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O PROCESSO DE EXPANSÃO DO SETOR SUCROENERGÉTICO NA REGIÃO CENTRO-OESTE BRASILEIRA EL PROCESO DE EXPANSIÓN DEL SECTOR DEL AZÚCAR Y DEL ALCOHOL EN LA REGIÓN CENTRO-OESTE BRASILEÑA Autora: Simone Oliveira dos Santos - UFRJ Email: [email protected] RESUMO A cana- de açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, sendo o país o maior produtor de cana e também o primeiro no mundo na produção de açúcar e etanol, tendo como destaque a região Centro-Oeste que se apresenta como a principal região de expansão da cultura canavieira e que cresce em razão do aumento da demanda por etanol. O estado de Goiás é o segundo maior produtor de etanol no Brasil, e na última safra se tornou o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país, ultrapassando Minas Gerais, ficando atrás somente de São Paulo. O estado de Mato Grosso, embora não esteja entre os principais produtores de cana-de-açúcar, apresenta uma importante área de concentração no eixo da BR-364, com usinas que se inseriram na região no período do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). A chegada da canade-açúcar, tanto em Goiás quanto em Mato Grosso, indicam mudanças no uso do solo. Sendo assim, o objetivo deste artigo é entender a diferença entre a expansão canavieira no sudoeste de Goiás e no sudoeste de Mato Grosso (eixo da BR-364), em comparação com outros usos do solo. Vale destacar que há uma limitação da expansão do setor na região de Tangará, sudoeste de MT, em razão do zoneamento agroecológico da cana-deaçúcar. O recorte espacial dessa pesquisa compreende o Sudoeste de Goiás, com enfoque em dezessete municípios, região de grande expansão da cana, e a Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, onde o cultivo se concentra. Esta pesquisa se faz necessária para entender o reordenamento espacial, que se desenvolve pela ocupação do solo entre os diferentes setores do agronegócio e compreender como tais processos transformam o espaço. RESUMEN VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 1 La caña de azúcar es uno de los principales productos agrícolas de Brasil, siendo el país el mayor productor de caña y sus derivados: azúcar y etanol. La región CentroOeste brasileña presenta la mayor expansión del cultivo de la caña, influenciada por la creciente demanda de etanol. El estado de Goiás es el segundo mayor productor de etanol en Brasil, se convirtiendo en la última zafra en el segundo mayor productor de caña, detrás solamente de São Paulo. El estado de Mato Grosso, aunque no esté entre los principales productores de caña de azúcar, presenta una importante área de producción en la BR-364, con Usinas establecidas durante el Programa Nacional de Alcohol-Proálcool. La implantación de la caña de azúcar en el estado de Goías y Mato Grosso, indican cambios en el uso del suelo. Por lo tanto, el objetivo de este trabajo es comprender la diferencia entre la expansión de caña de azúcar en el Sudoeste de Goiás y Sudoeste de Mato Grosso ( área espacial de la BR-364), y hacer una comparación entre los tipos alternativos de uso del suelo. Cabe destacar que la expansión del sector sucroenergético en la región de Tangará, sudoeste de Mato Grosso, ha sido limitada debido el Zoneamiento Agroecológico de la caña de azúcar. El recorte espacial investigado es el Sudoeste de Goiás, con énfasis en 17 municipios, que hacen parte de la gran región de expansión de caña, y la Chapada dos Parecis, en Mato Grosso, donde se concentran lãs plantaciones. Este estudo es fundamental para la comprensión de la reorganizaión espacial que se desarrolla debido la apropiación del suelo entre los diferentes sectores de la agroindustria y cómo esos procesos transforman el espacio. Palavras - chave: cana-de-açúcar, competição, substituição de culturas agrícolas. Palabras – clave: caña de azúcar, competencia, la sustitución de los cultivos agrícolas. Eixo de inscrição do trabalho: 6. Modernização da Agropecuária e Reestruturação Produtiva Introdução A lavoura e a produção da cana-de-açúcar têm se expandido significativamente no Brasil, sendo este produto uma importante commodity agrícola da pauta de exportações brasileiras. Em Goiás a produção vem apresentando avanço significativo a partir de 2008, principalmente no