A intercompreensão em línguas românicas - conceitos
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A intercompreensão em línguas românicas - conceitos
Maria Helena Araújo e Sá Raquel Hidalgo Downing Sílvia Melo-Pfeifer Arlette Séré Cristina Vela Delfa (organizadoras) A presente obra reúne trabalhos de membros do projecto europeu “Galapro – Formation de Formateurs à l’Intercompréhension en Langues Romanes”, apresentados aquando das II Jornadas científicas consagradas à Intercompreensão, organizadas pela Universidade Complutense de Madrid, em Fevereiro de 2009. O conjunto destas contribuições pretende ilustrar como a intercompreensão é conceptualizada por este grupo, na senda do trabalho desenvolvido ao longo de mais de quinze anos, em torno de três vertentes: conceptual, praxiológica e formativa. A intercompreensão em línguas românicas: conceitos, práticas, formação Maria Helena Araújo e Sá, Raquel Hidalgo Downing Sílvia Melo-Pfeifer, Arlette Séré, Cristina Vela Delfa (organizadoras) A Intercompreensão em Línguas Românicas A intercompreensão em línguas românicas: conceitos, práticas, formação. 3 Maria Helena ARAÚJO E SÁ, Raquel HIDALGO DOWNING, Sílvia MELO-PFEIFER, Arlette SÉRÉ, Cristina VELA DELFA (organizadoras) La intercomprensió en llengües romàniques: conceptes, pràctiques, formació. Intercomprensión en lenguas románicas: conceptos, prácticas, formación. L’intercompréhension en langues romanes : concepts, pratiques, formations. L'intercomprensione fra le lingue romanze: concetti, pratiche, formazione. A intercompreensão em línguas românicas: conceitos, práticas, formação. Intercomprehensiunea în limbi romanice : concepte, practici, formare. Introdução de Manuel Tost Planet 4 Título: A Intercompreensão em Línguas Românicas: conceitos, práticas, formação. Organizadoras: Maria Helena Araújo e Sá, Raquel Hidalgo Downing, Sílvia Melo-Pfeifer, Arlette Séré, Cristina Vela Delfa Revisão e formatação: Sílvia Melo-Pfeifer Capa: Janek Pfeifer Depósito legal: 303176/09 ISBN: 978-972-99314-6-8 Número de exemplares: 500 Impressão e Acabamento: Oficina Digital - Impressão e Artes Gráficas, Lda. Lote 15 - Zona Industrial de Taboeira 3801-101 Aveiro 2009 Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. GALAPRO – Formação de Formadores para a Intercompreensão em Línguas Românicas 2007-3636/001-001 135470 – LLP – 1 – 2007 – 1 – PT – KA2 – KA2MP 5 ÍNDICE Prefácio Introduction 9 19 Manuel Tost Planet Parte 1 Conceitos e concepções 31 Une approche pragmatique du concept d’intercompréhension 33 Arlette Séré Définition du concept d’intercompréhension à partir des théories pédagogiques de base 45 Martine Le Besnerais Modelages d’intercompréhension - Que font les chercheurs du concept d’intercompréhension ? Deux études de cas. 59 Ana Gueidão, Sílvia Melo-Pfeifer & Ana Sofia Pinho Nouvelles perspectives pour l’intercompréhension (Afrique de l’Ouest et Caraïbe ) et évolutions du concept 81 Christian Degache 6 Parte 2 Intercompreensão e interacção plurilingue 103 Étude contrastive des interactions dans des chats endolingues, exolingues et en intercompréhension 105 Martine Le Besnerais La dimension interculturelle de l’intercompréhension : négociation des désaccords dans les clavardages plurilingues romanophones 117 Maria Helena Araújo e Sá & Sílvia Melo-Pfeifer L’impatto del mezzo informatico nella costruzione delle strategie di gestione dei conflitti 151 Elena Carpi & Maddalena de Carlo La gestión de los malentendidos en los intercambios plurilingües 165 Cristina Vela Delfa Les stratégies de politesse dans les chats plurilingues 177 Sara Alvarez Martínez & Lorenzo Devilla Le roumain est-il vraiment une langue voisine ? 197 Sandra Garbarino De l’intercompréhension à l’interproduction : impact des usages langagiers en langue maternelle Marie Hédiard 213 7 Parte 3 Terrenos de formação para a intercompreensão 225 Observations comparatives concernant la valeur instructionnelle des connecteurs en langues romanes 227 Doina Spiţă, Claudia Bîzdîgă & Claudia Tărnăuceanu Une nouvelle approche des modules de compréhension Gala 241 Eric Martin Kostomaroff Intercompréhension, dictionnaires numériques et traducteurs automatiques 255 Jean-Pierre Chavagne L' (auto-) évaluation et la validation curriculaire des approches plurielles telle que l’Intercompréhension romane 263 Encarnación Carrasco Perea & Yasmin Pishva Actividades formativas para la auto-evaluación de un programa de aprendizaje plurilingüe 275 Raquel Hidalgo Downing Que lugar para a Intercompreensão em contextos de aprendizagem formal? 287 Ana Isabel Andrade, Sílvia Melo-Pfeifer & Leonor Santos Dos projectos às práticas: cartografando desafios a uma formação para a intercompreensão 301 Ana Isabel Andrade, Mónica Bastos, Filomena Martins & Ana Sofia Pinho Acerca dos autores 319 PREFÁCIO Maria Helena ARAÚJO E SÁ Raquel HIDALGO DOWNING Sílvia MELO-PFEIFER Arlette SÉRÉ Cristina VELA DELFA Uma estrada nunca tem um verdadeiro começo; antes da primeira curva, lá para trás, já havia outra curva e ainda outra. Origem inatingível, pois que a cada encruzilhada se juntam outras estradas, que vêm de outras origens. (Amin Maalouf: 2004, 9) A presente obra reúne trabalhos de membros do projecto europeu “Galapro – Formation de Formateurs à l’Intercompréhension en Langues Romanes” 1 , apresentados aquando das II Jornadas científicas consagradas à Intercompreensão, organizadas pela Universidade Complutense de Madrid, a 2 de Fevereiro de 2009, na ocasião do segundo seminário geral do projecto 2 . O conjunto destas contribuições, aqui recolhido, pretende ilustrar como a intercompreensão é conceptualizada, por este grupo de trabalho, na senda do trabalho desenvolvido ao longo de mais de quinze anos, em torno de três vertentes: conceptual, praxiológica e formativa. Não será já novidade afirmar, a nível conceptual, que o conceito “intercompreensão” é heterogéneo e passível de ser decomposto em múltiplas accepções (conforme o percurso do grupo deixa antever, desde 1 Projecto LLP (135470 – LLP – 1 – 2007 – 1 – PT – KA2 – KA2MP), financiado pela Comissão Europeia e coordenado por Maria Helena Araújo e Sá, do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa, da Universidade de Aveiro (PT). As restantes instituições parceiras são: Université Stendhal Grenoble III (FR) ; Université de Lyon 2 (FR); Universidad Complutense de Madrid (ES); Universitat Autònoma de Barcelona (ES); Université de Mons-Hainault (BE); Università Degli Studi di Cassino (IT); Université AI.I. Cuza (RO). Mais informações disponíveis em www.galapro.eu. 2 Agradecemos o apoio logístico posto à disposição pela Universidade Complutense de Madrid para a realização deste seminário. 10 Galatea 3 , passando por Galanet 4 e actualizando-se agora com Galapro). Neste sentido, a sua multidimensionalidade assume-se, aqui, como uma característica sua e não como uma qualquer maldição impeditiva da utilização e rentabilização didáctica (aos níveis formativo e investigativo). O título da primeira secção do livro não deixa de ser ilustrativo desta visão: o conceito de intercompreensão depende, em grande parte, das concepções dos investigadores e formadores e dos seus objectos de análise e contextos de trabalho. Do ponto de vista praxiológico, os trabalhos dos membros da equipa mais apontam para uma “intercompreensão interaccional”, concretamente, para a observação e análise de práticas interaccionais multiparticipantes plurilingues, sobretudo em chats e em fóruns de discussão. Significa isto que a Intercompreensão é entendida, não a um nível individual (dependente de capacidades e repertórios de cada um), mas a um nível interindividual e intersubjectivo e, por isso, dependente não apenas de factores linguísticos, inerentes aos sistemas verbais em contacto (como a sua proximidade tipológica): a intercompreensão aparece antes, nos diferentes trabalhos, como dependente e situada aos níveis contextual, verbal e não-verbal, cognitivo-verbal, atitudinal, motivacional e identitário e, mais especificamente, como dependente da implicação, articulação e coordenação dos sujeitos a estes vários níveis, num esforco conjunto para a construção de sentidos partilhados, mesmo que instáveis e com algum grau de indeterminação. É sobretudo ao nível da dimensão formativa que a presente publicação apresenta novidades, na sequência, aliás, da natureza do próprio projecto, 3 Galatea (Desenvolvimento da Compreensão em Línguas Românicas) foi um projecto do Programa Socrates/Lingua-Acção D, coordenado pela Université Stendhal Grenoble 3, que contou com mais quatro instituições partipantes: Universidade de Aveiro, Universitat Autònoma de Barcelona, Universidad Complutense de Madrid e Centro Do.Ri.F.Università-Roma. Mais informações e bibliografia acerca do projecto estão disponíveis em www.u-grenoble3.fr/galatea/. 4 Galanet (Plataforma para o Desenvolvimento da Intercompreensão em Línguas Românicas) foi um projecto Socrates/Lingua, coordenado pela Université Stendhal Grenoble 3 (França), que contou com 6 outras instituições parceiras: Universidade de Aveiro (Portugal), Universitat Autònoma de Barcelona (Espanha), Universidad Complutense de Madrid (Espanha), Università de Cassino (Italia), Université Lumière Lyon 2 (França), e Université de Mons-Hainault (Belgica). Mais informação disponível a partir de www.galanet.eu . 11 onde esta é a principal vertente interrogada. Conforme afirmámos noutra ocasião, « si le concept circule assez aisément dans le discours de la recherche, il est souvent très peu connu sur le terrain des discours et des pratiques scolaires. Ce manque de mobilité observé entre ces deux terrains didactiques – celui de la recherche et celui de l’action professionnelle – nous a poussé à interroger les possibilités de migration du concept vers le domaine de la formation des enseignants, afin qu’il puisse être mis à profit d’une éducation au plurilinguisme » (Araújo e Sá & MeloPfeifer, 2009) 5 . Neste sentido, e sendo a integração curricular das abordagens plurais uma das questões que nos últimos tempos mais se tem colocado aos didactas que trabalham nesta área, apresentam-se neste volume sugestões, projectos de integração e de avaliação da intercompreensão em diferentes contextos e cenários educativos, que poderão ainda ser úteis noutros, em função das caracteristicas de cada situação. Neste quadro, reconhece-se que, para uma integração curricular efectiva da Intercompreensão, importa investir na formação de professores/formadores autónomos, capazes de gerir o currículo escolar (para com ele criativamente trabalhar) e as suas situações de acção pedagógico-didáctica, numa perspectiva transformadora e implicada. É nesta linha de pensamento e de acção que se desenvolveu, aliás, o projecto Galapro, o qual parte do pressuposto de que é necessário formar profissionais capazes de levar a Intercompreensão aos seus terrenos de acção educativa, ajudando as suas teorias e práticas a migrarem do território académico para o território da praxis, onde adquirem novos e mais contextualizados sentidos. Daremos conta, de seguida, de como o projecto Galapro pretende contribuir para esta migração e interacção entre as dimensões de investigação e de formação da Didáctica de Línguas. 5 ARAÚJO e SÁ, M. H. & MELO-PFEIFER, S. (2009). “Intercompréhension et éducation au plurilinguisme : de la formation de formateurs aux retombées sur la salle de classe”. In II Assises du Plurilinguisme, 18/19 de Junho, Berlin. http://www.observatoireplurilinguisme.eu/index.php?option=com_content&task=view&id =2207&Itemid=88888945&lang=de. 12 O PROJECTO GALAPRO O projecto Galapro (www.galapro.eu) consubstancia-se numa plataforma para o desenvolvimento de competências profissionais, inscrita numa perspectiva didáctica activa que preconiza o plurilinguismo como valor europeu e que visa o desenvolvimento de uma didáctica de intercompreensão. Trata-se de um projecto que procura desenvolver uma rede de formação especializada em redor da intercompreensão em línguas românicas (catalão, espanhol, francês, italiano, português e romeno), através de formação híbrida ou a distância. O desafio essencial é poder repercutir, junto de diferentes públicos escolares, os conhecimentos e instrumentos desenvolvidos no âmbito de trabalhos e projectos anteriores acerca desta temática (nomeadamente dos projectos anteriores da equipa, como Galatea e Galanet), dotando os formadores de competências teóricas, metodológicas e práticas (nomeadamente o uso das TIC), que lhes permitirão uma intervenção consciente e reflectida sobre os seus diversos cenários educativos, numa perspectiva de desenvolvimento da intercompreensão. O objectivo de Galapro é criar e avaliar cenários de formação colaborativa e centrados em tarefas, capazes de responder às necessidades e expectativas (em termos de competências profissionais e de perfis linguísticos e comunicativos) de diferentes públicos-alvo. Os formadores participarão nas actividades através de uma platafoma na Internet (acessível a partir da página de entrada do projecto), constituídos em grupos numa instituição (formação híbrida) ou inscritos individualmente (formação a distância aos níveis locais, nacionais e transnacionais, europeus e fora da Europa), através de uma ficha de inscrição depositada no mesmo espaço. O projecto dirige-se a diferentes categorias de formadores (em formação inicial, avançada e contínua), de modo a assegurar uma larga divulgação das abordagens pedagógicas centradas na intercompreensão. Os conceitos e realizações desenvolvidos poderão ser transferidos a outras famílias de línguas no final do projecto (línguas germânicas e eslavas). 13 Objectivos Inserido numa lógica de rentabilização, multiplicação e difusão dos conhecimentos acerca da intercompreensão, Galapro investe na formação de profissionais envolvidos na educação linguística, de forma a que estes possam integrar, nos seus repertórios pedagógico-didácticos, princípios teóricos e praxiológicos de uma educação para o plurilinguismo. A ideia não será a de formar para uma recepção passiva e acrítica destes princípios, mas antes a de fomentar uma reflexão crítica, colectiva e enformada pela experiência/experimentação a propósito da Intercompreensão, proporcionadas pela frequência de uma sessão. Ora, essa reflexão situa-se, como também a presente obra, aos níveis conceptual, praxiológico e formativo: a prática interaccional da intercompreensão pelos profissionais conjuga-se com a reflexão acerca da natureza dos processos que lhe subjazem e com a perspectivação da sua transposição didáctica. Com base no exposto, são objectivos centrais de Galapro: 6 - desenvolver competências profissionais de educação linguística orientadas para a concepção, implementação e avaliação de actividades de intercompreensão, através da participação em práticas comunicativas plurilingues e interculturais, de forma a divulgar e consolidar uma cultura escolar da intercompreensão; - constituir uma comunidade de prática e de aprendizagem da intercompreensão, de forma a consolidar um sentimento de pertença a uma comunidade profissional alargada, assente na convicção de que os formadores linguísticos são agentes da diversidade linguística e cultural, actuando a um nível global e local; - desenvolver competências transversais ao nível das Tecnologias da Informação e da Comunicação, com objectivos, nomeadamente, comunicativos e profissionais, o que supõe, por um lado, a capacidade de agir com e através desses meios e, por outro, o desenvolvimento de uma consciência crítica a propósito da sua utilização em contextos educativos e de investigação 6 . Recorde-se, a este propósito, que a maioria dos projectos internacionais acerca da Intercompreensão se consubstanciam na construção de plataformas ou de materiais multimédia e que o desenvolvimento desta competência é, antes de mais, condição necessária de acesso a conhecimentos produzidos no âmbito de outros projectos e de participação em Galapro. 14 Princípios Tendo em conta que a plataforma Galapro visa a formação de profissionais para e através da intercompreensão, acredita-se que essa formação só fará sentido e será re-interpretada e re-configurada em práticas reais se os sujeitos em formação forem capazes de lhe atribuir um sentido pessoal significativo e transformador. Para tal, as sessões de formação em Galapro visam, por um lado, uma ancoragem no “déjà-là” dos participantes ao nível das suas práticas, problemáticas e motivações profissionais e, por outro, uma amplificação desses repertórios através da participação nas discussões e da realização de tarefas de formação. Neste sentido, foi construído um percurso de formação articulado em torno de 5 princípios transversais: conhecimento profissional, plurilinguismo, diversificação, flexibilidade e difusão. O conhecimento profissional pretende desenvolver-se através da realização de actividades metacognitivas e metaprocessuais, como a constituição progressiva de um dossier de formação profissional. A construção deste dossier visa estimular o auto-conhecimento profissional, em torno de temas como a biografia linguística, o perfil linguístico, comunicativo e metodológico e a identificação de necessidades e de expectativas de formação. Para tal, a plataforma inclui instrumentos incentivadores de auto-reflexão, como “O meu perfil”, “O meu caderno de reflexões” e “Fichas de Auto-formação”. Para além destas actividades de cariz mais individual, as actividades colaborativas previstas pretendem igualmente agir sobre aqueles perfis, de forma a que o (auto)conhecimento profissional desenvolvido resultará simultaneamente das actividades de auto-reflexão e das actividades co-accionais. A concretização do princípio do plurilinguismo realiza-se sobretudo através da participação nas actividades interaccionais em curso na plataforma (chats, e-mails, fóruns de discussão, actividades de escrita colaborativa plurilingue), mobilizadoras das línguas românicas dos formandos (maternas, segundas, estrangeiras,...) e, assim, das capacidades efectivas para participar na interacção plurilingue. Além disso, a experimentação do plurilinguismo “em directo” é acompanhada de actividades de observação “em diferido”, já que os sujeitos são levados a procurar e a analisar práticas plurilingues fora do contexto da plataforma, enriquecendo o vivido com a reflexão sobre vivências. 15 Em relação ao terceiro eixo, diversificação, os formandos são induzidos a contactar com o “estado da arte” da didáctica da intercompreensão (ela mesma inscrita sub o signo do diverso, como poderão constatar através da consulta da base de dados dos projectos em Intercompreensão e das publicações acerca desta temática), de forma a dotarem-se de meios de co-criação de actividades diversificadas de intercompreensão e de avaliação fundamentada dos seus resultados e processos em meios educativos caracterizados pela sua heterogeneidade e complexidade. Trata-se, assim, de criar, gerir e avaliar situações de plurilinguismo, nomeadamente em Línguas Românicas, com objectivos educativos. Pensar e operacionalizar o eixo flexibilidade leva a considerar e observar a diversidade de objectivos e de contextos educativos, sociais, geopoliticos e linguisticos dos sujeitos em formação. Neste sentido, Galapro consubstancia-se num cenário de formação que permite a realização de percursos de formação significativos e adaptados aos diferentes públicos e contextos (este eixo será aprofundado na secção seguinte, onde apresentaremos o percurso de formação). Tendo em conta que Galapro visa criar e expandir uma comunidade de profissionais capazes de actuar de forma consciente e activa em favor da causa do plurilinguismo, a concretização do princípio da difusão, indispensável no que concerne a desmultiplicação e transferência de práticas de intercompreensão, torna-se possível através da edição on-line dos produtos de cada sessão de formação (artigos escritos pelos formandos, fichas pedagógicas, relatos de experiências, ...). Assim, a difusão da formação alia-se à valorização dos percursos de formação, através da publicitação dos resultados e da sua disseminação junto de um público mais alargado. Estes cinco eixos estruturadores da formação pretendem conduzir os sujeitos a implicarem-se activamente num percurso de formação que articula co-reflexão e co-acção, de forma recursiva. Apresenta-se, de seguida, esse percurso. Estrutura da formação O cenário de formação constituído visa responder aos objectivos anteriormente mencionados e ilustrar os princípios orientadores atrás expostos. Na realidade, a dupla focalização do projecto – formar para e 16 através da intercompreensão, relembramos – materializou-se na concepção de um percurso de formação flexível e, por isso, susceptível de ser actualizado e em função dos participantes: heterogeneidade dos seus perfis formativos, das suas localizações geográficas, das suas línguas e culturas (nomeadamente de trabalho), dos seus interesses e objectivos profissionais. Neste sentido, foi construído um percurso de formação organizado em 5 fases, brevemente apresentadas na seguinte tabela 7 : Fases Fase preliminar Descrição breve Preparação da sessão Galapro 1. As nossas questões e dilemas Constituição de Grupos de Trabalho (GT) 2. Informar-se para se formar Definição de um plano de trabalho 3. Em formação Realização do plano de trabalho Descrição detalhada Tomar conhecimento da intercompreensão, enquanto discurso e prática (facultativo) ; Descoberta de Galapro (princípios, objectivos, instrumentos, plataforma, …) e identificação de necessidades e problemáticas de formação. Discussão acerca das problemáticas e necessidades formativas identificadas na fase precedente; Formação de grupos de trabalho (GT) plurilingues, em torno das temáticas discutidas. Definição precisa, por parte de cada GT, da problemática a tratar e do produto final a realizar; Elaboração de um plano de trabalho incluindo aspectos metodológicos, organizacionais e de avaliação. Concretização do plano de trabalho com vista à realização do produto final. 4. Avaliação e balanço Avaliação e balanço do funcionamento e dos produtos dos GT Validação e publicação dos produtos dos diferentes GT ; Auto, hetero e coavaliação das dinâmicas de funcionamento e dos produtos de cada GT ; Balanço das actividades realizadas. Tabela 1. Percurso de formação Galapro. 7 Ver página web do projecto para mais informações acerca deste percurso de formação. 17 Trata-se, conforme se pode deduzir da tabela apresentada, de um percurso que articula: i) auto- e hetero-conhecimento individual e profissional; ii) reflexão ao nível local (em grupos de trabalho institucionais presenciais) e global (em grupos de trabalho de sujeitos à distância); iii) teorias e práticas acerca da intercomprensão; iv) trabalho individual e trabalho em grupo; v) co-reflexão e co-acção; vi) auto-, hetero- e co-avaliação. EM NOTA DE CONCLUSÃO DE UMA INTRODUÇÃO Concluir uma dupla introdução – no sentido em que esta é a Introdução da presente obra, mas também a Introdução ao projecto Galapro, ainda em curso no momento em que a redigimos – só pode ser uma tarefa simultâneamente retrospectiva e prospectiva. Retrospectiva, porque nos faz pensar no caminho de investigação percorrido ou nas “curvas” que foram ficando para trás, retomando a epígrafe de A. Maalouf, como alguns conceitos e concepções de intercompreensão, só para dar um exemplo. Prospectiva também pela antecipação que nos traz das novas “encruzilhadas” originadas pelas opções investigativas e formativas tomadas e a tomar ao longo da elaboração e implementação de um projecto e pelos encontros múltiplos que este proporcionou. E trata-se, ainda, de uma tarefa introspectiva, no sentido em que nos obriga a olhar o percurso de um grupo de investigação, que se tem vindo a alargar em função de novas necessidades e interesses de investigação, as suas dinâmicas plurilingues e a articulação dos seus membros na prossecução de objectivos simultaneamente individuais e comuns. Estamos conscientes de que a presente obra poderá, também, dar conta desta tripla natureza retrospectiva, prospectiva e introspectiva que está subjacente à história comum da nossa equipa. INTRODUCTION Manuel TOST PLANET Universitat Autònoma de Barcelona INSTANTANÉ PARTIEL D’UN DOMAINE EN MUTATION Peu à peu, sinon un corps de doctrine complet, du moins un ample recueil de textes théorico-pratiques est en train de se constituer sur la thématique de cette nouvelle approche de l’enseignement-apprentissage des langues qu’est l’intercompréhension. Les colloques qui se sont tenus, les publications nombreuses (livres et numéros spéciaux de revues) parues ces derniers temps y ont largement contribué, peut-être même plus rapidement que ne sont apparus de nouveaux consommables intercompréhensifs pour le grand public. Sur ce point, les travaux des intégrants du réseau Gala (-tea, -net et –pro) – thèses, mémoires de maîtrise et de masters, chapitres de livres, articles divers – représentent, sans aucun doute, un des apports les plus importants du point de vue quantitatif et peut-être aussi sur le plan de la qualité. Il n’est pour s’en convaincre que de consulter le site de GALANET. Car il est vrai que ce collectif, international et interuniversitaire, est persuadé qu’il ne peut y avoir de pratique intercompréhensive consolidée sans recherche et que cette dernière, pour être réellement significative, doit obligatoirement se fonder sur la première. Nous en avons, avec ce volume, un nouvel exemple, particulièrement significatif, qui regroupe dix-huit contributions, présentées initialement au cours de la réunion-colloque GALAPRO de Madrid, début 2009, et regroupées en fonction de critères expliqués ailleurs dans le volume. * * * 20 La première partie de l’ouvrage réunit des contributions diverses sur le concept d’intercompréhension. Diverses, parce qu’elles l’envisagent sous des optiques différentes sinon contradictoires. C’est d’ailleurs là une constante que les auteurs, d’ici et d’ailleurs, lorsqu’ils décrivent le concept, se plaisent à souligner. Chacun y va de sa propre description… A. Séré part précisément de la constatation que les définitions de l’IC, selon les domaines théoriques de référence, sont souvent antagonistes. Elle reformule la notion, en se fondant sur la relation causale entre interactions, le développement linguistique et la formation interculturelle, pour affirmer qu’elle « n’appartient traditionnellement pas aux cadres théoriques et méthodologiques de l’enseignement des LE ». Son étude permet, en tout cas, de distinguer en connaissance de cause entre l’IC « intralinguistique » et l’IC « interlinguistique ». Pour M. Le Besnerais, qui inscrit en revanche l’IC sur le continuum des principales méthodes d’enseignement des langues, « la pratique, depuis déjà quelques années, de l’intercompréhension [la] confirme dans l’idée qu’il s’agit bien d’une pratique novatrice, avec des résultats encourageants mais peut-être difficiles à évaluer ». Pour A. Gueidão, S. Melo-Pfeifer et A.S. Pinho, ensuite, l’étude qu’elles réalisent, leur « permet de reconnaître l’hétérogénéité du concept d’IC, [y compris] à l’intérieur du discours de chaque chercheur [en l’occurrence, d’au moins deux d’entre elles trois], cela étant surtout dû au contexte de la recherche où il se meut […]. Une telle conclusion [les] amène à reconnaître la nature perméable, modelable et plastique de ce contexte, adaptable, comme il [leur] semble, aux contextes et aux conditions de travail des chercheurs et aux différents écosystèmes conceptuels qu’il habite […] ». Une auberge espagnole, en quelque sorte. Ch. Degache commence justement sa contribution en soulignant les “multiples facettes” du concept qui procèdent de facteurs tels que « les habiletés langagières considérées » ou les variations sur la prise en compte ou non « de la parenté linguistique ». Il rappelle ensuite les « trois espaces » de mobilité du concept que lui-même et S. Melo-Pfeifer avaient définis dans un texte antérieur. Et, après avoir énoncé quelques repères définitoires, il part à la découverte de « nouveaux territoires de circulation du concept » (Afrique subsaharienne et Caraïbe) où la coexistence de divers créoles et d’une multitude de langues, outre celles d’origine européenne, posent le problème en des termes différents de 21 ceux envisagés jusque-là. À partir d’une analyse détaillée de ces contextes linguistiques et socioculturels, son étude va lui permettre de soulever nombre de questions du plus grand intérêt (bien plus de questions d’ailleurs qu’il ne saurait donner de réponses). L’ensemble, s’il vient compliquer encore la définition du concept, a l’avantage de mettre en évidence la variété des situations d’intercompréhension et la nécessité, observée ailleurs (par exemple dans le cadre de Redinter) de continuer à approfondir cette question en didactique des langues. * * * La deuxième partie, elle, est entièrement consacrée aux interactions plurilingues ou, plus précisément, à tout ce qui, dans celles-ci, renvoie au processus d’apprentissage (linguistique et interculturel) coopératif. En effet, les interactions (dans le cadre des forums ou (surtout) des chats de la plate-forme GALANET) contribuent puissamment à une fin (acquérir une compétence de communication réelle) et constituent, en même temps, le moyen d’y parvenir. En d’autres termes, comme le dit une des auteures de cette deuxième partie : « La langue [y] à la fois l’objet de l’enseignement et son exercice [l’exercice de la langue, s’entend], le moyen de son acquisition ». Mais s’il y a coïncidence sur les finalités des interactions dans ce contexte, chaque article aborde la question d’un point de vue différent. D’entrée, la recherche dont M. Le Besnerais fait état ici pose le problème de la relation entre trois types d’échanges ayant lieu sur la plate-forme GALANET, renvoyant à des contextes endolingues, exolingues et intercompréhensifs, qui opèrent, par là même, un déplacement, de la perspective didactique mono ou bilingue vers l’approche plurielle des langues. Il s’agit pour l’auteure de l’étude de dégager les caractéristiques de ces divers contextes, d’en analyser les rapports mutuels et d’envisager quelle est leur incidence dans les processus d’apprentissage au moyen des 8 interactions sur les clavardages (les chats). D’après l’étude, les résultats sont on ne peut plus probants en faveur de l’intercompréhension sur le plan de l’efficience pédagogique, au moins sur plusieurs plans : l’optimisation de l’attention des apprenants ; la mise en œuvre, de leur part, de stratégies nouvelles de compréhension et la 8 Il faudra bien finir par se décider pour l’une ou l’autre de ces deux dénominations. 22 neutralisation de la sensation d’étrangeté pour la langue de réception pouvant faire obstacle à l’apprentissage. Trois des articles de cette deuxième partie traitent, dans l’ordre, des malentendus, des désaccords et des conflits qui peuvent surgir dans la « communication médiatisée par ordinateur » (CMO), dans l’apprentissage pluriel des langues tel qu’il se développe sur la plate-forme GALANET. À ce sujet, l’article de M.H. Araújo e Sá et Sílvia Melo-Pfeifer, « La dimension interculturelle de l’intercompréhension », apporte des éléments fort intéressants sur la négociation des désaccords entre étudiants dans les chats plurilingues, à partir de l’analyse des composantes culturelles de ces derniers. Certes, la première partie de la contribution ─ que les auteures caractérisent comme « une explicitation théorique de la notion d’intercompréhension », avec citations d’Habermas à l’appui (à mettre donc en rapport avec la première partie de cet ouvrage) ─ pourra parfois sembler quelque peu hermétique à certains. Il n’en résulte pas moins que l’étude, appuyée sur des exemples concrets, se révèle très stimulante pour comprendre successivement « comment émergent les épisodes de désaccord dans ce type de communication ; la nature des désaccords ; le travail de négociation qui s’ensuit, les lieux de médiation interculturels évoqués par les interlocuteurs et leur rôle dans la co-construction de l’intercompréhension ». E. Carpi et M. De Carlo abordent, de leur côté, la délicate question de la gestion des conflits, dans les chats et le forum, en prenant en compte l’impact du médium utilisé. Elles analysent successivement trois types de figures que l’on rencontre dans le corpus sélectionné pour l’étude : l’autocensure, la recherche de consensus et l’euphémisme et l’atténuation. Elles concluent sur une constatation que l’on peut sans doute appliquer à l’ensemble des contributions sur le sujet, à savoir que l’intérêt de la CMO en didactique des langues est en fait étroitement liée à la spontanéité et à l’authenticité des échanges, qualités qui compensent la perte d’information due à l’absence (physique) de l’interlocuteur. Et E. Carpi et M. De Carlo de conclure en expliquant que si, pour diverses raisons et en particulier un éventuel « contrôle institutionnel » des échanges, « cette qualité venait à manquer, l’intérêt de projets du type de GALANET serait sérieusement compromis ». Cristina Vela Delfa se penche elle aussi sur la question du « conflit communicatif », en prenant appui, cette fois, sur les échanges spontanés 23 et informels. Elle s’attache à observer les stratégies mises au point par les participants des chats pour tenter de résoudre les malentendus sous deux aspects principalement : les stratégies d’évitation (méta-réflexion linguistique, négociation, collaboration) et la gestion proprement dite du conflit. Son analyse met au jour, in fine, le recours des participants des chats à des stratégies de médiation (interlinguistique et interculturelle) qui permettent de neutraliser en grande mesure les dangers de conflit, prenant en compte, ce qui ne gâche rien, la dimension affective dans la communication Complémentaire pourrait-on dire, des études précédentes, la contribution de S. Álvarez Martínez et L. Devilla à ce volume, toujours dans le cadre des interactions plurilingues, concerne la thématique spécifique de la politesse dans les échanges, à différents niveaux d’ailleurs (étudiants entre eux, étudiants-enseignants). Nous sommes à la fois dans la pragmatique interculturelle et dans l’analyse conversationnelle, autant dire sur le terrain de Kerbrat-Orecchioni et, à la fois, sur celui de Violaine de Nuchèze qui a d’ailleurs, relu ce travail et le cautionne, en quelque sorte. On nous y démontre que les manifestations de la politesse varient en fonction de l’origine des participants (ce qui est déjà un résultat concret), mais l’étude présentée a, de surcroît, ceci de particulier qu’elle permet de faire le point (définitif ?) sur la question sous ses différents angles. Deux articles, différents entre eux quant aux thèmes abordés, débouchent cependant, par des cheminements divers, sur des conclusions qui, elles, se recoupent et constituent un objet de recherche spécialement intéressant à notre avis. Ces deux articles sont ceux de M. Hédiard et de S. Garbardino. Sandra Garbardino, par exemple – dans une contribution dont le titre pourrait induire en erreur : « le roumain, langue voisine » (de qui, de quoi ?, demanderait-on) – s’interroge sur la perception qu’ont les étudiants romanophones (autres que les Roumains) de l’idiome de ces derniers. Mais, ce qui est sans doute plus intéressant, c’est qu’elle s’attache surtout à montrer et à analyser les stratégies qu’une étudiante roumaine de Lyon-2 a mis en place pour aider les participants aux chats de la session Construttori di ponti (GALANET 2008) pour faciliter la compréhension de sa langue maternelle par les autres participants, les « débloquant » dans leur démarche. Nous sommes là aussi dans une 24 logique qui participe autant, et sinon plus, de l’intercommunication que de la simple intercompréhension. C’est aussi le cas de Marie Hédiard, comme le souligne, de quelque manière, le titre de sa contribution : De l’intercompréhension à l’interproduction. Se fondant sur une étude contrastée d’échanges dans les chats entre étudiants français et italiens et compte tenu, d’un côté, des rapports divergents que ceux-ci entretiennent avec leur respective LM et, de l’autre, de leur différent degré de familiarité avec l’outil informatique, elle conclut sur la nécessité de former des « locuteurs interculturels » (dénomination initialement proposée par M. Byram) qui se préoccupent de simplifier volontairement leur propre répertoire langagier de manière à « pouvoir s’adapter à [leur] interlocuteur romanophone ». * * * Si l’on a parfois la sensation, à la lecture de la première et de la deuxième parties de ce livre, d’être un peu éloigné de la didactique des langues pure et dure – dans un ailleurs fait d’analyses conversationnelles et du discours ou de pragmatique interculturelle –, dans cette troisième partie, au contraire, on est dans le vif du sujet pédagogique : ressources, questions linguistiques, évaluation et, finalement, formation de formateurs… Voyons brièvement ce qu’il en est. L’intégration sur la plate-forme GALANET du catalan et du roumain, à l’occasion des travaux de Galapro, a été l’occasion, en élargissant le panel des langues de la famille romanophone, de compléter des études qui sont d’autant plus intéressantes qu’elles conduisent d’un côté à améliorer certains dispositifs d’apprentissage et, de l’autre, aussi à conforter certains acquis de la didactique de l’intercompréhension. Sur ce point, D. Spiţă. C. Bîzdigă et C. Tărnăuceanu (rapportant les résultats d’une expérimentation pratique sur les connecteurs en roumain) se situent sur le terrain des analyses contrastives entre langues voisines (telles certaines de celles qui avaient été faites pour Galatea, par exemple). À ceci près, toutefois – ce qui change notablement la donne – qu’elles ont fait intervenir les acquis récents en matière de didactique de l’intercompréhension. À partir de là, elles peuvent nous faire découvrir toute la finesse des stratégies mises en place par les apprenants pour l’interprétation des connecteurs du roumain et apprécier l’intérêt de 25 « mettre en place des stratégies qui mobilisent le potentiel cognitif des apprenants dans une ambiance de travail collaboratif ». Elles répondent finalement à la question de savoir pourquoi la « perspective mentaliste semble plus prometteuse pour la didactique des langues que les approches traditionnelles ». De son côté, E. Martin Kostomaroff, poursuivant en cela son patient travail sur les ressources mises à la disposition des utilisateurs de la plateforme GALANET dans sa version actualisée, énumère et décrit les améliorations apportées au moment de l’ouverture de cette dernière au catalan et au roumain. (Et l’on aimerait, à cet endroit, souligner la regrettable infra-utilisation relative de ces ressources qui demeurent, pourtant, un des points forts de la plate-forme et souhaiter qu’à un moment ou à un autre on s’interroge sur les raisons de ce relatif manque d’intérêt.) E. Martin, qui se situe d’emblée sur le plan de la didactique de la compréhension, développe successivement des questions aussi importantes que : (i) une appréciation des rôles didactiques respectifs de l’oral et de l’écrit, (ii) la réalisation d’enregistrements sonores facilitateurs pour l’approche orale, (iii) le renforcement de la perspective plurilingue et, finalement, (iv) la « prise en compte de cet oublié de l’intercompréhension, l’opacité du lexique-grammaire ». Il y a là ample matière à réflexion pour les praticiens de la didactique de l’intercompréhension. Se situant à mi chemin entre la « pratique de classe » et la formation de formateurs, J.-P. Chavagne et S. Garbardino se font dans leur contribution les avocats de certains outils technolinguistiques, parfois décriés pas certains enseignants : les dictionnaires électroniques et les traducteurs. Ils fournissent des exemples concrets qui démontrent (preuves à l’appui) l’utilité et la fiabilité (sous certaines conditions) de ces instruments pour l’accès au sens des différents documents. Leur plaidoyer est d’autant plus convaincant qu’ils s’appuient sur des données d’ordre pédagogique. Ils préconisent, entre autres, la tenue par les apprenants d’un « journal d’apprentissage » qui, sous ce nom ou sous des appellations différentes, a fait ses preuves en didactique des langues, mais qui, ici, prend des formes nouvelles. Deux textes dans cet ouvrage traitent de l’évaluation des acquis en matière d’intercompréhension. Question complexe et délicate s’il en est, l’évaluation est envisagée dans ces contributions à deux niveaux, aussi 26 sensibles l’un (les aspects institutionnels et académiques) que l’autre (les implications pédagogiques), et si les démarches sont différentes dans les deux textes, les résultats se révèlent finalement proches sur bien des points. E. Carrasco Perea et Y. Pishva, abordant initialement le premier de ces niveaux, n’hésitent pas à parler d’un défi qu’il est indispensable de relever maintenant que des enseignements plurilingues s’étendent sur plusieurs niveaux éducatifs. La question centrale qu’elles posent est de savoir jusqu’à quel point les institutions (universitaires, en l’occurrence) « sont prêtes et disposées à intégrer et à valoriser les formations plurilingues et pluriculturelles ». Se fondant sur leur expérience, acquise dans l’élaboration et l’expérimentation d’un modèle de portfolio, « créé de toute pièce », elles décrivent dans le détail la problématique de l’évaluation sur leur créneau spécifique et offrent des solutions qu’il est particulièrement utile de consulter. Assurant le suivi d’une autre expérience réalisée non à Grenoble comme l’antérieure mais à Madrid dans des cours également universitaires mais non de même niveau, R. Hidalgo Downing a travaillé, elle, avec un groupe d’étudiants sur la plate-forme GALANET avec l’objectif de les initier à l’analyse de leur propre processus d’apprentissage ; c’est-à-dire, en définitive, de les entraîner à la pratique de l’auto-évaluation, pour les faire réfléchir et comprendre les différents facteurs intervenant dans les progrès réalisés dans leur apprentissage. Les conclusions que tire R. Hidalgo est qu’il s’agit d’une expérience particulièrement enrichissante autant pour les apprenants que pour les enseignants. Nous laissons, là aussi, les lecteurs suivre les deux démarches, somme toute plus ou moins parallèles, sur l’évaluation, de manière qu’ils puissent, par eux-mêmes, se faire une opinion, circonstanciée et concluante. L’accréditation (au sens moderne de « rendre plausible », crédible) dont l’IC a besoin consiste essentiellement à faire migrer celle-ci des lieux de la recherche pure vers ceux, privilégiés, du développement linguisticocommunicatif que sont les espaces de l’éducation et de la formation. Telle est la thèse, que l’on n’a aucun mal à partager, qu’annoncent, d’entrée dans leur texte documenté, A.I. Andrade, S. Melo-Pfeifer et L. Santos. Elles s’attachent ensuite à le démontrer à l’aide de quelques exemples bien choisis. L’insertion curriculaire aux trois niveaux éducatifs 27 (primaire, secondaire et universitaire), est non seulement possible mais donne des résultats particulièrement probants à tous les niveaux. On lira donc avec le plus grand profit cette intéressante étude sur des expériences ayant intégré, qui plus est, des matériaux provenant de sources diverses. Le dernier texte de l’ouvrage, signé conjointement par A.I. Andrade, M. Bastos, F. Martins et A.S. Pinho, constitue la première approche à une thématique d’autant plus d’actualité pour les collaborateurs de cet ouvrage qu’elle constitue, en fait, un des principaux aspects du noyau dur du projet GALAPRO. En effet, les auteures se proposent d’établir la cartographie des projets européens destinés aux contextes de formation professionnelle des enseignants (de langues en particulier), dans la mesure cependant où ces projets prennent la notion d’IC comme centre de leurs préoccupations, en cherchant à en expliciter leurs finalités, les concepts qu’ils intègrent et leurs domaines d’intervention. Plus que les résultats concrets, que l’on pouvait raisonnablement pronostiquer (« une éducation en langues plus globale qui prépare les éducateurs à être capables de dépasser le cadre de pratiques d’enseignement exclusivement centrées sur l’objet langue, situant le sujet-apprenant au centre de ses préoccupations en le préparant à l’interaction avec l’autre »), ce qui intéresse surtout ici, c’est la démarche suivie, la méthodologie utilisée, et les réflexions suggestives qui, tout au long du texte, accompagnent cette, aux dires des auteures, première ébauche de la question. * * * Au terme de cette introduction, il convient peut-être d’ajouter quelques commentaires. En décrivant brièvement le contenu de ces dix-huit contributions, notre propos – sans déroger en cela aux conventions du genre – était tout simplement d’inciter à prendre connaissance de l’ensemble des textes proposés, dans un ordre ou dans un autre, à partir de pistes que le seul sommaire ne peut fournir ; en définitive, de donner envie de tous les lire de bout en bout pour mieux apprécier cet instantané d’un domaine en constante modification. Souhaitons être parvenus à le faire, car il s’agit réellement d’un ensemble tout à fait remarquable. Le deuxième commentaire est qu’il s’agit, de surcroît, d’un ouvrage singulier qui tranche, croyons-nous, avec ce que nous avons l’habitude de 28 lire sur le sujet, en ceci surtout qu’il aborde des questions diverses dans une perspective somme toute unitaire (alors que la plupart des publications parues jusqu’ici sur la question réunissent des textes d’auteurs provenant de projets et d’horizons divers.) Ce livre est en effet le fruit du travail et de la réflexion théorique, fondée sur une pratique de plusieurs années, de quelque vingt-six ou vingt-sept enseignantschercheurs (auxquels il faudrait sans doute ajouter, bien qu’ils ne figurent pas dans le sommaire, d’autres membres des différentes équipes universitaires qui y ont collaboré), tous impliqués dans le développement des formations de la plate-forme GALANET. Ils constituent un collectif spécialement homogène ne serait-ce que par leur expertise dans les approches plurielles des langues. L’ensemble de leurs contributions, auxquelles il faut joindre d’autres écrits antérieurs, permet, croyons-nous, de faire le tour des usages d’un outil particulièrement performant, en valorisant par la même occasion la prégnance des TICE dans les nouvelles approches didactiques En fait – et c’est le troisième commentaire – la sortie sur la toile de la plate-forme GALANET a constitué, à notre avis, un événement majeur dans le champ de l’intercompréhension, en provoquant une mutation (d’aucuns diraient peut-être une dérive, mais la plupart, à coup sûr, une avancée) à partir de son centre de gravité. Car c’est bien de cela ce dont il s’agit : l’intercompréhension, au sens étymologique et maintenant classique du terme a évolué assez profondément pour que l’on se pose, ou se repose, la question de savoir qui est qui, ou quoi est quoi dans le domaine. Autrement dit, comme la nostalgie, l’intercompréhension n’est plus ce qu’elle était (mais le demeure en d’autres endroits) pour devenir quelque chose qu’on a encore du mal à nommer : « communication multilingue », dans certains cas, « CMO » (communication médiatisée par ordinateur), dans d’autres, ou bien encore « interproduction » (dans le titre de la contribution de M. Hédiard), quand on ne récupère pas, comme semble le faire C. Degache, « l’intercommunication » de P. Balboni : chacun y va donc de sa proposition sans trop oser se dégager de la dénomination première. Le sous-titre du numéro 28 (décembre 2003) de la revue Lidil, était pourtant bien inspiré en annonçant la nouvelle perspective donnée à l’intercompréhension, « du développement des compétences aux interactions plurilingues ». Dommage qu’il fît l’impasse (le titre) sur l’élément essentiel qu’est, à notre avis, la technologie éducative mise à 29 contribution. Car, ne nous trompons pas, les avancées constatées ici n’étaient guère possibles sans la plate-forme. En raison de cela – et parce qu’il faut avoir le courage de ses opinions – on proposera ici, finalement, une nouvelle dénomination (encore une !) qui a du moins, selon nous, l’intérêt de reprendre des idées tirées des textes réunis dans ce livre, avec les éléments que nous avançons cidessus. Nous parlerons donc d’IPAO (Interactions Plurilingues Assistées par Ordinateur) pour désigner une parcelle importante du champ aujourd’hui morcelé de l’intercompréhension, au sens conventionnel du terme, qui constitue, elle-même, un sous-domaine de l’approche holistique de l'enseignement des langues. Ce livre pourrait, qui sait ?, entériner l’émergence de la nouvelle dénomination. PARTE 1 CONCEITOS E CONCEPÇÕES UNE APPROCHE PRAGMATIQUE DU CONCEPT D’INTERCOMPREHENSION Arlette SÉRÉ Universidad Complutense de Madrid RESUMEN El concepto de intercomprensión cobra, hoy en día, un interés creciente en el marco de los aprendizajes plurilingües. Para clarificar esta noción cuyas definiciones, según los campos teóricos de referencia, resultan a menudo antagónicas, y para enfocar una didáctica y una formación de la intercomprensión entre lenguas próximas, distinguiremos dos tipos de intercomprensión: (i) la intercomprensión intralingüística, basándonos en las teorías pragmáticas, y (ii) la intercomprensión interlingüística entre lenguas tipológicamente próximas. Asimismo estudiaremos las relaciones que mantienen estos dos tipos de intercomprensión. Palabras clave: pragmática, intercomprensión intralinguística, intercomprensión interlinguística. ABSTRACT The concept of intercomprehension is currently a notion of increasing interest within the frame of plurilingual learning. According to the different theoretical frameworks, however, the definitions of the concept may well seem almost contradictory. In order to clarify the notion and with a learning approach of intercomprehension in mind, we propose a distinction between intralinguistic intercomprehension, based on pragmatic theories, and interlinguistic intercomprehension between typologically near languages, studying also the connections between the two. Key-words: pragmatics, intralinguistic intercomprehension, interlinguistic intercomprehension 34 INTRODUCTION La didactique de l’intercompréhension, en tant qu’approche plurielle de l’apprentissage des langues, s’est essentiellement développée au cours des dernières années dans le cadre de l’enseignement des langues parentes. Cette approche se situe dans le cadre les courants didactiques plurilingues et interculturels qui caractérisent les besoins suscités par les nombreux échanges à tous les niveaux de l’enseignement et de la vie professionnelle et concerne tous les âges et toutes les situations de communication d’une société en évolution constante et ouverte sur le monde. Directement liée aux technologies de l’information et de la communication, cette orientation didactique a fait l’objet du développement sur le net de plusieurs plateformes d’enseignement qui offrent des espaces d’échanges plurilingues entre les usagers, des modules d’enseignement à la compréhension et des stratégies d’acquisition/apprentissage basées dans la majorité des cas sur les théories cognitives constructivistes. Ce foisonnement d’expériences qui mettent au cœur de l’apprentissage l’intercompréhension en tant qu’objectif et que méthode donne lieu à une profusion de définitions de ce concept qui peuvent sembler parfois presque contradictoires. En fait, ces différentes approches s’appuient sur des modèles théoriques appartenant à des domaines variés du champ des études sur le langage et les comportements langagiers, ce qui explique en partie ces divergences et ne simplifie pas l’hétérogénéité de cette notion aux contours parfois difficiles à discerner. Ce travail se propose de redéfinir ce concept apparemment flou mais fécond et d’établir des lignes de convergence entre ces différents courants. Après un succinct rappel des modèles théoriques de référence dans les domaines qui ont traditionnellement utilisé ce concept – sociolinguistique et pragmatique -, nous analyserons les notions de compréhension et d’intercompréhension puis, à partir de l’expérience sur les plateformes GALANET, consacrée à l’enseignement de l’intercompréhension entre langues romanes 9 , et GALAPRO, actuellement en cours d’élaboration, visant à la formation de formateurs à l’intercompréhension, nous distinguerons deux types essentiels de 9 Français, espagnol, italien et portugais dans Galanet, langues auxquelles s’ajoutent depuis 2009 le catalan et le roumain dans Galapro. 35 mécanismes d’intercompréhension -intralinguistique et interlinguistique qui, bien qu’étant étroitement liés, ne peuvent se confondre, pour situer la problématique de l’intercompréhension plurilingue dans le cadre d’un apprentissage interactif comme celui proposé par ces plateformes. 1. COMPREHENSION ET INTERCOMPREHENSION : DEUX CONCEPTS LIES Il faut tout d’abord remarquer que, dans le cadre des apprentissages plurilingues de l’intercompréhension entre langues parentes, tant dans l’esprit des formateurs que de celui des apprenants (Séré, 2007), l’intercompréhension se présente intuitivement comme un concept toujours uni à la notion de compréhension. Quand on interroge les étudiants sur les notions de compréhension et d’intercompréhension au début d’une session, ils définissent généralement la compréhension comme la connaissance d’une langue et de ses règles. C’est un niveau théorique qu’ils mettent en relation avec un processus individuel, comme « comprendre un livre, comprendre une personne ». La notion d’intercompréhension, quant à elle, leur paraît beaucoup plus floue, moins rigoureuse mais ils établissent toujours un lien avec la compréhension. Leurs définitions s’orientent essentiellement selon deux axes : 1) intercompréhension entre langues: « c’est quand plusieurs langues se ressemblent que les locuteurs peuvent se comprendre entre eux. » et 2) intercompréhension entre locuteurs: «une compréhension mutuelle entre deux personnes», en fin d’expérimentation, ils basent pour la plupart leur conception de l’intercompréhension sur l’interrelation entre les locuteurs et leurs stratégies : « Il s’agit de comprendre et que l’on te comprenne ». Cette fluctuation de la définition du concept d’intercompréhension n’est pas exclusive des usagers de Galanet. En effet, l’intercompréhension se présente souvent comme un concept aux contours et aux définitions variables selon les auteurs et, selon les approches théoriques et méthodologiques des différents domaines qui s’intéressent à ce phénomène, ces définitions se focalisent en fonction d’aspects théoriques et méthodologiques multiples ce qui explique ces divergences. 36 Dans le cadre de cette brève analyse, pour mieux cerner la problématique sous-jacente à la didactique de l’intercompréhension, je retiendrai essentiellement deux approches théoriques émergentes qui sont sousjacentes aux mécanismes de l’apprentissage plurilingue entre langues parentes : (i) celle de la sociolinguistique et sa vision comparatiste du phénomène et (ii) celle de la pragmatique et son analyse des relations interpersonnelles. 1.1. La notion d’intercompréhension en sociolinguistique En sociolinguistique (Ch. Baylon, 1996), cette notion qui apparaît tout d’abord en dialectologie, puis est développée en géographie linguistique, c’est l’aspect spatial du phénomène qui prédomine dans le but d’inventorier et de délimiter les langues et leurs variantes. Ces disciplines se sont en effet attachées à distinguer les concepts de langue et de dialecte sur la base du principe d’intercompréhension mutuelle, c’est-àdire, sur la possibilité par les locuteurs d’une variante A de comprendre les locuteurs d’une variante B et réciproquement. On parle alors de zones d’intercompréhension dans le cadre d’une langue déterminée. C’est un critère méthodologiquement géographique qui repose sur la comparaison linguistique et qui sous-tend cette définition de l’intercompréhension où sont en jeu les relations entre les variantes au sein d’un système linguistique commun de référence dans une zone qui conforme une communauté linguistique identifiable. Quand l’intercompréhension s’interrompt, il ne s’agit plus de variantes d’une même langue mais d’une langue différente. On peut noter qu’il s’agit du principe bien connu en linguistique qui sert à déterminer les unités des différents composants à partir des notions de centre et de frontières. Dans ce cadre, ce sont alors les concepts de variantes et de parenté linguistique qui fondent l’intercompréhension et la centrent sur des mécanismes qui permettent la reconnaissance de formes linguistiques et, donc, la compréhension possible entre des locuteurs de communautés linguistiques en contact. Ces études s’appuient généralement sur la comparaison entre les langues et leur parenté, notions qui jouent un rôle déterminant dans la didactique de l’intercompréhension. 37 1.2. Les mécanismes d’ajustement communicationnel Dans le cadre des théories cognitives, le phénomène d’intercompréhension en tant que mécanismes d’ajustements communicationnels s’est converti en un objet d’étude de grand intérêt tant dans le domaine des lois du discours que des théories interactionnistes. Cette approche s’est largement développée dans le cadre des théories cognitives dans la ligne de Grice et a donné lieu à de nombreux travaux 10 . En effet, les théories cognitives de la pragmatique considèrent le phénomène d’intercompréhension comme l’une des conditions qui garantissent la communication et l’un des principes de base régulateurs des ajustements communicationnels. Dans cette perspective, l’intercompréhension se fonde sur les mécanismes qui déterminent les relations qu’entretiennent les différents schémas cognitifs extralinguistiques et linguistiques et l’activation d’opérations inférentielles complexes centrées sur l’intention du sujet parlant et la coconstruction du sens en situation de communication. Ce sont en effet les sujets engagés dans une situation de communication qui, en fonction de leurs positions, de leurs statuts et de leurs rôles, calculent leurs stratégies à partir de leurs intentions communicatives dans une négociation du sens communiqué en ayant recours à tous les mécanismes à leur disposition qui leur permettent d’établir une intercompréhension mutuelle. Dans cette perspective, la didactique, en s’intéressant à l’enseignement interactif plurilingue, met au cœur de ses intérêts la compréhension et l’intercompréhension comme compétences à part entière, ce qui nous oblige, d’une part, à distinguer ces deux notions et, d’autre part, à repenser la notion d’intercompréhension en tenant compte de l’ensemble des aspects définis antérieurement, c’est- à dire : la parenté linguistique, la variation et les mécanismes cognitifs d’ajustements communicationnels. 10 Dans le domaine inférentiel du processus d’interprétation, on peut citer Grice, Searle, Kintsch, Le Ny, Sperber et Wilson, entre autres, et dans celui des théories interactionnistes, Goffman et Kerbrat- Orecchioni. 38 2. LA COMPREHENSION COMME COMPETENCE AU SERVICE DE L’APPRENTISSAGE PLURILINGUE ENTRE LANGUES PARENTES Pour mieux appréhender ce phénomène complexe et le situer cognitivement, il est nécessaire de définir en premier lieu la notion de compréhension et ses spécificités dans un apprentissage plurilingue orienté vers l’intercompréhension. 2.1. La compréhension La compréhension résulte d’une série d’opérations cognitives de décodification linguistique qui s’enchaînent dans un processus interprétatif de contextualisation. Elle se présente comme une construction de l’interlocuteur comme sujet co-énonciateur qui consiste, d’un côté, dans le résultat d’opérations cognitives de compréhension qui activent la reconnaissance des mots, des phrases et des textes – actions de décodification –et, de l’autre, simultanément, dans le développement d’un processus qui, sur la base de l’identification des formes linguistiques, facilite l’activation des connaissances et des inférences – processus interprétatif – permettant la construction du sens, ces processus interprétatifs étant par ailleurs partie prenante des mécanismes d’intercompréhension. Dans le cadre d’un apprentissage plurilingue de l’intercompréhension entre langues parentes, cette compétence est d’une extrême importance et la proximité linguistique joue un rôle prépondérant, aussi bien dans la reconnaissance des formes des unités lexicales sur la base de leur transparence, ou similitude de forme, que sur les possibilités de transfert des structures morphosyntaxiques communes à des langues d’une même origine. Il est important de s’attarder sur ces mécanismes linguistiques qui permettent dans ce cadre d’activer les opérations cognitives. 2.2. Mécanismes de transfert de la compétence linguistique de la LM aux LE Pour activer les processus de compréhension entre langues parentes, les apprenants ont recours à des mécanismes de transfert de la compétence de leur LM vers les LEP (langues étrangères parentes). La structure 39 morphosyntaxique sous-jacente des langues romanes, tant dans le cas de GALANET que dans celui de GALAPRO, offre une organisation en grande partie similaire et permet d’établir des relations entre les unités lexicales, opérations indispensables pour la construction du sens. Dans nos travaux expérimentaux à Madrid (López Alonso et Séré, 2001, Séré, 2003), nous avons observé que les apprenants, surtout dans les premiers niveaux d’apprentissage, transféraient massivement, de manière consciente, l’organisation du système de l’espagnol aux langues en présence et que ce transfert leur permettait, malgré leur méconnaissance des LEP auxquelles ils étaient confrontés, d’identifier les relations verbe/sujet, les procédés de détermination, ou des structures plus complexes, comme les relatives, ou encore le système de substitution des pronoms ainsi que les relations qui s’établissent dans les concordances temporelles. Nous avons également observé que le seuil de compréhension est toujours lié conjointement à une double interrelation entre: (i) le transfert morphosyntaxique et (ii) la référenciation des unités lexicales grâce à leur similitude de forme, ou transparence lexicale, ce qui nous a permis d’établir, par exemple, une gradation de difficultés entre les différentes langues romanes en ce qui concerne les hispanophones: 1) en italien et en portugais, les apprenants hispanophones éprouvent peu de problèmes avec le système de ces langues et les zones les plus difficiles, ou zones d’opacité, sont essentiellement localisées au niveau lexical; 2) en français, l’orthographe pose des difficultés considérables et certaines structures génèrent des opacités ⎯ par exemple, l’emploi des pronoms en /y, les formes composées des possessifs ou l’organisation de la négation ⎯, bien que le transfert soit globalement possible, c’est surtout l’identification du lexique qui, par similitude de forme, facilite en premier lieu l’activation de ces opérations de construction du sens; 3) en roumain, le transfert syntaxique se révèle partiel ou nul : une grande partie des éléments relationnels n’est pas identifiable et le processus de compréhension qui repose exclusivement sur une identification lexicale partielle est insuffisant dans la plupart des cas et ne permet pas d’emblée l’activation des connaissances du monde. Ces relations complexes qui s’instaurent entre la transparence lexicale, le transfert morphosyntaxique et les connaissances du monde sont donc très souvent asymétriques et changeantes, les inférences résultent dans la 40 plupart des cas d’une cumulation d’opérations cognitives de nature différente liées aux contextes qui permet d’assurer la co-construction du sens dans des échanges plurilingues lors d’un apprentissage qui a pour objectif l’intercompréhension. Quant à la notion d’intercompréhension, pour bien la situer dans ce cadre, il convient tout d’abord de distinguer la notion d’intercompréhension intralinguistique ou conversationnelle de celle d’intercompréhension interlinguistique ou intercompréhension entre locuteurs de différentes langues. 3. L’INTERCOMPREHENSION INTRALINGUISTIQUE OU CONVERSATIONNELLE D’une manière générale, les interactions sociales (Depover, 2006) contribuent au développement des compétences en favorisant le développement de capacités cognitives plus évoluées ce qui, à son tour, permet des interactions sociales plus complexes. Dans cette approche constructiviste, compétence et interaction sont deux concepts étroitement liés où les compétences se développent dans les échanges que l’individu maintient avec son environnement. Cette co-construction des connaissances qui évolue tout au long de la vie permet à l’individu, dans un double mouvement, de s’intégrer dans la société et d’intégrer les nouvelles connaissances nécessaires à sa propre activité. Dans cette perspective, l’intercompréhension intralinguistique repose sur un processus d’ajustement communicatif basé sur l’activation d’inférences de nature diverse qui caractérise le processus interlocutif de co-construction collaborative du sens entre plusieurs interlocuteurs. Ce processus interactif permet de résoudre l’indétermination caractéristique de tout échange de nature communicationnelle. L’interlocution ordinaire se présente en effet comme un lieu où se développe un flux de sens qui peut amener au malentendu et qui se caractérise par une indétermination laissée au jeu des inférences sur la base des connaissances partagées des co-énonciateurs. Cependant, ce non-dit, supposément partagé et pertinemment activé, ne constitue pas un obstacle à l’intercompréhension, puisque c’est ce même processus qui, tout en étant le producteur de l’indétermination, permet précisément ce 41 que le philosophe Jacques appelle l’intercommunicabilité des connaissances et que le déroulement conversationnel est satisfait sur la base de la possibilité d’une simple compréhension provisionnelle. Selon Bange (1996), la communication 1) est le moyen qui sert à la réalisation des intentions du locuteur par la réaction de l’interlocuteur et 2) elle peut être cet instrument de coordination des actions des partenaires parce qu’elle est l’instrument par excellence de la typification et du partage du savoir. La communication est donc un lieu d’indétermination où chacun infère et ajuste ses interventions en fonction de ses visées communicatives, de ses connaissances individuelles, des connaissances qu’il a de l’autre et des connaissances et des intentions qu’il attribue à l’autre. Les modèles interactionnistes pour l’acquisition des langues secondes tentent de baser l’apprentissage sur la relation causale entre interactions et développement linguistique, l’intercompréhension intralinguistique se présente alors comme une compétence de référence et est partie prenante de la compétence communicative dans son ensemble qui, par nature, se base sur un réseau de processus faisant appel à la fois à la compréhension, processus interprétatif, et à la production en situation d’interaction, processus d’ajustement du sens. Tous ces processus et ces mécanismes servent de base à un apprentissage interactif des langues tout au long de la vie et jouent un rôle déterminant dans l’intercompréhension interlinguistique. 4. L’INTERCOMPREHENSION INTERLINGUISTIQUE OU INTERCOMPREHENSION ENTRE LOCUTEURS DE DIFFERENTES LANGUES PARENTES Dans le cadre d’une situation d’intercompréhension interlinguistique, dans la communication endo/exolingue, le partage des savoirs, comme le souligne Bange, est encore plus difficilement présupposé que précédemment, les lacunes éventuelles des connaissances linguistiques et culturelles obligent les interlocuteurs à une constante vérification des connaissances mises en jeu, il faut constamment réparer les accrocs dans l’intercompréhension et trouver des palliatifs. Il faut donc une vigilance accrue du contrôle métadiscursif et métalinguistique au service de la réalisation des buts de la communication, une vigilance accrue dans la 42 régulation de l’intercompréhension, tant du côté des locuteurs natifs que des interlocuteurs non natifs, pour assurer la coordination des interactions dans une construction négociée du sens échangé. Dans les échanges sur les forums et les chats de GALANET et de objectif l’apprentissage de GALAPRO qui ont comme l’intercompréhension entre langues romanes, le principe d’ambiguïté se voit en effet hautement renforcé par les difficultés d’ordre linguistique. Etant donné les connaissances inégales ou nulles des différentes langues utilisées sur la plateforme, ce sont les connaissances du monde et la proximité lexicale ou syntaxique, donc la parenté linguistique, qui facilitent l’activation des opérations inférentielles, opérations qui permettent de référencier et d’établir les relations indispensables pour la construction du sens communiqué dans les interventions. Selon ces principes, l’intercompréhension interlinguistique est réalisée sur la base d’inférences activées à partir de schémas de nature différente qui allient les stratégies communicatives habituelles avec des stratégies linguistiques spécifiques liées à l’insuffisance des connaissances linguistiques et à la situation plurilingue, ces schémas se situent : - au niveau cognitif, qui acquière un rôle prépondérant et souvent compensatoire par rapport aux stratégies linguistiques, il s’agit d’inférences, ayant trait aux connaissances du monde, aux croyances, aux lois du discours, aux principes de coopération dans le sens de Grice, aux ajustements de sens et aux stratégies interprétatives qui en découlent et agissent à la fois dans les niveaux globaux et locaux de la construction du sens et, - au niveau linguistique, les inférences s’appuient essentiellement, comme nous l’avons vu, sur la transparence de certains termes et la similitude du système morphosyntaxique qui permet d’inférer dans les contextes et les cotextes et de résoudre ainsi, au moins en partie, les zones d’opacité. Ces différentes stratégies – conversationnelles et plurilingues, axes directeurs de l’apprentissage sur la plateforme – déterminent les mécanismes interactifs mis en œuvre par les apprenants. Ces stratégies sont très souvent compensatoires et asymétriques, les opérations inférentielles s’appuyant en grande partie, surtout en début d’apprentissage sur les connaissances du monde pour compenser le déficit linguistique qui, dans les échanges, est marqué par de nombreux 43 actes de parole d’ordre métalinguistique de demandes d’explication, de traduction de nombreux mots ou expressions qui font obstacle à l’intercompréhension. Dans ce sens, ce double processus qui allie interprétation et production endo/exolingue conduit et caractérise les ajustements communicatifs dans les interactions dans les forums et dans les chats en laissant de nombreuses traces du processus d’acquisition/apprentissage linguistique. Cette démarche s’insère bien évidemment dans le cadre des modèles interactionnistes pour l’acquisition des langues secondes qui tentent de baser l’apprentissage sur la relation causale entre interactions, développement linguistique et formation interculturelle. EN CONCLUSION La notion d’intercompréhension reformulée sur cette base n’appartient traditionnellement pas aux cadres théoriques et méthodologiques de l’enseignement des LE, il s’agit d’une compétence à part entière qui doit se définir à partir de l’ensemble des approches qui offrent une réflexion dans ce domaine. L’intercompréhension résulte en effet d’une cumulation d’opérations cognitives complexes où s’enchevêtrent des processus d’intercompréhension interlinguistique et d’intercompréhension intralinguistique, en effet, la condition de développement de la compétence d’intercompréhension interlinguistique, repose à la fois sur les mécanismes d’ajustements communicationnels et sur les similitudes linguistiques qu’offrent les langues parentes. Pour élaborer une didactique et une formation à l’apprentissage de l’intercompréhension il faut donc tenir compte tout aussi bien la parenté linguistique et de ses atouts en matière de compréhension que de développer des démarches centrées sur la potentialisation des mécanismes communicationnels inférentiels et des stratégies de co-construction du sens entre interlocuteurs. 44 BIBLIOGRAPHIE BANGE, P. (1996). « Le rôle de l’interaction dans l’acquisition d’une langue étrangère ». 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Procedemos a un análisis contrastivo, pero no de los métodos entre sí sino de los métodos y de sus fundamentos básicos para con la opción metodológica genuina de la intercomprensión. En efecto, pensamos que sin una visión histórica del legado del pasado, la investigación en torno al concepto de la intercomprensión no progresará en la medida en la que deseamos que lo haga. Palabras-claves: didácticas y pedagogía en LE, intercomprensión, análisis comparativo ABSTRACT The purpose of this paper is to review the principles of the main L2 teaching methods, both from the diachronic and synchronic perspective. In contrasting them, we will focus mainly on how intercomprehension is integrated in these methods. We believe that no future research targeted at defining the concept of intercomprehension (as we wish to contribute) is possible without considering the previous contributions and legacy of the past. Key-words: Foreign languages didactic methods and pedagogical practices, intercomprehension, contrastive analysis. 