CIeNCIAS De LA COMUNICACIÓN
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CIeNCIAS De LA COMUNICACIÓN
ALAIC - ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE INVESTIGADORES DE LA COMUNICACIÓn Cuerpo directivo (2005-2008) Consejo Consultivo Presidente Erick R. Torrico Villanueva (Bolivia) Ex-Presidentes Luis Aníbal Gómez (Venezuela) - 1979-1980 Jesús Martín-Barbero (Colombia) - 1981-1982 Oswaldo Capriles / Alejandro Alfonso (Venezuela) - 1982-1984 Patricia Anzola (in memoriam - Colombia) - 1984-1989 José Marques de Melo (Brasil) - 1989-1992 Enrique Sánchez Ruiz (México) - 1992-1995 Luis Peirano (Perú) - 1995-1998 Margarida Maria Krohling Kunsch (Brasil) - 1998-2005 Vice Presidentes Alfredo Alfonso (Argentina) César R. Siqueira Bolaño (Brasil) Directores Migdalia Pineda de Alcázar (Venezuela) Octavio Islas (México) Ancízar Narváez Montoya (Colombia) GRUPOS DE TRABAJO ■ GT 1 - Comunicación, Tecnología y Desarrollo Coordinador: Gustavo Cimadevilla ✉ [email protected] ■ GT 2 - Comunicación y Ciudad Coordinadora: Carla Colona ✉ [email protected] ■ GT 3 - Comunicación Política y Medios Coordinador: Andres Cañizalez ✉ [email protected] ■ GT 12 - Comunicación Organizacional y Relaciones Públicas Coordinadora: Margarida M. K.Kunsch ✉ [email protected] ■ GT 13 - Comunicación Publicitaria Coordinador: Paulo Rogério Tarsitano ✉ [email protected] ■ GT 14 - Historia de la Comunicación Coordinador: Juan Gargurevich ✉ [email protected] ■ GT 4 - Economía Política de las Comunicaciones Coordinador: César Bolaño ✉ [email protected] ■ GT 15 - Medios Comunitarios y Ciudadanía Coordinadora: Cicília M. Krohling Peruzzo ✉ [email protected] ■ GT 5 - Estudios de Recepción Coordinadora: Nilda Jacks ✉ [email protected] ■ GT 16 - Telenovela y Ficción Seriada Coordinadora: Nora Mazziotti ✉ [email protected] ■ GT 6 - Estudios sobre Periodismo Coordinador: Eduardo Meditsch ✉ [email protected] ■ GT 7 - Ética y Derecho de la Comunicación Coordinador: Ernesto Villanueva ✉ [email protected] ■ GT 8 - Folkcomunicación Coordinador: Roberto Benjamim ✉ [email protected] ■ GT 9 - Comunicación y Educación Coordinadora: Delia Crovi ✉ [email protected] ■ GT 17 - Teoría y Metodologías de la Investigación en Comunicación Coordinadora: Maria Immacolata Vassallo de Lopes ✉ [email protected] ■ GT 18 - Internet y Sociedad de la Información Coordinador: Octavio Islas ✉ [email protected] ■ GT 19 - Comunicación Intercultural Coordinador: José Luis Aguirre ✉ [email protected] ■ GT 20 - Comunicación y Estudios Socioculturales Coordinadora: Florencia Saintout ✉ [email protected] ■ GT 10 - Comunicación y Salud Coordinador: Isaac Epstein ✉ [email protected] ■ GT 21 - Medios de Comunicación, Niños y Adolescentes Coordinadora: Lucía Castellón ✉ [email protected] ■ GT 11 - Discurso y Comunicación Coordinador: Eliseo Colon ✉ [email protected] ■ GT 22 - Comunicación para el Cambio Social Coordinador: Alfonso Gumucio Dagron ✉ [email protected] revista latinoamericana de CIeNCIAS DE LA COMUNICAciÓn Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación AÑo iV – nº 7 • 2º semestre de 2007 • ISSN 1807-3026 La Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación es editada por la ALAIC - Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación. Se trata de un periódico científico semestral, de alcance internacional, que tiene como objetivo principal promover la difusión, democratización y el fortalecimiento de la escuela del pensamiento comunicacional latinoamericano. Visa, también, ampliar el diálogo con la comunidad académica mundial y contribuir para el desarrollo integral de la sociedad en el continente. Editora: Editores adjuntos: Comité Editorial e Ejecutivo: Consejo editorial Anamaria Fadul (Brasil) Anibal Ford (Argentina) Anibal Orué Pozzo (Paraguay) Antonio Fidalgo (Portugal) Antonio Pasquali (Venezuela) Armand Mattelart (Francia) Bernard Miège (Francia) Cesar Ricardo Siqueira Bolaño (Brasil) Cicilia Maria Krohling Peruzzo (Brasil) Delia Crovi Druetta (México) Doris Fagundes Haussen (Brasil) Eduardo Rebollo Iturralde (Uruguay) Eliseo Colón (Puerto Rico) Enrique Bustamante (España) Enrique Sánchez Ruiz (México) Gaetan Tremblay (Canadá) Giovanni Bechelloni (Italia) Gustavo Cimadevilla (Argentina) Héctor Schmucler (Argentina) James Lull (Estados Unidos) José Carlos Lozano (México) Jesús Martín-Barbero (Colombia) José Marques de Melo (Brasil) John Downing (Estados Unidos) Juan Gargurevich (Perú) Kaarle Nordenstreng (Finlandia) Kenton Wilkinson (Estados Unidos) Lucía Castellón (Chile) Luis Ramiro Beltrán (Bolivia) Margarida Ledo Andión (España) Maria Immacolata Vassallo de Lopes (Brasil) Martín Becerra (Argentina) Migdalia Pineda de Alcázar (Venezuela) Miquel de Moragas (España) Muniz Sodré (Brasil) Nancy Díaz Larrañaga (Argentina) Octavio Islas Carmona (México) Pedro Gilberto Gomes (Brasil) Raúl Fuentes Navarro (México) Sonia Virgínia Moreira (Brasil) Thomas Tufte (Dinamarca) Teresa Velázquez (España) Tereza Quiróz (Perú) Margarida M. Krohling Kunsch (Brasil) Alfredo Alfonso (Argentina) Erick Torrico Villanueva (Bolivia) Valério Cruz Brittos (Brasil) Jorge Villena Medrano (Bolivia) Magali Catino (Argentina) Claudia Nociolini Rebechi (Brasil) Arlindo Rebechi Jr (Brasil) Maria Cristina Gobbi (Brasil) Ancízar Narvaez Montoya (Colombia) Revisión Jorge Villena Medrano (Español) Maria Cristina Ferrari (Inglés) Arlindo Rebechi Jr (Português) Diseño y Editoralización Electrónica FDesign Impresión Gráfica Neoband Dirección Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación ALAIC - Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, bloco 22, sala 30 Cidade Universitária / Butantã - São Paulo - SP Brasil - CEP 05508-900 Tel./Fax: (55-11) 3091-2949 Correo Electrónico: [email protected] Home page: www.alaic.net Ficha catalográfica elaborada por el Serviço de Biblioteca e Documentação - ECA/USP Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación / [publicação da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación]. — Ano 4, n.7 (2º sem. 2007). — São Paulo: ALAIC, 2007-176p ; 28cm Semestral ISSN 1807-3026 1. Comunicação 2. Comunicação - América Latina 3. Comunicação - Pesquisa 4. Meios de comunicação - América Latina I. Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación. CDD - 21 ed. - 302.2 302.2098 contenido Editorial ............................................................................ 7 artículos ........................................................................11 estudios ............................................................................91 reseñas ..............................................................................97 ENTREVISTA .....................................................................100 COMUNICACIones cientÍficas ......................................113 NOTICIAS ..........................................................................161 normas ...........................................................................168 EDITORIAL E ste sétimo número da Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación registra, nas suas várias seções, contribuições valiosas sobre estudos clássicos e contemporâneos do campo da Comunicação. A entrevista feita por Luis Peirano e Hugo Aguirre com Rafael Roncagliolo resgata o pensamento de um dos mais destacados militantes da luta pela democracia e direitos humanos na América Latina por décadas. Figura carismática e sempre à frente do seu tempo, sabe conciliar muito bem sua formação de sociólogo com estudos questionadores do papel dos meios de comunicação na sociedade. Foi um dos líderes dos debates em torno da NOMIC – Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação nos anos de 1970. Participou da primeira fase de constituição da ALAIC, sendo um dos seus propulsores. Para equipe editorial deste periódico científico é uma satisfação fechar este ciclo de entrevistas com aqueles que denominamos “protagonistas da ALAIC” e dos estudos de comunicação da América Latina, justamente com Rafael Roncagliolo. A seção de artigos se inicia com o clássico artigo de Luis Ramiro Beltrán: “Adiós a Aristóteles: la comunicación “horizontal”. Originalmente, publicado em português, na Revista Comunicação e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo, em setembro de 1981, esta contribuição expressiva marcou época e ainda não havia sido publicada no idioma espanhol. Trata-se de um estudo significativo, que, ao longo desses 27 anos, tem sido referência para muitos estudiosos da Comunicação. Aborda a natureza da comunicação, tal qual disseminada nos países desenvolvidos e confrontada nos países em desenvolvimento. Examina as definições mais características da conceituação tradicional clássica. Revisam-se as críticas iniciais e recentes, sublinhando um pensamento latino-americano ímpar. Por fim, busca-se formular bases para um modelo de “comunicação horizontal” pertinente às relações sociais intra-nacionais e internacionais. Para a ALAIC, por meio de sua revista, é um privilégio resgatar este trabalho do professor Beltrán, permitindo que as novas gerações tenham acesso a esse clássico estudo reflexivo que continua tão atual. Dois artigos tratam diretamente da comunicação ibero-americana. José Marques de Melo em “La comunicación iberoamericana frente al desafío de la globalización: sueños y pesadillas de la comunidad académica” apresenta o texto da conferência inaugural que proferiu no X Congresso Iberoamericano de Comunicação, realizado em Guadalajara, México, em novembro de 2007. Fruto de sua condição estratégica de observador participante, sendo o único dos fundadores do IBERCOM que teve a sorte e o privilégio de presenciar os dez encontros, assumiu o papel de testemunha ocular dos fatos e destaca as lutas e as conquistas de um grupo de pesquisadores travadas para formar uma comunidade ibero-americana de comunicação. “El espacio audiovisual iberoamericano:entre el mercado y las políticas públicas”, com Enrique E. Sánchez-Ruiz, reflete sobre os intercâmbios de imagens entre os países ibero-americanos: tanto entre eles, como entre eles e o resto do mundo, num contexto global contemporâneo tão desigual. Seu propósito visa verificar se os circuitos mundiais de intercâmbios de produtos audiovisuais - tais como se têm desenvolvidos nas últimas décadas - favorecem ou não a comunicação entre culturas. A contribuição de Octavio Islas em “La sociedad de la ubicuidad, los prosumidores y un modelo de comunicación para comprender la complejidad de las comunicaciones digitales” trata de questões fundamentais do mundo contemporâneo. Para o autor no imaginário da sociedade da ubiqüidade, em que as comunicações digitais incidem de forma categórica no desenvolvimento e evolução dos novos ambientes comunicativos, a figura do emissor e receptor, assim como a maioria dos modelos explicativos dos processos de comunicação, exibem, atualmente, limitações em suas capacidades explicativas.Com o desenvolvimento da web 2.0 e suas versões posteriores, os usuários de Internet ganham a dimensão de prosumidores, que, articulam novos ambientes comunicativos por meio de inevitáveis remediações sobre o conjunto de dispositivos que acompanham o desenvolvimento das comunicações digitais móveis. Eneus Trindade e Sérgio Fabiano Annibal em “Os efeitos do espaço na enunciação midiática da Publicidade” propõem reflexões sobre a representação do espaço em mensagens publicitárias com base em investigações sobre a enunciação midiática publicitária e os estudos de processos mediáticos em comunicação realizados por eles. Na seção das comunicações científicas são contemplados estudos resultantes de pesquisas junto às mídias impressas, televisivas e ao rádio. Em “La forma de las noticias: de la diligencia al telégrafo”, Paulina Brunetti procura resgatar formatos convencionais que as práticas jornalísticas deram às noticias de lugares afastados (outras cidades, outros países) na imprensa de Córdoba (República Argentina), desde a época em que a regularização dos transportes permitiu que as diligências percorressem com regularidade os espaços nacionais (1852) até o advento do telégrafo (1871). Este artigo analisa até o ano 1925 e mostra que um processo de mutações parece encontrar lentamente as melhores formas para alcançar o público leitor. “Cultura e ideologia na atribuição de significados aos produtos televisivos” é a contribuição de Marcia Perencin Tondato. A hipótese principal da pesquisa tratou da aceitação de conteúdos que apelam para a exploração da violência pela aquisição de um hábito, condicionado social e circunstancialmente, construído pelo simbolismo. Para tanto, a leitura da programação foi observada pela abordagem qualitativa, seguida de um levantamento quantitativo dos hábitos de consumo dos meios de comunicação e opinião sobre a programação. Foi, também, analisado o discurso de programas com as características do foco de estudo. O resultado mostra um cenário de uma sociedade midiática, dependente da televisão como fonte de informação, que elabora tal informação conforme o entorno social e cultural. O consumo é imediatista, não havendo espaço para reflexão. A violência fica mais caracterizada nos programas relacionados ao entretenimento, na medida em que desrespeitam o ser humano. Outra pesquisa relacionada à televisão é a que foi produzida por José Carlos Lozano, Lorena Frankenberg e Carlos del Valle Rojas. Em “La investigación empírica de audiencias televisivas en America Latina de 1992 a 2007”, revisam e analisam em mais de 50 trabalhos a clareza conceitual, os marcos teóricos, a estratégia metodológica adotada, assim como os principais autores mencionados nas referências destes estudos. Identificam-se as principais tendências, as lacunas e omissões nas investigações da recepção televisiva. O trabalho oferece um primeiro diagnóstico sobre os pontos fortes e fracos da investigação empírica de audiências na América Latina. Em “Rádio e sociedade brasileira no cinema: de 1940 a 2000”, Doris Fagundes Haussen procura identificar, em seis filmes nacionais, o “olhar” do cinema sobre o rádio, ou seja, como uma mídia registra a participação da outra e que tipo de visão é repassado. Os filmes analisados referem-se ao período dos anos de 1940 até os de 2000. A seleção foi feita com base nos filmes em que o rádio tem um papel central e cujo enredo represente períodos importantes vividos pelo veículo na história nacional. Na seção Estúdios registramos o Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo – PROLAM - USP. No conjunto deste programa interdisciplinar a área de Comunicação e Cultura é contemplada nas linhas de pesquisa: Comunicação e Produção Artística e Crítica Cultural na América Latina. Ao longo dos seus 20 anos de existência inúmeros estudos comparativos entre países da região têm sido desenvolvidos no campo comunicacional, por meio exatamente dessas linhas de investigação. O PROLAM é um espaço por excelência para abrigar investigadores e professores das mais diversas faculdades e/ou escolas de Comunicação do continente que pretendem desenvolver seus estudos de pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado e doutorado. Esta edição, como as anteriores, expressa a pluralidade temática que caracteriza o pensamento comunicacional latinoamericano. Destaca contribuições pioneiras e ao mesmo tempo abre espaços para estudos contemporâneos. Essa é a missão desta revista científica: democratizar o conhecimento que vem sendo gerado e fomentar o debate para consolidação das Ciências da Comunicação numa perspectiva mundial. Margarida Maria Krohling Kunsch Editora EDITORIAL E ste séptimo número de la Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación registra, en sus varias secciones, contribuciones valiosas sobre estudios clásicos y contemporáneos del campo de la Comunicación. La entrevista realizada por Luis Peirano y Hugo Aguirre con Rafael Roncagliolo rescata el pensamiento de uno de los más destacados militantes de la lucha por la democracia y derechos humanos en América Latina por décadas. Figura carismática y siempre al frente de su tiempo, sabe conciliar muy bien su formación de sociólogo con estudios cuestionadores del papel de los medios de comunicación en la sociedad. Fue uno de los líderes de los debates sobre el NOMIC – Nuevo Orden Mundial de la Información y Comunicación en los años de 1970. Participó de la primera fase de constitución de la ALAIC, siendo uno de sus propulsores. Para el equipo editorial de este periódico científico es una satisfacción cerrar este ciclo de entrevistas con aquellos que denominamos “protagonistas de la ALAIC” y de los estudios de comunicación de América Latina, justamente con Rafael Roncagliolo. La sección de artículos se inicia con el clásico artículo de Luís Ramiro Beltrán: “Adiós a Aristóteles: la comunicación ‘horizontal’”. Originalmente, publicado en portugués, en la Revista Comunicación y Sociedad del Programa de Posgraduación en Comunicación Social de la Universidad Metodista de São Paulo, en septiembre de 1981, esta contribución expresiva, marcó una época y todavía no había sido publicada en el idioma español. Se trata de un estudio significativo, que, a lo largo de esos 27 años, ha sido referencia para muchos estudiosos de la Comunicación. Aborda la naturaleza de la comunicación, tal cual fue diseminada en los países desarrollados y confrontada en los países en desarrollo. Examina las definiciones más características de la conceptualización tradicional clásica. Se revisan las críticas iniciales y recientes, subrayando un pensamiento latinoamericano sin igual. Y finalmente, busca formular bases para un modelo de “comunicación horizontal” pertinente a las relaciones sociales intranacionales e internacionales. Para la ALAIC, por medio de su revista, se un privilegio rescatar este trabajo del profesor Beltrán, permitiendo que las nuevas generaciones tengan acceso a ese clásico estudio reflexivo que continúa tan actual. Dos artículos tratan directamente de la comunicación iberoamericana. José Marques de Melo en “La comunicación iberoamericana frente al desafío de la globalización: sueños y pesadillas de la comunidad académica” presenta el texto de la conferencia inaugural que profirió en el X Congreso Iberoamericano de Comunicación, realizado en Guadalajara, México, en noviembre de 2007. Fruto de su condición estratégica de observador participante, siendo el único de los fundadores del IBERCOM que tuvo la suerte y el privilegio de presenciar los diez encuentros, asumió el papel de testigo ocular de los hechos y destaca las luchas y las conquistas de un grupo de investigadores trabadas para formar una comunidad iberoamericana de comunicación. “El espacio audiovisual iberoamericano: entre el mercado y las políticas públicas”, con Enrique E. Sánchez-Ruiz, reflexiona sobre los intercambios de imágenes entre los países iberoamericanos: tanto entre ellos, como entre ellos y el resto del mundo, en un contexto global contemporáneo tan desigual. Su propósito se centra en verificar si los circuitos mundiales de intercambios de productos audiovisuales - tales como aquellos que se han desarrollados en las últimas décadas - favorecen o no a la comunicación entre culturas. La contribución de Octavio Islas en “La sociedad de la ubicuidad, los prosumidores y un modelo de comunicación para comprender la complejidad de las comunicaciones digitales”, trata de cuestiones fundamentales del mundo contemporáneo. Para el autor en el imaginario de la sociedad de la ubicuidad, en que las comunicaciones digitales inciden de forma categórica en el desarrollo y evolución de los nuevos ambientes comunicativos, la figura del emisor y receptor, así como la mayoría de los modelos explicativos de los procesos de comunicación, exhiben, actualmente, limitaciones en sus capacidades explicativas. Con el desenvolvimiento de la web 2.0 y sus versiones posteriores, los usuarios de Internet ganan la dimensión de prosumidores, que, articulan nuevos ambientes comunicativos por medio de inevitables remediaciones sobre el conjunto de dispositivos que acompañan el desenvolvimiento de las comunicaciones digitales móviles. Eneus Trindade y Sérgio Fabiano Annibal en “Los efectos del espacio en la enunciación mediática de la Publicidad”, proponen reflexiones sobre la representación del espacio en mensajes publicitarios con base en investigaciones sobre la enunciación mediática publicitaria y los estudios de procesos mediáticos en comunicación realizados por ellos. En la sección de las comunicaciones científicas son contemplados estudios resultantes de investigaciones junto a los medios impresos, televisivos y a la radio. En “La forma de las noticias: de la diligencia al telégrafo”, Paulina Brunetti procura rescatar formatos convencionales que las prácticas periodísticas dieron a las noticias de lugares alejados (otras ciudades, otros países) en la prensa de Córdoba (República Argentina), desde la época en que la regularización de los transportes permitió que las diligencias transitasen con regularidad por los espacios nacionales (1852) hasta el advenimiento del telégrafo (1871). Este artículo analiza hasta el año 1925 y muestra que un proceso de mutaciones parece encontrar lentamente las mejores formas para alcanzar al público lector. “Cultura e ideología en la atribución de significados a los productos televisivos” es la contribución de Marcia Perencin Tondato. La hipótesis principal de la investigación trata sobre la aceptación de contenidos televisivos que apelan a la explotación de la violencia por la adquisición de un hábito, condicionado social y circunstancialmente, construido por el simbolismo. Por tanto, la lectura de la programación televisiva fue observada por el abordaje cualitativo, seguido de un levantamiento cuantitativo de los hábitos de consumo de los medios de comunicación y opinión sobre la programación. También fue analizado el discurso de programas con las características del foco de estudio. El resultado muestra un escenario de una sociedad mediática, dependiente de la televisión como fuente de información, que elabora tal información conforme el entorno social y cultural. El consumo es inmediatista, no existiendo espacio para la reflexión. La violencia se queda más caracterizada en los programas relacionados al entretenimiento, en la medida en que desrespeta al ser humano. Otra investigación relacionada a la televisión es la que fue producida por José Carlos Lozano, Lorena Frankenberg y Carlos del Valle Rojas. En “La investigación empírica de audiencias televisivas en América Latina de 1992 a 2007”, revisan y analizan en más de 50 trabajos la clareza conceptual, los marcos teóricos, la estrategia metodológica adoptada, así como los principales autores mencionados en las referencias de estos estudios. Se identifican las principales tendencias, las lagunas y omisiones en las investigaciones de la recepción televisiva. El trabajo ofrece un primer diagnóstico sobre los pontos fuertes y débiles de la investigación empírica de audiencias en América Latina. En “Radio y sociedad brasilera en el cine: de 1940 a 2000”, Doris Fagundes Haussen procura identificar, en seis películas nacionales, la “mirada” del cine sobre la radio, o sea, como un media registra la participación del otro y qué tipo de visión es repasado. Las películas analizadas se refieren al periodo de los anos de 1940 hasta los de 2000. La selección fue hecha con base en las películas en que la radio tiene un papel central y cuya trama representa periodos importantes vividos por el vehículo en la historia nacional. En la sección Estudios registramos el Programa de Posgraduación en Integración de América Latina de la Universidad de São Paulo – PROLAM - USP. En el conjunto de este programa interdisciplinario, el área de Comunicación y Cultura es contemplado en las líneas de investigación: Comunicación y Producción Artística y Crítica Cultural en América Latina. A lo largo de sus 20 años de existencia innúmeros estudios comparativos entre países de la región han sido desarrollados en el campo comunicacional, por medio de exactamente esas líneas de investigación. El PROLAM es un espacio por excelencia que abriga investigadores y profesores de las más diversas facultades y/o escuelas de Comunicación del continente que pretenden desenvolver sus estudios de posgraduación stricto sensu a nivel de maestría y doctorado. Esta edición, como las anteriores, expresa la pluralidad temática que caracteriza el pensamiento comunicacional latinoamericano. Destaca contribuciones pioneras y al mismo tiempo abre espacios para estudios contemporáneos. Esa es la misión de esta revista científica: democratizar el conocimiento que viene siendo generado y fomentar el debate para la consolidación de las Ciencias de la Comunicación en una perspectiva mundial. Margarida Maria Krohling Kunsch Editora ADIÓS A ARISTÓTELES: LA COMUNICACIÓN “HORIZONTAL” Luis Ramiro Beltrán 12 LA COMUNICACIÓN IBEROAMERICANA FRENTE AL DESAFÍO DE LA GLOBALIZACIÓN: SUEÑOS Y PESADILLAS DE LA COMUNIDAD ACADÉMICA José Marques de Melo 38 Enrique E. Sanchez-Ruiz 54 LA SOCIEDAD DE LA UBICUIDAD, LOS PROSUMIDORES Y UN MODELO DE COMUNICACIÓN PARA COMPRENDER LA COMPLEJIDAD DE LAS COMUNICACIONES DIGITALES Octavio Islas 68 OS EFEITOS DO ESPAÇO NA ENUNCIAÇÃO MIDIÁTICA DA PUBLICIDADE Eneus Trindade Sérgio Fabiano Annibal 78 artículos EL ESPACIO AUDIOVISUAL IBEROAMERICANO: ENTRE EL MERCADO Y LAS POLÍTICAS PÚBLICAS ADIÓS A ARISTÓTELES: LA COMUNICACIÓN “HORIZONTAL”* Luis Ramiro Beltrán S. Especialista boliviano en comunicación para el desarrollo y periodista. Doctorado por la Universidad del Estado de Michigan, EE.UU. Escribió este ensayo en 1979 cuando era Vicepresidente de la Asociación Internacional para Investigación en Comunicación de Masas (IAMCR) y síndico del Instituto Internacional de la Comunicación. E-mail: [email protected] 12 * Traducción al español realizada en 1991 y, con autorización del autor, distribuida solamente entre sus alumnos por el Lic. José Luis Aguirre Alvis, catedrático de Comunicación para el Desarrollo en la Carrera de Comunicación Social de la Universidad Católica Boliviana-La Paz. Tiene como fuente a la revista Comunicación y Sociedad Nº 6, septiembre, 1981, Ed. Cortéz, Sao Paulo, págs. 5 a la 35. El artículo original en inglés corresponde al año 1979, cuando fue requerido del autor por la Comisión Internacional para el Estudio de los Problemas de la Comunicación, UNESCO. Y fue publicado en ese idioma también en el volumen 5, número 1 (1980) de la revista Communication de Gordon and Breach, New York, London and Paris, teniendo como editor a Karl Erik Rosengren. resumen El ensayo aborda la conceptualización de la naturaleza de la comunicación, tal proveniente de los países desarrollados, siendo rebatida en los países en desarrollo. Este énfasis es apropiado puesto que, aunque los intentos para revisar tal conceptualización también son obviamente pertinentes a la comunicación dentro de las naciones, su importancia decisiva para la comunicación entre ellas no debe ser soslayada. El ensayo destaca en primer lugar aquellas definiciones de la comunicación más características de tal conceptualización tradicional o clásica. Luego pasa revista sumariamente a las principales críticas, tanto iniciales como recientes, subrayando en el caso de las últimas una seminal crítica latinoamericana. Finalmente, después de una rápida reseña de anteriores intentos similares, busca formular bases para un modelo de “comunicación horizontal” pertinente a las relaciones sociales intra-naciones e inter-naciones. Palabras claves: Teorias y modelos de comunicação; Comunicación horizontal; Relaciones sociales; Latinoamérica. ABSTRACT This essay discusses the conceptualization of the nature of communication formulated in developed countries and refuted by developing countries. The emphasis is appropriate for, even though attempts to review such conceptualization are undoubtedly pertinent to the communication within the countries as well, its decisive importance to the communication among those countries should not be neglected. Firstly, the article points out the most charac teristic definitions of communication adopted by this traditional or classical conceptualization. Then, it reviews the main criticism, both initial and more recent, underlining, in the latter, the seminal Latin American criticism. Finally, after a brief review of previous similar attempts, the article seeks to provide the basis for a “horizontal communications” model pertinent to social relationships within and between nations. Keywords: Theories and communication models; Horizontal communications; Social relationships; Latin America. RESUMO Este ensaio aborda, conceitualmente, a natureza da comunicação, tal qual disseminada nos países desenvolvidos e confrontada nos países em desenvolvimento. Primeiramente, este ensaio destaca as definições de comunicações mais tradicionais, de matriz clássica. Em seguida, sumariamente, revisam-se as críticas iniciais e recentes, sublinhando um pensamento latino-americano ímpar. Por fim, busca-se formular bases para um modelo de “comunicação horizontal” pertinente às relações sociais intra-nacionais e internacionais. Palavras-chave: Teorias e modelos de comunicação; Comunicação horizontal; Relações sociais; América Latina. 13 “Aquello que es utópico no es lo inalcanzable no es idealismo; es un proceso dialéctico de denunciar y anunciar, denunciar la estructura deshumanizante y anunciar la estructura humanizante”. Paulo Freire 14 Introducción La comunicación internacional era, en gran parte, territorio de aguas mansas. Ya no lo es. En la década actual ha llegado a ser un centro de grande y a menudo caldeada controversia como parte de una más extensa y creciente confrontación entre los países desarrollados y aquellos en vías de desarrollo. Beligerante malestar existía ya entre ellos. Los países en vías de desarrollo se habían percatado mucho antes de 1970 de que su vida económica y política estaba dominada por los países desarrollados, hasta un punto de impedirles alcanzar el desarrollo. Lo que es un hecho más bien nuevo es la plena conciencia de que tal situación de dependencia está vigente también en la esfera cultural. Y el reconocimiento de que, más aún, la comunicación hace mucho al servicio de los tres tipos de dominación neocolonialista es algo claramente nacido en esta década. (Beltrán, 1978) Los países del Tercer Mundo no están luchando hoy sólo por acabar con el neocolonialismo logrando un tratamiento justo en el comercio y en la asistencia externa. Están persiguiendo simultánea y articuladamente el establecimiento de un “Nuevo Orden Económico Internacional” y un “Nuevo Orden Internacional de la Información.” (Gunter, 1978). Puesto que estos dos intentos están siendo activamente resistidos por la mayoría de los países desarrollados, la comunicación ha llegado ahora a situarse nítidamente en el ámbito del conflicto internacional. En diferentes niveles y en diversos lugares se presentan manifestaciones del conflicto, mayormente por la vía de la discusión pública, la que desde mediados de la década tomó a menudo características combustivas. Un ejemplo de ello fue la Conferencia Intergubernamental sobre Políticas Nacionales de Comunicación en América Latina llevada a cabo bajo el patrocinio de la UNESCO en Costa Rica en 1976. Esta reunión incluyó recomendaciones para lograr equilibrio en el flujo internacional de información y para dotar a la región de una agencia de noticias independiente capaz al menos de aliviar las consecuencias del cuasi-monopolio ejercido por la United Press International (UPI) y la Associated Press (AP). Desde su inicio hasta su conclusión, la reunión fue objeto de un concertado y virulento ataque por parte de las organizaciones internacionales de comunicación que la consideraron una amenaza para la libertad de información. (UNESCO, 1976). Otro caso que ilustra el conflicto es la reciente aprobación de una declaración sobre la comunicación internacional por la Conferencia General de la UNESCO (UNESCO, 1978). Este enunciado conciliatorio es el producto de la fiera y ruidosa batalla de años entre aquellos que lo consideraron una expresión de intento de control totalitario de la comunicación y aquellos que lo concebían, al contrario, como la expresión de la voluntad de democratizarla genuinamente. Las reuniones periódicas de los Países No-Alineados, en un lado de la lucha y, en el otro lado, los seminarios y congresos de asociaciones como el International Press Institute son ejemplos adicionales de los numerosos escenarios involucrados en ello. El conflicto abarca varias áreas principales de preocupación. Por una parte, dirigentes políticos, estrategas del desarrollo, investigadores y practicantes de la comunicación en los países en desarrollo están cuestionando la estructura, las operaciones, la financiación, la ideología y la influencia de ciertas poderosas organizaciones internacionales de la comunicación. Por otra parte, están recusando muchos de los conceptos tradicionales de comunicación nacidos en los países desarrollados y hasta hace poco tiempo aceptados también en el resto del mundo. En el campo nombrado inicialmente, el papel de las agencias internacionales de noticias, de los exportadores de televisión y cine y de los anunciadores transnacionales está siendo condenado por tratarse de ser un instrumento clave para la dominación externa. En el campo ulterior los conceptos clásicos de “libertad de prensa”, “derechos de comunicación” y “libre flujo de información”, así como la propia definición prototípica de noticias, están siendo considerados también como instrumentales para la dominación. Inclusive las influencias foráneas sobre la orientación y ejecución de la investigación y de la capacitación en comunicación están sujetas a evaluación crítica (Rogers, 1976). Finalmente, la conceptualización misma de la naturaleza de la comunicación, tal como proveniente de los países desarrollados, está siendo rebatida hoy en los países en desarrollo. Es a ese último fenómeno que se dirige el presente ensayo. Este énfasis es apropiado puesto que, aunque los intentos para revisar tal conceptualización también son obviamente pertinentes a la comunicación dentro de las naciones, su importancia decisiva para la comunicación entre ellas no debe ser soslayada. El ensayo destacará primero aquellas definiciones de la comunicación más características de tal conceptualización tradicional o clásica. Luego pasará revista sumariamente a las principales críticas, tanto iniciales como recientes, subrayando en el caso de las últimas una seminal crítica latinoamericana. Finalmente, después de una rápida reseña de anteriores intentos similares, buscará formular bases para un modelo de “comunicación horizontal” pertinente a las relaciones sociales intra-naciones e internaciones. Conceptualización tradicional de la comunicación Los intentos para definir la comunicación se pueden remontar hasta Aristóteles, quien vió a la “retórica” compuesta de tres elementos: el locutor, el discurso y el oyente, y percibió su propósito como “la búsqueda de todos los medios posibles de persuasión”. Siglos más tarde, y habiendo muchas mentes más en trabajo sobre el asunto, esta definición clásica parece permanecer, sin embargo, en las raíces de casi todas las conceptualizaciones vigentes. Laswell: Comunicadores en Pos de Efectos En efecto, la definición de Lasswell (1948) que es la más ampliamente aceptada de nuestra época, esencialmente llevó adelante a la proposición de Aristóteles añadiéndole dos elementos. En tanto que Aristóteles había identificado el quién, el qué y el a quién de la comunicación, Lasswell refinó el esquema estipulando el cómo y haciendo explícito el para qué como sigue: “Una forma conveniente para describir un acto de comunicación es la de dar respuestas a las siguientes preguntas: ¿Quién Dice qué En cuál canal (medio) A quién Con qué efecto?” Lasswell, vió que la comunicación desempeñaba tres funciones: vigilancia del medio ambiente; correlación de los componentes de la sociedad; y transmisión cultural entre generaciones. Según De Fleur (1968), al hacerlo así Lasswell estaba tratando de moderar la mecanicista 15 influencia de la clásica teoría de EstímuloRespuesta de la psicología clásica. Estaba tomando en cuenta variables contextuales o de situación subrayadas como intervinientes entre F (fuente) y R (receptor) por las teorías de “categorías sociales” y de “diferencias individuales”. Su paradigma básico obtuvo rápida y amplia adhesión. Su atención a algunas consideraciones socioculturales no la obtuvo. 16 Transmisión e Influencia De Lasswell en adelante la noción de transferencia habría de caracterizar a muchas conceptualizaciones resultantes de la comunicación. Tal fue el caso, por ejemplo, de la definición de Berelson y Steiner (1964), también ampliamente empleada: “La transmisión de información, ideas, emociones, destrezas, etc. por el uso de símbolos-palabras, cuadros, cifras, gráficos, etc., es el acto o proceso de la transmisión de lo que generalmente se llama comunicación.” Similarmente, la noción de influencia (por medio de la persuasión) como meta central de la comunicación habría de incluirse en varias definiciones posteriores, como la siguiente de Osgood (1961): “En el sentido más general, tenemos comunicación cuando quiera que un sistema, una fuente, influencie a otra, al destinatario, por manipulación de señales alternativas que pueden ser transferidas por el canal que los conecta.” También, continuando con el paradigma de Lasswell, Nixon (1963), subrayó dos ingredientes del proceso: las intenciones del comunicador, y las condiciones bajo las cuales se recibe el mensaje. De la Electrónica: Fuentes y Receptores Luego, los ingenieros Shannon y Weaver (1971), surgieron con la teoría matemática de la comunicación, cuya presentación hicieron con el siguiente enunciado: “La palabra comunicación se usará aquí en un sentido muy amplio para incluir todos los procedimientos por los cuales una mente puede afectar a otra”. Shannon y Weaver conciben un sistema general de comunicación como compuesto por cinco partes esenciales: 1. Una fuente de información que produce un mensaje o secuencia de mensajes para ser comunicados al terminal receptor … 2. Un transmisor que opera sobre el mensaje en forma de producir una señal susceptible de transmisión por el canal … 3. El canal es solamente el medio usado para transmitir la señal. 4. El receptor ordinariamente lleva a cabo la operación inversa a la que hace el transmisor, reconstruyendo el mensaje a partir de la señal ... 5. El destinatario es la persona (o cosa) a la que va dirigido el mensaje. Schramm (1961), adaptó a la comunicación humana este modelo, construido esencialmente para describir la comunicación electromecánica, subrayando las funciones codificadoras y decodificadoras de señales (mensajes) de la mente. Definiendo la comunicación como el compartir información, ideas o actitudes y recalcando con diversos términos el principio aristotélico de que la comunicación siempre requiere de por lo menos tres elementos (fuente, mensaje y destinatario), resaltó en el esquema los componentes “codificador” y “decodificador”. Anotaba Schramm: “Sustituya micrófono por codificador y audífono por decodificador y se encontrará usted hablando de comunicación electrónica. Considere que la ‘fuente’ y el ‘codificador’ son una persona, que el ‘decodificador’ y el ‘destinatario’ son otra y que la señal es el lenguaje y usted estará hablando de comunicación humana.” Berlo (1960), contribuyó también de manera importante al análisis de las operaciones codificador-decodificador en la comunicación Los intentos para definir la comunicación se pueden remontar hasta Aristóteles, quien vió a la “retórica” compuesta de tres elementos: el locutor, el discurso y el oyente… humana, sugiriendo la conveniencia de distinguir entre fuente y codificador y entre decodificador y receptor. Más aún, Berlo, abogó porque se percibiera a la comunicación como un proceso: “Si aceptamos el concepto de proceso, miramos los sucesos y las relaciones como dinámicos, en marcha, siempre cambiantes, continuos ... Como ingredientes dentro de un proceso recíproco; cada uno afecta a los otros … La teoría de la comunicación refleja un punto de vista de proceso. Un teórico de la comunicación rechaza la posibilidad de que la naturaleza consiste en sucesos o ingredientes separables de todos los otros hechos. Argumenta que no se puede decir que una idea particular proviene de una fuente específica, que la comunicación se produce en un sólo sentido (en sentido unidireccional) y demás.” (Berlo, 1960). De la Cibernética: Retroalimentación para Control La cibernética añadió un factor más a la descripción del proceso: la retroalimentación. Se refiere a aquellos mecanismos de control que habilitan a los organismos para ajustarse automáticamente a las metas de comportamiento. Estos son esencialmente mecanismos de comunicación. En efecto, según Wiener (1950), la cibernética: “Es el estudio de los mensajes y, en particular, el control efectivo de los mismos...”. Aunque se trataba de aplicar estos conceptos básicamente a los ámbitos de la ingeniería y la fisiología, varios teóricos de la comunicación humana los aceptaron como útiles también para describir el proceso de esta última. Porque si las fuentes fueran a lograr, por vía de sus mensajes, determinados efectos sobre los receptores, ellas tendrían que obtener de éstos pistas reactivas sobre la efectividad de sus intentos persuasivos y, por consiguiente, ajustar sus mensajes a aquellas metas. Un ejemplo de tal asimilación se encuentra en el modelo propuesto por Westley y MacLean (1957). El Esquema Perdurable: F-M-C-R-E Finalmente, el modelo de comunicación humana o social que se deriva de las concatenadas conceptualizaciones aquí reseñadas, llegó a incluir como fundamentales a los siguientes elementos: Fuente – Codificador – Mensaje – Canal – Decodificador – Receptor – Efecto. Y su propósito primordial – la persuasión – fue puesto de relieve: “Cuando las gentes se controlan entre sí, lo hacen primordialmente a través de la comunicación” (Smith, 1966). Las definiciones básicas y los esquemas generales inventariados hasta aquí en este documento permearon la literatura científica relativa a la comunicación, reproduciendo sus elementos clave en varias definiciones más especializadas. Por ejemplo, Hovland (1948), entendió a la comunicación interpersonal como una situación de interacción en la cual un individuo (el comunicador) transmite estímulos (generalmente símbolos verbales) para modificar la conducta de otros individuos (receptores de la comunicación) en una situación de encuentro cara-a-cara. En forma semejante, la comunicación de masas ha sido percibida así: “Todo acto de comunicación de masas puede ser descompuesto en cinco elementos: comunicadores que transmiten deter minado mensaje a través de un canal a una audiencia buscando cierto tipo de efecto. De igual 17 modo, la comunicación no verbal fue definida como la transferencia de un significado que conlleva ausencia de representaciones simbólicas sonoras”. (Blake y Haroldsen, 1975). En resumen, la definición tradicional de comunicación es aquella que la describe como el acto o proceso de transmisión de mensajes de fuentes a receptores a través del intercambio de símbolos (pertenecientes a códigos compartidos por ellos) por medio de canales transportadores de señales. En este paradigma clásico, el propósito Las definiciones son el producto de las reflexiones sobre la experiencia y, a su turno, al menos hasta cierto punto, orientan la práctica. 18 principal de la comunicación es el intento del comunicador de afectar en una dirección dada el comportamiento del receptor; es decir, producir ciertos efectos sobre la manera de sentir, pensar y actuar del que recibe la comunicación o, en una palabra, persuasión. La retroalimentación se considera instrumental para asegurar el logro de los objetivos del comunicador. Críticas Tempranas a las Conceptualizaciones Tradicionales Las definiciones son el producto de las reflexiones sobre la experiencia y, a su turno, al menos hasta cierto punto, orientan la práctica. Básicamente, la conceptualización tradicional de la comunicación y su paradigma clásico fueron el resultado de la experiencia en comunicación en los Estados Unidos de América y en Europa Occidental. El modelo, por tanto, se reflejó hacia atrás sobre la derivada práctica de la comunicación (producción, enseñanza, investigación, etc.) y no sólo en esos países sino en casi todo el resto del mundo. Su impacto resultó especialmente fuerte sobre las actividades de entrenamiento e investigación en comunicación, las cuales comenzaron hace unos cuarenta años. Texto tras texto de estudio e informe de investigación tras informe, especialmente entre 1950 y 1970, llevaban la marca de dicho paradigma. Ni Transmisión ni Acto Sin embargo, el patrón no permaneció libre de reto por mucho tiempo, aunque su influencia habría de mostrar fuerza y penetración tan extraordinarias que le permitieron sobrevivir hasta hoy. Desde diversos puntos de vista unos pocos precursores comenzaron objetando algunos aspectos del modelo tradicional. Toch y MacLean se encontraban entre ellos, pero un académico que articuló y propagó una crítica temprana mayor fue David K. Berlo, Director del Departamento de Comunicación de la Universidad del Estado de Michigan. Berlo (1963), argumentó contra lo que él denominaba la teoría de comunicación del “balde” como sigue: “Este punto de vista supone que los significados se encuentran en las palabras o en otros símbolos y que la comunicación consiste en la transmisión de ideas de un individuo a otro por medio del uso de símbolos. Esto puede caracterizarse como el proceso de verter las ideas de la fuente a un balde –tal como una película, un libro, un programa de televisión o lo que sea– y, lanzando ese balde sobre el receptor, vaciar el contenido dentro de su cabeza... “La posición de la comunicación es la de que los significados no están contenidos dentro de los símbolos empleados sino que se encuentran en la gente que produce y recibe esos símbolos. No hay significados correctos para un símbolo. Sólo existen los significados que la gente tiene. “Correspondientemente, a la comunicación no se la mira como la transmisión de ideas o de información a través del uso del vehículo mensaje-medio. Se la considera más bien como la selección y transmisión de símbolos que tienen la probabilidad de provocar en el receptor el significado deseado.” Aquí se objetaban dos suposiciones básicas de la conceptualización tradicional. Por una parte, la noción mecánica de transmisión de conocimiento de una mente a otra por medio de señales transportadas por canales estaba siendo reemplazada por otra que argüía que los símbolos eran solamente estímulos ejercidos por la fuente sobre el receptor con la expectativa de que harían que éste recuperara de su experiencia los significados involucrados y así, probablemente, obtener de él las respuestas de comportamiento deseadas. En cierta forma ello implicaba un papel no pasivo por parte del receptor. Y así, por otra parte, el replanteamiento conllevaba una relación de interacción en vez de una en la cual la acción estaba solamente desarrollada por la fuente/ emisor del estímulo. Esto a su vez estaba enraizado en la percepción de la comunicación como un proceso que Berlo había propuesto. Más aún, percibiendo a la comunicación como interactiva y procesal, el concepto de retroalimentación tenía que ganar en importancia. Su bidireccionalidad era ahora exaltada conceptualmente. Más tarde, algunos de los más distinguidos líderes académicos de la profesión vinieron a compartir este reconocimiento, como puede verse en la siguiente afirmación de Daniel Lerner (1973): “Hemos estudiado la comunicación como una operación lineal en la cual un determinado remitente emplea un cierto canal para entregar un mensaje a un receptor (una audiencia), el cual se ve entonces afectado en cierta forma por ese mensaje … Hoy, aún profesionales sobrios como nosotros reconocemos que la El énfasis por negrita no es del original. 2 El énfasis por negrita no es del original. interacción de doble vía y la retroalimentación bidireccionales son conceptos esenciales en nuestro pensamiento sobre la comunicación y su futuro.” Al referirse a los modelos tradicionales de comunicación, Wilbur Schramm, mismo admitió: “Todos ellos fueron construidos sobre la idea de algo que se transmite de un remitente a un receptor. Voy a preguntar si esta sigue siendo la forma más fructífera de ver la comunicación”. Y al evaluar los modelos algo más orientados hacia la sociedad, añadió: “Su elemento esencial no es algo que pasa del remitente al receptor, como una pelota de béisbol del ‘pitcher’ al ‘catcher’ (quizá como un bateador entre ellos, que representa al ruido), sino más bien una relación.”2 La enmienda parcial del concepto de trans misión, así como su corolario de proceso de interacción, evidentemente no experimentaron resistencia en el ámbito conceptual. En realidad, muchos entendidos en la materia los compartieron sinceramente, como se ve en la definición que Gerbner (1958) hace de la comunicación como interacción social a través del intercambio de mensajes que implican la coparticipación cultural. Los modelos desarrollados por Newcomb (1953), Westley-MacLean (1957), y Schramm (1973), pusieron énfasis sobre la audiencia como componente activo del proceso; tan activo en efecto que ahora fue llamado “obstinado” (Bauer, 1964). La Práctica Traiciona a la Teoría Al nivel operativo, empero, los conceptos establecidos tenían –y todavía tienen–insig nificante aplicación a la práctica diaria. Mayoritariamente la capacitación en comu nicación parece basarse todavía sobre la noción 19 de transmisión. Y en la actividad de investigación muchos –por ejemplo, Brooks y Scheidel (1968), Smith (1972) y Arundale (1971)– observan que la mayoría de los estudios se llevan a cabo todavía tomando la comunicación como un fenómeno estático en tanto que la comunidad académica profesa verbalmente adhesión a la idea de proceso. Por otra parte, Bauer (1964) demostró cómo estaba limitada la investigación La práctica de la comunicación internacional constituye un ejemplo elocuente de cómo también al nivel de naciones la comunicación ocurre esencialmente en dirección unilineal de los países desarrollados a los subdesarrollados. 20 en comunicación por el paradigma de la transmisión. Y Kumata (1956), explicó que la adhesión a los viejos conceptos y métodos había producido la investigación unidimensional en comunicación, incapaz de hacer frente a las complejas y dinámicas realidades sociales. Similarmente, aunque el discurso profesional sí reconoce ampliamente la naturaleza de “doble vía” de la comunicación, la práctica de ella se ajusta todavía en forma predominante al tradicional y unilineal paradigma F-M-C-R-E. Katz y Lazarsfeld (1955), demostraron que el “efecto hipodérmico” de los medios de comunicación de masas sobre el individuo aislado entre la “muchedumbre solitaria” se daba en realidad por mediación de grupos de referencia y de individuos “influyentes” en forma de “flujo de dos pasos”. Esto brindó la oportunidad para poner atención a consideraciones de interacción social. Sin embargo, “... lo que ellos describieron como interacción entre el receptor y su red de comunicación social era todavía generalmente un modelo unilateral”, según Harms y Richstad. En efecto, como Coleman (1958), lo señaló, los investigadores en comunicación pusieron exagerado énfasis sobre el individuo como objeto de análisis, descuidando las relaciones entre las fuentes y los receptores. La fuerte influencia de la psicología social sobre la investigación en comunicación suministró más tarde otro conjunto de oportunidades para percibir a la comunicación como afectada por la estructura que la contiene. Y lo mismo hizo la investigación concomitante que se basa sobre el muy popular modelo de difusión de innovaciones. Sin embargo, sobre lo primero, Zires de Janka (1973), señaló que “... la estructura básica del esquema no sufrió alteración ni fue objetada”. Y sobre lo último varios críticos observaron que, a pesar de la atención prestada a algunas variables socio-culturales, dicho modelo falló en captar la influencia determinante que las estructuras sociales arcaicas ejercen sobre la comunicación (Cuéllar y Gutiérrez, 1971). Admitiendo estos y otros inconvenientes, Rogers (1975), abogó con firmeza por metodologías de investigación como el análisis de las redes que sondearan las relaciones. La investigación no es la única área de actividad en que el modelo tradicional muestra resistencia obcecada. La práctica de la comunicación inter nacional constituye un ejemplo elocuente de cómo también al nivel de naciones la comunicación ocurre esencialmente en dirección unilineal de los países desarrollados a los subdesarrollados. Como se ha constatado ampliamente, las agencias de noticias transnacionales y las firmas publicitarias de Estados Unidos de América controlan la gran mayoría de los correspondientes negocios casi en todo el mundo. Y lo que por años se proclamó como el “libre flujo de información” ha sido hallado por la investigación como un flujo bastante unidireccional y no propiamente libre, especialmente en vista del uso que la propaganda hace de las noticias y de los avisos encaminados a manipular a la opinión pública Mattelart (1970), Somavía (1976) y Reyes Matta (1976). Información: No es Igual a Comunicación Otra línea de crítica se enfocó sobre la confusión entre información y comunicación resultante también de los esquemas tradicionales. Un analista argentino arguyó sobre la naturaleza de la comunicación como sigue: “La comunicación no es un acto sino un proceso por el cual una individualidad entra en cooperación mental con otra hasta que ambas llegan a constituir una conciencia común ... La información es, por el contrario, sólo una transcripción unilateral del empuje de un Emisor a un Receptor ... La irradiación de mensajes sin retorno de diálogo, proveniente de informantes centralizados, no puede identificarse con la co-actividad intersubjetiva que es la comunicación.” (Noseda, 1972). Igualmente, el académico peruano Rafael Roncagliolo (1977), sostuvo que “ ... estamos presenciando una reducción de la comunicación humana –concepto que implica reciprocidad– en favor de la información y la diseminación; es decir, de todas las formas modernas de imposición de los transmisores sobre los receptores a las cuales erróneamente continuamos llamando comunicación de masas”. Académicos europeos manifestaron su acuerdo: “Comunicarse se refiere a un proceso bilateral que tiene elementos tanto emocionales como cognoscitivos y que ocurre tanto en forma verbal así como no verbal. Informar, por otra parte, se refiere a un proceso unilateral de comunicación verbal predominante dirigido hacia el conocimiento.” (Rowak, Rosengren y Sigurd, 1977). Y un analista de los derechos de la comu nicación, Jean d’Arcy (1969), predice que “llegará el día en que la Declaración Universal de los Derechos Humanos tendrá que abarcar un derecho más amplio que el derecho del hombre a la información, inicialmente planteado (en 1948) en el artículo 19. Este es el derecho que tiene cada hombre a comunicarse”. La crítica hasta aquí reseñada en este documento puede resumirse de la siguiente manera: 1. Las definiciones y los modelos tradicionales son unilineales y erróneamente proponen la noción mecánica de la comunicación como transmisión de información de fuentes activas a receptores pasivos. En realidad, no hay transmisión; sólo hay provocación de significados ya existentes en la gente que, al decodificar los símbolos, participa activamente. 2. Esos modelos se basan, además, en la noción errónea de que la comunicación es un acto, un fenómeno estático en el cual la fuente es la privilegiada; la comunicación es en realidad un proceso en el cual todos los elementos actúan dinámicamente. Por tanto, es eminentemente un caso de relaciones sociales, un fenómeno de intercambio múltiple de experiencias y no un ejercicio unilateral de influencia individual. 3. Los modelos, finalmente, inducen a confusión entre la información que puede transferirse por un acto unilateral y la comunicación que es diferente y más amplia que la información ya que su naturaleza bilateral implica necesariamente interacción que busca comunalidad de significados o conciencia. Críticas Recientes: Diversas Preocupaciones La mayoría de las críticas a las definiciones y modelos tradicionales de la comunicación afloraron dentro de la propia sociedad que las había generado: los Estados Unidos de América. Por tanto, comprensiblemente, esas críticas incluyeron aspectos de interés para esa sociedad y excluyeron otros que no eran de su incumbencia. Una en esta última categoría ha sido, muy evidentemente, la persuasión. Con raras excepciones, objeciones a la persuasión 21 22 como meta central de la comunicación no sur gieron en los Estados Unidos de América3. La manipulación del comportamiento de la gente por medio de la comunicación pareció natural y legítima en ese país. Ya en 1957 Merton (1957), había preguntado: “¿Cómo podemos analizar la propaganda, el cine, la radio y los impresos de tal manera que podamos determinar qué es lo que probablemente produzca determinados efectos?”4 Por muchos años mucha gente se concentró en la búsqueda de respuestas: “La pregunta clave que ha dominado la investigación y el desarrollo de la teoría contemporánea en el estudio de los medios masivos de comunicación puede resumirse en términos simples, como por ejemplo: ‘¿Cuál ha sido su efecto?’ ... La persuasión es un solo efecto posible entre muchos, pero se ha enfocado gran atención sobre él. Se ha supuesto que un mensaje efectivamente persuasivo es aquel que tiene propiedades capaces de alterar el funcionamiento psicológico del individuo de tal manera que responda manifiestamente (hacia el objeto de persuasión) de la manera deseada o sugerida por el comunicador”. (De Fleur, 1956). Por otra parte, cuando se prestó atención a variables socioculturales que afectaban al comportamiento de comunicación esto parecía estar esencialmente motivado por persuasores que habían aprendido que el individuo no podía ser muy eficazmente influenciado si se le tomaba como desgajado del contexto social. Básicamente, el reto se convirtió entonces en cómo hacer el mejor uso del medio ambiente de la sociedad para ayudar a obtener del público respuestas que se ajustaran a los objetivos de los comunicadores 3 Una de estas excepciones la constituyó Berlo (1969) : “Necesitamos concentrarnos en … formas en que la gente use los mensajes, no como lo hemos hecho en el pasado, en … formas en que los mensajes pueden usar a la gente.” 