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Editorial M Medicina personalizada é o assunto de capa desta edição. que conseguiu identificar pela primeira vez no Brasil a É para ela que os holofotes estão voltados porque o ocorrência da carbapenemase New Delhi Metallobeta- mapeamento genético possibilita determinar a predis- lactamase (NDM) em espécies bacterianas colonizadas posição individual a um tratamento médico e isso per- em pacientes no Rio Grande do Sul. mite predizer a resposta terapêutica ou informar sobre a necessidade de um ajuste de doses de medicamentos específicos. Na nossa coluna Analogias em Medicina, o médico José de Souza Andrade Filho remonta à antiguidade para explicar a origem do nome falange: os ossos dos dedos das mãos e dos Não restam dúvidas de que o futuro da medicina é este: pés foram assim denominados por Aristóteles porque são a personalização. E, sabendo muito bem disso, o Centro arranjados em fileiras lembrando uma falange militar grega. de Genomas® se antecipou às tendências científicas emergentes e já está oferecendo ao mercado uma série de testes para triagem genética. Confira na matéria de capa. Já os artigos científicos deste número trazem assuntos de variados interesses, como “Células Decoy: um Auxílio no Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus” e “Relação do Volume Em nossa coluna de Notícias, trazemos importantes Plaquetário Médio com Troponina Positiva em Pacientes com informações sobre o mercado diagnóstico, como uma Infarto Agudo do Miocárdio Atendidos em um Laboratório pesquisa da Clínica Mayo que descobriu uma proteína Particular do Município de Barbalha”, só para citar alguns. excessivamente ativa em todas as amostras de câncer de rim examinadas. Ela é produzida pelo gene SCD1, que também é ativo em outros tipos de câncer. Outro importante trabalho de pesquisa foi conduzido na Fiocruz, @revista_newslab Isso e muito mais Ciência da Saúde você só encontra aqui, na NewsLab. Boa leitura! <<<<<<<<<<<<<<< Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum - (11) 9-8357-9857 - ([email protected]) • Editora: Andrea Manograsso (Mtb 18.120) - (11) 9-8357-9850 - ([email protected]) • Secretaria Publicidade / Redação: Luiza Salomão (11) 9-8357-9855 - ([email protected]) • Contatos de publicidade: MEI Marcela Musardo (11) 9-8357-9852 ([email protected]) - Skype: marcela musardo • Departamento de Assinaturas: Daniela Faria - (11) 9-8357-9843 ([email protected]) • Correspondente Internacional: Brigitte Selbert - (11) 9-8357-9859 - ([email protected]) Conselho Editorial: Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico • Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP • Prof. Dr. José Carlos Barbério - Professor Titular da USP (aposentado) • Dr. Silvano Wendel - Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês • Dr. Paulo C. Cardoso de Almeida - Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP • Dr. Jacques Elkis - Médico Patologista, Mestre em Análises Clínicas - USP • Dr. Zan Mustacchi - Prof. Adjunto de Genética da Faculdade Objetivo - UNIP • Dr. José Pascoal Simonetti - Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ • Dr. Sérgio Cimerman - Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva • Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa da Fundação Pró-Sangue Colaboraram nesta edição: José de Souza Andrade Filho, Luiz Mário Ramos Janini, Fulvio Facco, Lidiana A. Biasi, Roberta Tremea, Marília Navarini, Aline C. Baccin, Vanusa Manfredini, Isabel Cristina Gurgel da Silva, Liane Nanci Rotta, José Antonio Tesser Poloni, Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura, Marcella Santos Machado da Silveira, Camila Lucchese Veronesi, Letícia Silveira Goulart, Jailson Alberto Rodrigues, Wendell Soares Carneiro, Ana Célia Rodrigues Athayde, Amanda Kelly Ferreira Landim, Alexsandra Laurindo Leite Impressão: IBEP Gráfica Editoração: Fmais - Comunicação e Design NewsLab A revista do laboratório moderno ANO XX - Nº 118 (JUNHO/JULHO 2013) REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: AV. PAULISTA, 2.073 ED. HORSA I - CJ. 2315. CEP: 01311-940. SÃO PAULO. SP. FONE/FAX: (11) 3171-2190 CNPJ.: 74.310.962/0001-83 INSC. EST.: 113.931.870.114 ISSN 0104-8384 HOME PAGE: WWW.NEWSLAB.COM.BR A Revista NewsLab é uma publicação bimestral da Editora Eskalab, com distribuição dirigida a laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista. Da mesma forma, os Informes Publicitários são de exclusiva responsabilidade das empresas que compram o espaço na revista. Filiado à Anatec Leia ainda na Roche News: Teste de Troponina de alta sensibilidade da Roche e a eficácia no diagnóstico, exclusão e predição dos efeitos do infarto agudo do miocárdio 04Editorial 06Índice 10Notícias 32 Nossa Capa – Centro de Genomas® se consolida como referência em Medicina Molecular 40 Informe de Mercado 70 Novos analisadores Sysmex® Série-XN 72 Analogias em Medicina – Falange, por José de Souza Andrade Filho 74 Informe Científico: O Diagnóstico Laboratorial do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) – Luiz Mário Ramos Janini 78 Informe Científico: Avaliação da função renal – Fulvio Facco 82 Frequência de Grupos Sanguíneos na Grande Goiânia – Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura 88 Células Decoy: um Auxílio no Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus – Isabel Cristina Gurgel da Silva, Liane Nanci Rotta, José Antonio Tesser Poloni 100 Análise do Risco Cardiovascular de Mulheres Diagnosticadas com Câncer de Mama que Fazem Terapia com Tamoxifeno – Lidiana A. Biasi, Roberta Tremea, Marília Navarini, Aline C. Baccin, Vanusa Manfredini 110 Relação do Volume Plaquetário Médio com Troponina Positiva em Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio Atendidos em um Laboratório Particular do Município de Barbalha, CE – Amanda Kelly Ferreira Landim, Alexsandra Laurindo Leite 116 Infecção do Trato Urinário em Gestantes: Análise da Frequência de Casos no Centro de Saúde Jardim Guanabara, Rondonópolis, MT – Marcella Santos Machado da Silveira, Camila Lucchese Veronesi, Letícia Silveira Goulart 122 Risco de infecção da Gripe H1N1 em Gestantes e HIV positivos – Caroline Weber, Gabriela Corrêa, Mariana Haberland, Ranieri Reichel Martini, Susana Eliane Beck, Gustavo Müller Lara 128 Infecções por Helmintos Gastrintestinais: Perfil de Crianças em Escolas Públicas e Privadas do Sertão Paraibano – Jailson Alberto Rodrigues, Wendell Soares Carneiro, Ana Célia Rodrigues Athayde 138Agenda 140 Biblioteca NewsLab 144 Endereços dos Anunciantes A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais de comunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você. Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço: Av. Paulista, 2073. Edifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SP Fones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192 Envie sua mensagem pelo e-mail: [email protected]. Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br Siga-nos no twitter: @revista_newslab MAYO CLINIC DESCOBRE QUE AGENTE EXPERIMENTAL INIBE CRESCIMENTO DO CÂNCER DE RIM EM TODOS OS SEUS ESTÁGIOS A proteína identificada é produzida pelo gene SCD1, que também é ativo em outros tipos de câncer Pesquisadores da Clínica Mayo de JaA SCD1, além de ser ativa em alguns cksonville, na Flórida, descobriram uma tipos de câncer, também está sendo pesproteína que se mostrou excessivamente quisada para se descobrir o seu papel na ativa em todas as amostras de câncer de promoção da obesidade e do diabetes, rim examinadas. Também descobriram que dizem os pesquisadores. Cientistas estão um agente experimental, desenvolvido para testando a A939572 como um antidoto para bloquear a atividade da proteína, reduziu de esses problemas de saúde. forma significativa o crescimento do tumor Os cientistas da Clínica Mayo realizaram em animais, quando usada isoladamente. exames de genoma de amostras de tecidos Quando combinado com outro agente já de 150 pacientes com câncer de rim, com em uso para tratar o câncer, isso melhorou representação de todos os estágios da proa eficácia de ambos. gressão do câncer, para identificar genes A descoberta, publicada na edição onlique apresentaram, significativamente, uma ne de 30 de abril da revista Clinical Cancer O biólogo molecular John A. Copland expressão excessiva, em comparação com Research, oferece uma nova direção para o tratamento de amostras de tecidos não cancerosos. A SCD1 foi uma de carcinomas de células renais de células claras, que respon- suas maiores descobertas. dem por quase 85% dos casos de câncer de rim nos Estados Então, eles desativaram a SCD1 em células de câncer Unidos. Mais de 57 mil diagnósticos de câncer de rim são de rim em laboratório e descobriram que as células dos feitos nos EUA por ano, com mais de 13 mil mortes. tumores pararam de crescer e uma grande parte morreu. “Há uma necessidade clara de novas terapias para esse A seguir, os pesquisadores testaram a droga A939572 tipo comum de câncer. Com poucas exceções, os pacientes e a temsirolimus, uma droga com aprovação federal para inevitavelmente se tornam resistentes a todos os tipos de o tratamento de câncer de rim. Descobriram que o uso de tratamento disponíveis”, diz o pesquisador sênior do estudo, qualquer dos agentes isoladamente reduziu o crescimento o biólogo molecular John A. Copland. do tumor em até 25%, em estudos com camundongos. Mas As descobertas podem ser relevantes para o tratamen- o uso das duas drogas juntas, em doses menores, reduziu to de outros tipos de câncer, diz Christina von Roemeling, o crescimento dos tumores de 60 a 70%. principal autora do estudo. A proteína identificada pelos “A sinergia entre as duas drogas foi surpreendente e isso pesquisadores é produzida pelo gene estearoil-CoA des- sugere que haverá benefícios clínicos significativos para os saturase 1 (SCD1), que também é, como se descobriu, pacientes”, diz John Copland. excessivamente ativo em outros tipos de câncer, como os Christina von Roemeling diz que a expressão da de pulmão, estômago, mama, próstata, ovário e cólon. proteína SCD1 oferece um novo biomarcador molecular A droga experimental, A939572, é uma inibidora direcio- de prognósticos de câncer de rim, que pode orientar a nada da proteína SCD1. “Descobrimos que é incrivelmente terapia. “Pacientes, cujos tecidos de câncer expressam específica para células cancerosas, ao examinar, em labo- altos níveis dessa proteína, provavelmente podem ser ratório, camundongos tratados com esse agente, de forma tratados com drogas contra a SCD1”, diz. que não se observou efeitos colaterais perceptíveis”, diz John Copland. “Mas, apenas estamos iniciando os testes Para saber mais: com esse agente para tratamento do câncer”, explicou. www.mayoclinic.com 10 NewsLab - edição 118 - 2013 CIENTISTAS DESCOBREM QUE CORAÇÃO CONTÉM CÉLULAS-TRONCO Pesquisadores do Hassadah University Hospital, em Israel, descobriram acidentalmente células curativas do coração, que explicam a capacidade de autocura do principal músculo do corpo humano. Ao implantar um stent do ventrículo esquerdo do coração ao apêndice atrial de uma ovelha, os médicos perceberam que o tecido cresceu dentro do dispositivo. “Esse tecido tinha uma semelhança estrutural com o tecido que cresce no apêndice atrial”, diz o professor Ronen Beeri, diretor do Centro de Pesquisa Cardiovascular do Hassadah. Depois de acompanhar um experimento realizado no coração de ratos adultos, os pesquisadores concluíram que o que eles estavam observando eram células-tronco escondidas no apêndice atrial, que podem estimular o coração a se autocurar. Essa poderá ser uma descoberta revolucionária, a de que o coração também contém células-tronco que ajudam a curar os tecidos doentes. As conclusões dos pesquisadores também são curiosas porque elas lançam luz sobre a função do misterioso apêndice atrial esquerdo. A função deste apêndice - uma espécie de bolso na parte superior do lado esquerdo do coração, que recebe sangue oxigenado dos pulmões através da veia pulmonar - há muito tem confundido os médicos. Mas, se o seu papel é geralmente incerto, o dano que ele pode causar não é: o sangue se acumula no apêndice atrial esquerdo e os pacientes que sofrem de distúrbios arrítmicos, tais como a fibrilação atrial, estão em risco de formar coágulos sanguíneos fatais. PARCERIA DA SIEMENS COM A SECRETARIA DE SAÚDE E INSTITUIÇÕES DE SAÚDE PRIVADAS BENEFICIA PACIENTES DA REDE PÚBLICA Mais de 3.000 pacientes da rede pública de saúde terão acesso a exames em instituições privadas Na presença do Secretário Estadual de Saúde de São Paulo, Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri, e dos executivos representantes dos hospitais Sírio-Libanês, Dr. Paulo Chapchap, e HCor (Hospital do Coração), Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, do centro de ensino CETRUS, Dr. Sebastião Zanforlin e do grupo DASA, Dr. Romeu Côrtes Domingues, a Siemens Healthcare anunciou que mais de 3.000 pacientes da rede pública de saúde terão acesso a exames nessas instituições privadas. A iniciativa foi anunciada durante a 43ª Jornada Paulista Radiologia (JPR), em São Paulo, no estande da Siemens. Como resultado da ação serão oferecidos gratuitamente exames de diagnóstico por imagem, como tomografia NewsLab - edição 118 - 2013 computadorizada, mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, que serão realizados pelos parceiros da Siemens nas instalações das próprias instituições. “A parceria firmada com a Secretaria de Saúde e as instituições visa proporcionar maior acesso à saúde, diretriz da qual a Siemens Healthcare vem se dedicando ao longo de sua história. Buscamos levar equipamentos de última geração e que aumentem a qualidade e produtividade de nossos clientes e, assim, estes, por sua vez, conseguem proporcionar tratamentos mais precisos e menos custosos à população”, afirmou Armando Lopes, diretor da Siemens Healthcare no Brasil. A coordenação do processo e a execução dos exames ficarão a cargo da Secretaria Estadual, que beneficiará pacientes que já aguardam o agendamento, seguindo própria lista do Sistema Único de Saúde. “Por meio de iniciativas público-privadas, em que há cooperação entre empresa, instituições e estado, a população é a principal beneficiária, com acesso facilitado à tecnologia de ponta”, explicou o secretário Dr. Giovanni Cerri, ao ressaltar a importância da parceria. “Iniciativas como essa são o caminho para a evolução da cadeia de valor de saúde no Brasil, uma forma de ampliarmos nossa atuação e chegarmos à comunidade”, expressou Dr. Paulo Chapchap, Superintendente de Estratégia Corporativa do Hospital Sírio-Libanês, também presente na cerimônia. 13 CÉLULAS-TRONCO PODEM ATIVAR PRODUÇÃO DE SANGUE Metodologia adotada no estudo foi a reprogramação da célula madura ao estágio de pluripotência induzida Pesquisa com participação do Hemocentro de Ribeirão Preto investiga os mecanismos que levam as células-tronco pluripotentes (iPS) a alongarem seus telômeros para poder ativar as células hematopoéticas, que produzem sangue. Os telômeros são pontas de cromossomos que os protegem de danos ao DNA. As células iPS poderão ser utilizadas como terapêutica da anemia aplástica (AA), doença hematológica em que a célula-tronco hematopoética praticamente desaparece e, portanto, a medula óssea para de produzir células do sangue, como hemácias, glóbulos brancos e plaquetas. O estudo foi realizado por Rodrigo Calado, do Centro de Terapia Celular (CTC) do Hemocentro, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, e por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos. Quando se deriva células iPS de um paciente com telômeros muito curtos, ela consegue alongá-los, aumentando a capacidade delas se multiplicarem. O pesquisador explica que o estudo contribuiu para descobrir fragilidades e verificar em quais os pontos ainda é necessário progredir nas pesquisas de reprogramação celular e alongamento telomérico em pacientes com anemia aplástica. “Neste artigo verificamos ser possível estabelecer a reprogramação das células de pacientes com anemia aplástica e deficiência da telomerase. Com isso, em um futuro próximo poderemos utilizá-las no tratamento da doença”, relata Calado. Entretanto, enquanto as células normais conseguiam alongar os telômeros durante a reprogramação, ou seja, rejuvenescer os telômeros destas células, os pacientes que tinham mutação apresentaram dificuldade no alongamento. “Se corrigirmos os telômeros ou a enzima que falta, será possível corrigirmos esta diferenciação?”, esta ainda é uma dúvida dos pesquisadores. Os pesquisadores verificaram que fatores ambientais como, por exemplo, a concentração de oxigênio durante a cultura da célula pode também modular o alongamento telomérico destas células. “Quanto menos oxigênio, mais longos ficam os telômeros. Isso nos mostra que a concentração deste elemento químico pode modular ou contribuir para este processo celular”, relatou Calado. Estabilidade - Ainda é necessário entender como a concentração de oxigênio modificou a expressão da telomerase e a estabilidade dos cromossomos. A partir deste entendimento será possível tentar as vias teloméricas para tentar melhorar a função das células do sangue nestes pacientes com anemia aplásica. Outro aspecto verificado está ligado à contribuição de fatores genéticos nas alterações cromossômicas. Foram observados quatro pacientes, dos quais foram coletados material extraído dos fibroblastos da pele do paciente, que são células maduras, ou da própria medula óssea, as células-tronco mesenquimais. Segundo Calado, a metodologia adotada no estudo foi a reprogramação da célula madura ao estágio de pluripotência induzida, semelhante ao observado em células-tronco embrionárias. Por meio deste padrão as células são transformadas em imaturas e passam a ter capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido do organismo adulto. “Qualquer célula madura e especializada do organismo pode ser reprogramada para um estado de pluripotência, ou seja, células-tronco adultas podem ser “resetadas” para se transformar em uma célula com as mesmas características de uma célula-tronco embrionária”, explica Calado. Este modelo é baseado nas descobertas do cientista japonês Shinya Yamanaka, que em 2012 recebeu o Nobel de Medicina por suas descobertas neste campo. Ele criou o padrão utilizado por pesquisadores em todo mundo de reprogramação celular por meio do uso das células iPS (sigla inglesa de “células-tronco pluripotentes induzidas”). LABORATÓRIO ALVARO ATINGE NÚMERO RECORDE DE EXAMES REALIZADOS EM MARÇO Foram processados cerca de 3,3 milhões de exames de Análises Clínicas e Imagem somente neste mês O Laboratório Alvaro, referência nacional em apoio diagnóstico, atingiu recorde de produção no mês de março, processando 3,3 milhões de exames. Este número engloba o processamento de exames de análises clínicas e diagnóstico por imagem de cerca de 5 mil laboratórios espalhados por todo o país, que terceirizam suas operações com o Laboratório Alvaro. O grande destaque são os marcadores tumorais (MT), que corresponderam a 10% da produção total no período. Os MTs são substâncias utilizadas como indicadores de malignidade. Na maioria dos casos, são produtos normais do metabolismo celular que apresentam aumento de produção devido à transformação maligna. Estes testes são solicitados pelos médicos em caso 14 de triagem para casos específicos, como em grupos de alto risco, avaliações de prognósticos e monitoração de tratamento. Em segundo lugar como exame mais realizado está o Teste de PSA, indicado para detecção do câncer de próstata. “Foram realizados 160 mil testes de PSA somente no mês de março”, afirma Stenio Alvarenga, diretor do Laboratório Alvaro. Além destes, os exames de hepatite A, B e C também se destacam entre os dez mais procurados no Laboratório Alvaro. No mês de março, foram realizados 250 mil exames desta natureza. Tanto os MTs quando os exames de Hepatite são procedimentos processados no equipamento Modular E270 da Roche. NewsLab - edição 118 - 2013 FIOCRUZ DETECTA, PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL, CASOS DA BACTÉRIA HOSPITALAR NDM Semelhante à bactéria Klebsiella pneumoniae, a NDM está associada ao ambiente hospitalar GUTEMBERG BRITO Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) detectaram a ocorrência da carbapenemase New Delhi Metallobetalactamase (NDM) em espécies bacterianas colonizadas em cinco pacientes internados no Rio Grande do Sul. Esta é a primeira vez que a bactéria hospitalar é identificada no Brasil. A confirmação foi realizada pelo Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar que atua junto ao Ministério da Saúde, como Centro Colaborador da Rede de Monitoramento Resistência Microbiana Hospitalar (Rede RM), sendo uma Referência em Infecção Hospitalar. Consideradas altamente resistentes a antibióticos, as bactérias produtoras de NDM foram descritas pela primeira vez em 2008, na Índia e, desde então, têm sido amplamente descritas em outros continentes. Na América do Sul, foram recentemente identificadas na Colômbia, Paraguai e Uruguai. De acordo com a pesquisadora Ana Paula Assef, do Laboratório Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC, a presença de NDM no Brasil indica uma possível disseminação pelo mundo. “A descoberta indica o grande potencial de disseminação do microrganismo, resistente à maioria dos antibióticos disponíveis. Por isso, é imprescindível que as medidas de controle de infecção dentro dos hospitais sejam reforçadas”, explicou. Semelhante à bactéria Klebsiella pneumoniae, produtora de carbapenemase (KPC), que está relacionada a casos no Brasil desde 2010, a NDM está associada ao ambiente hospitalar, causando infecção especialmente em pacientes com imunidade baixa, com alguma doença de base ou que sofreram procedimentos invasivos, como o uso de cateteres, drenos e ventilação mecânica, por exemplo. É preciso haver alguma porta de entrada: por isso, não ocorre infecção em indivíduos saudáveis. A transmissão não ocorre pelo ar. Para a pesquisadora, três fatores básicos são necessários para a prevenção. “Para que não ocorra a disseminação da bactéria, é imprescindível que os laboratórios clínicos estejam alertas e preparados para o diagnóstico deste novo mecanismo de resistência e que sejam tomadas medidas de controle da infecção no ambiente hospitalar. Isso inclui o uso de equipamentos de proteção individual, luvas e capotes pela equipe clínica, a manutenção de medidas rigorosas de vigilância, isolamento do paciente, além da adoção de uma política de utilização adequada de antibióticos”, destacou. A especialista recomenda, ainda, o cuidado contínuo com a higiene. “É preciso prestar atenção como os cuidados relacionados à higiene, que não se limitam somente à lavagem das mãos. O ambiente onde está o paciente, o leito, os equipamentos que são utilizados também devem ser limpos”, lembrou Ana Paula Assef. Para saber mais: www.fiocruz.br FLEURY JÁ TEM TESTE QUE IDENTIFICA SUPERBACTÉRIA NDM A superbactéria NDM (New Delhi Metallobetalactamase) chega também ao Brasil. É a primeira vez que a infecção por este microrganismo considerado altamente resistente ao tratamento por antibióticos é registrada no Brasil. A sigla NDM identifica uma enzima, presente em certas bactérias, capaz de torná-las resistentes à ação de antibióticos. O Fleury já tem disponível o teste capaz de identificar a NDM. “O Fleury foi atrás e já tem em seu portfólio o exame capaz de detectar a superbactéria. Nossa visão foi antecipar o fornecimento do exame, pois, agora que ela chegou ao país, já estamos prontos para detectá-la rapidamente”, garante Jorge Luiz Mello Sampaio, responsável pela Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde. O teste foi desenvolvido pelo Fleury, reafirmando o destaque do Grupo no cenário de Pesquisa e Desenvolvimento nacional por iniciativas de Inovação Aberta, ao promover o engajamento de múltiplos stakeholders, como agências de fomento, Universidades e Instituições de pesquisa do 16 Brasil e do exterior, pesquisadores do Grupo Fleury e das instituições parceiras, entre outros. Como o teste funciona - Os testes realizados pelo Fleury utilizam o método de amplificação (PCR - reação em cadeia pela polimerase). O método permite a detecção em tempo real da presença dessas bactérias em amostras de fezes. A vantagem desse teste é a capacidade de identificar a bactéria em indivíduos colonizados, ou seja, que são hospedeiros, mas ainda não apresentam a doença. No caso dessa superbactéria, os médicos estão preocupados com as dificuldades de tratamento dos pacientes que apresentam infecções hospitalares causadas por ela. Sampaio explica que a transmissão das bactérias com NDM pode se dar pelo contato das mãos ou objetos. A gravidade das doenças causadas por essas bactérias, como infecções abdominais, urinárias e pneumonia, não é diferente ou superior àquelas causadas por outras bactérias. O desafio, porém, é combatê-la, devido à sua resistência aos antibióticos mais comuns. NewsLab - edição 118 - 2013 ABIMO DIVULGA ESTUDO SETORIAL EM PARCERIA COM A FGV Resultados são otimistas para setor de fabricantes de equipamentos médicos, mas aponta gargalos Segundo o levantamento da Abimo – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o setor de fabricantes de equipamentos para a saúde vem se saindo bem, apesar de algumas dificuldades competitivas. Os resultados mostram que a produção setorial atingiu R$ 4,8 bilhões em 2012. Esse valor divide-se em R$ 2,23 bilhões para os equipamentos médicos, R$ 97 milhões para implantes, R$ 83 milhões para materiais de consumo e R$ 76 milhões para materiais odontológicos. A curva é ascendente, principalmente na área de equipamentos médicos, que em 2007 era de R$ 1,07 bilhão. Descontada a variação dos preços, o crescimento real da produção entre 2005 e 2012 foi de 3,9% ao ano, em média. O crescimento estimado para o setor foi de 10,6% em 2012. PIB setorial - Em 2012, a geração de valor no setor (PIB setorial) atingiu R$ 2,4 bilhões, alcançando um crescimento real em torno de 7%, entre 2007 e 2009, descontada a variação dos preços. O número médio do país é 3,5%, ou seja, é um setor que cresce o dobro do PIB nacional. Para Robson Gonçalves, da FGV, os números consolidados são muito satisfatórios e mostram um setor de muita valia para a indústria brasileira. As maiores contribuições vêm dos dois grandes segmentos, que são a área de instrumentos para uso médico e odontológico e artigos óticos, que alcançaram R$ 2,1 bilhões e aparelhos eletromédicos, eletroterapêuticos e de irradiação, com R$ 300 milhões. O estudo da FGV também detalhou outro dado importante: o da produtividade no setor, ou seja, o valor agregado por trabalhador, entre os anos de 2007 e 2012. Os ganhos de produtividade têm sido essenciais para sustentar o crescimento do setor e fazer frente à ameaça das importações. Descontada a variação dos preços, a produtividade setorial cresceu 5% ao ano em média no período, enquanto que o mesmo indicador para a indústria de transformação caiu 4% na mesma base de comparação. O investimento total do setor em 2012 atingiu R$ 307 milhões de reais, o equivalente a 13% do PIB setorial. Em 2007, esse indicador era 9,9%. Gonçalves explica que esse é o cha- 18 mado taxa de investimento setorial, ou seja, quanto o setor investe em relação ao valor que gera. “Esse dado mostra que o setor vem acelerando o investimento”, explica o representante da FGV. “Isso mostra uma crença do industrial no seu próprio setor”. O emprego na indústria brasileira não registrou variação em janeiro de 2013 em relação ao mês anterior, que havia mostrado queda de 0,3%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em março. Já em relação a janeiro de 2012, o emprego industrial caiu 1,1%. Esse é o 16º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação que a indústria brasileira vem sofrendo. Nos últimos 12 meses, o indicador mostrou recuo de 1,4%. Apesar de não ser um setor de altos níveis de empregabilidade, até mesmo pela necessidade de qualificação altamente especializada, a empregabilidade no setor de equipamentos vem crescendo em média, 4% ao ano entre 2007 e 2012, atingindo a marca de 54 mil pessoas, enquanto a indústria de transformação empregou aproximadamente 7,7 milhões. Necessidade de isonomia - Mesmo com alguns dados animadores, o estudo setorial encomendado pela Abimo deixa evidente que hoje a falta de isonomia tributária configura-se como um dos mais graves problemas enfrentados pelo setor produtor de equipamentos médicos, hospitalares, laboratoriais e odontológicos. O déficit comercial do setor de equipamentos para a saúde tem crescido continuamente nos anos recentes. Entre 2007 e 2012, passou de US$ 1,7 bilhão para US$ 3,7 bilhões, com crescimento médio anual superior a 16,5%. O dado mais preocupante refere-se à queda de 5,5% nas exportações no ano passado: no mesmo período, as importações cresceram 4,7%, ampliando o déficit comercial, chegando a US$ 4,5 bilhões em 2012. “Sendo um setor voltado para o mercado interno, conclui-se que existe um crescimento da demanda e que a importação está roubando essa fatia do mercado”, explica Robson Gonçalves, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo estudo. NewsLab - edição 118 - 2013 PESQUISADORES DA UNICAMP DESVENDAM PAPEL DE PROTEÍNA EM METÁSTASE Os resultados da pesquisa ganharam a capa do The Journal of Biological Chemistry Assim como os tecidos e órgãos humanos, os tumores são formados por agrupamentos de células que aderem e interagem umas com as outras. Se a adesão e a interação entre as células tumorais eventualmente for fraca, maior é a probabilidade de elas se soltarem e migrarem para outros órgãos e tecidos e dar origem à metástase (propagação de um câncer). Pesquisadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue (INCT Sangue), apoiados pela FAPESP, desvendaram o papel desempenhado por uma proteína (ARHGAP21) nesses processos de adesão e migração celular. Os resultados da pesquisa ganharam a capa do The Journal of Biological Chemistry, editado pela Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, e podem contribuir para o desenvolvimento de técnicas que possibilitem inativar essa proteína nas células tumorais para impedir o surgimento de metástases. “O grande problema de um tumor é a metástase. Se conseguirmos bloqueá-la, será possível impedir a propagação de células cancerosas para outros órgãos e aumentar a chance de cura”, disse Karin Spat Albino Barcellos, primeira autora do artigo, à Agência FAPESP. Barcellos conta que a ARHGAP21 foi sequenciada e descrita pela professora Sara Teresinha Olalla Saad, coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Sangue, durante o Projeto Genoma Humano do Câncer, realizado pela FAPESP em parceria com o Instituto Ludwig e concluído em 2002. Ainda não se sabia, no entanto, qual era o papel desempenhado pela proteína nas células. Nos últimos anos, durante um Projeto Temático coordenado por Saad, Barcellos e outros pesquisadores participantes do estudo descobriram que a ARHGAP21 regula o citoesqueleto (responsável por manter a forma das células e as junções celulares) e atua nas proteínas Rho-GTPases – grupo de aproximadamente 20 proteínas que regulam o movimento, adesão, migração e diferenciação das células. “Vimos que as Rho-GTPases precisam da ARHGAP21 durante a formação da adesão célula-célula, e que a ARHGAP21 participa desse processo ao ficar entre as junções celulares e, depois de algumas horas que ele é concluído, ela vai embora. Por isso, ainda não tínhamos conseguido ver a presença da ARHGAP21 no processo de adesão célula-célula”, explicou Barcellos. Para observar o comportamento da ARHGAP21 nos processos de adesão e migração celular, o grupo fez em laboratório um experimento que simula o desenvolvimento de uma metástase. Denominada transição epitelial-mesenquimal, a técnica de simulação in vitro de metástase já era explorada por grupos de pesquisa em outros países, como os do Departamento de Fisiologia e Desenvolvimento Biológico da Brigham 20 Young University em Utah, nos Estados Unidos. Ao fazer um estágio em Utah com a reserva técnica de seu projeto de pós-doutorado, realizado com Bolsa da FAPESP, no âmbito do Projeto Temático coordenado por Saad, Barcellos conheceu a técnica e decidiu replicá-la para analisar as funções da ARHGAP21em adesão e migração celular ao retornar ao Brasil. Uma das hipóteses dos pesquisadores antes de iniciar o experimento era de que, como a ARHGAP21 tem um papel estratégico na adesão celular, ao retirá-la de células humanas tumorais de câncer de próstata durante os testes em laboratório, a sua migração e, consequentemente, a metástase, seria muito maior do que a observada em células cancerígenas com a proteína. Ao aplicar nas células cancerígenas sem a ARHGAP21 frações de HGF – um hormônio produzido principalmente pelo fígado, que faz com que as células se separem uma das outras para formar os órgãos e tecidos na fase embrionária –, os pesquisadores constataram, no entanto, que elas nem se moviam e não ocorria metástase. “No começo, achamos que estávamos errando em alguma fase do experimento, como esquecer de colocar o HGF. Porém, repetimos várias vezes o experimento e vimos que, de fato, sem ARHGAP21 as células cancerígenas não se soltam e não migram. Esse resultado nos surpreendeu”, afirmou Barcellos. Os pesquisadores descobriram que, na realidade, a ARHGAP21 está localizada na via de sinalização do HGF das células e regula a transição epitelial-mesenquimal. As células sem a proteína na via de sinalização do HGF, por exemplo, sentem a presença do hormônio, mas não conseguem se soltar uma das outras. “Demonstramos que é possível bloquear metástases induzidas por HGF por meio da inativação da ARHGAP21 em testes in vitro”, afirmou Barcellos. “Ainda não sabemos, no entanto, se é possível inativar essa proteína em humanos, porque ela deve exercer muitas outras funções, inclusive benéficas, nas células.” Por meio de um novo Projeto Temático, também apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Sara Saad, os pesquisadores pretendem realizar simulações de diversos tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a ARHGAP21. “Será muito importante testarmos isso agora em camundongos e ver se funciona para avaliar a possibilidade de utilizar a técnica em humanos para bloquear metástase”, disse Barcellos. “Talvez seja preciso tirar a ARHGAP21 só das células com tumor ou bloquear o sítio da proteína que sente o HGF, para que a proteína possa desempenhar as outras funções benéficas”, estima. Para saber mais: www.fapesp.br NewsLab - edição 118 - 2013 BIOMARCADORES SÃO FERRAMENTAS PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DO ALZHEIMER Alterações cerebrais têm início décadas antes da manifestação clínica A demência é um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente as pessoas da terceira idade. Corresponde a uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo das funções cognitivas, em especial a memória, com importante prejuízo progressivo funcional, social e profissional. “A Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum forma de demência em pessoas com mais de 60 anos no Brasil e sua incidência cresce exponencialmente após os 65 anos”, explica o médico Gustavo Bruniera, consultor científico da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Na visão do médico, com o aumento da expectativa de vida, o mal torna-se um crescente problema socioeconômico e de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento com a tendência de inversão da pirâmide etária. As fases iniciais do Alzheimer confundem-se clinicamente com o distúrbio cognitivo leve (DCL), condição em que o indivíduo tem algum grau de perda cognitiva quando comparados a pessoas normais da mesma faixa etária, mas que não preenchem critérios para demência. Porém, sabe-se hoje que aproximadamente 50% dos pacientes com DCL desenvolvem DA nos primeiros cinco anos. De acordo com Bruniera, atualmente os biomarcadores para a Doença de Alzheimer em líquido cefalorraquiano (LCR) são uma importante ferramenta no auxílio do diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer com relação a outras formas de demência potencialmente tratáveis e, principalmente, pelo fato de predizer se um indivíduo com DCL progredirá a Doença de Alzheimer. “O grande valor dos biomarcadores está no fato de traduzirem as alterações celulares cerebrais, substrato fisiopatológico da doença de Alzheimer que sabemos tem seu início décadas antes dos sintomas clínicos”, avalia. Os biomarcadores em LCR definidos são o Peptídeo Beta Amiloide, a Proteína Tau Total e a Proteína Tau Fosforilada. “Não há cura, mas sim medicamentos e terapias que melhoram a qualidade de vida do paciente. Há uma incessante busca de drogas que alterem a história natural da doença, ou seja, que possam regredir ou bloquear o processo neurodegenerativo. Além de contribuir para o diagnóstico, os biomarcadores poderão ser úteis para o acompanhamento de futuras terapias que alterem a fisiopatologia da doença”, conclui o médico. ANVISA ADOTA MEDIDAS PARA ACELERAR ANÁLISE DE REGISTRO DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS ESTRATÉGICOS Criação de gerências setoriais e implantação de sistema eletrônico devem reduzir em 40% tempo de análise de produtos A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai analisar os processos para registro de medicamentos de acordo com o tipo de produto. A Gerência Geral de Medicamentos da Anvisa, responsável pela avaliação dos pedidos, será dividida em três áreas: medicamentos novos e inovação; genéricos e similares; e medicamentos biológicos. A medida deve reduzir o tempo de análise em até 40%. Outra novidade é que a Anvisa permitirá que as empresas possam alterar a ordem dos pedidos de registro apresentados, podendo priorizar o mais relevante economicamente ou o que possui maior grau de inovação. Atualmente, as análises são feitas conforme a ordem cronológica de apresentação dos pedidos, sem chance de alteração pelo produtor. As mudanças dão continuidade a um conjunto de medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa 22 para aumentar a agilidade do setor, como implantação do Sistema de Registro Eletrônico de Medicamentos, que já começou a funcionar. A ferramenta concentrará os pedidos de registros de novos medicamentos. Também reduzirá o tempo de análise de cada pedido. A ideia é que, até o fim do ano, todos os processos desse grupo tramitem eletronicamente. A Anvisa também vai dobrar a capacidade da agência para a inspeção e registro de medicamentos e produtos, com a contratação de 314 novos servidores na área de registro de medicamentos. O governo estuda ainda alterações na legislação. Entre as propostas, está a permissão para que a Anvisa reconheça auditorias e inspeções internacionais realizadas por outras agências e organismos certificadores. Isso poderia reduzir em cerca de 70% as 600 inspeções anualmente realizadas pela agência em outros países, sem criar fragilidade sanitária. NewsLab - edição 118 - 2013 SETOR DE DIAGNÓSTICO REGISTRA FALTA DE MÉDICOS PARA ATUAR COM METODOLOGIAS MAIS ACESSÍVEIS Apenas 50% das vagas para residência em patologia são preenchidas “Faltam médicos para atuar com ultrassom, colposcopia, anatomia patológica e outras metodologias”. O alerta foi feito pela presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Cláudia Cohn, durante o 6º Seminário Sindhosp/Grupo Fleury, que aconteceu em São Paulo, em abril. A constatação da presidente da Abramed foi feita após a apresentação da ANS, que mostrava indicadores do setor saúde e revelava o aumento do uso de novas tecnologias no sistema de saúde suplementar no ano passado. De acordo com Cláudia Cohn, o que pode estar ocorrendo é uma substituição das metodologias mais acessíveis por outros métodos. “Como as metodologias mais acessíveis têm baixa remuneração, a escolha dos especialistas recaem naturalmente em outros métodos”. Segundo o Dr. Luís Vítor Salomão, consultor técnico da Abramed, “apenas 50% das vagas para residência em patologia (anatomia patológica) são preenchidas. E daqueles que optaram pela especialidade, em torno de 25% mudam de área no decorrer da residência. E apenas 50% concluem a residência na especialidade”. Na opinião do presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Henrique Carrete, “o desinteresse de especialistas mais jovens em trabalhar com alguns métodos de imagem, como ultrassom e raios-X é motivo de extrema preocupação. São métodos essenciais na rede de atendimento à saúde e que, se não valorizados, como vem ocorrendo em consequência da baixa e vergonhosa remuneração destas atividades, diagnósticos e tratamentos serão prejudicados em grande escala”, avisa. “Um cenário grave se apresenta. A substituição de especialistas por profissionais não habilitados ou minimamente preparados para atuar nestas tradicionais áreas da medicina diagnóstica, coloca em risco a saúde dos pacientes”, alerta e conclui Carrete. IB INCREMENTA PESQUISAS COM NOVOS LABORATÓRIOS O investimento ultrapassou R$ 2 milhões, com aportes da Unicamp e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo O Instituto de Biologia (IB) da Unicamp passa a contar com dois novos laboratórios de pesquisas dedicados às doenças tropicais e ao estudo da dor. O prédio que abriga o complexo foi inaugurado na presença de docentes, pesquisadores, alunos e funcionários. Também participou da solenidade, a diretora do IB, Shirlei Maria Recco-Pimentel. Ela agradeceu o apoio da reitoria, destacando o alto volume de investimentos em infraestrutura na Unidade ao longo dos últimos anos. Shirlei Recco-Pimentel ressaltou a importância dos laboratórios para a pesquisa básica e consequente geração de conhecimento científico para a sociedade. O investimento total ultrapassa os R$ 2 milhões, com aportes da Unicamp e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. A construção do espaço, com cerca de 1.000 metros quadrados, foi gerenciada pela Coordenadoria de Projetos e Obras (CPO), órgão vinculado à Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (Prdu). 