Sudoeste Goiano. De acordo com os dados da VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 2 CONAB, o estado é o segundo maior produtor de etanol no Brasil, e na safra 2012/2013 se tornou o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país, ultrapassando Minas Gerais, com uma produção significativa de 52,7 milhões de toneladas, isto é, 16% a mais do valor de 45,2 milhões da safra 2011/2012, ficando atrás somente de São Paulo. Esta produção apresentou um crescimento significativo a partir de 2008 no Sudoeste Goiano, porém, no que se refere especialmente ao estado de Goiás, a expansão do cultivo de cana-de-açúcar tende a entrar em conflitos com outros setores agrícolas por áreas, já que essa região se destaca pela produção de pecuária bovina detendo grandes extensões de terras. Além da pecuária, outras culturas apresentam dinamismo nessa região, como a soja e o milho, voltados para a cadeia carne/grãos, em função do clima favorável, da topografia plana e da grande extensão territorial. Por sua significativa produção de grãos, o estado de Mato Grosso vem se destacando como o maior produtor do país; segundo estimativas da CONAB, a área cultivada de grãos obteve um incremento para safra 2012/13 e se espera um crescimento de 698,1 mil de hectares. Entretanto, o cultivo da cana-de-açúcar é uma atividade que, devido ao aumento da demanda por seus subprodutos, o açúcar e o etanol, vem avançando no estado em áreas limítrofes às cultivadas com soja. O estado de Mato Grosso, embora não se situe entre os principais produtores de cana-de-açúcar, apresenta uma importante área de concentração no eixo da BR-364, com usinas que se inseriram na região no período do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). A expansão da cana-de-açúcar, tanto em Goiás quanto em Mato Grosso, vem revelando diferentes estratégias de mudanças no uso do solo. Sendo assim, o objetivo deste artigo é entender as diferenças entre a expansão canavieira no Sudoeste de Goiás e o avanço no eixo da BR-364, em Mato Grosso, considerando o uso do solo, suas possibilidades e limites. O recorte espacial dessa pesquisa compreende o Sudoeste de Goiás, com enfoque em dezessete municípios, região de grande expansão da cana, e a Chapada dos Parecis, em Mato Grosso, onde o cultivo se concentra. Para dar conta desta proposta trabalhamos com as noções de espaço e técnica (Santos, 1996, Bernardes, 2005), regiões produtivas (Santos,1985), regiões competitivas (Castillo, 2009). Para tal, foram utilizados dados secundários, retirados do IBGE, MAPA, ÚNICA, CANASAT e CONAB. Também foram utilizados, os dados primários obtidos do trabalho de campo realizado pelo grupo de pesquisa NUCLAMB – UFRJ, no primeiro semestre de 2011 e 2013 em Goiás, e em Mato Grosso no primeiro semestre de 2011, com realização de entrevistas para obtenção de dados e identificação do cenário espacial produtivo dos VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 3 segmentos envolvidos. Este trabalho está em andamento e como resultados preliminares é possível observar que a expansão do setor sucroenergético, no que se refere aos outros usos e ocupação do solo nas duas regiões caminha de formas distintas. No Sudoeste de Goiás o discurso aponta que expansão do setor está direcionada para áreas de pastagens degradadas, porém, não podemos confirmar essa tendência, já que essas áreas não seriam a opção necessariamente mais vantajosa, pois se verifica a presença de áreas de outras culturas anuais na região, o que poderia resultar numa intensa competição entre os atores envolvidos. Esse cenário também é observado na região de Mato Grosso, entretanto ele vem associado a um fator limitante do zoneamento agroecológico da cana, com vistas à consolidação da cadeia carne/grãos nessa região. Abordagem Teórica O processo de expansão do setor sucroenergético será analisado segundo um ponto de vista sobre as relações entre agentes hegemônicos, técnica e competição por territórios. A técnica é a principal forma de relação entre o homem e o meio. Através da técnica, o homem cria e transforma o território. (SANTOS, 1996). Nessa concepção a técnica é considerada por Santos como envolvendo “formas de produzir energia, bens e serviços, formas de relacionar os homens entre eles, formas de informação, formas de