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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA MAIO 2012 03 MAI. 2012 NESTA EDIÇÃO AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DA REVISTA JA SÃO NEUTRALIZADAS PELA GRÁFICA PELO QUE ESTA REVISTA É CARBONFREE®. A ABRIR COM RUI SANTOS 04 À CONVERSA COM... RITA VASCONCELOS 06 QUANDO OS GRANDES ERAM PEQUENOS, ISABEL SANTA CLARA 08 DE MÃE A CHEFE 10 EMPREGO E O FACEBOOK 12 SCP-UMa, EU E O MEU CORPO 14 EM PORTUGUÊS ESCORREITO 16 DE MOCHILA ÀS COSTAS EM MAYRHOFEN 18 ESTÓRIAS DO ARCO DA VELHA 20 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 22 NA UMa ERA BOM... 24 A. I., A CAMINHO DE UM SÉCULO DE VIDA 26 CORTEI AS FITAS. E AGORA? 28 TURISMO RELIGIOSO 30 Rs4e O FUTURO É DE QUEM O FAZ 32 ARTE DE PORTAS ABERTAS 34 GERAÇÃO DO IMACULADO DE COMPANHIA 36 DRF, NO JARDIM BOTÂNICO DA MADEIRA 38 REDESCOBRIR A MADEIRA, O ANTIGO QUARTEL DO COLÉGIO 40 COMO FAZER UMA REVISÃO DA LITERATURA 42 ALIMENTAÇÃO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES 46 IPSIS VERBIS 48 SPAD, CARCINOMA ESPINOCELULAR 49 FOI DITO 50 PALAVRAS E NÚMEROS 52 BOAS NOTÍCIAS 54 GALERIA DE IMAGENS 56 PAUTA FINAL 58 FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE: Associação Académica da UMa · DIRECTORA: Andreia Nascimento · EDITOR: Rúben Castro · REVISÃO: Carlos Diogo Pereira · DESIGN GRÁFICO: Eduarda Rodrigues · Ângela Ferreira · Sílvia Fernandes · FOTOGRAFIA E EDIÇÃO: Eduarda Rodrigues · Paulo Macedo EDIÇÃO E PUBLICIDADE: Departamento de Comunicação da AAUMa [email protected] · DISTRIBUIÇÃO: Gratuita · VERSÃO ON-LINE: www.aauma.pt · TIRAGEM: 1500 exemplares · EXECUÇÃO GRÁFICA: Nova Gráfica, Lda. · DEPÓSITO LEGAL: 321302/10 · ISSN: 1647-8975 O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido no todo ou em parte sem autorização escrita da AAUMa. As opiniões expressas na revista são as dos autores e não necessariamente as da AAUMa. A Revista JA é escrita com a antiga ortografia, salvo algumas excepções assinaladas. 04 MAI. 2012 A ABRIR _ GERAÇÃO RASCA Foi em 1994, por Vicente Jorge Silva, que a expressão “geração rasca” foi usada pela primeira vez através de uma edição do jornal Público. A expressão teve origem em manifestações estudantis contra a antiga Ministra da Educação, Manuela Ferreira Leite. Provocando um impacto tão grande, fazendo com que essa geração se tornasse um símbolo de contestação e de mudança de valores. Hoje, a expressão geração rasca deu lugar à geração à rasca. Partilho da opinião, muito polémica, de que grande parte da responsabilidade é dos pais que durante quase duas décadas não souberam formar, preparar e educar os seus filhos. Os jovens que hoje que se dizem “à rasca”, são aqueles que sempre tiveram tudo. A geração dos nossos pais, quis vingar-se das dificuldades e privações por que passou quando foi criada, proporcionando aos seus filhos uma vida desafogada, dando-lhes os melhores estudos, satisfazendo os seus caprichos, ou seja, dando-lhes uma vida isenta de dificuldades. Com a crise que vivemos, agravou-se o desemprego e, mais recentemente, o aumento do custo de vida, tais como, o aumento do IVA, os cortes salariais, a retirada do 13.º mês, entre outros aspectos. Com esta situação, os pais tiveram de aprender a dizer ‘não’, algo a que os filhos não estavam habituados. Há que dar uma boa educação e dar bons hábitos desde cedo. Queremos um Portugal diferente. _ RUI SANTOS 07 À CONVERSA COM... _ RITA VASCONCELOS MAI. 2012 Quase todos os dias olho para o percurso da minha vida e agradeço as opções que fiz, aquelas que nunca me fizeram hesitar... Foram oportunidades de ter uma vida alegre, com uma grande colecção de momentos felizes. Não sei como agradecer a quem pôs estas oportunidades à minha frente e penso que as agarrei pelos bons exemplos que a minha família me deu. A partir do que vivi, também iluminei um caminho que os meus filhos vão seguindo e, estou convicta, que estes também iluminarão um caminho para os meus netos seguirem com a mesma alegria com que eu tenho vivido. É uma alegria ver o Lar do Centro da Mãe com muitas jovens com os seus bebés, instaladas com óptimas condições, a serem seguidas clinicamente e psicologicamente, a terem formação para se tornarem autónomas e a darem alegria a quem partilha do seu dia-a-dia. É uma grande alegria estar com alunos daqui da UMa que frequentaram uma “escolinha” de apoio de Matemática que voluntariamente alguns colegas de Matemática formámos numa vila da Madeira. São apenas dois exemplos, mas que servem para alertar todos os que lerem este artigo que, com as dificuldades por que tantas famílias estão a passar, temos um mar de oportunidades de trazer mais alegria à nossa vida levando mais alegria à vida dos que precisam! Mesmo que nos sintamos incapazes de sozinhos tomarmos grandes iniciativas, procuremos quem as queira tomar connosco ou tratemos de nos inserir em iniciativas que outros já iniciaram. É impressionante o que conseguimos fazer, apoiando-nos uns aos outros. Nem a crise nos conseguirá deprimir, nem a depressão arranja espaço para se instalar, porque estamos “cheios” de boas sensações. Os nossos projectos de vida começam a desenhar-se à nossa frente. As prioridades até, talvez, se alterem ou se diversifiquem. Haverá mais gente a partilhar as suas alegrias connosco e, consequentemente, a termos mais alegria na nossa vida. Continuando nas opções que fiz, aquelas que nunca me fizeram hesitar incluem a escolha do curso que tirei: a alegria que surgiu de aprender aplicações da Matemática, de sentir vontade de aprender mais e de constatar que tinha adquirido os conhecimentos que mo permitiam. E, continuando no tema deste texto, a alegria que sinto quando consigo tornar claro para os meus alunos conceitos que me custaram a perceber, quando aplico o que aprendi para realizar trabalhos tão interessantes quanto necessários, ou quando chego a algum resultado novo, contribuindo para a evolução da ciência (alheia à crise, porque a investigação em Matemática não acarreta custos elevados) . Não tenho dúvida que esta é a vida que Ele nos veio ensinar a viver. _ RITA VASCONCELOS Presidente do Colégio Universitário da Sociedade do Conhecimento da UMa 08 09 MAI. 2012 MAI. 2012 QUANDO OS GRANDES ERAM PEQUENOS _ ISABEL SANTA CLARA A infância é um lugar enorme e labiríntico, onde as histórias se misturam com o vivido, ou melhor dizendo, são coisas vivas. Havia uma senhora, conhecida pela Veloso, ao que parece afilhada da minha avó, que vinha a casa contar histórias. Vestia de preto, como convinha à sua situação de viúva, e trazia sempre dois acessórios há muito caídos em dessuetude: o chapéu e a caixinha de rapé. Nessas tardes com cheiro a férias juntavam-se as primas, havia lanche com sumo de maracujás acabados de apanhar, ficava tudo à volta dela sentado, sem perder pitada das suas versões de contos populares. Contava pausadamente, criando suspense, intercalando a narrativa com apartes e pitadas de rapé. Aquelas histórias tinham os ingredientes todos: príncipes e princesas, moiras encantadas, pombas brancas, fadas boas e más, monstros de sete cabeças, coisas que aconteciam três vezes, castigos e recompensas e, claro, a garantia de que as personagens merecedoras viveriam felizes para sempre, enquanto as maldosas seriam desterradas ou se finariam com um grande estoiro. Tinham também, de quando em vez, a cadência encantatória de algum estribilhos: “E quem isto ouvir e contar, em pedra mármore se há-de tornar”, “Pata aqui, pata ali, filha do rei a guardar patos, foi coisa que eu nunca vi” e rematavam com “vitória,vitória, acabou-se a história”. Quando lhe perguntavam onde tinha aprendido aquelas histórias todas, a Veloso dizia que tinha lido tudo em livros e, efectivamente, encontrei mais tarde muitas delas em recolhas como as de Teófilo Braga ou de Ana de Castro Osório — O príncipe com orelhas de burro, Os sete vimes, O sabor dos sabores, O príncipe e o filho do sapateiro, O homem da moca, etc. Não resistia, no entanto, a introduzir as suas variações, pois não encontrei em lugar nenhum outras como a da menina do tamanho de um polegar, que conseguiu descer de uma cómoda alta graças aos seus cabelos compridos. Parece-me ser esta uma fusão da Polegarzinha de Hans Christian Andersen com a Rapunzel dos Irmãos Grimm, enriquecida com descrições pormenorizadas, quase de recorte ergonómico, de como lidar com objectos desadequados ao seu tamanho. A história de maior sucesso era a da Maria Sabedina, rapariga muito esperta, como o nome indica, que o rei veio de noite esfaquear, só que ela tinha posto uma botija de mel no peito, sobre o coração, por isso não morreu. Saltou foi uma gota de mel para a boca do rei, que exclamou: “Ai Maria Sabedina que na vida foste fel e na morte foste mel”. (O sucesso deste conto não vinha desta parte, mas de outra mais picaresca que não digo aqui...) Ao longo do tempo, mais desbotado o casaco, mais deformado o chapéu, mais baralhada a memória, ia saltando episódios e misturando enredos. A gente reclamava que da outra vez ela tinha contado de outra maneira, mas acabava por se render à sua forte argumentação: também pode ser assim, dizia. Quando desapareceu, as histórias dos livros guardaram muito tempo a