Balanced scorecard e aprendizagem organizacional: um estudo de
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Balanced scorecard e aprendizagem organizacional: um estudo de
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO MESTRADO BALANCED SCORECARD e Aprendizagem Organizacional: um estudo de caso em uma Empresa Pública Autora: Gidália de Santana Brito Orientador: Prof. Dr. Cláudio Chauke Nehme BRASÍLIA 2006 GIDÁLIA DE SANTANA BRITO BALANCED SCORECARD e aprendizagem organizacional: um estudo de caso em uma empresa pública Dissertação submetida ao Programa de PósGraduação Stricto Senso em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília para a obtenção do Grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Cláudio Chauke Nehme Brasília 2006 B862b Brito, Gidália de Santana. Balanced Scorecard e aprendizagem organizacional: um estudo de caso em uma empresa pública / Gidália de Santana Brito – 2006. 187 f. ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2006. Orientação: Cláudio Chauke Nehme 1. Aprendizagem organizacional. 2. Empresa pública. 3. Planejamento estratégico. I. Nehme, Cláudio Chauke, orientador. II. Título CDU 65.012.2 Ficha elaborada pela Coordenação de Processamento do Acervo do SIBI – UCB. TERMO DE APROVAÇÃO Dissertação defendida e aprovada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, defendida e aprovada em xx de Junho de 2006, pela banca examinadora constituída por: __________________________________________________ Nome do Professor __________________________________________________ Nome do Professor __________________________________________________ Nome do Professor Brasília UCB AGRADECIMENTOS Ao mestre Cláudio Chauke, pela confiança, atenção e delicadeza e por me conduzir com sua sabedoria pelos caminhos mais adequados a esta pesquisa. Ao Presidente, Diretores, Superintendentes de Área, Superintendentes Regionais e demais componentes da Equipe de Líderes da Conab, pelo apoio, boa vontade e interesse durante a condução da Pesquisa. Aos colegas da Equipe de Desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico pelo apoio durante a realização da pesquisa. Aos demais professores do mestrado, que me ensinaram tantas coisas ao compartilharem o seu conhecimento. Enfim, a todos que colaboraram e acreditaram no sucesso deste trabalho. RESUMO O Balanced Scorecard – BSC preconiza, em um dos cinco princípios de uma organização orientada à estratégia, a possibilidade de geração de um aprendizado, notadamente quando do teste da hipótese estratégica subjacente ao Mapa Estratégico. Esta pesquisa investiga como se deu esse processo de aprendizagem organizacional durante o desenvolvimento, a implementação e a utilização de um projeto de BSC, buscando saber qual a sua importância para a aprendizagem organizacional, quais as principais dificuldades encontradas para viabilizar esse aprendizado, quais os níveis de aprendizados encontrados e quais os ganhos realmente verificados pela organização. São utilizados como referência os modelos de aprendizagem organizacional de laço duplo e triplo de Chris Argyris e Fredy Kofman, respectivamente. A pesquisa é descritiva e foi conduzida como um estudo de caso sobre a aprendizagem organizacional em uma empresa pública em processo de adoção do BSC, a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. Lança mão de aporte bibliográfico, do acervo documental da Conab e de coleta de dados entre os líderes dessa empresa envolvidos com o desenvolvimento do Projeto de BSC e sua implantação. A pesquisa apurou os seguintes resultados: uma capacidade predominantemente média foi identificada na implementação do laço simples de aprendizagem. Para o laço duplo, os respondentes entendem que não houve tempo hábil para o teste da hipótese estratégica, e, quanto ao laço triplo, a percepção foi que a adoção do BSC possibilitou o fortalecimento da imagem institucional e a agregação de novos valores, mas não é ainda capaz de proteger a organização em relação às mudanças no ambiente. Palavras-chave: Balanced Scorecard, BSC, Aprendizagem Organizacional, Aprendizagem de Laço Duplo, Aprendizagem de Laço Triplo. ABSTRACT The Balanced Scorecard - BSC praises, in one of the five principles of a strategy oriented organization, the possibility of generating learning, mainly during the test of the underlying strategical hypothesis to the Strategical Map. This research investigates how the organizational learning process has happened during the development, implementation and use of a BSC Project, the importance of the BSC for the organizational learning, what the main difficulties found in order to make this learning possible are, and the actual profits verified by the organization. The double and triple loop learning models, developed by Chris Argyris and Fredy Kofman respectively, are used as reference. The research is descriptive and has been developed as a case study about organizational learning in a public company in process of adoption of BSC methodology, the Companhia Nacional de Abastecimento Conab. Bibliographical support, Conab files and documents, and data supplied by Conab leaders involved with the BSC Project development and implantation have been used. The research produced the following results: an average capability was identified for the simple loop learning implementation. Regarding the double loop, there was not enough time for the strategical hypothesis test and, for the triple loop, the perception was that the adoption of BSC strengthened the institutional image and aggregated new values. Although it is still not capable of protecting the organization against environmental changes. Key words: Balanced Scorecard, BSC, Organization Learning, Double-Loop Learning, Triple-Loop Learning. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... X LISTA DE QUADROS ......................................................................................................XI LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................... XII 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 1 1.1 TEMA ............................................................................................................................ 1 1.2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 2 1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO OU JUSTIFICATIVA .................................................................. 4 2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 7 2.1 OBJETIVOS (GERAIS E ESPECÍFICOS) .............................................................................. 8 2.2 SUPOSIÇÕES .................................................................................................................. 8 2.3 RESULTADOS ESPERADOS .............................................................................................. 9 3. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 10 3.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL.............................................................................. 10 3.1.1 NÍVEIS DE APRENDIZADO.......................................................................................... 10 3.1.2 CONCEITOS DE APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL COM BASE NAS VÁRIAS ABORDAGENS ........................................................................................................................................ 18 3.1.3 FOCO ONDE SE DÁ A APRENDIZAGEM ......................................................................... 21 3.1.4 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL E ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM ...................... 23 3.2 BALANCED SCORECARD ............................................................................................. 25 3.2.1 BALANCED SCORECARD E APRENDIZADO .................................................................. 29 3.2.2 AS REUNIÕES DE ANÁLISE ESTRATÉGICA (RAES) .................................................... 34 3.2.3 BALANCED SCORECARD – REVISÃO CRÍTICA ............................................................. 42 3.3 ESCOLHAS................................................................................................................... 45 4. ESTUDO DE CASO....................................................................................................... 47 4.1 A EMPRESA PESQUISADA.............................................................................................. 47 4.2 O PROJETO DE BSC NA CONAB ................................................................................... 48 4.2.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO .............................................................................. 50 4.2.2 IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ...................................................................................... 56 5. METODOLOGIA .......................................................................................................... 62 5.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................................... 62 5.2 DESENHO DO QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 63 5.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................... 66 6. RESULTADOS DA PESQUISA.................................................................................... 69 6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUANTITATIVOS ............................................................... 69 6.2 RESUMO DA ANÁLISE QUANTITATIVA .......................................................................... 89 6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS QUALITATIVOS ................................................................. 93 6.4 SÍNTESE DAS IDÉIAS E AÇÕES SUGERIDAS NA ANÁLISE QUALITATIVA ......................... 123 7. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 124 7.1 ANALISES DAS SUPOSIÇÕES ........................................................................................ 124 7.2 CUMPRIMENTO DOS RESULTADOS ESPERADOS ........................................................... 132 7.3 RESUMO ................................................................................................................... 133 8. SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................ 135 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 138 APÊNDICES .................................................................................................................... 143 APÊNDICE A – MAPA ESTRATÉGICO DA CONAB - VERSÃO ORIGINAL ............................... 144 APÊNDICE B – MAPA ESTRATÉGICO IMPLEMENTADO - POSIÇÃO EM DEZ/2005................. 145 APÊNDICE C – MODELO DO QUESTIONÁRIO ..................................................................... 146 APÊNDICE D – E-MAIL COM ENVIO DOS QUESTIONÁRIOS ................................................. 154 APÊNDICE E – RESULTADOS QUANTITATIVOS DA PESQUISA - ESTATÍSTICAS ..................... 156 APÊNDICE F – RESULTADOS QUANTITATIVOS DA PESQUISA – DADOS............................... 160 X LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- MODELO DE APRENDIZADO DE LAÇO DUPLO (ARGYRIS, 1999A)......................... 11 FIGURA 2 - APRENDIZADO DE UMA, DUAS E TRÊS VOLTAS (KOFMAN, 2002) ......................... 14 FIGURA 3 - ESTRATÉGIA: PROCESSO CONTÍNUO (SCHWARTZ, 2003). ................................... 28 FIGURA 4 – CONVERSÃO DA ESTRATÉGIA EM PROCESSO CONTÍNUO (KAPLAN E NORTON, 2001)............................................................................................................................ 30 FIGURA 5 – ESTRATÉGIA PRETENDIDA X REALIZADA (MINTZBERG, 2004). ......................... 33 FIGURA 6 - MONITORAMENTO DA ESTRATÉGIA E APRENDIZAGEM ESTRATÉGICA (ADAPTADA DE SYMNETICS, 2004). ................................................................................................... 37 FIGURA 7 - DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO DA REUNIÃO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA: MUDANÇA DE ÊNFASE (SMACK, 2003B)............................................................................................. 40 FIGURA 8 – ORGANOGRAMA DA CONAB (ATÉ NÍVEL DE SUPERINTENDÊNCIA) (CONAB, 2005D). ..................................................................................................................................... 48 FIGURA 9 - ESTRUTURA DAS EQUIPES NO PROJETO (CONAB, 2005A) ..................................... 51 FIGURA 10 –ETAPAS DO PROJETO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA CONAB (CONAB, 2005A) ......................................................................................................................... 54 FIGURA 11 – EXEMPLO DE RELATÓRIO DE ANÁLISE ESTRATÉGICA ......................................... 61 XI LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – NÍVEIS DE APRENDIZADO PARA INDIVÍDUOS E ORGANIZAÇÕES – ADAPTADO DE SNELL E MAN-KUEN CHAK (1998). ............................................................................... 15 QUADRO 2 – REALIZAÇÃO DOS WORKSHOPS DO PROJETO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .. 55 QUADRO 3 – COMPARATIVO ENTRE AS DUAS RAES ............................................................... 59 QUADRO 5 – ESTRUTURA DO INSTRUMENTO DE PESQUISA ..................................................... 63 QUADRO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS .................................................................. 66 XII LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS BSC – Balanced Scorecard CFP – Companhia de Financiamento da Produção Cibrazem – Companhia Brasileira de Armazenamento Cobal – Companhia Brasileira de Alimentos Conab – Companhia Nacional de Abastecimento DS – Dinâmica de Sistemas GC – Gestão do conhecimento Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Sureg – Superintendência Regional UA – Unidade Armazenadora 1 1. Introdução 1.1 Tema Diante de um ambiente marcado pela complexidade e competitividade, premissas fundamentais de outras eras, como a industrial, mostram-se inadequadas para alavancar organizações na era do conhecimento. Organizações encontram-se em busca de oportunidades para a criação de valor. A formação da estratégica, antes concentrada apenas em ativos tangíveis, passou a ter nos ativos intangíveis sua maior riqueza. Nesse cenário, regido pela necessidade de construção de capacidades competitivas por parte das organizações, surge um novo sistema de gestão estratégica: o Balanced Scorecard. Lançado em 1992 por Robert S. Kaplan, professor doutor da Harvard Business School, e David P. Norton, do Instituto Nolan Norton, o Balanced Scorecard surgiu da crença na obsolescência dos métodos tradicionais de avaliação de desempenho empresarial, basicamente apoiados por indicadores contábeis e financeiros estáticos imediatistas, passando então a representar o equilíbrio entre medidas tangíveis e intangíveis de resultados alcançados e medidas que determinam o desempenho futuro, derivadas da visão e estratégia da empresa. Entretanto, dentro do percurso dos seus autores, o Balanced Scorecard amplia-se conceitualmente, transformando-se de sistema de mensuração de desempenho em um poderoso sistema para a gestão da estratégia, por meio de cinco princípios básicos: traduzir a estratégia em termos operacionais, alinhar a organização à estratégia, transformar a estratégia em tarefa de todos, converter a estratégia em processo contínuo e mobilizar a mudança por meio da liderança executiva. Por sua vez, a aprendizagem organizacional, fenômeno previsto pelos próprios autores do BSC como passível de ocorrer a partir da gestão da estratégia, mostrou-se como um viés suficientemente robusto e digno de atenção a ponto de justificar-se como o outro pilar da pesquisa. O aprendizado organizacional, proporcionado a partir da formação da estratégia e da sua conversão em um processo contínuo, pelos sucessivos ajustes nas hipóteses estratégicas em que se baseia o Balanced Scorecard, poderá prover as condições de que as organizações necessitam para enfrentar os desafios da Era do Conhecimento. Tomando como base essas premissas, a presente pesquisa investiga como se dá o processo de aprendizado organizacional, relativo à definição e gestão da estratégia, a partir da 2 adoção do Balanced Scorecard por uma organização. Para tanto, será utilizado um estudo de caso, baseado na experiência concreta de desenvolvimento e implantação de um projeto de planejamento estratégico com o suporte do Balanced Scorecard, em uma empresa pública federal. 1.2 Revisão de Literatura Para a realização do presente trabalho, buscou-se, além da literatura consolidada, artigos e publicações em fontes de pesquisa diversas, utilizando-se como critério de seleção a confiabilidade, atualidade e boa receptividade nos meios acadêmicos e científicos. Para a busca de artigos, lançou-se mão de bases de dados como Proquest, ACM Digital Library e portal de periódicos da Capes, bem como de revistas especializadas - HSM Management, Harvard Business Review e Revista de Administração Contemporânea. Teses e dissertações de mestrado e doutorado que versam sobre o tema foram buscados em sítios específicos tais como o Banco de Teses e Dissertações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da COPPE/UFRJ e do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (IBICT). Sítios na internet também foram utilizados como fonte de pesquisa, contudo, critérios foram adotados no sentido selecionar aqueles com orientação acadêmica e credibilidade técnica e científica. Podem ser destacados sítios especializados em aprendizagem organizacional - http://www.solonline.org, o sitio do centro de aprendizagem organizacional do MIT, e http://www.learning-org.com. Outros sítios utilizados foram o http://web.mit.edu/sdg/www/publications.html, página oficial do grupo de dinâmica de sistemas do MIT, e o sítio da Universidade http://www.public.asu.edu/~kirkwood/sysdyn/SDRes.htm, do também estado do Arizona, especializado em dinâmica de sistemas. Publicações e Anais de eventos de caráter científico e acadêmico voltados para o tema foram pesquisados, citando-se, os Anais de Encontros de Estudos Organizacionais, acontecido em Recife, e o BALANCED SCORECARD LATIN AMERICAN SUMMIT, evento anual que promove debates, palestras e troca de experiências entre usuários e pesquisadores do Balanced Scorecard e Gestão Estratégica da América Latina. O Balanced Scorecard Report, publicação específica sobre BSC e temas afins, mantida pelo BSCol Collaborative, foi igualmente fonte de consulta haja vista a atualidade e pertinência de seus artigos. 3 Além das fontes de pesquisa apontadas, constituiu o suporte básico para a condução desta pesquisa a literatura consolidada sobre o tema. Os autores selecionados nessas fontes de pesquisa estarão referenciados ao longo deste item. O ponto de partida para tratamento do tema proposto será o próprio Balanced Scorecard (BSC) e, portanto, a literatura de sustentação da pesquisa será toda a produção de seus criadores que versam sobre o BSC, três livros publicados entre 1996 e 2004, Kaplan e Norton (1997), Kaplan e Norton (2001) e Kaplan e Norton (2004), bem como artigos diversos publicados por Kaplan e Russell (2005) e pelo BALANCED SCORECARD COLLABORATIVE - Balanced Scorecard Report, publicação da Harvard Business School. Grandes e riquíssimas contribuições quanto a experiências de implementação de Projetos de BSC em empresas brasileiras foram encontradas em Coutinho e Kallás (2005), que reúne, além dos estudos de caso, textos de diversos autores, referenciados ao longo deste trabalho. Barrows (2005), Gold e Weiser (2005) e Smack (2003b) deram contribuições relevantes acerca de realização de Reuniões de Análise Estratégica. No que concerne ao Balanced Scorecard, este trabalho preocupou-se em situá-lo dentro do contexto de sistemas de medida de performance, trazendo para tanto a visão de Bourne, Mike; Neely, Andy; Platts, Ken; Mills, John (2002) e Kennerly, M.; Neely, A. (2003). Todos esses autores são referências na área de sistemas de medida de performance com uma vasta produção nesse campo. Teve também este trabalho a preocupação de mostrar como o BSC evoluiu desde a sua proposta inicial, como sistema de medida de performance, até a situação atual, um instrumento de suporte à gestão da estratégia, ou, dizendo de outro modo, como a visão inicial de projeto de BSC (produto) evoluiu até a visão de processo de gestão da estratégia. O conceito de estratégia precisou ser apropriadamente tratado em função da sua utilização pelo Balanced Scorecard e, para tanto, as referências utilizadas serão Mintzberg (2000), Mintzberg (2002) e Porter (1996). Kaplan e Norton (2001), ao proporem o conceito de organização focalizada na estratégia, estabeleceram cinco princípios que norteiam esse tipo de organização. Um desses princípios trata exatamente da transformação da gestão da estratégia como um processo contínuo. Durante esse processo de gestão da estratégia esses autores entendem que se dá um processo de aprendizagem organizacional. Essa aproximação com a aprendizagem organizacional deu origem ao outro pilar dessa pesquisa, suscitando um mergulho nessa área de conhecimento, que por ser ampla e construída com contribuições multidisciplinares, exigiu extensa pesquisa bibliográfica. 4 Inicialmente, houve uma preocupação em investigar o modelo conceitual de laço duplo que Kaplan e Norton (2001) estabeleceram para mostrar como se dá o processo de aprendizagem com o BSC. Esse modelo guarda similaridades com o modelo de aprendizado de laço duplo de Argyris (1999a). Também foram buscadas referências em Kofman (2002) sobre o modelo de aprendizado de laço triplo e como este modelo faz referência a modelos mentais, contribuições de Senge (2002) também foram buscadas. Com base em Argyris (1999a), Argyris (1999b) e Kofman (2002), exploram-se os fatores que dificultam o processo de aprendizado, tais como as rotinas defensivas. McElroy (1999a) e McElroy (2003) também foram utilizados, pois esse autor também tratou da questão da aprendizagem organizacional dentro do contexto da Gestão do Conhecimento, e em particular do modelo de aprendizado de laço duplo. Além da questão apontada, os níveis de aprendizado, esta revisão de literatura deparou-se com três questões básicas: i) conceitos de aprendizagem com base em várias abordagens (comportamental, cognitiva e ontológica), ii) foco da aprendizagem – individuo, grupo ou organização e iii) aprendizagem organizacional e organizações que aprendem. No que concerne às três abordagens de aprendizagem organizacional citadas, buscouse suporte em Robbins (2002), Pantoja e Borges-Andrade (2004) e Echeverria (1998). Para o olhar multi-nível da aprendizagem, isto é, individual, grupo e organizacional, Argyris (1999a) será mais uma vez invocado, bem como Senge (1998), McElroy (1999a), McElroy (1999b), McElroy (2003) e Nonaka e Takeuchi (1997). Senge (2002), ao tratar uma das disciplinas da organização que aprende, Aprendizagem em Equipe, dá contribuições substanciais para a compreensão de como se dá a aprendizagem nesta abordagem multi-nível e qual a importância dessa disciplina para a aprendizagem organizacional. Já para tratar a terceira questão, aprendizagem organizacional x organização que aprende, a companhia será de Tsang (1997), Garvin (2001), Schein (1997), De Geus (1999), Popper e Lipshitz (2000) e, como representante mais conhecido da vertente das organizações que aprendem, Senge (2002). 1.3 Relevância do Estudo ou Justificativa A aprendizagem organizacional constitui-se, por si só, num tema palpitante, haja vista a sua importância no contexto atual do mundo corporativo como forma de prover mecanismos de sobrevivência das organizações em ambientes em constantes transformações e cada vez mais competitivos. 5 De Geus (1999), na tentativa de entender o que torna uma empresa capaz de ser considerada bem-sucedida, faz uma visita a dois mundos: o da definição da empresa econômica e o da empresa que aprende, entendendo que essa diferença esta no cerne da crise que os gerentes enfrentam atualmente, associando ainda a tensão entre elas à baixa expectativa de vida das empresas do Hemisfério Norte. Ainda acompanhando De Geus (1999), a empresa bem sucedida é aquela que pode efetivamente aprender. Para enfrentar um mundo em constante mudança e a ela se adaptarem, empresas precisam desenvolver a capacidade de migrar e mudar, de desenvolver novas habilidades e atitudes, em resumo, precisam desenvolver a capacidade de aprender. A essência do ato de aprender é a capacidade de gerir a mudança mediante a mudança em si mesmo – tanto para pessoas quanto para empresas quando vivenciam o tumulto. A única vantagem sustentável é a capacidade de aprender mais rápido que os competidores (DE GEUS, 1999). Para Argyris (2001), as empresas que aspiram ser bem-sucedidas devem resolver o dilema do aprendizado: o sucesso nos mercados depende cada vez mais do aprendizado, mas a maioria das pessoas não sabe aprender. Com ênfase na produção do conhecimento novo, McElroy propõe-se a dar resposta às demandas crescentes por melhores e mais rápidas taxas de aprendizado por parte das organizações. Essa produção do conhecimento novo é a responsável pela inovação, elemento realmente capaz de gerar a diferenciação das organizações em mercados competitivos. “A mais importante forma de estratégia aponta para a capacidade de as organizações aprenderem e adaptarem-se”, nos ensina McElroy (2003). O aprendizado estratégico é aspecto mais inovador e importante de todo o Scorecard, pois cria instrumentos para o aprendizado organizacional em nível executivo. Os executivos não dispõem, hoje, de um procedimento para receber feedbacks sobre sua estratégia e testar hipóteses em que ela se baseia. O Balanced Scorecard permite que monitorem e ajustem a implementação da estratégia e, se necessário, efetuem mudanças fundamentais na própria estratégia (KAPLAN e NORTON, 1997). Como se vê, o fenômeno da aprendizagem organizacional com a adoção do Balanced Scorecard foi objeto de atenção de Kaplan e Norton (1997) e Kaplan e Norton (2001) reafirmaram essa importância, retomando o tema, chegando a dedicar alguns capítulos ao seu aprofundamento. Para essa aproximação, lançaram mão de conceitos de modelos teóricos de 6 aprendizagem de autores consagrados - Argyris (1999a) - para articular como se dá a aprendizagem no contexto do BSC. Entretanto, o que se percebe é que tal aproximação merece ainda uma exploração mais aprofundada, também à luz da evolução do referencial teórico que trata de aprendizagem organizacional. A essência da geração do aprendizado estratégico com o Balanced Scorecard dá-se principalmente durante o processo de testes da hipótese estratégica em função das mudanças no contexto em que a organização está inserida e dos possíveis ajustes desta. Esse processo de revisão da hipótese estratégica é o cerne de um sistema de gestão estratégica, marcado por processos de feedback e a pela preservação da visão sistêmica da organização. Dessa forma, as organizações que adotam o BSC como instrumento de gestão da estratégia devem estar permanentemente atentas à evolução do processo de execução da estratégia e às mudanças ambientais (mercado, concorrentes, tendências tecnológicas, políticas governamentais, etc.), de modo que possa alimentar a revisão e o ajuste da hipótese estratégica e dos processos que a suportam. Entretanto, o aprendizado estratégico inicia-se muito antes do teste da hipótese estratégica, com a construção da visão compartilhada e da formação da estratégia (KAPLAN e NORTON, 1997). Além da importância individual de cada tema, Balanced Scorecard e Aprendizagem Organizacional, a aproximação pretendida por essa pesquisa entre esses dois temas justificase, pois: A aprendizagem é fator crítico de sucesso para a execução e gestão da estratégia, pois é uma das etapas do processo de conversão da estratégia em processo contínuo, fornecendo insumos fundamentais à revisão e atualização da estratégia. A aprendizagem é fator crítico de sucesso também para a própria implantação do BSC na sua plenitude. Caso não se lance mão dos benefícios gerados pelo aprendizado, o BSC acabará sendo implantado dentro de uma visão reducionista, isto é, apenas como um sistema de gestão de indicadores estratégicos, algo infinitamente aquém das suas potencialidades e ambições. Com base no estudo de caso a ser realizado na Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, essa pesquisa entende ser possível lançar luzes sobre o processo de aprendizagem organizacional no contexto de uma experiência concreta de implantação do BSC em uma empresa pública. 7 2. Formulação do Problema Destacada a importância do tema pesquisado, realizada no Item 1.3, cabe então dar contornos mais definidos ao problema que será tomado como objeto da presente pesquisa, procurando-se verificar a aplicabilidade e exploração do tema proposto dentro de uma situação real. O desafio que ora se impõe à pesquisa deverá ser o entendimento da importância do aprendizado estratégico para a implementação e gestão da estratégia com o Balanced Scorecard no caso estudado, como esse aprendizado acontece, se acontece, que fatores podem estar envolvidos nesse processo, como ele pode ser fomentado. Esse desafio traduz o cerne do problema pesquisado. O desenvolvimento do aprendizado estratégico, previsto por Kaplan e Norton (1997) e Kaplan e Norton (2001), cuja importância já foi ressaltada, constitui-se então como uma questão a ser convenientemente tratada. Na empresa estudada, ela afeta a sua liderança executiva, que precisa desenvolver e aprimorar competências para promover aquele desenvolvimento e colocar esse aprendizado a serviço da gestão da estratégia definida. Entre os riscos de a organização estudada não dar à questão do aprendizado a importância realçada está a implantação do BSC apenas como um sistema de mensuração de desempenho, um possível comprometimento da gestão da estratégia e, como desdobramento desse comprometimento, possível perda de credibilidade do Planejamento Estratégico por parte dos Líderes e do corpo funcional da organização. Assim, delineado o problema, cabe a essa pesquisa responder à seguinte questão: “Como foi o processo de aprendizagem organizacional estratégica para a empresa pesquisada, durante o desenvolvimento, implantação e utilização do Planejamento Estratégico com o Balanced Scorecard ?” A seguir serão apresentados os objetivos gerais e específicos da pesquisa, as suposições previamente levantadas, à guisa de confirmação ou não pelos resultados apurados em campo e ainda os resultados esperados. 8 2.1 Objetivos (Gerais e Específicos) O objetivo geral da pesquisa proposta é investigar como se dá o processo de aprendizagem organizacional estratégica a partir da adoção do Balanced Scorecard em um planejamento estratégico. Como objetivos específicos podem ser destacados: Identificar oportunidades de melhorias nas competências das Lideranças para o desenvolvimento do trabalho e aprendizado em equipe. Identificar fatores que podem estar interferindo negativamente no processo de aprendizagem organizacional, a fim de bloqueá-lo ou retardá-lo. Verificar que fatores podem estar contribuindo positivamente para fomentar esse aprendizado. Investigar se é possível identificar o aprendizado de laço simples e duplo, conforme previsto nos modelos de aprendizado de Argyris (1999a), com a adoção do BSC. Investigar se é possível identificar o aprendizado de laço triplo, tal qual previsto no modelo de aprendizado de Kofman (2002), com a adoção do BSC. Avaliar as competências desenvolvidas, relativas à aprendizagem organizacional, pela Conab para a realização de Reuniões Estratégicas (RAEs) efetivas e para a gestão e execução da estratégia 2.2 Suposições É possível identificar um aprendizado organizacional a partir da adoção do Balanced Scorecard como ferramenta para a gestão da estratégia, conforme previsto na literatura. A pesquisa deverá verificar a ocorrência de aprendizado de laço simples, pelo menos, a partir da adoção do Balanced Scorecard, no caso estudado. Existe espaço para o aprendizado de laço duplo a partir da adoção do Balanced Scorecard, no caso estudado. Se for verificado um aprendizado de laço triplo a partir da adoção do Balanced Scorecard, no caso estudado, esse aprendizado não terá sido intencional. 9 A pesquisa poderá identificar indícios de existência de rotinas defensivas durante a construção do Projeto de Planejamento Estratégico e as Reuniões Estratégicas (RAEs) As discussões ocorridas nas Reuniões estratégicas poderão apresentar indícios de inefetividade. 2.3 Resultados esperados Dotar a Companhia Nacional de Abastecimento de instrumentos para a promoção e aprimoramento do seu processo de aprendizado organizacional e gerar subsídios para aperfeiçoar os mecanismos de sua gestão. Dotar a Companhia de elementos para a avaliação da efetividade das suas Reuniões Estratégicas (RAEs) e assim contribuir para a melhoria do processo de gestão e execução da sua estratégia. Identificar fatores que podem estar interferindo positivamente ou negativamente no processo de aprendizagem organizacional, de modo a possibilitar intervenções para melhoria deste processo. Identificar instrumentos e direcionadores que possam contribuir para a melhoria das competências das Lideranças para o trabalho em grupo, incremento da produtividade, fortalecimento da integração interna e da identidade institucional. Conhecimentos sobre como o processo de aprendizagem de laço simples e duplo previsto no modelo de aprendizagem de Kaplan e Norton (2001) pode ocorrer na pratica. Conhecimentos sobre a possibilidade de haver um terceiro laço de aprendizagem, conforme previsto no modelo de laço triplo de Kofman (2002), com a utilização do BSC. Disponibilização dos conhecimentos encontrados, em particular quanto ao três níveis de aprendizado (laços), em prol do fomento destes e integração deste conhecimento ao acervo de conhecimento da organização. 10 3. Referencial Teórico 3.1 Aprendizagem Organizacional A aprendizagem organizacional é uma área de conhecimento construída com contribuições multidisciplinares, como a psicologia, antropologia, filosofia, administração de empresas. Esse fato dá à questão um caráter peculiar, marcado por grandes discussões, uma vasta literatura e um corpo teórico ainda à guisa de convergência quanto a essa diversidade de pontos de vista e contribuições teóricas. Entre essas discussões destacam-se a) níveis de Aprendizado b) os conceitos de aprendizagem organizacional baseado em perspectivas comportamental, cognitiva e ontológica, c) o foco onde se dá a aprendizagem, individual, grupo ou organizações e d) a questão da aprendizagem organizacional e das organizações que aprendem. Esses quatro itens serão abordados a seguir. 3.1.1 Níveis de Aprendizado O modelo de aprendizado de laço simples e laço duplo1, segundo Argyris (1999a), propõe-se a corrigir erros em relação a padrões estabelecidos. Quando um erro é detectado e corrigido, por meio de ações, sem questionamento ou alteração de valores do sistema (seja em termos individual, grupo ou organizacional) estamos diante de um aprendizado de laço simples (vide Figura 1). O aprendizado de laço duplo, por sua vez, acontece quando os erros são corrigidos por meio de ações, mas só depois que as variáveis direcionadoras tiverem sido revistas. Variáveis direcionadoras são aquelas que podem ser inferidas com base em observações das ações dos indivíduos dentro das organizações. Elas não serão encontradas sob crenças e valores esposados. O aprendizado de laço simples é útil para a realização de tarefas do dia a dia, já o aprendizado de laço duplo é requerido quando se tratar de tarefas mais complexas e não passíveis de serem programadas (ARGYRIS, 1999a). 1 Há, na literatura de aprendizagem organizacional, varias traduções para as expressões single loop e double loop utilizadas por Argyris. Neste trabalho foram adotadas as traduções laço simples e laço duplo para essas expressões, respectivamente. 11 Concordam Variáveis direcionadoras Ações Conseqüências Não concordam Laço Simples Laço Duplo Figura 1- Modelo de Aprendizado de Laço Duplo (ARGYRIS, 1999a)2. Argyris está interessado em compreender o processo de raciocínio das pessoas numa tentativa de entender como se dá o aprendizado, particularmente como se dá o processo de raciocínio das pessoas durante o aprendizado de laço duplo. O aprendizado de laço duplo é, então, o reflexo de como pensam os gerentes e empregados, ou seja, as regras cognitivas ou o raciocínio que aplicam no planejamento e execução de suas ações (ARGYRIS, 2001). Argyris (2001) enfatiza a importância da compreensão do que chamou de raciocínio defensivo, responsável pelo bloqueio do aprendizado. Para explicar as origens do raciocínio defensivo, esse autor formulou dois conceitos, a teoria de ação, “conjunto de regras utilizadas pelos indivíduos para planejar e implementar seu próprio comportamento, assim como para planejar o comportamento alheio” e a teoria em uso, que reflete como realmente as pessoas agem. Esta se baseia num conjunto de valores que visa basicamente preservar o indivíduo de situações em que se sinta ameaçado ou exposto. A teoria em uso preserva o controle unilateral. “O raciocínio defensivo estimula as pessoas a não revelar as premissas, inferências e conclusões que forjam o seu comportamento, e a evitar testá-las de maneira verdadeiramente independente e objetiva” (ARGYRIS, 2001). Evidenciar e superar as contradições e inconsistências entre a teoria esposada (em ação) e a teoria em uso são os grandes desafios para romper as armadilhas criadas pelo raciocínio defensivo e, por sua vez, garantir oportunidades de aprendizado no contexto organizacional. 2 A expressão original do modelo de Argyris “governing variables” foi traduzida como “variáveis direcionadoras” 12 As pessoas são capazes de identificar as inconsistências entre as suas teorias de ação esposada e efetiva. Também podem reconhecer o fato de que inconscientemente planejam e implementam ações indesejáveis. E ainda conseguem aprender a identificar ações individuais e grupais para a criação de defesas organizacionais e perceber como essas defesas contribuem para os problemas das empresas. (ARGYRIS, 2001). O antídoto ao raciocínio defensivo é o aprendizado do raciocínio produtivo, em que os raciocínios são fundamentados, inferências dão lugar a argumentos pautados no rigor analítico e subsidiados por dados e exemplos e são recebidos sem defesas ou críticas. (ARGYRIS, 2001). Em Kofman (2002), o raciocínio produtivo tem características análogas ao que chama de aprendizado mútuo. Na análise do processo de aprendizagem organizacional e fatores intervenientes, Kofman (2002) traz para discussão um modelo de comportamento, que chama de controle unilateral. Para esse autor, “O modelo de controle unilateral é um modo de pensar que tem por objetivo fundamental manter o controle e salvar as aparências, evitando por todos os meios desprestigiar a imagem ou expor-se ao erro”. Este modelo gera uma série de conseqüências nefastas ao aprendizado, por exemplo, a inibição da efetividade, da flexibilidade, inovação, qualidade, rentabilidade, competitividade e sobrevivência nas organizações. Para superar essas deficiências, esse autor propõe o modelo de aprendizado mútuo, cujos pressupostos são (KOFMAN, 2002): a) eu sou um ser humano limitado pelos meus modelos mentais; b) o pensamento dos outros tem uma lógica intrínseca; c) todos os seres humanos podem agir de forma racional e, ao mesmo tempo, estar abertos às opiniões dos outros; d) as restrições são incentivos para aguçar o engenho; e) os erros são oportunidades de aprendizado dignas de investigação. Quando as pessoas operam de acordo com o modelo de aprendizado mútuo, as emoções predominantes são as de entusiasmo, da alegria e da paz. Nesse estado de ânimo, torna-se possível compartilhar responsabilidades, aceitar que as visões dos outros são tão válidas quanto as nossas e que todos são capazes de contribuir para solucionar o problema (KOFMAN, 2002). A importância do aprendizado mútuo está no estabelecimento de um modo novo de fazer as coisas, pautado na busca do entendimento, acordo e comprometimento. Ele utiliza o 13 nível 3 de aprendizado, que implica necessariamente a revisão dos modelos mentais para a realimentação do aprendizado. Para Kofman (2002), A transição do modelo de controle unilateral para o de o modelo de aprendizado mútuo não pode ocorrer somente por meio de mudanças cosméticas na linguagem. Mudar os modelos mentais exige um grande esforço pessoal. Criar uma cultura de abertura e melhoria contínua requer uma transformação pessoal, transformação que requer o nível mais profundo de aprendizado. A partir das distinções sobre aprendizado e modelos mentais feitas por Bateson3, Kofman (2002) propõe um modelo de aprendizado de laço triplo. Bateson4 apud Kofman (2002), “diferenciou vários tipos de aprendizado usando as leis da física do movimento como metáfora: aprendizado 0 (corpo em repouso ou posição fixa), aprendizado 1 (velocidade ou taxa de mudança de posição), aprendizado 2 (aceleração ou taxa de mudança de velocidade), aprendizado 3 (taxa de mudança na aceleração)”. O terceiro laço implica, dentro do processo de aprendizado, a revisão dos modelos mentais, responsáveis por sua vez pelas interpretações que geram novas ações (vide Figura 2). Ainda segundo Kofman (2002), os modelos mentais são “um conjunto de idéias e crenças, profundamente arraigadas em todo o ser humano, que organizam sua forma de compreender o mundo e a si mesmo”. Ou, para ficarmos com a definição de Senge (2002), para quem modelos mentais “são pressupostos profundamente arraigados, generalizações ou mesmo imagens que influenciam nossa forma de ver o mundo e de agir”. 3 Sobre essas distinções, Kofman faz referência à obra de Bateson, G. Pasos hacia uma ecologia de la mente. Buenos Aires: Lúmen, 1998 4 Bateson, G. op.cit. 14 Cultura Objetivos Objetivo Concordam s Biologia Idioma História Pessoal Ambiente Modelos Mentais Filtros e estruturas interpretativas Interpretações Ações - o que está acontecendo? - O que quero? - O que posso fazer? Resultado s Aprendizado 11ºLaço Simples Não Concordam Aprendizado 2 2 -Laço Duplo Aprendizado 3 - Laço Triplo Figura 2 - Aprendizado de uma, duas e três voltas (KOFMAN, 2002) Ainda a respeito das distinções de Bateson sobre os diversos níveis de aprendizado, Snell e Man-Kuen Chak (1998) apresentam uma síntese dos conceitos envolvidos em cada um desses níveis e suas manifestações em termos individuais e da organização, conforme Quadro 1. 15 Quadro 1 – Níveis de aprendizado para indivíduos e organizações – Adaptado de Snell e Man-Kuen Chak (1998)5. Manifestação nos Indivíduos Nível de Aprendizado Manifestação nas Organizações Não há Isolamento – Falha no recebimento do Fragmentação – Nenhuma ligação aprendizado feedback de ações, e não obtenção de entre modelos mentais individuais e qualquer informação nova. compartilhados. Perda de um indivíduo significa perda das suas competências. Laço Adaptação – tornando-se mais experto: Consolidação Simples reconhecendo que a meta de uma ação não conhecimentos e competências à foi atingida, há o ajuste para melhorar as empresa, – sem adição alteração de das políticas, objetivos, mapas mentais possibilidades desse atingimento. ou atividades por ela adotados. Laço Duplo Desenvolvimento – aprendizado diferentes habilidades: de optando-se Entendendo por pelo Transformação – Mudança dos tipos de conhecimentos e competências da que um empresa por meio da reconstrução sistema de busca de atingimento de metas dos problemas. Desenvolvimento de está inadequado e levou a incongruências e novos omissões. Redefinição do problema com mentais base em insights profundos. paradigmas e modificando modelos normas, políticas e objetivos. Deutero ou Inventividade –Tornando-se cônscio das Co-inventividade – Membros da Laço Triplo limitações dos grandes frameworks : criando organização descobrem como eles e maneiras de avançar com novas estruturas seus predecessores podem facilitar de pensamento e ação apropriadas para ou inibir o aprendizado e produzir situações particulares e monitoramento dos novas estruturas e estratégias de efeitos desses construtos. aprendizado. Um dos destaques desse quadro fica para o entendimento do terceiro laço que é tratado como Deutero Learning. Snell e Man-Kuen Chak (1998) associam o laço triplo à capacidade de adoção de novos processos e metodologias para permitir a reconstrução do modo de pensar, para mover-se do paradigma da mudança de posições para o da invenção, à capacidade de aprender a aprender. Sunassee e Haumant (2004) identificaram, além dos três 5 Sumarizado pelos autores com base nos níveis de aprendizado estabelecidos por Bateson, G. Steps to an ecology of mind. London: Palladium. 