Draft Estudo da Situação de Referência sobre a

Transcrição

Draft Estudo da Situação de Referência sobre a
Maio 2015
PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO NO ÂMBITO
DO APP E PROJECTO DE GPL DA SASOL,
PROVÍNCIA DE INHAMBANE, MOÇAMBIQUE
Avaliação da Biodiversidade do
Habitat Crítico do Riacho
Costeiro Nhangonzo
RELATÓRIO
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA SOBRE A
FAUNA TERRESTRE
Apresentado à:
Sasol Petroleum Temane, Moçambique
Sasol Exploration & Petroleum International
Londres
ELABORADO POR:
EOH Coastal and Environmental Services
Autores: Prof. Dr. W Branch
Relatório Número:1521646-13541-15
Distribuição:
SEPI Londres
MWC
Golder Associados Moçambique Lda.
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
RESUMO NÃO TÉCNICO
Introdução
A Avaliação de Impacto Ambiental (EIA) relativa à expansão do Projecto de Gás Natural da Sasol na
Província de Inhambane, em Moçambique, a Leste do Rio Govuro, identificou um ‘Habitat Crítico’ localizado
na área de influência directa do projecto. Em termos das especificações preconizadas pela International
Finance Corporation um habitat crítico é considerado como sendo uma área com alto valor de
biodiversidade. Neste caso, o habitat crítico está concentrado em redor do riacho costeiro Nhangonzo, que
está localizado a Oeste da Ilha de Bazaruto e faz o escoamento para uma bacia de captação com uma
extensão de cerca de 4.339 ha.
A AIA identificou várias espécies de plantas endémicas e possivelmente novas, bem como um habitat de
turfeiras associado com o riacho costeiro, ligado a uma vasta área de florestas costeiras de mangais e leitos
de ervas marinhas junto à costa. A única componente faunística que apoia esta categorização foi a
presença de vários mamíferos de grande porte, em grande parte exterminados das áreas circundantes
devido à caça indiscriminada. Foram assim justificadas investigações adicionais sobre a fauna terrestre que
utiliza estas importantes terras húmidas e que são, possivelmente, consideradas únicas a nível regional.
Presente Estudo
Realizaram-se levantamentos limitados no terreno concentrados na área da bacia de captação do Habitat
Crítico para fins do levantamento faunístico integrado na AIA. O presente levantamento objectiva
proporcionar um melhor entendimento científico sobre a fauna terrestre existente no Habitat Crítico,
integrado numa “Avaliação Geral da Biodiversidade do Riacho Costeiro Nhangonzo e respectiva Área de
Captação, na Província de Inhambane, em Moçambique”.
Metodologia
Diversidade Faunística
A diversidade faunística terrestre documentada durante o levantamento para fins da AIA foi comparada e
contrastada com literatura recente, em particular no que se relaciona com espécies conhecidas como
existindo na região ou em regiões adjacentes com habitats semelhantes àquele que se encontra na área de
estudo.
Esta fauna documentada e que foi identificada durante o presente levantamento foi avaliada para fins de
determinar a existência de Espécies de Preocupação Especial (SSC), ou seja
ƒ
Espécies Ameaçadas: Espécies que estão incluídas nas Listas Vermelhas da África do Sul ou em
outras listas internacionais (por ex., a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2014).
ƒ
Espécies Sensíveis: Espécies que não têm, necessariamente, importância para fins de conservação
mas que se encontram listadas: no Anexo I ou II da Convenção sobre o Comércio Internacional das
Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).
ƒ
Espécies Endémicas: a nível nacional - espécies endémicas a Moçambique; a nível regional –
espécies endémicas à Província de Inhambane; e a nível local – espécies endémicas à região de
Inhassaro-Vilankulos e ao Arquipélago de Bazaruto.
Técnicas de Amostragem
Realizou-se uma única visita ao local entre 16 e 28 de Março de 2015. A maior parte das observações da
fauna foram feitas visualmente com o uso de binóculos e a identificação por referência segundo guias de
campo estabelecidos. Foram efectuadas amostras de todos os habitats presentes na região. Na área de
estudo, foi prestada atenção especial a aves que estão dependentes das terras húmidas.
Realizaram-se visitas ao anoitecer a várias áreas ribeirinhas e locais de terras húmidas adjacentes a fim de
se fazer uma avaliação da ranicultura. Para fins de confirmação da identidade de espécies, as visualizações
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
observadas foram comparadas com evidência documental de vocalizações estabelecidas relativamente a
anfíbios da África Austral.
Os répteis e mamíferos de pequeno porte foram recolhidos com vários tipos de armadilhas de funil e cercas
de deriva colocadas nos habitats naturais durante 7-8 dias e noites. Os mamíferos de pequeno porte
também foram recolhidos com armadilhas do tipo Sherman colocadas nos vários tipos de armadilhas de
funil e cercas de deriva.
Área de Estudo
Esta região tem um relevo topográfico baixo e é dominada pelos riachos costeiros que possuem bacias de
captação num enquadramento de cerca de 7 km da costa, sendo alimentados por infiltrações subterrâneas
e que fluem directamente para o mar.
A vegetação original é constituída por um mosaico de Matas e Brenhas Baixas de JulbernardiaBrachystegia, que se encontra degradado e fragmentado na parte sul da bacia de captação do Habitat
Crítico, tendo sido desmatada para fins agrícolas (machambas). As principais subdivisões deste tipo de
vegetação são as Matas Baixas Fechadas de Miombo, Mosaico de Matas e Brenhas Baixas Fechadas de
Miombo, Mosaico de Brenhas Baixas Fechadas, e pequenas secções de mangais nos trechos inferiores dos
riachos costeiros. Existem também pequenas áreas de Savanas Higrófilas, Caniçais e Vegetação Dunar
Arbustiva que no entanto não têm qualquer importância em termos de fauna.
Desenvolvimentos Propostos
Existem dois grandes desenvolvimentos propostos que podem afectar esta área:
ƒ
A expansão do existente Projecto de Gás Natural da Sasol na Província de Inhambane, Moçambique,
que inclui a localização de quatro novas cabeças de poços e a construção das infra-estruturas
associadas incluindo estradas de acesso e ligações à conduta.
ƒ
O Projecto Âncora de Desenvolvimento Turístico de Inhassoro situado imediatamente a sul do Habitat
Crítico. Este projecto tem uma extensão de aproximadamente 2.500ha. Os desenvolvimentos previstos
foram adiados em resultado da redução nos níveis de turismo.
Resultados
Anfíbios
Todas as populações de anfíbios nesta região se desenvolvem directamente e estão1, portanto,
dependentes, das águas estagnadas para fins de reprodução. Devido à existência de solos arenosos e de
um relevo baixo, só existem terras húmidas nas áreas onde a água subterrânea ressurge à superfície. As
terras húmidas associadas com os riachos costeiros possuem, portanto, uma importância primária para a
ocorrência da fauna de anfíbios.
Em Moçambique ocorrem cinquenta e três espécies de rãs, das quais trinta e cinco foram registadas a Sul
do Rio Zambeze. Na área de estudo foram registadas onze espécies(cinco durante a realização da AIA e
seis adicionais durante o presente levantamento). Sabe-se existirem aproximadamente vinte espécies no
Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos, mas somente nove no Arquipélago de Bazaruto. É provável que
ocorram entre quatro a seis outras espécies de anfíbios na área de estudo.
Não existem anfíbios endémicos a Moçambique, e não foram registadas, no Habitat Crítico, quaisquer
espécies endémicas ou limitadas em termos de âmbito. As espécies mais comuns encontradas incluem o
Sapo Gutural (Amietophrynus gutturalis) e a Rela de Argus (Hyperolius argus), ambas as quais se
encontravam num estado de reprodução activa na altura do levantamento no terreno, onde os machos se
encontravam com uma coloração e chamar típicos da época de reprodução nas terras húmidas.
Não foram identificadas ameaças directas aos Anfíbios.
1
Girinos que se desenvolvem em terra do estado de incubação do ovo a metamorfose.
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TERRESTRE
Répteis
A fauna de répteis de Moçambique nunca foi alvo de uma avaliação formal, e portanto continua a existir
pouca informação a este respeito. Na região sul de Moçambique ocorrem aproximadamente 153 espécies
de répteis. Prevê-se que ocorram pelo menos 90 espécies na Província de Inhambane, tendo sido
registadas 40 espécies no Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos. Prevê-se que a maior parte destas
espécies também ocorra na área de estudo.
O período de levantamento teve lugar no final da estação das chuvas quando a actividade dos répteis é
reduzido, e somente foram registadas vinte e seis espécies. No Habitat Crítico foram registadas dezanove
espécies, em comparação com o registo de uma única espécie encontrada durante o levantamento para a
AIA.
Entre as Espécies de Preocupação Especial a AIA registou somente a existência de tartarugas marinhas
ameaçadas na área de estudo, mas estas não são relevantes para o presente estudo. No entanto, existem
vários outros répteis SSC nesta região. Foram recolhidos dois exemplares da Lagartixa Bronzeada
(Trachylepis boulengeri) no habitat ribeirinho nas proximidades do Riacho Costeiro Nhangonzo. Conhecidas
anteriormente como alcançando o limite sul do seu âmbito no Delta do Rio Zambeze, os novos registos
efectuados nesta área de estudo alargaram, de forma significativa, a sua distribuição mais para sul. É
provável que os três exemplares de Lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis cf. wahlbergii) encontrados na área
de estudo representem uma espécie nova, e podem estar relacionados com uma possível espécie nova de
Panaspis da Beira. Foram recolhidos exemplares da Lagartixa-Dourada sem-pés (Acontias aurantiacus)
numa brenha secundária adjacente ao troço da nova ponte (e conduta proposta) que atravessa o Rio
Govuro, tendo também sido recolhida uma Lagartixa com Marcas (Mochlus cf lancelatum) na área de
estudo. Estes exemplares podem estar relacionados com uma espécie muito rara, por exemplo, a Acontias
aurantiacus bazaurutoensis e a Mochlus lancelatum, cuja existência só é presentemente conhecida como
ocorrendo nas ilhas do Arquipélago de Bazaruto e Península do Cabo de São Sebastião adjacente.
Não se registaram indícios de uso significativo directo de répteis na região, tanto para fins de comércio
internacional como para consumo alimentar. No entanto, as populações locais confirmaram que as
tartarugas terrestres eram apanhadas para fins alimentares. Não foram encontradas nenhumas durante o
levantamento. A caça e a exploração de répteis marinhos são proibidas em Moçambique pela Lei de
Floresta e Fauna Bravia (Decreto Nº. 12/2002, de 6 de Junho de2002). No entanto, foi encontrada evidência
do abatimento de tartarugas verdes adultas (Chelonia mydas) na área frontal da praia na foz do Riacho
Costeiro Nhangonzo no Habitat Crítico.
Não foram encontrados répteis classificados como sendo de Preocupação Especial (SSC) nas terras
húmidas do riacho costeiro. O lagarto furador SSC, endémico, localizado, bem como as espécies
provavelmente não descritas de Panaspis eAtractaspis (ver acima) encontravam-se distribuídos nos vários
habitats terrestres.
Aves
Ocorrem em Moçambique pelo menos 669 espécies de aves, das quais a ocorrência de 289 espécies foi
registada no Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos. O presente levantamento de aves realizou-se no
fim do Verão, em finais da estação chuvosa altura em que já cessou a maior actividade de reprodução de
aves. Apesar disso, foram registadas 135 espécies de aves durante o levantamento, das quais 132
espécies foram confirmadas como existindo na área de estudo.
Somente foi registada uma espécie Vulnerável, a Água Marcial, na área de estudo. A sua presença na área
de estudo é provavelmente marginal (não foi registada durante o presente levantamento). Foram
observados vários bandos de Canários-de-peito-limão na margem Oeste da área de estudo.
Não foi registada evidência directa do uso significativo de aves nesta região. No entanto, as populações
locais confirmaram durante entrevistas realizadas, que muitas das aves são apanhadas com armadilhas ou
abatidas (principalmente com fisgas ou arco e flechas). A ausência, ou quase ausência de muitas aves de
tamanho grande, particularmente as que fazem ninho no chão, tal como borrelhos, francolins, perdizes e
alcaravões, é indicada de um nível elevado de pressão devido à caça.
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TERRESTRE
Os pântanos de turfas dos riachos costeiros onde existe uma vegetação densa suportam somente aves
aquáticas crípticas, pequenas como frangos-de-água, codornizes e felosas. Não foram observados patos
nem outras aves aquáticas. Durante os períodos de chuvas intensas após a ocorrência de ciclones, as
terras húmidas podem conter áreas extensas de águas abertas e atrair, portanto, aves aquáticas. Os
mangais, lodaçais e margens arenosas dos trechos estuarinos dos riachos costeiros, particularmente, os do
Riacho Costeiro Nhangonzo, constituem um habitat apropriado para muitas aves especialistas (por ex., o
Pica-Peixe dos Mangais, a Águia-Pesqueira Ocidental, e muitas aves pernaltas residentes e Paleárticas).
Mamíferos
A exploração insustentável causou a perda quase total de mamíferos de grande porte nas áreas rurais de
Moçambique. Durante o levantamento anterior para a AIA só foram registadas duas espécies de mamíferos
(Manguço-de-água e Lebre Saltadora) na área de estudo. A maior parte de observações de mamíferos
durante o presente levantamento foi incidental, e somente foram recolhidos duas espécies de mamíferos
com diversas armadilhas. Durante este levantamento não foram observados mamíferos de tamanho médio
ou de grande porte.
Os mamíferos de pequeno porte que foram observados (por exemplo, o Manguço-Vermelho e o MacacoSimango eram muito tímidos. Muito embora tenha sido registada, durante o levantamento anterior, a
presença de impalas, inhalas e leopardos esta não pode ser confirmada durante este levantamento.
Segundo as populações locais a inhala e o leopardo (registados durante a AIA com base em entrevistas
efectuadas com outras populações de outros povoados) já não se encontravam presentes nesta área. Por
outras palavras, as conversas tidas anteriormente com os residentes foram subsequentemente contestadas
por outros residentes e não é possível determinar-se com segurança se existem leopardos e inhalas na
área de estudo. No entanto, dado o estado da área no presente momento, é improvável que estes animais
existam aqui.
Nenhum dos mamíferos remanescentes na área de estudos e encontram ameaçados a nível global ou
regional, e a maior parte tem uma distribuição relativamente vasta. No entanto, algumas espécies estão em
vias de extinção a nível local (por ex., o Macaco-Simango, o Macaco-Cão-Cinzento, a impala, e a jágara), e
portanto, o Habitat Crítico contém algumas das últimas populações sobreviventes nesta região.
As comunidades locais têm um impacto elevado sobre a ecologia da área de estudo. A caça para fins de
subsistência, extracção de recursos, perda de habitats devido ao desmatamento e a pastagem de gado, são
todos aspectos que afectam, de forma severa, os agrupamentos de mamíferos. A raridade ou ausência de
muitos mamíferos de tamanho médio a mamíferos de grande porte nesta região, incluindo no Habitat
Crítico, é indicativo de um longo historial de uso. O impacto da caça contínua de mamíferos nesta área foi
ilustrada de forma clara durante a avaliação no terreno quando foram encontrados caçados na área do
Habitat Crítico (21°44’40.1”S, 35°14’57.5”E) a transportarem animais recentemente caçados, incluindo três
Macacos-Simango (Cercopithecus mitis) e uma Geneta-de-malhas-grandes(Genetta tigrina). Estes animais
tinham sido caçados em áreas de mato denso com uma matilha de cães e abatidos com arco e flechas,
para fins de consumo da carne. Um macaco jovem, provavelmente a cria de um dos adultos abatidos, foi
capturado vivo para venda ou como animal de estimação.
Fauna e o Habitat Crítico
Os Habitats Críticos são áreas com um alto valor de biodiversidade, e incluem:
ƒ
Habitat de importância significativa para Espécies Criticamente Ameaçadas (CR) e/ou Ameaçadas
(EN);
ƒ
Habitat de importância significativa para espécies endémicas e/ou espécies com um raio de acção
restrito;
ƒ
Habitat de importância significativa para concentrações globalmente significativas de espécies
migratórias e/ou congregantes;
ƒ
ƒ
Áreas com ecossistemas únicos e/ou altamente ameaçados; e/ou
Áreas que estão associadas a processos evolutivos chave.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Entre as características significativas adicionais (relevantes para este exemplo) é que o Habitat Crítico tanto
deve ser:
ƒ
Uma área onde existem concentrações elevadas de espécies Vulneráveis (VU) nos casos em que
exista incerteza relativamente à sua listagem, e onde o estatuto real das espécies possa ser EN ou
CR;
ƒ
ƒ
Uma área com níveis especialmente elevados de diversidade de espécies; e
Uma área com alto valor científico, como aquelas que contêm concentrações de espécies novas e/ou
pouco conhecidas pela ciência.
As parcelas de matas e brenhas fechadas baixas de miombo existentes no Habitat Crítico circundantes aos
habitats de terras húmidas oferecem abrigo aos ungulados remanescentes. No entanto, estas parcelas são
demasiado pequenas para manter uma viabilidade, a longo prazo, das populações de mamíferos, mesmo
se a pressão da caça insustentável for completamente eliminada.
Dada a sua maior mobilidade e tamanho menor, várias aves utilizam estes bolsões de vegetação mais
densa. Em associação com os mangais e habitats estuarinos adjacentes, estes formam um mosaico de
diversidade de habitats que suporta uma diversidade significativa de aves.
A proximidade com outros santuários protegidos na Península do Cabo de São Sebastião e no Arquipélago
de Bazaruto permite o recrutamento e fluxo de genes para aves que não é possível para os mamíferos de
maior porte. O Habitat Crítico pode, portanto, funcionar como par de uma rede de refúgios protegidos para
aves.
O suporte mais significativo para a fauna relativamente a uma área como um Habitat Crítico é a presença
de vários répteis pequenos escavadores SSC que existem nos habitats arenosos. Estas espécies,
anteriormente consideradas como sendo endémicas às ilhas no Arquipélago de Bazaruto, têm distribuições
muito limitadas. Estas constituem alguns dos poucos répteis endémicos a Moçambique. O seu estado de
conservação não foi formalmente avaliado, mas é provável que sejam Vulneráveis, e possivelmente mesmo
Ameaçadas.
Para além disso, o Habitat Crítico abriga possíveis espécies novas de Lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis
sp.) e de Cobra-Estilete (Atractaspis sp.).
A fauna desta região suporta, portanto, o seu estatuto como um Habitat Crítico, especificamente com base
no indicado a seguir:
ƒ
Constitui um habitat com importância significativa para alguns dos poucos répteis endémicos a
Moçambique (Acontias aurantiacus bazarutensis e Mochlus lanceolatum), bem como ao Canário-depeito-limão com um raio de acção restrito (Crithagra citrinipectus).
ƒ
A diversidade dos habitats terrestres e de terras húmidas suporta as espécies de aves migratórias
paleárticas e infra-africanas, incluindo o Rolieiro-Europeu e o Falcão-Sombrio Quase Ameaçados a
nível global.
ƒ
É uma área com concentrações elevadas de espécies vulneráveis (VU) (os répteis endémicos
indicados na alínea a), cujo estado de conservação não foi formalmente avaliado, mas que possuem
Áreas de Ocupação muito limitadas que as podem classificar como espécies Vulneráveis em termos
dos existentes critérios da IUCN.
ƒ
É uma área com um elevado valor científico que contém concentrações de espécies novas e/ou pouco
conhecidas em termos de ciência (Panaspis sp., Atractaspis sp.), e com uma nova delimitação sul
relacionada com a Lagartixa Bronzeada (Trachylepis boulengeri).
ƒ
Por último, é uma área associada com processos evolutivos chave devido ao número fora do comum
de novidades taxonómicas conhecidas e suspeitas nesta região.
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TERRESTRE
Conclusões
Com base no estudo da fauna de vertebrados da área de estudo, chegou-se às seguintes conclusões:
ƒ
Os vários levantamentos faunísticos não puderam determinar a diversidade completa de anfíbios ou de
répteis devido à brevidade e ocasião desfavorável no que se relaciona com os padrões sazonais de
actividade destes grupos.
ƒ
A região suporta uma diversidade relativamente baixa de anfíbios e não existem anfíbios SCC, e a sua
presença não suporta a região como um Habitat Crítico para anfíbios.
ƒ
A diversidade de répteis na área contém um número significativo de espécies importantes que confirma
que este constitui um Habitat Crítico.
ƒ
A diversidade dos tipos de vegetação suportam uma diversidade relativamente alta de aves. O Habitat
Crítico constitui parte de uma rede de habitats relativamente intactos que permitem a manutenção da
diversidade de aves e movimentação na região, e que também é usado por aves migratórias tanto
paleárticas como intra-africanas.
ƒ
As parcelas de habitats de matas e brenhas fechadas intactas, tornadas relativamente inacessíveis
pelo Riacho Costeiro Nhangonzo, formam um refúgio para alguns dos primatas e ungulados de
tamanho médio que sobrevivem na região. Muito embora o tamanho reduzido do Habitat Crítico
impeça que este suporte populações significativas destas espécies a longo prazo, este serve como
uma área chave para a área regional protegida, mais vasta.
ƒ
A diversidade faunística no Habitat Crítico está provavelmente relacionada com a relativa
inacessibilidade de muitas áreas devido às extensas terras húmidas, particularmente o Riacho Costeiro
Nhangonzo central e o seu relativo isolamento de assentamentos populacionais. A falta de acesso pelo
homem tem protegido estes habitats da exploração por indivíduos. Na ausência de propriedade ou
investimento individual de terras o Habitat Crítico irá sofrer a ‘Tragédia dos Comuns’, com um aumento
de exploração e comercialização dos recursos faunísticos e florísticos em decréscimo. Os indícios
evidentes do que está a ocorrer no Riacho Costeiro Chimera situado a norte da área de estudo, o qual
está a ser utilizado para fins de pastagem de gado durante a estação seca e é provavelmente
queimado regularmente a fim de melhorar a pastagem, são indicativos da provável tendência na
eventualidade de as populações se espalharem para a área circundante ao Riacho Costeiro
Nhangonzo.
