Coma mixedematoso – revisão
Transcrição
Coma mixedematoso – revisão
ARTIDO DE REVISÃO CUIDADOS INTERMÉDIOS EM PERSPECTIVA Coma mixedematoso – revisão Susana Garridoi1 - 2, Rui Carvalho1, Fátima Borges1 1 Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António Autor correspondente: Susana Garrido 2 | [email protected] ABSTRACT RESUMO Myxedema coma is the most serious manifestation of hypothyroidism. Although rare, it is associated with a high mortality rate, so prompt recognition and treatment are essential. O coma mixedematoso representa a manifestação mais grave do hipotiroidismo. Apesar de raro, está associado a uma taxa de mortalidade elevada sendo, por isso, fundamental o seu reconhecimento e tratamento atempados. This review adresses the clinical presentation, diagnosis and treatment of myxedema coma. . Keywords: Myxedema coma, hypothyroidism Cuidados Intermédios em Perspectiva Neste artigo serão revistos as manifestações clínicas, o diagnóstico e o tratamento do coma mixedematoso. Palavras-chave: Coma mixedematoso, hipotiroidismo NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 18 | 23 CIP INTRODUÇÃO O hipotiroidismo é definido como a deficiência de hormona tiroideia. Pode ter etiologia primária, por diminuição da secreção de hormona tiroideia pela glândula tiróide ou, mais raramente, central, por estimulação insuficiente de uma glândula tiróide intrinsecamente normal, por doença hipofisária (hipotiroidismo secundário) ou hipotalâmica (hipotiroidismo terciário). Uma terceira forma de hipotiroidismo, ainda mais rara, resulta da existência de uma resistência periférica às hormonas tiroideias, com diminuição da resposta a nível tecidular [tabela 1].[1] Existem vários graus de gravidade, desde os casos mais ligeiros, assintomáticos, até aos casos mais graves, de coma mixedematoso.[2] Primário Tiroidite de Hashimoto O coma mixedematoso corresponde a uma situação de hipotiroidismo descompensado.[3] Actualmente é uma situação rara, uma vez que o diagnóstico é cada vez mais precoce, muitas vezes em estadios subclínicos.[4] Trata-se de uma emergência médica, com taxas de mortalidade que se mantêm elevadas apesar da melhoria dos cuidados prestados ao doente, sobretudo a nível das unidades de cuidados intensivos e intermédios.[5] Em termos epidemiológicos, é mais frequente durante os meses de inverno, em mulheres idosas, com ou sem diagnóstico prévio de hipotiroidismo [5, 6] e ocorre habitualmente por falência dos mecanismos compensatórios e disrupção da homeostasia [1], muitas vezes no contexto de um evento agudo [tabela 2] [4]. Por exemplo, alterações hemodinâmicas induzidas por uma hemorragia digestiva ou por diuréticos, num doente já com baixo volume circulante pelo hipotiroidismo, não vão ser eficazmente compensadas, o que pode resultar em instabilidade hemodinâmica e, consequentemente, em coma mixedematoso.[7, 8] Défice de iodo (bócio endémico) ou excesso de iodo Infecção Hipotiroidismo transitório pós-tiroidite (tiroidite pós-parto ou Fármacos subaguda) (ex: diuréticos, sedativos, ansiolíticos, analgésicos, anestésicos) Fármacos (ex: amiodarona, lítio, anti-tiroideus de síntese, Exposição ao frio inibidores da tirosina cínase) Trauma, cirurgia Doenças infiltrativas da tiróide (ex: amiloidose, hemocromatose) Acidente vascular cerebral Cirurgia ou irradiação (I131 ou irradiação externa) Insuficiência cardíaca Agenesia ou displasia da tiróide Hemorragia digestiva Defeitos congénitos da síntese de hormona tiroideia Tabela 2 | Potenciais eventos precipitantes agudos indutores de Central (hipofisário e hipotalâmico) hipotiroidismo Tumores (ex: adenoma hipofisário, craniofaringioma, meningioma, disgerminoma, glioma, metástases) Trauma (ex: cirurgia, irradiação) Vascular (ex: hemorragia, necrose isquémica, interrupção da haste) Infecções (ex: abcesso, tuberculose) Doenças