organização dos estados americanos (oea)
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ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA) FUNDAÇÃO BERNARD VAN LEER INNOVA CREATIVIDAD PARA EL DESARROLLO (INNOVACD) Projeto conjunto “Propuestas innovadoras de atención integral a la primera infancia indígena de cero a tres años de edad” [Plano de Trabalho 2010-2011] EXPANSÃO DO MODELO “PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR” (PIM) NO BRASIL: UMA ESTRATÉGIA INTERSETORIAL DE ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS E SUAS FAMÍLIAS, EM COMUNIDADES INDÍGENAS E AMAZÔNICAS [Produto: Informe Final] Alessandra Schneider Consultora Brasília/Brasil, 30 de janeiro de 2011. 2 SUMÁRIO 1. Introdução... ...................................................................................................................3 2. O que é o Primeira Infância Melhor (PIM) ...................................................................7 3. Considerações sobre programas de visita domiciliar ....................................................9 4. Metodologia .................................................................................................................11 5. Desafios .......................................................................................................................12 6. Cronograma .................................................................................................................14 7. Indicadores de expansão do modelo PIM ....................................................................15 8. Instituições nacionais e internacionais de referência no tema do Projeto ...................15 9. Possíveis parceiros na implantação/expansão do PIM e sua contribuição ao Projeto .16 10. Referências ................................................................................................................18 3 1. Introdução Esse documento apresenta uma proposta de expansão do modelo “Primeira Infância Melhor” (PIM) - implantado em abril de 2003 no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil - para outras regiões do país, com ênfase em comunidades indígenas e amazônicas. Voltado para a promoção do desenvolvimento integral na primeira infância, o PIM constitui-se em uma das mais importantes políticas públicas brasileiras destinadas a crianças pequenas, com foco na família e na comunidade, e de caráter intersetorial. Em todos os continentes, governos têm voltado sua atenção de maneira crescente para o aprimoramento e implementação de políticas públicas destinadas à primeira infância. No âmbito dos países pertencentes à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a publicação de dois relatórios – Starting Strong I e Starting Strong II atesta essa preocupação. Nos Estados Unidos, a publicação do livro From Neurons do Neighborhoods (Shonkoff e Phillips, 2000), sob a égide do Conselho Nacional de Pesquisas e do Instituto de Medicina, e do livro Eager to Learn, sob os auspícios do National Research Council (Bowman, Donovan & Burns, 2001) ilustram a importância que vem sendo dada ao tema. Cabe ainda destacar o “Compromiso Hemisférico por la Educación de la Primera Infancia” aprovado pelos Ministros de Educação em novembro de 2007 na Colômbia e ratificado na “VI Reunión de Ministros de Educación” realizada em agosto de 2009. Em setembro de 2010, sob os auspícios da UNESCO, foi realizada a primeira Conferência Mundial sobre Educação e Cuidados na Primeira Infância que deu origem ao Marco de Ação de Moscou. Mais recentemente, em novembro de 2010, em Iquitos/Peru, ocorreu o Simpósio Internacional e Workshop para o Desenho de Inovações sobre “Atención integral a niños y niñas de cero a tres años de comunidades amazónicas e indígenas” promovido pela OEA, Fundação Bernard van Leer e INNOVACD. O reconhecimento de que o período compreendido desde a concepção até os seis anos de vida da criança é um dos mais significativos para a formação do ser humano está cada vez mais difundido entre pesquisadores, gestores de educação e saúde e pais. Alguns estudos e pesquisas têm evidenciado que nesta etapa - marcada por rápidas transformações no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional - se estabelecem as bases essenciais para a formação das habilidades linguísticas, cognitivas, físicas, sócio-afetivas, bem como dos padrões de interação humana (Bowlby, 1969/1990, 1976/1995; Brasil/Ministério da Saúde, 2002; Brazelton, 2002; Brum & Schermann, 2004; Filho, Corrêa & França, 2002; McCain & Mustard, 1999; Schneider & Ramires, 2007; Shonkoff & Phillips, 2000; Shore, 2000; UNESCO, 2007a/2007b; UNICEF, 2001; Vygotsky, 1988, 1987). Segundo Oliveira (2007), há dois conjuntos concorrentes de razões para justificar esse novo interesse pelas políticas voltadas para a primeira infância. De um lado, é impressionante o volume de conhecimentos científicos acumulados a respeito do desenvolvimento humano, notadamente nos primeiros anos de vida. Hoje conhecemos, em grau bastante avançado, as bases neurobiológicas do desenvolvimento e também 4 temos um conhecimento mais adequado sobre as condições que o afetam. Mais de 80% dos neurônios que nos acompanham