ƒ
A pesca nesta região costeira produz proteína para a população local, mas no entanto continua a
ocorrer a exploração de ‘carne de caça’ com o abater de quatro Macacos-Simango e uma Geneta
testemunhados durante o período do levantamento. De forma semelhante, a observação de uma
carapaça de uma tartaruga verde abatida encontrada na praia, mais uma vez reflecte as pressões
sobre a fauna selvagem devido à caça para fins de subsistência. Muitas áreas em Moçambique
continuam a sofrer perdas em termos de mamíferos devido a este comportamento (consultar Lindsey &
Bento, 2010), e a conservação significativa de mamíferos e de aves de tamanho grande requer uma
rede de reservas protegidas bem como acções de educação da população neste sentido.
ƒ
O Habitat Crítico pode vir a formar uma área viável de equilíbrio de biodiversidade, particularmente
dado esta estar situada muito próximo do proposto Projecto Âncora de Desenvolvimento Turístico. A
incorporação das terras húmidas do Rio Costeiro Xivange na delimitação Sul da área de estudo irá
aumentar o tamanho da área, que pode vir a conter habitats naturais praticamente imperturbados que
continuam a suportar uma porção substancial da biodiversidade da região. Também constitui uma área
dentro da qual devem continuar a operar processos evolutivos ecológicos e naturais em termos da
biota terrestre e aquática.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Índice
RESUMO NÃO TÉCNICO ................................................................................................................................................... I
1.0
2.0
3.0
4.0
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 1
1.1
Descrição do Projecto e Objectivos do Estudo ............................................................................................. 1
1.2
Objectivo ....................................................................................................................................................... 3
1.3
Termos de Referência .................................................................................................................................. 5
1.4
Pressupostos e Limitações ........................................................................................................................... 5
1.5
Competências Profissionais da Equipa ........................................................................................................ 6
MÉTODOS ................................................................................................................................................................. 6
2.1
Diversidade Faunística ................................................................................................................................. 6
2.2
Espécies de Importância para a Conservação ............................................................................................. 7
2.3
Técnicas de Amostragem ............................................................................................................................. 7
2.3.1
Observações ......................................................................................................................................... 7
2.3.2
Levantamentos Auditivos .................................................................................................................... 7
2.3.3
Armadilhas para Répteis e Anfíbios .................................................................................................... 8
2.3.4
Armadilhas para Mamíferos de Pequeno Porte .................................................................................. 8
DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................................... 9
3.1
Dimensão Espacial da Área de Estudo ........................................................................................................ 9
3.2
Vegetação da Área de Estudo ...................................................................................................................... 9
3.3
Riachos costeiros na área de estudo.......................................................................................................... 10
3.4
Desenvolvimentos Propostos que afectam a Área ..................................................................................... 11
FAUNA DE VERTEBRADOS .................................................................................................................................. 11
4.1
Introdução ................................................................................................................................................... 11
4.2
Anfíbios....................................................................................................................................................... 13
4.2.1
Panorama Geral de Anfíbios a nível Regional .................................................................................. 13
4.2.2
Espécies de Anfíbios Registados na Área de Estudo ..................................................................... 14
4.2.3
Espécies de Anfíbios de Importância para a Conservação............................................................. 14
4.2.4
Ameaças aos Anfíbios ........................................................................................................................ 15
4.2.5
Associações de habitats de Anfíbios ................................................................................................ 15
4.3
4.3.1
Répteis ....................................................................................................................................................... 18
Panorama Geral de Répteis a nível Regional ................................................................................... 18
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
4.3.2
Espécies de Répteis Registadas na Área de Estudo ....................................................................... 18
4.3.3
Espécies de Répteis de Importância para a Conservação (SCC) ................................................... 19
4.3.4
Ameaças aos Répteis ......................................................................................................................... 23
4.3.5
Uso a nível Local e Conhecimentos sobre os Répteis .................................................................... 23
4.3.6
Associações de Habitats de Répteis ................................................................................................. 24
4.4
Aves............................................................................................................................................................ 24
4.4.1
Panorama Geral das Aves a Nível Regional ..................................................................................... 24
4.4.2
Espécies de Aves Registadas na Área de Estudo ........................................................................... 25
4.4.3
Espécies de Aves de Importância para a Conservação (SCC) ....................................................... 25
4.4.4
Ameaças a Aves .................................................................................................................................. 25
4.4.5
Associações de Habitats de Aves ..................................................................................................... 26
4.5
Mamíferos ................................................................................................................................................... 27
4.5.1
Panorama Geral de Mamíferos a nível Regional .............................................................................. 27
4.5.2
Mamíferos Registados na Área de Estudo ....................................................................................... 27
4.5.3
Espécies de Mamíferos de Importância para a Conservação (SCC) .............................................. 28
4.5.4
Ameaças aos Mamíferos .................................................................................................................... 28
4.5.5
Uso Local de Mamíferos ..................................................................................................................... 30
4.5.6
Associações de habitats de Mamíferos ............................................................................................ 30
5.0
JUSTIFICAÇÃO FAUNÍSTICA PARA O HABITAT CRÍTICO ................................................................................. 31
6.0
CONCLUSÕES ........................................................................................................................................................ 32
7.0
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................................ 34
LISTA DE FIGURAS
Figura1-1: Mapa de localização a indicar o posicionamento do Habitat Crítico no enquadramento da área de
estudo o que compreende a área do desenvolvimento turístico e o Habitat Crítico. ................................................. 4
Figura 3-1: Área de estudo a ilustrar os tipos de vegetação e os riachos costeiros................................................................. 10
Figura4-1: Diversidade de anfíbios e de répteis em Moçambique (extraído de Schnieder et al. 2005 com
alterações). ............................................................................................................................................................. 12
Figura4-2: Diversidade de Aves e de Mamíferos em Moçambique (extraído de Schnieder et al. 2005 com
alterações). ............................................................................................................................................................. 13
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 2-1: Conjuntos de Armadilhas: Conjunto 1, um pedaço de terreno com canópia fechada de miombo e
ecótono com brenhas abertas; Conjunto 2, matas abertas; Conjunto 3, brenhas abertas em solos
arenosos; Conjunto 4, ecótono na orla ribeirinha e brenhas, com maior cobertura de folhas secas
espalhadas. ............................................................................................................................................................... 8
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
viii
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Fotografia 4-1: Dois anfíbios registados durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico; À
esquerda: Sapo Gutural(Amietophrynus gutturalis), à direita: Rela de Argus (Hyperolius argus) ........................... 14
Fotografia 4-2: Lagartos registados durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico. Canto
superior à Esquerda – Lagartixa Bronzeada (Trachylepis boulengeri), canto superior à direita –
Lagartixa-da-Costa-Leste (Trachylepis depressa); centro – Lagartixa-com-marcas-de-Moçambique
(Mochlus cf. afrum); canto inferior à esquerda – Lagartixa Dourada Sem-pés (Acontias aurantiacus),
canto inferior à direita – Lagarto-comum-da-areia (Meroles squamulosus). ........................................................... 20
Fotografia 4-3: Cobras registadas durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico. Canto
superior à esquerda – Cobra-do-mato-variegada (Philothamnus semivariegatus), canto superior à
direita – Cobra-da-barriga-listrada(Psammophis orientalis); canto inferior à esquerda – Cobra-cega de
Fornasin (Afrotyphlops fornasini), canto inferior à direita – Cobra-cuspideira (Naja mossambica). ........................ 21
Fotografia 4-4: Uma possível espécie nova de Lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis sp.) do Habitat Crítico. .......................... 22
Fotografia 4-5: Tartaruga Marinha Verde grande esquartejada na praia na foz do Riacho Costeiro Nhangonzo .................... 23
Fotografia 4-6: Maçarico-galego, Borrelho Cinzento, Rolas do mar na foz do Riacho Costeiro Nhangonzo. .......................... 26
Fotografia 4-7: Rato-comum-da-floresta (Grammomys dolichurus). ........................................................................................ 28
Fotografia 4-8: Musaranho-almiscardo-vermelho (Crocidura hirta) .......................................................................................... 28
Fotografia 4-9: Animais caçados – três Macacos-Simango adultos e uma Geneta de Malhas Grandes ................................. 29
Fotografia 4-10: Um Macaco-Simango juvenil vivo mantido por um dos caçadores para venda. ............................................ 29
LISTA DE TABELAS
Tabela4-1: Resultados dos conjuntos de armadilhas colocados.............................................................................................. 16
ANEXOS
ANEXO A
Lista de Controlo de Anfíbios
ANEXO B
Lista de Controlo de Répteis
ANEXO C
Lista de Controlo de Aves
ANEXO D
Lista de Controlo sobre Mamíferos
ANEXO E
Dados sobre o Autor
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ix
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
LISTA DE TERMOS E ACRÓNIMOS
AIA
Avaliação de Impacto Ambiental
AIAS
Avaliação de Impacto Ambiental & Social
CES
Coastal & Environmental Services
CITES
Convention of International Trade in Endangered Species (Convenção sobre o
Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas
de Extinção)
CR
Critically Endangered (em Perigo Crítico)
EN
Endangered Species (Espécies Ameaçadas)
FEED
Front End Engineering Design (Fase conceitual do Projecto de Engenharia)
GPL
Gás de Petróleo Liquefeito
IBAs
Important Birding Areas (Áreas Importantes para as Aves)
IFC
International Finance Corporation (Corporação Internacional de Finanças)
INATUR
Instituto Nacional do Turismo
IPAs
Important Plant Areas (Áreas Importantes para Plantas)
IUCN
International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais)
KBAs
Key Birding Areas (Áreas Chave para Aves)
MICOA
Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MITADER
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
PES
Present Ecological State (Estado Ecológico Presente)
RDB
Red Data Book (Livro Vermelho de Dados)
SCC
Species Of Conservation Concern (Espécies de Importância para a Conservação)
SSC
Species of Special Concern (Espécies de Preocupação Especial)
VU
Espécies Vulneráveis
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
x
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
1.0
1.1
INTRODUÇÃO
Descrição do Projecto e Objectivos do Estudo
Em 2014, a Sasol incumbiu a Golder Associates de elaborar uma Avaliação de Impacto Ambiental
relativamente à expansão do seu Projecto de Gás Natural na Província de Inhambane, Moçambique. A
expansão irá envolver o desenvolvimento adicional de reservas de gás em terra na área de Temane, bem
como o desenvolvimento de reservas de petróleo em terra a Este do Rio Govuro na área de Inhassoro. A
aprovação ambiental para o projecto foi concedida em Dezembro de 2014 pelo Ministério da Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER).
Os estudos especializados realizados pela Golder (2014) identificaram a existência de um ‘Habitat Crítico’
enquadrado na área de influência directa do projecto. O conceito de ‘Habitat Crítico’ foi desenvolvido pela
International Finance Corporation (IFC, 2012) relativamente a áreas com alto valor de biodiversidade, e
incluem:
ƒ
Habitat de importância significativa para Espécies Criticamente Ameaçadas (CR) e/ou Ameaçadas
(EN)2;
ƒ
Habitat de importância significativa para espécies endémicas e/ou espécies com um raio de acção
restrito3;
ƒ
Habitat de importância significativa para concentrações globalmente significativas de espécies
migratórias e/ou congregantes4;
ƒ
ƒ
Áreas com ecossistemas únicos e/ou altamente ameaçados5; e/ou
Áreas que estão associadas a processos evolutivos chave
Os critérios adicionais para as Áreas Críticas incluem (IFC, 2012b):
ƒ
Áreas que sejam exigidas para a reintrodução de Espécies Criticamente Ameaçadas (CR) e de
Ameaçadas (EN) bem como constituem locais de refúgio para estas espécies (habitats utilizados
durante períodos de pressão, por ex., durante inundações, secas ou fogos);
ƒ
Ecossistemas conhecidos como possuindo significância especial para as espécies EN ou CR para fins
de adaptação climática;
2Espécies Criticamente Ameaçadas e/ou Espécies Ameaçadas refere-se a espécies ameaçadas de extinção a nível global e listadas
como CR e EN na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. As espécies Criticamente Ameaçadas deparam-se com um risco
extremamente elevado de extinção no seu habitat natural enquanto as espécies Ameaçadas se deparam com um risco muito alto de
extinção no seu habitat natural (IFC, 2012b).
3
Uma espécie endémica é definida como aquela que tem ≥ 95% do seu território global dentro do país ou região a ser analisada e uma
espécie de acção restrita é definida da seguinte forma (IFC, 2012b):
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Para vertebrados terrestres, aquela que possui uma extensão de ocorrência de 50.000 quilómetros quadrados ou menos.
Para sistemas marinhos, aquela que possui uma extensão de ocorrência de 100.000 quilómetros quadrados ou menos.
Para sistemas de água doce, não foram definidos limites padronizados a nível global.
Para plantas, as espécies de distribuição restrita podem estar listadas como parte da legislação nacional.
4
As espécies migratórias são definidas como quaisquer espécies cuja proporção significativa dos seus membros se move de forma
cíclica e previsível de uma área geográfica para outra. Espécies congregantes são definidas como espécies cujos indivíduos se
reúnem em grandes grupos de forma cíclica e se movimentam, de forma previsível, de uma área geográfica para outra (IFC, 2012b).
5
Ecossistemas altamente ameaçados ou únicos são os que (IFC, 2012b):
ƒ
ƒ
ƒ
Estão em risco de serem reduzidos significativamente em área ou qualidade
Possuem uma pequena dimensão espacial; e/ou
Contêm um grupo único de espécies, incluindo grupos ou concentrações de espécies restritas ao bioma.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
1
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ƒ
Áreas onde existem concentrações elevadas de espécies Vulneráveis (VU) nos casos em que exista
incerteza relativamente à sua listagem, e onde o estatuto real das espécies possa ser EN ou CR;
ƒ
Áreas de florestas primárias/virgens/inalteradas e/ou outras áreas com níveis especialmente altos de
diversidade de espécies;
ƒ
Processos ecológicos e de paisagem terrestre (por ex., áreas de captação de água, áreas críticas para
o controlo de erosão, regimes de perturbação (por ex., incêndios, inundações) necessários para
manter o habitat crítico;
ƒ
Habitat necessário para a sobrevivência das espécies centrais, ou seja, de espécies que actuam como
engenheiros do ecossistema e controlam o processo e funções do ecossistema, por exemplo, elefantes
nas áreas de savanas, e o seu comportamento em termos de busca de recursos alimentares, que
mantêm a estrutura da vegetação;
ƒ
Áreas de alto valor científico, como aquelas que contêm concentrações de espécies novas e/ou pouco
conhecidas pela ciência; e
ƒ
ƒ
ƒ
Áreas internacional e/ou nacionalmente reconhecidas de alto valor de biodiversidade.
ƒ
Áreas Chave para Aves (KBAs) que compreendem, entre outros, Sítios Ramsar, Áreas importantes
para as Aves (IBAs), Áreas Importantes para as Plantas (IPAs) e a Aliança por Locais com Extinção de
Zero
Uma área com concentrações elevadas de recursos naturais explorada pelas populações locais;
Áreas que atendem aos critérios das Categorias de Gestão Ia, Ib e II de Área Protegida da IUCN,
embora as áreas que atendem a esses critérios no que se relaciona com as Categorias de Gestão IIIVI também poderão ser qualificadas dependendo dos valores de biodiversidade inerentes a esses
locais;
Nos estudos iniciais sobre a biodiversidade botânica elaborados para fins da AIA pela Golder, de Castro e
Brits (2014) argumentaram que o Riacho Costeiro Nhangonzo, que está localizado a Oeste da Ilha de
Bazaruto e faz o escoamento para uma bacia de captação com uma extensão de cerca de 4.339 ha, adere
a vários dos critérios especificados no padrão de desempenho da IFC. Juntamente com outros estudos
especializados sobre a fauna realizados para a AIA (Deacon, 2014; 2014a), de Castro e Brits (2014)
destacaram a biodiversidade relativamente alta existente no Habitat Crítico e correspondente área tampão
circundante. Estes estudos determinaram a necessidade de se fazerem trabalhos biológicos adicionais em
detalhe com a finalidade de se fazer a classificação completa destes recursos e determinar a sua
significância no contexto da região, mas acautelaram que quaisquer danos a um sistema importante e único
como este poderiam ter impactos significativos sobre a biodiversidade, tanto em terra como no mar, e ainda
que eram necessárias medidas de conservação visadas à protecção deste sistema.
Com base nos resultados obtidos pela AIA, a Sasol comprometeu-se a fazer uma avaliação adicional do
Habitat Crítico, antes de serem tomadas decisões finais a respeito da localização dos poços na área da
bacia de captação deste riacho. Este compromisso incluiu o assumir da responsabilidade de efectuar um
levantamento mais detalhado sobre a biodiversidade do Habitat Crítico bem como consultas adicionais com
as partes interessadas relevantes, a fim de definir estratégias de gestão apropriadas e atribuir as
responsabilidades para a implementação destas estratégias. A Sasol elaborou, simultaneamente, o estudo
sobre a Fase Conceitual do Projecto de Engenharia (FEED) para o projecto, o qual definiu com maior
exactidão a localização preferida para o poço e linhas de fluxo no Habitat Crítico e em redor do mesmo.
O Relatório sobre a Avaliação de Impacto Ambiental apresenta uma descrição detalhada do Projecto de
Desenvolvimento no Âmbito do Acordo de Partilha de Produção (APP) e Projecto de Produção de Gás de
Petróleo Liquefeito (GPL) da Sasol apresenta uma discussão mais detalhada, que deve ser consultada para
mais dados a este respeito (Golder, 2014). No presente relatório serão discutidos aspectos do projecto que
tenham relevância para o levantamento da situação de referência relativa à fauna terrestre na área de
estudo definida (consultar a Secção 2.1).
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Relatório Nº.1521646-13541-15
2
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
1.2
Objectivo
Muito embora se tenham realizado estudos preliminares sobre a fauna terrestre como parte da investigação
para fins da AIA original (Deacon, 2014), foram consideradas como sendo justificáveis investigações
adicionais sobre a fauna terrestre que utiliza a área definida por Castro e Grobler (2014) como constituindo
um Habitat Crítico, que incluir terras húmidas importantes e possivelmente consideradas únicas a nível
regional. O presente levantamento sobre a fauna terrestre constitui um de vários estudos adicionais
instruídos pela Sasol, em conformidade com esta recomendação. Estes estudos adicionais formam parte de
um relatório detalhado intitulado “Avaliação da Biodiversidade do Riacho Costeiro e Bacia de Retenção do
Nhangonzo, na Província do Inhassoro, Moçambique”, que estão integradas na Adenda à AIA.
A área de estudo é definida como a área conjunta do Habitat Crítico e área do desenvolvimento turístico do
INATUR (Figura 1-1). No centro desta área de estudo está situado o Riacho Costeiro Nhangonzo (Figura
1-1) descrito por de Castro e Grobler (2014) como se encontrando num estado praticamente imperturbado
devido à sua relativa inacessibilidade por parte das populações locais bem como não tendo sido alvo de
colheitas ou extracção de recursos legais ou ilegais. Dado o facto de o existente habitat imperturbado bem
como a inacessibilidade ao mesmo providenciar condições que são ideais para a fauna, anteviu-se que a
fauna existente neste Habitat Crítico também fosse diversificada.
O âmbito geral do presente projecto é de complementar o trabalho efectuado por Deacon em 2014 de modo
a providenciar uma base de referência mais detalhada sobre a fauna de vertebrados existente na área de
estudo designada, com particular referência às espécies constantes na Lista Vermelha ou a outras espécies
de importância para a conservação; bem como efectuar uma avaliação do actual estado ecológico (PES) e
importância de conservação dos sistemas afectados.
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Figura 1-1: Mapa de localização a indicar o posicionamento do Habitat Crítico no enquadramento da área de estudo o
que compreende a área do desenvolvimento turístico e o Habitat Crítico.
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Relatório Nº.1521646-13541-15
4
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
1.3
Termos de Referência
Apresentam-se a seguir os Termos de Referência para a presente avaliação faunística:
ƒ
Identificar e listar todas as espécies de vertebrados terrestres que ocorrem na área de estudo (Área
Crítica e área de desenvolvimento turístico do INATUR), com base na literatura existente, registos
publicados sobre exemplares ou sobre o local, bem como prováveis ocorrências.
ƒ
Efectuar o registo das espécies de fauna identificadas na área de estudo através da execução das
seguintes actividades: busca activa, observações oportunistas, colocação de armadilhas e recolha de
exemplares.
ƒ
Caracterizar os grupos de espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos comuns aos habitats
característicos existentes na área de estudo.
ƒ
Providenciar uma sinopse dos relacionamentos ecológicos entre os grupos de animais e a vegetação
em colaboração com os especialistas que estão a efectuar o levantamento da flora.
ƒ
Estabelecer o valor ecológico e de conservação dos habitats e das comunidades de animais dentro da
área de estudo.
ƒ
ƒ
Identificar quaisquer espécies ou ocorrências novas.
ƒ
Identificar as Espécies de Importância para a Conservação (SCC) em termos de endemicidade e
referência à Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).
ƒ
Definir e fazer o mapeamento dos habitats faunísticos que são sensíveis e requerem acções de
conservação. Talvez seja necessário que estes sejam definidos como áreas de Acesso Interdito ou
áreas de Desenvolvimento Restrito.
ƒ
ƒ
Descrever os impactos do actual uso da terra sobre os grupos faunísticos.
1.4
Fazer uma avaliação da preferência de habitats por parte da fauna e utilizar estas preferências de
habitats para a avaliação da presença das espécies faunísticas.
Providenciar uma descrição geral da fauna natural de vertebrados terrestres da área do Habitat Crítico
e das áreas adjacentes, e determinar a presença e distribuição das Espécies de Importância para a
Conservação, bem como determinar as associações de habitats destas espécies a disponibilidade do
habitat.
Pressupostos e Limitações
Os pressupostos e limitações específicos ao estudo realizado incluem:
ƒ
Moçambique não possui listas nacionais de Espécies de Importância para a Conservação (SCC).
Consequentemente a avaliação de Espécies de Importância para a Conservação é difícil e deve ser
baseada em listas internacionais (por ex., as Listas Vermelhas da IUCN e os anexos da CITES), ou
através da relevância de uma lista semelhante que tenha sido elaborada em países adjacentes.