4 El énfasis por negrita no es del original. o cómo asegurarse de que el individuo cumpliera con las normas y los valores propios de su estructura social. Consideraciones éticas sobre la naturaleza y consecuencias de los fines y manipulaciones del comunicador y, relacionado con ello, preguntas sobre si tiene o no derecho ilimitado a ejercer persuasión aparecieron rara vez en el escenario de los Estados Unidos de América. Ellas habrían de surgir de otra parte. Evidentemente, el paradigma clásico había llevado a los investigadores a concentrar sus estudios sobre cuán persuasible era el receptor como individuo y como miembro de agrupaciones sociales de modo de ser capaces de ayudar a controlar su conducta. “Si de vez en cuando se ha prestado atención a algún otro aspecto de los medios de comunicación, por ejemplo, a la naturaleza del comunicador, a la estructura del contenido de los medios o a la naturaleza de los públicos, la finalidad primordial era ver cómo las variaciones en estos factores habían influido sobre los tipos de respuesta que resultaron de la exposición a los medios de comunicación.” (DeFleur, 1956). No es sorprendente, pues, que la investigación sobre la fuente haya sido especialmente soslayada. (Assman, 1973; Halloran, 1974). La Persuasión: Un Instrumento del Status Quo El paradigma clásico también llevó a los investigadores a poner su enfoque sobre las funciones de la comunicación de masas en la sociedad, el cual había sido expandido por Lazarsfeld y Merton (1948), Wright (1959) y otros más allá de las proposiciones básicas de Lasswell. En tanto que la orientación de efectos buscaba descubrir qué es lo que los medios de comunicación hacen a la gente, la orientación de funciones se dirigía a descubrir qué es lo que esos La presencia de un sesgo conservador en las operaciones persuasivas puede no constituir una preocupación sustancial en sociedades como la de los Estados Unidos de América. medios de comunicación hacen por la gente. Fue en Latinoamérica donde probablemente primero se hicieron objeciones a las dos orientaciones. Armand Mattelart, argumentaba en 1970 de la siguiente manera: “El estudio de los efectos indica la naturaleza terapéutica y operativa de esta sociología cuyo propósito es mejorar las relaciones entre una determinada audiencia y una firma comercial que emite mensajes ... El análisis de las funciones indica la preocupación de esta sociología con las motivaciones del receptor ... Ahora, si buscamos el punto común entre estas observaciones, veremos que ninguna de las dos está concebida sin que el investigador endose implícitamente al sistema social existente”. El analista explicó su evaluación del fun cionalismo como una orientación en pro del status quo al enfatizar “... el hecho de que el indicador de una ruptura con el sistema (una disfunción) no sea considerado nunca en su aspecto prospectivo o transformador ... tal disfunción jamás es explícitamente vista como fundamento para otro sistema.” (Mattelart, 1970). Facilitación del Mercantilismo y la Propaganda La presencia de un sesgo conservador en las operaciones persuasivas puede no constituir una preocupación sustancial en sociedades como la de los Estados Unidos de América. Pero es motivo de seria preocupación para sociedades como las de América Latina, especialmente en términos de comunicación internacional. Así, naturalmente, varios latinoamericanos compartieron las críticas tempranas al para digma tradicional tales como aquella sobre el “mecanicismo”. Sin embargo, ellos adujeron, por ejemplo, que el reconocimiento del hecho de que la comunicación es un proceso no alcanza a despojar al esquema de su afiliación autoritaria (Gerace, 1973). También, comprensiblemente, mostraron mucha mayor preocupación sobre ciertos propósitos de la comunicación persuasiva que la manifestada en los Estados Unidos de América. Debido a una larga experiencia, los latinoamericanos cuestionaron a esos fines como herramientas al servicio del mercantilismo, de la propaganda y de la alienación. Los vieron como componentes tanto de la dominación externa por los Estados Unidos de América como de la que se ejerce internamente en todos los países de la región por las élites del poder sobre las masas. Los analistas latinoamericanos recordaron que los padres fundadores de la ciencia de la comunicación habían considerado a la propaganda una necesidad, como Lasswell, quien la veía como “el nuevo martillo y yunque de la solidaridad social” (Lasswell, 1927). Estaban conscientes dichos analistas de que la Segunda Guerra Mundial fue el origen de la teoría, de la investigación y de la práctica moderna de la comunicación de masas. (Beltrán, 1976). Y tuvieron razones para sentir que el paradigma tradicional era bien apropiado para los fines que perseguían los Estados Unidos de América y Europa Occidental en la postguerra en cuanto a la expansión de ultramar económica, política y cultural de tipo imperial que mantiene a países como los de la América Latina en una situación de subdesarrollo que se asemeja a la de la época 23 24 colonial. (Cockroft, Frank y Johnson, 1972). Tales preocupaciones tenían como fundamento la evidencia del control cuasimonopólico de las noticias internacionales, los anuncios y el material de cine y televisión por parte de los Estados Unidos de América, así como de las correspondientes inversiones y políticas de ese país en el exterior (Beltrán y Fox de Cardona, 1977). Los analistas también se manifestaron alarmados cuando investigaciones en el Congreso de los Estados Unidos de América revelaron que, más allá de las actividades de propaganda franca de la USIA, las actividades encubiertas del gobierno de los Estados Unidos de América en comunicación dentro y sobre la América Latina se habían realizado no sólo para desacreditar sino también para ayudar a derrocar algunos gobiernos latinoamericanos con orientación de cambio y legítimamente constituidos (Carvalho, 1977). Y señalaron que todas esas operaciones eran ejemplos de la práctica de la comunicación afín a la antidemocrática transmisión unilineal y a la mentalidad de persuasión. Por otra parte, los latinoamericanos no encomian a la retroalimentación como se la entiende en el paradigma clásico. Consideran que expresa un privilegio de fuentes que llevan a sus receptores a responder a las iniciativas de quienes controlan los medios de comunicación (Gerace, 1973). También destacan el que la retroalimentación se usa exclusivamente para asegurarse de que el mensaje se ajusta al receptor de tal manera que éste lo entienda y cumpla con los requerimientos del comunicador (Johannesen, 1971; Beltrán, 1974). Alienación: La Imposición de una Ideología Los latinoamericanos somos harto enfáticos acerca de las influencias alienantes de la co municación de masas. La investigación ha documentado ampliamente la influencia abru madora de la orientación, el contenido y la financiación de los Estados Unidos de América sobre los medios de comunicación de masas de la región. Varios estudios han revelado la inculcación de una serie de valores y normas foráneas constitutivas de la promoción de todo “un modo de vida”: la ideología capitalista. Esto ocurre a través de virtualmente todos los medios de comunicación, pero se muestra más pronunciadamente en la televisión, en revistas especializadas (incluyendo las de historietas), en la propaganda transnacional en general y en las noticias extranjeras (Beltrán, 1978). Al estar preocupados por las consecuencias de tal contenido de los medios de comunicación, los latinoamericanos objetan también ciertas conceptualizaciones no tradicionales de la comunicación, tales como las de Marshall McLuhan (1964). Por ejemplo, Antonio Pasquali (1972), filósofo venezolano e investigador de la comunicación, rechaza por conservador el planteamiento de que “el medio es el mensaje”. Esta objeción no significa negar que la ubicua presencia de los medios de comunicación de masas deba por sí misma ejercer alguna influencia sobre la gente. Se dirige sí a prevenir que tal afirmación conformista arroje un velo sobre la realidad del impacto de los mensajes nocivos de que son portadores los medios de comunicación masiva. Estos puntos de vista los comparten otros latinoamericanos como Díaz Bordenave (1974): “A pesar de lo que sea que Marshall McLuhan pueda argumentar, el contenido de los medios de comunicación social es significativo para el desarrollo de las personas y por consiguiente para el desarrollo nacional”. Los latinoamericanos no están muy seguros de que el mundo se haya convertido en una “aldea global” porque, para comenzar, millones de ellos no tienen acceso alguno a ningún medio de comunicación de masas. Y, si la magia de la electrónica está en realidad acercando a la humanidad entera, temen que la “aldea” estará más que nunca antes en Freire (1970), lanzó una gran crítica a la educación tradicional como instrumento de la dominación cultural de las mayorías por las élites conservadoras. la historia manejada por la minoría poderosa. Por otra parte, no sólo los latinoamericanos sospechan que McLuhan, con toda su imponente originalidad, no está en realidad muy lejos de la mentalidad clásica conservadora en que –como lo anota Finkelstein (1969)– puede considerársele el más importante vocero del poder corporativo establecido. Comunicación Vertical “No podemos concebir el ejercicio del poder del individuo A sobre el individuo B sin alguna comunicación de A hacia B”. (Fajen, 1966). La América Latina es un ejemplo muy claro de la propiedad de tal afirmación. Una exigüa minoría de su población ejerce poder sobre la vasta mayoría para asegurarse la dominación total. Para hacerlo así, las elites oligárquicas recurren a la comunicación de masas como instrumento para mantener inalterable la situación. Este uso de la comunicación se hace a menudo en forma tan antidemocrática que llega a ser “comunicación vertical” como la llamaron Pasquali, Freire y Gerace. Y esto que sucede entre las clases sociales dentro de cada uno de los países de la América Latina también ocurre entre todos ellos –una sociedad dependiente– y los Estados Unidos de América, su dominador externo. En ambos casos los poderosos subordinan a los impotentes con la ayuda de la comunicación. La situación se encuadra nítidamente en la linealidad del paradigma clásico que, como lo sugiere la siguiente observación, no favorece al comportamiento democrático de la comunicación: “Lo que ocurre a menudo bajo el nombre de comunicación es poco más que un monólogo dominante en beneficio del iniciador del proceso. La retroalimentación no se emplea para proporcionar la oportunidad de diálogo genuino. El receptor de los mensajes es pasivo y está sometido puesto que casi nunca se le brinda la oportunidad proporcional para actuar al mismo tiempo como verdadero y libre emisor; su papel esencial es el de escuchar y obedecer. Tan vertical, asimétrica y cuasi-autoritaria relación social constituye, a mi modo de ver, una forma antidemocrática de comunicación ... debemos ... ser capaces de construir un nuevo concepto de la comunicación, un modelo humanizado, no elitista, democrático y no mercantilizado”. (Beltrán, 1974). Muchos en Latinoamérica están de acuerdo con esa clase de afirmaciones. Gerace (1973), considera que es urgente concebir otras teorías de la comunicación que estén más de acuerdo con esta región y con el Tercer Mundo en general. Y un académico paraguayo se expresa así: “Debemos superar nuestra compulsión mental de percibir nuestra propia realidad a través de conceptos e ideologías foráneos y aprender a ver la comunicación y la adopción desde una nueva perspectiva”. (Díaz Bordenave, 1974). La Perspectiva de Freire: Un Hito Una puerta ancha de entrada a una fértil avenida de nuevas perspectivas fue abierta en la parte inicial de los años del 60 por un maestro y filósofo de la educación, el brasileño Paulo Freire. Su visión de la educación como un instrumento para la liberación de las masas de la opresión por las élites le ganó el exilio de su país a mediados de la década. Desde entonces, escribiendo al principio 25 desde Chile y después desde Ginebra, él ha visto sus ideas difundirse internacionalmente y ser puestas en experimentación inclusive en África. Aunque concentró su pensamiento en nuevos principios y métodos de educación a nivel de grupo y de manera especial en contextos rurales, sus proposiciones han tenido, especialmente en Latinoamérica, un impacto significativo sobre la teoría de la comunicación en general, incluyendo aquella que corresponde a los formatos de los medios de comunicación de masas. Freire consideró a los medios de comunicación de masas como los propagadores de los mitos, normas y valores de las minorías oligárquicas. 26 Educación para la Opresión Freire (1970), lanzó una gran crítica a la educación tradicional como instrumento de la dominación cultural de las mayorías por las élites conservadoras. Así como Berlo apellidó al esquema tradicional en comunicación la “teoría del balde”, Freire llamó “educación bancaria” a la pedagogía clásica. Los “banqueros” (maestros) son aquellos que representan a los “ricos” en conocimientos (los miembros de las élites del poder que monopolizan la información junto con todo lo demás de algún valor en la sociedad) y son quienes hacen los “depósitos” en las mentes de los “pobres” (ignorantes), los estudiantes, quienes han de recibir pasivamente la “riqueza” así transferida a ellos. Los “depósitos” contienen el conjunto de normas, mitos y valores de los opresores de la humanidad. Si los oprimidos los aprenden bien, pueden esperar ascender dentro de la estructura socioeconómica, política y cultural que los opresores presiden. Es decir, pueden “cobrar” algún día los “depósitos” de bienes materiales que los “banqueros” están dispuestos a concederles en forma paternalista como recompensa por adaptarse a su ideología y no trastornar el orden establecido. Al obrar así los oprimidos tienden en su mayoría a convertirse en opresores puesto que, aunque algunos pueden querer actuar de diferente manera, “le temen a la libertad”. De esta manera las propias masas explotadas son utilizadas para ayudar a asegurar la perpetuidad del sistema. Y como Gerace (1973), señaló: “Tal vez la peor opresión es aquella que hace presa del alma del hombre, convirtiéndolo en la sombra de su opresor.” Por tanto, Freire (1970), advierte que: “Ninguna pedagogía que sea verdaderamente liberadora puede permanecer distante de los oprimidos tratándolos como a desafortunados y ofreciéndoles modelos provenientes de los opresores. Los oprimidos deben ser sus propios ejemplos en la lucha por la redención.” ¿Cómo se Propaga la “Verdad”? Tras la “educación bancaria” yace –alega Pinto (1972)– una teoría del conocimiento que define la relación que prevalece entre un sujeto que sabe y una realidad-objeto que se conoce. Se entiende a tal realidad como algo estático y terminado. Y ambos, el sujeto que sabe y el objeto conocido, se consideran entidades metafísicas, así como unidades fijas y distintas. Esta es la razón para que la relación sujeto-objeto se haga muy difícil. No es fácil para el sujeto comprender al objeto. Cuando finalmente logra comprenderlo lo que nace es una relación de propiedad entre el uno y el otro. Aquí entra, añade Pinto, la noción de la “verdad” como la posesión del sujeto. Busca él, entonces, imponer su visión de la realidad como definitiva y sin alternativa en las mentes de los otros, los que la reciben también como definitiva y, por tanto, no sujeta a duda, crítica o reto. Pinto, concluye: “Se genera entonces entre el educador y el aprendiz una relación social totalmente vertical: el educador-sujeto, poseedor de la verdad absoluta, la deposita (la impone) en la inteligencia del aprendiz, quien la recibe pasivamente (la memoriza) ... Esta verticalidad implica la dominación intelectual del educador sobre el aprendiz, la cual es sostenida por un sistema de sanciones disciplinarias de manera tal que la verdad sea siempre aceptada sin contrastación.” Pinto (1972). Domesticación en Vez de Liberación Freire siente que una relación tan autoritaria es manipulatoria de las personas, las que son tratadas como cosas o animales. Sin tomar en cuenta lo mucho que ello pueda disfrazarse con recursos docentes aparentemente no despiadados, ese trato constituye una ofensa a la dignidad humana y a la libertad. Tal “domesticación” es sólo posible porque el maestro, en vez de ayudar al estudiante a desmitificar la realidad, contribuye a su mayor mistificación. Así al estudiante no se le permite descubrir que la cultura es superior a la naturaleza, que el hombre es un ser histórico capaz de transformar constantemente su realidad física y social y que los oprimidos, en vez de aceptar esa realidad en forma fatalista, son capaces de liberarse de ella y de construir una diferente. Para mantener a la sociedad como está, para evitar que sea evaluada en forma crítica, el maestro no entra jamás en comunicación real con los estudiantes; simplemente les impone sus “comunicados”, impidiendo que ellos desarrollen una conciencia autónoma de la realidad. Porque la comunicación genuina –entendida como diálogo dirigido a compartir activamente las experiencias y a reconstruir la realidad conjuntamente– privaría a ese maestro de su poderosa ventaja: la manipulación. Freire, hace con énfasis esta afirmación: “Es por esto que, para nosotros, la educación como práctica de la libertad no es la transferencia o transmisión de la sabiduría o de la cultura, no es la extensión del conocimiento técnico, no es el acto de depositar informes o hechos en los aprendices, no es la perpetuación de los valores de una determinada cultura, no es el esfuerzo de adaptación del aprendiz a su medio ambiente.” (Freire, 1969) Además de la sumisión y de la pasividad, la falta de creatividad es vista como una consecuencia del tipo “bancario” de educación. Impedida de razonar críticamente, la persona se inhibe de desarrollar su imaginación: su conciencia sobre la naturaleza y la existencia social permanece ingenua y a menudo mágica, como los que mandan prefieren que sea. Esto puede también propiciar el individualismo egoísta y la competencia entre los oprimidos más que la solidaridad y la cooperación. La sociedad permanece como narcotizada para servir los fines de las minorías que controlan la educación y la comunicación. Los Medios: Agentes de Subyugación Freire consideró a los medios de comunicación de masas como los propagadores de los mitos, normas y valores de las minorías oligárquicas y, como tales, instrumentos de la comunicación vertical y alienante encargados de ayudar al logro de la subyugación de los oprimidos. Y al referirse al formato de la educación interpersonal del adulto, conocida como “extensión agrícola”, establecida en Latinoamérica con la ayuda de los Estados Unidos, el académico la atacó como opuesta a la verdadera comunicación, puesto que educar no es extender algo desde la sede de la sabiduría hasta la sede de la ignorancia. El letrado brasileño afirmó: “Para nosotros la educación como práctica de la libertad es, por encima de todo y ante todo, una situación verdaderamente gnóstica, aquella en la cual el acto de conocer no termina en el objeto a ser conocido puesto que entra en 27 La comunicación no es una cuestión técnica que deba ser tratada en forma aséptica, aislada de la estructura económica, política y cultural de la sociedad. comunicación con otros sujetos que también son conocibles”. (Freire, 1969). 28 Hacia la Comunicación Democrática Con muy pocas excepciones, los críticos iniciales de las conceptualizaciones de la comu nicación no alcanzaron la profundidad suficiente para llegar a las raíces de lo que criticaron: la economía y la política, el juego del poder. Una de esas excepciones la constituyó el finado C. Wright Mills (1956), quien denunció a los medios de comunicación como promotores entre las masas del “analfabetismo psicológico” dirigido a favorecer a la hegemonía de las élites del poder. Recientemente, Rogers(1974), sostuvo que: “... los modelos lineales implican una visión autocrática, unilateral de las relaciones humanas” y calificó al modelo clásico como un “paradigma en extinción”. Y el propio profesor Lasswell (1972) al predecir en 1972 el futuro del mundo de la comunicación en relación con el desarrollo de las naciones, llegó a anticipar dos paradigmas contrastantes. Rotuló a uno como el “modelo oligárquico” que sirve a los propósitos de los centros de poder transnacionales: “Al empeñarse en la consolidación de un orden público mundial oligárquico, los instrumentos de la comunicación son empleados para adoctrinar y distraer”. Lasswell (1972), llamó a la alternativa “modelo participatorio”, bajo el cual ve él ve que “los medios de comunicación de masas proporcionan oportunidades de atención que generan y re-editan planos comunes del pasado, presente y futuro del hombre y fortalecen un sentido universal y diferenciado de identidad e interés común.” Para Harms y Richstad, el modelo oligárquico es considerado “como paralelo al modelo lineal, unidireccional de comunicación por transmisión que se ha empleado en el estudio de la comunicación de masas y de otros sistemas controlados por las fuentes.” En gran parte, sin embargo, fueron las perspectivas latinoamericanas las que descu brieron las raíces del paradigma clásico de transmisión/persuasión pro status quo: la natu raleza antidemocrática de las relaciones sociales dentro de las naciones y entre ellas. En efecto, virtualmente todas las críticas latinoamericanas están bien condensadas en la expresión “comunicación vertical”, es decir, de arriba hacia abajo, dominante, impositiva, monológica y manipuladora; en resumen, no democrática. Así percibida, la comunicación no es una cuestión técnica que deba ser tratada en forma aséptica, aislada de la estructura económica, política y cultural de la sociedad. Es un asunto político mayormente determinado por esa estructura y, a su turno, contribuyente a la perpetuación de ella. Por tanto, la búsqueda de una salida de tal situación se dirige al cambio de la comunicación vertical/antidemocrática hacia la comunicación horizontal/democrática. La búsqueda comenzó más que todo en la década presente en varios lugares mediante esfuerzos que variaban en su alcance y enfoque, pero coincidían en un propósito: democratizar la comunicación tanto en el concepto como en la práctica. Avances Teóricos y Prácticos En diversos lugares del mundo, pero espe cialmente en los países menos desarrollados y notoriamente en aquellos de la América Latina, se está experimentando con tecnologías de comunicación horizontal. Ellas son proce dimientos de comunicación cara a cara, tales como la “concientización” de Freire, combinaciones especiales de medios de comunicación de masas con técnicas de grupo o formatos de comunicación de grupo construidos con base en modernos instrumentos audiovisuales.5 En Perú, por ejemplo, se están utilizando unidades móviles de video para educación rural no formal con procedimientos que proporcionan a los campesinos la oportunidad de ser no sólo receptores sino también emisores de mensajes. (Calvelo Ríos, 1978; 1979). En ese mismo país un gran esfuerzo con medios simples, como periódicos de la comunidad y sistemas de altoparlantes está convirtiendo a gente de tugurios en comunicadores activos y autónomos (Mata, Montesinos Mertz y Solezzi (1976). Y en Uruguay el audio-cassette con dispositivos para grabación hace que los granjeros cooperativos participen en un tele-foro a nivel nacional cuyos contenidos determinan ellos. (Kaplún, 1978). UNESCO patrocina estudios, bibliografías y publicaciones en este campo de tecnologías de la comunicación por “minimedios” o “intermedios”. Recientemente han tenido lugar en Yugoeslavia y en Ecuador algunas reuniones internacionales directa y exclusivamente orientadas a la “comunicación participatoria”. (Gerace, 1978 y Fraser, 1978). Varios autores han contribuido al replan teamiento del concepto de comunicación. Pocos, sin embargo, se concentraron en esta tarea lo suficientemente como para llegar al diseño sistemático de modelos de comunicación democrática. Ya en 1967 Moles (1967), había ofrecido la noción del “ciclo cultural” que involucraba a “creador”, “micromedios”, “medios 5 N. del T.: El más antiguo ejercicio de esta forma de comunicación fue el del surgimiento en Bolivia en 1947 de las radios mineras, autofinanciadas y autogestionarias, propias de sindicatos de trabajadores que así tomaron la palabra en nombre del pueblo veinte años antes de la aparición de proposiciones teóricas en tal sentido. masivos” y “macromedios”. En 1970 Schaeffer (1970), propuso “el triángulo de la comunicación” con el “mediador” como centro. Al mismo tiempo Williams (1970), urgió a los investigadores para que estudiaran la comunicación como un fenómeno de relaciones por “transacción”. Al comienzo de la presente década, Johannensen (1971), produjo un valioso resumen analítico de las conceptualizaciones de “la comunicación como diálogo”. Al analizar críticamente la comunicación en su relación con la “cultura de masas”, Pascuali (1972), aportó algunas bases para el pensamiento de la comunicación horizontal. Díaz Bordenave (1972), evaluó perceptivamente la evolución inicial del concepto de comunicación hacia un modelo democrático, que había recibido gran estímulo del pensamiento de Freire. Luego Cloutier (1973), planteó el esquema “EMIREC” que trató de conjugar al emisor y al receptor. Y, trabajando sobre el planteamiento de Freire de “educación para la liberación” así como capitalizando experiencias pioneras de Bolivia y Perú, Gerace (1973), exploró todavía más la naturaleza de la “comunicación horizontal” y Gutiérrez (1973), escribió sobre la noción del “lenguaje total”. Casi invariablemente con estos y otros trabajos similares, se destacó al diálogo como agente crucial de la comunicación democrática, aunque tal vez no se trató en detalle su naturaleza. Una proposición más reciente y metódica es la de Fernando Reyes Matta (1977), quien desarrolló en considerable detalle un macro-operativo “modelo de comunicación con participación social activa”. Más que explícitamente intentar redefinir la comunicación, este analista latinoamericano propuso un amplio y pragmático diseño de organización institucional para hacer factible la comunicación horizontal. Aunque los conceptos como “derecho de comunicación”, “acceso” y “participación” no parecían haber sido suficientemente definidos, Reyes Matta buscó 29 30 • Todos tienen el derecho a comunicarse utilizarlos de maneras interrelacionadas. Otras con el fin de satisfacer sus necesidades de recientes contribuciones a la conceptualización comunicación por medio del goce de los de la comunicación horizontal son las de Azcueta recursos de la comunicación. (1978), Díaz Bordenave (1978), Jouet (1977, • Los seres humanos se comunican con (1978), y Pinto (1978). El CIESPAL (1978), publicó múltiples propósitos. El principal no un informe preliminar de su reunión de 1978 en es el ejercicio de influencia sobre el Quito sobre comunicación participatoria. comportamiento de los demás. Finalmente, dos investigadores norteame ricanos –L. S. Harms (1977, 1978) y Harms and Hacia un Modelo de Richstad– pioneramente llevaron a cabo esfuerzos ComunicaciónHorizontal6 sistemáticos para interrelacionar las nociones de “derechos de comunicación”, “recursos” y “necesidades”. Llega DERECHOS, NECESIDADES Y RECURSOS DE COMUNICACIÓN ron a un “modelo de intercambio de la comunicación humana” que, a pesar de limitaciones como su naturaleza puramente diádica, ofrece introspecciones ACESO COMUNICADORES COMUNICADORES DIÁLOGO democratizantes y muestra con PARTICIPACIÓN siderable poder heurístico. Este modelo no trató de integrar derechos-necesidades-recursos de comunicación con acceso-diálogoMÚLTIPLES FINALIDADES DE LA COMUNICACIÓN participación en comunicación. Y ni el modelo de Reyes Matta ni el Acceso es el ejercicio efectivo del derecho a de Harms y Richstad se ocupan específicamente recibir mensajes. de las finalidades de la comunicación, como la Diálogo es el ejercicio efectivo del derecho a persuasión. recibir y al mismo tiempo emitir mensajes. Participación es el ejercicio efectivo del derecho La naturaleza de la a emitir mensajes. Comunicación Horizontal Comunicadores son todos los seres humanos A la luz de las críticas examinadas, de las aptos tanto para recibir mensajes como para proposiciones innovadoras que acabamos de emitirlos.7 resumir y de otras consideraciones concomitantes, Derecho a la comunicación es el derecho natural el autor del presente ensayo propone ahora para de todo ser humano a emitir y recibir mensajes debate la definición que sigue: intermitentemente o al mismo tiempo. • La comunicación es el proceso de interacción Necesidad de comunicación es tanto una de social democrática que se basa sobre el intercambio de símbolos por los cuales los 6 N. del T.: Se repone este subtítulo que fuera accidentalmente seres humanos comparten voluntariamente omitido en el texto original. sus experiencias bajo condiciones de acceso 7 N. del T.: Se repone esta definición que fuera accidentalmente omitida del texto original. libre e igualitario, diálogo y participación. manda natural individual como un requerimiento de la existencia social para usar los recursos de comunicación a fin de entrar a compartir las experiencias por interacción mediada por símbolos. Recurso de comunicación es cualquier elemento energía/materia –cognoscitivo, afectivo o físico– utilizable para hacer posible el intercambio de símbolos entre los seres humanos. Libertad es un concepto relativo. La libertad absoluta no es deseable ni viable. La libertad de cada individuo está limitada por la de otros y esa restricción es el producto del acuerdo de responsabilidad social al servicio del bien común. La libertad de cada sociedad está condicionada a la libertad de las demás sociedades. El igualitarismo es un concepto relativo. La absoluta igualdad no es posible. No puede lo grarse la simetría total en la distribución de las oportunidades para emitir y recibir mensajes. Las oportunidades similares son posibles en la medida en que resulte factible expandir las opor tunidades de recepción y en la medida en que el reducir significativamente la concentración de las oportunidades de emisión pueda no resultar imposible. Por tanto, se busca un equilibrio justo de las proporciones; no la equivalencia matemática. La influencia sobre el comportamiento es una finalidad lícita sujeta a la condición de que no sea unilateral, autoritaria o manipulatoria. Es decir, la persuasión que al menos potencialmente es mutua y que en efecto respete la dignidad humana no tiene por qué descartarse como un propósito de la comunicación. Aún en ese caso, sin embargo, la persuasión no es sino una entre las diversas metas de la comunicación y no debe considerarse como la más importante. Unas Pocas Consideraciones Operativas 1. El libre e igualitario proceso de comunicación por acceso-diálogo-participación está basado sobre la estructura de derechos-necesidades- recursos y se dirige al cumplimiento de múltiples propósitos. 2. El acceso es la precondición para la comu nicación horizontal por cuanto sin oportunidades similares para todas las personas de recibir men sajes no puede, para comenzar, haber interacción social democrática. 3. El diálogo es el eje de la comunicación ho rizontal porque, si ha de tener lugar la genuina interacción democrática, toda persona debe contar con oportunidades similares para emitir y recibir mensajes de manera que se evite la monopolización de la palabra mediante el monólogo. La convicción de que el diálogo –la con versación– está en el corazón de la verdadera comunicación humana la sostienen no sólo los educadores como Freire. Un filósofo como Buber (1958), aboga con firmeza por ella. Y también lo hacen psiquiatras y psicólogos como Carl Rogers (1969) y Eric Fromm (1956). El diálogo hace posible un ambiente cultural favorable a la libertad y a la creatividad del tipo que el biólogo Jean Piaget (1961), considera más conducente al desarrollo total de la inteligencia. Dado que, bajo tal perspectiva, estos papeles opuestos se incluyen en un constante y equilibrado desempeño dual, todos los participantes en el proceso de la comunicación deben identificarse como “comunicadores”, como correctamente lo propusieron Harms y Richstad. Así la dife renciación entre las dos opciones separadas – “fuente” y “receptor”– ya no resulta apropiada. 4. La participación es la culminación de la comunicación horizontal porque sin oportu nidades similares para todas las personas de emitir los mensajes el proceso permanecería gobernado por la minoría. 5. Desde la perspectiva de la viabilidad práctica, acceso-diálogo-participación constituyen una se cuencia probabilística. Esto quiere decir que, en términos de grado de dificultad de logro, el acceso 31 La mesura es indispensable. La comunicación horizontal es, en lo conceptual, exactamente lo opuesto a la comunicación vertical. 32 está en bajo nivel, el diálogo en uno intermedio y la participación en alto nivel. Se considera más fácil lograr que más gente reciba los mensajes que el construir circunstancias que tornen posible el diálogo y el hacer esto último se considera más factible que el convertir efectivamente a cada persona en un emisor importante. 6. El acceso es esencialmente un asunto cuan titativo. El diálogo es eminentemente un asunto cualitativo y la participación es un asunto cualitativo/cuantitativo. 7. El acceso, el diálogo y la participación son los componentes clave del proceso sistemático de comunicación horizontal. Tienen relación de interdependencia. Es decir: (a) a mayor acceso, mayor probabilidad de diálogo y participación; (b) a mejor diálogo, mayor y mejor la utilidad del acceso y mayor el impacto de la participación; y (c) a mayor y mejor participación, mayor probabilidad de ocurrencia del diálogo y del acceso. En conjunto, a mayor acceso, diálogo y participación mayor satisfacción de las necesidades de comunicación y efectividad de los derechos a la comunicación y más y mejor serán utilizados los recursos de comunicación. 8. La autogestión –ilustrada por la sobresaliente experiencia yugoeslava con empresas de comu nicación que no son ni privadas ni gubernamentales sino comunitarias– es considerada la más avanzada e integral forma de participación puesto que permite a la ciudadanía decidir sobre políticas, planes y acciones. (UNESCO, 1977). 9. La retroalimentación es un elemento clave del diálogo cuando opera en forma mul tidireccional equilibrada por la cual todas y cada una de las personas envueltas en una situación de comunicación la dan y la reciben en condiciones similares. La retroalimentación es contraria al diálogo cuando es unidireccional ya que así está al servicio de la dependencia, no de la interdependencia equilibrada. 10. La práctica de la comunicación horizontal es más viable en el caso de formatos interpersonales (individuales y de grupo) que en el caso de los formatos impersonales de (masas). Una obvia explicación técnica para ello es la dificultad intrínseca de lograr la retroalimentación en la comunicación de masas. Pero la principal explicación es política: es el hecho de que los medios de comunicación de masas son, en su mayoría, atrincherados instrumentos de las fuerzas conservadoras y mercantilistas que con trolan los medios de producción nacional e internacionalmente. Una Palabra de Cautela y una Palabra de Esperanza La mesura es indispensable. La comunicación horizontal es, en lo conceptual, exactamente lo opuesto a la comunicación vertical. Pero, en forma realista, la primera no debería consi derarse necesariamente sustitutoria de la últi ma. Bajo determinadas circunstancias puede serlo. Bajo diferentes circunstancias puede constituir una alternativa coexistente. Como Buber (1965), lo señaló, el diálogo no siempre es posible. Y puede añadirse que, a menudo, el monólogo no es evitable y a veces inclusive se torna necesario, dependiendo de diversos propósitos y circunstancias. Ellos pueden ser vistos, sugiere Johannesen (1971), como los ex tremos de una cosa continua. Idealmente todas las comunicaciones debieran ser horizontales. En la práctica esto no siempre es posible ni tal vez siquiera deseable. Por tanto, si la comunicación vertical tiene que permanecer en escena hasta cierto punto, lo que de ninguna manera debe suceder es que sea manipulatoria, engañosa, explotadora y coercitiva. Al cerrar la presentación de este conjunto preliminar de proposiciones esquemáticas sobre comunicación horizontal (¿podría llamarse brevemente el modelo “ horicom “?) esperemos –parafraseando a Lasswell treinta años después– que ésta también pueda probarse “una forma conveniente de describir la comunicación”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARUNDALE, R. 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FAÇA SUA ASSINATURA Para efetuar a assinatura anual da Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, com direito ao recebimento de dois exemplares, basta preencher a ficha de assinatura com seus dados pessoais e enviar para o nosso Tel/FAX. (55 11) 3091-2949. O valor da assinatura é de U$ 25 (vinte e cinco dólares) mais taxa de postagem (sob consulta). O pagamento da assinatura e da postagem podem ser realizados via depósito bancário para a ALAIC no Banco do Brasil, agência 3559-9, conta corrente 6983-3 e o comprovante de depósito também deve ser enviado por fax para (11) 3091-2949. Há também a opção de pagamento com cartão de crédito VISA, mediante o preenchimento dos dados do cartão. Os estrangeiros poderão usar apenas esta opção para o pagamento. 37 LA COMUNICACIÓN IBEROAMERICANA FRENTE AL DESAFÍO DE LA GLOBALIZACIÓN: SUEÑOS Y PESADILLAS DE LA COMUNIDAD ACADÉMICA José Marques de Melo Jornalista, escritor e pesquisador. Docente-fundador da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), instituição em que obteve os títulos de doutor, livre-docente, professor-adjunto e professor catedrático de em Ciências da Comunicação (Jornalismo). Atuou como pesquisador/professor visitante e proferiu conferências em várias universidades estrangeiras. Atualmente é docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP, sendo titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional. Fundou e presidiu a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM e a Rede Alfredo de Carvalho de História da Mídia. É autor de inúmeros livros, dos quais os mais recentes são: História 38 do Pensamento Comunicacional (Paulus, 2003), História Social da Imprensa (EdiPUCRS, 2003), Jornalismo Brasileiro (Sulina, 2003), A esfinge midiática (Paulus, 2004), Teoria do Jornalismo (Paulus, 2006), Mídia e Cultura Popular (Paulus, 2008), História Política das Ciências da Comunicação (Mauad, 2008). E-mail: [email protected] RESUMEN Invitado para proferir la conferencia inaugural del X Congreso Iberoamericano de Comunicación, el autor optó por la condición estratégica de observador participante. Siendo el único de los fundadores del IBERCOM que tuvo la suerte y el privilegio de presenciar los diez encuentros, ha cimplido el rol de testigo ocular de los hechos, además de plantear ganancias y pérdidas, sueños o pesadillas de los colegas voluntaria o involuntariamente ausentes. PALABRAS-CLAVE: PENSAMIENTO COMUNICACIONAL; COMUNICACIÓN INTERNACIONAL; HISTORIA; IBEROAMERICA; AMÉRICA LATINA; BRASIL. ABSTRACT Invited to participate in the X Ibero American Communication Conference, and as such, the author chose to play the strategic role of observer. As the only representative of the IBERCOM founders, he was both fortunate and privileged to observe all ten meetings as an eye witness, sharing gains and losses, dreams and apprehensions of his peers who, for one reason or another, were unable to attend. KEYWORDS: COMMUNICATION THINKING; INTERNATIONAL COMMUNICATION; HISTORY; IBERO AMERICA; LATIN AMERICA; BRAZIL. RESUMO Convidado para proferir a conferência inaugural do X Congresso Iberoamericano de Comunicação, o autor optou pela condição estratégica de observador participante. Sendo o único dos fundadores do IBERCOM que teve a sorte e o privilégio de presenciar os dez encontros, assumiu o papel de testemunha ocular dos fatos, além de mostrar ganhos e perdas, sonhos e pesadelos dos colegas, voluntariamente ou involuntariamente, ausentes. PALAVRAS-CHAVE: PENSAMENTO COMUNICACIONAL, COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL; HISTÓRIA; AMÉRICA IBÉRICA; AMÉRICA LATINA; BRASIL. 39 40 Viaje al pasado Para clarificar el panorama es indispensable decir que la jornada Ibercom tuvo diferentes escenarios y distintos anfitriones. Entre Sao Paulo (1986) y Guadalajara (2007), nuestra peregrinación incluyó Florianópolis (1989), Barcelona (1992), Santos (1997), Oporto (1998), Santiago de Chile (2000), Maia (2003), La Plata (2004) y Sevilla (2006). Los saludos de bienvenida fueron expresados por palabras y acciones de los colegas brasileños Maria Immacolata Vasallo de Lopes y Margarida Kunsch, los españoles Manuel Pares Maicas y Francisco Sierra, el portugués Luís Humberto Marcos, el argentino Alfredo Alfonso, la chilena Lucia Castellón, además de los que vos hablan hoy, yo mismo y también Enrique Sánchez Ruiz, a quien debo la generosidad de mi presencia. El vigésimo cumpleaños del Ibercom ya fue celebrado en Sevilla, durante cena inmemorable. Pregunto: ¿qué debemos hacer ahora? ¿Avanzar, retroceder, rehacer el camino, cambiar de ruta, terminar la jornada? Creo que debemos tomar una decisión en la asamblea de clausura. Los puntos de vista de las personas que están involucradas en la carpintería del Ibercom son polifacéticos y ni siempre convergentes. Por eso, me impuse la obligación de esbozar el estado de la cuestión, debatir sus variables y naturalmente indicar la salida que me parece más conveniente. No podemos olvidar la coyuntura actual, pues se trata del elemento que influye en las reflexiones individuales y en las decisiones colectivas. Me refiero al evento histórico que domina nuestra agenda corriente, o sea, la celebración del Bicentenario de la ruptura política entre la Península Ibérica y los enclaves coloniales de Portugal y España en el continente americano. Este es un evento histórico muy importante para todos los presentes. Para nosotros lati noamericanos significa la fundación de los espacios nacionales, matrices generadoras de nuestras identidades culturales. Y para los ibéricos significa la reconquista de la dignidad nacional, impulsada por las rebeliones populares de Madrid a Oporto, que culminan con la expulsión de los invasores franceses y la diseminación de los ideales democráticos que determinan el fin de “antíguo regimen” el la península. Pero antes de exponer mis hipótesis y plantear mi tesis, advierto que tomé el cuidado de exorcizar el “mito de Adán”, que tanto seduce los pueblos latinoamericanos. Sin duda, cultivamos el síndrome de la “refundación”. Como bien dijo el uruguayo José Maria Sanguinetti: de tiempos en tiempos, imaginamos estar “naciendo de nuevo”, asumiendo una postura de tierra arrasada”. Renegamos el “pasado reciente”, que “debe ser expulso de la historia para las profundidades infernales”. Nuestro imaginario colectivo aún tiene costumbre de inspirarse en el “incendio de la Revolución Francesa” objetivando “reducir a cenizas el pasado colonial. (Sanguinetti, 2007). Identidades Decir que hablamos de América Latina con interlocutores situados en la Europa Ibérica quizá no sea suficiente. Es necesario definir mejor los interlocutores antes de tratar de las motivaciones que están en las raíces de nuestro coloquio. La tarea no es tranquila como parece. Voy a tomar como ejemplo la declaración del historiador inglés Peter Burke: “Una de las cosas que me sorprendieron en la primera visita que hice a Brasil, en los años 1980, fue oír las personas hablando de la “América Latina”. En el Reino Unido, se considera nor malmente que Brasil hace parte de Latinoamé rica. Pero las personas con las cuales yo hablaba o que yo oía parecían dar como cierto que la América Latina era otro lugar. De manera similar, los británicos tienen la costumbre de hablar de “Europa” y los sicilianos de “Italia”, como si los términos no los incluyesen”. (Burke, 2005) No es sin razón que intelectuales brasileños, como es el caso de Maria Lucia Victor Barbosa, han tenido necesidad de recorrer la misma ruta de Cristóbal Colón y Pedro Alvarez Cabral, en busca de sus raíces y de los trazos de nuestra identidad, bajo el estímulo de las conmemoraciones del Quinto Centenario del Descubrimiento (que los hispanos celebraron en 1992 y los lusitanos en el año 2000). Ella empezó por la Península Ibérica, donde “nosotros latinoamericanos, fuimos forjados por la cruz y por la espada que quedaran impresas en nuestros valores, en nuestras actitudes y en nuestra visión de mundo”. (Barbosa, 1995, p. 15). Pero la brasileña navegó desarmada. Dejando en casa la cruz y la espada, no tuvo dificultades en darse cuenta que “los españoles y portugueses legaran a América Latina su cultura dominante”. No fue difícil observar también que, a pesar de originarios de una misma matriz, nosotros somos pueblos diferentes. “Así como trazos heredados de los padres no impiden los hijos de tener su propia personalidad, así nosotros latinoamericanos, tenemos nuestras individualidades, en que pesa la fuerte marca ibérica en nuestra manera de ser” (Barbosa, 1995, p. 15) Además, el juicio formulado por la autora es visiblemente auto-crítico, desvinculando al almirante Cristóbal Colón de “cualquier res ponsabilidad sobre aquello en que nos tornamos”. Su observación es sibilina: “No podemos culparlo por nuestros fracasos, como aquellos que prefieren las actitudes cómodas (…). Nuestro subdesarrollo, nuestra corrupción, nuestro populismo, nuestro individualismo, nuestros Estados patrimonialistas y clientelísticos y nuestras sociedades desiguales empezaron a partir de una embriogenia defectuosa y, de poco, cada uno de nosotros desarrolló a su manera su propia barbarie” (Barbosa, 1995, p. 16) Quien nos observa de fuera, como el francés Alain Roquié, percibe claramente la crisis de identidad que enfrenta Latinoamérica. “América es, desde Colón, el continente de los malos-entendidos, El Almirante buscaba el Camino de las Indias, descubrió los indicios, o sea, El Nuevo Mundo. Un mundo que aún permanece muy nuevo”. (Roquié, 1991, p. 15) Tanto así que, delante de la apropiación substantiva del término América por los pueblos que viven al norte del continente, fuimos compelidos a nos contentar con una designación adjetiva. Y optamos por la expresión ambigua, cuñada en 1839 por el francés Michel Chevalier. En la fase de pos-independencia, ella fue fácilmente adoptada por nuestras elites criollas, “porque justificaba la admiración que sentían por la cultura francesa”. Así, “América Latina fue y no es un lugar, una entidad preexistente, pero un proyecto político” (Burke, 2005). Hasta mismo los antropólogos como Darcy Ribeiro, quien dedicó atención especial al conocimiento del proceso de civilización transcurrido en este continente, no hesitó en cuestionar: “¿Latinoamérica existe?” Su respuesta es bastante clara, comportando dos perspectivas: una vacilante (de naturaleza geofísica) y otra afirmativa (de matriz geocultural). En el plano geofísico, las evidencias señalan en dirección al nuestro “aislamiento”, condicionado a la “dependencia” en relación a los centros hegemónicos. “Hasta hoy, nosotros, latinoamericanos, vivi mos como si fuéramos un archipiélago de islas que se comunican por el mar y por el aire y que, con más frecuencia, se vuelven para afuera, para los grandes centros económicos mundiales, que para adentro. Las propias fron teras latinoamericanas, corriendo al largo de la 41 cordillera desértica, o de la selva impenetrable, aíslan más que comunican y raramente posibilitan un convivir intenso” (Ribeiro, 1986, p. 11) En el terreno geocultural, constituimos un mosaico caracterizado por la “uniformidad sin unidad”, pues “lo que sobresale en el mundo latinoamericano es la unidad del producto resultante de la expansión ibérica sobre la América y su biensucedido proceso de homogeneización. La nuestra verdadera fisonomía está expresa en las sociedades étnico-nacionales cuyas poblaciones son producto del cruzamiento y quieren continuar se fundiendo (…) Amalgamando gente procedente de todos los cuadrantes de la Tierra, se crearon aquí pueblos mestizos” (Ribeiro, 1986, p. 18) 42 Su homogeneización se hace a través de variables lingüísticas y culturales, heredadas de los colonizadores ibéricos. Por tanto, asumir esa “fisonomía iberoamericana” delante de la “revolución termonuclear”, dínamo del proceso de globalización en curso, representa una con tingencia “civilizatoria” a la que, según Darcy Ribeiro, no podemos nos hurtar. “El proceso civilizatorio que opera en nuestros días (…), por más que afecte los pueblos lati noamericanos, sólo podrá reforzar su identidad étnica como uno de los rostros por cual se ex presará la nueva civilización. Es hasta probable que engendre la entidad supranacional, que, en el futuro, será el cuadro dentro del cual los latinoamericanos vivirán su destino. Dentro de ese cuadro se destacarán más visibles y afirmativas que hoy algunas nacionalidades indígenas (quechua, aimará, maya, mapuche, etc.) actualmente oprimidas. Pero el escenario macro-étnico dentro del cual todos los pueblos del sub-continente coexistirán tendrá una fiso nomía-iberoamericana.” (Ribeiro, 1986, p. 23) Diversidades A pesar de ese vaticinio histórico, nos deparamos hoy con una “retórica negativa” en toda la región. Ella traduce el sentimiento de desánimo que se abatió sobre nuestras poblaciones después del “fin de la bipolaridad”. En estas coyunturas, las “fronteras nacionales” se tornan precarias, frente a la creación de “redes globales” a las cuales se incorporan “segmentos de los países periféricos”. América Latina se fragmentó, “dividida entre un populismo regresivo y el miedo de ser cautiva de un imperio ya sin fuerzas”. (Cardoso, 2007). El balance contemporáneo indica que solamente tres países lograron una integración más favorable en el mercado globalizado – Chile, Brasil y México. Delante de ese panorama dramático, se comprende la tendencia observada en el mapa de Latinoamérica, donde las divergencias se sobresalen más que las convergencias. Increíble es la ola de desprecio por nuestra identidad cultural, anclada en el deseo de “no querer ser latinoamericano”. Ese tipo de sentimiento ha impulsado contingentes expresivos de nuestro pueblo a caminar en la ruta de la inmigración. Reflexionando sobre la paradoja, Néstor García formula una cuestión patética: “¿Qué está ocurriendo en América Latina para que un continente que ya expulsó centenas de millares durante las dictaduras de las últimas décadas, siga empurrando los ecuatorianos, pe ruanos y colombianos a huir para España, los uruguayos en dirección a Australia mientras otros imaginan que Estados Unidos y Cuba son alternativas comparables?” Canclini (2002, p.16) Al mismo tiempo en que alarga las fronteras de América Latina el aflujo de emigrantes centro y sur americanos a los Estados Unidos imponen un desafío a los propios estadounidenses. “Pues, los latinoamericanos son los inmigrantes más numerosos…(…) Mexicanos y estadouni denses de descendencia mexicana en el sudeste, puertorriqueños y dominicanos en Nueva York y cubanos en Florida forman grandes y influyentes comunidades. En 1990, las ciudades estadounidenses con las mayores poblaciones latinas eran Los Ángeles (4,7 millones), Nueva York (1,9 millones), Miami (1 millón), Chicago (0,7 millón) y Houston (0,7 millón). (…) La verdad es que “la inmigración latinoamericana está cambiando la cultura estadounidense” (Chasteen, 2001, p. 263). Hace sentido, por tanto, la indagación - ¿Qué significa ser latinoamericano? - hecha, en el inicio de este siglo XXI, por el antropólogo argentino que vivencia la experiencia de inmigrante en Mexico. Así también la premisa por él construida – la condición actual de América Latina extrapola su territorio – y el argumento que los fundamenta: “Aquellos que dejaron sus países y ahora alargan nuestras culturas muy a frente de la región, muestran la fragmentación dolorosa de los latinoamericanos y también las oportunidades que ofrecen los intercambios globales” (Canclini, 2002, p. 12) Para dar respuesta adecuada a esta y otras cuestiones cruciales, que siguen como gritos parados en el aire, Canclini ofrece algunas pistas que desaguan en la idea matricial de este coloquio: fortalecer la comunidad iberoamericana de ciencias de la comunicación: 1) Ultrapasar las “litúrgicas lamentaciones sobre la americanización” de América Latina, contemplando también la “latinización de los Estados Unidos “. Eso significa: ir a frente de la descripción para construir “proyectos críticos”. 2) Retirar el pensamiento crítico de la oposición maniqueísta entre estado y empresa privada, entendiendo el Estado como lugar de articulación de los gobiernos con las iniciativas empresariales y los sectores de la sociedad civil. 3) Situar la “latinoamericanidad” como una construcción híbrida, para la cual contribuyeron los países mediterráneos de Europa, los indígenas americanos y las migraciones africanas, sin dejar de lado su diseminación en territorio europeo y estadounidense. Regreso al futuro Regreso ahora a Sevilla, 2006, cuando ce lebramos los veinte años de Ibercom. Había en el aire una tácita complacencia por el sencillo hecho de existir un territorio de esta naturaleza. Espacio capaz de propiciar el diálogo entre líderes de comunidades académicas nacionales que poseen identidad común. Confieso que, reflejando sobre el itinerario ya hecho, tengo necesidad de rememorar nuestro punto de partida. O sea, el primer Ibercom, en Sao Paulo, 1986. Nunca pude olvidar las reacciones manifestadas por colegas a quien mandé invitaciones para comparecer a la reunión convocada por la Sociedad Brasileña de Estudios Interdisciplinarios de la Comunicación -Intercom. Muchos de ellos expresaron descreencia en relación a la propuesta recibida. O me desestimularon a proseguir o se pusieron a esperar para ver. 1Dos adhesiones fueron decisivas para el futuro de IBERCOM, las de Miguel de Moragas y de Jesús Martín Barbero. El primero aprendió inmediatamente el sentido de la iniciativa. No pudiendo comparecer, envió representación catalana, constituyera por Enric Saperas y Charo de Mateo. El segundo no apenas compareció y participó activamente, pero también convenció Patrícia Anzola, entonces presidente de ALAIC a fortalecer el evento. 2 Otra colaboración fundamental fue la de Maria Immacolata Vassalo de Lopes y de su esposo João Aloísio Lopes, que me ayudaran a organizar el encuentro, con la intención de que su realización seria un complemento del congreso nacional de INTERCOM. 43 44 ¿Cuáles los argumentos usados por los que resistían a la idea de construir un espacio iberoamericano de comunicación? Generalmente las recusas partían del siguiente raciocinio: si nosotros ya tenemos espacios latinoamericanos, como Alaic – Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación y Felafacs – Federación Latinoamericana de Asociaciones de Facultades de Comunicación Social, de los cuales también participan los españoles y eventualmente los portugueses, ¿por qué crear un nuevo frente que se superpone a los ya existentes? O entonces, retrucaban geopolíticamente. Los internacionalistas decían: es preferible incrementar nuestra presencia en la comunidad mundial capitaneada por la AIERI – Association Internationale des Études et Recherces sur l’Information. Los nacionalistas afirmaban: nuestro compromiso actual es fortalecer los espacios nacionales, en proceso de sedimentación, como la Amic – Asociación Mexicana de Investigadores de la Comunicación, AVICS – Asociación Venezolana de Investigadores de la Comunicación Social o Apeic – Asociación Peruana de Estudios e Investigaciones de la Comunicación. Todos tenían razón. Pero sus tesis no eran suficientes para destruir la idea de la comunidad iberoamericana. Motivados por el clima de la guerra fría, los internacionalistas redoblaban el entusiasmo por los progresos de la Nomic – Nueva Orden Mundial de la Información y de la Comunicación, pretendiendo fortalecer las tesis de Sean Mac Bride y soñar con un flujo equilibrado de noticias, donde el Tercero Mundo dejase de ser mero consumidor, pasando también a productor activo de noticias. Empeñado en construir políticas democráticas de comunicación, los nacionalistas pusieron en segundo plano la arena internacional, entendida como terreno exclusivo de las vanguardias militantes. Estaban correctos también los latinoame ricanistas que vislumbraban el fortalecimiento de Latinoamérica frente al creciente poderío del imperialismo estadounidense. Estos, o des preciaban la contribución de nuestros antiguos colonizadores, o reclamaban la obsesión de los países ibéricos en se tornaren “europeos”, relegando al plano secundario el intercambio con la “periferia” sudamericana. En medio a tamaño nudo de alternativas, se dio lo que pocos esperaban: una brusca alteración de rumbos en la política internacional. Perplejos, asistimos todos a la queda del Muro de Berlín, acompañando el cambio radical del panorama. Fukuyama rotuló el episodio como el “fin de la Historia”. Hobsbawan prefirió decir simplemente que él abrevió el siglo XX. El bloque soviético se deshizo, como un castillo de cartas, encerrando el confronto leste-oeste. Demostrando su fuerza como potencia aspirante a la hegemonía planetaria, los EE.UU. de Reagan, apoyados por la Inglaterra de Tatcher, dan el golpe de misericordia en la Nomic, se retirando de la Unesco -Organización de las Naciones Unidas para Educación, Ciencia y Cultura. Eso repercute inmediatamente en las comu nidades internacionales de ciencias de la comu nicación, fragilizando Alaic y cambiando la correlación de fuerzas dentro de la Aieri. Estrategia Como testigo de todos estos acontecimientos, a partir de la periferia atlántica, y encorajada por el fin de más un ciclo autoritario en la geografía brasileña, la dirección de Intercom decidió actuar simultáneamente en muchas frentes. Quizá sea necesario hacer aquí un paréntesis para explicar la singularidad de la situación brasileña. El Brasil vivió, durante el período de 1964-1988, más un ciclo autoritario de su etapa republicana. Decir que hablamos de América Latina con interlocutores situados en la Europa Ibérica quizá no sea suficiente. Es necesario definir mejor los interlocutores antes de tratar de las motivaciones que están en las raíces de nuestro coloquio. Después de la emancipación política de Portugal, nuestro país adoptó el régimen monárquico, hasta el final del siglo XIX. Al instituir la República, en la crisis que se agigantó después de la abolición de la esclavitud, la corporación militar asumió la tutela del nuevo régimen. Y desde entonces viene haciendo intervenciones en el edificio gubernamental, lo que volvió a ocurrir en 1964, en el apogeo de la Guerra Fría Una de las consecuencias del régimen militar fue el aislamiento de Brasil en el terreno intelectual. Emergiendo en el auge del autoritarismo, la comunidad académica brasileña en el ámbito de las ciencias de la comunicación acompañó a distancia el fortalecimiento de nuestra comunidad internacional. Voy usar dos ejemplos. El Brasil se perfiló como país-fundador tanto de la Aieri (1957) cuanto de la Alaic (1978). Pero nuestra participación orgánica en la primera fase de las dos asociaciones fue puramente residual. Esa representación se hizo casi exclusivamente por el voluntarismo de investigadores brasileños residentes en el extranjero. Sea por exilados políticos, sea por funcionarios de organismos internacionales, que poseían movilidad para comparecer a los foros convocados por nuestras asociaciones. La Intercom, fundada en 1977, funcionó al principio casi clandestinamente, por la desconfianza con que el gobierno de turno encaraba las sociedades civiles, aún que de naturaleza científica. Encorralados dentro del territorio nacional, hesitamos mucho al iniciar nuestra participación colectiva en la arena ins titucional del campo de la comunicación. Todo fue reducido al diálogo hecho aisladamente con personalidades del área, que invitamos a participar de nuestros congresos nacionales. Solamente tomamos la decisión de la ofensiva orgánica después de la instalación del gobierno civil que hizo la transición democrática de 1985 a 1989. Teníamos bien clara la estrategia de actuar concomitantemente en varios frentes que no se excluían. Empezamos por la idea de construir un espacio alternativo, que nos parecía una acción táctica para afirmar nuestra presencia en el escenario mundial. Ella se materializó a través del Ibercom, que organizamos por la primera vez en 1986, con la expectativa de crear una alternancia bienal entre América y Europa ibéricas. ¿Por qué esa opción regionalista en un escenario dominado por la mística internacionalista dominante en el plan político? Exactamente por la convicción de que la cooperación internacional, en el espacio académico, ni siempre obedece la misma lógica de las relaciones político-económicas. Esa hipótesis privilegiaba la proximidad cultural como un camino para el intercambio universitario. Partíamos de nuestra experiencia cotidiana. El dominio de las lenguas extranjeras aún constituye una barrera para la circulación del conocimiento. ¿Cómo superar el sentimiento de soledad que nosotros brasileños experimentamos por la circunstancia de nos comunicarnos en lengua portuguesa? Cercados de hispanohablantes por casi todas nuestras fronteras, la familiaridad cultivada con el idioma oficial de nuestros vecinos constituye un factor decisivo para superar la 45 46 sensación de aislamiento intelectual. Siempre que indicamos en aula un texto en español o promovemos una charla en esa lengua, la posibilidad de aprensión de los contenidos es más probable que si usamos otras lenguas inevitablemente demandando traducción. Por otro lado, la distancia histórica que nos venía separando de Portugal, inducía a privilegiar España en las relaciones europeas, donde los estudios de comunicación habían avanzado, a pesar del franquismo. En el espacio portugués, la valorización del campo comunicacional es posterior a la Revolución de los Claveles, que encerró la era salazarista. Fue la proximidad idiomática anhelada por el uso del portuñol que nos encorajó a promover el primer Ibercom. A pesar de la pequeña adhesión inicialmente hipotecada, creíamos que valía la pena insistir en el proyecto. Llevamos en consideración dos variables que influyeran en el aparente fracaso de la iniciativa. Ellas no fueron explicitadas, pero pairaban en el aire. Por un lado, una especie de desconfianza sobre las relaciones de Brasil con los vecinos países latinoamericanos. Se trata de la sospecha de intereses “imperialistas”, en la época asociados a la escalada de nuestro régimen militar. Por otro lado, la obsesión dominante en la península Ibérica, en aquella coyuntura, en el sentido de integrarse a la comunidad europea. Comprendiendo que eran obstáculos removibles con el pasar del tiempo, no renunciamos al proyecto de construcción de una comunidad iberoamericana. El inicio de una nueva etapa en la restauración de nuestra vida democrática, con la aprobación de la Constitución Ciudadana de 1988, nos animaba a seguir luchando. De acuerdo con la estrategia de actuar en varios frentes, movilizamos la comunidad nacional a hacerse presente y hacerse notar en el congreso mundial de ciencias de la comunicación promovido por AIERI en 1988, en la ciudad de Barcelona. La posibilidad de inscribir comunicaciones en lengua española ampliaba la oportunidad de participación de los investigadores brasileños. No apenas inducimos una expresiva delegación a comparecer al congreso, como aún logramos el reconocimiento de Intercom en la condición de entidad asociada a la AIERI. Para marcar posición, presentamos la candidatura de Brasil como sede del próximo congreso mundial. De esta manera, fortalecemos la meta de nuestra integración a la comunidad internacional. Ella no se ha limitado a la conquista de un espacio horizontal en la geografía de AIERI, pero dio un paso adelante, de naturaleza vertical. Decidimos recuperar el tiempo perdido en las relaciones internacionales, estableciendo acuerdos de cooperación binacional. Y empezamos por Francia, nuestra antigua compañera en el campo cultural, que fuera muy solidaria con la intelectualidad brasileña en los tiempos del régimen militar. Barcelona fue el escenario de esa dupla iniciativa internacionalista. Fue también en territorio catalano que vislumbramos dos otras ofensivas, dotadas de perfil regionalista. Auto-convocada por los latinoamericanos presentes en el Congreso de AIERI, se realizó en Barcelona una asamblea extraordinaria de ALAIC, objetivando decidir el futuro de la asociación. Casi en estado agonizante, la entidad luchaba con dificultades para mantener viva la lumbre de la comunidad latinoamericana de comunicación. Por consenso, se decidió apelar a Intercom para asumir el liderazgo del proceso de revitalización de Alaic. 