discurso e interlocução” (SANTOS, 2006, p.115). Assim, os sistemas técnicos inovam e modernizam o espaço; esses sistemas movem a expansão do setor sucroenergético; essa expansão é comandada por agentes hegemônicos (as empresas), e por isso esse sistema técnico responde principalmente aos interesses desses agentes. O território é um conceito fundamental para este trabalho, arena das relações de poder em que se envolvem os atores hegemônicos. Santos (2002) entende que o território configura-se pelas técnicas, pelos meios de produção, pelos objetos e coisas, pelo conjunto territorial e pela dialética do próprio espaço (SANTOS, 2002). Deste modo para o autor “o espaço reúne a materialidade e a vida que a anima” (1991;51), formado por sistemas de objetos e sistemas de ações que interagem – os objetos que movem o processo produtivo e as ações sociais que condicionam a produção (SANTOS 1996). Vale ressaltar que o setor sucroenergético, é o segmento da economia responsável por produzir açúcar. Muitas usinas podem produzir, além de açúcar e/ou álcool, energia elétrica, cujo excedente pode ser vendido ao sistema nacional de distribuição dessa energia. “As épocas se distinguem pelas formas de fazer, isto é, pelas técnicas” (SANTOS 1996). VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 4 Outra noção de grande importância para este trabalho é o de regiões competitivas que nos permite maior entendimento sobre a dinâmica dessas regiões do agronegócio no Centro-Oeste e as possíveis mudanças que ocorreram com a expansão da cana-de-açúcar nas regiões de estudos, resultando ou não em novas configurações do espaço produtivo. A região competitiva é “Um compartimento geográfico caracterizado pela especialização produtiva obediente a parâmetros externos (em geral internacionais) de qualidade e custos. Nela reconhecemos as idéias de competitividade e vulnerabilidade territoriais e, por isso, a região funcional aos mercados internacionais pode ser adjetivada como competitiva” (Castillo, 2008, p.20). Assim, a competitividade não é mais apenas um atributo de agentes particulares, mas um atributo de uma região – que inclui vários agentes. Essas noções aplicadas à expansão do setor sucroenergético em Goiás e Mato Grosso, ajudam na análise do território em duas regiões competitivas do agronegócio. Expansão do setor sucroenergético no Centro-Oeste A expansão da produção de cana-de-açúcar no Brasil vem se intensificando. De acordo com dados da Conab para safra 2012/2013, a área de cana em todos os estados do Brasil obteve crescimento de 1,5%, ou seja, um acréscimo de 123 mil hectares em relação à safra anterior. Na região Centro-Oeste, em 2011 havia 1.421.238 hectares plantados de cana, segundo dados do IBGE-SIDRA. Dentre as quatros unidades federativas que formam a região Centro-Oeste - Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal - o estado de Goiás ocupa liderança na expansão do setor sucroenergético, e dispõe de 34 usinas em operação, e o volume de cana processada foi de 52.726.898 milhões de toneladas na última safra em 2012/13 de acordo com a Sifaeg. É importante destacar, a abundância de recursos naturais dessa região, como a topografia plana, a fertilidade do solo e a disponibilidade hídrica - com isso, há boa expectativa do rendimento dos talhões de plantio de cana. Somados ao alto preço das terras em São Paulo, e à proximidade com esse estado – que é o principal centro consumidor e de exportação, além de fornecedor de equipamentos para as usinas e sede dos escritórios das grandes empresas do setor – esses são elementos de atração e, portanto, os atores hegemônicos do setor expandem a produção canavieira para esta região. Mapas 1 e 2: Áreas Produtoras de Cana - de - açúcar no Brasil mos anos 2000 e 2011. VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 5 Fonte: SIDRA/IBGE (2012) – Elaboração: Wanderson Silva. Os mapas acima mostram as áreas produtoras de cana-de-açúcar no Brasil na última década, é possível observar que em 2000 as áreas de maior produção desta gramínea se situavam no Centro-Sul e com áreas de média e alta produção no Nordeste e no Centro-Oeste. Em 2011, o destaque está na expansão do setor canavieiro em direção ao Centro- Oeste com áreas de alta concentração, embora, o eixo de maior consolidação seja