ƒ
Existem limitações de tempo em levantamentos de curto prazo e somente se pode antever a
determinação directa de uma amostra da fauna da área.
ƒ
O levantamento teve lugar durante o mês de Março. Muito embora este período seja tecnicamente
definido com estando integrado na designada ‘estação das chuvas’, não ocorreram chuvas durante
todo o período do levantamento. Assim, este realizou-se demasiado tarde em termos da época de
reprodução de anfíbios para poder permitir uma determinação completa da diversidade de anfíbios. A
actividade dos répteis também foi coarctada pelas condições quentes, secas, o que limitou a avaliação
da diversidade. Por último, muitas das aves migrantes no interior do continente africano (por exemplo,
muitos cucos, andorinhas e pica-peixes, etc.) já tinham partido desta área e a sua presença e
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
dependência dos habitats não pode ser determinada. No entanto, os dados recolhidos durante o
levantamento são suficientemente adequados para confirmar o estado da área de estudo.
ƒ
ƒ
Não foi efectuado qualquer levantamento durante a estação seca.
ƒ
Os conhecimentos sobre a fauna de Moçambique são relativamente limitados e as espécies listadas no
presente relatório podem não ser detalhadas. É provável que durante as fases de construção e de
operação do desenvolvimento venham a ser encontradas espécies adicionais de Importância para a
Conservação (SCC).
ƒ
A resolução taxonómica de espécies crípticas em Moçambique através do uso de estudos genéticos
está ainda uma fase inicial, e sabe-se que a diversidade taxonómica não resolvida nas taxa fossoriais
tais como as lagartixas-de-olhos-cobra está subestimada, existindo pelo menos 5 potenciais espécies
novas em Moçambique já identificadas (Medina et al., 2015).
1.5
O acesso a toda esta área foi limitado devido à presença de extensas terras húmidas bem como
devido dos constrangimentos de tempo.
Competências Profissionais da Equipa
Professor Dr. William R. Branch (Cientista Chefe: Fauna)
O Prof. Dr. Branch é Professor Associado Honorário de Investigação no Departamento de Ciências Animais
e Biologia Animal e Vegetal, na Universidade de Witwatersrand, Associado de Investigação no
Departamento de Zoologia, na universidade Nelson Mandela Metropolitan University, e Conservador
Emérito em Herpetologia, no Museu de Port Elizabeth Museum (Bayworld). Participou em várias comissões
internacionais, em particular relacionadas com a conservação de répteis e de anfíbios. Editou a versão
revisada do Livro Vermelho de Dados da África do Sul – Répteis e Anfíbios (1988), é co-editor do Atlas de
Répteis e da Lista Vermelha de Dados da África do Sul, Suazilândia e Lesotho (2013), bem como autor do
Guida de Campo relativo a répteis na África Austral (1998). O Prof. Dr. Branch tem estado envolvido em
várias AIAs e possui vasta experiência em levantamentos faunísticos e identificação de espécies de
importância para a conservação. Publicou mais de 100 artigos científicos em periódicos especializados, fez
palestras em plenários em vários conferências internacionais, e tem actuado como guia científico em
expedições da National Geographic. Efectuou também levantamentos faunísticos em África em nome do
centro Smithsonian Institute.
Dra. Amber Jackson (Especialista em Fauna)
A Dra. Amber é Consultora Ambiental encontrando-se ao serviço da EOH CES nos últimos 3 anos. Possui
um Doutoramento (MPhil) em Gestão Ambiental, tendo também experiência em trabalhos na área Social e
Ecológica. Os seus estudos universitários centraram-se em matéria de Ecologia, Conservação e Ambiente
com particular referência aos efeitos paisagísticos sobre a Herpetofauna, tendo completado o grau de
Mestrado em gestão ambiental de sistemas sociais e ecológicos, com uma dissertação cujo tema se centrou
na segurança alimentar, a qual investigou o complexo sistema alimentar dos mercados de distribuição
informal e formal. Enquanto ao serviço da CES a Dra. Amber tem efectuado vasto trabalho em Moçambique
na função de gestão de várias Avaliações de Impacto Ambiental e Social. Foi coordenadora de duas
avaliações AIAS de grande envergadura (> $200 000.00) para a empresa Green Resources (uma empresa
de Plantações Florestais estabelecida em Moçambique) realizadas em conformidade tanto com os padrões
do MICOA como os padrões dos financiadores internacionais, em cumprimento dos requisitos estipulados
pelos financiadores (AfDB, EIB e IFC). Os seus interesses específicos incluem estudos ecológicos que
lidam com a fauna e flora indígena, bem como a gestão do uso da terra e de recursos naturais.
2.0
2.1
MÉTODOS
Diversidade Faunística
Deacon (2014) efectuou uma avaliação sobre a diversidade faunística em termos da região geral, com
levantamentos limitados realizados na área do Habitat Crítico. A diversidade documentada da fauna de
vertebrados na área mais vasta de estudo (Deacon, 2014) foi comparada e contrastada com a que se
encontra documentada em literatura recentemente publicada (ver a seguir). As espécies conhecidas da
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
região, ou das regiões adjacentes cujo(s) habitat(s) preferido(s) se sabia ocorrer(em) na área de estudo,
também foram incluídas. As fontes literárias incluíram:
ƒ
Anfíbios – Channing (2001), Jacobsen et al., (2010), Pickersgill (2007), Poynton & Broadley (19851991), Schiotz (1999), Frost (2012).
ƒ
Répteis – Broadley (1990a, b, 1992, 2000), Branch (1998, 2008), Branch et al., (2005a,b), Downs &
Wirminghaus (1997), Jacobsen et al., (2010), Pietersen (2014), Spawls & Branch (1995), Spawls et al.,
(2003).
ƒ Aves – Sinclair & Ryan (2010), Parker (1999, 2001, 2005), Lepage (2013).
ƒ Mamíferos – Kingdon (2004), Smithers & Tello (1976).
2.2
Espécies de Importância para a Conservação
Para fins de categorização das Espécies de Importância para a Conservação (SCC), neste estudo, foram
utilizadas as definições indicadas a seguir :
ƒ
Espécies Ameaçadas: Não existe Livro Vermelho de Dados (RDB) para as espécies ameaçadas de
Moçambique. É feita referência a Livros Vermelhos de Dados relevantes relativos à adjacente África do
Sul (por ex., anfíbios, Minter et al., 2004; répteis Bates et al., 2014; aves, Harrison et al., 1997;
mamíferos, Freidman & Daly 2004) no que se relaciona com espécies comuns a ambos os países, e a
espécies incluídas noutras listas internacionais (por ex., 2014 Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas
da IUCN). As definições das categorias ameaçadas prescritas pela IUCN encontram-se em Bates et
al., (2014) ou Deacon (2014).
ƒ
Espécies Sensíveis: São espécies que não têm necessariamente importância para a conservação mas
que se encontram listas no Anexo I ou II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies
da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES). O Anexo I lista as espécies que
estão sob maior ameaça de entre os animais e plantas listados pela CITES; o Anexo II lista as
espécies que não estão necessariamente ameaçadas de extinção mas que podem alcançar esse
estado caso não exista um controlo rigoroso das actividades de comercialização.
ƒ
Espécies Endémicas: a nível Nacional - espécies endémicas a Moçambique; a nível Regional –
espécies endémicas à Província de Inhambane; a nível Local – espécies endémicas à região de
Inhassoro-Vilankulo e ao Arquipélago de Bazaruto.
2.3
Técnicas de Amostragem
Realizou-se uma única visita ao local entre 16 e 28 de Março de 2015.
2.3.1
Observações
Devido à vastidão da área, alvo de estudo, as observações das aves foram feitas visualmente com o auxílio
de binóculos, e a respectiva identificação com referência a guias de campo (consultar as fontes literárias
acima referidas). Foi prestada particular atenção à chamada das aves de manhã cedo, altura em que as
aves reprodutoras exibem nos seus territórios. Foi extraída uma amostra de todos os habitats presentes na
área de estudo. Dentro do Habitat Crítico foi dada especial atenção a aves dependentes das terras
húmidas.
As observações de mamíferos de pequeno porte incluíram a busca e identificação dos seus trilhos e rastros
a fim de complementar os dados obtidos através da captura de mamíferos de pequeno porte.
2.3.2
Levantamentos Auditivos
Foram efectuadas visitas após o anoitecer a vários locais ribeirinhos e de terras húmidas adjacentes a fim
de fazer uma avaliação da reprodução de rãs. Para se fazer a confirmação da identidade das espécies foi
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
feita uma comparação das chamadas vocais das mesmas com o material bibliográfico de registo de
vocalizações de anfíbios na África Austral (Du Preez & Carruthers, 2009).
2.3.3
Armadilhas para Répteis e Anfíbios
Foram colocadas várias armadilhas de funil e cercas de deriva nos habitats naturais. Estas incluem uma
cerca única de deriva com 20 metros de comprimento em plástico preto colocada verticalmente. Ao longo
das armadilhas. Ao longo da cerca foram colocadas armadilhas de queda (baldes de plástico de 50 litros)
em cada uma das extremidades e no meio. Foram colocadas quatro armadilhas de intercepção com funis
duplos, duas em cada lado no entremeio do espaço entre os baldes de queda (Fotografia 2-1). Os grupos
de armadilhas eram verificados duas vezes por dia, de manhã e ao fim da tarde. Foram retidos exemplares
de controlo e amostras de ADN para cada uma das espécies, e todos os exemplares excedentes foram
liberados no local das armadilhas. Os conjuntos de armadilhas de cerca de deriva foram colocados em
habitats não perturbados dentro da área de estudo definida acima. Estes ficaram colocados durante 7-8 dias
e noites. As coordenadas e os habitats dos quatro conjuntos de armadilhas instalados encontram-se
resumidos na Tabela4-1
2.3.4
Armadilhas para Mamíferos de Pequeno Porte
A captura de mamíferos de pequeno porte foi feita de uma forma humana com armadilhas do tipo Sherman.
Foram colocadas entre 6 e 10 armadilhas de Sherman em cada conjunto de armadilhas de intercepção com
funis e cercas de deriva, com um mínimo de aberturas de 10 metros entre todas as armadilhas. Estas foram
colocadas perto de características naturais (por ex., paralelamente a terras húmidas, entre vegetação
densa) a fim de extrair amostras dos diferentes habitats. Em cada uma foram colocados iscos em forma de
pasta de mistura de manteiga de amendoim – aveia. Estas armadilhas foram verificadas duas vezes por dia,
de manhã e ao fim da tarde. Foram retidos exemplares de controlo e amostras de ADN para cada uma das
espécies, e todos os exemplares adicionais foram liberados no local onde tinham sido colocadas as
armadilhas.
Fotografia 2-1: Conjuntos de Armadilhas: Conjunto 1, um pedaço de terreno com canópia fechada de miombo e ecótono
com brenhas abertas; Conjunto 2, matas abertas; Conjunto 3, brenhas abertas em solos arenosos; Conjunto 4, ecótono
na orla ribeirinha e brenhas, com maior cobertura de folhas secas espalhadas.
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
3.0
3.1
DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Dimensão Espacial da Área de Estudo
A localização e principais componentes da área de estudo e região circundante encontram-se detalhados na
Figura 3-1. Esta região possui um relevo topográfico baixo e é dominada pelos riachos costeiros existentes
no Habitat Crítico designado e na área de desenvolvimento turístico do INATUR a Sul. Os riachos costeiros
neste estudo são definidos como riachos que possuem bacias de captação num enquadramento de cerca
de 7 km da costa e que fluem directamente para o mar. O Riacho Costeiro Nhangonzo de dois braços
constitui a característica dominante do Habitat Crítico, com o Riacho Costeiro Cherimera mais pequeno
situado para Norte e perifericamente a entrar na orla Nordeste do Habitat Crítico, e o Riacho Costeiro
Xivange na área de desenvolvimento turístico do INATUR para Sul(consultar a Error! Reference source
not found.).
3.2
Vegetação da Área de Estudo
A vegetação da área de estudo foi caracterizada no estudo de situação de referência Florístico e sobre a
Vegetação (Anexo B), e encontra-se ilustrada na Figura 3-1. A vegetação original é constituída por um
mosaico de matas e brenhas baixas de Julbernardia-Brachystegia (de Castro & Grobler, 2014a), das quais
algumas se encontram agora num estado degradado e fragmentado depois do seu desmatamento para fins
de agricultura (estabelecimento de machambas). A relativa ausência de árvores de grande porte nas áreas
transformadas e a presença de um crescimento secundário indicam a existência de um longo historial de
perturbação humana e danos causados por fogos. No entanto, existem manchas, relativamente comuns, de
vegetação não perturbada, e que são representadas pelas comunidades fechadas de matas ilustradas na
Figura 3-1. As principais subdivisões deste tipo de vegetação encontram-se resumidas a seguir. Também
existem pequenas áreas de Savanas Higrófilas, Caniçais e Vegetação Dunar Arbustiva que no entanto não
têm qualquer importância em termos de fauna.
Mosaico de Matas e Brenhas Baixas Fechadas de Miombo – Este tipo de vegetação encontra-se num
estado primitivo ou imperturbado a quase imperturbado e compreende um mosaico de manchas de matas e
de brenhas densas dominadas pelas espécies de miombo tais como a Julbernadia globiflora e a
Brachystegia spiciformis com uma cobertura de vegetação herbácea que incluiu as espécies Panicum
maximum, Schizachyrium sangineum e Sporobolus pyramidalis.
Brenhas Baixas Fechadas de Miombo – No centro do mosaico de matas e brenhas baixas fechadas de
miombo existem pequenas manchas de brenhas densas, caracterizadas pela presença de arbustos a
crescerem uns próximos dos outros e que têm uma altura entre 2 a 5 metros, e que tornam difícil a
penetração a este tipo de vegetação.
Mosaico de Brenhas Baixas Abertas de Miombo – Este tipo de vegetação ocorre por toda a área de
estudo e é dominante na secção Sul. Esta é caracterizada por arbustos e árvores de pequeno porte com
uma canópia aberta e uma camada distinta de herbáceas sub-bosque ou de baixa estatura. Este tipo de
vegetação varia entre vegetação transformada (machambas antigas) a perturbadas (perto das estradas e
dos povoados) a áreas em estado praticamente imperturbado ou primitivo nas áreas que são inacessíveis.
Floresta de Mangais – Este tipo de vegetação estende-se por aproximadamente 6.1 km ao longo da costa,
e constitui o único sistema de mangais encontrado numa faixa de 90 km da linha costeira entre a Baía da
Ponta Chiuzine, a Sul de Vilanculos, e o Rio Govuro a Norte. São comuns a esta área, três espécies
principais, nomeadamente, Sonneratia alba, Avicennia marina e Rhizophora mucronata, mas existem outras
espécies que incluem a Ceriops tagal, a Lumnitzera racemosa e a Xylocarpus granatum.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
9
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Figura 3-1: Área de estudo a ilustrar os tipos de vegetação e os riachos costeiros.
3.3
Riachos costeiros na área de estudo
A característica central do Habitat Crítico é constituída pelo Riacho Costeiro Nhangonzo, cujos afluentes
Norte e Sul de “pântanos de turfas” confluem a cerca de 2 km antes do mar para formar o canal principal
que drena para o mar através de um vasto pântano estuarino de mangais (70 ha). O estuário do Nhangonzo
encontra-se em média a 2 metros abaixo do nível do mar, o que indica que o estuário pode receber a
influência das marés (Estudo de Base de Referência sobre o Estuário).
O Riacho Costeiro Xivange mais pequeno (com uma extensão de 2.3 km) encontra-se localizado na orla Sul
da área de estudo dentro da área de desenvolvimento de turismo do INATUR. A foz do rio com uma largura
de 300 metros está situada num ponto elevado ou mesmo acima do nível médio do mar, com uma intrusão
limitada de água do mar durante as marés-altas. Este sistema não possui qualquer habitat estuarino visível
e drena para o mar através de duas pequenas saídas localizadas nas margens Norte e Sul e através da
infiltração difusa. Não existem quaisquer pântanos estuarinos de mangais. Devido à natureza vasta das
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
10
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
terras húmidas (pântanos de turfeiras) deste sistema, este também é considerado como sendo um sistema
perene.
No norte da área de estudo, somente o trecho Sul do Riacho Costeiro Cherimera entra no Habitat Crítico. O
riacho drena num sentido Sul para uma área de 25 ha de mangais na costa com uma protuberância para o
pântano de mangais do Nhangonzo, que confina nas partes interiores das dunas costeiras com uma faixa
estreita de Floresta Dunar. A fonte do canal principal deste riacho são as terras húmidas em formato
rectangular (1000m x 500m) localizadas a cerca de 3.0 km a montante da costa. Esta turfeira antiga
constitui as terras húmidas que sofrem um impacto mais acentuado da pastagem de gado dos povoados
circunvizinhos e dos incêndios durante a estação seca. Todos estes riachos costeiros são perenes com
extensas turfeiras vegetadas nos trechos superiores, drenados por pequenos canais. Durante a estação
chuvosa estes têm caudais elevados, mas a drenagem é, em grande medida, atenuada, pelos vastos
pântanos de turfeiras com uma vegetação densa. Estas terras húmidas saturadas são, em grande medida,
alimentadas através da infiltração de água subterrânea que assegura que os caudais do riacho sejam
sustidos durante os meses secos do Inverno.
3.4
Desenvolvimentos Propostos que afectam a Área
A área de estudo é o local de dois grandes desenvolvimentos propostos:
ƒ
A expansão do existente Projecto de Gás Natural da Sasol na Província de Inhambane, Moçambique.
Este irá envolver o desenvolvimento das reservas de petróleo em terra na área de Inhassoro a Este do
Rio Govuro, particularmente o posicionamento de pelo menos quatro novos poços e a construção das
infra-estruturas associadas dentro da área de estudo, incluindo as estradas de acesso e as linhas de
fluxo (consultar a Figura 3-1).
ƒ
A área de desenvolvimento turístico do INATUR (INATUR, CES 2010), que se encontra situado
imediatamente a Sul do Habitat Crítico. Tem uma extensão de aproximadamente 2,500ha, sendo a sua
delimitação a Sul formada pelo Riacho Costeiro Xivange (designado por Rio Inhagondzono relatório da
CES, 2010),que desaguar para o mar na Ponta Inhagondzo. Este local âncora estende-se por uma
área de 5 quilómetros para o interior em direcção à estrada de acesso público situada a meio caminho
entre Vilankulos e Inhassoro. Os empreendimentos previstos encontram-se descritos no relatório da
CES (2010), mas estes foram adiados em resultado da redução nos níveis de turismo previstos.
4.0
4.1
FAUNA DE VERTEBRADOS
Introdução
Os conhecimentos existentes sobre a fauna de vertebrados em Moçambique continuam relativamente
limitados, essencialmente em consequência prolongada guerra civil que afectou o acesso a muitas áreas.
No entanto, a recente estabilidade política e rápido melhoramento das infra-estruturas permitiram uma
revitalização dos estudos faunísticos por todo o país. Como consequência, existe um Atlas detalhado sobre
Aves no país que se encontra relativamente completo (Parker, 1999, 2001, 2005a-b), tendo também sido
feita a descrição de numerosos répteis recentemente identificados (Broadley,1990b, 1992; Branch &
Bayliss, 2009, Branch & Tolley, 2010, Branch et al., 2014, Portik et al., 2014). A parte sul do país, ou seja, a
sul do Rio Zambeze, tem, tradicionalmente, sido incorporada na região da África Austral e a sua fauna foi
incorporada em numerosas avaliações monográficas do subcontinente. Contudo, só recentemente se fez a
descrição de várias espécies e subespécies endémicas de répteis das ilhas no interior do Arquipélago de
Bazaruto(Broadley, 1990b, 1992), algumas das quais foram subsequentemente documentadas
relativamente ao território continental adjacente (Jacobsen et al., 2010).
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
11
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Figura4-1: Diversidade de anfíbios e de répteis em Moçambique (extraído de Schnieder et al. 2005 com alterações).
Schnieder et al. (2005) efectuaram o mapeamento dos Centros de Diversidade de Vertebrados em
Moçambique, destacando as enormes lacunas existentes na análise da região norte de Moçambique. Estas
lacunas não reflectem a falta de diversidade faunística a norte do Rio Zambeze, mas, simplesmente, a falta
de dados para a análise de todos os grupos de vertebrados terrestres (Figura4-1 & Figura4-2). Moçambique
possui uma herpetofauna diversificada (Figura4-1)) devido à variedade de diferentes tipos de habitats
disponíveis e à vasta dimensão do país. Muito embora não existam publicações formais que lidem, de forma
explícita, com este tópico, antecipa-se que ocorram em Moçambique 69 espécies de anfíbios (Amphibiaweb
2012) e 215 espécies de répteis (Uetz et. al. 2012). Não existe qualquer dúvida quanto à subestimação da
diversidade que existe efectivamente, devido a uma falta de amostragens realizadas em muitas das áreas
remotas do país, especialmente nas regiões norte de Moçambique, mas também quanto à fauna costeira na
área de estudo.
Em Moçambique existe uma avifauna diversificada (Figura4-2) com mais de 680 espécies de aves
registadas (Lepage 2013). Muito embora algumas aves sejam comensais, adaptando-se de forma rápida e
bem-sucedida a ambientes modificados, a maior parte das aves são sensíveis a perturbações e ou migram
para locais distantes ou sofrem um maior nível de mortalidade em habitats degradados. No entanto, devido
à sua mobilidade elevada, as aves conseguem recolonizar, de forma rápida, habitats reabilitados. Não
existe qualquer avaliação recente a nível nacional de aves em Moçambique, mas foi compilado um atlas da
avifauna da região a Sul do Rio Save (Parker, 1999).
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Relatório Nº.1521646-13541-15
12
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Figura4-2: Diversidade de Aves e de Mamíferos em Moçambique (extraído de Schnieder et al. 2005 com alterações).
A última avaliação da fauna de mamíferos de Moçambique foi efectuada por Smithers e Tello (1976), com
aproximadamente238 espécies de mamíferos em Moçambique (IUCN, 2012). Muito embora a
endemicidade de mamíferos na África Austral seja elevada (42%), este não é o caso em Moçambique onde
a endemicidade é relativamente baixa e a fauna de mamíferos é essencialmente transicional entre a que
existe no cinturão costeiro da África Oriental e a região temperada do Cabo.
