1/4 dos brasileiros são portadores de talassemia alfa
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1/4 dos brasileiros são portadores de talassemia alfa
1 2 NESTA EDIÇÃO Confira a opinião dos nossos colunistas e as novidades do mercado atual É com muita honra que recebemos a colaboração de renomados profissionais, como a Dra Beatriz e o Dr. Jerolino, somando sua valiosa contribuição à nossa Seção Colunistas. Jerolino Lopes Aquino Presidente da SBAC; Membro da Comissão do Conselho Federal de Farmácia (CFF); Diretor-presidente do Laboratório Carlos Chagas - Cuiabá/MT; Presidente do LCA (Laboratório de Análises Clínicas)-SP “O futuro das análises clínicas no Brasil”, pág. 8 Dra Beatriz Mª Nogaroli Biomédica, diretora e consultora da BMN Consultoria, em Campinas/SP. “Reflexão: o papel do líder na organização que aprende”, pág. 16 Dr. Paulo Cesar Naoum Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto-SP “1/4 dos brasileiros são portadores de Talassemia Alfa”, pág. 22 Evento Diretor Presidente da FEHOSP e da CMB no 2º Encontro do Terceiro Setor de Ribeirão Preto e Região Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos Presidente do CRBM-1º Região Diretor da FAAP-Ribeirão Preto-SP “Municípios do Brasil” , pág. 26 Dr.Yussif Ali Mere Jr Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais,Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do SINDRibeirão. “O Brasil real”, pág. 26 Ligia Maria Mussolino Camargo Sócia da empresa Décio Camargo Ltda, professora de Língua Portuguesa. Ocupa a cadeira nº 24 da Academia Santarritense de Letras. “Uma vida de Amor e Labor”, pág. 28 Pedro Silvano Gunther Diretor da Hotsoft “Que armas temos para combater a crise?”, pág. 38 Receba o LABORNEWS, atualize seu endereço. Para arquivo digital, encaminhe seu email para [email protected] www.labornews.com.br [email protected] 16 3629-2119 | 99793-9304 3 O 2º Encontro do Terceiro Setor de Ribeirão Preto e Região, evento gratuito que aconteceu no dia 09 de junho, no Hotel JP, contou com a presença de Edson Rogatti, diretor presidente de duas importantes organizações sem fins lucrativos: a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (FEHOSP) e a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). Com a missão de prestar serviços hospitalares sem fins lucrativos, a FEHOSP é uma instituição que representa mais de 308 entidades beneficentes por todo território paulista, as quais desenvolvem atividades na área de saúde. Além disso, grande parte dessas entidades são também os maiores hospitais privados do país. A CMB é um órgão de união, integração e de representação das Federações de Misericórdias constituídas nos respectivos Estados, bem como das Santas Casas, Entidades e Hospitais Beneficentes. Atualmente, a CMB é composta por 14 Federações Estaduais, possuindo mais de 2.100 hospitais associados. O 2º Encontro do Terceiro Setor de Ribeirão Preto e Região, discutiu assuntos de interesse das organizações sem fins lucrativos no Estado de São Paulo, visando também uma maior aproximação com as instituições do interior de São Paulo, para verificar suas necessidades e discutiu quais são as dificuldades e interesses imediatos, trazendo temas de relevância para a sua atuação em prol do Terceiro Setor. SBPC/ML Governo quer regular preços de laboratórios Justificativa para proposta é evitar aumento excessivo das mensalidade dos planos de saúde A SBPC/ML e outras instituições do setor de saúde foram surpreendidas com a notícia sobre a intenção do Governo federal de regular serviços laboratoriais e hospitalares como justificativa para evitar reajustes elevados dos planos de saúde. Reportagem publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, em 23 de março, faz referência a um estudo da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, que atende, em parte, queixa da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) — entidade que reúne as maiores operadoras do país — segundo a qual existe uma “espiral inflacionária” nos preços de serviços médicos e hospitalares. “O que ocorre é uma distorção de nosso papel no setor de saúde. Não somos o maior custo, mas o de maior responsabilidade em auxiliar o diagnóstico. O governo deveria buscar o equilíbrio e promover o diálogo entre as partes envolvidas, e não simplesmente atribuir toda a culpa a uma categoria da saúde”, afirma a presidente da SBPC/ML, Paula Távora. Ela enfatiza que os exames laboratoriais não são reajustados há mais de oito anos na saúde suplementar e há mais de 20 no Sistema Único de Saúde (SUS), sem que exista perspectiva de adequação dos valores. Em nota oficial, a presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Claudia Cohn, reforça a afirmação de Paula Távora ao lembrar que os laboratórios que conseguem reajustes “não repõem a inflação médica, que é maior do que a inflação média de consumo”, agravado pelo fato de parte dos insumos importados estar baseado em dólar”. O presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Jerolino Lopes Aquino, alerta que a falta de reajuste aumenta as estatísticas dos pequenos laboratórios que fecham as portas, ano após ano, pela falta de recursos. “Isso comprova que os prestadores de serviços não são os ‘vilões’ dessa história, mas podem se tornar ‘muletas’ para as operadoras se apoiarem.” Ele acrescenta que o setor tem investido muito em certificações e qualificações e é preciso estímulo para garantir a adesão e conscientização dos usuários. Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do Sindhosp e diretor da Fehoesp, destaca que o setor é regulado por leis municipais, estaduais e federais e está entre os que suportam a maior carga tributária do país. “Portanto, não podemos concordar com regulamentação de preços, principalmente porque não somos nós quem os estabelece. É o mercado quem regula os preços, que estão defasados há anos.” Ele aponta a Lei 13.003, regulamentada no final de 2014, como uma tentativa de garantir aos prestadores de serviços a recomposição dos índices inflacionários sobre seus preços, tomando como base o IPCA. “Sabemos que somente o IPCA não corrigirá os custos diretos e desalinhados dos prestadores, principalmente porque a inflação causada pelo aumento das tarifas controladas, como combustível e energia, mais a desvalorização do real, impactam fortemente uma cadeia produtiva dependente de insumos importados”, acrescenta Ferrari. O presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Antonio Carlos de Athayde, lembra que o seu setor é totalmente atrelado à inflação e à variação do dólar. “No período de 2003 a 2014, o IPCA acumulado foi de 99,03%, o IGP-M de 106,01% e o INPC de 98,39%, enquanto o reajuste liberado pela ANS para as operadoras, nesse mesmo período, foi de 162,33%, bem acima da inflação.” Para ele, as operadoras mal começaram a reajustar os contratos com os prestadores, como determina a Lei 13.003, e já começam a culpá-los pelo aumento das despesas. A pergunta que nos cabe é: o que as operadoras fizeram com toda a margem que tiraram dos prestadores todos esses anos?” Incorporação de tecnologias A De acordo com a reportagem em “O Estado de S.Paulo”, a FenaSaúde alega que os custos das operadoras “estariam aumentando de forma expressiva, acima da inflação e abaixo dos reajustes das mensalidades”, e que um dos motivos seria a incorporação de novas tecnologias na área médica, “que chegariam ao mercado sem avaliação de seu custo e sua efetividade”. Paula Távora rebate esse argumento e as tentativas de barrar a entrada de novas tecnologias porque, devido à sua sofisticação, elas podem produzir diagnósticos mais rápidos e mais precisos. “A tecnologia auxilia a alcançar a medicina de precisão, que é para onde estamos caminhando. Significa ter uma hipótese diagnóstica melhor elaborada, com uma medicina diagnóstica preparada tecnologicamente para ser mais precisa nos resultados, e obter um desfecho clínico mais positivo para o caso”, diz a presidente da SBPC/ML. Segundo ela, sem inovação tecnológica corre-se o risco de se pagar por exames obsoletos, que não auxiliam o diagnóstico. Ela cita o exemplo do que tem acontecido com o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da ANS. Távora conta que foi submetida à Agência uma lista com 120 exames modernos, para substituir outros que estão obsoletos. Porém, esses novos exames não foram incluídos no Rol. “No Brasil, não se realiza nada que a Anvisa não tenha autorizado. Se a tecnologia que está aí entrou no país é porque o setor regulatório reconheceu que ela é importante. É preciso acabar com essa distorção que tecnologia é caro”, afirma Távora. De acordo com Claudia Cohn, muitos recursos tecnológicos já são usados em outros países e só chegam ao Brasil depois de serem aplicados ao mercado externo. A presidente da Abramed acrescenta que as definições de cobertura são reguladas pelo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da ANS, e determinam a entrada de novas tecnologias com base em evidências de benefícios para a população, definidas em conjunto pelas entidades representativas das especialidades e sociedades científicas. Diálogo - “Somos contra a regulamentação de preços porque é algo temerário e desnecessário. Não é papel do Governo interferir nesse aspecto. Ele deve, sim, incentivar o diálogo entre os participantes do setor para se chegar a um equilíbrio comercial e técnico, visando a segurança do paciente”, diz Paula Távora. Segundo ela, a SBPC/ML propõe ampliar o diálogo sobre o uso racional do laboratório. “Com isso, com a valoração adequada e com a remoção da obsolescência dos exames haverá um caminho que beneficiará todos os participantes da área da Saúde, e, não, uma disputa entre quem ganha mais ou ganha menos”, diz Paula Távora. “É preciso lembrar que o foco principal é o paciente, mas o que vemos é uma tendência de excluí-lo das negociações.” Exames não retirados - Na reportagem de “O Estado de S.Paulo” de 23 de março, a representante da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) afirma que cerca de 30% dos exames solicitados são “esquecidos nos laboratórios”. A presidente da SBPC/ML, Paula Távora, contesta essa afirmação. Ela esclarece que os avanços da tecnologia permitem que os pacientes tenham acesso ao laudo pela Internet, e que se há excesso de solicitação de exames, isso não se resolve com regulação, mas com capacitação de estudantes na graduação e de profissionais que estão em atividade. Segundo a presidente da Abramed, Claudia Cohn, o percentual de exames não retirados nos laboratórios que são associados à entidade é de 5%, e não 30%. “Não temos conhecimento sobre a base e origem desta informação”, diz. Ela acrescenta que, além das diversas ferramentas que permitem retirar o laudo pela Internet e por aplicativos para dispositivos móveis, existe também o contato direto entre o médico que prescreve o exame e o laboratório. “Reportagem publicada na edição nº 68 da revista Notícias-Medicina Laboratorial, da SBPC/ML. Reprodução autorizada”. Posicionamento da ABRAMED À Questão: Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), entidade constituída por mais de 20 empresas que prestam Apoio Diagnóstico em Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Radiologia e Diagnóstico por Imagem e Genética; todas elas certificadas em qualidade nos órgãos nacionais e internacionais; reconhecidas pela contribuição no diagnóstico ambulatorial e hospitalar na saúde suplementar, e que representam em volume, mais de 50% dos exames realizados para saúde suplementar; com associados das diversas regiões brasileiras, estados de Norte a Sul do Brasil; afirma que, comparados aos demais gastos que ocorrem na assistência à saúde, não considera o setor como o principal responsável pelos aumentos dos planos de saúde. Diante deste quadro, vem esclarecer que: Os valores e o sistema 1. Os valores prestados por laboratórios clínicos ao SUS estão congelados há mais de 10 anos, sendo objeto, inclusive, de pauta de abordagem de senadores no ano passado, visto a condição de vários prestadores que não conseguem sobreviver frente à atual remuneração; 2. Na saúde suplementar, os laboratórios não têm reajustes há mais de 8 anos. Aqueles que conseguem reajustes, não repõem sequer a inflação médica, que é maior do que a inflação média de consumo, além de parte dos insumos importados estar baseado em dólar; 3. O aumento da expectativa de vida é determinado pelo surgimento de novas patologias, doenças crônicas (como por exemplo, oncológicas, reumatológicas, etc), as quais determinam, por vezes, a necessidade de novos métodos para sua detecção, mais rápidos, automatizado. Estas vantagens não são abordadas quando se trata dos valores a procedimentos diagnósticos mais modernos, e que geram maior rapidez nos resultados, desospitalização, etc; 4. O atual modelo tem sua sustentabilidade ameaçada, e uma mudança que tire do risco a sistemática atual requer discussões muito mais profundas do que apontar culpados. Há necessidade de entendimento dos melhores modelos e como gerar uma mudança inteligente, sem prejudicar a assistência à população e a possibilidade de detecção precoce, diagnóstico diferenciado e especializado que apoia e direciona ao tratamento apropriado; a deteriorização deste processo não ajudará em nada à sociedade e, pela especialidade técnica e contribuição que podem dar, os laboratórios devem ser participantes ativos deste debate; 5. A participação dos gastos com exames nos custos da saúde já citados (envelhecimento populacional, maior acesso, novas patologias, detecção precoce, etc) não é a fatia mais impactante nas despesas com a saúde da população. Em junho de 2014, foi determinada pela ANS uma nova normativa (13.003/2014), que foi regulamentada em dezembro do mesmo ano, para adequação dos contratos entre contratantes e contratados. Mesmo frente a este cenário, o próprio setor de diagnóstico tem sido promotor ativo, nos últimos anos, de discussões contribuitivas que possibilitam 4 relações de equilíbrio visando a sustentabilidade do segmento de saúde e do paciente. Com relação ao trecho da reportagem que se refere à pressão para Incorporação de novas tecnologias, observamos que: 6. As tecnologias vêm sendo comprovadamente benéficas no aumento da eficiência na detecção de patologias precocemente, assim como o diagnóstico tem sido fator relevante para o aumento da sobrevida de pacientes através de possibilidades terapêuticas específicas. 