o Centro-Sul, que inclui o Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o crescimento dessas áreas vem associado à implantação de novas usinas na região do Centro-Oeste, apresentando como uma das causas o aumento da demanda por etanol como alternativa energética, além da importância do país, como primeiro produtor mundial de açúcar. É importante destacar, a abundância de recursos naturais dessa região, como a topografia plana, a fertilidade do solo, a disponibilidade hídrica, a expectativa do rendimento dos talhões, proximidade da lavoura com a usina, elementos favoráveis receptores de atração para os atores hegemônicos do setor em expandir a produção canavieira para está região. Contudo, a região que apresenta os maiores estados produtores da cultura canavieira é o Centro-Sul, que de acordo com a Conab para safra 2012/13 teve um acréscimo de área em 2% ou 146,31 mil hectares, área por excelência de maior expansão do setor. VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 6 Mapa 3: Expansão da cana no Centro-Sul do Brasil, por município, safras 2003/4 a 2012/13. Fonte: CANASAT (2012) /SIDRA - IBGE (2012) – Elaboração: Lourenço Moreira O mapa acima mostra a variação da área plantada com cana-de-açúcar por hectare no período indicado na região Centro - Sul do Brasil. Dados que foram retirados VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 7 do IBGE e do Canasat em âmbito municipal. É importante observar que as áreas que houve maior expansão da cana se destacam os municípios de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os outros municípios em escala de cor cinza essa expansão foi nula. O que demonstra a importância do eixo Centro-Sul na expansão do setor canavieiro, que se move para está região em função das vantagens em infraestrutura, além da proximidade com o principal estado produtor. Avanço da lavoura canavieira em Goiás O cultivo da cana-de-açúcar avançou significativamente em Goiás. Este estado se tornou o segundo maior produtor desta gramínea, ficando atrás somente de São Paulo. De acordo com dados da Sifaeg e Sifaçúcar para safra 2012/20113 – esse estado é o segundo maior produtor de etanol, segundo de bioeletricidade e quarto maior produtor de açúcar entre os estados produtores. Em relação a safra anterior, observou-se também um aumento da área plantada em Goiás para safra de 2012/2013 com 850 mil hectares, crescimento associado a investimentos do setor na renovação dos canaviais. É importante destacar que 90% da colheita da cana-de-açúcar é mecanizada, em razão da legislação ambiental que proíbe a pratica das queimadas a partir de 2017, neste caso, a cana só poderá ser cortada crua. Segundo levantamentos da Conab para a mesma safra 2012/13 houve em Goiás um aumento de 8,55% (725,91 mil hectares) em área cultivada em relação a safra anterior. Goiás opera com 34 usinas nessa última safra, com processamento somado de 52.726.898 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 17% em relação à safra 2011/2012, segundo dados Sifaeg (2013). O crescimento da cana-de-açúcar também é resultado da demanda pelos seus derivados, o açúcar e o etanol, sendo este último de grande importância para o mercado interno, principalmente a partir de 2003, ano de entrada dos carros flex fluel no Brasil. Alguns elementos que movem a expansão do setor são os fatores edafoclimáticos, referente às – condições de solo e clima – a topografia, a logística, infraestrutura e prioridade por áreas ocupadas pelos grãos em detrimento das pastagens degradadas. Outro fator que estimula os usineiros a se moverem para esta região é o valor da terra – o custo do arrendamento é favorável para os produtores, é baixo comparado ao estado de SP. Contudo, nesse estado a pecuária detém grande importância – a bovinocultura é uma das principais atividades em Goiás, somada a outras atividades, como o cultivo da soja e do milho, muito importantes para o agronegócio goiano. A entrada da cana-de-açúcar resultou em uma reorganização do território principalmente VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 8 no Sudoeste de Goiás, nos municípios de Rio Verde, Quirinópolis, Jataí, Montividiu, Mineiros, Serranópolis, Perolândia, Chapadão do Céu, Aporé, Portelândia, Aparecida do Rio Docê, Paranaiguara, Caçu, São Simão, Itarumã, Itajá