Um artigo pormenorizado sobre o tema
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Um artigo pormenorizado sobre o tema
Alfa Romeo Clube de Portugal Antigo, Histórico ou Clássico? Importa começar por estabelecer algumas diferenças entre três classificações que, embora em linguagem corrente, sejam utilizadas como sinónimos, têm diferenças de relevo. Veículo Antigo Designação que se refere à idade do veículo em causa. É uma classificação puramente objectiva, mas que se tem revelado insuficiente, à medida que o critério da idade permitiu uma abrangência cada vez maior de veículos. A palavra “antigos” foi a escolhida quando começaram a surgir as primeiras manifestações no sentido de preservar veículos obsoletos em termos tecnológicos, mas de valia histórica ou efectiva. A FIVA (Fédération Internationale des Véhiculos Anciens) e o seu representante em Portugal, o CPAA (Clube Português de automóveis Antigos), ambos fundados da década de sessenta, são dois bons exemplos de como essa designação se tornou referência. O conceito de antigo tem variado, de país para país, entre os 20 e os 35 anos. Veículo Histórico É a definição formal mais utilizada hoje em dia, porque inclui não só a relevância temporal – em Portugal, fixada para o biénio 2006/07 em 24 anos, tendente alinhar, desde 2008 com o Código Técnico da FIVA, que prevê 25 anos – mas também atribui importância a outros factores: • • • Preservação em condições original ou equiparada; Interesse histórico ou técnico; Não utilizado como veículo único ou de uso quotidiano; Veículo Clássico É, de todas, a definição mais abrangente. Por clássico entende-se algo que não passa de moda, devido ás suas características intrínsecas de qualidade técnica e estética, pela importância histórica, raridade ou exclusividade e, mesmo pela sua relevância efectiva (carisma). Aqui a idade conta muito pouco, ou mesmo nada, já que existem automóveis e motos em produção actual que podem ser incluídos nestas categorias. Alguns dos veículos que podemos abranger nesta classificação, serão antigos dentro de algumas décadas, outros poderão até vir a ser considerados históricos, mas todos são extraordinários pela forma como se distinguem da produção corrente de veículos motorizados. Alfa Romeo Clube de Portugal O conceito “Clássico” aplicado aos veículos generalizou-se com o aparecimento. Em 1973, da revista inglesa “Thoroughbred & Classic Cars”. Estado ou condição dos Veículos segundo a FIVA e o CPAA Classe I – Autênticos Veículos tal como foi produzido originariamente, pouco deteriorado, em estado original, incluindo acabamentos interiores e exteriores, com excepção de pneus, velam, bateria e outros elementos perecíveis. Classe 2 – Originais Veículo utilizado sem nunca ter sido restaurado, dispondo dum historial contínuo, em estado original, embora eventualmente deteriorado. As peças que se deterioram normalmente pelo uso podem ser substituídas por peças com especificações da época. A pintura, pormenores exteriores e estofos podem ter sido oportunamente refeitos. Classe 3 – Restaurado Um veículo, totalmente ou parcialmente desmontado, reparado e montado de novo, com pequenas alterações relativamente às especificações de origem do construtor em caso de indisponibilidade de peças ou materiais. As peças de origem do construtor devem ser utilizadas, sempre que disponíveis mas podem ser substituídas