Estrutura e Composição da Terra
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Estrutura e Composição da Terra “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.” [Friedrich Nietzsche] Contornos do Mundo O interior terrestre é formado por várias camadas e as investigações sobre esse interior centraram-se em dois aspectos: na composição dos materiais que formam as diferentes camadas do planeta e no comportamento mecânico desses materiais (sua elasticidade, plasticidade ou estado físico). Assim sendo, destacam-se dois tipos de modelos: o estático e o dinâmico. Eles apresentam uma estrutura de camadas diferentes, mas também coincidem em muitos pontos: Camadas dos modelos estático e dinâmico Camadas do modelo estático: o A crosta é a camada externa da Terra. Identificamos duas partes: a crosta continental, com materiais de composição e idade variadas e a crosta oceânica, mais homogênea e formada por rochas relativamente jovens do ponto de vista geológico. o Abaixo da crosta encontra-se o manto, muito mais uniforme, mas com dois setores de composição ligeiramente distinta: o manto superior, no qual se destaca a presença de olivina, e o inferior, com materiais mais densos, como os silicatos. o Por último, a camada mais interna é o núcleo, que se caracteriza por sua elevada densidade devido à presença de ligas de ferro e níquel nos materiais que o compõem. O núcleo interno poderia ser formado por ferro puro. Camadas do modelo dinâmico: o A camada mais externa é a litosfera, que compreende a crosta e parte do manto superior. É uma camada rígida. A litosfera repousa sobre a astenosfera, que equivale à uma pequena parte do manto. É uma camada na qual a temperatura e a pressão alcançam valores que permitem que, em alguns pontos, as rochas se fundam. o Em seguida, encontra-se a mesosfera, que equivale ao restante do manto. Na zona de contato com o núcleo encontrase a região denominada zona “D", na qual acredita-se que poderia haver materiais fundidos. A camada mais interna é a endosfera, que compreende o núcleo interno e o núcleo externo. Ondas sísmicas e descontinuidades o Os estudos realizados pelos geólogos em sismologia constituem uma das fontes de informação mais confiáveis com relação à composição dos materiais do interior da Terra. A energia liberada nos terremotos (ou em explosões controladas) é transmitida na forma de ondas sísmicas, que produzem diferentes tipos de vibrações nas rochas. O estudo e a observação detalhados das velocidades de propagação dessas ondas no interior do planeta mostram que existem variações na composição ou nas características físicas dos materiais que constituem o interior da Terra. o Foi dessa maneira que se descobriram as descontinuidades sísmicas, superfícies nas quais as propriedades dos materiais que estão em contato se alteram de forma brusca, o que aparece nos registros dos aparelhos sismológicos como uma variação de velocidade de propagação das ondas. Tais descontinuidades são limites entre as camadas do interior da Terra. 1- Quanto ao modelo com base na composição química, a estrutura interna da Terra subdivide-se em: a) Crosta, Astenosfera, Núcleo e Litosfera; b) Listosfera, Astenosfera, Núcleo e Manto; c) Crosta, Manto e Núcleo; d) Litosfera, Astenosfera, Mesosfera e Endosfera. 2- Quanto ao modelo com base nas propriedades físicas, a estrutura interna da Terra subdivide-se em: a) Crosta, Núcleo e Litosfera; b) Listosfera, Astenosfera, Núcleo e Manto; c) Crosta, Manto e Núcleo; d) Litosfera, Astenosfera, Mesosfera e Endosfera. 3- Relacionando-se a temperatura e a profundidade com o interior da Terra, à medida que a profundidade aumenta, a temperatura: a) mantém-se b) diminui c) aumenta d) inicialmente diminui e depois aumenta (UFJF) Leia o fragmento de texto a seguir: Tais mudanças nas partes superficiais do globo pareciam, para mim, improváveis de acontecer se a Terra fosse sólida até o centro. Desse modo, imaginei que as partes internas poderiam ser um fluido mais denso e de densidade específica maior que qualquer outro sólido que conhecemos, que assim poderia nadar no ou sobre aquele fluido. Desse modo, a superfície da Terra seria uma casca capaz de ser quebrada e desordenada pelos movimentos violentos do fluido sobre o qual repousa. Benjamin Franklin, 1782, em uma carta para o geólogo francês Abbé J. L. Giraud-Soulavie in PRESS, frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. Sobre a estrutura interna da Terra, pode-se AFIRMAR que: a) a crosta é uma camada única constituída de uma placa tectônica, dividida em duas seções. b) a litosfera é a camada mais densa e se mantém em movimento devido às correntes convectivas. c) as camadas da Terra são separadas umas das outras por áreas denominadas descontinuidade. d) ela