infiltrativas (ex: sarcoidose, histiocitose) Congénito (ex: hipoplasia da hipófise, displasia septo-óptica) Defeitos funcionais da síntese e libertação de TSH Fármacos (ex: dopamina, corticosteróides) “Periférico” Resistência às hormonas tiroideias Hipotiroidismo de consumo (hemangioma infantil massivo) Tabela 1 | Causas de hipotiroidismo Cuidados Intermédios em Perspectiva MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO O diagnóstico de coma mixedematoso nem sempre é fácil, uma vez que não existem critérios clínicos de diagnóstico definitivos e os sintomas são pouco específicos.[9] As principais manifestações clínicas incluem a depressão do estado neurológico e a alteração da termorregulação, presentes em virtualmente todos os doentes. [1, 3, 4, 10] Apesar da denominação de “coma” mixedematoso, o doente pode apresentar vários graus de depressão do estado neurológico, não obrigatoriamente coma, como por exemplo confusão e prostração.[9] Relativamente à alteração da termorregulação, esta cursa habitualmente com hipotermia[1], que surge pela redução da termogénese que acompanha a redução no metabolismo basal.[4] O NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 19 | 23 ARTIDO DE REVISÃO doente pode não responder a uma infecção com febre [4] e inclusivamente a presença de uma temperatura corporal normal pode representar infecção [10]. A presença de sintomas clássicos de hipotiroidismo, como fadiga, letargia, sonolência, obstipação, intolerância ao frio e rouquidão, deve ser interrogada e os estigmas de hipotiroidismo devem ser pesquisados [tabela 3]. A inspecção do pescoço é fundamental, sendo necessário avaliar se existe cicatriz de tiroidectomia ou bócio [4]. Espessamento da pele Edema - periorbitário Acumulação de ácido - dorso das mãos e pés hialurónico na derme e outros - língua tecidos Cabelo seco, quebradiço e sem brilho Pele pálida e fria Vasoconstrição cutânea Tabela 3 | Estigmas de hipotiroidismo A hipoxia e a hipercapnia, muitas vezes presentes, resultam sobretudo da depressão do drive ventilatório. No entanto, podem existir outros factores contributivos, como a disfunção dos músculos respiratórios, a macroglossia, o edema da nasofaringe e laringe e um eventual derrame pleural associado.[10–12] A ventilação mecânica é muitas vezes necessária até à compensação do hipotiroidismo.[10] A bradicardia e a hipertensão arterial são achados frequentes.[9] No entanto, em fases avançadas, o doente pode desenvolver hipotensão arterial, por diminuição do volume intravascular e do débito cardíaco e, se não tratado atempadamente, pode evoluir para falência cardiovascular e choque.[10] Quadros de insuficiência cardíaca descompensada são raros.[9] O electrocardiograma, para além da bradicardia e da baixa voltagem, pode apresentar ondas T aplanadas ou invertidas, desvio do eixo, alargamento do complexo QRS, aumento do intervalo PR e prolongamento do intervalo QT.[5, 10] Outros achados possíveis são o derrame pericárdico, derrame pleural e anasarca, devido a um aumento da permeabilidade capilar, e lentificação dos reflexos osteotendinosos.[4, 10, 13] Cuidados Intermédios em Perspectiva Analiticamente, a presença de hiponatrémia sugere fortemente o diagnóstico [9], e resulta de uma incapacidade de excretar água livre, por secreção inapropriada de vasopressina e por diminuição da reabsorção de sódio a nível do túbulo proximal. [9, 14] A excreção urinária de sódio é normal ou elevada, e a osmolalidade urinária está aumentada comparativamente à plasmática.[10] A hiponatrémia, sobretudo nos casos mais graves (<120 mEq/L), pode contribuir para a depressão do estado de consciência. [9] Outras alterações analíticas podem estar presentes, mas são igualmente pouco específicas. A elevação da creatinina surge em cerca de 50% dos doentes, e resulta da diminuição do fluxo plasmático renal e aumento da resistência vascular a nível das arteríolas aferentes e eferentes.