3 Para lograr la legitimación de AIERI, contamos con el aval catalano de los principales anfitriones, Miquel de Moragas y Manoel Parés i Maicas. La conexión francesa fue articulada con el beneplácito del entonces presidente de la SFSIC, Bernard Miége. 4 Al frente de ese movimiento estaban Rafael Roncagliolo, Fátima Fernandez y Roque Faraone. 5 ALAIC fuera confiada a la guardia de las colegas Patrícia Anzola y Elizabeth Fox, residentes en Colombia. Fue la proximidad idiomática anhelada por el uso del portuñol que nos encorajó a promover el primer Ibercom. A pesar de la pequeña adhesión inicialmente hipotecada, creíamos que valía la pena insistir en el proyecto. Sin embargo, hacíamos una exploración sobre la oportunidad de llevar adelante la formación de la comunidad iberoamericana. Esa idea fue bien recibida en España, encontrando flaca resonancia en Portugal, tanto en Lisboa cuanto en Oporto. Pesando los puntos a favor y en contra, la directiva de Intercom, entonces presidida por Margarida Kunsch, decidió investir en todas las frentes abiertas: 1) Convocó simultáneamente el II Ibercom y la Asamblea de Reconstitución de Alaic; 2) Lanzó la candidatura de Brasil para recibir el próximo congreso de AIERI, después de Yugoslavia, pactando con la SFSIC la realización del I Coloquio Brasil-Francia de Ciencias de Comunicación. Tanto el II Ibercom cuanto la reunión de Alaic se realizaron en Florianópolis, Santa Catarina, en 1989. A pesar de la ausencia de los portugueses, el Ibercom adquirió densidad, discutiendo el papel de las industrias culturales en las sociedades iberoamericanas. Fueron decisivas las presencias de Enrique Bustamante, Ramon Zalo, Obdulio Martin Bernal, Enrique Sanchez Ruiz, Patrícia Anzola, Marclino Bisbal, José Benitez, etc. La asamblea de ALAIC fue precedida por el compromiso asumido por dos sociedades científicas que sobrevivieran a los efectos recesivos de la “década perdida” – la mexicana AMIC y la brasileña Intercom. Durante el primero trienio, hicimos pere grinación por diversos países – Argentina, 6 Especialmente manifestada por Enrique Bustamante, que sensibilizo a FUNDESCO para apoyarla. Uruguay, Paraguay, Chile, Bolivia, Perú, Ecuador, Colombia, Venezuela, Panamá, Cuba, Costa Rica – en la tentativa de animar a los investigadores de la comunicación a fundaren/refundaren asociaciones nacionales. Luego nos dimos cuenta de las enormes dificultades del liderazgo y de las propias instituciones. Percibíamos la ausencia de voluntad política para crear una red de sociedades científicas bajo la égida de Alaic. Delante de esa situación, tratamos de capitalizar el potencial existente, convocando el I Congreso Latinoamericano de Ciencias de la Comunicación, lo haciendo coincidir con el Congreso Mundial promovido por AIERI en Brasil. En 1992, los dos eventos fueron realizados con mucho éxito. Como se habla en lenguaje popular, matamos dos pájaros de un tiro. Logramos integrar la vanguardia de la comunidad académica brasileña, capitaneada por Intercom, a la comunidad mundial, aglutinada por la AIERI. Y, al mismo tiempo, promovemos el diálogo de nuestros latinoamericanistas con los colegas venidos de innúmeros países de la de la región, sedientos de intercambio intracontinental, que pasaran a se agrupar según temáticas de interés común. En el ámbito latinoamericano, cumplíamos el acuerdo hecho con la Amic, pasando a los mexicanos la consolidación de los grupos de trabajo esbozados en Sao Paulo, lo que de hecho ocurrió en 1994, en Guadalajara. Hegemonía En el ámbito internacional, logramos erigir puentes destinadas al futuro intercambio de los brasileños interesados en estudios comparativos 47 48 con sus pares actuando en otros países. En esa ocasión, vivenciando “por dentro” la dinámica de un congreso internacional, percibimos la muralla disimulada por la hegemonía anglófona en el seno de la comunidad académica internacional. A pesar de la proyección conquistada por Brasil, figurando en el ranking de Guaruja como el segundo país con mayor volumen de trabajos seleccionados y no obstante buena parcela tuviera sido presentada en inglés, en verdad el diálogo con nuestros pares de otras geografías no fluyó satisfactoriamente. La interacción posible, en aquella ocasión, se dio con los contingentes francófonos o hispanos, cuya proximidad cultural nos atraía mutuamente. Luego después del congreso mundial, pro movemos en Sao Paulo, el Coloquio Brasil-Francia de Ciencias de la Comunicación. Fue la primera tentativa de una serie de reuniones bi-nacionales entre pares que se comunican sin necesidad de traducción. Continuados periódicamente, ellas se realizaran, sea en Francia, sea en Brasil. Tal iniciativa fue posteriormente testada con otros países – Italia, Inglaterra, Dinamarca, España, Portugal, Canadá y Estados Unidos. No descuidamos del cultivo de oportunidades para el diálogo internacional, continuando a incentivar la presencia de delegaciones brasileñas en los congresos bienales de AIERI. Pero luego nos dimos cuenta que el espacio de AIERI se reducía, cada vez más, a los investigadores fluentes en inglés. Más do que eso: motivados por los temas de una agenda sintonizada con la ótica dominante en la vanguardia que gira en torno de la órbita anglo-americana. Sintomática fue la retirada francesa de este frente. Ella no se dio ostensivamente, pero puede ser comprobada por la reducida participación de los académicos que se expresan en francés (incluso belgas y canadienses). Eso, a pesar del francés constituir lengua oficial de la AIERI y de Francia ser la cuna de AIERI. La participación francófona ha sido mantenida por el segmento que eligió el inglés como segunda lengua. Otra evidencia contundente es la creación de una especie de “gueto hispano” en los congresos bienales de AIERI. Respetando el dispositivo estatuario de que el español es también segunda lengua oficial de la asociación, los responsables por la programación de las actividades segmentan los trabajos inscritos en cada sección o grupo de trabajo, aislando en el fin de cada jornada aquellos escritos en español. Después del intervalo, cuando los grupos retornan a los recintos donde están reunidos, se percibe que solamente quedaron los hispanohablantes. Los otros se retiraron discretamente. En el congreso de 2004, en Porto Alegre, Margarida Kunsch, como vocera de Alaic, reclamó públicamente esa actitud, recibiendo explicación plausible por parte de Kaarle Nordestreng. El finlandes, que exerce liderazgo histórico en nuestra comunidad, justificó diciendo que los colegas anglohablantes se retiraban de las salas porque no eran capaces de ultrapasar la barrera idiomática. El contra-argumento de la profesora Kunsch fue inmediato. ¿Si es así, cuál es el sentido de la presencia de estas comunidades minoritarias en el espacio internacionalizado que pretende ser AIERI? La solución evidente sería la traducción simultánea, pero esto es inviable por el alto costo de los honorarios de los profesionales. Contra-hegemonia Se torna cristalina, por lo tanto, la necesidad de espacios donde los investigadores que poseen afinidades culturales puedan reunirse y dialogar sobre el avance del saber comunicacional. El ejemplo más interesante es de los países nórdicos. Ellos formaran el Nordicom – Nordic Centre for Media and Communication Research - y se valen del inglés como lengua franca en sus encuentros anuales. Haciendo un balance de los 10 encuentros realizados, nos dimos cuenta de que ha faltado voluntad colectiva para dar sentido a esta emergente comunidad iberoamericana. En el caso ibérico, no necesitamos siquiera recorrer a un idioma-puente, ya que el español y el portugués son fácilmente comprensibles a través de la lectura y el portuñol funciona naturalmente como artificio de expresión oral. Más fuerte que el argumento de operacionalidad comunicativa es el de la proximidad simbólica, pues vivimos en sociedades que poseen relaciones económicas, políticas y culturales más cercanas de lo que las decurrentes de otras articulaciones geopolíticas. ¿Por qué no fortalecer estos factores convergentes para constituir una comunidad iberoamericana de ciencias de la comunicación? Esta fue la intención seminal en los IBERCOM, pero la experiencia acumulada en estos 20 años demuestra que, a pesar de seductora, la idea aún no sensibilizó colectivamente las vanguardias nacionales. Haciendo un balance de los 10 encuentros realizados, nos dimos cuenta de que ha faltado voluntad colectiva para dar sentido a esta emergente comunidad iberoamericana. Hagamos un mapa situacional: Brasil recibió la parcela mayor (Sao Paulo, Florianópolis y Santos); Portugal acogió 2 eventos (Porto y Maia), España 2 (Barcelona y Sevilla); los restantes fueron realizados en países hispanoamericanos: Chile (1), Argentina (1) y México (1). Su manutención, sin embargo, ha sido fruto de voluntarismo de pocos abnegados. La dificultad que hemos tenido para la organización de los encuentros periódicos habla por si sola. Pero es innegable la afluencia de las nuevas generaciones, siempre que logramos hacer convocatorias anticipadas. El reciente encuentro de Sevilla fue notable. La presencia significativa de españoles e hispanoamericanos fue sorprendente. Esa, a pesar de la flaca credibilidad decurrente del encuentro de Madrid en 2002, cuyo fracaso determinó que fuese realizado improvisadamente en Maia, región metropolitana de Oporto. Operación Phoenix Este es, a mi juicio, el momento apropiado para reverter la situación. La coyuntura es favorable para el resurgimiento de la energía creadora que motivó, desde la Escuela de Sagres, el ciclo de las navegaciones que significó en verdad el hecho precursor de la actual globalización de los mercados. Sí, al principio, traté de exorcizar el “mito de Adán”, me permito ahora rescatar el “mito de Phoenix”, para inspirar la operación destinada a rescatar el renacimiento a partir de las propias cenizas. La coyuntura parece muy favorable, pues tenemos hoy sociedades científicas nacionales actuando decisivamente en los dos polos. En Europa Ibérica, la Sopcom – Asociación Portuguesa de Ciencias de la Comunicación – ha dado señales evidentes de convergencia lusitana, uniendo las vanguardias actuantes en Lisboa, Oporto y Coimbra a los otros centros universitarios del país. En España, lo que parecía inviable, frente al autonomismo histórico de las 8 Marcado para realizarse en la Universidad Complutense de Madrid, 7Además de Maria Immacolata V. Lopes y Margarida Kunsch, en el evento fue cancelado en la última hora, frustrando los participantes Brasil, esa lista incluye Luis Humberto Marcos (Portugal), Manuel que, sin saber de la postergación, viajaron inútilmente a España. Parés i Maicas y Francisco Sierra (España), Lucia Castellón (Chile), 9 Gracias a la acogida del ISMAE – Instituto de Enseñanza Superior Alfredo Alfonso (Argentina) y Enrique Sánchez Ruiz (México). de Maia – el congreso fue realizado, gracias al empeño de Luis Hum- 49 El espacio creado por Ibercom puede se transformar en una especie de forum para aglutinación táctica, alcanzando la unidad a estratégica ya referida. 50 comunidades que forman el Estado nacional, se torna realidad con la constitución de Alaic- Asociación española de Investigación de la Co municación. Congregando liderazgos madrileños, catalanes, vascos, navarros, gallegos, andaluces, canarios y muchos otros, la emergente sociedad española denota también su vocación para el diálogo más allá del mar. Diálogo iniciado en el interior de la península, a través de los congresos ibéricos que re-unieron portugueses y españoles, vecinos próximos y al mismo tiempo distantes. En la América Hispana, además de la actuación de Amic – Asociación Mexicana de Investigadores de la Comunicación o del Coneicc – Consejo Nacional para la Enseñanza de las Ciencias de la Comunicación, hace mas de tres décadas, y recientemente de la Aboic – Asociación Boliviana de Investigadores de la Comunicación, observamos movimientos tendientes a aglutinar los estudiosos de la comunicación en Venezuela, Argentina y Chile, pero posiblemente también en otros países que pasan desapercibidos a la mirada de los observadores externos. Es notable aún la presencia de dos entidades que demuestran capacidad de movilización de las respectivas comunidades académicas – Alaic junto a los investigadores y Felafacs junto a los decanos y profesores que participan de juntas universitarias – pero también seduciendo las nuevas generaciones, o sea, los estudiantes matriculados en más de un millar de cursos de comunicación dispersos en la geografía que va del Río Grande a la Patagonia. En América Lusófona la situación presenta mucho más organizada. Lideradas por Intercom, que está celebrando 30 años de actividades sin interrupción, reuniendo más de mil investigadores de todo el país, y por COMPÓS, que aglutina los programas de pos-grado, existe más de una decena de sociedades segmentadas que integran el campo comunicacional. Representando los investigadores de perio dismo, relaciones públicas, cine, cibercultura, comunicación política, historia de los media, folkcomunicación, economía política, divul gación científica, etc., tales asociaciones buscan maneras de coexistencia harmónica, formando la Federación Brasileña de Sociedades Científicas y Académicas de Comunicación – Socicom– que inicia eficaz interlocución con el Estado, las Empresas y la Sociedad Civil. Capitalizar el dinamismo alcanzado por tales instituciones, fortaleciendo el intercambio de conocimientos generados en nuestra megaregión, constituye el imperativo de esta coyuntura marcada por el “síndrome de los países parientes”, faceta de aquél “choque de civilizaciones” a que se refiere Samuel Huntington (1993). ¿Cuáles las estrategias indispensables para fomentar una comunidad iberoamericana sin abandonar el área internacional? 1. Crear encuentros periódicos – congresos, seminarios, coloquios – a través de los cuales los jóvenes investigadores puedan compartir sus observaciones científicas con pares culturalmente sintonizados, expresándose en su propia lengua. Para tornar más fluido ese diálogo, se torna preciso estimular la difusión recíproca del portugués y del español. De esta manera, lograremos diseminar el legado cognitivo que estamos acumulando, a partir de realidades culturales que configuran campos de experiencia comunes, o sea, iberoamericanas. 2. Estimular nuestras vanguardias nacionales que se expresan con facilidad en inglés a seguir participando de los encuentros internacionales del área – tanto la IAMCR – Internacional Association for Media and Communication Research – cuanto la ICA – Internacional Comunication Association – en el sentido de difundir nuestros progresos investigativos. Para que esa presencia no sea residual, como viene ocurriendo hasta hoy, se torna indispensable establecer una articulación orgánica, superando eventuales disputas nacionalistas y capitalizando nuestra identidad cultural. 3. Implementar proyectos comparativos de investigación en comunicación que pueda dar cuenta de aquellas tareas que García Canclini destaca en su agenda para nuestro fortalecimiento como bloque cultural capaz de participar de manera creativa y competitiva en los intercambios globales. Se incluye en esta lista la “producción de contenidos”, la formación de nuevos públicos”, la “promoción activa de la diversidad cultural”, la creación de “indicadores culturales” en el sentido de facilitar la cooperación y los intercambios internacionales. El espacio creado por IBERCOM puede se transformar en una especie de forum para aglutinación táctica, alcanzando la unidad a estratégica ya referida. Lo que no tiene sentido es continuar una pelea sorda por la conquista de adhesiones personales o grupales. Desde ese punto de partida será posible llegar al puerto que nos asegure presencia significativa en la geografía planetaria, comunicando ampliamente la riqueza de nuestra diversidad cultural. Creo que este X IBERCOM clausura un ciclo histórico en la vida de nuestra comunidad. El paso siguiente es la agregación de todas las asociaciones nacionales y regionales en una federación iberoamericana de ciencias de la comunicación, creando sinergia para defender nuestros intereses comunes en el seno de la comunidad mundial. Reuniendo fuerzas y planificando nuestra acción colectiva tendremos posibilidad de intervenir de forma consecuente en la arena global y al mismo tiempo ocupar los espacios institucionales que ambicionamos legítimamente. Si las sociedades científicas legitimadas a nivel nacional, como Intercom, Amic, Aboic, Sopcom y AE-IC, juntamente con las congéneres regionales como Alaic, AssIbercom, Ulepicc, en la compañía de otras asociaciones nacionales/regionales más cercanas a la enseñanza, como es caso de Felafacs, Compós, Forcine, Coneicc, Fadecos, etc., negociando la institución de una confederación iberoamericana, rápidamente llegaremos a la constitución del Forum Ibercom. Se trata de un espacio para encuentros mundiales de nuestras vanguardias académicas, revisando a cada dos años el estado de la investigación comunicacional y estableciendo correlaciones con las tendencias de otras comunidades mega-regionales (Nordicom o Lusocom) y naturalmente también de los colectivos internacionales (ICA, AIERI). Vencida esta batalla, la Operación Phoenix puede ser reemplazada por la Operación Ícaro, impulsando la Nave Ibercom a volar con autonomía, soberanía, espirito de cooperación y voluntad solidaria. Pero esta en una tarea para la próxima generación. La generación que hoy empalma el liderazgo iberoamericano está desafiada a asumir el com promiso de romper el aislamiento inercial que nos está condenando a contemplar a distancia la marcha de la Historia y a ser sencillos receptores de las ideas comunicacionales importadas. Si lo hace, como yo espero sinceramente, la generación de los artífices del IBERCOM, además de prestar cuentas de su labor utópico, pueden iniciar el disfrute de la merecida jubilación, con el sentimiento de misión cumplida. 51 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________, História do Pensamento Comunicacional, Sao BARBOSA, Maria Lúcia Victor. América Latina, em busca do paraíso Paulo: Paulus, 2007. perdido, Sao Paulo: Saraiva, 1995. MATTELART, Armand. Diversidade Cultural e mundialização, Sao BARKER, Chris Global Television, Oxford: Blackwell, 1997 Paulo: Parábola, 2005. BURKE, Meter. História de uma idéia tensa, Folha de S. Paulo, Sâo MATO, Daniel, org. Diversidad Cultural y construcción de identidades, Paulo, 20 de maio de 2005, Mais. Caracas: UCV, 1993. CANCLINI, Nestor García. Latinoamericanos buscando lugar en este MCANANY, Emile & WILKINSON, Kenton, eds. Mass media and siglo, Buenos Aires: Paidós, 2002. free trade, Austin: University of Texas Press, 1996. 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Veremos si los circuitos mundiales de intercambio de productos audiovisuales, tal como se han desarrollado en los últimos decenios, favorecen o no la comunicación entre culturas. PALABRAS-CLAVE: POLÍTICAS PÚBLICAS; AUDIOVISUAL; IBEROAMERICA. ABSTRACT This essay poses a reflection on the evolution of the exchange of images within Ibero American countries and between the continent and other countries all over the world, within a global context characterized with extreme disparities. We also discuss whether the international audiovisual exchange circuits, after decades of evolution, promote communication among cultures. KEYWORDS: PUBLIC POLICY; AUDIOVISUAL; IBERO AMERICA. RESUMO Este ensaio reflete sobre os intercâmbios de imagens entre os países ibero-americanos: tanto entre eles, como entre eles e o resto do mundo, num contexto global contemporâneo tão desigual. É nosso propósito verificar se os circuitos mundiais de intercâmbios de produtos audiovisuais - tais como se têm desenvolvidos nas últimas décadas - favorecem ou não a comunicação entre culturas. PALAVRAS-CHAVE: POLÍTICAS PÚBLICAS; AUDIOVISUAL; AMÉRICA IBÉRICA. 55 56 Introducción Algunos de los más importantes conflictos interculturales tienen su origen en la ignorancia mutua y las representaciones estereotipadas, tendenciosas o sesgadas, que se sustentan en la poca o nula—o simplemente parcial—infor mación de unos pueblos sobre otros (Gotsbachner 2001; Shaheen 2003). Los estereotipos, los malos entendidos, los estigmas (Goffman 2003) y las insidias interculturales, en principio, se pueden resolver, o por lo menos disminuir, por el recurso a la comunicación (Brewer 2003). Cuando con sideramos la escala mundial, o de grandes regiones, como la de los pueblos iberoamericanos, no podemos pensar la comunicación sin el recurso a los modernos medios de difusión. Hoy en día los medios forman parte de grandes industrias culturales, frecuentemente integradas vertical, horizontal y transversalmente en enormes con glomerados, que a su vez suelen ser parte de más amplias corporaciones transnacionales, diversificadas en múltiples campos industriales, comerciales y/o de servicios (Bustamante, 2003). El imperativo económico y la alta concentración son rasgos distintivos de las industrias culturales. La comunicación contemporánea mediática pasa por, o, más precisamente, parte del mercado y de los intereses comerciales. Por otro lado, la comunicación entre los pueblos por medio de los productos de las industrias culturales se podría lograr con mayor eficiencia sólo si los intercambios de tales productos culturales (entre ellos, los mensajes mediáticos) tuviesen algún grado de equilibrio, es decir si no fuesen tan altamente desiguales. Aplica aquí la expresión de los economistas sobre déficit o superávit en la balanza comercial, en este caso, de productos culturales. Cuando la balanza comercial es demasiado sesgada, altamente deficitaria hacia alguno de los lados, los contactos culturales, las posibilidades de comunicación (horizontal, mutua), son también desequilibradas. Después de todo, recordemos que “comunicación”, en su sentido más amplio, significa “puesta en común”. Si tales flujos son demasiado desiguales o asimétricos, se generan redes y estructuras hegemónicas, tanto en el plano económico como en el cultural. Redes asimétricas que impiden la comunicación y la comprensión de todos con todos, en lugar de propiciarla. Si hay un desequilibrio muy grande, un pequeño grupo de países, puede convertirse en “emisor” casi único de mensajes, los cuales, en sus relatos, pueden referirse y describir equivocadamente a todos los otros participantes en los flujos e intercambios. Lo que suele pasar es que esos emisores principales estereotipan a los demás. No los muestran en su diversidad, sino a partir de una selección unilateral de rasgos imaginarios, que no necesariamente reflejan o se refieren a la realidad. Aclaramos que no somos ingenuos con referencia a esperar que alguien (individual o colectivo) no opere en absoluto con estereotipos, o simplificaciones generalizantes (Cabedoche 2007). Todos lo tenemos que hacer, en mayor o menor medida (Macrae et al 1996). Pero algunas de esta clase de representaciones falseadoras son producto de la ignorancia plena —cuando no de la mala fe— y, de nuevo, por el recurso a la comunicación, la información y la educación, formal o informal, se pueden corregir aunque sea un poco. Quizás cabe otra aclaración: tampoco somos ingenuos y por lo tanto no esperamos que se logre eventualmente el equilibrio perfecto, o la igualdad absoluta, pero sí puede pensarse realistamente en tendencias hacia la equidad. Éstas es difícil esperarlas del mercado solo; más bien, tendrían que ser producto de políticas públicas, tanto nacionales como internacionales. Que se me entienda bien: el problema no es la puesta en circulación de estereotipos; es el dominio de unos pocos (incluyendo sus estereotipos) en los circuitos comunicativos globales (Gordillo 2007). La comunicación contemporánea mediática pasa por, o, más precisamente, parte del mercado y de los intereses comerciales. Nos interesa en este escrito reflexionar sobre cómo podrían evolucionar los intercambios de imágenes entre los países iberoamericanos: tanto entre ellos como de los mismos con “el resto del mundo”, en un contexto global contemporáneo tan desigual. Veremos si los circuitos mundiales de intercambio de productos audiovisuales, tal como se han desarrollado en los últimos decenios, favorecen o no la comunicación, en los términos en los que hemos descrito antes. ¿Flujo unidireccional? En los años setenta y ochenta se habló de flujos en “un solo sentido” de programas televisivos, ante los resultados de investigaciones realizadas para la Unesco, coordinadas por el finlandés Tapio Varis (Nordenstreng y Varis 1976; Varis 1985). “Un sentido” (one way) era una expresión que, aparentemente, describía el predominio de un solo país, Estados Unidos, en ese flujo global televisivo. Pero tal manifestación —simple artificio expresivo— de hecho ocultaba una serie de circuitos intermedios, de pequeña y mediana escala, que se realizaban entre países pertenecientes a regiones geográficas próximas pero, principalmente, a grupos de países lingüística y culturalmente cercanos, o afines (regiones geolingüísticas, se les llamó posteriormente; ver Wilkinson 1995). El informe de la Unesco describía esos movimientos regionales de programas televisivos, protagonizados por países que ya habían desarrollado capacidades de producción y exportación, aunque en el contexto de preeminencia global de un solo país. En el caso de la cinematografía, desde prácticamente todo el siglo pasado hasta el presente, también ha ocurrido el dominio de una gran potencia mundial, acompañado de circuitos regionales y geoculturales, encabezados por unos pocos países con gran capacidad de producción, como es el caso de la India (con su “Bollywood”), o Hong Kong (Unesco 2000; Guback 1980; Sánchez Ruiz 2003). En una primera instancia, hay que apuntar entonces que la imagen monolítica y unilateral del “one way flow” en realidad nunca fue “literal”. Es decir, que siempre tuvo un sentido figurado, pues los trabajos empíricos e históricos del decenio de 1970 consignaban la existencia de aquellos flujos regionales y mercados en áreas con afinidades lingüísticas y culturales. Por ejemplo, en el análisis de Jeremy Tunstall (1977) del desarrollo del mercado geolingüístico audiovisual anglohablante, que dio pauta para el dominio mediático global estadounidense (“The Media are American”, se titula el libro), se describen también muchos de estos circuitos comerciales intermedios. Entonces, a pesar de que se puede observar empírica e históricamente el desarrollo de un “centro” que durante el Siglo XX dominó los mercados audiovisuales a escala planetaria, siempre han existido “contraflujos” regionales, a su vez dominados por lo que se podría llamar, siguiendo a Immanuel Wallerstein (1979), “semiperiferias”, o potencias intermedias, como México y Brasil con respecto a la televisión en Latinoamérica (Sinclair 1999). Hablamos entonces de redes y circuitos complejos, no de un simple flujo unidireccional (Straubhaar 2007). Sin embargo, es un hecho que el comercio planetario de productos culturales es altamente 1 El libro más reciente de Tunstall (2008), al momento de escribir esto, se titula The Media Were American. U.S. Mass Media in Decline. 57 El postmodernismo, acrítico (o conformista) y fragmentador de las miradas, complementó de maravilla al reinado del mercado pregonado por el neoliberalismo y su individualismo metodológico. 58 desigual y por lo tanto desequilibrado, y que la gran mayoría de países y naciones se encuentran en el polo meramente receptor, algunos con capacidad nula de producción y participación en tales flujos comerciales/comunicativos/ culturales (Sánchez Ruiz 2001; Unesco 2006). Se les puede llamar de otra forma, para “no emparentarse” uno con enfoques críticos de ciencia social, supuestamente ya superados, pero no por eso dejarían de ser países periféricos (Wallerstein 1979). Entonces, en los años setenta se podía caracterizar la estructura de los flujos internacionales del audiovisual (televisión, cine) como desigual, aunque no monolíticamente desigual. De los análisis que acabamos de referir, no se desprendía, en absoluto, que fuese imposible que un país produjera programas de televisión o películas, aunque sí se podía corroborar que para unos era relativamente difícil y para la mayoría bastante más difícil, prácticamente imposible en algunos casos, producir y más todavía exportar imágenes y sonidos empaquetados en productos culturales audiovisuales. Como ya lo indicamos, de hecho algunos países habían comenzado ya a producir y exportar mercancías culturales audiovisuales. Pero la tendencia a simplificar la mirada predominó y la imagen simplificante de “una vía” (literalmente, un solo sentido, vertical y monolítico) rigió en estudios y escritos críticos que, por cierto, asumían alguna versión muy simplificada (y simplificante) del “imperialismo de medios”, o del llamado “imperialismo cultural” (o de la “dependencia cultural”). Recordemos que en los decenios del sesenta y setenta hubo en el mundo una efervescencia crítica ante las desigualdades e injusticias que producía el capitalismo. Ante la existencia de una aparente alternativa histórica como el socialismo, el episteme (o, llamémoslo clima de opinión global) predominante “favorecía” tales tipos de críticas, especialmente en los entornos académicos latinoamericanos. Complementariamente a los análisis críticos, cundió por el mundo la idea de “políticas nacionales de comunicación”, junto con la posibilidad de un “Nuevo Orden Mundial de la Información y la Comunicación” (Nomic) (Sánchez Ruiz, 2005a). Al contrario de lo que sucedió hacia los ochenta y especialmente durante el decenio de 1990, en los setentas se dudaba más o menos generalizadamente de la eficacia y la eficiencia de las “fuerzas”, o de las “leyes” del mercado, para resolver los problemas humanos, sociales, nacionales e internacionales. En los ochenta emergió una “nueva derecha” mundial comandada por Ronald Reagan y Margaret Thatcher, que en alguna forma lideró las nuevas tendencias políticas y económicas dominantes y que culminó en el llamado “Consenso de Washington”. Sobrevino el surgimiento y eventual predominio planetario del credo neoliberal y el cambio de episteme, por el derrumbamiento del muro de Berlín (de hecho, obviamente nos referimos al derrumbamiento del denominado “socialismo real”) y la llamada “crisis de los paradigmas” en ciencias sociales y más en general de las “verdades” más o menos generalmente aceptadas. De repente, se volvió “políticamente incorrecto” criticar al capitalismo global, o su credo, el neoliberalismo, en muchos encuentros académicos y políticos internacionales. Se tiraron a la basura en muchos cubículos académicos los 2 Una especie de “sentido común” dominante, académico y político. textos del marxismo, la teoría de la dependencia y otros enfoques y propuestas críticas de análisis y cambio social. El postmodernismo, acrítico (o conformista) y fragmentador de las miradas, complementó de maravilla al reinado del mer cado pregonado por el neoliberalismo y su indi vidualismo metodológico. El nuevo episteme inhi bió las críticas a los intercambios desiguales y las propuestas de políticas, alternativas al mercado y al “free flow”, durante los dos últimos decenios del siglo pasado, especialmente en los noventa. Para abonar al punto de vista acrítico predo minante, en los ochenta se descubrió“con sorpresa” que los (bueno, algunos) países latinoamericanos estaban (de hecho, habían estado) produciendo programas televisivos e incluso exportándolos (Antola y Rogers, 1984). Aun más, en Estados Unidos algunos estudiosos “descubrieron” que un país “periférico”, México, había estado desde los años sesenta exportando programación televisiva a aquel país, el supuesto imperialista cultural por excelencia, lo que exageradamente llamaron “imperialismo mediático revertido” (“reversed media imperialism”) (Gutiérrez y Reina-Schement, 1984). Si bien es cierto que casi toda la programación de la televisión hispana en EU era proveída por Telesistema Mexicano, según los datos del segundo estudio de Tapio Varis (1984) ésta constituía alrededor de medio punto porcentual como proporción del total de las importaciones televisuales estadounidenses. En contraparte, la programación del país del norte significaba poco más de una tercera parte del total de la oferta televisiva de los mexicanos, y en el horario de mayor auditorio se incrementaba a más de la mitad (Sánchez Ruiz 1986; Varis, 1984). Los términos de la balanza comercial televisiva favorecían claramente a Estados Unidos, por lo 3 La empresa Telesistema Mexicano, precursora de Televisa, vendía que, nuevamente, fue un despropósito hablar de “imperialismo revertido”. ¿Afinidad cultural iberoamericana? Hacia la segunda mitad de los ochenta se hicieron algunos descubrimientos empíricos que, si bien hoy pueden sonar a perogrulladas, no dejan de tener importancia analítica: Un primer hallazgo, asaz “obvio”, fue que los televidentes en prácticamente todos lados, preferían los programas nacionales en cada caso, cuando los había (Straubhaar, 2003). Por otro lado, al observar que algunos países como México habían desarrollado mercados regionales, se coligió que operaría un principio de “afinidad cultural”, que comenzaría por el lenguaje común (Wilkinson, 1995). Por cierto, a algunos de estos estudiosos se les olvidó que los programas estadounidenses nos llegaban a Latinoamérica doblados al español, no en su idioma original. Entonces, a partir de la teoría de la afinidad cultural, “se predecía” que, en cualquier lugar, los programas producidos localmente serían los preferidos y los más ampliamente vistos; y enseguida, se preferirían los de países con culturas “afines”, a partir del idioma (Biltereyst, 1992). En general, éste razonamiento sirvió para “probar” que la industria audiovisual de Estados Unidos no era tan poderosa como se decía. De acuerdo con este argumento, de hecho, en realidad Estados Unidos no era un país “imperialista cultural”, y sus transnacionales del espectáculo no eran “un peligro” para las identidades locales, nacionales y regionales. Por cierto, este argumento se redondeaba con otro, exagerado, sobre la actividad y selectividad de los receptores, que en el extremo resultaban libres e inmunes a las influencias de los mensajes mediáticos (Sánchez Ruiz 2005b). gramación. El principal accionista en ambas firmas era don Emilio Azcárraga Vidaurreta. también Tunstall (2008) a la Spanish International Network (SIN) la mayor parte de su pro- 4 Un amplio análisis—no exento de apología—del proceso de complejificación de estas concepciones, en Straubhaar (2007). Ver 59 60 Algo más que contribuyó a modificar la imagen de “sometimiento” audiovisual fue la “historia de éxito de las telenovelas latinoamericanas” (Rogers y Antola, 1985). En la expresión, y en la idea que se siguió circulando, había también una exageración y por lo tanto un falseamiento: en realidad no se trataba de un suceso “latinoamericano” (es decir, que ocurriese en todos los países del subcontinente), sino solamente de unos pocos países, señaladamente en Brasil y México (Sinclair, 1999; Marques de Melo, 1995). Con posterioridad se demostraría que por lo menos en Europa, las telenovelas circulaban de manera más que marginal, en Europa del sur, y básicamente, provenientes de los dos países ya mencionados (Biletreyst y Meers, 2000). Ha ido resultando que la primera parte del razonamiento de la “afinidad cultural” sí suele aplicarse a la realidad: es decir, prácticamente en cualquier país en donde exista una oferta nacional televisiva, ésta atrae principalmente (no únicamente) la atención del público. Sin embargo, con respecto al cine la gente en casi todo el mundo prefiere en primer término las producciones hollywoodenses y en segundo lugar lo nacional, cuando existe la oferta (Sánchez Ruiz 2003). Pero la aplicación del razonamiento de la “afinidad cultural” a la programación televisiva extranjera no parece aplicarse al pie de la letra (Kiefl, 2003). En el caso de México, por ejemplo, se esperaría que después de los programas nacionales, por afinidad cultural la teleaudiencia buscaría los iberoamericanos, digamos, argen tinos, o colombianos, o españoles. Pero en México, como en casi todo el mundo, la segunda selección televisiva, después de lo nacional, 5 Hay que tomar en cuenta, por ejemplo, las diferencias entre los diversos los géneros televisivos. A esto mismo hay que agregarle que uno de los principales “géneros televisuales” el el cine, es decir, las películas cinematográficas, que se programan tanto en la televisión aérea, como—y principalmente—en la de paga (Ver Sánchez Ruiz 2001). suele ser la de programas estadounidenses, especialmente películas cinematográficas (Jara y Garnica, 2007). De vez en cuando, alguna telenovela latinoamericana llega a las pantallas caseras, pero no es muy frecuente el caso. En la televisión de paga, muy esporádicamente, se exhiben películas españolas y con mayor frecuencia programas de concurso o variedades (Gutiérrez, 2005). Televisión Española (TVE, o alguna otra emisora, como Antena Tres) se incluye en algunos sistemas de cable como parte del menú. Pero en general no hay en México una gran presencia española o iberoamericana más en general ni en la televisión, ni en las carteleras cinematográficas. Algo similar pasa en los demás países latinoamericanos, en Estados Unidos (en la TV hispana) y en España (Vilches, 2007). Que se entienda bien: si afirmamos, basados en investigaciones empíricas, tanto propias como de otros, que algo casi no pasa en Iberoamérica, no significa que creamos que es imposible que suceda y por lo tanto que no vaya a pasar. Aquí proponemos que se generen políticas públicas, tanto nacionales como regionales, para propiciar que si ocurran esos mayores intercambios, que a su vez hagan circular una mayor diversidad en la oferta cultural audiovisual para los públicos iberoamericanos (ver Sánchez Ruiz, 2006). Por otro lado, si bien hablábamos de demanda de las teleaudiencias, hay una hipótesis plausible referida a la oferta, en el sentido de que a las grandes cadenas nacionales (Televisa, TV Azteca en el caso mexicano), que son también las grandes productoras y distribuidoras de televisión, puede simplemente no convenirles abrir el mercado a productoras de otros países iberoamericanos, con lo que habría una especie de “proteccionismo privado”, como el que nosotros hemos mostrado que han ejercido en Estados Unidos las grandes empresas cinematográficas (Sánchez Ruiz, 2003). Los hábitos de consumo cultural —desarrollados en períodos de mediano y largo plazo, aunque Los hábitos de consumo cultural —desarrollados en períodos de mediano y largo plazo, aunque sujetos a los vaivenes de las modas— se pueden considerar parte del acervo cultural en cualquier lugar. sujetos a los vaivenes de las modas— se pueden considerar parte del acervo cultural en cualquier lugar. Estos hábitos de consumo cultural incluyen no solamente la exposición a determinados medios como cine y televisión, o prácticas de lectura y de escuchar música, sino también otros patrones de consumo, como el vestir, o el comer (Payne, 2002). Entonces, probablemente en realidad el argumento de la afinidad cultural sí se aplica, pero resultaría que prácticamente en todo el planeta, los diferentes pueblos hemos ido desarrollando una afinidad cultural con Estados Unidos mediante el consumo durante mucho tiempo de sus productos culturales, como películas, algunos de sus programas televisivos, rodeados por la música y todo un paquete cultural que incluye formas de vestir, de comer y de divertirse, especialmente afines a las clases medias altas urbanas en todo el mundo. Así, pues, consumimos filmes estadounidenses en primer lugar y en segundo los nacionales, o los “regionales” en virtud de algún tipo de afinidad cultural desarrollada históricamente. Y en la tele, vemos programas nacionales en primer término y luego los estadounidenses, y de lejos vienen los “otros”, incluidos los iberoamericanos. De cualquier manera, hay ciertas tendencias más o menos “obvias”, de acuerdo con los géneros televisivos de que se trate. Por ejemplo, la información que suele interesar más es la referida a las realidades más próximas: lo local, lo nacional (es difícil pensar la CNN compitiendo con los noticiarios nacionales y locales en Iberoamérica). Otros géneros, como las telenovelas, son parte del nicho de especialidad de algunos países latinoamericanos, como Brasil, México, Venezuela y otros. Por dar un ejemplo, en el informe 2004 de Eurofiction-España (Vilches et al, 2004), se señalaba que durante 2003 en las horas de mayor audiencia, solamente el 27.8% de los programas de ficción provenían de Estados Unidos, por 45.6% de España y 26% del resto de Europa (de Latinoamérica, nada). En el horario nocturno (“late night”), la ficción estadounidense subía al 41% y la “doméstica” disminuía a 59%, todavía mayoritario. Sin embargo, de la programación diurna lo importado de Estados Unidos subió hasta el 71.6%, lo nacional decayó al 19%, mientras que otras ficciones europeas llenaron solamente un 2.7%. Añade el informe que: Además de la ficción nacional, también cedieron presencia en pantalla los productos englobados en ‘Otras’, cuyo descenso se asocia, en gran medida, a la menor influencia de las series latinoamericanas, que perdieron fuerza en nuestro país después de efímero reverdecer del género en las televisiones privadas gracias a Yo soy Betty, la fea (emitida en el año 2002 por Antena 3) (Vilches et al 2004: 11). En suma, en muchos países del mundo se ha ido desarrollando una afinidad cultural con los estadounidenses, que se manifiesta en los hábitos de consumo cultural (de nuevo, el consumo cultural es parte constitutiva de la cultura de un pueblo). Es muy interesante hacer notar que en el mundo se ha ido expandiendo paulatinamente el gusto por los productos culturales de Estados Unidos, al mismo tiempo en que también se ha ido generando un “antiamericanismo”, dirigido especialmente a su gobierno y sus políticas guerreras (Millar, 2005). Al igual que en el resto 6 Habemos trabajadores intelectuales “de izquierda” latinoamericanos, que no negamos nuestro gusto por el Jazz, el Blues y el Rock, por ejemplo. 61 del mundo, también el cine estadounidense tiene una presencia enorme en España, donde los filmes latinoamericanos son menos que marginales (Escala, 2006; Bonet y González, 2006). Con respecto a las representaciones de la propia industria española, es bastante elocuente el título de un artículo: “El diálogo intercultural en el cine español contemporáneo: entre el estereotipo y el etnocentrismo” (Gordillo, 2007). 62 ¿El mismo “idioma”? Si bien es cierto que el lenguaje es importante, nuevamente recuerdo que los programas televisivos de Estados Unidos nos han llegado desde siempre doblados al español, y las películas cinematográficas por lo menos subtituladas. Durante muchos años, los programas se doblaban para Latinoamérica principalmente en la ciudad de México, donde se desarrollaron ciertos patrones de profesionalización de esa actividad, pero también un acento “neutro” mexicano, al que se acostumbraron en muchos países latinoamericanos, cuyas empresas televisuales no tenían los recursos para realizar el doblaje. Así, la empresa dominante mexicana, Televisa, fungía incluso como una especie de “gatekeeper”, en la medida en que las televisoras de diversos países compraban cada año de Estados Unidos solamente los programas que se doblaban en México. Con el crecimiento de la televisión en muchos países, y el surgimiento de las nuevas modalidades de paga, a su vez se han ido desarrollando otros polos para la producción y el doblaje televisuales, como Caracas, Miami, Buenos Aires, etc. Por otro lado a pesar de que en principio nos debería identificar el lenguaje común a los públicos de habla hispana, hay de hecho variedades dialectales y acentos que suelen constituirse en barreras para la aceptación de los programas y las películas por las audiencias (Pérez Cavaría, 1997). De hecho, por ejemplo en España con frecuencia “doblan al español” las películas latinoamericanas habladas con los acentos respectivos de los países de origen. La verdad es que la forma de hablar de los mexicanos, los cubanos, los argentinos y los españoles es suficientemente diversa, como para que una buena parte del público cinematográfico o televidente incluso pueda no entender algunas expresiones. Pero precisamente es función de que se fomenten los intercambios, para que se incremente la “afinidad cultural” iberoamericana, en este caso, en relación con los consumos culturales (Wilkinson, 2003). A pesar de que en los últimos años ha aumentado un poco la presencia iberoamericana en los países de habla hispana de esta región geolingüística, los flujos son todavía escasos y solamente unos pocos países participan en ellos. Por ejemplo, los países del Mercosur están aumentando los intercambios audiovisuales (Getino, 2006). La presencia de programas latinoamericanos en la televisión española, particularmente las telenovelas, también se ha ampliado, según los análisis de Obitel, el Observatorio Iberoamericano de la Ficción Televisual (Vilches, 2005). De hecho, con respecto a los programas de ficción, se ha generado una estructura programática interesante en algunas televisoras españolas: la barra vespertina la vienen a ocupar telenovelas latinoamericanas (las cuales, al parecer, ya no hay necesidad de que se “doblen al español”); la barra nocturna en el horario “prime time” las series españolas, y se ha desplazado las series estadounidenses para la barra nocturna tardía. Es decir, se está generando la sensibilidad del público a otros acentos y variedades dialectales del español. ¿Intercambio cultural… o comercio internacional? ¿Se puede “perfeccionar” al mercado? Recordemos que estamos hablando de un negocio, de comercio, de industria, aunque sea cultural. Estamos hablando de una realidad que en la actualidad responde principalmente a imperativos del mercado. Sin embargo, como dirían los economistas neoclásicos, el de la industria cultural audiovisual es un mercado altamente “imperfecto”, porque está sumamente concentrado, es altamente oligopólico, tanto al interior de los países, como con respecto al mercado internacional (Segovia, 2004; Becerra y Mastrini, 2005). En este sentido, no se puede esperar que las “libres fuerzas del mercado” sean las que propicien la reducción de los desequilibrios y las asimetrías en los intercambios comerciales de productos culturales, mucho menos que favorezcan flujos y circuitos pro piamente comunicativos. Como ya hemos visto antes, desde los años setenta han circulado dudas y cuestionamientos sobre la eficiencia social—y aún económica—de los mercados mediáticos, con propuestas para la generación e instrumentación de políticas públicas, que no necesariamente tienen que substituir al mercado. Por ejemplo, la “competencia imperfecta” que caracteriza a los mercados oligopólicos mediáticos podría ser “remendada” en alguna medida con políticas y leyes que favorezcan la competencia y la competitividad, tanto al interior de los países, como en el plano regional. Pero como es de esperarse, quienes dominan los mercados mundiales, como la Motion Picture Association, presionan a los gobiernos del mundo (directamente y mediante acciones de, por ejemplo, el Departamento de Comercio estadounidense) a no ejercer acciones y políticas de apoyo a sus propias cinematografías, exigiendo que se deje al mercado operar solo (Sánchez Ruiz, 2003). Sin embargo, está bien documentado que, entre otros factores, históricamente los gobiernos norteamericanos respaldaron de diferentes maneras el desarrollo y la expansión de sus empresas hacia el resto del mundo. Así que, ahora que este país ya ocupa el lugar dominante, su gobierno y empresas exigen que otros gobiernos no apoyen sus propias industrias. Pero su preeminencia planetaria no se logró solamente a base de “oferta y demanda” (ibidem). El episteme dominante está cambiando, en virtud de los resultados desastrosos que ha producido el capitalismo global. Cada vez más es políticamente —y académicamente— correcto criticar las enormes desigualdades que se han producido, así como la búsqueda y propuesta de políticas públicas que remedien en alguna medida los problemas que han producido las “imperfecciones” de los mercados. El caso del programa Ibermedia es muy ilustrativo. Este es Es en la producción, en la distribución y en la exhibición, de forma global, orgánica e integrada, que se tiene que producir este movimiento propicio a múltiples flujos y circuitos de comunicación. un fondo común iberoamericano, creado en 1997, que pretende promover en sus Estados miembros y por medio de ayudas financieras, la creación de un espacio audiovisual iberoamericano (Moreno Domínguez, en prensa). Gracias a los apoyos proveídos por este fondo común de algunos países iberoamericanos, por ejemplo Bolivia y otros países con una industria muy incipiente han podido incrementar sus producciones cinematográficas. Ibermedia es resultado y concretización de políticas públicas que pueden propiciar mejores y mayores flujos comunicativos audiovisuales entre las culturas iberoamericanas. Si bien no ha estado exento de problemas, se le considera un programa exitoso: Prueba del éxito es la continuidad en el crecimiento de países que se quieren sumar al mismo, principalmente países de pequeño tamaño que gracias a las ayudas de Ibermedia pueden incentivar una industria cara pero emergente y estratégica como la 63 del audiovisual. Según su directora, Elena Vilardell, el programa tiene actualmente sobre la mesa solicitudes de ingreso de países como Costa Rica, Ecuador o Paraguay y acaba de sumar para la convocatoria de 2006 a Panamá (ibid: 10). 64 El gran cuello de botella para el cine iberoamericano es la estructura altamente concentrada de la distribución, controlada oligopólicamente por las“majors”estadounidenses en todos los continentes. Pero un mercado altamente concentrado no se va a corregir y hacerse más competido automáticamente. De hecho, en un mercado con estas características no operan las llamadas “leyes del mercado”, que presuponen, en el mejor de los casos—que al parecer nunca en realidad ha existido—la competencia perfecta (o el mejor acercamiento posible). Las políticas públicas, las acciones gubernamentales e intergubernamentales, en tonces, pueden complementar y corregir las “imperfecciones” del mercado. Una imperfección muy grande es que los productos culturales no son simple y llanamente “mercancías”. Además de ser productos con un valor de cambio, los productos de las industrias culturales son también propuestas de sentido, bienes simbólicos que contribuyen a definir en el imaginario social lo propio y lo ajeno, propuestas identitarias; generadoras de afinidades y diferencias imaginarias. No hablamos de influencias monolíticas sobre los receptores. Pero sí se trata de discursos hegemónicos que tienen efectos profundos de mediano y largo plazo. La mayor parte de los públicos buscan los medios audiovisuales para entretenerse, pero en el camino, de pasada, se informan e incluso aprenden. La mayor parte de lo que las personas saben de política, por ejemplo, lo aprenden de la tele (Sánchez Ruiz, 2005d). La mayor parte de lo poco que sabemos los mexicanos sobre Venezuela y los venezolanos (por ejemplo, que logran lugares altos en el concurso de Miss Universo, o en los últimos tiempos, que al parecer tienen a un presidente un poco lenguaraz), lo hemos aprendido de la tele. A veces, una parte de lo que sabemos sobre otros pueblos iberoamericanos, nos lo “enseñó” el cine estadounidense. Y ya lo hemos comentado, con la mayor frecuencia a partir de estereotipos y prejuicios que predominan en aquel país. Colofón Hemos visto que los flujos comunicativos y comerciales iberoamericanos mediados por las industrias audiovisuales son bastante escasos y altamente asimétricos, sesgados hacia el predominio de los países más ricos. Esto, a la vez, impide la diversidad de relatos, de géneros, de representaciones en circulación, en vistas a lo que podría constituirse verdaderamente en un “espacio audiovisual iberoamericano”. Se tienen que establecer e instrumentar políticas públicas y acciones conducentes para que en nuestros países se desarrollen industrias televisuales y cinematográficas competidas y competitivas. Es decir, lo primero que se tiene que combatir es la alta concentración que existe en las capacidades para la producción, la distribución y la “entrega” de imágenes empaquetadas por televisión, video y cine. Primero, al interior de los países. Complementariamente, es necesario que se pongan a funcionar los instrumentos que ya existen e inventar otros, para activar y dinamizar un mercado que a la vez permita que nos conozcamos unos a otros, en esta región tan rica culturalmente, con tanta diversidad como lo es Iberoamérica. Hay quienes pensamos que es posible producir una mayor identificación entre las naciones de habla hispana (lo que, por cierto, incluye a los “hispanos” de Estados Unidos). Un paso más difícil, pero no imposible, es la inclusión de los países lusófonos iberoamericanos, El episteme dominante está cambiando, en virtud de los resultados desastrosos que ha producido el capitalismo global. Brasil y Portugal. Pero tal identificación, base de algún tipo de identidad iberoamericana, solamente puede partir del reconocimiento de la diversidad. Tal como lo enuncié al principio, es a través de mayores intercambios y flujos comunicativos como se podrán reducir la ignorancia, los estereotipos desfavorables y los prejuicios, etnocéntricos y racistas a veces. Pero en mercados altamente imperfectos, oligopólicos o francamente monopólicos, no se puede lograr un mayor balance y por lo tanto reducir las asimetrías, si no se interviene en “auxilio” de las fuerzas del mercado, ya que una vez concentrado, continúan tendencias en el mismo sentido. Estamos pensando en la posibilidad de que se favorezcan políticas públicas al interior de los países, pero también en el plano internacional, que apoyen el desarrollo de la producción audiovisual independiente, en aras de una convergencia ya no solamente tecnológica y empresarial, sino también espiritual, en el espacio iberoamericano. Ya hay algunos esfuerzos que han arrojado sus primeros resultados, como Ibermedia o Telesur (Aharonian, 2007). Hay algunos casos en el “espacio ibero americano”, en los que habría que comenzar casi de cero. Por ejemplo, una de las conclusiones del único trabajo académico que conocemos sobre la presencia latinoamericana en Portugal a través de los medios, es la siguiente: La América Latina está prácticamente ausente de la prensa portuguesa. Es como si hubiese sido tachada en el mapa, a pesar de los lazos históricos existentes. Y a pesar, también, de la omnipresente telenovela brasileña, que conquistó, desde hace ya casi veinte años, los hogares portugueses y está siempre en el lugar más alto de la preferencia de las audiencias. O sea, estamos entre todo y nada (Marcos, 1994: 144). Es en la producción, en la distribución y en la exhibición, de forma global, orgánica e integrada, que se tiene que producir este movimiento propicio a múltiples flujos y circuitos de comunicación. No es el mercado y “sus fuerzas” ciegas e insensibles, quien realizará lo conducente. Pero tampoco es, sólo, el Estado. Hay individuos, grupos e instituciones de la sociedad civil interesados en un desarrollo cultural humano, diverso y enriquecedor. También les corresponde ejercer presiones tanto sobre el mercado como sobre el Estado, para dinamizar tales circuitos comunicativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHARONIAN, Aram. Communication and democracy in Latin infocomunicacionales en América Latina: un aporte para los America. 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Más allá del imperialismo de los medios. 67 LA SOCIEDAD DE LA UBICUIDAD, LOS PROSUMIDORES Y UN MODELO DE COMUNICACIÓN PARA COMPRENDER LA COMPLEJIDAD DE LAS COMUNICACIONES DIGITALES Octavio Islas Mexicano. Licenciado en sociología, maestro en comunicación y desarrollo, maestro en administración y tecnologías de información, doctor en ciencias sociales. Director de Proyecto Internet-Cátedra de Comunicaciones Estratégicas y Cibercultura del Tecnológico de Monterrey, Campus Estado de México [http://www.proyectointernet. org] Director de la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (ALAIC). Coordinador de los consejos editoriales de la revista web Razón y Palabra [http://www.razonypalabra.org.mx], y Revista Mexicana de Comunicación. Miembro del Sistema Nacional de Investigadores (SNI). Su principal blog puede consultarse en http://www.octavioislas.wordpress.com Email: [email protected] 68 RESUMEN En el imaginario de la sociedad de la ubicuidad, en el cual las comunicaciones digitales inciden de forma categórica en el desarrollo y evolución de los nuevos ambientes comunicativos, las figuras de “emisor” y “receptor”, así como la mayoría de modelos que ayer permitían explicar el proceso comunicativo, hoy exhiben evidentes limitaciones en sus capacidades explicativas. El desarrollo de las comunicaciones digitales móviles nos desplaza hacia una nueva ecología cultural: la sociedad de la ubicuidad. Con el desarrollo de la web 2.0 y versiones superiores, los usuarios de Internet han accedido a la condición de prosumidores. Los prosumidores articularán nuevos ambientes comunicativos a través de la inevitables remediaciones sobre el conjunto de dispositivos que acompañan el desarrollo de las comunicaciones digitales móviles. PALABRAS CLAVE: PROSUMIDORES; INTERNET; SOCIEDAD DE LA UBICUIDAD; ECOLOGÍA DE MEDIOS; COMUNICACIONES DIGITALES MÓVILES; MODELO DE COMUNICACIÓN; MCLUHAN. ABSTRACT In the imaginary of the ubiquity society, in which digital communication influences decisively the development and evolution of new communicative environments, the “sender” and the “receiver”, and the majority of the models that previously allowed to explain the communication process, today pose evident limitations in its explanatory capabilities. The development of digital communication has transported us into a new cultural ecology: the society of the ubiquity. With the development of the web 2.0 and its latest versions, Internet users are granted the condition of the prosumers. The prosumers articulate new communication environments through the inevitable remediation of the plethora of devices that result from the development of the mobile digital communication. KEY WORDS: PROSUMERS; INTERNET; UBIQUITY SOCIETY; MEDIA ECOLOGY; MOBILE DIGITAL COMMUNICATION; COMMUNICATION MODEL; MCLUHAN. RESUMO No imaginário da sociedade da ubiqüidade, em que as comunicações digitais incidem de forma categórica no desenvolvimento e evolução dos novos ambientes comunicativos, a figura do emissor e receptor, assim como a maioria dos modelos explicativos dos processos de comunicação, exibem, atualmente, limitações em suas capacidades explicativas. O desenvolvimento das comunicações digitais nos coloca diante de uma nova ecologia cultural: a sociedade da ubiqüidade. Com o desenvolvimento da web 2.0 e suas versões posteriores, os usuários de Internet ganham a dimensão de prosumidores. Os prosumidores articulam novos ambientes comunicativos por meio de inevitáveis remediações sobre o conjunto de dispositivos que acompanham o desenvolvimento das comunicações digitais móveis. PALAVRAS-CHAVE: PROSUMIDORES; INTERNET; SOCIEDADE DA UBIQÜIDADE; ECOLOGIA DOS MEIOS; COMUNICAÇÃO DIGITAL MÓVEL. 69 70 1. La sociedad de la ubicuidad La ecología de medios ó Media Ecology, conocida también como “Escuela de Toronto”, “Escuela de Nueva York”, “Mediología”, “Escuela de San Luis”, y “Escuela Norteamericana de comunicación”, tiene como fundamento las tesis de Marshall McLuhan, pero con el paso de los años se ha enriquecido con las aportaciones de reconocidos pensadores, destacando Neil Postman, quien así define el objeto de estudio de la ecología de medios: “La ecología de los medios analiza como los medios de comunicación afectan la opinión humana, la comprensión, la sensación, y el valor; y cómo nuestra interacción con los medios facilita o impide nuestras posibilidades de supervivencia. La palabra ecología implica el estudio de ambientes: su estructura, contenido e impacto en la gente”. Entre las distintas escuelas que en las ciencias de la comunicación se han ocupado de analizar de manera integral el proceso de la comunicación, la ecología de medios se distingue por conceder particular énfasis al estudio de las nuevas tecnologías y los ambientes comunicativos, pues como atinadamente afirmó Marshall McLuhan en el libro The medium is the massage. An inventory of effects (1967:26), en última instancia los medios admiten ser comprendidos como tecnologías, y éstas, como prolongaciones del hombre: “all media are extensions of some human faculty psychic or physical”. Una de las mejores explicaciones sobre la fenomenología de los cambios tecnológicos en las sociedades –tema medular en la ecología de medios-, corre a cargo de Neil Postman. El 27 de marzo de 1998, Neil Postman, entonces decano del Departamento de Cultura y Comunicación de la Universidad de Nueva York, Estados Unidos, dictó, en Denver, Colorado, una de las conferencias magistrales del “Congreso Internacional sobre Nuevas Tecnologías y Persona Humana: Comunicando la fe en el Nuevo Milenio, o NewTech´98”. El título de la conferencia fue “Five Things We Need to Know About Technological Change” -Cinco cosas que necesitamos conocer acerca del cambio tecnológico. Estas son las cinco tesis que enunció Postman en la referida conferencia: 1.