por outras com as mesmas especificações. Os acabamentos interiores e exteriores podem ser recentes, mas dentro do possível de acordo com as especificações da época. Classe 4 – Reconstruídos Peças de um ou mais veículos dum mesmo modelo ou tipo, montadas num só veículo o mais possível de acordo com as especificações do construtor. As peças podem ser fabricadas durante a reconstrução ou feitas fora do período (tais como carroçarias, bloco do motor, culassa ou qualquer outra peça que não contenha identificação). Os acabamentos interiores ou exteriores devem ser de acordo com as especificações da época. Alfa Romeo Clube de Portugal Categorias FIVA dos Veículos Históricos Classe A – Pioneiros Veículos construídos antes de 31 de Dezembro de 1904; Classe B – Veteranos Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1905 a 31 de Dezembro de 1918; • • • • • • • • • • Alfa 24 HP (Serie A) - 1910 Alfa 12 HP (Serie A) - 1910 Alfa 14 – 16 HP – 1910 Alfa 24 HP (Serie B) - 1911 Alfa 24 HP (Serie C) - 1912 Alfa 15 HP (Serie B) - 1912 Alfa 24 HP (Serie D) - 1913 Alfa 40-60 HP (Serie A) – 1913 Alfa 15-20 HP (Serie C) – 1914 Alfa 20-30 HP (Serie E) Classe C – Vintage Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1919 e 31 de Dezembro de 1930; • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa G 1 (Serie G) – 1920 Alfa 20-30 E.S. Sport (Serie E Sport) – 1921 Alfa R.L. Normale (1st Serie) – 1922 Alfa R.L. Sport (1st Serie) – 1922 Alfa R.M. Normale – 1923 Alfa R.L. Normale (3rd Serie) – 1923 Alfa R.M. Sport – 1924 Alfa RM Unificato – 1925 Alfa R.L. Super Sport (6th Serie) – 1925 Alfa R.L. Turismo (6th Serie) – 1926 Alfa R.L. Turismo (7th Serie) – 1926 Alfa R.L. Super Sport (7th Serie) – 1926 Alfa 6 C 1500 Normale (1st Serie) – 1927 Alfa 6 C 1500 Normale (2nd Serie) – 1928 Alfa 6 C 1500 Sport (2nd Serie) – 1928 Alfa 6 C 1500 Mille Miglia Speciale (2nd Serie) - 1928 Alfa 6 C 1750 Turismo (3rd Serie) – 1929 Alfa Romeo Clube de Portugal • • • • • • • Alfa 6 C 1750 Sport (3rd Serie) – 1929 Alfa 6 C 1750 Super Sport (3rd Serie) – 1929 Alfa 6 C 1500 Super Sport (3rd Serie) – 1929 Alfa 6 C 1750 Turismo (3rd Serie) – 1930 Alfa 6 C 1750 Gran Turismo (4th Serie) - 1930 Alfa 6 C 1750 Gran Sport (4th Serie) – 1930 Alfa 6 C 1500 – Gran Sport (4th Serie) - 1930 Classe D – Pós-Vintage Veículos construídos entre 1 de Janeiro 1931 e 31 de Dezembro de 1945; • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa 6 C 1750 Turismo (4th Serie) – 1931 Alfa 6 C 1750 Gran Turismo (5th Serie) – 1931 Alfa 6 C 1750 Gran Sport (5th Serie) – 1931 Alfa 6 C 1500 Gran Sport (5th Serie) – 1931 Alfa 6 C 1750 Gran Turismo Compressore (5th Serie) – 1931 Alfa 8 C 2300 (1st Serie) – 1931 Alfa 8 C 2300 (2nd Serie) – 1932 Alfa 6 C 1750 (6th Serie) – 1933 Alfa 8 C 1900 Gran Turismo (6th Serie) – 1933 Alfa 8 C 2300 (3rd Serie) – 1933 Alfa 6 C 2300 Turismo (7th Serie) – 1934 Alfa 6 C 2300 Gran Trurismo (7th Serie) – 1934 Alfa 6 C 2300 Pescara – 1934 Alfa 6 C 2300 Sport (7th Serie) – 1934 Alfa 6 C 2300 B Gran Turismo (1st Serie) – 1935 Alfa 6 C 2300 B Pescara (1st Serie) – 1935 Alfa 6 C 2300 B Turismo (1st Serie) – 1936 Alfa 8 C 2900 B – 1937 Alfa 6 C 2300 B Corto (2nd Serie) – 1938 Alfa 6 C 2300 B Lungo (2nd Serie) – 1938 Alfa 6 C 2300 B Mille Miglia (2nd Serie) – 1938 Alfa 6 C 2500 Turismo (3rd Serie) – 1939 Alfa 6 C 2500 Sport (3rd Serie) Alfa Tipo 256 (6 C 2500 Super