Eu, você e os outros - CNBB Regional Sul 1

Transcrição

Eu, você e os outros - CNBB Regional Sul 1
Janeiro/Fevereiro/Março/2015 – Ano 24 – no 233
REUTERS
Eu, você e os outros
EDITORIAL
Eis mais uma edição do Informativo e, neste primeiro
número de 2015, apresentamos uma reflexão do presidente do Regional, o cardeal dom Odilo Scherer, sobre
a Campanha da Fraternidade de 2015 e a mensagem do
papa Francisco para o tempo da Quaresma. Na matéria
“Em missão pelo Projeto Missionário”, os testemunhos
dos padres José Roberto de Oliveira e Norberto
Savietto, novos participantes do Projeto Missionário
entre os Regionais Sul 1 – Norte 1. Sobre a mesma
missão, o padre Antônio França fala da sua caminhada
de três anos pela Paróquia da Imaculada Conceição,
em Coari (AM), na seção Vivendo em Missão. Informamos também que já estamos disponibilizando no
site este número e outras edições anteriores. A todos
uma boa leitura!
Cardeal Odilo P. Scherer *
E
m sua mensagem para a Quaresma de 2015, o papa Francisco
aborda o tema da indiferença e faz uma reflexão muito oportuna
para os tempos que correm, marcados pela exasperada busca do
gozo individual da vida. Fala da indiferença ao se referir aos sofrimentos
do próximo, das muitas tragédias humanas em curso, diante das quais
poderíamos ficar, simplesmente, indiferentes ou neutros, uma vez que
isso se passa lá longe e não nos ameaça de perto...
Há o drama dos migrantes e do tráfico humano, tão sentido na
Europa meridional, sobretudo na Itália e na Espanha; o Mediterrâneo é rota de chegada de muitos imigrantes clandestinos à Europa,
traficados com frequência por organizações criminosas, que os
exploram e, depois, os abandonam à própria sorte. Milhares dessas
vítimas já pereceram nas águas do Mediterrâneo.
janeiro/fevereiro/março de 2015
1
CAPA
Também há as tragédias das guerras em curso e de ações selvagens de
grupos intolerantes e terroristas, que
tentam impor seu poder aos outros
pelo terror. Muitos cristãos e outros
grupos religiosos estão sendo vítimas
dessa fúria insana. Este é um tempo
de muitos mártires!
Enquanto essas coisas acontecem
longe de nós, tendemos a ficar indiferentes ao drama de quem sofre.
Infelizmente, as notícias e imagens
sobre as tragédias humanas tendem a
despertar mais curiosidade do que solidariedade. Ouvimos falar de pessoas
que foram sequestradas, decapitadas,
degoladas, crucificadas, queimadas
vivas, e isso nos parece coisa de cinema... E ficamos indiferentes, afinal,
não poderíamos fazer nada mesmo
para mudar as coisas...
Mas não faltam dramas humanos
bem perto de nós, nem por isso nos
envolvemos. Temos sempre uma boa
razão para justificar nosso não envolvimento com os sofrimentos alheios.
Mas não deveria ser assim, e o papa nos
chama a mudar nossa atitude, como
parte de nossa conversão quaresmal.
Os cristãos são chamados a se envolver com os outros: “Se um membro sofre, todos os demais membros sofrem
com ele” (1Cor 12,26). O exemplo
de Cristo Jesus, que se solidarizou
conosco e assumiu nossas dores e as
carregou em seu corpo, deveria ser
nossa referência.
O cristão experimenta o amor de
Deus e a solidariedade de Cristo:
“Deus amou tanto o mundo, que
deu o seu Filho único, para que não
pereça todo aquele que nele crer, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Por
isso, o papa exorta que os cristãos e
cada uma das organizações da Igreja
devem ser “ilhas de solidariedade”
num mundo cada vez mais fechado
à fraternidade.
