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A tradução interlingual de obras
musicais
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Eduardo Henrique Marinheiro2
Resumo: O presente estudo aborda os diversos erros em traduções de
músicas encontradas em sites da internet. Os erros analisados são baseados
nos procedimentos técnicos da tradução de Vinay e Darblenet (1977), que
representam uma tentativa de responder à pergunta “como traduzir?”. As
consequências de tais traduções errôneas disponibilizadas em sites de acesso
frequente de usuários em busca de um conhecimento específico sobre uma
estrutura linguística estrangeira podem ser desastrosas. Esses erros podem levar
o indivíduo a absorver um conhecimento equivocado da língua, uma vez que o
aprendizado de uma língua estrangeira através da análise de traduções de músicas
vem sendo cada vez mais aceito e utilizado. Dessa forma, o estudo proposto
visa analisar determinados erros de tradução; sugerir traduções adequadas em
cada caso; apontar os motivos pelos quais os erros ocorrem, assim como suas
consequências; e, finalmente, sugerir o comportamento mais indicado para que
os estudantes não se prejudiquem com esses erros.
Palavras-chave: Erros de Tradução. Música. Língua Inglesa.
Orientador: Alexandre Tadeu Faé Rosa. Doutorando em Distúrbios do Desenvolvimento pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela mesma instituição.
Graduado em Letras pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Docente no Claretiano – Centro
Universitário. E-mail: <[email protected]>.
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Especialista em Formação de Tradutores em Língua Inglesa pelo Claretiano – Centro Universitário.
Graduado em Letras pela mesma instituição. E-mail: <[email protected]>.
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho consistirá em análises de traduções interlinguais de
obras musicais realizadas em diversos sites da internet e disponibilizadas
para acesso público. Tratará, também, de forma minuciosa e analítica,
dos motivos pelos quais alguns erros são frequentemente cometidos nessas traduções, assim como as consequências deles provenientes. Atenção
especial será dada aos erros relacionados aos procedimentos técnicos da
tradução que, conforme Barbosa (2004, p. 80), “[...] são propostos como
uma tentativa de responder à pergunta ‘como traduzir?’”.
Sendo assim, foram selecionadas algumas músicas de três bandas distintas para servirem de base para as análises: Queen, Guns n’ Roses e Iron
Maiden.
A primeira, Queen, foi formada em 1971 na cidade de Londres, capital da Inglaterra, e contava com Freddie Mercury (1946-1991) – nome
artístico de Farrokh Bulsara – no vocal principal e no piano, Brian May
(1947) na guitarra e no vocal, John Deacon (1951) no baixo e Roger
Taylor (1949) na bateria e no vocal. Seu estilo musical pode ser caracterizado como um som pesado e melódico, encaminhando a banda diretamente à NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), nome criado pela imprensa para designar o que, no Brasil, ficou conhecido como
a Nova Onda do Heavy Metal Britânico, em uma influência notada até
hoje em grupos como Slipknot, Metallica, Dream Theater e até mesmo
no Guns n’ Roses. A influência, segundo Aldridge (1918 apud NITRINI,
1997, p. 30):
Ajuda a expor por que um escritor exprime um pensamento ou um
sentimento daquele modo determinado. Compreender uma fonte
mostra o processo de composição e ilumina o pensamento de um
autor. Segundo este autor, podemos analisar uma passagem altamente poética em Shakespeare e elucidar os valores estéticos que aí
encontramos, mas não podemos estar seguros de que Shakespeare
passou pelo mesmo processo estético e emocional na criação da obra
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que passamos na nossa experiência de sua interpretação. Mas se nós
conhecemos que certas passagens de A Tempestade são paráfrases
de Montaigne, então ficamos sabendo algo concreto sobre o pensamento de Shakespeare e seu processo de composição.
A citação de Aldridge está relacionada ao cunho analítico-tradutório
deste trabalho, uma vez que é de suma importância conhecer as influências de determinado compositor para ter uma ideia clarificada do “querer
dizer” da obra.
