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Propedêutica II Musculo-Esquelético Dr. Carlos Caron e Dr. Ivan Paredes Dr. Ivan Paredes Dr. Carlos Caron Dr. Joachim Graff Dr. Carlos Borges Dr. Carlos Cardoso Faculdade Evnagélica do Parana (FEPAR) Outubro/2007 Grupo de Estudos em Semiologia e Propedeutica (GESEP) O Exame Físico Músculo-Esqulético Mãos e punhos braços – adução Identifique juntas com alterações de estrutura e função, buscando Palpar interfalange proximal e distal (Nódulos proximais – Bouchard = Artrite Reumatóide; Nódulos distais – Heberden = artrose). Palpar bursa subacromial e subdeltoide – tracione o ombro posteriormente, palpando região anterior ao acrômio e a bursa subdeltoide. Deformidades Palpar articulação metacarpofalangeana – edema em artrite reumatóide. Manguito rotador – tracione o ombro para trás e palpe a cabeça do úmero na inserção do tendão do SITS – avalie se o paciente consegue erguer e manter o braço ao nível do ombro. Simetria do envolvimento articular – em um ou em ambos os lados do corpo Tendão e goteira biciptal – Faça a rotação externa do húmero e palpe a goteira biciptal e o tendão que nela está inserido. Alterações dos tecidos adjacentes Coluna vertebral Limitações na amplitude dos movimentos Neste módulo estudaremos o sistema muscoloesquelético, com ênfase na anatomia e fisiologia articular, enfocando as diferentes manobras utilizadas para avaliação dos seus distúrbios. Punho – flexão, extensão, desvio ulnar e medial – edema em Artrite Reumatóide, infecção gonocócica da junta ou da bainha dos extensores. Considere atrofia tênar na compressão do nervo mediano (Sd. Túnel do carpo) Cotovelos Processo olecraniano – bursite Epicôndilos medial e lateral – epicondilite Face extensora da região ulnar – nódulos reumatóides Peça para flexionar e estender os cotovelos e fazer supinação e pronação do braço Ombros Peça para erguer os braços ao nível do ombro, com as palmas das mãos para baixo – evidencia restrições da art. glenohumeral. Peça para erguer os braços verticalmente acima da cabeça, até as palmas se encostarem. Colocar ambas as mãos atrás do pescoço – abdução e rotação externa – limitação ocorre em artrite e bursite Colocar ambas as mãos em região lombar – adução e rotação interna – limitação ocorre em artrite e bursite Palpar art. acromioclavicular – cruzar os Inspecione em busca de anormalidades – cifose, escoliose e lordose. Procure por assimetrias entre os ombros, cristas ilíacas e nádegas. Palpe o processo espinhoso de cada vértebra – articulação sacroilíaca (sacroileíte) – músculos paravertebrais (espasmos na vigência de inflamação, doenças degenerativas e postura anormal) – nervo ciático (entre o trocanter maior e a tuberosidade isquiática). Teste a amplitude de movimentos no pescoço e coluna (flexão – extensão – rotação – inclinação lateral). Diminuição de força muscular Sinais de inflamação e artrite – edema, calor, dor e rubor Amplitude movimento do Têmporomandibular Abrir e fechar a boca, movimentos laterais, protusão da mandíbula. Ombro Flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa. Cotovelo Flexão, extensão, pronação, supinação do antebraço. Punho e mão Flexão, extensão, desvio ulnar e radial, abdução, adução. Coluna Vertebral Flexão, extensão, rotação, inclinação lateral. Quadril: Tornozelo e pé: Inspecione a marcha observando o apoio dos pés no solo (apóio do calcanhar ! aplainamento do pé ! balanço intermediário ! fase de impulso) e o balanço (quando o pé move-se para a frente e não suporta o peso do corpo). Palpar articulação do tornozelo, ligamentos e tendão de Aquiles, articulações metatarsofalangeanas. Alargamento da base (doença cerebelar ou problemas nos pés) Palpe