“Onde está teu irmão?” (Gn 4,9),
essa pergunta, feita por Deus a Caim,
depois do assassinato de Abel, continua a ser feita a cada um de nós
também, desafiando-nos a ficarmos
atentos às situações vividas pelos
outros, não buscando apenas o próprio bem. A Igreja é um corpo e, em
cada uma das nossas comunidades
eclesiais, deveria ser voltada uma
atenção especial para os membros
mais frágeis, os pobres, os doentes e
os pequeninos. Um amor meramente
ideal e universal não pode deixar sem
atenção os Lázaros concretos que jazem à frente das nossas portas...
A Quaresma é um tempo propício
para nos voltarmos para os outros; a
Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB todos os anos, vai
nessa direção e nos aponta sempre
para alguma dimensão específica da
vivência do amor ao próximo, inseparável do amor a Deus. O papa nos
convida a superarmos a “vertigem da
indiferença”, saindo do fechamento
em nós mesmos e voltando nossa
atenção ao próximo, com suas necessidades e sofrimentos.
* Cardeal Odilo Pedro Scherer é arcebispo
de São Paulo (SP) e presidente do Regional
Sul 1 da CNBB. Artigo publicado em O São
Paulo, edição de 11 de fevereiro de 2015.
Comissão Episcopal
Representativa
inicia preparação
para a 78a
Assembleia Regional
dos Bispos
A Comissão Episcopal Representativa da CNBB Regional Sul 1 reuniu-se
na manhã do dia 26 de fevereiro, às
9 horas, na sede do Regional em São
Paulo (SP), para a primeira reunião
de 2015.
Após a oração inicial, dirigida
pelo vice-presidente dom Moacir
Silva, arcebispo de Ribeirão Preto
(SP), e a leitura da ata da reunião
anterior, dirigida por dom Tarcísio
Scaramussa, bispo coadjutor de
Santos (SP) e secretário-geral do
Regional, o presidente cardeal dom
Odilo Pedro Scherer falou sobre os
acontecimentos recentes da Igreja:
2
Informativo Regional Sul 1
DIÁCONO JOSÉ CARLOS PASCOAL
REGIONAL
Participam desta reunião a presidência do Regional, os presidentes e membros
das oito sub-regiões pastorais, assessores e representantes de organismos.
O Sínodo da Família, a coleta de
assinaturas para a Reforma Política e a Campanha da Fraternidade
(CF) de 2015, que tem como tema:
Fraternidade: Igreja e Sociedade.
Dom Odilo anunciou que a Secretaria do Sínodo está realizando
pesquisas com as dioceses do mundo todo para sugestões de pauta
do Sínodo. Sugeriu também que os
organismos do Regional recebam
o material de estudos e ofereçam
sugestões. A pesquisa deve ser respondida até o fim de março de 2015.
Sobre a Coalizão para a Reforma
Política, que tem a CNBB como uma
das principais signatárias, o presidente alertou que é preciso agilizar
a coleta de assinaturas nas dioceses
e paróquias até o fim da Quaresma.
Sobre a Campanha da Fraternidade,
dom Odilo enfatizou a necessidade
REGIONAL
da Igreja no Brasil “ser uma Igreja
em saída, falar para fora, não segurar
a campanha dentro da Igreja”, relembrando que o documento Gaudium
et Spes, do Concílio Vaticano II, que
comemora o cinquentenário de seu
encerramento, já exortava a Igreja
a estar na sociedade. “Que o foco
de nossas reuniões e encontros seja
o tema da CF 2015, que sejamos
uma Igreja em saída, em missão na
sociedade. A campanha retoma essa
preocupação do concílio no que
diz respeito à sua relação com o
mundo, ser fermento na sociedade”,
completou o cardeal.
