Eu, você e os outros - CNBB Regional Sul 1
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Eu, você e os outros - CNBB Regional Sul 1
Janeiro/Fevereiro/Março/2015 – Ano 24 – no 233 REUTERS Eu, você e os outros EDITORIAL Eis mais uma edição do Informativo e, neste primeiro número de 2015, apresentamos uma reflexão do presidente do Regional, o cardeal dom Odilo Scherer, sobre a Campanha da Fraternidade de 2015 e a mensagem do papa Francisco para o tempo da Quaresma. Na matéria “Em missão pelo Projeto Missionário”, os testemunhos dos padres José Roberto de Oliveira e Norberto Savietto, novos participantes do Projeto Missionário entre os Regionais Sul 1 – Norte 1. Sobre a mesma missão, o padre Antônio França fala da sua caminhada de três anos pela Paróquia da Imaculada Conceição, em Coari (AM), na seção Vivendo em Missão. Informamos também que já estamos disponibilizando no site este número e outras edições anteriores. A todos uma boa leitura! Cardeal Odilo P. Scherer * E m sua mensagem para a Quaresma de 2015, o papa Francisco aborda o tema da indiferença e faz uma reflexão muito oportuna para os tempos que correm, marcados pela exasperada busca do gozo individual da vida. Fala da indiferença ao se referir aos sofrimentos do próximo, das muitas tragédias humanas em curso, diante das quais poderíamos ficar, simplesmente, indiferentes ou neutros, uma vez que isso se passa lá longe e não nos ameaça de perto... Há o drama dos migrantes e do tráfico humano, tão sentido na Europa meridional, sobretudo na Itália e na Espanha; o Mediterrâneo é rota de chegada de muitos imigrantes clandestinos à Europa, traficados com frequência por organizações criminosas, que os exploram e, depois, os abandonam à própria sorte. Milhares dessas vítimas já pereceram nas águas do Mediterrâneo. janeiro/fevereiro/março de 2015 1 CAPA Também há as tragédias das guerras em curso e de ações selvagens de grupos intolerantes e terroristas, que tentam impor seu poder aos outros pelo terror. Muitos cristãos e outros grupos religiosos estão sendo vítimas dessa fúria insana. Este é um tempo de muitos mártires! Enquanto essas coisas acontecem longe de nós, tendemos a ficar indiferentes ao drama de quem sofre. Infelizmente, as notícias e imagens sobre as tragédias humanas tendem a despertar mais curiosidade do que solidariedade. Ouvimos falar de pessoas que foram sequestradas, decapitadas, degoladas, crucificadas, queimadas vivas, e isso nos parece coisa de cinema... E ficamos indiferentes, afinal, não poderíamos fazer nada mesmo para mudar as coisas... Mas não faltam dramas humanos bem perto de nós, nem por isso nos envolvemos. Temos sempre uma boa razão para justificar nosso não envolvimento com os sofrimentos alheios. Mas não deveria ser assim, e o papa nos chama a mudar nossa atitude, como parte de nossa conversão quaresmal. Os cristãos são chamados a se envolver com os outros: “Se um membro sofre, todos os demais membros sofrem com ele” (1Cor 12,26). O exemplo de Cristo Jesus, que se solidarizou conosco e assumiu nossas dores e as carregou em seu corpo, deveria ser nossa referência. O cristão experimenta o amor de Deus e a solidariedade de Cristo: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que não pereça todo aquele que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Por isso, o papa exorta que os cristãos e cada uma das organizações da Igreja devem ser “ilhas de solidariedade” num mundo cada vez mais fechado à fraternidade. “Onde está teu irmão?” (Gn 4,9), essa pergunta, feita por Deus a Caim, depois do assassinato de Abel, continua a ser feita a cada um de nós também, desafiando-nos a ficarmos atentos às situações vividas pelos outros, não buscando apenas o próprio bem. A Igreja é um corpo e, em cada uma das nossas comunidades eclesiais, deveria ser voltada uma atenção especial para os membros mais frágeis, os pobres, os doentes e os pequeninos. Um amor meramente ideal e universal não pode deixar sem atenção os Lázaros concretos que jazem à frente das nossas portas... A Quaresma é um tempo propício para