1973. 16 tipos de laços de aprendizado já elencados, um outro chamado “Deutero-Double Loop Learning”, referendando Argyris e Shön6, que ocorre quando a organização aprende como aprender e quando promove e encoraja o aprendizado de laço simples e duplo. O aprendizado de laço triplo, segundo Sunassee e Haumant (2004), ocorre quando a missão e a visão da organização, e mesmo a sua cultura e posição no mercado, são colocadas em cheque, ou dizendo de outro modo, quando os princípios fundamentais da organização são questionados. O aprendizado de laço triplo diz respeito ao aumento de integralidade e profundidade do aprendizado sobre os dilemas enfrentado pela organização e às maneiras de gerenciar esses dilemas (FLOOD e ROMM, 1996). Uma discussão interessante e fecunda ficará por conta de estabelecer um paralelo entre o modelo de aprendizado laço duplo, como descrito por Argyris (1999a) (vide Figura 1), e o modelo de laço triplo, nos moldes descritos por Kofman (2002) (vide Figura 2). Esta comparação é pertinente, se considerarmos que há pontos em comum: a) Ambos tratam da necessidade de revisão de modelos mentais antes da correção de ações. Para o modelo de laço duplo de Argyris, a revisão de variáveis direcionadoras, como definida, implica a revisão de crenças e valores profundos, não restando dúvidas que há uma revisão de modelos mentais. O laço triplo, conforme já especificado, também pressupõe a revisão dos modelos mentais. Mas sendo assim, qual a diferença entre ambos? O modelo mental, nesse caso, sofre influências e contribuições de estruturas multi-níveis, como a biologia, a cultura, o idioma, a história pessoal, e, principalmente, do ambiente. O processo de revisão dos modelos mentais, no laço triplo é, portanto, mais abrangente e profundo. b) Além disso, e como conseqüência daquelas contribuições multi-níveis para a construção dos modelos mentais, o modelo de laço triplo pressupõe a necessidade de estabelecimento de um contexto comum de relacionamento, que possibilite a comunicação efetiva entre pessoas, possuidoras que são de modelos mentais distintos (BATESON, 1979). c) Ambos os modelos pressupõem que o modelo de controle unilateral tenha sido abandonado e que as rotinas defensivas tenham sido apropriadamente identificadas e superadas, de modo que proporcionem melhores taxas de aprendizado. 6 Argyris, C. ; Shön, D. Oganizational learning: a thery of action perspective. Addison-Wesley Reading. MA, 1978. 17 Outros autores também trataram a questão dos diversos níveis de aprendizado, como Senge e Fulmer (1993) que distinguem dois tipos de aprendizado: i. Instrumental – que envolve ajustes nos comportamentos individuais para fazer face às mudanças ambientais. Trata-se de um aprendizado de manutenção, associado à sobrevivência da organização. É, portanto, reativo. ii. Generativo – é o aprendizado que remete à capacidade individual ou da organização de criar seu futuro. É, portanto, pró-ativo. Dois níveis de aprendizados também são destacados por Schein (1997): 1) relacionado com a manutenção e crescimento; 2) referente à transformação. Estes dois níveis foram associados por Schein (1997) aos conceitos de aprendizado de laço simples e duplo preconizados por Argyres (1999a), respectivamente. Esses dois níveis de aprendizado destacados por Schein (1997) mantêm correspondência com aqueles estabelecidos por Senge e Fulmer (1993). Piaget7 (apud DE GEUS, 1999) também identifica dois tipos de aprendizado: a) Por assimilação, em que a absorção de informações para as quais o aprendiz já possui estruturas montadas que possibilitam reconhecer e dar significado ao sinal. De Geus (1999) enquadra nessa categoria as decisões operacionais tomadas pelas organizações; b) Por acomodação, em que o aprendiz passa por uma mudança estrutural interna em suas crenças, idéias e atitudes. Para De Geus (1999), este tipo de aprendizado refere-se a um processo fundado na experiência, pelo qual se adapta às mudanças do meio ambiente. McElroy (1999a) e McElroy (2003) resgatam em Argyris (1999a) os conceitos de laço duplo para a sua articulação em termos de aprendizagem organizacional, associando-os àqueles que utiliza, tais como regras, que nesse contexto, significa conhecimento. No modelo de ciclo de vida do conhecimento8 que propõe, McElroy (2003) destaca dois grandes blocos, o de integração do conhecimento, preocupado com a captura, codificação e o compartilhamento do conhecimento (associado ao lado do fornecimento9) e o bloco denominado produção do conhecimento, preocupado com a geração do novo conhecimento para dar conta das lacunas existentes na organização (associado ao lado da demanda10 do 7 Piaget, J. The psychology of intelligence. London: Routledge & Kegan Paul, 1986 No texto original, o modelo chama-se Knowledge Life Cycle (KLC) 9 Supply-side, no original 10 Demand-side, no original 8 18 conhecimento). Ao primeiro bloco, McElroy (1999a) associa o aprendizado de laço simples enquanto ao segundo bloco, o aprendizado de laço duplo. A segunda geração da gestão do conhecimento oferece, nos moldes propostos, uma estratégia de implementação para o aprendizado organizacional de laço duplo (McElroy, 1999a). 3.1.2 Conceitos de aprendizagem organizacional com base nas várias abordagens O aprendizado acontece quando há uma mudança nas ações. Uma mudança nos processos mentais ou nas atitudes de uma pessoa, quando não se reflete no seu comportamento, não é um aprendizado. Finalmente, há a necessidade de alguma forma de experiência para a aprendizagem, e independentemente da forma como ela seja adquirida, se essa experiência resultar em mudança de comportamento, então se pode afirmar que houve aprendizado (ROBBINS, 2002). O termo aprendizagem, de forma geral, faz referência a um processo de mudanças que ocorre no individuo e que não é resultante de maturação, uma expressão verbal concernente a outro conceito que está associado à idade ou fases da vida. (PANTOJA e BORGESANDRADE, 2004). Esse processo de aprendizagem pode ser explicado ppor várias correntes. Três delas serão exploradas a seguir: a) Abordagem comportamental ou behaviorista Para dar conta de como aprendemos, três teorias explicam o processo pela qual adquirimos padrões de comportamento (ROBBINS, 2002, p. 38): condicionamento clássico, condicionamento operante e a aprendizagem social. O condicionamento clássico surge com experimentos realizados pelo fisiologista russo Ivan Pavlov, que consistia em ensinar cães salivarem em resposta ao ruído de uma sineta. Para esse condicionamento, o indivíduo responde a algum estímulo que originariamente não produziria tal resposta. O condicionamento clássico é passivo. Alguma coisa acontece e nós reagimos de determinada maneira. Essa reação é causada por um evento específico e identificável. Como tal, pode explicar comportamentos reflexivos simples. Mas a maioria dos comportamentos – especialmente os complexos, das pessoas dentro das 19 organizações – é mais manifestada do que provocada. É uma atitude voluntária mais que uma reação reflexiva. (ROBBINS, 2002). A pesquisa de campo do psicólogo de Harvard, B. F.Skinner, ampliou o conhecimento sobre o condicionamento operante, tendo um papel análogo ao de Pavlov para o condicionamento clássico. Para o condicionalmente operante o “comportamento é uma função de suas conseqüências. As pessoas aprendem um comportamento para obter algo que desejam ou para evitar algo que não queiram. O comportamento operante significa um comportamento voluntário ou aprendido” (ROBBINS, 2002), o que significa que é determinado de fora para dentro, e não reflexivo. “A tendência da repetição do comportamento é influenciado pelo reforço ou pela falta do reforço resultante das conseqüências de tal comportamento. O reforço, portanto, fortalece o comportamento e aumenta a probabilidade de que ele venha a ser repetido” (ROBBINS, 2002). Para a Teoria da aprendizagem social “as pessoas podem aprender tanto pela observação como pela experiência direta” (ROBBINS, 2002). Segundo esse autor Embora a teoria da aprendizagem social seja uma extensão do condicionamento operante – ou seja, assume que o comportamento é uma função de conseqüências -, ela também reconhece a existência da aprendizagem observacional e a importância da percepção no aprendizado. As pessoas respondem à forma como percebem e definem as conseqüências e não às conseqüências em si mesmas” (ROBBINS, 2002). Na tradição behaviorista (teorias S-R)11, a ênfase é dada na mudança do comportamento, que se estabelece de forma relativamente duradoura, como resultado da interação do indivíduo com o seu ambiente (PANTOJA e BORGES-ANDRADE, 2004). Se para essa abordagem, no contexto organizacional, a palavra-chave é mudança de comportamento, a questão é como conseguir essa mudança com vistas a melhorias das taxas de aprendizado, apoiada na sua base de conhecimentos. Robbins (2002) destaca quatro maneiras de modelar o comportamento: por meio de reforço positivo, reforço negativo, punição e extinção. No reforço positivo, uma resposta é acompanhada de uma reação agradável, já quando a resposta é acompanhada da finalização ou retirada de alguma coisa desagradável, estamos diante de reforço negativo. A punição 11 O termo S-R.abreviatura dos termos latinos Stimulus e Responsio e refere-se a Estímulos e Resposta 20 consiste em causar uma condição desagradável na tentativa de eliminar um comportamento indesejado. À eliminação de qualquer reforço que esteja mantendo um comportamento é chamada de extinção. O reforço, positivo ou negativo, resulta em aprendizado, pois fortalecem uma resposta e aumenta a sua probabilidade de repetição. b) Abordagem cognitiva Na tradição cognitivista (teorias S-O-R), aquelas mudanças duradouras de comportamento também ocorreriam como resultado dessa interação com o ambiente (S); mas é postulado que a interação antes resultaria em processos mentais ou na aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes - CHAs que poderiam ser inferidos a partir daquelas mudanças (PANTOJA e BORGES-ANDRADE, 2004). A abordagem cognitivista entende que aprender é uma mudança comportamental e atitudinal, que envolve os planos afetivo, motor e cognitivo. Enfatiza os conteúdos, os tipos, os níveis, os métodos, os contextos, as características do aprendiz, as seqüências de instruções, assim como as formas de mensuração e avaliação, como os seus componentes, os quais podem funcionar com fatores facilitadores e dificultadores da aprendizagem, tanto no plano dos indivíduos como do grupo (BASTOS et al., 2002). c) Abordagem ontológica A compreensão do processo de aprendizado sob a ótica da ontologia pressupõe o entendimento do papel da linguagem para essa abordagem: os seres humanos são seres lingüísticos, construídos pela linguagem. Como constitutivo do ser humano e do mundo que habita, a linguagem está num nível muito acima de um simples sistema de signos e sons, como quer a lingüística, ou como um sistema de comunicação emissor-receptor, como entende a engenharia da comunicação. Dessa forma, enquanto na concepção tradicional, a realidade precede a linguagem, tendo um papel descritivo, na visão ontológica, a linguagem gera a realidade. A visão descritiva da linguagem é então substituída pela visão gerativa. A linguagem não é passiva, ela é ação. Criamos o mundo com nossas distinções lingüísticas, com nossas interpretações, relatos e com a capacidade que a linguagem nos proporciona de coordenar ações com o outro. (ECHEVERRIA, 1998). Nesse contexto, escutar e falar ganham papéis mais relevantes. Escutar não é ouvir, escutar é ouvir e interpretar. Falar é atuar, é intervir na realidade. Quando atuamos e 21 escutamos estamos construindo o nosso ser. A escuta tampouco é um ato passivo. Como interpretação das ações do outro, a escuta permite uma construção da realidade e de um futuro (ECHEVERRIA, 1998). Para Echeverria (1998), há uma forma particular de poder chamada de aprendizagem, que é o resultado comparativo entre a capacidade de geração de ação de uma entidade em momentos diferentes, no tempo. Assim, quando uma mesma entidade puder realizar ações efetivas diferentes em determinado momento de seu desenvolvimento que não podia realizar em seu passado, diz-se que ela aprendeu. A aprendizagem é, pois, um juízo de poder. Só podemos dizer que houve aprendizado quando emitimos um juízo de que aquilo que podemos fazer no presente não podíamos fazer no passado. Portanto, não há aprendizagem, como não há saber, que não nos remeta, de uma forma ou de outra, à nossa capacidade de ação efetiva (ECHEVERRIA, 1998). 3.1.3 Foco onde se dá a aprendizagem Outro aspecto controverso diz respeito ao estabelecimento do nível em que se dá a aprendizagem, individual, grupal ou da organização. Existe uma aprendizagem da organização? Ou apenas uma aprendizagem na organização?. Quem é, de fato, o sujeito da aprendizagem? Se há uma aprendizagem da organização, como se dá a transferência dos conhecimentos individuais para o grupo e para a organização? Argyris (1999b), ao tratar a questão, afirma “Quando descrevo a organização que aprende em Organization Learning II, mostro que os responsáveis pela aprendizagem organizacional são os indivíduos. As organizações podem criar um ambiente que permita que esses indivíduos aprendam. Mas são os indivíduos que têm a capacidade de aprender a fazer algo.” Senge (1998) entende que “sempre que há um aprendizado organizacional significativo, seja ele onde for, ele se deve a uma comunidade de pessoas. Uma organização nada mais é que uma grande comunidade de pessoas. Não uma máquina, mas uma comunidade viva: portanto o verdadeiro aprendizado é o aprendizado das comunidades. Por isso é tão importante se concentrar no aprendizado em equipe”. A grande importância dada por Senge (2002) à disciplina da aprendizagem em equipe deve-se ao fato de que, no contexto organizacional, grande parte das decisões acontece em equipe ou, mesmo quando tomadas individualmente, são equipes que as traduz em ações. 22 Além disso, credencia-se à aprendizagem em equipes o elemento gerador e catalisador da aprendizagem organizacional. “Indivíduos aprendem o tempo todo, porem ainda não acontece a aprendizagem organizacional. Mas se as equipes aprendem, elas tornam o microcosmo para a aprendizagem em toda a organização” (SENGE, 2002). Três dimensões da aprendizagem em equipe são destacadas por Senge (2002): a) equipes precisam aprender como utilizar o potencial de muitas mentes, para tornar a inteligência da equipe superior à de cada um dos seus membros; b) equipes demandam ação inovadora e coordenada, em que cada membro é consciente do outro e age de forma complementar aos outros membros; c) equipes agem em outras equipes, estimulando-as e gerando sinergias. A Segunda Geração da Gestão do Conhecimento reconhece a importância do aprendizado individual uma vez que o conhecimento organizacional depende dele e o acolhe. O conhecimento pode estar em vários níveis, assevera McElroy (1999b): individual, de grupo e organizacional. À tensão existente entre estes três níveis, McElroy (1999b) chama de tensão criativa, algo saudável, uma vez que pode ser responsável pelo surgimento do conhecimento novo. A tensão criativa, quando bem gerenciada pela organização, pode resultar em altas taxas de inovação e performance organizacional. Nonaka e Takeuchi (1997) propõem duas dimensões quanto à criação e distribuição do conhecimento nas organizações: epistemológica e ontológica. Na dimensão epistemológica dá-se a criação do conhecimento individual. É ainda nessa dimensão que ocorrem os quatro modos de conversão de conhecimento tácito para explícito: socialização, externalização, combinação e internalização. Na dimensão ontológica, o conhecimento individual desenvolvido será então trabalhado para se tornar conhecimento de grupo e depois de organização. Essas duas dimensões compõem a espiral do conhecimento, o processo contínuo e crescente que realiza a distribuição do conhecimento. “Assim, a criação do conhecimento organizacional é um processo em espiral que começa no nível individual e vai subindo, ampliando comunidades de interação que cruzam fronteiras entre seções, departamentos, divisões e organizações” (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). Três características-chave da criação do conhecimento na empresa japonesa são destacadas por Nonaka e Takeuchi (1997): a metáfora e analogia utilizadas para expressar intuições e insigths, a transferência do conhecimento pessoal para o conhecimento organizacional e por último a ambigüidade e redundância, a primeira permitindo novas fontes 23 de significados e a segunda entendida como desejável, por ser difusora do conhecimento explícito na organização. 3.1.4 Aprendizagem Organizacional e Organizações que Aprendem Embora essas duas abordagens sejam absolutamente distintas, uma vez que foram construídas sob visões e propósitos diferentes, a discussão sobre elas pode ser vista mais dentro de uma perspectiva de complementaridade que de oposição. A aprendizagem organizacional nasce sob viés acadêmico e científico, obedecendo a um rigor metodológico, visando à construção de um referencial teórico para dar conta de saber como se dá o fenômeno da aprendizagem no contexto organizacional. Tem, portanto, um caráter eminentemente descritivo e a sua preocupação básica é com o processo de aprendizagem em si. Para Tsang12 (apud Bastos et al., 2002) a aprendizagem organizacional “interessa-se pela descrição de como a organização aprende, isto é, focaliza as habilidades e processos de construção e utilização do conhecimento, que favorecerão a reflexão sobre as possibilidades de ocorrer aprendizagem nesse contexto.” As organizações que aprendem, por sua vez, têm sua gênese na comunidade de consultores e gestores, interessados em lançar mão do corpo de experiências das organizações e das suas melhores práticas, para produzir recomendações de como se tornar uma organização que aprende, e assim em extrair dessa experiência o melhor saber para suportar e pautar suas ações. O caráter, nesse caso, é prescritivo e o viés, prático, focado no produto. Os estabelecimentos de Senge (2002) enquadram-se nessa vertente, para quem uma organização que aprende é “um lugar onde as pessoas descobrem continuamente como criam sua realidade” (SENGE, 2002, p. 46), e “uma organização que está continuamente expandindo sua capacidade de criar seu futuro” (SENGE, 2002, p. 47). De acordo com Garvin (2001), para que uma organização possa se transformar em uma organização que aprende, três questões críticas - que chamou de “os três M” - devem ser apropriadamente tratadas: significado (meaning), gestão (management) e mensuração (mesurement). A primeira envolve superar as questões conceituais por meio do estabelecimento de “uma definição plausível e bem fundamentada de organização que 12 TSANG, E. W. K. Organizational Learning and the learning organization: a dichotomy detween descriptive and prescriptive reseach. Human Relations, v. 50, n 1, p. 73-89, 1997. 24 aprende, que seja conversível em ação e de fácil aplicação” (Garvin, 2001). A segunda questão diz respeito à “necessidade de orientações mais claras sobre aspectos práticos, envolvendo recomendações operacionais em vez de grandes aspirações” (Garvin , 2001). No que concerne ao tópico relativo ao significado, Garvin (2001) elaborou uma definição marcada pela abrangência e completude: “A organização que aprende é a que dispõe de habilidades para criar, adquirir e transferir conhecimentos, e é capaz de modificar seu comportamento, de modo a refletir os novos conhecimentos e idéias“. Sobre o último tópico, a mensuração, a preocupação de Garvin (2001) é saber como se verifica, na pratica, o aprendizado organizacional, como seus resultados podem aferidos, como podem ser avaliados a velocidade e os níveis de aprendizado. Garvin (2001) faz um arrazoado de algumas metodologias de mensuração de resultados da aprendizagem organizacional existentes, a exemplo da sugerida por Stata (1989), mostrando vantagens e fragilidades, e traduz o problema da seguinte maneira: Em geral, o aprendizado organizacional pode ser rastreado ao longo de três estágios superpostos. A primeira fase é a cognitiva. Os membros da organização são expostos a novas idéias, ampliam seus conhecimentos e começam a pensar de maneira diferente. A segunda fase é a comportamental. Os empregados passam a internalizar novas idéias e a alterar seu comportamento. E a terceira fase é a de melhoria do desempenho com mudanças de comportamento que acarretam melhorias quantificáveis nos resultados: qualidade superior e melhor entrega, aumento de participação no mercado ou outros ganhos tangíveis (GARVIN , 2001). Essas três questões trazidas por Garvin (2001), particularmente a terceira, remetem à visão extremamente pragmática envolvida na vertente da organização que aprende, em que uma materialidade é buscada, a fim de gerar a desejada obtenção de resultados. Garvin (2001) chega a considerar as contribuições teóricas nesse campo “referenciais e utópicas, cheias de uma terminologia quase mística”, promovendo uma crença num paraíso próximo, mas pouco contribuindo em termos de materialidade, de visão prática rumo ao seu alcance. Garvin (2001) destaca cinco atividades nas quais as organizações que aprendem são habilidosas: solução de problemas de maneira sistemática, experimentação de novas abordagens, aprendizado com as próprias experiências e antecedentes, aprendizado com as experiências e melhores práticas alheias, e transferência de conhecimentos rápida e eficiente em toda a organização. 25 Popper e Lipshitz (2000) entendem as organizações que aprendem como aquelas que inserem os mecanismos de aprendizagem institucionalizados na cultura do aprendizado. Mecanismos de aprendizagem organizacional (Organizational Learning Mechanism – OLM) são instrumentos institucionalizados, tanto procedimentais quanto estruturais, que permitem às organizações coletar, armazenar, disseminar e usar de modo sistemático informações que são relevantes para ela e para a performance de seus membros. (POPPER e LIPSHITZ, 2000). Como sabermos se estamos diante de uma organização que aprende? O teste deverá ser feito mapeando-se os mecanismos de aprendizagem organizacional, a cultura na qual eles estão inseridos e a contribuição de ambos para melhorar a performance e a habilidade dos membros da organização para mudar a missão e os valores organizacionais, respectivamente o laço simples e o laço duplo. (POPPER e LIPSHITZ, 2000). O foco na aprendizagem individual ou grupal é tipicamente a preocupação da aprendizagem organizacional, entretanto, tem-se uma compreensão ainda pouco aprofundada sobre a dinâmica de organizações quem aprendem e do papel da cultura (SCHEIN, 1997). Schein (1997) entende a existência de quatro pré-requisitos para o aprendizado 1) senso de identidade, propósito e missão; 2) capacidade de adaptação e manutenção em face das mudanças externas; 3) capacidade de perceber e testar a realidade 4) integração interna, alinhamento de sub-sistemas na formação do todo. Estes pré-requisitos seriam uma medida da saúde sistêmica da organização, do ponto de vista de sistemas complexos. 3.2 Balanced Scorecard O desenho e o uso de sistemas de medidas de performance tem recebido considerável atenção nos últimos anos. Muitas organizações têm redesenhado seus sistemas de medida de performance para garantir que eles reflitam o ambiente em que estão inseridas bem com as suas estratégias, que precisam ser constantemente revistas e readequadas em função das mudanças desse ambiente (KENNERLY e NEELY, 2003). Entretanto, como o conceito de medida de performance tem evoluído? Bourne et al. (2000) mostram um painel que resgatam a literatura que tem tratado dessa evolução, desde 1974, ressaltando os pontos críticos de cada um dos sistemas de medição existentes. 26 O interesse em sistemas de medida de performance não é novo. No fim dos anos 70 e nos anos 80, muitos autores já vinham demonstrando uma insatisfação com os sistemas de medidas de performance tradicionais, excessivamente voltados para o passado. No final dos anos 80 e inicio dos anos 90, essa insatisfação levou ao desenvolvimento de frameworks de medidas de performance balanceados ou multi-funcionais (BOURNE et al., 2000). Nesse contexto, o Balanced Scorecard (BSC) surge em 1992 com um sistema de medição de performance composto por várias perspectivas, deixando de privilegiar apenas a perspectiva financeira. Mais que um sistema de medidas tático ou operacionais e mais que ampliar o escopo das medidas de desempenho, “O Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica” (KAPLAN e NORTON, 1997, p.2). É, portanto, um sistema de gestão estratégica para administrar a estratégia no longo prazo. O Balanced Scorecard vem sofrendo evoluções desde que foi lançado como referencial de mensuração de desempenho das organizações. A proposta original, criada com a intenção de superar as limitações de perspectiva (mensuração baseada apenas em medidas financeiras) e temporais (voltadas apenas para o desempenho pretérito, sem refletir os vetores de desempenho futuro), propunha-se a fornecer um referencial de análise da estratégia utilizada para a criação de valor, sob quatro perspectivas diferentes – Financeira, Cliente, Processos internos e Aprendizado e Crescimento. Essa proposta original sofreu refinamentos, tendo sido o Balanced Scorecard convertido de um sistema de mensuração de desempenho em um referencial organizacional do sistema gerencial estratégico (KAPLAN e NORTON, 2001, p. 33-34). Surge então, ao longo do desenvolvimento do percurso de Kaplan e Norton, um novo conceito: as organizações focalizadas na estratégia, aquelas que “devem ser capazes de adaptar suas estratégias em razão das mudanças externas e do amadurecimento da estratégia. O sistema gerencial estratégico de loop duplo13 fornece a base para a conversão da estratégia em processo contínuo”. Organizações focalizadas na estratégia usam o Balanced Scorecard para inseri-la no centro dos processos gerenciais. (KAPLAN e NORTON, 2001). Uma organização focalizada na estratégia deve se pautar em cinco princípios, de acordo com Kaplan e Norton (2001): 13 Neste caso, foi mantida a expressão original do termo utilizada na versão em português da obra em questão. 27 Princípio nº 1: Traduzir a estratégia em termos operacionais –Por meio dos mapas estratégicos e dos seus componentes, perspectivas, objetivos, indicadores, metas e iniciativas, a arquitetura lógica da estratégia é traduzida, bem como a criação de valor da organização. Princípio nº 2: Alinhar a organização à estratégia – Por meio de temas e objetivos comuns, o Balanced Scorecard proporcionará o alinhamento organizacional, conectando níveis hierárquicos e unidades de negócio diferentes no cumprimento das metas e contribuindo para a estratégia organizacional. Possibilita-se, desta forma, a criação da sinergia salutar para a integração entre as áreas e um melhor desempenho da organização. Princípio nº 3: Transformar a estratégia em tarefa de todos – Esse princípio pressupõe que todos os colaboradores da organização compreendam a estratégia e conduzam suas tarefas cotidianas no sentido de contribuir para o seu êxito. O Balanced Scorecard é usado como ferramenta para comunicar a estratégia e educar a organização. Princípio nº 4: Converter a estratégia em um processo contínuo – Esse princípio pressupõe o gerenciamento da estratégia como um processo contínuo. Este gerenciamento foi definido como um processo de laço duplo, que integra o gerenciamento tático (orçamentos financeiros e avaliações mensais) com o gerenciamento estratégico, compondo um processo único e contínuo. Este processo consiste de três passos: a) conectar a estratégia ao processo orçamentário (identificação de iniciativas estratégias e diferenciação orçamento estratégico versus orçamento operacional), b) implementar reuniões gerenciais periódicas para a avaliação da estratégia (respaldadas por sistemas de feedback e até por relatórios abertos que revolucionam o paradigma das relações entre executivos e empregados) e c) conduzir o processo de aprendizado e adaptação da estratégia Princípio nº 5: Mobilizar a mudança por intermédio da liderança executiva – Uma vez que um programa de Balanced Scorecard bem sucedido não deve ser reconhecido como um projeto de mensuração e sim de mudança, esse princípio consiste na necessidade do envolvimento da liderança executiva da organização com vistas a promover iniciativas para o gerenciamento da mudança. A implantação do Balanced Scorecard vai exigir o dinamismo da equipe executiva de modo que cative 28 os gerentes e empregados e promova as mudanças necessárias para dar suporte à estratégia. Esses cinco princípios, particularmente o quarto, traduzem a visão do Balanced Scorecard não apenas como produto, um construto para a implementação da estratégia, mas como processo, sendo essa a grande virada dentro da linha evolutiva da ferramenta. O BSC como suporte à gestão da estratégia, portanto, como processo, é o grande diferencial em relação a sistemas de medição de performance. Nesse contexto é que se dá a aproximação do Balanced Scorecard, com o outro pilar desta pesquisa, a aprendizagem organizacional, que como vimos, também pode ser estudada como processo e como produto. A Figura 3 ilustra, para o Balanced Scorecard, essa divisão entre produto (projeto), onde a estratégia é formulada e comunicada, e processo, onde a estratégia é executada e reformulada, sendo este um processo também de aprendizado. Projeto Processo Reformular Formular Aprender Comunicar Aprender Comunicar Executar Executar Figura 3 - Estratégia: processo contínuo (SCHWARTZ, 2003). Mintzberg et al. (2000, p. 7-21) entende estratégia como ‘um plano ou algo equivalente – uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro” em contraposição à visão da estratégia como “padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo”, ambas representando, na verdade, as idéias de uma estratégia pretendida e realizada, respectivamente, na prática nem sempre correspondentes, pois “o mundo real exige pensar à frente e também com alguma adaptação durante o percurso” (MINTZBERG et al, 2000). Essa 29 visão é consentânea com a idéia de implementação da estratégia como um processo contínuo, um dos cinco princípios de uma organização orientada à estratégia estabelecidos por Kaplan e Norton (2001, p. 24). Ainda acompanhando Mintzberg et al. (2000), a estratégia também pode ser vista como uma posição considerando-se um determinado mercado, nesse caso entrando em sintonia com Porter (1996) para quem “a estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades”, ou ainda como perspectiva, alinhada à visão da organização. Há que se rever o conceito de estratégia também em função dos estabelecimentos de McElroy (2003) que possui um entendimento bastante heterodoxo em relação aos conceitos tradicionais de estratégia. Este autor propõe uma inversão de relação de precedência entre estratégia e gestão do conhecimento (GC), em que o processamento dessa última é que geraria a estratégia, contrariando a visão tradicional em que a GC suporta e está submetida à estratégia. 3.2.1 Balanced Scorecard e Aprendizado Mas, do ponto de vista do Balanced Scorecard, como se dá a aprendizagem organizacional? O aprendizado estratégico tem início com o esclarecimento de uma visão compartilhada que a empresa como um todo deseja alcançar (KAPLAN e NORTON, 1997), ou seja, durante a tradução da visão e da estratégia, da construção do Mapa estratégico e dos seus componentes. Entretanto, o aprendizado estratégico acontece principalmente durante o processo de revisão da hipótese estratégia e de seu ajuste em função das mudanças internas e externas, preconizado pelo princípio nº 4 da organização focalizada na estratégia, qual seja, conversão da estratégia em processo contínuo, que uma organização poderá capitalizar, fomentar e consolidar o seu aprendizado organizacional. Vide também a Figura 3. Esse é, certamente, um processo complexo, exige maturidade da organização com relação ao uso do Balanced Scorecard, mas quando implementado é capaz de fomentar a inteligência organizacional por meio de seu aprendizado. A interação de estratégia, tática e aprendizado é um processo sutil, mas fundamental, ensina Kaplan e Norton (2001), e complementam: O aprendizado não é um “big-bang”, não se trata de uma explosão repentina. É algo que ocorre de centenas de maneiras, em centenas de lugares, em toda a organização. O aprendizado em si e o objeto do aprendizado são operacionais e táticos. Já o agregado do aprendizado é estratégico, À medida que tenta implementar a prioridade 30 da estratégica, a organização decompõe a grande imagem em maior quantidade de peças granulares, aprende onde a alavancagem é maior e cria valor. Por último, o aprendizado daí resultante se transforma em ativo estratégico, por estar inserido nas conexões que impulsionam os objetivos estratégicos de alto nível. (KAPLAN e NORTON, 2001). O modelo de aprendizado de laço duplo preconizado por Argyris (1999a) também foi visitado por Kaplan e Norton (2001) para demonstrar como o aprendizado organizacional pode ser criado e viabilizado com a adoção do Balanced Scorecard. Kaplan e Norton (2001) elaboraram um modelo de laço duplo, utilizado pelas organizações focalizadas na estratégia, que integra a gestão do orçamento e a gestão da estratégia, em que o Balanced Scorecard atua como elemento central de coesão do processo de aprendizado estratégico. Ele conecta o nível de gestão tática, focada no controle do orçamento, instrumento de uso trivial nas organizações, com a gestão da estratégia, sabidamente o fator crítico para o sucesso das organizações. Este sistema de laço duplo, asseveram Kaplan e Norton (2001), fornece as bases para a conversão da estratégia em processo contínuo. Este modelo encontra-se explicitado na Figura 4. ESTRATÉGIA Atualização da Estratégia Laço do Aprendizado Estratégico BALANCED SCORECARD Experimentação, Aprendizado e Adaptação Experimentação de relações causais Simulação dinâmica Análise de negócio Estratégia emergente Experimentação das Hipóteses Elaboração de Relatórios ORÇAMENTO Conexão entre Estratégia e Orçamento Metas distendidas Iniciativas estratégicas Previsões rotativas Laço de Gestão das Operações OPERAÇÕES Recurso Input (Recursos) Fechamento do Laço Estratégico Feedback estratégico Reuniões gerenciais Responsabilidade Avaliação Output (Resultados) Figura 4 – Conversão da estratégia em processo contínuo (KAPLAN e NORTON, 2001). 31 O laço de gestão das operações do modelo de Kaplan e Norton (Figura 4), pela natureza das atividades ali envolvidas, isto é, centrada em detalhes operacionais de curto prazo, é consentâneo com a definição de aprendizado de laço simples segundo Argyris (1999a), Argyris (1999b) e Kofman (2002) (vide Figuras 1 e 2), isto é, um aprendizado voltado para a correção de ações. Kaplan e Norton (2001) têm uma descrição dessas atividades que reforçam essa percepção, entendendo que laço da gestão das operações é o que a maioria das pessoas entendem como controle gerencial e que esse controle pode ser comparado à metáfora do termostato, que reage às diferenças entre o estado desejado e o real, com os ajustes que se fizerem necessário. Para esses autores, Nas reuniões de controle gerencial, os gerentes recebem relatórios sobre o desempenho efetivo, com o destaque das variações entre o real e o orçado. Os participantes da reunião procuram determinar cursos de ação que reponham a organização no trilho. Tal processo preserva os pressupostos entre o indicador, os alvos e a estratégia para a sua consecução. O objetivo é detectar quando não estão sendo executados conforme os planos ou explicar por que os resultados não estão correspondendo às metas. (KAPLAN e NORTON, 2001). Por sua vez, o laço de aprendizado estratégico, pela complexidade e natureza de suas atividades, envolvendo segundo esse modelo, experimentação de relações causais dos objetivos no mapa estratégico, simulações de comportamento de impacto de alterações na cadeia de indicadores e de objetivos, aprendizado e adaptação, tem perfeita aderência à definição de laço duplo de aprendizado de Argyris (1999a), Argyris (1999b) e de Kofman (2002), já explorados anteriormente. Kaplan e Norton (2001) destacam três processos que têm sido utilizados para a experimentação e atualização da estratégia: a) Métodos analíticos: teste e simulação dinâmica da hipótese; Como as hipóteses subjacentes às relações causais no mapa são apenas pressupostos sobre o funcionamento do mundo real, é necessário que essas hipóteses sejam testadas continuamente, validando-as ou rejeitando-as. Análises estatísticas podem ser utilizadas para a descoberta de relações causais entre indicadores estratégicos, com base no desempenho histórico deles. Além disso, modelos de simulação podem ser usados para testar as hipóteses. b) Exame de impacto das descontinuidades externas; 32 As forças competitivas e o ambiente externo estão presentes na formulação da estratégia em pelo menos duas maneiras, A primeira ocorre durante a formulação da estratégia, entretanto, após esta formulação, ainda resta resolver a questão de como a organização permanecerá alerta e vigilante às novas ameaças e oportunidades. Por não acreditarem na existência de um sistema mágico que seja capaz de captar as informações externas relevante, entendem Kaplan e Norton que as organizações precisam encorajar todos os colaboradores para participar do processo de obtenção de informações tanto positivas quanto negativas com potencial de influir na estratégia. c) Identificação e suporte das estratégias emergentes De posse do conhecimento da estratégia, uma vez que essa já foi formalmente comunicada conforme preconiza o BSC, os colaboradores devem ser encorajados a descobrir novas maneiras inesperadas de alcançar os objetivos estratégicos, a formular estratégias emergentes. Reuniões trimestrais devem ser utilizadas para avaliar a viabilidade das iniciativas locais. A questão das estratégias emergentes foi tratada com profundidade por Mintzberg (2004) no contexto do controle estratégico, com sentido mais amplo, exatamente por incluir a possibilidade de análise dessas estratégias e, assim, abranger também a questão do aprendizado estratégico. A Figura 5 ilustra as combinações possíveis entre a estratégia pretendida e a realizada, e o que se pretende destacar é o aparecimento do aprendizado quando da adição de estratégias emergentes à estratégia pretendida. As estratégias podem fracassar, não somente por serem implementadas sem sucesso (fracasso de tudo), mas também serem implementadas com sucesso, porém se revelarem inadequadas (fracasso de intenção). Estratégias podem também dar certo embora não tivessem sido inicialmente pretendidas, ou seja, o que foi realizado funcionou: é o aprendizado. 33 A estratégia pretendida foi realizada? A estratégia realizada teve sucesso? Sim Não Sim Sucesso deliberado (viva a racionalidade) Sucesso emergente (viva o aprendizado) Não Fracasso da intenção (eficiente, mas não eficaz) Fracasso de tudo (tentar novamente) Figura 5 – Estratégia Pretendida x Realizada (MINTZBERG, 2004). Se, conforme se procurou demonstrar, o modelo de aprendizado desenhado para o Balanced Scorecard está bem alinhado com o aprendizado de laço duplo de Argyris (1999a), o grande avanço e desafio da pesquisa proposta ficará por conta de investigar como poderia se operar o terceiro laço de aprendizado com a adoção do Balanced Scorecard. É um desafio se for considerado o salto qualitativo e de profundidade de revisão de pressupostos implicados no laço triplo em relação ao laço duplo, como já discutido no item 2.1.1. Para tratar desses pressupostos, denominou-se de “nível político” do modelo de aprendizado de laço triplo o conjunto de fatores envolvidos nos diversos níveis - cultura, ambiente, biologia, história pessoal - que estarão presentes durante a revisão dos modelos mentais e determinarão, sobremaneira, o aprendizado. O desafio da presente pesquisa será então o de investigar como esse nível político acontece, podendo surgir daí uma instigante indagação: estará esse nível político presente quando da construção do modelo do Balanced Scorecard, e da formação da estratégia organizacional subjacente ao mapa estratégico? Ou, ousando mais ainda, é possível vislumbrar um terceiro laço de aprendizado no modelo de laço duplo de Kaplan e Norton (2001), apresentado na Figura 4? Uma resposta positiva a essa pergunta significará, indubitavelmente, o avanço pretendido pela pesquisa. Alinhamento de Ativos Intangíveis com a Estratégia Para Kaplan e Norton (2004), os ativos intangíveis devem estar alinhados com a estratégia, a fim de criar valor, e a perspectiva de aprendizado e crescimento enfatiza a importância deste alinhamento. Os ativos intangíveis, entendidos como “conhecimento existente na organização para criar vantagem diferencial” (KAPLAN e NORTON, 2004), essenciais para a execução da estratégia são: 1. capital humano; 2. capital informacional e 3. capital organizacional. 34 Embora o capital humano envolva a disponibilidade de habilidades, talento e conhecimento para executar as atividades requeridas pela estratégia, deseja-se dar destaque, do ponto de vista do aprendizado estratégico, ao capital organizacional. De acordo com Kaplan e Norton (2004), os executivos devem desenvolver o capital organizacional, definido como “a capacidade da organização de mobilizar e sustentar o processo de mudança necessário para executar a estratégia”. Uma empresa com alto capital organizacional desenvolve uma compreensão comum da visão, da missão, dos valores e da estratégia. A capacidade de criar capital organizacional positivo é um dos melhores sinais de sucesso na execução da estratégia. Para executar a mudança requerida pela estratégia, como novos produtos, processos ou clientes, novos comportamentos e valores são necessários, que podem ser voltados para a criação de valor para o cliente ou para a execução da estratégia. Quatro comportamentos se associam ao segundo tipo, execução da estratégia: 1. Compreender a missão, a estratégia e os valores. 2. Promover o senso de responsabilidade. 3. Comunicar-se com abertura. 4. Trabalhar como equipe. 3.2.2 As Reuniões de Análise Estratégica (RAEs) Na prática, o ciclo de revisão da estratégia acontece após a implantação do Balanced Scorecard principalmente durante fóruns formais a serem realizados com essa finalidade específica: são as chamadas RAEs - Reuniões de Análise Estratégica. Conforme recomendações do BSC, essas reuniões devem acontecer com regularidade, pelo menos trimestralmente, e devem reunir as lideranças formais da organização, encarregadas de avaliar o andamento da execução da estratégia. Elas têm como insumo básico relatórios preparados especificamente para tal, com o estágio atual da evolução de objetivos, indicadores e iniciativas, que devem ser previamente analisados antes da reunião. Essa avaliação da execução da estratégia deve incluir em sua pauta a análise de itens como a verificação das relações causais entre os objetivos, se esses estão caminhando em direção à sua realização, se indicadores estão caminhando em direção às metas estabelecidas, enfim se a hipótese estratégica se confirma ou se deve ser corrigida. Análises também devem ser feitas quanto à evolução, adequação e suficiência das iniciativas estratégicas que são, na 35 verdade, projetos já existentes ou especialmente criados para suportar os objetivos e o alcance das metas. As Reuniões de Análise Estratégica (RAEs) têm caráter analítico e deliberativo. “O propósito da reunião de revisão é analisar os resultados, identificar as áreas problemáticas, comprometer a equipe com a solução de problemas e delinear os planos de ação. É aqui que a execução da estratégia toma seu rumo”, ensina Barrows (2005). Gold e Weiser (2005) entendem que as Reuniões de Análise Estratégica são onde realmente se realiza o processo contínuo de gestão da estratégia e que elas “propiciam conversas e insight sobre a estratégia, geram informações para o processo decisório, reforçam a gestão do desempenho e promovem o senso de responsabilidade e de prestação de contas para que a organização apresente desempenho extraordinário”. O modelo de aprendizado estratégico apresentados nas Figuras 1 e 4 foram revisitados por Carvalho e Bonassi (2005) e Kallas (2005), que entenderam a revisão e a gestão da estratégia dividida em ciclo de uso (ou de monitoramento) e ciclo de aprendizado. Assim, os laços simples e duplo de aprendizagem do modelo de Argyris (1999a) e de Kaplan e Norton (2001) correspondem aos ciclos de uso (ou monitoramento) e de aprendizado, respectivamente. Para Carvalho e Bonassi (2005) busca-se no ciclo de monitoramento verificar o desempenho estratégico da organização, analisando o desempenho atual em relação à estratégia, procurando entender seu comportamento e enfatizando sua relação com os projetos estratégicos associados. Ou, para ficar com Kallas (2005), este ciclo refere-se ao acompanhamento periódico da execução da estratégia, envolvendo análise de status de indicadores e do andamento dos grandes projetos. Kallas (2005) também o denomina ciclo de uso. Este ciclo corresponde, portanto, ao laço simples de aprendizagem. No ciclo de aprendizado, segundo Carvalho e Bonassi (2005), a idéia é questionar o sistema que foi aprendido, ou seja, as premissas sobre as quais se fundamenta a estratégia continuam válidas. O ciclo de aprendizado envolve o questionamento de determinadas hipóteses que constituem a estratégia e eventuais correções de rumo Kallas (2005). Eis alguns exemplos de questões que podem ser formuladas durante esses fóruns, segundo Carvalho e Bonassi (2005): a) Nossa estratégia ainda é válida? 