Foram formados pequenos grupos
entre os participantes da reunião
para oferecer sugestões à presidência de temas para a Assembleia dos
Bispos do Regional Sul 1, que será
realizada de 9 a 11 de junho de 2015
em Aparecida (SP). O tema da CF,
as Novas Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora, que serão votadas na
Assembleia Geral da CNBB em abril
deste ano, a missão social da Igreja,
contida no documento Evangelii Gaudium, do papa Francisco, e o Sínodo
da Família foram os itens mais destacados entre as sugestões de tema.
Após o intervalo, seguiram-se a reunião reservada dos bispos e a reunião
dos subsecretários com o secretário-executivo padre Nelson Rosselli Filho,
terminando com almoço.
ARQUIVO PASCOM SUL 1
Comunicadores em
Campos do Jordão
Entre os dias 6 e 8 de novembro,
a cidade de Campos do Jordão (SP)
sediará o 20o Encontro Estadual da
Pastoral da Comunicação (Pascom).
A data e o local foram confirmados
em dezembro passado durante reunião extraordinária entre o bispo
referencial da Pascom do Regional,
dom José Moreira de Melo; sua coordenadora estadual, irmã Maria
Celeste Ghislandi; e membros da
equipe de coordenação. O encontro
terá lugar na Villa Dom Bosco.
Equipe aprova o local do próximo encontro estadual de comunicação, que
acontecerá em Campos do Jordão, em novembro de 2015.
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janeiro/fevereiro/março de 2015
3
Dom José Negri é apresentado
na Diocese de Santo Amaro
No dia 17 de janeiro, dom José Negri
(foto), pime, foi apresentado solenemente para o público em sua primeira
missa após a celebração de posse ocorrida no dia 15 na Catedral de Santo
Amaro, São Paulo (SP).
Importantes autoridades religiosas
marcaram presença, como o cardeal e
arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer e do também cardeal dom
Claúdio Hummes, arcebispo emérito
de São Paulo, o arcebispo de Salvador
(BA), e primaz do Brasil, dom Murilo
Krieger, o arcebispo de Porto Alegre
(RS), dom Jaime Spengler, o arcebispo
de Florianópolis (SC), dom Wilson
Tadeu Jönck, o arcebispo de Maringá
(PR), dom Anuar Battisti, o arcebispo
de Pouso Alegre (MG), dom José Luiz
Majella, o bispo de Santos (SP), dom
Tarcísio Scaramussa, o bispo diocesano de São Miguel Paulista, dom Manuel Parrado, e o bispo emérito de São
Miguel Paulista, dom Fernando Legal,
o bispo de Campo Limpo, dom Luiz
Antônio Guedes, o bispo de Osasco
(SP), dom João Bosco Barbosa, o bispo
emérito de Campo Limpo, dom Emílio
Pignoli, e o bispo emérito da Diocese
de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino.
Também marcaram presença na
celebração autoridades civis, como
o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, o ministro das Cidades,
Gilberto Kassab, o presidente da
Federação das Indústrias de Santa
Catarina, Glauco Côrte, o prefeito
de Blumenau, Napoleão Bernardes,
além de diversos padres, religiosos,
seminaristas e leigos.
Posse canônica – Na quinta-feira,
dia 15 de janeiro, festa de Santo Amaro, aconteceu a posse canônica de
dom José Negri como bispo coadjutor
da Diocese de Santo Amaro. A missa,
que aconteceu na Catedral de Santo
Amaro, foi concelebrada pelo bispo
emérito dom Fernando Antônio Figueiredo e demais padres do Colégio
de Consultores.
O chanceler padre Gilson Vicente
dos Santos leu o decreto pontifício
de nomeação e, ao final da celebração, assinaram a ata oficial de posse,
ratificando dom José Negri no cargo.
LUCINEY MARTINS
Diocese de
Registro celebra
seus 40 anos
Da esquerda para a direita, dom Eduardo, cardeal Odilo e dom Devair.