7. As tecnologias permitem, através de protocolos de diagnóstico, o balizamento na tomada de decisões e possibilitam uso mais adequado da terapêutica. Como exemplo, em pacientes oncológicos, é possível indicar a quimioterapia mais apropriada para determinado tipo de tumor, após detectar os marcadores genéticos específicos para aquela patologia, o que consiste, por si só, e em muitas vezes, em economia para a gestão e benefícios ao paciente; 8. As tecnologias incorporadas em laboratórios passam sempre pela análise e determinação da ANVISA, a qual estabelece autorização e registro. Muitas vezes, elas já estão em uso em outros países com indicadores de saúde de referência, e só chegam ao Brasil depois de aplicadas em mercados externos; 9. Além disto, as definições de cobertura são reguladas pelo ROL de procedimentos e determinam a entrada baseada nas evidências de benefícios para a população (medicina baseada em evidências), definidas em conjunto pelas entidades representativas das especialidades e sociedades científicas. A respeito do Percentual de 30% de exames clínicos não retirados mencionados na reportagem, informamos que: 10. Para os laboratórios da ABRAMED, e, de acordo com os sistemas atualmente disponíveis, a média de exames não retirados é em torno de 5%. Hoje há disponibilidade de diversos dispositivos para retirada de exames, não só pessoalmente, como também por internet, por sistemas de comunicação com o médico prescritor, inclusive de formas diferentes em ambulatório e em hospitais; uso de aplicativos mobile também são utilizados; 11. Além dos diferentes dispositivos há contato de médicos diretamente com médicos e assessoria para transmissão de resultados; 12. As tecnologias se diferenciam e a origem deste dado é realizada pela conjunção de todos os dispositivos de cada laboratório 13. Não temos conhecimento sobre a base e origem desta informação. Por fim, queremos salientar que, para a ABRAMED, o principal interessado nesse debate é o paciente. Também temos certeza que essa será uma preocupação dos órgãos de defesa do consumidor. Claudia Cohnbr Presidente ( Biênio 2014 – 2016) Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica 5 6 7 Opinião O futuro das análises clínicas no Brasil P redizer o futuro é algo arriscado, ainda mais levando em conta o cenário político e econômico do Brasil, um país emergente, vivendo uma grave crise política e recessão econômica. Podemos dizer que o futuro das aná¬lises clínicas está no desenvolvimento das novas tecnologias e automações e no crescimento da medicina preventiva e da genética. Aliás, esta última é uma das grandes predições para o futuro próximo, junto ao slogan “paciente certo, droga certa, hora certa”, ou seja, tratar o indivíduo de forma personalizada conhecendo sua estrutura única, desenvolvendo e oferecendo, o quanto antes, tratamentos específicos. Estamos na era do foco no ser humano. Pensar na segurança e bem-estar do paciente, oferecendo a melhor assistência possível, levando o diagnóstico onde o paciente está, fazendo análises genéticas que permitam detectar pré-disposição a determinadas doenças antes mesmo que elas surjam e desen¬volvendo tratamentos altamente personalizados. Mas é preciso estar atento aos novos acontecimentos, pois há sempre dois lados numa moeda. O Point Of Care, por exemplo, importante para levar exames diagnósticos às áreas onde a assistência à saúde ainda não chegou, deve ser pensado com cuidado, pois não deve substituir os exames tradicionais, já que ainda não oferecem a mesma sensibilidade e nem sempre são analisados por especialistas na área de diagnóstico. Apesar de certo entusiasmo no mercado internacional quanto ao crescimento de investimento financeiro na área devido aos avanços tecnológicos e científicos, a realidade brasileira pede atenção. No Brasil, os laboratórios sofrem com a falta de reajustes nos valores praticados há 19 anos no SUS e há 8 anos no serviço de saúde suplementar. Soma-se a isto a pressão sobre os labora¬tórios para que aumentem a precisão na resposta e diminuam o tempo para entrega, o que gera aumento do custo. As regulamentações governamentais, como a Lei 13.003, que dispõe sobre contratos entre Prestadores de Serviços de Jerolino Lopes Aquino, Presidente da SBAC; Membro da Comissão do Conselho Federal de Farmácia (CFF); Diretor-presidente do Laboratório Carlos Chagas - Cuiabá/MT; Presidente do LCA (Laboratório de Análises Clínicas)-SP Análises Clínicas Sustentabilidade e recuperação econômica dos Laboratórios Clínicos. É possível? O [email protected] Saúde e Planos de Saúde, e a RDC 20, que regulamenta o transporte de materiais biológicos, apesar do objetivo nobre de proteger a população, não condizem com a realidade nacional e acabam, todas as questões em conjunto, inviabilizando o funcionamento dos pequenos e médios laboratórios. É claro que buscamos aperfeiçoar os serviços prestados à população e que nosso objetivo maior é sempre a saúde e segurança do ser humano. Mas para atingirmos estes objetivos precisamos do apoio do governo, tornando o laboratório de análises clínicas viável. É necessário levar em conta não só os índices médios de reajuste como IPCA, mas também a inflação médica que considera o fator de qualidade, os insumos importados que têm flutuação importante devido à negociação em dólares, avaliar as novas necessidades do setor com os avanços tecnológicos e científicos, além do envelhecimento populacional, uma realidade mundial. Por isso, essa é a hora de unirmos forças, reunindo profissionais de Análises Clínicas e fazendo parte das associações para entendermos as dificuldades individuais, as realidades regionais e encontrarmos soluções para, então, discutirmos com os órgãos governamentais a situação e, assim, podermos, cada vez mais, prestar o melhor serviço à população. 8 Fórum “Sustentabilidade e recuperação econômica dos Laboratórios Clínicos. É possível?” será uma iniciativa do Congresso anual realizado pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Os organizadores do evento acreditam que é possível avançar em busca de uma solução que possa trazer um equilíbrio na desigualdade operante por mais de 20 anos. O número de inscritos no Congresso já passa de 1.350 e, dentre esses, mais de 400 proprietários com confirmação efetiva no fórum, que será realizado no dia 23 de junho às 14h no RioCentro, Rio de Janeiro, durante a 42a. edição do congresso. A intenção principal do fórum é ouvir os colegas que exercem e administram a atividade laboratorial, para que a SBAC, o Programa Nacional de Controle de Qualidade – PNCQ, Sindicatos e Conselhos profissionais tomem conhecimento das necessidades da categoria e ouçam suas sugestões para continuar na luta pelo reajuste das taxas e remuneração condigna da atividade. Além das entidades mencionadas, serão convidados o Ministério da Saúde/SUS, Agência Nacional de Saúde (ANS), Confederação Nacional de Saúde (CNS) e Conselho Federal de Farmácia (CFF). Na pauta estarão os seguintes assuntos: - Contratualização (reajustes do SUS e saúde suplementar) - Possibilidades futuras da atividade – sobrevivência - Ideias e soluções para a crise atual Para participar dos debates estão confirmadas as presenças do Dr. Ronald Ferreira dos Santos, Presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), falando sobre a filosofia do SUS e o Dr. Áquilas Mendes, autoridade nacional no SUS, buscando solucionar as questões dos laboratórios. Dentro da filosofia da SBAC de que “juntos podemos mudar”, o Fórum será uma excelente oportunidade para se criar soluções, propostas, decisões e, o mais importante, a esperança. O 42º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas acontece entre os dias 21 e 24 de junho no RioCentro, Rio de Janeiro. 9 10 11 Análises Clínicas Um aplicativo para diagnóstico online de saúde A Triagem Neonatal representa hoje um dos principais avanços em Medicina Preventiva e é reconhecida pelo US Center for Disease Control and Prevention (EUA) como um dos programas de saúde pública de maior sucesso do século XXI. Entre seus benefícios, está a detecção de doenças graves e tratáveis antes do aparecimento dos sintomas, prevenindo problemas como retardo mental e até o óbito. Além disso, permite a identificação dos portadores de algumas condições clínicas, como o traço falciforme, possibilitando o aconselhamento genético e a reprodução consciente. “É importante que o pediatra esteja atento às manifestações clínicas das doenças e sempre proceda a investigação de uma hipótese diagnóstica, mesmo que o Teste de Triagem Neonatal tenha sido normal”, explica a Dra. Léa Maria Zanini Maciel, especialista da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) foi implantado em diferentes fases de acordo com as doenças rastreadas e hoje detecta: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Desde junho de 2014, todos os Estados do Brasil estão habilitados para o Programa. No Brasil, a taxa de cobertura é bastante variável, com estados como Paraná, Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais com coberturas de 107,4%, 93,8%, 92,4%, 90,6%, Inédito Guia sobre exames toxicológicos é lançado no Brasil D respectivamente; estados com coberturas muito baixas, como Amapá de apenas 46,3% de seus nascidos vivos e os demais com coberturas intermediárias variando de 60 a 80%). “Um fato relevante para aprimorar o Programa será elevar sua cobertura para 100% dos RNs no país, através da conscientização da população e dos profissionais de saúde sobre a importância do exame, assim como a época ideal de realização do mesmo, entre 3º ao 5º dia de vida do recémnascido”, complementa a médica. Ela ainda explica que a triagem neonatal é um programa complexo, pois não se restringe à realização dos testes para diferentes doenças, mas também na busca ativa das crianças com resultados positivos, a confirmação diagnóstica da doença, o início do tratamento no menor tempo possível e o seguimento por uma equipe multiprofissional. 12 urante evento em São Paulo, que reuniu os principais especialistas em exames de drogas em cabelos do mundo, a Sociedade Brasileira de Toxicologia - SBTox fez o lançamento oficial do documento: “Diretrizes sobre o Exame de Drogas em Cabelos e Pelos: Coleta e Análise”. Tratase de um guia para teste de substâncias psicoativas em cabelos e pelos, incluindo recomendações para laboratórios. O 20th Meeting of The Society of Hair Testing (SoHT) é organizado pela Chromatox (www. chromatox.com.br), laboratório especializado em testes toxicológicos, e reúne mais de 30 trabalhos científicos apresentados por experts da Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Itália, Luxemburgo, Portugal, Suíça e Reino Unido. De acordo com Lolita Tsanaclis, diretora da Chromatox e especialista na área há mais de 20 anos, o lançamento das diretrizes de análises psicoativas no Brasil será vital para a melhoria neste segmento no país. No dia 6 de maio, quarta-feira, ela apresentará uma palestra sobre análise de cabelo no ambiente de trabalho e abordará a Resolução 460, do Contran, sob o ponto de vista científico. A Resolução que entraria em vigor em junho, acaba de passar por uma mudança. O DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO, sob a PORTARIA N 50, DE 29 DE ABRIL DE 2015, suspendeu as Portarias de Credenciamento das entidades prestadoras de serviços laboratoriais até que a Resolução CONTRAN nº 425/2012 e alterações estejam compatíveis com o que determina a Lei nº 13.103/2015. Isso quer dizer que os laboratórios credenciados não poderão mais fazer os exames. 