A segunda banda, conhecida mundialmente pelo nome Guns n’ Roses,
foi originalmente formada em Hollywood, Los Angeles, Califórnia, no
ano de 1985. A formação original consistia no frontman e vocalista Axl
Rose (1962) – pseudônimo de William Bruce Rose, tendo sido criado
como William Bruce Bailey –, o guitarrista Izzy Stradlin (1962) – pseudônimo de Jeffrey Dean Isbell –, o tecladista Dizzy Reed (1963) – pseudônimo de Darren Arthur Reed –, o baixista Duff McKagan (1964) –
pseudônimo de Michael Andrew McKagan –, o guitarrista Slash (1965)
– pseudônimo de Saul Hudson –, e o baterista Steven Adler (1965) –
pseudônimo de Michael Coletti. Atualmente, após a histórica separação
da formação clássica da banda em meados de 1996, e após inúmeras variações de membros, o Guns n’ Roses segue seu curso com apenas Axl Rose e
Dizzy Reed da formação original.
A última banda é britânica e foi formada em 1975 pelo lendário baixista e compositor Steve Harris (1956). Com uma sonoridade pesada e
melódica, Iron Maiden geralmente tem suas composições inspiradas em
obras literárias de diferentes autores, como William Shakespeare (16541616), Aldous Huxley (1894-1963), Edgar Allan Poe (1809-1849), Samuel
Taylor Coleridge (1772-1834), Orson Scott Card (1951), Alfred Tennyson (1809-1892) e Winston Churcill (1874-1965).
Mudanças à parte, sua formação atual conta com Bruce Dickinson
(1958) no vocal, Adrian Smith (1957), Dave Murray (1956) e Janick
Gers (1957) na guitarra, Steve Harris no baixo e Nicko McBrain (1952)
– pseudônimo de Michael Henry McBrain – na bateria.
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Sendo assim, como já citado, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise das traduções interlinguais dessas composições
musicais, investigando os erros cometidos e suas possíveis causas e consequências.
2. DESENVOLVIMENTO
Segundo Jakobson (1992), há três modos de interpretação do signo
verbal: a tradução interlingual, a intralingual e a intersemiótica. A primeira – mais conhecida, e alvo de análise no presente estudo – consiste
na transferência de signos verbais de uma língua a outra. A segunda tem
o papel de transferir signos verbais dentro de uma mesma língua, como
ocorre no exemplo de uma tradução de um texto originalmente escrito em
inglês britânico para o inglês norte-americano. Já a tradução intersemiótica ocorre quando diferentes tipos de signos são envolvidos. Um exemplo
seria uma tradução de um livro para um filme ou para uma peça teatral,
mesmo que na mesma língua.
A primeira música cuja tradução será analisada será Bohemian
Rhapsody, da banda Queen, que foi lançada no álbum A Night at the Opera, de 1975, e composta pelo frontman Freddie Mercury no mesmo ano.
Como o próprio nome já diz, trata-se de uma rapsódia que, de acordo
com o Dicionário Houaiss (2001) é “[...] uma peça musical de forma livre
que utiliza geralmente melodias, processos de composição improvisada
e efeitos instrumentais de determinadas músicas nacionais ou regionais”.
Curiosamente, essa canção é desprovida de refrão, sendo dividida em três
seções: uma de balada (finalizada por um solo de guitarra), uma operística
e uma de hard rock. Bohemian Rhapsody ainda é considerada como uma
das melhores e mais conhecidas canções da banda.
Sua tradução foi analisada em dois sites, Vagalume e Letras.mus.br,
e apresentou alguns equívocos de interpretação. Vale ressaltar que serão
citados apenas equívocos considerados dignos de atenção ou aqueles relacionados aos procedimentos técnicos da tradução de Vinay e Darblenet
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(1977), que foram publicados em uma obra conjunta no ano de 1977.
Conforme Barbosa (2004, p. 80), “[...] os trabalhos subseqüentes [...] ou
se reportam diretamente a esse trabalho, ou fazem uma reformulação do
mesmo”.
De início, nota-se que, na segunda estrofe, que a palavra “skies” deixou de ser traduzida em sua forma no plural. Na versão original, essa forma
pode ter sido escolhida para manter o efeito de rima entre “eyes” e “skies”.