36 b) Existem elementos do cenário do negócio que impactam positiva ou negativamente na estratégia? Qual o impacto destes fatores externos em termos de ameaça e oportunidades? Nossas estratégias são robustas o suficiente para atender quaisquer cenários? c) Que outras estratégias estão emergindo? Ainda segundo Carvalho e Bonassi (2005) uma reunião típica de aprendizado considera os seguintes tópicos: a) Análise de desempenho interno em que é analisado o mapa estratégico com status real e acumulado de indicadores e projetos estratégicos. b) Análise de contexto e cenário externo, procurando identificar possíveis descontinuidades, mudanças que terão impacto na estratégia escolhida e eventualmente a opção por um novo cenário externo. c) Grupos de trabalho (ou comitês estratégicos) para reflexão sobre questões relevantes ao negócio, revendo objetivos e iniciativas atuais e propondo inclusões e exclusões. d) Apresentação das propostas dos grupos e discussão junto ao grande grupo. e) Validação das mudanças sugeridas em relação aos objetivos estratégicos do mapa e suas iniciativas estratégicas, baseando-se em novos objetivos e iniciativas que sejam suficientemente consistentes, independente do cenário externo considerado. Carvalho e Bonassi (2005) descrevem as reuniões em que ocorre o ciclo de monitoramento de reuniões de monitoramento ou de análise estratégica ou de gestão da estratégia. Já para o segundo ciclo, descrevem o evento a ele associado de reunião de aprendizagem estratégica. Para este trabalho, as Reuniões de Análise Estratégica serão tomadas em seu sentido mais amplo, envolvendo, portanto, ambos os ciclos. A Figura 6 ilustra estes dois ciclos, suas relações e os elementos que os envolvem. 37 MAPA AÇõES DE ACOMPANHAMENTO Maxi za “Fechando o ciclo” Incr Des Atualizar a estratégia Ciclo de Aprendizagem Estratégica: RAEs Fide Melhor ar Reforç ar • • • • A REUNIÃO GERENCIAL “Solução de problemas em grupo” Melho r Objetivos Indicadores Metas Projetos Realocar Prioridades Resultados Ciclo de uso COLHEITA INTERNA “Testar hipóteses e promover o aprendizado” Performance Externo Projetos Diálogos Figura 6 - Monitoramento da Estratégia e Aprendizagem Estratégica (adaptada de SYMNETICS, 2004). Duas disciplinas estabelecidas por Senge (2002) para as organizações que aprendem são fundamentais para o sucesso de Reuniões Estratégicas, o aprendizado em equipe e a visão compartilhada. O grau de maturidade dos líderes para o trabalho e aprendizado em equipe é fator crítico de sucesso, pois nessas reuniões avaliações de objetivos, iniciativas, indicadores e metas, bem como a tomada de decisões acontecem sempre em equipe, processos que normalmente suscitam discussões acirradas e polêmicas e requerem sinergias e alinhamento para fomentar o aprendizado. De igual importância é a capacidade de os lideres trabalharem com a visão compartilhada da organização presente no mapa estratégico do Balanced Scorecard. Carvalho e Bonassi (2005) estabeleceram algumas características-chave das Reuniões Estratégicas: a) As soluções de problema em grupo: uma das premissas do sistema de gestão da estratégia é de que o melhor saber está no grupo, na equipe executiva e não 38 somente em um dos executivos. A equipe é convidada a colaborar na solução de problemas e em definir claramente responsáveis pelas ações. b) O foco no aprendizado e não no controle. A finalidade de reuniões de análise estratégica é a de produzir recomendações quanto à melhoria de uma organização na direção de seus objetivos estratégicos e não no controle de pessoas e tarefas. c) A transparência de resultados. A R A E pressupõe uma gestão baseada em dados e fatos, na transparência de informações, o que demanda maturidade da equipe executiva em tratar desempenho de indicadores e projetos abaixo do esperado. d) O compromisso e a responsabilidade. A R A E também fortalece a responsabilidade da equipe de executivos com a implementação de projetos estratégicos. Utiliza-se a reunião para criar um senso de responsabilidade compartilhada pela estratégia na equipe executiva. e) A facilitação. É fundamental ter uma pauta bem definida e um coordenador ou facilitador do processo, responsável pela assessoria de gestão da estratégica. Reuniões efetivas e aprendizado – a importância da condução de reuniões A importância das Reuniões Estratégicas para a gestão da estratégia bem sucedida suscitou preocupação em autores como Barrows (2005), que recomenda práticas e comportamentos desejáveis para a realização de reuniões efetivas, ressaltando a importância do posicionamento das lideranças diante do grupo. “Você precisa promover a sinceridade, mais do que punir desempenhos abaixo da média. Você precisa demolir ‘silos’ e promover o senso de propósito comum”, destaca Barrows (2005). Para Barrows (2005), os líderes deverão ter uma preocupação com a forma como se posicionam e conduzem as discussões durante as reuniões, posto que esta forma pode vir a comprometer a obtenção dos resultados desejados. Sobre este aspecto afirma Barrows (2005), “os líderes deveriam suprimir a urgência em criticar e, pelo contrário, assumir uma maneira neutra e questionadora de analisar o problema”, e complementa: Ao invés de perguntar ‘Por que nossa produção insiste em ficar fora do controle?’ tente colocar uma série de perguntas ‘Estou percebendo uma tendência a excessos de produção: estou certo?’ (isto não coloca ninguém na berlinda.) ‘Alguém mais (algum outro executivo) está vendo isto também? (agora você estará atraindo a equipe para a discussão) , ‘Ok, o que está causando esta tendência?...’. Estas perguntas transformam uma discussão que procura culpados (ameaçadora) em uma 39 discussão que procura respostas (instigadora). Simplesmente por evitar reações emocionais e promover o medo da humilhação pública, você vai encorajar os subordinados a se apresentarem com informação importante que ajuda a chegar à raiz do problema. (BARROWS, 2005). Barrows (2005) recomenda algumas práticas para a condução de reuniões efetivas: a) Comunique. Deixe que as pessoas saibam por suas ações tanto quanto por suas palavras, antes, durante e depois das reuniões, que o propósito das reuniões de revisão não é somente analisar o desempenho, mas também agir estrategicamente e remover obstáculos ao progresso. b) Identifique as áreas-chave de foco na frente. Esclareça as prioridades estratégicas e ajude a equipe a ser pró-ativa. c) Forneça aos participantes um framework ou resumo de decisões juntamente com a pauta. Ajude as pessoas a se prepararem para as reuniões. Se você espera que o grupo identifique direcionadores de desempenho ou avalie se as iniciativas em prática são as corretas, deixe que elas saibam disso com antecedência. d) Deixe claro que você espera que todos participem ativamente. Durante as reuniões, envolva as pessoas na discussão. Encoraje os participantes ativos e estimule os ouvintes. e) Questione, não interrogue. Faça perguntas e comentários objetivos e não aponte dedos. Dê aos membros da equipe um investimento na solução de problemas e a oportunidade de se superar. Além disso, recomenda “Pense na liderança e não apenas no gerenciamento. Cultive um senso de responsabilidade compartilhada e crédito pelo sucesso também compartilhado”. Um aspecto importante a ser observado repousa sobre o foco a ser dado nas discussões durante as Reuniões Estratégicas. Smack (2003b) traçou um paralelo entre estas e as reuniões gerenciais tradicionais, demonstrando uma mudança significativa dos tempos dedicados aos assuntos tratados. Assim, como se pode observar na Figura 7, a análise de assuntos estratégicos passou a ocupar 60 % do tempo da agenda das reuniões estratégica em detrimento de apenas 30 % nas reuniões tradicionais. De igual maneira, a análise do desempenho passado passou a ocupar apenas 10 % do tempo, quando no velho estilo ocupava 40 %. Sobre estas diferenças, complementa Smack (2003b) “qual o foco da reunião de análise estratégica? Aprimorar o desempenho futuro, em vez de vasculhar o desempenho passado. De maneira 40 muito simples, as reuniões de análise estratégica impulsionam a transição cultural na maneira de gerenciar a estratégia”. Reunião Gerencial (velho estilo) Analisar assuntos estratégicos 30% Discutir implicações 30% Analisar desempenho no passado 40% Reunião mensal ou trimestral de avaliação do BSC (novo estilo) 60% 30% 10% Presente Futuro (aprendizado baseado em eventos) (aprendizado contínuo) Entre as Reuniões • Fornecer inputs para questões estratégicas em que se esteja trabalhando no momento • Discutir o desempenho - Identificar questões - Explicar anomalias - Sugerir soluções - Comunicar • Identificar questões estratégicas para discutir na próxima reunião de grupo • Analisar dados relevantes ao desempenho do BSC Figura 7 - Distribuição do tempo da reunião de análise estratégica: Mudança de ênfase (SMACK, 2003b) De mesma relevância para a efetividade das reuniões estratégicas é a capacidade de os líderes reconhecerem e admitirem erros e falhas. Kofman (2002) já chamou a atenção para o papel do reconhecimento das responsabilidades por decisões tomadas ou quanto a atos e erros praticados para a transição do lugar de vítima ao de protagonista ou da passagem do pressuposto presente no modelo de controle unilateral de que “erros são crimes que merecem castigos” para o pressuposto do modelo de aprendizado mútuo de que “erros são oportunidades de aprendizado dignas de investigação”. Barrows (2005) também vê a importância da tolerância ao erro como fator critico para o sucesso das reuniões: Implementar uma nova estratégia freqüentemente requer estabelecer um novo curso para a empresa. Os funcionários que sentem pouca tolerância ao erro não desejarão testar este novo modo de fazer negócio. Além do mais, os executivos não percebem que os gerentes seniores estão observando suas reações nas primeiras reuniões para discernir as conseqüências de assumir mais riscos ou ter desempenho abaixo do esperado. Portanto, quando os executivos respondem de forma rude a um resultado pouco brilhante, os funcionários entendem a mensagem rapidamente: não traga estas 41 más notícias ao chefe. Tente executar uma nova estratégia neste ambiente. (BARROWS, 2005). Práticas durante a implantação e utilização do Balanced Scorecard ratificam a importância dessas mudanças de posicionamento em relação a falhas e erros, como confirma o depoimento do presidente do Unibanco AIG, empresa brasileira onde o Balanced Scorecard foi implantado desde 1999: Reconhecer erros é uma das mais importantes formas de crescimento. É preciso dividir com o time as vitórias, os acertos, e também os erros. Tenho um exemplo pessoal de um grande erro que eu cometi. Demiti uma pessoa por ter avaliado mal uma área e depois percebi que não era nada daquilo. Fui buscar o profissional em casa. Então errar a gente erra, mas o importante é, sempre que possível, tentar consertar. Não tenho problema com esse tipo de coisa. (MANZINI, 2005). A realização das RAEs pressupõem dois momentos decisivos, um antes, envolvendo a preparação da reunião, e outro após, que cuidará da documentação e divulgação dos resultados da reunião. A preparação de uma Reunião Estratégica pressupõe a elaboração de um sistema de relatórios, que deve ser iniciado pelo menos sessenta dias antes depois da construção do Balanced Scorecard (SMACK, 2003a). Esse sistema de relatórios compõe-se de números (dados) e trabalho (análises) que descrevem o desempenho da organização em relação a cada objetivo do mapa estratégico (GOLD e WEISER, 2005). O objetivo desse sistema de relatório é dar suporte à reunião em termos de informações tais como scores de desempenho dos objetivos estratégicos, evolução de indicadores, comparação com as metas estabelecidas, acompanhamento sobre o estágio de implementação das iniciativas, de modo que garanta aos líderes essas informações em tempo hábil para que possam se preparar adequadamente para a reunião. Para a elaboração de um sistema de relatórios pode-se lançar mão de suportes tecnológicos tais como ferramentas específicas para BSC, ferramentas de Business Inteligence (BI) ou mesmo ferramentas gráficas como as planilhas eletrônicas. A fase posterior à reunião consiste na consolidação e comunicação das decisões tomadas, definição clara das responsabilidades e detalhamento das novas iniciativas estratégicas. Sem isso, há o risco de decisões tomadas não se vincularem ao dia-a-dia da organização, e conseqüentemente, não serem executadas, ou pior ainda, voltarem à agenda nas próximas reuniões (CARVALHO e BONASSI, 2005). 42 Smack (2003b) recomenda que todos os envolvidos sobre a mudança no desempenho e na estratégia devem ser atualizados, devendo para tanto ser utilizados o mapa estratégico, fornecendo-se informações adequadas aos diferentes públicos, por exemplo, o conselho de administração deverá receber relatórios mais completos e abrangentes que um diretor da unidade de negócios. A divulgação dos resultados das reuniões e a realimentação da estratégia reforçam os vínculos entre a estratégia e a força de trabalho (SMACK, 2003b). 3.2.3 Balanced Scorecard – Revisão Crítica Pensamento Sistêmico Pensamento sistêmico é uma área de pesquisa que busca compreender a complexidade e a mudança, características da sociedade da era do conhecimento e, em particular, do mundo corporativo. É, portanto, o instrumental ideal para fazer face a essa complexidade, um modo de pensar para tratar problemas amplos e complexos. A abordagem sistêmica não é nova. Ela se insere dentro da própria evolução do pensamento científico, quando ficaram evidenciadas as limitações e fragilidades de teorias e arcabouços conceituais como as das teorias mecanicistas, e da física clássica, em particular, para dar conta dessa complexidade. Com a adoção do pensamento sistêmico a realidade poderá ser compreendida como sistemas complexos, abertos, dinâmicos, onde as partes se relacionam de forma não linear, e a compreensão do todo transcende à compreensão das partes. Senge (2002) tem no pensamento sistêmico a disciplina integradora de outras quatro disciplinas, que são: domínio pessoal, modelos mentais, construção de uma visão compartilhada e aprendizagem em equipe. Essas disciplinas, em conjunto, compõem as bases para a organização que aprende. Diz esse autor: Hoje, acredito, cinco novas “tecnologias componentes” estão gradualmente convergindo para inovar as organizações que aprendem. Embora desenvolvidas em separado, cada uma delas, na minha opinião, será essencial para o sucesso das outras, como ocorre em qualquer conjunto. Cada uma proporciona uma dimensão vital na construção de organizações realmente capazes de aprender, de ampliar continuamente sua capacidade de realizar suas mais altas aspirações. (SENGE, 2002). “Pensamento sistêmico nasce com a disciplina da visão da ‘big picture’ e move-se para além das assunções simplistas de causa e efeito de curto prazo. Sua metodologia oferece 43 técnicas e um framework para entender padrões de inter-relacionamentos”, afirmam Senge e Fulman (1993). Pensamento sistêmico é “um quadro de referência conceitual, um conjunto de conhecimentos e ferramentas desenvolvido ao longo dos últimos cinqüenta anos para esclarecer os padrões como um todo e ajudar-nos a ver como modificá-los efetivamente” (SENGE, 2002, p. 40). “O pensamento sistêmico torna compreensível o aspecto mais sutil da organização que aprende – a nova forma pela qual os indivíduos se percebem e a seu mundo” (SENGE, 2002, p. 46). Senge (2002) realça a importância da compreensão dos processos de feedback (de reforço ou de equilíbrio) e de defasagem, em que ações podem impulsionar ou neutralizar outras permitindo a compreensão de estruturas recorrentes. Chama também a atenção para a essência do pensamento sistêmico como uma mudança de mentalidade: Ver inter-relacionamentos, em vez de cadeias lineares de causa e efeito. Ver processos de mudança, em vez de simples fotos instantâneas. Uma vez ressaltada a importância do pensamento sistêmico, a reflexão que surge é: como ficaria o Balanced Scorecard se olhado sob o viés do Pensamento Sistêmico? Akkermans e Oorschoot (2002) fazem uma análise do BSC sob a perspectiva sistêmica e apresentam uma compilação de pontos de fragilidades, referenciando as já identificadas por outros autores: 1) A causalidade unidirecional do BSC é simplista demais - o BSC não prevê ciclos de feedbacks nas relações causais presumidas entre os objetivos do mapa estratégico. 2) Nas relações de causa e efeito entre os objetivos no mapa estratégico o fator tempo não é considerado. 3) O BSC não provê mecanismos de validação das medidas adotadas – isto é, não há mecanismos para avaliação da escolha das medidas adotadas. 4) Não há ligação suficiente entre estratégia e operações – evidenciando uma ausência de integração entre medidas de nível estratégico e operacional. 5) O BSC é demasiado focado em questões internas (KENNERLY e NEELY, 2003) – não dedicando a devida atenção ao que está acontecendo do lado de fora da organização e que poderá afetá-la, sobremaneira, na execução da sua estratégia. 44 Akkermans e Oorschoot (2002) entendem que todas estas limitações estariam sendo contornadas com a adoção da Dinâmica de Sistemas14, integrando-a com o BSC. Fernandes (2003) também destaca algumas das limitações do BSC apontadas na compilação feita por Akkermans e Oorschoot (2002) e propõe a criação de um modelo de implementação do Balanced Scorecard de modo integrado com a utilização da Dinâmica de Sistemas (DS). Em seu modelo de laço duplo (vide Figura 4), Kaplan e Norton (2001) também vislumbram a utilidade do uso simulações para o teste da hipótese estratégica subjacente às relações de causa e efeito no mapa. Kaplan e Norton (2001) nos dão notícia de uma experiência do grupo empresarial mexicano Bal, que atua na área de mineração, seguro, varejo e serviços financeiros com a Dinâmica de Sistemas. Quando da implementação do Balanced Scorecard, a equipe de desenvolvimento do projeto construiu um ‘modelo de negócio’ que utilizava uma linguagem de software de dinâmica de sistemas, incluindo no mapa estratégico da Bal, loops de feedback entre indicadores e perspectivas. “O modelo permitia que os gerentes perscrutassem vários anos à frente, para observar o impacto das operações de hoje nos resultados de amanhã” (KAPLAN e NORTON, 2001, p. 323). Ainda segundo Kaplan e Norton (2001), a utilização de modelos de simulação dinâmica na Bal propiciou os seguintes benefícios: a) diálogos mais construtivos entre executivos corporativos e de unidades de negócios na avaliação do impacto de diferentes estratégias sobre a dinâmica do negócio; b) o modelo explicitou os principais vetores operacionais de criação de valor. Verificou-se que 20% das variáveis do modelo geravam 80 % dos resultados. Os gerentes compreenderam as implicações em termos de feedback e defasagem entre as principais variáveis operacionais; c) o modelo transformou o planejamento estratégico de evento anual em processo contínuo. 14 Dinâmica de Sistemas preocupa-se em saber como a estrutura de um sistema e o fluxo de suas informações determinam seu comportamento sob ponto de vista do controle de variáveis como crescimento, estabilidade, decadência, sucesso e falha. Ela foca no modo como relacionamentos entre loops de feedback causam mudanças nos sistemas ao longo do tempo. Entender porque um sistema comporta-se de determinada maneira permite redesenhar sua estrutura e diretrizes para melhorar o seu comportamento (FORRESTER, 1992). 45 3.3 Escolhas Este item pretendeu apresentar um arrazoado sobre as principais questões implicadas no contexto da pesquisa proposta, seja abordando as principais questões e discussões conceituais relacionadas ao estudo da aprendizagem organizacional, seja do ponto de vista do Balanced Scorecard, localizando-a no contexto evolutivo dos sistemas de medição de performance e mostrando a própria evolução da metodologia, como ela pode proporcionar o aprendizado organizacional, incluindo também as críticas e revisões que vem sendo feita ao BSC. Com base nesse vasto cenário de referencial teórico levantado, esta pesquisa tomará como o ponto de partida e suporte ao seu desenvolvimento aquele estabelecido por Kaplan e Norton (2001), qual seja o modelo de aprendizado de laço duplo (Figura 4) e as premissas e pressupostos ali contidos. Utilizará também como base de sustentação o modelo inspirador, desenhado por Argyris (1999a) (Figura 1). A exploração exaustiva desses dois níveis de aprendizados por um número tão grande de eminentes autores que trataram da aprendizagem – vide Senge e Fulman (1993), Senge (2002), McElroy (1999a), McElroy (2003), Piaget apud De Geus (1999), De Geus (1999), Schein (1997) e Argyris (1999a) - reafirma a importância desse modelo e reforça a escolha feita como suporte para a condução da presente pesquisa. Por outro lado, fazendo uma conexão e como possível elemento de alavancagem da pesquisa, o modelo de laço triplo de Kofman (2002) também será utilizado com o propósito de investigar como os pressupostos gerativos nele contidos podem ser utilizados para lançar novas luzes sobre a compreensão do fenômeno da aprendizagem organizacional durante a utilização do Balanced Scorecard. Com relação ao laço triplo, Sunassee e Haumant (2004), Flood e Romm (1996) e Snell e Man-Kuen Chak (1998) serão adotados, pois poderão dar contribuições significativas. No que concerne aos conceitos de Aprendizagem Organizacional e de Organização que Aprende, o entendimento aqui será que ambos os conceitos interessam à pesquisa, uma vez que, conforme já assinalado, a adoção do Balanced Scorecard em toda a sua essência implica o desenvolvimento e a implantação de um produto e de um processo, consentâneo, pois, com os dois conceitos, e que a aprendizagem poderá ocorrer em ambos as fases. Devido à pertinência e à conexão com os modelos de aprendizagem utilizados, Senge (2002) também será adotado como referência nessa pesquisa, notadamente no que concerne às 46 disciplinas de visão compartilhada e aprendizagem em equipe. As referências selecionadas para tratar da realização de Reuniões Estratégicas (RAEs) também serão utilizadas. 47 4. Estudo de Caso 4.1 A empresa pesquisada A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), iniciou suas atividades em 01/01/1991 como resultado da fusão de três empresas, a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), a Companhia de Financiamento da Produção (CFP) e a Companhia Brasileira de Armazenagem (Cibrazem). Sua finalidade é executar a política agrícola nacional, no segmento de abastecimento alimentar; a política de garantia de preços mínimos, e fornecer subsídios ao Mapa na formulação, no acompanhamento das referidas políticas e na fixação dos volumes mínimos dos estoques reguladores e estratégicos (CONAB, 2005d). Compõe-se de unidades administrativas e operacionais. As primeiras são representadas pela Matriz, em Brasília-DF, e suas 21 Superintendências Regionais distribuídas em todo o território nacional. As unidades operacionais são constituídas por armazéns, em ambiente natural e frigorificado, destinados a prestar, ao público em geral, serviços de armazenamento e correlatos, ou de comercialização de produtos agrícolas, como suporte aos programas de abastecimento que a Companhia executa ou de que participa. A missão da Companhia, definida no âmbito do Projeto de Planejamento Estratégico é: "Contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda ao produtor rural, participando da formulação e execução das políticas agrícola e de abastecimento". Seu Organograma está apresentado a seguir: 48 Figura 8 – Organograma da Conab (até nível de Superintendência) (CONAB, 2005d). 4.2 O Projeto de BSC na Conab O momento atual da Companhia reflete o aumento da importância no contexto agrícola e de abastecimento do Governo Federal: o número de operações incorporadas pela Conab, oriundas de outros Ministérios e não somente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como, por exemplo, a execução das atividades operacionais de algumas atividades do Programa Fome Zero – relacionado ao Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar – e do Programa de Apoio à Agricultura Familiar em conjunto com o Ministério de Desenvolvimento Agrário. (CONAB, 2003) 49 A Companhia Nacional de Abastecimento vem sendo objeto de um drástico processo de revitalização promovido pela sua atual administração, para fazer face às expectativas do Governo Federal, para o qual a agricultura e o abastecimento têm sido objetos de destaque. Para tanto foi criado, em 2004, um Programa de Revitalização da Companhia, cujo objetivo geral é Capacitar a Companhia Nacional de Abastecimento para os novos desafios encontrados, no sentido de atender às demandas do Governo Federal e, conseqüentemente, contribuir para a diminuição das desigualdades sociais, de forma a promover o bem estar social e o desenvolvimento do país, fortalecendo cada vez mais sua posição dentro do contexto nacional (CONAB, 2003). Os objetivos específicos dão maior materialidade às ambições deste programa, apresentados a seguir, ainda segundo Conab (2003): 1) Avaliar permanentemente o desempenho da Companhia, a partir da implantação de uma sistemática de planejamento, acompanhamento e controle de suas atividades estratégicas, tendo como consequências possíveis ajustes no seu desenho organizacional e revisão de suas bases organizacionais atuais; 2) Modernizar a estrutura da tecnologia da informação para a Companhia; 3) Aperfeiçoar o sistema de previsão de safras no Brasil, por meio do aprimoramento de metodologias de monitoramento de safras para mapeamento de culturas de soja, milho, café, cana-de-açúcar; 4) Apoiar a comercialização da produção familiar regional. (CONAB, 2003) O Projeto de Planejamento Estratégico insere-se, portanto, neste contexto, sendo um dos seus quatro projetos, então denominado de “Sistema de Avaliação Permanente do Desempenho da Conab”, definido para viabilizar o objetivo 1 do citado Programa. O objetivo do Projeto de Planejamento Estratégico é atualizar as definições básicas relacionadas com a sua missão, visão de futuro, objetivos e projetos estratégicos, definir metas e indicadores de avaliação, sistematicamente amparados por um fluxo de informações ágeis e de alta qualidade, permitindo à administração da Companhia uma gestão focada no cumprimento de seus objetivos estratégicos e em resultados (CONAB, 2005a). A companhia já havia tido experiências com a implantação de Planejamento Estratégico, entretanto o histórico dessas experiências deixa claro que a sua elaboração e implementação sofreram solução de continuidade. O projeto que introduziu o modelo de gestão consubstanciado no Balanced Scorecard buscou minimizar as principais causas dos 50 insucessos desses planos, principalmente nessa fase de tradução da estratégia da Companhia (CONAB, 2005a). Assim, todo o processo foi conduzido com as seguintes premissas (CONAB, 2005a): a) promover a reflexão e a tomada de decisão pelas lideranças e pelos representantes de todos os segmentos da estrutura organizacional (matriz e regionais), como forma de facilitar o processo de mudança cultural e de transformação de gestão futura, uma vez que a estratégia seria formulada e traduzida pela própria Companhia; b) incorporar na cultura organizacional o pensamento estratégico de maneira que a tradução da estratégia gerasse um processo sistêmico nas tomadas de decisão da Companhia e facilitasse a geração de ações integradas e uma visão articulada, fortalecendo a inovação e a criatividade; c) incentivar a comunicação do processo na matriz e nas regionais com o objetivo de facilitar o conhecimento, a compreensão e a disseminação dos fatos em todos os níveis hierárquicos como meio de informar e gerar o interesse e a difusão do modelo internamente, envolvendo as pessoas no processo e na sua implementação; d) desenvolver e capacitar pessoas em relação aos conceitos e práticas para a disseminação do modelo de gestão então aplicado, tornando a organização preparada para a condução do processo de desdobramento e implementação da estratégia; e) implantar um sistema de informação que facilitasse a interpretação dos resultados pretendidos e a orientação para as tomadas de decisões estratégicas pela Companhia; e, f) minimizar o processo de descontinuidade administrativa a partir da tradução da estratégia de forma participativa e a integração das pessoas, levando em conta a conscientização de todos os participantes direta e indiretamente envolvidos no processo. (CONAB, 2005a) 4.2.1 Desenvolvimento do Projeto Além da análise documental, conforme já explicitado, faz parte da presente pesquisa a utilização da técnica questionários para elicitação de informações sobre a percepção da organização quanto ao processo de aprendizagem organizacional verificado durante o 51 desenvolvimento e a implantação do projeto de Planejamento Estratégico da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. Este projeto foi desenvolvido baseado no Balanced Scorecard durante o período de março a outubro de 2004, com suporte de uma consultoria especializada em projetos de BSC, encontrando-se atualmente em fase de implantação. A estrutura do projeto foi composta pelo patrocinador, o então Presidente da Companhia, e equipes de trabalho: Patrocinador Patrocinador Equipe Equipe Equipe Equipe de de líderes líderes de de líderes líderes ampliada ampliada Equipe Equipe de de Equipe Equipe de de Desenvolvimento Desenvolvimento Multiplicadores Multiplicadores Forças-tarefa Forças-tarefa Figura 9 - Estrutura das equipes no projeto (CONAB, 2005a) A composição e as atribuições das equipes, segundo Conab (2005a), foram: I) PATROCINADOR: Presidente No caso da Conab, as decisões do Patrocinador foram compartilhadas com todos os membros da Diretoria Colegiada. Suas atribuições eram decidir sobre a validade do processo em pauta, nomear os demais grupos/equipes; aprovar a conclusão dos trabalhos de cada etapa, conforme previamente estabelecido no plano. II) EQUIPE DE LÍDERES 52 Equipe composta pela alta administração da Companhia, incluindo Presidência, Diretores, Superintendentes e Assessores da Presidência, totalizando 21 pessoas. A finalidade dessa equipe era atualizar as definições básicas relacionadas com a missão, visão de futuro, objetivos e projetos estratégicos, e definir metas e indicadores de avaliação. Essa equipe era responsável pela tomada de decisão. Atribuições: • Envolver-se em entrevistas e validações preliminares para fornecer insumos e direcionadores para a equipe de desenvolvimento construir as propostas relativas a cada uma das etapas do plano de trabalho; • Participar em tempo integral das Oficinas de Trabalho de validação das propostas elaboradas pela equipe de desenvolvimento; • Validar as propostas apresentadas realizando ajustes quando necessário de forma que o produto final apresente a visão estratégica do grupo de líderes da Conab; • Garantir a futura disseminação e internalização dos produtos construídos ao longo do projeto. III) EQUIPE DE LÍDERES AMPLIADA Compunham esta equipe dez superintendentes regionais e técnicos representantes das três diretorias, totalizando 23 pessoas.A finalidade dessa equipe era oferecer subsidio para a tomada de decisão da equipe de líderes. As propostas dessa equipe eram submetidas à deliberação da equipe de líderes e as decisões tomadas retornavam para discussão e validação. Essa equipe era consultiva e não deliberativa. Atribuições: • Acompanhar o andamento do projeto, participando dos fóruns de debates e comunicação previstos no plano de trabalho. • Validar as propostas apresentadas, propondo ajustes quando necessário de forma que o produto final represente a visão estratégica do grupo de lideres da Conab. • Garantir a futura disseminação e internalização dos produtos construídos ao longo do projeto. IV) EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO 53 Equipe composta de quatro técnicos da Matriz, com dedicação exclusiva, da qual a autora desta pesquisa foi uma das integrantes. A sua finalidade era participar da construção do BSC, em tempo integral, para garantir a integridade e a consistência do conteúdo dos produtos, auxiliar a consultoria no desenvolvimento dos trabalhos e ser no processo de aprendizagem (teórica e pratica) capaz de garantir o desdobramento e implementação dos trabalhos no âmbito da Companhia. Atribuições: • Absorver os conceitos, metodologias e ferramentas trazidas pela consultoria; • Participar ativamente (pelo menos 50% de dedicação ao projeto) do planejamento e detalhamento do projeto e executar as atividades planejadas, gerando os produtos previstos em cada etapa do projeto; • Coletar e disponibilizar dados, fatos, informações que definam, esclareçam e quantifiquem as propostas a serem encaminhadas ao Comitê de Validação; • Formar e gerenciar as forças-tarefa; • Gerar relatórios periódicos de acompanhamento para os níveis superiores; • Identificar e notificar fatores de riscos, propondo ações para evitar desvios do projeto; • Multiplicar o conhecimento e a experiência adquiridos em futuros desdobramentos do processo V) EQUIPE DE MULTIPLICADORES A criação dessa equipe objetivava preparar futuros facilitadores na implementação do BSC na Companhia. A participação desses multiplicadores era pontual, de acordo com as negociações com seus superiores mediatos. Integraram esta equipe nove técnicos da Matriz, com participação pontual. Atribuições: • Absorver os conceitos, metodologias e ferramentas trazidas pela consultoria; • Acompanhar o andamento do projeto; • Multiplicar o conhecimento e a experiência adquiridos em futuros desdobramento do processo. VI) FORÇAS-TAREFA 54 São equipes formadas ad hoc para apoiar a equipe de desenvolvimento em tarefas específicas, sobretudo para o fornecimento de informações, relatórios, origem de dados, etc. O desenvolvimento do projeto foi estruturado em 5 etapas, propostas pela Consultoria em seu Plano de Trabalho, cuja configuração gráfica encontra-se a seguir: 1.1.Planejamento Planejamento eeAlinhamento Alinhamento conceitual conceitual • Planejamento do Projeto • Mobilização da Liderança • Capacitação da Equipe de Desenvolvimento na Construção BSC 2.2.Alinhamento Alinhamento Estratégico Estratégicoda da Liderança Liderança 3.3.Tradução Traduçãoda da Estratégia Estratégia • Construir o BSC Corporativo da CONAB, composto por Mapa Estratégico, Indicadores, Metas e Iniciativas • Alinhamento da Missão e Visão da CONAB • Determinação dos Direcionadores Estratégicos da empresa 4.4.Comunicação Comunicaçãoda da Estratégia Estratégia 5.5.Treinamento Treinamentoee Planejamento Planejamentodo do Desdobramento Desdobramento • Capacitação da Equipe de Desenvolvimento no Desdobramento do BSC • Estruturar o modelo e cronograma para o Desdobramento do BSC da CONAB. • Elaborar um Plano de Comunicação da Estratégia considerando os diversos públicos, mensagens e veículos Figura 10 –Etapas do Projeto de Planejamento Estratégico da Conab (CONAB, 2005a) 1ª Etapa: Planejamento e Alinhamento Conceitual: Planejamento do Projeto; Mobilização da Liderança, Capacitação da Equipes na Construção do BSC; 2ª Etapa: Alinhamento Estratégico da Liderança: Alinhamento da Missão e Visão da Conab e Determinação dos Direcionadores Estratégicos da Empresa; 3ª Etapa: Tradução da Estratégia: Construir o BSC Corporativo da Conab, composto por Mapa Estratégico, Indicadores, Metas e Iniciativas; 4ª Etapa: Comunicação da Estratégia: Elaboração de um Plano de Comunicação da Estratégia considerando os diversos públicos, mensagens e veículos; 5ª Etapa: Treinamento e Planejamento do Desdobramento: Capacitação da equipe de desenvolvimento no desdobramento do BSC e estruturação do modelo e cronograma para o desdobramento do BSC da Conab. 55 Condução dos Trabalhos Para a elaboração dos produtos previstos em cada etapa e validados nos workshops, foram realizadas entrevistas individuais com os membros da equipe de líderes e entrevistas coletivas com a equipe de líderes ampliada (CONAB, 2005a). Os Workshops da Equipe de Líderes Ampliada tinham caráter de coleta de percepções para os Workshops de Líderes, por meio de entrevistas coletivas, conforme já mencionado. Os Workshops da Equipe de Líderes tinham cunho deliberativo, para aprovação dos produtos previstos, tomando-se como insumo os estudos feitos individualmente com a Equipe de Líderes, durante as entrevistas, e com os produtos gerados nos Workshops da Equipe de Líderes Ampliada. As entrevistas eram previamente preparadas pela consultoria, com a participação da equipe de desenvolvimento e de multiplicadores. Somente as consultoras entrevistaram os Diretores e o Presidente por se entender que essa atitude preservava a confiabilidade do projeto (CONAB, 2005a). Os resultados das entrevistas eram tabulados pela consultoria e a equipe de desenvolvimento e multiplicadores e posteriormente validados nas oficinas de trabalho (Workshops), conforme detalhadas no Quadro 2. Quadro 2 – Realização dos Workshops do Projeto de Planejamento Estratégico Workshop ASSUNTOS Workshop da Equipe de Líderes Ampliada Workshop Da Equipe de Líderes 0 Alinhamento Estratégico da Liderança 1 Construção do Mapa Estratégico 08/06/04 16/06/04 2 Definição dos Indicadores 01/07/04 08/07/04 3 Definição das Metas 11/08/04 20/08/04 4 Metas e Iniciativas 17/09/04 08/10/04 Validação e Plano de Implementação 27/10/04 28/10/04 5 (Final) 24/05/04 56 4.2.2 Implantação do Projeto Concluído o Projeto em 28 de outubro de 2004, coube à Equipe de Desenvolvimento o desafio de dar materialidade à vasta documentação produzida durante o seu desenvolvimento e implantá-lo, inserindo-o no dia adia da organização e transformando o Projeto em Processo. Entre esta vasta documentação produzida durante a fase de desenvolvimento do Projeto, destacam-se como principais produtos o Mapa Estratégico Corporativo (vide Apêndice A), composto de 5 perspectivas, 21 objetivos estratégicos, 43 indicadores, 17 iniciativas estratégicas e as metas definidas para 2005, 2007 e 2009. O primeiro desafio foi concernente ao processo de comunicação da estratégia para toda a empresa. Para tanto, foi elaborado e implementado um Plano de Comunicação, envolvendo diversas mídias e eventos voltados para os diversos segmentos de públicos identificados. Os Superintendentes da Matriz e das Superintendências Regionais receberam materiais e treinamentos para realizarem a multiplicação da comunicação em suas unidades. As Superintendências Regionais ficaram responsáveis também para fazer a comunicação para as Unidades Armazenadoras (UAs) a elas relacionadas. Para as Superintendências que solicitaram suporte, a Equipe de Desenvolvimento foi a cada uma delas para ajudá-las na organização e realização de Eventos para Comunicação da Estratégia. Como medida de facilidade da implementação e de gestão do Planejamento Estratégico, foi designado, por ato formal da organização, os responsáveis pelas 17 iniciativas, pelos indicadores, e pela alimentação dos dados destes. Os responsáveis pelas iniciativas têm a incumbência de definir/refinar ou redefinir a iniciativa, de fazer cumprir os cronogramas, cuidando para a geração dos produtos e entregas previstas, em última análise são gerentes de projeto. Os responsáveis pelos indicadores têm por atribuição cuidar da sua implementação, da disponibilidade das informações para essa implementação, do monitoramento de sua evolução e do cumprimento das metas estabelecidas. Aos responsáveis pela alimentação dos indicadores cabe a geração dos valores previstos na fórmula de cálculo e na alimentação da base de dados dos indicadores. Durante essa fase de implantação do Projeto, a Companhia passou por uma mudança de Presidência, quando o Dr. Luiz Carlos Guedes Pinto deixou a presidência, assumindo-a o Dr.Jacinto Ferreira, então Diretor da Diretoria de Gestão Administrativa e Financeira - Diafi. Com a vacância do cargo, o Dr. José Carlos de Andrade passou a chefiar a Diafi. Houve também a saída de um dos diretores, o Dr. Eleldil Einstein da Silva Bessa, da Diretoria de 57 Gestão de Estoques - Diges, que foi substituído pelo Dr. Pedro Beskow. Convém ressaltar que estas mudanças deram-se de modo absolutamente transparente ao andamento das atividades de implantação do Projeto de Planejamento Estratégico, sendo que o novo presidente reafirmou todo apoio à sua continuidade. Em 2005, a Companhia teve a oportunidade de realizar duas Reuniões de Análise Estratégica, ambas durante a gestão do novo Presidente, que entendia ser imprescindível a continuidade da participação das Unidades Regionais para fomentar a integração e participação de todos os líderes da empresa. Assim, cada uma dessas reuniões foi composta de dois encontros, um com a participação dos Superintendentes Regionais e outro com a Equipe de Líderes da Matriz. Primeira Reunião de Análise Estratégica A Primeira Reunião de Análise Estratégica foi realizada nos dias 19 e 20 de abril de 2005. No dia 19 de Abril aconteceu o encontro com todos os Superintendentes Regionais e no dia 20 com os Superintendentes da Matriz. Foram realizadas entrevistas individuais com os Superintendentes da Matriz para coleta de percepção do grau de implementação da Estratégia. A percepção dos Superintendentes Regionais foi feita em entrevista coletiva durante o dia 19/05/2005. Foram levantados os dados disponíveis dos indicadores, que não eram muitos. A partir dos dados das entrevistas e dos indicadores disponíveis, a equipe de desenvolvimento elaborou um extenso relatório com cerca de 90 páginas para subsidiar a Reunião. Este relatório foi distribuído aos líderes com antecedência para que pudessem se preparar para a Reunião. Como se tratava da Primeira Reunião e tendo em vista a incipiência dos dados, todas as análises foram feitas baseadas na percepção e sentimento. Para essa reunião, a análise da estratégia corporativa pretendeu abordar os seguintes aspectos (CONAB, 2005b): Entender onde estamos e suas implicações Sugerir direcionadores para fortalecer a execução no futuro Identificar como podemos contribuir para este fortalecimento Praticar a análise da estratégia Identificar oportunidades de melhoria 58 E ainda segundo Conab (2005b), o foco da reunião teve caráter: Deliberativo: Incentivar a evolução das iniciativas; definir o modelo de gestão destas; solicitar que se atribua prazo para viabilizar indicadores e iniciativas. Conscientizador: da evolução e continuidade do projeto; de que é papel de todos; de que estamos aprendendo fazendo e de que esta RAE é a primeira de várias. Procedimentos recomendados pela literatura para a pós-reunião também foram executados, tendo sido preparada uma ata com o registro das atividades desenvolvidas, fatos e discussões ocorridas durante os dois fóruns (Matriz e Regionais). A ata da Reunião de Líderes incluía também vários anexos, relacionados a seguir: - Anexo 1 - Planilha com a apuração das recomendações/sugestões de alteração homologadas pela plenária, para cada objetivo estratégico; - Anexo 2 - Planilha com a apuração das recomendações/deliberações quanto às iniciativas; - Anexo 3 - Mapa Estratégico Comparativo (Percepções Relatório, Suregs/ Multiplicadores e Equipe de Líderes); Anexo 4 - Lista de presença dos participantes. Esta documentação foi encaminhada para todos os líderes para validação, até o fechamento de sua versão final, posteriormente enviada aos envolvidos. Segunda Reunião de Análise Estratégica A Segunda Reunião de Análise Estratégica aconteceu também em dois fóruns, a exemplo da primeira. No dia 7 de Novembro de 2005, em Uberlândia – MG, aproveitando um encontro de Superintendentes Regionais, foi realizada a RAE – Suregs, e, no dia 11 de Dezembro de 2005, foi realizada a Reunião com os Líderes da Matriz. Para essa segunda RAE, já se dispunha de um cenário bem mais maduro, seja do ponto de vista da disponibilidade de um maior volume de dados dos indicadores, seja do ponto de vista do aumento do número de indicadores implementados. Um outro aspecto relevante foi a utilização de um suporte de TI, pois nessa época, a ferramenta de BSC, o Hyperion Performance Scorecard (HPS), adquirida já se encontrava 59 instalada, o modelo corporativo de BSC da Empresa construído no HPS e a base de dados já está com os dados dos indicadores apurados até setembro de 2005. O HPS foi utilizado como suporte na elaboração do Relatório da 2ª RAE, fornecendo os scores ou percentuais de desempenho dos componentes do mapa estratégico e dados dos indicadores para a construção dos gráficos, viabilizando assim todas as condições para validação do ciclo de uso (monitoramento) do seu modelo. Para o estabelecimento de scores de desempenho foi necessária a parametrização do software HPS. O score de um objetivo é obtido a partir do score individual de seus indicadores e dos pesos a eles atribuídos. O score de uma perspectiva é obtido pela ponderação dos scores dos seus objetivos e o score do mapa pela ponderação das perspectivas. Estes scores foram divididos em faixas de resultados e a cada faixa foram associados conceitos (Péssimo, Regular, Bom e Ótimo), ícones e cores, aplicáveis a cada componente do mapa. A atribuição preliminar destes pesos e das faixas de resultados foi feita pela equipe de desenvolvimento e multiplicadores e validada pela equipe de Líderes da Matriz. O Apêndice B traz um exemplo de Mapa Estratégico da Companhia gerado pela ferramenta HPS com scores de desempenho em dezembro de 2005. O Quadro 3 faz um comparativo entre as duas reuniões: Quadro 3 – Comparativo entre as duas RAEs 1ª R A E 2ª R A E A Performance do Mapa Estratégico foi A Performance do Mapa Estratégico foi apurado por percepção apurado com base nos dados dos indicadores e utilizando a ferramenta BSC (HPS) Balanço de Atividades – Citação de Ações Genéricas sem vincular diretamente aos Objetivos Estratégicos e não envolvendo as Suregs. Balanço de Atividades – Ações relacionadas pelas Suregs com vínculo aos Objetivos Estratégicos da Perspectiva de Processos Internos e de Integração. Iniciativas Estratégicas – Informações Básicas. Indicação do Status – exigência de que a Iniciativa estivesse em forma de Projeto Iniciativas Estratégicas – Informações Básicas. Indicação do Status – exigência de que a Iniciativa estivesse em forma de Projeto 60 Os objetivos para esta reunião foram, segundo Conab (2005c) • Conhecer e analisar onde estamos e suas implicações. • Identificar contribuições para o fortalecimento da execução da estratégia. • Praticar a análise da estratégia e incrementar o aprendizado. • Destacar oportunidades de melhoria no processo de execução e gestão da estratégia. De modo análogo à primeira reunião, também foi preparada a documentação dos dois fóruns, com relato dos fatos e discussões ocorridas. Foi buscada a validação junto aos presentes, para obtenção da versão final da ata dos eventos (Suregs e Matriz), antes da disseminação desta aos envolvidos. A seguir, um exemplo de uma análise de um objetivo estratégico, contido no relatório da 2ª RAE, preparado pela Equipe de Desenvolvimento. Destacando-se o desempenho do objetivo, representado pelo score em percentual, pelo símbolo e sua cor correspondente ao percentual, a situação dos seus dois indicadores, também com scores de desempenho e símbolo correspondentes, gráficos com os dados apurados, análise de performance do objetivo, recomendações da Equipe de Desenvolvimento e, por último, a relação das iniciativas estratégicas que suportam o objetivo e o status do desenvolvimento de cada uma: 61 OBJETIVO 8 -Atuar pró-ativamente na formação e gestão dos estoques públicos – score: 102,81% Perspectiva : PROCESSOS INTERNOS Ind 14 - Percentual de Perdas em Armazenagem - 2005 score: 100% Análise da Performance 0,0250 0,0220 0,0200 A evolução quantitativa dos indicadores indica alcance da meta estabelecida para este ano. Entretanto foi bastante questionada a suficiência destes recursos frente às demandas do setor. % 0,0150 Meta 0,0100 2005 0,35 % a.a 0,0039 0,0050 2007 2009 0,30 0,25 % 0,0014 % - 1 2 3 M ilh õ es Trimestre Ind 15 - Valor investido na Formação de Estoques Publicos - 2005 score: 105,62% 600.000 1103810100%1 528.110 500.000 380.148 V alo r 400.000 356.315 311.819 Valor investido na formação de estoques públicos AGF - Aquisições do Governo Federal Contrato de Opção de Venda 300.000 239.478 Recomendações Necessidade de alinhar este objetivo com “Assegurar a execução efetiva da PGPM” e “Desenvolver estudos e análises de Políticas agrícolas”. Este alinhamento impactará no objetivo “Otimizar a utilização da rede armazenadora própria”. Alterar a meta para 0% de perda em função do quebra-zero. Iniciativas Estratégicas Stat us Nome das Iniciativas Estratégicas 3 PMTI 3 Modelagem de Processos de Negócios 2 Controle de Qualidade dos Estoques Públicos 200.361 200.000 171.795 100.000 39.117 68.330 0 1 2 Trimestre Meta (em R$ milhões) 2007 2009 3 2005 500 1.500 2.000 Figura 11 – Exemplo de Relatório de Análise Estratégica Após a realização da 2ª R A E, a Equipe de Desenvolvimento promoveu um ciclo de apresentações no auditório da Matriz, para divulgação dos resultados e deliberações da Reunião aos colaboradores da Matriz. As apresentações contaram com a presença de membros da Diretoria da Companhia e aconteceram em três horários distintos, para dar oportunidade a todos os colaboradores de estarem presentes. 