nos voltarmos para os outros; a Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB todos os anos, vai nessa direção e nos aponta sempre para alguma dimensão específica da vivência do amor ao próximo, inseparável do amor a Deus. O papa nos convida a superarmos a “vertigem da indiferença”, saindo do fechamento em nós mesmos e voltando nossa atenção ao próximo, com suas necessidades e sofrimentos. * Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo de São Paulo (SP) e presidente do Regional Sul 1 da CNBB. Artigo publicado em O São Paulo, edição de 11 de fevereiro de 2015. Comissão Episcopal Representativa inicia preparação para a 78a Assembleia Regional dos Bispos A Comissão Episcopal Representativa da CNBB Regional Sul 1 reuniu-se na manhã do dia 26 de fevereiro, às 9 horas, na sede do Regional em São Paulo (SP), para a primeira reunião de 2015. Após a oração inicial, dirigida pelo vice-presidente dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto (SP), e a leitura da ata da reunião anterior, dirigida por dom Tarcísio Scaramussa, bispo coadjutor de Santos (SP) e secretário-geral do Regional, o presidente cardeal dom Odilo Pedro Scherer falou sobre os acontecimentos recentes da Igreja: 2 Informativo Regional Sul 1 DIÁCONO JOSÉ CARLOS PASCOAL REGIONAL Participam desta reunião a presidência do Regional, os presidentes e membros das oito sub-regiões pastorais, assessores e representantes de organismos. O Sínodo da Família, a coleta de assinaturas para a Reforma Política e a Campanha da Fraternidade (CF) de 2015, que tem como tema: Fraternidade: Igreja e Sociedade. Dom Odilo anunciou que a Secretaria do Sínodo está realizando pesquisas com as dioceses do mundo todo para sugestões de pauta do Sínodo. Sugeriu também que os organismos do Regional recebam o material de estudos e ofereçam sugestões. A pesquisa deve ser respondida até o fim de março de 2015. Sobre a Coalizão para a Reforma Política, que tem a CNBB como uma das principais signatárias, o presidente alertou que é preciso agilizar a coleta de assinaturas nas dioceses e paróquias até o fim da Quaresma. Sobre a Campanha da Fraternidade, dom Odilo enfatizou a necessidade REGIONAL da Igreja no Brasil “ser uma Igreja em saída, falar para fora, não segurar a campanha dentro da Igreja”, relembrando que o documento Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, que comemora o cinquentenário de seu encerramento, já exortava a Igreja a estar na sociedade. “Que o foco de nossas reuniões e encontros seja o tema da CF 2015, que sejamos uma Igreja em saída, em missão na sociedade. A campanha retoma essa preocupação do concílio no que diz respeito à sua relação com o mundo, ser fermento na sociedade”, completou o cardeal. Foram formados pequenos grupos entre os participantes da reunião para oferecer sugestões à presidência de temas para a Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1, que será realizada de 9 a 11 de junho de 2015 em Aparecida (SP). O tema da CF, as Novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, que serão votadas na Assembleia Geral da CNBB em abril deste ano, a missão social da Igreja, contida no documento Evangelii Gaudium, do papa Francisco, e o Sínodo da Família foram os itens mais destacados entre as sugestões de tema. Após o intervalo, seguiram-se a reunião reservada dos bispos e a reunião dos subsecretários com o secretário-executivo padre Nelson Rosselli Filho, terminando com almoço. ARQUIVO PASCOM SUL 1 Comunicadores em Campos do Jordão Entre os dias 6 e 8 de novembro, a cidade de Campos do Jordão (SP) sediará o 20o Encontro Estadual da Pastoral da Comunicação (Pascom). A data e o local foram confirmados em dezembro passado durante reunião extraordinária entre o bispo referencial da Pascom do Regional, dom José Moreira de Melo; sua coordenadora estadual, irmã Maria Celeste Ghislandi; e membros da equipe de coordenação. O encontro terá lugar na Villa Dom Bosco. Equipe aprova o local do próximo encontro estadual de comunicação, que acontecerá em Campos do Jordão, em novembro de 2015. JMJ 