o ligamento inguinal (hérnias, aneurismas) – bursa ileopectínea (lateral ao pulso femoral) – bursa trocantérica (acima do trocanter maior) – bursa isquioglútea (acima da tuberosidade isquiática). Teste a amplitude de movimentos – flexão – extensão – abdução – adução – rotação interna e externa. Joelhos: Inspecione a marcha, alinhamento dos joelhos e contornos dos joelhos. Inspecione e palpe a patela (edema da bursite pré-patelar – edema suprapatelar na sinovite e artrite – edema em região infrapatelar na artrite). Inspecione e palpe o côndilo femoral medial (bursite) Inspecione e palpe a superfície poplítea (Cisto de Baker) Palpe o tendão patelar e peça ao paciente para estender a perna (ocorre dor ou incapacidade para estender a perna na lesão do tendão patelar). Quadril “FABERE” (Flexão, abdução, adução, extensão, rotação interna e externa). Joelho Flexão, extensão, rotação interna e externa. Tornozelo e pé Flexão e extensão (tornozelo), inversão e eversão (pé). Pressione a patela contra o fêmur, pedindo ao paciente para contrair o quadríceps (dor e crepitação sugerem desgaste da superfície inferior da patela, que se articula com o fêmur). Art. tibiotalar – flexão dorsal e plantar do pé. Art. subtalar – inversão e eversão do pé. Art. transversa do tarso – inversão e eversão da porção anterior do pé. Art. metatarsofalangianas – flexão dos artelhos em relação ao pé. Manobras e sinais, por articulação examinada Mãos: Desvio Ulnar = pelo edema crônico das metacarpofalangianas, causando distensão e edema da cápsula articular, que em associação com o desequilíbrio das forças musculares, desloca o tendão dos músculos extensores dos dedos para fora da cabeça dos metacarpianos. Nódulos de Heberden e Bouchard = produzidos por hipertrofia óssea Dedo em Pescoço de Cisne = retração de músculos e tendões, sendo típica da artrite reumatóide (AR). É tipico da AR. Dedo em Botoeira = a porção central da interfalangiana proximal s desprende da base da interfalangiana proximal, perrmitindo o deslize em direção palmar das bandas laterais, as quais passam a funcionar como flexores em vez de extensores dos dedos. Telescopagem dos dedos = encurtamento dos dedos por reabsorção da parte óssea e pregueamento da pele, que está em excesso sobre a articulação. Ocorre nas formas mutilantes da AR e artrite psoriásica. Joelhos flexionados em 90 graus – palpar meniscos lateral e medial e ligamento colateral medial e colateral lateral. Punho: Palpe a bursa suprapatelar em busca de espessamento ou edema. Cisto Sinovial = aumento de volume cístico originário da cápsula articular, que ocorre no dorso do punho. Procure por derrame articular – sinal do abaulamento – sinal da tecla rotuliana – rechaço da patela Ligamento colateral medial – teste de abdução forçada Ligamento colateral lateral – teste de adução forçada Ligamento cruzado anterior – sinal da gaveta anterior Ligamento cruzado posterior – sinal da gaveta posterior Menisco lateral e medial – teste de McMurray Contratura de Dupuytren = aponeurose palmar se torna expessada, promovendo em flexão da contratura metacarpofalangeana, principalmente no 3º, 4º e 5º dedos. Tenossinovite Estenosante (ou de De Quervain) = processo inflamatório do tendão do abdutor longo e extensor curto do polegar, que ocasiona aparecimento de dor junto ao processo estilóide do rádio. É detectado pela Manobra de Finkelstein, na qual o paciente fecha o punho e o examinador procede ao seu desvio ulnar, promovendo o aparecimento de dor sobre o processo estilóide do rádio. Síndrome do Túnel do Carpo = compressão exercida sobre o nervo mediano ao passar pelo túnel do carpo, ocorrendo parestesia nos três dedos médias da mão afetada. Avaliada pelas manobras