Dois novos bispos auxiliares para São Paulo
O papa Francisco nomeou, em 10 de dezembro de 2014, para a Arquidiocese
de São Paulo, dois novos bispos auxiliares: padres Eduardo Vieira dos Santos,
49 anos, e Devair Araújo da Fonseca, 47. Padre Eduardo exerceu a função de
chanceler da Arquidiocese e cura da Catedral da Sé, e padre Devair esteve como
pároco da Paróquia São José, em Orlândia, na Diocese de Franca. Dom Devair
foi ordenador no dia 1o de fevereiro em Franca. Já dom Eduardo foi ordenado
no dia 7 de fevereiro, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção
(Catedral da Sé), em São Paulo, e designado pelo cardeal Odilo Pedro Scherer,
arcebispo metropolitano, como vigário episcopal para a Região Sé. Dom Devair
foi designado vigário episcopal para a Região Brasilândia. Eles foram apresentados nessas regiões, respectivamente, nos dias 7 e 8 de fevereiro.
4
CURIA DIOCESANA DE SANTO AMARO
DIOCESES
Informativo Regional Sul 1
Criada pelo Beato Papa Paulo VI
em 29 de janeiro de 1974 e instalada
em 16 de fevereiro de 1975, a Diocese
de Registro (SP) celebra 40 anos.
A data foi celebrada em diversos
eventos significativos, destaque para
a Romaria Diocesana ao Santuário
Nacional de Aparecida, que aconteceu no dia 8 de fevereiro, reunindo
cerca de 2 mil fiéis.
Além dessa romaria diocesana, a
Diocese, em sintonia com a Igreja
no Brasil, realizará a Campanha da
Fraternidade, o Ano da Paz e da Vida
consagrada. Após a 53a Assembleia da
CNBB, em abril, à luz das Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora, inspirados por elas, a diocese vai realizar
uma grande Assembleia Diocesana.
Também em comemoração ao momento, acontecerá a ordenação sacerdotal do diácono Gerson Ribeiro, que
acontecerá no mês de agosto.
DIOCESES
História – O primeiro bispo diocesano foi dom Aparecido José Dias,
que esteve à frente da diocese até
1996, sendo sucedido por dom José
Luiz Bertanha em 1998, atual pastor
da Diocese.
Ao total, possui 18 paróquias e
conta com 30 presbíteros. A Diocese é caracterizada pelas lutas e
conquistas, expressão da Igreja
nascente do Concílio Vaticano
II e das diversas conferências da
América Latina e Caribe. Durante
esta caminhada de 40 anos, muitas
coisas maravilhosas aconteceram,
muitas mudanças e novos desafios
DIVULGAÇÃO
Xavier, padroeiro da Diocese, nos
ajude a fazer do Vale do Ribeira um
grande campo missionário. Que a
Mãe Aparecida esteja conosco nesta
caminhada”, concluiu.
“Comemorarmos os 40 anos de
nossa Diocese é um privilégio. Vejo
com gratidão pelos seus 40 anos,
quanta vida nova aconteceu, tantas
crianças batizadas, tantos jovens
crismados, tantos casais construindo suas famílias, quanta evangelização! As 18 paróquias estão assistidas, orientadas e evangelizadas
pelos presbíteros, e grande número
de leigos atuando, dando o melhor
de si”, explicou o bispo diocesano,
dom José Luiz Bertanha.
O bispo salientou ainda que o presente da Diocese é promissor. “Com
o papa Francisco à frente, o apoio da
CNBB e do nosso Regional Sul 1, estamos amparados por tantos que nos
querem bem. O futuro está nas mãos
de Deus. É o tempo de Deus fazendo
acontecer a construção da Igreja e do
Reino de Deus. Que São Francisco
apareceram no caminho, desafios
que esperam uma resposta para a
Igreja do Vale do Ribeira.
A Diocese de Registro está localizada ao sul do estado de São Paulo
e pertence à Sub-Região Pastoral
Sorocaba.