24 Os docentes Carlos Amilcar Parada, Cláudia Herrera Tambeli, Fábio Trindade Maranhão Costa, Marcelo Brocchi e Selma Giorgio, que já desenvolvem pesquisas nestas áreas, irão coordenar os laboratórios. Carlos Parada e Cláudia Tambeli responderão pela unidade dedicada aos estudos da dor, ao passo que Fábio Trindade, Selma Giorgio e Marcelo Brocchi gerenciarão o espaço para as pesquisas em doenças tropicais. “O Laboratório de Doenças Tropicais é uma unidade multidisciplinar. Está focado na malária, leishmaniose e doenças bacterianas, patologias que foram negligenciadas. Até hoje, não há, por exemplo, uma vacina para a malária”, aponta o professor Fábio Trindade, destacando a importância do incremento de pesquisas nesta área. “O objetivo do Laboratório de Estudos da Dor é envolver pesquisadores para investigar mecanismos relacionados à dor em todos os seus aspectos e, consequentemente, à analgesia, que é o seu controle”, explicou Carlos Almicar Parada. NewsLab - edição 118 - 2013 DEGENERAÇÃO MACULAR X GENES: CIENTISTAS IDENTIFICAM SETE NOVOS FATORES DE RISCO GENÉTICO Para a degeneração macular todo avanço resultante da pesquisa genômica será muito bem-vindo Uma nova pesquisa, publicada na revista Nature Genetics, revela com mais clareza o papel que a genética pode desempenhar no desenvolvimento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira em pessoas com 60 anos ou mais. Os pesquisadores identificaram sete novas regiões do genoma humano – chamadas loci – que parecem estar ligadas com a condição de perda de visão. Estes sete loci estão espalhados por todo o genoma, em muitos cromossomos diferentes. Outros 12 já haviam sido identificados em estudos anteriores. Ao todo, os 19 loci que estão associados com a DMRI estão implicados numa variedade de funções biológicas, incluindo a regulação do sistema imune, a manutenção da estrutura celular, o crescimento e a permeabilidade dos vasos sanguíneos, o metabolismo lipídico e a formação da aterosclerose. Segundo os autores do trabalho, os resultados fornecem um insight sobre a base molecular da DMRI, o que irá ajudar outros pesquisadores a buscarem as causas da doença, além de colaborar no desenvolvimento futuro de novas estratégias de diagnóstico e tratamento. Os resultados finais da pesquisa baseiam-se na análise de dados de 17.100 pessoas com formas graves de degeneração macular e de 60.000 pessoas sem a doença ocular. Já sabemos que idade, dieta e tabagismo influenciam no risco de uma pessoa desenvolver DMRI. Mas, segundo o estudo, a genética também desempenha um papel forte neste sentido. A degeneração macular relacionada à idade, muitas vezes, ocorre em vários membros de uma mesma família e é mais comum entre determinadas etnias, como entre pessoas de ascendência asiática ou europeia. “Ao catalogar variações genéticas associadas com a DMRI, os cientistas estão mais bem equipados para encontrar caminhos biológicos correspondentes e estudar como eles podem interagir e mudar com a idade ou segundo os outros fatores de risco da doença, como o tabagismo”, explica o oftalmologista Virgílio, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. Desde a descoberta, em 2005, que certas variações no gene para fator de complemento H – um componente do sistema imunológico – estão associadas com um maior risco para a DMRI, os grupos de pesquisa ao redor do mundo têm realizado estudos de associação ampla do genoma para identificar outros loci que afetam o risco de DMRI. Estes estudos foram possíveis graças a ferramentas desenvolvidas através do Projeto Genoma Humano, que mapeou os genes humanos, e projetos relacionados, como o Projeto Internacional HapMap, que identificou padrões comuns de variação genética no genoma humano. “Ao poder concentrar futuras pesquisas às 19 regiões genômicas identificadas, os cientistas podem procurar mais eficientemente genes específicos e mudanças etiológicas que desempenham um papel importante na DMRI”, diz o oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO. “Tal como acontece com outras doenças comuns, como o diabetes tipo 2, o risco de um indivíduo desenvolver degeneração macular é provavelmente determinado não por um, mas muitos genes. A análise de DNA ainda mais abrangente das áreas em torno dos 19 loci identificados pode nos fazer avançar na compreensão sobre a patogênese da DMRI, bem como na busca por tratamento e sua possível prevenção. Como atualmente não existe cura para a degeneração macular, todo avanço resultante da pesquisa genômica será muito bem vindo”, explica Juan Caballero. DESCOBERTOS NOVOS MARCADORES LIGADOS A CÂNCER DE PRÓSTATA, MAMA E OVÁRIO Foram examinadas 200 mil áreas do genoma humano em 250 mil indivíduos Pesquisadores de mais de 160 grupos espalhados pelo mundo fizeram uma varredura no DNA humano e encontraram 74 alterações genéticas ligadas ao maior risco de desenvolvimento de cânceres de próstata, mama e ovário. Os artigos, 13 no total, foram publicados nas revistas Nature Genetics, Nature Communications, PLOS Genetics, The American Journal of Human Genetics e Human Molecular Genetics. Foram examinadas 200 mil áreas do genoma humano em 250 mil indivíduos. Os resultados praticamente dobram o número de alterações genéticas conhecidas associadas àqueles tipos de câncer. Os estudos compararam os códigos genéticos de mais de 100 mil pacientes com esses tipos de cânceres 26 a um número igual de pessoas saudáveis. O funcionamento do DNA passa por quatro compostos químicos, denominados A (adenina), C (citosina), T (timina) e G (guanina), unidos em diferentes combinações ao longo de sua dupla hélice. Os cientistas observaram que as combinações de indivíduos com os tumores diferiam das de humanos saudáveis. Equipes de cientistas de institutos de pesquisas de Europa, Ásia, Austrália e Estados Unidos acreditam que o trabalho deverá, no futuro, ajudar os médicos a calcular o risco individual de se desenvolver câncer muito antes do surgimento de qualquer sintoma. A maioria dos participantes investigados na pesquisa tinha origem europeia. NewsLab - edição 118 - 2013 ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA LANÇA OBSERVATÓRIO TUBERCULOSE BRASIL A primeira ação foi organizar um seminário sobre a nova tecnologia GeneXpert e seu impacto na organização de novos serviços, captação de casos e controle da tuberculose resistente a drogas Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuir para o controle da tuberculose, com o monitoramento das políticas públicas de saúde e promoção do controle social. Com esses objetivos, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) criou a coordenação do Observatório Tuberculose Brasil. Integrante da rede FIO-TB, o observatório é composto de diversas unidades da Fiocruz, com a proposta de articular as ações de pesquisa e serviço da Fundação na área. O Observatório TB Brasil pretende desenvolver ações em advocacy communication and social mobilization (ACMS) e monitorar os indicadores sociais e epidemiológicos relacionados à tuberculose. As ações estão de acordo com as Metas de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e contam com ativa participação de movimentos sociais no que se refere à execução dos compromissos assumidos oficialmente pelas três esferas de governo. Para o psicólogo e coordenador-técnico da área de tecnologia social do Observatório TB Brasil, Carlos Basília, a ancoragem da iniciativa na Ensp busca responder a demandas do movimento social de luta contra a doença e a necessidade de promover estudos e desenvolver estratégias intersetoriais conjuntas articuladas entre os diversos atores, setores e políticas públicas. Procura, assim, enfrentar os determinantes sociais relacionados à tuberculose e às suas associações. Entre eles, em especial, os que têm relação direta com a pobreza e a dificuldade de acesso à saúde e a expectativa de maior participação da academia e, consequentemente, envolvimento mais amplo de pesquisadores, professores e alunos no enfrentamento da doença. Segundo o diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho, os movimentos sociais na área da tuberculose são muitos e de extrema importância para essa luta no país. Ele destacou a atuação histórica de Basília e afirmou que a escola, por meio do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), funcionará como um ponto de articulação entre o observatório e os movimentos sociais. A ideia é que seja criada uma relação de cooperação mútua. “Queremos a Escola próxima das ações e reivindicações desses movimentos, pois, assim, ao mesmo tempo, poderemos manter os movimentos sociais abastecidos com as análises e conhecimentos produzidos na Ensp”. 28 Sobre a disseminação da tuberculose no país, Basília alertou para o desconhecimento da população, gestores e até dos profissionais de saúde sobre a doença. “As pessoas que adoecem por TB ainda são fortemente estigmatizadas, isoladas, discriminadas e comumente vitimadas por inúmeras violações dos seus direitos sociais. Existe um imaginário histórico ultrapassado em relação à abordagem da tuberculose. Infelizmente, ainda prevalecem a visão biomédica e o discurso higienista focado no controle de doenças e vetores, de medidas de contenção. Na verdade, o paciente e sua realidade social deveriam estar no centro das preocupações”, disse Basília. Entre os principais parceiros envolvidos no projeto, está o CRPHF/Ensp, cujo chefe, Miguel Aiub, é o coordenador técnico e científico das áreas de pesquisa, ensino e estratégia de controle do Observatório TB Brasil. De acordo com Aiub, esta será uma oportunidade ímpar para o fortalecimento de ações de controle da doença. “Haverá um fomento na participação da sociedade civil no acompanhamento e na análise das políticas e ações desenvolvidas em atenção à tuberculose e a coinfecção TB/HIV”, disse ele. A realização do seminário sobre a nova tecnologia GeneXpert e seu impacto na organização de novos serviços, captação de casos e controle da tuberculose resistente a drogas, ocorrido no Centro de Estudos da Ensp, foi a primeira ação do observatório. “É preciso, complementou Basília, desenvolver respostas inovadoras e articuladas na busca pela qualidade de vida e de um tratamento adequado para os portadores da doença”. Carvalho explicou ainda a função da Rede FIO-TB. Segundo ele, esta é uma iniciativa entre as unidades da Fundação e sua proposta é ser um ponto de articulação entre ações de pesquisa e serviço oferecidos pela Fiocruz. “A Ensp participou ativamente da elaboração da Rede FIO-TB e nela tem a responsabilidade do desenvolvimento de pesquisas clínicas. O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) também trabalhará na área de pesquisas clínica e no serviço, no que se refere ao atendimento da população. Além disso, ainda contamos com o Instituto Oswaldo Cruz, que é o responsável pela área da pesquisa básica”, detalhou o diretor. NewsLab - edição 118 - 2013 Centro de Genomas® se consolida como referência em Medicina Molecular Há mais de 10 anos desenvolvendo testes avançados de genética, o Centro de Genomas® alcança a maturidade e, mantendo a tradição de sempre inovar, investe também no mercado de Medicina Personalizada e Preventiva 32 NewsLab - edição 118 - 2013 O mapeamento genético possibilita determinar a predisposição individual a um tratamento médico através de estudo específico de mutações genéticas que são distintas entre as pessoas S ob a direção de Cintia Vilhena e Ricardo Sobhie Diaz, o Centro de Genomas® é um laboratório de genética avançada cujo crescimento exponencial é fruto da inovação que norteia seu negócio. Hoje já é uma marca reconhecida e solicitada até mesmo por grandes farmacêuticas que buscam uma parceria para o desenvolvimento de testes genéticos. Mas esse relativo conforto na trajetória da empresa não aconteceu à toa. Durante todos esses anos os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação têm sido uma constante, assim como a incorporação dos melhores profissionais à equipe de experts da empresa. Quando começou suas atividades, em 2002, o Centro de Genomas® realizava apenas testes de paternidade, mas logo em seguida começou a desenvolver e produzir testes em biologia molecular (os assim chamados testes de desenvolvimento próprio) para doenças infecciosas, sendo pioneiro no desenvolvimento da técnica de PCR em tempo Real para o HCV, HIV e HBV. Rapidamente o seu departamento de Pesquisa e Desenvolvimento evoluiu para Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PDI). Com o crescimento da demanda, a empresa se adequou naturalmente às normas da RDC 302 da Anvisa, seguindo regras rígidas de produção, com desenvolvimento de controles internos e externos, histórico de todos os reagentes usados no processo, controles positivo e negativo, entre outros, conferindo rastreabilidade e controle total da produção; tudo isto produzido pelo próprio laboratório. A marca registrada do Centro de Genomas® certamente é o desenvolvimento de testes genéticos exclusivos para o mercado nacional, a exemplo do teste para hepatite Delta e o teste de resistência aos medicamentos antivirais usados na hepatite C. Essa particularidade em seu business core foi o que garantiu sua expansão até 2011, quando seus dirigentes perceberam que o mercado de genética estava mudando e decidiram ampliar ainda mais seu portfólio. Cintia Vilhena, Diretora Geral, explica que a biologia molecular aplicada às doenças infecciosas já é hoje em dia a base rotineira de um laboratório de biologia molecular. O inédito nessa área é escasso. “Como já estávamos consolidados na nossa área de expertise, começamos a perceber NewsLab - - edição 118 - 2013 uma forte movimentação para a medicina personalizada, o que chamou nossa atenção. Por isso, em 2012 nós lançamos o 4PGenômica, um produto de nosso departamento de PDI que atende a esse novo nicho do mercado de medicina genética. Os quatro Ps são na verdade aspectos da medicina personalizada, ou seja, personalizada, preditiva, preventiva e participativa”, explica Cintia. Ainda de acordo com a especialista, os holofotes estão voltados no momento para a medicina personalizada porque o mapeamento genético possibilita determinar a predisposição individual a um tratamento médico através de estudo específico de polimorfismos que são distintas entre as pessoas. E isso permite ao médico predizer a resposta terapêutica ou informa sobre a necessidade de um ajuste de doses de medicamentos específicos. Ou seja, a expressão do gene pode ser prevista e sobrepujada em função de um tratamento medicamentoso, sendo este o futuro da medicina: a personalização. Segundo um estudo realizado e publicado na “Genetics in Medicine”, em 2012 o mercado de medicina personalizada movimentou 80 bilhões de dólares. Estima-se que em 2018 este novo segmento da medicina movimentará em torno de 230 bilhões de dólares. Este estudo mostra que os profissionais de saúde estarão cada vez mais convencidos da importância da personalização do tratamento com grandes benefícios ao paciente. Para Cintia Vilhena, na área de biologia molecular aplicada às doenças infecciosas o inédito já é escasso 33 Ricardo Sobhie Diaz acredita que o mercado de medicina personalizada ainda vai crescer muito no Brasil. Educação Médica Sequenciador genético 3.500, onde são realizados todos os testes de genotipagem. Tudo o que é pioneiro exige um esforço para sua difusão e implementação. Ciente disso, O Centro de Genomas® percebeu que um trabalho adicional junto à classe médica brasileira deveria ser realizado para a divulgação de conhecimentos envolvendo genética em medicina preventiva e personalizada, criando assim um plano de educação médica para dar suporte a essa nova tecnologia. “Existe ainda uma ideia de que a medicina personalizada é apenas aquela ligada à oncologia. Ela vai muito além disso. Por isso estruturamos os departamentos médicos do 4PGenômica para poder personalizar também o atendimento aos médicos que estão adotando os exames genéticos. Assim, nós criamos os departamentos de Dermagenética, Dermafarmacogenética, Nutrigenética, BabyNutri (Nutrigenética Infan- til), Oncofarmacogenética, Farmacogenética Geral, Farmacogenética do HIV, Perfil Genético de Risco Cardiológico, Check Up Genético e Medicina Esportiva. Ricardo Sobhie Diaz acredita que o mercado de medicina personalizada ainda vai crescer muito no Brasil e que dentro de pouco tempo será uma prática comum no consultório médico o pedido de uma triagem genética. Afinal, por que um médico prescreveria, por exemplo, estatina para seu paciente sem ter a certeza sobre os riscos de toxicidade individual com este medicamento? “Quando o mercado estiver com uma demanda maior, nós já estaremos estabelecidos porque estamos nos antecipando às tendências científicas emergentes”, explica o médico. E para aprimorar o atendimento aos médicos, o Centro de Genomas® criou o Grupo de Inteligência Genética, composto por especialistas que oferecem o aconselhamento genômico para o médico que, por conseguinte, estenderá esse benefício para seu paciente. “Nós temos hoje em dia um time de nutricionistas e geneticistas preparados para fazer o aconselhamento genômico dermatológico e o aconselhamento genômico nutricional, cobrindo desta forma todas as áreas. Só não precisamos oferecer esse serviço para Oncologia porque a maioria dos especialistas já domina o conhecimento nesta área”, enfatiza. Os testes genéticos desenvolvidos pelo Centro de Genomas® têm um aspecto que os diferencia no mercado. Eles têm como pano de fundo uma equipe gabaritada e preparada para fazer a correta análise desses complexos exames. Além disso, é ilimitada a quantidade de exames que pode ser agregada ao portfólio, especialmente porque existe um time que está constantemente estudando as necessidades e a viabilidade de incorporar novos testes à produção. Dermagenética - mapeamento genético relacionado à saúde da pele A Divisão Dermagenética é responsável pelo estudo dos polimorfismos genéticos (SNPs) que oferecem riscos à saúde da pele e envelhecimento acelerado. Desta forma, pode-se tratar e promover o bem-estar ao paciente. 34 NewsLab - edição 118 - 2013 Quando SNPs ocorrem em genes específicos, estes podem alterar a atividade da proteína traduzida e esta pode não exercer corretamente sua função. Portanto, essa alteração pode ocasionar degradação acelerada da pele e a identificação dessas alterações por meio do teste genético auxilia a correção do problema. Produtos personalizados a partir da informação genética auxiliam a compensar qualquer desvantagem ocasionada pela presença de SNPs. Assim, um nutriente e um dermacosmético específico podem desacelerar ou reverter as ações deletérias do meio ambiente e do metabolismo individual, baseando-se nas necessidades genéticas de cada pessoa individualmente. Essa linha analisa 14 SNPs e consegue adicionalmente detectar o risco para melanoma, queloide e dermatite atópica. Identifica também se o indivíduo está produzindo enzimas antioxidantes em quantidade suficiente para proteger o organismo e prevenir uma série de doenças, ou mesmo se produz processos inflamatórios anômalos associados à degradação cutânea acelerada ou dos tecidos de sustentação. Uma parceria inédita entre o Centro de Genomas®, a Biotec – representante da fabricante de matérias-primas Exsymol – e farmácias de manipulação garante ao médico e seu paciente um auxílio para a melhor conduta de tratamento. Medicina esportiva As amplas variações na resposta aos programas de treinamentos específicos determinam a influência genética no condicionamento físico humano. Para tanto, o Centro de Genomas® elaborou a análise dos genes que podem conferir vantagem a certos esportes, possibilitando aumentar os benefícios advindos do treino e prática de atividade física, bem como desenvolver o potencial atlético específico, por meio do delineamento dos programas de prática. Os testes genéticos aplicados à medicina esportiva têm a capacidade de analisar, por exemplo, os genes de resistência ou velocidade. Podem também predizer o risco cardiológico e possibilitar condutas médicas para redução de riscos. NewsLab - - edição 118 - 2013 Nutrigenética Um dos desafios mais intrigantes da nutrição moderna é definir qual dieta melhor se adapta às necessidades humanas. A divisão de Genômica Nutricional do Centro de Genomas® visa reduzir o risco de doenças crônicas como as cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão, além de promover a saúde e bem-estar do paciente. Nesse sentido, a genômica nutricional é um campo emergente nas ciências da saúde e é considerada a próxima fronteira da era pós-genoma. A genômica nutricional é uma disciplina moderna, sendo a interface entre a genética, a nutrição, a biologia molecular, a farmacogenética e a medicina molecular. Sendo assim, o Centro de Genomas® propõe a realização de um exame genético onde são analisadas variações individuais, propiciando aconselhamento nutricional individualizado. Em suma, dentro das possibilidades já embasadas na literatura científica, é realizada Área de pós amplificação onde o material genético amplificado é analisado. Equipamento totalmente automatizado onde todas as amostras são extraídas. O Centro de Genomas® é o único laboratório de Biologia Molecular e Genética a estar totalmente interfaceado. 35 QuantiStudio: equipamento onde toda a medicina personalizada é lida e analisada. Equipamento ACCUFILL da Life Technologies. Pipetador automático dedicado ao chip de medicina personalizada. 36 uma recomendação nutricional personalizada de acordo com o mapa genético de cada indivíduo. BabyNutriTM O teste Genético BabyNutri é uma nova ferramenta para a prática clínica que potencializa terapias personalizadas para a prevenção de doenças desde a mais tenra idade. Utilizando o DNA presente na saliva da criança ou do recém-nascido, o BabyNutri™ avalia o potencial de desenvolvimento de doenças crônicas complexas, com o objetivo de promover desde os primeiros anos de vida da criança uma ação modificadora do estilo de vida no potencial de expressão gênica. TM O teste genético BabyNutri™ foi desenhado para diagnosticar apenas aqueles polimorfismos presentes no DNA da criança onde se é capaz de obter benefícios com intervenções modificadoras do potencial de adoecimento, buscando desenvolvimento de melhor saúde para a vida adulta, reduzindo riscos de desenvolvimento de doenças crônicas e o adoecimento precoce. Entre os genes avaliados para controle e prevenção de doenças futuras, o Centro de Genomas® avalia: obesidade, diabetes do Tipo 2, desregulação do metabolismo de lipídeos, hipolactasia primária (intolerância à lactose), doença celíaca, desregulação do metabolismo do folato e deficiência de vitamina D. OncoFarmacogenética A variabilidade individual na resposta à terapia medicamentosa e à toxicidade dos medicamentos é um problema na prática médica. O conceito de farmacogenética baseia-se na resposta diferenciada individual à terapia farmacológica, em parte devido à variação genética que pode levar à eliminação mais lenta ou mais acelerada de um medicamento pelo organismo humano. O Centro de Genomas ® oferece mais esse importante instrumento na individualização do tratamento medicamentoso na tentativa de melhorar eficácia e diminuir toxicidades. O papel da farmacogenética na terapia de medicamentos usados em cardiologia, oncologia, psiquiatria, entre outras áreas, está em mudança progressiva e sendo cada vez mais utilizado na prática clínica. Entre as análises de farmacogenética, destacam-se o polimorfismo do gene UGT1A1 para identificação de indivíduos com risco aumentado de efeitos adversos relacionados ao Irinitecano; varfarina, que identifica o perfil de metabolização relacionado às drogas anticoagulantes permitindo um ajuste de dose mais rápido; mutações do gene EGFR que auxiliam na predição de resposta ao tratamento com inibidores tirosina quinase (EGFR-TKIs), em carcinoma pulmonar de células não pequenas. NewsLab - edição 118 - 2013 Farmacogenética do HIV Os efeitos adversos dos medicamentos antirretrovirais são notórios. Todos os medicamentos apresentam um potencial de toxicidade que ocorre em alguns, mas não em todos os pacientes. A forma individual com que se tolera um determinado medicamento antirretroviral relaciona-se ao perfil genético presente em cada hospedeiro do vírus. Desta forma, consegue-se prever o risco de desenvolvimento de lipoatrofia com o uso do AZT, hipersensibilidade grave pela exposição ao abacavir, tubulopatia renal proximal desencadeada pelo tenofovir ou osteopenia relacionada também ao tenofovir. Estas de fato são as toxidades e efeitos adversos mais temidos relacionados aos análogos aos nucleosídeos. Com relação ao efavirenz, não análogo aos nucleosídeos, pode-se atualmente prever o potencial de neurotoxicidade deste medicamento. O mesmo se aplica aos inibidores da protease onde se antevê o risco de icterícia ao atazanavir ou de distúrbios de lipídios ao lopinavir. Desta forma pode-se individualizar o tratamento antirretroviral, mitigando danos aos pacientes e propiciando melhor adesão ao tratamento. Cada paciente poderá identificar os seus “melhores medicamentos” antes que os efeitos indesejáveis possam emergir. Perfil de Risco Cardiológico As doenças cardiovasculares são comuns, mas em muitos casos podem ser evitadas. A melhor forma de prevenção é o estilo de vida e o melhor entendimento da predisposição genética individual. O Centro de Genomas® avalia 13 genes que conferem predisposição a risco cardiológico. “Por meio do grupo de inteligência genética, conseguimos indicar ao médico responsável o percentual de risco para que ele possa direcionar, de forma preventiva e individualizada, o estilo de vida do paciente. Afinal, a doença é uma conspiração entre o perfil genético individual e as agressões provenientes do meio ambiente”, diz Cintia Vilhena. Check Up Genético A decifração do código genético representa uma das maiores conquistas da humanidade. Conhecer com detalhes cada NewsLab - - edição 118 - 2013 função que o gene exerce através do seu DNA é praticamente descobrir o código da vida de um ser humano. E este código da vida é distinto e individual entre as pessoas. Assim, o Centro de Genomas® avalia a predisposição genética de cada pessoa a mais de 40 patologias. Este conhecimento permite oferecer aconselhamentos de forma personalizada quanto ao estilo de vida e frequência de exames de monitoramento necessários para prevenir e predizer o aparecimento de doenças como diabetes, Alzheimer, obesidade, envelhecimento prematuro, osteoporose, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, parto prematuro, neoplasias e outras. Prevenir é a melhor maneira de se lidar com qualquer doença. Este é o pilar dos exames laboratoriais direcionados ao check up médico. A genética consegue antecipar ainda mais as possibilidades de prevenção, antes do aparecimento de um sintoma, ou antes mesmo da alteração de um exame laboratorial convencional usado em check-up. Dessa forma, agora é possível entender a intenção do corpo humano em desenvolver uma determinada patologia – isto somente identificando os marcadores genéticos de risco para desenvolvimento de doenças. Assim, a intervenção preventiva poderá ser antecipada e personalizada e a medicina será mais eficaz. Ricardo Diaz explica por que: “Porque somos diferentes uns dos outros. Cada um de nós potencialmente é único”, conclui o diretor médico do Centro de Genomas®. Uma das três áreas de pós-amplificação do Centro de Genomas®. Em parceria com a Life, o Centro de Genomas® desenvolveu um chip com 48 spots, onde são analisadas 12 amostras no equipamento QuantiStudio 37 A importância da fase pré-analítica no laboratório clínico A fase pré-analítica compreende uma etapa que se inicia a partir da solicitação do clínico e inclui a requisição do exame, a orientação sobre a coleta, a preparação e coleta do material ou amostra do paciente, o transporte para o laboratório clínico e o cadastramento. Exemplos de variações pré-analíticas não fisiológicas estão relacionados à coleta, ao transporte e ao armazenamento das amostras. O desenvolvimento de sistemas no laboratório clínico para identificar as áreas onde os erros são mais frequentes torna o trabalho mais seguro e eficiente. Muitas vezes os erros estão situados na coleta de amostras, contudo, deve-se ter em mente que outras fases, como a seleção de testes e aceitabilidade das amostras, podem ter grande importância para a atividade analítica. Na fase pré-analítica, os materiais ou amostras dos pacientes devem ser identificados individualmente, de tal maneira que permitam sua rastreabilidade. A padronização da coleta das amostras minimiza alguns dos fatores que podem afetar os resultados: Tempo de estase: a aplicação prolongada do torniquete, antes da coleta, modifica o nível de componentes tais como enzimas, proteínas, colesterol, triglicérides, cálcio, ferro e lactato. Jejum e ingestão de certos alimentos: as amostras para as determinações laboratoriais devem ser colhidas com o paciente em jejum. A não observação desta recomendação provoca alterações na concentração de vários constituintes como glicose, triglicerídeos, colesterol, ferro, lipídios, fosfatase alcalina, amilase, creatino quinase, bilirrubina e proteínas totais. Efeito de medicamentos: a interferência puramente analítica do fármaco ou de seu catabólito pode, em alguma etapa analítica, interferir com as substâncias constituintes dos reagentes utilizados, causando um falso resultado de análise. O uso de medicamentos deve ser informado ao laboratório clínico. Uso do anticoagulante correto: a seleção correta do tipo de anticoagulante, da proporção adequada de anticoagulante + sangue e o preparo conforme instrução garante uma amostra homogênea e estável, evitando a formação de hemólise ou coágulo e resultado não conforme. A Biotécnica disponibiliza anticoagulantes para auxiliar no desempenho adequado da coleta e nos resultados laboratoriais. Por Roscelli Maiolini 8: [email protected] :: www.biotecnica.com.br Soluções para Gerenciamento de Dados de Controle de Qualidade – Bio-Rad Laboratories Usar uma linha de produto abrangente de controles de terceira opinião é um passo importante rumo à melhora da confiabilidade de resultados de testes laboratoriais. A capacidade de gerenciar com sucesso e interpretar os resultados de controle de qualidade também é essencial para produzir resultados laboratoriais sólidos e de confiança. A Bio-Rad Laboratories oferece uma visão e um compromisso com o controle de qualidade que é insuperável na indústria de laboratório clínico. Hoje, o laboratório pode estar conectado ao Programa Interlaboratorial Unity™, a maior comunidade mundial de usuários de controle de qualidade. Melhorar o cuidado com o paciente e o custo-benefício com produtos de controle de qualidade, soluções de gerenciamento de dados de controle de qualidade, comparações intralaboratoriais liderando a indústria e Programa Interlaboratório Unity™. A participação em um programa interlaboratório é extremamente importante para os laboratórios para ajudar a garantir a confiabilidade e precisão dos sistemas de teste. Nenhum programa no mundo é mais poderoso e eficaz em fornecer informações e ajudar a melhorar o desempenho analítico laboratorial do que o Programa Interlaboratorial Unity™. Sem um programa interlaboratório de alta qualidade, o laboratório pode não estar ciente das alterações graduais ou repentinas no sistema de teste que podem ser causadas por eventos tais como reformulações de reagentes ou calibradores, alterações de padronização ou alterações do software de instrumento. Um programa interlaboratorial pode oferecer ciência prematura de mudanças e tendências para ajudar a evitar repetições de teste de alto custo e troubleshooting desnecessário. Um programa interlaboratório também pode aumentar a confiança nas pesquisas de proficiência. Se o laboratório se compara bem com outros laboratórios em um programa interlaboratórios, provavelmente ele se compara bem com outros laboratórios participando do programa de teste de proficiência. (: (21) 3237-9400 / (11) 5044-5699 8: [email protected] :: www.bio-rad.com 40 NewsLab - edição 118 - 2013 Screening para Malária usando o analisador hematológico automatizado BC6800 Mindray A malária é uma das principais doenças transmitidas por vetores em países tropicais e subtropicais com alta taxa de morbidade e mortalidade. Normalmente é utilizada a técnica gold standard gota-espessa na identificação do parasita. Isso é um fato estabelecido e conhecido que trata de uma abordagem que perde muitos casos de infecção por malária. Devido ao hemograma ser sempre solicitado em casos de febre e com o aumento da oferta de analisadores hematológicos nos países em desenvolvimento, diversos estudos reportam os benefícios em usar dados numéricos e gráficos desses analisadores para a suspeita ou detecção de malária. Um método confiável na detecção de malária incorporado na análise da série vermelha, como um alerta ou mensagem podem ajudar a detectar precocemente e até reduzir potencialmente os casos relatados como infecção por malária. O objetivo do estudo* foi analisar através do BC6800 da Mindray Medical International Co. Ltda. – China, os dados dos parâmetros de CBC, reticulócitos, eritroblastos e também o flag dedicado “InfectedRBC?”