sua voz — a Veloso a contar histórias, garanto-lhes eu, não há Canal Panda que lhe chegue aos calcanhares! Veio depois a era dos livros dos Cinco, vindos na Casa Figueira nos dias de anos, veio a descoberta da claridade dos textos da Sophia de Mello Breyner, veio, em 1964, o deslumbramento e a voracidade com que explorei as estantes da biblioteca Gulbenkian, vieram, ainda mais tarde, os livros que fui comprando e que estão aqui a olhar para mim enquanto escrevo. Entretanto, a minha memória misturou já muito o que ouvi, o que li e o que inventei, mas a memória é isso mesmo, uma indestrinçável amálgama de verdades e efabulações. _ ISABEL SANTA CLARA Docente da UMa 10 11 MAI. 2012 MAI. 2012 © ARIWASABI / PhotoXpress Inc DE MÃE A CHEFE O papel da mulher tem mudado ao longo dos tempos. Desde a luta por direitos básicos ou pelo acesso ao mercado de trabalho (na I e II Guerras Mundiais), o sexo feminino tem vindo a conquistar benefícios que contribuem para a igualdade entre géneros. Desde a antiguidade, a figura feminina está ligada à reprodução, à lida da casa e ao cuidar; a sua função submeteu-se e limitou-se ao mundo doméstico. Contudo, as vicissitudes históricas alteraram, gradualmente, o panorama. A Revolução Industrial, por exemplo, lançou as mulheres no mercado fabril, fazendo a distinção entre aquele que era o trabalho em casa, do trabalho renumerado nas fábricas. Desde sempre, a questão do género suscitou polémicas, destacando-se, entre outros aspectos, o facto de a mão-de-obra feminina ser sempre mais barata e entendida como menos capaz do que a masculina. Com a inserção no mercado laboral, as mulheres foram obrigadas a equilibrar estes dois mundos. As suas lutas abrangeram diversas causas, indo ao encontro da igualdade. O século XIX marcou a luta feminina, iniciando-se, assim, conquistas fulcrais na evolução e na demarcação do papel da mulher no meio laboral. Em Portugal, por exemplo, no ano de 1867, com a criação do primeiro Código Civil, alcançaram-se progressos no que concerne à situação das esposas e mães. A partir desta época muitas outras vitórias foram alcançadas. No século XX, foi concedido o direito de voto a mulheres com um grau universitário ou com o secundário concluído (condições abolidas algumas décadas depois); concede-se acesso à magistratura, ao serviço diplomático e à administração local e nomes como o de Maria Teresa Lobo, Maria de Lourdes Pintassilgo e Mariana Calhau Perdigão são pioneiros no acesso ao Governo. 1980 fica marcado pela ratificação por Portugal da Convenção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as Mulheres. Ainda assim, o crescimento profissional das mulheres tem sido marcado por algumas diferenças (não só em Portugal), ao nível dos salários, regalias, entre outros aspectos. Contudo, as mulheres assumem cada vez mais lugares de destaque, conseguindo conciliar a vertente pessoal com a profissional. Têm vindo a conquistar o mercado de trabalho, ocupando, desde 2000, três quartos dos novos empregos criados na Europa (Comissão Europeia, 2009); Nas universidades estão em maioria; Assumem cargos políticos, representando quase 30% do total de deputados no Parlamento Nacional; em 2009, eram já 8% as mulheres empresárias na União Europeia; têm livros com dicas de sucesso inspirados em si; provou-se que a sua inteligência emocional as torna mais aptas para lidar com relações humanas, (regidas pela empatia e protecção) o que as torna melhores líderes. É um facto que ainda há muito para fazer a fim de dissolver disparidades, mudar mentalidades e alcançar equilíbrios, mas é importante ressalvar que a mulher deixou de estar confinada à cozinha e à lida da casa. É possível percorrer o caminho… de mãe a chefe! _ VERA DUARTE 12 13 MAI. 2012 MAI. 2012 De acordo com dados da Webroot (empresa britânica especializada em segurança) quatro em cada das empresas dos Estados Unidos e da GrãBretanha bloqueiam o acesso ao Facebook, três ao Twitter e duas não deixam que os funcionários acedam ao Youtube. © MARC DIETRICH / PhotoXpress Inc O EMPREGO E O FACEBOOK Desde a criação da empresa de Mark Zuckerberg que a privacidade viu alterada a sua essência. Os próprios utilizadores do Facebook têm perfeita noção disso. Entre diversas funcionalidades, como partilhar conteúdos diversos está o facto de o podermos fazer apenas com quem queremos, dando uma privacidade extra ao seu perfil. Até aqui nada de novo foi dito. Agora imaginemos que ao chegar a uma entrevista de emprego o entrevistador solcicitava ver o seu Facebook. Num mundo em que a privacidade passou para um nível on-line, Justin Bassett, um estatístico residente em Nova Iorque que estava a ser entrevistado para uma vaga numa empresa de lobbying foi confrontado com esta situação recusou-se a dar a sua passe e acabou desistindo da candidatura de emprego. Este não é um caso único nos Estados Unidos e a moda pode perfeitamente pegar na Europa. O senador Chuck Schumer, escreveu numa declaração enviada à Associated Press que “numa época em que cada vez mais informação pessoal – e as nossas interacções sociais privadas – está online, é essencial que todos os indivíduos sejam autorizados a decidir por eles próprios que informação pessoal querem tornar pública e a proteger a informação pessoal dos seus potenciais empregadores. Isto é especialmente importante durante um processo de contratação, quando todo o poder está concentrado num dos lados”. A reacção de vários estados americanos é avançar com leis que proíbam este tipo de acções por parte dos empregadores. Mark Zu- ckerberg e a sua empresa ameaçam processar quem cometer este delito contra a privacidade do entrevistado e afirma que “enquanto utilizador do Facebook, não deve ser forçado a partilhar a sua informação privada apenas para garantir um emprego”. Será que com as dificuldades de hoje, tanto em manter como encontrar um novo emprego, as pessoas não cederiam à pressão? Será que para ter emprego não abdicariam da sua vida privada? É importante lembrar que, se por alguma razão, um utilizador da rede decide tornar públicos comportamentos geralmente protegidos pela reserva de intimidade da vida privada, não está a renunciar a esse direito mas sim a exercê-lo de forma autónoma. _ RÚBEN CASTRO 14 15 MAI. 2012 MAI. 2012 EU E O MEU CORPO O corpo é o meio que o ser humano dispõe para se relacionar com o mundo e que possibilita a sua apresentação aos outros. Com a evolução da sociedade, o corpo passou a constituir uma das maiores preocupações do Homem, tornando-se inclusive objeto de publicidade e mote para obras de arte. Numa sociedade como a nossa, tão centrada na imagem, é comum observar-se uma preocupação com a aparência, podendo esta afetar profundamente o modo como as pessoas se relacionam. Ter cuidados básicos de higiene e pensar na sua imagem de uma forma desprendida e tranquila é um comportamento normal e saudável. No entanto, tal preocupação poderá tornar-se prejudicial quando a inquietação com o seu aspeto se torna persistente, ao ponto de sentir-se mal consigo próprio e de se afastar de outras pessoas. De facto, e ao contrário de Narciso, que se apaixonou pelo próprio reflexo, são muitos os jovens que têm uma visão distorcida do seu corpo e que não se sentem satisfeitos com o que veem refletido no espelho. Num estudo sociológico, 58% das jovens participantes afirmaram estar acima do peso, quando na verdade, apenas 17% destas tinham um peso acima da média. © DASH / PhotoXpress Inc COMO OBTER UM CONCEITO MAIS POSITIVO SOBRE A SUA IMAGEM? Conhece aquele tipo de espelhos que distorcem a imagem? Quando se vê refletido neste espelho, pode parecer maior ou menor do que realmente é, o que não corresponde totalmente à realidade... É, POR ISSO, IMPORTANTE FAZER UMA AVALIAÇÃO HONESTA DA SUA IMAGEM. Lembre-se: o peso é apenas um número e não traduz nem o tipo de corpo que tem, a massa muscular, a estrutura óssea, nem a sua beleza. DESENVOLVA UMA ATITUDE EQUILIBRADA. Um jovem pode começar uma dieta rigorosa, aparentemente inofensiva, para perder alguns quilos. No entanto, ao atingir o seu objetivo não se sente satisfeito e decide perder mais uns quilos, depois outros e mais outros. É desta forma que perturbações como a anorexia podem surgir. A anorexia pode desenvolver-se de uma forma muito subtil, sustentada por um padrão de comportamento alimentar muito desadequado, um controle patológico do peso e uma distorção da imagem corporal. Embora seja maior o número de raparigas a sofrer de anorexia, também os rapazes têm vindo a apresentar comportamentos e pensamentos desadequados em relação ao corpo. TENHA EM ATENÇÃO QUE O PADRÃO DE BELEZA MAIS COMUM NA NOSSA SOCIEDADE É IRREALISTA. As fotografias de modelos, atrizes... que encontra nas revistas são manipuladas, por questões de estética e em busca do que é considerado perfeição. Note-se que, em algumas sociedades, o padrão de beleza diverge do mundo ocidental, pois são as mulheres com mais peso as mais valorizadas. LEMBRE-SE QUE A MAIOR RIQUEZA ESTÁ NA DIFERENÇA. Caraterísticas distintas diferenciam as pessoas entre si, tornando-as únicas. É pois importante valorizar as suas singularidades, encontrar os aspetos positivos que tem e rodear-se de pessoas que o aceitem. Ter uma imagem positiva do próprio corpo é fundamental para o seu bem-estar psicológico. SERVIÇO DE CONSULTA PSICOLÓGICA Tlm.: 918 159 467 http://scp.uma.pt [email protected] _ SCP-UMa Serviço de Consulta Psicológica da Universidade da Madeira 16 17 MAI. 2012 MAI. 2012 Egrejos EM PORTUGUÊS ESCORREITO Nas escolas, em geral, dominam os dicionários básicos, elementares, com um número limitado de entradas. O nosso progressivo enriquecimento lexical obriga-nos a consultar dicionários cada vez mais completos, como o Houaiss. Descobrimos, então, que o nosso domínio linguístico é elevado, quando as nossas exigências ultrapassam os limites daqueles dicionários escolares, normalmente pequenas ou médias edições de bolso. _ HELENA REBELO Docente da UMa © DASH / PhotoXpress Inc 10% Igreijos esasserbou-se 33% 10% Igreijios 24% Exacerbou-se 90% Egrégios 33% Os nossos “.