Sport) – 1939 Alfa 6 C 2500 Coloniale (3rd Serie) – 1939 Alfa 6 C 2500 Super Sport (3rd Serie) - 1942 Alfa Romeo Clube de Portugal Classe E – Pós-Guerra Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1946 e 31 de Dezembro de 1960; • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa 6 C 2500 Sport Lungo – 1946 Alfa 6 C 2500 Supor Sport (3rd Serie) - 1946 Alfa 6 C 2500 Sport Freccia D´Oro – 1946 Alfa 6 C 2500 Turismo Motore Avanzato – 1949 Alfa 6 C 2500 Sport Motore Avanzato – 1949 Alfa 6 C 2500 Sport Motore Super Sport (Gran Turismo) – 1950 Alfa 1900 – 1950 Alfa 1900 C Sprint Coupe Touring – 1951 Alfa 1900 C Pinin Farina Cabriolet – 1951 Alfa 1900 M (AR 51) – 1952 Alfa 1900 L – 1952 Alfa 1900 T.I. – 1953 Alfa 1900 Super – 1954 Alfa 1900 T.I. Super – 1954 Alfa 1900 M (AR 52) – 1954 Alfa 1900 c Super Sprint – 1954 Alfa Giulietta Sprint – 1954 Alfa Giulietta – 1955 Alfa Giulietta Spider – 1955 Alfa Giulietta Sprint Veloce – 1956 Alfa Giulietta Spider Veloce – 1956 Alfa 1900 C Super Sprint – 1956 Alfa Giulietta Promíscua – 1957 Alfa Giulietta T.I. – 1957 Alfa Giulietta Sprint Speciale – 1958 Alfa 2000 – 1958 Alfa 2000 Spider – 1958 Alfa Giulietta SZ (Sprint Zagato) – 1959 Classe F Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1961 e 31 de Dezembro de 1970; • • • • Alfa 2000 Sprint – 1961 Alfa Giulietta TZ (Tubulare Zagato) – 1961 Alfa 2600 – 1962 Alfa 2600 Sprint – 1962 Alfa Romeo Clube de Portugal • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa 2600 Spider – 1962 Alfa Giulia T.I. – 1962 Alfa Giulia Sprint – 1962 Alfa Giulia Spider – 1962 Alfa Giulia Sprint Speciale – 1963 Alfa Giulia T.I. Super – 1963 Alfa Giulia Sprint GT – 1963 Alfa 1300 Sprint – 1963 Alfa Giulia TZ (Tubolare Zagato) – 1963 Alfa Giulia 1300 – 1964 Alfa Giulia Spider Veloce – 1964 Alfa Giulia GTC – 1964 Alfa Giulia Sprint GTA – 1965 Alfa Giulia Super – 1965 Alfa Giulia 1300 T.I. – 1965 Alfa Giulia Sprint GT Veloce – 1965 Alfa 2600 SZ – 1965 Alfa 2600 De Luxe – 1965 Alfa 1600 Spider Duetto – 1966 Alfa GT 1300 Junior – 1966 Alfa 33 Stradale – 1967 Alfa 1750 GT Veloce – 1967 Alfa 1750 Spider Veloce – 1967 Alfa Berlina 1750 – 1968 Alfa Spider 1300 Junior – 1968 Alfa GTA 1300 Junior – 1968 Alfa Giulia 1600 S – 1968 Alfa Giulia 1300 T.I. – 1969 Alfa 1750 GT Veloce – 1969 Alfa Spider 1300 Junior – 1969 Alfa 1750 Spider Veloce – 1969 Alfa 1300 Junior Zagato – 1970 Alfa Giulia 1300 Super – 1970 Alfa GT 1300 Junior - 1970 Classe G Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1971 e o limite de 24 anos, fabricados até 1 de Janeiro de 1973; Alfa Romeo Clube de Portugal • • • • • • • • • • • Alfa Montreal – 1971 Alfa Berlina 2000 – 1971 Alfa 2000 GT Veloce Alfa 2000 Spider Veloce Alfa Alfetta – 1972 Alfa Giulia Super 1300 – 1972 Alfa GT 1600 Junior – 1972 Alfa Spider 1600 Junior – 1972 Alfa Alfasud – 1972 Alfa 1600 Junior Zagato – 1972 Alfa Alfasud T.I. 1973 Classe H – Clássicos de Futuro Veículos com mais de 15 anos e com classificação ACP Clássicos. Estar legalmente matriculado e habilitado para uso na via pública, encontrar-se em condição absolutamente original, não ser um veículo de utilização quotidiana e reunir características técnicas, históricas, estéticas, de raridade, distintas da restante produção em massa; • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa Alfetta GT – 1974 Alfa Nuova Super 1300 – 1974 Alfa Nuova Super 