46 INTRODUCTION Depuis le XVIIIème siècle et jusqu’à nos jours, les différentes méthodologies se sont succédé, les unes en rupture avec les précédentes, les autres comme une adaptation de celles-ci aux nouveaux besoins de la société. Il n’est pas aisé de les définir d’une manière précise dans leur succession chronologique, étant donné que certaines d’entre elles ont cohabité avant de s’imposer aux précédentes dans une version nouvelle adaptée. Nous allons cependant tenter de reconstruire ce cheminement à la fois théorique et pratique qu’ont parcouru les praticiens de l’enseignement des langues étrangères depuis la méthodologie traditionnelle ou classique entre le XVIIIème et le XIXème siècles utilisée en milieu scolaire pour l’enseignement du latin et du grec et devenue par la suite une méthode d’apprentissage des langues modernes, jusqu’à ce que certains appellent l’éclectisme méthodologique actuel qui met en œuvre l’interactivité entre les acteurs de l’enseignement (formés et formateurs) à partir de supports ad hoc de plus en plus redevables des possibilités offertes par les nouvelles technologies. L’intercompréhension en tant que pratique inter langagière a sa place dans cette catégorie d’options didactiques. Il reste à voir en quoi cette perspective innovante d’apprentissage des langues est redevable des méthodologies passées et en quoi également elle s’assimile et se différencie des options et des optiques actuelles de l’enseignement des langues étrangères. Pour cela, nous examinerons les méthodes qui ont été successivement adoptées depuis l’enseignement traditionnel jusqu’à nos jours en nous appuyant sur des paramètres qui nous ont semblé définir les principaux traits sur lesquels se fondent les options didactiques d’enseignement des langues. Pour chacune d’elles, il sera fait état des paramètres qui pourraient être partagés par l’intercompréhension. 1. ANALYSE DIACHRONIQUE ET CONTRASTIVE Il sera procédé à un examen sur l’axe du temps des options méthodologiques qui ont été l’objet des pratiques pédagogiques en enseignement des langues. On peut d’ores et déjà opérer une division – artificielle mais opérationnelle tout de même- entre d’une part, les pratiques pédagogiques dont le but fondamental a été la transmission de 47 connaissances, de savoirs et d’autre part, les pratiques pédagogiques dont le but est principalement la construction de compétences, de savoir-faire. Les paramètres d’analyse - l’ancrage ou le contexte d’enseignement, - les compétences exercées, les objectifs primordiaux, - les éléments clés du processus d’apprentissage, - les critères d’évaluation, - les supports ou ressources utilisées, - le(s) registre(s) de la langue enseignée, - la composante culturelle adjointe - et enfin les résultats obtenus sont forcément redevables de cette différence d’objectifs. Il sera procédé à l‘étude contrastive des paramètres cité supra pour dégager, de manière systématique, les caractéristiques qui puissent être partagées par les méthodes et l’intercompréhension. Ont été considérées la méthodologie traditionnelle, la méthode directe, la méthodologie active, la méthodologie audio-orale du behaviorisme, la méthodologie situationnelle, la méthodologie structuro globale audiovisuelle (SGAV), l‘approche communicative ou fonctionnelle, la perspective actionnelle et didactique des langues-cultures. 1.1 Enseignement par transmission de connaissances 1.1.1 La méthodologie traditionnelle La méthodologie traditionnelle ou méthodologie classique s’inscrit, surtout dans les premiers temps, dans une perspective de traduction. Elle correspond également à une période où les ressources didactiques en langue cible étaient puisées dans les textes littéraires. Le modèle de langue était un modèle normatif et d’un registre soutenu. Les champs thématiques étaient de l’ordre de la description, de la narration et de l’expression des sentiments. Cette méthodologie partage avec l’intercompréhension la mise à profit de la compétence d’expression en langue maternelle et l’objectif de la 48 compréhension en langue-cible, ce qui, d’une certaine manière, pourrait être interprété aujourd’hui comme apprentissage par “compétences partielles“ Il va sans dire que les points de vue sont tout à fait distincts, mais il faut retenir que ce qui était pratiqué dans un but métalinguistique ou de traduction dans les méthodologies classiques garde un rapport avec la relégation dans un deuxième plan ou un deuxième temps de l’expression en langue cible, présupposé théorique partagé par l’intercompréhension. 1.1.2 La méthodologie directe La méthodologie directe inaugure l’application d’une méthodologie spécifique à l’enseignement des langues vivantes étrangères. Comme son nom l’indique, elle s’opposait à la méthodologie traditionnelle de grammaire-traduction en raison de son principe direct. En effet, les temps avaient changé, qui conditionnaient le besoin d’apprentissage des langues vivantes étrangères dans un nouvel objectif pratique devant réorienter la perspective d’apprentissage de la langue en tant qu’instrument de communication. En ce qui concerne les cibles de l’enseignement, l’accent est mis sur les processus intuitifs de détection du sens des unités lexicales qui sont présentés dans un contexte facilitateur et familier comme des objets ou des images. L’objectif n’est pas le même, mais ce travail qui fomente le rapprochement entre un repère familier suggéré par le contexte et le contenu sémantique n’est pas étranger à la base des modalités de recherche du sens, en intercompréhension. 1.1. 3 La méthodologie active La méthode directe a combiné beaucoup de méthodes comme la méthode orale et la méthode active. L’objectif de la méthode orale était la pratique orale de la langue en classe et la langue écrite restait au second plan, tandis que la méthode active comprenait un appareillage très complexe et très complet de procédés méthodologiques et d’objets d’enseignement, d’où les désignations multiples qu’on lui a assignées : “méthodologie éclectique”, “méthodologie mixte”, “méthodologie orale”, “méthodologie directe” ou même méthodologie de synthèse. Elle revendique un équilibre global entre les trois objectifs de l’enseignement-apprentissage: 49 formatif, culturel et pratique. Faisant preuve de pragmatisme, elle permettait l’utilisation de la langue maternelle en classe. Dans le parallélisme avec les méthodes actuelles, on peut dire qu’elle partageait leur caractère éclectique et proposait une véritable ouverture aux innovations techniques (gramophone, radio, magnétophone), ainsi qu’un souci pragmatique d’opérativité des savoirs (contrôle de l’inflation lexicale, champ lexical adapté à la vie quotidienne), et une stimulation des stratégies inductives d’enseignement de la grammaire et du lexique. De même, l’accent était mis sur l’évolution psychologique de l’élève à partir d’un contexte favorable, la motivation étant vue comme l’élément clé du processus d’apprentissage. L’intercompréhension, concrètement, s’est fusionnée dans la majorité de ses pratiques avec les nouvelles technologies, le volume d’apport lexical est strictement fonction de la situation de communication hic et nunc et la compréhension des structures syntaxiques et grammaticales se fait également à partir de stratégies inductives, davantage, il est vrai, mises en œuvre par l’apprenant sur la base de pré acquis culturels et linguistiques que mises en œuvre par l’enseignant. Les recherches en linguistique et les théories de référence -mélange de la psychologie béhavioriste et du structuralisme linguistique- vont, à partir de la seconde moitié du siècle passé, conditionner l’enseignement et l’apprentissage des langues et opérer un tournant méthodologique 1.2 Enseignement par création ou activation de compétences Les méthodologies qui succèdent à l’enseignement par transfert de connaissances s’appuient sur des théories linguistiques et de linguistique appliquée. Elles intègreront des théories de référence, exploreront l’utilisation de nouveaux matériels pédagogiques, reconfigureront la place et le rôle des acteurs de l’apprentissage, et notamment celui du professeur, placeront leur objet d’enseignement sur un autre plan que celui des années précédentes de l’acquisition de savoirs. 1.2.1 La méthodologie audio-orale Elle s’appuyait, du point de vue des fondements linguistiques, sur l’analyse distributionnelle des héritiers de Bloomfield qui considérait la langue dans ses deux axes : l’axe paradigmatique qui, du point de vue de 50 la méthode d’enseignement, se déclinait en exercices structuraux par substitution des unités les plus petites de la phrase, et l’axe syntagmatique, ce qui, dans les exercices structuraux, se traduisait par la transformation d’une structure par une autre. Du point de vue, cette fois, psycho cognitif, la méthodologie audio-orale s’appuyait sur les travaux de J.B. Watson et B. F. Skinner, le behaviorisme et le conductivisme. En classe, les réponses déclenchées par les stimuli étaient supposées devenir des réflexes, c’est-à-dire des acquis définitifs. L’utilisation du laboratoire de langues va se généraliser pour intensifier la répétition de structures, gage de la mémorisation et de l’automatisation. Thorndike dicte ces deux lois qui reflètent le fondement de tout processus d’apprentissage : La loi de l’exercice : les connexions entre la situation et la réponse sont renforcées par l'exercice et affaiblies lorsque l'exercice est arrêté. Le renforcement des connexions entre une situation et la réponse conduit à une augmentation de la fréquence d'apparition de la réponse correcte. La loi de l'effet : une connexion est renforcée ou affaiblie par l'effet de ses conséquences. Si la connexion situation-réponse est suivie d'un état de satisfaction du sujet (récompense) elle est renforcée; si elle est suivie d'un état non satisfaisant (punition) elle est affaiblie. Ces deux conditionnements qui ont inspiré les principes de la méthodologie audio-orale semblent garder peu de rapport avec les méthodologies actionnelles actuelles dans lesquels l’apprentissage est social et fruit d’un travail « en commun ». On peut cependant retenir que ces principes mettaient l’accent sur la connexion entre le facteur situation et le facteur compréhension et réponse, et également sur le potentiel d’apprentissage que suppose « l’effet » favorable des réponses adéquates, ce qui n’est pas étranger à la motivation dans une communication dialogique bien gérée. Par conséquent, si la nature des compétences visées n’est pas comparable, il est important de souligner que –malgré l’absence d’une véritable batterie de ressources pédagogiques générées par la méthode audio-oraleelle a fait passer la didactique des langues étrangères de l’enseignement 51 par transmission de connaissances à l’enseignement par activation de compétences, paramètre partagé par l’intertercompréhension. Notons également ce fondement théorique majeur, celui de l’universalité de la langue qui relativise le caractère « étranger » de la langue cible ce qui n’est pas si éloigné du concept clé de la philosophie de l’intercompréhension selon laquelle on aborde une langue avec un bagage important de connaissances préalables partagées par les locuteurs (et de manière plus patente s’ils partagent la parenté linguistique et la proximité culturelle). 1.2.2 La méthodologie situationnelle Ainsi que son nom l’indique, cette méthode met l’accent sur le lien étroit entre l’utilisation de structures linguistiques et la situation auxquelles elles renvoyaient. Ce facteur entraîne la diversification des supports en vue de recréer les situations dans lesquelles ces structures ont, naturellement, leur emploi. l’aspect visuel, notamment, devient important. L’enseignant laisse graduellement la prise en charge de son apprentissage à l’élève qui acquiert une certaine autonomie. L’expression orale en langue cible prend une place importante par rapport aux trois autres compétences On ne s’attardera pas davantage sur cette méthode qui est plus un jalon qui a permis d’asseoir les fondements de l’enseignement basé sur l’activation de compétences. 1.2.3 La méthode structuro-globale audio-visuelle Le véritable essor de cette évolution méthodologique a lieu à partir des années soixante-dix. C’est une période où la recherche fondamentale trouve ses applications dans tous les domaines : la linguistique continue d‘apporter des fondements clés à la recherche en didactique des langues (G. Gougenheim, le pédagogue P. Rivenc, N. Chomsky), mais également la rééducation des malentendants (P. Guberina), les pathologies du langage, les sciences de la communication et de l’information (télécommunication, transmission de la parole, registres de langue), la traductologie, etc. 52 La méthode structuro-globale audio-visuelle (SGAV) naît dans ce contexte de relation étroite entre tous les domaines des sciences et de leurs applications. Ses principes fondateurs sont bien connus de tous les didacticiens : la place de l’oral est privilégiée et traitée en premier dans sa composante perceptive, et la langue est considérée comme un ensemble acousticovisuel; par conséquent, c’est la globalité des stimuli -grammaire, clichés, situation et contexte linguistique- qui vise à faciliter leur assimilation, la motivation étant le principal déclencheur de cette intégration. Dans l’optique contrastive qui nous occupe, on peut relever l’importance et l’optimisation des composantes culturelles et sociales dans les ressources écrites et des paramètres non-verbaux (intonation, pauses, débit, rythme, intensité, tension) dans les documents audio, comme autant d’éléments visant à reproduire la globalité de la situation de communication. L’accès à la grammaire et au lexique se fait de manière intuitive. Mais les trois éléments qui semblent intéresser le plus cette analyse contrastive, sont : - la nécessité d’un ajustement, d’une adaptation de l’expression du professeur dans la langue qui constitue la langue cible de l’apprenant - une psychologie de l’apprentissage spécifique - une variété importante de documents, qui permet aux apprenants de faire des choix qui répondent à leurs besoins et à leurs attentes ce qui rapproche la communication pratiquée en classe d’une communication authentique. 2. ANALYSE SYNCHRONIQUE ET CONTRASTIVE 2.1 Les options méthodologiques 2.1.1 L’approche communicative ou fonctionnelle À partir des années 80 jusqu’à nos jours, la plupart des options s’inscrivent dans une méthodologie dite communicative. C’est dans cette optique que nous nous situons pour ce qui concerne notre l’analyse contrastive en synchronie, non pas que d’autres méthodes ne puissent 53 continuer d’apporter leurs contributions à l’enseignement actuel des langues. L’approche communicative ou fonctionnelle opère un changement véritable qui conditionne tous les volets de l’enseignement axé sur l’interaction. Entre autres traits différenciateurs, elle ne contemple pas de section spécifique consacrée à l’étude du vocabulaire ; ce dernier s’acquiert en situation et à travers les différentes rubriques des unités. Le discours a plus d’importance que le lexique et l’initiative est laissée aux apprenants (pédagogie de la négociation et autonomie de l’apprenant). L’accès au sens se fait grâce à des informations visuelles et paraverbales plutôt qu’à partir de connaissances linguistiques. L’apprenant commence par interpréter une situation de communication avant de s’intéresser à la langue. Il est entraîné par le professeur à émettre des hypothèses. Ces méthodes ne considèrent pas l’usage de la langue maternelle, cependant elles reconnaissent l’utilité de leur utilisation ponctuelle pour débloquer une situation de rupture de communication. Ces pratiques communicatives et cognitives ont pour effet ultime d’aider les élèves à réfléchir sur les mécanismes linguistiques, à conceptualiser ce qu’ils ont pratiqué interactivement dans les étapes précédentes. L’enseignement est centré sur l’apprenant, tant au niveau de la liberté de la sélection des matériels (pédagogie de la négociation) que dans la mise en place d’une progression adaptée. L’enseignant n’a pas une fonction directive, son rôle essentiel étant de promouvoir l’interaction en classe entre les élèves et entre lui et les élèves. Dans cette optique, l’erreur acquiert un caractère pédagogique : elle permet de situer l’apprenant dans son évolution interlangue. Sans négliger les autres compétences, les méthodologies communicatives mettent tout de même davantage l’accent sur la compréhension orale et la production écrite Enfin, il faut noter que l’évaluation est avant tout globale et pragmatique, reposant sur l’observation des interactions dans la classe. Si le titre de cette rubrique équiparait l’approche communicative à l’approche fonctionnelle, la réalité c’est qu’il y avait bien deux approches 54 et que la tendance va être d’ancrer davantage l’enseignement dans le communicatif qui met à contribution tous les pré-acquis. Pour exemple, cette citation de H. Besse : « L’approche .fonctionnelle se préoccupe trop des besoins et pas assez “des potentialités d’apprentissage”, i.e. les stratégies d’apprentissage et “savoir-apprendre” déjà assimilés dans la culture propre ». Cette analyse critique met l’accent sur un des piliers, un des fondements de l’intercompréhension. 2.1.2 La perspective actionnelle et didactique des languescultures ou apprentissage par tâches. La perspective actionnelle proposée dans le Cadre européen commun du Conseil de l’Europe va au-delà de l’approche communicative, dans ce sens où les interactions sont envisagées comme des actions partagées et poursuivant un objectif collectif. Elle apporte cette composante fondamentale de la motivation, éternellement recherchée, mais très difficilement mise en pratique, qui est son caractère authentique. Cette dimension sociale qui caractérise la co-action et sans laquelle la communication reste toujours artificielle, va être intégrée à la faveur des technologies de l’information et de la communication. L’authenticité de la communication va se trouver doublement renforcée par : - le caractère authentique d’une vraie « tâche » à réaliser en commun ; - la relation foncière qui existe entre cette tâche et l’outil de communication utilisée. Le stade donc de l’exercice de la communication pour l’obtention d’une compétence langagière qui ne s’exercerait véritablement qu’hors contexte d’apprentissage est dépassé. Par cette symbiose totale entre les objectifs et les moyens, un tournant s’est opéré qui donne sa dimension communicative authentique à l’interaction. Les auteurs du Cadre commun européen de référence ont opéré ce tournant majeur qui fait que l’acte de parole n’est pas considéré comme une fin en soi mais il ne prend de sens que par les rencontres sociales et culturelles qu’il contribue à promouvoir. Authenticité de la communication, symbiose entre l’outil de communication (majoritairement les fonctionnalités des technologies de 55 l’information et de la communication) et l’objectif de la communication sont les principaux fondements des options pédagogiques actuelles. Ajoutons la composante de co-culturalité qui intervient à travers la mise en œuvre d’un projet commun. Après cette rétrospective des pratiques anciennes, après cette analyse des optiques actuelles, on peut tenter d’opérer une synthèse des paramètres que l’intercompréhension partage avec celles-ci. 3. SYNTHESE ET ANALYSE DES RESULTATS La connaissance des temps passés pourrait conduire à une appréciation équivoque d’aboutissement ou même de réitération de pratiques anciennes. Effectivement, il apparaît que nous avons retrouvé nombre de facteurs qui font partie des fondements théoriques et didactiques de l’intercompréhension et que nous avons retrouvés au travers de cette analysedes différentes approches méthodologiques passées et même actuelles, tels : - l’ancrage théorique d’ordre multidisciplinaire, fruit des travaux de linguistes, de pédagogues, de psychologues, de concepteurs et d’informaticiens, etc ; - l’option, prise depuis des décennies déjà, qui privilégie l’enseignement par construction de connaissances et par activation de compétences sur l’enseignement par transmission de connaissances ; - les compétences partielles, dont l’expression en langue maternelle et la compréhension en langue étrangère ; - l’approche inductive du système grammatical de la langue étrangère et l’accès au sens des composants lexicaux par la mise en œuvre de stratégies cognitives ; - la mobilisation des préacquis de tous ordres ; - l’apprentissage en autonomie, au sein d’une communauté actionnelle ; - l’axiome révisé de l’universalité des langues (davantage patent à l’intérieur des familles de langues) ; - la revalorisation de l’objectif culturel ; 56 - l’utilisation des technologies les plus récentes du multimédia qui sont censées être en symbiose avec les compétences à activer ; - le souci d’authenticité et de vécu direct dans le contact avec la langue étrangère ; - des registres de langue étendus et adaptés à la situation. - des critères d’évaluation, dont la réussite ou non de la tâche, plutôt que l’acquisition de contenus linguistiques. 4. DISCUSSION DES RESULTATS ET CONCLUSION On peut considérer qu’il existe une certaine cohérence conceptuelle ou solution de continuité entre le déplacement de l’objet d’apprentissage qui avait conduit à prioriser la seule réussite de la communication au détriment de la connaissance purement linguistique de la langue étrangère et le parti pris par l’intercompréhension de l’expression en langue maternelle. Cependant, il faut reconnaître que le pas à franchir était grand quand il n’y a pas si longtemps le recours à la langue maternelle était banni. Malgré tous les paramètres que l’intercompréhension partage avec les options didactiques passées et actuelles, qui sont nombreux et plus nombreux que nous l’avions imaginé, la pratique, depuis déjà des années, de l’intercompréhension nous confirme dans l’idée qu’il s’agit bien d’une pratique novatrice, avec des résultats encourageants mais peut-être difficiles à évaluer. Parmi les traits qui la distinguent, il y en a un qui est primordial et qui est l’expression en langue maternelle. On essaiera, en guise de conclusion, d’en exposer quelques implications. qualité des échanges au niveau de la communication linguistique et culturelle est optimale. En effet, le statut de la langue et le statut des locuteurs est rigoureusement le même; il n’y a ni déséquilibre de rôles, ni situations décompensées des acteurs de la communication au niveau de l’expression et de la compréhension. La réussite de la communication qui est une tâche en soi, traditionnellement adscrite au professeur, est le fait de tous les acteurs et sur un pied d’égalité ; le facteur co-actionnel s’en trouve renforcé. Les apprenants ont la prérogative de gérer les situations La 57 de rupture, les explications métalinguistiques, malentendus, les désajustements culturels, etc. les digressions, les On ajoutera qu’on est loin de la dichotomie présentiel versus autonomie. En intercompréhension interactionnelle, l’apprenant ne réalise pas seul des activités programmées qu’il devra ou non faire corriger, il est placé dans une situation de co-responsabilité envers son propre processus de compréhension, mais aussi envers celui du groupe au sein duquel il est inscrit, car il lui en a été donné les moyens. Le constat a été fait d’un véritable continuum de l’évolution des pratiques pédagogiques de l’enseignement des langues. Cet état de fait n’est pas étranger à la relation étroite qu’elles entretiennent avec la progression des avancées technologiques. Il y a cependant des faits marquants dans la compétence langagière des apprenants qui ne peuvent passer inaperçus à tout professeur de langue : le naturel et la fluidité des échanges synchrones et asynchrones. Cela montre qu’au niveau de l’expression, les barrières sont tombées faisant place à une compétence dialogique nouvelle, celle de l’adaptation du locuteur à son interlocuteur et qu’au niveau de la compréhension, les barrières deviennent franchissables grâce à des facteurs bien connus comme les repères linguistiques et culturels partagés et, comme nous venons de le dire, grâce au potentiel communicatif du locuteur pour favoriser le dialogue, la compréhension mutuelle et la conciliation. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES BESSE, H., (1985). Méthodes et pratiques des manuels, Paris, Hatier-Didier, Col. Essais. CONSEIL DE L’EUROPE, (2001). Cadre européen commun de référence pour l’apprentissage et l’enseignement des langues, Strasbourg : Conseil de l’Europe, 1e éd. 1996, 2e éd. corr. 1998 ; Paris : Didier. COSTE, D. et al. (1994). Vingt ans dans l’évolution de la didactique des langues (1968 – 1988), Paris, Ed. Didier, Col. Langues et apprentissage langues. BERARD, E. (1991). 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Langues modernes, 3 (55-71). Disponible sur : http://uptv.univpoitiers.fr/web/canal/61/theme/28/manif/125/video/1180/in dex.html TARDIF, J. (1992). Pour un enseignement stratégique. L’apport de la science cognitive. Montréal (Québec) : Les Éditions Logiques. ZARATE, G. (1993). Représentations de l’étranger et didactique des langues. Paris : Didier-CRÉDIF (coll. « Essais »). MODELAGES D’INTERCOMPREHENSION - QUE FONT LES CHERCHEURS DU CONCEPT D’INTERCOMPREHENSION ? DEUX ETUDES DE CAS. Ana GUEIDÃO Sílvia MELO-PFEIFER Ana Sofia PINHO CIDTFF – Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro RESUME La présentation de différents regards portés sur le concept d’Intercompréhension, notamment des définitions présentes dans les travaux de deux des auteurs de ce texte, est prétexte à démontrer comment, indépendamment des diverses "formes" assumées par ce terme suivant les contextes, la "matière première" qui le façonne est la même. Il semblerait donc qu’il existe un noyau conceptuel/idéologique commun qui lui donne consistance. Pourrions-nous parler d’un noyau de sèmes communs, auquel se lieraient des caractéristiques sémantiques modelables ? Mots-clés: concepts, autobiographique intercompréhension, épistémologie, recherche ABSTRACT The presentation of different glances at the concept of IC based on the work of the authors of this article is a pretext to make evident that, independently of the several “shapes” the concept takes according to the contexts it inhabits its “raw material” is the same. There seems to be a common conceptual/ideological central core which gives it consistency. Could we speak of a centre of common semes combined with moulding semantic properties? Key-words: research concepts; intercomprehension, epistemology, autobiographic 60 INTRODUCTION Le concept d’intercompréhension (IC) connaît un indéniable essor en Didactique des Langues (DL), aussi bien au niveau de la recherche (Alarcão et al, 2009; Capucho et al, 2007; Degache & Melo, 2008), que dans le domaine de la formation (de professeurs et/ou de futurs professeurs – Andrade & Sá, 2003 ; Araújo e Sá & Bastos & Melo, 2006 ; Carrasco, 2003 ; Pinho, 2008 – et des apprenants – Meissner, 2008 ; Santos, 2007) ou encore, dans sa dimension politique (Chardenet, 2004 ; Doyé, 2005 ; Janin, 2008). Ceci est essentiellement dû, d’après nous, au fait qu’il s’agisse d’un concept qui intègre facilement le discours des chercheuses, des formateurs et des politiciens, de par le fait qu’il mobilise un ensemble de sèmes qui sont actuellement à la base de la reconfiguration épistémologique de la DL (Alarcão et al, 2009) : la défense du plurilinguisme et du multiculturalisme européens et la reconnaissance de la pluralité des voix et des dialogues interculturels, mais aussi sa propre vocation sociale. Toutefois, malgré cette émergente mise en scène didactologique de base en situation d’expansion (presque de vulgarisation), il reste surprenant que l’IC se prête à de multiples acceptions (Bonvino et al, 2008 ; Degache & Melo, 2008 ; Melo & Santos, 2009). Pratique devenue concept (Capucho, 2009), l’intercompréhension est aujourd’hui un concept à la recherche de ses pratiques, de ses contextes de circulation et de ses (potentielles) déclinaisons empiriques. Bien que l’hétérogénéité du concept soit, tout récemment, reconnue et décrite, vu les divergences et les complémentarités existant entre les différentes recherches, il nous paraissait intéressant de rendre compte des évolutions et des mutations plus ou moins prononcées présentes dans le discours de chacun(e). Ainsi mis en perspective, ce texte prétend donner à deux de ses auteurs (AP et SM), l’opportunité de se regarder et de voir de quelle manière le concept d’IC est modelé dans leurs travaux. Nous essayerons donc, tout au long de cette étude empirique, de mettre en évidence les facteurs qui, lors de ces recherches, ont conduit d’une redéfinition de ce concept à l’ampliation ou à la réduction de son poids sémantique et de ses propriétés explicatives et descriptives. 61 1. LE CONCEPT D’INTERCOMPREHENSION EN DIDACTIQUE DES LANGUES : BREF APERÇU Une simple lecture des titres des textes les plus récents qui abordent explicitement le concept d’intercompréhension est significative de l’état actuel de la réflexion et du cadre donné, en DL, au concept d’IC. Si, d’une part, surgissent des questions posées par des théoriciens plus sceptiques ou provocateurs – « L'intercompréhension est-elle soluble dans l'éducation plurilingue? » (Castellotti, 2007) et « L’intercompréhension est-elle une mode? » (Capucho, 2009) –, d’autre part, on accepte comme un acquis, et même comme une marque distinctive, le caractère encore flou du concept et l’usage flexible que l’on en fait – « Intercompréhension(s) : les multiples déclinaisons d’un concept » (Melo & Santos, 2007), « L'intercompréhension: un concept hétérogène, des enseignements ciblés » (Bonvino et al, 2008), « Un concept aux multiples facettes » (Degache & Melo, 2008). Il ne reste aucun doute, actuellement, que l’IC est incluse dans une éducation plurilingue en faveur du plurilinguisme, intégrant ce qu’il est convenu d’appeler les « approches plurielles » de l’enseignementapprentissage des langues (Candelier et al, 2007). Étant au service d’une éducation «maximaliste» d’ouverture à l’Autre, l’IC « propose d’élargir le champ de la compréhension à un nombre beaucoup plus grand de langues/ cultures, en s’adressant à des publics diversifiés au moyen de démarches ouvertes, visant le développement de capacités variées qui mobilisent des stratégies complexes » (Castellotti, 2007 : 580, souligné des auteurs). Face à la magnitude de l’œuvre que l’IC se propose de réaliser, en voulant former des interlocuteurs plurilingues et multiculturels, prônant une politique linguistique européenne qui prétend contribuer à la construction d’une Europe diverse mais unie, on comprend que l’IC ne puisse s’enraciner dans une approche didactico-pédagogique perçue comme un mouvement passager. Tout particulièrement, il apparaît important de reconnaître que l’IC n’est pas une mode sans fondement et sans avenir : « elle est ancrée sur des pratiques réelles, « naturelles » des individus depuis des siècles […] elle suit l’expérience spontanée des gens, même si souvent les approches scolaires semblent contrarier (et empêcher) le développement harmonieux et la mobilisation efficace d’une compétence plurilingue. » (Capucho, 2009 : 12, souligné des 62 auteurs), même si l’histoire à venir de ce concept, au service de la DL, implique l’acceptation de sa richesse et l’exploitation de ses subtilités et des parcours qu’il intègre. L’IC apparaît, de ce fait, comme un concept qui s’alimente de son propre caractère hétérogène, de la multiplicité de facettes et de déclinaisons qu’il peut prendre, et c’est en cela que consiste sa principale condition de développement dans le domaine de la DL. Bien qu’encore essentiellement centré sur les compétences de compréhension (voir la définition de Castellotti citée ci-dessus, comme exemple), l’appropriation du concept par les chercheuses laisse cependant à portée une grande part de son parcours et de son développement, rendant donc nécessaire une meilleure compréhensibilité de sa multidimensionnalité en situation de communication plurilingue (voir Capucho, citée précédemment, et Melo, 2006), voire aussi de production collaborative écrite et/ou orale plurilingue (ce qui pourra être l’un des principaux atouts du projet Galapro en ce qui concerne l’évolution conceptuelle de l’IC). Dépassée l’idée que l’IC plonge dans l’analyse comparative et, surtout, structurelle des langues d’une même famille (au goût de l’analyse contrastive et d’une conception générativo-transformationnelle de la grammaire), l’IC a gagné un nouvel élan en se liant à des concepts comme ceux de proximité linguistique, compétence de compréhension partielle, dissociation de compétences, transfert (dans une acception cognitiviste), transversalité et prise de conscience et optimisation des connaissances préalables (Bonvino et al, 2008; Degache, 2006). L’observation de ses multiples facettes permet de conclure, selon que l’IC est encadrée dans un espace intrafamilial, interfamilial ou transfamilial (Degache & Melo, 2008) et centrée sur la compétence linguisticocommunicative, discursive ou interculturelle, qu’il s’agit d’un concept sujet à de multiples déclinaisons, car actif et mobilisateur, passible donc de «modelages» différents compte tenu des orientations de recherche qui le moulent. En bref, l’IC – se situant dans la sphère des phénomènes humains, éducatifs, sociaux et communicationnels, et donc dans le cadre des interactions, des interprétations et de l’intersubjectivité – s’assume comme un phénomène complexe qui requiert de multiples regards. Ainsi, vue en tant que concept, l’IC s’affirme comme une construction dynamique, qui semble prendre vie dans sa propre nature 63 multiréférentielle, et dialectique, de par le fait qu’il circule entre diverses zones d’influence de la compétence plurilingue (compétence de compréhension écrite, orale, d’interaction ; compétences partielles, transversales, ...), en perpétuel dialogue et interrogation avec celles-ci. En parallèle, le concept d’IC, parce que constamment remis en question et mis à l’épreuve dans de nouveaux contextes éducatifs et formatifs, nous oblige souvent à revisiter la Didactique des Langues en tenant compte de ses trois composantes (recherche, formation et politique) et, de ce fait, à lancer un regard interrogatif, à la recherche de la compréhension des conditions et des opportunités d’évolution du concept. C’est ce que nous ferons postérieurement. 2. ÉTUDE EMPIRIQUE 2.1 Corpus et méthodologie Comme nous l’avons annoncé dans l’introduction de ce travail, nous chercherons à démontrer que le concept d’IC est passible de transformations à l’intérieur même du discours des chercheuses (de par l’existence de propriétés sémantiques accessoires et périphériques), mais que ces mutations maintiennent des traits communs (que nous appellerons, dans notre conclusion, les sèmes centraux du concept). Ainsi, par un effet de miroir ou de miroitement, nous avons décidé de revoir les travaux publiés par deux des auteurs de cette étude (Annexe 1). Le travail que nous présentons se situe, donc, dans un champ de recherche autobiographique et interprétatif (Bullough Jr & Pinnegar, 2001), qui tente de construire du savoir à partir des signifiés des chercheuses eux-mêmes et de montrer comment ces signifiés se trouvent en relation de symbiose avec les pratiques de recherche. Il assume, de cette façon, une nature narrative et réflexive, soutenue par une analyse de documents (Van der Maren, 1996), qui se veut illustrative des processus de développement de chacune des chercheuses. Notre corpus est constitué par 27 textes, personnels ou collaboratifs, publiés entre 2002 et 2008, dans différentes langues, et dans des contextes et sur des supports diversifiés. Les textes ont été sélectionnés par les auteurs en fonction du savoir que chacune a de son contenu : c’est pourquoi il y a des textes qui n’abordent pas directement l’IC, mais dans 64 lesquels l’explicitation de ce concept s’est imposée comme essentiel pour éclairer le contexte de réalisation de l’étude, de même qu’il en existe qui se penchent explicitement sur ce thème sans qu’une définition d’IC ne soit présentée. Notre intérêt portant, dans le contexte de ce travail, sur les mutations du concept d’IC, nous avons décidé, allant dans le sens d’une limitation de l’étendue de cette étude, de reprendre uniquement les définitions 11 d’IC qui ont été données dans chacune des publications, et de signaler, également, les “non-occurrences” (c’est-à-dire, chaque fois que, dans l’ensemble d’un texte, le concept n’était pas défini). Dans ce sens et pour recouper les occurrences du terme “intercompréhension”, nous avons eu recours à la fonction “find” du processeur de texte. Ensuite, la somme des définitions d’IC a été obtenue à travers le comptage du nombre de citations identifiées, même si certaines peuvent contenir plus d’une fois le terme IC, partant du principe qu’elles correspondent à une seule et même idée véhiculée par l’auteur. Au total, nous avons identifié, dans les études précédentes des deux auteurs, 73 définitions et 3 non-occurrences. 2.2 Contexte de production du corpus Nous ne pourrions commencer l’analyse des différentes définitions sans faire référence au contexte de travail des deux auteurs, parce que nous avons pleine conscience que toute recherche est située et circonstancielle et que son intelligibilité se fonde sur la connaissance des conditions de production qui lui sont spécifiques. Tous les documents analysés ont été produits en situation de travail dans le Laboratório Aberto para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras (LALE), une structure de recherche du Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), de l’Université de Aveiro, au Portugal. Les chercheuses se trouvaient, à l’occasion, en train de développer des travaux conduisant à la réalisation d’un Doctorat en DL et intégraient des projets européens liés au concept d’IC : AP intégrait 11 Toutes les définitions ne sont pas explicites. Nous avons, cependant, décidé de transcrire toutes les séquences où on retrouve, sous-jacent, le concept d’IC. 65 12 le projet ILTE et SM, initialement, le projet Galatea, puis le projet Galanet. À présent, les auteurs font partie de l’équipe de travail du projet Galapro. Cette brève mise en situation nous amène à situer les chercheuses dans le contexte d’une ou de plusieurs communautés de recherche (et d’interprétation) et à la confluence de divers discours sur l’IC, ce qui va configurer, comme nous le verrons, les composantes de leurs actes de recherche (Denzin & Lincoln, 1994: 11). 2.3 Analyse des définitions des auteurs Avant la présentation de l’analyse, un éclaircissement s’impose : pour être cohérentes avec notre approche méthodologique (la recherche autobiographique), les deux chercheuses (AP et SM) ont analysé leurs propres travaux et définitions et les ont insérés dans leur propre parcours de formation et de recherche. Après les narrations individuelles, le regard collectif des auteurs s’est penché sur celles-ci, afin d’en saisir les transversalités (dans la section 3). 2.3.1 Sílvia MELO(-PFEIFER) L’évolution du travail de cet auteur est en étroit rapport avec les projets centrés sur l’intercompréhension auxquels elle a participé. Ainsi, la première définition d’intercompréhension trouvée établit des rapports avec le projet Galatea et ses présupposés, dans la mesure où l’IC y est envisagé dans le domaine des binômes linguistiques, où une grande importance est accordée à la Langue Maternelle (LM) dans l’accès au sens: 12 ILTE (Intercomprehension in Language Teacher Education) est un projet Socrates/Lingua - Action A (56290-CP-3-1998-LINGUA-LA), coordonné par Ana Isabel Andrade, de l’Université de Aveiro (Portugal), où participent diverses institutions : Escuela Oficial de Idiomas de Salamanca (ES), Universitat degli studi del Piemeonte Orientale “Amedeo Avogrado” (IT), Pädagogische Akademie des Bundes Wien (AU), Østfold College of Education (NO), University of North London (UK). 66 « No domínio, já não tão vasto das LE, mas de uma família linguística específica à qual os sujeitos pertencem – a família das Línguas Românicas (LR) – estes possuem, à partida, um conjunto de conhecimentos linguístico-comunicativos provenientes da aprendizagem e contacto com a sua Língua Materna (LM) que lhes permite construir e negociar sentido(s) quando em contacto, não só com outros romanófonos, mas com toda uma variedade de textos em LR, sendo a partir da gestão desses repertórios, associada às imagens e representações que possuem acerca de cada uma, que os sujeitos encontram formas de atribuir sentido aos diferentes enunciados verbais. » (2003) Les premiers essais de définition sont, en effet, ancrés dans une vision presque uniquement linguistique de l’IC, la proximité typologique étant au cœur des approches de travail et de recherche, basée sur les acquis d’autres projets tels qu’EUROCOM, EUROM4, IGLO et GALATEA. Même si cette vision est quelque peu altérée par les analyses concernant les processus d’accès aux données verbales de textes oraux et écrits en LR d’étudiants universitaires lusophones (on ne reconnaîtra que plus tard le rôle des autres langues du répertoire plurilingue des sujets ainsi que la dimension interactionnelle de l’IC), le nœud des définitions (accès au sens et rôle des connaissances préalables) se maintient jusqu’aux premières analyses d’interactions plurilingues par clavardage. Or, cette mutation n’est possible qu’à travers l’usage d’un corpus rendu accessible par la participation de l’auteur au projet Galapro. Dans cette phase, l’auteur récupère la définition de Hermoso, “entendido grosso modo como possibilidade de "hablar cada uno su lengua y entender la de su interlocutor – sobre todo si es de la misma familia lingüistica" (1998)”, et place l’interaction au cœur du travail interactionnel plurilingue, même si celui-ci est compris, dans un premier temps en tant qu’efforts isolés des sujets les uns par rapport aux autres. Ce n’est qu’après la prise de conscience du caractère collaboratif de toute situation d’interaction, collaboration qui implique l’interdépendance des sujets (à travers la lecture des travaux de Brassac 13 , Mondada, Gadamer, Habermas et Bhabha et la rencontre avec J. W. Geraldy 14 ), que l’auteur a 13 Chercheur avec qui l’auteur a maintenu une brève et informelle correspondance par email, concernant la nature de l’IC. 14 Il faut ajouter que cette rencontre relève des dynamiques des rattachements institutionnels, puisque ce Professeur brésilien avait été convié par le Département de 67 ajouté à la notion d’IC une vision socio-constructiviste basée sur la notion de co-construction. Ainsi, d’une vision presque unidirectionnelle de l’accès au sens (comme si celui-ci était immanent et pré-défini), l’intercompréhension devient alors un processus et un travail collaboratif où les sujets construisent ensemble le sens des énoncés et un monde interactionnel partagé. Ce virage dans la conception de l’IC a été si bouleversant et révélateur que l’auteur a décidé d’abandonner son projet de thèse préalable (basé surtout dans la première conception) et d’en commencer un nouveau, basé sur sa nouvelle conception (voir Introduction, dans Melo, 2006). Ainsi, après quelques analyses concernant la façon dont les images des langues et des cultures émergent et sont co-construits dans l’interaction romanophone (son projet de thèse, influencé, encore une fois, par un autre projet – “Imagens das Línguas na Comunicação Intercultural”), l’auteur propose une définition d’intercompréhension, ancrée dans les résultats de sa thèse, et qui restera « en vigueur » dans ses travaux jusqu’à présent : “os dois princípios fundamentais que estão na base do conceito de intercompreensão subjacentes a Galanet,(...) : dialogismo e polifonia. Dialogismo na medida em que acentua a vertente co-construída e dialogal da intercompreensão; polifonia no sentido em que, constituindo-se Galanet como oportunidade de realização de encontros interculturais plurilingues multi-participantes, acentua a pluralidade de vozes e de ecos” (Araújo, Bastos & Melo, 2006 : 81-82). Et plus loin, Didactique et Technologie Éducative (de l’Université de Aveiro) en tant que «chercheur invité» dont l’une des tâches était, précisément, de discuter les projets de thèse avec les doctorants. 68 “o princípio dialógico subjacente ao entendimento de intercompreensão remete para o seu carácter situado, enquanto "processus en train de se dérouler" (Oberlé: 1996, citado em Brassac: 1997; ver também Bakthine, 1977), enquanto processo de construção do que ainda não existia e que, pela acção conjunta e concertada dos participantes da sessão (através de sequências originais de acções linguísticas, nos seus diversos espaços de diálogo, síncronos ou assíncronos), ganha corpo.” (ibidem) Ceci dit, l’intercompréhension reste envisagée, dans les recherches de Melo, en tant que travail collaboratif et co-construit, et en tant que but commun de l’interaction, « auquel tous les participants apportent leur capital linguistique, communicatif, affectif et cognitif » (Araújo e Sá & Melo, 2007). 2.3.2 Ana Sofia PINHO Le processus d’idéation du concept d’IC du travail de Pinho se situe dans le contexte d’une recherche dialogique et multi-contextuelle, parce que résultant de dialogues émergeants de projets de recherche sur l’IC, auxquels elle est liée (en particulier au projet ILTE et, plus récemment, au projet Galapro), et des discours circulants au sein de ces communautés interprétatives ou d’autres de même genre, re-signifiés sous l’éclairage d’un certain point de vue – celui de la Didactique des Langues et de la Formation des Professeurs. Ainsi, ayant la formation de professeurs comme contexte premier et central d’observation du concept d’IC, la focalisation de la recherche de l’auteur se situe dans le champ d’une didactique praxiologique et théorisatrice, qui souhaite conceptualiser ce qui pourrait être une Didactique/Formation de Professeurs par l’intercompréhension, ainsi que ses principes et processus orientateurs. En quête d’une définition du concept d’IC plus opérationnel dans le cadre de la recherche développée par cet auteur, cette sphère centrale a intimement dialogué avec une seconde sphère de conceptualisation, liée à la nature même du concept d’IC (Qu’est-ce que l’intercompréhension? Comment se construit-elle? Qu’est-ce qui la mobilise? Quels concepts lui sont-ils associés?), entendu ici en tant que “trampolin” soutenant la première et mettant en place une dynamique de récursivité. Dans le contexte du projet ILTE, Pinho se trouve face à un concept fondé sur un principe de diversité (de significations et de concepts associés), mais qui dès lors l’amène à le prendre en perspective en dehors des 69 familles de langues ou, tout au moins, à ne pas considérer le lien familial comme un critère fondamental (voir Degache & Melo, 2008 : 10). Une analyse globale permet de comprendre les fluctuations et les transitions conceptuelles de l’IC présentes dans le discours de Pinho comme résultat de (dé)localisations du concept à travers quatre contextes : l’IC perçue dans le contexte du Sujet e de l’enseignementapprentissage On y vérifie comment l’IC est envisagée premièrement comme capacité, puis comme stratégie de communication, et finalement comme compétence – ces trois acceptions conçues au service du développement d’une compétence plurilingue (CP) et/ou d’une compétence de communication plus générale : a) “uma capacidade mais lata de tratamento da linguagem verbal […] apenas efectiva se o indivíduo possuir capacidades de transferência inter e intralinguística, intercultural e interdisciplinar.”; “…capacidade de rentabilizar o repertório linguístico, comunicativo e de aprendizagem do aprendente”; “de estabelecer pontes entre línguas, culturas e aprendizagens, recorrendo a competências prévios e conhecimentos a que se acrescenta uma flexibilidade comunicativa e cognitiva, abertura e curiosidade capazes de fazer face ao desconhecido, aos outros, a outras experiências, línguas, culturas e situações” (Andrade, Moreira, Alegre, Ançã, Araújo e Sá, Canha, Martins, Pinho, Sá, &Veiga, 2002); b) “uma estratégia de comunicação, imprescindível para o desenvolvimento de uma competência plurilingue” (Andrade, Moreira, Martins & Pinho, 2002); c) “uma competência mediadora entre os vários saberes linguísticos”, “actualiza e desenvolve uma consciência linguística e torna disponível um conhecimento linguístico-comunicativo e de estratégias de descodificação, conhecimento esse mais activo e reflectido, já que permite aceder a um conjunto de sentidos/significados desconhecidos” (Pinho & Andrade, 2004/2002 15 ) 15 2004 est l’année de la publication. Il faut cependant remarquer que 2002 a été son année de production, pour le situer de façon rigoureuse dans la pensée de Pinho. 70 l’IC perçue dans le contexte de la Communication Ultérieurement, comme résultat d’un processus de maturation conceptuelle mais sans abandonner les sèmes structurants de la première approche, l’IC commence à être mise en perspective dans le terrain de l’interaction, surtout par l’effet du contact avec les recherches de Sílvia Melo et, en différé, avec le projet Galanet, aussi bien qu’avec le chercheur J. W. Geraldi et sa conception du rapport entre le Sujet et le Langage (en tant qu’espace constitutif et de construction de sens). L’IC est maintenant perçue comme un processus et une construction dialogique et interprétative, assise sur la négociation (résonances des voix d’auteurs tels que Bakhtine, Habermas, Melo et Truillet): «Du point de vue de la communication/interaction, nous considérons que l’intercompréhension surgit d’une (et dans une) co-construction dialogique (Bakhtine, 1988) comme un résultat que l’on cherche dans un processus d’interaction entre un je (moi) et un tu (toi) vers un « nous ». En ce sens, l’intercompréhension est de la nature d’un processus sans fin, car les personnes, les dialogues et les lectures deviennent infinis dans leurs possibilités de construction du sens, de traduction et d’interprétation. L’intercompréhension surgit, ainsi, dans un espace où les identités plurielles se visitent et se reconstruisent dans des processus de négociation, dans un effort conversationnel et communicatif – il s’agit de vouloir communiquer, de construire du sens avec l’autre dans une volonté de socialisation, tout en partageant et/ou tout en dépassant des différences» (Pinho & Andrade, 2008) l’IC perçue dans le contexte du Social Associée à cette conception, l’idée d’IC comme synonyme d’“entente” humaine (Pinho & Andrade, 2007), d’essence intersubjective (allant au delà d’une intelligibilité fonctionnelle qui passerait uniquement par la compréhension du message du point de vue linguistique, Morin, 2002) devient fondatrice de la pensée de Pinho. Outre le fait que l’IC est vue comme une finalité relationnelle et communicative (Pinho & Andrade, 2008a), Pinho la comprend comme un concept politique et social, lié à une dimension éthique et humaniste de la communication et de l’éducation, situant déjà l’IC dans une perspective qui la saisit aussi comme une “valeur” : “a intercompreensão, sinónima de entendimento, é perspectivada a um nível macro, enquanto objectivo 71 político, social e cultural, prendendo-se com a dimensão ética e social do ensino das línguas” (Pinho & Andrade, 2007). L’IC perçue dans le contexte de la Formation de Professeurs L’existence de fluctuation discursive sur le concept et la quête de compréhension de son étendue, de ses (non-)frontières et perméabilités, contribuent fortement à l’identification de trois dimensions d’une didactique/formation de professeurs par l’intercompréhension : « la dimension politico-sociale et critique, qui prend le professeur comme acteur social, en lui faisant comprendre et interpréter la complexité sociale, y compris le rôle des langues dans les contextes au niveau local et global ; la dimension d’intervention curriculaire, qui prend le professeur comme quelqu’un qui a prise sur le curriculum et qui est moteur de changement (de soi, des autres, des institutions), dans le sens du développement d’une compétence plurilingue et interculturelle des élèves ; une dimension personnelle, qui renvoie à la personne du professeur et à son expérience, tout en valorisant le parcours unique et singulier de chaque sujet, du point de vue de ses répertoires linguistique et communicatif, stratégique et professionnel. […] dans un travail fondamental pour la construction de ses images sur les langues et son identité professionnelle. » (Pinho & Andrade, 2008). En somme, la préoccupation de Pinho est de démontrer comment l’IC, en tant que concept politique et social et comme valeur humaine, pourra être le moteur de l’action au service de certains buts formatifs et didacticocurriculaires. 3. SYNTHESE ET PERSPECTIVES L’étude réalisée permet de reconnaître l’hétérogénéité du concept d’IC, inclusive à l’intérieur du discours de chaque chercheur, cela étant surtout dû au contexte de la recherche où il se meut (groupe institutionnel de travail, équipes de recherche, projets dans lesquels le chercheur s’intègre, chercheuses avec lesquels il contacte et se lie, ...). Une telle conclusion nous amène à reconnaître la nature perméable, modelable et plastique de ce concept, adaptable, comme il nous semble, aux contextes et aux conditions de travail des chercheuses et aux différents écosystèmes conceptuels qu’il habite (formation de professeurs, éducation au 72 plurilinguisme et par le plurilinguisme de publics scolaires divers, ...), et capable de tresser une toile de relations complexes (hyperonymie, hyponymie, ...) avec d’autres concepts (compétences plurilingue, compréhension, polyphonie,...). Ces conclusions peuvent être vues soit dans la visée de l’évolution dans le discours de chacune des deux chercheuses, comme nous l’avons affirmé, soit encore dans celui de la totalité des travaux présentés, dans une perspective transversale. Le tableau suivant présente les principales conclusions de notre étude, par rapport aux définitions présentées et commentées : Concept Traits sémantiques Intercompréhension Centraux Périphériques Désignation multi/plurilinguisme prise de conscience connaissances préalables transfert langues voisines / familles de langues compétence de compréhension (oral et/ou écrite) compétence de communication interaction verbale interculturalité compétence (d’IC) stratégie (d’IC) valeur langue maternelle répertoire capacité altérité / diversité (linguistique, culturelle) opacité/transparence attitude (et effort communicationnel) (...) 16 Tableau 1. Traits sémantiques centraux et périphériques du concept d’IC. 16 D’autres traits sémantiques périphériques pourraient être ici cités, mais vu l’hétérogénéité des définitions, nous avons préféré laisser la liste inachevée. Voir, dans cette publication, l’article de Andrade, Bastos, Martins & Pinho, pour une comparaison des mots-clés. 73 Ce tableau cherche à mettre en évidence, d’un coté, le fait que le concept d’IC, bien que muable, conserve, dans la voix des chercheuses ici présentées, un nœud sémantique qui donne une cohérence et une unité à leurs études, à travers l’exploitation de traits sémantiques centraux communs ; d’un autre coté, il met en évidence l’originalité et l’évolution des approches des chercheuses, leur appropriation idiosyncrasique du concept, en essayant de l’adapter à différents contextes de circulation et d’observation et à différents besoins d’argumentation. Ceci dit, nous faisons l’hypothèse que ces sèmes centraux sont (et resteront) les plus stables et permanents (car transversaux aux travaux présentés), tandis que les sèmes accessoires seront sujets à des modifications et à des ajustements, aussi bien synchroniques que diachroniques 17 . En même temps, et en prenant appui sur l’actuel paysage didactologique de l’IC, nous estimons que ce concept a souffert une évolution, depuis les premiers travaux publiés, et que les sèmes «compréhension » et « familles de langues » sont devenus périphériques ou accessoires, tandis qu’ils étaient communs aux premières recherches, y assumant une centralité indéniable (voir les publications des projets EuRom4 et Galatea, par exemple). Ainsi, nous croyons qu’il faut envisager le concept d’IC comme dynamique induisant des dynamiques épistémologiques. Nous estimons encore qu’il s’avère nécessaire de reprendre ce réseau de traits sémantiques et de l’observer à travers le discours d’autres chercheurs, pour confirmer ou bien démentir la validité de l’hypothèse ici dégagée et, en cas de confirmation, d’évaluer les degrés de périphérie des divers sèmes, pour mieux observer cette constellation qui compose l’IC. Nous croyons, à présent, que c’est la combinaison originelle de ces différents traits sémantiques (centraux et périphériques) par les chercheurs qui est à l’origine de la multidimensionnalité et de l’hétérogénéité actuellement assignées au concept d’IC. Il nous semble important, dans ce sens, de « désigner » les différentes écoles de pensée sur l’IC afin de cerner les dynamiques et les panoramas scientifiques qui concourent à l’expansion de la recherche autour de ce concept, en assumant une attitude de réflexivité qui permettra d’identifier des « îlots » de pensée, des « archipels » et de potentielles lignes croisées. 17 Nous nous demandons à présent si cette caractéristique est un trait des travaux de ces auteurs, ou bien s’il est aussi présent dans les discours d’autres didacticiens. 74 De plus, nous n’ignorons pas que la conceptualisation de l’IC ne peut être séparée des référentiels théoriques convoqués par les chercheurs euxmêmes et que ces partenaires théoriques sont à l’origine de processus de réflexivité conduisant à l’attribution de “propriétés” sémantiques et de visions transformées (et transformatrices) de l’IC. Nous présumons aussi que la construction de savoir didactique et conceptuel sur l’IC devra, de par cela même, être perçue en relation avec le champ scientifique et disciplinaire, l’(es) école(s) de pensée et le moment où l’activité scientifique se déroule (Bourdieu, 2004). Finalement, nous pouvons conclure que les concepts sont des constructions mentales, mobilisés en fonction de variables qui accentuent le caractère situé, contingent, temporaire et temporel de chaque recherche (comme l’ont déjà mis en évidence les travaux développés dans le cadre de la Sociologie de la Science). Dans ce sens, les concepts sont sujets aux contingences de leur époque, en même temps qu’ils aident à modeler les paysages dans lesquels ils se laissent saisir. C’est pourquoi une compréhensibilité du concept d’IC devra toujours tenir compte de sa spécificité caméléonesque, assumant dans chaque discours – et en accord avec les représentations et les nécessités pratiques et argumentatives de chaque chercheur – des formes variables. BIBLIOGRAPHIE ALARCÃO, I., ANDRADE, A. I., ARAÚJO e SÁ, M. H. & MELO, S. (2009). “De la Didactique de la Langue à la Didactique des Langues : observation d’un parcours épistémologique”. In Les Cahiers de l’ACEDLE, 6. Disponible sur http://acedle.org/IMG/pdf/Alarcao_etal_CahiersAcedle_6-1.pdf. ANDRADE, A. I. & SÁ, C. (Orgs.) (2003). A intercompreensão em contextos de formação de professores de línguas. Aveiro: CIDTFF. ARAÚJO e SÁ, Mª H., BASTOS, M. & MELO, S. (2006). “Intercompreensão na formação inicial de professores: uma proposta curricular integrando práticas de comunicação plurilingue on-line”. In Intercompreensão, 13 (75-99). BONVINO, S., CADDEO, S., DERANSARD, A. & LE BESNERAIS, M. (2008). 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A Coruña: Deputación Provincial de A Coruña (379-388). ANDRADE, A. I., ARAÚJO e SÁ, Mª H. & MELO, S. (2004). "'Apprendre à lire en français': estratégias incentivadoras da construção do sentido numa língua estrangeira próxima". In F. ARROYO & REIS, M. H. (2004), Suplemento APPF (Fevereiro 2004), 33-44. MELO, S. (2004). "A utilização das TIC no ensino-aprendizagem de línguas: o projecto Galanet no contexto europeu de promoção da intercompreensão em Línguas Românicas. O caso do PLE.". Idiomático, 2. Disponível em http://www.institutocamoes.pt/cvc/idiomatico/02/01.html . 2005 ARAÚJO e SÁ; M. H. & MELO, S. (2005), “Pour une pratique de l’intercompréhension en langues romanes: les besoins et attentes d’un groupe cible (étudiants universitaires non spécialistes en langues). In Travaux de Didactique du Français Langue Étrangère, nº 54 (31-55) 78 2006 2007 MELO, S. & REBELO, I. (2005). 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(2008). « Programme de formation et parcours personnels d’apprentissage professionnel », Les Langues Modernes, 1, pp. 53-61. 81 NOUVELLES PERSPECTIVES POUR L’INTERCOMPREHENSION (AFRIQUE DE L’OUEST ET CARAÏBE ) ET EVOLUTIONS DU CONCEPT Christian DEGACHE LIDILEM – Université Stendhal Grenoble 3 Grenoble RESUMEN El interés que despierta la noción de intercomprensión en diversas regiones del continente africano y americano, consecuencia de las situaciones sociolingüísticas específicas de esas regiones, nos anima a realizar algunas reflexiones sobre estos espacios de movilidad. En primer lugar, presentaremos algunos aspectos definitorios del concepto; en segundo lugar, y tras haber examinado las características del interés emergente para la intercomprensión de dos regiones específicas (África occidental y Caribe), observaremos en qué sentido ese interés es susceptible de hacer replantear y consolidar la acepción tridmensional de la noción. Palabras clave : intercomprensión, África occidental, Caribe, sociolingüística. ABSTRACT The special interest raised by the concept of intercomprehension in several regions of the African and American continents, as a consequence of the sociolinguistic situations specific to those regions, moves us to initiate some reflexions on these spaces of mobility. First of all, we will discuss some aspects related to the definition of the concept ; then, after having examined the features of the emergent interest of intercomprehension in two regions (Western Africa and the Caribbean), we will analyse how such interest may lead to re-examine and consolidate the three-dimensional nature of the concept. Key words : intercomprehension, sociolinguistics. Western Africa, the Caribbean, 82 INTRODUCTION Le concept d’intercompréhension, reconnu désormais comme possédant de « multiples facettes » (Degache et Melo, 2008), s’installe peu à peu dans le paysage didactique en dépit de son caractère émergent et fluctuant (Araújo e Sá et Melo-Pfeifer, 2009 ; Capucho, 2009) compte tenu de « la diversité des habiletés langagières considérées » (Degache et Melo, op.cit.), et des variations autour de la prise en compte de la parenté linguistique qui permet, à ces mêmes auteurs, de délimiter « trois espaces de mobilité » du concept intrafamilial, interfamilial, et transfamilial. L’intérêt porté à cette notion dans plusieurs régions des continents africains et américains, de par les situations sociolinguistiques spécifiques de ces régions, nous amène précisément à livrer quelques réflexions autour de ces espaces de mobilité. Nous porterons ici notre attention dans un premier temps sur quelques aspects définitoires du concept. Puis, après avoir examiné les caractéristiques de l’intérêt émergent pour l’intercompréhension de deux régions spécifiques (l’Afrique de l’Ouest –en particulier le Sénégal–, et la Caraïbe) nous observerons en quoi cet intérêt est susceptible d’interroger et de conforter l’acception tridimensionnelle de la notion. 1. REPERES DEFINITOIRES L’acception communément répandue de l’intercompréhension, à savoir celle qui renvoie à un mode de communication où « chacun parle sa propre langue et comprend celle de l’autre », a fait l’objet depuis quelques années de plusieurs réserves (Degache, 2006 : 14 et sq. ; Carrasco et al., 2008: 63). On en rappellera trois : - d’abord que parler “sa propre langue” relève d’une logique terriblement monolingue, dont se trouvent exclus ceux qui ne peuvent en désigner une au détriment d’une autre ou qui pourraient pratiquer ce mode de 83 18 communication en s’exprimant en L2 (par ex. un Russe s’exprimant en espagnol avec des italophones 19 ) ; - ensuite que “chacun […] comprend celle de l’autre” nous laisse irrémédiablement dans une perspective bilingue alors que le plurilinguisme (ou « multilinguisme » dans la terminologie de la Commission européenne) c’est à partir de trois langues au moins : maitriser deux langues en plus de la langue maternelle au terme de la scolarité obligatoire selon les orientations du sommet européen de Barcelone en 2002 20 , ou une langue personnelle adoptive en plus de la langue identitaire et d’une langue de communication internationale (Maalouf et al., 2008). De là aussi l’apparition du concept de L3 (Trévisiol et Rast, 2006). Certes, on peut entendre ce multilinguisme comme l’addition de compétences bilingues, pour comprendre et/ou s’exprimer dans une langue étrangère déterminée dans une situation le nécessitant, puis dans une autre langue dans une autre situation et ainsi de suite. Mais que devient ce modèle si, chose fréquente dans le contexte de mondialisation actuel, plus de deux langues sont présentes dans une situation donnée ? - enfin et surtout, que la plupart des projets se réclamant de l’intercompréhension, se sont donné cette définition mais ont travaillé en réalité en direction des seules habiletés réceptives, au point qu’il y aurait plus lieu de parler de pluricompréhension (Degache, 2006 : 18) que d’intercompréhension qui, de par son préfixe, renvoie plus volontiers à l’habileté d’interaction. D’ailleurs, si plusieurs auteurs parlent d’intercompréhension « entre les langues », c’est parce qu’ils se réfèrent, non pas à la rencontre entre individus mais à celle qui se produit chez le sujet entre langue(s) déjà connue(s) et langue(s) en phase de découverte et à la « capacité de (re)construire du sens dans le contexte de [cette] rencontre » (Capucho, 2009). C’est pour ces raisons qu’a été proposé, notamment dans le cadre du projet Galanet, de reformuler cette définition ainsi : « comprendre les 18 Notons également que l’utilisation du verbe « parler » est réductrice dans la mesure où beaucoup d’échanges se font par écrit, notamment sur internet, d’où la préférence pour le verbe « s’exprimer ». 19 Voir par exemple une interview du vainqueur du Tour d’Italie 2009 sur http://www.gazzetta.it/Speciali/Giroditalia/it/25-10-2009/menchov-tappe-mitiche601740133021.shtml 20 Cf.http://europa.eu/legislation_summaries/education_training_youth/lifelong_learning/c 11044_fr.htm 84 21 langues des autres et se faire comprendre » est devenu le leitmotiv. Les propositions ont été inversées, il s’agit d’abord de comprendre des interlocuteurs s’exprimant dans différentes langues avant de chercher les moyens de se faire comprendre. La compréhension est ainsi présentée comme un premier pas avant l’interaction, l’une comme l’autre prenant appui sur la médiation de la parenté linguistique, même si celle-ci n’est pas rappelée dans cette brève définition qui soulève en outre plusieurs interrogations parmi lesquelles : - ces langues des autres sont-elles déjà connues du destinataire ? - celui-ci y est-il exposé consécutivement, au fil de différentes situations, ou simultanément, dans une même situation de nature plurilingue ? - que se passe-t-il lorsque les langues ne sont pas du tout connues ? - tous les moyens sont-ils bons pour se faire comprendre : moyens nonverbaux, mélange improvisé (élaboration d’un sabir roman, d’une lingua franca), traducteurs en ligne ou convergence vers un code unique, que ce soit une langue apparentée donnée ou bien une langue tierce comme l’anglais… ? Des précisions ont été apportées ultérieurement à cette définition pour faire de l’intercompréhension « une forme de communication plurilingue où chacun comprend les langues des autres et s'exprime dans la ou les langue(s) romane(s) qu'il connait, développant ainsi à différents niveaux 22 la connaissance de ces langues » . Ainsi la 4ème question ci-dessus trouve-t-elle réponse, bien que le rôle de la parenté linguistique reste à cet endroit implicite. Concernant la 2ème question, la formulation choisie laisse entendre que différentes langues peuvent être utilisées simultanément dans les situations de communication de référence. Et l’on comprend par ailleurs, relativement à la 1ère question, que toutes les langues ne sont pas nécessairement connues par chacun, mais que le dispositif mis en place vise précisément à subvenir aux besoins créés par cette situation grâce à la présence de tuteurs et la mise à disposition de nombreuses ressources. Une définition qui, au final, insiste sur l’intercommunication (Balboni, 2007) en donnant ouvertement la primauté aux processus de 21 Ou comme le dit la couverture du dépliant édité fin 2004: “Comprendre et se faire comprendre pour agir ensemble en 4 langues”. 22 Page d’accueil de www.galanet.eu, disponible en six langues romanes. 85 compréhension de plusieurs langues et que l’on retrouve dans d’autres formulations comme celle de Grin (2008 :18) : « la faculté, pour des locuteurs de langues maternelles différentes, de tabler sur leurs compétences réceptives dans les langues des autres pour se comprendre 23 mutuellement » . Or, dans ces définitions, il manque la mention de l’effort produit pour pratiquer cette intercommunication. En effet, même si dans la précédente, les effets sur l’appropriation sont esquissés dans la dernière partie, sans doute vaudrait-il mieux dire « une forme de communication plurilingue où chacun s’efforce de comprendre la langue des autres et s’emploie à se faire comprendre… » de façon à ne pas laisser croire que cela va de soi, que l’intercommunication a lieu de manière instantanée et sans effort ni attention, alors qu’au contraire, elle requiert la mise en œuvre de stratégies spécifiques, de choix lexicaux, syntaxiques, discursifs… effectués pour être compris, vérifier qu’on a été compris et aider l’autre à comprendre. Cette acception interactionniste de l’intercompréhension donne lieu depuis quelques années à des publications stimulantes dans l’espace de mobilité intrafamilial du concept. Elle permet notamment de revisiter les positions théoriques sur l’adaptation communicative et la conversation exolingue (Matthey, 2008). Mais elle présente l’inconvénient majeur de laisser en marge les projets et initiatives centrés sur les stratégies 24 réceptives et/ou sur la dimension métalangagière de l’intercompréhension qui sont pourtant majoritaires comme le mettent en évidence les recensements menés à bien dans le cadre des projets européens Galapro et Redinter. Dans ce dernier projet, un réseau thématique fédérant 28 institutions et organismes partenaires de 13 pays 25 européens et 16 institutions associées (Capucho, 2009) œuvrant dans le 23 Ou comme « une stratégie de communication qui met en jeu plusieurs langues apparentées, stratégie dans le cadre de laquelle les compétences linguistiques acquises dans une langue A sont exploitées pour élaborer des compétences réceptives dans les langues B, C, D, etc. appartenant à la même famille linguistique que A », comme l’exprimait l’appel à contribution du séminaire de Genève en novembre 2006 dont est issue cette publication de F. Grin. 24 Pour Bossuet et Escudé par exemple (2008 : 42) : « l’intercompréhension est la compétence de pouvoir créer du sens à l’écoute de la langue de l’autre. Ce lien entre langues qui comble les distances entre deux codes souvent présentés comme étanches est une approche “métalinguistique” ». 25 Coordonné précisément par Filomena Capucho de l’Université Catholique du Portugal, Centro Regional das Beiras, Viseu. 86 champ de l’intercompréhension, un important travail définitoire est en cours de réalisation, précisément à partir d’un recensement aussi complet que possible des outils, pratiques et formations existants. L’objectif est d’aboutir à une définition suffisamment large pour couvrir l’ensemble du champ tout en restant opératoire. Une proposition, encore provisoire, émanant du 1er séminaire général de ce réseau tenu à Viseu au Portugal en janvier 2009, consiste à définir le concept comme recouvrant toute initiative qui prépare à plus ou moins long terme au dialogue plurilingue/pluriculturel et/ou qui le fait délibérément pratiquer. Une acception élargie qui, évidemment, “arrondit les angles” puisque l’interaction plurilingue y apparait comme une finalité proche ou lointaine et comme une condition plus ou moins nécessaire puisqu’il peut y avoir dialogue pluriculturel sans que plusieurs codes soient nécessairement utilisés. On va voir toutefois ci-après, que les régions nouvellement intéressées par le concept ont besoin de cette définition élargie sans pour autant écarter la conception ci-dessus, plus resserrée, mais avec des implications y compris aux niveaux interfamilial et transfamilial. 2. DE NOUVEAUX TERRITOIRES DE CIRCULATION DU CONCEPT À l’initiative de l’Agence Universitaire de la Francophonie, de l’Union Latine et de différents partenaires, des séminaires de formation et/ou de recherche sur l’intercompréhension sont organisés régulièrement en fonction des demandes et intérêts émergents dans différentes régions du globe. Comme le souligne Chardenet (2008 : 152), « la Francophonie institutionnelle doit s’engager dans ces démarches [ndr : d’intercompréhension] dans le cadre de son activité en faveur de la diversité culturelle et linguistique comme facteur de développement durable ». Ainsi, fin 2008, deux séminaires ont-ils eu lieu au Sénégal et 26 en Martinique . 