62 5. Metodologia 5.1 Classificação da pesquisa Rudio (1997), ao estabelecer uma diferenciação entre pesquisa descritiva e experimental, concebe a primeira como interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Moresi (2003), por sua vez, entende que a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno, ou estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza. Para Andrade (1997), na pesquisa descritiva os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem que o pesquisador interfira sobre eles. Quanto aos fins, esses estabelecimentos dão suporte à classificação da pesquisa proposta na categoria de pesquisa descritiva. Quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica, documental e um estudo de caso. Pesquisa documental e estudo de caso são duas das formas elencadas por Rudio (1997) em que uma pesquisa descritiva pode aparecer. A pesquisa documental, para esse autor, faz estudos do presente, onde os documentos são investigados a fim de se poder descrever e comparar usos e costumes, tendências, diferenças etc. Em relação à investigação documental, Moresi (2003) define como sendo realizada com base no acervo de documentos de organizações de qualquer natureza, públicas ou privadas, ou de pessoas, tais como: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, video-tape, informações em disquete, diários, cartas pessoais a outros. Para Lakatos e Marconi (1993), a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que denomina de fontes primárias. Já a pesquisa bibliográfica, fonte secundária de pesquisa segundo Lakatos e Marconi (1993), abrange toda bibliografia tornada pública em relação ao tema de estudo. Moresi (2003) considera pesquisa bibliográfica “o estudo sistematizado desenvolvido com base em publicações em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma”. 63 O estudo de caso é “onde se faz uma pesquisa de um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade com o objetivo de realizar uma indagação em profundidade para se examinar o ciclo de sua vida ou algum aspecto particular desta” (RUDIO, 1997, p. 57). Moresi (2003) percebe um estudo de caso como sendo um circunscrito a uma ou poucas unidades (uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país). Dessa forma, nesta pesquisa foram utilizados os diversos instrumentos da organização estudada, desde materiais publicados, toda a documentação do projeto de Balanced Scorecard, Atas das Reuniões de Análise Estratégicas (R A E) realizadas, Relatórios de Análise Estratégica, informações do modelo de BSC definido para a Conab, como, por exemplo, gráficos e tabelas com evolução de indicadores já implementados, metas, iniciativas estratégicas, etc. Documentos de projetos de planejamento estratégicos anteriores, ou quaisquer outros documentos que vierem a servir de embasamento à pesquisa serão, de igual forma, utilizados. Trata-se, por fim, de um estudo de caso, uma vez que tomou uma situação concreta, previamente delimitada, qual seja a investigação de uma experiência de implantação do BSC, ora em andamento, em uma empresa pública, a Companhia Nacional de Abastecimento Conab. 5.2 Desenho do Questionário O questionário para a captação dos dados da pesquisa é composto de três blocos: Quadro 5 – Estrutura do Instrumento de Pesquisa Estrutura do Questionário Bloco Composição I. Aprendizado em Grupo e Visão Compartilhada 15 questões objetivas II. Aprendizado, Rotinas Defensivas e Ambiente 11 questões, sendo 9 objetivas e 2 subjetivas III. Níveis de Aprendizado, BSC e Gestão da Estratégia 16 questões, sendo 9 objetivas e 7 subjetivas 64 O questionário é precedido por uma folha de rosto, com informações e orientações gerais tais como, objetivo do questionário, descrição de sua estrutura e instruções sobre o seu preenchimento. Cada bloco é precedido de uma contextualização e é composto de questões objetivas e subjetivas. Para as questões objetivas, foi utilizada uma escala com variações para avaliação de cada quesito: 0 – inexistente, 1- Muito Baixa, 2 – Baixa, 3 – Média, 4 – Alta e 5 – Muito alta. A criação do bloco “I. Aprendizado em Grupo e Visão Compartilhada” justifica-se pela importância destas duas disciplinas do Pensamento Sistêmico (SENGE, 2002) para o sucesso da realização de Reuniões de Análise Estratégica, conforme já ressaltado no recorte feito no referencial teórico. Para a construção deste bloco, houve a preocupação de tentar capturar as competências desenvolvidas e o grau de maturidade das Lideranças, enquanto grupo, para construir uma visão compartilhada presente no Mapa Estratégico e para a execução da estratégia escolhida (capacidade de mobilização para promover a mudança, de comunicação da estratégia e a capacidade de vinculação dos objetivos estratégicos em seu dia-a dia). O grau de maturidade dos líderes para o trabalho e aprendizado em equipe é fator crítico de sucesso, pois nessas reuniões atividades como avaliações de objetivos, iniciativas, indicadores e metas, bem como a tomada de decisões acontecem sempre em equipe, processos que normalmente suscitam discussões acirradas e polêmicas e requerem sinergias e alinhamento para fomentar o aprendizado. De igual importância é a capacidade dos lideres de trabalhar com a visão compartilhada da organização presente no mapa estratégico do Balanced Scorecard. Para a escolha da destes atributos foi utilizada a descrição dos cinco princípios de uma Organização orientada à Estratégia, segundo Kaplan e Norton (2002), e a relação de fatores associados a mudanças de comportamento necessários à execução da estratégia, sob a ótica do desenvolvimento do capital organizacional (compreender a missão, a estratégia e os valores, promover o senso de responsabilidade, comunicar-se com abertura e trabalhar como equipe) (KAPLAN e NORTON, 2004). Houve também a preocupação de extrair dos respondentes a percepção quanto aos padrões adotados nas relações dentro dos grupos que poderiam favorecer o desenvolvimento dos trabalhos durante as Reuniões Estratégicas e do Desenvolvimento do Projeto (Workshops), explorando-se aspectos tais como sinergias estabelecidas entre equipes, integração, alinhamento, responsabilidade com os compromissos assumidos, reconhecimento. Para tanto, buscou-se suporte em Senge (2002), Senge (1998) e Kofman (2002). Para a 65 escolha das variáveis de análise escolhidas, lançou-se mão também de relatório de melhores práticas na construção e implementação do BSC em empresas brasileiras, de depoimento de usuários e dos estudos de caso, buscados em Coutinho e Kallás (2005). Já para a concepção do segundo bloco, intitulado “II. Aprendizado, Rotinas Defensivas e Ambiente”, lançou-se mão de questões objetivas e subjetivas, estas últimas utilizadas com o intuito de se obter um nível de percepção mais aprofundado das questões abordadas, quando uma apreciação objetiva não seria suficiente para dar conta de complexidade nelas envolvida, ou como complementação de uma apreciação objetiva. Com este bloco, a preocupação é investigar se podem ser identificados indícios de presença de rotinas defensivas durante os Workshops que permitiram o desenvolvimento do projeto e durante as Reuniões Estratégicas. Para tanto, os aspectos escolhidos para análise foram as divergências entre a teoria esposada (em ação) e a teoria em uso, conceitos desenvolvidos por Argyris (2001) e Kofman (2002) e já apresentados no referencial teórico. Um segundo aspecto escolhido foi a natureza do perfil das discussões durante os trabalho em equipe, explorando-se as diferenças entre questionamento e interrogação, conceitos explorados por Barrows (2005) como fatores que interferem severamente nos resultados obtidos durante as reuniões Estratégicas. A questão da tolerância a falhas como fator interveniente no aprendizado estratégico, conforme Coutinho e Kallás (2005), também foi explorada no bloco. Por fim, foram utilizadas algumas questões objetivas para avaliação do ambiente predominante nas RAEs, com o intuito de se saber se havia condições desejáveis para o aprendizado. Para o último bloco, denominado “III. Níveis de Aprendizado, BSC e Gestão da Estratégia”, as questões foram elaboradas de modo a evidenciar a possível existência dos diversos níveis de aprendizado, conforme Argyris (1998), Kofman (2002), Sunassee e Haumant (2004), Flood e Romm (1996), Snell e Man-Kuen Chak (1998), dentro do processo de gestão da Estratégia com o BSC na experiência analisada. Para tratar os laços simples e duplo de aprendizado o questionário traz uma contextualização com a explanação do ciclo de revisão e gestão da estratégia, composto de ciclo de uso e ciclo de aprendizado, conforme exposto por Kallás (2005), a partir do modelo desenvolvido por Kaplan e Norton (2001). Tenta-se então verificar a incidência desses dois ciclos no caso Conab, por meio de questões objetivas e subjetivas. Tentou-se também avaliar os Relatórios de Análise Estratégica preparados para as RAEs, posto ser esses relatórios 66 insumos importantes para fundamentar e fomentar as discussões durante as Reuniões Estratégicas, com informações de indicadores, gráficos e scores de desempenho de indicadores e dos objetivos, bem como apresenta análises de performance e faz recomendações, dando suporte, portanto, aos dois ciclos. Por último, o questionário apresenta uma série de questões subjetivas, visando a obtenção de informações que dêem conta de se saber da existência do terceiro nível de aprendizado, conforme Kofman (2002) e Sunasee e Haumant (2004), Flood e Romm (1996), Snell e Man-Keun Chak (1998), explorando-se aspectos tais como princípios fundamentais, valores e identidade institucional. Tentará também o questionário, de forma subjetiva, mapear fatores que podem interferir positivamente ou negativamente no aprendizado organizacional, dentro do experimento analisado. Este mapeamento poderá dar subsídios á implementações de ações para melhoria do processo de aprendizado da Companhia. 5.3 Coleta e Análise de Dados Para a coleta de dados sobre o experimento analisado foi elaborado um questionário cujo modelo encontra-se no Apêndice C. Este instrumento foi aplicado aos Líderes da Companhia - Matriz e Superintendências Regionais, envolvidos com o desenvolvimento e implantação do Planejamento estratégico, e às equipes de Desenvolvimento e Multiplicadores do projeto. A distribuição dos respondentes por estes segmentos deu-se da seguinte forma: Quadro 4 – Distribuição dos Questionários Questionários Público Alvo Enviados Recebidos % Recebimento Líderes - Matriz 21 18 85,77 % Líderes - Suregs 21 11 52,38 % Equipes de Desenvolvimento e Multiplicadores 12 12 100 % 54 41 75,92 % Total 67 Gráfico 1 - Composição da Amostra 29% 44% Matriz Suregs Equipe 27% A escolha destes três segmentos pretendeu privilegiar a diversidade de pontos de vistas sobre o experimento estudado e assim proporcionar uma maior riqueza às análises dos resultados obtidos. O primeiro ponto de vista escolhido foi o olhar da Matriz, cujo contraponto será o olhar periférico, fornecido pelas unidades descentralizadas (Superintendências Regionais). Outro viés escolhido foi o ponto de vista dos bastidores do experimento, dado pelas equipes responsáveis pela condução dos trabalhos. Ressalte-se que no grupo de questionários recebidos dos Líderes da Matriz, estão incluídas as respostas do Presidente da Empresa, dos três Diretores, além dos Superintendentes, dentre outros. Na Equipe estão incluídos quatro técnicos da Equipe de Desenvolvimento e oito da Equipe de Multiplicadores. Foi realizado um pré-teste do questionário no dia 25/11/2005 com um dos Superintendentes da Matriz, membro da Equipe de Líderes. A versão final do questionário foi submetida aos respondentes no dia 06/12/2005, tendo sido enviados por meio do correio eletrônico da Companhia. Foi facultada a apresentação dos resultados por meio eletrônico ou no formato impresso, neste caso, sendo remetido por meio do malote. Foi alertado aos respondentes que os dados levantados serão compilados e divulgados na forma de parâmetros, preservando-se o anonimato de cada respondente. O Apêndice D contém o e-mail enviado os diversos segmentos de público. Para o tratamento das informações objetivas dos questionários foi utilizado o software SPSS - Statistical Package for Social Science, tendo sido foi montada uma base de dados com os resultados apurados. Esta base foi utilizada para se efetuar as análises e o SPSS para estabelecer os parâmetros estatísticos (medidas de tendência central) e a consolidação por 68 faixa de resultado. Os gráficos foram obtidos com a utilização do EXCEL, após a importação dos dados da base do SPSS. Para tratamento das informações subjetivas dos questionários foram utilizadas planilhas EXCEL. Uma primeira planilha foi montada com tabulação das informações obtidas, formatada com duas dimensões, pergunta e respondente, preservando-se o anonimato dos mesmos. A partir desta, foi elaborada uma outra planilha de consolidação, contendo a síntese, por pergunta, das idéias das informações dos respondentes e feita uma apreciação das respostas, comparando-as com os resultados quantitativos. Devida à grande extensão da primeira planilha, apenas a segunda, com a consolidação das respostas subjetivas, foi incluída nesta dissertação. 69 6. Resultados da Pesquisa As análises dos resultados da pesquisa foram divididas em duas partes, em decorrência da natureza dos mesmos. A primeira parte tratará da análise dos resultados quantitativos, extraídos das questões objetivas do instumento utilizado, e a segunda dos resultados qualitativos, oriundos das questões subjetivas, construídas para complementar algumas questões objetivas (vide modelo do instrumento no Apêndice C). 6.1 Análise dos Resultados Quantitativos A seguir serão apresentados e discutidos os resultados obtidos a partir dos dados quantitativos apurados nas questões objetivas do instrumento de pesquisa (questionário), sendo feita uma análise por cada pergunta ou por grupo de perguntas afins. 1. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? A pesquisa revelou que, de modo geral, as avaliações quanto ao Projeto refletir a visão compartilhada ficaram entre alta (46,34 %) e média (34,15%). Se olharmos, entretanto, para uma visão segmentada dos resultados, Gráfico 2 - Projeto reflete a Visão Compartilhada os líderes da matriz têm uma visão mais otimista, ficando com percentuais acima dos resultados gerais nas 60 Mat r iz avaliações alta (55,56 % contra 46,34% 30 do geral) e muito alta (16,87 % contra 20 Regionais também concentraram suas 46,34 Su r eg s 40 12,20% do geral). Os Superintendentes 55,56 Ger al 50 34,15 Eq u ip e 41,67 33,33 27,78 25,00 18,18 16,67 7,32 10 12,20 0 In ex. Mu it o Baixa Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co avaliações entre média e alta, porém com percentual inferior à matriz na faixa média. A importância da visão compartilhada foi realçada por Senge (1988) ao longo deste trabalho e o fato de o Projeto conseguir refletir esta visão em níveis predominantemente altos, é sem dúvida, bastante animador, pois significa que houve condições basilares para o seu sucesso. Esse resultado não se deu por acaso, tendo havido uma preocupação da Companhia em evitar os erros de experiências anteriores. A criação da Equipe de Líderes Ampliada, composta de Líderes das Superintendências Regionais e de técnicos representantes das três Diretorias e por elas indicados (CONAB, 2005a), foi decisiva para a obtenção dos resultados 70 verificados, configurando-se como uma decisão acertada. Esses resultados também podem significar condições à realização de uma das premissas do Projeto, que deveria ser capaz minimizar o processo de descontinuidade administrativa com a tradução da estratégia de forma participativa e a integração das pessoas (CONAB, 2005a). Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão 2. compartilhada construída e de transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? Em Gráfico 3 - Capacidade de Mobilização das Lideranças 70 66,67 Geral 60 54,55 50 30 Equipe 24,39 25,00 20 9,09 19,51 das lideranças foi avaliada como muito baixa (12,20%), baixa (24,39 %), 11,11 matriz, com percentuais bem acima 5,56 M uit o Baixa mobilização a Visão mais otimista têm os líderes da 18,18 16,67 0 Inex. de gerais, média (43,90%) e alta (19,51 %). 33,33 18,18 12,20 10 Mat r iz Suregs 43,90 41,67 40 capacidade termos B aixa M édia Alt a M uit o Alta Branco dos outros segmentos na faixa média (66,67 %). Se, conforme a questão anterior demonstrou, o Projeto realmente reflete a visão compartilhada dos Líderes da Companhia em níveis altos, os dados do Gráfico 3 informam que a capacidade de mobilização das lideranças para transmitir essa visão compartilhada é modesta, carecendo-se ainda de sinergias, na Equipe de Lideres, para gerar o envolvimento de toda a organização em torno da Estratégia. Se uma das dificuldades foi tão bem trabalhada e vencida pelo Projeto, a complementação da construção da visão compartilhada está comprometida exatamente pela falta de vigor dessas sinergias, provocando uma ruptura no fluxo. Essas competências precisariam ser aprimoradas para incrementar a capacidade de mobilização das Lideranças. Esses resultados são coerentes com os das questões 4 e 5, referentes ao conhecimento da estratégia por parte dos Líderes e do corpo funcional da Companhia, tratadas mais à frente. Parte dos problemas revelados por estas questões, fraco conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional, pode estar associado a essa falta de capacidade de mobilização das Lideranças para transmitir a visão compartilhada construída. 3. Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, para implementar a estratégia e promover a mudança com o BSC? 71 Este quesito, Competências adquiridas pelos líderes Gráfico 4 - Grau de Com petências adquiridas pelos Líderes para im plem entar a estratégia para implementar a estratégia definida para a Companhia, obteve uma avaliação predominantemente média, no geral, (63,41 %), e entre os três segmentos analisados, sem variações significativas entre estes segmentos, a 70 63,41 Ger al 60 Mat riz 50 66,67 58,33 Sur egs Equipe 40 30 27,78 19,51 25,00 20 9,76 8,33 10 4,88 9,09 8,33 5,56 2,44 0 Inex. M uito B aixa B aixa M édia A lta M uito A lta B ranco saber, Matriz (63,67 %), Suregs (63,64%) e Equipe (58,33 %). Ainda sobre as competências necessárias à equipe de Líderes, essa questão é complementar à anterior e com resultados também coerentes com os da questão 2. Os resultados chamam a atenção para a falta das sinergias necessárias, na Equipes de Líderes, e são acanhados para promover as mudanças e para fazer frente aos desafios propostos no Mapa Estratégico da Companhia. Esses desafios não são poucos. A Companhia ousou, como se pode ver na fala de um dos respondentes “o grupo conseguiu traduzir as diferentes visões do Mapa Estratégico, permitindo inclusive incorporar áreas novas e afirmar valores que em certa medida não são a linha principal do próprio Ministério da Agricultura o mesmo do Governo”. Olhando o Mapa Estratégico da Companhia, com a implementação da Estratégia até dezembro de 2005 (vide Apêndice B), percebe-se que os objetivos que envolvem esses desafios ou áreas novas são os que estão com desempenho inexpressivo ou inexistente, vide, por exemplo, os objetivos “Organizar e fortalecer o comércio varejista de pequeno porte”, Articular a modernização do mercado de hortigranjeiros” e “Propor ações de logísticas visando otimizar o processo operacional da produção até o destino final”. Há espaço e demandas para o aperfeiçoamento das competências requeridas para a implementação da estratégia. 4. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte dos líderes da empresa? e 5. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional da empresa? 72 Os dados não surpreendem, apenas confirmam um sentimento já existente na Desenvolvimento Equipe de de que o conhecimento existente atualmente entre os líderes a respeito da estratégia da Companhia não é Gráfico 5 -Grau de conhecim ento da Estratégia Lideres X Grau do Corpo Funcional 60 53,66 50 40 39,02 34,15 34,15 30 21,95 20 Líderes 10 12,20 2,44 Co rpo funcio nal 2,44 0,00 0 Inex. acompanhado pelo corpo funcional, M uit o Baixa Baixa M édia Alt a M uit o Alt a Branco como bem demonstra o gráfico 5. O Plano de Comunicação da Estratégia, desenvolvido e implementado em 2005, lamentavelmente não conseguiu levar o conhecimento da estratégia a todos os empregados, embora tenha se empenhado para tal. Já se encontra em discussão o desenho de um novo Plano de Comunicação para 2006. A eliminação dessa lacuna é imprescindível para realmente transformar a estratégia em tarefa de todos, um dos princípios de uma organização focada na estratégia. A questão das falhas da comunicação da estratégia pode ter outros componentes, vide também comentários já feitos na questão 2, a respeito das competências das Lideranças em transmitir a visão compartilhada construída ao resto da organização. Vale lembrar também que a capacidade de comunicar-se com abertura e trabalhar como equipe está incluída na relação de fatores associados com as mudanças de comportamento necessários à execução da estratégia (KAPLAN e NORTON, 2004). 6. Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente a respeito da estratégia e de vincular suas atividades a esta estratégia. De modo geral, 61,11 % dos líderes entenderam a capacidade de pensar a respeito da estratégia e vincular suas atividades a ela como média. Não houve variação significativa entre os segmentos analisados quanto a Gráfico 6- Capacidade de pensar a respeito da estrategia e vincular atividades este quesito. Embora os resultados tenham sido razoáveis, a Companhia pode e deve perseguir melhores faixas de resultados (muito alta ou pelo menos, alta), caso queira realmente transformar-se numa organização 66,67 70 Geral 61,11 60 60,98 M atriz 54,55 50 Suregs Equipe 40 36,36 30 25,00 20 17,07 10 19,51 16,67 16,67 9,09 5,56 2,44 8,33 0 Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco 73 orientada na estratégia. É necessário capitalizar o conhecimento da estratégia por parte dos líderes, que conforme a pesquisa demonstrou é alto, em prol de sua inserção no dia a dia. O desvínculo da estratégia das atividades poderá transformar o Projeto em apenas mais um instrumento burocrático, comprometendo a sua execução. Uma fala recorrente por parte de muitos Líderes durante a pesquisa qualitativa é que freqüentemente eles se encontram consumidos pela rotina, pelas questões operacionais, pelo dia-a-dia, de modo que pouco tempo sobra para se dedicarem às questões estratégicas, embora em tese reconheçam a relevância dessas questões e a necessidade de priorizá-las. Se por outro lado, esta fala serve como uma explicação para a ausência de vinculação com as questões estratégicas, por outro, tem um sabor de um adiamento senão de uma resistência em habitar o mundo da gestão estratégia. A reversão desse quadro, provavelmente, levará tempo, um tempo que deverá, entretanto, ser abreviado, a bem da saúde organizacional e da capacidade de execução da estratégia pretendida. 7. Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Gráfico 7 - Boa Vontade e Cooperação O cenário para este quesito é 90,00 francamente favorável, ficando as avaliações concentradas na faixa alta (56,10 %). Sem dúvida, o parâmetro aponta para a existência de condições desejáveis para trabalhos em equipe. 80,00 Geral 70,00 M atriz 81,82 Suregs 60,00 56,10 Equipe 50,00 50,00 40,00 33,33 41,67 27,78 30,00 20,00 21,95 10,00 8,33 17,07 8,33 9,09 9,09 2,44 0,00 Essa questão pode ser vista de modo 22,22 Inex. M uit o B aixa Baixa M édia Alt a M uit o Alta 8,33 2,44 Branco conjugado com as questões 23 a 26. 8. Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? Gráfico 8 - Sinergia e Integração entre as Equipes de Trabalho Houve sinergia e integração em níveis altos (63,41 %) e médios (21,95 90 %) na avaliação dos respondentes. Os 70 Superintendentes Matriz 50 geral 30 acompanham essa da avaliação Ger al 80 81,82 Mat riz 63,41 Sur egs 60 61,11 Equipe 40 50,00 33,33 20 21,95 10 0 Inex. Muit o Baixa Baixa 16,67 22,22 8,33 2,44 9,76 9,09 Média 9,09 Alt a Muit o Alt a 8,33 2,44 Branco 74 enquanto os Superintendentes Regionais são mais otimistas, 81,82 % consideram essa sinergia alta. Abstenções são verificadas na Equipe de Desenvolvimento, que tem um posicionamento menos entusiasmado, com avaliações entre alta (50%) e média 33,33%. Mais uma condição favorável identificada para o sucesso dos trabalhos em equipe. Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de 9. desenvolvimento durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Para este quesito, as respostas Gráfico 9 - Sinergia e Integração entre Equipes de Trabalho e de Desenvolvim ento tiveram comportamento similar ao da questão anterior, ficando no geral concentradas na avaliação alta (63,41 %). Nenhuma avaliação variação foi expressiva verificada de entre os segmentos, à exceção dos Suregs, com 90,00 81,82 80,00 Geral 70,00 M atriz 60,00 Suregs 50,00 63,41 58,33 55,56 Equipe 40,00 27,78 30,00 21,95 20,00 8,33 10,00 16,67 25,00 9,09 9,09 9,76 2,44 0,00 Inex. Muit o Baixa Média Alt a Muit o Alt a 8,33 2,44 Br anco Baixa posicionamento mais otimista. 10. Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Gráfico 10 - Alinham ento de Objetivos e Expectativas - durante as RAES e Projeto Este quesito foi bem avaliado por todos 60 Ger al 50 45,45 Sur egs 40 avaliações concentradas em alta (geral, 45,45 43,90 Equipe os segmentos analisados, ficando as 50,00 50,00 Mat riz 41,46 38,89 41,46 %) e média (geral, 43,90 %). 30 25,00 20 16,67 9,09 10 7,32 5,56 5,56 4,88 8,33 2,44 0 Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco 11. Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos e suas conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? De modo geral, esse quesito foi avaliado como sendo alto (41,46 %) e médio (29,27 %). Entretanto, vale a pena observar que: 75 a) O pensamento dos líderes da Matriz foi coeso, concentrando-se também entre alto (55,56 %) e médio (38,89 %). b) Entre os Superintendentes Regionais, a percepção é ainda mais otimista: alta (63,64%), muito alta (18,18 %) e média (18,18 %). c) As abstenções dentro da Equipe de Desenvolvimento devem-se ao fato de que neste grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs. As avaliações desse grupo não acompanharam a dos outros dois: média e chegando mesmo a ser considerada muito baixa. Alguns pontos podem gerar reflexões férteis. O primeiro, se seria correto concluir que há certo clima de ceticismo entre a Equipe de Desenvolvimento, haja vista as avaliações menos otimistas. O clima de otimismo dos Superintendentes regionais quanto aos compromissos assumidos, sem dúvida um voto de confiança na atual Gráfico 11 - Responsabilidade quanto aos compromissos assumidos pelos Líderes 70,00 60,00 50,00 40,00 55,56 Mat r iz Su r eg s Eq u ip e 38,89 41,46 29,27 30,00 20,00 25,00 18,18 18,18 19,51 8,33 10,00 66,67 63,64 Ger al 7,32 5,56 2,44 0,00 In ex. Mu it o Baixa Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co gestão, deve ser capitalizado pelo Projeto, cuidando-se para não deixar este sentimento esmaece-se, transformar-se em descrédito. Vale a pena lembrar que há grandes expectativas, por parte dos Superintendentes Regionais quanto à realização do desdobramento do Projeto, fazendo-o chegar até as pontas, conforme se pode verificar nas respostas subjetivas. Em que pese o Presidente da Companhia já ter tido a preocupação de alertar que os desdobramentos não serão realizados em 2006. Se analisarmos as atas das duas RAEs realizadas, por outro lado, é possível perceber a reincidência de alguns temas e questões, que pode sugerir que decisões, pendências e encaminhamentos não tiveram o tratamento prometido ou desejado, revelando uma tendência à procrastinação. Boa parte destas pendências reapareceram quando das discussão e aprovação das metas para 2006, uma vez que discutir metas implicou nestes casos, discutir também o indicador (quando do desenvolvimento do Projeto, foram definidas metas para 2005, 2007 e 2009). Cenário contrastante com o clima de otimismo dos resultados exibidos no Gráfico 11. 76 Por fim, os resultados deste quesito devem ser cotejados com as análises qualitativas, onde foi verificado, de forma não isolada e ao longo de várias questões, um clamor por um maior comprometimento dos líderes. 12. Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Media (22,22%) (33,33%) foram as e baixa Gráfico 12 -Rivalidade ou Competitividade avaliações 45,00 dominantes para a existência de 35,00 rivalidade ou competitividade, no cômputo geral. 31,71 27,27 30,00 27,27 33,33 27,27 25,00 Visão mais crítica 20,00 10,00 25,00 21,95 16,67 15,00 têm a Equipe de desenvolvimento, 22,22 16,67 12,20 14,63 18,18 11,11 8,33 9,76 11,11 5,00 ficando nas faixas média (41,67%) e 8,33 2,44 7,32 Muit o Alt a Br anco 5,56 0,00 Inex. alta (25 %), chegando mesmo a muito alta (8,33%). Geral M atriz Suregs Equipe 41,67 40,00 Muit o Baixa Média Alt a Baixa Outro fator favorável ao trabalho em equipe, pois a rivalidade / competitividade intra-equipes e entre equipes foi identificada em níveis toleráveis, não se constituindo como um fator que poderia intervir negativamente no aprendizado ou que viesse a comprometê-lo. 13. Houve reconhecimento das contribuições/ sugestões e idéias durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Gráfico 13 - Reconhecim ento de contribuições, sugestões e idéias 60 50,00 M at riz 41,67 Equipe 27,78 30 26,83 20 8,33 10 0 2,44 5,56 Inex. segmentos, 48,78 Suregs 40 grandes 54,55 Geral 50 Item bem avaliado no geral, sem 25,00 18,18 16,67 11,11 5,56 2,44 4,88 Muit o Baixa Média Alt a ficando as entre os avaliações concentradas nas faixas alta (48,78 %) e 27,27 8,33 discrepâncias 9,76 4,88 Muit o Alt a Br anco média (26,83%). Novamente verifica-se outro fator positivo para o aprendizado Baixa 14. Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante as RAEs Esta questão foi analisada juntamente com a questão 15. 77 Gráfico 14 - Capacidade de trabalho em Equipe durante as RAES 80,00 72,73 61,11 Geral 70,00 Matriz 60,00 66,67 Suregs 50,00 Equipe 46,34 40,00 25,00 30,00 20,00 8,33 10,00 0,00 Inex. Muito Baixa 2,44 9,09 Baixa Média 21,95 18,18 19,51 22,22 11,11 9,76 Alta Muito Alta 5,56 Branco 15. Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? A capacidade de trabalho em Gráfico 15 - Capacidade de Trabalho em Equipe durante o Projeto de Planejam ento Estratégico equipe obteve avaliação similar e bastante positiva para os 80 dois momentos analisados, RAEs e Projeto. 72,22 Geral 70 M atriz 60 Suregs 63,64 60,98 Equipe 50 40 No geral, esta capacidade foi tida como 33,33 41,67 30 21,95 alta por 46,34 % dos respondentes para 20 8,33 10 as RAEs e 56,10 % para o Projeto (vide Inex. gráfico 15). 11,11 2,44 2,44 0 18,18 16,67 8,33 Muit o Baixa 9,09 7,32 0,00 Média Alt a Muit o Alt a 8,33 9,09 4,88 Br anco Baixa Já para a Equipe de Desenvolvimento, em se tratando de RAEs, esta capacidade é média e baixa. Lembrando que as abstenções devem-se ao fato de que neste grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs. Para o Projeto esta capacidade é média (30%) e alta (41%). Conforme pode ser verificado, há muitas condições favoráveis para o trabalho em equipe, tais como moderada rivalidade e Gráfico 16 - Capacidade de trabalho em Grupo RAES x Projeto de Planejamento Estratégico 70,00 60,00 50,00 competitividade intra-equipe e 60,98 equipes de trabalho, reconhecimento de RAES Projeto contribuições, boa vontade e cooperação 46,34 40,00 30,00 19,51 20,00 21,95 21,95 9,76 10,00 2,44 7,32 4,88 0,00 Inex. Muito Baixa Baixa Média entre Alta Muito Alta Branco na busca de solução conjunta de problemas, alta sinergia e integração entre equipes de trabalho, alinhamento de objetivos e expectativas, enfim, um conjunto de condições coerentes com os resultados apontados nos Gráficos 14, 15 e 16. 78 16. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? Esta questão foi analisada juntamente com a questão 17. Gráfico 17 - Divergências entre teorias anunciadas e em uso - Projeto 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 44,44 33,33 27,27 9,09 Geral 41,67 36,36 M atriz 34,15 Suregs 24,39 19,51 18,18 16,67 16,67 Equipe 12,20 16,67 7,32 Inex. 8,33 9,09 5,56 2,44 Muit o Baixa Média Alt a Muit o Alt a Br anco Baixa 17. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições/premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? Este quesito, divergências entre as teorias anunciadas e em uso, aponta para a transparência de ações e atitudes, quão próximas elas estão do que está sendo efetivamente anunciado (KOFMAN, 2002). É um parâmetro que pode apontar para a confiabilidade estabelecida dentro do grupo e é do tipo, quanto mais alta a faixa de resultado, pior o desempenho. Houve comportamento similar quanto ao perfil das Gráfico 18 - Divergências entre teorias anunciadas e em uso - RAES respostas (concentração nas faixas de resultados), nos dois momentos analisados (RAEs e Projeto), predominando as faixas baixa e média, em ambos os casos. Vale lembrar que as abstenções no caso das RAEs deve-se ao fato de que neste 66,67 70,00 60,00 Ger al 55,56 Mat r iz 50,00 40,00 36,36 27,78 30,00 21,95 20,00 10,00 Su r eg s Eq u ip e 45,45 39,02 9,09 12,20 2,44 0,00 In ex. Mu it o Baixa 17,07 8,33 9,09 Baixa 16,67 7,32 8,33 5,56 Méd ia Alt a 5,56 Mu it o Alt a Br an co grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs. 79 Percebe-se, entretanto, pequena diferença nos percentuais dentro das faixas para os estes dois momentos, sendo que os Gráfico 19 - Divergênicas entre Teorias Anunciadas e em Uso - RAES x Projeto percentuais de divergência são maiores 45,00 39,02 40,00 RAES 30,00 Pr o jet o % dos respondentes acham que houve 24,39 25,00 19,51 20,00 15,00 21,95 divergências médias durante as RAEs 17,07 12,20 12,20 10,00 5,00 durante as RAEs na faixa média (39,02 34,15 35,00 7,32 contra 34,15 % durante o Projeto). Essa 7,32 2,44 2,44 diferença a maior durante as RAEs pode 0,00 In ex. Mu it o Baixa Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co ser creditada ao fato de que durante estes eventos os desempenhos individuais ficam mais em evidência, o que pode levar à utilização de rotinas defensivas. Durante o projeto, o foco não era o indivíduo, quem estava exposto era o grupo. A análise qualitativa (questão 22) apontou para a existência de indícios de rotinas defensivas. 18. Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se comparado com a interrogação) durante as RAEs? Esta questão deve ser vista em conjunto com a questão 19, na análise qualitativa. No Geral, 34,25% dos respondentes acham que há alto predomínio do questionamento sobre a interrogação e 21,95 %, médio. Os Superintendentes Regionais são mais otimistas quanto ao perfil das discussões, 72,73 % acham que houve alto predomínio do Gráfico 20 - Predomínio do Questionamento comparado à interrogação 80 72,73 70 Ger al 60 Mat r iz 50 Su r eg s Eq u ip e 40 33,33 30 16,67 20 10 0 5,56 2,44 In ex. questionamento sobre a interrogação. 9,09 8,338,339,76 4,88 Mu it o Baixa Baixa 66,67 34,15 21,95 18,18 8,33 Méd ia 21,95 27,78 8,33 11,1 1 4,88 Alt a Mu it o Alt a 5,56 Br an co Apenas 27,78 % dos líderes da Matriz consideram que tal predomínio foi alto e 33,33 %, médio. Na Equipe de Desenvolvimento não houve consenso sobre as avaliações, ficando estas distribuídas de forma linear entre muito baixa, baixa, média e alta. As abstenções devem-se ao fato de que nesse grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs. 19. Questão subjetiva, tratada na Análise Qualitativa. 80 20. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? 70,00 Gráfico 21 - Tolerância a Falhas durante as RAES 60,00 66,67 63,64 Ger al Mat r iz 50,00 Su r eg s 40,00 Eq u ip e 38,89 30,00 27,78 24,39 27,27 16,67 20,00 11,1 1 10,00 19,51 8,33 11,11 19,51 9,09 7,32 4,88 0,00 In ex. Mu it o Baixa 24,39 11,11 8,33 Baixa Méd ia Alt a Mu it o Alt a Br an co 21. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Comparativamente, os resultados são Gráfico 22 - Tolerância a Falhas durante o Projeto mais favoráveis à tolerância a falhas 60 54,55 durante o desenvolvimento do Projeto 50 Geral 38,89 40 30 22,22 27,27 20 11,11 10 8,33 7,32 34,15 16,67 Muit o Baixa Suregs Equipe 31,71 9,09 17,07 5,56 Baixa Média Alt a Projeto: 34,15 % avaliação média e 31,71 %, alta contra 19,51 % e 24.39% 16,67 0 Inex. que durante as RAEs (vide gráfico 22): M atriz 33,33 33,33 8,33 9,09 5,56 2,44 7,32 Muit o Alt a Branco de avaliações alta e média, respectivamente, durante as RAEs. As abstenções, no caso das RAEs, devem-se ao fato de que neste grupo estão incluídos membros da equipe de multiplicadores que não participaram das RAEs. Já na comparação entre as visões da Matriz e da Suregs (gráficos 20 e 21), percebe-se, em ambos os casos, uma avaliação bem Gráfico 23 -Tolerância a Falhas - RAES x Projeto mais positiva por parte das Suregs que 40 a Matriz, senão vejamos: Projeto: Suregs 35 avaliou 20 predominantemente alta (54,55 10 a falhas %) contra 16,67% da Matriz 34,15 31,71 Pr ojet o 29,27 25 como tolerância a 30 RAES 24,39 21,95 17,07 15 9,76 7,32 7,327,32 5 7,32 2,44 0 Inex. Muito Baixa Baixa Médi a Alta Mui to Al ta Br anco RAES: Suregs avaliou a tolerância a falhas como predominantemente alta (63,64 %) 81 enquanto a Matriz avaliou entre média ( 27,78%) e baixa (38,89%). 22. Questão subjetiva, tratada na Análise Qualitativa. 23. Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAES e durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 24. Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 25. Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 26. Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Estes quatro quesitos têm em comum Gr áfico 24 - C o m ap ar ativo o fato de serem condições desejáveis 60 5 3 ,6 6 D esc o n t r aç ão 50 para o trabalho em equipe e foram 4 3,90 C on f i a nç a R esi st e nc ia 40 41,46 4 3 ,9 0 tratados em conjunto. D i v e r si da de 31,71 30 26 ,8 3 São também condições desejáveis 24 ,39 19 ,51 20 19,51 12,20 10 19,5 1 12,2 0 9,7 6 4,8 8 7,3 2 4,8 8 2 ,4 4 2 ,44 0 Ine x . M u i t o B a ix a Baixa M é d ia Alt a para a criação de um contexto que 9 ,7 6 Muit o Alt a 2 ,4 4 B r an c o propicie o aprendizado e a não proliferação de rotinas defensivas (KOFMAN, 2002; ARGIRYS, 2001). Descontração: considerado como alto (53,66 % dos respondentes), muito alto (19,51%) e médio (19,51%). Confiança e liberdade: perfil análogo ao da descontração, mas com pequenas diferenças nos percentuais: alto (43,90 % dos respondentes), muito alto (24,39 %) e médio (26,83 %). Resistência à aceitação de idéias, sugestões etc.: Resultados concentrados nas faixas média (41,46 %) e baixa (19,51 %). Como este quesito é do tipo menor, melhor, os resultados apurados são razoáveis. Aceitação de diversidade de visões e idéias: Resultados concentrados nas faixas alta (31,71 %) e média (43,90 %). Como esse indicador é do tipo maior, melhor, os resultados apurados apontam para a positividade desse parâmetro. Não houve variação expressiva de avaliação entre os segmentos analisados para estes quatro quesitos, razão pela qual não foi realizada a análise segmentada. 