1600 – 1974 Alfa Alfasud L e N – 1974 Alfa Alfetta 1600 – 1974 Alfa Alfasud Giardinetta – 1975 Alfa Alfetta 1800 – 1975 Alfa 2000 Spider Veloce – 1975 Alfa Alfetta GT 1600 – 1976 Alfa Alfetta GTV 2000 – 1976 Alfa Alfasud Sprint – 1976 Alfa Alfasud 5 Marce – 1976 Alfa Giulia Diesel – 1976 Alfa Alfetta 2000 – 1977 Alfa Alfasud T.I. 1300 – 1977 Alfa Giulietta 1300 – 1977 Alfa Giulietta 1600 – 1977 Alfa Alfasud 1200 e 1300 Super – 1977 Alfa Alfasud T.I. 1500 – 1978 Alfa Alfasud Sprint 1300 e 1500 – 1978 Alfa Alfetta 2000 L – 1978 Alfa Romeo Clube de Portugal • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Alfa Alfetta 2000 América – 1978 Alfa Alfetta GTV 2000 L – 1978 Alfa Giulietta 1800 – 1979 Alfa 6 – 1979 Alfa Alfetta GTV 2000 Turbodelta – 1979 Alfa Alfetta Turbo Diesel – 1979 Alfa Alfetta 1800 – 1980 Alfa Spider Veloce 1600 – 1980 Alfa GTV 6 2500 – 1989 Alfa Giulietta Super – 1980 Alfa Nuova Giulietta L 1800 – 1980 Alfa Alfasud Júnior – 1982 Alfa Alfasud Sprint Veloce 1500 Trofeo – 1982 Alfa Alfasud 1500 Quadrifoglio Oro – 1982 Alfa Alfetta Quadrifoglio Oro – 1982 Alfa Giulietta 2000 T.I. – 1982 Alfa Alfasud T.I. 1500 Quadrifoglio Oro – 1982 Alfa 2000 Spider Veloce – 1983 Alfa Alfasud Sprint Quadrifoglio Verde – 1983 Alfa Alfetta 2000 Turbodiesel – 1983 Alfa Alfetta 2400 Turbodiesel – 1983 Alfa 33 1300 – 1983 Alfa 33 Quadrifoglio Oro – 1983 Alfa 33 4x4 – 1983 Alfa Nuova Giulietta 2000 Turbodiesel – 1983 Alfa 6 2000 – 1983 Alfa 6 Injection Quadrifoglio Oro – 1983 Alfa 6 2500 Turbodiesel – 1983 Alfa Nuova Giulietta 2000 Turbodelta – 1983 Alfa Arna L, SL e T.I. – 1983 Alfa 33 Quadrifoglio Verde – 1984 Alfa 33 1500 Giardinetta 4x4 – 1984 Alfa 90 1800, 2000, 2000 Iniezione, 2500 Quadrifoglio Oro e 2400 TD – 1984 Alfa 75 1600, 1800, 2000 e 2000 Turbodiesel – 1985 Alfa Spider 2000 Quadrifoglio Verde – 1986 Alfa 90 Super 2000 V6 Iniezione – 1986 Alfa 75 2500 V6 Quadrifoglio Verde – 1986 Alfa 75 1800i Turbo – 1986 Alfa 33 1700 Quadrifoglio Verde – 1986 Alfa 33 1800 Turbodiesel – 1986 Alfa Romeo Clube de Portugal • • Alfa SZ – 1989 Alfa RZ – 1989 Definição dos Veículos Standard: Veículo de Série tal como foi entregue pelo construtor Modificações da época: Veículos especialmente fabricados ou modificados na sua época, para um fim especifico. Típico no seu género, consequentemente com interesse histórico especifico. Tipo X – Excepções: Veículo que foi modificado a partir do seu standard de produção, fora da época. Deve recorrer-se a peças do período apropriado ou fabricadas especialmente dentro da mesma especificação (definição, materiais e utilização). Reproduções (Réplicas): Veículos construídos fora da sua época, com ou sem peças de origem, imitando um modelo da época. Tal veículo deve ser identificado de molde a indicar claramente que se trata duma reprodução. Comprar um Alfa: A precipitação é o principal erro do entusiasta de Alfa Romeos Clássicos… 1. Um Alfa para quê? A utilização a dar ao veículo é decisiva para a sua aquisição. De um Alfa relativamente moderno e prático para usar todos os dias, a um veículo de competição para as corridas de fim-de-semana… Se pretende dar-lhe uma utilização familiar, pense num veículo que possa transportar todos os membros da família. Assegure-se que vai conseguir viver com os defeitos da sua nova aquisição, porque nunca serão, poucos quando comparados com qualquer outro veículo moderno. Reúna tanta informação quanto possível acerca do veículo que pretende comprar. Vai ser-lhe muito útil para as decisões que vai ter que tomar. 