Os resultados das capturas por armadilhas realizadas na área de estudo relativamente a mamíferos, répteis
e anfíbios de pequeno porte encontram-se apresentados na Error! Reference source not found..
4.2
4.2.1
Anfíbios
Panorama Geral de Anfíbios a nível Regional
Os anfíbios são importantes nos sistemas de terras húmidas, em particular onde os peixes sejam excluídos
ou tenham uma importância menor. Nestes habitats, as rãs são predadores dominantes de invertebrados,
muitos dos quais são vectores de doenças como malária e bilhárzia. Os relatórios sobre o declínio nas
populações de anfíbios continuam a aumentar a nível global, mesmo em parques protegidos em estado
primitivo. Estes declínios não são simples eventos cíclicos: por exemplo, as rãs são consideradas como
espécies bio-indicadoras que reflectem o bom estado dos ecossistemas aquáticos.
Avaliações recentemente efectuadas (Poynton e Broadley, 1985-1991) reconhecem a existência de 53
espécies de rãs em Moçambique, 35 das quais foram registadas a Sul do Rio Zambeze. Não obstante esta
diversidade relativamente alta, não existem anfíbios endémicos presentemente registados de Moçambique,
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Relatório Nº.1521646-13541-15
13
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
muito embora levantamentos faunísticos mais detalhados nas regiões do país com relação às quais se sabe
relativamente muito pouco, em particular em áreas montanhosas isoladas, venham provavelmente a revelar
espécies únicas que tenham passado despercebidas ou tenham sido isoladas. Ocorrem efectivamente
várias espécies com uma distribuição geográfica restrita em Moçambique, mas todas se estendem para as
regiões adjacentes.
4.2.2
Espécies de Anfíbios Registados na Área de Estudo
Dado a visita ao local ter tido lugar no fim Verão, no final da estação de chuvas, grande parte da actividade
de reprodução dos anfíbios já tinha cessado e somente foram registadas sete espécies durante o
levantamento (Anexo A), todas estas da zona do Habitat Crítico. Dos habitats de Terras Húmidas costeiras
foram registadas cinco espécies de anfíbios (Amietophrynus gutturalis, Kassina senegalensis,
Phrynobatrachus mababiensis, P. natalensis e Ptychadena anchietae) durante o levantamento realizado
para a AIA (Deacon, 2014). Em conjunto, foram portanto registadas 11 espécies de anfíbios do Habitat
Crítico, muito embora só tenha sido capturada uma numa armadilha de fossa (Error! Reference source not
found.). A fauna de anfíbios conhecida como existindo no Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos
(Jacobsen, et al., 2010) totaliza quase 20 espécies, com numerosas espécies não registadas da área de
estudo. A fauna de anfíbios das ilhas ao largo do Arquipélago de Bazaruto também se encontra
empobrecida, tendo somente sido registadas nove espécies da Ilha de Bazaruto, das quais quatro também
ocorrem na Ilha de Benguerra (Broadley, 1990b, 1992).
Fotografia 4-1: Dois anfíbios registados durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico; À esquerda:
Sapo Gutural(Amietophrynus gutturalis), à direita: Rela de Argus (Hyperolius argus).
As espécies mais comuns encontradas incluíram o Sapo Gutural (Amietophrynus gutturalis) e a Rela de
Argus (Hyperolius argus) (Fotografia 4-1), ambas continuando a ser reprodutivamente activas com as rãs
machos em coloração e chamadas vocalizadas de reprodução nas terras húmidas. Outros registos de
vocalizações de rãs durante o levantamento incluíram: Hyperolius marmoratus, H. tuberlinguis, Afrixalus
fornasini e Ptychadena mascarieniensis.
No Anexo A apresenta-se uma lista completa dos anfíbios observados dentro do Habitat Crítico e da área
de estudo durante o levantamento, bem como do Arquipélago de Bazaruto(Broadley, 1990b, 1992) e do
Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos, Península de São Sebastião (Jacobsen et al., 2010).
4.2.3
Espécies de Anfíbios de Importância para a Conservação
Nenhum dos anfíbios recolhidos na área mais vasta de estudo (Deacon, 2014) ou no Habitat Crítico (o
presente levantamento) têm importância para a conservação. Todos estes são anfíbios característicos da
faixa costeira do Oceano Índico, e a maior parte tem distribuições que se estendem desde Maputoland na
África do Sul até à região costeira no sul do Quénia. A única espécie com uma distribuição geográfica
restrita que ocorre perto da área de estudo é o Sapo Dourado (Afrixalus aureus), que ocorre nas terras
baixas costeiras desde a província de KwaZulu-Natal na África do Sul até à região Sul de Moçambique
(Poynton e Broadley, 1987). Esta espécie foi registada desde o Rio Jantique, a Sul do Chibuto (Branch,
2002), e é provável que ocorra na área de estudo dado existir um habitat apropriado. Esta espécie está bem
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
protegida em várias reservas da África Austral, e não está ameaçada a nível global. Jacobsen et al., (2010)
registaram uma extensão considerável de distribuição geográfica do Sapo-das-árvores do Natal (Leptopelis
natalensis), com uma população isolada no Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos na Península do
Cabo de São Sebastião. Pensava-se anteriormente que esta espécie era endémica à Província do KwaZulu
Natal e Província do Eastern Cape na África do Sul (Channing, 2001, Minter et al., 2004). Mais
recentemente, esta espécie foi registada em Kosi Bay perto da fronteira com Moçambique (Pietersen et al.,,
2008). Portanto, a sua presença na região de Inhassaro-Vilankulo foi surpreendente e não foi
subsequentemente confirmada, e não foi localizada no Habitat Crítico durante o presente levantamento.
4.2.4
Ameaças aos Anfíbios
Não existe evidência de uso significativo directo de anfíbios nesta região, tanto para comércio internacional
como para consumo como alimento a nível local. Assim, as ameaças aos anfíbios são indirectas, das quais
as mais significativas são a perda de habitat devido às práticas agrícolas e de turismo existentes, ou a
futuros empreendimentos na região, dos quais faz parte a proposta extracção de petróleo. A criação de
estradas de acesso adicionais, associada com as fases de construção e de operação do projecto da Sasol
pode dar origem a um aumento no acesso humano ao Habitat Crítico e consequente perda de habitat e
fragmentação derivada do desmatamento de terras e degradação resultante da extracção de recursos. O
aumento da fragmentação dos habitats pode dar origem a impactos secundários, incluindo mortalidades por
atropelamento nas estradas e exposição a predadores conforme os anfíbios se movimentam de e para os
locais de reprodução nas terras húmidas. A nível global, os anfíbios estão ameaçados devido à destruição
dos habitats, uso de herbicidas e de pesticidas, e devido ao escoamento de fertilizantes. Para além disso,
os números de anfíbios estão em declínio devido ao fungo quitrídio de anfíbios, que afecta os animais que
estejam com um estado de saúde débil ou sob pressão por factores bióticos ou abióticos.
4.2.5
Associações de habitats de Anfíbios
Nenhuns dos anfíbios confirmados no Habitat Crítico efectuam um desenvolvimento directo e estão todos
portanto dependentes das águas estagnadas para a sua reprodução. Os sapos dos géneros Breviceps sp.
(Sapos-da-Chuva) e os sapos Arthroleptis sp. têm girinos que se desenvolvem em terra do estado de
incubação do ovo a metamorfose e ambos têm uma distribuição vasta em Moçambique. Embora os mapas
gerais encontrados em Channing (2001) e Du Preez & Carruthers (2007) ilustram que estes estão
distribuídos por toda a área costeira, não foram encontradas espécies destes géneros durante o presente
levantamento, nem houve qualquer registo dos mesmos durante o levantamento de poços no Arquipélago
de Bazaruto ou na Península de São Sebastião (Broadley, 1990b, 1992, Jabcobsen et al.,, 2010). A sua
ausência na região parece, portanto, ser genuína.
Devido ao substrato arenoso profundo do Habitat Crítico e área circundante, as terras húmidas encontramse somente onde a água subterrânea emerge na superfície. O escoamento nos riachos costeiros é ligeiro e
pode-se antecipar que seja apropriado para o desenvolvimento de girinos. As terras húmidas associadas
com os riachos costeiros são, portanto, de importância primária para a fauna de anfíbios, tanto para fins de
reprodução como para alimentação. O uso directo dos tipos de vegetação circundante é portanto limitado e
restrito às espécies maiores, mais tolerantes à dissecação, tais como os sapos (por ex., Amietiophrynus
gutturalis). A degradação dos habitats circundantes devido ao desmatamento para o estabelecimento de
machambas e derivado de danos causados por incêndios pode, no entanto, dar origem a mudanças na
hidrologia das terras húmidas e assim, ter impacto indirecto sobre a fauna de anfíbios. Devido à sua
intolerância à água salgada, não existem espécies de anfíbios em habitats de mangais, e este habitat não
tem qualquer importância para os anfíbios locais.
Devido às mudanças cíclicas na profundidade da água subterrânea, a área da superfície dos lagos-barreira
na região circundante ao Habitat Crítico varia. Muitos são caracterizados por orlas desnudadas, arenosas
com pouca vida vegetal emergente. Este facto inibe a reprodução dos anfíbios uma vez que os girinos a
nadarem livremente na água são alvo de um nível elevado de predação por peixes e pequenas aves
aquáticas, como por exemplo, o mergulhão-pequeno. Assim, a nível regional, estes têm uma importância
menor na manutenção da diversidade de anfíbios.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Tabela4-1: Resultados dos conjuntos de armadilhas colocados.
1
(19-27
Março)
Mosaico de canópia
fechada de miombo e
brenhas
(21˚42’39.4”S,
35˚14’18.4”E, 47masl)
3 baldes
6 funis
10 Sherman
Dias em que
a armadilha
foi deixada
no local
24 baldes
48 funis
80 Sherman
2
(19-27
Março)
Mosaico de matas e
brenhas abertas
(21˚41’58.2”S,
35˚12’49.1”E, 51masl.)
Manchas arenosas
extensas de brenhas
abertas
(21˚42’30.9”S,
35˚14’18.4”E, 31masl.)
Orla da vegetação
ribeirinha e ecótono
com brenhas abertas
(21˚42’30.6”S,
35˚14’22.9”E, 18masl.)
3 baldes
4 funis
8 Sherman
Conjunto de
Armadilhas
3
(20-27
Março)
4
(20-27
Março)
Habitat &
Localização
RESUMO
Armadilhas
Capturas
Número
apanhado
Grupo
4
2
1
1
1
1
1
4
Réptil
Réptil
Réptil
Réptil
Réptil
Réptil
Mamífero
Mamífero
24 baldes
32 funis
64 Sherman
3
1
3 baldes
4 funis
6 Sherman
21 baldes
28 funis
42 Sherman
3 baldes
4 funis
6 Sherman
21 baldes
28 funis
42 Sherman
90 baldes
136 funis
228 Sherman
16
Nomes Científicos
Réptil
Réptil
Lagartixa-da-Costa-Leste
Lagartixa Bronzeada
Cobra-Cuspideira
Cobra-do-mato-variegada
Cobra-da-barriga-listrada
Osga-das-casas-tropical
Musaranho-almiscardovermelho
Rato-comum-da-floresta
Lagarto-comum-da-areia
Cobra-da-barriga-listrada
Grammomys dolichurus
Meroles squamulosus
Psammophis orientalis
1
Réptil
Cobra-da-barriga-listrada
Psammophis orientalis
1
1
3
2
Réptil
Réptil
Réptil
Anfíbio
Lagartixa-da-Costa-Leste
Lagartixa-com-marcas de
Bazaruto
Lagartixa-de-olhos-cobra
Sapo-gutural
Trachylepis depressa
Mochlus cf. lanceolatum
14
4
2
3
1
3
1
Lagartos:
Lagartixa-da-Costa-Leste
Lagartixa Bronzeada
Lagarto-comum-da-areia
Lagartixa-com-marcas de
Moçambique
Lagartixa-de-olhos-cobra
Osga-das-casas-tropical
Trachylepis depressa,
Trachylepis boulengeri
Meroles squamulosus
Mochlus cf. afrum
Cobras:
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Nomes Comuns
Trachylepis depressa,
Trachylepis boulengeri
Naja mossambica
Philothamnus semivariegatus
Psammophis orientalis
Hemidactylus mabouia
Crocidura hirta
Panaspis cf. wahlbergii
Amietophrynus gutturalis
Panaspis cf. wahlbergii
Hemidactylus mabouia
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Conjunto de
Armadilhas
Habitat &
Localização
Armadilhas
Dias em que
a armadilha
foi deixada
no local
Capturas
Número
apanhado
Grupo
1
1
3
2
Nomes Comuns
Nomes Científicos
Cobra-Cuspideira
Cobra-do-mato-variegada
Cobra-da-barriga-listrada
Naja mossambica
Philothamnus semivariegatus
Psammophis orientalis
Sapo-gutural
Amietophrynus gutturalis
Musaranho-almiscardovermelho
Rato-comum-da-floresta
Crocidura hirta
Anfíbios:
1
4
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Relatório Nº.1521646-13541-15
17
Pequenos
Mamíferos:
Grammomys dolichurus
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
4.3
4.3.1
Répteis
Panorama Geral de Répteis a nível Regional
Com a excepção das tartarugas de terra todos os répteis terrestres são carnívoros, muito embora alguns
lagartos maiores complementem a sua alimentação com matéria vegetal em certas estações do ano. Assim,
os répteis desempenham uma função importante na ciclagem de nutrientes nos ecossistemas e no controlo
dos números dos animais abatidos por caça, que muitas vezes incluem espécies comuns de pestes.
A fauna de répteis de Moçambique nunca foi sujeita a uma avaliação formal e portanto, existem
conhecimentos limitados a este respeito. A fauna de répteis da região Sul de Moçambique (a sul do Rio
Zambeze) foi alvo de uma avaliação em Branch (1998) e as cobras por Broadley (1990a). A integração das
publicações acima referidas indica que ocorrem aproximadamente 153 espécies de répteis na região Sul de
Moçambique. Devido à uniformidade topográfica e geológica na área de estudo existe uma diversidade
relativamente baixa de habitats para répteis. A paisagem rural geralmente continua a reter uma diversidade
rica de répteis, particularmente de lagartos. Ocorrem nesta região cobras grandes venenosas (por ex., a
víbora, e a víbora-de-focinho e a cobra-cuspideira de Moçambique) (Jacobsen et al. 2010; Deacon, 2014),
mas os seus números irão provavelmente ser reduzidos devido à caça e à perda de habitats e de animais
de caça devido ao desmatamento de terras. Muitas espécies pequenas, terrestres, nocturnas
provavelmente continuam a ser comuns nesta região. Os habitats de água doce em estado relativamente
intocado (terras húmidas nos trechos superiores dos riachos costeiros) terão algumas espécies aquáticas
(cágado-de-carapaça, Monitor do Nilo e cobras de água que se alimentam de rãs tais como as espécies
Philothamnus sp. e Crotaphopeltis hotamboeia).
Ocorrem em Moçambique aproximadamente 250 espécies de répteis, mas a endemicidade é considerada
baixa (11-12 espécies), e é na sua maioria associada com as ilhas ao largo ou a regiões montanhosas
isoladas. Segundo Broadley e Howell (2000), as florestas costeiras do norte de Moçambique, entre os Rios
Rovuma e Zambeze continuam, na sua maior parte, inexploradas e necessitam urgentemente de uma
investigação dado existirem espécies adicionais que continuam por ser descobertas. Para além disso, as
espécies endémicas de regiões montanhosas isoladas (‘ilhas elevadas’) na região centro de Moçambique
revelaram numerosas espécies endémicas novas (Branch & Bayliss, 2009, Branch & Tolley, 2010, Branch et
al., 2014, Portik et al., 2013). A compilação de literatura publicada indica que pelo menos ocorrem 90
espécies na região de Inhambane. Jacobsen et al., (2010) registaram 40 espécies do Santuário de Fauna
Costeira de Vilanculos e pode-se também antecipar a ocorrência de muitas espécies na área de estudo
(Anexo B). O MICOA (1998) providencia uma lista de répteis de possíveis espécies que podem ocorrer em
Moçambique que se encontram listadas no Livro Vermelho de Dados da África do Sul (Branch, 1988b). No
entanto, esta lista está desactualizada uma vez que a recente revisão à Lista Vermelha de Dados da África
do Sul (Bates et al., 2014) efectuou uma revisão substancial ao estado de conservação de muitas espécies.
Adicionalmente, o estado de conservação regional de espécies que se sabe ocorrerem na região sul de
Moçambique irá provavelmente diferir.
4.3.2
Espécies de Répteis Registadas na Área de Estudo
Durante o período do levantamento não ocorreram chuvas, o que ocorreu no final da estação de chuvas. A
maior actividade dos répteis tinha portanto reduzido e somente foram registadas 26 espécies na área de
estudo durante o levantamento actual e de levantamentos para a AIA realizados na área mais vasta de
estudo (Deacon, 2014, Anexo 2). Destas espécies, 19 ou foram recolhidas ou indicadas como ocorrendo no
Habitat Crítico. Somente uma das espécies (Varano-da-Água, Varanus niloticus) foi registada no habitat de
terras húmidas costeiras durante o levantamento da AIA (Deacon, 2014). A actividade das cobras também
reduziu e somente foram recolhidos oito exemplares (quatro espécies). O lagarto mais conspícuo devido ao
substrato arenosos e aos habitats abertos foi o Lagarto-comum-da-areia (Meroles squamulosus), embora as
lagartixas fossoriais e semi-fossoriais sejam comuns na região costeira Inhassaro-Vilankulo e no
Arquipélago de Bazaruto e provavelmente não foram recolhidas amostras suficientes. A fauna de répteis
conhecida no Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos (Jacobsen et al., 2010) totaliza 40 espécies, das
quais muitas não foram registadas na área de estudo (Anexo B). Contudo, devido à brevidade deste
levantamento e ocasião desfavorável para uma actividade de nível ideal de répteis, é provável que muitos
destes também ocorram no Habitat Crítico e áreas circundantes. Pieterson (2014) adicionou um registo da
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18
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Osga-de-veludo (Homopholis wahlbergii (= H. arnoldi, Broadley et al., 2013) de Inhassoro à fauna de
répteis a nível regional.
O Anexo B contém uma lista completa dos répteis observados no Habitat Crítico e na área de estudo
durante o levantamento, e do Arquipélago de Bazaruto (Broadley, 1990b, 1992) e do Santuário de Fauna
Costeira de Vilanculos, Península de São Sebastião (Jacobsen et al., 2010). Os lagartos e cobras
representativos do Habitat Crítico encontram-se ilustrados na Fotografia 4-2 e na Fotografia 4-3,
respectivamente.
4.3.3
Espécies de Répteis de Importância para a Conservação (SCC)
Embora o relatório da AIA sobre a fauna (Deacon, 2014) liste vários répteis de importância para a
conservação, somente as tartarugas marinhas ameaçadas ocorrem nas proximidades da área de estudo, e
não são relevantes para o presente estudo. Deacon (2014) incluiu a espécie Cordylus maculae (endémica
à Serra Mecula no extremo norte de Moçambique), a espécie Kinixys natalensis (limitada às províncias de
Mpumalanga e de KwaZulu-Natal na África do Sul, e não registadas em Moçambique), a espécie
Platysaurus imperator (conhecida como existindo no Nordeste do Zimbabué e somente com uma ocorrência
periférica em Moçambique), e a espécie Lycophidion nanus (limitada ao vale do Rio Zambeze e registada
nas Planícies de Púnguè e recentemente no Parque Nacional da Gorongoza), mas nenhuma destas é
sequer conhecida na Província de Inhambane e é pouco provável que qualquer uma delas venha a ocorrer
na área de estudo. O Cágado-de-carapaça-mole do Zambeze (Cycloderma frenatum, considerado
vulnerável na lista da IUCN) atinge o seu limite a Sul na bacia do Rio Save, e é desconhecida a partir do Rio
Govuro. Incidentes recentes no Lago Malawi indicam que este cágado-de-carapaça-grande de grandes
dimensões – o maior que existe e águas do Sul e Este de África – está a ser alvo de captura ilegal para o
mercado asiático (Anon, 2013).
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Fotografia 4-2: Lagartos registados durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico. Canto superior à
Esquerda – Lagartixa Bronzeada (Trachylepis boulengeri), canto superior à direita – Lagartixa-da-Costa-Leste
(Trachylepis depressa); centro – Lagartixa-com-marcas-de-Moçambique (Mochlus cf. afrum); canto inferior à esquerda –
Lagartixa Dourada Sem-pés (Acontias aurantiacus), canto inferior à direita – Lagarto-comum-da-areia (Meroles
squamulosus).
A Lagartixa Bronzeada (Trachylepis boulengeri, Fotografia 4-2) existe em habitats mésicos desde o Sul da
Tanzânia até à região central de Moçambique. Foram recolhidos dois exemplares no habitat ribeirinho nas
proximidades do Riacho Costeiro Nhangonzo. As espécies foram anteriormente consideradas como
atingindo o limite a Sul da sua distribuição geográfica no Delta do Rio Zambeze, e os novos registos do
Habitat Crítico estendem, de forma significativa, a sua distribuição em pelo menos mais 300 km para Sul.
O único réptil com Importância para a Conservação (SCC) na área mais vasta de estudo ou no Habitat
Crítico (o presente levantamento) podem ser vários répteis descritos como existindo no Arquipélago de
Bazaruto, as quais estes foram considerados endémicos. A sua presença e o seu estado de conservação
não foram levados em consideração no relatório da AIA (Deacon, 2014). Broadley (1990b, 1992) apresentou
os resultados de uma série de levantamentos sobre a herpetofauna do Arquipélago de Bazaruto, e
descreveu três espécies novas e três subespécies novas, todas as quais se pensa sejam endémicas às
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Relatório Nº.1521646-13541-15
20
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ilhas. Subsequentemente, Jacobsen et al., (2010) registou três destas taxa (Lygosoma (=Mochlus)
lancelatum, Scelotes arenicola insularis (= Scelotes insularis, Broadley, 1994), e Typhlosaurus (= Acontias)
aurantiacus bazarutoensis) do continente (Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos, Península do Cabo
de São Sebastião). Mais tarde, Broadley & Broadley (1997) relegou o anfisbénio fossorial Zygaspis
longicauda (Broadley, 1990, Ilha de Bazaruto) como sinónimo de Z. violacea.