82 Surpreende o fato de que, ainda que sob condições tão favoráveis, a pesquisa tenha identificado indício de existências de rotinas defensivas (vide comentários feitos à questão 22, na análise qualitativa). 27. Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? Do ponto de vista quantitativo, as avaliações dos três segmentos analisados (Matriz, Suregs e Equipe) foram convergentes, apontando para uma avaliação média. No geral, 52,21% dos respondentes consideraram este ciclo como médio. A avaliação dos três segmentos ficou em Gráfico 25 - Capacidade de im plem entação do ciclo de Uso 70 60 54,55 44,44 M at riz Suregs 40 27,27 30 16,67 5,56 7,32 Equipe 51,22 27,78 17,07 22,22 20 10 torno disso. Geral 58,33 50 16,67 21,95 8,33 9,09 9,09 2,44 0 Essa avaliação parece coerente Inex. Muit o Baixa Média Alt a Muit o Alt a Branco Baixa como o estágio atual de implementação deste ciclo, se levarmos em conta que: a) Do ponto de vista da construção do sistema de medição: O modelo de BSC definido (mapa e seus todos os seus componentes) já foi implementado com um suporte de TI (ferramenta de BSC). Dos 43 indicadores de desempenho previstos pelo Projeto, 23 (53,48 %) já se encontram implementados, com dados atualizados no banco de dados e rotinas de alimentação definidas. Desse total, 5 referem-se a pesquisas de opinião (internas e externas) e já foi dado início à elaboração do Termo de Referência para a contratação desses serviços. Os indicadores restantes são novos, ainda em fase de discussão para futura implementação. b) Este modelo implementado já deu suporte à 2ª RAE, principalmente na elaboração dos Relatório de Análise Estratégica e de apresentações. As discussões da 2ª RAE já se deram a partir do sistema de medição implementado. c) O Modelo implementado já se encontra disponibilizado na intranet para os Líderes da Matriz para consulta e alimentação de dados. d) O Mapa Estratégico da Companhia indica um percentual de execução da estratégia de 56,69 % em relação às metas definidas para 2005 (vide Mapa Estratégico da Companhia no Apêndice B). 83 e) As iniciativas são ainda um ponto frágil, pela gestão, definição e análise de impacto nos objetivos estratégicos. Algumas ainda não decolaram. As colocações feitas pelos respondentes quanto à implementação deste ciclo complementam esta análise. 28. Questão subjetiva, tratada na Análise Qualitativa. 29. Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto à completude, qualidade e profundidade das informações e das análises? Chama a atenção o fato de os Superintendentes Regionais Gráfico 26 - Avaliação dos Relatórios de Análise Estratégica terem 60 avaliado o Relatório de Análise como Geral 50 40 predominantemente médio (45,45 %) e 34,15 30 os Superintendentes da Matriz como 27,78 20 46,34 33,33 9,09 7,32 Suregs 11,11 9,09 7,32 11,11 Muit o Alt a Branco 4,88 0 seria uma explicação razoável para M atriz Equipe 36,36 16,67 10 predominantemente alto (50 %). Qual 50,00 45,45 Inex. Muit o Baixa Média Alt a Baixa isso? Falta de intimidade ou proximidade maior com as questões tratadas? Será a parte mais frágil do Relatório para os Suregs a referente às informações ou às análises? Há algum desnivelamento conceitual ou de informações? É oportuno lembrar que boa parte dos indicadores, notadamente os relativos à perspectiva de execução da Política Agrícola tem suas fontes de informação geradas nas Suregs. Essa questão merece uma investigação por parte da Equipe de Desenvolvimento, pois esse relatório é fundamental para subsidiar as discussões durante as RAEs e, conseqüentemente, para o incremento do aprendizado. 30. Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da hipótese estratégica)? Dentro da análise quantitativa, percebe-se que houve alinhamento de percepção dentro da matriz: 55,56 % dos Líderes da Matriz consideram a implementação deste ciclo média e 50 % Gráfico 27 - Capacidade de im plem entação do ciclo de Aprendizado 60 55,56 50,00 50 Geral 48,78 M at riz Suregs 40 27,27 30 36,36 25,00 22,22 20 12,20 10 5,56 9,09 5,56 0 Inex. Equipe Muit o Baixa 14,63 16,67 Baixa Média 9,09 Alt a membros da Equipe também consideram médio. Já os Suregs tiveram uma avaliação mais pessimista deste ciclo (36,36 % dos Suregs consideram este ciclo como médio 18,18 14,63 dos 11,11 8,33 2,44 7,32 Muit o Alt a Branco e 27,27%, baixo). 84 No geral, a avaliação foi que 48,78% dos respondentes consideraram esta capacidade de implementação do ciclo de aprendizado como média. Ressalte-se também que houve abstenções na avaliação (7,32 % dos respondentes). As apreciações subjetivas feitas pelos respondentes para a implementação deste ciclo complementam esta análise e podem ser vistas na questão 31. Apesar de os dados apontarem para uma avaliação média desse tipo de aprendizado, não foi possível verificar nas atas Gráfico 28 -Capacidade de im plem entação do Ciclo de Uso x Aprendizado das duas RAEs nenhuma reflexão 60 que envolvesse questionamentos das relações os 40 a 30 hipótese estratégica. Na análise 20 qualitativa, 10 objetivos, causais entre tampouco os aproximam-se sobre 48,78 Uso Aprendizado 21,95 respondentes dessa 51,22 50 17,07 14,63 12,20 7,32 14,63 2,44 2,44 7,32 0 assertiva, Inex. M uito Baixa Baixa M édia Alta M uit o Alt a Branco alguns deles afirmam não ter a Companhia vivenciado ainda esse ciclo, outros entendem ser prematuro realizar quaisquer questionamentos da hipótese estratégica, posto que ela ainda não foi suficientemente validada. 31. Questão subjetiva, tratada na Análise Qualitativa. 32. Como você analisa as RAES realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se comparado ao controle? Em função da pertinência, esse quesito deve ser analisado de modo complementar às questões referentes aos níveis de aprendizagem (ciclo de uso e de aprendizagem). A razão é que estas questões dizem respeito ao modelo de gestão em uso, ou podem apontar para ele, se estamos falando de um modelo de gestão pautado no controle (paradigma burocrático) ou para a gestão estratégica. No experimento analisado, os Gráfico 29 - Aprendizado x Controle 80,00 60,00 50,00 resultados indicam, em termos gerais, o 72,73 Ger al Mat r iz Su r eg s Eq u ip e 70,00 predomínio médio (43,90 %) e, em 43,90 38,89 40,00 25,00 20,00 24,39 11,1 7,321 8,33 10,00 Mu it o Baixa Baixa 27,27 5,56 0,00 In ex. menor 38,89 30,00 Méd ia Alt a escala, alto (24,39%) do aprendizado se comparado ao controle. 2,44 Mu it o Alt a 5,56 Br an co Na visão segmentada, entretanto, há 85 diferenciação de percepção que merece a atenção. Enquanto para os Superintendentes Regionais e da Matriz este cenário é bem mais promissor que a avaliação geral, a visão da equipe de desenvolvimento é mais acanhada: 38,39 % dos líderes da matriz entendem que o predomínio do aprendizado é alto enquanto a equipe avaliou como média (25%) e baixo (8,33%). As abstenções dentro da Equipe devem-se aos multiplicadores que não participaram das RAEs. Qual seria uma explicação plausível para esta discrepância de avaliação? Desfrutam todos os grupos de um alinhamento conceitual, das mesmas distinções? As implicações conceituais explicitadas são compartilhadas por todos? A análise das questões subjetivas parece apontar para uma resposta negativa para essas perguntas. Alguns respondentes chegaram a afirmar textualmente a necessidade de instauração de um novo ciclo de revisão e alinhamento conceitual do BSC. O alinhamento conceitual é elemento que pode dar o lastro, a confiabilidade aos dados apurados. 33. Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das discussões nas questões estratégicas em detrimento das questões operacionais? No entendimento geral dos respondentes, o predomínio do foco das discussões em Gráfico 30 - Foco das Discussões Estratégicas X Operacionais questões estratégicas foi avaliado como médio (36,53 %). Lideres Regionais 70,00 Ger al Mat r iz Su r eg s Eq u ip 60,00 têm entendimento bem acima do geral. Líderes da Matriz têm posicionamento mais distribuído ao longo das faixas: 50,00 40,00 36,59 27,78 30,00 (22,22%), ou seja, não houve consenso, 27,78 22,22 25,00 20,00 baixa (27,78 %), média (27,78%) e alta 63,64 17,07 9,09 5,56 0,00 In ex. 18,18 14,63 9,09 10,00 11,11 8,33 5,56 4,88 Mu it o 2,44 Baixa Méd i Alt a Mu it o entre este último grupo, a respeito do foco das discussões. A Equipe de Desenvolvimento avaliou o foco em questões estratégicas como médio e baixo. Resultados ainda modestos, pouco consentâneos com as ambições de uma gestão estratégica. 34. Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? O fato de as avaliações terem ficado bem distribuídas ao longo das faixas de resultados (muito alto, 3,76 %, alto 26,83 %, média, 34,15 % e baixo 12 % e muito baixo 12 %) denota 86 que não houve consenso, não existe ainda clareza, para a maioria dos líderes da empresa, quanto à capacidade de o Projeto ter gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação à mudanças estruturais do ambiente. Isto pode ser em parte Gráfico 31 - Aprendizado capaz de proteger a em presa 45 explicado pelo fato de que o Projeto 40 ainda está comemorando seu primeiro 30 aniversário e não está ainda suficientemente consolidado para dar conta de uma demanda dessa ordem. Superintendentes da Matriz 38,89 Geral Mat r iz Suregs Equipe 36,36 35 33,33 34,15 27,27 27,27 25 20 16,67 12,20 10 22,22 16,67 15 8,33 26,83 25,00 16,67 9,76 12,20 9,09 5 8,33 5,56 Muit o Alt a Br anco 0 e Inex. Muit o Baixa Baixa Média Alt a membros da Equipe de Desenvolvimento tiveram uma percepção alinhada. Os Superintendentes Regionais tiveram uma percepção mais positiva, com a melhor avaliação na faixa alta (36,36 % contra 26,83 % do geral). Se o terceiro laço de aprendizagem traduz o sentido mais profundo de um aprendizado, posto que envolve questionamentos, interpretações e revisões de estruturas nodais do modo de pensar e olhar (KOFMAN, 2002), que mudanças nesse sentido podem ter trazido a adoção do BSC no caso Conab? Que aprendizado foi capaz de proporcionar de modo a ajudá-la a sobreviver às mudanças do ambiente, a identificar seus dilemas e a gerenciá-los (FLOOD e ROMM, 1996)? Em que pese ter havido consenso entre os respondentes acerca dos inúmeros benefícios trazidos pelo BSC, apontados na análise qualitativa, como a definição de um rumo para a Companhia, a introdução de uma visão sistêmica, o atendimento de uma demanda secreta do seu corpo funcional com vistas ao fortalecimento da identidade e da imagem institucional, há uma fala extremamente lúcida de um dos Líderes da Matriz, capaz de gerar avanços produtivos nessas reflexões, quando afirma “Entendo que o método permitiu organizar as idéias, mas está longe de influir no pensamento ou na estrutura mental da empresa, na forma de gestão”. Esta fala atinge o cerne do problema. Uma mudança na forma de gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um aprendizado, no contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar, necessariamente, por mudanças dessa ordem. 87 35. Em que medida você percebe que o Projeto de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? Houve entendimento comum por parte dos respondentes quanto ao Projeto ter conseguido traduzir os dilemas da Conab, todos os segmentos perceberam essa tradução como alta. Embora tenha havido convergência entre os diversos segmentos, observa-se uma variação em termos dos percentuais: - Gráfico 32 - O Projeto é capaz de traduzir os dilem as da Conab 70 Geral Mat r iz Suregs Equipe 60 50 essa tradução como alta, avaliação 63,64 40 mais positiva desta faixa. 55,56 53,66 63,64 % dos Suregs consideraram - 41,67 55,56 % dos Líderes da Matriz 33,33 30 8,33 10 9,09 4,88 0 Inex. 18,18 8,33 Muit o Baixa 8,33 5,56 4,88 Baixa avaliaram esta tradução como alta. 24,39 22,22 20 Média Alt a 16,67 12,20 9,09 Muit o Alt a - A Equipe de desenvolvimento teve uma apreciação menos otimista, Branco sendo que 41,67 % avaliou como alta e 33,33% como média. No geral, 53,66 % dos respondentes entenderam que essa tradução foi alta, 12,20 % acharam que foi muito alta e 24,39%, média. As análises qualitativas feitas pelos respondentes na questão 36 corroboram e complementam as respostas obtidas nesta questão. Essa alta capacidade de tradução dos dilemas da Companhia por parte do Projeto a aproxima mais das condições relatadas por FLOOD e ROMM (1996) para o aprendizado de laço triplo, restando o desafio de gerenciá-lo. Assim, cai-se na discussão abordada na questão 34, concernentes às implicações do aprendizado na revisão do modelo de gestão. 36. Questão subjetiva, tratada na Análise Qualitativa. 37. Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? Gráfico 33 - O Projeto é capaz de fortalecer os princípios fundam entais da Conab Não restam dúvidas quanto à capacidade princípios de fortalecimento fundamentais, valores dos e identidade institucional com o Projeto de Planejamento Estratégico, é o que informam os resultados apurados no 60 55,56 Geral Mat r iz Suregs Equipe 50 40 45,45 41,67 41,46 48,78 45,45 41,67 38,89 30 20 8,33 10 8,33 5,56 0 Inex. Muit o Baixa 2,44 Baixa 9,09 7,32 Média Alt a Muit o Alt a Br anco 88 Gráfico 33: 48,78 % dos líderes entendem que esta capacidade de fortalecimento é muito alta e 41,46 que é alta. Não há divergências significativas entre os segmentos analisados, a Matriz é a mais otimista do grupo: 55,56 % dos líderes da matriz acham que esta capacidade de fortalecimento é muito alta e 38,89 % que é alta. Superintendentes Regionais e Equipe de Líderes acompanham os resultados gerais. Esse clima de entusiasmo e confiança, expresso numericamente, é ratificado pelos depoimentos compilados nas questões subjetivas (vide análise qualitativa). 38. Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC? Quanto à capacidade de o projeto agregar novos valores institucionais, 53,66 % dos respondentes entenderam que ela é alta e 24,39 % que é alta. Não houve abstenções. Houve convergência entre os três segmentos estudados quanto a essa capacidade de agregação, Gráfico 34 - Agregação de novos valores Institucionais com a adoção do BSC 80,00 70,00 50,00 50,00 Geral Mat r iz Suregs Equipe 53,66 41,67 40,00 16,67 20,00 9,76 9,09 5,56 10,00 0,00 Inex. Muit o Baixa Baixa 16,67 16,67 12,20 avaliações alta. O destaque fica com os Suregs, cujos percentuais são mais altos que os demais segmentos (72,73 %, alto e 27,78 24,39 25,00 18,18 30,00 as concentradas nas faixas alta e muito 72,73 60,00 ficando 18,18 % muito alto), demonstrando otimismo quanto a essa capacidade de Média Alt a Muit o Alt a Branco agregação. Os Lideres da Matriz também tiveram uma visão positiva (50 % consideram esta agregação alta e 27,78 % acham que muito alta). De fato, a extensa relação de valores que os respondentes acreditam ter sido agregados com a adoção do BSC ratifica os resultados otimistas apresentados no Gráfico 34 (vide questão 39, na análise qualitativa, que trata da identificação de valores agregados). 89 6.2 Resumo da Análise Quantitativa Quesito Resumo das Análises Avaliações ficaram entre alta (46,34 %) e média (34,15%). Resultados bastante animadores, pois significa condições à realização de uma das Construção da premissas do Projeto, que deveria ser capaz minimizar o processo de visão compartilhada descontinuidade administrativa com a tradução da estratégia de forma participativa e a integração das pessoas . Avaliada como baixa (24,39 %), média (43,90%) e alta (19,51 %). capacidade de mobilização das lideranças é modesta, carecendo-se ainda Capacidade de de sinergias, na Equipe de Lideres, para gerar o envolvimento de toda a mobilização das organização em torno da Estratégia. Essas competências precisariam ser lideranças aprimoradas: incrementar a capacidade de mobilização das Lideranças em internalizar a visão compartilhada e transmiti-la ao resto da organização. Avaliação predominantemente média, no geral, (63,41 %). Os resultados Competências são acanhados para promover as mudanças e para fazer frente aos adquiridas dos desafios propostos no Mapa Estratégico. Percebe-se que os objetivos que líderes para envolvem esses desafios são em geral áreas novas e estão com implementar a desempenho inexpressivo ou inexistente. Prescinde-se de estratégia aperfeiçoamento das competências requeridas para a implementação da estratégia. O conhecimento existente atualmente entre os líderes a respeito da estratégia da Companhia não é acompanhado pelo corpo funcional. O Grau de Plano de Comunicação da Estratégia, desenvolvido e implementado em conhecimento da 2005, lamentavelmente não conseguiu levar o conhecimento da estratégia estratégia (líderes e a todos os empregados. A eliminação dessa lacuna é imprescindível para corpo funcional) realmente transformar a estratégia em tarefa de todos, um dos princípios de uma organização focalizada na estratégia. De modo geral, 61,11 % dos líderes entenderam essa capacidade como média. Embora os resultados tenham sido razoáveis, a Companhia pode Capacidade da e deve perseguir melhores faixas de resultados, caso queira realmente equipe de líderes de transformar-se numa organização orientada à estratégia. É necessário pensar atentamente capitalizar o alto conhecimento da estratégia por parte dos líderes, em prol a respeito da de sua inserção no dia a dia. A desvinculação entre a estratégia e as estratégia e de atividades poderá transformar o Projeto em apenas mais um instrumento vincular suas burocrático, comprometendo a sua execução. Respondentes informam, atividades a esta durante a pesquisa qualitativa, que freqüentemente se encontram estratégia. consumidos pelas questões operacionais, pelo dia-a-dia, de modo que pouco tempo sobra para se dedicarem às questões estratégicas, embora reconheçam a relevância e a necessidade de priorizá-las. Boa vontade e Avaliações concentradas na faixa alta (56,10 %), o que denota existência cooperação na busca de condições desejáveis para trabalhos em equipe. de solução conjunta dos problemas Houve sinergia e integração em níveis altos (63,41 %) e médios (21,95 %). Sinergia e integração entre as Mais uma condição favorável para o sucesso dos trabalhos em equipe. equipes de trabalho Este quesito foi bem avaliado por todos os segmentos analisados, ficando Alinhamento de as avaliações concentradas em alta (geral, 41,46 %) e média (geral, 43,90 objetivos e %). expectativas Responsabilidade quanto aos compromissos assumidos e suas conseqüências, De modo geral, esse quesito foi avaliado como sendo alto (41,46 %) e médio (29,27 %). O clima de otimismo dos Superintendentes regionais quanto aos compromissos assumidos é um voto de confiança na atual gestão e deve ser capitalizado pelo Projeto. Se analisarmos as atas das duas RAEs realizadas, por outro lado, é possível perceber a reincidência 90 pelos líderes, durante as RAEs Rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre equipes Reconhecimento das contribuições/ sugestões e idéias Capacidade de trabalho em equipe Divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas Questionamento x interrogação durante as RAEs de alguns temas e questões, que pode sugerir uma tendência à procrastinação. Boa parte destas pendências reapareceu quando da discussão e aprovação das metas para 2006, uma vez que discutir metas implicou nestes casos, discutir também o indicador (quando do desenvolvimento do Projeto, foram definidas metas para 2005, 2007 e 2009). Os resultados deste quesito devem ser cotejados com as análises qualitativas, onde foi verificado, de forma não isolada e ao longo de várias questões, um clamor por um maior comprometimento dos líderes. Outro fator favorável ao trabalho em equipe, pois a rivalidade / competitividade intra-equipes e entre equipes foi identificada em níveis toleráveis, Media (33,33%) e baixa (22,22%), não se constituindo como um fator que poderia intervir negativamente no aprendizado ou que viesse a comprometê-lo. Item bem avaliado no geral, sem grandes discrepâncias entre os segmentos, ficando as avaliações concentradas nas faixas alta (48,78 %) e média (26,83%). Novamente verifica-se outro fator positivo para o aprendizado. A capacidade de trabalho em equipe obteve avaliação bastante positiva para os dois momentos analisados, sendo alta por 46,34 % dos respondentes para as RAEs e 56,10 % para o Projeto. Há muitas condições favoráveis para o trabalho em equipe, tais como moderada rivalidade e competitividade intra-equipe e entre equipes de trabalho, reconhecimento de contribuições, boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta de problemas, alta sinergia e integração entre equipes de trabalho, alinhamento de objetivos e expectativas. Divergências entre as teorias anunciadas e em uso, apontam para a transparência de ações e atitudes, quão próximas elas estão do que está sendo efetivamente anunciado. Houve comportamento similar quanto ao perfil das respostas nos dois momentos analisados (RAEs e Projeto), predominando as faixas baixa e média, em ambos os casos. Percebe-se pequena diferença nos percentuais para os estes dois momentos. Essa diferença a maior durante as RAEs pode ser creditada ao fato de que durante estes eventos os desempenhos individuais ficam mais em evidência, o que pode levar à utilização de rotinas defensivas. Durante o projeto, o foco não era o indivíduo, quem estava exposto era o grupo. A análise qualitativa apontou para a existência de indícios de rotinas defensivas. No Geral, 34,25% dos respondentes acham que há alto predomínio do questionamento sobre a interrogação e 21,95 %, médio. Os Superintendentes Regionais são mais otimistas quanto ao perfil das discussões, 72,73 % acham que houve alto predomínio do questionamento sobre a interrogação. Tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes Comparativamente, os resultados são mais favoráveis à tolerância a falhas durante o desenvolvimento do Projeto que durante as RAEs (vide gráfico 22): Projeto: 34,15 % avaliação média e 31,71 %, alta contra 19,51 % e 24.39% de avaliações alta e média, respectivamente, durante as RAEs. Descontração e otimismo, confiança e liberdade, resistência à aceitação de idéias e aceitação da diversidade de visões Quatro quesitos têm em comum o fato de serem condições desejáveis para o trabalho em equipe e foram tratados em conjunto. São também condições desejáveis para a criação de um contexto que propicie o aprendizado e a não proliferação de rotinas defensivas . Todos os quesitos foram muito bem avaliados. Surpreende o fato de que, ainda que sob condições tão favoráveis, a pesquisa tenha identificado indício de existências de rotinas defensivas. 91 Capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc) Relatórios de Análise estratégica Capacidade de implementação do ciclo de aprendizagem da execução da estratégia (revisão da hipótese estratégica) RAES: predomínio do aprendizado se comparado ao controle RAEs : foco das discussões nas questões estratégicas x operacionais Geração de aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente , em As avaliações dos três segmentos analisados foram convergentes, apontando para uma avaliação média (52,21 %). Essa avaliação parece coerente como o estágio atual de implementação deste ciclo, se levarmos em conta que: O modelo de BSC definido (mapa e seus todos os seus componentes) já foi implementado com um suporte de TI, , dos 43 indicadores de desempenho previstos pelo Projeto, 23 (53,48 %) já se encontram implementados, com dados atualizados no banco de dados e rotinas de alimentação definidas. O Mapa Estratégico da Companhia indica um percentual de execução da estratégia de 56,69 % em relação às metas definidas para 2005. As iniciativas são ainda um ponto frágil, pela gestão, definição e análise de impacto nos objetivos estratégicos. Algumas ainda não decolaram. Superintendentes Regionais avaliaram o Relatório de Análise como predominantemente médio (45,45 %) e os da Matriz como predominantemente alto (50 %). Qual seria uma explicação razoável para isso? Falta de intimidade ou proximidade com as questões tratadas? Será a parte mais frágil do Relatório para os Suregs a referente às informações ou às análises? Há algum desnivelamento conceitual ou de informações? Essas questões merecem uma investigação por parte da Equipe de Desenvolvimento, pois esse relatório é fundamental para subsidiar as discussões durante as RAEs e, conseqüentemente, para o incremento do aprendizado. No geral, a avaliação foi que 48,78 % dos respondentes consideraram esta capacidade de implementação do ciclo de aprendizado como média. Ressalte-se também que houve abstenções na avaliação (7,32 %). Apesar de os dados apontarem para uma avaliação média desse tipo de aprendizado, não foi possível verificar nas atas das duas RAEs nenhuma reflexão que envolvesse questionamentos das relações causais entre os objetivos, tampouco sobre a hipótese estratégica. Na análise qualitativa, os respondentes aproximam-se dessa assertiva, alguns deles afirmam não ter a Companhia vivenciado, ainda, esse ciclo, outros entendem ser prematuro realizar quaisquer questionamentos da hipótese estratégica, posto que ela ainda não foi suficientemente validada. Em função da pertinência, esse quesito deve ser analisado de modo complementar às questões referentes aos níveis de aprendizagem (ciclo de uso e de aprendizagem). No experimento analisado, os resultados indicam, em termos gerais, o predomínio médio (43,90 %) e, em menor escala, alto (24,39%) do aprendizado se comparado ao controle. Há discrepância de avaliação entre os três segmentos analisados. Qual seria uma explicação plausível para esta discrepância? Desfrutam todos os grupos de um alinhamento conceitual, das mesmas distinções? As implicações conceituais explicitadas são compartilhadas por todos? Analise subjetiva aponta para necessidade de instauração de um novo ciclo de revisão e alinhamento conceitual do BSC. No geral, o predomínio do foco das discussões em questões estratégicas foi avaliado como médio (36,53 %). Lideres Regionais têm entendimento bem acima do geral. Líderes da Matriz têm posicionamento mais distribuído ao longo das faixas: ou seja, não houve consenso, entre este último grupo, a respeito do foco das discussões. A Equipe de Desenvolvimento avaliou o foco em questões estratégicas como médio e baixo. Resultados ainda modestos, pouco consentâneos com as ambições de uma gestão estratégica. Resultados dispersos ao longo das faixas indicam falta de consenso entre os respondentes quanto à capacidade de o Projeto ter gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação à mudanças estruturais do ambiente. Fato creditado ao pouco tempo de vida do Projeto, que não está ainda suficientemente consolidado para dar conta de uma demanda dessa ordem. Superintendentes da Matriz e membros da Equipe de Desenvolvimento tiveram uma percepção alinhada. Os 92 particular na esfera do Governo Federal Capacidade de tradução de dilemas da Conab Fortalecimento de princípios fundamentais, valores e a identidade institucional da Companhia Agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC Superintendentes Regionais tiveram uma percepção mais positiva. Em que pese ter havido consenso entre os respondentes acerca dos inúmeros benefícios trazidos pelo BSC, apontados na análise qualitativa, tais como a definição de um rumo para a Companhia, a introdução de uma visão sistêmica, o atendimento de uma demanda secreta do seu corpo funcional com vistas ao fortalecimento da identidade e da imagem institucional, há uma fala extremamente lúcida de um dos Líderes da Matriz, capaz de gerar avanços produtivos nessas reflexões, quando afirma “Entendo que o método permitiu organizar as idéias, mas está longe de influir no pensamento ou na estrutura mental da empresa, na forma de gestão”. Esta fala atinge o cerne do problema. Uma mudança na forma de gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um aprendizado, no contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar, necessariamente, por mudanças dessa ordem. No geral, 53,66 % dos respondentes entenderam que essa tradução pelo Projeto foi alta, 12,20 % acharam que foi muito alta e 24,39 %, média. As análises qualitativas feitas corroboram e complementam as respostas obtidas nesta questão. Essa alta capacidade de tradução dos dilemas da Companhia por parte do Projeto a aproxima mais das condições relatadas por FLOOD e ROMM (1996) para o aprendizado de laço triplo, restando o desafio de gerenciá-lo. Assim, cai-se na discussão concernentes às implicações do aprendizado na revisão do modelo de gestão. A capacidade de fortalecimento dos princípios fundamentais, valores e identidade institucional com o Projeto de Planejamento Estratégico é alta ou muito alta. Não há divergências significativas entre os segmentos analisados. Esse clima de entusiasmo e confiança, expresso numericamente, é ratificado pelos depoimentos compilados nas questões subjetivas Houve convergência entre os três segmentos estudados quanto a essa capacidade de agregação, com avaliações concentradas nas faixas alta e muito alta. O destaque fica com os Líderes Regionais, cujos percentuais são mais altos que os demais segmentos (72,73 %, alto e 18,18 % muito alto), demonstrando otimismo quanto a essa capacidade de agregação. Os Lideres da Matriz também tiveram uma visão positiva De fato, a extensa relação de valores que os respondentes acreditam ter sido agregados com a adoção do BSC ratifica os resultados otimistas apresentados. 93 6.3 Análise dos Resultados Qualitativos As análises quantitativas apresentadas no item 6.1, decorrentes das questões objetivas do questionário utilizado na pesquisa (vide modelo no Apêndice C), devem ser vistas em conjunto com as análises das questões subjetivas, estas realizadas com o intuito de complementar ou enriquecer as primeiras, dando-lhes tratamento mais aprofundado, consentâneos com as complexidades nelas envolvidas ou explorando aspectos subjetivos, difíceis de serem expressos em termos de simples faixas de resultados. A apuração dos dados qualitativos, feita conforme tratamento descrito no item 5.3 Coleta e análise de dados, é apresentada a seguir. Ao lado de cada questão qualitativa proposta pelo questionário, são exibidas a compilação dos resultados obtidos e as análises realizadas, estas confrontadas ou complementadas com os resultados quantitativos, quando pertinentes. Ao final desse item foi realizada uma síntese das ações sugeridas, decorrentes das análises realizadas. 94 Questão 19. Que análise você faz do perfil das discussões ocorridas durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico, particularmente em relação a estes dois pontos de vista (questionamento x interrogação)? Síntese das Respostas Matriz • É comum, nas reuniões internas da Conab, os assuntos se situarem na esfera da interrogação. • Prevaleceu o questionamento. Houve bom clima emocional, bom nível de relacionamento com a empresa de consultoria. • Quando o assunto era de domínio de certas áreas, houve questionamento pelos demais, no sentido de buscar a compreensão. Em algumas situações a necessidade era de esclarecimento, mas prevalecia a interrogação. • A Conab está em processo de aprendizagem. Contudo, como a resistência à mudança ainda é grande, principalmente quando não prevalece a opinião individual de alguns, as discussões tendem para a interrogação / ameaça. • Falta abertura para ouvir a lógica e o argumento do interlocutor: a visão pessoal é a que prevalece. Fomenta o corporativismo e dificulta o andamento das RAEs. • As discussões foram produtivas. • Discussões fluidas, mas o nível ficou aquém do necessário ou da expectativa, porque os questionamentos ou discussões careceram de uma maior fundamentação teórica. • Discussões mais ricas durante o desenvolvimento do projeto, com busca conjunta de respostas a assuntos que envolviam visões distintas e/ou polêmicas (ex: comércio varejista de pequeno porte). Nas RAEs, processo de discussão menos enriquecedor, principalmente na 2ª, que foi mais informativa. • A não realização de estudos prévios dos relatórios, por parte de alguns líderes, prejudicou as discussões durante as RAEs. • 1ª R A E houve problema de condução e muita imposição de ponto de vista. A 2ª R A E já foi mais bem conduzida. • No Desenvolvimento do Projeto as discussões envolviam cenários, pontos de reflexão sobre o papel institucional da empresa, e portanto exigiu o pensamento estratégico. Havia mais espaço para a criatividade. As RAES representam o resultado prático da implementação da estratégia, não houve muitos questionamentos, mas justificativas para a não apuração de indicadores, implementação de projetos etc. • A discussão da Missão foi muito profunda, levou muito tempo e contou com a participação de todos. Não tínhamos o hábito de discutir questões desse Comentários Questão objetiva (18): no Geral, 34,25% dos respondentes acham que há alto predomínio do questionamento sobre a interrogação e 21,95 %, médio. Os Superintendentes Regionais são mais otimistas quanto ao perfil das discussões, sendo que 72,73 % acham que houve alto predomínio do questionamento sobre a interrogação. Enquanto que para os líderes da Matriz apenas 27,78 % acham que tal predomínio foi alto e 33,33 %, médio. Na Equipe de Desenvolvimento não houve consenso sobre as avaliações, ficando estas distribuídas de forma linear entre muito baixa, baixa, média e alta. Esta diferenciação de resultados quantitativos entre Matriz e Suregs é ratificada pelas exposições obtidas na análise qualitativa, quando se observa maior número de críticas ao perfil das discussões, por parte dos Líderes da Matriz e da Equipe de Desenvolvimento. 95 porte. • Houve busca consensual e aprimoramento de pontos relevantes, participação republicana e democrática. Suregs • Ocorreram muito mais questionamentos que interrogações. • Predomínio dos questionamentos, observados pelo nível e volume das discussões, em que raramente se percebeu a busca ou indicação de “culpados”. • Discussões elucidativas, democráticas. • Os questionamentos se fizeram presentes, em forma de discussões próativas, sempre voltados para a identificação de melhores resultados. • Em um grupo em que predomina cultura e formação profissional díspares, é normal que haja enfrentamentos. Todavia, em face da predisposição de toda a equipe em refinar as propostas, predominou um ambiente de harmonia, a partir do que, as diversidades de idéias e visões foram direcionadas objetivamente para a depuração do processo mais adequado ao projeto. Equipe • As discussões nos pequenos grupos foram muito boas, com muitos QUESTIONAMENTOS. O mesmo não se dava nas discussões em plenária, quando não havia tempo para o nivelamento da compreensão, apareciam as interrogações. • os questionamentos foram feitos e as discussões foram positivas, sem exaltações descontroladas. • Durante o processo de tradução da estratégia as interrogações foram reduzidas pois naquele momento se discutia a estratégia organizacional. Em alguns momentos pode-se perceber que as intervenções realizadas foram no sentido de praticar a interrogação velada do passado. • O nível de discussões está razoável, mais questionamentos em relação à interrogação. Poderia ter uma profundidade maior, mas já está sendo um aprendizado. • As discussões se deram mais em relação a questões pontuais sobre indicadores. Ainda sob a abordagem do "controle". A abordagem nas RAEs deveria ser mais sobre questões "estratégicas", o que favoreceria os "questionamentos". • Falta maior empenho nas discussões da estratégia e iniciativas que vão alavancar os indicadores e metas. • De uma forma geral houve pouca participação das pessoas envolvidas. • Bom nível de discussões, com predomínio do diálogo na solução dos 96 problemas encontrados. 22. Como você vê o Matriz processo de lidar com • O processo de lidar com erros e falhas é o exercício da paciência e da erros ou falhas por parte tolerância. Já existe uma forma de expressão do grupo que se sente da Equipe de Líderes, confortável para expor suas fragilidades sem que haja uma retaliação. durante o desenvolvimento Iniciamos um processo de confiança mútua entre grupos. A confiança do Projeto de Planejamento aumenta porque o seu trabalho depende do outro. Estratégico e as RAEs? • Reconhecer falhas diante de um grupo é difícil. Há que se ter cuidado para se distinguir uma tentativa de argumentação e explicação de algum fato de uma tentativa de se desculpar. É difícil ter a capacidade de reconhecer que não sabe (ou seja, muitas vezes ela não sabe que não sabe e porque não sabe). • Houve momentos em que se percebeu tentativas de se desculpar... mas de modo geral as posições foram bem positivas • Ao realizar as discussões enquanto uma decisão de grupo, as falhas são mais fáceis de serem assumidas coletivamente. Ao passo que para assumir individualmente perante o grupo existem várias resistências, fica sempre a necessidade ou tendência de justificar-se perante o grupo • O processo de lidar com falhas é, sistematicamente, difícil em qualquer situação (pessoal ou grupos). Acho, no entanto, que na Conab houve um efetivo esforço em superá-las. • No desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico foi natural o processo de lidar com erros ou falhas, mesmo porque se tratava de construção. Soube que fora das RAEs ocorreram demonstrações prévias por cada responsável por iniciativas, oportunidades em que determinados projetos que não alavancaram ou que não atingiram as metas traçadas teriam sofrido críticas pelo corpo diretor, situações estas que, infelizmente, não foram tratadas de forma transparente nas RAEs. • Os líderes da Conab ainda não têm amadurecimento para lidar com erros ou falhas. Não sabem reconhecê-los e admiti-los. • Há pessoas que não gostam de receber críticas, embora esta não tenha sido a tônica dominante durante os encontros. A tendência é manter o poder (as caixinhas) e não aceitar a divisão das responsabilidades, não discutir os assuntos, os interesses da Empresa. As pessoas ficam encasteladas em suas caixinhas. Falta uma visão da Conab, uma percepção e consciência sobre o que ela deve oferecer à sua clientela, predominando a visão sobre o que a pessoa e sua caixinha têm a oferecer. comparativamente, os resultados quantitativos são mais favoráveis à tolerância a falhas durante o desenvolvimento do Projeto que durante as RAES (projeto: 34,15 % avaliação média e 31,71 %, alta contra 19,51 % e 24,39 % de avaliações alta e média, respectivamente, durante as RAEs) Já a comparação entre as visões da Matriz x Suregs, percebe-se, em ambos os casos, uma avaliação bem mais positiva por parte das Suregs que a Matriz, senão vejamos: - Projeto: Suregs avaliou a tolerância a falhas como predominantemente alta (54,55 %) contra 16,67% da Matriz - RAEs: Suregs avaliou a tolerância a falhas como predominantemente alta (63,64 %) enquanto a Matriz avaliou entre média (27,78%) e baixa (38,89%) Os respondentes lançaram luzes sobre questões interessantes, como por exemplo, o foco da avaliação durante o reconhecimento de falhas num trabalho em grupo, estar no indivíduo ou no grupo, já que as decisões são tomadas coletivamente. 97 Suregs • Não recordo de situação em que se tenha tratado ou discutido "falhas", mas tratamentos diferenciados a ações semelhantes, onde foi buscado e obtido consenso quanto à melhor abordagem. • O processo ainda está muito incipiente. • Positivo e digno de destaque, haja vista a cultura individualista que vínhamos cultuando no âmbito da administração, qual não foi nossa surpresa, porém, ao testemunhar a postura de cada um dos líderes que, desnudando-se do poder hierárquico e da graduação profissional, se colocaram no plano de igualdade, e o que é da maior importância, acatando e validando a proposta de outrem como mais adequada, demonstrando destemor em retroceder de suas convicções. • Todos nós estávamos aprendendo ao mesmo tempo, sem que ninguém fosse ou se considerasse o "dono da verdade", daí então o processo de lidar com erros e falhas foi "generoso" com todos os participantes. • A Equipe mostrou-se aberta ao aprendizado e estava receptiva a lidar com questionamentos, interrogações, erros e falhas. Equipe • Por natureza, nós tendemos a ser mais defensivos. Talvez por não haver confiança total para se expor e mostrar o desempenhos de uma ação. • Aparentemente, a Equipe de Líderes não está suficientemente amadurecida para reconhecer erros/falhas. • Nas nossas RAEs tem sido muito fraca essa questão. Parece mais uma reunião em que se faz apresentações, cheias de justificativas e sem compromisso com o resultado. • As restrições teóricas e de conhecimento de parte da equipe de líderes sobre os princípios do modelo de gestão implementado na Companhia, as teorias de gestão pública, os conhecimentos teóricos e práticos sobre determinados assuntos e, muitas vezes, o receio de ampliar as discussões a partir de colocações realizadas pelos Diretores e Presidente reduziu a capacidade de medição do processo de verificação da tolerância e falhas cometidas durante o desenvolvimento do projeto de planejamento estratégico, especialmente nos momentos da tradução da estratégia. • As pessoas têm muito medo ainda de que lhe joguem a culpa por resultados ruins. É ainda difícil acreditar que expor um resultado deficitário fará com que todos juntem os neurônios para ajudar a achar uma saída que leve ao sucesso. • Bom nível de discussões, com predomínio do diálogo na solução dos Observam-se, nas falas dos respondentes, possíveis indícios de presença de rotinas defensivas, quando há referência à tendência a justificação dos resultados obtidos, quando estes não são desejáveis. 98 problemas encontrados. 