de Phalen e de Tinnel. Cotovelos: Cotovelo de golfista (interno) e cotovelo de tenista (externo) Nódulos Subcutâneos Ombros: Manobra do Arco Doloroso = avalia tendinite do supraespinhoso Coxofemorais: Teste do Thomas = com o quadril completamente fletido e a pelve estabilizda, observar se há contratura em flexão do quadril contralateral. Manobra de FABERE = É um teste de triagem para doenças do quadril. O quadril é flexionado, abduzido e rotação externa. Normalmente, a perna lateral deve ser capaz de se apoiar sobre ou próximo a mesa de exame com o cpé contra o joelho oposto. terceiro e quarto metatarsiano, sendo mais comum em mulheres. Síndrome do Túnel Tarsiano = sensação de queimação dos pés e fraqueza da musculatura intrísica dos mesmos. Ocorre por compressão do nervo tibial posterior ao passar sob o retináculo dos flexores, ao nível do maléolo medial. Hallux-valgus ou joanete = desvio anormal lateral do primeiro dedo resultando em uma angulação anormal e em rotação da primeira metatarsofalangiana. Dedo em Martelo = hiperextensão da metatarsofalangiana e flexão da interfalangiana proximal. Neurinoma Interdigital ou de Morton = aumento fusiforme de volume do nervo interdigital com dor em quimação, geralmente entre o terceiro e quarto metatarsiano, sendo mais comum em mulheres. Síndrome do Túnel Tarsiano = sensação de queimação dos pés e fraqueza da musculatura intrísica dos mesmos. Ocorre por compressão do nervo tibial posterior ao passar sob o retináculo dos flexores, ao nível do maléolo medial. Esqueleto Axial: Meralgia Parestésica = neuropatia de compressão do nervo cutâneo lateral da coxa, ao passar pela fascia da porção superior da mesma. Manobra de Spurling = inclina-se a cabeça para o lado dos sintomas, aplicando-se pressão no ápex. Se ocorrer agravamento da cervicobraquialgia, a manobra é positiva. Joelhos: Manobra de Lasègue = testa pinçamento de raiz nervosa em coluna lombar. Fazendo-se a extensão do membro, com o paciente deitado. Genu varum e genu valgum (lembre-se: quem é valgo não cavalga!) Cisto de Baker = aumento de volume da bursa semimenbranosa medial, que aparece como uma formação globosa na fossa poplítea. O cisto possui comunicação com a articulação do joelho, havendo nesta comunicação uma válvula que permite a passagem de líquido em um único sentido, do joelho para o cisto. Sinal da Gaveta = aparece na ruptura dos ligamentos cruzados, anterior e posterior. Teste de Patrick = com o paciente em decúbito dorsal, posicionar o tornozelo sobre o joelho oposto e movimentar lentamente o joelho testado em direção a superfície da mesa. Teste da Fabere = com os joelhos fletidos a 90º, fazer a abdução e a rotação externa do quadril, bilateralmente, medindo a distância entre os joelhos. Teste de McMurray = em decúbito dorsal, uma mão do examinador fixa o joelho do paciente, fletido a 90º, e a outra prende o tronozelo, realizando rotação interno e externa e movimentação para frente e para trás; a meniscopatia manifesta-se pela dor desencadeada pelo teste. Tornozelo e pé: Esporões = ocorrem na inserção da aponeurose no calcâneo, devido a reações inflamatórias e trauma. Pé chato ou valgo-plantar = ocorre abaixamento do arco longitudinal. Pé cavo = ocorre elevação do arco longitudinal Pé equino = contratura do pé em flexão plantar, frequentemente por contratura do tendão de Aquiles. Hallux-valgus ou joanete = desvio anormal lateral do primeiro dedo resultando em uma angulação anormal e em rotação da primeira metatarsofalangiana. Dedo em Martelo = hiperextensão da metatarsofalangiana e flexão da interfalangiana proximal. Neurinoma Interdigital ou de Morton = aumento fusiforme de volume do nervo interdigital com dor em quimação, geralmente