(InR#), que é um parâmetro somente para pesquisa, que acusa de acordo com o número de células vermelhas infectadas pelo parasita, se presente na amostra. O que nos levou à realização desse estudo, avaliando a utilização desse método na triagem em áreas endêmicas de malária. Foram analisadas 497 amostras, sendo 248 positivas e 249 negativas para malária. Essas amostras foram analisadas no BC6800 usando somente reagentes dedicados, calibrador controle do fabricante. O desempenho do analisador foi monitorado com dois níveis de controle de qualidade. A sensibilidade e especificidade do flag “InfectedRBC?” gerado pelo analisador BC6800 foi avaliada. Das 248 amostras de malária confirmadas, 74% (184) foram P. vivax e 26% (64) foram P. falciparum. A microscopia revelou a presença de formas esquizontes em 169 casos e trofozoítas em 79 casos. O número de grumos correlacionou com a parasitemia estimada na gota espessa desses pacientes. O analisador BC6800 gerou flags “InfectedRBC?” em 156 de 169 casos confirmados com formas esquizontes, ou seja, 93,7% dos casos. Com isso é possível monitorar pacientes em tratamento. Amostras com malária, especialmente com esquizontes e ou gametócitos, mostraram um grumo distinto e com localização única no SFCube®. Já as amostras com trofozoítas foram difíceis de detectar, pois se mostraram altamente dependentes do tamanho e número de parasitas presentes na amostra. Estabelecer um protocolo de trabalho para examinar as amostras com flag gota-espessa ou testes de imunocromatografia reduzirão consideravelmente o tempo na intervenção terapêutica com grandes chances de melhora desses pacientes. WBC Diff – Grumo distinto InR# (amarelo) SFCube® Scatter- outro ângulo InR# (amarelo) Célula vermelha infectada por malária *Bhide M¹ e Parekh V² 1. Consultor Patologista, Dr. Bhide Laboratory, Mumbai-India 2. Diretor Científico, Shenzhen Mindray Medical International Co. LTD., Shenzhen-CHINA Tradução: Erica Campardo Este material foi apresentado como pôster na conferência ISLH – Nice-França (: (11) 3124-8026 : (11) 3078-8035 8: [email protected] :: www.mindray.com Labtest marca presença com estande no CBAC 2013 A Labtest Diagnóstica S/A participará com estande no 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, a ser realizado entre os dias 16 e 19 de junho, no Costão do Santinho, em Florianópolis/SC. Este é mais um ano em que a empresa participa como expositora do evento, possibilitando sempre contatos importantes com fornecedores e clientes. Neste ano, a maior indústria do segmento de diagnóstico in vitro destacará sua linha de produtos para perfil renal, que conta com o NGAL, biomarcador ainda novidade no Brasil. A Labtest convida todos a visitarem seu estande (nº 25, Costão do Santinho, em Florianópolis/SC). 42 NewsLab - edição 118 - 2013 BioSystems S.A. desenvolve importantes testes de diagnóstico BioSystems S.A., uma empresa comprometida com a saúde das pessoas, pesquisa, desenvolve, fabrica e comer- também o padrão de dióxido de carbono e o controle de dióxido de carbono. cializa sistemas de análise de alto desempenho por mais de três décadas. Ácidos biliares totais (TBA): os níveis de ácidos biliares no soro ou no plasma são um indicador muito sensível da Oferece um portfólio amplo e extenso de produtos de função do fígado, que reflete o estado das funções da síntese diagnóstico clínico por meio de sua rede exclusiva de distri- hepática, a secreção e reabsorção. Os ácidos biliares totais buidores e filiais em todo o mundo, sendo presente no Brasil são aumentados como resultado de uma redução da função desde 1998. hepática em doentes com hepatite aguda, hepatite crônica, Na área de reagentes, a BioSystems S.A. desenvolveu esclerose hepática e câncer de fígado. recentemente os melhores reagentes de testes minoritários que os laboratórios precisam: O kit de reagente inclui um padrão aquoso e também é recomendado o uso do soro calibrador bioquímica bovino Adenosina desaminase (ADA): ADA é um teste colorimé- (bioquímica calibrador) classificado para este teste. trico rápido e simples, considerado como uma ferramenta Alpha1-microglobulina: o alfa1-microglobulina é um ex- de diagnóstico de grande valor para os laboratórios clínicos. celente marcador para a detenção de lesões associadas com Através da medição do ADA em líquido pleural se obtém uma a função tubular. Quando a função tubular é alterada, a rea- resposta diagnóstica muito eficaz para a doença de maior bsorção de α1-microglobulina diminui e provoca um aumento presença no mundo: a tuberculose. da sua concentração na urina. Também existem elevadas O reagente da BioSystems foi melhorado recentemente concentrações deste parâmetro em intoxicação por metais com uma nova apresentação líquida, junto ao controle de ADA pesados, após uma cólica renal, em casos de filtração glome- também é disponibilizado material calibrado de ADA. rular reduzida e nefropatia associada a diabetes. Dióxido de carbono (CO2): a análise de dióxido de carbono O novo reagente usa a imunoturbidimetria baseado em (CO2) é usada para o seguimento dos transtornos do equilíbrio partículas de látex, e é fornecido pronto para o seu uso. Junta- ácido-base (acidose ou alcalose), monitoramento de doenças mente com o reagente, também está disponível um calibrador renais (função de reabsorção de bicarbonato) ou para o con- multiponto específico que assegura os resultados corretos em trole da hipertensão. toda a gama de medição. Todas as apresentações são em reagente líquido e prontas para uso. Juntamente com o reagente, a empresa oferece 8: [email protected] / : : www.biosystems.es Lançamento da Cral: esparadrapos Copertina Com mais de 35 anos de experiência e tradição no segmento, a Cral lança sua nova linha de esparadrapos Copertina. Os esparadrapos Copertina são perfeitos para fixação de curativos e produtos médico-hospitalares. Estão disponíveis nas versões branco, transparente e microporoso, em diversos tamanhos. Esparadrapo branco: impermeável, dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x 0,9m; 2,5cm x 4,5m; 5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m Esparadrapo transparente: hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 2,5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m Esparadrapo microporoso: hipoalergênico e deixa a pele respirar. Dimensões disponíveis: 1,2cm x 4,5m; 1,2cm x 10m; 2,5cm x 0,9m; 2,5cm x 4,5m; 2,5cm x 10m; 5cm x 4,5m; 10cm x 4,5m Produtos cadastrados na Anvisa. (/: (11) 3454-7000 ou (11) 2712-7000 8: [email protected] :: www.cralplast.com.br 44 NewsLab - edição 118 - 2013 Empresa brasileira é destaque em evento internacional de desenvolvimento Qualquer empresa se sentiria honrada em ser convidada para um evento internacional sobre desenvolvimento de sistemas. Ainda mais quando esse convite a coloca em uma posição de destaque na programação e esse evento acontece nos Estados Unidos, terra que respira tecnologia. Esse é o caso da Shift – empresa brasileira que desenvolve software para laboratórios clínicos –, convidada especial, pela quarta vez, para ministrar palestra no Intersystems Global Summit –, que foi realizado em Orlando no início de abril. O evento é promovido anualmente pela Intersystems, uma gigante do mundo da tecnologia para a área de saúde, com atuação em 23 países. Durante o Global Summit, diversas palestras e treinamentos são oferecidos, além de ser fomentado o relacionamento entre analistas de sistemas e diretores de empresas de tecnologia de países diversos. “Mais uma vez, estivemos entre os palestrantes convidados para mostrar a evolução e a maturidade do produto que desenvolvemos”, conta Marcelo Lorencin, diretor da Shift. A Shift levou três analistas de sistemas para o evento: Djeniffer Griffin, André Luis Borges e Francisco de Oliveira. Borges foi o responsável pela palestra realizada pela empresa, intitulada DeepSee Project – Shift’s Experience, relatando a experiência da Shift em relação à ferramenta DeepSee, da Intersystems, que possibilitou a elaboração do produto de Business Intelligence, responsável por transformar dados em informações e auxiliar Analistas Shift: Djeniffer, André Luis e Francisco Joe Gallant (Intersystems), André Luis e Marcelo Lorencin (Shift) os gestores na tomada de decisão – tudo em uma interface web bastante clara e intuitiva. Segundo Borges, o resultado foi imediato: “Após a palestra, uma empresa da Inglaterra veio nos procurar para conversar sobre o desenvolvimento do produto”, destaca. “Durante o evento, marcamos também diversas reuniões com empresas europeias a fim de falar sobre como conseguimos migrar nossos produtos de uma aplicação legada para uma aplicação web”. Para os analistas, o interesse das empresas de abordar a migração dos produtos mostra que a Shift está no caminho certo ao elaborar softwares com orientação a objetos, que são próprios para web. “Ficou claro que já conseguimos ultrapassar barreiras que muitas empresas vêm enfrentando”, avalia Borges. Logo na abertura do Global Summit, os líderes da Intersystems costumam fazer uma palestra sobre quais devem ser as tendências do mercado nos próximos anos. Neste ano, todas as informações indicam o aumento do número de smartphones e tablets – e, consequentemente, a necessidade do desenvolvimento de aplicativos para esses gadgets. Para Lorencin, diretor da Shift, isso só confirma a urgência de se transformar os terabytes de dados em informações relevantes. “Mais uma vez constatamos a validade de nossa estratégia de, em nosso cronograma de desenvolvimento, dar prioridade tanto à criação de soluções mobiles quanto a produtos de Business Intelligence”, conclui. Adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast O Adaptador de agulha para coleta de sangue a vácuo Vacuplast é fabricado pela Cral, empresa certificada ISO 9001 e BPF (Boas práticas de Fabricação), seguindo rigorosos padrões de qualidade, com as seguintes características: • Apoio para a agulha de coleta múltipla de sangue • Utilizado como guia para introdução do tubo na agulha • Formado por um cilindro feito em polipropileno • Possui adaptação de rosca para encaixe de agulhas • Produtos cadastrados na Anvisa (/: 11 3454-7000 ou 2712-7000 8: [email protected] :: www.cralplast.com.br 46 NewsLab - edição 118 - 2013 USA Diagnóstica: linha completa de quimioluminescência A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa no mercado nacional com a exclusividade da marca Monobind. A quimioluminescência é uma metodologia de alta sensibilidade e especificidade. Ideal para rotinas de pequeno e médio portes, pois permite testes manuais, de curto tempo de incubação. Além dos kits, a USA Diagnóstica possui um equipamento específico para CLIA, com a marca Monobind, que além da excelente qualidade, possui baixo custo. Para maior confiabilidade nos resultados, a USA Diagnóstica oferece o Multi-Ligand, um soro controle específico para as metodologias de quimioluminescência e Elisa. Anti-TPO T3 Total PSA Total FSH CKMB Anti-TG T4 Livre TSH LH Troponina I TG T4 Total CEA PRL Ferritina T3 Livre PSA Livre AFP HCG IgE Total (: (31) 3226-3330 8: [email protected] :: www.usadiagnostica.com.br DK Diagnostics: sucesso garantido na 20º Hospitalar 2013 Ações realizadas pela DK Diagnostics durante a feira foram bem aceitas pelos visitantes e a empresa identificou mudanças no perfil do público mais interessado em informações e capacitação. Todos que passaram pelo estande da empresa puderam esclarecer os benefícios dos produtos, metodologias, serviços disponíveis e as novidades que estão por vir. Um dos temas mais abordados no estande foi sobre o atual momento da DK Diagnostics. Além de já contar com filiais nos Estados Unidos, Espanha e Índia, a empresa se encontra em processo de franca expansão e aproveitou a 20º Hospitalar, maior evento do setor, para apresentar sua nova imagem institucional e seu novo website - mais moderno, dinâmico, fácil de navegar e preparado para atender o mercado global. Outra pauta, que atualmente é obrigatória e se fez presente, foi a questão da sustentabilidade, tanto no sentido da preservação do meio ambiente, como da saúde e perenidade dos negócios. Através do Paratest®, sistema utilizado para coleta e procedimento de preparação nas análises de amostras para diagnóstico de enteroparasitoses e principalmente do Greenfix®, um conservante inovador e biodegradável, que substitui soluções fixativas perigosas e até cancerígenas, a empresa contribuiu para conscientizar os visitantes sobre a importância da preservação do meio ambiente e principalmente da saúde e eficácia do laboratorista. O Greenfix® é constituído basicamente por um produto químico ativo que substitui os outros conservantes. Sua formulação dispensa o uso de solventes orgânicos perigosos. Além do Greenfix®, o Paratest® oferece mais duas opções de conservantes: a formalina 5% neutra e tamponada e o SAF – Acetato de Sódio, Ácido Acético e Formol. O Paratest® não é um simples coletor com conservante. Trata-se de um sistema que facilita todo o processo, pois sintetiza o exame parasitológico desde a coleta, passando pela conservação, diluição, filtragem e concentração. Por fim, resulta em um sedimento altamente limpo para a análise microscópica, uma vez que utiliza um sistema de filtragem de 266 micra. Dessa forma, em espaço reduzido, é possível realizar com eficiência, o maior número de exames a um custo mais baixo que os métodos tradicionais. (: (11) 4013-3500 / Nextel ID 84*6502 :: www.dkdiagnostics.com.br 48 NewsLab - edição 118 - 2013 Sangue oculto: importância diagnóstica A presença de sangue oculto nas fezes está diretamente associada com desordens gastrointestinais como hemorroida, fissura anal, diverticulite, pólipos, doença de Crohn, câncer colorretal, úlceras gástricas ou duodenais, infecção intestinal, dentre outras. Quantidades pequenas de sangue nas fezes ou sangramentos detectáveis somente após a limpeza do ânus com papel higiênico são as formas mais comuns de sangramento retal. Em 90% dos casos, a etiologia é benigna e corresponde principalmente a hemorroidas e fissuras anais. Quando a quantidade de sangue nas fezes é moderada a grande, ou quando há melenas (fezes com sangue digerido), a origem do sangramento costuma ser mais interna, geralmente cólon ou estômago. O câncer colorretal é uma das principais causas. Testes imunológicos desenvolvidos para detectar hemoglobina humana são mais precisos e dispensam dietas especiais para os pacientes. Devido ao custo e a praticidade, estes testes têm sido usados como triagem. Embora o teste de triagem não seja específico para determinar qual doença está causando o sangramento, ele serve como um importante alerta para o início de uma pesquisa clínica. A causa do sangramento é determinada na maioria das vezes pela colonoscopia e a endoscopia digestiva alta. Quando não diagnosticado, são necessários exames específicos que vão variar de acordo com a suspeita médica. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato mostram significativa redução das complicações e da mortalidade por câncer colorretal. Devido à importância diagnóstica, a Bioclin apresenta em sua linha o kit de Sangue Oculto, pelo método de imunocromatografia, sem necessidade de dieta, com alta sensibilidade e especificidade. Sangue Oculto Teste rápido Determinação qualitativa Metodologia: Imunocromatografia Amostra: Fezes Sensibilidade metodológica: 100% Sensibilidade clínica: 50 ng/mL Especificidade metodológica: 99,67% Leitura do teste: 5 minutos (: (31) 3439-5454 :: www.bioclin.com.br Garrafas para cultura de células Easypath Com a característica principal de sempre oferecer soluções ao mercado laboratorial, a EasyPath inova mais uma vez e coloca à disposição sua linha de materiais plásticos descartáveis para cultura celular. Com este lançamento, a EasyPath visa oferecer aos seus clientes e parceiros uma nova opção em qualidade, destacando nesta linha as garrafas para cultura de células, que foram testadas e aprovadas por instituições de renome. • Confeccionadas em poliestireno de alta transparência, permitindo ótima visualização em microscopia nas técnicas de cultura. • Material esterilizado por radiação gama, livre de componentes tóxicos que poderiam interferir no desempenho da técnica. • Possui bocal com inclinação ideal para facilitar a manipulação das amostras. • Sua base é lisa, livre de estrias, permitindo a utilização máxima da sua área útil de tratamento. • Superfície tratada para o cultivo de uma ampla variedade de células. • Tampas com indicação da posição “Vent” ou com filtros com porosidade de 0.22um, viabilizando o cultivo além de controlar a esterilidade nas trocas gasosas. (: (11) 5034.2227 :: www.erviegas.com.br 50 NewsLab - edição 118 - 2013 Werfen Medical realiza visita à fábrica da sua matriz Instrumentation Laboratory O grupo multinacional espanhol Werfen Group realizou entre os dias 14 e 16 de abril uma visita à fábrica da sua filial Instrumentation Laboratory (IL) na cidade de Boston, EUA, para alguns dos seus principais clientes do Brasil. O objetivo desta viagem foi mostrar os produtos e soluções que o grupo oferece: como eles são produzidos, os lançamentos futuros e todas as soluções que o grupo Werfen oferece no setor de Hemostasia e Gasometria. Aproveitando este momento os colaboradores Sergi Lloveras, diretor de marketing e contas corporativas e Carter Dutra, gerente de produto de gasometria, que acompanharam o grupo nesta viagem, tiveram a oportunidade de mostrar para o departamento de marketing internacional do grupo o grande potencial do Brasil e do mercado de diagnósticos no país. Nesta visita alguns colaboradores dos laboratórios DASA, DB, Sabin e do Hospital Albert Einstein, além de conhecer a IL, tiveram a oportunidade de realizar um citytour pela cidade de Boston. (: (11) 4154-3337 Progenética Hermes Pardini oferece o painel Câncer de Mama - NGS O câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns, associado a mais de 1.300.000 casos e 450.000 óbitos anuais no mundo. De acordo com a literatura científica internacional, existem diversos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento do câncer de mama: fatores associados ao histórico Tabela1: Genes de susceTibilidade para o câncer de MaMa SÍNDROME GENE OU LOCUS NEOPLASIA Genes com mutações de alta penetrância BRCA1 (17q12-21) Mama feminino, câncer de ovário BRCA2 (13q12) Mama feminino, masculino, ovário, próstata e pancreático Síndrome de Li Fraumeni TP53 (17p13.1) Mama, sarcomas, leucemias, tumores cerebrais, carcinoma, adrenocortical e pulmão Síndrome de Cowden PTEN (10q23.3) Mama, tireóide, endometrial, harmatomas benignos e macroencefalias Síndrome de Peutz-Jeghers STK11 (19p13.3) Mama, ovário, cervical, uterino, testicular e colon Câncer Gástrico Hereditário CDH1 (16q22.1) Gástrico hereditário difuso, mama lobular e colorretal Síndrome Hereditária de Câncer de Mama / Ovário Genes com mutações de penetrância moderada Síndromes relacionadas ao ATM ATM (11q22.3) Mama e ovário Síndromes relacionadas ao CHEK2 CHECK (22q12.1) Mama, colorretal, ovário e bexiga Síndromes relacionadas ao PALB2 PALB2 (16p.12.1) Mama, pancreático, ovário, mama masculino Risco Moderado Câncer de Mama e Ovário BARD1 (2q34-q35), BRIP1 (17q22-q24), MRE11A (11q21), NBN (8q21), RAD50 (5q31), RAD51C (17q25.1), RAD51D (17q11), XRCC2 (7q36.1) Mama e ovário reprodutivo, hormonal e menstrual das mulheres, além da idade, nível de atividade física, consumo de álcool, exposição à radiação ionizante, histórico familiar da doença, alta densidade do tecido mamário, presença de doença benigna da mama, dentre outros. Apesar de aproximadamente 10% a 30% de todos os casos de câncer de mama serem atribuídos a fatores hereditários, somente entre 5% a 10% dos casos são correlacionados com um fator hereditário de alta de penetrância, enquanto que somente uma pequena fração destes casos (4% a 5%) é explicada por mutações em genes de alta penetrância transmitidas de forma autossômica dominante. Mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por, aproximadamente, 50% do total do risco para o câncer de mama hereditário. As prevalências estimadas para portadores de mutações em BRCA1/2 são, respectivamente, 0,11% e 0,12% na população geral e entre 12,8% e 16% em famílias de alto risco com três ou mais casos de câncer de mama ou ovário. Avanços tecnológicos recentes na área de sequenciamento paralelo em larga escala identificaram que os 50% restantes dos casos de câncer de mama devem-se a uma combinação dos efeitos produzidos por mutações em genes de alta, moderada e baixa penetrância. Com embasamento nos dados mais recentes publicados na literatura científica internacional, o Laboratório Progenética Hermes Pardini desenvolveu dois painéis utilizando a técnica de sequenciamento de DNA de nova geração (Next Generation Sequencing) para o completo rastreamento das principais mutações associadas ao câncer de mama. :: www.hermespardini.com.br :: www.progenetica.com.br 52 NewsLab - edição 118 - 2013 PapilloCheck® da Greiner Bio-One contribui para a prevenção de câncer no colo do útero Desenvolvido pela Greiner Bio-One, o PapilloCheck® atende à necessidade de uma melhor avaliação de risco para infecções por papilomavírus humano (HPV), uma das causas mais frequentes do câncer de colo uterino. Como existem os subtipos de baixo e alto risco, é importante realizar a genotipagem como forma de prevenção, uma vez que este tipo de câncer é um problema de saúde pública mundial. De acordo com pesquisas realizadas pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), para o Brasil, no ano de 2012, eram esperados 17.540 novos casos de câncer no colo do útero, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres, configurando-se o terceiro tipo de câncer mais comum entre elas. O principal fator de risco para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de alto grau e do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Existem hoje 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Desses, os mais comuns são o HPV16 e o HPV18. Dependendo do subtipo de HPV de alto risco, a probabilidade de desenvolver câncer aumenta em até 400 vezes. Subtipos de HPV apresentam diferentes graus de virulência, sendo que 70% dos carcinomas de colo uterino podem ser atribuídos a infecções persistentes com HPV dos subtipos 16 e 18, que, em combinação com os de baixo risco, podem aumentar ainda mais esta estatística. Por isso, saber qual é o subtipo se torna importante. Essas informações somente são possíveis com a ajuda da genotipagem do HPV e a previsão de desenvolver câncer de colo uterino pode ser mais efetivamente controlada. Portanto, o teste específico de HPV deveria ser considerado pré-requisito fundamental e necessário para a avaliação de risco. Essa detecção pode ser realizada através do PapilloCheck®, uma ferramenta diagnóstica que utiliza a nova tecnologia de DNA-Arrays (microarray) para a genotipagem simultânea de 24 subtipos diferentes de HPV. Entre estes, 18 subtipos são agentes causadores de verrugas genitais benignas. Outras vantagens atribuídas ao PapilloCheck® são: Detecção rápida (menos de 5 horas) e um monitoramento de infecções agudas, persistentes e múltiplas; Controles internos avaliam a qualidade da amostra e ajudam a evitar resultados falsos negativos; Com uma sensibilidade de 98%, ele detecta pacientes colonizados com subtipos de HPV, mas sem quadros clínicos ou lesões visíveis; Pode orientar a necessidade de vacinação. A maioria dos sistemas comerciais de testes de HPV permite apenas uma classificação aproximada entre o grupo de HPV de alto e baixo risco, enquanto o PapilloCheck® possibilita a especificação simultânea dos 24 subtipos de HPV, inovando e melhorando a qualidade dos diagnósticos. Por esse motivo, é válido dizer que o PapilloCheck® é um grande aliado na prevenção do câncer no colo do útero. (: (19) 3468-9613 :: www.gbo.com AR Sistemas destaca software AR.LAB para melhoria no gerenciamento laboratorial Criado com base em experiências obtidas na área da saúde, o AR.Lab é um “LIS” com características inovadoras que permite grandes melhorias nos procedimentos e rotinas laboratoriais. Além de disponibilizar ferramentas de fidelização que hoje são um diferencial neste concorrido mercado, todos esses benefícios são possíveis sem a necessidade de altos investimentos durante a implantação ou a exigência de grandes mudanças estruturais no laboratório. O software AR.Lab dispõe de uma interface amigável e atende plenamente todos os processos da análise laboratorial, 54 participando do atendimento ao cliente desde a primeira etapa, apoiando o laboratório no atendimento, cadastramento, triagem, monitoramento, faturamento e segurança da informação, além de permitir o uso de ferramentas para comunicação com o paciente como a consulta de resultados via internet e o envio de informações via SMS. (: (11) 5060-5885 :: www.ar.inf.br NewsLab - edição 118 - 2013 Medivax oferece diagnóstico de Dengue por PCR em tempo Real SimplexaTM Dengue é o primeiro kit comercial no mercado brasileiro, desenvolvido para a detecção qualitativa e discriminação dos sorotipos DENV-1, 2, 3 e 4 por RT-PCR em tempo real em reações multiplex. O kit SimplexaTM Dengue foi idealizado para utilização no termociclador integrado 3M*. É o primeiro kit comercial que permite, através de PCR em tempo real, a detecção e identificação dos sorotipos do vírus em reações multiplex. A detecção precoce através do teste molecular é importante, pois possibilita o diagnóstico em fase aguda, tornando o trabalho mais fácil e ágil. O produto permite ainda a liberação de resultados com maior rapidez e confiabilidade. Os resultados são obtidos em até 1 hora e relatórios gerados diretamente do programa integrado ao equipamento. O quadro epidemiológico atual da dengue no país caracteriza-se pela ampla distribuição do Aedes aegypti em todas as regiões, com uma complexa dinâmica de dispersão do seu vírus e circulação simultânea de três sorotipos virais (DENV1, DENV2 e DENV3), já com a introdução do sorotipo DENV4. A detecção precoce para identificação e/ou confirmação da infecção por DENV é importante, principalmente em períodos de surto ou epidemia, para o tratamento de pacientes e eficiente implementação de medidas de controle pelos órgãos de saúde pública. Neste contexto, o RT- PCR em tempo real é um excelente método para o diagnóstico precoce de infecção por DENV devido à elevada sensibilidade e especificidade, além da facilidade do processamento de grande número de reações e da rápida detecção de quantidades mínimas de material genético do vírus nas amostras dos pacientes. Ensaio comparativo entre resultados obtidos com o Simplexa Dengue e dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC-EUA) DENV-1 DENV-2 DENV-3 DENV-4 n % sensibilidade 32 100% especificidade 147 92,5% sensibilidade 30 96,7% especificidade 149 99,3% sensibilidade 29 100% especificidade 150 100% sensibilidade 38 97,4% especificidade 141 94,3% * Termociclador para PCR em Tempo Real que realiza análises qualitativas e quantitativas de ácidos nucleicos em amostras biológicas. (: (21) 2622-4646 8: [email protected] :: www.medivax.com.br Frascos e garrafões Plastbio Soluções e reagentes são indispensáveis para a rotina laboratorial, seja ela em qualquer área de atuação, desde um laboratório de análises clínicas até um laboratório industrial, por exemplo. Além de sua formulação, é de extrema importância que o armazenamento dessas substâncias seja feito em local apropriado, que permita ao responsável fácil acesso e total segurança no manuseio. Visando maior comodidade no transporte e armazenamento de produtos químicos em geral, a Plastbio disponibiliza uma linha de frascos e garrafões com tamanho e formato variado, se adequando à necessidade do consumidor. Os frascos, responsáveis pela armazenagem de produtos químicos tanto no estado líquido quanto sólido, são produzidos em material de alta resistência e durabilidade. Podem ser encontrados no formato cilíndrico ou quadrado, nas capacidades de 2.000 e 4.000 ml. 58 Os garrafões, fabricados em polipropileno, são destinados exclusivamente ao armazenamento e transporte de soluções. Possuem tampa de rosca com anel de vedação, impossibilitando o vazamento. Com formato cilíndrico, possuem capacidade de 10.000 e 20.000 ml. Justamente por se tratar de volumes grandes, a marca Plastbio conta com dois modelos diferentes de garrafões, com ou sem torneira. O primeiro fornece grande comodidade na obtenção da solução, já que a torneira deixa o trabalho mais prático e seguro e, o segundo, sem torneira, disponibiliza alças em sua parte superior que facilita o transporte e manuseio. 8: [email protected] :: www.equipar.com.br NewsLab - edição 118 - 2013 Linha de centrífugas MPW A Biosystems apresenta a sua linha de centrífugas de bancada para laboratório com e sem refrigeração, muito utilizadas em laboratórios de processamento de alimentos, bioquímico, médico e outros. As centrífugas da linha MPW possuem as seguintes características: estrutura externa em metal revestida com pintura epóxi impermeável, câmara interna em aço inoxidável para fácil desinfecção e limpeza; microprocessadas com sistema de controle simples e ergonômico, capacidade de armazenamento na memória de até 99 programas com parâmetros de centrifugação configuráveis (velocidade, tempo e temperatura); sistema de refrigeração eficiente e ecológico (livre de CFC e HCFC) que possibilita a pré-refrigeração da câmara e garante a manutenção da temperatura antes e depois da centrifugação; sistema de segurança para identificação de desbalanceamento entre os frascos de amostras e sistema de autodiagnóstico com indicação de erros; tampa com trava eletromagnética, evitando abertura durante a operação; identificação automática do rotor evitando excesso de velocidade nos rotores; ajuste de velocidade em RPM (rotações por minuto) e em RCF (força centrífuga relativa); 10 rampas de aceleração e desaceleração (frenagem); função de centrifugação rápida (Spinning); grande quantidade de acessórios, adaptadores e rotores que podem ser autoclavados. Este produto é fabricado de acordo com as regras de segurança nacional e internacional (EN-61010-1, EN-61010-2-020 e ISO 9001:2000) e possui registro Anvisa/MS. (: DDG 0800-7031012 8: [email protected] :: www.biosystems.com.br Horiba mira os pequenos e médios laboratórios no CBAC 2013 A Horiba, multinacional japonesa especializada na fabricação de equipamentos de alta tecnologia para medição e análise, lança no 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC) o Pentra ES60, equipamento da linha hematológica que chega com a proposta de dinamizar a rotina dos pequenos e médios laboratórios do País. O diferencial do analisador é a estação de trabalho integrada com interface intuitiva, o que torna mais fácil a gestão de todas as informações dos pacientes e o resultado dos hemogramas. O Pentra realiza 60 testes por hora e possui tecnologia exclusiva da companhia franco-japonesa. “Essa linha é um de nossos carros-chefes justamente pela versatilidade e segurança na análise. Com a nova versão, pretendemos reduzir os custos dos pequenos e médios laboratórios”, afirma Rafael Abdel, gerente de marketing da multinacional. A Horiba reforça a sua presença na quadragésima edição do CBAC com estande na Tenda Tuguá, nº 59 e 60, contando com 60 a divulgação de outras linhas importantes como o Micros ES60 da linha hematológica, de tela sensível ao toque. Para a área de Coagulação e Bioquímica, a empresa traz respectivamente o STA Satellite, analisador totalmente automatizado, com capacidade para realizar simultaneamente exames coagulométricos, cromogênicos e imunológicos; e o Pentra C200 para análises em laboratórios com pequenas rotinas. Neste porte, o Pentra C200 é o único em seu segmento que combina automação com qualidade de resultados. Além de laboratórios, o equipamento também pode ser usado em clínicas veterinárias. “A exposição de nossos produtos no congresso promovido pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas é importante para melhor posicionamento da marca. Essa área está cada vez mais forte e, por isso, estamos investindo em trazer equipamentos diferenciados, altamente tecnológicos e de fácil manuseio”, finaliza Abdel. NewsLab - edição 118 - 2013 Abbott participa do VII Encontro Latino-Americano de Bancos de Sangue “Salvar vidas com o fornecimento de sangue seguro através de investimento contínuo em produtos e tecnologias, que permitem deixar a triagem sanguínea o mais eficiente possível”, este é o compromisso que norteia a Abbott Diagnósticos. Com este objetivo, a Abbott Diagnostics recebeu seus clientes no VII Encontro Latino-Americano de Bancos de Sangue na cidade de Buenos Aires, Argentina, no período de 27 a 29 de maio de 2013. Com uma programação orientada ao cliente, o programa educacional do evento incluiu temas atuais e relevantes que foram apresentados por especialistas renomados em diferentes áreas no campo da medicina transfusional. O Brasil, com a participação de 33 clientes, foi o país que mais representantes enviou ao encontro. Durante o Encontro, os clientes puderam ouvir e falar sobre os novos desafios da gestão de custos de produção em laboratórios; gerenciamento de produtos biológicos; certificação e acreditação de bancos de sangue; logística, entrega, transporte e gerenciamento dos produtos do sangue. Líder mundial no diagnóstico de hepatites e retrovírus, a Abbott investe muito em inovação tecnológica em produtos, equipamentos e pesquisas científicas de vanguarda e disponibiliza ao mercado brasileiro duas plataformas totalmente automatizadas, com acesso contínuo e randômico de amostras e gerenciamento total de todo processo de execução dos ensaios, que podem ser utilizadas na triagem sorológica em Unidades Hemoterápicas (Prism e Architect), fortalecendo o compromisso no fornecimento de um sangue seguro. Contando com um menu completo de ensaios para serem utilizados na triagem sorológica em banco de sangue, incluindo ensaio para Doença de Chagas, HTLV I/II e Sífilis, as características operacionais da plataforma Architect trazem aos serviços de Hemoterapia os seguintes benefícios: acesso contínuo de amostras redução do descarte sorológico redução da repetição de testes e ensaios confirmatórios agilidade na liberação dos resultados no mesmo dia realização de testes complementares no mesmo dia agililidade na informação ao doador/paciente soropositivo agilidade na liberação dos resultados de amostras de transplante de órgãos redução de custos MP15MAI2013 PRISM 10055310707 Architect 10055311134 Ensaio para Doença de Chagas 80146501743 HTLV I/II 80146501605 Sífilis 80146501499 8:[email protected] / : : www.abbottdiagnostics.com Reação apresenta suas iniciativas no 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas O Costão do Santinho Resort, em Florianópolis, SC, é palco para a realização do 40º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas. Tendo em vista a importância desse encontro, o Reação Apoio Laboratorial confirma presença, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento do segmento. Em quatro dias de congresso, 16 a 19 de junho, a dinâmica gira em torno de muita discussão com relação à ciência, tecnologia e comunicação laboratorial, o que certamente resultará em um período de produtividade e crescimento. Para isso, o Reação, que é referência em apoio laboratorial em Santa Catarina, marca sua participação apresentando para o público estratégias e iniciativas que buscam sempre fortalecer o Grupo e o mercado de análises clínicas em geral. Entre suas ideias, será exposto a todos o sistema de Compra Compartilhada, o Reação Business, a ReUNI e o Reúne, encontro de associados do Grupo Reação, que realizou sua terceira edição com números expressivos de participantes e movimentação de negócios. Com o foco de somar ao setor laboratorial, o Reação também leva ao Congresso o que tem de mais atual em conhecimento científico e qualidade laboratorial, cooperando para que diversos profissionais possam ter o contato com tecnologias que facilitam e aceleram processos, equipamentos, suprimentos e uma ampla e atualizada gama de possibilidades de exames. Lâmina para automação tipo Sysmex e cubeta para aparelho tipo Konelab A lâmina para automação tipo Sysmex, entre outros, é fosca lapidada, no tamanho 26 x 76mm, espessura de 1,0 a 1,2mm, produzida em vidro ótico especial, transparente de alta qualidade e sem imperfeições. A caixa vem com 50 unidades revestidas com embalagem plástica, sem seda entre as lâminas. Encaixe perfeito nos equipamentos de hematologia da marca Sysmex. A cubeta para aparelho tipo Konelab proporciona encaixe perfeito nos analisadores de química clínica Konelab 20, Konela Prime 60 e Thermo Scientific, entre outros. É comercializada em caixas com 30 racks, contendo em cada rack 30 cubetas com 12 orifícios. (/: (11) 3454 7000 ou (11) 2712 7000 8: [email protected] :: www.cralplast.com.br 62 NewsLab - edição 118 - 2013 bioMérieux lança HCV na Plataforma VIDAS A bioMérieux confirma seu constante compromisso na luta contra Doenças Infecciosas com o lançamento do novo parâmetro da plataforma VIDAS® : VIDAS® anti-HCV. Com este novo parâmetro, o menu para o Diagnóstico de Hepatites Virais está completo (Hepatite A, B e C). Em 2011, a Linha VIDAS® comemorou 20 anos e, desde o seu lançamento, a inovação e diversidade tem sido os pontos chaves pelo seu sucesso e consolidação no mercado diagnóstico mundial. No Brasil, não é diferente. São mais de 600 equipamentos instalados, responsáveis por realizar mais de 3,3 milhões de testes anuais. Para acompanhar a transformação do VIDAS®, no final do ano passado um novo logo foi desenvolvido para humanizar a marca, demonstrando que o VIDAS® é voltado para o futuro e para as pessoas. Uma marca que está em constante inovação, com o compromisso em oferecer produtos de qualidade. O novo VIDAS® Anti-HCV utiliza um método imunoenzimático tipo sanduíche com detecção fluorescente no final da reação. O core recombinante e os antígenos NS3 e NS4 são utilizados para a detecção dos anticorpos Anti-HCV no soro ou plasma, sendo indicado para pacientes com sintomas clínicos ou populações de risco e detecção dos seis genótipos do HCV. Benefícios do VIDAS® Qualidade que se pode confiar: a performance do VIDAS® Anti-HCV em ensaios clínicos confirmam o alto nível de qualidade, para tranquilidade do laboratório e do paciente Fácil de usar Sistema robusto e confiável Máxima flexibilidade Custo-benefício: teste individual com embalagem de 60 testes Produto Ref Apresentação Reg MS VIDAS® Anti HCV 30308 60 Testes 10158120669 (: 0800 0 264848 8: [email protected] S_Line remodela seu logotipo e identidade visual Para estar em sintonia com o dinamismo das transfor- Usa-se o termo redesign quando há uma nova repre- mações, a empresa deve se reinventar cotidianamente, sentação gráfica de uma marca existente, sendo o nome acompanhando a evolução de um mercado cada vez mais e/ou parte dela mantidos no resultado final do processo, sedento por novidades, incluindo novidades na marca. podendo ser considerado nas mais diversas situações, como Segundo Hélio Moreira, diretor da NewGrowing Design & Branding, “a marca deve estar sempre atualizada com as evoluções da empresa, do mercado e do público alvo, não apenas conceitualmente, mas visualmente também.”