É preciso mais
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É preciso mais
É preciso mais 72392277, Adam Pretty/Getty Images Sport Nas suas próprias palavras Adam Pretty conta-nos como tirou a fotografia As palavras “natação de competição” sugerem invariavelmente imagens de enormes piscinas interiores com divisórias para as pistas e um cheiro intenso a cloro. Isto é, se não conhecermos eventos em águas abertas como o Cole Classic, que decorre em Manly, Sydney (Austrália). Numa batalha contra as condições climatéricas, centenas de nadadores amadores e profissionais reúnem-se anualmente para competir em águas abertas. A ocasião é ideal para a captação de imagens fantásticas, tanto do ar como das margens. Mas o fotógrafo e mergulhador entusiasta, Adam Pretty, queria uma perspectiva diferente para a sua fotografia. “ Já tinha fotografado esta corrida várias vezes e era sempre um espectáculo. A afluência de público é enorme e o evento é muito conhecido em toda a Austrália. Desta vez, queria apresentá-lo de forma diferente. Não da perspectiva de um espectador na praia ou num barco. Já havia imagens aéreas, por isso, lembrei-me que faltava um ponto de vista - uma fotografia sob a superfície. Tenho formação em mergulho e a ideia era muito natural para mim. Estou habituado a ver a superfície do fundo do mar. Além disso, acho que funciona porque é muito realista. Capta os nadadores a meio da corrida, em plena competição. Mas, para consegui-la, tive de transportar muito equipamento para o local e nadar para a minha posição antes do início da corrida. Quando lá cheguei, equipei-me, coloquei a câmara na protecção e mergulhei. Esperei mais de meia hora. E o mar não estava calmo. Estava sempre a sentir o recuo das ondas e as correntes a puxaremme para longe da zona onde queria estar. Por essa razão, tive de voltar constantemente à superfície para confirmar a posição dos líderes da corrida. E voltar a mergulhar para me reposicionar. Até à passagem do primeiro grupo sobre o local onde me encontrava. As suas silhuetas e os raios de sol a atravessar a água definiram a imagem. Foi uma sensação do outro mundo - ver a corrida de um ângulo totalmente diferente. Como se estivesse afastado de tudo, mas ao mesmo tempo fosse um observador. Mas o interessante é que, apesar de planear a imagem em detalhe, o resultado final não é bem o que eu esperava. Para ser sincero, acho que é melhor, o que demonstra que, por vezes, a sorte também é importante.” www.gettyimages.co.uk/ItTakesMore