CNBB
De acordo com os últimos dados
do Mapa da Violência, mais de 56
mil pessoas pereceram assassinadas
no Brasil em 2012, e os jovens foram
os principais afetados, somando mais
de 27 mil vítimas. Por isso, durante
a 52a Assembleia Geral dos Bispos da
CNBB, realizada entre 30 de abril e
9 de maio de 2014, foi aprovado por
unanimidade que 2015 será celebrado
como o Ano da Paz: um período de
reflexões, orações e ações sociais que
se estenderá até o Natal deste ano.
Segundo o secretário-geral da CNBB,
dom Leonardo Steiner, com a proposta, a Igreja no Brasil quer ajudar na
superação da violência e despertar a
CNBB Sul - Promocao Quaresma.pdf
25/02/15
população
brasileira para uma1 convi-
DIVULGAÇÃO
Ano da Paz tem iniciativas pelo Brasil
vência mais respeitosa e fraterna. “A
violência e a falta de paz provêm do
desprezo aos valores da família, da
escola na formação do cidadão e do
desprezo da vida simples”, justifica
dom Leonardo.
Para a celebração do Ano da Paz,
serão aproveitados os períodos temáticos do Ano Litúrgico, como os
meses vocacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano
sobre o motivo da violência e sobre
a necessidade de uma convivência
fecunda e frutuosa. O Ano Litúrgico
oferece-nos oportunidades para pensarmos sobre a paz e a realidade da
violência”, lembrou dom Leonardo,
13:35
para
quem, se a própria liturgia ofe-
DVD Campanha da Fraternidade 2015!
50%
rece oportunidades para refletir sobre
a realidade da violência, é necessário
ainda ter uma ocasião especial para
celebrar a paz. “Sim, desejamos ter
um dia para manifestar nas ruas de
nossas cidades que acreditamos na
paz, na fraternidade”, reforça.
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janeiro/fevereiro/março
de 2015 5
CAMPANHADAFRATERNIDADE
Texto-Base na Assembleia Legislativa
VIVENDOEMMISSÃO
Padre França encerra missão
O padre Antônio França (foto), da
Diocese de São José dos Campos (SP)
e membro do Projeto Missionário
entre os regionais Sul 1 – Norte 1 da
CNBB, falou ao Informativo a respeito
da sua caminhada de três anos pela
Paróquia da Imaculada Conceição,
em Coari (AM). “Recebi muito mais
do que ofereci, principalmente de uma
fé viva e alegre”, afirmou. Confira, a
seguir, o seu depoimento.
Informativo – Quando o senhor
chegou a Anori (AM)?
Padre França – Em 7 de outubro
de 2011. Assumi como administrador
paroquial em 3 de outubro, em posse
dada pelo administrador apostólico,
6
Informativo Regional Sul 1
dom Gutemberg Regis. Em 23 de
outubro, tomaria posse o novo bispo
prelado, dom Marcos Piatek. Fui muito
bem recebido, tanto pelos paroquianos
como pelos padres da Prelazia de Coari e pelos dois bispos também.
Informativo – Como o senhor descreveria a região?
Padre França – É um município com
aproximadamente 17 mil habitantes
e 5.800 quilômetros quadrados. A
Paróquia da Imaculada Conceição não
atinge todo o município, mas apenas
as comunidades que se encontram
nas margens do Rio Solimões e de
lagos que estão na bacia do mesmo.
As comunidades que ficam no Rio
“
DIVULGAÇÃO
Brasil”, alertou. Dom Pedro Stringhini também ressaltou a relação entre
Igreja e sociedade. “A CF retoma que
a Igreja está a serviço dos excluídos,
quer servir a sociedade e não se servir
dela. Sua presença no mundo anuncia
os valores morais e sociais da mensagem de Jesus Cristo, cujo amor incide
no próximo e na caridade diária, no
caso organizada por meio de pastorais
sociais, como a Operária, da Criança,
do Idoso, da Sobriedade e da Ecologia.
