 620 milhões * é o recurso estimado pela prefeitura para seus reajustes 30 dias é quanto já dura a greve dos docentes municipais * incorporações e bônus de 2014 Fonte: Prefeitura de São Paulo COTIDIANO 23/05/14 00 COTIDIANO 'Só mobilização pode beneficiar a categoria' A FAVOR DE SÃO PAULO Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem (principal sindicato dos professores municipais), diz que a proposta da prefeitura é insuficiente. (FT) Folha - A prefeitura diz que o piso salarial do magistério está entre os maiores do país. Por que a greve? Claudio Fonseca - As incorporações de que eles falam não são nada mais que cumprir a lei. Fora isso, quem não ganha o piso não terá nenhum benefício. Não é porque o piso está entre os maiores do país que ele é suficiente. A prefeitura diz não ter verba para nova incorporação. Eu nunca vi nenhum prefeito dizer que tem verba. Só uma mobilização pode melhorar as condições da categoria. Como o sr. avalia reclamações de famílias cujos filhos estão sem aula? E qual a adesão das escolas ao movimento? Não temos dados precisos sobre a adesão, mas ela é alta, basta ver as manifestações [na terça, o movimento fechou a avenida Paulista]. Mesmo com as ameaças do secretário de cortar o ponto e demitir grevistas. Em relação às reclamações, entendemos que seja melhor ficar 30 dias sem aula, mas com a garantia de melhores condições para a educação da cidade por décadas. 23/05/14 00 COTIDIANO 'A prefeitura está no limite do orçamento' CONTRA DE SÃO PAULO O secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, diz que a prefeitura já chegou ao limite do orçamento e classifica a greve como "oportunista". (FT) Por que não atender à reivindicação dos grevista? Cesar Callegari - Fizemos a incorporação de 13,43% neste ano e 11% em 2013, o que beneficiou ativos e inativos. Os professores que ganham o piso não haviam tido aumento. Por isso, demos a eles um bônus de 15,38%, e o piso está entre os maiores do Brasil. A prefeitura está no limite do orçamento e também precisa atuar em outras frentes, como construir creches. Qual seria o impacto orçamentário com a incorporação do bônus neste ano? Custaria R$ 650 milhões por ano. Nos comprometemos a discutir a incorporação no ano que vem, de forma equilibrada. Na avaliação da prefeitura, qual o impacto da greve? Diariamente, cerca de 20 escolas das mais de 1.500 param. Elas se alternam na paralisação. As famílias se desesperam. Tem criança que passa fome se não come na escola. Fico me perguntando quais as motivações desses líderes de sindicato em ano eleitoral. Como assim? Como não tenho certeza, não posso afirmar isso. 23/05/14 00 COTIDIANO Inscrições para o Enem se encerram nesta sexta-feira AVALIAÇÃO DE SÃO PAULO - As inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) se encerram às 23h59 desta sexta-feira (23). Elas estão abertas desde o último dia 12 e podem ser feitas por meio do site do MEC (enem.inep.gov.br). Há taxa de inscrição de R$ 35, que deve ser paga até a próxima quarta-feira (28), mas alunos da rede pública e pessoas com renda familiar de até 1,5 salário mínimo estão isentos. Segundo o Inep, até a tarde desta quinta-feira (22) havia 6.892.310 inscritos. O exame acontece em 8 e 9 de novembro. JORNAL DO SENADO 23/05/14 00 EDUCAÇÃO Cristovam cita excesso de laudos de déficit de atenção no Enem Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que está surgindo no país uma “indústria de laudos”, com pessoas diagnosticadas com déficit de atenção que passam a ter mais tempo para fazer provas — nos testes do Enem, têm mais uma hora. É o que o senador classificou de jeitinho brasileiro e cota do tempo. — A criança com déficit de atenção a gente deve cuidar na escola, de forma que essa deficiência seja compensada aprendendo. Não, a gente não faz isso, a escola continua como está. Na hora de fazer o exame, já que a gente não fez o dever de casa, dá uma horinha a mais para a pessoa. É uma espécie de cota do tempo. 