13 CRESS-SP S Brasil registra mais de quatro mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2015 egundo dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, do governo federal, foram registradas 4.480 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no primeiro trimestre de 2015. O número representa 21% do total de 20 mil demandas recebidas nesses três meses pelo Disque 100, serviço de denúncias anônimas. Para o assistente social e diretor do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS-SP), Júlio Cezar de Andrade, esse número pode ser muito maior, já que nem todos os casos são efetivamente denunciados. O motivo é que muitas vezes o autor da violência faz parte da família da vítima. “As relações familiares também são permeadas pela naturalização da violência, dificultando que ocorra uma denúncia nos primeiros episódios de abuso. Muitas vezes existe a esperança de que seja um caso isolado, que não vá se repetir. ANS A Existem diversos componentes que atuam no fenômeno da violência e, consequentemente, na questão do silenciamento”, explica Andrade. Por causa disso, ressalta o diretor do CRESS, é de extrema importância a criação de uma cultura de proteção que envolva vários atores da sociedade: “É preciso que todos sejam sensibilizados sobre sua obrigação em proteger as crianças e adolescentes, utilizando as ferramentas de denúncia disponíveis, como o Disque 100, e não naturalizando a violência cotidiana”. Perfil da violência O relatório mostra que 45% das vítimas de violência eram meninas e 20% tinham entre 4 e 7 anos. Além disso, os indicativos apontam que em mais de metade dos casos (58%), o pai ou a mãe são os principais suspeitos das agressões, que acontecem principalmente na casa da vítima. Rede de proteção Constituído pela Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos de existência em junho. Ainda assim, o assistente social explica que ele não é seguido como deveria. “As normas são um passo, mas precisamos de mais centros especializados em crianças e adolescentes e mais Varas da Infância e da Juventude para o atendimento dessa parcela da população. É importante criar uma rede entre Governo e sociedade, principalmente hoje, quando as contradições entre capital e trabalho colocam crianças e adolescentes em situação de violência física, doméstica e sexual, trabalho infantil e exploração sexual”, finaliza o diretor do CRESS-SP. Suspensa a comercialização de 87 planos de 22 operadoras Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu, desde o último dia 20, a comercialização de 87 planos de saúde de 22 operadoras por não cumprimento dos prazos máximos de atendimento e por outras queixas de natureza assistencial, como negativas indevidas de cobertura. Na mesma data, 34 planos de saúde que estavam com a comercialização até então suspensa poderão voltar a ser comercializados, já que houve comprovada melhoria no atendimento ao cidadão. Neste 13º ciclo do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento, a medida protege aproximadamente 3,2 milhões de beneficiários que estão vinculados aos planos com comercialização suspensa, tendo em vista que as operadoras terão que resolver os problemas assistenciais para que possam receber novos beneficiários. Há hoje no país 50,8 milhões de consumidores com planos de assistência médica e 21,4 milhões com planos exclusivamente odontológicos. Desde o início do programa, 1.099 planos de 154 operadoras já tiveram as vendas suspensas. Outros 924 planos voltaram ao mercado após comprovar melhorias no atendimento. No período de 19/12/2014 a 18/03/2015, a ANS recebeu 21.294 reclamações de beneficiários de planos de saúde. Todas foram tratadas pela mediação de conflitos, sendo que 6.621 eram relacionadas a temas não assistenciais (contratos e reajuste, por exemplo) e 14.673 referentes a cobertura assistencial. Dessas últimas, 11.007 foram consideradas pelo programa de Monitoramento. Foram excluídas as reclamações sobre planos de operadoras em portabilidade de carências ou em liquidação extrajudicial, que já não podem mais ser comercializados, uma vez que as empresas estão em processo de saída ordenada do mercado. No universo avaliado, 85,17% das queixas foram resolvidas pela mediação feita pela ANS via Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). A mediação de conflitos agiliza a solução de problemas do beneficiário de planos de saúde. Com a notificação, as operadoras são comunicadas diretamente pelo portal da ANS, em espaço próprio, onde acompanham as demandas. O prazo 14 máximo para a adoção das medidas necessárias à solução da reclamação é de até 5 dias úteis em casos assistenciais e de até 10 dias úteis para não assistenciais. A contagem do prazo começa no primeiro dia útil seguinte à data da notificação. É importante esclarecer que os prazos da mediação de conflitos não comprometem o tempo máximo de atendimento que deve ser cumprido pela operadora. Além de ter a comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil. Panorama do 13º ciclo 22 operadoras com planos suspensos 87 planos com comercialização suspensa 3,2 milhões de consumidores protegidos 34 planos reativados 2 operadoras com reativação total de planos (4 produtos) 7 operadoras com reativação parcial de planos (30 produtos) 15 Opinião E Reflexão: o papel do líder na organização que aprende stamos no século XXI, na chamada Era do Conhecimento, tempo em que o diferencial competitivo das organizações está no seu capital intelectual. Nesse contexto, o gestor tradicional do século passado, não tem nada a contribuir. Aquele gestor enérgico, que vive dando ordens, que centraliza as decisões, controla tudo e todos, que tem pouca ou nenhuma paciência e ainda se mantém distante de sua equipe, não terá mais lugar nas organizações inovadoras. Tornou-se obsoleto. O líder que detém o poder, que é temido pelas pessoas, que gera medo (e não respeito), tornou-se jurássico. O chavão “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, nunca esteve tão fora de moda. Entramos numa fase de aprendizado organizacional, onde as instituições se preparam para aprender a aprender. Esse aprendizado está em todos os níveis hierárquicos, administrativos e operacionais. Portanto, os lideres devem começar aprendendo o seu novo papel na organização para poder ser o exemplo para seus colaboradores. É inerente ao ser humano a vontade de aprender, a curiosidade, o interesse em conhecer coisas novas. A organização que conhece, observa e valoriza essa faceta dos seus colaboradores tem muito mais ganhos e sucesso. Cabe ao líder estimular a criatividade e propiciar as condições para o crescimento individual e a busca de realização pessoal de seus liderados, que em sintonia com os objetivos organizacionais, vai obter excelentes conquistas à instituição. Ninguém motiva ninguém. A motivação é uma força individual que precisa ser despertada em cada um de nós. Primeiramente, as pessoas precisam de uma visão de futuro para si mesmas. Elas precisam ser estimuladas a “enxergar” a imagem do que elas poderiam “ter” ou “ser”, na sua perspectiva de felicidade. O que elas poderiam “ser” gera uma tensão criativa que mobiliza as pessoas (motiva para a ação), uma força de origem intrínseca que as faz agir. Essa motivação quando compartilhada, é capaz de tirar delas o seu melhor em beneficio próprio e, na medida em que se realizam, contribuem com a organização com que colaboram. As organizações para sobreviverem precisam ser capazes de perceber e se adaptar às mudanças de seu meio, e ao mesmo tempo, valorizar a capacidade de aprender das pessoas e buscar pelas causas sistêmicas dos problemas. Isso permite que estejam melhor preparadas, antecipando-se às mudanças, criando e inovando constantemente. Se diferenciais competitivos são alcançados pelas pessoas, o alinhamento entre as competências individuais e a estratégia organizacional, constitui a raiz da vantagem competitiva, diz Carlos Perches, nosso consultor de RH. Nesse conceito, o líder precisa desenvolver novas habilidades e assume diferentes papéis perante sua equipe: - projetista: distribui a tarefa para cada colaborador, mostra os objetivos de cada tarefa relacionando com as necessidades e exigências do Cliente, organiza sua equipe com propósitos e valores, define estratégias e a estrutura que viabilize as ideias, providencia o crescimento individual de seus colaboradores. - professor: atua como mentor da equipe, compartilha o conhecimento, exercita o questionamento dos modelos Dra Beatriz Mª Nogaroli Biomédica, diretora e consultora da BMN Consultoria, em Campinas/SP [email protected] atuais, estimula “um novo olhar” da realidade além das condições superficiais e dos eventos, a ver novas possibilidades, novas soluções. - regente: atua como o “líder servidor” de James Hunter, colocando-se em segundo plano. Coloca-se a serviço de seus colaboradores, conhece sua equipe e seus sonhos, remove barreiras e cria condições para que se desenvolvam. Certamente essa evolução demanda tempo, humildade e compromisso dos lideres com o seu aprendizado; pois essa transformação não acontecerá a curtíssimo prazo e, por essa razão, deve ter inicio imediato. No entanto, essa mudança de perfil não tem retorno, uma vez que já estamos vivendo o futuro. Esse progresso será cada vez mais exigido e os que se lançarem no aprendizado e aprimoramento das novas habilidades, vivenciarão um sentimento de realização, pois terão conquistado pessoas e desenvolvido equipes de sucesso. Ribeirão Preto/SP C Coren-SP homenageia profissionais de Enfermagem na cidade elebrando o mês da Enfermagem, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP) realizou, em 28 de maio, uma deferência especial à dedicação da classe aos cidadãos de Ribeirão Preto. Em solenidade marcada para as 08h, na Subseção do COREN do município,foram homenageados profissionais de Enfermagem que, ao longo de décadas, contribuem para o bem estar e a saúde da população. No evento, duas foram as palestras ministradas, com foco principal no trabalho do enfermeiro, com os 16 temas “Valorização do Trabalho e da Educação em Saúde” e “Atitude, ética e imagem profissional”. O encerramento foi por parte da presidente do CORENSP, Dra. Fabíola de Campos Braga Mattozinho – Presidente do COREN-SP 17 18 19 o mercado atual USA Diagnóstica: experiência em Elisa A USA Diagnóstica tem uma linha completa de kits com a metodologia ELISA para diagnóstico quantitativo e qualitativo. O ELISA é uma metodologia de alta qualidade, sensibilidade e especificidade. O procedimento é de baixo custo e pode ser realizado com técnicas manuais ou automatizadas, sendo de fácil utilização na rotina laboratorial. Os reagentes são estáveis e podem ser utilizados em aparelhos automáticos e semi -automáticos. Para maior confiabilidade nos resultados, a USA Diagnóstica oferece o MULTI-LIGAND, um soro controle específico para as metodologias de ELISA e quimioluminescência. • Anti-TPO • Anti-TG • TG • T4 Livre • T4 Total • T3 Livre • T3 Total • PSA Livre • PSA Total Ultrasensível • TSH • CEA • AFP • HCG Qualitativo • LH • FSH Além destes, a USA Diagnóstica • PRL conta ainda com a Linha ELISA NEONA• N17-OHP TAL. • Cortisol A linha ELISA NEONATAL permite um • Estradiol diagnóstico quantitativo, de alta sensibili• Estriol dade e especificidade. • Insulina Os reagentes são estáveis e utilizáveis • Progesterona em aparelhos semi-automáticos. • Testosterona Total • Testosterona Livre • Progesterona (N-17OHP) • Hormônio do crescimento • Tiroxina (T4) • Vitamina B12 • Tiroxina ligada a Globulina (N-TBG) • Troponina I • TSH • Mioglobina • Ferritina • IgE Total • H. Pylori IgA Entre em contato conosco para melhor • H. Pylori IgG conhecer nossa linha de produtos e • H. Pylori IgM equipamentos • Controle para H. Pylori (IgA, IgG, IgM) www.usadiagnostica.com.br • CA 125 [email protected] • CA 19-9 TELEFONE: +55 31 3226 3330 • CA 15-3 Roche lança analisador de urina cobas® 6500 A Roche Diagnóstica lançou no mercado brasileiro, em janeiro, o analisador de urina cobas® 6500, um produto inovador que fornece solução automatizada em uma plataforma modular capaz de processar de 100 a 1.000 amostras de urina por dia. Com ele, os laboratórios de médio e grande portes conseguem aprimorar o desempenho,elevando a produtividade e eficiência dos testes e reduzindo a manipulação de material biológico. O cobas® 6500 é formado por dois analisadores: o cobas® u 601, que realiza testes de tira de urina 100% automatizados, e o cobas® u 701, que executa a microscopia digital de sedimentos. Embora os dois funcionem de forma integrada, também podem ser utilizados individualmente, dependendo das necessidades do laboratório. “Fazia 10 anos que não tínhamos um lançamento na área de uroanálise. É uma solução praticamente nova. Uma das vantagens é que as duas plataformas trabalham de maneira automatizada. Outra é a microscopia digital, padrão ouro para a análise de urina”, especifica o gerente de Produto Hematologia da Roche, Jordi López. Com todos esses benefícios, o cobas® 6500 resulta em otimização do fluxo de trabalho e na gestão eficiente de custos, uma vez que, por meio da configuração de regras pré-estabelecidas e usando a rack Hitachi. O cobas® 6500 é operado por uma tela de 19 polegadas sensível ao toque e utiliza um software de navegação intuitiva. Ao final das análises, ele apresenta todos os resultados em uma única tela para validação rápida e conveniente. Para saber mais informações sobre o cobas 6500 entre em contato com [email protected] ou pelo site www. roche.com.br ficação dos ácidos nucléicos, controle interno e padrão quantitativo. Todos os produtos da linha BIO GENE apresentam resultados confiáveis e reprodutíveis. Os novos produtos são compatíveis com diferentes equipamentos de PCR em tempo real (Sondas FAM/VIC), e os seus reagentes são liofilizados para assegurar O Sistema de Gasometria epoc® é o primeiro e único Sistema de Análise de Sangue na Beira do Leito sem fio – Wireless, que utiliza tecnologia “Smartcard”. Esta tecnologia de última geração fornece os resultados dos pacientes diretamente para um dispositivo portátil e ao sistema de gerenciamento de dados do hospital/ laboratório, permitindo ao clínico estar ao lado do paciente. Fácil de usar e sem necessidade de refrigeração de consumíveis, o cartão de teste possui calibradores, controles e eletrodos, não precisando de manutenção preventiva ou troca de componentes. A qualidade dos resultados dos testes a partir do epoc® é igual ou melhor do que os resultados gerados pelos analisadores de gasometria tradicional, uma vez que o sangue que acabou de ser colhido é passado através de biosensores no cartão de teste e os resultados enviados para o epoc® em apenas 30 segundos. Os outros sistemas, frequentemente, requerem mais tempo entre a aquisição da amostra, a entrada no laboratório e análise de amostras. Isto pode resultar na degradação da amostra e, possivelmente, comprometer os resultados. Além disso, o epoc® possui código de barras para identificar o paciente, o operador e as informações do cartão de teste, minimizando erros pré-analíticos, de entrada de dados e transcrição, permitindo o monitoramento automatizado de todas as etapas do processo. Com tudo isso, o sistema portátil epoc® garante melhor custo - efetividade para os provedores de saúde e para o cuidado crítico do paciente, permitindo o acesso imediato aos resultados e acelerando a decisão e intervenção terapêutica. Perfeito para Terapia Respiratória, Cuidados Críticos, Centro Cirúrgico e Emergência: O cartão de teste epoc BGEM™ é um cartão para análise de gases sanguíneos, eletrólitos e metabólitios: • Analitos medidos: pH, PCO2, pO2, Na+, K+, Ca++, Glu, Lac, Hct. • Analitos calculados: HCO3, TCO2, excesso de base, sO2, Hb. Alere S.A. 0800 11 32 62 [email protected] www.alere.com Lançamento Bioclin: Linha BIO GENE A Quibasa/Bioclin lança a linha BIO GENE, uma nova linha de produtos na área de Biologia Molecular. A linha BIO GENE é composta de produtos para diagnóstico molecular quantitativo de agentes infecciosos por PCR em tempo real. Os produtos da linha BIO GENE são completos, pois possuem reagentes para a ampli- Alere traz para o Brasil a inovadora Gasometria portátil a qualidade e maior estabilidade do produto. Toda linha é padronizada, com mesma técnica e programação, o que possibilita a execução de diferentes testes na mesma corrida. Cada produto permite a execução de 50 testes e como diferencial a sua temperatura de transporte é entre 2 e 30°C. BIO GENE CHLAMYDIA TR PCR BIO GENE CMV PCR BIO GENE HPV ALTO RISCO PCR (HPV 16) BIO GENE MYCOBACTERIUM TB PCR BIO GENE NEISSERIA GN PCR BIO GENE UREAPLASMA UR PCR Em breve novos produtos. Para mais informações entre em contato. 