é formada por camadas alternadas, de densidades semelhantes, que diminuem da superfície para o centro. e) o núcleo divide-se em duas partes: superior e inferior e seu material é o magma. Escudos cristalinos Os escudos cristalinos são os terrenos mais antigos da crosta terrestre, formados pelo choque de massas continentais ocorrido há centenas de milhões de anos durante a era Pré-Cambriana. Os escudos cristalinos são constituídos de rochas magmáticas, ou seja, trata-se do magma - material líquido-pastoso proveniente do manto - em estado sólido. Responsável por aproximadamente 36% do território nacional. Ela apresenta composição diferente conforme os terrenos arqueozoicos (32% do território nacional) e proterozoicos (4% do território). No primeiro é possível encontrar rochas como o granito, grafita e elevações como a serra do Mar. Bacias sedimentares As Bacias sedimentares foram formadas nas eras Paleozóica e Mesozóica, com a erosão das rochas dos escudos cristalinos - após o desgaste dos maciços, seus sedimentos foram depositados em regiões mais baixas. O acúmulo desses detritos, somado aos restos orgânicos, transformam-se em rochas sedimentares pelo processo de litificação. Dobramentos modernos Os Dobramentos modernos são as formações mais recentes da crosta terrestre, surgidos do choque de placas ocorrido entre o fim da era Mesozóica e início da Cenozóica. As rochas são mais flexíveis e situam-se na zona de contato entre as placas tectônicas. Nessa região de grande instabilidade e frequentes movimentos sísmicos, encontram-se montanhas e vulcões ativos e extintos. O Brasil é um país de altitudes modestas. Cerca de 40% do seu território encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. O Brasil não apresenta grandes formações montanhosas, pois não existe nenhum dobramento moderno em seu território. 4,5 bilhões 2,5 bilhões 570 milhões 250 milhões 65 milhões de anos Pico, morro, colina, chapada, escapa, etc. são classificações que se dão as montanhas de acordo com sua altura. As quatro faces da Terra Os principais tipos de relevos continentais que constituem o cenário terrestre: Depressões: São áreas da superfície localizadas em altitude inferior à das regiões próximas (depressão relativa) ou abaixo do nível do mar (depressão absoluta). As depressões podem ser formadas de várias maneiras: por deslocamento do terreno, remoção de sedimentos, dissolução de rochas ou até por queda de meteoritos. Montanhas: Também chamadas de dobramentos modernos, são grandes áreas elevadas resultantes do choque de placas tectônicas, como o da Placa Euroasiática Ocidental com a Indo-Australiana, que deu origem ao conjunto de montanhas do Himalaia, no sul da Ásia, onde há mais de 100 picos que superam 7 mil metros de altura. Planaltos: São elevações de altitudes variadas, em que predomina o processo de erosão e cuja composição rochosa pode ser de rochas sedimentares, cristalinas ou metamórficas. Os planaltos apresentam superfície irregular, como serras e chapadas, e são delimitados por áreas rebaixadas em um de seus lados. Planícies: São áreas de superfície relativamente plana, formadas por rochas sedimentares e nas quais predominam os processos de decomposição e acúmulo de sedimentos. Na maior parte das vezes, as planícies são encontradas em baixas altitudes. Mas é bom ficar atento: não é a altitude de um relevo que determina se ele é uma planície; o principal fator definidor é o acúmulo de sedimentos. Nas regiões elevadas, por exemplo, existem as planícies de montanha, que são formadas de rocha sedimentar e delimitadas por aclives. Relevo brasileiro (VUNESP) Assinale a alternativa que apresenta o que têm em comum as seguintes cadeias montanhosas: Andes, Himalaia, Alpes e Rochosas. a) Geologicamente recentes e resultantes de desdobramentos. b) Geologicamente antigas e resultantes de desdobramentos. c) Localizam-se nas porções orientais dos continentes por onde ocorrem. d) Geologicamente constituídas por terrenos cristalinos antigos. e) Os grandes desníveis foram provocados por falhamentos em terrenos cristalinos. (UEMA) Entres os três tipos principais de estruturas geológicas é correto afirmar que NÃO existe no território brasileiro: a) bacias sedimentares; b) escudos cristalinos; c) dobramentos modernos; d) terrenos pré-cambrianos; e) jazidas petrolíferas. (PUC-RS) As partes sombreadas no mapa abaixo representam: a) zonas sujeitas a grandes enchentes e elevados índices pluviométricos; b) áreas com ocorrência de movimentos separatistas por intolerância étnico-religiosa; c) principais cadeias montanhosas do planeta; d) áreas cujas populações são nômades; e) zonas com índice de desenvolvimento humano (IDH) baixos. É hora de dar tchau!
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