26 D’autres séminaires de formation se sont tenus en 2009, en janvier au Mexique (Universidad Nacional Autónoma de México), en avril 2009, en avril au Togo (Lomé), dans le cadre de l’Université du RECFLEA, en mai au Brésil (Museu da Língua Portuguesa, São Paulo), en octobre au Pérou (Universidad Ricardo Palma de Lima). Voir 87 2.1 Afrique de l’ouest / Sénégal À Saint-Louis, au Sénégal, la quarantaine de participants était constituée d’universitaires, enseignants-chercheurs ou doctorants, de responsables pédagogiques et d’enseignants du secondaire, provenant principalement du Sénégal mais aussi des pays voisins (Cap Vert, Guinée-Bissau, Guinée Conakry, Mauritanie) ou du Golfe de Guinée (Togo, Bénin, Cameroun, Guinée équatoriale, Angola). Présenter et soumettre à discussion un concept didactique comme celui de l’intercompréhension, en envisager la circulation sur un territoire, voire la diffusion dans les pratiques pédagogiques selon un processus de contextualisation (Blanchet et Asselah Rahal, 2008), ne peut se faire sans considérer avec attention les caractéristiques contextuelles dudit territoire. Sur le plan sociolinguistique, comme l’écrivent Lavoie et Tapsoba (2008 : 73), « bien que le multilinguisme soit un trait inhérent des sociétés subsahariennes, la grande majorité des pays utilisent seulement l’ancienne langue coloniale pour l’administration publique et l’éducation », soit en l’occurrence pour le panel de pays représentés lors de ce séminaire, le français, mais aussi le portugais (Cap Vert, Guinée27 Bissau, Angola) et l’espagnol (Guinée équatoriale ). Tout en étant un trait inhérent, le multilinguisme de ces sociétés connait toutefois des variations importantes comme on peut le vérifier en explorant le site ethnologue.com (Lewis, 2009). Si l’on considère le « nombre de langues identifiées », il s’étend en effet de 2 au Cap Vert à 286 au Cameroun, en passant par 6 en Mauritanie, 14 en Guinée Equatoriale, 22 en Guinée Bissau, 37 en Guinée, 38 au Sénégal, 39 au Togo, 42 en Angola, 54 au Bénin. Cette diversité est toutefois moins marquée si l’on s’en tient aux langues officielles : une seule au Bénin et en Guinée (français), ou encore en Mauritanie (hassaniyya) et en Guinée Bissau (portugais), 2 au Cameroun (français et anglais) et au Cap Vert (portugais et créole capverdien), 3 au Togo (français, éwé et kabiyé), mais quand même jusqu’à 6 en Angola et 12 au Sénégal. Sur le plan typologique, ces langues officielles présentent également une certaine diversité puisque, aux côtés de la famille nigéro-congolaise, majoritaire, la famille afrohttp://dpel.unilat.org/DPEL/index.fr.asp > Actualités ; ou www.auf.org > Rechercher > « intercompréhension » ; ou encore www.galanet.eu > Nouvelles. 27 Où le français (depuis 1998) et le portugais (depuis 2007) sont également langues officielles mais où, d’après Wikipédia, 96 % de la population parle espagnol. 88 asiatique est représentée (hassaniyya en Mauritanie, du groupe sémitique, également officielle au Sénégal) ainsi que la famille indo-européenne (groupe roman essentiellement comme nous l’avons vu). Et dans la famille nigéro-congolaise, on trouve aussi bien le groupe des langues sénégambiennes (wolof, pular ou peul, et sérère, principales langues nationales du Sénégal), que le groupe des langues mandé (malinké et soninké au Sénégal également), celui des langues gbe (éwé au Togo), celui des langues gur (kabiyé au Togo) et celui des langues bantoues (en Angola). Les répertoires verbaux des individus portent trace de ce contexte sociolinguistique multilingue (Moore et al., 2008 : 31). Par exemple au Sénégal, un répertoire verbal courant se compose d’une ou deux langues nationales (dont le wolof, langue comprise par la grande majorité de la 28 population et langue d’alphabétisation extrascolaire (Daff, 1998)), du 29 français (langue de scolarisation à partir de l’entrée à l’école primaire , et langue de communication interethnique (ibid.)) et de l’arabe (langue de l’éducation spirituelle, plus de 90% de la population sénégalaise étant musulmane). Les compétences plurilingues sont donc très répandues, en particulier dans le domaine de l’oralité, indépendamment de toute expérience d’apprentissage formel de langue étrangère. Pour autant, l’intercompréhension en situation d’interaction plurilingue, est-elle une réalité contextuelle au Sénégal ? Lors de son intervention orale au séminaire, Moussa Daff, de l’Université de Dakar et représentant de l’OIF, a soutenu que cela ne fait aucun doute et qu’elle y a même des siècles d’existence. Pour preuve selon lui, les nombreux contacts de langues survenus sur ce territoire et les solutions trouvées pour permettre la compréhension mutuelle entre ethnies, entre colons et autochtones non alphabétisés (“français du tirailleur” (Camara, 2006 : 75), ou “petitnègre” (ibid., 77)), voire entre colons (Portugais, Hollandais, Italiens, 28 Le wolof « couvre au moins 80 % du territoire national comme première ou deuxième langue de communication » (Daff, 1998) et serait compris « y compris par d’autres ethnies mais essentiellement en milieu urbain » (http://fr.wikipedia.org/wiki/Langues_du_Sénégal ). 29 Sachant que le taux net de scolarisation en primaire était au Sénégal de 57% en 2002 selon les données officielles du Ministère de l’éducation nationale rapportées sur http://www.khaleyou-diantebi.com/senegal/, mais le pourcentage de francophones est estimé à 30% pour les hommes, 12% pour les femmes (Wikipédia). 89 Français, Anglais…). Il en conclut que l’intercompréhension est au cœur des divers processus d’apprentissage bilingue connus au Sénégal. Nous ne connaissons pas suffisamment le contexte sociolinguistique et historique du Sénégal pour pouvoir discuter ces positions et nous ne doutons pas, au demeurant, de la créativité linguistique interethnique pour trouver des solutions permettant l’intercompréhension, prise au sens général de nécessité communicative. Toutefois, il est permis de se demander si les situations d’intercompréhension jusqu’ici évoquées sont bien toutes de même nature. Il semble en effet important de distinguer l’intercompréhension nécessaire dans toute situation de communication – du moins, dès lors que le principe de coopération (Grice, 1979) est respecté–, de l’intercompréhension bilingue ou plurilingue, objet d’un accord explicite ou tacite entre les locuteurs. Les nécessités d’intercompréhension, dans bien des cas, vont tendre vers l’emploi d’un code unique, par convergence, comme le défend la théorie de l’adaptation communicative (Giles, Coupland et Coupland, 1991 ; Matthey, 2008). Dans d’autres cas, « dès lors que les interlocuteurs partagent un répertoire bilingue », va émerger le parler bilingue comme par exemple, le « discours mixte wolof-français » en contexte urbain au Sénégal (Dreyfus et Julliard, 2001). La typologie des situations de contacts linguistiques développée par De Pietro (1988, Matthey et De Pietro 1997), considère ce dernier comme propre aux situations d’échange entre locuteurs dont le niveau de compétence dans les différentes langues est semblable –ou du moins les échanges où un éventuel différentiel de compétences n’est pas considéré–, et le qualifie d’endolingue-bilingue. Si cette parité de compétences n’est pas établie, par exemple si, dans l’échange, il ressort clairement un différentiel de compétences, soit l’échange tendra à être unilingue comme nous l’avons dit plus haut, soit à être exolingue-bilingue, c’est-à-dire avec une asymétrie de compétences assumée. C’est là que peut apparaitre 30 l’échange en intercompréhension bi-plurilingue stabilisé , celui en compréhension mutuelle où chacun comprend la langue utilisée par l’autre (ou les autres), le plus souvent parce qu’il n’est pas en mesure de l’utiliser pour s’exprimer comme il le voudrait. Certaines des situations d’intercompréhension au Sénégal évoquées par Daff, en synchronie ou en diachronie, correspondent-elles à cette acception ? Peut-on relever de tels 30 Plurilingue, s’il y a plus de deux langues, stabilisé s’il s’établit sur une certaine durée. 90 échanges, par exemple entre locuteurs de wolof et de pular (dont la parenté, en tant que langues de la branche atlantique des langues nigérocongolaises, est établie comme nous l’avons vu), ou encore entre une langue nationale et le français ? Dans quel contexte ou domaine : public (échanges transactionnels, par exemple au marché), professionnel, éducationnel, personnel (enfant de couple mixte) ? De toute évidence, des 31 recherches sont nécessaires à ce niveau afin d’identifier et caractériser les situations de ce type. Une question essentielle est notamment d’observer, en particulier dans les échecs –c’est-à-dire dans les échanges non-stabilisés–, si l’on repère, chez les interactants, des marques d’interprétation d’un tel type d’échange comme étant « potentiellement conflictuel » (Matthey, 2008 : 117), ou au moins déstabilisant, une entorse au principe de convergence. Le fait de parler “chacun sa langue” y est-il perçu comme « un signal de “quant à soi” associé à un repli identitaire, liés à des contextes de minorisation d’une langue donnée et d’imposition d’une langue dominante » (ibid. : 116). Autre question : retrouve-t-on, dans les échanges “réussis” –c’est-à-dire stabilisés sur une certaine durée–, la présence d’un « contrat de communication négocié » (ibid. : 117), un accord explicite ou tacite entre les interactants ? Ce type d’échange ne serait-il pas plus fréquent chez les populations migrantes, dans le domaine personnel intrafamilial pour les échanges intergénérationnels, en l’occurrence chez les populations d’origine sénégalaise résidant en France plutôt qu’au Sénégal même ? Ou peut-être est-il plus fréquent au sud du Sénégal, en zone frontalière avec la Guinée Bissau, lusophone et créolophone, dans des échanges impliquant français, portugais et créole ? Comme on le voit, au Sénégal comme partout ailleurs, si promouvoir l’intercompréhension en tant qu’interaction plurilingue conduit à « la reconnaissance de processus naturels et spontanés mis en œuvre par des individus “non-savants” lors de contacts exolingues » (Capucho, 2009 : 4), il est indispensable de connaitre précisément, par des études de type sociolinguistique, le substrat de l’intercompréhension. En outre, ce n’est pas parce qu’un type d’interactions est attesté dans une communauté donnée ou sur un territoire donné que l’on peut proposer avec succès à des personnes de viser ce même type d’interaction dans une configuration 31 Un terrain de recueil de données exploitable à ce sujet est celui des échanges sur internet (forums , blogs, etc.) où nombre de témoignages sont disponibles pour constituer un corpus. 91 linguistique impliquant une ou plusieurs langues qu’ils connaissent très peu ou pas du tout. Bien des difficultés sont à surmonter, liées aux attentes et motivations des individus, à leurs représentations, voire au prestige de ces langues. Néanmoins, parce que l’initiative didactique ne peut attendre d’avoir une connaissance complète du contexte pour proposer d’agir, au vu de ce que nous en savons, quelle pourrait être la nature d’une offre en direction de l’intercompréhension ? On se contentera bien sûr, dans le cadre de cet article, d’esquisser quelques pistes compte tenu de l’espace limité dont nous disposons et du caractère “embryonnaire” de la réflexion en ce domaine. En contexte universitaire et secondaire supérieur, on peut proposer peu ou prou une offre similaire à ce qui se pratique ailleurs, pour peu que l’on ait affaire à des étudiants ayant déjà, en plus du français, une certaine maitrise d’une langue romane, soit pour l’avoir étudié au cours de leur scolarité, soit pour y avoir été exposé. De même, dans l’enseignement des langues romanes, on peut tâcher, dès les premiers instants de l’apprentissage, à l’école, au collège ou au lycée, de mieux prendre en compte la parenté, ses effets et ses potentialités. Pour les langues africaines, on peut envisager de travailler en direction de la compréhension écrite plurilingue, en prenant appui sur les textes diffusés dans ces langues : textes littéraires, presse, bandes dessinées… Dès lors que la lecture dans une langue première est installée, ce type de pratique devrait pouvoir être envisagé. Avec des lycéens, des étudiants ou des adultes, on peut dans un premier temps imaginer d’aborder une réflexion sur la parenté des langues romanes à partir du français, dans une démarche de conscientisation type language awareness qui pourra aller jusqu’à envisager la possibilité d’interagir en mode exo-plurilingue. A l’école primaire, on pourra tâcher de valoriser toutes les langues par une démarche éveil aux langues en travaillant la compétence discursive sur un document en langue inconnue (démarche transfamiliale ou interfamiliale). Il est possible de prendre appui sur des genres discursifs connus, en particulier sur le conte comme cela a été fait lors du séminaire de Lomé (Togo). Le module d’Itinéraires romans « la princesse, les cauris et le baobab » peut constituer à ce titre une excellente entrée en matière pour montrer, à partir du français et en direction d’une ou plusieurs 92 langues romanes, les effets et atouts de la parenté, à l’écrit comme à l’oral. 2.2 Caraïbe / Martinique En Martinique, le séminaire "L'intercompréhension des langues dans la Caraïbe: un besoin, un défi", réunissait du 2 au 5 décembre 2008, sous l’égide de la Conférence des Recteurs et Présidents d'Université dans la Caraïbe (CORPUCA), l'Agence Universitaire de la Francophonie (AUF) et les Universités des Antilles et de la Guyane (UAG) et de la Havane (UH), des universitaires (responsables, chercheurs, enseignants, doctorants…), des représentants des ambassades, des collectivités territoriales, de l’éducation nationale (inspecteurs, formateurs…) et autres décideurs. Les participants provenaient principalement des Antilles françaises, de Cuba, de Haiti, de Jamaïque (Mona, Université des West Indies), de la République dominicaine, et de Ste-Lucie. Le livret de présentation du séminaire 32 en expose ainsi la finalité : « [ce séminaire] a pour vocation de répondre aux besoins de la CORPUCA en matière de stratégie de remédiation aux barrières linguistiques qui limitent les échanges et la compréhension entre les caribéens, en général, et singulièrement entre les universitaires et les chercheurs de la Caraïbe. […] Dans la Caraïbe, il nous faut résoudre le problème et trouver des moyens pour que les individus se comprennent mieux, d'où qu'ils viennent, et quelle que soit leur langue d'origine ou de travail. La situation de cette région implique l'intercompréhension entre des individus parlant des langues qui appartiennent à des familles parfois différentes, c'est pourquoi le processus d'identification des stratégies et des techniques à mettre en place s'éloigne, dans une certaine mesure, de ce que nous avons pu constater parmi les expériences faites ailleurs, entre langues étroitement apparentées sur le plan typologique, dans ce type d'enseignement.” À l’instar de ce que nous avons vu pour le Sénégal et l’Afrique de l’Ouest, l’empan typologique des langues concernées s’étend au-delà d’une seule famille de langues. Mais la situation sociolinguistique 32 Disponible sur http://www.auf.org/IMG/pdf/livret_intercomprehension-des-langues.pdf ou sur http://www.potomitan.info/ki_nov/intercomprehension.php 93 caribéenne, soit 29 états si l’on prend pour référence l’Association des Etats Caribéens (www.acs-aec.org), diffère sur d’autres aspects. Les langues européennes sont représentées avant tout par l’espagnol, omniprésent au nord (Cuba, République dominicaine, Porto-Rico, plus de 20 millions d’hispanophones), ainsi que, bien entendu, sur le continent à l’ouest et au sud de la mer des Caraïbes. L’anglais est langue officielle d’une longue liste d’états (notamment la Jamaïque, Porto-Rico –avec l’espagnol–, Belize) dont la plupart des îles de l’archipel antillais à l’est de la mer des Caraïbes, à l’exception, d’une part, des Antilles françaises (Guadeloupe et Martinique en particulier), où le français est langue 33 officielle, et d’autre part, des Antilles néerlandaises et de l’île d’Aruba au sud, à proximité du Venezuela et de la Colombie, où c’est le 34 néerlandais qui joue ce rôle . L’anglais et le français ont pour particularité de cohabiter avec les créoles 35 à base anglaise ou française , sachant que certains territoires ont l’anglais pour langue officielle et un créole à base lexicale française comme parler le plus répandu (Ste-Lucie, Dominique). Deux états ont opté pour un créole en tant que langue officielle, le créole haïtien seul à Haiti, le papiamento –aux côtés du néerlandais– à Aruba, un créole d’ascendance principalement portugaise (Leclerc, 2006), dont le lexique est marqué par l’influence de l’espagnol. Il n’existe pas en revanche dans 36 la région de créole à base lexicale espagnole . Le portugais, même s’il n’est langue officielle dans aucun pays caribéen, n’est jamais bien loin compte tenu de la proximité du Brésil et de son poids économique dans la région. Les langues amérindiennes ne sont présentes de manière significative que sur le continent à l’ouest et au sud de la mer des Caraïbes (maya, mískito, garifuna, ngäbere sur la côte caribéenne de l’Amérique centrale, ou encore wayuu sur les côtes colombienne et vénézuélienne). 33 Voir la carte sur http://www.ethnologue.com/show_map.asp?name=BB&seq=30 Anglais, néerlandais et français sont également langue officielle sur 3 territoires situés à proximité sur le continent sud-américain (respectivement Guyana, Surinam et Guyane française). 35 Les créoles à base néerlandaise sont pour leur part éteints ou en voie d’extinctions selon Lewis (2009). 36 Lewis (2009) ne recense comme “Spanish based creole” que le palenquero (Colombie) et surtout le chavacano (Philippines). 34 94 Par conséquent, si le multilinguisme est également, comme on le voit, une caractéristique de la région, ce n’est pas dans les mêmes proportions qu’en Afrique de l’Ouest. On y trouve notamment des pays unilingues comme Cuba (dix millions d’hispanophones). Ensuite la créolisation y joue un rôle beaucoup plus répandu qu’en Afrique de l’Ouest (où seuls le Cap Vert et la guinée Bissau font état d’un créole à base portugaise) mais de manière non uniforme. Les répertoires verbaux des individus sont donc principalement, soit monolingues, soit bilingues, en raison de la coexistence d’une langue d’origine européenne et d’un créole, notamment dans l’archipel estantillais où figure la Martinique. L’intercompréhension en situation d’interaction plurilingue est-elle une réalité contextuelle dans la Caraïbe ? Plusieurs participants au séminaire répondent par l’affirmative à cette question en précisant que cela est attesté entre créoles de même base. Du point de vue de la parenté 37 génétique , le créole « French based » recouvre 11 variétés à l’échelle 38 planétaire selon Lewis dont 3 aux Antilles (Saint Lucian Creole French, Guadeloupean Creole French, Haitian), et il semble bien qu’une “intelligibilité inhérente” soit possible comme en témoignent plusieurs écrits. Par exemple, un locuteur du créole martiniquais comprend à 89% le créole saint-lucien selon Lewis (2009), ce que confirme Bernabé (2008) : « Les créoles dits à base lexicale française de la Dominique, la 39 Guadeloupe, la Martinique et Sainte-Lucie sont intercompréhensibles » . Lewis précise que « all French creoles of the Caribbean are somewhat mutually inherently intelligible ». Cela vaudrait donc également pour le créole haitien comme le soutient Damoiseau (1997). Pourtant, certains en doutent fortement, à défaut d’entrainement préalable approprié, comme Hazaël-Massieux (2006 : 285) : « On voit régulièrement des réunions d’associations revendiquer au moins des similitudes pour toute la Caraïbe, intégrant aussi d’ailleurs dans le processus des Haïtiens, sans se rendre compte que l’haïtien n’a 37 Pour une distinction entre parenté génétique, géographique et typologique, voir par exemple Klinkenberg, 1994 : 86. 38 http://www.ethnologue.com/show_family.asp?subid=436-16 , et environ 15 millions de locuteurs selon http://www.kepkaa.com/moisducreole/historique/historique.html 39 Même si, selon le même auteur, « on assiste à une anglicisation secondaire des créoles de la Dominique et de Sainte-Lucie ». 95 pas grand-chose à voir avec l’antillais et que dès qu’ils sont honnêtes (mais toujours secrètement bien sûr), les Guadeloupéens et Martiniquais avouent ne pas comprendre grand-chose quand parle tel Haïtien – ce qui est tout à fait normal quand on compare les langues (martiniquais/guadeloupéen d’une part et haïtien de l’autre) ». En revanche, une éventuelle “intelligibilité inhérente” entre créoles de bases différentes, n’est attestée par personne. Nous ne connaissons pas plus le contexte sociolinguistique et historique de la Caraïbe que celui du Sénégal. On sait toutefois que les créoles sont issus des besoins communicatifs des populations d’esclaves originaires de régions africaines différentes, entre elles et avec les maitres européens, comme le rappelait Bernabé (2008) lors de sa conférence inaugurale du séminaire : « S’agissant précisément de ce qu’il est convenu d’appeler l’intercompréhension des langues, il apparait que la genèse des créoles apporte une lumière particulière sur sa problématique, ses fondements et ses enjeux. ». Tout créole est donc le résultat d’une interaction entres groupes alloglottes, le produit en définitive des nécessités d’intercompréhension. Dans toute initiative pédagogique en direction d’une intercompréhension bi-plurilingue, ce fait pourra être rappelé. Mais ce processus historique a conduit, par convergence ou adaptation communicative là aussi, à la création d’une langue commune et à l’émergence des différents créoles, car « les esclaves n’avaient pas d’autre choix que le créole » (Bernabé, 2008). Peut-on maintenant encourager des pratiques en faveur d’une intercompréhension biplurilingue stabilisée entre locuteurs de ces différents créoles ? Quelle place accorder aux langues européennes, en particulier à l’anglais lingua franca d’une part, susceptible de subvenir aux besoins d’intercompréhension, à l’espagnol d’autre part, langue unique de plusieurs états et numériquement majoritaire dans la région ? A ce stade, nous avons évidemment plus de questions que de réponses. Comme en Afrique de l’Ouest, la nécessité de conduire des recherches interdisciplinaires et collaboratives sur ces questions est impérative, notamment parce que créolisation et intercompréhension nourrissent des liens étroits d’affinité. Un dispositif d’expérimentation, que nous avons proposé à ce séminaire et qui devrait se mettre en place à brève échéance, serait d’organiser des sessions de formation en ligne à l’intercompréhension. Une session entre étudiants sur la plateforme 96 Galanet (www.galanet.eu) peut être envisagée, par exemple entre étudiants des établissements des participants de ce séminaire à la Martinique (cf. supra), ou encore, et sans doute est-ce plus pertinent pour envisager une véritable action ancrée dans la durée et non pas seulement une initiative ponctuelle, une session à l’attention des enseignants, chercheurs et décideurs, de formation à l’intercompréhension et de réflexion collaborative sur la nouvelle plateforme Galapro (www.galapro.eu, en phase de finalisation à l’heure d’écrire ces lignes 40 ), incluant une mise en pratique de l’intercompréhension plurilingue. Dans les deux cas, « le contrat de communication », devra inclure les créoles et l’anglais en plus des langues romanes. Les problématiques que permettrait d’aborder une telle expérience sont vastes. L’identification des profils langagiers des participants sera une étape importante : les Cubains et les Dominicains n’auront-ils vraiment que l’espagnol comme langue de référence ? Les créolophones de Haiti seront-ils tous francophones ? Les francophones et les anglophones des Antilles serontils tous créolophones et, si oui, dans quelle mesure et avec quelles compétences pour l’écrit sachant que les échanges en ligne se font principalement au moyen d’interactions écrites (courriels, forums, clavardages, wiki) ? A ces questions s’en ajoutent d’autres liées au choix des langues en situation de contact. Par exemple, dans quelle langue un Martiniquais bilingue (français-créole) répondra-t-il à un hispanophone ? En français compte tenu du statut international de cette langue et sa plus grande affinité avec l’espagnol, ou en créole compte tenu de la présence de communautés haitiennes en territoire hispanophone, en particulier en République dominicaine ? La pratique de l’intercompréhension en ligne sera-t-elle marquée par les « situations diglossiques variées où le français [ou l’anglais] occupe toujours la position “haute” » (Hazaël-Massieux, 2006 : 283) ? Autrement dit, le locuteur créolophone ne risque-t-il pas de minorer sa langue et de ne pas lui accorder le statut de langue utilisable dans des échanges en ligne en contexte universitaire ? Et si l’on fait l’hypothèse que ces attitudes seront dépassées, doit-on s’attendre à l’apparition d’« un nouveau pidgin né du contact entre créoles ??? » (ibid. : 284) ? On dispose à ce sujet de l’exemple des contacts en métropole, en particulier dans la région parisienne où : 40 Juin-octobre 2009. 97 « on dit volontiers qu’“on parle créole”, qu’“on s’entend en créole”, mais bien entendu, chacun parle un créole différent ; on soutient qu’on se comprend tous (effectivement, on veut se comprendre, et avec beaucoup de français, et un peu de créole, il est relativement facile de se comprendre). La réalité est donc complexe : on pourrait d’ailleurs affirmer que plus il y a de créole dans les échanges, plus la communication est approximative ; en cas de vraie difficulté, la part du français augmente considérablement jusqu’à n’être plus que la seule langue pratiquée […] » (ibid. : 283-284). Peut-on s’attendre à des effets semblables en ligne dans des situations de contact élargies ? Par ailleurs, la position de l’anglais appelle une réflexion spécifique. Certes, son vocabulaire est marqué par le latin et les langues romanes, ce qui peut conduire à le considérer comme une langue “semi-romane”. Mais l’on peut difficilement demander aux anglophones de s’exprimer dans leur langue en privilégiant latinismes et romanismes. Par contre, on sait que les compétences réceptives sont souvent suffisamment développées pour lire l’anglais. La difficulté en la matière sera plutôt d’inciter les anglophones à s’entrainer à comprendre français et espagnol plutôt que l’inverse. Sur un autre plan, quel modèle prôner ? Que chacun puisse s’exprimer dans au moins deux langues, voire trois ? Que chacun comprenne les langues européennes et au moins une variante de créole de chaque base lexicale ? L’objectif, aussi ambitieux soit-il, n’est pas utopique s’il prend appui sur les connaissances préalables, déclaratives et procédurales, et si l’on sait mettre à la disposition des apprenants des aides à la compréhension adaptées, en particulier pour les créoles en s’inspirant, dans une démarche contrastive « revisitée » (L. Dabène, 1996), des analyses disponibles comme celle que fournit Hazaël-Massieux (2006 : 286) pour la catégorie du pluriel dans différents créoles à base lexicale française. 3. POUR CONCLURE PROVISOIREMENT… En premier lieu, sur le plan de l’action pédagogique, pour envisager les apports possibles de l’introduction du concept d’intercompréhension et des pratiques qui lui sont associées dans les contextes considérés, il y a 98 lieu de tenir compte des pratiques existantes, comme par exemple, la pédagogie convergente (Carpooran, 2007), l’enseignement bilingue, l’enseignement de langue dite “régionale” (par exemple le créole) ou nationale. Le scénario de formation de formateurs mis en oeuvre sur www.galapro.eu devrait favoriser l’émergence de propositions pédagogiques, voire de projets de recherche autour de ces questions. Plus largement, en quoi l’intérêt nouveau pour l’intercompréhension des deux “régions” spécifiques ici abordées, l’Afrique de l’Ouest et la Caraïbe, est-elle susceptible d’interroger et de conforter l’acception tridimensionnelle (intra-, inter- et transfamiliale) de la notion d’intercompréhension ? Peut-on notamment envisager de promouvoir dans ces contextes « une forme de communication plurilingue où chacun comprend les langues des autres et s'exprime dans la ou les langue(s) “régionale(s)” qu'il connait, développant ainsi, à des hauteurs différentes, la connaissance de ces langues. Compte tenu de la diversité linguistique de ces régions, cela doit nécessairement s’envisager, à la fois dans le cadre d’une approche interfamiliale, notamment lorsque au moins une langue d’une famille non-apparentée –c’est-àdire non dotée d’une « inherent intelligibility » (Lewis, 2009)– a déjà fait l’objet d’une certaine appropriation, ainsi que dans le cadre d’une approche intrafamiliale basée sur la parenté. Il s’agit ainsi de faciliter le transfert à une autre famille de langues des compétences acquises dans une famille de langues. Par exemple, pour un bilingue français-wolof, aborder les langues sénégambiennes selon des démarches semblables aux démarches mises en œuvre pour les langues romanes, ou inversement. Et une approche transfamiliale pourrait consister à faciliter les échanges entre différentes régions, par exemple ici entre Afrique de l’ouest et Caraïbe, deux “régions” liées par l’histoire, comme le projettent l’Union latine et l’AUF dans un projet de dialogue sud-sud transocéanique, pour permettre aux individus, non pas forcément de communiquer “chacun dans sa langue”, mais au moins de se donner à voir réciproquement leurs propres langues et cultures. Ainsi entendue, sans renier l’échange, l’intercompréhension serait la possibilité de choisir en toutes circonstances et à travers un processus continu de négociation partagée, réversible à tout moment, les modalités codiques qui puissent bénéficier au développement des connaissances des langues-cultures des interlocuteurs sans entraver la communication au point de l’empêcher. Il est certain, en effet, que toutes les langues représentées ne peuvent être utilisées à tout moment dans 99 l’interaction. Chaque situation d’intercompréhension visée nécessite de faire l’état des forces linguistiques en présence, des dispositifs d’aide (ressources) et d’étayage (humain) disponibles, de la préparation préalable nécessaire. Ce que l’on souhaite éviter, c’est la convergence vers un seul code de manière systématique et non négociée. Ce qui signifie donc que la communication monolingue reste possible à condition que l’ensemble des modalités soit à géométrie variable. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES (liens internet vérifiés en octobre 2009) ARAÚJO E SÁ, M. H., MELO-PFEIFER, S. (2009). “Intercompréhension et éducation au plurilinguisme : de la formation de formateurs aux retombées sur la salle de classe”. Assises du Plurilinguisme, Berlin, 18-19 juin 2009. Publication électronique : http://plurilinguisme.europeavenir.com/images/Evenements/2e_Assises/Contributions/text%20araujo %20melo%20pfeifer.doc. BALBONI, P. (2007). “Dall’intercomprensione all’intercomunicazione romanza”. In F. Capucho, A. 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Palabras clave: comunicación mediada por ordenador, interacciones síncronas, endolingüe, exolingüe, intercomprensión, competencia discursiva. ABSTRACT The observation of the writing processes in the context of computer-mediated communication, and specifically in the context of synchronous interactions, is analysed here, basing our analyses on the various linguistic modalities of endolinguistic, exolinguistic and mutually comprehensible interactions. The degree of adequacy existing between the communication tool and these modalites is analysed; consequently, the specificity of each of them becomes clear, especially the mutually comprehensible interaction as opposed to the other two modalities. Key words: Computer-mediated communication, synchronous interactions, endoglossic, exoglossic, intercomprehension, discourse competence. 106 INTRODUCTION Notre propos est d’établir la spécificité de la modalité d’intercompréhension, à travers une étude contrastive qui la confronte à deux autres modalité linguistiques de communication –l’endolingue et l’exolingue par le biais d’une analyse de leur adéquation au media utilisé, i.e., la communication médiatisée par ordinateur, et tout particulièrement, le clavardage. En premier lieu, nous exposerons le cadre théorique de notre étude d’un triple point de vue : celui de l’apprentissage des langues, celui de la “communication médiatisée par ordinateur” et celui de la nature intrinsèque des situations d’endolingue, d’exolingue et d’intercompréhension qui sont les situations sur lesquelles s’appuie l’analyse expérimentale que nous avons menée. Cette première approche théorique devrait permettre de mieux discerner les paramètres à prendre en considération pour permettre l’analyse contrastive de contextes soumis à des contraintes et des enjeux différenciés. Elle a, également, pour but de circonscrire l’analyse des résultats à l’objectif principal de notre étude, et qui peut être résumé comme suit : existe-t-il des conduites différenciées dans la communication médiatisée par ordinateur qui soient redevables de contextes langagiers spécifiques? et si tel était le cas, quels sont ceux redevables des productions et des conduites générées en situation d’intercompréhension? En second lieu, on exposera les conditions du protocole expérimental, i.e., les informants, les corpus trimodaux et les critères méthodologiques d’analyse. Les résultats seront présentés ensuite sous forme de scores et analysés depuis les repères théoriques mentionnés supra et depuis la perspective pratique de détection de paramètres pertinents aptes à caractériser l’adaptation des sujets à des environnements langagiers différenciés et notamment celui de l’intercompréhension en regard des situations d’endolinguisme et d’exolinguisme. 107 1. QUELQUES REPÈRES THÉORIQUES 1.1 Acquisition versus apprentissage des langues La prise en compte du cadre européen commun de référence pour les langues (CECR) imprime de plus en plus au contexte pédagogique de l’enseignement des langues étrangères la nécessité de développer des compétences langagières tributaires de leurs usages et de leurs fonctions sociales. Cela part du principe que ce qui fait la spécificité de cet enseignement, en regard d’autres disciplines, c’est que la langue est à la fois l’objet de l’enseignement et son exercice le moyen de son acquisition. Si la dichotomie saussurienne langue-parole s’est avérée particulièrement féconde dans les recherches en linguistique, elle n’a pas peut-être pas nécessairement servi au même titre la pédagogie des langues étrangères. Le passage de la langue à la parole était considéré dans cet ordre pour l’enseignement de la langue étrangère, et était abordé dans l’ordre inverse pour ce qui concerne l’acquisition de la langue maternelle. C’est ce qui transparaît dans cette citation de Vygotski (1985) qui écrit que "l’enfant assimile à l’école une langue étrangère tout autrement qu’il n’apprend sa langue maternelle. On peut dire que cette assimilation suit une voie directement opposée à celle qu’emprunte le développement de la langue maternelle. L’enfant ne commence jamais à assimiler sa langue maternelle par l’étude de l’alphabet, la lecture et l’écriture, la construction consciente et intentionnelle d’une phrase, la définition et la signification d’un mot, l’étude de la grammaire, toutes choses qui constituent habituellement le début de l’assimilation d’une langue étrangère. L’enfant assimile sa langue maternelle de manière inconsciente et non intentionnelle alors que l’apprentissage d’une langue étrangère commence par la prise de conscience et l’existence d’une intention. C’est pourquoi on peut dire que le développement de la langue maternelle se fait de bas en haut tandis que celui de la langue étrangère s’opère de haut en bas". Cette dichotomie a été depuis reconsidérée et l’analyse de ces deux processus « acquisition/apprentissage » des langues a permis de renouer avec un paramètre fondamental qu’ils partagent, l’actualisation de la langue par le biais de l’interaction entre le sujet et le social. Dans le volet suivant, on donnera un aperçu de la manière dont la communication médiatisée par ordinateur sert cet objectif. 108 1.2 La communication médiatisée par ordinateur De façon très succincte, on peut définir la CMO comme la communication qui s’établit entre deux ou plusieurs personnes moyennant un outil informatique. Les systèmes qui la représentent sont nombreux. Il peut s’agir de chat, vocal ou écrit, de vidéoconférences, de messagerie, de forums de discussion, de tableaux blancs partagés, d’environnements virtuels textuels, de systèmes de partage d’applications, etc. La place de la CMO dans l’éducation est multiple : au niveau de l’information :(programmes, cours, matériaux didactiques), au niveau de la communication (tutorat, co-apprentissage, gestion de cours, création en collaboration de ressources), au niveau des activités d’apprentissage :(exercices, tests, évaluations), etc. L’éducation se fait collaborative, l’approche est communicationnelle, et repose sur l’immersion dans un environnement social partagé. Si la place de la CMO offre un réel potentiel éducatif, il est logique d’espérer en tirer un profit encore plus remarquable quand il s’agit de l’enseignement des langues, dans la mesure où elle garantit l’exercice de la langue pour et par l’exercice de la langue. En quelque sorte, et c’est là sa spécificité quand elle s’applique à l’enseignement des langues, il existe une symbiose totale entre l’objet de l’apprentissage/acquisition et les fonctionnalités de l’outil. 1.3 Les concepts d’endolingue, d’exolingue et d’intercompréhension Ces concepts ont fait et font l’objet d’une actualisation constante redevable de pratiques sociales plus ou moins anciennes par exemple dans les communautés multilingues; dans les unions exogames, a fortiori dans des milieux où la langue majoritaire (école, média, communauté, etc.), est encore autre. Leur définition reste ouverte donc à leur adaptation constante au renouvellement des contextes sociaux et linguistiques. Si les préfixes endo et exo continuent bien de signifier interne et externe, il est devenu moins facile de les appliquer au caractère familier ou étranger d’une culture, d’une langue. A des fins distinctives, on se contentera ici de donner des définitions relatives, c’est-à-dire de 109 distinguer les échanges endolingues des échanges exolingues, et chacun de ceux-ci en regard des échanges en intercompréhension. L' « exolinguisme » caractériserait une situation de communication asymétrique entre des participants ne maîtrisant pas de manière égale (professeur/apprenants ou apprenants/apprenants) une même langue qu'ils utilisent pour agir ensemble (Porquier 1984). Plagiant cet auteur, nous dirons que : l’ « endolinguisme » caractériserait une situation de communication symétrique entre des participants maitrisant de façon analogue une même langue qu’ils utilisent pour agir ensemble, et l’ « intercompréhension » caractériserait une situation de communication symétrique entre des participants maîtrisant de façon analogue chacun leur langue qu’ils utilisent respectivement pour agir ensemble. - On remarque d’ores et déjà que ce qui distingue l’exolinguisme de l’endolinguisme, c’est le caractère asymétrique pour le premier et symétrique pour le second, du statut de la langue des interlocuteurs. Ils partagent, en revanche, une même langue d’échange. - On remarque ensuite que ce qui distingue l’endolinguisme de l’intercompréhension c’est l’unicité de la langue des échanges pour le premier et sa pluralité pour le second. Ils partagent en revanche le caractère symétrique du statut de la langue des interlocuteurs. - En ce qui concerne l’exolinguisme en regard de l’intercompréhension, on peut déjà constater qu’ils se distinguent par le caractère asymétrique pour le premier et symétrique pour le second du statut de la langue des interlocuteurs. Enfin, il se distingue également du point de vue de l’unicité de la langue des échanges pour le premier et sa pluralité pour le second. Considérés de ce simple point de vue linguistique et « social » de la communication, il ressort que l’exolinguisme et l’intercompréhension sont les situations les plus éloignées l’une de l’autre. Il nous reste à examiner cette conclusion un peu hâtive, du point de vue des scores obtenus sur cette performance réciproque des sujets au medium et du medium aux sujets en situation d’endolingue, d’exolingue et d’intercompréhension. 110 2. PROTOCOLE EXPÉRIMENTAL 2.1 Les corpus Ceux-ci sont extraits de chats réalisés au cours de différentes sessions de formation à l’intercompréhension sur la plateforme Galanet (www.galanet.eu) : - interactions endolingue d’étudiantes italiennes négociant le thème d’un forum ; - interactions exolingues en français avec des étudiants catalans et une formatrice française ; et - interactions en intercompréhension (étudiants portugais, français, italiens et espagnols). 2.2 Les critères d’analyse et d’évaluation Les variables à prendre en compte ont été déterminées moyennant un repérage et une analyse de phénomènes récurrents, ainsi que des paramètres qui ont été mis en évidence par les auteurs qui se sont penchés sur les différentes modalités -endolingue, exolingue et intercompréhension- dans un contexte de clavardage. Leur sélection a été soumise à la condition de non-appartenance à des critères d’ordre spécifiquement méthodologique de l’enseignement des langues afin d’extraire de l’analyse, des résultats qui permettent d’inférer le degré d’adéquation à l’outil (CMO) de chacune des modalités. Ont été retenues les variables suivantes : Activité en autonomie Appropriation de l’outil et des règles (Chaptal, 2007) Modifications du système d’alternance des tours du fait du medium (Fornel, Bays et al., 2006) « Topic migration » (Crystal, 2001) ou dispersion des topics Surcharge cognitive au niveau des contenusDifficultés à suivre les échanges. Kiesler et al. (1985: 75) ‘‘there is ENDOL. 3 EXOL. Ø IC 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Ø 3 3 111 (. . .) a denite asynchronous quality even to synchronous computer conferences”. Surcharge cognitive au niveau formel : Contraintes cognitives : de la lecture, de l’écriture, de l’attention portée à l’orthographe et à la rédaction, à la codification. Ø 3 3 Surcharge expressive et/ou « graphies alternatives » (Anis, 2000) 3 3 3 Nécessité de collaboration « Activité coordonnée et synchrone qui est le résultat d’un effort continu qui vise à maintenir et construire une représentation partagée d’un problème à résoudre » (Roschelle et Teasley, 1995) Assistance au niveau du scénario à suivre (contenus) Nécessité de collaboration Assistance au niveau des explications métalinguistiques Nécessité d’une négociation permanente : jeu de concessions mutuelles. Kerbrat- Orecchioni (2004), V. Traverso (2004) 3 3 3 Ø 3 3 3 Ø 3 Nécessité d’une négociation permanente : jeu d’alternances codiques (Gumperz, 1982, Auer, 1996) Ø 3 3 Régulation des interactions, préalable, parallèle et/ou postérieure. Étayage direct : 1) Les idées importantes 2) les stratégies explicites 3) la médiation 4) la synthèse Caractère spontané des échanges Ø 3 3 3 Ø 3 3 Ø 3 Ø Ø 3 Ø 3 3 Générateur de cohésion du groupe, point de vue affectif : C’est le moment où se créent des complicités, des liens et des moments de vraie rencontre Générateur cohésion du groupe, point de vue linguistique Sentiment d’appartenir à un même groupe linguistique Générateur de cohésion du groupe. Facteurs 112 culturels à partager ou à découvrir Rituel des échanges : séquences d’ouverture, de pré-clôture et de clôture (Goffman, 1974) Registres de langue étendus 3 3 3 3 Ø 3 Messages naturellement croisés ou enchâssés 3 Ø 3 Variables partagées des code écrit et oral 3 Ø 3 Tableau 1. Paramètres considérés dans les trois modalités d’interaction 3. RESULTATS On rappelle que les paramètres n’ont pas été définis en fonction de leur pertinence en apprentissage des langues, mais sur la base des contraintes spécifiques de la communication médiatisée par ordinateur et concrètement, le clavardage. Tout autant le choix de ces paramètres de qualification du medium (communication écrite synchrone) que l’interprétation de leur adéquation au trois modalités linguistiques conserve une part de subjectivité qui reste soumise à l’examen du lecteur, afin qu’il puisse reconsidérer les résultats. Cependant, ces derniers montrent des tendances suffisamment marquées pour les prendre en considération, quelles que soient les interprétations divergentes ponctuelles. Les résultats absolus et relatifs sont présentés dans les volets suivants. 3.1. Résultats absolus L’endolingue est en adéquation avec le paramètre considéré dans 14 cas sur 20, dont 13 cas en adéquation totale, 1 cas en adéquation partielle et 7 d’inadéquation. L’exolingue est en adéquation avec le paramètre considéré dans 12 cas sur 20, dont 8 cas en adéquation totale, 4 en adéquation partielle et 9 d’inadéquation. L’intercompréhension est en adéquation avec le paramètre considéré dans 20 cas sur 20 dont 17 en adéquation totale, 4 en adéquation partielle et 0 d’inadéquation. 113 Adéquations Ad. totale Ad. partielle Ad. nulle Endolingue 13/20 12/13 1/13 7 Exolingue 12/20 8/13 4/12 9 Intercompréhension 20/20 17/20 3/20 0 Tableau 2. Résultats des performances obtenues dans les trois modalités d’interaction 3.2 Résultats comparatifs Davantage sans doute que les résultats absolus, les résultats relatifs permettent d’établir ce qui caractérise chacune des situations d’interaction. 1) Endolingue et Intercompréhension coïncident entre eux dans 13 cas sur 20, dont 11 cas d’adéquation totale, 0 cas d’adéquation partielle et 0 cas d’inadéquation. 2) Endolingue et Exolingue coïncident entre eux dans 7 cas sur 20, dont 4 d’adéquation totale, 0 cas d’adéquation partielle et 1 cas d’inadéquation. 3) Exolingue et Intercompréhension coïncident entre eux dans 12 cas sur 20, dont 6 cas d’adéquation totale, 0 cas d’adéquation partielle et 0 cas d’inadéquation. Endolingu vs IC Coïncidence En ad. totale En ad. partielle En ad. nulle 13/20 11/13 0/13 0/13 Endo vs exolingue 6/20 4/7 0/7 1/7 Exolingue vs IC 12/20 6/12 0/12 0/12 Tableau 3. Résultats des comportements relatifs, obtenus entre les trois modalités d’interaction Les résultats mettent en évidence l’adéquation de l’outil à la pratique de l’intercompréhension et de meilleurs scores pour l’endolingue que pour l’exolingue, surtout eu égard aux scores adjugés en adéquation totale. Ils montrent également une plus grande affinité entre les modalités d’intercompréhension versus endolingue que celle qui existe entre les 114 modalités endolingue versus exolingue qui obtiennent des scores très bas de cas de coïncidences avec les paramètres examinés. 4. CONCLUSIONS Nous reprenons cette idée de la psychologie éducative qui soutient que plus il existe une symbiose entre les habiletés requises pour l’utilisation de l’outil pédagogique et les compétences ou connaissances du sujet (en l’occurrence, les compétences de communication), meilleur est l’apprentissage. Citons D. Paquelin (2002) qui rappelle que: « La qualité de l’interactivité intentionnelle dépend de la compatibilité des règles de fonctionnement de l’utilisateur que l’on cherche à assister avec les règles de fonctionnement du dispositif utilisé » Or il existe une homologie, dans la communication écrite synchrone en intercompréhension, entre la façon d’apprendre et la manière d’utiliser l’outil. Analysons les raisons de cette homologie : - les pratiques d’interaction en synchrone endolingue ont rarement cet objectif d’acquisition d’une compétence de communication. Elles fomentent à des degrés moindres la motivation que suppose la rencontre avec l’Autre. - celles qui sont pratiquées en exolingue poursuivent cet objectif d’apprentissage; Elles fomentent la motivation que suppose la rencontre avec l’Autre (si tant est que cet autre ne soit pas le professeur !). Mais il n’existe pas une véritable symbiose entre l’outil de communication et les compétences communicationnelles du fait du handicap intrinsèque à la production en langue étrangère, et du statut asymétrique des participants. - les pratiques d’interaction synchrone en intercompréhension (comme celles en contexte endolingue) opèrent une fusion intégrale entre les compétences fonctionnelles requises pour l’utilisation de l’outil pédagogique et les compétences communicationnelles requises pour l’interaction langagière. Ces dernières, dans un but pédagogique, cette fois, d’adaptation de l’expression pour être compris et de réception pour comprendre la langue de l’autre Enfin, elles fomentent de manière optimale la motivation, la stimulation que suppose la rencontre avec l’Autre. 115 Dans le contexte de l’intercompréhension, les échanges en synchrone ont pu susciter quelques réserves eu égard à la vitesse des échanges écrits, eu égard au caractère spontané de la tâche, etc et apparaître comme une option peu fiable ou tout du moins à tester, ils se sont révélés parfaitement adaptés au contexte conversationnel de l’intercompréhension. Deux hypothèses majeures d’interprétation des données -en termes cette fois d’efficience pédagogique -paraissent se dégager de l’analyse qui vient d’être présentée. D’une part, l’échange synchrone optimiserait la concentration car la rapidité des dialogues (propre au medium, mais aussi à la composition plurielle des groupes) oblige à une attention particulière et une mise en œuvre de nouvelles stratégies de compréhension. Cette activité cognitive est aiguillonnée par la découverte d’univers linguistiques et culturels à la fois nouveaux et accessibles. D’autre part, l’échange synchrone en intercompréhension semble avoir un effet neutralisateur du caractère « étranger » de la langue de réception, car elle n’entrave pas la spontanéité de l’expression comme c’est le cas en situation exolingue, elle ne fait que la façonner en terme de polyphonie, ce qui renforce le lien dialogique et la cohésion du groupe. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES ANIS, M. (2000). Curriculum 2000, Faculty of Engineering, University of Indonesia. CHAPTAL, A. (2007). « Usages prescrits ou annoncés, usages observés. 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Do ponto de vista empírico, analisaremos episódios de negociação de desacordos (Grosjean & Mondada, 2004) entre estudantes universitários, interagindo em situação de chat plurilingue em Línguas Românicas (Espahol, Francês, Italiano e Português), durante uma sessão de formação na plataforma Galanet (www.galanet.eu). O estudo permitir-nos-á observar como é que os elementos interculturais concorrem para a co-construção intersubjectiva da inter(in)compreensão e, assim, para a interdenpendência dos sujeitos envolvidos na negociação Mots-clé: intercompréhension, négociation, désaccord. dimension interculturelle, clavardage, ABSTRACT This study proposes, after discussing the concept of intercomprehension from a theoretical perspective, to examine the intercultural dimension of the notion. For the discussion, we will analyse empirical data drawn from several interactions between university students who participate at the pluringual chats in Romance Languages (Spanish, French, Italian and Portuguese) of the Galanet platform ; the interactions analysed centre on the negotiation of disagreement (Grosjean & Mondada 2004). The analysis will lead us to note how intercultural elements 118 contribute to the collaborative construction of intersubjectivity of inter(mis)comprehension and, as a consequence, to the interdependence of the participants involved in the negotiation. Key words: intercomprehension, intercultural dimension, online chat interaction, negotiation, disagreement. INTRODUCTION Les études sur l’intercompréhension, notamment au sein d’une même famille linguistique, privilégient, avant tout autre élément, les aspects linguistiques et discursifs dans la construction du sens (Capucho et al, 2008 ; Degache & Melo, 2008 ; Melo & Santos, 2008). En effet, des recherches focalisées sur d’autres constituants langagiers intervenant dans la construction de sens sont assez rares, particulièrement en ce qui concerne des aspects inter- et trans- culturels (représentations, stéréotypes, présupposés partagés,...), comme le font remarquer aussi Degache et al (2007). Or, si l’on prône, comme dans cette proposition, l’indissociabilité du couple langue-culture et la langue en tant que réalité inscrite dans la multidimensionalité du sujet, alors la co-construction de l’intercompréhension doit être comprise en tant que résultat de la mobilisation et manipulation d’éléments aussi bien linguistiques que culturels, afin d’accomplir un travail interactionnel polyphonique et réussi avec autrui (que ce soit ou non dans le cadre restreint d’une famille de langues). Dans ce sens, nous soulignons l’intérêt d’étudier la dimension interculturelle de l’intercompréhension, afin de : i) mieux cerner les enjeux et les potentialités de ce concept pour une éducation plurilingue ; ii) comprendre, dans le cadre de complexité qui caractérise tout évènement communicatif, l’hétérogénéité et l’imbrication d’éléments qui façonnent l’interaction en toute situation exolingue et interculturelle. Pourquoi dès lors une étude sur des épisodes mettant en place des désaccords et donc de potentiels moments d’ « interincompréhension »? S'agissant d‘épisodes où les interlocuteurs thématisent (de façon plus au moins explicite) et développent des prises de position divergentes sur lesquelles ils construisent et soutiennent leurs points de vue, tout en 119 mobilisant de différents procédés interactionnels (Traverso, 2006 : 50), nous partons de l’hypothèse qu’il s’agit d’un environnement discursif privilégié d’observation des éléments inter- et trans- culturels qui médiatisent les discussions. Ces épisodes nous semblent ainsi fondamentaux pour analyser la recherche et la co-construction collective de l’intercompréhension, puisque, comme le fait remarquer R. Vion, "les activités mises en oeuvre pour construire un consensus impliquent que les sujets s'entendent sur la définition de la situation, sur les places occupées, sur les significations élaborées et sur les objets discursifs construits" (1992, 254-255). Dans le cadre restreint de ce travail, nous analyserons des clavardages plurilingues romanophones entre des sujets ayant participé à une session Galanet et engagés dans une tâche commune. Nous chercherons à répondre aux questions suivantes : - comment émergent les épisodes de désaccord dans ce type de communication ? - quelle est leur nature ? - quels sont leurs déclencheurs et marqueurs discursifs ? - quel travail de négociation s’en suit et quels sont les lieux de médiation interculturels évoqués par les interlocuteurs? - quel est leur rôle dans l’économie du projet et dans la co-construction de l’intercompréhension ? - quels indices d’une dimension interculturelle de l’intercompréhension nous apportent-ils ? 1. INTERCOMPREHENSION ET DIALOGUE INTERCULTUREL PLURILINGUE L’Intercompréhension est un de ces concepts qui battissent les fondements actuels de la Didactique des Langues (DL), à l’instar d’autres, tels que Plurilinguisme et Interculturel (Alarcão et al, 2009a et 2009b). Ces trois concepts renvoient, en effet, à un paysage didactologique marqué par une conscience accrue de la diversité 120 linguistique et culturelle et par l’engagement de la discipline dans le soutien de cette diversité dans les espaces éducatifs et sociaux. Les politiques linguistiques européennes jouent ici, bien évidemment, un rôle majeur. Si l’intercompréhension accompagne de près l’accroissement de cette prise de conscience et de ce positionnement à l’égard des langues et de la diversité, c’est parce qu’il s’agit d’un concept à fortes connotations politiques, idéologiques et éthiques, avec un impact non négligeable dans l’épistémologie de la DL. Quoi qu’il en soit, faut-il le souligner, l’intercompréhension n’est pas un néologisme de la DL, bien que son essor dans cette discipline soit remarquable (par exemple, Capucho et al, 2008 ; Conti & Grin, 2008 ; Les Langues Modernes, 1 : 2008, pour ne citer que quelques exemples récents). En effet, « pratique quotidienne qui devient concept » didactique (Capucho, 2008), l’intercompréhension est bel et bien ancrée dans les pratiques sociales quotidiennes des sujets, dans des situations soit de contact avec des données verbales inconnues ou méconnues, soit de contact avec l’Autre, son univers et son regard particulier sur le monde. Dans ce sens, l’intercompréhension devient un élément constitutif de « l’agir communicationnel », comme le fait bien noter Habermas, qui la définit comme : "les possibilités qu'ont les (deux) participants (au moins) à une interaction de coordonner leurs projets d'action de telle manière qu'un alter puisse relier ses actions à celles d'un ego sans créer de conflits ou tout au moins sans courir le risque d'une rupture de l'interaction" (Habermas, 1986 : 148). De ce point de vue, l’émergence du concept « intercompréhension » en DL est orchestrée, depuis son début, autour d’une dimension interpersonnelle et intersubjective, qui allie langues et cultures, proches et lointaines (même dans la même langue), sujets et leurs mondes, dans un co-agir communicationnel responsable et engagé : “L’intercompréhension pourrait bien être la clé qui permette d’ouvrir tous les espaces de rencontre (…) entre individus et collectivités de toutes tailles, entre personnes et cultures de tous les niveaux de socialisation.” (Tyvaert, 2008 : 275). 121 Placer l’intercompréhension au sein de l’interaction exolingue plurilingue, comme nous l’avons fait dans des travaux précédents (Araújo e Sá & Melo, 2003, 2006 et 2007), essayant de mettre en relief sa dimension interpersonnelle, telle que définie ci-dessus, et articulant plurilinguisme, interculturalité et intersubjectivité (Brassac, 2001), nous conduit à considérer une dimension interculturelle, rassemblant les dynamiques de contact avec l’altérité et le dissemblant. Sachant encore que l’intercompréhension est une pratique située et achevée collaborativement, nous croyons que cette dimension-ci ne peut être conceptualisée qu’en tant que savoir-faire contingent, puisqu’elle émerge de façon contextualisée (dans le sens de culture en action, voir AbdallahPretceille, 1996), dans la co-action interactionnelle. Ainsi, et pour avancer, l’intercompréhension serait, selon notre opinion, le processus et le résultat de trois dimensions constitutives de toute rencontre humaine: la socio-affective (où interviennent motivations, attitudes et représentations de soi-même, de l’autre et de la situation de communication), la cognitivo-verbal (où se mettent en place des processus de transfert, de comparaison interlinguistiques, …) et la linguistico-communicative (incluant des stratégies de choix, gestion et mobilisation des différentes langues en contact et des répertoires totaux des sujets). Ces dimensions s’articulent entre elles avec des configurations variables en fonction de l’événement communicationnel en soi et de son cadrage politique, linguistique et social (Melo, 2006). De ce point de vue, la dimension interculturelle de l’IC ne doit pas être comprise comme une dimension en plus de l’interaction mais comme une de ses constituantes inaliénables. Ainsi, elle ne doit pas faire objet d’une étude à part, mais intégrer davantage l’analyse articulée et complexe de la situation de communication elle-même. 1.2 Désaccords et conflits dans l’interaction et accomplissement de l’intercompréhension Nous considérons les désaccords et les conflits comme des problèmes qui surgissent au niveau de l’interaction verbale et qui ne découlent pas obligatoirement d’un acte de parole spécifique et local. De ce point de vue, notre analyse sera plus contextuelle que linguistique, notre objet d’étude n’étant pas les différentes manifestations verbales du désaccord, 122 mais plutôt son émergence discursive dans la tessiture communicative, ainsi que les activités de négociation qu’il déclenche. Si nous considérons les différentes propriétés sémantiques de ces deux concepts (désaccord et conflit), nous pouvons dire que le conflit n’implique pas obligatoirement la prise de position et la mobilisation de stratégies argumentatives, tandis que celles-ci s’avèrent fondamentales dans le déroulement discursif des désaccords. En plus, le désaccord ne met pas nécessairement dans l’arène de l’interaction des positions diamétralement opposées, tandis que le conflit est, dans ce sens, plus contentieux. De ce point de vue, le conflit est plus menaçant à l’égard de la face d’autrui que le désaccord. En tout cas, tous deux, désaccord et conflit, peuvent se manifester autour de deux ingrédients fondamentaux de l’interaction, la tâche et la relation, comme le fait remarquer Correia (2008) : - task-related – “occurs when team members disagree about the tasks themselves, how those tasks should be performed and/or completed (Stewart et al, 1999), and how well they should be performed (excelling vs. meeting minimum requirements)” (Correia, 2008 : 20) ; il s’agit, selon la terminologie de Ehlich et Wagner, reprise par Traverso, des situations qui entraînent des négociations-événements, puisque celles-ci sont context-shaped et context-related ; “la négociation est déployée afin de parvenir à un accord, et elle se déroule selon les procédures de prise de décision” (Traverso, 2004 : 44), étant, ainsi, l’un des ingrédients constitutifs de la situation de communication ; - relationship-related – “is centered on relationships, psychological and social constructs, when team members experience interpersonal incompatibility” (Correia, 2008 : 20) ; il s’agit surtout des situations de problématique qui entraînent des négociations-processus, émergentes par rapport à la tâche qui est en train de se dérouler. S’agissant ainsi de deux situations de problématicité souvent difficilement séparables, nous avons opté, dans le cadre de ce texte, pour garder le terme désaccord, surtout à cause du versant argumentatif et négociatif qu’il mobilise, sachant malgré tout que ces désaccords se cristallisent et se durcissent parfois, donnant naissance à des situations conflictuelles (Traverso, 2004). L’existence de désaccord implique, toujours selon cet auteur, l’interdépendance des participants dans le déploiement d’un événement discursif conjoint et, dans ce sens, “l’impossibilité pour l’un de réaliser 123 son projet sans l’autre” (idem, 45). Ainsi, tout désaccord, ainsi que la négociation mise en place pour le résoudre, sont co-construits, puisqu’ils sont endogènes, situés et déployés collectivement (Grosjean et Mondada, 2004). Ceci étant posé, la négociation autour d’un désaccord est une activité communicative indispensable, parce qu’elle se constitue en tant qu’ « espace privilégié de rupture et de visualisation de malaise au cours de l’interaction » (Bono & Melo, 2008) et, en même temps, en tant que travail de co-construction de l’agir communicatif et, de surcroît, de l’intercompréhension, telle que définie dans la section précédente. Les désaccords, “source ou cause de la négociation” (Traverso, 2004 : 46) ne sont pas, bien évidemment, exclusifs de la communication interculturelle plurilingue. Ils surgissent en effet chaque fois que les sujets ne partagent pas les mêmes convictions, intérêts, projets d’action ou représentations et que ceux-ci sont imposés (ou sentis comme tel), de façon plus ou moins marquée, à l’interlocuteur : "le concept d'activité communicationnelle s'articule d'une manière telle que les actes d'intercompréhension, qui associent les projets d'action et qui réunissent en un contexte d'interaction les actions dirigées vers un but, ne peuvent, quant à eux être ramenés à l'activité téléologique. Les processus d'intercompréhension visent une entente qui dépend de l'adhésion, rationnellement motivée, au contenu d'une expression. Cette entente ne peut pas être imposée à l'autre partie pas plus qu'elle ne peut être extorquée au partenaire par une quelconque manipulation; ce qui résulte manifestement d'une pression extérieure ne peut pas être pris en ligne de compte en tant qu'entente. Celle-ci repose constamment sur des convictions communes" (Habermas, 1986 : 149). Pourtant, en situation d’interaction interculturelle plurilingue, les désaccords peuvent rendre manifestes et renforcer les dissemblances entre les sujets, ces dissemblances pouvant être imputées à des systèmes non convergents de valeurs, de représentations et de postures interprétatives. Il faut néanmoins rappeler que, faute de participer au stéréotypage des cultures (commun dans le cadre des approches substantialistes et fermées), la rencontre interculturelle est ici comprise dans une perspective dynamique et interactive. Autrement dit, “ce qui entre en contact, ne sont pas des cultures ou des identités nationales: la communication implique toujours des personnes et ce 124 sont elles qui véhiculent ou médiatisent les rapports entre cultures” (Ladmiral & Lipiansky, 1989: 11). Ou bien encore : « Ce n’est pas parce que les partenaires appartiennent à des groupes ethniques ou linguistiques différents que la situation sera exolingue ou interculturelle. Elle ne le deviendra que dans la mesure où les partenaires prendront en compte et traiteront ces différences comme pertinentes pour la définition, le fonctionnement et l’interprétation de l’événement social en cours » (Dausendschön-Gay et Kraft, 1998 : 96). A la suite de ce que vient d’être affirmé, nous pouvons donc considérer que les épisodes d’émergence et de négociation des désaccords sont des "scènes" significatives d’une pièce majeure, la rencontre interculturelle plurilingue. Les sujets y mettent à profit la totalité de leurs savoirs, savoirs-faire et savoirs-être plurilingues et interculturels pour coconstruire l’intercompréhension et, de ce fait, pour bâtir un "Third Space" plurilingue et interculturel. Outre les ingrédients linguistiques et communicatifs, sont ici en jeu des lieux de médiation symboliques capables de rendre intelligibles devant l’autre la posture interprétative assumée pendant le hic et nunc de l’interaction: „With its emphasis on the subjective, historical, stylistic and performative dimensions of meaning making, symbolic competence becomes the very manifestation of thirdness in applied linguistics.“ (Kramsch, 2008) 2. CONTOURS METHODOLOGIQUE DE L’ETUDE 2.1 Contexte de recueil du corpus Dans cette étude, nous analysons un corpus de clavardages exolingues plurilingues romanophones (avec plus de deux langues romanes en coprésence, chaque interlocuteur étant expert de sa langue mais non-expert de la langue des autres), entre des étudiants universitaires et, parfois, avec la présence de tuteurs/animateurs. Ces interactions ont eu lieu dans les trois salons de clavardage du scénario Galanet (voir www.galanet.eu et 125 Andrade et al, 2005, pour plus de détails sur ce projet) dont les traces sont archivées, dans le cadre de la Canosession, entre février et mai 2004. Le tableau suivant présente la configuration de cette session, en termes de participants, équipes et langues de référence et cible (ces langues sont déclarées par les sujets au début de la session, lors de leur inscription) : Nom de l’équipe Pays Lusomaníacos Os Quinas Les Canuts de Lyon Che, Rio Cuarto. Portugal Portugal France Argentin e France Italie Le rane di Grenoble Gli spagnoli di economia forum2004BCN RA & C° Lyon 2 "Les Dahuts" di Monica Madrid Cassino- Martine Le Dinosaure,unicas2 Les Montois Nombre d’étudiants inscrits 15 15 8 12 Langue(s) de Langue(s)référence cible PT, FR PT, FR FR, IT, ES ES, FR FR, ES, IT FR, ES, IT FR, ES, PT FR, IT 16 14 FR, IT, ES IT, FR FR, IT, ES FR, ES Espagne France France 31 14 16 ES, FR FR, PT, ES FR, IT FR, ES PT, ES, FR IT, ES, FR Espagne Italie Italie 33 16 13 ES, FR IT, FR IT, FR, ES FR, IT, PT FR, IT FR, ES, IT Belgique 6 FR ES, IT, PT Tableau 1. Profil des équipes de la Canosession. Les interactions synchrones en étude ont eu lieu dans un environnement d’apprentissage et de pratique collaborative de l’intercompréhension romanophone (Araújo e Sá & Melo, 2006), par le biais d’une approche cognitive et actionnelle basée sur la réalisation d’une tâche commune : un dossier de presse plurilingue concernant une thématique interculturelle (dans ce cas, "Ridiamo per le stesse cose?... Y a-t-il un humour romanophone?"), discutée tout au long de la session. Le contrat de communication de départ suggérait que chaque clavardeur, étudiant ou tuteur/animateur, devrait essayer de se faire comprendre en 126 utilisant sa/ses langue(s) de référence et de comprendre la(es) langue(s) des autres, toutes les langues de la plate-forme étant en position théoriquement égalitaire. Autrement dit, l’usage de différentes langues fait partie du contrat de communication-apprentissage pré-établi, ce qui signifie que tous les sujets sont, en même temps, natifs et alloglottes, experts et apprenants. Le recours à la langue maternelle de chaque interlocuteur (ainsi qu’à d’autres qui composent le « répertoire plurilingue commun ») n’est pas compris en tant qu’élément perturbateur de l’intercompréhension, mais davantage comme « lubrificateur de l’interaction » (Melo, 2006). 2.2 Les séquences Notre corpus brut est constitué de 15 sessions de clavardage plurilingue issues de la Canosession, à grande variabilité en termes de locuteurs entre sessions - voire au sein d’une même session, à cause des caractéristiques énonciatives et discursivo-textuelles de ce genre communicatif (Crystal, 2001) -, de langues en présence et/ou mobilisées, de longueur/durée et de thèmes de discussion. Le corpus net, ou notre objet d’analyse dans cette étude, est composé de 12 épisodes (à longueur variable), découpés à partir de ces 15 sessions selon des critères structuraux et thématiques. Ce découpage part de la notion de séquence de Kerbrat-Orecchioni, comprise en tant que "bloc d'échanges reliés par un fort degré de cohérence sémantique ou pragmatique, c'est-à-dire traitant d'un même thème" (1996, 36). De ce point de vue, même si ce travail de délimitation s’appuie sur un outil heuristique à nature presque structuraliste (la notion de séquence), il cherche à montrer que "ce sont les sujets qui construisent l'ordre et résolvent, pas à pas, les problèmes que pose leur rencontre" (ibidem, 177), en dehors de toute contrainte extérieure. Comme toute séquence où la négociation est l’activité discursive de base, nos séquences s’organisent autour de quatre éléments constitutifs (voir Araújo e Sá, 1996; Araújo e Sá & Melo: 2003a e 2007; Py: 2000c): - elles sont démarrées par un déclencheur (un problème de compréhension, l’introduction d’une langue non prévue dans le contrat de communication, l’éparpillement discursif,…) ; 127 - le désaccord s’assume comme nœud discursif, plus ou moins temporaire; - la négociation, à longueur variable, se poursuit collaborativement ; - la séquence se termine par la résolution, implicite ou explicite, définitive ou temporaire, du désaccord. 3. ANALYSE DES EPISODES Notre analyse se fera en deux moments: tout d’abord, nous chercherons à mettre en évidence les traits généraux des épisodes de négociation des désaccords saisis dans notre corpus; ensuite, nous nous pencherons sur deux épisodes (voir Annexes I et II) afin de rendre saillante l’articulation entre l’émergence des désaccords, la négociation à l’aide des éléments interculturels et la co-construction de l’inter(in)compréhension. 3.1 Vision panoramique Une première observation s’impose : si l’on compare notre corpus avec d’autres analyses des interactions par clavardage de la Canossession Galanet, on vérifie que le nombre d’épisodes de désaccords (qui, en plus, sont, dans la majorité des cas, rapidement résolus) ne pèse pas beaucoup dans l’économie de la session (par exemple, les épisodes de négociation d’images des langues, des peuples et de la situation de communication occupent 55 séquences, selon Melo, 2006). Ceci étant, il paraît que la proximité linguistique et culturelle de l’aire romane, ainsi que le sentiment d’appartenir à une même communauté, mais linguistiquement et culturellement hétérogène (où les similitudes semblent plus fortes que les différences), pourraient expliquer le réduit nombre de désaccords. Degache et al. (2007) et Arismendi 41 (2008) ont également remarqué une présence minimale de stéréotypes (qui sont souvent des déclencheurs discursifs des désaccords, selon Melo, 2006), qui pourrait s’expliquer par l’effet d’une culture partagée (Degache et al, 2007) ou d’appartenance à 41 L’étude de cet auteur montre que très peu de désaccords émergent dans les chats (ainsi que dans les forums) de Galanet, ce qui fait que très peu d’occasions d’observation du savoir-faire de médiation soient présentes dans le corpus. 128 une communauté de pratique et d’apprentissage de l’intercompréhension (Araújo e Sá & Melo, 2006). Un premier regard sur nos épisodes permet de distribuer le type de désaccords comme suit : Type de désaccord Total d’épisodes Langue(s) de communication 4 Accomplissement de la tâche Déroulement de la tâche 3 Thème de discussion 2 RelationshipIncompatibilité intra groupale (2) related Incompatibilité inter groupale 4 Rôles et places interactionnels 0 Task-related Tableau 2. Distribution des épisodes par type de désaccord. Ce tableau met en évidence le poids du contrat de communicationapprentissage sous-jacent à ce projet : la majorité des épisodes de désaccord sont en rapport avec la tâche (voir Arismendi, 2008, pour des conclusions identiques), plus en particulier avec la nature plurilingue romanophone de la situation de communication et du contrat qui la soutient: « les ruptures dans la communication et les mouvements d’auto ou d’hétéro-réparation qui s’en suivent constituent de moments-clé de rappel et de renégociation des aspects contractuels sous-tendant les interactions » (Bono & Melo-Pfeifer, 2008 : 242). Pour exemplifier, la situation suivante 42 est déclenchée par l’entrée d’un interlocuteur (AlejandroG), qui introduit une nouvelle langue de communication: l’allemand! Cette langue, n’étant pas prévue dans le contrat romanophone de communication, provoque les prises de position des autres interlocuteurs, parfois médiées par des interventions humoristiques : [AlejandroG] Hallo, Wie geht's? [AnnaïkG] Gut gut! 42 Tous les exemples sont repris avec leur orthographie originelle. 