………………….. avós” são pouco lembrados. Nos últimos dias, a doença ………………….. ; já não há nada a fazer. egrégios / igrejios / igreijos / egrejos ezacerbousse / exacerbou-se / esasserbou-se / esasserbousse SOLUÇÃO Os nossos “egrégios avós” são pouco lembrados. SOLUÇÃO Nos últimos dias, a doença exacerbou-se; já não há nada a fazer. EXPLICAÇÃO Quando cantamos o hino nacional, damo-nos conta da existência do adjectivo “egrégios” a qualificar “avós”. Quem já foi procurar o sentido deste vocábulo num dicionário sabe que é sinónimo de “notável” (notáveis). Como é pouco usado, além do sentido, também o seu significante poderá causar algumas dúvidas. Pela sua sonoridade, haverá uma tendência para o associar a “igreja”, grafando “egrégios” com “j”, mas não têm nenhuma relação. Aquele vem do Latim, “egregius” (distinto, notável, superior, eminente), conservando a sua forma original, enquanto “igreja” tem origem no termo grego “ekklesia” (assembleia por convocação). EXPLICAÇÃO A forma verbal “exacerbar-se” é de uso pouco frequente. Contudo, pode ocorrer no discurso mais cuidado. O dicionário é, então, um instrumento indispensável para compreender, plenamente, o alcance de “exacerbar-se”. Significa “tornar-se mais violento” ou “tornar-se mais intenso”. Formou-se a partir de “acerbar” (Latim: “acerbare” – fazer amargoso, azedar, inflamar (a ferida), agravar, exagerar), com o prefixo “ex” (de “es” a indicar, certamente, intensidade). DE MOCHILA ÀS COSTAS EM MAYRHOFEN Mayrhofen. Local que fica bem além da Pérola do Atlântico. Fica na Áustria, a cerca de 4 horas de avião desde o Funchal até Munique. Depois, pode ir de comboio ou de táxi-carrinha até ao destino final. Esta cidade, situada no belíssimo vale de Zillertal, distrito de Tirol, deslumbra-nos com uma paisagem invulgar, rodeada pelos Alpes. Virada para o turismo, é o sítio ideal para quem gosta da natureza. Aqui encontra várias actividades todo o ano. No Inverno, faça ski ou snowboard, aproveite para visitar o White Lounge, e termine o dia num dos bares da cidade de Aprés Ski. No Verão, traga a bicicleta para a montanha, faça caminhadas por entre os trilhos das montanhas ou aproveite para ter outra panorâmica sobre a cidade fazendo parapente. Também podem praticar escalada, rafting, canyoning e não só. O repertório cultural na Áustria é muito vasto. Juntamente com as últimas tendências e festivais musicais, os turistas que visitam Zillertal podem esperar divertidas performances de teatro, eventos tradicionais e delícias culinárias, em qualquer época do ano. Aqui não há conflito entre fortes tradições e a vida moderna. Há espaço igualmente para a actuação de grupos de música tradicional como para festivais como o Snowbombing. Para os amantes da música, neve e sol, este é um evento a não perder. Nomes como Fatboy Slim, Madness, 2ManyDJs e Mylo já por lá passaram, naquele que é considerado o maior espectáculo musical na neve. Mais informações visitem: www.mayrhofen.at _ RÚBEN SOUSA 20 MAI. 2012 ESTÓRIAS DO ARCO DA VELHA _ DIÁLOGOS Um centro comercial. Dois homens num elevador. - Podiam colocar outra música. O outro encarou-o de alto a baixo. Era irónico que um louco vestido a super-homem pudesse dizer mal daquela música. - Que tem contra ela? - Simplesmente não gosto. - Mas porquê? O homem da capa vermelha olhou para o outro e uma manifestação de compreensão deslizou pelo seu rosto abaixo. - Espere lá. Você é o autor desta música, não é? Jorge… - Palma. Sim, sou eu. - Muito prazer. Sou o Super-Homem. - Ainda não me disse porquê não gosta da minha música. - Não gosto porque a sua voz não é bonita. Não me diga que se considera um Elton John! E depois esta letra, não sei, parece-me estranha. Para quê é que o senhor pede tanto que se encostem a si? Jorge encontrava-se muito corado e avançou em direcção à porta quando esta deu sinais de que iria abrir. - Para onde vai? - perguntou o outro. - Quer fugir dos seus problemas? Sente-se aqui e vamos ter uma conversinha - pegou no cantor e sentou-o a um canto do elevador. - Diga-me o que lhe vai no coração. Sente-se pouco amado pela sua mulher? - Bem… - É isso, não é? - Eu… - Os seus filhos, com certeza, não lhe ligam nenhuma. - Eu… - Pois, eu sabia. Os filhos são uns ingratos. Por quê não arranja uma amante? - Mas… - Ah, já tem. Seu safado. Quantas vezes tem relações sexuais por semana? - Hum… - Já lhe perdeu a conta, não é? E que outros vícios tem? Cheira-me a álcool… - Não… - É alcoólico, portanto. E gosta de um pokerzinho, não? Jorge suspirou. O dia iria ser muito longo. _ VALENTINA SILVA FERREIRA Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra 22 MAI. 2012 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA “numa gravidez precoce tanto a mãe como a criança podem sofrer graves riscos de saúde” Apesar do forte reforço colocado nos estabelecimentos de ensino sobre os perigos do sexo sem preservativo, muitos adolescentes continuam a praticá-lo como se de nada soubessem. Um dos maiores problemas provenientes de tais atitudes é precisamente a gravidez nesta idade, que continua a ser uma realidade para muitas jovens, mesmo com a despenalização e legislação do aborto, no nosso país desde 2007. Pelas mais variadas razões, muitas jovens optam por manter a gravidez, mesmo sem estarem cientes dos riscos de saúde que correm, nem dos problemas que poderão enfrentar, seja a nível monetário, social ou mesmo profissional. Por exemplo, numa gravidez precoce tanto a mãe como a criança podem sofrer graves riscos de saúde. Em relação aos problemas que poderão ocorrer à progenitora, temos casos como a morte no parto ou no puerpério (pós-parto), parto prematuro, anemia e baixo ganho de peso. Para o recém-nascido incidem maiores índices da morte do feto no útero ou durante o parto, recém-nascidos de baixo peso, hospitalizações por infecções ou acidentes durante toda a sua infância. No próprio meio social, a adolescente é privada de certos aspectos que são necessário ao desenvolvimento na Adolescência, como actividades próprias para a sua idade ou inclusão de grupos de amigos. A nível familiar nota-se também, devido a pressões sociais, uma dificuldade na aceitação da ideia da gravidez, dificultando um apoio familiar adequado. Existe ainda o facto de muitos jovens não terem independência financeira, o que obriga muitos pais assumir os cargos da criança. No entanto o jovem casal, muitas vezes apenas a jovem mãe, é obrigado a abandonar os estudos para ajudar os próprios pais financeiramente, ou até para manter o seu papel de mãe, sendo extremamente difícil educar uma criança e seguir para o Ensino Superior. Existem porém muitas jovens que conseguiram superar tais dificuldades. Com muito esforço e força de vontade, foram capazes de acompanhar o crescimento dos seus filhos enquanto continuaram os seus estudos, talvez nem sempre com os melhores resultados, algumas, com certeza, até capazes de manter um emprego enquanto estudavam. É necessário não esquecer também o papel dos jovens pais que muitas vezes mantêm-se ao lado das suas companheiras, apoiando-as e ajudando-as nesta tarefa tão difícil que é criar uma criança numa fase tão tenra das suas vidas. Por muito difícil que seja, por mais impossível que nos pareça, não devemos ignorar o facto de que o ser humano é sempre capaz de superar qualquer dificuldade, desde que tenha a força de vontade necessária, e o apoio daqueles que lhe são mais próximos é sempre uma mais-valia. _ JOÃO ANDRADE © MONART DESIGN / PhotoXpress Inc 24 MAI. 2012 NA UMa ERA BOM … “... não pagar propinas.” João Nunes, Economia “... que os estudantes menos favorecidos tivessem o transporte facilitado para a universidade.” João Roque, EIRE “... que houvesse mais estacionamentos para os carros.” Manuel Fernandes Eng. Civil “... que houvesse mais segurança nas zonas de estacionamento.” Nuno Tito, Eng. Civil “... que as diferenças se completassem e que o conhecimento todos divulgassem.” Beatriz Gonçalves, Psicologia “... ter mais variedades de snacks nas máquinas.” Janete Gonçalves, Enfermagem 26 27 MAI. 2012 MAI. 2012 AMNISTIA INTERNACIONAL: A CAMINHO DE UM SÉCULO DE VIDA A 28 de maio a Amnistia Internacional encerra as celebrações do seu 50.