2016 CRACÓVIA – POLÔNIA Roteiros e condições disponíveis em nosso site www.praxisviagens.com.br INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES: Fone/Fax: (11) 3211- 0040 www.praxisviagens.com.br janeiro/fevereiro/março de 2015 3 Dom José Negri é apresentado na Diocese de Santo Amaro No dia 17 de janeiro, dom José Negri (foto), pime, foi apresentado solenemente para o público em sua primeira missa após a celebração de posse ocorrida no dia 15 na Catedral de Santo Amaro, São Paulo (SP). Importantes autoridades religiosas marcaram presença, como o cardeal e arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer e do também cardeal dom Claúdio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, o arcebispo de Salvador (BA), e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger, o arcebispo de Porto Alegre (RS), dom Jaime Spengler, o arcebispo de Florianópolis (SC), dom Wilson Tadeu Jönck, o arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti, o arcebispo de Pouso Alegre (MG), dom José Luiz Majella, o bispo de Santos (SP), dom Tarcísio Scaramussa, o bispo diocesano de São Miguel Paulista, dom Manuel Parrado, e o bispo emérito de São Miguel Paulista, dom Fernando Legal, o bispo de Campo Limpo, dom Luiz Antônio Guedes, o bispo de Osasco (SP), dom João Bosco Barbosa, o bispo emérito de Campo Limpo, dom Emílio Pignoli, e o bispo emérito da Diocese de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino. Também marcaram presença na celebração autoridades civis, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Glauco Côrte, o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, além de diversos padres, religiosos, seminaristas e leigos. Posse canônica – Na quinta-feira, dia 15 de janeiro, festa de Santo Amaro, aconteceu a posse canônica de dom José Negri como bispo coadjutor da Diocese de Santo Amaro. A missa, que aconteceu na Catedral de Santo Amaro, foi concelebrada pelo bispo emérito dom Fernando Antônio Figueiredo e demais padres do Colégio de Consultores. O chanceler padre Gilson Vicente dos Santos leu o decreto pontifício de nomeação e, ao final da celebração, assinaram a ata oficial de posse, ratificando dom José Negri no cargo. LUCINEY MARTINS Diocese de Registro celebra seus 40 anos Da esquerda para a direita, dom Eduardo, cardeal Odilo e dom Devair. Dois novos bispos auxiliares para São Paulo O papa Francisco nomeou, em 10 de dezembro de 2014, para a Arquidiocese de São Paulo, dois novos bispos auxiliares: padres Eduardo Vieira dos Santos, 49 anos, e Devair Araújo da Fonseca, 47. Padre Eduardo exerceu a função de chanceler da Arquidiocese e cura da Catedral da Sé, e padre Devair esteve como pároco da Paróquia São José, em Orlândia, na Diocese de Franca. Dom Devair foi ordenador no dia 1o de fevereiro em Franca. Já dom Eduardo foi ordenado no dia 7 de fevereiro, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção (Catedral da Sé), em São Paulo, e designado pelo cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, como vigário episcopal para a Região Sé. Dom Devair foi designado vigário episcopal para a Região Brasilândia. Eles foram apresentados nessas regiões, respectivamente, nos dias 7 e 8 de fevereiro. 4 CURIA DIOCESANA DE SANTO AMARO DIOCESES Informativo Regional Sul 1 Criada pelo Beato Papa Paulo VI em 29 de janeiro de 1974 e instalada em 16 de fevereiro de 1975, a Diocese de Registro (SP) celebra 40 anos. A data foi celebrada em diversos eventos significativos, destaque para a Romaria Diocesana ao Santuário Nacional de Aparecida, que aconteceu no dia 8 de fevereiro, reunindo cerca de 2 mil fiéis. Além dessa romaria diocesana, a Diocese, em sintonia com a Igreja no Brasil, realizará a Campanha da Fraternidade, o Ano da Paz e da Vida consagrada. Após a 53a Assembleia da CNBB, em abril, à luz das Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora, inspirados por elas, a diocese vai realizar uma grande Assembleia Diocesana. Também em comemoração ao momento, acontecerá a ordenação sacerdotal do diácono Gerson Ribeiro, que acontecerá no mês de