. por exemplo: Quando a aparência está desatualizada Quando a empresa vai abrir seu capital e quer se apresentar ao mercado de uma forma mais estruturada Através da marca, consumidores, fornecedores e público-alvo se identificam e sabem sobre a atuação da organização. Por isso, manter uma identidade visual forte pode ser um diferencial Quando a marca torna-se global e o seu nome tem que ser adaptado para outra língua na hora de atrair clientes e fazer negócios e, em muitos casos, Por ser uma empresa especializada na área de tecnologia é necessária uma revitalização dessa identidade visual, ou até laboratorial que está há 19 anos no mercado, a S_Line remo- mesmo a criação de uma nova logomarca. delou seu logotipo e toda sua identidade visual, reforçando Existem logomarcas que um simples olhar já se sabe a sua atualização constante em tecnologias, sem perder suas qual empresa pertence. Essa fácil identificação tem justi- qualidades principais: atendimento personalizado e imediato ficativa, afinal, a marca de uma empresa, muitas vezes, é aos clientes e credibilidade conquistada no mercado. quase uma extensão de seu nome e identidade. A reformulação da logomarca da S_Line levou em conta a evolução do mercado e o conceito Web 2.0, que garantem mais tecnologia em relações estabelecidas na internet, que é o cenário de atuação da empresa. (: (27) 3207-6733 8: [email protected] :: www.sline.com.br 64 NewsLab - edição 118 - 2013 Câmaras UV da Elga para controle bacteriano Os efeitos germicidas da lâmpada UV de baixo comprimento de onda, também conhecida como UV-C, têm sido usados desde o início de 1900. São necessárias doses consideravelmente mais elevadas ou a utilização de luz com um comprimento de onda mais curto para causar danos oxidantes, o que evita o metabolismo celular. A eficácia germicida da lâmpada UV é proporcional à exposição e à intensidade, normalmente expressa em μwatt.sec/cm2. As bactérias são relativamente fáceis de sofrerem danos, sendo necessárias exposições tipicamente de 3.000 a 1.200 μwatt. sec/cm2 para inativar 99,9% da população. Todas as lâmpadas ultravioletas utilizadas em sistemas de água para laboratórios são lâmpadas de mercúrio de baixa pressão que emitem, principalmente, comprimento de onda de 254 nm. Todas as câmaras de UV da Elga LabWater são colocadas no expostas a essa luz, causando danos permanentes e a consequente morte celular. As câmaras UV da Elga têm sido concebidas de forma a assegurar uma exposição UV muito elevada: com mais de 70 mil μWseg/cm2 durante a recirculação a taxas de fluxo mais baixas e entre 27 mil a 80 mil μWseg/cm2 durante a distribuição. Mesmo com desafios bacterianos muito elevados, como 81 milhões UFC/ml, estas câmaras têm sido indicadas para desativar todas as bactérias. percurso do fluxo de recirculação do sistema de água, de forma a maximizar os efeitos germicidas do UV. A recirculação da água (: (11) 4617-4388 restringe a ligação bacteriana e o subsequente crescimento 8: [email protected] nas superfícies e passa repetidamente através de uma luz UV :: www.veoliawaterst.com.br de 254 nm, assegurando que as bactérias estão regularmente :: www.elgalabwater.com/portuguese Precisão e rapidez do GEM Premier 3500 é comprovada por hospital em Goiânia Lançado no Brasil em 2012, o equipamento GEM Premier mente automatizado. Através da parceria entre o grupo DASA 3500 chegou no mercado com boa aceitação como solução em (Científicalab) e o Instituto Sócrates Guanaes, organização gasometria point of care e gestão de qualidade (IQM) total- gestora do Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia, foram disponibilizados ao hospital os mais modernos equipamentos para realização de análises clínicas na unidade. Isto tudo com o objetivo de preparar os profissionais para trabalharem no SUS, pois esta parceria tem em seus conteúdos teóricos e práticos o foco de qualificá-los de forma competente e criativa para essa nova realidade. Um dos principais diferenciais do equipamento GEM 3500 é o seu sistema de interface de resultados que permite o acesso rápido e fácil aos exames diretamente do consultório médico e das UTIs. “Com um laboratório moderno e tecnologia via web, o médico, mesmo fora do HDT (Hospital de Doenças Tropicais), pode acessar os exames pelo sistema laboratorial e orientar a equipe de enfermagem sobre o tratamento do paciente. Também há mais rapidez na confirmação de diagnósticos, o que reflete na produtividade do hospital, com impactos na redução do tempo de permanência do paciente na unidade” afirma a diretora técnica do HCT, Letícia Aires. (: (11) 4154-3337 66 NewsLab - edição 118 - 2013 Sysmex anuncia contratação e inicia trabalhos de consultoria médica para o mercado de hematologia em toda América Latina e Caribe A renomada profissional da área de hematologia, Dra. Helena Grotto, passa a integrar o time de profissionais da Sysmex América Latina e Caribe assumindo a função de consultora médica. Com formação acadêmica em medicina pela Faculdade de Medicina de Marília, possui Mestrado e Doutorado em Clínica Médica na área de hematologia laboratorial pela UNICAMP. Sua trajetória profissional merece destaque. Como docente do Departamento de Patologia Clínica, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, ministrou aulas em diversos cursos de graduação e pós-graduação, além de ter sido orientadora de alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado. Foi responsável pela seção de Dra. Helena Grotto assume a posição de consultora médica na Sysmex com o desafio de trazer ao mercado todo conhecimento adquirido ao longo de sua trajetória profissional: “Assumo essa posição na Sysmex com a missão de conferir um diferencial à empresa através de um suporte médico/científico que auxiliará nas relações com os usuários dos equipamentos Sysmex, em especial com a comunidade médica” comenta. Essa contratação demonstra a preocupação da Sysmex em fornecer melhores respostas a seus clientes e distribuidores. A consultoria médica vem para complementar o trabalho de consultoria científica já realizada com excelência por Maria Silvia Martinho. Hematologia da Divisão de Patologia Clínica do HC da Unicamp, e chefe do Departamento de Patologia Clínica por duas vezes. :: www.sysmex.com.br Alka traz ao Brasil kit para diagnóstico de Hepatite E IgG e IgM por Elisa e Immunoblot O vírus da Hepatite E (HEV) é uma das causas mais comuns homologia de sequência para o genótipo 3 isolado de suínos. de hepatite adquirida por transmissão fecal-oral nos países em A possibilidade de uma infecção zoonótica de porcos ou outros desenvolvimento em todo o mundo, geralmente resultante de animais para seres humanos parece desempenhar um papel, água contaminada. bem como a transmissão de pessoa para pessoa através de Nos últimos anos os relatos de infecções esporádicas nos alimentos contaminados ou de produtos derivados do sangue. países industrializados sem associação de viagens têm sido A Hepatite E aguda é uma doença grave, com uma apresen- mais frequentes, muitas vezes com uma fase subclínica ou as- tação clínica comparável a sinais de hepatite A. Os sinais típicos sintomática. Quase todos estes chamados de casos de hepatite da Hepatite E inclui sintomas similares à gripe, vômitos, diarreia, E estão associados com o genótipo 2 HEV que mostra uma alta febre, artralgia e cefaleia geralmente associada a um aumento nos valores das enzimas hepáticas. A icterícia colestática que se desenvolve durante a evolução da doença pode persistir por várias semanas. A infecção pelo HEV é geralmente autolimitada. Em regiões endêmicas existe uma alta porcentagem de infecções de casos de HEV durante a gestação seguindo para o curso fulminante, acompanhado pelo alto range de mortalidade de aproximadamente 20%. Em homens e mulheres não gestantes o range de mortalidade é de 0,5% a 4%. Com isso, a Alka trouxe para o Brasil o único kit para diagnóstico de Hepatite E IgG e IgM pelas metodologias Elisa e Immunoblot do fornecedor alemão Mikrogen. Estes produtos utilizam antígenos recombinantes purificados para garantir a reprodutibilidade e alta sensibilidade e especificidade. A seleção de proteínas homólogas a dois diferentes genótipos (genótipo 1 e genótipo 3) provém a alta sensibilidade e também em regiões não endêmicas com alta porcentagem de casos de Hepatite E. :: www.alka.com.br 68 NewsLab - edição 118 - 2013 Novos analisadores Sysmex® Série-XN Uma revolução na hematologia C om design revolucionário e modular os analisadores hematológicos Sysmex® Série-XN são sofisticados e oferecem configurações que atendem às demandas de carga de trabalho e de complexidade de cada laboratório. Harmoniosamente compactos, os analisadores da Série-XN otimizam o espaço, fluxos de trabalho e simplificam o gerenciamento dos reagentes com o exclusivo sistema de identificação por rádio-frequência. A nova Série-XN: Soluções ideais para todas as necessidades No coração de cada configuração está o módulo XN-10TM que processa 100 amostras por hora e aspira somente 88 µL da amostra para realizar a contagem diferencial de 7-partes com a análise automática dos eritroblastos em todos os hemogramas e a contagem de granulócitos imaturos em todas as diferenciais leucocitárias. A Série-XN utiliza a tecnologia de Citometria de Fluxo Fluorescente que permite uma avaliação detalhada da morfologia celular e da hematopoiese com os parâmetros: • Eritroblastos (NRBC): contagem automática em todos os hemogramas; • Granulócitos Imaturos (IG): contagem automática em todas as diferenciais leucocitárias; • Plaquetas Fluorescentes (PLT-F): nova metodologia de detecção das plaquetas; • Fração Imatura das Plaquetas (IPF): auxilia no diagnóstico diferencial das trombocitopenias; • Fração Imatura dos Reticulócitos (IRF): monitora a atividade medular; • Conteúdo da Hemoglobina nos Reticulócitos (RET-He): auxilia no diagnóstico diferencial das anemias. Módulo exclusivo para análise de líquidos biológicos: 7 parâmetros, incluindo a diferencial de 2-partes. XN-1000TM 100 amostras por hora 70 NewsLab - edição 118 - 2013 XN-2000TM 200 amostras por hora Solução exclusiva de back-up na mesma plataforma analítica Aumento da produtividade com um fluxo de processo verdadeiramente otimizado XN-3000TM Solução integrada dos analisadores hematológicos com o preparador e corador de lâminas SP-10TM XN-9000TM Velocidade, Flexibilidade e Modularidade A redução do tempo de liberação dos resultados é um desafio O XN-9000TM é a solução Sysmex de automatização com para todos os laboratórios, por isso, a Sysmex oferece analisado- capacidade de expansão que permite configurações flexíveis res com regras de decisão clínica “on board” com função rerun/ com possibilidade de até 9 módulos analíticos XN-10TM e reflex automática que otimiza a análise das amostras, garantindo SP-10TM em uma linha de automatização, podendo processar assim maior precisão e confiança logo na primeira análise. até 900 amostras por hora. XN-9000-301 Solução integrada dos analisadores hematológicos com o preparador e corador de lâminas SP-10TM NewsLab - edição 118 - 2013 71 Especial Especial ESPECIAL Especial ESPECIAL ESPECIAL Especial Especial ESPECIAL ESPECIAL Falange (Gr. phálanx), em âmbito militar, é uma formação retangular de infantaria, tipicamente de lanceiros. Os soldados (ou falangistas) mantinham uma formação cerrada, com as armas das primeiras linhas projetadas para frente, de modo que seria impossível atingir qualquer homem da formação sem ser perfurado por alguma lança. A segunda defesa seria a barreira de escudos empunhados pelos soldados, que se protegiam uns aos outros. Os restantes membros da formação, aqueles longe da primeira linha, mantinham as lanças elevadas a uma média de 45º graus, numa posição de prontidão e anulando parcialmente um ataque pelo alto, como aquele da cavalaria que saltasse sobre a primeira linha de lanças. Os homens posicionados nas últimas fileiras da falange eram usados como substitutos quando os soldados da frente morriam ou tombavam, além de constituir uma força de “empurrão” para toda a formação. As primeiras falanges aparecem em inscrições sumerianas. A Suméria, antigo país da Mesopotâmia, meio do terceiro milênio a.C., dominou, com seus guerreiros, os campos de batalha por milênios. As falanges tornaram-se famosas, assim como os soldados que as constituíam (Hoplitas), nas Guerras Greco-Persas, em batalhas como a de Maratona, Termópilas ou Plateia. Viriam a alcançar seu apogeu com a falange macedônica criada pelo rei Filipe II e que seria fundamental aos exércitos de Alexandre, o Grande e de seus sucessores. Quando formadas por soldados bem treinados, as falanges constituíam uma defesa frontal virtualmente inexpugnável, mas com grandes dificuldades em avançar mantendo a linha. Além disso, como cada lança estava voltada para frente e espremida entre os outros homens da formação, as falanges eram vulneráveis e lentas demais para conter um ataque lateral. Dessa maneira, alguns generais passaram a proteger as falanges com cavalaria nos flancos e também com apoio de arqueiros. Estes vinham na frente do exército e, ao observa- 72 rem a vinda do inimigo, corriam para trás das falanges por corredores estreitos, que eram fechados logo após. Entretanto, com o surgimento de chefes de batalha mais astutos, o desenvolvimento da cavalaria e demais formas de manobra da infantaria, como da legião romana, os pontos fracos das falanges ficaram evidentes e seu uso gradualmente abandonado. Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) é considerado o mais influente filósofo natural da História. O materialismo aristotélico é expressão da realidade, mas não é inanimado, pois toda a ordem do mundo é assegurada por um “Motor Imóvel” e suas manifestações de vida dependem de alma e vontade, sempre evidenciadas por uma finalidade. Aristóteles é considerado o maior biologista não só da Antiguidade, mas por 2000 anos, até a emergência de Lineu e Cuvier do séc. XVIII (Fonte: Dr. Carlos A. M. Gottschall. Do mito ao pensamento científico, p.58 – Atheneu). Os ossos dos dedos das mãos e dos pés foram denominados falanges por Aristóteles porque são arranjados em fileiras lembrando uma falange militar grega. Sem dúvida uma analogia das mais antigas, perpetuada até os nossos dias e consagrada na nomenclatura anatômica aplicada ao homem e a outros animais. O termo foi revivido pelo anatomista e médico francês André du Laurens (1558-1609), em 1595. As falanges são em número de 14 em cada mão e em cada pé. O polegar e o hálux possuem apenas duas, enquanto os demais dedos têm três falanges, indicadas como proximal, média e distal. Antigamente, eram chamadas de falange propriamente dita, falanginha e falangeta. Outra aplicação do conceito de falange está no Órgão de Corti situado no ouvido/orelha interna, onde as células ciliadas são separadas entre si pelas células de Deiters, com o formato falângico. Por isso se diz: Falanges das células de Deiters. Ao nível da placa cuticular, as células ciliadas apresentam da placa cuticular, as células ciliadas apresentam estereocílios, cujo conjunto forma um W característico com a base voltada para o ligamento espiral. A estrutura dos estereocílios é importante, pois quando desorganizada ou indistinta indica precocemente lesão coclear (Fonte: Dr. Luiz Gonzaga de Carvalho). José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da Academia Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. NewsLab - edição 118 - 2013 Informe Científico O Diagnóstico Laboratorial do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) Prof. Dr. Luiz Mário Ramos Janini, médico especialista em virologia, professor livre docente da Universidade Federal de São Paulo e consultor científico na área de virologia molecular do Diagnósticos do Brasil O HIV é o agente etiológico positivas, utilizam-se testes para tico deverá ser realizado em duas da síndrome da imunode- quantificação da carga viral do etapas, sendo a etapa 1 referida ficiência adquirida (Aids). HIV-1, em função da transferência como triagem e a etapa 2 repre- O diagnóstico das infecções pelo HIV passiva de anticorpos da mãe para sentando a etapa confirmatória ou possui destaque na rotina laboratorial a criança, que pode ocasionar re- complementar. das doenças infecciosas. Atualmente sultados falsos-positivos nos testes Na etapa 1 deverão ser reali- existem diferentes ferramentas diag- para detecção de anticorpos. Desta zados testes de alta sensibilidade nósticas para a detecção da presença forma, testes sorológicos para o para se evitar a presença de re- do HIV, incluindo a identificação de diagnóstico das infecções pelo HIV sultados falsos-negativos. Nesta anticorpos específicos contra o vírus, devem ser preconizados somente etapa deverão ser utilizados testes a captura de antígeno viral e a iden- após 18 meses de vida. capazes de detecção de anticorpos tificação e quantificação dos ácidos Para outras situações como a contra o HIV-1, incluindo o grupo O nucleicos virais. Com os constantes gravidez, testes de detecção mole- e anticorpos contra o HIV-2. Pode- avanços, testes de maior sensibili- cular do HIV também podem ser uti- rão ainda ser utilizados, testes que dade e especificidade são continua- lizados. Porque não existem testes combinem a detecção simultânea mente disponibilizados no mercado. laboratoriais que apresentem 100% de anticorpos e antígeno viral. Atualmente ensaios diagnós- de sensibilidade e 100% de especifi- As seguintes metodologias são ticos podem detectar o antígeno cidade, resultados falsos-negativos, permitidas, no teste da etapa 1: p24 do HIV em aproximadamente falsos-positivos, indeterminados ou 17 dias e o RNA viral em 12 dias discrepantes podem ocorrer. a) Ensaio imunoenzimático Elisa após a infecção. A produção de Para minimizar tais efeitos a anticorpos é mais demorada em Secretaria de Vigilância em Saúde virtude da cinética de sua produ- junto ao Ministério da Saúde ela- c) Ensaio imunológico com re- ção e da abundância de antígenos bora fluxogramas atualizados para velação quimioluminescente e suas virais em fase aguda. O período de maximizar a detecção mais precisa derivações - EQL tempo necessário para que se inicie possível das infecções pelo HIV. No a detecção de anticorpos contra o Brasil, o diagnóstico laboratorial HIV é em média de 22 dias, quan- da infecção pelo HIV é regulamen- do testes sorológicos de terceira tado por meio da Portaria Nº 151/ geração são utilizados. Secretaria de Vigilância em Saúde f) Testes rápidos: imunocroma- /Ministério da Saúde, de 14 de ou- tografia, aglutinação de partículas tubro de 2009. em látex ou imunoconcentração Alternativamente, para a identificação da infecção pelo HIV em crianças nascidas de mães HIV 74 Segundo a portaria o diagnós- b) Ensaio imunoenzimático de micropartículas - Meia d) Ensaio imunológico fluorescente ligado a enzima - ELFA e) Ensaio imunológico quimioluminescente magnético - CMIA g) Novas metodologias regis- NewsLab - edição 118 - 2013 tradas na Anvisa e validadas pelo Na etapa 2 confirmatória do flu- reatividade (bandas) com qualquer Departamento de Vigilância, Pre- xograma diagnóstico é permitida a venção e Controle das Doenças Se- utilização das seguintes metodologias b) Amostra positiva: reatividade xualmente Transmissíveis e Síndro- objetivando a redução de resultados (bandas) em pelo menos duas das me da Imunodeficiência Adquirida. falsos-positivos obtidos na etapa1: seguintes proteínas: p24; gp41; As amostras apresentando resul- a) Imunofluorescência indireta - IFI proteína viral utilizada no ensaio gp120/gp160 tados reagentes na etapa de triagem b) Imunoblot - IB c ) A m o s t ra i n d e t e r m i n a d a : deverão ser encaminhadas para a c) Imunoblot rápido - IBR qualquer padrão de reatividade avaliação da etapa 2 do Fluxograma d) Western Blot - WB (bandas) diferente do item anterior Mínimo para o Diagnóstico Laborato- e) Outras metodologias regis- A interpretação dos testes Imu- rial da Infecção pelo HIV em indiví- tradas na Anvisa e validadas pelo noblot e Imunoblot rápido deverão duos com idade acima de 18 meses. Departamento de Vigilância, Pre- seguir as instruções dos fabricantes As amostras que apresentarem venção e Controle das Doenças Se- destes testes diagnósticos. resultados negativos devem ser xualmente Transmissíveis e Síndro- Amostras com resultados inde- referidas em laudo como amostras me da Imunodeficiência Adquirida. terminados ou discordantes entre não reagentes para infecção pelo Os resultados obtidos nas etapas as etapas 1 e 2, como por exemplo HIV, com uma ressalva enfatizando 1 e 2 deverão ser analisados conjun- reagente na etapa 1 e não rea- que em caso de suspeita de infec- tamente antes da liberação do laudo. gente ou indeterminada na etapa ção, uma nova amostra deverá ser A amostra será considerada 2, deverão ser liberadas como coletada 30 dias após a data da positiva para a infecção pelo HIV «Amostra indeterminada para as coleta da primeira amostra. quando os testes realizados em am- infecções pelo HIV». A liberação Para amostras com resultados bas as etapas 1 e 2 forem positivos. deste resultado é obrigatória e o indeterminados, uma nova amostra O resultado deve ser liberado como: laudo deverá conter a seguinte deverá ser coletada e submetida ao “Amostra Reagente para HIV”, com ressalva: «Persistindo a suspeita início do fluxograma supracitado. a seguinte ressalva: “Para compro- de infecção pelo HIV, uma nova Em gestantes, além de uma segun- vação do diagnóstico laboratorial, amostra deverá ser coletada 30 da amostra solicitada para ser sub- uma segunda amostra deverá ser dias após a data da coleta desta metida ao fluxograma diagnóstico, coletada e submetida à Etapa 1 do amostra». A nova amostra deverá uma outra deve ser coletada para fluxograma mínimo para o diagnós- ser colhida e submetida ao início realização de testes moleculares. tico laboratorial da infecção pelo do fluxograma diagnóstico. Caso HIV em indivíduos com idade acima o resultado com a nova amostra de 18 meses”. permaneça indeterminado, deve-se Se as novas amostras apresentarem resultado indeterminado o laudo obrigatoriamente deverá ser liberado Quando o teste com a segunda considerar a possibilidade da reali- como: “Amostra Indeterminada para amostra for reagente, o resultado zação de testes moleculares como HIV” apresentando a ressalva: “Per- deverá ser liberado como: “Amos- detecção de RNA e/ou DNA virais. sistindo a suspeita clínica de infecção tra reagente para o HIV”, com a Resultados indeterminados ou pelo HIV, uma nova amostra deverá ressalva: “Resultado definido com falsos-positivos são mais frequen- ser coletada após 30 dias a data de a segunda amostra, conforme es- tes em gestantes, pacientes com coleta desta amostra, para esclareci- tabelecido pela Portaria 151 de 14 doenças autoimunes como lúpus mento do diagnóstico sorológico”. Se de outubro de 2009 “. eritematoso sistêmico, doenças do o resultado da segunda amostra for A interpretação do teste de Wes- tecido conectivo, ou portadores de reagente, esta deverá ser submetida tern Blot deverá seguir os critérios: infecções virais agudas, entre outros. a) Amostra negativa: ausência de Utilização de testes rápidos à etapa 2 do fluxograma. NewsLab - edição 118 - 2013 75 para o diagnóstico das infecções missíveis e Síndrome da Imuno- pelo HIV: o diagnóstico rápido da deficiência Adquirida. toramento das infecções pelo HIV. O emprego de testes quantitati- infecção pelo HIV é feito exclusiva- Os testes rápidos utilizados vos para a detecção da carga viral mente com testes rápidos validados devem ser capazes de detectar plasmática como o PCR em Tempo pelo Departamento de Vigilância, anticorpos contra o HIV-1, incluin- Real e o Branched-DNA permitem Prevenção e Controle das Doenças do o grupo O e anticorpos contra obter informações fundamentais Sexualmente Transmissíveis e Sín- o HIV 2. sobre a progressão da doença e drome da Imunodeficiência Adqui- A amostra com resultado não resposta ao tratamento antiviral. rida. O emprego de testes rápidos reagente no teste rápido 1 será Além disso, técnicas moleculares para o diagnóstico das infecções definida como: «Amostra não re- como o sequenciamento de nucle- pelo HIV poderá ser realizado nas agente para HIV». O laudo deverá otídeos permitem a identificação seguintes situações especiais: incluir a seguinte ressalva: «Em no genoma viral de mutações de a) Rede de serviços de saúde caso de suspeita de infecção pelo resistência e suas combinações que sem infraestrutura laboratorial HIV, uma nova amostra deverá ser podem interferir com o tratamento ou localizada em regiões de difícil coletada 30 dias após a data da antiviral. A identificação de muta- acesso coleta desta amostra». ções de resistência auxilia o clínico b) Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA c) Segmentos populacionais flutuantes d) Segmentos populacionais Amostras com resultados reagentes ao primeiro teste rápido deverão ser submetidas ao teste rápido 2. na decisão de qual o melhor regime terapêutico para seu paciente. O Diagnósticos do Brasil, atendendo aos mais rigorosos padrões Amostras com resultados re- de qualidade, segue o Fluxograma agentes nos testes rápidos 1 e 2 Mínimo para o Diagnóstico Laborato- terão seu resultado definido como: rial da Infecção pelo HIV preconizado «Amostras reagentes para HIV». pela Portaria Nº 151, Secretaria de f ) Acidentes biológicos ocu- Amostras com resultados discor- Vigilância em Saúde, Ministério da pacionais, para teste no paciente dantes nos testes rápidos 1 e 2 Saúde, de 14 de outubro de 2009. fonte mais vulneráveis e) Parceiros de pessoas vivendo com HIV/AIDS não terão seu resultado definido e Em complementação aos seus ser- g) Gestantes que não tenham uma amostra deverá ser coletada viços diagnósticos, o DB também sido testadas durante o pré-natal por punção venosa e submetida ao oferece testes moleculares para a ou cuja idade gestacional não as- fluxograma mínimo para o diag- detecção e o monitoramento das segure o recebimento do resultado nóstico laboratorial da infecção infecções pelo HIV como a quantifi- do teste antes do parto pelo HIV em indivíduos com idade cação da carga viral e a identifica- acima de 18 meses. ção de mutações de resistência no h) Parturientes e puérperas que não tenham sido testadas no pré- Como visto anteriormente, em- -natal ou quando não é conhecido bora o uso de técnicas de Biologia o resultado do teste no momento Molecular tenha sua aplicação no Correspondências para: do parto diagnóstico das infecções pelo HIV DB - Diagnósticos do Brasil i) Abortamento espontâneo, em gestantes, em crianças com independentemente da idade ges- idade inferior a 18 meses e porta- tacional dores de outras condições, seu uso genoma do HIV. [email protected] j) Outras situações especiais não se limita ao diagnóstico das Referência: definidas pelo Departamento de infecções deste vírus. As técnicas Vigilância, Prevenção e Controle de Biologia Molecular prestam in- das Doenças Sexualmente Trans- formações valiosas sobre o moni- Portaria Nº 151/Secretaria de Vigilância em Saúde /Ministério da Saúde, de 14 de outubro de 2009. 