- La cultura siempre paga el precio de la tecnología. 2.- Siempre hay ganadores y perdedores en el cambio tecnológico. 3.- Toda la tecnología tiene una filosofía. 4.- El cambio tecnológico no es aditivo; es ecológico. 5.- Los medios de comunicación tienden a convertirse en míticos. Deseo centrar mi atención en la tercera tesis de Neil Postman, la cual nos permitirá comprender los fundamentos filosóficos que permiten sustentar en Japón el imaginario de la sociedad de la ubicuidad. Del 5 al 9 de octubre de 2004 se desarrollaron las actividades del CEATEC 2004, en Makuhari Messe, Japón. El CEATEC es la exhibición anual más importante en Asia de las industrias 1De acuerdo con Fernando Gutiérrez, director del Departamento de Comunicación del Tecnológico de Monterrey, Campus Estado de México), y miembro del comité directivo de la Meida Ecology Assocaition (MEA), la Media Ecology es una metadisciplina que se encarga del estudio de un conjunto complejo de relaciones o interrelaciones entre símbolos, los medios y la cultura. La palabra “ecología” implica el estudio de los ambientes y sus interrelaciones: contenido, estructura, e impacto social. Un ambiente mediático es aquel que deriva de las interealciones entre el hombre y las distintas tecnologías de comunicación como: libros, radio televisión, internet... La “ecología mediática” se refiere al estudio de las técnicas, modos de información y códigos de comunicación como parte principal de un ambiente interrelacionado que proyecta diferentes efectos en un contexto determinado. 2 Véase: http://www.media-ecology.org/media_ecology/ Fecha de consulta: 16 de mayo de 2008. 3 Véase: http://itrs.scu.edu/tshanks/pages/Comm12/12Postman.htm Fecha de consulta: 16 de mayo de 2008. (…) la ecología de medios se distingue por conceder particular énfasis al estudio de las nuevas tecnologías y los ambientes comunicativos. de electrónica avanzada y telecomunicaciones. Las principales marcas presentan los nuevos productos que introducirán al mercado. El tema central del CEATEC 2004 fue “Sociedad Digital Ubicua Enriquecida, Acelerando la siguiente etapa”. En la referida edición del CEATEC 2004, Kunio Nakamura, presidente de Matsushita Electric Industrial Co., -corporativo del cual forma parte Panasonic-, dictó la conferencia magistral que inauguró las actividades de la referida feria tecnológica. El título del discurso de Nakamura fue: “Creando la sociedad de la ubicuidad en Japón, una nación creada en la tecnología”. Japón se propuso acceder a la “sociedad de la ubicuidad” en el año 2010. El término “sociedad de la ubicuidad” –afirma Nakamura-, designa una sociedad en la que cualquier persona puede disfrutar, en cualquier momento y en cualquier lugar, de una amplia gama de servicios a través de diversos dispositivos terminales y redes de banda ancha. El lema de la sociedad de la ubicuidad es anyone, anywhere, anytime –cualquier persona, en cualquier lugar, en cualquier momento-. La importancia de las comunicaciones digitales móviles evidentemente se encuentra implícita en el lema de la sociedad de la ubicuidad. De acuerdo con Nakamura, tres factores resultan de capital importancia en el desarrollo de la sociedad de la ubicuidad: una sólida infraestructura de redes, eficientes dispositivos terminales, y servicios de contenido. La banda ancha admite ser considerada como la columna vertebral de la “sociedad de la ubicuidad”, y Japón es uno de los países que mayor cantidad de recursos ha destinado al 4 Véase: [http://www.ceatec.com/es/2004/exhibitors/f-regulation. html]. Fecha de consulta: 16 e mayo de 2008. desarrollo de una sólida infraestructura de redes de banda ancha. En 2001 el gobierno japonés puso en marcha la iniciativa “e-Japan Stratetegy”. En la primera etapa de la referida iniciativa, el gobierno y la iniciativa privada destinaron los recursos necesarios para establecer una sólida infraestructura de servicios de banda ancha. En la segunda etapa de “eJapan Stratetegy”, el gobierno decidió impulsar programas de alfabetización mediática para extender el uso de avanzadas tecnologías de información. Además, mediante el programa “eJapan”, los japoneses se han propuesto elevar las capacidades de las redes ubicuas, anticipándose así a la próxima generación de tecnologías de información. De acuerdo con Nakamura, en 2010 las líneas fijas estarán en posibilidades de transmitir datos 10 veces más rápido que el ADSL. Además las transmisiones inalámbricas serán 50 veces más rápidas que W-CDMA. El impacto de e-Japón ha transformado la administración pública y la educación. Gracias a la incorporación de avanzados dispositivos digitales, el aparato administrativo-burocrático ha elevado significativamente su eficiencia. Un gran número de ciudadanos hoy realiza la mayoría de sus trámites gubernamentales en línea, sin necesidad alguna de desplazarse a las instituciones públicas. En la educación, las avanzadas tecnologías de información han favorecido el desarrollo de un nuevo ambiente de aprendizaje: la educación móvil. La educación móvil supone el desarrollo de innovadores recursos de aprendizaje on demand, los cuales representan una lógica extensión de la sociedad de la ubicuidad. Toda persona puede acceder a los recursos de aprendizaje disponibles 71 en la red, a cualquier hora y en cualquier lugar. La educación móvil –en la cual dispositivos como el iPod observan un rol estelar-, impondrá profundos cambios en la educación como en las instituciones educativas. En 1967 Marshall McLuhan fue capaz de anticipar los profundos cambios que resentiría la educación en las edades posteléctricas: “There is a world of difference between the modern home environment of integrated electric information and the classroom”. Japón además se propuso acelerar el llamado “apagón analógico”. La migración de las emisiones de televisión convencional a la tecnología digital prácticamente se ha consumado. La radiodifusión digital terrestre se ha extendido a un mayor número de ciudades. Mientras las empresas de telefonía incrementan gigas a la capacidad de sus anchos de banda, en Japón se registra una notable expansión de la radiodifusión digital terrestre. La convergencia digital de ambas industrias, señala Nakamura, propiciará el desarrollo de un nuevo 72 5 En estricta oposición al concepto “modo de producción”, el cual, de acuerdo con Karl Marx, permite explicar el cambio histórico a partir de la división y lucha de clases, McLuhan ofreció la posibilidad de comprender el cambio histórico a partir de los “modos de comunicación”, considerando en ellos, por supuesto, la relevante contribución de los medios de comunicación, así como de las tecnologías, en general. De acuerdo con Marshall McLuhan, resulta imposible comprender los cambios sociales y culturales sin considerar la intervención de los medios. Según McLuhan, en el desarrollo de la humanidad podemos advertir tres grandes eras, y en cada una de ellas reconocer la eventual supremacía de algún medio de comunicación. En la primera era -Preliteraria ó Tribal-, predomina la palabra; en la segunda era -la era de la Galaxia Gutenberg ó la edad mecánica-, la supremacía corresponde a la palabra impresa; en la ambiente comunicativo, con una gran variedad de servicios. El concepto “ambiente comunicativo” admite particular relevancia en la ecología de medios. Deacuerdo con la destacada investigadora mexicana Claudia Benassini, las principales características de los ambientes de comunicación son dos: “La primera, no son sólo contenedores, sino procesos que cambian el contenido y hacen visible el ambiente anterior. En consecuencia, los nuevos medios son nuevos ambientes; esto es por lo que los medios son los mensajes. A manera de ejemplo, McLuhan señala que los periódicos crean un ambiente de información, pero aún sin crimen como contenido, no seríamos capaces de percibir el ambiente. Dicho de otra manera, los periódicos tienen que presentar malas noticias, pues de otra forma sólo habría anuncios o buenas noticias. Sin las malas noticias, advierte, no podríamos discernir las reglas de fondo del ambiente. La segunda característica es que los ambientes realmente totales y saturados son invisibles. Los que percibimos son fragmentarios e insignificantes comparados con los que no vemos. No obstante, los ambientes creados por las nuevas tecnologías resultan invisibles mientras hacen visibles a los nuevos ambientes. McLuhan ilustra esta característica a través de las películas viejas que presenta la televisión: las películas que alguna vez fueron ambientales y visibles, a través de este medio han devenido en una forma altamente apreciada de hacer arte”. tercera era domina la electricidad, la cual nos conduce al desarrollo de la “aldea global”. McLuhan además identificó tres innovaciones tecnológicas fundamentales en la historia: la invención del alfabeto 6 Tomado del documento “Fundamentos teórico-epistemológicos fonético que sacó al hombre tribal de su equilibrio sensitivo y le dio del Grupo de Trabajo Internet, Sociedad de la Información y Ciber- dominio al ojo; la introducción del tipo móvil en el siglo XVI, que cultura, que Claudia Benassini preparó en 2006 para la Asociación aceleró este proceso; y la invención del telégrafo, en 1844, que antici- Latinoamericana de Investigadores de Internet (ALAIC). El docu- pó una profunda revolución en la electrónica, la cual retribalizaría al mento puede ser descargado de Internet en la siguiente dirección: hombre, devolviéndole a su equilibrio sensitivo. McLuhan particu- http://www.espacioblog.com/myfiles/alaic-internet/Cibercultura. larmente centró su atención en las edades mecánica y eléctrica. pdf. Fecha de consulta: 30 de mayo de 2008. La palabra prosumidor –en inglés, prosumer-, es un acrónimo que procede de la fusión de dos palabras: “producer” (productor) y “consumer” (consumidor). Las transmisiones de televisión móvil por medio de dispositivos móviles -como los teléfonos móviles-, a través de FTTH como de otras modalidades de banda ancha, se han vuelto muy populares en Japón. El éxito que alcanzó la serie Winter Sonata -una producción representativa del Broadband Drama Zoku (Broadband Drama Crowd)-, la cual originalmente fue transmitida a dispositivos móviles, estimuló en Corea del Sur el desarrollo de una atractiva industria de casas productoras especializadas en contenidos exclusivos para la televisión móvil nipona. La mayoría de los contenidos destinados a la televisión móvil son servicios on demand. Ello significa que cualquier persona, en cualquier momento y en cualquier lugar, puede ver a través de dispositivos móviles las producciones o series que sean de su interés. No pocos medios convencionales han resultado incapaces de comprender la importancia del concepto on 7 En los años recientes, el teléfono móvil ha registrado importantes transformaciones hasta convertirse en indispensable y multifuncional dispositivo de comunicaciones. En el imaginario de la sociedad de la ubicuidad, el rol del avanzado dispositivo admite ser considerado como fundamental. El teléfono móvil ha trascendido a la condición de “terminal tonta” y hoy permite tener acceso a Internet; recibir y contestar correos electrónicos; asegurar el acceso a servicios de televisión móvil, mapas y avanzados servicios de localización; ser utilizado como cámara fotográfica, grabadora y avanzada remediación del popular “walkman”; asumir las funciones propias del mando a distancia, e inclusive desempeñarse como útil dispositivo de almacenamiento de información digital. De las nuevas generaciones de inteligentes dispositivos de comunicación móvil seguramente derivarán nuevos usos y aplicaciones, como cartera digital para transacciones en línea, tarjeta de crédito, identificación personal, dispositivo de acceso aeroportuario, etc. El incremento en el número de usuarios de Internet dependerá ahora de los dispositivos móviles y no del incremento que registren el número de computadoras disponibles con acceso a Internet. demand. En 2004 la cadena de televisión NHK ofrecía más de 400,000 programas en servicio on demand. Es posible afirmar que el éxito de YouTube, en buena medida es consecuencia de haber anticipado la televisión por Internet on demand. A pesar de los notables adelantos tecnológicos que es posible advertir en el desarrollo de la segunda etapa de “e-Japan Stratetegy”, en realidad el aspecto más relevante es resultado de la alfabetización digital: la transformación de cibernautas ordinarios en prosumidores. 2. Los prosumidores. Los actores comunicativos de la web 2.0 La palabra prosumidor –en inglés, prosumer-, es un acrónimo que procede de la fusión de dos palabras: “producer” (productor) y “consumer” (consumidor). El concepto fue anticipado por Marshall McLuhan y Barrington Nevitt, quienes en el libro Take Today (1972), afirmaron que la tecnología electrónica permitiría al consumidor asumir simultáneamente los roles de productor y consumidor de contenidos. McLuhan infería que en la edad posteléctrica los actores comunicativos resentirían profundas transformaciones re sultantes de la complejidad inherente a los nuevos ambientes comunicativos. El concepto “prosumidor” por ende admite particular re levancia en la “ecología de medios”. El destacado futurólogo Alvin Toffler introdujo formalmente el término prosumidor, en 1980, en el libro La tercera ola. El capítulo XX del referido libro precisamente consigna el siguiente título: “El resurgimiento del prosumidor”. Las actividades 73 de los prosumidores –anticipó Toffler- , definirían el rumbo de la “economía invisible”: “Durante la primera ola, la mayoría de las personas consumían lo que ellas mismas producían. No eran ni productores ni consumidores en el sentido habitual. Eran, en su lugar, lo que podría denominarse prosumidores. Fue la revolución industrial lo que, al introducir una cuña en la sociedad, separó estas dos funciones y dio nacimiento a lo que ahora llamamos productores y consumidores (…) si examinamos atentamente la cuestión, descubrimos los comienzos de un cambio fundamental en la relación mutua existente entre estos dos sectores o formas de producción. Vemos un progresivo difuminarse de la línea que separa al productor del consumidor. Vemos la creciente importancia del prosumidor. Y, más allá de eso, vemos aproximarse un impresionante cambio que transformará incluso la función del mercado mismo en nuestras vidas y en el sistema mundial” (Toffler. 1981: 262-263). 74 En un libro reciente, Revolutionary wealth (2006:153), Alvin y Heidi Toffler explicaron cómo concibieron el término prosumidor, y que alcance explicativo concedieron al referido concepto: “In The Third Wave (1980), we therefore invented the Word prosumer for those of us who create godos, services or experiences for our own use or satisfection, rather than for sale or Exchange. When, as individual sor groups, we both produce and consume our own output, we are prosuming. If we bake a pie and also eat it, we are prosumers. But prosuming is not just an individual act. Part of the purpose of baking that pie might be to share it with your family, friends or community without expecting money or its equivalent in return. Today, given the shrinkage of the world because of advances in transportation, communications and I.T., the motion of prosuming can include unpaid work to create value to share with strangers half a world away. We are all prosumers at one time or another, and all economies have a prosumer sector because many of our highly personal needs and wants aren´t or can´t be supplied in the marketplace, or are too expensive, or because we actually enjoy prosuming or desperately need to. Once we take our eyes off the money econmy and mute all the econobabble, we discover surprising things. First, that this prosumer economy is huge; second, that it encompasses some of the most important things we do; and third, that even though it is given Little attention by most economist, the $50 trillon money economy they monitor couldm´t survive for ten minutes without it”. En La Tercera Ola, Toffler afirmó que el medio de comunicación más poderoso y masificador de las sociedades de la “segunda ola” ha sido la televisión. El advenimiento de los prosumidores, sin embargo, anticiparía el fin de la era de los medios masificadores: “están desapareciendo los días de la omnipotente red centralizada que controla la producción de imágenes (…) los medios de comunicación de la tercera ola están destruyendo en un amplio frente el dominio ejercido por los dueños de los medios de comunicación de la segunda ola” (Toffler, 1981: 167). Toffler enseguida procedió a describir los ambientes comunicativos que desplazan consigo los medios masivos de la “segunda ola”, y se aventuró a especular sobre los ambientes comunicativos que introduciría la “tercera ola”. Por ejemplo, para comprender el impacto de YouTube en la ecología cultural de la industria televisiva, resulta indispensable reparar en el comportamiento que observan los prosumidores en el ambiente comunicativo de YouTube, tal como refieren Alvin y Heidi Toffler en el libro La revolución de la riqueza (2006): “En palabras de Betsy Frank, vicepresidenta ejecutiva de investigación y planificación de MTV Networks, “se trata de un público que desea hacer su propia programación”. Los nuevos instrumentos del consumidor ya otorgan a los teleespectadores el poder de cortar y pegar partes de programas para adecuarlos a sus preferencias personales. Este desplazamiento continuo de los tiempos estándar de los huecos en la programación se acelerará a medida que las audiencias de los medios de comunicación, provistas de nuevas tecnologías, produzcan sus propios contenidos. Al mismo tiempo que los espectadores están creando sus propios contenidos, también exigen acceder a programas “a petición” antes que al horario establecido por los medios de comunicación. En palabras de William Randolph Hearst III, “la televisión basada en el proveedor está muerta” (Toffler. 2006: 99). Los nuevos ambientes comunicativos que introducen las comunicaciones digitales móviles, estimulan la creatividad y la autonomía. Atento a tal fenómeno, Thomas Friedman, autor del libro La tierra es plana. Breve historia del mundo globalizado del siglo XXI (2005), destaca el in-forming y la colaboración como prácticas comunicativas distintivas de los prosumidores en los nuevos ambientes comunicativos que desplaza consigo el desarrollo de la Web 2.0 (2005:164): “jamás en la historia del planeta tanta gente ha tenido la posibilidad de buscar por sí misma tanta información acerca de tantos temas o acerca de tanta gente”. De acuerdo con Friedman (2005. 198), el in-forming: “es la capacidad de crear y desplegar tu propia cadena de suministro, una cadena de suministro de información, de conocimientos y de entretenimiento. El in-forming tendría que ver con una colaboración individual: tú mismo eres el que investiga, edita o elige el entretenimiento, siguiendo tus propias pautas y valiéndote de tu propia capacidad y medios, sin necesidad de acudir a la biblioteca o al cine o a una cadena de televisión. El in-forming es búsqueda de conocimiento”. A diferencia del usuario de los medios convencionales –cuyo acceso a la información relevante en realidad depende de la voluntad política de determinadas instituciones históricas, los prosumidores decididamente emprenden la búsqueda de respuestas. La capacidad de búsqueda del prosumidor representa una evidente afirmación de su independencia, tal como afirma Erich Schimidt, director general de Google, citado por Friedman (2005: 169): “La búsqueda es una tarea tan personal que revierte en una emancipación sin igual del ser humano (…) es lo contrario de que te digan o te enseñen. Se trata de dotarse de medios que te emancipen, es la atribución de poder al individuo para que haga lo que considere mejor con la información que desee”. La colaboración representa una acción comunicativa recurrente entre prosumidores. Entre las principales cadenas de socialización del conocimiento que ha propiciado el desarrollo de Internet, destaca Google -la marca emblemática de la economía del conocimiento. Sus fundadores –Larry Page y Sergen Brin, crearon la empresa en septiembre de 1998, comprendiendo la importancia del in-forming, el cual representa una de las expresiones más evidentes del “prosumismo”: “Los fundadores de Google vieron que a finales de los 90 aparecían en internet cientos 75 de miles de páginas web nuevas cada día, y que los motores de búsqueda existentes, que tendrían que buscar palabras clave, no podían seguir ese ritmo de crecimiento. Brin y Page, que se conocieron en 1995 cuando estudiaban informática en la Universidad de Stanford, desarrollaron una fórmula matemática que clasificaba una página web según la cantidad de páginas web vinculadas a ella, partiendo de la hipótesis de que cuantas más personas creasen un vínculo con determinada página, más importante debería ser ésta” (Friedman. 2005:167). 76 De acuerdo con lo asentado en la página corporativa de Google: “el objetivo de Google consiste en organizar información proveniente de todo el mundo y hacerla accesible y útil de forma universal”. Google es resultado de la colaboración. La gente asume que la información que está buscando se encuentra en Google o en Internet: “y que todo se reduce a que los expertos en tecnología vayan simplificando la manera de acceder a ella, cada vez con menos pasos (…) La democratización de la información está teniendo un impacto profundo en la sociedad” (Friedman. 2005: 166). La democratización de la información sin duda alguna es resultado de las acciones comunicativas emprendidas por comprometidos prosumidores, quienes colaboran compartiendo información relevante con los demás. Los prosumidores participan en el desarrollo de redes wikis –centradas en el empleo colaborativo de las tecnologías de cooperación-, las cuales realizan un intenso trabajo asociativo cuyo propósito es ofrecer información relevante en la blogósfera u otros ambientes comunicativos, sobre marcas, productos, servicios, “corporate responsability y corporate citizenship”. A través 8 Véase: http://www.google.com/intl/es/corporate/index.html Fecha de consulta: 25 de mayo de 2008. de sistemas RSS es posible mantenerse informado de los comentarios de prosumidores en blogs, como de sus iniciativas en las redes sociales en las cuales participan. Entre las interesantísimas tesis contenidas en el libro Futuro presente. El futuro es atreverse hoy. 101 Ideas-Fuerza para entender las próximas décadas, Alfons Cornella y Sergi Rucabado destacan el “x-casting”. El x-casting designa un fenómeno recurrente en el imaginario de la sociedad de la ubicuidad: toda persona –en cualquier momento y en cualquier lugar- puede introducir información a Internet. Toda persona que pueda acceder a Internet representa un potencial prosumidor. Tan simple hecho representa una profunda revolución en la economía política de los sistemas de comunicaciones. Debemos reconocer a los prosumidores como los actores comunicativos de la sociedad de la ubi cuidad. El papel de los prosumidores resultará definitivo en las siguientes remediaciones que experimentarán Internet como el conjunto de dispositivos que formen parte de los ambientes comunicativos que deriven del desarrollo de las comunicaciones digitales móviles.A continuación, el modelo de comunicación que propongo, en el cual he incorporado a los prosumidores como actor comunicativo, destacando la importancia de la gestión de la información y el conocimiento a través de avanzados dispositivos digitales que permiten las comunicaciones móviles: (fig. pág. 77) En ambientes comunicativos glocales propios del imaginario de la “sociedad de la ubicuidad”, el prosumidor o prosumidores -persona o personas reales, avatares y/o robots programados (bots)-, disponiendo de un extenso repertorio de recursos multimedia, emprenden determinadas acciones comunicativas, como expresar sen timientos, difundir información, gestionar in formación, compartir conocimientos, a través de dispositivos e interfases digitales móviles o Fig. 1 Modelo de comunicaciones digitales (Octavio Islas) para ambientes comunicativos glocales, en el imaginario de la sociedad de la ubicuidad ECOLOGÍAS CULTURALES PRECEDENTES NUEVA ECOLOGÍA CULTURAL UBICUIDAD Cualquier persona, cualquier momento, cualquier lugar GLOCALIZACIÓN Experiencia,información, sentimientos, conocimientos PROSUMIDORES PROSUMIDORES AVATARS BOTS AVATARS BOTS DISPOSITIVOS INTERFASES DIGITALES AMBIENTES COMUNICATIVOS PRECEDENTES NUEVOS AMBIENTES COMUNICATIVOS Realidad real y virtualidad estacionarias, para, en un proceso autológico, propiciar las condiciones necesarias de vinculación comunitaria con otro prosumidor o porsumidores –que bien pueden formar parte de una red social-, avatares y/o robots programados. Al explorar las capacidades de los dispositivos e interfases digitales, los prosumidores gestarán las condiciones necesarias para acceder a ambientes comunicativos más complejos, transitando a una nueva ecología cultural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORNELLA, A., y RUCABADO, S. El futuro es atreverse hoy. 101 extensiones del ser humano. Barcelona: Paidós Comunicación, 1996. Ideas-Fuerza para entender las próximas décadas. España: Ediciones ___________, y FIORE, Q. The medium is the massage. An inventory Deusto, 2006. of effects. New York: Bantham Books, 1967. FRIEDMAN, T. La Tierra es plana. Breve historia del mundo TOFFLER, A. La tercera ola. México: Edivisión, 1981. globalizado del siglo XXI. España: mr Ediciones, 2005. TOFFLER, A. y TOFFLER, H. La revolución de la riqueza. España: MCLUHAN, M. Comprender los medios de comunicación. Las Deusto, 2006. 77 OS EFEITOS DO ESPAÇO NA ENUNCIAÇÃO MIDIÁTICA DA PUBLICIDADE Eneus Trindade Docente do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Brasil. Pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem Publicitária (NIELP/ECA/USP). Doutor e Mestre pela ECA/USP, Brasil. Graduado em Publicidade pela Universidade Federal de Pernambuco, Brasil. E-mail: [email protected] Sérgio Fabiano Annibal Doutorando em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Brasil. 78 Mestre em Estudos Literários pela Unesp, AraraquaraSP, Brasil. Graduado em Letras Português e Inglês pela UNESP/Araraquara-SP. Colaborador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem Publicitária (NIELP/ ECA/USP). E-mail: [email protected] RESUMO A partir de investigações sobre a enunciação midiática publicitária e dos estudos de processos mediáticos em comunicação, no âmbito do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem Publicitária (NIELP/ECA/USP), busca-se, neste trabalho, propor reflexões sobre a representação do espaço em mensagens publicitárias. Palavras-chave: enunciação publicitária; processos mediáticos e culturais; espaço discursivo; produção de sentido. ABSTRACT This article poses a reflection on representations of space in advertising copy on the basis of investigation on mediatic enunciation in advertising and on mediatic processes in communication carried out by the Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem Publicitária (NIELP/ECA/USP). Keywords: advertising enunciation; mediatic and cultural processes; discursive space; generation of meaning. RESUMEN A partir de investigaciones sobre la enunciación mediática de la publicidad y de los estudios de los procesos mediáticos en el Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem Publicitária –NIELP/ECA/USP, se busca en este trabajo proponer reflexiones sobre la representación del espacio en los mensajes publicitarios. Palabras claves: enunciacíon publicitaria; procesos mediáticos e culturales; espacio discursivo; productión de sentido. 79 80 1. Apresentação Muitos estudiosos da linguagem como Van Dijk (2003, p.9) assinalam a necessidade de integrar a Lingüística e a Análise de Discurso às Ciências Sociais. Concordamos com tal posição e pensamos de forma ampliada, considerando além dos estudos dos discursos lingüísticos, os de outras manifestações semióticas, como os discursos midiáticos, a partir da hipótese que as representações discursivas são lugares de fabricação das construções dos sentidos sociais. No intuito de fortalecermos essa hipótese, percebemos a partir de Bakhtin que os signos nos discursos comportam o conflito social. E pela condição dialógica dos discursos tal autor demonstra que a interação verbal (e as demais interações semióticas, em uma perspectiva expandida), ou seja, as enunciações geradoras de enunciados entre interlocutores (sujeitos sociais em seus respectivos tempos e espaços), consistem nos materiais privilegiados para se estudar os sentidos das culturas (Cf. Bakhtin, 1995, p.110-27). Logo, os fenômenos sociais passam pelo crivo da razão humana e para que esta se objetive há a necessidade da mediação da comunicação que se dá por meio das linguagens. Assim, procuramos discutir algumas construções de sentido da linguagem publicitária, a partir das representações do espaço, considerando que as sociedades de consumo se dão em espaços sociais e que os discursos apresentam as possibilidades de sentidos que representam tais espaços. O espaço é percebido como lugar de produção de conhecimento sobre uma dada realidade social e que ao mesmo tempo é objeto de investigação para a formulação desse conhecimento, por meio de suas formas objetivas, materializadas em discursos. A enunciação publicitária e os efeitos de sentido nas representações espaciais de tais mensagens indicam essa possibilidade, o que aqui buscamos dar conta. Por fim, cabe esclarecer que os exemplos con- siderados neste texto são apresentados em mídia impressa, mas isso não restringe a possibilidade de aplicações desta reflexão a outras mídias, já que as considerações teóricas feitas levam em conta o processo publicitário em suas várias manifestações midiáticas. 2. O espaço como episteme e como objeto Fica-nos difícil promover alguma discussão em Ciências Humanas sem considerar o sujeito inserido e interagindo com seu espaço, pois é nele que as relações comunicacionais efetivamente ocorrem, estabelecendo a todo instante a refração e a ação do indivíduo em seu meio. Logo, consideramos o espaço como episteme e objeto motivador do sujeito imerso em seu lugar social. Para nos auxiliar nessa discussão sobre o espaço, revisitaremos os espaços recriados pelas tipologias textuais que, por sua vez, assemelham-se à tessitura social. A reflexão que fazemos das produções artísticas concebidas no espaço social nos faz refletir a importância de se criar um outro espaço, um espaço ideal, evasivo e disciplinador, que nos transporte para o mundo, como Platão diria ser, ideal. Tais obras refletem o espaço, adicionando a ele personagens que atingem o espectador desse universo de maneira reflexiva. Com isso, o espaço também passa a ser ressignificado, por meio da apresentação de produtos simbólicos que têm como objetivos a catarse e o movimento. Com o passar do tempo, o espaço que se misturou com os sujeitos que o habitam, criando uma relação de espelhamento entre a instância espacial e a subjetiva, por meio de suas representações, e foi se recriando em outros veículos como as propagandas, que é um instrumento para ressignificar os espaços onde o capitalismo tem lugar garantido. Para observação espacial das mensagens publicitárias, tomemos como exemplos algumas publicidades turísticas, de empresas de telefonia móvel e de cigarros. Comecemos pelas publicidades turísticas para Natal, no nordeste brasileiro, da Cia. de Viagem Fica-nos difícil promover alguma discussão em Ciências humanas sem considerar o sujeito inserido e interagindo com seu espaço (...) Figura 1 CVC (Fig.1): o que é vendido é um espaço evasivo e quase onírico, um local onde você irá encontrar um paraíso tão grande que quase seria capaz de anular ou apagar temporariamente o espaço de origem do comprador, possível consumidor. Nessa oferta de destino turístico feita pela publicidade fica subentendida a experimentação sinestésica das possibilidades de situações a serem vividas naquele local de viagem e também o desejo do consumidor, captado pela publicidade, que se manifesta no ato da leitura do anúncio e que busca suspender o cotidiano deste último, promovendo uma mistura cultural, na qual, o espaço desconhecido e o estereotipado da publicidade se encontram com o espaço do receptor. Os dois espaços se hibridizam, se contaminam, trazendo junções socioculturais implícitas Já a telefonia celular da marca Tim, por exemplo, tem o slogan “Viver sem fronteiras (Fig.2), para o espaço isso significa a liberdade total e uma dis- Figura 3 sipação ou agregação de todos os espaços cabíveis no imaginário do leitor/cliente dessa marca. E nas mensagens de cigarro, por exemplo, a Marlboro, com o seu “Mundo de Malboro”, apregoa um espaço perfeito e dominador pretendido e almejado muitas vezes pelo leitor/fumante, como se o cigarro o transportasse do seu espaço real para o espaço recriado pela marca em suas campanhas. Percebemos, Figura 2 nos exemplos, a temática do desejo, isto é, da ânsia de conhecer o inusitado para afirmar ou negar a subjetividade do consumidor. Além disso, o espaço recriado pela publicidade e os valores compensatórios da subjetividade, inerentes ao estímulo de consumo desse tipo de mensagem, parecem consistir no objeto principal de desejo de consumir do possível comprador de um produto. Todos os aspectos colocados reforçam a nossa posição de considerar o espaço como episteme e objeto, pois a categoria em pauta (assim como as categorias de sujeito, e o tempo sociais) é fundadora para entendimento dos fenômenos do humano em sua vivência social e em suas relações, ao mesmo tempo em que a categoria é uma instância fundadora de representação de todo e qualquer dis- 81 curso, pois toda comunicação social se dá entre sujeitos, num determinado tempo e em um dado espaço. Nesse sentido, um outro aspecto deste trabalho, que deve ser ressaltado, implica em entender que o estudo do dêitico espaço na comunicação publicitária, como objeto, corre paralelo à legitimação do campo, espaço, epistêmico da Comunicação, pois como nos orienta o pensamento de Pierre Bourdieu a definição de um campo científico ultrapassa os limites das esferas oficiais da ciência e se constitui por meio de um conjunto da produção cultural cotidiana que demanda uma instrumentalização do pensamento humano para a criação de métodos e técnicas para a produção de conhecimento em uma dada área do saber (Cf. Bourdieu in Ortiz, 1983, p.137), publicado originalmente em (Bourdieu, 1976, p.88-104). Assim, a legitimação de um espaço epistêmico se dá atrelada à formulação de discursos que o representem e o configurem, por meio de seus espaços discursivos e dos efeitos de sentidos do próprio espaço da área de conhecimento, que se atualiza e se torna objeto de seus discursos. 82 3. O espaço discursivo e o dêitico de espaço no discurso Os processos de enunciação e seus respectivos discursos, a partir de uma concepção pautada na Análise do discurso de linha francesa, são modulados por contextos de produção e de recepção das mensagens, o que possibilita a configuração de situações, ambiências discursivas, que geram um espaço discursivo, conforme definiu Maingueneau (1983, p.13). Nesses espaços interagem discursos de diferentes gêneros. O confronto entre esses universos discursivos, independentemente de seus suportes ou canais de comunicação, criam o que Charaudeau e Maingueneau (2004, p.92) definiram como campo discursivo. O campo discursivo é efetivamente o espaço de confluências de sentidos, dados na in- terdiscursividade constitutiva de todo e qualquer discurso, o que reflete sua condição dialógica. As colocações anteriores remetem à compreensão dos espaços discursivos enquanto delimitações de campos discursivos que, no caso da publicidade, podem ser constituídos nas inter-relações da publicidade com outros gêneros discursivos. O espaço discursivo como foi apresentado não é uma prerrogativa exclusiva da publicidade, estando presente em outros discursos. Por outro lado, em uma dimensão intradiscursiva, pode-se pensar o espaço discursivo como a concretude figurativizada no texto que dá forma ou informa o lugar do enunciado, contaminado em maior ou menor grau pelas marcas espaciais dos contextos de codificação e decodificação dos discursos em seus processos de enunciação (debreagens). Nesse sentido, não cabe mais a compreensão apresentada sobre espaço discursivo, pois agora estamos tratando dos espaços dos e nos discursos e a esta referência semântica é o que denominamos de representações dêiticas de espaço. Segundo Kerbrat-Orecchioni (1980, p.34-69), as referências dêiticas, de modo sucinto, estão ligadas em discursos às referências extralingüísticas as que estão vinculadas e lingüisticamente são manifestadas em três categorias: 1- a absoluta, 2- a contextual e 3- a contextual. Para esclarecermos melhor essas categorias, resolvemos apresentar os seguintes exemplos: 1 - “São Paulo é o lugar de gente feliz”; 2 - “A terra da garoa é o lugar de gente feliz”; 3- “Lá é o lugar de gente feliz”. Nas três designações discursivas sobre o espaço, em especial no exemplo hipotético de São Paulo, encontramos representações que conferem uma precisão nominal do lugar/espaço que se fala, uma mais contextual que depende de um grau de conhecimento sobre a realidade do lugar e outra simplesmente dêitica que se refere a um espaço e que depende da cooperação entre enunciador e enunciatário para que a decodificação da expressão “lá” tenha pertinência semântica. A mensagem publicitária, por se apresentar em várias mídias, e por sua linguagem híbrida, se torna objeto de grande relevância para a postulação de alguns aspectos do dêitico espaço nos processos das comunicações. Por outro lado, nesses exemplos do slogan turístico para a cidade de São Paulo, Brasil, percebemos outra complexidade de análise quando se compreende que o espaço tem a função de sujeito no discurso, proporcionando uma idéia de troca de dêiticos do espaço como sujeito de quem se fala algo. Essa troca configura uma embreagem híbrida no nível do enunciado. Isso nos obriga a refletir sobre o fato de que nos discursos midiáticos híbridos há uma possibilidade maior de trocas, embreagens entre elementos de categorias dêiticas iguais e distintas entre si, em função dos inúmeros recursos técnicos que tais linguagens oferecem. A mensagem publicitária, por se apresentar em várias mídias, e por sua linguagem híbrida, se torna objeto de grande relevância para a postulação de alguns aspectos do dêitico espaço nos processos das comunicações. Reconhecemos, como observa Benveniste (1974, p.80), que todo ato de enunciação é único e que, portanto, cada mensagem midiática, e a publicidade por extensão, são específicas enquanto discursos e processos próprios de enunciação. Por outro lado, como estamos tratando de um universo de discurso que possui características e intencionalidades bem demarcadas, buscamos apresentar algumas categorias do dêitico espaço nos âmbitos das enunciações e enunciados de processos publicitários, conforme os itens a seguir. 4. O espaço na enunciação publicitária: aspectos e efeitos de sentido A enunciação publicitária conforme apresentamos em outra oportunidade pode ser definida da seguinte maneira: A enunciação publicitária, portanto, é apreen- dida como atividade da comunicação cultural, de natureza ‘linguageira’ (manifesta-se no cotidiano), híbrida e sincrética - apresentando suas constantes e normas específicas de coesão estilística elaboradas pelo pólo da emissão [...] mas também por aqueles sujeitos da enunciação nos diferentes níveis do processo de recepção, nos momentos/espaços que esses sujeitos da enunciação na recepção interagem com os enunciados, que os estimulam à aceitação de valores e que, por seu intermédio levam, às mercadorias/bens materiais e simbólicos. (Barbosa e Trindade, 2003, p. 10). Isto posto, podemos agora nos dedicar com foco às questões do espaço da enunciação nos processos publicitários. Primeiramente, cabe esclarecer que há neste ambiente discursivo dois grandes espaços: um da produção das mensagens (emissivo) e outro da recepção, onde estão os enunciatários possíveis consumidores. Ao associarmos o fato anterior ao conceito de debreagem e às discussões iniciais deste trabalho, podemos afirmar que em maior ou menor grau o espaço da produção discursiva deixa suas marcas mais evidentes ou implícitas. A presença mais explícita, no nosso entender, é aquela que está mais próxima do enunciado e que dá vida e circulação às mensagens, pois as variedades de suportes, canais de comunicação, dão a conformação das mensagens, o que nos faz recorrer à máxima de McLuhan , autor que afirmou que “o meio é a mensagem”. Nesse sentido, cabe esclarecer que há uma adaptação, das especificidades da enunciação publicitária em cada mídia (revista, televisão, rádio e internet), a partir do modelo geral da enunciação publicitária elaborado em Barbosa e Trindade (2003, p.11), que aqui se faz observar de modo mais atento e que pontua as debreagens 83 (...) o espaço da publicidade, como explica a noção de signo em Bakhtin, é um reflexo e uma refração da realidade com vistas aos apelos de persuasão e de sedução para a sociedade de consumo. 84 do 3° ao 1° nível da enunciação publicitária que envolve a Agência da publicidade (3° nível), a etapa de produção das mensagens pelas empresas terceirizadas, responsáveis pela produção das peças publicitárias (2° nível) e o primeiro nível da enunciação que revela os enunciados publicitários que são as mensagens postas em circulação nos diversos canais de comunicação em seus suportes. Esse primeiro momento de formulação dos enunciados é por si só um trabalho à parte que revela as marcas dos espaços, tempos e sujeitos dessas etapas da enunciação publicitária no pólo da emissão e que merece uma atenção que agora buscaremos apresentar nos veículos, objeto de estudo desta investigação: revista, rádio, televisão e internet. Na revista, ao realizarmos um recorte no modelo geral e adaptando-o ao processo específico de produção dessa mídia, identificamos a permanência do processo de criação tradicional pela agência de publicidade, mas percebemos especificidades no processo de produção do 2º nível da enunciação da emissão que se refere ao trabalho do produtor gráfico da agência, a partir do layout aprovado pelo 1 É importante deixar claro que o 4°, 5° e 6° níveis da enunciação da emissão também têm suas marcas nos enunciados e correspondem, respectivamente, aos tempos, espaços e sujeitos referentes, respectivamente, à comunicação integrada do anunciante (enunciador do 4° nível), ao setor de marketing do anunciante (enunciador do 5° nível) e ao anunciante em si (enunciador do 6° nível). Já no pólo da recepção, o enunciatário em seus espaço e tempo tem as mediações culturais, biológicas, da situação em que o receptor está no momento da recepção, do estado afetivo deste e de suas características de consumidor, que também fazem parte dos enunciados com suas projeções sobre estes últimos, ainda que idealizadas pelo pólo da emissão. De qualquer forma, só há sucesso na comunicação publicitária quando o receptor-consumidor entra em cooperação e identificação com o ato de linguagem emitido. cliente, em contratar fotógrafos, obter os direitos de imagens, escolher modelos, conhecer o processo gráfico de produção da revista, na qual a mensagem será veiculada, para orientar a produção do anúncio impresso. Após a finalização do processo, obtêm-se a mensagem publicitária impressa de revista, que é armazenada em um arquivo, finalizado, de suporte digital (CD), que encaminhado para o veículo e reproduzido, dentro dos prazos. Na mídia rádio, o processo de produção do comercial spot ou jingle, parte do trabalho de criação do setor de redação. No caso dos spots e jingles os efeitos sonoros, músicas e tipos de vozes dos locutores são selecionados a partir do trabalho do produtor de Rádio Televisão e Cinema (RTVC) da Agência, que, por sua vez, contrata uma produtora de áudio (responsável pela gravação do comercial spot ou jingle) no estúdio, realizando a gravação, a mixagem dos sons e a edição para obtenção do produto final, que deve retornar à agência para a aprovação do cliente. Há também a busca pelos direitos de uso da voz, compra de direitos autorais para uso das canções/músicas que compõem os spots e no caso dos jingles, em específico, são contratados músicos para construir a melodia da letra que foi composta pela agência ou produtora de áudio. O comercial só poderá ir ao ar quando for aprovado pelo cliente. Já na mídia televisão, é preciso considerar que o processo de produção desta mídia, no caso da publicidade se confunde com os processos de préprodução, produção e pós-produção do cinema, pois os comerciais são feitos em película ou filme digital e veiculados na TV. Finalmente, chegamos à internet, compreendendo-a como mídia publicitária, que se configura em linguagem multimídia, ou seja, possui a capacidade de agregar todas as outras linguagens em um mesmo canal de comunicação. Por ser também uma mídia jovem e dinâmica, a internet tem possibilitado inúmeros formatos e experimentações na publicidade. Em função disso, a criação de um modelo da enunciação publicitária na internet torna-se complexo e por que não dizer efêmero frente às possibilidades de transformação do meio. Percebemos em todos os quatro meios de comunicação que os processos de produção gráfica e de produção em RTVC são constitutivos de uma série de elementos que vão propiciar a concretude exata da mensagem publicitária nos espaços ocupados pelas mídias impressa, sonora e audiovisual e multimídia (internet). Eles configuram processos codificadores que estão para além da agência e que colocam o anúncio pronto para ser veiculado. Ademais, o estudo do espaço da veiculação, ou seja, o planejamento e atuação do meio como mídia publicitária configura também uma etapa importante para os estudos da enunciação publicitária à medida que o contexto de recepção, bombardeado repetidas vezes por uma mesma mensagem, tem a partir do número de inserções ou local de acesso a um dado enunciado/mensagem, um poder de amplificação e de retenção de seus significados junto aos receptores, dado este que não pode ser desconsiderado no processo de produção de sentido das mídias. Todavia, além deste aspecto, o espaço da publicidade, como explica a noção de signo em Bakhtin (1995, p.31-3), é um reflexo e uma refração da realidade com vistas aos apelos de persuasão e de sedução para a sociedade de consumo. Esse mundo recriado, na representação dos espaços, está determinado na dialética dos lugares e não-lugares do mundo contemporâneo. Podemos compreender que estes lugares e não-lugares representados pela publicidade são marcas textuais da realidade, como discursos, que se ressignificam na realidade discursiva da publicidade. Esse processo se dá pelo fato da categoria espaço ganhar um caráter de não-lugar que é próprio da realidade vivida nas sociedades de consumo. Aspecto típico do mundo contemporâneo, que também funciona, assim como o aspecto atemporal, como uma espécie de tempo e espaço universais, propícios à divulgação de estilos de vida e de consumo de mercadorias (bens materiais e simbólicos) a eles associados. Logo, o conceito de não-lugar aqui se aproxima das contribuições teóricas da antropologia de não-lugar em Auge (1994). No entanto, lembramos ao leitor que esta é uma investigação sobre a linguagem/discurso e os trabalhos de Augé, embora importantes, tratam a questão do espaço pela antropologia. Tal discussão nos permite construir alguns tipos gerais, mais recorrentes de espaços da enunciação nos discursos da publicidade: a) Os espaços universais; b) Os espaços do produto/marca; c) Os espaços cotidianos; d) O não-espaço; e) Os espaços fragmentados; f) O corpo humano como espaço. O item a corresponde às imagens referentes ao espaço urbano das metrópoles, shoppings, entre outros. O item b dá-se quando visualizamos o produto exposto no espaço da mensagem, isto é, os planos em detalhe do produto e/ou da marca, com ou sem fundo infinito, e percebemos que eles abstraem esses elementos do contexto real de seus usos. O pack shot (assinatura ou plano do produto ou da marca) tomando a tela/página inteira em um anúncio ou no final de uma mensagem televisiva é uma expressão do não-lugar do enunciado, um espaço/simulacro. E esse destaque dado ao produto/marca se refere à posição de primeiro plano, que conota uma intencionalidade metafórica de lugar de liderança no mercado. Em espaços cotidianos, item c, pela concepção da enunciação-enunciada nos discursos da publicidade, corresponde aos cenários domésticos, de trabalho e de lazer, os quais seguem da mesma forma que os indivíduos, padrões que correspondem ao que se determina como consenso mun- 85 86 dial e, portanto, de valor universal dos espaços de acordo com o perfil do público-alvo ao qual a mensagem se dirige. Na opção d, a do não-espaço, que diz respeito à questão da ilusão de ausência deste proporcionada pelas novas tecnologias de comunicação/informação, principalmente a mídia digital, internet, que, como dissemos anteriormente, transforma o espaço em rede, agilizando o processo de transmissão de informação ao mesmo tempo em que incute nas pessoas uma ideologia da proximidade e de extinção das fronteiras, como manifesta o slogan já citado da Tim, “Viver sem fronteiras”. Já no item e, o espaço fragmentado é amplamente trabalhado nas mensagens publicitárias do mundo contemporâneo, por meio de artifícios metonímicos visuais e verbais, das partes que formam o todo, como cenas de vários locais do mundo, pessoas de raças e localidades distintas que, embora remetam às representações distintas de subjetividades, estão associadas à idéia das partes que estão contidas e contêm o todo. E produto/serviço anunciado é o elemento comum a esses espaços. Por fim, em f, o espaço cênico das mensagens publicitárias se dá na valorização da máquina corporal, cujo apelo estético deixa o receptor, muitas vezes, extasiado com a beleza apresentada nessas peças que exploram o masculino e feminino como lugar de estímulo ao consumo, sendo o corpo também um objeto de consumo, do desejo de identificação ou de possuir aquele corpo. A tipologia apresentada se encontra como uma sistematização, enquanto manifestações do contexto de enunciação nos enunciados dos processos publicitários. Outro dado a salientar, é que os tipos dialogam entre si e podem ser ampliados e não esgotam a riqueza de possibilidades das marcas da enunciação nas mensagens da publicidade, demonstrando que tanto o pólo da emissão, quanto o da recepção deixam marcas já bastantes recorrentes possíveis de serem mapeadas e que só o estudo dos enunciados publicitários pode favorecer ao desenvolvimento desta proposta. 5. O espaço nos enunciados publicitários: aspectos e efeitos de sentido Para compreendermos os efeitos de sentido do dêitico espaço podemos recorrer à classificação realizada por Fiorin (1999, p. 257-300), que define no campo lingüístico de representações do espaço na literatura brasileira nas seguintes categorias: a) O espaço dominado; b) O espaço demarcado; c) O espaço sistematizado; d) O espaço transformado; e) O espaço subvertido; f) o espaço desdobrado. Fiorin ainda acrescenta, com pertinência, que o espaço é o elemento discursivo menos estudado na teoria da enunciação, que aprofundou mais as questões referentes ao sujeito e ao tempo, e destaca que as melhores contribuições para o estudo do espaço partem, principalmente, da produção intelectual de Gaston Bachelard e dos estudos sobre espaço narrativo de Gérard Genette (Cf. Fiorin, 1999, p.257-9). O espaço dominado, segundo o autor, é justamente o esforço que o analista faz para identificar os domínios dêiticos do lugar onde o discurso acontece, ou seja, em suas marcas, para que nessa seleção espacial que o diferencia do espaço contínuo, localizar o discurso em função do seu tempo e sujeitos sabendo-se, pois, que o espaço diferencia-se do tempo por ser uma construção descontínua numa continuidade, por ser pluridimensional ao contrário do tempo que é unidimensional e por ter um ponto de organização que lhe faculta reversibilidade e simetria, enquanto o tempo em sua organização é simétrico, porém irreversível (Cf. Fiorin, 1999, p.260-1). O espaço demarcado se constitui no domínio de um discurso dado a partir dos signos que designam a função espacial no enunciado. Consideramos os discursos midiáticos, já que as marcas de lugar em tais situações não se dão puramente por elementos verbais. No caso da publicidade, as imagens e os (...) há também que se considerar o fato de que em que muitas mensagens publicitárias a categoria de espaço da enunciação é também a do enunciado (...) sons são matrizes de linguagem que definem uma condensação ou extensão de espaços, o que implica em delimitações espaciais dialeticamente articuladas entre continuidade vs descontinuidade, efeitos de profundidade vs superficialidade, claro vs escuro, sons agudos vs grave, enfim, elementos que na suas marcas e contradições implicam num valor semântico, ainda que semi-simbólicos para as intencionalidades de comunicação da mensagem não-verbal. Essas delimitações dialeticamente articuladas correspondem às tensões de significação que modulam os sentidos das categorias aspectuais que constituem os modos do ser dos espaços nos enunciados. Já o espaço sistematizado no campo verbal se dá nos estudos dos pronomes demonstrativos e advérbios espaciais, servindo aos estudos no campo lingüístico do dêitico espaço em suas representações publicitárias e seus efeitos de sentido, como os que acontecem em comercias de comparação entre produtos de marcas concorrentes entre si, quando os locutores perguntam qual é o melhor. Nesses casos o espaço se coloca com uma função semântica que obriga o personagem-enunciador, bem como o enunciatário da mensagem a tomarem posições discursivas, em relação ao ato de linguagem que se dá por um jogo de dêiticos espaciais: escolher entre “os outros lá” e “esse aqui” do comercial. O exemplo dado representa também um espaço transformado, onde se dão os efeitos de trocas do enunciado da narração para o enunciado-enunciado, como no caso em que o locutor off screen (sujeito narrador, se dirige ao sujeito do enunciado, que representa o sujeito-receptor idealizado na mensagem). Essas embreagens de sujeito implicam também em embreagens espaço-temporais, hibridizando os espaços da publicidade com os do receptor. O espaço subvertido é um pouco mais complexo, pois implica em debreagens e embreagens entre os níveis da enunciação e do enunciado na mensagem, levando à presença dos espaços-sujeitos da emissão e da recepção no enunciado, mas de formas bem marcadas. A marca, por exemplo, que é uma representação de sujeito, acumula a função de anunciante (elemento da enunciação da emissão no enunciado), ocupando um espaço na mensagem. Da mesma forma, as assinaturas das agências em anúncios impressos também possuem a mesma função. Há também que se considerar o fato de que em que muitas mensagens publicitárias a categoria de espaço da enunciação é também a do enunciado e que esse espaço por embreagens e debreagens híbridas ocupa a função discursiva de espaço-sujeito como acontece nos anúncios de turismo (Fig.1), onde esse elemento ganha um sincretismo mais amplo, graças aos sons e imagens do lugar que auxiliam na construção do espaço-sujeito de quem se fala. O espaço revela as marcas de um tempo da enunciação no enunciado. Os dois exemplos anteriores nos levam à compreensão do espaço desdobrado, que pelas possibilidades técnicas midiáticas ganha maior potencialidade de interação entre os dêiticos. 2 O semi-simbolismo pode ser entendido como uma associação semântica por paralelismos, semelhanças. Por exemplo, ao falarmos sobre mudanças e mostrando imagens, variadas, que mudam rapidamente, isso estabelece um semi-simbolismo entre as imagens que mudam e o discurso verbal sobre mudança. Sobre o assunto ver: Greimas in Navarro (2002, p.92-4). 87 Com relação às últimas considerações, indicamos que os estudos de Genétte (1972; 1983) sobre os espaços narrativos podem ser de grande validade para construção de conceitos referentes às transformações de espaço e de tempo em ambientes discursivos/narrativos, já amplamente aplicados nos estudos literários e cinematográficos, mas pouco aplicados em outros discursos midiáticos, principalmente nos efeitos de edição em mensagens audiovisuais, que criam paralelismos de espaços, simultaneidade de tempos e espaços e avanços e voltas nos tempos e espaços, mas isso demandaria uma outra pesquisa e geram assuntos para um novo artigo. 88 6. Considerações Finais Acreditamos que a importância de nossas reflexões acerca do espaço se encontra alicerçada sobre dois pontos: a atualização da categoria espaço e a aproximação dessa categoria a outros estudos que vem sendo desenvolvidos na contemporaneidade. Notamos também que a reflexão da categoria espacial nos suportes textuais conduz a um encantamento semelhante ao da literatura, à medida que o trato com a linguagem leva o espectador a uma evasão do seu espaço real, ativando o aspecto fictício e sedutor da imaginação. O paralelo existente entre esse tipo de estudo e outros que vem sendo desenvolvidos na contemporaneidade estão nas pesquisas atuais sobre a análise do discurso, que além do texto, volta o olhar para o social também. Essa leitura demons tra que o ato de ler só se realiza por meio das inter-relações que se estabelecem com outros textos e com o que está fora deles. Portanto, esse tipo de estudo amplia a Comunicação Social, retirando-a do foco restrito aos suportes e recai sobre a sua matéria-prima: a linguagem e a produção de sentido das mídias, estabelecendo interfaces com outras áreas, fato este que vem ocorrendo nas pesquisas atuais de inúmeras áreas. Logo, não foi nosso intuito com estas reflexões esgotar o assunto, pois isso dependeria de um vasto material empírico de investigação e de décadas, pois os processos de linguagem se modificam em seus tempos e espaços, mas foi nossa intenção inaugurar caminhos a partir de algumas postulações mais gerais do dêitico espaço nas enunciações e enunciados de processos midiáticos da publicidade para aquilo que consideramos cada vez mais possível, que é a formulação de uma teoria da enunciação midiática que fortaleça a área de Comunicação desde a emissão até a recepção, embora saibamos que estamos distantes das considerações sobre os sujeitos, tempos e espaços da recepção mediática e que aqui ficamos restritos às representações do espaço nas mensagens da publicidade. Ademais, é importante registrar que as colocações aqui realizadas estão passíveis de críticas, revisões, aperfeiçoamentos e que a oportunidade deste texto nos dá espaço de discussão para um debate mais amplo. 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Editora: Editorial UPSA, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. COMUNICAÇÃO E GOVERNABILIDADE NA AMÉRICA LATINA, Pedro Gilberto Gomes e Valério Cruz Brittos. Comunicação e Governabilidade na América Latina é uma obra resultante das reflexões apresentadas pelos expositores nas conferências e nos painéis centrais do VIII Congresso Latino-Americano de Pesquisadores em Comunicação (ALAIC), realizado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em 2006, na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. São sete capítulos com temáticas essenciais para o entendimento da mídia na América Latina, discutindo elementos como ingovernabilidade, democracia, desigualdade e midiatização social. Editora: UNISINOS – RS – Brasil Publicaciones estudios Universidade de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo – PROLAM/USP Maria Cristina Cacciamali Professora Titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP e Presidente do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina – PROLAM/USP. Possui graduação em Economia pela Universidade de São Paulo (1970), mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo (1973) e doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo (1982). Pesquisador nível 1 CNPq. Obteve a livre-docência em 1988, depois de ter realizado Pós-Doutoramento na University of New Mexico e no Massachusetts Institute of Technology. Deteve a cadeira Simon Bolivar no Institut des Hautes Étude de L’ Amérique Latine, foi presidente da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (2001-2003) e foi assessora especializada da Organização Internacional do Trabalho para o Seguimento dos Direitos Fundamentais no Trabalho (2001-2008). Atualmente, é professora titular do Departamento de Economia e do Programa Interunidades em Integração da América Latina nos cursos de Graduação e Pós-Graduação. Coordenadora Científica do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Política Internacional - Estudos Internacionais e Políticas Comparadas, NESPI (desde 2004) e professora visitante do curso de pós-graduação em relações internacionais na América Latina da Universidad de la Republica do Uruguai (UDELAR). Publicou 57 artigos em revistas especializadas, 46 capítulos de livros, parecerista de 9 revistas nacionais e estrangeiras. Orientou 7 Doutorados, 20 Mestrados, 35 monografias de final de curso. Tem experiência na área de Economia do Trabalho e Economia Política Internacional, foco na América Latina, atuando principalmente nos seguintes temas: mercado de trabalho, política pública, informalidade, direitos fundamentais no trabalho - livre associação dos trabalhadores e reconhecimento à negociação coletiva, eliminação do trabalho infantil, erradicação do trabalho forçado e supressão da discriminação na ocupação ou emprego. 