2. Quanto posso gastar? O orçamento condiciona a escolha. Às vezes, sacrificando um pouco a imagem de um determinado modelo, pode conseguir praticamente o mesmo veículo a um preço inferior. Alfa Romeo Clube de Portugal No orçamento disponível para a aquisição, deve existir sempre uma reserva para despesas supervenientes de manutenção ou reparação. Deixe de lado pelo menos 20% para este tipo de despesas. 3. Onde Comprar? Três formas tradicionais: Particulares, Comércio e leilões. O primeiro é o mais familiar e tem como vantagem a possibilidade de ter informações directas sobre a utilização e a condição do exemplar em causa. Normalmente os preços também poderão ser mais facilmente negociáveis. A desvantagem é a ausência total de garantia. Com um vendedor tradicional os preços normalmente são mais elevados, mas incluem uma garantia sobre o veículo. Mas um bom profissional é uma segurança para o cliente, sobretudo se for especializado em determinado tipo de modelo ou marca. Os leilões são uma arte própria, o tiro mais escuro nesta companhia. Aconselhamos apenas a utilizadores mais conhecedores, capazes de discernir o que é real, e o que é uma emoção. A proveniência do veículo é fundamental. A qualidade de quem atesta é essencial. Negócios na Internet sem ver o veículo são sempre um tiro no escuro… 4. Restaurar ou não? A regra de ouro é comprar o veículo em melhor estado possível, de acordo com o orçamento disponível. Mas o restauro pode ser uma actividade francamente compensadora, pelo menos em termos espirituais… O restauro é um hobby interessante, dependendo do talento de cada um e pode mesmo conseguir poupar algum dinheiro, fazendo trabalhos que não necessitam de ser entregues a um profissional. Também ficará a conhecer o veículo melhor por dentro e por fora, criando uma relação de maior proximidade. Por outro lado o restauro muito raramente compensa em termos comerciais e de ter que ficar algum tempo para poder usufruir do seu Clássico na estrada. 5. Quem me pode ajudar? Normalmente pessoas que tenham tido os mesmos problemas. Aqui o nosso Clube pode ter um papel fundamental. Existe no nosso seio pessoas qualificadas para o poder ajudar. O ideal é associar-se antes de comprar um Clássico. Assim terá quem o ajude nessa fase fulcral. 6. Vou conseguir peças? Quase tudo se arranja. Até mesmo peças que já não existam podem ser fabricadas. Alfa Romeo Clube de Portugal Para os veículos mais comuns, não haverá grandes dificuldades, com muitos especialistas a fazerem dessa actividade o seu negócio. Quanto a especialistas internacionais pode contactá-los directamente ou utilizar um intermediário, que se responsabilize pela qualidade e precisão da peça encomendada. Há vantagens nas duas formas… Alguns sites: Portugal: Bertoricambi - Sr. Alberto Pereira ( Paredes de Coura) - www.bertoricambi.com Itália: Afra - www.afra.it Reino Unido: Alfaholics - www.alfaholics.com Classic Alfa uk - www.classicalfa.com Alfa Stop.Co.uk - www.alfastop.co.uk Alemanha: Alfa-Service - www.alfa-service.eu Servizio-Alfisti - www.servizio-alfisti.de U.S.A.: Re-originals,Inc - www.reoriginals.com Alfa-Ricambi - www.arricambi.com Stephensalfa - www.stephensalfa.net Centerline - www.centerlinealfa.com 10 Verdades sobre Descapotáveis: 1. Garagem Própria, emprestada ou de recolha (Telheiras) é essencial. 