20 21 Opinião T 1/4 dos brasileiros são portadores de Talassemia Alfa alassemias são alterações genéticas e hematológicas causadas por deficiências nas produções de globinas alfa ou beta, principalmente, e que podem ser parciais ou totais. Quando os eritroblastos sintetizam hemoglobinas, o processo ocorre por meio de sincronia compartilhada de produção de globinas alfa e beta, juntamente com seus respectivos grupos heme. Sob o ponto de vista genético, os genes alfa e beta envolvidos nas sínteses de globinas alfa e beta, respectivamente, as fazem de formas equilibradas, que, enfim, resultam nas hemoglobinas normais A, A2 e Fetal. Denomina-se por talassemia alfa quando os genes alfa falham na produção de globinas alfa e, da mesma forma vale esta consideração para a talassemia beta e a produção da globina beta. Quando a produção de globina alfa é menor que a de beta, obviamente haverá “sobra”de beta. As globinas beta que “sobram” se juntam em tetrâmeros (beta4) e formam uma hemoglobina anormal, a Hb H. Esta hemoglobina é instável, de tal forma que nas eletroforeses em que o processo termodinâmico atinge 37oC ela se desnatura e desaparece nos minutos iniciais do procedimento, notadamente quando sua concentração está abaixo de 5%. Esse fato prejudica a sua identificação e a confirmação laboratorial de talassemia alfa. A talassemia alfa é mais comum que a talassemia beta, uma vez que a globina alfa é sintetizada por quatro genes alfa (dois genes em cada um dos dois cromossomos 16), enquanto que a globina beta é regida por dois genes beta (um gene em cada um dos cromossomos 11). Assim, a suscetibilidade de mutações nos genes alfa é maior em relação ao beta e provavelmente esta é a razão pela qual muito mais pessoas padecem de talassemia alfa em todas as regiões do mundo em relação à talassemia beta. Como o tema deste artigo é talassemia alfa, será apresentado apenas essa patologia hematológica hereditária. No Brasil, de forma geral, 20 a 30% da população tem a talassemia alfa mínima (Hb H com concentrações variáveis entre 0,5 a 5%)*, enquanto que 3 a 5% da população padecem de talassemia alfa menor (Hb H com concentrações entre 5 a 10%)*, uma em cada 5 mil pessoas tem a doença de Hb H ou talassemia alfa intermediária (Hb H com concentrações entre 10 e 30%)* e, por fim, a talassemia alfa maior ou hidropsia fetal da Hb Bart’s (Hb Bart’s com concentrações entre 80 a 100%)** é extremamente rara. As talassemias alfa mínima e menor são clinicamente assintomáticas e somente um médico muito bem informado será capaz de supor que os relatos de cansaço, dores nas pernas e desanimo se devem a uma provável talassemia alfa. Ao solicitar exames básicos como o hemograma para um portador de talassemia alfa menor, a hemoglobina total e os índices hematimétricos estarão sempre nos níveis de normalidade. Para o portador de talassemia alfa menor, por sua vez, a hemoglobina pode estar normal ou discretamente diminuída, mas o VCM e HCM sempre se apresentam diminuídos. A morfologia eritrocitária, em ambas as formas de talassemias alfa (mínima e menor) se mostrará com discretas anisocitose (micrócitos, inclusive) e poiquilocitose (esquisócitos, inclusive). Quando solicitada a eletroforese de hemoglobina, a presença da Hb H com concentrações abaixo de 5% é imperceptível em sistemas fechados (agarose, acetato de celulose ou capilar), pois são desnaturadas pelo processo termodinâmico da eletroforese. Apenas as eletroforeses em acetato de celulose não automatizadas e de sistema aberto (aquela em que se pode levantar a tampa da cuba eletroforética e verificar se a fração de Hb H está presente) possibilitam identificar a Hb H nos primeiros dez minutos do desenvolvimento eletroforético. Por outro lado, quando a concentração de Hb H está acima de 5% será possível identifica-la mesmo em sistemas fechados de eletroforeses. O uso da cromatografia HPLC para identificação de Hb H é mais complicado pois há necessidade de uma coluna de HPLC específica para este fim, caso contrário não será possível detectar a Hb H das talassemias alfa mínima e menor. A Hb H também pode ser identificada por meio da coloração intra-eritrocitária de Hb H, entretanto este método tem baixa resolução técnica, servindo apenas para demonstrações em aulas práticas. Há duas importantes dificuldades em relação ao diagnóstico das talassemias alfa mínima (principalmente) e alfa menor. A talassemia alfa mínima não altera o eritrograma e este fato faz com que os médicos que a desconhecem não deem importância à busca de seu diagnóstico. A talassemia alfa menor, por sua vez, apresenta discreto grau de anemia microcítica e hipocrômica e, talvez por isso, é muitas vezes confundida como anemia por deficiência de ferro. Mas o ferro sérico, ferritina e saturação de transferrina nesses portadores estão sempre normais. Mas é preciso considerar que há casos de associações entre talassemias alfa com deficiência de ferro, principalmente em gestantes e crianças. Nessas situações, a hipocromia induz menor formação de Hb H dificultando sua identificação mesmo em eletroforeses de sistema aberto. A confirmação laboratorial da suspeita de talassemia nessas associações deve ser realizada após o tratamento da deficiência de ferro e o estabelecimento da normalidade do “status” de ferro do paciente. Pessoas com talassemia alfa intermédia tem sintomas evidentes de anemia, hemoglobina total diminuída, geralmente entre 8 a 10 g/dL, VCM e HCM diminuídos, e múltiplas alterações eritrocitárias. A cronicidade da anemia e a ausência de resposta ao tratamento com ferro (situação muito comum nesses casos) faz com que o médico suspeite de talassemia. A talassemia alfa maior ou hidropsia fetal da Hb Bart’s, 22 Prof. Dr. Paulo Cesar Naoum Professor Titular pela UNESP Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia Acadêmico da ARLC [email protected] por sua vez, é uma situação muito grave que provoca aborto ou o óbito do recém-nascido. A análise do sangue do RN ou do cordão umbilical mostrará eritroblastose fetal. Diante dessa breve apresentação há de se considerar que, às vezes, médicos e/ou pacientes discordam do resultado de que Hb H é indicativa de talassemia alfa e solicitam testes moleculares para a comprovação. Os laboratórios brasileiros que realizam esses testes utilizam de sete a doze marcadores moleculares que identificam as lesões nos genes alfa e que poderiam causar talassemia alfa. Em geral os laboratórios alegam que esses poucos testes de lesões moleculares são os que mais prevalecem na população brasileira. Porém, há de se considerar que existem pelo menos 45 marcadores moleculares de talassemia alfa e que deveriam ser usados antes de rejeitar ou discordar de resultados indicativos da presença de Hb H como sugestivo de talassemia alfa. Além disso, pelo fato da população brasileira ser multiétnica, a escolha de sete a doze marcadores moleculares não referenda a exclusão de uma suspeita caracterizada pelo produto proteico final de lesão genética do gene alfa, no caso a Hb H. Para complicar a negatividade desses testes moleculares diante da presença de Hb H, os genes alfa são instáveis e nem sempre os marcadores moleculares negativos são indicativos da ausência de talassemia alfa. Por essa razão, a ausência da Hb H em pessoas que já tenham a apresentado em exames anteriores, também não deve ser indicativo de que o resultado esteja errado. O correto é a repetição da eletroforese de Hb H em laboratório credenciado para realiza-lo. Referência: www.talassemias.com.br (*) Valores aproximados, mas que isolados não tem fundamentos para o diagnóstico clínico; (**) a Hb Bart’s é uma hemoglobina anormal composta por tetrâmero de globinas gama (gama4). 23 24 25 Opinião E o mercado atual O Brasil real m nosso país, padecemos de muitas coisas. Faltam melhorias na saúde, na educação, no transporte, nas políticas públicas de maneira geral. O que não nos falta, no entanto, é criatividade. E ideias marqueteiras para os programas sociais, especialmente os anunciados pelo Governo Federal. Temos Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Pátria Educadora, Mais Especialidades, Luz para Todos, Ciência Sem Fronteiras, PAC, ProUni, Pronatec, Brasil Sem Miséria. Todos amplamente divulgados na TV, e trabalhados minuciosamente do ponto de vista da autopropaganda. A execução dessas políticas, no entanto, está muito longe do Brasil real. E agora, em tempos de crise e de anúncio de cortes de gastos, fica-nos a impressão de que pagamos um preço muito alto e além do que podíamos pagar para manter intacto um castelo de vidro. Nossas contas de luz podem falar por nós. A pane do Programa de Financiamento Estudantil também. Assim como as obras paradas dos PAC I e II. E as dívidas sem fim que se acumulam com as faculdades que entraram na onda do ProUni, e que agora estão a ver navios, aguardando pagamentos atrasados do governo federal. É fato que o Brasil de hoje tem menos miseráveis que há 20 anos. Também é verdade que as pessoas aumentaram seu poder de consumo, devido à estabilização da economia e a um ambiente mundial favorável vivido pelos primeiros anos do governo Lula. Mas, para Kit pode detectar o vírus da Dengue em até 24h após a infecção Yussif Ali Mere Jr Presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do SINDRibeirão [email protected] mudar uma sociedade, de fato, é preciso muito mais do que maquiagem. É preciso mais do que celulares de última geração e de televisores em HD. Um país de verdade se faz com arroz, feijão, investimento em educação e saúde de qualidade, e apoio à indústria nacional. Se faz com moeda forte, confiança, austeridade, bons exemplos e honestidade. Por um Brasil real, com mais “Sérgios Moros” e menos “João Santanas”. Municípios do Brasil A conteceu de 25 a 28 de maio no Centro Internacional de Convenções de Brasília, promovido pela Confederação Nacional de Municípios – CMN a XVIII Marcha a Brasília em defesa dos Municípios. Como acontece há vários anos a Biomedicina participa do evento com seu estande e procura estreitar a relação junto aos Prefeitos Municipais e mostrar as necessidades da saúde pública, hoje tão castigada. Na maior parte das abordagens notamos que muitos municípios têm seu atendimento precário por conta dos constantes cortes nas verbas da saúde, a principal reclamação dos prefeitos. Vivenciamos durante estes eventos que muito se investe ou se procura investir na educação e as empresas de ensino, principalmente fundamental investem muito e oferecem muitos produtos de metodologia moderna e tecnológica, alguns até de ensino a distância. Mas para nós da área da saúde, é lamentável ver que a oferta de projetos viabilizando melhorias na saúde pública inexistem. No evento, com a presença de autoridades e líderes partidários, aconteceu a aprovação da Carta da XVIII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, feita pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. A carta apresenta as nove principais reivindicações municipalistas deste ano. Assinada por Ziulkoski, ela também comtempla o compromisso com a pauta legislativa dos Municípios composta por 17 iniciativas, em especial com o novo ISS, mecanismo de reajuste dos programas federais, o FPM anticíclico e a vedação de se criar despesas sem a clara fonte de recursos. A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, mostrou a preocupação com os resíduos sólidos e prega o fim dos lixões, mas tudo aponta para a logística reversa, quem sabe será esta a solução, mas enquanto isso catadores de lixo nos depósitos e moradores próximos aos depósitos de lixo sofrem com doenças cardíacas, pulmonares, renais e o contato direto com o lixo propicia contaminação e também muitos organismos são responsáveis pela transmissão de inúmeras do- WAMA Diagnóstica, empresa líder no mercado de testes rápidos no Brasil, lançou mais um aliado no diagnóstico da Dengue, arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti: o kit Imuno-Rápido Dengue NS1. O teste que utiliza a metodologia imunocromatográfica faz a detecção qualitativa do antígeno NS1 com a finalidade de identificar precocemente indivíduos com infecção pelo vírus da Dengue. Devido à alta morbidade e mortalidade, a Dengue é considerada uma das mais importantes doenças virais. Ela se concentra principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, sendo que as epidemias ocorrem durante ou imediatamente após períodos chuvosos. A Organização Mundial da Saúde estima que 3 bilhões encontram-se em áreas com risco de contrair dengue no mundo. No Brasil, com a chegada do verão, época em que ocorrem mais casos de infecção, a atenção à dengue deve ser redobrada. Os