28. Comente sobre como você está vendo o processo de implementação deste ciclo (monitoramento) durante as RAEs Matriz • Houve algumas resistências na implantação, porque não se acreditava no sucesso dessa implantação. Está em processo de ser aceito e implantado em sua plenitude. Já é possível percebera existência de indicadores desnecessários em detrimento de outros que precisam ser criados. • Quanto à avaliação de performance de indicadores, percebe-se inibição quanto à esta avaliação, ou seja muitas vezes vemos um problema num indicador de algum colega, mas temos pudor de fazer alguma colocação, pois isso pode significar uma crítica aberta. Pode ferir suscetibilidades. O grupo não tem ainda avançado na capacidade de discutir desempenhos • De forma geral, muito bom. O método utilizado é de fácil compreensão e possibilita a participação de todos • Como existe a tendência de cada "gerente" justificar as dificuldades, o processo fica prejudicado na análise das causas do significado ou da externalidade de um determinado objetivo, projeto/ação ou indicador. • Os líderes estão preocupados com aquelas iniciativas e projetos sob sua responsabilidade, perdendo uma valiosa oportunidade de avaliação sob a visão corporativa. • Uma ação que poderia facilitar o acompanhamento periódico seria a disponibilização da ferramenta de BSC na intranet (ainda restrita aos líderes), a todo o corpo funcional de forma customizada para facilitar a navegação. Outro instrumento que poderia ser utilizado é a própria "Folha da Conab", onde poderia constar um encarte sobre o andamento das iniciativas/projetos. • Ver possibilidade de os líderes (Superintendentes), juntamente com a equipe de desenvolvimento, poderem melhor discutir os indicadores, andamento das iniciativas, etc, de forma alternada com as RAEs. • Falta tempo para avaliar o sistema de medição da parte implementada (a experiência ainda é incipiente). Falta também concluir a implementação dos outros indicadores. • Considerando ser 2005 o primeiro ano de implementação das estratégias, o ciclo de monitoramento ainda não se encontra no ritmo desejável. As reuniões foram realizadas com muito espaço temporal entre uma e outra. Há necessidade de se estabelecer a periodicidade das reuniões, preparação antecipada dos lideres para a reunião. • Falta a consolidação da idéia de identificação (vinculação) das atividades Do ponto de vista quantitativo, as avaliações dos três segmentos analisados (Líderes, Suregs e Equipe) foram convergentes, apontando para uma avaliação média. No geral, 52,21% dos respondentes consideraram a capacidade de implementação deste ciclo como “médio” (vide questão 27). A avaliação dos três segmentos ficou em torno disso. Embora se possa perceber claramente o tom de crítica ao processo de implementação do ciclo de monitoramento nas falas dos respondentes, de modo geral estes passam a impressão de que estão otimistas quanto à sua implementação. As críticas no geral são procedentes chegando, às vezes, a entrar no nível das sugestões de ações corretivas. Há, portanto, coerência entre os resultados quantitativos e qualitativos. A questão do desdobramento do projeto para as regionais foi apresentado por esse segmento como um fator que pode vir a comprometer esse ciclo. O 99 normalmente executadas com o objetivo estratégico estabelecido. Ainda não está "no sangue”, não está internalizado de forma não racional. • A implementação desse ciclo está comprometida pelo fato de as pessoas estarem consumidas pelo dia-a-dia. A rotina toma conta das áreas e acaba tomando conta em detrimento do acompanhamento das iniciativas e dos indicadores • Tenho receio de que a tarefa se “burocratize” e obtenhamos tão-somente um plano de “papel”. • Está um pouco lento, mas evoluindo. Todos têm que acompanhar esta evolução de maneira uniforme para não caracterizar muitas diferenças nos mecanismos de avaliação. O importante é praticar para poder corrigir os eventuais erros cometidos. O aprendizado depende da prática. • O comprometimento dos líderes não está ocorrendo uniformemente, o que acaba prejudicando o andamento de alguns projetos e possíveis correções de rumo. • Neste primeiro ano de execução do Planejamento Estratégico, alguns indicadores e iniciativas não foram implementados. Estamos vivendo ainda um processo de aprendizagem. No entanto, algumas áreas absorveram bem os conceitos e estão, de fato, aplicando o ciclo do monitoramento. Suregs • Ainda necessitando um pouco mais de conhecimento e participação dos líderes. • Processo ainda em fase de adequação. O processo de implementação de ciclo de monitoramento só estará maturado após uma serie histórica de avaliação. • As implementações relativas ao monitoramento da execução estratégica durante as RAEs têm ocorrido de forma a aumentar o grau de sua execução, porém, não têm sido refletidas de forma mais clara sobre o ponto de vista da Regional. Talvez o espaço de tempo de uma RAE para outra tenha contribuído com essa impressão. • Parece-nos eficiente, mas poderia melhorar se houvesse RAEs setoriais antecedendo às globais, para que todos praticassem nas bases o que irá acontecer na cúpula. • As Regionais praticamente dispõem de pouco tempo para se debruçarem sobre o planejamento estratégico vez que, as operações cotidianas assoberbam os Superintendentes, os Gerentes, os Encarregados de Setores e demais empregados que estão executando as tarefas. • Podemos definir dois níveis: o primeiro, corporativo, centralizado na Matriz, desdobramento do Projeto, embora previsto originalmente, está adiado para depois da consolidação do modelo corporativo, segundo o Presidente da Empresa. Vale a pena lembrar que boa parte dos indicadores tem seus dados oriundos nas Regionais. Este é um bom tema para reflexão, ou seja, até onde esta colocação procede? Há mesmo este risco? Novamente neste bloco de respostas, é possível perceber indícios de rotinas defensivas nas falas dos respondentes, quando há referência à dificuldade de analisar resultados aquém do desejado em função de uma postura de se desculpar. Problemas de comprometimento dos líderes foi levantado. Parece muito relevante. Vide questão 11, que trata das responsabilidades quanto aos compromissos assumidos pelos líderes, na qual esta responsabilidade foi avaliada como predominantemente alta e média Muito oportuno também foi o problema da falta de vinculação do Projeto com o dia-a-dia, abordado por um dos Líderes. Esta fala aponta para a análise 100 do qual podemos dizer que o processo de implementação do ciclo de uso e monitoramento está sendo eficientemente conduzido. Entretanto, foi postergada, até data ainda indefinida, a implementação do desdobramento do PE nas Superintendências Regionais e unidades operacionais, onde a maioria dos programas da Companhia são efetivamente executados. Esta ocorrência pode vir a prejudicar ou até anular todos os esforços que estão sendo feitos pela Matriz. Equipe • O dia a dia não me permite acompanhar o projeto • Só está tendo monitoramento quando são cobrados, ou seja, nas RAEs. • De modo geral, percebe-se uma postura de passividade dos responsáveis por Iniciativas. Aguarda-se o momento da RAE e a cobrança da Coordenação do Planejamento Estratégico para ser feita a atualização dos dados ou desencadear/acelerar a Iniciativa. Quanto aos Indicadores, estes ainda não estão sendo alimentados de forma sistemática pelos interessados. Talvez ainda não haja um entendimento completo sobre os mesmos ou quem sabe falta a visão de todos eles de forma integrada • Parece que ainda não entramos na implantação efetiva da ferramenta. Estamos na teoria, com a sua utilização para teste e não para valer. Acho que tudo isso está muito fraco e corre-se o risco de ser deixado de lado brevemente. Não vejo o efetivo comprometimento de ninguém com a estratégia. • O processo está bom, entretanto observo a falta de uma participação mais efetiva por parte do corpo de empregados. O P E está bem mais conduzido ao nível dos gestores estratégicos. • Parte essencial do ciclo de uso é conectar a estratégia com o orçamento. Os objetivos, os indicadores, as metas e as iniciativas devem estar conectados com os recursos financeiros e humanos de forma a integrar os orçamentos operacionais com vistas a gerenciar a eficiência e os programas e projetos definidos para fechar as lacunas entre o desempenho almejado e o alcançável. Esse processo ainda é embrionário. • Observa-se que as iniciativas deveriam ser mais bem monitoradas. Decorridos aproximadamente 13 meses do processo de tradução da estratégia, não se tem uma avaliação sobre o seu impacto na estratégia. • Com relação aos indicadores, alguns necessitam de análise e avaliação, pois não medem com rigor o que se quer atingir. Evidentemente, algumas metas necessitam ser reavaliadas. • Importante é não apenas observar as ações realizadas, mas, também, quantitativa, questão 6, quando a capacidade de vinculação das atividades com a estratégia foi julgada, de modo uniforme, como média. Interessante observar que essas falas apontam, na verdade, para as dificuldades na hora de implementar a estratégia. Em primeiro lugar, há queixas com relação à falta de visão corporativa, quando da implementação das iniciativas, enquanto um dos pontos altos ressaltados por todos é o de que o projeto permite a construção e a visão do todo (vide respostas à questão 36). Lembrar também que os líderes entendem que o projeto reflete a visão compartilhada em níveis alto (46,34 %) e médio (34,15), e que a capacidade de trabalho em equipe foi julgada como alta (vide resultados das questões 1, 14 e 15). Por outro lado, vale a pena lembrar também que as competências adquiridas pelos líderes como grupo para implementar a estratégia foi avaliada como sendo média. Do ponto de vista objetivo, há ainda obstáculos a serem vencidos para a consolidação desse ciclo, conforme já relatado 101 verificar aquelas ações que deveriam ser realizadas e não ocorreram, além de obter informações sobre por que não foram implementadas. Esse tipo de monitoramento poderia indicar ações que buscariam reduzir as causas da não realização. nos comentários feitos para a questão 27, quais sejam, há ainda boa parte dos indicadores a serem implementados e dificuldades referentes á implementação das iniciativas, quanto à definição, gestão e análise de impacto destas nos objetivos. Este cruzamento de respostas evidenciam algumas contradições que merecem ser convenientemente tratadas e vencidas. 31. Comente sobre como você Matriz está vendo o processo de • É possível perceber no Mapa Estratégico elementos que poderiam ser implementação do ciclo de abandonados e outros que poderiam ser incluídos. aprendizado (revisão da • Ainda não deu tempo, mas há interesse em fazer os ajustes que se fizerem hipótese estratégica) durante necessários. Há espaço, dentro do modelo de gestão atual, para realizar as RAEs. • • • • este tipo de reflexão (isto é, rever a hipótese estratégica). Há entendimento e conhecimento dentro da empresa para promover este tipo de reflexão, mas não houve ainda oportunidade. É necessário primeiro aprimorar o aparelho de medição. Enquanto estratégia, acredito que as hipóteses estão muito bem fundamentadas. Acredito que é muito pouco tempo inclusive para questionar a hipótese. No máximo conseguiu-se avaliar os indicadores, sua aderência ao propósito inicial e já foi possível verificar inconsistências e apontar correções. Muito embrionário. Há uma forte impressão de que a aprendizagem não se encontra em um processo sistematizado, fazendo parte do dia-a-dia da organização. Estamos em fase de consolidação no grupo das hipóteses estratégicas. O processo de aprendizado/revisão pode ser considerado embrionário e necessita ser trabalhado/despertado nas próximas reuniões, sejam de RAEs e/ou Gerenciais e/ou encontros formais. A revisão da hipótese estratégica, no meu entendimento, deve ser retomada Dentro da análise quantitativa, percebe-se que houve alinhamento de percepção na Matriz: 55,56 % dos seus Líderes consideram a implementação deste ciclo média e 50 % dos membros da Equipe também acham que ele é médio. Já os Suregs tiveram uma avaliação mais pessimista deste ciclo (36,36 % dos Suregs consideram este ciclo como médio e 27,27%, baixo). No geral, a avaliação foi que 48,78% dos respondentes consideraram que ele é médio. Ressalte-se também que houve abstenções na avaliação (7,32 % dos respondentes). 102 com mais ênfase nas próximas e vindouras reuniões. • Houve discussão em termos da validade e aplicabilidade de cada objetivo individualmente, mas não das relações entre eles. • Imagino que alguém com mais disponibilidade de tempo teria auferido muito mais conhecimentos e posto os conhecimentos em prática com maior aproveitamento • Seria muito importante que nessa fase de implementação do ciclo de aprendizado as RAEs fossem realizadas em um espaço de tempo mais curto entre elas. • Na última RAE alguns líderes levantaram questionamentos sobre alguns objetivos estratégicos. Não sei precisar se esta discussão se aplicaria à revisão da hipótese estratégica. Acredito que a Conab ainda está vivenciando o ciclo do monitoramento Suregs • Eficiente, com a identificação dos gargalos e redimensionamento das ações. • Ainda em fase de adequação. Entendo que ainda não houve um perfeito entendimento do referido processo por parte de alguns participantes das RAEs. Equipe • Os pontos destacados no item 28 acima nos leva a concluir que a aprendizagem pode ser ou estar ou vir a ser comprometida • A minha percepção é de que muitas vezes existem resistências quanto às previsões de correção de rumo. • Muito lento. • A experiência ainda é recente para se permitir uma avaliação mais profunda • Necessidade de mais debates para avaliação das hipóteses. • A hipótese estratégica tem um vício inicial. Não houve um processo discussão da estratégia com o rigor que deveria ser realizado. Os problemas relacionados com a organização (internos e externos) não foram mapeados e discutidos com o devido rigor. Os públicos alvos não foram ouvidos e não participaram do processo de discussão da estratégia. A idéia era discutir o assunto em momento futuro. Para resolver tais problemas, foi construído um plano de ação que indicava a necessidade de discutir a estratégia com parte do seu público alvo, organizar um processo de desdobramento da estratégia e proceder à análise de cenários políticos, econômicos, sociais etc que fomentasse a discussão da estratégia organizacional. • A revisão da hipótese estratégica exige um maior aprofundamento nas Pela avaliação qualitativa, percebe-se que há lacunas conceituais em reação a esse ciclo. Carece-se de alinhamento e mesmo aprofundamento de conceitos referentes a este ciclo. Alguns respondentes chegaram a registrar o seu desconhecimento. Houve questionamentos oportunos se realmente já estaríamos vivendo este ciclo. Outros líderes entenderam que ainda não o experimentamos. O maior consenso é que não houve tempo hábil para tal. Um apontamento importante foi feito por um dos Líderes, quando afirmou que não houve ainda tempo para implementar este ciclo mas que há espaço no modelo de gestão atual para este tipo de reflexão (revisão da hipótese estratégica). Esta assertiva contém em seu cerne pressupostos a serem validados na prática e, caso se confirme, dará uma medida da saúde organizacional da Empresa, particularmente do seu modelo de gestão. Para a análise desse ciclo de aprendizagem é interessante retomar as premissas e condições 103 questões estabelecidas no plano de ação já comentado, o que ainda não ocorreu. O processo de implementação de aprendizado na Companhia ainda é uma idéia. iniciais que nortearam o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab. É preciso lembrar que ele surgiu no contexto do Programa de Revitalização da Companhia como um dos seus quatro projetos com a denominação de “Sistema de Avaliação Permanente da Companhia”, e seu objetivo original era “avaliar permanentemente o desempenho da Companhia a partir de uma sistemática de planejamento, acompanhamento e controle de suas atividades estratégicas..” (CONAB, 2003). Ou seja, o Projeto nasceu como um sistema de medição de desempenho, tal qual a visão inicial das potencialidades do BSC segundo Kaplan e Norton (2001). Para a implementação desse ciclo, em toda a sua essência e plenitude, é necessário que a Companhia refaça o percurso dos autores do BSC, de modo que migre de um sistema de avaliação de desempenho para um sistema de gestão estratégica (KAPLAN e NORTON, 2001). 104 36. Em relação à pergunta Matriz anterior, como acha que • Acredito que ao se debater e mostrar claramente todos os entraves se deu essa tradução? O existentes na Companhia, todos percebem o que pode e deve ser feito para que contribuiu para esta a melhor condução dos assuntos da organização. tradução (ou prejudicou)? • Foi o aprendizado (conhecimento) do negócio da empresa, que até então era estanque. Eu conhecia somente a minha área de atuação. O Projeto permite a visão do "TODO" e não somente do seu mundo pequeno. O projeto provocou/induziu a integração de diversas áreas • O Mapa Estratégico da empresa é ambicioso, se for implementado, poderá refletir os dilemas da Companhia. Implementá-lo é um grande desafio. A parte do Mapa que se refere ao lado de fora da empresa carece de preparo para conseguir ser viabilizado (ex: formulação da política agrícola). • O grupo conseguiu traduzir as diferentes visões para o Mapa Estratégico, permitindo inclusive incorporar áreas novas e afirmar valores que em certa medida não são a linha principal do próprio Ministério da Agricultura ou mesmo do Governo. • Vieram à tona temas relevantes para a Corporação; contudo, apesar de fazer parte dos discursos genéricos de alguns, quando descem ao nível de implementação da estratégica com as iniciativas e projetos, percebe-se ainda uma grande dificuldade no pensar corporativo e/ou ausência de propostas concretas de condução ou, ainda, um certo comodismo de alguns responsáveis que esperam que as soluções sejam dadas por outrem. • O projeto colaborou na iniciação de alguns projetos e deu a oportunidade de os líderes terem uma visão mais ampla dos processos existentes na Conab. • Conceitualmente o Projeto reflete os dilemas da Conab, mas não se conseguiu ainda implementá-lo. • Na oportunidade em que foi realizado o alinhamento estratégico da Companhia, algumas questões existenciais vieram à tona, principalmente quanto a suas atividades, as quais acabaram não sendo discutidas com a profundidade necessária. Alguns objetivos estratégicos foram definidos, sem muita convicção de que fazem parte da missão ou do papel institucional da Conab.Talvez o cronograma, bastante apertado e até mesmo o não querer confrontar posições firmadas sobre o assunto, tem levado ao não aprofundamento das discussões. Certamente, serve como aprendizado, para uma futura revisão das hipóteses estratégicas definidas. • A tradução é o resultado da consolidação dos diversos posicionamentos de pessoas representativas de cada segmento da Empresa, mediante um árduo processo de conciliação. Destacam-se duas grandes contribuições: 1) A Com relação aos dados quantitativos apurados na questão 35, que versa sobre o Projeto ter conseguido traduzir/refletir os dilemas da Conab, houve consenso sobre a avaliação, todos os segmentos entenderam que o Projeto conseguiu realmente traduzir os dilemas da organização, sendo a avaliação da tradução “alta”. Embora tenha havido consenso entre os diversos segmentos observa-se uma variação em termos dos percentuais: - 63,64 % dos Suregs avaliaram esta tradução alta, avaliação mais positiva dessa faixa. - 55,56 % dos Líderes da Matriz avaliaram essa tradução como alta - A Equipe de desenvolvimento teve uma apreciação menos otimista, 41,67% a avaliou como alta e 33,33% como média. No geral, 53,66 % dos respondentes entenderam que essa tradução foi alta, 12,20 % acharam que foi muito alta e 24,39%, média. Estes resultados quantitativos, apurados na questão 35, são ratificados pelos posicionamentos 105 união forte entre Diretoria e Superintendentes; 2) A necessidade de cuidar da sobrevivência da empresa. Ressalte-se ainda o papel preponderante da Empresa de Consultoria. • A tradução ocorre no momento em que há o nivelamento dos participantes com os assuntos tratados, a formação do grupo de maneira homogênea, digamos assim, contribui para a tradução. • A consultoria teve a competência de captar toda a essência das aspirações do corpo interno. Tiveram a capacidade de capturar e traduzir o pensamento dos líderes. • O Mapa Estratégico evidencia o que acontece nos relacionamentos da Conab com os seus clientes. O conjunto de objetivos estratégicos escolhidos reflete as atividades da empresa, permitindo que todos (os colaboradores) se vejam no Mapa. O Mapa permite ver as interfaces entre as áreas, gerando uma visão integrada do todo. • A cultura da “Casa”, considerando o tempo médio de serviço dos empregados e a defesa da corporação (corporações) e dos nichos criados há tempo, dificultou e dificultará a solução da questão colocada. • A tradução se faz nas ações priorizadas, realizadas e comunicadas, sempre as vinculando com o planejamento estratégico. Um dos grandes dilemas da Conab ainda é a garantia de continuidade de suas atividades, que o planejamento e sua respectiva execução expressam bem, tanto em termos de execução de tarefas como na base de sustentação política, e que precisa avançar até o ponto de assegurar de forma consistente a existência da Companhia. • O importante é que nasceu da cabeça dos seus dirigentes e não foi imposto por alguém que pensa conhecer a Companhia, trata-se de uma experiência consistente. • A forma em que o trabalho está sendo desenvolvido: com a participação de todos e, sobretudo, com o envolvimento direto da Alta Direção. • A partir das discussões sobre o Planejamento Estratégico, na busca de respostas do tipo: Qual a nossa missão? Onde queremos chegar? Qual a nossa visão de futuro? foi possível levantar dilemas para reflexão e a definição das estratégias, objetivos, iniciativas e indicadores. • Vieram à tona, sutilmente, assuntos não verbais e regras não escritas de baixa visibilidade na tessitura global da Companhia. Suregs • Houve bastante facilidade da identificação de possíveis dilemas, sendo eles adequadamente traduzidos. subjetivos dos respondentes, prevalecendo um clima de otimismo e entusiasmo com as potencialidades do Projeto, na perspectiva de ser capaz de traduzir os dilemas da Conab, em que pese algumas críticas oriundas da equipe de desenvolvimento e das Suregs. Mas uma vez a questão do desdobramento surge como uma demanda das Regionais. Este tópico já foi comentado na questão 28. De acordo com a análise quantitativa e qualitativa, o Projeto conseguiu traduzir os dilemas da Companhia, mas o problema reside basicamente na implementação da estratégia definida. Como tivemos oportunidade de verificar, a Companhia ainda se encontra às voltas com as dificuldades na implementação do ciclo de uso (monitoramento), isto é, com a construção do seu sistema de medição. Conforme foi discutido, a implementação do ciclo de aprendizado dependerá do salto qualitativo a ser dado no que diz respeito à visão do BSC, ou seja, faz-se necessário a revisão das ambições do Projeto, que deverá ser precedida por uma profunda 106 • Não havia na Conab um pensamento que refletisse o todo, que marcasse minimamente o que o conjunto de seus líderes e gestores viam como dilema. Muitos dos óbices existentes não eram perfeitamente compreendidos e outros nem sequer identificados. Houve um expressivo avanço no sentido de compreender nossas fragilidades e potencialidades. • O que contribuiu para essa tradução foi a escolha certa das pessoas envolvidas na discussão do Projeto de Planejamento Estratégico • A tradução reflete o clamor fervente no âmbito da Companhia quanto à necessidade de sabermos com maior nitidez qual o nosso papel, i.é, a nossa atuação efetiva no sistema produtivo da Empresa, conseqüentemente, o que é a Conab, seus objetivos, metas, etc. A implementação do BCS, através da reflexão temática primeiramente proposta, veio transformar perniciosos pontos de interrogação em questionamentos, viabilizando a formulação do projeto em consonância com os nossos anseios. • A centralização e ocorrência do PE, somente na Matriz é uma grande questão. Em que pese a divulgação do PE em todas as Regionais, o processo somente se deu em Brasília. Para se proteger a Companhia contra mudanças estruturais no ambiente, TODOS os empregados têm que estar envolvidos, de forma plena, o que somente acontecerá quando houver o desdobramento do PE para todas as Unidades Operacionais da Companhia. Como somente os líderes da Companhia foram ouvidos, mesmo que a equipe de líderes tenha sido ampliada, absolutamente não ocorreu a tradução dos dilemas dos empregados lotados nos Estados. • Por ser a Conab oriunda da fusão de três empresas, o Planejamento Estratégico serviu para unir as dificuldades existentes e focar objetivos comuns de solução. O estreito relacionamento entre os empregados foi reforçado por força da concentração de objetivos comuns, de forma não imposta. • O fato de repensar os princípios e valores da Companhia, contribuiu para a melhora do seu direcionamento, fazendo com que os clientes internos visualizem melhor a Empresa e contribuam com sua visão estratégica. Na verdade, com o Planejamento Estratégico, o foco da Conab ficou mais claro. • Ao ver com clareza os óbices que impedem o cumprimento de objetivos, consegue-se identificar ações e iniciativas necessárias para superar os obstáculos, ou mesmo contorná-los, quando impossível removê-los devido a uma conjuntura desfavorável. • Ajudou o desejo de mudança dos empregados, que assistiram o esvaziamento de funções de estrutura no governo FHC. Assim, o ambiente é revisão conceitual da ferramenta, por parte dos Líderes. Desta forma, para que o Projeto venha realmente traduzir para a prática os dilemas identificados, ou seja, sair do plano conceitual, esses dois momentos precisarão estar consolidados. 107 propício a melhorias e à valorização profissional, com o despojamento da equipe para soerguimento da Companhia. Equipe • Medianamente. Questões relacionadas com perspectivas futuras (questões políticas, de agenda institucional) não têm guarida no P. E. da Conab. • Traduziu bastante, embora não o suficiente. Na questão pró-ativa de novos programas ficou a desejar. • Antes da implantação do planejamento estratégico, a casa convivia com dilemas, hoje temos claro o que a sociedade espera de nós, os objetivos a serem alcançados são claros, enfim, temos um rumo a ser seguido. • O projeto conseguiu evidenciar a cada um a importância do seu trabalho e do seu dia-a-dia para a realização da missão da empresa. • A empresa não tinha um norte e o projeto conseguiu mostrar esse norte e também evidenciar as relações entre as áreas (causa e efeito), isto é, a interdependência entre elas para a realização de ações. • As ações futuras da Conab não foram discutidas com a profundidade necessária, qual programa incrementar, qual programa propor, tendo em vista a experiência da Conab em abastecimento. • Essa tradução se deu pela participação de pessoas nas equipes de líderes ampliada e de desenvolvimento, principalmente pela participação das Superintendências Regionais. • A partir do mapa estratégico corporativo, com objetivos definidos, metas estabelecidas e indicadores sendo apurados, ficou mais clara a atuação da empresa: seus produtos e serviços, a relação com o público/clientes/ parceiros e os aspectos sobre os quais a Companhia precisa refinar o foco ou centrar esforços para implementar sua estratégia. • Acho que ainda não houve essa tradução. Ainda estamos na fase de implantação e não estamos levando a questão a serio. Muitos dos indicadores não começaram a ser coletados, outros estão defeituosos, foram mal definidos. • As constantes críticas às gestões da Companhia referiam-se à falta de um P. E. - Diante desse anseio, o P E chegou para ficar e contribuir para o desenvolvimento da Companhia. • A Companhia tem dilemas estruturais que têm origem ainda na sua concepção. Muitos desses dilemas foram percebidos durante o processo de tradução da estratégia. A fusão ocorreu sem qualquer estratégia para ordenar a implementação do projeto. As tentativas de elaborar e desenvolver o planejamento estratégico, entre 1991 a 2002, que poderiam oferecer 108 • • • • suporte ao processo de otimização da Companhia, sofreram solução de continuidade. O processo realizado em 2004 para implementação do modelo de gestão (BSC) ainda é entendido como se fosse o planejamento, o que não é a realidade. Esse dilema ainda carece de ações efetivas para a sua solução. A disseminação do conhecimento acerca do tema deve ser adotada como um procedimento de aprendizagem. A divergência cultural (crenças, valores e procedimentos) ainda persiste na Companhia. Durante o processo da tradução da estratégia essa situação pode ser observada durante as discussões dos objetivos e iniciativas estratégicas e tem dificultado as ações e a promoção de mudanças dentro das perspectivas e princípios do modelo adotado, principalmente com relação aos procedimentos de trabalho em equipe e tomada de decisão coletiva. Os investimentos no desenvolvimento de pessoas, principalmente com relação à capacitação e disseminação do conhecimento, não foram condizentes com a evolução tecnológica, gerando o aumento da aleatoriedade da organização com relação às teorias e conceitos modernos de gestão pública e dos próprios princípios do modelo de gestão (BSC). Esse dilema foi notado durante as discussões na equipe de líderes que não tinham o conhecimento uniforme sobre determinados assuntos e acerca do modelo de gestão, afetando a tomada de decisão consciente. Essa situação tem prejudicado o processo de implementação do modelo de gestão, principalmente no que se refere à coordenação das diversas habilidades de produção e de tecnologias que são as competências essenciais da Companhia e que refletem na implementação da estratégia. Outro dilema é o desconhecimento sobre a importância e a necessidade da análise e do monitoramento do ambiente interno e externo da Companhia. Mesmo sendo utilizado de forma pontual durante o processo de tradução da estratégia e exigindo reflexão por parte dos líderes essa variável não foi assimilada como imperiosa no contexto da avaliação da estratégia organizacional. Essa situação prejudica enormemente as ações futuras. O pensamento estratégico, mesmo identificado no modelo de gestão e demonstrado durante as reuniões das equipes de líderes, não foi e não é uniforme na Companhia. O cumprimento do que é importante estrategicamente, que exige a geração de produtos de valor de forma a atrair o apoio político para sustentar a continuidade dos investimentos públicos e a melhoria do desempenho da Companhia, se confunde com as ações operacionais e rotineiras. O mapa estratégico foi elaborado, em sua 109 grande parte, observando os procedimentos operacionais e nos produtos gerados pela Companhia e não verificando com a profundidade necessária o caminho estratégico da organização. 39. Como você vê a Matriz empresa em relação à sua • O maior benefício é a visão sistêmica da Companhia que todos começam a identidade institucional com enxergar, passo importante para a correção de rumos (se necessário). a adoção do BSC, ou seja, • Nós conseguimos definir o que se espera da Empresa, a sua visão, o seu que benefícios a RUMO. metodologia trouxe para o • A capacidade de mudança de visão e abandono de posição de resistência. reconhecimento das O projeto foi comprado pela maioria do corpo diretivo e demais potencialidades e colaboradores. limitações da empresa e • O projeto em si é um catalisador dessa ação. Juntar pessoas para discutir os na agregação de novos problemas da Casa já é um catalisador. Por mais diferenças que tenha valores aos princípios havido, um rumo foi traçado. A Casa era muito carente disso e sempre o institucionais? demandou. O Projeto significou um avanço no sentido de que veio cumprir essa demanda • Entendo que o método permitiu organizar as idéias, mas está longe de influir no pensamento ou na estrutura mental da Empresa, na forma da gestão. • A metodologia por si só não traz estes benefícios, mas contribui. Contudo, o êxito depende fundamentalmente da equipe de líderes e de cada membro da corporação no processo contínuo de aprendizagem. Vejo este benefício sendo alcançado em médio e longo prazo. Além disso, a metodologia do BSC, sob meu ponto de vista, precisa ser agregada a outras metodologias como a de elaboração e execução de projetos e melhorias de processos. • A Companhia trabalhava apenas nas rotinas já determinadas e em atendimento a demandas, especialmente as do Ministério supervisor. Com a adoção do BSC, houve uma ampliação do escopo de atuação da Companhia, vem sendo possível aflorar uma identidade institucional, até então quase que inexistente. • Benefícios agregados foram: 1) Tornou-se claro/evidente os objetivos a serem perseguidos; 2) Disciplina de comportamento; 3) Universalização do conhecimento de programas 4) necessidade de implementação, mudança de imagem, com padronização de ações. • Antes da consolidação total da ferramenta (BSC), do ajuste dos indicadores e da ampliação da sua aplicação será prematura qualquer quantificação dos Análise quantitativa: Quanto à capacidade de o projeto fortalecer os princípios e valores institucionais, 48,78 % dos respondentes entenderam que ela é muito alta e 41,46 % que é alta. Não houve abstenções. Houve consenso entre os três segmentos estudados quanto a essa capacidade de agregação, ficando as avaliações concentradas entre alta e muito alta. O destaque fica com os Líderes da matriz, cujos percentuais são mais altos que os demais segmentos (55,56 %, muito alto e 38,89 % alto), demonstrando uma segurança inequívoca quanto a essa capacidade de contribuição. Percentuais discretamente mais acanhados que o geral foram os da Equipe de Desenvolvimento (41,67 %, muito alto e 41,67 % alto). Conforme sabemos, o Mapa Estratégico possui, de forma subjacente, uma hipótese a ser 110 objetivos. • Conhecer os processos internos. O empregado tem a oportunidade de ver a sua contribuição para a Empresa (ele pode se "ver" no Mapa Estratégico), os líderes têm um instrumental para a correção de rumo e a oportunidade de ver a contribuição de sua área para a execução da estratégia. • Obtenção da visão do todo e das relações entre as áreas. Visualização das prioridades da empresa. • Acho que o Processo foi válido para dar uma certa organização às idéias que fazem parte da Empresa, mas contribuiu pouco para uma efetiva estratégia (Prospectiva). • Houve uma percepção mais clara das limitações e potencialidades principalmente na fase de implementação do que foi traçado. • Em termos de agregação de novos valores, um dos mais relevantes é o avanço na construção de um espírito de equipe específico para a Conab. Foi um momento especial para se deixar um pouco de lado as especificidades das três empresas que deram origem à Conab e caminhar em direção à construção de uma identidade e de cultura organizacional própria da Conab. O planejamento tem um poder forte de fazer convergir interesses diversos em um ponto comum, construído pela equipe. • A partir do BSC a empresa passou a direcionar os seus rumos. Antes as atividades eram realizadas por impulso ou por demandas caso elas viessem a acontecer. Nessas novas condições ninguém pode dizer que a Companhia não possui rumos traçados e previamente definidos. As ações se realizam de forma sistêmica não podendo alguém retardar a sua parte sob pena de ser percebido e criticado, todos têm um compromisso comum. • Com a introdução da metodologia todo o corpo funcional, sobretudo os gestores, terá condições de avaliar o cumprimento das metas, possibilitando adotar os procedimento para correção de rumo. • A empresa, a partir do Planejamento Estratégico, conseguiu estabelecer com clareza a sua vocação, o seu papel na sociedade, traçar as linhas de atuação e objetivos estratégicos para os próximos anos. • Além da clareza sobre as potencialidades e limitações da empresa, merece registro, nesse particular, a possibilidade de obter outros subsídios mediante a aplicação da análise SWOT, que objetiva avaliar as possibilidades internas e as oportunidades externas, sem embargos à análise das fraquezas e das ameaças. Tudo em prol de um melhor posicionamento estratégico da Conab. Suregs testada e validada. No caso da Conab, há uma série de valores definidos durante a concepção do Projeto que a Companhia espera entregar aos seus clientes. O Projeto também definiu formas de verificar se estes valores estão sendo entregues, que são as pesquisas a serem realizadas entre os diversos públicos externos. Essas pesquisas, na verdade, são alguns dos indicadores da perspectiva de sociedade e ainda não foram realizadas. Há, no momento, iniciativas para que sejam disparadas, uma vez que dependem da contratação de serviços de terceiros. Do ponto de vista externo, os resultados dessas pesquisas é um dos instrumentos que pode ser usado para verificar, de forma mais objetiva e segura, se houve a agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC e quais teriam sido estes valores. Do ponto de vista interno, as pesquisas de clima organizacional e de satisfação com os serviços de TI, ambas também previstas no Mapa e ainda não implementadas, poderão, de igual forma, ser úteis na aferição da 111 • Elevação substantiva da identidade institucional, com maior conhecimento e nivelamento acerca das atividades executadas pelas diferentes áreas da empresa (Diretorias, Superintendências de Área e Superintendências Regionais). • Temos maior clareza quanto ao que somos, onde estamos e para onde vamos, e o que é de suma importância, percorrendo caminhos bem iluminados e sólidos, à medida que melhor delineamos os nossos objetivos e de como executá-los. • O BSC nos trouxe a oportunidade de discutir, refletir e conhecer as potencialidades e limitações da Companhia; nos propiciou aflorar nossos valores e princípios e nos deu um rumo e farol a serem perseguidos. • Foi somente a partir do BSC que a identidade da Conab pode ser vislumbrada. Vivia-se na Conab sem sequer entender sua missão anterior, se é que existia. Hoje a missão é clara e absorvida por todos os empregados. A mudança foi expressiva e notória não somente dentro da Empresa, mas, principalmente se fez refletir na sociedade. • Capacidade de perceber e refletir sobre os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e fraquezas. • Com a implementação do Mapa Estratégico, a Conab se transformou definitivamente, em uma empresa profissional. • Passou-se a conhecer o que realmente a Empresa necessita atingir e o que necessitamos para o cumprimento de cada objetivo estratégico e suas limitações conjunturais e estruturais. • O BSC criou uma nova identidade para a Conab, definindo sua missão, objetivos estratégicos e valores institucionais. Equipe • O BSC, em alguns pontos, ajudou a identificar potencialidades, muitas delas fora do contexto de atuação da Companhia, criando uma ilusão quanto à sua real capacidade. Por outro lado, ajudou a criar uma "identidade" funcional com a visão estratégica. • A Empresa hoje já visualiza o seu futuro, sabe o que fazer no curto médio e longo prazo, sabe de sua potencialidade, tem reconhecimento dos órgãos externos, por meio deste reconhecimento novas atividade estão sendo confiadas à CONAB, e acredito no potencial de nossa Empresa e de sua capacidade de agregar novos valores, o que a fortalecerá cada vez mais. • A mudança de postura internamente refletiu de forma positiva no público externo, fazendo com que a empresa passasse a ser mais respeitada, agregou ganhos relativos a itens importantes como: confiança, credibilidade agregação de institucionais. novos valores 112 e melhor visibilidade perante a sociedade. • Hoje a empresa desfruta de outra imagem externa perante a sua clientela. O projeto trouxe uma maior confiança para o publico interno e conseguiu também fortalecer a Instituição • Deu às lideranças uma melhor visão das ações da Conab e a seus parceiros mostrou que a Conab tem norte. Definição de rumos à Companhia • Os benefícios para o reconhecimento das potencialidades e limitações da empresa e agregação de novos valores são imensos. Porém, acho que tudo isso só serviu para quem participou do processo. Os demais servidores continuam sem ter uma visão clara do projeto. • O BSC trouxe maior visibilidade interna dos nossos produtos/serviços. Possibilitará, também, acompanhar de forma mais objetiva o desempenho de nossa estratégia, introduzindo novos valores (acompanhamento/avaliação/aprendizado) e fortalecendo a imagem externa da Companhia por mostrar-se mais organizada inclusive. • A ferramenta, se bem utilizada e com seriedade pode trazer grandes vantagens estratégicas, mas ainda não trouxe, pois efetivamente não houve sua implantação. Temos que tomar cuidado para que não haja o desvirtuamento de suas estratégias • Uma organização institucionaliza-se quando sua estrutura de valor é internalizada pelo seu ambiente interno e externo; seus padrões de ação são aceitos pelo ambiente; torna-se sensível e adaptável às mudanças; consegue manter um conjunto normativo seguro, e estabelece um consenso em torno de seus objetivos, que são incorporados ao contexto social. Uma organização, ao institucionalizar-se, adquire sentido de função social, passa a ser aceita pela sociedade, estabelece um sistema de relações a ser seguido, torna-se influente em seu contexto. O modelo de gestão (BSC) pode contribuir com a institucionalização da Companhia: é uma hipótese a ser corroborada. Ainda é cedo para uma avaliação dos benefícios do BSC para o fortalecimento da institucionalização da Companhia. 40 Em relação às duas perguntas anteriores, que valores você acredita que tenham sido agregados? • Conhecimento, comprometimento, capacidade de análise, visão de presente e de futuro. • Trouxe conhecimento mais visível da visão e objetivos da empresa. • O maior valor foi o do autoconhecimento.. • Todo o processo implementa um comprometimento e profissionalismo que não se via antes • Mudança de conceito e imagem da Empresa - Credibilidade (do conjunto) Do ponto de vista quantitativo, a questão referente à agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC ficou assim expressa: 113 • Institucionalmente, a empresa apresenta-se mais consolidada. • A empresa tem um rumo ou norte, cria valor organizacional interno e, conseqüentemente, externo. • Visibilidade e reconhecimento. Aumento da auto-estima e confiança. Percebe-se um grande respeito e reverência para a Conab, em diversos fóruns e esferas externas no governo federal (diversos ministérios) e outros poderes. • Foco, antes tudo era muito difuso. • O papel da empresa ficou melhor definido, possibilitando às pessoas se organizarem para trabalhar por resultados comuns. Mas é necessário que esse processo tenha continuidade. • Espírito ou necessidade do trabalho em equipe, a democracia interna, a valorização profissional. Aumentou a sinergia dentro da empresa, as áreas começaram a trabalhar melhor juntas. • Mesmo que ainda em uma fase embrionária, elencaria a aprendizagem do pensar estratégico, a inter-relação saudável entre as áreas, a visão corporativa, • O pensar corporativo, visão do todo, visão do papel de cada área para a obtenção de resultados comuns, o planejamento de ações, ações coordenadas. • Alinhamento de ações - o Mapa Estratégico permite ver a interligação das áreas e a integração • O exercício da construção compartilhada do Planejamento Estratégico aflorou a questão do planejamento, sempre sonhado, e até então não implementado • Um profundo gosto de planejar o futuro e pela aventura de construí-lo, coletivamente. • Estamos ainda caminhando para incorporar a cultura de trabalhar sempre com a visão de futuro e de modo reflexivo, com atitude sempre positiva e, dessa forma, estamos consolidando uma base institucional sólida. • Tentativa de abertura da discussão sobre a Empresa como um todo. • A cultura do planejamento. • O início do trabalhar em projetos estratégicos. • Melhoria nos mecanismos de controle, acompanhamento das metas e resultados. • A confiabilidade na apresentação dos resultados. • A necessidade de medir resultados, de ter cronogramas claros para cada um - Houve grande convergência de avaliação entre os três segmentos analisados, ficando os resultados mais concentrados em muito alto e alto. - Os Suregs tiveram a avaliação mais positiva entre os três segmentos, sendo que 72,73 % consideraram esta agregação alta e 18,19 % muito alta (não houve resultados abaixo de alto) - Os líderes também tiveram uma avaliação positiva (50 % consideraram a agregação alta e 27,78 %, muito alta) - Também positiva, mas em menor grau, a Equipe de Desenvolvimento considerou essa agregação alta (41,67 %) e muito alta (24,39 %) Do ponto de vista qualitativo, a extensa e consistente relação de valores que os respondentes consideram terem sido agregados com a adoção do BSC confirma o otimismo dos resultados quantitativos. Algumas críticas puderam ser verificadas, mas sem dúvida o clima dominante foi o otimismo e a confiança. Vide também os comentários sobre agregação de valores, feitos para a questão 39. 114 dos projetos. • A conscientização sobre a importância de acompanhamento/avaliação sistemática das ações da Companhia e a prestação de contas aos clientes, parceiros e sociedade. • .Saber o que queremos, meios que dispomos, o que podemos conseguir e o que não está ao alcance conjunturalmente ou no curto e médio prazo. • Maior entendimento da Companhia, conhecer suas potencialidades, possibilidades, fragilidades e gargalos. • A participação mais efetiva no delineamento da estratégia da Companhia, o controle ou monitoramento das etapas de implementação das ações e projetos, a concepção de um mapa estratégico (bússola) • O respeito profissional, a ética, a modernização tecnológica. • O vínculo social forte (Fome Zero, PAA, etc.). Valorização da área de abastecimento, ampliação da política agrícola. • Busca pela qualidade, de utilidade e importância social. • O maior valor agregado é a oportunidade de incrementar o BSC na Conab Recuperação da auto-estima dos funcionários. Valorização do corpo funcional, a perspectiva de carreira e ascensão (PCCS), estímulo à escolarização e formação superior, especialização. • O empregado se sente valorizado ao se "ver" no mapa estratégico. • Foi possível trabalhar os valores de respeito, solidariedade e o empenho pessoal no auto-aperfeiçoamento, diante de novas perspectivas profissionais criadas em relação à Companhia. • Maior identificação com a Empresa, estímulo e otimismo. Dignidade, autoconfiança. • Auto-estima dos funcionários e agilidade na condução dos processos através de mecanismos eficazes e eficientes. • Entre os empregados, entre os empregados e o público externo (sociedade): a amizade, o respeito, a admiração, o reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos, orgulho por pertencer ou por contar com os serviços da Conab, a segurança pela perfeita condução dos trabalhos, destemor por não ser mais a Conab tida nos jornais como incompetente, antro de roubos etc. • Não vejo que tenhamos agregado novos valores, mas que deixamos que nossos valores internos aflorassem e fossem expostos. No máximo eu diria que as discussões propiciaram o nascimento de um clima de confiança e transparência em nossas ações. • Ainda não houve agregação de valores. 