agosto. DIOCESES História – O primeiro bispo diocesano foi dom Aparecido José Dias, que esteve à frente da diocese até 1996, sendo sucedido por dom José Luiz Bertanha em 1998, atual pastor da Diocese. Ao total, possui 18 paróquias e conta com 30 presbíteros. A Diocese é caracterizada pelas lutas e conquistas, expressão da Igreja nascente do Concílio Vaticano II e das diversas conferências da América Latina e Caribe. Durante esta caminhada de 40 anos, muitas coisas maravilhosas aconteceram, muitas mudanças e novos desafios DIVULGAÇÃO Xavier, padroeiro da Diocese, nos ajude a fazer do Vale do Ribeira um grande campo missionário. Que a Mãe Aparecida esteja conosco nesta caminhada”, concluiu. “Comemorarmos os 40 anos de nossa Diocese é um privilégio. Vejo com gratidão pelos seus 40 anos, quanta vida nova aconteceu, tantas crianças batizadas, tantos jovens crismados, tantos casais construindo suas famílias, quanta evangelização! As 18 paróquias estão assistidas, orientadas e evangelizadas pelos presbíteros, e grande número de leigos atuando, dando o melhor de si”, explicou o bispo diocesano, dom José Luiz Bertanha. O bispo salientou ainda que o presente da Diocese é promissor. “Com o papa Francisco à frente, o apoio da CNBB e do nosso Regional Sul 1, estamos amparados por tantos que nos querem bem. O futuro está nas mãos de Deus. É o tempo de Deus fazendo acontecer a construção da Igreja e do Reino de Deus. Que São Francisco apareceram no caminho, desafios que esperam uma resposta para a Igreja do Vale do Ribeira. A Diocese de Registro está localizada ao sul do estado de São Paulo e pertence à Sub-Região Pastoral Sorocaba. CNBB De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas pereceram assassinadas no Brasil em 2012, e os jovens foram os principais afetados, somando mais de 27 mil vítimas. Por isso, durante a 52a Assembleia Geral dos Bispos da CNBB, realizada entre 30 de abril e 9 de maio de 2014, foi aprovado por unanimidade que 2015 será celebrado como o Ano da Paz: um período de reflexões, orações e ações sociais que se estenderá até o Natal deste ano. Segundo o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, com a proposta, a Igreja no Brasil quer ajudar na superação da violência e despertar a CNBB Sul - Promocao Quaresma.pdf 25/02/15 população brasileira para uma1 convi- DIVULGAÇÃO Ano da Paz tem iniciativas pelo Brasil vência mais respeitosa e fraterna. “A violência e a falta de paz provêm do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão e do desprezo da vida simples”, justifica dom Leonardo. Para a celebração do Ano da Paz, serão aproveitados os períodos temáticos do Ano Litúrgico, como os meses vocacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano sobre o motivo da violência e sobre a necessidade de uma convivência fecunda e frutuosa. O Ano Litúrgico oferece-nos oportunidades para pensarmos sobre a paz e a realidade da violência”, lembrou dom Leonardo, 13:35 para quem, se a própria liturgia ofe- DVD Campanha da Fraternidade 2015! 50% rece oportunidades para refletir sobre a realidade da violência, é necessário ainda ter uma ocasião especial para celebrar a paz. “Sim, desejamos ter um dia para manifestar nas ruas de nossas cidades que acreditamos na paz, na fraternidade”, reforça. Mega promoção de de desconto! Quaresma de R$20,00 por: R$ 10,00 R$ 62 ,00 A serviço da Evangelização! (61) 2193-3019 | [email protected] | www.edicoescnbb.com.br janeiro/fevereiro/março de 2015 5 CAMPANHADAFRATERNIDADE Texto-Base na Assembleia Legislativa VIVENDOEMMISSÃO Padre França encerra missão O padre Antônio França (foto), da Diocese de São José dos Campos (SP) e membro do Projeto Missionário entre os regionais Sul 1 – Norte 1 da CNBB, falou ao Informativo a respeito da sua caminhada de três anos pela Paróquia da Imaculada Conceição, em Coari (AM). “Recebi muito mais do que ofereci, principalmente de uma fé viva e alegre”, afirmou. Confira, a seguir, o seu depoimento. Informativo – Quando o senhor chegou a Anori (AM)? Padre França – Em 7 de outubro de 2011. Assumi como