2. Não trancar as portas Sem hard-top, mais vale deixar o carro aberto. Ninguém força a fechadura se puder cortar a capota… 3. Interior limpo Sendo impossível proteger o interior, não deixe no carro qualquer objecto de valor. Rádio só um que não compense roubar. Alfa Romeo Clube de Portugal 4. Alarme e imobilizador Há várias formas de colocar um corta-correntes e alarmes. Barras de protecção no volante ou pedais desencorajam estranhos… 5. Protecção solar A exposição ao sol e a deslocação de ar, que refresca a pele, podem dar origem a um “escaldão”. Procure de tempos a tempos alimentar a pele dos estofos. 6. Hard-Top Serve para transformar o descapotável em coupé. 7. Tonneau É a melhor forma de fechar o seu Spider. Protege o interior da chuva e é mais prático de colocar e tirar do que a capota ou um car cover. 8. Não ceda aos aero screens E á ausência de vidros ou painéis laterais, a menos que não se importe de engolir mosquitos a alta velocidade. 9. Não confie na primavera Uma estação incerta, com variações de temperatura, ampliadas por andar de Spider, potencia as constipações. A época mais propícia é o Outono, seguindo do Verão, mas apenas muito cedo ou à noite quando o calor não é demasiado forte. Utilizar um Spider no inverno pode ser agradável, desde que esteja bem protegido com casaco, gorro e luvas. 10. “São só umas pinguinhas”… Frase perigosa! Sozinho o resultado pode não ser mais grave do que apanhar uma valente molha, mas se for acompanhado por alguém menos entusiasta, é melhor evitar problemas e subir a capota… Imobilização: o pior inimigo dos Alfas Clássicos Não deixe o seu Alfa Romeo abandonado na garagem. Utilize-o tantas vezes quanto possível nomeadamente, nos eventos regulares do nosso Clube. Alfa Romeo Clube de Portugal Um Alfa Romeo Clássico parado como qualquer outro carro, tende a deteriorar-se mais do que um veiculo bem mantido a funcionar e que some vários quilómetros anuais. No entanto, nem sempre é possível sair com o Clássico por falta de disponibilidade, ou por causa de alguma avaria. Se, apesar de tudo, tiver que o imobilizar durante algum tempo, conheça os cuidados essenciais a observar: - MOTOR Mesmo que não utilize o seu Alfa, o motor deve ser posto a trabalhar regularmente. Esta rotina deve ser repetida, durante cinco minutos pelo menos, de semana a semana, podendo mesmo proceder-se a algumas acelerações a seco, depois do óleo ter circulado, sem exceder em demasia as rotações. - PNEUS Os pneus expostos a grandes períodos de inactividade têm tendência a perder a sua original forma circular, devido a permanecerem na mesma posição. Para evitar que isso aconteça, os donos mais cuidadosos põem os seus carros em cima de cepos para aliviar a carga nos pneus. No entanto, a melhor forma de evitar a ovalização é mesmo mudar o carro de posição todas as semanas. Esta solução pode apresentar vantagens relativamente à colocação dos cepos, uma vez que esta operação pode acarretar riscos para a carroçaria ou para os elementos do chassis. Para evitar que a borracha dos pneus seque deve ser aplicado um bom produto à base de silicone próprio para o efeito. - BATERIA A bateria deve ser mantida em condições de utilização, verificando-lhe regularmente a carga. Habitualmente é recomendado desligar um dos seus pólos, evitando-se