º aniversário, que começaram há precisamente um ano. Ao mesmo tempo começa o caminho para mais meio século de luta pelos Direitos Humanos. Um momento crucial para lembrar os grandes feitos e planear o futuro. Alguns leitores (se não todos) devem lembrar-se do filme Regresso ao Futuro. Neste artigo pretendemos fazer-vos mais ou menos o mesmo que às personagens, ou seja, transportar-vos até ao passado, para vos trazermos de volta ao futuro. Tal como no filme, para alguns dos leitores a viagem começa quando nem sequer tinham nascido: em 1961. Num dia como tantos outros, a 28 de maio, Peter Benenson, advogado britânico, viraria o rumo da História ao publicar no jornal The Observer um “Apelo para uma Amnistia”. Nele pedia aos leitores para, durante um ano, enviarem apelos em nome de seis pessoas detidas unicamente pelas suas opções políticas. Um movimento que no ano seguinte deu origem a uma organização não governamental. Nascia 1. 2. 3. assim a Amnistia Internacional e, 50 anos depois, muitas mudanças há a assinalar no mundo em termos de Direitos Humanos. Pensando ainda em prisioneiros políticos, cinco anos após a publicação do artigo de Peter Benenson a Amnistia Internacional e os seus ativistas tinham já conseguido libertar 1.000 pessoas e três anos depois os números iam nos 2.000 presos libertados. Desde então, estes dados não pararam de aumentar. Em 1972, a Amnistia Internacional lançava-se naquela que seria a sua primeira campanha, com vista à abolição da tortura e alguns anos depois, em 1984, as Nações Unidas adotavam a Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. A esta seguiram-se outras campanhas, enquanto outros tratados internacionais de Direitos Humanos foram sendo adotados. A Amnistia Internacional orgulha-se de ter contribuído para todos eles, pois acredita que mudar o mundo exige alterar as normas (erradas) que o regem. Tudo isto prende-se com os chamados Direitos Civis e Políticos, que nos últimos 50 anos foram cada vez mais (globalmente) reconhecidos. Menos relevo tem sido dado aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, cujas violações se agravam em períodos de crise como o que vivemos. A Amnistia Internacional começou a trabalhar estes direitos em 2001 e é neles que aposta (mais fortemente) neste caminho em direção a um século de vida. Para os promover e defender conta com novas “armas”, como um ativismo facilitado pelas novas tecnologias e redes sociais. Mas sabe também que este pode ser “um pau de dois bicos” e que novos desafios têm de ser en- frentados, como as violações dos Direitos Humanos perpetuadas pelo mundo empresarial e a crescente importância dos países do hemisfério Sul do mundo. É uma nova era para a Amnistia Internacional, que começa a 28 de maio! Acompanhem-na em www.amnistia-internacional.pt. _ AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL _ LEGENDAS 1. © Jungha Lee Membros da Amnistia Internacional da Coreia do Sul celebram o 50.º aniversário recriando os post-it que caracterizam a organização 2. © Amnistia Internacional Uma das muitas ações desenvolvidas em todo o mundo pela Amnistia Internacional em nome da abolição da tortura. Aqui na Índia, em 1982. 2. © Amnistia Internacional Uma manifestação de apoio aos povos do Médio Oriente e Norte de África, este ano, em Londres. Os telemóveis invocam o papel das novas tecnologias na chamada ‘Primavera Árabe’. 28 29 MAI. 2012 MAI. 2012 CORTEI AS FITAS. E AGORA? _ CARLOS DIOGO PEREIRA Arranjar um emprego, exercer uma actividade laboral melhor ou aumentar as suas habilitações literárias, são algumas das hipóteses que se julgam serem as opções do graduado. Como fazê-lo? As ofertas de emprego podem apresentar-se de maneiras distintas e cabe ao futuro candidato adequar-se a cada oferta, mediante os requisitos que esta apresente. A forma como são divulgadas essas ofertas, podem servir de limitação do perfil dos candidatos, logicamente. Dessa forma o melhor é ficar atento aos classificados de jornais locais, nacionais e internacionais, a programas de emprego e a bases de dados. Normalmente são os empregadores quem publicitam as suas necessidades, contudo existe uma via em que o candidato se auto propõe à futura entidade empregadora. A isto chama-se candidatura espontânea a qual deve ser feita preferencialmente pela entrega do currículo pessoalmente ao responsável da instituição ou dos seus recursos humanos e deixando sempre a disponibilidade para entrevista ou para realização de um estágio, por exemplo. O importante é ser honesto, estar informado sobre a natureza da entidade e da função à qual se candidata e mostrar um currículo que dê relevância às actividades que desenvolveu ou à formação que tem na área que afecta essa actividade laboral. Na UMa, o apoio dado aos recém-licenciados na procura de emprego é da responsabilidade do GPC/Clube de Emprego da UMa. Em www.gpc. uma.pt estão disponíveis informações e modelos práticos para construção de currículos, cartas de apresentação e outras preparações, su- gestões úteis para responder a anúncios e de preparação para entrevistas de trabalho. Também surgem algumas ofertas e programas de emprego, de formação profissional e de estágios profissionais locais, nacionais e internacionais. Muitas universidades têm bases de ofertas de empregos para os seus licenciados, mas sendo que estas são abertas a todos os cibernautas, pode sempre fazer uma procura nas páginas das várias instituições, além de recorrer aos locais mais tradicionais como o do Instituto do Emprego e Formação Profissional ou o Instituto de Emprego da Madeira. Pode e deve inscrever-se em várias bases de emprego nacionais e internacionais, que lhe permitem receber com regularidade as propostas que vão surgindo para as condições que especificou quando nelas se inscreveu. A www.expressoemprego.pt (versão digital do suplemento de emprego do Expresso) e o EURES – Portal Europeu de Mobilidade de Emprego, são algumas das mais usadas pelos portugueses. Se está a pensar em ir trabalhar para fora do país, a maior parte das embaixadas em Portugal têm páginas digitais com informação específica para procura de emprego nos países que representam. Leia com atenção o que nelas é dito, porque as regras laborais não são comuns a toda a União Europeia. Às vezes só precisamos de pequeno empurrãozinho! Mas como dizia Ricardo Fabrício, docente da UMa, o segredo do sucesso na procura de emprego é a sua gestão. Assim, organize-se. 30 31 MAI. 2012 MAI. 2012 © ATLANTISMEDIA / PhotoXpress Inc TURISMO RELIGIOSO O turismo religioso, cada vez mais solicitado por aqueles cujas economias ainda o permitem, difere dos outros segmentos do mercado do turismo por ser exclusivamente direccionado para as questões de fé. Por esse e por outros motivos, este tipo de turismo está maioritariamente associado ao calendário religioso da localidade onde se pretende exercer este tipo de actividade, muitas vezes apelidada de peregrinação. Ao contrário do que parece ser a realidade actual no seio das crenças religiosas, o turismo religioso tem aumentado cada vez mais um pouco por todo o Mundo, tendo como foco dos seus acontecimentos locais como o Vaticano, Meca, Fátima, Jerusalém, Lourdes (França) e Varanasi (Índia). Todos os anos, grandes massas religiosas movem-se para estes locais para simplesmente conhecer locais sagrados ou por obrigação assumida. Exemplo disso é a religião islâmica que obriga a que cada praticante peregrine pelo menos uma vez na vida até Meca, tendo que depois efectuar no local um ritual descrito no seu livro religioso, o Alcorão. Quanto ao nosso país, muitas das peregrinações a Fátima têm como propósito pagar promessas que foram feitas pelos fiéis. Em Portugal, já assistimos às peregrinações desde há muito tempo, muito por força dos três pastorinhos que viveram e testemunharam as aparições ocorridas entre 1916 e 1917 na Cova da Iria. Lúcia, Francisco e Jacinta foram os três pequenos pastores que, a 13 de Maio de 1917, se depararam com a Virgem Maria iniciando assim um ciclo de grande história religiosa no nosso país. Desde essa data que se vem constatando que, a cada ano que passa, são cada vez mais os adeptos deste tipo de actividade. Actualmente, segundo a Secretaria de Estado do Turismo, esta prática religiosa representa cerca de 10% do movimento turístico total de Portugal, movimentando cerca de sete milhões de pessoas por ano e gerando receitas anuais na ordem dos setecentos milhões de euros. Estas quantias não são, no entanto, significativas em relação aos mesmos dados a nível mundial sendo que por ano, em todo o Mundo, entre 300 a 330 milhões de pessoas geram cerca de 18 mil milhões de euros neste sector. Outros dos locais nacionais ligados à exploração do turismo religioso são o Santuário da Senhora da Penha em Guimarães, o Convento de Mafra e o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Estes e muitos outros locais ditos religiosos fazem parte de um todo avaliado em 75% do património nacional. É dito, por normal, que sejam alvo de muitas visitas visto que não são apenas monumentos religiosos. Em todo o Mundo, muitas são obras de arte tocadas por vários artistas que deixaram o seu nome imortalizado na Terra. É o caso da Capela Sistina no Vaticano, cujo tecto foi tocado por Michelangelo e Rafael Sanzio, entre outros. Locais deste tipo não são apenas visitados por crentes mas também por grandes apreciadores de arte, arte intemporal. _ TIAGO ORNELAS 32 33 MAI. 2012 MAI. 2012 Rs4e O FUTURO É DE QUEM O FAZ _ CAROLINA MARTINS © Imagens cedidas por Carolina Martins Teve início no passado dia 2 de Abril o curso intensivo de Empreendedorismo e Inovação Empresarial levado a cabo pelo Centro de Empresas e Inovação da Madeira e pela Vice-Presidência do Governo Regional com o projecto rs4e – road show for entrepreneurship. Participaram neste projecto 70 alunos vindos de 9 instituições de Ensino Superior distintas, entre elas o ISAL e a Universidade da Madeira, escolhidos de um total de 120 inscritos, sendo que o apuramento teve como critérios de selecção o n.