ao longo da vida são conectados durante os três primeiros anos de vida, e a qualidade das conexões depende fundamentalmente do ambiente e dos contextos em que a criança vive. A evidência científica também demonstra que as crianças não precisam de um ambiente excepcional para desenvolver o cérebro, sequer precisam de ambientes artificialmente enriquecidos. O que é mais significativo, é que convivam com adultos e outras pessoas que lhes assegurem afeto, em um ambiente de segurança, e lhes apresentem estímulos que lhes permitam interagir com outras pessoas e com o mundo que as cercam. Ademais, a evidência disponível também demonstra que, embora não existam períodos críticos irreversíveis, a falta de estimulação adequada nos primeiros anos pode inibir, prejudicar ou mesmo impedir o desenvolvimento de importantes aspectos do desenvolvimento visual, motor, cognitivo e afetivo. Isso é especialmente crucial no que se refere à formação de fortes laços emocionais com um adulto, que leva ao desenvolvimento do apego das crianças aos seus cuidadores, e serve de base para os demais aspectos do desenvolvimento. Esses conhecimentos colocaram em relevo quatro aspectos fundamentais do desenvolvimento humano inicial, a saber: A importância dos primeiros anos de vida e das experiências a que as crianças são submetidas e a influência da interação genética-meio ambiente sobre o desenvolvimento cerebral e o comportamento humano. O papel fundamental das relações interpessoais nos primeiros anos de vida, seja na forma de apoio positivo que leva à adaptação, seja como fatores de risco, que levam a disfunções. O desenvolvimento de capacidades intelectuais, emoções e competências sociais bem como a formação de laços afetivos profundos com adultos (geralmente os pais) podem ser prejudicados por falta de estimulação adequada. O potencial transformador de intervenções planejadas para tornar mais favoráveis as condições de desenvolvimento das crianças, sobretudo aquelas oriundas de ambientes mais sujeitos à ocorrência de fatores de risco (tais como pobreza, baixo nível de escolaridade da mãe/pai, violência doméstica, etc.). De acordo com a OCDE e a UNESCO, a expressão Educação e Cuidados da Primeira Infância (ECPI) inclui “todas as modalidades que garantem a educação e cuidado das crianças antes da escolaridade obrigatória, independentemente da organização do espaço, do financiamento, dos horários de funcionamento ou do conteúdo do programa” (UNESCO, 2002, p. 23). Estudos demonstram que a participação em programas de qualidade ou em boas pré-escolas melhora significativamente o aproveitamento das crianças na escola primária, especialmente no caso de alunos de baixa renda (Banco Mundial, 2002; Sylvia, Melhuish, Sammons, Siraj-Blatchford & Taggart, 2004). Por fim, mas não menos importante, há o reconhecimento, tanto no plano internacional quanto no nacional, dos direitos da criança - que incluem o direito à educação e aos cuidados de qualidade desde o nascimento (UNICEF, 1959; Brasil, 1989; Brasil, 1990). No entendimento de que criança é investimento e não gasto, James Heckmann (2009) ressalta que qualquer tipo de intervenção que consiga despertar o interesse dos pais e fazê-los estimular, desde cedo, o aprendizado cognitivo e emocional dos filhos tem 5 excelente custo-benefício. Um país como o Brasil, afirma, só conseguirá realmente alcançar altos índices de produtividade quando entender que é necessário investir nos anos iniciais. Eles são decisivos para moldar as habilidades que servirão de base para que outras surjam, produzindo um ciclo virtuoso do qual resulta gente preparada para produzir riquezas para si mesmas e para seus países, conclui. A atenção integral às gestantes, crianças pequenas e suas famílias, no Brasil, vem adquirindo maior atenção e investimento por parte dos governos e de demais setores da sociedade na última década. O governo federal lançou, em 2009, sob a coordenação do Ministério da Saúde, a “Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis: primeiros passos para o desenvolvimento nacional” com o objetivo de ofertar cuidado humanizado à saúde da mulher e da criança, na perspectiva do vínculo, crescimento e desenvolvimento integral no período de zero a cinco anos de idade (Ministério da Saúde, 2009; Temporão & Penello, 2010). O Ministério da Educação, em articulação com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, se ocupa do atendimento educacional das crianças em creches e pré-escolas. Nos estados, há a experiência pioneira do Programa Primeira Infância Melhor lançado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul em 2003 (Schneider & Ramires, 2007), e o Programa Mãe Coruja Pernambucana lançado pelo Governo de Pernambuco em 2007 (Governo do Estado de Pernambuco, 2007). Em âmbito local, merece destaque a Semana do Bebê de Canela, no Rio Grande do Sul que, em 2010, celebrou a sua 11ª edição (UNICEF, 2010). Há ainda importantes iniciativas lideradas por organizações sociais, tais como a Rede Nacional Primeira Infância constituída a partir de 2007 e que, em dezembro de 2010, lançou o Plano Nacional pela Primeira Infância. De acordo com o Censo Demográfico 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2010), a população brasileira em 2010 era de 185.712.713. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2006 (IBGE, 2007), na faixa de zero a quatro anos havia 14.210.000 crianças, correspondendo a 7,59% da população. Embora o Brasil conte com uma legislação avançada em relação à proteção integral da criança, reconhecida como sujeito de direitos e em condição peculiar de desenvolvimento (Brasil, 1989; Brasil, 1990), há ainda inúmeros desafios para a efetivação dos direitos constitucionais. Segundo o IBGE (2007a), 45,4% das famílias com crianças de zero a seis anos vivem com rendimento mensal per capita de até meio salário mínimo, ou seja, em condição de pobreza. A taxa de freqüência bruta em estabelecimentos de educação infantil, para a população de zero a cinco anos (em creches para a faixa etária de zero a três anos e em pré-escolas para as crianças de quatro e cinco anos), era de 38,1% (IBGE 2010, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 1999/2009). Isto significa que embora tenha havido melhora na cobertura de educação infantil, de 1999 a 2009, a maioria das crianças na faixa etária correspondente ainda não freqüenta a escola, o que perfaz 61,9% das crianças de até cinco anos sem acesso a educação infantil. A taxa de mortalidade infantil, em 2007, era de 19,3 óbitos infantis (menores de um ano) por mil nascidos vivos (UNICEF, 2009) e apresentava enormes discrepâncias regionais; enquanto a região Nordeste apresentava taxa de 27,2/1000, na região Sul, a taxa de mortalidade infantil era de 12,9/1000. A taxa de mortalidade materna é bastante significativa, contabilizando 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos, em 2005, (UNICEF, 2009) o que denota a baixa qualidade do pré-natal e de atenção ao parto. 6 O Brasil é um dos poucos países que possui um modelo de saúde diferenciado para os povos indígenas, com garantia de financiamento por meio de recursos federais. A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde {MS/FUNASA], 2002) tem o propósito de assegurar o acesso integral desses povos à saúde, contemplando as especificidades étnicas e culturais, através de um Subsistema integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Há 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), unidades sanitárias de âmbito local. A atenção nas aldeias é realizada por Equipes Multiprofissionais de Saúde Ind´pigena (EMSI), que contam com Agentes de Saúde Indígena (ASI), residentes nas próprias aldeias que atuam como mediadores interculturais entre as comunidades e os demais profissionais das EMSI. O Brasil conta com uma população aproximada de 177.000 mulheres indígenas em idade fértil que representa cerca de 60% da população feminina total e 75.000 crianças indígenas menores de 5 anos, distribuídas por todas as Unidades Federativas exceto Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Segundo dados do Ministério da Saúde, houve uma redução de 43,8% na taxa de mortalidade infantil em menores de um ano de idade do ano 2000 (cuja TMI era 74,6 óbitos por mil nascidos vivos) para 2009 (que contabilizou uma TMI de 41,9 óbitos por mil nascidos vivos). Segundo o Plano Nacional pela Primeira Infância (Rede Nacional Primeira Infância, 2010), os povos indígenas como um todo e as crianças indígenas em especial, permanecem como sujeitos invisibilizados nas políticas públicas. Ainda que a constituição brasileira destaque a diversidade e a multiculturalidade que nos constitui como nação, os povos tradicionais são cercados pelo processo colonizador. As crianças de até seis anos são educadas e cuidadas prioritariamente na família e na comunidade indígena. Nesse sentido, é oportuno ouvir e dialogar com as mulheres das comunidades, pois elas são as articuladoras diretas do trato com as crianças, especialmente na fase inicial da vida. É importante também envolver os Agentes de Saúde Indígena (ASI), pois eles são os principais canais para veicular as demandas específicas das crianças de cada povo, atendendo a realidades diferenciadas. Estão amplamente constatados os preocupantes indicadores brasileiros em relação à primeira infância; também se constata as evidências de que as condições de saúde e de desenvolvimento infantil dependem, em larga medida, da realidade sócio-cultural e da capacidade das famílias em proporcionarem um ambiente seguro e estimulante para seus bebês e crianças pequenas (Council on Community Pediatrics [CCP], 2009). Por isso, buscou-se sistematizar a experiência do PIM. O objetivo deste documento, portanto, é propor as linhas gerais de um plano de ação para a realização de um programa com base na família e na comunidade destinado ao desenvolvimento de crianças de zero a três anos indígenas e amazônicas, a partir da experiência bem sucedida de atenção à gestante, mãe/pai e bebê no PIM. A seguir, o PIM é apresentado. Algumas considerações sobre programas de visita domiciliar para a promoção do desenvolvimento infantil são tecidas à luz da literatura consultada. Aspectos relativos à metodologia, desafios e potenciais parceiros na implantação/implementação deste plano de trabalho estão descritos na sequência. 