91 1. Apresentação O Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo – PROLAM/USP foi criado em 1988 durante a gestão do Reitor prof. Dr. José Goldenberg, sob a forma de um Programa Interunidades. A sua concepção envolvia o desenvolvimento de estudos sobre as diferentes dimensões dos processos de integração na América Latina, com o objetivo de cumprir duas metas: 3 a primeira, com caráter de agregação e formação de recursos humanos, visava tanto criar uma instância de reflexão acadêmico-científica (docência, pesquisa e extensão) quanto formar especialistas na temática latino-americana contemporânea, especialmente, sob a perspectiva da área de humanidades, na qual a USP apresentava lacuna frente às universidades de excelência do exterior. A construção de um espaço institucional com essa finalidade foi motivada pela aceleração do processo de mudanças estruturais no fim da década de 80, dos processos de mundialização e de integração regional, principalmente, dos países do Cone Sul; 92 3 a segunda, com caráter científico e metodológico, objetivava a construção de um processo multidisciplinar para apreender e compreender a realidade latino-americana em seus diferentes aspectos e campos de ação. A extensão para o Curso de Doutorado foi prevista em 1993, segundo a Resolução nº 4.014, artigos 12 e 14 da Comissão de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo, datada de 13 de agosto daquele ano, durante a coordenação do prof. Dr. Sedi Hirano. O projeto científico de extensão foi iniciado no final de 1996, durante a coordenação da Profa. Dra. Maria Cristina Cacciamali, quando a Comissão de Pós-Graduação do PROLAM/USP diagnosticou a consolidação do curso de mestrado, uma vez que o programa contava com quase 40 dissertações defendidas. 2. Missão Formação de alunos, produção e divulgação científica sobre temáticas da região latino-americana. estudios 3. Objetivos • Produzir conhecimento sobre diferentes processos de integração – político, econômico, social e cultural – da região latino-americana (Brasil, América Hispânica e Caribe); • Formar recursos humanos de excelência acadêmica sobre temas da integração; • Fortalecer laços políticos, sociais e culturais entre o Brasil e os demais países da região. O PROLAM/USP foi criado, e evolui no presente momento, em torno de três linhas de pesquisa, cada uma delas suportada por meio de um conjunto de projetos que absorvem todos os alunos dos cursos de mestrado e doutorado. 4. Linhas de Pesquisa O PROLAM/USP possui três linhas de pesquisa: Sociedade, Economia e Estado Projetos - Mundialização, Integração, Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas; - Políticas Públicas no Campo de Trabalho, Educação e Saúde; - Urbanização, Metropolização e Gestão Urbana na América Latina. Práticas Políticas e Relações Internacionais Projetos - Relações Internacionais; - Relações e Práticas Políticas na América Latina; - Relações Internacionais e as Políticas Sociais. Comunicação e Cultura Projetos - Comunicação na América Latina; - Produção Artística e Crítica Cultural na América Latina. 93 5. Situação Atual Atualmente a Comissão de Pós-Graduação do PROLAM/USP é formada por docentes de cada unidade que compõe o Programa: Faculdade Educação; Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Faculdade de Direito; Escola de Comunicações e Artes; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e Faculdade de Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto e um representante discente. Do total de 83 alunos matriculados, em 30 de abril de 2008, 42 são de mestrado e 41 de doutorado. No momento, o PROLAM/USP possui 12 bolsas distribuídas em seu corpo discente, sendo 10 bolsas CAPES e 2 bolsas FAPESP. Além disso, três doutorandos foram contemplados com o Auxílio Estágio do Programa de Mobilidade Internacional do Santander Banespa. O Corpo Docente é composto por professores originários da 94 Universidade de São Paulo, atuando simultaneamente na sua unidade de origem e no PROLAM/USP. Recentemente, houve o credenciamento de três docentes provenientes da Escola de Artes, Ciências e Humanidades do campus USP Leste, sendo que dois são egressos do Programa, além de um docente do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Professores do PROLAM/USP organizaram o Núcleo de Estudo e Pesquisa de Política Internacional - NESPI. O Núcleo absorve mestrandos e doutorandos do Programa, além de outros colaboradores, com a proposta de pesquisar e prestar serviços de extensão nos campos do Comércio e Integração nas Relações Internacionais, Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas Sociais, focados especialmente nos países da América Latina. O PROLAM/USP promove regularmente seminários, oficinas de trabalho e mesas-redondas, nacionais e internacionais, com o objetivo de complementar as atividades didáticas e de pesquisa. Essa atividade é oferecida para a comunidade científica em geral, contribuindo dessa maneira para o debate científico e a disseminação do conhecimento. estudios De um modo geral, tem-se promovido pelo menos um evento por mês. Ao lado dos grandes eventos com diversas mesas-redondas, palestra e trabalhos, há uma oferta regular de seminários apresentação de uma palestra seguida de debates, por professor convidado. Essa regularidade tem permitido ao corpo discente encontros sistemáticos que fornecem coesão ao Programa. O Programa procura, igualmente, constituir-se em um pólo facilitador de contatos e intercâmbios entre entidades pertinentes, brasileiras ou estrangeiras. A troca de informações e de materiais científicos, a presença de professores e conferencistas visitantes, de reconhecidos centros de excelência acadêmica, a arregimentação de alunos nos países da região, e o apoio ao trabalho de professores brasileiros comprometidos com a temática da integração latinoamericana no exterior, estão entre os mecanismos acionados para garantir a eficácia do Programa. Parte expressiva dos vínculos institucionais é construída diretamente pelos docentes e discentes do Programa, por meio do desenvolvimento de seu projeto de pesquisa, criando redes de contatos com pesquisadores, universidades, órgãos públicos e privados. Destaca-se que muitos dos projetos de pesquisa de longo prazo do Programa são desenvolvidos em conjunto com pesquisadores de outras universidades brasileiras e do exterior, gerando ambiente favorável à ampliação destes contatos. Além dessas relações institucionais, o intercâmbio com universidades e instituições brasileiras e estrangeiras se desenvolve também diretamente em função dos próprios projetos de pesquisa dos pós-graduandos. 6. Egressos Em abril de 2008, o PROLAM/USP acumula o total de 241 defesas, sendo 198 de Mestrado e 43 de Doutorado. 95 7. Publicações A partir de 2002, foi criado um veículo de divulgação dos trabalhos científicos sobre o tema da integração latino-americana por meio do periódico intitulado Cadernos PROLAM/USP/Brazilian Journal of Latin American Studies, com Conselho Editorial Internacional, indexado sob o número 1676-6288; e disseminação dos trabalhos acadêmico-científicos por meio de um campo específico na página web do programa e por outros meios digitais. Atualmente, a formatação da revista foi padronizada de acordo com os critérios Scientific Eletronic Library Online - Scielo, com o objetivo de inseri-la nesta biblioteca eletrônica que reúne periódicos científicos brasileiros. Atualmente conta com 11 números, tendo sido agraciada com suporte financeiro CNPq e CAPES. 8. Corpo Administrativo 96 Comissão de Pós-Graduação do PROLAM/USP Presidente: Profa. Dra. Maria Cristina Cacciamali Vice-Presidente: Profa. Dra. Cremilda Medina Prof. Dr. Afrânio Mendes Catani Profa. Dra. Amália Inés Geraiges de Lemos Prof. Dr. Márcio Bobik Braga Profa. Dra. Rebeca Scherer Prof. Dr. Umberto Celli Júnior Representantes Discentes: Donizetti Leônidas de Paiva e Pedro Silva Barros Secretaria Raquel Martins Carvalho William Almeida dos Santos www.usp.br/prolam [email protected] ReseÑas ■ Teoría de la comunicación: la comunicación, la vida y la sociedad, Manuel Martín Serrano, 338 p., 2007. Este libro abarca tres temas que están adquiriendo cada vez más importancia, a medida que se van ampliando las fronteras del conocimiento: los orígenes de la comunicación, la naturaleza de la comunicación y la comunicación humana. Las ciencias sociales y del comportamiento están concernidas por las contribuciones de estos saberes comunicativos. Pero también las ciencias naturales. “Teoría de la comunicación: la comunicación, la vida y la sociedad” desarrolla la teoría que se requiere para las aplicaciones actuales de los estudios de la comunicación; y hace comprensibles los resultados obtenidos por investigadores de muy diferentes especialidades. Proporciona un repertorio de contenidos, leyes y conclusiones que arman el conocimiento referido a la comunicación. Editora: McGraw-Hill, Madrid, España. ■ Estado e Comunicação, Murilo César Ramos, Nelia R. Del Bianco (Orgs.), 240 p., 2008. Estado e Comunicação reúne alguns dos principais textos e palestras proferidas no Colóquio Internacional e no Ciclo de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, eventos que integraram o XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado em 2006 na capital do Brasil. O mérito dessa coletânea está em trazer o debate do tema a partir do olhar de pesquisadores renomados de diferentes países: França, Espanha, Portugal e México, África do Sul e Brasil. A diversidade dos autores favoreceu a construção de um panorama atualizado da discussão sob aspectos cruciais como a construção de políticas públicas democráticas em tempos de liberalismo, a atuação de entidadades reguladoras, o funcionamento de sistemas comunicacionais dos poderes instituídos e dos processos de controle dos fluxos informativos e de difusão cultural. Editora: INTERCOM, SP, Brasil. ■ LA INVESTIGACIÓN PERIODÍSTICA EN LA ARGENTINA, Alfredo Alfonso, Martín Becerrra (compiladores), 196 p., 2007. El libro está basado en un seminario realizado en la Universidad Nacional de Quilmes (UNQ), que contó con la participación de profesionales destacados y también de profesores universitarios. La claridad conceptual de las exposiciones y la correspondiente repercusión que el seminario tuvo entre los asistentes se combinaron para disponer la publicación del material y compartir su contenido con la amplia comunidad de interesados en el campo del periodismo y la comunicación. Los nombres de Susana Viau, María Seoane, Daniel Santoro, Miguel Bonasso, Miriam Lewin o Eduardo Anguita resuenan junto al de otros periodistas de ayer y hoy que, en distintos lenguajes y en diferentes contextos históricos, asumieron una de las premisas básicas del periodismo que es la necesidad de insertar el acontecimiento en el cauce de hechos que lo explican y condicionan. Muchos de ellos son autores de trabajos señeros que permitieron enfocar mejor, y en muchos casos hasta iluminar, espacios de las prácticas sociales, políticas y económicas hasta ese momento ignoradas por el conjunto de la sociedad argentina. Editora: Universidad Nacional de Quilmes Editorial, Buenos Aires, Argentina. 97 ■ METODOLOGÍA DE LA INVESTIGACIÓN COMUNICACIONAL. UNA APROXIMACIÓN DESDE EL ESTUDIO DEL CONSUMO CULTURAL DE LA RADIO ENTRE MUJERES MIGRANTES DE LA CIUDAD DE EL ALTO, Carlos A. Camacho Azurduy, 265 p., 2007. Luego de diez años de ejercicio docente en educación superior universitaria de pre y postgrado en el área de metodología de investigación en Ciencias Sociales, el comunicólogo boliviano considera que es más que pertinente su publicación para coadyuvar en el desarrollo de una cultura profesional de investigación académica en Comunicación Social, que brinde autonomización y legitimidad al campo. Esta situación se hace particularmente evidente en nuestro contexto, ya que como sostuvo hace dos años atrás, la producción científica en las escuelas de Comunicación en Bolivia está en profunda crisis. Editora: Xtra Publi Editores, La Paz, Bolivia. ■ Periodismo digital en México, Delia Crovi, Florence Toussaint, Aurora Tovar, 222 p., 2006. Como desarrollo tecnológico Internet tiene dos dimensiones de análisis: es una innovación tecnológica que se ha ido construyendo socialmente y es también un nuevo medio de comunicación e información. Mediante el estudio de una muestra de periódicos, radiodifusoras y televisoras en sus versiones digitales, el libro “Periodismo digital en México”, escrito por Delia Crovi, Florence Toussaint y Aurora Tovar, tiene como propósito abarcar esas dos dimensiones. Pero en la red el tiempo es efímero. Las transformaciones han sido muchas y rápidas. En este contexto, los medios de comunicación no sólo fueron descubriendo las posibilidades de Internet, también se posicionaron como los protagonistas del cambio 98 en materia de difusión masiva de noticias periodísticas vía red. Al mismo tiempo, otros emisores comenzaron a emerger con nuevas propuestas, cambiando las formas de expresarse en ese nuevo medio. Editora: Universidad Nacional Autónoma de México y SITESA ediciones, México. ■ Televisão Comunitária: dimensão pública e participação cidadã na mídia local, Cicília Maria Krohling Peruzzo, 197 p., 2007. Este livro resgata experiências pioneiras de televisão comunitária no Brasil desde aquelas que se configuraram como TVs de Rua, exibidas em telões e em praças públicas, até os novos modos de fazer TV, os canais comunitários na TV a cabo. O objetivo geral é apresentar as modalidades de participação popular efetivadas nos canais comunitários no sistema cabo. São apresentados resultados de uma investigação baseada em pesquisa bibliográfica, documental e em entrevistas. A pesquisa tomou como amostra três canais comunitários do sistema cabo de televisão no Brasil. Teoricamente baliza-se pelos conceitos de participação que permitem captar a inserção das pessoas nos meios de comunicação popular e comunitária, tomando por base os níveis possíveis de envolvimento, de espectador ao tomar parte dos processos de produção, planejamento e gestão da comunicação. Editora: Mauad, Rio de Janeiro, Brasil. ReseÑas ■ Entre el saber y el poder: pensamiento comunicacional latinoamericano, José Marques de Melo, 386 p., 2007. Esta es una obra para el estudio del pensamiento comunicológico latinoamericano, cuya textura se hace perceptible bajo las luces rasantes de un saber exhaustivo, fruto de décadas de indagación y del examen situado da la acción penetrante del poder. Cuarenta años de saber se almacenan, pero no se limitan, en estas páginas. No se ha publicado libro semejante en Hispanoamérica. Visión holística y totalizadora, dotada a la vez de una extraordinaria sensibilidad para el registro de lo peculiar, del dato sorprendente, de la voz inédita, recupera y sistematiza como ninguna, muchísimo de lo que ha pensado sobre comunicación y sus correspondientes dilemas en la América hispano-lusitana. Editora: Comité Regional Norte de Cooperación con la UNESCO, México. ■ Matrizes, Revista do programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo, Ano 1, n.1, 248 p., 2007. Matrizes é um periódico destinado à publicação da produção científica cujo objeto de estudo é a comunicação lato sensu. Acolhe trabalhos teóricos, experiências de análise e formulações conceituais sobre processos comunicativos, meios, mediações e emergências das interações na sociedade contemporânea de informação generalizada. Trata-se de um periódico aberto às reflexões sobre as transformações históricas das mediações na cultura; sobre as produções de linguagens e suas interfaces; sobre as implicações sócio-políticas das atividades implementadas, bem como de suas conseqüências cognitivas. Para isso, preserva o horizonte inter e transdisciplinar dos aportes teóricos e metodológicos do pensamento comunicacional. Espera-se, por conseguinte, redimensionar conhecimentos e tradições históricas que contribuem para definir, mapear e explorar conceitualmente os eventos comunicativos, reavivando, os compromissos que são, igualmente, parte da história do PPGCOM-ECA-USP. No limite, evidencia-se a necessidade de criar espaço de construção de uma teoria crítica e conseqüente das práticas de estudo da comunicação. Editora: ECA/USP, SP, Brasil. ■ Entre miedos y goces. Comunicación, vida pública y ciudadanías, José Miguel Pereira G., Mirla Villadiego Prins (Editores académicos), 319 p., 2006. En este libro se publican las conferencias impartidas por profesores e investigadores en el marco de la décimaprimera Cátedra UNESCO de Comunicación Social, organizada por el Grupo de Investigación Comunicación, Medios y Cultura del Departamento de Comunicación de la Pontificia Universidad Javeriana. Editora: Pontificia Universidad Javeriana / Cátedra Unesco de Comunicación Social, Bogotá, Colombia. 99 entrevista LA INSTITUCIÓN DE LA DEMOCRACIA Entrevista a Rafael Roncagliolo Por Luis Peirano Falconí Doctor en Humanidades por la Pontificia Universidad Católica del Perú. Magister en Communication Arts por la Universidad de Wisconsin, Madison. Sociólogo, especialista en temas de comunicación y cultura, y director de teatro. Actualmente es profesor principal y Decano de la Facultad de Ciencias y Artes de la Comunicación de la PUCP. Es coordinador de las Maestría en Comunicaciones y Comunicación en Salud en la misma universidad. Miembro del Tribunal de Ética del Consejo de la Prensa Peruana y Presidente del mismo entre los años 2006 y 2007. Miembro de la Comisión Nacional de Cultura y de la Comisión Técnica Consultiva de la UNESCO. Investigador y promotor de publicaciones y producciones culturales. Ha sido presidente de Desco, Centro de Estudios y Promoción del Desarrollo, y además ha dirigido diversas producciones teatrales. Por Hugo Aguirre Castañeda Coordinador de la Especialidad de Comunicación para el Desarrollo de la Facultad de Ciencias y Artes de la Comunicación de la Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP). Magíster en Comunicación Pública por la Universidad de Puerto Rico. Actualmente participa del Diploma en Comunicación Corporativa, Universidad de Piura, Perú. 100 Coordinador Académico de la Maestría en Comunicación en Salud. Profesor asociado de pregrado y posgrado de la Facultad de CC.AA. de la Comunicación y de la Maestría en Comunicaciones de la PUCP. Docente de los Diplomados de Análisis y Resolución de Conflictos del CARC-PUCP y de Gestión de la Calidad del Instituto para la Calidad PUCP desde el año 2004. Ha sido docente de las Universidades de Lima y Mayor de San Marcos. Consultor para asuntos de comunicación en UNICEF, Asociación Multidisciplinaria de Docencia y Estudios en Población (AMIDEP), la Academia para el Desarrollo Educativo (AED), entre otros. Rafael Roncagliolo Orbegoso Sociólogo y periodista peruano autor de diversas publicaciones. Profesor de postgrado en las universidades de Lima, Católica y Nacional Mayor de San Marcos. Ha sido Consultor para el Instituto Interamericano de Derechos Humanos, UNESCO, el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), la Organización de Estado Americanos (OEA), el Banco Interamericano de Desarrollo (BID) entre otros organismos internacionales. Cuando se creó la Facultad de CCSS yo me pasé por una razón patriótica: pensaba que las ciencias sociales eran más útiles para hacer cosas por la transformación del país; esa era mi motivación. En qué momento aparece el tema de la comunicación en la trayecto ria profesional de Rafael Ronca gliolo Originalmente yo estudiaba Literatura y Psicología para empezar por el principio. Cuando se creó la Facultad de CCSS yo me pasé por una razón patriótica: pensaba que las ciencias sociales eran más útiles para hacer cosas por la transformación del país; esa era mi motivación. Terminé esos estudios de sociología con la especialidad de ciencias políticas en la primera promoción y empecé a trabajar en Desco con Eduardo Ballón, Carmen Lora, Gustavo Riofrío y con Leila Bartet los temas de educación y Rodrigo Montoya, Guillermo Molina y Luis Peirano. Hicimos algunas cosas críticas en materia de educación, un libro de crítica de los textos escolares, y otra cosa que se llamó “Detrás del mito de la educación peruana” con Guillermo Molina y Rodrigo Montoya. Cuando llegó Luis Peirano pasamos al tema de los medios de comunicación como un elemento tanto o más importante que la escuela por sus resultados educativos. Entonces publicamos un libro muy crítico de la publicidad que se llamó “La publicidad porque me gusta pues” allí es donde se da mi primer contacto con las comunicaciones. Pero por esos años, estamos hablando de la primera mitad de la década de los setenta, yo también empecé a hacer periodismo. Escribí artículos en la prensa escrita, tuve un programa de televisión, de manera que empieza una relación con las comunicaciones más profesional que académica, más de trabajar y hacer comunicaciones que de estudiarla. Es interesante, justamente es el momento histórico en el que hay una visión crítica de la comuni cación masiva... Bueno estamos hablando del momento en el que nace la investigación crítica en comunicaciones en América Latina, estamos hablando de cuando Pasquali publica su trabajo sobre cultura y comunicación de masas. Y luego él mismo se involucra también en el proyecto Ratelve que es un proyecto de transformación de la televisión venezolana bajo el primer gobierno de Carlos Andrés Pérez; estamos hablando de la época en que Armand Mattelart, que había ido a enseñar demografía en Chile (nosotros hemos estudiado demografía con el libro de Mattelart), raíz de los acontecimientos de la reforma de la Universidad Católica de Chile y de la huelga, de los estudiantes que ponen en el frontis de la universidad una letrero inmenso que dice: “Chileno, El Mercurio miente”, raíz de estos acontecimientos Mattelart hace un giro y se pone a trabajar comunicaciones y lo primero que produce es un cuaderno del Cerem (Centro de Estudios de la Realidad Nacional) sobre comunicación de masas y de allí Mattelart deja la demografía y se dedica a las comunicaciones. Viene la reforma agraria en Chile y publica más o menos en ese contexto con Ariel Dorfman el libro “Para leer el Pato Donald”. Todavía con Mabel Piccini y es también el tiempo en el que Eliseo Verón que suele ser olvidado injustamente, hace en Buenos Aires el primer seminario sobre Lenguaje y comunicación 101 No yo diría que es más bien el encuentro con la Escuela de Frankfurt. Es la recuperación de ella. Schmucler recupera a Benjamin y el gran tema de las industrias culturales. de masas y publica el libro que se llama así también, que yo creo que es el primer texto crítico sobre comunicaciones en América Latina. Estamos hablando también de la época en que Paulo Freire em pieza a hacer su alfabetización El ser un poco posteriores in volucra una revisión teórica de los antecedentes de la mass communi cation research.... Bueno ese es el punto de partida, si tu lees el artículo de Mattelart que es fundacional en ese sentido... ese es el punto de partida. concientizadora que luego se iba a 102 tuvo así y recuerdo que se crea la sección de Economía Política de la Comunicación que era la que sostenía ese punto de vista cuyos orígenes se remontan a la Escuela de Frankfurt. Pero si bien llegamos un poquito tarde a este inicio que como tu has señalado estaba ubicado más en aplicar no sólo a la educación sino Ese punto de partida en realidad Chile, en Argentina, en Venezu también a las comunicaciones es una conciliación con la Escuela ela, Brasil... no llegamos tarde al Y por último, estamos ha blando de la época en que Luis Ramiro Beltrán que acababa de regresar de estudiar, de convertirse en el primer lati noamericano en obtener un es pecialista en comunicaciones en Michigan, vino a América Latina a trabajar con el IDRC, centro canadiense. Y empieza a descubrir las limitaciones de lo que había aprendido en Michigan. Efectivamente este es el tiempo cuando nace la Escuela Crítica Latinoamericana. El trabaja entonces con Elizabeth Fox y publican un libro sobre el tema. Es también el año 72 cuando Mattelart y Schmucler crean la revista Comunicación y Cultura. Estamos hablando de esa época. Nosotros somos un poquito posteriores… (risas) de Frankfurt, con el postmarx primer debate político del tema a ismo, con el estructuralismo. nivel internacional. A eso si llega No yo diría que es más bien el encuentro con la Escuela de Frankfurt. Es la recuperación de ella. Schmucler recupera a Benjamin y el gran tema de las industrias culturales. Porque además todo esto se va a explorar inmediatamente en una esfera académica internacional que es primero la Asociación Mundial de Investigación en Comunicación de Masas y después los debates en Unesco. Yo me acuerdo que por esa época iba por primera vez a un congreso de estos en Varsovia y allí se crea esta estratégica institución que agrupaba a académicos de oriente y occidente... Es muy curioso porque la mayor parte de agrupaciones, con la llegada de la Guerra Fría, se dividieron. Pero acá se man- mos bien temprano. Es que antes del debate internacional hay una serie de experiencias latinoamericanas polémicas e interesantes. Cuando llega la televisión a Chile, el presidente conservador Alessandri, decide que la televisión debía estar en manos de las universidades. Ya estaba el proyecto Ratelve en Venezuela, estaba la polémica reforma de los medios en el Perú, en México se intentó legislar sobre el derecho a la información. El asunto del debate in ternacional tiene fecha ah, yo creo que empieza en 1973 cuando hay una conferencia de los No Alineados en Argel. Un poquito antes el Acuerdo de Cartagena había aprobado una resolución en la que se habla del entrevista La Comisión Mc Bride empieza a discutir los problemas de la comunicación en el mundo y paralelamente se empieza a discutir la moción de la representación soviética desequilibrio informativo y el 73 en Argentina se da la conferencia cumbre de Unesco a la que asisten por primera vez muchos países latinoamericanos, asiste Cuba, Perú se incorpora. Va Argentina. Allí, en esa reunión se hace el siguiente razonamiento. En los No Alineados hemos peleado por la independencia política, por la independencia económica y por eso se fundó el Grupo de los 77, Echevarría propone el Nuevo Orden Económica Internacional ¿Echevarría el presidente de México? Claro lo hace primero en Naciones Unidas. Estamos hablando del momento en el que ocurre lo de Argel. Entonces se concluye que hay un problema de colonialismo informativo. Entonces se hace una resolución donde se afirma que hay colonialismo económico y colonialismo informativo. Y allí empieza un movimiento de los Países No Alineados sobre este tema del colonialismo informativo. Lo que lleva a la UNESCO en el 76 a crear la Comisión McBride donde ya nosotros estamos metidos. La gracia de la Comisión McBride es que es un encuentro entre políticos y académicos. Como todas estas comisiones, la anterior había sido la Comisión Ford, después hubo la Comisión de Pérez de Cuellar sobre Cultura, eran comisiones de notables. Entonces estaba, por ejemplo, en la Comisión McBride, el director fundador de Le Monde, estaba el director de la agencia Novosti, el director del New York Times y de América estaban Gabriel García Márquez y Juan Somavía. La Comisión Mc Bride empieza a discutir los problemas de la comunicación en el mundo y paralelamente se empieza a discutir la moción de la representación soviética que no tiene mucho que ver con esta discusión pero que oscurece el panorama porque hace que la prensa internacional trate este tema como un tema de comunismo cuando no era así. Yo estuve en Moscú tratando de explicar a los soviéticos lo que era esta cuestión del colonialismo informativo porque ellos estaban en contra de que se empiecen las paralizaciones. Ellos estaban en contra, no entendían lo que estaba sucediendo. Entonces este debate es muy importante porque además en la comisión McBride cada uno debía tener un asesor técnico, allí había un grupo muy interesante. Por ejemplo, el representante holandés tenía a Jack Pronk que fue varias veces Ministro de Desarrollo y su asesor era Cees Hamelink; el yugoslavo era el profesor Osornik y su asesora era Vera Pavlic; yo era asesor de García Márquez, Reyes Matta era asesor de Juan Somavía entre otros. Entonces hacíamos una especie de cocina de académicos que llevábamos las cosas a eso ¿no? Pero volviendo a la pregunta inicial, yo en realidad me dedico a escribir sobre comunicaciones cuando salgo al exilio en el año 76. Porque hasta entonces había sido un sociólogo más dedicado al periodismo, y cuando salgo al exilio trabajo en el último turno de la noche del diario El Universal que fue un trabajo que me dio el Sindicato de Periodistas de México y que era de las 10:00 p.m. a las 6:00 a.m. Al día siguiente que comencé a trabajar, me llama Juan Somavía y me dice: yo estoy viajando a Europa pero me gustaría contratarte a partir de octubre, digamos dos meses después. Entonces fui director de la división de comunicaciones del Ilet y entonces empecé allí en el ILET 103 Yo creo que algunas ideas básicas del NOMIC siguen vigentes, e incluso con mayor urgencia, pero que el marco de este debate es radicalmente distinto. (Instituto Latinoamericano de Estudios Transnacionales) a escribir las primeras cosas sobre la reforma de la prensa en el Perú, y ya después empecé a trabajar el tema de publicidad con Noreene Janus, el tema de los No Alineados con Gregorio Selser, el tema de la Iglesia con Reyes Matta, y allí empecé a dedicarme a esto de las comunicaciones. Y entonces ya estaba incorporado este marco teórico relacionado con la economía política de la comuni cación... diríamos que los latino americanos de frente empezamos con esa perspectiva política. Hay 104 antecedentes de cosas escritas antes. La publicación de textos en esa perspectiva arranca en esa época me parece. Una vez, en el curso de postgrado que dicto, hice una recopilación de los textos publicados sobre comunicaciones en el Perú antes, claro que tenía una perspectiva más funcionalista, eso es en los años 60. Con los 70 arranca esta perspectiva de la economía política de las comunicaciones. la que parece ideal retomar todo lo que tiene que ver con la teoría de los efectos... ¿Eso ya murió o vale aún? ¿Vale la pena reavivarlo? Yo creo que está reavivado por una razón muy simple, yo diría que en los últimos 28 años en América latina se estableció la tercera oleada democrática y que ha sido la más larga ¿no? Incluso hoy día la preocupación desde la democracia es ¿cómo puede conciliarse la democracia con la manera en que funcionan los medios de comunicación? Entonces hay una muy legítima preocupación sobre los efectos de los medios de comunicación. Nadie va a volver a la teoría de la aguja hipodérmica ni nada de eso, pero el problema de los efectos está hoy día presente y más que nunca porque el desarrollo de la vida democrática se ha mediatizado a tal punto que el problema de las comunicaciones puede ser central. Yo diría que el problema número uno para la democracia son las comunicaciones. En ese sentido, el gran debate del NOMIC en el que ustedes eran Nuestra conversación se ha movido de alguna manera protagonistas de manera interesante y nos ll podría decirse que está vigente. evaría a comparar lo ocurrido en la ¿Cuáles son los elementos de ese época del NOMIC con la época ac debate que tienen influencia hoy tual. Hoy estamos en una época en en día? Yo creo que algunas ideas básicas del NOMIC siguen vigentes, e incluso con mayor urgencia, pero que el marco de este debate es radicalmente distinto. Cuando la comisión hizo su informe cada uno de los miembros tenía derecho a poner sus notas propias, como un apéndice. En lo que redactaron los latinoamericanos García Márquez y Somavía (yo también participé en la redacción y eso está publicado en el informe) hay cuatro párrafos que dicen: “para nosotros el problema es democratizar las comunicaciones”. Democratizar las sociedades. Ese el tema... Sigue siendo el mismo... Ese tema es el de mayor urgencia que antes. Pero hay algunos errores que se cometieron ¿Qué cosa que valió en ese momento que no vale ya? Bueno en primer lugar ese debate estaba demasiado centrado en la información. Yo diría hoy que mucho más importante que la información es el entretenimiento, digamos los aspectos educativos del entretenimiento, también el poder de la publicidad, cosas que en ese momento eran menos transparentes. El entrevista Para nosotros el modelo era el de la televisión europea. A partir del 82 con Mitterand se termina el monopolio público europeo para darle espacio a las radios piratas... debate estaba centrado en las agencias de información. Recuerdo que nosotros hicimos un libro que se llamaba “Las agencias de noticias frente a los No Alineados” desmenuzando cómo éstas desfiguraban la “realidad”. Hoy en día las agencias son un tema importante pero no tanto o mucho menos frente a la concentración de la propiedad de los medios... ¿Qué otra cosa no vale? Muchas otras. Otra cosa es que en ese momento había dos modelos de televisión en el mundo. El modelo americano de televisión privada financiada por la publicidad y el modelo europeo de televisión pública sin publicidad, financiada con impuestos o como la televisión italiana, por bloques de publicidad que tienen que ser muy creativos para que funcione. El europeo en general era entonces el modelo predominante en el mundo. Ese es un debate que se remonta a la aparición de la radio en los años veinte cuando los europeos crean la BBC, y los americanos, después de un enorme debate -hay que decirloescogen la televisión privada comercial. Pero eso fue un debate largo en el congreso de los Esta- dos Unidos, no era tan simple. Entonces en ese momento, todavía existía ese otro modelo que hoy día ya no existe. Por eso el debate era distinto. Hoy día todo el mundo acepta lo comercial, que hay un lugar para el espacio privado en los medios de comunicación. En ese momento, eso era una tesis existente en 32 países del mundo de los cuales 16 eran del hemisferio americano (se refiere a la TV privada). Para nosotros el modelo era el de la televisión europea. A partir del 82 con Mitterand se termina el monopolio público europeo para darle espacio a las radios piratas... Claro eso era al principio, para legalizar a las radios piratas, que además cumplían cierta función importante... Claro eso fue al principio y las radios piratas eran las radios rebeldes, fueron estas las que pelearon por eso. Pero hoy día el panorama es totalmente distinto. A nadie se le va a ocurrir plantear el monopolio de la televisión estatal. Luego en ese momento todavía predominaba la idea de que el Estado podía compensar el efecto del mercado libérrimo. Hoy en día las experiencias del Estado en las comunicaciones son tan malas que a nadie se le ocurre pensar vías que impliquen al Estado en esto. Y el problema sigue vigente pues es más agudo que antes, porque antes por ejemplo, se prestaba atención a la prensa escrita porque todavía la televisión no era tan poderosa como lo es hoy. Hoy en día la prensa escrita pasa a ser el espacio ilustrado ¿no? Por ejemplo ahora El Comercio, La República, Perú.21 insisten en quiénes son sus colaboradores, los que escriben opinión, ya que eso ha pasado a ser muy importante ahora. Antes lo más importante antes era el aspecto noticioso. En la actualidad es la radio quien se ocupa principalmente del aspecto noticioso, luego está la televisión, entonces los problemas no están en la prensa escrita que resulta mucho más democrática y plural. Los problemas están principalmente en la televisión. Ahora, ese cambio tiene también que ver con cambios ideológicos y políticos. Ya no es posible aislar el tema comunicacional de los vecto res sociales, económicos. El escenario actual es uno muy alejado de la comprensión de la gente común o corriente. Ya no se entiende nada y se ha perdido un poco la idea de emisor. Ya no se 105 Antes, estos intelectuales estaban más preocupados por la escuela, por la prensa escrita, es curioso pero los sociólogos estaban hablando de estas cosas cuando ya la televisión era la dominante. sabe quién le habla a las audiencias, esa forma de ser de la comunicación masiva actual difiere mucho de la de hace unos treinta años... Si. Yo creo que Sartori, que escribió un best seller muy polémico, Pero que a ti te gusta y citas mucho. 106 Si a mi me gusta, porque Sartori es en realidad un especialista en ciencia política y en el sistema de partidos y de repente se mete en las comunicaciones y escribe este libro que me parece también controvertido, pero interesante, que llame la atención sobre el tema con Homo Videns. Claro, es una preocupación que no es exclusiva de Sartori. Ya Karl Popper se había manifestado antes y había escrito unas cosas terribles sobre el poder de la televisión, en fin, hay una lista de gente que está preocupada por el problema. Antes, estos intelectuales estaban más preocupados por la escuela, por la prensa escrita, es curioso pero los sociólogos estaban hablando de estas cosas cuando ya la televisión era la dominante. Ahora empiezan tardíamente a volver sobre la televisión. Incluso había desprecio por la televisión. Yo recuerdo que me dijeron que la televisión no era para discutir cuestiones serias. Después vinieron los pro gramas televisivos de Luis Alberto Sánchez, de Mario Vargas Llosa y la percepción cambió un poco. Lo que quiero decir es que las cosas se mediatizaron en tal forma como parte de un proceso largo que no es un proceso de manipulación y que tampoco es uno técnico exclusivamente. Se ha dado una verdadera revolución cultural como lo fue en su momento la aparición del lenguaje en el ser humano, la aparición de la escritura a la cual dicho sea de paso Platón y los sabios egipcios se oponían, como fue la aparición de la imprenta y es ahora esta cosa de la cultura audiovisual y digital que es una profunda transformación cultural que afecta a todos, también a la política que era básicamente una política hecha en base a relaciones cara a cara. Y hoy en día es una política hecha en base a la relación mediática. Esto es muy interesante porque el Perú, por ejemplo, hasta antes del Golpe Militar del 1968, lo más importante de la política era el mitin, también la célula partidaria del partido de izquierda. Las siguientes elecciones del 78 y 80, ya son distintas, la televisión pasó a ser el escenario. Entonces ahora cada vez hay menos mítines. Los locales partidarios son locales casi abandonados, las célula es algo que ya no existe, el sentido de la pertenencia al partido ya no se mide como militancia sino como cosecha de votos. Y eso responde a un proceso de transformación cultural que hace preguntarse qué queda de la democracia en esto. O mejor ¿cómo recuperar los ideales democráticos en un paisaje radicalmente distinto? Hay un gran consenso de que el aporte latinoamericano al pensa miento sobre la comunicación mundial ha sido muy importante. Creo que eso es incuestionable. ¿Cómo resumirías ese aporte y cuál es el estado actual? Del estado actual te puedo decir poco porque yo soy una especie de tránsfuga de las comunicaciones, porque he regresado a la democracia que era mi primera preocupación, mi preocupación inicial o de partida. No estoy muy al tanto, hace muchos años que no voy a los congresos internacionales. Pero yo creo que si se reconoció un aporte, por varias cosas, primero porque estos académicos en cierta forma entrevista Yo creo que por esta razón los latinoamericanos pasaron a ser un punto importante de referencia porque la producción latinoamericana se reveló como muy notable. eran sujetos de cierta envidia por los demás. Eran académicos políticos. Freire era un exiliado, Mattelart era un exiliado, Verón en cierta forma era un exiliado. Pasquali se había metido a hacer un proyecto de televisión en Venezuela, Freire se propuso hacer un proyecto educativo aceptado por el gobierno brasileño de la época. Entonces es gente que está también en la acción. Yo creo que no era el caso de académicos que sólo vivían en la universidad y punto. Estos académicos latinoameri canos además eran políticos, tenían posiciones políticas, no eran académicos neutrales. Y habían participado de procesos de cambio y a partir de ello había una reflexión muy crítica pero muy ahondada en la realidad. Yo creo que por esta razón los latinoamericanos pasaron a ser un punto importante de referencia porque la producción latinoamericana se reveló como muy notable. Pero además yo sí creo que hubo una profunda transformación entre la primera y a segunda generación de pensadores latinoamericanos, ojo no en edad, porque las edades pueden ser las mismas. Hay una segunda generación en términos de las fechas de producción donde están Jesús Martín Barbero, Néstor García Canclini, Oscar Landi (desgraciadamente fallecido) y muchos más que hacen el gran aporte –para usar el título de Martín Barbero- de pasar “de los medios a las mediaciones”. Esto sí es una transformación muy profunda y rica y como detrás de esto hay una riqueza de pensamiento muy grande, esta generación refuerza el interés por el aporte latinoamericano. Es muy interesante notar que en las dos generaciones hay filósofos: Pasquali y Freire eran filósofos y Martín Barbero y García Canclini también tienen formación filosófica, eso les da alguna profundidad de pensamiento. A mi me parece que el aporte teórico de estos autores segundos es tanto o más que el de los primeros porque además tuvieron una repercusión internacional extraordinaria. Después se genera una gran influ encia sobre la formación de comu nicadores en el mundo académico. Cuando mira en perspectiva a los teóricos latinoamericanos se en cuentra originalidad a la vez que repetición... Yo creo que se ha malentendido la historia de las comunica- ciones como supuesta disciplina, Héctor Schmuder relata esto con mucha gracia en un libro medio de memorias que él tiene. “Memoria de Comunicaciones” ¿no? Si, que es el encuentro entre los de la escuela de Frankfurt y los empiricistas en Nueva York cuando los de Frankfurt salen exiliados. Entonces, lo que cuenta Schmucler, es que llegan Adorno y el gran publicista Paul Lazarsfeld, también exiliado, y le ofrece un trabajo en la radio de la universidad de Columbia y creo que ese es el gran lío, que para ellos el trabajo en comunicaciones era muy vinculado al análisis empírico de cosas concretas. Esta investigación nace vin culada a la radio, los efectos de la radio, en la guerra y en la publicidad. Todo eso nace junto. La mass comunication research nace en frente de eso. Para el señor Adorno, como para Horkheimer, era un problema del papel de las comunicaciones en el mantenimiento del Status Quo y la autorización del potencial revolucionario. Entonces, son dos visiones totalmente distintas. Una es la del filósofo, la otra es la investigador empírico en el 107 Hay un mercado laboral para el uso dela comunicación en el desarrollo. 108 sentido más llano. Creo que eso ha atravesado toda la historia de los estudios en comunicación. En el comienzo hay, como bien decía Lucho, una relación entre la visión crítica y la posibilidad de hacer aplicaciones concretas y ahí creo que nace la comunicación para el desarrollo. Yo no sé si se puede marcar cuál es el punto de partida de esto, pero de alguna manera diría que la enseñanza de las comunicaciones en América Latina tenía muy presente la idea de la comunicación utilizable para el desarrollo por el mismo hecho de su origen crítico, porque estos investigadores a su vez estaban vinculados a la enseñanza. Hay tres cosas que nacen juntas en América Latina el mismo año: la Felafacs, la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunica ción y la FELAP (Federación Latinoamericana de Periodismo). Las tres nacen el mismo año, y esto creo no es casualidad, hay personas que estaban en las tres. Entonces, la enseñanza es muy vinculada a lo que está pasando en este campo de la producción intelectual. Una de las cosas que me ha parecido bien interesante en la Facultad de la PUCP, es que cuando se creó esta especialidad yo pensé que iba a ir muy poca gente y en realidad va muchísima gente por que hay un mercado laboral. Hay un mercado laboral para el uso de la comunicación en el desarrollo. fría que empezaba ya podero samente. Entonces, las comuni caciones se concentran allí en la publicidad, en la persuasión, en la propaganda, en la difusión de las innovaciones, de donde surge Everett Rogers. Es fascinante que rescates esa línea que puede ser muy pálida al principio pero que es donde está el origen de todo Esta preocupación es, como tu esto. has dicho muy bien, primigenia, En las elecciones americanas del 36, aparecen varias cosas juntas: Primero las campaña por radio. Primera vez que un presidente de los Estados Unidos da un mensaje por radio el día de navidad. Segundo la publicidad política, campañas contratadas, publicidad contratada y encuestas de opinión. Ahí aparece Galtung por que su suegro era candidato a no se qué y le dicen: mira estas encuestas, vamos a hacer una encuesta en serio. Todo es una secuencia. Surgen Merton, Lazarsfeld, Bererson, gente que desarrolla técnicas de análisis empírico. es primigenia porque cuando Lazarsfeld llega, él era un tipo que le interesaba la filosofía, que le interesaba la música como a Adorno, como a Horkheimer, eran humanistas. Lo que pasa es que los Estados Unidos se integran muy rápidamente mediante su asociación con Robert K. Mer ton. Obviamente, lo empiezan apre-sionar en términos de una instrumentalización de sus planteamientos y sus hallazgos. Por un lado, el lado de la telefonía que los intelectuales miraban con desprecio. Así como tú has dicho que miraban con desprecio a la televisión, miraban con des-precio al teléfono. El teléfono es impor Schramm que se convierte en la tantísimo ¿no es cierto? estrella del tema y Everett Rogers Ahora todo circula a través del teléfono que ha sido activo hasta hace muy ¿Qué opina sobre la comunicación para el desarrollo? fría, las aplicaciones a la guerra pocos años. A pesar de toda la crítica latinoamericana sus teorías Y finalmente la guerra, la guerra son utilizadas mucho en lo que a entrevista Yo siempre digo: los medios no son omnipotentes, pero tampoco son impotentes, lo que son es prepotentes. comunicación para el desarrollo se veces un trabajo pionero, que tú refiere... ¿Tú crees que los aportes has buscado y que no sabes donde de la mass comunication research está, y que deberías buscar por tienen algún nivel de vigencia? que debe estar en algún sitio. Es Si sobre la necesidad de los nuevos marcos conceptuales para en Acabas de decir que ya nadie cree tender la comunicación hoy. en la teoría de la aguja hipodérmi Bueno, ese trabajo es una ponencia que yo presente en un seminario en Ámsterdam. Si no me equivoco, a fines del 76. Estaba yo recién llegado a México. Y se llama así, creo, “Comunicaciones y necesidad de un nuevo marco conceptual” y yo lo encuentro citado, pero la verdad es que no se dónde está, tengo que buscarlo. ca, ya nadie cree en una relación de causa y efecto directa, ¿enton ces en qué consiste su vigencia? En primer lugar, porque siempre que hay efectos. Yo siempre digo: los medios no son omnipotentes, pero tampoco son impotentes, lo que son es prepotentes. Y además yo creo que la ciencia tiene un elemento de análisis empírico necesariamente. No puede ser pura especulación. En qué consiste esta necesidad frente al avance empírico y la fundamentación empírica que Tu nunca has evadido esa dimen es muy importante, es también sión empírica en tus trabajos e importante estos nuevos marcos incluso tu formación en sociología, conceptuales. ¿Por qué? ¿Cómo lo en estadística, por ejemplo, la has planteas? valorado siempre y de hecho tu Bueno, ya ese trabajo es obsoleto. Pero la idea era esa, que habían tales transformaciones en los fenómenos de la comunicación que no se podían seguir mirando con los esquemas de análisis anteriores que, por ejemplo, como hemos estado hablando, pensaban que la educación era más importante que la comunicación, ponían el presencia a ese nivel en el campo académico de las comunicaciones es muy valorado, por ejemplo, por los alumnos de nuestra Maestría. Pero al mismo tiempo has sido muy enfático desde hace muchos años en la necesidad de tener nuevos marcos conceptuales para entender la comunicación. Yo me acuerdo que te he pedido muchas énfasis sobre la prensa escrita, ponían el acceso a la información cuando en realidad lo más im_portante de la comunicación es su efecto educativo, el nivel de la connotación más que el de la denotación, cosa que ahora los post-modernistas han recuperado rotundamente. Entonces, era la necesidad de atender a una nueva realidad y hay toda una biografía de esa época. Por ejemplo, me acuerdo de un libro de un francés Bernard Catelard sobre la publicidad que decía: la publicidad es la palabra dominante de nuestra época. Primero era la palabra religiosa, en el siglo de las luces la palabra científica; Ahora todo se modela según la publicidad. Hasta los programas de educación como Sesame Street. Ahora, yo creo que lo más importante es la teoría. En esto quiero ser bien claro y parte del problema del empiricismo es que pretende reemplazar la teoría con la mera evidencia empírica. Hay un famoso libro de Blaylock que se llama “Theory Construction” donde dice que la teoría se construye a través de la demostración de correlaciones que se mantienen a control de cualquier tercer factor posible, eso me parece bien. 109 Yo creo que como parte de la formación hay que propiciar la reconciliación del educando con el razonamiento matemático que es una de las formas de pensar indispensables. Sin quitarle méritos a Blalock por lo que hace. 110 Al mismo tiempo, yo creo que hay que hacer investigación empírica y la investigación empírica requiere técnica. Hay que conocer las técnicas de la investigación cuantitativa que son técnicas estadísticas desa rrolladas por la mass comu nication research a partir de la explicación de la estadística de las comunicaciones de las ciencias sociales que empieza con ello a comienzos del siglo XX. En realidad la riqueza de la producción de técnicas estadísticas de análisis viene de la mass comunication research y yo creo que forma parte indispensable de la formación hoy día en comunicaciones. Primero, porque permite analizar y segundo porque entre los estudiantes de comunicaciones como entre los estudiantes que vienen de humanidades, en general, también hay una terrible deformación que viene de la escuela que es la inhibición frente al razonamiento matemático. Yo creo que como parte de la formación hay que propiciar la reconciliación del educando con el razonamiento matemático que es una de las formas de pensar indispensables. Entonces, la estadística es una buena manera de producir eso. Es muy importante la enseñanza de la estadística y por eso empecé a enseñar estadística en el año 76. En ese momento yo estaba en Ciencias Sociales era accidentalmente jefe del departamento de ciencias sociales por que había renunciado el anterior jefe y había sido elegido por medio de votación. En ese año, como yo estaba muy metido en el periodismo, dije: quiero enseñar algo que me distraiga. Cualquier cosa en teoría me va a traer a discusiones políticas, entonces yo dictaba el curso de Estadística. Lo dictaba los sábados de ocho a diez de la mañana. Yo vivía en Chaclacayo * Venía los sábados por que tenía un efecto relajante, para mi era como un entretenimiento. iento ni da garantía de seriedad, pero es parte del conocimiento de la realidad. Todo esto nació con unos alemanes que querían comparar las fuerzas entre los estados, la producción, las exportaciones, la población, la riqueza natural para eso usaban los números ¿no? Pensar que los números empobrecen la realidad me parece una estupidez. ¿Existe una disciplina que se llama comunicación? Tengo mis dudas. ¿Existe una disciplina que se llama sociología? También tengo mis dudas. ¿Cómo ves tú el asunto de en tender desde las ciencias sociales, en el sentido más lato, la prob lemática de la comunicación? ¿Qué piensas tú en función de tu experiencia que debe tener un alumno en su caudal, en su bagaje Una percepción entre los estu intelectual académico y prag diantes es que el proceso de mático para tratar el tema de la matematización del conocimiento comunicación? va a quitarle relación con la reali Yo no sé si la comunicación es una disciplina en sí misma en el sentido de tener un método propio, exclusivo o una teoría exclusiva, propia. Ciertamente es un objeto muy importante y un campo profesional muy importante. Las razones claras dad. ¿Que opinas de eso? Que es una estupidez. Los números son parte de la realidad. Hay cosas que yo las miro con números, no todo, ni tampoco el hecho de que estén en libros reemplaza el pensam- entrevista Si yo voy a hacer, por ejemplo, comunicación para el desarrollo tengo que tener una idea del país, no es lo mismo comunicación para el desarrollo en Alaska que en Perú. justifican olvidarse de la otra discusión. Como universidad tienes que formar profesionales, obviamente, no solamente intelectuales ni principalmente intelectuales. Yo si creo que hay un objeto en la comunicación y un campo profesional que son las comunicaciones. Perú. Me podría quedar con los dos pilares: los conocimientos instrumentales, que los menciono primero por que nosotros tenemos que poner énfasis en nuestro mundo que es probablemente la formación. Yo creo que la formación es clave. ¿No está faltando un elemento ¿Qué debe tener un alumno como que tenga que ver específica bagaje? ¿Qué debe estudiar? mente con la cultura? ¿Qué debe conocer? La formación se refiere también a la cultura, a la ética también, al arte también. Yo creo que una formación en comunicaciones tiene que tener un conjunto de conocimientos instrumentales. Si yo voy a hacer televisión, tengo que saber cómo se maneja la cámara, si yo voy a hacer prensa escrita, tengo que saber ortografía. Este núcleo de conocimientos instrumentales es lo que garantiza el aspecto profesional. Pero al lado de eso creo que debe haber un conjunto de elementos intelectuales. En-tonces, ahí hay que estudiar teoría de las comunicaciones, método de investigación y la relación entre las comunicaciones y su contexto comunicacional. Si yo voy a hacer, por ejemplo, comunicación para el desarrollo tengo que tener una idea del país, no es lo mismo comunicación para el desarrollo en Alaska que en Formar comunicadores para el de sarrollo implica reconocer que el desarrollo es posible. ¿Es posible? No estoy seguro. El desarrollo es posible bajo ciertas condiciones. Por ejemplos, yo creo que las condiciones principales para el desarrollo no son las destrezas técnicas para manejar programas concretos. Las condiciones prin-cipales tienen que ver con la política económica del Estado. El desarrollo es posible cuando hay un Estado decidido a impulsar el desarrollo lo que es fácil decirlo pero es mucho más complicado. rollo en un país donde la presión tributaria es 13%? Entonces, el Estado no tiene capacidad de hacer programas de desarrollo. En Chile la presión tributaria es 30%. Igual que Estados Unidos que es de 30%. Entonces hay recursos para hacer programas de desarrollo. Nosotros no te-nemos recursos para hacer programas de desarrollo. Por eso te digo, tu me preguntas si el desarrollo es posible, bueno, bajo ciertas condiciones. Tú estás formando profesionales que tienen el manejo del programa de desarrollo pero el hecho que existan los profesionales no es una garantía para el desarrollo. Las condiciones básicas tienen que ver con la política de Estado. Supuesto lo cual es muy impor tante formar profesionales que sean capaces de desarrollar pro gramas de desarrollo concretos. Escuchamos hace no mucho de Ignacio Ramonet, una descripción del escenario contemporáneo como uno en el que hay un equi librio y una relación muy afiatada entre poderes económicos, políti cos y mediáticos distanciados in clusive, independizados del poder La política es un aspecto funda de la ciudadanía. Hoy como nunca mental. antes la ciudadanía está total ¿Como vamos a hacer desar- mente ale_jada de lo que ocurre 111 Yo creo que el punto de vista de Ramonet es muy importante por su capacidad crítica y por hacerlo como director de le Monde Diplomatique. en ese otro ámbito y planteaba la necesidad de fortalecer el poder de la ciudadanía. 112 Yo creo que el punto de vista de Ramonet es muy importante por su capacidad crítica y por hacerlo como director de le Monde Diplomatique. Yo diría que el desafío que tenemos es más o menos el siguiente: la democracia contemporánea nace sobre la idea del ciudadano. La democracia es un sistema en el cual los políticos ofrecen propuestas a los ciudadanos para que los ciudadanos elijan la forma de gobierno. Se basa en el supuesto de que el elector es un ciudadano. La gran revolución democrática es la conversión de los súbditos a ciudadanos. Lo que ha pasado o lo que está pasado en estos años es que estamos convirtiendo a los ciudadanos en consumidores. La diferencia entre el ciudadano y el consumidor es que al ciudadano hay que convencerlo, al consumidor hay que seducirlo. Y entonces cuando el trabajo político ya no consiste en convencerlo, en base a una propuesta, sino en seducir en base a un técnica de marketing la pregunta es ¿todavía hay democracia ahí? Esa es la pregunta y es un lado comunicacional. La pregunta es: La democracia es un escenario para los ciudadanos, ¿existe una democracia en un escenario donde los ciudadanos se han convertido en consumidores? Por otro lado, estamos hablando con la fuerza de las imágenes casi metafórica. Por que también no es que exista el ciudadano puro que no tenga nada de consumidor o el consumidor puro que no tenga nada de ciudadano. Parte del aporte de García Canclini en esta inclusión entre ciudadanos y consumidores especialmente reivindicar el papel de consumo en la definición de las relaciones sociales. Estamos simplificando, por así decirlo, pero es una manera de expresar lo que es para mí el problema central en principio de la relación entre comunicación y democracia. Antes hablaba yo con más énfasis en la comunicación, aho ra hablo con más énfasis en la institución de la democracia. LA FORMA DE LAS NOTICIAS: DE LA DILIGENCIA AL TELÉGRAFO Paulina Brunetti 114 CULTURA E IDEOLOGIA NA ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADOS AOS PRODUTOS TELEVISIVOS LA INVESTIGACIÓN EMPÍRICA DE AUDIENCIAS TELEVISIVAS EN AMERICA LATINA DE 1992 A 2007 José Carlos Lozano Lorena Frankenberg Carlos del Valle Rojas 138 Rádio e sociedade brasileira no cinema: de 1940 a 2000 Doris Fagundes Haussen 150 COMUNICACIONES CIENTÍFICAS Marcia Perencin Tondato 124 LA FORMA DE LAS NOTICIAS: DE LA DILIGENCIA AL TELÉGRAFO Paulina Brunetti Profesora Titular de la cátedra de Lingüística de la Escuela de Ciencias de la Información (Univ.Nacional de Córdoba). Investiga sobre historia de la prensa cordobesa. En el año 2005, obtuvo el primer premio en el concurso de Investigación en Periódicos Argentinos “Prof. Jorge B. Rivera”, otorgado por la Biblioteca Nacional de la República. Ha publicado el libro Relatos de prensa: la crónica policial en los diarios cordobeses de comienzos del siglo XX (1900-1914) y “Sensacionalismo y renovación en la prensa gráfica cordobesa” en Ensayos sobre la prensa, editado por la Biblioteca Nacional de la República. E-mail: [email protected] 114 resumen Este artículo procura rescatar las formas convencionales que las prácticas periodísticas dieron a las noticias de lugares lejanos (otras ciudades, otros países) en la prensa cordobesa (República Argentina) desde la época en que la regularización de los transportes permitió que las diligencias recorrieran regularmente los espacios nacionales (1852) hasta el advenimiento del telégrafo (1871). Éste fue imponiendo otra forma de comunicar pero, a pesar de su importancia, no dejó de convivir con antiguas estructuras. El recorrido llega hasta el año 1925 y muestra un proceso de mutaciones que parece encontrar muy lentamente las mejores formas para alcanzar al público lector. Palabras clave: Diligencia; Telégrafo; Noticias; Formas. ABSTRACT This article traces the evolution of conventional practices adopted by the printed press in the province of Cordoba, Argentina, in the coverage of foreign material (news from other provinces and countries). The analysis concentrates on the period from 1852 – the year of the introduction of regular stagecoach transport across the country – to 1925. During this period, the advent of the telegraph, in 1871, gave rise to a different type of communication, which continued to co-exist with the traditional press. The intention is to show the process of changes operated to best reach and involve the public. Keywords: Stagecoach; Telegraph; News; Forms. resumO Este artigo procura resgatar as formas convencionais que as práticas jornalísticas deram às noticias de lugares afastados (outras cidades, outros países) na imprensa de Córdoba (República Argentina) desde a época em que a regularização dos transportes permitiu que as diligências percorressem com regularidade os espaços nacionais (1852) até o advento do telégrafo (1871). Foi-se, desse modo, impondo outra forma de comunicar, que, apesar de sua importância, não deixou de conviver com antigas estruturas. Este artigo analisa até o ano 1925 e mostra que um processo de mutações parece encontrar lentamente as melhores formas para alcançar ao público leitor. Palavras-chave: Diligências; Telégrafo; Notícias; Suportes. 