entre o Teste de Schober = avalia a flexibilidade lombar. São feitas duas marcas verticalmente a partir do bordo superior do sacro, separadas pela distância de 10 cm. O paciente é instruído a inclinar-se Dentre todas as articulações, são o ombro e a coluna lombar as que provavlmente apresentam maiores chance de serem lesadas por traumas mecânicos. Desta algumas manobras utilizadas na avaliacão destas forma, apresentaremos articulações. Manobra de Apley = O paciente toca a região superior e inferior da escápula oposta. Testa-se com isto a abdução com rotação externa e a adução com rotação interna. Avalia problemas do manguito rotador (tendoes do supraespinhoso, infraespinhoso, teres minor e subescapular - SITS). Te s t e d o S u l c o = O examinador traciona para baixo o braço da paciente, o b j e t i v a n d o i d e n t i fi c a r instabilidade glenohumeral inferior. Teste da apreensão = o braço da paciente é abduzido a 90 graus enquanto o examinador faz rotação externa do mesmo e aplica pressão em seu a s p e c t o a n t e r i o r. I n d i c a instabilidade glenohumeral anterior. Teste do cruzamento do braço = O paciente eleva o membro afetado em 90 graus para então aduzí-lo ativamente. Indica artrite de articulação acrimioclavicular. Teste da lata vazia = O paciente tenta elevar o braço contra resistência com os cotovelos extendidos. Os braços estao abduzidos e os polegares direcionados para baixo. Indica lesão do tendão do supraespinhoso. Teste para o infraespinhoso e teres minor = O paciente tenta rodar o braço externamente contra resistência, estando o mesmo ao lado do corpo e com o cotovelo angulado em 90 graus. Teste de Neer = O braço é totalmente pronado e colocado em flexão forçada. Indica compressão do manguito rotador sob o arco coracoacromial. Teste de Hawkin = o braço é elevado para a frente estando como cotovelo em 90 graus para então ser rodado internamente de forma forçada. Indica compressão subacromial do manguito rotador. Teste de Yegarson = O cotovelo do paciente é flexionado a 90 graus. O examinador deve então fazer resistência as tentativas do paciente em flexinor o braço e flexionar o cotovelo. Indica tendinite do bicipital ou sua instabilidade. Teste de Lasegue = O examinador faz a extensão do membro inferior do paciente, avaliando em qual angulação a dor, irradiada da coluna vertebral para o membro examinado, se inicia. Indica compressão radicular lombar. Teste de Spurling = O pescoço é extendido e rodado em direção ao ombro afetado enquanto se exerce uma compressão axial na coluna cervical. Indica compressão radicular cervical. Professores Bibliografia Consultada: BATES, B. Propedêutica Médica. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2004. Dr. Ivan Paredes SEIDEL, H. M. et al. Mosby Guia de Exame Físico. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Dr. Carlos Caron EPSTEIN, O.; et al. Exame Clínico. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Dr. Joachim Graf TALLEY, N.J., O’CONNOR, S. Exame Clínico – Um guia do diagnóstico físico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. Dr. Carlos Borges Dr. Carlos Cardoso Sites de Interesse: http://www.martindalecenter.com/MedicalClinical_Exams.html: site tipo “portal” sobre propedêutica e semiologia, contendo vídeos, textos, imagens, etc. http://www.conntutorials.com/video.html: vídeos de propedêutica separados por áreas como cabeça e pescoço, cardiovascular, neurológico, etc. Contato com o grupo de professores: [email protected] Home Page da Disciplina: http://web.mac.com/ivanjose/GESEP GESEP (Grupo de Estudos de Semiologia e Propedêutica) Faculdade Evangélica do Paraná Padre Anchieta, 2770. Campina do Siqueira 80730-000 Curitiba - PR