115 • Com relação aos valores externos, eles necessitam ser apresentados e corroborados pelo público-alvo. Partiu-se da premissa de que eram esses os valores que esse público exigia da Companhia. Internamente esses valores ainda não foram internalizados pelas pessoas. É fundamental fortalecer o processo de comunicação interna. • A respeito dos valores internos, a cultura individualista é clara, transparente. As exigências de trabalho em equipe, do espírito de cooperação, da inovação e criatividade, do relacionamento interpessoal, da comunicação, da transparência, da gestão do conhecimento e de compromisso com a missão e a visão destacadas como forma de implementação do modelo de gestão adotado exige procedimentos mais agressivos por parte da Companhia. Ainda é tímida a mobilização das pessoas para modificar essa forma de atuação. 41. a) Que fatores podem interferir positivamente de modo a incrementar o aprendizado durante as RAEs? • Compartilhamento do conhecimento. • Análise crítica e visão sistêmica. • Criação de fóruns entre as áreas para referendar a estratégia e nivelar os conhecimentos. Esses fóruns deveriam acontecer entre as RAEs. • Interesse político para as coisas acontecerem. Há um desejo interno para que as coisas aconteçam. A liderança deve catalisar esse desejo. • A continuidade é o antídoto para combater os focos de desanimo e resistência. • Participação maior dos quadros da empresa. O empregado deve ser envolvido. • Utilizar como ferramenta a parte teórica da metodologia, seus fundamentos, fazer as pessoas refletir a gestão a partir destes princípios e propósitos. • Dado o tempo que vem sendo dedicado às RAEs, um melhor aproveitamento seria realizá-la ou dividi-la por perspectivas, possibilitando a melhor explanação das dificuldades dos projetos/iniciativas, falhas, dificuldades encontradas e o retorno do "colegiado" com contribuições. • A mudança de rumo de determinada iniciativa/projeto. • O resgate do entusiasmo inicial. O projeto perdeu um pouco de sua força inicial. • O modelo de gestão - o líder deve acreditar no Mapa Estratégico. O "pique" do Líder, que deve "comprar" o Projeto. • Participação mais efetiva dos diversos representantes e lideranças de forma mais interessada. Participação integral dos Líderes (manter a assiduidade Esta relação de fatores que podem influir positivamente ou negativamente é bastante rica, densa e diversificada. Poderá ser de grande valia para a Companhia para incrementar ou aperfeiçoar o seu aprendizado. Como a lista é extensa, sugere-se que seja criado algum mecanismo para priorizá-los, por exemplo, realização de um workshop, onde após discussões, votações, poderiam ser selecionados os fatores que, por consenso, sejam considerados mais relevantes para serem implementados. Após essa seleção, recomendase a elaboração de um plano de ação para implementação dos fatores selecionados. 116 do grupo). • Mais responsabilidade por parte dos gestores uma vez que é preciso a união para produzir os resultados positivos • Discutir mais as escolhas feitas, os projetos estratégicos e se a Companhia está caminhando efetivamente para o alcance da visão de futuro traçada. • Fluxo constante das reuniões. • Implementar as decisões tomadas. • Obter e mostrar resultados • A busca de uma discussão permanente sobre prospectiva para a área de atuação da Empresa, NÃO PERDENDO DE VISTA A MISSÃO QUE FOI DEFINIDA • O vínculo maior com a prática tem força para tornar o evento mais atraente. Poderia, talvez, ser solicitado aos líderes que apontassem exemplos práticos de ações inovadoras e positivas decorrentes do planejamento, que poderiam ser replicadas em ações de outras áreas ou em outros locais. • A liberdade de discussão com foco na estratégia, visão corporativa, busca de consenso, capacidade de trabalho em equipe. • O conhecimento prévio do material auxiliou muito, bem como a possibilidade de oferecimento de sugestões. O aprendizado aconteceu! • Clareza e transparência na avaliação dos resultados obtidos. • O reconhecimento como Instrumento necessário ao processo, como fator de validação dos procedimentos adotados. • Estimular a apresentação de questionamentos dentro de uma visão global da Companhia. • A conscientização e o grau de interesse. • Desprendimento, comprometimento, coletivismo. • Um planejamento prévio das reuniões, com envio tempestivo da documentação a ser analisada e um melhor dimensionamento do tempo da discussão para que as reuniões não sejam feitas de forma apressada e com pressão de resultados em curto prazo. • Um grupo maior de técnicos dando efetivo apoio às Regionais (no caso, Ceará). • O desdobramento do Planejamento Estratégicos nas Regionais e Unidades, com avaliação de indicadores em nível de Regional. • Maior participação dos empregados. • Discutir resultados, metas e indicadores e onde se pretende chegar, interferem positivamente no desenvolvimento da Companhia. 117 • A abertura para participação ampla de novos líderes, inclusive de gerentes de UAs, poderão agregar novos valores e oportunidades de melhorias. • Maior direcionamento para o questionamento estratégico. • Maior participação e integração entre os líderes. • Abordagem centrada nas performances negativas. • Apresentação de sugestões objetivas e claras. • Maior cobrança e responsabilização. • Aumentar o tempo dedicado às discussões de itens considerados problemáticos por determinados grupos ou pessoas. • Maior divulgação / comunicação do projeto com o corpo funcional, tal qual foi feito no início do projeto. • Maior mobilização dos líderes para interiorizarem a nova metodologia e contagiarem o corpo funcional. • Maior integração dos Superintendentes com a Diretoria e as ações da Conab. • A participação efetiva da liderança, de posse de informações prévias devidamente analisadas, com a disposição de se envolver e contribuir com propostas que alavanquem os objetivos que ainda não estão sendo implementados ou que apresentem dificuldades de mensuração. • O exercício dos "questionamentos" produtivos é salutar. • Quando todos os líderes entenderem que a questão é seria e que esse é um novo processo de trabalho da Companhia e não mais uma tentativa. • Atitudes dos líderes no sentido de propiciar as condições para o alcance dos objetivos do P E. • É fundamental a análise de cenários para fortalecer a discussão da estratégia organizacional. • E imperioso o processo de capacitação para conhecimento sobre: a) teorias e conceitos que envolvem a gestão pública; b) teorias e conceitos sobre a elaboração e avaliação do planejamento estratégico público; c) teorias e conceitos das principais ciências que estão relacionadas com a missão e visão da Companhia; d) princípios do modelo de gestão (BSC), de pensamento estratégico, de valor público, da cultura organizacional e das funções de administração e de gestão. • É critico o processo de organização das reuniões de análise estratégicas focadas para a avaliação estratégica organizacional (a discussão de indicadores, metas e iniciativas devem ocupar o menor tempo possível nessas reuniões). 118 41 b) Que fatores podem interferir negativamente de modo a prejudicar o aprendizado durante as RAEs? • É fundamental envolver o processo de avaliação de recursos orçamentários e humanos como forte componente de análise da estratégia. • É importante a discussão sobre a evolução da implementação da estratégia em relação aos princípios do modelo de gestão. • A avaliação do impacto dos produtos das iniciativas nos objetivos estratégicos é fator critico de sucesso. • É imperioso o procedimento de desdobramento da estratégia no âmbito das Superintendências Regionais para fortalecer o aprendizado em toda a organização. • Fortalecer o processo de comunicação de forma a atingir todos os empregados da Companhia. • Envolver o público-alvo nos processos de análise da estratégia organizacional. • Utilizar a cultura como um fator agregador de decisão coletiva. • O procedimento ético na relação entre as pessoas. • Omissão. Falta de interesse. • A descrença de alguns líderes. A solução seria cobrar maior comprometimento e conscientizá-los da importância de suas ações para a Empresa e para os compromissos assumidos pelo projeto. • Falta de participação e integração do quadro funcional. • FALTA DE UMA ÁREA FORMAL PARA COORDENAR AS AÇÕES DO PROJETO. Essa formalização da área traria também a formalização de atribuição e competência e facilitaria a gestão. • Falta de cobranças sistemáticas. • Falta do fundamento teórico, de ser capaz de sair e se desprender do cotidiano e refletir estrategicamente. • Posturas de controle de pessoas e tarefas, assim como discussões operacionais e não estratégicas. • Falta de preparação prévia por parte dos líderes com a análise do relatório enviado com antecedência pela equipe de desenvolvimento. • O não saber ouvir ou não concentração nos temas expostos, prejudicando a agregação de valor com debates e contribuições valiosas. • Não alteração de status de determinada iniciativa/projeto. • Que fique muito repetitiva, no que se refere a resultados decorrentes da apuração dos indicadores traçados. • Não comprometimento dos lideres, atuando nas reuniões como espectadores e não como atores do processo. 119 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Dispersão dos participantes (absenteísmo). Formação de grupos paralelos e constantes. Não informação dos dados e/ou não cumprimento dos cronogramas. A descontinuidade em função ausência de substituição de participantes. Resistência ao novo, aos desafios-medo de assumir risco, medo de perder as caixinhas, o poder. Dificuldades em relação ao novo e quebra de paradigmas. Reações contrárias, internas e externas, sem fundamentos. Um eventual excesso de formalismo e de conteúdo teórico, inerente a um planejamento, pode ser enfadonho para profissionais com grande demanda prática. A preocupação dos líderes com os seus afazeres do dia-a-dia que são muitos e podem perecer em função de pequenas ausências, porém isto não se caracteriza num grande problema, pois temos sempre alguém para nos substituir. A rivalidade e competitividade, a intolerância a falhas e erros. Individualização das avaliações, omissão ou sub-valorização de eventuais resultados negativos. Limitar-se a entender o processo de aprendizado dentro das questões locais de cada Superintendência. A perda da credibilidade no Programa e a demora em obter e divulgar os resultados. Individualidade, ceticismo. Desmotivação das equipes de líderes. Falta de planejamento. Envio intempestivo de documentos, falta de prioridade para a reunião. Prazos curtos para análises e discussões. A criação de um grupo de “elite”. Centralização das discussões apenas nas performances (scores) e pouca discussão sobre os temas estratégicos e seus objetivos. Fazer com que a reunião de análise estratégica seja um momento de cobrança, ou seja, usar a cultura do controle (muito presente na Companhia) para exigir a implementação da estratégia: fator desagregador e forte componente de fracasso desse modelo. Falta de monitoramento como rotina, o que só vem acontecendo em momentos próximos à R A E. Que as sugestões apresentadas não gerem polêmicas e sim discussões com objetivo de aperfeiçoamento 120 42. Caso você queira fazer algum comentário ou observação adicional, por favor, utilize o espaço abaixo. • Falta de paciência para ouvir a opinião de outras pessoas • Falta de comunicação, notadamente entre os líderes e os funcionários (ainda está precária). • Debates paralelos, sem estarem afinados com as estratégias. • Descrença de que o projeto seja realmente possível de acontecer. • O descompromisso com as informações de sua área ou pelas quais é responsável (metas, objetivos, indicadores, iniciativas). • A indiferença com as ações de outras áreas, ou seja, a ausência de senso crítico no sentido de aperfeiçoar ou refinar indicadores, por exemplo. • A postura de crítica explícita a qualquer líder, com cobranças diretas, sem nivelamento prévio quanto às dificuldades que este possa estar vivenciando. • Se não for tratada a questão com seriedade. • Atitude dos líderes no sentido de acreditar que o P. E. já é um sucesso e, portanto, não é mais importante o seu acompanhamento. • A não inclusão das superintendências regionais no processo de análise da estratégia com o devido rigor do tema é certamente outro fator que contribuirá para o fracasso da estratégia organizacional. • O uso do poder no processo de análise da estratégia o que contribui para redução do processo de aprendizagem. • Acabar os resquícios do corporativismo que se traduz em falta de comprometimento com as mudanças qualitativas que a Empresa quer implantar para melhorar a qualidade da prestação dos seus serviços e benefícios para a sociedade. • Há desalinhamento de ações para a execução da estratégia. O projeto combate o individualismo e favorece a visão do todo. Mas ainda se percebe a prevalência de posições individuais • Faz-se necessário realizar um segundo ciclo de aprofundamento das concepções sobre a Empresa • Creio que poderia contribuir com o processo de aprendizagem a melhor estruturação da equipe de desenvolvimento, a implantação do escritório de projetos, assim como a capacitação dos membros de projetos em metodologias específicas e ferramental informatizado já disponibilizado. Defendo, também, que neste exercício de 2006 venhamos-nos concentrar no processo de aprendizagem do planejamento estratégico corporativo, deixando eventual desmembramento piloto da estratégia para o ano vindouro. • A equipe de desenvolvimento deve estar mais próxima, tem de cobrar mais. 121 • Acredito que deveríamos trazer à equipe de desenvolvimento e multiplicadores novas pessoas, para que a divulgação do Projeto entre o corpo funcional seja contínua. • A convicção dos condutores do processo é o mais fundamental e o que tem garantido a sua consolidação. • Lideres e responsáveis pelos indicadores e iniciativas devem ter mais comprometimento. • Agora são 22:13 e estou ainda no trabalho para poder responder a todas as demandas desta área, talvez eu seja mesmo muito desorganizado ou incompetente por não conseguir resolver todos os assuntos durante o expediente, meu consolo é que os nossos produtos têm valorizado o nome da Companhia junto ao público externo e assim espero que não seja pela sorte do acaso. A experiência do BSC é uma novidade e foi uma opção feliz adotada pela Companhia, aliás, como muitas outras. Trabalhar na Conab hoje em dia é gratificante e percebemos o valor do nosso trabalho. • Acredito que a metodologia adotada pela Conab pode atribuir aos Indicadores de Desempenho as 5 dimensões propostas pelo Tribunal de Contas da União (economicidade, eficiência, eficácia, efetividade e eqüidade) , bem como as variáveis tempo, custo, quantidade, qualidade e acesso, conforme a AUDIN já teve a oportunidade de explicitar à Dra. Jussara nos termos da CI n.º 400, de 2005. Em assim o fazendo, o monitoramento do Mapa Estratégico poderia subsidiar, de forma ímpar, o Relatório de Gestão elaborado para fins de prestação de contas anual da Companhia. • Entendemos ser necessário que o Planejamento Estratégico necessita ser desdobrado para as Regionais, pois o lapso de tempo já decorrido poderá trazer prejuízos quando de sua implementação/massificação em âmbito regional, uma vez que, a maioria dos colaboradores ainda não assimilou toda a filosofia do processo. • Mesmo com dificuldades, com reações e descrença de algumas lideranças, o planejamento estratégico mostra-se como uma forma positiva de fortalecer o sentido de existir uma Conab. • Necessitamos trabalhar melhor no envolvimento de todo o público da Conab, montando oficinas setoriais para discussão aplicada a cada objetivo. • Parece-nos necessário a contratação de equipes de animadores habilitados e envolvidos com o processo da Conab. Não se pode trabalhar apenas com a equipe da Casa no envolvimento do corpo funcional, a não ser que a Equipe de Desenvolvimento seja ampliada, preparada e trabalhe com 122 exclusividade para o assunto. • Acredito que a dinâmica e interação podem ser melhoradas • Os trabalhos de Casa devem ser mais constantes e mais simples e objetivos e venha de uma forma fácil para discussão setorial, resolvida em no máximo uma hora de discussões. • Melhorar a informação sobre o desenvolvimento do BSC, em linguagem acessível, e de forma sistemática, para todos empregados. • A Conab (todos nós) estamos vivenciando há muito pouco tempo o BSC. Creio que seria interessante ter abertura para adotar soluções de gestão adaptadas à realidade da Conab • Este projeto veio para ficar na Conab, não podemos deixar que ele caia no descrédito, tanto do público interno como do público externo. Todos os envolvidos no projeto, estão de parabéns pela iniciativa de se implementar um projeto de tamanha amplitude. • A equipe de líderes está de parabéns pelo que tem feito pela Empresa. Merece todo o reconhecimento do corpo funcional • Ainda falta incutir na cabeça de alguns líderes que a Conab tem que ter novos Programas e que ele tem de aceitar. Ficar na retranca de só querer fazer o que conhece vai matar a Empresa • Todo esse projeto é muito importante e útil para a Companhia. Falta estender essa importância para todo o corpo funcional. • Acho que esta avaliação fica prejudicada pois as duas RAEs não foram operadas com dados que mostram efetivamente os pontos fortes e críticos da Companhia. Ainda temos muito trabalho para poder fazer com que o planejamento estratégico seja efetivo na Conab. • É necessário maior divulgação ao corpo gerencial tático e operacional e ao corpo funcional com vistas à obtenção de uma maior integração e participação dos mesmos em relação ao P E. • A nível do corpo gerencial estratégico, o P E está bem consolidado. 123 6.4 Síntese das Idéias e Ações sugeridas na Análise Qualitativa a. A questão do desdobramento do projeto para as regionais foi apresentada por esse segmento como um fator que pode vir a comprometer esse ciclo. Até onde esta colocação procede? Há mesmo este risco? b. Um problema levantado pelos respondentes foi a falta de vinculação do Projeto com o diaa-dia. Essas falas apontam para dificuldades na hora de implementar a estratégia. c. Quanto ao processo de lidar com erros e falhas, há referências à tendência à justificação dos resultados obtidos, quanto esses não são desejáveis (indício de presença de rotinas defensivas). d. Quanto á implementação do ciclo de uso (monitoramento), destaques para dificuldade na implementação das iniciativas. Há criticas procedentes, mas respondentes são otimistas quanto á capacidade de implementação. e. Não houve tempo hábil para a implementação do ciclo de aprendizagem, mas há espaço no modelo de gestão atual para tal. f. O Projeto conseguiu traduzir os dilemas da Companhia em níveis altos, o problema, é basicamente a capacidade de implementação da estratégia definida. g. Faz-se necessário uma revisão conceitual do BSC, quanto à utilização de suas potencialidades ainda não implementadas, notadamente com relação ao aprendizado estratégico e á gestão da estratégia. h. O projeto foi capaz de realizar a agregação de novos valores aos princípios institucionais. Extensa lista de valores agregados foi elaborada pelos respondentes. Os resultados das pesquisas (indicadores da pesquisa de sociedade), quando realizadas, poderão ratificar ou não a agregação desses valores ou de parte deles. i. Com relação à lista de valores agregados, sugere-se a criação de algum mecanismo para priorizá-los, por exemplo, realização de um workshop, onde após discussões, votações, poderiam ser selecionados os fatores que, por consenso, sejam considerados mais relevantes para serem implementados. Recomenda-se também a elaboração de um plano de ação para implementação dos fatores selecionados 124 7. Conclusões Para a elaboração desse item, as suposições levantadas no item 2.2 serão analisadas individualmente ou em conjunto, utilizando-se os dados levantados e as análises individuais das questões realizados no item 6.1 e 6.3. Será também feita a análise dos resultados encontrados confrontados com os resultados esperados, descritos no item 2.3. Ao final desse item, será apresentado um resumo das conclusões. 7.1 Analises das suposições 1 É possível identificar um aprendizado organizacional a partir da adoção do Balanced Scorecard como ferramenta para a gestão da estratégia, conforme previsto na literatura. e 2 A pesquisa deverá verificar a ocorrência de aprendizado de laço simples, pelo menos, a partir da adoção do Balanced Scorecard, no caso estudado. Em função da vinculação entre as duas suposições, pois a confirmação da segunda implicará a confirmação da primeira, a análise foi feita em conjunto. A pesquisa revelou que os respondentes consideram ter uma capacidade predominantemente média para a implementação do laço simples de aprendizado (isto é, do ciclo de uso ou monitoramento). Do ponto de vista quantitativo, as avaliações dos três segmentos analisados (Matriz, Suregs e Equipe) foram convergentes, sendo que, no geral, 52,21% dos respondentes consideraram a implementação deste ciclo como médio. Esta avaliação parece coerente como o estágio atual de implementação deste ciclo, se levarmos em conta que o modelo de BSC definido (mapa e seus todos os seus componentes) vem sendo implementado com um suporte de TI (ferramenta de BSC) e que 53,48 % dos 43 indicadores previstos já se encontram implementados e em uso para a revisão e aprimoramento do sistema de medição. Corroboram também com a avaliação dos respondentes, as apurações dos scores dos componentes do Mapa Estratégico (indicadores, objetivos, perspectivas) que apontam para a um percentual de realização do Mapa Estratégico de 56,69 % de realização, em dezembro de 2005, em relação às metas traçadas para este ano (vide Mapa Estratégico com scores no Apêndice B). O estágio de implementação da estratégica foi objeto de atenção das duas RAEs realizadas, 125 sendo que para a segunda, este sistema de medição já foi utilizado para comparação dos resultados alcançados com as metas previstas, ficando este processo sistematizado. Esta é, conforme já exposto, a primeira parte do modelo de aprendizado de laço simples. A conclusão do laço simples ficará com a adoção de medidas corretivas em função da obtenção de resultados não desejados. Quanto a este aspecto, as atas das duas reuniões fornecem relações de recomendações de ações a serem implementadas. As respostas às perguntas subjetivas apontam, entretanto, para contradições que evidenciam dificuldades na execução da estratégia. Há queixas com relação à ausência de visão corporativa dentro da Empresa (questão 22, 28), mas um dos pontos altos do Projeto, ressaltados pela maioria, é a sua capacidade de construção da visão do todo (vide respostas à questão 36). Lembrando também que os líderes entendem que o projeto reflete a visão compartilhada em níveis alto (46,34 %) e médio (34,15 %) e que a capacidade de trabalho em equipe foi julgada como alta. Vale a pena lembrar também que as competências adquiridas pelos líderes enquanto grupo para implementar a estratégia foi avaliada como sendo média. Foi também levantado que há problemas de comprometimento dos líderes. Outro aspecto relevante foi o reconhecimento da falta de vinculação e internalização do Projeto com o dia-a-dia por parte dos Líderes e dificuldades de priorizar as questões estratégicas em função de as pessoas estarem consumidas pelas atividades rotineiras. A capacidade de vinculação das atividades à estratégia foi julgada como média por 61,11 % dos respondentes. Este apanhado de variáveis permite confrontos ou análises complementares que, se explorados, podem gerar subsídios para a compreensão das dificuldades na implementação da estratégia. Do ponto de vista do sistema de medição há ainda uma série de obstáculos a serem vencidos para a consolidação deste ciclo, há ainda boa parte dos indicadores a serem implementados e dificuldades referentes á implementação das iniciativas, quanto à definição, gestão e análise de impacto destas nos objetivos. Assim, é possível concluir que as suposições em análise se confirmam, ficando para se saber se este aprendizado está nos níveis desejados pela Companhia, pois, embora os resultados quantitativos tenham sido razoáveis (concentrados na faixa média), principalmente se considerarmos o pouco tempo de implantação do Projeto, pouco mais de um ano, melhores faixas de resultados poderiam ser ambicionadas para consolidar este laço de aprendizagem. A resolução das contradições apontada e dos pontos ainda pendente do sistema de medição dará contribuições neste sentido. 126 A pesquisa revelou uma série de fatores positivos que podem ser capitalizados para esta consolidação e para o incremento e melhoria do processo de aprendizado estratégico de modo geral, tais como alta sinergia e integração entre equipes de trabalho, que há, em níveis altos, boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas, alto reconhecimento de contribuições, idéias e sugestões, clima de confiança, liberdade e descontração também em níveis altos. A pesquisa revelou também os pontos que merecem uma maior atenção, como a melhoria das competências adquiridas para a implementação da estratégia, da capacidade de mobilização das lideranças para transformar a estratégia em tarefa de todos, aprimorar o conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional e melhorar a capacidade de os líderes de vincular a estratégia ao seu dia-a-dia, pois, ainda segundo a pesquisa, embora digam conhecer bem a estratégia definida, os líderes têm dificuldade de vinculá-la a este cotidiano. As iniciativas estratégicas merecem uma atenção especial, pelos problemas já apontados. Kaplan e Russell (2005) incluíram a análise da vinculação das iniciativas à estratégia em pesquisa para dar conta de quanto o quanto uma organização pode ser considerada uma SFO (Strategy-Focused Organization), baseadas nas melhores práticas de uma SFO. A implementação e gestão das iniciativas estratégicas no caso estudado inspiram ainda atenções. Percebe-se um falta de mecanismo para acompanhamento sistematizado, para avaliação do andamento e principalmente para avaliação do impacto nos objetivos. Em termos hipotéticos, pode-se ter algumas situações: i. Se um objetivo está indo bem e a iniciativa também, não se sabe o quanto isto se deve à iniciativa. ii. Se o objetivo está mal, mas a iniciativa está indo bem, esta deve ser questionada, pois pode não está ajudando o objetivo, devendo então ser readequada ou deve-se pensar em criar outra iniciativa. Se um objetivo está bem, mas a iniciativa não está, esta iniciativa precisa ser iii. questionada, pois pouco ou nada está contribuindo para o alcance do objetivo. A análise de impactos desta ordem não é trivial. Uma questão crucial, por exemplo, é avaliar quando os produtos/entregas gerados pela iniciativa começarão a produzir os efeitos esperados. A criação de um PMO – Project Management Officer, ou Escritório de Gestão Integrada de Projetos Estratégicos, é uma solução citada por Carvalho e Bonassi (2005) para a gestão de 127 iniciativas. Consciente da importância do tema, este vem sendo objeto de debates dentro da Equipe de Desenvolvimento da Companhia, sendo que algumas propostas quanto á documentação e acompanhamento estão elaboradas. Mas o problema ainda se encontra á guisa de encaminhamentos, seja por conta da documentação, da gestão e do acompanhamento e das análises de impacto. 3 Existe espaço para o aprendizado de laço duplo a partir da adoção do Balanced Scorecard, no caso estudado. No geral, 48,78% dos respondentes consideraram a capacidade de implementação do laço duplo de aprendizagem (ciclo de aprendizado) como média. Houve questionamentos se realmente a Companhia já estaria experimentando este ciclo e entendimentos de que ele ainda não foi experimentado. O posicionamento mais comum foi de que não houve ainda tempo para implementar este ciclo, mas que há espaço no modelo de gestão atual para este tipo de reflexão (revisão da hipótese estratégica). A pesquisa revelou também que há que há lacunas conceituais em reação a este ciclo, sugerindo a necessidade de alinhamento e mesmo aprofundamento de conceitos referentes a este ciclo. Lacuna esta sugerida pelas abstenções e confirmada por depoimentos de alguns respondentes que chegaram a registrar seu desconhecimento, havendo, inclusive, sugestões para a instauração dessa revisão conceitual, por parte de alguns respondentes. Uma compreensão mais aprofundada da implementação do ciclo de aprendizagem obriga-nos a retomar as premissas e condições iniciais que nortearam o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab. Este Projeto nasceu no contexto do Programa de Revitalização da Companhia, como um dos seus quatro Projetos com a denominação de “Sistema de Avaliação Permanente da Companhia”, e seu objetivo original era “avaliar permanentemente o desempenho da Companhia a partir de uma sistemática de planejamento, acompanhamento e controle de suas atividades estratégicas” (CONAB, 2003a). Ou seja, o Projeto nasceu como um sistema de medição de desempenho, tal qual a visão inicial das potencialidades do BSC, segundo Kaplan e Norton (2001). Para a implementação deste ciclo, em toda a sua plenitude, é necessário que a Companhia refaça o percurso dos autores do BSC, de modo a migrar de um sistema de avaliação de desempenho para um sistema de gestão estratégica (KAPLAN e NORTON, 2001). 128 Este ciclo do aprendizado deve ser visto no contexto do aprendizado comparado ao controle. No experimento analisado, os resultados apontam, em termos gerais, para um predomínio médio (43,90 %) e, em menor escala, alto (24,39%) do aprendizado se comparado ao controle, resultados que embora medianos, reafirmam a necessidade de reforço do aprendizado para superar a visão voltada para o controle, característica do laço simples de aprendizado. Outro aspecto que pode lançar luz sobre a vivência do ciclo de aprendizado diz respeito à evolução das iniciativas estratégicas. Resultados tão modestos quanto à implantação e gestão das iniciativas como os que têm sido obtidos na Conab podem ser mais um sintoma de que o BSC está realmente sendo utilizado ainda apenas como um sistema de medição de desempenho. Se iniciativas são projetos concebidos para promover as mudanças necessárias à execução da estratégia (KAPLAN e NORTON, 2004), quando um Projeto de BSC pode prescindir dos resultados prometidos pela implantação destas, talvez signifique que não haja nenhum grande desafio em jogo, pois apenas as rotinas existentes têm dado conta de suprir o alcance das metas. Ou seja, é provável que ainda não se está vivenciando o ciclo do aprendizado. Não por acaso, os objetivos do Mapa Estratégico da Conab que vem tendo melhores desempenhos são aqueles ligados às áreas em que a Empresa já acumulava experiência como, por exemplo, objetivos referentes á perspectiva financeira e alguns da Execução da Política Agrícola. Quando o Mapa apontou para os novos desafios, novas propostas de atuação, o desempenho destes objetivos tem se mostrado sofrível (vide Mapa Estratégico com implementação da estratégia no Apêndice B). Também não por acaso, as iniciativas que suportam esses objetivos são as que tiveram pouca ou nenhuma evolução. As Atas das duas Reuniões Estratégicas realizadas, fonte inconteste de análise, nos dão notícia de que não houve discussões durante aqueles eventos acerca do questionamento da hipótese estratégica prevista no Mapa, tampouco das relações causais entre os objetivos, ratificando os posicionamentos subjetivos de alguns respondentes quanto a não ter a Empresa vivenciado, ainda, o aprendizado de laço duplo. Entretanto, a perspectiva quanto à existência de espaço para a vivência do aprendizado de laço duplo parece promissora, haja vista os posicionamentos subjetivos, apontando para tal abertura, o reconhecimento das lacunas conceituais referentes a este laço e as recomendações quanto à instauração de um novo ciclo de revisão conceitual do BSC. 129 4 Se for verificado um aprendizado de laço triplo a partir da adoção do Scorecard, no caso estudado, esse aprendizado não terá sido intencional. Os respondentes são otimistas com o Projeto de Planejamento Estratégico. Os depoimentos são clara e explicitamente favoráveis ao Projeto, demonstrando os benefícios até então gerados desde a sua proposição, tais como a definição da missão da organização e das escolhas feitas no Mapa Estratégico, entendendo-se que a partir de então a Companhia passou a ter um norte. Além disso, os respondentes citam o fortalecimento da imagem institucional e do reconhecimento externo, seja na esfera do governo seja por parte de seus clientes, sendo que tudo isso vem gerar um aumento de auto-estima dos seus empregados. A propósito da imagem institucional, informa Conab (2006) que durante os três primeiros meses de 2006, os jornais e revistas do país publicaram 475 reportagens sobre a Companhia e deste total, 97 % das matérias foram positivas, abordando temas como safras, armazenagem, leilões e programas sociais. Esta pode ser apenas uma pequena síntese da extensa lista de benefícios elencadas pelos respondentes como tendo sido agregadas a partir da adoção do BSC. Além destes valores, a presente pesquisa identificou outros que foram agregados com a adoção do BSC, reconhecidos pelo público interno. Do ponto de vista externo, o projeto previa a entrega de uma série de valores aos diversos públicos externos, mas o cumprimento destas promessas encontra-se ainda à guisa de confirmação, por parte destes públicos, uma vez que as pesquisas de opinião (indicadores da perspectiva de sociedade) ainda não forma realizadas. No que concerte à capacidade de o projeto refletir e traduzir os dilemas da Conab, houve um entendimento comum por parte dos respondentes que esta tradução foi alta, posição compartilhada pelos diversos segmentos analisados. No geral, 53,66 % dos respondentes entenderam que esta tradução foi alta, 12,20 % acharam que foi muito alta e 24,39 %, média. Além de ter sido capaz de traduzir os dilemas da Conab, o Projeto, na visão dos respondentes, pode fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e identidade institucional. Assim pensam seus líderes, que entendem ser esta capacidade de fortalecimento muito alta (48,78 %) e alta (41,46%). Tal cenário, marcado pelo clima de entusiasmo e otimismo, não leva os respondentes a desconhecer que ainda se encontram em um momento de transição, não estabilizado, onde as palavras chaves parecem ser a necessidade de consolidação dos benefícios alcançados e percepção dos riscos de possíveis retrocessos, caso o Projeto não venha a ser adequadamente conduzido. 130 Embora reconhecendo os ganhos obtidos, os respondentes não têm ainda clareza ou uma visão consensuada sobre o Projeto ter conseguido gerar a um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal. As avaliações ficaram bem distribuídas ao longo das faixas de resultados (muito alto, 3,76%, alto 26,83 %, média, 34,15 % e baixo 12 % e muito baixo 12 %). Este aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças do ambiente não poderá prescindir da consolidação do laço duplo de aprendizagem, comentado na suposição anterior, que dependerá do salto qualitativo a ser dado no que diz respeito á visão do BSC, quando a revisão conceitual do BSC tiver sido realizada e internalizada de modo a viabilizar este salto, os desafios previstos no Mapa tiverem sido convenientemente tratados e vencidos, a questão das demandas quanto à realização do desdobramento tiver sido encaminhada, e principalmente quando questões referentes aos modelos de gestão, que inevitavelmente terão de ser tangenciadas, gerar as reflexões necessárias sobre as novas escolhas que e Companhia terá de fazer, quando, enfim, a Empresa tiver feito um posicionamento quanto a ser uma Organização realmente voltada para a estratégica. A utilização do BSC permitiu organizar as idéias, mas não foi ainda capaz de influir no pensamento ou na estrutura mental da empresa, na forma de gestão. Uma mudança na forma de gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um aprendizado, no contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar, necessariamente, por mudanças dessa ordem. 5 A pesquisa poderá identificar indícios de existência de rotinas defensivas durante a construção do Projeto de Planejamento Estratégico e as Reuniões Estratégicas (RAEs) A pesquisa confirmou as suspeitas iniciais, pois: i. Foram identificadas divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras, posições, premissas) e as teorias efetivamente utilizadas nos dois momentos analisados, durante o Desenvolvimento do Projeto e as Reuniões Estratégicas (RAEs), sendo que essas divergências foram considerada pelos respondentes como predominantemente média. Durante as RAEs o percentual de respondentes que consideraram média ainda foi maior que durante o Projeto. Embora em níveis razoáveis, estas divergências são os sintomas da presença de rotinas defensivas. 131 ii. Nas falas dos respondentes houve referência explícita a comportamentos e atitudes tipicamente defensivos, como a tendência a justificar-se perante o grupo, quando diante de resultados aquém do desejado. iii. A tolerância a falhas, isto é, a capacidade de reconhecer falhas e erros durante as RAEs foi considerada no geral alta (19,51 %), média (24,39 %) e baixa (19,51%)), ou seja, não houve consenso, os percentuais ficaram distribuídos nas faixas e em níveis baixos. iv. Entretanto, durante as falas dos respondentes, houve referência à tendência das pessoas a se desculparem, às dificuldades de lidar com erros e falhas, atém mesmo à afirmação de que os líderes não têm maturidade para lidar com erros e falhas. Uma colocação interessante de um dos respondentes foi onde estaria foco da avaliação durante o reconhecimento de falhas num trabalho em grupo, já que a maioria das decisões são tomadas coletivamente. Observa-se que os Superintendentes Regionais tem uma visão mais otimista que os Líderes da Matriz quanto aos processos de reconhecimento de erros e falhas pelo grupo e que a Equipe de Desenvolvimento tem uma visão mais cética que os outros dois grupos. De resto, essas diferenças de posições foram uma constate ao longo dos vários tópicos pesquisados. 6 As discussões ocorridas nas Reuniões estratégicas poderão apresentar indícios de inefetividade. O perfil das discussões quanto a natureza, vista sob o aspecto questionamento x interrogação ganha uma avaliação positiva do ponto de vista da análise qualitativa, pois 34,25 % dos respondentes consideram o predomínio alto e 21,95 médio. Os Superintendentes Regionais tem percepção ainda mais otimista sendo que 72,73% consideram alto o predomínio do questionamento. Estes números indicam que, sob este aspecto, o perfil das discussões é bastante promissor. Do ponto de vista subjetivo, entretanto, observa-se uma visão mais dura com maior número de críticas ao perfil das discussões por parte dos Líderes da Matriz e da Equipe de Desenvolvimento. Analisando o perfil das discussões sob o aspecto do foco nas questões estratégicas em detrimento às operacionais, no entendimento geral dos respondentes este foco foi considerado médio (36,53 %). Não houve consenso entre os líderes da matriz, que tiveram posicionamento distribuído em várias faixas. Ou seja, quanto ao foco, os resultados ainda são modestos, 132 considerando tratar-se de reuniões estratégicas. Smack (2003b) demonstra que num ambiente de aprendizado contínuo 60 % do tempo das RAEs esteja alocado para assuntos estratégicos e 30% para discussão das implicações desses assuntos. Quanto ao aspecto da tolerância a falhas, também relevante para a efetividade das discussões, valem as considerações feitas no item anterior. No que concerne ao clima das discussões as avaliações foram predominantemente positivas, haja vista os resultados colhidos para variáveis analisadas como sinergia e integração entre equipes de trabalho, boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas, reconhecimento de contribuições, idéias e sugestões, clima de confiança, liberdade e descontração. Fatores que devem ser convenientemente explorados de modo a contribuir para a realização de Reuniões Estratégicas efetivas. 7.2 Cumprimento dos resultados esperados Em relação aos resultados esperados, previstos no item 2.3, destacam-se os seguintes resultados: i. Geração de instrumentos e mecanismos para compreensão do processo de aprendizado organizacional. Este processo foi investigado e analisado sob o ponto de vista dos três níveis de aprendizado, onde problemas e dificuldades foram mapeados em cada um destes níveis, e recomendações de possíveis soluções de contornos foram apontadas. ii. As Reuniões Estratégicas foram analisadas sob diversos aspectos que poderiam estar contribuindo para sua efetividade, dificuldades e problemas foram mapeados. iii. As competências das Lideranças para o trabalho em grupo e para promover as mudanças requeridas foram analisadas. Pontos fortes e fracos foram identificados. iv. Extensa lista de fatores que podem estar interferindo positivamente e negativamente no processo de aprendizagem organizacional foi elaborada, a partir das percepções e sugestões dos respondentes. Esta lista pode ser extremamente útil para gerar ações que venham a aprimorar o processo de aprendizagem e a consolidação do Projeto de Planejamento Estratégico. 133 v. Um avanço sobre os estudos do terceiro laço de aprendizagem com a adoção do Balanced Scorecard foi realizado. 7.3 Resumo i. Quanto ao laço simples de aprendizagem, a avaliação é que esse laço foi implementado pois um sistema de medição de desempenho foi construído: o modelo de BSC definido (mapa e seus todos os seus componentes) já foi implementado com um suporte de TI (software de BSC), mais da metade dos indicadores já se encontram implementados, com rotinas de alimentação definida e em curso. Além disso esse sistema de medição já vem sendo utilizado pela empresa. ii. Os respondentes entendem que não houve tempo hábil, ainda ,para a implementação do laço duplo de aprendizagem, que trata da revisão da hipótese estratégica, mas que há espaço no modelo de gestão atual para este tipo de reflexão (revisão da hipótese estratégica). iii. O Planejamento Estratégico nasceu, na Conab, como um sistema de medição de desempenho (painel de controle), tal qual a visão inicial do BSC, de Kaplan e Norton. Para desfrutar dos benefícios do BSC, segundo a visão atual dos seus autores, a Conab precisaria migrar de visão: de um sistema de indicadores para um sistema de gestão da estratégica. iv. A pesquisa identificou lacunas conceituais entre os líderes a respeito da visão do BSC como um sistema de gestão da estratégia. Há necessidade de alinhamento e de uma revisão conceitual. v. O Planejamento Estratégico reflete os dilemas da Companhia em níveis altos e conseguiu fortalecer seus princípios fundamentais, mas não conseguiu ainda gerar um aprendizado capaz proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente. vi. Os respondentes são otimistas com o Planejamento Estratégico, entendem que ele conseguiu redefinir a missão da Companhia, estabelecer um norte, fortalecer a imagem institucional, obter o reconhecimento externo e gerar aumento de auto-estima dos empregados. Uma extensa lista de valores foi identificada pelos respondentes com a adoção do BSC. Entretanto, falta ainda à Companhia efetuar um salto qualitativo: falta 134 ainda realizar a revisão e alinhamento conceitual do BSC, implementar o laço duplo de aprendizagem (praticar a revisão da hipótese estratégica e promover a sua atualização) e gerar reflexões quanto à estrutura mental da Companhia e quanto à sua forma de gestão. A utilização do BSC permitiu organizar as idéias, mas não foi ainda capaz de influir no pensamento ou na estrutura mental da empresa, na forma de gestão. Uma mudança na forma de gestão parece ser o sentido mais profundo de uma mudança e, portanto, de um aprendizado, no contexto organizacional. O aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente e refletir seus dilemas terá de passar, necessariamente, por mudanças dessa ordem. vii. No geral, há muitos fatores positivos que devem ser capitalizados: Alta sinergia entre equipes, boa vontade e cooperação na solução conjunta de problemas, reconhecimento de idéias e sugestões, clima de confiança e liberdade e o fato de que o projeto reflete a visão compartilhada em níveis altos. viii. Mas há fatores que merecem atenção e devem ser convenientemente cuidadas: Gestão de iniciativas, competências para implementação da estratégia, a capacidade de mobilização das lideranças e Conhecimento da Estratégia por parte do corpo funcional. ix. Outros aspectos que também merecem atenção dizem respeito à identificação, pela pesquisa, da presença de comportamentos e atitudes defensivas entre os líderes, de tendências a justificar-se, a se desculparem e às dificuldades de lidar com erros e falhas. Esses fatores são conhecidos pela literatura especializada como extremamente prejudiciais ao processo de aprendizagem. 