as perdas de potência. No entanto, já existem no mercado carregadores de manutenção que, quando ligados permanentemente, providenciam a carga suficiente para evitar a perda da qualidade da bateria. Antes de qualquer viagem, deve-se sempre verificar a potência da carga. - TRAVÕES Quando possível, quando o Alfa ficar na garagem por algum tempo, deverá ficar destravado e desengatado. Este simples procedimento evita que os travões colem com o tempo e a humidade, enquanto, que a colocação da caixa em “ponto morto” evita que a caixa de velocidades sofra algum tipo de dano. Alfa Romeo Clube de Portugal - PINTURA A pintura deverá ser protegida com uma boa cera, apropriada para o efeito. Este tratamento confere uma camada extra de protecção à carroçaria, avivando a cor e o brilho original do carro, protegendo-o contra a humidade. Embora seja um processo algo demorado, merece o esforço já que, quando bem aplicada, a cera permanece na carroçaria durante muito tempo. - CROMADOS Em casos extremos de humidade, os cromados poderão ser protegidos com uma cera própria. Esta por sua vez, deverá ser de boa qualidade e aplicada de forma consciente. A maior desvantagem deste tipo de produtos é a sua aplicação, sendo apenas aconselhável para carros que permanecem durante longos períodos em armazéns ou garagens. - INTERIORES Os interiores em pele ou napa deverão ser tratados com um hidratante próprio que evita o aparecimento de rachas e permite manter o aspecto original, sem demonstrar um uso excessivo. - LIQUIDOS Todos os líquidos deverão ter os seus níveis verificados antes de uma viagem, por muito curta que seja. A falta de água ou óleo no motor poderá provocar danos graves em toda a mecânica. - REVISÕES É fundamental uma revisão anual, independentemente do número de quilómetros efectuados. O óleo do motor deverá ser mudado nessa revisão, já que, mesmo não fazendo muitos quilómetros, as características de lubrificação podem-se perder. Os filtros de óleo poderão ter de ser também mudados nesta revisão. Caso tenha um filtro de papel, convém substitui-lo anualmente. Também será muito importante verificar o nível de óleo do diferencial. Os carros mais antigos com pontos de lubrificação específicos, deverão ser periodicamente lubrificados e mantidos, pois a excessiva imobilização leva mais rapidamente à perda de líquido lubrificante. - PARTE ELÉCTRICA Durante a revisão ao carro deve ter-se atenção ao estado dos platinados e proceder à limpeza das velas. A parte eléctrica deverá ser avaliada no seu funcionamento, Alfa Romeo Clube de Portugal desde os faróis exteriores até às luzes do tablier. É muito importante verificar o estado dos travões, a começar pela condição das pastilhas e discos – ou tambores. Também as tubagens e a pressão do óleo deverão ser verificadas periodicamente e antes de qualquer viagem. O óleo deverá ser mudado consoante a quilometragem do carro, já que este não se deteriora em demasia. Em carros menos potentes poderá ser usado um óleo à base de silicone, menos eficiente quando atinge altas temperaturas, mas melhor para conservar a parte mecânica. O valor de um Alfa Romeo Existem características gerais, aplicadas a modelos em abstracto, que estabelecem uma certa hierarquia de valores. A primeira das quais é a raridade. O número de exemplares existentes e produzidos, condiciona a oferta disponível. Se a procura for