7 2. O que é o Primeira Infância Melhor (PIM) O PIM é um programa sócio-educativo para a promoção do desenvolvimento infantil. Consiste em um modelo de intervenção abrangente e intensivo de visitas domiciliares e atividades comunitárias realizadas por visitadores capacitados pelo Programa junto às famílias selecionadas. Destina-se, prioritariamente, a famílias de baixa renda e em vulnerabilidade social onde há gestantes e crianças de até seis anos de idade. O PIM foi desenvolvido sob a coordenação da Secretaria da Saúde do estado do Rio Grande do Sul, em articulação com as Secretarias Estaduais da Educação, da Cultura, e da Justiça e Desenvolvimento Social. O modelo de intervenção foi inspirado e adaptado a partir do programa cubano “Educa a Tu Hijo” (Ministerio de Educación de Cuba [MINED], s/d). O objetivo do PIM é “orientar as famílias, a partir de sua cultura e experiências, para que promovam o desenvolvimento integral dos seus filhos, desde a gestação até os seis anos de idade, com ênfase no período de zero a três anos”. O Programa prioriza áreas cuja população se encontra em situação de vulnerabilidade e risco social, que concentram um alto número de crianças de zero a seis anos e gestantes, que apresentam índices elevados de mortalidade infantil e um grande número de crianças não assistidas por escolas de educação infantil (Schneider & Ramires, 2007). É implementado de forma descentralizada, a partir de parceria entre estado e municípios. O PIM foi instituído como parte integrante da Política Estadual de Promoção do Desenvolvimento da Primeira Infância, mediante a Lei Estadual nº. 12.544, de 03 de julho de 2006. O desenvolvimento integral das crianças desde a gestação até os cinco anos de idade, que é objeto dessa lei, inclui os aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais (Governo do Estado do Rio Grande do Sul [GERGS], 2006). Em seu Artigo 4º são definidas as ações do PIM, dentre as quais, destacam-se: (i) apoiar e fortalecer as competências da família como primeira e mais importante instituição de cuidado e educação da criança nos primeiros anos de vida; (ii) prestar assistência social às crianças e às famílias beneficiadas por serviços de proteção social básica; (iii) prestar toda e qualquer orientação às famílias sobre cuidados de saúde da gestante e da criança, em articulação com os programas de saúde da mulher, da criança e da família (GERGS, 2006). Em dezembro de 2010, o PIM já estava implantado em 255 municípios gaúchos, provendo atendimento sistemático a 58.550 famílias, 87.877 crianças de até seis anos de idade e 7.026 gestantes, por meio da atuação de 2.342 visitadores habilitados (Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul/PIM [SES/RS/PIM], 2010). O PIM, a exemplo do modelo cubano, foi estruturado a partir de três eixos centrais: a família, a comunidade e a intersetorialidade. Os pais são considerados os primeiros e mais importantes educadores de seus filhos, portanto, alvos da intervenção. A comunidade é reconhecida como um dos espaços de troca e socialização, com recursos humanos, materiais e institucionais (Schneider & Ramires, 2007) indispensáveis para uma vivência cidadã. A intersetorialidade implica uma articulação entre os programas e as políticas voltadas às crianças de zero a cinco anos e suas famílias o que, sem dúvida, representa um desafio para qualquer iniciativa. 8 O Programa está alicerçado nas teorias Histórico-Cultural de Vygotsky, da Aprendizagem de Piaget, do Apego de Bowlby, do Desenvolvimento Emocional Primitivo de Winnicott, e nos aportes oferecidos pelas neurociências sobre o desenvolvimento cerebral inicial. Em relação ao currículo, o PIM conta com o Guia da Gestante (Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria da Saúde/Programa Primeira Infância Melhor [GERGS/SES/PIM], 2007a), o Guia da Família (GERGS/SES/PIM, 2007b), cujas versões atualizadas foram publicadas em 2007, e o Guia de orientação para GTM, monitor e visitador (GERGS/SES/PIM, 2007c). Os dois primeiros documentos ficam com a família, enquanto o terceiro é para o uso da equipe do Programa. Em 2009, foi lançada a coleção Fazendo Arte com o PIM, que inclui quatro volumes com sugestões de atividades lúdicas, para orientar o trabalho dos visitadores (Oliveira, 2009). A implementação do PIM ocorre por meio de duas modalidades de atenção: individual e grupal (Schneider & Ramires, 2007). Na modalidade individual, são realizadas visitas domiciliares, com duração de 45 a 60 minutos, a gestantes e famílias com crianças de zero a dois anos e 11 meses de idade. Na gestação, as visitas domiciliares têm uma freqüência quinzenal (embora mais recentemente foi sugerida a adoção de visitas semanais às gestantes) e devem ser intercaladas com uma Modalidade Grupal à Gestante e uma Reunião Comunitária (GERGS/SES/PIM, 2007c). As visitas domiciliares para famílias com crianças menores de três anos têm frequência semanal. O objetivo das visitas domiciliares na gestação é orientar e informar a futura mãe e demais familiares sobre as características desse período do ciclo vital. Os principais temas abordados no Guia da Gestante são: gestação, pré-natal, períodos gestacionais, atividades físicas durante a