[15] A alteração da permeabilidade das membranas condiciona um aumento da creatina cínase e da desidrogenase do lactato [7] e a diminuição das necessidades de oxigénio, associada à diminuição da eritropoietina, pode induzir uma discreta anemia normocítica normocrómica.[16] Pode existir um aumento do colesterol LDL e dos triglicerídeos, por diminuição do seu metabolismo[9], e uma elevação das enzimas hepáticas, provavelmente no contexto de esteatose.[17] A hipoglicemia é mais frequentemente uma manifestação de hipocortisolismo ou de infecção [8,13], apesar de também poder estar associada ao hipotiroidismo, por diminuição da gluconeogénese[13]. O diagnóstico geralmente é confirmado com a demonstração de uma TSH elevada, com níveis de tiroxina diminuídos. No entanto, existem excepções, como no hipotiroidismo central [10] e em situações particulares, como a síndrome do eutiroideu doente e a utilização de glucocorticóides e vasopressores, em que a TSH pode estar inapropriadamente normal [18,19]. Ao contrário do que seria de esperar, os valores de TSH e T4 livre não se correlacionam directamente com a gravidade do quadro clínico. Doentes com hipotiroidismo grave podem manter-se compensados durante anos, enquanto outros, com valores de TSH e T4 livre sobreponíveis, descompensam e desenvolvem coma mixedematoso, sobretudo na presença de um evento agudo precipitante.[9] TRATAMENTO A reposição de hormona tiroideia é fundamental mas, por si só, não é suficiente para a recuperação do doente. É também essencial assegurar todas as medidas de suporte necessárias até a resolução do quadro, pelo que os doentes devem ser geridos numa Unidade de Cuidados Intermédios ou Intensivos.[9, 10] NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 20 | 23 CIP O tratamento não deve ser adiado até a confirmação analítica de hipotiroidismo, sobretudo nos centros em que a confirmação analítica de hipotiroidismo é demorada.[4, 9] Se a suspeita clínica for elevada, o tratamento pode ser iniciado após exclusão de outras causas de depressão do estado neurológico e colheita de sangue periférico para doseamento de TSH, T4 livre e cortisol.[9, 10] Por se tratar de uma entidade rara, não existe evidência científica suficiente que nos permita definir qual o melhor tratamento a instituir. Não existe consenso acerca de qual a preparação de hormona tiroideia mais adequada (monoterapia com T4 ou T3 ou combinação das duas) nem qual a sua dosagem. Todas as recomendações existentes são empíricas, extrapoladas de séries de casos e estudos randomizados pequenos. Num estudo de Yamamoto et al, que reviu 87 casos de coma mixedematoso, estão descritos casos de doentes tratados com T3, T4 ou ambas, por via oral ou endovenosa e em doses tão variáveis como 12.5 e 1000 mcg de tiroxina e 5 e 200 mcg de T3.[20] O hipotiroidismo é habitualmente tratado com levotiroxina (T4) apenas, e esta estratégia é também a mais utilizada no tratamento do coma mixedematoso. [3, 9, 21–23] No entanto, alguns autores sugerem a suplementação com liotironina (T3), justificando esta opção pela evidência de diminuição da conversão de T4 em T3 associada à doença grave e ao baixo aporte calórico, situações observadas frequentemente nestes doentes.[1, 4, 8, 10] No entanto, apesar da suplementação com T3 permitir uma recuperação mais rápida, parece estar associada a mais efeitos laterais cardiovasculares e a maior mortalidade.[9, 24] Para além disso, é mais cara e de difícil obtenção.[5] A justificação para a utilização da associação de T3 e T4 é a possibilidade de utilizar doses mais baixas dos fármacos tendo, por isso, teoricamente, um melhor perfil de segurança, mantendo a eficácia.