Todas elas existem para promover a
pessoa”, disse o bispo. A CF ainda
tem como pano de fundo o Concílio
Vaticano II, findado há 50 anos. Um
de seus frutos, a constituição pastoral
Gaudium et Spes, trata da dignidade
humana, do carinhoso olhar de Deus
sobre ela e, especialmente, os pobres.
Representando a Arquidiocese de
São Paulo, dom Edmar Peron saudou a
todos em nome do cardeal dom Odilo
Scherer, que se encontrava em Roma.
Em sua mensagem, dom Peron afirmou ser um momento único. “Todo
cristão é também cidadão. Por isso, a
Igreja quer colaborar com a sociedade
e encontrar os melhores caminhos
para o bem do povo brasileiro.”
Em entrevista ao Informativo, o
coordenador estadual da CF, padre
Antonio Carlos Frizzo, falou do en-
“
FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE
volvimento das pastorais sociais. “A
CF 2015 quer mostrar a presença da
Igreja no mundo, e nós já estamos
na sociedade por meio das pastorais
sociais. A CF ainda nos recorda os
ensinamentos do Concílio Vaticano II
e os do papa Francisco, que motivam
nossas comunidades a ser presença no
mundo, colaboradoras de uma sociedade mais justa, humana e fraterna,
a tão sonhada civilização do amor”,
ressaltou. No encerramento dos trabalhos, foi lida uma mensagem do papa
Francisco, a respeito da CF 2015, ao
povo brasileiro.
ARQUIVO PESSOAL
O Texto-Base da Campanha da Fraternidade (CF) de 2015, que tem o
tema Fraternidade: Igreja e Sociedade
e o lema “Eu vim para servir” (Mc
10,45), foi apresentado em 12 de
fevereiro na Assembleia Legislativa
de São Paulo (SP). A iniciativa se deu
em sessão requerida pelo deputado
estadual padre Afonso Lobato (PV) e
reuniu, no Auditório Teotônio Vilela,
o bispo emérito de São Miguel Paulista
(SP) e referencial da CF junto ao Regional, dom Fernando Legal; o bispo
de Mogi das Cruzes (SP), dom Pedro
Stringhini; o bispo auxiliar de São
Paulo e vigário episcopal da Região
Belém, dom Edmar Peron; o coordenador estadual da CF, padre Antonio
Carlos Frizzo; o secretário da Cáritas
Brasileira e do Programa Economia
Solidária, João Sérgio da Silva; e o
deputado estadual Ed Thomas (PSB),
entre outros.
Em seu discurso, o padre Afonso
destacou o esforço da Assembleia
Legislativa no sentido de sensibilizar
os parlamentares para estreitar a
colaboração entre Igreja e sociedade,
foco da campanha. “Impossível não
considerar as infindáveis colaborações
na esfera da ética, dos movimentos
populares e na defesa dos direitos
humanos prestadas pela Igreja no
Purus são atendidas pela Paróquia de
Nossa Senhora de Nazaré, em Beruri.
Comparada com outras realidades da
Amazônia, a paróquia é pequena, pois
tem apenas 15 comunidades ribeirinhas católicas, e a mais distante fica
a “somente” quatro horas de barco e a
uma hora e meia de lancha.
Informativo – Que serviço o senhor
realizou por lá?