º de ECTS realizados. Intensivo - é a melhor palavra para descrever este curso, no qual eu também participei e ao qual me refiro com a maior satisfação. Durante três dias, os alunos hospedados em S. Vicente, tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos nos módulos de “Criação de valor em Projectos Empresariais”, “Liderança e Team Building”, “Tecnologias e aplicações Web-based”, “Marketing e Inovação”, “Ferramentas de Análise Financeira”, “Como estruturar uma ideia de negócio?”e “Técnicas de apresentação”. À medida que os conhecimentos teóricos iam sendo interiorizados, o objectivo era criar uma ideia de negócio criativa, única e que trouxesse lucro. Para isso, o grupo inicial foi dividido em 2 turmas e em 14 grupos de trabalho, escolhidos aleatoriamente pela equipa do rs4e, mas tendo sempre em atenção a junção de alunos vindos de diferentes áreas de conhecimento: desde as ciências sociais, desporto, psicologia, engenharias e gestão. O resultado foi surpreendente: 70 escolhidos em S. Vicente, assustados inicialmente com a grandeza do projecto, mas que nunca desistiram. Durante 3 dias, trabalhámos arduamente, passamos pela chamada “noite negra”, mas conseguimos, todos, sem excepção! E no 3.º dia, meta final deste desafio, todos os grupos apresentaram com sucesso projectos inovadores e apaixonantes, que são a voz do futuro porque o futuro é de quem o faz! Foi com paixão que todos apresentaram os projectos e foi com a confiança em nós depositada que um júri composto por 7 elementos escolheu 3 vencedores: o 1.º prémio (viagem a Londres num programa de intercâmbio de empreendedorismo) para o projecto “Live Well in Madeira”, 3.º prémio (Prémio SDEM de 400€) para o projecto “Funxtrato”. É também com orgulho que posso dizer que o 2.º Prémio (Prémio Banif de 500€) foi entregue ao grupo 5, do qual faço parte, com o projecto “BeMadeira”. Numa última nota resta-me felicitar todos os grupos pelos projectos aliciantes, agradecer em nome de todos ao CEIM e à equipa do rs4e que esteve sempre à nossa disposição, bem como à equipa do ISCTE e AUDAX e aos coachers Rui Ferreira, Rodrigo Castro, Miguel Duarte, António Gaspar, Luís Martins e Cláudia Barbosa. A todos vocês, um grande obrigado, por terem sido mais do que uma equipa, uns amigos para todos nós! 35 MAI. 2012 A Rua de Santa Maria, situada na Zona Velha, foi a primeira rua da Madeira tendo já este nome desde 1430. Integrada no núcleo histórico de Santa Maria, uma Zona Classificada desde 1986, tem sido submetida a projectos de recuperação da área urbana. No entanto, e apesar da existência destes projectos, a zona de Santa Maria não sofreu alterações a grande escala, como algumas regiões do Funchal que também foram alvo de recuperação, mantendo algumas das características originais e o “bom velho charme”. Actualmente, a Rua de Santa Maria é conhecida em sequência de um projecto denominado Arte das Portas Abertas. A ideia de pintar portas surgiu originalmente em Valloire, Itália, em 1994 e aplicada no Funchal pela primeira vez no dia 20 de Agosto de 2010, por Martinho Mendes, no número 207 da Rua Carreira no Funchal, seguida da primeira porta da rua de Santa Maria, pelo artista Mark Milewsky, em 6 de Abril de 2011. O arranque deste projecto mostrou-se um processo complicado, pois os moradores mostraram alguma relutância e pouca receptividade, tendo sido difícil o contacto com os proprietários e a obtenção da autorização para a aplicação do projecto. Os alvos de pintura, escultura, fotografia e escrita, entre outros, são portas antigas e esquecidas, pertencentes a lojas abandonadas e que recuperam a “vida” com o trabalho e apoio de vários artistas, sendo o principal objectivo a sensibilização da população de modo a tornar novamente esta zona do Funchal atractiva e fonte de encanto tanto para os portugueses como para turistas, pois passa a ser uma das “passa- ARTE DE PORTAS ABERTAS gens obrigatórias” na Zona Velha, quanto mais não seja pela novidade e diversidade de obras de arte em que as portas foram transformadas. Quem pode participar neste projecto? Até tu podes! O projecto é aberto a qualquer pessoa que esteja disposta a oferecer a imaginação e a ajudar à recuperação e revitalização desta zona do Funchal. Se estás interessado, podes consultar mais informações em: http://www.arteportasabertas.com/ _ JOANA FRANÇA © Imagens cedidas por Joana França 36 37 MAI. 2012 MAI. 2012 GERAÇÃO DO IMACULADO DE COMPANHIA Numa altura de crise, em que as sociedades ocidentais vivem uma espécie de depressão coletiva, um grupo de jovens da freguesia do Imaculado Coração de Maria decidiu “arregaçar as mangas” e montou um grupo informal de jovens. Este grupo informal pretende organizar, de forma gratuita, inúmeras iniciativas em prol desta freguesia da cidade do Funchal. Assim sendo, o Grupo de Jovens do Imaculado elaborou um projeto, que visa aprimorar as relações de vizinhança e de proximidade através do voluntariado. O projeto denominado Geração do Imaculado de Companhia (GICO) foi inspirado nas comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intergeracional e tem como essência efetuar o voluntariado de companhia. Recrutou-se um grupo de vinte jovens voluntários que auxiliará os mais idosos da freguesia a efetuar tarefas diárias tais como, ida às compras, à farmácia, ao médico, ao hospital e a um passeio no Jardim. Esta ideia surgiu quando estes jovens constataram que existem 1285 idosos com mais de 65 anos num universo populacional de 6020 habitantes. Tornou-se pertinente que estas pessoas se sintam seguras, protegidas e felizes em residir na freguesia. Esta iniciativa pretende dar mais segurança aos idosos (porque quando estes estão acompanhados tornam-se menos vulneráveis) e prevenir riscos de acidente e quedas que afetam muito esta faixa etária. Trata-se também de uma forma de auxiliar as forças de segurança. Após o recrutamento de voluntários foi ministrada formação, com a duração de duas semanas, dada pela Casa do Voluntário, um dos parceiros do projeto, e posteriormente foi efetuada a identificação de caso através da Junta de Freguesia e da Segurança Social, também parceiros do GICO. Com os voluntários no terreno já estão agendadas algumas iniciativas de confraternização entre voluntários e idosos tais como; no dia 21 de junho de 2012 um passeio de autocarro ao Concelho do Porto Moniz e no dia 26 de julho, dia dos avós convívio do Jardim de Santa Luzia entre voluntários e idosos. Crê-se ser fundamental referir que a divulgação do projeto contou com a indispensável ajuda da Associação Académica da Universidade da Madeira (AAUMa), do Club Sport Marítimo e da Farmácia Funchal. Importa referir que todos os voluntários que abraçam esta causa dispõem, após seis meses de voluntariado, de um diploma outorgado pela Casa do Voluntário, muito útil na procura de um novo emprego. Por fim, disponibilizamos os nossos contacos para angariação de novos voluntários para o projeto. E-MAIL: [email protected] FACEBOOK: www.facebook.com/projetogico © Imagens cedidas por GICO 39 MAI. 2012 No dia 30 de Abril de 2012 comemora-se o 52.º aniversário do Jardim Botânico da Madeira (criação oficial a 30 de Abril de 1960). É uma instituição científica que se dedica a estudos botânicos, projectos de conservação e divulgação da flora e vegetação do Arquipélago da Madeira e Selvagens, assim como da flora exótica, introduzida ao longo dos anos na Região; simultaneamente convida todos os visitantes a um passeio e a um percurso pedagógico, apresentando uma colecção de plantas vivas originárias de diversas partes do planeta (a biodiversidade do mundo); diferentes colecções de âmbito científico e de história natural. NO JARDIM BOTÂNICO DA MADEIRA _ DIRECÇÃO REGIONAL DE FLORESTAS © YVANN K / PhotoXpress Inc Neste apontamento, propõe-se uma breve visita às diferentes colecções do Museu de História Natural, arquivo da história do passado e presente, do património natural da Região, os testemunhos são as colecções que na actualidade lá se encontram. Ao entrar na portaria principal do Jardim Botânico da Madeira e depois de apreciar a imagem de Carlos Azevedo Menezes (botânico madeirense) que se encontra entre a colecção de plantas da família Ericaceae, é fácil deparar-se com o edifício principal (uma construção dos fins do século XIX, inicio do século XX com uma arquitectura própria da época), sempre rodeado de plantas de diferentes famílias botânicas, ao caminhar sobre a calçada de pedras basálticas (calhaus rolados típicos madeirenses), o visitante tem acesso à casa onde se encontra o Museu de História