76 NewsLab - edição 118 - 2013 Informe Científico Avaliação da função renal Fulvio Facco Gerente de Inovação Labtest O balanço regular da química o paciente sem sintomas. Com a autoridades em saúde pública. interna de nossos corpos se evolução do dano renal, podem Como evidenciado, o tratamento deve, em grande parte, ao aparecer sinais que nem sempre medicamentoso e dialítico é muito trabalho dos rins. Embora pequenos incomodam tanto, o que dificulta a oneroso e praticamente priva os (cada rim tem o tamanho aproximado percepção da doença por parte do indivíduos dos seus trabalhos, de 10 cm), nossa sobrevivência de- paciente. Anemia leve, pressão alta, afetando fortemente o sistema de pende do funcionamento normal des- edema dos olhos e pés, mudança nos seguridade social (INSS). Nesse tes órgãos vitais, responsáveis por: hábitos de urinar (levantar diversas sentido, são de suma importância as vezes à noite para urinar), urina campanhas que buscam estabelecer · Eliminar as toxinas do sangue por um sistema de filtração muito clara e sangue na urina são os o diagnóstico precoce das doenças Regular a formação do sangue principais sinais. É possível tratar um renais. O grande foco está na detecção e a produção dos glóbulos vermelhos paciente com medicamentos e dieta da IRC, especialmente em pacientes até que seus rins atinjam o limite com risco aumentado de desenvolver · · Regular nossa pressão sanguínea · Controlar o delicado balanço de comprometimento de 90% da a doença, incluindo-se nesse grupo químico e de líquidos de nosso corpo função renal. Quando o dano à função hipertensos, diabéticos, pacientes Quando seu funcionamento mos- renal ultrapassa este limite, torna-se portadores de doença cardiovascular e tra-se comprometido, configura-se necessário o uso de outros métodos pessoas com história familiar de IRC. um quadro de insuficiência renal, de tratamento da insuficiência renal: que pode ser classificada em aguda diálise ou transplante renal. ou crônica: Portanto, o investimento em medicina laboratorial é um dos pilares Diante da importância da função da política governamental. Em geral, renal, sua avaliação é um importante os exames laboratoriais que avaliam Insuficiência renal aguda: em al- desafio da medicina laboratorial. Mui- a função renal tentam estimar o guns pacientes com doenças graves, tos avanços aconteceram desde a pri- ritmo de filtração glomerular (RFG), os rins podem parar de funcionar de meira dosagem de creatinina, feita por definido como o volume plasmático maneira rápida, porém, temporária. Jaffe, no século 19. Sabe-se que ainda de uma substância que pode ser Rápida porque a função renal é per- há espaço para o desenvolvimento completamente filtrada pelos rins em dida em algumas horas e temporária de novos marcadores laboratoriais uma determinada unidade de tempo. porque os rins podem voltar a fun- relacionados às patologias renais. Os cionar após algumas semanas. Essa impactos que tais patologias trazem situação é denominada pelos médicos à saúde da população justifica todo o como “insuficiência renal aguda”. Em investimento feito no desenvolvimen- muitas ocasiões, o paciente precisa to desses marcadores. No Brasil, ser mantido em tratamento por diálise fontes oficiais mostram que até que os rins voltem a funcionar. o governo gastou, em 2012, aproximadamente Insuficiência renal crônica (IRC): é a R$ 2 bilhões com sessões perda lenta, progressiva e irreversível de hemodiálise em seus 672 das funções renais. Dessa forma, postos de atendimento credencia- resulta em processos adaptativos dos pelo SUS. que, até certo ponto (cerca de 50% O impacto econômico dessa pa- da perda da função renal), mantêm tologia é uma preocupação das 78 NewsLab - edição 118 - 2013 O RFG é uma das mais importantes de urina colhidas em intervalo entre NGAL: mais recente marcador renal, ferramentas na análise da função re- um e seis meses. Sua determinação o neutrophil gelatinase-associated nal, sendo também um indicador do tem sido proposta em pacientes com lipocalin, lipocalin-2, siderocalin é número de néfrons funcionais. Como diabetes mellitus, hipertensão, pré- uma pequena proteína expressa pelos medida fisiológica, ele já provou ser -eclâmpsia e lúpus eritematoso. neutrófilos e alguns epitélios, incluindo os túbulos renais. A produção de NGAL o mais sensível e específico marcador Proteinúria: em condições normais, aumenta em casos de lesão renal A seguir, estão relacionados os ocorre uma pequena excreção de pro- provocadas por diferentes causas, principais marcadores da função teínas na urina. A detecção de uma sendo liberada tanto na urina quanto renal e suas aplicações na medicina quantidade anormal de proteínas na no plasma sanguíneo. Sua concentra- laboratorial. urina é um indicador confiável de doen- de mudanças na função renal. ça renal, devendo-se realizar a medida ção aumenta drasticamente em um curto intervalo de tempo (após duas quantitativa da excreção em 24 horas. horas do evento causador da lesão), marcador extremamente útil da fun- Cistatina-C: trata-se de uma proteína mais precoce e sensível para lesões ção renal, principalmente da filtração de baixo peso molecular, produzida glomerular, em virtude de sua relativa em todas as células nucleadas sem independência de fatores, como dieta, sofrer alteração em processos infla- grau de hidratação e metabolismo matórios, e que aparece em plasma e proteico. Assim, a determinação da soro humanos. A Cistatina-C é livre- creatinina plasmática funciona como mente filtrada pelos glomérulos, não é um marcador de função renal mais secretada pelos túbulos ou eliminada seguro do que a ureia. A creatinina por qualquer via extrarrenal, sendo não deve ser usada isoladamente para absorvida praticamente por inteiro e avaliar o ritmo de filtração glomerular metabolizada pelas células dos túbulos ou detectar a presença de doença re- proximais. Assim, a concentração de nal crônica. Isso porque é afetada pela Cistatina-C no plasma é determinada taxa de filtração glomerular e por fato- quase que exclusivamente pelo Ritmo res independentes, como idade, sexo, de Filtração Glomerular (RFG), fazendo raça, dieta, massa muscular, drogas e dela um excelente indicador do RFG. O Para saber mais: métodos analíticos laboratoriais. exame laboratorial para determinação [email protected] Creatinina: a constância na formação e na excreção faz da creatinina um o que coloca esse marcador como o renais. Estudos clínicos comprovam que a elevação da concentração de NGAL no plasma ou na urina indica um grau significativo de lesão renal aguda, mesmo antes da elevação dos níveis séricos da creatinina. A Labtest dispõe de todos os marcadores mencionados acima para auxílio na prevenção e tratamento de doenças renais, inclusive o NGAL, novidade no Brasil. dessa proteína possui vantagens em Ureia: elevações da ureia são indi- relação à avaliação clínica de rotina cativos de nefrites, pielonefrites e da função renal. Ela é mais exata que insuficiência renal aguda ou crônica. a creatinina plasmática e que a esti- Sua concentração é afetada pela dieta mativa de depuração de creatinina de e pela idade. Crockcroft-Gault, além de ser mais confiável que a depuração de creati- Referências Bibliográficas 1. J. Bras. Patol. Med. Lab. vol. 43, n. 5, Rio de Janeiro, Sept./ Oct. 2007. Microalbuminúria: o termo “microal- nina por 24 horas. Há um crescente buminúria” não se refere a uma nova grupo de evidências de que a Cistati- 2. www.sbn.org.br. substância, e sim à excreção urinária na-C pode ser utilizada para detectar 3. http://portalsaude.sau- de pequena quantidade de albumina, doenças renais mais precocemente do de.gov.br/portalsaude/noti- entre 30 e 300mg/24 horas ou entre que a creatinina sérica, facilitando os cia/4458/162/recursos-para- 20 a 200μg/min. Deve-se suspeitar de esforços de prevenção em idosos e em albuminúria quando esses valores são pacientes com diabetes, hipertensão e encontrados em duas de três amostras doenças cardiovasculares. NewsLab - edição 118 - 2013 -hemodialise-aumentam-em-r$-1816-mi.html. 79 Artigo Frequência de Grupos Sanguíneos na Grande Goiânia Samuel Guilerme Fernandes, Marília Ferreira Lacerda, Katia Karina Verolli de Oliveira Moura Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC, Goiás Summary Resumo Frequência de grupos sanguíneos na Grande Goiânia Frequency of blood groups in metropolitan Goiânia O estudo teve a finalidade de analisar a frequência com que The study aimed to analyze the frequency of blood groups os grupos sanguíneos e o fator Rh estão presentes em uma parcela and Rh factor in a portion of the population of metropolitan da população da região metropolitana de Goiânia, GO, da qual Goiânia, GO, of which 2,161 people were evaluated during 2.161 pessoas foram avaliadas no período de 2010 a 2011. As the period 2010 to 2011. Samples were obtained during the amostras foram obtidas na Sétima Semana de Cultura e Cidadania Seventh Week of Culture and Citizenship of PUC-Goias, at LAS da PUC-Goiás, no LAS (Laboratório da Área da Saude) e no Colégio (Laboratory of Health) and at College Village Garavelo. The Village Garavelo. Os resultados evidenciaram a prevalência do results showed the prevalence of group O (46.58%), and Rh grupo O (46,58%) e do fator Rh positivo (88,47%). positive (88.47%). Palavras-chave: Grupos sanguíneos, sistema ABO, fator Rh Introdução Keywords: Blood groups, ABO system, Rh factor dutos do gene ABO (2). O lócus -L-fucosiltransferase codificada no ABO encontra-se no braço longo lócus FUT1 do cromossomo 19, na o sangue humano, o sistema do cromossoma 9 (3), na posição posição q13.3, sendo, portanto, ge- de determinação do tipo san- 9q34.1-q34.2 (4), e possui diversos neticamente independente do lócus guíneo é chamado de siste- alelos, os quais os mais importantes ABO (5, 6). Por isso, é considerado ma ABO. Nesse sistema, as hemácias são: A1, A2, B e O. Os genes ABO um gene silencioso ou amorfo, uma podem ou não apresentar na superfí- possuem uma sequência de mais de vez que não produz um antígeno cie externa de suas membranas dois 1.000 nucleotídeos do DNA, sendo específico (3). tipos de antígenos, denominados, que A e B diferem em si em sete Os grupos sanguíneos do sistema respectivamente, de aglutinogênios bases nas posições 297, 526, 657, ABO, descobertos em 1900 por Karl A e B. Podemos encontrar quatro 703, 796, 803 e 930. Entretanto, Landsteiner, marcaram o início da tipos de hemácias. Tipo A: são somente quatro posições (526, 703, grande individualidade dos antígenos aquelas que apresentam somente o 796 e 803) apresentam substituições eritrocitários presentes na mem- aglutinogênio A. Tipo B: são aquelas de nucleotídeos que resultam em brana do eritrócito, e até hoje per- que apresentam somente o aglutino- quatro aminoácidos diferentes nas manecem como sendo os sistemas gênio B. Tipo AB: são aquelas que transferases A e B (3). mais importantes dentro da prática N apresentam os dois aglutinogênios O gene O apresenta uma sequên- clínica, uma vez que os epítopos A e A e B. Tipo O: são aquelas que não cia de nucleotídeos quase idêntica à B podem provocar uma forte reação apresentam nenhum aglutinogênio do gene A, exceto pela simples dele- imunológica (7). (1). Nos grupos sanguíneos os an- ção da base Guanina na posição 261, Com a introdução da tipagem tígenos são a expressão de genes levando à síntese de uma proteína sanguínea e das técnicas de reação herdados da geração anterior (2, 3). inteiramente diferente das transfera- cruzada, a transfusão de sangue tor- Essas estruturas antígenas de- ses de A e B e incapaz de modificar nou-se não apenas um procedimento pendem da atividade de enzimas, o antígeno H, que é um carboidrato simples, mas também muito seguro. glicosiltransferases, que são pro- produzido pela ação da enzima a-2- No entanto, a transfusão continua a 82 NewsLab - edição 118 - 2013 ser associada a riscos, notadamente às doenças infecciosas transmitidas a classificação do respectivo grupo Materiais e Métodos sanguíneo (10). por sangue, como a sífilis, hepatite Foram realizadas 2.161 tipagens viral e o vírus da imunodeficiência sanguíneas, das quais 1.164 referem humana (HIV). Além disso, embora a à Sétima Semana de Cultura e Cida- tipagem ABO tenha reduzido a ocor- dania da PUC, Goiás, 924 às amos- rência de reações transfusionais, elas tras realizadas no LAS (Laboratório Os resultados expressos no Gráfico ainda ocorreram, indicando a presença da Área da Saúde da PUC, Goiás) e 1 demonstram em polos extremos, de outras diferenças genéticas nos 73 ao Colégio Village Garavelo loca- o tipo “O +” com maior incidência, grupos sanguíneos de importância na lizado no município de Aparecida de 41,36% (894 pessoas), e “AB -” o medicina transfusional, bem como, Goiânia, GO. representante da menor incidência: Resultados Para o procedimento três gotas 0,46% (10 pessoas). Sendo que o de sangue foram transferidas para intermédio denota “A+” 33,22% (718 O fator Rh foi descoberto por lâminas de microscopia e foram acres- pessoas); “B+” 10,55% (228 pesso- Landsteiner e Wiener, onde observa- centados os anticorpos anti-A, anti-B as); “O-” 5,22% (113 pessoas); “A-” ram que o soro de coelho que tinha e anti-D (PROTHEMO). As amostras 4,25% (92 pessoas); “AB+” 3,33% (72 sido injetado com eritrócitos de foram homogeneizadas e processa- pessoas); “B-” 1,57% (34 pessoas) e macaco Rhesus causava aglutinação das sob condições de aquecimento “AB-” 0,46% (10 pessoas). em hemácias de cerca de 85% de para a verificação de aglutinação e mais tarde, no campo emergente de transplante de órgãos (8). No Gráfico 2 observa-se a porcen- indivíduos, sendo estes compatíveis pelo sistema ABO. Esses indivíduos foram chamados “Rh positivos” e A+ aqueles cujos glóbulos vermelhos 33,22% não eram aglutinados chamavam “Rh negativos” (2). AB+ 41,36% B- O sistema Rh é caracterizado pela expressão do antígeno D na 10,55% AB+ superfície das células sanguíneas. 4,25% Entretanto, uma parcela significativa O+ da população que não desenvolve reação de aglutinação nos testes normalmente utilizados pode expressar o antígeno D em níveis diminuídos sendo então classificadas, erronea- AB- 3,33% 1,57% 0,46% O- Fonte: LiGeM - 2010/2011 Gráfico 1. Frequência de grupos sanguíneos e fator Rh – Goiânia mente, como pessoas do tipo Rh- (9). Dessa forma, há necessidade do conhecimento e da classificação correta deste sistema, a fim de se evitar 37,46% 46,58% tipagens sanguíneas errôneas e, consequentemente, expor o paciente a 12,12% riscos desnecessários (10). Neste estudo analisamos a fre- 3,79% quência com que os grupos sanguíneos e o fator Rh estão presentes em uma parcela da população da região metropolitana de Goiânia, GO, tendo em vista os extremos dos resultados obtidos. NewsLab - edição 118 - 2013 A B AB O Fonte: LiGeM - 2010/2011 Gráfico 2. Frequência de grupos sanguíneos na Grande Goiânia 83 ramo asiático, com predomínio de B (15, 16). A partir dessa premissa, Moreira 11,52% (17) relata: O gene A determina a presença da substância ou antígeno A nos eritróci88,47% tos, quer A esteja presente em ambos os cromossomos, quer se encontre em um. Mutatis mutandi, o mesmo acontece com o gen B. O gene O não pode dar origem a Positivo Negativo Fonte: LiGeM - 2010/2011 Gráfico 3. Frequência de fator Rh na Grande Goiânia qualquer destes antígenos. Deste modo, o genótipo para o sangue do grupo A pode ser AA ou AO; para o grupo B, BB ou BO; para o do grupo AB, só pode ser AB; e para o do grupo O, só pode ser OO. tagem de cada fenótipo que obtivemos compartilham significativas sequên- em relação ao grupo sanguíneo sendo cias homólogas com os primatas (13). De acordo com esta teoria [que o tipo “O” o mais comum, 46,58% E apesar de que a base genética de hoje já está comprovada] (18), os (1.007 pessoas) e o tipo “AB” o menos muitos subgrupos já ter sido ma- genes A e B dominam O que, por comum: 3,79% (82 pessoas). Partindo peada ao nível molecular, amostras conseguinte, é recessivo. do “O”, em segundo e terceiro lugares, com estruturas não resolvidas ainda Os aglutinogênios A e B se transmi- respectivamente, “A” com 37,46% são encontradas em laboratórios de tem de pais a filhos como caracteres (810 pessoas) e “B” com 12,12% (262 referência. dominantes e só aparecem, no sangue pessoas). Numerosas mutações pontuais, dos filhos, se existentes nos pais. De maneira similar ao Gráfico resultando em mudanças no número Se os pais são do tipo AB, as célu- 2, porém se tratando do fator Rh, de aminoácidos, suprem ou enfra- las germinais se bipartem, igualmen- o Gráfico 3 revela a prevalência da quecem a atividade enzimática das te, em A e B, herdando cada filho um fenotipagem glicosiltransferases ABO (11). gene para A ou para B, sem jamais positiva com 88,74% poder, entretanto, herdar o genótipo (1.912 pessoas) e a ocorrência de A esse respeito Lahovary (1954) apenas 11,52% (1.079 pessoas) do propõe que o tipo mais primitivo e fenótipo negativo. arcaico seja o antígeno B ou similar, Se os pais são OO, os filhos só pois se observa já em grande número podem ser OO e nunca AB, donde a de espécies de mamíferos e de peixes, concepção de Bernstein, confirmada e porque é ainda predominante em pelas leis da hereditariedade, de que certas regiões geoantropologicamente pais AB e filhos O e vice-versa são consideradas centros de difusão da incompatíveis. Discussão O polimorfismo ABO é um evento evolutivo relativamente recente. espécie humana (14). OO ou a ele pertencer. Quando os genótipos incluem Provavelmente desenvolveu-se há 13 Por outro lado, segundo Lessa (17) aglutinógenos homólogos, como, por milhões de anos atrás a partir de um e Boyd (16) pensam, os dois antígenos exemplo, AA, BB ou OO, eles são gene ancestral (11). Tem sido pro- de base (A e B) existem desde o iní- ditos homozigotos, chamando-se posto que os antígenos A e B foram cio da humanidade, embora se possa heterozigotos se não se verifica esta estabelecidos bem antes dos humanos admitir logo no princípio duas grandes circunstância, tal como se passa com e primatas se divergirem (12). divisões: um ramo euro-africano, com AB, AO ou BO. Uma elevada homologia entre as predominância de A e mais raramente Destas características de probabi- sequências de nucleotídeos e amino- de O (os negros, como os austro- lidades e combinações cujas leis res- ácidos foi detectada nos genes ABO de -oceânicos, estando mais próximos peitam a hereditariedade mendeliana, primatas e, além disso, os humanos dos brancos que dos amarelos) e um os grupos sanguíneos do sistema ABO 84 NewsLab - edição 118 - 2013 são utilizados em larga escala nos te, no início do século 20, de ita- processos de reconhecimento de lianos, alemães e japoneses (25). paternidade e maternidade, assim Além da migração externa, como na medicina legal (15, 17), existiu e existe significativa mi- além dos serviços de doação e gração interna. Estas migrações ao transfusão de sangue (19), cuja longo do tempo contribuíram para finalidade é manter um estoque um alto percentual de miscigena- de sangue para transfusões com- ção (26) fazendo da população patíveis que salvam inúmeras vidas brasileira única do ponto de vista diariamente (20). antropológico (24). O sistema AB é formado por Apesar da miscigenação do quatro tipos sanguíneos: A, B, O povo brasileiro (24, 26), a alta e AB. Sua determinação genética incidência de sangue tipo “O” ocorre através de alelos múltiplos encontrada em nossa pesquisa (A, B, e i). O gene A determina corrobora com a que Novaretti e a formação da glicoproteína “A”, colaboradores (24) encontraram o gene B determina a formação em seus estudos na cidade de São da glicoproteína “B” e o gene i a Paulo, onde a frequência do grupo ausência destas glicoproteínas na “O” em indivíduos caucasoides foi hemácia (21). Como supracitado, 46,52%, e em negroides 47,94%, a tipagem sanguínea tem impor- assim como o Rh negativo, foi en- tante papel nas transfusões de contrada semelhante frequência sangue, pois os grupos ABO e Rh por Coelho et al. (10), quando 7% podem desencadear incompatibi- dos indivíduos possuíam fator Rh lidade e levar o paciente a óbito. negativos. O mesmo vale para os A reação imunológica na questão nossos resultados “AB” 3,79 e fator transfusional ABO é dependente de Rh positivo 88,47% se comparados anticorpos formados naturalmente aos de Lorenzo del Peón-Hidalgo e pelo indivíduo contra seus grupos colaboradores (27) em estudos re- não compatíveis, no caso do fator alizados em La Paz, Baja California Rh, a formação desses anticorpos Sur, México; “AB”, 1,71%; e fator depende de prévia sensibilização Rh positivo, RhD, 95,36%. (22, 23). Enfatizando assim a similarida- Assim o conhecimento da fre- de entre os dados adquiridos (na quência fenotípica dos vários Sétima Semana de Cultura e Cida- grupos sanguíneos na nossa po- dania, no LAS e no Colégio Village pulação é essencial para estimar a Garavelo) em ordem decrescente disponibilidade de sangue compa- a maior incidência de indivíduos tível para pacientes que apresen- do tipo O, A, B e AB e do fator Rh tem anticorpos antieritrocitários. positivo e negativo. Permite ainda conhecimento sobre a influência indígena, oriental e negra na expressão dos antígenos eritrocitários (24). Conclusão A partir de 1500, com a desco- Pela apresentação dos resulta- berta do Brasil, tivemos expressiva dos demonstramos que dentro da migração de portugueses, espa- população goianiense prevalece nhóis, negros e, mais recentemen- o grupo “O” (46,58%), sendo o NewsLab - edição 118 - 2013 85 grupo “AB” (3,79%) representante Agradecimentos Karina Verolli O. Moura, pois sem do tipo sanguíneo mais raro. Já no Agradecemos a todos que cola- usas instruções, dicas e diálogos que diz respeito ao fator Rh, foi boram direta ou indiretamente com este trabalho certamente não seria observada a prevalência de RhD, a realização deste trabalho: aos concretizado. positivo, (88,47%). membros da LIGEM (Liga Acadê- É interessante salientar que a mica de Genética Molecular), aos maioria dos participantes não tinha colaboradores do LAS (da Área da Correspondências para: conhecimento de qual grupo perten- Saúde da PUC, Goiás), pela recepti- Katia Karina Verolli de Oliveira Moura ciam tanto no que se diz respeito ao vidade e pela atenção, e sobretudo à [email protected] sistema ABO quanto ao fator Rh. nossa orientadora, Prof.ª Dra. Kátia Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 86 Hunt E, Moore JS. Use of blood and blood products.Vet. Clin. North Am. Food Anim. 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NewsLab - edição 118 - 2013 Artigo Células Decoy: um Auxílio no Diagnóstico da Infecção por Poliomavírus Isabel Cristina Gurgel da Silva1, Liane Nanci Rotta2, José Antonio Tesser Poloni3 1 – Acadêmica do Curso de Biomedicina na Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS 2 – Professora do Curso de Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS 3 – Farmacêutico-Bioquímico, responsável pelo setor de Uroanálise do Laboratório Central de Análises Clínicas da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) Universidade Luterana do Brasil / ULBRA. Canoas, RS Summary Resumo Células decoy: um auxílio no diagnóstico da infecção por poliomavírus Decoy cells: an aid in the diagnosis of polyomavirus infection O poliomavírus BK tem sido associado à nefropatia pós-transplan- The BK polyomavirus has been associated with nephropathy te renal. A nefropatia por poliomavírus tem apresentado prevalência after renal transplantation. The polyomavirus nephropathy has elevada em receptores de transplante renal e pode levar à perda shown high prevalence in renal transplant recipients and may do enxerto com grande morbi-mortalidade. Este trabalho objetiva lead to graft loss with high morbidity and mortality. This paper realizar uma revisão bibliográfica sobre poliomavírus, em especial o aims to review literature on polyomaviruses, BK virus in particular, vírus BK, sua associação à nefropatia e suas formas de diagnóstico its association with nephropathy and its forms of laboratory diag- laboratorial. Atualmente, estão disponíveis para diagnóstico alguns nosis. Currently, there are few methods available for laboratory métodos laboratoriais como histopatologia ou imunohistoquímica de diagnosis as histopathology or immunohistochemistry of kidney biópsias renais, técnicas de biologia molecular, citologia urinária, biopsies, molecular biology techniques, urine cytology among dentre outros. A detecção de células decoy, células tubulares renais others. The detection of decoy cells, renal tubular cells or urotelial ou do urotélio liberadas na urina, com inclusões nucleares virais que cells released into urine, with nuclear viral inclusions that may podem sinalizar uma possível nefropatia, é extremamente importante signal a possible kidney disease, is extremely important for early para um diagnóstico precoce. O laboratório, nesse âmbito, é funda- diagnosis. The laboratory, in this context, it is essencial, and the mental, e a detecção de células decoy torna-se de muito interesse na detection of decoy cells becomes of great interest in screening triagem de transplantados com potencial risco de desenvolvimento potential transplant risk of developing the disease. Furthermore, it da doença. Além disso, parece promissor ter a possibilidade de seems promising to be able to evaluate the polyomavirus infection avaliação da infecção por poliomavírus através do EQU. by urinary sediment analysis. Palavras-chave: Poliomavírus, vírus BK, nefropatia, células Keywords: Polyomavirus, BK virus, nephropathy, decoy cells decoy lhante, medindo 40 nm de diâmetro JCV, assim denominado por ter sido e que possuem genoma circular de descoberto em paciente com estas família Polyomaviridae é 5,1- kb (4), composto de DNA dupla iniciais em seus nomes (7), é um constituída de 16 espécies fita (4,5). O SV40 (simian vacuolating importante causador de doença neu- virais e oito espécies infec- virus) possui potencial patogênico rológica em pacientes infectados pelo tam diferentes mamíferos (1). A fa- em macacos Rhesus e foi o primeiro vírus da imunodeficiência humana mília inclui três membros: o JC Vírus vírus desta família a ser identificado (HIV), agente de leucoencefalopatia (JCV), o Simian Virus 40 (SV40) e o BK como um contaminante das vacinas progressiva multifocal, uma desordem Vírus (BKV) (2, 3). Tratam-se de vírus contra a poliomielite, sendo de pouco fatal do sistema nervoso central (4, com estrutura molecular muito seme- significado em humanos (1, 4, 6). O 6). Diferentemente do BKV, nenhum Introdução A 88 NewsLab - edição 118 - 2013 dos demais poliomavírus têm sido (BKN) é certamente a doença viral mais O curso típico da PVN é caracte- associado de modo consistente com comum que afeta o parênquima do en- rizado por um período assintomático nefropatia pós-transplante renal. xerto renal (8 a 20 vezes mais freqüente de virúria seguido, dentro de algumas Os poliomavírus BK e JC foram que o citomegalovírus), podendo ser semanas, pelo desenvolvimento de coincidentemente isolados em 1971 observada também em rins nativos de viremia no contexto da função renal por dois grupos independentes: o BKV receptores de outros órgãos (1). estável (23). Nas células humanas em urina de um paciente transplantado renal e o JCV do tecido cerebral de susceptíveis, a expressão das proteVírus BK e nefropatia ínas do capsídeo viral é seguida pela um paciente com linfoma de Hodking Classicamente, a infecção primária (8). O primeiro relato do isolamento por BKV acontece na infância, fato Quando o vírus BK latente é rea- de BKV na urina de um receptor, cujas considerado muito comum, varian- tivado, ocorre uma infecção ascen- iniciais do nome eram B e K, ocorreu do desde casos assintomáticos até dente via célula-célula (24-26). Sem em 1971 (7, 9), mas apenas em 1995 sintomas sugestivos de um simples um controle imunológico apropriado, foi descrito o primeiro caso de nefrite resfriado (6, 18, 19). A transmissão a infecção lítica progressiva segue associada ao poliomavírus (10). ocorre primariamente por via oral ou (27), ou seja, cada acontecimento respiratória, sendo também possível resulta eventualmente na lise da cé- Epidemiologia montagem do vírus no núcleo (1). adquirir o vírus através de transfusões lula hospedeira para a liberação do A soroprevalência para o BKV e sanguíneas, transplantes ou mesmo produto infeccioso, caracterizando para o JCV nos adultos é muito alta: por via transplacentária (20). Após o efeito citopático da replicação do mais de 90% da população adulta é a infecção primária, em indivíduos BKV (1). Nesse momento, surgem soropositiva para o BKV, enquanto que imunocompetentes, o vírus entra em as inclusões virais nucleares e peri- 50 a 80% dos adultos têm anticorpos um período de latência com tropismo nucleares nas células dos túbulos. A para o JCV. Em indivíduos imuno- pelo trato urinário (células tubulares lise destas células infectadas resulta competentes não causam patologia, renais, cápsula de Bowman e células em infiltração viral no lúmen dos tú- porém, em indivíduos imunocompro- uroteliais) (5, 18, 19, 21). bulos e na urina, mas também para metidos as poliomaviroses humanas A reativação tem sido observada o interstício e propagação de células causam doença primária significante, em indivíduos com condições imunes vizinhas. A subsequente necrose das permitindo a reativação de um esta- alteradas incluindo transplantados de células tubulares leva à desnudação do subclínico persistente para uma órgãos sólidos, doenças autoimunes da membrana basal e a destruição da infecção lítica, resultando em virúria como lúpus eritematoso sistêmico e parede dos capilares tubulares resulta e viremia, potencialmente podendo pacientes com a síndrome da imu- em uma disseminação vascular do conduzir à doença severa ou fatal (8). nodeficiência adquirida (SIDA) (8), vírus (28). A partir daí, a PVN pode A prevalência de nefropatia as- mas o mais comum é a reativação se desenvolver dentro de meses e, sociada ao BKV está em torno de em pacientes que receberam trans- consequentemente, levar à dete- 2-8% (11-15). Após o diagnóstico da plante de medula e em pacientes que rioração da função do enxerto (23). nefropatia por poliomavírus (PVN), receberam transplante renal, onde Esta sequência de acontecimentos cerca de 50% dos pacientes evoluem a infecção lítica do BKV resulta em não inclui hospedeiros imunocom- para perda progressiva da função do cistite hemorrágica e em nefropatia petentes, onde a liberação do vírus enxerto renal em dois anos (12, 14- por poliomavírus, respectivamente (5, e seus constituintes celulares ativa 16), com necessidade de retorno à 8). Indivíduos saudáveis podem ter uma reação inflamatória não espe- terapia renal substitutiva (15). A ne- as células infectadas com o vírus es- cífica, seguida por respostas imunes fropatia desenvolve-se, em geral, no poradicamente, por isso a reativação celulares e humorais específicas (1). final do primeiro ano do transplante, assintomática do vírus BK também é A suspeita clínica de doença por com média entre 10-16 meses (11, geralmente detectada nos receptores poliomavírus é estabelecida pela pre- 15, 17). Este período de risco deve de transplantes renais saudáveis. sença de deterioração da função renal ser considerado no monitoramento Esses pacientes podem ou não de- com elevação dos níveis de creatinina dos pacientes transplantados renais. senvolver a nefropatia causada pelo sem causa aparente, além de eventual poliomavírus mais tarde (22). hematúria macroscópica e obstrução A nefropatia causada por vírus BK NewsLab - edição 118 - 2013 89 do trato urinário (29). A elevação na pacientes com nefropatia por BKV nefropatia por BKV envolve o uso de creatinina sérica e a diminuição da apresentavam sorologia positiva pré- drogas que reduzam a carga viral do função renal, de uma forma geral, -transplante (11). BKV, inibindo a replicação do DNA do podem ser devidas às complicações Um estudo afirmou que pacientes poliomavírus, como por exemplo: de- cirúrgicas, urológicas, farmacológicas do sexo masculino com idade avan- rivados de ácido retinoico, inibidores ou imunológicas, mas atualmente, çada apresentam maior incidência de da DNA girase, arabinoside citosine e além de algumas causas usuais bem nefropatia por BKV (15), mas o que se o cidofovir (6). A utilização de imuno- avaliadas de insuficiência renal aguda, tem relatado de forma mais frequente globulinas é outra possibilidade que novos potenciais de causa tem emer- é que o aumento acentuado na inci- tem sido relatada como opção no gido e a função das infecções virais é dência de PVN está claramente asso- tratamento de pacientes com BKN (1). mais aparente (23). ciado à introdução de novas e mais Diagnóstico laboratorial O poliomavírus BK tem também potentes drogas imunossupressoras, um importante papel no desenvol- usadas com sucesso para a preven- Existem diversos métodos para vimento de malignidade. Tumores ção e tratamento de rejeição aguda identificação de uma infecção por BKV, renais e urogenitais são cada vez mais de transplante (8, 32). Isso indica seja ela latente ou ativa. Os diferen- reconhecidos como complicações de uma relação entre o rompimento do tes testes podem ser aplicados em nefropatia por poliomavírus BK (22). O sistema imune e a reativação do BKV. diversos materiais biológicos e cada vírus BK codifica um antígeno T gran- Dentre os imunossupressores utiliza- um deles pode identificar estágios de, também referido como LTag, para dos estão: micofenolato mofetil (MMF) diferentes de uma mesma infecção induzir a divisão celular nas células e tracolimus (1, 23). Este último, um nos diversos sítios (7, 29). Além disso, hospedeiras (1, 22, 30). O LTag só é potente inibidor da calcineurina, uti- por possuírem acurácia distinta, sua expresso em abundância durante a lizado como profilaxia em tratamento informação, muitas vezes, dificulta a fase inicial de replicação viral (30). O de episódios de rejeição aguda gra- interpretação clínica (7). antígeno inativa as proteínas supres- ve, tem sido fortemente associado O padrão atual de diagnóstico da soras tumorais p53 e pRb (proteína ao desenvolvimento de doença por BKN, apesar de depender de proce- retinoblastoma), recrutando fatores poliomavírus, figurando no esquema dimento invasivo, inclui a análise de para a replicação do DNA viral (1, 22). imunossupressor de até 70% dos ca- biópsias renais. Ela detecta mudanças Quando o LTag inativa a proteína p53 e sos de pacientes com BKN (6). citopáticas como resultado de injúria liga-se ao gene da proteína Rb, ocorre hiperplasia celular progressiva e atipia ou de lise das células epiteliais tubuTratamento lares renais, e também a expressão nuclear, que regride quando a função Atualmente não foram estabele- genética do vírus através de técnicas da p53 é restaurada. No entanto, se cidas diretrizes para o tratamento de histopatológicas e imunohistoquími- p53 permanecer inativa por um pe- BKN. Hoje em dia, o mais importante cas, respectivamente (8). Na histopa- ríodo muito longo, essas mudanças passo parece ser a redução de tera- tologia, a detecção de inclusões virais evoluem para tumores malignos ou pia de imunossupressão (23, 32-34). nas células epiteliais tubulares indica persistem mesmo quando a atividade Alguns estudos defendem que recep- a presença de infecção viral ativa no de p53 é restaurada (30). tores de transplante renal devem ser parênquima renal (29). Fatores predisponentes rastreados e os que apresentam risco Histologicamente, a replicação de desenvolver a BKN, definido por viral resulta no aumento do tama- Os fatores de risco para desenvol- níveis elevados de viremia, devem nho da célula à custa de aumento do vimento de infecção por BKV não são ter a sua imunossupressão reduzida volume nuclear onde o vírus está se totalmente compreendidos. Enquanto preventivamente (35). multiplicando (7). Por isso a princi- um estudo envolvendo crianças de- A substituição dos imunossupres- pal característica dessas células é a monstrou maior risco de nefropatia sores de maior risco por sirolimus presença de núcleos ampliados, com por BKV em receptores soronegati- também parece ser uma das alterna- inclusões basofílicas, que substituem vos que receberam rins de doadores tivas, pois ele possui atividade anti- a cromatina nuclear. O interstício é soropositivos (31), Hirsh e colabora- proliferativa, controlando a replicação geralmente infiltrado por leucócitos dores demonstraram que 85% dos viral. O tratamento farmacológico da mononucleares, com tubulite ativa. 