129 [romautos] :(( [romautos] nao percebo nada de alemao [romautos] é uma nova língua romana??? (...) [colombia] hier wird nicht deutsch gesprochen [AlejandroG] la hacemos romana pues [CristinaV] oye oye, no más alemán , please¡¡¡¡¡ [AlejandroG] :-) [colombia] y tampoco inglés ;) [CristinaV] jajajjaja [romautos] Please? Isso também é romano??? [CristinaV] vale, de acuerdo [AlejandroG] Bueno, vale, entoncers sólo románicas... [AntonioR] Amigos un poco de orden en este caos [romautos] acho que vou ter de re estudar as minhas bases de língua!!! estou a ficar perdina [AnnaïkG] Es ist richtig das Deutsch ist nicht eine Roman gesprochen Par rapport à la tâche, un autre désaccord se réfère au thème de discussion, puisque Galanet « oblige » les participants à choisir une thématique commune. Une fois de plus, la nature du projet et ses présupposés sont à l’origine des désaccords qui s’en suivent, ceux-ci étant même stimulés et indispensables au déroulement de l’action : « les activités langagières réalisées ainsi que les contrats didactiques dans lesquels elles prennent sens sont fortement conditionnés, à notre avis, par leur encadrement pédagogique » (Araújo e Sá & Melo, 2006 : 176). La séquence suivante présente un exemple de négociation autour du thème de discussion, où les participants proposent une multiplicité de thèmes, certains rechassés par leurs interlocuteurs : [esmeralda] QUE TAL PROPOR UM TEMA PARA FALAR? [xander] em q língua? [colombia] nos podemos repartir por temas [Chegade] il faudrait choisir des sujets sur le thème [SilviaM] Vamos falar do que nos faz rir? 130 [AntonioR] Tema: ¿Cual es el sentido de la vida? [AvataraA] vale es meralda, propón un tema [xander] frances nao! [Chegade] oui colombia [xander] ninguem percebe [qalbu] on va parler dem l'euro 2004 [glory] AFINAL QUAL É O TEMA? [AvataraA] viajes, comida, ciudades, política, lenguas... [esmeralda] ANTONIOR LO sentido de la vida as 10 horas da manha??? Par rapport au déroulement de la tâche (que ce soit la langue de communication ou le thème), nous nous rendons compte que ces désaccords sont connectés aux arguments mis en scène par les interlocuteurs, au cours de la conversation. Ces arguments sont, quant à eux, fondés, maintes fois, sur les représentations des sujets. La situation qui suit rend visibles les représentations non coïncidentes de SilviaM et Annalisa, par rapport à la proximité des langues germaniques: [SilviaM] Escreve flamanego :( Vá lá!!!!! [Annalisa] hallo alles kits? [Annalisa] ik ben 22 jaar. en jij? [SilviaM] Kits para ti também :))) [mokab] Qu'est-ce que ça veut dire? [SilviaM] Ich bin 26 jahre alt [Annalisa] ohlala mais tu réponds en allemand! c'est pas la meme chose hè [mokab] Ik ben 24 jaar! Chouette, je sais parler déjà un petit peu de flamand! [Annalisa] parfait! [mokab] A sílvia é poliglota: fala alemão, espanhol, frances... [SilviaM] Je sais, mais c'est quand-même pareil??? Non????? [Annalisa] non! pas du tout! 131 Ces épisodes à désaccord “tasked-related” sont, généralement, très brefs (les interlocuteurs ne mobilisant pas souvent des arguments interculturels) et se terminent avec la reprise de la conversation qui était en cours. Ils deviennent ainsi un parenthèse utile pour rappeler le cadre de communication et les ingrédients censés le caractériser. Par contre, les épisodes “relationship-related” sont plus longs, entraînent habituellement de longues séquences argumentatives et se terminent de façon dysphorique. Dans notre corpus, ces derniers épisodes ont toujours comme protagonistes des Portugais et des Espagnols. Les désaccords qui émergent mettent en place : i) des rivalités historiques concernant les conquêtes et les luttes territoriales entre l’Espagne et le Portugal 43 (voir Annexe II); ii) des rivalités sportives (football) ; iii) les supposées difficultés d’intercompréhension entre le portugais et l’espagnol 44 . Ces séquences présentent une longueur beaucoup plus considérable que les séquences de conflit « task-related », puisqu’elles mettent en jeu différentes dimensions de l’identité des sujets, qui s’engagent, souvent fiévreusement, dans la tâche de négociation, sans vraiment s’approcher du point de vue de l’autre, mais plutôt essayant de maintenir leurs propres propos. On se demande si on a affaire ici à des tâches de négociation dans la mesure où les interlocuteurs, à l’exception de la situation relatée dans l’annexe I (voir section suivante pour une analyse), ne souhaitent pas vraiment arriver à une entente : ils cherchent davantage à maintenir leur propre face et à nuire la face d’autrui (voir annexe II et section suivante). Ceci implique, dans le cadre de notre corpus, le surgissement de situations assez conflictuelles, de base argumentative, où les oppositions entre les interlocuteurs sont thématisées et constituées en tant que nœuds conversationnels. De ce fait même, ces conflits quittent le rang d’épisodes parallèles pour devenir le thème de l’interaction. La discussion devient généralement de plus en plus “acide”, entraînant la cristallisation des désaccords, “activité de mise en place de la négociation durant laquelle le désaccord se construit (ou se durcit), avec le maintien 43 Un proverbe portugais affirme encore « De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento ». 44 Difficultés qui font encore actuellement objet de recherche (par exemple, le texte “A intercompreensão entre o Português e o Espanhol : diferenças fonético-fonológicas e lexicais”, de J. M. Casteleiro & S. Reis, paru dans Capucho et al, 2007: 347-355) cristallisant toujours cette représentation. 132 de chacun sur ses positions” (Traverso, 2004 : 49) et souvent la recherche d’un coupable. L’épisode qui suit met en scène deux hispanophones (JavierT et PauV) et deux lusophones (Xander et Catarina), qui, faute d’une langue commune de communication, essayent de se faire comprendre dans leurs langues maternelles. Après quelques manifestations d’incompréhension de Xander, JavierT et PauV se moquent de son incompétence à comprendre l’espagnol. Xander se sent humilié et, étant en minorité, cherche l’appui d’un personnage extérieur : Catarina (qui entre dans la conversation avec son surnom). Après les interventions provocatrices des uns et des autres, Catarina découvre le déclencheur du conflit : [xander] não comprendo [JavierT] olá [JavierT] xander, no te enteras de na, majo [xander] holla [PauV] jajaja [xander] holla [PauV] pobre [PauV] que pasa? [PauV] no sabe castellano [xander] holla. soy catarina :) [PauV] xander, qu estudias? [JavierT] olá [JavierT] ni portugués, ni francés, ni... [PauV] hola catarina [xander] tu tambiem no sabes portugues [xander] holla soy catarina :) [JavierT] yo no sé nada, pero me entero jajajajaj [xander] amiga de xander [xander] holla [xander] quieres hablar en chines? [PauV] e que cosa faceis? [JavierT] come vuoi [PauV] estais a falar? [PauV] ui...que marron [JavierT] catarina [PauV] questo e itliano [xander] "estavamos" hablando que usted no estan facilitando la conversation [JavierT] no te mosquees, hombre [PauV] no contesta [PauV] eing? [PauV] que cosas [xander] ola [xander] holla [PauV] yo? no 133 Ainsi, nous sommes d’accord avec Wagener, pour qui « la gestion des désaccords ne passe pas nécessairement par une résolution immédiate du différend en cours : pour les individus impliqués dans cet événement, la priorité peut être de désigner un responsable à défaut d’un coupable. Qu’il s’agisse d’un élément déclencheur du désaccord ou bien du comportement de l’un des protagonistes, la stigmatisation d’une origine possible risque parfois de transformer le désaccord en conflit, aiguisant les ressentis des interactants au lieu de les apaiser. » (2007). Dans ces situations, les conflits mettent en place des sujets qui, plus que des individus, sont supposés appartenir à des équipes (réunies autour de la langue et de la localisation géographique) ; ainsi, ces conflits locaux sont promus en tant que conflits globaux, entraînant la prise de position, assez prévisible, des auteurs-clavardeurs en ligne. Comme nous le verrons dans la section suivante, les épisodes « relationship-related » sont des événements interactionnels assez passionnels, où les sujets se sentent fortement impliqués et luttent longuement afin de conserver leur face et leur place conversationnelle. La manipulation des langues à fin argumentative, la recherche d’union au sein de leur groupe d’appartenance semblent indispensables pour atteindre ces buts. En autre, les arguments de type interculturel, souvent ancrés dans les représentations des interlocuteurs, apparaissent comme des atouts indispensables pour arriver à un dénouement. 3.2 Une focalisation sur deux épisodes Nous allons maintenant, et afin de rendre plus visible le rapport entre l’émergence et la thématisation discursive de désaccords et la coconstruction de l’inter(in)compréhension, à l’aide d’éléments culturels, analyser deux épisodes de notre corpus : l’un où l’on parvient à une “entente cordiale” (Annexe I) et un autre où le conflit se cristallise, jusqu’à la rupture de la conversation (Annexe II). Dans les deux cas, nous pourrions les caractériser en tant que “relationship-related” conflit et leur longueur nous permettra de mettre en évidence la dimension interculturelle de l’inter(in)compréhension. 134 3.2.1 “What do you think about portuguese?” La séquence met en scène un groupe de lusophones et d’hispanophones et commence avec la sollicitation de Rafa, qui propose à AvataraA de se prononcer à propos de ses hétéro-représentations à propos des Portugais. La question n’est pas tout de suite comprise à cause de l’opacité du mot « achas » ("no te entiendo safa"). Cet obstacle est surmonté à travers l’aide d’autres lusophones en ligne (Lusitana, Tita et Rafa) qui fournissent à AvataraA un équivalent sémantique en portugais (« pensas »), une paraphrase, aussi en portugais ("qual a tua opinao") et, en rupture avec le contrat de communication, une traduction en anglais ("WHAT DO YOU THINK ABOUT PORTUGUESES?"). Pour répondre à la question de Rafa, et sachant qu’il s’agit d’une question potentiellement délicate, AvataraA introduit sa réponse en évoquant son expérience personnelle ("pues estuve dos veces en protuga "), qui pourrait légitimer ses propos: "y me pareció que son más clamados que los españoles". Cette première réponse provoque de nouveaux obstacles lexicaux, thématisés par Qalbu, Carla, Rafa et Guidiguidi. Le fait que ces quatre lusophones se prononcent sur un problème de compréhension rend visible l’intérêt porté au sujet de communication. Les stratégies de résolution de ce problème (soit par le synonyme « tranquilos », soit par des paraphrases) entraînent de nouvelles opinions à propos des Portugais, par comparaison avec son propre groupe d’appartenance : "no tan efusivos como los españoles" et "pero sobre todo muy hospitalarios". De toutes les représentations véhiculées, seules celles de « calmados » et « no tan efusivos » (moins favorisantes) provoquent des négociations plus étendues, puisqu’elles font l’objet de désaccord. Or, ce désaccord s’insinue, comme nous le verrons, soit au sein du groupe portugais, soit entre Espagnols et Portugais. Parmi les Portugais, Lusitana tend à corroborer l’opinion d’AvataraA ("bem nos os portugueses somos muuuiiiito calmos" et "fazemos tudo nas calmas"), même si elle déplace la représentation initiale du pôle psychologique au pôle des compétences. De leur coté, Carla et Rafa manifestent leur désaccord, soit en recourant à la langue de l’autre ou à des approximations à cette langue-autre ("pero yo penso que non" et "nos otros somos mui efusivos"), soit encore avec le recours à l’anglais, qui avait déjà été introduit auparavant ("YOU ARE WRONG, AVATARA..."). 135 Pour ne pas nuire à son image interlocutive et continuer à menacer la face des lusophones en ligne, AvataraA choisit d’introduire de nouveaux termes et de nouveaux adjectifs de comparaison : "no, no , me refiero a qu elos españoles a veces soltamos las cosas sin pensar en la consecuencias" et "y vosotros sois maz respetuosos a ese respecto". Bien que ses nouveaux énoncés soient toujours un peu flous en ce qui concerne les représentations véhiculées (on se demande quel est le rapport entre être plus respectueux et tranquille), le fait que l’adjectif respectueux soit anticipé d’un valoratif (mas respetuosos) entraîne le mouvement de concordance de Rafa. Cependant, Carla ne reconnaît pas les nouveaux arguments d’AvataraA et réitère, en espagnol, les similitudes entre les comportements espagnols et portugais ("nos otros acemos lo mismo"). Or l’utilisation de la langue de l’autre pour bâtir l’intercompréhension dans cette situation romanophone ne se fait pas sans écueils : elle reconnaît son manque de compétences en espagnol et, le faisant à travers une approximation à cette langue ("mi espanhol se horrivel"), elle entraîne un nouvel épisode de résolution d’un problème lexical, signalisé par Bogdana, qui se dénoue assez rapidement grâce à des approximations successives. Reconnaissant, peut-être, qu’il ne faut pas s’engager dans une discussion autour des représentations, puisque celles-ci sont subjectives et relatives (« [AvataraA] en realidad los tópicos son sólo representativos y en mayor o menor medidad están en todos los paises”), AvataraA semble s’engager dans un détour méta-communicatif autour du processus de négociation, introduisant une perspective conciliatrice et relativiste. Néanmoins, elle trahit tout de suite cette position, suivant le chemin de la stéréotypie, cette fois-ci autour du caractère plus ou moins accueillant de certains peuples, et introduisant un nouvel objet de représentations : le Maroc ("una de les cultures més hospitalaries es la de Marroc" et "tothom diu que ells són unes males persones, però no es veritat"). Nous remarquons un changement de langue lié au changement de référent, bien que le catalan (« he cambiat al catalá ») ne semble pas particulièrement en rapport avec le Maroc. Nous croyons qu’il s’agit, en effet, d’un mouvement discursif-communicatif pour dévier l’attention de ses interlocuteurs vers le linguistique ou bien vers les ingrédients linguistiques de la situation de communication. Ce détournement est très réussi puisque l'intromission d’une nouvelle langue introduit une nouvelle séquence de résolution de problèmes, manifestés par Guidiguidi 136 ("??????????????????????'"), par Rafa ("JÁ ESTOU PERDIDA OUTRA VEZ!!!!!" et "O QUE É CAMBIAT?"), par Eddie-Tuga ("boa pergunta") et par Lusitana ("nao percebo nada"). Cette manifestation massive de problèmes, maintenant strictement linguistiques, se termine par une nouvelle intervention d’AvataraA en Catalan, se référant aux problèmes de compréhension que cette langue peut provoquer. Toutefois, l’opportunité de résolution de ces problèmes n’arrivera pas : l’entrée de nouveaux interlocuteurs et les signes croissants d’incompréhension participeront à l’introduction de nouveaux thèmes de conversation. Ceci dit, le topique de discussion voit sa fin, étant abandonné et remplacé par un autre. Ainsi, dans cet épisode, nous comprenons à quel point le « topic migration » (changement de topique) est en rapport avec ce que nous pourrions appeler le « speakers migration » : le thème des représentations sur les peuples meurt par manque d’interlocuteurs. Pour conclure l’analyse de cet épisode, nous pouvons dire que le travail discursif de négociation des images sur les langues et les peuples (une des composantes interculturelles de cette rencontre), associé à la résolution de problèmes d’opacité lexicale (l’une de ses composantes linguistiques), peut être défini comme thème de conversation, fonctionnant comme stimulateur interactionnel. Ainsi, la négociation du désaccord autour des représentations et la résolution de problèmes ont mobilisée les clavardeurs et ont entamé des prises de position comme signes d’appartenance à un groupe. Ceci dit, nous pouvons caractériser cet épisode de désaccord comme ayant une origine « relationship related ». En plus, nous avons remarqué qu’à la fin de la négociation, les sujets ont redéfini leurs positionnements et introduit des nuances par rapport à leurs opinions initiales, ce que nous autorise à affirmer que la négociation du désaccord, de nature interculturelle, participe à la co-construction de l’intercompréhension. 3.2.2 “Galicia es portuguesa” Cette séquence est déclenchée par des interventions nationalistes provocatrices de Qalbu, un Portugais – “galicia es portuguesa” et "después sera la madrid" – atténuées par une émoticône protectrice de sa face. Ces interventions provoquent immédiatement la prise de position des Espagnols et des Portugais par rapport à leurs domaines territoriaux et 137 à l’histoire des deux pays (dont on connaît, en contexte ibérique, les rapports de domination, les conquêtes et les batailles). MiguelL, un Espagnol, se met partiellement d’accord avec Qalbu et ce mouvement de concordance encourage Qalbu à suivre son raisonnement : d’après lui, on parle le portugais en Galice. Ainsi, pour ce lusophone, le rapport langue-culture-identité semble plus parlant que les différences de territoire. Or, l’argumentation est reprise à l’envers par CristinaV (« o portugal gallego...depende como se mire »), qui donne à la langue galicienne le statut officiel que Qalbu lui avait enlevé. Une nouvelle émoticône vient atténuer les discussions, mais Qalbu continue ses aventures expansionnistes : “estamos a invadir-vos”. À la lumière de la fictionnalité des clavardages, nous pourrions être devant une re-écriture de l’Histoire, mais la question de Tita (“o k é k sa passa aki?”, em 9) reçoit comme réponse un “nada” (« rien ») qui nous démontre soit le caractère « il était une fois » de cette conversation, soit le manque d’intérêt d’Unixman par rapport à la thématique. Ceci dit, d’un point de vue interactionnel, le désaccord est aussi latent au sein de l’équipe portugaise en ce qui concerne la reconnaissance collective de la thématique. Malgré le manque d’intérêt d’autres interlocuteurs, Qalbu poursuit ses « conquêtes » virtuelles (“espagna sera portuguesa”), les signalant avec la répétition effusive de point d’exclamation. MiguelL, espagnol, semble signer un pacte d’accord (« si si si »), mais son ironie est comprise par Rafa, qui l’interroge sur son incapacité d’argumentation : “MIGUEL, SÓ APRENDESTE A DIZER SI SI SI”. Sarcasme demandant sarcasme, MiguelL répond : “y tambien on no no”. C’est à ce moment que d’autres interlocuteurs viennent soutenir les Portugais engagés dans cette discussion et que cet épisode, déclenché par des provocations à caractère historique, se durcit : Walterfontes intervient avec un “espanha já é portugal!”, “é só mais um território” / “tipo os açores” / “mas com mais gente” ; Unixman, qui semblait détaché de cette conversation, soutient Walterfontes. Le souhait invoqué d’intégrer l’Espagne au territoire portugais n’est pas partagé par tous les Portugais, qui rappellent l’histoire récente (les attentats de Madrid): ([sweetangel] “era só o k mais faltava termos atentados no nosso pais”, 24). Il faut noter, dans cette intervention, la 138 bipolarisation autour de « nous » et « vous », signalée par l’expression « notre pays ». Si le groupe lusophone semble un peu divisé, la même chose se passe avec le groupe hispanophone : CristinaV est toujours perplexe avec la réponse de MiguelL et lui demande “Miguel por que quieres que españa sea portuguesa???”. Cette question n’étonne pas Rafa qui lui demande d’éclaircir son appartenance nationale : “OK. MIGUEL, TU ES ESPANHOL?”. Les réponses de MiguelL sont pleines de connotations politiques : « bueno, no me considero muy español” / “pero sí que lo soy” / “cuestiones politicas ». Ces propos introduisent quelques indéfinitions identitaires. Cependant, les autres interlocuteurs semblent très sûrs de leurs appartenances : CristinaV exclame “arriba españa”, Lusitana écrit “viva PORTUGAL” et Guidiguidi ne cache pas sa joie avec un grand “VIIIIIVAAAAAAAA”. Le sentiment hispaniste de CristinaV voit sont apogée avec “viva franco”, entraînant tout de suite la reconnaissance, par les deux groupes, des problèmes rattachés à cette affirmation : “huy, huy, huy”, “aqui va a haver problemas...” e “bueon, por suerte ya murio”. Après des manifestations humoristiques (de Guidiguidi), Qalbu recommence ses conquêtes utilisant la langue du peuple « conquis » (“espagna es una provincia portuguesa”). MiguelL, qui venait de affirmer une identité en construction, se voit quelque peu contraint à prendre une position définitive, s’alliant à un hispanophone nouveau-arrivé, JuanJ, pour combattre Qalbu : [MiguelL] será al reves! / por historia y porque sois muy pequeños! / [JuanJ] que portugal es la autonomia 18 de españa / lo quye pasa es que le hemos dejado un poco mas de autonomia que al resto. Ceci dit, les arguments portugais sont renversés et les lusophones en ligne, ne voulant pas suivre cette voie, laissent tomber le topique discursif, manifestant tout de même leur désillusion: “então d juan....”. Ceci dit, cet épisode se finit dans la dysphorie, puisque les sujets ne se sont pas montrés capables de flexibiliser leurs positions et de se rapprocher les uns des autres. Dans ce sens, nous croyons que les vieilles images historiques de dépendances et d’indépendances se sont cristallisées tout au long de la négociation et que l’Histoire a été appelée à jouer le rôle de médiatrice. Sans succès… 139 Cet épisode nous montre que le désaccord peut être, au moins temporairement, inter- et/ou intra-groupal et que les termes de la négociation passent, très souvent dans notre corpus, par des éléments linguistiques : par exemple, Qalbu utilise souvent l’espagnol pour « conquérir » les hispanophones en ligne, mais l’usage de la langue maternelle (ou bien la langue de référence) s’assume comme outil de construction de cohésion au sein du groupe, surtout quand la discussion, « relashionship-related », se durcit. 3.2.3 Synthèse de l’analyse Nous avons pu observer que les désaccords concernant l’accomplissement de la tâche interactionnelle sont plus fréquents que ceux qui concernent les incompatibilités inter-individuelles (avouées ou pressenties par les sujets). En outre, pour ce qui est de la tâche, nous avons repéré que c’est au niveau de la négociation de la/les langues de communication et de la gestion des thèmes de discussion que la majorité des désaccords entre en scène. Comme le remarquent Bono & Melo, « Les instances de négociation de l’activité se produisent lorsque les interlocuteurs ont des représentations différentes, voire contradictoires et conflictuelles, des objectifs et des enjeux liés à leur participation dans l’interaction. » (2008, 235-236) Dans un contexte comme le nôtre - la communication interculturelle plurilingue en ligne - on s’aperçoit que la résolution de problèmes linguistiques est prioritaire par rapport à la résolution des désaccords, peut-être parce que la résolution de problèmes d’opacité lexicale permet de rendre plus transparentes les causes des désaccords. Dans ce sens, la résolution des problèmes linguistiques participe à la mise en scène du désaccord, représentant même, à notre avis, l’un de ses ingrédients majeurs. En même temps, nous avons observé que ce type de désaccord fait avancer les discussions et émerger les identités en contact, tout en jouant un rôle non négligeable dans la construction d’une communauté de pratique et d’apprentissage de l’intercompréhension, dans la mesure où il met en scène des acteurs socialement engagés (Araújo e Sá & Melo, 2006). Ainsi, nous avons analysé deux épisodes où le désaccord devient de plus en plus visible ; nous avons, à ce propos, parlé de conflits, non seulement 140 à cause de l’ « escalade » et du climax, mais aussi parce qu’ils se sont transformés en épisodes indépendants de communication, du point de vue thématique, ce qui a entraîné la solidarité des groupes d’appartenance. Dans les deux épisodes analysés, nous nous rendons compte du rôle médiateur des interventions humoristiques, qui essaient d’alléger la tension de la situation de communication et de protéger, dans la mesure du possible, la face des interlocuteurs. En plus, nous pouvons observer la mise à disposition et le recours argumentatif à des images/représentations de l’autre ou de son groupe d’appartenance, afin de rendre les positionnements personnels intelligibles et plus solides. Ainsi, outre l’humour, les images/représentations interviennent en tant qu’atouts dans les négociations, co-construisant ces épisodes et participant activement à leur dénouement. Ceci dit, comme synthèse, nous pouvons conclure que, dans notre corpus, les épisodes de désaccord du type « task-centered » se constituent souvent comme des épisodes parallèles à la tâche communicative, se terminent par un consensus et que la tâche principale se poursuit à la fin de la négociation, sans que trop de références interculturelles à visée argumentative soient déployées ; par contre, les épisodes « relationshipcentered » sont plutôt conflictuels, se constituent en tant qu’événement discursif principal et les arguments interculturels (historiques, par exemple) sont utilisés comme des « fusils » verbaux : les clavardeurs font feu de tout bois pour arriver à immobiliser verbalement l’autre groupe (surtout dans l’épisode en annexe II) et remporter la victoire. 4. CONCLUSIONS ET PERSPECTIVES Nous avons mis en rapport deux types de désaccord (concernant la tâche et le rapport entre les interlocuteurs) et leur accomplissement interactionnel, ayant mis en évidence le rôle de la mobilisation de différentes langues et arguments interculturels dans leur dénouement. Ainsi, si le premier type de désaccord est déclenché par des éléments constitutifs du projet Galanet (le design du projet influençant les désaccords mis en place 45 ), dans le deuxième type de désaccord, ce sont 45 Le rôle de ce dispositif de formation dans l’émergence de l’interculturel est aussi mis en évidence par Degache et al (2007) et par Arismendi (2008). Cet auteur écrit à ce propos : « l’apparition de la composante interculturelle lors des échanges, (...), varie tout 141 surtout les caractéristiques des groupes en présence qui pèsent sur l’émergence des conflits. Le nombre réduit de désaccords pourrait, ainsi, être expliqué par la nature même du projet qui encadre ces interactions, comme le rappellent, d’ailleurs, Dausendschön-Gay et Kraft : « l’orientation de la communication sur une tâche commune et contraignante ne favorise ni le traitement des divergences ni l’utilisation des ressources interculturelles » (1998 : 105). Ou bien, ce qui nous semble plus adéquat à l’égard de notre corpus, l’orientation vers une tâche commune réglée par un contrat (flexible, bien sûr, mais toujours un contrat qui ne peut être réécrit qu’à certains moments et sous certaines contraintes, comme l’ont montré Bono & Melo, 2008) ne favorise pas la négociation de divergences (comme les désaccords) et, en conséquence, n’encourage pas l’usage de ressources interculturelles. Pour ce qui est de la réponse à nos questions de recherche, nous pouvons donc conclure : Contexte d’émergence Déclencheurs Lieux de médiation évoqués Task-centered - entrée en scène de nouveaux interlocuteurs ; - mise en situation d’interlocuteurs avec différentes représentations de la tâche, du contrat de communication-apprentissage ou des langues en contact. - utilisation de langues non prévues dans le contrat ; - manifestation de préférences par rapport au thème de communication ; - le contrat de communicationapprentissage ; - les familles de langues. Relationship-centered - mise en rapport de sujets s’affichant une identité marquée ; - interventions provocatrices impromptues ; - les conflits historiques ; - rapport langueterritoire ; - les familles de langues ; au long de la session de formation en fonction de la progression dans les phases » (2008 : 11). 142 Rôle dans l’économie de Galanet - faire avancer les différentes phases du projet ; - rappeler le contrat de communicationapprentissage. - comprendre la dimension interculturelle (et surtout historique) des conflits ; - mettre en évidence les conflits souvent latents au sein des groupes. Rôle dans la co- faire réfléchir sur les termes - afficher les identités en construction de du contrat ; présence ; - marquer les places l’intercompréhension - co-construire un Third Place discursif, bâtit à l’aide discursives ; de rapprochements successifs - faire émerger les autos et les hétéroaux langues, aux cultures et représentations. aux locuteurs. Dénouement - accord ; - conflit ; - reprise de la tâche. - abandon du thème. - global. Niveaux de - local 46 ; manifestations - global 47 . d’altérité Tableau 3. Synthèse de l’analyse. Nous pourrions nous demander, à présent, ce qu’est la dimension interculturelle de l’intercompréhension et quelles sont ses articulations avec les dimensions linguistiques et communicatives. Nous essayerons de répondre par rapport à notre corpus, rappelant sa nature plurilingue romanophone et médiée par ordinateur (clavardage). Ainsi, tout d’abord, cette dimension interculturelle doit être comprise en tant qu’atout mobilisé à des fins pratiques et bien déterminées, comme le résultat d’ « une construction de la part des interactants qui introduisent cette dimension selon les objectifs et la situation communicative » (Mangenot & Zourou, 2007 : 46). Ainsi, les arguments interculturels seraient à employer de façon « disciplinée » et localisée, surtout en cas de désaccords-conflits, où une interprétation erronée ou détournée pourrait, comme nous l’avons vu, cristalliser le malheur conversationnel. Ainsi, 46 La dimension interculturelle est introduite pour « résoudre un problème qui se pose localement et assurer la continuité de l’interaction » (Degache et al., 2007 : 97). 47 La dimension interculturelle « devient constitutive pour la définition globale de la situation » (Dausendschön- Gay et Kraft, 1998, cités par Degache et al. 2007 : 97) et la réalisation de tâches. 143 cette intelligence pratique et émotionnelle dans la mobilisation d’arguments et d’éléments interculturels serait, quand à nous, un composant de la dimension interculturelle de l’intercompréhension, dans son penchant (inter)subjectif et contextualisé. En outre, puisque les clavardeurs semblent être conscients de la situation exolingue à laquelle ils participent (donc, une situation de risque), nous pourrions dire que le nombre réduit de situations de conflits est dû à la mobilisation non marquée (quoique présente) de la dimension interculturelle. C’est-à-dire que les sujets mobilisent une dimension interculturelle en évitant l’émergence de stéréotypes et de préjugés qui pourraient nuire à l’accomplissement de l’intercompréhension. Dans ce sens, une composante importante de cette dimension dans la situation analysée pourrait être le déploiement de stratégies d’évitement (de certaines thématiques, par exemple). Or, nous pourrions argumenter que ces éventuelles stratégies d’évitement ne font pas preuve d’une dimension interculturelle, puisque “becoming an intercultural speaker does not mean agreeing with your partner’s point of view or convincing your partner of the validity of your own point of view” (Belz, 2007 : 152). Cependant, nous pouvons malgré tout imaginer que, faute d’autres orientations ou d’accompagnement des tuteurs en ligne (qui pourraient faire l’exemple de médiateurs interculturels mais qui ne sont pas toujours présents), les sujets préfèrent s’engager dans des épisodes heureux de communication interculturelle (même quand l’interculturel n’est pas mis en avant), s’engageant dans des discussions plutôt anodines, s’affichant comme des cyber-self cordiaux et hospitaliers (sachant encore que les interactions resteront stockées) et se contentant de s’échanger des informations par rapport à leurs langues, cultures, biographies, dans une relation que nous pourrions intituler « briser la glace interculturelle ». Ainsi, l’interprétation de la situation par les clavardeurs, qui y voient l’occasion de pratiquer les langues-cultures romanes plutôt que de se disputer, pourrait fonctionner comme crible de préjugés et de conflits, même si ce crible diminuerait les opportunités d’apprendre l’autre, à travers et avec lui et d’apercevoir le conflit “as a learning opportunity” (Schneider & von der Emde, 2006 : 199). De ce fait, l’analyse d’épisodes de négociation de désaccords a mis en évidence trois angles constitutifs de la dimension interculturelle de 144 l’intercompréhension, qui sont utilisés par les interlocuteurs à des fins argumentatives et stratégiques : - cognitif, à travers l’usage et l’accès à des savoirs et des données culturels préalablement stockés ou co-construits interactionnellement, la réalisation d’activités de comparaison entre faits et phénomènes culturels et la mise en place de stratégies de découverte ou dévoilement de l’Autre ; - émotionnel, à travers la mobilisation et l’exploitation de motivations et d’attitudes et d’auto et de hétéro-représentations, préexistant à la rencontre ou bien re-négociées pendant l’interaction ; - tactique, par l’observation, analyse et prévision du positionnement et des réactions de l’Autre et par l’emploi conscient (voire prémédité) de stratégies de persuasion ou d’évitement (telles que celles mentionnées dans les deux points antérieurs). Dans le cas des rencontres interculturelles plurilingues, nous avons encore observé comment le choix, le changement et la gestion des langues peuvent être articulés avec ces trois angles de manifestation de la dimension interculturelle de l’intercompréhension. Pour conclure, nous dirions que l’interprétation de la situation de communication, avec tous ses ingrédients (linguistiques, culturels, pédagogiques, contractuels, virtuels…), doit être comprise comme le fondement de l’intercompréhension entre les clavardeurs puisque l’intercompréhension, comprise dans le domaine de l’interaction interculturelle plurilingue, est ancrée dans le contexte et dans l’interprétation de ce contexte par les interlocuteurs ; ceci dit, il faut encore ajouter, comme nous l’avons vu, que le contexte réel pèse moins dans l’accomplissement collectif de l’intercompréhension que les représentations qu’en ont et que co-construisent les sujets. 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[AvataraA] calmados [carla] clamados??? [AvataraA] no tan efusivos como los españoles, [carla] ah [rafa] AVATARA, NÃO TE PERCEBI? [AvataraA] pero sobre todo muy hospitalarios [guidiguidi] CLAMADOS??????????????????????? ?????????????????????????' [AvataraA] calmados [MiguelL] calmados [AvataraA] tranquilos [lusitana] bem nos os portugueses somos muuuiiiito calmos [carla] ah gracias pero yo penso que non nos otros somos mui efusivos [rafa] YOU ARE WRONG, AVATARA... [lusitana] fazemos tudo nas calmas [lusitana] lol [AvataraA] no, no , me refiero a qu elos españoles a veces soltamos las cosas sin pensar en la consecuencias [AvataraA] y vosotros sois maz respetuosos a ese respecto [carla] nos otros acemos lo mismo [carla] mi espanhol se horrivel [rafa] AVATARA, TENS RAZÃO... [bogdana] horrivel =? [carla] =mau [bogdana] mau = mal ? [carla] si [AvataraA] en realidad los tópicos son sólo representativos y en mayor o menor medidad están en todos los paises [guidiguidi] ??????????????????????' [AvataraA] pero en dioferente grado, creo yo [bogdana] mui bien ! (correct ?) [Avatara] diferente grado [carla] tens razão [AvataraA] por ejemplo, una de les cultures més hospitalaries es la de Marroc [AvataraA] tothom diu que ells són unes males persones, però no es veritat 149 ANNEXE II [MiguelL] nosotros decimos Madriz [qalbu] galicia es portuguesa [qalbu] :) [MiguelL] casi [qalbu] eles hablan lo portugues!! [CristinaV] o portugal gallego...depende como se mire [qalbu] lol [qalbu] estamos a invadir-vos [tita] o k é k se passa aki? [unixman] nada [qalbu] después sera la madrid [qalbu] espagna sera portuguesa [qalbu] !!! [MiguelL] si si si [MiguelL] España será portuguesa [walterfontes] espanha já é portugal! [unixman] ya [walterfontes] é só mais um território... [rafa] MIGUEL, SÓ APRENDESTE A DIZER SI SI SI [walterfontes] tipo os açores [CristinaV] Miguel por que quieres que españa sea portuguesa??? [walterfontes] mas com mais gente [MiguelL] y tambien on no no [sweetangel] era só o k mais faltava termos atentados no nosso pais [rafa] OK. MIGUEL, TU ÉS ESPANHOL? [MiguelL] bueno, no me considero muy español [MiguelL] pero sí que lo soy [CristinaV] arriba españa [lusitana] viva PORTUGAL [guidiguidi] porque??? [MiguelL] cuestiones politicas [guidiguidi] VIIIIIVAAAAAAAA [CristinaV] viva franco [rafa] ah!!!!!!!!!!!!!!!!! [MiguelL] ???????????????? [MiguelL] viva franco????????????? [rafa] :-) [MiguelL] huy huy huy [rafa] franco era um ditador [MiguelL] aqui va a haber problemas... [guidiguidi] ai ai ai ai ai [rafa] aic ai ai [MiguelL] bueon, por suerte ya murio [guidiguidi] hui hui nhui hui [lusitana] ai ai ai [guidiguidi] hi hi hi hi hi [guidiguidi] looooooooooooooolllllllll [qalbu] espagna es una provincia portuguesa [MiguelL] será al reves! [JuanJ] qabun, que no [MiguelL] por historia y porque sois muy pequeños! [rafa] NÃO ME PARECE... [JuanJ] que portugal es la autonomia 18 de españa [JuanJ] lo quye pasa es que le hemos dejado un poco mas de autonomia que al resto [walterfontes] isso é que era doce amigo [sweetangel] então d juan 151 L’IMPATTO DEL MEZZO INFORMATICO NELLA COSTRUZIONE DELLE STRATEGIE DI GESTIONE DEI CONFLITTI Elena CARPI 48 Università di Pisa Maddalena DE CARLO Università di Cassino RESUME Dans cette contribution nous analysons un certain nombre d’échanges sur forum et chat, produits par les étudiants qui ont participé à la session Costruttori di ponti du projet Galanet, en l’automne 2008. Le but de notre analyse est celui de comprendre comment les conditions de production spécifiques (communication à distance plurilingue, encadrée à l’intérieur d’un projet institutionnel) influencent la gestion des conflits et des incompréhensions ainsi que les modalités coopératives des participants. Mots-clés : communication plurilingue à distance, modalité énonciative ABSTRACT The present paper is meant to analyze the exchanges (chats, discussion forums) posted by the students participating to the Galanet session Costruttori di ponti in autumn 2008. The analysis aims to illustrate how specific communicational spaces (plurilingual online communication, tutored for pedagogic purposes in an institutional frame) may influence the way in which participants deal with conflict, misunderstanding or cooperation. Key-words: online plurilingual communication, discourse modes 48 Il presente contributo, pur essendo stato concepito nella sua impostazione generale da entrambe le autrici, è stato redatto più specificatamente da Elena Carpi: Parti 2 (2.1.; 2.2; 2.3.); Maddalena De Carlo: Introduzione, Parte 1, Conclusioni. 152 INTRODUZIONE L’utilizzo ormai ampiamente diffuso della comunicazione a distanza nell’ambito dell’insegnamento linguistico ha suscitato una serie di interrogativi riguardanti i risultati ottenuti dagli apprendenti, in confronto al tradizionale insegnamento in classe. Se è vero che alcuni aspetti della comunicazione in presenza vengono a mancare (in particolare tutti gli aspetti non verbali o paraverbali), la possibilità di entrare in contatto con interlocutori di lingue diverse, per scopi comunicativi reali può rendere lo scambio comunicativo più autentico di quello che normalmente si riesce a creare in una classe di lingue 49 . Per questo motivo, forum e chat, rappresentano un innovativo strumento didattico. Questo tipo di produzione digitale può essere analizzato sia per quel che riguarda il genere a cui appartiene - orale, scritto, ibrido -, sia in relazione alla tipologia di enunciati e alla situazione comunicativa in cui vengono prodotti. A questo proposito Gadet (2007) sottolinea il fatto che nella scrittura on line, più che ad una penetrazione dell’oralità nello scritto, e quindi ad un fenomeno di ibridazione, si assiste ad una manifestazione dell’”immediato nel grafico”: « Les usages en questions de l’écriture en ligne sont de l’écrit relevant de l’immédiat, prenant ainsi place dans une tradition d’écrits ordinaires, dans laquelle les procédés linguistiques de l’immédiat, surtout présent dans l’oralité, se voient moins censurés que dans une écriture plus élaborée » (2007: 135). È grazie a questa immediatezza che, pur non potendo essere definiti compiutamente come pratiche orali, chat e forum sono considerati mezzi comunicativi altamente interattivi e tipicamente conversazionali, il cui uso sviluppa le abilità comunicative orali, le competenze pragmatiche dell’interazione e l’interlingua degli apprendenti. Il nostro contributo si colloca all’interno degli studi riguardanti le strategie di modalizzazione interazionale dei partecipanti a comunicazioni sincrone e asincrone in situazione di apprendimento di una lingua straniera. Nel nostro caso si tratta di interazioni in intercomprensione, in 49 Molti studi che hanno analizzato la lingua degli studenti in comunicazioni a distanza sincrone, hanno riscontrato che gli scambi virtuali presentano lo stesso tipo di negoziazione del significato della comunicazione faccia a faccia in classe (Blake, 2000; Pellettieri, 2000; Sotillo, 2000). 153 cui i partecipanti, tutti romanofoni, si esprimono ciascuno nella propria lingua, sforzandosi di comprendere la lingua dell’altro. Numerosi studi (Dabène 1994, Doyé 2005, Py 2004) hanno infatti potuto dimostrare che i parlanti di lingue affini sono in grado di comprendere in larga misura un testo scritto e in misura minore un testo orale di una qualsiasi lingua tipologicamente vicina, pur non avendola mai studiata in modo sistematico. L’intercomprensione costituisce allora uno specifico approccio all’apprendimento linguistico che si propone di sviluppare la consapevolezza di ciò che ogni parlante già conosce sulla natura del linguaggio, sui sistemi di comunicazione e sull’interazione umana. Questo approccio, pur non configurandosi come un’alternativa all’insegnamento linguistico tradizionale, può produrre interessanti ricadute a diversi livelli di applicazione: - nell’ambito delle politiche linguistiche può rappresentare un’alternativa all’uso di una lingua internazionale unica, attribuendo uguale dignità a tutte le lingue; in quanto permette la realizzazione concreta di un contesto europeo plurilingue e pluriculturale, ed evita il rischio di impoverimento culturale legato all’uso di una sola lingua di comunicazione 50 ; - da un punto di vista psicologico riconosce l’importanza della lingua madre nei processi di apprendimento e utilizza tutte le risorse della generale facoltà umana di interpretazione; - in campo pedagogico si basa su ciò che l’apprendente conosce già per poi guidarlo all’acquisizione di nuovi saperi, rinforza la competenza nella lingua madre, offre strategie trasferibili ad altre lingue e ad altri compiti di problem solving. Il nostro studio riguarda in particolare i testi contenuti nei forum e nelle chat della sessione Costruttori di ponti - svolta nell’autunno 2008 sulla piattaforma Galanet, integrati con contributi provenienti da altre sessioni che ci sono sembrati utili per ampliare la tipologia degli esempi - e si 50 Secondo la famosa affermazione di U. Eco infatti: “Una Europa di poliglotti non è una Europa di persone che parlano correntemente molte lingue, ma nel migliore dei casi di persone che possono incontrarsi parlando ciascuno la propria lingua e intendendo quella dell’altro” (La ricerca della lingua perfetta, 1993). 154 propone di analizzare la gestione dei conflitti nella specificità di una comunicazione a distanza, tutorata e sotto contratto pedagogico. 1. STRUMENTI DI ANALISI E CARATTERISTICHE DELLA SITUAZIONE DI COMUNICAZIONE La linguistica enunciativa ha già da tempo messo in evidenza che le condizioni di produzione, definite dal triplo ancoraggio di luogo, tempo, persona, determinano i fenomeni pragmatici di organizzazione dell’informazione e le modalità che traducono la soggettività dell’enunciatore. Prima di procedere, ci sembra quindi necessario ricordare che la comunicazione mediata dal computer può essere considerata come un’azione sociale che impegna gli individui a intraprendere atti significativi attraverso il linguaggio per produrre senso nel mondo circostante. A questo proposito, Herring (2004) afferma che l’analisi del discorso può essere applicata a questo tipo di comunicazione e può essere estesa ai quattro livelli del linguaggio: struttura (uso speciale dell’ortografia o della tipografia, neologismi, struttura sintattica); significato; interazione (turni di parola, negoziazione dei significati, sviluppo delle tematiche); sociale (espressione di conflitto, di potere, appartenenza al gruppo) ai quali bisogna aggiungerne un quinto riguardante i modelli di partecipazione (frequenza e lunghezza dei messaggi inviati e ricevuti). L’analisi di conversazione costituisce dunque il nostro strumento di analisi, in particolare per quel che riguarda gli ultimi due livelli citati. Inoltre, considerando il fatto che il nostro particolare interesse riguarda la specificità del supporto elettronico nella situazione di comunicazione, è necessario - secondo noi - inquadrare le caratteristiche delle specifiche condizioni di produzione che andiamo ad osservare. La manifestazione materiale dei discorsi, i loro supporti e i modi di trasmissione sono stati infatti considerati, per lungo tempo, come dei puri e semplici mezzi senza influenza sulla natura dei discorsi stessi. L’avvento dei mezzi di trasmissione audiovisivi e informatici ha reso poi evidente che il medium riveste una funzione importante nella costituzione del testo e del genere di discorso. Come osserva giustamente Maingueneau (1999: 58) “une société s’identifie aux modes de communication qu’elle rend possibles et qui la rendent possible”. 155 Il forum della sessione Galanet si sviluppa in un “cadre social” (Vion 1995: 183) composto da équipe di studenti appartenenti a università europee e sudamericane, coordinate da professori e animatori. Di solito, le sessioni fanno parte di un corso accademico, o sono equiparate a esami con un valore in crediti. Questo significa che, al di sopra della relazione orizzontale e non gerarchica esistente tra i partecipanti, ne esiste di fatto un’altra, verticale - quella tra gli studenti e i coordinatori responsabili del buon andamento della sessione - la cui esistenza è ben provata dalla pagina “Consigli per un buon uso di Galanet” 51 che, insieme alle norme fondamentali della netiquette, recita: “Comportatevi sulla piattaforma come fareste nella vita reale. Rispettate le regole di buona educazione in uso in ogni comunità. Siate cortesi e simpatici, in modo che gli spazi comunicativi restino spazi conviviali; perché gli scambi vadano a buon fine rispettate le idee degli altri. È necessario evitare sistematicamente gli insulti personali. Si possono criticare gli argomenti, ma non gli individui. Se un soggetto vi interessa molto, aspettate a reagire prima di rispondere, altrimenti rischiate di usare parole che non corrispondono esattamente alle vostre idee. Se non rispetterete le regole riguardanti il rispetto della legge e il rispetto verso gli altri, i responsabili del forum (coordinatori e animatori) potranno sopprimere i messaggi in questione o adottare misure più pesanti nei confronti degli autori che perseverino in comportamenti poco adeguati”. Non si può non notare che tali raccomandazioni, benché altamente condivisibili, possono alterare la spontaneità degli scambi dialogici, sovente dubbia quando si tratta di interazione guidate. Vion ricorda infatti che (1995: 190): “La consigne enjoignant les sujets à discuter ne conduit pas nécessairement à ce que l’interaction corresponde à une discussion [..]”. Il rischio è che si venga a creare una situazione polifonica che si sviluppa sull’asse del potere, in cui un locuteur responsabile dell’enunciato esprime opinioni “politicamente corrette” appartenenti però a un énonciateur istituzionale, che agisce in una dimensione gerarchica. D’altra parte, come abbiamo altrove (De Carlo, 2003) sottolineato, di fronte al rischio di frammentazione e di incoerenza delle reti digitali 51 http://www.galanet.be/autoformation/modules/M70/charte_galanet_it.htm. 156 alcuni specialisti della comunicazione a distanza (Kramsch & Thorne, 2002) hanno individuato in due principi fondamentali la possibilità di evitarli: - la concezione di un progetto specifico che assicuri un ordine negli scambi e crei un quadro comune e coerente; - la presenza di un animatore competente che aiuti il gruppo a raggiungere gli obiettivi fissati e che faciliti lo svolgimento delle attività. Il progetto Galanet risponde ad entrambi i criteri, ed è probabilmente per questa ragione che i chatgroup e i forum si configurano in maniera alquanto diversa da quelli conosciuti. Infatti, secondo Crystal (2001), la caratteristica principale delle chat, quella che ne influenza più prepotentemente l’andamento, risulta essere l’anonimato. Il fatto di interagire con interlocutori del tutto sconosciuti e di cui non è possibile controllare l’identità, porta i partecipanti ad attribuire una estrema importanza alla scelta delle parole e alle sfumature linguistiche, in quanto “the language of interaction, as presented on the screen, is all other group members have to go on” (2001: 172). Nel caso di Galanet, il rapporto fra i partecipanti è più complesso: se da una parte, come in qualunque chat, essi hanno a che fare con interlocutori sconosciuti, caratteristica che dà luogo a una serie di scambi centrati sulla presentazione di sé e sulla conoscenza dell’altro, dall’altra però la presenza di un animatore istituzionale e la condivisione di uno scopo pedagogico preciso fanno sì che la diffidenza sia del tutto bandita, e che si tenti piuttosto di onorare un contratto relazionale più o meno esplicitato. Alla luce di queste considerazioni, presentiamo l’analisi di alcuni scambi fra i partecipanti di una recente sessione. 2. ANALISI DEGLI SCAMBI Il forum è il luogo privilegiato della sessione Galanet, dove i partecipanti entrano in relazione attraverso messaggi che servono sia a farli conoscere tra loro, sia a esporre il proprio punto di vista sugli argomenti più vari. Si possono dunque realizzare due diverse modalità comunicative, quella conversazionale, che si configura come “interazione di almeno due 157 partecipanti” caratterizzata “dall’alternanza dei ruoli di parlante e ascoltatore […] governata da un principio di cooperazione” (Beccaria 1994 : 177) e quella argomentativa, nel senso di: “ […] verbal, social and rational activity aimed at convincing a reasonable critic of the acceptability of a standpoint by putting forward a constellation of propositions justifyng or refuting the proposition expressed in the standpoint (Van Eemeren 2004: 2). Nel primo caso, la ricerca del consenso e del compromesso tra i partecipanti sarà evidente e marcata, mentre nel secondo il processo che caratterizza una discussione argomentata, potrà avere come esito un’interazione verbale conflittiva o non accomodatizia. Come è già stato evidenziato, l’inquadramento istituzionale sembra funzionare da meccanismo di controllo interiorizzato dagli stessi partecipanti che, nei toni e nei contenuti degli interventi, cercano di soddisfare le aspettative dei tutor. 2.1. L’autocensura Una studentessa francese, sembra ritenere nell’esempio seguente che sulla piattaforma sia preferibile evitare i luoghi comuni: “En ce qui concerne mon pays, ce que je préfère je crois est le fromage ! Mon plat préféré pourrait être du bon pain (au noix par exemple) avec du fromage et du bon vin ! (c'est cliché, je sais !). (Forum_La cuisine de vos pays)” Nell’esempio che segue, appartenente a una chat, l’intervento di una studentessa italiana che ricorre all’inglese - perché nonostante i ripetuti tentativi non riesce a capire il messaggio in portoghese - viene censurato dagli altri partecipanti: [16:29:20][Irene Tinti][Hermione] non capisco [16:29:37][Laíza Viana][Laíza ] e acordou agora [16:29:42][Paula Amorim][Paula] I woke up now [16:29:49][Irene Tinti][Hermione] capito [16:29:53][Laíza Viana][Laíza ] não pode falar em inglês [16:29:57][Paula Amorim][Paula] nao? 158 [16:30:01][Laíza Viana][Laíza ] não [16:30:07][Paula Amorim][Paula] ah ! porque nãoé lingua romanica ? [16:30:08][Laíza Viana][Laíza ] são apenas linguas latinas [16:30:16][Irene Tinti][Hermione] io parlo inglese, ma qui non si può credo [16:30:21][Paula Amorim][Paula] ah !! eu nãosabia, desculpa [16:30:30][Laíza Viana][Laíza ] e o objetivo é o entendimento assim [16:30:32][Irene Tinti][Hermione] perché dobbiamo cercare di comprenderci [16:31:11][Paula Amorim][Paula] então na próxima eu explico em portugues [16:31:17][Irene Tinti][Hermione] grazie [Galanet:Salon de discussion rouge::galanet_38_2][19/09/2008][16:23:15] In un’altra sessione (autunno 2004), così si esprimeva una studentessa riguardo i requisiti necessari per una corretta partecipazione: “ Ciao a tutti! E' la prima volta che partecipo a Galanet, e "rompo il ghiaccio" con questo messaggio! Saluto prima di tutto coloro che passeranno di qua e co-abiteranno con noi in questo spazio. Quali requisiti credo che siano necessari perchè Galanet rappresenti un'occasione di arricchimento reciproco? Intanto ne lancio tre: 1. non aver fretta ad esprimere la propria opinione ma esser capaci di leggere, di "ascoltare", e di ragionare su quello che proviene dai propri compagni. 2. non vergognarsi di esprimere le proprie idee, anche se confuse. 3. non partecipare a questo progetto mossi da scopi diversi dall' imparare e socializzare. Credo che la passione per il dialogo e la ricerca siano fondamentali. (Forum_ culture a confronto)” Come si può notare, le proposte della studentessa riprendono in parte i “Consigli per il buon uso di Galanet”. Il forum Galanet può dunque essere considerato come un “espace interactif” nel significato di “faisceau de relations intervenant à des niveaux differents” (Vion 1995: 18), caratterizzato da una polifonia interna e esterna, la prima dovuta alle voci dei diversi parlanti, la seconda alla presenza della voce dell’enonciateur istituzionale. 159 2.2. La ricerca del consenso La struttura con cui nei forum si sviluppa la maggior parte dei dialoghi mostra una sostanziale omogeneità. Gli autori dei messaggi affermano le proprie idee, ma non le argomentano. Abbondano enunciati di tipo assertivo, giustapposti uno all’altro, o riprese e riformulazioni di affermazioni precedenti: [Neverland]La vita è bella sì, un film italiano sì con Roberto Benigni. Vi è piaciuto? A me tantissimo. (Forum_Aimes tu les film des ton pays?) [LauraG] Recemment, j'ai beaucoup aimé "le labyrinthe de pan" de Guillermo del Toro , un film fantastique un peu bizarre mais très sympa... Et aussi " L'orphelinat", film espagnol !et puis aussi d'autres très grands films français et étranger... Personnellement, les films français EN GENERAL je ne suis pas fan mais il y a quelques chefd'oeuvres ... (Forum_Aimes tu les film des ton pays?) Sono inoltre molto frequenti le espressioni che esprimono accordo e consenso, tutti elementi che potrebbero confermare la presenza della “polifonia istituzionale” citata precedentemente. D’altro canto, non bisogna sottovalutare la funzione sociale ricoperta dalla partecipazione alle chat e ai forum: “Chatgroups provide a personto-person interaction that is predominantly social in character” (Crystal 2001 : 174). I partecipanti tendono quindi a considerare questo tipo di comunicazione più collettiva che individuale, e a difendere la coesione del gruppo. In un panorama così omogeneo, è interessante osservare la reazione del gruppo che partecipa alla sessione in relazione alle rotture del consenso che emergono in momenti di disconformità o disaccordo. 2.3. L’eufemismo e l’attenuazione Nei casi in cui i partecipanti intendono contraddire un intervento precedente, di solito lo fanno usando strumenti linguistici che mitigano il loro giudizio negativo. In tutti gli esempi che seguono il disaccordo è espresso medianti perifrasi, mentre in 2) il giudizio negativo sul cinema francese è corretto da quello positivo sul cinema impegnato, e in 1) e 4) i parlanti sembrano quasi scusarsi per quello che stanno dicendo: 160 1) [SophieB] Pour ce qui est des films espagnols, je ne connais que ceux d'Almodovar, qui je dois avouer ne m'ont pas trop plus.” (forum Aimes tu les film de ton pays?). 2) [Val] Eh verdade que o cinema francês eh um pouco pesado e muito psicologico as vezes, mas ha muitos filmes "entertainment" muito bem feitos tambem. (forum Aimes tu les film de ton pays?). 3) [Paula] Kemi, não sei se concordo com você em relação à arte agora... (Forum_Quelles sont vos passions?) 4) [SophieB] Sinon Céline Dion je n'aime pas trop. Sûrement parce que je l'ai beaucoup trop entendue étant jeune. (forum_canciones de todas partes) L’affermazione di Vion secondo la quale: “[Les] modules de discussion […] sont préparés ou entrecoupés des modules d’entretien, de consultation ou de conversation” (1995 : 190) trova un preciso riscontro in alcuni dei forum di Costruttori di Ponti. Il forum Aime-tu les films de ton pays? si sviluppa nelle prime repliche in modo non conflittuale, mediante riformulazioni dell’idea che i film francesi siano brutti, idea sulla quale perfino i partecipanti sembrano concordare. L’implicatura poco cooperativa contenuta nella frase con cui SophieB risponde a Neverland: 5) Et vous n'avez pas du tout de film de votre pays qui vous aurez plu? un péplum :) - ironico suggerimento a guardare film appartenenti a un genere datato e fuori moda - risulta attenuata dalla presenza dell’emoticon e dalla formalità rappresentata dall’uso dell’onorifico “vous”, che appare fuori contesto nel forum in cui tutti gli altri partecipanti usano il “tu”. Inoltre, i primi turni di parola tra le due studentesse si sviluppano secondo una struttura conversazionale non interrotta da nessun altro intervento, con repliche molto ravvicinate cronologicamente, dalle h.18.37 alle 19.41 del 15/09/2008 52 . L’omogeneità del tono viene improvvisamente interrotta da un intervento di segno diverso 53 , che aumenta il livello di conflitto del dialogo: 52 53 Da notare che normalmente SophieB utilizza il “tu” nei suoi messaggi. Esempi 6), 7), 8). 161 6) [Aude] Eh bien moi, je revendique le paysage cinématographique français!! Au moins nos auteurs se creusent la cervelle, et beaucoup de nos acteurs sont très bons. L’uso del verbo ‘revendiquer’, del deittico ‘nos’ e dell’avverbio modalizzatore “au moins” fa intuire che l’interazione sta passando da un generico scambio di opinioni a una dimensione di confronto noi/voi. Anche in questo caso però, la posizione conflittuale viene attenuata sia concettualmente: 7) [Aude] Après "Paris" c'est vrai que j'ai été déçue. Klapisch (le réalisateur de l'Auberge espagnole qui parle d'une "communauté" Erasmus à Barcelone) nous avait habitué à mieux, mais les artistes eux aussi évoluent dans leurs oeuvres; heureusement. sia mediante lo spostamento del soggetto di conversazione, in modo da ristabilire il piano cooperativo: 8) [Aude] La vita é bella, c'est un joli film italien non? Lo scarso interesse per una discussione o per una argomentazione che rischi di creare un conflitto si rileva soprattutto dal fatto che nessuna delle persone che intervengono in seguito risponde a Aude, come se il suo modo di esprimersi troppo franco avesse imbarazzato tutti; la conversazione riprende infatti dall’intervento 8), e da quel momento dedicherà molta attenzione ai pregi della filmografia di Benigni. Uno schema analogo si riscontra nel forum Quels sont vos passions? Anche in questo caso, un modulo di conversazione in cui abbonda la riformulazione del consenso: 9) [Akemi] Pelo visto todo mundo aqui tem mais ou menos os mesmos interesses... 10) [SophieB] Oui c'est vrai que tout le monde a les mêmes goût. Mais c'est souvent le cas non? 11) [Neverland]A proposito di arte, io non ne sono molto appassionata, comunque preferisco la pittura. 12) [Akemi] Eu também prefiro a pintura! viene interrotto da una replica argomentativa: 13) [Akemi] Mas concordo que há quem realmente exagere e queira rotular como arte realmente QUALQUER COISA... Atualmente há certas exposições em museus que me deixam até com raiva, 162 in cui comunque il dissenso e l’uso delle maiuscole vengono moderati dalla frase: 14) [Akemi] Desculpem se estou sendo ignorante... Come accadeva nel forum Aime-tu les films de ton pays?, si produce una risposta che sposta l’interazione dal piano conversazionale a quello dell’argomentazione: la persona che si era espressa in precedenza viene chiamata direttamente in causa, l’uso dell’avversativo entretanto e di dichiarativi come acredito e nao concordo introducono uno statement molto deciso e privo di riformulazioni attenuative: 15)[EduCozer]Paula, Entendo o seu posicionamento, entretanto, acredito que ARTE seja qualquer tipo de expressão humana, seja na forma de desenhos rupestres, pinturas, esculturas, fotografia, redações, enfim... Não concordo, porém, que seja passível de comparação uma tela de Picasso com uma foto das minhas férias na Europa, por isso mesmo existe o reconhecimento mundial de estudiosos no assunto. A questão do conceito, o estilo adotado e as intenções do autor da obra representam o grande abismo que existe entre minha foto e a tela de Picasso!...” In modo analogo, nessuno replica, salvo per un riferimento nel messaggio di un’altra studentessa, e l’argomentazione non si produce. 16) [Laiza] Cantar por cantar, pintar por pintar, dançar por dançar, escrever por escrever... para mim não são artes (me entendam, estou falando de sentimento, de viver a arte). falo isso porque faço dança popular e já fiz clássico por muito tempo. me sentia fazendo arte, não me sentia uma tela de Picasso, mas sentia minha coreógrafa como se estivesse pintando Monaliza, pois sabia que ela colocava todo o seu sentimento alí. e então, eu vivia aquilo e me sentia fazendo arte. Não sei se vocês concordam? 163 CONCLUSIONI In questo contributo abbiamo analizzato alcuni scambi su forum e chat di studenti che hanno partecipato alla sessione del progetto Galanet, Costruttori di Ponti svoltasi nell’autunno 2008. Il nostro scopo era quello di comprendere come le particolari condizioni di produzione (comunicazione a distanza plurilingue, tutorata, all’interno di un progetto istituzionale) influissero sulla gestione dei conflitti e delle incomprensioni e sulle modalità cooperative dei partecipanti. L’interesse pedagogico della comunicazione mediata dal computer nella didattica delle lingue è infatti strettamente legata alla spontaneità e all’autenticità delle interazioni, qualità che compenserebbero la perdita di informazione dovuta all’assenza dell’interlocutore. Se per motivi di controllo istituzionale queste qualità venissero a mancare, l’interesse di progetti del tipo di Galanet sarebbe seriamente messo in discussione. Le conclusioni cui siamo giunte ci portano a credere che contesti comunicativi come quello descritto possano rappresentare più che un luogo di controllo dei partecipanti, un luogo di riflessione sul funzionamento della comunicazione a distanza e fra locutori provenienti da contesti culturali diversi. Le forme di attenuazione del conflitto e la ricerca di momenti consensuali riscontrabili negli scambi costituirebbero quindi la graduale accettazione di regole condivise come strumento di cooperazione nel raggiungimento di obiettivi comuni. BIBLIOGRAFIA AA.VV., (2004). Un parcours au contact des langues. Textes de Bernard Py commentés. Paris: Crédif/Didier. BECCARIA, G. (1994). Dizionario di Linguistica. Torino: Einaudi. BLAKE R., (2000). « Computer Mediated Communication: a Window on L2 Spanish Interlanguage ». Language Learning & Technology, 4, 1 (120136). CARPI, E. 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Mots-clés : intercompréhension, interaction plurilingue, conflit communicatif, stratégie communicative. ABSTRACT In this paper, we examine the strategies used by participants in a plurilingual chat in order to manage the difficulties which may arise from the simultaneous use of various languages. The word contract required for the practice of intercomprehension can create, at first, a sense of mistrust in the participants, who may fear the spread of linguistic misunderstandings. The use of collaborative strategies for the negotiation of meaning allows, however, to successfully reorient areas of conflictive communication. Key-words: Inter-comprehension, plurilingual interaction, misunderstanding, communicative strategy. 166 INTRODUCCIÓN En este trabajo se analiza una interacción desarrollada en un chat plurilingüe, con el fin de estudiar las estrategias empleadas por sus participantes para la gestión del conflicto comunicativo. Se trata de un chat espontáneo y no moderado en el que intervienen siete participantes de la sesión de trabajo L’art du dialogue de la plataforma www.galanet.eu. El objetivo de esta plataforma didáctica es la práctica de la intercomprensión en lenguas románicas mediante sesiones de trabajo colaborativo. En la conversación que hemos elegido se incluyen intervenciones en cuatro lenguas: italiano, español, portugués y francés. Nuestra hipótesis de partida plantea que la convivencia de varios sistemas lingüísticos, así como el contrato de palabra característico de la intercomprensión, en el que cada interlocutor se expresa en la lengua que domina y trata de comprender la lengua de los otros, genera un modelo de intercambio comunicativo en el que proliferen los malentendidos lingüísticos. Como veremos, ésta es la representación mental con la que se acercan los participantes poco entrenados, que, sin embargo, van comprobando, con el desarrollo de la conversación, que el número de conflictos comunicativos no es tan elevado como esperaban. Comenzamos este capítulo con una breve introducción teórica en la que presentamos los conceptos de malentendido comunicativo y estrategia comunicativa, e incluimos una reflexión sobre las fuentes del malentendido en los chats exolingües-plurilingües. A partir de este marco teórico, analizamos los fenómenos encontrados en nuestro corpus, para cerrar con unas conclusiones. 1. LOS MALENTENDIDOS LINGÜÍSTICOS Los malentendidos lingüísticos se corresponden con las zonas de un intercambio en las que se produce una ruptura comunicativa. Si entendemos la comunicación como el resultado de un proceso de negociación interpretativa, podemos decir que se producen malentendidos o conflictos comunicativos cuando la comunicación no se lleva a cabo con éxito, es decir, cuando los interlocutores no logran el consenso interpretativo. 167 Las causas que motivan estas zonas de ruptura pueden ser variadas. En el caso de las interacciones plurilingües a través de chat, podemos destacar tres fuentes principales de conflicto: - problemas con el código lingüístico: la convivencia de varias lenguas, el contrato de palabra basado en la comprensión cruzada y los desequilibrios entre los niveles de competencia lingüística de los participantes puede convertirse en fuente de conflictos comunicativos. - problemas derivados de la distancia contextual: en los intercambios interculturales, las diferencias entre los contextos interpretativos de los interlocutores son responsables de una parte de los malentendidos, ya que debido a la distancia cultural no siempre se comparten los mismos valores, las mismas representaciones mentales o el mismo conocimiento del mundo. - problemas con el instrumento mediador: las particularidades y restricciones impuestas por el medio en los intercambios electrónicos sincrónicos generan zonas de difícil gestión conversacional: solapamientos de intervenciones, ruptura de turnos, pérdida de la adyacencia, ausencia de feedback (Jiménez Gómez y Vela Delfa, 2005). 2. LAS ESTRATEGIAS COMUNICATIVAS Para paliar las consecuencias comunicativas de estas zonas de conflicto, los interlocutores desarrollan estrategias compensatorias. En sentido general, las estrategias son los mecanismos que una persona pone en marcha para llevar a cabo de forma satisfactoria una tarea. Las estrategias implican la capacidad para examinar las situaciones y responder adecuadamente a ellas; es decir, evaluar, planificar, elegir las destrezas más rentables y aplicarlas eficazmente. Las estrategias comunicativas constituyen un tipo particular de estrategia. En el ámbito de la didáctica de lenguas, las estrategias comunicativas incluyen el conjunto de mecanismos de los que se sirven los aprendientes para comunicarse eficazmente, superando las dificultades derivadas de un dominio parcial de la lengua meta (Oxford, 1990). Estas estrategias permiten que los locutores con competencias deficitarias mantengan un intercambio comunicativo en lugar de abandonarlo ante dificultades imprevistas. En los procesos de intercomprensión las estrategias comunicativas desarrolladas sirven, en buena parte, para gestionar los conflictos 168 generados por la convivencia de lenguas impuesta por el contrato didáctico. 3. LA GESTIÓN DEL MALENTENDIDO EN LAS INTERACCIONES PLURILINGÜES En este apartado vamos a ocuparnos de las estrategias desarrolladas por los participantes para la gestión del malentendido comunicativo en los intercambios plurilingües. De todas las fuentes de malentendido presentadas en el apartado anterior, vamos a detenernos únicamente en los conflictos generados por los problemas con el código lingüístico. A partir de la observación de nuestro corpus, podemos distinguir dos tipos de estrategias: 1) estrategias para evitar el malentendido y 2) las estrategias para gestionarlo cuando éste se produce. 3.1. Estrategias para evitar el malentendido La conciencia de los interlocutores sobre la dificultad que entraña la gestión de la intercomprensión hace que un número elevado de movimientos conversacionales se destinen a regularla. En ellos los interlocutores se apoyan, principalmente, en dos tipos de procedimientos: - - la negociación y meta-reflexión sobre el contrato de palabra: esta estrategia destinada a evitar el malentendido antes de que se produzca, se concreta en dos tipos de secuencias: a. biografías lingüísticas: con las que se pretende informar del repertorio lingüístico de los participantes; b. secuencias de alternancia y cambio de código: bien por acomodación lingüística –un locutor abandona su lengua materna a favor de la lengua de su interlocutor–, bien por convergencia en una tercera lengua puente. el ofrecimiento de colaboración y mediación lingüística que, desde la dimensión afectiva del aprendizaje, trata de rebajar la tensión producida por el miedo al fallo interpretativo. 169 3.1.1 La meta-reflexión lingüística y la negociación del contrato de palabra La meta-reflexión sobre cuestiones lingüísticas constituye, en este tipo de intercambios, un asunto recurrente. Como iremos ilustrando a partir de diferentes fragmentos, las lenguas, sus características, sus parecidos y diferencias y el nivel de competencia de los interlocutores se convierten en tema central de muchas secuencias. Así, por ejemplo, al principio del intercambio los participantes suelen presentar una breve descripción de sus biografías lingüísticas con el objetivo de ofrecer a sus interlocutores la información relevante para la gestión del intercambio. (1) 54 [estudiante1] parli inglese?se non capisci italiano puoi scrivere in inglese [estudiante2] não, pode escrever em italiano! [estudiante1] io capisco spagnolo e francese, parlo anche il portoghese [estudiante2] Se você entende espanhol, não é tão dificil de entender portugues A partir de esta información se negocia la elección de un modelo comunicativo en el que los interlocutores puedan rentabilizar de forma eficaz sus conocimientos lingüísticos. El fragmento siguiente ejemplifica cómo la narración de la biografía lingüística se acompaña de la descripción de las experiencias interculturales. (2) [estudiante3] si...ho visuto a roma...e sono stata anche a valmontone un paio di settimane! [estudiante1] tania quale sarebbe la tua seconda lingua qui? [estudiante1] hanna qual'è la tua seconda lingua? [estudiante3] italiano... [estudiante3] la prima lo spagnolo [estudiante1] ovvio [estudiante3] e la tua, roberto? 54 Los fragmentos son recogidos tal y como aparecen en el corpus, no se han introducido correcciones. Sin embargo, hemos tratado de guardar el anonimato de los sujetos; por ello, se han modificado los nombres de usuario. 