e Cachoeira Alta – são esses os municípios de grande expansão da cana em Goiás. Gráfico 1: Área Plantada (ha) com cana-de-açúcar no estado de Goiás Goiás 800000 700000 600000 500000 400000 Goiás 300000 200000 100000 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Anos Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal (2013) O gráfico 1 mostra o crescimento quase contínuo da área planta com cana-deaçúcar na última década. Essa expansão está muito associada à implantação de novas usinas do setor sucroenergético no estado – ao todo eram 51 usinas agosto de 2011, dentre as quais 34 usinas estavam em operação, e as demais em processo de implantação ou em projeto, de acordo com dados da Sifaeg (2013). Gráfico 2: Área Plantada com cana-de-açúcar no Sudoeste de Goiás VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 9 60000 50000 40000 30000 Serranópolis São Simão Rio Verde Quirinópolis Portelândia Perolândia Paranaiguara Montividiu Mineiros Jataí Itarumã ha Itajá 2009 Chapadão do Céu 0 Caçu 2008 Aporé 10000 Cachoeira Alta 2007 Aparecida do Rio Doce 20000 2010 2011 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal (2013) O gráfico 2 destaca a área plantada na microrregião do sudoeste de Goiás no período entre 2007 e 2011. Essa área em grande parte desses municípios cresceu consideravelmente, principalmente no município de Quirinópolis que nesses últimos anos obteve altos valores de área plantada de cana. Assim, a expansão da cana-deaçúcar nesta região pode resultar em uma nova reorganização espacial e provocar competição pelo uso do solo, uma vez que tal região se destaca pela tradicional produção pecuária e o importante setor de grãos – principalmente a soja e o milho, que além de serem commodities fundamentais na pauta de exportação do país, são importantes componentes utilizados na ração para alimentação dos bovinos – esse é o elo da cadeia carne/grãos. A atividade sucroenergética em Mato – Grosso O cultivo da cana - de - açúcar no estado de Mato Grosso começa ganhar destaque na sua produção no início do século XX, inicialmente as usinas produziam somente açúcar, com os incentivos do Governo passou a produzir também álcool, principalmente a partir da criação em 1975 do Programa Nacional de Álcool do Governo Federal – Proálcool. Que visa o estimulo da produção de etanol, como biocombustível para uma alternativa energética para o mercado interno em função da crise do petróleo que se iniciou naquele período. Vale ressaltar que a plantação por hectares de cana tem um retorno elevado para os agricultores, sendo está cultura muito lucrativa. De acordo com dados da Conab, para a safra 2012/13 apresenta valores de VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 10 área de 235, 500 (ha), representou uma variação de 7% em relação a safra anterior. A atividade sucroenergética presente nesta região é formada por usinas tradicionais, cujo grande maioria se moveram para Mato-Grosso no período do Proálcool (década de 70), o setor se concentra na grande região de Tangará da Serra, sudoeste de Mato-Grosso, formado pelos municípios de Barra do Bugres, Campo Novo do Parecis, Denise, Nova Olímpia e Tangará da Serra. Vale destacar, que esta região é por excelência de consolidação e expansão dos grãos, sobretudo soja e milho, o estado se destaca nestas produções e ocupa liderança a nível nacional na produção desta commoditie. A soja é o carro chefe da pauta de exportações do país, alçando elevado crescimento nas cotações com o mercado internacional, Segundo dados da Conab, a área estimada nacional de soja é de 27,65 milhões de hectares, ou seja, 10,4% a mais que os 25,4 milhões de hectares na safra anterior 2011/2012, Cujo maior crescimento dessa área é observado no estado de Mato Grosso, onde se estima um aumento de 837,7 mil hectares, superando os 6,98 milhões de hectares da safra passada 2011/2012, para 7,82 milhões na atual safra, 2012/2013. O estado Mato-grossense ocupa o primeiro lugar em produção na segunda safra de milho 2012/13, com valores de área em 3.306,8 mil/ha de acordo com dados da Conab. A área de cana em Mato Grosso se concentra no sudoeste e a sua expansão tem limitações com as áreas de grãos que estão consolidadas e apresentam crescimento contínuo em sua área de produção, somado ao zoneamento