90 NewsLab - edição 118 - 2013 Todavia, essa apresentação sob a for- comum para JCV, BKV e SV40 (30, destacam-se os testes moleculares, ma de nefrite túbulo-intersticial é se- 40). A coloração por imunoperoxidase que são cada vez mais aplicados para melhante ao que caracteriza a rejeição permite detectar o LTag, a expressão diagnóstico e monitoramento do tra- celular aguda (36). O diagnóstico ba- de antígeno nuclear de células em tamento de infecções virais devido à seado somente na evidência anátomo- proliferação (PCNA) e os genes p53 e sua alta sensibilidade. Estes testes -patológica pode ser difícil, uma vez pRb na biópsia renal (30). A coloração possibilitam o diagnóstico precoce que ambos os achados característicos marrom indica sinais de que o núcleo da infecção, a avaliação da resposta (células tubulares com inclusões virais da célula está infectado (23). Um fator a terapias antivirais e a monitoriza- e infiltrado inflamatório intersticial) agravante da imunohistoquímica é ção de recidivas (7). Infelizmente os podem ser falsamente interpretados que a pesquisa do antígeno viral não testes qualitativos baseados em DNA como rejeição aguda (37), ou as célu- é sensível o suficiente para detectar são altamente susceptíveis a conta- las com inclusões estarem infectadas infecção viral latente. Enfim, o estudo minações cruzadas (29) e acima disso por outro vírus que não o BKV. histológico, seja anátomo-patológico não podem distinguir entre infecção latente e reativação (45). Os achados histológicos são clas- ou imunohistoquímica, deve sempre sificados em padrões A, B, B1, B2, B3 ser considerado juntamente com os Opondo-se a essa limitação, a re- e C. O padrão A representa somente resultados de virúria e viremia, pois ação em cadeia da polimerase (PCR) efeito citopático no parênquima re- o fragmento pode não ser represen- detecta o genoma viral e também nal, semelhante ao normal. Não há tativo das áreas mais afetadas pela quantifica a liberação viral nas amos- atrofia tubular, fibrose intersticial e infecção viral (7). tras de sangue, soro, plasma, urina inflamação. O padrão B é constituído Com vistas à agregação na pesqui- ou biópsia renal (8, 7), permitindo de combinação de efeito citopático sa laboratorial para chegar ao diag- diferenciar entre infecção latente e e áreas focais/multifocais de atrofia nóstico, também é utilizada a avalia- reativação. As técnicas de PCR que tubular/fibrose intersticial/inflama- ção da citologia urinária para detectar podem ser utilizadas neste processo ção. Quando menos de 25% do corte a presença de células decoy, que são são a nested, a semi-nested-PCR e a histológico apresenta atrofia tubular/ células epiteliais urinárias com corpos PCR em tempo real (46-49). A PCR é fibrose intersticial/inflamação, o pa- de inclusão viral intranuclear (8). As baseada no seguinte: oligonucleotíde- drão é considerado B1. O padrão B2 é células decoy são vistas em microscó- os complementares a determinadas detectado quando essa porcentagem pio ótico quando a urina está corada regiões do DNA viral são usados para está entre 26%-50%, e o padrão B3, pelo método de Papanicolaou (29), amplificar parte do genoma do polio- acima de 50%. Finalmente o padrão ou em microscopia com contraste de mavírus. Existe também a possibilida- C, estágio final da BKN, apresenta rara fase, com urina fresca (41). As células de de diagnosticar apenas infecções alteração citopática em tecido renal decoy na urina podem indicar ativação em atividade quando se selecionam difusamente lesado, com uma exten- de poliomavírus no trato urogenital, a mRNA de antígenos tardios do BKV sa atrofia tubular/fibrose intersticial/ qual constitui um pré-requisito para a (VP1 e VP2), somente detectados em inflamação envolvendo todo o tecido, doença viral parenquimatosa. Todos células infectadas com replicação viral sem área residual livre de atrofia (7). os casos de BKN apresentam células (7). A determinação quantitativa de Considerando a inespecificidade decoy na urina no momento do diag- BKV por técnicas de PCR é muito útil dos achados histológicos, a detecção nóstico inicial e após a BKN ter sido no diagnóstico da infecção, preceden- do antígeno ou do DNA do BKV no resolvida, as células decoy desapare- do a ocorrência de nefropatia associa- parênquima renal, através da imu- cem do sedimento urinário (40). Mas da a esse vírus (3,20). Utilizando-se nohistoquímica, é necessária para a é importante salientar que células um PCR quantitativo é possível esti- definição do diagnóstico de BKN (38, epiteliais infectadas por vírus não são mar a carga viral de cada paciente, 39). A análise por imunohistoquímica exclusivas de infecção por poliomaví- identificando os que apresentam pode ser realizada em secções de rus (42, 43). Também a identificação maior risco de BKN e monitorando a tecido fixados em formalina e con- dessas células não permite distinguir resposta à terapia através do aumento servados em parafina, usando anti- entre os membros JCV, BKV e SV40 da ou decréscimo da carga viral do BKV corpos comercialmente disponíveis família dos poliomavírus (44). (7). Além disso, estudos indicam que para detecção de antígenos T (LTag) 92 Entre os métodos laboratoriais, a viremia costuma ser demonstrada NewsLab - edição 118 - 2013 por PCR em 100% dos pacientes e do ducto coletor, especialmente) As células decoy, com corpos intra- com diagnóstico de nefropatia por e do urotélio, e contêm partículas nucleares de inclusões virais, podem BKV (11, 19, 20, 24). O problema é virais nucleares ou até mesmo todo ter diferentes fenótipos numerados que ainda hoje, a PCR possui custo o capsídeo viral (1). A presença de de 1 a 4, dependendo do estado da elevado para sua inserção em massa células decoy pode ser um importante replicação viral e maturação da célula, como rotina diagnóstica na suspeita achado para indicar a reativação do bem como o seu estado de preserva- de infecção por BKV. Mas a PCR e a poliomavírus. Usualmente as mesmas ção. As células decoy mais comuns, citologia urinária são especialmente são identificadas por coloração de Pa- ou clássicas, são as de fenótipo 1, que úteis para detectar os estágios iniciais panicolaou em urina fixada, tanto em apresentam um núcleo bem alargado, de reativação e PVN, pois permitem esfregaços de amostra total quanto ocupado por uma inclusão basofílica diagnóstico e intervenções rápidas, em amostras citocentrifugadas (13, rodeada por cromatina que a confere com um consequente aumento da 41). Pela coloração de Papanicolaou, uma aparência vítrea ou gelatinosa. O sobrevida do transplantado (8). muitas células decoy mostram um fenótipo 2 revela uma inclusão intra- O teste sorológico foi a primeira núcleo aumentado, que é ocupado nuclear circundada por um halo claro, ferramenta utilizada para avaliar a por uma inclusão viral basofílica (13, semelhantemente ao Citomegalovírus prevalência do BKV na população 30, 41), rodeada pela cromatina, que (CMV). Células multinucleadas são as humana (18). Mas hoje, devido à alta a confere uma aparência de campo de fenótipo 3. Quando apresentam prevalência de sorologia positiva para vítreo ou gelatinosa. Algumas vezes núcleos vesiculares com cromatina anticorpos IgG anti-BKV na população a inclusão tem um aspecto vesicular, agregada e nucléolos, são células geral (superior a 80%), o uso de so- ou pode ser rodeada por um halo, e a decoy do fenótipo 4 (22). rologia viral é de pouca utilidade na cromatina estar aderida a ele (13, 41). Uma atenção especial tem de ser avaliação de risco de nefropatia por As células decoy são caracterizadas dada na distinção de células decoy e BKV. Além disso, o estado de imunos- por grandes células atípicas, redondas células malignas (22, 30). Quando as supressão profilática e/ou terapêutica ou alongadas, com uma razão núcleo/ células decoy derivam do uroepitélio, compromete a identificação de IgM citoplasma elevada e de moderada a um núcleo muito aumentado e a for- específica nos casos de primoinfecção abundante basofilia citoplasmática, ma irregular do corpo da célula podem pós-transplante (29). podendo ser encontradas juntamen- mimetizar as mudanças observadas em O isolamento do vírus em cultivo te com células inflamatórias. Podem células neoplásicas (13, 41). O fenótipos celular in vitro não tem sido utilizado apresentar um halo condensado de 3 e 4 são especialmente propensos a se- devido ao seu rendimento demasia- cromatina na periferia da membrana rem confundidos com células malignas damente baixo, com perspectiva de celular (30). A mais típica mudança (22). As células decoy são encontradas isolamento viral variando de 0 a 1% nuclear da maioria das células decoy isoladas e os núcleos são arredondados, (7). A grande quantidade de resulta- mostra uma característica excêntrica em contraste com as células tumorais, dos falso-negativos ocorre em função do citoplasma: uma forma de cometa que têm núcleos irregulares e podem da neutralização viral por anticorpos ou gotícula (Figuras 1 e 2) (22). formar grupos com apinhamento ou presentes na urina e porque algumas formas variantes de regiões genômicas do BKV não são passíveis de crescimento em cultivo celular empregando os substratos tradicionais (18). Células decoy As células epiteliais renais e do urotélio infectadas pelo BKV, que após a ocorrência de apoptose celular aparecem na urina, são chamadas células decoy. Elas se originam de células tubulares (do segmento distal NewsLab - edição 118 - 2013 Figuras 1 e 2: Células decoy indicadas por setas 93 sobreposição nuclear (22, 30). As transplantado. A prevalência de perda ano a Irmandade da Santa Casa de células malignas possuem materiais do enxerto em pacientes com diagnós- Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) hipercromáticos escuros, grosseiros e tico de BKN varia de 45% a 70% (6). comprovou a possibilidade de identifi- distribuídos aleatoriamente, com nuc- A análise de amostras de urina cação das células decoy no sedimento parece ser o método de triagem mais urinário de amostras de pacientes que Os efeitos citopáticos do vírus BK sensível e de melhor custo para infec- realizam exames no setor de Uroaná- também podem ser difíceis de distin- ções por poliomavírus. Em pacientes lise do Laboratório Central de Análises guir daqueles causados por outras in- transplantados renais, a aplicação da Clínicas, e isso foi feito através de mi- fecções virais, como por exemplo, o ci- análise por imunohistoquímica para croscopia ótica convencional e com a tomegalovírus (22). Células infectadas procurar genoma de poliomavírus deve utilização de uma ferramenta simples, por CMV são geralmente menores, com ser feita somente após a detecção de como uma câmera digital comum (50). inclusões basofílicas ou eosinofílicas células decoy na urina (30). Embora a Considerando o que foi discutido rodeadas por um halo, mas além disso biópsia renal possua importância ine- acima, conclui-se que a análise do contêm inclusões intracitoplasmáticas quívoca no diagnóstico da nefropatia sedimento urinário, importante ferra- (7). Porém, na dúvida, técnicas auxi- por BKV, métodos não invasivos têm menta para o diagnóstico e tratamento liares são necessárias para diferenciar sido buscados de modo crescente para de doenças renais e geniturinárias (51), células decoy de fenótipo 2, de células este fim, no intuito de se obter um pode fornecer em poucos minutos uma com inclusões de CMV (22). diagnóstico rápido, precoce e preciso pista importante sobre uma possível desta condição e, desta forma, permitir reativação da infecção por poliomaví- que intervenções terapêuticas possam rus na população de pacientes trans- ser instituídas visando à manutenção plantados renais (50). A possibilidade léolo proeminente (22). Discussão da função do enxerto. Neste contexto, de fornecer a informação da presença A nefropatia por poliomavírus tem a sorologia para BKV é considerada um das células decoy em um exame sim- se tornado um problema emergente método diagnóstico limitado, sendo ples, pouco oneroso financeiramente, e na população de receptores de trans- pouco indicado em virtude da alta pre- com amostra de fácil obtenção faz com plante renal. Com prevalência elevada valência de anticorpos contra o vírus que este novo parâmetro agregue um (1) e sem tratamento específico (29), na população em geral (3). valor inestimável ao (E.Q.U.), um exa- pode levar à perda precoce do enxerto A escolha dos testes diagnósticos me muito utilizado em todos os países com grande morbidade e mortalidade, ainda deve contemplar a preocupa- para triagem de pacientes, mas, que é fazendo com que o paciente retorne a ção com o risco e o custo-benefício muito subestimado quanto à relevância programas de terapia de substituição com vistas à garantia da alta eficácia de seus resultados. Permite também renal, o que eleva os custos do trata- diagnóstica e viabilidade econômica que se crie uma pesquisa específica mento. Isto tem sido motivo de estudo em cada centro (6). Refletindo nessa para células decoy, se esta for a neces- em centros transplantadores de todo ideia, Fogazzi mostrou em 2001 (41) sidade julgada pelo médico assistente. o mundo (8). Por isso, métodos de a possibilidade das células decoy se- Devido à possibilidade de se conseguir triagem para prevenir a doença têm rem identificadas por microscopia de um dado precoce sobre a infecção pelo sido defendidos (35). contraste de fase sem necessidade de BKV, esta análise pode atuar como uma A suspeita clínica e a possibilidade colorações. As imagens que o autor fonte de informação útil para auxiliar de se realizar o diagnóstico definitivo e publicou haviam sido visualizadas na na prevenção do desenvolvimento da precoce de uma infecção por polioma- urina de um paciente. Esse achado PVN, e em pacientes transplantados, vírus é fundamental para definir a sua foi posteriormente confirmado por atuar precocemente na prevenção da terapêutica e prognóstico. Pacientes biópsia renal e PCR. Na microscopia rejeição ao enxerto. Mas é necessário diagnosticados em estágio precoce da por contraste de fase, foi visto célu- salientar a importância do conheci- infecção e adequadamente maneja- las decoy que mostraram as mesmas mento das características morfológicas dos resultam em boa recuperação da anomalias descritas nas amostras destas células e o desenvolvimento de função do enxerto, porém, pacientes coradas (41). Com base nesse acha- habilidade visual do analista, que pode diagnosticados tardiamente tem possi- do, pela primeira vez no Brasil e de ser adquirida através de treinamentos. bilidade aumentada de perda do órgão maneira inédita na literatura, neste Em suma, o diagnóstico precoce da 94 NewsLab - edição 118 - 2013 nefropatia associada ao poliomavirus é A presença de células decoy não de outras técnicas auxiliares e confirma- extremamente importante, visto que constitui um marcador específico de tórias. Quanto mais cedo o diagnóstico possibilita um tratamento antes da BKN, já que o vírus pode estar presen- for estabelecido, maior a possibilidade nefropatia se estabelecer. As células te no trato urinário sem causar dano de reversão do quadro de infecção, decoy desempenham um papel impor- parenquimatoso, porém, possui valor trazendo benefícios tanto para o médico tante nessa conclusão, pois podem ser preditivo negativo de 100% para o quanto para o paciente. consideradas também como um auxílio dano renal irreversível e, uma vez es- no diagnóstico da infecção, visto que o tabelecida, dificilmente a BKN poderá local inicial da reativação viral é o tra- ser revertida com sucesso (29). A de- Correspondências para: to urinário e a primeira manifestação tecção no sedimento de células decoy, Liane Nanci Rotta clínica é a excreção assintomática do juntamente com o histórico clínico do [email protected] vírus na urina (29). paciente, pode direcionar a realização Referências Bibliográficas 1. 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Baccin2, Vanusa Manfredini3 1 – Acadêmica do curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Erechim, RS 2 – Farmacêutica Bioquímica, Mestre em Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 3 – Farmacêutica Bioquímica, Professora Doutora do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Campus Uruguaiana Resumo Summary Análise do risco cardiovascular de mulheres diag- Analysis of cardiovascular risk in women nosticadas com câncer de mama que fazem terapia diagnose with breast cancer receiving therapy with com tamoxifeno tamoxifen O tamoxifeno, um fármaco antiestrogênico amplamente utili- Tamoxifen, a antiestrogen drug, has been used extensively zado no tratamento adjuvante de câncer de mama, tem sido alvo for the treatment of breast cancer, has been the target of de vários estudos devido aos possíveis efeitos adversos produzidos several studies due to possible adverse effects produced by pelo fármaco, especialmente por aumentar os níveis de lipoprote- drug, especially by increasing the levels of plasma lipoprotein. ínas plasmáticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o possível The objective of this work was to evaluate the possible risco cardiovascular de mulheres com câncer de mama, traçando o cardiovascular risk in women with breast cancer, tracing the perfil lipídico combinado a biomarcadores cardiovasculares antes, lipid profile combined with biomarkers before, six and twelve seis e doze meses após a utilização do fármaco. Os resultados months after the use of the drug. The results were favorable and encontrados foram favoráveis e mostraram que no primeiro ano de showed that in the first year of use tamoxifen cardiac function uso do tamoxifeno a função cardíaca esteve preservada. was preserved. Palavras-chave: Marcadores cardíacos, câncer de mama, Keywords: Heart marker, breast cancer, tamoxifen tamoxifeno histórico familiar, ou seja, parentes de exames de monitoramento como o primeiro grau acometidos pela doença autoexame e a mamografia, faz au- câncer de mama é o tumor antes dos 50 anos; idade precoce da mentar as taxas de mortalidade pela maligno mais comum entre primeira menstruação; nuliparidade doença por consequência do diagnós- as mulheres e o segundo ou gravidez tardia (após os 30 anos); tico tardio, uma vez que inicialmente mais frequente no mundo, respon- fatores nutricionais como obesidade e o câncer de mama é praticamente dendo por 22% dos novos casos da ingestão de álcool (3), e a exposição assintomático e passa despercebido doença a cada ano no Brasil. Segundo aos estrógenos principalmente atra- pela portadora (13, 20). o Instituto Nacional do Câncer (2010) vés do uso de contraceptivos orais (13), a estimativa para 2010 foi de (10, 19). Introdução O 49.240 novos casos. Após a detecção de um nódulo mamário pela mamografia, os pro- O diagnóstico precoce do câncer cedimentos subsequentes incluem A incidência de câncer de mama de mama é de muita importância para o exame citológico que consiste em tem aumentado significativamente o prognóstico da doença, que tem se uma punção aspirativa com agulha nos últimos anos, sobretudo na faixa mostrado satisfatório quando a in- fina (AAF) de células oriundas da etária acima de 35 anos. São diversos tervenção médica ocorre de maneira lesão, para avaliação de sua mor- os fatores de risco relacionados com oportuna. A falta de regularidade, por fologia, quantidade e diferenciação a doença, entretanto, destaca-se o parte das mulheres, na realização de (10). Em seguida, para pesquisa de 100 NewsLab - edição 118 - 2013 fatores prognósticos, é realizada a as células normais, nos últimos anos de ateroma (4, 15, 17), devido ao imunohistoquímica, englobando a foram introduzidos nos esquemas de aumento do clearance do LDL e, con- dosagem de marcadores tumorais tratamento os anticorpos monoclonais, sequentemente, diminuição de seus como a superexpressão de receptores que direcionam e potencializam a te- níveis séricos (17). Entretanto, alguns hormonais (estrógeno e progesterona) rapia antitumoral (7). relatos demonstram que o fármaco é e do oncogene Her-2 ou C-erb, sendo Para completar o conjunto terapêu- capaz de induzir a hipertrigliceridemia este último relacionado com tumores tico de combate ao câncer de mama, em portadoras de câncer de mama de alto grau, recorrência precoce e existe uma alternativa bastante por aumentar a síntese hepática de maior índice de mortalidade (19). utilizada chamada hormonioterapia lipoproteína de muito baixa densidade As opções atuais de tratamento adjuvante, que desempenha sua ação – VLDL (15, 17). do câncer de mama incluem cirurgia, inibindo os efeitos do estrógeno e o radioterapia, quimioterapia e hor- crescimento de células neoplásicas. O monioterapia, sendo que a conduta estrógeno promove o crescimento de médica varia conforme o estadiamento muitos tumores de mama e a terapia da doença. A cirurgia continua sendo hormonal baseia-se na retirada de O objetivo deste trabalho foi ava- umas das principais modalidades de circulação dos hormônios que induzem liar o perfil lipídico e marcadores de tratamento para a maioria dos tumo- a multiplicação de células neoplásicas. processo inflamatório e cardíaco de res sólidos de mama, podendo ser Aproximadamente 75% dos cânceres pacientes com diagnóstico de câncer conservadora ou radical (1). de mama é receptor estrógeno ou de mama que fazem terapia endócri- progesterona positivo e, portanto, na com tamoxifeno, a fim de melhor elegíveis para terapia endócrina (2). elucidar o efeito do fármaco sobre este A radioterapia é um método fundamentado na destruição de células Objetivo através da radiação ionizante, poden- O principal fármaco utilizado na do ser utilizada no período que antece- terapia hormonal é tamoxifeno, apro- de a cirurgia para diminuir o tamanho vado pelo Food and Drug Administra- do tumor ou no pós-operatório com o tion, em 1998, após a realização do intuito de destruir células neoplásicas estudo NSABP P-1 (National Surgical remanescentes, além disso, pode Adjuvant Breast and Bowel Project P-1 atuar sobre outros sinais e sintomas Study). Os autores concluíram que o O presente trabalho foi aprovado como dor e hemorragia (1). grupo de pacientes. Material e Métodos Pacientes e Amostras fármaco utilizado em mulheres de alto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da A quimioterapia antineoplásica risco para a doença diminuiu signifi- URI – Erechim. Trata-se de um estudo tem assumido um papel primordial no cativamente a incidência de câncer de corte transversal e prospectivo. Fo- tratamento de muitos tipos de tumo- invasivo e que o tempo de duração da ram acompanhadas 10 mulheres com res, pois tem a finalidade de reduzir a terapia é de cinco anos (9). média de idade de 50 ± 7 anos, com população de células tumorais a zero, O tamoxifeno é uma fármaco an- diagnóstico de câncer de mama pré e com a desvantagem de destruir todas tiestrogênico e segundo Cameron et pós-menopáusicas, com receptor para as células que estão se multiplicando al (5), a hormonioterapia com tamo- estrógeno positivo, que realizaram rapidamente no organismo, inclusive xifeno promove a regressão do tumor mastectomia total, quimioterapia e as sadias, acarretando em diversos por dois mecanismos: primeiro pelo radioterapia, e todas iniciando hormo- efeitos colaterais (1). A maioria das ne- aumento da apoptose e, segundo, pela nioterapia com tamoxifeno. oplasias não pode ser curada com um diminuição da frequência de prolifera- As pacientes foram recrutadas único agente quimioterápico, em vir- ção das células mamárias, ao cessar a no Centro de Oncologia Clínica do tude disso, o tratamento curativo com ligação do hormônio ao seu receptor Hospital de Clínicas de Porto Ale- sucesso inclui uma associação de agen- no tecido mamário. gre (COCHCPA). Foram obtidas três tes terapêuticos, com mecanismos de Além do benefício no tratamento amostras de sangue total venoso, ação distintos (poliquimioterapia) (21). do câncer de mama, é atribuída ao coletadas pela equipe do COCHCPA e Com o propósito de aumentar a seleti- tamoxifeno a característica de car- enviadas ao Laboratório Universitário vidade dos agentes antineoplásicos e, dioproteção, graças a sua capacidade da URI – Erechim. A primeira amostra portanto, diminuir a toxicidade sobre de impedir a formação das placas foi coletada no início do tratamento, 102 NewsLab - edição 118 - 2013 a segunda após seis meses de trata- leucócitos após o uso de tamoxifeno. maco. As Figuras 1, 2 e 3 mostram, mento e a terceira após 12 meses de Entretanto, houve um aumento signi- respectivamente, os níveis médios tratamento com tamoxifeno 20mg/ ficativo no percentual de linfócitos e de colesterol total, colesterol HDL e dia, após assinatura de “Termo de granulócitos. Outra alteração signifi- colesterol LDL das pacientes antes Compromisso Livre e Esclarecido” cativa foi o aumento da concentração do tratamento, seis e doze meses de pelas participantes. de hemoglobina corpuscular média tratamento com o tamoxifeno. (CHCM) e no RDW (variação no ta- A Figura 1 mostra os níveis de Determinação do perfil manho das hemácias) após o uso do colesterol total das pacientes neste Hematológico medicamento. estudo. Observou-se uma diminui- Para os hemogramas foram utili- Foram traçados, através de exa- ção estatisticamente significativa zados o equipamento ABX Micros 60, mes bioquímicos e imunológicos, o (p<0,05) dos níveis de colesterol total e contagem eletrônica das células, o perfil lipídico e o risco cardiovascular após 12 meses de tratamento com a exame diferencial foi feito através de destas mulheres no decorrer do tra- hormonioterapia. extensão sanguínea com coloração de tamento, com o objetivo de fazer uma Na Figura 2 têm-se os níveis de May Grunwald – Giensa e visualizado comparação temporal entre o período HDL das pacientes. Foi observado um ao microscópio ótico com aumento de anterior à utilização do tamoxifeno, aumento estatisticamente significativo 1.000 vezes. seis e doze meses de uso deste fár- nos níveis dessa lipoproteína nas mu- Determinação do perfil 300 lipídico e dos marcadores 270 inflamatório e cardíaco 240 210 total, colesterol HDL e colesterol LDL; 180 triglicerídeos; proteína C reativa (PCR) e creatina quinase MB (CK-MB) foram mg/dL Para quantificação do colesterol 150 120 90 utilizados kits comerciais da marca 60 Labtest® e as determinações foram 30 realizadas pelo aparelho Labquest. 0 Sem Tratamento com Tamoxifeno Análise estatística Os dados do estudo foram analisados como média ± desvio padrão pelo ANOVA e posterior teste de Duncan. Seis meses de Tratamento com Tamoxifeno Doze meses de Tratamento com Tamoxifeno Figura 1. Níveis de colesterol total das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle Os resultados foram considerados estatisticamente significativos para 45 p<0,05. Foi utilizado o programa SPSS 40 versão 16.0 em um PC compatível. 35 Resultados Dado clínico e perfil hematológico das pacientes antes e após tratamento com tamoxifeno são mostrados na Tabela 1. Observa-se um aumento estatisticamente significativo no número de eritrócitos (p<0,05) e uma diminuição significativa no número NewsLab - edição 118 - 2013 mg/dL 30 25 20 15 5 0 Sem Tratamento com Tamoxifeno Seis meses de Tratamento com Tamoxifeno Doze meses de Tratamento com Tamoxifeno Figura 2. Níveis de colesterol HDL das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle 103 mg/dL lheres após 12 meses de tratamento 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 com tamoxifeno. Isso reflete a cardioproteção promovida pelo fármaco ao longo do tratamento. A Figura 3 mostra o efeito do tamoxifeno sobre os níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL) durante o tratamento. Verifica-se uma diminuição dos níveis de LDL após 12 meses Sem Tratamento com Tamoxifeno Seis meses de Tratamento com Tamoxifeno de utilização do medicamento. Doze meses de Tratamento com Tamoxifeno A Figura 4 mostra os níveis de Figura 3. Níveis de colesterol LDL das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle tamoxifeno, onde se observa uma redução significativa após o uso do medicamento (p<0,05). 185 Em relação aos níveis de proteína 180 C reativa das pacientes antes e após 175 o tratamento com tamoxifeno, não fo- 170 mg/dL triglicerídeos antes e após o uso de ram observadas alterações importan- 165 tes, uma vez que todas as pacientes 160 tiveram valores inferiores a 6 mg/L. 155 O mesmo foi demonstrado em relação 150 aos valores de creatina quinase-MB, 145 Sem Tratamento com Tamoxifeno Seis meses de Tratamento com Tamoxifeno enzima que caracteriza risco cardio- Doze meses de Tratamento com Tamoxifeno vascular em caso de valores superiores a 25 U/L. A Tabela 2 apresenta os Figura 4. Níveis de triglicerídeos das pacientes antes e após seis e doze meses de tratamento com tamoxifeno. *p<0,05 em relação ao controle resultados para as pacientes antes e após o tratamento com o tamoxifeno. Tabela 1. Dado clínico e perfil hematológico das pacientes antes e após tratamento com o tamoxifeno Antes do início do tratamento com tamoxifeno N Seis meses de tratamento com tamoxifeno Doze meses de tratamento com tamoxifeno 10 10 10 50 ± 7 50 ± 7 50 ± 7 Eritrócitos (x 106/mm3) 3.8 ± 0.4 4.4 ± 0.2* 4.7 ± 0.3* Leucócitos (x 103/mm3) 7.1 ± 1.9 6.9 ± 0.8* 6.2 ± 0.8* Hemoglobina (g/dL) 12.3 ± 1.3 12.7 ± 0.6 13 ± 0.6 Hematócrito (%) 35.8 ± 1.2 37 ± 2 37.4 ± 2 VCM (fl) 81.5 ± 4.7 85 ± 2.1 85 ± 1,5 CHCM (g/dL) 31.7 ± 1.1 34.2 ± 0.8* 34.5 ± 0.8* RDW (%) 12.63 ± 0.5 14.7 ± 0.8* 14.3 ± 0.9* Linfócitos (%) 24.8 ± 8.1 63.7 ± 6.3* 64 ± 6.6* Monócitos (%) 11.6 ± 4.1 11.5 ± 1.4 10.5± 1.5 Granulócitos (%) 63.7 ± 11.4 24.8 ± 5.2* 26 ± 5* Plaquetas (x 103/mm3) 195.5 ± 46.6 279 ± 20.5 279 ± 20.8 Idade (anos) Os valores são expressos como média ± desvio padrão e analisados segundo ANOVA e posterior teste de Duncan. VCM: volume corpuscular médio; CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média; RDW: coeficiente de variação ao redor da média do volume dos eritrócitos. *p<0,05 em relação a antes do início do tratamento com tamoxifeno 104 NewsLab - edição 118 - 2013 Tabela 2. Níveis de creatina quinase-MB (CK-MB) e proteína C reativa (PCR) das pacientes antes, seis e doze meses após o tratamento com tamoxifeno Antes do início do tratamento com tamoxifeno Seis meses de tratamento com tamoxifeno Doze meses de tratamento com tamoxifeno 10 10 10 CK-MB (U/L) 4,52 4,66 3,99 <25 PCR (mg/L) <6 <6 <6 <6 N Valores de Referência e triglicerídeos após 12 meses de tra- marcadores de risco cardiovascular, tamento com tamoxifeno, ao passo como a proteína C reativa (PCR) e que a lipoproteína de alta densidade a enzima creatina quinase-MB (CK- O tamoxifeno é um fármaco am- (HDL) mostrou-se significativamente -MB), com o intuito de avaliar minu- plamente utilizado como terapia ad- elevada. A queda dos níveis de trigli- ciosamente o efeito do tamoxifeno juvante em mulheres com carcinoma cerídeos, segundo Chang et al (6) é sobre o sistema cardiovascular das de mama e também em mulheres justificada pelo tamoxifeno estimular participantes. saudáveis como profilaxia da doença. o receptor para LDL, acelerando o Embora muitos autores conside- Bloqueando a ação do estrogênio no clearance de lipoproteínas remanes- ram-na um marcador inespecífico, tecido mamário, o tamoxifeno inibe centes no fígado, diminuindo assim a PCR é apontada por participar da a multiplicação de células tumorais os níveis séricos da lipoproteína. aterogênese através do aumento da estrogênio dependentes e, portanto, A redução nos níveis de colesterol expressão de moléculas de adesão produz um ótimo efeito na remissão total e colesterol LDL pode ser ex- e a migração de células musculares da doença (1). plicada, em parte, pelo tamoxifeno lisas; e por promover disfunção en- Discussão A hormonioterapia adjuvante ser um inibidor das enzimas esterol dotelial in vivo. A partir de estudos com tamoxifeno, geralmente, é bem δ-8,7-isomerase e acil-colesterol clínicos que demonstraram seu papel tolerada, pois os efeitos adversos acil-transferase, responsáveis pela como marcador de risco cardiovas- produzidos pelo fármaco são discre- conversão de zimosterol em coleste- cular, a PCR foi incorporada na IV tos mesmo após longos períodos de rol e pela esterificação do colesterol, Diretriz Brasileira de Prevenção da administração. Entretanto, existem respectivamente (11). Aterosclerose como fator de risco muitas discrepâncias envolvendo Os resultados aqui mostrados agravante, ou seja, quando elevada a atividade do tamoxifeno sobre o assemelham-se com dados de Mas- teria poder suficiente para aumentar metabolismo de lipoproteínas sé- troianni et al (16) que revelou em seu o risco de desenvolver eventos car- ricas. Segundo alguns autores, o estudo que pacientes que receberam diovasculares (18). tamoxifeno promove o aumento de tamoxifeno apresentaram níveis de A creatina quinase-MB, isoen- lipoproteínas plasmáticas, como LDL colesterol total e colesterol LDL dimi- zima com papel predominante no e triglicerídeos, favorecendo o risco nuídos e colesterol HDL aumentados miocárdio, tem importância bem para doenças cardiovasculares, ao em comparação ao grupo controle e estabelecida no diagnóstico de mio- passo que outros não encontraram às pacientes que não foram tratadas cardiopatias, especialmente o infarto modificações significativas (6, 8, 12). com o fármaco. Assim, parece que o agudo do miocárdio (IAM), onde sua Os resultados obtidos nesse es- tamoxifeno oferece proteção adicional atividade começa a se elevar cerca às pacientes. de 6 horas após o episódio de IAM, tudo revelaram uma diminuição nos níveis séricos de colesterol total, li- No presente estudo, além de pa- poproteína de baixa densidade (LDL) râmetros bioquímicos, utilizaram-se 106 atingindo o pico entre 12 e 24 horas subsequentes (14). NewsLab - edição 118 - 2013 Conforme resultados obtidos, os meses iniciais de tratamento. Além nível de segurança relevante du- níveis de PCR e CK-MB antes e após disso, outra limitação do presente rante o período estudado. O uso seis e 12 meses de tratamento com estudo foi que o estilo de vida das do tamoxifeno 20mg/dia promoveu tamoxifeno estão dentro dos valores pacientes, como hábitos alimentares importante diminuição dos níveis de referência; e assim, prediz-se que o e prática de atividade física, não de triglicerídeos, colesterol total e tamoxifeno não oferece maiores riscos foram considerados. colesterol LDL, e produziu aumento à saúde da mulher. Cabe salientar a importância de extrapolar este trabalho por um do colesterol HDL, considerado im- Conclusão portante cardioprotetor. período de tempo maior, a fim de predizer os efeitos do tamoxifeno Sugere-se, portanto, que a hor- em longo prazo, pois os dados aqui monioterapia com tamoxifeno, em Vanusa Manfredini mostrados refletem apenas os doze relação à função cardíaca, possui [email protected] Correspondências para: Referências Bibliográficas 1. Almeida JRC. Farmacêuticos em Oncologia: uma nova realidade. 2004. Atheneu, São Paulo. 2. Baccin AC. 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Após ruptura de uma placa aterosclerótica há ativação de eventos pró- trombóticos, levando ao infarto do miocárdio. Sendo assim, o Volume Plaquetário Médio (VPM) é um índice de avaliação importante no diagnóstico do IAM. O objetivo deste estudo foi relacionar o VPM com a troponina positiva em pacientes com IAM. A metodologia consiste no estudo retrospectivo, descritivo de caráter quantitativo. Realizou-se em um laboratório particular, no município de Barbalha, Ceará, situado em um hospital de referência em patologia cardíaca. Obedeceu às normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O grupo de estudo foi composto por 40 prontuários do ano de 2011. Os dados fornecidos foram analisados no programa SPSS 17.0, quando se observou alteração do tamanho das plaquetas em 41% dos prontuários analisados dos pacientes que sofreram IAM, com troponina positiva, a partir da avaliação do VPM. Palavras-chave: Infarto agudo do miocárdio, troponina, volume plaquetário médio Introdução O infarto agudo do miocárdio, t ambém co nhecido co mo ataque cardíaco, consiste na morte do músculo cardíaco resultante de uma isquemia. Nos Estados Unidos, cerca de 1,5 milhões de pessoas sofrem infarto anualmente e aproximadamente um terço delas morre (1). No Brasil, segundo dados do Mi- 110 Relation of medium platelet volume with positive troponin in patients with acute myocardial infarction treated in a private laboratory at Barbalha City, CE The Acute Myocardial Infarction (AMI) is the death of heart muscle resulting from a stroke. Laboratory evaluation of AMI is based on the quantification of poured out macromolecules that are damaged heart cells, among them includes the cardiac Troponins. Platelets play an important role in the development of intravascular thrombus after rupture of an atherosclerotic plaque for activation of prothrombotic events leading to myocardial infarction. Thus, the mean platelet volume (MPV) is an important indicator for evaluating the diagnosis of AMI. The objective of this study was to compare the MPV with positive troponin in patients with AMI. The methodology consists of retrospective, descriptive quantitative character. Held in a private laboratory in the city of Barbalha, Ceará, located in a referral hospital for heart disease. It obeys the rules of the resolution 196/96 of the National Health Council. The study group consisted of 40 medical records of 2011. The data provided were analyzed using SPSS 17.0 was observed that changing the size of platelets in 41% of records reviewed of patients who suffered AMI, with troponin positive, based on the evaluation of the MPV. Keywords: Acute myocardial infarction, troponin, volume platelet east nistério da Saúde (2005), o aparelho circulatório foi responsável por 31,46% dos óbitos, sendo que a maior das causas é superior à soma das duas seguintes (neoplasias e causas externas) (2). Atualmente, por critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os testes bioquímicos são parte da investigação para análise diferencial do Infarto Agudo do Miocárdio (3). Os marcadores cardíacos de lesão miocárdica são proteínas liberadas na circulação pelo músculo cardíaco lesionado. A troponina é o marcador cardíaco mais importante atualmente, pois ela é proveniente unicamente do músculo cardíaco. Apesar da CK total, a CK-MB atividade, AST e a desidrogenase láctica possuírem seu significado histórico, não devem ser usados como marcadores de diagnóstico do infarto do miocárdio por terem baixa especi- NewsLab - edição 118 - 2013 ficidade para lesão cardíaca, uma vez que já estão disponíveis marcadores de necrose mais específicos (4). Por isto a comissão conjunta para a redefinição do IAM formada pela Sociedade Europeia de Cardiologia e pelo Colégio Americano da Cardiologia, em 2000, determinou as troponinas como os marcadores de escolha na Avaliação da Síndrome Coronariana Aguda, devido a sua maior sensibilidade e especificidade quando comparados com outros marcadores (5). Os eventos isquêmicos agudos estão em geral associados à ruptura de placas fibrolipídicas, que origina reações que, ao tentarem bloqueá-las, acabam induzindo a formação de trombos no local lesado. Esse acontecimento leva à obstrução total do vaso, com interrupção do fluxo sanguíneo e consequente manifestação aguda da doença, de acordo com território atingido (6). Por este fato, quando o vaso sofre agravo por forças mecânicas ou devido a placas ateroscleróticas, as plaquetas são acionadas e aderem a estes sítios danificados. A ativação das plaquetas mais a exibição dos tecidos subendoteliais procedem na ativação da cascata de coagulação, levando ao convertimento do fibrinogênio em fibrina. Forma-se o coágulo sanguíneo composto de plaquetas, células do sangue e fibrina, podendo ocupar o lúmen do vaso. Este processo é conhecido como trombose (7). Assim sendo, admite-se que o volume plaquetário seja um indicador sensível de patogenias coronarianas agudas e que seu tamanho é determinante na formação do trombo intracoronariano em presença de extrusão da placa aterosclerótica (8). As plaquetas são definidas como fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos, originados na medula óssea a partir da stem cell. Esta não apresenta núcleo e a sua morfologia consiste em uma forma discoide, com diâmetro variando de 1,5 a 3 mm, espessura em média de 1.0 mm e volume de 8.0 fl (9). NewsLab - edição 118 - 2013 Em condições fisiológicas normais, a sua concentração no sangue periférico pode ser de 150.000 a 450.000/ mm3, já que da quantidade total no organismo, 70% estão na circulação sanguínea e 30% no baço (10). Antes da automação o plaquetograma era composto, através da microscopia, por contagem de plaquetas e avaliação morfológica das mesmas. A contagem das plaquetas era feita por duas metodologias, o método direto ou Rees-Ecker, que empregava a câmara de Neubauer e visualização microscópica para a contagem de plaquetas. Ou método indireto, de Fônio, que utilizava esfregaço corado com panótico e obtinha a contagem em relação ao número de hemácias. Em cada campo microscópico com 1.000 eritrócitos calculava as plaquetas e realiza-se uma regra de três em relação ao número global de hemácias (7). Com o aparecimento dos analisadores hematológicos de segunda geração, na década de 1980 foi possível a avaliação automática de diversos parâmetros, entre eles o volume plaquetário médio (VPM), o índice de amplitude de distribuição