sintomas clínicos, muitas vezes confundidos aos de uma gripe forte, são caracterizados por febre alta e repentina (39°C a 40°C), seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, dor retroorbital, astenia, anorexia, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo. A forma mais grave da doença, a Dengue Hemorrágica, acorre em 2 a 4% dos indivíduos reinfectados e pode levar à morte. A Dengue é causada por um Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae e apresenta quatro sorotipos conhecidos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O vírus possui três proteínas estruturais, proteínas de membrana (M), core (C), e do envelope (E), e sete proteínas não estruturais: NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b e NS5. A NS1 é uma glicoproteína não estrutural comum aos quatro sorotipos, que é essencial à replicação viral. Durante a fase aguda da infecção, a NS1 é encontrada circulando no soro de pacientes em concentrações detectáveis por métodos imunológicos. Atualmente é considerada como um marcador de infecção pelo vírus da dengue antes mesmo do aparecimento dos anticorpos das classes IgM e IgG, permitindo detecção precoce do vírus 24 horas após o início dos sintomas, além de ser encontrado nas infecções primárias e secundárias. Estudos comparativos entre os testes de de- tecção do NS1 e os de biologia molecular RT-PCR mostram uma excelente correlação na detecção dos 4 sorotipos do vírus da dengue após 24 horas do início dos sintomas. Além disso, o teste não apresenta reações cruzadas com outros Flavivirus, permitindo o diagnóstico rápido e diferencial de outras doenças que se manifestam com quadros febris semelhantes. O teste NS1 é bastante útil na confirmação diagnóstica, oferecendo oportunidade de início rápido do tratamento e, consequentemente, diminuição da mortalidade por complicações da doença. O kit Imuno-RÁPIDO Dengue NS1 da WAMA é um teste imunocromatográfico altamente sensível e específico para detecção qualitativa do antígeno NS1 no sangue total, soro ou plasma humano, com a finalidade de identificar precocemente indivíduos com infecção pelo vírus da dengue. Dessa forma, a WAMA Diagnóstica oferece a seus clientes mais um kit garantido pelo rígido controle de qualidade ao qual o produto é submetido, justificando assim sua crescente participação no cenário nacional e internacional. www.wamadiagnostica.com.br Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos Presidente do CRBM - 1ª Região Diretor da FAAP - Ribeirão Preto-SP [email protected] enças ao homem, tais como febre tifoide, salmoneloses e disenterias, filariose, malária, dengue e febre amarela, provocadas por mosquitos; raiva, peste bubônica, leptospirose e certas verminoses, ocasionadas por roedores. Um problema ainda a ser resolvido mesmo que a criação da política nacional dos resíduos sólidos em 2010 tenha estipulado o prazo até 2014 para o fim dos lixões teremos que conviver com este problema por ainda muitos anos. Precisamos da maior participação das profissões da saúde nestes eventos para que possamos debater com a administração pública soluções viáveis para os temas de saúde que afetam diretamente a população. As iniciativas municipais bem elaboradas e com resultados repercutem positivamente. A Biomedicina desempenha um papel de grande importância na saúde pública do nosso país. O profissional biomédico atua em pesquisas que podem fornecer dados desde o diagnóstico até as propostas de resolução dos problemas que afligem a população, e investir na prevenção é fundamental. Acesso venoso seguro com controle visual Com a Agulha VISIO PLUS VACUETTE® o flebotomista visualiza o fluxo sanguíneo através do eixo transparente da agulha garantindo total segurança na correta punção venosa. A rotina da coleta de sangue exige cada vez mais rapidez e eficácia dos flebotomistas durante o procedimento. Por se tratar de uma fase primordial para o sucesso do resultado dos exames, a Greiner Bio-One oferece as Agulhas VISIO PLUS VACUETTE® com o objetivo de torná-la mais fácil e segura. Quando a punção venosa é realizada, o fluxo sanguíneo é direcionado para agulha que está conectada por um eixo. Na Agulha VISIO PLUS VACUETTE® este eixo é transparente, característica que permite o usuário ver a passagem de sangue, ou seja, indica que a agulha está na posição ideal para dar continuidade na coleta. Evita também a busca desnecessária de um novo acesso. É uma segurança para o flebotomista, a técnica continua a mesma, a vantagem adicional é o controle visual seguro. O benefício também se estende aos pacientes. Uma das dificuldades é o doloroso movimento durante a procura do acesso que pode ser evitado com a Agulha VISIO PLUS VACUETTE® graças ao controle visual do fluxo sanguíneo. Além disso, o corte especial na ponta da agulha facilita a penetração na pele. O resultado é uma experiência com o mínimo de dor e estresse possível. Desenvolvida com tecnologia de alto padrão, o design é exclusivo. Diferente de similares que montam a partir de duas peças separadas, a fa- 26 bricação envolve uma única peça. O risco de hemólise, que pode ocorrer devido à aspiração pelo vácuo, é praticamente eliminado. As agulhas estão disponíveis em dois tamanhos diferentes (21 e 22 G) e em dois comprimentos (38 e 25 mm). As tampas são transparentes para se destacar das Agulhas Padrão VACUETTE®. Greiner Bio-One Brasil – Divisão Pré-Analítica A divisão Pré-Analítica traz soluções completas de produtos para todas as fases do processo pré-analítico, com o mais alto padrão de tecnologia. Referência em inovação, a Greiner Bio-One Brasil sempre atende todas as normas de segurança e qualidade nacionais e internacionais (dos países em que é comercializada). A matriz alemã Greiner Bio-One GmbH é parceira tecnológica de universidades, institutos de pesquisa e das indústrias de diagnóstico, farmacêuticas e de biotecnologia. Faz parte da Greiner Bio-One International AG, que gera um volume de negócios de 327 milhões euros (aproximadamente 1.076 bilhões de reais). Possui mais de 1.700 colaboradores operando globalmente em 24 filiais e inúmeros distribuidores em mais de 100 países. www.gbo.com/preanalytics 27 Opinião F Uma vida de Amor e Labor alar em Décio Camargo é falar de amor, é falar de labor, é falar de pioneirismo. Contar um pouco de sua vida profissional, talvez nos ajude a entender melhor a assertiva acima. Décio iniciou suas atividades profissionais na área de análises clínicas no ano de 1969, há quase meio século, na cidade de Bauru. Trabalhou no setor de vendas de grandes empresas como: “ Merck”, ”Biolab Mérieux”, “Lio Serum”. No ano de 1979, há 36 anos, portanto, volta a Santa Rita do Passa Quatro sua cidade natal e juntamente com sua esposa Lígia inicia a empresa “Décio Camargo Produtos e Equipamentos Laboratoriais Ltda”. Começa uma nova fase de uma vida repleta de trabalho, alegrias e emoções. A nova empresa possuía um processo inédito de vendas com pronta- entrega de produtos nos laboratórios, em veículo refrigerado e apropriado para este fim. Os clientes aumentaram de tal maneira que ficou impossível atender a todos por este sistema. Ligia Maria Mussolino Camargo Sócia da empresa Décio Camargo Ltda, professora de Língua Portuguesa. Ocupa a cadeira nº 24 da Academia Santarritense de Letras [email protected] Décio poderia ter seguido uma bela carreira burocrática sucedendo seu saudoso pai, que era Tabelião, mas ele amava viajar, conhecer novas cidades estabelecer e manter contato com seus clientes, seus amigos do coração, com seus fornecedores. Era com indefinível alegria com que ele via os laboratórios prosperarem, com os filhos muitas vezes sucedendo os pais. Provavelmente essa paixão por aventuras, por viagens, por conhecer novas plagas Décio tenha herdado de seus avós paternos portugueses, povo, cujas características essenciais são: a cordialidade e o espírito de aventura dos navegadores de antanho, como está no livro de Sérgio Buarque de Holanda “ Raízes do Brasil”. Estabelecido na amena cidade de Santa Rita, Décio continuou a viajar, como nunca parou de fazê-lo, indo constantemente a São Paulo capital e interior, Sul de Minas e Mato Grosso do Sul, entre outros estados brasileiros. Com o correr dos anos seu pioneirismo, seu espírito de trabalho, sua honestidade, seu carisma inconfundível, fizeram de seus clientes amigos respeitados e amados. Porque além da qualidade de seus produtos e equipamentos Décio agregava dedicação e amor a todos eles. A partir de 2001 passa a fazer parte da empresa sua filha Ana Carolina, farmacêutica bioquímica, que recebeu dos pais o espírito de luta, de trabalho, aliados à fraternidade e ao amor. Certamente, o empresário Décio Camargo fez e fará parte de uma época fundamental da História dos Laboratórios de Análises Clínicas do interior de São Paulo. Por onde passou ele angariou clientes, que mais que clientes eram amigos de coração. Décio Camargo partiu no dia 11 de maio de 2015, mas como na Parábola de Jesus do “Semeador ” ele foi a boa semente que caiu em boa terra, frutificou e rendeu muitos frutos, aos que souberam usufruir de sua bondade de seu amor. Ele partiu na certeza de que nós, da “Décio Camargo Ltda.” continuaremos seu trabalho, com sua fé, seu dinamismo e seu amor. Lígia 28 29 30 31 o mercado atual Cloretos Os Cloretos são os ânions mais abundantes no líquido extracelular do tecido humano. Juntamente com o Sódio, os Cloretos desempenham papel importante na manutenção da distribuição de água no organismo, da pressão osmótica do plasma e na neutralidade elétrica. Um adulto ingere na dieta 150mmoles/dia de íons Cloreto, sendo ele quase todo, absorvido pelo sistema digestivo e seu excesso excretado na urina. Nos rins, são filtrados pelos glomérulos e passivamente reabsorvidos em associação com o Sódio nos túbulos contornados proximais. Uma quantidade apreciável de Cloretos é também recuperada ativamente na alça de Henle, mediante a chamada “Bomba de Cloretos”. Teores ainda maiores são recuperados em conjunto com o Sódio pela ação da aldosterona, nos túbulos contornados distais. No entanto, a reabsorção do Sódio é limitada pela quantidade de Cloretos disponíveis. O excesso de Cloretos é excretado na urina e suor. O suor excessivo estimula a secreção de aldosterona que atua sobre as glân- dulas sudoríparas para reabsorver mais Sódio e Cloretos. A excreção urinária de Cloretos varia com a dieta, mas, em geral são encontrados valores entre 110 a 250 mmoles/dia. Aumentos fisiológicos ocorrem com a diurese pós-menstrual e diminui com a retenção de água e sal no período pré-menstrual, em paralelo com aumento ou redução do nível de Sódio urinário. A diurese excessiva, independente da causa, é acompanhada pelo aumento na excreção de Cloretos, como na depleção de Potássio e insuficiência adrenocortical. A concentração dos íons Cloreto está elevada na acidose metabólica, desidratação, acidose tubular renal, insuficiência renal aguda, diabetes insípido, acetazolamina, esteroides e intoxicação por salicilato. A redução dos níveis de cloretos plasmática é observada em: perda gastrointestinal de bicarbonato, nefropatia, insuficiência adrenal, acidose metabólica com acúmulo de ânions orgânicos, alcalose metabólica, dentre outras condições. O íon Cloreto pode ser determinado pela capacidade de íon em deslocar o tiocianato do tiocianato de mercúrio. O tiocianato liberado reage com o íon férrico, para formar o complexo tiocianato férrico de cor vermelha, proporcional à quantidade de íons Cloreto na amostra. A Biotécnica disponibiliza em sua linha de produtos, o kit de Cloretos Monoreagente líquido estável, com apresentações de 50 e 100 mL. O kit é adequado para utilização em equipamentos manuais e automatizados, atendendo todos os tipos de demanda. Anderson Silva ww.biotecnica.ind.br [email protected] +55 (35) 3214-4646 Congresso da SBPC/ML Prorrogada a data para submissão de tema livre no 49º Congresso da SBPC/ML O Novo prazo vai até o dia 12 de junho, sem novo adiamento prazo para as inscrições de resumos de temas livres foi prorrogado. Profissionais interessados em enviar trabalhos científicos para o 49º Congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), mas que não tiveram tempo hábil, 12 de junho é a nova data limite. O evento acontece entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza. Os interessados devem preencher um formulário no site do 49º Congresso da SBPC/ML (cbpcml.org.br), na seção Tema Livre. A seleção dos trabalhos será publicada após avaliação da Comissão Analisadora – composta por membros da entidade. Serão escolhidos em torno de 300 a 400 pôsteres para serem exibidos no Congresso. A SBPC/ML incentiva o envio de pôster eletrônico para visualização em telas de LCD localizadas próximas aos pôsteres. Para o trabalho ser selecionado para a apresentação oral é obrigatório o envio do pôster também em formato eletrônico. “Ultimamente, nós temos recebido um grande número de trabalhos que abordam outros aspectos como informática e gestão – que antes não eram habituais. Além dos temas livres clássicos, como bioquímica, hematologia e microbiologia, percebemos um aumento do número de assuntos que trazem um conhecimento diferente e que, seguramente, vão reforçar cada vez mais a importância de participarmos de eventos desse porte”, afirma Adagmar Andriolo, Coordenador da Comissão de Julgamento dos Temas Livres do Congresso. Simultaneamente a este evento, acontece o 1º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial, que será realizado 32 ao longo do dia 30 de setembro, com o objetivo de trazer ao público debates e novidades da tecnologia da informação na medicina laboratorial. As inscrições de ambos acontecem separadamente, sendo que o próximo prazo para a inscrição antecipada nos Congressos é dia 2 de junho e o último é até o dia 3 de agosto, com direito ao convite para o evento de confraternização do Congresso, que acontece no dia 1º de outubro. Vale ressaltar que a inscrição antecipada oferece desconto em relação às inscrições feitas durante ou no próprio dia do evento. Para associados SBPC/ML, a inscrição para o 49º Congresso pode ser gratuita. Para informações sobre os Congressos, acesse o site: http://www.cbpcml.org.br/2015/. Para informações sobre o envio de trabalhos científicos, mande e-mail para: [email protected]. 