agroecológico da cana-deaçúcar - ZAE, projeto de lei (PL) 6.077 de 2009, que proibia o cultivo nos biomas Amazonas, Pantanal e Bacia do Alto Paraguai, sendo esta última localizada próximo á área de concentração da cana em Mato Grosso, onde estão 70% da área plantada com cana, cerca de 160 mil hectares de acordo com dados do (Sindalcol/MT). Contudo este projeto sofre alteração a partir da aprovação de novo projeto de lei (PLS 626/2011), aprovado em maio/2013 e que admite o plantio da cana na Amazônia Legal, nas áreas desmatadas e nos biomas Cerrado e Campos Gerais, porém o plantio só poderá ocorrer em 20% das áreas desmatadas autorizadas pelo Código Florestal. Este novo projeto visa o desenvolvimento da produção de biocombustiveis pela cana nesta região. Gráfico 3: Área Plantada (ha) com soja nos municípios de estudo no período de 2007 – 2011. VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 11 350000 300000 250000 Barra do Bugres 200000 Denise Nova Olímpia 150000 Campo Novo do Parecis 100000 Tangará da Serra 50000 0 Soja 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal Gráfico 4: Área Plantada (ha) com milho nos municípios de estudo no período de 2007 –2011. 120000 100000 80000 Barra do Bugres Denise 60000 Nova Olímpia Campo Novo do Parecis 40000 Tangará da Serra 20000 0 Milho 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal Nos gráficos 3 e 4 podemos observar a área plantada com milho e soja nos últimos cinco anos nos municípios de estudo. Com exceção de Campo Novo do Parecis que é o quarto maior produtor de soja e milho dentro do estado e do município de Tangará da Serra, que apresenta um crescimento contínuo na área de soja e variações quanto ao crescimento na área de milho que em 2009 teve redução de sua área, tendo como uma das causas a crise econômica internacional. Contudo a partir de 2010 volta a VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 12 crescer a área plantada com milho, resultado do aumento da exportação deste grão para o mercado externo. Os outros municípios não se destacam nesse setor de grãos, apresentam pequena área plantada desses cultivos, quando não nula. A atividade sucroalcooleira em Mato Grosso exerce bastante influência para os municípios que as usinas estão presentes, pois o setor gera empregos e aquece a economia de seus municípios com a participação em arrecadação. Muitos municípios em Mato Grosso não sobreviveriam se a usina fechasse. No sudoeste de Mato Grosso a atividade sucroenergética para aumentar sua área de expansão seria necessário adentrar em outras áreas consolidadas de outros setores, seja a dos grãos ou de pecuária. Gráfico 5: Rebanho e áreas de Pastagens em Mato Grosso Fonte: Fomato/Imea – Grupo de estudos em Bovinocultura de corte (Gebov/UFMT). No gráfico acima que destaca o rebanho e a área de pastagens no período de 2005 a 2010 no estado de Mato Grosso, podemos observar que a área de pastagem pouco se altera de um ano para o outro, se destaca pela continuidade. Enquanto o rebanho se destaca por um salto significativo do seu número de cabeças, o que nos indica que embora a área não esteja em crescimento o efetivo de rebanho não está se alterando, uma das técnicas utilizada pelo pecuarista é o confinamento, o que pode ser uma alternativa para liberar está área para arrendamento de outra cultura agrícola. A expansão da cana em Mato Grosso pode gerar conflitos entre os atores hegemônicos VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 13 envolvidos pelo território e resultando num novo ordenamento territorial para aquela região. Diferenças da expansão canavieira entre Goiás e Mato – Grosso A expansão canavieira que se desenvolve no estado de Goiás se moveu pela onda de expansão do setor sucroenergético em direção ao Centro-Oeste. Sendo motivado por diversos fatores, como proximidade com o estado de São Paulo que é o maior produtor e também centro consumidor, preço da terra, os solos férteis favoráveis para a plantação da cana, infraestrutura de escoamento, proximidade dos canaviais com as instalações das usinas. A tendência da expansão canavieira para Goiás inicialmente visava ocupar ás áreas de pecuária, contudo, as pastagens degradas são áreas que necessitam correção do solo e requer mais investimentos para recuperação. A expansão do setor