administrador paroquial em 3 de outubro, em posse dada pelo administrador apostólico, 6 Informativo Regional Sul 1 dom Gutemberg Regis. Em 23 de outubro, tomaria posse o novo bispo prelado, dom Marcos Piatek. Fui muito bem recebido, tanto pelos paroquianos como pelos padres da Prelazia de Coari e pelos dois bispos também. Informativo – Como o senhor descreveria a região? Padre França – É um município com aproximadamente 17 mil habitantes e 5.800 quilômetros quadrados. A Paróquia da Imaculada Conceição não atinge todo o município, mas apenas as comunidades que se encontram nas margens do Rio Solimões e de lagos que estão na bacia do mesmo. As comunidades que ficam no Rio “ DIVULGAÇÃO Brasil”, alertou. Dom Pedro Stringhini também ressaltou a relação entre Igreja e sociedade. “A CF retoma que a Igreja está a serviço dos excluídos, quer servir a sociedade e não se servir dela. Sua presença no mundo anuncia os valores morais e sociais da mensagem de Jesus Cristo, cujo amor incide no próximo e na caridade diária, no caso organizada por meio de pastorais sociais, como a Operária, da Criança, do Idoso, da Sobriedade e da Ecologia. Todas elas existem para promover a pessoa”, disse o bispo. A CF ainda tem como pano de fundo o Concílio Vaticano II, findado há 50 anos. Um de seus frutos, a constituição pastoral Gaudium et Spes, trata da dignidade humana, do carinhoso olhar de Deus sobre ela e, especialmente, os pobres. Representando a Arquidiocese de São Paulo, dom Edmar Peron saudou a todos em nome do cardeal dom Odilo Scherer, que se encontrava em Roma. Em sua mensagem, dom Peron afirmou ser um momento único. “Todo cristão é também cidadão. Por isso, a Igreja quer colaborar com a sociedade e encontrar os melhores caminhos para o bem do povo brasileiro.” Em entrevista ao Informativo, o coordenador estadual da CF, padre Antonio Carlos Frizzo, falou do en- “ FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE volvimento das pastorais sociais. “A CF 2015 quer mostrar a presença da Igreja no mundo, e nós já estamos na sociedade por meio das pastorais sociais. A CF ainda nos recorda os ensinamentos do Concílio Vaticano II e os do papa Francisco, que motivam nossas comunidades a ser presença no mundo, colaboradoras de uma sociedade mais justa, humana e fraterna, a tão sonhada civilização do amor”, ressaltou. No encerramento dos trabalhos, foi lida uma mensagem do papa Francisco, a respeito da CF 2015, ao povo brasileiro. ARQUIVO PESSOAL O Texto-Base da Campanha da Fraternidade (CF) de 2015, que tem o tema Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45), foi apresentado em 12 de fevereiro na Assembleia Legislativa de São Paulo (SP). A iniciativa se deu em sessão requerida pelo deputado estadual padre Afonso Lobato (PV) e reuniu, no Auditório Teotônio Vilela, o bispo emérito de São Miguel Paulista (SP) e referencial da CF junto ao Regional, dom Fernando Legal; o bispo de Mogi das Cruzes (SP), dom Pedro Stringhini; o bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal da Região Belém, dom Edmar Peron; o coordenador estadual da CF, padre Antonio Carlos Frizzo; o secretário da Cáritas Brasileira e do Programa Economia Solidária, João Sérgio da Silva; e o deputado estadual Ed Thomas (PSB), entre outros. Em seu discurso, o padre Afonso destacou o esforço da Assembleia Legislativa no sentido de sensibilizar os parlamentares para estreitar a colaboração entre Igreja e sociedade, foco da campanha. “Impossível não considerar as infindáveis colaborações na esfera da ética, dos movimentos populares e na defesa dos direitos humanos prestadas pela Igreja no Purus são atendidas pela Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, em Beruri. Comparada com outras realidades da Amazônia, a paróquia é pequena, pois tem apenas 15 comunidades ribeirinhas católicas, e a mais distante fica a “somente” quatro horas de barco e a uma hora e meia de lancha. Informativo – Que serviço o senhor realizou por lá? Padre França – Durante o tempo que por lá estive realizei os serviços VIVENDOEMMISSÃO temos seis