33 2015 JUNHO II Encontro do Comitê de Hematologia e Hemoterapia Pediátrica da ABHH Local: Blue Tree Premium Morumbi | Sala: Ametista (Piso C-1) - Endereço: Av. Roque Petroni Junior n° 1000 – Brooklin Novo. Data: 19 e 20 de junho Site: http://abhheventos.com.br/pediatria2015/ 42º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas Data: 21 a 24 Local: Pavilhão 5 - Riocentro Rio de Janeiro/RJ Informações: www.sbac.org.br AGOSTO Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia - CBAEM 2015 Data: 11 a 14 Local: Centro de Convenções Vitória - Vitória/ES Informações: www.cbaem2015.com.br 13º CFBMG O C onselho Regional de Farmácia de Minas Gerais realiza o 13º C ongresso de Farmácia e Bioquímica de Minas Gerais (CFBMG), que será em B elo Horizonte, de 27 a 29 de agosto de 2015. Trata-se de um dos maiores eventos farmacêuticos do País, com a abordagem de diversas áreas de atuação da Farmácia de forma multiprofissional. O 13º CFBMG contará com divulgação nacional e terá participantes de vários estados do Brasil, além de palestrantes renomados nacional e internacionalmente. Inf: 55 31 3218-1026 XIX Congresso Brasileiro de Infectologia (Infecto 2015) Data: 26 a 29 Local: Serra Park - Gramado/RS Informações: tel. (51) 3086.9100 / Fax: (51) 3086.9101 www.ccmew.com www.infecto2015.com.br Congresso Internacional do Grupo CLAHT Data: 27 a 29 de agosto de 2015 Local: AmCham – Rua da Paz, 1.431 - São Paulo - SP Programação e mais informações: www.claht2015.com Workshop de Microbiologia Décio Camargo Data: 27 de junho Local: Hotel Comfort - Bauru-SP Informações: (19) 3582-9797 / 3582-9792 [email protected] SETEMBRO Analítica Latin America - Feira Internacional de Tecnologia para Laboratórios, Análises, Biotecnologia e Controle de Qualidade Data: 22 a 24 Local: Transamérica Expo Center - São Paulo/SP Inf.: tel. (11) 3205.5000 www.analiticanet.com.br XXII Congreso Latinoamericano de Bioquímica Clínica Data: 24 a 26 Local: Quito - Equador Informações: [email protected] www.sebiocli-ec.org 49º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial 1º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial Data: 29/09 a 2/10 Local: Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza/CE Informações: tels. (21) 3077.1400 mailto:[email protected] www.cbpcml.org.br OUTUBRO 28º Congresso Brasileiro de Microbiologia - 2015 Data: 18 a 22 Local: Centro Sul- Centro de Convenções de Florianópolis - Florianópolis/SC Informações: tels. (11) 3037.7095 / 3813.9647 [email protected] www.sbmicrobiologia.org.br XXX Congresso Brasileiro de Patologia Data: 29/10 a 1º/11 Local: Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo/SP Informações: tel. (11) 5080.5298 www.sbp.org.br NOVEMBRO HEMO 2015 O Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo), promovido pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), terá a edição de 2015 em São Paulo, entre os dias 19 e 22 de novembro, no Transamérica Expo Center, Avenida Doutor Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 - Santo Amaro. Hemo 2015 Realização: ABHH - Organização: ABHH Eventos Data: 19 a 22 de novembro Local: Transamérica Expo Center – São Paulo – SP Site oficial: www.hemo.org.br Público-alvo - multiprofissional, além dos hematologistas e hemoterapeutas, o Hemo 2015 reunirá durante quatro dias odontólogos, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, biomédicos, gestores de hemocentros, entre outros profissionais de áreas correlatas e representantes de esferas governamentais da saúde. Anuncie www.labornews.com.br [email protected] 16 3629-2119 | 99793-9304 34 35 36 37 Opinião A Que armas temos para combater a crise? doença está instalada. Além do congelamento de preços dos exames e do aumento das exigências pelos órgãos fiscalizadores os laboratórios têm que lidar agora com a crise econômica. A inflação deflagra o aumento das despesas. Bem acima desse percentual escala a conta da energia. O laboratório precisa isolar o vírus que assola suas finanças e tratar de eliminá-lo ou, ao menos, atenuar seus efeitos. Um consultor experimentado receitaria alguns remédios. Entre eles, sem dúvida nenhuma, um olhar cuidadoso sobre a Tecnologia da Informação. Afinal, de onde sairão os dados que permitirão “enxergar” o seu laboratório? A informática laboratorial foi fundamental para a consolidação dos laboratórios clínicos como empresas. Permitiu o aumento da qualidade e da produtividade com a automação dos processos da recepção ao paciente, interfaceamento com instrumentos, emissão de laudos e faturamento. Agora é a vez de olhar com cuidado para as ferramentas de controle da produção, para todas aquelas estatísticas que dormem tranquilas num canto do sistema e para os relatórios gerenciais que são acionados apenas esporadicamente. Além de explorar as informações das quais já se dispõe, é fundamental desenhar, juntamente com o fornecedor do software, funcionalidades inovadoras. Alguns laboratórios americanos estão buscando, por exemplo, agregar mais informações para abastecer médicos e pacientes, dentro de uma estratégia de valorização dos seus serviços. Chegamos então às três vertentes em que a TI pode ajudar o laboratório a aumentar a competitividade e assim combater a crise: redução de custos, ganhos em gestão e desempenho operacional, e inovação. Walcir Wehrle, Diretor de Tecnologia da Benner escreveu um artigo cujo título serve bem para finalizar nossa argumentação: “Investimentos em TI: a ousadia necessária para vencer obstáculos”. Pedro Silvano Gunther [email protected] Certificação ONA Cresce interesse pela acreditação no setor de saúde brasileiro A Organização Nacional de Acreditação – ONA, certificação brasileira de qualidade em saúde, registrou novo crescimento no número de acreditações em 2014. Foram 224 instituições certificadas, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. O crescimento do número de Diagnósticos Organizacionais (DOs) foi ainda mais expressivo: saltou de 62 em 2013 para 102 no ano passado, uma alta de 65%. Os DOs são avaliações feitas a partir dos padrões da ONA, mas sem fins de acreditação. Servem para que a instituição avaliada identifique pontos em que ainda precisa melhorar para conquistar a certificação. Mais da metade dos que realizam esse diagnóstico conquistam a acreditação em menos de um ano. “A maioria dos que contratam DOs são instituições que nunca foram acreditadas. Por isso, o total de diagnósticos serve como um ‘termômetro’ do interesse pela acreditação”, explica Dr.ª Maria Carolina Moreno, superintendente da ONA. Os hospitais ainda são maioria tanto no número de novas certificações (111) quanto de DOs (36), mas também foram destaque no período os serviços de diagnóstico por imagem (32 certificações e 21 DOs) e ambulatórios (31 certificações e 29 DOs). “Esses números mostram um aumento da conscientização de todo o setor de saúde quanto à importância da acreditação para garantir uma assistência de qualidade aos pacientes em todos os âmbitos”, destaca Dr.a Maria Carolina Moreno. Sobre a ONA A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma entidade nãogovernamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde, com foco na segurança do paciente. Sua metodologia de acreditação é reconhecida pela ISQua (International Society for Quality in Health Care), associação parceira da OMS e que conta com representantes de instituições acadêmicas e organizações de saúde de mais de 100 países. Com 15 anos de atuação e mais de 400 instituições certificadas, a ONA se consolidou como a principal acreditação de saúde do país. Seus manuais são específicos para nove diferentes tipos de estabelecimentos: hospitais, ambulatórios, laboratórios, serviços de pronto atendimento, home care, clínicas odontológicas, clínicas de hemoterapia, serviços de terapia renal substitutiva e serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear. A ONA também certifica serviços de apoio a instituições de saúde, como lavanderia, dietoterapia, esterilização e manipulação. Cãncer de Mama Software cria mamografia virtual a partir da tomossíntese e melhora detecção da doença I ntroduzida nos últimos anos, a tomossíntese – também conhecida como mamografia tridimensional ou 3D – conseguiu aumentar a precisão diagnóstica do câncer de mama, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Entre as virtudes do diagnóstico pela tomossíntese estão a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precocemente, quando comparada à mamografia convencional. Imagens formadas pela sobreposição dos tecidos na mamografia e que obrigam a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, incluindo outros exames e até mesmo biópsia, ocorrem com muito menos frequência na tomossíntese. Para uma avaliação adequada, entretanto, é necessário obter tomossíntese em conjunto com a mamografia em duas dimensões. Agora, um novo avanço deve melhorar ainda mais o diagnóstico do câncer de mama. Trata-se da imagem mamográfica sintetizada, C-View. O C-View é um software que utiliza as imagens da tomossíntese e produz imagens mamográficas em duas dimensões, sintetizadas, sem necessidade de uma nova radiação e sem que a paciente tenha de fazer a mamografia convencional. Dessa forma, é possível melhorar o diagnóstico da doença, obtendo-se todas as vantagens da tomossíntese e da mamografia em duas dimensões, reduzindo os níveis de radiação aos quais a paciente costuma ser submetida. Para compreender bem as vantagens do C-View, é necessário antes perceber o salto de qualidade que a tomossíntese representa no diagnóstico do câncer de mama. De acordo com Aron Belfer, médico radiologista do CDB Premium que introduziu a tomossíntese no Brasil, a mamografia tomográfica como a conhecemos gera imagens em 2D e em 3D. “Quando a mamografia convencional (2D) é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas. Com a tomossíntese, cada imagem representa uma fatia de um milímetro da mama, eliminando a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões, melhor detecção de lesões sutis e melhor localização da lesão na mama. Em média, a tomossíntese leva quatro segundos para ser realizada, pouco mais que a mamografia convencional. Entretanto, permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação cairá pela metade”. Amamentar por 6 meses ou mais protege contra o câncer de mama A lguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são bem conhecidos, como: envelhecimento, fatores relacionados à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo, exposição à radiação ionizante e alta densidade do tecido mamário (razão entre o tecido glandular e o tecido adiposo da mama). “A idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco. As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos. Após essa idade, o aumento ocorre de forma mais lenta, o que reforça a participação dos hormônios femininos na etiologia da doença. Cerca de quatro, em cada cinco casos, ocorrem após os 50 anos”, informa o médico. A história familiar de câncer de mama está associada a um aumento no risco de cerca de duas a três vezes para o desenvolvimento desse tipo de neoplasia. Alterações em alguns genes, por exemplo, BRCA1 e BRCA2, aumentam o risco de desenvolver câncer de mama, embora essas mutações sejam raras e contribuam para uma parcela mínima de casos de câncer de mama. Cerca de nove em cada 10 casos ocorrem em mulheres sem história familiar. “Amamentação, prática de atividade física e alimentação saudável com a manutenção do peso corporal estão associadas a um menor risco de desenvolver esse tipo de câncer. A prevenção 38 primária dessa neoplasia é um campo de pesquisa e de intervenções bastante promissor. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados por medidas como uma alimentação saudável, prática de atividade física regular e manutenção do peso ideal”, observa o pediatra Moises Chencinski. No Brasil, a mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos e o exame clínico das mamas anualmente, a partir dos 40 anos, é a estratégia recomendada para a detecção precoce do câncer de mama em mulheres com risco padrão. “Para as mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de mama (com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau), recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35 anos”, diz o médico. Nos últimos três anos, o INCA e o Ministério da Saúde vêm ampliando a estratégia de “estar alerta” à população feminina e aos profissionais de saúde. Essa estratégia de comunicação preconiza que todas as mulheres devem conhecer os principais fatores de risco para o câncer de mama, a idade de maior risco de ocorrência da doença e seus mais frequentes sinais e sintomas. Também recomenda que as mulheres, ao identificarem tais sinais e sintomas, procurem imediatamente um serviço de saúde para esclarecimento diagnóstico. “Portanto, conhecer as formas de prevenção da doença, como o aleitamento materno, é essencial”, diz Moises Chencinski. 