gestação, parto, pós-parto, amamentação e direitos da gestante. As visitas domiciliares durante o primeiro ano de vida do bebê objetivam orientar e demonstrar atividades práticas para os pais realizarem com seus filhos, com vistas à promoção do desenvolvimento infantil. O Guia da Família apresenta orientações sobre os distintos períodos de desenvolvimento infantil. Cada capítulo aborda três tópicos: “o que você pode fazer para que seu filho cresça e se desenvolva saudável e feliz?”; “realize atividades para desenvolver a inteligência e os movimentos do seu filho”; “cuide da saúde de seu filho”. A modalidade de atenção grupal é destinada a crianças de três até seis anos de idade que realizam atividades pedagógicas semanais, em espaços da comunidade, tais como centros comunitários, escolas, salões paróquias, etc. As gestantes também se reúnem em grupo uma vez por mês, geralmente na Unidade Básica de Saúde do bairro, para discutir aspectos relacionados à gestação, com o apoio da equipe de saúde. Nos Guias de Orientação do Programa, as informações sobre o desenvolvimento infantil nos primeiros 12 meses de vida estão separadas por trimestre. A partir de um ano de idade até os seis anos, as informações correspondem a períodos de 12 meses. Para cada período indicado acima, há uma tabela correspondente com os indicadores de desenvolvimento infantil1, para a faixa etária. Elas cobrem as quatro dimensões do desenvolvimento acompanhadas pelo Programa, a saber: a linguagem, a motricidade, a dimensão sócio afetiva e a cognitiva (GERGS/SES/PIM, 2007c, p. 39). As tabelas são 9 preenchidas pela visitadora durante a visita domiciliar, na presença da mãe, quando a criança atinge a idade prevista. Em relação à equipe do PIM, as visitas domiciliares e as atividades grupais são realizadas por visitadores capacitados pelo Programa. Os visitadores têm, no mínimo, ensino médio completo e realizam uma capacitação inicial de 60 horas quando do seu ingresso. Outras capacitações são realizadas periodicamente. Cada visitador atende até 25 famílias. Para cada grupo de cinco visitadores há um monitor (profissional graduado em uma das áreas afins ao Programa, ou seja, saúde, educação ou serviço social). Compete ao monitor supervisionar e orientar o trabalho dos visitadores. A coordenação do PIM em cada cidade é realizada pelo Grupo Técnico Municipal (GTM) composto por especialistas das Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Assistência Social e Cultura. O GTM é elemento chave para garantir a intersetorialidade e a integralidade da atenção às famílias com gestantes e crianças de zero a cinco anos. Nos bairros onde há Estratégia de Saúde da Família (ESF), são os agentes comunitários de saúde que repassam às visitadoras do PIM a indicação das famílias e casas onde há gestantes e crianças pequenas. Essas famílias recebem uma primeira visita para a apresentação dos objetivos, equipe e funcionamento do PIM, realizada pela visitadora. Quando a família aceita participar, é realizado o seu cadastramento mediante o preenchimento de formulários específicos do Programa, e as visitas domiciliares começam a ser realizadas. As visitas são precedidas de planejamento por escrito, realizado pela visitadora e supervisionado pela monitora. Cada visita percorre três momentos fundamentais: o momento inicial (com a retomada da atividade anterior e a orientação da atividade do dia); o segundo momento (execução da atividade); e o terceiro momento (avaliação e orientação para o desenvolvimento da atividade durante a semana) (GERGS/SES/PIM, 2007c). Ao final dos encontros, a visitadora registra em formulário do Programa suas observações em relação a potencialidades e dificuldades da gestante, da família ou do bebê. O PIM conta com o sub-projeto intitulado “PIM na Diversidade” que contempla a implementação do modelo de intervenção em comunidades indígenas e quilombolas (áreas e populações remanescentes de escravos), com a adequação do currículo de trabalho levando em consideração as características culturais, recursos humanos e materiais de cada comunidade. 3. Considerações sobre programas de visita domiciliar Programas de visita domiciliar têm uma longa história nas sociedades ocidentais como estratégia de atendimento preventivo, sobretudo para famílias de difícil acesso e em vulnerabilidade (Barnes, 2003). A maioria dos programas trabalha com o pressuposto de que os comportamentos em relação à saúde da mulher no pré-natal, o cuidado e a estimulação que dispensam à sua criança e o curso de vida da família afetam o desenvolvimento emocional, cognitivo e social dos seus filhos (Olds, 2010). Há evidências cada vez mais contundentes sobre o impacto das experiências iniciais, desde a concepção e nos primeiros anos de vida do bebê, sobre sua saúde física, a saúde 10 mental e a aprendizagem, em períodos posteriores da vida (McCain, Mustard, & Shanker, 2007; Mustard, 2010). Portanto, intervenções de qualidade voltadas à família com criança na primeira infância - destinadas a fortalecer as competências parentais e o ambiente para a aprendizagem infantil - têm um importante papel na redução dos problemas de saúde e de desenvolvimento, ao longo do curso da