comunidades das quais quatro tinham missas semanais e duas a cada 15 dias. Conseguimos comprar uma moto, o que agilizou o deslocamento pela cidade. Encontrei as pastorais básicas organizadas e funcionando bem. Procurei dar continuidade aos trabalhos. Ampliamos as preparações para o batismo e matrimônio, que passaram a ser dadas pela Pastoral Familiar. Aumentamos também o número de ministros da Comunhão Eucarística. Foram formados mais grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM), que deixaram de ser vinculados à catequese. Os grupos de jovens passaram a fazer visitas missionárias nas famílias. Atendendo a um projeto da Prelazia, foi modificado o modo de trabalhar com a Pastoral do Dízimo, com aumento significativo de participação de fiéis nas missas, dizimistas e da arrecadação mensal. Ainda conseguimos comprar alguns terrenos para as comunidades novas que estão surgindo e ganhamos outros. Foram feitas várias reformas e construções nas comunidades urbanas, três delas de grande porte. Informativo – E, na área urbana, quais foram os resultados? Padre França – Na área urbana, Informativo – Que balanço o senhor faria dessa missão? Padre França – Penso ter conseguido Em missão pelo Projeto Missionário Os novos padres que vão participar do Projeto Missionário entre os Regionais Sul 1 – Norte 1, em Roraima, partiram em 6 de fevereiro para Manaus (AM). Lá, eles participam de um curso e, depois, seguirão para Boa Vista (RR). A missão será composta pelos padres José Roberto de Oliveira e Norberto Savietto, da Diocese de Jundiaí (SP), que atuarão na Área Missionária de Caroebe (RR) e na Paróquia São João Batista e São Luiz do Anauá. Segundo o padre José Roberto, seu desejo de ser missionário surgiu logo na infância. “Eu me sinto missionário desde menino. Durante a infância e adolescência, eu já me sentia missionário visitando as casas e rezando o terço. Quando me mudei do Paraná para Jundiaí, iniciei essa missão nos grupos de rua. Gosto do desafio, do encontro e do diálogo”, afirma. “Nos meus primeiros anos de padre, já trabalhei na missão na Diocese de Marabá (PA), junto com nosso saudoso bispo dom José Foralosso por dois anos. Estou muito animado com esse novo desafio. Eu sei que a missão é Deus e compete a mim apenas ser a luz. Vou para essa missão com o propósito de me converter e ajudar na conversão dos irmãos”, acrescentou. Padre Norberto afirma que o desejo de ser missionário começou um pouco mais tarde, na juventude. “Eu estava na comunidade de jovens e não tinha ainda sentido o chamado para o sacerdócio quando um padre missionário exibiu um vídeo sobre a Amazônia, na paróquia em que eu frequentava. Eu achei o trabalho interessante. Depois veio o chamado, a entrada no seminário, o estudo, a ordenação e o primeiro trabalho pastoral em uma paróquia. Dava a impressão de que aquela primeira atração tinha sido sufocada por diferentes atividades pastorais que se multiplicavam. Porém, já na terceira êxito em alguns projetos e em outros não. Algumas coisas o povo acolheu com entusiasmo, outras nem tanto. Creio que tudo isso é perfeitamente normal. A maior contribuição que dei foi minha presença junto ao povo e, com ela, o testemunho da presença solidária da Igreja em São Paulo, partilhando sua fé com a Igreja na Amazônia. Recebi muito mais do que pude oferecer, principalmente o testemunho de uma fé viva e alegre, de um modo simples de vida, de quem não precisa de muita coisa para ser feliz. De quem enfrenta as dificuldades da ida sem se desesperar e, ainda assim, faz festa. De um clero simples e despojado de privilégios e comodidades, mas cheio de fé e de entusiasmo. Informativo – O senhor voltou diferente? Padre França – Voltei enriquecido de tantas experiências vividas. Agradeço a Deus, à Igreja do Regional Sul 1 e à Diocese de São José dos Campos (SP) por me terem dado a oportunidade de trabalhar por três anos na Amazônia. Por fim, desejo ao padre Márcio Campos, meu amigo da Diocese de São José e que assumiu como pároco em Anori (AM), me substituindo, uma abençoada missão. SETOR DE