Fotografia 4-3: Cobras registadas durante o levantamento de base de referência do Habitat Crítico. Canto superior à
esquerda – Cobra-do-mato-variegada (Philothamnus semivariegatus), canto superior à direita – Cobra-da-barrigalistrada(Psammophis orientalis); canto inferior à esquerda – Cobra-cega de Fornasin (Afrotyphlops fornasini), canto
inferior à direita – Cobra-cuspideira (Naja mossambica).
Durante o presente levantamento foram encontrados no Habitat Crítico três exemplares de uma pequena
lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis cf. wahlbergii) (Fotografia 4-4). Esta espécie também foi registada nas
ilhas ao largo (Bazaruto e Benguerra) por Broadley (1990b, 1992), e no Santuário de Fauna Costeira de
Vilanculos (Jacobsen et al., 2010), mas não foi localizada no levantamento para a AIA (Deacon, 2014),
muito embora tenha sido referida como de provável ocorrência na região. Os recentes estudos filogenéticos
moleculares em lagartixas-de-olhos-cobra registaram níveis elevados de divergência elevada e numerosas
linhagens crípticas presentemente subassumidas com enquadradas na ‘Panaspis wahlbergii’. Pelo menos
seis novas espécies de Panaspis anteriormente confundidas com a espécie P. wahlbergii são agora
indicadas como ocorrendo em Moçambique (Medina et al., 2015). Foi identificada uma suposta espécie
nova de Panaspis da Beira, enquanto se sabe que a verdadeira espécie P. wahlbergii se estende até
Inhambane. Não se realizaram estudos moleculares comparáveis em lagartixas-de-olhos-cobra(Panaspis
sp.) do Habitat Crítico, do Arquipélago de Bazaruto, ou do Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos. O
seu estado taxonómico correcto continua assim por resolver e a existência de uma nova espécie de
Panaspis na região não pode ser excluída.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Fotografia 4-4: Uma possível espécie nova de Lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis sp.) do Habitat Crítico.
Foi também registada uma série de três Lagartixas Douradas sem-pés escavadoras (Acontias aurantiacus)
durante o actual levantamento de uma brenha secundária adjacente ao trilho para a ponte nova (e proposta
conduta) que atravessa o Rio Govuro. Adicionalmente, foram recolhidas duas cobras-cegas fossoriais
(Afrotyphlops fornasinii) e uma Lagartixa com Marcas (Mochlus cf sundevallii) no mesmo local, enquanto
outra Lagartixa com Marcas (Mochlus cf afrum) foi recolhida numa armadilha de fossa no Habitat Crítico.
Esta última é morfologicamente semelhante à Lygosoma (= Mochlus) lancelatum, considerada endémica às
Ilhas de Bazaruto, Benguerra e Magaruque (Broadley, 1990b, 1992), mas subsequentemente registadas no
Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos (Jacobsen et al., 2010). De forma semelhante, exemplares da
Lagartixa-Dourada-sem-pés do Habitat Crítico partilha características morfológicas tanto da Acontias
aurantiacus típica como da espécie ‘endémica’ A. a. bazaurutoensis. Jacobsen et al., (2010) referiram os
exemplares desta lagartixa recolhida no habitat das matas de Miombo e Brenhas de Dunas na Península do
Cabo de São Sebastião a esta subespécie, mas fizeram uma observação sobre a variação morfológica na
série que era um composto das raças insular e do continente. Segundo o que se sabe actualmente,
somente duas das seis endemias insulares descritas por Broadley (1990b, 1992), ou seja, a Lagartixa de
Dutton (Scelotes duttoni) e a Lagartixa-Dourada-sem-pés de Santa Carolina (Typhlosaurus (= Acontias)
aurantiacus carolinensis, continuam como espécies rigorosamente endémicas ao arquipélago.
Jacobsen et al., (2010), e anteriormente, Broadley (1990b, 1992) fizeram uma anotação da variação fora do
comum da escala na população de Cobras-Estilete (Atractaspis bibroni) no Arquipélago de Bazaruto e área
continental adjacente. Esta cobra venenosa fossorial tem uma distribuição vasta nos habitats arenosos na
África Oriental e Austral, e filogenias moleculares preliminares também sugeriram uma divergência genética
profunda e espécies crípticas no complexo da espécie (Portillo, Greenbaum, Branch não publ. obs.). É
evidente que a confusão relativa à taxonomia dos répteis ‘endémicos’ do Arquipélago de Bazaruto e área
continental adjacente (incluindo a área do Habitat Crítico) continua por resolver, e portanto requer um
estudo filogenético molecular actualizado.
O estado de conservação dos répteis ‘endémicos’ a Bazaruto nunca foi alvo de uma avaliação. Até ao
presente levantamento, todos os registos das cinco taxa ‘endémicas’ presentemente reconhecidos eram
atribuídos a locais protegidos, dado que as Ilhas de Bazaruto formam parte do Parque Nacional do
Arquipélago de Bazaruto, enquanto o Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos é uma reserva privada na
extremidade da Península do Cabo de São Sebastião. Não obstante este facto, ambas as áreas protegidas
estão sob vários tipos de ameaças relacionadas com a fragmentação do habitat e a degradação causada
pela extracção legal e ilegal de recursos pelas comunidades residentes no local e circunvizinhas. Devido à
Área de Ocupação destas comunidades e as suas ameaças ambientais contínuas ser relativamente
pequena, é provável que todos as cinco taxa adiram aos critérios da IUCN aplicável a espécies vulneráveis.
A população de lagartixas-de-olhos-cobra provavelmente representa uma espécie nova, e portanto, constitui
um outro candidato a ser levado de importância para a conservação na região. Pelo menos três,
possivelmente mais, destes répteis fossoriais localizados ocorrem na região do Habitat Crítico.
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
4.3.4
Ameaças aos Répteis
Não existe qualquer evidência de uso directo significativo dos répteis na região, tanto para o comércio
internacional como para o consumo alimentar. Assim, as ameaças podem ser essencialmente indirectas,
das quais o aspecto mais significativo é a perda de habitat devido às existentes práticas agrícolas na região.
O estabelecimento de estradas de acesso também deu origem a um aumento no acesso à área a Leste do
Rio Govuro, que pode estar ligado, até certo ponto, a uma presença humana mais acentuada e o aumento
da perda do habitat e fragmentação derivada dos desmatamento das terras e a fragmentação devido aos
desmatamento e degradação resultante da extracção de recursos.
As densidades de cobras grandes na região estão provavelmente reduzidas devido à perseguição pelas
populações locais. Todas as pessoas entrevistadas reconheceram que abatem todas as cobras que vêem,
independentemente do seu tamanho e sejam ou não venenosas. De facto, todas as cobras são assumidas
como sendo venenosas, e este comportamento só será mitigado através de acções educacionais visadas
para o público. Todas as tartarugas terrestres são apanhadas para fins alimentares, e durante a realização
deste levantamento não foram avistadas nenhumas, embora a maior parte da terra no Habitat Crítico seja
apropriado para tartarugas. Não registada qualquer perseguição de lagartixas.
A caça e a exploração de répteis marinhos são proibidas em Moçambique pela Lei de Floresta e Fauna
Bravia (Decreto Nº. 12/2002, de 6 de Junho de 2002). No entanto, foi encontrada evidência do abatimento
de tartarugas verdes adultas (Chelonia mydas) na área frontal da praia na foz do Riacho Costeiro
Nhangonzo na área do Habitat Crítico (Fotografia 4-5), bem como uma caveira e outros fragmentos de
ossos ao longo da praia. Jacobsen et al., (2010) também notou evidência da exploração ilegal de tartarugas
marinhas, encontrando carapaças e caveiras de Tartarugas Verdes ao longo do perímetro da Península do
Cabo de São Sebastião. Outras ameaças também incluem mortes incidentais de Tartarugas Oliváceas em
redes de emalhar descartadas (Jacobsen et al., 2010).
Fotografia 4-5: Tartaruga Marinha Verde grande esquartejada na praia na foz do Riacho Costeiro Nhangonzo.
4.3.5
Uso a nível Local e Conhecimentos sobre os Répteis
Os conhecimentos e informação sobre o uso de mamíferos foram recolhidos através de uma entrevista com
o Régulo Moisés Suquisso Vilanculos do povoado Mapanzene-Nhangonzo a 26 de Março de 2015. Foram
mostradas ao régulo e a outros elementos da população, imagens de répteis comuns (Branch, 1998) na
região e foi feito um registo dos seus comentários.
ƒ
Crocodilos – Não existe nenhum presente nos riachos costeiros, embora estes ainda ocorram o Rio
Govuro.
ƒ
Camaleões – Estes répteis conspícuos existiam, e embora considerados venenosos, eram comidos.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ƒ
Monitores (Varanus) – Somente está presente o Monitor da Água (V. niloticus), mas este não é usado
para fins de alimentação.
ƒ
Quelónios – Entre as tartarugas terrestres somente existe o Cágado-Articulado-Oriental (Kinixys
zombensis). Estes eram considerados como abundantes e usados para alimentação quando
apanhados. Os cágados de água doce eram raros, limitados mais a águas abertas nos trechos
medianos do Riacho Costeiro Nhangonzo, e não “são comidos devido ao seu cheiro”.
ƒ
Cobras – O Pitão (Python natalensis) era considerado comum e uma peste, encontrando-se um por
mês, e com um cabrito morto por mês. Assim, os pitões eram mortos quando encontrados, mas não
usados para a alimentação embora a gordura fosse usada na medicina tradicional. A Víbora-comum
(Bitis arietans) e a Cobra-cuspideira (Naja mossambica) eram consideradas comuns. As mordidelas de
cobras ocorriam (uma pessoa por ano mordida, mas sem fatalidades recentes) e geralmente tratada
localmente com medicina tradicional.
4.3.6
Associações de Habitats de Répteis
A diversa fauna de répteis da região encontra-se distribuída pelos vários tipos de vegetação. Existem alguns
especialistas aquáticos, embora os crocodilos estejam agora extirpados localmente nos riachos costeiros e
terras húmidas. É provável que existam varanos de água, cágados de água doce e várias cobras que se
alimentam de rãs (por ex., Crotophpeltis hotamboeia, Dipsadoboa flavida broadleyi, etc.). e estão
dependentes do funcionamento dos sistemas de terras húmidas. A maior parte das cobras na região são
predadoras de lagartixas ou de mamíferos pequenos encontrados nos vários habitats. Somente o Grande
Pitão da África Austral (Python natalensis) pode ser afectado, de forma significativa, pelo existente uso da
terra e pelo declínio na sua classe de presas de mamíferos. As queixas de que este come os cabritos
reflectem simplesmente a não disponibilidade de presas naturais para os pitões. Não existem especialistas
de habitats de mangais nesta região, e este habitat tem uma importância muito pequena para os répteis
locais.
O réptil importante SCC, especialmente os lagartos endémicos, localizados fossoriais e a espécie
provavelmente não descrita de Panaspis e Atractaspis (ver acima), são distribuídos por todos os habitats
terrestres, particularmente em mosaicos de matas e brenhas com camadas profundas de folhas espalhadas
não degradadas. Embora algumas destas espécies sobrevivam em vegetação secundária associada com
machambas, estas são susceptíveis à frequência cada vez maior de incêndios durante a estação seca a à
perseguição durante as actividades agrícolas (muitos destes lagartos assemelham-se a cobras). A
protecção destes habitats essenciais dado estarem sujeitos a uma perturbação antropogénica cada vez
maior causada pela população humana em crescimento. Pode-se antever que o melhoramento das ligações
de transporte local, particularmente através da nova ponte que atravessa o Rio Govuro, resulte num
aumento substancial no número populacional, que terá impacto sobre a área e o seu habitat.
4.4
4.4.1
Aves
Panorama Geral das Aves a Nível Regional
A Birdlife International (2013) registou 669 espécies de aves em Moçambique. Parker (1999) efectuou o
mapeamento da distribuição de 525 espécies de aves a Sul do Save, Moçambique (ou seja, Moçambique a
sul do Rio Save). Excluindo as espécies marinhas, foram registadas um total de 275 espécies de aves da
região costeira de Inhambane durante o projecto do Atlas de Aves da África Austral (Harrison et a., 1997).
Read et al., (2014) registaram 289 aves do Santuário de Fauna Costeira de Vilanculos, bem como 22
espécies não confirmadas, atingindo um total de avifauna de potencialmente301 espécies. Esta inclui
populações notáveis de aves como o Flamingo Comum, Tarambola-caranguejeira, Abelharuco-malgaxe, e o
Canário-de-peito-Limão. Outras espécies SCC incluem o Grou-carunculado, a Fragata-grande, o Marreco
do Cabo, o Borrelho de Dedos-Compridos, a Águia-cobreira-barrada-oriental, a Gaivina-de-dorso-preto, a
Gaivina-de-bico-peto, o Guincho-comum, e o Pica-pau-de-dorso-verde, todas elas espécies que são raras
na região sul de Moçambique.
A maior parte das aves que irá provavelmente ser encontrada na área de estudo são as que estão
associadas com os rios costeiros, vegetação ribeirinha, áreas de terras húmidas e florestas costeiras de
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Relatório Nº.1521646-13541-15
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
mangais. Muitas destas aves têm uma distribuição extensa e são relativamente tolerantes de perturbações
humanas; por ex.: a Carraceira, a Singanga, Peneireiro-de-bico-amarelo, Rola do Cabo, Rabo-de-junco-depeito-barrado, Seminarista, Tutinegra-de-olhos-negros, Peito-celeste, etc. Estas são espécies com algumas
das densidades mais elevadas na região sul de Moçambique - Peito-celeste, 71 aves/100 ha; Rola do Cabo,
80 aves/100 ha; e Tutinegra-de-olhos-negros, 41 aves/100 ha (Parker, 1999).
Parker (1999) faz a observação de que os dois habitats de aves mais ameaçados na região sul de
Moçambique são as florestas de Brachystegia altas e as florestas costeiras, nenhuma das quais ocorre na
área de estudo. No entanto, existem numerosas aves ameaçadas que estão associadas com terras
húmidas, linhas de drenagem e brenhas abertas, e são muitas vezes intolerantes a habitats perturbados e
cultivados. Das 55 espécies nativas listadas relativamente a Moçambique na Lista Vermelha da IUCN 2009,
9 espécies não marinhas têm âmbitos de distribuição que se enquadram na área de estudo (IUCN 2009), e
é provável que ocorram. Não existem aves endémicas ao sul de Moçambique (Parker, 1999, 2000). Embora
Mlingwa et al., (2000) listem várias espécies de aves endémicas ou quase endémicas ao mosaico regional
Zanzibar-Inhambane (por ex., Petinhas Malindi (Anthus melindae), Zaragateiro Escamoso (Turdoides
squamulatus), Fuinha-do-rio (Cisticola restrictus), Beija-flor de-peito-violeta (Nectarinia chalcomelas),
Quebra-de-sementes-menor (Pyrenestes minor), e Beija-flor-cinzento (Nectarinia veroxii), nenhuma destas
espécies foi registada a sul do Rio Zambeze (e a maior parte nem existe em Moçambique) e é portanto
pouco provável que sejam encontradas na área de estudo.
4.4.2
Espécies de Aves Registadas na Área de Estudo
Excluindo as espécies marinhas, foram registadas 130 espécies de aves durante os transectos de Verão no
Levantamento para a AIA da área mais vasta de estudo (Deacon, 2014). Embora existam 92 espécies
listadas como potencialmente ocorrendo nas terras húmidas costeiras, somente 24 foram na realidade
listadas (Deacon, 2014, Anexo C). O presente levantamento de aves concentrou-se, essencialmente, no
Habitat Crítico, mas foi feito no Outono no fim da estação chuvosa, quando a maior parte da actividade de
reprodução de aves já tinha cessado. Não obstante este facto, foram registadas 135 aves durante este
levantamento, das quais 132 espécies foram confirmadas como estando presentes no Habitat Crítico. No
Anexo C apresenta-se uma lista de aves observadas no Habitat Crítico e área de estudo circundante
durante o levantamento.
4.4.3
Espécies de Aves de Importância para a Conservação (SCC)
A Bird Life International (2013) fez o registo de 28 aves globalmente ameaçadas em Moçambique, incluindo
uma em Perigo Crítico, 11 espécies em Perigo e 14 espécies Vulneráveis. A Águia Marcial foi registada na
área de estudo. A sua presença neste Habitat Crítico é provavelmente marginal (não foi registada durante o
levantamento actual). Foram observados vários bandos de Canários-de-peito-limão quase endémicos na
margem Oeste do Habitat Crítico. Embora anteriormente considerado Quase Ameaçado em Moçambique,
este encontra-se listado somente como de Menor Preocupação (IUCN 2014). Este foi e pode ainda
ocasionalmente ser alvo do comércio internacional e nacional de aves de estimação (Parker, 1999).
4.4.4
Ameaças a Aves
Não foi registada evidência directa do uso significativo de aves nesta região. No entanto, as populações
locais confirmaram durante entrevistas realizadas, que muitas das aves são apanhadas com armadilhas ou
abatidas (principalmente com fisgas ou arco e flechas). A ausência, ou quase ausência de muitas aves de
tamanho grande, particularmente as que fazem ninho no chão, tal como borrelhos, francolins, perdizes, e
alcaravões, etc., é indicada de um nível elevado de pressão devido à caça. Registou-se uma carência
semelhante de aves que nidificam nos caniçais, por ex., tecelões, cardeais, viúvas, etc. Os ovos dos ninhos
são facilmente roubados durante a estação de reprodução e somente o Tecelão Malhado, que nidifica nas
extremidades das folhas de palmeira, é comum perto dos povoados. Foram observadas várias aves de
rapina, e a sua perseguição pelas populações locais era provavelmente devida à disponibilidade de proteína
de peixes, e portanto, a falta de dependência das comunidades locais de galináceos.
A um nível de sistema, o risco para a fauna, e em especial para as aves, nas terras húmidas de Nhangonzo,
se as populações humanas na área vierem a melhorar, seria exacerbado pela prática de movimentar o gado
para estas áreas durante os períodos secos. Este facto é exemplificado pela vasta turfeira na fonte do
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Riacho Costeiro Cherimera no sul da área de estudo, que ilustra as consequências do fácil acesso e da falta
de protecção. As terras húmidas encontravam-se na sua maioria secas durante o período do levantamento,
e foram portanto sujeita a uma pastagem extensiva. Esta área também é provavelmente queimada
regularmente durante a estação seca para estimular mais o crescimento das gramíneas para a pastagem de
gado. Estes impactos já estão a degradar estas áreas, e comprometem a estabilidade e funcionamento das
terras húmidas a jusante, o que afecta toda a fauna.
4.4.5
Associações de Habitats de Aves
Deacon (2014) faz o resumo das associações de habitats de grande parte da fauna de aves local, muito
embora este não tenha levado em consideração a avifauna marinha e estuarina.
Devido à sua natureza com vegetação densa, os trechos de turfeiras nos riachos costeiros suportam,
presentemente, só aves aquáticas crípticas pequenas, tais como frangos-de-água, cordonizões e felosas.
Não existem patos e somente foi observado um pequeno grupo de patos-ferrões nas pequenas manchas de
águas abertas nestas terras húmidas. Durante os períodos de chuvas intensas, especialmente associadas
com as actividades periódicas de ciclones, as terras húmidas podem ter águas abertas mais extensas e
portanto atrair aves aquáticas, etc. Read et al. (2014) sugeriram que a recarga episódica das terras húmidas
subterrâneas através dos ciclones tropicais constitui um factor ecológico importante e não considerado na
criação de habitats apropriados para a reprodução de aves aquáticas em Moçambique. Segundo as
condições actuais, as águas abertas dos lagos barreira e os lagos associados com a planície de inundação
do Rio Govuro são mais apropriadas para espécies de águas abertas tais como corvos-marinhos,
mergulhões-serpente e patos. Contudo as quantidades destas espécies nestes habitats são provavelmente
reduzidas devido aos impactos antropogénicos (ver o acima referido).
Os mangais, planícies lodosas e bancos de areia dos trechos estuarinos dos riachos costeiros, em particular
o do Riacho Costeiro Nhangonzo formam um habitat apropriado para muitas aves especialistas, por ex.; o
Pica-Peixe dos Mangais, a Águia-Pesqueira Ocidental, e muitas aves pernaltas residentes e paleárticas
(Fotografia 4-6).
Fotografia 4-6: Maçarico-galego, Borrelho Cinzento, Rolas do mar na foz do Riacho Costeiro Nhangonzo.
A maior parte das aves na região estão dependentes dos habitats terrestres. Uma componente importante
altamente visível da avifauna nos habitats terrestres foi o grande número de migrantes paleárticos e infraafricanos, particularmente rolieiros, abelharucos, lagareiro de dorso vermelho e vários tipos de andorinhas.
Adicionalmente, é provável que numerosas aves migrantes insectívoras intra-africanas, particularmente
pica-peixes e lagareiros, tivessem já partido. Assim, estes habitats formam parte de uma rede importante de
habitats na faixa costeira de Moçambique utilizados tanto pela avifauna local como migrante. Pequenos
passeriformes granívoros (pintadinhas, canários, etc.) registaram-se infrequentemente, provavelmente
devido à falta de sementes da reduzida cobertura de vegetação herbácea nos solos arenosos. Desconhecese o papel do uso frequente de incêndios pela comunidade local para controlar a cobertura de vegetação
herbácea, que tem um impacto indirecto sobre a disponibilidade de um recurso alimentar (sementes) para
as aves granívoras. As aves granívoras maiores, particularmente o francolim e as perdizes eram raras, e os
seus números estão provavelmente reduzidos devido à caça a nível local e ao uso de armadilhas.