135 8. Sugestão para Trabalhos Futuros A presente pesquisa suscitou, ao longo de sua condução, a necessidade de aprofundamento de alguns assuntos e o desenvolvimento de outros apenas levemente por ela tangenciados. O estudo de caso reafirmou a necessidade de tratamento e aprofundamento de alguns temas palpitantes e dificuldades, que têm feito parte da agenda de indagações constantes da organização estudada, para os quais ainda não tem encontrado respostas satisfatórias e propostas de soluções adequadas. Entre estes temas e assuntos, destacam-se: 1. Estudo de melhores práticas para implantação e gerência de Escritório de Iniciativas Estratégicas com o Balanced Scorecard e comparação com as Melhores Práticas de implantação e gerencia de Escritório de Projetos com PMBoK. Encontram-se, sem grandes dificuldades, literatura e relatos de experiências bemsucedidas sobre Escritório de Projetos com a utilização do framework PMBoK – Project Management Base of Knowleddge, entretanto a sua utilização dentro do contexto da implantação e gestão de Iniciativas Estratégicas, por conseguinte, dentro do Balanced Scorecard, ainda é bastante tímida, seja do ponto de vista de lacunas dentro do referencial teórico, seja da ótica de acervo ainda incipiente de experiências bem sucedidas de Escritório de Projetos Estratégicos com o BSC. Loureiro e Castro (2005) trazem um relato interessante sobre a experiência do SENAI com a gestão de Iniciativas Estratégicas, mas lamentavelmente não se dispõe de outros relatos semelhantes. A importância da aproximação entre PMBok e Gestão de Iniciativas Estratégicas deve ser considerada, pois, conforme já assinalado, essas iniciativas são responsáveis por alavancar desempenho desejável de objetivos estratégicos, principalmente para fazer face a novos desafiios (KAPLAN e NORTON, 2004). A implantação e gestão bem sucedida de um Escritório de Projetos Estratégicos são, portanto, decisivos para o sucesso da adoção do Balanced Scorecard. 2. Estudo de mensuração de impacto da evolução das Iniciativas Estratégicas e os Objetivos estratégicos associados, tendo em vista os benefícios esperados e a perspectiva temporal. Proposição de uma sistemática para mensuração destes impactos. Ainda dentro do contexto da proposição anterior, uma linha de pesquisa poderia se propor a dar conta dos desafios mencionados: como avaliar, na prática, o impacto real das 136 Iniciativas em função dos resultados esperados nos objetivos estratégicos. Um estudo de caso poderia ser útil para criar uma base de conhecimentos que suprisse a demanda em questão. 3. Estudo de melhores práticas para implementação do Terceiro Laço de Aprendizado com a adoção do Balanced Scorecard. A aproximação do conceito de terceiro laço de Aprendizagem no contexto do Balanced Scorecard foi utilizada nesta pesquisa de forma inaugural. Desenvolvimentos foram feitos no sentidos de fundamentar esta aproximação, demonstrando a sua pertinência e evidenciando os ganhos a serem possivelmente obtidos pelas organizações. Devido exatamente este caráter inovador, vislumbra-se que grandes possibilidades podem surgir com o aprofundamento deste estudo, podendo vir a revelar-se como um viés rico para novas linhas de pesquisa. Uma sugestão, por exemplo, seria quanto à investigação de como o terceiro laço de aprendizagem poderia ser implementado na prática com a utilização do Balanced Scorecard, que fatores que poderão estar implicados na sua implementação, conforme desenvolvimentos feitos e que práticas seriam desejáveis para fomentar este tipo de aprendizado. 4. Como Implantar uma Unidade de Gestão para o Balanced Socrecard. Uma questão que, inevitavelmente, será encontrada pelas organizações que irão implantar o Balanced Scorecard ou estão em processo de implantação, diz respeito a como estruturar as equipes internas que darão suporte à execução e gestão da estratégia. Um conjunto significativo de atividades novas surge a partir dessa adoção, tais como preparação e divulgação de relatórios para as RAEs, preparação de RAEs, alinhamento e preparação da comunicação da Estratégia, comunicação constante das decisões tomadas nas RAEs, etc. Enfim, repousa sobre esta equipe de suporte grandes responsabilidades e desafios, haja vista a natureza dessas atividades, quase todas novas. Na organização estudada, as discussões ficaram em torno de questões como: se haveria necessidade de formalização deste grupo, se deveria ser criada uma área formal dentro da estrutura da empresa, com pessoas dedicadas em tempo integral, ou se a constituição de um grupo de pessoas com dedicação parcial, que funcionaria sob demanda, seria suficiente. A organização optou por adotar esta última opção. Mas qual seria a solução mais adequada, quais são os benefícios 137 e problemas de cada uma das alternativas, são perguntas ainda a serem respondidas, dignas, portanto, de uma investigação mais aprofundada. 138 Referências Bibliográficas ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções práticas. São Paulo: Atlas, 2ª Ed.,1997. AKKERMAN, H.; OORSCHOOT, K. Developing a Balanced Scorecard with System Dynamics. The Nedherlands: Eindhoven University of Technology, Department of Technology Management. 2002. ARGYRIS, Chris. On Organizational Learning. Oxford UK: Balckwell Publishers Inc., 1999a. ____________. Aprendizado de duas voltas. HSM Management. Novembro-dezembro 1999b. _____________. Ensinando Pessoas Inteligentes a Aprender. Gestão do Conhecimento. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. BALANCED SCORECARD COLLABORATIVE. Balanced Scorecard Report. Harvard Business School, v.5, n.1, Jan.-Fev., 2002.Bimestral. BARROWS, E. 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A pesquisa pretende analisar o processo de aprendizagem dos Líderes da Companhia, ocorrido durante o desenvolvimento do Projeto e sua implantação, particularmente durante as duas Reuniões Estratégicas já realizadas. Como benefícios esperados, a pesquisa pretende fornecer subsídios e direcionadores para melhorar a gestão da estratégia da Companhia. Para tanto, preparei um questionário para a captação dos dados da pesquisa, a serem respondidos pelos Líderes da Companhia envolvidos com o Projeto. O questionário requer aproximadamente de 20 a 30 minutos para ser respondido. Os dados levantados serão compilados e divulgados na forma de parâmetros, preservando-se o anonimato de cada respondente. Este questionário é composto de três blocos: I. Aprendizado em Grupo e Visão Compartilhada, II. Aprendizado, Rotinas Defensivas e Ambiente e III. Níveis de Aprendizado, BSC e Gestão da Estratégia. Cada bloco é precedido de uma contextualização e é composto de questões objetivas e subjetivas. Para as questões objetivas, deverá ser utilizado uma escala para avaliação, conforme descrito a seguir: 0 - Inexistente 1 - Muito baixa 0 1 2 - Baixa 3 - Média 2 3 4 - Alta 4 5 - Muito alta 5 ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Quanto mais próximo de zero (0), Quanto mais próximo de cinco (5), Para as questões objetivas, bastará clicar no quadrinho referente à opção desejada. Se desejar mudar de opinião, basta clicar novamente que a opção é desmarcada. Para as questões subjetivas, bastará posicionar o cursor no início do campo e digitar a resposta desejada, em forma textual. Os questionários deverão ser enviados, após o preenchimento, para o e-mail [email protected]. Caso prefira preenchê-lo manualmente, enviar a versão em papel para o endereço no final da página. Desde já agradeço a atenção dispensada, Atenciosamente, Gidália de Santana Brito Companhia Nacional de Abastecimento – Conab SGAS Quadra 901, Bl A Lt 69 – Brasília – DF- CEP 70390-010 Superintendência de Modernização Empresarial – SUMEP – 1º Subsolo Telefone: (61) 3312-6438 e 9964-8155 (celular) Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica I. Aprendizado em Grupo e Visão Compartilhada “Uma das premissas do sistema de gestão da estratégia é de que o melhor saber está no grupo, na equipe executiva, e não 15 somente em um dos executivos” “Uma empresa só atinge o sucesso se tiver o envolvimento dos corações e mentes de seus colaboradores para por em prática 15 sua missão, visão, valores e os objetivos pactuados” (Jorge Gerdau – Presidente do Grupo Gerdau, onde foi implantado o BSC) “Líderes devem projetar a visão da equipe e fazer com que ela ganhe vida. Como obter isso? Primeiro, nada de jargão. As Metas não podem ser nebulosas a ponto de parecerem inatingíveis. É necessário falar sobre a visão constantemente a todos. Um problema recorrente nas empresas é que os líderes comunicam a visão a seus colegas mais próximos, mas ela não chega ao pessoal de linha de frente” (Jack Welch- ex presidente da GE – Revista Exame abril/2005) 0 – Inexistente 1 - Muito baixa 2 - Baixa 3 - Média 4 - Alta Questões 5 - Muito alta 0 1 2 3 4 5 1. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? 2. Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? 3. Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupo, para implementar a estratégia e promover a mudança com o BSC? 4. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte dos líderes da empresa? 5. Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional da empresa? 6. Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente a respeito da estratégia e de vincular suas atividades a esta estratégia 7. Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 8. Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 9. Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de desenvolvimento durante as RAES e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 10 Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 11. Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? 12. Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 13. Houve reconhecimento das contribuições /sugestões e idéias durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 14. Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante as RAEs 15. Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico da Conab? 15 COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005 Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica II. Aprendizado, Rotinas Defensivas e Ambiente O recém indicado gerente geral de uma companhia farmacêutica européia, anteriormente gerente responsável pela empresa na Grécia, estava agora supervisionando os seis países na região sul, e um grupo mais diversificado de executivos. Sua equipe estava por introduzir um novo remédio que enfrentaria diferentes desafios nos diferentes países. Ele sabia que o estilo autocrático e severo que lhe tinha trazido resultados no passado não funcionaria neste novo ambiente. Então, nas reuniões de revisão ele adotou uma abordagem socrática16. Quando sua equipe de vendas percebeu que eles não mais seriam repreendidos pelos problemas, ficaram mais à vontade para fornecer informação, muito mais do que com o gerente anterior. 17 Em pouco tempo, as vendas totais da região subiram da metade para mais que o dobro da região norte . 0 – Inexistente 1 - Muito Baixa 2 - Baixa 3 - Média 4 - Alta Questões 16. Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras / posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões ocorrida no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? 5 - Muito alta 0 1 2 3 4 5 17 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras / posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? Uma das boas práticas recomendadas para RAEs é que os líderes façam questionamentos e não interrogação, dando aos membros da equipe um investimento em solução e a oportunidade de se superar. Questionamentos fomentam discussões que 16 procuram respostas (instigadoras) enquanto a interrogação procura culpados (ameaçadora) 18. Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se comparado com a interrogação) durante as RAEs? 19. Que análise você faz do perfil das discussões ocorridas durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico, particularmente em relação a estes dois pontos de vista (questionamento x interrogação)? 16 17 Que é fundamentada no estabelecimento de um diálogo intenso entre o mestre e o aprendiz BARROWS, E. Conduzindo a conversa: O comportamento eficiente da liderança para reuniões de revisão do BSC. Balanced Scorecard Report. Harvard Business School, v. 7 n. 5. Set.-Out., 2005 Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica “Reconhecer erros é uma das mais importantes formas de crescimento. É preciso dividir com o time as vitórias, os acertos, e também os erros. Tenho um exemplo pessoal de um grande erro que eu cometi. Demiti uma pessoa por ter avaliado mal uma área e depois percebi que não era nada daquilo. Fui buscar o profissional em casa. Então errar a gente erra, mas o importante é sempre que possível, tentar consertar. ” (Zeca Rudge, Presidente do Unibanco AIG, em cuja gestão o BSC foi implantado)18 “Pode-se criar uma cultura propícia à tomada de riscos ao admitir abertamente seus erros e ao explicar o que aprendeu com eles” (Jack Welch – ex-presidente da GE – Revista Exame abril/2005). 20. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante as RAEs? 21. Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico ? 22. Como você vê o processo de lidar com erros ou falhas por parte da Equipe de Líderes, durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico e as RAEs? 23. Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAEs e durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 24. Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 25. Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 26. Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 18 COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005 Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica III. Níveis de Aprendizado, BSC e Gestão da Estratégia 19 O ciclo de revisão e gestão da estratégia pode ser dividido em duas partes . O ciclo de uso (ou de monitoramento) refere-se ao acompanhamento periódico da execução da estratégia, envolvendo análise de status de indicadores e do andamento dos grandes projetos. O ciclo de aprendizado envolve o questionamento de determinadas hipóteses que constituem a estratégia e eventuais correções de rumo 0 – Inexistente 1 – Muito baixa 2 - Baixa 3 - Média 4 - Alta 5 - Muito alta 0 1 2 3 4 5 Questões 27. Como você avalia a capacidade implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? 28. Comente sobre como você está vendo o processo de implementação deste ciclo (monitoramento) durante as RAEs. 29. Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, qualidade e profundidade das informações e das análises? 30. Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da hipótese estratégica)? 31. Comente sobre como você está vendo o processo de implementação do ciclo de aprendizado (revisão da hipótese estratégica) durante as RAEs. 19 COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005 Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica A finalidade de uma reunião de análise estratégica é produzir recomendações quanto à melhoria de uma organização na direção de seus objetivos estratégicos e não o controle de pessoas e tarefas. O foco fica então no aprendizado e não no controle.20 0 – Inexistente 1 – Muito baixa 2 - Baixa 3 - Média 4 – Alta Questões 5 - Muito alta 0 1 2 3 4 5 32. Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se comparado ao controle? 33. Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? 34. Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? 35. Em que medida você percebe que o Projeto de Planejamento estratégico conseguiu traduzir/ refletir os dilemas da Conab? 36. Em relação à pergunta anterior, como acha que se deu essa tradução? O que contribuiu para esta tradução (ou prejudicou)? 37. Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento estratégico na Conab pode fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? 38. Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC? 20 COUTINHO, A.R; KALLÁS. D. (Org). Gestão da Estratégia. Experiências e Lições de Empresas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus. 2005 Universidade Católica de Brasília - UCB Mestrado de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação -MGCTI Questionário de Pesquisa Científica 39. Como você vê a empresa em relação à sua identidade institucional com a adoção do BSC, ou seja, que benefícios a metodologia trouxe para o reconhecimento das potencialidades e limitações da empresa e na agregação de novos valores aos princípios institucionais? 40 Em relação às duas perguntas anteriores, que valores você acredita que tenham sido agregados? 41. a) Que fatores podem interferir positivamente de modo a incrementar o aprendizado durante as RAEs? b) Que fatores podem interferir negativamente de modo a prejudicar o aprendizado durante as RAEs? 42. Caso você queira fazer algum comentário ou observação adicional, por favor, utilize o espaço abaixo. 154 Apêndice D – E-mail com Envio dos Questionários 155 E-mail enviado para a Equipe de Desenvolvimento e Multiplicadores 156 Apêndice E – Resultados Quantitativos da Pesquisa - Estatísticas Estatísticas Nº 1 2 Questão Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? 3 Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, para implementar a estratégia e promover a mudança com o BSC? 4 Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte dos líderes da empresa? 5 Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do corpo funcional da empresa? 6 Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente a respeito da estratégia e de vincular suas atividades a esta estratégia. 7 Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 8 Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? 9 Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de desenvolvimento durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 10 Respondentes Valores Desvio Média Moda em Padrão Válidos branco Mín. Máx. 41 0 2 5 3,63 4 0,80 41 0 1 4 2,71 3 0,93 41 0 1 5 3,05 3 0,77 41 0 3 5 3,78 4 0,65 40 1 1 4 2,18 2 0,81 41 0 2 5 3,07 3 0,69 40 1 2 5 3,90 4 0,71 40 1 2 5 3,83 4 0,64 40 1 1 5 3,80 4 0,72 40 1 2 5 3,45 3 0,71 Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 157 Estatísticas Nº 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Questão Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Houve reconhecimento das contribuições/ sugestões e idéias durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Respondentes Valores em Válidos Mín. Máx. branco Média Moda Desvio Padrão 33 8 1 5 3,64 4 0,78 38 3 0 5 2,18 3 1,33 39 2 0 5 3,54 4 1,02 32 9 2 5 3,81 4 0,69 39 2 1 5 3,72 4 0,76 38 3 0 4 2,37 3 1,05 32 9 0 4 2,47 3 0,98 32 9 0 5 3,22 4 1,16 31 10 1 5 3,06 3 1,09 Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante as RAEs Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições/premissas) e as teorias efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento ( se comparado com a interrogação) durante as RAEs? Questão aberta Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? 158 Estatísticas Questão Nº 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Questão aberta Respondentes Valores em Válidos Mín. Máx. branco 38 3 0 41 40 Média Moda Desvio Padrão 1 5 3,05 3 0,98 1 2 5 3,90 4 0,78 40 1 1 5 3,90 4 0,87 40 1 0 5 2,43 3 1,24 40 1 1 5 3,35 3 0,95 41 0 1 5 2,85 3 0,88 0 41 39 2 1 5 3,49 4 0,94 38 3 1 5 2,79 3 0,96 Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAES e durante o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? Questão aberta Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, qualidade e profundidade das informações e das análises? Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizagem da execução da estratégia (revisão da hipótese estratégica)? Questão aberta 159 Estatísticas Nº 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 Questão Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se comparado ao controle? Respondentes Valores em Válidos Mín. Máx. branco Média Moda Desvio Padrão 32 9 2 5 3,28 3 0,68 31 10 1 5 2,90 3 0,91 39 2 1 5 3,10 3 1,17 41 0 1 5 3,63 4 0,94 41 0 2 5 4,37 5 0,73 41 0 2 5 3,93 4 0,88 Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação às mudanças estruturais do ambiente , em particular na esfera do Governo Federal? Em que medida você percebe que o Projeto de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? Questão aberta Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores institucionais com a adoção do BSC? Questão aberta Questão aberta Questão aberta Questão aberta 160 Apêndice F – Resultados Quantitativos da Pesquisa – Dados Apuração dos dados - Geral Valores Apurados Nº Questão Inex. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab 1 reflete a visão compartilhada dos líderes Freq. da empresa? % Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de Freq. 2 transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? % Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, 3 para implementar a estratégia e promover a Freq. mudança com o BSC? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte Freq. 4 dos líderes da empresa? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do Freq. 5 corpo funcional da empresa? % Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente 6 a respeito da estratégia e de vincular suas Freq. atividades a esta estratégia. % Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas Freq. 7 durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e Freq. 8 desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de desenvolvimento durante as RAEs e 9 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes urante as RAEs e desenvolvimento do 10 Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Muito Baixa Média Baixa 3 5 14 Muito Branco Alta Alta 19 Total 5 41 7,32 34,15 46,34 12,20 100 10 18 8 41 12,2 24,39 43,9 19,5 100 26 8 1 41 9,76 63,41 19,51 2,44 100 2 4,88 4 14 22 5 41 34,1 53,7 12,2 100 16 14 1 1 41 21,95 39,02 34,1 2,44 2,44 100 7 25 8 1 41 17,07 61 19,5 2,44 100 1 9 23 7 1 41 2,44 21,95 56,10 17,07 2,44 100 9 1 26 4 1 41 2,44 21,95 63,41 9,76 2,44 100 26 4 1 41 21,95 63,41 9,76 2,44 100 17 2 1 41 7,32 43,90 41,46 4,88 2,44 100 1 9 9 2,44 3 18 161 Apuração dos dados - Geral Valores Apurados Nº Questão Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas 11 conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 1 % Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre Freq. 12 equipes durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve reconhecimento das contribuições/ sugestões e idéias durante Freq. 13 as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Como você avalia a capacidade de trabalho em equipe dos líderes durante Freq. 14 as RAEs % Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o Freq. 15 desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? % Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas ( tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente Freq. 16 utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? % Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ posições/premissas) e as teorias Freq. 17 efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? 2,44 6 14,6 5 12 17 3 8 41 29,27 41,46 7,32 19,51 100 9 13 4 1 3 41 12,2 21,95 31,7 9,76 2,44 7,32 100 11 20 4 2 41 4,88 26,83 48,78 9,76 4,88 100 1 1 2,44 2,44 2 1 8 19 4 9 41 2,439 19,5 46,3 9,76 21,95 100 1 9 25 3 2 41 2,44 21,95 60,98 7,32 4,88 100 5 3 41 2,44 19,51 24,39 34,15 12,20 7,32 100 9 41 21,95 100 9 41 21,95 100 10 41 24,39 100 1 2,44 1 1 8 5 10 7 14 16 3 % 2,44 12,20 17,07 39,02 7,32 Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se 1 2 4 9 14 2 18 comparado com a interrogação) durante as Freq. RAEs? % 2,439 4,878 9,756 22 34,1 4,88 19 Questão aberta Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas , isto é, Freq. 2 8 10 8 3 capacidade de admitir e reconhecer erros, 20 por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? % 4,878 19,51 24,4 19,5 7,32 162 Apuração dos dados - Geral Valores Apurados Nº Questão Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, 21 por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Inex. Freq. 3 % 22 Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 7 14 13 1 3 41 7,32 17,07 34,15 31,71 2,44 7,32 100 8 1 41 4,88 19,51 53,66 19,51 2,44 100 10 1 41 26,83 43,90 24,39 2,44 100 Questão aberta Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAEs e durante o desenvolvimento do Projeto de 23 Planejamento Estratégico? Freq. % Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o Freq. 24 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos Freq. 25 durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o Freq. 26 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia Freq. 27 (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? % Questão aberta 28 Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, Freq. qualidade e profundidade das informações e 29 das análises? % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da Freq. 30 hipótese estratégica)? % 2 1 11 2,44 4 5 8 1 1 41 9,76 12,20 19,51 41,46 12,20 2,44 2,44 100 13 4 1 41 7,32 43,90 31,71 9,76 2,44 100 4,88 3 3 9 17 18 5 2 8 22 18 7 1 41 7,32 21,95 51,22 17,07 2,44 100 3 21 14 19 3 2 41 34,15 46,34 7,32 4,88 100 6 1 3 41 12,20 14,63 48,78 14,63 2,44 7,32 100 7,32 5 6 20 163 Apuração dos dados - Geral Valores Apurados Nº Questão 31 Questão aberta Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se 32 comparado ao controle? Inex. Freq. % Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das Freq. 33 discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? % Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação Freq. 34 às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? % Em que medida você percebe que o Projeto Freq. 35 de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? % 36 Questão aberta Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Freq. 37 Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? % Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores Freq. 38 institucionais com a adoção do BSC? % 39 40 41 42 Questão aberta Questão aberta Questão aberta Questão aberta Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 3 2 18 10 1 9 41 7,32 43,90 24,39 2,44 21,95 100 7 15 6 1 10 41 4,878 17,07 36,6 14,6 2,44 24,39 100 14 11 4 2 41 12,20 12,20 34,15 26,83 9,76 4,88 100 5 2 4,88 5 2 5 41 4,88 24,39 53,66 12,20 100 1 2,44 4 10 3 22 20 41 7,32 41,46 48,78 100 5 17 22 10 41 9,76 12,20 53,66 24,39 100 164 Apuração dos dados - Matriz Valores Apurados Nº Questão Inex. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab Freq. 1 reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? % Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de Freq. 2 transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? % Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, 3 para implementar a estratégia e promover a Freq. mudança com o BSC? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte Freq. 4 dos líderes da empresa? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do Freq. 5 corpo funcional da empresa? % Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente 6 a respeito da estratégia e de vincular suas Freq. atividades a esta estratégia. % Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas Freq. 7 durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e Freq. 8 desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de Freq. desenvolvimento durante as RAEs e 9 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Muito Baixa Média Baixa 5 1 3 Freq. % 3 18 27,78 55,56 16,67 100 18 5,56 16,67 66,67 11,11 100 1 12 10 Total 2 12 5,56 5 18 66,67 27,78 100 4 3 6 10 4 18 22,22 55,56 22,22 100 9 18 16,67 33,33 50,00 100 3 3 1 18 16,67 61,11 16,67 5,56 100 11 5 18 22,22 50,00 27,78 100 4 4 1 9 3 18 22,22 61,11 16,67 100 5 % Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do 10 Projeto de Planejamento Estratégico? Muito Branco Alta Alta 11 3 18 27,78 55,56 16,67 100 7 10 9 1 18 5,56 38,89 50,00 5,56 100 165 Apuração dos dados - Matriz Valores Apurados Nº Questão Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas 11 conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 7 10 1 18 % 38,89 Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre Freq. 3 2 4 6 equipes durante as RAEs e 12 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % 16,67 11,11 22,22 33,33 Houve reconhecimento das 1 1 5 contribuições/ sugestões e idéias durante Freq. 13 as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % 5,56 5,56 27,78 Como você avalia a capacidade de 4 trabalho em equipe dos líderes durante Freq. 14 as RAEs % 22,22 Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o Freq. 3 15 desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? % 16,67 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas ( tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente Freq. 3 6 8 16 utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? % 16,67 33,33 44,44 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ 17 posições/premissas) e as teorias Freq. 1 5 10 efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? % 5,56 27,78 55,56 Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se 1 3 6 18 comparado com a interrogação) durante as Freq. RAEs? % 5,56 16,67 33,33 Questão aberta 19 55,56 5,56 100 Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas , isto é, Freq. capacidade de admitir e reconhecer erros, 20 por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? % 1 2 18 5,56 11,11 100 9 2 18 50,00 11,11 100 11 2 1 18 61,11 11,11 5,56 100 13 2 18 72,22 11,11 100 1 18 5,56 100 1 1 18 5,56 5,56 100 2 1 18 27,78 11,11 5,56 100 5 2 2 18 11,11 38,89 27,78 11,11 11,11 100 2 7 5 166 Apuração dos dados -Matriz Valores Apurados Nº Questão Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, por parte da equipe de líderes, durante o 21 desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Inex. Freq. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 2 % 4 7 3 1 1 18 11,11 22,22 38,89 16,67 5,56 5,56 100 22 Questão aberta Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAEs e durante o 23 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o Freq. 24 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos Freq. 25 durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 1 5 18 5,56 16,67 50,00 27,78 100 1 7 5,56 5 18 38,89 27,78 27,78 100 % 11,11 11,11 16,67 44,44 11,11 5,56 Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o Freq. 1 2 10 4 1 26 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % 5,56 11,11 55,56 22,22 5,56 Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia Freq. 1 4 8 5 27 (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? % 5,56 22,22 44,44 27,78 28 Questão aberta Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, Freq. 5 9 2 qualidade e profundidade das informações e 29 das análises? 100 % 3 8 5 18 30 2 9 1 % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da Freq. hipótese estratégica)? 2 3 2 5,56 100 18 100 2 18 11,11 100 4 2 18 5,56 55,56 22,22 11,11 100 27,78 50,00 11,11 1 18 1 10 167 Apuração dos dados - Matriz Valores Apurados Nº Questão 31 Questão aberta Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se 32 comparado ao controle? Inex. Freq. % Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das Freq. 33 discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? % Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação Freq. 34 às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? % Em que medida você percebe que o Projeto Freq. 35 de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? % 36 Questão aberta Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Freq. 37 Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? % Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores Freq. 38 institucionais com a adoção do BSC? % 39 40 41 42 Questão aberta Questão aberta Questão aberta Questão aberta Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 2 7 1 1 18 11,11 38,89 38,89 5,56 5,56 100 4 1 2 18 5,56 27,78 27,78 22,22 5,56 11,11 100 3 1 18 16,67 38,89 22,22 16,67 5,56 100 1 5 3 1 7 5 7 4 4 3 18 5,56 22,22 55,56 16,67 100 1 1 10 10 18 5,56 38,89 55,56 100 3 7 9 5 18 5,56 16,67 50,00 27,78 100 168 Apuração dos dados - Suregs Valores Apurados Nº Questão Inex. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab Freq. 1 reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? % Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de Freq. 2 transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? % Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, 3 para implementar a estratégia e promover a Freq. mudança com o BSC? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte Freq. 4 dos líderes da empresa? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do Freq. 5 corpo funcional da empresa? % Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente 6 a respeito da estratégia e de vincular suas Freq. atividades a esta estratégia. % Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas Freq. 7 durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e Freq. 8 desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de Freq. desenvolvimento durante as RAEs e 9 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes durante as RAEs e desenvolvimento do 10 Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Muito Baixa Média Baixa 5 1 2 Muito Branco Alta Alta 2 11 45,45 36,36 18,18 100 6 11 9,09 18,18 18,18 54,55 100 1 2 4 Total 7 2 1 11 9,09 63,64 18,18 9,09 100 6 1 11 36,36 54,55 9,09 100 4 3 3 3 1 1 11 27,27 27,27 27,27 9,09 9,09 100 1 6 4 11 9,09 54,55 36,36 100 1 9 1 11 9,09 81,82 9,09 100 9 1 11 9,09 81,82 9,09 100 9 1 11 9,09 81,82 9,09 100 5 1 11 45,45 45,45 9,09 100 1 1 5 169 Apuração dos dados - Suregs Valores Apurados Nº Questão Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas 11 conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 7 2 11 % 18,18 63,64 Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre Freq. 3 3 3 2 equipes durante as RAEs e 12 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % 27,27 27,27 27,27 18,18 Houve reconhecimento das 3 6 contribuições/ sugestões e idéias durante Freq. 13 as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % 27,27 54,55 Como você avalia a capacidade de 1 8 14 trabalho em equipe dos líderes durante Freq. as RAEs % 9,09 72,73 Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o Freq. 2 7 15 desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? % 18,18 63,64 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas ( tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente Freq. 1 3 2 4 16 utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? % 9,09 27,27 18,18 36,36 Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ 17 posições/premissas) e as teorias Freq. 1 4 1 5 efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? % 9,09 36,36 9,09 45,45 Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se 1 2 8 comparado com a interrogação) durante as Freq. 18 RAEs? 18,18 100 % Questão aberta 19 Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas , isto é, Freq. capacidade de admitir e reconhecer erros, 20 por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? % 2 9,09 18,18 72,73 1 3 11 100 2 11 18,18 100 2 11 18,18 100 1 1 11 9,09 9,09 100 1 11 9,09 100 11 100 11 100 7 11 9,09 27,27 63,64 100 170 Apuração dos dados - Suregs Valores Apurados Nº Questão Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, 21 por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 1 % 3 6 1 11 9,09 27,27 54,55 9,09 100 22 Questão aberta Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAEs e durante o 23 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o Freq. 24 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos Freq. 25 durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 3 5 3 11 27,27 45,45 27,27 100 6 100 % 18,18 27,27 27,27 27,27 Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o Freq. 2 desenvolvimento do Projeto de 26 Planejamento Estratégico? 100 30 % 3 54,55 45,45 11 % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da Freq. hipótese estratégica)? 3 11 3 % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia Freq. 27 (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? % 28 Questão aberta Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, Freq. qualidade e profundidade das informações e 29 das análises? 2 5 3 6 3 11 18,18 54,55 27,27 100 6 1 1 11 27,27 54,55 9,09 9,09 100 5 4 1 11 45,45 36,36 9,09 100 2 1 11 9,09 27,27 36,36 18,18 9,09 100 1 9,09 1 3 4 171 Apuração dos dados - Suregs Valores Apurados Nº Questão 31 Questão aberta Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se 32 comparado ao controle? Inex. Freq. % Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das Freq. 33 discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? % Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação Freq. 34 às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? % Em que medida você percebe que o Projeto Freq. 35 de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? % 36 Questão aberta Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Freq. 37 Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? % Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores Freq. 38 institucionais com a adoção do BSC? % 39 40 41 42 Questão aberta Questão aberta Questão aberta Questão aberta Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 8 1 9,09 3 27,27 1 3 11 72,73 27,27 100 2 11 9,09 63,64 18,18 100 1 7 4 11 9,09 27,27 36,36 100 1 3 2 9,09 7 1 11 18,18 63,64 9,09 100 5 11 9,09 45,45 45,45 100 1 1 9,09 5 8 2 11 72,73 18,18 100 172 Apuração dos dados - Equipe Valores Apurados Nº Questão Inex. Em que medida você acredita que o Projeto de Planejamento Estratégico da Conab Freq. 1 reflete a visão compartilhada dos líderes da empresa? % Como você vê a capacidade de mobilização das lideranças em internalizar a visão compartilhada construída e de Freq. 2 transmiti-la ao resto da organização, transformando a estratégia em tarefa de todos? % Como você avalia as competências adquiridas dos líderes, enquanto grupos, 3 para implementar a estratégia e promover a Freq. mudança com o BSC? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte Freq. 4 dos líderes da empresa? % Como você classifica o grau de conhecimento da estratégia por parte do Freq. 5 corpo funcional da empresa? % Como você classifica a capacidade da equipe de líderes de pensar atentamente 6 a respeito da estratégia e de vincular suas Freq. atividades a esta estratégia. % Houve boa vontade e cooperação na busca de solução conjunta dos problemas Freq. 7 durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de trabalho durante as RAEs e Freq. 8 desenvolvimento de Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve sinergia e integração entre as equipes de líderes e a equipe de Freq. desenvolvimento durante as RAEs e 9 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve alinhamento de objetivos e expectativas intra-grupos e entre equipes Freq. durante as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 10 % Muito Baixa Média Baixa 3 3 Total 5 12 25,00 33,33 41,67 100 4 12 25,00 41,67 33,33 100 1 5 4 Muito Branco Alta Alta 7 1 12 8,33 25,00 58,33 8,33 100 6 6 12 50,00 50,00 100 3 3 7 2 12 25,00 58,33 16,67 100 3 8 1 12 25,00 66,67 8,33 100 1 5 1 1 12 8,33 33,33 41,67 8,33 8,33 100 6 1 12 8,33 33,33 50,00 8,33 100 7 1 12 8,33 25,00 58,33 8,33 100 3 1 12 16,67 50,00 25,00 8,33 100 1 1 2 4 4 3 6 173 Apuração dos dados - Equipe Valores Apurados Nº Questão Houve responsabilidade quanto aos compromissos assumidos suas 11 conseqüências, pelos líderes, durante as RAEs? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 1 3 8 12 % Em que medida você identificou rivalidade ou competitividade intra-equipes e entre Freq. equipes durante as RAEs e 12 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Houve reconhecimento das contribuições/ sugestões e idéias durante Freq. 13 as RAEs e desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? % Como você avalia a capacidade de 14 trabalho em equipe dos líderes durante Freq. as RAEs % 8,33 25,00 66,67 100 Como você avalia a capacidade de trabalho em Equipe dos líderes durante o Freq. 15 desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico da Conab? % Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas ( tais como regras/ posições / premissas) e as teorias efetivamente Freq. 16 utilizadas durante as discussões ocorridas no desenvolvimento do Projeto de Planejamento estratégico? % Com que freqüência você teve oportunidade de identificar divergências entre as teorias anunciadas (tais como regras/ 17 posições/premissas) e as teorias Freq. efetivamente utilizadas durante as discussões nas Reuniões Estratégicas? % Em que medida você percebe que houve predomínio do questionamento (se comparado com a interrogação) durante as Freq. 18 RAEs? % 19 2 3 1 1 12 16,67 41,67 25,00 8,33 8,33 100 5 2 12 8,33 25,00 41,67 16,67 100 3 8 12 8,33 25,00 66,67 100 5 1 12 8,33 33,33 41,67 8,33 100 5 1 12 16,67 16,67 16,67 41,67 8,33 100 1 8,33 1 1 1 8,33 2 1 2 5 3 4 2 1 1 2 8 12 8,33 8,33 16,7 66,667 100 1 1 1 1 8 12 8,33 8,33 8,33 8,33 66,67 100 2 1 1 8 12 16,67 8,33 8,33 66,67 100 Questão aberta Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas , isto é, Freq. capacidade de admitir e reconhecer erros, 20 por parte da equipe de líderes , durante as RAEs? % 174 Apuração dos dados - Equipe Valores Apurados Nº Questão Em que medida você acredita que tenha havido tolerância a falhas, isto é, capacidade de admitir e reconhecer erros, 21 por parte da equipe de líderes, durante o desenvolvimento do projeto de Planejamento Estratégico? Inex. Freq. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta 4 1 12 8,33 16,67 33,33 33,33 8,33 100 8 1 12 % Houve clima de confiança e liberdade para a exposição de idéias durante as RAEs e o Freq. desenvolvimento do Projeto de 24 Planejamento Estratégico? 8,33 16,67 66,67 8,33 100 7 1 12 % Houve resistência à aceitação de idéias, sugestões, projetos, propostas ou produtos Freq. 25 durante as RAEs e o desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? 33,33 58,33 8,33 100 3 1 12 16,67 50,00 25,00 8,33 100 3 1 12 8,33 50,00 25,00 8,33 100 % 1 2 4 22 Questão aberta Predominou um clima de descontração e otimismo durante as RAEs e durante o 23 desenvolvimento do Projeto de Planejamento Estratégico? Freq. % Houve aceitação da diversidade de visões e idéias (abertura) durante as RAEs e o Freq. desenvolvimento do Projeto de 26 Planejamento Estratégico? % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de uso (monitoramento) da execução da estratégia Freq. 27 (análises de status de indicadores, andamento de iniciativas etc), por parte da Conab? % 28 Questão aberta Como você avalia os Relatórios de Análise estratégica quanto a completude, Freq. qualidade e profundidade das informações e 29 das análises? 30 % Como você avalia a capacidade de implementação do ciclo de aprendizado da execução da estratégia (revisão da Freq. hipótese estratégica)? % 1 2 4 2 1 8,33 2 1 2 6 6 7 1 12 16,67 16,67 58,33 8,33 100 6 12 33,33 50,00 100 2 4 16,67 3 2 6 1 12 25,00 16,67 50,00 8,33 100 175 Apuração dos dados - Equipe Valores Apurados Nº Questão 31 Questão aberta Como você analisa as RAEs realizadas quanto ao predomínio do aprendizado se 32 comparado ao controle? Inex. Muito Muito Baixa Média Alta Branco Total Baixa Alta Freq. 3 8 12 % Como você classifica as RAEs realizadas quanto ao predomínio de foco das Freq. 33 discussões nas questões estratégicas em detrimento às questões operacionais? 8,33 25,00 66,67 100 3 8 12 % Em que medida o projeto de Planejamento Estratégico tem gerado um aprendizado capaz de proteger a empresa em relação Freq. 34 às mudanças estruturais do ambiente, em particular na esfera do Governo Federal? % Em que medida você percebe que o Projeto Freq. 35 de Planejamento Estratégico conseguiu traduzir/refletir os dilemas da Conab? % 36 Questão aberta Em que medida você acredita que a construção e implantação do Planejamento Freq. 37 Estratégico na Conab podem fortalecer os seus princípios fundamentais, valores e a identidade institucional? % Em que medida você acredita que tenha havido agregação de novos valores Freq. 38 institucionais com a adoção do BSC? 8,33 25,00 66,67 100 % 39 40 41 42 Questão aberta Questão aberta Questão aberta Questão aberta 1 1 2 16,67 1 8,33 1 3 1 1 12 8,33 33,33 25,00 8,33 8,33 100 1 4 5 1 12 8,33 33,33 41,67 8,33 100 5 12 8,33 41,67 41,67 100 1 8,33 2 4 1 2 5 5 3 12 16,67 16,67 41,67 25,00 100
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