vida (Eckenrode et al., 2010). Os programas de visita domiciliar diferem significativamente quanto ao perfil da clientela, ao background dos prestadores de serviços, a seus modelos teóricos, ao currículo (a forma pela qual a teoria é traduzida em conteúdos e processos) e, finalmente, em como são implementados (Kitzman, 2010; Olds, Sadler & Kitzman 2007). Com tantas variáveis envolvidas, os resultados dos programas são também variados. Segundo Tolani, Brooks-Gunn e Kagan (2006), os programas que demonstraram os maiores e mais sustentados resultados foram aqueles que ofereceram uma abordagem multidimensional, isto é, trabalharam o curso de vida das mães, a vida familiar, os cuidados com a criança e o desenvolvimento infantil integral. Bernstein (2002) destaca quatro atividades necessárias à melhoria da efetividade dos programas. São elas: (i) construir relacionamentos positivos com as famílias, e não ficar aprisionado por seus problemas; (ii) promover a relação mãe-bebê para apoiar o desenvolvimento infantil; (iii) identificar as fortalezas da família e utilizá-las em benefício dos objetivos do programa; e (iv) garantir supervisão reflexiva para os visitadores para fortalecer suas habilidades e protegê-los do excesso de estresse. A maioria dos programas enfatiza a importância de um relacionamento positivo entre a família e o profissional (Kitzman, Cole, Yoos, & Olds, 1997). Certamente, a qualidade do relacionamento é um preditor dos resultados. Conforme destacou Gomby (2005), o visitador domiciliar é o programa para as famílias. Para que o programa obtenha a adesão da população alvo e alcance seus objetivos, portanto, é fundamental que os visitadores estabeleçam uma relação de confiança com as famílias atendidas (Kitzman et al., 1997; Weiss, 1993). Quando a intervenção destina-se a famílias em vulnerabilidade, contudo, muitas mães apresentam ambivalência em relação à adesão ao programa porque percebem o visitador como alguém que fiscaliza e que poderá julgálas como “mães inadequadas” (Jack, DiCenso, & Lohfeld, 2005). Uma parte significativa de variações na implementação dos programas é decorrente de aspectos críticos do desenho do programa, tais como definir corretamente a populaçãoalvo, intervir nos momentos mais críticos do desenvolvimento, e prover serviços que, na perspectiva dos participantes, reduzam sua vulnerabilidade (Olds et al., 2007). Programas melhores estruturados têm mais chance de envolver a clientela, produzir cuidados funcionais e efeitos positivos sobre o desenvolvimento infantil (Olds et al., 2007). Há, ainda, evidências de que os participantes classificados como pertencentes ao grupo de mais alto risco obtêm melhores resultados do que os participantes com menor risco (Kitzman, 2010; Olds, 2002; Olds, 2006). Segundo Olds, Sadler e Kitzman (2007), os programas devem ser capazes de responder a uma pergunta fundamental: “Por que os pais desejariam empregar seu tempo para participar do programa?”. Intervenções destinadas à família devem responder aos interesses, às preocupações e às motivações dos pais, bem como utilizar métodos clínicos para promover mudanças comportamentais (Miller & Rollnick, 2002). Outro 11 aspecto fundamental é a relevância e a pertinência cultural do currículo do programa em relação à população a que se destina. Grunewald e Rolnick (2007) salientam que os programas voltados para a primeira infância podem ser desenvolvidos em larga escala e ser bem-sucedidos, se tiverem as seguintes características: focalizar crianças em situação de risco e encorajar diretamente o envolvimento dos pais; promover um comprometimento em longo prazo com o desenvolvimento na primeira infância; encorajar práticas inovadoras e de alta qualidade. Os autores consideram, entre as condições que podem indicar que uma criança se encontra em situação de risco, a baixa renda familiar, a presença de violência ou negligência no lar, baixo grau de instrução dos pais, baixo peso ao nascer, e dependência química dos pais. Condições que, como vimos anteriormente, afetam parcela significativa da população de crianças brasileiras. Investir em programas voltados para o desenvolvimento na primeira infância, portanto, é um imperativo ético, social e econômico dos governos e das sociedades. A seguir, é descrita a metodologia do presente plano de trabalho, com vistas à expansão do modelo de atenção integral do PIM, sobretudo em comunidades indígenas e amazônicas no Brasil. 4. Metodologia O objetivo orientador do presente Plano de Trabalho é mobilizar e subsidiar quatro estados brasileiros para a oferta de um programa intersetorial de atenção integral à primeira infância, nos moldes do PIM, com ênfase na faixa etária de zero a três anos, em comunidades indígenas e amazônicas. O Plano de Trabalho prevê a realização das atividades abaixo listadas para o alcance de resultados e a consecução do objetivo enunciado acima: 4.1 - Contato inicial com os Secretários de Saúde dos estados previamente identificados nas Assembléias ordinárias do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) em Brasília, em 23 de fevereiro e/ou 23 de março de 2011, para apresentação da proposta e sensibilização para sua adoção. Levando-se em consideração aspectos demográficos, isto é, a presença de comunidades indígenas e/ou amazônicas bem como o interesse dos gestores em desenvolver um projeto voltado à primeira infância, foram inicialmente apontados os estados do Amazonas e Pará (na região Norte do país), Mato Groso do Sul (na região Centro-Oeste) e Paraná (na região Sul) para a realização de projeto-piloto. 