23/05/14 00 NOTAS & INFORMAÇÕES A greve nas universidades Em resposta à decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) de não conceder reajuste salarial de 2014, professores e servidores da Universidade de São Paulo (USP) anunciaram que deflagrarão uma greve por tempo indeterminado a partir do início da próxima semana. A greve conta com o apoio do Diretório Central Estudantil. Docentes e funcionários da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) já tomaram a mesma iniciativa, mas ainda não a anunciaram. As duas categorias, que obtiveram 5,39% de reajuste salarial em 2013, reivindicavam aumento de 9,78% este ano. Em resposta, além de lembrar que seus orçamentos já estão inteiramente comprometidos com a folha de pagamento, os reitores da USP, Unicamp e Unesp alegam que as três instituições enfrentam a mais grave crise financeira de sua história e não dispõem de recursos para atender a essa reivindicação. Na USP, os salários consomem 105,33% do orçamento, o que tem obrigado a Reitoria a recorrer a uma reserva estratégica. Na Unicamp e na Unesp, os gastos com a folha são de 97,33% e 95,42%. Nas universidades estaduais paulistas, não há dinheiro para investimentos em pesquisa científica e atividades de extensão. Para assegurar o equilíbrio orçamentário, a USP, a Unicamp e a Unesp deveriam gastar com a folha de pagamento não mais que 85% de seu orçamento, argumentam os técnicos do Cruesp. O descontrole de gastos nas três instituições ocorreu nos últimos quatro anos. Ele foi causado pela concessão de sucessivos reajustes salariais acima da inflação e pelas contratações de docentes e servidores técnicos para atuar nos campi criados na década de 2000. Com a posse de Lula na Presidência da República, em 2003, a União passou a investir na expansão da rede de universidades federais no Estado de São Paulo. Como resposta ao PT, o governo paulista, sob controle do PSDB, fez o mesmo com as universidades estaduais. Juntas, elas têm 186,3 mil alunos, 11,2 mil professores e 31,9 mil funcionários. As entidades de docentes e de servidores da USP, da Unicamp e da Unesp alegam que essa expansão ocorreu sem planejamento e sem a concessão de recursos adicionais por parte do Palácio dos Bandeirantes. Assim, as três instituições - que por determinação constitucional recebem 9,75% da receita do ICMS - teriam sido obrigadas a aumentar suas despesas de custeio sem contrapartida financeira, o que as desequilibrou financeiramente. Essas entidades defendem que a cota das universidades estaduais paulistas no ICMS seja aumentada para 11,6%. Pedem, também, que o cálculo leve em conta a receita bruta desse tributo e não a receita líquida (pelo critério em vigor, o governo estadual não inclui no cálculo do montante a ser dividido as multas, os juros de mora e a dívida ativa). E ainda exigem que o reajuste salarial seja bancado com as reservas técnicas das três universidades. Diante dessa situação, a greve dos docentes e servidores é despropositada. Também não é razoável a proposta de aumento da fatia de ICMS para as universidades. Para 2014, o orçamento da USP é de R$ 5 bilhões; o da Unicamp é de R$ 2,56 bilhões; e o da Unesp, de R$ 2,7 bilhões. No total, as três instituições receberão quase R$ 10 bilhões este ano. Se ampliar a fatia do ICMS a que elas têm direito, o governo paulista será obrigado a reduzir investimentos em saneamento básico, saúde, transportes e segurança pública, o que é um contrassenso. O que cabe ao governo do Estado é complementar o orçamento das universidades, para que superem a crise. E, para evitar que as despesas de custeio sejam maiores do que as receitas, levando-as a consumir o que resta de suas reservas estratégicas, a USP, a Unicamp e a Unesp devem cortar gastos, redimensionar seus quadros de pessoal, impor metas de produtividade e ampliar as parcerias das fundações de apoio com a iniciativa privada. Por maior que seja a resistência das entidades de docentes e de servidores contra essas medidas, as universidades estaduais paulistas não têm outra saída para sair da crise em que se encontram. 