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
4.5
4.5.1
Mamíferos
Panorama Geral de Mamíferos a nível Regional
A caça para fins de subsistência local e a destruição dos habitats durante um período de tempo prolongado
causou uma enorme perda da biodiversidade de mamíferos de médio e grande porte e na densidade da
população de mamíferos em muitas áreas de Moçambique. Este estudo no terreno não é excepção. A perda
e fragmentação do habitat de matas e brenhas, em particular, significa que existiam poucos refúgios para os
animais selvagens e outros mamíferos para estes fugirem às pressões da caça. A exploração não
sustentável da fauna levou à perda quase total da fauna de mamíferos de grande porte que anteriormente
ocorrera nesta região (Smithers e Tello, 1976). Este declino nos números de mamíferos está na base do
levantamento aéreo nacional de fauna selvagem realizado por Agreco (2008), que englobou quase toda a
área de Moçambique, e informou sobre os números de mamíferos de grande porte. Este levantamento
cobre toda a Província de Inhambane, e em geral notou um declino nos âmbitos de distribuição de grande
parte da vida selvagem.
O estudo especializado sobre a fauna realizado pelo Projecto de Gás Natural da Sasol(Deacon, 2014)
registou 47 espécies de mamíferos na Área mais vasta de estudo, mas somente foram registados dois
mamíferos (Manguço da Água e Lebre Salteadora) nas terras húmidas costeiras. Devido à severa pressão
da caça e aumento de assentamentos populacionais, é provável que a presença de mamíferos de grande
porte nesta área seja muito limitada dado não existirem áreas não afectadas pela actividade humana. Os
mamíferos de grande porte são caçados na área e os únicos mamíferos maiores que ainda são encontrados
são antílopes pequenos, tímidos (por exemplo, a Imababala e o cabrito do mato). Foi registada nas ilhas do
Arquipélago de Bazaruto uma fauna de mamíferos empobrecida. Todas incluem todas as espécies de
tamanho pequeno a médio comuns na área continental adjacente. Todas incluíram espécies pequenas a
médias comuns na área continental adjacente, e não se registaram quaisquer espécies ou subespécies
mamíferas endémicas (Downs & Wirminghaus, 1997).
4.5.2
Mamíferos Registados na Área de Estudo
A maior parte das observações de mamíferos foram incidentais, e foram recolhidos poucos mamíferos nos
conjuntos de armadilhas. Não foram observados directamente quaisquer mamíferos de tamanho médio ou
de grande porte, durante todo o levantamento. Durante uma entrevista com as populações locais e com
base na observação ou visualização directa (ver a seguir) tornou-se evidente que os mamíferos na região
estavam sujeitos a uma intensa pressão em termos de caça, e foi reconhecido que mutas espécies se
encontravam no momento actual regionalmente extirpadas (por ex., o leopardo, o búfalo, o hipopótamo, o
porco-espinho, o pangolim), ou existem em números muito baixos (macaco, esquilo, cabrito do mato, etc.).
Os poucos mamíferos pequenos avistados (por ex., o manguço esbelta e o macaco-simango) eram tímidos
e não permitiram um abordagem de perto (<100m). Os trilhos e rastros mais conspícuos eram os do
manguço-de-água nas margens dos riachos costeiros e estuários, e da toupeira dourada e do rato-comumfurador em solos arenosos num habitat aberto de brenhas.
De Castro & Grobler (2014b) registaram a presença de espécies adicionais, incluindo o manguço-listrado,
impala, inhala e leopardo, todas elas a habitarem uma área de vegetação mais densa na orla Norte do
Riacho Nhangonzo. A presença das últimas três espécies foi baseada em entrevistas com a população
local, e a sua presença não foi confirmada durante este levantamento. Adicionalmente, a presença de dois
destes mamíferos, (inhala e leopardo), foi especificamente negada durante as actuais entrevistas com as
populações locais (ver a seguir). É possível que a inhala tenha sido confundida com uma imbabala que é
uma espécie com uma morfologia semelhante, mais comum e mais vastamente dispersa.
Só foi recolhida uma espécie no conjunto de armadilhas de Sherman (Fotografia 4-7).Esta espécie foi o
Rato-comum-da-floresta (Grammomys dolichurus), tendo todos os quatro indivíduos sido capturados numa
única noite numa pequena área de mosaico de matas de canópia fechada de miombo – mosaico de
brenhas costeiras. Foi feita a recolha de um Musaranho-almiscardo-vermelho (Fotografia 4-8) numa
armadilha de fossa na orla ribeirinha que delimita o pântano de turfas do Riacho Costeiro Nhangonzo
(Tabela4-1).
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Fotografia 4-7: Rato-comum-da-floresta (Grammomys dolichurus).
Fotografia 4-8: Musaranho-almiscardo-vermelho (Crocidura hirta).
Encontra-se apresentada no Anexo D uma lista completa de 26 mamíferos observados no Habitat Crítico e
na área de estudo durante o levantamento. No total, foi confirmada a presença de 13 espécies, enquanto
foram registadas outras 13 adicionais (embora algumas necessitem de confirmações e a sua presença ou é
disputada ou é duvidosa).
4.5.3
Espécies de Mamíferos de Importância para a Conservação (SCC)
Nenhum dos mamíferos terrestres remanescentes no Habitat Crítico ou na área adjacente se encontram
ameaçados tanto a nível global como regional (IUCN 2014) e a maior parte possui distribuições
relativamente vastas. No entanto, devido aos números reduzidos existentes algumas espécies estão a
tornar-se extintas a nível local (Macaco-Simango, Babuíno Chacma, impala, jágaras).
4.5.4
Ameaças aos Mamíferos
As comunidades locais têm um impacto alto sobre a ecologia da área de estudo. A caça para fins de
subsistência, recolha de recursos, perda de habitats devido ao desmatamento, e a pastagem de gado
afectam todos, de forma severa, os agrupamentos de mamíferos em toda a região. Os cabritos, porcos e
gado bovino têm uma influência óbvia sobre o ecossistema e sobre os vários habitats no local de estudo. Os
cabritos e o gado bovino têm efeitos produtos de pastagem excessiva e espezinhar da vegetação e dos
solos enquanto os porcos afectam de forma acentuada as terras húmidas devido ao chafurdar nas mesmas
bem como devido aos efeitos de remoção de forragem. Os cães selvagens africanos (Canis africanus) têm
uma influência profunda sobre os mamíferos de maior porte na área de estudo. Os cães nesta área formam
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28
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
matilhas temporárias a fim de complementarem a sua alimentação. Estas matilhas também são usadas para
caçar pelos caçadores locais. Com o aumento do acesso à região e a afluência crescente da população
local, prevê-se um aumento no comércio de animais selvagens (carne de caça) devido às preferências
culturais por certos tipos de carne, e devido ao valor económico atribuído ao gado (Lindsey & Bento, 2010).
A raridade, e provável falta de muitos mamíferos de grande e médio porte nesta região, incluindo no Habitat
Crítico, é indicativa de um longo historial de uso, tanto para consumo alimentar a nível local como regional.
A caça insustentável contínua de mamíferos nesta região foi observada quando foram encontrados três
caçadores no Habitat Crítico (21°44’40.1”S, 35°14’57.5”E) com animais de caça recentemente abatidos
(Fotografia 4-9), incluindo três Macacos-Simango (Cercopithecus mitis) e uma Geneta-de-malhas-grandes
(Genetta tigrina). Os animais tinham sido caçados em matas densas com matilhas de cães até recuarem
para as árvores, e tinham sido abatidos com arco e flecha. Os caçadores confirmaram que os macacos
tinham sido abatidos para uso da carne para alimentação. Estes também tinham apanhado um macaco
jovem (Fotografia 4-10), provavelmente a cria de um dos adultos abatidos. Este macaco jovem ia ser
vendido, com um preço antecipado de 1000 Meticais.
Fotografia 4-9: Animais caçados – três Macacos-Simango adultos e uma Geneta de Malhas Grandes.
Fotografia 4-10: Um Macaco-Simango juvenil vivo mantido por um dos caçadores para venda.
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29
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
4.5.5
Uso Local de Mamíferos
Os conhecimentos e informação sobre o uso de mamíferos foram recolhidos através de uma entrevista com
o Régulo Moisés Suquisso Vilanculos do povoado de Mapanzene-Nhangonzo a 26 de Março de 2015.
Foram mostradas ao régulo e a outros elementos da população, imagens de mamíferos comuns (Kingdon,
2004) na região e foi feito um registo dos seus comentários. A caça de animais selvagens de vários grupos
para uso da carne era comum, existindo vários caçadores activos. As pessoas da ‘cidade’ também aqui se
deslocavam para caçar a fim de vender o seu produto noutro local, mas não houve resposta relativamente à
frequência desta ocorrência.
Primatas – Os entrevistados não fizeram distinção entre o Macaco-Simango e o Babuíno Chacma. Ambas
as espécies foram consideradas como pestes dado destruírem os campos de milho. Foi indicado que alguns
macacos eram usados por algumas pessoas para fins de alimentação. As Jágaras, ambas espécies de
jagras (Galago e Galagoides sp.) e a Jagra-Gigante (Otolemur crassicaudatus) foram reconhecidas, e foi
confirmado que estas eram utilizadas para alimentação e apanhas com armadilhas.
Chiroptera – Os morcegos insectívoros eram conhecidos (“nas habitações antigas”), mas os morcegos da
fruta eram desconhecidos.
Rodentia – Os esquilos eram conhecidos e usados para alimentação, mas raramente dado o número que
remanesce é muito reduzido. Os Ratos-Toupeiras (Cryptomys hottentotus) também eram conhecidos, mas
não usados para alimentação, enquanto o porco-espinho (Hystrix africaeaustralis) era frequentemente
usado para alimentação, mas antigamente eram muitos, mas agora nenhuns”.
Carnívoros – O leopardo (Panthera pardus), a Hiena Estriada (Crocuta crocuta), o Chacal Listrado (Canis
adustus), e o Texugo-de-Mel (Mellivora capensis) existiam anteriormente, mas já não se conhecia a sua
ocorrência nesta região.
A Lontra do Cabo (Aonyx capensis) e vários manguços não eram conhecidos nem reconhecidos. A Genetade-malhas-grandes (Genetta tigrina) continuava a ser comum e era apanhada com armadilhas ou caçada
com cães e com arco e flecha, mas geralmente não era vendida dados poucas pessoas a usarem para fins
de alimentação. A Civeta Africana (Civettictis civetta) existia, era apanhada com armadilhas e consumida,
não obstante o seu cheiro.
Ruminantes – O Búfalo do Cabo (Syncersus caffa) existia quando o Régulo era jovem (1950-1960) mas já
tinha desaparecido. Os ruminantes de grande porte, por exemplo, o Cudo (Tragelaphus strepsiceros), não
eram conhecidos na região, muito embora espécies secretivas tais como a Imbabala (Tragelaphus scripta),
o Cabrito Vermelho (Cephalophusnatalensis), e o Changane (Neotragus moschatus) existiam e eram
ocasionalmente capturadas. De surpreender a referência feita à presença de um pequeno grupo de Impalas
(Aepyceros melampus), sendo uma caçada por ano e vendida por mercado (150-200 Meticais por uma
coxa).
Outros – O Pangolim (Manis temminckii) era visto ocasionalmente durante a estação das chuvas e era
sempre abatido devido ao valor das suas escamas na medicina tradicional, tanto a nível local como
internacional. O Urso-formigueiro(Orycteropus afer) não era conhecido, e o Hipopótamo (Hippopotamus
amphibius) muito embora existisse antigamente já não existia no Rio Govuro. O Porco-bravo
(Potamochoerus porcus) existia, mas era raro, e causava danos às colheitas nos campos, enquanto o
Javali-africano (Phacocoerus aethiopicus) não existia.
4.5.6
Associações de habitats de Mamíferos
O único mamífero aquático nesta região foi o Manguço-de-água, muito embora fosse provável a ocorrência
da Lontra do Cabo nesta região, embora com uma densidade baixa. Não existem mamíferos que estejam
dependentes da floresta de pântanos ou do habitat de mangais, embora Downs e Wilminghaus (1997)
tenham feito a observação de que foi frequentemente observado um bando de Macacos-Simango em
florestas de pântanos na Ilha de Bazaruto. Pensou-se que a perda de recursos alimentares nos habitats
terrestres adjacentes tenha estimulado esta mudança no uso de habitats. O único bando de MacacosSimango observado no Habitat Crítico também estava associado com a faixa estreita de floresta ribeirinha
ao longo do braço inferior do Riacho Costeiro Nhangonzo(e que foi subsequentemente caçado – ver acima).
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
A maior parte da fauna de mamíferos sobrevivente no Habitat Crítico está associada com o habitat de matas
e brenhas. Para os poucos ruminantes remanescentes (cabrito do mato, imbabala e possivelmente a
impala) as manchas mais densas de Matas Baixas Fechadas de Miombo e o Mosaico adjacente de Matas &
Brenhas, particularmente ao longo do braço superior do Riacho Costeiro Nhangonzo, oferecem refúgios
devido à sua densidade e distância das machambas e povoados circundantes. Estes continuam a ser
críticos para a sobrevivência desta componente em redução da fauna de mamíferos. É provável que estas
matas fechadas também sejam importantes para outros mamíferos mais pequenos incluindo jágaras,
esquilos e roedores das matas.
5.0
JUSTIFICAÇÃO FAUNÍSTICA PARA O HABITAT CRÍTICO
O conceito de ‘Habitat Crítico’ foi desenvolvido pela International Finance Corporation (IFC, 2012)
relativamente a áreas com alto valor de biodiversidade, e incluem: 1) Habitat de importância significativa
para Espécies Criticamente Ameaçadas (CR) e/ou Ameaçadas (EN); 2) Habitat de importância significativa
para espécies endémicas e/ou espécies com um raio de acção restrito; 3) Habitat de importância
significativa para concentrações globalmente significativas de espécies migratórias e/ou congregantes; 4)
Áreas com ecossistemas únicos e/ou altamente ameaçados; e/ou 5) Áreas que estão associadas a
processos evolutivos chave. Entre as características significativas adicionais (relevantes para este exemplo)
é que o Habitat Crítico tanto deve ser: 6) Uma área onde existem concentrações elevadas de espécies
Vulneráveis (VU) nos casos em que exista incerteza relativamente à sua listagem, e onde o estatuto real
das espécies possa ser EN ou CR; 7) Uma área com níveis especialmente elevados de diversidade de
espécies; e 8) Uma área com alto valor científico, como aquelas que contêm concentrações de espécies
novas e/ou pouco conhecidas pela ciência.
A promoção da área de estudo como um ‘Habitat Crítico’ (De Castro & Grobler, 2014a, Deacon, 2014) foi
baseada quase completamente na diversidade botânica e raridade associada com os pântanos de turfas e
vegetação circundante dos riachos costeiros. O suporte faunístico para a região como um Habitat Crítico
significava pouco mais do que a observação de que:
“O Habitat Crítico contém o habitat remanescente mais importante para os ungulados, e provavelmente
para outros mamíferos, dentro da área de estudo para Este do Govuro. Tal reflecte-se pelo facto de que
o único bando de Babuínos Chacma na área de estudo foi registado dentro deste Habitat Crítico.”
Com a excepção das rãs, existe um número relativamente baixo de espécies de vertebrados que estão
dependentes das terras húmidas associadas com os riachos costeiros. A vegetação principal tanto impede
a movimentação como gera condições relativamente anóxidas que restringem tanto os números de peixes
como de girinos (consultar o Estudo de Base de Referência sobre a Fauna de Peixes e o Habitat Aquático –
Anexo C). A falta de águas abertas também exclui as aves aquáticas e a maior parte das aves piscívoras,
excepto o pica-peixe pequeno.
As parcelas de matas e brenhas fechadas baixas de miombo existentes no Habitat Crítico circundantes aos
habitats de terras húmidas oferecem abrigo aos ungulados remanescentes. No entanto, estas parcelas são
demasiado pequenas para manter uma viabilidade, a longo prazo, das populações de mamíferos, mesmo
se a pressão da caça insustentável for completamente eliminada.
Dada a sua maior mobilidade e tamanho menor, várias aves utilizam estes bolsões de vegetação mais
densa. Em associação com os mangais e habitats estuarinos adjacentes, estes formam um mosaico de
diversidade de habitats que suporta uma diversidade significativa de aves. A proximidade do Habitat Crítico
com outros santuários protegidos na Península do Cabo de São Sebastião e no Arquipélago de Bazaruto
permite o recrutamento e fluxo de genes para aves que não é possível para os mamíferos de maior porte.
O Habitat Crítico pode, portanto, funcionar como par de uma rede de refúgios protegidos para aves.
O suporte mais significativo para a fauna relativamente a uma área como um Habitat Crítico é a presença
de vários répteis pequenos escavadores SSC que existem nos habitats arenosos. Estas espécies,
anteriormente consideradas como sendo endémicas às ilhas no Arquipélago de Bazaruto, têm distribuições
muito limitadas. Estas constituem alguns dos poucos répteis endémicos a Moçambique e muito embora o
seu estado de conservação não tenha sido formalmente avaliado, é provável que sejam Vulneráveis, e
possivelmente até Ameaçadas. A importância do Habitat Crítico para estes répteis pode até ser mais
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
significativa caso as populações da Lagartixa-de-olhos-cobra (Panaspis sp.) e das espécies de escavadores
(Atractaspis sp.) na região de Inhassoro-Vilankulos sejam confirmadas como sendo espécies novas.
Em geral, a fauna da região suporte este estatuto como um Habitat Crítico das seguintes formas:
ƒ
Constitui um habitat com importância significativa para alguns dos poucos répteis endémicos a
Moçambique (Acontias aurantiacus bazarutensis e Mochlus lanceolatum), bem como ao Canário-depeito-limão com um raio de acção restrito (Crithagra citrinipectus).
ƒ
A diversidade dos habitats terrestres e de terras húmidas suporta as espécies de aves migratórias
paleárticas e infra-africanas, incluindo o Rolieiro-Europeu e o Falcão-Sombrio Quase Ameaçados a
nível global.
ƒ
É uma área com concentrações elevadas de espécies vulneráveis (VU) (os répteis endémicos
indicados na alínea a), cujo estado de conservação não foi formalmente avaliado, mas que possuem
Áreas de Ocupação muito limitadas que as podem classificar como espécies Vulneráveis em termos
dos existentes critérios da IUCN.
ƒ
É uma área com um elevado valor científico que contém concentrações de espécies novas e/ou pouco
conhecidas em termos de ciência (Panaspis sp., Atractaspis sp.), e com uma nova delimitação sul
relacionada com a Lagartixa Bronzeada (Trachylepis boulengeri).
ƒ
Por último, é uma área associada com processos evolutivos chave devido ao número fora do comum
de novidades taxonómicas conhecidas e suspeitas nesta região.
6.0
CONCLUSÕES
Com base no estudo da fauna de vertebrados da área de estudo, chegou-se às seguintes conclusões:
ƒ
Os vários levantamentos faunísticos não puderam determinar a diversidade complete de anfíbios ou de
répteis devido à brevidade e ocasião desfavorável no que se relaciona com os padrões sazonais de
actividade destes grupos.
ƒ
A região suporta uma diversidade relativamente baixa de anfíbios e não existem anfíbios SCC, e a sua
presença não suporta a região como um Habitat Crítico para anfíbios.
ƒ
A diversidade de répteis na área contém um número significativo de espécies importantes que confirma
que este constitui um Habitat Crítico.
ƒ
A diversidade dos tipos de vegetação suporta uma diversidade relativamente alta de aves. O Habitat
Crítico constitui parte de uma rede de habitats relativamente intactos que permitem a manutenção da
diversidade de aves e movimentação na região, e que também é usado por aves migratórias tanto
paleárticas como intra-africanas.
ƒ
As parcelas de habitats de matas e brenhas fechadas intactas, tornadas relativamente inacessíveis
pelo Riacho Costeiro Nhangonzo, formam um refúgio para alguns dos primatas e ungulados de
tamanho médio que sobrevivem na região. Muito embora o tamanho reduzido do Habitat Crítico
impeça que este suporte populações significativas destas espécies a longo prazo, este serve como
uma área chave para a área regional protegida, mais vasta.
ƒ
A diversidade faunística no Habitat Crítico está provavelmente relacionada com a relativa
inacessibilidade de muitas áreas devido às extensas terras húmidas, particularmente o Riacho Costeiro
Nhangonzo central e o seu relativo isolamento de assentamentos populacionais. A falta de acesso pelo
homem tem protegido estes habitats da exploração por indivíduos. Na ausência de propriedade ou
investimento individual de terras o Habitat Crítico irá sofrer a ‘Tragédia dos Comuns’, com um aumento
de exploração e comercialização dos recursos faunísticos e florísticos em decréscimo. Os indícios
evidentes do que está a ocorrer no Riacho Costeiro Chimera situado a norte da área de estudo, o qual
está a ser utilizado para fins de pastagem de gado durante a estação seca e é provavelmente
queimado regularmente a fim de melhorar a pastagem, são indicativos da provável tendência na
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ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
eventualidade de as populações se espalharem para a área circundante ao Riacho Costeiro
Nhangonzo.
ƒ
A pesca nesta região costeira produz proteína para a população local, mas no entanto continua a
ocorrer a exploração de ‘carne de caça’ com o abater de quatro Macacos-Simango e uma Geneta
testemunhados durante o período do levantamento. De forma semelhante, a observação de uma
carapaça de uma tartaruga verde abatida encontrada na praia, mais uma vez reflecte as pressões
sobre a fauna selvagem devido à caça para fins de subsistência. Muitas áreas em Moçambique
continuam a sofrer perdas em termos de mamíferos devido a este comportamento (consultar Lindsey &
Bento, 2010), e a conservação significativa de mamíferos e de aves de tamanho grande requer uma
rede de reservas protegidas bem como acções de educação da população neste sentido.
ƒ
O Habitat Crítico pode vir a formar uma área viável de equilíbrio de biodiversidade, particularmente
dado esta estar situada muito próximo do proposto Projecto Âncora de Desenvolvimento Turístico. A
incorporação das terras húmidas do Rio Costeiro Xivange na delimitação Sul da área de estudo irá
aumentar o tamanho da área, que pode vir a conter habitats naturais praticamente imperturbados que
continuam a suportar uma porção substancial da biodiversidade da região. Também constitui uma área
dentro da qual devem continuar a operar processos evolutivos ecológicos e naturais em termos da
biota terrestre e aquática.