superior à oferta, o valor sobe. Outra condicionante do valor de um automóvel é a qualidade. Se um automóvel tinha qualidade superior na sua época, com o passar dos anos, esse será um factor de valorização em relação aos modelos fabricados na mesma época. A qualidade refere-se não apenas ao seu fabrico, mas abrange também a concepção mecânica, o design e uma importante componente de inovação tecnológica. Outro factor essencial para o valor de um automóvel é o seu carisma, que se manifesta através de duas vertentes; um capital de simpatia conferido pelo público em geral e uma imagem que se associa ao modelo em questão. Esse factor pode mesmo pesar mais do que a raridade e qualidade. Bastante decisivo para determinar o valor de um Alfa Romeo clássico é o imposto a aplicar no caso da sua importação. O valor do automóvel importado é obtido pelo somatório do preço de aquisição, o custo de transporte e legalização no nosso pais. Quanto às características particulares existem alguns factores de valorização muito importantes: a) História ou proveniência do automóvel. Qualquer objecto cuja existência se prolonga por vários anos, adquire uma história. A relevância e conhecimento desses factos podem ser uma mais-valia, sobretudo se lhe conferirem um valor histórico relevante. É o caso da existência de documentação que comprove todo ou parte do seu percurso: facturas de aquisição, manutenção, certificados emitidos por entidades competentes, fotografias. Toda a documentação disponível enriquece o automóvel, porque contribui para certificar a sua autenticidade. Alfa Romeo Clube de Portugal b) O estado ou condição do automóvel é um factor primordial para o seu valor. O restauro de um clássico é uma actividade demorada e dispendiosa, impedindo o desfrute imediato do automóvel, reservando inúmeras surpresas – normalmente desagradável – para aqueles que abracem o desafio de forma entusiasta e irracional. O restauro dito de concurso, produto de uma recuperação completa, em que o resultado final é superior àquele em que o automóvel saiu de fábrica, é também, justificadamente, um dos mais valorizados. Um automóvel que esteja apenas em condições de servir para peças, sem possibilidade de recuperação, vê o seu valor muito reduzido. Cotações dos Automóveis Clássicos: • 5% - Automóvel que não é passível de recuperação. A sua única utilidade reside no aproveitamento de algumas peças. • 10% - Automóvel que não é passível de recuperação, com documentos. • 20% - Automóvel que precisa de restauro total. Faltam várias peças. Restauro financeiramente inviável, com documentos. • 40% - Automóvel que funciona, mas não pode circular em condições de segurança, sem vários trabalhos de reparação. A chapa apresenta sinais de corrosão. Podem faltar algumas peças. • 50% - Automóvel que apresenta condição e aspecto mecânico fraco. Precisa de grande trabalho de recuperação. • 70% - Automóvel apto para circular em segurança. A carroçaria precisa de pintura, mas não tem ferrugem. A mecânica está completamente funcional. • 90% - Automóvel que apresenta-se em bom estado, sem qualquer ferrugem. Restauro antigo (mais de 10 anos) ou condição original bem mantida. Precisa apenas de trabalhos de pormenor. • 150% - Automóvel em estado de concurso, vulgo, melhor do que novo, ou condição original excepcional. Texto de Miguel Ferraz de Menezes para o ARCP. Fonte: “Guia Vintage”