39 N ovidades e Prioridades TEPAC 2015 Prova para o Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial acontece no dia 28 de setembro, em Fortaleza. Estão abertas as inscrições para a prova de Título de Especialista em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (TEPAC) 2015. A prova, que acontece no dia 28 de setembro, em Fortaleza (CE), contará com uma prova escrita, análise do currículo e avaliação oral. As inscrições acontecem até o dia 31 de julho. Para se inscrever, o candidato deve se atentar às normas estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, de acordo com os critérios adotados em 2008 pela Associação Médica Brasileira (AMB) e o contido na Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) Nº 1973/2011. O edital completo está no site da SBPC/ML: http://www.sbpc.org.br/?C=2570. A prova para o TEPAC antecede a abertura do 49º Congresso de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, evento que acontece entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza. Simultaneamente ao 49º, acontece o 1º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial, que será realizado ao longo do dia 30 de setembro, com o objetivo de trazer ao público debates e novidades da tecnologia da informação na medicina laboratorial. Inf: www.sbpc.org.br/?A=0 Interfarma 25 anos nova identidade visual Com traços inspirados na bandeira Brasileira, a nova identidade visual da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) está sendo lançada em meio às comemorações de 25 anos da entidade no país. O projeto desenvolvido pela agência Conception traz uma novidade, a tagline “Saúde se faz com ética e inovação”, que sintetiza os principais valores e objetivos da organização. “Existimos para garantir e ampliar o acesso da população brasileira à saúde por meio da promoção de um ambiente integralmente ético, favorável à inovação, à pesquisa científica e ao desenvolvimento da indústria farmacêutica”, esclarece Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma. A nova identidade visual teve seu lançamento realizado durante o “2º Fórum de Saúde do Brasil”, que aconteceu nos dias 11 e 12 de maio, no MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo). O evento teve a presença do Ministro da Saúde, Arthor Chioro; do Secretário de Estado da Saúde, David Uip, e do Presidente Interino da Anvisa, Ivo Bucaresky, entre outros. Unidade móvel A Siemens, em parceria com a Truckvan, lançou durante a Feira Hospitalar 2015, em São Paulo, a primeira solução de tomografia móvel totalmente produzida no Brasil. O Tomógrafo Móvel foi projetado com o objetivo de levar a última tecnologia em exames de tomografia a localidades distantes e oferecer um recurso adicional às clínicas e hospitais. Equipado com o tomógrafo de última geração SOMATOM Scope, fabricado no Brasil, a unidade móvel funciona como uma sala de exames itinerante, possibilitando maior acesso à saúde a mais pessoas. Utilizando a tecnologia Expert-i, que permite a operação remota do aparelho de tomografia durante o exame, o radiologista pode visualizar de qualquer lugar as imagens adquiridas do paciente através de um computador conectado à Internet, enquanto um técnico realiza os procedimentos presenciais dentro da unidade de tomografia móvel. Essa tecnologia minimiza as dificuldades para a realização de exames complexos causadas pela falta de profissionais especializados em regiões do interior do país. “Buscamos com esse projeto oferecer uma ferramenta para administrações e hospitais públicos e privados levarem tecnologia diagnóstica de ponta para pacientes em municípios mais distantes dos grandes centros urbanos”, comenta Armando Lopes, Diretor da Siemens Healthcare no Brasil. “Mesmo hospitais já equipados para exames de tomografia podem fazer uso do Tomógrafo Móvel, aumentando assim, sua capacidade de atendimento a exames complexos, e reduzindo as filas de pacientes em espera”, complementa. A unidade conta também com gerador próprio que garante a autonomia da energia do veículo e estabilizador eletrônico de 50 kVA para funcionamento do tomógrafo. A carreta possui sistema de reuso de água proveniente do ar-condicionado para limpeza interna e externa. “A parceria entre Truckvan e Siemens vai unir mobilidade e tecnologia em um projeto pioneiro de tomografia que atenderá a necessidade de milhares de pessoas”, destaca Alcides Braga, sócio-diretor da Truckvan, empresa responsável pelo projeto e produção da carreta. Camargo Science É com muito orgulho que apresentamos o nome fantasia da empresa Ana Carolina M Camargo EPP, também parceira da Décio Camargo Ltda e fundada com a ajuda e iniciativa do Sr. Décio. Apresentamos então a “Camargo Science” que também comercializa e distribui, como muitos já sabem, kits e equipamentos da área de análises clínicas. Este é mais um sonho que realizamos e que confeccionamos junto com Sr. Décio. Com esta marca fortalecemos ainda mais o nosso sobrenome vinculado aos nossos princípios básicos de honestidade, parceria, compromisso, inovação e amizade assim como a Décio Camargo Ltda. Primeiro Coração Simulado A Dassault Systèmes, a empresa 3DEXPERIENCE, líder mundial em software de design 3D, 3D Digital Mock Up e soluções de Product Lifecycle Management (PLM), anuncia a disponibilidade comercial do primeiro modelo de coração do “Living Heart Project”. Alimentado por aplicativos da plataforma 3DEXPERIENCE da Dassault Systèmes, o simulador 3D (três dimensões) de alta fidelidade comercial é o primeiro produto cientificamente validado com quatro câmaras. Com este modelo, fabricantes de dispositivos, pesquisadores e profissionais da área médica serão capazes de realizar testes virtuais e visualizar a resposta do coração de modo ainda não possível com testes físicos tradicionais. O modelo “Living Heart” representa um coração saudável, que pode ser usado para estudar defeitos congênitos ou doenças cardíacas, modificando as propriedades de forma e de tecido em um editor de software fácil de usar. Além disso, os dispositivos medicinais podem ser inseridos no simulador para estudar a sua influência sobre a função cardíaca, validar a sua eficácia e prever a fiabilidade sob uma gama de condições de funcionamento. Um dos exemplos é o stent coronário, que pode ser avaliado para a escolha do melhor tipo, tamanho e localização da colocação para conseguir o melhor desempenho. O modelo “Living Heart” inclui também detalhes anatômicos bem definidos do coração, como a vasculatura proximal, o arco aórtico, a artéria pulmonar e a veia cava superior. A resposta dinâmica desse modelo de coração é regulada pelo fluxo físico elétrico realista, estrutural e o fluído de sangue. Além da disponibilidade geral do simulador de coração, os membros do “Living Heart Project” identificaram coletivamente as maiores aplicações cardiovasculares prioritárias para ele e avanços tecnológicos associados que ajudam a moldar a funcionalidade das versões futuras do simulador. Para saber mais sobre o “Living Heart Project”, visite o site http://www.3ds.com/heart. 40 41 Artigo Os direitos básicos dos portadores de doenças graves Maurício Dantas Góes e Góes* O direito não cria os fatos da vida, mas os regula a partir dos conceitos culturais de uma sociedade em determinado momento histórico. Partindo desta premissa, há de se reconhecer a necessidade de um tratamento diferenciado com pessoas portadoras de doenças graves, como as crônicas ou graves de evolução prolongada, permanentes, para as quais não existe cura, afetando negativamente a saúde e funcionalidade do cidadão. São diversas as leis e benefícios concedidos aos pacientes de doenças graves, e em tese, cada benefício legalmente instituído pode ter sua própria relação de tipos de doenças graves, já que alguns podem ser necessários e garantidos a apenas um grupo de portadores de determinado tipo enfermidade. Outro problema é a própria vagueza do conceito de doença grave. A noção da enfermidade e da sua gravidade não é uma questão jurídica e sim médica, da qual o Direito se apropria. Mas a Justiça nunca poderá transformar em doença grave o que não é ou considerar como simples a enfermidade que a medicina qualifica como grave. Em geral, as legislações partem do rol de doenças graves estabelecidos no artigo 6º da Lei nº. 7.713/1998, que isenta da incidência do imposto de renda os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional e outras doenças graves, como tuberculose ativa; alienação mental; esclerose múltipla; neoplasia maligna; cegueira; hansenía- Prevenção C se; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave, doença de Parkinson, entre outras que a lei considerar grave com base na medicina especializada. Esta é uma lista base, que não pode ser tida como exclusiva, porque outras leis podem instituir benefícios para portadores de outras doenças, como também é possível que o Poder Judiciário reconheça a extensão desses direitos a determinado paciente, especialmente com base nos princípios constitucionais da isonomia, da razoabilidade e proporcionalidade. Afinal, não é razoável deixar de reconhecer direitos a uma pessoa portadora de, por exemplo, uma doença mais grave do ponto de vista médico do que as constantes na legislação. A AIDS, doença que inicialmente não constava nesta lista, é um exemplo da importância da avaliação individual dos casos. Após diversas decisões judiciais reconhecendo benefícios a portadores do vírus do HIV, a doença passou a ser considerada grave, inclusive com alteração da legislação. Pela própria dinâmica da vida, dificilmente uma legislação, qualquer que seja, será completa. As leis partem de previsões de consequências jurídicas para fatos hipotéticos, e a vida é sempre mais complexa do que se pode prever. Porém, em geral, podemos afirmar que a legislação brasileira é bastante desenvolvida e são diversos os benefícios aos portadores de doenças graves. O Novo Código de Processo Civil (CPC), já aprovado e que entrará em vigor em 2016, prevê que os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. No entanto, o artigo 1.048 do novo CPC permite que a concessão da prioridade de tratamento seja apenas para as doenças enumeradas na Lei nº. 7.713/1998. A prioridade de tramitação é também reconhecida aos pacientes com doenças graves em relação aos processos administrativos federais, na forma da Lei nº 9.784/1999, como, por exemplo, nos processos de concessão de aposentadoria. Como são muitos e variados os benefícios, dependendo de leis federais, estaduais e municiais, a melhor saída é sempre buscar um advogado com conhecimento na matéria. Aqueles que não puderem pagar os honorários de um advogado especializado poderão buscar auxílio de um defensor público. Existem também muitas associações que defendem os interesses dos portadores de doenças crônicas ou graves, como, além das associações de portadores de câncer, etc. Nelas é possível conseguir muita informação, apoio e, em alguns casos, orientação jurídica. *Maurício Dantas Góes e Góes é advogado mestre em Direito Público, sócio fundador do escritório Lapa & Góes e Góes Advogados Associados, e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Profilaxia auxilia na qualidade de vida de portadores de hemofilia om propósito de reduzir o número de hemartroses, sangramento interno da articulação e hemorragias de uma forma geral, surgiu a profilaxia, tratamento domiciliar que consiste na aplicação do concentrado de fator de coagulação de 1 a 3 vezes por semana, implementado pelo Ministério da Saúde e disponibilizado pelo SUS. O auxílio a pessoas portadoras de hemofilia é feito pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH), que orienta e auxilia os pacientes sobre como ter qualidade de vida. “A profilaxia é a única forma das pessoas com hemofilia terem suas articulações preservadas e exercerem a cidadania com independência e autonomia e serem inseridas na sociedade com as oportunidades de qualquer cidadão brasileiro”, afirma a presidente Mariana Battazza Freire. O tratamento muda a realidade dos pacientes com hemofilia, pois deixam de fazer a aplicação apenas quando há hemorragias que podem ser externas e internas e dependendo da intensidade causam sequelas ou até mesmo a morte. O procedimento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e padrão em países como Estados Unidos, Canadá e Dinamarca, Argentina e Venezuela. Segundo o relatório do Tribunal de Contas da União e a Federação Mundial de Hemofilia, a relação de consumo de fator de coagulação x qualidade de vida comprova que é necessário ter 3UIs de fator de coagulação per capita para o paciente obter independência funcional, por isto a Federação Brasileira de Hemofilia insiste na necessidade dos médicos prescreverem profilaxia para todos. Segundo Mariana Freire, é inadmissível que com os avanços 42 alcançados junto ao Ministério da Saúde (MS), metade da população com hemofilia ainda não receba o tratamento adequado ou preventivo, já que a utilização está pela metade da oferta do MS. Saiba Mais: A hemofilia é uma disfunção crônica, genética, não contagiosa, sendo que 1/3 dos casos, ocorrem por mutação genética e 2/3 por hereditariedade. Existem dois tipos, que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A é a mais comum e representa 80% dos casos, ocorre devido a deficiência do Fator VIII (FVIII). Já a hemofilia B ocorre pela deficiência do Fator IX (FIX). Federação Brasileira de Hemofilia: Site: http://www.hemofiliabrasil.org.br/ 43 Hospitalar 2015 Feira recebe 96 mil visitas profissionais com saldo muito positivo sobre os negócios do setor A 22ª edição da HOSPITALAR Feira e Fórum, maior evento de saúde das Américas, encerrou no dia 22 de maio, em São Paulo, registrando um total de 96 mil visitas profissionais, com 5% de crescimento sobre 2014. O número de visitantes únicos, no entanto, foi bem maior: 15% acima da edição anterior. Dirigentes de hospitais, profissionais da saúde, industriais, distribuidores, compradores internacionais e players da cadeia da saúde de 59 países estiveram na feira para conhecer as tendências em produtos, equipamentos e serviços apresentadas por 1.250 empresas expositoras, de 33 países. O encontro dos grandes lançamentos da indústria com o mercado formado por hospitais, clínicas e laboratórios - que vinha