Natural por uma pequena escada de cantaria basáltica. Na actualidade encontra três salas: * Uma sala à direita em que pode observar alguns exemplares do herbário (colecção de âmbito científico que consta de plantas secas organizadas cientificamente) - de realçar que este herbário foi iniciado em 1957, antes da criação oficial do JBM e foi-lhe incorporado o herbário histórico do Seminário do Funchal, o qual foi entregue à guarda e cuidado técnico do Jardim Botânico em 1979. Possui exemplares de plantas vasculares, avasculares e líquenes, espécies da Madeira e Macaronésia. * Na sala ao centro observa uma importante colecção de fósseis encontrados em S.Vicente, Porto da Cruz, Porto Santo e Santana, destacando-se os fósseis de moluscos, de equinodermes e dois exemplares de fósseis de espécies vegetais – o Zimbro (Juniperus turbinata subsp. canariensis) e a Tintureira (Frangula azorica- espécie dada como extinta na natureza na ilha da Madeira e já referido na Flora de Lowe). * Na 3ª e última sala o visitante observa uma importante colecção de aves migratórias, outras introduzidas, muitas residentes e endémicas como o Pombo Trocaz (Columba trocaz), o Bis-Bis (Regulus ignicapillus madeirensis), a Freira da Madeira (Pterodroma madeira); colecções de borboletas, de peixes, de mamíferos destacando-se um exemplar do Lobo-Marinho (Monachus monachus), de corais e de esponjas. É de realçar que o Museu reúne o espólio do antigo Seminário Diocesano do Funchal, o qual foi entregue à guarda do Jardim Botânico em 1982. 40 41 MAI. 2012 MAI. 2012 REDESCOBRIR A MADEIRA _ O ANTIGO QUARTEL DO COLÉGIO, REITORIA DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA © Imagens cedidas por Rui Carita Os Jesuítas chegaram para montarem um Colégio em 1570 e ocuparam este espaço em 1578. A construção do edifício tinha de ser aprovada em Roma, sendo a primeira planta enviada em 1575 e ainda outra em fevereiro de 1592, estando a ala sobre a Rua do Castanheiro levantada no final de 1599. Os edifícios do Colégio foram passando por alterações sucessivas, de acordo com as necessidades e os gostos das várias épocas. A situação da Companhia de Jesus foi muito difícil ao longo do século XVIII e a sua expulsão de Portugal foi entendida como objetivo prioritário pelo Marquês de Pombal, sendo extinta por toda a Europa, inclusivamente, em Roma. Só não foi extinta na Rússia, por oposição da rainha Catarina II, a Grande. O colégio do Funchal foi cercado em Maio de 1759, ficando ali presos e incomunicáveis os 18 jesuítas mais de um ano, até seguirem para Lisboa. Em 1768 começou a funcionar aí uma Aula de Geometria e Desenho, essencialmente dedicada ao ensino militar, em 1774, as aulas de Filosofia Racional e, nos inícios do século seguinte, o Liceu do Funchal. Entretanto, também ali foram aquarteladas as forças da fortaleza de São Lourenço, depois as inglesas das ocupações de 1801/1802 e de 1807/1814, só deixando de ser quartel em 1970. O Quartel do Colégio passou ao longo do século XIX por várias adaptações e diversos nomes, conforme as forças que o foram ocupando. O conjunto e os envolvimentos foram também sofrendo alterações, em 1847, com a ampliação da Rua do Castanheiro e, em 1865, com a construção do portão, data do encerramento da entrada da Rua dos Ferreiros, que em 2001 foi reabi- litada e passou a entrada nobre da Reitoria. Nas obras de reabilitação de 2001 também foram restaurados os empedrados com os emblemas das forças militares. Em 24 de junho de 1901 o Quartel do Colégio engalanava-se para receber o rei D. Carlos e pensamos que data dessa altura a execução daquela calçada. As forças militares saíram do Quartel do Colégio para o aquartelamento de São Martinho em 1970, altura em que o edifício foi cedido para instalação da Escola Preparatória, embora se tivessem mantido ainda nas instalações a Cooperativa Militar e a Banda Militar. Entre 1974 e 1980 fizeram-se os autos de cedência e de venda, ainda aqui tendo funcionado a Escola Superior de Educação da Madeira. Em 1988 o edifício era cedido para instalação da Universidade, que incorporaria aquela Escola Superior e, entre 1992 e 1993, com a passagem das aulas e dos departamentos da Universidade para o edifício da Penteada, só aqui ficaria instalada a Reitoria. _ RUI CARITA Professor Catedrático da UMa e Historiador 42 43 MAI. 2012 MAI. 2012 COMO FAZER UMA REVISÃO DA LITERATURA: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E PRÁTICAS. Há, sobretudo, duas inquietações que atormentam os mestrandos e outros alunos que embarcam na revisão da literatura para os seus trabalhos académicos. Uma é saber exactamente em que consiste e que utilidade tem a revisão da literatura e outra é saber quando se deve concluir, ou seja, quando se sabe que já se tem o suficiente. Vamos responder a estas perguntas e, também, sugerir passos sequenciais (e algumas pistas a seguir) numa revisão da literatura bem-sucedida. Quando um investigador se inicia no processo de revisão da literatura é pouco provável que o assunto tratado nunca tenha sido abordado por outra pessoa, pelo menos em parte ou de forma indirecta. Como afirma Quivy e Campenhoudt (2005), “tem-se frequentemente a impressão de que não há «nada sobre o assunto», mas esta opinião resulta, em regra, de uma má informação” (p. 50). Por outro lado, devem-se evitar dois erros apresentados por Carmo e Ferreira (1998), quando nos advertem para a “gula livresca ou estatística, que nos pode fazer afogar em sobre informação” e para o “desprezo pela disciplina que nos recomenda a prévia concepção de hipóteses e/ou de questões-bússula que funcionem como orientadoras da pesquisa, fazendo-a demorar mais e aumentando a imprevisibilidade dos resultados” (p. 45). Importância da Revisão da literatura A revisão da literatura é uma parte vital do processo de investigação. Aquela envolve localizar, analisar, sintetizar e interpretar a investigação prévia (revistas científicas, livros, actas de congressos, resumos, etc.) relacionada com a sua área de estudo; é, então, uma análise bibliográfica pormenorizada, referente aos trabalhos já publicados sobre o tema. A revisão da literatura é indispensável não somente para definir bem o problema, mas também para obter uma ideia precisa sobre o estado actual dos conhecimentos sobre um dado tema, as suas lacunas e a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento. Como nos informam Cardoso et al (2010) “cada investigador analisa minuciosamente os trabalhos dos investigadores que o precederam e, só então, compreendido o testemunho que lhe foi confiado, parte equipado para a sua própria aventura” (p. 7). Devido à constante evolução dos conhecimentos, deve-se começar por rever os trabalhos mais recentes primeiro e recuar no tempo. Propósitos de revisão de literatura num estudo de investigação a) Delimitar o problema de investigação: muitos estudos falham porque o investigador não delimitou bem o problema. A revisão da literatura mostra-nos como outros investigadores formularam as suas perguntas de investigação num campo de interesse tão alargado; b) Procurar novas linhas de investigação: Fazendo a revisão da literatura, você deve determinar que investigação já foi feita na sua área de interesse. Também deve ficar atento(a) para áreas que foram pouco investigadas. A sua experiência única pode também mostrar-lhe uma nova faceta que não foi contemplada por outros investigadores. Acontece mais em áreas pouco investigadas mas pode acontecer em áreas bastante investigadas aparecendo uma abordagem criativa e única. Por exemplo, uma aluna de mestrado queria estudar a liderança escolar; começando a rever a literatura verificou que a liderança escolar nos directores do 1.º ciclo ainda não fora estudada o que despertou o seu interesse uma vez que era professora do 1.º ciclo. c) Evitar abordagens infrutíferas: Na sua revisão da literatura, esteja atento(a) para linhas de investigação que provaram ser infrutíferas. Por exemplo, revendo a literatura, por vezes, encontramos vários estudos feitos ao longo dos anos usando metodologias semelhantes que provaram resultados pouco significativos. Mais estudos nessa área específica não servem propósitos importantes. d) Ganhar perspectivas metodológicas: Um erro que por vezes se faz é rever apenas os resultados do estudo ou relatório. A leitura geral pode dar-nos ideias para o nosso desenho metodológico. e) Identificar recomendações para investigações futuras: Estudos de investigação, muito frequentemente, terminam com mais questões de investigação e sugestões para outras investigações. Muitos alunos de mestrado e doutoramento encontraram as suas ideias de investigação em outros estudos. 