23/05/14 00 POLÍTICA Propaganda naTVreduz índice de nulos e indecisos e pré-candidatos crescem Continua Continuação 23/05/14 Continua Continuação 23/05/14 23/05/14 00 POLÍTICA Continua Continuação 23/05/14 23/05/14 00 METRÓPOLE 23/05/14 00 METRÓPOLE 23/05/14 00 DIRETO DA FONTE SÔNIA RACY CORREIO BRAZILIENSE 23/05/14 00 POLÍTICA Jovens da Estrutural levam música e alegria à Câmara A tarde na Câmara dos Deputados foi alegrada ontem pela música erudita de crianças e adolescentes do Instituto Reciclando Sons (IRS). Cerca de oitenta jovens, participaram de apresentações na Casa, tocando instrumentos como violino, violoncelo e percussão (foto). A maioria deles mora na Cidade Estrutural. Criado há 13 anos, o IRS ensina hoje música erudita a cerca de 1,7 mil crianças e jovens. “É um sonho realizado, e é também o sonho de uma mudança na sociedade, de reconstrução do tecido social. O talento nasce com a pessoa, e pode ser multiplicado. É mais que um sonho pessoal, é um sonho de ver o meu país sendo transformado dia a dia”, disse a musicista e idealizadora do projeto, Rejane Pacheco. Quando o grupo começou, em 2001, eram apenas 22 participantes. (André Shalders) CORREIO BRAZILIENSE 23/05/14 CIÊNCIA 00 Peso da saúde e da educação Segundo dados apresentados pela Science, apesar de alguns países emergentes terem visto a desigualdade cair nos últimos anos, a distância entre as camadas de cima e de baixo da sociedade tem crescido no mundo. Um exemplo claro são os Estados Unidos. Em 2012, os 20% mais ricos na terra de Tio Sam acumulavam 51% dos ganhos totais, cabendo a quatro quintos da população dividirem os 49% restantes. Em 2000, a fatia que cabia aos mais abastados era menor, próximo de 46%. Em 1967, 43%. Trata-se de um fenômeno complexo, com muitas variáveis a serem consideradas. No entanto, alguns estudos publicados na revista científica apontam direções interessantes de investigação. Em um artigo de revisão, David H. Autor, do Departamento de Economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), aponta que a educação se transformou em um importante diferencial. Segundo ele, nos Estados Unidos, a diferença de rendimento entre as pessoas com ensino médio e as com nível superior mais que dobrou nas últimas três décadas. Esse fator se desdobra em um outro: a busca cada vez maior do mercado por profissionais com habilidades específicas. Fazer bem algo que poucos sabem fazer também é uma forma de ter ganhos acima da média. “Uma economia tecnologicamente avançada requer trabalhadores letrados e treinados tecnicamente e cientificamente para desenvolver ideias, gerenciar organizações complexas e operar infraestrutura”, escreve Autor. Um outro artigo — assinado por Anna Aizer e Janet Currie, ambas do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA — lança luz sobre por que escapar da pobreza parece tão difícil. Elas mostram dados que relacionam vulnerabilidades de saúde da mãe durante a gestação ao nascimento de crianças que carregam maiores dificuldades por toda a vida, incluindo deficits educacionais e piores salários. A boa notícia, apontam as pesquisadoras, é que, apesar de a desigualdade ter crescido nos EUA nos últimos anos, não houve aumento do problema, pelo contrário. Para as duas, esse fenômeno aparentemente contraditório é uma mostra de que políticas de atenção às mães pobres, garantindo um desenvolvimento saudável do feto, podem ser uma maneira eficaz de combater a transmissão da pobreza de uma geração para outra. Brasil A desigualdade no Brasil tem apresentado queda. Enquanto nos anos 1990 o coeficiente de Gini chegou a 0,602, em 2012, ele caiu para 0,5, segundo o IBGE. Esse índice varia de zero a um. Quanto mais próximo de zero, mais igualitário é um país. CORREIO BRAZILIENSE 23/05/14 00 CIÊNCIA Diferença milenar Um dos maiores problemas no mundo hoje, a desigualdade social acompanha a humanidade há cerca de 14 mil anos. A revista Science lança edição especial em que especialistas debatem o tema » Vilhena Soares A desigualdade é uma marca do mundo atual. Em um planeta com 7 bilhões de pessoas, 1,5 bilhão delas vivem com menos de US$ 1 por dia, o que as coloca abaixo da linha da pobreza, segundo critério estabelecido pelo Banco Mundial. A comparação pode ser feita também entre países. Em 10 nações africanas, o Produto Interno Bruto (PIB) por cada cidadão é menos que 10% do PIB per capita dos Estados Unidos. Dados que denunciam a disparidade não