Essa tradução foi encontrada nos dois sites analisados, e é um exemplo de
modulação, quando o tradutor decide usar o singular ao invés do plural,
ou vice-versa.
Open your eyes
Look up to the skies and see
I’m just a poor boy
I need no sympathy
(LETRAS.MUS.BR, 2012a).
Ainda, na mesma estrofe, um dos sites traduz a palavra “sympathy”
como “simpatia”, o que é um equívoco comum por tratar-se de um falso
cognato. Essa palavra, nesse caso, significa “compaixão” ou “pena”, conforme o dicionário on-line Babylon (2012): “afinidade, compreensão, compaixão, pena, comiseração, empatia; aprovação”. Na estrofe seguinte, há
uma expressão idiomática, que, em um dos sites, também foi traduzida de
forma incorreta.
Because I’m easy come, easy go
A little high, little low
Anyway the wind blows
Doesn’t really matter to me, to me
(LETRAS.MUS.BR, 2012a).
A expressão “easy come, easy go”, segundo o dicionário de expressões idiomáticas on-line The Free Dictionary (FARLEX, 2012a), significa: “Cliché said to explain the loss of something that required only a small
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amount of effort to acquire in the first place”, ou seja, “Clichê usado para
explicar a perda de algo que exigiu uma pequena quantidade de esforço
para se obter em primeira instância” (Tradução nossa). Porém, no site, encontramos: “Porque eu tenho vida fácil, fácil vou.”. Isso caracteriza um
equívoco no que diz respeito ao grau de naturalidade que uma expressão
idiomática deve conter na língua de chegada. Uma opção de tradução natural seria: “Porque sou desapegado” ou “Porque venho fácil, e fácil vou”,
caracterizando um procedimento de equivalência.
Da banda Guns n’ Roses, analisou-se a canção November Rain. Considerada um dos “hinos” da banda, essa canção foi escrita por Axl Rose e
lançada em 1992 no álbum Use Your Illusion I, alcançando o 3º lugar na
Billboard Hot 100. Seu solo de guitarra foi considerado o 6º dos “100
maiores solos de guitarra” pela revista Guitar World no ano de 2006. Seu
videoclipe foi inspirado em um conto de 1964, de Del James (2012), chamado Without You, e custou 1,5 milhões de dólares. O conto consiste na
história de uma estrela do rock que tem tudo o que o dinheiro pode comprar, mas não consegue ter as coisas simples da vida, como manter um
relacionamento amoroso.
O primeiro trecho observado foi “If we could take the time to lay it on
the line”. No site Letras.mus.br, o trecho foi traduzido da seguinte forma:
“Se eu pudesse pegar um tempo para deixar tudo certo”. A expressão “to
take the time” foi traduzida de forma literal, privando a tradução de uma
naturalidade, caracterizando um decalque. O pronome “we” também foi
ignorado, sendo substituído pela primeira pessoa do singular. Este é outro
caso de modulação, quando o tradutor reproduz determinado trecho sob
um ponto de vista diferente.
Na mesma estrofe, encontramos a frase “I could rest my head just
knowing that you were mine”. Essa frase está diretamente ligada por subordinação à if clause citada acima, e, assim sendo, o verbo to be foi utilizado
no tempo verbal correto. Entretanto, sua tradução não deve ser realizada
no pretérito perfeito – “foi” –, e sim no imperfeito – “era”. Desse modo, o
trecho ficaria da seguinte forma: “Se tivéssemos tempo para colocar tudo
no lugar / Eu poderia descansar minha cabeça sabendo que você era minha”. É válido ressaltarmos a “omissão” da palavra “just” na tradução suge 102
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rida no presente estudo. Diferente do que foi feito no site pesquisado, há
de ter-se cautela na tradução deste termo, que pode significar, conforme o
dicionário on-line Babylon (2012), “Adv.: simplesmente, somente”, como
também servir como um meio de dar ênfase em determinado trecho, que
foi o que houve no caso da canção “November Rain”.