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Relatório Nº.1521646-13541-15
33
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
7.0
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Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
35
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
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Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
36
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
GOLDER ASSOCIADOS MOÇAMBIQUE LIMITADA
Mark Wood
Coordenador Ambiental
Tisha Greyling
Directora - residente no País
MW/TG/tg
NUIT 400196265
Directores: R Hounsome, G Michau, RGM Heath
As designações Golder, Golder Associates e o desenho do globo com as letras GA constituem marcas registadas da Golder Associates
Corporation.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
37
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ANEXO A
Lista de Controlo de Anfíbios
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Lista de controlo de anfíbios registados na área de estudo
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
Local do
Projecto*
Península
do Cabo de
São
Sebastião
Arquipélago
de Bazaruto
**
AMPHIBIA
ARTHROLEPTIDAE
Sapo-de-patas-de-pá do
Norte
Arthroleptis stenodactylus
Sapo-das-árvores do Natal
Leptopelis natalensis
S
Sapo-de-costas-castanhas
Leptopelis mossambica
S
Ba
BUFONIDAE
Sapo Gutural
Amietophryne gutturalis
Sapo Azeitona
Amietophryne garmani
PA (+D)
S
S
BREVICIPIDAE
Sapo-da-chuva de
Moçambique
Breviceps mossambicus
MICROHYLIDAE
Sapo-de-duas-listas
S
Phrynomantis bifasciatus
Ba, B
HEMISOTIDAE
Sapo-marmóreo
Hemisus marmoratus
PIPIDAE
XENOPODINAE
Platana-tropical
Xenopus muelleri
PA
S
HYPEROLIIDAE
Sapo dourado
Afrixalus brachycnemis
Sapo-das-folhasressonador
Afrixalus crotalus
Sapo-das-folhas-gigante
Afrixalus fornasinii
PA
S
Rela de Argus
Hyperolius argus
PA
S
Rela-sarapintada
Hyperolius marmoratus
PA
S
Ba, B
Rela-dos-lírios
Hyperolius pusillus
S
Ba
Rela-vermelho
Hyperolius tuberlinguis
S
Ba
Sapo-de-patas-vermelhas
Kassina maculata
Sapo de Senegal
Kassina senegalensis
PA
S
PA (D)
S
Ba
PHRYNOBATRACHIDAE
S
Rã-dos-charcos de África
Oriental
Phrynobatrachus acridoides
Rã-dos-charcos-anã de
Mababe
Phrynobatrachus
mababiensis
PA (D)
Rã-dos-charcos
Phrynobatrachus natalensis
PA (D)
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
S
Ba
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
Local do
Projecto*
Península
do Cabo de
São
Sebastião
Arquipélago
de Bazaruto
**
Ba, B
PTYCHADENIDAE
Rã-da-erva
Ptychadena anchietae
PA (D)
Rã-da-erva de Mascarene
Ptychadena
mascareniensis
PA (+D)
Rã-de-listas-largas
Ptychadena mossambica
PA (D)
S
Rã-de-focinho-estreito
Ptychadena oxyrhynchus
PA (D)
S
PYXICEPHALIDAE
Rã-boi
Pyxicephalus edulis
Rã-da-areia
Tomopterna krugerensis
S
Rã-morena
Tomopterna marmorata
S
TOTALS
13 (7, 8)
19
Ba, B
9
*
Com base: no levantamento actual, (D) – Deacon, 2014 (Govuro River and Coastal Wetlands – Rio
Govuro e Terras Húmidas Costeiras)
**
Broadley 1990, 1992, Ba = Ilha de Bazaruto, B = Ilha de Benguerra
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ANEXO B
Lista de Controlo de Répteis
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Lista de controlo de répteis registados na área de estudo e áreas adjacentes
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
Região de
Inhassoro
(PA*)
Península
do Cabo
de São
Sebastião
Arquipélago de
Bazaruto+
LAGARTOS
GEKKONIDAE
Osga-de-veludo de Arnold
Homopholis arnoldi
Osga-das-casas-tropical
Hemidactylus mabouia
Osga-das-casas-de
cabeça-chata
Hemidactylus
platycephalus
Osga-diurna-anã-do-Cabo
Lygodactylus capensis
Pietersen
2014
Ba
PA
S
Ba, B, M, SC
Y
S
B
Y, PA
S
Ba, B, M, SC
S
Ba, B
PA (R, D)
S
Ba, B (R)
PA (R)
S
B
PA
S
VARANIDAE
Varano das Rochas
Varanus albigularis
Varano da Água
Varanus niloticus
CHAMAELEONIDAE
Camaleão-de-pescoçoachatado
Chamaeleo dilepis
AGAMIDAE
AGAMA DO CHÃO
Agama armata
Agama de Moçambique
Agama mossambica
?
Lagarto-de-escamasrugosas do Cabo
Ichnotropis capensis
PA (?)
S
LAGARTO-COMUMDA-AREIA
Meroles squamulosus
PA
S
LAGARTO DE CAUDA
AZUL
Nucras caesicaudata
LACERTIDAE
S
SCINCIDAE
Lagartixa-com-marcas de
Moçambique
Mochlus afrum
PA
Lagartixa de Sundevall
Mochlus sundevallii
PA
Lagartixa-com-marcas-de
Bazaruto
Mochlus lanceolatum
Lagartixa-de-olhos-cobra
Panaspiscf wahlbergii
PA
Lagartixa Bronzeada
Trachylepis boulengeri
PA
Lagartixa-da-Costa-Leste
Trachylepis depressa
Lagartixa Estriada
S
S
Ba, B, M
S
Ba, B
PA
S
Ba, B, M, SC
Trachylepis striata
Y, PA
S
SC
Lagartixa variegada
Trachylepis varia
PA
S
Ba, B
Lagartixa Dourada SemPés de Bazaruto
Acontias aurantiacus
bazarutoensis
PA
S
Ba, B
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
Lagartixa Dourada SemPés de Santa Carolina
Acontias aurantiacus
carolinensis
Lagartixa de Dutton
Scelotes duttoni
Lagartixa de Bazaruto
Scelotes insularis
Região de
Inhassoro
(PA*)
Península
do Cabo
de São
Sebastião
Arquipélago de
Bazaruto+
SC
B
Ba, B, M, SC
GERRHOSAURIDAE
Lagarto-de-escamasrugosas do Cabo
Lagarto-amarelo-complacas
Broadleysaurus major
Ba
Gerrhosaurus
flavigularis
Ba
AMPHISBAENIDAE
Anfisbenio-de-focinhoredondo-violeta
Anfisbenio-delgado
Zygaspis violacea
S
M
Monopeltis
sphenorhynchus
S
Ba
SERPENTES
TYPHLOPIDAE
Cobra-cega-de-Fornasini
Afrotyphlops fornasinii
PA
Ba, B, M, SC
LEPTOTYPHLOPIDAE
Cobra-críptica
Leptotyphlops
incognitus
S
B, SC
S
M, SC
S
Ba
BOIDAE
Pitão do sul de África
Python natalensis
PA (R)
ATRACTASPIDIDAE
Cobra de olhos pequenos
Cobra-comedora-decentipedes do Cabo
Cobra-fina-de-duas-cores
Cobra do Transvaal
Cobra-Estilete
Amblyodipsas
microphthalma
Ba
Aparallactus capensis
Xenocalamus l. bicolor
S
Xenocalamus
transvaalensis
Ba
Ba
Atractaspis cf bibronii
S
Cobra-caseira-do Cabo
Boaedon capensis
S
Cobra-lobo-do-leste
Lycophidion
semiannule
Ba, B
LAMPROPHIIDAE
PSAMMOPHIINAE
Cobra-de-areia-de
Moçambique
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Psammophis
mossambicus
B
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
NOME COMUM
Cobra-da-barriga-listrada
NOME CIENTÍFICO
Região de
Inhassoro
(PA*)
Psammophis orientalis
PA
Península
do Cabo
de São
Sebastião
Arquipélago de
Bazaruto+
Ba, B
PROSYMNINAE
Cobra-de-focinho-de-pá
moçambicana
Prosymna janii
Cobra-de-focinho-de-pápintado
Prosymna stuhlmannii
Ba, B
Ba
COLUBRIDAE
COBR DE LÁBIOSVERMELHOS
Crotaphopeltis
hotamboeia
S
Ba
Cobra-verde do Natal
Philothamnus
natalensis
S
Ba, M
Philothamnus
hoplogaster
S
Cobra-verde do Sul
Cobra-do-mato-variegada
Philothamnus
semivariegatus
Cobra de Mármore
Dipsadoboa aulica
Cobra-Tigre
Telescopus
semiannulatus
PA
S
Ba
B
Y (R)
Cobra das Árvores
Dispholidus typus
S
Ba
Cobra-trepadeira de
Moçambique
Thelotornis
mossambicanus
S
Ba, B
Cobra-comedora-delesmas
Dasypeltis medici
medici
Ba, B
ELAPIDAE
Cobra-de-escudo de
Moçambique
Aspidelaps scutatus
fulafula
S
Cobra-de-focinho
Naja annulifera
S
Cobra-da-floresta
Naja melanoleuca
S
Cobra-cuspideira
Naja mossambica
Mamba Negra
Dendroaspis polylepis
PA
Ba
S
S
VIPERIDAE
Víbora
Bitis arietans arietans
PA (R)
ORDEM: CHELONIA
CHELONIIDAE
Tartaruga Cabeçuda
Caretta caretta
Tartaruga Marinha Verde
Chelonia mydas
Tartaruga-de-bico-de-
Eretmochelys imbricate
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Ba, M
PA
S
S, Ba,
Ba
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
NOME COMUM
NOME CIENTÍFICO
Região de
Inhassoro
(PA*)
Península
do Cabo
de São
Sebastião
Arquipélago de
Bazaruto+
falcão
Tartaruga Marinha
Olivácea
S
Lepdiochelys olivacea
DEMOCHELYIDAE
Tartaruga Gigante
Ba
Dermochelys coriacea
TESTUDINIDAE
Cágado articulado
Kinixys zombensisi
PA (R)
S
PELOMEDUSIDAE
Cágado-de-ventre-amarelo
Cágado-de-carapaçaarticulada
Ba (?)
Pelusios castanoides
Ba
Pelusios subniger
?
Crocodylus niloticus
S
Ba, B
40 (41 ?)
47
ORDEM: CROCODYLIA
CROCODYLIDAE
Crocodilo do Nilo
TOTAL
65
26
Verde = quase endémico
PA, Área de estudo; com base: no estudo actual, (D) – Deacon, 2014 (Govuro River and Coastal Wetlands – Rio Govuro
e Terras Húmidas Costeiras), R – registado como existindo pelas populações locais ou A. de Castro (comentário
pessoal)
Com base em: Península do Cabo de São Sebastião, Jacobsen et al., (2010); Arquipélago de Bazaruto, Broadley,
1990b, 1992
+ - Ilhas – Ba = Bazaruto, B = Benguerra, M = Magaruque, S = Santa Carolina
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ANEXO C
Lista de Controlo de Aves
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Lista de controlo de aves registadas na área de estudo
Azul = Quase Ameaçado, Vermelho = Vulnerável, Verde = quase endémico
Nome Comum
Nome Científico
* não registado por Deacon (2014)
Área
Crítica
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
Mergulhão-pequeno
Tachybaptus ruficollis *
S
Mergulhão-serpente
Anhinga rufa *
S
Corvo-marinho-africano
Phalacrocorax africanus
S
S
Corvo-marinho-de-peitobranco
S
S
Phalocrocorax alba
Garça-real
Ardea cinerea*
Garça-branca-pequena
Egretta garzetta
Garça-branca-grande
Egretta alba
Carraceira
Bubulcus ibis
Cegonha-escopial
Ciconia episcopus *
Bico-aberto
Anastomus lamelligerus
Pássaro-martelo
Scopus umbretta *
Ibis-sagrado
Threskiormis aethiopicus *
Singanga
Bostrychia hagedash *
Pato-de-bico-amarelo
Anas undulata *
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Pato-assobiador-de-facesbrancas
Dendrocygna viduata
Pato-preto-africano
Plectropterus gambiensis
Peneireiro-cinzento
Elanus caeruleus
Águia-pesqueira
Pandion haliaetus *
Milhafre-de-bico-amarelo
Milvus aegyptius
Falcão-cuco
Aviceda cuculoides
Açor-preto
Accipiter melanoleucus
Gaivão-pequeno
Accipiter minulatus
Secretário-pequeno
Polyboroides typus
Gaivão-papa-lagartos
Kaupifalco monogrammicus
Açor-palrador
Melierax gabar *
Açor-cantor-escuro
Melierax metabates
Águia-sem-rabo
Terathopius ecaudatus *
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
Águia-cobreira-de-peitopreto
Circaetus grallicus *
Águia-pesqueira-africana
Haliacetus vocifer
Águia-Marcial
Polemaetus bellicosus
Falcão-Sombrio
Falco concolor *
Perdiz-de-crista
Dendroperdix sephaena
Perdiz-de-gola-vermelha
Pernistes afer
Galinha-do-mato
Numida meleagris *
Galinha-do-mato-de-crista
Guttera pucherani
Frango-de-água-preta
Amaurornis flavirostra
Abetarda-de-barriga-preta
Eupodotis melanogaster
Jacana Africana
Actophilornis africanus
Borrelho-grande-de-coleira
Charadrius hiaticula
Borrelho-de-fronte-branca
Charadrius marginatus *
Borrelho-de-três-golas
Charadrius tricollaris
Borrelho de Kittlitz
Charadrius pecuarius *
Tarambola-cinzenta
Pluvislis squartarola *
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Tarambola-de-Cristabranca
Vallenus albiceps *
Rola-do-mar
Arenaria interpres *
Perna-verde-comum
Tringa nebularia *
Pilrito-de-bico-comprido
Calidris ferruginea *
Pilrito-pequeno
Calidris minuta
Pilrito-sanderlingo
Calidris alba *
Combatente
Philomachus pugnax *
Maçarico-galego
Numenius phaeopus *
Perna-longa
Himanoptus
Alcaravão do Cabo
Burhinus capensis
Gaivota-de-cabeçacinzenta
Chroiocephalus
cirrocephalus*
Gaivina-de-bico-vermelho
Hydroprogne caspia *
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Área
Crítica
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Gaivina-de-bico-amarelo
Thalasserus bergii *
Gaivina-de-faces-brancas
Childonias hybrida *
Rola do Cabo
Streptopelia capicola
Rola-de-olhos-vermelhos
Streptopelia semitorquata
Rola-esmeraldina
Turtur chalcospilos
Pombo-verde
Treron calva
Papagaio-de-cabeçacastanha
Poicephalus cryptoxanthus
Touraco-de-crista-violeta
Tauraco porphyreolophus
Cucal de Burchell
Centropus burchellii
Cuco-de-peito-vermelho
Cuculus solitarius
Cuco-bonzeado-menor
Chrysococcyx klass
Cuco-bonzeado-maior
Chrysococcyx caprius
Cuco-preto
Cuculus clamosus
Corujão-africano
Bubo africanus
Coruja-dos-pântanos
Asio capensis *
Noitibó de Moçambique
Caprimulgus fossii *
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Noitibó-de-pescoçodourado
Caprimulgus pectoralis
Andorinhão-das-palmeiras
Cypsiurus parvus
Andorinhão-pequeno
Apus affinis
Rabo-de-junco-estriado
Collius striatus
Bico-de-cimitarra
Rhinopomastus cyanomelas
Pica-peixe-de-poupa
Alcedo cristata *
Pica-peixe-de-poupacastanha
Halycon albiventris
Pica-peixe-estriado
Halcyon chelicuti
Pica-peixe-dos-mangais
Halcyon senegalensis *
Pica-peixe-malhado
Ceryle rudis
Abelharuco-dourado
Merops pusillus
Abelharuco-europeu
Merops apiaster
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Área
Crítica
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Abelharuco-malgaxe
Merops supercilliosus *
Abelharuco-róseo
Merops nubicoides
Abelharuco-andorinha
Merops hirundineus *
Rolieiro-de-peito-lilás
Coracias caudatus
Rolieiro-europeu
Coracias garrulosus
Rolieiro-de-sobrancelhasbrancas
Corocais naevius *
Rolieiro-de-bico-grosso
Eurystomus glaucurus
Calau-cinzento
Tockus nasutus *
Calau-coroado
Tockus alboterminatus *
Calau-trombeteiro
Brcanistes bucinator *
Poupa Africana
Upupa Africana *
Barbaças-de-colar-preto
Lybius torquatus
Barbaças-malhado
Tricholaema leucomelas
Barbadinho-de-fronteamarela
Pogoniulus chrysoconus
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
S
S
S
S
Y
S
Y
S
Y
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Barbadinho-de-fronteamarela
Pogoninulus bilineatus
Indicadores
Indicator
Indicador-pequeno
Indicator minor
Pica-pau-cardeal
Dendropicos fuscescens
Pica-pau-de-caudadourada
Campethera abingoni
Calhandra-sombria
Pinarocorys nigricans *
Cotovia-das-castanholas
Miafra rufocinnamomea
Cotovia-de-nuca-vermelha
Mirafra africana
Andorinha-preta
Psalidoprocne pristoptera
Andorinha-das-chaminés
Hirundo rustica
S
S
S
S
S
Andorinha-cauda-dearame
Hirundo smithii
Andorinha-das-mesquitas
Cecropis senegalensis
Andorinha-dos-beiras
Delichon urbicum *
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Área
Crítica
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Petinha Africana
Anthus cinnamomeus *
Unha-longa-amarelo
Macronyx croceus
Toutinegra
Pycnonotus tricolour
Tuta-sombria
Andropadus importunes
Tuta-amarela
Chlorocichla flaviventris
Tuta terrestre
Phyllastrupus terrestris
Tuta-de-garganta-branca
Nicator gularis
Drongo-de-cauda-forcada
Dicrurus adsimilis
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Drongo-de-caudaquadrada
Dicrurus ludwigii *
Papa-figos-de-cabeçapreta
Oriolus larvatus
Seminarista
Corvus albus
Chapim-preto-meridional
Parus niger
Zaragateiro-castanho
Turdoides jardineii
Fuinha do Natal
Cisticola natalensis
Fuinha-dos-juncos
Cisticola juncidis
Fuinha-chocalheira
Cisticola chiniana
Fuinha-de-cabeça-ruiva
Cisticola fulvicapilla
Prínia-de-flancoscastanhos
Prinia subflava
Apalis-de-peito-amarelo
Apalis flavida *
Rouxinol-dos-caniçosafricano
Acrocephalus baeticatus
Felosa-palustre
Acrocephalus palustris
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Camaróptera-de-dorsoverde
Camaroptera brachyura
Felosa-de-dorso-verde
Sylvietta rufescens
Papa-moscas do Paraíso
Terpsihone viridis
Papa-moscas-pálido
Bradornis pallidus
Papa-moscas-pretoafricano
Melaenornis pammelaina
Papa-moscas-cinzento
Muscicapa striata
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Área
Crítica
S
S
S
S
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
Papa-moscas-rabo-deleque
Myioparus plumbeus
Pisco-de-peito-branco
Cossypha humeralis *
Pisco do Natal
Cossypha natalensis *
Brubru
Nilaus ater
Batis de Moçambique
Batis soror *
Picanço-de-almofadinha
Dryoscopus cubla
Picanço-assobiador-decoroa-preta
Tchagra senegalus
Picanço-assobiador
Tchagra australis
Picanço-ferrugíneo
Laniarius ferrugineus
Picanço-de-dorso-ruivo
Lanius collurio
Picanço-fiscal
Lanius collaris *
Picanço-de-peito-laranja
Chlorophoneus
sulfureopectus
Picanço-quadricolor
Chlorophoneus quadricolor
Picanço-de-cabeçacinzenta
Malaconotus blanchoti
Atacador-de-poupa-branca
Prionops plumatus
Atacador-de-poupa-preta
Prionops retzii
Estorninho-de-dorsovioleta
Cinnyricinclus leucogaster
S
S
S
S
S
S
S
S
Y
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Beija-flor-de-peitoescarlate
Chalacomitra senegalensis *
Beija-flor-preto
Chalacomitra amethystine
Beija-flor-cinzento
Cyanomitra veroxii *
Pardal-comum
Passer domesticus *
Pardal-de-cabeça-cinzenta
Passer diffuses
S
S
S
S
S
S
Pardal-de-gargantaamarela
Gymnoris supercilliaris
Tecelão-bicolor
Ploceus bicolour *
Tecelão-amarelo
Ploceus subaureus *
Tecelão-malhado
Ploceus cucullatus *
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Área
Crítica
S
S
S
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Tecelão-de-lunetas
Ploceus ocularis
Tecelão-de-máscara
Ploceus velatus
Tecelão-de-cabeçavermelha
Anaplectes rubiceps *
Viúva-de-asa-branca
Euplectes albonotatus *
Viúva-de-espáduasvermelhas
Euplectes axillaries
Euplectes capensis
Pintadinha-de-peito-rosado
Hypargos marginatus
Peito-celeste
Uraeginthus angolensis
Bico-de-lacre-comum
Estrilda atrild
Peito-de-fogo-de-Jameson
Lagonosticta rhodopareia
Freirinha-bronzeada
Spermestes cucullatus
Viuvinha
Vidua macroura
Viuvinha-do-paraíso
Vidua paradisaea
Canário-de-peito-amarelo
Serinus mozambicus
Canário-de-peito-limão
Crithagra citrinipectus *
Total:
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
Região de
Inhassoro
Deacon, 2014
S
S
S
S
S
Viúva-de-rabadilhaamarela
Escrevedeira-de-peitodourado
Área
Crítica
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Emberiza flaviventris
179 (1)(3)
132
22
130 (47)
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ANEXO D
Lista de Controlo sobre Mamíferos
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Lista de controlo de mamíferos registados na área de estudo
Nome Comum
Nome Científico
Área Crítica
Inhassoro
Deacon, 2014
Insectivora
Soricidae
Musaranho-almiscardovermelho
S
S
S
S
Crocidura hirta
Crisocloridae
Toupeira-amarela-dourada
Calcochloris obtusirostris
Emballonuridae
Morcego-de-cauda-livre de
Ansorge(?)