faltam. Saúde infantil, acesso a serviços como saneamento básico, expectativa de vida… Em alguns lugares, sobra; em outros, falta. Qual a origem da diferença nas condições de vida entre os seres humanos? Ela está diminuindo? Que fatores ajudam a mantê-la? Uma das mais renomadas revistas científicas do mundo, a Science traz em sua edição de hoje uma série de artigos e estudos que buscam responder essas questões. E as conclusões não são muito animadoras. A distância entre ricos e pobres tem aumentado na maioria dos lugares (leia mais ao lado), e pesquisas apontam também que o problema acompanha a humanidade há pelo menos 14,5 mil anos. Em uma das seções da edição especial da revista, é destacado o trabalho de antropólogos e arqueólogos que, literalmente, desenterram provas de que há muito tempo a divisão de bens entre os homens não é justa. Durante muito tempo, acreditou-se que o problema era resultado da introdução da agricultura, há 10,5 mil anos. A divisão desigual de terras teria levado a formas mais ou menos confortáveis de vida. No entanto, escavações mostram indícios de disparidades já entre os natufianos, povo caçadorcoletor que viveu entre 11 mil e 15 mil anos atrás na região onde hoje ficam a Palestina e o sul da Síria. As evidências estavam em covas que datam entre 12.800 e 14.500 anos. Enquanto algumas delas abrigavam pessoas que haviam sido enterradas com joias e ornamentos, outras não apresentavam esse tipo de enfeite. “Temos alguns sepultamentos muito ricos também em outros sítios arqueológicos que indicam um importante controle sobre o trabalho e a riqueza por parte de algumas famílias daquela época”, explica Brian Hayden, arqueólogo da Simon Fraser University e pesquisador do tema. Controle Para Anna Prentiss, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Montana, essa antiga desigualdade pode ser explicada pela prática de caça e pela coleta realizada pelos natufianos. “A distinção entre coletores e agricultores vai ficando mais clara para nós. Na prática de buscar plantas e caçar espécies de animais também pode ter havido o acúmulo de bens. É preciso pensar mais sobre a questão, olhando para o controle da produção de alimentos, e não simplesmente tratar (o surgimento da desigualdade) como uma mudança da coleta para a agricultura”, avalia. A especialista acredita que essas distinções pode ter gerado grandes problemas para as sociedades ao longo da história. “Em muitos casos, agiu-se rapidamente para eliminar a desigualdade, mas muitas vezes houve uma quebra significativa das estruturas de poder, o que pode ter contribuído para o colapso de civilizações como os maias”, acrescenta. Na opinião de Brian Hayden, a distinção das sociedades em “classes” distintas, mesmo sendo antiga, pode ser podada, porém seria muito difícil extingui-la. “A desigualdade é parte da estrutura de sociedades complexas, e eu acho impossível eliminá-la completamente. Contudo, os excessos podem ser Continua Continuação 23/05/14 controlados”, acredita. (Colaborou Humberto Rezende) Para saber mais Utopia alcançada A maior ferramenta de combate à desigualdade não foi pensada em prédios governamentais nem nas sedes das grandes empresas de tecnologia. Na verdade, foi gerada em pleno Deserto do Kalahari, no sul da África, onde grupos nômades, que vivem de forma semelhante aos ancestrais caçadores-coletores, conseguiram eliminar totalmente os privilégios entre os membros. Segundo especialistas que estudaram esses povos, como os ju’hoansi e os kung, o feito é fruto de rígidas regras sociais, que garantem a divisão de bens e reprimem atitudes de ostentação. Um caçador, por exemplo, nunca deve se gabar. Diz sempre que pegou uma pequena quantidade de comida, mesmo que seja muita. “Você precisa se diminuir”, conta, em entrevista à Science, Christopher Boehm, antropólogo cultural da Universidade do Sul da Califórnia. Outra prática comum é a troca de flechas entre os caçadores antes de uma incursão. Depois, cabe ao dono do instrumento, e não a quem realizou a caça, decidir como o alimento conseguido será dividido. Continua Continuação 23/05/14 JORNAL DE BRASÍLIA 23/05/14 00 BRASIL Continua Continuação 23/05/14