Podemos encontrar outro caso digno ser citado na canção denominada “Patience”, lançada em 1988 no álbum GN’R Lies. Composta por
Izzy Stradlin e Axl Rose, a canção atingiu o 4º lugar na Billboard Hot
100 no ano em que foi lançada. Com ritmos suaves e letra romântica, foi
gravada com três violões (embora, quando tocada ao vivo em alguns
shows, fosse tocada em uma versão diferente, com bateria, baixo e guitarras elétricas). Teorias sobre a composição da letra da música variam entre o
relacionamento conturbado de Axl Rose e sua agora ex-esposa Erin Everly
ou de um outro relacionamento entre Izzy Stradlin e sua ex-namorada Angela Nicoletti McCoy. Teorias à parte, a música fala sobre relacionamentos fracassados em geral.
Em ambos os sites, encontramos uma tradução equivocada da expressão idiomática “to get something right”, que, conforme o dicionário
idiomático The American Heritage® Dictionary of Idioms by Christine
Ammer (apud DICTIONARY.COM, 2012), significa: “Understand
accurately or do correctly, as in If I get it right, you’re not leaving until tomorrow, or
The faucet works perfectly; the plumber finally got it right”. Traduzindo, a expressão
indica entender precisamente algo, ou fazer algo corretamente. Entretanto, nos sites, encontra-se o que segue:
I’ve been walking the streets at night
Just trying to get it right
Eu estive caminhando nas ruas à noite
Tentando ter certeza disso
(VAGALUME, 2012d)
Eu estive caminhando nas ruas à noite
Apenas tentando ter certeza
(LETRAS.MUS.BR, 2012d).
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Uma sugestão de tradução seria “Tentando entender tudo”, indicando o uso do procedimento técnico da equivalência, já que se trata de uma
tradução de uma expressão idiomática, não podendo ser literal; deve-se
encontrar a expressão equivalente na língua de chegada para manter a naturalidade da língua.
A canção da banda Iron Maiden cujo trecho da tradução servirá de
análise no presente estudo é “Die with your boots on”, lançada em 1983
no álbum Peace of Mind. “Die with your boots on”, conforme o The Free
Dictionary by Farflex (FARLEX, 2012b), é uma expressão idiomática
que quer dizer “to die while you are still actively involved in your work”
ou “morrer enquanto estiver ativamente envolvido em seu trabalho”. Ou
seja, detém um significado de morrer lutando, sem desistir. Essa canção foi
composta por Steve Harris, Bruce Dickinson e Adrian Smith, e aborda o
tema de profecias e revelações.
O trecho em questão é traduzido igualmente pelos dois sites da seguinte forma:
In 13 the beast is rising
The frenchman did surmise
Through earthquakes and starvation
The warlord will arise
Terror, death, destruction
Pour from the eastern sands
But the truth of all predictions
Is always in your hands
(LETRAS.MUS.BR, 2012b; VAGALUME, 2012b)
Aos 13 a besta está se levantando
O francês previu
Entre terremotos e fome
O senhor da guerra irá se erguer
Terror, morte, destruição
Vindo das areias do oeste
Mas a verdade de todas as profecias
Esta sempre em suas mãos
(LETRAS.MUS.BR, 2012b; VAGALUME, 2012b)
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Podemos apontar alguns equívocos nesse trecho. Todavia, é preciso
explicar que o número 13 que aparece no primeiro verso em questão refere-se à Revelação de número 13, ou ao 13º capítulo do livro do Apocalipse
(BÍBLIA ONLINE, 2012), que relata a chegada da besta. Portanto, o uso
do Present Continuous deve ser traduzido indicando um tempo futuro, e
não o gerúndio, em língua portuguesa. Uma tradução possível é “Aos 13
a besta surgirá”.
Outro erro encontrado na tradução dessa estrofe está situado no verso “Vindo das areias do oeste”. Esse erro é bem mais simples, pois a tradução errônea consistiu, basicamente, na troca das direções “leste” e “oeste”.
Eastern, conforme o The Free Dictionary by Farflex (FARLEX, 2012c),
significa: “Situated in, toward, or facing the east. Coming from the east:
eastern breezes”. Sendo assim, a tradução correta seria “Vindo das areias
do leste”.