170 [estudiante4] io non sono mai stata all'estero,ma mi piacerebbe,x questo ho scelto lingue... [estudiante1] la mia seconda lingua è francese (qui dentro),in realtà è l'inglese,lo parlo tutti i giorni [estudiante4] studio inglese e francese..preferisco il francese ma mi piace anche lo spagnolo... Además, en estas secuencias se reflexiona con frecuencia sobre el proceso de aprendizaje: las lenguas que se quiere aprender, las estrategias de aprendizaje, etc. Este tipo de relatos de vida se convierten en instrumentos muy útiles para los profesores, que pueden emplearlos para conocer las creencias de sus estudiantes sobre el aprendizaje lingüístico (Séré, 2006). (3) [estudiante3] io vorrei imparare francese ...magari con questo proietto imparero' .... qualche cosina [estudiante1] si ...e pensare che ero una frana fino a 2 anni fa... [estudiante4] veramente!beata lei...io sono 10 anni ke studio inglese e ancora non lo parlo bene... [estudiante1] se l'inglese o come tutte le lingue se nn le parli dal vivo non impari Resulta interesante observar cómo de forma espontánea en su reflexión sobre sus conocimientos lingüísticos, los locutores disocian las distintas competencias, siendo conscientes de que el grado de dominio de una lengua varía en función de la tarea comunicativa que se lleve a cabo. Cabe destacar también las contribuciones de los aprendientes en torno a los parecidos y diferencias que perciben entre las distintas lenguas y, por lo tanto, sobre el grado de dificultad que implica su comprensión y su aprendizaje. (4) [estudiante1] io capisco spagnolo e francese, parlo anche il portoghese [estudiante2] Se você entende espanhol, não é tão dificil de entender portugues [estudiante1] si [estudiante2] e o italiano, estaria mais próximo de qual lingua? [estudiante1] spagnolo [estudiante1] spagnolo 171 [estudiante2] Mas creio que português-espanhol são mais próximos que italiano-espanhol, não? [estudiante1] e il portoghese con lo spagnolo vero En esta secuencia los participantes hacen explícitas las dificultades que encuentran en la práctica de la intercomprensión, así como las consecuencias comunicativas que, desde su punto de vista, puede tener la elección de una u otra lengua. Estas dificultades los conducen, en algunas ocasiones, a elegir la acomodación lingüística como forma de evitar el conflicto comunicativo. En el ejemplo (5) a continuación, la [estudiante3], cuya primera lengua es el español pero que conoce bien el italiano, decide intervenir en la lengua de su interlocutor. En este caso, la acomodación lingüística puede haber sido empleada como un recurso destinado a reforzar la imagen positiva de la locutora. Por esta razón, [estudiante1] trata de imitar la actitud de [estudiante3] e intenta dirigirse a ella en español. Sin embargo, su escaso conocimiento de esta lengua pronto genera el problema que recogemos en el siguiente fragmento: (5) [estudiante1] si..porchè trabacodo in kreta [estudiante3] ;) [estudiante1] para 5 meses [estudiante3] trabacodo?? [estudiante3] has trabajado? [estudiante1] trabacado..lavorato [estudiante1] trabajado... [estudiante3] si....trabajado [estudiante3] bravo [estudiante1] i'm sorry about my awful way of writing in spanish Algunos participantes de la sesión de chat no parecen sentirse cómodos con la gestión de la intercomprensión cruzada, ya que se muestran demasiado preocupados por su falta de conocimiento de la lengua del otro. Por ello, tratan de eliminar el plurilingüismo acudiendo a la convergencia en una tercera lengua, el inglés, que consideran que todos conocen. Esta situación queda ilustrada en el fragmento siguiente: (6) [estudiante5] it's better for me english alvaro [estudiante6] bueno!ablamos todos english!!!!! 172 [estudiante6] ok?? [estudiante5] good [estudiante7] haha,francesco,but english is not a romanic language...galanet would be very sad! :p Sin embargo, recurrir al inglés se considera una violación del contrato didáctico, por lo que los propios aprendientes terminan reorientando el intercambio hacia la intercomprensión. El interés de este proceso reside en la autorregulación ejercida por los propios interlocutores, que se dan cuenta de que el modelo más rentable para la gestión del plurilingüismo es la comprensión cruzada, ya que permite que cada cual se exprese en una lengua que domina, por lo que se evitan errores en la producción: [estudiante1] estudiante7 tu lo comprendes un poco l'italiano??[…] no es mas facile hablar en espanol..e nosotros in italiuano??. 3.1.2. Estrategias de colaboración: dimensión afectiva del malentendido Como hemos podido comprobar en las páginas anteriores, los participantes en un intercambio plurilingüe están muy preocupados por las dificultades comunicativas que implica la intercomprensión: [estudiante3] ahora que empezaba a hablar español...te vas?? te ha entrado miedo? Sin embargo, terminan eligiendo la comprensión cruzada como mejor modelo de interacción. De esta manera, aceptan la presencia del malentendido como característica de este tipo de intercambios. No obstante, no lo abordan con temor, sino que toman conciencia de su capacidad para gestionarlo y se permiten aprovecharlo como un recurso afectivo para acercarse a su interlocutor. En este marco se desarrolla una actitud colaboradora que mitiga la tensión conversacional. (7) [estudiante1] forgive me [estudiante3] noo! [estudiante3] no te preocupes! [estudiante1] gracias [estudiante3] si para eso es este coso!! para practicar entre lenguas, no? En el ejemplo anterior [estudiante3] resta importancia a las equivocaciones de su compañero y le ofrece su ayuda como mediadora 173 para la resolución de las zonas de conflicto: [estudiante3] si no entendeis algo...pues lo preguntais...tranquilamente. De esta manera, se superan las estrategias destinadas a evitar el malentendido, aceptándose el contrato de palabra propio de la intercomprensión: [estudiante4] hanna perchè non scrivi spagnolo?roberto 6 d'accordo? [estudiante1] si si d'accordissimo. 3.2. La gestión del conflicto comunicativo Una vez los interlocutores asumen el modelo de la comprensión cruzada, surgen los conflictos interpretativos. Sin embargo, en menor número de lo que se temía inicialmente y con consecuencias conversacionales menos importantes de lo esperado. Los malentendidos se resuelven con éxito, gracias a la actitud colaboradora de los interlocutores. Hemos seleccionado dos secuencias que ilustran el tipo de problemas lingüísticos propios de este tipo de intercambios y las estrategias compensatorias desarrolladas por los sujetos para solucionarlos. (8) [estudiante2] você ja ouviu falar? [estudiante1] sao paulo...la conosco [estudiante1] voce ja ouviu falar????????what?? [estudiante2] est-ce que tu en as entendu parler? [estudiante1] si..pasque la fiancè de mon uncle s'è de sau paulo [estudiante2] São P En este fragmento [estudiante1] no logra comprender una pregunta de [estudiante2]. Su manera de señalar la ruptura comunicativa consiste en la repetición de la intervención, acompañada de una marca lingüística que pone de relieve la dificultad. Ante tal situación, su interlocutor recurre a la traducción en una lengua puente para ambos, el francés. [estudiante2] confirma la resolución del conflicto respondiendo a la pregunta de su interlocutor. De esta manera se completa el par adyacente. Como vemos la traducción puede ser un recurso fácil y rápido, pero no siempre sirve para solucionar todos los malentendidos. La siguiente secuencia muestra una complicación mayor: (9) [estudiante1] hanna habes un novio??? [estudiante4] ke? 174 [estudiante1] fidanzato?? [estudiante3] no, no tengo novio [estudiante4] ke? [estudiante1] tu tania?? [estudiante4] no.non sono fidanzata... [estudiante4] voi? [estudiante3] io no...no tengo novio [estudiante4] a ho capito... [estudiante4] ma novio ke vuol dire? [estudiante1] ti assicuro che fare l'uni e viaggiare non si conciliano.. [estudiante3] fidanzato [estudiante1] novio vuol dire fidanzato in spagnolo.. [estudiante1] uni=università En la secuencia anterior se gestiona un fallo en la comprensión léxica, generado a partir de una estrategia de acomodación: [estudiante1] incluye en un enunciado en italiano un término en español, novio. Se trata de una palabra opaca que no puede ser descodificada por [estudiante4]. Ésta manifiesta su problema, que trata de resolver [estudiante1] mediante la traducción del vocablo. Sin embargo, a pesar de que el intercambio avanza y [estudiante4] parece responder de forma relevante, el conflicto no ha sido solucionado, ya que la locutora no es capaz de establecer una relación entre el término opaco y su traducción –novio y fidanzato–. Por ello, unos turnos después, [estudiante4] decide preguntar explícitamente por el significado del término no comprendido. Ante la persistencia del problema, interviene [estudiante3], quien ofrece de nuevo la traducción. [estudiante1], que recuerda que esta estrategia ya fue empleada sin éxito, decide ofrecer a [estudiante4] una definición de la palabra, como solución alternativa. Las dificultades presentadas por [estudiante4] llevan a [estudiante1] a proporcionar información aclaratoria para las zonas que considera más dificultosas, por ejemplo, una abreviatura, incluso sin que haya sido reclamada por sus interlocutores. 175 4. CONCLUSIONES A lo largo de estas páginas hemos podido comprobar de qué manera la gestión del malentendido comunicativo se encuentra muy determinada por las actitudes y creencias de los interlocutores (Séré, 2008). Podemos identificar dos tipos de comportamiento: 1) la convergencia lingüística y 2) la acomodación lingüística. En ambos casos encontramos un elemento común: se considera que la mejor forma de evitar los problemas derivados del plurilingüismo es su eliminación. Pese a estas actitudes iniciales de rechazo, los participantes concluyen que la práctica de la intercomprensión permite una gestión eficaz de los intercambios en los que conviven locutores con distintos niveles de competencia en diferentes lenguas. No obstante, son conscientes de que este contrato de palabra entraña dificultades y riesgo de malentendido. Por ello, desarrollan estrategias compensatorias, tanto para evitar el conflicto como para gestionarlo. Desde nuestro punto de vista, resulta interesante el modo en que estos procedimientos dan cuenta de la competencia de mediación interlingüística e intercultural de los interlocutores, en la línea de lo que propone el Marco Común Europeo de Referencia. Los sujetos ponen en marcha un proceso de toma de conciencia de los niveles de competencia lingüística de sus interlocutores, de las dificultades planteadas por las lenguas presentes en el intercambio y de las formas de solicitar y ofrecer ayuda. Los resultados de esta actitud mediadora son muy positivos: la intercomprensión se desarrolla con relativa fluidez y los malentendidos son escasos y solucionables. 176 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO e SÁ, M. H. & MELO, S. (2003): “Del caos a la creatividad: los chats entre lingüistas y didactas”, en LÓPEZ ALONSO, C. y SÉRÉ, A. (eds.): Nuevos géneros discursivos: los textos electrónicos, Madrid, Biblioteca Nueva, 45-61. ARAÚJO e SÁ, M.H. & MELO, S. 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(2008): “Représentations linguistique et culturelles dans un apprentissage de l’intercompréhension multilingue entre langues proches on-line”, Colloque Acedle, janvier 2008. 177 LES STRATEGIES DE POLITESSE DANS LES CHATS PLURILINGUES Sara ALVAREZ MARTÍNEZ 55 Université Stendhal-Grenoble 3 Lorenzo DEVILLA Università di Sassari RESUMEN El objetivo del presente estudio es analizar las estrategias de cortesía empleadas por interlocutores españoles, franceses e italianos en una serie de interacciones desarrolladas en los salones de chat de la plataforma Galanet (contexto pedagógico virtual). Nuestro propósito consiste en determinar la manifestación de diferencias culturales entre los comportamientos que muestran dichos interlocutores. Asimismo nos proponemos precisar en qué medida el contexto y el medio de comunicación influyen en la expresión de la cortesía. El análisis realizado se inscribe en el marco de la pragmática intercultural. Nuestro enfoque retoma pues las teorías sobre la cortesía lingüística de Brown y Levinson, empleadas a su vez por Kerbrat-Orecchioni. Palabras clave: estrategias de cortesía, chat plurilingüe, interacción, pragmática intercultural ABSTRACT The aim of this study is to analyze politeness strategies which occur in plurilingual and synchronous interactions on the Galanet platform. The analysis is based on Brown and Levinson’s (1983) politeness theory as revisited by 55 Cet article est le fruit d’une étroite collaboration entre ses auteurs. Concernant sa rédaction, Lorenzo Devilla (Università di Sassari, membre associé du Lidilem-Grenoble3) est l’auteur de l’introduction et de la section 1 ; Sara Alvarez Martínez (Lidilem, Université Stendhal-Grenoble3) a rédigé les sections 2 et 3. Les analyses figurant dans les sections de 3.1 à 3.5 sont du ressort de Lorenzo Devilla lorsqu’elles portent sur le corpus italien et français et de Sara Alvarez lorsqu’elles concernent le corpus espagnol. Les conclusions et la bibliographie ont été rédigées par les deux auteurs. Nous en profitons ici pour remercier Violaine De Nuchèze d’avoir accepté de relire ce texte. Ses commentaires et suggestions ont été précieux. 178 Kerbrat-Orecchioni (2002), and examines the cultural differences and similarities of practices adopted by Italian, French and Spanish participants at Galanet chats. In particular, we will show how computer-mediated communication influences the expression of politeness strategies. Keywords: politeness strategies, plurilingual chat, interaction, intercultural pragmatics INTRODUCTION La politesse est un phénomène fondamental de l’interaction. Il s’agit de « l’ensemble des procédés conventionnels ayant pour fonction de préserver le caractère harmonieux de la relation interpersonnelle, en dépit des risques de friction qu’implique toute rencontre sociale » (KerbratOrecchioni 2005:189). Elle caractérise donc aussi les interactions en ligne, comme témoigne du reste la place importante qu’elle occupe dans les travaux sur la « communication médiatisée par ordinateur » (désormais CMO) (cf. Herring 1996 ; Yus 2001 ; Cassany 2003 ; Palazzo 2005 ; Mariottini 2006 ; Pano 2008). Dans cet article, nous nous proposons d’étudier les stratégies de politesse dans les interactions synchrones en ligne (chats ou clavardages) présentes sur Galanet, une plateforme de formation à distance à l’intercompréhension entre langues romanes (français, italien, espagnols, portugais) 56 . Nous allons focaliser notre attention sur les comportements langagiers des apprenants italiens, français et espagnols interagissant dans ce contexte de communication exolingue-plurilingue (Degache et Mangenot, 2007 : 14) 57 . Si dans toutes les sociétés humaines on constate l’existence de procédés de politesse, celle-ci n’est pas universelle, dans la mesure où ses formes et ses conditions d’application varient sensiblement d’une société à 56 La plateforme Galanet est née dans le cadre d’un projet européen dont l’objectif est de développer une pédagogie de l’intercompréhension en langues romanes (espagnol, français, italien et portugais) visant à stimuler et promouvoir les interactions plurilingues grâce aux potentialités offertes par la proximité linguistique. Pour atteindre cet objectif, on incite les étudiants à accomplir une tâche commune, à savoir la réalisation d’un dossier de presse plurilingue sur un sujet choisi par les étudiants eux-mêmes. 57 Nous tenons à préciser que notre conception de la conversation exolingue fait référence à l’existence d’asymétries linguistiques entre différents interactants. 179 l’autre, d’une langue-culture à l’autre (Cf. Kerbrat-Orecchioni 2002 ; Mariottini 2006:107). La politesse est en effet un des aspects interactionnels où les différences culturelles émergent le plus. En est-il de même dans un contexte virtuel comme celui de la plateforme Galanet? Le moyen de communication aurait-il pour effet de diminuer les conduites saillantes, c’est-à-dire culturellement marquées, de nos interlocuteurs ? Aurait-il neutralisé l’émergence de phénomènes identitaires ? Des réponses à ces questions permettraient de préciser l’influence du moyen de communication et du contexte pédagogique en ligne sur les attitudes et les comportements des interlocuteurs dans des interactions synchrones écrites. 1. CADRE THEORIQUE DE LA RECHERCHE Cette recherche s’inscrit dans le cadre de la pragmatique interculturelle, dont l’objectif est d’étudier les interactions se déroulant entre membres appartenant à des groupes culturels différents, d’analyser leurs comportements communicatifs lors de la « rencontre interculturelle » (De Nuchèze 2004). Puisqu’il s’agira plus particulièrement de mettre en évidence les variations culturelles quant à la conception de la politesse, nous aurons recours aux théories de la politesse linguistique élaborées par Brown et Levinson (1987) et revisitées par Kerbrat-Orecchioni (2002, 2005). Le modèle de Brown et Levinson s’inspire directement des travaux du sociologue américain Erving Goffman : il se fonde en effet sur les notions de territoire et de face 58 , rebaptisées « face négative » et « face positive ». La première correspond au territoire de chacun (son corps, son intimité), la seconde équivaut, en revanche, à la « façade » sociale, à l’image valorisante de soi qu’on s’efforce de présenter à l’extérieur (Maingueneau 2005:24). Toutefois, on reproche à la théorie de Brown et Levinson de présenter l’interaction essentiellement comme un terrain miné. En effet, même si les risques de conflits sont inhérents à toute interaction et que nombre de comportements « polis » visent à « limiter la casse » - comme l’affirment Brown et Levinson -, la politesse consiste aussi, plus 58 Il faut préciser que ces notions viennent de l’anthropologue et psychiatre G. Bateson. 180 positivement, comme le fait remarquer Kerbrat-Orecchioni (2002, 2005), à produire des actes « anti-menaces », des « actes flatteurs ». Ainsi, si Brown et Levinson utilisent le concept de FTA (« Face Threatening Act ») pour désigner des actes potentiellement menaçants pour les faces des interactants, Kerbrat-Orecchioni propose, pour sa part, d’appeler FFAs (« Face Flattering Acts ») les actes valorisants pour la face d’autrui. On distinguera dès lors entre une politesse positive, qui consiste à produire des FFAs, des « actes cajoleurs » ou encore des « actes conviviaux » (Leech 1983), et une politesse négative, dont l’objectif principal est d’adoucir les FTA, les actes menaçants. 2. METHODOLOGIE DE RECUEIL DE DONNEES Nous avons analysé un corpus de 55 interactions plurilingues qui sont le résultat d’une série de rencontres entre étudiants espagnols, français et italiens dans les salons de chat de la plateforme Galanet. Ces interactions ont eu lieu dans le cadre de différentes sessions 59 de Galanet développées entre 2004 et 2007 60 . La durée de ces interactions oscille entre 15 minutes et 2 heures. En ce qui concerne la typologie des rencontres qui ont donné lieu à ces interactions, on distinguera : celles organisées, celles semi-organisées et celles fortuites. Les premières ont été possibles grâce à un accord établi préalablement entre les animateurs des différentes équipes concernées. Cette coordination a permis la réalisation : - d’activités métalinguistiques, dont l’objectif était de susciter la réflexion des participants autour de quelques aspects linguistiques permettant d’améliorer leurs connaissances de la langue étrangère et du fonctionnement de leur propre langue ; - d’activités étroitement liées à la constitution du dossier de presse plurilingue. 59 Par « session » on entend une période de six à neuf mois pendant laquelle on met en contact différents interlocuteurs romanophones afin de réaliser une tâche commune : un dossier de presse plurilingue. 60 Les sessions auxquelles nous faisons référence sont : Canosession (2004), Verba Rebus (2005), Art du dialogue (2006) et Outono aí primavera aquí (2007). 181 Quant aux échanges semi-organisés, ils avaient été fixés à l’avance mais sans préciser aucune activité spécifique. Le troisième groupe d’échanges réunit toutes les interactions spontanées, non prévues, dont les sujets sont très variés : on a abordé des questions personnelles ainsi que des questions très spécifiques sur la réalisation du dossier de presse. 3. ANALYSE Bien qu’il existe une netiquette 61 pour les différentes formes de la communication médiatisée par ordinateur, la courte histoire d’Internet et le grand nombre d’utilisateurs empêche la manifestation de routines et de rôles suffisamment enracinés pour guider la communication en ligne de la même façon que la communication en face à face. Néanmoins, nous avons remarqué dans notre corpus une série de formes récurrentes qui nous permettent d’observer et/ou inférer le code de politesse forgé dans ce contexte pédagogique virtuel. Parmi celles-ci on peut distinguer : l’emploi d’adoucisseurs, la manifestation d’un contrat didactique, la préférence pour quelques modalités d’adresse, la formulation de compliments et la présence de phénomènes d’incursion dans le territoire d’autrui. Nous allons aborder ci-dessous chacune des stratégies relevées en nous appuyant sur quelques exemples représentatifs 62 . 3.1. Les adoucisseurs Malgré la familiarité et la spontanéité qui caractérisent nos interactions, nous avons constaté l’emploi d’adoucisseurs parmi lesquels il faut distinguer l’emploi du diminutif et la présence des émoticônes. Nous avons relevé quelques différences entre les trois groupes de romanophones visés. Ainsi, par exemple, chez les Espagnols l’emploi du diminutif montre la volonté de modifier la force illocutoire d’une assertion contenant une 61 La netiquette fait référence à l’ensemble des normes sociales de comportement communicatif dans les différentes formes de communication médiatisée par ordinateur. 62 Les échanges du corpus ont été rapportés tels quels, sans aucune correction. Nous avons changé les prénoms des participants pour garder l’anonymat. 182 critique, un reproche ou une considération négative (exemple 1 : diminutif –ito/-ita). En outre, il permet de moduler une demande afin d’éviter le risque de refus du destinataire (exemple 2 : diminutif –illo/illa). (1) Avatara: eso es una tonteria, miguelito (Canosession_Rojo_24_03_04_1218) 63 (2) Rosa: Bueno, os queria comentar una cosilla (VerbaRebus_ Rojo_21_02_05_1708_Presentaciones) En revanche, si dans les messages postés par les français il n’y en a pas, chez les italiens ils affectent principalement les pseudonymes des participants et se trouvent dans les salutations, en particulier dans les séquences d’ouverture. Le diminutif s’apparente ici au diminutivum puerile (cf. Mariottini 2006) et semble donc remplir plutôt une fonction affective : (3) Maria: come va ? Monica: ciao a tutti!!! Maria: tutto bene? Manuela : ciao monicuccia! (Canosession_Azul_19_03_04_1628) (4) Rosa: Comment ça va tout le monde? Maria : Assez bien, merci Rosita (Canosession_Azul_02_04_04_1522) Contrairement à ce qui se passe avec les diminutifs, les émoticônes en tant qu’adoucisseurs sont utilisés d’une façon très similaire par tous nos interlocuteurs. En effet, dans les messages électroniques les émoticônes (smileys ou encore « souriards », « binettes », « trombines »…) peuvent être considérés comme un procédé de politesse. Ils remplissent plusieurs fonctions, dont celle d’adoucisseurs graphiques. Utiliser un émoticône 63 Désormais localisation du message dans le corpus : session_chat (bleu, jaune ou rouge)_date_heure de début du chat. Les extraits figurent tels quels, nous n’avons pas apporté de correction. Nous avons tout de même changé les pseudonymes et les prénoms à l’intérieur des messages pour garder l’anonymat. 183 peut être un moyen de désamorcer le caractère menaçant d’un énoncé (Marcoccia 2000, Atifi et al. 2005). Comme on peut le voir dans les exemples qui suivent, les émoticônes jouent un rôle non négligeable en tant qu’éléments préservateurs de la face d’autrui, et ce aussi bien chez les apprenants espagnols que chez les apprenants italiens et français. Il faut dire que la plupart du temps on les utilise pour atténuer soit un acte menaçant (exemples 5 et 6), soit une hétéro-réparation (exemple 7) : (5) Rebeca: Aquí comemos generalmente dos platos y un postre, y durante toda la comida vamos picando de un plato central donde hay ensalada (…) Rebeca: Además yo a veces también después de comer pico golosinas o chocolate (…) Alberto: entonces creo que a este paso engordarás unos quilos, Rebeca (…) Rebeca: Oye Aaron he dicho a veces no siempre (…) Alberto: lo decía en broma :-) (VerbaRebus_Rojo_13_04_05_1558_sesion4Cuento) (6) Roberta: Basta parlare di cibo.. è quasi ora di merenda!!! ;-) Adriana: appunto, dovremo nominare anche dei o un redattore capo per seguire il lavoro di redazione (con il mio aiuto) Sophie: ah si?non sapevamo Sophie: in che cosa consista? Adriana : ora si ;-) (Art du dialogue_Rojo_ 29_03_06_1122) (7) Elodie: pienso que es porque hace un "bouquet " de flores que no tiene un buen numéro de flores Elysabeth: nunca he oido hablar de eso Rosa: Elodie va por buen camino . . . (bouquet: ramo) Jennifer: si hay algo asi pero no me recuerdo exactamente Rosa: ("no me acuerdo") ;-) 184 (VerbaRebus_ Rojo_13_04_05_1558_Encuentro4Cuento) Par ailleurs, chez les Français nous avons remarqué l’emploi comme atténuateur de « lol », et ce même lorsque les messages sont rédigés dans une autre langue : dans les exemples qui suivent, il s’agit de l’italien 64 . Dans notre corpus, cet acronyme est souvent caractérisé par des étirements vocaliques qui accentuent encore l’atténuation : (8) Ameline: cosa pensi del fatto che la musica sia un linguaggio Sophie: è vero che sia un linguaggio Ameline: e cio dappertutto in Europa e nel mondo ?? Ameline: looool Adriana: credo che ti abbia risposto:) Sophie: lol Ameline: il silenzio è d’oro Ameline: loool ;-)) Adriana: anche questa è una forma di espressione Ameline: ciao Perrine Sophie: bhe si come ho detto sul questionario di esprit Sophie : lol (Art du dialogue_Rojo_29_03_06_1122) 3.2 Manifestation du contrat didactique Le contexte exo-plurilingue des échanges considérés ici implique une collaboration de la part des apprenants hétéroglottes, la présence d’un « contrat didactique » (Degache 2006 d’après De Pietro, Matthey et Py 1989). La co-construction du discours et la coopération pédagogique constituent deux aspects fondamentaux des interactions analysées (Alvarez Martinez & Degache 2009). Ils se manifestent, entre autres, à travers une stratégie constitutive de l’interaction : la réparation 65 . On peut 64 Rappelons que « lol » est un acronyme pour l’expression anglaise « laughing out loud », qui signifie en gros « rire à gorge déployée » et qui remplit dans le langage des chats et des SMS la fonction d’un sourire. 65 Voir le modèle descriptif de la conversation en 14 points de Sacks, Schegloff et Jefferson (1978). 185 dire qu’il s’agit d’une forme de facilitation permettant aux interlocuteurs de revenir sur une réplique antérieure pour en modifier les effets ou la forme (Alber & Py 1985, dans la lignée des travaux interactionnistes de Goffman). Shegloff et al. (1977) affirment qu’il faut distinguer entre autoréparation – quand c’est l’auteur d’un énoncé lui-même qui y revient – et hétéroréparation – quand c’est son partenaire qui le fait. Dans notre corpus, tous les apprenants manifestent une volonté de s’exprimer correctement. Les exemples d’auto-réparations sont liés à la particularité du canal. En effet, il s’agit principalement de corrections des fautes de frappe : (9) Rosa: porque estan convencidos de que ello les va a ser muy uti; Rosa: util, perdon? (VerbaRebus_ Rojo_21_02_05_1708_Presentaciones) (10) Ameline: certamente il lebero arbitrio Sophie: la liberta di esprimersi Ameline : libero scusate ! (Art du dialogue_Rojo_ 29_03_06_1122) (11)Alexandra : et moi fançaise Alexandra : française pardon (Outuno_Rojo_15_10_07_1840) Ces exemples montrent que, même si la rapidité d’expression et le caractère informel de ces échanges vont au détriment de la correction, on aperçoit une volonté généralisée de s’exprimer d’une façon adéquate afin de faciliter la compréhension et l’apprentissage des autres. En effet, les interlocuteurs sont conscients de leur rôle comme facilitateurs dans l’apprentissage de leur langue maternelle. Ils manifestent donc également une volonté d’aider les autres à travers des hétéro-réparations : (12) Elodie: soy de acuerdo con tu Isabel Isabel: si me lo aceptan yo me voy el año que vien a Toulouse Marie: Elodie, contigo = con tu 186 (VerbaRebus_ Rojo_06_04_05_1513_Encuentro3DeberSitiosWeb) (13) Catherine: qué significa "somiglianze"? Catherine: = ressemblances? Irene: Soy italiana! Irene: si ressemblences ! Catherine: merci:-) Catherine: Si Irene es del Sur de Italia pero esta de erasmus en madrid... Irene : de rien! (Art du dialogue_Rojo_ 29_03_06_1122) Certaines hétéro-réparations sont « adoucies » par l’emploi d’émoticônes afin de ménager les faces en présence : (14) Donia : on pourrait dire ’donnée" pour les langes? Valérie : ;) Valérie : douée (Outuno_Rojo_27_09_07_1627) 3.3 Modalités d’adresse Bien que l’attitude facilitatrice révèle une forte influence du contexte pédagogique dans les comportements de nos interlocuteurs, des recherches ont déjà montré que, contrairement à ce que l’on observe en classe de langue, dans les chats pédagogiques la CMO entraîne une désinhibition des apprenants (Kern 1995, cité par Gauducheau & Marcoccia 2007), le rapport étudiant/enseignant ne manifestant pas les mêmes traits de formalisme. Par ailleurs, on a constaté que dans Galanet ce relâchement encourage le tutoiement même des tuteurs et des professeurs (Afonso & Poulet 2003: 61), comme notre corpus aussi semble le confirmer. Ainsi, par exemple, dans l’extrait suivant on voit bien comment une étudiante française tutoie une enseignante française qu’elle ne connaît même pas, ce qui ne serait pas envisageable dans une conversation en face à face : (15) Anaïs : bonjour Marie : Bonjour Anaïs. D’où viens-tu ? 187 Anaïs : de Lyon Anaïs : et toi ? Marie : moi je suis à Cassino avec trois étudiants. On est bien contents de savoir qu’il y a quelqu’un (Verba rebus_Azul_07_03_05_ 1552_ejerciciovocabulario) En revanche, on constate aussi des cas où les Français ont du mal à employer le « tu » pour s’adresser aux enseignants, ce qui n’arrive pas chez les Espagnols. L’extrait suivant montre bien le contraste entre la tendance française à vouvoyer les enseignants et la tendance espagnole à les tutoyer. Dans ce cas, il est intéressant de voir comment Stéphanie n’ose pas dans un premier moment franchir la barrière du respect envers l’animatrice espagnole (Elena), qui réagira très vite et spontanément face à ce formalisme excessif : (16) Elena: Hola a todos Stephanie: Hola Elena Alexandre: Hola Elena: que tal estaís? Mariane: hola ;-) Paula: hola a todos Alexandre: bien gracias y vosotros ? Stephanie: muy bien y usted? Elena: bien pero me imagino que ocmo vosotros con los examenes cerca Alexandre: todo tranquilo Elena: Stephanie no hace falta que hables de usted :) Stephanie: ok ;-) (Art du dialogue_Rojo_12_05_06_1357) Un autre cas de formalisme inhabituel dans ce contexte fait référence à l’utilisation de vous par une étudiante grecque. Il faut dire que, malgré le fait que dans la société grecque le tutoiement soit plus usité que le vouvoiement, et peut-être sous l’influence du français langue d’apprentissage, cette étudiante grecque vouvoie une Roumaine, qui venait pourtant de préciser son statut d’étudiante : (17) Andreea: et tu fais quoi comme études? 188 Eleni: didactique des langues: ingenierie pedagogique multimedia Eleni: et vous? Andreea: moi je fait journalisme (Outuno_Rojo_15_10_07_1840) Cette volonté d’être poli contraste avec la manifestation de quelques conflits liés (1) à la méconnaissance du fonctionnement du canal de communication, (2) aux différences culturelles dans la conception de l’humour ou (3) à la difficulté de travailler en collaboration à distance (cf. Alvarez Martínez 2008: 463-471). Cela arrive particulièrement dans des interactions « monopolisées » par des Espagnols. En revanche, on ne peut pas parler d’« antipolitesse verbale entre jeunes » (Zimmermann, 2003), car c’est le respect pour la netiquette qui prédomine. 3.4 Rituels conversationnels Dans la plupart des chats du corpus, on retrouve les parenthèses rituelles décrites par Blandin (2004, cité par Déjean-Thircuir 2007) dans un article sur la relation pédagogique à distance où il s’appuie sur certains concepts de la micro-sociologie goffmanienne. Salutations et échanges phatiques orientés vers la relation apparaissent comme des passages obligés pour entrer en contact ou au contraire se séparer (voir aussi Mariottini 2006:123). Comme le souligne Blandin, « ces parenthèses rituelles dans le chat utilisent bien les formes classiques identifiées par Goffman dans la conversation en face à face » (Blandin, 2004:374, cité par DéjeanThircuir 2007). Les formules d’ouverture les plus fréquentes sont « hola », « salut » (chez les Français on trouve aussi parfois « coucou ») et « ciao ». On remarque plus de variété dans les formules de clôture : Espagnols Adios nos vemos Hasta la proxima Me voy venga, me tengo que ir Hasta luego Hablamos luego Français Au revoir A bientôt A plus Bisous Gros bisous Italiens Un salutone Saluti a tutti Alla prossima Baci!!!!!!! Baci e saluti a tutti. Baci e buon weekend. Smak smak Tableau 1. Rituels conversationnels. 189 Chez les Espagnols et les Français, ces formules sont standard, prenant la forme de « projets » (« nos vemos », « hasta luego », « hasta la proxima », « Au revoir », « à bientôt », « à plus ») qui visent à adoucir le moment de la séparation en envisageant explicitement une poursuite de l’histoire conversationnelle (Kerbrat-Orecchioni 2005:247). Il faut dire qu’il est très fréquent de réaliser une pré-clôture afin d’atténuer le moment de quitter le chat. Ce fait peut être interprété comme une façon de montrer l’intérêt et le respect pour les autres en justifiant la décision de devoir partir. Par ailleurs, le fait que le silence puisse provoquer des malentendus beaucoup plus facilement dans ce contexte explique l’effort des interlocuteurs pour verbaliser leurs comportements : (18) Cristina : Bueno Nati te dejo, tengo que atender dos asuntos que me están reclamando (mis nenas) Te dejo saluditos Natalia: Bueno Cristina, me voy a ir ya, estoy bastante cansada del trabajo de toda la semana. Esopero que continuemos hablando Nalalia: Un saludo (Art du dialogue_Rojo_ 29_03_06_1122) En revanche, chez les Italiens on constate un emploi plus important de salutations affectives (« baci » et l’emprunt « smack »). Certains actes de langage, on l’a vu, sont potentiellement menaçants pour les faces des interlocuteurs. Mais il en est aussi qui sont plutôt valorisants pour ces mêmes faces, comme le remerciement, le vœu, ou le compliment (Kerbrat-Orecchioni 2002). Si la réalisation de l’acte de remercier ses interlocuteurs ne fait pas émerger de différences particulières entre les apprenants français, italiens et espagnols, il est intéressant de s’arrêter sur les vœux et les compliments : Voeux Buone vancanze!!! Buona pasqua Bonne journée Bon cours Buenas noches Buona settimana Buona lezione!! Compliments Bravo! Beato te! Sei fortunato! Troppo simpatica Tableau 2. Vœux et compliments. 190 On peut définir le vœu comme « un énoncé que le locuteur (L1) adresse à son interlocuteur (L2), afin d’exprimer son désir qu’un état de choses positif se produise pour celui-ci » (Katsiki 2000). Pour réaliser cet acte de langage, les locuteurs ont recours, aussi bien en français qu’en italien et en espagnol, - soit à des formulations performatives, réalisées à l’aide des verbes souhaiter (ex. : je te souhaite bonnes vacances), augurare (ti auguro buone vacanze), ou à l’aide de constructions au subjonctif dans le cas de l’espagnol (que tengas un buen fin de semana). - soit à des formulations elliptiques – le cas le plus fréquent dans notre corpus – qui reposent sur un certain nombre de structures votives, les plus courantes étant, pour le français, bon + nom (ex. : bon week-end) et verbe à l’impératif + bien (travaille bien), pour l’italien, buon + nom (buon fine settimana), pour l’espagnol buen + nom (que tengas un buen día). Comme on peut le voir dans le tableau synoptique ci-dessus, le vœu est automatisé chez les français (« bonne journée ») et les espagnols (« buenas noches »), remplissant donc le rôle de « routine conversationnelle » destinée à offrir aux locuteurs des solutions verbales toutes faites, comme on l’a déjà observé dans la conversation en face à face (cf. Katsiki 2000). En revanche, chez les Italiens le vœu fait clairement référence à ce que Golopentja (1988) appelle « l’histoire conversationnelle » (par exemple : « Buona Pasqua », « buona lezione »), c’est-à-dire à l’ensemble des interactions ayant déjà eu lieu, comme dans cet échange entre une étudiante portugaise, une étudiante française et une étudiante italienne, celle-ci se trouvant en Espagne dans le cadre du projet Erasmus et écrivant son message en espagnol : (19) Helena: Sim, claro! Vou de férias para a Alemanha durante 15 dias, mas regresso :) Catherine: Espero que podamos hablar otra vez de eso o de otro!! Helena: Beijinhos para todos e continuem... Helena: :-* Catherine: Até loguinho!! Irene: vale y que te lo pases bien en Alemania! (Verba rebus_Amarillo_30_03_05_1540_chatrecreo) 191 Outre ses valeurs strictement illocutoires, le voeu possède des valeurs socio-relationnelles propres à chaque communauté discursive : c’est un « relationème » très puissant (Kerbrat-Orecchioni 1994, 2005). En revanche, le compliment peut être considéré comme un « cadeau verbal » (Kerbrat-Orecchioni 2005:227) pour le complimenté. Si à l’instar du vœu le compliment est incontestablement un FFA pour la face positive de son destinataire, contrairement au premier il constitue aussi une sorte de FTA pour la face négative de ce même destinataire, tout d’abord parce qu’il s’agit d’une ingérence dans les affaires d’autrui, ensuite parce qu’il place le complimenté en position de débiteur, c’est-à-dire tenu de fournir en compensation une contrepartie (Ibid.). 3.5 Phénomènes d’incursion dans le territoire d’autrui Les autres incursions dans le territoire d’autrui se situent toujours dans le domaine de la politesse négative et caractérisent les échanges de notre corpus. Ainsi, les Espagnols prodiguent diverses manifestations de sympathie et d'intérêt envers les autres participants et leurs pays, que l’on pourrait interpréter comme une volonté de créer des liens affectifs tout en rapprochant les contextes en présence : (20) Nora: Tu has vivido allí? Es un pueblo cerca del mar o de la montaña? Pedro: castello Pau: es de montaña Pedro: serra da arrabida? Pedro: sintra é muito bonito Nora: Viendo los mapas del mundo puedo entender que Portugal tiene muchos y buenos paisajes. Es así? (Canosession_Azul_26_03_2004_1427) Ce côté affectif va beaucoup plus loin chez les Italiens car on a constaté une ingérence importante dans le territoire des autres. Ils n’hésitent pas à aller jusqu’à l’invitation, soumettant les bénéficiaires à l’obligation d’accepter mais aussi de rendre l'invitation (comme dans l’exemple 23). Cela montre en même temps une certaine facilité à donner accès à son territoire privé : 192 (21) Maria: Sarebbe carino orgabnizzare un meeting con tutta la gente che partecipa al progetto (Canosession_Azul_19_03_04_1628) (22)Anna: Ok, vi invito tutti a casa mia.... Anna: Allora, verrete in Italia ad assaggiare le mie specialità! (Canosession_Azul_12_03_04_1715) (23) Anna: Dovresti visitare Roma, è una città bellissima!!! Anaïs: un jour surement, j’espère Anna: Io ci vado spesso perché mia sorella e il mio ragazzo studiano lì, spero tu possa venirci un giorno, magari ti faccio da guida!!! Anaïs: c’est très gentil, merci Anaïs: pareil, si tu veux venir à Lyon, il y a toujours de la place pour les amis du monde entier (Verba rebus_Azul_07_03_05_1552_ejerciciovocabulario) 4. CONCLUSIONS Il est intéressant de remarquer que dans une étude sur des chats italiens et espagnols non-pédagogiques Mariottini (2006) souligne la différence culturelle entre les Italiens et les Espagnols quant à la conception de la proximité relationnelle. Dans son corpus, les premiers n’utilisent pas de diminutifs dans les salutations d’ouverture. Elle avance que les Italiens ont besoin de mieux connaître leurs interlocuteurs avant de manifester leur proximité, alors que les Espagnols utiliseraient ces mêmes diminutifs pour établir d’entrée de jeu une certaine connivence entre les interlocuteurs. En revanche, l’environnement pédagogique de Galanet a influencé le comportement des Italiens dans les chats analysés puisqu’il a favorisé, comme on l’a vu, un relâchement de ce point de vue. Cela confirme par ailleurs que « la politesse se caractérise avant tout par sa capacité à s’adapter au contexte » (Kerbrat-Orecchioni 2005: 281). Si les « échanges rituels » (Goffman 1973), à savoir les séquences d’ouverture, de pré-clôture et de clôture, contribuent à la constitution de liens sociaux, voire socio-affectifs entre les participants, cette recherche a montré que les formules employées par les Italiens sont moins routinisées 193 que celles utilisées par les Français et les Espagnols, à l’instar des formules votives. En effet, dans le premier cas elles font explicitement référence à l’histoire conversationnelle. Les Italiens emploient également des salutations affectives et essaient de créer du lien social à travers des invitations adressées aux autres participants. A cet égard aussi on a donc constaté que le moyen de communication ne neutralise pas les comportements des interlocuteurs en présence. En revanche, il y a des stratégies de politesse auxquelles tous les interactants (Espagnols, Italiens et Français) ont recours : les émoticônes en tant qu’adoucisseurs, les auto - et hétéro - réparations relevant du contrat didactique. Par ailleurs, le contexte pédagogique facilite l’émergence d’attitudes collaboratives envers les alloglottes. De plus, dans cette situation de communication la relation qui s’établit entre enseignant et étudiant diffère de celle que l’on peut observer en classe de langue, la familiarité, la spontanéité et le caractère informel favorisant les relations horizontales. Il s’ensuit une forte tendance au tutoiement entre tous les participants aux échanges. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES AFONSO, C. & POULET, M. E. (2003). "Le forum de la plate-forme Galanet. Une situation de stratégie conversationnelle plurilingue à exploiter". 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Parole chiave: intercomprensione reale, percezione, strategie di espressione, rumeno, lingue romanze. ABSTRACT As a consequence of the inclusion of the Romanian language in the Galapro project and the participation of Romanian students on the Galanet platform, it seems appropriate to evaluate the proximity of Romanian in comparison with the other Romance languages, the perception of this closeness by Romance students and actual repercussions that these resemblances have, in practice, in the interaction strategies among eastern and western Romania students. Key-words: real intercomprehension, Romanian, romance languages. perception, expression strategies, 198 INTRODUCTION Cette recherche naît de l’observation des messages échangés par les étudiants ayant participé à la session Galanet « Costruttori di ponti » (octobre – décembre 2008). La question de la parenté du roumain par rapport au français, à l’italien, au portugais et à l’espagnol s’est révélée un point essentiel des clavardages des étudiants dès les premiers échanges, ainsi qu’un élément de discussion lors des cours présentiels grâce à la participation d’une étudiante roumaine, inscrite à l'Université Lyon 2 à la session. Au moment où le roumain entre officiellement dans le groupe de travail de « Galapro », il nous semble important de nous interroger tout d'abord sur la proximité linguistique réelle entre cette langue et les autres parlers romans. En effet, si « l’exploitation de la parenté linguistique romane est perçue comme un atout majeur » (Carrasco, Masperi 2004 : 132), il existe toutefois un écart entre la réalité linguistique décrite par les manuels et prônée par les formateurs en intercompréhension et la perception de l’étudiant : au delà de toute proximité typologique et morphologique, les variables qui entrent en jeu lors du décryptage d’un texte sont également d’ordre psycholinguistique (idem: 134). Ainsi, « le seuil de transparence d’un congénère se révèle variable d’un sujet à l’autre, et pour un même sujet, d’un item à l’autre » (id.: 135), c'est pour cette raison que nous centrerons notre étude sur la perception du roumain par les étudiants romanophones qui ont participé à la session en question. Enfin, en fonction de nos observations, nous nous intéresserons aux stratégies facilitant le déblocage qui ont été mises en pratique par l'étudiante roumaine qui a très activement collaboré avec les autres participants. A la lumière de ces prémisses, il nous semble naturel de nous demander quelle est en réalité dans des échanges synchrones le seuil d'intercompréhension entre l’italien, le français, l’espagnol, le portugais et le roumain. 199 1. LE ROUMAIN ET LES AUTRES LANGUES ROMANES: UNE PARENTE TANGIBLE Les linguistes concordent à affirmer que de nombreuses correspondances existent « entre les cinq langues romanes, qui concernent non seulement la phonétique, mais aussi la morphologie, la syntaxe et l'organisation du lexique. » (Teyssier: 10). Cependant, les facilités et les difficultés au niveau de l'intercompréhension changent selon le point de vue à partir duquel l'on se positionne : selon la LM et les LE connues par le locuteur, son rapport aux langues romanes qu'il ne connaît pas sera différent. Ainsi, par exemple, d’après Paul Teyssier la comparaison entre les langues romanes montre « que le français y occupe une place à part. Il est plus différent des quatre autres que celles-ci ne le sont l’une par rapport à l’autre » (Teyssier: 16). Cela explique que les difficultés des étudiants français vis à vis du roumain pourraient être plus importantes par rapport à celles de certains autres romanophones, notamment les italiens. N'ayant pas la possibilité d'observer la manière dont se développent les rapports d'intercompréhension entre toutes les paires de langues romanes, nous nous bornerons à une observation ayant comme but la compréhension du roumain et comme points de repère personnels l'italien et le français. Les méthodes d'intercompréhension existantes et les recherches antérieures nous aideront à pallier au manque d'expérience directe. Pour ce qui concerne l’orthographe et la phonétique, nous remarquerons que l'alphabet du roumain se base sur l'alphabet latin (26 lettres) auquel on a ajouté des lettres formées par l’application des signes diacritiques : Ă, Â, Î, Ş, Ţ (Mocanu: 43). Nous ajouterons ensuite qu'en roumain toutes les lettres qui sont écrites se prononcent et que donc, à ce niveau, « la situation du roumain est proche de celle de l’italien: à peu d’exceptions près 66 , lettres et phonèmes se correspondent ». (idem: 21). Du point de vue du lexique, si chaque langue « porte sur les choses un regard particulier, qu'elle découpe la réalité à sa façon » (id.: 102), le vocabulaire hérité du latin représente 15 à 20% de la somme des lexiques romans (Reinheimer & Tasmowski: 59). Ainsi 66 Pour plus de précisions au sujet de la prononciation du roumain nous renvoyons au mémoire de Ramona Mocanu cité en bibliographie. 200 « on constate assez souvent que quatre langues sont semblables entre elles, et s’opposent en bloc au français: ainsi au fr. danger correspondent peligro en espagnol, perigo en portugais, pericolo en italien et pericol en roumain. Au fr. maison correspond casa en espagnol, italien et portugais et casă en roumain.[...] Dans d’autres cas, un sous-groupe franco-italo-roumain fait pendant au sous-groupe hispano-portugais. On aura p. ex comer en espagnol et en portugais, à côté du fr. manger, de l'it. mangiare et du roumain a mânca. Mais le roumain rejoint parfois le groupe hispano-portugais et s'oppose alors au groupe franco-italien, comme dans le cas de a ruga, qui correspond à l'espagnol et portugais rogar, face au français prier et à l'italien pregare. Il n'est pas rare non plus que le roumain se singularise lui aussi lexicalement, par rapport aux quatre autres langues, ce qui n'est pas étonnant compte tenu de son isolement historique dans le cadre roman [...] et vu aussi les langues avec lesquelles le roumain est venu en contact et qui ont pu enrichir son lexique » (id.: 25). Donc, en ce qui concerne le lexique, le roumain est la plus originale des cinq langues 67 , tout en se rapprochant surtout du français et de l'italien (id.: 56). En particulier, comme ce dernier, il possède de nombreux suffixes diminutifs qu'il utilise fréquemment, les attachant aux noms communs, aux noms propres, aux adjectifs, aux adverbes : -iţă : fetiţă = fillette; -uţă : căsuţă = maisonnette; -ior : frăţior = frérot, binişor = diminutif pour bien (it. Benino), etc. L'analyse se complique du point de vue morphosyntaxique : si les langues romanes sont issues du latin, elles ont évolué différemment. En roumain la formation du pluriel « est beaucoup plus complexe que celle des autres langues romanes. Les marques terminales des substantifs sont -i,-e, -uri, le » (id.: 138), (p. ex. lupi = les loups, case = les maisons, cărnuri = les viandes; zile = les jours). Par ailleurs, le roumain « a une forme de datif » (id.: 27) qu'il postpose et qu'il agglutine aux noms communs (omolui = à l'homme), de la même manière qu'il agglutine l'article (studentul = l'étudiant, vecinele mele = mes voisines, qui se rapproche en quelque sorte de l'italien le mie vicine) ou le génitif (literele alfabetului = les lettres de l'alphabet). Du point de vue d'une italienne qui, pour les exemples cités, dirait i lupi, le case, le carni, i giorni, all'uomo, lo studente, le mie vicine, le lettere dell'alfabeto le roumain n'a pas l'air 67 Nous rappelons au passage l'existence en roumain d'un genre neutre qui n'existe pas dans les autres langues romanes (cf. Mocanu: 47). 201 d'être inaccessible du point de vue lexico-morphologique. En ce qui concerne cependant les verbes, le système verbal roumain diffère sensiblement de celui des autres langues, tout autant par son organisation interne (modes, temps, formes simples/formes composées) que par son fonctionnement. [...] Par exemple, le plus-que-parfait de l'indicatif est en roumain un temps simple, [...] en revanche, le futur et le conditionnel sont composés. Par ailleurs, toutes les formes simples du système n'ont pas de formes composées correspondantes (ex. l'imparfait, le passé simple, le gérondif). Le roumain possède en outre le supin, emploi particulier du participe passé, inconnu dans les autres langues et qui sert d'équivalent syntaxique de l'infinitif (id.: 242). C'est donc du point de vue du système verbal que l'écart entre les locuteurs roumains et les autres romanophones s'amplifie, mais pas seulement. Comme le remarque R. Mocanu, le lexique roumain contient des « emprunts slaves anciens : noms pour le corps : gât (cou), pour les relations de famille : nevastă (épouse). Souvent le roumain dispose d’un terme slave là où toutes les langues romanes ont un terme hérité du latin : Lat. amicus, port. amigo, esp. amigo, fr. ami, it. amico, ro. Prieten » (Mocanu: 47). A ce niveau, il faudra donc sensibiliser les étudiants non pas à la transparence mais à une opacité assez facilement surmontable, notamment par l'utilisation des ressource d'autoformation disponibles sur les plateformes Galanet et Galapro, ou bien au moyen des dictionnaires en ligne 68 . Les différences et les ressemblances entre le roumain et les autres langues romanes seraient encore plus nombreuses et il nous faudrait bien plus qu'un article pour les recenser toutes 69 . Notre but n'était ici que de mettre en lumière la parenté entre la langue la plus à l'Est de la Romania et celles qui se situent à l'Ouest afin de nous demander s'il y a une correspondance entre la réalité des faits linguistiques et la perception des apprenants de langues en général et de ceux d'intercompréhension en particulier. 68 cf. à ce propos l'article de J.-P. Chavagne contenu dans ce livre. Pour plus de précisions au sujet des points communs et divergents entre les langues romanes et pour une analyse ponctuelle de celles-ci, nous renvoyons aux travaux de Paul Teyssier, de Sandra Reinheimer et Liliane Tasmowki et de Ramona Mocanu cités en bibliographie. 69 202 2. JE N'Y COMPRENDS RIEN ! : LA PARENTE A DECOUVRIR Au premier abord, lors du début du cours d'intercompréhension qui a accompagné la session « Costruttori di ponti », les étudiants du groupe de l’Université Lyon 2 – qui n’avaient à leur dire aucune familiarité avec le roumain – ont avoué être en difficulté par rapport à cette langue d’accès difficile. A ce premier stade de l'apprentissage, il a fallu mettre les étudiants « en confiance face à la transparence » (Masperi : 1998), en leur expliquant qu’ils pouvaient déduire et prévoir le contenu d’une phrase en s'appuyant sur un certain nombre de mots transparents et en ajoutant qu’ils pouvaient mettre en jeu leur LM ainsi que les autres langues qu’ils pouvaient connaître. Or, certains d’entre eux ont avoué ne connaître aucune autre langue mis à part le français et d’autres estimaient que leur compétences en italien n’étaient pas assez bonnes pour leur permettre d’accéder au sens des expressions roumaines communes aux deux langues romanes. Voici, par exemple, une des réactions aux premiers messages en roumain déposés sur la plateforme : H. (13/10/08 17:50) Aiuto! Qualcosa mi dice che ho appena scoperto una lingua romanza che è più difficile del portoghese per me! ;-) Forse dovremmo aprire un punto di "aiuto" anche per il rumeno, se qualcuno ha voglia di aiutarci a capire qualche frase! Il est vrai que les préjugés des apprenants vis-à-vis d'une langue peuvent constituer une entrave majeure à sa compréhension. À ce sujet, S. Melo et M.-H. Araújo e Sá, qui ont travaillé sur la perception du public portugais, observent que « as imagens dos aprendentes acerca das linguas se constituem como obstáculos ou facilitadores sócio-afectivos e cognitivos em relaçao aos objectos-língua [...] em que outras línguas que não as maternas são chamadas à interacçao » (S. Melo & M. H. Araújo e Sá, 2006: 23-40). Ainsi, la plupart des étudiants interviewés par les deux chercheuses lors de leurs recherches pense ne posséder aucune compétence en Roumain : « não é de estranhar que os sujeitos considerem que comunicariam 'muito mal' com os catalães e com os romenos em situações de comunicação oral presencial e mediatizada por computador ». Les adjectifs que les jeunes portugais associent à ce code linguistique, qu'ils définissent comme inconnu et peu parlé, sont complicado, dificil et incompreensivel. Par ailleurs, en ce qui concerne les stratégies de communications que ces apprenants mettraient en 203 pratique en cas de conversation avec des locuteurs roumains, S. Melo & M. H. Araújo e Sá remarquent qu'ils seraient amenés à utiliser l'anglais pour transmettre leurs messages aux participants parlant cette langue qu'ils considèrent comme moins proche de la leur. Comme ces deux chercheuses l'observent, leurs résultats “evidenciam, a nosso ver, a ausência de contacto com [...] o Romeno e os efeitos que essa ausência provoca, por um lado, ao nível da escassez de referências e, por outro, do afastamento afectivo dos sujeitos (parecendo que só se pode amar aquilo que se conhece ou se julga conhecer). Esse afastamento parece ter criado condições para a emergência de preconceitos linguísticos em relação a essas línguas decorrentes de preconceito social [...]. Nesta óptica, reconhece-se que a primeira luta a travar contra o preconceito, e portanto, contra uma discriminação simbólica, é a da mudança de atitudes e de representações” (2006). L'absence de contact avec le roumain a donc eu des effets négatifs sur le public des apprenants qui démontrent avoir beaucoup de préjugés contre cette langue. La situation portugaise décrite par les deux chercheuses est identique à celle que nous avons observé en France, à Lyon. Et nous partageons leur opinion selon laquelle la première manière de lutter contre le préjugé est de promouvoir un changement des attitudes et des représentations. Dans le groupe français cette action a été menée par les enseignants qui ont animé les cours liés à la session, mais surtout par l'étudiante roumaine qui y a participé et qui a, par sa présence, créé une ouverture vers ce monde peu ou pas connu par les autres participants. Sur la base de ces observations, il nous semble maintenant essentiel de nous poser un certain nombre de questions supplémentaires : Comment cette ouverture vers le monde roumain a-t-elle eu lieu ? Quelles stratégies – conscientes ou inconscientes – l'étudiante roumaine a-t-elle adoptées pour amener les autres étudiants vers sa culture et sa langue ? A-t-elle utilisé des options particulières pour faciliter la compréhension? Et, par conséquent, y aurait-il des stratégies à conseiller aux locuteurs roumains pour leur permettre de faciliter l'accès au sens des autres romanophones ? L'expérience pratique de cette jeune apprenante nous aidera à répondre à un certain nombre de ces questions. 204 3. LE ROUMAIN? C'EST GENIAL ! : LA PARENTÉ DECOUVERTE ! La session « Costruttori di ponti » nous a permis de rencontrer du roumain et de mettre les apprenants en contact direct avec cette langue. Cependant, la découverte n'a pas eu lieu au tout début des échanges : une seule étudiante roumaine a participé à la session et ses interventions ont d'abord été en français. D. (étudiante rounaine) se connecte pour la première à fois à la plateforme et y crée son profil. Il est intéressant de remarquer que, dans celui-ci, rien ne nous dévoile son origine : elle écrit en français et se présente sans faire référence ni à sa nationalité ni à sa langue. Ensuite, elle commence à écrire dans le forum, dans une discussion intitulée « Aimes-tu les films de ton pays ? ». Ici elle s'exprime encore en français, comme si cette LE était sa LM, en continuant donc à ne pas mentionner le fait qu'elle est roumaine : dans ses premiers posts elle utilise une langue qui n'est pas la sienne (et qui contient par conséquent un certain nombre de fautes) et parle de films espagnols et brésiliens. Ni le contenu du message, ni la manière dont elle s'exprime ne nous parlent de l'étudiante qui l'a formulé. Pourquoi une telle démarche ? Serait-ce par timidité ? Par peur des préjugés (cf. supra) ? Par crainte d'être refusée par le groupe ? S'il est évident que l'espace virtuel permet de dissimuler certaines informations personnelles et qu'il est clair que certains étudiants ont plus de mal à s'exposer en première personne, il est aussi vrai que dans un forum consacré aux langues romanes, cette jeune fille ne devrait pas avoir peur de montrer sa différence. Quoi qu'il en soit, ce n'est qu'après avoir été sollicitée oralement par l'enseignant du cours d'intercompréhension que D. utilise sa LM. Ainsi, le premier message dans lequel elle parle de sa nationalité et de sa nation n'arrive que deux semaines après sa première connexion à Galanet, et se trouve dans un forum particulier, « Limba romana e o limba latina », qu’elle a elle même ouvert. Le voici : D. (2/10/08 13:13) 205 Salut à tout le monde, je vais vous présenter un peu mon pays, je viens de Roumanie et je suis ici pour mes études. Le roumaine et une langue latine, un pays latin qui est entouré par des pays slaves (La Bulgarie, L’Hongrie…). Le roumain a une racine latine et il est très facilement à comprendre l’écriture roumaine. Je vais essayer de vous écrire dès aujourd’hui un peu en roumain pour vous voir quels mots roumains : Buna ziua (bonjour), eu sunt studenta la universitatea Lyon 2 (je suis étudiante à l’Université Lyon 2)… 70 J’attends vos opinions en ce qui concerne le roumain. Au début, l'étudiante présente son pays et sa langue en français (avec quelques erreurs d'expression) ; ensuite elle salue et se présente en LM – par une brève phrase qu'elle traduit – et revient vite à la LE commune pour susciter des réactions concernant le roumain. Cela confirmerait les observations de R. Mocanu selon laquelle dans les échanges des étudiants roumains « l’on retrouve la moitié du message souvent en français » (Mocanu: 20), attitude que ces étudiants choisiraient « pour que leur opinion soit prise en compte et aussi pour réussir à transmettre des informations culturelles » (Ibid). Ce qui est sans aucun doute le cas de D. qui, à la fin de son post, jette sa bouteille à la mer en demandant aux autres participants de s'exprimer au sujet du roumain. Les réponses ne se font pas attendre : mis à part quelques réticences initiales, dont nous avons parlé dans la section précédente et qui ont été manifestées surtout en salle de cours, les réactions des étudiants sont positives. En voici deux, à titre d'exemple : A (3/10/08 00:57) buna ziua, Daiana! Ce mai faci? c'est tout ce que je connais en roumain, mais j'ai hâte d'en apprendre plus ! AA (3/10/08 10:31) Buna ziua Daiana, C'est vraiment génial d'avoir quelqu'un qui soit roumaine sur cette session: c'est vraiment une chance. J'avais une prof aux beaux arts qui était roumaine, c'était un sacré personnage ! J'espère que tu pourras nous apprendre plein de choses sur cette langue romane qui est trop souvent laissée de côté. Je sais très peu de choses sur la Roumanie. Parmi ce que je connais, il y a une chanteuse gitane que j'aime bien: Romica Puceanu, est ce que ça te dit quelque chose ? 70 Ici et par la suite, c'est nous qui soulignons. 206 L'accueil est très chaleureux et certainement motivant : les deux internautes soulignent le fait qu'ils veulent apprendre plus de choses au niveau du roumain. Comme l'observent Dolci et Spinelli « la création d’un nouvel item ou son adoption dans l’idioculture du groupe doit être provoquée par un événement déclencheur. » (Dolci, Spinelli: 2007). Ici le roumain est le nouvel item qui sera adopté par la communauté et l'événement déclencheur c'est la proposition de D. de parler en roumain et du roumain. En revenant à D., vu sa manière de cacher les détails concernant sa langue et ses origines, on peut imaginer qu'elle ne pensait pas susciter autant d'intérêt auprès des autres. C'est elle-même qui le confirme : D. (3/10/08 11:49) Salut AA, [...] Je suis vraiment étonnée qu’il y a des personnes qui s’intéresse à mon pays, malheureusement la langue roumaine n’est pas très connue et je vais essayer de vous parler en roumain, si vous avez des questions n’hésitez pas je suis à votre disposition. "Salut, eu ma numesc Daiana si o sa vorbesc cu voi in limba romana. Daca nu intelegeti ce va scriu puteti sa ma contacati si o sa va traduc frazele in limba franceza." D (6/10/08 21:48) Ça fait plaisir de vous entendre que vous voulez connaître la langue roumaine et la Roumanie, bon, dès aujourd’hui je vais essayer de parler en roumain. Voi incerca sa va scriu in limba romana, daca nu intelegeti ma puteti intreba. Pe maine !!!! Du point de vue des contenus exprimés, la jeune fille manifeste son étonnement et son plaisir vis-à-vis des réactions positives, son regret pour le fait que le roumain ne soit pas très connu, son intention d'écrire dans sa LM à partir de ce moment et sa disponibilité à répondre aux questions. En ce qui concerne la langue utilisée, les interventions de D. sont, à ce premier stade, en majeure partie en français avec un petit peu de roumain : la partie en LM est simple et répétitive. Il semblerait ici qu'une 207 71 stratégie d'expression commence à se profiler : on pourrait presque dire qu'elle prépare l'acclimatement de ses interlocuteurs en les amenant doucement vers sa langue par une alternance savante des codes linguistiques. Dans les deux post, elle répète en roumain plus ou moins ce qu'elle vient de dire en français, en rajoutant quelques éléments en sa LM : o sa va traduc frazele in limba franceza (je vais traduire des phrases en français), et daca nu intelegeti ma puteti intreba (si vous ne comprenez pas, vous pouvez me demander). Cette stratégie, qui s'approche du binôme traductif, semblerait permettre d'introduire l'altérité de la langue étrangère sans trop perturber les lecteurs et en les aidant par contre à saisir et à assimiler la ressemblance entre le roumain et le français. Deux remarques s'imposent ici, en premier lieu, on se préoccupe d'habitude des stratégies de compréhension des étudiants sans préciser que des stratégies d'expressions devraient aller de pair ; en effet, plus le lexique utilisé sera transparent, plus la communication sera aisée. Dans ce cas, si D. s'était exprimée intégralement en LM, en utilisant des mots opaques et sans traduire, elle aurait sans doute découragé ses collègues ; au contraire, sa stratégie prouve qu'elle sait les motiver et les aider à s'initier au roumain. Comme l'observent Araújo e Sá, Ceberio et Melo « l’interaction dans la plateforme est comprise comme contenant un potentiel acquisitionnel » (Araújo e Sá, Ceberio & Melo, 2007). Cela est d'autant plus évident dans des contextes comme celui-ci où les post de D. qui permettent aux autres interlocuteurs d'acquérir des notions de roumain. En second lieu, en corollaire, le choix du binôme traductif n'est jamais mis en pratique par les locuteurs italiens, espagnols, portugais, français qui ont sans doute une plus grande confiance dans la compréhension des autres et qui, généralement déconseillés par leurs formateurs, évitent de traduire en une langue romane différente de la leur. En revenant à notre étudiante, motivée par les réactions positives des participants romans, elle crée un autre forum de discussion (« Cunoasteti Romania? ») et elle fait l'expérience de l'expression intégralement en langue roumaine, dans le forum « Bem-vindos a TODOS » : 71 Au sujet du concept de stratégie, cf. les deux articles de C. Degache que nous avons cités en bibliographie. 208 D. (10/10/08 12:41) Salut eu sunt din Romania dar studiez in Franta. Incerc sa va scriu in limba romana ca sa cuoasteti un pic limba. MarieP, am citit mesajul tau si ai dreptate, uite eu incerc sa scriu in limba romana si sper ca o sa intelegeti. Eu din pacate nu fac parte din grupul din Romania ci sunt inscrisa aici in grupul din Lyon si o sa incerc sa vb cu voi numai in romana. Daca te intereseaza limba romana intra pe cele doua teme pe care leam propus : "Cunosteti Romania?" si "Limba romana e o limba latina". 72 Bien évidemment ce post est préparé par un certain nombre d'autres messages antérieurs, en français, qui soutiennent le lecteur par une mise en contexte: ce n'est que deux jours après que la jeune roumaine propose un message entièrement en LM. Or, la belle aventure des messages en roumain paraîtrait cependant vite terminée. Un mois après sa première connexion, D. semblerait revenir à la traduction en français : D. (23/10/08 12:39) Salut, moi je peux vous dire que j'aime les hamburgers, je sais que ce n'est pas une bonne chose pour le corps mais des fois je pense que tu le monde essaie ce "junk-food", ce plat américain qui existe depuis longtemps dans tout le monde. Nu mananc foarte des hamburger dar cam o data pe luna incerc aceasa mancara ne sanatoasa. (je mange une fois pas mois). 73 D'après R. Mocanu, quand les étudiants roumains « se rendent compte que les participants ne lisent pas leur message, ils commencent 72 « Salut, je suis de Roumanie, mais j’étudie en France. J’essaie de vous écrire en roumain pour que vous connaissiez un peu cette langue. MarieP, j’ai lu ton message et tu as raison; voilà, j’essaie d’écrire en roumain et j’espère que vous allez comprendre. Moi, malheureusement, je ne fais pas partie du groupe de Roumanie, sinon que je suis inscrite au groupe de Lyon et je vais essayer de parler avec vous seulement en roumain. Si la langue roumaine t’intéresse, entre sur les deux thèmes que j’ai proposés: “Connaissezvous la Roumanie ?” et “La langue roumaine est une langue latine” ». (Trad. Claudia Georgiana Bizdiga). 73 « Je ne mange pas très souvent des hamburgers, mais une fois par mois j’essaie ce plat qui est nuisible pour la santé. » (Trad. C.-G.Bizdiga). 209 effectivement à écrire en français » (Mocanu: 20). Cela paraîtrait assez logique, mais il est évident qu'une fois franchie l'étape de l'acclimatation, les étudiants roumains devraient pouvoir s'exprimer dans leur LM, en simplifiant éventuellement leurs phrases et en recherchant des expressions plus proches de celles des autres langues romanes. Quant aux apprenants non roumains, ils devraient être sensibilisés à « deviner les séquences lexicales ou syntaxiques opaques à partir de séquences transparentes ». (Mocanu: 41). Cependant, loin de revenir au français, D. ne cesse de nous surprendre et d'expérimenter de nouvelles stratégies. En effet, outre le binôme traductif et les messages intégralement en roumain (qui deviennent de plus en plus fréquents au fur et à mesure que la session avance), elle propose une autre option qui vaut la peine d'être citée : elle commence le message dans une langue et le termine dans l'autre, ce qui lui permet de donner certaines informations en français (pour éclairer un contexte ou proposer des indices) et d'autres en roumain, ou vice-versa. C'est par exemple le cas du message qu'elle envoie dans le forum « Las fiestas de Navidad y sus platos tipicos / Sarbatorile de Craciun cu felur » : D. (9/11/08 13:47) Salut, o sa va prezint un desert specific romanesc care se gateste Craciun. pentru Desertul se numeste "cozonac" si este o prajitura tipic romaneasca. Ca sa puteti vedea despre ce e vorba o sa va pun o poza 74 : http://www.amicale-marcelpagnol.fr/Dossiers/Images/12_Stand_salon_de_the_Cozonac.jpg C'est le gâteau traditionnel roumain. Il est présent pour la fête de Noël et des fois pour Pâques. Toutes les maîtresses de maison ont une recette qu'elles tiennent de leur mère, qui l'avait tenue de sa mère et ainsi de suite. Si nous ne lisons pas le message dans son intégralité, dans sa partie en roumain, nous ne saurons pas que le lien nous amène à une image et que ce gâteau s'appelle “gâteau”; donc, nous n'aurons pas une partie de l'information culturelle que D. nous transmet. Dans le message qui suit la stratégie est la même et la quantité d'informations à déchiffrer augmente : 74 « Je vais vous présenter un dessert roumain qui se cuisine pour Noël. Ce dessert est appelé "gâteau" et est un gâteau typique de la Roumanie. Comme vous pouvez le voir sur la photo que je vais mettre » (Trad. Google + notre relecture). 210 D. (2/12/08 00:16) Salut, je fais partie du groupe de Lyon mais je suis roumaine, donc je me sens concernée, alors on va parler en roumain. Si eu as vrea sa intru in contact cu cei din Italia sau cu cei din Brazilia, saptamana trecuta am comunicat cu o persoana din Brazilia dar a fost foarte scurt. A fost un moment de pauza pentru toti dar cred, precum Alexis ca este momentul sa comunicam si sa lasam mesaje pe forum. 75 L'habileté de l'étudiante roumaine d'accompagner les lecteurs de ses messages vers le roumain ne peut pas être niée. Ni sa capacité à trouver des solutions qui lui permettent, petit à petit, d'amener son « public » vers une plus grande indépendance au niveau de la compréhension de sa LM. Les stratégies qu'elle utilise au début et à la fin de son expérience de familiarisation des locuteurs des autres langues romanes au roumain – le binôme traductif et l'alternance de codes linguistiques LM/LE – sont un témoignage du fait que les barrières linguistiques, culturelles et les préjugés dont font état S. Melo & M.H Araújo e Sá peuvent être facilement surmontées grâce à l'expérience d'échange et de partage linguistique et culturel permise par des forums tels que Galanet et Galapro. En conclusion et pour nous rassurer un peu (s'il était encore nécessaire), nous pourrions citer P. Teyssier, qui observe que: « Le vocabulaire utile nécessaire pour l'intercompréhension est limité et n'a rien de commun avec l'immense lexique théorique des dictionnaires. Les mots grammaticaux, dont la connaissance est de toute façon nécessaire, sont beaucoup moins nombreux que les mots lexicaux. [...] Enfin le recours commun aux formes savantes grécolatines, auxquelles s'ajoutent de nombreux emprunts étrangers, a multiplié les ressemblances entre les formes de ces langues. Finalement, c'est à propos des termes du 'patrimoine héréditaire' que l'intercompréhension sera souvent la plus difficile. » (Teyssier, 2004: 67) 75 « Et je voudrais entrer en contact avec ceux de l'Italie ou avec ceux du Brésil; la semaine dernière, j'ai communiqué avec une personne au Brésil mais ça a été très court. Ce fut un moment de pause pour tous, mais je crois, comme Alexis, qu'il est temps de communiquer et de laisser des messages sur le forum » (Trad. Google + notre relecture). 211 Mais dans le cas des termes du patrimoine héréditaire nous aurons toujours l'aide précieuse de nos partenaires roumains, véritables ressources humaines de l'intercompréhension, pour nous aider à nous frayer un chemin vers la compréhension et le partage de leur langue et de leur culture. BIBLIOGRAPHIE AMOSSY, R. & HERSHBERG-PIERROT, A., (1997). Stéréotypes et Clichés – langue, discours, société. Paris : Nathan. ARAÚJO E SÁ, M. H. ; CEBERIO, M. 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Paris: Chandeigne. 213 DE L’INTERCOMPREHENSION A L’INTERPRODUCTION : IMPACT DES USAGES LANGAGIERS EN LANGUE MATERNELLE Marie HÉDIARD Università di Cassino RIASSUNTO Lo scopo del contributo è quello di analizzare le strategie di produzione da adottare per facilitare la ricezione del messaggio tenendo conto delle differenze non solo linguistiche ma anche culturali tra i parlanti, legate a contesti culturali e repertori linguistici diversi. Partendo dall’osservazione di scambi tra parlanti francesi e italiani mediante forum e chat sulla piattaforma Galanet, la riflessione sarà focalizzata sulle differenze di usi linguistici nei due gruppi di partecipanti e sull’esigenza di insegnare non tanto a capire registri marcati nella lingua romanza sconosciuta, ma piuttosto ad interagire nella lingua madre in un modo accessibile per l’interlocutore. Parole chiave: competenza (inter)culturale, coscienza metacomunicativa, didattica del plurilinguismo ABSTRACT This paper aims at analyzing the strategies of language production used by learners in order to facilitate message reception. The analysis takes into consideration linguistic as well as cultural differences among speakers, depending on divergent cultural contexts and language repertoires. Comparing strings of communication exchanged by French and Italian speakers through forums and chats on the Galanet Learning-Platform, the present contribution analyzes the differences in language use among the two groups of participants, focusing on the need to teach how to interact in the mother tongue in ways accessible to the interlocutor, rather than to understand marked registers in the Romance language new to the learner. 