sucroenergético tende a gerar em uma reorganização no estado pelo uso do solo, somada a outras culturas presentes no território. Já que, estamos trabalhando num território que apresenta três atividades de grande importância para o agronegócio: havia ali um circuito espacial que era o da pecuária, cujas terras estavam em fase avançada de degradação, o da produção de cana-de-açúcar, que teve como proposta inicial entrar em Goiás para ocupar as terras de pastagens, ou seja, a conversão de áreas de pecuária em produção de cana. Porém existia ali mais outro circuito que é o da soja e do milho, cujas terras eram as melhores, o que propiciou competição entre os atores responsáveis por esses usos do território. Cabe destacar que, nas áreas degradadas, a tendência é fazer confinamento e ocupar menos áreas, em outras a atividade passa a ser semi-extensiva, ocorrendo mudança quanto ao uso dessas áreas, que são beneficiadas com melhorias e correções para recuperação do solo, com isso obtendo pastagens melhoradas. Contudo, o que se percebe é a tendência da expansão da cana se mover em áreas de soja, com topografia plana, em melhores solos, já preparadas, com maior facilidade de obtenção de maior produtividade, levando à disputa com o segmento cadeia carne/grãos. A cana-de-açúcar por ser uma cultura semi-perene – o que dificulta a rotação de culturas e o arrendamento para culturas permanentes. O arrendamento em Goiás é um fator de atração para os usineiros, pois o valor do arrendamento das terras no estado é baixo, o contrato deve contemplar o mínimo de cinco safras ou cinco cortes, podendo o contrato ser ampliado para dez a vinte anos. O arrendamento é diferenciado, em geral o contrato com os sojicultores o tempo é menor, em média seis anos e o contrato feito com os pecuaristas são maiores, em torno de quinze anos, a diferença no VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 14 tempo de vigência dos contratos evidencia a cautela e insegurança da usina quanto o preço dos grãos no mercado externo. Outro fator que influência o preço do arrendamento, é a diferença de distância do canavial com a usina, não podendo ultrapassar um raio aproximadamente de 40 a 50 quilômetros para que a cana não perca o teor de sacarose. Outros elementos que motivaram a expansão do setor para o estado foram os programas públicos implantados na região, como Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO que visa contribuir para o desenvolvimento econômico e social, voltados para programas no setor rural e empresarial que fosse favorável ao mercado externo. Além dos fatores já mencionados acima que foram focos de atração para os usineiros moverem sua produção para Goiás, as áreas de expansão são as mesmas das outras culturas e atividades já consolidadas na região, que são as áreas de soja, milho e de pecuária. O que tende a ocasionar uma série de conflitos pelos atores hegemônicos pelo uso do solo, contudo, essa onda de expansão do setor sucroenergético rumo ao estado de Goiás ainda é intenso, onde as áreas são bastante vantajosas para os usineiros e região de estratégia para consolidação do setor no eixo Centro-Sul. Os fatores climáticos, pedológicos, infraestrutura, também foram elementos favoráveis para entrada e permanência do setor canavieiro em Mato grosso. Contudo, a expansão no estado mato-grossense se desenvolveu de forma bem distinta da ocorrida no estado de Goiás. As usinas que se instalaram lá são antigas e foram para Mato Grosso movidas por ações e política implantadas pelo governo, como o programa nacional do álcool - Pró-álcool (1975), em substituição a gasolina que naquele período se encontrava com preços elevados em função da crise do petróleo (1973), o que motivou o governo nacional a investir em políticas favoráveis ao incremento e produção do álcool. Nesse contexto, podemos observar que o setor sucroenergético presente no estado de Mato grosso, concentrado nos municípios de Barra do Bugres, Denise, Nova Olímpia, Campo Novo do parecis e Tangará da Serra é um setor tradicional dessa região e cujo as usinas detém importante influência econômica para os municípios. A expansão que estava avançando em áreas limítrofes as cultivadas com soja e milho resultou em disputas territoriais entre os setores envolvidos. Ao se territorializar, o