COMUNICAÇÃO DA DIOCESE DE JUNDIAÍ de rotina de um pároco. No entanto, com as particularidades próprias da cultura e estilo de vida local. Por lá tudo depende das águas, que ditam o ritmo da vida. Em relação à zona rural ribeirinha, consegui fazer três visitas pastorais anuais, nas quais ia com uma equipe no nosso barco, o Rainéria, e passava de três a cinco dias “morando” no mesmo. Nessas visitas, eram dadas formações diversas e celebradas as missas e, em algumas ocasiões, batismos, primeiras comunhões e casamentos. Conseguimos reformar um bote que tínhamos e comprar um motor de 40 horsepowers (cavalos-vapor), que nos acompanhava nas viagens. Esse bote passou a ser usado em visitas feitas por leigos, aos domingos, ampliando assim o número de visitas feitas durante o ano, pois em cada viagem, aos domingos pela manhã, eram visitadas três comunidades. Em 2013, com o auxílio de algumas paróquias da Diocese de São José dos Campos (SP) e com a venda do nosso bote, conseguimos comprar uma lancha maior, com motor de 90 horsepowers e capacidade para 12 pessoas. O bispo diocesano de Jundiaí, dom Vicente Costa, fez o envio dos padres missionários em celebração no dia 7 de janeiro de 2015, na Paróquia Cristo Redentor, em Várzea Paulista (SP) paróquia, veio um grupo da Missão Belém, de São Paulo (SP), que trabalhava com moradores de rua. A dedicação daqueles jovens me chamou a atenção. Em março de 2014, fui visitar uma missão deles no Haiti: ali o antigo sonho despertou completamente”. janeiro/fevereiro/março de 2015 7 Se preferir, use o código ao lado para acessar o site diretamente em seu smartphone ou tablet. Ou para fazer download desta edição e de números anteriores. Informativo CNBB Regional Sul 1 Publicação mensal Janeiro/Fevereiro/Março de 2015 Rua Conselheiro Ramalho, 726, Bela Vista CEP 01325-000 São Paulo (SP) – Tel.: (11) 3253-6788 E-mail: [email protected] Site: www.cnbbsul1.org.br Diretor: Padre Nelson Rosselli Filho Jornalista responsável: Renato Papis Lopes, MTb 61012/SP Fontes e colaboradores: site da Diocese de Santo Amaro, Pastoral da Comunicação, sita da CNBB. Agenda Edição e diagramação: Revista Família Cristã E-mail: [email protected] Site: www.familiacrista.org.br Impresso na Gráfica da Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Paulinas) Tel.: (11) 3789-1422 Encontro Regional da Pastoral da Educação 13 a 15 de março, na Casa de Retiro Emaús, Araras (SP). Informações: (11) 3832-0180. Retiro Espiritual para os Agentes da Pastoral do Menor 10 a 12 de abril, no Centro de Formação Sagrada Família, São Paulo (SP). Informações: (16) 3721-1432. Meditações diante da cruz. As sete últimas palavras de Jesus Dom José Maria Pires As sete últimas palavras de Jesus pronunciadas na cruz foram a conclusão de toda uma vida oferecida ao Pai em favor da humanidade. Dessa tribuna, Jesus pronuncia seu último ensinamento. É tão grande o esforço para o condenado falar! É necessário que ele se apoie no cravo dos pés para se elevar um pouco, permitindo que o ar lhe entre nos pulmões e possa dizer umas poucas palavras entrecortadas. Diante da cruz, encontramos o sentido de nosso sofrimento e de nossa vida a serviço dos outros. Eles souberam viver... Dom Walter Ivan de Azevedo Quando se tem um grande ideal pela frente, seja ele humanitário, religioso, científico, político ou artístico, que resulte em benefício de muitos, experimentamos o quanto vale viver e lutar por ele. Os jovens muitas vezes são inclinados ao desânimo de seus ideais quando sofrem a pressão das dificuldades. A obra procura oferecer o exemplo de homens e mulheres que souberam enfrentar os obstáculos da vida e alcançar seus ideais com constância e tenacidade. Basta analisar o esforço de superação que empreenderam Madre Teresa de Calcutá, Raoul Follereau, Gandhi, Dom Bosco, Churchill, Stephen Hawking... Seus atos valem mais do que mil palavras de estímulo. À venda na Rede Paulinas de Livrarias Ligue 0800 70 100 81 ou acesse www.paulinas.org.br/loja 8 Informativo Regional Sul 1
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