[10] A dose de hormona tiroideia a utilizar também não está definida. Esta vai depender do balanço entre a necessidade de restabelecer rapidamente os níveis de hormona tiroideia e o risco de precipitar taquidisritmias fatais ou enfartes do miocárdio.[10] A estratégia terapêutica tem sido semelhante ao longo das últimas décadas, com utilização de um bólus inicial de T4, para restaurar rapidamente os níveis de hormona tiroideia, seguido de uma dose de manutenção.[8,10] Um estudo prospectivo randomizado conduzido por Rodriguez et al [6] mostrou uma tendência para a melhoria do outcome nos doentes tratados com uma dose inicial de carga de T4, mas estudos anteriores mostram resultados favoráveis com doses baixas de hormona tiroideia [20, 25, 26]. Doses de cargas entre Cuidados Intermédios em Perspectiva 400 a 500mcg de T4 parecem ser seguras [20]; já a administração de T4 em doses superiores a 500mcg/ dia está associada a uma maior mortalidade [6, 27]. A estratégia utilizada por muitos clínicos é a de administração de uma dose de carga entre os 200 e 500 mcg [3, 21–23], preferindo-se as doses mais baixas nos doentes idosos, emagrecidos e com patologia cardíaca estrutural [4]. A administração por via endovenosa parece ser a mais eficaz e segura, já que a administração por via oral está associada a um risco aumentado de aspiração e pode levar a uma mal absorção do fármaco, sobretudo se existir atonia gástrica.[26, 28] O protocolo utilizado no nosso centro hospitalar sugere a utilização de T4, com a administração de uma dose inicial de 250 a 500mcg, por via endovenosa, seguida de uma dose de manutenção de 75 a 100mcg por dia. A decisão de transitar para a via oral depende da tolerância oral do doente e do restabelecimento da motilidade intestinal. Para além da suplementação com hormona tiroideia, há outras medidas que devem ser tomadas e que são fundamentais para a sobrevida dos doentes, sobretudo nos primeiros dias de tratamento. O hipotiroidismo grave está associado a uma diminuição da taxa de produção de cortisol. No entanto, os níveis de cortisol mantêm-se adequados, uma vez que também existe uma diminuição do seu metabolismo. A suplementação com hormona tiroideia nestes doentes leva a um aumento da metabolização do cortisol, existindo, por isso, o risco de desenvolver uma insuficiência adrenal transitória.[1] Neste contexto, e também pela possibilidade de insuficiência adrenal associada ao hipotiroidismo, é prudente administrar glicocorticóides durante os primeiros dias de tratamento com hormona tiroideia.[4, 9, 10] No protocolo utilizado no nosso centro hospitalar está recomendada a administração de 100mg de hidrocortisona de 8 em 8 horas, por via endovenosa, com descontinuação após melhoria clínica e exclusão de insuficiência adrenal. Devem ser consideradas todas as medidas de suporte necessárias, desde a intubação com ventilação mecânica, nos casos de falência respiratória, até ao tratamento vasopressor, nos casos de hipotensão refractária ao volume.[9] A temperatura deve ser corrigida de forma passiva (por exemplo, com cobertores), sempre sob monitorização, pelo risco de vasodilatação extrema e choque.[9] O tratamento da hiponatrémia, regra geral, deve ser efectuado apenas com restrição de água livre, já que o próprio tratamento do hipotiroidismo também vai contribuir para a sua resolução.[4] Nos casos NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 21 | 23 ARTIDO DE REVISÃO mais graves (sódio sérico <110mEq/L), pode ser administrado cloreto de sódio hipertónico, associado a furosemida para evitar sobrecarga de volume.[26] Deve ser efectuada pesquisa de glicemia capilar, pela possibilidade de hipoglicemia, com correcção com glicose se necessário.[8] Uma vez que é frequente a presença de infecção à altura do diagnóstico, e que esta pode estar mascarada pelo hipotiroidismo (pela ausência de febre e taquicardia), vários autores sugerem a administração de antibioterapia de largo espectro até exclusão definitiva de um processo infeccioso activo. [1, 4, 8–10] Outros precipitantes identificados devem também ser tratados.