Todos esses exemplos de equívocos em traduções de letras de músicas disponibilizadas em sites da internet podem influenciar negativamente o aprendizado da língua inglesa por parte de pessoas que utilizam a
música como uma ferramenta para familiarizarem-se com a estrutura, a
pronúncia ou expressões idiomáticas dessa língua.
Widdowson (2000) considera essa ferramenta de aprendizado importante, pois leva o indivíduo a comparar a estrutura da língua estrangeira com aquela da sua própria língua. Além disso, a tradução permite a
elaboração de atividades capazes de fornecerem informações que vão além
do campo apenas linguístico.
Este princípio naturalmente nos leva a associar a língua a ser aprendida ao que ele já sabe e a usar a língua para a exploração e extensão
do seu conhecimento. Para usar a língua, em resumo, da forma que
ela é, normalmente usada. [...] Ela propicia a apresentação da língua
estrangeira como uma atividade comunicativa relevante e significativa comparada à própria língua do aprendiz. Ela permite a invenção
de exercícios que envolvem a solução de problemas comunicativos,
problemas que exigem referência além da simplesmente linguística, que demanda habilidades linguísticas somente a tal ponto que
eles sejam uma característica de habilidades comunicativas
(WIDDOWSON, 2000, p.158-159, tradução nossa).
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3. CONCLUSÃO
É muito comum encontrarmos erros – sejam sutis ou graves – em
traduções disponibilizadas na internet para acesso público. Isso ocorre em
razão do sistema adotado pelos sites a fim de obter um enorme arsenal de
músicas traduzidas ser semelhante ao sistema adotado por sites como o
Wikipedia3, que se trata de um site na forma de uma enciclopédia repleto
de informações que podem ser constantemente alteradas por usuários do
mundo todo. Com isso, dificilmente uma informação equivocada permanecerá por muito tempo no ar, sendo corrigida por outra pessoa logo em
seguida. Entretanto, o Wikipedia ainda é considerado um site “não confiável” no que diz respeito ao seu uso para pesquisas acadêmicas.
O mesmo ocorre com os sites especializados em traduções de músicas na internet, porém há uma confiabilidade ainda menor neles. Além
do número de pessoas dispostas a editar alguma letra de música realizada
de forma incorreta ser menor, há também grande falta de conhecimento técnico em tradução por parte desses usuários contribuintes. Isso tudo
acarreta em um grande número de traduções mal feitas.
O estudo da língua inglesa com o auxílio de músicas é muito interessante e vem sendo cada vez mais reconhecido. Porém, a maneira mais
indicada de proceder, então, seria não confiar completamente em todas as
traduções disponíveis na internet. Desconfiar de um trecho cuja tradução
soou estranhamente e procurar saber se essa tradução está mesmo correta
é muito saudável para o aprendizado da língua, uma vez que o aluno faz
uma pesquisa motivado por tratar-se de um material que lhe agrada e é capaz de aprender sozinho estruturas muitas vezes não abordadas em cursos
regulares de inglês, como expressões idiomáticas, gírias e provérbios.
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The free encyclopedia that anyone can edit.
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Title: Interlingual translation of musical works.
Authors: Eduardo Henrique Marinheiro.
Abstract: This study aims at showing the several mistakes in the translation of
songs which can be found in internet sites. The mistakes were analyzed based on the
Procedimentos Técnicos da Tradução written by Vinay and Darblenet (1977) which are
an attempt to answer the question “how to translate?”. The consequences of such wrong
translations available in frequent access internet sites to users which look for foreign
specific linguistic structure knowledge may be disastrous. These mistakes can lead the
user to an erroneous acquisition of the language, once the learning of a foreign language
through the analysis of translations of songs has been accepted and used. Thereby, this
study aims at analyzing some translation mistakes; suggests coherent translations in each
case; shows why those mistakes occur and their consequences; and, finally, suggests a
more appropriate behavior so that students’ knowledge is not affected by this kind of
mistakes.
Keywords: Translation Errors. Music. English Language.
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