4.2 - Visita aos Estados para apresentação do modelo PIM aos Secretários de Saúde, Educação, Assistência Social e Cultura para sensibilizá-los a adotar modelo semelhante de atenção integral a crianças de até três anos e suas famílias, especialmente em comunidades indígenas e amazônicas. Entrega de kit sobre o modelo PIM às equipes locais, contendo: publicação “Primeira Infância Melhor: uma inovação em política pública (UNESCO, SES/RS, 2007), kit de Guias do Programa; CD de músicas do Programa; coleção “Fazendo Arte com o PIM”; vídeos sobre experiências municipais; cópia de documentos legais (tais como os decretos e a Lei Estadual 12.544/2006). 12 4.3 - Apoio técnico e orientação para a montagem de equipe intersetorial que será responsável pela implantação/implementação do modelo de atenção integral à primeira infância, em cada estado. Essa etapa compreende, por exemplo, a definição da composição, perfil e atribuições do grupo; a identificação da comunidade/território onde o modelo de atenção integral será experimentado; a realização de diagnóstico local; a elaboração de plano de trabalho local; a definição de indicadores de linha de base e de acompanhamento do projeto; 4.4 - Capacitação inicial da equipe intersetorial sobre os pressupostos e a metodologia do PIM. Estabelecer mecanismos de capacitação em serviço e de supervisão sistemáticas; 4.5 - Identificação de parceiros locais potenciais nas áreas de atuação inicial (projetopiloto); 4.6 - Apresentação do projeto de intervenção às comunidades selecionadas e parceiros locais; 4.7 - Pactuação com as equipes técnicas locais e com os parceiros sobre os indicadores que serão considerados para a mensuração dos resultados da intervenção; 5. Desafios Um dos primeiros desafios desta proposta é obter o compromisso e a adesão dos gestores públicos para sua implementação. Vontade política, liderança e o entendimento sobre o papel estratégico da atenção integral à primeira infância para o desenvolvimento humano e social são chaves para um bom começo de trabalho. Outro desafio é contar com a participação e parceria da equipe técnica do Programa Primeira Infância Melhor, sediada e coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (RS)/Brasil. A participação de técnicos do PIM na replicação do modelo será importante para orientar as novas equipes e manter a fidelidade ao modelo de intervenção. Sugere-se contar com aqueles especialistas que atuam e supervisionam áreas indígenas no RS, no âmbito do subprojeto “PIM na Diversidade”. Lograr a articulação de programas e políticas com foco na criança de zero a três anos e sua família/comunidade, de forma a garantir uma abordagem intersetorial e integrada que contemple as diversas dimensões do desenvolvimento infantil, é um outro desafio importante. Isto implica um trabalho coletivo entre profissionais de diversos setores da administração pública (saúde, educação, assistência social, cultura, justiça, etc.), bem como a identificação de recursos/atores da sociedade civil ligados ao tema. Ao focalizar a proposta de intervenção em crianças indígenas e em comunidades amazônicas, um dos desafios eminentes é conhecer de forma mais aprofundada as peculiaridades sócio-culturais de cada comunidade. Tal mapeamento cultural servirá de subsídio para a adequação do currículo do programa de forma a propor atividades de estimulação do desenvolvimento infantil apropriadas às práticas culturais locais. Um currículo culturalmente relevante é fundamental para o sucesso da intervenção. 13 Outro aspecto importante é sensibilizar membros das próprias comunidades, que dominam o idioma local e conhecem os costumes, para atuarem como visitadores domiciliares. Acredita-se que as mães e os familiares serão mais receptivos ao programa se o mesmo for realizado por pessoas que conhecem e respeitam as práticas culturais locais. 14 6. Cronograma Atividade: 1.Contato inicial com os Secretários de Saúde dos estados previamente identificados nas Assembléias ordinárias do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em Brasília, para apresentação da proposta e sensibilização para sua adoção. [estados sugeridos: Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul, Paraná] 2. Visita aos Estados para apresentação do modelo PIM aos Secretários de Saúde, Educação, Assistência Social e Cultura para sensibilizá-los a adotar modelo semelhante de atenção integral a crianças de até três anos e suas famílias, especialmente em comunidades indígenas e amazônicas. Entrega de kit sobre o modelo PIM às equipes locais. 