115 116 Introducción Pocas veces, hasta donde conocemos, la forma de las noticias de lugares lejanos ha sido objeto de un análisis diacrónico que muestre las particularidades que, en cada región, fueron tomando estos textos. La información tiene una larga historia y poco sabemos acerca de antiguas estructuras noticiosas aun cuando el surgimiento de los dispositivos técnicos que marcaron la historia de los media haya sido reiteradamente tratado. Inspirados en las proposiciones teóricas de Roger Chartier (1994) según quien los textos no existen fuera de los dispositivos que los generan y de las formas con las que se dan a leer, hacemos un breve recorrido que, partiendo de un momento clave en la historia argentina, llega hasta el año 1925, procurando mostrar escrituras y formas que mutan, a veces de manera oscilante, hacia una mayor legibilidad. Puede verse en ellas un lento proceso de cambio, dependiente de innovaciones técnicas pero quizás también de la práctica diaria que no encontró fácilmente los modos y recursos para generar los textos dados a publicidad. Desde nuestra perspectiva y siguiendo la línea anunciada, el discurso, la estructura y el paratexto de las noticias de otras provincias y países en la prensa local apuntan a nuevos públicos lectores modificando así no sólo su registro de referencia sino también su modo de interpretación. 1. Diligencias y mensajerías En los comienzos de ese camino que poco a poco, desde el siglo XIX, fue perfeccionando las máquinas de comunicar, se encuentra uno de los medios más antiguos de transmisión de noticias: los caminos y las diligencias que los recorrieron y cuya puesta en funcionamiento no fue en el mismo momento según las regiones. Ellas cumplieron 1 Elementos que rodean al texto “y lo prolongan por presentarlo en el sentido habitual de la palabra, pero también en su sentido más fuerte: por darle presencia, por asegurar su existencia en el mundo, su ‘recepción’ y su consumación” (Genette, 2001, p.7). durante largos años la tarea de llevar a través del espacio nacional la información que ya la prensa requería para su público lector. Si bien el dato es conocido, rara vez se ha planteado cómo se sirvió la prensa de estas primeras posibilidades ni cómo fueron publicadas las noticias que lentamente, a través de esas vías, trajeron y llevaron nuevas a las distintas ciudades. En la Argentina, el momento inicial se ubica en el año 1852 al ser derrotada la dictadura de Juan Manuel de Rosas y comenzar el proceso de organización nacional con la victoria del general Justo José de Urquiza en la batalla de Caseros (3 de febrero de 1852). Se trata de momentos iniciales en cuanto en la historia de la prensa argentina puede hacerse un corte fundamental: antes o después de Caseros ya que el movimiento periodístico se torna particularmente activo desde 1852, aun cuando la prensa ya existía anteriormente. A partir de allí se intenta romper el aislamiento entre las provincias y estructurar un espacio nacional mediante el establecimiento de un sistema de vías de comunicación. Bajo la dirección provisoria del general Urquiza se procedió a la organización de las comunicaciones entre las provincias confedera das. En función de esto, se comenzaron a construir las primeras redes y para ello se implantó el servicio de Mensajerías Argentinas prestado por dos catalanes quienes también recibían viáticos por los trabajos preliminares de apertura de caminos, tarea ingente en muchos casos Así se establecieron, en primer lugar, dos correos mensuales desde la ciudad de Rosario a la de Mendoza, vía Río Cuarto; y dos también mensuales a la ciudad de Córdoba. Desde este último punto, se despacharon dos correos para el norte hasta Jujuy. Además, se establecieron otros dos desde Paraná a Corrientes (Bosé, 1938, p.20). Así surgía la primera red de comunicación en un vasto espacio caracterizado por extensas tierras de difícil recorrido.Este mejoramiento fue una respuesta, en principio, a las necesidades que imponían los cambios a nivel económico: la expansión comercial y la dependencia de las economías locales respecto del territorio nacional. Pero, de la organización de correos y la creación de mensajerías se beneficiará la prensa en lo que respecta a la obtención de información, según veremos en los puntos que siguen que están referidos a la prensa de la ciudad argentina de Córdoba. 1.2. En los comienzos: fragmentos de cartas privadas y paquetes de periódicos La información de lugares lejanos tiene, en la prensa cordobesa, un origen particular: la citación en el periódico de correspondencia perteneciente al circuito privado de información o de periódicos que, empaquetados, llegaban a Córdoba cada 15 ó 20 días. Una columna de El Imparcial, nacido en Córdoba en el año 1855, se encontraba subdividida con los siguientes títulos: “Diligencia del Litoral”, “Noticias de Buenos Aires”, “Santiago del Estero”. Allí aparecían generalmente las “novedades” de lugares lejanos y proporcionaban datos políticos y mercantiles (precios, ventas, compras, etc.) a partir de dos fuentes: 1) Correspondencia: las cartas (o fragmentos de ellas) publicadas en el diario pertenecían al circuito privado: inicialmente destinadas a individuos particulares, luego eran “citadas” para información del público lector. De manera simultánea y paulatina, va emergiendo la figura del “corresponsal”. 2) Diarios recibidos de otras provincias: el tráfico de diarios era intenso y regular. La circulación de la información entre los diversos puntos del país había sido posibilitada por una medida tomada por la Inspección General de Correos que liberó de derechos postales a los periódicos nacionales y extranjeros (Bosé, 1938, p.32). Algunos fragmentos de cartas privadas eran reproducidos textualmente lo que suponía seguramente ciertas reservas relacionadas con aquello que era publicable y lo que no. Una serie de huellas discursivas permiten suponer las convenciones que determinaron el uso del género epistolar en la prensa. Así, era común colocar puntos suspensivos antes o después del fragmento citado o en espacios donde los nombres propios comprometían las identidades implicadas; por cierto se habían omitido esos nombres y partes referidas a la vida privada de los involucrados en el intercambio. Así, la tensión entre lo privado y lo público escinde la escritura y la lectura en dos partes bien diferenciadas y, quizás, desde su misma escritura, algunos fragmentos epistolares estaban destinados a su publicación. El periódico menciona siempre la carta privada como fuente: parece lo común y normativamente apropiado; pero también las circunstancias del discurso que presiden la construcción de estos textos nos permiten acceder a otra característica de aquella práctica: su dependencia del circuito privado y la validez de la carta en tanto fuente digna de credibilidad. Igualmente, otro implícito surge respecto de las rutinas periodísticas: una de las tareas del diario era proporcionar datos que se obtenían del circuito privado de información. Los enunciados que refieren las fuentes son explícitos, además, respecto de los diversos modos de obtención de la carta: 1) Alguna de las personas que formaban parte de la redacción del diario reciben en forma individual cartas de las que luego publican un fragmento (“En carta del 14 del presente se nos dice lo siguiente…”). 2) La carta se obtiene por relaciones personales (“Trascribimos de una carta del Paraná a un amigo lo siguiente...”). 3) El diario no menciona la fuente (“A falta de correspondencia de aquella ciudad hemos recogido los siguientes datos de algunas que hemos visto dirigidas a algunas personas…”). El estilo casi impersonal de estos anuncios se opone a las otras menciones y, si tenemos en cuenta la dependencia del circuito privado, es posible aceptar la afirmación de Habermas (1981, p. 59), según la cual el tráfico de noticias se desarrolló no sólo 117 Este artículo procura describir la escritura de hombres ignotos que regularmente se lanzaron a la tarea de informar, a veces quizás por amistad, a veces posiblemente por una paga. 118 vinculado con las necesidades del tráfico mercantil; las noticias también se convirtieron en mercancía: “Una parte del material de noticias recibidas comenzó pues a imprimirse periódicamente y a venderse anónimamente, consiguiendo así, pues, publicidad”. Si así fue, sería otro modo de obtención de información que la superficie textual no podía delatar. Pero fuera de estos casos de cita textual, el material que, cada vez, recibían los redactores era copioso: varias cartas y paquetes de periódicos. La publicación de noticias de lugares lejanos no podía realizarse en un solo día. Después del primer anuncio, las novedades se publicaban en el transcurso de muchos días. En estos casos, se utiliza el estilo indirecto de citación (en adelante EI) pero con características particulares: El Imparcial. 20/05/1857 Noticias de Buenos Aires Hemos tenido cartas de esa provincia, y periódicos hasta el 5, y nos apresuramos en poner en conocimiento de nuestros lectores lo mas importante que encontramos. -El Dr. Alsina debia recibirse el 6, y el ministerio quedaba compuesto del SR. Riestra, en el Ministerio de Hacienda; El Dr. Barros Pazos en el Gobierno, y el General Zapiola, en el de Guerra y Marina. -La Tribuna trae la renuncia que el Dr.Alsina elevó à las Càmaras, y que no fué haceptada, y ataca con mucho calor al Dr. Carreras por haber sido el primero que se parô para haceptarla y por que no habia votado por ese candidato. -El Sr. Juan Carlos Gomez se habia separado de la Redaccion de ese diario por creer cumplida Se respeta fielmente en las transcripciones la ortografía de los textos originales. ya la mision que lo trajo â Buenos Aires pues que el partido unitario se habia apoderado del gobierno. Este señor se marchaba à Montevideo à consolar a sus hermanos, y sufrir con ellos el azote que pesa sobre ese país. Esta noticia, como se ve, no tiene un tema sino varios: cada ítem inaugura uno nuevo y el texto, en su conjunto, posee coherencia global en la medida en que todas las novedades provienen del mismo sitio, aunque la reducción de la información es especialmente notable. En cuanto a las fuentes, el diario no diferencia entre cartas y periódicos; esto es, concede a ambos la misma jerarquía. Desde el punto de vista gramatical, desaparece la estructura de citación canónica: no hay verbos de comunicación ni conjunción subordinante en el enunciado inicial. Se conoce que, cuando un discurso se cita en EI, se producen una serie de transformaciones en el sistema deíctico ya que todo discurso se acomoda a la situación de enunciación de quien habla. En el caso concreto de la deixis temporal, cuando el tiempo del hablante citado es anterior al hablante que cita se utilizan los llamados “tiempos verbales relativos”; esto es, tiempos cuyo significado temporal sólo puede establecerse a partir del verbo principal o de alguna expresión adverbial ya que están indirectamente medidos en un enunciado. Su situación en la línea de nuestras representaciones temporales necesita ser fijada por el contexto u otra categoría gramatical. Sin embargo, los tiempos relativos utilizados en cada ítem de la noticia transcripta, y que son signos de EI, no presentan ninguna referencia temporal explícita a partir de la cual se los pueda medir. Para un lector de hoy, se impone la pregunta: ¿Cuándo ocurrieron estos hechos? Las únicas dataciones precisas corresponden al discurso citante de modo que el momento en que ocurrieron los acontecimientos narrados quedan indeterminados en un pasado relativamente lejano. Sólo se puede inferir un eje: los hechos ocurrieron en el momento o poco antes de escribirse la carta o de publicarse el diario en el lugar de origen. Por aquellas épocas, toda distancia implicaba largo tiempo; se trataba, en la percepción de sus habitantes, de un tiempo espacializado (la distancia espacial se unía a la temporal) y la prensa no anulaba este efecto de lejanía, en tanto los acontecimientos se narraban como acaecidos en un pasado distante. Ligada al saber compartido de redactores y lectores, una convención implícita señalaba que todo había ocurrido antes de enviarse las novedades, aun cuando no se supiera bien cuándo. Las noticias eran nuevas porque llegaban por la última diligencia, pero los redactores no pretendían presentarlas como recientes, ni podía así concebirlas su experiencia del mundo. Por eso, a la “actualidad”, en todo caso, pertenecía lo ocurrido en el lapso que mediaba entre cada llegada de la diligencia, lo que marcaba un eje temporal importante y también las fechas de los diarios y cartas recibidas. En este sentido, los redactores eran muy cuidadosos en las dataciones; sin embargo, en la redacción de la noticia sólo eventualmente aparece una fecha o adverbio de tiempo. La citación de cartas privadas no parece haber sido un procedimiento que se prolongara en el tiempo. Como veremos, muy pronto se encuentra otra manera de obtener información que quizás ya existía en otras ciudades, pero no en Córdoba: se trata de las primeras corresponsalías. 3 Mientras el pretérito imperfecto presenta los hechos como coextensi vos al momento de escribir la carta, el pretérito pluscuamperfecto los presenta como anteriores al momento de escribirla. Podemos inferir que la carta de donde fue tomada la cita utilizaba el presente o los pretéritos (indefinido o perfecto tomando como referencia el momento de su escritura) y se transponían en el EI de la siguiente manera: el presente y futuro en pretérito imperfecto y los pretéritos en pluscuamperfecto. 1.3. Comienzan a trabajar los corresponsales Se sabe que la prensa latinoamericana ha tenido corresponsales ilustres como Rubén Darío y José María Samper; no obstante, este artículo procura describir la escritura de hombres ignotos que regularmente se lanzaron a la tarea de informar, a veces quizás por amistad, a veces posiblemente por una paga. Pero, así, arrastrados por la urgencia del requerimiento inauguraron, en la prensa, una larga descendencia discursiva. Apenas comenzaron a ampliarse los caminos, las Mensajerías Argentinas aumentaron su red, y el movimiento de correos se fue regularizando. Coincidentemente con estos progresos comienza a aparecer en la prensa un nuevo discurso proveniente de lugares lejanos. El Imparcial publica artículos que lo independizan del circuito privado: están escritos por personas residentes en las ciudades más importantes de las distintas provincias y son enviados para su publicación. Son los textos de los “corresponsales” cuyas características principales son: actúan como agentes propios del diario, viven en el lugar desde donde escriben y conservan las formas del género epistolar; esto es, los corresponsales escriben cartas al diario: 1) Colocan lugar y fecha en la parte superior y derecha, mencionan el destinatario a la izquierda (“Querido amigo”, “Estimado señor”, etc.); 2) Redactan un primer párrafo cuyo tema suele ser la carta misma ( “Te escribo...”; “He recibido tu carta y te contesto...”; “Hace tiempo que debía escribirte…”, etc.) y cuya función es abrir el intercambio epistolar ; 3) Luego del cuerpo, en el que se dan informaciones, concluyen con un párrafo final que cierra el texto, seguido –generalmente– de una fórmula de despedida o saludo (“Dejo aquí mi correspondencia para continuarla en el próximo correo sobre el mismo tema, con algunos detalles curiosos para probar lo que son nuestras elecciones y nuestros hombres”); 4) Finalmente, aparece un nombre propio o simplemente la palabra “corresponsal”. El diario, simplemente, colocaba el nombre del 119 120 lugar como título y debajo, entre paréntesis, a manera de aclaración: “de nuestro corresponsal”. La fórmula tendría connotaciones importantes respecto de la capacidad del medio ya que indicaba la posesión de un recurso informativo cualificado. Así se tipificaba un nuevo rol y una nueva relación intersubjetiva no conocida hasta ese momento en la prensa cordobesa. Aunque las cartas privadas trajeran fragmentos pasibles de ser publicados, estaban necesariamente destinadas a una sola persona y, en función del grado de proximidad entre el autor y el lector, se presuponían muchos conocimientos compartidos. Así es posible encontrar enunciados como el siguiente: “...y creemos tener por acá al Chacho con el Sr. Bustos y algunos otros que Ud. ya sabe”. La expresión “ya sabe” indicaba no sólo que el lector era capaz de completarla con nombres propios sino también de interpretar el matiz peyorativo de la expresión, al menos en la Argentina. Por el contrario, en las cartas de los corresponsales aumenta el grado de explicitud (detalles o especificaciones de tiempo, descripciones del lugar, identificación de protagonistas, etc.) y sólo permanecen presupuestos generales. Aunque no es posible transcribir en este artículo una de estas cartas porque son muy extensas, su característica fundamental la constituye una nueva percepción del destinatario: “el público lector”. Cuando el autor prefigura el paso de lo privado a lo público, del lector conocido al desconocido, el discurso adopta otras características aun cuando se inscribe en la estructura del género epistolar. Así nacieron los corresponsales en la prensa cordobesa y así continuaron aunque nuevos tiempos trajeron otras formas de comunicación. 2. Llegan los hilos que llevan la palabra a la velocidad del rayo Esta fue la expresión que usó El Eco de Córdoba cuando, en el año 1871, con las líneas del ferrocarril arribaron a Córdoba las telegráficas. En ese momento, Véase Brunetti, Paulina (1996). la ciudad quedó conectada con Montevideo (Uruguay) y las ciudades argentinas de Buenos Aires, Santa Fe y Rosario. Pero el uso del telégrafo sería limitado en la prensa por mucho tiempo. Sus redes se fueron ampliando paulatinamente en el territorio nacional y su instalación no acabó con las cartas de las corresponsalías y las revistas de periódicos que siguieron siendo fuente de información por muchos años aunque ahora viajaban, en general, en ferrocarril. De él se sirvió la prensa de modo que, desde fines del siglo XIX, fueron permanentes los anuncios en los diarios ya sea del envío al interior de la provincia de Córdoba de los llamados “corresponsales viajeros” –quienes recorrían pequeñas poblaciones–, ya sea de la designación de “agentes” – una suerte de representantes de los diarios que, viviendo en una localidad, realizaban las suscripciones, recibían publicidades y enviaban notas a las redacciones– . En un país particularmente caracterizado por su extensión, la red de comunicación articuló mensajerías, ferrocarril y telégrafo, en oportunidades combinados. Las agencias de noticias aun cuando prontamente se impusieron no parecen haber sido las primeras y únicas proveedoras, sobre todo en el caso de la información nacional. El diario Los Principios cuenta que, en los años inmediatos a su nacimiento (1894), tuvo un corresponsal en Buenos Aires. Se trataba de un particular que enviaba despachos por medio del telégrafo y trabajaba desde el palacio del Correo Central donde, en Buenos Aires, tenía instalada su oficina. Una ley reconocía el 5 % de rebaja a los telegramas enviados a los diarios, pero en general eran de unas pocas palabras. Por algún tiempo la frase alcanzó a dos centavos y medio por palabra. El diario añade que por aquellas épocas fue muy utilizado el “extensor telegráfico” que se encargaba de aumentar el texto sin costo. Desde 1871 y hasta 1925, las agencias de noticias con las que trabajó el periodismo cordobés, entre otras, fueron Havas, United Press, Austral, Asociated Pres, Saporitti. La narración no revela más al respecto aunque es posible inferir usos y abusos. Pero, ¿cómo se publicaban las noticias llegadas por el telégrafo? Durante muchos años todos los diarios presentaron la misma característica: en una columna y bajo un titular que rezaba Boletín Telegráfico, Telegramas, etc. se ordenaban una cantidad variable de éstos precedidos por el lugar de origen y la fecha de envío. Una de sus particularidades más importantes fue su brevedad y descontextualización, como lo ha señalado Eleazar Díaz Rancel (1991, pp. 74,82) y puede verse a continuación: La Libertad (10/10/1890) Buenos Aires, Octubre 10. Lisboa e Inglaterra pidieron á Portugal un arreglo inmediato sobre su reclamación motivada por el apresamiento del vapor capturado hace pocos meses por el capitan Acevedo -Continúa la crisis ministerial Madrid 7-Asegúrase que el cólera hizo su aparición en Granada Roma 9. En el banquete ofrecido a Crispi; éste pronunció un discurso demostrando la necesidad de la triple alianza. Asistieron al banquete 139 diputados, 52 senadores, todos los ministros, muchos personajes políticos y representantes de la prensa. -Aquí se acabó la farsa de la revolución. Nadie a tomado en serio estas alarmas. -Escasez de noticias, todo en calma Corresponsal Como se observa, no todos los telegramas están fechados el día anterior y esto sería probablemente así por la dependencia de la ciudad de Córdoba de la de Buenos Aires para recibir algunas informaciones. Excepto la noticia referida al cólera en Granada, las demás no son fácilmente comprensibles aun cuando el lector pudiera completar con su conocimiento del mundo los datos referidos al “apresamiento del vapor” o a las identidades del “capitán Acevedo” o la de “Crispi” o a “las amenazas revolucionarias en Roma”. Por ello se señala que el telégrafo “valorizando una información salida de su contexto, favorece una cierta incoherencia del discurso, y privilegia la velocidad en detrimento del análisis” (Barbier y Bertho Lavenir, 1999, p.148). Sin embargo, las noticias en esta columna no se mantuvieron iguales en el tiempo y no todos los despachos fueron extremadamente breves. Su número se fue incrementando, pero quizás lo más significativo, y pocas veces tenido en cuenta, es que en los primeros veinticinco años del siglo XX hubo –especialmente en la noticia nacional– mutaciones notables, que si bien no afectaron el discurso de los despachos, sólo transcriptos en la misma forma en que llegaban, sí recayeron sobre la diagramación, la tipografía y todos los elementos del paratexto (títulos, intertítulos, sumarios) siempre “al servicio de otra cosa que constituye su razón de ser: el texto” (Genette, 2001, p.16). Tales mudanzas consistieron en una serie de experiencias más o menos innovadoras en una columna que, como otras, no gozaba de la estabilidad que hoy tienen las secciones de los diarios. Así es posible observar que, desde comienzos del siglo XX, los telegramas no sólo están precedidos por el lugar de origen sino que a éste se suma, anunciando a cada uno, una suerte de sumario constituido por oraciones breves: La Libertad. 1º de julio de 1905 Inglaterra La cuestión de Marruecos- La nota de Rouvier Londres. 1º de julio. Personas autorizadas de los círculos diplomáticos declararon que el gobierno alemán se ha adherido sin ninguna restricción á la última nota pasada por M. Rouvier. 6 Hacia el año 1900, el territorio de la República Argentina, para los efectos del servicio postal y telegráfico había sido dividido en 23 secciones o distritos con resultados diversos respecto del servicio telegráfico ya que “el telégrafo ha seguido necesariamente al riel y la traza telegráfica general ha resultado ser una obra del acaso y no de ninguna distribución técnica regular ni meditada” (La Libertad. 29/03/1900). 121 Desde la segunda década del siglo XX, los diarios dominantes en Córdoba fueron La Voz del Interior y Los Principios, su posición de poder en el campo quedó manifestada claramente con el advenimiento de la Primera Guerra Mundial. En 1914, su estallido produjo una ruptura en la organización habitual de la información. En ambos diarios se quiebra la acostumbrada monotonía de la sección Telegramas. El día 4 de agosto de 1914 –aun cuando los titulares ya anunciaban desde días antes a tres columnas los preliminares bélicos– La Voz del Interior informaba el comienzo de la guerra con un inmenso titular a siete columnas Los dos diarios dieron amplio espacio a ingentes cantidades de telegramas que por día alcanzaban de 80 a 100, proveídas por Havas. 122 (el ancho completo de la página) y nueve líneas. Esta información, intensamente demandada por el público, se expandirá a lo largo de dos páginas y media durante bastante tiempo. Los dos diarios dieron amplio espacio a ingentes cantidades de telegramas que por día alcanzaban de 80 a 100, proveídas por Havas. Cada uno se fechaba con nombre del lugar de origen, día y hora de llegada del cable y todos se publicaban según el orden de arribo. En un intertítulo que señalaba ÚLTIMA HORA, los matutinos publicaban telegramas recibidos después de las dos o las tres de la mañana de la noche anterior. A poco del inicio de la guerra los diarios señalaban: “SERVICIO TELEGRÁFICO NACIONAL Y EXTRANJERO EXCLUSIVO PARA…”. En los años subsiguientes se perfeccionó la diagramación de la columna telegráfica; los sumarios en negrita que ya se venían utilizando se generalizaron precediendo a una serie de despachos agrupados según el horario de llegada y, por lo tanto, heterogéneos temáticamente. Por ello estos sumarios sólo pudieron construirse a la manera de frases u oraciones cortas contiguas en las que se mixturaban hechos diferentes. En muchas oportunidades la noticia sobre un mismo acontecimiento debía leerse a través de dos o tres telegramas discontinuos. La columna, cada día, quedaba así segmentada por un número variable de sumarios en negrita como el siguiente: La Voz del Interior. 1/08/1914 Gira del ministro de agricultura. El directo de “La Nación” retado a duelo- La venta de los acorazados-El duelo Atencio-DoyhenardInterrupción del lance- Otro duelo- El Diputado Palacios y el Partido Socialista- Las senadurías salteñas Después del cual se transcribían los telegramas y retornaba otro resumen semejante que inauguraba un nuevo grupo de noticias. Pero pronto los despachos se hicieron más extensos y entre 1916/1917 se observa una cuidada diagramación: las noticias ahora se agrupaban con los siguientes títulos: Noticias de la Guerra, Noticias Argentinas, Noticias Mundiales, y a estas últimas se las dividía según los países. El paso de una a otra forma debió ser significativo en cuanto a la dispersión informativa que provocaba la disposición por horario de llegada, según fueran de la “Guerra Grande” o de la Capital Federal. Hacia el año 1920 el diario Los Principios señalaba que se había pasado a “una diagramación que demostraba mayor comprensión en la presencia de la noticia” y aunque los sumarios continuaron construyéndose de la misma manera, se produce otra mudanza de especial importancia: los telegramas se ordenaban, cuando se trataba de noticias nacionales, temáticamente. Así se observan intertítulos como Militares y Navales, Notas Sociales, Movimiento Obrero, Noticias Educacionales, etc. los que precedían a no más de uno o dos telegramas, mientras las noticias internacionales se seguían dividiendo por países. Habría que señalar que para esta época la información también se recibía por teléfono desde Buenos Aires. En el año 1924, se profundizó el cuidado en la titulación y cada telegrama se encontraba precedido de un intertítulo, aunque entre uno y otro había en ocasiones poca diferencia de longitud. La Voz del Interior. 1/11/1924 Convención radical irigoyenista Buenos Aires, Octubre 31- Reuniose la convención radical irigoyenista aprobando elegir los candidatos a concejales para la próxima reunión En Moscú se festeja el reconocimiento del soviet por Francia Moscú, Octubre 31. Con gran regocijo se festeja en Rusia el reconocimiento del gobierno del soviet por parte de Francia, esperándose que lo haga también Estados Unidos Pero los cambios no fueron lineales, también era posible volver hacia formatos anteriores para retomarlos luego de un período o, en oportunidades, se mezclaban las formas. No obstante, hasta 1925 parece imponerse la división temática para el agrupamiento de telegramas lo que indudablemente significó un especial esclarecimiento que parece propiciar una estructura coherente para una lectura selectiva de las noticias. Así, poco después de la Primera Guerra, la diagramación y los recursos paratextuales se tornan en artífices de nuevas formas que buscan el mayor y mejor aprovechamiento del espacio como la facilidad de la lectura. La prensa comienza a ostentar la combinación de familias de tipos, pero también sus variantes: redondas, negritas, cursivas y versalitas; mayúsculas para los títulos, minúsculas cursivas para los sumarios. De esta manera, el espacio de la página adquiere una suerte de armonía visual que da cuenta del esfuerzo por llegar al lector. Todas estas mutaciones se ligaron a la posibilidad que cada diario tuvo de cambiar sus rotativas y de añadir nuevos formatos en la tipografía. Así la columna de noticias nacionales se abría con grandes títulos de tipografía diferente, que el espacio de este artículo no nos permite transcribir, y luego uno o dos telegramas se anunciaban, por ejemplo, de la siguiente manera: SESIÓN DE LA CÁMARA DE SENADORES El juicio político al Dr. Oro no es fallado Buenos Aires, Julio 1º- (….) REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS diaria. El Imparcial (1855-1857). Revista Argentina de Lingüística. BARBIER, Frédéric, BERTHO LAVENIR Catherine: Historia de los Año III. Nº 3 y 4. Buenos Aires, 1996. medios. De Diderot a Internet. Buenos Aires: Colihue, 1999. CHARTIER, Roger: El orden de los libros. Barcelona: Gedisa, 1994. BOSÉ, Walter. La organización de los correos nacionales en la DÍAZ RANGER, Eleazar. La información internacional en América Confederación argentina (1852-1862). In: _____. Labor del centro latina. Caracas: Monte Ávila Editores, 1991. de Estudios. Buenos Aires: Universidad Nacional de La Plata, Tomo GENETTE, Gérard: Umbrales. Buenos Aires: Siglo XIX, 2001. XXI, 1938. HABERMAS, Jügern: Historia y crítica de la opinión pública. BRUNETTI Paulina. Correspondencia y corresponsales en la prensa Barcelona: Gustavo Gili, 1981. Lejos nos encontramos en este momento de las monótonas maquetas verticales de tipos homogéneos en las que se inscribieron las primeras noticias de lugares lejanos pero quizás lejos también de nuevas mutaciones que fueron imponiendo, a agencias y redacciones, formatos como la pirámide invertida. No obstante, y en todo caso, la llegada de modernas formas estuvo precedida de un largo proceso de experiencias de cambios vinculados a la materialidad de la página que el lector seguramente no percibía con detalle pero que indudablemente fue pensada para su mejor comprensión. 123 CULTURA E IDEOLOGIA NA ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADOS AOS PRODUTOS TELEVISIVOS Marcia Perencin Tondato Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP. Professora-pesquisadora na Universidade Metodista de São Paulo desde 1999, onde coordena o Núcleo de Pesquisa da Agência de Relações Públicas. Publicações: Década de 1990: TV de sinal aberto busca seu caminho em tempo de globalização. In: REIMÃO, Sandra (coord.). Em Instantes: notas sobre programas na Tv brasileira - 1965-2000. São Bernardo do Campo (SP): Metodista, 2006; Umesp: avaliação de desempenho na vida profissional dos egressos de Relações Públicas. In: MARQUES DE MELO, José (org.). Pedagogia da comunicação: matrizes brasileiras. São Paulo: Angellara, 2006. Artigos em: Dia-logos, Comunicação & Sociedade, Comunicação 124 & Educação, Communicare, FAMECOS. E-mail: [email protected] resumO A hipótese principal da pesquisa aqui descrita tratou da aceitação de conteúdos que apelam para a exploração da violência pela aquisição de um hábito, condicionado social e circunstancialmente, construído pelo simbolismo. Para tanto, a leitura da programação foi observada pela abordagem qualitativa, seguida de um levantamento quantitativo dos hábitos de consumo dos meios de comunicação e opinião sobre a programação. Além disso, foi analisado o discurso de programas com as características do foco de estudo. O resultado nos mostra um cenário de uma sociedade midiática, dependente da televisão como fonte de informação, que elabora tal informação conforme o entorno social e cultural. O consumo é imediatista, não havendo espaço para reflexão. A violência fica mais caracterizada nos programas relacionados ao entretenimento, na medida em que desrespeitam o ser humano. Palavras-chave: Televisão; Recepção; Violência; Sensacionalismo. ABSTRACT The study looks at the audience acceptance of TV programs with violent content, almost as a habit socially acquired and based on symbolism. The work was based on a qualitative research followed by a quantitative study on consumers’ habits and public opinion survey on TV programming. The author also analyzed the discourse of TV programs fitting the object the study. The result reveals a media-based society, dependant on TV as a source of information, albeit delivery of information also depends on social and cultural environment. Consumption is immediate, leaving no room for reflection. Violence then is depicted particularly in entertainment shows, materialized in the absence of respect for the human being. Keywords: Television; Reception; Violence; Sensationalism. resumEN La hipótesis principal trata de la aceptación de contenidos que apelan a la explotación de la violencia por la adquisición de un hábito, condicionado social y circunstancialmente, construido por medio del simbolismo. Para ello, la lectura de la programación fue observada por el abordaje cualitativo y fue realizado un levantamiento cuantitativo de los hábitos de consumo de los medios de comunicación y opinión sobre la programación, en especial programas con características sensacionalistas. El resultado nos muestra un escenario de una sociedad mediática, dependiente de la televisión como fuente de información, que elabora tal información conforme su entorno social y cultural. El consumo es “inmediatista”, no habiendo espacio para reflexión. La violencia queda más definida en los programas relacionados al entretenimiento, en la medida en que no respetan al ser humano. Palabras clave: Televisión; Recepción; Violencia; Sensacionalismo. 125 126 1. Introdução - construção de significados No início do século XXI, ao mesmo tempo em que o desenvolvimento tecnológico aliado às mudanças nas esferas política, econômica, com profundas repercussões sociais e até geográficas, promove a diversidade, a segmentação, ampliando a oferta de produtos midiáticos, o conteúdo dos meios de comunicação de massa continua na pauta dos estudos. Não importa o progresso tecnológico ou a diversificação das possibilidades de leitura, a televisão vê reforçada sua posição de ‘bode expiatório’ (McQuail, 2000, p.38.) ou de panacéia, representando ainda a principal forma de disseminação dos valores hegemônicos, valores esses percebidos como ‘naturais’ graças ao “controle social que pode ser exercido sem violência física, simplesmente catalogando todo protesto e questionamento como fora do senso comum e dentro dos domínios do insano, do irracional” (White, 1995, p.53). O homem constrói os significados a partir da Cultura em que está inserido, a qual intercambia com a Ideologia. Entender como os significados são atribuídos a partir das experiências individuais e coletivas tem como pressuposto analisar os efeitos de sentido a partir do fato de que é no discurso que ocorre a relação entre o pensamento, a linguagem e o mundo e que a Ideologia é um mecanismo estruturante dos processos de significação, das maneiras como o sentido é mobilizado para manutenção da relação de dominação (Orlandi, 2001, p.96). O homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, e a Cultura seria constituída por estas teias (Geertz, 1989, p.15). Os contextos e processos disso decorrentes estão estruturados por relações assimétricas de poder, por acesso diferenciado a recursos e oportunidades e por mecanismos institucionalizados de produção, transmissão e recepção de formas simbólicas (Thompson, 1999, p.23-4), por conseguinte, de cunho ideológico. Porém, a guerra pela audiência não permite mais que as intenções da emissão sejam restritas a grupos muito específicos, ao contrário, muitos textos tentam enveredar por vias “conservadores” ou “liberais” “para cativar o maior público possível, enquanto outros difundem posições ideológicas específicas que muitas vezes são esmaecidas por outros aspectos do texto” (Kellner, 2001, p.123). Principalmente em uma televisão generalista como a brasileira, em um país de dimensões territoriais como o Brasil, dominado por dois, no máximo três, grupos de comunicação. Os conteúdos, ainda que produzidos para um determinado perfil de público, devem contemplar expectativas de públicos secundários, o que nos indica caminhos para entendermos como pessoas supostamente diferentes consomem os mesmos conteúdos: cada grupo lê no conteúdo aquilo que melhor convier para sua posição no contrato hegemônico, ou nas palavras de Hannah Arendt (apud Souki, 1998, p.57), conforme a ‘camada que ocupa na cebola’, imagem que Arendt, em oposição ao modelo piramidal autoritário. Nesta “estrutura da cebola”, a Ideologia permitiria o ocultamento da realidade ao filtrar os elementos originados no centro ideológico, que chegam ao “mundo periférico”, recriados pelas formas simbólicas, nem sempre reproduzindo sua origem. A partir de um conjunto de conteúdos que contemplam normas e valores da Ideologia, realiza-se a Hegemonia, na definição gramsciana (Coutinho, 1999, p.111). Em um ambiente hegemônico não existem antagonismos na representação de um ‘real’ orientado por interesses, todas as situações são tomadas como absolutas. Para que essas ‘generalizações’ sejam possíveis sem a necessidade do exercício do poder explícito são realizadas alianças a partir de um contrato que tem como base a dinâmica das escolhas culturais, em que são buscados os elementos organizadores de uma condição a ser tida como natural e geral (Coutinho, 1999, p.73). Na relação hegemônica, o popular é incorporado ao processo de dominação social, por meio de uma estratégia ideológica, prevalecendo a vontade geral como interesse comum, em oposição à vontade de todos (Coutinho, 1999, p.204). O popular torna-se elemento chave dessa compreensão ao permitir que as classes subalternas materializem e expressem seus “modos de viver e pensar”, dando-lhes representatividade sociocultural. Ao interpretar sentidos, representações e atividades a partir do cotidiano, as classes subalternas filtram e reorganizam o que vem da cultura hegemônica, integrando isso com o que vem de sua memória histórica (Martín-Barbero, 1997, p.104-5), naturalizando todo o processo. O auto-reconhecimento das classes populares nos conteúdos televisivos, caracterizados pelo capital cultural dominante, decorrentes de um complexo processo de trocas negociadas permite, ao menos, tolerar a base hegemônica. No estudo da recepção de conteúdos televisivos orientados para a exploração dos acontecimentos por meio do sensacionalismo, o reconhecimento da situação hegemônica importa na avaliação de como “os sentidos cotidianos, representações e atividades são organizados e interpretados de tal modo que (...) pareçam naturais, inevitáveis, eternos e, portanto, indiscutíveis” (Sullivan, 2001, p.122). A televisão funciona como uma oportunidade de sentir-se parte do contexto maior, concorrendo para a identificação popular na cultura hegemônica, permitida pelas indústrias culturais, defendida por Martín-Barbero. 2. Explorando a recepção - caminhos metodológicos Entender os processos comunicativos significa verificar a interação entre discurso, subjetividade e contextos, o que implica a reflexão sobre questões 1 A pesquisa aqui apresentada é parte da tese de doutoramento, defendida pela autora na Escola de Comunicações e Artes da Univer- epistemológicas do campo da comunicação, teóricas da efetivação dessa comunicação e metódicas da observação e apreensão de todo o processo (Lopes, 1990). Dentro da perspectiva de que a construção de sentidos pela recepção se dá a partir das “mediações”, estruturamos a busca da compreensão da construção de significados segundo um modelo empregando abordagens qualitativas e quantitativas, permitindo a apreensão das interações dos ambientes micro, constituintes do contexto macro. Partindo de informações O homem constrói os significados a partir da cultura em que está inserido, a qual intercambia com a ideologia. prestadas pelos sujeitos-receptores sobre suas percepções e opiniões sobre a programação de televisão, mapeamos quantitativamente o consumo de TV, focalizando aspectos relevantes a uma programação polêmica, centralizada na exploração dos acontecimentos cotidianos em bases sensacionalistas. A interação que ocorre nas entrevistas focalizadas e nos grupos focais possibilitou compreender o processo de realização do fenômeno em estudo, e a identificação e avaliação das relações entre as diversas variáveis que o constituem no momento mesmo da coleta de dados. Considerando que a recepção se dá no cotidiano das pessoas, para conhecer este cotidiano, foi realizado um mapeamento quantitativo do perfil socioeconômico e de consumo midiático do telespectador de um público composto pelas classes AB, C e DE, morador na região do ABC paulista, entendendo que este perfil contempla a média da população urbana, pela diversidade de origens, profissões e atividades, características dos moradores desta região. Também foram analisados sidade de São Paulo, em março de 2004, sob o título: Negociação de sentido: recepção da programação de TV aberta. 2 Segundo Critério Brasil de classificação socioeconômica. 127 o discurso de três programas representativos do aspecto da ‘exploração’ da violência, foco específico do estudo realizado, assim considerado pelo receptor, tendo em vista uma comparação entre emissão e leitura. 3. O que falam sobre os programas os resultados Os meios de comunicação de massa são um espaço privilegiado para que estabeleça o diálogo indivíduos x cultura x poderes. Se no passado este diálogo ficava restrito aos círculos políticos, hoje, o acesso universal aos conteúdos dos meios Os meios recorrem a uma combinação de estratégias sabendo, ou não, que cada indivíduo lê os conteúdos a partir do entorno social, cultural, econômico. 128 e a necessidade de conquistar públicos, seja em contextos mercadológicos competitivos ou em situações de autoritarismo, exigem que os emissores considerem a recepção como um grupo ativo, em um processo dialógico. As análises aqui apresentadas entendem os discursos constituídos por textos polissêmicos que trazem as marcas de um contexto complexo, constituído pelo cotidiano, que problematizamos como espaço e tempo de construção de sentido. A emissão é massiva, procurando atingir a todos. Os meios recorrem a uma combinação de estratégias sabendo, ou não, que cada indivíduo lê os conteúdos a partir do entorno social, cultural, econômico. O sentido dado aos discursos dos programas se constrói no encontro entre o texto televisivo, caracterizado pela fragmentação e sobreposição de assuntos, e o texto da recepção, tradução de experiências e conhecimentos, ou seja, no interdiscurso promovido por ambos os palimpsestos. Partimos do “pressuposto de que a sociedade é um grande campo de batalha, e que essas lutas heterogêneas se consumam nas telas e nos textos da cultura da mídia e constituem o terreno apropriado para um estudo crítico da cultura da mídia” (Kellner, 2001, p.79). Ao considerarmos na análise as categorizações por classe sócio-econômica, não nos restringimos às possibilidades econômicas, pelo contrário, mesmo sendo um critério que tem como indicadores a posse de bens consumíveis, entendemos esta posse como reflexo de desejos e necessidades, o que nos leva aos contextos sociais e culturais, lembrando que estes contextos são ‘determinados’ pela cultura e processos hegemônicos. Percebemos que no processo de avaliação o que é dizível é melhor expressado no lúdico. O jornalismo não precisa ser ‘inteligente’, “jornal comentado é chato, longo”, basta informar sobre os acontecimentos. Já o humorismo tem que ser “inteligente”, os filmes, “interessantes” e as novelas, coerentes com os valores e experiências de cada um. Pessoas das classes socioeconômicas AB usam mais estereótipos para expressarem suas percepções e opiniões, o que atribuímos a um maior acesso aos meios, o que se reflete em uma maior assimilação de critérios hegemônicos, uma vez que, acreditamos, como Kellner (2001, p.81), que a cultura da mídia leva “os membros da sociedade a ver em certas ideologias ‘o modo como as coisas são’”, naturalizando posições de origem política, assim, ajudando “a mobilizar o consentimento às posições políticas hegemônicas”. Os comentários do grupo AB mostram que seus componentes supõem ter um senso crítico mais desenvolvido, ou pelo menos mais alerta, porém, isso não se reflete em uma prática diferenciada. Consomem os mesmos programas, com rotinas semelhantes aos demais grupos. Pessoas da classe D são mais ‘espontâneas’, descrevem seus hábitos com mais liberdade, o que resulta em um perfil de maior aproximação dos meios, especialmente rádio e TV: gostam de ouvir rádio e assistir à televisão, e somente fazem isso quando há forte identificação com os conteúdos, caso contrário, “vão dormir, ou conversar com os vizinhos”. 3.1. O consumo dos meios - hábitos da recepção Os programas são, espontaneamente, iden tificados pelos seus apresentadores, pelo gênero e pelo horário de exibição. Falam que pela ‘manhã’ e à ‘tarde’ são apresentados programas com mulheres, que ensinam receitas e dão conselhos dos médicos. Aos ‘domingos’ não há uma programação, só os programas musicais. Um aspecto relevante no discurso de classificação é o reconhecimento da programação a partir das atividades cotidianas. Aos domingos, os programas musicais proporcionam lazer, o mesmo acontecendo com alguns programas exibidos à tarde, para algumas pessoas, um momento de relaxamento. De domingo, eu gosto do Jovens Tardes. ... Eu gosto de assistir coisa que tem cantor, porque anima. Dia de domingo, eu gosto de assistir o Campeonato Espanhol na Band. De lazer que eu assisto é da Band, o da Márcia. ... eu gosto do Jô. De domingo, eu assisto ao Padre Marcelo! Depois, ligo na Aparecida do Norte, canal dois, direto, oito horas. Aí vem, Enesita Barroso, música caipira. Depois disso vem a corrida. É um lazer ‘pra’ mim. Telejornais, filmes, telenovelas e esportes são os gêneros preferidos pelos entrevistados, sendo os telejornais os mais assistidos (74,6%). Os telejornais são considerados diferentes uns dos outros ao mostrarem os assuntos sob diferentes pontos de vista. O papel representado pela televisão como principal meio de informação transparece também na classificação dos programas considerados os melhores: Jornal Nacional (27,3%), Jô Soares (10,3%), Globo Repórter (9,6%) e Fantástico (9,3%). É clara a intertextualidade Tabela 1 - Programas considerados os melhores Programa Porcentagem Jornal Nacional 27,3% Jô Soares 10,3% Globo Repórter 9,6% Fantástico 9,3% Globo Esporte 5,0% Jornal da Globo 4,8% Os Normais 4,3% Casseta e Planeta 3,8% Novelas1 3,8% Jornais/Telejornais 3,3% Mulheres Apaixonadas 3,3% Domingo Legal 2,2% 3 na leitura da programação reforçada na mistura de gêneros: Jornal Nacional e Globo Repórter fornecem a informação pura, enquanto Jô Soares e Fantástico propiciam um misto de informação e entretenimento, um ajudando a ‘fechar’ o dia e o outro a iniciar a semana. (tabela 1) Na distribuição de audiência (tabela 2), 38,6% para telenovelas e 34,5% para esportes explicase pela distribuição de homens e mulheres na amostra. Especificamente, as mulheres preferem novelas (58,44%) e os homens preferem esportes (62,3%). Outros gêneros em que há diferenciação de preferência são programas de fofocas, preferidos pelas mulheres (20,35%) e humorísticos, preferidos pelos homens (20,22%). Essa diferença de preferência reflete uma questão cultural sobre o papel da mulher na sociedade. Ainda que os costumes tenham se modificado, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, com algumas mudanças de valores, notamos que, no cotidiano do lar, os comportamentos estereotipados persistem: mulheres gostam de fofocas e homens, esportes e sexo (representado aqui pelos programas humorísticos brasileiros, Jô Soares vai ao ar, de segunda a sexta, no final da noite, e Fantástico domingo à noite. 129 Tabela 2 - Gêneros de programas preferidos Gêneros preferidos Total Homens Mulheres Telejornais 74,64% 79,78% 70,56% Filmes 44,44% 47,54% 41,99% 38,65% 13,66% 58,44% Novelas 130 4 Esportes 34,54% 62,30% 12,55% Programa de auditório 14,73% 10,93% 17,75% Humorísticos 14,49% 20,22% 9,96% Desenhos 12,56% 11,48% 13,42% Fofocas 12,08% 1,64% 20,35% Nenhum 0,24% 0,00% 0,43% Outros 11,35% 7,65% 14,29% com forte conteúdo de apelo sexual, exploração do corpo feminino e situações sexistas). Às vezes eu assisto (ao) jogo. É que meu marido gosta, pra ele não ficar assistindo só! O (marido) assiste ao Cidade Alerta. Eu não suporto aquilo. ... ele chega e eu estou assistido aos Flintstones, desenho animado. Ele fala, tira desses Flintstones. Show do Milhão, eu gosto! Meu marido não gosta. Eu assisto também a Praça é Nossa, que passa de sábado. Tem Zorra Total também que é no cinco. Quando passa uma mulherada lá ... Para informar-se, o telespectador prefere o formato jornalístico mais próximo do épico, com preponderância da ação sobre a emoção. Nesse sentido, 46,9% dos entrevistados preferem os programas jornalísticos que dão as “principais notícias do dia”, o que associamos à característica de exposição rápida às informações, sem exigência de comentários ou análises que permitam uma visão mais detalhada das situações. A opção por formatos com participação ativa do âncora constituem-se em exceções à regra, representando 19,3% de nossa amostra que assinalam “noticiários comentados” como seus preferidos. 4 Sem especificação, novelas em geral. Na preferência pela programação vale notar algumas peculiaridades em relação ao gosto das pessoas de menor poder aquisitivo. Não havendo motivos de identificação, sejam eles racionais, pela proximidade com a realidade vivida, ou emocionais, pelo sonho de mudanças dessa realidade, os conteúdos distantes desta são negados. Nestas categorias estão as novelas, que apresentam situações glamorizadas e os programas femininos, que fornecem orientações sobre culinária e beleza. Novela eu não assisto. Na novela, todo mundo é rico e tem carro importado ... ficam sempre na sala. Parece que não sai para trabalhar. ... Eu gosto também é da Claudete. Eu gosto também dela quando passa notícia. Gosto quando passa notícia ou então, quando ela passa lá do Nordeste, fazendo pamonha, fazendo canjica, essas coisas assim. Na fala dos telespectadores, na expressão de suas preferências e formas de leitura, notamos a influência das estratégias comunicacionais da emissão. O interesse não no fato em si, mas na maneira como é apresentado. O fato transformado em emoção, a ação transformada em tragédia, o cotidiano transformado em epopéia. Eu gosto de assistir também aquele programa do Vagner Montes, que tem na Record! Você viu o menino de dez anos? Que queria uma escola, morar numa escola externa? Um menino de dez anos, aquilo ali chamava atenção. Eu chorei, todo mundo da platéia chorou! Mesmo realizando as leituras dentro de um contexto hegemônico, mesmo que as estratégias comunicacionais não permitam leituras que extrapolem as situações sociais estabelecidas por uma dinâmica capitalista, consumista, em que “muitos ‘nasceram’ para ter pouco e poucos para terem muito”, percebemos que cada um ‘reflete’ sobre esses conteúdos e seu significado dentro da sua realidade. 3.2 O que os meios falam - características dos conteúdos Como representantes da emissão, com foco em aspectos sensacionalistas, foram selecionados os programas Cidade Alerta, Brasil Urgente e Programa do Ratinho. Os dois primeiros considerados jornalísticos, de caráter policial, que acompanham os acontecimentos ao vivo, com equipe de repórteres equipados com motocicletas e helicópteros, para verificar “os fatos onde eles estiverem”, nas palavras de seus apresentadores. Por ocasião da pesquisa, primeiro semestre de 2003, o apresentador do programa Cidade Alerta da Rede Record era Milton Neves, substituindo, José Luiz Datena, que passa à frente do Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes. O Programa do Ratinho5 foi escolhido por ter sido considerado o pior programa da televisão.6 Carlos Massa, o Ratinho, é a razão de ser do 5 O programa saiu do ar em 2004. 6 Vale lembrar que no segundo semestre de 2002, os índices de audiência do Programa do Ratinho atingiam a marca de 19% (dados IBOPE), que caem para menos de 5% no primeiro semestre programa que usa como estratégia de comunicação o inusitado, num contexto que mistura informação, entretenimento e assistencialismo. Ao mesmo tempo em que apresenta aberrações, num tom apelativo, buscando a audiência pelo suspense, atende aos pedidos de ajuda para solução dos mais diversos problemas familiares. Mesmo sendo semelhantes, Brasil Urgente7e Cidade Alerta 8, na opinião dos receptores, têm características diferentes, um sendo mais argumentativo, sem que isso signifique profundidade de análise por parte do apresentador, e o outro mais expositivo, também sem significar uma reflexão sobre os acontecimentos. Os dois trabalham com recursos discursivos de argumentação e persuasão, metáforas, exageros, generalizações, sendo o discurso do Brasil Urgente mais subjetivo, um atrativo para aquela parcela da audiência que considera isso uma prestação de serviço na medida em que aponta caminhos, soluções para os fatos noticiados. Outras estratégias utilizadas são os silêncios, as repetições, incluindo o tratamento dado às imagens. Datena, em Brasil Urgente trata os assuntos de forma subjetiva, investindo na criação e manutenção de sua imagem pessoal, enquanto Milton Neves trabalha mais no sentido da equipe. A maioria dos entrevistados comenta o papel dos apresentadores dos programas, em um discurso de reprovação em alguns casos e, em outros, de total aprovação e cumplicidade. Essa diferença se reflete na percepção e, conseqüentemente, na preferência do telespectador, que vê em Datena um representante do povo, alguém que fala pelos menos favorecidos. Os homens preferem uma narração mais descritiva, sem que isso, necessariamente, implique em uma preocupação com a neutralida7de por parte do narrador. Quanto mais ‘detalhes’ forem fornecidos, melhor conceituado será o de 2003. O que talvez explique as transformações no programa, que modifica seu foco às quartas-feiras, a partir de julho de 2003, com a 7 Apresentado por Datena. apresentação de um quadro musical. 8 Em 2003, apresentado por Milton Neves. 131 apresentador. Para os telespectadores mulheres, principalmente das classes C e D, o elemento mais importante dos programas polemizados são os apresentadores, considerados defensores da população mais vulnerável, menos protegida, com menos recursos. Regra geral, homens e mulheres consideram o tratamento dado às ocorrências ou os discursos utilizados pelos apresentadores exagerados e, até, abusivos. Na visão comparativa do receptor, Brasil Urgente informa menos do que Cidade Alerta, porém é mais argumentativo. Para alguns, a argumentação significa prestação de serviço à sociedade, para outros, estão esticando a conversa. Em ambas as perspectivas, o receptor se considera parte ativa do processo, captando apenas o que lhe convém. Tem programa que eu gosto de ver a imagem mesmo ... eles dão a notícia e não ficam comentando e esticando a conversa naquele assunto, por isso que eu gosto. Eles falam um monte de coisa, só que a gente absorve o que interessa.... Tem que assistir de passagem e não ficar encucado. 132 Em um discurso repleto de lugares-comuns, repetições, vazios e não-ditos, os apresentadores se colocam como expositores da verdade sobre a situação sócio-econômica do país, apropriandose de diversas falas, sem elaboração lógica ou conseqüente. Assim como Hannah Arendt fala da banalidade do mal como “uma possibilidade humana, uma contingência e, sendo assim, (acha-se) inscrito na sua liberdade” (Souki, 1998, p.144), podemos falar aqui da banalidade da (des)informação promovida pela mídia, que apresenta acontecimentos desconectados de qualquer seqüência lógica explicativa, ligados por uma exposição ideológica, que resulta um panorama ficcional de uma realidade que nunca é mostrada. O texto é homogêneo. O padrão de sobreposição de imagens, assuntos, retomadas, é seguido do início ao fim, possibilitando ao telespectador uma recepção sem compromisso com a elaboração, sem exigir reflexão. É um texto aparentemente produzido individualmente, no qual o apresentador é o senhor, mas conduzido pelas exigências da conquista da audiência, com estratégias de edição dos fatos que atendem às normas ficcionais. Os apresentadores criam relações entre as ocorrências, forçando um palimpsesto ao sobrepor informações sem preocupação com a coerência. A ordem da apresentação é a ordem dos fatos e estes ocorrem a todo o momento. A cidade está um caos, é essa a mensagem dos programas. Na recepção, percebe-se o reconhecimento das estratégias de comunicação, cada um fazendo a sua leitura, conforme a vivência e o capital cultural. Para uns, o que se passa nestes programas é a representação da realidade, e nesse grupo identificamos as pessoas com menos possibilidade de diversificação de fontes de informação e maior carência material. Este grupo considera informativos os programas na medida em que orientam e alertam sobre a questão da sobrevivência na grande cidade. Outro grupo vê essa programação como produto de uma demanda social, partindo de uma visão hegemônica de que a televisão atende aos anseios da sociedade e que a saída é a ampliação de horizontes pela diversificação de fontes de informação, ao acesso a que, infelizmente, nem todos têm condições. Todos, ou a maioria, dizem não gostar do Programa do Ratinho, porém, esse mesmo grupo assiste ao programa, todo ou parte,9 e comenta suas características com propriedade de quem refletiu sobre o que está falando, ou seja, revelando uma recepção ainda que não crítica, pelo menos bastante ativa. Pela polêmica existente a respeito deste programa, as pessoas procuram justificar a audiência, vêem o programa “por acaso”, 9 O Programa do Ratinho chegou a atingir 36 pontos no Ibope na Grande São Paulo, no horário da novela das 20h na Rede Globo. “pela diversão”, “porque ele ajuda os outros”. Comentam que a participação das pessoas em quadros considerados desrespeitoso e de mau gosto se faz por questões financeiras, o que se torna uma justificativa, principalmente em tempos de dificuldades econômicas. 