214 Key-words: (inter)cultural competence, teaching of plurilingual competence metacommunicative awareness, INTRODUCTION La plate-forme du projet européen Galanet, avec ses ressources didactiques et ses outils de communication tels que le forum et le chat, est conçue pour le développement de l’intercompréhension entre langues romanes. Quand l’apprenant italophone 76 communique sur la plateforme, il est exposé, dans sa découverte du français, à une variété de registres qui complique sa première approche de la langue. Avec Galanet, la typologie des documents à comprendre se diversifie. Il ne s’agit plus seulement de documents écrits à caractère informatif dont le contenu est plus ou moins prévisible, comme dans le projet Galatea. L’originalité du scénario pédagogique de Galanet consiste dans le fait que l’apprenant est exposé à une langue non filtrée. En effet, dans les forums et les chats, les registres de langue sont plus variés, le discours est moins linéaire, l’expression plus elliptique et on assiste essentiellement, dans les messages liés à la communication sur Internet, à l’expression de points de vue, à des prises de position, à des échanges de type argumentatif qui appartiennent à un niveau de langue proche de l’expression orale spontanée et qui sont donc plus difficiles à interpréter pour le participant qui ne connaît pas la langue de l’interlocuteur. Les analyses qui portent sur l’intercompréhension se focalisent surtout sur ce qui fait obstacle à la compréhension et sur ce qui est lié à des facteurs linguistiques mais aussi culturels. Notre propos est de nous concentrer plutôt sur le développement des stratégies de production que le locuteur romanophone peut adopter dans sa langue maternelle ou dans une langue romane qu’il maîtrise bien, pour faciliter la réception du message sur le plan linguistique et interculturel. Après avoir analysé les différences de contexte culturel et de répertoire linguistique entre participants francophones et italophones, nous nous poserons le problème de savoir s’il y a lieu d’enseigner les variantes plus marquées ou s’il ne faut pas plutôt entraîner les participants à mettre en œuvre des stratégies de production qui facilitent la réception du message. 76 Nous nous sommes concentrée dans cette étude sur le binôme italien-français. 215 1. DIFFERENCES DE REPERTOIRE LINGUISTIQUE ENTRE UN PUBLIC ITALOPHONE ET FRANCOPHONE Notre réflexion part de la constatation que les participants italophones font moins facilement recours à des registres familiers que les francophones pour leurs échanges sur la plate-forme. Face à cette différence nous pouvons avancer des explications qui relèvent de trois ordres : du niveau de littératie technologique des étudiants italiens, de la représentation qu’ils se font de l’institution et enfin de leurs pratiques langagières. Tout d’abord sur le plan de l’environnement technologique on remarque chez les étudiants italiens un usage moins fréquent d’internet, surtout dans des réalités comme celle de l’université de Cassino. Dans cette ville d’environ 33.000 habitants, située à mi-chemin entre Rome et Naples, avec une université qui compte près de 15.000 inscrits, il n’existe pas de cybercafé en dehors de celui de l’Adisu (Agenzia per il diritto allo studio universitario, équivalent du CROUS). La plupart des étudiants de Cassino qui ont voulu participer à l’expérience de Galanet étaient à leurs premières armes en matière d’informatique et avaient, en tous les cas, très peu de familiarité avec les outils de communication comme les forums, chats et blogs 77 . Contrairement aux étudiants français, ils n’avaient pas développé de pratique langagière correspondant à ce type d’environnement technologique, d’où la difficulté pour eux d’interpréter des écrits relevant d’un genre discursif qu’ils ne connaissaient pas, même dans leur langue. Dans leur article sur l’« Observation de la construction d'une compétence interculturelle dans des groupes exolingues en ligne », I. Audras et T. Chanier (2008 : 181) soulignent l’importance des relations entre littératie technologique, niveau de compétence en L2, genres communicatifs, cadres culturels et cultures des usages technologiques propres à chaque société. Un autre aspect qui conditionne les comportements langagiers des étudiants italiens, c’est la représentation qu’ils ont intériorisée de l’institution universitaire. Les interactions entre les participants, encadrés 77 Au niveau national les statistiques confirment une utilisation encore très limitée d’Internet en Italie, surtout dans les régions méridionales. D’après un récent sondage réalisé par MTV Italia (2008), 50% d’Italiens ne sont jamais allés sur Internet et un Italien sur 2 affirme que cela ne l’intéresse pas. 216 par des animateurs, ont lieu dans un cadre institutionnel qui conditionne les étudiants italiens dans leurs modalités d’expression, contrairement aux participants français qui s’expriment sur Galanet comme s’ils participaient à des échanges avec des locuteurs français de leur âge sur n’importe quel forum de discussion, ce qui nous permet d’ailleurs de dire que les échanges sont authentiques et ne semblent pas soumis à quelle que forme de « censure » linguistique sauf pour les mots grossiers 78 . Il en va tout autrement pour les participants italiens du projet : pour eux le cadre institutionnel ne peut pas être ignoré, le contexte communicationnel a la priorité sur le canal utilisé (forum ou chat), leur façon de s’exprimer plutôt « neutre » est peu influencée par certaines pratiques langagières propres à internet. Une autre explication peut être ajoutée à celles qui ont été données, c’est la différence entre la France et l’Italie au niveau du « paysage linguistique» et des usages langagiers : la situation linguistique en Italie se caractérise par de nombreuses variations diatopiques alors qu’en France on assiste surtout à des variations diaphasiques. G. Chevalier, à propos des « Politiques linguistiques régionales en France et en Italie », décrit un cadre linguistique fondamentalement monolithique en France, là où en Italie on peut constater une « perpétuation de l’usage par le citoyen italien de parlers locaux régionaux moins stigmatisés » (2009 : 106). Quant à l’utilisation des registres dans les interactions en français et en italien, une remarque s’impose. L’emploi de variantes dépend tout à la fois du répertoire linguistique de la communauté de communication 79 et de la représentation plus ou moins consciente que s’en font les locuteurs de la communauté. Or, dans notre cas, le répertoire communicatif des étudiants français se différencie profondément de celui des étudiants italiens. Les jeunes français emploient très librement des variantes relevant du français familier ou argotique et transposent, dans ce cadre participatif plurilingue, des comportements propres à leur communauté de 78 La netiquette publiée sur la plate-forme Galanet exclut l’emploi de mots trop familiers ou grossiers. 79 La communauté de communication ou communauté langagière correspond au concept de speech community (Hymes 1972, communauté « possédant en commun des règles définissant le déroulement et l’interprétation d’au moins une variété linguistique » (cit. par J.C. Béacco dans le Dictionnaire d’analyse du discours, sous la direction de P. Charaudeau et D. Maingueneau, 2002, p.102). 217 80 communication, adoptant le « registre discursif » adapté à la situation de communication. L’analyse des messages déposés sur la plate-forme montre bien que le français des jeunes est très présent dans les forums et les chats, ce qui n’est pas le cas pour les participants italophones : leur tendance à utiliser un italiano neo-standard 81 est dictée en partie par le désir de se faire comprendre par les autres romanophones, mais aussi par le fait que spontanément la plupart des locuteurs italiens, habitués à un bilinguisme diglossique, adoptent un registre neutre pour se faire comprendre de locuteurs connationaux, à plus forte raison de locuteurs étrangers. Par ailleurs, il est hors de doute que l’italiano dei giovani 82 est moins marqué et n’a pas la même fonction contestatrice ou « désacralisante » que « le français des jeunes » : en italien entre la variété standard soignée et la langue des jeunes il existe encore un espace très vivant d’emplois ludiques et affectifs de la langue, occupé par les dialectes qui n’ont pas droit de cité dans une interaction internationale, étant profondément liés à des micro-cultures. Ces différences de pratiques langagières entre les participants français et italiens ont inhibé, en quelque sorte, les stratégies de compréhension chez les étudiants italiens qui ne s’attendaient pas à être exposés à une variante si différente du français standard. 2. FAUT-IL POUR AUTANT ENSEIGNER A COMPRENDRE LES REGISTRES MARQUES ? La question se pose de savoir quels sont les vrais obstacles à l’intercompréhension entre langues romanes et comment on peut 80 La notion de registre discursif est commenté ainsi par C. Détrie : « Parler, écrire, c’est choisir un (ou plusieurs) registre(s), et donc inscrire sa parole dans un cadre sociolinguistique qui en construit la validité. Cette notion implique l’existence - au moins théorique- d’un français type en rapport avec une série de situations et de genres » [ (2001 : 294-95) cité par E. Defay (2007 :127-130). 81 L’italiano neo-standard est défini par B. Berruto (1987:62) comme une forme simplifiée de l’italien standard comprenant quelques variantes diatopiques, surtout au niveau phonétique. 82 Dans l’étude de l’italien des jeunes, E. Banfi (1994:156) recommande la prise en compte de deux macro-niveaux d’analyse : « un piano ‹generale› potenzialmente ‹omogeneizzante› […] e un piano più legato alla cultura locale, variamente articolata e diversificata da area ad area: ovvero lo spazio comunicativo dove emergono i tratti salienti delle micro-culture ». 218 enseigner à nos apprenants à y faire face. Il n’est pas toujours aisé de comprendre quels sont les facteurs qui facilitent ou qui entravent la compréhension d’une langue voisine. Les obstacles sont liés évidemment au niveau de connaissance de la langue que possède l’apprenant, mais ils relèvent également de comportements sociolinguistiques et de représentations culturelles. Si nous analysons de près ce qui entrave la compréhension et l’interprétation des messages sur le forum ou sur le chat, ce n’est pas seulement le lexique de registre familier, mais c’est aussi la syntaxe de l’oral, les abréviations et les sous-entendus qui obligent le lecteur à faire des inférences et à interpréter en fonction d’un contexte qui n’est pas toujours éloquent. Certes, le lexique familier est plus difficile à comprendre que le lexique d’un registre soigné, souvent plus proche de son origine latine. Pour reprendre l’exemple de C. Duneton 83 , il est plus facile pour un lecteur italien de comprendre le titre de l’article du Monde : « Le ministre de l’Éducation nationale a abandonné son projet » que celui de Libération : « Le projet du ministre de l’Education nationale est tombé à l’eau, à la flotte ». Dans le cas de Galanet, c’est plus le degré de transparence que l’appartenance à tel ou tel registre qui facilite la compréhension et l’interprétation d’un énoncé : le lecteur débutant sera sans doute tout aussi dérouté par un mot qui relève de l’argot que par un mot du français standard d’origine non latine qui, pour lui, reste opaque. Cela nous permet de dire que l’obstacle à la compréhension est lié aux mots inconnus, peu importe leur registre. Il ressort de notre expérience que la question du registre familier ne constitue pas le seul obstacle à la compréhension. En fait, il convient de dépasser le niveau d’analyse qui se réduit à la dimension du mot et de se placer sur le plan de l’interprétation, et cela à partir de la connaissance du monde et des représentations culturelles qui sont celles de l’apprenant. La communication interculturelle passe à travers l'objectivation par l'étudiant de l'organisation de la représentation du monde telle qu'elle est véhiculée par sa propre langue ou telle que lui-même la conçoit. Cette prise de recul se produit grâce à la langue-culture étrangère qui joue le rôle de révélateur. Si ces valeurs culturelles ne sont pas portées au niveau de la conscience, elles risquent de contaminer le cadre interprétatif du message, à plus forte raison quand le niveau de connaissance élémentaire de la langue étrangère ne fournit pas les bases pour une véritable 83 Tiré d’une interview «Une langue à deux faces», publiée dans le numéro spécial sur Lexiques du Français dans le monde, (1989 : 194-197). 219 interprétation (Galisson, 1989 : 97). Il faut se garder, bien évidemment, d'une image homogène des représentations partagées dans une communauté linguistique : chez les étudiants italiens qui ont participé à un forum de discussion sur la notion d’identité nationale, nous avons pu remarquer des différences sur leur rapport identitaire qui passe pour certains par leur paese (leur village), pour d'autres par leur Paese (l'Italie). Pour d'autres encore l’identification se fait avec l’Europe, et dans ce cas le rapport ne passe pas véritablement par l’appartenance à la nation : « Noi Siciliani non abbiamo fatto in tempo a diventare italiani che ci siamo ritrovati ad essere Europei ». Il en résulte que pour faire en sorte que l’interaction avec d’autres locuteurs fonctionne, cela nécessite de la part de l’étudiant une prise de conscience des différences qui existent entre la langue-culture étrangère et la sienne. La conception et l’expérience personnelle et collective du monde constituent en quelque sorte un filtre pour l’interprétation, filtre d’autant plus épais en cas de langue apprise sans contact direct avec la culture de l’Autre. Les échanges qui ont lieu sur la plate-forme Galanet permettent cette confrontation de façon spontanée et authentique, une fois acquise une réelle compétence interculturelle. 3. FAUT-IL PLUTOT DEVELOPPER UNE REELLE COMPETENCE INTERCULTURELLE ? Dans le Cadre Européen Commun de Référence pour les langues, la compétence interculturelle est définie comme la capacité de connaître et de comprendre la relation existant entre « le monde d’où l’on vient » et le « monde de la communauté cible ». Elle implique « la connaissance, la conscience et la compréhension des relations », à savoir les ressemblances et différences distinctives entre ces deux mondes (2005: 83). En faisant intervenir cette dimension de l’interculturel, on envisage en effet l’intercompréhension comme une collaboration en vue de la coconstruction du sens, elle suppose donc l’intervention de (au moins) deux acteurs, celui qui comprend et celui qui se fait comprendre. Dans les échanges il revient à ce dernier de manifester sa capacité à ajuster ce qu’il dit de façon à être le plus compréhensible possible. L’intercompréhension entre locuteurs de langues romanes acquiert ainsi une nouvelle dimension, celle de l’interproduction qui relève directement de la compétence interculturelle et que Balboni (2009) définit comme 220 « comment parler pour faciliter la tâche à celui qui doit nous comprendre pour évoluer vers l’intercommunication ». Ce processus d’adaptation implique une prise de conscience du propre répertoire linguistique, une distanciation par rapport à des usages langagiers trop marqués 84 , une sensibilité aux problèmes de réception qui est certainement plus développée quand la propre biographie langagière révèle qu’on a vécu personnellement des situations de bi ou plurilinguisme, à plus forte raison de diglossie. Cet éveil se fait plus facilement, de façon spectaculaire, quand on s’ouvre aux usages langagiers d’autres communautés. Dans le cadre de Galapro il importe de former nos formateurs à cette dimension de l’intercommunication et aux problématiques de la construction d'une compétence interculturelle dans des échanges plurilingues, basée, dans notre cas précis, sur une culture awareness des usages langagiers. Il est nécessaire de prévoir, dans le scénario pédagogique, une phase de sensibilisation à l’utilisation des registres suivant les contextes et les canaux de communication de façon à ce que l’apprenant puisse prendre conscience des différences qui existent sur le plan des stratégies interactionnelles entre la langue étrangère et sa propre langue : cette sensibilisation passe par une explicitation des représentations qu’il se fait de ses propres pratiques langagières et de son imaginaire linguistique, et cela à travers sa biographie langagière 85 . Dans le Cadre de Référence pour les Approches Plurielles des Langues et des Cultures (CARAP ; Candelier, 2007), on trouve de nombreuses références sur les 1) savoirs, 2) savoir-être et 3) savoir-faire, qui permettent de préciser les constituants de la compétence interculturelle sans lesquels il ne peut y avoir de vraie intercommunication plurilingue. Citons, pour chaque catégorie, celui qui nous semble le plus pertinent à notre propos 86 : 1) « savoir qu’il faut adapter son propre répertoire communicatif au contexte », 2) « accepter de suspendre ses comportements habituels d’internaute L1 et en adopter 84 Georges Molinié parle de reconnaissance du registre à la réception et des limites du partageable qui est toujours à redéfinir, et cela dans une perspective d’éthique de la communication qui tienne compte du récepteur (intervention lors du congrès de la SUSLLF sur I registri linguistici come strategia comunicativa e come struttura letteraria, Milan, 6-8 novembre 2008). 85 Voir à ce sujet les travaux de C. Perregaux et l’article de N. Thamin et D. Lee Simon: "Réflexions épistémologiques sur la notion de « biographies langagières » " (2008). 86 Ces descripteurs ont été énumérés par C. Degache dans sa présentation au congrès annuel du GMF à Leipzig (mars 2008), consultable sur http://www.galanet.eu/publication/fichiers/. 221 d’autres adaptés à la situation pédagogique plurilingue », 3) « savoir effectuer des transferts intra-langue préparant les transferts interlangues ». Concrètement, comment un locuteur peut-il faciliter la réception de son message dans un échange pluriel? A titre d’exemple, en recourant à des stratégies de reformulation interlinguistique et intralinguistique, en utilisant des mots qui sont transparents ou congénères, en évitant les formes trop marquées (« marqueur registral ») ou elliptiques, en adoptant une expression explicite sans trop de sousentendus, en s’exprimant clairement et de façon synthétique. Le mérite principal de l’approche plurielle est d’accorder, entre autres, une large place à des mini-compétences comme «la compétence de distanciation qui permet en situation d’adopter un comportement critique, de conserver un contrôle et de ne pas être totalement immergé dans l’échange immédiat ou l’apprentissage » et « la compétence à analyser de façon critique la situation et les activités (communicatives et/ou d’apprentissage) dans lesquelles on est engagé » (2007 : 33). Ces minicompétences sont essentielles pour développer, dans un échange qui se veut pluriel, une attitude de recul à la base de l’ouverture à l’autre. 4. CONCLUSION Avec les échanges en ligne nous assistons à l’apparition de nouvelles pratiques et formes langagières, souvent transversales entre les langues 87 , qui nécessitent d’être abordées avec des approches didactiques en mesure de déplacer les lieux et les enjeux de l’apprentissage des langues. Les échanges sur les forums de Galanet favorisent le développement de stratégies de collaboration et de compensation qui se manifestent sur deux plans : au niveau interlinguistique par des demandes d’explication ou de traduction et au niveau intralinguistique par le recours à la paraphrase, à la redondance ou à la synonymie. P. Chardenet, dans son article sur les échanges plurilingues en ligne (2004 : 65), fait remarquer que sur le forum « s’élabore une coopération-sujet qui valorise le dire (par opposition à une coopération-objet qui valorise le dit) ». Sur Galanet cette collaboration qui se déroule sur un plan d’égalité (chacun doit comprendre ce que dit l’autre et chacun doit se faire comprendre de 87 Je pense aux abréviations, aux formes hybrides entre l’oral et l’écrit et aux émoticônes, qui sont communes à tous ceux qui communiquent sur internet ou avec des textos. 222 l’autre, chacun étant tour à tour expert et apprenant), ne peut se faire qu’en prenant conscience de son propre répertoire langagier et de ses conditionnements culturels et en découvrant ceux de ses interlocuteurs. Comme le constatent I. Audras et T. Chanier (2008:178), « si dans l'interculturel, il est bien question de développement d'un système intermédiaire entre deux cultures, avec un chemin d'apprentissage, l'extrémité de ce chemin ne saurait être la culture "cible", ce qui correspondrait à un processus d'assimilation ». Dans l’optique d’une éducation à l’intercompréhension allant de pair avec un apprentissage à l’interproduction, le locuteur romanophone doit être avant tout un « locuteur interculturel » 88 dont le « savoir- s’engager » se traduit, entre autres dans la pratique, par une simplification volontaire de son propre répertoire langagier, de façon à pouvoir s’adapter à son interlocuteur romanophone, « dans un mouvement dialogique qui, à partir de l’autoreconnaissance, s’ouvre à l’autre pour aboutir à la reconnaissance mutuelle » (De Carlo, sous presse) . BIBLIOGRAPHIE AUDRAS, I. & CHANIER, T. (2008). "Observation de la construction d'une compétence interculturelle dans des groupes exolingues en ligne". In Alsic, 11/1 (175-204). BALBONI P. (2009). "Per una glottodidattica dell’intercomunicazione romanza". In M.C Jamet (dir.), Orale e intercomprensione tra lingue romanze. 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(2008) : "Réflexions épistémologiques sur la notion de "biographies langagières". Disponible sur http://www.upicardie.fr/LESCLaP/IMG/pdf/ (12/11/2009). 225 PARTE 3 TERRENOS DE FORMAÇÃO PARA A INTERCOMPREENSÃO 227 OBSERVATIONS COMPARATIVES CONCERNANT LA VALEUR INSTRUCTIONNELLE DES CONNECTEURS EN LANGUES ROMANES Doina SPIŢĂ Claudia BÎZDÎGĂ Claudia TĂRNĂUCEANU Université « Al.I.Cuza » de IAŞI RÉSUMÉ Considerând că abordările cognitiviste sunt net mai benefice pentru dezvoltarea didacticii limbilor decât perspectiva normativă oferită de gramatica tradiţională, autoarele definesc funcţia instrucţională pe care o îndeplinesc conectorii la nivel discursiv, pentru a analiza apoi, din perspectiva intercomprehensiunii în limbile romanice, gradul de transparenţă a câtorva dintre conectorii de mare frecvenţă în limba română. Cuvinte cheie: conectori, funcţionalism, pertinenţă, contrastivitate, aplicativitate. ABSTRACT Considering the cognitive approaches as clearly more beneficial to the development of language teaching than the prescriptive perspective given by traditional grammar, the authors define the instructive function of connectives in speech. They analyse, thereafter, the degree of transparency of some of the most frequent connectives in Romanian from the perspective of intercomprehension in Romance languages. Key words: connectives, Functionalism, relevance, contrastiveness, applicability. 228 1. VALEUR INSTRUCTIONNELLE DES CONNECTEURS : LEUR RÔLE DANS L’ORGANISATION DU DISCOURS Les connecteurs constituent une classe de termes appartenant à des catégories grammaticales diverses. Il s’agit de conjonctions de subordination, conjonctions de coordination, adverbes et locutions adverbiales, syntagmes prépositionnels, syntagmes nominaux, interjections et même, d’après certains, les signes de ponctuation. Les critères retenus pour cette répartition en parties du discours trouvent leur origine dans deux pratiques logiquement distinctes que met en oeuvre l’analyse grammaticale: d’un côté, une décomposition linéaire, de l’autre, la répartition des unités composant la chaîne parlée en fonction de propriétés imbriquées, définies par la syntaxe de la phrase simple et complexe. Les connecteurs sont de ce fait dispersés dans des catégories qui ne tiennent compte que de leurs possibilités d’emploi à l’intérieur de ces unités. Or, comme nous allons le constater, leur fonction spécifique est de marquer des connexions dont le lieu de réalisation est le discours. Le terme connecteur a été utilisé pour la première fois pour les langues naturelles par Roman Jakobson, en 1957, mais les définitions qu’on trouve sur le terrain de la linguistique, à partir de là, sont très diverses. Trois moments bien distincts sont à évoquer, moments qui balisent une ouverture de plus en plus marquée vers la dimension communicative. Un premier moment peut être qualifié de systémique : les connecteurs servent, considère-t-on, à assurer des liens entre différents constituants à l’intérieur de l’unité qui est la phrase, mais le locuteur qui l’énonce n’est pas pris en compte et le « substrat cognitif » de son élaboration non plus. Un deuxième moment pourrait être qualifié de textuel, puisqu’on passe de la phrase au texte : les connecteurs ont le rôle d’expliciter une relation entre un avant et un après dans le texte pour faciliter le travail interprétatif, mais il n’y a toujours pas de locuteurs qui utilisent ce texte pour en faire quelque chose. La catégorisation y est sémantique. Un troisième moment peut être qualifié d’argumentatif : on y parle d’interlocuteurs, d’intention, de visée d'influence. La catégorisation qui en découle est une catégorisation argumentativo-pragmatique (Landre, Friemel, 1998 : 108-126) et on s’aperçoit assez vite qu’une compréhension du phénomène passe par la maîtrise d’informations provenant de domaines extrêmement variés: la linguistique, mais aussi la psycholinguistique, la psychologie cognitive, la logique, autant de perspectives qui intéressent une didactique des langues 229 orientée vers la rentabilisation du savoir-faire communicatif des apprenants. La dimension d’une unité communicative n’est qu’exceptionnellement phrastique, on le sait bien : on ne communique pas à l’aide d’énoncés isolés, mais à l’aide de séquences d’énoncés produits à la suite et qu’on appelle textes. En situation d’interpréter un texte, le destinataire ne peut que chercher à établir des relations entre les énoncés qui le constituent, vu que, précisément, ils sont énoncés à la suite. L’interprétation s’étaye sur le principe général de cohérence, qui est de nature fondamentalement sémantique et pragmatique et dont l’établissement exige des opérations intellectuelles de haut niveau dans lesquelles interviennent toutes sortes de compétences linguistiques et non linguistiques. Pour guider l’interprétant dans ce processus de résolution de problèmes, le locuteur a à sa disposition un vaste ensemble de marques qui codent des instructions relationnelles plus ou moins spécifiques. Parmi ces marques, les connecteurs occupent une place de choix. Ils sont considérés comme des morphèmes associables à des procédures interprétatives. Contrairement aux mots pleins, qui ont un sens ou une référence, leur rôle est d’articuler et d’orienter l’information contenue dans le texte, au service de l’intention argumentative de celui-ci. C’est ainsi que, dans un énoncé du type [P conj Q], dans lequel, par exemple, P = Marie arrive et Q = Pierre s’en va, la conjonction instruit sur la manière dont le locuteur/allocutaire doit organiser les informations contenues dans P et Q suivant une certaine visée argumentative. Faisons la différence de sens entre : (1) Marie arrive. Pierre s’en va. (2) Marie arrive et Pierre s’en va. (3) Marie arrive, mais Pierre s’en va. (4) Marie arrive, donc Pierre s’en va. (5) Marie arrive, parce que Pierre s’en va. (6) Marie arrive, enfin Pierre s’en va. Le terme instruction est utilisé ici au sens large. Il s’agit d’injonctions adressées à l’interprétant pour effectuer certaines opérations portant sur la nature du contexte, la formation d’hypothèses anticipatoires, de prémisses implicites et d’effets contextuels. Le rapport entre l’effort de traitement investi par les participants à un échange langagier et les effets obtenus (Spiţă, 2003 : 51-54, 134-135) représente ce qu’on définit en termes de 230 pertinence, d’une importance cruciale pour la linguistique cognitive, mais aussi pour la méthodologie de l’enseignement-apprentissage. 2. CONNECTEURS ET INTERCOMPREHENSION En rapport direct avec leur rôle dans l’organisation de l’information conformément à la visée intentionnelle du texte considéré dans sa globalité, les connecteurs posent souvent des problèmes dans le transfert d’une langue à une autre. Fonctionnant pour l’interprétation comme des guides instructionnels, leur valeur pragmatique la plus importante est la facilitation de l’inférence. Il y a, à l’heure actuelle, de nombreuses théories pragmatiques. Celle qui est particulièrement centrée sur la communication et sur le langage en général, comme liaison entre le processus codique et non-codique, est la théorie de la pertinence de Sperber et Wilson, qu’on a déjà évoquée cidessus et dont les origines se retrouvent, pour l’essentiel, chez Chomsky et chez Fodor. Si la plupart des théories pragmatiques envisagent le contexte comme une donnée stable dans laquelle, pour ne traiter que de la communication verbale, un énoncé surgit, une des propositions novatrices de Sperber et Wilson est d’avoir inversé cette conception. Selon eux, en effet, le contexte auquel l’interprétant a systématiquement recours n’est pas une donnée constante. C’est un sous-ensemble dynamique, sélectionné de tout ce qui est manifeste, donc accessible, aux interlocuteurs, au long des opérations de traitement. On l’appelle environnement cognitif. L’environnement cognitif d’un individu est formé d’informations véhiculées par l’énoncé ou présentes dans la situation d’énonciation (c’est-à-dire sur les interlocuteurs, sur le lieu, sur l’espace ou provenant de perceptions visuelles, acoustiques, olfactives, etc.); d’informations contenues dans la mémoire à court et à moyen terme (résultats de l’interprétation des énoncés précédents) – on l’appelle aussi mémoire de travail; d’informations contenues dans la mémoire à long terme (nommée aussi encyclopédie). L’intercompréhension est une technique de communication qui consiste à parler dans sa langue maternelle ou dans une autre langue dont on a la maîtrise, avec un locuteur d’une autre langue, qui, à son tour, sans 231 pouvoir répondre dans la langue de son interlocuteur, la comprend et répond dans sa propre langue maternelle ou dans une autre langue dont il a la maîtrise. Cela revient à dire que, du point de vue des stratégies de l’apprentissage, l’objectif privilégié est le développement des compétences réceptives. Si un énoncé est considéré plus ou moins pertinent en fonction du degré de son insertion contextuelle, l’importance de s’entraîner à pouvoir sélectionner, dans la mémoire immédiate ou à long terme, les informations utiles à un traitement rentable du produit textuel est fondamentale, surtout pour quelqu’un qui n’a pas étudié de manière systématique la langue de l’interlocuteur. En même temps, une intercompréhension de succès suppose, en miroir, un effort de la part du producteur. Cet effort est d’un autre type, c’est un effort collaboratif, dans le sens du principe défini par Grice : pour que l’intercompréhension fonctionne de manière efficace, le producteur doit, de son côté, projeter des hypothèses sur la composition de l’environnement cognitif de celui auquel il destine l’énoncé puisque, justement, la contextualisation de l’information nouvelle se fait dans le contexte de l’information ancienne, très fragile, à cause de la vulnérabilité linguistique du récepteur ; et puisqu’en vertu du même principe de coopérativité énoncé par Grice, celui-ci accorde à l’émetteur son crédit de confiance, lié aux effets qu’il espère pouvoir retirer de la compréhension et qui compenseraient les efforts investis dans le processus d’interprétation. D’où l’importance, pour la didactique de l’intercompréhension, de mettre en place des stratégies qui mobilisent avec efficacité le potentiel cognitif des apprenants dans une ambiance de travail collaboratif. Ces stratégies doivent les conduire au déblocage psycholinguistique en face de l’inconnu et les entraîner à la rentabilisation de l’effort cognitif par des exercices d’adaptation, tout en sachant que, dans la communication réelle, le contexte est dynamique, toujours en train de se construire. Dans cette perspective cognitive, il s’avère, une fois de plus, que l’intercompréhension ne s’apprend que par sa pratique. D’autre part, les stratégies proposées doivent contribuer à une prise de conscience des ressemblances entre les langues, afin de les valoriser dans la communication, mais aussi des risques d’erreurs, dues aux divergences entre les langues en contact, pour les éviter. C’est de ce point de vue que nous allons examiner, dans ce qui suit, quelques connecteurs du roumain. 232 3. UN TEST DE TRADUCTION Les analyses comparatives en linguistique textuelle sont forcément orientées vers les recherches appliquées. Cette option a été aussi la nôtre. Pour nous rendre compte de la variabilité du degré de transparence des connecteurs du roumain, notre équipe a décidé d’administrer un test auprès d’un groupe d’étudiants en roumain de l’Université Sorbonne Paris IV 89 . Nous n’avons retenu, pour notre analyse, que des termes réalisés lexicalement et, parmi ces connecteurs, ceux ayant une grande fréquence d’emploi (v. le tableau Connecteurs du roumain). Le profil professionnel et langagier du groupe expérimental correspondait convenablement à l’objectif de l’enquête : les étudiants étaient en première ou deuxième année de licence, tous débutants en roumain (seulement 3 mois d’étude, à raison de 3h / semaine) ; ils étaient tous francophones (pour 90% d’entre eux, le français était leur langue maternelle) et ils avaient tous une expérience à l’école plus ou moins importante d’apprentissage d’une autre langue romane : 60% en espagnol, 50% en italien, 10% en portugais, 10% en catalan et 20% avaient appris l’espagnol et le portugais en milieu familial; ils avaient tous des connaissances en anglais, 3 en allemand, 1 en russe, 1 en serbe, 1 en néerlandais, 1 en suédois ; enfin, 40% avaient appris le latin. Le test qui leur a été proposé était un exercice de traduction. Comme, pour décrire les connecteurs, il fallait se rapporter à la fonction instructionnelle qui leur est spécifique au niveau discursif, nous avons choisi de faire traduire en français un article de presse rédigé en roumain et contenant une ou plusieurs occurrences de quelques connecteurs intéressants. La consigne se voulait précise et rassurante en même temps. Nous n’avons pas révélé aux étudiants l’objectif de l’expérience. Nous avons, par contre, précisé que l’activité ne visait pas l’évaluation de leur niveau de compétence en roumain, mais qu’elle s’inscrivait dans un programme de recherche développé dans le cadre du projet « Galapro – intercompréhension en langues romanes », qui leur avait été déjà présenté en cours. La traduction devait être réalisée de manière spontanée, sans trop revenir sur le texte et sans faire appel, surtout pas, à des dictionnaires 89 Nos remerciements s’adressent aux étudiants du cours optionnel de roumain à Paris IV, qui ont accepté volontiers de participer à cette étude. 233 et des grammaires, en essayant de faire vite, un peu comme si l’on était en situation de communication « authentique ». Voici le texte qu’on leur a fait traduire : Pentru studenţii Uniunii Europene plurilingvismul nu este un capriciu, ci o nevoie stabilită de societatea actuală, care le impune învăţarea limbilor străine pentru că le cere să fie eficienţi şi comunicativi, pentru că îi stimulează să evolueze profesional, adică îi încurajează spre atingerea performanţelor, dar, mai ales, deoarece îi determină să studieze pentru a înţelege mai multe, pentru a fi mai bine percepuţi într-o lume aflată în permanentă mişcare, pentru ca, oriunde ar merge în Europa, să poată comunica fără dificultate. Le choix du texte n’avait pas été innocent, celui des connecteurs non plus. Le texte correspondait au niveau A2 /B1 de l’échelle européenne d’évaluation : même si tous les mots et toutes les structures grammaticales n’étaient pas nécessairement connus (par exemple, le conjonctif), le texte offrait une lecture motivante, s’agissant d’un document authentique de date récente et portant sur un sujet familier aux étudiants, signalé par quelques mots clé, facilement repérables : Uniunea Europeană, plurilingvism, limbi străine, Europa, comunica, dificultate, etc. La transparence de beaucoup d’unités lexicales était sans doute rassurante et encourageait quant à la « faisabilité » du travail. Nos hypothèses concernaient le degré de transparence de quelques connecteurs roumains du texte à traduire et s’étayaient sur trois éléments : l’observation formulée par certains partenaires de l’équipe internationale de projet quant à la difficulté de décodage des connecteurs roumains ; nos propres intuitions linguistiques ; enfin, les résultats des études d’inspiration fonctionnaliste sur les schémas inférentiels attachés aux connecteurs que nous avons réalisées nousmême, dans une perspective comparative franco-roumaine. L’analyse a été conduite selon une grille visant à définir : le connecteur roumain, le cotexte de l’occurrence, les correspondants en langues romanes, nos hypothèses (y compris, ou surtout, en anticipant sur les erreurs de traduction possibles), l’inventaire des solutions proposées par les répondants, nos propres commentaires dans une perspective comparative et diachronique. Nous vous présentons ci-dessous une synthèse des résultats : 234 Le connecteur roumain et ses correspondants en langues romanes ci LAT sed FR mais, sinon IT ma, bensì ES sino, mas, pero PT senão, mas. CATsinó, però pentru că LAT quod (causal), quia FR parce que, car, puisque IT poiché, perché (+ind.) SP porque PT porque CAT perquè adică LAT videlicet, id est, hoc est FR c'est-à-dire, en d’autres termes, en clair, autrement dit, plus précisément IT cioè, vale a dire, o, in altre parole, più precisamente. EP es decir, o sea, dicho de otra forma, en otros términos, más precisamente. PT a saber, isto é, ou seja, dito de outra forma, em outros termos, mais precisamente. CAT és a dir, dita d'una altra manera, en altres termes, més precisament dar LAT at FR mais, et IT ma, però, e SP pero, mas, y PT mas, e CAT però, i mai ales LAT praesertim, praecipue (ne pas exclure un syntagme tel supra totum –lat.pop) FR surtout IT soprattutto EP sobre toto PT sobretudo CAT sobr deoarece LAT quod, quia, quoniam, cum FR parce que IT perché (+ind.) Trad. correcte 70% Trad. erronée 10% Trad.. ambigüe - Trad. zéro 20% Hypothèse 50% 30% 20% - Confusion avec pentru et pentru ca (val.finale) - confirmée 20% 40% - 40% Connecteur opaque hypothèse confirmée 70% 10% - 20% Connecteur opaque - Confusion pas vraiment confirmée Partiellement confirmée 50% 20% - 30% Haut degré d’opacité - confirmée 40% 20% - 30% Haut degré d’opacité - confirmée 235 ES porque PT porque CAT perquè pentru ca LAT ut (final), mais aussi quod (en lat.pop., valeur cuasiuniverselle) FR pour que, afin que IT perché (+subj.) affinche ES para que, a fin de que PT para que, a fim de que CAT para que, a fi que 10% 50% 10% 30% Confusion avec le connecteur pentru că - confirmée Tableau 1. Synthèse des résultats. 4. OBSERVATIONS COMPARATIVES CONCERNANT LE DEGRE DE TRANSPARENCE DE QUELQUES CONNECTEURS ROUMAINS Afin de mieux situer l’expérience que notre équipe a menée avec le groupe d’étudiants, nous discuterons brièvement ce que peut apporter ce petit travail d’analyse à l’étude des connecteurs dans l’intercompréhension. A titre général, si l’on prend en considération les hypothèses de départ, les résultats ne présentent pas de surprise : dans la plupart des cas, elles ont été au moins partiellement confirmées. Le connecteur pentru ca, dont le guidage devait conduire à l’interprétation de Q = oriunde ar merge în Europa, [studenţii] să poată comunica fără dificultate comme une finalité de P = să studieze, présente le degré d’opacité le plus élevé (seulement 10% de réponses correctes), à cause de la proximité formelle de pentru că, introduisant un Q1 = cause de P1. C’est un bon exemple d’interférence intralinguistique. L’hypothèse de la confusion se trouve parfaitement confirmée par le test : 50% de solutions erronées proposées pour pentru ca indiquent comme équivalent français parce que. Le contexte n’a pas pu enlever l’ambigüité, puisque le rapport de causalité entre « étudier » et « pouvoir communiquer sans difficulté » est logiquement acceptable à double sens : [les étudiants] étudient pour pouvoir communiquer sans difficulté, mais l’inverse est toujours admissible (c’est parce qu’ils peuvent communiquer sans difficulté qu’ils étudient en Europe). 236 En revanche, en dépit de la ressemblance formelle entre le connecteur roumain pentru că et ses équivalents en langues romanes, les étudiants préfèrent le traduire, dans la séquence « …societatea actuală, care … impune învăţarea limbilor străine pentru că le cere să fie eficienţi şi comunicativi, pentru că îi stimulează să evolueze profesional », à l’aide de car, pour exprimer la valeur justificative induite par celui-ci : le fait de demander aux étudiants d’être efficaces et communicatifs n’est pas la cause, mais une justification pour imposer – verbe fort, à connotation souvent négative - l’apprentissage des langues étrangères. Ce fait montre clairement que le contexte joue un rôle décisif pour le choix des équivalents et que cette interaction est le reflet des opérations de haut niveau qui étayent le traitement interprétatif. Un taux élevé d’erreurs de traduction (seulement 20% de propositions correctes) présente le connecteur adică, difficilement reconnaissable par le biais de ses correspondants d’autres langues romanes (avec lesquelles il y a une parfaite transparence), vu sa différence formelle évidente. Ce qui n’est pas le cas pour deoarece (40% de propositions correctes), en dépit de la différence formelle par rapport aux correspondants d’autres langues romanes. On peut supposer qu’un facteur décisif en faveur des quelques solutions correctes ait été une certaine progression argumentative marquée par la construction syntaxique répétitive (…societatea actuală care le impune… pentru că le cere…, pentru că îi stimulează…, deoarece îi determină să studieze pentru a înţelege mai multe), ainsi que par la cohérence sémantique. Le cas de ci dévoile une petite surprise : malgré sa singularité formelle, 70% des sujets proposent très correctement la solution mais, en dépit du fait que la double équivalence en roumain du mais français aurait pu les perturber. Encore une fois, c’est le contexte qui rend possible cette interprétation. D’ailleurs, le roumain est une des rares langues, avec l’espagnol et l’allemand, qui distinguent, à l’aide de lexèmes différents, les deux valeurs instructionnelles qui se cachent sous l’étiquette formelle du mais français : pour reprendre la terminologie d’Anscombre et de Ducrot (1977 : 23), le mais rectificatif (comme dans l’exemple : A Vienne, le Danube n’est pas jaune, mais bleu. > La Viena, Dunărea nu e galbenă, ci albastră) et le mais argumentatif (comme dans: Il fait beau, mais j’ai un exposé à préparer. > E frumos afară, dar am de pregătit o expunere). Si l’on regarde de plus près le profil langagier des répondants ayant indiqué la bonne variante de traduction, on observe qu’ils ont tous 237 fait des études d’allemand et/ou d’espagnol. D’ailleurs, le fait que les plus intéressantes solutions de traduction de notre test ont été formulées par les étudiants dont le profil langagier témoignait de la connaissance, même partielle, d’autres langues, prouve que la principale démarche cognitive, surtout en compréhension écrite, est le transfert par analogie, considérée comme principal mécanisme cognitif d’accès au sens. En fait, pourquoi la perspective mentaliste semble-t-elle plus prometteuse pour la didactique des langues que les approches traditionnelles ? C’est certainement parce qu’elle défend, avant tout, que le langage doit être fondamentalement envisagé dans une perspective de construction du sens. La compréhension peut se décomposer en une série d’opérations mentales déclenchées par les marques linguistiques. Elle suppose que des informations d’origine diverse (linguistique, conceptuelle, connaissance du monde) soient exploitées, aussi bien celles contenues dans l’énoncé, que celles contenues dans notre mémoire, pour favoriser des compétences qui ne résultent pas de l’addition de connaissances, mais plutôt de démarches déductives et inductives. Il nous semble que ce modèle va fournir de nouvelles données intéressantes qui pourraient alimenter le débat sur l’intercompréhension. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES ANSCOMBRE, J.-C. & DUCROT, O. (1977). "Deux mais en français ?". In Lingua, 43, 23-40 LANDRE, A. & FRIEMEL, E. (1998). "Opérateurs et enjeux discursifs". In Langages 132 (108-126). SPIŢĂ, D. P. (2003). Les connecteurs en français et en roumain. Iasi : Institutul European. SPIŢĂ, D. (2007). Initiation à la linguistique textuelle. Iasi: Institutul European. 238 ANNEXE - CONNECTEURS DU ROUMAIN VOUS VOULEZ EXPRIMER UN RAPPORT DE… a) coordination UTILISEZ LES CONNECTEURS CIDESSOUS ! EXEMPLES (comme appui, vous avez entre paranthèses la traduction en français et en espagnol) Valeur copulative: şi (et; y); nici...nici (ni... ni; ni...ni); precum şi (ainsi que; así como); iar (et; y) Valeur disjonctive: sau / ori (ou, ou bien; o, o bien), fie (soit; sea). Valeur adversative: dar/ însă (mais; pero, mas) ; ci (mais, sinon; sino, pero, mas) ; iar ( mais, pourtant, toutefois, cependant, néanmoins; pero, mas, sin embargo). Valeur conclusive: deci / aşadar / prin urmare (donc, par conséquent, en conséquence, de ce fait; pues, luego, por consiguiente, en consecuencia, por (lo) tanto). Andrei şi Gabriel, precum şi Ana, au plecat la munte. / Andrei et Gabriel, ainsi que Ana, sont partis à la montagne. / Andrei y Gabriel, así como Ana, se fueron a la montaña. Nici dumneavoastră, nici eu nu avem noroc. Ni vous, ni moi, nous n’avons pas de chance. Ni Usted, ni yo tenemos suerte. Andrei scrie, iar Mihai citeşte. / Andrei écrit et Mihai lit. / Andrei escribe y Mihai lee. Vii sau /ori pleci? / Tu viens ou tu pars / t’en vas ? / ¿Vienes o te vas? Plec fie la munte, fie la mare. / Je pars soit à la montagne, soit à la mer. / Me voy sea a la montaña, sea al mar. E trist, dar / însă nu plânge. / Il est triste, mais il ne pleure pas./ Está triste, pero no llora. Nu e numai înalt, ci şi frumos. / Il n’est pas seulement grand, mais aussi beau. / No sólo es alto, sino también guapo. Ea îi explică lecţia, iar copilul nu e atent. / Elle lui explique la leçon, cependant le petit ne fait pas attention. / Ella le explica la lección, pero el pequeño no presta atención. Este în vârstă, deci ştie multe. / Il est âgé, donc il sait beaucoup (de choses). / Es mayor, por lo tanto sabe mucho (muchas cosas). Gândesc, deci exist. / Je pense, donc je suis. / Pienso, luego existo. 239 b) subordination. Pour préciser: LA CAUSE: căci / pentru că / deoarece / fiindcă / din cauză că / din pricină că/ întrucât; parce que, puisque, vu que, car, attendu que, étant donné que, à cause de ; porque, dado que, ya que, puesto que, como, no porque. LA CONSÉQUENCE: încât, încât să, astfel încât, în aşa fel încât, prin urmare; que, c’est pourquoi, de sorte que, de manière que, de façon que, par conséquent, en conséquence, si bien que; que, por eso, de modo que, por consiguiente, por (lo) tanto, de manera que, pues, entonces, en consecuencia. LA CONCESSION: deşi, cu toate că, chiar dacă, chiar de; quoique, bien que, encore que, malgré, en dépit de, même si ; aunque, a pesar de que, pese a, aún cuando, por mucho/más que, y eso que. LA CONDITION: dacă, de, în caz că; si, au cas où, à condition de/que, pourvu que ; si, a condición de que, con tal de que, en caso de que, como. LA FINALITÉ: ca să, să, pentru ca să; pour que, afin que, que; para que, para. Nu am mâncat astăzi, pentru că nu am avut timp. / Je n’ai pas mangé aujourd’hui, parce que je n’ai pas eu le temps. / No he comido hoy, porque no he tenido tiempo. Întrucât / Deoarece te-ai supărat pe mine, plec. / Puisque tu t’es fâché(e) contre moi, je pars. / Como te has enfadado conmigo, me voy. A muncit atât de mult, încât a reuşit să-şi termine cercetarea. / Il a tant travaillé, qu’il a réussi à finir sa recherche. / Ha trabajado tanto, (de modo) que logró acabar su investigación. Deşi este frig, Gabriel nu poartă căciulă. / Quoiqu’il fasse froid, Gabriel ne porte pas de bonnet. / Aunque hace frío, Gabriel no lleva gorro. Deşi este frig, Gabriel nu poartă căciulă. / Quoiqu’il fasse froid, Gabriel ne porte pas de bonnet. / Aunque hace frío, Gabriel no lleva gorro. Îi dau păpuşa ca să nu mai plângă. / Je lui donne la poupée afin qu’elle ne pleure plus. / Le doy la muñeca para que no llore más. 240 LA MODALITÉ: cum, precum, ca şi cum, ca şi când, de parcă; comme, tout comme, comme si; como, como si, como cuando, tal y como. LA TEMPORALITÉ: când, ori de câte ori, de cum, câtă vreme, imediat ce, pe când, până când / ce, după ce; quand / au moment où, chaque fois que, lorsque, tant que, tout de suite, tandis que, jusqu’à, après que ; cuando, cada vez que, como, mientras (que), en seguida que, mientras (que), hasta que, depués de que. Totul s-a petrecut precum am prevăzut. / Tout s’est passé comme je l’avais prévu. / Todo pasó tal y como lo había previsto. Vom vorbi după ce te calmezi. / Nous parlerons après que tu te tranquillises. / Hablaremos después de que te tranquilices. 241 UNE NOUVELLE APPROCHE DES MODULES DE COMPREHENSION GALA Eric Martin KOSTOMAROFF Universitat Autònoma de Barcelona RESUMEN Este artículo se centra en el tratamiento didáctico de la competencia de comprensión escrita y oral elaborado por el equipo de la Universidad Autónoma de Barcelona, en el marco del programa Galapro, cuyo abanico de lenguas románicas se ha ampliado al rumano y al catalán. Apoyándonos en el análisis de los nuevos módulos de recepción realizados para la comprensión de esas dos lenguas, presentamos las principales opciones didácticas que han renovado nuestra metodología: una nueva concepción de las relaciones entre los códigos escrito y oral; la necesidad de nuevos tipos de ayudas a la comprensión oral; un planteamiento plurilingüe muchísimo más extenso; y una atención especial al problema de la opacidad. Palabras clave: intercomprensión, estrategias de comprensión, códigos oral y escrito, transparencia, opacidad, didáctica plurilingüe. ABSTRACT In this article we introduce a new approach in treating comprehensive skills (both oral and written) which has been designed by the team of the Universidad Autónoma de Barcelona, within the Galapro project. In the Galapro programme, two new Romance languages have been included: Rumanian and Catalan. Based on the analysis of the new modules created for the comprehension skills of both languages, we describe how this approach has been renewed by a series of teaching options: a new conception of the relationship between oral and written comprehension; the design of new kinds of aids for oral comprehension; a strong emphasis on plurilingualism; and a renewed interest in the problem of opacity. Key-words: intercomprehension, reception, strategies of comprehension, oral and written codea, transparency and opacity, plurilingual didactics. 242 INTRODUCTION Depuis le programme Galanet et la création de la plateforme du même nom (inaugurée en 2004) au moyen de laquelle plus d’une quarantaine de sessions d’intercompréhension ont été mises en œuvre avec succès, la recherche des équipes Gala 90 s’est progressivement orientée vers l’étude des interactions plurilingues en langues romanes, menées sur des outils de communication en ligne (forums – asynchrones – et chats – synchrones), prenant ainsi ses distances vis-à-vis d’autres situations de compréhension. C’est le cas de la compétence de réception, qui était pourtant au cœur de la recherche Galatea avec la création des cédéroms de compréhension écrite (et orale, dans le cas du CdRom de Français pour hispanophones conçu par l’équipe de Barcelone) et qui a donné lieu, dans le cadre du programme Galanet, à divers modules de compréhension en quatre langues romanes, composant l’espace d’autoformation de cette plateforme. Le but de cet article est de revenir sur cette compétence de compréhension, étudiée non pas dans le cadre d’une interaction entre locuteurs, mais dans celui de la réception, telle que celle-ci est présentée dans les activités de communication langagières du CERCL (Cadre Européen Commun de Référence pour les Langues). Il s’agit principalement de la lecture et de l’écoute de documents écrits, sonores ou audio-visuels, sans possibilité de la part du récepteur d'interagir avec la source. Cet intérêt est directement lié à l’un des lots du programme Galapro dont l'équipe de Barcelone a accepté de prendre la responsabilité : la création de modules de compréhension de roumain et de catalan, destinés à venir compléter les ressources de l’espace d’autoformation de la plateforme Galanet 91 . Mais il est également lié à notre ferme conviction qu’il est absolument indispensable que la compétence de réception demeure l’un des axes fondamentaux de la recherche en intercompréhension. Ne serait-ce que parce que le travail 90 Nous usons de ce néologisme pour nous référer à la recherche en intercompréhension en langues romanes développée dans le cadre de trois programmes européens successifs, Galatea, Galanet, Galapro (voir préface de l’ouvrage pour plus de précisions). 91 Le cahier des charges du programme Galapro, dont l’objectif principal est la création d’une plate-forme qui génère des sessions de formation de formateurs à l’intercompréhension en langues romanes, prévoit en effet de compléter les modules de compréhension du site Galanet en y introduisant deux nouvelles langues romanes, le catalan et le roumain. 243 cognitif réalisé dans le cadre d’une interaction plurilingue (et plus encore s’il s’agit d’une interaction asynchrone) s’appuie – partiellement, il est vrai - sur des stratégies de compréhension également mises en œuvre dans le cadre de la réception. Notre objectif est d’exposer ici la façon dont a évolué notre didactique de la réception, envisagée, il va de soi, dans le cadre de l'intercompréhension en langues romanes. Après avoir rappelé brièvement quelles sont les principales caractéristiques didactiques des modules de réception Gala et précisé les matériels sur lesquels porte notre analyse, nous présenterons les principales orientations méthodologiques des nouveaux modules de roumain et de catalan , à savoir, une nouvelle conception des rapports entre l’oral et l’écrit ; l’offre de nouvelles aides à la compréhension orale ; une orientation plus marquée vers une approche plurilingue ; et une prise en compte nouvelle des problèmes d’opacité. 1. QUELS FONDEMENTS DIDACTIQUES ? QUELS MODULES ? Il ne nous est pas possible de définir ici dans le détail les fondements de cette didactique de la réception, d’autant qu’il faudrait aborder la diversité avec laquelle celle-ci a été appliquée en fonction des programmes de recherche et des équipes. Nous renvoyons, pour une étude exhaustive de certains des matériaux réalisés aux articles des équipes de Barcelone sur l’oral (Baqué, Lebesnerais, Martin, 2007), ou de Grenoble sur l’écrit (Degache, 2002a). Contentons-nous de rappeler quelques-unes des caractéristiques communes à l’ensemble des réalisations. Signalons tout d’abord que cette didactique s’inscrit dans un cadre d’auto ou de semi-apprentissage, qu’elle envisage un enseignement-apprentissage par compétences dissociées et qu’elle utilise un support de type informatique (cédéroms, au départ ; internet aujourd’hui). Ajoutons que le cœur de la méthodologie est basé sur les transferts rendus possibles par la parenté linguistique et les savoirs partagés et qu’elle est axée sur une pédagogie de la découverte, centrée sur l’analyse de documents authentiques. Rappelons, enfin, que parmi les aides proposées, et présentées le plus souvent de manière contextuelles, certaines sont axées sur l’apprentissage d’un large éventail de stratégies de compréhension, d’autres ont pour but de susciter chez l’apprenant une 244 réflexion contrastive sur les fonctionnements des langues cible et source et mettent au jour les règles de passage (de type grapho-phonologique, syntaxique ou morphosyntaxique) de l’une à l’autre ; d’autres, enfin, constituent l’embryon d’une grammaire de la compréhension. Signalons aussi que la dimension culturelle de l’apprentissage linguistique y est 92 toujours présente . Le socle de ces principes didactiques est demeuré le même, de Galatea à Galanet. Mais leur application s’est avérée fort différente en raison de la variété des situations prises en compte. Dans la mesure où il existait déjà des cédéroms de compréhension écrite (élaborés dans le cadre du programme Galatea), l’espace d’autoformation à la compréhension du 93 site Galanet s’est essentiellement centré sur des situations d’oral . A l’écrit, il s’est limité aux cas de messages échangés sur des outils de communication informatiques (chats et mails). Notre analyse s’en tiendra ici à deux types de modules : à l’écrit, ceux qui abordent les articles de presse et à l’oral, ceux qui portent sur des interviews filmés d’étudiants. Mais l’étude proprement contrastive portera principalement sur les modules de compréhension orale. Précisons cependant que les modules écrits de roumain et de catalan (créés pour pallier l’absence de cédéroms Galatea dans ces langues) ne présentent pas uniquement des articles de presse, comme leurs prédécesseurs, mais également des exemples de messages écrits extraits des forums d’une session Galanet, de façon à offrir des situations d’écrit plus adaptées aux besoins de la plateforme. 2. LES RÔLES RESPECTIFS DE L’ORAL ET DE L’ÉCRIT Quels sont les traits les plus saillants de cette évolution ? Les nouveaux modules témoignent tout d’abord d’une nouvelle conception des rapports 92 Il convient de signaler que la méthodologie des cédéroms Galatea intégrait aussi, en amont, un travail réflexif des apprenants de caractère méta- et sociolinguistique portant à la fois sur leurs modes et leurs stratégies d’apprentissage des langues et sur leurs représentations des langues étudiées. 93 Précisons que ces modules de compréhension orale présentent un large choix de situations : une série de reportages télévisés, des interviews d’étudiants et des conversations plurilingues filmées, divers messages de caractère public et des conversations téléphoniques. 245 entre l’oral et l’écrit. Dans le cadre des programmes Gala, l’équipe de Barcelone, qui s’était jusqu’à présent consacrée à la didactique de l’oral avait, jusqu’à cette date, tracé une frontière assez étanche entre le code oral et le code écrit. Dans les modules de 2ème génération, les deux codes viennent s'étayer l’un l’autre. Ce choix didactique, qui maximise les potentialités offertes par les outils multimédias, avait d’ailleurs déjà été celui des derniers matériels de compréhension en langues romanes créés par l’équipe de Barcelone dans le cadre d’autres programmes: Itinéraires romans et Fontdelcat 94 (Martin, 2007). Si les premiers modules d’oral de Galanet distinguaient le plus souvent les deux codes, les modules de 2ème génération n’hésitent pas à les associer. Ainsi, en compréhension écrite, l’apprenant peut s'appuyer sur une oralisation du texte écrit étudié. La notion de piste sonore destinée à aider à la compréhension d’un mot n'est pas nouvelle. Déjà utilisée dans les matériels de compréhension écrite Galatea, elle permet notamment de lever l’opacité de certains graphèmes (pensons à la prononciation du mot roumain şansa /∫ansa/, chance). Mais dans les nouveaux modules Galanet, l’oralisation complète du texte a surtout pour but de faciliter sa macro-segmentation, c’est-à-dire d’aider au repérage de certains syntagmes (compléments de noms ou compléments circonstanciels, entre autres) au moyen des pauses et des contours mélodiques des phrases, ces derniers constituant en quelque sorte des « crochets sonores » pouvant aider à une segmentation syntaxique dont le code écrit ne fournit pas de trace. De leur côté, les modules de compréhension orale offrent à l’apprenant une transcription des enregistrements audio et vidéo, dont l’objectif est double: d’une part, donner à l’apprenant la possibilité d’une autoévaluation finale du travail de compréhension qu’il a effectué à l’oral (dans la mesure où l’écrit fournit des aides supplémentaires à l’accès au sens) et d’autre part, faciliter la mémorisation des contenus linguistiques offerts. Ce recours à la transcription, absent du cédérom Galatea de Barcelone ainsi que des premiers modules de compréhension orale Galanet, s’applique principalement aux séquences vidéo écoutées par l’apprenant. Or, cette utilisation du code écrit au sein dans une activité de 94 Itinéraires romans est un matériel en ligne d’introduction à l’intercompréhension en langues romanes destiné au public de l’enseignement primaire. Fontdelcat est un matériel de compréhension du catalan en ligne à l’usage des locuteurs romanophones, créé par l’Institut de Ciències de l’Educació avec la collaboration du Departement de Filologia Francesa i Romànica. 246 compréhension orale n’est pas sans soulever certaines objections d’ordre méthodologique, l’apprentissage de la compréhension orale ne pouvant en aucun cas se fonder sur l’écrit (et vice-versa). Aussi le risque est-il grand de se tromper d’objectif en offrant une transcription immédiate d’un enregistrement sonore destiné à un travail de compréhension orale. C’est pourquoi dans ces nouveaux modules, les transcriptions n’apparaissent qu’à la fin d’un processus didactique, centré d’abord et uniquement sur l’oral 95 . En outre, cet étayage réciproque des deux codes (oral et écrit) a été étendu à d’autres enregistrements des modules, notamment ceux qui sous-tendent les activités orales accompagnant la compréhension du texte et, ce, sous une version perfectionnée. Ainsi les items sonores écoutés par l’apprenant (par exemple, certaines formes d’un paradigme verbal catalan ou roumain que l’apprenant doit associer aux formes équivalentes dans sa langue) se transforment en données écrites en cas de réponse correcte. Il est donc offert à l’apprenant la possibilité de lire - dans un deuxième temps, seulement - la transcription de l’enregistrement sur lequel a porté l’activité de compréhension orale 96 . Répétons-le, l’écrit ne peut venir en aide à la compréhension orale de façon immédiate, sous peine de courtcircuiter l’opération cognitive de compréhension orale. C'est aussi la raison pour laquelle des aides spécifiques, strictement circonscrites à l’oral, restent nécessaires. Et c’est aussi dans ce domaine que le traitement didactique des nouveaux modules de réception Galanet s’avère innovant. 3. DE NOUVEAUX TYPES D'AIDES À L’ORAL Il n’est pas besoin de revenir ici sur la méthodologie de l’oral, largement traitée dans des articles antérieurs. Elle reste de mise dans les modules de compréhension orale du roumain et du catalan. Mais le dispositif a été renforcé par deux aides novatrices : d’une part, le recours à des versions 95 Ce parti-pris méthodologique corrige ainsi l’option donnée dans d’autres matériels, notamment Fontdelcat, d’une écoute et d’une lecture simultanées dès la première approche du document sonore. 96 Ajoutons que ce procédé visant à dissocier dans le temps l’écoute d’un item de la lecture de sa transcription avait déjà été utilisé dans la grammaire du cédérom de compréhension orale de français pour hispanophones Galatea. 247 lentes et d’autre part, un entraînement à l’oral préalable, au moyen d'enregistrements sonores facilitateurs. Les modules oraux de roumain et de catalan présentent tout d’abord des versions lentes des séquences audiovisuelles proposées. Il ne s'agit pas ici de versions audiovisuelles ralenties du type de celles offertes par le matériel Fontdelcat 97 , mais de versions lentes uniquement sonores des séquences. Signalons d’emblée que ces « versions lentes » ne sont en aucun cas obtenues par une retouche technique de la séquence enregistrée, mais qu’il s’agit d’un nouvel enregistrement dans lequel un locuteur reproduit le texte original en adoptant un débit plus lent et une articulation plus marquée. Ces versions lentes ont parfois même été enregistrées par le propre locuteur du document audiovisuel. Les quelques tests réalisés jusqu’alors montrent que ces versions s'avèrent d'une grande efficacité pour une approche progressive de la compréhension orale du roumain. Mais il reste à mener des études plus poussées pour corroborer ces premiers résultats. La deuxième innovation réside dans l’utilisation, en introduction du module, d'enregistrements sonores facilitateurs. Ce recours, que nous avions appelé de nos vœux lors d’une intervention sur le traitement de la compréhension orale au colloque Diálogos em intercompreensão de Lisbonne en 2007 (Baqué, Lebesnerais, Martin, 2007), a été mis en application dans les nouveaux modules, en introduction à l’étude des documents sonores proposés dans chaque module. Dans la ligne de ce qui avait été signalé alors, ces enregistrements facilitateurs sont des textes fabriqués à partir de mots d'un très haut degré de transparence (issus du vocabulaire pan-roman ou même international) et relevant d'une typologie textuelle (ou d'actes de paroles très généraux) immédiatement identifiables (présentations de Roumains et de Catalans). 98 L'objectif est ici de faire progressivement entrer l’apprenant dans l’univers sonore de la langue romane, par l’intermédiaire de la parenté linguistique, et de lui faire percevoir certaines des correspondances phonétiques interlinguistiques. Ces courtes présentations de personnages permettent 97 Fontdelcat propose, pour certains documents vidéo fabriqués, une séquence audiovisuelle alternative, où les acteurs répètent leur texte dans une version ralentie et distinctement articulée. 98 L’introduction du cédérom de compréhension orale Galatea proposait déjà une préfiguration de ces textes facilitateurs, sous la forme de courtes phrases présentant différents personnages. 248 en outre une première mise en œuvre d’autres stratégies de compréhension fondamentales telles que le recours au co-texte ou à l'identification de la typologie textuelle, stratégies dont l’emploi est facilité par l’identification des mots transparents. 4. LE RENFORCEMENT DE L’APPROCHE PLURILINGUE Les nouveaux modules de compréhension Galanet se distinguent aussi des anciens par un renforcement de l’approche plurilingue. Certains des modules antérieurs, tels ceux consacrés aux chats, avaient été conçus dans cette perspective, mais la plupart des autres s’inscrivaient dans une approche bilingue. A titre d’exemple, les modules de compréhension orale consacrés aux reportages ou aux interviews étaient organisés par couple de langue. Cette organisation reste à la base de la conception des modules de catalan et de roumain, afin de ne pas heurter le dessin général de l’espace d’autoformation (dont le menu propose le choix - toujours binaire - d’une langue cible et d’une langue source). A titre d’exemple, la première version déposée a été le module de Compréhension écrite du catalan pour francophones et ses traductions-adaptations aux autres langues sources sont aujourd’hui en cours de réalisation. Mais si nous avons conservé cette organisation binaire, nous avons tenu à insuffler un caractère plurilingue à ces nouveaux modules, afin de respecter l’un des objectifs déclarés de la candidature de Galapro : le recours optimal au plurilinguisme. Cette nouvelle orientation peut être illustrée par les choix méthodologiques appliqués aussi bien dans les activités proposées que dans les commentaires linguistiques qui les accompagnent. En ce qui concerne les activités d’apprentissage, soulignons tout d’abord le fait que les consignes des nouveaux modules sont rédigées – plus souvent que dans les modules précédents- de façon à amener l’apprenant à mobiliser ses connaissances dans plusieurs langues voisines et non uniquement dans la sienne 99 . De même, certaines des activités de compréhension offertes sont basées sur l’association d’un mot roumain (ou catalan) avec ses équivalents dans plus d’une langue romane et non pas seulement dans 99 Exemple de consigne tiré du module de compréhension du roumain pour francophones : « Sers-toi du contexte et de tes connaissances éventuelles dans d'autres langues romanes (éventuellement en latin) pour comprendre le mot roumain frumuseţea” [la beauté]. 249 la langue de référence de l’apprenant. Enfin, l’avant-dernière activité de chacune des unités pédagogiques est constituée d'un tableau comparatif des six 1angues romanes que l’apprenant doit compléter en déplaçant des items provenant de l’ensemble de ces langues. De telles activités rompent donc avec une approche purement binaire au profit d’une orientation résolument plurilingue. Cette perspective plurilingue a également été adoptée dans certains des commentaires, qu’ils soient d'ordre grammatical, lexical ou graphophonétique, qui viennent étayer la plupart des activités. Une grande partie de ces commentaires, de caractère généralement comparatif, est en effet rédigée en prenant en compte les six langues romanes 100 . Précisons cependant que cette option plurilingue a été davantage développée dans le cas du catalan que dans celui du roumain. Il serait en effet incompréhensible qu’un module de compréhension du catalan pour francophones s’en tienne à une simple comparaison avec le français, sans faire référence à la langue espagnole. Non seulement parce que le catalan est extrêmement proche typologiquement de ses deux voisines géographiques mais aussi pour des raisons sociolinguistiques, dans la mesure où la plupart des romanophones apprenant le catalan ont généralement reçu au préalable une formation en espagnol et que leurs connaissances dans la langue de Cervantes constituent de ce fait une aide précieuse. Mais plus généralement, le catalan présente des caractéristiques phonétiques, lexicales et grammaticales qui le placent dans une position centrale au sein du continuum de la Romania. L’approche plurilingue s’avère donc particulièrement rentable pour cette langue. Elle l’est également en partie en roumain, idiome auquel le français a fourni de nombreux vocables et pour l’apprentissage duquel l’italien peut jouer le rôle de langue-pont en raison de sa co-appartenance avec le roumain à la Romania orientale. Pourtant, en raison des singularités lexicales et grammaticales que présente la langue roumaine par rapport aux autres langues néolatines (voir infra), la difficulté de son apprentissage remet en question le bien fondé de notices explicatives basées sur des comparaisons grammaticales exhaustives. Se pose en effet 100 C’est la même approche qui est adoptée en introduction de tous les chapitres des précis grammaticaux du catalan et du roumain, qui ont été élaborés pour compléter l’espace ressource de la plateforme Galanet. 250 la délicate question de savoir si, dans le cas de telles synthèses, un plurilinguisme trop étendu (proposant des comparaisons sur six langues à la fois) ne risque pas d’entraver les processus d’apprentissage d’une langue présentant un niveau de difficulté plus élevé et exigeant de ce fait un effort cognitif soutenu. Il est légitime de penser qu’un excès d’informations peut nuire, dans le cas du roumain, à la compréhension de phénomènes linguistiques d’une certaine complexité. C’est la raison pour laquelle nous nous sommes souvent contentés, dans les commentaires de la version du roumain pour francophones, de comparaisons limitées à la seule langue source (sauf dans les cas où la référence à une autre langue romane, par exemple l’italien, apportait une aide notable à l’explication donnée). 