[4] Na maioria dos casos, a resposta clínica é evidente nas primeiras 24 horas [1] e a resposta da TSH nas primeiras 48 a 72 horas [9]. A recuperação da depressão respiratória pode levar até 3 a 6 meses após o início da suplementação com hormona tiroideia.[9] LEARNING POINTS • O diagnóstico de coma mixedematoso deve ser considerado nos doentes com depressão do estado de consciência, hipotermia, hipoventilação e instabilidade hemodinâmica; • O tratamento com hormona tiroideia e glucocorticóide deve ser instituído o mais precocemente possível, após colheita de sangue periférico para doseamento de TSH, T4 livre e cortisol; • Sugere-se a administração de T4 numa dose inicial de 250 a 500mcg, por via endovenosa, seguida de uma dose de manutenção de 75 a 100mcg por dia, e de hidrocortisona 100mg de 8 em 8 horas; • O tratamento de suporte é fundamental para a recuperação do doente; • Está recomendada a administração de antibioterapia de largo espectro até exclusão definitiva de um processo infeccioso activo. PROGNÓSTICO O maior reconhecimento e melhor tratamento desta entidade fez com que a taxa de mortalidade tenha diminuído substancialmente desde os anos 60, de 80% [28,29] para 20-50% [6,27], muito à custa das medidas de suporte hemodinâmico e ventilatório a nível das Unidades de Cuidados Intensivos e Intermédios [9]. Os principais predictores de mortalidade são a idade, a presença de hipotensão e bradicardia à admissão, a necessidade de ventilação mecânica, a hipotermia refractária ao tratamento, a evidência de sépsis, a utilização de sedativos, uma baixa pontuação na Escala de Coma de Glasgow e um score APACHE II e SOFA elevados.[5–7, 27, 30] BIBLIOGRAFIA 1. Wiersinga WM. Adult Hypothyroidism [Internet]. 2010 [cited 2013 Aug 25] Available from: http://www.thyroidmanager.org/ chapter/adult-hypothyroidism/#toc-9-9-myxedema-coma 2. Brent GA, Davies, TF. Hypothyroidism and thyroiditis. In: Melmed S, Polonsky K, Larsen P, Kronenberg H, editors. Williams textbook of endocrinology. 12th ed. Philadelphia: Saunders Elsevier; 2011. p. 406-439. 3. Nicoloff JT, LoPresti JS. Myxedema coma. A form of decompensated hypothyroidism. Endocrinol Metab Clin North Am. 1993;22(2):279–90. 4. Ross D. Myxedema coma [Internet]. 2012 [cited 2013 Aug 12]. Available from: http://www.uptodate.com/contents/myxedemacoma 5. CONCLUSÃO Dutta P, Bhansali A, Masoodi SR, Bhadada S, Sharma N, Rajput R. Predictors of outcome in myxoedema coma: a study from Apesar de raro e da escassez de estudos randomizados e controlados, a experiência clínica e as séries de casos reportados dão-nos algum conhecimento sobre como gerir estes doentes. A terapêutica com T4 parece ser eficaz e segura, se utilizada em doses inferiores a 500 mcg e pela via endovenosa. A monitorização apertada dos doentes e a instituição de medidas de suporte em Unidades de Cuidados Intermédios ou Intensivos, até à sua melhoria clínica, é tão ou mais importante que a suplementação com levotiroxina. O sucesso no tratamento depende do reconhecimento atempado e da rápida instituição destas medidas. Cuidados Intermédios em Perspectiva a tertiary care centre. Crit Care. 2008;12(R1). doi: 10.1186/ cc6211; PubMed Central PMCID: PMC2374608 6. Mathew V, Misgar R, Ghosh S et al. Myxedema coma: a new look into an old crisis. J Thyroid Res. 2011; doi: 10.4061/2011/493462; PubMed Central PMCID: PMC3175396 7. Rodríguez I, Fluiters E, Pérez-Méndez LF, Luna R, Páramo C, García-Mayor R V. Factors associated with mortality of patients with myxoedema coma: prospective study in 11 cases treated in a single institution. J Endocrinol. 2004; 180:347–50. 