44 45 MAI. 2012 MAI. 2012 Qual a extensão da revisão da literatura? Uma das grandes frustrações com que se confrontam os mestrandos e outros alunos é determinar a extensão da revisão da literatura. Não caia no erro de pensar que deve mencionar todos os livros e artigos que encontrou ou leu. A revisão da literatura não é uma compilação de cada livro e artigo relacionado com o seu tópico. Deve sempre ser selectivo(a) e incluir só a informação mais relevante. Quando sabe que já tem o suficiente? Não há uma resposta precisa mas podemos dizer que você sabe que é tempo de parar quando começar a encontrar repetidamente as mesmas referências e não encontra novos recursos. É costume dizer-se que se pode parar quando se atingiu o “ponto de saturação”, isto é, quando já não se encontram ideias nem resultados novos, pois isso significará que já se domina bem o assunto em estudo. Dum modo geral, muitos orientadores esperam que se faça entre 30 e 50 páginas de revisão em estudos de um ano. Contudo, muito depende da complexidade do seu tópico e da preferência do seu orientador por isso deve perguntar-lhe. Pela nossa experiência, uma boa revisão da literatura pode levar cerca de três a cinco meses em estudos de um ano. Passos a seguir numa revisão da literatura Uma revisão abrangente envolve essencialmente quatro passos: 1.º Identificar palavras-chave ou descritores. A primeira coisa a fazer é constituir uma série de descritores ou lista de palavras-chave relacionadas com o seu tópico para fazer a pesquisa nas bases de dados e nos mo- tores de busca. 2.º Rever fontes secundárias. Fontes secundárias são aquelas que são escritas por autores que interpretam os trabalhos de outros. Incluem resumos, enciclopédias, dicionários temáticos e manuais. São importantes porque combinam conhecimento a partir de várias fontes primárias e dão uma visão geral rápida sobre o assunto. 3.º Recolher fontes primárias. Nesta fase determine quais livros e artigos são mais relevantes para o seu estudo e recolha cada uma das fontes primárias. As fontes primárias contêm os trabalhos originais de autores e investigadores. Recolher literatura primária consiste em localizar, ler na diagonal e fotocopiar livros e documentos relacionados com o seu estudo. Dois tipos de literatura que deve rever: literatura teórica e literatura empírica. A maioria das dissertações contem a base teórica, por isso deve conhecer as áreas conceptuais relacionadas com ao seu estudo. Adicionalmente, deve familiarizar-se com a investigação prévia na sua área científica. Nesta fase deve ser selectivo(a). Lembre-se sempre do seu propósito de estudo. Ao recolher e organizar a sua literatura pergunte-se a si próprio: Como é que isto se relaciona com o meu estudo? Uma estratégia é classificar cada recurso como “Muito importante”, “Moderadamente importante” e “Algo importante”. 4.º Ler criticamente e resumir a literatura. Uma vez recolhida a literatura é necessário lê-la criticamente. Isto envolve questionar, especular, avaliar, repensar e sintetizar o que lê. Que perspectivas originais pode você reunir acerca do seu tópico e não abordadas em nenhuma das referências? Que aspectos importantes, factos e opiniões se relacionam com o seu estudo? Há questões importantes que não foram bem abordadas? À medida que for lendo, procure temas, questões e pontos comuns entre os vários autores. Antes de escrever uma síntese coerente da literatura, você deve ter uma perspectiva tão boa da floresta como das árvores. Anotando e resumindo as referências 1. Leia aprofundadamente as publicações que classificou como “Muito importante” primeiro, de forma a compreendê-las bem. Sublinhe as partes mais importantes e escreva ideias, visões ou questões que surjam enquanto lê. Pode tomar notas nas margens. 2. Para cada livro ou artigo que leia, escreva um breve resumo nas suas próprias palavras que ilustre os pontos essenciais. Inclua também inferências que pode fazer acerca do seu estudo e conclusões que pode retirar do livro ou artigo. 3. Registe exactamente a referência bibliográfica. 4. Desenvolva um sistema de codificação de forma a poder identificar cada tipo de material contido em cada uma das folhas de resumos. Normalmente, isto é feito pelas suas variáveis, tópicos-chave, ou pelos descritores usados na localização das referências. Escreva o nome no topo da folha. 5. À medida que vai lendo, preste atenção a citações que podem ser importantes na apresentação da sua revisão. Se encontrar uma citação importante, coloque-a entre aspas e inclua a página donde foi retirada. Isto evita a que, inadvertidamente, plagie as ideias de outros. Tente limitar as suas citações. 6. Coloque os seus resumos numa pasta de computador e depois faça uma cópia deixando margens largas. Agora você tem um registo completo do que a literatura afirmou acerca das variáveis ou palavras-chave do seu estudo. 7. Leia todos os resumos e procure temas importantes, grandes questões, convergências e divergências. Tome notas nas margens das suas folhas de resumo. Isto dá-lhe uma base para desenvolver um esboço lógico e coerente da sua revisão de literatura. Para finalizar, a consulta a bases de dados e bibliotecas virtuais tornou-se indispensável: a nível nacional temos a B-on (biblioteca do conhecimento on-line – http://www.b-on.pt) e o RCAAP (agregação de repositórios universitários nacionais – http://www.rcaap.pt); a nível internacional e na área da educação há a ERIC (Educational Resources Informational Center – http://www.eric.ed.gov). O Google Académico (http://scholar.google.pt) é também um instrumento de muito interesse que permite o acesso a teses, dissertações, artigos científicos e outros materiais especializados. Na organização e partilha de informações bibliográficas há dois programas importantes e de acesso livre: Mendeley (http://www.mendeley.com/) e Zotero (http://www.zotero.org/). REFERÊNCIAS Cardoso, T., Alarcão, I. & Celorico, J. (2010). Revisão da literatura e sistematização do conhecimento. Porto: Porto Editora. Carmo, H. & Ferreira, M. (1998). Metodologia para a investigação: Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta Quivy, R. & Campenhoudt (2005). Manual de investigação em Ciências Sociais (4ª edição). Lisboa: Gradiva. _ ANTÓNIO BENTO Docente da UMa e Investigador do CIE 46 MAI. 2012 ALIMENTAÇÃO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES _ BRUNO SOUSA Nutricionista Neste mês, conhecido como o “Mês do Coração”, torna-se primordial reforçar a importância da prevenção das doenças cardiovasculares, pois constituem a principal causa de incapacidade e morte no nosso país. Aliás, estas doenças estão relacionadas com múltiplos factores de risco que são modificáveis: os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, a diabetes mellitus, a obesidade, a hipercolesterolémia, a hipertensão arterial, o tabagismo e o stress excessivo. Está assim, ao alcance de todos nós, evitar que surjam! Por isso, será essencial ter alguns cuidados alimentares: - Moderar o consumo de gorduras; - Privilegiar as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, presentes no azeite, nos peixes e nos frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, entre outros); - Evitar as gorduras saturadas, trans e o colesterol, que podemos encontrar nas carnes vermelhas, margarinas, manteiga, produtos de pastelaria, biscoitos, fritos, entre outros; - Evitar o sal e os produtos salgados (enchidos, fumados, entre outros). Nos rótulos dos produtos alimentares, ter em atenção o conteúdo em sódio; - Consumir em abundância os vegetais, pois são muito ricos em fibras e antioxidantes; - Evitar o açúcar e os produtos açucarados (refrigerantes, bolos, guloseimas, entre outros). © VERINIZE / PhotoXpress Inc Alimentação saudável, coração saudável! 48 49 MAI. 2012 MAI. 2012 IPSIS VERBIS “Não sei se em Portugal, neste momento, há um défice de engenheiros, com as dificuldades que há de desemprego. Mas há um défice europeu de formações nestas áreas. Portugal não é dos países piores em termos de número de diplomados nas áreas das ciências, tecnologias e engenharias. Há outros países em que a procura dos estudantes por essas áreas é muito menor.”. Pedro Lourtie, professor do Instituto Superior Técnico e um dos pais da Declaração de Bolonha, em entrevista ao programa Capital Humano do Económico TV. “Nunca se restringiram os acessos. Sempre divulgámos os números de telefone e o seu horário, e o que acontece hoje em dia é que a maior parte das pessoas que nos liga não são estudantes, nem são da faixa etária habitual dos estudantes, são mais velhas, em média entre os 18 e os 35 anos, e maioritariamente do sexo masculino.”. Declarações de Joana Paiva, presidente da Linha SOSEstudante criada há 15 anos para oferecer apoio emocional e fazer prevenção primária do suicídio entre alunos da Universidade de Coimbra, em declarações ao Jornal Público. É um tumor maligno do epitélio escamoso da pele. Ocasionalmente envolve o canal auricular, a maioria são invasivos, mas muito poucos têm tendência para metastizar. É mais comum em gatos de pelagem branca ou com pouca pigmentação nas orelhas, sendo o maior factor de risco a exposição solar. As lesões desenvolvem-se lentamente durante meses ou mesmo anos. O Estado pré-canceroso é caracterizado por lesões eczematosas nas orelhas e sua ulceração um sinal da fase cancerosa. A orelha fica completamente desfigurada caso o animal não seja tratado. O tratamento desta doença, consiste numa excisão cirúrgica agressiva, sendo a criocirurgia possível caso as lesões não sejam extensas. A prevenção consiste na limitação da exposição solar especialmente nos casos de animais com as pelagens anteriormente referidas, e utilização de protecção solar (factor 50). Em alguns países aos gatos com pouca pigmentação nas orelhas são realizadas tatuagens nas orelhas. O prognóstico desta doença é bom quando a remoção cirúrgica é feita atempadamente. _ SPAD Sociedade Protectora de Animais Domésticos © TONY CAMPBELL / PhotoXpress Inc “Las becas universitarias cumplen una doble función. Contribuyen a una sociedad menos desigual, más cohesionada y con mayores valores morales y permiten aprovechar el talento de todos los jóvenes, aumentando el nivel de desarrollo y de riqueza. Con ellas se pretende conseguir la equidad, de manera que, con independencia de su lugar de nacimiento y de su renta familiar, todos los jóvenes tengan las mismas oportunidades de recibir una buena educación universitaria. En España este objetivo se ha llevado a cabo con dos instrumentos. En primer lugar, subvencionando las tasas universitarias de las universidades públicas, y hoy el estudiante abona con su matrícula solo el 15% del coste real de la enseñanza que recibe. De esta forma, la admisión en una universidad pública supone una beca implícita de alrededor de 5.500 euros al año.”