5. LE TRAITEMENT DE L’OPACITÉ Il est évident que notre méthodologie repose sur un axe fondamental, celui de la parenté linguistique et des savoirs partagées, et que la didactique appliquée depuis le programme Galatea est centrée sur des aides ou des pistes permettant de rentabiliser cette parenté, notamment en mettant au jour des règles de passage d’une langue à l’autre. Mais dans cet effort louable, et qui reste le cœur de notre méthodologie, nous avons sans doute eu tendance à négliger certaines pierres d'achoppement à l’intercompréhension. Il va sans dire que les cas d’opacité dépendent de nombreux facteurs, tels que le type de code utilisé (oral ou écrit) ou le degré de similitudes entre les langues source et cible, dans un champ linguistique donné (le français constituant par exemple, du point de vue prosodique, la langue romane la plus éloignée des autres). Mais c’est sans nul doute le roumain qui présente le degré d’opacité le plus élevé pour la plupart des romanophones. Or la nécessité d’élaborer une didactique de la compréhension de cette langue a renforcé notre conviction qu’une prise en compte plus systématique des zones d’ombres de l’intercompréhension est indispensable. Les stratégies mises en place pour d’autres langues romanes s’avèrent parfois insuffisantes pour le roumain, qui nécessite des aides supplémentaires permettant d’accéder à un premier niveau de compréhension (même à l’écrit). Ainsi, l’apprentissage de la morphologie du lexique-grammaire courant (articles, prépositions, conjonctions, verbes auxiliaires) présentant une très grande opacité pour la plupart des romanophones, est un impératif si 251 l’on souhaite parvenir à un premier niveau de compréhension satisfaisant. C’est encore plus vrai d’une grande partie vocabulaire quotidien dont les racines sont souvent très éloignées de celles des autres langues romanes (qu’on pense à la morphologie de certains verbes de déplacement). Sans parler des opacités d’ordre grammatical 101 . Nous avons donc adapté la méthodologie Gala à ces nouvelles exigences en faisant un usage abondant des commentaires linguistiques, et ce dès les premières unités, et en adoptant une très rigoureuse progression pédagogique. Mais le traitement de l’opacité doit-il être limité au roumain, en raison du degré de difficulté que présente cette langue ? Il nous semble qu’au contraire, les zones d’ombres n’ont pas été assez prises en compte dans les didactiques de l’intercompréhension offertes jusqu’à aujourd’hui. Encore faut-il reconnaître que le premier programme Galatea fait très clairement référence à des « zones de résistance » qu’il se donne pour but d’identifier et de traiter. Mais ce traitement de l’opacité y reste souvent limité au cadre du document présenté et ne repose pas sur un recensement rigoureux. Or cette opération de recensement des points opaques devrait être menée si l’on souhaite que notre méthodologie aille au-delà d'une simple approximation de la langue cible, qui risque dans certains cas (notamment pour les couples de langues les plus éloignés typologiquement), de n'être que d'une utilité très relative. Ainsi, il serait judicieux de travailler ce que Meissner appelle les mots ou formes de profil, formes non-transparentes et non transférables propres à une langue donnée, tel beaucoup en français, qui « ne prêtent pas de base de transfert et, en langue cible, [ont un sens] souvent difficile à identifier » (Meissner 2004 : 132). C'est la raison pour laquelle nous avons fait un effort particulier dans ces modules pour traiter certaines de ces formes, tout particulièrement celles du lexique-grammaire. Ainsi, les activités proposées tout comme les commentaires présentent de nombreux adverbes, conjonctions ou prépositions (amb en catalan, avec) d’usage fréquent et peu transparents. Mais l’opacité est loin de se limiter à ces formes. D’une part, parce qu’un mot peut s’avérer opaque pour un public donné, sans être pour autant une forme de profil (no…gaire en catalan est 101 N’oublions pas que la morphologie grammaticale du roumain renvoie souvent à des notions inconnues dans le reste de la romanophonie, qu’il s’agisse des articles adjectival et génitival, ou de l’existence de trois futurs, à la morphologie par ailleurs complexe. 252 peu transparent pour un espagnol et l’est davantage pour un français ne…guère-). D’autre part, parce que l´évolution de la morphologie de certains mots congénères (notamment certaines formes verbales) a pu rendre ces derniers tout aussi opaques que des formes de profil. Nous leur avons donc aussi porté une attention particulière, d’autant que certaines de ces formes sont des paronymes susceptibles de porter à confusion (diuen, ils disent ; deuen, ils doivent). Une nouvelle vision des rôles didactiques de l’oral et de l’écrit, des enregistrements sonores facilitateurs pour l’approche orale, un renforcement de la perspective plurilingue, une prise en compte de cet oublié de l’intercompréhension, l’opacité du lexique-grammaire, tels sont les points les plus saillants de l’évolution de notre didactique de la compréhension, telle qu’elle se présente dans l’espace d’autoformation de la plateforme Galanet. Mais ce sujet n’est ici qu’ébauché et une étude plus exhaustive devrait analyser l’évolution de cette didactique en l’abordant sous bien d’autres angles : la typologie des documents offerts, la place et le rôle des questions de compréhension globale; les objectif des questions de compréhension détaillée et la typologie des aides intégrées dans la formulation de ces questions, le rôle des commentaires, ou enfin, les caractéristiques de la progression didactique. Sans oublier le bénéfice tiré de la multicanalité du support et le fort conditionnement que représentent à la fois le mode d’apprentissage (en semi-autonomie) et l’environnement informatique. Dans tous ces domaines, l’analyse montrerait à la fois des constantes et des évolutions intéressantes. Mais une analyse aussi exhaustive devrait faire l’objet d’un autre article. Espérons que celui-ci aura suffi à montrer qu’aussi précieuse et novatrice que soit la nouvelle direction de la recherche Gala, désormais centrée sur l’interaction, il serait fort dommage de négliger la compétence de réception, domaine dans lequel la didactique de l’intercompréhension, a encore bien des choses à dire, à l’oral comme à l’écrit. 253 RÉFÉRENCES BIBLIOGRAPHIQUES BAQUÉ L., LE BESNERAIS M., MARTIN, E. (2007). "Le traitement de la compréhension orale sur Galanet". In F. Capucho, A. Martins, C. Degache, & M. Tost (orgs.) Diálogos em intercompreensão. Lisboa: Universidade Católica. (377-394) DEGACHE, C. (2002a). "Les options didactiques des cédéroms Galatea pour élargir le répertoire romanophone réceptif des francophones". In G. Kischel (coord.) Eurocom – Une Europe plurilingue par l’intercompréhension dans les familles de langues, Actes du congrès international en l’Année européenne des langues 2001 (269-281). MARTIN, E. (2007). "Fontdelcat : le catalan pour romanophones". In F. Capucho, A. Martins, C. Degache, & M. Tost (orgs.) Diálogos em intercompreensão. Lisboa: Universidade Católica. (315-329) MEISSNER F.-J., MEISSNER C., KLEIN H. G., STEGMANN, T. D. (2004). EuroComRom – Les sept tamis : lire les langues romanes dès le départ. Frankfurt am Main : Haker verlag. 255 INTERCOMPREHENSION, DICTIONNAIRES NUMÉRIQUES ET TRADUCTEURS AUTOMATIQUES Jean-Pierre CHAVAGNE Université Lumière Lyon 2 RESUMO Na perspectiva das futuras formações à intercompreensão do tipo de Galanet, chegou a altura de colocar o problema do uso dos dicionários e dos tradutores automáticos pelos alunos, até agora muito pouco estudado, apesar da eficácia evidente para o acesso ao sentido de qualquer texto e do progresso das tecnologias neste domínio. Quer-se mostrar que as novas ferramentas tecnolinguísticas têm um papel pertinente na aprendizagem da leitura em línguas estrangeiras, e por conseguinte um lugar na pedagogia e na didáctica da intercompreensão. Palavras-chave: intercompreensão, dicionários, tradutores, leitura, pluriliguismo. ABSTRACT From the perspective of creating future learning programmes in intercomprehension, along the lines of Galanet, it is time to address the question of how learners make use of online dictionaries and automatic translators. Despite the proved efficiency of such tools, as well as the progress of technologies in this domain, the issue has not been explored yet. In this article we will show that the new linguistic technologies can play a significant role in learning reading in foreign languages, and therefore can play an important role in the intercomprehension learning approach. Key-words: intercomprehension, plurilingualism. dictionaries, translators, reading, 256 Après dix ans de travail en commun dans le groupe des partenaires des projets successifs Galatea, Galanet et Galapro, je me rends compte que nous n'avons jamais abordé de front la question de l'utilisation des dictionnaires électroniques et des traducteurs automatiques dans les situations d'intercompréhension que nous proposons à nos publics. Or, les dictionnaires et les traducteurs ont considérablement évolué pendant cet intervalle et, spontanément, les publics en formation utilisent déjà certains de ces outils beaucoup plus que le dictionnaire papier, et le grand public, confronté à un nombre croissant de langues. Un marché s'est développé dans ce domaine et parallèlement s'est développé aussi un partage de ressources gratuites sur Internet, particulièrement abondantes. Je vais donc plaider en faveur de cette utilisation qui ne me semble pas contradictoire avec les développements des stratégies de compréhension sur lesquelles nos projets ont fait porter leurs efforts. Je prends mes exemples dans les langues romanes et dans les échanges des sessions de formation de Galanet. Quand la situation d’intercompréhension est constituée par de l’écrit asynchrone, sur un écran d’ordinateur connecté, il sera logique de recourir, à la première difficulté de compréhension, à un dictionnaire bilingue en ligne, ou même à un traducteur en ligne 102 . C’est ce que font, en 2009, et depuis déjà plusieurs années, les étudiants les plus avertis quand ils se trouvent dans cette situation, sans aucune incitation professorale 103 . Le dictionnaire en lui-même reste un puissant outil de compréhension pour notre propre langue et a fortiori pour une langue nouvelle. Lorsque nous nous trouvons devant un texte, il réussit le plus souvent à nous sortir de situations désespérées, d'impasses, et ce dans la plus grande discrétion. On ne saurait le refuser à qui a envie de comprendre sans se faire remarquer. Et pourtant des réticences existent chez des professeurs, qui invitent leurs publics à se méfier des dictionnaires, prévenant certains étudiants peu critiques des mauvais services rendus, ayant à leur égard la 102 Les solutions « en ligne » prennent de plus en plus le pas sur les solutions résidentes, c'est à dire celles qui sont sous la forme de CD-Rom ou d'installation de programmes sur le disque dur de l'ordinateur. 103 Leur choix semble se porter majoritairement sur le traducteur de Google (http://translate.google.fr), en concurrence avec Lexilogos (http://www.lexilogos.com), qui sont gratuits. 257 même attitude que nous avons réussi à ne plus avoir envers les faux-amis du vocabulaire. Les bons services du dictionnaire ont de quoi faire oublier les mauvais amis, de même que les vrais amis du vocabulaire estompent les faux. Aujourd’hui, le dictionnaire électronique et le dictionnaire en ligne ont décuplé la puissance d’accès au sens du déjà merveilleux dictionnaire papier. On a encore moins de raisons de le refuser aux élèves et aux étudiants. Je suis donc déjà en faveur de l’usage des dictionnaires pendant les activités d'apprentissages de langues en général, comme on le fait dans la vie, mais aussi aux examens et autres tests. Jetons un regard sur une fiche à titre d'exemple, fournie par un dictionnaire en ligne 104 à partir d'un problème de compréhension posé par « c'entra » dans la phrase suivante : « La religione non c'entra... dietro alle guerre ci sono ragioni economiche...” 105 Voici la fiche obtenue en cliquant sur entra : entrare verbo intransitivo entrer entrare in qualcosa [luogo] entrer dans quelque chose [stato, attività] entrer en quelque chose la squadra è appena entrata in campo l'équipe vient à peine d'entrer sur le terrain gli attori sono entrati in scena accolti da un applauso les acteurs sont entrés en scène sous les applaudissements non mi entra c'est trop petit pour moi entrare a far parte di qualcosa entrer dans quelque chose questo non c'entra ça n'a rien à voir entrare in possesso di qualcosa entrer en possession de quelque chose entrare in vigore entrer en vigueur 104 Il s'agit du dictionnaire italien-français de Babylon (www.babylon.com) qui est payant. Alterius, (18/10/07 15:23), Forum : Romper el hielo / elección del tema > La religione, Session “Outono ai primavera aqui”. 105 258 Il suffit à qui ne connaît pas le sens de « c'entra », qui semble le plus opaque des mots de la phrase à un francophone, de parcourir cette fiche qui s'ouvre quasi instantanément sous un clic de souris, et de s'arrêter à « questo non c'entra ça n'a rien à voir » pour obtenir satisfaction et continuer sa lecture. Pas besoin d'aller chercher le dictionnaire sur son étagère, pas besoin non plus d'entretenir une collection fournie de dictionnaires pour parer à toutes les situations dans toutes les langues qu'on pratique, un seul clic et il nous est proposé une série de fiches dans tous les dictionnaires activés où figure la suite de caractères sur laquelle on a cliqué. Dans un cadre institutionnel d’apprentissage des langues (écoles, collèges, lycées, enseignement supérieur), il est temps aujourd’hui que l’encadrement pédagogique se pose la question du profit que l’étudiant ou l’élève va tirer de l’utilisation de tels outils. Pour les traducteurs, le problème pédagogique va se poser plus vivement, parce qu'il est légitime de se demander si un tel outil ne va pas empêcher l’étudiant ou l’élève d’apprendre à traduire sans lui, ou bien ne va pas l'habituer à se contenter de traductions fausses. Mon opinion est plutôt que ces outils sont désormais incontournables et que le travail pédagogique consiste à accompagner les étudiants et les élèves de telle façon précisément que l’utilisation leur permettent tout de même d’atteindre une autonomie en traduction, avec eux. Ajoutons que l'enjeu de l'acceptation de ces outils est la généralisation de projets d'intercompréhension à tous les niveaux. On oppose souvent au traducteur, dans nos milieux académiques, son manque de fiabilité, et on dit à juste titre que le produit obtenu n’est pas dans une langue correcte, ou qu'il est fautif106 . Une réflexion doit être faite en tenant compte de la situation d'intercompréhension qui ne demande pas une traduction correcte mais un accès au sens dans un contexte. Je prends comme exemple une expérience personnelle au cours d'une session de Galanet. Je lisais dans un forum : « ho messo Hermione e Cristiano come redattori di Pisa, ma c'è posto anche per un altro. » 107 Ne comprenant pas « c'è posto », je colle « ma c'è posto anche per un altro » 106 On lira à ce sujet un intéressant article de Jean Véronis sur son blog : http://aixtal.blogspot.com/2006/01/traduction-systran-ou-reverso.html. 107 ElenaC, (15/11/08 14:10), Forum : Collecte de documents et débat > Equipe di Pisa...?, Session « Costruttori di ponti ». 259 dans le traducteur qui me donne : « mais il existe site pour un autre ». Il est évident que ce résultat, qui est une phrase agrammaticale et posant un réel problème sémantique, ne devrait pas être acceptée par un élève ou un étudiant de nos institutions, sous peine de ridicule. Mais dans le cas d'une situation d'intercompréhension, elle ne lui est pas utile et il doit continuer à chercher. Le recours au traducteur n'aura été dans ce cas qu'une fausse piste. Insatisfait, je pose la question à une participante italienne, en tentant une autre hypothèse insatisfaisante : « Je n'arrive pas à comprendre "ma c'è posto anche per un altro" : "mais c'est mis aussi pour quelqu'un d'autre" ? ». Elle me répond : « posto= place, "c'è posto"= il y a de la place, = il y a de la place aussi pour quelqu'un d'autre. » Bien sûr, suis-je bête ! ai-je pensé en lisant la réponse de mon informatrice. Echec du traducteur ou échec de “l'étudiant”, en tout cas, il est prouvé que le travail en interaction avec des personnes reste essentiel. 108 Prenons un autre exemple à partir d'un extrait de message em roumain. Je butte un jour sur cette phrase : “Vice versa nu stiu daca este posibil, poate in cazuri extreme, dar cred ca se poate intampla mai rar.” 109 Si je la colle dans le traducteur 110 , il me donne la traduction suivante : “Vice versa, je ne sais pas si cela est possible, peut-être dans des cas extrêmes, mais je pense que cela peut arriver plus lentement.” Compte tenu de mon contexte, il n'y a que “plus lentement” qui me choque. Je colle alors “mai rar” dans le traducteur, pour lequel j'obtiens “moins fréquemment” et je peux poursuivre ma lecture, au besoin après avoir pris quelques notes pour capitaliser ce que j'ai appris. L’accès au sens en situation d’intercompréhension ressemble beaucoup à la première phase du travail de traduction. On ne peut traduire que ce qu'on a d'abord compris. De même on ne peut répondre qu'à ce qu'on a compris. On se passe en intercompréhension de la deuxième phase qui est la mise en forme dans sa propre langue, au profit du dialogue, ou de la simple satisfaction d'avoir compris. Le dictionnaire lui-même que l’on ne met pas en cause de la même façon, n’est pas fiable en ce qu’il donne des traductions hors du contexte, et tout 108 De nouveau Babylon, qui est aussi un traducteur en ligne pour plusieurs dizaines de langues. 109 Daiana (23/04/09 12:39), Collecte de documents et débat, AMICIZIA E AMORE, Session « O paleta de culturi ». 110 Cette fois, il s'agit des « outils linguistiques » de Google : http://translate.google.fr/. 260 l’art de son utilisation est précisément de ne pas lui donner bêtement le dernier mot. C’est tout à fait ce qui se passe avec le traducteur à qui on fait généralement un mauvais procès. Et ce procès est d’autant plus décalé, dans le cas de l’intercompréhension, que le produit de la traduction donné par le traducteur ne sera utilisé que par le sens qu’il apporte, mais en aucun cas comme texte dans la langue cible. Si le résultat est absurde, on n'en tient pas compte et on cherche une autre voie. S'il ne l'est pas, on vérifie sa cohérence avec le contexte. Dans les situations vivantes d’apprentissage de plusieurs langues en compréhension, l’élève ou l'étudiant doit tirer profit d’un temps court et d’un temps long. Le temps court est celui de la satisfaction de l’accès au sens, et le temps long celui du progrès. L’un et l’autre doivent s’alimenter. L’accès au sens, quand il est satisfait, doit permettre le progrès. Les difficultés les plus fréquentes seront résolues en premier. Il est évident que le moindre progrès fait va aider à l’accès au sens devant un nouvel énoncé. Mais ce progrès doit être organisé. C'est pourquoi il est conseillé à celui qui apprend de tenir, sous une forme ou sous une autre, un journal d'apprentissage relevant les problèmes et la manière dont ils ont été résolus, et les éléments linguistiques appris à chaque occasion. Le dictionnaire, ou le traducteur, pendant le temps court de la satisfaction, aura été un tremplin pour le progrès. Les facteurs qui garantissent le progrès seront la fréquence, la durée et l’organisation (lire souvent, longtemps, et faire un journal d’apprentissage). Le dictionnaire et le traducteur s'opposent-il à des stratégies de compréhension « à main nues », c'est-à-dire celles qui ne font appel à rien d'autre que l'intelligence, sans outils particuliers ? On peut penser qu'ils les court-circuitent et qu'on apprend moins en recourant trop au dictionnaire plutôt qu'en faisant appel à ce qu'on sait déjà et à ce qu'on a déjà, c'est-à-dire au savoir plurilingue et au contexte. Les deux se recoupant conduisent souvent à une quasi certitude, même devant un élément nouveau et on se passe alors du dictionnaire, sauf pour vérifier. On peut parier que ces stratégies « à mains nues » continueront d'être mobilisées prioritairement, pour une raison simple qui est qu'elles sont immédiates, au sens où le dictionnaire ou le traducteur, eux, sont des détours, des médiateurs. Il est moins naturel de marcher avec une béquille. Qu'il y ait en apparence un abus du dictionnaire et des traducteurs en début d'apprentissage d'une langue en compréhension devra être considéré comme une phase de cet apprentissage. 261 Un autre rôle sera donc assuré par l'intermédiaire du dictionnaire, c'est celui de satisfaire le besoin de vérifier. Les stratégies d'exploitation du contexte et des connaissances plurilingues conduisent en effet à des hypothèses plus ou moins assurées, qu'une consultation des outils technolinguistiques pourra confirmer. On doit dire aussi que dans une situation de dialogue écrit, synchrone ou asynchrone, le dictionnaire apparaît comme le refuge du timide, un type d'élève ou d'étudiant fréquent en langues. Une interaction forcée est une violence pour le timide. L'appui du dictionnaire et du traducteur lui donnera davantage d'assurance et évitera le blocage et le découragement. Une autre attitude existe qui est celle de l'excès d'interaction avec les personnes, et que le dictionnaire peut ramener à de plus justes proportions. Le problème se pose de cette façon : doit-on demander à un interlocuteur un mot dont le sens est à notre portée de clics en 3 secondes ? Je donne l'exemple de cette participante qui demande sur le forum le sens d'un mot facile à trouver : tenho uma pequena dúvida em relação ao vosso tema! O que quer dizer "Nel Buio"? É que aqui na turma ninguém conseguiu perceber o significado e gostaríamos que nos esclarecessem!! 111 Une classe entière n'aurait donc pas eu l'idée de regarder dans un dictionnaire d'italien la sens de ce mot opaque, « buio ». La solution qui consiste à demander à une centaine de personnes sur un forum n'est pas naturelle. Même s'il est bon de créer l'habitude de l'interaction, on peut craindre que cette interaction sur le vocabulaire ne prenne la place de l'interaction sur le fond, celle qui fait vraiment la rencontre interculturelle et le travail en commun. Le sens d'un mot, ce n'est pas le sens de ce qu'on dit. Les dictionnaires électroniques et les dictionnaires en ligne, aussi bien que les traducteurs automatiques, sont une évolution efficace du dictionnaire papier. Pour la lecture à l'écran d'ordinateur, ils se révèlent d'une utilisation plus rationnelle et plus rapide. Si pendant l'apprentissage lui-même, ils ne sont qu'un moyen parmi d'autres d'accéder au sens, ils 111 Nymphalidés (20/04/06 11:33), Collecte de documents et débat > Nel buio: se non parli, non esisti? Session : L'art du dialogue. Traduction : J'ai un petit doute sur votre thème ! Que veut dire « Nel buio » ? C'est qu'ici dans la classe personne n'est arrivé à comprendre la signification et nous aimerions que vous nous éclaircissiez !! 262 seront ensuite parfois la seule aide devant des textes variés dans des langues diverses plus ou moins connues du lecteur. Il convient donc de les faire connaître et d'en faire apprendre l'utilisation aux élèves et aux étudiants de langues en général, mais surtout à ceux qui suivent une formation à l'intercompréhension, en langues romanes ou autres. Et il convient aussi, dans la conception de nos futurs dispositifs, de faire une place visible aux outils technolinguistiques. Les craintes légitimes, selon lesquelles ces outils technolinguistiques risqueraient de freiner le développement de facultés d'accéder au sens qui sont plus “intelligentes”, peuvent être levées en raison du fait qu'ils seront toujours considérés comme des recours, et non comme la solution la plus naturelle. L'esprit même du développement remarquable de ce secteur de l'ingénierie linguistique est le même esprit qui anime l'intercompréhension : tisser des liens dans notre nouveau monde où les frontières, grâce à Internet, se sont estompées du point de vue linguistique et culturel. SITOGRAPHIE Outre les dictionnaires et traducteurs en ligne cités ci-dessus, on trouve bien d'autres ressources sur Internet. Voici une liste non exhaustive de liens menant vers des outils linguistiques gratuits ou payant, parmi ceux qui sont le plus souvent utilisés (ces liens ont tous été vérifiés le 8 juin 2009) : http://www.freelang.com/ http://www.lexilogos.com/ http://www.onlinedictionary.com/ http://www.ultralingua.com/ http://www.mediadico.com/dictionn aire/ http://www.woxikon.fr/ http://www.wordreference.com/ http://www.thefreedictionary.com/ http://www.sensagent.com/ http://www.travlang.com/ http://www.dicts.info/ http://fr.babelfish.yahoo.com/ http://www.systran.fr/ http://www.reverso.net 263 L' (AUTO-) EVALUATION ET LA VALIDATION CURRICULAIRE DES APPROCHES PLURIELLES TELLE QUE L’INTERCOMPREHENSION ROMANE Encarnación CARRASCO PEREA IUFM-Université Joseph Fourier Grenoble 1 / LIDILEM Yasmin PISHVA LIDILEM - Université Stendhal Grenoble 3 RESUMEN Partiendo de presupuestos teóricos que se complementan con aportaciones procedentes de un estudio empírico, las autoras de este artículo intentan responder a los retos que entrañan la (auto-) evaluación y convalidación de unos aprendizajes tan atípicos como ricos, los resultantes del enfoque plural Intercomprensión románica y cuya legibilidad constituye un acicate para el aprendiente y el requisito necesario para conseguir un reconocimiento curricular adaptado. Palabras clave: reconocimiento curricular, mapa competencial, portfolio, regulación metacognitiva, autoestima ABSTRACT Basing their contribution on theoretical assumptions and empirical studies, the authors of this article attempt to answer to the issues emerging from evaluation and validation in the Romance Intercomprehension Learning Approach, where the visibility of the atypical and rich acquisitions represent, on the one hand, a motivation trigger for the learner and, on the other, a necessary requirement to achieve appropriate institutional recognition. Key-words: curriculum validity, referential, portfolio, metacognitive regulation, self-esteem 264 INTRODUCTION A travers cette contribution vont être apportés, d’une part, des éléments de réflexion théorique et, d’autre part, d’autres découlant d’une analyse empirique dans le domaine de l’évaluation et de la validation curriculaire des approches plurielles telle que l’Intercompréhension romane. La visibilité (collective et officielle) de tels parcours acquisitionnels (composites et complexes), est aujourd’hui facilitée par l’utilisation de référentiels expressément conçus (comme le CARAP pour les approches plurielles) ou particulièrement adaptés (comme le C2i pour les compétences en TIC) 112 . Néanmoins une interrogation demeure : jusqu’à quel point les instances décisionnelles, i.e. les institutions universitaires en l’occurrence, sont prêtes et disposées à intégrer et valoriser des formations plurilingues et pluriculturelles dans les cursus des étudiants et, ce qui est plus important, à mettre en place une validation ad hoc ? Par ailleurs, et comme notre expérience longue de 5 ans nous l’a prouvé, la multiplicité d’acquis en jeu dans ce type de formation (sollicités et/ou construits et/ou développés) et la reconnaissance, dans cette situation didactique, de ses propres objectifs d’apprentissage, devient un besoin criant pour l’apprenant. Cette visibilité dépasse une simple « logique comptable » et doit prendre appui non seulement sur des référentiels (de savoirs, savoirs-faire/être/apprendre et de compétences) et sur un accompagnement de la part de l’enseignant spécifiques mais, également, sur une implication consciente et soutenue de la part de l’apprenant luimême. Et c’est précisément dans une perspective de « conscientisation impliquante » que nous avons mis en place cette année 2008-2009, dans notre formation à l'Intercompréhension romane du département LANSAD de l’Université de Grenoble (France), une démarche pédagogique particulière, de type portfolio, consistant en une réflexion et une planification de ses acquis, visant la prise de conscience et la 112 CARAP : CAdre de Référence pour les Approches Plurielles (http://carap.ecml.at/Projectdescription/tabid/406/language/fr-FR/Default.aspx, projet du Centre Européen pour les Langues Vivantes du Conseil de l’Europe et sous la direction de M. Candelier (consulté le 29 avril 2009). C2i : Certification en informatique et internet (circulaire de référence : n°2005-051 du 7/04/2005 parue au B.O. n°15 du 14/04/2005 in http://www.education.gouv.fr/bo/2005/15/MENT0500561C.htm, consulté le 29 avril 2009). TIC : Technologies de l’Information et de la Communication. 265 construction de son propre profil plurilingue et dont nous allons essayer de caractériser l’impact présumé 113 . Nous sommes parties du présupposé que l’identification des résultats acquisitionnels caractérisant une approche plurielle telle que l’Intercompréhension romane constitue non seulement une nécessité pour l’apprenant et, incidemment, un puissant facteur de motivation pour ce dernier mais, de surcroît, la condition nécessaire pour obtenir une reconnaissance curriculaire formelle et adaptée de la part de l’institution universitaire. 1. VALIDATION CURRICULAIRE DE L’INTERCOMPREHENSION : ELEMENTS DE REFLEXION ET D’ACTION Dans la volonté d’une implantation durable et réaliste de la didactique du plurilinguisme en Europe et dans nos systèmes éducatifs respectifs, la question de la valorisation et reconnaissance officielles des différentes approches et démarches pédagogiques plurilingues doit être abordée depuis une optique transnationale, de manière pressante et opportune, mais en même temps concrète et opérationnelle (à l’aide de référentiels et d’argumentaires), réaliste et valorisante (eu égard à la diversité et richesse des acquis et des profils linguistico-culturels de départ du public cible). En effet, nous entendons que la validation curriculaire de l’Intercompréhension romane (comme de toute autre approche plurielle) aura d’autant plus de chances d’aboutir dans chacune des réalités éducatives européennes qu’elle prendra appui sur une concertation convergente et transnationale préalable entre les différents porteurs de propositions de formations plurielles. Mis à part d’autres défis européens et enjeux nationaux, il semble que la pleine reconnaissance institutionnelle ainsi que la lisibilité des ces parcours formatifs composites, inédits, pluriels et plurilingues devient un enjeu d’autant plus urgent que, 113 LANSAD : LAngues pour les Spécialistes d’Autres Disciplines. 266 - sur un plan international et macro-éducatif l’éducation plurilingue se dessine de façon plus en plus nette comme un véritable projet pour les instances européennes pertinentes, - et que, d’autre part, et à une échelle nationale, la carte de formations est en pleine mutation dans plusieurs pays européennes : par l’adoption et l’adaptation plus ou moins heureuse du traité de Bologne mais également par l’émergence de nouveaux masters en éducation et formation (pour les enseignants du primaire ou du secondaire comme c’est le cas en Espagne, en France ou en Italie). Ce nouvel élément conjoncturel, peut favoriser l’intégration de nouvelles perspectives dans l’offre de formation. Dans ce sens et dans un tel contexte des projets de maquettes de masters en didactique du plurilinguisme à vocation professionnalisante, commencent à voir le jour, par exemple, en France (Université du Maine, du Mirail à Toulouse, et espérons que bientôt à Grenoble). C’est dans ce cadre que des dispositifs comme, par exemple, Galatea, Galanet mais surtout les projets visant la formation des enseignants comme c’est le cas de Galapro, y trouvent tout leur sens mais avant tout il s’impose une validation des approches plurielles 114 . En quelque sorte le moment est venu, nous semble-t-il, de concevoir et mettre en œuvre concrètement et de manière opérationnelle (car référencée) une politique concertée et convergente en matière de validation de différentes formations universitaires tendant vers l’Intercompréhension (romane). D’autant qu’aujourd’hui nous disposons d’outils de référence tels que le CARAP : pour ce qui est de la référentiation des compétences plurilingues trans- et inter-linguistiques (cf. note 1) ; le C2i : pour la validation de compétences techniques en informatique et internet (idem) et, par exemple en France, du CLES pour ce qui relève de la certification des compétences langagières monolingues adossée aux niveaux communs de référence du Cadre Européen Commun de Référence pour les Langues (2001). Cette validation doit être aussi à la fois réaliste et valorisante car tenant compte du caractère pluriel et plurilingue, mais par compétences dissociées de la formation en jeu et de la diversité et variété des répertoires linguistico-culturels des apprenants. Il s’agit, en quelque sorte, d’articuler et de respecter au mieux la dimension plurilingue de la formation offerte par l’institution mais également des parcours acquisitionnels préalables des sujets formés. 114 Pour la définition d’approche plurielle cf. annexe. 267 Par exemple, il s’avère difficile de continuer à admettre qu’une formation à l’Intercompréhension romane telle que celle qui est proposée en France au sein du Département LANSAD de l’Université Stendhal de Grenoble 3 (Carrasco, Degache, Pishva, 2008) soit uniquement validée par un niveau A2 en une seule langue, espagnol ou italien. Cette validation réductrice et monolingue d’une approche plurielle et plurilingue comme la nôtre, devient encore plus aberrante dès lors que ce sont des étudiants dits de langue maternelle, i.e. hispanophones ou italophones, qui se voient délivrer une équivalence en niveau A2 dans leur 1ère langue ! (comme c’est le cas d’étudiants du programme de mobilité Erasmus). Le problème étant que nos cours en Intercompréhension romane sont rattachés aux formations soit d’espagnol soit d’italien du département LANSAD. A défaut, ou dans l’attente d’une filiation spécifique et propre aux approches plurielles, il ne nous reste qu’à faire remonter des argumentaires, auprès des instances décisionnelles de chacune de nos universités (au Comité d’Administration par exemple), en faveur d’une validation réaliste et valorisante de nos formations plurilingues (cf. en annexe un exemple d’argumentaire). Mais, par ailleurs, comment aborder la lisibilité des savoirs, savoir-faire et savoir-être/apprendre et des compétences en jeu dans nos formations depuis l’optique de l’apprenant ? Comment l’en rendre conscient et de quels outils et démarches disposons-nous pour atteindre ce but ? Le cours d’intercompréhension romane proposé depuis 5 ans à l’université Stendhal de Grenoble a comme objectif la construction d’une compétence plurilingue à travers, à la fois, la mise à profit des connaissances préalables, des parentés interlinguistiques, le développement des compétences partielles telles que celles de réception en langues romanes, et des savoir-faire translangagiers, « apprendre à apprendre ». Face à cette richesse des composantes en jeu et à l’exigence de donner visibilité et validation aux apprentissages plurilingues en tant que tels (auto-évaluation) et dans les cursus (évaluation formelle), nous avons adopté une démarche réflexive sur le modèle du Portfolio Européen pour les Langues pour permettre à l’apprenant de développer sa capacité de réflexion (réfléchir sur « ce qui est capable de faire »), de planification (identifier les objectifs, choisir le matériel, surveiller les progrès), d’auto-évaluation et favoriser, ainsi, son implication dans le processus d’apprentissage. Notre objectif étant de donner visibilité aux 268 nombreux acquis et progrès réalisés et donc d’aider l’apprenant à les formaliser. Enfin, ce travail d’accompagnement métacognitif constitue pour nous une condition de réussite pour la construction et le développement de la compétence plurilingue (Carrasco & Pishva, 2007). De fait, le portfolio permet de faire état d’un parcours d’expériences et de formation plurilingue et pluriculturel partiel et mouvant (Castellotti & Moore, 2006), de réaliser un travail de réflexion sur la structure/nature variée et composite du profil de l’apprenant, ainsi que sur le processus d’apprentissage lui-même (les stratégies, les connaissances, le style cognitif) facilitant ainsi une réflexion sur les compétences transversales (d’apprentissage et de communication, Cyr, 1996) et une régulation métacognitive (anticiper les processus d’apprentissage, les évaluer, les réadapter en fonction des effets constatés, Grangean, 1999). Cette dynamique de régulation permet pareillement à l’apprenant de se situer dans un projet personnel, dans lequel il s’engagera plus facilement, et de manière plus efficace. A son tour, cette conscientisation a des chances d’accroître la motivation et le sentiment d’auto-efficacité chez l’apprenant (Bandura, 2004). Au vu de ces prémisses, nous voudrions dans notre recherche, d’une part, identifier/caractériser les attentes et les objectifs type d’un public participant à cette formation et, d’autre part, mesurer et évaluer les retombées de notre démarche réflexive sur la capacité à formaliser et à reconnaître les acquis et les progrès réalisés. Le but ultime de notre étude étant de tirer des retombées didactiques que nous réinvestirons dans nos formations futures et à venir. 2. DESCRIPTION DU MODELE Cette démarche réflexive s’est concrétisée dans un modèle de portfolio ad hoc créé de toute pièce. Il s’agit d’un format développé sur papier et qui a été proposé au début du premier trimestre de la formation et que les apprenants ont rempli au cours des activités. Ce portfolio « sur mesure » se compose de 4 parties : dans la première partie, dénommée « Mes attentes » et proposée le premier jour de la formation, les apprenants mettent en mots leurs expectatives par rapport à l’intercompréhension romane et à la compétence plurilingue. A partir de la deuxième partie, 269 appelée « Mes objectifs », les apprenants doivent indiquer, à l’aide des descripteurs adaptés du CARAP (cf. plus haut), les objectifs visés en termes de compétences/stratégies plurielles. La troisième partie, « Mon travail », est un suivi des activités réalisées à partir des dispositifs intégrés à la formation tels que Galatea, Galanet, Itinéraires romans. Dans la quatrième et dernière partie « Mon bilan », les apprenants déclarent leurs progrès, leurs acquis, de même que le réinvestissement qu’ils prévoient de ce capital dans des projets futurs de formation et/ou usage des langues en jeu. Par rapport à nos expériences préalables, dans lesquelles le portfolio était proposé en phase de bilan comme autoévaluation finale de la formation, cette fois-ci il a constitué le fil conducteur de tout le parcours formatif. Notre analyse est partie de trois hypothèses : - sur la base des expériences des formations précédentes, nous estimons que l’objectif type d’un public qui se forme à l’intercompréhension est l’apprentissage d’une ou plusieurs langue(s) dite(s) inconnue(s) ou le progrès dans une ou plusieurs langue(s). - Nous avançons également l’hypothèse, qu’il y aura une évolution quantitative et qualitative au cours de la formation entre les attentes, les objectifs et les acquis effectivement réalisés et déclarés dans le portfolio en termes des savoirs et savoir-faire communicationnels, pluriels et interlinguistiques. - Et, finalement, à partir d’une troisième hypothèse, nous présumons que, si évolution il y a eue, notre démarche réflexive a probablement contribué à un accroissement de la motivation et du sentiment d’autoefficacité des apprenants, qui aurait, à son tour, stimulé une réflexion proactive et facilité aussi l’élaboration d’un projet personnel en matière de langues romanes et/ou d’intercompréhension. Pour traiter ces aspects de notre problématique nous avons effectué une analyse qualitative d’un nombre minime des données et une lecture longitudinale des 3 parties du portfolio : « Mes attentes », « Mes objectifs » et « Mon bilan». L’échantillon est composé de 5 étudiants suivant le cours d’« Intercompréhension romane» 2008-2009 dont le profil langagier est assez varié : ils ont au moins deux langues romanes de référence dont le français (LR1) et l’espagnol (LR2) (3 étudiants) ; l’italien (LR1) et le 270 français (LR2) (2 étudiants) et des compétences partielles dans d’autres langues romanes également : le catalan et le portugais. - Pour ce qui est de la première hypothèse, l’analyse des attentes a relevé que la majorité des apprenants s’attendait à « connaître » ou « comprendre les langues romanes jamais apprises », alors que seulement deux d’entre eux souhaitaient uniquement « approfondir » ou « développer » la connaissance d’une seule langue romane: l’espagnol ou le catalan. - L’étude des déclarations dans les trois parties du Portfolio semble confirmer notre deuxième hypothèse car nous avons pu constater effectivement une augmentation du nombre de langues évoquées : dans la section bilan final du portfolio, la totalité des étudiants a déclaré avoir développé des compétences ou avoir fait des progrès dans au moins trois langues romanes ou « dans toutes les langues romanes » alors que leurs attentes initiales se limitaient, pour la plupart, à l’apprentissage d’un seul idiome (cf. résultats relatifs à la 1ère hypothèse). Cette lecture longitudinale nous a donné l’occasion de constater aussi que le profil des apprenants s’est enrichi qualitativement dans la mesure où il semblerait que nos formés aient acquis des compétences qui tout en n’ayant pas été explicités ou formulées dans les sections précédentes du Portfolio, ont été sollicitées lors des formations axées sur les approches plurielles, comme par exemple : a. des savoir-faire de nature interlinguistique du type « j’ai appris à développer encore plus les passerelles interlinguistiques et utiliser mes connaissances pour déduire d’autres langues » (etud3) ; b. celles qui ont trait à la compétence de médiation: «Ho imparato a rendere comprensibile la mia lingua » (etud4) ; c. ou encore à la compétence métacognitive « apprendre à apprendre » : « La compréhension écrite s’est améliorée avec l’affinage de certains stratégies utilisés pour capturer le sens du discours » (etud2). Ensuite, nous avons analysé la partie nommée « Mes perspectives » contenue dans la section « Mon bilan » pour essayer de vérifier si les apprenants ont élaboré un projet de réinvestissement de leur potentiel. La totalité de l’échantillon semble vouloir s’engager prochainement dans l’étude ou pratique de plusieurs langues romanes, nous avons remarqué que certains d’entre eux ciblent des langues romanes qui n’apparaissaient ni dans leurs attentes ni dans leur objectifs originels, ou même des 271 langues auxquelles ils n’ont pas eu l’occasion de se frotter lors des activités proposées en cours, comme par exemple le roumain. Les sujets étudiés ont également manifesté l’intention de réinvestir les nouvelles compétences qui désormais enrichissent leur profil langagier, comme par exemple : - la pratique de l’intercompréhension : « en ayant réalisé que l’intercompréhension est possible j’essayerai de la pratiquer en dehors du cours avec moins des soucis et plus d’atteintes » (etud4) ; - le transfert de stratégies d’intercompréhension apprises et pratiquées en cours : « identifier les mots clés dans une conversation informelle (à l’écrit) en espagnol et peut-être en portugais » (etud2) ; - ou l’étude mono et interlinguistique au niveau de la production orale : « continuer d’étudier le portugais et les relations grammaticales et linguistiques entre les langues », « envie de mettre en pratique l’oral » (etud1). - Enfin, pour ce qui est de la troisième hypothèse, il nous semble que la reconnaissance d’un nombre si large et varié d’acquis développés soit un indice du degré de conscientisation de la part des apprenants de leur potentiel, indicateur aussi de leur implication dans la construction de ce bagage : « je n’étais pas si ignorante dans les autres langues, je suis capable d’apprendre par moi-même (..) J’irai vers des étrangers avec moins d’appréhension, je suis plus en confiance» (etud3). De même que l’intention de réinvestir ces compétences représente selon nous une volonté de valoriser le parcours et le travail effectués. Notre démarche réflexive semble dons avoir aidé nos étudiants à formaliser les acquis et progrès réalisés, voir contribué à développer leur motivation et estime de soi : « C’est très instructif de réfléchir sur ses progrès dans l’intercompréhension et la connaissance d’autres langues romanes surtout après une expérience sur Galanet pour le futur proche » (Etud2). En conclusion, l’évolution du nombre et du type des compétences déclarées montre qu’il y a eu une évolution dans la capacité de conscientisation des sujets et de la formulation de leurs acquis. De même, notre démarche réflexive semble avoir permis une visibilité des compétences, souvent peu ou pas assez valorisées, et avoir ainsi remédié probablement à la difficulté relevée fréquemment chez les apprenants au moment de formaliser leurs acquis et progrès réalisés. 272 De ce fait, il nous semble que les étudiants montrent déjà une plus grande confiance en eux, estime de soi, en déclarant et en valorisant les acquis développés au cours de cette formation, ainsi que dans leur intention d’investir un tel bagage de compétences dans des projets futurs. REFERENCES BIBLIOGRAPHIQUES BANDURA, A. (2004). Auto-efficacité: le sentiment d’efficacité personnelle. Bruxelles: De Boeck. CANDELIER, M., (coord.)et al (2007). CARAP - Cadre de Référence pour les Approches Plurielles des Langues et des Cultures, projet ALC du CELV. Graz : Conseil de l’Europe. Disponible sur http://www.ecml.at/mtp2/ALC/pdf/CARAP_F.pdf. CARRASCO, E., DEGACHE, D., PISHVA, Y. 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Lyon : ENS Editions (155-168). 273 ANNEXE - ARGUMENTAIRE Argumentaire pour une validation ad hoc de formations plurilingues de type Intercompréhension romane (telle qu’elle est dispensée, depuis 5 ans, au département LANSAD de l’Université Stendhal). 48h (3 ECTS) - Hybride (car intégrant des cours en présentiel et à distance à travers les plateformes Esprit et Galanet), - Plurilingue : car dispensée en espagnol ou en italien et visant le développement de compétences de compréhension (à l’écrit et à l’oral) de plusieurs autres langues romanes (espagnol ou italien, catalan, portugais et roumain) à travers de dispositifs pédagogiques expressément conçus par des équipes internationaux d’enseignants(chercheurs) européens parmi lesquels figurent des équipes française (voire grenobloises) : Eurom4, EuroComRom, Itinéraires Romans, Galatea, Galanet, Euromania, etc.. - Plurielle : en entendant par « approche plurielle », ces démarches pédagogiques ciblant non seulement plusieurs systèmes linguistiques en même temps -de ce fait plurilingues- mais, en plus, cherchant à construire chez l’apprenant des compétences inter- et translinguistiques, i.e., nécessitant des considérations interlinguistiques (mettant en relation différentes langues) tout en tirant des savoirs, savoir-faire (capacités), savoir-être (attitudes), savoir-apprendre et compétences transférables à toute autre situation d’apprentissage d’une langue ou d’une famille de langues (et de là sa dimension trans-linguistique). Par ailleurs ce type de formation, à plusieurs égards « atypique » (de par la modalité de travail, les contenus et buts en jeu) attire des étudiants non seulement francophones et/ou Européens mais provenant également des continents africain, américain, asiatique et possédant de ce fait non seulement des compétences langagières avancées en français mais également dans une autre langue, souvent romane. Ce profil plurilingue du public et des contenus et finalités de cette formation rend nécessaire une validation curriculaire tout autant plurielle. Jusqu’à présent ces cours étaient validés, dans les cursus des étudiants, en tant que formation en espagnol et en italien mais comment continuer à les valider de façon monolingue - si ce sont plusieurs idiomes qui sont abordés 274 - et si l’on compte parmi les étudiants des sujets qui, par naissance et/ou étude/ pratique, sont déjà hispanophones ou italophones ? C’est pour toutes ces raisons que nous demandons, une validation plurilingue de cette formation qui se traduirait par un niveau A2-B1 en compréhension (orale et/ou écrite) en plusieurs langues romanes à la fois. De ce fait cette université s’inscrirait de plein droit parmi les premiers établissements universitaires européens contribuant à une véritable politique formative en faveur du plurilinguisme (ce qui constitue le reflet d’une Europe qui a fait le choix du plurilinguisme et qui est, dans son essence et sa réalité quotidienne, PLURIELLE et PLURILINGUE). 275 ACTIVIDADES FORMATIVAS PARA LA AUTO-EVALUACIÓN DE UN PROGRAMA DE APRENDIZAJE PLURILINGÜE Raquel HIDALGO DOWNING Universidad Complutense de Madrid RESUME L’apprentissage plurilingue proposé sur les plateformes éducatives d’intercompréhension en langues romanes offre la possibilité d’appliquer des modèles d’évaluation continus ou internes. Nous analyserons comment les étudiants réalisent des activités qui stimulent et renforcent une didactique de l’intercompréhension et, à la fois, initient les participants à l’analyse du processus –et des progrès– de son propre apprentissage. Mots-clés: intercompréhension, apprentissage plurilingue, portfolio, évaluation interne, auto-évaluation. ABSTRACT The aim of this study is to discuss the possibilities and potential of so called dynamic or authentic evaluation in a programme centred in plurilingual learning through an educational environment. We will show that the activities proposed are appropriate for this kind of programme since they foster inter-comprehension learning and initiate the learner in self-assessment strategies. Key-words: Inter-comprehension, plurilingual learning, portfolio, authentic evaluation, self-assessment. 276 INTRODUCCIÓN Tal y como la han definido varios autores (Degache 2005, Séré en este volumen) se entiende por intercomprensión la capacidad interactiva para comprender y hacerse comprender, a través de la participación en un conjunto de interacciones en las que los hablantes se expresan en varias lenguas a la vez. A diferencia de la comprensión, que supone una visión disociada de las competencias, la intercomprensión remite a una competencia plurilingüe y pluricultural global en el aprendiente (Degache y Masperi 2007). Como enfoque de aprendizaje, la intercomprensión se ha mostrado particularmente fructífera y eficaz entre lenguas vecinas; así, por ejemplo, la intercomprensión entre lenguas románicas, se ha plasmado hasta el momento en los programas ofrecidos a través de las plataformas Galanet y Galapro, esta última actualmente en curso. Una de las ventajas de la participación en una formación plurilingüe es que permite movilizar las estrategias que uno posee en varias lenguas a la vez, así como la conciencia lingüística del aprendiente y por tanto sus habilidades de reflexión sobre las mismas (Araújo e Sá y Melo 2007). Es este último aspecto, precisamente, el que ha impulsado la investigación que se presenta en este artículo; se propone aquí una reflexión y discusión en torno a un trabajo realizado con los estudiantes durante el curso 2008-09 mientras participaban en una formación en intercomprensión en lenguas románicas que se ofrece en el entorno de aprendizaje virtual Galanet. Se trata de estudiantes de especialidad (Lingüística) de la Universidad Complutense de Madrid, que están en sus últimos años de estudios de Licenciado (Grado) universitario, y que tienen la posibilidad de escoger una especialidad intra-curricular en didáctica de lenguas extranjeras. El trabajo ha consistido en acompañar la participación en la formación en la plataforma de un conjunto de actividades de carácter formativo y evaluativo, que se encuadran de forma muy general, por el espíritu y el procedimiento, en las propuestas del Portfolio Europeo de las Lenguas, tal y como se describe en el Marco de Referencia Europeo y documentos relacionados (Schneider y Lenz 2001, Consejo de Europa 2000, 2002). El objetivo general de la experimentación es realizar un seguimiento del aprendizaje en una formación en intercomprensión en lenguas románicas a través de Internet que, por sus características pedagógicas y por su 277 soporte, no se ajusta bien a los modelos tradicionales de evaluación (mediante pruebas o tests, por ejemplo) y se presta sin embargo, de una manera, pensamos, que muy fructífera y provechosa, a la aplicación de marcos evaluativos internos o dinámicos, en los que el docente propone actividades de acompañamiento de la formación para fortalecerla. Pero el interés principal que ha impulsado este estudio es el de iniciar a los estudiantes en el análisis del propio aprendizaje; es decir, en la práctica de la auto-evaluación, entendida no tanto como una forma de medirse en relación a los demás o a un objetivo concreto de aprendizaje, sino de reflexionar y llegar a comprender los distintos factores que determinan el progreso que los aprendientes realizan en el aprendizaje, así como los mecanismos que se ponen en marcha en una formación de estas características. 1. LA EVALUACIÓN PARA APRENDER Cuando se menciona la palabra evaluación, el aprendiente piensa inmediatamente en pruebas o tests; es decir, en los procedimientos que usa el docente para medir su rendimiento, en relación a otros alumnos o a una serie de objetivos concretos de aprendizaje. Pero no piensa –o no es habitual– que la evaluación sea algo que pueda realizar él mismo; como tampoco piensa que puede ser un procedimiento, una actividad más, de aprendizaje. Sin embargo, la visión tradicional de la evaluación choca con la práctica docente actual en la mayoría de instituciones educativas de nuestro entorno, donde se aplica una variedad cada vez mayor de procedimientos tanto docentes como de evaluación. Así pues, resulta frecuente ofrecer a los estudiantes toda una serie de prácticas, proyectos, diarios, trabajos individuales o grupales, que acompañan o sustituyen a las pruebas tradicionales. Como hemos visto, la formación en intercomprensión en lenguas románicas que se ofrece en las plataformas Galanet y Galapro se distingue de otros tipos de aprendizaje de lenguas en varios aspectos importantes. En primer lugar, porque el aprendiente se ve expuesto a varias lenguas a la vez (plurilingüismo) y no se centra en una sola; en segundo lugar, porque se realiza a través del soporte electrónico (Internet) y a través de la participación relativamente libre –que depende de la motivación del aprendiente– en interacciones de foros y chats; y en tercer 278 lugar, porque rompe con los roles habituales de alumno-profesor y centra el aprendizaje en el sujeto y en las relaciones que éste/a es capaz de establecer con otros aprendientes. Por las características poco tradicionales y novedosas de la formación, resulta difícil aplicar una visión tradicional de la evaluación, entendida como una forma de medir el aprendizaje. Sin embargo, estas mismas características la hacen muy idónea para aplicar una visión algo distinta de la evaluación: la evaluación para aprender; es decir, la evaluación como una parte del aprendizaje, como una serie de actividades que despiertan en el aprendiente la habilidad para analizar lo que hace y cómo lo hace. 1.1. La evaluación auténtica o dinámica En la bibliografía sobre el tema, se habla de evaluación auténtica (Kohonen 1992) para referirse a este tipo de procedimientos. Se encuadra ésta en un tipo de evaluación interna o del aula que no se desarrolla al principio o al final de la formación sino de forma continua, a lo largo de la misma. También denominada evaluación dinámica, consiste en proponer y recoger datos o actividades del aprendiente –que pueden ser cuestionarios, entrevistas, diarios, portfolios y en realidad cualquier actividad significativa en el proceso del aprendizaje en cuestión–. Aunque no de forma exclusiva, la evaluación auténtica puede incluir y con frecuencia está orientada a las actividades de auto-evaluación, como los portfolios (Kohonen 2000, Cassany 2002, Puig 2008). El Portfolio, de hecho, constituye una colección de trabajos o actividades que el aprendiente recoge y se define del modo siguiente: “A portfolio is defined as a purposeful, selective collection of learner work and reflective self-assessment that is used to document progress and achievement over time with regard to specific criteria” (Kohonen 1992: 8). El Portfolio se revela como una herramienta de gran utilidad y aprovechamiento en una formación como la que aquí nos ocupa, orientada más al proceso que al resultado. Por un lado, posee un destacado valor pedagógico, puesto que los aprendientes aprenden a recoger datos sobre su propio trabajo y aprenden a analizarlo, iniciándose en habilidades de evaluación y de análisis de su progreso, su motivación, 279 su esfuerzo; en suma, de su actuación en el proceso y el progreso del aprendizaje. Por otro, el portfolio posee un valor reportador (reporting fuction, Nunan 1989) y por tanto institucional y educativo, porque permite a los docentes recoger y mostrar los trabajos de los aprendientes en un contexto y un tramo educativo determinado. Los distintos procedimientos de la evaluación auténtica pueden aplicarse y adaptarse muy bien a distintos contextos y tipos de formación, y atender a objetivos también variados. En cualquiera de los casos, una práctica de evaluación auténtica atiende a objetivos tanto dirigidos a los aprendientes como a los docentes e investigadores. Veamos cuáles han sido los objetivos que me he propuesto atender en la realización de esta experimentación con una formación en intercomprensión. 1.2. Objetivos de la evaluación auténtica En cuanto a los aprendientes, las actividades propuestas están encaminadas a integrar la formación plurilingüe en una didáctica de la intercomprensión más completa, para así dotarla de una mayor significación e impulso curricular. Además, las actividades sirven para iniciar y guiar a los aprendientes en la práctica y reflexión crítica sobre la intercomprensión. Otros objetivos igualmente importantes son iniciar al aprendiente en los procesos de auto-evaluación: por ejemplo, saber evaluar sus competencias en las lenguas, saber hacer explícitas sus estrategias de aprendizaje, etc. En relación con el proceso de reflexión, además, se trata también de que el aprendiente empiece a mirar hacia dentro, es decir, realice un pequeño ejercicio de introspección sobre sí mismo en relación al aprendizaje: qué le motiva, qué espera, qué ha conseguido, cómo puede cambiar, etc. En suma, los objetivos pueden resumirse en los puntos siguientes: - integrar la formación en intercomprensión en lenguas románicas en la planificación docente prevista por el currículo de la institución de la que forman parte, dotándole de una mayor entidad y reconocimiento. - iniciar al estudiante en la reflexión crítica sobre la intercomprensión. 280 - iniciar al estudiante en los procesos de auto-evaluación: por ejemplo, saber auto-evaluar sus competencias en las distintas lenguas, o las estrategias de aprendizaje que utiliza; aprender a valorar y reconocer su esfuerzo, comparar esfuerzo con resultados, etc. - potenciar la motivación: trabajar sobre la motivación del estudiante a través de la reflexión sobre sus acciones, comportamientos y actitudes como participante. Pero además, la evaluación auténtica puede aportar información muy valiosa a los docentes, al menos sobre dos aspectos principales: la práctica docente y la investigación. En cuanto al primer punto, las actividades del Portfolio permiten al profesor conocer mejor a sus estudiantes: formación, forma de aprendizaje, experiencias, intereses, actitudes y creencias; como también permite obtener información relativa a la eficacia y adecuación de las prácticas docentes. Los trabajos recogidos en el Portfolio pueden ser de utilidad para la investigación de aspectos diversos del aprendizaje, como las estrategias, conocimiento de lenguas, estudios lingüísticos, motivación, rendimiento, etc. En suma, los objetivos para los docentes de una evaluación de este tipo pueden resumirse en tres puntos: - conocer mejor a los estudiantes: formación, intereses, actitudes, creencias. - obtener información evaluativa sobre la práctica docente. - obtener datos sobre aspectos varios del aprendizaje. 2. APRENDER A EVALUARSE La puesta en práctica de una experiencia de evaluación auténtica pretende ayudar a desterrar en el aprendiente la idea tradicional de la evaluación como un medio exclusivo de medir el rendimiento académico y transformarla en una forma más de aprendizaje, en una herramienta del aprender a aprender a través de la que se potencian las estrategias metacognitivas del aprendizaje. De ahí que la evaluación sea una forma más de aprender; pero además, naturalmente, la evaluación como forma de aprendizaje comienza en uno mismo, por lo que se presenta como una invitación al aprendiente a realizar una pequeña introspección crítica sobre su aprendizaje. 281 2.1. Descripción del modelo La experiencia que he realizado toma como referente y modelo, aunque de una forma general, el Portfolio tal y como está descrito en el Marco de Referencia Europeo. Se mantienen las tres secciones principales: (i) Perfil, (ii) Biografía lingüística e intercultural, y (iii) Mi carpeta (Dossier). Al igual que en el Portfolio Europeo de las Lenguas, el Perfil (Mi pasaporte lingüístico) es una primera sección breve y esquemática en la que los estudiantes se identifican y aportan algunos datos personales y profesionales; además, en esta sección el estudiante registra los estudios específicos que ha realizado en lenguas (lugar y duración de los estudios realizados); también contiene los cuadros o grilles de competencias en las distintas lenguas que conocen, siguiendo el modelo del Marco de Referencia Europeo. El Perfil recoge, por tanto, los datos del estudiante, así como el aprendizaje institucional que el estudiante ha realizado en las distintas lenguas; incluye también un primer ejercicio de auto-evaluación de las competencias en las lenguas que conocen. La Biografía lingüística se concibe como una sección narrada y relativamente libre. Por un lado, se ofrece a los estudiantes la posibilidad de narrar su biografía lingüística de forma libre. A continuación, tienen que referir los encuentros interculturales que consideren oportunos; en esa subsección el estudiante se centra en recoger los encuentros que ha tenido a lo largo de su vida, o que tiene actualmente, con personas de otras culturas y/o países. La tercera sección, denominada Mi carpeta, consiste en una carpeta electrónica en la que los estudiantes recogen los materiales y actividades que les han sido propuestas a lo largo del curso; también pueden añadir otros documentos que ellos deseen. Entre este material se proponen distintas actividades, que se ofrecen en distintos momentos de la formación. Al principio de la formación, se proponen actividades como las siguientes: - Análisis de foros plurilingües: se trata de analizar algunos aspectos básicos de foros recogidos de sesiones anteriores y terminadas de Galanet. Con esta actividad, de preparación a la intercomprensión y a las interacciones plurilingües, los aprendientes se enfrentan a este tipo 282 de interacciones y valoran la dificultad que les plantean, la familiaridad (o no) del género, las estrategias iniciales que pueden utilizar, etc. - Análisis de foros en distintas lenguas románicas, recogidos en Internet. De nuevo, valoran la dificultad de la tarea en virtud de distintos factores: familiaridad (o no) con el género, conocimientos previos de la(s) lengua(s), grado de proximidad de unas lenguas con otras. Los propósitos que cumplen las actividades propuestas en las tres secciones principales pueden resumirse en los puntos siguientes: - - - Perfil del estudiante: a. proporciona los datos de los estudiantes. b. propone una primera actividad de auto-evaluación de competencias en las lenguas que conoce el estudiante. c. recoge el aprendizaje institucional y sistemático realizado por el estudiante. La Biografía lingüística: a. ofrece al estudiante la posibilidad de destacar de forma más libre los acontecimientos significativos en su trayectoria lingüística-cultural. b. recoge el aprendizaje no institucional o no sistemático. c. recoge las experiencias interculturales y por tanto potencia la reflexión intercultural. d. invita al estudiante a indagar y descubrir los orígenes de su motivación en el aprendizaje y su interés hacia las lenguas y las culturas. Mi carpeta: a. propone una serie de actividades que fortalecen la didáctica de la intercomprensión. b. propone una verdadera evaluación continua. c. invita al estudiante a seguir el proceso del aprendizaje. d. invita al estudiante a examinar y valorar el progreso de su aprendizaje. La evaluación auténtica se entiende también como una forma de seguimiento y de evaluación continua, que se realiza a lo largo del tiempo 283 y no en un tiempo concreto. En la propuesta que nos ocupa, se contemplan dos momentos principales, al principio y al final de la formación. En estos dos momentos los participantes tienen que realizar una serie de actividades, mientras que a lo largo de la formación, sin un plazo fijo establecido, pueden desarrollar otras actividades a su gusto. En las actividades iniciales, como las que propone el Perfil, el estudiante tiene una primera experiencia de auto-evaluación, al verse en la situación de tener que valorar por sí mismo sus competencias en las distintas lenguas, así como de hacer su propio recorrido retrospectivo, aunque resulte esquemático, sobre los programas educativos o profesionales que ha desarrollado. La sección permite al estudiante una primera sistematización de sus conocimientos, así como una toma de conciencia de las formas, métodos y hábitos de aprendizaje que ha adquirido al aprender las lenguas y culturas. Por otro lado, al final de la formación, los estudiantes valoran los progresos que han realizado a través de su participación en los foros con mensajes en distintas lenguas, e intentan describir con la mayor exactitud posible en qué ha consistido, según su punto de vista, ese progreso. Los datos obtenidos reflejan un análisis como el ejemplo (1) de una estudiante italiana: (1) Conocí el catalán y para mí fue un descubrimiento total. Vi que es muy diferente del castellano y tal vez más parecido al italiano (me pareció muy divertida su semejanza con el dialecto de la ciudad de Milán); no aprendí a hablarlo pero hice un gran esfuerzo para entenderlo, poniéndome en una posición a la mitad entre español e italiano porque muchas raíces de palabras y formas gramaticales son de una y otras de otra; fue una total sorpresa y me gustó leerlo. Las otras lenguas ya las conocía y no he tenido muchos problemas en la íntercomprensión, quitando algunos vocablos nuevos y maneras de decir. Pero muy interesante fue verlas todas juntas en un mismo instrumento, pasar a leer de una lengua a otra es un óptimo ejercicio mental. Por otro lado, en la Biografía lingüística, realizan una narración de sus vidas en relación con el aprendizaje de las lenguas y culturas, en cuanto recogen de forma libre los acontecimientos que estiman significativos para ellos. La biografía lingüística cumple varios propósitos de carácter auto-evaluativo, como recordar el aprendizaje no institucional y el que hemos realizado de forma no sistemática, y aprender a considerarlo como 284 parte de nuestro aprendizaje; reconstruir el aprendizaje de las lenguas y verlo globalmente, retrospectivamente; y aprender a identificar el origen de nuestro interés por las lenguas y las culturas. (2) Puedo afirmar que casi toda mi vida se ha desarrollado en un sentido multicultural, donde además de diferentes lenguas, muchas culturas y costumbres se cruzan, haciendo-me amar las diferencias y buscar nuevos encuentros. Soy hija de madre sueca y padre brasileño (hijo de emigrantes italianos en Brasil), entonces desde el comienzo mi educación no fue de solamente una cultura. Dos culturas éstas que son parte de mí. Crecí con el italiano en casa, en la escuela y en mi vida cotidiana, pero paralelamente desde pequeña escuchaba mi madre hablar sueco con mis abuelos y me gustaba mucho; infelizmente nunca aprendí a hablarlo, aunque sus sonoridades no me son completamente extrañas y puedo entenderlo. Como puede verse en el ejemplo de esta estudiante, las biografías lingüísticas sirven al aprendiente para realizar un ejercicio de introspección en el que poder encontrar las causas, los orígenes, de su inclinación hacia las lenguas, de su interés por unas lenguas o culturas sobre otras y, de forma más general, sobre sus actitudes hacia el aprendizaje. 3. LA EVALUACIÓN AUTÉNTICA EN LA FORMACIÓN DE FORMADORES GALAPRO Las actividades formativas propuestas para los estudiantes pueden aplicarse con igual interés y rendimiento en la formación de profesores. Tanto es así, que existe asimismo una sistematización en forma de Portfolio para Profesores, en el que se propone al profesor en formación un trabajo de recogida de datos, seguido de una reflexión sobre su formación o su práctica docente. La reflexión detenida sobre las necesidades profesionales del profesor en formación, el análisis de sus expectativas, objetivos personales, competencias profesionales, proceso de formación, son algunos de los aspectos que pueden tratarse en la elaboración y propuesta de un modelo de Portfolio para Profesores. El proyecto Galapro se ha hecho eco de la importancia y valor pedagógico de este tipo de herramientas, y ha incluido, como parte del recorrido formativo que realizan los participantes en una sesión Galapro, 285 un diario de aprendizaje, denominado Cahier de Reflexion. Se trata de un diario de aprendizaje o portfolio de carácter abierto e individual, en el que el profesor en formación anota, al final de cada fase del itinerario didáctico de la sesión, observaciones sobre la formación y sobre su participación en el aprendizaje. De forma similar al Portfolio examinado en estas páginas, y a la espera de un análisis pormenorizado y específico del mismo en diversas sesiones Galapro, podemos decir que, en la primera sesión experimental Galapro, la elaboración del Cahier de Reflexion ha supuesto una herramienta nueva y desconocida para muchos formadores, pero que ha sido valorada como una forma de seguimiento de la formación, que incita a la reflexión sobre la formación, ejerciendo el efecto de potenciar las propuestas didácticas ofrecidas en la plataforma. 4. A MODO DE CONCLUSIÓN Los distintos procedimientos que pueden encuadrarse en la evaluación auténtica y la auto-evaluación se revelan como instrumentos de gran utilidad pedagógica para acompañar cualquier tipo de aprendizaje lingüístico, pero en particular pueden fortalecer una formación como la que se propone en una plataforma educativa plurilingüe, orientada al proceso más que al resultado, así como a la creación de vínculos sociales e interculturales. En particular, destacaríamos un aspecto positivo, precisamente para el aprendiente de lenguas, puesto que le ofrece la posibilidad de implicarse de un modo más personal y comprometido en su aprendizaje, y de verlo no como una obligación académica más sino como una parte más libre y también más significativa de su aprendizaje para toda la vida. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO e SÁ, H. H. & MELO, S. (2007). “Online plurilingual interaction in the development of language interaction”. In Language Awareness, 16, 1 (7-20). BARBE, G. (1990). “Se former a l’evaluation ou l’evaluation pour se former?”. In Études de Linguistique Apliquée, 80. 286 CASSANY, D. (2002). “El portafolio europeo de lenguas”. In Aula de innovación educativa, 117 (13-17). COUNCIL OF EUROPE (2000). European Language Portfolio (ELP): Principles and Guidelines. Strasbourg: Council of Europe. CONSEJO DE EUROPA (2002). Marco común de referencia para las lenguas: aprendizaje, enseñanza, evaluación. 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Mots-clés : intercompréhension, curriculum, répertoire plurilingue ABSTRACT This article focuses on the possibilities of integrating intercomprehension in school curricula. We will present educational projects which have been developed in different levels of the Portuguese school system. The analysis of the data will lead us to conclude that the practices of intercomprehension indeed activate the plurilingual repertoires, the subjects (in their holistic, complex dimensions) and the contexts with which they interact. Key-words: intercomprehension, curriculum, plurilingual repertoire 288 INTRODUÇÃO O conceito de Intercompreensão (IC) tem vindo a ser reconhecido, ao nível da Didáctica Investigativa, como abordagem plural do ensinoaprendizagem de línguas (Candelier et al, 2007) capaz de desenvolver a competência plurilingue e intercultural de públicos escolares e nãoescolares diversos. Todavia, alguns estudos recentes apontam para a sua falta de circulação no discurso dos professores (Crochot, 2008), bem como nos seus repertórios pedagógico-didácticos (Pinho, 2008). Esta situação complica-se com o cepticismo que envolve a introdução de novas abordagens no ensino-aprendizagem de línguas, revestido de argumentos relacionados com o estabelecimento prévio e a extensão dos conteúdos programáticos. Este estudo pretende contribuir para uma reflexão acerca da natureza moldável, integradora e transformadora do currículo, quando se desenvolve e actualiza por referência ao conceito de IC. Neste sentido, pretendemos mostrar que a integração de abordagens plurais – no nosso caso, de actividades de IC – em contextos de ensino-aprendizagem de línguas, passa, antes de mais, por aceitar as características dos contextos de actuação, trabalhando com elas e não apesar delas. Para tal, apresentaremos projectos desenvolvidos em torno do conceito de IC em diferentes contextos educativos, em Portugal, de modo a torná-la mais real nos contextos de desenvolvimento curricular e podermos esboçar alguns caminhos que actualizem programas didácticos centrados no conceito de IC. 1. INTERCOMPREENSÃO E INSERÇÃO CURRICULAR DE ABORDAGENS PLURAIS De uma capacidade de compreensão possível no interior de uma mesma língua (Dubois, 1994, in Andrade, 2003) a uma capacidade de compreender línguas da mesma família (Blanche-Benveniste et al, 1997; Doyé, 2005) ou de famílias de línguas diferentes (Santos, 2007), passando por uma vontade de comunicação em interacções plurilingues e interculturais, nas quais o sentido é co-construído pelos intervenientes (Melo, 2006); de uma habilidade em lidar com a mudança de língua a uma estratégia de aprendizagem de diferentes línguas (Meissner et al.: 289 2004; Castagne, 2006), a IC tornou-se um conceito incontornável numa Didáctica do Plurilinguismo (a par de outras abordagens como a aprendizagem integrada de línguas ou o “éveil aux langues”) nos diferentes níveis de escolaridade (ver Candelier et al, 2007; Alarcão et al, 2009). Conceito camaleónico que, em cada contexto, se deixa vislumbrar de forma diferente (Degache & Melo, 2008; Melo & Santos, 2007), assumindo muitas das características do meio conceptual e imagético em que se move (e que tem sido, sobretudo, o da investigação), a credibilização da IC necessita, em nosso entender, de ser cimentada pela migração do conceito para os lugares privilegiados de desenvolvimento linguístico-comunicativo: os espaços de educação e de formação. Pensar o conceito de IC do ponto de vista de práticas plurais de educação em línguas implica pensar em actividades que coloquem o sujeito e a sua formação no centro do processo, mobilizando a transferência de conhecimentos e experiências, bem como reflectir acerca das condições necessárias a uma migração do conceito para os contextos de prática: - aumentar a comunicação entre investigadores e professores no terreno, fomentando a implicação de uns e de outros na tarefa de disseminação do conceito e das suas práticas, em cenários colaborativos de inserção curricular 115 ; - evidenciar o potencial heurístico da IC no quadro do desenvolvimento de uma Competência Plurilingue e Intercultural, realçando as suas vertentes ética, estética (a conceptualizar) e humanizante; - pensar o sujeito aprendente como pessoa com necessidades e interesses situados e transitórios e conceber o saber como bagagem indefinida e infinita, quebradiça e precária, sujeita aos constrangimentos do devir; - pensar o currículo de forma integrada, já que a IC, pela sua natureza inter e translinguística, desafia a gestão do currículo como um todo e interpela diferentes actores educativos. Sabendo que o conceito de currículo é um “conceito ilusório e multifacetado, na medida em que se define, redefine e negoceia numa série de níveis e arenas” (Goodson, 1997, in Gomes, 2006: 58-59), 115 Veja-se projecto « Línguas e Educação: construir e partilhar a formação », financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, PTDC/CED/68813/2006, coordenado por Ana Isabel Andrade e em curso na Universidade de Aveiro. 