Padre França – Durante o tempo
que por lá estive realizei os serviços
VIVENDOEMMISSÃO
temos seis comunidades das quais
quatro tinham missas semanais e duas
a cada 15 dias. Conseguimos comprar
uma moto, o que agilizou o deslocamento pela cidade. Encontrei as pastorais básicas organizadas e funcionando
bem. Procurei dar continuidade aos
trabalhos. Ampliamos as preparações
para o batismo e matrimônio, que
passaram a ser dadas pela Pastoral
Familiar. Aumentamos também o
número de ministros da Comunhão
Eucarística. Foram formados mais
grupos da Infância e Adolescência
Missionária (IAM), que deixaram de
ser vinculados à catequese. Os grupos
de jovens passaram a fazer visitas missionárias nas famílias. Atendendo a
um projeto da Prelazia, foi modificado
o modo de trabalhar com a Pastoral do
Dízimo, com aumento significativo de
participação de fiéis nas missas, dizimistas e da arrecadação mensal. Ainda
conseguimos comprar alguns terrenos
para as comunidades novas que estão
surgindo e ganhamos outros. Foram
feitas várias reformas e construções
nas comunidades urbanas, três delas
de grande porte.
Informativo – E, na área urbana,
quais foram os resultados?
Padre França – Na área urbana,
Informativo – Que balanço o senhor
faria dessa missão?
Padre França – Penso ter conseguido
Em missão pelo Projeto Missionário
Os novos padres que vão participar do Projeto Missionário entre os
Regionais Sul 1 – Norte 1, em Roraima, partiram em 6 de fevereiro para
Manaus (AM). Lá, eles participam de
um curso e, depois, seguirão para Boa
Vista (RR). A missão será composta
pelos padres José Roberto de Oliveira
e Norberto Savietto, da Diocese de
Jundiaí (SP), que atuarão na Área
Missionária de Caroebe (RR) e na
Paróquia São João Batista e São Luiz
do Anauá.
Segundo o padre José Roberto, seu
desejo de ser missionário surgiu logo
na infância. “Eu me sinto missionário
desde menino. Durante a infância e
adolescência, eu já me sentia missionário visitando as casas e rezando o
terço. Quando me mudei do Paraná
para Jundiaí, iniciei essa missão nos
grupos de rua. Gosto do desafio, do
encontro e do diálogo”, afirma. “Nos
meus primeiros anos de padre, já
trabalhei na missão na Diocese de
Marabá (PA), junto com nosso saudoso bispo dom José Foralosso por
dois anos. Estou muito animado com
esse novo desafio. Eu sei que a missão
é Deus e compete a mim apenas ser
a luz. Vou para essa missão com o
propósito de me converter e ajudar na
conversão dos irmãos”, acrescentou.
Padre Norberto afirma que o desejo de ser missionário começou um
pouco mais tarde, na juventude. “Eu
estava na comunidade de jovens e
não tinha ainda sentido o chamado
para o sacerdócio quando um padre
missionário exibiu um vídeo sobre
a Amazônia, na paróquia em que
eu frequentava. Eu achei o trabalho
interessante. Depois veio o chamado,
a entrada no seminário, o estudo,
a ordenação e o primeiro trabalho
pastoral em uma paróquia. Dava a
impressão de que aquela primeira
atração tinha sido sufocada por diferentes atividades pastorais que se
multiplicavam. Porém, já na terceira
êxito em alguns projetos e em outros
não. Algumas coisas o povo acolheu
com entusiasmo, outras nem tanto.
Creio que tudo isso é perfeitamente
normal. A maior contribuição que dei
foi minha presença junto ao povo e,
com ela, o testemunho da presença
solidária da Igreja em São Paulo, partilhando sua fé com a Igreja na Amazônia. Recebi muito mais do que pude
oferecer, principalmente o testemunho
de uma fé viva e alegre, de um modo
simples de vida, de quem não precisa
de muita coisa para ser feliz. De quem
enfrenta as dificuldades da ida sem se
desesperar e, ainda assim, faz festa.
De um clero simples e despojado de
privilégios e comodidades, mas cheio
de fé e de entusiasmo.
Informativo – O senhor voltou diferente?