setor sucroenergético tende a adentrar em áreas agrícolas e assim como Goiás o estado matogrossense também ganha espaço em áreas pelas vantagens do arrendamento. Os canaviais aumentam o preço das terras, o arrendamento de um hectare para cana - de - açúcar vale em torno de – 25 sacas de soja, enquanto que o arrendamento do mesmo hectare para soja está em torno de 15 sacas de soja por ano. Esse tipo de VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 15 contrato beneficia os donos das terras que lucram mais arrendando para a cana e prejudica os produtores de grãos, já que perdem concorrência por áreas com as usinas que podem pagar mais. Contudo, atualmente a expansão por áreas de cana nessa região está reduzida. Em função das áreas prioritárias de grãos que se concentram na Chapada dos Parecis e que destacam grande importância econômica para o estado, na pauta de exportações no mercado internacional, ou seja, os maiores investimentos na região estão direcionados para a cadeia de carne e grãos, além de questões referentes ao zoneamento, que embora a nova lei (PLS 626/2011) regulamente a expansão do setor, tal expansão é limitada devendo ocorrer em 20% nas áreas desmatadas autorizada pelo Código Florestal. O que seria um fator de repulsão para entrada de novas usinas na região ou expansão das antigas usinas concentradas nesse eixo. Considerações Finais A área de expansão da cana-de-açúcar no Sudoeste de Goiás e no Sudoeste de Mato grosso (BR-364) mesmo que de formas diferenciadas em seu processo de expansão, demonstra que o avanço tem reorganizado as áreas do agronegócio, buscando compreender de que forma vem se desenvolvendo a organização e mudanças do avanço da cana-de-açúcar para áreas agrícolas e de pecuária ali já estabelecida. Embora a tendência de expansão da cana-de-açúcar na região de Goiás estivesse programada para a recuperação das áreas de pastagens, o circuito espacial da produção do segmento bovino não foi totalmente alterado por essa atividade, sofrendo alterações internas ao ampliar o confinamento, já que as áreas de pecuária em função das condições de solos degradados e pouco fértil, o que influencia no custo de implantação da lavoura canavieira, em função da maior quantidade no uso de insumos agrícolas para correção do solo. Neste caso, o setor sucroenergético, priorizou em buscar áreas que atendessem melhor suas necessidades, que eram exatamente as utilizadas com soja e milho, que exigiam menos investimentos e de fácil mecanização. Ao se territorializar, o setor sucroenergético vem modificando as territorialidades já estabelecidas pelo setor soja, fazendo com que os interesses de diferentes grupos se enfrentem na disputa territorial. Embora a expansão da cana, na região de Mato grosso, possivelmente pudesse ocupar as áreas de soja e milho, que são áreas que exigiam menos investimento e de fácil mecanização, isso pouco ocorreu, resultado da importância econômica desse setor para esta região. A tendência foi a diminuição das áreas de pastagens nos últimos anos, o que nos sugere que possivelmente a cana se expandiu para as áreas de pecuária. Além VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA - VII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA 1a. JORNADA DE GEOGRAFIA DAS ÁGUAS (ISBN 978-85-237-0718-7) 16 da limitação da cana, devido a mudanças quanto ao projeto de lei do zoneamento agroecológico nessa região, somado a força de outras commodities, essa expansão ficou estacionada. Referências Bibliográficas CASTILHO, R. FREDERICO, S. Espaço geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o conceito de circuito espacial produtivo. Sociedade & Natureza, Uberlândia, 22. (3): 461-474, dez. 2010. Franco, Íria O. de MODELAGEM ESPACIAL DA EXPANSÃO CANAVIEIRA NO SUDOESTE DE GOIÁS. de Jataí Goiás: UFG, 2012.125 f. Moraes, Henrique B. K. de Pecuária de Corte no Estado de Mato Grosso. UFMT/Sinop, 2011. RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Editora Ática, 1993. PAULA, João L. de Pecuária bovina de corte em Goiás 1940-2009. Goiânia: PUC Goiás, 2011. SANTOS, M. A natureza do espaço – Técnica e tempo. Razão e emoção, 1996. SANTOS, M. Território globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 2002. SANTOS, M. 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