3. Apoio técnico e orientação para a montagem de equipe intersetorial que será responsável pela implantação/implementação do modelo de atenção integral à primeira infância, em cada estado. [definição da composição, perfil e atribuições do grupo; identificação da comunidade/território onde o modelo de atenção integral será experimentado; realização de diagnóstico local; elaboração de plano de trabalho local; definição de indicadores de linha de base e de acompanhamento do projeto] 4. Capacitação inicial da equipe intersetorial sobre os pressupostos e a metodologia do PIM. Estabelecer mecanismos de capacitação em serviço e de supervisão sistemáticas; 5. Identificação de parceiros locais potenciais nas áreas de atuação inicial (projeto-piloto); 6. Apresentação do projeto de intervenção às comunidades selecionadas e parceiros locais; 7. Pactuação com as equipes técnicas locais e com os parceiros sobre os indicadores que serão considerados para a mensuração dos resultados da intervenção; 2011/Jan-Fev X Mar-Abr Mai-Jun Jul-Ago Set-Out Nov-Dez X X X X X X X X X X X X X X X 15 7. Indicadores de expansão do modelo PIM Inicialmente, definimos os seguintes indicadores para mensurar e avaliar o progresso deste plano de trabalho: 7.1 – Quatro estados brasileiros com programa intersetorial de atenção integral à primeira infância em funcionamento até o final de 2011; 7.2 – Equipes técnicas multidisciplinares constituídas e capacitadas na metodologia do PIM; 7.3 – Comunidades indígenas e/ou amazônicas identificadas e mapeamento cultural realizado; 7.4 – Comunidades, famílias e crianças a serem atendidas identificadas e contatadas; 7.5 – Visitadores domiciliares, das comunidades selecionadas, identificados e capacitados; 7.6 – Currículo do programa de intervenção adaptado à realidade sócio-cultural de cada comunidade indígena e/ou amazônica. 8. Instituições nacionais e internacionais de referência no tema do Projeto 8.1 Órgãos governamentais: Governos e secretarias estaduais de Saúde dos estados do Amazonas (AM) e Pará (PA), na região Norte; Mato Grosso do Sul (MS), na região Centro-Oeste, Paraná (PR), na região Sul; Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria Estadual da Saúde/Coordenação do Programa Primeira Infância Melhor; http://www.pim.saude.rs.gov.br/ Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), da Presidência da República; http://www.direitoshumanos.gov.br/ Câmara dos Deputados www.camara.gov.br 8.2 Fundações e setor privado: Fundação Bernard van Leer http://www.bernardvanleer.org/ Fundação Maria Cecília Souto Vidigal – São Paulo/SP www.fmcsv.org.br 8.3 Sociedade civil: 16 Rede Nacional Primeira Infância – Brasília/DF http://primeirainfancia.org.br/ Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (CINEP) – Brasília/DF http://www.cinep.org.br/?code=1.3 Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) – Manaus/AM www.coiab.com.br Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngues (OGPTB) – Benjamin Constant/AM www.ogptb.org.br 8.4 Universidades e fundações universitárias: Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – Manaus/AM www.ufam.edu.br 8.5 Colegiados: Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) – Brasília/DF www.conass.org.br 8.6 Organismos internacionais: Organização dos Estados Americanos (OEA) Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – Representação Nacional, em Brasília/DF, e escritórios zonais (Manaus/AM, São Paulo/SP) www.unicef.org.br 9. Possíveis parceiros na implantação/expansão do PIM e sua contribuição ao Projeto A tabela abaixo identifica os parceiros internacionais e nacionais considerados “indispensáveis” para a implementação desse Plano de Trabalho, bem como sugere contribuições/contrapartidas que poderão ser aportadas por cada instituição. PARCEIRO INTERNACIONAL NATUREZA PARTICIPAÇÃO/CONTRAPARTIDA 1. Fundação Bernard van Leer Idealizador/Promotor do Projeto 2. Organização dos Estados Idealizador/Promotor do Projeto Americanos 3. Innovacd Apoio Logístico ao Projeto 17 PARCEIRO NACIONAL 4. Quatro Governos de Estado (envolvendo as Secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social e Cultura) 5. Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) 6. Governo do Estado do Rio Grande do Sul/Secretaria da Saúde/Programa Primeira Infância Melhor 7. Ministério da Saúde/Funasa 8. UNICEF - Escritórios de Brasília, de Manaus (AM) ou Escritório Regional NATUREZA PARTICIPAÇÃO/CONTRAPARTIDA Executores do Projeto. Disponibilização de recursos humanos, materiais e financeiros necessários à sua implementação (equipe gestora e técnica, infra-estrutura física e logística) Articulador/mobilizador para o desenho e a implementação do projeto. Apoio técnico, advocacy e mobilização dos Secretários de Saúde dos estados. Parceiro para a replicação do modelo “PIM”. Disponibilização de assessores técnicos, com experiências em áreas indígenas, para a transferência de tecnologia a outros estados. Parceiro de âmbito nacional. Disponibilização de recursos financeiros (a negociar) Parceiro técnico e/ou financeiro e/ou logístico. 18 10. Referências Banco Mundial (2002). Brasil-Desenvolvimento da Primeira Infância: foco sobre o impacto das pré-escolas. Brasília: Banco Mundial/Departamento de Desenvolvimento Humano. Barnes, J. (2003). Interventions addressing infant mental health problems. Children & Society, 17, 386-395. Bernstein, V. (2002). 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