290 entendemo-lo, aqui, como uma possibilidade de construção de percursos pessoais de desenvolvimento linguístico-comunicativo. Neste sentido, opomo-nos ao paradigma da racionalidade técnica, que apresenta o currículo como algo dado, externo aos sujeitos, que importa dominar em conteúdos previamente instituídos. Como escreve Tomás Tadeu da Silva, “não podemos olhar mais para o currículo com a mesma inocência de antes. O currículo tem significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicionais nos confinaram. O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O currículo é trajectória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade” (1999:150). Um currículo para a IC é, nesta perspectiva, um espaço de aprendizagem, mobilizador, sempre que necessário, de diferentes objectos linguísticos e não-linguísticos, num processo educativo que implica a reconstrução linguística dos sujeitos, e cuja grande finalidade é levá-los a compreender o mundo local e global que habitamos, cada vez mais marcado pela mobilidade geográfica e on-line e pela diversidade de situações de contacto interlinguístico e intercultural. 2. INSERÇÃO CURRICULAR DA INTERCOMPREENSÃO: DO ENSINO BÁSICO AO ENSINO SUPERIOR Conforme anunciado na introdução, apresentamos projectos de inserção curricular da IC em três contextos educativos diferentes, procurando explicitar o público a que se dirigem, os objectivos e actividades propostas e as características dos contextos que determinaram as opções metodológicas implementadas. Estes projectos procuram concretizar uma gestão flexível do currículo que pretende, nos espaços de educação em línguas, preparar para a IC em múltiplas actividades comunicativas, onde a própria IC se torna possível pela mobilização de um conjunto de atitudes e de recursos linguístico-comunicativos e de aprendizagem para os quais importa ir educando os sujeitos desde cedo, e que se realizam, forçosamente, nos espaços/tempos de contacto com outras línguas e culturas (Andrade, 2009: 25). 291 2.1 Ensino Básico: três possibilidades de trabalho Acreditando que a IC e as abordagens plurais de desenvolvimento linguístico-comunicativo se podem usar desde os primeiros anos de escolaridade (Lourenço & Andrade, 2008; Andrade, Gomes e Sá, 2007), vejamos, a partir de algumas experiências levadas a cabo no ensino básico (4 primeiros anos de escolaridade) as suas potencialidades curriculares. De realçar que essas mesmas experiências educativas se construíram no pressuposto de que a IC se torna um conceito mobilizador de abordagens que valorizam as línguas, todas as línguas, na sua articulação com outros saberes (De Pietro, 2008), permitindo gerir o currículo de modo plural e flexível (Roldão, 2003). Assim, a partir de um pequeno projecto de intervenção desenvolvido numa turma de 20 alunos do 4º ano de escolaridade de uma escola primária pública portuguesa e construído em torno do material da União Latina, “Itinéraires Romans” (veja-se http://www.unilat.org), as crianças contactaram com “A verdadeira e simpática história da pizza Margherita” em diferentes línguas românicas, identificaram essas mesmas línguas, descobrindo semelhanças e diferenças entre elas, bem como construíram a noção de família linguística, pela descoberta de raízes latinas, numa conjugação e adaptação do módulo do projecto Galatea, “Romanófono quem és tu?”. Este percurso didáctico desenvolveu-se em 5 sessões de 60 a 90 minutos, durante uma semana de trabalho em sala de aula, e permitiu que as crianças, em procedimentos de descoberta guiada, compreendessem melhor o funcionamento dos objectos língua, as suas especificidades, as suas semelhanças, as suas relações, as suas histórias e os contactos que mantiveram com diferentes universos linguísticos. Numa palavra, as crianças desenvolveram a sua consciência linguística (Hawkins, 1984), tendo adquirido conhecimentos sobre as línguas que lhes são próximas, mas até aí quase ausentes dos seus conhecimentos enciclopédicos, organizando-as num conhecimento mais vasto sobre o mundo das línguas e culturas. Atentemos, nas vozes das crianças recolhidas em fichas de monitorização do projecto, na resposta à questão, “O que aprendeste hoje?”: “Aprendi uma história com várias línguas, romeno, francês, espanhol e italiano”; “Gostei muito desta sessão porque tenho a certeza que ninguém nesta sala sabia que o português vinha do latim”; “Aprendemos que as palavras da mesma família podem ser diferentes, parecidas ou iguais […]” (Moreira, Pereira e Sá, 2007). 292 Mas o trabalho com a IC não permite apenas trabalhar a linguagem verbal em diferentes facetas da sua organização, ele permite igualmente trabalhar os sujeitos nas suas histórias e identidades, tal como aconteceu num projecto de “Sensibilização às línguas eslavas orientais” (Moura, Queirós e Silva, 2008) desenvolvido numa turma de 3º ano de escolaridade com 26 alunos e que incluía uma criança ucraniana 116 . Este projecto, desenvolvido também em 5 sessões de trabalho de 60 a 90 minutos, centrou-se numa viagem pelos países do Leste europeu, fazendo contactar com as línguas e culturas russa e ucraniana, tendo as crianças aprendido a escrever o seu nome no alfabeto cirílico e recebido uma imigrante russa que, contando a sua história, ensinou um pouco de russo. De notar que o menino ucraniano desempenhou aqui um papel principal, tendo ajudado os colegas a decifrar as palavras em cirílico e servido de mediador entre a visitante e os colegas, num percurso que permitiu a sua valorização pela partilha da sua história, história que se confrontou com a dos outros meninos que foram igualmente descobrindo possibilidades de compreensão da diversidade linguística (Josso, 2007 sobre potencialidades da biografia em educação). Mas o trabalho com a IC e as abordagens plurilingues permite ainda redescobrir as paisagens linguísticas, levando os sujeitos a olhar não só para as paisagens físicas, mas também para as paisagens sociais e humanas, identificando qualidades nessas mesmas paisagens e formas de lutar contra práticas homogeneizadoras e exclusivas. Num projecto construído numa turma de 4º ano de escolaridade de 20 alunos (Nascimento, Oliveira e Pinho, 2006), em torno da ideia de desertificação (estudo do meio), as crianças contactaram com “vozes e histórias dos desertos” em línguas como o afrikaans, o berbere, o árabe e o caboverdiano o que permitiu a descoberta de diferentes funções e estatutos para as línguas (língua oficial, minoritária, de escolarização,…), num processo de compreensão do contacto de línguas como determinante para a manutenção e criação das línguas. As vozes dos alunos dizem-nos que: “Aprendi que na Namíbia há 16 línguas e que a língua oficial de Marrocos é o árabe”; “Aprendi que os marroquinos podem falar quatro línguas”, “Aprendi que o crioulo de Cabo Verde é muito parecido com o português”. 116 De notar que, segundo as estatísticas do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, relatório de 2007), Portugal acolhe cerca de 39 480 imigrantes vindos da Ucrânia. Informações disponíveis em http://www.sef.pt/documentos/56/RA%202007_.pdf#1. 293 Para avançarmos, importa dizer que o contacto com a diversidade linguística, com outras línguas (próximas e distantes), mobilizou os sujeitos nas suas relações com o mundo, mundo em que as línguas e as culturas estão presentes, em movimentos de inclusão/exclusão. 2.2 Ensino Secundário: um Projecto Plurilingue A ideia de partida deste projecto assentou na convicção de que é possível, no âmbito de uma disciplina de línguas do currículo escolar, desenvolver a Competência Plurilingue dos alunos, bem como a competência de aprendizagem de línguas, por meio de actividades de IC realizadas em torno de textos em diferentes línguas (Santos, 2007). Assim, foi concebido um Projecto Plurilingue para desenvolver com uma turma de Latim do Ensino Secundário, constituída por oito alunas, o qual se estendeu pelo ano lectivo de 2001/02 até ao final do 1º período escolar de 2002/03, e que contemplou o trabalho com textos em diferentes línguas em momentos considerados “chave” do Programa da disciplina. No Quadro 1 exemplificam-se algumas dessas actividades. Texto(s) Introdução do “Astérix” Dois textos sobre aspectos da vida e obra de Júlio César Versão plurilingue da Língua(s) Asturiano, Bretão Sueco, Romeno Flamengo, Catalão Basco, Norueguês Reto-romano Afrikaans Italiano Alemão Latim Tarefas Identificação de palavras-chave (explicitação de estratégias) Identificação de línguas Agrupamento dos textos por semelhanças/diferenças entre as línguas (noção de família) Tradução do texto latino (transferência do conhecimento adquirido com a actividade plurilingue) Identificação do tema global Identificação de línguas e famílias Explicitação do significado de certas palavras/expressões, no texto em italiano Levantamento de informações sobre o tema, frase a frase, no texto em alemão Tradução de frase em alemão (cf. estrutura sintáctica com a latina) Explicitação de estratégias Tradução de excerto de obra de oratória latina pelo confronto com uma tradução em 294 obra de Cícero Pro Licinio Archia poeta oratio Inglês inglês (língua que as alunas estudaram por vários anos), usada como ponto de apoio em detrimento, numa primeira fase, do dicionário de latim. Quadro 1. Exemplos das actividades desenvolvidas no Projecto Plurilingue (Ensino Secundário). A análise dos dados recolhidos permite-nos aceder às vozes das alunas, ao seu ponto de vista sobre o seu próprio desenvolvimento como sujeitos, locutores e aprendentes de línguas, compreendendo que as actividades influenciaram positivamente as atitudes, no que se refere: (i) à compreensão das línguas objecto de estudo escolar (“quando... pego num texto por exemplo em francês / pego num texto e tenho muito o hábito de desistir quando não percebo uma palavra e nunca ligava àquela de... será que isto pode estar noutra língua? será que a posso encontrar [noutra língua que conheço]?); (ii) à (im)possibilidade de se compreender uma língua não estudada (“[sobre o trabalho com o texto em neerlandês] descobrimos que afinal não era assim tão difícil de... de entender e que até percebíamos grande parte das palavras”). A cultura linguística também aumentou, (i) quer pela possibilidade de contacto com línguas até então desconhecidas (“foi um trabalho interessante e que me ajudou a conhecer línguas que até aí desconhecia.”), (ii) quer pela compreensão das relações que unem as línguas, do processo de evolução – que as aproxima ou distancia e seu impacto, nomeadamente, na relação com a distribuição geográfica das mesmas (“sei que o neerlandês fala-se na bélgica e na holanda não é? / mas... sempre ouvi falar é que... na bélgica é o francês / e... pronto sabia que existia essa língua mas nunca tinha tido contacto com ela nem com a... de áfrica do sul / pensava que se falava o... inglês”; “aprendi que existem bastantes semelhanças entre as línguas que até aí desconhecia e as suas raízes”), (iii) quer ainda pela descoberta ou consciencialização de características do funcionamento de línguas que nunca tinham estudado, mas com as quais já tinham contactado fora da escola – facto que lhes forneceu conhecimentos que não tinham consciência de possuir (“não... não são os italianos que têm a mania de carregar (IND) + (…) (INT) carregarem mais no |i|?”; “a grafia é semelhante ao alemão, como por exemplo: “wurde, nach, zweiten e für”). 295 Esta consciencialização de conhecimentos prévios, valorizados independentemente da formalidade do contexto em que foram adquiridos, foi proporcionada pela abertura da aula de língua às vivências extraescolares das alunas (“e pela... e pela novela / *terra nostra* / eles estavam sempre a dizer isso”; “putroppo” / a gente ouve isso na... no... nos filmes // […] não sei mas sei que eu já ouvi na televisão / e era um filme italiano”) e pela criação de oportunidades para partilharem conhecimentos e experiências decorrentes da aprendizagem de outras línguas – uma vez que nem todas as alunas estudavam, para além do latim, as mesmas línguas estrangeiras (“«sich» quer dizer... é... é tipo aqueles pronomes... (IND) é assim... […] ahm... lavar-me / é o me. - o pronome pessoal. - exacto / pronome pessoal. - o me... o se... o te... / é assim isso não é?”). Apesar do carácter pontual das actividades implementadas, no contexto do desenvolvimento da disciplina ao longo dos dois anos lectivos, foi possível confirmar a importância do Projecto Plurilingue no desenvolvimento das competências das alunas para lidar com diferentes línguas. Este impacto terá sido mais significativo no campo das atitudes face às línguas, à comunicação/compreensão e à aprendizagem, mas os dados do estudo indiciam que este tipo de trabalho, se tiver presença mais assídua nas aulas de língua, poderá influenciar também a aprendizagem, quer da língua-alvo da disciplina, quer de elementos de outras línguas que irão enriquecer o repertório linguístico-comunicativo dos aprendentes e, assim, dotá-los de maior variedade de instrumentos a que recorrer em situações de compreensão/comunicação futuras. 2.3 Ensino Superior: um projecto sobre as Línguas Românicas Este projecto analisou as competências de tratamento de dados verbais em Línguas Românicas (LR) por um público universitário lusófono, ilustradoras do estádio de desenvolvimento da sua Competência Plurilingue. Com o objectivo de descrever o perfil romanófono (de leitor, ouvinte e interlocutor) deste público, construímos actividades de compreensão oral e escrita e de interacção em chat em 5 LR (Catalão, Espanhol, Francês, Italiano e Romeno), que foram realizadas nas diferentes disciplinas do 2º semestre do ano lectivo 2001/2002. Foram utilizados quatro instrumentos de recolha de dados, implementados tendo em conta uma progressão ao 296 nível da complexificação das tarefas e dos skills solicitados: um inquérito por questionário, fichas de compreensão escrita e oral nas diferentes LR e sessões de chat com falantes nativos dessas línguas. Esses instrumentos foram utilizados para caracterizar os aprendentes do 1º ano de quatro licenciaturas da Universidade de Aveiro, especialistas e não especialistas em línguas, envolvendo 103 alunos. O objectivo do questionário era conhecer o perfil plurilingue dos nossos sujeitos, com ênfase numa dimensão sócio-afectiva romanófona. Optámos, pois, por repartir as questões elaboradas por quatro secções: "Eu e as Línguas Estrangeiras" (levantamento das representações do perfil plurilingue dos sujeitos); "Eu e as Línguas Românicas" (verificação de conhecimentos, atitudes, representações e expectativas sobre aquelas línguas); "Eu e a aprendizagem das línguas" (levantamento dos métodos de trabalho e de estudo desenvolvidos pelos sujeitos na aprendizagem das LE); "À descoberta das Línguas Românicas" (contacto oral e escrito directo com esta família linguística). As fichas de compreensão escrita foram preparadas de acordo com um mesmo padrão, ao nível da tipologia de textos seleccionados (com uma macro-estrutura semelhante), da temática e do tipo de questões colocadas (relativas a elementos da macro, da micro e da super-estrutura), de forma a fazer emergir as estratégias de leitura e de compreensão interlinguística mobilizadas pelos sujeitos lusófonos. Os textos escolhidos foram biografias de pintores (um catalão, um espanhol, um francês, um italiano e um romeno), desenvolvidas entre três a cinco parágrafos, apresentando um número relativamente elevado de palavras transparentes e semi-transparentes, topónimos e datas, concorrendo para a activação dos conhecimentos prévios dos aprendentes (nomeadamente enciclopédicos). As questões pretendiam recolher dados sobre a capacidade de identificação das línguas, a percepção do grau de compreensão atingido, as estratégias de leitura que permitiram a reconstrução do sentido do texto. Foram também colocadas questões acerca do reconhecimento da super-estrutura e da identificação de elementos constituintes da macro-estrutura (localização geográfica e temporal, sequência de acontecimentos,...). Ao nível da micro-estrutura, foi solicitado, por exemplo, o levantamento de palavras/expressões-chave (transparentes, semi-transparentes e/ou opacas) e a tradução de articuladores frásicos, de forma a verificar a análise elaborada pelos 297 sujeitos a nível lexical e sintáctico, nomeadamente através de processos de inferência. As fichas de compreensão oral tinham por base situações reais de comunicação: a recepção de um fait divers televisivo. A compreensão não se limitou à descodificação dos elementos de ordem linguística (nomeadamente lexical), alargando-se a conhecimentos pragmáticos e situacionais e apelando a um maior número de capacidades perceptivas e de aptidões cognitivas, devido à presença da imagem. Os documentos seleccionados tinham cerca de um minuto sendo que, tal como nos documentos escritos, a sequência temporal dos acontecimentos era respeitada e o número de palavras transparentes relativamente elevado. As actividades sugeridas nesta ficha contemplavam um momento de compreensão global (identificação do assunto e elaboração de um resumo da notícia) e um momento de compreensão específica. Estas actividades focalizavam-se, pois, sobre o conhecido, sem inquietação pelas zonas de opacidade, permitindo um trabalho específico de levantamento de zonas de transparência, quer ao nível da micro-estrutura (relativa ao léxico), quer ao nível da macro-estrutura (relativa à organização textual). Outro conjunto de questões prendia-se com a identificação da LR de cada notícia, com a identificação dos elementos que possibilitaram essa identificação, com a avaliação do grau de compreensão e com a indicação das dificuldades sentidas durante a realização das tarefas (nomeadamente no que à paisagem sonora das línguas diz respeito). No seu conjunto, as actividades de compreensão oral e escrita permitiram esclarecer as zonas de proximidade (o Francês, o Espanhol e o Italiano) e de distanciamento linguístico (o Catalão e o Romeno), bem como as estratégias de acesso ao sentido utilizadas no tratamento de dados escritos em LR vizinhas, elucidando-nos acerca da distância (objectiva e subjectiva) sentida pelos sujeitos e das suas capacidades de “aproveitamento” dos potenciais que a proximidade tipológica da sua LM – o Português – pode proporcionar ao nível da compreeensão nas restantes LR. O nosso estudo colocou ainda o público lusófono em interacção com estudantes universitários de outras LR, num cenário virtual – a sala de chat. A sessão de chat teve a duração de cerca de trinta minutos, pretendendo-se analisar de que modo a participação em sessões de comunicação romanófona pode ser utilizada para rentabilizar os 298 repertórios linguístico-comunicativos, cognitivo-verbais e sócio-afectivos dos aprendentes, favorecendo a IC. A análise desta sessão permitiu-nos concluir que é na e através da interacção que se constrói uma plataforma comum de entendimento, arquitectado no hic et nunc da situação de comunicação. 4. REFLEXÃO FINAL A apresentação destes três programas de trabalho evidencia que a IC permite enriquecer o currículo, flexibilizá-lo e diversificá-lo, não deixando de tratar com profundidade e abrangência o desenvolvimento das competências verbais (orais, escritas e de interacção). Tendo sido ilustradas três formas diferentes de inserção curricular da IC, em todas elas encontramos uma vontade (e uma possibilidade) de desenvolvimento do plurilinguismo dos sujeitos, motivando-os para a aprendizagem de línguas e consciencializando-os para o facto de que essa aprendizagem concorre para a aprendizagem de outras línguas, bem como para a construção de saberes de natureza diversa necessários a uma melhor compreensão do mundo. No trabalho com a IC emergem aspectos como: - as línguas como objectos que se contaminam, evoluem e são da mesma natureza; - os sujeitos que aprendem, as suas histórias, experiências e competências; - os contextos (locais, nacionais, globais) e as suas características. Neste sentido, trabalhar a IC é trabalhar na intersecção do linguístico e do político, tentando articular a experiência dos sujeitos com vontades políticas e utopias de defesa do património de todos, o que é possível em todos os níveis de escolaridade, desde que os professores sejam formados para tal e que se continue a apostar na investigação das possibilidades de inserção curricular da IC aqui levantadas. 299 BIBLIOGRAFIA ALARCÃO, I., ANDRADE, A.I., ARAÚJO e SÁ, M.H. e MELO-PFEIFER, S. (2009). "De la Didactique de la Langue à la Didactique des Langues: observation d’un parcours épistémologique". In Les Cahiers de L’Acedle. Volume 6, Número 1. Disponível em: http://acedle.org:80/spip.php?rubrique112 ANDRADE, A. I. (2009). Ensino Precoce de Língua Estrangeira – Opção. Relatório de Disciplina. Grupo/Subgrupo 2 – Educação. Aveiro: Universidade de Aveiro (texto não publicado). ANDRADE, A.I., GOMES, S. & SÁ, S. (2007). "La diversité linguistique et l’éducation au développement durable". 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Belo Horizonte: Autêntica. 301 DOS PROJECTOS ÀS PRÁTICAS: CARTOGRAFANDO DESAFIOS A UMA FORMAÇÃO PARA A INTERCOMPREENSÃO Ana Isabel ANDRADE Mónica BASTOS Filomena MARTINS Ana Sofia PINHO CIDTFF – Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa Universidade de Aveiro RESUME Ce texte analyse des matériaux développés autour du concept d’intercompréhension, tout en cherchant à expliciter leurs finalités, leurs concepts et leurs domaines d’intervention, afin d’établir une cartographie des matériaux de formation de professeurs des projets européens dans ce domaine. Cette cartographie nous permet de réfléchir aux défis qui se posent au traitement de l’intercompréhension dans des situations de formation. Mots-clé : Intercompréhension, formation de professeurs, matériaux de formation, connaissance pratique ABSTRACT This text analyses projects developed around the concept of intercomprehension, trying to examine their objectives, key concepts and areas of intervention. The purpose of the analysis is to map teacher education practices and materials in this field. This map-making is a basis for a reflection upon the challenges posed when we try to formatively work with the concept of intercomprehension in teacher education. Key-words: intercomprehension, teacher education, training materials, practical knowledge 302 INTRODUÇÃO O discurso sobre o ensino de línguas em contexto europeu tem vindo a sublinhar a necessidade de adoptarmos, em contextos educativos, práticas mais plurais, capazes de conduzir a um domínio de diferentes línguas, potenciador de mais possibilidades de comunicação com outros cultural e linguisticamente diversos. Nesta linha, a capacidade de interagirmos com outras línguas e culturas depende de uma valorização da diversidade que vai desde o respeito por essa mesma diversidade até à vontade de com ela interagir, de a compreender e experimentar. E esta possibilidade de nos reconstruirmos pela comunicação intercultural e bi/plurilingue, defendese, hoje, é uma mais-valia que todos podemos adquirir e que está ao alcance de todos os cidadãos desde que educados para tal. Neste sentido, atribui-se enorme responsabilidade aos professores de línguas que, para além de ensinarem uma língua específica, passam a ter de desenvolver o plurilinguismo como competência e como valor (Beacco & Byram 2007), numa vontade de preservação da herança linguística e cultural da Europa. Esta vontade transforma-se mesmo numa das pedras angulares do projecto de construção europeia, já que se defende que: «les langues définissent les identités personnelles, mais s’inscrivent également dans un héritage commun. Elles peuvent faire office de pont vers d’autres personnes et d’accès ouvert vers d’autres pays et cultures, en favorisant la compréhension mutuelle» (COM 2008 : 3). Assim, temos vindo a assistir ao desenvolvimento de um conjunto de projectos, financiados pela Comissão Europeia, centrados sobre a noção de intercompreensão (IC), quer no quadro de uma preocupação com o ensino e a aprendizagem de línguas, quer no quadro da formação de educadores para um ensino de línguas mais bem sucedido porque mais capaz de rentabilizar experiências e conhecimentos linguísticocomunicativos dos sujeitos que se aproximam de outras línguas em repertórios cada vez mais diversificados. Neste quadro, propomo-nos, com este texto, fazer uma cartografia de projectos europeus destinados aos contextos de formação profissional de professores, sempre que esses projectos tomam a noção de IC como central no desenvolvimento das suas propostas formativas, analisando as suas finalidades, os conceitos centrais e as áreas de intervenção. Tomamos estes focos de análise como possibilidades de acesso ao 303 conhecimento prático construído no seio desses projectos, percebendo-o concretizado nos materiais de formação produzidos pelas equipas desses mesmos projectos. A partir desta cartografia, reflectimos sobre os desafios levantados quando optamos por formar professores capazes de trabalhar a IC nos seus contextos de intervenção. Para tal, dividimos o nosso texto em três partes. Numa primeira parte, reflectimos sobre o significado que tem formar professores para a IC e o plurilinguismo. Numa segunda parte, apresentamos a análise de 12 projectos de formação de professores, projectos esses seleccionados a partir de uma lista de projectos sobre IC, apresentados de forma sumária pela equipa de investigadores do projecto Galapro. Numa terceira e última parte, procuramos identificar os desafios que se colocam a uma formação de professores para um mundo mais plural e mais respeitador de itinerários diversificados, adiantando possibilidades de enfrentar esses desafios, através da abordagem da IC nas suas múltiplas dimensões. 1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E INTERCOMPREENSÃO: ALGUNS DESAFIOS No panorama de política linguística europeia, a IC torna-se uma palavra de ordem em curricula de formação de professores que procuram ter a diversidade linguística e o plurilinguismo como eixos de referência (Beacco & Byram 2007; COM 2008; Doyé 2005; Grin 2008). Nesta linha, a IC tem vindo a ser assumida como um conceito mobilizador de uma formação cuja grande finalidade pretende ser dotar os educadores de um conhecimento profissional que transforme os espaços de ensino/aprendizagem de línguas em espaços de mobilização dos sujeitos, dos seus conhecimentos, dos seus repertórios linguístico-comunicativos totais (Gumperz & Gumperz 2002), para um encontro com o outro, num processo de consciencialização do valor da diversidade linguística, quer a nível individual, quer a nível social (Andrade & Araújo e Sá 2008; Andrade et al 2007). Vários estudos têm enfatizado a complexidade que o conceito de IC encerra em si, fruto, por um lado, dos múltiplos olhares e interpretações de que tem sido alvo e, por outro lado, do facto de ganhar existência através da convocação de outros conceitos centrais, com os quais dialoga 304 recursivamente, no quadro de uma didáctica de línguas (DL) cuja intenção é preparar os educadores para práticas de ensino mais plurais e mais capazes de os fazer participar em encontros ou em situações de comunicação bi/plurilingue. Além disso, quando situada no quadro da formação de professores em e para as línguas, a IC tem vindo a ser conceptualizada à luz de características que a tornam um conceito heurístico, com potencialidades de transformação epistemológica e ontológica, no processo que é tornar-se professor. Considera-se que o conceito de IC é potencialmente transformativo (efeito de mudança na percepção dos objectos línguas-culturas); irreversível (a mudança de perspectiva operada pela compreensão da importância da compreensão dificilmente será esquecida); integrador (representando redes de conceitos para a compreensão do fenómeno de aprendizagem comunicativa); trans-fronteiriço (convocando diferentes áreas a ter em conta na educação em línguas); problemático (complexo e mobilizador de novos discursos sobre as línguas e a profissão) (cf. Pinho & Andrade 2008; Pinho 2008 117 ). Nestes termos, a utilização do conceito de IC em programas de formação de professores salienta: i) a complexidade de uma educação plurilingue, que não pode fazer-se sem ter em conta a relação entre os contextos locais e os globais e, consequentemente, as possibilidades de movimentação dos sujeitos; ii) o dinamismo das possibilidades de comunicação intercultural das sociedades actuais, traduzido em movimentos de reconstrução linguístico-comunicativa e identitária (Hall 2002), onde a capacidade de estabelecer relações inter e intra-línguas se torna decisiva; o carácter dialógico e polifónico da formação linguísticocomunicativa (Andrade & Araújo e Sá 2008: 294); iii) o carácter individual e colectivo, situado e globalizado da IC apontando para a reconstrução da história dos sujeitos na sua relação com os outros, próximos ou distantes, numa vontade e numa disponibilidade para com eles interagir. A IC torna-se, pois, um conceito-chave numa didáctica capaz de fazer conceber e actualizar percursos de aprendizagem plurais, dependentes de uma formação para o diálogo como espaço de 117 As autoras conceptualizam o conceito de intercompreensão à luz da teoria dos conceitos limiares (threshold concepts) de Meyer & Land (2003). 305 reconstrução individual, social e política (Andrade e Pinho 2003; Josso 2007). Trata-se, assim, de procurar outra didáctica de línguas, onde a transformação dialógica dos sujeitos e dos contextos (Aubert et al 2004) se coloque como princípio educativo e formativo a explorar, modificando os pressupostos que lhe dão forma e iniciando novas práticas e metodologias educativas. É isso que julgamos esperar-se de uma formação para a IC, simultaneamente atenta à diversidade e à singularidade dos percursos individuais e colectivos, não se conformando com lógicas homogeneizadoras. Desta forma, a IC ganha lugar de destaque nos actuais curricula de formação de professores, quando se pensa numa educação em línguas para uma cidadania que se joga globalmente, o que passa pela criação de um espaço público que se constrói por referência à comunicação com o outro, numa sensibilidade favorável ao respeito pelas diferenças e ao encontro de novas formas de estabelecimento de diálogo e cooperação (Gimeno Sacristán 2003). E a criação desse espaço público de participação depende da diversificação de canais e modos de comunicação, onde cada vez mais cidadãos possam fazer ouvir a sua voz. Pensamos, por tudo o que acabámos de dizer, que uma formação para a IC não pode deixar de se situar num paradigma inovador de formação de professores, entendendo-o como aquele que se opõe a um paradigma conservador focalizado no treino para o domínio de conteúdos (a língua na perfeição à semelhança do locutor nativo, Andrade 1997), previamente seleccionados e estanques, e de técnicas metodológicas prontas a aplicar. Como escreve Behrens (2007), o paradigma inovador da formação ou paradigma da complexidade busca uma formação que supere uma lógica linear, recusando conteúdos e práticas prontas a reproduzir, articulando saberes, num processo de reinvenção do papel e da função do ser professor de línguas. Trata-se de refazer a função docente pela descoberta de novas possibilidades de fazer aprender línguas, o que significa permitir um desenvolvimento profissional também ele complexo, porque assente em novas, mais incertas mas mais ricas relações do sujeito-professor com os objectos-línguas, consigo mesmo como profissional, com os alunos, com os colegas e com outros falantes de outras línguas que não se dominam, mas que é necessário convocar nos contextos de actuação. 306 Dada a ambição e a complexidade que este tipo de formação indicia, julgamos que os dispositivos que lhe dão corpo não podem construir-se sem levar os sujeitos em formação a reconstruírem os conceitos didácticos com que lidam, as finalidades educativas de um curriculum para as línguas e sem pensarem nas suas áreas de intervenção. Importa a nosso ver, para podermos avançar em programas mais consequentes, conhecer e analisar os materiais de formação já existentes, no sentido de podermos construir conhecimento mais fundamentado sobre a inclusão da noção de IC no repertório profissional dos educadores. Nas secções seguintes, procuramos, por isso, traçar uma cartografia dos materiais de formação em IC, tendo como referência a questão: Que professores permitem vir-a-ser (Josso 2007) esses mesmos materiais? 2. CARTOGRAFANDO PROJECTOS E PRÁTICAS: ESTUDO EMPÍRICO 2.1. Metodologia e corpus em análise Conforme anunciado na introdução deste texto, procuramos traçar uma cartografia dos projectos e materiais europeus em torno da IC destinados à formação de professores. É nossa finalidade perceber o conhecimento prático-formativo sobre IC dado a transparecer nos materiais de formação produzidos no quadro desses mesmos projectos. O corpus seleccionado para essa cartografia teve como contexto de produção uma das tarefas desenvolvidas no âmbito do projecto Galapro. Visando a construção de sessões prototípicas de formação de formadores em línguas românicas à/em IC, este projecto apoia-se em realizações anteriores, procurando rentabilizá-las nos percursos de formação a construir. Assim, uma das tarefas teve como objectivo inventariar e descrever projectos e materiais de formação desenvolvidos no contexto de uma Didáctica da IC. No contexto dessa tarefa, a identificação de projectos em torno da temática da IC seguiu os seguintes passos: - consulta da listagem dos projectos figurando na secção «nouvelles» na página do projecto Galanet (www.galanet.eu); 307 - identificação dos projectos evocados: nas actas do colóquio Diálogos em IC, realizado em 2007 em Lisboa (www.dialintercom.eu), em Melo & Araújo e Sá (2007) e na publicação Les Langues Modernes n.º1 (2008). - pesquisa no site ISOC – Socrates Projects Database. Após a listagem dos projectos identificados, os respectivos sites foram consultados, com vista à constituição de uma tabela síntese. Esta listagem foi posteriormente validada pelo partenariado Galapro. Com vista à descrição dos projectos e dos respectivos materiais de formação, foi construído um instrumento/ficha de caracterização 118 , constituído pelos seguintes campos, aqui sintetizados: 1. DADOS DA PUBLICAÇÃO 1.1. Autor(es) 2.1 1.2. Título 2.2 1.3. Ano de publicação 2.3 1.4. 1.5. Língua (de publicação) Tipo de publicação 1.6 1.7 1.8 Localização (URL) Conceitos/termos-chave Público-alvo 2.4 1.9 Contexto de produção / Número do projecto Data de introdução na base de dados Autor da ficha 2.5 1.10 1.11 2. FICHA DE LEITURA Objecto de estudo / Foco das actividades Finalidades do estudo ou do projecto/material Enquadramento teórico / do material 2.3.1 Disciplinas de referência 2.3.2 Autores de referência (4 mais relevantes) Metodologia de investigação 2.4.1 Tipo 2.4.2 Procedimentos metodológicos Metodologia de formação 2.5.1 Modo de trabalho 2.5.2 2.6 2.7 Níveis de acção didáctica Línguas-alvo/estudadas Resumo do artigo / material Tabela 1. Instrumento de descrição dos projectos (Projecto Galapro). 118 Este instrumento descritivo-analítico pretendia dar resposta aos propósitos da tarefa PREP 1 (inventário de projectos e materiais e respectiva descrição) e tarefa RES (inventário e análise de publicações realizadas pelos membros da equipa Galapro). 308 Esse instrumento foi aplicado, reajustado e validado após a descrição exploratória de alguns projectos e materiais. O corpus a analisar, a partir da totalidade das fichas de descrição dos projectos e materiais (149 fichas referentes a 37 projectos), teve como critério de selecção o campo 1.8 do instrumento de descrição, respeitante ao público-alvo: professores e/ou formadores (cf. Tabela 1). Assim, o corpus em análise é constituído por 124 fichas de caracterização referentes a 12 projectos de formação de professores (cerca de 32,4% dos projectos inventariados) (cf. Anexo). Acresce explicitar que, no contexto desta investigação, cada ficha corresponde a um material de formação, aqui assumido enquanto hiperónimo para designar o projecto no seu todo ou materiais individuais que fazem parte de um projecto, mas que poderão ser autonomizados e utilizados em situações de formação independentemente da globalidade de projecto. Tendo em vista os nossos objectivos de investigação, considerámos que a pesquisa teria que se desenvolver em torno das seguintes questões: (i) Que objectivos são definidos para o tratamento da IC?, (ii) Que conceitos são seleccionados?, (iii) Que áreas de intervenção são alvo de enfoque? Assim, uma vez identificado o corpus, foram seleccionados os seguintes campos de análise: 1.7 – conceitos-chave, 2.2 – finalidades, 2.7 – resumo descritivo (cf. Tabela 1). Neste seguimento, empreendemos uma análise de conteúdo (Bardin, 2004), dentro de uma abordagem qualitativa (Bogdan & Biklen, 1994), da qual emergiram categorias de análise, fruto da nossa própria interacção com os dados recolhidos nas fichas de caracterização analisadas. 2.2. A intercompreensão transformada em práticas de formação 2.2.1. Objectivos Analisadas as 124 fichas anteriormente referidas e agrupadas em função das categorias estabelecidas para os objectivos (de âmbito formativo, cultural, instrumental, pedagógico-didáctico e político-social), pudemos perceber que predominam nos materiais de formação objectivos de cariz 309 119 político-social (52) , no âmbito de uma dimensão mais política da IC, em que “penser l’intercompréhension serait toujours penser et soutenir la diversité linguistique » (Degache & Melo 2008 : 13). Tal assunção decorre do facto de que “all language teaching should promote a position which acknowledges respect for human dignity and equality of human rights as the democratic basis for social interaction” (Byram, Gribkova & Starkey 2002). Seguidamente, recolhendo igualmente uma grande parte das ocorrências, surgem objectivos de carácter pedagógico-didáctico (49), isto é objectivos relacionados com as dimensões mais profissionais dos educadores (saber-fazer). Este resultado parece revelar a importância que estes materiais de formação conferem à necessidade de consideração do campo de intervenção educativa como referente no desenvolvimento do conhecimento profissional em IC. A quase ausência de objectivos instrumentais (1) vem evidenciar a vontade de construir uma didáctica de línguas com outros propósitos, que não os tradicionalmente ligados ao ensino de línguas (predominância de objectivos utilitários), numa vontade de abarcar a multidimensionalidade das finalidades de práticas educativas mais plurais. Nesta linha, surgem objectivos de cariz formativo, sobretudo objectivos atitudinais (43), linguístico-comunicativos (42) e de aprendizagem (29), e com alguma representatividade objectivos de cariz cultural, tal como podemos visualizar na figura seguinte: *Pedagógicodidáctico *Formativo: - linguístico-comunicativo - de aprendizagem - atitudinal *Cultural *Instrumental *Político-social Figura 1. Objectivos. 119 Os valores numéricos apresentados correspondem ao número de ocorrências de cada categoria e não a valores percentuais. 310 2.2.2. Áreas de intervenção A 2ª categoria de análise prendia-se com as áreas de intervenção do educador, visando identificar os terrenos de acção (educativa) para que apontam os materiais de formação. A análise efectuada veio mostrar que a área predominante é uma área aglutinadora de outras, pela sua transversalidade, uma vez que atravessa outros domínios de intervenção e coloca a ênfase num espaço relacionalcomunicacional, preenchido no encontro interpessoal/intercultural que designámos por eu-outro (50) (ver Figura 2). Tal como argumentámos atrás, confirma-se a preocupação com uma didáctica de línguas de carácter dialógico, procurando assumir a transformação atitudinal e cultural dos sujeitos nas suas relações com os outros. Outras áreas de intervenção aparecem referenciadas: comunidade/cultura (37), escola (26), sala de aula (37), aprendizagem (30), todas elas com uma presença significativa nos materiais e projectos. Talvez interesse verificar que, após a área de confluência “eu-outro”, é a área “língua” que apresenta um maior número de ocorrências (41), evidenciando, possivelmente, uma dialéctica de tensão entre um pendor mais acentuadamente de enfoque linguístico e um outro mais transversal e intercultural. Parece que a relação eu-outro depende de uma nova consciência linguística ao serviço de uma co-construção comunicativa. A figura seguinte dá conta das diferentes áreas de intervenção, sendo que as três mais nucleares parecem remeter para uma dimensão mais cognitivoantropológica e as restantes três para uma dimensão mais político-social: 311 Comunidade Escola Sala de Aula Aprendizagem Língua Interacção EU-OUTRO Figura 2. Áreas de intervenção. 2.2.3. Conceitos-chave Finalmente, procedeu-se a uma análise dos materiais de formação tendo em vista a identificação dos conceitos mais recorrentes (ver Tabela 2). De salientar que o conceito de IC surge apenas em 5º lugar, aparecendo com maior expressividade os conceitos de plurilinguismo/competência plurilingue, ligando a IC à vontade de desenvolver uma competência comunicativa plural, englobando capacidades de transferência interlinguística e intercultural (Andrade, 2003). Nesta linha, sucede-se o conceito de comunicação intercultural (CCI), logo seguido pelos conceitos de multiculturalilsmo/interculturalidade/ pluriculturalidade e diversidade linguística e cultural. Estes dados levam-nos a considerar que a IC convoca a pluralidade, não ganhando existência fora dela, mas também que esses mesmos conceitos a convocam, com ela interactuando ou interagindo (Melo & Santos 2008). Evidencia-se, pois, o carácter mutidimensional e de confluência da noção de IC, tal como salientam Degache & Melo: « Ce panorama des variations du concept, cet itinéraire à travers ses terrains d’extension, nous montre qu’en didactique des langues, quelle que soit la vision des auteurs, penser le concept d’intercompréhension n’est possible que si nous cessons de penser les objets-langues comme des organismes hermétiquement fermés sur eux-mêmes, immanents et 312 finis, de nature normative, pour les comprendre en tant qu’organismes d’une (bio)diversité linguistique, en dépendance et en rapport (presque symbiotique) les uns avec les autres » (2008 : 13). A tabela seguinte apresenta o número de ocorrências dos conceitos nos materiais: Conceitos Plurilinguismo / Competência Plurilingue Comunicação Intercultural / CCI Multiculturalismo / Interculturalidade / Pluriculturalidade Diversidade Linguística e Cultural Intercompreensão Atitudes Identidade Biografia (linguística, intercultural e educativa) Leitura / Compreensão Escrita Representações / Imagens Consciência Linguística N.º de ocorrências 31 28 23 21 20 19 17 17 12 10 9 Tabela 2. Conceitos-chave: top 10. O surgimento de conceitos como atitude, identidade, biografia e representação/imagen levam-nos a concluir que a IC, em contexto de formação, se joga e se apoia no saber-ser-social do sujeito-professor; isto é, uma formação para a IC convoca um trabalho marcadamente centrado sobre a dimensão pessoal, percebendo-a essencial na construção de outros caminhos para se tornar professor de línguas. 3. ALGUMAS CONCLUSÕES PROSPECTIVAS O trabalho realizado em torno da análise dos materiais de formação, construídos em projectos europeus desenvolvidos em torno da ideia de IC, apesar de se constituir como um primeiro estudo exploratório desses mesmos materiais, mostra que esta noção surge como um conceito mobilizador do repertório lexical de uma didáctica de línguas (compreensão oral, compreensão escrita, interacção, transferência, 313 consciencialização de conhecimentos, processo e estratégias de aprendizagem, objectivos educativos), onde se evidencia claramente a preocupação com o desenvolvimento de uma competência plurilingue e intercultural. E na preocupação com este desenvolvimento parece defender-se uma educação em línguas mais global que pretende preparar os educadores para serem capazes de ultrapassar práticas de ensino exclusivamente centradas sobre o objecto língua, colocando o sujeitoaprendente no centro das suas preocupações, no sentido de o preparar para a interacção com o outro. Centrada sobre as potencialidades formativas da IC, os materiais de formação analisados anunciam um outro professor de línguas, obrigatoriamente um aprendente e um falante plurilingue que deve ser capaz de transformar esse saber falar plurilingue num saber educar plurilingue ao serviço da transformação dos sujeitos e dos contextos, tornando-os mais ricos, mais abertos, mais valorizadores e mais capazes de experimentar a diversidade linguística e cultural. Assim, surge nestes materiais uma crença nas possibilidades do sujeito em formação, inicial e/ou contínua, no seu poder de saber comunicar e de saber educar para o diálogo com o outro, o que nos reenvia para a necessidade de reflectirmos, de modo mais rigoroso e global, sobre o que significa um curriculum de formação profissional para a IC: Que outras dimensões do conhecimento profissional, para além da dimensão do conteúdo, importa pensar? E como articular essas diferentes dimensões? No espaço de que dispomos, julgamos poder dizer que a formação para a IC parece ter de se desenhar como um projecto pessoal do sujeito em formação, necessariamente integrador de uma identidade e de uma autobiografia linguístico-comunicativa e profissional que importa refazer em interacções formativas onde se descobre um outro educador que se pretende vir-a-ser, mais capaz de responder aos desafios do contacto interlinguístico e intercultural. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, A. I. (1997). 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(org.), Actas do Colóquio de Didáctica das Línguas-Culturas, Universidade do Minho (edição electrónica). 316 ANEXO – LISTA DE PROJECTOS EM INTERCOMPREENSÃO ANALISADOS Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 Título do projecto ALC BRET – LANGUAGE BRIDGES ENCOURAGI NG TOLERANCE DIDACTICLA NG (DidacTIClang) Hiperligação Coordenação http://www.ecml.at/ mtp2/Alc/html/AL C_E_pdesc.htm http://www.isoc.siu. no/isocii.nsf/search all/E96D837F50B9 F4D1C12570AD00 314BE0 http://www.ceibg.org/bret/ http://www.didactic lang.eu/ M. Candelier mcandelier@wanado o.fr Center for Educational Initiatives Association Alia Veder [email protected] ÉCHANGER POUR CHANGER http://www.isoc.siu. no/isocii.nsf/project list/56576 EU&I (European Awareness & Intercomprehen sion) EUROCOMCE NTER http://euintercomprehension .eu/ ILTE INCLUES: inclusive and cognitive learning http://www.euroco mcenter.com http://www.lett.unip mn.it/ilte/ http://www.isoc.siu. no/isocii.nsf/project list/56290 www.inclues.org http://www.isoc.siu. no/isocii.nsf/project Christian Ollivier christian.ollivier@sb g.ac.at Universidade Católica Portuguesa Filomena Capucho [email protected] m [email protected] Filomena Capucho [email protected] m Universität Frankfurt am Main Horst G. Klein klein@eurocomcente r.eu Universidade de Aveiro Ana Isabel Andrade [email protected] Université d’Anvers Jo Lebeer [email protected] Data de Nº execução 2004/ 2007 2004/ 2006 Início em 2003 1999/ 2000 1 1 1 5 2003/ 2007 1 Início em 1998 1 1998/ 2002 2003/ 2006 74 1 317 9 10 11 12 LEA LINGALOG (plate-forme pour l’intercompréhe nsion par couple de langues) PROJEKT ZUR INTERKULTU RELLEN MEHRSPRAC HIGKEIT (PIM) SIGURD list/107855 www.ecml.at/mtp2/ Lea/html/LEA_E_p desc.htm http://www.ecml.at/ mtp2/Lea/results/in dex.html http://www.lingalog .net/ Universitat Autònoma de Barcelona Mercè Bernaus Merce.Bernaus@uab. es 2004/ 2007 Université de Lyon 2 J.P. Chavagne JeanPierre.Chavagne@un iv-lyon2.fr ---------- Fern Universität – Gesamthochschule in Hagen Gehard Kishel (coord) gerhard.kischel@fern uni-hagen.de Georg Hansen Georg.Hansen@Fern Uni-Hagen.de www.isoc.siu.no/is VOX ocii.nsf/projectlist/8 Voksenopplaeringsin 9697 stitutte http://www.statvoks Grethe Haugøy .no/sigurd/ [email protected] Total de fichas analisadas : http://www.isoc.siu. no/isocii.nsf/search all/DE013E0BFB38 1A06C1256CA600 4FA312 http://www.fernunihagen.de/FeU/Forsc hung/Bericht/e43/e 432006/p03.htm 36 1 1 1995/ 1998 2001/ 2003 1 124 319 ACERCA DOS AUTORES Sara ÁLVAREZ MARTÍNEZ es licenciada en Filología Hispánica por la Universidad de Lleida. Su interés por las nuevas tecnologías en la educación la condujo a especializarse en la aplicación de las tecnologías de la comunicación y de la información en la enseñanza/aprendizaje del ELE, cursando un máster en la Universidad de la Rioja. En 2008 obtuvo el doctorado europeo en régimen de cotutela internacional en “Lingüística y didáctica de lenguas” por la Universidad de Lleida y la Universidad Stendhal Grenoble 3. El desarrollo de su labor investigadora en el ámbito de las interacciones plurilingües en línea está intrínsecamente ligado a su colaboración en dos proyectos sobre la intercomprensión entre lenguas románicas: Galanet y Galapro. Desde 2001 reside en Francia y ha trabajado como profesora de español en distintas universidades francesas (Universidad de Avignon, Universidad Paris 8, Universidad Stendhal, Instituto Universitario de Ciencias Políticas de Grenoble) y en el Instituto Cervantes de Lyon. Actualmente es profesora titular en la Facultad de Lenguas de la Universidad Stendhal Grenoble 3. Ana Isabel ANDRADE é Professora Auxiliar no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e foi professora do Ensino Secundário. Defendeu o seu doutoramento em Didáctica de Línguas, em 1997, sobre “Processos de interacção verbal em aula de Francês Língua Estrangeira. Funções e modalidades de recurso ao Português língua Materna”. Participou em vários projectos de investigação/formação no domínio da intercompreensão e da educação para a diversidade linguística de que se destacam os projectos Galatea, Galanet, Janua-Linguarum, a coordenação do projecto ILTE (Intercomprehension in Language Teaching Education) e a pertença à equipa de coordenação do projecto LEA (Language Educator Awareness) do CELV (Centre Européen pour les Langues Vivantes, Conselho da Europa). Os seus interesses de investigação são a educação para a diversidade linguística e para o plurilinguismo em diferentes níveis de escolaridade, incluindo na formação de formadores. Orienta teses de mestrado e doutoramento e coordena o projecto financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia Educativa, 2007-2010), “Línguas e Educação: construir e partilhar a formação”. 320 Maria Helena ARAÚJO E SÁ est professeur de Didactique des Langues au Département de Didactique et Technologie Educative de l’Université d’Aveiro et co-coordonne le L@LE, laboratoire du Centre de Recherche en Didactique et Technologie dans la Formation de Formateurs. Ses intérêts de recherche se situent dans les domaines de l’intercompréhension et de l’interaction plurilingue et interculturelle. Elle a coordonné et participé à différents projets de recherche et intervention, nationaux et internationaux (Galatea, Galanet, ILTE, Chain Stories, Images des Langues dans la Communication Interculturelle, Dicatique des Langues : une étude méta-analytique de la recherche au Portugal), ainsi qu’au network européen REDINTER. Elle coordonne actuellement le projet Galapro (Formation de Formateurs à l’Intercompréhension en Langues Romanes). Mónica BASTOS licenciou-se em Ensino de Português e Francês em 2003, pela Universidade de Aveiro, e especializou-se em Investigação em Didáctica em 2005 na mesma instituição. Professora de Português e Francês, trabalha actualmente com alunos do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico. Paralelamente, encontra-se na fase final do seu projecto de doutoramento, intitulado “A Competência de Comunicação Intercultural na formação do professor de línguas: um estudo em contexto de formação contínua”. Os seus interesses de investigação prendem-se com o desenvolvimento profissional de professores de línguas, a educação para a interculturalidade, a intercompreensão, a competência plurilingue e a competência de comunicação intercultural. Claudia BÎZDÎGĂ este absolventă a Facultăţii de Litere (secţia FrancezăSpaniolă) a Universităţii “Al.I.Cuza” din Iaşi în 2008. Actualmente este studentă în anul 2 la master (“Studii francofone”) în cadrul aceleiaşi universităţi. Colaborează cu Centrul Cultural al Americii Latine şi Caraibelor, unde predă limba spaniolă. A beneficiat de statutul de student Erasmus la Universitatea Autonomă din Barcelona şi de alte burse care au condus-o la studii în Spania (Baeza, Salamanca, Santiago de Compostela). Este pasionată de limbile romanice în general şi de intercomprehensiunea dintre ele în special. Encarni CARRASCO PEREA es licenciada en Filología Románica por la Universitat de Barcelona, doctora en Lingüística y Didáctica de las Lenguas por la Université Stendhal de Grenoble (Francia) y en Filología Románica por la Universitat Autònoma de Barcelon. Ejerce como Maître de Conférences en 321 Lingüística y Didáctica de las Lenguas / Español en el Institut Universitaire de Formation des Maîtres de la Université Joseph Fourier de Grenoble. Miembro activo desde 1991 del laboratorio Lidilem de la Université Stendhal, ha participado, en los proyectos internacionales sobre Intercomprensión románica Galatea, Galanet y Galapro ; ha dirigido un proyecto de investigación-acción en torno a la valoración/difusión del plurilingüismo a través de la metodología de tipo Portfolio (2006-2009) y es la corresponsable del programa "Intercompréhension et parenté" (2007-2010). Actualmente Investigadora Invitada en la Universitat Autònoma de Barcelona y Profesora Invitada en la Universitat de Barcelona, coordina el número 5 de la revista Synergie Europe « Intercompréhension (s) : repères, interrogations et perspectives » (2010). Elena CARPI è ricercatore di lingua e traduzione spagnola presso la Facoltà di Economia dell'Università di Pisa, dove insegna lingua spagnola. Le sue ricerche vertono sulla linguistica storica (Progetto: Estudio del vocabulario científico y técnico del español del siglo XVIII, lo spagnolo a fini specifici (Progetto PRIN 2007 : Il linguaggio della comunicazione turistica spagnolo-italiano. Aspetti lessicali, pragmatici e interculturali) e l'intercomprensione tra lingue romanze (Progetti Galanet, Galapro). È membro dell'AISPI (Associazione ispanisti italiani), dell'AELFE (Asociación Europea de Lenguas para Fines Específicos), dell'ASELE (Asociación para la enseñanza del español como lengua extranjera). Jean-Pierre CHAVAGNE est agrégé de portugais et enseigne cette langue à l’Université Lumière Lyon 2 depuis 1998. Il a commencé sa carrière comme instituteur, période pendant laquelle il a passé 6 ans en Angola, après quoi il est devenu enseignant de portugais en collège et lycée. Bien que sa recherche principale porte sur la langue portugaise d’Angola, c’est aujourd’hui à l’intercompréhension qu’il se consacre, y voyant, grâce aux technologies de l’information et de la communication, une évolution naturelle de la correspondance scolaire, pratiquée tout au long de sa carrière aux divers niveaux de l’éducation. Depuis 2000, il a participé successivemnt aux projets Galanet, Galapro, et Redinter en tant que coodinateur de l'équipe de l'Université Lyon 2. Maddalena DE CARLO a obtenu une maîtrise en Langues et littératures étrangères modernes auprès de l’Université de Rome, un Diplôme de spécialisation de Langues et littératures étrangères auprès de l’Université de Urbino, un Diplôme d'Etudes Approfondies (D.E.A.) de "Didactique du Français Langue Etrangère" et un Doctorat de "Didactologie générale des langues et des 322 cultures", auprès de l’Université Paris III-Sorbonne Nouvelle, sous la direction de Robert Galisson. Depuis 2001, elle est chercheur en « Didactique des langues modernes » à l’Université de Cassino où elle enseigne également « Langue et traduction française ». Elle fait partie de l’équipe de recherche de l’Ecole doctorale en Politica, Educazione, Formazione linguistico-culturali, auprès de la Faculté de Sciences Politiques de l’Université de Macerata (Marches). Elle a participé au sein de l’équipe italienne au projet européen d’intercompréhension en langues romanes : GALANET (2001-2004). Actuellement elle est coordinatrice de l’équipe italienne pour les projets GALAPRO - Formation de Formateurs à l'Intercompréhension en Langues Romanes et REDINTER – Rede Europeia de Intercompreensão. Elle mène ses recherches dans le domaine de la formation initiale et en service des enseignants, de l’interculturel, de l’intercompréhension entre langues romanes et de la didactique de la traduction. Christian DEGACHE est Professeur en Sciences du langage à l’Université de Grenoble. Il s’intéresse aux interactions plurilingues en ligne, aux stratégies d’intercompréhension de langues voisines et aux effets des formations hybrides sur l’appropriation des langues. Responsable du Master DILIPEM et d’un programme de l’axe 3 du laboratoire LIDILEM, il a dirigé plusieurs projets (Galanet, Flodi) et a participé à d’autres (Galatea, Odil, Dialintercom, Galapro). Lorenzo DEVILLA è dottore di ricerca in letteratura presso l’Université Stendhal-Grenoble3, dove ha conseguito anche un Master di secondo livello in Sciences du langage ed è stato lettore di lingua italiana e “chargé de cours”. Professore a contratto di lingua francese presso l’università di Cagliari, è attualmente Ricercatore di Lingua e Linguistica francese presso la Facoltà di Lingue e Letterature Straniere dell’Università degli Studi di Sassari, dove è stato anche assegnista di ricerca per un biennio. Afferisce al Dipartimento di Scienze dei linguaggi dello stesso ateneo ed è membro associato al centro di ricerca LIDILEM (Linguistique et Didactique des Langues Étrangères et Maternelles”) dell’Université Stendhal-Grenoble3. Si occupa di didattica delle lingue in modalità e-learning, di analisi del discorso e di pragmatica interculturale. Partecipa ai progetti europei Galanet, Galapro e Redinter (“Rede europeia de intercompreensão”). Sandra GARBARINO est Maître de conférences au département FILTRE (Formations innovantes en langues, TICE, recherche et enseignements transversaux) de l'Université Lumière - Lyon 2 depuis 2006. Elle enseigne 323 l'italien aux non spécialistes ainsi que la traduction aux spécialistes de langue italienne. Elle a été enseignante de traduction spécialisée à l'Université de Gênes (1998-2004), enseignante de FLE à l'Université de Turin (2004-2006) et lectrice d'italien à l'Université de Nice (2003-2005) où, en 2004, elle a soutenu une thèse de doctorat en cotutelle franco-italienne en Littératures comparées (spécialisation Traductologie). Elle oriente ses recherches dans les domaines de l'intercompréhension en langues romanes (projets Galanet, Galapro et Redinter), de la didactique de l'italien (coordination d'un projet de manuel des italianistes de Filtre), de la traductologie (traduction littéraire et audio-visuelle), de la littérature italienne (une monographie sur P.P.Pasolini en cours de rédaction) et de la chanson d'auteur italienne dans le cadre du CEP (Centre d'études poétiques) de l'ENS LSH de Lyon. Elle est membre de l'AISLLI (Associazione Studi di Lingua e Letteratura Italiana) et de la SIES (Société des italianistes de l'enseignement supérieur). Ana GUEIDÃO é professora dos Ensinos Básico e Secundário de Francês e Português desde 1987. É, ainda, co-autora de manuais escolares de Francês desde 1991. Foi, sobretudo, esta segunda actividade que fez com que procurasse estar a par das novidades relativas à Didáctica das Línguas. As suas leituras e as consequentes inovações na prática que foi tentando implementar pessoalmente ou foi propondo aos professores, através dos manuais, só agudizaram ainda mais a sua sede de conhecimento e aprofundamento, levando-a a prosseguir estudos: uma Pós-graduação em Ciências da Educação, um Mestrado em Didáctica das Línguas (parte curricular) e, actualmente, um Doutoramento em Didáctica das Línguas. A tese, que está a escrever, é sobre Intercompreensão e, mais especificamente, sobre o projecto Galapro. Marie HEDIARD est professeur de Linguistique française à l’Università degli Studi di Cassino (Italie) où elle dirige le Centre de langues. Elle est responsable du laboratoire de recherche sur la linguistique des corpus et participe depuis plus de 15 ans à des projets européens sur l’intercompréhension entre langues romanes (Galatea, Galanet, Galapro et Redinter). Ses publications concernent la linguistique de corpus, la linguistique contrastive, l’intercompréhension entre langues romanes et l’utilisation des TIC dans l’enseignement des langues. Raquel HIDALGO DOWNING es Profesora de Lingüística en la Universidad Complutense de Madrid. Se formó en Madrid y EEUU, donde estudió un posgrado en Lingüística y trabajó como profesora de español. Su investigación 324 se centra, por un lado, en la pragmática y análisis del discurso aplicado al estudio del español, y por otro en la didáctica de las lenguas y la traducción. Eric Martin KOSTOMAROFF est professeur de Français au Département de Philologie Française et Romane de la Faculté de Lettres de l’Université autonome de Barcelone depuis 1994. Ses recherches portent sur l’intercompréhension en langues romanes. Après avoir participé à la réalisation d’un CD-Rom de compréhension orale du français pour hispanophones (programme européen Galatea 1997-1999), il a contribué, dans le cadre des programmes européens Galanet (2001-2004) et Galapro (2008-2010), au développement des modules d’apprentissage et s’est chargé de la conception de l’espace des ressources linguistiques de la plateforme. Il a également conçu un matériel de compréhension du catalan en ligne (Fontdelcat) à l’intention des locuteurs de cinq langues romanes. Martine LE BESNERAIS a obtenu une licence d’espagnol à l’université de Basse-Normandie, à Caen, et une licence de philologie française et romane à l’Université Autonome de Barcelone. Elle a obtenu son DEA en Linguistique Appliquée en 1994 et son Doctorat en 1996 en linguistique comparée (prosodie du français et de l’espagnol). Pendant sa période de bourse de recherche, elle a collaboré activement (2 Actions Intégrées et 3 Projets de recherche du Ministère de l’Education) avec l’Université d’Aix-en-Provence. Après la lecture de sa thèse, elle a obtenu une bourse post-doc de 6 mois à l’Université de la Sorbonne Nouvelle. Elle exerce depuis 1996 les fonctions de professeur à l’université Autonome de Barcelone dans le cadre de l’enseignement du français langue étrangère et dans le cadre des cours de Doctorat, spécifiquement axés sur le traitement de l’oral et les TICE. Pour ce faire, elle a suivi et obtenu un master en multimédia en 2003. Elle a été membre des équipes de recherche des différents Projets financés par le Ministère de l’Education Nationale en France, par le Ministère de l’Education en Espagne (DGICYT) et par l’Union Européenne (Programmes Socrates-Lingua, notamment Galatea, Galanet et Galapro). Elle s’est tout particulièrement consacrée à la formation en Intercompréhension ou compréhension plurilingue dans le cadre des matières curricularisées de Licence et de Doctorat, à l’Université Autonome de Barcelone, mais également dans le cadre d’Institutions pour la formation en langues étrangères (l’Institut Français de Barcelone, l’Institut de Ciències de la Educació de l’Université Autonome de Barcelone et le Centre International d’Études Pédagogiques) et l’Alliance Française de Bruxelles. Elle fait partie des membres fondateurs de forums scientifiques comme ESLA et PROSIG. 325 Filomena MARTINS é doutorada em Didáctica e Professora Auxiliar na Universidade de Aveiro (Departamento de Educação) onde tem leccionado disciplinas da área da Didáctica de Línguas, em especial Ensino Precoce de Línguas Estrangeiras. Tem igualmente desempenhado funções de supervisora da prática pedagógica dos cursos de formação inicial de professores de línguas (Português e Francês) e do ensino primário. Tem participado em vários projectos de investigação/formação nacionais e internacionais nos domínios da intercompreensão e da educação para a diversidade linguística, como os projectos ILTE, Chainstories, Ja-Ling e Galapro. É autora ou co-autora de várias comunicações e publicações. É membro da Associação Internacional EDILIC (Éducation et Diversité Linguistique et Culturelle) e membro do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Professores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, onde integra a equipa do LALE (Laboratório para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras). Os seus interesses de investigação centram-se nas áreas da educação para a diversidade linguística e da formação de formadores para os níveis inicias de aprendizagem. Sílvia MELO-PEIFER é doutorada em Didáctica de Línguas, pelo Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa, da Universidade de Aveiro. Encontra-se actualmente a desenvolver um projecto de pós-doutoramento na mesma área, acerca das interacções plurilingue em contextos de investigação internacional. É membro do LALE (Laboratório Aberto para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras) e do CIDTFF (Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores), estruturas de investigação da Universidade de Aveiro. De entre os seus interesses científicos destacam-se: a comunicação electrónica e o seu uso no ensino-aprendizagem de línguas, a interacção plurilingue e intercultural e a co-construção de intercompreensão em Línguas Românicas e, mais recentemente, a epistemologia da Didáctica. Participou e participa actualmente em diversos projectos de investigação nacionais e internacionais, nas áreas anteriormente inventariadas. Ana Sofia PINHO é membro do Centro de Investigação em Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) e tem um doutoramento em Didáctica de Línguas, sobre a temática “Intercompreensão, identidade e conhecimento profissional na formação de professores de línguas. Actualmente, é bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), desenvolvendo um projecto de investigação/formação e colaboração sobre o tema do plurilinguismo e da sensibilização à diversidade linguística e 326 cultural com professores da escola primária. Integra a equipa do L@LE e participou/participa em projectos nacionais e internacionais sobre plurilinguismo, intercompreensão e desenvolvimento profissional de professores de línguas. Yasmin PISHVA est doctorante en Didactique des langues au LIDILEM (Laboratoire de LInguistique et DIdactique des Langues Etrangères et Maternelles) de l’Université Stendhal. Elle a commencée ses études en Italie où elle a obtenue un Diplôme de Maîtrise en Langues à l’Université de Lettres de Pise. Actuellement, son travail de recherche est centré sur la démarche réflexive et sur la didactique de l’intercompréhension. Ses intérêts de recherche et ses expériences d’enseignements s’éteignent aussi à la formation des formateurs et à la didactique des approches plurielles. Elle a participé à différents projets de recherche : Galanet, comme animatrice de session, et successivement aux projets Galapro, Redinter et CARAP (Banque de matériaux didactiques). Leonor SANTOS é licenciada em Ensino de Português, Latim e Grego e doutorada em Didáctica de Línguas, pela Universidade de Aveiro. Tem investigado a temática da Intercompreensão associada ao desenvolvimento de uma Didáctica do Plurilinguismo, área em que desenvolveu a sua tese de doutoramento. É, desde 2000, membro do LALE (Laboratório Aberto para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras), uma estrutura de investigação/intervenção do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia Educativa na Formação de Formadores (Universidade de Aveiro), de que também faz parte. Integra, actualmente, as equipas de Galapro e Redinter. Arlette SÉRÉ est licenciée en Lettres et Sciences Humaines à la Sorbonne (Paris, 1967), Docteur en 3ème Cycle en Linguistique à la Sorbonne (1970), Licenciée en Philologie Espagnole, sous-section Linguistique (1980) et Docteur en Lettres (Linguistique hispanique) (1986) à l’Université Complutense de Madrid. De 1970 à 1978 : professeur de l’enseignement secondaire du Département de l’enseignement public à Genève, spécialisée dans le secteur éducation des enfants migrants : enseignement en classe d’accueil, formation des enseignants et adjointe à la Direction Générale du Cycle d’Orientation de l’Enseignement Secondaire. De 1978 jusqu’à maintenant, à Madrid, recherche dans le cadre de l’ICE ( Instituto de Ciencias de la Educación puis professeur Titulaire en Philologie Française puis en Linguistique Générale à l’Université Complutense de Madrid. Le domaine de recherche depuis le début se caractérise 327 par une double orientation: théorique et appliquée avec un intérêt spécial pour les processus psycho-socio-cognitifis de l’acquisition des langues secondes et leurs applications dans l’innovation méthodologique dans l’enseignement pour les élèves de milieux socio-culturels défavorisés. Elle a aussi travaillé sur l’introduction précoce d’une langue étrangère dans l’enseignement public à Madrid et collaboré dans des recherches multidisciplinaires avec des informaticiens dans des produits informatisés pour l’enseignement sectoriel : langues de spécialités, compréhension entre langues voisines et intercompréhension multilingues. Toutes ces recherches se sont développées dans le cadre de projets de recherche financés par des entités nationales et internationales. Doina SPIŢĂ este conferenţiar la Catedra de limbă şi literatură franceză a Universităţii "Al.I.Cuza" din Iaşi, România, unde a fost, până în 2008, titular al cursurilor de Iniţiere în lingvistica textului, Teoria enunţării şi Didactica francezei ca limbă străină. Actualmente este lector de limba, cultura şi civilizaţia românească la Sorbona, Paris IV. A obţinut titlul de doctor în ştiinţele limbajului la universitatea ieşeană şi la Universitatea Nancy 2, Franţa, cu lucrarea "Plans d’organisation du discours. Les connecteurs en français et en roumain". Are numeroase publicaţii precum şi participări la proiecte europene de cercetare Lingua, Comenius şi Phare. Claudia TĂRNĂUCEANU este lector doctor la Facultatea de litere, Catedra de limbi clasice, italiană şi spaniolă a Universităţii "Al.I.Cuza" din Iaşi, România, unde predă cursuri de limbă, civilizaţie şi literatură latină şi greacă veche. Are preocupări în domeniul medio şi neolatinei, al criticii de text şi intercomprehensiunii. Este autor a numeroase studii, articole şi traduceri în domeniile de cercetare menţionate. Cristina VELA DELFA es doctora en Ciencias del Lenguaje y licenciada en Lingüística por la Universidad Complutense de Madrid. Actualmente trabaja en el Departamento de Lengua Española de la Universidad de Valladolid. Dos son sus principales áreas de investigación. Por un lado, el análisis de la comunicación mediatizada por ordenador, principalmente los cibergéneros emergentes, con el objetivo de definir la competencia discursiva y su transferencia en el aprendizaje de nuevas lenguas. Por otro, el estudio de la intercomprensión entre lenguas vecinas y de las estrategias de acceso al sentido en los intercambios plurilingües. 328 Maria Helena Araújo e Sá Raquel Hidalgo Downing Sílvia Melo-Pfeifer Arlette Séré Cristina Vela Delfa (organizadoras) A presente obra reúne trabalhos de membros do projecto europeu “Galapro – Formation de Formateurs à l’Intercompréhension en Langues Romanes”, apresentados aquando das II Jornadas científicas consagradas à Intercompreensão, organizadas pela Universidade Complutense de Madrid, em Fevereiro de 2009. O conjunto destas contribuições pretende ilustrar como a intercompreensão é conceptualizada por este grupo, na senda do trabalho desenvolvido ao longo de mais de quinze anos, em torno de três vertentes: conceptual, praxiológica e formativa. A intercompreensão em línguas românicas: conceitos, práticas, formação Maria Helena Araújo e Sá, Raquel Hidalgo Downing Sílvia Melo-Pfeifer, Arlette Séré, Cristina Vela Delfa (organizadoras) A Intercompreensão em Línguas Românicas
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