do tamanho das plaquetas (PDW), do inglês platelet distribution width e o plaquetócrito (PCT) (11). Entre os novos parâmetros, o VPM vem merecendo destaque, por se tratar de uma variável biológica que define a função e a atividade plaquetária. Além de estar comumente disponível na maioria dos laboratórios modernos e poder ser medido rapidamente a baixos custos (10). Em virtude do aumento no índice de ocorrências de infarto agudo do miocárdio (IAM) e das informações citadas sobre a importância das plaquetas na formação de trombos intravascular, ocasionando isquemia cardíaca, foi realizado o estudo de prontuários de pacientes que tiveram infarto agudo, para análise do VPM e contagem de plaquetas. O objetivo deste estudo foi relacionar o volume plaquetário médio com a troponina positiva em pacientes com infarto agudo do miocárdio atendidos em um laboratório particular do município de Barbalha, Ceará. Metodologia Foi realizado um estudo retrospectivo, descritivo, de caráter quantitativo, o qual se desenvolveu em um laboratório particular, no município de Barbalha, Ceará, situado em um hospital de referência em patologia cardíaca. O grupo de estudo foi composto por 40 prontuários do ano de 2011, que incluiu todos os cadastros de pacientes que obtiverem solicitação do exame de troponina e hemograma completo, com resultado positivo para o exame de troponina, realizados entre janeiro a novembro de 2011. A coleta de dados foi realizada através do programa de cadastro de exames do laboratório, que pode ser obtido de todos os exames realizados no período de janeiro a novembro de 2011, dos quais foram extraídos todos os registros que obtinham solicitação de troponina mais o hemograma completo. Destes, foram excluídos todos os cadastros onde o resultado da troponina foi negativo. Para a obtenção dos valores do VPM e contagem de plaquetas, foi necessário utilizar as planilhas arquivadas no laboratório, dos resultados obtidos pelo aparelho Penta 120 (ABX), das quais também se pode avaliar o sexo e idade dos pacientes que sofreram o infarto agudo do miocárdio. Na análise estatística, por se tratar de um trabalho descritivo, foram utilizados gráficos e tabelas, além de alguns parâmetros como: média, desvio padrão e porcentagem, realizados no programa SPSS 17.0. Para classificação do VPM (µm³) foram utilizados os seguintes valores, segundo Santos, Galvão & Oliveira (7): Microcitose plaquetária = VPM < 7.9 µm³, grupo MICRO Volume plaquetário de Referência 111 = VPM de 8.0 a 9.6 µm³, grupo REFER Macrocitose plaquetária = VPM > 9.7 µm³, grupo MACRO Tabela 1. Frequência de casos nos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas (MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), nos prontuários de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011 Resultados Das 40 amostras analisadas, 22 foram do sexo masculino e 18 do feminino. Destas, observou-se que a média geral de idade em que ocorreu o infarto agudo do miocárdio é de 75 anos. No entanto, a média de idade em que ocorreu o evento nas mulheres era de 78 anos e, nos homens, de 73 anos (Figura 1). O estudo da distribuição do VPM, em relação ao valor de referência da literatura, apresentou alteração em 42% dos prontuários estudados, sendo uma amostra com macrocitose plaquetária, 16 com microcitose plaquetária e 23 com plaquetas de volume normal (Tabela 1 e Figura 2). O grupo de pacientes com microplaquetas apresentou uma média do VPM de 7,45 e desvio padrão 0,4. No grupo com plaquetas normais foi observada uma média do VMP de 8,71 e desvio padrão de 0,3. O grupo de macroplaquetas apresentou uma média do VPM de 10 µm3 e desvio padrão 0,0 (Tabela 2). A média geral do VPM apresentou 8,1 µm3 e da contagem de plaquetas foi de 233.000/mm³. A relação da contagem de plaquetas e o VPM apresentaram-se inversamente proporcional, tendo um maior pico de VPM entre 7,0 – 7,5 µm3 com número de contagem de plaquetas em torno de 470 x103/mm3. E sendo o menor pico com VPM de 10 µm3 e contagem de plaquetas de 130 x103/mm3 (Figura 3). Discussão As troponinas cardíacas são consideradas como indicadores maiores de lesão miocárdica, devido a sua sequência única de aminoácidos, altas 112 Pacientes (n) Volume Plaquetário Médio (µm3) 1 MACRO 16 MICRO 23 REFER IDADE E SEXO DOS PACIENTES QUE SOFRERAM IAM Figura 1. Número de pacientes do sexo feminino e masculino, com a média da idade em que ocorreu o infarto agudo do miocárdio em ambos os sexos, analisados nos prontuários de um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011 Figura 2. Frequência relativa (%) de casos dos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas (MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER), dos prontuários de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011. Tabela 2. Média e desvio padrão dos grupos de macroplaquetas (MACRO), microplaquetas (MICRO) e plaquetas de volume normal (REFER) dos prontuários de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011 VPM (µm3) Média (µm3) Desvio Padrão Micro 7,45 0,4 Referência 8,71 0,3 Macro 10 0,05 NewsLab - edição 118 - 2013 500 Plaquetas 450 400 350 300 250 200 150 100 6,5 7,0 7,58,08,59,09,510,0 10,5 VPM Figura 3. Relação do VPM com a contagem de plaquetas obser vados nos prontuários dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio, analisados em um laboratório particular no município de Barbalha, CE, no período de janeiro a novembro de 2011 concentrações intracelulares e liberação contínua pelo miocárdio lesionado (12), assegurando que os prontuários analisados eram de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio. Considerando que os resultados obtidos dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio possuíam média de idade de 75 anos e uma prevalência maior em homens, pode-se corroborar com o estudo de Brunner et al. (13), que indica que os fatores de risco irreversíveis se referem à idade avançada e o sexo, uma vez que ocorre com frequência três vezes maior em homens do que mulher (13). No entanto, pode-se perceber que no sexo feminino, apesar de menor frequência, o IAM acontece em idade mais precoce, em relação à idade do sexo masculino, nos quais os eventos são mais frequentes. Em virtude de o VPM ser uma variável biológica que representa o volume e a atividade plaquetária, e os trombócitos estarem envolvidos no evento de isquemia coronariana, o estudo identificou alteração no tamanho das plaquetas em uma significativa parcela do grupo estudado. Salienta-se que os valores de referências foram divididos em grupos de acordo com Santos, Galvão & Oliveira (7), pois a padronização de valor de referência para o volume plaquetário médio não é um fato definido, existindo variações nas citações científicas (7). Mostra-se assim que a prevalência dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio apresentava microcitose plaquetária, com uma média de contagem de plaquetas dentro dos valores de referências de pacientes com condições fisiológicas normais. O VPM apresentou correlação inversamente proporcional à contagem plaquetária, exibindo um perfil de plaquetas com tamanhos menores, porém em maior quantidade. Conclusão A identificação de uma quantidade expressiva de alteração no tamanho das plaquetas nos prontuários analisados dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio sugere que esta variável biológica pode ser utilizada como uma fonte de correlação entre parâmetros hematológicos e o infarto agudo do miocárdio. Porém, pesquisas mais aprofundada são necessárias para explanar a importância clínica do volume plaquetário médio, já que esta variável biológica não possui um valor de referência definido. E caso aumente a utilização deste parâmetro pelos profissionais de saúde, é imprescindível que haja uma maior determinação destes valores. E a sua utilização na clínica médica, além de favorecer um diagnóstico rápido, por ser um marcador biológico precoce em doenças cardiovasculares, não implicaria em custos adicionais aos laboratórios, por se tratar de um método simples e barato, já que este resultado é obtido nos analisadores hematológicos automatizados. Correspondências para: Amanda Kelly Ferreira Landim [email protected] Referências Bibliográficas 1. Kumar V, Abbas AK, Fausto N. Robbins & Cotran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 2. Scherr C, Cunha AB, Magalhães CK, Abitibol RA, Barros M, Cordovil I. 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Diabetologia. 40(13): 41- 49, 1998. 114 NewsLab - edição 118 - 2013 Artigo Infecção do Trato Urinário em Gestantes: Análise da Frequência de Casos no Centro de Saúde Jardim Guanabara, Rondonópolis, MT Marcella Santos Machado da Silveira1, Camila Lucchese Veronesi1, Letícia Silveira Goulart2 1 – Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis 2 – Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis Resumo Summary Infecção do trato urinário em gestantes: análise da Urinary tract infection in pregnant women: analy- frequência de casos no Centro de Saúde Jardim Gua- sis of the frequency of cases in the Health Center of nabara, Rondonópolis, MT Guanabara Garden, Rondonópolis, MT A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais compli- The urinary tract infection (UTI) is one of the main com- cações presentes na gestação e que oferece riscos para o binômio plications in pregnancy and presents risks to both mother mãe-feto. A caracterização da ITU permite elucidar os fatores predis- and fetus. The characterization of UTI helps to identify the ponentes e os principais microrganismos causadores desta infecção. predisposing factors and the main microorganisms that cause O presente trabalho visa avaliar os casos de ITU em gestantes this infection. This study aims to evaluate the cases of UTI in atendidas no Centro de Saúde Jardim Guanabara do Município pregnant women attending the Health Centre Jardim Guana- de Rondonópolis, MT. Os dados foram coletados dos prontuários bara, Rondonópolis, MT. Data were collected from medical médicos armazenados no Centro de Saúde. Foram coletadas in- records stored at the Center for Health. Information was formações referentes aos laudos laboratoriais de exames de urina collected concerning the reports of laboratory tests such as tipo I, ITU confirmada por bacteriúria intensa, idade da gestante, urinalysis, UTI bacteriuria confirmed by intense, current age, idade gestacional, sintomas de ITU, bacteriúria assintomática, gestational age, symptoms of UTI, asymptomatic bacteriuria, intercorrências durante a gestação, número de infecções urinárias complications during pregnancy, number of urinary tract infec- durante o período não gestacional e gestacional e complicações tions during pregnancy and non-pregnancy and complications decorrentes de ITU. Foram estudadas 234 gestantes com idade de of UTI. We studied 234 pregnant women aged 13-49 years 13 a 49 anos (média de 31 anos), sendo que destas, 40 (17%) (mean 31 years) and of these, 40 (17%) had UTI confirmed by apresentaram ITU confirmada por presença de bacteriúria intensa detection of bacteriuria in the intense examination of urinaly- no exame de urina tipo I, 104 (44,4%) possuíram sintomatologia sis, 104 (44.4%) patients had symptoms UTI and 10 (4.27%) de ITU e 10 (4,27%) apresentaram bacteriúria assintomática. had asymptomatic bacteriuria. The pregnancy was achieved O período gestacional mais atingido foi de cinco meses. Duas more than 5 months. Two (0.85%) had complications of UTI (0,85%) apresentaram complicações decorrentes de ITU no período during the study period, 33 (14%) had UTI before pregnancy, pesquisado, 33 (14%) apresentaram ITU antes da gestação, nove 9 (3.8%) in a previous pregnancy and 3 (1.2%) presented a (3,8%) em uma gestação prévia e três (1,2%) apresentaram um framework for abortion-related infection. From the data that quadro de aborto relacionado à infecção. A partir dos dados que was collected, it is expected to promote more information foram coletados, espera-se promover mais informações acerca da about the epidemiology of UTI in pregnant women. epidemiologia da ITU em gestantes. Palavras-chave: Infecção urinária, gestantes, bacteriúria 116 Keywords: Urinary infection, pregnant women, bacteriuria NewsLab - edição 118 - 2013 Introdução A infecção do trato urinário (ITU) é definida pela presença e replicação de uropatógenos, principalmente bactérias gram-negativas, em qualquer parte do trato urinário, entre o córtex renal e o meato uretral, causando assim agressão tecidual. É uma afecção muito comum, sendo o quarto tipo mais frequente das infecções hospitalares (1-5). Os microrganismos podem chegar ao trato urinário por três tipos de vias: ascendente, hematogênica e linfática. Destas, a principal via de contaminação do trato urinário é a ascendente (3), podendo ocorrer em diversas localizações como bexiga, rins, ureteres e uretra, causando complicações como bacteriúria assintomática, cistite, síndrome uretral aguda e pielonefrite (1, 6). Os principais uropatógenos causadores de ITU são a Escherichia coli (70 a 95% dos casos), Staphylococcus saprophyticus, Proteus spp, Klebsiella spp, Pseudomonas spp, Serratia spp, Enterobacter spp e Enterococos (1, 3). A ITU é a mais comum das infecções bacterianas, sendo responsável por um total de 80% das consultas clínicas no Brasil, variando de acordo com a faixa etária e ocorrendo em todas as populações, desde o neonato até ao idoso (7). Os fatores predisponentes incluem sexo feminino, sexo masculino com idade avançada, diabetes mellitus, cateterismo vesical, litíase e gravidez (1, 5, 6). As mudanças morfofisiológicas e funcionais que ocorrem no trato urinário da gestante fazem com que a infecção do trato urinário (ITU) seja a segunda patologia médica mais frequente da gravidez, sendo precedida apenas pela anemia e ocorrendo com uma frequência que varia de 5 a 10%. Essa infecção pode ser sintomática ou assintomática, notando-se na gravidez NewsLab - edição 118 - 2013 a ocorrência de fatores que facilitam a mudança de infecções assintomáticas para sintomáticas. Além da incidência aumentada dessas infecções entre grávidas, é justamente neste período que o arsenal terapêutico antimicrobiano e as possibilidades profiláticas são mais restritos, considerando-se a toxicidade das drogas para o feto (8, 9). Vários fatores tornam a ITU uma relevante complicação do período gestacional, agravando tanto o prognóstico materno quanto o perinatal. Por estes motivos, o conjunto do diagnóstico precoce, seguido de terapêutica adequada e imediata, é imprescindível durante a assistência pré-natal, evitando comprometer o prognóstico materno e gestacional (5). Avaliar a frequência de ITU em gestantes é importante para melhor compreender a epidemiologia da doença e, desta forma, propor medidas preventivas que visem reduzir os casos da infecção, bem como suas complicações para a mãe e para o feto. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os casos de ITU em gestantes atendidas no Centro de Saúde Jardim Guanabara do Município de Rondonópolis, MT. Métodos Foi realizado um estudo retrospectivo e transversal de caráter quantitativo. Foram analisados os prontuários médicos das gestantes atendidas no Centro de Saúde Jardim Guanabara no período de janeiro a junho de 2010. As informações foram fornecidas pelo enfermeiro responsável pelo serviço e pela coordenadora da unidade. Foi considerada como portadora de ITU toda gestante com presença de bacteriúria intensa no exame de urina tipo I. Foi utilizada a estatística descritiva. Os dados coletados foram digitados e armazenados em um banco de dados no programa Microsoft Excel versão 2000. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Júlio Muller sob o número 894/CEP- HUJM/2010, sendo garantida a confidencialidade dos dados, respeitando-se os princípios éticos e legais da Resolução 196/96 no que se refere à pesquisa com seres humanos. Resultados e Discussão No período estudado foram atendidas 234 gestantes. Destas, 104 (44,4%) referiram apresentar sintomas de ITU, como desconforto em região suprapúbica, odor fétido, disúria, polaciúria, urgência miccional, dor lombar, hematúria e até mesmo febre. Entretanto, somente 40 (17%) gestantes tiveram o quadro confirmado por exame laboratorial de urina tipo I. No presente estudo foram considerados como quadros de ITU somente os casos confirmados por exame de Urina Tipo I mediante diagnóstico de bacteriúria intensa. A idade das gestantes com ITU variou de 13 a 49 anos, com média de 31 anos. As infecções vaginais podem causar ou simular ITU, que são comuns em mulheres em idade reprodutiva, afetando 25-35% das mulheres com idade entre 20-40 anos. A prevalência de ITU durante a gravidez aumenta com a idade (10). Segundo Jacociunas & Picoli (11), a infecção do trato urinário é a terceira patologia mais comum na gestação, acometendo de 10 a 12% das grávidas. Duarte et al. (8) e Coelho et. al. (12) referem uma frequência que varia de 5% a 10% de ITU em gestantes. No grupo de gestantes com diagnóstico laboratorial de ITU, 10 (4,27%) destas não apresentavam sintomatologia clínica da doença, caracterizando ITU assintomática. A bacteriúria assintomática é uma condição clínica relativamente comum entre mulheres saudáveis, é caracterizada 117 pela presença de 100.000 UFC/ml ou mais (preferencialmente em duas culturas sucessivas) de uropatógenos em uma amostra de urina colhida de paciente sem qualquer sintoma urinário, como disúria, polaciúria ou urgência (1, 5, 6, 13). A bacteriúria assintomática acomete entre 2 e 10% de todas as gestantes (5, 13, 14). Em um estudo desenvolvido por Jacociunas & Picoli (11), 16% das gestantes apresentaram bacteriúria assintomática no primeiro trimestre de gestação. Em uma pesquisa com gestantes atendidas no Laboratório Municipal de Blumenau – SC, foram colhidas 233 amostras de urina em gestantes assintomáticas, sendo que destas, 18 (7,72%) apresentaram crescimento bacteriano superior a 100.000 UFC/ml, caracterizando bacteriúria assintomática (15). Nota-se na gravidez a ocorrência de fatores que facilitam a transformação de infecções assintomáticas para sintomáticas, como as transformações anatômicas e fisiológicas que ocorrem no trato urinário (16). É de extrema importância a confirmação do diagnóstico, pois se não tratada, pode evoluir até mesmo para uma pielonefrite, o que se observa em 25 a 57% dos casos (6, 17). Uma frequência de 40% das pacientes com bacteriúria assintomática desenvolve pielonefrite, evidenciado a importância do diagnóstico precoce deste tipo de ITU (18). No presente estudo, o período gestacional onde se observou o maior número de casos de ITU foi aos cinco meses (27,5%), seguido dos 7 (20%) e 8 meses (15%). Conforme aumenta o período gestacional, principalmente no terceiro trimestre, é maior a frequência de casos de ITU devido às mudanças anátomo-fisiológicas que ocorrem na gestação. Nesta fase que a mulher se encontra, acontece a compressão dos ureteres, redução da atividade peristáltica decorrente do aumento 118 nos níveis de progesterona, aumento do débito urinário, diminuição do tônus vesical, fatores esses que somados ao aumento da capacidade da bexiga e seu esvaziamento incompleto, facilitam o refluxo vesicoureteral e pielonefrites. O rim, na fisiopatologia, perde sua capacidade máxima de concentração da urina e fornece um meio ideal para proliferação bacteriana, ao excretar glicose e aminoácidos (5, 6, 8). A dilatação das pelves renais e ureteres é detectável a partir da sétima semana de gravidez. Essa dilatação progride até o momento do parto e retorna às condições normais até o segundo mês do puerpério (19). A ocorrência de pielonefrites é comum durante a gravidez, em 2% dos casos ocorre no primeiro trimestre de gravidez, 52% no segundo trimestre e 46% no terceiro trimestre. As diretrizes atuais recomendam a triagem vaginal e retal em todas as mulheres grávidas em uma gestação de 35-37 semanas, ao invés de tratamento com base em fatores de risco (10). Dentre as gestantes estudadas, duas (0,85%) apresentaram complicações decorrentes de ITU, sendo que uma apresentou descolamento de placenta e outra um quadro de aborto no período pesquisado. A ITU na gestante tem sido responsabilizada por um índice maior de prematuridade, como também parece estar relacionada com o aborto e perda ponderal do feto (13). Como complicações maternas associadas à ITU, temos: hipertensão e pré-eclâmpsia, anemia, pielonefrite, edema pulmonar, corioamnionite, endometrite e septicemias. Dentre as complicações perinatais das ITU, destacam-se o trabalho de parto prematuro, recém-nascidos de baixo peso, ruptura prematura de membranas aminióticas, restrição de crescimento intrauterino, paralisia cerebral/retardo mental e óbito perinatal (5, 8, 19, 21). Dentre as participantes do estudo, 33 (14%) apresentaram ITU confirmada por exame laboratorial antes da gestação. Um total de 9 (3,8%) gestantes informou ter desenvolvido uma ITU em uma gestação prévia e, destas, 3 (1,2 %) apresentaram um quadro de aborto relacionado à infecção. Em um estudo realizado com 136 gestantes internadas na enfermaria de gestação de alto risco do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), 29,3% das gestantes apresentaram história prévia de ITU (8). A baixa frequência de casos de ITU em gestação prévia observada em nosso estudo pode ser decorrente da insuficiência de informações anotadas nos prontuários médicos pesquisados. A análise dos registros dos prontuários pode ser utilizada na avaliação da qualidade da assistência pré-natal. Em instituições de atendimento que funcionam também como locais de prática para formação discente na área de saúde, espera-se que esses registros sejam ainda mais completos do que aqueles operacionais preconizados pelo Ministério da Saúde (21). Conhecendo a realidade da ITU, pode-se afirmar através deste estudo que a presença da mesma é frequente no período gestacional. Após a realização do presente trabalho, percebeu-se a necessidade de uma melhor anotação das informações das pacientes nos prontuários, o que permitiria conhecer melhor estas gestantes e oportunizar o desenvolvimento de ações que visem prevenir as ITU, bem como fornecer dados para um tratamento adequado, o que poderia contribuir para uma assistência qualificada e responsável prestada pelos profissionais atuantes nesta área. Correspondências para: Letícia Silveira Goulart [email protected] NewsLab - edição 118 - 2013 Referências Bibliográficas 1. Neto OMV. Infecção do Trato Urinário. 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Because it is a virus with lack of transmis- capacidade de transmissão, virulência, sensibilidade a antivirais e sion capacity, virulence, sensitivity to antiviral and ability to capacidade de virar pandemia, trouxe de volta em 2009 o medo de turn pandemic, brought back in 2009 the fear of a reissue uma reedição epidêmica similar à gripe espanhola de 1918. A gripe similar to the Spanish flu epidemic of 1918. Swine flu, as suína, como ficou conhecida a infecção de Influenza A (H1N1), tem Influenza A (H1N1) infection became known, has as main risk como principais grupos de riscos crianças, gestantes com alterações groups children, pregnant women and immunosuppressed with fisiológicas e imunodeprimidos. Os sintomas são semelhantes aos de physiological changes. The symptoms are similar to those of uma gripe comum e é necessário um acompanhamento dos mesmos seasonal flu and monitoring is needed of these and previous e contatos prévios do paciente. O tratamento é feito com antivirais e contacts of the patient. Treatment is with antiviral drugs, and como há quatro drogas utilizadas no tratamento de infecções pelo being four drugs used to treat influenza virus infections, the vírus influenza, o uso de cada uma vai depender do tempo e da use of each will depend on the time and the symptoms of the sintomatologia da doença. A prevenção inclui cuidados higiênicos disease. Prevention includes basic hygienic care and avoids básicos e evitar aglomerações para diminuir a disseminação do vírus. crowds to decrease the spread of the virus, inactivated virus As vacinas de vírus inativados produzidas em ovos embrionados vaccines produced in embryonated eggs are also a method of também são um método de prevenção e controle para Influenza A. prevention and control for Influenza A. Palavras-chave: H1N1, tratamento, prevenção Introdução E Keywords: H1N1, treatment, prevention de vírus suíno, aviário e humano (4). complicações da gripe (8). Segundo Os vírus Influenza A são patógenos Bermejo-Martin et al, o aumento de m março de 2009, uma nova de humanos, suínos, aves, cavalos, níveis sistêmicos de citocinas pró- cepa de influenza A (H1N1) baleias e focas (5). -inflamatórias constitui efeitos mais foi identificada no México, Este vírus foi descrito como um graves dessa pandemia de 2009 (9). com desconhecimento da capacidade importante patógeno em crianças As manifestações clínicas da in- de transmissão, virulência, sensibi- pequenas, com uma maior morbi- fecção pelo vírus influenza A (H1N1) lidade aos antivirais disponíveis e dade e hospitalização em lactantes, são semelhantes às da gripe comum, capacidade de causar uma pande- especialmente nos menores de seis com febre, tosse, mialgia, fadiga, mia (1, 2). A classificação dos vírus meses (6), pacientes infectados pelo cefaleia, rinorreia, vômitos e diarreia influenza é feita com base em seus vírus HIV – nos quais a influenza é (10). Uma vez que há a descrição constituintes H (hemaglutinina) e a principal causa de doença respira- de casos de diarreia e vômitos, a (neuraminidase) (3). O evento ge- tória febril (7) – e grávidas, devido potencial transmissão viral pelas nético que propiciou a emergência a alterações dos sistemas cardiovas- fezes, e subsequente transmissão do novo subtipo pandêmico foi re- cular, respiratório e imunológico da fecal oral, deve ser considerada e sultante da recombinação genética mulher, deixando-a mais suscetível a investigada (11). 122 NewsLab - edição 118 - 2013 O vírus H1N1 do H1N1 tem a mesma aparência Pacientes HIV Positivos O vírus Influenza é também de- que o da gripe sazonal: espalha-se O HIV é um retrovírus, da família nominado de Myxovirusinfluenzae, através de gotículas ao tossir ou Lentiviridae, que causa no organismo pertence à família Orthomyxoviridae espirrar (16). disfunção imunológica crônica e pro- e, de acordo com seu material ge- O período de incubação do vírus gressiva devido ao declínio dos níveis nético, é classificado em tipos A, B triplo recombinante (H1N1) parece ser de linfócitos CD4, sendo que quanto e C (12, 13). O mesmo é o principal entre dois e sete dias, mas ainda são mais baixo for o índice desses, maior patógeno humano e são os únicos necessárias mais informações (11). o risco do indivíduo desenvolver AIDS membros da família ortomixovírus. (23). Tal vírus penetra no organismo São compostos por um genoma de RNA de fita simples segmentado, do hospedeiro e por características Grupos de Risco linear e polaridade negativa, um núcleo capsídeo helicoidal e um muito particulares incorpora-se ao seu DNA (24). Gestantes Os vírus costumam passar por um envelope lipoproteico externo, com A diminuição da pressão oncótica ciclo vital, no qual ocorre a multipli- aspecto pleomórfico com partículas predispõe as mulheres grávidas a cação e liberação de novos vírus. As de diâmetro de 80-120nm. O termo desenvolver edema pulmonar (17). drogas antirretrovirais surgem como “mixo” refere-se à afinidade destes A gestação, especialmente no ter- mecanismos de interferência desses vírus por mucinas, (glicoproteínas ceiro trimestre, é um fator de risco ciclos (25). da superfície das células); e “orto” é para complicações respiratórias Por se tratar de um vírus bastante acrescentado para distingui-los dos e de admissão pela infecção pelo lábil ao meio externo, pode ser inati- paramixovírus (5, 12). influenza sazonal (18). Entre os vado por uma variedade de agentes O subtipo A, causador da gripe A, fatores que justificam a alta inci- químicos e físicos, por exemplo, o é baseado em duas glicoproteínas de dência neste grupo, destacam-se as calor (25). superfície, a hemaglutinina (HA) e alterações fisiológicas próprias da As infecções respiratórias repre- neuraminidase (NA) (14). gestação, como a redução da capa- sentam uma preocupação constante A função da HA é ligar-se ao re- cidade residual funcional pulmonar para os pacientes portadores de ceptor da superfície celular (ácido e comprometimento imunológico da enfermidades imunodepressoras, neuramínico, ácido siálico) para iniciar imunidade mediada por células (19). sendo frequentes em portadores de a infecção. A NA cliva o ácido neura- O centro de controle e prevenção Aids (26). mínico a fim de liberar a progênie viral de doenças (CCD) recomenda que Sabe-se que a infecção pelo H1N1 da célula infectada, atuando, portanto, mulheres grávidas com confirmação em pacientes com HIV é potencialmente no final da infecção (12). ou suspeita de H1N1 recebam tra- mais grave, porque ambos os anticorpos tamento antiviral empírico imediato e células T desempenham um papel com oseltamivir (20). crucial na resposta imune viral, mas, No trato respiratório, o vírus influenza pode se ligar a mucoproteínas ou anticorpos IgA da mucosa, Efeitos indiretos da gripe, parti- apesar da informação cada vez mais ser varrido pelo sistema mucociliar cularmente hipertermia materna no emergente sobre a patogênese e curso ou se ligar a uma célula do epitélio primeiro trimestre, estão relacio- clínico da infecção causada pelo H1N1, colunar. Esta se dá entre o sítio de nados com defeitos do tubo neural, ainda existem poucos dados disponíveis ligação da H ao ácido siálico na su- anomalias no nascimento e defeitos sobre o curso da infecção em pacientes perfície da célula (2). cardíacos congênitos. A febre duran- HIV (27, 28). É um vírus citolítico que induz a te o parto pode causar convulsões Pacientes imunossuprimidos po- apoptose em muitos tipos de células. neonatais, encefalopatia, paralisia dem disseminar o vírus por períodos O vírus (H1N1) induz a parada do ciclo cerebral e até a morte neonatal. maiores, por até 14 dias após o início celular em G0/G1 fase, produzindo Sendo assim, o tratamento com dos sintomas (29). condições favoráveis para a expressão paracetamol para baixar a febre Adultos infectados pelo HIV são da proteína viral e para a produção de é o mais recomendado (17, 21). significativamente menos propensos Influenza A (15). Doença materna grave pode resultar a gerar e manter respostas de anti- em sofrimento fetal (22). corpos após a vacina da gripe A (30). O mecanismo de transmissão NewsLab - edição 118 - 2013 123 Prevenção doentes, cobrir o nariz e a boca com globular da hemaglutinina (HA) do vírus Influenza A expressa em E. coli (36). O surgimento da pandemia de um lenço de papel quando tossir ou gripe ocasionada por um novo subtipo espirrar, evitar aglomerações de pes- de vírus influenza A (H1N1) fez com soas em locais fechados são medidas que as populações e os profissionais práticas e eficazes (2). de saúde se deparassem com novos desafios, no sentido de conter a rápida A prevenção das infecções virais que causam pneumonia comunitária Quatro drogas antivirais podem ser utilizadas no tratamento das infecções Diagnóstico laboratorial disseminação e realizar o tratamento adequado dos doentes (31). Tratamento por vírus influenza (amantadina, ri- O diagnóstico rápido da gripe é mantadina, zanamivir e oseltamivir). importante tanto para a intervenção Amantadina e rimantadina são ativas clínica como para redução da trans- contra vírus influenza A. Zanamivir e missão do influenza (33). oseltamivir são ativos contra influenza A inclui, dependendo do vírus, vacinas e Atualmente o PCR em tempo real é e B. Essas drogas reduzem a gravidade imunização passiva. Para a prevenção o teste mais sensível e específico, pre- da doença e a sintomatologia quando das infecções por Influenza A, existem conizado pela OMS para confirmação iniciado o seu uso nas primeiras 48 vacinas de vírus inativado produzidas laboratorial de Influenza A (H1N1), horas de doença (32). em ovos embrionados e que possuem com resultados disponíveis dentro um painel desses vírus com circulação de 6 horas após a apresentação da na região (32). amostra. No entanto, o PCR é limita- Mesmo com o desenvolvimento e a Considerações Finais Elas são a melhor estratégia dispo- do na prática clínica, porque é caro utilização de uma vacina específica para nível para a prevenção da influenza e e requer equipamento especializado a influenza A, ainda estão em andamen- suas consequências, proporcionando (33, 34). Para detecção de anticorpos to muitos estudos para se saber mais so- impacto indireto na diminuição são usadas técnicas de inibição por bre o comportamento deste vírus, a fim do absenteísmo no trabalho e dos hemaglutinação e Elisa. de desenvolver métodos cada vez mais gastos com medicamentos para A hemaglutinina é uma glicoproteí- tratamento de infecções secundárias, na antigênica encontrada na superfície eficazes para a prevenção da população. Se juntarmos o trabalho dos pes- das internações hospitalares e da do vírus da gripe. Seu nome vem da quisadores com a conscientização da mortalidade evitável (29). habilidade da proteína de aglutinar in população para com os principais mo- Estudos têm mostrado que uma vitro as hemácias. A sensibilidade do dos de evitar a contaminação e com dose única de vacina contra a influen- teste hemaglutinina poderia melhorar isso evitar a disseminação do vírus za A (H1N1) de 2009 monovalente é se o teste fosse realizado dentro de 72 (H1N1), é provável que em pouco altamente imunogênica entre adultos horas do início dos sintomas (35, 33). tempo possamos erradicar de uma vez saudáveis (30). O método Elisa avalia a presença este problema mundial. Para evitar a propagação de infec- e concentração relativa de anticorpos ções, a higienização das mãos (com H1N1 em amostras de soro humano, Correspondências para: água e sabão ou à base de álcool), baseado no uso de um fragmento de Gabriela Corrêa evitar o contato próximo com pessoas histidina-tag recombinante da região [email protected] Referências Bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 124 Fabry P et al. Determinants of A (H1N1) vaccination: Cross-sectional study in a population of pregnant women in Quebec. Vaccine. 29. 1824-1829. 2011. Carneiro M et al. Influenza H1N1 2009: revisão da primeira pandemia do século XXI. AMRIGS. 54 (2): 206-213. Porto Alegre. 2010. Senna MC et al. Emergência do vírus influenza A-H1N1 no Brasil: a propósito do primeiro caso humano em Minas Gerais. Médica de Minas Gerais. 19(2): 173-176. 2009. Características dos casos notificados de Influenza A/H1N1. Saúde Pública. 43(5): 900-4. 2009. 