8. Jordan RM. Myxedema coma. Pathophysiology, therapy, and factors affecting prognosis. Med Clin North Am. 1995; 79(1):185–94. NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 22 | 23 CIP 9. Fliers, E, Wiersinga W. Myxedema coma. Rev Endocr Metab Disord. 2003; 4(2):137-41. 20. Yamamoto T, Fukuyama J, Fujiyoshi A. Factors associated with mortality of myxedema coma: report of eight cases and literature 10. Kwaku MP, Burman KD. Myxedema coma. J Intensive Care Med. 2007; 22: 224–31. survey. Thyroid. 1999; 9(12): 1167–74. 21. Ringel MD. Management of hypothyroidism and hyperthyroidism 11. Wartofsky L. Myxedema Coma. Endocrinol Metab Clin North Am. 2006; 35(4): 687–98. in the intensive care unit. Crit Care Clin. 2001; 17(1): 59–74. 22. Smallridge RC. Metabolic and anatomic thyroid emergencies: a 12. Zwillich CW, Pierson DJ, Hofeldt FD, Lufkin EG, Weil J V. Ventilatory control in myxedema and hypothyroidism. N Engl J Med. 1975; 292(13): 662–5. review. Crit Care Med. 1992; 20(2): 276–91. 23. Myers L, Hays J. Myxedema coma. Crit Care Clin. 1991; 7(1):43– 56. 13. Ladenson PW, Goldenheim PD, Ridgway EC. Prediction and 24. MacKerrow SD, Osborn LA, Levy H, Eaton RP, Economou reversal of blunted ventilatory responsiveness in patients with P. Myxedema-associated cardiogenic shock treated with hypothyroidism. Am J Med. 1988; 84(5): 877–83. intravenous triiodothyronine. Ann Intern Med. 1992;117(12):1014– 14. Iwasaki Y, Oiso Y, Yamauchi K et al. Osmoregulation of plasma vasopressin in myxedema. J Clin Endocrinol Metab. 1990;70(2): 534–9. 5. 25. Khaleeli A. Myxoedema coma. A report on five successfully treated cases. Postgrad Med J. 1978; 54:825–9. 15. Montenegro J, González O, Saracho R, Aguirre R, Martínez I. 26. Pereira VG, Haron ES, Lima-Neto N, Medeiros-Neto GA. Changes in renal function in primary hypothyroidism. Am J Management of myxedema coma: report on three successfully Kidney Dis. 1996; 27(2): 195–8. treated cases with nasogastric or intravenous administration of 16. Das KC, Mukherjee M, Sarkar TK, Dash RJ, Rastogi GK. Erythropoiesis and erythropoietin in hypo- and hyperthyroidism. J Clin Endocrinol Metab. 1975; 40(2):211–20. triiodothyronine. J Endocrinol Invest. 1982; 5:331–4. 27. Yamamoto T, Fukuyama J, Fujiyoshi A. Factors associated with mortality of myxedema coma: report of eight cases and literature 17. ttermann T, Haring R, Wallaschofski H et al. Inverse association survey. Thyroid. 1999; 9(12):1167–74. between serum free thyroxine levels and hepatic steatosis: 28. Holvey DN, Goodner CJ, Nicoloff JT, Dowling JT. Treatment of results from the Study of Health in Pomerania. Thyroid. 2012; myxedema coma with intravenous thyroxine. Arch Intern Med. 22(6): 568–74. 1964; 113: 89–96. 18. Wartofsky L, Burman KD. Alterations in thyroid function in patients with systemic illness: the “euthyroid sick syndrome”. Endocr Rev. 1982; 3(2): 164–217. 29. Forester CF. Coma in Myxedema: Report of a Case and Review of the World Literature. Arch Intern Med; 1963; 111(6):734–43. 30. Hylander B, Rosenqvist U. Treatment of myxoedema coma 19. Hooper MJ. Diminished TSH secretion during acute nonthyroidal illness in untreated primary hypothyroidism. Lancet. factors associated with fatal outcome. Acta Endocrinol. 1985;108:65–71. 1976; 307(7949): 48–9. Cuidados Intermédios em Perspectiva NOVEMBRO 2013 VOLUME 3 | pag | 23 | 23
Documentos relacionados
Urgências em Tiróide
mixedematoso e é devida a diminuição da termogênese que acompanha a diminuição do metabolismo. A baixa temperatura corporal pode não ser reconhecida inicialmente, se for utilizado termômetro clínic...
Leia maisProjecto Tuturial Licenciatura em Bioquímica Hormona de
Mecanismos de Acção da Somatotrofina: Para a maioria dos seus efeitos é necessária a produção de um conjunto de hormonas peptídicas intermediárias, agrupáveis como família das somatomedinas (subst...
Leia mais