Padre França – Voltei enriquecido de
tantas experiências vividas. Agradeço
a Deus, à Igreja do Regional Sul 1 e à
Diocese de São José dos Campos (SP)
por me terem dado a oportunidade
de trabalhar por três anos na Amazônia. Por fim, desejo ao padre Márcio
Campos, meu amigo da Diocese de
São José e que assumiu como pároco
em Anori (AM), me substituindo, uma
abençoada missão.
SETOR DE COMUNICAÇÃO DA DIOCESE DE JUNDIAÍ
de rotina de um pároco. No entanto,
com as particularidades próprias da
cultura e estilo de vida local. Por lá
tudo depende das águas, que ditam o
ritmo da vida. Em relação à zona rural
ribeirinha, consegui fazer três visitas
pastorais anuais, nas quais ia com uma
equipe no nosso barco, o Rainéria, e
passava de três a cinco dias “morando” no mesmo. Nessas visitas, eram
dadas formações diversas e celebradas
as missas e, em algumas ocasiões,
batismos, primeiras comunhões e casamentos. Conseguimos reformar um
bote que tínhamos e comprar um motor de 40 horsepowers (cavalos-vapor),
que nos acompanhava nas viagens.
Esse bote passou a ser usado em visitas feitas por leigos, aos domingos,
ampliando assim o número de visitas
feitas durante o ano, pois em cada viagem, aos domingos pela manhã, eram
visitadas três comunidades. Em 2013,
com o auxílio de algumas paróquias
da Diocese de São José dos Campos
(SP) e com a venda do nosso bote,
conseguimos comprar uma lancha
maior, com motor de 90 horsepowers
e capacidade para 12 pessoas.
O bispo diocesano de Jundiaí, dom
Vicente Costa, fez o envio dos padres
missionários em celebração no dia 7
de janeiro de 2015, na Paróquia Cristo
Redentor, em Várzea Paulista (SP)
paróquia, veio um grupo da Missão Belém, de São Paulo (SP), que
trabalhava com moradores de rua.
A dedicação daqueles jovens me
chamou a atenção. Em março de
2014, fui visitar uma missão deles no
Haiti: ali o antigo sonho despertou
completamente”.
janeiro/fevereiro/março de 2015
7
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Informativo CNBB Regional Sul 1
Publicação mensal
Janeiro/Fevereiro/Março de 2015
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Diretor: Padre Nelson Rosselli Filho
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(SP). Informações: (11) 3832-0180.
Retiro Espiritual para os Agentes da Pastoral do Menor
10 a 12 de abril, no Centro de Formação Sagrada Família, São Paulo (SP). Informações: (16) 3721-1432.
Meditações diante da cruz. As sete últimas palavras
de Jesus
Dom José Maria Pires
As sete últimas palavras de Jesus pronunciadas na cruz foram a conclusão de toda uma vida oferecida
ao Pai em favor da humanidade. Dessa tribuna, Jesus pronuncia seu último ensinamento. É tão grande
o esforço para o condenado falar! É necessário que ele se apoie no cravo dos pés para se elevar um
pouco, permitindo que o ar lhe entre nos pulmões e possa dizer umas poucas palavras entrecortadas.
Diante da cruz, encontramos o sentido de nosso sofrimento e de nossa vida a serviço dos outros.
Eles souberam viver...
Dom Walter Ivan de Azevedo
Quando se tem um grande ideal pela frente, seja ele humanitário, religioso, científico, político ou
artístico, que resulte em benefício de muitos, experimentamos o quanto vale viver e lutar por ele.
Os jovens muitas vezes são inclinados ao desânimo de seus ideais quando sofrem a pressão das
dificuldades. A obra procura oferecer o exemplo de homens e mulheres que souberam enfrentar
os obstáculos da vida e alcançar seus ideais com constância e tenacidade. Basta analisar o esforço
de superação que empreenderam Madre Teresa de Calcutá, Raoul Follereau, Gandhi, Dom Bosco,
Churchill, Stephen Hawking... Seus atos valem mais do que mil palavras de estímulo.
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Informativo Regional Sul 1