refreando compras nos últimos meses, à espera do que a feira poderia trazer de novidades – foi avaliado pelos expositores como ‘muito positivo’, gerando negócios que deverão impulsionar o setor de agora até o final do ano. Ministro e tecnologias avançadas na saúde - A tradicional presença de lideranças políticas, empresários nacionais e internacionais também se verificou na HOSPITALAR 2015. Um dos pontos altos foi a presença do Ministro Aldo Rebelo, da Ciência e Tecnologia, que além de conversar com lideranças da indústria médico -hospitalar e dos hospitais públicos e privados, fez a palestra de encerramento do Congresso Internacional de Serviços de Saúde, que tratou do uso de novas tecnologias, como robótica e automação, no âmbito dos hospitais brasileiros e internacionais. A área de informação da feira, concentrada no Fórum Hospitalar e seus quase 60 congressos, seminários e eventos conjuntos, funcionou mais uma vez como multiplicadora de conhecimento e de novas propostas para a cadeia da saúde, atraindo um público altamente qualificado de cerca de 10 mil congressistas. Liliana Popst, Marcio Domingues e Sidney Silva, RCL Comercial/Diagnóstica Sorocaba e Anderson Silva,Biotécnica Wama Hospitais compram equipamentos e vendem serviços - Outro destaque desta edição foi o setor ‘Hospitais Lounge’, que teve como expositores dez hospitais brasileiros líderes em excelência médica e inovação de serviços. Instituições como Sírio-Libanês, Einstein, Rede D’Or São Luiz, Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCFMUSP, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Sistema de Saúde Mãe de Deus, Bandeirantes, Hospital Moinhos de Vento e Grupo Santa Joana mostraram que são não apenas os me- Greiner Bio-One Cral lhores exemplos de um setor que investe pesado em equipamentos, produtos, tecnologias e pessoal qualificado, mas também que estão encabeçando as mudanças e avanços do mercado brasileiro de saúde. Estes hospitais participaram da feira dispostos a detalhar suas realizações, investimentos e programas que já estão sendo compartilhados com outras instituições privadas e com o poder público, buscando assegurar mais qualidade, eficiência e humanização no atendimento de saúde. Celer Bioclin Alguns destaques da Feira Ibramed promove tecnologia que acelera recuperação de lesões musculares Neste ano, a Ibramed - empresa brasileira líder na produção de equipamentos para reabilitação física e medicina estética - apresentou seus equipamentos especializados em fisioterapia e reabilitação muscular. Desde de junho de 2008, a Ibramed trabalha no desenvolvimento de uma nova tecnologia conhecida como Corrente Aussie. Também conhecida como Corrente Australiana, seu poder de estimulação sensitiva e motora é bem maior que seus congêneres para uso na Fisioterapia geral e principalmente na Fisioterapia esportiva. Entre as indicações principais encontram-se fortalecimento muscular, reeducação motora, fortalecimento após atrofia por desuso, fortalecimento após Acidente Vascular Cerebral, redução de edema e drenagem linfática, modulação da dor, entre outros. A novidade vem conquistando espaço dentro da área e trata-se de uma corrente terapêutica alternada com frequência na faixa de kHz (quilohertz) que promove contrações musculares, além de proporcionar analgesia e drenagem de edemas. Um dos principais equipamentos que trazem o conceito é conhecido como Neurodyn Aussie Sport e tem como objetivo principal acelerar o processo de recuperação em casos de lesões. “Essa tecnologia é vista como uma evolução na área da eletroterapia, um recurso a mais para acelerar o tratamento de diversas patologias. Profissionais ressaltam que com o uso da Corrente Aussie podem ser observados melhores resultados com menor número de sessões e maior conforto ao paciente, proporcionando excelentes efeitos sobre a estimulação neuromuscular, afirma Leandro Nunes, gestor comercial da Ibramed. Grupo Vera Rosas, líder em registros de produtos médicos junto à Anvisa, acredita no crescimento do setor Cuidar de todo o trâmite para a legalização e registros de produtos da área médica é a especialidade do Grupo Vera Rosas, uma empresa paulista, que há 16 anos oferece esse serviço para empresas nacionais e internacionais interessadas em vender seus produtos para o mercado interno brasileiro. O Grupo está em primeiro lugar no quesito Assuntos Regulatórios no Brasil, ou seja, é a empresa com maior número de processos submetidos junto à ANVISA. O Grupo Vera Rosas oferece assessoria integral desde a legalização da empresa - obtenção das licenças e autorizações necessárias ao funcionamento, junto à Vigilância Sanitária Estadual, Municipal, Federal e Conselhos de Classe até a publicação dos registros dos produtos no Diário Oficial da União (DOU). No primeiro trimestre de 2015 o Grupo já atendeu 47 novas empresas, um crescimento de 33% comparado com o mesmo trimestre de 2014. Segundo a CEO do Grupo, Vera Rosas, apesar da economia interna sinalizar uma certa letargia, as indústrias da área médica pelo mundo, ainda apostam no Brasil e procuram cada vez mais terem seus produtos legalizados por aqui. “Nossa expectativa é crescer 20%, comparando com o ano passado e estamos preparados para atender muito bem essa demanda, com profissionais capacitados e bem informados”, enfatiza a CEO. “Lógico que a valorização do dólar, taxas e impostos assustam, mas tem muita empresa apostando em bons ventos, porque veem o Brasil como um ótimo mercado”, completa Vera Rosas. Grupo Santa Joana apresenta centro de simulação O Grupo Santa Joana participou da Feira Hospitalar 2015 com uma grande novidade: o Centro de Simulação Obstétrica, especializado no atendimento materno e neonatal, e que com alta tecnologia incorporada permite reproduzir as mais diversas situações do ambiente hospitalar com a utilização de manequins de alta fidelidade que reproduzem fielmente as reações de gestantes e recém-nascidos. Inbrás Labor Import Crescem vendas de divisórias móveis da BCF no setor da saúde A BCF Plásticos apresentou sua linha de divisórias móveis sanfonadas em PVC na Hospitalar 2015. acontece. As vendas de divisórias móveis para o faturamento da empresa representam aproximadamente 12% do total, e o principal setor que consome esse produto é o da saúde, o que torna esse evento muito importante para os planos da BCF, que espera receber mais de três mil visitantes em seu estande. Marco Capozzielli, diretor executivo da BCF, explica que o produto tem agradado o mercado nacional e internacional. Produzido com PVC de alto impacto, fácil de instalar, possui manutenção simplificada além de ser versátil e resistente. “Esse material, diferente do pano ou da cortina, ajuda na limpeza e higienização, o que é fundamental para esse tipo de ambiente, além disso, outra vantagem, é que todas as peças são substituíveis” – completa o diretor. Muitos hospitais adotam as divisórias da BCF e Bárbara Borges, compradora do Hospital Santa Helena, destaca a durabilidade como um fator importante para a escolha do produto - “quando analisamos a aquisição de divisórias, vimos que o produto da BCF tinha a melhor relação custo/benefício da categoria”. Palestra da Elsevier sobre ClinicalKey Doutora em Saúde Pública pela ENSP/Fiocruz e Mestre em Cardiologia pela UFRJ, Suzana Alves Silva ministrou palestra sobre o Clinicalkey no I Fórum IBES de Práticas de Excelência para a Segurança do Paciente, no dia 20/05. O tema abordado foi: ClinicalKey como sistema de suporte à tomada de decisão clínica. E demonstrou como o ClinicalKey ajuda as instituições a aprimorar ainda mais a qualidade da assistência aos pacientes e a população. Panasonic apresenta solução que promove interação entre paciente e hospital Através de um dispositivo móvel, pacientes poderão controlar o quarto de forma automatizada e solicitar serviços de enfermagem, agenda de medicamentos e menu de refeições em tempo real. A Panasonic traz ao mercado uma solução que permite facilitar a comunicação entre pacientes e hospital, além de trazer conforto e comodidade no atendimento. Com um dispositivo móvel, tablet ou smartphone, o usuário poderá controlar de forma automatizada o ambiente do quarto como também 44 solicitar diversos serviços apenas com um clique. Agora ficou fácil escolher o menu das refeições, verificar a agenda dos exames marcados e medicações periódicas, acionar o serviço de quarto (toalhas, lençóis, limpeza etc), realizar vídeo conferência (com o médico ou amigos e família) e ainda ter o controle de todo o ambiente na palma da mão (iluminação, cortinas, TV, ar condicionado). Essa tecnologia em prol da eficiência no atendimento foi apresentada na Hospitalar. 45 Diálogos da ultra modernidade A saúde do Brasil está na UTI e sem previsão de alta A saúde brasileira sofreu uma nova derrota. O ajuste fiscal realizado pelo Governo Federal não poupou o Ministério da Saúde, que terá um corte estimado em R$ 11,77 bilhões, o segundo colocado entre os cortes do Executivo, perdendo apenas para o Ministério das Cidades que deverá ter uma perda de R$ 17,23 bilhões, segundo os anúncios oficiais. A educação, outra pasta de prioridade máxima, aponta no terceiro posto e terá menos R$ 9,42 bilhões em investimentos nos próximos meses. O cenário que já é ruim nos hospitais brasileiros, deve piorar. E muito. Nossa saúde está na UTI e não tem perspectiva de cura. Em meio a tantas denúncias de corrupção e desvio de verbas, o cidadão brasileiro sofre incrédulo nas filas dos hospitais e postos de saúde. Como “fulano ou sicrano” ainda não está sendo punido se usou o dinheiro público que serviu para satisfazer a interesses próprios e também de uma minoria? Como explicar ao doente que foram gastos bilhões na malfada Copa do Mundo e se está gastando mais um tanto em prol das Olimpíadas, enquanto sequer possui saneamento básico onde mora? São dúvidas que estão deixando o brasileiro cada dia mais preocupado e a sociedade cada vez mais “doente”. Não é necessário ser expert em Economia para saber que o governo gasta mais do que arrecada. Mas também não é necessário ser especialista em Saúde para afirmar que negligenciar a área é ceifar vidas, literalmente. Para reforçar essa tenebrosa e triste tese, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou recentemente um estudo que revelou que o governo brasileiro destina por ano à saúde de cada cidadão menos do que a média mundial. Os dados apontam que mais da metade da conta da saúde de um cidadão brasileiro continua sendo arcada pelo bolso do paciente. Em média, os gastos públicos nos países ricos chegam a ser mais de cinco vezes o que o Estado oferece em nosso país. O governo brasileiro destinou em média a cada cidadão US$ 512 por ano em saúde. O valor, referente a 2012, é quase cinco vezes superior ao que se investia em 2000, quando o gasto público com saúde era de apenas US$ 107 por ano. Apesar do crescimento, a constatação da OMS é de que os valores continuam abaixo da média mundial. Segundo a entidade, os gastos públicos com saúde no mundo em 2012 foram de US$ 615,00 por pessoa. A disparidade com os gastos dos países ricos é ainda maior. Em média, os países desenvolvidos destinaram US$ 2,8 mil a cada um de seus cidadãos em contas de saúde. Em alguns casos, os gastos são mais de dez vezes superiores aos do Brasil. Na Noruega, por exemplo, o Estado arcou em média com US$ 7,9 mil em saúde para cada um de seus cidadãos. No Japão, os gastos públicos chegam a US$ 3,9 mil por pessoa, contra US$ 6,3 mil em Luxemburgo e US$ 5,9 mil na Suíça. Nos Estados Unidos, os gastos com saúde que acabam nas contas do Estado também são superiores às do Brasil. Em média, por ano, um americano consome US$ 4,1 mil do governo. Mesmo em Portugal, os gastos públicos são mais de duas vezes superiores aos do Brasil em termos per capita. Outra constatação da OMS é de que, no Brasil, quem paga ainda pela saúde é o paciente, por meio de planos de saúde ou gastos privados. No país, 47,5% da conta final da saúde é arcada pelo poder público, contra 52,5% da conta para o cidadão. Na média mundial, a proporção é exatamente a oposta: 57,6% dos gastos com saúde são arcados por governos, contra 42,3% pagos pelos cidadãos. Apesar da diferença entre os gastos com a saúde no E X P E D I E N T E 46 Brasil e a relação com o restante do mundo, a OMS aponta que o País tem feito certo progresso nos últimos anos. Em 2000, 4,1% do orçamento nacional do estado ia para a saúde. Em 2012, essa taxa chegou a 7,9%. No mundo, porém, os dados da OMS revelam que em média governos destinam 14% de seus orçamentos nacionais para a saúde. Nos países ricos, a taxa é de 16,8%. No total, 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é destinado para a saúde em 2012, contra 7,2% em 2000. Ou seja, esses dados revelam que o nosso futuro será ainda mais preocupante, pois a saúde não parece ser a prioridade do atual governo (aliás, foi de algum?). Além dos problemas crônicos que já temos, devemos ter novas crises e situações agravadas nos hospitais públicos das grandes, médias e pequenas cidades. Isso porque o atual orçamento já não é suficiente para solucionar os atuais buracos no atendimento ao paciente. Se o pouco é insuficiente, o menos levará ao caos. Talvez estejamos vivendo um tempo em que merece sobreviver apenas o mais forte, como uma espécie de seleção natural. Não seria papel do governo buscar um tratamento diferenciado para os mais pobres, dando-lhes condições para alcançar uma condição digna? Há dignidade sem educação e sem saúde? * Sandra Franco é consultora jurídica especializada em direito médico e da saúde, presidente da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos (SP), presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde, membro do Comitê de Ética da UNESP para pesquisa em seres humanos e Doutoranda em Saúde Pública – [email protected] 47 48