. Declarações de Daniel Peña, reitor da Universidade Carlos III de Madrid, ao jornal El País. CARCINOMA ESPINOCELULAR 50 51 MAI. 2012 MAI. 2012 ARLINDO SILVA Funcionário Público, porque são os primeiros a pagar a crise. ALEXANDRE RODRIGUES Professor Primário, porque não tenho jeito nem paciência para as crianças. ENCARNAÇÃO SOUSA Advogada, porque nao era capaz de defender alguém que soubesse que era culpado. FABIAN CORREIA Limpa-chaminés, por causa das alergias e por caber na chaminé. BIANCA VELOSA Árbitro, porque são sujeitos a muitas injustiças. QUAL A PROFISSÃO QUE NÃO GOSTARIAS DE TER? JOANA CALDEIRA Empregada de limpeza, porque gostaria de fazer algo mais produtivo. JOÃO GOMES Médico,por ser uma profissão com demasiada pressão. RITA RODRIGUES Cozinheira, senão a comida não chegava à mesa. TIAGO RODRIGUES Limpador de esgotos pelas razões óbvias JOÃO FREITAS Coveiro, por ser uma profissão árdua e muito emocional. LUIS CABRAL Cantoneiro, porque não gosto de cheiros fortes. LORINA CORREIA Médica legista, porque não lido bem com a morte. _ RAFAEL BRANDÃO SOFIA JESUS 52 MAI. 2012 51.624 PALAVRAS E NÚMEROS 30 As turmas do 5.º ao 12.º ano de escolaridade vão ser maiores, passando do máximo de 28 para 30 alunos. O despacho do secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Casanova de Almeida, divulgado no Portal das Escolas, estipula que o número mínimo de alunos por turma passa de 24 para 26. _ In Correio da Manhã em 10 de Abril de 2012. 30% Entre os países da OCDE, Portugal é o país onde a população activa, entre os 25 e os 64 anos, é a que tem menor formação académica, apenas 30% que concluiram o ensino secundário, dizem dados de 2009. Apesar disso, os estudantes têm revelado melhorias, conforme dados, também de há três anos, dos resultados no PISA, os alunos têm um desempenho dentro da média da OCDE em leitura mas estão abaixo dessa média em matemática e ciências. _ In Público de 10 de Abril de 2012. O Ministério da Educação e Ciência deferiu 51.624 candidaturas a bolsas de estudo, no ensino superior, informou hoje o Ministério que acrescenta que o valor da bolsa média é de 1.827,53 euros, enquanto o total de complementos pagos se cifra em cerca de 6,096 milhões de euros (6.094.303,10 euros). _ In Diário Económico de 10 de Abril de 2012. 1.500.000 A Biblioteca do Vaticano (Itália) e a Bodleian da Universidade de Oxford (Reino Unido) anunciaram um ambicioso projeto conjunto de digitalização de manuscritos antigos que disponibilizará aos investigadores de todo o mundo mais de 1,5 milhões de páginas. Manuscritos gregos e hebraicos e incunábulos do século XV irão ser digitalizados graças ao financiamento da fundação Polonksy que apoia o projeto com 3,2 milhões de dólares (2,5 milhões de euros). _ In Diário de Notícias de 13 de Abril de 2012. 54 55 MAI. 2012 MAI. 2012 BOAS NOTÍCIAS _ CARLOS DIOGO PEREIRA O DOMÍNIO DE VÁRIAS LÍNGUAS FAZ BEM À SAÚDE. EM 5 ANOS A AAUMa AUMENTOU EM MAIS DE 1500% A OFERTA FORMATIVA Em 2007 eram organizadas formações em formato de palestras ou conferências. Hoje, há também cursos práticos, livres e intensivos, explicações para os ensinos superior e secundário e formações para professores validadas pela Direcção Regional de Educação. Parcerias com instituições, oradores, formadores convidados ou até valorizando os seus próprios recursos humanos, a AAUMa abre as suas portas à Comunidade Académica e ao público exterior e ajuda no enriquecimento pessoal e profissional a preços apelativos. A base de informação médica sciencetolife.com divulgou que o domínio de várias línguas poderá ser retardador de certas doenças do fórum neurológico, especialmente a de Alzheimer. Há muito que se sabe que o desenvolvimento cognitivo das crianças está intimamente ligado à aquisição de vocabulário e ao domínio da língua. Actualmente vários estudos sobre o desenvolvimento cognitivo, que associam os últimos conhecimentos da neurologia, permitiram verificar que o domínio de mais do que uma língua permite uma maior capacidade de adaptação do aparelho neurológico. Desta forma o sistema nervoso consegue processar de forma mais eficiente a informação recebida e melhorar a capacidade de resposta do indivíduo. Segundo Ellen Bialystok, docente da Universidade de York e investigadora do Rotman Research Institute, esse desenvolvimento cognitivo na infância dá ao indivíduo uma maior resistência a doenças degenerativas na velhice, de que é exemplo a Doença de Alzheimer. O QUE É NACIONAL É BOM! MISS CARECA PELO CANCRO. Assim terminavam os tradicionais anúncios da marca de farináceos Nacional. No passado dia 27 de Fevereiro foi também título de uma notícia divulgada pela RTP1 respeitante a uma sondagem realizada pela Universidade Católica Portuguesa, na qual se concluía ter havido um aumento do consumo dos produtos nacionais. Segundo a reportagem e a sondagem que lhe deu origem, os portugueses confiam plenamente no que é produzido aquém-fronteiras. Questionados pela Católica sobre a razão da preferência na compra de produtos nacionais, 20% dos inquiridos respondeu pela maior disponibilidade no mercado, 35% pelo melhor preço e 45% pela maior qualidade destes quando comparados com os importados. A mesma sondagem mostrou que 70% dos inquiridos atribui aos produtos nacionais maior qualidade, mesmo que 51% os ache mais caros do que os importados. Segundo noticiado pelo jornal digital huffingtonpost.com, Debbe Ebben, uma rainha de beleza detentora do título de Miss Chugiak–Eagle River of Alaska e candidata ao de Miss Alaska, rapou completamente o cabelo como campanha de sensibilização na luta contra o cancro infantil. Talvez inspirada no grupo de pessoas que pretende a produção de uma Barbie careca para meninas que lutam contra o cancro, Debbe, deu o corpo (neste caso cabelo) ao manifesto em troca de 2500 euros. O dinheiro foi entregue na íntegra à St. Baldrick’s Foundation, uma organização de voluntários que se dedica à recolha de fundos para apoiar a procura de cura para cancros infantis e ao melhoramento da qualidade de vida dos sobreviventes deste tipo de doenças. 56 57 MAI. 2012 MAI. 2012 VI ANIVERSÁRIO DA REVISTA JA A 24 de Março, Dia Nacional do Estudante, os colaboradores da AAUMa comemoraram o 6.º Aniversário da criação da Revista JA e todo o trabalho desenvolvido na Académica no último ano. A Sala dos Arcos, antiga capela dos Jesuítas, na Reitoria da UMa, acolheu a celebração com um jantar de gala seguido de um serão de fado de Coimbra. V MONUMENTAL SERENATA ACADÉMICA DA MADEIRA Inserida nas comemorações do Dia Nacional do Estudante, a Monumental Serenata já é um dos pontos altos do rol de actividades anuais da AAUMa. Centenas de apreciadores de fado de Coimbra e tantos outros curiosos acorreram, na noite de 23 de Março, ao Pátio dos Estudantes na Reitoria da UMa para ouvirem o Fatum – Grupo de Fados da AAUMa – e o Grupo Madeirense de Fados de Coimbra. 58 MAI. 2012 PAUTA FINAL HORÁRIO DO BAR O horário de funcionamento do Bar dos Alunos foi alargado, numa reivindicação antiga dos seus utilizadores, acompanhando o aumento das aulas nocturnas. Em esforço, de todos os funcionários da unidade, que merece o nosso reconhecimento. EXCELENTE AVALIAÇÕES Os inquéritos aos docentes continuam sem os seus resultados publicados aos alunos. É exigida a participação dos estudantes sem que estes possam conhecer os resultados globais das suas Unidades Curriculares. PÉSSIMO SINALÉTICA A Universidade da Madeira possui a sinalética das instalações do Campus Universitário desactualizada há largos anos e somente em língua portuguesa. Mau para todos os utentes e para os visitantes das instalações. PÉSSIMO ATRASOS Há poucos anos atrás alguns docentes do Departamento de Biologia não leccionaram aulas durante mais de um mês. Alguns docentes continuam a tratar as notas como propriedade privada e atrasam, durante meses, a sua divulgação. Pouco ou nada acontece. Tolerância zero aos estudantes e anarquia entre os docentes que desrespeitam os estudantes e os outros docentes que com muita dedicação e empenho são cumpridores dos seus deveres. VERGONHA PATROCINADORES OFICIAIS: APOIOS: © GEORGE DOLGIKH / PhotoXpress Inc