S
Chaerephon ansorgei
Lorisidae
Jagra-gigante
Otolemur crassicaudatus
R
Jagra-pequena
Galago moholi
R
Macaco-simango
Cercopithecus mitis
S
Macaco-de-cara-preta
Cercopithecus aethiops
Babuíno Chacama
Papio ursinus
S
S
Panthera pardus
R
R
Canis adjustus
R
Manguço-de-água
Atilax puludinosus
S
Manguço-listrado
Mungos mungo
R
Manguço-vermelho
Galerella sanguinea
S
Geneta-de-malhasgrandes
Genetta tigrina
Civeta Africana
Civettictis civetta
R
Potamochoerus porcus
R
S
Cabrito Cinzento Comum
Sylivicarpa grimmia
R
S
Changane
Neotragus moschatus
R
S
Cabrito Vermelho
Cephalophus natalensis
R
S
Chipene
Raphicerus campestris
Impala
Aepyceros melampus
R
Inhala
Tragelaphus angasi
R
Hystrix africaeaustralis
S
Cercopithidae
S
Felidae
Leopardo
Canidae
Chacal-listrado
Viverridae
S
S
S
S
S
Suidae
Porco-bravo
Bovidae
S
Rodentia
Porco-espinho do Cabo
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
S
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Nome Comum
Nome Científico
Área Crítica
Inhassoro
S
Deacon, 2014
Lebre-Saltadora
Pedetes capensis
S
Esquilo-da-Savana
Paraxerus cepapi
Rato-Toupeira Hottentot
Cryptomys hottentotus
Gerboa de Peters
Gerbilliscus leucogaster
S
Rato Espinhoso
Acomys spinosissimus
S
Rato Bochechudo
Saccostomus campestris
S
Rato-Vermelho da Savana
Aethomys ineptus
S
Rato-Comum da Floresta
Grammomys dolichurus
S
Lepus saxatilis
S
Manis temminckii
R
TOTAL
26
S
S
S
Leporidae
Lebre-de-Nuca-Dourada
S
Manidae
Pangolim
1
22
* R = comunicados pela população dos povoados locais durante a entrevista, e/ou registado em De Castro & Grobler
(2014b)
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
ANEXO E
Dados sobre o Autor
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
CURRIULUM VITAE
Dados Pessoais:
Apelido
Branch
Título: Prof. Dr.
Primeiros Nomes
William Roy
Data de Nascimento
12 de Maio de 1946
Local de Nascimento
Londres, Reino Unido
Nacionalidade Britânica
Endereço Postal
P.O. Box 13147, Humewood, 6013, South Africa.
Nº de Tel. 041 3732021 (Casa); 041 5840650 (Serviço); Fax. 041 5840661
Endereço Electrónico: [email protected]
Universidade de Southampton, Southampton, Hampshire, Reino Unido. 1965-1968;
Licenciatura em Ciências, com especialização em Zoologia (Honours) 2A
Universidade de Southampton, Southampton, Hampshire, Reino Unido. 1968-1971,
Outubro 1971; conferido o Grau de Doutoramento, tese intitulada 'Studies on a
foetal-specific alpha-globulin (AFP) in the rabbit' [Estudos sobre uma alfa-globulina
específica ao feto no Coelho].
Experiência:
Investigação:
Cientista; Divisão “Life Sciences Division”, Atomic Energy Board, Pretória, África do
Sul; Janeiro 1972. Envolvido na investigação da síntese AFP em seres humanos e
o seu relacionamento com patologias de gravidez e de fígado, incluindo cancro
hepático.
Conservador de Herpetologia; Museu de Port Elizabeth, África do Sul; Fevereiro
1979 - 2011. Envolvido em diversos estudos herpetológicos.
Interesses:
Fotografia. Os seus trabalhos têm sido publicados em várias revistas e livros; por
ex., The Naturalist (1981-2, 1984-5, 1988), African Wildlife (1984-5, 1989, 1999),
Custos (1986, 1989, 1991), Africa Geographica (1994-9), Africa Birds and Birding
(1997-8, 2003), Reptiles (1996), Reptilian, UK (1996), Travel Africa (2004), National
Geographic (2002), American Scientist (2005).
Perito Acompanhante
Desde 2001 tenho participado em quase 50 safaris da National Geographic
realizados na África Austral e na Tanzânia/Rwanda a apresentar palestras e
partilhar conhecimentos peritos sobre fauna selvagem e conservação.
Nomeações, Premiações/Distinções, Membro Associado:
Membro Associado
IUCN SSC Tortoise and Freshwater turtle Group, Fevereiro 1981 -numa base
contínua
IUCN SSC Snake group, Janeiro 1982-1988 (grupo foi desintegrado)
IUCN SSC Lizard group, Novembro 1987 – 1993 (grupo foi desintegrado)
IUCN SSC African Reptile and Amphibian Group, 1990 – 2003 (presentemente
inactivo)
IUCN SSC Captive Breeding Specialist Group (Herpetologia), 1990 - 1996
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
Membro do Conselho de Administração
IUCN SSC Declining Amphibian Population Task Group,
1991 - 1994
Presidente
IUCN SSC African Reptile and Amphibian Group; convidado e ratificado 1997-2000
Presidente
IUCN SSC African Reptile Group, 2001-2003
Secretário
Herpetological Association of Africa, Junho 1982-1984.
Docente Convidado
2001 – Convidado a apresentar a Palestra do Plenário ‘Distinguished Herpetologist’
[Herpetologia com Distinção] às instituições conjuntas Herpetologist League e
Society for the Study of Amphibians and Reptiles, 44ª convenção anual,
Universidade de Indiana, 26 de Julho 2001.
Distinção
‘Exceptional Contribution to Herpetology’ (Contribuição Excepcional para a
Herpetologia) uma distinção conferida pela Herpetological Association of Africa,
7ªConferência HAA, Port Elizabeth 6-9th Out. 2004. Conferida Filiação Vitalícia da
HAA.
Cátedra Honorária
Investigação, Ciências Animais, de Plantas e Ambientais, Universidade de
Witwatersrand, 2007.
Avaliação NRF
Período: 2004-2022, Nível 2B
SACNSP
Registado como Cientista Natural Profissional (Registo Nº 400493/11), South
African Council for Natural Scientific Professionals, 2011- numa base contínua
Pesquisador Associado Universidade Nelson Mandela Metropolitan University, 2010- numa base contínua
Co-facilitador
Conservation assessment of Arabian Snakes [Avaliação da Conservação das
Cobras da Arábia] (juntamente com D. Egan), 9ª Sessão de Trabalho Anual sobre
Conservação sobre a Fauna da Arábia, Instituição - Breeding Centre for
Endangered Arabian Wildlife, Sharjah, EAU, 3-6 Fevereiro, 2008.
Assessor
Sessão de Trabalho da IUCN - Assessment of West African Reptiles [Avaliação dos
Répteis da África Ocidental], Lomé, Togo, 16-20 Julho 2012.
Assessor
Sessão de Trabalho da IUCN - Assessment of East African Reptiles [Avaliação dos
Répteis da África Oriental], Bayamoyo, Tanzânia, 27-31 Janeiro 2014.
PUBLICAÇÕES: (podem ser disponibilizados dados completos a este respeito perante solicitação)
Artigos científicos de destaque em periódicos especializados
192
Observações científicas em periódicos especializados
158
Livros e Capítulos de livros
26
Entrevistas Televisivas e Radiofónicas
39
Relatórios sobre Avaliações de Impacto Ambiental
64
Livros
BRANCH, W. R. 2005. A Photoguide to the Snakes and other reptiles and amphibians of East Africa, Struik
Publishers, Cape Town, 144 pp. ISBN 1-77007-150-4
BRANCH, B. 2008. Tortoises, Terrapins and Turtles of Africa. Struik Publishers, Cape Town, 128 pp. ISBN
978 1 77007 463 7.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
BRANCH, W. R. 2014. A Photoguide to the Snakes and other reptiles and amphibians of East Africa, rev. &
expanded ed., Struik Publishers, Cape Town, 144 pp. ISBN 1-77584-165-4.
Recentes (2012-14) trabalhos de pesquisa científica (dados sobre publicações anteriores à data
especificada encontram-se disponíveis perante solicitação)
KINDLER, C., BRANCH, W.R., HOFMEYR, M.F., MARAN5, J., ŠIROKÝ, P., VENCES, M., HARVEY, J.,
HAUSWALD, S., SCHLEICHER, A., STUCKAS, H. & FRITZ, U. 2012. Molecular phylogeny of
African hinge-back tortoises (Kinixys Bell, 1827): implications for phylogeography and taxonomy
(Testudines: Testudinidae). Journal of Zoological Systematics and Evolutionary Research 50(3):
192–201.
CONRADIE, W., BRANCH, W.R., MEASEY, G.J. & TOLLEY, K.A. 2012. A new species of Hyperolius Rapp,
1842 (Anura: Hyperoliidae) from the Serra da Chela mountains, south-western Angola. Zootaxa
3269: 1–17.
CONRADIE, W., BRANCH, W.R., MEASEY, G.J. & TOLLEY, K.A 2012. Revised phylogeny of Sand lizards
(Pedioplanis) and the description of two new species from south-western Angola. African Journal of
Herpetology 60(2): 91-112.
FRITZ, U., BRANCH, W.R., GEHRING, S., HARVEY, J., KINDLER, C., DU PREEZ, L., ŠIROKÝ, S.,
VIEITES, D.R. & VENCES, M. 2012. Weak divergence among African, Malagasy and Seychellois
hinged terrapins and evidence of human-mediated oversea dispersal (Pelomedusidae: Pelusios
castanoides, P. subniger). Organisms Diversity & Evolution 13: 215-224.
HERRMANN, H-W. & BRANCH, W.R. 2013. Fifty years of herpetological research in the Namib Desert and
Namibia with an updated and annotated species checklist. J. Arid Environ. 93: 94-115.
CONRADIE, W., BRANCH, W.R. & TOLLEY, K.A. 2012. Fifty Shades of Grey: Giving colour to the poorly
known Angolan Ashy reed frog (Hyperoliidae: Hyperolius cinereus), with the description of a new
species. Zootaxa 3635 (3): 201-223.
EDWARDS, S. VANHOOYDONCK, B. HERREL, A., TOLLEY, K.A., BRANCH, W.R. & MEASEY, J.G. 2013.
Taxonomic adjustments in the systematics of the southern African lacertid lizards (Sauria:
Lacertidae). Zootaxa 3669: 101-114.
PORTIK, D.M., TRAVERS, S., BAUER, A.M. & BRANCH, W.R. 2013. A new species of Lygodactylus
(Squamata: Gekkonidae) endemic to Mount Namuli, an isolated ‘sky’ island of northern
Mozambique. Zootaxa 3710 (5): 415–435.
BAYLISS, J., TIMBERLAKE, J., ALVES6, T., BRANCH, W.R., BRUESSOW, C., COLLINS, S., CONGDON,
C., DE SOUSA, C., DOWSETT-LEMAIRE, F., FISHPOOL, L., HARRIS, T., GIOGIARDIS, S.
LIGGITT, B.,MONADJEM, A.,PATEL, H., SPOTTISWOODE, C., TAYLOR, P., WILCOCKS, S.,
RIBEIRO, D. & SMITH, P. 2014. The Discovery, Biodiversity, and Conservation of Mabu forest – the
largest mid-altitude rainforest in southern Africa. Oryx, 48(2): 177-185.
WAGNER, P.. GREENBAUM, E., MALONZA, P. & BRANCH, W.R. 2014. Resolving sky island speciation in
populations of East African Adolfus alleni (Sauria: Lacertidae). Salamandra 50(1): 1-17.
DALHUIJSEN, K., BRANCH, W.R. & ALEXANDER, G.J. 2014. Diet of Varanus albigularis and V. niloticus in
South Africa. African Zoology 49(1): 83-93.
FRITZ, U., PETZOLD, A., KEHLMAIER, C., KINDLER, C., CAMPBELL, P., HOFMEYR, M.D. & BRANCH,
W.R. 2014. Disentangling the Pelomedusa complex using type specimens and historical DNA
(Testudines: Pelomedusidae). Zootaxa 3795(5): 501-522.
PETZOLD, A., VARGAS-RAMÍREZ, M., KEHLMAIER, C., VAMBERGER, M., BRANCH, W.R., DU PREEZ,
L., HOFMEYR, M.D., MEYER, L., SCHLEICHER, A., ŠIROKÝ, P. & FRITZ, U. 2014. Diagnoses for
African helmeted terrapins (Testudines: Pelomedusidae: Pelomedusa), with the description of six
new species. Zootaxa 3795(5): 523-548.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
BRANCH, W.R., BAYLISS, J. & K. A. TOLLEY 2014. Pygmy chameleons of the Rhampholeon platyceps
complex (Squamata: Chamaeleonidae): Description of four new species from isolated ‘sky islands’
of northern Mozambique. Zootaxa. 3814(1): 1-36.
BATES, M.F., BRANCH, W.R., BAUER, A.M., BURGER, M., MARAIS, J., ALEXANDER, G.J. & DE
VILLIERS, M.S. (eds). 2014. Atlas and Red Data Book of the Reptiles of South Africa, Lesotho and
Swaziland. South African National Biodiversity Institute, Pretoria. Suricata 1. xvii + 485p. ISBN 9781-919976-96-9.
BRANCH, W.R. & BAUER, A.M. 2014. Systematics and Phylogeny. Pp. 10-21.In: Atlas and Red Data Book
of the Reptiles of South Africa, Lesotho and Swaziland. Eds: M.F. Bates, W.R. Branch,A.M. Bauer,
M. Burger, J. Marais, G.J. Alexander & M.S. de Villiers. Suricata 1, South African National
Biodiversity Institute, Pretoria.
BRANCH, W.R. 2014. Reptiles of South Africa, Lesotho and Swaziland: Conservation status, diversity,
endemism, hotspots and threats. Pp. 22-50. In: Atlas and Red Data Book of the Reptiles of South
Africa, Lesotho and Swaziland. Eds: M.F. Bates, W.R. Branch, A.M. Bauer, M. Burger, J. Marais,
G.J. Alexander & M.S. de Villiers. Suricata 1, South African National Biodiversity Institute, Pretoria.
MEZZASALMA, M., ANDREONE, F., BRANCH, W.R., GLAW, F., GUARINO, F.M., NAGY, Z.T., ODIERNA,
G. & APREA, G. 2014. Chromosome evolution in Pseudoxyrhophiine snakes from Madagascar: a
wide range of karyotypic variability. Biological Journal of the Linnean Society, 112(3): 450-460.
MENEGON, M., LOADER, S.P., MARSDEN, S.J., BRANCH, W.R, DAVENPORT, T. & URSENBACHER, S.
2014 Phylogeny of the East African genus Atheris (Serpentes: Viperidae): the role of rifting and
climate in shaping the current pattern of species diversity. Mol. Phylogenet. Evol. 79: 12-22.
Relatórios sobre Levantamentos Faunísticos
1. Herpetofauna survey of the Zambezi Delta, Zambezi Basin Wetlands Biodiversity Project,
Biodiversity Foundation of Africa, 24 July - 10 August 1999
2. Rapid Assessment Program. Herpetofaunal survey of Haute Dodo and Cavalley Forest Reserves,
Cote d’Ivoire. Conservation International, March 2002.
3. Herpetofauna survey of the Gamba Complex, Ogooué-Maritime Province, southwestern Gabon,
May-June 2002, Smithsonian Institution Monitoring and Assessment of Biodiversity (SI/MAB)
Program.
4. Herpetofauna survey of the Loango National Park, Ogooué-Maritime Province, southwestern Gabon,
Sept.-Nov. 2002, Smithsonian Institution Monitoring and Assessment of Biodiversity (SI/MAB)
Program.
5. Herpetological survey of the Niassa Game Reserve, Northern Moçambique, Sociedade para a
Gestão e Desenvolvimento da Reserva do Niassa, March 2004.
6. Herpetological survey Mount Mulanje, Malawi, Mount Mulanje Conservation Trust, May 2005.
7. Herpetological survey of the Huila and Namibé Districts, SW Angola, SANBI/ISCED/UAN Angolan
Biodiversity Assessment and Capacity Building Project, January 2009.
8. Biodiversity Rapid Assessment of the Lagoa Carumbo area, Lunda Norte District, NE Angola,
ISCED/UAN/NG Angolan Biodiversity Assessment and Capacity Building Project, May 2011.
9. Mount Mabu, Moçambique: Biodiversity and Conservation. Timberlake, J.R., Bayliss, J., DowsettLemaire, F., Congdon, C., Branch, B., Collins, S., Dowsett, R.J., Fishpool, L., Francisco, J. Harris,
T., Kopp, M. & da Sousa, C. (2012). Report produced under the Darwin Initiative Award 15/036:
Monitoring and Managing Biodiversity Loss in South-East Africa’s Montane Ecosystems. Royal
Botanic Gardens, Kew, London. pp. 94.
Serviços de Consultoria (a título parcial)
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
1
Coastal and Environmental Services, May-September, 1997. Genbique Moebase-Lipobane,
Northern Mozambique, mining concession. Environmental Impact Assessment: Flora and Fauna
Baseline Study, Terrestrial Vertebrates: Specialist Report.
2
NSR Environmental Consultants (Australia) and Coastal and Environmental Services, June 1998.
SDM Ltd, Cuango River, Northern Angola, diamond mining concession. Preliminary Environmental
Assessment: Faunal Baseline Study: Specialist Report.
3
Coastal and Environmental Services, November 1998. BHP Moma, Northern Mozambique, mining
concession. Prefeasibility Assessment Report: Flora and Fauna Baseline Study, Terrestrial
Vertebrates: Specialist Report.
4
Coastal and Environmental Services, June 1999. Environmental Impact Assessment of Timing
Resources, Proposed Heavy Minerals Sand Mine, Kale District, Kenya. Baseline Data Report: Mine
Site, Fauna: Terrestrial vertebrates.
5
Coastal and Environmental Services, June 1999. Environmental Impact Assessment of Timing
Resources, Proposed Heavy Minerals Sand Mine, Kale District, Kenya. Baseline Data Report: Ship
loading Facility Sites, Fauna: Terrestrial vertebrates.
6
Biodiversity Foundation of Africa, July 1999. IUCN Zambezi Delta Wetlands survey, Fauna Baseline
Study, Herpetofauna: Specialist Report.
7
Coastal and Environmental Services, November 1999. BHP, Mt Nimbi Iron Ore mining concession.
Prefeasibility Assessment Report: Faunal Review: Specialist Report.
8
Coastal and Environmental Services, Feb-June 2000, Kenmare, Moma, Northern Mozambique,
heavy mineral mining concession. Environmental Impact Assessment: Terrestrial Vertebrates:
Specialist Report.
9
Coastal and Environmental Services, July 2002. Kenmare, Moma, Northern Mozambique, NampulaMoma proposed 110 kV power line route. Environmental Impact Assessment: Ecological Issues
Study, Terrestrial Vertebrates and Ecological Synthesis: Specialist Report.
10
Coastal and Environmental Services, December 2002. Pre-feasibility Environmental Assessment of
Faunal issues for a proposed mineral mine in South-western Madagascar; Specialist Report.
11
Coastal and Environmental Services, April 2003. Malawi, proposed 110 kV powerline route.
Environmental Impact Assessment: Ecological Issues Study, Terrestrial Vertebrates and Ecological
Synthesis: Specialist Report.
12
Coastal and Environmental Services, May 2004; Chipoka Heavy Mineral Mining Project, Lake
Malawi.
Environmental Impact Assessment: Ecological Issues, Terrestrial Vertebrates and
Ecological synthesis: Specialist Report.
13
Coastal and Environmental Services, May 2005; Faunal input to Ecological synthesis, Tiomin
Resettlement, Kenya.
14
Coastal and Environmental Services, March 2006. Environmental Impact Assessment: Terrestrial
Fauna, Tulear Sands Mine, South-western Madagascar; Specialist Report.
15
Envirolution Consulting (Pty), Sunninghill. Proposed Kalukundi mine (Democratic Republic of the
Congo): Terrestrial fauna report, 2008.
16
Coastal & Environmental Services, July 2010, Kalumbila Deposit, Northern Zambia. Terrestrial
Fauna Report.
17
Coastal & Environmental Services, December 2010, Trident Project, Northern Zambia. Terrestrial
Fauna Report.
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
ESTUDO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA DA FAUNA
TERRESTRE
18
Scott Wilson Ltd (Basingstoke, UK), March 2011, Phase 1 DSO Mining Project, Nimba County,
Liberia. Reptile Survey Report – Baseline Data, with additional observations on the Amphibian
fauna.
19
Coastal & Environmental Services, March 2012, Niassa Green Resources Plantation Project,
Northern Mozambique. Terrestrial Fauna Report.
20
Coastal & Environmental Services, March 2013, Toliara Sands Project, Madagascar. Faunal
Baseline Assessment: Update of 2007 Report, Branch, W.R., (CES), Grahamstown.
21
Coastal & Environmental Services, December 2013: Syran Graphite Resources Project, Cabo
Delgado, Mozambique. Faunal Impact Assessment Report, Branch, W.R., (CES), Grahamstown.
23
Coastal & Environmental Services Lda, October 2013: Baobab Resources, Tete, Mozambique.
Terrestrial Fauna Baseline Report, Branch W.R. and Conradie, W., CES, Grahamstown.
24
Coastal & Environmental Services, September 2013: Zirco Roode Heuvel Mine, Northern Cape,
South Africa. Faunal Impact Assessment Report, Branch, WR, Davenport, N, and Conradie, W.,
CES, Grahamstown.
25
Coastal & Environmental Services, March 2014: Lesotho Highlands Polihali Dam Project, Final
Report -Terrestrial Fauna, Branch, W.R., CES, Grahamstown.
Trabalho no Campo realizado em países africanos
Realizou levantamentos faunísticos e avaliações de impacto nos países indicados a seguir (excluindo a
África Austral): Angola (1998, 2009, 2011, 2012), Malawi (2002, 205), Moçambique (1997-98, 2001-5, 2009,
2012, 2013), Zâmbia (2010-12), DRC (2008), Madagáscar (2002, 2006), Tanzânia (2008, 2009), Quénia
(2005), Etiópia (1994), Gabão (2002), Costa do Marfim (2002), Libéria (2010-11), Sierra Leone (2011), e
Senegal (2003).
Maio 2015
Relatório Nº.1521646-13541-15
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