3.3. O que falam sobre os conteúdos a leitura feita pelo receptor Estimulados a refletir sobre o que assistem, as novelas, os filmes, os programas de humorismo são os gêneros mais problematizados, uma vez que jornalismo é o real, e o real não é objeto de discussão. Tal compreensão reflete uma condição hegemônica, sem antagonismos na representação de um ‘real’ orientado por interesses, em que todas as situações são tomadas como absolutas. Para 63,8% dos entrevistados, a televisão representa um meio de informação, embora também considerem que seja distração (50%). É considerada fonte de diversão por 20,5% e um hábito por 19,6% (tabela 3). A programação de TV, como um todo, é considerada falha, porém é a única opção de lazer da população. Essa é a opinião das pessoas e o argumento para a audiência de uma programação considerada deficiente em proporcionar informação de valor e diversão saudável. (tabela3) O fato de ser a TV a principal opção de lazer não significa que seja a única. Dentre as atividades “para passar o tempo” mencionadas, aquelas que promovem a interação social são as de maior destaque: sair de casa, praticar esportes, fazer atividades com netos, passeio e bate-papo. Ainda que nessas ocasiões manifestem-se subprodutos do consumo televisivo, seja nas temáticas das conversas, ou nos padrões de consumo de bens, o que observamos é que a maneira como isso ocorre não se constitui, em momento algum, uma via de mão única. Retomando Martín-Barbero, verificamos nesse processo que a recepção extrapola o momento da audiência, fazendo parte do estabelecimento do indivíduo como ser social. Eu assisto para passar o tempo. Eu prefiro mais ler uma revista, ler um jornal ... Completa um pouco do seu dia a dia. Quando você chega do serviço você quer ouvir ou ver qualquer coisa que aconteceu. Eu uso a televisão para ver esporte, música, humor... assim acaba passando o tempo. O discurso dos receptores nos mostra um cotidiano caracterizado por um contexto em que a presença da televisão é interpretada como constituinte natural. A televisão ‘faz parte’ da rotina, sem contudo, ‘ser a rotina’. Percebe-se que a relação com esse meio é dialógica, as pessoas ligam e desligam a TV, ou a deixam ligada o tempo todo, conforme suas necessidades de entretenimento e informação. Assistem à televisão porque está lá, de fácil acesso, bem ou mal, informando sobre o que acontece na cidade e no mundo. A tabela 3 nos mostra que, para homens e mulheres, a televisão é Tabela 3 - A televisão para você ... Total Homens Mulheres Informa 63,77% 68,1% 60,3% Distrai 50,00% 42,9% 55,6% Diverte 20,53% 22,5% 19,0% É um hábito 19,57% 16,5% 22,0% Ensina coisas boas 7,25% 10,4% 4,7% É assunto para conversar 6,76% 3,8% 9,1% 133 um meio de informação e distração, sendo que ela ‘ensina coisas boas’ mais para os homens do que para as mulheres, que, por sua vez, têm na televisão um hábito. É só você ligar lá e ela já te dá uma ampla visão da coisa, uma reportagem no Taiti, outra lá no México. ... Mas é assim: a televisão ligada e eu cuidando dos meus afazeres. Eu almoço assistindo, eu assisto (ao) SPTV, depois Globo Esporte, o Jornal Hoje. Depois eu assisto (a)o Marcelo Rezende, que é o Repórter Cidadão, depois eu mudo para aquele da Record. Simone Nicoli. De lazer que eu assisto é da Band, o da Márcia. Depois eu vou para o Cidade Alerta. Quando termina, eu desligo porque não quero saber de nada. 134 Educação é uma das funções consideradas menos relevantes à televisão, sendo que por educação entendem programas que “ensinem a fazer alguma coisa” (67,3%), uma visão instrumental que não inclui a formação cidadã do telespectador. Entretanto, existe uma grande expectativa em relação ao papel da televisão como educadora junto às mães. As donas-de-casa se ressentem da falta de programas que conversem com elas, que lhes dêem dicas sobre como cuidar da família. Às vezes eu assisto o Pra Você, de quinta-feira, porque vai o ginecologista. Ele presta muito esclarecimento sobre a saúde da mulher... Eu e meus filhos assistimos à Malhação. Se tem assunto de aborto, é nessa hora que eu comento que o que a menina iria fazer estava errado. Ao invés daquela Aparecida Liberato, Ana Maria Braga e aquele papagaio ficar falando besteira, fofoca, por que não ensinam o aposentado a ter uma vida mais sadia? ... Eu não estou participando do Show do Milhão, estou em casa assistindo, mas eu estou adquirindo cultura. Ele dá entretenimento com cultura. No delineamento da presença da violência na TV fica claro que a dramatização e a manipulação são os principais fatores de desagrado. A exploração de situações fora do comum (aberrações e exotismo) e o uso de vocabulário vulgar são os aspectos mais citados, sendo que na relação imagem x palavras, as palavras adquirem maior peso entre as pessoas com acesso à maior diversidade de meios, enquanto aquelas com acesso restrito praticamente não fazem esta diferenciação. A falta de respeito e as brigas em programas de auditório são as situações consideradas mais violentas. Mostrar cenas de morte e fatos reais são situações violentas para 12% e 10% dos respondentes. As diferenças entre homens e mulheres só acontecem em relação à falta de respeito e o vocabulário utilizado, a primeira situação considerada mais violenta pelas mulheres, 35,4% contra 21,3% dos homens, e a segunda pelos homens, 4,9% contra 2,7% das mulheres (tabela 4). Violência na televisão normalmente não é relacionada a programas jornalísticos, sejam eles de caráter sensacionalista ou não. Violento é a dramatização que não é identificada como um recurso jornalístico. A narração de fatos envolvendo mortes, ataques, acidentes e desastres é considerada prestação de serviço. Para os telespectadores homens, esses programas são um alerta para a população, e a maneira como os fatos são narrados, em etapas, ao longo da programação, é considerada uma forma de detalhamento, interpretada como orientação sobre os perigos da cidade. Essa interpretação promove um cenário de uma sociedade fora de controle, de uma cultura de violência, pois “o outro é sempre visto como um potencial inimigo de quem se deve, sobretudo, desconfiar” (Rondelli, 1996, p.35). A audiência a conteúdos criticados pelo sen sacionalismo e exposição desnecessária de mazelas e situações desrespeitosas se dá pela falta de opção, e a curiosidade é uma das principais motivações. As pessoas não consideram os programas violentos Tabela 4 - O que é violência na TV Total Homens Mulheres Falta de respeito 29,1% 21,3% 35,4% Brigas em programas de auditório 22,9% 19,1% 26,0% Cenas que mostram a morte 12,1% 13,1% 11,2% Mostrar a realidade 10,3% 9,3% 11,2% Guerra por audiência 5,7% 7,1% 4,5% Mostrar sangue 5,2% 4,9% 5,4% Cenas que envolvem sexo 4,7% 4,4% 4,9% Manipulação de situações 4,4% 5,5% 3,6% Armas 4,2% 3,3% 4,9% Vocabulário 3,7% 4,9% 2,7% Situação ao vivo 2,2% 1,6% 2,7% Não sabe 2,0% 3,8% 0,4% Situações que exploram crianças 1,2% 1,1% 1,3% Outros 17,2% 23% 12,6% Pergunta de Resposta Múltipla porque na verdade nada é exposto com lógica. A carnavalização dos acontecimentos dificulta a reflexão. A programação de TV de modo geral não é violenta, por isso reclamam e reclamam, mas não fazem nada efetivo para mudar. Na realidade, a TV é uma grande catarse, um canal através do qual as pessoas refletem seus medos e angústias em morar em uma cidade complexa. Conclusão A conclusão é que vivemos em uma sociedade midiática em que as relações são elaboradas pelas mediações. Mesmo que existam extremos, a recepção é ativa, porém não reflexiva, caracterizada por um contrato hegemônico. As exteriorizações de uma certa preocupação com os rumos que a programação de TV toma e o que isso pode significar para a sociedade são momentâneas, terminando sempre com uma posição de que “é assim mesmo” e se tem audiência é porque alguém gosta. Vivemos uma cultura individualista que colabora para a manutenção de uma condição de dominação hegemônica. A televisão, para se manter hegemônica, trabalha com os valores da diversidade, da liberdade de escolha. As pessoas não se sentem parte de um todo, responsáveis por esse todo, acreditam que agem individualmente, que suas ações não têm repercussão porque são individuais. O emissor concebe o receptor como consumidor, curioso e individualista. Para ele, a complexidade da cidade favorece a exploração da curiosidade natural das pessoas, mostrando situações que enfa tizam um ambiente violento, no qual o receptor necessita de proteção, obtida com as informações sobre os “últimos acontecimentos, ao vivo e com exclusividade”. A emissão é caracterizada por um discurso superficial, repetitivo, fragmentado, aparentando ação e dinamismo, com emoção, apro ximando-se do épico, da epopéia e do drama. O uso enfatizado da tecnologia - equipes móveis, replays – são indicadores de modernidade, exclusividade, preocupação com a prestação de serviço. Percebe-se que a matriz social do discurso dos entrevistados se constitui dos aspectos percebidos pelo receptor, de acordo com seu ambiente 135 136 social e cultural, fazendo uma leitura emocional, individualizada, das narrações: “os apresentadores mostram os fatos, e eu aproveito o que interessa”. Separa informação de entretenimento, quando requisitado a fazer uma avaliação conjunta, sem que isso se reflita no consumo geral, quando emoção e razão não se separam. O discurso do receptor reflete o discurso do emissor: meios de comunicação de massa significam informação, que não necessita ser detalhada. A tecnologia significa a possibilidade de captação do fato, na sua forma mais real. O controle interacional é exercido pelos recursos lingüísticos, por silêncios e pelos intervalos comerciais, traduzidos em oportunidade para mudar de canal. Quando o receptor diz que a televisão “não faz nada além do que retratar a realidade”, ele está em consonância com um contexto ideológico que mostra uma sociedade violenta como nunca, mesmo que isso não se confirme nas estatísticas históricas. Tal interpretação é fruto do bombardeio de informações. Os fatos são vistos isoladamente, não há contextualização ou reflexão. Daí a interpretação da violência apenas como sendo atos individuais (as pegadinhas, o deboche, o desrespeito). Tal interpretação nos remete ao princípio de que violência é um fenômeno naturalmente relacionado à ausência de regras, ao caos. Sentimo-nos violentados quando somos pegos em uma situação para a qual não estávamos preparados, para a qual não tivemos condições de planejar uma reação, associando o fator imprevisibilidade à insegurança. Por que nos sentimos inseguros? Porque não temos controle sobre o que irá ocorrer. A exploração de imagens e relatos que retratam sangue e morte é considerada elemento necessário a um conteúdo jornalístico. Hoje vivemos num contexto mais do que ideo lógico, em que o ‘real’ é orientado por interesses que se compactuam em alianças com bases na dinâmica de escolhas culturais. A análise dos significados dados aos conteúdos dos programas de televisão, os comportamentos notados: a aversão (nada presta), em alguns casos a des-sensibilização (o mundo é assim mesmo), em outros até a apatia ou mesmo a elaboração (eu converso sobre os programas), nos mostra a superfície de uma leitura que reflete, acima de tudo, uma assimilação hegemônica da representação dos acontecimentos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci: um estudo sobre seu 3a. ed.. Campinas (SP): Pontes, 2001. pensamento político. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999. O’SULLIVAN, Tim e outros. Conceitos-chave em estudos de GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, comunicação e cultura. Piracicaba (SP): Unimep, 2001. 1989. RONDELLI, Elisabeth. Dez observações sobre mídia e violência. KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. São Paulo: EDUSC, 2001. Comunicação & Educação, São Paulo: CCA-ECA-USP/Moderna, LOPES, Maria Immacolata V. 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Colección GTs ALAIC Publicaciones LA INVESTIGACIÓN EMPÍRICA DE AUDIENCIAS TELEVISIVAS EN AMERICA LATINA DE 1992 A 2007 José Carlos Lozano Director del Centro de Investigación en Comunicación e Información (CINCO) y de la Cátedra en Medios de Comunicación (CIMECOM) del Tecnológico de Monterrey, Campus Monterrey, México. Es Doctor en Comunicación por la Universidad de Texas en Austin y autor del libro Teoría e Investigación de la Comunicación de Masas (Ed Pearson). Email: [email protected] Lorena Frankenberg Investigadora asociada en la Cátedra de Investigación en Medios de Comunicación (CIMECOM) y alumna de la 138 Especialidad en Comunicación y Estudios Culturales en el Doctorado en Estudios Humanísticos del Tecnológico de Monterrey, Campus Monterrey, México. Obtuvo la Maestría en Humanidades por la Universidad de Monterrey. Email: [email protected] Carlos del Valle Rojas Doctor en Comunicación y Periodismo por la Universidad de Sevilla, España. Director y Académico del Departamento de Lenguas, Literatura y Comunicación y Director y Académico del Programa de Magíster en Ciencias de la Comunicación, en la Facultad de Educación y Humanidades, de la Universidad de La Frontera, Temuco-Chile. Email: [email protected] RESUMEN El artículo reporta los avances de una revisión documental de estudios empíricos de audiencias de televisión realizados en América Latina y publicados entre 1992 y 2007 en las principales revistas científicas del campo. El estudio revisa y analiza en más de 50 trabajos encontrados, la claridad conceptual, la explicitación de los marcos teóricos, la estrategia metodológica seguida, así como los principales autores mencionados en las referencias de dichos estudios. El artículo ofrece un primer diagnóstico sobre las fortalezas y debilidades de la investigación empírica de audiencias en América Latina. Subraya la necesidad de cuidar el rigor metodológico y de enfatizar en el análisis de lecturas ideológicas y su impacto en las audiencias. Palabras clave: Audiencias Televisivas; Estudios Culturales; Recepción Televisiva; Investigación empírica de audiencias. ABSTRACT This paper registers the findings of a methodological review of 53 Latin American empirical studies on television reception published between 1992 and 2007 in the most relevant specialized journals. The analysis assesses the studies according to their theoretical approach, the research techniques adopted, their sample size, the type of audience studied, the type of television content researched and the scholars most often referred to. The paper closes with a diagnosis of the strengths and weaknesses of current Latin American empirical research on television audiences and points out the need for more methodological accuracy and more emphasis on the analysis of ideological readings and their impact on the audiences. Keywords: Television audiences; Cultural studies; Empirical audience research. RESUMO Este artigo trata dos avanços de uma revisão documental de estudos empíricos de audiências televisivas na América Latina e publicados entre 1992 e 2007, nos principais periódicos do campo. O estudo revisa e analisa em mais de 50 trabalhos a clareza conceitual, os marcos teóricos, a estratégia metodológica adotada, assim como os principais autores mencionados nas referências destes estudos. Identificam-se as principais tendências, as lacunas e omissões nas investigações da recepção televisiva. Pode-se verificar a supremacia dos estudos culturais como perspectiva metodológica, a vida cotidiana e as mediações familiares como objetos de estudo e a falta de solidez nas estruturas metodológicas. Assim, este trabalho oferece um primeiro diagnóstico sobre os pontos fortes e fracos da investigação empírica de audiências na América Latina. Palavras-chave: Audiência televisiva; Estudos Culturais; Recepção Televisiva; Investigação empírica de audiências. 139 1. Introducción El propósito principal de este artículo radica en explorar y valorar la investigación empírica de audiencias televisivas realizada en América Latina durante los últimos quince años. Nuestro estudio no pretende ser una réplica al trabajo de investigadores como McAnany y La Pastina (1994) que hicieron lo propio para la bibliografía sobre recepción de telenovelas latinoamericanas, pues incluye todos los géneros televisivos abordados en los estudios disponibles en revistas académicas de la región. Esto se ha hecho con el fin de ampliar la base de conocimiento que permita a los investigadores de la televisión en general y sus audiencias analizar la situación actual, plantear propuestas y generar sugerencias hacia el futuro. Se han examinado para este propósito los métodos empleados en las investigaciones, los marcos teóricos utilizados, la procedencia de los trabajos, los géneros estudiados y el conocimiento derivado. 140 2. Los estudios de recepción en América Latina Anterior a la década de los noventa los estudios sobre comunicación en América Latina se enfocaban principalmente en el análisis crítico de los medios como instituciones, otorgándole muy poca atención a la investigación de audiencias. La concepción general de los investigadores se centraba en considerar al receptor como un ente pasivo ante el dominio y la hegemonía de las industrias culturales. Los estudios entonces se apoyaban en el análisis de la economía política o en el análisis de contenido. Estos planteamientos ignoraban casi por completo el estudio de los procesos de recepción y consumo en las audiencias latinoamericanas. En una sociedad dominada por el capitalismo, los teóricos de la dependencia asumían que comprobando la existencia de la transnacionalización en el proceso de producción y distribución, se presuponía la transnacionalización de los procesos de recepción (Lozano, 1990/1991). Ante este panorama, a partir de la segunda mitad de los años ochenta empezó a surgir una nueva perspectiva crítica interesada en los procesos de recepción y consumo de los productos culturales. Los trabajos de García-Canclini (1988), Martín Barbero (1987) y González (1987), apuntaban hacía nuevas consideraciones sobre el aspecto cultural y las mediaciones que utilizan los receptores para interpretar los significados comunicacionales. Desde la década de los noventa, los trabajos inscritos en la nueva perspectiva reflejan esta concepción de audiencias activas que ya era común en enfoques críticos de otras partes del mundo desde fines de los setenta pero que por el auge de los paradigmas de la dependencia y del imperialismo cultural no se había extendido en esta región. Académicos en los diferentes países latinoamericanos empiezan entonces a generar conocimiento en esta línea siguiendo el liderazgo teórico de Martín Barbero, García Canclini, Orozco y González. Los resultados evidencian un movimiento de las comunidades académicas de distintos países en este sentido (Del Valle, 2004a, 2004b). Expuesto así el panorama general sobre la investigación de audiencias televisivas en América Latina, se procede a mostrar el resultado del análisis de los 51 trabajos encontrados en este contexto en las revistas académicas más importantes de la región a partir de 1992. Las preguntas que guían esta investigación fueron las siguientes: a) ¿Cuál es la importancia y presencia de los estudios empíricos de recepción televisiva en comparación con otro tipo de trabajos publicados en las revistas seleccionadas?, b) ¿Son las telenovelas el principal objeto de estudio o la investigación en América Latina se ha diversificado a otros géneros televisivos?, c) ¿Qué enfoques teóricos y analíticos predominan al interpretar los hallazgos de estas investigaciones?, d) ¿Qué tan detallada y rigurosa es la metodología empleada en estos estudios? 3. Método El análisis comprende 53 trabajos publicados desde 1992 en revistas latinoamericanas de comunicación y ciencias afines. La revisión se realizó buscando los estudios inscritos en esta temática que estuvieran disponibles en las revistas especializadas más importantes de América Latina en su versión electrónica, y algunas en papel propiedad del CINCO (Centro de Investigación en Comunicación e Información) del Tecnológico de Monterrey. La base de datos utilizada consta de 24 revistas que sumaron un total de 378 números revisados. Se buscaron los textos completos de los artículos en las bases de datos en línea Redalyc (Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal), Revcom (Revistas Eletrônicas de Ciências da Comunicação, de Brasil), la base de datos del Centro de Documentación del CONEICC en el ITESO, el portal INFOAMERICA y los sitios originales de las revistas Diálogos de la Comunicación, Razón y Palabra, Global Media Journal en Español, ZER y Palabra-Clave. En papel se consultaron todos los ejemplares de 1992 a la fecha de Comunicación y Sociedad, de México y el Anuario de Investigación de la Comunicación CONEICC. De Chile 7 Revistas, entre las disponibles, según se precisa aquí: Reflexiones Académicas, Faro, Re-presentaciones, Tercer Milenio, Légete, Cuadernos de Información y Comunicación y Medios cuya búsqueda sólo arrojo dos hallazgos. De varias revistas, como las brasileñas, sólo se revisaron los números que estaban disponibles en el sitio Revcom, los cuáles en la mayoría de los casos eran muy pocos. Los hallazgos sobre este país, así, no pueden tomarse como una muestra representativa debido al significativo número de ediciones pendientes de analizar. La limitación de esta muestra radica en la falta de acceso a algunas publicaciones académicas de los diversos países, así como la carencia del texto completo disponible en red. Debe considerarse que este trabajo está en proceso, ya que la búsqueda de las ediciones faltantes de cada revista seleccionada se sigue realizando. Asimismo, falta incluir otras revistas, sobre todo de países como Venezuela, Colombia, Perú, Argentina, Uruguay, etc., que no aparecían en ninguna de las bases de datos consultadas. Para ello, actualmente se está trabajando con un grupo de colegas en esos países para la segunda fase de esta investigación, la cual incluirá dichas publicaciones. De cualquier forma consideramos que las principales revistas han sido incluidas y que el número de estudios revisados alcanza a reflejar las principales tendencias en la investigación latinoamericana de audiencias televisivas publicadas en las revistas académicas de la región. Es importante señalar que parte de la in vestigación empírica de audiencias televisivas se publica en libros, capítulos de libros y cuadernos de investigación que no se tomaron en cuenta en este estudio debido a la dificultad en identificarlos y consultarlos. Cada uno de los 53 trabajos incluidos ha sido cuidadosamente analizado para alimentar una base de datos compuesta por campos en donde se especifica el nombre de la investigación, el autor, la publicación, el país de procedencia, el año, la técnica utilizada, el enfoque teórico así como los autores citados en la obra, la muestra, la claridad de las preguntas de investigación y la metodología expuesta. A partir de esa base de datos, se procedió a analizar cuantitativa y cualitativamente la información recabada. 4. Resultados ¿Cuál es la importancia y presencia de los estudios empíricos de recepción televisiva en comparación con otro tipo de trabajos publicados 141 en las revistas seleccionadas? La Tabla 1 muestra que solo el 14% de todos los artículos publicados en 378 números de las 24 revistas seleccionadas eran investigaciones empíricas de recepción televisiva. Si otros tipos de estudios de campo son incluso menos populares, como parece ser el caso, este hallazgo podría indicar un patrón en las revistas latinoamericanas de favorecer la publicación de ensayos teóricos sobre los trabajos empíricos. O quizás sólo refleje la situación actual de la academia latinoamericana de comunicación, más propensa al trabajo teórico que al empírico por la falta de fondos y la escasa preparación de los investigadores para el trabajo de campo (Lozano, 2007). (Tabla 1) 4.1. De la telenovela a otros géneros televisivos McAnany y La Pastina (1994) encontraron entre 1970 y 1993, 26 trabajos en revistas académicas, libros y tesis de posgrado que analizaban la recepción de telenovela. En la presente revisión, sólo 12 o el 23% de los 53 trabajos revisados, se concentraron específicamente en la revisión Tabla 1 - Número de estudios empíricos de audiencias televisivas publicados en revistas académicas de América Latina entre 1992-2007 por título Título 142 Comunicación y Sociedad Anuario de Inv. CONEICC Diálogos de la Comunicación Culturas Contemporáneas Zer Palabra-Clave Intercom Contemporánea Nombre Falso Razón y Palabra FAMECOS Fronteiras Global Media Journal Comunicação & Sociedade Contracampo Comunicación Rev Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales Reflexiones Académicas Comunicación y Medios Faro Legeté Re-Presentaciones Cuadernos de Información Tercer Milenio Total1 País Período Revisado # de ediciones revisadas # de estudios empíricos encontrados sobre recepción televisiva % de ediciones con estudios empíricos de recepción televisiva México México 92-07 94-06 34 13 14 10 41 77 Perú 92-07 42 5 12 México España Colombia Brazil Brazil Argentina México Brazil Brazil México Brazil Brazil C. Rica 92-06 96-07 96-01 00-07 03-06 01-07 96-07 01-07 04-07 04-07 02-04 02-03 00-06 27 21 16 14 5 9 58 20 9 7 5 2 11 4 4 3 2 2 2 1 1 1 1 0 0 0 15 19 19 14 40 22 2 5 11 14 0 0 0 México 92-06 45 1 2 Chile Chile Chile Chile Chile Chile Chile 99-02 93-06 05-07 03-06 07 93-07 06-07 4 7 5 7 2 12 3 378 1 1 0 0 0 0 0 53 25 14 0 0 0 0 0 14% Latina. La Tabla 3 muestra que más de la mitad de las investigaciones revisadas se basan en esta aproximación y la Tabla 4 confirma esta conclusión al identificar a Morley, Orozco, Martín Barbero, García Canclini y James Lull como los autores más citados. Este hallazgo no es raro en una región como América Latina en donde los estudios críticos como la teoría de la dependencia y el imperialismo cultural primero, y los Tabla 2 - Porcentaje de estudios por género televisivo Género f % Varios 29 54.7 Telenovelas 12 22.6 Noticias 8 15.0 Entretenimiento 1 1.8 Series 1 1.8 Ninguna 1 1.8 Reality shows 1 1.8 Total 53 100% de este género (Tabla 2). Más de la mitad de los artículos revisan el consumo televisivo en general, algunos incluso estudiando varios géneros al mismo tiempo. Esto podría considerarse una tendencia de la investigación más reciente por tomar en cuenta distintos tipos de contenidos que consumen los diferentes tipos de audiencias, algunos preocupados por el origen geográfico de los programas preferidos, otros revisando la diversidad de contenidos preferidos por segmentos específicos de la audiencia como los jóvenes, e incluso otros más interesados en las mediaciones familiares en el proceso de ver televisión. La recepción de noticias es un área de creciente interés particularmente en una región en la cual la investigación sobre periodismo se ha centrado en los contenidos de noticias o en los propios periodistas. El hecho de que 16% de todos los estudios revisados dediquen su análisis a la recepción de noticieros, revela la atención que este género está recibiendo por algunos académicos latinoamericanos. En contraste, géneros como series televisivas y reality shows, con importante cantidad de producciones e importaciones, son casi ignorados por los estudios dedicados a analizar el consumo. 4.2. La supremacía de los estudios culturales Estudios culturales es, por mucho, la perspectiva teórica que inspira la mayoría de los trabajos empíricos sobre recepción televisiva en América Tabla 3 - Porcentaje de estudios por enfoque teórico Enfoque F % Estudios culturales 30 56.7 No identificado 10 18.9 Análisis de recepción 3 5.7 Otro 3 5.7 Usos y gratificaciones 2 3.8 Ecléctico 3 5.7 Educación para los medios 1 1.9 Varios 1 1.9 Total 53 100% 143 estudios culturales después, se han enraizado en las últimas décadas (Tabla3 e 4). Las valiosas aportaciones de autores como Martin Barbero, García Canclini, Orozco, González y Fuenzalida entre otros en la década de los ochenta en el campo de los estudios culturales, siguen siendo el fundamento teórico para la mayoría de estos trabajos en la región. Sin embargo, resulta interesante observar que el trabajo más reciente sobre audiencias no ha incorporado aún las contribuciones de los nuevos investigadores empíricos contemporáneos. Martín Barbero, García Canclini y González, por ejemplo, no han realizado trabajo empírico —y casi nada de trabajo teórico— en audiencias televisivas en los últimos 15 ó 20 años. Mientras que la supremacía de los estudios Tabla 4 - Número de artículos citando a un autor más de dos veces dentro del texto Autor f David Morley 15 Guillermo Orozco 15 Jesús Martin Barbero 12 Néstor García Canclini 8 James Lull 8 Klaus B. Jensen 5 Jorge González 4 Ien Ang 3 Gilberto Jiménez 3 Valerio Fuenzalida 2 Stuart may 2 Juan José Igartua y Carlos Muñiz 2 Michael Morgan y James Shanahan 2 Roger Silverstone Otros autores con dos a o más menciones en un solo artículo Total 144 de ellos son encuestas descriptivas que intentan ofrecer información básica sobre patrones de consumo. Otros han sido realizados por autores identificados con la perspectiva de estudios culturales, pero por alguna razón no lo explicitan en la revisión de la literatura, en las preguntas de investigación o incluso en la interpretación de sus resultados. Dos estudios más abordan el importante tema de la violencia y la televisión, pero desde una base ecléctica o inexplícita. 4.3. Falta de atención a lecturas ideológicas 55 La Tabla 5 muestra que aún siendo 136 los estudios culturales la perspectiva teórica predominante en investigación empírica de audiencias televisivas, muy pocos trabajos abordan la pregunta central del impacto ideológico de los medios o la capacidad de las audiencias para negociar, resistir o rediseñar los contenidos ideológicos preferentes. Sólo 7 de más de 30 trabajos, se basan en decodificación y lecturas de contenidos ideológicos, confirmando la preocupación de Morley (1997) sobre los 2 culturales se explica por la importancia histórica de las aproximaciones críticas en la región, nuestra revisión muestra un rango muy bajo de diversidad e interés en otras tradiciones teóricas. La perspectiva de los efectos predominante en los Estados Unidos (agenda setting, análisis del cultivo, aprendizaje social, entre otros) está completamente ausente en el corpus analizado. En América Latina, por tanto, las audiencias televisivas no parecen estudiarse desde diferentes perspectivas teóricas como Tabla 5- Porcentaje de artículos por tópico estudiado ocurre en Estados Unidos o Tópico f % Europa Occidental. Otros 12 22.6 Un hallazgo sorprendente Vida cotidiana 8 15.1 es el número tan elevado 7 13.2 Mediación familiar de estudios que no men Otras mediaciones 7 13.2 cionan explícitamente los Lecturas ideológicas 7 13.2 fundamentos teóricos desde Consumo de medios 5 9.4 los cuales plantean sus Género 2 3.8 2 3.8 Consumo de contenidos estadunidenses preguntas de investigación o 2 3.8 interpretan sus resultados: 9 Violencia y Efectos 1 1.9 estudios que representan el Credibilidad de las noticias Total 53 100% 17% de los reportes. Algunos investigadores culturalistas que pasan por alto cuestiones importantes como el poder y la ideología en el trabajo empírico. Todos los demás trabajos basados en estudios culturales se centran en el análisis y comprensión del papel de la televisión en la vida cotidiana de las audiencias o en el rol de la familia y/o escuela como mediaciones de recepción televisiva. Sin embargo, resulta importante señalar la relevancia de estos estudios (y muchos otros publicados en libros y revistas no contempladas en esta revisión), para el conocimiento de las formas en que la familia y la escuela filtran el consumo y decodificación de los programas televisivos en América Latina. En contraste, otras áreas de gran interés cuando se estudia la recepción televisiva como podrían ser la violencia, la credibilidad de las noticias, la apropiación de la agenda mediática o la adopción de versiones televisadas de la realidad, están escasamente estudiadas en la muestra. Esta cuestión se debe también a la falta de diversidad en las aproximaciones teóricas utilizadas por los investigadores latinoamericanos y podría ser incluso indicador de la falta de diversidad en la capacitación de futuros académicos en los programas latinoamericanos de posgrado en comunicación. 4.4. Avances en el frente metodológico Nuestra revisión de 53 estudios publicados en las revistas académicas más importantes de la región, muestra que en los últimos 15 años un número significativo de investigadores latinoamericanos sigue haciendo poca o nula referencia a sus metodologías (Tablas 6 y 7). Alrededor del 39% de los trabajos no explican o explican de manera incompleta su metodología, y alrededor del 34% de los estudios no incluye una sección formal de método en el cuerpo del trabajo (el porcentaje sube a 49% si también se incluyen los artículos que sí explicitan su metodología pero lo hacen en alguna otra sección). Este hallazgo muestra el largo camino por recorrer en América Latina en la capacitación de investigadores de la comunicación para lograr el rigor y la exigencia deseada en el trabajo empírico. Así mismo, este resultado alerta sobre la necesidad de que los editores y evaluadores de revistas académicas sean más estrictos al Tabla 6 - Porcentaje de estudios que explican su metodología Explican método Completamente Parcialmente No explican Total f 32 14 7 53 % 60.4 26.4 13.2 100% Tabla 7 - Porcentaje de estudios con sección de método Sección de método Sí No Sí, pero con diferente nombre Total f 27 18 8 53 % 50.1 33.9 15.1 100% dictaminar y aprobar las investigaciones puestas a su consideración para ser publicadas. Sin embargo, en un tono más optimista, los hallazgos demuestran el logro de un mejor balance entre las diferentes técnicas disponibles para la investigación de audiencias (Tabla 8). La encuesta sigue ocupando un lugar importante, pero los métodos cualitativos se han diversificado con el uso de entrevistas a profundidad o focalizadas, grupos de discusión, etnografías y otras estrategias cualitativas. Un avance interesante es el creciente uso de la combinación de encuesta con métodos cualitativos dentro del mismo estudio, demostrando una tendencia hacia la triangulación de los resultados. Este es un satisfactorio paso hacia adelante para una región en donde los métodos cuantitativos habían sido, hasta hace poco, rechazados por su asociación “inherente” con el positivismo (cfr. Mattelart, 145 Tabla 8 - Porcentaje de estudios por técnica Técnica Encuesta Entrevista a profundidad o focalizada Encuesta y una técnica cualitativa f 13 13 10 % 24.5 24.5 18.9 Grupos de discusión 6 11.3 Etnografía Otras técnicas cualitativas Datos secundarios Historias de vida Total 3 3 4 1 53 5.7 5.7 7.5 1.9 100% 1976) y en donde el divorcio académico entre los defensores de los métodos cualitativos y los seguidores de los cualitativos sigue estando presente en muchos casos. 146 5. Discusión A pesar de la fuerte presencia de los estudios culturales en América Latina, la teoría e investigación desarrollada y las contribuciones de académicos como Martin Barbero, García Canclini y Orozco, no sólo a nivel regional sino a nivel global, la investigación empírica de audiencias televisivas sigue siendo escasa. La tendencia de los académicos latinoamericanos a optar por ensayos teóricos sobre el trabajo empírico, ya sea por falta de recursos económicos o capacitación metodológica, ha permanecido presente en los últimos 15 años. El análisis de 53 estudios de audiencias televisivas encontrados en 378 números de 24 de las revistas en comunicación más importantes de América Latina, ofrece algunas bases sólidas para detectar los enfoques predominantes en géneros, tipos de audiencias, aproximaciones teóricas y técnicas de investigación que han caracterizado el trabajo empírico entre 1993 y el 2007. Uno de los hallazgos más relevantes es el desplazamiento de las telenovelas como foco central de los estudios de recepción en la región. Mientras que el 23% del número total de estudios sigue reflejando un interés hacia este género, en los últimos 15 años se ha mostrado una creciente preocupación por explorar el complejo ensamble de contenidos televisivos que consumen los diferentes segmentos de la audiencia y la recepción de programas de noticias. De cualquier forma, parece existir una necesidad de más estudios empíricos de recepción televisiva en géneros particulares que han adquirido relevancia por su cantidad de producción y consumo en la mayoría de los países de la región. Los reality shows, las series, las caricaturas y los programas deportivos, entre otros, han adquirido gran popularidad y han sido hasta ahora poco estudiados de manera particular. Es entonces sorprendente no encontrar trabajo cualitativo en la recepción y apropiación de géneros o programas individuales diferentes a la telenovela o los noticieros. Para una región reconocida académicamente en el mundo por su interés en el imperialismo cultural y los efectos ideológicos de las industrias mediáticas locales y trasnacionales sobre las audiencias, es raro encontrar que sólo 7 de 51 estudios se concentran en las lecturas y negociaciones ideológicas de los televidentes. Los culturalistas latinoamericanos parecen estar tomando el mismo camino impuesto por sus colegas en Estados Unidos y Europa, rechazando cuestiones como ideología y poder, y centrando su atención en temas como vida cotidiana o mediaciones familiares y escolares en el proceso de ver televisión. Aunque el desplazamiento de las teorías y aproximaciones positivistas puede ser considerado de manera favorable entre los académicos latinoamericanos, quienes posiblemente lo interpretan como un intento de evadir otro tipo de dependencia de Estados Unidos, también resulta importante resaltar la uniformidad que genera, así como el empobrecimiento de debates, habilidades, aproximaciones y puntos de vista teóricos y metodológicos. La mayoría de las debilidades de la investigación empírica latinoamericana en este campo pueden provenir de esta homogeneidad y falta de diversidad en la enseñanza y revisión teórica de los programas de posgrado en comunicación en la región. Mientras que el corpus estudiado en esta revisión muestra que la investigación empírica de audiencias televisivas en América Latina se ha vuelto mas plural y sofisticada en el uso de las técnicas cuantitativas y cualitativas, mostrando una tendencia favorable al combinar ambas estrategias en un solo estudio, existe aún un largo camino por recorrer con respecto al rigor metodológico, no sólo en el diseño de la investigación y el trabajo de campo, sino en la explicación requerida en los reportes de hallazgos con el fin de evaluar su calidad y relevancia. Como se ha mencionado anteriormente, este artículo forma parte de una investigación en proceso sobre estudios empíricos de recepción televisiva en América Latina. La inclusión de las revistas pendientes no contempladas en este corpus, podría cambiar ligeramente algunas de las conclusiones de esta revisión. Sin embargo, consideramos que los 53 estudios encontrados en 378 números de 24 revistas líderes de la región, representan una muestra válida para extraer inferencias sobre las tendencias, fortalezas y debilidades de esta línea de trabajo. La investigación empírica de audiencias en América Latina tiene un gran potencial para contribuir significativamente en el conocimiento de los procesos de consumo, negociación y apropiación de contenidos televisivos en el marco mundial. El tamaño de la región, el valor incuestionable del pensamiento teórico local y la coexistencia de la tradición, la modernidad y la posmodernidad propia de los países latinoamericanos (García Canclini, 1990) podría conducir a conocer patrones de consumo y recepción considerablemente diferentes a los observados en la investigación actual de los países industrializados. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHONG, Blanca y ORNELAS, José Luis. 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México: UNAM, 1976. interdependence and cultural proximity. Critical Studies in Mass MARTÍN BARBERO, Jesús. De los medios a las mediaciones: Communication, (8), 39—59, 1991. CONGRESOS Y SEMINARIOS CONGRESOS DE LA ALAIC 1992 y Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo São Paulo, Brasil Tema: Comunicación latinoamericana: desafíos de la investigación para el siglo XXI 2000 y Facultad de Ciencias de la Comunicación e Información/ Universidad Diego Portales Santiago do Chile, Chile Tema: Sociedad de la Información: Convergencias y diversidades 1994 y Departamento de Estudios de la Comunicación Social/Universidad de Guadalajara Guadalajara, México Tema: La investigación iberoamericana en Comunicación ante el nuevo milenio 2002 y Facultad de Comunicación Social y Humanidades/ Universidad Privada de Santa Cruz de la Sierra Santa Cruz de la Sierra, Bolívia Tema: Ciencias de la Comunicación y sociedad: Un diálogo para la era digital 1996 y Escuela de Comunicación Social/ Universidad Central de Venezuela Caracas, Venezuela Tema: Las transformaciones de las comunicaciones: los nuevos retos de la investigación 2004 y Facultad de Periodismo y Comunicación Social/ Universidad Nacional de La Plata La Plata, Argentina Tema: 70 años de Periodismo y Comunicación en América Latina 1998 y Departamento de Comunicação Social/Universidade Católica de Pernambuco Recife, Brasil Tema: Ciencias de la Comunicación: Identidades y fronteras 2006 y Universidade do Vale do Rio dos Sinos Rio Grande do Sul, Brasil Tema: Comunicación y Gobernabilidad en América Latina SEMINARIOS DE LA ALAIC 1999 y Universidad Andina Simón Bolívar / Universidad Catolica Boliviana/ Centro Interdisciplinario Boliviano de Estudios de la Comunicación Cochabamba, Bolivia Tema: Comunicación y Desarrollo 2005 y Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo São Paulo, Brasil Tema: Democratizar la Comunicación: ¿una tarea pendiente? 2001 y Facultad de Periodismo y Comunicación Social/ Universidad Nacional de La Plata La Plata, Argentina Tema: Comunicación y política en la cultura mediática 2007 y Universidad Andina Simón Bolívar La Paz, Bolivia Tema: Urgencias latinoamericanas en investigación comunicacional: perspectivas crítico-epistemológicas Rádio e sociedade brasileira no cinema: de 1940 a 2000 Doris Fagundes Haussen Profa. Dra. do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS e Pesquisadora do CNPq. E-mail: [email protected] 150 1 Este artigo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre O Rádio no Cinema Brasileiro que traça um panorama dos filmes nacionais com o rádio no enredo. Participou da pesquisa a Bolsista de Iniciação Científica PUCRS/CNPq Michele Bicca Rolim. RESUMO A presença do rádio no cotidiano da sociedade brasileira é sempre citada nos estudos sobre este veículo de comunicação. Neste sentido, o presente artigo procura identificar, em seis filmes nacionais, o “olhar” do cinema sobre o rádio, ou seja, como uma mídia registra a participação da outra e que tipo de visão é repassado. Os filmes analisados referem-se ao período dos anos 40 até os 2000, e são: Rádio Auriverde, A estrela sobe, O escorpião escarlate, A hora mágica, Se segura malandro e Uma onda no ar. A seleção foi feita com base nos filmes em que o rádio tem um papel central e cujo enredo represente períodos importantes vividos pelo veículo na história nacional. Palavras-chave: Rádio; Cinema; Sociedade brasileira. ABSTRACT The importance of the radio in Brazilians’ daily life and has always been stressed in research on this means of communication. In this respect, the article seeks to assess how the radio is depicted in six Brazilian films, i.e., the registration of one medium by another and the way radio is presented. The productions selected for the analysis are from 1940s to 2000: Rádio Auriverde, A estrela sobe, O escorpião escarlate, A hora mágica, Se segura malandro and Uma onda no ar. Those titles were selected because the radio is a central element of their plots, and especially because they present the radio as an essential medium in the country’s history. KEYWORDS: Radio; Cinema; Brazilian Society. RESUMEN La presencia de la radio en el cotidiano de la sociedad brasilera es siempre citada en los estudios sobre este vehículo de comunicación. Este artículo intenta, así, identificar en seis películas nacionales la mirada del cine sobre la radio, o sea, de qué manera un medio registra la participación del otro. Las películas abordan el periodo comprendido entre los años 40 hasta el 2000, y son: Rádio Auriverde; A estrela sobe, O escorpião escarlate, A hora mágica, Se segura malandro y Uma onda no ar. La selección de películas ha sido hecha a partir de identificar en ellas el rol central que la radio tiene y cuya trama representa importantes períodos vividos por el vehículo en la historia nacional. PALABRAS CLAVE: RADIO; CINE; SOCIEDAD BRASILEÑA. 151 152 A importância do papel desempenhado pelo rádio no Brasil, ao longo de sua trajetória, é inegável. Inúmeros estudos, principalmente a partir da década de 90, têm-se preocupado em registrar este fato. No entanto, uma reflexão sobre como o cinema tem-se ocupado do rádio e como ambos têm registrado a sociedade ainda não foi feita. Assim, neste artigo procura-se responder a esta questão através da análise de seis filmes nacionais em que o rádio tem papel destacado e que representam períodos importantes vividos pelo veículo na sua trajetória no contexto da sociedade brasileira. Dos seis filmes analisados, dois foram produzidos na década de 70; três na década de 90 e um nos anos 2000. Sobre as décadas a que se referem os enredos, dois remetem aos anos 40, dois aos 50, um aos anos 70 e um aos 80/90. Quanto ao gênero, são três dramas, duas comédias e um documentário. Para fins de análise da sociedade brasileira, adotou-se a obra de Boris Fausto (2002), que classifica a história do país através de sete períodos: a Colônia, o Império, a República, a Era Vargas, o Brasil Democrático, o Regime Militar e a Redemocratização. Em relação à tecnologia, utilizou-se a tese de Cunha (2001) que analisa o horizonte de expectativas das sociedades sobre esta evolução . A autora destaca quatro fases nesta evolução (explicitadas adiante), das quais duas foram detectadas nos filmes analisados: a segunda (1925-1950), em que o rádio se consolida como veículo de massa no país, e a terceira (1950-1975), quando os descobrimentos tecnológicos (transistor e FM) são incorporados e provocam alterações nas emissoras e nos usos: a segmentação de programações e públicos (o jovem), a portabilidade do aparelho e as rádios piratas e livres. A seguir são relacionados os filmes, com os seus dados, sinopses e um resumo da participação do rádio e os elementos em destaque: • Rádio Auriverde – Diretor: Sylvio Back; lançamento: 1991; período a que se refere o enredo: anos 40. Sinopse: Através das musicalmente alegres e debochadas transmissões de uma rádio clandestina, tema-tabu entre os pracinhas, o filme acaba também revelando as tragicômicas relações entre os Estados Unidos e o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. O filme penetra no universo da guerra psicológica que conturbou a participação do Brasil no conflito, apresentando imagens e sons inéditos da presença da Força Expedicionária Brasileira na Itália e, também, da cantora Carmem Miranda. Participação do rádio: Personagem principal, através da emissora fictícia clandestina, chamada Rádio Auriverde. Elementos em destaque: A denúncia e a ironia são características do filme, sendo a dominação norteamericana um dos seus principais temas. 1 Um levantamento desta produção, relativo ao período entre 1991 e 2001, foi realizado por esta autora e encontra-se disponível no site da Famecos/PUCRS www.pucrs.br/famecos/vozesrad.A pesquisadora Sonia Virginia Moreira também publicou, recentemente, sobre o tema o artigo Pesquisa de Rádio no Brasil: a contribuição da Intercom (1997-2004). São Paulo: Intercom, 2007. 2 A autora apóia-se na teoria da Estética da Recepção, de Jauss, para definir o conceito de expectativas tecnológicas. Segundo Zilberman, in Cunha (2001, p.34), a Estética da Recepção “procura entender os efeitos das obras e acontecimentos do passado desde a perspectiva do leitor contemporâneo, sobre quem ainda repercutem os efeitos dos movimentos ocorridos em outras épocas. Para chegar ao resultado, é necessário construir o horizonte de expectativas perante o qual foi criado e recebido um texto no passado, para formular as perguntas a que deu uma resposta. Com isso, a teoria busca inferir como o leitor pode entendê-lo. Essa reconstrução faculta igualmente determinar a diferença entre a compreensão da obra no passado e hoje”. Neste sentido, ao aproximar esta questão à do rádio, Cunha (idem, p.39) considera para o seu trabalho que “leitor e texto ou audiência e rádio dialogam dentro de um mesmo horizonte histórico, conforme a proposta de Jauss para a literatura, e que é importante verificar as características específicas do objeto a ser estudado”. Para a autora, “oralidade e palavra escrita são suportes do rádio e da literatura e devem ser reconhecidos em suas diferenças, mas também por sua inserção na cultura, definindo-se pela linguagem, relacionados a regras da tradição narrativa. O ser humano, por sua vez, é parte deste processo, envolvido pelas marcas destas regras, dentro dos diferentes horizontes históricos”. No entanto, uma reflexão sobre como o cinema tem-se ocupado do rádio e como ambos têm registrado a sociedade ainda não foi feita. A falta de condições da FEB e a precariedade do exército brasileiro são alvos da crítica do rádio. Horizonte de expectativa: Segundo (19251950). Período histórico: Era Vargas. • A estrela sobe – Diretor: Bruno Barreto; lançamento: 1974; anos a que se refere o enredo: 40. Sinopse: O filme baseia-se na obra de mesmo título, de Marques Rabelo. Leniza Meyer, a personagem central, participa de um programa de TV e é apresentada pelo animador como um “patrimônio da música popular brasileira”. Ela é, agora, a veterana a dar notas aos candidatos à carreira de cantor. Ainda que uma diferença de muitos anos a separe dos calouros a enfrentar os microfones, a câmera, o público e o júri, ela vê na moça de hoje, a Leniza de ontem. O filme volta ao passado: sua primeira aparição como caloura, a rotina na pensão da mãe, a ligação amorosa com Mário Alves, em quem vê alguém interessado em penetrar no meio radiofônico; a revolta contra a baixeza dos bastidores do rádio. Leniza faz bem os testes e avança na carreira pouco a pouco. Passa a cantar na melhor estação de rádio do Rio de Janeiro, faz shows no Cassino da Urca e dança em filmes musicais. Vendo a felicidade dos calouros com o primeiro triunfo, Leniza relembra o caminho da glória. Participação do rádio: Papel principal. Aparecendo em cenas internas e externas, a Rádio Metrópolis é a responsável pela ascensão da personagem principal. Elementos em destaque: O imaginário correspondente ao rádio naquela época, o sonho de ascensão social de uma classe. Dentro da trama encontra-se a figura do malandro que sobe na vida atrás de pequenos golpes. Como por exemplo, a protagonista, que para conseguir mais destaque acaba se envolvendo com um rico dono de sapatarias. Além disso, também se envolve com uma famosa cantora de rádio, que a ajuda a conhecer o meio e cobre suas despesas. Horizonte de expectativa: Segundo e Terceiro (1925-1950 e 1950-1975). Período histórico: Era Vargas e Brasil Democrático. • O escorpião escarlate – Diretor: Ivan Cardoso; lançamento: 1990; período a que se refere o enredo: anos 50. Sinopse: Através de uma ouvinte de rádio, a jovem desenhista de moda, Glória, os heróis radiofônicos ganham vida. A fantasia mistura-se com a realidade, transformando o cotidiano de todos. O filme se passa na década de 50, na cidade do Rio de Janeiro. Glória é aficionada por radionovelas, em especial a que está no ar. Os capítulos são apresentados por dois locutores, que dizem:“Diretamente dos seus estúdio de radioteatro, bem na praça Mauá, no coração da cidade maravilhosa, Cashmere Bouquet, com o perfume que traz o amor até você, apresenta a eletrizante Aventuras do Anjo, com mais um capítulo da série o Escorpião Escarlate, de Álvaro Aguiar”. Uma das características da radionovela é a continuidade dos capítulos, com hora e dia marcado, como se observa na fala do locutor: “Continuem ouvindo de segunda a sexta-feira neste mesmo horário As aventuras do Anjo”. A personagem acaba trocando o real pelo imaginário e sendo perseguida pelo vilão Escorpião Escarlate, já que associa os crimes que vêm acontecendo na cidade com aqueles que escuta na radionovela. A personagem é, então, convidada a trabalhar na 153 emissora, a Rádio Nacional, a mesma que transmite o seriado. Ela conhece o personagem Anjo, e se envolve amorosamente com ele. Participação do rádio: Papel fundamental, aparecendo em diversas cenas do filme, principalmente nos bastidores da rádionovela As Aventuras do Anjo, transmitida pela Rádio Nacional. Elementos em destaque: O papel da radionovela na sociedade brasileira, misturando ficção e realidade. Horizonte de expectativa: Terceiro (19501975). Período histórico: Brasil Democrático. 154 • A Hora Mágica – Diretor: Guilherme de Almeida Prado; lançamento: 1998; período a que se refere o enredo: anos 50. Sinopse: Em 1950, a Rádio Brasil (RB) recebe seus artistas para algumas dublagens, outros tantos comerciais e, principalmente, interpretar seus papéis na radionovela Um Assassino Está Entre Nós. Tito Balcárcel dá voz às peripécias do galã em filmes de gêneros variados, ao lado da estrela Lyla Van e interpreta o mordomo Matias. Este vive às voltas com suas fantasias folhetinescas até apaixonarse por Lúcia, jovem ambiciosa, indiretamente envolvida num crime, que colocará o romântico Tito no centro de uma teia rodeada de pequenos mistérios. Som e imagem apontam um caminho nada comum nas diferentes histórias vividas pelo protagonista de A Hora Mágica. Participação do rádio: Papel Fundamental, abordando as radionovelas dos anos 50. Elementos em destaque: O rádio, em seu período áureo, através das radionovelas, desempenha um forte fator de coesão social. A sociedade nacional compartilha seus sentimentos através da ficção radiofônica. Os estereótipos do vilão e do herói estão muito presentes. Horizonte de expectativa: Terceiro (19501975). Período histórico: Brasil Democrático. • Se segura malandro – Diretor: Hugo Carvana; lançamento: 1977; período a que se refere o enredo: anos 70. Sinopse: Um instrumento de poder e tecnologia, a estação clandestina de rádio conta a história tropical do final de século XX. É de lá que Paulo Otávio comanda o espetáculo e as histórias vão se encadeando. O programa não pode sair do ar: está a mil no coração do Brasil, e Paulo Otávio aciona sua repórter Calói Volante na direção de outros acontecimentos. Os impasses não terminam e são engraçados na mesma medida em que são trágicos. Participação do rádio: É elemento fundamental, tanto que o título do filme é o nome do programa. Elementos em destaque – Vários elementos da identidade carioca aparecem no filme, como a malandragem, o marido traído, o funcionário insatisfeito que enlouquece e seqüestra o elevador ameaçando uma velha. Também é enfocado o casal vindo do interior que acaba caindo na criminalidade e roubando cachorros para pegar a recompensa, assim como o ladrão que corre pela praia. Tudo com humor e satirizando a realidade. No filme a malandragem é usada como uma forma de driblar a falta de oportunidade, presente na vida dos brasileiros. Por se tratar dos anos 70, o filme faz uma crítica ao sistema tocando em assuntos polêmicos como a falta de trabalho e de oportunidades, e ao final os repórteres são presos. Horizonte de expectativa: Terceiro (19501975). Período histórico: Regime Militar. • Uma Onda no Ar – Diretor: Helvécio Ratton; lançamento: 2002; período a que se refere o enredo: anos 80. Sinopse: Jorge, Brau, Roque e Zequiel são quatro jovens amigos que vivem em uma favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial e a extinção da emissora. Participação do rádio: É o personagem principal, a Rádio Favela, que denuncia e protesta contra injustiças e presta serviços à comunidade. Elementos em destaque: A favela como ambiente narrativo, é caracterizada como um lugar em que a maior parte da população é formada por gente pobre, honesta, trabalhadora e esperançosa. O personagem principal do filme é Jorge, um lutador que abre caminho no sistema social, que tende a marginalizá-lo. Elementos como raça e malandragem, violência e exclusão social podem ser identificados no filme. Horizonte de expectativa: Quarto (19752000). Período histórico: Redemocratização. O rádio e as suas fases O rádio foi a tecnologia de comunicação que percorreu todo o século XX, no mundo inteiro, tendo passado por diversas transformações em seu conteúdo e sua forma tecnológica. Seu desaparecimento foi anunciado várias vezes, principalmente quando a televisão se fez presente, em particular após os anos 60 e, novamente na atualidade, com o advento da internet. É possível identificar na trajetória do rádio quatro fases, que podem ser chamadas de horizontes de expectativas, segundo Cunha (2001). A primeira situa-se entre 1890 a 1925, período em que não é considerado um meio massivo, e sim uma experiência de transmissão de sinais a distância. A pergunta que se coloca naquele momento, a respeito da tecnologia é: “como comunicar à distância?”. O segundo horizonte, de 1925 a 1950, é quando o veículo se organiza e se consolida como meio massivo, e a questão tecnológica é: “para que servem as invenções?”