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Material e métodos: O estudo é descritivo the school and the families. Material e methods: This is a e exploratório, quantitativo, com uma amostra composta por 80 descriptive and exploratory quantitative study, with a sample crianças entre cinco e doze anos, que estudam em quatro escolas, of 80 children aged between five and twelve years-old, stu- sendo que destas crianças 40 são de escolas públicas e as outras de dying in four schools, and from these children 40 are from duas escolas particulares. Estas crianças foram selecionadas pelas public schools and two other private schools. These children direções das escolas, de acordo com o desempenho das mesmas were selected by the directions of the schools, according to em sala de aula. Para a coleta dos dados foram realizados exames their performance in the classroom.To gather the data it was de fezes pelos métodos de Hoffman e Willis-Mollay. Receberam performed stool examinations using the methods of Hoffman palestras educativas para pais e professores sobre a abordagem and Willis-Mollay. It was given educational lectures for parents do controle de helmintos, bem como questionários para avaliar o and teachers to approach regarding the control of helminthes, conhecimento sobre estes helmintos. A pesquisa foi autorizada pelo as well as questionnaires to assess knowledge about these Comitê de Ética em Pesquisa da UFCG. helminthes. The research was authorized by the Ethics in Resultados: As crianças do ensino fundamental público apresen- Research UFCG. taram infecção severa por Taenia ssp (C e D 38%) e A. lumbricoides Results: The children of the basic public teaching presented (C- 54,7% e D- 43%). As crianças do ensino fundamental privado severe infection for ssp (C and D 38%)and (C- 54.7% and D- apresentaram infecção por G. lambia (A- 46,6% e B- 38,5%), Taenia 43%). The children of the basic privative teaching presented ssp (A- 44,1% e B- 40%) e Trichuris trichiura (A- 44% e B- 43,9%). infection for (A- 46.6% and B- 38.5%), ssp (A- 44.1% and B- Os professores demonstraram ter conhecimento científico acerca 40%) and (A- 44% and B- 43.9%). The teachers demonstrated do tema, com rendimento que variou de 71,5 a 80%. Conclusão: scientific knowledge about the theme, with profit that varied Os pais desconhecem o problema e sua gravidade. O estudo da from 71.5 to 80 %. Conclusion: The parents do not know the ocorrência de helmintoses gastrintestinais em escolares também é problem and its gravity. The study of the incident of gastroin- indicador adequado para avaliar as condições socioeconômicas testinal helmintiases in schoolboys also is adjusted indicator de uma comunidade. to evaluate the economical-partner conditions of a community. Palavras-chaves: Helmintos, perfil de saúde, saúde infantil 128 Keywords: Helminthes, health profile, children health NewsLab - edição 118 - 2013 Introdução O redução da incidência das enteropa- a consolidação de seus cursos e dis- rasitoses (3, 4). ciplinas, junto às reais necessidades mundo é um complexo ecos- No Brasil, em decorrência da sistema onde os padrões de diversidade geográfica do país e da Inúmeras são as contribuições que doenças variam grandemen- existência de diferentes classes socio- poderão ser oferecidas para minimizar te de um país para outro. Os tipos e econômicos e culturais na população problemas de saúde da coletividade, taxas de doenças em um país são uma de uma mesma cidade, é importante no entanto, para serem mais eficien- forma de impressão digital, que geral- que se conheça a prevalência de ente- tes, estas deverão ser apontadas de mente tem relação com a renda per roparasitoses e as principais espécies forma estratégica na resolução de capita, o estilo de vida, as ocupações encontradas em cada região, para que problemas pontuais. Frequentemente, predominantes e o clima (1). se possam estabelecer as medidas o surgimento de surtos de verminoses da comunidade onde estão inseridas. As doenças parasitárias constituem curativas e profiláticas necessárias na população menos favorecida, espe- um importante problema de saúde para a diminuição do número de pes- cificamente em crianças, caracteriza pública, principalmente em países soas infectadas (5). o modelo inadequado de tratamento subdesenvolvidos e em desenvolvi- Em países tropicais, o clima, as- e controle que vem sendo disponibi- mento. Dentro deste contexto, as sociado à falta de conhecimento e lizado, efetivamente no seu aspecto crianças, principalmente as de baixa condições sanitárias, favorece a dis- econômico, mais especificamente a idade, representam uma população seminação das enteroparasitoses que compra de medicamentos alopáticos onde o problema se agrava. Apesar acometem grande parte da população. prescritos e acesso à água de boa de isoladamente não apresentarem Esse quadro, além de mostrar um qualidade e sistema de esgotos. alta letalidade, as enteroparasitoses grande problema de saúde pública, No nordeste, as crianças apre- podem ser analisadas como cofato- caracteriza o subdesenvolvimento das sentam uma expressiva positividade res da mortalidade infantil e, ainda, populações com condições precárias pelos helmintos, representando um afetar o equilíbrio nutricional, induzir de higiene, dificuldades econômicas, problema de saúde inigualável e estas sangramento intestinal e má-absorção desconhecimento de medidas preven- quando em idade escolar, vivendo em de nutrientes, competirem pela absor- tivas, desnutrição e outras variáveis áreas pobres dos centros urbanos, ção de micronutrientes, reduzirem a agravantes do problema, como a falta são o principal alvo das infecções ingestão alimentar e o crescimento de ações na área de saúde por parte parasitárias (7). As enteroparasitoses do indivíduo, causar complicações das autoridades (6). prejudicam o desenvolvimento físi- cirúrgicas como prolapso retal, obs- Muitas doenças prevalentes na co e mental e contribuem de forma trução e abscesso intestinal, além de infância, tais como diarreia aguda, significativa. Confirmando assim a afetar o desenvolvimento cognitivo da sarampo e parasitoses intestinais, necessidade do delineamento espacial criança (2). tendem a registrar maior incidência das infecções parasitárias, pela rea- durante esta etapa de vida e destroem lização de estudos como este, além milhões de vidas a cada ano. da descrição dos perfis econômico, A elevada prevalência destas parasitoses está relacionada, na maioria das vezes, com as condições socioeco- Os programas de educação em social, biológico e ambiental, para que nômicas, sanitárias e educacionais da saúde disponíveis para a sociedade, se possam instituir medidas efetivas população. A contaminação da água, principalmente no Nordeste do Brasil, de saúde coletiva para a promoção solo e alimentos pelos ovos, cistos ou vêm contribuindo de forma primária da saúde, contribuindo dessa forma larvas destes parasitos tornam fácil no tocante à assistência básica em para uma melhor qualidade de vida a disseminação dessas patologias. saúde. As universidades, com seu da população e prática de cidadania. Dessa maneira, a implantação de sis- perfil extensionista, vêm tentando Objetivou-se descrever o perfil temas adequados para o tratamento contribuir com a sociedade principal- das infecções por helmintos gastrin- de esgoto e encanamento de água mente com a difusão de técnicas que testinais em crianças que frequentam potável, juntamente com a educação minimizem os agravos em saúde. o ensino fundamental na cidade de sanitária da população, o diagnóstico Além de contribuir com o aspecto Patos, PB e promover a saúde infantil e o tratamento de indivíduos infecta- socioeconômico, favorece a docentes de forma integrada com a escola e dos, contribui decisivamente para a e discentes o campo de prática para com as famílias. NewsLab - edição 118 - 2013 129 Material e Métodos I, a fim de que estes assinassem um Unidade de Saúde da Família (USF) Termo de Consentimento Livre e Es- mais próxima. O estudo é descritivo e explora- clarecido (TCLE), e intermediassem o O processo de análise foi iniciado tório, quantitativo. A pesquisa foi contato com os pais, os quais também com a identificação e codificação das realizada no Município de Patos, PB, assinaram um TCLE, cientes dos mé- amostras em fichas individuais. Com localizado à margem esquerda do rio todos e objetivos da pesquisa. a utilização de luvas descartáveis de Espinharas, distante 301 quilômetros Para a coleta de dados procede-se látex e equipamentos de proteção de João Pessoa. Altitude de 242 m, de uma captação de amostras fecais, individuais (EPI) para os realizadores clima semi-árido. Com uma população além disso, foram ministradas pales- dos métodos de análise e utensílios média de 100.674 habitantes (8). tras técnico-educativas nas escolas, estéreis, elas foram fragmentadas A rede física de atenção primária à sobre as helmintoses gastrintestinais e então introduzidas com o auxílio saúde dispõe de 38 Unidades Básicas em crianças (a doença e as medidas de uma pinça em um Becker de 500 de Saúde desenvolvendo estratégia higiênico-sanitárias para seu con- mL contendo 100 mL de solução de saúde da família - ESF. trole). Os professores, as crianças e hipoclorito de sódio (NaClO) e, em O trabalho desenvolveu-se em seus responsáveis receberam orien- seguida, agitadas mecanicamente. escolas públicas e privadas de en- tações sobre as medidas profiláticas Passado esse processo, a água re- sino fundamental do município, no que deveriam adotar para evitar as sultante foi coada por uma peneira período de abril de 2010 a janeiro de infecções e reinfecções parasitárias. plástica descartável própria para o 2011, tendo sido realizados exames Os professores de cada escola respon- exame parasitológico em cálices para coproparasitológicos no Laboratório deram um questionário para medir o sedimentação e outros para flutuação, de Doenças Parasitárias dos Animais nível de conhecimento acerca dessas ficando, em seguida, em repouso para Domésticos (LDPAD) da Unidade endoparasitoses. a técnica de sedimentação por, no Acadêmica de Medicina Veterinária do Posteriormente, avaliaram-se as mínimo 20 minutos na primeira lava- Centro de Saúde e Tecnologia Rural crianças denominando as quatro es- gem, seguida de outras lavagens até da Universidade Federal de Campina colas da seguinte maneira: as duas de obter-se o clareamento das amostras, Grande (UAMV/CSTR/UFCG) e no La- administração privada (A e B) e outras para o método, enquanto que para a boratório Acadêmico de Parasitologia duas de administração pública (C e D). flutuação esperou-se o mesmo tempo, do curso de Enfermagem das Faculda- Em cada uma das escolas foram cole- porém não houve outras lavagens. des Integradas de Patos (FIP). tadas (em coletores estéreis) amos- Após a espera, com a utilização de O mesmo foi realizado com uma tras de fezes de 20 crianças, amostras uma pipeta de Pasteur, transferiu-se amostra composta por 80 crianças estas que foram acondicionadas em aproximadamente 0,05 ml da porção entre cinco e doze anos, em quatro gelo e encaminhadas para laboratório do sedimento sobre uma lâmina de escolas, sendo que em duas delas, de processamento das análises. vidro, adicionando-se uma gota de que eram de administração pública Todas as amostras foram anali- lugol a 2%. Em seguida, a lâmina foi municipal, foram selecionadas 40 sadas em triplicata pelos alunos e coberta com uma lamínula para pos- crianças e nas outras duas escolas, de docentes envolvidos no projeto. Os terior análise em microscópio biocular administração particular, selecionou- 80 exames coproparasitológicos fo- Nikon. A identificação dos parasitos e -se a outra metade da amostra. Estas ram realizados através dos métodos a análise estatística foram realizadas crianças foram selecionadas pelas de Hoffmann (sedimentação simples) com o auxílio de atlas parasitológicos. direções das escolas, de acordo com e Willis-Mollay (flutuação simples), Nas escolas trabalhadas, foram o desempenho das mesmas na sala observados em microscópio ótico ministradas palestras educativas para de aula. com objetivas de 10 e 40 vezes (9, os pais, professores e crianças, com Antes da sua execução, o projeto 10). Com posterior avaliação dos re- abordagem construtivista a cerca do foi submetido ao Comitê de Bioética sultados pelos docentes, os mesmos controle das helmintoses gastrintes- do CSTR/UFCG. Após ter sido aprova- foram disponibilizados às institui- tinais; e aplicados questionários aos do, com protocolo número 081/2008, ções envolvidas para depois serem professores, pais e crianças, no início procurou-se os responsáveis pelas passados aos pais e estes, caso ne- e ao fim do trabalho, para medir o instituições de ensino fundamental cessário, procurassem o médico da nível de conhecimento sobre essas 130 NewsLab - edição 118 - 2013 endoparasitoses. Respeitaram-se como as peculiaridades de cada cidade (C - 54,7% e D- 43%) como as mais os preceitos da bioética, conforme e as características das populações frequentes nas escolas públicas, ao a resolução 196/96, que norteia as selecionadas e, ainda ratifica-se a mesmo tempo, nas particulares hou- pesquisas com seres humanos (11). eficácia econômica e eficiência, além ve maior frequência dos parasitos G. Os dados coletados foram analisados da facilidade utilizando-se o Método lambia (A- 46,6% e B- 38,5%), Taenia à luz da literatura pertinente, após de Hoffman (9-10, 15). ssp (A- 44,1% e B- 40%) e Trichuris serem apresentados os valores abso- Os parasitos encontrados nas trichiura (A- 44% e B- 43,9%), ver- lutos e frequências relativas, conforme amostras das escolas participantes minoses estas já citadas por alguns a estatística descritiva. estão relacionados na Figura 2, sendo autores como as mais singulares em que a distribuição das enteropara- crianças (16-19). O A. lumbricoides sitoses mostrou a Taenia sp (C e D é o enteroparasito mais encontrado, com 38% cada) e A. lumbricoides como mostra a Figura 2, o que se Resultados e Discussão As endoparasitoses são importantes indicadores das condições de saneamento em que vive uma dada população, sobretudo no Nordeste do Brasil onde a disseminação das helmintíases 61,25% está em estreita dependência com a umidade do solo (12). A população menor de cinco anos reflete bem o grau de contaminação de uma região, 47,5% 52,5% 38,75% por tratar-se de indivíduos com pouca capacidade de deslocamento e maior vulnerabilidade, espelhando assim, as condições sociais da comunidade onde habitam e, além disso, mantém um maior contato com o ambiente, o solo e as condições sanitárias deficientes por não terem se adaptado ainda às Figura 1. Resultado parasitológico do grau de infecção nas escolas de ensino fundamental I do município de Patos, PB práticas de higiene totalmente. Ascaris lumbricoides e Thichuris trichiura são os helmintos mais comuns em crianças abaixo de seis anos de idade, além de estarem mais suscetíveis ao complexo teníase-cisticercose, por exemplo (13, 14). Os resultados da análise de amostras fecais de crianças em idade escolar por dois métodos laboratoriais (Figura 1) apontam para um alto índice de parasitoses intestinais em ambos os métodos, corroborando com alguns estudos, os quais afirmaram a dificuldade em se realizar estudos dessa natureza, devido à grande variedade de métodos de coleta, conservação e análise das fezes, bem 132 Figura 2. Distribuição dos enteroparasitos nas escolas particulares (A e B) e nas escolas públicas (C e D) NewsLab - edição 118 - 2013 agrava mediante a condição de es- Não houve diferença estatística condizendo com estudos anteriores tes parasitos serem os de mais fácil entre os parasitos Taenia sp. e T. que verificaram casos positivos de transmissão (sobretudo por via oral) trichiura com relação às escolas, no enteroparasitoses 63,7% de monopa- e mais encontrados nas investigações entanto, obteve-se uma média sig- rasitismo, sobretudo pelo método de de populações urbanas residentes em nificativa em relação a G. lambia de Hoffman (19, 24-25). Identificando áreas pobres ou faveladas (20, 21). 46% na escola privada e A. lumbricoi- ainda não ser o poliparasitismo fre- Observou-se também, que as des de 54% na escola pública, o que quente e divergindo então de alguns escolas públicas possuem uma maior condiz com estudos anteriormente estudos (16). incidência de infecção por A. lumbri- realizados, confirmando então as As instalações sanitárias na circun- coides, refletindo adequadamente o altas prevalências de A. lumbricoides vizinhança das escolas são precárias, grau de relação saneamento-infecção observadas entre crianças de 2 a 12 o que dificulta o controle das ente- de uma região (21). Além de outros anos de idade (15, 22-23). roparasitoses. Salienta-se, portanto, estudos realizados na região nordeste Em relação ao grau de parasitismo que as escolas públicas são instaladas que demonstraram altos índices de nas crianças das referidas escolas, em bairros ou ruas consideradas cen- positividade dos parasitos em geral, encontrou-se uma maior frequência trais no município, porém o descaso em escolares (15, 16). de monoparasitismo (Figuras 3 e 4), não as preserva, enquanto as privadas situam-se na periferia. Todavia, outros fatores também são determinantes para o desenvolvimento das verminoses, assim como as condições de moradia e de saneamento, cuidados de higiene e de saúde e determinantes distais como poder aquisitivo, educação materna são também condicionantes desta situação (17, 18). Em algumas das ruas circunvizinhas não existiam fossas sépticas, com circulação de esgoto a céu aberto e concentração de fezes humanas e de animais, havendo ainda a criação dos mesmos animais, soltos pela região. O Figura 3. Frequência de coinfecção nas escolas particulares (A e B) e públicas (C e D) pelo método de Willis ambiente dentro da escola é de total preocupação com a saúde e integridade de seus estudantes, havendo uma constante higienização, tanto do ambiente quanto das refeições, podendo ser uma das limitações às quais estão submetidas. Observa-se que nenhuma das escolas apresenta condições adequadas para desenvolver o convívio domiciliar, existente no peridomicílio das mesmas, principalmente das públicas. Os professores demonstraram ter conhecimento acerca do problema, denotando, quando avaliados, um Figura 4. Frequência de coinfecção nas escolas particulares (A e B) e públicas (C e D) pelo método de Hoffman 134 rendimento que variou de 71,5 a 80%, ao passo que os pais desconhecem o NewsLab - edição 118 - 2013 problema e sua gravidade, contudo, condicionados pelo poder aquisitivo estudo da ocorrência de enteroparasi- demonstram reconhecer sinais de da família da criança em alocar ra- toses em escolares também é um dos infecção parasitária e, evidenciou-se, cionalmente os recursos que possuir indicadores adequados para avaliar as portanto, a necessidade de educação, para profilaxia desse problema de condições socioeconômicas de uma sobretudo sanitária urgentemente, saúde pública, contudo isso não tem comunidade. Portanto, sugere-se que visto que a infância é um período ex- sido um fato concretizado na região essas infecções devam ser conside- traordinário para o aprendizado, sendo em estudo (29, 30). radas alvos de controle, com o trata- a criança um ser com peculiaridades que demanda cuidados corriqueiros (20, 26-27). mento das crianças parasitadas e com Conclusão Em momento algum, quando da mudanças nas condições ambientais nestas áreas negligenciadas, para que haja melhoria da qualidade de vida aplicação dos questionários e dos As crianças do ensino fundamental encontros com os pais ou responsá- do município de Patos, PB apresen- veis, citou-se o uso de fitoterápicos, taram um quadro de infecção parasi- Neste sentido, acrescenta-se que por exemplo, para o tratamento dos tária relevante, onde a Ascaríase foi a enfermagem, enquanto profissão vermes, por ser uma forma acessível detectada como infecção severa nas envolvida com o cuidado, tem muito e barata, tão pouco os mesmos e os escolas públicas e a teníase como a contribuir, desenvolvendo junto a professores demonstraram conhe- prevalente nas escolas privadas. esses indivíduos, bem como na sua cimento a respeito do uso desses, Quanto ao nível de conhecimento dos família e ambiente domiciliar/perido- reafirmando-se, por conseguinte a mestres e pais, estes são suficiente- miciliar e de convívio social em geral, existência de muita desinformação mente informados sobre helmintíases estratégias que contemplem o manejo no campo da fitoterapia mesmo nos infantis ou as desconhecem. com o tratamento das enteroparasito- saberes populares (28). dos habitantes das comunidades onde estas escolas estão inseridas. É preciso educação sanitária, ses, como também com seu cuidado Há necessidade de dedicar mais tendo em vista o grau de infecção de modo geral, na busca do bem-estar atenção e planejamento estratégico das crianças e a conjuntara familiar e e de uma vida saudável. Para tanto na escola, por parte dos gestores escolar onde elas estão inseridas. Aos se faz necessária a efetivação das para formação dos mestres e capta- professores, mesmo eles estando ins- práticas de promoção e prevenção da ção de recursos financeiros a fim de truídos, é necessária uma constante saúde, as quais são também atribui- implementar as ações que viabilizem o construção de conhecimento partici- ções da enfermagem. controle das parasitoses, pois a forma pativo, juntando os saberes didáticos, que a escola conduz as discussões a empíricos e individuais para que a Correspondências para: respeito do tema é carente. Cuidados escola possa sair dos muros. Jailson Alberto Rodrigues com saneamento e moradia seriam Finalmente, constatou-se que o [email protected] Referências Bibliográficas 1. Melo EM, Ferraz FN, Aleixo DL. Importância do estudo da prevalência de parasitos intestinais de crianças em idade escolar. SaBios: Rev. Saúde e Biol., 5(1):43-47. 2010. 2. Ferreira H, Lala ERP, Monteiro MC, Raimundo ML. Estudo epidemiológico localizado da freqência e fatores de risco para enteroparasitoses e sua correlação com o estado nutricional de crianças em idade pré-escolar. Publ. UEPG Ci. Biol. Saúde, Ponta Grossa, 12(4):33-40. 2006. 3. Moura FT, Falavigna DLM, Mota LT, Toledo MJO. Enteroparasite contamination in peridomiciliar soils of two indigenous territories, State of Paraná, southern Brazil. Rev Panam Salud Publica [online]. 27(6): 414-422. 2010. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/ regional/index.php. Acesso em 25/ 09/ 2011. 4. Mortean ECM, Falavigna DLM, Janeiro V, Falavigna-Guilherme AL, Gomes ML. 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SP Informações: www.analiticanet.com.br AACC 2013 XVII CONGRESSO PAULISTA DE FARMACÊUTICOS Data: 28 de julho a 1 de agosto Local: Houston. EUA Realização: American Association for Clinical Chemistry Informações: www.aacc.org 2013 ASCP ANNUAL MEETING Data: 18 a 21 de setembro Local: Chicago (EUA) Realização: American Society for Clinical Pathology Informações: www.ascp.org 47º CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL Data: 22 a 25 de setembro Local: Parque Anhembi. São Paulo. SP Realização: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial Informações: www.cbpcml.org.br 138 IX Seminário Internacional de Farmacêuticos Data: 5 a 8 de outubro de 2013 Local: Transamérica Expo Center. São Paulo.SP Realização: Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) Informações: http://portal.crfsp.org.br/congresso HEMO 2013 CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMOTERAPIA E HEMATOLOGIA E TERAPIA CELULAR Data: 07 a 10 de novembro Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Brasília. DF Realização: Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) Informações: www.hemo.org.br NewsLab - edição 118 - 2013 A revista NewsLab, em parceria com as melhores editoras médicas do país, coloca à sua disposição os seguintes livros a preços promocionais: Clínica e Laboratório Autores: João Carlos de Campos Guerra, Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, Cristovão Luis Pitangueira Mangueira 552 páginas Preço: R$ 208,0 Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Auto-Imunes Gestão de Clínicas e Laboratório para o Clínico Preço: R$ 169,00 Laboratórios Clínicos Autores: Humberto Façanha da Costa Filho e Rosa Mayr Preço: R$ 148,00 Prestes da Costa 487 páginas Preço: R$ 150,00 Citologia Clínica do Trato Genital Feminino Autor: Jacinto da Costa Silva 168 páginas Preço: R$ 159,00 Abordagem Interdisciplinar em Análises Clínicas - 2ª Edição Autores: Edna Maria Vissoci Reiche, Leda Mezzaroba, José Wander Breganó, Marsileni Pelisson e Egídio Tesser 428 páginas Preço: R$ 50,00 Leucócitos e Interpretação do Leucograma Autora: Maria de Lourdes Pires Nascimento 200 páginas Células-Tronco – A Nova Fronteira da Medicina Autor: Marco Antonio Zago, Dimas Tadeu Covas 245 páginas Preço: R$ 127,00 Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações Autor: Valter T. Motta 400 páginas Preço: R$ 169,00 Microbiologia Clínica: 156 perguntas e respostas Autores: Caio Márcio F. Mendes; Carmen Paz Oplustil; Cássia Maria Zoccoli e Sumiko Ikura Sinto 323 páginas Preço: R$ 78,00 Técnicas de Laboratório Autores: Roberto de Almeida Moura, Carlos S. Wada, Adhemar Purchio, Therezinha Verrastro de Almeida 521 páginas Preço: R$ 187,00 Preço: R$ 60,00 Vias Urinárias – Controvérsias em Exames Laboratoriais de Rotina Autor: Paulo Terra 248 páginas Preço: R$ 137,00 Aplicação Prática em Citometria de Fluxo Autores: Nydia Strachman Bacal & Marcelo H. Wood Faulhaber 100 páginas Preço: R$ 47,00 Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica - 3a edição Preço: R$ 148,00 Medicina Laboratorial Autor: Adagmar Andriolo 260 páginas Preço: R$ 103,00 Manual de Medicina Transfusional Autores: Eugênia Maria Amorim Ubiali & Dimas Tadeu Covas & Gil Cunha de Santis 192 páginas Preço: R$ 67,00 CálCulo dos Custos e Análise dA RentAbilidAde em lAboRAtóRios ClíniCos • 2ª edição – revisada, ampliada e modificada www.newslab.com.br BIBLIOTECA NEWSLAB - -3 % =+ 1 2x Cálculo dos Custos e Análise da Rentabilidade em Laboratórios Clínicos Modelo Custo Certo Humberto Façanha da Costa Filho Rosa Mayr Prestes da Costa $ 4 Cálculo dos Custos e Análise da Rentabilidade em Laboratórios Clínicos Autores: Humberto Façanha da Costa Filho e Rosa Mayr Prestes da Costa 144 páginas Preço: R$ 40,00 É uma grande honra apresentar a se- gunda edição do livro do Dr. Humberto Façanha! Quantos laboratórios já se beneficiaram com a ajuda fantástica que este brilhante profissional lhes pro- porcionou? Dezenas! E posso afirmar que estão todos muito felizes. Por quê? Porque eles sabem que com o negócio de laboratório de análises clínicas pode-se obter lucratividade, desde que haja uma gestão financeira profissional. O meu respeito pelo Dr. Humberto continua crescendo pela forma como ele se coloca sempre disponível e dar a seu profissionalismo a uma humanidade marcada e tratar seu interlocutor com profundo respeito. Na Assembléia Francesa uma vez me deparei com esta frase: “Os homens procuram a luz em um jardim frágil, onde fervilham as cores”. Desejo que Dr. Humberto traga a luz para que alguns possam encontrar sua própria luz... 2a edição Sylvain Kernbaum Editora Eskalab Microbiologia – 5° edição Autores: Flávio Alterthum & Luiz Rachid Trabulsi 780 páginas Preço: R$ 227,00 Técnicas Básicas de Laboratório Clínico – 5ª edição Autoras: Barbara H. Estridge e Anna P. Reynolds 800 páginas Preço: R$ 248,00 Tratado de Infectologia – 4°edição – 2 volumes Autores: Roberto Focaccia & Ricardo Veronesi 2320 páginas Preço: R$ 597,00 Hematologia e Hemoterapia Autora: Therezinha Verrastro 316 páginas Preço: R$ 159,00 Bacteriologia e Micologia para o Laboratório Clínico Autores: Carlos Henrique Pessôa de Menezes e Silva, Paulo Murillo Neufeld, Clarice Queico Fujimura Leite, Daisy Nakamura Sato 488 Páginas Preço: R$ 279,00 Hemoglobinas similares a S no Brasil – Um guia prático de identificação Autores: Luciana de Souza Ondei, Paula Juliana Antoniazzo Zamaro, Dra. Claudia R. Bonini-Domingos 60 páginas Preço: R$ 30,00 Atlas de Parasitologia Humana em CD-ROM Preço: R$ R$ 142,00 Desejo pagar da seguinte forma: Cheque anexo nº _______________e nominal à Editora Eskalab Ltda. Por meio de depósito bancário, que será feito no Banco Itaú, Ag. 0262, conta corrente: 13061-0, a favor da Editora Eskalab Ltda., CNPJ 74.310.962/0001-83. TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇO Razão Social/Nome:_______________________________________________________________________________________________________________________________ End.:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Cidade:____________________________________________________ UF:___________ CEP:_____________________ CPF/CNPJ:______________________________________ Tel.:_______________________________________Fax:_______________________________________E-mail:_______________________________________________________ Cheque Anexo:______________________________________________ Banco:__________________________________________ Valor Total R$:________________________ Feito o depósito, favor enviar para o Fax número (11) 3171-2190 o comprovante juntamente com essa ficha preenchida. Os livros serão enviados pelos Correios, com aviso de recebimento. Os preços estão sujeitos à alteração. Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro. ESKALAB - Av. Paulista, 2073. Ed. Horsa 1. Conjunto 2315. CEP.: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191/ E-mail: [email protected] Anunciantes Abbott Laboratórios do Brasil Divisão Diagnóstica R. Michigan, 735 04566-905. São Paulo. SP Fone: (11) 5536-7000 Fax: (11) 5536-7062 [email protected] www.abbottbrasil.com.br Página: 17 AFIP Medicina Diagnóstica R. Marselhesa, 500. São Paulo. SP 04020-060. São Paulo. SP Fone: (11) 5908-7070 Fax: (11) 5908-7014 [email protected] www.afip.com.br/ medicinadiagnostica Página: 15 Alere R. dos Pinheiros, 498 - 7ºandar 05422-000. São Paulo. SP Fones: (11) 2131-5100/0800 113262 [email protected] www.alerebrasil.com.br Página: 7 Alka Tecnologia em Diagnósticos R.Paula Ney, 38 04107-020-São Paulo-SP Fone: (011)5573.8814 Fax: (011)5575.3749 [email protected] www.alka.com.br Página: 19 Álvaro Centro de Análises e Pesquisas Clínicas R. General Osório, 3212 85801-110. Cascavel. PR Fone: (45) 3220-8000 Apoio a laboratórios Fone: (45) 3220-8008 Fax: (45) 3220-8028 [email protected] www.alvaro.com.br Página: 27 AMP Produtos Terapêuticos Ltda R. Cesário Ramalho, 615 01521-000. São Paulo. SP Fone/Fax: (11) 3277-8566 0800 136006 [email protected] www.ampltda.com.br www.bloodstop.com.br Página: 21 Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda. R. Alexandre Dumas, 1976 04717-004. São Paulo. SP Fone: 0800 555-5654 Fax: (11) 5185-9966 [email protected] www.bd.com/brasil Página: 53, 113 Biodina Rio Representações Ltda. Estrada do Mapuá, 742 – Parte - Taquara 22710-265. Jacarepaguá. RJ Fone/Fax: (21) 2435-9800 [email protected] Páginas: 146, 3a Capa BioMérieux Brasil S/A Estrada do Mapuá, 491 22713-320. Rio de Janeiro. RJ 0800 026 4848 Fone: (21) 2444-1400 Fax: (21) 2444-1413 [email protected] www.biomerieux.com.br Página: 87 Bio-Rad Laboratories Matriz Rua Alfredo Albano da Costa, 100 - salas 1, 2 e 3 - Distrito Industrial 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6600 Fax: (31) 3689-6611 Filial RJ Rua General Canabarro, 224 20271-203. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 3237-9400 Filial SP Av. Rebouças, 2267 05401-300. São Paulo. SP Fone: (11) 5044-5699 [email protected], [email protected] www.bio-rad.com, www.diamed. com.br Página: 41, 91 BioSystems S.A www.biosystems.es Página: 45 Biosystems R.Maurílio da Cruz, 49 83065-200. São José dos Pinhais. PR Fone: (041)3353.1010 DDG: 0800-7031012 Fax: (041)3069.3642 [email protected] www.biosystems.com.br Página: 61 ControlLab R. Ana Neri, 416 20911-442. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 3891-9900 – 3891-9901 [email protected] www.controllab.com.br Página: 133 Cral – Artigos para Laboratórios Ltda. R. San José, 305 – Parque Industrial São José 06715-862. Cotia. SP Fone/Fax: (11) 2712-7000 ou 3454-7000 [email protected] www.cralplast.com.br Página: 30, 31 Diagnostek R. Padre Antonio Pacheco da Silva,431 13313-003-Itú-SP Fone: (011)4023.3888 Página: 127 Diagnósticos do Brasil BR 376, 10.500 83010-500. São José dos Pinhais. PR Fone/Fax: (41) 3299-3400 www.diagnosticosdobrasil.com.br Página: 4ª Capa Erviegas Ltda. R. Lacedemônia, 268 04634-020. São Paulo. SP Fone: (11) 5034-2227 Fax: (11) 5034-2228 [email protected] www.erviegas.com.br Página: 137 Genomap Diagnósticos Rua Mucuri, 255 – Floresta Belo Horizonte / MG / Brasil CEP: 30.150-190 Fone/Fax: (31) 3589-5000 Email: contato@genomap. com.br www.genomap.com.br Página: 56, 57 Greiner Bio-One Brasil Produtos Médicos Hospitalares Ltda. Av. Affonso Pansan, 1967 13473-620. Americana. SP Fone: (19) 3468-9600 Fax: (19) 3468-9601 [email protected] www.gbo.com Página: 8, 9 Análise Produtos e Serviços para Laboratórios Ltda Av. Santo Amaro, 3200 04556-200. São Paulo. SP Fone: (11) 5542-4699 Fax: (11) 5542-7054 [email protected] www.analiselaboratorios.com.br Página: 12 Biotécnica Ind Com Ltda. R. Ignácio Alvarenga, 96 37026-470. Varginha. MG Fone:/Fax: (35) 3214-4646 biotecnica@biotecnicaltda. com.br www.biotecnica.ind.br Página: 131 Horiba Medical Av. das Nações Unidas, 21.735 04795-100. São Paulo. SP Fone: (11) 5545-1500 Fax: (11) 5545-1570 HelpLine 0800-113999 [email protected] www.horiba-abx.com Páginas: 2a Capa, 3, 55 AR Sistemas Av. Oswaldo Aranha, 70 04291-070. São Paulo. SP Fone: (11) 5060-5885 [email protected] www.ar.inf.br Página: 49 Centro de Genomas® R. Leandro Dupré, 967 04025-014. São Paulo. SP Fone: (11) 5079-9593 0800 771 1137 www.centrodegenomas.com.br Página: 1ª Capa Humanas Distribuidora Biomédica Ltda R. Coronel Duarte da Silveira, 405 25665-470. Rio de Janeiro. RJ Fone: (24) 2237-7999 www.humanasbiomedica.com.br Página: 105 144 Johnson & Johnson Ind. Com.Prod. p/ Saúde Ltda R. Gerivatiba, 207 - 13ª 05501-900. São Paulo. SP Fone: (11) 3030-1144 www.jnjgateway.com Página: 5 Laboratório H. Pardini Ltda. Av. das Nações, 2448 33200-000. Vespasiano. MG Fone: (31) 3228-6200 Fax: (31) 2121-6200 [email protected] www.hermespardini.com.br Página: 11 Laboratório Médico Dr. Maricondi R. Major José Inácio, 2392 13560-161. São Carlos. SP Fone: (16) 2107-0123 Fax: (16) 3307-4240 [email protected] www.labmaricondi.com.br Página: 107 Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda. Rua Cassemiro de Abreu, 521 83321-210. Pinhais. PR SAC: 0800 410 027 Fone:/Fax: (41) 3661-9000 SAC:@laborclin.com.br [email protected] www.laborclin.com.br Página: 47 Labtest Diagnóstica S.A. Av. Paulo Ferreira da Costa, 600 33400-000. Lagoa Santa. MG Fone: (31) 3689-6900 Fax: (31) 3689-6901 [email protected] www.labtest.com.br Página: 77 Labvix R. Rui Barbosa, 269 29160-813. Serra. ES Fone: (27) 31836935 [email protected] www.labvix.com.br Página: 23 Medivax Ind. e Com. Ltda. Av. Venezuela, 3 – sala 303 20081-310. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2283-2833 Fax: (21) 2263-9117 [email protected] www.medivax.com.br Página: 59 Mindray R. Tavares Bastos, 329 05012-020. São Paulo. SP Fone: (11) 3124-8026 www.mindray.com [email protected] Página: 43 MUT-Ag [email protected] www.mut-group.com Página: 29 Nasa Laboratório Pça Pádua Dias, 30 03067-050. São Paulo. SP Fone: (11) 2090-0532 Fax: (11) 2090-0500 – ramal 554 [email protected] www.nasalab.com.br Página: 101 PNCQ – Programa Nacional de Controle de Qualidade R. Vicente Licínio, 191 A 20270-902. Rio de Janeiro. RJ Fone/Fax: (21) 2569-6867 [email protected] www.pncq.org.br Página: 119 Quibasa / Bioclin R. Teles de Menezes, 92 31565-130. Belo Horizonte. MG Fone: (31)3439 5454 Fax: (31) 3439 5465 [email protected] www.bioclin.com.br Página: 51, 115 Randox Brasil Ltda. R. Fernandes Moreira, 415 04716-000. São Paulo. SP Fone: (11) 5181-2024 Fax: (11) 5181-0817 [email protected] www.randox.com Página: 38, 39 Reação Apoio Laboratorial S/A R. Francisco Tolentino, 23 - Jd Eldorado 88133-360. Palhoça. SC www.reunereacao.com.br Página: 63 Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial R. Dois de Dezembro, 78 – salas 909/910 22220-040. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2558-1024 Fax: (21) 2205-3386 [email protected] Página: 142, 143 Sysmex do Brasil Indústria e Comércio Ltda. R. do Paraíso, 148 – cj 31 04103-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3145-4300 Fax: (11) 3145-4309 [email protected] www.sysmex.com.br Página: 69, 73 Thread Sistemas Av.Tiradentes-1194-salas 03 e 04 Zona 01 87013-260-Maringá-PR Fone: (044)3031.2552 [email protected] www.jalis.com.br Página: 125 ThermoPlate [email protected] Página: 139 Roche Diagnóstica Brasil Ltda. Av. Engenheiro Billings, 1729 prédio 38 05321-010. São Paulo. SP Fone: (11) 3719-8341 Fax: (55) 11 3719-7796 www.roche.com Pag: 25, Revista Roche News USA Diagnóstica R. Antero de Quental, 166 30565-120. Belo Horizonte. MG Fone: (31) 3226-3330 / 3226-6575 Fax: (31) 3226-3330 [email protected] www.usadiagnostica.com.br Página: 109 Sebia Brasil R. Barão do Triunfo, 73 – cj 51 04602-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3849-0148 Fax: (11) 3841-9816 [email protected] Página: 121 Veolia R. Jundiaí, 50 - 2° A 04001-140. São Paulo. SP Fone: (11) 3888-8800 [email protected] www.veoliawaterst.com.br Página: 67 Shift Consultoria e Sistemas R. Independência, 3281 15010-110. São José do Rio Preto. SP Fone: (17) 2136-1555 Fax: (17) 2136-1590 [email protected] www.shift.com.br Página: 80, 81 Viewpoint Medical Equipment Al. dos Jurupis, 1796 – Moema 04088-006 – São Paulo. SP Fone: (11) 5533-8055 www.viewpoint-brasil.com.br [email protected] Página: 141 Shuttle Av. Tamboré, 1180 06460-000. Barueri. SP Fone: (11) 3883-0200 www.shuttle.com.br Página: 145 S Line R. José Farias, 134 – sala 403 – Ed. MedCenter 29045-300. Vitória. ES Fone: (27) 3207-6733 / 3315-1689 [email protected] www.sline.com.br Página: 85 Wama Produtos para Laboratórios Ltda. R. Aldo Germano Klein, 100 13560-971. São Carlos. SP Fone: (16) 3377-9977 Fax: (16) 3377-9970 a.cientifica@wamadiagnostica. com.br www.wamadiagnostica.com.br Página: 65 Werfen Medical Ltda Estrada dos Romeiros-km 38,5 Condomínio Morro GrandeMódulo G9 06504-160-Santana de Parnaíba-SP Fone: (011)4154.3337 [email protected] www.werfengroup.com Página: 95, 97, 99 NewsLab - edição 118 - 2013