. O terceiro corresponde ao período de 1950 a 1975, quando finda o seu período áureo e sofre modificações para concorrer com a televisão, tornando-se portátil pela invenção do transistor. A tecnologia, neste período, aponta para as experiências das rádios piratas e livres, a segmentação de público (e de programação), possibilitada pela invenção do transistor e da Freqüência Modulada (FM) e impulsionada pela concorrência da TV, além de uma atenção ao público jovem. E finalmente o Apenas ao final da primeira fase é que o rádio inicia sua trajetória no Brasil. Em 1922 realizava-se a primeira emissão radiofônica oficial no país, com um discurso do então presidente Epitácio Pessoa (...) quarto horizonte, conforme a autora, inicia-se em 1975 e chega à passagem do século XXI, quando o veículo começa a se adaptar à tecnologia digital e à internet, num contexto de globalização da economia e mundialização da cultura. Apenas ao final da primeira fase é que o rádio inicia sua trajetória no Brasil. Em 1922 realizava-se a primeira emissão radiofônica oficial no País, com um discurso do então presidente Epitácio Pessoa, durante a exposição comemorativa do centenário da Independência no Rio de Janeiro, através de alto-falantes. Em 1919, no entanto, a Rádio Clube de Pernambuco já realizava experiências iniciais, e em 1923, instalava-se a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Roquette Pinto, e que se transformaria, em 1936, na rádio do MEC. As primeiras programações do rádio no Brasil tinham propostas educativas e culturais, como a da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. “As condições sob as quais operava a Rádio Sociedade eram, na verdade, comuns às 155 156 emissoras de então que, num primeiro momento, funcionaram mais como associações ou clubes seletos, onde ao ouvinte cabia também a função de programador musical. Com base nesses dados, torna-se evidente o papel do rádio naquela que podemos considerar a sua primeira fase no Brasil: um meio de comunicação voltado principalmente para a transmissão de educação e cultura” (Moreira ,1991, p.16). O mundo vivia a Primeira Guerra Mundial que marcaria uma mudança decisiva no campo radiofônico. Segundo Cunha (2001), em 1919, após o término da Primeira Guerra Mundial, é que os estudiosos começam a pensar em tirar proveito do que, até então, era considerado um “defeito grave” no rádio. O defeito era, neste horizonte, a possibilidade de captar com relativa facilidade as mensagens que, da estação emissora, eram endereçadas a um determinado destinatário. O Brasil vivia, então, um momento classificado por Fausto (2002) como o Período Republicano, marcado pela política do “café com leite”, com o predomínio político e econômico de dois estados, São Paulo e Minas Gerais, e pela imigração, e vigente entre o final do século XIX e 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder. A segunda fase do rádio é caracterizada pela introdução da propaganda na programação radiofônica e pela consolidação do veículo como meio massivo. Conforme Cunha (2001), em 1930 existem aproximadamente 500 mil aparelhos. Pesados, volumosos, dependendo de eletricidade e antena, os rádios de válvula estão nas cozinhas ou nas salas de jantar, em geral sobre um guarda-louça ou uma prateleira. Desta forma, as informações chegam às famílias quando elas estão reunidas, normalmente, na sala principal da residência. Na década de 1940, de acordo com Moreira (1991, p.24) “o quadro predominante na área da publicidade radiofônica sofre duas mudanças fundamentais: em março de 1940, a estatização da Rádio Nacional do Rio de Janeiro altera o equilíbrio de forças no rádio brasileiro”. A partir daquele ano, transformada em emissora estatal, “mas com o direito de continuar a veicular anúncios, a Nacional inicia, assim, a sua trajetória como líder de audiência”. Para a autora, o segundo fator decisivo para as mudanças ocorridas à época no rádio brasileiro foi a chegada, em 1941, de representantes do Birô Interamericano, que começa a divulgar no Brasil o american way of life, ou seja, “um estilo de vida compatível com o consumo de produtos tipicamente norte-americanos. A partir dessa experiência, os patrocinadores passam a ter suas marcas e produtos associados aos títulos dos programas”. Segundo Moreira, “a alteração ocorrida na programação radiofônica atingiu principalmente as radionovelas que – desde o início da década de 1940 – constituíam um dos grandes atrativos do rádio no País” (idem, p.25). Em 1941, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro transmitia a primeira edição do Repórter Esso, informativo que permaneceu no ar durante 27 anos e que transformou o padrão dos jornaisfalados, vigente até então no rádio brasileiro. A cobertura jornalística era voltada para a Segunda Guerra. Conforme Moreira, “no período anterior ao lançamento do Repórter Esso, o radiojornalismo brasileiro caracterizava-se pela ausência de um tratamento redacional específico para o veículo, ou seja, as notícias eram selecionadas e recortadas dos jornais e lidas ao microfone pelo locutor que estivesse presente no horário” (1991, p.26). Esta fase, com início em 1930, foi classificada por Fausto (2002) como a Era Vargas, assinalada por mudanças na legislação trabalhista e pela imposição do Estado Novo (1937-1945) comandado por Getúlio Vargas. O período seguinte, denominado por Fausto (2002) de Brasil Democrático, estende-se de 1945 a 1964 e é marcado por altos e baixos. É a época de ouro do rádio, que termina com a implantação e o desenvolvimento da televisão. O Brasil vive Vargas, no entanto, mantinha um bom relacionamento com os artistas populares, por ter sido autor do Decreto legislativo que estabelecia o pagamento de direitos autorais por parte das empresas que atuassem com música. um intenso período político, Getúlio Vargas volta ao poder, em 1951, através de eleições diretas, e passa a enfrentar grandes dificuldades, gerando-se uma crise com o acirramento da luta política. Em 1954, Vargas suicida-se e novas eleições ocorrem em 1955, quando chega à presidência Juscelino Kubitschek, com seu lema “50 anos em 5”. Nas eleições de 1960 vence Jânio Quadros (UDN), com o vice João Goulart (PTB). Jânio renuncia e João Goulart assume o governo com feições populistas. As Forças Armadas decidem derrubar Jango do poder e dão o golpe de Estado, terminando o período do Brasil Democrático e começando a fase denominada por Fausto (2002) de Regime Militar. No campo da comunicação, para Zuculoto (2004, p.37) era um momento propício ao desenvolvimento do radiojornalismo, “já que se tratava de um período de atribulações políticas e o público estava ávido por notícias”. Com a chegada da televisão ao Brasil, o rádio sofre um declínio, perdendo audiência, elencos e contas publicitárias. De acordo com Moreira, “dadas as novas circunstâncias, o rádio brasileiro passou a carecer de readaptações e reformulações, a partir da metade da década de 1950”. Isto porque “como já não podia contar com um público cativo, o veículo de sucesso dos anos anteriores passou a procurar outras formas de identidade com o ouvinte. Ali começava a ser delineada a presente função do rádio: a de companheiro de qualquer cidadão” (1991, p.30). O veículo modifica a condição da escuta, com a introdução do transistor. Segundo Cunha (2001), em 1962, praticamente todos os aparelhos fabricados são transistorizados. O transistor logo transforma o rádio em um meio individual, mudando também o uso social, pois cada um tem a possibilidade de andar com seu aparelho. A época também é marcada pela segmentação do público e a censura do governo militar. A maior parte da quarta fase do rádio é marcada pelo fim ditadura no Brasil, no período assinalado por Fausto (2002) como Redemocratização, caracterizado por eleições diretas. Esta etapa é de grandes transformações tecnológicas e adaptações do veículo. Sem perder o seu formato original, as estações de rádio criam sites na Web. Para Cunha, “o meio alcança o século XXI encontrando o fenômeno da internet, capaz de colocar o mundo em rede e com grande poder de abrangência. As ondas radiofônicas, por sua vez, passaram a ser digitais e o rádio entendeu que deveria estar na internet”. Segundo ela “o tempo e espaço, assim, deixam de ser barreira, pois é possível ouvir uma rádio de qualquer lugar do planeta, no momento em que mais interessar” (2004, p.11). Conforme a autora, o desafio da permanência do rádio, ao longo do horizonte de expectativas da sociedade brasileira, tem sido vencido devido às características do veículo e às modificações tecnológicas e de conteúdo que tem introduzido. Os filmes e as fases do rádio Os seis filmes analisados enquadram-se em diferentes períodos da história brasileira, de acordo com Fausto (2002). No período denominado pelo autor de Era Vargas (1930-1945) situam-se Rádio Auriverde e A estrela sobe. Este último também compreende parte do período Brasil Democrático 157 A análise dos seis filmes com o rádio no enredo revela um amplo panorama da sociedade brasileira, ao longo do século XX. 158 (1945-1964). Desta fase também fazem parte Escorpião Escarlate e A Hora Mágica. Já Se segura malandro situa-se na fase do Regime militar (19641985) e Uma onda no ar enquadra-se no período da Redemocratização (1985 à atualidade). Rádio Auriverde reflete com clareza o período da Segunda Guerra mundial, a participação do Brasil no conflito e a possibilidade técnica do rádio em transmitir na clandestinidade, através de ondas curtas. Ao mesmo tempo traz elementos da cultura brasileira, como a música de Carmen Miranda e o humor característico do brasileiro. A estrela sobe, por sua vez, embora o enredo inicie na década de 60, situa-se mais especificamente nos anos 40, remetendo à juventude da personagem principal. Sobre a programação radiofônica desses anos, Sola Pool (1992, p.87) lembra que: “As radionovelas ou shows de variedades, ainda que ruins, também eram bastante melhores do que a média do que se podia ver no teatro de bairro realizado por grupos itinerantes, na ópera local ou nas salas de espetáculos; as cadeias de rádio ofereciam a possibilidade nacional de poder escolher. Sem dúvida, melhor ou pior, o rádio era diferente. Estava em casa; era ideal para o sítio isolado ou para o igualmente isolado habitante urbano, para quem os seus vizinhos eram estranhos. Era uma atividade individual ou familiar, e não compartilhada com a comunidade ou a igreja”. A sociedade brasileira desse período elaborava a incorporação das novas tecnologias (cinema e rádio) ao seu cotidiano. Sevcenko (1999, p.38) salienta o fato de que a população brasileira do início do século XX, em sua maioria, analfabeta, teve que dar um grande salto para se ajustar a uma nova ordem, “centrada nos estímulos sensoriais das imagens e sons tecnicamente ampliados”. Para o autor, “Expostas de um lado às pressões de um mercado intrusivo e de outro às intervenções das elites dirigentes, empenhadas em modelar as formas e expressões da vida social, as pessoas e grupos se viram forçados a mudar, ajustar e reajustar seus modos de vida, idéias e valores sucessivas vezes”. Nessa época, Getúlio Vargas, em seu primeiro período (1930-1945), governava o país e influenciava fortemente o rádio, e também o cinema, através de sua política para os meios de comunicação, que incluía a regulamentação da publicidade, o incentivo ao cinema de propaganda e o controle da informação divulgada. Para isto, contava com a ação do DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda, criado em 1939. Em sua organização, o DIP incluía uma Divisão de Radiodifusão e outra de Cinema e Teatro, e, todos eles sofriam a ação da censura do governo (Haussen, 2001). Vargas, no entanto, mantinha um bom relacionamento com os artistas populares, por ter sido autor do Decreto Legislativo (ainda como deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, em 1928) que estabelecia o pagamento de direitos autorais por parte das empresas que atuassem com música. Além disso, tinha um bom entendimento desta relação, conforme suas próprias palavras: “O anedotário do meu povo foi meu guia, indicando-me o caminho certo através do sorriso amável e do suave veneno destilado pelo bom humor dos cariocas...foi este respeito profundo à inteligência popular que criou a identidade de nossos espíritos e a comunhão entre a ação do governo e a vontade do povo” (Vargas In: Skidmore, 1969, p.61). Este, portanto, era o “espírito” da época em que se desenrolam os dois filmes analisados. Os outros dois, Escorpião Escarlate e A Hora Mágica, já se situam nos anos 50 e se inserem na fase Brasil Democrático (1945-1964), conforme a categorização de Fausto (2002), e no terceiro horizonte de expectativas tecnológicas (19501975), de acordo com Cunha (2001). Os dois filmes, em que o rádio tem um papel central, abordam a questão da fantasia relativa a personagens novelescos. Em O Escorpião Escarlate, os personagens da radionovela ganham vida através da imaginação da ouvinte, e em A Hora Mágica, os atores dão vida a personagens da radionovela policial. A curiosidade é o que o próprio personagem do mordomo da novela vive às voltas com as suas fantasias folhetinescas, ou seja, a ficção dentro da ficção. Os dois filmes retratam, portanto, o envolvimento da sociedade brasileira com o rádio, através de suas novelas, mostrando a importância do veículo no imaginário da época. Da mesma maneira, refletem uma certa ingenuidade da sociedade de então. O Brasil desse período era novamente governado por Getúlio Vargas, agora como presidente eleito, e vivia um momento diferenciado daquela primeira etapa, com novas dificuldades e outra inserção no contexto mundial. O rádio, como aponta Cunha (2001), vivia o seu terceiro horizonte de expectativas, em que a televisão já dava seus primeiros passos e começava a fazer parte do cenário dos próprios filmes. Em A estrela sobe, por exemplo, o enredo inicia com a atriz principal nos anos 60, em um programa de auditório de televisão, selecionando candidatos. O que a remete ao início da sua carreira, nos anos 40, no rádio. O filme Se segura malandro situa-se nos anos 70, já no período denominado por Fausto (2002) de Regime militar (1964-1985) e no terceiro horizonte de expectativas tecnológicas, conforme Cunha (2001). Uma rádio clandestina faz uma sátira da sociedade carioca (e brasileira) através da sua programação, e há uma crítica à falta de trabalho e de oportunidades, indicando o momento que vivia o país. Por outro lado, a repórter que percorre a cidade de bicicleta em busca de notícias, indica as novas possibilidades tecnológicas de mobilidade do rádio. A participação da TV em uma cobertura jornalística também mostra a importância do novo veículo na sociedade nacional. O último filme analisado, Uma onda no ar, insere-se no período de Redemocratização (1985-2000), proposto por Fausto (2002), e no quarto horizonte de expectativas tecnológicas, conforme Cunha (2001). Trata-se de uma emissora comunitária, clandestina, que quer ser a voz dos excluídos da favela, reforçando a análise da autora sobre a proliferação deste tipo de emissora, no mundo inteiro, nesta fase. O motivo seria a possibilidade tecnológica e o período vivido pela sociedade brasileira que buscava romper com todos os tipos de cerceamento às liberdades, após o período ditatorial. Considerações finais A análise dos seis filmes com o rádio no enredo revela um amplo panorama da sociedade brasileira, ao longo do século XX. Os períodos apontados por Boris Fausto desta trajetória do país são perfeitamente identificados nas películas. Da mesma forma, alguns dos horizontes de expectativas tecnológicas propostos por Cunha também são possíveis de serem detectados nos filmes analisados que se situam no segundo e no terceiro períodos registrados pela autora. Por outro lado, destaca-se o fato de o cinema abordar o rádio em seu período áureo, dos anos 40 e 50, bem como o dos anos 70 e 80, com o fenômeno das rádios piratas e livres. No entanto, o cinema ainda não chegou a registrar o rádio dos anos 159 2000, incorporando as novas tecnologias ligadas à digitalização e à internet. Neste sentido, pode-se concordar com Sarlo (1997, p.132), quando a autora se refere às experiências com as tecnologias e o seu significado (tanto técnico quanto mítico): “a aura técnica é um fenômeno novo, que se produz apenas quando uma área da tecnologia está suficientemente próxima para que outra pareça distanciada e inalcançável. Nesta defasagem entre o efetivamente incorporado à vida cotidiana e o que é apenas uma promessa, instala-se a imaginação ficcional, à qual interessam menos as explicações detalhadas dos processos do que o relato do que estes processos tornarão possível quando os dominemos por inteiro”. Tradução da autora. Desta forma, segundo a autora (p.134), o continuum fonografia-rádio-cine-televisão (e acrescentamos agora a internet) “tem uma base no realmente produzido e uma tensão em relação ao que ainda não existe como possibilidade real dentro dos marcos tecnológicos de cada época”. Assim, em relação aos filmes analisados neste artigo constata-se que este continuum pode ser encontrado nos seus enredos, naquilo que já foi efetivamente incorporado ao imaginário coletivo, e no que há de expectativas. Da mesma forma que a sociedade brasileira é captada, o desenvolvimento das tecnologias de comunicação também pode ser percebido em sua trajetória. Cinema e rádio unem-se, nestas produções, contando histórias tanto do cotidiano da sociedade nacional como do desenvolvimento de suas tecnologias e da apropriação e o uso das mesmas pela comunidade. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 160 CUNHA, M. O tempo do radiojornalismo: a reflexão em um contexto MOREIRA, S. V. O Rádio no Brasil. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1991. digital. Revista Estudos em Jornalismo e mídia, Florianópolis, v.1, n.1. MOREIRA, S. V. Pesquisa sobre o rádio no Brasil: a contribuição da p.10-19, abril, 2004. Intercom (1997-2004). In: MOREIRA, S.V. e outros. Pensamento CUNHA, M. O valor de permanência do rádio: um estudo dos efeitos Comunicacional Brasileiro. São Paulo: Intercom, 2005. pela estética da recepção. 280f. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade SARLO, B. La imaginación técnica. Sueños modernos de la cultura de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, argentina. Buenos Aires: Nueva Visión, 1997. Porto Alegre, 2001. SKIDMORE, T.E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930- FADUL, A. Literatura, rádio e sociedade: algumas anotações sobre a 1964). Rio de Janeiro: Saga, 1969. cultura na América Latina. In: AVERBUCK, L. (org.). Literatura em SOLA POOL, I. Discursos y sonidos de largo alcance. In: WILLIAMS, tempo de cultura de massa. São Paulo: Nobel, 1984. p.151-171. R.(ed.). Historia de la Comunicación. Vol.2. De la imprenta a nuestros FAUSTO, B. História do Brasil. Brasília: Ministério da Educação, dias. Barcelona: Bosch Casa Editoria, 1992. 2002. ZUCULOTO, V. As transformações da notícia de rádio na fase pós- HAUSSEN, D.F. Rádio e política. Tempos de Vargas e Perón. Porto televisão. In Revista Estudos em Jornalismo e mídia, Florianópolis, Alegre: Edipucrs, 2001. v.1, n.1, p.34-45, abril, 2004. NOTicias IV Seminario de Alaic examinó “El estado de la investigación comunicacional en América Latina” n Del 8 al 10 de noviembre de 2007 se celebró en la Universidad Andina Simón Bolívar en La Paz, Bolivia, el IV Seminario Latinoamericano de Investigación de la Comunicación cuyo tema central fue “El estado de la investigación comunicacional en América Latina”. El Seminario fue inaugurado con una ceremonia especial en que la Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comu nicación (Alaic) entregó una medalla al mérito académico al renombrado comunicólogo boliviano Luis Ramiro Beltrán Salmón. El Primer Vicepresidente de la Alaic, Alfredo Alfonso, hizo una reseña de la actividad intelectual del Dr. Beltrán, quien a tiempo de agradecer el reconocimiento ofreció una exposición en que sintetizó la trayectoria de la investigación latinoamericana y llamó a revalorizar la senda crítica y el compromiso de los estudiosos de la Comunicación con la solución de los principales problemas que enfrenta la región latinoamericana. Posteriormente se llevó a cabo el diálogo intitulado “Las urgencias latinoamericanas en investigación comunicacional” en que participaron los pro fesores Margarida Krohling Kunsch (Brasil), Alfredo Alfonso (Argentina) y Carlos Arroyo (Bolivia), además de que fue leída la intervención del Prof. José Marques de Melo (Brasil) —que no pudo concurrir— por la moderadora del diálogo, Karina Herrera (Bolivia). La inauguración fue matizada por una selección de danzas folclóricas que estuvo a cargo del Ballet Folclórico de la Universidad Católica Boliviana. Durante los dos siguientes días y con la participación de investigadores, profesionales y estudiantes de Argentina, Boliv ia, Br asil, Colombia, Chile, Ecuador, México, Perú y Venezuela, se desarrollaron las sesiones plenarias y los trabajos en grupos. E n p r i n c i p i o h u b o t re s paneles: 1: Perspectivas crítico-epis temológicas en Metodología de la investigación, Estudios culturales y Economía política de la comunicación, en que participaron los profesores Migdalia Pineda (Venezuela), Aníbal Ford (Argentina) y César Bolaño (Brasil). 2: Perspectivas crítico-epis temológicas en Comunicación institucional y Comunicación, desarrollo y educación, con las exposiciones de los profesores Margarida Krohling Kunsch (Brasil) y Gustavo Cimadevilla (Argentina). 3: Perspectivas crítico-epis temológicas en Comunicación y medios y Comunicación y nuevas tecnologías, con los profesores Ancízar Narváez (Colombia) y Octavio Islas (México). Posteriormente, los asistentes discutieron un conjunto de ponencias en cuatro Mesas Temáticas: 1) Comunicación, medios y educación; 2) Lenguajes mediáticos: prensa, radio, TV, multimedia y nuevos medios; 3) Comunicación, desarrollo y organizaciones, y 4) Producción cultural e industrias del en tretenimiento. Entre otros temas abordados en las Mesas estuvieron los siguientes: “Algunas transformaciones en escritura e imagen. Posibles impactos en la opinión pública”, (Aníbal Ford, Argentina); “El rol de la investigación teórica en las Ciencias de la Comunicación en América Latina” (M. Pineda, Venezuela); “Cultura escolar y cultura mediática en la sociedad de la información. Un esbozo teórico” (A. Narváez, Colombia); “Lecturas críticas sobre las representaciones sociales de la imagen” (A. Alfonso, Argentina); “Internet. La más profunda remediación de la televisión” (O. 161 162 Islas, México); “La Comunicación Organizacional y sus múltiples perspectivas en la sociedad contemporánea” (M. Kunsch, Brasil); “La internacionalización de la TV brasileña hoy” (C. Bolaño, Brasil); “Emergencias sociales, urgencias de la Comunicación. El desplazamiento de lo im portante” (G. Cimadevilla, Argentina); “Comunicación para el desarrollo. Trayectos, desencuentros y balance de medio siglo de experiencias” (Antonio Gómez, Bolivia); “El tercer sector y el Derecho a la Información” (Carlos Arroyo, Bolivia); “El derecho humano a la información y la comunicación. Paradojas y perspectivas” (Carlos Camacho, Bolivia) y “El nuevo paradigma del emisor en el siglo XXI: ciudadanía en construcción” (Marcelo Guardia, Bolivia). En la plenaria de cierre el Director de la Alaic por México, Octavio Islas, presentó al Instituto Tecnológico de Monterrey como sede oficial del IX Congreso de la Alaic previsto para los días 9 a 11 de octubre de 2008. La evaluación final del Semi nario fue realizada por el Segundo Vicepresidente de la Alaic, César Bolaño, y la clausura por el Presidente, Erick Torrico. u n Protocolo de Guadalajara anuncia el fortalecimiento de la comunidad iberoameri cana de ciencias de la comunicación (Fonte: http://octavioislas.wordpress.com) Fortalecer la “comunidad iberoamericana”, con el reto de superar la “condición periférica” que la megaregión ocupa hoy en el seno de la “comunidad mundial” de las ciencias de la comunicación, fue el compromiso asumido por los representantes de 8 asociaciones académicas de 5 países-clave. Reunidos en la Universidad de Guadalajar a, México, en el día 23 de noviembre de 2007, investigadores de España, Por tugal, México, Brasil y Argentina anunciaran la intención de fundar una Confederación de Asociaciones Académicas de Comunicación para “preservar, fortalecer y potencializar la identidad cultural iberoamericana”, frente al desafío de la “globalización política y económica en proceso”. E l m ov i m i e n to f u e re s paldado por investigadores de Chile, Venezuela, Cuba y Puerto Rico, presentes al X Congreso Iberoamericano de Comunicación, recomendando a la nueva directiva de la Asociación Iberoamericana de Comunicación, presidida por el investigador mexicano Enrique Sánchez Ruiz, liderar la construcción de esse “espacio de coordinación estratégica y articulación orgánica” en la arena internacional, sin embargo del “reconocimiento y valorización de la diversidad nacional, regional o local”. Para dar continuidad a esta aspiración colectiva, los miembros o representantes de asociaciones nacionales como Intercom (Brasil), Amic y Coneicc (México), Fdaeccos(Argentina), AE-IC (España) y de organizaciones internacionales como Alaic (ubicada en Bolivia), Ulepicc (ubicada en España) y AssIbercom (ubicada en Portugal) proponen dos acciones estratégicas: a) fundar la Confederación Iberoamericana de Asociaciones Académicas de Comunicación – Ciberamericom – a la constitución de la cual están invitadas todas las asociaciones regionales o nacionales congéneres – Felafacs, Aboic, Compós, Sopcom, etc. b) promover periodicamente el Congreso Mundial de Comu nicación Iberoamericana – Orbiamericom – con la finalidad de diseminar el conocimiento de punta generado en cada país, región o comunidad particular, visando su amplia difusión y aplicación; además de evaluar las tendencias de la investigación comunicacional iberoameri NOTicias cana, visando su comparación con otras comunidades geo políticoculturales; divulgar en cada país y junto a la comunidad mundial del campo la unidad en la diversidad del pensamiento comunicacional iberoamericano; y también crear mecanismos de cooperación intraregional que puedan fortalecer la identidad cultural iberoamericana, fo mentando su proyección inter nacional. La agenda tentativa para ins titucionalizar este proceso incluye las siguientes etapas: Febrero 2008 – Encuentro pre paratorio para definición de la naturaleza de la confederación, durante el I Congreso de la AEIC, en el campus de la Universidad de Santiago de Compostela, España; Octubre 2008 – Encuentro in termedio para discusión de la estructura de la confederación, durante el IV PANAMERICOM, en el campus de la Universidad Mayor, Santiago de Chile; Abril 2009 – Asamblea fun dacional de la confederación en la ciudad-sede del XI Ibercom, que puede ser en el campus de la Universidad de Isla de la Madera (Portugal). Abril de 2010 – Realización del I Congreso Mundial de Comunicación Iberoamericana – Orbiamericom 2010 - planificado para celebrar el bicentenario del proceso de descolonización iberoamericana, posiblemente en el campus del Instituto Tec nológico de Monterrey, México. El “Protocolo de Guadalajara” fue firmado inicialmente por 8 investigadores que ocupan funciones de liderazgo: José Marques de Melo (Brasil), Luis Humberto Marcos (Portugal), Rodr igo Gómez (México), Francisco Sierra (España), Guillermo Mastrini (Argentina), Francisco Martinez (México), César Bolaño (Brasil), Luís Albornoz (España) y confirmado por 12 reconocidos académicos como: Enrique Bustamante (España), Enrique Sánchez Ruiz (México), Lucia Castellon (Chile), Eliseo Colón (Puerto Rico), José Carlos Lozano (México), Eduardo Vizer (Argentina), Delia Crovi (México), Florence Toussaint (México), Aymée Veja Montiel (México), Ramón Zallo (España), Migdália Pinedo (Venezuela) y Mário Nieves (Cuba). u n Felafacs faz campanha para filiar escolas brasileiras (Fonte: Jornal Intercom Notícias, Ano 3, n.78, São Paulo – SP – Brasil, novembro de 2007) A Federação Latino-Americana de Faculdades de Comunicação Social – Felafacs é um organismo internacional do caráter não governamental, com sede em Lima, Peru, reconhecido pela UNESCO, congregando grupos da mais de 200 faculdades e escolas de comunicação de universidades de 21 países de Ibero-América. Foi criada em outubro de 1981 e tem como intenção principal contribui para o desenvolvimento da instrução e da prática do profissional da comunicação, em suas áreas diversas, na América Latina. Embora o ensino da comu nicação constitua a linha central de sua atividade, a Felafacs tem como linhas complementares todas aquelas ações e iniciativas que contribuem para melhorar a mesma comunicação, em uma perspectiva de desenvolvimento integral na América Latina. O Encontro Latino-Americano de Faculdades de Comunicação Social è a principal atividade da Felafacs, que se realiza de três em três anos em alguns países da América Latina (o Encontro do ano 2000 foi em São Paulo). A publicação de 163 “Diálogos da comunicação” (www.dialogosfelafacs.net) e o Web site dos estudos de comunicação em América Latina (www.felafacs.org) são, junto com outros projetos da investigação, outras linhas importantes do trabalho. A Dra. Teresa Quiroz, Presidente da Felafacs, convida, de maneira muito especial, as faculdades e as escolas de comunicação do Brasil a participar dessa plataforma regional. Os interessados em filiar-se à Felafacs podem escrever para: : [email protected] u 164 n Para pensar a comunicação Programa de pós-graduação da USP lança publicação para debater as fronteiras teóricas da disciplina (Mariluce Moura – Revista Pesquisa Fapesp - Edição 143) Há quem insista na pura e simples inexistência de uma produção teórica consistente ou de pensadores originais da comunicação no Brasil. Mas há, também, entre os estudiosos da área quem invista no desmentido dessa visão que parece oscilar entre um certo ceticismo crítico e uma flagrante má vontade. E nesse campo se alinha agora Matrizes, a recém-lançada revista do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo (PPGCOM-USP), que vem à luz com o propósito de oferecer ao leitor material denso o suficiente, de dentro e de fora do país, para que ele possa refletir melhor e com mais instrumentos sobre a propriedade de uma ou outra posição. É em especial no chamado dossiê, concentrado na primeira parte da alentada publicação semestral (247 páginas neste primeiro número), que Matrizes se dispõe a provocar essa reflexão e, talvez, a reorientar o debate sobre fronteiras teóricas da comunicação, às vezes excessivamente preso, para não dizer estagnado, no problema de uma definição precisa, rígida, do objeto dessa disciplina. “O dossiê será sempre temático e sempre montado sobre perspectivas autorais, quer dizer, ele deverá trazer à cena aqueles que efe tivamente instigam propostas inovadoras, estabelecem pon tes entre diferentes lugares a partir dos quais se pensa a comunicação, propõem um aporte contemporâneo a antigos pro b l em a s”, re su m e Iren e Machado, uma das editoras da revista, professora de semiótica da cultura na pós-graduação e de redação em língua portuguesa na graduação da Escola de Comunicação e Artes (ECA). Não se conclua daí que somente quem lida especificamente com teorias da comunicação terá lugar nesse espaço. “O pessoal de jornalismo, fotografia, cinema etc., com competência para dizer sobre os meios com que trabalham, suas linguagens e tecnologias, certamente será chamado a ocupá-lo”, diz Irene. Matrizes surge, na verdade, como um dos frutos do processo de profunda reestruturação por que vem passando o PPGCOM, desde 2002, sob a liderança de Maria Immacolata Vassallo de Lopes, agora sua coordenadora, além de presidente da Comissão de Pós-graduação da ECAUSP, à qual se vinculam cinco pro g r amas: Comunicação, Ciência da Informação, Música, Artes Visuais e Artes Cênicas. Foi naquele ano que o pioneiro dos 31 programas de pós-graduação em comunicação espalhados pelo país aparentemente atingiu o ponto mais crítico de sua existência, assinalado em termos formais por uma nota três na pontuação atribuída pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), numa escala de um a sete. Segundo Immacolata, naquele momento, o que os professores da ECA empenhados na reforma da pós-graduação primeiro buscaram foi “um rearranjo das competências que estavam NOTicias dispersas, um reagrupamento das grandes áreas que haviam constituído historicamente a força do programa, uma espécie de ‘des-departamentalização’ para rearticular os estudos então dispersos da pós-graduação”. Buscava-se recuperar as competências de três grandes áreas de estudos: teorias da comunicação, os meios e sua produção, e as interfaces da comunicação com a cultura, a tecnologia, a educação, a política e outros aspectos da sociedade. Tudo indica que o esforço vem dando bons resultados, e sinal disso é que na última avaliação da Capes, divulgada em novembro passado, a nota do programa da USP já havia subido um ponto. É claro que os professores comprometidos com o programa – cuja história se narra com a criação do primeiro mestrado em comunicação do país, em 1972, e do primeiro doutorado, em 1980 – querem muito mais. Querem, por exemplo, deixar claro que têm alternativas a propor para que se pense criativamente a complexa área de comunicação. “ S ó u m p ro g r a m a co m a tradição e o reconhecimento do PPGCOM da USP poderia propor, como estamos fazendo, uma reflexão sobre as linguagens para, a partir delas, refletir sobre a episteme”, comenta Irene. O que a pesquisadora parece lembrar nesse comentário é que, diferentemente de outros programas, extre mamente preocupados com a “cientificidade” dos estudos de comunicação – o que implicaria a rígida demarcação de seu objeto e métodos –, capaz durante algum tempo de garantir pontos adicionais na avaliação da Capes, a pós-graduação em comunicação da USP não põe de lado o âmbito da estética, em que sempre foi forte. “Em sua reestruturação o programa quer levar adiante a acolhida a novas perspectivas sem abandonar sua história”, dizem de diferentes formas Immacolata, que é uma respeitada especialista nos estudos da telenovela brasileira, Irene e Rosana de Lima Soares, outra editora da revista Matrizes, professora de mídias no jornalismo e na pós da Comunicação da USP. Lugares-chave – Dentro dessa visão, Matrizes pode ser entendida como instrumento expressivo, ao mesmo tempo provocador e potencialmente polêmico, de um projeto acadêmico que reconhece que recortar o objeto permanece como um grande desafio da comunicação, mas não quer ficar aprisionado a isso. “O objeto é sempre instigante e desafiador porque é móvel e relacional, está sempre em transformação”, diz Irene – ainda que do ponto de vista das instâncias políticas acadêmicas o objeto da comunicação sejam sempre os meios de comunicação de massa e ponto. Mais produtivo a esse projeto de onde emerge a revista parece ser, por exemplo, considerar os lugares a partir dos quais os autores expressivos construíram suas visões da comunicação. Lugares de pen samento, bem entendido. É assim que no primeiro d o s s i ê re ú n e m - s e a r t i g o s dos brasileiros Muniz Sodré, Ciro Marcondes Filho e Lucia Santaella, e dos estrangeiros Jesús Martín-Barbero, Bernard Miège e Giovanni Bechelloni, com perspectivas crítico-teóricas bem diversas. Oferece-se lado a lado com a visão de Barbero, na qual é a cidade e as relações em seu espaço o lugar para pensar contemporaneamente a comunicação ou, dito de outra forma, “as novas visibilidades políticas da vida pública apre endidas como narrativa urbana”, a originalidade do conceito de Muniz Sodré sobre o bios midiático – uma espécie de nova forma de vida, virtual, criada pela existência e pelas relações que a mídia estabelece no espaço social. Diz Muniz desse universo: “Nesse mundo de temporalidade fluida, onde o estável e o durável são postos em crise, fica afetada em vários planos a própria periodização da existência. Um deles é o da 165 166 indistinção entre tempos de atividade: o tempo de trabalho pode ser o mesmo da diversão ou da formação educacional. As etapas ou os momentos antes tidos como especiais diluem-se agora no frenesi de uma presença permanente em rede. Como o acontecer é ininterrupto, fica difícil conceber atividades ‘desligadas’ ou com ‘duração’, isto é, que escapem ao ordenamento técnico do acontecimento. Este último confunde-se, às vezes, com o clique do usuário de um computador conectado à rede cibernética” (pág. 19). Vários são os lugares, entre tanto, de cada um deles surge a percepção de que é de comu nicação que se trata. É assim também, como dito por Imma colota, Irene e Rosana no editorial da revista, com “as indústrias da comunicação na era global de Bernard Miège; a comunicação interpessoal que Ciro Marcondes Filho recupera a partir de Emmanuel Lévinas; as linguagens na cultura das mídias que Lúcia Santaella radiografa nos novos objetos da comunicação móvel; o cosmopolitismo examinado por Giovanni Bechelloni”. De fato, “em cada um, uma vertente teórica na apreensão do campo comunicacional”. Matrizes, a par de toda essa densidade de conteúdo, tem uma grande preocupação em se apresentar como um projeto editorial bem construído, orgâ nico. Os textos bem cuidados estão em diálogo com um visual elegante, um tanto raro em suas congêneres. Ao dossiê das primeiras páginas se somam seções como Media Literacy, um espaço específico para a leitura dos produtos de comunicação “mediada em suas articulações mais agudas e pontuais”, como a telenovela ou os telefones celu lares. Em Pauta, que traz à tona temas que contribuem para o amadurecimento teórico do campo da comunicação e mais resenhas e notícias de teses e dissertações. A revista tem uma tiragem de mil exemplares e já está disponível no endereço eletrônico www.usp. br/matrizes, no qual os artigos dos brasileiros estão em inglês e os dos estrangeiros no idioma de origem. u NOTicias 70 AÑOS DE PERIDIODISMO Y COMUNICACIÓN EN AMÉRICA LATINA: Memoria y perspectivas Recupera las reflexiones de los más destacados investigadores del campo académico convocados en el año 2004 por la Facultad de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad nacional de La Plata, pionera en los estudios de Comunicación en el continente, para celebrar los setenta años de la creación del primer curso de periodismo de América Latina. En esa oportunidad se realizaron en forma conjunta tres grandes Congresos: VII de ALAIC, VIII de Ibercom y VI de RedCom. Este libro compila sus ponencias, en torno a cuatro grandes ejes temáticos: la formación en Periodismo Y Comunicación en América Latina; la Investigación y los contextos en Comunicación Social; el pragmatismo utópico como estrategia profesional y las lecturas y miradas para pensar el nuevo siglo. Publicaciones 167 normas Normas de publicação para a Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación FORMATAÇÃO Norma geral Os textos de artigos, entrevistas, estudos e comunicações científicas deverão ter uma extensão máxima de 9 páginas no tamanho INSTRUÇÕES GERAIS em fonte Times New Roman de corpo 12, com espaçamento simples periódico científico semestral, de alcance internacional, que tem o entre as linhas, alinhamento justificado e recuo de 1 cm no início dos objetivo principal de promover a difusão, democratização e o forta- parágrafos. Na prática, o tamanho máximo dos textos corresponde a lecimento da escola do pensamento comunicacional latino-america- cerca de 33.000 caracteres (com espaços) ou 5000 palavras, incluindo no. Além disso, visa também ampliar o diálogo com a comunidade título, as notas de pé de página, resumos, palavras-chave, textos, re- acadêmica mundial e contribuir para o desenvolvimento integral da ferências bibliográficas e anexos. sociedade no continente. Primeira página Conteúdo editorial Os artigos submetidos à revista podem pertencer a qualquer uma das categorias listadas a seguir: 2 Comunicações científicas: descrição de pesquisas, metodologia, análise de resultados e conclusões. 2 Artigos: reflexões de pesquisadores latino-americanos, artigos especiais, análises, reflexões e conclusões sobre temas acadêmicos ou profissionais. Os artigos publicados devem referir-se à área de Ciências da Comunicação. 2 Entrevistas: discussões com personalidades de interesse para a pesquisa em comunicação. 2 Estudos: programa - informação sobre as diferentes áreas de 168 DIN A4 (21,0 cm x 29,7 cm), com margens laterais de 3 cm, digitados A Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación é um Na primeira página devem constar: 2 Título: deve ser integralmente em caixa alta com no máximo 100 caracteres (com espaços), digitado em fonte Times New Roman de corpo 14 com espaçamento simples entre as linhas, alinhamento justificado e sem recuo de parágrafo. Os títulos, em nenhuma hipótese, devem conter notas de pé de página, nem ser submetidos à negrito, itálico e sublinhado. 2 Identificação dos autores: abaixo do título, o(s) nome(s) e sobrenome(s) do(s) autor(es) devem ser em caixa alta (apenas para as iniciais) e caixa baixa (para o restante), digitados em fonte Times New Roman de corpo 12, com espaçamento simples entre as linhas, alinhamento justificado e sem recuo. Do(s) sobrenome(s) do(s) pesquisa. Projeto - abstracts sobre diferentes projetos de pesquisa. autor(es) deve(m) sair nota(s) de pé de página (de no máximo 400 Avaliação caracteres com espaços) com breve apresentação do autor (titulação Os trabalhos serão submetidos a julgamento. A avaliação será reali- acadêmica, instituição onde atua e principais publicações) junto de zada por especialistas do tema, membros do Conselho Editorial ou do seu e-mail, telefone e endereço postal. Em mais nenhum outro lugar Conselho de Honra. Os trabalhos poderão ser aceitos integralmente, do texto deve constar os nome(s) e sobrenome(s) do(s) autor(es). aceitos sob ressalvas ou recusados. Em caso da necessidade de modifi- 2 Resumos: abaixo da identificação do(s) autor(es), devem-se cações para sua eventual aceitação, serão enviados a seus autores para conter resumos (em espanhol, português e inglês) com no máximo eventuais correções. Se estes os modificarem de uma forma aceitável 750 caracteres (com espaços), acompanhados de, no máximo, 4 pala- para os critérios do Conselho Editorial, serão considerados finaliza- vras-chave nas mesmas três línguas. dos e a data de aceitação passará a ser a da finalização. Citações, notas de pé de página e referências bibliográficas Submissão de artigos 2 Citações: A submissão de um trabalho implica que ele não tenha sido publi- Para a citação maior de 3 linhas (fonte Times New Roman de corpo cado, nem esteja em processo de revisão e nem será enviado a outra 12, em itálico, com espaçamento simples entre as linhas, alinhamen- revista até receber um eventual julgamento negativo da arbitragem to justificado), não se deve deixá-la entre aspas e deve-se retirá-la do pertinente. corpo do texto e colocá-la em destaque, deixando-a, integralmente, O envio dos originais implica na aceitação do seguinte ponto: o co- com recuo à esquerda de 1 cm. pyright do artigo, incluindo os direitos de reprodução total ou parcial Para citação menor de 3 linhas, deve-se deixá-la entre aspas no do mesmo em qualquer formato, estarão reservados exclusivamente a próprio corpo do texto, sem itálico, seguindo a norma geral do texto. Revista Latinoamericana de Ciências de la Comunicación. Somente serão publicadas as produções redigidas segundo as normas presentes e que tenham sido aprovadas pelo conselho editorial. A Revista Latinoamericana de Ciências de la Comunicación recebe Ambas as citações devem ser seguidas das indicações das referências bibliográficas, as quais devem estar entre parênteses com o sobrenome do autor (caixa alta para iniciais e caixa baixa para o restante), ano da publicação e número de página. artigos para a publicação nos períodos de suas chamadas de trabalho, Exemplos para as indicações bibliográficas em ambas as citações: a serem divulgadas com antecedência por diversos meios eletrônicos. no caso de uma página a ser citada: (Andrade, 1987, p.153); no caso Mais informações: [email protected]. de duas páginas a serem citadas: (Andrade, 1987, p.167-8); no caso várias publicações de um mesmo autor publicadas em mesmo ano: (Candido, 1999a, p.198), (Candido, 1999b, p.17). ses. Folha de S. Paulo. São Paulo, 14 fev. 2007. Folha Dinheiro, p.12. 2 Teses e dissertações (SOBRENOME, Nome. Título em itálico: 2 Notas: as notas de pé de página devem ser numeradas auto- subtítulo normal. Ano do depósito. Número total de páginas ou vo- maticamente sistema numérico arábico (1, 2, 3, ...) e destinam-se lumes. Tipo de trabalho - locação: [Trabalho de Conclusão do Curso para informações explicativas ou esclarecimentos adicionais que não (Graduação em...) (Especialização em...) / Dissertação (Mestrado podem ser incluídos no corpo do texto. Recomenda-se que as notas em...) / Tese (Doutorado em...) - Faculdade de... / Instituto de...], sejam breves. Universidade, Cidade da defesa, ano da defesa.): 2 Referências bibliográficas: as referências bibliográficas com- CANDIDO, Antonio. Parceiros do rio bonito: estudo sobre a crise pletas devem ser arroladas em ordem alfabética ao final do texto, con- nos meios de subsistencia do caipira paulista. 226 f. Tese (Doutorado forme a normatização e os exemplos abaixo: 2 Livros: ROUANET, Sérgio Paulo. Mal-estar na modernidade: ensaios. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. MARTÍN-BARBERO, Jesus. Oficio de cartografo: travesías latinoamericanas de la comunicación en la cultura. Mexico, D.F.: Fondo de Cultura Economica, 2002. MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teo- em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1954. 2 Artigos de internet (SOBRENOME, Nome. Título em itálico: subtítulo normal. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia seguido do mês abreviado. Ano. ECO, Umberto. Para una guerrilla semiológica. Disponível em: < http://www.nombrefalso.com.ar/apunte.php?id=16>. Acesso em: 3 jan. 2007. rias da comunicação. Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Edições Loyola, 2000. LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. Subtítulos no corpo do texto Os subtítulos devem ser devem ser em caixa alta (apenas para as iniciais) e caixa baixa (para o restante), digitados em fonte Times 2 Capítulos de livros: New Roman de corpo 12, negrito, com espaçamento simples entre as ROUANET, Sérgio Paulo. Iluminismo e barbárie. In:___. Mal-es- linhas, alinhamento justificado, sem recuo e numerados pelo sistema tar na modernidade: ensaios. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, numérico arábico (1, 2,...). A seguir, um exemplo de como numerar 1993. p.9-45. um capítulo e seus respectivos itens ou subtítulos: ROCHA, Glauber. An esthetic of hunger. In: MARTIN, Michael 1. Comunicação de massa (ed.). New Latin American cinema. Detroit: Wayne State University 1.1. Teorias da comunicação Press, 1997. p.59-61. 1.1.1. As trocas e os fluxos 2 Artigos de periódico científico (SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Título do periódico em itálico (abreviado ou não), cidade da publicação, v. seguido do número do ano ou volume, n. seguido 1.1.2. Indústria cultural 1.2. Ideologia e poder na comunicação 2. Cotidiano e movimento intersubjetivo do número do fascículo, página inicial-final, mês abreviado, ano da Figuras (fotos, mapas, diagramas, quadros, publicação.): organogramas, infográficos etc.) MARTÍN-BARBERO, Jesús. Razón técnica y razón política: espa- Devem estar digitalizadas em boa qualidade para impressão (reco- cios / tiempos no pensados. Rev. Latinoamericana de Ciencias de la menda-se 300 dpi e formatos de arquivos gráficos: GIF, JPG ou TIF) e Comunicación, São Paulo, v.1, n.1, p.22-37, jul-dez, 2004. numeradas. Em arquivo separado do texto principal, devem constar 2 Artigos publicados em imprensa (SOBRENOME, Nome. Tí- as legendas correspondentes e as respectivas indicações de inserção tulo do artigo. Nome do jornal ou revista, cidade de publicação, dia se- no trabalho. Tabelas e quadros gerados e formatados dentro do Word guido do mês abreviado. Ano. Número ou Título do Caderno, Seção podem estar no próprio corpo do texto principal. É importante sa- ou Suplemento, página inicial-final.): lientar que como a revista é impressa em branco e preto, não se devem VIEIRA, Fabricio. Bovespa sobe 2,87%, maior avanço em dois me- conter figuras coloridas. 169 normas Normas para colaboraciones de la Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación La Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación recibe artículos para publicación en los periodos de sus llamadas de trabajo, a ser divulgadas con antecedencia por diversos medios electrónicos. Más informaciones: [email protected]. INSTRUCCIONES GENERALES La Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación es un periódico científico semestral, de alcance internacional, que tiene Norma general el objetivo principal de promover la difusión, democratización y el Los textos de artículos, entrevistas, estudios y comunicaciones fortalecimiento de la escuela del pensamiento comunicacional lati- científicas deberán tener una extensión máxima de 9 páginas en el noamericano. Así como, procura también ampliar el diálogo con la tamaño DIN A4 (21,0 cm x 29,7 cm), con márgenes laterales de 3 cms, comunidad académica mundial y contribuir para el desarrollo inte- digitados en tipo Times New Roman de cuerpo 12, con espaciamiento gral de la sociedad en el continente. simples entre las líneas, alineamiento justificado y tabulación de 1 cm Contenido editorial al inicio de los párrafos. De hecho, el tamaño máximo de los textos co- Los artículos sometidos a la revista pueden pertenecer la cualquier una de las categorías listadas a continuación: 2 Comunicaciones científicas: descripción de investigaciones, metodología, análisis de resultados y conclusiones. 2 Artículos: reflexiones de investigadores latinoamericanos, artí- rresponde a cerca de 33.000 caracteres (con espacios) o 5000 palabras, incluyendo título, notas de pié de página, resúmenes, palabras-clave, textos, referencias bibliográficas y anexos. Primera página En la primera página deben constar: culos especiales, análisis, reflexiones y conclusiones sobre temas aca- 2• Título: debe ser integralmente en mayúsculas con un máximo démicos o profesionales. Los artículos publicados deben referirse al de 100 caracteres (con espacios), escrito en tipo Times New Roman de área de Ciencias de la Comunicación. cuerpo 14 con espacio simple entre las líneas, alineamiento justificado 2 Entrevistas: discusiones con personalidades de interés para la investigación en comunicación. 170 FORMATO y sin tabulación de párrafo. Los títulos, en ninguna hipótesis, deben contener notas de pié de página, ni en negrito, itálico o subrayado. 2 Estudios: programa: información sobre las diferentes áreas de 2• Identificación de los autores: debajo del título, el(los) investigación. Proyecto: abstracts sobre diferentes proyectos de inves- nombre(s) y apellido(s) de(los) autor(es) deben estar en mayúsculas tigación. (solamente las iniciales) y minúsculas (para el resto), escritos en tipo Evaluación Times New Roman de cuerpo 12, con espacio simple entre las líneas, Los trabajos serán sometidos a juzgamiento. La evaluación será alineamiento justificado y sin tabulación. Del apellido(s) del (de los) realizada por especialistas del tema, miembros del Consejo Editorial o autor(es) debe(n) salir nota(s) de pié de página (con un máximo de el Consejo de Honra. Los trabajos podrán ser aceptados integralmen- 400 caracteres con espacio) con una breve presentación del autor (ti- te, aceptados con cuestionamientos o recusados. En caso de la nece- tulación académica, institución donde actúa y principales publicacio- sidad de modificaciones para su eventual aceptación, serán enviados nes) junto de su e-mail, teléfono y dirección postal. En ningún otro a sus autores para eventuales correcciones. Si estos los modificasen lugar del texto debe constar el (los) nombre(s) y apellido(s) del (de de una forma aceptable para los criterios del Consejo Editorial, serán los) autor(es). considerados finalizados y la fecha de aceptación pasará a ser la de la 2• Resúmenes: debajo de la identificación del (de los) autor(es), finalización. deben encontrarse los resúmenes (en español, portugués e inglés) con Sumisión de artículos un máximo de 750 caracteres (con espacios), acompañados de, un La sumisión de un trabajo implica que el no haya sido publicado, ni que se encuentre en proceso de revisión y ni que sea enviado a otra revista hasta recibir un eventual juzgamiento negativo del arbitraje pertinente. máximo, de 4 palabras-clave en los mismos tres idiomas. Citaciones, notas de pié de página y referencias bibliográficas 2• Citaciones: para la citación mayor de 3 líneas (tipo Times New Roman de cuerpo 12, en itálico, con espacio simples entre las líneas, El envío de los originales implica en la aceptación del siguiente alineamiento justificado), no se debe dejar entre comillas y se la debe punto: el copyright del artículo, incluyendo los derechos de repro- retirar del cuerpo del texto y colocarla en destaque, dejándola, inte- ducción total o parcial del mismo en cualquier formato, estarán re- gralmente, con tabulación a la izquierda de 1 cm. servados exclusivamente a la Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación. Solamente serán publicadas las producciones escritas según las normas presentes y que hayan sido aprobadas por el Consejo Editorial. Para una citación menor de 3 líneas, se la debe dejar entre comillas en el mismo cuerpo del texto, sin itálico, siguiendo la norma general del texto. Ambas citaciones deben ser seguidas de las indicaciones de las referencias bibliográficas, las cuales deben estar entre paréntesis con el apellido del autor (mayúsculas para iniciales y minúsculas para el día seguido del mes abreviado. Año. Número o Título del Cuaderno, restante), año de la publicación y número de página. Sección o Suplemento, página inicial-final): Ejemplos para las indicaciones bibliográficas en ambas citaciones: en el caso de una página a ser citada: (Andrade, 1987, p.153); en el VIEIRA, Fabricio. Bovespa sobe 2,87%, maior avanço en dois meses. Folha de S. Paulo. São Paulo, 14 fev. 2007. Folha Dinheiro, p.12. caso de dos páginas a ser citadas: (Andrade, 1987, p.167-8); en el caso 2 Tesis y disertaciones (APELLIDO, Nombre. Título en itáli- de varias publicaciones de un mismo autor publicadas en el mismo co: subtítulo normal. Año del depósito. Número total de páginas o año: (Candido, 1999a, p.198), (Candido, 1999b, p.17). volúmenes. Tipo de trabajo - locación: [Trabajo de Conclusión del 2 Notas: las notas de pié de página deben ser enumeradas auto- Curso (Graduación en...) (Especialización en...) / Disertación (Maes- máticamente en sistema numérico arábico (1, 2, 3, ...) y se destinan tría en...) / Tesis (Doctorado en...) - Facultad de... / Instituto de...], para informaciones explicativas o esclarecimientos adicionales que Universidad, Ciudad de la defensa, año de la defensa.): no pueden ser incluidos en el cuerpo del texto. Se recomienda que las notas sean breves. 2 Referencias bibliográficas: las referencias bibliográficas completas deben ser organizadas en orden alfabético al final del texto, conforme la norma y los ejemplos a continuación: CANDIDO, Antonio. Parceiros do rio bonito: estudo sobre a crise nos meios de subsistência do caipira paulista. 226 f. Tese (Doctorado en Sociología) – Facultad de Filosofía, Letras y Ciencias Humanas, Universidad de São Paulo, São Paulo, 1954. 2 Artículos de internet (APELLIDO, Nombre. Título en itálico: 2 Libros: subtítulo normal. Disponible en: <dirección electrónica>. Acceso en: ROUANET, Sérgio Paulo. Mal-estar na modernidade: ensaios. 2ª día seguido del mes abreviado. Año. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Oficio de cartógrafo: travesías latinoa- ECO, Umberto. Para una guerrilla semiológica. Disponible en: < http://www.nombrefalso.com.ar/apunte.php?id=16>. Acceso en: 3 mericanas de la comunicación en la cultura. Mexico, D.F.: Fondo de enero 2007. Cultura Económica, 2002. Subtítulos en el cuerpo del texto MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teo- Los subtítulos deben ser en mayúsculas (apenas para las iniciales) y rias da comunicación. Traducción de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: minúsculas (para el restante), digitados en tipo Times New Roman de Ediciones Loyola, 2000. cuerpo 12, negrito, con espacio simples entre las líneas, alineamien- LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 2 Capítulos de libros: ROUANET, Sérgio Paulo. Iluminismo y barbárie. In:___. Mal-es- to justificado, sin tabulación y enumerados por el sistema numérico arábico (1, 2,...). A continuación, un ejemplo de como enumerar un capítulo y sus respectivos ítems o subtítulos: 1. Comunicación de masas tar na modernidade: ensaios. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1.1. Teorías de la comunicación 1993. p.9-45. 1.1.1. Los intercambios y los flujos ROCHA, Glauber. An esthetic of hunger. In: MARTIN, Michael (ed.). New Latin American cinema. Detroit: Wayne State University Press, 1997. p.59-61. 2 Artículos de periódico científico (APELLIDO, Nombre. Título del artículo. Título del periódico en itálico (abreviado o no), ciudad de 1.1.2. Industria cultural 1.2. Ideología y poder en la comunicación 2. Cotidiano y movimiento intersubjetivo Figuras (fotos, mapas, diagramas, cuadros, organigramas, infográficos etc.) la publicación, v. seguido del número del año o volumen, n. seguido Deben estar digitalizadas en buena calidad para impresión (se re- del número del fascículo, página inicial-final, mes abreviado, año de comienda 300 dpi y formatos de archivos gráficos: GIF, JPG o TIF) y la publicación): enumeradas. En archivo separado del texto principal, deben constar MARTÍN-BARBERO, Jesús. Razón técnica y razón política: espa- las leyendas correspondientes y las respectivas indicaciones de inser- cios / tiempos no pensados. Rev. Latinoamericana de Ciencias de la ción en el trabajo. Tablas y cuadros creados y formateados dentro del Comunicación, São Paulo, v.1, n.1, p.22-37, jul-dez, 2004. Word pueden estar en el mismo cuerpo del texto principal. Es impor- 2 Artículos publicados en la prensa (APELLIDO, Nombre. Título del artículo. Nombre del periódico o revista, ciudad de publicación, tante destacar que como la revista es impresa en blanco y negro, no se debe incluir figuras a colores. 171 RULES Rules for sending articles to the Latin American Communication Sciences Journal FORMAT General guidelines Articles, interviews, studies and scientific papers shall not exceed nine DIN A4(21.0cm x 29.7cm) typed pages, 3 cm side margins, in GENERAL INSTRUCTIONS ragraph indent left. Maximum size of the work is approx. 33,000 cha- international bi-annual scientific publication, whose major goal is to racters (including spaces) or 5,000 words, including title, footnotes, promote the dissemination, democratization and the strengthening abstract, key-words, texts, references and appendices. of the Latin American communicational school of thinking. In addi- Title Page tion, the Journal also seeks to foster the dialog within the academic community worldwide and to foster the development of the Latin The title page should include: 2 Title: in capital letters, max. 100 characters (including spaces), American society. in 14-pt. Times New Roman, single-spaced, non-indented, justified Editorial scope text. Under no circumstances shall the titles contain footnotes, be un- The articles submitted to the Journal may pertain to any of the categories listed below: 2 Scientific communications: description of research projects, methodology, analysis of results and conclusions. derlined or in italics. 2 Author’s identification: below the title: the author’s full name shall appear in 12-pt Times New Roman, capitals for initials only, single-spaced, justified text. The author’s last name shall refer to a foot- 2 Articles: views of Latin American researchers, special articles, note (maximum 400 characters including spaces) including a brief analysis, commentary and conclusions on academic or professional to- presentation of the author (highest academic degree, affiliation, and pics. The articles published should be pertinent to the Communications main publications), e-mail address, telephone number and mailing Sciences. address. Nowhere else shall the name of the author(s) appear. 2 Interviews: discussions with prominent researchers in the communications community. 2 Studies: programs – information on different research areas. Pro- 172 12. point Times New Roman, single spaced, justified text, 1 cm pa- The Latin American Journal for the Communications Sciences is an Abstract: after the identification of the author(s), an abstract (in Spanish, Portuguese and English) not exceeding 750 characters (including spaces), shall appear containing a minimum of four key- jects – abstracts on various research projects. words in each of the languages specified. Evaluation Quotations, footnotes and references The materials submitted will be forwarded to an evaluation by 2 Quotations: quotations longer than 3 typed lines (12-pt. Ti- specialists, members of the Editorial Board or the Honorary Council. mes New Roman, italic, single spaced, justified), shall appear without Manuscripts may be fully accepted, accepted subject to certain changes, quotation marks in a free-standing block of text, indented 1 cm from or rejected. Materials conditioned to changes for publication will be the left margin. forwarded to the respective authors for the required corrections. Should these changes meet the criteria established by the Editorial Board, the work is considered accepted for publication and the acceptance date will Quotations under 3 typed lines shall be included within the body of the text, in the same point type. In both cases, the quotations are to be followed by bibliographical that of the final version. references, between parenthesis, including the author’s last name (ca- Submission of manuscripts pital letters for initials only), year of publication and page number. Papers submitted shall be unpublished and may not be under edi- Examples of bibliographical references in both cases: when quoting ting process; likewise, the papers shall not be under consideration by one page: (Andrade, 1987, p.153); when quoting two pages: (Andrade, another publication until rejected following the evaluation procedu- 1987, p.167-8); for several publications be the same author, published re. Submission of originals implies the acceptance of the following: in the same year: (Candido, 1999a, p.198), (Candido, 1999b, p.17). copyright: Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación 2 Notes: footnotes are to be indicated by consecutively-generated becomes the sole holder of the right to reproduce the article, in its en- Arabic numbers (1, 2, 3, …) and are designed to provide explanatory tirety or in part. information or additional elucidation not included in the text. These The Journal will only publish works submitted according to the guidelines laid down in this document and approved by the Editorial Council. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación encourages notes should be brief. 2 References: complete bibliographical references are to be listed in alphabetical order at the end of the text, according to the following guidelines and examples: submission of articles within the established deadlines, posted in ad- 2 References to an entire book: vance on the electronic media; for further information, please contact: ROUANET, Sérgio Paulo. Mal-estar na modernidade: ensaios. 2nd [email protected] ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. MARTÍN-BARBERO, Jesus. Oficio de cartógrafo: travesías latinoa- pages or volumes. Type of work – field: [Graduation Project (Gradua- mericanas de la comunicación en la cultura. México, D.F.: Fondo de tion in …) (Specialization in …) / Dissertação (Master’s degree in …) Cultura Econômica, 2002. / (Doctoral thesis in …) – School of … / Institute for …], University, MATTELART, Armand; MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação. Tradução de Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Edições Loyola, 2000. LIMA, Luiz Costa (org.). Teoria da Cultura de Massa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 2 References to a chapter in a book: ROUANET, Sérgio Paulo. Iluminismo e barbárie. In:___. Mal-estar na modernidade: ensaios. 2nd ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. p.9-45. ROCHA, Glauber. An esthetic of hunger. In: MARTIN, Michael (ed.). New Latin American cinema. Detroit: Wayne State University Press, 1997. p.59-61. 2 Reference to an article in a journal: (LAST NAME, Surname. Article title. Name of the Journal in italic (acronyms allowed), place City of dissertation defense, year of defense.): CANDIDO, Antonio, Parceiros do rio bonito: estudo sobre a crise nos meios de subsistência do caipira paulista. 226 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1954. 2 Reference to an internet source: (LAST NAME, Surname. Title in italic: subtitle, normal. Available at :< electronic address>. Access on: day, followed by month, abbreviated. Year. ECO, Umberto. Para una guerrilla semiológica. Available at: http:// www.nombrefalso.com.ar/apunte.php?id=16. Access on: 3 jan.2007. Subtitles within the text Subtitles initials are to typed in capital letters (initials only), 12-pt Times New Roman, single spaced, justified, non-indented and using Arabic numbers (1, 2, …). Please refer to the following example: of publication, v. followed by the number of the year or volume, n. 1. Mass media followed by the number of the issue, initial and final pages, month, 1.1. Comunication theory year of publication.): 1.1.1. Exchange and flow MARTÍN-BARBERO, Jesús. Razón técnica y razón política: espacios / tiempos no pensados. Rev. Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, São Paulo, v.1, n.1, p.22-37, Jul-Dec, 2004. 2 Reference to a newspaper or a periodical: (LAST NAME, Surname. Article title. Name of the newspaper or magazine, place of publication, day and month abbreviated. Year. Number or Name of Supplement, Section or Annex, initial and final pages.): VIEIRA, Fabricio. Bovespa sobre 2.87%, maior avanço em dois meses. Folha de S.Paulo. São Paulo, 14.fev.2007. Folha Dinheiro, p.12. 2 Reference to thesis and dissertations: (LAST NAME, Surname. Title in italic: subtitle, regular. Year of registration. Total number of 1.1.2. The cultural industry 1.2. Ideology and power in communication 2. Daily life and the inter-subjective movement Figures [photographs, maps, diagrams, tables, organization charts, info graphs, etc.] Electronic copies of photographs should be provided, where possible, in GIF, JPG or TIF format (minimum accepted resolution 300dpi), and numbered. In a separate file, authors are to provide corresponding brief explanations of figures to be inserted. Tables and graphics generated and formatted by Word may be inserted in the text. As this is a back and white publication, color illustrations will not appear. 173 REVISTA LATINOAMERICANA DE boletín de Suscripción CIENCIAS DE LA COMUNICACIÓN Deseo suscribirme a partir del próximo número a Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, mediante: ❑ Depósito bancario ❑ Autorización para débito en mi tarjeta VISA Por importe de Nombre y apellido Dirección Ciudad C.P. País Teléfono Firma: Fecha: / / Complete este boletín, recórtelo y envíelo por e-mail, correo o fax a esta dirección: ALAIC - Asociación Latinoamericana de los Investigadores de la Comunicación Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues 443, bloco 22, sala 17 Cidade Universitária / Butantã São Paulo - SP - Brasil Cep: 05508-900 Correo Electrónico: [email protected] - Home page: www.alaic.net Suscripción anual: 25 US$ Forma de pago: Depósito Bancario Para depósito en nuestra cuenta corriente, al cambio del día Los brasileros pueden efectuar el pago de su suscripción a través de depósito bancario en nuestra cuenta corriente. Basta enviarnos el comprobante de depósito con el valor de cambio del día, para nuestra secretaría. Tel/Fax: (55 11) 3091-2949 Banco do Brasil Número do Banco - 001 Endereço: Av. Professor Luciano Gualberto 594, Cidade Universitária São Paulo - Brasil. Número da Agencia: 3559-9 / Universidade de São Paulo Número da Conta Corrente: 6.983-3 Forma de pago: VisaNet Es posible cobrar las suscripciones a través de pagos con VISA, no importando se está en territorio nacional o no. El procedimiento a ser adoptado será llenar la autorización para débito e enviarla via fax para Fax: (55-11) 3091-2949 FORMULARIO PARA AUTORIZACIÓN PARA DÉBITO EN TARJETA DE CRÉDITO - VISA Nombre: Domicilio particular: Teléfono: Fax: Correo electrónico: ❑ Autorizo el débito de US$________ (________ _________dólares) de mi tarjeta de crédito VISA número _____________________________________________________________ validade _______________para pagamento de la suscripción de la Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación. Firmar aqui: ________________________________________________________________________